Projeto Político Pedagógico 2017

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EMEB ARMANDO ZÓBOLI

2017


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SUMÁRIO I. IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR...............................................................04 Quadro de identificação dos funcionários.....................................................................05 Quadro de organização das modalidades....................................................................08 Histórico da unidade escolar e do Projeto Pedagógico................................................09 II.

CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA.................................................................................11

III. ANÁLISE E REFLEXÃO DAS AVALIAÇÕES REALIZADAS PELA EQUIPE ESCOLAR NO ANO DE 2014.........................................................................................13 IV. CARACTERIZAÇÃO E PLANOS DE AÇÃO PARA OS SEGMENTOS DE ATUAÇÃO DA ESCOLA.................................................................................................18 1. Caracterização da Comunidade.............................................................................18 2. Comunidade Escolar...............................................................................................22 2.1. Caracterização...............................................................................................22 2.2. Atendimento às Famílias................................................................................24 2.3. Plano de Ação para a Comunidade Escolar..................................................26 3. Equipe Escolar.........................................................................................................28 3.1. Caracterização dos Professores....................................................................28 3.1.1.

Plano de Formação para Professores...............................................32

3.1.2.

Plano de Ação para HTP...................................................................37

3.2. Auxiliares em Educação...............................................................................38 3.2.1.

Caracterização.....................................................................................38

3.2.2.

Plano de Formação para os Auxiliares................................................40

3.3. Funcionários...................................................................................................40 3.3.1.

Caracterização......................................................................................41

3.3.2.

Plano de Formação para os Funcionários............................................42

4. Órgãos Colegiados.................................................................................................44 4.1 Conselho de Escola.......................................................................................44 4.1.1 Plano de Ação do Conselho de Escola..................................................46 4.2 Associação de Pais e Mestres .......................................................................48 4.2.1 Caracterização.....................................................................................48 4.2.2 Plano de Ação da APM.......................................................................49 V.

ORGANIZAÇÃO

E

DESENVOLVIMENTO

DO

TRABALHO

PEDAGÓGICO........53 1. Objetivos...............................................................................................................53 2. Princípios que norteiam o trabalho.......................................................................54 3. Objetivos Gerais da Educação Infantil .................................................................55


3

4. Campos de Experiências......................................................................................56 4.1 Oralidade e Letramento.....................................................................................62 4.2 Campo do Jogo Simbólico ................................................................................70 4.3 Campo da Construção.......................................................................................71 4.4 Conhecimento Espacial e Matemático...............................................................71 4.5 Habilidades do Corpo.........................................................................................73 4.6 Artes Visuais e Música.......................................................................................75 5. Organização das Atividades de Rotina......................................................................78 5.1 Período de Adaptação e Acolhimento das Famílias e Crianças........................79 5.2 Brincar................................................................................................................82 5.3 Entrada/Acolhimento..........................................................................................87 5.4 Acolhimento das famílias...................................................................................88 5.5 Repouso.............................................................................................................89 5.6 Horário das Refeições.......................................................................................90 5.7 Integração entre as Turmas...............................................................................95 5.8 Atividades Diversificadas ..................................................................................96 5.9 Estudo do Meio..................................................................................................97 5.10 Procedimentos para Garantir o Bem-Estar dos Bebês e Crianças...................98 6. Avaliação das Aprendizagens................................................................................104 VI. CALENDÁRIO ESCOLAR HOMOLOGADO...............................................................109 VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................110 VIII. ANEXOS....................................................................................................................112


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IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR

Escola Municipal de Educação Básica ARMANDO ZÓBOLI. Rua Carlos Wunderlick, nº110. Jardim Detroit – São Bernardo do Campo – São Paulo. CEP: 09840-460. Fones: (11) 4109-5282 / 4352-4949. Fax: (11) 4352-4949 E-mail: armando.zoboli@saobernardo.sp.gov.br CIE: 385323

Identificação da Equipe Gestora Diretora: Luci Márcia Capovilla Coordenadora Pedagógica: Márcia Izabel de Souza Quisselaro

Orientadora Pedagógica responsável pelo acompanhamento Déa Cristiane Kerr Affini

Equipe de Orientação Técnica responsável pelo acompanhamento Psicóloga: Teresinha Lodovica Barboza de Souza Fonoaudióloga: Mônica Guedes Carvalhares de Souza Fisioterapeuta: Flávia Lente Assistente Social: Márcia Maria Maiole Carvalho

Modalidade de ensino oferecida pela escola Creche para crianças de 0 a 3 anos.

Horário de Funcionamento Período integral, de segundas às sextas-feiras, das 7h30min. às 17h30min. Atendimento na secretaria Das 7h às 17h, de segundas às sextas-feiras.


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Quadro de Identificação dos Funcionários.

Nº .01 .02 .03 .04 .05 .06 .07 .08 .09 .10 .11 .12 .13 .14 .15 .16 .17 .18 .19 .20 .21 .22 .23 .24 .25 .26 .27

FUNCIONÁRIO Adriano Candido da Silva Alba Valeria Bermejo Alex Marques Lara Ana Paula Franca Machado Silva Andréia Cristina Tosche Aparecida Maria Dornelas Ayde Fukuyama Camila Oliveira de S. Vazquez Caroline Rodrigues Cuccinello Cezira Aparecida Gonçalez Baldi Cristiana da luz Oliveira Daniele de Fátima Marques Mendler Dina de S. Barreto Sales Driele Custódio da Silva Martins Edna Ribeiro dos Reis Demarchi Eliene Santos Gomes Elisangela Pedro Couto Lopes Emistefânia Luna da Silva Erica da Conceição Rodrigues Fabíola Pereira G. Sarmento Fani Cristina Silva Gabriela Garcia Greice Limas Fernandes Isabel Hernandes S. Souza Ivania Marin Ivanilda Maria de Lima Ivany Maria Batista

MATRÍCULA

CARGO/FUNÇÃO

61.422-8 26.127-7 41.969-8 42.399-6 62.416-6 38.748-3 40.601-1 42.425-1 40.018-8 37.990-3 33.232-3 35.509-2 ....... 40.825-9 34.491-2 30.125-5 41.930-5 ....... 40.617-6 38.732-8 33.412-1 40.653-2 41.007-6 35.848-0 40.619-2 62.159-0 36.461-7

Apoio Professora Aux. em Educ. Professora Professora Aux. em Educ. Aux. em Educ. Professora Professora Professora Professora Professora Cozinheira Aux. em Educ. Professora Ajudante Geral Professora Cozinheira Aux. em Educ. Professora Aux. em Educ. Aux. em Educ. Aux. em Educ. Aux. em Educ. Aux. em Educ. Apoio Professora

HORÁRIO TRABALHO 6h30 às 15h30 10h40 às 17h30 7h30 às 16h30 10h40 às 17h30 10h40 às 17h30 8h00 às 17h00 8h00 às 17h00 10h40 às 17h30 7h00 às 13h50 10h40 às 17h30 10h40 às 17h30 7h00 às 13h50 6h30 às 16h00 8h00 às 17h00 10h40 às 13h50 8h15 às 17h15 7h00 às 13h50 7h00 às 16h50 7h30 às 16h30 7h00 às 13h50 8h00 às 17h00 8h00 às 17h00 8h00 às 17h00 8h30 às 17h30 8h00 às 17h00 8h00 às 17h00 10h40 às 17h30

PERÍODO DE FÉRIAS Alternado Janeiro Janeiro Janeiro Janeiro Janeiro Janeiro Janeiro Janeiro Janeiro Janeiro Janeiro Alternado Janeiro Janeiro Alternado Janeiro Alternado Janeiro Janeiro Janeiro Janeiro Janeiro Janeiro Janeiro Alternado Janeiro


6

.28 .29 .30 .31 .32 .33 .34 .35 .36 .37 .38 .39 .40 .41 .42 .43 .44 .45 .46 .47 .48 .49 .50 .51 .52 .53 .54 .55 .56 .57 .58 .59

Janaina de Abreu Brandão Jessica Ferreira Nazar Joana D'arc de Oliveira da Silva Jose Edmicio Josilene Mendes Oliveira Laila Pereira de Oliveira Luci Márcia Capovilla Lúcia de Fátima Silva Luciene Lima dos Santos Carrasco Lucimeire de Melo Luiza Islamar A. Beserra de Mor Márcia Izabel de Souza Quisselaro Maria Agmar da Silva Bento Maria Aparecida de Freitas Bento Maria Aparecida dos Santos Carvalho Maria do Carmo Almeida Nóbrega Maria Irailma F. Paulino Marlene Azevedo da Mata Barros Marta Jodar Rodriguez do Rosário Mônica Elisa Lopes Moulin Alves Nádia dos Santos Vilas Boas Natalia Aparecida Marques Monteiro Paloma de Lima Tavares Paola de Lima Santos Peterson Luis de Andrade Priscila de Oliveira Francisco Strufaldi Priscila Justino de Oliveira Rodolfo Oliveira Paiva Rosália das Neves Assis Rosenilda Barbosa Santos Sara Rosa de Carvalho Simone Oliveira Barbosa Coelho

40.640 -1 37.171-9 22.118-6 ....... 61.639-3 37.927-0 22.744-1 33.326-4 42.052-4 61.485-4 37.637-9 25.244-0 60.108-1 39.307-6 ....... 61.598-1 61.324-8 61.371-9 61.482-0 38.161-5 19.920-6 39.538-7 41.424-0 41.660-8 38.513-0 38.387-9 61.375-1 42.095-6 38.039-2 ....... 60.550-6 38.684-3

Aux.r em Educ. Professora Professora Segurança Professora Aux. em Educ. Diretora Escolar Aux. em Educ. Professora Apoio Professora Coord. Ped. Apoio Aux. em Educ. Cozinheira Apoio Apoio Apoio Apoio Professora Apoio Professora Aux. em Educ. Aux. em Educ. Oficial de Escola Professora Apoio Aux. em Educ. Professora Cozinheira Apoio Professora

8h00 às 17h00 10h40 às 17h30 10h40 às 17h30 6h00 às 18h00 7h00 às 13h50 8h00 às 17h00 7h00 às 16h00 8h00 às 17h00 10h40 às 17h30 6h30 às 15h30 7h00 às 13h50 8h30 às 17h30 6h30 às 15h30 8h00 às 17h00 7h00 às 16h50 6h30 às 15h30 7h00 às 16h00 8h15 às 17h15 6h30 às 15h30 10h40 às 17h30 6h30 às 15h30 10h40 às 17h30 7h30 às 16h30 7h30 às 16h30 7h00 às 16h00 7h00 às 13h50 6h30 às 15h30 7h30 às 16h30 7h00 às 13h50 7h00 às 16h50 6h30 às 15h30 7h00 às 13h50

Janeiro Janeiro Janeiro Alternado Janeiro Janeiro Janeiro Janeiro Janeiro Alternado Janeiro Janeiro Alternado Janeiro Alternado Alternado Alternado Alternado Alternado Janeiro Alternado Janeiro Janeiro Janeiro Alternado Janeiro Alternado Janeiro Janeiro Alternado Alternado Janeiro


7

.60 .61 .62 .63 .64 .65

Simone Regia Carvalho da Silva Solange Polloni Pinto Nejm Thais Adriane de Jesus Santana Valdenice Francisco de Gois Leliard Viviane Rocha Bispo Wesler Rodrigues

40.677-8 38.685-1 41.049-0 37.193-9 37.563-2 .......

Aux. em Educ. Professora Professora Professora Professora Segurança

8h00 às 17h00 10h40 às 17h30 7h00 às 13h50 7h00 às 13h50 10h40 às 1730 6h00 às 18h00

Janeiro Janeiro Janeiro Janeiro Janeiro Alternado


8

Quadro de Organização das Modalidades Período

Integral 0 a 3 anos

Agrupamento

Turma

Professoras

Auxiliar em Educação

Total de crianças por turma

Berçário Inicial

BIA

VALDENICE/CAMILA

APARECIDA DORNELAS / ERICA

15

Berçário Final

BIIA

PRISCILA STRUFALD/LUCIENE

Berçário Final

BIIB

ELISANGÊLA/ALBA

GREICE/PALOMA

12

Infantil I

A

CEZIRA/EDNA

DRIELE

18

Infantil I

B

SIMONE/MÔNICA

IVANIA

19

Infantil I

C

DANIELA/JÉSSICA

JANAINA

18

Infantil I

D

THAIS/ANA PAULA

SIMONE

18

Infantil II

A

LUIZA/JOANA

LUCIA

23

Infantil II

B

JOCELI/VIVIANE

LAILA

23

Infantil II

C

FABÍOLA/IVANY

AYDE

23

Infantil II

D

ROSÁLIA/NATÁLIA

FANI

24

CIDA BENTO/PAOLA

Total de crianças por período

12

205


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HISTÓRICO DA UNIDADE ESCOLAR E DO PROJETO PEDAGÓGICO

Atendemos 205 crianças organizadas 11 turmas, de acordo com a faixa etária. Nossa equipe é formada por: professores, auxiliares em educação, pessoal de apoio à limpeza, cozinheiras, oficial de escola, vigilantes, coordenadora pedagógica e diretora. Trabalhamos em parceria com a Equipe de Orientação Técnica, orientadora pedagógica, fonoaudióloga, psicóloga, terapeuta ocupacional, assistente social, nutricionista e fisioterapeuta. Procuramos ressaltar e divulgar entre a comunidade escolar que as crianças que atendemos têm, garantido em Lei, o direito de acesso e permanência na escola de Educação Infantil. Porém, diante da falta de vagas para todos, a Secretaria de Educação do município estabeleceu critérios que priorizam as crianças dos pais trabalhadores e com baixa renda e são esses critérios que nos respaldam para efetivarmos matrículas. Algumas vezes, recebemos crianças além das quantidades determinadas no edital de matrículas, devido aos mandados judiciais, especialmente nos berçários, pois esta é a única escola da região que atende a essa faixa etária. Não há como contextualizarmos a história da EMEB Armando Zóboli sem a compararmos com a constituição do bairro Jardim Detroit e com os acontecimentos vivenciados no país. A explosão demográfica, as constantes crises econômicas e a consequente mudança do papel da mulher, que saiu para o mercado de trabalho, impulsionaram moradores do bairro e seus representantes a cobrarem das políticas públicas a construção dessa creche. Nossa história inicia com a luta da comunidade por um espaço seguro e educativo para deixar as crianças enquanto as famílias trabalhassem. O prédio foi construído onde antes era um terreno baldio e acidentado, que por muito tempo foi utilizado para as crianças brincarem e posteriormente serviu como depósito de lixo. As obras de construção desta escola iniciaram no primeiro semestre de 2007 e terminaram em março de 2008. Em 27 de março, deste mesmo ano, foi inaugurada, intitulada como “EMEB do Jardim Detroit” e somente em 17 de Abril de 2008 obteve a nova denominação EMEB “Armando Zóboli”, através da lei nº 5.847/2008, Projeto de Lei nº 65/2008. Inicialmente, não havia muro ou cerca que separasse a escola das casas dos vizinhos. Em 2011 a escola passou por uma reforma significativa para melhorar a estrutura interna e área externa. Delimitamos o espaço da escola, entre o parque e as


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casas, construindo um muro com alambrados. Durante esta reforma, descobrimos, no pavimento inferior, um espaço vazio totalmente fechado com paredes. Uma nova reforma foi realizada em 2013, quando decidimos adaptar esses espaços vazios, transformando-os em ateliê, brinquedoteca, além de uma sala para guardarmos materiais pedagógicos. Essas modificações possibilitaram a ampliação do atendimento, de 10 para 11 turmas e a qualificação do trabalho. A refeição dos bebês, inicialmente, acontecia nas salas referências, o que causava um incômodo nos educadores, já que grande parte das propostas pedagógicas e os momentos de repouso também aconteciam nestes locais. Realizamos algumas adaptações na sala de reuniões na tentativa de qualificar esta demanda, até que, a partir de 2013 o refeitório dos berçários começou a funcionar no andar superior, onde antes havia a brinquedoteca. Entendemos os momentos de refeições como ricos em possibilidades de aprendizagens para as crianças. Ao longo desses anos, através de estudos, pesquisas e tematização de práticas, realizamos significativas mudanças nas formas de atendêlas

nesses

momentos,

buscando

práticas

humanizadoras,

com

um

olhar

individualizado. Essas reflexões tem fortalecido o trabalho simultâneo com pequenos grupos. Grupos menores possibilitam que os educadores tenham uma atenção mais individualizada para os pequenos, atendendo com mais qualidade suas necessidades. Outros espaços físicos da creche também tiveram modificações, pois, estamos sempre pensando em melhores formas de atender as necessidades das crianças e bebês. Conhecer a história do bairro e olhar para nosso entorno também impactou fortemente a forma em que construímos a nossa história. Nossos projetos originaramse do conceito de que temos uma grande responsabilidade com o meio ambiente, pois, temos um sério problema de depósito de lixo na calçada da escola. Em contrapartida, temos também a falta de espaços nas moradias para acondicionar o lixo e para as crianças brincarem, o que nos preocupa muito! Partindo dessas observações é que em 2014 se originou o Projeto coletivo e permanente da escola: “Quintal de Brincadeiras”. A ideia de resgatar o espaço para uma infância saudável e feliz tem impulsionado diversas reflexões e qualificações dos nossos fazeres. Os estudos e observações comprovam que bebês e crianças precisam do contato constante com a natureza, temos como meta

transformar os espaços da

escola para que sejam mais acolhedores e naturais. Por isso, em 2016, investimos no plantio de árvores, ervas, flores e verduras, envolvendo a comunidade escolar neste


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trabalho, com o apoio da Secretaria de Educação e do Meio Ambiente, que nos doou 24 mudas de árvores de diversas espécies. De modo geral, a comunidade avalia bem o trabalho realizado nessa escola, as famílias voltam a nos procurar reivindicando vagas. Infelizmente não conseguimos atender todas as crianças que precisam da creche e nem tampouco aquelas famílias que gostariam que seus filhos estivessem no Armando Zóboli. A lista de espera é grande, atualmente são 112 crianças que estão sem creche e raramente ocorrem evasões / desistência de vagas.

II. CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA “Cuidar é mais que um ato; é uma atitude. Portanto, abrange mais que um momento de atenção, de zelo e desvelo. Representa uma atitude de ocupação e de envolvimento afetivo com o outro.” (Leonardo Boff).

Para estudo e elaboração do Projeto Político Pedagógico, utilizamos as orientações do Ministério da Educação nos seguintes documentos: Lei de Diretrizes e Bases 9394/96; Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil, 2010; Indicadores de Qualidade de Educação Infantil, especificamente os temas relacionados à: Gestão Democrática, Acesso e Permanência e Práticas Pedagógicas e a Base Nacional Comum Curricular. Nossas metas para cada ano letivo são pensadas por meio de avaliações com a participação dos funcionários e famílias. Entendemos que a construção do Projeto Político Pedagógico é permanente e deve ser realizada de forma democrática, por isso, são tomadas em conjunto com o Conselho de Escola e Associação de Pais e Mestres. Hoje, a Educação Infantil de 0 a 3 anos está incorporada em Lei como sendo a primeira fase da escolaridade da criança, segundo os artigos 29 e 30, é a “primeira etapa da educação básica”, sendo oferecida em creches para as crianças de zero a 3 (três) anos e em pré-escolas para as crianças de 4 (quatro) a 6 (seis) anos de idade. Porém, ainda almejamos superar a concepção assistencialista das creches e a importação de práticas de outros segmentos, buscando uma identidade própria das instituições que atendem bebês e crianças pequenas, para que a comunidade escolar valorize e entenda que a educação de crianças de zero a três anos em instituições de Educação Infantil é importante e necessária. Todos os envolvidos com a educação


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precisam compreender o papel social da escola nessa fase tão importante da vida do ser humano. Nesse sentido, buscamos investir em formações que ressaltem o respeito à criança como sujeito de direito, ativo em seu processo de aprendizagem e combatemos qualquer tipo de ação que a desrespeite. Todos os funcionários devem observar e estranhar ações como, por exemplo: apelidar crianças; colocá-las de castigo; falar mal de sua família; não atender suas necessidades afetivas e físicas falar em tom de voz irônico ou debochado; não ouvi-las ou gritar para intimidá-las. Situações que provoquem na criança o medo, o choro, a insegurança e a discriminação deverão ser combatidas imediatamente. Entendemos que toda ação do adulto provocará uma reação na criança que está construindo sua personalidade, portanto, devemos cuidar da forma como olhamos, falamos e intervimos com elas. Seja realizada pelas educadoras da sala como pelos demais funcionários, a ação é educativa, por isso, deve ser realizada com cuidado, atenção e respeito à criança. Nosso objetivo não é substituir as famílias, no que se refere a compensar carências afetivas ou de ordem material e também não queremos uma educação “escolarizada” que antecipe práticas tradicionais do ensino fundamental, ou seja, que prepare a criança para o futuro escolar. Buscamos um atendimento onde as crianças possam viver sua infância e ter todas as oportunidades para desenvolver-se de forma plena e integral. Acreditamos que a construção de conhecimentos se dá por meio das interações que ocorrem entre as crianças, seus parceiros e com os adultos da escola. Todas são capazes de participar ativamente do processo educativo desde os primeiros dias de vida, conforme sua fase e idade.

Através das interações e do cuidar/ educar dos

adultos, a criança constrói sentidos e significados sobre o mundo e sobre si mesma, experimentando diferentes sensações e, assim, vai se apropriando e transformando a cultura. Temos como o eixo principal de trabalho o brincar, pois, sabemos que enquanto brincam, interagem com outras crianças e adultos, desenvolvem a sua imaginação, expressividade, oralidade, faz conexões entre a realidade e fantasia. Também valorizamos a importância do movimento na organização do seu pensamento. A criança se expressa de corpo inteiro e o tempo todo. Por isso, não validamos práticas que contenham o corpo: como exigir que fique sentada por longo tempo, andar em filas ou impedir a exploração livre e as possibilidades do seu corpo e do ambiente.


13

Frequentemente, planejamos situações de cuidados, brincadeiras, vivências e aprendizagens, prevendo momentos onde crianças de idades diferentes se encontrem e brinquem juntas: irmãos, primos e inclusive os vizinhos, por exemplo, durante as transições das crianças pelos espaços, na hora das refeições. Como ponto de partida para a ação educativa, valorizamos os conhecimentos que as crianças trazem de seus lares, sem discriminar. As características específicas de suas idades também são consideradas para planejarmos nossas ações pedagógicas. A afetividade com as crianças, o apoio constante a sua curiosidade natural atrelada a observação e registros sistemáticos por parte do educador são fios condutores para que possa estabelecer, possibilitar e garantir estratégias didáticas adequadas às crianças que vivenciarão experiências significativas, ricas e variadas. Enfim, os gestos, movimentos corporais, sons produzidos, expressões faciais, as brincadeiras e toda forma de expressão, representação e comunicação devem ser consideradas como fonte de conhecimento para o educador sobre o que a criança já sabe. Conforme as crianças vão se apropriando da fala, é possível criar situações intencionais nas quais sejam capazes de explicitar seus conhecimentos pela oralidade. Para alcançarmos uma boa qualidade no atendimento, acreditamos ser importante a formação permanente para toda equipe escolar, bem como, estreitarmos parceria com a comunidade escolar. Para nós é fundamental que as famílias conheçam e confiem em nosso trabalho. Buscamos meios de acolher e inclui-las nas discussões e construção do Projeto Político Pedagógico. Falar em projeto implica, sobretudo, falar de tempo. Tempo para discutir, experimentar, interiorizar, refletir, agir, sonhar, realizar. A escola é feita por gente, que faz, participa, reivindica, sonha, luta e acredita na educação de qualidade. Realizamos constantes avaliações durante o ano para

qualificar o trabalho

pedagógico. III - ANÁLISE E REFLEXÃO DAS AVALIAÇÕES REALIZADAS PELA EQUIPE ESCOLAR NO ANO DE 2016 E METAS PARA 2017

De acordo com a orientação da S.E, realizamos a reunião pedagógica, no dia 02 de dezembro de 2016, com a participação de todos os funcionários da escola, cujo objetivo principal foi realizar a avaliação anual, baseada nos Indicadores de Qualidade na Educação Infantil1. Tivemos como foco em três Dimensões: 1

Documento elaborado pelo MEC em 2009


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Gestão Democrática;

Acesso e Permanência e Sucesso escolar;

Práticas Pedagógicas. Nesse encontro, discutimos e concordamos que se idealizamos uma pedagogia

humanizadora, é preciso exercitar a tolerância, a compreensão, solidariedade, o diálogo e empatia na educação dos bebes e crianças pequenas. Também discutimos sobre a saúde das crianças que frequentam a creche e como as famílias e a escola tem resolvido as questões referentes a isso. Esclarecemos sobre os princípios e pensamos que para o ano de 2017, é necessário investirmos em ações que afinem a relação entre escola e famílias, para que ambas as instituições se complementem, conforme as metas nos quadros abaixo:

DIMENSÃO 1 : GESTÃO DEMOCRÁTICA METAS

AÇÕES

Transparência

RESPONSÁVEIS

na Enviar as informações por e-mail.

administração dos recursos

Divulgar informações acerca das reuniões

financeiros pela APM. Deixar sempre a lista de recursos usados de

Gestoras, educadores e pais.

fácil visualização da equipe e dos pais. Divulgação em encontros pedagógicos.

Participação/acesso

às Revezamento de horários dos educadores

Gestoras e

informações

as que fazem parte dos órgãos colegiados.

professores que

decisões

sobre

tomadas

pelos

são membros dos

Órgãos Colegiados (APM e Compartilhar as pautas e atas em reuniões Conselho de Escola).

órgãos.

pedagógicas.

Trabalho em parceria com Formações com todos os funcionários sobre Gestoras e professoras. base nos princípios de o tema. respeito,

solidariedade

cooperação.

e


15

DIMENSÃO 2: ACESSO, PERMANÊNCIA, SUCESSO ESCOLAR METAS

AÇÕES

Qualificar o acolhimento às Educadores

farão

RESPONSÁVEIS registros

de

sobre

as

famílias e crianças quando acompanhamento chegaram

atrasadas

ficaram

ou dificuldades

encontradas

para

Professoras e gestoras

temporariamente acolher as crianças.

afastadas.

Socializaremos as boas práticas de acolhimento

em

reuniões

Acompanhar os casos de formativas. atrasos para entender as Promoveremos

encontros

causas e buscar soluções famílias

acompanhar

junto à família.

para

com as

questões relativas aos atrasos e possíveis encaminhamentos.

Acolhimento das crianças que

Sempre que possível

Educadores

necessitaram de uma atenção

manteremos, o 4º educador para

das salas

individualizada por um tempo

melhor atendimento.

referências e

maior.

Organizaremos a escala para

gestoras

auxiliares de apoio. Diálogo de sensibilização sobre a importância do período de adaptação com as famílias, respeitando os princípios do PPP. Intensificar a valorização das

Equipe

diferenças: étnicas raciais, de

Formação sobre Diversidade

escolar com

gênero, culturais, entre outras,

com foco nas questões de

apoio da

de forma que as crianças e

gênero na sociedade atual.

equipe

adultos-educadores desenvolvam

atitudes

gestora de

respeito e tolerância frente às diferenças

e

aprendam

a

conviver com a diversidade. Garantir o direito das crianças a

Discutir sobre o tema em

Educadores


16

outra atividade, no momento de descanso,

quando

necessitaram

reuniões.

das salas

não

dormir

referências.

ou

Continuar mantendo um espaço

acordaram antes das demais.

com propostas mais tranquilas, na sala referência, validado no P.P.P., para a criança que não sente sono e para aqueles que acordam antes.

DIMENSÃO 3: PRÁTICAS PEDAGÓGIAS METAS

AÇÕES

Responsáveis

Revitalizar os espaços internos e Planejamento externos

para

adequar

de

às sequencias/projetos

didáticos

Todos.

necessidades de exploração das envolvendo as famílias. crianças e bebes com maior segurança e possibilidades de aprendizagens.

Atuação dos órgãos colegiados nas

questões

relacionadas

às

melhorias do ambiente escolar. Organizações semanais em HTP.

Valorizar e incentivar projetos de Projetos sobre Horta, natureza, Professoras plantio de flores e plantas em animais. ambientes externos e internos da escola,

para

garantirmos

contato com a natureza. Formação musical.

sobre

o

Estabelecer famílias

parcerias

para

com

participarem

as dos

projetos.

linguagem Elaborar Plano de Estudos com Diretora, foco na música para bebes e Coordenadora crianças. Estabelecer

professoras. parcerias

comunidade/pais

(canto,

com

a

dança,

teatro) apresentações em geral. Planejar oficinas práticas para os educadores e famílias.

e


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Convidar artistas/educadores para se apresentar para as crianças. Qualificar

o

atendimento

em Socialização

subgrupos, especificamente nos práticas horários das refeições.

e

com

tematização toda

a

de Gestoras

e

equipe professoras.

envolvida nas ações. Avaliações periódicas, seguidas de socializações

e

tomadas

de

decisões conjuntas.

DIMENSÃO 4: HIGIENE E SAÚDE METAS

AÇÕES

Responsáveis

Intensificar as ações de constante atenção para Colocar bebedouros/filtros adequados à

Toda equipe

oferecer água aos bebes, criança em alguns espaços.

escolar em

várias vezes ao dia e de

parceria com

acordo

órgãos

com

a Disponibilizar mais jarras e copos.

necessidade individual.

Investir

na

colegiados.

autonomia

para as crianças para beberem água, todas as vezes

que

sentiram

sede, de acordo com a própria necessidade.

Qualificar as ações de Providenciar suportes de papel

Gestoras

em

cuidado educativo com a higiênico;

parceria

higiene dos narizes e das

órgãos colegiados e

mãos

demais educadores.

das

crianças, Construir lavatório para adultos nos

especialmente antes e refeitórios; durante as refeições. Disponibilizar mais lixeiras.

com

os


18

Higienização constante

Redistribuição das tarefas da equipe de

dos brinquedos.

apoio.

Equipe gestora.

Professoras, Investir na revitalização

Diálogos constantes entre educadoras e auxiliares em

da calçada da escola.

equipe referência da sala.

educação e e equipe de apoio.

IV. CARACTERIZAÇÃO E PLANO DE AÇÃO O PARA OS SEGMENTOS DE ATUAÇÃO DA ESCOLA “Se esta rua, se esta rua fosse minha Eu mandava, eu mandava ladrilhar Com pedrinhas, com pedrinhas de brilhante Para o meu, para o meu amor passar” (Cultura Popular Brasileira)

1. Caracterização da Comunidade A unidade escolar está localizada no Jardim Detroit, aproximadamente a oito quilômetros do centro da cidade de São Bernardo do Campo. Desde a fundação do bairro, por volta dos anos 70, os moradores organizam-se para reivindicar as melhorias. Nessa época, criaram a Sociedade Amigos do Bairro que funciona até os dias atuais, próximo à unidade escolar. Este órgão teve e tem uma participação fundamental em diversas conquistas, especialmente na construção de nossa unidade escolar e das demais que existem no bairro: EE Jean Piaget, EMEB Ana Maria Poppovic, EMEB Ari Lacerda Rodrigues. Em reunião pedagógica realizada em 2015, com todos os funcionários e com a presença de dois moradores antigos, Sr. Osvaldo e Sr. Manoel, a equipe escolar teve a oportunidade de conhecer melhor a história da fundação do bairro: “Em 1973 esse Bairro era formado por chácaras e havia apenas 14 casas, todas feitas de madeira. Tinha muito pé de amora. Neste tempo, não existiam ruas e a comunidade sofria com as constantes enchentes. Os moradores se juntaram e reivindicaram por construção das ruas e por saneamento básico, conversando diretamente com o prefeito da época. É muito bom conhecer tão bem esse bairro, ver crescer e fazer parte de sua história. Para resolver os problemas e ajudar a comunidade tem que conhecer... alguns prefeitos exercem seus mandatos sem conhecer os problemas do bairro, porque não visitam o local e não conversam com os moradores.” (Relato do senhor Osvaldo Gomes da Silva, membro da Sociedade Amigos do Bairro e um dos primeiros moradores do Jardim Detróit em Reunião Pedagógica realizada no dia 27 de março de 2015).


19

Na década de 80, com o loteamento das chácaras, houve uma explosão demográfica e um crescimento desordenado de moradias, aumentando também a violência e a inserção do tráfico de drogas. Até os dias atuais, os moradores do entorno da escola não tem escritura de seus terrenos, apenas contrato de compra e venda e concessão de uso por 99 anos que pode se renovar por até quatro gerações. “A escola foi construída num terreno que, inicialmente, servia para brincarmos livremente.” (relembram a professora Fabiola e a auxiliar em educação, Dalva - 2015).

Porém, com as mudanças ambientais, estruturais, sociais, aliadas à falta de segurança, as crianças perderam esse espaço. Essa área passou a ser considerada perigosa, servindo à criminalidade, além de depósito de lixo. Em 2007, com a construção e inauguração da escola, foi devolvido às crianças o lugar de vivência da infância. Convidamos toda a equipe escolar para passear pelo bairro, para olhar e reparar o entorno e pensar sobre as dificuldades ou as possibilidades que oferece. Nas proximidades da escola, reparamos que há um parque que fora construído sobre o que antes era um córrego, área conquistada também pela mobilização da Sociedade Amigos do Bairro. Este local foi idealizado para ser uma área de lazer em que é possível fazer caminhadas, exercícios em equipamentos de madeira e para as crianças brincarem no playground, onde é possível constatar a falta de manutenção e má conservação. Vimos lixos espalhados por toda extensão, os brinquedos estão enferrujados e as pedras do playground foram retiradas. Pareceu-nos que o serviço público não realiza a manutenção desse espaço e nem repõe o que é retirado. Segundo os moradores, a presença de usuários de drogas, em determinado período do dia neste local, inibe a utilização do parque pelas crianças e suas famílias. A Praça Daniel Cesário Barbosa, próxima ao cemitério da Vila Carminha, é outra opção que a comunidade teria para levar as crianças, realizar passeios e caminhadas, porém, segundo alguns moradores das proximidades, já não é possível realizar essas atividades devido a grande incidência de assaltos e a ocupação de usuários de entorpecentes, mesmo durante o dia. Há um contraste de consciência ecológica – preservação do meio e lixo. Algumas áreas verdes nesses locais são preservadas: trepadeira, canteiro, plantas e flores e algumas pessoas se preocupam com a estética. Ao lado da EMEB Ari Lacerda Rodrigues, há um campo de futebol, onde é possível levar as crianças para brincar.


20

Em nossa opinião, se fossem cuidados, esses espaços poderiam ser ricos para se viver a infância, possibilitando a brincadeira e as relações sociais, fundamentais para o desenvolvimento humano, já que, no atual contexto, as casas perderam os seus quintais, possuem cômodos mais apertados e, muitas vezes, as crianças são obrigadas a ficarem confinadas, geralmente em frente à TV ou recursos midiáticos. Em algumas ruas do bairro, há muito trânsito de automóveis e poucos espaços para brincar. É comum vermos as crianças das casas vizinhas brincarem na calçada em frente à escola, pulando amarelinha ou sobre os muros e lajes empinando pipa. Nos finais de semana, crianças brincam na rua sem saída, na lateral da escola, inclusive algumas entram na escola para usar o parque. A paisagem do bairro traz imagens que se contrastam: pequenas áreas verdes, bem cuidadas pelos moradores dividem o espaço com sacos cheios de lixo. As caçambas são insuficientes para armazenar todo o volume de dejetos, que acabam por ficar espalhados pela calçada. Em contrapartida, há vários locais de reciclagem e coleta seletiva de iniciativa privada e muitos “catadores autônomos”, porém, parece que alguns moradores do bairro ainda não se conscientizaram quanto à importância da reciclagem. O caminhão de lixo passa nas segundas, quartas e sextas-feiras para recolher o lixo orgânico. Apesar de ser divulgado o dia do “Bota-Fora” (serviço público de retirada de móveis e equipamentos em desuso), observamos o hábito de depositar nas calçadas: camas, sofás, armários, colchões, gavetas, etc. junto com o lixo orgânico. É comum, moradores transformarem garagens em pequenos comércios (salão de cabelereiro, lojas, bazares, bares, brechós, sorveterias, doçarias, entre outros). Há também muitos templos religiosos, o que demonstra a fé da comunidade e suas diversas crenças. Embora o bairro tenha sofrido com o crescimento desordenado para construção das moradias, algumas pessoas da comunidade se preocupam em cultivar plantas em espaços pequenos ou vasos. Conservam um pouco das belezas naturais: jardins, árvores frutíferas, ervas medicinais, que atraem passarinhos e borboletas. É comum vermos animais domésticos nos lares, como: galinha, pintinho, cachorro, gatos, o que demonstra também, necessidade de manter uma relação harmoniosa com a natureza.


21 “Nos arredores da escola, nossa vizinha, dona Francisca, moradora antiga do bairro conta suas histórias sobre cada uma de suas plantas, algumas delas trazidas da Paraíba. Em seu pequeno terreno, há parreira, ervas medicinais, pés de laranja, café, pitanga e palmito, os quais, Dona Francisca cuida com acentuado zelo.” (Professora Rosália - 2015).

Reparamos os muros e as pichações (arte urbana) que, de certo modo, revelam o pensamento dos jovens moradores. Algumas escritas parecem uma afronta, como por exemplo, no portão de uma empresa onde está escrito: “Eu picho, você pinta, vamos ver quem tem mais tinta”. Outras revelam o respeito da comunidade pelas crianças, como no próprio muro da escola, onde há anotação: “Cuidem de nossas crianças, elas são razão, o futuro e a esperança”, ou na parede de um dos parques do bairro em que felicitam o dia das Crianças, com um desenho de uma personagem de desenho animado (Pepa), juntamente com escrita dos nomes das crianças do bairro.

Muro lateral da escola, pichado pela comunidade local antes da inauguração.

Ao final da visita pelo bairro e com a contribuição dos relatos do Sr. Osvaldo, os encantamentos se sobrepuseram aos estranhamentos, aos olhos de quem reparou. “Foi bom conhecer a história de como esse bairro cresceu. Percebo um ambiente muito familiar.” (Professora Fabíola - 2015).


22

Concluímos que, a exemplo dos grandes centros urbanos, as crianças deste bairro também perderam o espaço de brincar para construção de casas, por descuido com o lixo, pela violência, pelo trânsito excessivo de automóveis. Olhar para o espaço da Armando Zóboli, como olhamos para o Bairro e reparar que precisa ser revigorado e preparado para atender as necessidades das crianças nessa etapa da vida, para que vivam de forma plena e feliz é repensar a função da escola da infância. Resgatar o espaço do brincar, possibilitando o contato maior com a natureza e sensibilizar todos os envolvidos com o trabalho educativo para a preservação do meio ambiente, são os desafios e algumas formas de concretizarmos nossos sonhos em prol de uma de educação mais humanizadora.

2. Comunidade Escolar “Isso tudo porque a gente foi criado em lugar onde não tinha brinquedo fabricado. E não tendo brinquedo fabricado era a gente que tinha que inventar nossos próprios brinquedos. Eram boizinhos de osso, automóveis de lata, bolas de meia. A gente via um sapo e imaginava que ele era um boi de cela. A gente olhava para ele e viajava. Outra coisa que a gente fazia era ouvir nas conchas o segredo do Universo. Eu acho que o quintal que a gente brincou quando era criança era maior que a cidade. A gente só descobre isso depois de grande. A gente descobre que o tamanho das coisas há de ser medido pela intimidade que a gente tem com elas.” (Manoel de Barros)

2.1 – Caracterização da Comunidade Escolar

Por meio das fichas de levantamento de dados pessoais/ fichas de matrículas, que são preenchidas no início do ano, podemos constatar que em nossa comunidade escolar, as famílias são compostas pela figura dos pais (pai e mãe) que contam com a ajuda dos avós como apoio para educar as crianças. A grande maioria tem Ensino


23

Médio completo e idade entre 21 a 30 anos. São de origem da região sudeste e nordeste. As atividades de lazer das famílias variam entre visitas à casa de parentes, evento em igrejas, passeios aos shoppings, parques e praças, ocorrendo de forma menos frequente, os passeios a cinemas e teatros. Em relação ao trabalho da escola, os responsáveis esperam e acreditam que>: •

Fiquem bem, que desenvolvam a independência.

Aprendam a falar, a comerem sozinhos, que se alimentem melhor.

Melhorem o comportamento.

Desenvolvam a socialização e afetividade.

Se adaptem na escola, que brinquem e gostem da creche.

Façam amizades e aprendam a conviver e dividir.

Sejam bem cuidados.

Aprendam a respeitar os outros.

Tenham segurança, que não se machuquem com gravidade.

Tenham uma “segunda mãe”.

Tenham bons exemplos.

Sejam bem tratados e cuidados.

Criem vínculos, se socializem com outras crianças. As pesquisas com as famílias das crianças que atendemos, sobre a infância e o

brincar, possibilitam realizar uma análise comparativa do brincar na infância de agora com os tempos mais antigos. A escola aparece, por excelência, como o grande local da brincadeira. Fora de casa, só quando acompanhada por adultos, em parques, praças, rua, condomínio. Há uma nostalgia por coisas que se perderam, um sentimento de que a vida era mais saudável. A maioria dos pais, quase unânime, guardam lembranças positivas da infância como um período de invenção, descoberta, criação, imaginação, de encantamento, de combinados, de magia, relação com a natureza, liberdade, mesmo atravessando privações ou dificuldades econômicas, o brincar trazia felicidade. A realidade nos mostra que as crianças moram em casas sem quintais, o que determina que fiquem por mais tempo em espaços confinados. Realidade preocupante, pois, indica que as crianças perderam o espaço para brincar. Hoje em dia, sabemos que a rua não é mais um espaço seguro para as crianças e por essas razões, aliadas ao desenvolvimento tecnológico, as crianças são colocadas, desde muito cedo em contato com brinquedos e jogos eletrônicos, computador, TV e DVD.


24

Isso interfere diretamente no papel da escola, que tem como objetivo ampliar as experiências das crianças com o melhor que há da cultura.

2.2 Atendimento às Famílias:

Reuniões com Pais Acreditamos que a parceria com a comunidade local é fundamental: ouvir, atender e dialogar com os pais ou parentes de nossas crianças é compromisso de todos e meta permanente da escola. A primeira reunião e o acolhimento com os novos pais são realizados pelas gestoras, após conseguirem a vaga na creche. No decorrer do ano letivo, conforme o calendário oficial, os educadores realizam quatro reuniões. Para esses encontros, são confeccionados bilhetes em forma de convites, que trazem informações sobre o que será tratado nas reuniões. A pauta deve ser pensada e planejada com muita atenção pelos educadores com o objetivo principal de explicitar a concepção de ensino, os trabalhos/projetos coletivos, a aprendizagem da criança, incluindo, princípios sobre o Cuidar e Educar, também ao tratar de questões como higiene, alimentação, sono e administração de remédios, que sabemos, geram ansiedade nos pais. Preparamos o espaço com antecedência de acordo com o planejamento e após as reuniões o registro reflexivo, bem como as avaliações realizadas pelos educadores e pelos pais, que são acompanhados pela coordenadora pedagógica. Entre outras questões, refletimos sobre os objetivos da reunião, se foram alcançados ou não, o interesse e participação dos pais, se houve algum tipo de conflito, sua causa, o que se pode modificar para próxima reunião (tempo, espaço, focos de discussão), com vistas a contribuir para o planejamento das próximas reuniões.

Atendimento individualizado: Todos os dias as crianças são levadas até suas salas e da mesma forma são retiradas pelos seus responsáveis, o que oportuniza a relação entre os educadores com as famílias de forma mais constante. A comunicação entre a escola e os familiares também é realizada via agenda ou telefone, porém, validamos os encontros pessoais, para dialogar como principal meio de qualificar o atendimento às crianças. Os atendimentos às famílias, de forma mais individualizada, ocorrem sempre que os educadores, pais e equipe gestora sentem que há necessidade. Nesses


25

encontros são norteados pelos princípios de respeito e cooperação entre as duas instituições que trabalham em função das necessidades das crianças.

Atividades com a comunidade: As atividades que envolvem a comunidade são momentos importantes em que recebemos crianças, famílias e comunidade local, de forma mais coletiva e descontraída. Ano a ano percebemos que as propostas são bem avaliadas e os pais aguardam e participam cada vez mais ativamente. Acreditamos que esse espaço de socialização e divulgação do nosso trabalho é essencial para nos aproximarmos e fortalecermos os vínculos de confiança. O objetivo principal é apresentar os trabalhos e propostas que realizamos com as crianças, além de ampliar as possibilidades de contato com a cultura. Todas as propostas que são realizadas nesses momentos, tem os princípios da escola pública como norteadores. Por isso, não realizamos festas excludentes, que estimulem o consumismo e que ferem princípios da laicidade. Planejamos esses encontros, para que sejam momentos de interação entre funcionários da escola e parentes das crianças, apresentando atividades interativas com caráter educativo e que respeite a faixa etária que atendemos como: o jogo simbólico, brincadeiras tradicionais, Artes, Música, enfim, atividades que revelem compromisso real com a aprendizagem. Nossos eventos visam mostrar o que as crianças aprendem em nossa escola, a ação mediadora do educador e ampliar a cultura sobre o brincar. Por isso, não comemoramos o Carnaval, Páscoa, Natal e não fazemos Festa Junina tradicional em nossa escola, pois, entendemos que estas festas estão relacionadas à religião. Nem datas como dia das mães, dos pais, da criança por serem comemorações que tem caráter consumista. Entendemos que todas essas comemorações devem ser realizadas pelas famílias e que a escola deve ampliar a cultura e o conhecimento das crianças sem ferir nenhum dos princípios citados. Nossos eventos/ comemorações são: •

Evento de integração entre as famílias com resgate de brincadeiras culturais e danças no fim do primeiro semestre – sábado letivo.

Mostra Cultural dos trabalhos e projetos no final do segundo semestre, com a presença das famílias.

Encerramento e confraternização entre as crianças, com planejamento em parceria com as famílias: para divertir e alegrar as crianças, finalizando o ano letivo.


26

Todas as festas/eventos visam promover a diversão, integração, valorização da diversidade cultural, étnica e estética junto a comunidade que atendemos.

Reuniões pedagógicas São encontros coletivos que acontecem com uma frequência bimestral, em que discutimos e construímos o Projeto Político Pedagógico. As reuniões ocorrem com a presença de todos os funcionários e também convidamos os pais que participam dos órgãos colegiados. A pauta é planejada de acordo com os Planos de Ação, incluindo questões relevantes como: direitos humanos e primeira infância, valorização dos profissionais da educação, gestão democrática, relação família e escola são sempre revisitados e colocados em pauta. 2.3. Plano de Ação com a Comunidade Escolar “...que a importância de uma coisa não se mede com fita métrica nem com balanças, nem barômetros etc. Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós. Manoel de Barros

Projetos Permanentes

Quintal de Brincadeiras e Mãos à horta.

Justificativa:

Os pais das crianças que atendemos relatam que, diferente de seus filhos, tiveram oportunidades para vivenciar experiências e oportunidades de brincar livremente em contato com a natureza ou na própria rua com outras crianças. A falta de quintais, a insegurança de deixar as crianças brincarem nas ruas e praças e a grande oferta de brinquedos industrializados e recursos tecnológicos impulsionaram as crianças a ficarem em espaços mais confinados. As famílias demonstram que se preocupam com essa nova realidade e tentam compensar em finais de semana, levando-os para brincar em parques próximos ou shopping. Em contrapartida os educadores percebem que nossos espaços estão sempre precisando de renovação e reforma para atender às necessidades das crianças de acordo com os planos pedagógicos que elaboram.


27

Família e escola compartilham o mesmo desejo: resgatar e garantir as diversas possibilidades de brincar e criar, em contato com materiais não estruturados e com a natureza.

Objetivos do Plano: •

Revitalizar os espaços da unidade para garantir e qualificar os momentos de brincar.

Investir no trabalho e utilização de materiais não estruturados e de largo alcance.

Transformar a área externa em bosque, horta, jardim, canteiros e gramados.

Revitalizar a calçada da escola.

Estratégias: •

Observação das necessidades e interesses das crianças para modificar os espaços.

Oferecer materiais alternativos (não estruturados), para as crianças explorarem, entendendo-os como recursos ricos para o desenvolvimento da criatividade.

Organizar, com os educadores e famílias, o depósito de materiais pedagógicos (“feira da criatividade”), para experiências sensoriais, musicais, construção e jogos simbólicos.

Durante o ano, arrecadar junto às famílias, materiais que irão descartar, que tenham valor pedagógico, como: caixas de pizza, aparelhos eletrônicos, bolsas, tecidos, latas, tampas, panelas, colheres, galões de água, entre outros.

Resgatar o histórico do Projeto para combater o lixo na calçada, discutir e elaborar, em reuniões com Conselho e A.P.M,

novas etapas para a

concretização de objetivos referente a esse problema. •

Investir em plantio e cultivo de hortas, árvores frutíferas e flores.

Cuidar da renovação dos ambientes, com mais constância durante o ano.

Avaliação A avaliação acontecerá durante todo o ano letivo, ao término das reuniões ou eventos.


28

3. Equipe Escolar 3.1. Caracterização dos Professores O grupo de professoras é composto por 24 educadoras, das quais 22 são titulares e duas atuam como professoras substitutas. Em comum, evidenciam o anseio pela valorização do profissional da educação de 0 – 3, conscientes de que a responsabilidade de mudar a visão que as pessoas têm sobre o educador de creche, implica, entre outras questões, responsabilidade, compromisso e dedicação dos profissionais que atuam nessa modalidade de ensino. Para construirmos e alcançarmos identidade profissional é preciso aproximar a família do contexto educativo da escola da infância. Percebemos o fortalecimento da equipe e maior compreensão da concepção da escola, na medida em que os educadores optam por ficarem mais tempo nesse segmento. A cada dois anos, professores da rede municipal de ensino tem o direito de solicitar a sua remoção para outra unidade escolar. Neste ano, temos em torno de 50% do quadro de professoras que permaneceram na unidade escolar. É comum que as professoras tanto dessa escola, como na rede municipal, exonerem para trabalhar em outros municípios, em busca de melhores condições de trabalho, como a valorização profissional e salários melhores. Em 2016, quatro professoras saíram da unidade escolar por estas razões e sabemos que durante este ano isso ocorrerá novamente. O fato de algumas professoras residirem longe da escola também é um dos fatores que impulsiona os constantes pedidos de remoção. Temos professoras que veem de São Vicente, Osasco, Mooca, Mauá e demais regiões da Grande São Paulo. Ressaltamos a importância da formação desses profissionais sobre o desenvolvimento infantil. A formação e espaço para estudo são direitos garantidos e ocorre semanalmente:  Os Horários de Trabalho Pedagógico Coletivo, HTPCs, são realizados pela coordenadora pedagógica em parceria com diretora.  Os Horários de Trabalho Pedagógico, HTP, são acompanhados pela coordenadora, por meio de orientação e avaliação de acordo com o plano de ação para esses momentos. O princípio básico das formações é que o educador seja autor de sua prática, a partir da reflexão critica sobre suas ações.


29 Professoras 01

Formação Pós Graduação _

Alba Valeria Bermejo

Ana Paula Franca Machado Silva 03

04 05

06 07

08

09

10

Andréia Tosche

Pedagogia

Cristina Magistério Magistério ee Pedagogia Pedagogia

Camila Oliveira de S. Vazquez Cezira. Ap. Gonçalves Cristiana da Luz Oliveira Daniele Fátima Marques Mendler

18 anos

Pedagogia

02

Tempo de Docência

Psic. Clínica e Institucional. Alfabetização e Letramento. Arte em Ed. Infantil _____

Tempo na Rede S.B.Campo

Tempo na Educação Infantil

Tempo Nessa Unidade Escolar

18 anos

18 anos

02 meses

05 anos 09 meses

21 20 anos anos

6 anos07 anos. 18 anos

05 anos

02 ANOS01 19 anos mês

02 meses

02 anos

Pedagogia

Educação Infantil Cursando

02 anos

09 meses

Pedagogia

_

05 anos

05 anos

05 anos

03 anos

Pedagógica

Alfabetização / Letramento

02 anos

09 anos

02 anos

02 meses

06 anos

08 anos

06 anos

08 anos

02 meses

de Magistério hábil.Educ Inf/ e licenciatura em Matemática

Edna Ribeiro Pedagogia dos Reis Matemática Demarchi Elisangela Pedro Couto Lopes Fabíola Pereira Sarmento da Fonseca

Pedagogia

Pedagogia Pedagogia

15 anos

_ Arte e musicalidade na Ed. Infantil

Psicopedagogia em simples docência

Docência nono Ensino Docência Ensino Superior Superior

03 anos

03 anos

02 meses 07 anos

20 anos

04 anos 3 anos

02 anos

3 anos04 anos 3 anos

05 anos

3 anos 04 anos

02 meses

04 anos


30 11 12

13

14 15

16

17

18

19

20

21 22

23

Ivany Batista

Maria

Pedagogia

Jessica Ferreira Nazar

Pedagogia

Joana D’arc de Oliveira

Magistério / Pedagogia

Joceli de Souza Amaro Josilene Mendes Oliveira

Magistério/ Pedagógia Magistério Cursando Pedagogia

Luciene L.dos S.Carrasco

Pedagogia

Luiza Islamar A. Beserra de Mor Monica Elisa Lopes Moulin Alves Natalia Ap. M Monteiro Priscila de Oliveira Francisco Strufaldi Rosália das Neves Assis Simone Oliveira Barbosa Coelho Solange Polloni Pinto

Pedagogia

Pedagogia

Educação Infantil

10 anos

10 anos

07 anos

07 anos

06 anos

07 anos

02 meses

30 anos

25 anos

30 anos

09 anos

12 anos

8 meses

15 anos

07 dias

15 anos

09 anos

15 anos

02 meses

05 anos

11 meses

05 anos

09 meses

Psicopedagogia Institucional/Ludo terapia

06 anos

06 anos

08 anos

02 meses

Psicopedagogia

05 anos

05 anos

14 anos

04 anos

07 anos

05 anos

Psicopedagogia Institucional Educação Infantil com arte em Educação Artes _

Psicopedagogia e Educação Infantil

05 anos

07 an

02 anos

_ Magistério

Pedagogia

Artes / Contação de História

Pedagogia

Música e Arte (cursando)

05 anos

05 anos

_

15 anos

05 anos

Educação Infantil

07 anos

04 anos

Magistério e Pedagogia Pedagogia

10 anos

07 anos

05 anos 03 anos

07 anos

02 meses

03 anos

05 anos 03 anos

02 meses


31

24

25

26

Nejm Thais Adriane de Jesus Santana Valdenice Francisco de Gois Leliard Viviane Rocha Bispo

Pedagogia

Psicopedagogia

07 anos

02 anos

07 anos

02 anos

MagistĂŠrio / Pedagogia (cursando)

_

10 anos

05 anos

10 anos

05 anos

Pedagogia

Artes e Musicalidades / Arte de contar histĂłrias

06 anos

06 anos

06 anos

06 nos


32

3.1.1 Plano de Formação para os Professores

Tema: Currículo na Primeira Infância. O currículo baseado na experiência depende da seleção do tipo de experiência presente na vida cotidiana da criança que tenha o poder de subsidiar de forma criativa as experiências subsequentes (DEWEY, 1967, 2011).

Justificativa: Esse plano possibilitará reflexões sobre concepções de criança e a função da escola de educação infantil nos tempos atuais. Queremos construir um currículo a partir dos nossas observações, fazeres e ações cotidianas, de acordo com as Diretrizes Nacionais para Educação Infantil que orientam que nessa fase da vida os bebes e as crianças bem pequenas aprendem por meio de experiências, na interação com o outro e com a cultura.

Objetivo Geral: •

Discutir e reconstruir uma rotina pedagógica coerente com nossas concepções de criança e com a função da escola da infância.

Conhecer a História da Rotina, origem e concepção social, para entendermos o contexto de organização atual nas escolas e romper com práticas que não valorizam o conhecimento e a potencia de bebes e crianças.

Refletir de forma crítica sobre as propostas pedagógicas nos diferentes momentos da rotina, com foco nos campos de experiência e nas linguagens.

Objetivos específicos: •

Estudar os campos das expressões musicais, plásticas, literatura, oralidade e do brincar.

Transformar e qualificar os espaços da escola, em ambientes de aprendizagem.

Elaborar sínteses sobre os temas estudados como norteadores das práticas, para compor o Projeto Pedagógico.


33

Propostas/Metodologia: •

Leituras, pesquisas e reflexões com base em referências bibliográficas.

Elaboração de sínteses reflexivas dos encontros e orientações didáticas para o trabalho com linguagens.

Análise/socialização de práticas a partir de filmagens e vídeos;

Análise crítica sobre a organização dos espaços da escola a fim de buscarmos novas possibilidades de transformação;

Experiências e Oficinas práticas.

Etapas previstas: Tempo e espaço na rotina da educação infantil:

1. Reflexões iniciais: •

O que significa rotina? (conceitos e concepção dos educadores).

Como foi a rotina de nossa infância (sensibilização com resgate de memória).

Leitura e análise do Texto: “A vida como ela é” (Livro: Interações: Ser professor de Bebes, cuidar, educar, brincar uma única ação).

Reflexões: o que causou estranhamento nessa rotina?

Atividade em subgrupos: Elaborar uma rotina mais acolhedora.

Socialização dos registros.

Leitura do texto: “A vida como pode ser”: registro sobre um dia de creche para Bruno.

Reflexões: Qual rotina se aproxima mais do trabalho que fazemos?

Vídeo “Como estrelas na terra toda criança é especial.” Reflexão: O que está explícito na rotina dessa criança? O ritmo da criança é respeitado? Qual desafio: Tempo cronológico versus ritmos biológico. Como lidamos com esses dois tempos no cotidiano de nossa rotina escolar.

2. Estudo sobre origem das rotinas nas escolas de educação infantil. Texto Base: Por amor e por força, rotinas na educação Infantil capítulos II, III, IV. 

Vídeo para reflexão: “Tempos Modernos”.

Reflexões a partir da leitura do texto:

Origem da rotina.

Diferenças entre cotidiano e rotina;


34

Consequências de uma rotina inflexível;

Influências de outras instituições na rotina da escola até os dias atuais;

Elaboração de Pressupostos Básicos para organizar uma rotina humanizadora.

3. Discussão com foco em dois momentos da rotina: Entrada e Saída. •

Leitura do P.P.P.

Definição de objetivos das propostas.

Reflexões individuais para saber como identificarmos as dificuldades relacionadas a: o Organização do espaço (sala referência), para recepcionar e para entregar as crianças. o Recepção das famílias. o Atendimento das necessidades individuais das crianças: uso do banheiro, acolhimento dos objetos de apego, cuidados com objetos pessoais; o Participação nas propostas. o Inclusão das crianças na organização dos espaços e materiais. o Estratégias para lidar com o choro e ansiedades de algumas crianças. o Análise de prática por vídeo: Entrada, professora Ana Cristina infantil II D e Saída professora Fabiola infantil I C. o Fechamento das discussões: elaboração de orientações didáticas e avaliação dos encontros.

4.Análise e reflexões sobre as Atividades Diversificadas.

Texto base para estudo: Educação infantil: espaços e experiências

Daniela

de O. Guimarães1 •

Retomada da história: Atividades diversificadas de acordo com o currículo de São Bernardo do Campo.

Reflexão: Objetivos da proposta em nossa escola.

Leitura do P.P.P.

Socialização de práticas. Das turmas: berçários, infantil I e Infantil II

Fechamento das discussões: elaboração de orientações didáticas e avaliação dos encontros.


35

Campos de experiências:

1. Linguagem oral na rotina. •

A linguagem como interação verbal e lugar de produção de sentido.

A linguagem como constituinte do sujeito.

Linguagem e pensamento.

O gesto, o balbucio, as primeiras palavras, a fala egocêntrica, as narrativas.

A linguagem oral e a linguagem escrita no cotidiano das creches e pré escolas.

Vídeos para análise: Nova Escola

Socialização das práticas.

Fechamento das discussões: elaboração de orientações didáticas e avaliação dos encontros.

2. A brincadeira como experiência de cultura. •

A brincadeira como atividade significativa na formação humana.

A brincadeira e as interações.

Brincadeira, cultura e conhecimento.

A brincadeira e o desenvolvimento infantil.

Os espaços e tempos da brincadeira na Educação Infantil.

Socialização das práticas: vídeos ou registros escritos.

Fechamento das discussões: elaboração de orientações didáticas e avaliação dos encontros.

Avaliação processual:

A cada fechamento das discussões: elaboração de orientações didáticas e avaliação dos encontros. Avaliação final do plano de ação será realizada em dezembro com encaminhamentos para o ano seguinte..

PLANO DE AÇÃO PARA 2017 Em 2017 daremos continuidade ao Plano de Ação sobre Currículo pautado em Campos de Experiência, com foco na linguagem Musical e do Brincar.

CRONOGRAMA DE ESTUDOS:


36

Fevereiro, março e abril, temas: 

Avaliação institucional, metas para 2017.

Período de acolhimento e adaptação.

Documentação Pedagógica: plano semanal, registros e relatórios.

Análise e reflexão sobre as aprendizagens durante os cuidados com a

saúde nos momentos da Rotina: Hora de descanso, escovação, lavagem das mãos, trocas de fraldas. Metodologia: 

Leitura do P.P.P.

Reflexões a partir dos registros e práticas diárias.

Reflexões sobre o Cuidar e Educar.

Discussão sobre as aprendizagens envolvidas nesses procedimentos.

Socialização das práticas: vídeos Nova Escola.

Fechamento das discussões: elaboração de textos e orientações didáticas.

De Abril á Novembro “Campos de Experiência: Linguagem Musical e o Brincar.

Metodologia:  Primeiras conversas: Conceituar Música junto à Equipe, conversar sobre nossas experiências musicais e o que observamos na sociedade e na escola.  Retomar a concepção de Música na proposta Curricular da Rede e que lugar que teve nos planejamentos, de modo geral.  Refletir sobre nossos fazeres e saberes para compreender melhor a musicalidade na infância.  Discutir sobre as aprendizagens e como podemos desafiar os bebes e crianças possibilidades dessa linguagem para os bebes e crianças por meio de pesquisas e leitura de textos.  Promover experiências com sons na escola, em áreas externas.  Elaborar um projeto envolvendo a comunidade a fim de construir objetos sonoros para compor os ambientes do brincar na unidade, tanto dentro como fora da escola.  Registrar o processo das discussões e a síntese final para o Projeto político Pedagógico.


37

Avaliação: Ao final de cada bloco de estudo, com o objetivo de retomar conteúdos ou ampliar as discussões. 3.1.2 Plano de Ação para HTP Em 2017

De acordo com o Parecer nº 18/2012 do CNE, o Horário de Trabalho Pedagógico (HTP) integra a jornada semanal de vários professores em suas diferentes etapas de ensino. Na Emeb Armando Zóboli esse horário deve ser destinado para que os professores: 

Planejem as ações pedagógicas, elaborando planos trimestrais, projetos e planos semanais;

Cuidem da organização dos espaços coletivos e dos brinquedos de modo geral.

Realizem reposição de materiais para ateliê de arte;

Organizem os registros: filmagens / fotos, registros escritos, sobre a turma, com foco em propostas e sobre as individualidades das crianças;

Elaborem relatórios de aprendizagem;

Participem de encontros com a C.P para devolutivas referentes aos trabalhos em andamento ou questões específicas da turma;

Atendam aos pais;

Participem de reuniões em Conselhos de Escola e demais ações formativas que farão parte do acompanhamento a ser realizado pela equipe gestora bem como as formações que poderão ocorrer através da Secretaria de Educação;

Dialoguem e reflitam sobre projetos/sequências, bem como sobre as parcerias para realizar os trabalhos com as crianças;

Acompanhem

as

crianças

em

casos

de

urgência,

de

acordo

com

a

necessidade/quadro da unidade escola.

Orientações didáticas para o planejamento das atividades:  Organização da sala referência para acolhimento: realizada pelo professor da manhã.  Registros individuais: devem ser realizado pelas duas professoras, em continuidade. A

transformação

aprendizagem,

dos deve

espaços ser

coletivos realizada

para pela

que

sejam

equipe

de

ambientes

de

educadoras,

semanalmente/quinzenalmente, em parceria com a coordenadora pedagógica.


38

Devemos pensar uma organização que, para além de colocarmos as coisas no lugar ou repor materiais deve complementar o planejamento e atender às necessidades das crianças, observadas pelas professoras.  Biblioteca: Diariamente, com as crianças manter a organização. Quinzenalmente as educadoras em HTP, a partir das necessidades observadas, construirão painéis/ cantos acolhedores para contação de histórias, reposição de livros, entre outros..  Brinquedoteca: Toda semana, as equipes entrarão nesse espaço para, a partir das necessidades observadas, pensar formas de ampliar as possibilidades das brincadeiras. Equipe da manhã revezará com equipe da tarde.  Pátios: Organizar esses espaços de forma a contemplar as brincadeiras simbólicas, incluindo materiais não estruturados.  Parque: Observar, sugerir e organizar, em parceria com a C.P, alternativas para brincadeiras com materiais diferentes daqueles que já compõe o espaço.  Ateliê: Repor os materiais, incluindo novos e variedade. Reorganizar os móveis e painéis de apoio.  Espaços externos: Quintais, horta e herbário, cuidar e transformar esses ambientes para favorecer a aprendizagem das crianças. Para que haja comunicação entre os dois grupos, no sentido de dar continuidade aos trabalhos, organizar e distribuir as tarefas, cada equipe fará registros das ações, em um caderno que ficará na sala de reunião.

3.2 .Auxiliares em Educação

3.2.1 Caracterização

São 18 educadores, sendo que 06 atuam como apoio, com prioridade às turmas de berçário e infantil I e uma está com restrição médica, não podendo atuar diretamente com as crianças. A formação inicial em pedagogia não é exigência para o cargo, porém, alguns já estão se formando e demonstram interesse em atuar em educação infantil. Conforme podemos constatar no quadro em anexo, há formações e experiências diversas dentre esses profissionais. O papel desses profissionais é de fundamental importância, já que interagem durante todo o dia com as crianças, cuidando e educando em parceria com os professores. Por isso, garantirmos formação permanente e valorizamos o trabalho que realizam.


Auxiliares

01

Formação

Tempo nessa unidade

Quimica

01 ano

Alex Marques Lara

02

Aparecida Dornelas

Maria

03

Ayde Fukuyama

04

Driele Custódio da Silva Martins

05

Erica da Conceição Rodrigues

06

Fani Cristina Silva

Ensino Médio

Ensino Médio

03 anos

01 ano e 06 meses

Superior Completo Tecnologia em 02 ano e 08 meses Logística

Tempo na rede S.B.Campo

01 ano e 06 meses

04 anos

03 anos 02 ano e 08 meses

Experiências Anteriores Laboratório de análise

Auxiliar de Produção Auxiliar administrativo

Auxiliar de Escritório

Ensino Médio

01 ano e 06 meses

03 anos

Analista de Cobrança

Pedagogia

06 anos

10 anos

Professora em Escola Particular

07 Gabriela Garcia

Pedagogia Inc.

08

Greice Fernandes

09

Isabel Hernandes S. Souza

10

Ivania Marin

11

12

13

14

15

16

17

18

Limas

Janaina de Abreu Brandão

Laila Pereira Oliveira

Lúcia Silva

de

Operadora de Caixa

Cursando Pedagogia

02 ano e 07 meses

02 ano e 07 meses

Telefonista

Letras

03 anos e 06 meses

7 anos e 06 meses

Telefonista Secretária

Pedagogia

01 ano e 06 meses

03 anos

Empresa Privada

03 anos

Assistente Financeiro

Cursando Pedagogia

01 ano e 06 meses

Jornalismo

05 anos

05 anos

Assessora de Imprensa

Fátima Magistério

Paloma de Tavares

Rodolfo Paiva

03 anos

de

Maria Aparecida de Freitas Bento

Paola de Santos

01 ano e 06 meses

Ensino Médio

10 anos

04 anos

10 anos

10 anos

Auxiliar de Limpeza

Auxiliar Limpeza

Lima Ensino médio

06 meses

02 anos

Recepcionista

Lima Cursando Pedagogia

02 anos

Ciências e Humanidades

01 ano

02 anos

Secretária

Oliveira

Simone Regia Carvalho da Silva

Nutrição

01 ano e 06 mesesanos

01 ano

11 anos

Técnico Suporte

Nenhuma experiência

39


40

3.2.2 Plano de Formação para os Auxiliares em Educação

De modo geral a expectativa de todos é que a formação aconteça com foco em primeiros socorros e que os encontros sejam utilizados para comunicarmos

sobre

decisões em reuniões com os Órgãos Colegiados entre outras situações do dia a dia, como as Redes da S.E, cursos, planejamentos de Eventos . A formação será realizada quinzenalmente às terças feiras e se necessário realizaremos encontros de acordo com os segmentos. Os temas formativos serão de acordo com o Plano sobre Currículo na Primeira Infância, acompanhando as pautas dos HTPCs. 3.3 Funcionários

Equipe de apoio à limpeza Nome

Matrícula

1

Adriano Candido da Silva

61.422-8

2

Aldeni da Silva Morais

19.438-7

3

Ivanilda Maria de Lima

62.159-0

4

Lucimeire de Melo

61.485-4

5

Maria Agmar da Silva Bento

60.108-1

6

Maria do Carmo Almeida Nóbrega

61.598-1

7

Marlene Azevedo da Mata Barros

61.371-9

8

Marta Jodar Rodriguez do Rosário

61.482-0

9

Nádia dos Santos Vilas Boas

19.920-6

10

Priscila Justino de Oliveira

61.375-1

11

Sara Rosa de Carvalho

60.550-6


41

Equipe da Cozinha (terceirizada pela empresa Convida):

1

Emistefânia Luna da Silva

Auxiliar de Cozinha

2

Gessirene Mendes Barreto

Auxiliar de Cozinha

3

Ione Bráz Vírmio

Auxiliar de Cozinha

4

Juliana de Souza Barreto

5

Maria Aparecida dos Santos Carvalho

Auxiliar de Cozinha

6

Regiane de Souza Rosa

Auxiliar de Cozinha

Cozinheira

Equipe Gestora e Oficial de Escola Nome 1

Luci Márcia Capovilla Márcia Isabel de Souza Quisselaro

2

Função

Matrícula

Diretora escolar

22.744-1

Coordenadora

25.244-0

Pedagógica Peterson Luis Andrade

Oficial de Escola

38.513-0

3

3.3.1. Caracterização

O grupo da EMEB Armando Zóboli está se constituindo enquanto equipe. Gradativamente, as pessoas sentem-se mais seguras para evidenciarem suas posturas e modos de pensar e participar ativamente da construção dessa proposta. Buscamos um trabalho de parceria em prol da qualificação do atendimento, entendendo que, para além das atribuições específicas de cada um é importante um olhar mais apurado e sensível para as reais necessidades do cotidiano, tendo como foco principal a criança.


42

Consideramos importante incluir a todos nas reuniões onde debatemos sobre: as concepções de ensino, os princípios da escola, a postura de educador, como as crianças aprendem e de que forma o trabalho de cada um contribui para a construção dessa escola humanizadora que tanto almejamos. Essa experiência tem-se demonstrado significativa e necessária para o fortalecimento da equipe.

3.3.2 – Plano de Formação dos Funcionários “Gente não nasce pronta e vai se gastando. Gente nasce não-pronta e vai se fazendo. O grande desafio humano é resistir à sedução do repouso, pois nascemos para caminhar e nunca para nos satisfazer com as coisas como estão. A insatisfação é um elemento indispensável para quem, mais do que repetir, repetir, repetir, deseja criar, inovar, refazer, modificar, aperfeiçoar. Assumir esse compromisso é aceitar o desafio de construir uma existência menos confortável, porém ilimitada e infinitamente mais significativa e gratificante.” (Trecho do livro “Não nascemos prontos – Provocações Filosóficas” – Mario Sérgio Cortella)

É preciso lidar de forma respeitosa com a heterogeneidade dos saberes, mas, também é necessário buscar a unidade, onde as concepções de ensino e os princípios da escola permeiem o trabalho de todos. Neste sentido, o grande desafio é ter um senso de crítica e auto-crítica sobre as nossas práticas. O debate entre os funcionários da escola, nas reuniões formativas, permite questionar certezas, negociar e articular ações. É na discussão coletiva que os funcionários podem desenvolver seu potencial de participação, cooperação, respeito mútuo e crítica. O debate traz novas ideias, informações, dúvidas e divergências de opiniões que nos obrigam a refletir, para reorganizar o pensamento, reafirmar ou modificar posições. O que almejamos, nas formações, para esta equipe escolar é que todos os espaços de discussões qualifiquem a atuação profissional em prol de uma escola humanizadora, que entenda a criança como cidadão de direito, ativa, capaz e como o principal foco de trabalho de todos. Para o ano de 2017, pretendemos qualificar as relações humanas, que envolvem: adulto e criança, comunidade e escola, bem como, as relações pessoais entre a equipe escolar, onde a ética, o respeito à diversidade, a solidariedade e cooperação sejam norteadores das ações profissionais. Além disso, diante das avaliações realizadas em anos anteriores, iniciaremos as discussões sobre as questões de gêneros nas relações humanas.


43

Tema de estudo: É de menina ou de menino? Gênero, sexualidade e ética na educação.

Justificativa: Quando as primeiras creches foram construídas no município de São Bernardo do Campo, o pré-requisito para trabalhar com os cuidados e educação dos pequenos era ser mulher e gostar de crianças. Essa concepção nos trouxe algumas consequências nos dias atuais. Hoje, contamos com educadores do sexo masculino que atuam diretamente com crianças e bebês em nossa unidade escolar, o que causa, estranhamentos por parte das famílias. Em 2015, foi bastante polêmico no contexto político, os debates acerca de ideologia de gêneros x diversidade de gêneros, o que fortalece a necessidade de discutirmos sobre essa temática no contexto escolar. No dia a dia, as propostas com brinquedos e brincadeiras iguais para meninos e meninas acontecem durante os jogos simbólicos e, por isso, também precisam ser debatidos entre os funcionários e as famílias, pois observamos que há necessidade de refletirmos sobre a intencionalidade das propostas ao que se refere ao desenvolvimento da criança. As questões sobre gêneros, constantemente “batem em nossa porta” e entendemos que seja urgente refletir, discutir e adotar ações que rompam com o preconceito e que revelem a importância e os benefícios quando se acolhe as diversidades para a constituição do ser humano.

Objetivos: 

Refletir sobre as questões de gênero e diversidade cultural na sociedade x na escola, a fim de promover uma educação democrática e inclusiva, sem preconceitos, nem discriminações.

Discutir como lidar com as questões de identidade de gênero na escola de forma a desconstruir padrões estereotipados que geram exclusão social.

Refletir sobre nossas práticas e concepções.

Estratégias:


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Promover debates/estudos com foco na origem da profissão docente, a identidade do educador de educação infantil, descontruindo a lógica da associação da profissão à mulher, como se as habilidades para exerce-la fossem naturais.

Realizar pesquisas sobre histórias de vida, experiências de professores homens.

Observar, documentar, refletir e discutir sobre as brincadeiras e interações das crianças, com o foco nas experiências que remetem às questões de gêneros.

Analisar os brinquedos da escola.

Compartilhar este plano com as famílias, envolvendo-as nos debates.

Avaliação: A avaliação será processual com objetivo de indicar possibilidades de novas discussões e ações de combate ao preconceito e qualificar as relações.

4. Órgãos Colegiados 4.1 – Conselho de Escola Previsto na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 206 e assumidos no artigo 3º, da Lei nº 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), onde consta explicitamente a “gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino” (inciso VIII), o Conselho de Escola é um órgão colegiado com um papel de grande importância na democratização da escola pública. Nas assembleias de Conselho de Escola, reunimos gestores, funcionários, pais de alunos, representantes da comunidade para discutir e decidir acerca das questões que envolvem o Projeto Político Pedagógico da escola e onde é possível analisar as necessidades e aspirações de todos os envolvidos no trabalho educativo, no que se refere aos aspectos financeiros, administrativos e pedagógicos. O Conselho de Escola assume as seguintes funções: a) Deliberativas: decidem sobre o projeto político-pedagógico e outros assuntos da escola; aprovam encaminhamentos de problemas; garantem a elaboração de normas internas e o cumprimento das normas dos sistemas de ensino e decidem sobre a organização e o funcionamento geral das escolas, propondo à direção as ações a serem desenvolvidas. Elaboram normas internas da escola sobre questões referentes ao seu funcionamento nos aspectos pedagógico, administrativo ou financeiro.


45

b) Consultivas: têm um caráter de assessoramento, analisando as questões encaminhadas pelos diversos segmentos da escola e apresentando sugestões ou soluções, que poderão ou não ser acatadas pelas direções das unidades escolares. c) Fiscais (acompanhamento e avaliação): acompanham a execução das ações pedagógicas, administrativas e financeiras, avaliando e garantindo o cumprimento das normas das escolas e a qualidade social do cotidiano escolar. d) Mobilizadoras: promovem a participação, de forma integrada, dos segmentos representativos da escola e da comunidade local em diversas atividades, contribuindo assim para a efetivação da democracia participativa e para a melhoria da qualidade social da educação. O Conselho de Escola eleito em 13 de março de 2017, que tem o mandato de 01 de abril de 2017 a 31 de março de 2017, é composto de 05 titulares pais de alunos e 05 suplentes e 05 funcionários e 05 suplentes. Alguns desses membros também fazem parte da Associação de Pais e Mestres.

CONSELHO DE ESCOLA 2016 NOME FERNANDA BUARQUE TRESMONDI

SEGMENTO

Mãe de aluno EDNEUMA MARIA FERREIRA MARTINS Avó de aluno

CRIANÇA TURMA Ceci INFANTIL I D

TITULAR/ FUNÇÃO SUPLENTE Presidente Titular

Maitê

INFANTIL I C

Membro

Titular

Joaquim

Titular

Titular

Mãe de aluno

Nycollas

BERÇÁRIO II Membro A INFANTIL II C Membro

Mãe de aluno

Maitê

INFANTIL I C

Pai de aluno

Guilherme INFANTIL II C Membro

Suplente

Anthony

INFANTIL I C

Membro

Suplente

Mãe de aluno

Enzo

INFANTIL I A

Membro

Suplente

Mãe de aluno

Melissa

INFANTIL II A Membro

Suplente

Mãe de aluno

Luana

INFANTIL I B

Membro

Suplente

Professora JOANA D’ARC DE OLIVEIRA SILVA Professora NATÁLIA APARECIDA MARQUES MONTEIRO Professora RODOLFO OLIVEIRA PAIVA Aux. Em educação ANDREIA C. TOSCHE OLIVEIRA Professora CEZIRA APARECIDA GONÇALVES BALDI Professora MÁRCIA IZABEL DE S. QUISSELARO Coordenadora

-

INFANTIL I C

Membro

Titular

-

INFANTIL II A Membro

Titular

-

INFANTIL II D Membro

Titular

-

APOIO

Membro

Titular

-

SUBSTITUTA Membro

Titular

-

INFANTIL I A

Membro

Suplente

-

-

Membro

Suplente

LUCI MÁRCIA CAPOVILLA

Diretora

-

-

Membro

Suplente

Professora

-

INFANTIL II B Membro

Suplente

Professora

-

INFANTIL II C Membro

Suplente

JOSÉ LUIZ CARDOSO DA SILVA

Pai de aluno

SANDRA SOUZA SANTANA ERIKA RIONILA FERREIRA MENDES EDSON APARECIDO SOUZA DRIELE CUSTÓDIO DA MARTINS HAGTA RAILANE DA SILVA AMANDA OLIVEIRA DA SILVA FANI CRISTINA JAQUETTA

SILVA

IVANY MARIA BATISTA

Titular

Mãe de aluno

MÔNICA ELISA LOPES M. ALVES

VIVIANE ROCHA BISPO

Membro


46

4.1.1 Plano De Ação Do Conselho De Escola

Justificativa: O Conselho Escolar, assim como a Associação de Pais e Mestres, é um importante espaço no processo de democratização, na medida em que reúnem gestoras, professores, funcionários, pais e outros representantes da comunidade para discutir, definir e acompanhar o desenvolvimento do projeto político-pedagógico da escola, que deve ser visto, debatido e analisado, considerando o contexto da rede municipal de ensino de São Bernardo do Campo. Nesse sentido, o trabalho nesta unidade escolar tem a intenção de aproximar cada vez mais a comunidade escolar, fazendo com que se tornem corresponsáveis pelas decisões tomadas, sempre visando garantir a qualidade do trabalho pedagógico. Todos os anos, precisamos revisitar a história construída pela escola, escrita no Projeto Político Pedagógico, para podermos avançar e qualificar o trabalho, sem deixar de levar em consideração os princípios que norteiam este trabalho. Não se trata apenas da construção de uma nova história e, sim, de ampliarmos aquilo que já foi construído, buscando alternativas que considerem a laicidade, a gratuidade, a organização de práticas não excludentes e a abolição de práticas que façam apologia ao consumismo. Apesar de reconhecermos a importância desse órgão colegiado, ainda temos um grande desafio: aumentar a representatividade das famílias num contexto escolar onde a maioria dos pais são trabalhadores.

Objetivos Gerais:  Participar da construção do Plano Político Pedagógico da escola.  Participar da elaboração do calendário escolar.  Ampliar a atuação do Conselho de Escola.  Representar a comunidade escolar e local.  Facilitar o diálogo com as famílias.  Promover relações de intercâmbio e cooperação com a Associação de Pais e Mestres.  Deliberar

sobre

questões

financeiras no âmbito da escola.

Objetivos Específicos:

políticas-pedagógicas,

administrativas

e


47

Compreender os princípios e concepções da unidade escolar.

Reconhecer a importância da parceria família e escola.

Ações:  Realização de reuniões com a frequência mínima bimestral ou de acordo com as necessidades da unidade escolar.  Encontros com os membros da Associação de Pais e Mestres.  Socialização das atribuições do Conselho de Escola.  Estudos sobre os princípios que regem a escola pública: gestão democrática, acesso, permanência e sucesso escolar.  Tomada de decisões pertinentes ao trabalho pedagógico.  Discussão e elaboração do calendário escolar.  Contribuição na construção do Plano Político pedagógico.  Ações pertinentes às questões político-pedagógica, administrativas financeiras no âmbito da escola.

Cronograma:  13/03/17 – Eleição de novos membros. 

08/05/17 – Projeto Político Pedagógico: Princípios e Concepções que embasam o trabalho pedagógico.

11/09/17 – Projeto: Quintal de Brincadeiras X Consumismo Infantil.  11/12/17 – Avaliação do ano letivo.

Obs: As datas e os assuntos da pauta poderão ser flexíveis de acordo com as necessidades da escola. Possibilitaremos a participação dos membros do Conselho de Escola nas reuniões da Associação de Pais e Mestres.

Avaliação Ao final do semestre, será realizada uma avaliação com foco no trabalho do Conselho de Escola, no que se refere a: tomada de decisões, compreensão sobre os princípios da escola, acolhimento e debate sobre as ideias dos membros que surgirem no decorrer do ano e transparência das prestações de contas para a comunidade.


48

4.2 Associação de Pais e Mestres “É preciso e até urgente que a escola vá se tornando em espaço acolhedor e multiplicador de certos gostos democráticos como o de ouvir os outros, não por puro favor, mas, por dever, o de respeitá-los, o da tolerância, o do acatamento às decisões tomadas pela maioria a que não falte contudo o direito de quem diverge de exprimir sua contrariedade.” Paulo Freire, Professora Sim, Tia Não, p.91

4.2.1 - Caracterização: A Associação de Pais e Mestres é um importante órgão colegiado, composto por pais, professores e gestoras, dispostos a discutirem a qualidade da educação. Representa um instrumento de descentralização do poder e de democratização do ensino público, onde todos são corresponsáveis pelos compromissos assumidos. A Associação de Pais e Mestres desta escola foi criada no ano de 2008 e algumas assembleias foram realizadas durante este ano, porém, os recursos financeiros foram repassados apenas em final de abril de 2009, através do Convênio nº 145/09. Desde 2009, todas as assembleias acontecem em conjunto com o Conselho de Escola, o que possibilita discussões e planejamento de ações para melhoria do trabalho pedagógico. Os órgãos colegiados buscam consenso na tomada de decisões, com clareza dos princípios da escola: pública, gratuita, laica, inclusiva. A Associação de Pais e Mestres preza pela transparência das decisões quanto à aplicação de recursos e prestação de contas para comunidade. Entendemos que a participação das famílias e educadores nos órgãos colegiados tem se ampliado ao longo desses anos. Porém, ainda temos como desafios permanentes: 

Continuar sensibilizando as famílias para participarem dos órgãos colegiados, uma vez que tratam-se de pais/mães trabalhadores(as) na maioria das vezes (condição de para garantir a vaga em creche);

Ajustar horários que atendam às necessidades de todos os membros;

Necessidade de aprofundar as discussões sobre as concepções que embasam o trabalho pedagógico.

Ampliar a participação dos membros dos órgãos colegiados na construção do Projeto Político Pedagógico, incluindo-os nas reuniões pedagógicas;


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Descentralizar as ações da equipe gestora;

Estreitar a comunicação entre escola e comunidade escolar, facilitando o acesso às informações.

Concluímos que, adotar uma gestão democrática e participativa exigirá muito estudo, pesquisa, dedicação e esforço de todos, no sentido de atrair as famílias e educadores para exercerem seu direito de participação para construir a escola que queremos.

MEMBROS DA APM Os membros eleitos em Assembleia realizada em 2017, que comporão a Associação de Pais e Mestres, com a validade de mandato de 01 de abril de 2017 a 31 de março de 2018, em conformidade com o decreto Nº 16. 543 de 24 de junho de 2008 são: NOME Fernanda Buarque Tresmondi Edson Aparecido de Souza CONSELHO DELIBERATIVO José Luiz Cardoso da Silva Luci Márcia Capovilla Natália Aparecida Marques Monteiro

CARGO Presidente

Pai ou mãe de aluno

1º Secretário(a)

Pai ou mãe de aluno

2º Secretário(a)

Pai ou mãe de aluno

Membro

Diretor da escola

Membro

Professor

NOME Amanda Oliveira Silva Maria Célia Alves Diniz

DIRETORIA EXECUTIVA

Driele Custódio da Silva Martins Fani Cristina Jaquetta Viviane Rocha Bispo Luiza Islamar Alves B. de Moraes

CARGO

Erika Teonila Ferreira Mendes Sandra Souza Santana Jessica Ferreira Nazar

4.2.2 – Plano de Ação da APM Justificativa:

CATEGORIA

Diretor(a) Executivo(a)

Pai ou mãe de aluno

Vice-Diretor(a) Executivo(a)

Pai ou mãe de aluno

1º Tesoureiro(a)

Pai ou mãe de aluno

2º Tesoureira(a)

Pai ou mãe de aluno

1º Secretário(a)

Professor

2º Secretário(a)

Professor

NOME CONSELHO FISCAL

CATEGORIA

CARGO

CATEGORIA

Presidente

Pai ou mãe de aluno

Membro

Pai ou mãe de aluno

Membro

Professor


50

Estabelecer parceria com a comunidade escolar é uma das metas da unidade escolar. Temos a clareza que somente através nas relações humanas estabelecidas com o diálogo e parceria é possível encontrarmos caminhos para qualificação do trabalho educativo. Neste sentido, os órgãos colegiados têm papel primordial no debate sobre os rumos a serem seguidos por escola, que pertence a todos(as). Desde a inauguração desta unidade escolar, o grande desafio foi atrair as famílias para participarem dessas instâncias, contribuindo para buscar soluções para os problemas no que se refere às condições físicas, estruturais e pedagógicas e aprofundando saberes sobre os princípios e concepções da creche. Compreendendo o quanto a herança deixada pelas escolas públicas tradicionais, em que APM era sinônimo de colaboração financeira, taxas e realizações de campanhas para arrecadar fundos, contribuiu ao longo dos anos para o afastamento das famílias nos espaços de discussões, aliado à soberania que as instituições educacionais tiveram, ao longo do tempo, em relação ao conhecimento em detrimento aos saberes das famílias. É necessário acolher os saberes das famílias, o que não implica em atender todas as suas expectativas, mas, esses saberes precisam ser debatidos e analisados a luz dos princípios e concepções que norteiam as ações, que já foram construídas e debatidas na escola ao longo dos anos. Para além da ideia simplista de que devemos acatar as decisões da maioria, o que queremos é que nossas discussões aconteçam através da reflexão e discussão, com base na escuta da opinião de todos(as). Para isso, buscamos uma nova forma de olhar e atuar nestes órgãos colegiados, resgatando os princípios da escola pública atual: laicidade, gratuidade, inclusão, autonomia, respeito à diversidade e práticas que não reforcem o consumismo. É um espaço de aprendizagem sobre o exercício de cidadania.

Objetivos Gerais: 

Conhecer os princípios legais e as concepções pedagógicas norteadoras de todo o trabalho desenvolvido na U.E.

Participar da construção do Projeto Político Pedagógico da unidade escolar.

Viabilizar as aquisições para melhor atender as necessidades das crianças e comunidade escolar, definindo prioridades.

Articular ações, quando houver necessidade, com outros órgãos e entidades, no intuito de garantir a qualidade do atendimento das crianças.


51

Representar as aspirações da comunidade escolar em parceria com os educadores.

Adotar ações transparentes quanto à utilização de recursos financeiros, prestando contas e esclarecendo dúvidas à comunidade escolar.

Objetivos específicos: 

Embasar todas as ações da Associação de Pais e Mestres aos princípios e

concepções da escola. 

Discutir sobre ações que garantam uma rotina mais humanizadora na

unidade escolar.

Conteúdos: 

Projeto Político Pedagógico. o Princípios da educação pública: gestão democrática e permanência e sucesso escolar. o Concepções pedagógicas da unidade escolar: humanização, importância do brincar.

Parceria família e escola: o Atividades com a comunidade; o Comunicação com a comunidade escolar; o Projeto: Quintal de Brincadeiras.

Ações: 

Discussões sobre como o papel da família e da escola dialogam no trabalho educativo.

Formação acerca dos princípios e concepções da escola.

Incentivo para participação efetiva nas reuniões pedagógicas.

Levantamento das necessidades materiais e estruturais da unidade escolar.

Tomadas de decisões pertinentes à aplicação de recursos financeiros e demais ações que contribuam para a qualidade do trabalho pedagógico.

Prestação de contas para a comunidade através de Assembleias e quadro informativo.

Participação no Projeto: Quintal de Brincadeiras.


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Planejamento de ações acerca do problema do lixo na calçada.

Cronogramas: 

15/02/17 – 1ª Assembleia Geral Ordinária – Eleição de novos membros e socialização do Decreto Nº 16.543, de 24 de junho de 2008.

13/03/17 – 1ª Reunião Geral Ordinária – Deliberação do calendário escolar e levantamento de expectativas para o trabalho a ser desenvolvido durante o ano letivo.

10/04/17 – 2ª Reunião Geral Ordinária - com a participação do Conselho de Escola – Projeto Político Pedagógico: Princípios e Concepções que embasam o trabalho pedagógico.

08/05/17 – 3ª Reunião Geral Ordinária – Projeto Político Pedagógico – Socialização do Plano de Ação da APM e CE. Decisões sobre aplicação de recursos.

12/06/17 – 4ª Reunião Geral Ordinária – Projeto: Quintal de Brincadeiras. Planejamento

do

Evento

com

a

Comunidade.

Reflexões

sobre

Datas

Comemorativas x Princípios da Escola. 

03/07/17 – 5ª Reunião Geral Ordinária com a participação do Conselho de Escola Avaliação do trabalho do 1º semestre.

16/08/17 – 2ª Assembleia Geral Ordinária - Prestação de Contas da APM 2015.

11/09/17 – 6ª Reunião Geral Ordinária com a participação do Conselho de Escola Planejamento e organização das propostas do último trimestre.

09/10/17 – 7ª Reunião Geral Ordinária – Projeto: Quintal de Brincadeiras X Consumismo Infantil.

13/11/17 – 8ª Reunião Geral Ordinária - Planejamento do encerramento do ano letivo. Prestação de Contas deste ano letivo.

11/12/17 – 9ª Reunião Geral Ordinária para avaliação dos trabalhos dos órgãos colegiados, com a participação do Conselho de Escola.

Obs: As datas serão flexíveis de acordo com as necessidades dos membros, podendo ocorrer mais reuniões do que as previstas durante o ano letivo. Avaliação Ao final do semestre, será realizada uma avaliação com foco no trabalho da Associação de Pais e Mestres, no que se refere a: tomada de decisões, compreensão


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sobre os princípios da escola, acolhimento e debate sobre as ideias dos membros que surgirem no decorrer do ano e transparência das prestações de contas para a comunidade.

V. ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO PEDAGÓGICO 1. Objetivos Lei de Diretrizes e Bases: Lei 9394 de 20/12/1996; Objetivo da Educação Básica LDB: Titulo V – dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino: Capitulo II Seção I Das Disposições Gerais

Artigo 22º. A Educação Básica tem por finalidades desenvolver o educando assegurando-lhe a formação comum, indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho em estudos posteriores”. Seção II Da Educação Infantil Art. 29º. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade (ou zero a cinco, na medida em que as crianças de seis anos ingressem no Ensino Fundamental), em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”. Art. 30º. A educação infantil será oferecida em: I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade; II - pré-escolas, para as crianças de quatro a cinco anos de idade. Objetivos Gerais da Rede Municipal de Ensino. A Educação, dever da família e do Estado, inspirada nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, sua formação contínua, o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. O sistema Municipal de Ensino, a fim de garantir o cumprimento da finalidade proposta, deverá:


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Universalizar o acesso à escola e assegurar a qualidade do atendimento garantindo a permanência do aluno com sucesso nas suas aprendizagens;

Garantir a igualdade de condições a todos e a valorização da diversidade, considerando a forma singular com que cada aluno se aproxima e se apropria do conhecimento, exercendo no convívio escolar as relações de respeito e cooperação;

Socializar o conhecimento historicamente construído, de forma que seja reelaborado, com suas peculiaridades socioculturais;

Oportunizar aprendizagens para a formação de sujeitos autônomos, críticos e

participativos,

capazes

de

atuar

com

competência,

dignidade,

solidariedade, percebendo-se responsável na sociedade.

2. Princípios que norteiam o trabalho: •

Princípios éticos – valorização da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, identidades e singularidades.

Princípios políticos – garantia dos direitos de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática.

Princípios estéticos – valorização da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da diversidade de manifestações artísticas e culturais.

Base Nacional Curricular Comum

DIREITOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL • Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas. • Brincar de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), de forma a ampliar e diversificar suas possibilidades de acesso a produções culturais. A participação e as transformações introduzidas pelas crianças nas brincadeiras devem ser valorizadas, tendo em vista o estímulo ao desenvolvimento de


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seus conhecimentos, sua imaginação, criatividade, experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais. • Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando. • Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia. • Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de diferentes linguagens. • Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário. 3. Objetivos Gerais – Educação Infantil

A educação infantil deverá se organizar de forma que as crianças construam as seguintes capacidades: •

Brincar, ampliando suas capacidades expressivas e simbólicas, reelaborando significados sobre o mundo, sobre os contextos e as relações entre os seres humanos;

Ampliar o conhecimento sobre seu próprio corpo, suas possibilidades de atuação no espaço, bem como desenvolver e valorizar hábitos de cuidado com a saúde e o bem estar;

Construir uma imagem positiva de si, com confiança em suas capacidades, atuando cada vez mais de forma autônoma nas situações cotidianas;

Conhecer diferentes manifestações culturais como constitutivas de valores e princípios, demonstrando respeito e valorização e diversidade;


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Construir e ampliar as relações sociais, aprendendo a articular seus interesses e pontos de vista com os demais, respeitando e desenvolvendo atitudes cooperativas;

Valorizar

e

desenvolver

atitudes

de

preservação

do

meio

ambiente,

reconhecendo-se como integrante dependente e agente transformador do mesmo; •

Construir e apropriar-se do conhecimento organizado nas diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita), utilizando-as para expressar suas ideias, sentimentos, necessidades e desejos, ampliando uma rede de significações;

Aprender a buscar informações de forma autônoma, exercitando sua curiosidade frente ao objeto de conhecimento.

Objetivo Geral da Unidade Escolar: Garantir os direitos dos bebes e crianças por meio do brincar e interação, estabelecendo rotinas flexíveis que atendam as suas individualidades e necessidades, oferecendo variedades de materiais e experiências para escolha, exploração e pesquisa e valorizando as relações interpessoais com propostas desafiadoras e lúdicas.

4. Campos de experiências

Linguagem oral Discutimos e validamos experiências importantes e significativas para auxiliar o percurso de apropriação da língua falada e escrita. A partir das discussões foi possível validarmos algumas práticas: 1. Os diálogos entre adultos, bebes e crianças durante o cotidiano na creche: Todos os adultos são educadores da unidade escolar, podem e devem conversar com as crianças e bebes.

Entendemos que o diálogo é fundamental para que

desenvolvam a competência para verbalizar seus desejos e elaborar seus pensamentos. Por isso, a conversa não deve ser infantilizada, irônica ou autoritária, com excesso de comandas/orientações e pouca escuta. É essencial que os educadores assumam a posturade escuta for atenta e sensível, incentivando e acolhendo em suas diversas


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formas de se expressarem, podendo ser balbucios, expressões faciais, gestos ou choro. Devemos conversar com os bebes da mesma forma que conversamos com as crianças maiores. 2. Conversas individuais ou em pequenos grupos. Os momentos das trocas, acompanhamento ao banheiro, durante as refeições, brincadeiras

e quando circulam pelos espaços favorecem os diálogos. São ricos e

oportunos para que os educadores conversem com bebes e crianças e para que as crianças conversarem, de modo mais espontâneo. Nesses momentos o vínculo afetivo e de confiança se fortalece. 3.Rodas de conversa. É importante inserir na rotina situações de conversa mais planejadas, considerando as características e interesses de cada agrupamento. Os conhecimentos sociais e culturais das crianças, poderão ser ampliados na medida em que os educadores planejam formas de disparar o interesse e

a curiosidade delas sobre temas, como:

animais,

alimentos, família, arte, música, dentre outros observados.. Sempre que o educador (a) observar a necessidade, as conversas entre as crianças e educadores poderão ser planejadas e incorporadas na rotina, com a clareza de que nos berçários e com as crianças pequenas, sentar em roda permanecer parado não é garantia de que estarão

atentas

ao assunto. Por isso, “a roda de conversa” pode

começar grande e redonda e no decorrer, esticar-se e até desfazer-se, pois, o movimento corporal é importante e necessário para que desenvolva

concentração. Em alguns

momentos, os educadores organizam “rodas”, com as crianças maiores, para outros fins, como por exemplo: 

Antecipar as propostas e orientar as crianças sobre os procedimentos;

Retomar combinados sobre os espaços / propostas em que as

crianças participarão. Esses momentos também serão pensados com a participação das crianças. Os assuntos das “rodas” de conversa também acontecem espontaneamente, podendo surgir em um pequeno grupo e se estender para um grupo maior, de acordo com o interesse da turma e intervenção dos educadores. Utilizar recursos como boas imagens, livros, objetos culturais ou naturais para que as crianças comentem, façam perguntas, elaborem hipóteses ou expressem suas opiniões, são estratégias que afetam a criança e despertam o desejo de falar.


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É preciso cuidar da seleção prévia dos conteúdos em livros e músicas, para evitar inserir valores preconceituosos ou que façam apologia ao consumo.

Selecionando

imagens de boa qualidade ao invés de desenhos estereotipados, por exemplo, garantiremos boa qualidade à experiência com a linguagem. Nos momentos de conversa os educadores aproveitam para conhecer sobre as vivências das crianças fora da escola e também sobre sua cultura. As crianças maiores, aprendem a se comportar socialmente e constrói identidade de grupo e pessoal, já que ouvem o que o colega tem a dizer ao mesmo tempo em que elaboram seus próprios pensamentos ao reproduzirem a fala e suas próprias ideias. Aprendem e utilizam termos que remetem a verbos temporais como ontem, hoje, amanhã, em suas narrativas, mesmo que o significado real da palavra ainda não esteja claro para elas. O tempo cronológico começa a ser interiorizado pelas crianças maiores, quando dizem “amanhã eu ganhei um brinquedo”. A conjunção verbal ainda mostra confusão sobre passado, presente e futuro. Gradativamente sentem-se mais à vontade para participar e protagonizar a conversa. Nessa fase o pensamento é sincrético, por isso, os assuntos se misturam e parecem não ter relação uns com os outros. Na verdade, uma conversa sobre feira, pode levar a criança a lembrar do avô, da pescaria, do shopping, enfim, é necessário ouvir, acolher, mediar e valorizar as falas de todas as crianças. A roda de conversa poderá se “transformar” em roda de música ou de história, também

planejadas pelos educadores, o que possibilitará às crianças ampliar os

conhecimentos sobre as diversas formas de linguagens. E os bebes, como se comunicam? Os bebês demonstram pelo olhar, balbucio ou gestos que estão compreendendo o que o educador diz e as respostas se dão quando reproduzem

sons, alteram as

expressões, sorrindo, se esquivando, imitando gestos sociais como balançar cabeça para sim ou não. As primeiras palavras surgirão a partir do que lhes é mais significativo e afetuoso, por isso, aprendem a dizer nome de alimentos, as palavras água, mamãe, papai, nomes de animais. Também aprender a dizer “meu”, “dá” e “não”, pois, precisam se auto-afirmar. O papel dos educadores é ampliar as possibilidades do bebe e crianças bem pequenas para se comunicar utilizando a linguagem verbal de forma cada vez mais elaborada por meio de diálogos.

EXPERIÊNCIAS COM LEITURA E CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS


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Discutimos, refletimos e validamos que os momentos de ouvir e contar histórias devem ser planejados com intencionalidade e clareza de que a linguagem oral, bem como a linguagem escrita estão sendo contempladas durante essas experiências. Em nossa escola, o lugar para ouvir e contar história é o ambiente ensado e planejado pelos educadores. Além da biblioteca, poderá ser a sala referência, solários, quintais (lá fora) ou mesmo no corredor. A história será bem vinda, desde que preparada com antecedência e que desperte o encantamento. Os bebes e crianças pequenas devem ouvir histórias e ter contato com os livros todos os dias, por isso, cada turma tem um acervo próprio, além daqueles que estão expostos em nossa biblioteca. Os momentos de leitura/contação de histórias tem por objetivos principais: 

Fortalecer vínculos sociais e afetivos,

Ampliar o conhecimento que a criança tem do mundo e

incentivar o prazer pela leitura. 

Contribuir para o desenvolvimento da fala.

Despertar a criatividade e imaginação.

Esse momento de contato com a língua escrita também promove o letramento e o início do processo de alfabetização, pois, desde muito cedo, as crianças observam e diferenciam as letras das imagens Para atrair e garantir a atenção das crianças para a história, devemos lançar mão das seguintes estratégias: 

Preparar o

ambiente, transformado o espaço de forma que seja

acolhedor, confortável e provocador do imaginário. 

Escolher livros e histórias que interessem às crianças e usar vários

recursos para auxiliar a narrativa, podendo ser, tom de voz diferente, adereços, instrumentos, entre outros. 

Conhecer o conteúdo dos livros antes de contar para as crianças.

Seja longo ou curto, a forma como será apresentado é que afetará ou não a atenção dos bebes e crianças. 

Uma mesma história poderá ser apresentada de várias formas: lida,

contada, dramatizada. E poderá gradativamente ser realizada com a ajuda e participação das crianças. 

Apoiar as crianças que desejam recontar ou encenar as histórias.

Disponibilizar vários exemplares

diariamente.

de livros

para o manuseio,


60

Quanto a reação e atenção dos bebes e crianças durante a história é importante o educador considerar que: 

Enquanto ouvem observarão os “jeitos” e “trejeitos” do educador, que

servirão de referência posteriormente. 

Farão leitura das imagens, baterão palmas, imitarão os personagens,

farão perguntas, possivelmente o educador terá de acolher, ao mesmo tempo em que dará continuidade ao conteúdo planejado. 

A expressividade das crianças, não se dará só por meio de palavras,

envolverá os sentimentos como tristeza, alegria, medo, raiva . Expressar-se-ão rindo ou demonstrando medos, associando a realidade com a fantasia e por isso, ampliarão seus conhecimentos de mundo! 

Durante a história, algumas crianças demonstrarão interesse em

manusear os livros, encenar as histórias e realizar reconto umas para as outras, espontaneamente. Antecipar com as crianças, combinando como isso será feito, após a história, ajuda as crianças a segurarem a ansiedade. Todo esse preparo contribuirá para que a criança adquira o encantamento por livros e o

hábito de leitura. O interesse pela língua escrita será consequência. Além disso,

sabemos

que

as

experiências

com

histórias

contribuem

para

a

criatividade,

expressividade e comunicação verbal na vida social. Através dos contos é possível apresentar às crianças outros ambientes, épocas e cenários que lançarão mão para entender as relações sócio culturais atuais e recriar suas próprias culturas. Os recursos mais utilizados e que, avaliamos, afetam positivamente os bebes e crianças são 

Fantoches,

Dedoches,

Livros 3 d

Livros sensoriais,

Adereços,

Tecidos e lençóis,

Fichas,

Imagens,

Instrumentos musicais,

Palitoches,


61

Caixa com objetos musicais,

Objetos com peças de encaixe, massa de modelar

Materiais confeccionados para representar a história,

CDs,

Materiais não estruturados,

Livros,

Miniaturas e pelúcias,

Lanterna.

Escolhemos as histórias considerando: 

O Gênero literário:  Contos da Literatura infantil de modo geral, com foco nos contos de

fadas, de bruxa (assombração), histórias de animais,  Revistas de cunho Científico com conteúdos específicos como animais ou meio ambiente de modo geral.  Livros de Poemas /parlendas.  Livros contendo apenas boas imagens. 

Durabilidade dos livros :

Capa e folhas mais resistentes,

Para os bebes, livros de tecido, plástico e texturas.

Quanto aos Temas, revelam interesse por:  Animais de estimação, da floresta, bichinhos de jardins  Amizade, respeito, higiene e alimentação.  Histórias que despertam emoções como: medos, risos, indignação,

empatia.  Textos de fácil memorização ou que permite a participação das crianças durante a contação. Autores como Ziraldo, Ruth Rocha, Ana Maria Machado, Cecília Meirelles, Vinicius de Moraes, Sonia Junqueira e Tatiana Belink são os preferidos e por isso estão em nosso acervo. Todas as sextas feiras nossos bebes e crianças levam para casa um livro para compartilhar com as famílias.

(Elaborado a partir das discussões em HTPCs de agosto, setembro e outubro 2017).


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4.1 Oralidade e Letramento Objetivos

Orientações Didáticas

Organização do ambiente, estratégias e recursos

Incentivar e valorizar as conversas entre as crianças e Proporcionar

também com os educadores, durante os vários momentos da Cantos/ Cabanas/tendas com tapetes, almofadas,

experiências para rotina.

para sentar e conversar, nas salas referências.

bebes e crianças Aproveitar as situações cotidianas que exigem escuta e comunicar-se

no diálogo, adotando a postura de olhar atento e disponibilidade Fichas com imagens que provocam a curiosidade.

cotidiano.

para atender as necessidades das crianças. Empenhar-se em interpretar as formas de comunicação não Canto de leitura.

Conversar

em verbais: choro, silêncio, gestos, expressões faciais.

grupo individualmente.

e Aproveitar

as

situações

de

acompanhamentos Fantoches.

individualizados (troca de fraldas, acompanhamento na escovação ou procedimentos gerais de cuidados com o Caixa surpresa com imagens ou objetos para disparar corpo,

durante

alimentação,

brincadeira,

entre

outras o assunto/tema da roda de conversa.

situações) para dialogar com os bebes e crianças. Comunicar aos bebes e crianças sobre as próximas Apreciação de fotos ou atividades de artes, expostas atividades: Onde vamos? O que vamos fazer? Quem pode em painéis. ajudar. Compreender,

acolher

e

verbalizar

os

sentimentos

e Disponibilizar

recursos

necessidades da criança quando essa não consegue simbolizar/encenar

de

uso

diálogos, como

social

para

aparelhos de


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expressar-se verbalmente.

celular,

microfones,

entre

outros

materiais

não

Abaixar no nível dos olhos da criança para que perceba que estruturados , que provoquem o desejo de se estamos interessados ao que querem dizer e para sintam-se comunicar ou simbolizar diálogos/narrativas sociais. confiantes. Ouvir pacientemente crianças que ainda trocam letras ou Organizar “rodas” em ambientes externos, no gramado gaguejam, considerando que a ansiedade do educador pode da escola para apreciar e conversar sobre plantas, comprometer esse desenvolvimento.

árvore, inseto, flores,

Provocar a fala, com perguntas que façam a criança pensar e reelaborar o pensamento, internalizando novas palavras e Planejar rodas de apreciação de artes próprias ou sentidos.

artistas consagrados.

Para ampliar o vocabulário, não omitir palavras consideradas estranhas ou difíceis para as crianças, trocando-as por outras Utilizar

diferentes estratégias para incentivar

a

mais comuns, ao contrario, falar corretamente com bebes e participação, por exemplo: microfone, fantoches, caixas surpresas,

crianças. Utilizar, dentro do contexto, palavras que despertem a curiosidade das crianças e ampliem sua a capacidade de comunicação. Organizar rodas de conversa em pequenos grupos ou com todo o grupo, sempre

considerando a necessidade de

movimentar-se dos bebes e crianças. Conversar de forma natural, sem infantilizar.


64

Jamais usar ironias ou indiretas, a clareza do diálogo é essencial para que as crianças participem da conversa. Valorizar os diálogos espontâneos das crianças. Cuidar para que a criança não passe o dia “invisível”, por conta do comportamento mais reservado. Observar a expressão corporal, o corpo fala! Observar

e

continuamente

acompanhar as

de

crianças

forma que

individualizada

trazem

e

dificuldades

vivenciadas em suas casas. Reportar-se à criança por seu nome, principalmente no início do ano, até que tenham um senso de pertencimento ao grupo e que compreendam os termos mais genéricos, como “turma da professora, pessoal, crianças”.

Brincar com as

Planejar sequências e atividades permanentes com músicas Organizar rodas para ouvir e cantar com apoio de CDs

palavras (cantigas, de diversos gêneros.

com músicas e poemas .

parlendas, quadrinhas).

Resgatar e recitar com as crianças parlendas como: Serra Organizar leitura de livros de parlendas e rimas. Serra, Toucinho, A galinha do vizinho, um dois feijão com arroz, entre outras da cultura brasileira.

Selecionar vídeos de brincadeiras cantadas para


65

complementar as experiências as experiências. Realizar brincadeiras cantadas. Utilizar fantoches, sucatas, tecidos entre outros Valorizar os diálogos espontâneos das crianças.

materiais para chamar a atenção das crianças.

Utilizar diferentes estratégias para sugerir a participação, por Utilizar a própria voz , alternando o tom: fino, grosso, ex: microfone, fantoches, caixas surpresas,

baixo, alto da educadora e crianças enquanto recitam ou cantam.

Afetar a criança, despertando nela o desejo de participar. Cuidar para que a criança não passe o dia “invisível”. Acreditar na capacidade das crianças. Observar

e

continuamente

acompanhar as

de

crianças

forma que

individualizada

trazem

e

dificuldades

vivenciadas em casa. Dizer à criança que algumas palavras ferem e precisam ser evitadas.


66

Cuidar do que fala com as crianças e das conversas que temos próximos a elas. Não ironizar, nem tão pouco utilizar de indiretas quando conversam com elas. Crianças pequenas não entendem ironias. Chamá-las sempre pelos nomes, principalmente até que as crianças tenham um senso de pertencimento de grupo. É necessário chama-las individualmente, sem utilizar termos mais genéricos, como por exemplo: turma, grupo, crianças. Dizer frases completas: Vamos para a sala! Ao invés de apenas : Sala! Ficar atento para dar voz para as crianças que falam menos ou não falam. Esforça-se e ter paciência para compreender o que a criança quer dizer, quando ainda não verbaliza ou pronuncia as palavras com dificuldades.


67

Possibilitar novas experiências com a linguagem, com bons textos, parlendas, poemas. Ter olhar sensível para escutar e planejar. O professor tem que ter sensibilidade para dar continuidade à conversa, fazendo perguntas que provoquem desdobramentos no diálogo. Possibilitar que as crianças tenham diversas experiências para comentar, por exemplo, observar a área externa, seja indo lá fora ou olhando pela janela, observar um dia de chuva, bichos, plantas. Aproveitar as brincadeiras simbólicas, por exemplo, quando falam com a família ao celular, brincadeira de casinha, entre outras. Utilizar os vocabulários corretos com as crianças (com concordâncias, plurais), sem gírias ou palavras impróprias para a faixa etária. Ampliar o conhecimento dos termos


68

científicos e populares, acreditando nas potencialidades e entendimento das crianças. É importante que os adultos se aproximem da criança, ficando no mesmo nível postural, para que os olhares se cruzem e assim, a criança terá certeza de que há interesse ao que ela fala. Ouvir narrativas literárias.

Preparar o ambiente, transformado o espaço de forma que História com recursos de livros e imaginários, seja acolhedor, despertando o imaginário, a fantasia, o Fantoches, raciocínio . Materiais não estruturados: caixas, cones, tubos, Escolher livros e histórias que interessem às crianças e lançar garrafas, elementos naturais( pedra, água, folha, mão de vários recursos para auxiliar a narrativa, podendo ser, areia...), tom de voz , adereços, instrumentos, entre outros. Tecidos, lãs, papéis variados. Realizar várias vezes, com antecedência, a leitura do texto. Seja longo ou curto, pensar na forma como será apresentado é como afetará e despertará a atenção dos bebes e crianças.

Lanternas, caixas surpresas com livros.

Uma mesma história poderá ser apresentada de várias formas: lida, contada, dramatizada. E poderá gradativamente Adereços, máscaras, pentes, varinhas mágicas. ser realizada com a ajuda e participação das crianças.


69

Apoiar as crianças que desejam re contar ou encenar as histórias. Disponibilizar vários exemplares de livros para o manuseio, diariamente. Desenvolver

Adotar a postura de leitor junto com bebes e crianças.

Livros;

comportamento

Disponibilizar/organizar cantinhos de leitura para manuseio de Revistas.

leitor.

livros e revistas.

Fantoches.

Frequentar a biblioteca da escola. Desenvolver

O educador (a) identificará os pertences das crianças Lápis de diversas cores, canetas hidrográficas, papés.

hipóteses para a maiores, com seus nomes e as incentivará a reconhecê-los, escrita.

Identificar as atividades de desenho, escrevendo diante da Cantos preparados com materiais que auxiliem o jogo criança.

simbólico

e

brincadeiras

que

exijam

a

escrita:

Significar o uso da agenda para a criança maior bem como a computador e telados, canetas e papeis. função dos bilhetes (comunicação escrita), sempre que a criança demonstrar interesse, Possibilitar

experiências

disponibilizando

para

brincar

de

escrever: Criança maior pode entregar bilhetes escritos para

canetas, lápis, papéis e teclados de outro educador.

computador. Desenhar todos os dias.

Crianças maiores participam de escrita de recados escritos de uma professora para outra, dentro de uma


70

necessidade real.

4.2 Campo do Jogo Simbólico e Faz de Conta OBJETIVOS 

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

Brincar no dia a dia com autonomia Organizar os espaços previamente;

Brinquedos,

de criação de enredos, cenários e Selecionar e oferecer diferentes materiais,

Materiais diversos: recursos naturais e não

papeis.

estruturados,

Observar as preferências das crianças.

Dispor de espaços e materiais que Significar ampliam o faz de conta

RECURSOS

Ter

oportunidade

espontaneamente

invenções de

e

os e

materiais,

apoiando

transformações

pelas

também Colocar-se disponível, caso seja convidado

pelo professor 

as objetos de uso social,

brincar crianças.

participar de brincadeiras mediadas a brincar,

Brincar sozinha, em grupo, com crianças da mesma faixa etária e crianças de idades diferentes.

Ensinar novas formas de brincar

como

sucatas,

tecidos,


71

4.3 Campo da construção OBJETIVOS 

 

Brincar no dia a dia com autonomia para construir e reconstruir casas, pontes, ruas, torres, entre outros objetos culturais. Dispor de espaços e materiais que

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

RECURSOS

Organizar o espaço,

Brinquedos não estruturados como potes, tocos de mateiras, modelagem, gravetos, encaixes.

Selecionar e oferecer diferentes materiais, Observar, Significar os materiais, por meio de atividades sequenciadas.

ampliam a construção. Colocar-se disponível, caso seja convidado Ter oportunidade de brincar a brincar, espontaneamente e também Ensinar novas formas de brincar . participar de brincadeiras mediadas pelo professor Brincar sozinha, em grupo, com crianças da mesma faixa etária e crianças de idades diferentes.

4.4 Conhecimento Espacial e Matemático OBJETIVOS

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

RECURSOS

E

ORGANIZAÇÃO

ESPAÇOS Manusear

objetos

e

jogos

que

Brinquedos e brincadeiras;

DOS


72

favoreçam o pensamento reversível em As noções relacionadas ao espaço e Sucatas: papelões, tampas de garrafas, potes termos de relação parte-todo, através de tempo, são trabalhadas em situações de de diversos tamanhos e materiais com quebra cabeça, brinquedos de encaixe e brincadeiras, na rotina e atividades diversas texturas; de montar, etc;

planejadas,

permitindo

a

construção Água, areia, entre outros elementos naturais.

Acompanhar a passagem do tempo: gradativa de conceitos dentro de um organizando quadro com fotos da rotina, contexto significativo, com atividades calendários para acompanhar dia de inseridas e integradas no cotidiano das aniversário e contagem de quantos dias crianças, de forma a ampliar suas faltam para passeio, com as crianças experiências, principalmente em jogos e maiores; Na estruturação da rotina para brincadeiras ter noção de antes e depois;

permitam

a

familiarização com elementos espaciais

Enriquecer o faz-de-conta que deve com e numéricos. objetos e brinquedos que contenham números

(telefones,

máquina

de

calcular,

relógios,

teclados

de

computador, etc); Utilizar-se do folclore brasileiro que é fonte riquíssima de cantigas, rimas infantis, parlendas envolvendo recitação de números.

que


73

4.5 Habilidades do Corpo Objetivos

Orientações didáticas

Recursos e organização do espaço Bolas;

Explorar o mundo pelo movimento

Bambolês; Propiciar brincadeiras que envolvam música Tecidos, cordas; e movimento; Colchoes;

Explorar o próprio corpo pelo movimento

Proporcionar e explorar movimentos Motocas; ajustados a um ritmo, através de brincadeira Papelões; de roda; Plástico bolha; Bancos e mesas;

Expressar e interagir com os outros pelo Assegurar e valorizar em seu cotidiano, jogos Elásticos. motores e brincadeiras visando o movimento desenvolvimento progressivo da coordenação dos movimentos e o equilíbrio;

Propiciar

atividades

diante

do

espelho

despertando a criança para os movimentos de seu próprio corpo;

Organizar o ambiente de forma que a criança


74

tenha acesso a materiais que propiciem a descoberta e a exploração do movimento;

Organizar atividades que sugiram desafios corporais variados (circuitos);

Adequar às brincadeiras, espaços e materiais e as formas de atuação de acordo com o seu grupo e suas especificidades (faixa etária, interesse, capacidades individuais);

Ter um olhar atento para cada criança, estimulando a participação nas brincadeiras, circuitos, colocando-se como parceiro mais experiente

e

provocando

para

que

se

arrisque e se exponha, testando seus limites e possibilidades;

Valorizar o esforço pessoal e as conquistas corporais das crianças;


75

Considerar o corpo e movimento das crianças em todos os momentos da rotina, evitando os tempos de espera desnecessários, bem como

considerar

o

envolvimento

e

a

participação das crianças em todas as propostas.

4.6 Artes Visuais e Música Objetivos

Orientações didáticas

Reconhecer sons e ritmos. Criar e produzir sons

Recursos

Tendo clareza do seu projeto de trabalho,

Imagens de Artes em livros ou telas

o

(reproduções),

educador

poderá

imprimir

maior

qualidade à sua ação educativa ao garantir que:

Cantar

agua, sementes, temperos, etc.

Ampliar o conhecimento de mundo que

A criança possa compreender e conhecer

possuem, manipulando diferentes objetos

a diversidade da produção artística na

e

suas

medida em que estabelece contato com

e

imagens das artes nos diversos meios,

possibilidades de manuseio e entrando

como livros de arte, revistas, visitas às

em contato com formas diversas de

exposições, contato com artistas, filmes

materiais,

características,

Materiais /recursos naturais: folhas, terra,

explorando propriedades

Tintas coloridas; Tecidos;


76

expressão artística;

etc.;

Explorar diversos materiais gráficos e

Ofereça

plásticos sobre diferentes superfícies para

crianças, fazendo com que estes sejam

ampliar suas possibilidades de expressão

percebidos

e comunicação.

manipulados e transformados;

Papeis variados; diferentes

em

materiais

sua

pelas

diversidade,

Argila; Massinha de modelar;

Explorar materiais, como lápis e pincéis

Respeite os pontos de vista de cada

de diferentes texturas e espessuras,

criança, estimulando e desenvolvendo

brochas, carvão, carimbo; de meios, como

suas leituras singulares e produções

tintas, água, areia, terra, argila etc.; e de

individuais;

Palitos de sorvete; Materiais recicláveis;

variados suportes gráficos, como jornal, papel, papelão, parede, chão, caixas,

Possibilite que as trocas de experiências entre

madeiras etc.

as

crianças

aconteçam

nos

momentos de conversa e reflexão sobre Reconhecer

diferentes

movimentos

gestuais, visando a produção de marcas

os trabalhos, elaborações conjuntas e atividades em grupo;

gráficas. Reconheça que o prazer lúdico é o Cuidar do seu próprio corpo e dos colegas

gerador do processo de produção;

no contato com os suportes e materiais de artes.

Cds;

Compreenda a arte como linguagem que

Instrumentos musicais;


77

constrói objetos plenos de sentido; Cuidar

dos

trabalhos

materiais e

e

objeto

apreciar

os

produzidos

individualmente ou em grupo.

diversidade das produções.

Ampliar o conhecimento sobre obras musicais variadas. Participar de situações que integrem músicas,

canções

e

movimentos

corporais. Brincar com jogos cantados e rítmicos. Ampliar o conhecimento de mundo que possuem, manipulando diferentes objetos e

materiais,

características,

explorando propriedades

suas e

possibilidades de manuseio e entrando em contato com formas diversas de expressão artística;

Valorize a ação artística e o respeito pela


78

5. Organização das atividades da rotina

Em nossa rotina, procuramos garantir para todas as crianças, oportunidades de vivências e experiências, num espaço organizado intencionalmente pelas educadoras. Planejamos momentos e atividades em que as crianças tenham oportunidades para: • Brincar e movimentar-se explorando os espaços com liberdade e segurança. • Atenção individual. • Expressão de sentimentos. • Colo, acalanto e afeto. • Momentos de descanso em um ambiente aconchegante e acolhedor. • Conhecer a natureza, explorando materiais como água, pedras, folhagem, areia,terra, pedras. • Higiene e alimentação sadia. • Desenvolvimento de criatividade, curiosidade e imaginação. Para que esses direitos sejam garantidos elaboramos nossos pressupostos para uma rotina humanizadora:: • Respeito entre todos os envolvidos no processo educativo (crianças, funcionários, famílias). •

Respeito a todas as ideias e diferenças culturais das famílias.

Compreender o diálogo como a forma mais eficaz para uma relação de parceria em prol da qualificação do atendimento às crianças.

Considerar que o processo de aprendizagem é gradativo e que, portanto, deve ser construído coletivamente.

Conhecer e acolher a história de cada criança, para não estigmatizá-la, ou olhar de forma preconceituosa e discriminatória.

Refletir sobre as práticas, adotando uma postura de pesquisador.

Jamais punir a criança por um lapso da família (exemplos: esquecimento de livros, fraldas, horários, etc).

Ter flexibilidade em relação ao planejamento e diante dos imprevistos, evitando o estresse.

Romper com a ideia de que a educação infantil é uma educação preparatória para os outros segmentos.

Considerar o brincar como fonte de aprendizagens e um ato indissociável da rotina.

Respeitar e garantir o direito das crianças de fazerem escolhas.


79

Respeitar o ritmo e atender a necessidade de cada criança.

Não obrigar as crianças a fazerem o que lhes causa desconforto como dormir, comer, quando não querem.

Acolher, compreender e intervir para que as crianças vençam as dificuldades em participar de algumas propostas.

Garantir os princípios de autonomia e cooperação em todos os momentos da rotina.

5.1 Período de Adaptação e Acolhimento das Famílias e Crianças. “(...) um bom planejamento do período de acolhimento garante um processo mais tranquilo para as crianças, suas famílias, os educadores e todos os demais que acompanham essa fase tão importante na vida da criança (...)” Cisele Ortiz in “Cuidados Compartilhados, um Planejamento para Acolher os Pais”, p.9, Revista Avisa Lá.

Entendemos que os cuidados que temos quando acolhemos as crianças devem ser realizados sempre que houver essa necessidade, durante todo o ano. Por motivos diversos, que vão desde problemas de saúde a situações familiares, algumas vezes as crianças precisam ficar afastadas da escola, necessitando, ao retornar, de uma atenção especial das educadoras para envolvê-las novamente com as situações de aprendizagem e socialização com os colegas. Após a matrícula da criança, os pais já são avisados e convidados a participarem da primeira reunião com a equipe gestora. Nesse encontro são abordados vários assuntos, dentre eles: o período de adaptação, rotina escolar, conhecimento do espaço físico da escola, a especificidade das crianças, alimentação, saúde, concepções pedagógicas e participação das famílias na construção do projeto da escola, APM e conselho escolar. É o primeiro momento oficial em que damos aos pais oportunidade para esclarecerem suas dúvidas e ansiedades, muitas delas serão retomadas no decorrer do ano. No início do ano letivo os educadores conversam individualmente com todos os pais, para que contem sobre expectativas e dúvidas e para que o educador saiba um pouco sobre como é a vida da criança em família. Dialogam sobre os hábitos alimentares, saúde, temperamento, histórico do nascimento, relações sociais, com quem brinca, quem mora na casa além dos pais, onde costumam passear.


80

Consideramos esses momentos importantes para melhor recebermos as famílias e para auxiliar na elaboração do planejamento das atividades de acolhimento de forma que respeite as particularidades de cada criança. O primeiro dia da criança na escola conta com a presença dos pais ou responsáveis. Se for necessária a presença e o acompanhamento de um responsável para dar segurança à criança que apresenta mais dificuldade durante o período inicial de adaptação, sua permanência será bem vinda e reduzida gradualmente, conforme observações dos educadores sobre a necessidade das crianças.

O planejamento intenciona prevê atividades adequadas às faixas etárias, incluindo a organização dos espaços e seleção de brinquedos e materiais, de acordo com a fase da criança. Considerando que, para algumas crianças e famílias, o início do ano letivo pode ser difícil devido à separação e adaptação ao novo ambiente da escola, pensamos em algumas ações para assegurar que a recepção seja realizada com o máximo respeito e atenção a todos, no sentido de ajudar as famílias a confiarem no trabalho da instituição: • Dialogar com os pais sobre os objetivos do período de adaptação/acolhimento já na primeira reunião e sempre que perceber que ainda sentem dúvidas; • Compreender que ficam inseguros e que não adianta julgá-los, pois estão deixando os filhos o dia todo numa experiência nova e num espaço desconhecido; • Sensibilizar sobre a insegurança da criança que vai embora depois do horário; • Conversar com as mães que ainda amamentam as crianças, buscando estratégias para que a aceitação da alimentação escolar se dê de forma mais tranquila, explicando sobre o cardápio da escola; • Explicar aos pais que despedidas longas podem causar insegurança nas crianças; • Sensibilizar as famílias de que as reuniões com pais são importantes momentos para estabelecer parceria; • Pedir para a família, na medida do possível, que acalme a criança antes de entregala às educadoras, que devem se aproximar da criança;


81

• Tranquilizar os pais em relação ao choro das crianças, pois, é natural que nesse momento estranhem o espaço, os adultos e as outras crianças; • Mostrar a participação da criança na rotina da escola (fotos, filmagens) e os registros sobre o desenvolvimento (relatórios); • Preparar o ambiente de forma acolhedora, facilitando o acesso aos brinquedos. • O educador poderá usar algum acessório diferente para chamar a atenção das crianças, sempre atentos ao sentimento que esses adereços podem despertar na criança, que podem ou não gostar de adereços como arquinhos, chapéus, fantasia ou fantoches. • Ter um olhar atento para o choro da criança, acolhendo, conversando, ficando próximo, mostrando-se acessível a ela. • Prestar atenção ao que causa medo e insegurança às crianças. Exemplos: algumas crianças têm medo de ir ao banheiro por associarem ao hospital, outras temem os bichos de pelúcia, vídeos ou histórias que tenham lobos ou bruxas. • Ficar próximo à criança, pois, não dá para dar colo a todos ao mesmo tempo. • Compreender as emoções das crianças e o tempo que cada uma precisa para se adaptar à escola. • Identificar as preferências das crianças seja por observação seja por conversa com as famílias, desde os primeiros momentos delas na escola, incorporar no planejamento. • Ampliar o período de adaptação com horários reduzidos, caso observe que esse recurso vai auxiliar a criança no processo de adaptação. Decisão deve ser conversada e estabelecida com a família. •

Ao final de cada dia, educadores conversarão e registrarão

as observações e

planejamento para qualificar as ações, socializando com as gestoras questões específicas sobre as crianças e famílias que consideram importantes pensar juntas, por exemplo, saúde, alimentação, horários diferenciados. Em relação aos trios de educadores: • Ao final de cada dia, conversar, registrar as observações e revisitar o planejamento para qualificar as ações. • Socializar com as gestoras questões específicas sobre as crianças e famílias que consideram importantes pensar juntas, por exemplo, saúde, alimentação, horários diferenciados. O quadro geral de horário existe para que as educadoras, ao planejarem semanalmente, as atividades, antecipem os materiais, adequação dos espaços

de


82

acordo com a intenção. Também, para que planejem os encontros entre as turmas de forma organizada, evitando tumultos que comprometam a participação efetiva das crianças.

5.2 Brincar “Meu quintal é maior do que o mundo. Sou um apanhador de desperdícios: Amo os restos como as boas moscas. Queria que a minha voz tivesse um formato de canto. Porque eu não sou da informática: eu sou da invencionática. Só uso a palavra para compor meus silêncios.” Manoel de Barros

O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998) ressalta a importância da brincadeira quando afirma que educar significa “propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas” (p.23). Em nossa escola a brincadeira ocupa espaço privilegiado e deve ser garantida durante toda a rotina. Planejamos e contemplamos as brincadeiras em variados momentos e nos diversos espaços: nas salas, nos pátios, nos solários, na brinquedoteca, no parque / tanque de areia, nos corredores, gramados e rampas da escola. Todos os espaços podem ser transformados e organizados como ambientes de aprendizagem. Por meio de observações das relações que ocorrem entre as crianças durante as brincadeiras foi possível avaliar o quanto a organização dos espaços é importante para que se interessem pelas brincadeiras e para que a criação e a imaginação sejam alimentadas. Nesse sentido, oferecemos variedade de objetos e materiais não estruturados para que construam seus brinquedos e brincadeiras. O brincar “lá fora” é fundamental, pois, garante o contato com os elementos da natureza como terra, água, gramado, gravetos pedras e pequenos animais.


83

As crianças não nascem sabendo brincar, elas aprendem, por isso, o papel do educador é essencial, devendo cuidar da: Mediação: •

Por meio de sugestão (e não de imposição) de novos elementos para

alimentar a brincadeira, por meio da oferta de um novo material, sugestão de modificação de um enredo e determinados papéis ou ao observar uma situação de crianças brincando de cozinhar, por exemplo, mexendo em uma panela com uma colher, o educador pode sugerir ou mostrar que quem quiser pode utilizar o forno para assar, solicitar um pouco de “comida” para experimentar ou perguntar o que estão cozinhando. •

A educadora estará servindo de modelo de imitação e provocando as crianças a incorporarem novas ações em seu repertório de brincadeira. É importante ressaltar que a criança deve sempre tomar a decisão se aceita ou não a proposta do educador. Por sua vez, cabe ao educador uma observação atenta da brincadeira livre da criança para que possa pensar em sugestões atrativas e convenientes que despertem seu desejo de incorporá-las em sua brincadeira. Porém é preciso tomar cuidado com a forma e frequência que o professor realiza esse tipo de intervenção. O tom e a frequência exagerada das sugestões do professor no rumo da brincadeira são o mesmo que, indiretamente, dirigi-la e consequentemente descaracterizá-la como brincadeira.

O educador (a) pode e deve brincar com a criança, de preferência quando for convidado pela criança a fazê-lo. Com esse convite a criança já delimita o papel do educador e demonstra que quer um parceiro mais experiente para brincar junto com ela. O professor deve entrar na brincadeira como coautor, que representa


84

junto com a criança, porém com seu modo adulto de agir. Não precisa se infantilizar para participar da brincadeira, mas deve entender a linguagem da brincadeira da criança e atuar junto com ela, representando como um adulto. Deve ser capaz de entrar no jogo infantil, sem interferir demais nos rumos da brincadeira, deixando a criança livre na escolha dos temas, na distribuição dos papéis, no controle do andamento.

Organização do espaço e materiais A organização do espaço e dos materiais é reveladora do que se pretende oportunizar as crianças. O educador deve organizar o espaço e os objetos que estarão à disposição da criança de modo a aumentar a probabilidade de desenvolvimento amplo, criativo e voluntário da brincadeira. Além de acessíveis às crianças, os objetos devem ser variados para possibilitar uma diversidade de ações e arranjos e consequentemente de tipos de brincadeiras. Brinquedos simbólicos, jogos de construção, jogos de regras, materiais não estruturados e naturais que possibilitem múltiplos usos e diferentes ações sobre elas, como tecidos, caixas, sucatas diversas, tábuas, bancos, sementes, terra, água, galhos, folhas, entre outros. Os arranjos espaciais também devem promover diferentes interações entre as crianças. Espaços amplos e pequenos, semiabertos, possibilitam a realização de atividades em pequenos grupos, no grande grupo ou em atividades individuais.

A organização do espaço e disponibilização de materiais são

fundamentais e revelam a intencionalidade da proposta.


85

Organização do tempo No planejamento da rotina, alguns fatores são importantes ao se pensar no tempo para brincar. É necessário garantir uma regularidade na disponibilidade de tempo livre para brincar e para as outras atividades que alimentem o brincar. A flexibilidade do educador ao lidar com o tempo destinado a brincadeira é importante para permitir que a brincadeira surja espontaneamente a partir de um evento não planejado e para permitir o desenrolar da brincadeira tendo como referente à própria criança, o seu desejo e o seu tempo interno. Outro fator a se considerar na rotina é a possibilidade de encontro entre diferentes faixas etárias nos momentos de brincadeira, em que diferentes “zonas de desenvolvimento potencial” se formam enriquecendo as possibilidades de aprendizagem entre as crianças.

Observação A observação do brincar das crianças é um instrumento fundamental para o planejamento do professor. O professor deve saber o que observar, ter uma pauta de observação e também saber interpretar aquilo que observam, levantando elementos que o ajudarão na continuação de suas propostas de brincadeira e atividade dirigida, tais como principais interesses das crianças, dificuldades encontradas, competências demonstradas na brincadeira, etc.

Mediação de conflitos Conflitos são situações de adversidade entre criança / criança e crianças / adultos, que possibilitam aprendizagens sobre convivência social. Os principais fatores que desencadeiam conflitos durante nossa rotina são: •

Disputa por espaço.


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• •

Disputa por brinquedo ou materiais de uso coletivo.

Disputa pela atenção da educadora (por suas mãos, seu colo, sua resposta).

Podem ser provocados por contatos físicos: lutas, empurrões, recusas, quedas ou trombadas. Crianças pequenas entram constantemente em conflito e não conseguem resolvê-los sem ajuda porque ainda estão construindo sua identidade pessoal e de grupo, aprendendo a considerar o ponto de vista do outro, estruturando a sua própria construção de sentidos e significados sobre o que a cerca, com muita necessidade de afirmar suas opiniões e desejos. Por isso, elas precisam aprender a solucionar seus conflitos com parceiros mais experientes e pela mediação do adulto. O espaço de convivência na escola possibilita que a criança aprenda a viver em sociedade, pois, implica respeitar regras, negociar com os colegas ou educadores, às vezes cedendo, esperando a vez, dialogando, dividindo brinquedos e espaços e através de momentos de cooperação quando auxilia na sua organização (espaços e brinquedos), ajuda o colega ou a educadora a realizar tarefas ou quando se responsabiliza por cuidar de seus pertences pessoais. Conflitos são inevitáveis e, fazem parte do desenvolvimento, portanto, devemos olhar para esses momentos de forma reflexiva para promover aprendizagem. Nossas intervenções devem auxiliar a criança a aprender sobre cooperação, respeito ao outro e convivência, sendo assim, não castigamos as crianças, e sim, ensinamos as crianças a conviver em grupo, com respeito. Toda intervenção causará impacto no desenvolvimento da criança, por isso, é preciso cuidar para que seja realizada de forma respeitosa. As relações nessa faixa etária são conflituosas e exigem paciência do educador. É preciso que o educador tenha clareza que: •

Mediar e ensinar a criança a colaborar, faz parte dos nossos princípios enquanto educadores; devemos ter respeito ao ser humano que a criança é;

A relação de confiança que a criança sente pelo educador ou a não confiança é que vai fazer com que ela aprenda a lidar com os conflitos;

As situações de conflitos são ricos momentos de ensino-aprendizagem. Cabe a ele buscar estratégias para auxiliar a criança a solucionar essas situações;

Por meio de observações é possível antecipar as dificuldades ou reorganizar propostas e espaços;

Podemos diminuir a incidência de conflitos, mas nunca vamos extingui-los, pois, fazem parte do desenvolvimento humano;


87

Crianças pequenas dependem muito mais do adulto para se relacionar com os parceiros e resolver situações conflituosas porque não diferenciam o “eu” do “meu”.

O “ter” para elas é sinônimo de “ser”, por isso ocorrem tantos conflitos;

Ter autoridade, preservando o respeito e o afeto à criança;

Conquistar a confiança da criança, dar exemplo, em nossas próprias atitudes;

Valorizar as ações positivas e cuidar para que a criança que faz birra não se torne o centro das atenções, nem que algumas sejam rotuladas (sempre ‘a culpa é dela’);

Estabelecer vínculo e parceria com a família para entendermos como é a vida da criança em casa e sensibilizar as famílias para compreender nossa forma de cuidar e educar;

Construir regras de convivência com as crianças, retomar os combinados sempre que necessário;

Ouvir as crianças e acolher seus sentimentos seja eles de tristeza, raiva, medo, apatia, dor;

Não esperar que a criança aja sempre da mesma maneira, considerar que estão construindo a identidade, sendo tudo “eu” e “meu”;

Aprender a lidar com a diversidade do grupo, ou seja, não almejar um grupo com comportamento homogêneo;

O educador auxilia o autoconhecimento quando ajuda as crianças a refletirem sobre seus sentimentos e tendências de reação, todavia, ele deve evitar tomar partido, falando pelos envolvidos ou propondo a resolução, estimulando-os a descreverem por si próprios seus pontos de vista e sentimentos, favorecendo a coordenação dos mesmos;

A escola deve ajudar a criança a controlar seus impulsos, tornando-os aptos a refletir sobre as consequências de seus atos;

Evitar intervir quando as crianças ainda estão bravas ou com raiva; é indicado que o educador aguarde até se sentirem mais calmas, podendo escutar e falar;

É preciso observar as crianças para saber o que de fato provocou o conflito; o Precisamos cuidar da nossa postura porque as crianças reproduzem o que veem.

5.3 Entrada/acolhimento As crianças são recebidas em suas salas referências, a partir das 7h30 horas. A recepção é realizada com cordialidade, afeto e alegria pela educadora.

Alguns pais


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aproveitam para perguntar sobre os filhos ou dar algum recado, rapidamente, geralmente sobre administração de remédios, para não desviar a atenção das crianças. Consideramos esse momento de acolhimento fundamental para que se estabeleça vínculo afetivo entre as crianças e educadoras, pois é um momento difícil, de separação. Dar atenção para a criança e conversar com os pais contribui para fortalecer os vínculos de confiança e parceria entre educadoras e famílias. A organização do ambiente é planejada considerando as especificidades da faixa etária. Iniciamos com propostas de atividades diversificadas, como cabanas, livros de histórias, salão de cabeleireiro, pistas para carrinhos, bonecas, bolas, papéis e lápis, blocos de montar. Utilizamos os móveis da sala, tecidos, materiais recicláveis para incrementar as propostas e brincadeiras. Os materiais são dispostos de forma convidativa para que as crianças ajam com independência e segurança. Após a brincadeira as crianças participam da organização dos brinquedos e são convidadas para conversar sobre a rotina do dia, realizar a lavagem das mãos e seguir para o café. No decorrer do ano as crianças participam de forma cada vez mais independente da organização dos materiais pessoais, retiram a agenda e guardam em local identificado com seus nomes. Esses procedimentos são intencionalmente pensados para que as crianças construam identidade e autonomia.

5.4 Saída : Acolhimento das Famílias. Após o jantar as crianças percebem que está quase na hora de ir embora. Porém, muitas atividades acontecem até a chegada das famílias Os bebês e as crianças são incluídas nas atividades de cuidados pessoais, de acordo com sua competência. Aprendem a vestir-se, escolher a roupa, guardar os pertences, colocar a fralda suja no lixo, limpar o nariz, pentear cabelo. O movimento é intenso e orientado todo o tempo pelas educadoras. Todas essas ações são intercaladas com as propostas de brincadeiras, contação de histórias, músicas e danças, para que as educadoras consigam atender individualmente e realizar as trocas de fraldas e roupas e lavagem de mãos. É importante cuidar para que não haja tempo de espera. Ao chegar, os pais percebem esse movimento e aprovam a iniciativa das crianças que buscam suas mochilas e se despedem dos educadores. A partir das 17h15min quando a maioria das crianças já foram embora, as propostas são alteradas, atendendo preferências individuais das que permanecem até ás 17h30. Algumas gostam de brincar no pátio, onde estão o escorregador e mini-gangorras. Outras preferem ficar em sua sala


89

referência. No decorrer do ano, as crianças se divertem e brincam juntas, enquanto esperam seus pais. Cabe ao educador observar qual a estratégia mais adequada para cada uma, ao mesmo tempo em que incentiva a coletividade. Dessa forma garantimos o bem estar das crianças até o final do período.

5.5 Repouso O repouso é um dos momentos planejados em função da saúde e do bem estar das crianças. Por isso a organização do espaço e o tempo para essa proposta é planejada de acordo com as necessidades e as fases em que estão. Dos quatro aos seis meses mantemos os bebes em berços, depois passam a dormir em colchões como as demais crianças. Essa prática se dá por acreditarmos ser importante a interação entre elas e o ambiente, pois, podem se movimentar e agir de forma mais independente logo que acordam. O educador identifica e acolhe as preferências dos bebes e das crianças, que vão desde a posição do corpo, materiais de apego ou local dos colchões. As maiores demonstram suas preferências de forma explicita e são capazes de ajudar na organização do espaço antes e depois do descanso. As crianças não são obrigadas a dormir, pois, o sono é um ato espontâneo. Se ficar irritada ou resistente em relaxar, mesmo estando sonolenta, o educador deve aproximarse, acolhendo-a pelo toque ou acalanto. Em algumas situações, o diálogo com a família para compreender os hábitos de repouso da criança é fundamental. Para as crianças que ficam acordadas, montamos na sala um canto com livros, brinquedos, papéis, lápis de cor e outros materiais utilizados em atividades silenciosas para entretê-los. Organizamos esse momento para que seja o mais tranquilo e confortável para as crianças, tendo em vista algumas orientações para os educadores: •

Preparar um ambiente aconchegante, com músicas que acalantam, acalmam ou ninam as crianças.

Deixar a luz natural no ambiente, sem escurecê-lo demais.

Planejar atividades mais tranquilas, como livros e desenhos para aqueles que não querem dormir ou que vão acordando.

Deixar janelas abertas e portas, mesmo no frio. Neste caso, agasalha-se mais as crianças. A ventilação do ambiente é de extrema importância para a saúde de todos.

Organizar o espaço de forma que os colchões fiquem afastados uns dos outros.


90

Orientar as crianças a deitarem com as cabeças invertidas, para evitar que respirem muito próximas.

Usar lençóis e edredons individuais.

Nunca deixar crianças dormindo sem um adulto responsável.

Durante o sono das crianças o educador deve ficar atento e numa posição em que consiga enxergar todas as crianças.

Dar atenção individual às crianças que demonstram dificuldades para relaxar, porém, cuidar para que a criança não fique dependente do adulto para adormecer.

Sempre que possível, incluir as crianças na organização do ambiente, antes e depois do sono.

Dar autonomia para que a criança cuide de seus pertences pessoais, como chupetas, sapatos, paninhos ou travesseiros.

Também cuidamos da forma que despertamos as crianças: •

Abrimos as persianas e iniciamos a movimentação de forma natural.

Convidamos as crianças que já acordaram para ajudar acordar os amigos.

Não aumentamos nem diminuímos o tom da voz.

Retiramos os edredons apenas das crianças que já acordaram, comunicando a ela o que será feito e solicitando sua ajuda.

5.6 Horário de Refeições Planejamos os horários das refeições atendendo as crianças em pequenos grupos. Enquanto um grupo de, no máximo, seis crianças vai para o refeitório, as demais brincam ou escovam dentes ou se preparam para o descanso. Além das aprendizagens diretamente relacionadas à alimentação, garantimos que desenvolvam habilidades motoras, sociais, afetivas e que construam auto estima/identidade positiva de si. Além disso, o percurso entre um ambiente e outro proporciona inúmeras situações interativas e surpreendentes para as crianças quando elas se encontram e convivem com os colegas de outras turmas e adultos da escola. Com essa organização teremos sempre um educador com as crianças na sala referência ou em outro ambiente previamente planejado, enquanto o outro orientará e acompanhará as crianças durante as refeições.


91

Para garantirmos a qualidade desse trabalho contamos com a colaboração de toda a equipe escolar, especialmente a equipe de apoio, que observa as crianças enquanto descem ou sobem as escadas ou caminham pelas rampas, transitam de um espaço ao outro, orientando-as e auxiliando-as sempre que necessário.

ORIENTAÇOES DIDÁTICAS PARA AS REFEIÇOES DE ACORDO COM A FAIXA ETÁRIA

BERÇÁRIOS •

Os alimentos oferecidos às crianças devem ser previamente preparados, de acordo com a turma.

O educador deve agrupar as crianças considerando as necessidades de cada uma. Por exemplo, quem chega mais cedo se está com fome, irá primeiro para o refeitório ou quem demora mais para comer. Gradativamente, as crianças se manifestam quando sentem fome ou quando preferem brincar um pouco mais. Cabe ao educador garantir a participação das crianças nessas decisões.

As educadoras em parceria com as cozinheiras, colocam o leite na mamadeira de acordo com a quantidade que cada criança aceita e de acordo com a faixa etária.

Através da observação das capacidades das crianças, promovemos novos desafios, por exemplo, usar o copo ao invés da mamadeira e colocar o leite no copo.

Durante o café da manhã é possível planejar as seguintes atividades com as crianças: roda de música, atividades diversificadas, brincadeiras com bolas.

Quando só há uma educadora com a turma e acontecem eventualidades, como por exemplo: necessidade de troca de fraldas, solicitamos ajuda para outro funcionário da escola.

As mães que amamentam, têm o direito de alimentar o bebê em espaço reservado na escola.


92

Procuramos promover para as crianças uma alimentação adequada respeitando o período de dentição, iniciando com alimentos bem pastosos e gradativamente oferecendo os mais sólido •

Durante o almoço percebemos que algumas crianças ficam sonolentas, por

este motivo, antes de irmos para o refeitório lavamos as mãos e se necessário, o rosto. •

Oferecemos variedade de potes de encaixar, brinquedos emborrachados, mordedores, instrumentos musicais, sucata, cesto de tesouros como atividade enquanto ocorre o almoço.

Conforme os bebes voltam iniciamos as trocas de fraldas e escovação.

Cuidamos para que o ambiente seja agradável e conversamos com os bebes em tom de voz baixo, enquanto os alimentamos.

Durante o período de adaptação o lanche é servido na sala referência, para atender às necessidades de sono de cada criança.

Estendemos uma toalha de plástico no chão, onde os bebes podem sentar enquanto saboreiam as frutas ou papinhas.

Os bebes que ainda não andam ou engatinham são levados para o refeitório, de dois em dois, quando ainda utilizam cadeirão ou em grupos de 3 em 3, quando já sentam-se à mesa.

O educador senta-se com as crianças e as auxilia para que desenvolvam independência para se alimentar, ajudando a levar os alimentos na boca, oferecendo uma colher a mais, dialogando todo o momento, conversando sobre os procedimentos/ ações que vão ou estão acontecendo , de forma que não seja um diálogo só de orientação.

TURMAS DO INFANTIL I •

No início do ano, período de acolhimento, planejaremos propostas em espaços mais próximos ao refeitório, facilitando o acompanhamento do percurso e a localização entre um espaço e outro pela criança, até que se sintam seguras para realizar esse percurso com maior independência.

Observarmos

necessidades

de

cada

criança

para

definir

os

primeiros

agrupamentos para as refeições, incluindo a criança nessa decisão. •

Planejamos propostas, concomitantemente com as refeições, considerando que um educador estará sozinho com a maioria do grupo, nas quais as crianças ajam


93

com maior independência, atividades diversificadas nas salas referências

ou

brincadeiras em pátios e parque. •

O café da manhã, almoço e jantar são realizados no refeitório.

O lanche acontece de acordo com o planejamento dos educadores, além do refeitório, podendo ser em forma de piquenique no gramado ou excepcionalmente na sala referência .

TURMAS DO INFANTIL II : •

No início de cada refeição, um grupo de no máximo de seis crianças dirigem-se ao refeitório acompanhados por um educador.

Gradativamente é possível Incluirmos as crianças nas decisões de quem irá para o refeitório, considerando a fome, sono, interesse pela brincadeira e dessa forma os acordos e decisões são realizados entre educadores e crianças..

Durante o ano incentivamos as crianças a servirem-se de forma mais autonoma.

Na medida em que terminam de se alimentar voltam para brincadeira

para que

outras crianças dirijam-se ao refeitório. •

Após o repouso o preparem

educador orienta as crianças que acordam para que se

para o lanche: calçar

sapatos, fazer xixi, lavar mãos, auxiliar na

arrumação da sala. •

Os educadores conversam com as crianças retomando os combinados sobre o trajeto, as relações de convivência, incentivando as parcerias.

Brincadeiras que envolvem movimentos e faz de conta e jogos de construção, são as mais adequadas para essa faixa etária, enquanto ocorrem as refeições.

Incentivamos as crianças a servirem-se, orientando sobre as quantidades e temperatura dos alimentos.

Caso a proposta esteja acontecendo em outro espaço que não a sala referencia é preciso orientar a criança para que ela entenda que deve retornar a esse local e não para a sala.

As crianças são orientadas a devolverem os pratos após as refeições em uma caixa organizadora. Também são orientadas a limparem a boca, jogarem o papel no lixo e levar as travessas na cozinha.

Orientações gerais:


94

Durante as refeições estimular a criança a experimentar os alimentos, conversando sobre sabores, aspectos, aroma, sem deixar de respeitar as preferências.

Não impor condições para que a criança coma para obriga-las a comerem. Exemplo: Se não comer, não vai brincar.

Passar uma imagem positiva dos alimentos, cuidando para não expressar suas próprias preferências.

Realizar propostas que despertem o interesse de conhecer os alimentos.

Acompanhar o processo individual, observando e acolhendo as preferências e necessidades das crianças. Exemplos: se gostam de alimentos amassados, com mais ou menos caldo, usar as mãos para levar os alimentos até a boca.

Apoiar e valorizar as relações entre as crianças nos momentos de refeições. Exemplo: quando ajudam umas as outras a se alimentarem.

Incentivar a criança a se alimentar utilizando recipientes e talheres da forma usual na nossa sociedade, sem desrespeitar os hábitos já adquiridos.

Cuidar das transições alimentares, de acordo com as especificidades da faixa etária, em parceria com as cozinheiras.

Orientar a comer devagar, mastigando bem os alimentos.

Cuidar da quantidade de alimentos oferecidos, colocando pouca comida no prato e oferecendo a repetição em pequena quantidade, para evitar desperdícios.

Estabelecer parceiras com famílias para compreender alguns hábitos alimentares das crianças e na medida do possível, ajustar a rotina de alimentação.

Investigar se a criança já tomou o café da manhã em casa, para entender algum tipo de rejeição aos alimentos das escolas.

Dialogar com a família sobre a importância de oferecer alimentos sólidos e investigar outros hábitos alimentares quando suspeitamos que a criança

está

acima ou abaixo do peso. •

Conversar com as crianças sobre as saídas das educadoras e dos colegas, para que entendam que logo estarão de volta e não sofram, principalmente no início do ano.

Considerar o conhecimento e as habilidades das crianças quando formar duplas ou grupos de crianças para as refeições.

Sinalizar de forma visível em sala referência, para casos de substituições, crianças com prescrições e dietas diferenciadas.


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Caso não tenha educador (equipe de apoio) nos pontos combinados: escada e curva da rampa, o educador da sala referência acompanhará o pequeno grupo durante o percurso.

Planejar de forma que haja revezamento entre as educadoras para acompanhar as crianças enquanto se alimentam.

Atentar-se à postura dos bebês para definir quais são capazes de sentarem-se à mesa. Alguns bebes ainda alimentam-se no carrinho, no início do ano.

Higienizar o nariz das crianças antes e durante as refeições, sempre que necessário.

As mãos das crianças devem ser lavadas antes das refeições com água e sabão e se houver necessidade higienizadas com álcool em gel ou lenços umedecidos ao chegar no refeitório.

Ter uma lista com os nomes das crianças para controlar quem já foi se alimentar.

Equipe de apoio auxilia as crianças em suas transições, prioritariamente nas escadas e rampas, em constante diálogo com as educadoras de sala.

Gestoras acompanham o trabalho, mediante observação direta e avaliação das equipes.

Equipe da cozinha, em dialogo com as educadoras, assume com elas, as diferentes tomadas de decisões, de acordo com as necessidades do dia.

A organização dos trabalhos em pequenos grupos permite ao educador acompanhar a aprendizagem das crianças mais atentamente. È uma das formas, mas não a única. Validamos o trabalho em pequenos grupos, de forma consciente, pois é fundamental que os educadores e toda equipe, acreditem na proposta, para que não recuem diante das dificuldades, ao contrário, que busquemos juntos outras formas para superarmos as dificuldades .

5.7 Integrações entre as turmas Os momentos de integrações entre as crianças acontecem de forma planejada pelos educadores, durante a rotina semanal. Validamos esses encontros porque sabemos que é na relação interpessoal que a criança terá oportunidade de aprender com o outro. É por meio das trocas de experiências e imitação com parceiros mais experientes que as crianças aprendem. Para que as relações interpessoais ocorram de forma mais tranquila e sejam acompanhadas pelas educadoras e também para evitarmos aglomerações que


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comprometam a saúde das crianças, os encontros ocorrem em locais mais espaçosos e abertos da escola como pátios ou parques. As brincadeiras e propostas para as crianças maiores são focadas nos movimentos corporais como danças, circuitos, jogos e brincadeiras simbólicas. Os bebes exploram os brinquedos em parceria com os maiores que atraídos por eles aproximam-se espontaneamente para conversar, brincar ou participar de cantorias. Os bebes são incentivados pelas educadoras a aceitar a aproximação dos maiores, que lhes oferecem mamadeira, chupeta, brinquedos, carinho. Essa proximidade favorece a construção de valores humanos como afeto, cooperação, atenção e empatia, auxiliando no processo de humanização e construção de identidade.

5.8 Atividades diversificadas: As atividades de brincadeiras para bebes e crianças pequenas devem incluir variedade de materiais e brinquedos. Esses materiais devem estar na altura delas para que escolham o que querem com liberdade. As interações e trocas durante as brincadeiras são incentivadas pelas educadoras que observam as crianças enquanto brincam. Essas propostas são organizadas, no início do período, para acolher as crianças e ao final enquanto se aguarda os pais. Para essa organização os educadores separam os materiais e os dispõe em cantos, mesas ou chão, de acordo com as linguagens que queiram contemplar e interesse da turma. O princípio básico é o exercício da autonomia (liberdade de escolha), ou seja, a atividade deve ser pensada de forma que a criança não dependa do educador para descobrir e explorar os materiais e ambientes, com prazer, segurança e gradativa independência. Consideramos importante incluir materiais variados, desde brinquedos industrializados aos alternativos como sucatas, tecidos ou caixas.

5.9 Estudo do meio Acreditamos que as experiências vivenciadas pelas crianças quando participam dos passeios promovidos pela escola devem ser ricas para seu desenvolvimento, por isso consideramos os princípios e a concepções da escola também para essa proposta que demanda muitos cuidados, atenção e responsabilidade de todos os envolvidos na organização. Promover passeios com crianças pequenas não é tarefa fácil, por isso,


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realizamos um planejamento que antecipe todas as etapas e a organização dessa atividade. Além de serem interessantes para a criança, os locais e materiais escolhidos devem contar com uma estrutura que possibilite a exploração com certa independência seja pelo tato, pela boca, pelo cheiro ou pelo movimento. Crianças pequenas precisam explorar e descobrir o mundo pelos órgãos dos sentidos, e essa escolha deve propiciar a ampliação do conhecimento de forma segura. Dependendo do lugar escolhido é possível convidarmos um responsável para participar da atividade, pois, a presença da família, além de dar segurança à criança, aproxima família e educadores. Após a escolha do lugar, outra ação se faz necessária, conversar com as famílias, considerando que a confiança na escola, é fundamental para que autorizem a saída da criança. E, claro, instigar o desejo nas crianças, antecipando o dia do passeio, falando sobre o local, contabilizando os dias, falando sobre o transporte que usaremos, enfim, acolhendo as curiosidades. Sabemos que para algumas crianças é estranho sair da escola com as educadoras, inclusive, temem andar de ônibus sem a presença da mãe, é preciso cautela e paciência, caso haja choro. Na certeza de que a cada ano estamos mais conscientes e experientes para organizarmos essas propostas, por meio das observações e avaliações realizadas após os passeios, foi possível pensarmos em critérios para planejarmos as saídas das crianças da escola: •

O local deve proporcionar acesso à cultura.

A curiosidade da criança deve ser aguçada ou provocada durante a exploração do novo espaço.

Ter local apropriado para trocas ou higiene da criança e banheiros para adultos.

Possuir água potável de fácil acesso.

Não ter lanchonetes ou locais de venda de produtos industrializados acessíveis à criança.

Possibilitar interação e comunicação entre crianças e adultos.

Ter locais para sentar ou descansar, quando a criança sentir necessidade.

Contar com pessoas ou monitoras preparadas para atender as necessidades das crianças, se houver.

Ter relação com os objetivos e conteúdos validados na proposta pedagógica e ou projetos didáticos da escola.


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5.10 Procedimentos para Garantir a Saúde e Bem-Estar dos Bebes e Crianças

Durante a rotina os bebes e as crianças precisam de muita atenção para os cuidados com a higiene corporal. Para garantir que esses cuidados sejam educativos durante as ações/ procedimentos interagimos com eles e buscamos formas de incluí-los nas ações, para sejam ativos, protagonizando as experiências e tornem-se cada vez menos dependentes do adulto. Conversar durante a troca/ banho contando sobre o que vamos fazer e solicitando ajuda, solicitar permissão para trocá-la e avisar quando vamos limpar o nariz, ensinando as crianças maiores a realizarem esses procedimentos, questionar se sentem calor ou frio, incentivar a criança a trocar a roupa e colocar sapatos, entre outras situações do dia a dia, são alguns exemplos de que os cuidados são realizados de forma que a experiência propicie aprendizagem. Os toques/contatos físicos do educador são realizados de forma cuidadosa e com sensibilidade, para evitar constrangimentos. Cada criança reagirá de forma diferente, temos que perceber o que causa desconforto, observar e dialogar com a família para acolher as necessidades individuais Nessa fase observamos que muitas doenças são comuns, como as diarreias, gripes / resfriados, irritação nos olhos e na pele, assaduras /brotoejas nas partes íntimas. Observamos se os bebes e crianças, apresentam sintomas de que não estão bem, como apatia, mal estar, vômitos, choro/sono excessivo, falta de apetite e algumas vezes febre e agimos da seguinte maneira. Apatia e mal estar e febre 

Um dos educadores cuidará da criança, deixando-a mais à vontade, oferecendo água e monitorando a temperatura enquanto outro entra em contato com a família via telefone.

Oferecemos um encaminhamento para a UBS.

Diarreia 

Quando as fezes estão amolecidas, oferecemos água mais vezes à criança, além de dar banho/lavar. após evacuar.

Observamos a frequência da evacuação. Acima de três diarreias, contatamos a família e indicamos que leve a criança à UPA, com o encaminhamento descrevendo as observações dos educadores.


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Remédios Verificamos a validade da receita e do remédio, bem como se o remédio prescrito condiz com o que foi enviado pela família (ex: remédios genéricos). Estando tudo de acordo, anotamos os horários e ministramos. A primeira dose de antibióticos, se possível, será administrada pelos familiares. Estamos sempre atentos a quaisquer reações nos bebes e crianças, enquanto estão sob efeito dos remédios, comunicando às famílias imediatamente e os remédios são devolvidos ao final do dia. Para prevenir diarreias, gripes, conjuntivites e evitar contágios, tomamos as seguintes precauções: 

Garantimos que tenham copos, escovas de dentes, lençóis, toalhas e edredons individualizados.

Cuidamos para que a higiene e limpeza dos ambientes e materiais de uso individual e coletivo seja realizada com frequência.  Escovas de dentes: são armazenadas individualmente em porta escova que deve ser fechado.  Chupetas que ficam na escola: são armazenadas em potes individuais.  Lençóis: são lavados uma vez por semana e sempre que escapar xixi, babas, entre outras secreções.  Copos das crianças: são lavados ao final do dia.

Acompanhamos sempre as crianças ao banheiro, ensinamos a fazer a higiene íntima, lavar as mãos e dar descarga e a auxiliar na manutenção da limpeza do vaso sanitário, quando necessário.

Lavamos as mãos sempre com água e sabonete líquido, após o uso do banheiro e troca de fraldas antes e depois das refeições ou sempre que necessário.

Ensinamos a usar papel toalha para secar, que são descartados em seguida.

A lavagem das mãos dos adultos também deve ser realizada sempre que auxiliar bebe ou criança procedimento de higiene ou sempre que necessário.

Observamos a temperatura durante o dia para orientar e auxiliar bebes e crianças a usarem roupas e sapatos de acordo com o clima.

Oferecemos água durante todo o dia, deixamos jarras e copos visíveis caso sintam sede.

Cuidamos da higiene dos colchões onde as trocamos usando álcool gel, após cada procedimento.


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Usamos luvas descartáveis a cada troca.

Quando a criança está com assaduras ou brotoejas não usamos lenços, lavamos com água e sabonete líquido e secamos ao final.

Os brinquedos/materiais dos bebes e crianças são lavados de acordo com a necessidade apontada pelos educadores (as), dialogada com a equipes de apoio.

Não deixamos materiais pedagógicos nos banheiros nem produtos de limpeza ao alcance das crianças.

Mantemos as salas/ambientes ventilados durante o tempo que bebes e crianças permanecem descansando/brincando/lendo/criando.

Os momentos de alimentação são cuidadosamente organizados em pequenos grupos, para que o educador atenda as necessidades de cada bebe e criança de forma mais individualizada.

Seguimos o cardápio da S.E., não oferecemos nenhum alimento diferente, a não ser por prescrição médica.

Em situações como desmaios, convulsões, batida de cabeça, prestamos os primeiros socorros e o contato será feito com as famílias ou SAMU.

Atividades de Higiene e Cuidados com o Corpo

Troca de fraldas e processo de desfralde A ação de levar a criança ou bebe para ser trocada é realizada com cuidado e atenção. Enquanto os bebes se distraem e se divertem com os brinquedos a educadora diologa com a criança, comunicando que será retirada da brincadeira para tirar “coco ou xixi”, mas logo estará de volta. Com essa postura estabelecemos a relação de confiança com a criança, evitando que chore, se irrite ou se intimide. A decisão da troca parte do educador que observa a necessidade da criança, porém, pode ser indicada pela criança quando chora ou mostra incomodo com a fralda. As crianças demonstram de várias maneiras seus incômodos quando estão sujas, através do choro, colocando as mãos dentro da fralda, se isolando em um canto, entre outros. Durante a troca, incluímos o bebe ou criança nas ações que realizamos, de forma que percebam os cuidados que estão recebendo e que participem deles, tendo iniciativa como, erguer o bumbum, segurar a pomada, levantar a perna ou pés. Chamamos a atenção para os cuidados recebidos de forma que se perceba limpo e feliz após a troca.


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Além das trocas individuais, que ocorrem durante o dia, cada turma estabelece um momento específico para as crianças serem trocadas, em geral, antes das refeições ou do descanso, ou durante preparação para ir embora, após o jantar. Para a higiene do bumbum da criança que ainda usa fralda, o banho é fundamental, porém, excepcionalmente podemos utilizar lencinhos ou algodões umedecidos. As pomadas usadas após a troca são determinadas pelos responsáveis. As educadoras usam luvas que são descartadas e cuidam da higienização das mãos das crianças e de suas próprias, bem como desinfetam os colchões a cada troca. A decisão de iniciar a retirada de fraldas exige o olhar atento para as crianças, a fim de perceber os indícios de que está pronta para começar essa nova etapa. Geralmente se inicia no grupo infantil I ou infantil II, com as crianças acima de 1 ano de idade. Percebemos alguns indícios ou sinais de que estão prontas quando: passam a imitar colegas que já usam o banheiro, seguram o “xixi” durante o sono, demonstram incomodo com as fraldas ou as retiram sozinhas. Algumas intervenções são fundamentais para o sucesso do desfralde: •

A todo o momento lembramos e convidamos as crianças a irem ao banheiro, assim que despertam do sono, quando estão brincando e antes do descanso;

Colocamos as crianças sentadas no vaso sanitário, mesmo quando fazem coco na fralda, para que percam o medo e criem o hábito;

Conversamos com a criança, chamamos atenção para os sinais de seu corpo: perguntamos se sentem vontade de fazer “xixi” e se querem usar a privada;

Realizamos a higiene das mãos, apertamos descarga, junto com a criança.

Convidamos a acompanhar os colegas até o banheiro para aprender com eles os procedimentos e despertar segurança nelas.

As famílias são parceiras, pois, não é possível realizarmos o processo sem essa ajuda. É comum, nessa fase, as crianças deixarem “xixi e coco escaparem”, ocorrendo muitas trocas de roupas. O importante é que a criança perceba isso como algo natural e que a escola e a família realizem todo processo em constante diálogo e parceria.

Lavagem das mãos das crianças A lavagem das mãos é uma das atividades de higiene que mais realizamos com as crianças. É um ato cuidadoso para que as crianças se livrem de doenças e também educativo, pois, aprendem que a lavagem das mãos propicia sensação de bem estar e é fundamental para sua saúde. Aprendem procedimentos como ligar a torneira e fechar


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após o uso para não gastar água, erguer as mangas da roupa, usar o sabão e secar com independência. A lavagem acontece sempre que as mãos se sujam em atividades como manuseio de tintas, areia ou colas. Também após o uso do banheiro, ao limpar o nariz e antes das refeições.

Escovação dos dentes Existe todo um preparo anterior até chegar o momento em que terão de escovar os dentes e se apropriar dos procedimentos. Antes de introduzirmos o momento de escovar os dentes na prática, vamos utilizando estratégias/formas de aproximá-las desta aprendizagem. De forma lúdica, por meio de histórias, disponibilizando a escova para manusearem e brincar, usamos fantoches,

inventamos histórias e canções/dinâmica

como: varrer o dente e a língua, fazendo trenzinho e bochecho, conversando e mostrando as escovas e os porta escova, enviados pelas famílias, para que já os identifique e despertem o desejo de usá-las. Com os bebes é interessante que no primeiro momento a educadora, diante do espelho, façam “caretas” para que identifique a boca, língua, dente. Em seguida, escovará seu próprio dente para demonstrar como se faz. No segundo momento, a atenção será mais individualizada, com o bebe no colo, dialogando, mostrando a escova, realizará a escovação no bebe, respeitando a aceitação de cada um, permitindo que o bebe tente fazer sua própria escovação. Esse processo é realizado com calma e tanto com bebes como com as crianças maiores é preciso atenção individualizada, por isso, organizamos pequenos grupos para que possamos de fato, garantir que sejam protagonistas durante as ações. Nas turmas do infantil I e infantil II é possível, com a chegada do terceiro educador, realizar a escovação simultaneamente com

o almoço e organização da sala para o

descanso.

Banho O banho, além de auxiliar na higiene, relaxa e contribui para o bem estar da criança. Para tanto, buscamos estratégias de forma que o bebê/criança sinta prazer em participar desse momento. Conversamos sobre as sensações, a temperatura da água, o cheiro do sabonete e shampoo, chamamos a atenção do bebe ou criança sobre seu corpo, as brincadeiras com a água são incentivadas durante o banho, para que o momento seja prazeroso. Não existe hora para o banho, ocorre de acordo com as


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necessidades individuais. Ou de acordo com projetos didáticos da sala. Cada criança reage de forma diferente ao cuidado e contato do educador que precisa prestar atenção para atendê-la sem provocar medo ou constrangimentos.

Repouso Dos quatro aos seis meses mantemos os bebes em berços, depois passam a dormir em colchões. Essa prática se dá por acreditarmos ser importante a interação entre elas e com o ambiente, pois, podem se movimentar e agir de forma mais independente logo que acordam. O educador identifica e acolhe as preferências dos bebes e das crianças, que são desde a posição do corpo, materiais de apego ou local dos colchões. As maiores demonstram suas preferências de forma explícita e são capazes de ajudar na organização do espaço antes e depois do descanso. As crianças não são obrigadas a dormir, pois, o sono é um ato espontâneo. Se ficar irritada ou resistente em relaxar, mesmo estando sonolenta, o educador deve aproximarse, acolhendo-a pelo toque ou acalanto. Uma conversa com a família, também é importante para entender o seu comportamento se persistir. Para as crianças que ficam acordadas, montamos na sala um canto com livros, brinquedos, papéis, lápis de cor e outros materiais utilizados em atividades silenciosas para entretê-los. Buscamos fazer desse momento o mais tranquilo e confortável para as crianças. Construímos de forma sintetizada algumas orientações para o planejamento: •

Preparar um ambiente aconchegante, com músicas que acalantam, acalmam ou ninam as crianças.

Deixar a luz natural no ambiente, sem escurecê-lo demais.

Planejar atividades mais tranquilas, como livros e desenhos para aqueles que não querem dormir ou que vão acordando.

Deixar janelas e portas abertas, mesmo no frio. Neste caso, agasalha-se mais as crianças. A ventilação do ambiente é de extrema importância para a saúde de todos.

Organizar o espaço de forma que os colchões fiquem afastados uns dos outros.

Orientar as crianças a deitarem com as cabeças invertidas, para evitar que respirem muito próximas.

Usar lençóis e edredons individuais.


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Nunca deixar crianças dormindo sem um adulto responsável.

Durante o sono das crianças o educador deve ficar atento e numa posição em que consiga enxergar todas as crianças.

Dar atenção individual às crianças que demonstram dificuldades para relaxar, porém, cuidar para que a criança não fique dependente do adulto para adormecer.

Sempre que possível, incluir as crianças na organização do ambiente, antes e depois do sono.

Dar autonomia para que a criança cuide de seus pertences pessoais, como chupetas, sapatos, paninhos ou travesseiros.

Também devemos nos preocupar com a forma de despertar as crianças: •

Abrir as persianas e iniciar a movimentação de forma natural.

Convidar crianças que já acordaram para ajudar acordar os amigos.

Não aumentar nem diminuir o tom da voz.

Retirar os edredons apenas das crianças que já acordaram, comunicando a ela o que será feito, solicitando sua ajuda.

6. Avaliação das Aprendizagens

“A observação é uma ação estudiosa da realidade. Estudo quando tenho uma pauta, quando direciono meu olhar. Quando observo eu ordeno, seleciono, diagnostico significados, classifico questões. É uma ação altamente reflexiva. É diferente do que registrar mecanicamente tudo o que vê ou estar ali, olhando.” (Madalena Freire, 1988).

O processo de avaliação na Educação Infantil não tem como finalidade a promoção para o ingresso no Ensino Fundamental, segundo preconiza a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN/96) no art.31. Mas, ao mesmo tempo, esse processo é necessário e precisa ser sistemático, contendo um caráter de análise e reflexão, que será feito por meio do registro sobre o desenvolvimento da criança. A prática do registro na Educação Infantil caracteriza-se como uma ação importante de avaliação do trabalho pedagógico. Nesse sentido, o registro está diretamente ligado à avaliação. Sobre o ato de registrar, nossa equipe de professoras já sabe que: •

O registro é importante para não esquecer o que aconteceu.

Serve pra avaliar.


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Ajuda o educador a replanejar.

Aponta avanços.

Evidencia o que não deu certo.

Conta a história do trabalho,

Auxilia na elaboração do trabalho.

Serve para relembrar fatos.

Embasa a prática.

Auxilia no resgate dos avanços das crianças.

Implica postura investigativa.

Sobre a função do registro, ele serve para: •

Refletir sobre o trabalho;

Resgatar os acontecimentos;

Acompanhar o processo de desenvolvimento da criança;

Documentar pedagogicamente, o que respalda o trabalho;

Exercitar a auto avaliação;

Redirecionar o olhar;

Conhecer as crianças, comunicando esse conhecimento a vários interlocutores: famílias, outros educadores, equipe gestora, equipe técnica, médicos, outros profissionais.

As formas de Documentação Pedagógica que usamos: •

Escrita (manuscrito ou digitado);

Fotos/imagens;

Vídeos;

Escrevemos em cadernos pessoais;

Escrevemos em conjunto com a colega;

Diário de bordo, onde contamos sobre o dia a dia,

Separamos

um

caderno para registrar sobre cada criança; •

Elegemos focos ou roteiro de observação.

Orientações didáticas para qualificar as observações sobre as crianças ou sobre as práticas: •

Ter foco.

Dialogar e trocar com as parceiras.

Rever as escritas.


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Considerar os pontos de vista e conversar sobre eles.

Realizar anotações rápidas.

Para o professor de Educação Infantil, é preciso que o ato de registrar esteja intimamente ligado ao ato de avaliar e de acompanhar o desenvolvimento da criança, possibilitando a melhor percepção dos progressos, dificuldades e obstáculos da criança, como também, permite efetuar as intervenções imediatas apontando possíveis encaminhamentos. Escutar, observar e analisar a criança nas experiências individuais e coletivas vividas em todos os momentos na instituição é essencial para descrever o processo e refletir sobre a prática. Os relatórios são instrumentos para avaliar o processo ensino aprendizagem de cada criança, portanto, não são para promoção e, sim, para reavaliação e tomada de decisão, sempre com foco no que a criança desenvolveu e nas necessidades individuais. Devem contemplar o percurso de cada criança como um todo, considerando o seu desenvolvimento cognitivo, afetivo e motor, as intervenções realizadas pelos educadores e os encaminhamentos necessários para o processo de ensino-aprendizagem. Para a elaboração dos relatórios discutimos e definimos a partir das nossas concepções algumas orientações que nortearão a escrita. São elas:  Todos os relatórios são de responsabilidade das professoras em parceria com a Coordenadora Pedagógica.  Professoras da manhã e tarde, devem realizar a escrita juntas, acolhendo a colaboração dos auxiliarem em educação.  O texto de introdução é opcional, porém, não deve se sobrepor ao texto sobre o processo de aprendizagem individual.  Caso o professor opte por uma introdução, deverá fazer de forma objetiva, revelando os projetos/sequencias de planejamento, organização de materiais e espaços e linguagens que mais investiram. Para discorrer sobre o processo de ensino-aprendizagem temos que considerar os objetivos gerais e específicos traçados pelos educadores e as necessidades de acompanhamentos individuais, com foco em experiências:  Corporais/motoras.  De comunicação,  O Jogo Simbólico /faz de conta.  O interesse pelo mundo cultural e natural.  As Interações e o brincar.


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O primeiro relatório terá sempre diferencial de contar sobre o processo de acolhimento e adaptação e as aprendizagens durante esse período. É importante contextualizar as ações dos educadores, as reações das crianças destacando: 

Os sentimentos que as crianças mais evidenciaram durante os primeiros dias: medo, irritação, tranquilidade, curiosidade, apatia e as estratégias que utilizamos para acolher e como apoiamos para que superassem essa fase.

A reação das crianças ao se separarem das famílias na maioria dos dias.

Estratégias utilizadas para acolher e tranquilizar as crianças nos momentos de choro.

Parceria com a família para superar dificuldades.

Momentos da rotina mais apreciados pela criança.

Suas preferências.

A relação com as outras crianças.

Relação com os adultos educadores da sala e outros funcionários.

Comunicação e interação com as outras crianças (gestos, balbucios, expressão facial).

Marcas pessoais: desenho, pinturas, modelagens, etc.

Transições das refeições (alimentos pastosos para sólidos, controle de esfíncteres, desfralde, etc), aceitação/rejeição e nossas intervenções.

Trabalho realizado com objetivo de desenvolver a autonomia.

Os desafios propostos pelos educadores para superarem suas dificuldades ou ampliarem suas aprendizagens

Os prejuízos que acarretam as faltas da criança (quando houver).

Por fim, os encaminhamentos para o próximo trimestre.

É importante olhar para as interações ao explorar os espaços e os materiais, refletindo sobre: 

Quais espaços foram utilizados? Como foi o aproveitamento e participação do bebe/ criança?

Quais materiais foram utilizados? Quais despertaram maiores desafios e foram mais explorados?

Quais espaços e materiais “prenderam” a atenção dos bebes/crianças na exploração? Quanto ao uso de imagens/cenas de momentos em que os bebes e crianças

participam ativamente demonstrando interesse, curiosidade e reações durante as


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vivências são importantes, pois auxiliam na compreensão do percurso e aprendizagens dos bebes e crianças. Sobre a linguagem utilizada pelos educadores ao redigirem o texto final, lembramos que:  Vícios linguísticos, palavras no diminutivo, signos da internet (kkkk, rsrs), não são adequados para esse documento.  Termos como “bonitinha, fofa, danado, terrível,” não revelam aprendizagem, por isso, não são usados nos textos.  O documento será lido por pais e educadores, sendo assim, devemos discorrer de forma que ambos consigam compreender. A linguagem adotada será formal, porém, evitando usar termos do âmbito pedagógico. Quanto á Formatação do Documento:  Usar Fonte do texto: Arial ou Times New Roman, tamanho 12, espaçamento 1,5. tamanho 12. . Acompanhamento dos Instrumentos Metodológicos A cada semana, de acordo com o segmento: Berçários, Infantil I e Infantil II os professores entregam os registros / planejamentos para a coordenadora pedagógica, que realiza acompanhamento do trabalho, subsidiando conforme a necessidade de cada trio de educadores. De acordo com as necessidades e prioridades apontadas pelos educadores ou observadas pela equipe gestor são realizadas reuniões pontuais com os trios para tratar de assuntos específicos das turmas e elaborar encaminhamentos. Semestralmente,

os

educadores

elaboram

relatórios

individuais

sobre

o

desenvolvimento das crianças e coletivos sobre o trabalho realizado que são acompanhados pela coordenadora pedagógica reuniões com pais.

e socializados com as famílias nas


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VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, A. Aceita Um Conselho? São Paulo, Cortez, 2002. AQUINO, J.G. Indisciplina na Escola, São Paulo, Summus, 1996. BARBOSA, M.C.S. Por Amor e Por Força: Rotina na Educação Infantil, Porto Alegre, Artmed, 2006. ------------, Práticas Cotidianas na Educação Infantil – Bases para a Reflexão sobre as Orientações Curriculares, Brasília, 2009; BONDIOLI, A.; MANTOVANI, S. Manual de Educação Infantil, Porto Alegre, Artmed, 2008. CARVALHO, S.P., Bem Vindo, Mundo – Criança, Cultura e Formação de Educadores, São Paulo, Peirópolis, 2006. FERREIRA, M. T. R, Os Fazeres na Educação Infantil, São Paulo, Cortez, 2002. FRIEDMANN, A. O Brincar na Educação Infantil – Observação, Adequação e Inclusão, São Paulo, Moderna, 2012. ---------------, Projetos Pedagógicos na Educação Infantil, Porto Alegre, Artmed, 2008. GALVÃO, I. Henri Wallon Uma concepção Dialética do Desenvolvimento Infantil, Petrópolis, Vozes, 1995. --------------, Cenas do Cotidiano Escolar, Petrópolis, Vozes, 2008. GOLDSCHIMIED, E.; JACKSON, S. Educação em Creches, Porto Alegre, Artmed, 2006. GOULART, A. L.; MELLO, S.A. Territórios da Infância, São Paulo, Junqueira e Marin, 2009. HOFFMANN, J. Um Olhar Reflexivo Sobre a Criança, Porto Alegre, Mediação, 2001. KRAMMER, S. Retratos de Um Desafio: Crianças e Adultos na Educação Infantil,

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VII. ANEXOS 1. QUEM FOI ARMANDO ZÓBOLI?

Armando Zóboli, era dotado de uma personalidade marcante, à primeira vista parecia ser um homem enérgico e irredutível em suas decisões, mas, na verdade, era dono de um coração magnânimo. De uma bondade profundamente cristã, conseguiu em sua vida formar um círculo de amizades sinceras e devotadas. Sua vida sempre foi coerente com sua fé. Religioso convicto, sempre impregnou seus atos religiosos ou profanos guiado pelo espírito de sua Igreja Católica Apostólica Romana. Viveu a sua fé até as últimas consequências, o que lhe valeu a resignação diante da doença e da morte. Desde a sua infância, Armando Zóboli dedicou-se ao trabalho. Tornou-se vitorioso na sua vida profissional. Com apenas onze anos de idade já auxiliava diariamente seu pai na administração de indústria de móveis de propriedade da família. Aos 23 anos de idade foi admitido como sócio na empresa e a partir de então passou a imprimir um ritmo mais acelerado à produção, abrindo novos mercados para escoar a fabricação dos móveis, lançando modelos de mobília que fugia ao estilo até então dominante no setor do mobiliário de São Bernardo do Campo. Contudo, apesar da extrema dedicação à sua empresa não deixou de cultivar o seu dom musical, com sua belíssima e fascinante voz de barítono. Foi seu professor de música o maestro João Gomes, de saudosa memória, autor do hino do município, então regente da Banda Carlos Gomes. Incentivado a prosseguir na carreira que abraçava foi apresentado ao Maestro dos Coros do Teatro Municipal de São


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Paulo, Xisto Mecchetti, que admirado da potência e da beleza de sua voz, ofereceu-se para educá-la e a iniciá-lo na vida artística. Preparou-o para interpretar mais de quinze óperas, como: La Traviata, Madame Butterfly, Tosca, La Bohéme, O Barbeiro de Sevilha, Cavalleria Rusticana, Pagliacci, Rigoletto e tantas outras. Sua estreia como cantor profissional foi no Teatro Cassino Antártica (demolido), ao lado da internacionalmente conhecida soprano Irma Gambaro, no papel de Germont Jorge (barítono central), na ópera La Traviata de Giuseppe Verdi, tendo conquistado êxito absoluto. Em seu primeiro ensaio como cantor, alguns dos artistas, cuja tarefa já havia terminado, estavam para se retirar. Mas quando o novo barítono iniciou sua apresentação no ensaio, àqueles artistas permaneceram no local e ao final da primeira ária, romperam uma estrondosa salva de palmas no que foram acompanhados pelos músicos, que para aplaudirem aquela exuberante voz e maravilhosa interpretação, se levantaram e permaneceram em pé, num entusiasmo indescritível. Talvez tenha sido este fato que mais se gravara na memória de Armando, em toda sua carreira artística. Tornando-se um profissional da música e do canto, Armando Zóboli atuou em diversas estações de rádio da Capital, como a Cruzeiro do Sul, a Rádio Gazeta, a Rádio Record e a Rádio América, com programas exclusivos. Mesmo depois de rescindido o contrato com a Rádio Gazeta, por muitas vezes, participou do famoso programa lírico daquela emissora, denominado Cortina Lírica, a convite especial da direção. Em temporada lírica internacional do Teatro Municipal de São Paulo, o barítono Armando Zóboli iria contracenar com o maior tenor do mundo em todos os tempos, Benjamino Gigli e grande elenco nas óperas Pagliacci de Leoncavallo e Cavalleria Rusticana de Mascagni. Ensaiara e tudo estava preparado para a apresentação no sábado à noite, mas um mal súbito de garganta acometera o nosso barítono, que frustrado por não poder participar do espetáculo e teve de contentar-se em assisti-lo pela televisão, com outro em seu lugar interpretando os papéis de Tônio e Alfio. O concurso do barítono Armando Zóboli era exigido em todas as apresentações artísticas da Grande São Paulo e sua presença era uma constante nas organizações do Círculo Italiano e no Clube Israelita Hebraica, ambos de São Paulo. Foram inúmeras suas apresentações no Coliseu de Santos e em teatros do interior do Estado. Paralelamente, sempre colaborou com a sua Igreja, embelezando a liturgia com sua encantadora voz, com ela louvando a Deus pelas maravilhas que nele realizou. Embora no auge da fama, nunca deixou de pertencer ao coral paroquial Santa Cecília,


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valorizando suas apresentações e transmitindo, como verdadeiro mestre, os seus conhecimentos musicais e vocais aos demais membros. Admirado por muitos líricos no Brasil, o Sr. Armando Zóboli teve várias oportunidades de se projetar no exterior, de modo especial na Itália, centro de difusão da cultura lírica. Dentre elas se destaca a proposta do Maestro Totó, da Orquestra Colúmbia, que em troca de um contrato de empresário do cantor, lhe oferecia uma viagem para a Itália para um curso de conclusão de seus estudos e diversas apresentações nos melhores teatros daquele país. Mas Armando, já casado e com dois filhos pequenos, muito dedicados à família, declinou da oferta preferindo a companhia dos seus à fama futura, que certamente lhe exigiria a distância destes. Participou do Sindicato da Indústria de Móveis de São Bernardo do Campo. Foi membro do Tênis Clube de São Bernardo do Campo. Foi Diretor do Universo Futebol Clube de São Bernardo do Campo. Participou da Congregação dos Marianos da Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem e foi um dos fundadores do MESC de São Bernardo do Campo. 2. HISTÓRICO DOS PLANOS DE FORMAÇÃO DA CRECHE Em 2010 o foco do Plano de Ação foi no Brincar, visto que, os estudos mais recentes sobre desenvolvimento infantil comprovam que é no Brincar que a criança se apropria da cultura, compreende o mundo e estabelece relações com seus parceiros, desenvolvendo a linguagem verbal, construindo sua identidade pessoal e de grupo. O brincar é sem dúvida a mais apropriada atividade para crianças pequenas. Em 2011 voltamos nossos olhares para a Rotina da escola. Refletimos sobre as organizações dos momentos do sono, hora do almoço e iniciamos um projeto que incorporasse práticas onde as crianças pudessem brincar juntas, contemplando diferentes faixas etárias. Na Rede essa prática é conhecida como inter-salas. Realizamos, um recorte sobre três momentos da rotina para aprimorarmos: hora do sono, hora das refeições e Inter-salas. Utilizamos como base a proposta curricular da Rede e os cadernos de validação, resgatando as orientações sobre a hora do sono e das refeições. Por meio de filmagens e registros escritos pelas educadoras percebemos que o princípio básico para as propostas é o respeito aos ritmos das crianças, bem como as peculiaridades de cada fase. Em relação às refeições, os problemas maiores detectados por nós foram:


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Crianças esperando pela comida,

Pratos prontos nas mesas esperando pelas crianças.

Educadora servindo as crianças.

Educadoras em pé durante as refeições sem dar atenção às crianças, Conforme registros e avaliações das educadoras, durante as refeições, além das

necessidades

fisiológicas,

as

crianças

têm

oportunidades

para

muitas

outras

aprendizagens: •

Aprendem sobre o gosto/sabor dos alimentos, cheiros, enfim, começam a identificar através do paladar o alimento que lhes oferecemos e demonstrar suas preferências.

Levam copos sujos até o balde e depositam lixo no cesto, a todo o momento educadoras incentivam a realização de “tarefas” de auto cuidado e conservação do ambiente.

Apropriam-se do uso adequado dos talheres, comendo sem ajuda,

Autocuidado: higiene pessoal, lavando as mãos antes das refeições e escovando os dentes após, usar guardanapos de papel para limpar a boca,

Equilíbrio para

sentar-se, coordenação motora. •

Desenvolve o paladar.

Desenvolvem os sentidos.

Desenvolvem autonomia, autoregulação,

Construção da identidade.

Aprendem sobre noção de quantidade.


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3. HISTÓRICO DA FORMAÇÃO SOBRE DATAS COMEMORATIVAS E FESTAS Em nossa Rede de Ensino, o tema “festas nas escolas” já foi arduamente discutido e questionado, especialmente as de cunho religioso e comercial, entendendo que na maioria das vezes essas festas “nem divertem, nem educam” e, pior, excluem, incentivam consumo exagerado, discriminam e reproduzem valores socialmente questionáveis, a festa tradicional contraria inclusive os princípios de gratuidade e laicidade das escolas públicas e da LDB. Em 2010, rediscutirmos o porquê de não comemorarmos algumas datas do calendário oficial, como: páscoa, natal, dia dos pais e das mães. A não realização da festa Junina tradicional foi tema levantado em reunião com pais, que demonstraram insatisfeitos por não terem sido consultados. Nesse contexto a equipe gestora considerou importante abrir espaço para a discussão com todos os educadores da unidade escolar, bem como os representantes da APM e Conselho de Escola, ouvindo atentamente a cada um. No geral percebeu-se que grande parte dos educadores concordou com os pais das crianças, ou seja, não viam nada de errado com as festas e não entendiam porque ela não era realizada por nossa escola. Após, inúmeras discussões e opiniões, embasados por textos sobre os equívocos das festas”, e respaldados pelas Leis e pelos princípios, os educadores e pais refletiram e concluíram que a possibilidade de se realizar festas na escola (seja em qualquer data) não estava descartada, desde que respeitasse a criança, ou seja, que tivesse propósito educativo, que não excluíssem ninguém, que sejam permeadas pelos princípios estabelecidos por lei (laicidade e gratuidade), que não sejam de cunho preconceituoso, que não reforcem o consumismo e que a criança tenha apenas o prazer de brincar pelo brincar e não para ganhar algo em troca. "É inconcebível se divertir com base em elementos que remetem à humilhação e à ridicularização do outro", diz Mario Sérgio Cortella, filósofo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Em sua opinião, essas práticas destoam da intenção educativa acolhedora e pluralista, pois, toda vez que se trata o outro com estranhamento, se promove a ideia de que há humanos que valem mais e outros, menos. (Nova Escola). Retomadas as discussões sobre festas, em 2011, o grupo de educadores, bem como todos os funcionários, reconheceu a importância de se promover encontros onde a comunidade escolar pudesse interagir entre si e com os educadores. Concluímos ser possível realizarmos festas onde as crianças e comunidade seja respeitada em seu direito de permanecer na escola, com respeito à diversidade e laicidade. Sobre as festas de


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aniversários das crianças concluímos que a data deve ser lembrada pelas educadoras, mas que a festa deve ser realizada pela família, pois implica ingestão de alimentos que não são saudáveis para crianças dessa faixa etária, como bolos, doces ou refrigerantes e também pelo caráter familiar da festa. Outras datas como Natal, Páscoa, Festa Junina, dia das mães e dia dos pais que são de cunho religioso ou fundamentado no sistema capitalista não serão comemoradas em nossa escola. No geral, o que podemos concluir, após as discussões, é que o que nossa comunidade quer, nós queremos também: uma escola onde todos estejam comprometidos com a qualidade de ensino e o respeito às diversidades. E uma escola assim só se faz em parceria, com muita dedicação e trabalho dos envolvidos

4. HISTÓRICO DO PROCESSO DE REORGANIZAÇÃO DOS MOMENTOS DE REFEIÇÕES

Atualmente, temos dois refeitórios na unidade escolar, mas, nem sempre foi assim. Até 2010, as refeições dos berçários ocorriam nas salas referências, onde os bebes também brincavam e descansavam. Avaliávamos que esta condição prejudicava a qualidade do atendimento. Entre outras questões, os cadeirões ocupavam grande espaço da sala referência, os alimentos caíam no chão, os bebês perdiam a oportunidade de transitar em outros espaços da escola. Decidimos adequar a sala de reuniões para funcionar como refeitório para os bebês e assim ocorreu por dois anos. Foi necessário reorganizar os horários de refeições, que foram divididos entre as turmas, pois, o espaço era pequeno. Cada turma tinha exatamente meia hora para realizar as refeições principais (almoço e jantar). Porém, para respeitar os ritmos dos bebês, havia superlotação neste espaço. Além dessa situação outros problemas foram observados nesse período: •

Bebes dormindo ou chorando, esperando nos cadeirões para serem alimentados.

Espaço abafado e barulhento.

Desconforto e sobrecarga para educadores.

Proporção adulto x criança nas transições entre os espaços (12 bebes para 3 educadores). No piso inferior, em outro refeitório, as demais turmas de Infantil I e II, faziam suas

refeições.

Nesse tempo o trio era formado por um professor e dois auxiliares. Uma

educadora de cada turma tinha a tarefa de descer até o refeitório, dez minutos antes para


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preparar os pratos porque os alimentos ficavam em réchaud. Após “porcionar” os pratos, levavam para as mesas. Enquanto isso, duas educadoras cuidavam da higiene das mãos das crianças e as levavam para o refeitório. As observações sobre essa organização apontavam que: •

Os réchauds eram inadequados para a faixa etária que atendíamos e dificultava o atenção individualizada dos educadores.

Os pratos prontos ficavam esperando pelas crianças, esfriando ou expostos à contaminação.

Crianças em fila, esperando para serem servidas.

Crianças nas mesas esperando pelos pratos, ora embaixo, ora mexendo em lixeiras e algumas vezes de cabeça dobrada sobre a mesa com ares de tédio.

Pouca ação ou autonomia pela criança que apenas esperava.

Homogeneidade no atendimento, desrespeito aos ritmos.

Longo tempo de espera desnecessário.

Desperdício de alimentos.

Educadoras ficavam a todo o tempo em pé, observando as crianças, adotando uma postura muito mais de vigilância do que de mediadora ou apoiadora às necessidades.

Equipe de apoio observando para cuidar da limpeza caso ocorressem incidentes.

Mediante essas observações e após discussões com equipe escolar, em formações, concluímos que essa forma de intervir comprometia diretamente as aprendizagens das crianças. Constatávamos a necessidade qualificar esse atendimento e por isso, elaboramos um plano formativo na rotina com foco nos momentos das refeições. Em 2011, retomamos as discussões, baseadas no Plano de Ação sobre Rotina: Tempos e Espaços, a partir das seguintes reflexões: • Quais aprendizagens eram potencializadas nos momentos de refeições? • Como estávamos adequando a organização do espaço e da rotina para atingirmos nossos objetivos? • Qual o papel dos educadores durante o almoço ou jantar? • Qual a participação das crianças? • Qual a importância desses momentos para o desenvolvimento das crianças? • De que forma a organização da rotina contribuía para atingirmos nossos objetivos com elas?


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Através de pesquisas e referências de práticas de outras creches dessa rede municipal, realizamos um Projeto Piloto com uma turma do infantil II, com a proposta de organização prévia das mesas com utensílios e alimentos e orientação mais próxima dos educadores. Essa forma facilitou o acompanhamento, favorecendo o diálogo dos educadores com as crianças enquanto as serviam crianças. Partindo de constantes avaliações validamos a nova forma de organização. No ano seguinte ampliamos a prática para as demais turmas e eliminamos os réchauds e elaboramos orientações didáticas para a organização das refeições: •

A organização das mesas passou a ser tarefa das cozinheiras que colocariam os recipientes contendo os alimentos para serem servidos para as crianças.

Combinamos

que

um

auxiliar

em

educação

de

apoio

estaria

sempre

acompanhando os horários de refeições, dando atenção prioritariamente aos bebês e infantil I. •

Para evitar tempo de espera, conforme as crianças do infantil I e II terminavam dirigiam-se para brincar no pátio próximo ao refeitório, onde deveria ter um educador para orientar as crianças a reorganizar o espaço. Com essas mudanças, resolvemos a questão do porcionamento dos alimentos que

interferia em muitas aprendizagens. Os educadores passaram a acompanhar de perto as crianças durante todo momento das refeições, incentivando-as a experimentarem os alimentos, opinando sobre as quantidades e observando as suas preferências. Os alimentos ficaram em recipientes cobertos sobre a mesa e diminuímos o tempo de espera. Essa organização funcionou até 2014, porém, em 2015 uma importante mudança ocorreu nesta Rede Municipal de Ensino: a implementação do HTP como direito do professor. Já não era possível contar com a presença de três educadoras para acompanhar as refeições o que interferiu no atendimento das crianças e nos impulsionou a buscar novas formas de organização. Por meio de observações e filmagens detectamos as seguintes situações: •

As educadoras, durante as refeições, não conseguiam acompanhar mais do que dois grupos de crianças, ficando sempre distantes de algumas ao transitar de uma mesa para outra para atender as individualidades.

As crianças que terminavam as refeições permaneciam muito tempo esperando para fazer a escovação.

O “pit stop”, (espaço entre o refeitório e brinquedoteca) ficava ocupado por muitas crianças e nem sempre era possível a reorganização dos brinquedos após o uso,


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Faltava apoio humano para acompanhar as crianças fora do refeitório.

A rotina era rígida e homogeneizadora: todas crianças faziam as mesmas coisas ao mesmo tempo!

Meia hora para cada turma no refeitório não era suficiente para algumas crianças que demoravam mais para comer. O tema de estudo voltou-se novamente para a Rotina: Tempos e Espaços. A

referência que nos apoiou foi o livro: Por Amor Ou Por Força, Rotinas Na Educação Infantil de Maria Carmem Barbosa. Após muitas discussões, elaboramos os pressupostos para uma Rotina Humanizadora, para ações pedagógicas mais

flexíveis e

que

respeitassem os ritmos das crianças. Nesse contexto, uma turma de Infantil I e de Berçário Final experimentam outra forma de planejar a hora do almoço, em que atendiam as crianças em pequenos grupos enquanto outra atividade acontecia concomitantemente com o restante das crianças. A parceria com as auxiliares em educação, equipe de apoio, gestoras e das cozinheiras foram essenciais para implementar tais mudanças. As avaliações indicavam que desta forma as aprendizagens e o atendimento mais individualizado se concretizaram. Gradativamente e sendo respeitadas em suas decisões, as demais educadoras, diante das avaliações positivas do trabalho das colegas, se sentiram motivadas a iniciar o almoço em pequenos grupos. Foi um período de muitos desafios para todos e principalmente para as crianças. A avaliação da equipe escolar no final de 2015 evidenciou que com a nova organização do refeitório: •

As crianças ganham mais tempo para aprender a comer de acordo com o seu ritmo.

Apoiamos a independência e autonomia.

Promovemos interações e valorizamos as relações sociais.

Observamos que o choro diminuiu e cessava, quando as crianças internalizavam a nova rotina.

Sentiam-se mais confiantes e felizes.

Para que as mudanças ocorressem foi necessário acreditar que as crianças seriam capazes de caminhar de forma mais independente pelos espaços. Antes, todas iam com os educadores referências para o refeitório. Os educadores tiveram que vencer o medo e a insegurança quanto a capacidade das crianças para transitarem sem se acidentarem. Na medida em que as crianças tiveram mais autonomia para ir e vir, de um espaço para outro, comprovavam que são competentes e capazes de subir e descer as rampas e


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escadas, além de, interagirem e conversarem espontaneamente umas com as outras e com os adultos que as orientavam (equipe de apoio e gestoras), em ricos encontros durante os percursos. Essas experiências possibilitaram inúmeras aprendizagens, das quais podemos citar: 

Desenvolvimento da motricidade de forma livre, aprendendo a equilibrar-se, controlando e percebendo os limites do próprio corpo enquanto descem e sobem degraus, andam , correm, desviam-se pelas rampas que dão acesso ao refeitório.

Maior autonomia para descobrir e observar o ambiente e os objetos que encontram.

Noção de espaço e superação de medos e inseguranças.

Afetividade, solidariedade e empatia.

Desenvolvimento da comunicação oral. Baseados nas reflexões trazidas pelas educadoras Joana e Viviane, de que “para

a criança é melhor entender e internalizar esse processo desde o início ao invés de iniciarmos de um jeito e depois mudarmos”, iniciamos o ano letivo de 2016, planejando a rotina das refeições em pequenos grupos, para todas as turmas. Essa experiência evidenciou algumas dificuldades vivenciadas que precisariam ser cuidadas: •

Ocorreu lotação dos espaços próximos ao refeitório.

Faltou apoio humano.

Equipe de apoio e gestoras não reconheciam as crianças pelo nome e, isso dificultou a orientação nas transições.

As educadoras queixavam-se da dificuldade em planejar propostas que exigissem a presença de maior apoio enquanto as refeições aconteciam.

As trocas de fraldas, no momento das refeições, interferiam na organização dos grupos.

Crianças não queriam deixar a brincadeira para almoçar.

Conflitos, entre as crianças, durante as transições, ocasionando mordidas/ arranhões.

Falta de apoio humano nos espaços de transições.

Portões das escadas dificultavam a visualização.

Atrelado a essas observações, também concluímos que seria urgente qualificarmos os planejamentos de forma que atendessem as necessidades das crianças enquanto estavam em propostas concomitantes aos momentos das refeições, garantindo que as interações ocorressem de forma mais autônoma.


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As dificuldades não desmotivaram a equipe, que reconheceu a qualificação do atendimento no momento das refeições e, validou o atendimento em pequenos grupos aceitando os desafios de buscar estratégias para superação das dificuldades.

QUADRO DE HORÁRIOS DE REFEIÇÕES

Início

Término

Café da manhã

8h10min

9h00

Hidratação

9h15min

9h40min

Almoço

10h30min

11h40min

Lanche

14h00min

14h50min

Janta

15h30min

16h20min

Orientações: •

As refeições serão organizadas em subgrupos de acordo com o planejamento dos educadores.

A equipe de apoio já foi orientada a direcionar as crianças paras os espaços.

É importante que as crianças tenham a identificação: nome, espaço onde está sua turma, nº da sala, nome de uma das professoras.

As intervenções devem ser realizadas com tranquilidade. Sabemos que inicialmente poderemos encontrar algumas dificuldades até que a rotina seja internalizada por todos.


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5. HISTÓRICOS DOS ESTUDOS DO MEIO Temos realizado, com cada turma, em torno de dois passeios durante o ano, um no primeiro semestre e outro no segundo. Por meio das avaliações realizadas pela equipe, após os passeios, foi possível analisar os aspectos positivos e negativos dos locais escolhidos, em relação aos objetivos que tínhamos com a escolha de cada um deles. Levamos as crianças à Biblioteca Monteiro Lobato para ouvirem histórias, aos parques do município Salvador Arena, Parque Raffael Lazzuri e Chico Mendes (Estoril). Também, nos aventuramos a conhecer o Aquário de Santos e o Aquário de São Paulo. O Jardim Zoológico de São Paulo também integra nossa lista. A ida na Biblioteca Monteiro Lobato possibilitou às crianças conhecerem um espaço diferente organizado para contação de histórias com diferentes recursos. Em relação aos parques, observamos que nem sempre a limpeza do espaço está totalmente adequada, mas, em outros aspectos, contemplam as necessidades das crianças por proporcionarem liberdade de movimentos, brincadeiras em equipamentos diferenciados, integração com outras crianças e também, por possibilitarem que a organização dos horários, para chegada, saída e para lanche seja pensada e decidida pela equipe. O parque Estoril (Chico Mendes), tem o diferencial de contar com o mini-zoológico, além do contato com a natureza e muito espaço pra correr, brincar, subir e descer. Nos aquários, avaliamos que as crianças realmente se encantam com os peixes e, é claro, possibilita que ampliem seus conhecimentos sobre essa espécie de animal. Porém, no aquário de Santos o espaço é pequeno e escuro e não possibilita liberdade ou independência para explorar, sendo essencial que cada criança esteja acompanhada por um responsável. Cabe ao responsável mostrar para crianças os animais, orientando onde pisar, o que pode ou não fazer. O corredor do aquário é rapidamente percorrido e logo se chega à saída. Para compensar temos um mar inteirinho para aproveitar, seja olhando, molhando o corpo ou só os pés. Também possibilita fazer um piquenique, com intuito de aproximar famílias, educadoras e crianças. O aquário de S.P ao contrário, é imenso. Também não possibilita que as crianças andem com autonomia. Ao contrário, exige muita atenção. As portas de entrada dão diretamente para avenida e permanecem abertas durante todo o tempo em que as crianças visitam o local. Os corredores que dão acesso ao aquário são escuros, passa-se durante os percursos sobre pontes e espaços perigosos e inadequados para criança pequena. Percebe-se que mesmo com a presença de um monitor, as educadoras


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precisam estar em todo momento conduzindo as crianças de forma que não dispersem do grupo, entrando em locais impróprios e perigosos. Também nos incomodou os produtos industrializados expostos em locais de passagem, na entrada do aquário, o que desperta o desejo de pegar para si, nas crianças, seja para comer, seja para brincar. Após entrarmos no corredor para iniciarmos a apreciação dos peixes, não existe a possibilidade de retornarmos, dificultando, inclusive atender à criança que queira usar o banheiro ou tomar água. Sobre o Zoológico de S.Paulo, as experiências com as crianças maiores (infantil II) foram bem interessantes. Apesar de deixá-los cansados, pois, exige que caminhem bastante, avaliamos que se o trajeto for planejado antecipadamente pelas educadoras, compensa a caminhada e garante que as crianças conseguirão ver os animais que conhecem apenas pelos livros. Os bebês também podem ir, porém, é preciso cuidar da locomoção. Os carrinhos são essenciais, para não cansarmos crianças e educadoras. É preciso muito apoio dos adultos.


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