Requalificação Urbana: Proposta para as praças e canteiros centrais da cidade de Gurinhém – PB

Page 1


UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA - UNIPÊ CURSO DE BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

EMANUELA VANESSA COUTINHO DO NASCIMENTO

Requalificação Urbana: Proposta para as praças e canteiros centrais

da cidade de Gurinhém – PB

João Pessoa 2019



N244r

NASCIMENTO, Emanuela Vanessa Coutinho do. A cidade e sua história: Proposta de requalificação dos canteiros e praças centrais da cidade de Gurinhém – PB / Emanuela Vanessa Coutinho do Nascimento. – João Pessoa, 2019. 50f. Orientador (a): Prof. Ms. Rodrigo Costa do Nascimento. Monografia (Curso de Arquitetura e Urbanismo) – Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ. 1. Requalificação Urbana. 2. Praças. 3. Cidade 4. Urbanismo. I. Título.

UNIPE / BC

CDU 712.254


RESUMO

ABSTRACT

Tendo em vista a importância dos espaços públicos no âmbito social, econômico e cultural das cidades, a abordagem do seguinte trabalho, envolve uma proposta de requalificação urbana para as praças e canteiros centrais da cidade de Gurinhém – PB. A área de intervenção fica no eixo principal da cidade, onde teve início sua expansão territorial e econômica. Foi observado que apresenta porções ociosas, pela iluminação e vegetação inadequada, ausência de equipamentos de lazer e recreação, reduzindo assim a permanência e usufruto dos usuários. A pesquisa apresenta uma abordagem metodológica com pressupostos da pesquisa qualitativa de caráter exploratório, envolvendo entrevistas e observações in loco, em dias e horários diferentes, bem como pesquisas bibliográficas e documentais. A análise dos dados e observações adquiridas, possibilitaram a elaboração da proposta e construção do programa de necessidades, conceito e diretrizes projetuais, visando as necessidades analisadas e abordadas pela população, em conformidade com as preexistências e desta forma, valorizar o espaço público, incentivando a interação social e resgate do caráter de centralidade da área objeto de estudo, contribuindo assim, para seu reconhecimento histórico e cultural.

Considering the importance of public spaces in the social, economic and cultural scope of cities, the approach of the following work involves a proposal of urban requalification for the squares and central flowerbeds of the city of Gurinhém - PB. The intervention area is on the main axis of the city, where its territorial and economic expansion began. It was observed that it has idle portions, due to inadequate lighting and vegetation, absence of leisure and recreation equipment, thus reducing the permanence and enjoyment of users. The research presents a methodological approach with assumptions of qualitative exploratory research, involving interviews and observations in loco, in different days and times, as well as bibliographic and documentary research. The analysis of the acquired data and observations, made possible the elaboration of the proposal and construction of the program of necessities, concept and design guidelines, aiming at the necessities analyzed and addressed by the population, in accordance with the preexistences and thus, to value the public space, encouraging the social interaction and redemption of the centrality of the area under study, thus contributing to its historical and cultural recognition. Keywords: Urban Requalification; Squares; City; Urbanism.

Palavras-chave: Urbanismo.

Requalificação

Urbana;

Praças;

Cidade;


LISTA DE SIGLAS

LISTA DE FIGURAS

CPRM

Serviço Geológico do Brasil

Figura 01 - Localização do município de Gurinhém – PB__________9

IBGE

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Figura 02 – Marcos referenciais_____________________________ 27

PME

Plano Municipal de Educação de Gurinhém

Figura 03 –Leitura do Lugar ______________________________ 28

VALIS

Valorização de Lisboa

Figura 04 - Mapa de pavimentação _________________________ 29

ATI

Academia da Terceira Idade

Figura 05 – Mapa de Fluxo _______________________________ 30 Figura 06 – Mapa de uso e ocupação ________________________ 31

LISTA DE TABELAS

Figura 07 – Mapa de incidência de uso e comportamento na sexta – feira 30/08/2019 ________________________________________ 32

Tabela 01 – Matriz de SOWT___________________35

Figura 08 – Mapa de incidência de uso e comportamento no sábado 31/08/2019 _____________________________________________ 33 Figura 09 – Mapa de incidência de uso e comportamento no domingo 01/09/2019 _____________________________________________ 34 Figura 10 – Divisão de setores _____________________________ 36 Figura 11– Planta Baixa / Setor 01 __________________________ 37

Figura 12 – Planta Baixa / Setor 02 _________________________ 38 Figura 13 – Planta Baixa / Setor 03 _________________________ 39


LISTA DE IMAGENS Imagem 01 – Vista aérea da Área Objeto de estudo (em destaque)

Imagem 17 – Praça Elias Gomes __________________________ 25

_____________________________________________________ 08

Imagem 18 – Praça Elias Gomes __________________________ 25

Imagem 02 – Igreja Nossa Senhora da Conceição / 1953________ 19

Imagem 19 – Praça Elias Gomes __________________________ 25

Imagem 03 – Vista aérea da cidade Gurinhém – PB (área objeto de

Imagem 20 – Praça Elias Gomes __________________________ 26

estudo) ______________________________________________ 19

Imagem 21 – Quiosques em construção ____________________ 26

Imagem 04 – Vista aérea da AOE, canteiros em

Imagem 22 – Fluxo de carros de médio porte na PB063 ________ 30

destaque_____________________________________________ 22

Imagem 23 – Ponto de encontro entre a PB063 e a Rua Flávio

Imagem 05 – Praça da Rua Sete de Setembro ________________ 22

Ribeiro ______________________________________________ 30

Imagem 06 – Praça da Rua Sete de Setembro ________________ 22

Imagem 24 – Pessoas dialogando, canteiro 5 _________________ 33

Imagem 07 – Praça Elias Gomes__________________________ 22

Imagem 25 – Crianças jogando futsal, canteiro 8 _____________ 33

Imagem 08 – Canteiros da Rua Humberto Lucena ____________ 22

Imagem 26 - Pessoas dialogando e crianças brincando no canteiro

Imagem 09 – Praça da bandeira __________________________ 22

3____________________________________________________ 34

Imagem 10 – Praça da bandeira __________________________ 22

Imagem 27 – Canteiro 11 ________________________________ 34

Imagem 11 – Vista do canteiro 9 ao fundo __________________ 22

Imagem 28 – Bandeira do município _______________________ 38

Imagem 12 –Vista do canteiro 9 com quadra poliesportiva _____ 23

Imagem 29 – Algodão colorido ___________________________ 38

Imagem 13 – Imagem do mapa da cidade no início de sua

Imagem 30 – Vista do Playground _________________________ 40

urbanização ___________________________________________ 24

Imagem 31 – Vista da área de mesa de jogos _________________ 40

Imagem 14 – Imagem do canteiro do largo do cruzeiro – Antes __ 24

Imagem 32 – Vista da área para ATI ________________________40

Imagem 15 – Imagem do canteiro do largo do cruzeiro – Atual __ 24

Imagem 33 – Vista superior da localização da área para ATI e mesa

Imagem 16 – Execução da oficina de mosaico ________________24

de jogos ______________________________________________ 40


LISTA DE IMAGENS Imagem 34 – Banco proposto _____________________________ 41 Imagem 35 – Vista dos bancos contíguos aos canteiros escalonados

_____________________________________________________ 41 Imagem 36 – Vista dos bancos contíguos aos platôs ___________ 41 Imagem 37 – Vista dos quiosques 01 e 02 ___________________ 43

Imagem 38 – Vista dos quiosques 03 e 04 __________________ 43 Imagem 39 – Vista dos quiosques 01 e 02 __________________ 43 Imagem 40 - Vista da área de mesas de jogos ________________ 44 Imagem 41 – Vista da área de ATI _________________________ 44 Imagem 42 – Vista dos bancos ____________________________ 44 Imagem 43 – Vista dos bancos ___________________________ 44 Imagem 44 – Vista da pista de cooper e bancos ______________ 46 Imagem 45 – Vista da área de vivência sob pérgola ___________ 46 Imagem 46 – Vista do espaço lúdico e quadra poliesportiva _____ 46


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO_________________________________________ 8

3.2

Programa de Necessidades ______________ 36

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA _______________________ 13

3.3

Conceito ____________________________ 38

3.4

Soluções Projetuais ____________________ 39

1.1.

Requalificação: Origem do termo e conceituação __ 13

1.2

Praças: Sua função social no tempo e particularidades

3.4.1

Setor 01 _______________________ 39

das praças contemporâneas no Brasil _______________________ 15

3.4.2 Setor 02 _______________________ 42

2. ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO ________________ 18

23.4.3 Setor 03 _______________________ 45

2.1.

Breve histórico da expansão territorial da cidade de

CONSIDERAÇÕES FINAIS_________________________ 47

Gurinhém – PB, com foco nas ruas Humberto Lucena e Sete de

REFERÊNCIAS __________________________________ 48

Setembro _____________________________________________ 18

APÊNDICE

2.1.1 Evolução e alterações dos canteiros e praças das ruas Humberto Lucena e Sete de Setembro ___________________ 23 2.2

Entorno ___________________________________ 27

2.3

Leitura do Lugar ___________________________ 28

2.4

Pavimentação e Fluxo ________________________ 29

2.5

Uso e ocupação _____________________________ 31

2.6

Incidência de Usos e Comportamento ___________ 32

3. MEMORIAL PROJETUAL 3.1

Problemáticas, Potencialidades e Diretrizes Projetuais

______________________________________________________ 35


INTRODUÇÃO


INTRODUÇÃO

A requalificação urbana, é um tema altamente discutido e empregado na contemporaneidade. Segundo Silva (2011) é o eixo

permitir e principalmente se propor a uma melhoria da qualidade de vida urbana.

fundamental para as intervenções de caráter urbano, afim de propor

De acordo com Silva (2011) a proposta de requalificação urbana

melhorias em áreas desassistidas das cidades. Como tema principal

é um instrumento que permite a intervenção em áreas centrais da

deste trabalho, será discutido seu conceito e aplicação como

cidade, correspondente a porção mais antiga e histórica, que sofrem

instrumento dinamizador do espaço público, através da inserção de

com o abandono e consequente degradação. Também deve ser baseada

novas atividades, reintroduzindo qualidade urbana e a consequente

na memória local, valorizando e reestruturando sua história e

centralidade e acessibilidade.

patrimônio, buscando qualificar a essência do lugar e valorizar suas

No meio urbanístico, como citado por Moura (2006), requalificar é essencialmente, propor intervenções para a melhoria das

riquezas, como foi abordado no documento de apresentação do VALIS - Valorização de Lisboa em 1990, citado por Moreira (2007).

condições de vida da população, através da construção e recuperação

Diante disto, o trabalho envolverá o centro da cidade de

de equipamentos e infraestrutura, como medidas para a valorização do

Gurinhém, que se localiza na mesorregião do Agreste Paraibano, na

espaço público, tanto no âmbito econômico quanto no social,

microrregião de Itabaiana1. De acordo com dados do Instituto

permitindo assim a reintrodução da qualidade urbana e dinamização

Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE 2017, possui uma área

do contexto urbano.

territorial de aproximadamente 346,067 Km², com uma população

Assim como explanado por Silva (2011), onde destaca que a

estimada em 2018 de 14.131 pessoas.

requalificação urbana, é um importante instrumento de intervenção,

Sendo considerada um município de pequeno porte, de acordo

para a solução de problemas encontrados nas cidades, como também

com o Art. 1º do Projeto de Lei do Senado nº 316, de 2009 que altera o Art. 39 da Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001, que estabelece um

Inserida na unidade geoambiental da depressão sertaneja, “a sede do município tem uma altitude aproximada de 104 metros acima do NMM, sua latitude é de 7,1100 e sua longitude -35,4100” (Plano Municipal de Educação de Gurinhém 1

PME, 2015, p. 11), com clima tropical semiárido e relevo predominantemente suave-ondulado, de acordo com o diagnóstico do Serviço Geológico do Brasil (A CPRM, 2005).

8


INTRODUÇÃO

“município de pequeno porte se tiver população inferior a cinquenta

Figura 01 – Localização do município de Gurinhém - PB

mil habitantes” (BRASIL, 2009, p. 2). O município delimita-se a norte pelo município de Mulungu, a

Brasil

Paraíba

sul por Mogeiro e São José dos Ramos, a leste por Caldas Brandão, a oeste por Alagoa Grande e a noroeste por Juarez Távora, conforme figura 01. Distante aproximadamente 72Km a Leste, da capital João Pessoa e a oeste de Campina Grande, com acesso pelas rodovias BR 230/PB 063. De acordo com Marx (1980), citado por Robba e Macedo (2010), a fundação das cidades coloniais brasileiras2 se davam a partir da construção de uma capela e a consequente instituição de uma paróquia. Alagoa Grande

Mulungu

Desta forma, foi o início da expansão territorial da cidade de

Caldas

Gurinhém, por volta de 1820, segundo dados do Plano Municipal de Educação de Gurinhém - PME (2015). Surgindo a partir da construção

Juarez Távora

Gurinhém Brandão João Pessoa

Campina Grande Mogeiro

São José dos Ramos

de uma capela e seu largo, localizado entre as ruas Humberto Lucena e Sete de Setembro, configuradas posteriormente e que abrigam os canteiros e praças, elementos do presente estudo (Imagem 01). Estudos e análises realizadas por alguns urbanistas como Marx (1980), Robba e Macedo (2010), dizem que as praças são elementos importantes no contexto urbano da cidade, seja como um marco em

2

Fonte: IBGE, alterado pela autora, 2019.

Período Colonial estende – se do século XVI ao XVII

9


INTRODUÇÃO

sua história ou no convívio e interação social, e desde os primórdios,

e socialização, que provoquem a população e instiguem a usufruir do

eram utilizadas como locais de encontro, lazer, reuniões e comércio.

local, como também espaços que propiciem o convívio e

Robba e Macedo se apropriam desses preceitos e análises, formulando seu conceito, expondo que as “praças são espaços livres

desenvolvimento de eventuais programas, ações, manifestações culturais e artísticas.

de edificação, públicos e urbanos, destinados ao lazer e ao convívio da

Atualmente a grande problemática verificada através da análise

população, acessíveis aos cidadãos e livres de veículos” (2010, p. 17).

observacional da AOE, consiste na ausência de equipamentos de lazer

Imagem 01 – Vista aérea da Área Objeto de estudo (em destaque)

e recreação adequados, sofrendo risco de decadência pela ausência de usuários em grande parte de sua extensão. Apresenta também porções ociosas, pela iluminação e vegetação inadequada, sem muita permanência e usufruto, tornando-se locais de passagem. As praças e canteiros da área objeto de estudo, mesmo sendo circundadas por residências, comércio e estando no centro da cidade, não apresentam em grande parte de sua extensão, atividades de

c

permanência e/ou elementos que corroborem para a interação. Como também, as atividades e ações que antes se desenvolviam nestas,

Legenda Poligonal da AOE

Rua Sete de Setembro

Rua Humberto Lucena

Igreja

c

Praça Claudino Cézar Freire

Conj. Alfredo Coutinho

Fonte: Autor desconhecido, alterado pela autora, 2019.

Para que as praças apresentem sua característica de integração do espaço urbano e interação dos indivíduos, se faz necessário a implementação de equipamentos e elementos promotores de atividades

passaram a acontecer, na praça Claudino Cézar Freire (Imagem 01), localizada no conjunto habitacional Alfredo Coutinho, construída entre os anos de 2008 e 2009, de acordo com dados da prefeitura, sendo esta, distante do centro da cidade, perdendo com isso seu caráter de centralidade. Com isso, busca-se através desse estudo, propor um anteprojeto de requalificação urbana dos canteiros e praças centrais, localizados 10


INTRODUÇÃO

nas ruas Humberto Lucena e Sete de Setembro da cidade de Gurinhém

pessoas que tenham experiências práticas no local de estudo, os quais

– PB, com base na análise de seu contexto histórico/cultural e suas

serão fundamentais para a análise deste trabalho.

preexistências. Com os seguintes objetivos específicos: 

Deste modo, construiu-se três etapas: A primeira, conta com a

Analisar a importância da área objeto de estudo, no

pesquisa bibliográfica e documental, fundamentando a pesquisa e a

contexto histórico da cidade de Gurinhém – PB.

importância histórica das ruas Humberto Lucena e Sete de Setembro3,

Identificar os usos e comportamentos na área de estudo.

fruto do primeiro objetivo específico; a segunda etapa consiste no

Conciliar espaços atualmente dedicados ao uso exclusivo

levantamento

do automóvel com o uso do pedestre, recuperando áreas de

semiestruturadas, ao público usuário, abordando assim o segundo

interação e vivência social.

objetivo específico; e a terceira, envolve a análise dos dados obtidos

da

área,

análise

e

realização

de

entrevistas

Para a construção de tal estudo, o embasamento teórico, foi

para a explanação do terceiro objetivo e consequente elaboração do

dividido, de acordo com os temas relevantes ao objetivo principal.

anteprojeto de requalificação urbana proposto no objetivo geral

Com discussões acerca da Requalificação Urbana e a relevância das

estabelecido. Cumpre esclarecer que a primeira e a segunda etapa se

praças no contexto urbano.

complementam, visando a construção das diretrizes projetuais e

Afim de desenvolver os objetivos traçados, a abordagem

programa de necessidades. Para a primeira etapa, as pesquisas

metodológica conta com pressupostos da pesquisa qualitativa, na qual

bibliográficas, foram realizadas, através de teses, dissertações e artigos

segundo Prodanov (2013, p. 128), “o ambiente natural é fonte direta

científicos publicados vinculados as temáticas e a história da cidade de

para coleta de dados, interpretação de fenômenos e atribuição de

Gurinhém.

significados”. Tendo caráter exploratório, que de acordo com Gil

As pesquisas documentais realizadas abordaram registros da Igreja

(2002), permite o levantamento bibliográfico e entrevistas com

Nossa Senhora da Conceição, visto que a área em análise é parte

A importância histórica desses logradouros, está detalhada no tópico 1.3 “Breve histórico da expansão territorial da cidade de Gurinhém – PB, com foco nas ruas Humberto Lucena e Sete de Setembro.” 3

11


INTRODUÇÃO

integrante dos terrenos da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de

A terceira etapa ainda em construção, teve início com a análise

Gurinhém; em declarações presentes nas atas registradas na câmara

dos dados obtidos a partir das etapas anteriores e consequente

municipal, afim de obter dados mais concisos de construção das praças

construção da proposta, buscando aplicar o que foi observado e

e eventuais ações no local, para aplicação das diretrizes projetuais;

absorvido com tais análises, afim de conciliar os diversos usos e

como também a utilização de dados obtidos por documentos e registros

interação social.

da Prefeitura Municipal da cidade.

Desta forma o trabalho está estruturado da seguinte maneira: O

Para a segunda etapa foi realizado o levantamento da área, visto

capítulo 1 contém a fundamentação teórica, o capítulo 2 aborda a

que a ausência de desenhos e mapas da região impossibilitaria o

análise da área de intervenção e o capítulo 3 envolve as decisões

desenvolvimento da proposta de anteprojeto. Com isso, foi necessário

projetuais e o estudo do anteprojeto de requalificação urbana da área

a realização de imagens aéreas para construção dos desenhos e mapas,

objeto de estudo. Este último capítulo também detalha em termos

bem como, o levantamento aproximado das medidas e diferenças de

gráficos as soluções projetuais.

níveis existentes na área, a partir de elementos pré existentes, como escadaria e através da técnica com mangueira de nível. A amostragem da entrevista realizada, envolveu a população residente nas proximidades da área objeto de estudo. Com caráter observacional, foram realizadas visitas de campo na área de estudo, nos dias 30 e 31 de agosto e 01 de setembro, (sexta, sábado e domingo) afim de obter uma percepção fora do contexto do usuário, partindo do princípio que é fundamental o olhar externo para uma análise mais completa e com isso, construir mapas de incidências de usos e comportamentos, fundamentais para a construção da proposta. 12


CAPÍTULO 01 Fundamentação Teórica


1.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

“como recuperação, reabilitação, renovação, requalificação e

1.1 Requalificação: Origem do termo e conceituação.

gentrificação” (SOTRATTI, 2015, apud 2016 Iphan). O emprego do termo requalificação, de acordo com Moreira

No I Encontro Luso-Brasileiro de Reabilitação Urbana (1995),

(2007), começou a ser utilizado, no fim dos anos 80 em Portugal 1.

foi proposta a Carta de Lisboa, que trata da Reabilitação Urbana

Observando também que nas publicações de caráter urbanístico até

Integrada, trazendo em seu artigo 1º, essas terminologias e conceitos

meados de 1998, o vocabulário aplicado era revitalização, o qual,

de maneira concisa, estabelecendo princípios para as possíveis

esclarecido por Sotratti (2015), em seu verbete (2016) para o

intervenções e correta aplicação nos dois países envolvidos, Lisboa e

dicionário do IPHAN, foi o primeiro termo que se disseminou pelo

Brasil. A partir dela, podemos absorver o conceito e aplicação da

mundo, assumindo diversas denominações: “gentrification, no Reino

requalificação, como técnica para a reabilitação urbana, tratando-se

Unido;

“de operações destinadas a tornar a dar uma actividade adaptada a esse

rehabilitation/refurbishment

e

renovation,

nos

EUA;

réhabilitacion, na França; rehabilitación, na Espanha” (SOTRATTI, 2015, apud 2016 Iphan).

local e no contexto actual” (Carta de Lisboa, 1995, p. 2). Com a evolução do espaço urbano e as preocupações em relação

No Brasil, o emprego da terminologia revitalização, acarretou

as modificações nas condições urbanísticas das cidades, os termos e

diversos debates entre os profissionais da área, que de acordo com

suas aplicações também foram modificados e adequados à sua

Oliveira (2002) e Arantes (2000), apud Sotratti (2015), havia sido

aplicabilidade. Com isso, os termos acima citados, carregam em si,

acarretado pelas especificidades da língua portuguesa, que delimitava

suas particularidades e especificidades para diferentes ações

tal termo, a mudança da área, excluindo os usos e grupos sociais

executadas no contexto urbano, que necessitam ser avaliados e

preexistentes. A partir dessas discursões, surgiram outros termos

atribuídos de forma correta para sua finalidade e estratégia.

1

juntamente com o QCA I (quadro comunitário de apoio I) - (1989 - 1993), sendo este um instrumento regulador da aplicação de fundos comunitários.

De acordo com Silva e Carvalho (2012), foi o período que coincidiu com o surgimento e implementação de políticas de planejamento urbano em Portugal,

13


1.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Moreira afirma que “o conceito de requalificação urbana tem

Desse modo, o termo requalificação, passou a ser comumente

evoluído ao longo do tempo à medida dos problemas que vão sendo

utilizado e aplicado nos projetos de caráter urbano, em centros

diagnosticados no tecido urbano” (2007, p. 124) reavaliado e discutido

históricos desassistidos e em edifícios isolados, de acordo com Sotratti

pelos teóricos, para que seja bem aplicado e executado nas

(2015), apresentando propostas de recuperação e consequente

intervenções urbanísticas, seja de grande ou pequeno porte.

valorização das preexistências sociais, sentido este, que se opõe ao do

Requalificação urbana, como discorrido por Silva (2011) é uma

termo revitalização, anteriormente utilizado.

importante ferramenta na melhoria do espaço urbano, através de

Envolvendo os pontos já mencionados, Moura (2006) resume em

intervenções que busquem a solução dos problemas observados no

seu conceito, que a requalificação além de promover a qualidade

contexto das cidades, permitindo (re)criar sua aparência fazendo uso

urbana, acessibilidade e centralidade do local, estabelece melhorias na

do desenho existente. A autora ainda complementa que a

área, para a população usuária, sendo assim, um instrumento

requalificação é um instrumento que permite a “revitalização das áreas

mobilizador e transformador do âmbito social, econômico, cultural e

mais antigas das cidades, que correspondem aos centros históricos, e

paisagístico.

que se encontram em risco de decadência, de abandono e de degradação” (2011, p. 46).

Portanto, o conceito de requalificação aqui abordado, se aplicará, de maneira que o ambiente a ser trabalho, fica no centro da cidade,

Seguindo esses preceitos, Fortuna e Leite (2009), compreendem

onde teve início sua expansão territorial e atualmente perdeu seu

que a requalificação urbana é uma prática de proteção urbanística, seja

caráter de centralidade social e cultural. Buscando sua melhoria

da infraestrutura e/ou de seus equipamentos passiveis de degradação e

urbana, com o envolvimento das atividades preexistentes e assim

desuso funcional. Em conformidade com Moura, apontando que esta

promover a recuperação e consequente valorização do espaço público.

ação promove “a construção e recuperação de equipamentos e infraestruturas e a valorização do espaço público com medidas de dinamização social e econômica” (2006, p. 20). 14


1.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.2 Praças: Sua função social no tempo e particularidades das praças contemporâneas no Brasil.

Idade Média, o esboço do conceito de praça europeia, se inscrevendo por definitivo na composição urbana a partir do Renascimento. Murillo Marx (1980), aborda que as praças surgiram

O conceito de praça, discorrido por alguns autores como, José

principalmente a partir dos pátios das igrejas, capelas, conventos ou

Lamas (2004), Fábio Robba e Silvio Macedo (2010) e Murillo Marx

congregações religiosas e que tinham como principal função a reunião

(1980), reconhece como espaço público e elemento pertencente a

de pessoas e inúmeras outras atividades. O autor também coloca que

malha urbana, destinado ao encontro, vivência e permanência da

além das praças dos adros das igrejas, surgiram as praças cívicas, que

população, bem como local de expressão das práticas sociais e livres

ocorrem diante dos edifícios de caráter público importante, como

de edificação. Com a evolução das cidades, Robba e Macedo (2010)

câmaras municipais ou sedes do governo, mas são poucas existentes

afirmam que a praça teve seu papel alterado na composição urbana,

no Brasil e as praças militares onde aconteciam os desfiles e reuniões

permanecendo intrinsecamente suas características sociais, como sua

das tropas.

principal qualidade, estando comumente associada, no Brasil a espaços arborizados.

Em concordância com o exposto, Robba e Macedo (2010) afirmam que a estrutura das cidades coloniais brasileiras, iniciadas por

Como esclarecido por Lamas (2004), nas cidades islâmicas as

uma capela e seus casarios adjacentes, geraram os primeiros espaços

praças ainda não existem, chegando a apresentar apenas grandes áreas

públicos livres, os largos deixados à frente das igrejas e templos, que

nos pontos de convergência das ruas. O autor também pontua, que na

possibilitaram a gênese da praça. “Era ali que a população da cidade

Grécia e Roma começam a ser utilizados alguns elementos

colonial manifestava sua territorialidade, os fiéis demonstravam sua fé,

morfológicos, como a praça, possuindo seu significado próprio de

os poderosos, seu poder, e os pobres, sua pobreza” (ROBBA E

lugar de encontro cívico e social, denominada ágora ou fórum. Nas

MACEDO, 2010, p. 22).

cidades medievais as praças ainda não são compreendidas por Lamas

Com o processo de embelezamento da cidade durante o século

(2004) como verdadeiras, por não apresentar um desenho próprio,

XIX, conforme Robba e Macedo (2010), muitos imóveis das áreas

resultante apenas de um vazio na malha urbana, ocorrendo apenas na

centrais da cidade foram demolidos e a população transferida para as 15


1.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

periferias, dando lugar a praça ajardinada, uma nova tipologia que

incluindo lanchonetes, lojas e instituições públicas, buscando instigar

altera a função de praça no contexto urbano, passando a ser um lugar

o desfrute pelo usuário. Nesse contexto Robba e Macedo continuam

de descanso e contemplação.

discorrendo, que também foram inseridas áreas de passagem, para

De acordo com Lamas (2004), a revolução industrial

acomodar o fluxo intenso de pedestre.

desencadeou as primeiras mudanças significativas na estrutura urbana,

Scocuglia (2012), observa que na cidade contemporânea as

havendo assim o afastamento das ruas, quarteirões e praças das cidades

praças podem assumir aspectos diferenciados, de acordo com o local

tradicionais, em busca de novos modelos de organização urbana. A

ao qual está inserida, seja em uma pequena área habitacional, para a

cidade necessitava de adaptações, com vias mais largas e arborizadas,

prática

conforme Robba e Macedo (2010), uma vez que os centros urbanos

contemplativo ou até mesmo em grandes áreas centrais, servindo para

brasileiros crescem demasiadamente e novos meios de transportes se

melhorar a qualidade do ar e orientar o fluxo de pedestres.

instalam.

de

esportes,

sociabilidade

dos

usuários

e/ou

lazer

Ainda não se pode fixar as características dos projetos

O lazer, que ainda não havia sido envolvido na função das

contemporâneos, como compreendido por Robba e Macedo (2010),

praças, é colocado por Robba e Macedo (2010), como um dos itens de

pois as novas posturas e métodos de projetar ainda estão sendo

suma importância estabelecido pelo urbanismo moderno, englobando

formulados, tendo como base “a literatura especializada e as

principalmente as atividades esportivas e infantis, sendo intitulado

experiências isoladas de cada projetista” (ROBBA e MACEDO, 2010,

lazer ativo, que incorpora as quadras e elementos recreativos, bem

p. 146) e em virtude das variadas posturas e técnicas empregadas.

como o desenho paisagístico, tendo Roberto Burle Marx como grande expoente no Brasil.

A atual conjuntura das praças contemporâneas se aproxima do programa de atividades da praça moderna, segundo Robba e Macedo

Na contemporaneidade “o espaço público volta a ser palco de

(2010), abrangendo o lazer contemplativo e ativo, os espaços de

atividades como comércio e serviços, lembrando a tradição do largo

convivência, o uso comercial e serviço, que havia sido retirado, bem

colonial (...) e que as políticas sanitaristas do final do século XIX

como equipamentos do ramo alimentício, para atrair o público a

baniram da praça ajardinada” (ROBBA e MACEDO, 2010, p. 41),

desfrutar do ambiente ao ar livre. 16


1.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Robba e Macedo (2010), também colocam que a circulação de pedestre é uma das características das praças contemporâneas, como

liberdade de combinação de funções e inclusão de elementos singulares

uma forma de utilização do espaço público, transformando-se em pontos de convergência e de distribuição do fluxo de pedestres, que tem acrescido nas grandes cidades. Essas características, não necessariamente estão presentes em todas as praças da contemporaneidade, elas podem aparecer juntas ou em diferentes áreas com usos exclusivos e até mesmo espaços flexíveis, sem o uso de regras ou normas, como coloca Robba e Macedo (2010): “Assim, desenvolvem-se diferentes formas de programas, combinado as várias funções dos espaços, sem restringir-se a regras absolutas ou predeterminações[...]” [sem] “[...]determinação impositiva de um uso, sendo comuns os espaços multifuncionais e adaptáveis, que podem ser utilizados de vários modos” (ROBBA e MACEDO, 2010, p.151)

Com isso, é possível a observação e análise das funções sociais das praças brasileiras e as particularidades contemporâneas utilizadas pelos arquitetos e paisagistas, como a livre forma de expressão e aplicação do programa de atividades presente em cada praça, a união e abrangência dos usos que haviam sido separados e inexplorados pelas circunstâncias urbanas e a ausência de regras, que permitem a

17


CAPÍTULO 02 Análise da Área de Intervenção


2.

ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

2.1 Breve histórico da expansão territorial da cidade de Gurinhém

a cidade de Gurinhém, criado com esta denominação pela Lei

– PB, com foco nas ruas Humberto Lucena e Sete de Setembro.

provincial 501 de 30 de outubro de 1873, como freguesia, teve ligação com a cidade de Pilar, considerada Vila. Pela divisão Administrativa

Os registros e documentos que possibilitam uma descrição precisa sobre a história da expansão territorial da cidade de Gurinhém

de 1911, através da Lei estadual 424, de 28 de outubro de 1915, Gurinhém se torna oficialmente distrito de Pilar.

– PB, são escassos e resumidos, com isso, as informações históricas

De acordo com dados do IBGE (1938), disponíveis em seu

aqui descritas, foram obtidas em dados colhidos dos poucos registros

documento de divisão territorial fixado para o quinquênio de 1939-

de documentos da prefeitura municipal, livros de ata da câmara

1943 e estabelecido pelo Decreto lei estadual 1.164 de 15 de novembro

municipal, do trabalho de conclusão de curso “Aspectos históricos e

de 1938, designa Gurinhém como cidade Villa, ainda pertencente, a

atuais do processo de Urbanização no município de Gurinhém” da

Pilar, agora considerada cidade. O município de Gurinhém alcança sua

autora Janaína Mariano (2015) e diálogos informais estabelecidos com

emancipação política no ano de 19582, pela Lei estadual 1.917 de 19

moradores espectadores de ações ocorridas durante a evolução da

de dezembro, sendo assim desmembrado da cidade de Pilar, integrado

cidade e ouvintes de narradores anteriores, sobre as curiosidades

apenas pelo distrito sede.

históricas dos processos iniciais do crescimento territorial.

No período colonial, de acordo com Murillo Marx (1980, apud,

No livro “Forças vivas da nação”1 (1981), é relatado em resumo,

Robba e Macedo, 2002), a estruturação urbana fundamentava-se na

o começo da expansão territorial de algumas cidades da paraíba e os

instituição de uma paróquia e construção de uma capela em louvor a

feitos históricos dos primeiros políticos que assumiram os poderes

um determinado santo, e a partir desta, surgiam os largos, que

executivo e legislativo dos municípios até o ano de 1981, discorre que Disponibilizado por um cidadão gurinheense, o livro foi promovido pela IPM – Comércio Promoções e Marketing LTDA e editado por Ibramo Comercial Industrial Gráfica e Editora LTDA, no ano de 1981, abrangendo os feitos decorridos durante o mandado do prefeito Sebastião Gomes de Araújo, datado de 1978 a 1981, sexto prefeito eleito. 1

2

Os registros da história da cidade de Gurinhém, pode ser encontrado no site da biblioteca do IBGE. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/gurinhem/historico. Acesso em: 31 mai 2019.

18


2.

ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

originariam as praças e o consequente assentamento urbano, nas porções adjacentes.

As primeiras moradias foram surgindo nas adjacências do largo da igreja, em direção ao rio Gurinhém, principal curso de água na

Semelhante as cidades do período colonial, o município de

porção sudeste da cidade, como discorrido por Mariano (2015), sendo

Gurinhém, segundo Mariano (2015) e o PME (2015), iniciou sua

estabelecida a rua Humberto Lucena e a popular Rua do Rio, registrada

expansão territorial por volta de 1820, a partir da construção de uma

como Quadra 10 de acordo com o Livro de Ata número 3 (1977, p.

capela, dedicada a Nossa Senhora da Conceição (Imagem 02), pelos

008b)4. Por conseguinte, as residências próximas a igreja foram se

padres Jesuítas em missão de catequese, advindos da Serra do

desenvolvendo no sentido noroeste, surgindo a Rua Sete de Setembro,

Fagundes. Ao encontrarem uma imagem da santa referida, no pequeno

delimitada pelo largo da igreja e o cemitério local (Imagem 03), como

monte onde hoje se encontra a igreja Matriz da cidade 3, foi elevada

relatado por moradores e discorrido por Mariano (2015).

uma capela em sua homenagem.

Imagem 03 – Vista aérea da cidade Gurinhém – PB (área objeto de estudo)

Imagem 02 – Igreja Nossa Senhora da Conceição / 1953

c

Legenda

Fonte: Acervo de cidadão Gurinheense, S/D, apud, Mariano, 2015.

3

Segundo Mariano (2015), a igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição foi a primeira construção desta região. 4 A câmara municipal de Gurinhém, disponibilizou os livros de ata que registravam as seções ocorridas entre os anos 1963-1976 (livro 2) e 1977 (livro 3), o livro 1 foi

Igreja Matriz

Cemitério local

Escola Estadual

Escola Serafina

Hospital

Poligonal da AOE

Fonte: Autor desconhecido, alterado pela autora, 2019. perdido na transferência de arquivo na última troca de sede (informação obtida com a funcionária da câmara dos vereadores).

19


2.

ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

De acordo com dados obtidos na Secretaria da Paróquia da

A rua Sete de Setembro, assim como a primeira porção da rua

cidade, os assentamentos de terra condizentes ao início da expansão

Humberto Lucena, recebeu sua pavimentação durante o mandato do

relatada, pertencem ao patrimônio paroquial, que recebe o foro anual,

primeiro

relativo aos lotes.

conformidade com dados da prefeitura municipal, no livro “Forças

O pequeno comércio de feira livre como discorrido por Mariano

prefeito

eleito

José

Waldomiro

(1959-1963),

em

vivas da nação5” (1981).

(2015), se desenvolveu inicialmente na rua Humberto Lucena, popular

Como forma de facilitar a locomoção e acesso de Gurinhém para

rua principal, no pequeno galpão considerado mercado público. No

outras localidades, de acordo com Mariano (2015), foi construída uma

livro de ata 2 (1963-1976, p. 7b) discorre que na seção ocorrida no dia

ponte sobre o rio Gurinhém, na década de 50, que separa a cidade do

10 de janeiro de 1965, foi aprovada a Lei nº1 que estabelece a feira

acesso a Br 230. No ano 1975, durante a seção do dia 21 de outubro,

livre aos domingos, exigindo o cadastramento dos feirantes,

discorrida no livro de ata 2 (1963-19760) foi pedido a melhoria das

confirmando assim o relato de Mariano (2015).

condições de tráfego na estrada que liga a sede do município a Br 230,

O calçamento da rua Humberto Lucena aconteceu em dois mandatos, a primeira porção mais próxima à igreja, aconteceu durante

que nesse período dispunha da linha de ônibus, ligando João Pessoa a Gurinhém.

o mandado do primeiro prefeito eleito José Waldomiro (1959-1963) e

O crescimento populacional e econômico, como observado por

a segunda porção de acordo com a seção do dia 28 de junho de 1968,

Mariano (2015), expandiu a cidade nas adjacências das ruas já

relatada no livro de ata 2 (1963-1976, p. 23) o pedido de calçamento

mencionadas, seguindo as vias de acesso as fazendas próximas e as

nas imediações do Escola Estadual João Ribeiro (Imagem 03),

edificações de importante poder social, educacional e econômico que

localizado na porção mais próxima ao rio, ocorreu durante o mandato

se desenvolviam na cidade, como a implantação do Hospital e

do prefeito Jorge Ribeiro Coutinho (1963-1969).

Maternidade Santo Antônio, localizada na rua paralela a Humberto

Livro promovido pela IPM – Comércio Promoções e Marketing LTDA e editado por Ibramo Comercial Industrial Gráfica e Editora LTDA, no ano de 1981,

abrangendo os feitos decorridos durante o mandado do prefeito Sebastião Gomes de Araújo, datado de 1978 a 1981, sexto prefeito eleito.

5

20


2.

ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

Lucena, a escola Serafina Ribeiro, na rua transversal a Sete de

De acordo com moradores em conversas informais, neste

Setembro (Imagem 03), a sede do Banco do Brasil e Emater,

canteiro acontecia e permanece as festas da padroeira da cidade, pela

mencionada no livro de ata 3 (1977, p. 22b), na seção do dia 23 de

proximidade com a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição,

outubro de 1981.

abrigando tendas no período, bem como pequenos palcos para

Os 12 canteiros (Imagem 04) que se formaram no centro das ruas

apresentações culturais de artistas e grupos locais, compondo uma

Humberto Lucena e Sete de Setembro, deram origem as praças Sete de

pequena feira cultural de demonstrações artísticas e comércios

Setembro, (Imagem 05 e 06), pelo projeto de lei nº 04/79 presente no

alimentícios móvel de pequeno porte.

livro de ata 3, referente a seção do dia 22 de março de 1979, e a praça

O canteiro 9 (Imagem 04), próximo ao grupo escolar João

central próximo a Igreja Matriz, construída durante o mandato do

ribeiro, onde antes só havia um vazio urbano, recebeu uma quadra

prefeito Sebastião Gomes de Araújo (1978-1981), intitulada Praça

poliesportiva7, que de acordo com relatado de moradores, sua

Elias Gomes de Araújo (Imagem 07), pelo projeto de lei nº 03/79,

construção aconteceu durante o segundo mandato do prefeito Jorge

mencionado no livro de ata 3, na seção do dia 16 de março de 1979.

Úrsulo Ribeiro Coutinho (1982-1985), sua transição pode ser

Os demais canteiros remanescentes nas ruas mencionadas, foram explorados e adicionados equipamentos, calçadas e arborização ao

observada nas imagens 11 e 12, disponibilizadas por moradores, durante conversas informais.

decorrer dos mandatos seguintes6 (Imagem 08). O canteiro 6 (Imagem

Deste modo, pode se observar a importância dessas ruas para a

04) é popularmente conhecido pelos habitantes, por praça da bandeira

história e expansão da cidade, bem como a propagação da cultura e

(Imagem 09 e 10), pois recebeu um desenho que lembra a bandeira do

relações sociais entre a população. Sendo assim, sua centralidade deve

Brasil, não tendo registro de titulação de nome para esta porção.

ser preservada e seu usufruto incentivado.

6

7

Não foram encontrados registros precisos do ano de construção.

O ano da sua construção, não foram encontrados por escrito, apenas em fotos, disponibilizadas por um cidadão gurinheense, durante conversas informais.

21


2.

ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

Imagem 05 – Praça da Rua Sete de Setembro Imagem 06 – Praça da Rua Sete de Setembro 2

Imagem 07 – Praça Elias Gomes

4

Fonte: Acervo da autora, 2019.

Fonte: Acervo da autora, 2019.

Imagem 08 – Canteiros da Rua Humberto Lucena

12

7

Fonte: Acervo da autora

Fonte: ofarolpb.com, 2017

Imagem 04 – Vista aérea da AOE, canteiros em destaque

1

3

4

5

6

7

8

9

10

12

13

2

Fonte: Google Earth, alterado pela autora, 2019. Imagem 9 – Praça da Bandeira

Imagem 10 – Praça da Bandeira 6

Fonte: Acervo da autora, 2019.

Imagem 12 – Vista do canteiro 9 com quadra poliesportiva Imagem 11 – Vista do canteiro 9 ao fundo

Fonte: Acervo da autora, 2019.

9

9

6

Fonte: Autor desconhecido, acervo de cidadão gurinheense S/D.

Fonte: Autor desconhecido, acervo de cidadão gurinheense S/D.

22


2.

ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

2.1.1 Evolução e alterações dos canteiros e praças das ruas

Imagem 13 – Imagem do mapa da cidade no início de sua urbanização

Humberto Lucena e Sete de Setembro

Desde sua caracterização, até a atualidade, a área de estudo passou por algumas alterações, mudando seu traçado e finalidade em quatro canteiros da porção central. 1

Compondo uma grande área linear central, de acordo com dados

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

obtidos na Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, a área apresentava inicialmente 11 segmentos em um eixo, delimitados por ruas transversais (Imagem 13)8. Com a evolução urbana da cidade e o início das construções dos canteiros e praças centrais, houve um desmembramento no canteiro 19 (Imagem 13), estabelecendo assim os 12 canteiros atuais. Dos 12 canteiros, o 8 recebeu uma quadra poliesportiva (Imagem

Fonte: Autor desconhecido, acervo da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição de Gurinhém, S/D. Foto: Rafael Rodrigues

13) que permanece atualmente11 e o canteiro 7 (Imagem 13) recebeu

ocupando a maior parte dos segmentos e servindo de acento para os

10

12

um estabelecimento comercial . Os demais seguiram o mesmo estilo

usuários e delimitação de canteiros com vegetação de grande e médio

e composição, com estruturas lineares contínuas, em concreto,

porte.

8

O mapa disponibilizado pela Igreja Matriz não apresenta ano, apenas as delimitações da cidade com lotes demarcados do período e área com lotes pertencentes a Igreja. 9 Essa informação foi obtida através da observação do mapa obtido na Igreja Matriz (Imagem xx) e o mapa atual ( Mapa xx) elaborado pela autora da pesquisa a partir de imagens aéreas, realizadas no dia 18/08/2019.

10

Seu contexto histórico e construção foram mencionados no tópico 2.1 Em diálogo com a Prefeitura Municipal, foi repassado, que tramita um projeto para este canteiro, o qual receberá uma academia da saúde e uma quadra com porte menor que a existente. 12 Informação obtida em diálogos informais com a população. 11

23


2.

ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

A primeira grande alteração, após o estabelecimento dos atuais

Imagem 15 – Imagem do canteiro do largo do cruzeiro - Atual

canteiros, foi realizada entre os anos de 2007 e 2008, abrangendo o canteiro 4 (Imagem 07), neste existia a calçada da igreja, bem como duas áreas com vegetação e um cruzeiro central (Imagem 14). Imagem 14 – Imagem do canteiro do largo do cruzeiro - Antes

Fonte: Acervo da autora, 2019.

A segunda e pequena alteração, foi efetivada no ano de 2011, pelo Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, através de uma oficina de mosaico realizada com os alunos (Imagem 16), sendo aplicada esta técnica no canteiro 6 (Imagem 13), na praça popularmente conhecida Fonte: www.paraíbatotal.com.br, 2014.

Durante o tempo de vigência do Pe. Manoel, de acordo com dados

por praça da bandeira, pelo seu desenho característico. Imagem 16 – Execução da oficina de mosaico

da administração da Igreja Matriz, foi construído um grande pátio (Imagem 15), partindo da igreja seguindo até o limite interno da calçada, servindo de apoio a Igreja Matriz e seus festejos, eliminando o desenho e vegetação existentes. O pátio deu maior ênfase a Igreja e sua porção frontal, como marco referencial da área, mas também diminuiu o fluxo de pedestre através do canteiro, pela delimitação da área, aumentado o uso da calçada de borda.

Fonte:petidegurinhem.blogspot.com, 2011

24


2.

ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

Recorte da imagem 13 – Canteiros

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

Fonte: Autor desconhecido, acervo da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição de Gurinhém, S/D.

Na imagem 17 pode ser observado o canteiro 7 (Imagem 13), onde

No início do ano de 2017, de acordo com dados de sites de notícias

hoje se encontra a Praça Elias Gomes de Araújo, dispondo de

locais e informações obtidas em conversas informais com moradores

equipamentos de lazer em ferro, para as crianças da região, inseridos

da cidade, a praça teve seu desenho e vegetação totalmente retirados

pela prefeitura municipal, de acordo com relatos dos munícipes, os

(Imagens 18 e 19), onde segundo noticiários locais e pronunciamentos

quais reuniam crianças nos períodos diurnos e onde atualmente está

de representantes da prefeitura, dar-se-ia início as obras de

ocorrendo a terceira alteração, passando por alguns percalços.

revitalização da Praça Elias Gomes de Araújo.

Imagem 17 – Praça Elias Gomes

Fonte: Acervo de cidadão Gurinheense, S/D, apud, Mariano, 2015.

Imagem 18 –Praça Elias Gomes

Fonte: ofarolpb.com, 2017

Imagem 19 – Praça Elias Gomes

Fonte: ofarolpb.com, 2017

25


2.

ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

No prosseguir de dois anos, as obras de construção, não foram iniciadas, estabelecendo uma grande área central, sem atração, pouca iluminação e ausência de usuários, o que levou ao início desta pesquisa

pequenos comércios do ramo alimentício (Imagem 21), que já havia se estabilizado no canteiro em questão. Imagem 20 – Praça Elias Gomes

e proposta, abrangendo não só estes canteiros, mas também toda extensão dos canteiros e praças, por sua importância histórica e social para a cidade13, os quais por conseguinte não apresentam atratividade para o usuário. Atualmente a Praça está em processo de finalização das obras, recebendo iluminação e mobiliários em toda sua extensão (Imagem 20). A partir de observações realizadas nas visitas de campo no período

Fonte: Acervo da autora, 2019.

do início da pesquisa nos meses de Janeiro e Fevereiro do corrente ano e nas visitas mais atuais realizadas nos meses de Agosto e Setembro,

Imagem 21 – Quiosques em construção

observou-se que a área tem um grande potencial de interação e vivência social, pois a partir de relatos dos usuários, percebeu-se a insatisfação do longo período sem a praça e do entusiasmo do pequeno período que já estão desfrutando do novo projeto em processo de finalização, como também é perceptível com a análises dessas mudanças, que a população busca uma melhoria da área. O canteiro 8 (Imagem 13), também está em processo de finalização das obras, a qual recebeu um conjunto de quiosques que abrigarão os

13

Fonte: Acervo da autora, 2019.

Importância histórica e social discutidas no tópico 2.1

26


2.

ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

a urbanização do local14. Nos lotes adjacentes a área, há uma

2.2 Entorno Para a poligonal de análise foi considerado um quarteirão

diversidade de uso, dispostos em toda sua extensão (Figura 02).

adjacente a área de intervenção, afim de um melhor entendimento

Além dos marcos demarcados, há pequenas unidades de comércios

espacial e análise das possíveis influências. A área de intervenção

locais, dispostos principalmente na porção central da área. A Igreja

localiza-se no eixo principal da cidade de Gurinhém-PB, nas ruas

Matriz, primeira edificação histórica construída quando ainda era um

centrais, Humberto Lucena e Sete de Setembro, as quais deram início

povoado, é o principal marco referencial e estabelece a delimitação entre as ruas do estudo.

Figura 02 – Marcos referenciais

10 0 10

30

50

100m

LEGENDA Poligonal de intervenção Mercado Farmácia

Poligonal de análise Igreja Matriz Padaria

Rua Sete de Setembro Escola

Rua Humberto Lucena Cemitério

Fonte: Elaborado pela autora, 2019. gurinheense S/D. 14

Contexto histórico dessas ruas foi discutido no tópico 2.1

27


2.

ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

sendo mais enfatizado na porção noroeste, ficando mais leve, com

2.3 Leitura do Lugar

curvas mais distantes na porção sudeste. A área objeto de estudo apresenta orientação Sudeste-Noroeste,

A vegetação presente está predominantemente no trecho a noroeste

com predominância dos ventos a sudeste. Margeando a maior parte de

da área. Com as visitas e pesquisas posteriores, foi possível a

sua extensão a nordeste, possui um trecho da PB 063, que foi

confirmação da presença de 7 espécies, dentre elas a Castanhola

bifurcada, tendo assim duas vias com característica singular, cruzando

(Terminalia catappa), Fico (Ficus benjamina), Algaroba (Prosopis

a área de intervenção (Figura 03).

juliflora), Falso pau Brasil (Adenanthera pavonina), Cássia Amarela

A topografia do local é acidentada, com desníveis de até 2.50m nas

(Senna siamea) e mais duas espécies não identificadas.

vias transversais e de aproximadamente 7m no sentido longitudinal, Figura 03 – Leitura do Lugar

10 0 10 30 50

100m

LEGENDA Poligonal de intervenção PB 063 Sol nascente

Poligonal da área objeto de estudo Rua Sete de Setembro Sol poente Direção dos ventos predominantes

Rua Humberto Lucena

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

28


2.

ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

maior fluxo concentram-se nos trechos asfaltados, principalmente na

2.4 Pavimentação e Fluxo

via da PB 063, tendo veículos trafegando constantemente, desde A pavimentação asfáltica encontra-se em toda extensão do

automóveis a caminhões de carga (Imagem 22), devido a ligação direta

trecho da PB 063 e no trecho da rua Flávio Ribeiro, com desgaste no

com cidades como Mulungu e Alagoinha, bem como uma linha da Rio

ponto de encontro destas (Imagem 23). As demais ruas analisadas, são

Tinto, João Pessoa/Alagoa Grande, com três horários específicos

pavimentadas com paralelepípedo em toda sua extensão, sem grandes

(09:00-13:40-16:00).

imperfeições (Figura 04).

O fluxo moderado ocorre nas vias de conexão entres os

Todas as vias, incluindo a PB possuem sentido mão dupla (Figura 05), com larguras variando entre 5 e 6,50 metros. As vias de

conjuntos residenciais e o centro da cidade, as demais vias apresentam fluxo baixo, com pouca travessia de veículos (Figura 05).

Figura 04 – Mapa de pavimentação

Rua Humberto Lucena Rua Sete de Setembro

10 0 10

30

50

Rua Humberto Lucena

100m

LEGENDA Rua com pavimentação em paralelepípedo

Rua com pavimentação asfáltica (PB063)

Poligonal da área objeto de estudo

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

29


2.

ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

Imagem 23 – Ponto de encontro entre a PB063 e a Rua Flávio Ribeiro

Imagem 22 – Fluxo de carros de médio porte na PB063 1

2

Fonte: Acervo da autora, 2019.

Fonte: Acervo da autora, 2019.

Figura 05 – Mapa de Fluxos

2 1

10 0 10

30

50

100m

LEGENDA

Fluxo Intenso

Fluxo Moderado

Fonte: Elaborado pela autora, 2019. gurinheense S/D.

Fluxo Leve

Sentido Duplo

30


2.

ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

porcentagem de uso residencial, sendo uma sudeste da área e outra a

2.5 Uso e ocupação

noroeste, tendo esta última a presença da PB 063, e a porção central A partir da observação in loco da área objeto de estudo, foram

com uma zona de comércio estabelecida, que apesar de apresentar

destacados os seguintes usos: residencial, comercial, institucional,

residências, estas encontram-se em sua maioria no pavimento superior.

misto 1 (comércio/residencial), misto 2 (institucional/residencial) e

Com isso, a porção mais central com suas fachadas ativas,

lotes vazios, para a construção do mapa de uso e ocupação (Figura 06).

possibilitam um maior fluxo de pessoa.

Com esta análise dos 379 lotes adjacente à área de intervenção, constatou-se que a mesma, apresenta duas porções com maior Figura 06 – Mapa de uso e ocupação

10 0 10 30

50

100m

LEGENDA Poligonal de intervenção Residencial Comercial

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

Poligonal da área objeto de estudo Rua Sete de Setembro Rua Humberto Lucena Institucional Misto 1 (Comércio/Residência) Misto 2 (Institucional/Residência)

Vazio

31


2.

ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

5, bem como motoristas de transportes privados e crianças brincando

2.6 Incidência de Usos e Comportamento

no canteiro 8 (Mapa 06). A tarde o fluxo e permanência aumentaram, Foram realizadas 9 visitas a área de intervenção, para análise e

devido ao fim do horário de aula, os alunos residentes na zona rural se

realização dos mapas de usos e comportamentos, divididas em três

apropriam do espaço para interação durante a espera para a saída do

dias, sexta (30/08), sábado (31/08) e domingo (01/09), em períodos

transporte estudantil, aglomerando-se nos canteiros 5, 6 e próximo ao

diferentes, obedecendo uma constante dos seguintes horários: 10:00 às

7, bem como alunos apreciando e jogando futsal na quadra do canteiro

11:00 – 16:00 às 17:00 e 19:00 às 20:00, que permitiram verificar o

8.

índice de usufruto e permanência da população para com a área em

A noite, com a reurbanização realizada pelo poder público no

análise.

canteiro 6, concentra-se o maior público de interação. Pela ausência de

Na sexta pela manhã (vermelho no Mapa 06), haviam poucas

arborização nesse trecho, os usuários concentram-se no canteiro 5, nos

pessoas dialogando nos canteiros da rua Sete de Setembro e canteiro

horários da manhã e tarde.

Figura 07 – Incidência de uso e comportamento na sexta – feira 30/08/2019

10 1 2

10 0 10

30

50

3

4

5

6

7

8

11

9

100m

LEGENDA

Poligonal de intervenção Manhã Tarde Fonte: Elaborado pela autora, 2019. gurinheense S/D.

Poligonal da área objeto de estudo Rua Sete de Setembro Noite De 1 a 4 pessoas

Rua Humberto Lucena

32


2.

ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

No sábado pela manhã, havia pouca incidência de pessoas, em sua maioria dialogando nos locais

Imagem 25 – Crianças jogando futsal, canteiro 8

Imagem 24 – Pessoas dialogando, canteiro 5

sombreados dos canteiros (Imagem 24). A tarde a permanência aumenta no canteiro 8, com jogo de futsal na quadra e espectadores nas arquibancadas (Imagem 25), os demais pontos remetem a pessoas conversando. A noite, os canteiros que mais apresentam fluxo de pessoas e interação são o 5 e 6,

Fonte: Acervo da autora, 2019.

Fonte: Acervo da autora, 2019.

mas diferente da noite anterior, não havia um grande público. Figura 8 – Incidência de uso e comportamento no sábado 31/08/2019

10

1 2

10 0 10

30

50

3

4

5

6

7

8

11

9

100m

LEGENDA Poligonal de intervenção Manhã Tarde Fonte: Elaborado pela autora, 2019. gurinheense S/D.

Poligonal da área objeto de estudo Rua Sete de Setembro Noite De 1 a 4 pessoas

Rua Humberto Lucena

33


2.

ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

Domingo, assim como nos dias anteriores, os canteiros que apresentam maior fluxo são os 5 e

Imagem 26 – Pessoas dialogando e crianças brincando no canteiro 3.

Imagem 27 – Canteiro 11

6 nos horários da tarde e noite. Pela manhã, havia pessoas

conversando

principalmente

nos

canteiros da rua Sete de Setembro, bem como crianças brincando próximo ao canteiro 2 e 3. Os canteiros da rua Humberto Lucena são bem menos frequentados em todos os horários.

Fonte: Acervo da autora, 2019. Ao fundo pessoas dialogando, no período da tarde.

Fonte: Acervo da autora, 2019.

Figura 9 – Incidência de uso e comportamento no domingo 01/09/2019

10

1 2

10 0 10

30

50

3

4

5

6

7

8

11

9

100m

LEGENDA Poligonal de intervenção Manhã Tarde Fonte: Elaborado pela autora, 2019. gurinheense S/D.

Poligonal da área objeto de estudo Noite De 1 a 4 pessoas

Rua Sete de Setembro

Rua Humberto Lucena

34


CAPĂ?TULO 03 Memorial Projetual


Diretrizes, Programa de Necessidades e Conceito


3.

MEMORIAL PROJETUAL

3.1 Problemáticas, Potencialidades e Diretrizes Projetuais

área, e com isso a elaboração de diretrizes que possibilitem a resolução de tais observações, direcionando a elaboração da proposta, visando a

Com as análises e visitas realizadas e o auxílio de referencial teórico foi possível a construção da matriz de SOWT, possibilitando

requalificação dos canteiros e praças centrais da cidade de GurinhémPB.

uma visão mais conexa entre as problemáticas e as potencialidades da Tabela 01 – Matriz de SOWT

FATOR/ CIDADE

GURINHÉM (ÁREA OBJETO DE ESTUDO)

FORÇAS

FRAQUEZAS

OPORTUNIDADES

AMEAÇAS

Localização privilegiada

Iluminação insuficiente

Caráter de centralidade e desenvolvimento econômico

Extinção do caráter de centralidade

Ponto de encontro e referência

Insegurança e ociosidade em determinados trajetos

Potencial para interação e vivência social

Aumento da insegurança

Fluxo de pessoas e veículos

Calçadas e acentos inapropriados

Espaços disponíveis para disposição de áreas de permanência e interação social

Ausência de usuários, tornandose apenas local de passagem

Presença de comércios, residências e unidades institucionais

Ausência de equipamentos de lazer e recreação

Extensão suficiente para a distribuição de equipamentos de lazer e recreação

Dissipação do comércio local

Presença de vegetação com grandes copas

Vegetação com localização pouco estratégica em trechos

Importância histórica

Degradação do local e desinteresse com o caráter histórico

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

DIRETRIZEZ Inserir iluminação adequada, locais para eventos, atividades efêmeras e áreas destinadas aos comércios pré existentes Dispor em toda extensão áreas para atividades diversas, gerando acessibilidade para diferentes púbicos Melhorar a infraestrutura, com vias compartilhadas e nova paginação de piso, com áreas de permanência e interação Dinamizar o local com equipamentos para atividades de lazer, de acordo com a necessidade de cada setor, com novos mobiliários urbanos Possibilitar a permanência da maioria das espécies vegetativas do local e incluir em pontos adequados 35


3.

MEMORIAL PROJETUAL

3.2 Programa de Necessidades

O mapeamento e análise realizados permitiram a percepção de três setores na área de intervenção com características singulares, seguindo as influências e público adjacente (Figura 10). O primeiro setor a noroeste do local, localiza-se na maior parte dos lotes, residências unifamiliar, tendo uma parte do trecho da PB 063 neste e cemitério da cidade. O segundo trecho é a porção mais central da área, contento uma diversidade de comércio unido a residências, em geral localizadas no pavimento superior, a igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição e a outra parte do trecho da PB 063. O terceiro setor a sudeste do local, próximo ao rio Gurinhém, possui a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio João Ribeiro, uma quadra poliesportiva e em sua maioria residências unifamiliares, mas diferente do setor 1, não há o trecho da PB 063. Com isso, o programa de necessidades se adequou a cada setor por suas características e necessidades, a fim de uma melhor distribuição de usos, adequados a cada localidade, seguindo as pre existências e suas funcionalidades. Figura 10 – Divisão de setores

SETOR 01

10 0 10

30

50

SETOR 02

SETOR 03

100m

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

36


3.

MEMORIAL PROJETUAL

SETOR 01

SETOR 02

SETOR 03

Playground

Mesa para jogos

Playground

Área para mesa de jogos

Espaço Efêmero

Pista de Cooper/Passeio

Quiosques Área de Interação e Vivência

Academia da Terceira Idade Área de Interação e Vivência

Academia da Terceira Idade

Quadra Poliesportiva

Via Compartilhada Via Compartilhada Área para eventos

Área de Interação e Vivência Vagas de estacionamento 37


3.

MEMORIAL PROJETUAL

3.3 Conceito A praça “sempre foi celebrada como um espaço de convivência e lazer dos habitantes urbanos” (ROBBA e MACEDO, 2010, p. 15), com isso o conceito para a proposta de requalificação dos canteiros e praças centrais da cidade de Gurinhém-Pb fundamenta-se, na criação de espaços que motivem a população a usufruir do local, permitindo a permanência e integração social. Por ter uma importância história e localização central na cidade, também busca-se fazer uma citação a história e cultura na tomada de decisões, como a utilização de faixas em linhas retas presente na bandeira do município (Imagem 28), bem como a sinuosidade do rio, figura central do brasão da cidade, sendo o primeiro símbolo da economia da cidade no início de sua urbanização. Outro ponto a ser abordado é a cultura econômica do município, tendo o milho e o algodão como base, com a inserção de vegetação com floração nos tons de branco e amarelo1, cores representativas do milho e algodão, bem como as cores na paginação do piso, que remetem aos tons do algodão colorido (Imagem 29). Imagem 28 – Bandeira do município

Fonte: cmgurinhem.pb.gov.br, 2019.

Imagem 29 – Algodão colorido

Fonte: incra.gov.br, 2019.

1

Foi dado preferências a esses tons de floração como representatividade do tom do milho e do algodão, bem como a harmonia com a vegetação já existente com esses tons de floração, como a Cassia de Sião (Senna siamea), o Falso Pau Brasil (Adenathera pavonina) e a Sibipiruna (Cesalpinia peltophoroides).

38


Soluções Projetuais Setor 01


3.

MEMORIAL PROJETUAL

Buscando envolver todas as faixas etária de usuários residentes nas

3.4 Soluções Projetuais 3.4.1 Setor 01

proximidades, foram estabelecidas área para playground (Imagem 30),

O setor 01 apresentava três canteiros divididos por ruas

na porção a noroeste, visto que abrangeria também as crianças da

transversais com pouco uso, com isso foi proposto a união desses

escola presente na rua transversal, academia da terceira idade (ATI) e

canteiros, bem como o estabelecimento de via compartilhada para a

mesas para jogos (Imagem 31, 32, 33), visto que nas visitas realizadas

rua paralela a PB063 (Figura 11), tornando um canteiro único, em que

foi possível observar o uso desta parte do canteiro para jogos de

o pedestre possa circular e usufruir do local com segurança.

dominó.

Figura 11 – Planta Baixa / Setor 01

5 6

4 3

1

7 Via compartilhada

1

2

10

0

10

20

30

40

50m

Playground e ATI Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

Piso drenante resinado Terracota

Intertravado natural

Intertravado Camurça

39


3.

MEMORIAL PROJETUAL

Imagem 31 – Vista da área de mesa de jogos

Imagem 30 – Vista do Playground

2

1

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

Fonte: Elaborado pela autora, 2019. Imagem 33 – Vista superior da localização da área para ATI e mesa de jogos

Imagem 32 – Vista da área para ATI 3

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

4

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

40


3.

MEMORIAL PROJETUAL

Em toda sua extensão foi proposto bancos para os usuários

Imagem 35 – Vista dos bancos contíguo aos canteiros escalonados

dialogarem e permanecerem no local (Imagens 34). Nas porções com

6

declive acentuado, os bancos foram vinculados a platôs e canteiros escalonados (Imagem 35,36), buscando uma comunicação e integração com a vegetação, construindo assim um ambiente em que o usuário se sinta confortável em sua permanência. A vegetação existente nesse setor, foi mantida em sua grande maioria, uma vez que é uma porção bem sombreada, com árvores características da região. Sendo proposto algumas espécies, como a Chuva de ouro (Cássia fístula) e o Pau ferro (Caesalpinia férrea), principalmente nos pontos de junção dos canteiros.

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

Imagem 34 – Banco proposto

Imagem 36 – Vista dos bancos contíguo aos platôs 5

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

7

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

41


Soluções Projetuais Setor 02


3.

MEMORIAL PROJETUAL

3.4.1 Setor 02

Para o largo da igreja que havia sido nivelado e delimitado, foi

O setor 2 abrange a porção central da área, com um grande

proposto uma nova configuração com três grandes platôs, que se

potencial para interação e vivência social, visto que a iniciativa de

adequam ao desnível dessa área e possibilita uma maior fluidez do

requalificação da Praça Elias Gomes pelo poder público municipal,

pedestre com a inserção de rampas acessíveis entre os platôs e vias.

despertou novamente o interesse da população.

O canteiro a sudeste da igreja, apresenta características de espaço

Com isso, foi proposto uma área de vivência e apreciação da

efêmero (Figura 12), servindo de apoio para eventos culturais

paisagem no canteiro a noroeste da igreja (Figura 12), no qual foi

realizados pela igreja e escolas da cidade. O mesmo foi incorporado

observado, que tem usabilidade pelos pedestres como rota principal

pela população como praça da bandeira, sendo um referencial de

entre o centro e conjuntos, como também local de encontro dos

encontro, desta forma, foi proposto uma releitura do desenho da

residentes próximos.

bandeira brasileira, estabelecendo um espaço efêmero. Figura 12 – Planta Baixa / Setor 02

Área de vivência

Largo da igreja

Espaço efêmero

2

6

7

Área para eventos

4 5

10

0

10

20

30

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

40

50m

Playground e ATI

Intertravado natural

Piso drenante resinado Terracota

Intertravado Camurça

1

3

39


3.

MEMORIAL PROJETUAL

Nos demais canteiros foi proposto uma área para eventos (Figura

Imagem 38 – Vista dos quiosques 03 e 04

12), no ponto em que acontecia os eventos e manifestações culturais

2

da cidade; uma área com quiosques (área preexistente) (Imagens 37,38,39) ; seis vagas de estacionamento, visto que a cidade dispõe de motoristas que fazem viagem particulares e concentram-se nesse setor; área para mesa de jogos (Imagem 40) e academia da terceira idade (Imagem 41) e uma área para food truck e pequenos comércios que se estabelecem próximo a essa área no período noturno; como também bancos dispostos no setor, de maneira a atrair a interação e permanência dos usuários (Imagem 42 e 43). Fonte: Elaborado pela autora, 2019. Imagem 39 – Vista dos quiosques 01 e 02

Imagem 37 – Vista dos quiosques 01 e 02 1

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

3

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

40


3.

MEMORIAL PROJETUAL

Imagem 40 – Vista da área de mesas de jogos

Imagem 42 – Vista dos bancos

6

4

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

Imagem 41 – Vista da área de ATI

Imagem 43 – Vista dos bancos 7

5

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

41


Soluções Projetuais Setor 03


3.

MEMORIAL PROJETUAL

3.4.1 Setor 03

Cézar Freire, a qual é usufruída pela população para caminhadas e

O setor 03 apresenta características semelhantes ao setor 01, com

passeios.

residências adjacentes e uma escola estadual, mas diferente deste, não

Em toda extensão foram dispostos bancos, com espaços para

apresenta o trecho da Pb 063. Este setor compreendia três canteiros

interação e vivência, bem como uma área sob pérgolas (Imagem 44 e

subdivididos por ruas transversais com baixa usabilidade pelos

45) e um playground, visando envolver as crianças residentes das

veículos, com isso foi proposto a união destes (Figura 13),

proximidades e da escola estadual, tendo observado a carência dessas

circundando-os com uma pista de cooper/passeio, devido a constância

áreas para as crianças presentes nessa porção do setor.

na fala dos moradores e distância da já mencionada praça Claudino

A quadra poliesportiva que serve de apoio à escola, e mesmo em estado de decadência, há usuários de todas as faixa etárias,

Figura 13 – Planta Baixa / Setor 03

2

1

3

10 50m

0

10

20

30

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

40

Playground e ATI Piso drenante resinado terracota

Intertravado natural Intertravado Camurça

39


3.

MEMORIAL PROJETUAL

permanecerá, mas receberá uma coberta, devido sua posição

Imagem 45 – Vista da área de vivência sob pérgola

inadequada (Imagem 46). Em um dos lados do canteiro que há

2

envolve, foram disposto blocos de concreto colorido, que servirão de banco para esta área de vivência, trazendo um caráter lúdico para os jovens e adolescentes, que usufruem deste setor (Imagem 46). No lado oposto, está sendo proposto a implantação de um bloco de apoio com vestiários e uma área sob pérgolas para vivência dos transeuntes. Em toda extensão da área de intervenção, foram dispostas rampas acessíveis de acordo com a NBR 9050, bem como rampas com inclinação adequada, seguindo o mínimo de 8,33% vencendo os desníveis acentuados presentes na área, tornando um espaço acessível

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

a todos. Imagem 46 – Vista do espaço lúdico e quadra poliesportiva

Imagem 44 – Vista da pista de cooper e bancos

1

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

3

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

40


CONSIDERAÇÕES FINAIS


CONSIDERAÇÕES FINAIS

A requalificação urbana, propõe a melhoria do espaço público e

desestruturada, pelo período de aproximadamente um ano e

busca intervir e otimizar as relações sociais, através da inserção de

encontrava-se desassistida pela população, tornando-se uma porção

equipamentos e atividades que garantam uma relação de proximidade

sem utilidade pública e com isso retirando seu caráter central. Com a

com o local, tanto para a comunidade que convive diariamente, quanto

melhoria iniciada pelo poder público nesse setor, foi possível verificar

para os que usufruem esporadicamente.

o usufruto da população no local.

No presente trabalho buscou-se analisar as praças e canteiros

Com a elaboração da proposta também foi possível estabelecer

centrais da cidade de Gurinhém – Pb, de modo a identificar os usos e

uma área mais segura e fluida, com prioridade para o pedestre entre os

comportamentos da área de estudo e sua importância histórica, e com

três setores, conciliando o espaço dos meios de transportes, com vias

isso, propor um anteprojeto de requalificação urbana no intuito de

compartilhadas e a delimitação da PB 063, tendo a implantação de

atender as necessidades observadas, considerando os problemas

faixas elevadas e a utilização de rampas e acessos acessíveis por toda

apresentados e preexistências.

sua extensão, de acordo com a NBR 9050.

A pesquisa possibilitou a compreensão do início da urbanização

Com a análise da área, percebeu-se a necessidade de

da cidade de Gurinhém, bem como a importância histórico/cultural da

arborização no setor central, para trazer maior conforto aos usuários e

área abordada e sua função no âmbito social. Também foi possível a

a adequação da proposta com a vegetação existente, visto que

observação da dinâmica da cidade e seus munícipes, em relação ao

desfrutam de áreas bem sombreadas e sem grandes desgastes nas

espaço público e atividades cívicas, artísticas e recreativas.

calçadas e por fim, também foi proposto nova paginação de piso e

Como preestabelecido nos objetivos, foi identificado os usos e

redesenho dos canteiros, respeitando a utilização das vias pela

comportamentos nos setores da AOE, observando que o setor de maior

população, sem prejudicar o trânsito local e adequando-o ao fluxo de

fluxo se localiza na porção central, devido à grande quantidade de

pedestre. Além de espaços sob pérgolas, novos bancos com lixeiras e

comércio e ponto de intersecção entre as principais vias da cidade.

equipamentos de lazer e recreação, foram implantados, contribuindo

Também foi observado um potencial para interação social, na Praça

para as relações de convívio social, que corriqueiramente acontecem.

Elias Gomes, visto que no início da pesquisa a praça havia sido 48


REFERÊNCIAS

BRASIL. Projeto de Lei do Senado n. 316, de 2009. Altera a Lei n° 10.257, de 10 de julho de 2001, denominada Estatuto da Cidade, Brasília, DF, 2009. BRASIL. Ministério da Agricultura, Industria e Commercio. Diretoria do Serviço de Estatistica. Divisão Administrativa em 1911 da República dos Estados Unidos do Brazil. Rio de Janeiro, 1913. CARTA de Reabilitação Urbana Integrada – Carta de Lisboa, 1995. FORTUNA, Carlos; LEITE, Rogério Proença. Plural de cidade: léxicos e culturas urbanas. G. C. Gráfica de Coimbra, LTDA. Setembro, 2009. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. p.175. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades e Estados. Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em: 02 mar 2019. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Divisão Territorial dos Estados Unidos do Brasil. Rio de Janeiro, 1942. LAMAS, José M. R. G. Morfologia Urbana e Desenho da Cidade. 3ª ed. Fundação Calouste Gulbenkian / Fundação para a Ciência e a tecnologia. 2004, p. 590. MARIANO, Janaína Alves. Aspectos históricos e atuais do processo de Urbanização no município de Gurinhém. Trabalho de Conclusão de Curso – Graduação em Geografia pela Universidade Estadual da Paraíba, 2015, p. 25.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração, análise e interpretação de dados. 5ª ed. - São Paulo: Atlas, 2002. MARX, Murillo. Cidade Brasileira. São Paulo. Melhoramentos/ Edusp. Ed. Universidade de São Paulo, 1980. MINAYO, Maria C. de S. (Org.). Pesquisa Social: teoria método e criatividade. 14ª ed. Editora Vozes, 2001. MOURA, Dulce; GUERRA, Isabel e Et. Al. A Revitalização Urbana. Cidades – Comunidades e Territórios. Dez. 2006, n.0 12/13, pp. 15-34. MOREIRA, Graça. Requalificação Urbana – Alguns Conceitos Básico. ART. Textos05. Dezembro 2007. PREFEITURA MUNICIPAL DE GURINHÉM. Livro de ata nº 2. Câmara dos vereadores, 1963-1976. PREFEITURA MUNICIPAL DE GURINHÉM. Livro de ata nº 3. Câmara dos vereadores, 1977. PREFEITURA MUNICIPLA DE GURINHÉM. Secretaria municipal de Educação, Cultura e Esportes. Plano Municipal de Educação de Gurinhém - Gurinhém, 2015. PRODANOV, Cleber Cristiano. Metodologia do trabalho científico [recurso eletrônico]: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico / Cleber Cristiano. 2. ed. – Novo Hamburgo: Feevale, 2013. 49


REFERÊNCIAS

ROBBA, Fabio; MACEDO, Silvio Soares. Praças brasileiras. São Paulo: EDUSP. [S.l: s.n.], 2002. F. SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL – CPRM. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea. Diagnóstico do município de Gurinhém. Estado da Paraíba. Recife, 2005. SILVA PINTO, Renata Inês Burlacchini Passos da. A praça na história da cidade – O caso da Praça da Sé – Suas faces durante o século XX (1933/1999). Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Arquitetura, 2003. p. 77. SILVA, Ana Marina Ribeiro. Requalificação Urbana, O exemplo da intervenção Polis em Leiria. Dissertação de Mestrado em Geografia. Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 2011, p. 174. SCOCUGLIA, Jovanka Baracuhy C. Cidade, cultura e urbanidade. Org – João Pessoa: Editora Universitária da UFPB, 2012. 416p. SOTRATTI, Marcelo Antônio. Revitalização. In: REZENDE, Maria Beatriz; GRIECO, Bettina; TEIXEIRA, Luciano; THOMPSON, Analucia (Orgs.). Dicionário IPHAN de Patrimônio Cultural. Rio de Janeiro, Brasília: IPHAN/DAF/Copedoc, 2015. (verbete). ISBN 97885-7334-279-6.

50


APร NDICE Planta baixa / quiosque e vestiรกrios


PROJEÇÃO DA COBERTA

BWC FEMININO

WC FEMININO

ATENDIMENTO E DISTRIBUIÇÃO

COZINHA/PREPARO

SERVIÇO E ARMAZENAMENTO

VESTIÁRIO FEMININO WC FEMININO

1

ATENDIMENTO E DISTRIBUIÇÃO

COZINHA/PREPARO

PLANTA BAIXA - QUIOSQUE ESCALA 1:75

SERVIÇO E ARMAZENAMENTO

2

PLANTA BAIXA - VESTIÁRIOS ESCALA 1:75


Plantas e Cortes


m

o Ri

1

PLANTA DE REFORMA ESCALA 1:750

10

0

10

20

30

40

50m LEGENDA A Demolir A Construir

hé in r Gu


PROJEÇÃO ALVENARIA

m

hé rin u G m

o Ri o

Ri

0

10

20

30

40

50m LEGENDA Simbologia

Espécie existente / Manter Espécie existente / Eliminar Espécie proposta / Inserir

Cássia de Sião Terminalia Senna Nome catappa Siamea Científico Combretaceae Fabaceae Família Arbórea Arbórea Tipo Porte Grande Médio Origem Exótica Exótica Perene Perene Característica h: 9.00 a h: 10.00 >12.00m 30.00m

Nome Popular Castanhola

Simbologia

Falso Pau Brasil Adenathera Pavonina Fabaceae Arbórea Médio Exótica Semidecídua h: 6.00 15.00m

Sibipiruna

Algaroba

Nim

Ficus

Caesalpinia peltophoroides Fabaceae Arbórea Grande Nativa Perene h: 6.00 12.00m

Prosopis juliflora Leguminosae Arbórea Grande Exótica Decídua h: 6.00 12.00m

Azadirachta indica Meliaceae Arbórea Grande Exótica Perene h: 30.00m

Ficus benjamina Moraceae Arbórea Grande Exótica Perene h: 30.00m

Não identif. -

QUADRO DE ESPÉCIES PROPOSTA

ESCALA 1:750

10

QUADRO DE ESPÉCIES EXISTENTES

1

PLANTA DE ARBORIZAÇÃO

Nome Popular Grama esmeralda Zoysia Nome japonica Científico Poaceae' Família Gramínea Tipo Porte Cobertura Origem Exótica Perene Característica h: 0.10 a >0.15m

Grama amendoin Arachis repens Fabaceae Forração Cobertura Nativa Perene h: 0.10 a 0.30m

Jasmim de leite Ixora Tabernaemontana Coccinea laeta Rubiaceae Apocynaceae Arbusto Arbusto Pequeno Pequeno Exótica Nativa Perene Perene h: 0.90 a h: 2.00 a 1.20m 4.00m Ixória

Chuva de ouro Cassia fistula Fabaceae Arbórea Médio Nativa Decídua h: 5.00 a 10.00m

Perobinha

Ipê mirim

Mororó

Pau ferro

Tabebuia roseoalba Bignoniaceae Arbórea Médio Nativa Decídua h: 6.00 a 12.00m

Tecoma stans Bignoniaceae Arbórea Pequeno Exótica Perene h: 4.00x 6.00m

Bauhinia forficata Fabaceae Arbórea Médio Nativa Semidecídua h: 5.00 a 9.00m

Caesalpinia ferrea Fabaceae Arbórea Grande Nativa Semidecídua h: 20.00 a 30.00m

Dedal-de -dama Allamanda cathartica Apocynaceae Trepadeira Nativa -

Aricuriroba

Canafístula

Syagrus schizophylla Arecaceae Palmeira Pequeno Nativa Perene h: 2.00 a 4.00m

Peltophorum dubium Fabaceae Arbórea Grande Nativa Semidecídua h: >12m

rin

Gu


PROJEÇÃO ALVENARIA

Telha ondulada em aço galvanizado

m

in ur

o

20

30

40

50m

Área para ATI

IMPLANTAÇÃO GERAL E COBERTA

Área para mesa de jogos Playground

ESCALA 1:750

Espaço para vivência e interação Espaço efêmero Área para food truck Quiosques Área para eventos Quadra Poliesportiva Espaço lúdico para interação e vivência

Piso drenante resinado na cor terracota Intertravado na cor camuça Intertravado na cor natural Piso drenante resinado na cor cinza Piso drenante resinado na cor amarelo Piso asfáltico (Existente) - Pb063 Piso drenante de borracha reciclado

Banco com lixeiras MOBILIÁRIO URBANO

10

LEGENDA

1

0

PAGINAÇÃO DE PISO

10

Poste Academia da terceira idade (ATI) Playground Mesas de Jogos Mesas quiosques

QUADRO DE ARBORIZAÇÃO

Ri

Simbologia Nome Popular Grama esmeralda Zoysia Nome japonica Científico Poaceae' Família Gramínea Tipo Porte Cobertura Origem Exótica Perene Característica h: 0.10 a >0.15m

Grama amendoin Arachis repens Fabaceae Forração Cobertura Nativa Perene h: 0.10 a 0.30m

Jasmim de leite Ixora Tabernaemontana Coccinea laeta Rubiaceae Apocynaceae Arbusto Arbusto Pequeno Pequeno Exótica Nativa Perene Perene h: 0.90 a h: 2.00 a 1.20m 4.00m Ixória

Castanhola

Cássia de Sião(Existente) Terminalia Senna catappa Siamea Combretaceae Fabaceae Arbórea Arbórea Grande Médio Exótica Exótica Perene Perene h: 9.00 a h: 10.00 >12.00m 30.00m (Existente)

Falso Pau Brasil(Existente) Adenathera Pavonina Fabaceae Arbórea Médio Exótica Semidecídua h: 6.00 15.00m

Sibipiruna

Algaroba

Nim

Ficus

(Existente)

(Existente)

(Existente)

(Existente)

Não identif. Chuva de (Existente) ouro Caesalpinia Prosopis Azadirachta Ficus Cassia peltophoroides juliflora indica benjamina fistula Fabaceae Leguminosae Meliaceae Moraceae Fabaceae Arbórea Arbórea Arbórea Arbórea Arbórea Grande Grande Grande Grande Médio Nativa Exótica Exótica Exótica Nativa Perene Decídua Perene Perene Decídua h: 6.00 h: 6.00 h: 30.00m h: 30.00m h: 5.00 a 12.00m 12.00m 10.00m

Perobinha

Ipê mirim

Mororó

Pau ferro

Tabebuia roseoalba Bignoniaceae Arbórea Médio Nativa Decídua h: 6.00 a 12.00m

Tecoma stans Bignoniaceae Arbórea Pequeno Exótica Perene h: 4.00x 6.00m

Bauhinia forficata Fabaceae Arbórea Médio Nativa Semidecídua h: 5.00 a 9.00m

Caesalpinia ferrea Fabaceae Arbórea Grande Nativa Semidecídua h: 20.00 a 30.00m

Dedal-de -dama Allamanda cathartica Apocynaceae Trepadeira Nativa -

Aricuriroba

Canafístula

Syagrus schizophylla Arecaceae Palmeira Pequeno Nativa Perene h: 2.00 a 4.00m

Peltophorum dubium Fabaceae Arbórea Grande Nativa Semidecídua h: >12m

G


SETOR 01

+6.64

05

B Piso drenante resinado na cor terracota

E

06

+4.37

+0.12 - 0.15 05

+5.52

+1.23 +2.54

E 5

2

PLANTA BAIXA - SETOR 01 ESCALA 1:300

0

5

10

15

20

25m

06

+3.92

Intertravado na cor natural Piso drenante resinado na cor natural Piso drenante resinado na cor amarelo Piso asfáltico (Existente) Pb063 Piso drenante de borracha reciclado

B +2.20

+0.99

Intertravado na cor camurça

+2.28

Poste MOBILIÁRIO URBANO

+1.21

+1.11

PAGINAÇÃO DE PISO

+6.87

Banco com lixeiras

Academia da terceira idade (ATI) Playground

Mesas de Jogos

Mesas quiosques


D

06

SETOR 02

Piso drenante resinado na cor terracota

+0.00

- 0.50 +1.21

PAGINAÇÃO DE PISO

- 1.55 + 0.50

+0.16

+1.11

05

05

A

A

+1.12

+2.60 +2.65 +2.28 + 0,30

+2.92

-0.10

D

3

PLANTA BAIXA - SETOR 02 ESCALA 1:300

0

5

10

15

20

25m

06

+1.00

5

Intertravado na cor natural Piso drenante resinado na cor natural Piso drenante resinado na cor amarelo Piso asfáltico (Existente) Pb063 Piso drenante de borracha reciclado

+0.64

+2.54

Intertravado na cor camurça

Banco com lixeiras Poste MOBILIÁRIO URBANO

- 0.55

Academia da terceira idade (ATI) Playground

Mesas de Jogos

Mesas quiosques


SETOR 03

Pérgola - 0.10

05

C

Piso drenante resinado na cor terracota

- 0.30

+ 0.50

+ 0.10

-0.15 - 0.40

Pérgola SERVIÇO E ARMAZENAMENTO

05 SERVIÇO E ARMAZENAMENTO

C

-0.20

+1.00

F 5

4

PLANTA BAIXA - SETOR 03 ESCALA 1:300

0

5

10

15

06

+0.50

20

25m

PAGINAÇÃO DE PISO

-0.15

06

F

-0.12

Intertravado na cor camurça Intertravado na cor natural Piso drenante resinado na cor natural Piso drenante resinado na cor amarelo Piso asfáltico (Existente) Pb063 Piso drenante de borracha reciclado

Banco com lixeiras Poste MOBILIÁRIO URBANO

- 0.20

Academia da terceira idade (ATI) Playground

Mesas de Jogos

Mesas quiosques


+0.84

5

+0.10

+0.10

+0.00

CORTE AA

1

0

1

2

3

4

+0.10

+0.10

+0.10

+0.10

+0.10

+0.10

+0.10

+0.26

+0.36

+0.46

+0.20

5

ESCALA 1:200

+1.70

+1.90 +0.85

+0.85

+0.80 +0.10

6

CORTE BB

+0.10

1

0

1

2

3

4

5

ESCALA 1:200

+0.00

7

CORTE CC ESCALA 1:200

1

0

1

2

3

4

5

+0.10

+0.03

+0.00

+0.10

+0.10

+0.10


+1.25

+0.00

8

CORTE DD

1

0

1

2

3

4

5

ESCALA 1:200

+1.60

+0.00

9

10

CORTE EE

1

0

1

2

3

4

5

1

0

1

2

3

4

5

ESCALA 1:200

CORTE FF ESCALA 1:200


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.