Trabalho Final de Graduação do Curso de Arquitetura e Urbanismo

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CRESCIMENTO URBANO + SISTEMA DE ESPAÇOS LIVRES

ESTRATÉGIAS DE PROJETO E PLANEJAMENTO PARA COMUNIDADES SUTENTÁVEIS 1


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CRESCIMENTO URBANO + SISTEMA DE ESPAÇOS LIVRES ESTRATÉGIAS DE PROJETO E PLANEJAMENTO PARA COMUNIDADES SUSTENTÁVEIS

Universidade Braz Cubas Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - FAU UBC Trabalho final de graduação Mariana Sato de Assis RGM 263561 Orientador ProfºDr.José Francisco Xavier Magalhães Mogi das cruzes | Novembro de 2016

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«Quando os urbanistas ambicionam mais do que simplesmente garantir que as pessoas caminhem e pedalem nas cidades, o foco se amplia de simplesmente proporcionar espaço suficiente para circulação, para o desafio, muito mais importante, de possibilitar que as pessoas tenham contato direto com a sociedade em torno delas.»

Jan Gehl

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«A arquitetura só é considerada completa com a intervenção do ser humano que a experimenta» Tadao Ando

Foto: Victor Brás

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Agradecimentos Aos meus pais, Alípio e Márcia , por todo apoio, amor incondicional, paciência, por crerem comigo neste sonho e vibrarem a cada vitória. Aos tios, tias, primos e avós pelo apoio, carinho e desejarem tanto quanto eu este diploma. Agradeço ao Professor Orientador Dr. José Francisco Xavier Magalhães por partilhar de seus conhecimentos, a todo apoio, comprometimento e reflexões que me impulsionaram a sempre evoluir e concretizar o presente trabalho. Ao Professor Celso Ledo Martins pelas conversas inspiradoras, ensinamentos, tempo dedicado e exemplo de profissionalismo. Ao Professor Dr. Elvis José Vieira pela inspiradora aula que motivou a discussão perante o espaço urbano e seu desenvolvimento no presente trabalho de conclusão. A Victor Brás, por todo amor, parceria, auxílio, paciência, sonhos e por ser um grande exemplo de pessoa em minha vida. Aos amigos, por estarem ao meu lado nos bons e maus momentos, pela paciência, carinho e palavras de encorajamento. Em especial à Laissa Ayumi, Kelly Cristina, Nicole Gomes, Stefanie Seki, Thalita Laranjeira, Jéssica Harue, Claudio Junior, Lucas Rosado, Petterson Ricardo, Sandro Sawaki, William Santisse, Bruna Shori e Thaís Floriano por todo auxílio, amizade e incentivo. A Svaizer & Gutierrez Engenharia, por todas as oportunidades, o vasto aprendizado e amizade que desejo levar por toda vida. Ao meu Tio Paulo (in memoriam) e meu avô Sebastião (in memoriam), sei que comemoram esta conquista.

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Resumo

O presente Trabalho Final de Graduação procura aliar o crescimento urbano desordenado com as soluções sustentáveis pesquisadas, propondo princípios e aplicações de espaços qualitativos, adaptáveis, condizentes com as necessidades futuras, conectados com as áreas verdes e tratando o espaço público como principal agente transformador. Através de estudos sobre a estruturação urbana de Mogi das Cruzes, o desenvolvimento do projeto se direciona para o Distrito de César de Souza, onde foram identificadas as carências e possibilidades de uma área em crescimento, buscando propor com qualidade uma apropriação do espaço urbano.

Abstract

This Work Final Graduation seeks to combine urban sprawl with the surveyed sustainable solutions, proposing principles and applications of qualitative spaces, adaptable, consistent with future needs, connected with green areas and treating the public space as a main transformer agent. Through studies on the urban structure of Mogi das Cruzes, the development of the project is directed to the César de Souza District, where the needs and possibilities of a growing area have been identified, trying to propose quality appropriation of urban space.

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Projeto grรกfico: Mariana Sato de Assis eme.sato@hotmail.com

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Sumário

Resumo 9

Introdução 13 01 Fundamentação Teórica 15

1.1 Cidade Compacta 1.2 Cidade Sustentável 1.3 Smart City 1.4 DOTS 1.5 Land Readjustment 1.6 Sistema de áreas livres 1.7 Sistema de áreas verdes 1.8 Crescimento Urbano

05 Estudos de Caso 63

06 O Projeto 75 07 Perspectivas do projeto 135 08 Tecnologia e Sustentabilidade 151

02 A Cidade de Mogi das Cruzes 23

2.1 Localização 2.2 Histórico 2.3 Informações da Cidade 2.4 Análise Urbana

03 Desenvolvimento 39

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5.1 Songdo - Coréia do Sul 5.2 Medellín - Colômbia 5.3 Cidade Pedra Branca - Brasil 5.4 Masdar - Emirados Árabes

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7.1 Jardim Vertical 7.2 Piso Drenante 7.3 Sistema de Biorretenção 7.4 Centro de Reciclagem

Considerações Finais 161 Bibliografia 165

3.1 O tema

Área de Intervenção 43 4.1 Justificativa 4.2 Histórico 4.3 Levantamentos da área de intervenção 4.4 Análises Urbanas 4.5 Cenário futuro de ocupação desordenada

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Introdução Qualidade de vida + Áreas verdes + Crescimento consciente + Futuro + Sustentabilidade O crescente processo de desenvolvimento urbano das últimas décadas resultou em preocupações referentes a falta de qualidade de vida, escassez dos recursos naturais, carência de espaços públicos coerentes com as necessidades e distanciamento da participação popular nas decisões da cidade. Os aspectos gerados por este processo trouxeram cenários de crescimento de forma desordenada das cidades, sem quaisquer preocupação com as áreas verdes, formação e uso dos espaços livres e a qualidade de vida. A partir desta análise é fundamentado o trabalho final de graduação, sendo estabelecido princípios urbanos, estudo de infraestruturas e implantação de um modelo de comunidade sustentável em um espaço real determinado, propondo uma apropriação com qualidade, de usos voltados ao lazer e incentivo ao pedestre, utilizando de infraestruturas urbanas para gerir os resíduos, buscando a interação socioambiental e estabelecendo um discurso sobre a importância dos sistemas de espaços livres na formação do meio urbano.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 15


Cidade Compacta O espaço urbano é algo mutável, palco das atividades humanas e constante crescimento do próprio meio, estudos e tecnologias aplicadas elevam o sentido da cidade, de seus propósitos e organização. O termo “Cidade Compacta” é apresentado por Richard Rogers (1997), tratando do desenvolvimento sustentável, compreendido da interação entre fatores como as relações entre os cidadãos, serviços, políticas de transporte, geração de energia e o impacto ambiental gerado. O equilíbrio do desenvolvimento sustentável ocorre a partir da relação entre a economia, sociologia, ecologia e o planejamento urbano em prol do crescimento das cidades. O atual modelo urbano usa do desenvolvimento monofuncional dos espaços e dá prioridade ao automóvel. Segundo Rogers (1997), a cidade compacta deve intensificar a relação do transporte público e as pessoas, requilibrar as ruas em favor do pedestre, trabalhar com maiores densidades e incentivar a criação dos centros de atividades sociais e comerciais junto a estes pontos de transporte público. O conceito de cidade compacta, além de reunir a diversidade de usos (uso misto) para diminuir deslocamentos e proporcionar a vitalidade urbana em diferentes horários na cidade, ressalta a redução do desperdício de energia e produção de lixo. O desenvolvimento sustentável deve estar aliado a todos os setores e gestões.

Moradia

Moradia Trabalho

Trabalho

Lazer Lazer

Distância que exige deslocamento de carro

Distância que pode ser percorrida a pé ou de bicicleta

Cidades compactas - esquema de organização. Fonte: VITRUVIUS, 2011

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O esquema apresentado na Figura 2 exemplifica o conceito de Cidade Compacta e afirma a necessidade da consolidação de diferentes tipologias para o transporte sustentável na organização urbana atual. Segundo Gehl (1936), uma boa paisagem urbana e um bom sistema de transporte público possuem influência direta em sua eficiência e qualidade, garantindo conforto e sensação de segurança aos usuários. O planejamento voltado para o desenvolvimento sustentável deve levar em consideração a “sustentabilidade social”, onde a cidade deve se opor aos condomínios fechados e promover a ideia de acessibilidade, atraente para todos os grupos da sociedade. A cidade deve ser inclusiva.

Cidade Sustentável O termo sustentabilidade faz referência ao “desenvolvimento sustentável”, aquele que atende as necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras. O conceito propõe a busca do equilíbrio do ambiente, considerando que todos os elementos afetam e são afetados pela ação humana. A sustentabilidade diz respeito sobre as formas de produção, consumo, habitação, comunicação, alimentação, transporte e a relação das pessoas e delas com o ambiente, considerando os valores éticos, solidários e democráticos. (SESC,s.d.) A cidade sustentável surge como solução para o equilíbrio ambiental, em busca do conforto para as pessoas, assegurando a mobilidade, lazer, acessibilidade e ocupações condizentes com as necessidades. No âmbito nacional, em 2001 o Brasil implantou a Lei 10.257 - Estatuto da Cidade, que estabelece princípios de ordem e funcionalidade para as cidades, qualificando as políticas urbanas e assegurando a sustentabilidade, a gestão democrática e diretrizes para a política nacional de mobilidade urbana. A cidade sustentável, para ser considerada sustentável, necessita ser pensada para ter integração com as ações governamentais e comportamentos da população, assegurando democraticamente a qualidade de vida e espaços urbanos, enraizando na cultura dos povos e estabelecendo o exercício responsável dos governos locais.

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Smart City “Smart City” ou Cidade Inteligente é a definição para Cidade Criativa e Sustentável, que usa da tecnologia em seu planejamento com a participação dos cidadãos. Segundo a união Européia, Smart Cities são sistemas interativos de pessoas com o uso de energia, materiais, serviços e infraestruturas em busca do desenvolvimento econômico e qualidade de vida. O termo “inteligente” faz referência ao uso estratégico das infraestruturas e serviços, comunicação, informação com planejamento e gestão urbana em respostas as necessidades da sociedade. (FGV Projetos, s.d.) De acordo com o “Cities in Motion Index”, do IESE Business School na Espanha, 10 itens indicam o nível de inteligência de uma cidade: governança, administração pública, planejamento urbano, tecnologia, o meio-ambiente, conexões internacionais, coesão social, capital humano e a economia. (FGV Projetos, s.d.)

DOTS O desenvolvimento orientado pelo transporte sustentável (DOTS), traduzido do inglês “Transit Oriented Development”, estabelece princípios para aliar o crescimento urbano ao transporte público, a ocupação compacta, uso misto do solo, priorizando o pedestre e estimulando o transporte público de qualidade. O DOTS parte de 8 premissas, sendo elas: 1) Adensar - Aumento de densidades nas proximidades de estações de transporte; 2) Compactar - Encurtar trajetos, prioridade aos pedestres; 3) Conectar - Criar vias e caminhos; 4) Uso do Transporte Público - Sistemas de transporte público integrados e de alta capacidade; 5) Misturar - Uso misto do solo, propor a vitalidade das ruas; 6) Pedalar - Prioridade ao uso da bicicleta; 7) Mudar - Mudanças para o uso da bicicleta e transporte público; 8) Caminhar - Ambientes com estímulo aos pedestres.

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Land Readjustment Segundo Souza (2009), Land Readjustment pode ser definido como um método de desenvolvimento urbano de execução compartilhada, onde o propritário e inquilinos contribuem para a realização do projeto, dividindo custos e benefícios de maneira equilibrada. O método é autorizado por lei específica e sua organização fica a cargo de uma agência interdisciplinar. Dentre seus instrumentos de atuação há o “replotting”(reloteamento, reparcelamento ou reposicionamento), significando a mudança de localização, formato e áreas das parcelas de terra, onde, após sua execução, a antiga organização fundiária possui aspectos totais ou parcialmente diferentes. Após o replotting, as parcelas de terra são reduzidas para dar lugar as ampliações dos espaços públicos e implantação de infraestruturas, após o término das obras, as propriedades passam a ter valorização em função do espaço otimizado. Em questão das áreas privadas, existe a taxa de contribuição, correpondendo à diminuição da parcela de terra do proprietário com a realização da obra e a quantidade de benefícios que determinada área requer (sendo em parcelas de terra ou dinheiro).

Sistema de áreas livres Os sistemas de espaços livres constituem um conjunto de espaços públicos e/ou privados de interesse público para finalidades sociais, paisagísticas, ambientais, de lazer, da qualidade de vida, do entretenimento e conexão com a cidade. Podendo ser constituído pelas ruas, parques, pátios, praças, quintais, calçadões ou locais de interação cotidiana das pessoas. O conjunto de espaços públicos de uma área urbana produzem diversas relações entre seus elementos, criando assim um sistema dinâmico de espaços voltados para a esfera pública. Segundo Queiroga (2007), os espaços livres urbanos formam um sistema com inter-relação a outros sistemas urbanos.

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Sistema de áreas verdes De acordo com o Art. 8º, § 1º, da Resolução CONAMA Nº 369/2006, considera-se área verde de domínio público “o espaço de domínio público que desempenhe função ecológica, paisagística e recreativa, propiciando a melhoria da qualidade estética, funcional e ambiental da cidade, sendo dotado de vegetação e espaços livres de impermeabilização”. As áreas verdes urbanas, conforme definição estabelecida pelo Ministério do Meio Ambiente, consiste num conjunto de áreas intraurbanas que apresentam cobertura vegetal, arbórea, arbustiva ou rasteira que proporcionam qualidade de vida e o equilíbrio ambiental nas cidades. Estas áreas podem ser definidas como: áreas públicas; áreas de preservação permanente (APP); canteiros centrais; praças, parques, florestas e unidades de conservação urbanas. Estes espaços tendem a cumprir três funções principais: estética, ecológica e o lazer. As áreas verdes urbanas podem ser classificadas conforme as possibilidades de uso, como: privadas, semipúblicas, públicas e suburbanas. Benefícios de áreas verdes urbanas: - Auxilío para a diminuição da poluição do ar; - Função paisagística; - Diminuição das temperaturas externas, absorvendo parte dos raios solares (conforto térmico); - Sombreamento; - Proteção contra ventos;

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Crescimento Urbano Denomina-se Crescimento Urbano a expansão territorial de áreas urbanas e o aumento demográfico. Processo com início em Londres no final do século XVIII. A consolidação do capitalismo através da revolução industrial gera um aumento da demanda para mão-de-obra nas fábricas, levando ao êxodo rural (urbanização). A mudança da base econômica das cidades para o setor secundário (indústrias) produz um movimento migratório da força trabalhadora de áreas carentes para áreas industrializadas. Tal processo faz com que a população maispobre tenha que estabelecer suas moradias em áreas periféricas da cidade por conta da especulação imobiliária, ocasionando o crescimento sem planejamento, impactos sociais e ambientais, a criação de assentamentos informais e precariedade das infraestruturas urbanas.

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A CIDADE DE MOGI DAS CRUZES 23


Localização BRASIL

SÃO_PAULO MOGI_DAS_CRUZES

Fonte da imagem: Piktochart. Organização: Da autora

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DISTRITOS DE MOGI DAS CRUZES

Histórico O início da ocupação do povoado de Mogi das Cruzes teve início ás margens do rio. No ano de 1560, o bandeirante Braz Cubas inicia a busca de ouro nas matas de Mogi das Cruzes, ás margens do Rio Anhembi (atual Rio Tietê). Conforme dados do historiador Isaac Grimberg, Gaspar Vaz chegou em 1601 a Mogi das Cruzes e abriu acesso de São Paulo ao município, criando uma ligação com as minas de ouro de Minas Gerais. Os primeiros indícios do povoamento surgem em 1611, na Villa Sant’anna de Mogi Mirim, nas proximidades do Rio Tietê. O nome Mogi é uma alteração de Boigy, derivado de M’Boigy que denomina“Rio das Cobras” no dialeto indígena a um trecho do Tietê. Em 1º de setembro de 1611 a Vila é oficializada como Villa de Sant’anna de Mogi Mirim, dia de comemoração do aniversário da cidade. De acordo com a tese de historiadores, o termo popular “Cruzes” passou a integrar o nome oficial do município, sendo costume da época sinalizar com cruzes os marcos de limitação do município.

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Antiga Igreja Matriz de Nossa Senhora de Sant’Anna - DÊcada de 40 Fonte: Prefeitura de Mogi das Cruzes

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Desfile de carnaval na Rua José Bonifácio - Década de 30 Fonte: Prefeitura de Mogi das Cruzes

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Rua Doutor Deodato Wertheimer e Igreja N. Senhora do Rosรกrio - 1898 Fonte: Prefeitura de Mogi das Cruzes

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Rua Doutor Deodato Wertheimer e Igreja N. Senhora do Rosรกrio - 1898 Fonte: Prefeitura de Mogi das Cruzes

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Informações da cidade Mogi das Cruzes está situada a Leste da Região Metropolitana da Grande São Paulo, aproximadamente 50 km da nascente do Rio Tietê no município paulista de Salesópolis, vertente da Serra do mar. O divisor natural de águas é a Serra do Itapeti que abriga afluentes das Bacias do Paraíba do Sul e do Rio Tietê. É cortado também pelo compartimento hidrográfico pertencente à Bacia do Itapanhaú, que é o mais importante eixo de drenagem na Região Metropolitana da Grande São Paulo. (PMMC, 2016) Segundo dados fornecidos pela Prefeitura do município, a cidade desenvolve-se às margens de áreas de várzeas, que cortam Mogi de leste a oeste, havendo a preocupação do município com as questões ambientais, principalmente pelo rápido crescimento socioeconômico dos últimos anos. A cidade possui políticas públicas em prol da preservação e sustentabilidade, sendo: • Parte do território municipal está na área protegida através da legislação metropolitana de proteção aos mananciais (parte das bacias: do Tietê; do Taiaçupeba; do Jundiaí; do Biritiba Mirim; do Itatinga); • Abrangência de parte da várzea do rio Tietê contida no Município (1.553,05 ha) pela APA - Área de Proteção Ambiental da Várzea do Tietê; •

Abrangência de parte do território municipal (303,19 ha) na delimitação do Parque Estadual da Serra do Mar;

• Abrangência de parte do território municipal (4.095,00 ha) na delimitação da Área Natural Tombada da Serra do Mar e Paranapiacaba; •

89,47 ha de área do Município ocupando a Estação Ecológica Estadual do Itapeti;

• Controle do uso e ocupação do solo na região da Serra do Itapeti, com vista à melhoria da qualidade do meio ambiente na Região Metropolitana da Grande São Paulo;

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Principais características do município

Cinturão Verde Fonte: PMMC,2016.

Localização Estratégica Fonte: PMMC,2016.

Pólo Industrial Fonte: PMMC,2016.

Segundo informações do site oficial de Mogi, mais de 65% da área do município está inserida dentro de áreas de preservação ambiental. Segundo a instituição estadual Fundação Florestal, encontram-se áreas de conservação ambiental nas proximidades de Mogi das Cruzes: • • • • • •

Parque Estadual da Serra do Mar - Parque Estadual Estação Ecológica do Itapeti - Estação Ecológica APA Várzea do Tietê - Área de Proteção Ambiental RPPN Mahayana - Reserva Particular do Patrimônio Natural (2014) RPPN Botujuru - Reserva Particular do Patrimônio Natural RPPN Parque das Neblinas - Reserva Particular do Patrimônio Natural

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Mogi das Cruzes ocupa área de 721 km² 1 e se localiza a 63 km do município de São Paulo. O município possui localização privilegiada e considerada uma das melhores cidades do País para construir a carreira profissional, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas, Seade e Ministério do Trabalho. Por isso, a cidade tem atraído a atenção crescente de empresas nacionais e estrangeiras, que encontram em Mogi um lugar promissor para investir. A cidade está a poucos quilômetros dos principais centros comerciais, econômicos e de transportes do Brasil. São 30 km até o Aeroporto de Guarulhos, 50 km até São Paulo e 100 km até o Porto de Santos. Corforme a Lei Complementar Nº 46, de 17 de novembro de 2006, o município de Mogi das Cruzes está dividido em oito distritos, sendo estes: Sede, Biritiba-Ussu, Brás Cubas, César de Souza, Jundiapeba, Sabaúna, Taiaçupeba e Quatinga. Eventos culturais - Mogi das Cruzes

Extensão territorial - 721 km² IDH 2010 - 0,783 População 2010 - 387.779 habitantes Densidade demográfica 2010 (hab/km²) - 544,12 População estimada 2016 - 429.321 habitantes

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Parque Centenário da Imigração Japonesa. Fonte: PMMC,s.d.

Ilha Marabá: Educação Ambiental Fonte: PMMC,s.d.

Parque Leon Feffer Fonte: PMMC,s.d.

Parque Municipal Fonte: PMMC,s.d.

Evento esportivo: O Rei da Montanha. Fonte: Rei da Montanha.

Destaque na produção agrícola. Fonte: PMMC,2016.

Duas universidades Fonte: UMC/UBC

Theatro Vasques. Fonte: COMPHAP

Parque Botyra Camorim Gatti Fonte: PMMC

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Mapa - Análise do Município Fonte: Base - Google Earth, Dados - Da autora. Análise Urbana - Alto crescimento populacional; - Concentração de lazer e cultura na área central do município; - Desequilíbrio entre moradia e oferta de empregos em alguns Mogi das Cruzes distritos; - Terrenos ociosos; Por que? - Trânsito/ aumento do uso de veículos particulares; - Grande populacional; - Infraestrutura urbanacrescimento carente; Integrante do cinturão verde da Grande - Setorização da cidade; São Paulo; - Expansão urbana.

- Localização estratégica; - Desenvolvimento econômico; - Nova proposta para Lei de Uso e Ocupação do Solo baseada no conceito de cidade compacta; - Conceitos do Plano Diretor Municipal; - Áreas de Proteção Ambiental; - Atual crescimento urbano.

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Análise urbana

César de Souza

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Por que Mogi das Cruzes?

Mogi das Cruzes é um município pertencente a região do Alto Tietê conhecida como o cinturão verde da Grande São Paulo, possui a maior extensão territorial e uma das maiores populações da região. Local onde há um potencial crescimento econômico em vários setores da economia, possui áreas de proteção ambiental (Rio Tietê, Serra do Itapeti e Serra do Mar) em grande parte de seu território (mais de 65%, segundo a Prefeitura do município) e conta com uma localização estratégica. Atualmente, em vigor, está um plano de uso e ocupação do solo de décadas passadas, usando a lógica da cidade espraiada, ocasionando em uma setorização e debilitando a dinâmica da cidade. O poder público estuda a possibilidade de modificação do documento, aplicando o conceito da cidade compacta e reestruturação dos espaços, demonstrando o interesse e necessidade de preparar a cidade para o futuro. A premissa inicial do projeto tem como base o conceito de cidade compacta proposto pela administração pública em prol da reestruturação urbana e seguir a lógica da sustentabilidade, mobilidade eficiente, uso misto e qualificação dos espaços livres.

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Vista do municĂ­pio. Fonte: Governo de SĂŁo Paulo

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DESENVOLVIMENTO DO TEMA 39


O Tema

O processo projetual tem início com a motivação em desenvolver princípios urbanos aliados a sustentabilidade, buscando atender as necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras. Dentre os conceitos abordados nos estudos, juntamente com a sustentabilidade, há a análise dos espaços livres e a forma como auxiliam na conexão das pessoas com a cidade, introduzindo áreas que proporcionem qualidade de vida e aumento das áreas verdes no meio urbano. Através das pesquisas referentes ao município de atuação do projeto, Mogi das Cruzes apresentou destaque por propor discussões referentes ao desenvolvimento da cidade para o futuro e possuir regiões com possibilidades de intervenção. Partindo dos pressupostos citados, é realizado um estudo referente ao crescimento da população urbana x população rural, o aumento de áreas construídas, a situação das áreas públicas e qualidade de vida dos habitantes da região, estabelecendo critérios para a elaboração de princípios urbanos que defendam a qualificação dos espaços livres e uma melhor opção para ocupação das áreas urbanas em conjunto com o desenvolvimento sustentável. Conceitos + Pincípios Urbanos + Modelos + Análise de Crescimento + Infraestrutura = Comunidade Sustentável

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Objetivo Aliar o crescimento da cidade com a sustentabilidade, propondo princípios urbanos para a elaboração de comunidades sustentáveis que visam a qualidade dos espaços livres, a introdução de um maior número de áreas verdes e soluções para infraestruturas urbanas.

Pesquisas Iniciais -Identificação dos conceitos urbanos de trabalho

Ánalise urbana -Estudo da região para atuação do projeto urbano

Metodologia Através dos princípios urbanos, pensar um modelo de comunidade sustentável com proposta de ocupação qualitativa, levando em consideração a vocação do local e dinâmica social existente.

Estudos urbanos -Princípios urbanos, modelos destinados a comunidades sust.

Modelo -Implantação dos estudos em um local determinado

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ÁREA DE INTERVENÇÃO 43


Justificativa César de Souza - Distrito do município de Mogi das Cruzes Segundo o IBGE, o distrito de César de Souza, nos últimos anos, apresentou o maior crescimento populacional entre os distritos de Mogi das Cruzes. Tal crescimento impulsionou a valorização imobiliária, consequentemente o aumento de pessoas sobrecarregou uma infraestrutura já defasada (iluminação pública, pavimentação, saneamento básico, coleta de lixo, arborização, mobiliários urbanos, drenagem, entre outros). O distrito possui localização estratégica perante uma das novas centralidades do município (Nova Mogilar), sendo visado para empreendimentos imobiliários e direção de expansão urbana do município.

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Histórico No final do século XX, o distrito de César de Souza era localizado nas terras alagadiças do trecho nordeste de Mogi das Cruzes. Havendo poucas informações do porque, no período, um homem de nome Pedro Avignon demonstrou interesse pelas terras, adquirindo escrituras de grande parte dos terrenos da região. Segundo o COMPHAP, César de Souza, na época, era uma área praticamente abandonada, possuia apenas uma estação ferroviária e uma olaria de Rafael Marino, tendo o mesmo comprado parte do terreno de Avignon e loteado, dando origem ao povoamento de Vila Suíssa e posteriormente o Jardim São pedro. Os núcleos de povoamento surgem a partir dos postos de trabalho criados no local, sendo a produção agrícola e cerâmica muito fortes na região, sendo a Cerâmica Marcatto um nome marcante no distrito, com grande porte de produção. O distrito está subdividido em várias regiões, sendo elas: Jardim Cíntia, Vila Suíssa, Jardim São Pedro, Vila Paulicéia, Jardim Juliana, Vila Aparecida, Botujuru, Jardim das Bandeiras e Rio Acima. O nome “César de Souza” refere se a um engenheiro de empresa responsável por uma estrada da região, sendo que na época havia o costume de atribuir nomes de seus funcionários ás estações presentes no percurso da estrada. Atualmente a estação está desativada. César de Souza passou de um bairro rural para o maior pólo de expansão de Mogi das Cruzes. Segundo informações do Diário de Mogi, o distrito apresentou o maior crescimento populacional entre os anos de 1991 e 2010, passando dos 15 mil moradores para 33 mil. Com a projeção de ter fechado 2013 com 34 mil moradores, o distrito possui grandes áreas desocupadas, capazes de receber novos bairros e outros empreendimentos. O crescimento populacional já teve início, comércios e serviços começam a crescer nos bairros, mas a infraestrutura não consegue atender a todas as necessidades dos moradores. César é a direção de crescimento do município, aliar a expansão com qualidade de vida, proteção dos recursos naturais, mobilidade urbana e planejamento urbano são algumas questões a serem discutidas para o distrito.

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Croqui da estação César de Souza. Fonte: COMPHAP,1986.

A expansão populacional ocorre a tempos, sendo implantados grande condomínios fechados e prédios habitacionai, gerando uma valorização imobiliária da região, grande trechos encontram se desocupados devido a especulação imobiliária. De acordo com dados do Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Mogi das Cruzes teve um crescimento de 41,95% (entre 1991 e 2010), passando dos 273.175 moradores para 387.779, César de Souza atingiu um crescimento de 116,36% (de 15.388 para 33.295) no mesmo período, sendo Jundiapeba, o segundo maior crescimento do município. A partir de análises urbanas, foi possível estabelecer potenciais e conflitos presente no local e de que forma tais aspectos exercem influência no crescimento do distrito e, consequentemente de Mogi das Cruzes. César de Souza possui 2 importantes vias de conexão, a Avenida João XXIII e Avenida Riccieri José Marcatto, levando ao centro consolidado, a predominância de usos está voltada para as construções residenciais unifamiliares (sendo este cenário em constante mudança com a implantação de prédios e condomínios).

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Levantamentos da área de intervenção Distrito de César de Souza 1) Levantamentos do distrito - Análise urbana; - Identificação dos potenciais e conflitos; - Pesquisa da legislação - Problemáticas. 2) Escolha da área - Inserção do modelo urbano em trecho consolidado; - Conceito; - Características do terreno; - Possibilidades para a implantação.

Dados do Distrito -Ano: 1887 - Extensão Territorial: 29km² - População: 34.000 hab. (2013) - Domicílios em área urbana: 10.153 (2010) - Domicílios em área rural: 168 (2010) Fotos de César de Souza

3) Implantação do projeto - Esquemas de funcionamento; - Cálculos de densidades e áreas públicas/privadas; - Desenho do espaço.

Fonte das imagens: Da autora

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PARQUE CENTENÁRIO

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Mapa de análise

Potenciais - Terrenos ociosos - Áreas de preservação - Crescimento populacional - Nova centralidade - Rio Tietê - Indústrias e empresas consolidadas na região - Valorização imobiliária - Localização

Conflitos - Terrenos ociosos - Oleoduto - Alta tensão - Mobilidade urbana ineficaz - Infraestrutura - Crescimento populacional - Deslocamentos - Falta de multifuncionalidade - Inexistência de esquipamentos culturais ou de lazer

Análise Urbana - Alto crescimento populacional nos últimos anos; - Concentração de lazer e cultura em áreas centrais; - Desequilíbrio entre moradia e oferta de empregos em alguns distritos; - Mobilidade urbana ineficaz em alguns trechos ou períodos do dia; - Terrenos ociosos (especulação imobiliária); - Infraestrutura carente; - Setorização da cidade; - Expansão urbana; - Ocupação nas áreas de preservação; - Aumento do uso de veículos particulares.

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Padrões Construtivos 1

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- Sobrados unifamiliares; - Presença marcante de garagens em grande parte das edificações; - Cores; - Residências geminadas; - Predominância de construções que utilizam métodos construtivos convencionais.

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- Predominância do uso residencial; - Habitações unifamiliares térreas e/ou assobradadas; - Acabamentos diversos; - Divisão do logradouro público com o lote através de portões de acesso.

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- Utilização de distribuição de energia com fiação aérea; - Muros e grades; - Calçadas irregulares e sem manutenção; - Construções sem acabamento; - Predominância do cinza.


- Aumento dos conjuntos habitacionais multifamiliares de 4 a 5 pavimentos; - Repetição das tipologias construtivas; - Fachadas distintas apenas por cores; - Acessos privativos; - Muros e portões.

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- Falta de acabamento construtivos nas edificações; - Repetição de tipologias; - Calçadas precárias; - Infraestrutura carente; - Predominância da cor dos tijolos baianos e telhas de barro.

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- Repetição; - Edificações geminadas; - Calçadas irregulares; - Predominância de garagens; - Distinção das construções por cores;

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Equipamentos de uso público O distrito possui equipamentos públicos referentes a saúde, educação e assistência social. Dentre as escolas, as mesmas encontram bem distribuídas na região, grande parte são do ensino fundamental (não havendo ensino técnico no local). O município possui administrações regionais em todos os distritos, a unidade referente a César de Souza está numa área central, pórem, sem grandes atrativos para uso da população ou de fácil identificação, apesar de sua importância. Através das análises urbanas e levantamentos, não há nenhum espaço considerado de uso exclusivo para lazer e cultura na área, apenas o Parque Centenário da imigração Japonesa está nas proximidades para uso dos moradores, necessitando deslocamento por transporte público ou particular para acessar a infraestrutura.

Administração Regional - O município possui sedes regionais da administração pública em cada distrito. Em César de Souza está localizado na Rua Evaristo Veiga; - Atualmente o local está em funcionamento, mas não desempenha sua importância quanto administração pública ou contato com a comunidade ali estabelecida.

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2 Unidades Básicas de Saúde (UBS) - Unidade Vila Nova Aparecida e Unidade Vila Suíssa; - Possuem atendimento para clínica médica, pediatria, ginecologia, odontologia e vacinas; - 23 UBS no município; - Atualmente no distrito não há hospitais de grande porte.

9 Escolas Públicas - Ensino Infantil, Regular Fundamental e Anos Finais (ensino médio); - Distribuídas pelo município e de fácil acesso; - O distrito não possui colégios de ensino público com cursos técnicos profissionalizantes;

1 Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) - O CRAS é uma unidade pública de assistência social localizada em áreas de vulnerabilidade social, atuando na orientação e fortalecimento das relações sociais e familiares. Atualmente o município possui 6 unidades CRAS.

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Legislação do Município

O zoneamento em vigor no município parte dos pressupostos da setorização e permite o espraiamento da cidade. César de Souza possui uso predominante residencial, resultando no “inverso” do processo histórico, onde muitos habitantes procuravam o distrito em busca de empregos, hoje a maioria parte para trechos centrais do município em busca de maiores oportunidades. No momento, a Prefeitura discute, através de audiências públicas o uso e ocupação do solo voltados para a cidade compacta.

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Frota municipal de ônibus

Transporte Público

O transporte público para o distrito conta com linhas de ônibus municipais com saída dos Terminais Central e Estudantes. Grande parte dos deslocamentos ainda é realizado com veículos particulares, gerando grandes congestionamentos em trechos centrais do distrito. Apesar do percurso da linha férrea cortar César de Souza, o local não se beneficia do transporte ferroviário para passageiros, apenas trens de carga circulam.

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análise urbana

Análises Urbanas

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Estudo da situação existente da área referentes ao uso do solo, vias de importante acesso, áreas verdes com propostas de uso e cheios e vazios

Gabaritos - 2 a 3 pavimentos no trecho residencial consolidado; - 4 a 5 pavimentos conj. habitacionais de interesse social; - 15 a 20 em novos empreendimentos da região


Processos de ocupação Google Earth Ocupação 2005

Ocupação 2010

Ocupação 2013

Ocupação 2016

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Cenário futuro de ocupação desordenada Situação atual - Distrito de César de Souza. Fonte: Base -Google Earth. Organização: Da Autora

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Simulação de cenário futuro com crescimento desordenado. 2040?

2060? O problema - crescimento não planejado; - ações prejudiciais aos recursos naturais; - distanciamento da população com as dificuldades da região e do município; - ocupação não planejada.

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05

ESTUDOS DE CASO 63


Continente : Ásia País : Coréia do Sul/ 65Km da capital Seul. A cidade é próxima ao Rio Amarelo Área total : 6km² População : 40 mil Investimento : U$80 bilhões/ Parceria público-privada

Songdo - Coréia do Sul SMART CITY = cidade inteligente SONGDO - conceito de sustentabilidade, preservação de áreas verdes e produção de energia limpa. Referência de metrópole do futuro, gerenciando a estrutura da cidade através de um sistema de rede sem fio e favorecendo a mobilidade dos cidadãos.

Songdo Internacional Business District (Songdo IBD) é um projeto público privado que busca o desenvolvimento e planejamento de uma “Smart City” (cidade inteligente), que utiliza da tecnologia em prol do desenvolvimento sustentável na Coréia do Sul, usando dos conceitos de produção de energia limpa, preservação de recursos naturais, estruturas que favorecem a mobilidade urbana e a implantação de um novo modo de vida. A cidade começou a ser construída em 2005, partindo de soluções para o transporte, áreas verdes, segurança, gestão de desastres, instalações e serviços de informação para os cidadãos. Songdo está localizada a 65 km da capital coreana Seul, as margens do Rio Amarelo, seu território possui 6 km² e encontra-se numa localização estratégica (proximidade com o aeroporto internacional de Incheon). A cidade possui fácil acesso de avião para outros trechos da Ásia, sendo uma hora e meia de Shangai, duas horas de Tóquio e três horas e meia de Hong Kong.

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Fonte: Songdo IBD

Masterplan da Proposta de Songdo

O projeto teve como base a concepção de uma cidade capaz de produzir energia limpa suficiente para seus moradores e usuários, aplicação de soluções tecnológicas capazes de agregar o conceito sustentável ao crescimento urbano, conexão entre pessoas e o meio urbano, definindo áreas verdes em busca do lazer e qualidade de vida. Uma iniciativa sustentável, criada a partir da escassez de recursos naturais atuais e necessidade de novas fontes de energia. Songdo pode ser considerada uma “cidade ubíqua”, onde sua proposta visa integrar todo seu sistema urbano à rede, através de sensores e mídias conectados a um grande centro de controle, coordenando fluxo de veículos, o sistema de lixo, estações de tratamento e distribuição de água e energia, evitando desperdícios e promovendo uma eficiência para a gestão da cidade. A cidade é estabelecida como um exemplo de como conectar comunidades com mais eficiência energética e de como organizar a vida urbana.

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Tratamento da água - Plantio de vegetações em coberturas de edifícios; - Planejamento para evitar desperdícios; - Reutilização da água para irrigação de praças e áreas verdes; - Sistema de retenção da demanda pluvial.

Áreas verdes - O projeto conta com 40% de áreas destinadas para a construção de parques e praças, buscando o lazer e renovação do ar; - Incentivo ao pedestre; - Qualidade de vida; - Preservação.

Concepção do projeto - Parceria com empresas multinacionais de tecnologia , prestadores de serviço locais e organizações governamentais, Songdo serve como campo de testes para a próxima geração de soluções para cidades inteligentes; - Edifícios com certificações ecológicas; - Produção de energia solar

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Transporte - Metro e bondes elétricos; - Táxis aquáticos; - Carros elétricos; - Sensores no asfalto para detectar a velocidade dos veículos e calcular o tempo de abertura dos semáforos.


Fonte: KPF

Transporte público - Songdo

Esquema de distribuição de energia elétrica de Songdo

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Continente: América do Sul País: Colômbia. Medellín está localizada a noroeste da Colômbia, no Vale de Aburrá sobre as montanhas centrais da Cordilheira dos Andes. Capital e maior cidade da província de Antioquia. Área total: 380,64 km², dos quais 110,22 km² é área urbana e 270,42 km² e área rural. População: 2.464.322 habitantes (2015). Segunda cidade mais populosa da Colômbia. Autores: Prefeitura de Medellín e EDU (Empresa Desenvolvimento Urbano)

Modelo de planejamento com indicação das áreas de atuação urbana

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Medellín - Colômbia O projeto urbano de Medellín– Colômbia, assim como toda cidade, possui suas peculiaridades de formação, neste caso, suas características geográficas, históricas e sociais acarretaram no desenho, ocupação e desenvolvimento da cidade colombiana ao longo do tempo. Partindo de uma análise urbana, é possível concluir o estado de caos urbano/social ocasionado pela influência de Pablo Escobar e os narcotraficantes, a desigualdade social e a falta de infraestrutura, gerando a necessidade de um projeto para revitalização e valorização do espaço. O planejamento aplicado contou com a participação popular e gestões eficientes, implantando em locais estratégicos os projetos pontuais para disseminar o conceito, reinventando Medellín como exemplo de cidade sustentável e urbanismo social para o mundo, com seu crescente desenvolvimento econômico, cultural e social, capazes de gerar a integração, uma melhora da mobilidade urbana e qualidade de vida para seus habitantes.


Fonte: EDU

Dentre as propostas aplicada,há as bliotecas-Parques, contando com o incentivo internacional, buscam estabelecer ações educativas e de lazer para a população

Jardim Botânico de Medellín Orquideorama,estruturas hexagonais modulares para usos diversos

Desníveis acentuados vencidos através do sistema de escadas rolantes para as comunidades

Mobilidade Urbana Metrocable

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Continente: América do Sul País: Brasil - Estado de Santa Catarina - Cidade Palhoça Área total: 250 hectares - Proposta com utilização do conceito da cidade compacta População: 7000 estudantes, 5000 habitantes e 5500 empregos Autores: Iniciativa pública e privada Custos: R$1 bilhão

Cidade Pedra Branca- Brasil

A iniciativa Pedra Branca tem início no final da década de 90, quando a fazenda pertencente a Valério Gomes Neto, presidente da empresa Pedra Branca, responsável pelo empreendimento, decidiu implantar um loteamento em Palhoça, a 15 quilômetros de Florianópolis. O projeto nasce com o conceito de bairros com qualidade de vida, de uso misto, com possibilidades que diminuem o uso do automóvel particular. Dentre todas as propostas, existe a utilização de 10 princípios norteadores, sendo:

Masterplan da Proposta da Cidade Pedra Branca

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1) Prioridade ao pedestre; 2) Uso misto; 3) Espaços públicos de qualidade; 4) Diversidade social; 5) Senso de comunidade; 6) Cidade compacta; 7) Harmonia com a natureza; 8) Sustentabilidade; 9) Conectividade; 10) Identidade com o espaço.


Fonte: Cidade Pedra Branca

Projeto urbano - Uso misto; - Prioridade ao pedestre; - Ciclovias; - Áreas de lazer; - Proposta; - Sustentabilidade e alta performance do ambiente construído; - Construções inteligentes; - Bairro do futuro.

- Conceito da cidade voltada para as pessoas; - Ruas compartilhadas.

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Continente: Ásia País: Emirados Árabes Área total: 6 km² População projetada: 50 mil habiantes Autores: Governo de Abu Dhabi/Foster & Partners/ Mubadala Development Company Investimento: US$ 18 a 19 bilhões

Masterplan da Proposta de Masdar City

Masdar- Emirados Árabes

A cidade de Masdar é uma proposta construída do zero, trabalhando com a questão da sustentabilidade na produção de energias renováveis, construções inteligentes, emissão zero de carbono. O projeto utilizará de transportes elétricos, ciclovias, reciclagem dos resíduos produzidos e implantação de um novo modo de vida. O projeto teve início em 2006, sendo o plano piloto elaborado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e patenteado em 2007 pela empresa de arquitetura Foster+Partner, com o objetivo de ser uma Smart City (Cidade Inteligente). Masdar pretende ser destaque em gestão e construções sustentáveis. Com previsão de término para 2025, Masdar City terá capacidade para 50 mil habitantes e mil empresas especializadas em energia sustentável.

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Fonte: Pensamento Verde

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06

O PROJETO

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Modelo urbano de proposta do crescimento aliado as áreas livres+verdes - Conter o espraiamento; - Conexão da cidade com seus recursos naturais; - Aumento e qualidade dos espaços públicos; - Crescimento sustentável

Conceito Urbanístico Comunidade+Cultura+Lazer+Natureza+Economia+Qualidade de vida=

Crescimento urbano aliando à qualidade de vida+proteção de recursos naturais

Proposta para a cidade Modelo urbano: escala macro - Crescimento aliado as áreas livres; - Criação de um sistema de áreas livres para usos variados.

Legenda

Área urbana consolidada Área de expansão urbana Área livre+verde

Modelos de aplicação na cidade

Modelo Radial

Modelo Reticular

Modelo Linear Conceito

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Modelo Sistêmico

Modelo Concêntrico


Modelos aplicáveis para as cidades

Modelo urbano Sistêmico e Concêntrico - Mogi das Cruzes - Valorização das comunidades concentradas em distritos existentes no município; - Distribuição de áreas verdes nas proximidades das centralidades e conexão através de corredores verdes; - Aliar o desenvolvimento econômico com a proteção dos recursos naturais.

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Estabelecimento dos eixos estruturadores Legenda - atividades propostas para o Eixo ecológico Trechos distantes da área central do distrito

Eixos estruturadores urbanos de crescimento para o município Diretrizes: Eixo turístico - Cicloturismo pelo município e Eixo Ecológico; - Conexão a Sabaúna (melhores condições); - Uso do Plano Diretor Turístico existente; - Aumento do número de rotas para ciclistas; - Desenvolvimento econômico para os distritos Diretrizes: Eixo ecológico - Aliar a qualidade turística da região com as áreas de proteção ambiental, possibilitando a interação das pessoas com os recursos da região de forma consciente; - Educação ambiental para os distritos; - Preparo para a conexão da região com o futuro Parque da Várzea do Rio Tietê; Eixo de Mobilidade Urbana - Reestruturação da linha férrea com extensão para César de Souza e adaptação ao VLT; - Criação de uma rede de cicloviaa para conexão entre distritos do município e áreas de lazer

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Raio 1

- concentração e proposta de atividades conectadas a Sabaúna e trechos de preservação - Posterior aumento de usos conforme crescimento derivado do crescimento urbano - Raio conforme tamanho da área verde

Trechos de transição entre áreas urbanas e áreas verdes sem uso

Raio 2

- mescla de usos para a população e espaços destinados à educação ambiental - Áreas próximas a parques urbanos - Ciclovias - Prioridade aos pedestres - Atividades recreativas

Pontos iniciais para implantação do Eixo Ecológico

Raio 3

- Atividades destinadas para a comunidade estabelecidas e carentes de espaços público qualitativos - Raio para trechos próximos das áreas urbanas já consolidadas


Eixo ecológico - proposta de usos

Eixo Ecológico Utilização de áreas verdes e trechos de proteção ambiental para conexão com a comunidade, propondo atividades voltadas para a conscientização , preservação e dinâmica urbana.

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Diretrizes urbanas

O estudo partiu da análise da configuração urbana atual, o desenho de quadras formas de ocupação, através da identificação de problemáticas no município possíveis de serem trabalhadas. A articulação dos elementos urbanos de composição da cidade determinam a forma como os habitantes irão interagir com o espaço e a forma como o mesmo supre as necessidades. A vitalidade da cidade depende de como a vida nas ruas e áreas públicas se desenvolvem.

Estudos com base em problemáticas como conceito para estabelecimento dos desenhos de novas quadras. Parâmetros para organização do desenvolvimento da cidade.

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Unidades de vizinhança amigáveis para critérios de implantação dos usos Priorizar pedestres e ciclistas

Comércio de bairro-5 mil hab. 800 metros

Parque

Praça

3.200 metros

800 metros

Raios de abrangência Ponto de ônibus

Escola 2ºgrau ensino técnico

800 metros

1.600 metros

Escola 1ºgrau 800 metros

Recreação 800 metros

Os parâmetros de estudo para concepção do projeto seguiram a articulação das áreas públicas, trechos com vegetação, área privada e equipamentos públicos.

Conceitos para estudo dos espaços urbanos Recomendação 12m²/hab. de áreas verdes OMS Escala de quadras e lotes

Diversidade de usos

Articulação urbana

Relação com o existente

81


O estudo de quadras partiu de iniciativas com ênfase no pedestre e na vida urbana das ruas, a permeabilidade dos fluxos permite maior conforto para caminhadas, onde há um percurso mais interessante e seguro. Dentre os conceitos, pode ser ressaltado as distâncias de percurso entre quadras de 150 metros e 450 metros para carros, incentivo aos térreos livres e/ou galerias para circulação entre quadras.

82


O projeto conta com o conceito da escala humana, buscando reestabelecer os padrões com ênfase nas pessoas e meios de tornar a cidade mais próxima da realidade cotidiana e, consequentemente, aumentar a participação de todos para o desenvolvimento urbano. Dentre algumas diretrizes, haverá a preocupação com permeabilidade visual das quadras, onde há a proposta de áreas arborizadas e limitação de fechamentos, evitando uma cidade de muros. Propor incentivos para as intervenções em empenas cegas com artes urbanas e jardins verticais para melhora da qualidade dos espaços, meio de expressão artítica e qualidade do ar.

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Princípios urbanos - conceituação das quadras para a cidade

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Conexões visuais Exigência de áreas arborizadas atrás de fechamentos e limitação de altura para muros e gradis/materiais com permeabilidade visual

Dentre os princípios urbanos propostos, há o incentivo de melhoras das conexões visuais, trabalhando em empenas cegas, trechos com barreiras (gradis, muros e portões) .

Incentivo à intervenções em empenas cegas e muros (trabalho artístico e jardins verticais) Intervenção no Minhocão - SP Movimento 90º

Manifestações artísticas e uso de vegetações como meio de “quebra” da repetição da cor cinza e melhora do espaço urbano

Arte Urbana Daniel Melim São Paulo

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Arte em empenas cegas Lisbos, Portugal Green Savers


Vegetações recomendadas Manacá de Jardim -Altura: 3 metros -Copa: Arredondada -Período: Setembro a Março - Indicação: Praças e calçadas Ipê Branco -Altura: 7 a 16 metros -Folhas: Médias -Período: Agosto a Outubro - Indicação: Praças e calçadas

Quaresmeira -Altura: 6 metros -Folha: Grandes -Período: Dezembro a Junho - Indicação: Praças e calçadas

Jacarandá MImoso -Altura: 3 metros -Folha: Pequenas e caducas -Período: Janeiro a Junho - Indicação: Praças e calçadas

Canudo de Pito -Altura: 3 metros -Folha: Pequenas e caducas -Período: Janeiro a Junho - Indicação: Praças e calçadas

Diretrizes de vegetações para arborização urbana e implantação em áreas de lazer, conforme indicação da Secretaria de Meio Ambiente do município.

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Rede de áreas verdes

Parque Urbano

Hortas Urbanas

Pocket Park

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Diretrizes para a inserção de uma rede de áreas verdes conectadas ao meio urbano, propondo diversidades de usos e função da vegetação em prol das pessoas.

Vegetações para áreas encharcadas

Jardins Verticais


Paisagismo em áreas públicas com a utilização de espécies frutíferas, mantendo conexões com transeuntes e moradores. Além da qualidade visual, buscar proporcionar uma melhor dinâmica urbana, com incentivo a participação popular.

Diretrizes para a inserção de uma rede de áreas verdes conectadas ao meio urbano, propondo diversidades de usos e função da vegetação em prol das pessoas. O desenvolvimento dos espaços aliado ao crescimento participativo e consciente promove uma proximidade da população com os problemas ambientais, formas de contribuir para a sociedade e soluções para as problemáticas enfrentadas.

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Proposta para o distrito - diretrizes

1

Córrego dos Corvos - Tratamento do córrego - Instalação de um deck removível na área do córrego para travessia de pedestres e área de ciclistas - Pocket Park - Espaços livres para áreas de lazer, qualidade de vida - Uso público - Áreas verdes

2

4

92

Densidades Urbanas - Conforme DOTS, propor o aumento de densidades em trechos acessados pelo transporte sustentável - CA (coeficiente de aproveitamento)= 2 a 3 - Adoção da média de 250 hab/ha a 300 hab/ha

- Pistas de caminhada - Ciclovia - Pontes de acesso

5

3

Conexão ao Parque da Várzea - Trechos de área verde/lazer conectados ao Parque da Várzea - Área de preservação - Cinturão Verde = eixo ecológico - Trechos de conexão do parque (pontes)

Transporte Público - Diretrizes de troca do trem para VLT adaptado aos trilhos existentes do trecho Suzano-César de Souza - Sem necessidade de ampliação de faixas para veículos motorizados


Estação Parque César de Souza

Diretrizes urbanas estabelecidas para o Distrito de César de Souza - Conexão das áreas livres e verdes com o meio urbano estabelecido como forma de incentivo ao crescimento consciente - Identificação de trechos para intervenções pontuais nos bairros existentes e implantação de áreas de lazer

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Por que?

Os ensaios permitirão obter resultados perante a implantação da tipologia proposta conforme cada área, a viabilidade econômica, a relação com o existente e com a própria população, tornando o estudo coerente com a realidade.

Terreno 1 - Menor área física - Sem uso (especulação imobiliária) - Localizado no centro consolidado - Proximidade das infraestruturas - Proximidade com o futuro Eixo Ecológico Resultado: Selecionado

Terreno 2 - Ampla área física - Sem uso (especulação imobliária) - Longe do centro consolidado - Falta de infraestruturas - Falta de áreas livres e verdes - Topografia muito acentuada Resultado: Destinação para áreas públicas e proteção ambiental

Terreno 1 Área para implantação dos estudos urbanos 1) Análise das caraterística atuais do terreno 2) Potenciais e conflitos 3) Relação com o entorno existente 4)Densidades 5) Usos 6) Gabaritos 7) Sistema viário 8) Áreas Públicas

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Escolha do terreno Projeto Pontual

Terreno 3 - Semelhança de área com o terreno 1 - Terreno vazio e área próxima a mata - Falta de infraestrutura - Falta de infraestruturas Resultado: Destinado a posterior uso contra o espraiamento


95


Terreno 1 - Levantamento Fotogrรกfico

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Análise de tipologias existentes de quadras na área de intervenção

Tipologia 1 sem escala - Alta ocupação dos lotes/sem recuos - Nenhuma área verde ou lazer

Tipologia 3 sem escala - Falta de planejamento para o planejamento das quadras

100

Tipologia 5 sem escala

Tipologia 2 sem escala - Pouca ocupação do lote - Desenho irregular

Tipologia 4 sem escala - Baixa ocupação da quadra

- Quadras longas - Densamente ocupadas - Lotes com testada de 7 a 9 metros x 25 metros de comprimento


O estudo de quadras partiu da análise da configuração urbana atual, o desenho de quadras formas de ocupação, identificação das problemáticas possíveis de serem trabalhadas no distrito. A articulação dos elementos urbanos de composição da cidade determinam a forma como os habitantes irão interagir com o espaço e a forma como o mesmo supre as necessidades. A vitalidade da cidade depende de como a vida nas ruas e áreas públicas se desenvolvem. O levantamento identificou as problemáticas das tipologias existentes das quadras urbanas.

Problemáticas das tipologias existentes de quadras urbanas na área

Tamanho de quadras/lotes

Contrapartidas desconexas

Calçadas mortas ou inexistentes

Falta de diversidade dos usos

Isolamento do convívio público

Falta de conexão com o entorno

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Situação atual Terreno 515.000

O projeto tem início com análises das condições do terreno para implantação da proposta. Primeiramente é identificada uma grande declividade (contorno branco tracejado) na hipsometria, característica da região. O entorno é de predominância residencial, de 2 a 5 pavimentos (exceção dos novos empreedimentos com mais de 10 pavimentos).

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- Topografia - Cortes para identificação dos desníveis existentes - Medidas do terreno em metros

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Perfil topográfico AA esc. 1:5000

Perfil topográfico BB esc. 1:5000

Perfil topográfico CC esc. 1:5000

Perfil topográfico DD esc. 1:5000

Declives naturais - estudo da topografia existente - levantamento de possibilidades para implantação do projeto

CRESCIMENTO URBANO+SISTEMA DE ESPAÇOS LIVRES CRESCIMENTO URBANO+SISTEMA DE ESPAÇOS LIVRES

Perfil topográfico EE esc. 1:5000

CRESCIMENTO URBANO+SISTEMA DE ESPAÇOS LIVRES

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Cálculos Urbanos

Área do terreno - 515.00m² Área privada estipulada do projeto - 58,50% do terreno (301.241 m²) Sistema viário estipulado do projeto - 17,16% do terreno (97.496m²) Lazer+Áreas verdes+Institucional - 24,34% do terreno (123.370m²) Área do oleoduto+recuos (inclusos no cálculo de lazer - 19.395m² Densidade urbana hab/ha - 250 hab/ha Área Privada - 301.241 ou 31 ha População total - 7.750 habitantes

105


Obtenção do terreno

* Terreno = sem utilização atualmente (propriedade particular) fruto da especulação imobiliária Para obtenção do terreno é necessário desapropriar, um processo que consiste de privar alguém da propriedade ou fazer perder a propriedade, transferindo compulsoriamente da propriedade privada pelo Poder Público para atender uma necessidade pública, mediante prévia indenização em dinheiro. Obtenção:

1) Parceria pública e privada - Land Readjustment

2) Incentivos fiscais mediante doação de parte do empreendimento para áreas públicas

3) Medida legislativa para conter terrenos sem uso, com base em cobrança de iptu progressivo no tempo (Estatuto da Cidade) ou total apropriação do terreno para uso público.

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Processo de criação: Estudo 1

O processo inicial consta de um desenho elaborado sem determinação de uma área específica para implantação do projeto e tipologias genéricas ao longo do distrito. O cenário proposto usa de quadras “carimbos”, com mesmas medidas e padrões, sem levar em consideração as potencialidades e características de cada local. O projeto tinha como foco a integração do desenho referente ao Eixo Ecológico com a ocupação das áreas livres do distrito, vias de conexão entre as novas ocupações e maior ênfase nas áreas verdes. Após o estudo 1 ser descartado, o projeto avança com a escolha de um terreno e pesquisa de aplicação dos princípios para elaboração do desenho urbano.

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Proposta 1 Sem escala

César de Souza

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Processo de criação: Estudo 2

O Estudo 2 propõe a determinação de um terreno no distrito de César de Souza para implantação da proposta. O estudo não levou em conta todas as características existentes do local, utilizando de uma malha reticular tradicional e tratando o oleoduto ainda como um limite a ser transposto. O projeto ocasionaria em altos custos com movimentações de terra, um grande número de taludes, muros de arrimo, dificuldades de locomoção para os pedestres e apenas uma continuação da situação atual do distrito.

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Processo de Criação: Estudo final Conceito e Partido O projeto teve a topografia como conceito principal para o desenho orgânico e concepção das quadras. A ocupação proposta trabalha com a ideia do “respirar” no meio urbano, onde, manter distâncias coerentes permite espaço suficiente para a iluminação e ventilação naturais, criando uma conexão com os pedestres através de caminhos saudáveis, fortalecer o sentido de comunidade e interação das pessoas, manter a coerência das construções com a escala do homem e intensificação do papel dos espaços livres na formação do meio urbano. O conceito norteia a organização e formação da proposta para César de Souza, utilizando de caminhos com diferenciação de cores e materiais para relacionar as quadras com a área institucional do projeto, juntamente com térreos livres e/ou acessos para a circulação livre nos miolos de quadra. As vegetações existentes foram mantidas em alguns pontos, servindo de base para a localização das áreas de lazer. A ideia de utilizar um terreno com topografia acidentada partiu do pressuposto que, a formação do distrito ocorreu em trechos planos, consequentemente, com o crescimento urbano do município, César passa a representar o ponto de concentração do aumento de residentes, sendo ocupado descontroladamente seus trechos íngremes de mata nativa, gerando problemas com infraestruturas, falta de coerência do espaço, organização e acessibilidade. A proposta inserida em um trecho com declividade acentuada é uma oportunidade para aplicar um modelo de apropriação qualitativa, sem perder as características originais da região, valorizando as áreas verdes e desenvolvendo o modo de vida sustentável. A concepção do desenho de quadras levou em consideração a declividade, sendo que os dois pontos mais altos do terreno não foram parcelados em quadras com medidas estipuladas nos estudos, procurando evitar a destinação de mais de 20% do terreno em vias e maiores movimentações de terra, voltando esses pontos para o uso institucional e público/privado. As quadras propostas trazem áreas livres, dispostas para serem conectadas, formando grandes “praças” e caminhos de pedestres.

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Processos de ocupação 757

ETA - Vila Nova Aparecida 762

Residências existentes

768

Residências a remover

773 778

(12 total)

784

797

763

748

768

792

806

773 813

753

807

758 792

768 784

Situção atual do terreno sem escala

Topografia sem escala

1ª etapa) O terreno, atualmente está sem uso, possui uma quantidade de vegetações relevantes, há um trecho de passagem do oleoduto Petrobras (limite), uma ETA nas proximidades e algumas edificações de uso residencial na proximidade.

2ª etapa) As declividades existentes pedem por adaptações para implantação da proposta, utilizando de taludes, rampas, passarelas e escadas para vencer os desníveis, possibilitar a circulação dos pedestres e instalação das infraestruturas.

113


Oleoduto Recuos

Quadra de uso

UBS

público-privado

Equip. Educação

- circ. pedestres

Vegetação Oleoduto ETA

Áreas não utilizáveis sem escala 3ª etapa) Identificação de áreas não utilizáveis no terreno, sendo o oleoduto e seus respectivos recuos, as maiores declividades, a ETA e permanência de parte das vegetações existentes (integrando as futuras edificações).

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Área institucional sem escala 4ª etapa) Implantação da proposta e localização das áreas institucionais. Os trechos íngremes não foram destinados ao parcelamento do solo, e sim para uso dos equipamentos públicos e uma área de lazer (círculo vermelho tracejado), evitando maiores mudanças topográficas.


Áreas livres Circulação de pedestres

Circulação de pedestres sem escala A proposta visa inserir o uso dos térreos livres nas edificações ou comércios/serviços com acessos aos pedestres para interagir com a quadra, sem necessidade de contorná-la. Gerando uma dinâmica de fluxos e aumento da acessibilidade ao espaço

Sistema de áreas livres sem escala Os espaços concebidos procuram incentivar os pedestres, facilitando os deslocamentos, tornando interessante os trajetos e movimentados em variados horários. O trabalho pretende manter o discurso da importância dos espaços livres.

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Implantação

Proposta Urbana para César de Souza

As análises, levantamentos, estudos, conceitos e diagramas urbanos foram norteadores para a elaboração do desenho urbano aplicado em César de Souza. Em uma área total de 515.00 m², foram definidos 27 quadras totais, sendo duas em trechos mais altos com até 250 metros de comprimento para serem percorridos nos trajetos pedonais, com possibilidade de circulação nos miolos de quadras e as demais quadras com até 150 metros de comprimento. O desenho proposto segue a lógica das curvas de nível existentes, acompanhando a forma orgânica, resultando em quadras com formatos não convencionais.

O sistema viário proposto possui 17 metros totais, sendo:

- 3 metros para calçadas (duas faixas) - 0,50 metros para sarjetas (duas faixas) - 3,50 metros para circulação de veículos (duas faixas) - 3 metros para canteiros centrais ou 1,50 (duas faixas) para ciclovias Os gabaritos propostos não ultrapassam 20 metros de altura, permitindo melhor incidência solar e circulação da ventilação natural.

116


AV. João XXIII

Modelo aplicado em César de Souza sem escala

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Proposta urbana

Proposta urbana - Terreno 1

Estudo das tiplogias urbanas introduzidas ao projeto, relação do terreno com as edificações, incentivo ao aproveitamento da topografia natural e desenvolvimento da ocupação da área do oleoduto

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Uso Misto

Gabaritos - Vias com 17 metros de comprimento - Máximo 18 metros de altura das edificações permitindo melhor iluminação e ventilação naturais (referência ao Plano Cerdá)

- Comércio, serviço e habitação - Comércios e serviços nos térreos das edificações, mantendo a circ. de pedestres em variados horários

Taludes/Passarelas e escadas

Centro de reciclagem

- Desníveis vencidos através de rampas (acessibilidade), escadas e taludes (adequação da topografia) para vias de circulação de veículos e pedestres.

ETA - existente Oleoduto = área pública - Uso do trecho do oleoduto para travessia de pedestres - Implantação de deck removível de madeira ecológica e mobiliário urbano interativo

Praças e pátios Abertura das quadras para um sistema de espaços livres voltado para os pedestres

Pavimentação permeável Pisos drenantes para auxílio da drenagem urbana e uso de cores para incentivo ao trajeto pedonal

Coeficiente de aproveitamento - Conceito do DOTS - Aumento do coeficiente em áreas com maior uso do transporte público CA= 2~3 (CA atual=1~1,5)

Implantação esc 1:10 000

Vegetação existente Alguns trechos arborizados existentes serão mantidos e integrados com as edificações

119


Tabela de coeficientes urbanos

120


121


OLEODUTO EODUTO

A

PORTARIA Nº125 - AGOSTO 2002 TRANSPETRO INTERFERÊNCIA EM NÍVEL (PAVIMENTAÇÃO DE VIAS PÚBLICAS) PORTARIA Nº125 - AGOSTO 2002 TRANSPETRO INTERFERÊNCIA EM NÍVEL (PAVIMENTAÇÃO DE VIAS PÚBLICAS) TRANSPORTE ATRAVÉS DE DUTOS (TUBOS DE AÇO) DE - VERIFICAÇÃO DE CARGAS SUPORTADAS E NECESSIDADE DE SEUS DERIVADOS EM GRANDES NSPORTEPETRÓLEO ATRAVÉS DEE/OU DUTOS (TUBOS DE AÇO) DE ÁREA PÚBLICA OLEODUTO DOSSUPORTADAS DUTOS; PROTEÇÃO - VERIFICAÇÃO DE CARGAS E-NECESSIDADE DE EVITANDOEMO GRANDES USO DE CAMINHÕES QUANTIDADES, RÓLEO E/OU SEUS DERIVADOS - VERIFICAÇÃO DUTOS; DA NECESSIDADE DE SISTEMA DE DRENAGEM PROTEÇÃO DOS TANQUE ANTIDADES, EVITANDO O USO DE CAMINHÕES PARA APROVAÇÃO NADE TRANSPETRO - PROJETO - VERIFICAÇÃO DA NECESSIDADE DE SISTEMA DRENAGEM QUE - PROJETO PARA APROVAÇÃO NA TRANSPETRO FONTE: PETROBRÁS UASPETROBRÁS PLUVIAIS. NTE:

O VIAS PÚBLICAS)

3,50

++

3,50 6,00 1,20 6,00

1,20

0,50

Módulos hexagonais

SISTEMA MODULAR sem escala HEXAGONAL DE MADEIRA PLÁSTICA

TRECHO DO OLEODUTO - ÁREA PÚBLICA ESCALA - 1:2500

NECESSIDADE DE

DE DRENAGEM O

DECK ECOLÓGICO

SOLO SOLO 22,50

22,50

S I S T E M A M AC H O E F Ê M E A PA R A T E M ADIFERENTES M AC H O COMBINAÇÕES E F Ê M E A PA R AE USO DE LOCAL PARA HORTAS URBANAS RENTES COMBINAÇÕES E USO DE SEÇÃO AA - OLEODUTO

3,50 3,50

SOLO SOLO

22,50 JARDIM DE CHUVA LOCAL PARA HORTAS URBANAS JARDIM DE CHUVA

22,50 OLEODUTO

JARDIM DE CHU OLEODUTO JARDIM DE CHUVA

RAMPA i=8,33% (L=1,50/ c=6,00m+1,20m DE ESPAÇO DE GIRO/ h=0,50m RAMPA i=8,33% (L=1,50/ c=6,00m+1,20m DE ESPAÇO DE GIRO/ h=0,50m)

SISTEMA HEXAGONAL DE MADEIRA PLÁSTICA

ESCALA - 1:500

0,50

SISTEMA MODULAR DE MADEIRA PLÁSTICA CO LOCAL DE PLANTIO Sistema modular hexagonal em Ÿ POSSIBILIDADE madeira plástica (vasos)DE USO PARA O PLANTIO D PEQUENAS HORTAS URBANAS; S I S T E M A M AC H O E F Ê M E A SEÇÃO PA R A AA - OLEODUTO LOCAL PARA HORTASDO URBANAS Ÿ MEIO DE CONTROLE PESO SOBRE O TR SISTEMA HEXAGONAL ESCALA - 1:500 SEÇÃOE AAUSO - OLEODUTO - possibilidade de uso como DE SISTEMA HEXAGONAL DIFERENTES COMBINAÇÕES DE MADEIRA PLÁSTICA DO OLEODUTO, SEM NECESSIDADE DE ESC ESCALA - 1:500 pequenas hortas urbanas DE MADEIRA PLÁSTICA Ÿ OPÇÃO PARA INTEGRAR ESPAÇO HORTAS A COMUNIDAD - funçãoESPAÇO ao espaço DESENVOLVIMENTO DO ESPAÇO; HORTAS DECK ECOLÓGICO Ÿ FUNÇÃO AO ESPAÇO. - Meio de não haver escavações

20m);

S

+

Detalhamento - Oleoduto

ESPAÇO HORTAS

3,50

6,00

1,20

0,50

DECK ECOLÓGICO

3,50

Oleoduto Consiste no transporte através de dutos (tubos de aço) de OLEODUTO

petróleo e/ou seus derivados em grandes quantidades, evitando o uso de caminhões tanque.

SOLO

SOLO

JARDIM DE CHUVA

A Portaria nº125 - Agosto 2002 Transpetro permite IMPLANTAÇÃO DE JARDINS DE CHUVA EM AUXÍLIO DA TRECHO FORA DA FAIXA DE DOMÍNIO TRANSPETRO, P interferência mediante: - USO DE VEGETAÇÃO EM ÁREA PÚBLICA. - Interferência em nível (pavimentação)

22,50

22,50 OLEODUTO

JARDINS DE CHUVA

JARDIM DE CHUVA

122 RAMPA i=8,33% (L=1,50/ c=6,00m+1,20m DE ESPAÇO DE GIRO/ h=0,50m)

- Verificação de cargas suportadas, necessidade de proteção dos dutos e sistema de drenagem - Projeto para aprovação na Transpetro

OLEODUTO


Mobiliário urbano versátil - Formato hexagonal = o conceito parte do desenho SISTEMA DE MADEIRA PLÁSTICA dos favosMODULAR de mel, onde as abelhas trabalham para MOBILIÁRIO URBANOda VERSÁTIL; o Ÿbom funcionamento comunidade/sistema de encaixe das peças Ÿ FORMATO HEXAGONAL - CONCEITO A PARTIR DO

OMO

Oleoduto OLEODUTO

JAR

IM -T -U

DESENHO DOS FAVOS DE MEL, ONDE ABELHAS - Símbolo da união em O prol da comunidade TRABALHAM PARA BOM FUNCIONAMENTO DA COMUNIDADE E ENCAIXE DAS PEÇAS SIMBOLIZANDO - Medidas = variação A deUNIÃO 20 a 50DA cmCOMUNIDADE EM PROL DO DESENVOLVIMENTO DO ESPAÇO; Ÿ A BASE HEXAGONAL PODE VARIAR DE ALTURA, DE 15cm A 45cm.

DE

RECHO CAVAR; DE AO

OLE

PLANTA CHAVE SEM ESCALA

PLanta chave sem escala

TRA PETR QUA TAN

FON

Base de madeira plástica removível

AMPLIAÇÃO SEM ESCALA

A

- Estrutura adaptada para o oleoduto

BASE DE MADEIRA PLÁSTICA REMOVÍVEL caso dePARA manutenção do oleoduto Ÿ - Removível ESTRUTURA em ADAPTADA O OLEODUTO, REMOVÍVEL EM CASO DE VAZAMENTO OU MANUTENÇÃO; - Incentivo a circulação de pessoas pela área Ÿ LEVEZA; O material não absorve umidade e temperatura, Ÿ - CIRCULAÇÃO DE PESSOAS; Ÿ é NÃO UMIDADE, TEMPERATURA, A imuneABSORVE a pragas e roedores, sustentável,IMUNE de fácil PRAGASnão E ROEDORES, SUSTENTÁVEL, FÁCIL LIMPEZA, limpeza, racha e permite usos versáteis NÃO RACHA E PERMITE USOS VERSÁTEIS. SISTEMA MODULAR HEXAGONAL DE MADEIRA PLÁSTICA

A

Oleoduto - Recuos: faixa de 40 metros do oleoduto - Faixas adjacentes: 15 metros em cada lado * A proposta visa proteção da área contra ocupações irregulares

DRENAGEM URBANA E APROVEITAMENTO DAS ÁGUAS PLUVIAIS. POR CONTA DA ESCAVAÇÃO NECESSÁRIA (MÍN. 1,20m);

123 PORTARIA Nº125 - AGOSTO 2002 TRANSPETRO INTERFERÊNCIA EM NÍVEL (PAVIMENTAÇÃO DE VIAS PÚBLICAS)

SIST DIFE


A

Cortes

Indicação dos cortes

A

Área pública Oleoduto

Estacionamentos no subsolo para atender a demanda de uso e liberar espaço nas ruas e térreos das edificações Iluminação natural

Perfil natural do terreno

Corte esquemático AA Esc. 1:2500

124

Potenciais construtivos 1) Coeficiente de aproveitamento= 2,5 a 3 (dobro e/ ou triplo do permitido atualmente na região) 2) Gabarito máximo = 18 metros 3) Crescimento consciente, sem prédios com grandes alturas que venham a causar sombras em outras edificações


Diretrizes para implantação de tetos verdes em novas conruções, aumentando as áreas verdes, coleta de águas pluviais e hortas urbanas Vegetação Camada de solo Camada filtrante Camada drenante Manta geotêxtil Módulo alveolar Laje impermeabilizada

Corte esquemático Teto verde sem escala

Rampas e escadas de acesso para pedestres aos taludes

Edificações inteligentes

125


B

B

Indicação dos cortes

C

C

Corte esquemático BB Esc. 1:2000 Diretrizes - Conexões visuais estabelecidas através da arte e uso de vegetações para compor diferentes texturas, cores e paisagens na cidade

Corte esquemático CC Esc. 1:2500

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Passarelas - Inserção de passarelas para conectar edifícios e manter a circulação de pedestres em diferentes níveis


Proposta - César de Souza - Declividade+implantação urbana - Qualidade visual das edificações - Jardins Verticais nas fachadas= melhora dos aspectos visuais, melhora do ar e incentivo ao aumento de áreas verdes

Murais artísticos

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Infraestrutura urbana

Filtros biológicos para águas cinzas

Centro de reciclagem

planejamento da rede de infraestruturas para a proposta urbana

Biodigestor para águas negras ETA existente

- ampliação da rede; - implantações pontuais, mas com abrangência ao entorno; - soluções sustentáveis para gestão dos resíduos sólidos e abastecimento.

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Vias

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Calçada viva

As calçadas vivas dizem respeito as calçadas niveladas, arborizadas e tratadas como elemento importante da cidade, trazendo vitalidade e qualidade nas relações urbanas. O projeto usa da revitalização das calçadas existentes e diretrizes para novos projetos, buscando proporcionar a população o bom convívio ao ar livre. O conceito busca resgatar o hábito de andar como meio de locomoção com praticidade, conforto e segurança. As calçadas devem ser mais largas, com faixas de serviços para arborização e instalação de equipamentos urbanos sem prejudicar a circulação, ser acessíveis, com rampas para cadeirantes, piso portátil de orientação e alerta. Juntamente com o conceitos citados, deve haver um planejamento conjunto com concessionárias (água,esgoto,energia,gás, telefone e internet) para a instalação das galerias técnicas, onde toda a infraestrutura encontram se no subsolo, permitindo a fácil manutenção e evitando quebras constantes das calçadas.

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Galerias Técnicas As galerias técnicas consistem num sistema de organização subterrânea dos variados serviços das concessionárias (como a condução dos cabos telefônicos, dutos de água potável e esgoto, cabos elétricos, resíduos sólidos, drenagem, gás e fibra óptica), garantindo economia em manutenções e ampliações das redes. A solução utiliza de estruturas autoportantes tipo “caixas” pré-fabricadas de concreto armado enterradas no solo, com formato tubular ou aduelas (galerias celulares, com formato retangular ou quadrado). As galerias proporcionam uma paisagem urbana livre de postes e fiações, economia em manutenções (dispensando quebras constantes das infraestruturas), organização e praticidade.

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07

PERSPECTIVAS DO PROJETO

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Perspectiva Geral

Proposta para César de Souza Sem escala

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Uso e ocupação do solo

Uso misto

Coeficiente de aproveitamento 2,5 a 3

- Máximo de 6 pavimentos - Garagens no subsolo para liberar espaço nas ruas

Extensão máxima das quadras de 150 metros

Térreos livres

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Vista dos pedestres - conexĂľes entre quadras

138


Vista dos pedestres - conexĂľes entre quadras

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Vista dos pedestres - conexĂľes entre quadras

140


Vista dos pedestres - conexĂľes entre quadras

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Áreas verdes

Área de lazer Localização das áreas verdes existentes

Parque

Praça

142

Lazer


Proposta de Ă rea de lazer

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Trechos íngremes do terreno

Área Pública + Privada - Livre circulação dos pedestres - Edificações de uso privado Parque+ estruturas de apoio para a comunidade e visitantes Aproveitar a topografia existente

144


Parque + Complexo de apoio para a comunidade e visitantes

145


Centro de Reciclagem Distrital

Centro de Reciclagem

ETA - Vila Nova Aparecida (existente)

146


Centro de reciclagem distrital

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Trecho do oleoduto

Deck de madeira ecológica com fácil remoção em caso de manutenção e destinado para travessias de pedestres e proteção do oleoduto

Mobiliário versátil

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Trecho do oleoduto área pública

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08

TECNOLOGIA E SUSTENTABILIDADE 151


Jardim Vertical Jardins verticais foram criados como solução para a falta de áreas verdes no meio urbano e possibilidade de modificação da paisagem em locais com pouco espaço. A aplicação ocorre tanto em paredes como em muros externos, possuindo sistema de irrigação por gotejamento, automatizado ou manual (dependendo do tamanho). As fachadas de construções que utilizam o sistema de jardins verticais, propiciando qualidade visual, do ar e combate as ilhas de calor. O método construtivo pode ser executado de diferentes formas, sendo: Blocos Pré Moldados 1) Blocos de concreto fundido - jardineiras contínuas 2) Blocos de concreto socado - jardineiras em zigue-zague Instalação Opção de instalação rente a muros impermeabilizados ou sem utilização de apoio, a estruturação é feita através de nichos dos blocos, passando vigas de sustentação.

Aplicação

Blocos - estruturação

Blocos - sistema de irrigação

Blocos Cerâmicos Blocos cerâmicos fixados em paredes ou muros utilizando argamassa, sendo necessário descascar a pintura da parede para que o bloco seja fixado mais facilmente. Após a instalação é necessário impermeabilizar o painel com produtos atóxicos, para não prejudicar as plantas. Grandes sistemas precisam de um

sistema de gotejamento e/ou borrifamento

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reservatório de águas pluviais

Sistema de rega

Circuito controlado remotamente por um sistema que monitora a umidade, temperatura e qualidade da água, controlando a coleta e distribuição

distribuição

espaçadores metálicos chapa de material impermeável manta para retenção de umidade módulos para colocação de vegetações

sistema de irrigação

reservatório de águas pluviais

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Piso Drenante

Pisos drenantes são revestimentos para calçadas, parques, praças e locais para circulação de pedestres que possuem textura antiderrapante, acabamento em concreto poroso que possibilita infiltração da água pelos poros da peça, fazendo com que grande parte escoe para o solo. O material pode ter cores variadas e compor caminhos, mas seu grande diferencial é a contribuição para a drenagem urbana. Para limpar esse tipo de piso basta utilizar sabão neutro e vassoura, finalizando com jato de água. Nunca use produtos que possuem impermeabilizantes como base. Instalação 1. Nivelamento e compactação do terreno; 2. Instalação de guias de concreto ou execução de anteparos para contenção do pavimento; 3. Execução (espalhamento, nivelamento e compactação) de camadas de brita e pedriscos (preparação de sub-base/base); 5. Assentamento das peças e dos recortes; 6. Espalhamento de pedrisco fino limpo para o rejuntamento das peças, ou junta seca; 7. Retirada do excesso de material; 8. Compactação/adensamento do pavimento com placa vibratória de alta frequência.

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Sistema de Biorretenção

Sistemas de Biorretenção ou Jardins de Chuva são estruturas para escoamentos de água e acúmulo do excesso até a total infiltração no solo. O objetivo do sistema é contribuir para a drenagem urbana, à atividade das plantas e microorganismos na filtragem da água em locais com maior incidência pluviométrica e grandes áreas impermeáveis. A drenagem urbana deve ser um sistema integrado, com utilização de soluções naturais para resultados positivos, afim de compensar os impactos negativos de alagamentos em áreas urbanas. O projeto urbano implantado em César de Souza pode contribuir para cenários de enchentes, tratando-se de um terreno com grandes declives e ocasionando em maiores velocidades para as águas e proximidade a muitas áreas impermeáveis, os jardins de chuva serão implantados ao longo da área pública do oleoduto e no trecho institucional (ponto mais alto do terreno). Vantagens: Qualidade visual para a cidade, Auxílio no escoamento das águas pluviais, flexibilidade urbana, diminuição dos custos da drenagem e redução de inundações da bacia. Cuidados: Não pode ser utilizado para áreas muito grandes e locais com limitação de espaço, pois o jardim deve ser instalado em via trafegável de pedestres. Aplicações: Calçadas largas, locais onde se deseja diminuir a velocidade dos veículos e dentro dos próprios lotes Fonte: Cidades Sustentáveis

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Fonte: Soluçþes para cidades

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Centro de Reciclagem

O centro de reciclagem distrital consiste na localização de um núcleo de gestão de resíduos sólidos em uma das quadras propostas, dando uma nova destinação aos materiais (evitando o desperdício), geração de renda para a comunidade e implantação de uma cadeira de benefícios para a esfera social, ambiental e econômica. Por sua posição no centro consolidado, a inserção do centro de reciclagem promove a diminuição da circulação de caminhões dentro do distrito para destinação dos resíduos em aterros distantes. O município produz cerca de 330 toneladas por dia de lixo durante 6 dias, sendo grande parte de resíduos orgânicos. O centro possui destinação destes resíduos para composteiras, que após passarem por todos os processos, estão prontos para serem utilizados nas hortas urbanas e áreas verdes dos espaços públicos. As diretrizes para o modelo de centro de reciclagem tem proposta de expansão para outros distritos, em busca de uma rede de infraestruturas voltadas para a a correta destinação do lixo produzido. Os objetivos principais correspondem à correta destinação dos resíduos, a participação da população, o crescimento consciente e uma mudança da tradicional visão do lixo na sociedade, sendo uma grande fonte de renda e oportunidade de transformação dos materiais.

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A iniciativa busca voltar o olhar para um modo de vida integrado, entre produção, consumo e descarte.


Estudo de referência - Concurso moradia ideal: colaboração para cidades mais inclusivas e sustentáveis Proposta de uma equipe brasileira, o projeto busca reaproveitar todo o lixo gerado no meio urbano em usinas limpas, que processam resíduos orgânicos, plásticos e mineraispara dar origem a materiais de construção, fertilizantes e energia. O lixo orgânico seco é transformado em biomassa (resíduos agrupados por poliuretano vegetal biodegradável advindos da soja ou manonas, um tipo de resina). Fonte: Planeta Sustentável Abril

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09

CONSIDERAÇÕES FINAIS 161


162


As cidades atuais contam com grande parte de suas populações em áreas urbanas, diminuindo consideravelmente trechos rurais e consequentemente as áreas verdes, áreas livres e públicas. A proposta visa integrar um movo modo de vida à organização do espaço urbano , priorizando o crescimento consciente. O presente projeto busca, através de análises, estabelecer princípios para comunidades sustentáveis, utilizando de estratégias urbanas em prol da qualidade dos espaços públicos, dvalorização das características de cada local, proteção de áreas verdes, infraestruturas urbanas e desenvolvimento de constantes estudos. É possível concluir que o terreno, antes sem qualquer utilização e localizado num trecho consolidado, através da implementação do projeto, passa a ser visto como modelo de desenvolvimento e organização do processo de ocupação.

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BIBLIOGRAFIA

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168


QR Code

Acesso aos complementos do projeto final

169


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