MULHERES

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E S P E C I A L

MULHERES

WRITTEN AND DESIGNED BY EMPOSE





Eu de joelhos, rezando, ele vem, rasga, levanta meu vestido, bate na minha bunda, me pega por trás, não, ele não vem, e eu de joelhos, rezo.

José Rezende Jr. em Paixão e Fé, citado no livro Estórias Mínimas.


EDITORIAL ONLINE

BRIEFING O CONEITO O nascimento de um editorial pelo nosso editorial

SPOTLIGHT HILDA A pin-up diferente e irreverente de quem quase ninguém se lembra

MAKING OF CENAS Os bastidores da criação das fotos

CO


NA CAPA MULHERES Sensuais à sua maneira

PERFIL JOSÉ REZENDE JR THALITA CARVALHO MARCELO ROSENBAUM.

PRODUÇÃO PROCESSO DE CRIAÇÃO O passo a passo do editorial dessa edição

ZOOM PROFISSIONAIS DE PRODUÇÃO Quem são e o que fazem

NTEÚDO


CARTA DA EDITORA

Como pode ser tão bom falar sobre a mulher brasileira? Nós temos tantas faces e façanhas que é impossível nos limitar a míseras características e padrões, e é isso que deixa tudo mais gostoso. Diversidade. Nenhuma palavra melhor define o Brasil. Mas, o brasileiro se deixa levar tanto pelos problemas do País que simplesmente alheia-se às nossas riquezas. Fazer vista grossa aos problemas? NÃO! O ponto aqui é que a nossa natureza e nossa cultura, a cultura do povo, não são culpadas pela corrupção no Senado, e o que vem de fora nem sempre é melhor, e não é superior. O Brasil não são os políticos, somos nós. O Brasil real é aquele das “Marias”: as guerreiras, as mães, as estudantes, as trabalhadoras, as apaixonadas, as amigas, as brancas, as negras, as índias, as pardas, as gordas, as magras. O Brasil e a mulher foram feitos um para o outro, aqui nós aprendemos a sermos nós mesmas, aqui nós podemos ser o que quisermos, e ainda assim nos olham e dizem “Que linda!”. O objetivo desse editorial é retratar a mulher brasileira em suas diversas idades, etnias e rotinas, transmitindo a beleza de cada uma independentemente de padrões sociais e físicos. O conceito traz referências de Marcelo Rosenbaum e Thalita Carvalho, que melhores do que qualquer outro design, representam a brasilidade, a acessibilidade aos diversos públicos e a atenção aos detalhes presentes em cada parte do processo de produção e refletido nas fotos finais. A ideia é expressar a sensualidade implícita nas atividades corriqueiras de várias mulheres de vidas diferentes, desenvolvendo quebras de preconceitos, questionamentos e, principalmente, inspiração. A beleza e a sensualidade não dependem de fé, classe social, peso ou cor, mas está nos detalhes e principalmente nas peculiaridades. Na capa diz “MULHERES”, e é por isso que o nosso público alvo não faz restrição ao sexo do leitor, quem não se interessa pelas mulheres? Todos aqueles que estão direta e indiretamente envolvidos com suas rotinas se interessarão por essa edição, que pretendeu retratar a valorização do sexo feminino, não só pelos outros, mas inicialmente, por ela, ao trabalhar sua autoestima e satisfação pessoal, profissional, força, feminilidade e sensualidade. A revista está inteiramente baseada na mulher e no Brasil, mas com toques externos que pretenderam demonstrar a versatilidade da cultura nacional e como ela consegue combinar perfeitamente bem com outras, sem nunca perder seus traços. A brasileira inconfundível. Disponíveis nas versões impressa e digital, as matérias seguem o design sofisticado da revista com o conteúdo na íntegra e vídeos making of, tudo para que os leitores possam acompanhar o processo do Empose aonde quer que esteja.

M ELIS S A M ARIA BRAG A editora GRUPO EMPOSE realizador


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As duas versões da edição de dezembro com a @karolinemaaria e a Juliana Campos nas capas

Quer dicas de moda, beleza, festas, fotografia, gastronomia, viagens e decoração? O pinterest da nossa editora da recheado pra você se inspirar

MODA PARA LER Tendências, designers, movimentos, estilos, características, história, imagens. O blog deu dicas de livros de moda para entender, estudar, praticar, conhecer e admirar ainda mais o fashion world.

PiNTEREST.COM/MELISSABRAGA

Já conhecia a top fotógrafa aqui da redação? A Paloma Aáker foi a responsável pelos cliques do editorial

@PALOMAAAKER_FOTOGRAFIA


SPOTLIGHT

O SEGREDO MAIS BEM GUARDADO DA ARTE PIN-UP Voluptuosa, um pouco desajeitada, mas nem um pouco tímida com a sua figura, HILDA foi uma pin-up atípica que enfeitou as páginas dos calendários americanos da década de 50 até o início de 1980, alcançando alguma notoriedade nos anos 60.

A

A personalidade dessa boba moça ruiva se desdobra. Curiosa, criativa, vertiginosa, aventureira, atrapalhada, delicada, sensual, mas sempre divertida, Hilda não é o que todo mundo consideraria gorda. Seus grandes seios fartos, a barriga redonda e suave, as pernas grossas e seu rosto sardento cheio de divertimento criam uma sinfonia para os olhos. Na melhor das hipóteses ela é “agradavelmente roliça”. Mesmo assim, seu tamanho não impediu a prioridade erótica exigida de uma pin-up. Hilda foi criada pelo ilustrador Duane Bryers, que com sua técnica de pintura impecável e de alto nível tinha as ferramentas necessárias para se tornar um dos maiores artistas pin-up dos Estados Unidos.

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Sua obra tem todas as características clássicas da grande cheesecake art: pinceladas despreocupadas compõem o pano de fundo do mundo de Hilda, e a energia, o detalhe e a sensibilidade são guardados para o ponto de preocupação principal – a própria Hilda. No entanto, o desejo por mulheres de grande porte não costuma, infelizmente, alcançar os holofotes. Bryers não fez o que se poderia esperar da maioria dos artistas responsáveis pelas pin-ups: criar poses ou situações (às vezes depreciativas) caçoando da figura plus size de Hilda. Ao invés de ter seu vestido sugado pelo aspirador de pó revelando seu bumbum nu, Hilda é retratada como uma mulher sexy, engraçada e generosa, colocada em situações um pouco mais reais, onde parece se divertir genuinamente – a sensualidade é consequência. Além de modelo estar, quase sempre, privada de roupas, o artista se absteve de dar-lhe, por exemplo, um grande nariz de palhaço e optou por um rosto bonito, o que dar a entender que a sua intenção era, de fato, seduzir o espectador. Publicada quase tantas vezes quanto Marylin Monroe, Hilda é uma “garota do calendário” quase desconhecida, mesmo entre os grandes entusiastas da arte pinup, mas com certeza, não deixa de ser um ícone e uma inteligentíssima visão do ilustrador americano. 


PERFIL

POR José Rezende Jr, Francine Weiss e Nahima Maciel

JOSÉ REZENDE JR. CONTOS DO GANHADOR DO

JABUTI APRESENTAM PROSA DE FOLÊGO E INFLUÊNCIA DE GUIMARÃES ROSA

Mineiro de Aimorés, radicado em

Brasília, José Rezende Júnior, descobriu o gosto pela leitura e pela escrita ainda menino. Formado em Jornalismo pela PUC-MG, atuou como repórter especial do Jornal do Brasil, IstoÉ, O Globo e Correio Braziliense, onde escreveu a série dominical Crimes Violentos, a reportagem comemorativa dos 40 anos do livro Grande Sertão: Veredas, o perfil de João Gilberto e o caderno especial Angola, 38 Anos de Guerra, entre outros textos de destaque. Devoto de Guimarães Rosa, o jornalista encontrou em um dos versículos de Grande Sertão: Veredas o estímulo que faltava para mudar de vida depois de tanto tempo de relacionamento passional com o jornalismo impresso: “O mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam.”

Deixou, mas provisoriamente, o jornalismo diário em 2001, para se dedicar às oficinas de texto jornalístico que ministra pelo Brasil afora e à grande paixão da sua vida: a literatura. A estreia na ficção veio em 2005 com o livro de contos A Mulher-Gorila e Outros Demônios (editora 7Letras), esgotado nas livrarias. O segundo,

Eu Perguntei Pro Velho Se Ele Queria Morrer (E Outras Estórias de Amor), também publicado pela 7Letras, mereceu o Jabuti 2010, na Categoria Contos e Crônicas.

LITERATURA Guimarães Rosa Gabriel García Márquez José Saramago Italo Calvino Machado de Assis Sérgio Sant´Anna Moacyr Scliar


MICROCONTOS

José ficou intrigado quando ouviu falar do

Twitter. Foi no fim de 2009, e a ideia de escrever ficção com apenas 140 caracteres parecia desafiadora. Rezende abriu a conta na rede mas acabou atropelado por um convite: mal teve tempo de aprender o funcionamento do site antes de aceitar escrever microcontos para uma coluna semanal na revista eletrônica Terra Magazine. A prática virou um exercício divertido e cheio de humor que agora salta das páginas da rede para o papel em Estórias Mínimas.

CONCENTRAR COM PRECISÃO A GRANDEZA DA VIDA NO CONCISO ESPAÇO DA LINGUAGEM É A ARTE DO MICROCONTO, UM GÊNERO MUITO POPULAR NA LITERATURA DA AMÉRICA DO SUL Há temas que não escapam à pena de Rezende. Solidão, amores e desamores, desejo, morte, violência, tempo e envelhecimento perpassam os microcontos da mesma forma que deram o tom aos textos de suas outras obras. “O grande diferencial dos contos normais no meu processo de criação é o tempo de maturação. Até a ideia virar um conto é um demorado. Nos microcontos, o tempo de maturação é curto. Eu sentava no computador e escrevia”, comenta.. O humor está entre os diferenciais mais notáveis da estórias de duas linhas. Rezende não gosta do humor gratuito, do riso pelo riso, por isso evitava um pouco esse estado de espírito. Nos microcontos, fez concessões. “Não foi proposital, o humor surgiu como um elemento”, avisa. O limite entre aforismos, piadas e verdadeiras micronarrativas está na capacidade de inserir um universo ficcional nos 140 toques. “Minha intenção é contar uma história. Tem personagens. Tem um antes e um depois. E um desfecho.”

CINEMA Fellini Glauber Rocha Nelson Pereira dos Santos Walter Salles Woody Allen Almodóvar Kubrick Truffaut Ettore Scola


“ Além de em sua própria obra, o escritor levou seus 140 caracteres para fazer parte da antologia de microcontos brasileiros, organizada por Luísa Hölz para a editora de alemã DTV. Ao lado Tata Amaral, Marçal Aquino, Beatriz Bracher, Marcelino Freire, Andrea del Fuego, Ivana Arruda Leite, Adriana Lisboa, Victor Paes, Sidney Rocha, Luiz Ruffato, Walther Moreira Santos e Veronica Stigger,

MÚSICA Chico Buarque Zeca Baleiro Elis Regina Zé Ramalho Tom Zé Raul Seixas Lenine

Minigeschichten aus Brasilien (Microcontos do Brasil) contém uma abrangência temática extensa. Muitas das narrativas dos autores e autoras brasileiros reunidas são embasadas diretamente no cotidiano.

Afiados e densos, lírico-impressionistas, ou irônico-humorísticos, por sua brevidade, esses textos são acolhedores e propícios tanto para seu próprio estudo, como para o ensino da língua. 

Seis escritores de Brasília chegaram à conclusão de que precisariam homenagear a cidade nos 50 anos de fundação da capital do país. Então, Nicolas Behr, José Rezende Jr., Liziane Guazina, Fernanda Barreto, Pedro Biondi e André Giusti reuniram textos que ao longo do tempo haviam escrito para a cidade, e outros feitos especialmente para a coletânea, 50 Anos Em Seis – Brasília, Prosa e Poesia, lançada no dia 20 de maio. A publicação independente traz poemas, contos e crônicas que falam da cidade a partir de seu quotidiano, da epopeia da construção, de seus candangos e burocratas, de seu futuro ameaçado pelo presente, de suas belezas e encantos de céu magnífico e árvores generosas. http://brasilia50anosem6.wordpress.com/


BRASIL

E

Evitei ao máximo falar disso, não por algum receio ou algo parecido, mas por preguiça mesmo. A FIFA resolveu substituir a dupla Camila Pitanga e Lázaro Ramos pelo casal Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert na apresentação do sorteio de chaves para a Copa do Mundo de 2014. Vamos traduzir isso para quem ainda está em dependência na aula de Pintura no Miolo de Pão desde o jardim de infância: uma entidade privada resolveu preterir um casal em função de outro em um sorteio privado do qual é a organizadora. Saem Camila Pitanga, garota propaganda da Caixa Econômica Federal, uma morena com jeito de índia, ainda que filha de pai preto (Antônio Pitanga, marido de Benedita da Silva, ambos do PT) e Lázaro Ramos, baiano e preto (desculpem, esse papo de “negro” comigo não cola, cor não é ofensa), dois artistas de sucesso e talento. Entram Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert, um belo casal de sulistas, brancos, loiros, têm uma linda família e carreiras artísticas de igual sucesso. Só que no Brasil nada é tão simples assim. Logo que os racialistas, parasitas de ONGs e movimentos sociais, politicamente corretos e histéricos de plantão viram a notícia, todos berraram (eles nunca falam, só berram) em uníssono: RACISMO! Fernanda Lima chegou a indagar “Só porque eu sou branquinha? Ora, eu pago meus impostos, tenho direito de trabalhar”, ao que foi respondida com mais berros (sempre berros) de “Coxinha! Está sendo racista dizendo que é branquinha!”. Sim, ela

p o r Marcus Vinicius Motta*

deveria dizer que é “mulatinha”, mesmo não sendo, para não ofender as susceptibilidades alheias. A história em si já é ridícula por si só, quer dizer que brancos agora não podem mais representar o Brasil sem um componente “étnico” no meio? Rebaixem então a “não dignos de representar o Brasil” pessoas como Ayrton Senna, Zico, Zagalo, Maurren Maggi, Gustavo Borges, Gustavo Kuerten, Oscar Schmidt, Cesar Cielo, Bernardinho, Carlos Alberto Parreira, Santos Dumont, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Fernanda Montenegro, entre

outros tantos. Mas tudo conseguiu ficar ainda pior com a entrada, veja você, do Ministério Público em campo. Um promotor certamente entediado pelo fato do Brasil ter expurgado a corrupção, o crime organizado e demais mazelas da nossa sociedade resolveu que este era um assunto relevante para que gastasse nele o horário de expediente pago pelo contribuinte. Foi aberto um procedimento visando “a apuração de eventual crime de racismo tendo em vista que os atores representam de maneira

mais adequada a composição étnica e racial do povo do Brasil, ao passo que os atores escolhidos, Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert, de raça branca/caucasiana, sob tal aspecto, não. A escolha dos apresentadores, portanto, dada a elevadíssima audiência aguardada, é relevante para a identificação dos componentes do povo brasileiro, por habitantes de todo o mundo. Relevante também a escolha em razão da autoafirmação dos brasileiros afrodescendentes”. É isso mesmo que você leu. Nas palavras deste funcionário público um pagador de impostos branco não "representa de maneira mais adequada a composição étnica e racial do povo do Brasil". Mas serve para ajudar a pagar o seu salário. Creio que esse tipo de absurdo não merece nem mesmo a credibilidade que uma contra-argumentação forneceria, mas a situação está ficando tão surreal que uma artista branca precisa ouvir de um empregado do contribuinte que ela, sendo brasileira, não está apta a representar o país por conta da cor da sua pele, que é branca. Quem é o racista aqui? Nada contra Camila Pitanga e Lázaro Ramos, que representariam o Brasil tão bem quanto um casal de origem asiática, indígena ou russa, já que a imigração aqui é bem diversificada, mas quer dizer que tudo o que é feito no país agora tem que ter aquela estética de "Ó Pai Ó", "skindô, skindô", senão é racismo? Vamos criar cotas raciais até para apresentador de sorteio da FIFA? Era só o que faltava.

*Marcus Vinicius Saraiva Delgado Motta, graduado em Odontologia, trabalhou na área por quatro anos, cursa Ciência Política até o presente momento. Trabalha com publicidade e mantém o blog “Contra a Correnteza”, onde publica crônicas e textos sobre pessoas, política, cotidiano, internet e redes sociais. É coautor dos livros “Eu Amo Escrever” (Livros Ilimitados-Cantão, 2011) e “O Tempo de Cada Um” (Editora Multifoco, 2012) e autor de “Contra a Correnteza” (Livros Ilimitados-Cantão, 2011).


THALITA CARVALHO E SEUS “PROJETINHOS” PARA ELA, COM POUCA GRANA, MUITA BOA VONTADE E UM OLHAR TREINADO, É POSSÍVEL DEIXAR A SUA CASA COM A SUA CARA. ECONOMIA E SUSTENTABILIDADE QUE NÃO DEIXAM A DESEJAR PARA NENHUMA MARCA DESIGN.

A A carioca Thalita Carvalho tem um

quê de rainha da sucata. Do monte renegado de fitas cassete às garrafas vazias de azeite, tudo ganha uma segunda chance em suas mãos. Aos 28 anos, Thalita é viciada em dar vida extra a objetos desenganados, transforma itens predestinados ao lixo em peças de decoração bemhumoradas – e a um custo quase sempre baixíssimo. O treino de ressuscitação começou na infância. Do pano de prato velho, ela fazia roupas para as bonecas. O tapete desfalecido ganhava uma nova cor e novamente era escalado para ocupar a sala. “Sempre fui de inventar moda”, diz ela, “minha mãe ficava doida”. Thalita cresceu, virou publicitária e, quando saiu de casa e

P OR Eduardo Lourenço montou seu próprio cantinho, redescobriu o doce gosto pela transformação. Como a grana para decorar estava curta, ela resolveu apostar em sua capacidade criativa. O apartamento alugado no Rio de Janeiro virou um verdadeiro laboratório de experimentações. Cada cômodo exibe invenções das mais variadas: um armarinho de caixa de feira, uma mesa de fitas Betamax, luminárias de garrafas, cores, estampas... Mas Thalita é exigente. Para ter certeza de que seus projetos ficaram bons, faz uma avaliação fria e dura. Começa de novo se o produto ficou com cara de trabalho escolar. E tudo que sai da cachola criativa vai parar num canto ou na parede de sua própria oi

casa. É a prova completa de que, sim, a empreitada deu certo. Para inspirar outros donos e amantes de casa, Thalita colocou seus experimentos na internet. Ela ensina no blog Casa de Colorir o passo a passo do que costuma chamar de “projetinhos”. A página virou um sucesso, e com menos de um ano tem 120 mil acessos mensais e uma estagiária. Thalita já é reconhecida na rua. “Não quero passar esta imagem de ‘vamos ser hippies e felizes, e ficar a tarde toda pintando’”, afirma. “Quero que as pessoas voltem a brincar, a olhar de uma forma diferente para as coisas.” Os pedidos dos leitores foram tantos que ela agora divide seu tempo entre o emprego fixo na área de marketing


Marketing e uma espécie de consultoria do lar. Vai até a casa dos clientes para transformar os móveis antigos ou dar uma cara nova às paredes, e ganha um dinheiro extra com o hobby. Thalita faz parte de um movimento robusto de pessoas preocupadas em reutilizar materiais e, assim, poupar a extração de novos recursos do planeta. Num mundo cada vez mais atento às questões ambientais, o reaproveitamento – inclusive na decoração – virou tendência. Deixar o apartamento mais estiloso está longe de ser seu objetivo de vida. Ao botar a mão na massa, Thalita diz querer inspirar outras pessoas. Mostrar que trabalhar com objetos do lixo não significa ter uma casa cheia de entulhos. É uma forma de decorar com personalidade – e sem usar mais recursos do planeta. É bom para o meio ambiente. Para a autoestima. E, claro, para o bolso. O que te encanta no lixo? As infinitas possibilidades de trazer de volta à vida objetos considerados inúteis por muita gente. Encontro verdadeiros tesouros no lixo. Como diria a Estamira [personagem do documentário Estamira, do Marcos Prado, que trabalhou por mais de 20 anos no lixão de Gramacho], aquele lixo todo é composto por resto e descuido. Muita gente joga muita coisa boa fora, por simples descuido, ou desconhecimento de como aquilo pode ser reaproveitado. Se eu te der um monte de matéria-prima novinha em folha, acha que vai conseguir criar como faz com o lixo? Sim, sem sombra de dúvidas. E talvez até com menos trabalho de limpar, recuperar… Mas a graça e a beleza não estão aí. A graça está justamente em reaproveitar o descartado, em trazê-lo de volta à utilidade e mais bonito e não gerar mais descarte, mais acúmulo de lixo. TCCC

Entrevista por Aline Ribeiro, Revista Época.

De que maneira você contribui para um planeta melhor com suas criações? Acredito (ou pelo menos espero que sim) que minhas criações ajudam as pessoas a treinarem o olhar pro lixo. A prestarem atenção no que pode ser reaproveitado e, o mais importante, enxergar beleza nisso. Quero mostrar que, trabalhar com objetos do lixo não significa ter uma casa feia e cheia de entulhos. Pelo contrário! Quero mostrar que, com criatividade, boa vontade e paciência, o céu é o limite para deixar a sua casa com a sua cara. Dinheiro e destreza são elementos secundários nesse processo. Já pensou no que significa esta sua obsessão por lixo num sentido mais filosófico?

Não quero passar esta imagem de ‘vamos ser hippies e felizes, e ficar a tarde toda pintando’ ”

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Já… e muito [rs]… Desde pequena eu sempre tive uma fixação por deixar tudo mais bonito, mais colorido. Sempre gostei de inventar coisas. E, quando fui morar sozinha, essa foi a maneira de unir minhas ideias com a falta de dinheiro para decorar a casinha. As pessoas deveriam repensar o consumo? Eu faço questão, em todos os meus projetos, de mostrar a reutilização de objetos descartados. Quando não uso objetos achados no lixo, dou preferência por produzir as peças por conta própria, evitando esse consumismo desenfreado. Essa semana, vou lançar uma campanha lá no blog: Nunca compre aquilo que você pode fazer melhor (mesmo que dê trabalho).PROJETINHO Você recomenda que pessoas desastradas (como eu!) se arrisquem nessas transformações? Eu duvido que você seja mais desastrada que eu! O segredo é ter paciência, parar para fazer um projetinho naquele dia que você está cheia de boa vontade, sabe? Caso contrário, a chance de você fazer besteira é enorme. Eu sou assim, nos dias que tô sem paciência, paro, guardo o projeto e retomo novamente num dia melhor. Alguém já te chamou de rainha da sucata?! Hoje? Ainda não [rs]… Mas quase todo dia me chamam sim! Aqui no trabalho, tem dias que eu chego e tem um lixinho “transformável” na minha mesa para que eu faça algum projetinho!

NOVO DE NOVO “Uma árvore a mais no planeta, 50 fitas a menos no lixo.”

E um novo lar, todo jeitoso, feito de fitas beta (serve também as fitas VHS), para os DVD’s que as substituíram já faz tempo!

NO CASA DE COLORIR, VOCÊ ENCONTRA OS MAIS diversos tutoriais – em fotos e vídeos. Desde como pintar um móvel antigo a como contornar o transtorno de uma mancha no tapete repaginando-o completamente. Tudo simples e funcional. Uma maneira de ver objetos que seriam considerados lixo com outros olhos. Para Thalita, uma questão de sustentabilidade e economia.


O apartamento da publicitária esbanja charme e modernidade, mobilhado a partir de objetos sem uso que viraram peças de decoração, como a mesinha de canto feita de caixa de feira ou o sofá garimpado no lixo que ganhou estofados novos. Além de técnicas práticas de renovação, como os adesivos de vinil colados nos azulejos do banheiro, que dispensaram o uso de azulejos hidráulicos, bem mais caros e que precisariam de uma verdadeira obra para serem trocados.

Além do espaço virtual, Thalita possui um ateliê no Rio, onde promove oficinas, workshops e grupos de discussão relacionados à decoração. Defensora de um estilo de decorar mais criativo e com menos regras, tem como principal objetivo incentivar as pessoas a promoverem pequenas mudanças em casa por conta própria e pequena. 

A POUSADA de uma amiga, no Cosme Velho, Rio de Janeiro, foi toda mobilhada e decorada por Thalita e um time de treze, em apenas quatro dias.

FRIDA KAHLO, a cadelinha da decoradora, posando de modelo na cadeira restaurada da pousada.


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PAULISTA DE SANTO ANDRÉ, 45 ANOS, DESIGNER HÁ MAIS DE 20, E NÃO SE VÊ FAZENDO OUTRA COISA. DESDE OS DEZ ANOS ACHAVA QUE IA MEXER COM REFORMAS, CONSTRUÇÃO E DECORAÇÃO.

MARCELO

á seis anos, aos sábados à tarde, Marcelo Rosenbaum está no ar na Rede Globo, repaginando, literalmente, a casa de brasileiros no quadro Lar Doce Lar do programa do apresentador Luciano Huck. Na atração, inspirada na produção norte-americana Extreme Makeover: Home Edition, ao propor um morar mais confortável, alegre e digno para a classe popular, o arquiteto e designer paulista emociona e prende a atenção do telespectador. Esbanja alto astral e simpatia diante das câmeras. “O programa é uma grande oportunidade de concretizar questões fundamentais do nosso trabalho, como a democratização do design e a elevação da autoestima do brasileiro através de sua moradia.” A participação televisiva,

ROSENBAUM ESTAVA CERTO. SÓ NÃO IMAGINAVA QUE, ALÉM DESSES ITENS, TELEVISÃO E SOLIDARIEDADE TAMBÉM FARIAM PARTE DE SUA VIDA PROFISSIONAL. SEU TRABALHO TEM COMO INSPIRAÇÃO PRINCIPAL OS VALORES DA BRASILIDADE, E ATUALMENTE, ESTÁ À FRENTE DO ESCRITÓRIO ROSENBAUM® JUNTO COM ADRIANA BENGUELA, É CRIATIVO E APRESENTADOR DO LAR DOCE LAR E MINISTRA CICLOS DE PALESTRAS PARA DIFERENTES MERCADOS PROFISSIONAIS. por Luciana Avelino e Daiana Araújo

que com certeza o tornou mais conhecido nacionalmente, porém, é apenas a ponta do iceberg. Em paralelo à demanda de elaboração de projetos residenciais e comerciais, incluindo cenografia de eventos, de seu escritório de arquitetura, assina produtos decorativos, utilitários e de arte para diversas marcas, como Tok & Stok (mesas e almofadas), Oxford (porcelanas), Bobinex (papel de parede), J.Serrano (tapetes), roupas de cama, mesa e banho (Pernambucanas). Outro ponto alto do seu trabalho é a participação em projetos sociais com comunidades isoladas ou desfavorecidas economicamente. O A Gente Transforma, projeto que já foi tema do São Paulo Fashion Week e esteve no Salão de Design de Milão, continua itinerante em outras capitais nacionais e no exterior. O nome Rosenbaum é sinônimo de modernidade e talento não só no âmbito da arquitetura, decoração e design, como também no segmento de moda e gastronomia. Sua atuação cosmopolita já lhe rendeu o reconhecimento da mídia especializada nacional e internacional.



POR QUE A ARQUITETURA? Quando escolhi a arquitetura como profissão ainda era jovem. Foi uma escolha intuitiva relacionada à minha percepção do espaço e do uso que fazemos dele. Hoje enxergo arquitetura como uma forma de arquitetar possibilidades, conectar relações e incluir pessoas. DO QUE MAIS GOSTA NA SUA PROFISSÃO? O desafio de fazer coisas novas e a possibilidade de projetar para diferentes tipos de público. Uma vez um jornalista do O Estado de S. Paulo publicou uma matéria com o título “O designer dos playboys e dos manos”. Acho essa possibilidade muito motivadora. O QUE É DESIGN PARA VOCÊ? É, acima de tudo, um redesenho, uma nova maneira de reconstruir o mundo e, assim, claro, torná-lo mais bonito, acessível e, especialmente, mais justo. COMO VOCÊ ESTIMULA A SUA CRIATIVIDADE E SE INSPIRA PARA COMPOR OS ESPAÇOS? A pluralidade do Brasil é uma referência para mim. Nossas origens e cultura me inspiram. Tenho a oportunidade de viajar muito pelo País em busca dessas raízes. Além disso, as pessoas me inspiram muito. E, no final das contas, essas viagens me deixam cada vez mais próximo das pessoas. QUAIS AS MARCAS DO SEU TRABALHO? Trabalhar olhando para o ser humano.

COMO ENCONTRAR O MEIO-TERMO ENTRE O DESEJO DO CLIENTE E O CONHECIMENTO DO ARQUITETO? Acredito que o segredo é direcionar o olhar para o morador. Penso na relação da família com o espaço e o entorno. Procuro interpretar o comportamento das pessoas e entender os seus desejos. Só depois faço as sugestões de projeto. VOCÊ PARTICIPA DE MUITOS PROJETOS COM A COMUNIDADE. FOI O CRIADOR DE TODOS ELES? Sempre que posso participo dos

de projetos ligados à inclusão. Atualmente meu escritório se dedica prioritariamente ao projeto A Gente Transforma. E QUAL É O PRINCIPAL OBJETIVO DESSE PROJETO? Inserir o artesanato no mercado brasileiro e internacional de decoração. Envolve diretamente comunidades do interior do Brasil e apresenta oportunidades para um novo negócio social. O resultado é a criação de coleções exclusivas, esteticamente avançadas e que valorizam o design de

Projetos feitos ao longo doa anos no Lar Doce Lar

que valorizam o design de raiz. O primeiro aconteceu em 2010 no Parque Santo Antônio, em São Paulo e, o segundo, no sertão do Piauí, no Várzea Queimada. Neste lugar aparentemente esquecido, que vive nove meses de seca por ano, mas com rico acervo de técnicas artesanais, criamos, em parceria com artesãos locais, uma coleção exclusiva. QUAL FOI O PRIMEIRO PROJETO? Foi em Blumenau em 2009com os desabrigados das enchentes. Conseguimos um curso de capacitação de pintura


pintura com a Suvinil e pintamos os abrigos provisórios. COMO SURGIU A OPORTUNIDADE DE DESENVOLVÊ-LOS? A necessidade surgiu do olhar às comunidades brasileiras e entender a grande demanda de ações agregadoras como a valorização dos espaços onde moram, da cultura que carregam e do trabalho que fazem. Daí procuramos as oportunidades. No caso de

oportunidades. No caso de Blumenau fui convidado pelo prefeito para analisar os estragos feitos pela enchente e propor uma nova solução de habitação. Mas, antes de saber se esse projeto aconteceria, propus uma solução imediatista que levantasse um pouco a dignidade de pessoas que haviam perdido tudo. COMO COMEÇOU A SUA PARTICIPAÇÃO NO LAR DOCE LAR? Foi através de uma entrevista que selecionaria profissionais

profissionais para cada edição do programa. Acabei ficando como o único profissional pela empatia que tivemos e pela causa comum entre o programa e a linha de trabalho em que acredito. COMO É FAZER ESTA CONSULTORIA? É uma excelente oportunidade de democratizar a dignidade de morar bem, de levar conforto, cultura e autoestima às famílias menos privilegiadas. QUAIS SÃO OS MAIORES DESAFIOS NA ELABORAÇÃO DE UM PROJETO? É conciliar todas as variáveis do projeto como o desejo do cliente, condições locais, orçamento, e entender que cada um deles é a realização de um sonho. QUAL A SENSAÇÃO DE AJUDAR GENTE QUE NUNCA TERIA A POSSIBILIDADE DE TER UM ESPAÇO COMO OS QUE VOCÊ FAZ? É extremamente gratificante. Não vejo como uma ajuda, mas como uma troca. Posso dizer que é um exercício intenso e constante de unir as pontas, cruzando referências de universos distintos de trabalho, do mais sofisticado ao mais simples. Além de ser uma chance de compartilhar momentos e experiências. Aprendo muito nessas oportunidades. QUE IMPACTO VOCÊ ACREDITA QUE UM BOM PROJETO ARQUITETÔNICO TENHA NO HUMOR DAS PESSOAS? O “morar” é algo realmente importante quando falamos de valores como identidade


“A pluralidade do Brasil é uma referência para mim. Nossas origens e cultura me inspiram. de valores como identidade cultural, autoestima, cultura popular, memória e inclusão. Em nossos projetos buscamos enxergar a casa como um elemento capaz de elevar a autoestima do brasileiro, no qual a memória pessoal e as raízes culturais têm lugar de destaque, como uma forma de incluir a própria história no ambiente.

O AGT USA O DESIGN PARA EXPOR A ALMA BRASILEIRA.

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A G E N T E T R A NS FO R M A

A GENTE TRANSFORMA propõe despertar e organizar potenciais coletivos e individuais, a partir da crença de que todo individuo tem potenciais, perspectivas e memórias próprias. Contribui para validar e valorizar os potenciais e saberes e transformar em oportunidades dentro e fora das comunidades. Oportunidade consiste na abertura de mercados, geração de renda através do reconhecimento das tradições, trazendo a permanência da cultura, gerando auto estima e dignidade. 

Rosenbaum imprime em seus trabalhos um forte conceito de brasilidade, enfatizando sempre o uso de produtos artesanais, reciclagem e sustentabilidade. Em seus projetos está presente cores alegres e ecletismo nas composições. Ele usa a simplicidade com muita criatividade e um talento único, que deixam os ambientes funcionais e belíssimos.


A casa do designer ĂŠ uma mistura eclĂŠtica e brasileira de diferentes formas, cores e texturas que captam os olhos.


PRODUÇÃO

O pontapé inicial do projeto foi a escolha do seu tema. Entre microcontos do autor José Rezende Jr, o que mais chamou atenção foi o intitulado PAIXÃO E FÉ. Eu de joelhos, rezando, ele vem, rasga, levanta meu vestido, bate na minha bunda, me pega por trás, não, ele não em, e eu de joelhos, rezo. Ao interpretarmos o texto através das lentes de diversas opiniões diferentes, chegamos a seguinte conclusão: TODA MULHER É DONA DE DOIS LADOS, AQUELE QUE ELA FAZ QUESTÃO DE MOSTRAR NO SEU DIA A DIA, E AQUELE OUTRO QUE ESTÁ ESCONDIDO, IGUALMENTE BELO, QUE PRECISA SER VISTO. Tema proposto, tínhamos em mãos nomes de profissionais candidatos a serem referências para o projeto, os escolhidos foram eleitos pela sua facilidade em ver o belo no simples, no Brasil, na acessibilidade e não no extremamente exagerado glamour: THALITA CARVALHO e MARCELO ROSENBAUM. Daí então, qual seria a vertente da nossa produção de moda? O EDITORIAL. O método utilizado para divulgar algo, para apresentar uma marca, um conceito ao mercado. E divulgaríamos não um produto, mas uma ideia. O que nós

pretendíamos vender não se precisaria de dinheiro para comprar, a acessibilidade esteve presente desde daí. Nós venderíamos uma ideia. Uma ideia simples, pura e real. São vários os meios usados para a divulgação de um editorial: revistas, jornais, catálogos, artigos na internet, televisão, rádio. Escolhemos a REVISTA. Impressa e online. Todo o processo do projeto seria divulgado de forma jornalística. Então, o próximo passo: briefin.

PRODUTO Uma ideia, “a mulher é sensual nos mínimos detalhes, sem deixar de lado sua rotina, mas a sensualidade está ligada à ela, e deve ser valorizada não importando sua cor, peso ou classe social.

PÚBLICO ALVO Homens e mulheres, dos 15 aos 100 anos, pessoas comuns, que saem para trabalhar, que cuidam da casa, que vão ao shopping e ao supermercado, que vão ao médico, que pegam ônibus, que têm carro, que têm a capacidade de valorizar uma mulher de qualquer forma que seja. Essas pessoas, todas elas, são capazes de perceber o que o editorial quer passar, todas elas conseguem enxergar a belíssima mulher em cada uma de nós.

OBJETIVO Como bem dito na Carta da Editora, a introdução a esse editorial, o objetivo é expressar a sensualidade implícita nas atividades corriqueiras de várias mulheres de vidas diferentes, desenvolvendo quebras de preconceitos, e, principalmente, inspiração. a beleza e a

sensualidade não dependem de fé, classe social, peso ou cor, mas está principalmente nos detalhes e nas peculiaridades.

ESTRATÉGIA Criar fotografias que mostrassem a mulher cotidiana, em suas atividades de rotina, mas de uma forma mais detalhada, explicitando seu sexappeal, sem ser vulgar, é claro. Então veio a ideia do vintage. Traduzir aquela época em que as mulheres eram consideradas mais domésticas e ingênuas nos outfits usados pelas modelos e mesmo assim conseguir que a sensualidade se acentuasse. As pin ups vieram logo após, usaríamos as suas referencias de maquiagem e penteados para remeter o apreciador da imagem àquele tempo, além de serem perfeitas para refletir sexyness. Os painéis de referência serviram pala ilustrar e inspirar toda a produção, principalmente naquele momento em que nos reunimos e decidimos cada cenário, cada pose, cada maquiagem e penteado e cada roupa que seriam usados em cada foto que criássemos, e, o que cada integrante estaria responsável por fazer. Houve dois encontros fotográficos. O primeiro nos serviu para ajustarmos o que estava faltando. Detalhes aqui e ali. Algumas fotos foram utilizadas, outras refeitas e outras descartadas. Em cada um dos encontros, os integrantes do grupo exerceram suas funções perfeitamente, além de auxiliarem com todos os detalhes que faltavam.


PAINÉIS DE REFERÊNCIA. Acima, o painel de público-alvo. Abaixo, o painel de inspiração


BEAUTY Os responsáveis pesquisaram anteriormente como deveria ser feita a maquiagem e o cabelo de acordo com cada roupa e cenário. Em cada dia de ensaio, os profissionais chegaram com antecedência para que todas as modelos ficassem prontas no tempo estimado. Os produtos usados foram emprestados de todos os profissionais do grupo. STYLIST Já decidido como seria as fotos e os cenários, os looks foram determinados pelos produtores e daí vieram as provas em cada modelo, assim o figurinista ficou responsável pelos ajustes e acabamentos, analisando o que seria cabível para cada foto, dando os toques necessários no dia do ensaio. FOTOGRAFIA As fotos foram tiradas e editadas por uma profissional, responsável por perceber as melhores cenas, os melhores ângulos, valorizando cada modelo no que se tem de melhor, foi dando o seu toque para cada foto. Outras fotógrafas amadoras ficaram responsáveis por clicar e filmar todo o processo do editorial, para que pudéssemos realizar um making of. MODELOS Os modelos foram todos amadores, estavam sendo fotografados pela primeira vez, e ainda assim, dispostos e animados com a proposta de cada foto, com o propósito da valorização da mulher de inúmeras formas diferentes, em rotinas que até mesmo os modelos masculinos participavam todos os dias. Colaboraram imensamente, deram o melhor de si, aceitaram opiniões e sugestões e motivaram uns aos outros. REVISTA A execução da revista também foi realizada por uma editora amadora. Mas as reportagens foram escritas por diversos jornalistas diferentes, todos devidamente creditados. O processo foi longo e cansativo, por falta de experiência e também de conhecimento na área. A falta de editores e softwares próprios para a execução de uma revista prolongaram e dificultaram a perfeição do trabalho, mas que não deixa a desejar. 


M A K I N G

O F

A EQUIPE APRESENTA O BACKSTAGE DE TUDO O QUE ROLOU NA PRODUÇÃO

BASTIDORES EDITORIAL









ESPECIAL MULHERES DEZEMBRO 2013

COMPONENTES E PRODUTORES Aline Lelis, Andressa Melo, Barbara Lyra, Bianca Souza, Carolina Soares, Ananda Dandara, Edna Arrobas, Franciny de Oliveira, Guilherme Inácio, Juliana Campos, Karoline Maria, Larissa Braga, Ledir Grigol, Maira Soares, Mayara Rosa, Melissa Braga, Myllene Santana, Paloma Aáker, Thais Uchoa, Yadne Ribeiro STYLISTS Bianca Souza, Ananda Dandara, Edna Arrobas, Juliana Campos, Karoline Maria, Larissa Braga, Ledir Grigol, Melissa Braga, Myllene Santana, Paloma Aáker MODELOS Andressa Melo, Barbara Lyra, Bianca Souza, Carolina Soares, Ananda Dandara, Franciny de Oliveira, Juliana Campos, Karoline Maria, Larissa Braga, Ledir Grigol, Marina Grigol, Pedro Grigol, Raniere Matsumoto, Thais Uchoa, Yadne Ribeiro BEAUTY PROFESSIONALS Barbara Lyra, Bianca Souza, Carolina Soares, Ananda Dandara, Guilherme Inácio, Juliana Campos, Maira Soares FOTOGRAFIA Ananda Dandara, Edna Arrobas, Myllene Santana, Paloma Aáker EDIÇÃO DE FOTOGRAFIA Paloma Aáker EDIÇÃO REVISTA Melissa Braga SUPERVISÃO Jessica Naara


À SUA MANEIRA Ser decidida e delicada sem nunca deixar de ser feminina e deixar o coração falar mais alto. A inspiração das mulheres corriqueiras, guerreiras, brasileiras, e totalmente sedutoras. por EMPOSE fotos PALOMA AÁKER





























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