Biotecnologia: a corrida pelo álcool 2G
Perfil: Samuel Seibel, da Livraria da Vila
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empreendedor – A CAR A DA FR ANQUIA – ANO 16 N o 187 maio 2010
IS SN 1414-0 152
ANO 16 N o 187 maio 2010 R$ 9,90
Fernando Basso e Elídio Biazini, da Dídio Pizza
A cara da franquia Definição correta do perfil, seleção e treinamento rigorosos de franqueados garantem a padronização de uma rede Meio ambiente: produtos e processos inovadores contra o desperdício de água
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N E S TA E D I Ç Ã O
16 | ENTREVISTA Ari Meneghini
O diretor-executivo do Interactive Advertising Bureau, órgão responsável pelo desenvolvimento da mídia interativa no País, analisa os rumos do marketing digital no Brasil.
34 | MEIO AMBIENTE O planeta pede água
De toda a água do mundo, só 2,4% é fresca, sendo que apenas 0,3% não está congelada nos polos. O grande problema, no entanto, é a contaminação dessa quantidade. Conheça soluções inovadoras de abastecimento e tratamento, produção de alimentos e geração de energia.
40 | BIOTECNOLOGIA Álcool de bagaço
Uma nova corrida do ouro acontece no mundo. E o Brasil está no páreo, tentando defender a liderança na produção de etanol. Para isso precisa desenvolver uma enzima para a produção de álcool de segunda geração eficiente em escala comercial.
44 | PANORAMA Um pra todos
20 PARCEIRO IDEAL
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Anúncios de expansão de franquia em geral solicitam pessoas empreendedoras. Mas este deve ser o perfil do franqueador, e não do franqueado, que está mais para gestor. Para não desperdiçar tempo e dinheiro de um e de outro, é preciso ser muito criterioso antes de pôr alguém na frente da marca: ser o mais exato possível na definição do perfil do franqueado, promover uma seleção rigorosa e oferecer treinamento intenso. Antes de escolher seus parceiros, confira as dicas dos consultores e exemplos de franquias de áreas diversas.
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L E I A TA M B É M 8 14 58
EMPREENDEDORES NÃO DURMA NO PONTO PRODUTOS E SERVIÇOS
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DINÂMICA ANÁLISE ECONÔMICA AGENDA
Cartões de débito e crédito. Uma facilidade para os usuários, mas nem tanto para os comerciantes, que pagam diversas taxas. Um dos problemas, no entanto, está com os dias contados: os terminais terão uso compartilhado de bandeiras.
48 | MERCADO Fortalezas modernas
Nem é preciso dizer que o aumento da violência e de assaltos aquece o mercado de segurança patrimonial. E o setor desenvolve tecnologias apuradas para aumentar a eficiência e enfrentar criminosos cada vez mais ousados e espertos.
52 | PERFIL Samuel Seibel
Samuel Seibel descobriu tarde sua verdadeira vocação: livreiro. Mas em apenas sete anos na nova atuação transformou a Livraria da Vila em uma rede de cinco lojas e referência no setor.
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EDITORIAL
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vitar o desperdício é a linha comum entre as duas matérias que disputaram a capa desta edição. Às vezes não custa nada, é só fechar uma torneira, apagar uma lâmpada que não está sendo utilizada, etc. Em outros casos, é preciso um investimento inicial, mas que se paga em curto prazo com a própria economia: lâmpadas fluorescentes, descarga com duas capacidades de fluxo, máquinas e equipamentos que consomem menos energia, etc. Basta um pouco de conscientização, por parte dos usuários, e um pouco de inovação, no lado dos fabricantes de produtos e prestadores de serviço. A reportagem “Essência da vida” não levou a capa, mas trata de um tema de extrema importância e que merece muito destaque: economia e redução do desperdício de água. De toda a água do mundo, só 2,4% é fresca, sendo que apenas 0,3% não está congelada nos polos. O grande problema, no entanto, é a contaminação dessa quantidade. Além disso, é preciso levar em conta que a população mundial continua a crescer e, segundo cálculos da ONU, passar dos atuais 6,8 bilhões de pessoas para 9,1 bilhões – sendo 260 milhões de brasileiros, contra 193 milhões atualmente, conforme o IBGE. Ainda de acordo com previsões da ONU, estima-se que de 2 bilhões a 7 bilhões de pessoas não terão acesso a água de qualidade em 2050. Hoje, um sexto da população não tem acesso a fornecimento de água e 40% a saneamento básico. A previsão da ONU tenderá ao extremo otimista ou pessimista conforme as medidas que os governos adotarem, explica a entidade. Mas o setor produtivo tem sua parcela de responsabilidade neste desafio. Primeiro, evitando o desperdício. O maior impacto, no entanto, virá do desenvolvimento de produtos, processos e serviços inovadores com maior eficiência hídrica e energética. Não há problema nenhum, muito pelo contrário, que os interesses mercadológicos estejam em sintonia com as preocupações socioambientais, conclui a jornalista Cléia Schmitz, que apurou casos dos três setores de maior relevância quando o assunto é o uso de recursos hídricos no País, segundo o Atlas Sociágua, da FGV e Ivig: produção de alimentos, geração de energia e saneamento, com ênfase para este último, que responde por aproximadamente 21% da demanda de água no Brasil, e cuja falta implica inúmeros e graves problemas de saúde. Já a matéria “Parceiro ideal” fala do desperdício de tempo e dinheiro de franqueadores e franqueados, quando estes últimos são mal escolhidos. O problema todo pode começar na definição errônea do perfil da pessoa procurada. Neste caso, não adianta nem seleção rigorosa nem treinamento intenso, que são igualmente cruciais. A repórter Beatrice Gonçalves traz conselhos de especialistas para não errar na formação da tríade e exemplos de quem já está no mercado. Se você quer expandir sua empresa pelo sistema de franchising, ou mesmo se já é um franqueador, ou ainda se planeja abrir um negócio aderindo a uma franquia, não pode deixar de ler. Alexsandro Vanin
A Revista Empreendedor é uma publicação da Editora Empreendedor Diretor-Editor: Acari Amorim [acari@empreendedor.com.br] Diretor de Comercialização e Marketing: Geraldo Nilson de Azevedo [geraldo@empreendedor.com.br] Redação Editor-Executivo: Alexsandro Vanin [vanin@ empreendedor.com.br] – Repórteres: Beatrice Gonçalves, Cléia Schmitz e Mônica Pupo – Edição de Arte: Gustavo Cabral Vaz – Projeto Gráfico: Oscar Rivas – Fotografia: Arquivo Empreendedor, Casa da Photo, Lio Simas e PhotosToGo – Foto da capa: Divulgação – Revisão: Lu Coelho Sedes São Paulo Diretor: Fernando Sant’Anna Borba – Executivos de Contas: Ana Carolina Canton de Lima e Osmar Escada Jr – Rua Sabará, 566 – 9º andar – conjunto 92 – Higienópolis – 01239-010 – São Paulo – SP – Fone: (11) 3214-1020/2649-1064/2649-1065 [empreendedorsp@ empreendedor.com.br] Florianópolis Executiva de Atendimento: Tharin Merizio [anuncios@empreendedor.com.br] – Av. Osmar Cunha, 183 – Ed. Ceisa Center – bloco C – 9º andar – 88015-900 – Centro – Florianópolis – SC – Fone: (48) 2106-8666 Escritórios Regionais Rio de Janeiro Triunvirato Empresarial – Milla de Souza [milla@triunvirato.com.br] – Rua São José, 40 – 4º andar – Centro – 20010-020 – Rio de Janeiro – RJ – Fone: (21) 2611-7996/9607-7910 Brasília Ulysses Comunicação Ltda. [ulyssescava@gmail. com] – Fone: (61) 3367-0180/9975-6660 – Condomínio Ville de Montagne, Q.01 – CS 81 – Lago Sul – 70680-357 – Brasília – Distrito Federal Paraná Merconeti Representação de Veículos de Comunicação Ltda – Ricardo Takiguti [ricardo@merconeti.com.br] – Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 – conjunto 1 – Boa Vista – 82560-460 – Curitiba – PR – Fone: (41) 3079-4666 Rio Grande do Sul Flávio Duarte [commercializare@terra. com.br] – Rua Silveiro, 1301/104 – Morro Santa Teresa – 90850-000 – Porto Alegre – RS – Fone: (51) 3392-7767 Pernambuco HM Consultoria em Varejo Ltda – Hamilton Marcondes [hmconsultoria@hmconsultoria.com.br] – Rua Ribeiro de Brito, 1111 – conjunto 605 – Boa Viagem – 51021310 – Recife – PE – Fone: (81) 3327-3384 Minas Gerais SBF Representações – Sérgio Bernardes de Faria [sbfaria@sbfpublicidade.com.br] – Av. Getúlio Vargas, 1300 – 17º andar – conjunto 1704 – 30112-021 – Belo Horizonte – MG – Fones: (31) 2125-2900/2125-2927 Assinaturas Serviço de Atendimento ao Assinante – [assine@empreendedor.com.br] – O valor da assinatura anual (12 edições mensais) é de R$ 118,80. Aproveite a promoção especial e receba um desconto de 10%, pagando somente R$ 106,92 à vista. Estamos à sua disposição de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. Produção Gráfica Impressão e Acabamento: Coan Gráfica Editora CTP – Distribuição: Distribuidora Magazine Express de Publicações Ltda – São Paulo Empreendedor.com http://www.empreendedor.com.br Editora: Carla Kempinski – Repórter: Raquel Rezende
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EMPREENDEDORES
Elio Boccia
NOVO DESAFIO Com mais de 40 anos de experiência nos mercados financeiros e de tecnologia, o executivo Elio Boccia assumiu em abril a presidência da Kalendae, consultoria brasileira especializada em gerenciamento de serviços de TI. Boccia foi diretor de Tecnologia do Unibanco e diretor de Desenvolvimento de Negócios da IBM. O executivo trabalhou também no banco Comind, na Banca Nacional Del Lavoro e na Medial Saúde. Uma de suas metas como presidente da Kalendae é reforçar
as parcerias e alianças da empresa com grandes players do mercado, além de ampliar as operações em todo o Brasil. “Pretendemos atuar de forma ainda mais intensa nas regiões Sul e Nordeste”, afirma o executivo. A Kalendae é a representante exclusiva, no Brasil, da Fox IT, uma das maiores empresas europeias na área de Best Practices de TI, com sede na Inglaterra. Em 2009, a brasileira teve crescimento de 60% e conquistou 20 novos clientes. www.kalendae.com.br
Luciana Cardoso e Gabriela Hunnicutt
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DA AMIZADE À SOCIEDADE
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Elas têm trajetórias profissionais semelhantes, apesar de terem trilhado caminhos distintos no mercado publicitário. Mas um dia se cruzaram em Lisboa, onde se tornaram amigas. No ano passado, decidiram encarar juntas o desafio do empreendedorismo. Luciana Cardoso e Gabriela Hunnicutt são as proprietárias da Bold, empresa especializada na criação de conteúdo multiplataforma de marcas, lançada oficialmente em abril deste ano. Experiência de mercado não lhes falta. Gabriela trabalhou durante 18 anos como redatora publicitária, incluindo empresas como Ogilvy, FCB, Y&R, JWT Lisboa, Leo Burnet Miami, MTV e AgênciaClick. Luciana começou na W/Brasil e depois passou por DM9, TBWA Lisboa, JWT Lisboa, Young & Rubicam Madrid e Fischer+Fala. Com este currículo não é de se espantar que a Bold Conteúdo tenha chegado ao mercado com trabalhos relevantes para Skol, Oi, Embratur, Electrolux, Sadia e Red Bull. “Nosso diferencial é que somos criativas em nossa essência e sabemos falar ‘a língua do cliente’, idealizando projetos de acordo com as estratégias de comunicação dele”, afirma Gabriela. A publicitária explica que a ideia de abrir a Bold surgiu da percepção de que estava em curso uma profunda mudança na utilização das plataformas digitais por parte das marcas. Os banners perdiam força nas estratégias on-line das corporações, e sites e hotsites, por sua vez, deixaram de ser apenas fonte de informação sobre um produto ou serviço para se transformarem em entretenimento, relacionamento e serviço. Várias plataformas podem ser utilizadas de forma individual ou integrada nos projetos criativos da Bold, como sites, hotsites, conteúdo mobile, TV, blogs, redes sociais e painéis eletrônicos. Para isso, a empresa conta com uma equipe fixa de dez profissionais. www.boldconteudo.com.br
Walmir Scaravelli
Em 1985, a microinformática ainda era novidade para a maioria das empresas. Mas para o empresário Walmir Scaravelli, que na época ajudou a fundar a Mega Sistemas, não havia dúvida do potencial de mercado em desenvolvimento. Vinte e cinco anos depois, a empresa é referência nacional em tecnologia de gestão empresarial com cerca de 3 mil clientes e 50 mil usuários. No ano passado faturou R$ 42 milhões, um crescimento de 27% em relação a 2008. “Temos muito orgulho da nossa história. Iniciamos nossas atividades como uma fábrica de softwares, em Itu, interior de São Paulo, para atender empresas de pequeno e médio portes. Hoje temos uma rentabilidade que aumentou mais de 100% no último ano”, destaca Scaravelli. A Mega trabalha com clientes de diversos segmentos, com destaque para agrobusiness, construção civil, logística e, mais recentemente, transportador, revendedor e retalhista de combustíveis. www.mega.com.br
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PIONEIRISMO RECOMPENSADO
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EMPREENDEDORES
Romain Mallard
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Natural da França, o executivo Romain Mallard chegou ao Brasil em 2001 para ocupar um cargo de liderança em uma grande empresa da área de telecomunicações. Mas dois anos depois decidiu fundar seu próprio negócio, a Digital SK, especializada em projetos de educação a distância. Para isso, teve o apoio de centros de ensino como a Universidade de Tecnologia de Compiègne (UTC), onde havia se especializado em Tecnologia. O retorno do investimento não tardou em aparecer. Em 2004, Mallard conquistou o primeiro grande cliente da SK, a Electrolux. Hoje, somente para este cliente a empresa desenvolve treinamentos que atendem 12 mil representantes de vendas em todo o Brasil. No ano passado, a Digital SK registrou um aumento de 56% no número de clientes corporativos, dado ligado diretamente ao crescimento do e-learning no mercado brasileiro nos últimos meses. Pesquisas recentes revelam que 41% das empresas estão estudando algum projeto de implementação de educação a distância, enquanto outras 35% já têm o projeto em operação. Só no ano passado o empreendimento criado por Mallard conquistou clientes como a Citroën, L’Oréal, Renault, IOB, HSBC, Baú Crediário, Biolab, Companhia Latino Americana de Medicamentos e Hospital Israelita Albert Einstein. www.digitalsk.com.br
Natanael Santos de Souza
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PERSONALIDADE DE VENDAS
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Com mais de 20 anos de experiência empresarial, o executivo Natanael Santos de Souza acaba de conquistar o reconhecimento dos colegas da área. No último dia 29 de abril ele recebeu o prêmio Personalidade de Vendas 2010 da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing de Santa Catarina (ADVB-SC). A escolha é feita pelos próprios associados da entidade. Natanael de Souza fez por merecer. Ele é fundador do Grupo First Premium, conjunto de sete empresas da área de comércio exterior, com sede em Santa Catarina. Entre elas, destaque para a Midea Brasil, representante da marca chinesa de condicionadores de ar desde 2007. No ano passado, o Grupo First
apresentou crescimento de 35%, apesar da crise financeira mundial. Paranaense de nascimento, Natanael de Souza se mudou para Florianópolis em 1987, depois de uma temporada no Rio de Janeiro e em São Paulo. Graduado em Ciências Contábeis, chegou decidido a ter seu próprio escritório de contabilidade, meta alcançada
em pouco tempo. Um dos seus clientes neste escritório era natural de Taiwan. Ao voltar para o país de origem, propôs a Natanael um negócio de importação de produtos para o Brasil. Visionário, o empresário aceitou a proposta e, em 1993, deu início ao grupo que hoje está nas listas das 1 mil maiores empresas do Brasil. www.firstgroup.com.br
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EMPREENDEDORES
Tarcisio Casaes
SÓ PARECE HOBBY Quem diria que um álbum de scrapbooking – técnica de confeccionar e decorar livros de fotos – poderia influenciar toda uma carreira? Ex-executivo da área de energia elétrica, Tarcisio Casaes decidiu investir no ramo de papéis para scrapbook depois que seu irmão enviou, dos Estados Unidos, em 2001, um álbum decorado para seu filho. A Repeteco, que além de papéis produz inúmeros outros itens para a prática do scrap, foi só o início dessa história. Hoje, Cascaes também é sócio da Craft & Scrap Brasil, a maior distribuidora de produtos do ramo no País, e da Scrap Sampa, tradicional loja com cerca de 1,5 mil itens das principais marcas mundiais e nacionais. Em março deste ano, a Scrap Sampa inaugurou um novo espaço no Bairro Campo Belo, em São Paulo. Além de uma área maior destinada ao scrapbooking, a loja tem um estúdio fotográfico e um setor específico de produtos para decoração de bolos. “Com essa iniciativa, esperamos proporcionar a nossos clientes e ao mercado um ambiente único que reúne marcas consagradas em nossa área de atuação”, afirma Cascaes. www.scrapbrasil.com.br
Gerson Schmitt
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O CARA DO SETOR
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O empresário Gerson Schmitt é o novo presidente da Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes). Mestre em Administração de Empresa pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo (Eaesp), Gerson tem 25 anos de experiência como executivo de grandes empresas brasileiras. Atualmente é sócio e presidente do Conselho de Administração da Paradigma Business Solutions, empresa catarinense com atuação nacional fundada em 1998. Mas até março passado atuou também como presidente do grupo de capital aberto Battistella, do Paraná. O empresário também foi diretor do Grupo Dass (RS/SC) e de empresas como
Busscar Ônibus, Buettner e Hoepcke Bordados. Em Santa Catarina, também é um dos diretores da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate). “Desliguei-me do Grupo Battistella para poder coordenar o lançamento e o início da operação de um novo serviço inédito que a Paradigma estará apresentando ao mercado em junho deste ano. Assim, também posso me dedicar aos assuntos de interesse setorial”, afirma o empresário. Entre as prioridades à frente da Abes, Gerson destaca o fortalecimento das pequenas empresas e o fomento das exportações de software.
www.abes.org.br www.paradigmasbs.com.br
Renata Boudon
Unhas bem-feitas sempre foram uma prioridade para Renata de Barbosa Ingold Boudon. A empresária só largou o hábito no tempo que morou na França, país onde as mulheres não têm o costume de ir à manicure com a mesma frequência das brasileiras. De volta ao Brasil, passou a morar em Fortaleza e percebeu que esse gosto das compatriotas por unhas pintadas poderia ser um bom negócio se lhe fosse acrescentado um diferencial. Assim, em março de 2008, criou o Disk Manicure, um serviço de manicure e pedicure em domicílio. “O serviço propriamente dito não é nada revolucionário e, convenhamos, não inventamos a água quente! Porém, nosso grande diferencial é a maneira como o prestamos”, afirma Renata. A empresa dispõe de uma central de atendimento telefônico para agendamento dos horários. No dia e local indicados, uma profissional qualificada é levada ao local com um kit de atendimento lacrado e que responde às normas de higiene e de segurança sanitária. Em dois anos, a carteira de clientes de Renata já soma mais de 250 pessoas. O público é variado, mulheres e homens entre cinco e 95 anos, especialmente das classes A e B. “São pessoas à procura de conforto, segurança e praticidade. Há ainda clientes que têm na nossa proposta a única opção para serem atendidas, como idosos, gestantes, lactantes, pessoas recém-operadas e homens que preferem ser atendidos em local que não seja público.” Neste ano, a empresária começa a estender o Disk Manicure para outros estados por meio do sistema de franquias. A meta é abrir oito a 10 franquias em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte. Desde dezembro passado, a empresa faz parte da Associação Brasileira de Franchising (ABF). Segundo Renata, a procura é por franqueadoras arrojadas. “Nós damos uma dimensão empresarial a uma atividade totalmente artesanal”, diz a empresária.
www.diskmanicure.com
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UNHAS EM DOMICÍLIO
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NÃO DURMA NO PONTO
QUAL É A MÚSICA DA SUA EMPRESA? Negócios também produzem sons. Duvida? Então experimente com a sua empresa. Apure os ouvidos e escute. Avalie o som que está sendo produzido. Serão acordes harmônicos, criando uma suave melodia, ou estridentes, como os de uma sirene? O ritmo está mais para batidão ou balada? Não se limite, porém, a seus próprios ouvidos. Quando é integrante da banda, dificilmente você consegue escutar o som que sai das caixas viradas para a plateia. É preciso contar com o recurso do retorno – é essa mesmo a expressão usada pelos músicos. Então, peça emprestados os ouvidos de seus clientes, fornecedores, parceiros. Que música eles escutam? Que tipo de sentimentos ela inspira?
Bate-estaca
A música traduz bem como as pessoas agem no ambiente de trabalho. Muitas empresas vivem um inconsequente frenesi, na certeza dos benefícios da tão propagada era da velocidade. Entregam-se a um corre-corre sem fim, repetido à exaustão dia após dia. Só de pensar na cena é possível imaginar o som. Um atordoante e
niões. Todos falam ao mesmo tempo, ninguém escuta ninguém, celulares interrompem as conversas. Também aqui é fácil imaginar o tipo de melodia que a turma está perpetrando. A música de uma empresa é ouvida pelo mercado. Assim, mesmo olhando de fora, os clientes são capazes de identificar do que se trata. Se o que é tocado mantém a afinação ou resvala para uma agressiva dissonância. Se é audível ou inaudível. Se merece vaias ou aplausos. Quando os Beatles encerraram a carreira, em 29 de agosto de 1966, Paul justificou a retirada, num programa de TV, dizendo que eles estavam ficando cada vez piores como banda. Já não tinham mais tempo para ouvir o som que faziam. O excesso de viagens e shows impedia que eles se aprimorassem. Paul desconfiava que já não ofereciam algo de boa qualidade. Diante desse tremendo risco, a essência do conjunto se perdia. Foi uma decisão corajosa e sábia. Garantiu que a essência dos Beatles se perpetuasse.
Toada malemolente
No sentido oposto, existem empresas que produzem réquiens, aquele tipo de
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Lembre-se do valor de seu papel como regente. Dar apoio para que as pessoas desenvolvam suas potencialidades, dirimir suas curiosidades e saibam transformar o trabalho em situações de aprendizado
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desagradável bate-estaca. Mas existem outras pistas para descobrir qual é a trilha sonora. Examine o comportamento das pessoas nas reu-
música indicada para cerimônias fúnebres. Baseadas em um monte de normas e procedimentos, as decisões são lentas e essa vagareza se estende para as ações.
Inovação é uma palavra que não cabe em nenhuma estrofe. É só andar pela empresa para ouvir a toada melancólica das cabeças baixas, dos olhares vazios, das testas enrugadas, dos semblantes entristecidos. A apatia reina no ambiente de trabalho e as pessoas se arrastam como se carregassem cruzes às costas. Vivacidade, energia e disposição são artigos raríssimos nesse ambiente. Aliás, se aparecem aqui e ali como uma boia de salvação, prontamente se apagam, pelo peso do entorno. A música sonolenta é embalada pela surda burocracia. Todo líder quer que as pessoas tomem iniciativas, assumam responsabilidades e produzam resultados. Mas como alcançar essas metas se a música reinante conduz a contexto comportamental oposto?
Entre acordes e arpejos
A música pode ser geradora de adrenalina ou de endorfina. A trilha sonora de um filme de suspense contribui decisivamente para aumentar o efeito de uma cena aterrorizante. O coral de uma igreja ajuda a criar sentimentos de enlevo e religiosidade. Assim é, também, o trabalho. Pode ser considerado brutal e aborrecido ou gratificante e excitante. Depende da melodia que ressoa no ambiente. Afinal, qual é a música que você deseja para a sua empresa? Como é que se compõe e se rege uma canção agradável aos ouvidos de todos? Qual é essa música que leva as pessoas a dançar no ritmo certo, com passos firmes, brilho nos olhos, conversa assertiva e comprometimento total? Primeiramente, pense em acordes, ou seja, nos acordos que precisam ser firmados internamente. Esses acordos devem tomar como base os valores que configuram uma identidade. Pense menos em valores organizacionais, como competitividade, produtividade, qualidade, etc. Pense mais em valores virtuosos, como verdade, excelência, generosidade. Compare as músicas que podem
derivar de cada um desses dois conjuntos. Imagine qual seria a diferença de ritmo e harmonia. Os valores dão o tom. As atitudes e comportamentos definem a dança. Em seguida, elabore o perfil dos instrumentistas para tocar na sua orquestra. Preste atenção nos atuais. Alguns podem não ter consciência de que fazem parte dessa orquestra nem da importância que têm ou da influência que exercem. É imprescindível que todos compreendam como é fundamental produzir uma boa música. Que todos saibam reconhecer as afinações e as desafinações. E lembre-se do valor de seu papel como regente. Tudo o que você tem de fazer é dar apoio para que as pessoas consigam desenvolver suas potencialidades, dirimir suas curiosidades e saibam transformar o trabalho em situações de aprendizado. Você será um bom regente quando seus colaboradores acreditarem que está ali não para controlar e impedir que eles façam as coisas erradas, mas para ajudá-los a se desenvolver. E, assim, vai oferecer a eles orientação, propósito, condições de desenvolver liderança e facilidade de acesso aos recursos necessários. São esses os componentes de uma música de ótima qualidade. Depois abra espaço para os clientes,
por Roberto Adami Tranjan
Educador da Cempre Conhecimento & Educação Empresarial (11) 3873-1953/www.cempre.net roberto.tranjan@cempre.net
Deleite-se
A boa música é agradável aos ouvidos porque tem pausas. Sem intervalos, qualquer música soa como uma sirene, dessas que levam a gente a tapar os ouvidos, de tão agressivas. As pausas são fundamentais para o planejamento, o aprendizado e a reflexão. No fundo, é a bela mistura de som e silêncio que produz a melodia mais bela e poderosa. A que encanta quem ouve e eleva quem toca. Seja o regente desse ex-
fornecedores, investidores, parceiros e outros agentes importantes do seu negócio. A partitura já está esboçada, é hora de definir o ritmo.
traordinário desafio! Na certa, o que aguarda tamanho conjunto de talentos em harmonia é o aplauso da plateia. E, claro, os pedidos de bis!
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Todo líder quer que as pessoas tomem iniciativas, assumam responsabilidades e produzam resultados. Mas como alcançar essas metas se a música reinante conduz a contexto comportamental oposto?
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E N T R E V I S TA
Ari Meneghini
PRESENÇA DIGITAL Mercado publicitário na internet cresceu 25% em 2009 e já supera o de revistas impressas por Mônica Pupo
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monica@empreendedor.com.br
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Impossível de ser ignorado, o crescimento do mercado digital colocou anunciantes, agências de publicidade e, principalmente, os veículos de comunicação em alerta. Pesquisas mundiais indicam que a receita publicitária da internet já ultrapassou a das revistas impressas, reunindo 12% de toda a verba de publicidade investida em 2009 – aproximadamente US$ 55 bilhões –, enquanto as revistas fecharam com pouco mais de 10%. O Brasil segue a tendência: apesar da crise, em 2009 a internet foi a
mídia que mais cresceu no País, registrando 25% de aumento, segundo dados do IAB Brasil (Interactive Advertising Bureau), órgão responsável pelo desenvolvimento da mídia interativa no País. Na opinião de Ari Meneghini, diretor-executivo da entidade, o futuro dos meios de comunicação seguirá a lógica darwinista, onde apenas os mais adaptados sobreviverão. “As empresas de comunicação terão que encontrar novos modelos de negócio, mas com certeza muitas delas vão morrer na praia”, afirma Meneghini. Do outro lado estão os anunciantes, cada vez mais ávidos por conquistar espaço no mundo virtual. Marcar território na web, aliás,
tornou-se questão de sobrevivência para empresas de todos os portes e segmentos, como sentencia Meneghini: “Você pode até não ganhar dinheiro diretamente com a internet, só que pode perder muito por não estar presente”. Mas, com tantas ferramentas e possibilidades em mãos, como tirar o melhor proveito da rede? E quais as melhores formas de criar e gerir a presença digital de uma empresa? Na entrevista a seguir, Meneghini responde a estas questões e ainda analisa o mercado da comunicação digital no Brasil e os rumos do marketing digital, apontando as novas tendências e possíveis saídas tanto para as empresas como para os veículos de comunicação.
Apesar da crise, a internet foi a mídia que mais cresceu em 2009, registrando alta de 25,2% nas verbas publicitárias. Quais as principais vantagens de anunciar na web? Meneghini – Para o grande anunciante é estar próximo do seu público durante as 24 horas do dia, afinal internet não tem “horário nobre”. Além disso, você pode trocar a campanha quando quiser e acompanhar como as pessoas estão se relacionando com a sua marca. Outra vantagem são as diversas ferramentas de métricas para mensurar a eficiência do meio. Já para a pequena e média empresa, a web é a forma mais econômica de se fazer publicidade. Pode-se usar links patrocinados, comparadores de preços, links no meio do texto (in text), redes sociais e e-mail marketing a baixo custo. Resumindo, você pode dominar toda a comunicação através da rede e, assim, gerar negócios. Para as empresas, qual a importância de estar presente na rede? Meneghini – Garantir a presença digital hoje é fundamental para qualquer negócio de qualquer área de atuação, seja de pequeno, médio ou grande porte. Pode até ser que você nem vá ganhar dinheiro diretamente com a internet, mas o fato de não estar lá pode acarretar prejuízos. Até porque, se você
tem uma empresa, tenha certeza de que em algum momento ela já foi citada na web, mesmo que não esteja lá. E é sempre melhor estar por perto. Sobretudo para pequenos e médios negócios, a internet representa o caminho mais fácil e barato para crescer. Você pode exportar para outros mercados e prospectar consumidores de outras regiões, por exemplo. Na rede, o regional torna-se global.
periência no seu site, oferecer alguma coisa que vá agregar para essa pessoa, um serviço, uma informação, um brinde, um desconto. Se o cara entrou no seu site, comprou alguma coisa ali, é porque gosta da sua marca ou produto. Então mantenha um relacionamento que futuramente ele pode comprar outros produtos e pode falar bem da sua empresa. O que é melhor ainda.
Qual a melhor forma de trabalhar a comunicação digital de uma empresa? Meneghini – O ideal é investir em um mix de marketing digital, que envolva ações conjuntas com banners, links patrocinados, e-mail marketing e redes sociais, que também devem estar integradas às campanhas off-line. De nada adianta, por exemplo, só fazer publicidade on-line ou off-line. Ou só investir em banners e deixar de lado as outras ferramentas. A dica é investir em várias frentes, incluindo a comunicação no ponto de venda, no caso do varejo. Em primeiro lugar, as empresas precisam ter seus sites bastante eficientes, claros, e devem interagir com seus usuários. Interagir significa oferecer alguma ex-
Quais são os erros mais comuns observados na comunicação digital corporativa? Meneghini – Justamente o fato de muita gente ainda achar que para entrar na internet basta montar um site e disparar e-mail marketing. A presença digital jamais pode ser estática ou conservadora, mas sim pró-ativa. É preciso ter uma estratégia para ingressar no mundo digital, elaborada de acordo com as características de cada negócio. Também é preciso manter a coerência entre o mundo real e o virtual, garantindo que os produtos e serviços oferecidos na rede correspondam às expectativas do cliente na vida real.
Garantir a presença digital é fundamental para qualquer negócio. Pode até ser que você nem vá ganhar dinheiro diretamente, mas o fato de não estar lá pode acarretar prejuízos
O avanço da internet muitas vezes é encarado como uma ameaça pelos demais veículos de comunicação, sobretudo os impressos. Na sua opinião, qual o futuro das mídias “tradicionais”? Meneghini – Por diversos fatores, a tendência é que os demais veículos migrem para o mundo digital. O que não quer dizer que os impressos deixarão de existir, mas sim que sua importância no mercado será alterada. O jornal impresso está em franca decadência e vai continuar assim, justamente porque muitos anúncios estão migrando para a internet. Já o mercado de revistas, por incrível que pareça, continua próspero. Estou sempre na Editora Abril, por exemplo, e vejo que determinado título atingiu recorde de vendas, outro aumentou a tiragem, o que evidencia o interesse dos anunciantes. Mas há ainda toda uma questão ambiental que diz respeito a reduzir o consumo de papel, então falta achar uma ferramenta que garanta a sobrevivência dessas empresas. O Kindle e o recém-lançado Ipad são algumas das tentativas neste sentido. Com o tempo, acredito que haverá uma espécie de “seleção natural” entre as
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Como o senhor avalia o atual desempenho do mercado digital no País? Ari Meneghini – Ano após ano, o crescimento do mercado digital é nítido. Em 2009, por exemplo, 67,5 milhões de brasileiros acima de 16 anos acessaram a internet, o que confirma a posição da web como um meio eletrônico de massa e de alta abrangência. Outro dado que chama atenção é o aumento da presença das classes C, D e E, que hoje já são maioria na rede em número de usuários. A quantidade de e-consumidores cresceu 33%, totalizando quase 18 milhões de pessoas que compraram pela internet. A telefonia móvel representa outro importante incremento ao mercado digital. Com aproximadamente 176 milhões de celulares habilitados no País – quase um por habitante –, vemos crescer o acesso à banda larga móvel, à tecnologia 3G e a venda de smartphones.
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E N T R E V I S TA mídias e quem não estiver preparado ficará de fora do negócio.
mundo, o que estas pessoas querem é ser bem atendidas. As empresas – principalmente as de e-commerce – devem ter em mente que a maioria dessas pessoas acessa a internet em locais públicos, então há uma forte restrição em utilizar cartão de crédito a partir de uma lan house. Sendo assim, ofereça outros meios de pagamento, como boleto bancário. Além disso, o site tem que ter uma interface leve, direta e objetiva, oferecendo informações claras e precisas. E também não meça esforços para se aproximar e conhecer seu público, seja ele de que classe for.
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Pesquisa do IAB aponta que o brasileiro é recordista mundial em tempo de permanência na internet. Qual é o serviço mais acessado no País? Meneghini – Sem dúvida as redes sociais – como Orkut, Twitter e Facebook – e o vídeo. Um dado que chama atenção é que desde março de 2007 o vídeo superou o e-mail e atualmente é o serviço mais utilizado na internet brasileira. No ano passado, 25 milhões de pessoas navegaram em sites como YouTube. Creio que a internet será cada vez mais visual, como é a televisão. Já as redes sociais e os comunicadores instantâneos (Messenger, Gtalk) também estão no topo da lista. E com 25 milhões de usuários, o Orkut é a rede mais acessada, seguida do Twitter, Facebook, Ning e Sonico.
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Qual o perfil das classes C, D e E na internet? Meneghini – A internet está se tornando cada vez mais popular: 51,6% da população que acessa a web pertence às classes C, D e E, enquanto as classes A e B, juntas, representam 48%. Antes de mais nada, as classes C, D e E querem ser inseridas no mundo digital, por isso a importância dos programas de inclusão digital, fundamentais para o crescimento do País. Principalmente as classes D e E, a primeira coisa que procuram quando acessam a internet é fazer o que eu chamo de “RG digital”, que significa criar um perfil no MSN e Orkut. A partir daí, passam a explorar as demais facilidades da web: ferramentas de pesquisa, jogos, músicas, vídeos, etc. A principal dificuldade que temos com esse pessoal é justamente a falta de conhecimento. Da mesma forma que existem analfabetos que pagam para alguém escrever suas cartas, vemos surgir em muitas favelas a figura da pessoa que cobra para fazer o Orkut, o MSN, subir uma foto, etc. Como as empresas podem se aproximar das classes C, D e E na internet? Meneghini – Assim como todo
Qual a representatividade do mercado de internet móvel no Brasil? Meneghini – Em 2009, a venda de smartphones cresceu 15% no País. Também já temos mais de 8 milhões de consumidores da tecnologia 3G, o que reflete uma tendência mundial: a internet será cada vez mais móvel. No Japão, por exemplo, o Google fatura mais na internet móvel do que na fixa. Mas, no Brasil, estamos demorando para evoluir devido ao modelo de negócio de telefonia. Ainda é muito caro para as operadoras ampliarem o sistema de banda larga.
É preciso manter a coerência entre o mundo real e o virtual, garantindo que os produtos e serviços oferecidos na rede correspondam às expectativas do cliente na vida real
Quais as expectativas do IAB Brasil para o mercado digital brasileiro em 2010? Meneghini – O ano será excelente para a internet, de acordo com a pesquisa que fizemos recentemente. Espera-se crescimento mínimo de 30%, totalizando em média R$ 1,7 bilhão em investimentos de mídia. O interesse dos anunciantes é grande: 85% têm interesse em aumentar as verbas em publicidade on-line em 2010. Além disso, os eventos do ramo que eu participo estão lotados, todo mundo buscando informações sobre o mercado digital, pois a web é um aprendizado constante, é um mercado em constante transformação, que exige atenção de publicitários e anunciantes.
LINHA DIRETA Ari Meneghini: iabbrasil.ning.com
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Fernando Basso em treinamento com o franqueador ElĂdio Biazini
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Quando um empresário adota o sistema de franchise para expandir sua empresa é necessário traçar o perfil do investidor que ele espera conquistar para ser franqueado da rede. Entre os pré-requisitos mais procurados estão espírito de liderança para conduzir pessoas e negócios, saber trabalhar em grupo e ter um perfil pró-ativo. Atitudes difíceis de identificar, e para que tanto o franqueador quanto o interessado em investir não errem ao assinar um contrato de franquia, especialistas orientam dedicar um tempo a mais para a seleção. Quanto mais criteriosas forem as redes neste processo, menor a possibilidade de problemas futuros tanto para o franqueador quanto para o franqueado. O Grupo Ornatus, que reúne as franquias Jin Jin Wok, Morana e Balonè, conseguiu traçar um perfil ideal para os franqueados das suas marcas ao longo de 20 anos. Segundo Eduardo Morita, diretor de expansão, para se chegar a isso o grupo aplicou os mesmos testes que utiliza para selecionar os interessados em abrir unidades nas pessoas que já são franqueadas e que registram os maiores faturamentos das redes. “Da prática tentou se criar uma metodologia para o teste. Uma espécie de gabarito. Nós procuramos esses mesmos posicionamentos registrados nos testes aplicados aos franqueados nas pessoas que fazem os testes para se tornar novos franqueados.” Para Ana Vecchi, especialista em varejo e franchise, quando a empresa já tem uma ideia do perfil de investidor que ela pretende alcançar, fica mais fácil procurálo. A dica da especialista é que os franqueadores invistam em divulgar suas marcas
em mídias especializadas que atinjam esse perfil do investidor almejado. “Quando há uma divulgação em massa da expansão de uma franquia, a tendência é que isso atraia muitos investidores e aí será mais difícil dizer ‘não’ para alguém que esteja interessado. Há uma média de 250 pessoas interessadas em uma franquia para uma pessoa que esteja dentro do perfil.” Os franqueadores devem ser criteriosos em suas escolhas. Segundo Melitha Novoa Prado, especialista em franchising, além de avaliar a disponibilidade dos interessados em investir os recursos financeiros exigidos, o franqueador precisa saber se a pessoa que ele está selecionando tem o perfil adequado para o negócio. “É difícil falar em um perfil ideal, mas o franqueador precisa saber para onde ele quer crescer e com quem quer fazer isso.” A orientação da especialista é que antes de assinar qualquer contrato, os empresários esgotem ao máximo todos os processos de seleção.
Dicas para quem quer ser um franqueado Pesquise sobre o sistema de franquias, conceitos, leis e os requisitos necessários. Reflita se você tem o perfil para ser um franqueado. Procure a franquia que melhor se encaixa no seu perfil.
Definição exata do perfil e seleção rigorosa são fundamentais para que nem franqueador nem franqueado desperdicem dinheiro por Beatrice Gonçalves beatrice@empreendedor.com.br
“Os franqueadores precisam ter a noção de que eles estão lidando com sonhos e com o dinheiro de outras pessoas, e isso exige um respeito muito grande.” A seleção de franqueados costuma ser um processo longo e demanda uso de ferramentas e avaliações específicas. Ana recomenda que se apliquem testes de análise de perfil psicológico. Hoje no mercado há uma variedade de exames e entre os mais aplicados estão o Disc, Predictive Index (PI) e a Análise de Perfil Comportamental Profissional (APCP). “Pela APCP são apresentadas situações de trabalho e o candidato se posiciona diante desses problemas. Com isso é possível saber se ele tem um perfil mais empreendedor ou desenvolvedor.” Segundo ela, uma das principais características que precisam ser avaliadas durante esse processo é se o candidato está disposto a trabalhar em conformidade com as regras e com o formato da franquia. “Considero um erro as franquias exigirem do possível franqueado um perfil empreendedor. Uma pessoa que seja altamente independente e que tenha um perfil muito arrojado dificilmente vai se tornar um franqueado que esteja satisfeito com as normas estabelecidas pelo franqueador. Se no princípio ele concordar com as regras, a médio prazo começa a ficar insatisfeito. Acredito que o franqueado precisa ter uma atitude mais de gestor.” Para orientar os franqueadores no processo de recrutamento, a Associação Brasileira de Franchising (ABF) oferece cursos de capacitação como o Avançado de Franchising, em que os empresários aprendem desde a avaliar a expansão do
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ideal Parceiro
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Balonè e Jin Jin Wok, do Grupo Ornatus: longo processo de treinamento
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negócio até como selecionar novos franqueados. Para Ricardo Camargo, diretorexecutivo da ABF, esses cursos ajudam o empresário a refletir melhor sobre seu foco de expansão e não tomar atitudes precipitadas. “O franqueador não pode perder de vista que o ponto fundamental da franquia é sua marca. Não basta sair
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Ana Vecchi: franqueadores devem divulgar suas marcas em mídias especializadas
vendendo novas unidades sem ter o negócio bem estruturado. Se você tiver muitos franqueados com problemas será ruim para a imagem da marca.” O contabilista Fernando Basso precisou aprender a fazer pizza e trabalhar nos fins de semana à noite para se tornar um franqueado da Dídio Pizza, rede de pizzarias delivery. Todo o esforço começou antes mesmo dele fechar o negócio. Mostrar aptidão e força de vontade foram pré-requisitos para passar nos testes. E isso não foi uma tarefa fácil. Pelas estimativas da rede, de cada 12 interessados na franquia que participam da primeira etapa do processo seletivo apenas um é aprovado. “Eu sou obrigado a dizer não para muitos interessados e falo isso até para preservar o dinheiro deles”, comenta Elídio Biazini, franqueador da marca. Além do investimento médio de R$ 140 mil para abrir uma unidade, a rede exige que o interessado tenha disposição para ficar à frente do negócio e que tenha facilidade em lidar com pessoas e vendas. “É um tipo de negócio que é preciso trabalhar muito, principalmente nos fins de semana. Por isso, nosso processo de seleção de franqueados já começa com um test drive em que o interessado precisa trabalhar no caixa de uma unidade da Dí-
dio no dia de maior movimento da rede, que é no sábado à noite.” Trabalhar no fim de semana não foi um problema para Basso. Ele queria mudar de vida e largou o emprego em um banco para abrir o negócio próprio. Como queria investir no varejo, mas não tinha know-how, ele optou pelo sistema de franquia. “Eu tinha o capital e conhecimento na parte financeira, mas não sabia como montar uma empresa nem selecionar funcionários, e a Dídio Pizza me ensinou isso.” Durante 45 dias, Basso e sua equipe de funcionários passaram por um treinamento para aprender a operacionalizar a unidade. Fizeram cursos de capacitação em finanças, marketing e recursos humanos e foram para a cozinha aprender a fazer pizza. “Durante os dias de treinamento nós temos 80% de chance de saber se nossa relação com esse possível franqueado vai dar certo; se durante esse processo o interessado não atender a uma das exigências, ele pode ser reprovado em qualquer uma dessas etapas e não ser aceito”, explica Biazini. A Dídio tem hoje 10 unidades, todas na capital paulista. Nesses 16 anos de experiência no setor, Biazini conta que é possível dizer que a Dídio tem hoje uma “fotografia” do perfil de seus franqueados. “Todos eles são muito parecidos. A maior parte está na
faixa etária de 25 a 45 anos e tem ensino superior completo. Dos dez franqueados da Dídio, dois eram gerentes de bancos.” Nas redes Tostare Café de cafeterias e na ClickSushi de culinária japonesa, os franqueados mais bem-sucedidos ajudam o franqueador a selecionar investidores. A primeira parte do processo seletivo de novos franqueados consiste em visitar uma unidade da rede e conversar com um franqueado. “Acreditamos que envolvendo os franqueados que já atuam na rede na entrevista dos candidatos a franqueados é melhor porque amplia o número de pessoas tomando a decisão e avaliando se aquela pessoa tem o perfil desejado. Os franqueados costumam ser muito mais criteriosos. Somente depois que o franqueado aprovar o interessado é que ele vai para uma entrevista”, afirma Luís Bischoff, franqueador da Tostare Café e da ClickSushi. Scheila Ximenes, franqueada da ClickSushi, costuma receber em sua unidade em Osasco (SP) interessados em abrir uma unidade e mostrar toda a operação do negócio. “Quando eles vêm aqui, consigo ter uma noção se eles têm o perfil. Nós acabamos tendo um ‘felling’. O que procuro ver é se eles têm uma atitude pró-ativa que se aproxime de um posicionamento parecido com o meu ou com o
do meu marido, que é meu sócio.” Quem passa por esse primeiro teste é encaminhado para uma entrevista com os diretores do grupo, quando é avaliado o perfil do investidor e indicado qual é o melhor formato de negócio para ele. No caso da Tostare Café, são oferecidos três formatos diferentes de franquia. Para aqueles que pretendem trabalhar no mínimo 12 horas por dia, a rede indica o formato de cafeteria express, que é a abertura de um quiosque em um shopping center. Já para aqueles que não querem trabalhar nos fins de semana é indicado abrir uma unidade no Centro da cidade. “Se a operação do negócio for familiar, indicamos um bistrô, que é uma loja de bairro. Uma unidade que pode oferecer
“Considero um erro exigirem do possível franqueado um perfil empreendedor. Acredito que ele precisa ter uma atitude mais de gestor”, diz Melitha Prado
desde o café da manhã até o happy hour no fim da tarde”, afirma Luís Bischoff, da Tostare Café e ClickSushi. Na franquia Água Doce Cachaçaria a conversa com os franqueados é também fundamental para a escolha de novos investidores. “Quem quer investir na rede precisa ouvir as dificuldades, as vantagens, os pontos fortes e fracos. É preciso que ele entenda todos os processos do negócio. Isso credibiliza o nosso negócio”, afirma Júlio Bertolucci, diretor da franquia. Ele conta que por essa primeira conversa já é possível perceber o potencial desse investidor e se ele tem perfil indicado para trabalhar no negócio. “Nossa operação é noturna e no começo tivemos alguns desgastes justamente por isso, porque o franqueado gostava da noite, mas ele gostava de ser servido e não de servir.” Além da disponibilidade de trabalhar à noite, a franquia exige que o franqueado tenha idade acima de 30 anos, ensino superior completo e que não tenha experiência no ramo. “É interessante que esse investidor tenha uma noção do varejo, mas nós preferimos que ele não tenha experiência no ramo porque se não ele traz alguns vícios para o negócio e depois fica mais difícil entrar no padrão da franquia.” A Água Doce Cachaçaria está no mer-
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Hipólito, do Grupo Zaiom: franquias de baixo investimento
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ClickSushi: atuais franqueados, como Scheila Ximenes e o marido, ajudam a selecionar novos interessados na franquia
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cado de franquias há 17 anos e, durante esse tempo, Bertolucci conta que foi preciso mudar o perfil dos franqueados exigidos pela rede. Ele explica que o maior índice de mortalidade de unidades da rede está no início da operação, quando o grupo não fazia uma análise tão rigorosa para a seleção do franqueado. “Hoje com 110 lojas, minha responsabilidade aumenta. A marca se torna muito forte. Se eu não cuidar do meu processo de seleção, posso ‘queimar’ uma marca do dia para a noite. No começo era ‘vamos expandir’; hoje é ‘vamos expandir com responsabilidade’.” Nem todas as franquias exigem que o interessado esteja à frente do negócio. Há aquelas que aceitam o perfil de um investidor para ser franqueado. Uma pessoa que aplica o dinheiro para montar uma unidade, mas que não tem interesse em operar o negócio. A rede de hotéis Accor Hospitality aceita esse perfil de franqueado. O grupo, que é detentor das marcas Sofitel, Novotel, Ibis, Mercure e Fórmula 1, oferece diferentes formatos de negócios. É possível aplicar dinheiro tanto para a construção de hotéis de luxo quanto para os de classe supereconômica. Só as redes Ibis e Mercure têm mais de 1 mil hotéis franqueados, 700 deles na Europa e outros 17 no Brasil.
O grupo não trabalha com um perfil pré-definido de investidor. São feitas exigências para o perfil do gerente que vai ocupar a posição de administrador do hotel. “Nosso franqueado precisa ter capital para investir na franquia e ter uma afinidade com o negócio de turismo, mas não mais que isso”, explica Amilcar Mielmiczuk, gerente de desenvolvimento de negócios Accor. Hoje, para abrir um hotel econômico em uma cidade pequena, é necessário investimento de no mínimo R$ 5 milhões. Na outra ponta da tabela, para quem quer aplicar poucos recursos na abertura de um negócio, estão as franquias de baixo investimento. O Grupo Zaiom oferece cinco diferentes modelos de negócios para quem quer investir até R$ 20 mil. São
“Franqueador não deve ter receio em cobrar pelo treinamento, porque a capacitação da rede é um investimento que traz ganhos para a marca”, diz Ana Vecchi
franquias que as pessoas não precisam ter um ponto comercial para iniciar sua operação porque a maioria dos negócios pode ser conduzida de um home office. O grupo é detentor das franquias “Tutores”, de reforço escolar; “Doutor Faz Tudo”, de manutenção elétrica e hidráulica; “Amigo Computador”, de manutenção de computadores; “Home Angels”, de cuidadores de pessoas; e “The System”, que oferece soluções em tecnologia da informação para pequenas empresas. Do total investido para a abertura de uma unidade, R$ 15 mil são gastos com a taxa de franquia, R$ 3 mil para estrutura do negócio e R$ 2 mil para investimento em marketing. Como cada franquia do grupo presta serviços especializados, para ser um franqueado é preciso ter formação específica. No caso da Tutores é necessário que o franqueado tenha formação técnica na área de pedagogia, psicologia ou terapia ocupacional, e no caso da Home Angel é preciso que tenha formação na área de enfermagem. “Não é preciso ter experiência, nós damos o treinamento para que ele possa operar o negócio”, afirma Artur Hipólito, diretor do Grupo Zaiom. Segundo ele, por mais que se faça uma seleção rigorosa dos candidatos, é no dia a dia do negócio que se percebe se o franqueado tem ou não o perfil
xos em termos de operação porque exige que o franqueado aplique no dia a dia os formatos da rede e mantenha o mesmo padrão de qualidade dos alimentos oferecidos por todas as unidades. E isso exige muita capacitação. Na franquia Griletto, rede especializada em grelhados e parmegianas, os franqueados passam por um treinamento de 30 dias e têm acompanhamento mensal de seu trabalho. Para manter o padrão de qualidade do serviço, a rede optou em utilizar alimentos semiprontos que são distribuídos para toda a rede por um mesmo operador logístico. Na franquia de culinária chinesa Jin Jin Wok, do Grupo Ornatus, os franqueados da rede passam por um longo processo de treinamento no início do negócio para que tanto o franqueado quanto sua equipe aprendam as técnicas de trabalho. “O franqueado precisa entender e aplicar todos os conceitos da marca para preparar os pratos e fazer com que eles tenham a mesma qualidade dos outros oferecidos por toda a rede”, afirma Eduardo Morita, diretor de expansão do Grupo Ornatus. Diferente do processo de treinamento dos franqueados do setor de alimentação, Morita explica que em setores relacionados à moda é necessário outra dinâmica de capacitação. No caso das franquias de
acessórios Morana e Balonè do Grupo Ornatus, o treinamento dos franqueados fica mais forte quando as unidades já estão em operação. “O franqueado da Morana e da Balonè precisa saber lidar com as mudanças constantes da moda e, por conta disso, precisa receber frequentemente da rede informações sobre novas tendências.” Independente do ramo, Ana Vecchi alerta os investidores a desconfiar de redes que oferecem treinamentos rápidos. “O que dá para aprender a tocar na vida como negócio em cinco dias, uma vez que você nunca tenha tido negócio similar?” Ricardo Camargo, diretor da ABF, afirma que há um movimento no mercado para tornar as relações entre franqueados e franqueadores cada vez mais transparentes e considera que isso é um amadurecimento do setor. “O sistema de franchising cresce a cada ano no Brasil em parte pela confiança que as pessoas têm no sistema e nas vantagens que ele oferece.” Em 2009, o setor registrou faturamento de R$ 63 bilhões, 14% a mais em comparação com o ano anterior. Hoje, são mais de 1,6 mil redes de franquias e 79 mil pontos de venda no Brasil. Entre os setores mais procurados pelos investidores estão o de acessórios e calçados, vestuário, hotelaria, informática e alimentação.
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adequado. “Até hoje eu não vi um processo de seleção que diga esta é a pessoa certa; você pode, na verdade, ver se aquelas pessoas têm as características desejadas. Só vou saber como ela vai lidar com o negócio depois que abrir a unidade. Às vezes tem pessoas com um potencial altíssimo, mas que falham na operação.” Para Ana Vecchi, as redes de franquia devem ficar atentas ao processo de treinamento dos franqueados, principalmente aquelas baseadas em transferência de know-how e que não exigem experiência na área. A orientação é que a franquia crie procedimentos de capacitação que abordem desde a operação do negócio até o dia a dia de vendas. A especialista afirma que o franqueador não deve ter receio em cobrar pelo serviço de treinamento, porque a capacitação da rede é um investimento que pode melhorar e trazer ganhos para a marca. “Os custos do treinamento podem ser colocados na taxa de franquia e o franqueador não precisa ficar com medo de achar que o valor cobrado não será compatível com o de mercado. Uma vez que as pessoas percebam que aquela franquia é estruturada e profissional, ela vale o quanto pesa.” Entre os segmentos de franquias, o da alimentação é um dos mais comple-
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C A PA Biazini: “Durante o treinamento temos 80% de chance de saber se a relação com um possível franqueado vai dar certo”
Quando a relação não dá certo
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Comunicação é fundamental para um bom relacionamento, mas quando não há empatia é preciso oferecer opções de saída para evitar prejuízos à marca
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No sistema de franchising o sucesso dos negócios depende do trabalho em conjunto e, por isso, uma boa relação entre franqueador e franqueados é fundamental. Enquanto um trabalha para formatar o negócio, o outro é o responsável pelas vendas de produtos e serviços e pelo contato direto com o consumidor. Segundo Melitha Novoa Prado, especialista em franchising, para que se construa uma boa relação entre franqueador e franqueados é preciso refletir muito antes de assinar um contrato de franquia. Ela orienta que o interessado em investir em franchising pesquise sobre o sistema, veja como funciona uma franquia e como se dá a relação entre a empresa que detém a marca da rede e aqueles que a operam. Depois, deve refletir se é isso mesmo que ele quer e, por último, procurar as redes que estejam mais de acordo com o seu perfil e com o investimento que ele pretende aplicar. “É preciso que a pessoa que esteja interessada em se tornar um franqueado se identifique com o negócio que ela escolher, e quando eu falo isso não é só identificação com o produto, mas com a operação do negócio.”
O Grupo Bittencourt e o instituto GS&MD realizaram uma pesquisa para analisar a relação entre franqueadores e franqueados. O estudo revelou que quando se avalia o auxílio do franqueador para escolha do ponto comercial, 74% dos 120 franqueadores ouvidos disseram que dão apoio total para a abertura de novas unidades; entretanto, apenas 36% dos 310 franqueados que participaram da pesquisa disseram ter recebido esse auxílio. Para Cláudia Bittencourt, especialista em franchising, esse é um problema típico de falta de comunicação entre franqueadores e franqueados, e ela acredita que isso pode ser resolvido com a ampliação de redes de contato entre a rede e os franqueados. Tanto o franqueador quanto o franqueado não devem perder de vista que estão lidando com seres humanos e que, por mais que se trace um perfil ideal de investidor, as pessoas mudam constantemente de comportamento. Cláudia cita o trabalho do especialista em franchising Greg Nathan, que estudou diferentes comportamentos dos franqueados nos negócios.
Segundo seu estudo, há um longo processo de amadurecimento na relação entre franqueador e franqueado. Em um primeiro momento, é possível perceber um estágio de contentamento do investidor, depois há uma fase em que ele se pergunta por que não abriu sozinho o negócio até o momento em que ele reflete e vê a importância do trabalho em equipe com o franqueador. Por conta de todo esse processo, é preciso que o franqueador mantenha contato direto com seus franqueados e que, caso perceba um problema, sente com o investidor para conversar e reavaliar certos procedimentos. Para Melitha, que trabalha há 20 anos com franchising, quando a relação entre franqueador e franqueado não está dando certo há três fatores que podem estar atrapalhando o andamento da franquia: “O negócio pode dar errado quando eu não acertei o perfil, quando eu errei o ponto comercial ou quando o próprio negócio não vai para frente”. Nesses casos, ela orienta que o franqueador converse com o franqueado e ofereça algumas opções para ele,
Bertolucci, da Água Doce: “No começo era ‘vamos expandir’; hoje é ‘vamos expandir com responsabilidade’”
LINHA DIRETA ABF: www.abf.com.br Accor Hotéis: www.accor.com.br Dídio Pizza: www.didio.com.br Griletto: www.griletto.com.br Grupo Ornatus: www.grupoornatus.com Grupo Bittencourt: www.bittencourtconsultoria.com.br Novoa Prado Consultoria: www.novoaprado.com.br Shopping das Franquias: www.shoppingdasfranquias.com.br Zaiom: www.zaiom.com.br
Bom relacionamento Estágios que o franqueado costuma percorrer durante a relação de franquia: contentamento; estágio dos royalties – quando se pergunta por que precisa pagá-los; o estágio do eu – quando o franqueado se pergunta se conquistaria o mesmo espaço se tivesse aberto o negócio sozinho sem utilizar o sistema de franquia; estágio da liberdade – quer fazer as coisas do jeito dele; estágio da visão – quando ele reconhece o trabalho do franqueador; estágio do nós – precisamos trabalhar juntos. Fonte: Livro The franchise e-factor de Greg Nathan
Melitha Novoa Prado
Medidas jurídicas para melhorar a relação entre franqueados e franqueadores: Entregar circular de oferta de franquia no prazo certo. A franqueadora deve realizar constantes visitas às unidades franqueadas para constatar a adequação ao formato da franquia. Realizar reuniões com os franqueados e elaborar atas a partir do encontro; Adotar medidas de mediação e arbitragem para a solução de conflitos. Fonte: Melitha Novoa Prado
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como a recompra da franquia, a transferência da unidade ou mesmo o fechamento do negócio. “O pior é quando é preciso fechar a unidade porque o franqueado pode sair no prejuízo, e se ele não receber o que investiu no negócio pode entrar na Justiça.” Antes que isso ocorra, Melitha orienta o franqueador a tomar certos cuidados. Ela indica que ele entregue a Circular de Oferta de Franquia no prazo legal, crie fóruns de discussão com os franqueados, tenha uma consultoria de campo, faça reuniões regionais e que forme um comitê de arbitragem e mediação dentro da própria rede para que, em situações de conflito, ele consiga resolver os problemas dentro da própria franquia.
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FRANQUIAS
Rumo às 100 unidades
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Bem lavado
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Nascida em Brasília, a rede de lavanderias BonaSecco pretende expandir para todo o País, com foco em cidades com mais de 300 mil habitantes. Para dar início ao plano de expansão, a empresa inaugurou no início do ano um centro de capacitação empresarial onde ficam a lavanderia-escola, salas de treinamento e escritório comercial da franqueadora. Com oito lojas na capital federal e uma em Manaus, a rede aposta no “sistema conjugado”, que permite ao investidor adquirir sua franquia montando uma loja completa anexa a um ponto de coleta de roupas, como hotéis e pousadas. Para montar uma loja, os valores giram em torno de R$ 250 mil, enquanto a instalação de um ponto de coleta de roupa sai por R$ 28 mil. Em ambos os casos, a taxa de franquia é R$ 40 mil.
www.bonasecco.com.br
Uma das maiores redes de pizzarias de São Paulo, a Patroni Pizza inaugurou no mês passado sua primeira loja em Santa Catarina. A cidade escolhida para instalação da unidade foi Joinville, mais especificamente no Joinville Garten Shopping, novo centro de compras da região, também inaugurado em abril. Segundo o presidente da Patroni Pizza, Rubens Augusto Jr., a intenção é expandir para outras cidades catarinenses. “Acreditamos que a receptividade do catarinense seja tão boa quanto a dos demais estados onde a franquia tem operações, agregando valor, qua-
lidade e ótimo atendimento aos clientes”, enfatiza o executivo. Além de São Paulo, a franquia está presente nos estados do Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, Alagoas, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais e Espírito Santo, que totalizam 74 unidades em operação. Até o fim do ano, a rede espera inaugurar pelo menos outras 25 lojas. Para os interessados em adquirir uma franquia, o capital para instalação varia entre R$ 190 mil e R$ 270 mil, com retorno estimado em 18 meses.
www.patronipizza.com.br
Práticas orientais Especializado em terapias de bemestar, beleza e relaxamento através de práticas orientais, o Buddha Spa é a mais nova opção no mercado de franquias. A estimativa da empresa é fechar pelo menos oito contratos na Região Sudeste até dezembro. Em cinco anos, a rede espera totalizar 70 unidades em todo o Brasil. “O nosso negócio foi meticulosamente planejado, tem conceito definido e vigor financeiro, com margem de lucro que pode chegar a 30%. Além disso, o setor ainda é pouco explorado no País, tem um grande potencial de crescimento, especialmente os spas urbanos”, garante Gustavo Albanesi, sócio-diretor do Buddha Spa e presidente da Asso-
ciação Brasileira de Spas. Em 2009 o Buddha Spa faturou R$ 1,9 milhão. Este ano a expectativa é chegar a R$ 2,7 milhões – um crescimento de 42%. Atualmente são três unidades em São Paulo – duas na capital e uma em Ribeirão Preto. O quarto ponto será aberto até o final do primeiro semestre dentro dos Resorts do Rio Quente, em Caldas Novas (GO). O valor mínimo para instalação de uma unidade é de R$ 280 mil, com retorno previsto em 36 meses. O interessado não precisa estar ligado ao setor de saúde e beleza, já que a rede oferece treinamento completo de até 90 dias para a equipe.
www.buddhaspa.com.br
A mistura de café e donuts – confeito tradicional nos Estados Unidos – tem feito sucesso entre os brasileiros. Pelo menos é o que sugere o crescimento da rede de cafeterias Café Donuts, que em apenas três anos atingiu a marca de 60 lojas negociadas em todo o Brasil. Dentre elas, 50 já estão em funcionamento e outras dez devem ser inauguradas até o fim do ano. A 60ª franquia vendida foi a do Shopping Paseo Itaigara, em Salvador. As unidades, que possuem desde 16 metros quadrados (quiosque) até
160 metros quadrados, permitem que o franqueado abra um Café Donuts em ambientes diversos, desde shoppings centers até terminais rodoviários. Atualmente, a marca está presente em 12 estados brasileiros, incluindo as capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus, Goiânia, Porto Alegre e Belém. Para dar conta do plano de expansão, a franqueadora contou com a assessoria da Franchising Ventures, considerada a principal holding do segmento de franquias do País. www.cafedonuts.com.br
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Costume americano
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FRANQUIAS
Pizza pra todo lado Enquanto mantém o crescimento no interior paulista, a rede de pizzarias Bella Capri também planeja expandir para as capitais de outros estados. Inaugurada em dezembro de 2009, a unidade de Goiânia teve investimento inicial de R$ 650 mil e conta com área de 2 mil metros quadrados e capacida-
de para 220 pessoas. O Rio de Janeiro será a próxima capital a sediar uma loja da rede, a ser inaugurada na segunda quinzena de junho. Além disso, o interior de São Paulo – berço da empresa, fundada em 1998 na cidade de Mirassol – continua no foco da expansão. A rede busca franqueados nas cidades de
Americana, Piracicaba, Sumaré, Campinas, Valinhos, Vinhedo, Jundiaí e Santa Bárbara. O capital para instalação gira em torno de R$ 115 mil a R$ 300 mil, com retorno previsto entre 24 e 36 meses, considerando faturamento médio mensal de R$ 150 mil.
www.bellacapri.com.br
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Só para mulheres
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A Contours, rede internacional de academias exclusivas para mulheres, comemora a abertura de sua 75ª unidade no Brasil. Inaugurada em março na capital paulista, a nova franquia deu início ao plano de expansão da rede para 2010. Além do tradicional circuito, a nova unidade vai oferecer aulas de ioga e pilates. As alunas ainda terão à disposição serviços como estética facial, hidratação, massagem de rejuvenescimento e estética corporal com massagens relaxantes, dreno-redutoras e drenagem linfática. O objetivo da rede é abrir outras 20 franquias até o fim do ano. “Pelas últimas pesquisas e pelo movimento do mercado posso afirmar que o Brasil possui um enorme espaço para crescer nesta área, já que apenas 2% da população pratica uma atividade física assistida. Em grandes centros, este número pode chegar a 13%”, afirma Cassiano Ximenes, master franqueador da rede Contours. O valor para instalação é de R$ 260 mil, com retorno em 24 meses.
www.contours.com.br
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FRANQUIAS
A vez do iogurte Empresa pioneira no ramo de iogurte frozen no Sul do País, a Yoguland está em processo de expansão. A rede pretende crescer em todo o País, sobretudo nas regiões Nordeste e Centro-Oeste. Com a meta de inaugurar 20 unidades em 2010, para o primeiro semestre já estão previstas inaugurações em Campo Grande (MS), Recife, Joinville (SC), Balneário Camboriú (SC), Curitiba, Londrina (PR) e Maringá (PR). Atualmente são cinco lojas em funcionamento nos estados do Paraná, São Paulo e Santa Catarina. Para os interessados em adquirir uma franquia, o investimento inicial é de R$ 220 mil (loja de rua ou shopping) ou R$ 150 mil (quiosque). www.yoguland.com.br
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Fitness sob medida
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Somando mais de 700 unidades ao redor do mundo, a Fitness Together – rede de academias que oferece treinamento personalizado em ambiente exclusivo para cada aluno – é a mais nova opção do mercado brasileiro. A primeira unidade no País foi inaugurada em fevereiro nos Jardins – tradicional bairro da cidade de São Paulo – e outras seis devem ser inauguradas nos próximos meses na capital paulista. A expectativa é abrir 60 academias no Brasil dentro de cinco anos. “Concluímos com êxito a primeira etapa, que tinha por objetivo trazer a marca e comercializar cinco unidades nos primeiros seis meses. Vendemos duas além da meta e, em paralelo, comemoramos a abertura da primeira unidade”, analisa Cassiano Ximenes, master franqueador da Fitness Together no Brasil. Com sede nos Estados Unidos, a rede destaca-se por oferecer treinamento individual (one-to-one) para cada aluno. Após a avaliação das expectativas do cliente, os treinadores da Fitness Together propõem um número de sessões conforme o objetivo almejado. Cada sessão é realizada com hora marcada, em estúdios individuais e com supervisão de um professor exclusivo, garantindo assim o melhor resultado.
www.fitnesstogether.com.br
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Fr an qu i a em ex p an s ão
empreendedor | maio 2010 PA- PROJETO ARQUITETÔNICO, PM- PROJETO MERCADOLÓGICO, MP- MATERIAL PROMOCIONAL, PP- PROPAGANDA E PUBLICIDADE, PO- PROJETO DE OPERAÇÃO, OM- ORIENTAÇÃO SOBRE MÉTODOS DE TRABALHO, TR- TREINAMENTO, PF- PROJETO FINANCEIRO, FI- FINANCIAMENTO, EI- ESCOLHA DE EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES, PN- PROJETO ORGANIZACIONAL DA NOVA UNIDADE, SP- SOLUÇÃO DE PONTO
MEIO AMBIENTE
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Essência da vida
PHOTOSTOGO
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Produtos e processos inovadores de uso, reuso e tratamento reduzem o desperdício de água
Água potável é um recurso limitado e falta de saneamento básico mata. Mas como se diz por aí, parece que a ficha ainda não caiu. Continuamos desperdiçando água e negligenciando a necessidade de redes de coleta e tratamento de esgoto. Enquanto isso, milhares de pessoas no mundo sofrem as consequências da escassez desses recursos. Há mais mortes de crianças por condições impróprias de saneamento e falta de água potável do que por todas as formas de violência, incluindo guerras. Mas o que o setor produtivo pode fazer para ajudar a resolver esses problemas? Inovação de produtos e processos pode ser uma das respostas. “Se fabricamos tubos e conexões que conduzem água, podemos contribuir com tecnologias inovadoras que impactem positivamente no setor de saneamento”, afirma Yazmín Trejos, gerente de Comunicação Corporativa da Amanco. Ela cita o exemplo da linha Biax, lançada pela marca em 2009. Com tecnologia inédita no mercado brasileiro, a linha é composta de tubos plásticos mais resistentes, capazes de atender às redes de tubulações de alta pressão, substituindo materiais como ferro fundido e tubos revestidos com fibra de vidro. “Com custos menores, esses produtos tornam mais fácil a troca de tubos danificados, contribuindo para o saneamento”, destaca Yazmín. Obviamente, vender tubos e conexões é o negócio da Amanco. Mas tanto melhor se os interesses mercadológicos estiverem em sintonia com as preocupações socioambientais. É o que Raul Pinho, presidente do Instituto Trata Brasil, chama de interesse legítimo. Para universalizar o atendimento de saneamento básico no Brasil são necessários investimentos de R$ 270 bilhões. Segundo Pinho, esse volume pode representar um crescimento de 15% para o setor de tubos e conexões. Hoje, 49,1% dos brasileiros ainda não têm acesso a redes de esgoto e, para piorar, apenas um terço do que é coletado passa por tratamento. Grande parte acaba contaminando solos, rios, mananciais e praias, impactando na saúde de todos. O cenário é assustador, reconhece Pinho, mas ele é otimista com relação
Alerta Uma campanha do Instituto Trata Brasil vai direto ao ponto ao mostrar com números a violência por trás da falta de saneamento básico: No mundo, mais de 1,8 mil crianças são mortas em ataques terroristas todo ano. No Iraque, mais de 2,3 mil crianças são mortas por ano, vítimas de guerra. Aqui no Brasil, anualmente, mais de 2,5 mil crianças morrem por falta de coleta e tratamento de esgoto.
ao futuro. “Perdemos 16 anos, não vamos cumprir a meta do milênio, que é reduzir o déficit pela metade até 2015. Mas se continuarmos no ritmo de investimentos em que estamos hoje – R$ 40 bilhões por ano – a universalização se dará em 25 anos. Pode parecer muito tempo, mas é que há muito por fazer”, afirma. Pinho acredita também que a realização da Copa do Mundo no Brasil, em 2014, e das Olimpíadas na cidade do Rio de Janeiro, em 2016, pode ser um fator importante para acelerar a liberação de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para investimentos em serviços de água e esgoto.
Cultura comodista Segundo relatório do Trata Brasil, entre dezembro de 2008 e dezembro de 2009 foram gastos 19,7% dos recursos PAC destinados a 101 obras de saneamento em municípios com mais de 500 mil habitantes. Motivo: entraves nos processos de contratação e execução dos projetos e das obras. Outro entrave, na opinião de Pinho, é a cultura comodista da população. Para ele, as pessoas têm que exigir dos governos municipais que façam redes coletoras e de tratamento de esgoto. Pinho acredita que a velha máxima de que os políticos não querem investir em obra que não
aparece é questionável. “Os governantes fazem o que o povo pede. Já vi muitos prefeitos que investiram em saneamento perderem a eleição.” No caso do setor produtivo, fazer a lição de casa e dar o destino correto para seus efluentes é o mínimo que se espera. Porém, segundo Cláudio Ritti Itaborahy, especialista em recursos hídricos da Agência Nacional de Águas (ANA), o primeiro passo é reduzir o consumo de água. Isso pode ser feito por meio de processos e equipamentos mais eficientes, ou seja, inovação. Recentemente, o Senai de Joinville (SC) desenvolveu um sistema de tratamento e reciclagem do lodo galvânico (resíduo gerado em processos como produção de peças cromadas) que trouxe uma redução de cerca de 90% no consumo de água. Para completar, a tecnologia ainda permite o reaproveitamento de metais pesados como níquel e cromo. O projeto foi desenvolvido em parceria com três empresas da região – Incal, Acquaplant e Difermac – e teve o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Um protótipo foi instalado num processo industrial da Incal que consumia 12 mil litros de água, volume reduzido a 1,2 mil litros. Em consequência, houve também uma redução de 80% na quantidade de lodo gerada – de 100 para 20 quilos. Ou seja, além de economizar água, a empresa que usar o sistema vai gastar menos para enviar o lodo ao aterro sanitário. “A economia depende dos parâmetros de cada empresa, mas nós garantimos ao cliente que o retorno do investimento se dá em, no máximo, 18 meses”, afirma Carlos César Fusinato, um dos coordenadores do projeto. Antes de iniciar os trabalhos, a equipe do Senai de Joinville fez um levantamento de todas as empresas galvânicas da Região Sul para dimensionar o tamanho do mercado. Foram cadastrados 216 empreendimentos que, somados, têm um consumo médio mensal de 88 mil metros cúbicos de água e geram, individualmente, 1 tonelada de lodo por mês. Questionados sobre o interesse por um sistema de tratamento, 72% acenaram positivamente e 50% garantiram que aplicariam a tecnologia. “O impacto socioambiental é importante, mas o que todos os empresários querem saber mesmo é se terão retorno financeiro”, constatou Fusinato.
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por Cléia Schmitz cleia@empreendedor.com.br
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MEIO AMBIENTE
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LIO SIMAS
Ao fundo, obra de saneamento em Itapema (SC). Ao lado, Fernandez, da Zeppini: aproveitamento de água pluvial deixará de ser novidade para se tornar necessidade
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Em 22 anos de atuação como químico industrial, Sergio Belleza vê muitos avanços na área de tratamento de efluentes. Quando começou, o foco de seu trabalho era tratar a água utilizada no resfriamento de equipamentos industriais para evitar problemas como entupimento. “Depois começamos a falar em efluentes e, de uns dez anos para cá, o reuso entrou em discussão”, afirma o executivo, gerente da Divisão de Tratamento de Águas da Argal Química. Mas ele concorda com Fusinato: a relação custo-benefício ainda é fundamental para vender qualquer produto ou processo de tratamento de água. “Ainda há muitas empresas fazendo concorrência sem visar à compra, mas sim preparando orçamento para o futuro.” Na opinião do executivo, dois fatores devem ser determinantes para acelerar negócios de empresas como a Argal. O primeiro é o preço da água, que tende a subir cada vez mais. “Já temos clientes que captam água da rede pública e chegam a pagar R$ 20 o metro cúbico. Nesse caso, a economia com o uso de nossos produtos e processos pode chegar a 50%”, calcula Belleza. Por outro lado, há um barateamento das tecnologias de tratamento de efluentes. Associadas, essas duas questões devem impulsionar medidas como o reuso da água em atividades cotidianas tais como lavação de pisos e alimentação de caldeiras. O executivo Jefferson Teixeira, geren-
Saneamento básico 49,1% dos brasileiros não têm acesso a redes de esgoto. A Região Norte tem o menor índice de acesso (11,13%), seguida do Nordeste (30,34%), Sul (32,65%), Centro-Oeste (36,56%) e Sudeste (79,63%). Apenas um terço do esgoto coletado passa por tratamento. Para universalizar o atendimento ao saneamento básico são necessários investimentos de R$ 270 bilhões. Com investimentos anuais de R$ 40 bilhões, serão necessários 25 anos para levar rede de esgoto a todos os brasileiros. Esses investimentos devem representar crescimento de 15% para o setor de tubos e conexões.
te Regional Norte e Nordeste da divisão de Water Technologies da Beraca, destaca outro elemento que deve acirrar a discussão: a gestão de conflitos pelo uso da água. Esta é a maior preocupação dos comitês de bacias hidrográficas, segundo estudo de demanda hídrica encomendado pelo
governo à Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), que aponta estresse hídrico iminente. “Nesse estudo, o custo não foi uma preocupação abordada”, ressalta Teixeira. Segundo o executivo, a demanda por novas tecnologias em sistemas de tratamento de água está aquecida, estimulada pela pressão social favorável à sustentabilidade e o uso racional de recursos. Entre as tecnologias comercializadas pela Beraca, destaca-se o tratamento de água consumida pelos animais na agropecuária – a produção de alimentos e o saneamento representam cerca de 75% da demanda consuntiva, ou seja, aquela em que há perdas entre o que é derivado do curso natural da água e o que retorna a ele, segundo o Atlas Sociágua. “A sanitização para animais é uma estratégia barata e que traz grandes resultados. Aumenta a produção e reduz o consumo de água, o que é algo econômico e ambientalmente interessante. Um bom exemplo de baixo custo é que na produção do frango o processo de tratamento de água adiciona apenas 0,0012 centavos ao quilo do produto. Um valor muito menor do que o total investido na recuperação de um animal doente”, comenta João Luis dos Santos, responsável pelo Departamento de Desenvolvimento de Produtos para o Mercado Agropecuário da Beraca. Para Teixeira, uma das principais áreas em que a tecnologia deverá ser aprimo-
rada e aplicada é a de reuso de água. Ele lembra que os grandes centros industrializados já passam por déficit hídrico. E o reuso, para finalidades não nobres, como a descarga do vaso sanitário, por exemplo, é a única solução viável em curto prazo. “Entretanto, essa prática carece de regulamentação e neste aspecto os órgãos reguladores estaduais e federais estão muito aquém do estágio de desenvolvimento deste potencial mercado”, avalia o executivo. Segundo Claudio Itaborahy, da ANA, as regulamentações de reuso já estão em discussão, mas carecem de tempo. “Em países da Europa, essas discussões levaram 40 anos”, compara. Na opinião de Paulo Rogério Fernandez, diretor-executivo do Grupo Zeppini, em pouco tempo o aproveitamento de água pluvial deixará de ser uma novidade para se tornar uma necessidade. “Mas, por enquanto, o brasileiro continua lavando o quintal com mangueira e enchendo sua piscina com água potável.” Segundo o executivo, aproveitar a água da chuva é uma demanda crescente na construção civil. O retorno do investimento é rápido, em média 18 meses, o que falta é a cultura e incentivos para motivar o uso de equipamentos adequados. A Zeppini lançou recentemente um sistema que armazena, filtra, desinfeta e disponibiliza água coletada da chuva. O Hydro Z é compacto e aplicável em várias situações.
Sem milagres Em Itapema, cidade litorânea de Santa Catarina, a empresa responsável pela concessão dos serviços de água investe em conscientização para evitar desperdícios. A principal ação é voltada para o público infantil. Recentemente, foram distribuídos nas escolas livros e cartilhas sobre a necessidade de racionalizar o uso da água. Cerca de 350 crianças participaram do projeto. Em outra ação, a empresa distribuiu folhetos com dicas para identi-
Yazmín, da Amanco: “Podemos contribuir com tecnologias inovadoras que impactem positivamente no setor de saneamento”
ficar vazamentos no interior dos imóveis. “O fundamental é termos em mente que mesmo gestos aparentemente pequenos podem ter resultados importantes. Não é preciso esperar por soluções milagrosas”, afirma Manoel Motta Netto, presidente da Companhia Águas de Itapema. Ele conta que a empresa conseguiu reduzir o próprio desperdício com ações de combate às perdas, resultando em grande economia de água dos mananciais. Redes de distribuição antigas foram substituídas por novas, menos vulneráveis a vazamentos. Também foi montada uma equipe de manutenção que age rapidamente nos consertos de rede e instalados hidrômetros em imóveis que antes não tinham o consumo controlado, fato diretamente ligado ao desperdício. O resultado foi a diminuição em mais de 20% do índice de perdas no município. “Além de diminuir o impacto do abastecimento de água sobre o meio ambiente, a medida gera economia para a concessionária”, destaca Netto. O que se percebe com iniciativas como estas é que racionalizar o uso da água e evitar sua contaminação é um desafio muito mais cultural do que econômico. E necessário. Sim, como diz a música, “terra, planeta água”. Mas de toda a água do mundo, só 2,4% é fresca, sendo que apenas 0,3% não está congelada nos polos. A ficha tem que cair.
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Pinho: interesses mercadológicos devem estar em sintonia com as preocupações socioambientais
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MEIO AMBIENTE
Trechos de Hydros III
Tripé do saneamento
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Universalização exige participação conjunta do estado, das empresas e da sociedade
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Quando Yazmín Trejos, gerente de Comunicação Corporativa da Amanco, ligou para um colega do Unicef convidando-o para ser conselheiro técnico de um livro de imagens sobre saneamento básico, ouviu a seguinte pergunta: “Vocês piraram? Vão fazer um livro de fotos sobre cocô?”, brincou o interlocutor. E fizeram. Não é à toa que o livro se chama Hydros III – Desafio. Mas, nesse caso, o desafio urgente é enfrentar os problemas decorrentes da falta de saneamento. A obra, lançada durante a 2ª Conferência Latino-Americana de Saneamento (Latinosan 2010), realizada em março na cidade de Foz do Iguaçu (PR), traz em fotos e números as cinco mensagens das Nações Unidas sobre a importância do saneamento: é vital para a saúde; beneficia o meio ambiente; gera dignidade e desenvolvimento social; gera benefícios econômicos; e, por fim, é uma meta tangível. Na carta de apresentação de Hydros III, assinada por Yazmín e pela presidente da Amanco Brasil, Marise Barroso, a conclusão é a seguinte: “Faremos do saneamento algo factível a partir do
momento em que não tolerarmos mais mortes por falta dele. Mas, para chegar a isso, é essencial a participação conjunta de três atores básicos: estados renovados e aptos a assumir responsabilidades de maneira eficaz, empresas com visão empresarial de vanguarda e capazes de aturar como agentes propagadores do progresso, e uma sociedade educada, saudável e participativa”.
Diariamente, 5 mil crianças morrem por conta de doenças associadas à água e falta de saneamento no mundo. No mundo, a redução de mortes prematuras por problemas hídricos e de saneamento traria uma economia de US$ 1,7 bilhão no setor de saúde. A cada US$ 1 investido em melhorias no saneamento, US$ 9 são economizados na saúde e na educação. A América Latina perde, por ano, US$ 29 bilhões com gastos resultantes da escassez de água e de falta de tecnologia de saneamento. A contaminação dos cursos d’água no mundo com nitrogênio inorgânico sofreu um aumento de até 10 vezes, desde 1960. Do total de água utilizada, co contaminada e jogada novamente nnas fontes superficiais no mundo, 886% podem contaminar os llençóis freáticos. AAo todo, 16 cidades do mundo, c mais de meio milhão de com h habitantes, não contam com t tratamento de águas residuais. Um melhor saneamento oferece às famílias 1 mil horas adicionais, por ano, para se trabalhar, estudar e descansar. O valor econômico deste tempo equivale a US$ 100 bilhões anuais. Fonte: Hydros III – Desafio
Energia da água A geração de energia hidrelétrica é o principal usuário nãoconsuntivo de recursos hídricos no Brasil, já que não afeta a qualidade da água, mas pode alterar o seu regime, como é o caso da pesca e da navegação.
Força pura Sistema de geração de energia utiliza o fluxo contínuo das águas sem a necessidade de represar o rio Em tempos de discussão acirrada sobre a construção, ou não, da usina hidrelétrica de Belo Monte (PA), uma turbina deslizante capaz de gerar energia elétrica sem alterar o curso do rio parece coisa de ficção científica. Mas não é. A tecnologia da Care-Electric, empresa incubada desde 2007 no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), ganhou os olhos do mundo depois de ser selecionada pelo Programa Pioneiros Tecnológicos do último Fórum Econômico Mundial, realizado em janeiro passado em Davos, na Suíça. “Foi a primeira vez que o Brasil teve um projeto aprovado pelo fórum”, orgulha-se Edson Abuchaim, gerente de gestão da empresa. A nova tecnologia pode não dispensar a construção de uma Belo Monte, mas se apresenta como uma alternativa para as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). Sua grande vantagem é que, ao utilizar o fluxo contínuo das águas, ela não necessita de barragem fixa e mantém as espécies vivas em seu habitat. Além disso, atende a demandas locais, dispensando grandes investimentos em linhas de transmissão. Segundo Abu-
chaim, o objetivo da Care-Electric é aproveitar qualquer rio que tenha uma vazão de, no mínimo, 12 metros cúbicos de água por segundo, suficiente para gerar até 180 kWh. “Existem ‘ene’ rios liberando energia que poderia ser aproveitada para gerar eletricidade”, afirma Abuchaim. Foi enfrentando a força do Rio Madeira que o austríaco Johann Hoffmann, fundador da Care, começou a fazer testes visando o desenvolvimento de uma turbina que aproveitasse a energia liberada pela correnteza. Um dos grandes problemas dos mineradores daquela região era o alto consumo de óleo diesel nos processos de extração, em média 2,5 mil litros por dia. Para reduzir os custos de seu empreendimento com energia elétrica, Hoffmann passou a fazer testes de pressão da água do Madeira e um deles chamou sua atenção: ao fixar uma tábua de madeira com espessura considerável às margens do rio, foi surpreendido pelo rompimento da madeira em poucos minutos. Alguns anos depois, em Minas Gerais, apresentou seus rascunhos a Frank de Luca e Wilson Pierazoli Filho, que apostaram na ideia e iniciaram o desenvolvimen-
No Brasil, a maior parte dos recursos hídricos disponíveis – cerca de 83% – está distribuída entre as regiões hidrográficas de menor densidade demográfica, como as bacias Amazônica, do Tocantins, do Parnaíba e do Paraguai. Fonte: Atlas Sociágua (FGV e Ivig)
to de uma turbina piloto. Em 2007, Abuchaim entrou no projeto, então aprovado pelo Cietec. Hoje, depois da passagem por Davos, a empresa já tem proposta de investidores nacionais e internacionais para implantar o projeto. “É uma fase delicada, que demanda muita negociação”, observa Abuchaim. A empresa também já recebeu muitos contatos de possíveis clientes, entre eles um empresário que aguarda há mais de dez anos a licença ambiental para construir uma PCH.
LINHA DIRETA Agência Nacional de Águas: (61) 2109-5400 Águas de Itapema: (47) 3268-8200 Amanco: 0800 701 8770 Argal Química: (11) 2171-3333 Beraca: (11) 2643-5000 Care-Electric: (11) 3039-8418 Finep: (21) 2555-0330 Senai SC: (48) 3231-4100 Trata Brasil: (11) 3021-3143 Zeppini: (11) 4393-3600
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Tecnologia da Care-Electric foi selecionada pelo Fórum Econômico Mundial
O Brasil ocupa hoje o terceiro lugar do ranking mundial em termos de potência hidrelétrica instalada.
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BIOTECNOLOGIA
ouro Corrida do
Empresas e institutos de pesquisa investem pesado no desenvolvimento de enzimas para a produção de etanol a partir de bagaço de cana por Mônica Pupo
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Dobrar a capacidade de produção de etanol no País sem que para isso seja preciso aumentar a área de plantio de canade-açúcar. Esse é o objetivo do etanol de segunda geração – também chamado de etanol celulósico ou bioetanol –, biocombustível produzido a partir do bagaço e da palha da cana-de-açúcar que promete revolucionar o setor sucroalcooleiro nos próximos cinco anos. Atualmente em fase
de viabilização econômica, a tecnologia para fabricação do álcool 2G é alvo de pesquisas em todo o mundo, sobretudo nos Estados Unidos. Maior produtor mundial de cana-de-açúcar, o Brasil também está na corrida pelo desenvolvimento do etanol celulósico e, segundo especialistas, tem tudo para ser o grande destaque deste novo mercado. A principal vantagem brasileira é a abundância de matéria-prima e a infraestrutura já estabelecida para a produção de etanol, como explica Alfred Szwarc, consultor de emissões e tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). “Muito se fala em etanol celulósico pelo mundo, mas o Brasil sai na frente porque o bagaço de cana é um produto do processo de primeira geração e já está na fábrica a custo zero.” Hoje em dia, as destilarias e usinas de álcool e açúcar reutilizam o bagaço como combustível para gerar vapor em suas pró-
prias unidades. A quantidade de resíduo é tanta que garante a autonomia energética da maioria das empresas do ramo. Mas não é só a cana-de-açúcar que serve como matéria-prima para o etanol 2G. A princípio, qualquer resíduo orgânico pode ser utilizado como ponto de partida para o bioetanol, incluindo restos de madeira e lixo municipal. A cana-de-açúcar, no entanto, é considerada mais eficiente por conter maiores reservas de glicose e, assim, facilitar os processos de hidrólise e fermentação necessários à produção do bioetanol. Para completar, estima-se que pelo menos dois terços do potencial energético da cana estejam no bagaço e na palha, e apenas um terço no caldo, atualmente a única fonte de etanol extraída da planta. Com as mesmas aplicações do etanol de primeira geração, o etanol 2G ainda tem a vantagem de ser ecologicamente correto. “Um hectare de cana-de-açúcar
produz, em média, de 6 mil a 7 mil litros de etanol de primeira geração. Processando o bagaço, a produção chega a dobrar, podendo chegar a 12 mil litros de etanol de segunda geração”, explica Jaime Finguerut, gerente de desenvolvimento estratégico do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). Embora tenha tantas vantagens, o etanol de segunda geração ainda não é economicamente viável no Brasil e sua produção é restrita aos laboratórios. O desafio dos pesquisadores é desenvolver uma tecnologia eficiente o bastante para competir com os baixos custos de produção do álcool de primeira geração no País. Segundo Szwarc, isso só será possível dentro de pelo menos cinco anos. “Estamos num estágio avançado das pesquisas, mas ainda num nível pré-comercial. Quem trabalha com tecnologia sabe muito bem que os números reais só aparecem quando se
entra em escala comercial de verdade, o que ainda não aconteceu no País e nem no mundo”, afirma.
Escala comercial A busca por processos mais eficientes tem movimentado as empresas de biotecnologia, como é o caso da Novozymes, companhia dinamarquesa que recém-lançou duas enzimas para viabilizar a produção de etanol a partir de resíduos agrícolas e em escala comercial. Batizadas de Cellic Ctec2 (celulase) e Cellic HTec2 (hemicelulase), as enzimas são capazes de liberar açúcares contidos na palha do milho, restos de madeira e bagaço de cana-de-açúcar. Antes do lançamento na edição 2010 do F.O. Licht’s Sugar and Ethanol Brazil – evento voltado para o mercado sucroalcooleiro que aconteceu em São Paulo no fim de março –, os pro-
dutos foram testados e apresentados nos Estados Unidos, país que mais investe em pesquisa sobre a tecnologia do álcool 2G. Até o ano que vem, os norte-americanos pretendem iniciar a produção comercial de etanol a partir da palha e do sabugo do milho. Por aqui, a expectativa é que as primeiras usinas pré-comerciais sejam abertas entre 2011 e 2012. A proposta das novas enzimas é justamente reduzir o alto custo para a produção de etanol 2G – um dos principais entraves da nova tecnologia. “Conseguimos um avanço fantástico nos Estados Unidos, que foi a produção do etanol celulósico a um custo similar à produção do etanol de primeira geração”, diz William Yassume, gerente de marketing da Novozymes na América Latina, referindo-se aos investimentos que reduziram em 80% o custo de fabricação do combustível, atingindo o valor de US$ 0,13 o litro. Para viabilizar a
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Principal fornecedora de bens de capital para a indústria sucroalcooleira, a Dedini mantém uma usina experimental no interior de São Paulo
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Planta piloto do CTBE está em fase final de construção e tem inauguração prevista para junho
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BIOTECNOLOGIA
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produção do biocombustível no Brasil, a companhia conta com a parceria de universidades e institutos de pesquisa, entre eles o CTC. “Todos os projetos em etanol celulósico são de médio a longo prazo, pois trata-se de uma indústria nova, que ainda não existe no mundo”, avalia Yassume. “Nosso trabalho começa agora, com a criação e o desenvolvimento de processos que sejam ainda mais competitivos para a produção do etanol 2G, inclusive visando o mercado externo.” Líder do setor petrolífero brasileiro, a Petrobras também possui laboratórios especializados no estudo do etanol 2G. Segundo informações da gerência de imprensa da Petrobras, a companhia destinará US$ 530 milhões para pesquisas em biocombustíveis até 2013, incluindo o desenvolvimento do etanol celulósico. A empresa também estuda a produção de combustíveis de segunda geração a partir de outras matérias-primas alternativas, caso do biodiesel feito de microalgas. Desenvolvida desde 2007, a pesquisa mais avançada da Petrobras visa à produção de etanol 2G a partir do bagaço da cana por meio do processo de hidrólise enzimática, mas a empresa também investiga a rota tecnológica conhecida como BTL (biomass to liquid), cuja etapa inicial é a gaseificação da biomassa com o objetivo de obter hidrocarbonetos sintéticos. O próximo passo será a construção de uma planta demonstrativa em escala semiindustrial com a meta de reduzir os custos e tornar a produção do etanol 2G economicamente viável até 2012.
A principal vantagem brasileira é a abundância de matériaprima e a infraestrutura já estabelecida para a produção de etanol Outra companhia brasileira que também está em fase de viabilização comercial do álcool 2G é a Dedini S/A, principal fornecedora de bens de capital para a indústria sucroalcooleira. Primeira empresa brasileira a apostar no mercado de bioetanol, a Dedini mantém uma usina experimental no interior de São Paulo. A companhia investe em pesquisas desde 1982 e desenvolveu uma tecnologia própria chamada DHR (Dedini Hidrólise Rápida). Entre os parceiros na empreitada estão o Banco Mundial e a Fapesp. “É muito difícil prever um prazo para lançamento do etanol celulósico em escala comercial, pois, como em toda pesquisa, as soluções são sempre influenciadas por fatores externos de mercado”, avalia José Olivério, vice-presidente de tecnologia e desenvolvimento da Dedini. Para estimular o desenvolvimento do bioetanol no País, o governo brasileiro – através do Ministério de Ciência e Tecnologia – investiu R$ 69 milhões na criação do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), inaugurado
em janeiro deste ano na cidade de Campinas (SP). A proposta é não só desenvolver pesquisas próprias, mas também disponibilizar a infraestrutura para pesquisadores externos e empresas que tenham projetos em etanol celulósico. A iniciativa foi motivada pelo Projeto Etanol, de 2005, que mostrou que o País tem potencial para substituir 10% da gasolina utilizada no mundo por bioetanol até 2025. A principal inovação do CTBE é a planta piloto para desenvolvimento de processos (PPDP) em escala semi-industrial, que está em fase final de construção e tem inauguração prevista para o mês de junho. A estrutura será dividida em módulos de acordo com os processos – pré-tratamento do resíduo, fermentação, hidrólise enzimática, etc. –, permitindo que os cientistas façam experiências simultâneas, o que deve resultar em mais agilidade e rapidez nos resultados. Além da viabilidade econômica do etanol 2G, o laboratório também se propõe a buscar soluções para outros gargalos, que vão desde o aprimoramento das técnicas agrícolas para otimização do plantio da cana até questões de sustentabilidade e avaliação tecnológica.
LINHA DIRETA CTC: www.ctc.com.br Dedini: www.dedini.com.br Novozymes: www.novozymes.com.br Petrobras: www.petrobras.com.br Unica: www.unica.com.br
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MERCADO
Cenário
promissor Terminais de pagamentos eletrônicos terão uso compartilhado a partir do segundo semestre, e entrada de novas credenciadoras no mercado pode reduzir as taxas cobradas dos lojistas por Cléia Schmitz
empreendedor | maio 2010
cleia@empreendedor.com.br
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Há boas novas para os comerciantes brasileiros neste segundo semestre de 2010. A partir de 1º de julho, as máquinas das duas maiores empresas de meios de pagamentos eletrônicos no Brasil – Redecard e Cielo (ex-Visanet) – poderão ser compartilhadas. A utilização de um único terminal de venda (POS) nas transações de todos os tipos de cartões já estava em discussão no Senado e Banco Central (BC), mas finalmente será colocada em prática com o fim do contrato de exclusividade mútua entre a Cielo e a Visa. A mudança do nome de Visanet para Cielo é uma decorrência desse novo cenário. A empresa já declarou que está em negociação para operar outras bandeiras em seus terminais. A concorrente Redecard anunciou, em março, que a partir de julho suas máquinas passarão a aceitar também os cartões da Visa, totalizando 17 bandeiras, entre elas a MasterCard. Cielo e Redecard respondem hoje por mais de 90% do mercado de meios de pagamentos eletrônicos, conhecidas pelo termo técnico de adquirentes. As bandeiras Visa (operada até agora pela Cielo) e MasterCard (Redecard) concentram cerca de 90% das transações com cartões de crédito e praticamente 100% no débito. Esse duopólio é apontado como o principal fator das altas taxas administrativas cobradas dos lojistas sobre cada transação. “Essas taxas giram em torno de 4% a 5% do faturamento. Mas esse valor depende do poder de barganha. Um grande estabelecimento que fatura muito acaba pagando menos. Quanto menor o estabelecimento, maior é a taxa. Além disso, o lojista gasta em média R$ 80 por mês com cada POS”, afirma Fernanda Della Rosa, economista da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio). Uma simulação feita pela entidade estima que o compartilhamento das máquinas, a unificação dos sistemas e uma
PHOTOSTOGO
Mercado de cartões ano a ano * Ano
Número (milhares)
Variação (%)
Transações (milhares)
Variação Faturamento (%) (R$ milhões)
Variação (%)
2000
118.249
-
1.095.088
-
65.379
-
2001
151.359
28
1.368.860
25
87.608
34
2002
183.144
21
1.628.944
19
103.378
18
2003
221.605
21
1.938.443
19
127.155
23
2004
277.006
25
2.519.976
30
158.943
25
2005
336.179
21
3.158.111
25
199.518
26
2006
387.766
15
3.704.056
17
244.671
23
2007
452.549
17
4.428.765
20
301.617
23
2008
514.068
14
5.322.888
20
375.363
24
2009
565.228
10
6.105.761
15
444.212
18
2010**
628.015
11
7.131.188
17
534.735
20
* inclui cartões de crédito, débito e private label | ** previsão
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Fonte: Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito (Abecs)
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MERCADO
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Paiva Ferreira (com o microfone) no lançamento do Santander Conta Integrada
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taxa máxima de 2% sobre o valor da venda gerariam uma economia de até 65% nos custos dos lojistas. O cálculo considera os gastos que envolvem aluguel de duas máquinas por estabelecimento e taxa de administração de 6%. No estudo, a Fecomercio faz uma observação: mesmo cobrando taxa limitada em 2%, o retorno anual das credenciadoras atingiria algo em torno de 25%, ou seja, superior ao oferecido pelas demais aplicações financeiras em vigência no País. Para Della Rosa, a entrada de outras credenciadoras no mercado deve aumentar a concorrência e empurrar as taxas para baixo. A economista também acredita que em breve as adquirentes passarão a ser vistas legalmente como instituições financeiras, passando a ser reguladas pelo BC. O ingresso de novos players já começou. Em janeiro o Santander anunciou sua entrada no mercado de adquirência em parceria com a GetNet, empresa de captura e processamento de transações eletrônicas. A meta do banco é expandir sua base atual de clientes comerciais em 35% até 2012, passando de 500 mil para 650 mil pontos. Para isso, lançou o Santander Conta Integrada, que permite
Fernanda: “Ligue para as bandeiras, faça cotações e procure a melhor taxa”
ao lojista ter uma única conta corrente para receber os créditos das duas maiores bandeiras do mercado, Visa e MasterCard. Pelo acordo, o cliente não paga tarifas de conta corrente se registrar volume mínimo de R$ 3 mil ao mês com o uso da máquina, além de antecipar os recebíveis no próprio terminal. O aparelho pode ser conectado tanto na linha discada quanto na banda larga. “Nós não queríamos entrar nesse mercado só pela adquirência. A conta integrada visa atender o lojista não só pelas transações mas também pela parte financeira. O banco entra com a solução financeira e a GetNet viabiliza em termos de operação”, explica José Paiva Ferreira, vice-presidente do Santander. Fundada em 2003, a GetNet conta com uma base de 178 mil estabelecimentos credenciados e um portfólio de 21 bandeiras. Após a parceria com o Santander, suas máquinas já estão processando MasterCard e, em julho, passam a operar também com Visa. Outras marcas devem ser incorporadas com o objetivo de atrair o maior número possível de lojistas. “Nosso diferencial é a plataforma multisserviço. Além de processar cartões como Master-
Medeiros, da Redecard: concorrência ajuda a colocar o cliente no centro das decisões
Card, também disponibilizamos serviços como recarga de telefonia móvel e fixa e de bilhetes de transporte”, afirma José Renato Hopf, presidente da GetNet. Segundo Paiva Ferreira, a meta do Santander é alcançar 10% de market share no volume de transações com cartões de crédito em três anos. Ele afirma que, nessa operação, não pretende concorrer com Cielo e Redecard, mas sim com os grandes bancos. No entanto, não dá para negar que a instituição já colocou o pé no território dessas empresas, aumentando as expectativas de quem torce para o aumento da concorrência. O executivo também afirma que as taxas cobradas na operação dos
cartões dependerão do relacionamento com o cliente e, portanto, não podem ser fixadas. O potencial do mercado de cartões de crédito no Brasil desperta muito interesse. Todos os anos, cerca de 15 milhões de cartões novos são emitidos no País. De 2003 para cá, o índice de utilização passou de 12% para 21%. No Canadá, esse índice é de 47% e, no Reino Unido, a média é de 43%. Estima-se que até o final de 2010 teremos 402 milhões de plásticos, incluindo crédito e débito. Para Roberto Medeiros, presidente da Redecard, esse crescimento independe das mudanças de regras nesse mercado. Ele acredita que o que fará a diferença com o compartilhamento dos terminais de POS é a qualidade do serviço e a oferta de opções como a transação via telefone celular. “Nós adoramos concorrência, achamos que ela ajuda as empresas a serem mais criativas e a colocar o cliente no centro das decisões. E como nunca tivemos relação de exclusividade com as bandeiras que trabalhamos, sempre tivemos concorrência”, destaca o executivo. Segundo Medeiros, a redução das taxas de transação já é uma tendência do mercado. “Elas vêm caindo porque
os volumes vêm aumentando. Todos os clientes que nos prometem aumento de volume têm preço diferenciado.” Para o executivo, a entrada da Visa é mais uma oportunidade de ampliar o relacionamento com os clientes. De qualquer forma, cabe a dica da economista Della Rosa para todos os lojistas: ligue para as bandeiras e peça a relação de credenciadores que oferecem o serviço e tente negociar. “Não feche direto com a primeira que você consultar. Faça cotações e procure a melhor taxa.” Para os lojistas que ainda não fecharam negócio com nenhuma administradora, a economista recomenda aguardar, se possível. “Nós estamos muito próximos dessas mudanças estarem organizadas e, se o comerciante deixar para fazer isso depois, provavelmente terá mais opções de credenciamento.”
LINHA DIRETA Fecomercio: (11) 3254-1700 GetNet: (11) 5184-9000 Redecard: 0800 784433 Santander: 0800 7627777
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O potencial do mercado desperta muito interesse. Cerca de 15 milhões de cartões novos são emitidos por ano no País
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PA N O R A M A
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Nada de pânico
Análise de risco garante a melhor combinação de soluções eletrônicas de segurança do patrimônio
Mercado nacional
beatrice@empreendedor.com.br
Colocar grades nas janelas e erguer um muro alto para proteger a empresa podem ser coisa do passado. Hoje já existe no mercado um conjunto de soluções eletrônicas que permitem, mesmo a distância, garantir a segurança do patrimônio. Se alguém invadir o empreendimento, dispara o alarme, as câmeras filmam os suspeitos e em poucos minutos uma empresa de segurança chega para verificar o ocorrido. Hoje, no Brasil, cerca de 10% dos imóveis utilizam algum sistema eletrônico de segurança. São mais de 600 mil empreendimentos monitorados e 1 milhão de câmeras de segurança instaladas, segundo levantamento feito pela Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos (Abese). E esse é um mercado em crescimento – a demanda por esses serviços aumenta em média 13% ao ano. No Brasil, são mais de 10 mil empresas que fabricam e distribuem equipamentos de segurança, e em meio a tantas opções de produtos e serviços, os consumidores precisam ficar atentos. Antes de escolher o equipamento de segurança é necessário fazer uma análise de riscos. A orientação é que o consumidor contrate uma empresa especializada para avaliar quais são os produtos e serviços mais indicados. “Hoje é preciso um conjunto de soluções. Só o equipamento de segurança eletrônica não resolve; só mão de obra também não. Mas cada caso deve ser estudado de acordo com a análise de risco”, explica Luciano Caruso, gerente de marketing e segurança da Graber, empresa que oferece soluções integradas de segurança patrimonial, pessoal e rastreamento de veículos. Para Caruso, um sistema completo de segurança precisa ter alarmes para detectar uma invasão, câmeras e mão de obra especializada tanto para detecção quanto para reação. “Na Graber nós treinamos os funcionários para fazer o serviço de segurança e para trabalhar com os sistemas eletrônicos para que os equipamentos os auxiliem no controle da área monitorada.” Um dos sistemas mais eficientes e baratos de segurança eletrônica é o alarme. O equipamento é formado por um conjunto de sensores que emitem sinais so-
noros e visuais que, ao detectar a invasão de Nordeste 9% Norte 4% um local protegido, avisam a central de monitoramento. A Instalarme, empresa especializada em segurança, oferece Centro-Oeste 12% centrais de alarmes e equipamentos para auxiliar o trabalho do vigilante. Há o botão de pânico, em que o funcionário pode acionar por controle remoto o sistema de Sudeste 53% alarme caso perceba uma invasão; e o alerta vigia, um sistema que desperta a cada tempo determinado para que o vigilante não durma enquanto está trabalhando. Sul 22% Fonte: Abese Para a segurança interna de lojas e supermercados a empresa desenvolveu o Cash Instalarme, um sistema de sensores para controlar o fluxo da mercadoria no ponto de venda. Em cada caixa é instalada uma câmera e um microfone que para garantir a segurança do patrimônio ficam integrados ao computador, que re- é o circuito fechado de TV digital (CFTV ), gistra a venda dos produtos. Isso permite que permite que todos os ambientes do identificar por imagens e sons se todos empreendimento sejam monitorados a os produtos que passam pelo caixa estão distância e em tempo real através de cârealmente sendo contabilizados. “Com o meras de segurança. “O circuito fechado Cash é possível reduzir de 15% a 30% os de TV digital nos ajuda a detectar de forprejuízos com pequenas perdas no ponto ma mais rápida e precisa se o imóvel foi de venda”, explica Fernando Moreira, ge- invadido, quem são os suspeitos e saber rente corporativo da Instalarme. se eles estão armados. Um equipamenOutro equipamento fundamental to que ajuda a proteger melhor tanto a
Luciano Caruso: “Só equipamento não resolve, só mão de obra também não”
Ênio Back: “CFTV ajuda a proteger melhor tanto a empresa quanto o vigilante”
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por Beatrice Gonçalves
Representatividade por regiões
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PA N O R A M A
Bonatti: “Não há limites, é preciso estar sempre desenvolvendo novas soluções”
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empresa como o vigilante”, afirma Ênio Back, presidente da Back, empresa especializada em segurança patrimonial, pessoal e terceirização de mão de obra. As facilidades proporcionadas pelo circuito fechado de TV digital fizeram com que o sistema se popularizasse pelo País. Segundo dados da Abese, são vendidos por ano 140 mil novos aparelhos, um mercado que movimenta quase R$ 4 milhões. Entre as soluções há desde as mais simples até as mais sofisticadas. O sistema de circuito fechado D-Guard, desenvolvido pela Seventh, permite instalar até 32 câmeras de vigilância em um imóvel e monitorar as imagens via celular e internet. Os equipa-
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Cerca de 10% dos imóveis no Brasil têm sistema eletrônico de segurança. São mais de 1 milhão de câmeras instaladas
mentos têm zoom digital em tempo real, detecção de movimento e busca inteligente de imagens. A Seventh oferece ainda a linha de produtos Intelligence, que permitem a automação inteligente de um imóvel. “É possível controlar a abertura de portas, calcular o nível de bomba de água, acender ou apagar a luz e mudar a temperatura do ar-condicionado a distância, permitindo que o cliente interaja com o ambiente de qualquer lugar do mundo”, explica Carlos Schwoschow, diretor da Seventh. Além da gravação das imagens, o sistema de CFTV precisa de um serviço de mão de obra especializada que monitore as imagens, mas hoje em dia já não é mais preciso que o vigia fique 24 horas em frente à TV para garantir a segurança. O sistema Autocap desenvolvido pela CSP emite um alerta para o vigilante quando as câmeras detectam a passagem de alguém pelo sensor de presença ou quando qualquer outro sistema de segurança é acionado. “Esse sistema é mais eficiente do que os tradicionais, porque ao invés de gravar o tempo inteiro, ele só grava quando há perigo. O que ajuda
Rodrigues: sistema Autocap só grava quando há perigo
o vigilante que tem muitas câmeras para monitorar”, explica Dhelyo Rodrigues, diretor de desenvolvimento da CSP.
Baixo custo Outra vantagem do Autocap é que ele não precisa de um computador para funcionar. É um equipamento pequeno que tem 16 centímetros de comprimento e pode ser instalado em diferentes ambientes da empresa. “O Autocap custa em média R$ 3 mil e pode ficar em uma caixa de passagem de energia ou mesmo no forro”, afirma Rodrigues. O sistema pode ainda ser utilizado para o monitoramento de frotas de veículos. Com o Autocap Vigia Car é possível verificar a distância o nível de combustível do carro, a pressão de óleo, a velocidade, saber se a porta do veículo está aberta e se há alguém sentado no banco carona do carro. Para que centrais de alarme e câmeras de vigilância trabalhem de forma integrada, a Segware desenvolveu a solução Sigma, um software que centraliza os sistemas de segurança em uma única base.
Mão de obra deve ser especializada tanto para detecção quanto para reação
grada. A ideia é que por meio da vertical de segurança essas empresas possam reduzir custos de produção e ampliar a visibilidade das soluções oferecidas. Em seis meses de trabalho, a vertical de segurança já reúne 10 empresas catarinenses, entre elas a Seventh, CSP e Segware. “A Região Sul concentra 22% das empresas de segurança do País e Santa Catarina é um dos estados referência no setor”, conta Bonatti. O empresário explica que antes da vertical já existia uma parceria entre as empresas que desenvolvem soluções em segurança em Florianópolis, mas ela era feita de uma maneira informal. Agora com a vertical a ideia é que as empresas trabalhem de uma forma mais organizada. “O Brasil precisará ampliar os sistemas de segurança para receber a Copa e as Olimpíadas, e nós queremos mostrar para os empresários e para o governo que aqui no Brasil temos produtos muito bons de segurança.” A estimativa da Abese é que a Copa e as Olimpíadas façam aumentar a demanda por soluções em segurança em 40% e que o faturamento anual do setor triplique até 2016. Segundo Denis Locatelli, presidente
do Sindicato das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança de Santa Catarina (Siese-SC), para que as empresas brasileiras ampliem sua atuação no mercado nacional é preciso que o setor trabalhe para criar mecanismos de padronização dos serviços oferecidos. “Ainda faltam leis para regulamentar o setor de segurança eletrônica ou mesmo para modernizar as leis que já existem.” Ele explica que estão em tramitação no Congresso 50 projetos de lei sobre segurança. Entre as propostas estão a criação do Estatuto da Segurança Privada e o projeto de lei 1.759 de 2007 para regulamentar as empresas de segurança eletrônica.
LINHA DIRETA Back: www.back.com.br CSP: www.csp.com.br Graber: www.graber.com.br Instalarme: www.instalarme.com.br Segware: www.segware.com.br Seventh: www.seventh.com.br Siese-SC: www.siese-br.com.br
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“A maior parte dos softwares que existem hoje trabalha sozinho. O Sigma é diferente. Quando um operador visualiza um arrombamento, consegue verificar as imagens daquele lugar e assim perceber se é um arrombamento falso ou se tem realmente alguém no imóvel”, afirma Luiz Henrique Bonatti, diretor da Segware. O sistema está entre os mais vendidos no País – pelas estimativas da Segware o Sigma é utilizado por 70% das empresas brasileiras do setor. Para Bonatti, o reconhecimento da empresa está associado à constante busca em desenvolver novas soluções para o mercado. “O ciclo de renovação de produtos nessa área é muito grande. A exigência se torna cada vez maior, e com o aumento de tecnologia não há limites, é preciso estar sempre desenvolvendo novas soluções.” Além do trabalho à frente da Segware, Bonatti é um dos organizadores da vertical de segurança eletrônica da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate). A organização foi criada em novembro do ano passado para que empresas que atuam em mercados semelhantes e complementares de segurança trabalhem de forma inte-
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PERFIL
letras Mundo das
O jornalista e executivo Samuel Seibel descobriu a vocação de livreiro aos 48 anos e transformou a Livraria da Vila em referência no setor por Cléia Schmitz
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cleia@empreendedor.com.br
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O livreiro Samuel Seibel é uma prova de que fazer o que se gosta é meio caminho andado para ser bem-sucedido como empreendedor. Em sete anos, ele transformou a Livraria da Vila numa rede com cinco unidades na capital paulista. E o que é melhor, em referência para os leitores mais exigentes. Suas lojas têm dois diferenciais importantes para quem gosta de livrarias: vendedores-leitores, sempre à disposição para compartilhar histórias e ideias, e um espaço que convida a mergulhar no mundo dos livros, da música e do cinema. Desde o início, a proposta de Seibel era transformar seu negócio num ponto de encontro, num polo cultural importante da cidade. Até mesmo porque ele sempre viveu esse mundo. Os livros o acompanham desde a infância vivida no final da década de 1950 e início dos anos 1960, no Bom Retiro. Na época, o bairro era um reduto de imigrantes judeus – como seu pai, Bernard Seibel, polonês que chegou ao Brasil em 1925, com apenas 14 anos de idade. “Frequentávamos a escola Sholem Aleichem, nome de um conhecido escritor judeu, e, mesmo sendo tão pequenos, os livros já faziam parte de nossas vidas. Acho que essa foi uma das principais marcas que herdei de meu pai: éramos o que hoje se classificaria como classe C e a lei-
tura era um hábito absolutamente normal de nossa família.” Formado em Jornalismo pela Cásper Líbero, Seibel lembra que desde os 16 anos já tinha certeza de que não queria seguir as carreiras mais comuns da época: Engenharia, Medicina e Direito. “Optei pelo Jornalismo porque achei que poderia contribuir mais para um mundo melhor. Desisti, dez anos depois, quando percebi que a minha contribuição era quase nula e quando recebi convite de meu irmão para desenvolver um trabalho na empresa da família, em 1982”, conta o livreiro. A empresa é a Leo Madeiras, fundada em 1943 e adquirida pelo pai de Seibel em 1961. Seibel acabou ficando 20 anos no negócio, atuando nas áreas comercial, marketing e compras. “Aprendi muito e me diverti também”, resume. A decisão de ser livreiro foi tomada, segundo o próprio Seibel, de forma absolutamente inesperada e intempestiva. Não havia um antigo sonho de abrir uma livraria. Assim que a ideia lhe passou pela cabeça começou a ser colocada em prática. Tudo começou num passeio com a esposa ao Rio de Janeiro. Ao entrar numa livraria e café recém-inaugurada em Ipanema, teve a certeza de que seu destino dali para frente era ser livreiro. Comentou com a esposa que era isso que queria fazer da vida. “Foi algo muito forte. No fundo, juntei as minhas duas outras experiências de vida, como jornalista e mais voltado ao mundo intelectual e como empresário”, afirma Seibel.
O destino parece ter se encarregado de tudo. A Livraria da Vila, localizada na Vila Madalena, em São Paulo, e frequentada por Seibel, estava à venda. “Eu pretendia começar do zero, mas creio que estava no lugar certo, na hora certa.” Sem medo da concorrência das grandes redes, o jornalista fechou negócio de compra no final de 2002 e, em janeiro de 2003, já estava à frente da Livraria da Vila. Logo começou a “dar a sua cara” para o negócio, oferecendo o que hoje se chama de “experiência de loja”, algo fundamental
Samuel Seibel
para concorrer com a venda de livros, CDs e DVDs pela internet. Para Seibel, ir a uma livraria física hoje é muito mais do que entrar num local, ver um produto e adquirilo. É um ponto de encontro que desperta a vontade de comprar cultura. Samuel Seibel tinha 48 anos quando decidiu ser livreiro e teve apoio de toda a família. Ele conta que os filhos vibraram com a decisão. Tanto que, hoje, os dois trabalham na empresa. Flávio tem 28 anos, é formado em cinema e está na Livraria da Vila desde
o início. Rafael, com 26, fez publicidade e trabalha com o pai há quatro anos. “São ótimos profissionais. Para mim é um prazer e motivo de orgulho vê-los no dia a dia da empresa”, diz Seibel. Com os filhos, ele também edita a revista Vila Cultural, lançada há seis anos pela livraria e consolidada como um importante veículo de comunicação da empresa. “Não é nada fácil produzir conteúdo com qualidade a cada 30 dias. Acho que de alguma forma existe sim uma retomada da minha época de jornalista.”
A expansão da Livraria da Vila começou em 2005 com a abertura da segunda loja, no Bairro Itaim Bibi. E depois não parou mais, sempre focando sua atuação em áreas nobres. Em 2007 Seibel inaugurou a unidade da Alameda Lorena, no Jardim Paulista, e no ano seguinte, a loja do Shopping Cidade Jardim. Neste mês de maio, o empresário abre a quinta loja da rede, em Moema. No local funcionava desde 2006 a Livraria Sobrado, adquirida no início de 2010 por Seibel. Segundo o empresário, o
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Idade: 55 anos (11/12/1954) Local de nascimento: São Paulo Formação: Graduação em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero Empresa: Livraria da Vila Número de lojas: 4 Número de funcionários: 120
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PERFIL
LINHA DO TEMPO
Livraria da Vila: quinta loja da rede abre em maio, em Moema
1954 1977 1982 2002
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2005
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2007 2008 2010
Samuel Seibel Livraria da Vila Nasce em São Paulo, capital Forma-se em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero Aceita o convite do irmão para trabalhar na empresa familiar, a Leo Madeiras Compra a Livraria da Vila, na Rua Fradique Coutinho, em Pinheiros Abre a segunda unidade, na Casa do Saber, no Itaim Bibi Inaugura a Livraria da Vila – Alameda Lorena, no Jardim Paulista Abre a primeira unidade em shopping (Cidade Jardim), no Butantã Compra a Livraria Sobrado, em Moema, transformada na quinta unidade da Livraria da Vila
plano da empresa é continuar crescendo, de forma bem cautelosa, aproveitando oportunidades. Abrir lojas fora da cidade de São Paulo também faz parte da estratégia de expansão da Livraria da Vila. Leitor ávido, Seibel considera seu gosto literário bastante eclético. “Leio clássicos russos com o mesmo prazer que um romance policial ou mesmo Harry Potter. Já lia Anne Rice muito antes dessa moda de vampiro. Os três últimos livros que li – e adorei – são do Edney Silvestre (jornalista da Globo), do italiano Paolo Giordano (o livro é forte, não é para quem quer um romance leve de fim de semana) e A saga do marrano, que tenho a impressão que está esgotado”, recomenda o livreiro. Um autor que sempre recomenda é Sandor Marai, húngaro que escreveu As brasas, Divórcio em Buda e De verdade, entre outros. “Fantástico”, define Seibel. Ele confessa que livros de negócios não estão na sua mesa de cabeceira. Mas os lê, embora com menos frequência que os demais. Para administrar a Livraria da Vila, conta com a experiência de 20 anos na Leo Madeiras e com bons profissionais a seu lado. Como empresário, se autodefine da seguinte maneira: “Uma mistura
Uma livraria física hoje é mais do que uma loja, é um ponto de encontro que desperta a vontade de comprar cultura de ousado e realizador com boas doses de sonhador e idealista”. Características de bons empreendedores. “Meu pai, Bernard Seibel, quando morou em Ilhéus e depois em Salvador, foi amigo de Jorge Amado. Pude comprovar isso numa viagem a Paris, há muitos anos, quando encontrei Jorge e Zélia numa festa. Inspirei fundo e fui me apresentar a eles como filho de Bernard Seibel. Não só lembraram, como lembraram também de minha mãe, a quem chamaram carinhosamente de Rosinha. Fiquei muito emocionado.”
LINHA DIRETA Livraria da Vila: (11) 3814-5811
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WEVERSON ROCIO
Brasil atinge maior taxa de empreendedorismo por oportunidade Nas últimas nove edições da Pesquisa GEM, o índice no Brasil mostra crescimento gradativo, passando de 8,5%, em 2001, para 9,4%, em 2009 O brasileiro tende a enxergar na crise uma oportunidade. A nova edição da Pesquisa Global Entrepreneurship Monitor, a GEM 2009 confirma esta afirmação. Segundo o estudo, no ano passado, mesmo com a crise financeira internacional, o Brasil atingiu a maior taxa de empreendedorismo por oportunidade – 9,4% contra 5,9% da taxa de
empreendedorismo por necessidade. Para cada 1,6 empreendedor por oportunidade temos um por necessidade. Nas últimas nove edições da Pesquisa GEM, a taxa de empreendedorismo por oportunidade vem demonstrando crescimento gradativo, passando de 8,5%, em 2001, para 9,4%, em 2009. A
Empreender Informe do Sebrae Maio
pesquisadora do Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP), Simara Greco, explica que a elevação em 2009 se deve ao alto crescimento ocorrido isoladamente nos empreendimentos nascentes, que passou de 2,93%, em 2008, para 5,78%, em 2009. Deste último dado, 4,3% são empreendimentos nascentes por oportunidade. O IBQP é a insti-
GEM 2009
No ranking dos países com nível comparável de desenvolvimento econômico da GEM 2009, o Brasil é o sexto mais empreendedor, com taxa de 15,3%, o que equivale a 18,8 milhões de pessoas. A taxa geral se refere à soma dos empreendimentos novos (que surgiram nos últimos três anos e meio), que foi de 9,75%, e dos empreendimentos nascentes (com até três meses de vida ou ainda em processo de criação), que ficou em 5,78%. A atual taxa está acima da média histórica do Brasil, que é de 13%. Em 2008, a taxa ficou em 12%. Segundo o diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, “a pesquisa GEM comprova que o Brasil está mudando para melhor”. “Estamos já vivendo um ciclo virtuoso de crescimento, com inclusão social. Isso se reflete na disposição das pessoas em empreender”, afirma. “A motivação para abrir o próprio negócio e se aperfeiçoar na atividade desempenhada baseia-se em horizontes promissores, que não se fecharam para o Brasil nem quando grande parte dos países mergulhou na recente crise financeira. No auge da crise, sondagem feita pelo Sebrae mostrava que os pequenos negócios continuavam apostando em um bom 2009. Mais uma vez, o segmento mostrou ser o lastro confiável do crescimento sustentado que se espera para o Brasil”, assinala Carlos Alberto.
Outros países Na China, 18,8% da população adulta (169 milhões de pessoas) é empreendedora. Apesar desse grande número, a proporção é de um empreendedor por oportunidade para cada um por necessidade. Já na Rússia, o número de empresários é menor, com taxa de 3,9% (1,3 milhão), porém, a proporção de empreendedores por oportunidade é maior: 2,35 para cada um por necessidade. Quando comparada aos países citados anteriormente, a Suíça apresenta maior disparidade entre as proporções. A Suíça possui taxa de empreendedorismo (TEA) de 7,72%. Além desse alto índice de empreendedores, para cada pessoa que empreende por necessidade, 13 o fazem por oportunidade. Nos Estados Unidos, a TEA é de 8%, com proporção equilibrada de três empreendimentos gerados por oportunidade e um por necessidade. Criado em 1999, o Global Entrepreneurship Monitor (GEM) é o maior estudo independente do
mundo sobre a atividade empreendedora, cobrindo 54 países consorciados, o que representa 95% do Produto Interno Bruto (PIB) e dois terços da população mundial. O GEM é atualmente coordenado pelo Global Entrepreneurship Research Association (Gera) – organização composta e dirigida pela London Business School (Inglaterra), pelo Babson College (Estados Unidos) e por representantes dos países participantes do estudo. Para compor a pesquisa no Brasil, em 2009 foram entrevistados 2 mil indivíduos de idade adulta, entre 18 e 64 anos, de todas as regiões brasileiras, selecionados por meio de amostra probabilística, e mais de 180 mil pessoas no mundo. A pesquisa, que tem nível de confiança de 95% e erro amostral de 1,47%, conta ainda com opiniões de 36 especialistas brasileiros. Entre os anos de 2000 e 2009 foram entrevistados no Brasil 21,9 mil adultos. Por Regina Xeyla, enviada da Agência Sebrae de Notícias (www.agenciasebrae.com.br)
WEVERSON ROCIO
tuição executora da pesquisa no Brasil, que conta com a parceria do Sebrae.
Brasil é o sexto país mais empreendedor, com taxa de 15,3%
Maio Informe do Sebrae Empreender
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P R O D U T O S E S E RV I Ç O S
Sincronização de dados A GS1 Brasil oferece serviço de certificação de código de barras, autenticação de prefixos e de sincronização de dados que permitem melhorar o dia a dia do varejista. O serviço de certificação verifica se os códigos de barras dos produtos estão dentro dos padrões estabelecidos, o que reduz os custos e melhora o atendimento ao consumidor por meio do aumento da velocidade no checkout das mercadorias. Já o serviço de rede global de sincronização de dados alinha e sincroniza dados, melhorando a eficiência das transações comerciais. www.gs1brasil.com.br
Só falta dirigir O GPS GH-DL faz busca inteligente por endereços, pontos de interesse e CEP e mostra a rota por meio da tecnologia 2D ou 3D. O navegador informa ainda onde estão localizados radares de velocidade fixos. O sistema traz mapeadas mais de 1 mil cidades e 644 mil pontos de interesse. O modelo GPS GH da DL ainda apresenta p as funções multimídia ltimídia de vídeos, músicas, fotos e texto. www.dleletronicos.com.br letronicos.com.br
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Licenciamento integrado
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Empreendedores do Estado de São Paulo não precisam mais esperar meses para abrir uma empresa. Agora é possível conseguir licenças do corpo de bombeiros, vigilância sanitária, prefeitura e órgão ambiental via internet, em menos de uma hora, por meio do Sistema Integrado de Licenciamento (SIL). O sistema libera os licenciamentos para empresas que tenham funções registradas como de baixo risco. A solução é um dos serviços oferecidos pelo Portal Poupatempo do Empreendedor.
www.poupatempodoempreendedor.sp.gov.br
Mínimos detalhes A Neorama produz vídeos e animações em 3D para campanhas de marketing de empresas. No caso de vídeos para divulgar empreendimentos imobiliários, a anima-
ção em 3D permite que o cliente conheça a infraestrutura do imóvel nos mínimos detalhes antes mesmo que a obra esteja concluída. www.neorama.com.br
O programa Open License Volume (OLV ) da Microsoft simplifica o gerenciamento das licenças obtidas pelas empresas, o que possibilita ao empresário manter os softwares sempre atualizados. O licenciamento Open Value é oferecido em duas diferentes formas: perpétuo, que se adquire a licença dos softwares; ou então subscription, que permite a locação da licença dos softwares. O programa foi desenvolvido para empresas de pequeno e médio portes que tenham até 250 computadores. www.snd.com.br
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Atualização em dia
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P R O D U T O S E S E RV I Ç O S
Site no celular A W/DOT desenvolve websites corporativos exclusivos para serem acessados por meio de celulares. A empresa utiliza uma série de dispositivos para suportar uma programação mais leve do que a usada em computadores. O
desenvolvimento da página mobile tem arquitetura diferenciada em que a disposição de links e textos é adequada ao tamanho da tela de um celular convencional ou de um smartphone.
www.wdot.com.br
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Leitura rápida
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O scanner vertical Magellan VS2200 torna o processo de leitura de código de barras até 8% mais rápido. Isso porque a tecnologia utilizada no equipamento evita que o funcionário precise ajeitar o código de barras para finalizar a leitura dos dados. O scanner traz já configurados os softwares Informe de Índice de Produtividade – PIR (Productivity Index Reporting™) – e o de decodificação FirstStrike. O equipamento tem capacidade de desligamento automático dos terminais, o que elimina a necessidade de uma fonte separada de energia. O aparelho é ideal para supermercados, drogarias e lojas de departamento. www.elgin.com.br
Contatos otimizados O Speech Analitycs da DDCom permite a empresas fazer a análise do discurso e aavaliar os diálogos gravados em contact centers entre seus funcionários e os clience tes. A solução classifica os contatos de tes acordo com o conteúdo do diálogo, anaaco lisa as gravações a partir de palavras-chave predefinidas e identifica tendências nos pr contatos que poderiam passar despercebico das. da Estudos feitos pela DDCom mostram que qu as empresas que utilizam o sistema podem aumentar as vendas por telefone po em 18% e reduzir em 20% a duração das chamadas. ch www.ddcom.com.br
Sem paradas Os servidores Stratus da Diebold são indicados para grandes redes de varejo, administradoras de cartões e toda empresa que não pode interromper seu processamento sob pena de contabilizar grande prejuízo. Os servidores Stratus oferecem 99% de disponibilidade e são tolerantes a falhas. Além da comercialização, a companhia é responsável pela instalação e manutenção dos equipamentos no País. www.diebold.com.br
Monitores certificados A AOC Brasil lança linha de monitores com a tecnologia LED certificados com o Electronic Product Environmental Assessment (Epeat Gold). Os novos modelos e936Swa e e2236V geram menos calor do que os tradicionais, reduzem de 40% a 50% o consumo de energia e não têm mercúrio entre seus componentes. Os equipamentos são oferecidos nos tamanhos de 18 e 21 polegadas. www.aoc.com.br
PHOTOSTOGO
Imagens 3D A Sony lança no Brasil uma série de equipamentos com tecnologia em três dimensões. A TV Bravia XBR-LX905 é o primeiro modelo 3D comercializado pela marca no País. O equipamento vem com dois óculos para visualização em 3D e permite que a tela seja inclinada em 6 graus para ampliar o ângulo de visão. Outra novidade em aplicações em três dimensões é o projetor VPL-FH300, que tem resolução de 2k em até 600 polegadas com montagem tipo baioneta de lentes. O modelo tem 7 mil lumens e baixo consumo de energia. www.sony.com.br
No site QNumero é possível consultar, gratuitamente, o telefone de estabelecimentos comerciais em todo o País. O grande diferencial do site é que não é preciso saber o nome fantasia da empresa, como normalmente exigem as listas telefônicas tradicionais, para encontrar
o número. Em toda consulta, mesmo que o usuário não saiba o nome correto do estabelecimento, o sistema sugere pelo menos três opções de telefones. A busca pode ser feita também por celulares e iPhones através do QNumero Mobile.
www.qnumero.com.br
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Lista on-line
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DINÂMICA EMPREENDEDORA
Valor do elogio
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Reforço positivo tem alto impacto e custo zero, mas deve ser preciso e se referir ao comportamento
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Quando pensamos em motivação em equipe não damos a devida importância a um reforço positivo que tem alto impacto no desempenho dos colaboradores e custo zero para a empresa: o elogio. Ele é um mecanismo de compensação indireta que está baseado em demonstrações positivas explícitas para a pessoa, a equipe ou a organização. É uma compensação de ordem psicológica que se dá pelo reconhecimento de que “fulano é um ótimo funcionário” ou “fulano é confiável”; ou de natureza emocional/afetiva: “eu gosto de trabalhar com uma pessoa inteligente como você”. Até aqui parece que falamos de algo extremamente positivo que pode impulsionar a pessoa para um desempenho superior. Entretanto, esta moeda tem outra face. Quando reforço pelo elogio um colaborador que fez um trabalho igual a outro e ignoro a este outro, esta não-recompensa é percebida como uma punição. Usualmente a pessoa sente-se injustiçada e desestimulada. E a situação torna-se mais complexa. O ambiente corporativo brasileiro, em sua esmagadora maioria, funciona como se fosse uma família. Neste caso o chefe representa a figura do pai e o elogio potencializa a expectativa dos filhos – funcionários – de corresponder aos anseios do pai-chefe ou patrão. Reporte-se ao ambiente da infância onde o filho considerado inteligente pode se sentir obrigado a ser sempre o mais inteligente. Isto pode gerar uma pressão excessiva que cria ansiedade e insegurança. Trazendo mais luzes sobre este aspecto, a psicóloga Carol Dweck, da Universidade Stanford, realizou um estudo significativo com 400 crianças de quinta série. Foi-lhes aplicado um teste simples de QI correspondente à sua faixa etária. Na devolutiva do resultado eles foram divididos, por meio de elogios, em dois gru-
pos: os inteligentes e os esforçados, para ver qual o impacto que teria no seu comportamento. Para os primeiros elogiavam: “você deve ser muito inteligente”. Para os segundos: “você deve ter se empenhado muito para obter este resultado”. Na segunda tarefa, eles podiam escolher entre um teste fácil ou outro mais complexo que possibilitaria que aprendessem algo novo. Os esforçados optaram pela prova mais desafiante, os inteligentes pela fácil. O terceiro teste era bem mais complexo que os dois anteriores. Qual o resultado? Os dois tiveram baixo desempenho, mas os esforçados corresponderam à sua classificação: empenharam-se mais. Os inteligentes mal conseguiram terminar o teste de tão nervosos que ficaram. O último teste era tão fácil quanto o primeiro. Entretanto, os que foram reforçados pelo empenho tiveram um ganho 30% superior à primeira prova. Mas os inteligentes tiveram uma queda de 20% em seu desempenho. Conclusão da pesquisa: na impossibilidade de garantir que se é inteligente, opta-se pelo caminho mais seguro de parecer inteligente. Inclusive optando por manipular no resultado, na esperança de proteger a imagem que foi construída diante das figuras de autoridade. Para estes percebe-se a dificuldade de lidar com o fracasso e, por conseguinte, reforça o medo de arriscar, de se expor. Se pensarmos em alguns chefes manipuladores, o que parece um elogio pode ser uma estratégia de controle sobre o funcionário. Um depoimento do tipo “você é um ótimo funcionário” significa o quê? Para muitos, uma mensagem que pode ser traduzida por “você tem total liberdade de concordar comigo”. Ou, para poucos, “pode se arriscar a errar na busca de melhores resultados”. Embora seja fundamental que tenhamos nossos colaboradores orientados a
por Luiz Fernando Garcia
Consultor especialista em manejo comportamental e empreendedorismo em negócios. Fone: (48) 3334-5585 www.rendercapacitacao.com.br
buscar melhores resultados, também é essencial que possamos reconhecer o esforço dedicado ao processo dessa busca. Quando elogiamos somente o resultado, perdemos a oportunidade de reforçar o processo que, em essência, é o que gera aprendizado dentro da organização. Até porque se alguém diz que você é ótimo, sua questão básica será: ótimo em quê? Analise sua forma de elogiar. Se costumar dizer “você é ótimo em trabalhar em equipe”, substitua por aspectos que se referem ao comportamento da pessoa, tal como: “sua flexibilidade e capacidade de manter o foco contribuem muito com sua equipe”. Ao identificar aspectos da conduta das pessoas você está possibilitando que elas encontrem uma direção que conduza a comportamentos mais produtivos. Da mesma forma, se o feedback for negativo, ser específico permite a correção para aspectos mais produtivos. Além disso, o julgamento sobre a pessoa coloca o todo sob juízo. E é lógico que sabemos que um indivíduo não pode ser todo mau ou bom. Reflita como tem utilizado seus elogios e busque ser mais preciso. Afinal, você é uma pessoa inteligente.
LEITURA
Raiz empreendedora Obra apresenta um Brasil Colônia de economia dinâmica graças a homens corajosos o suficiente para enfrentar os riscos e a metrópole antidesenvolvimentista História do Brasil com empreendedores Jorge Caldeira Editora Mameluco – R$ 49
“Cada homem livre com quem um detentor de bens tratava financiamentos e via adiantamentos era um empreendedor ou empresário, dependendo da quantidade de tarefas, da divisão na entrada de insumos e da espécie de risco que corresse.” “No trabalho dos homens livres, especialmente da maioria que não era proprietária de escravos, portanto, estava a base do mercado interno do Brasil colonial. Muito longe de ser uma base estamental, base derivada do trabalho escravo, era uma base formada por pessoas muito acostumadas a tomar riscos, empenhar a palavra e cumprir o combinado na divisão dos resultados – pois esses eram os grandes ativos de que dispunham para receber os financiamentos na forma de mercadorias.”
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Enquanto muitos livros de história insistem no fato de que a economia colonial brasileira era baseada no latifúndio que exportava riqueza para a Europa, o novo livro de Jorge Caldeira traz à tona dados que contestam essa versão. Segundo o autor, pesquisas recentes indicam que a economia do Brasil Colônia era muito dinâmica e crescia a taxas superiores que a da economia metropolitana. Como resultado, em 1800 – antes mesmo da chegada da corte ao País – a economia nacional era muito maior que a de Portugal. O que explica esse desempenho surpreendente é a presença de uma personagem fundamental na formação do mercado interno, e até então menosprezada por muitos historiadores: o empreendedor. Figura central numa sociedade em que poucos homens livres tinham escravos (apenas 9% deles eram proprietários, no início do século 19), e na qual formavam a maioria da população (62%, no mesmo período), o empreendedor organizava o trabalho e buscava enriquecer. Migrantes portugueses, índios livres, escravos libertos e filhos miscigenados compunham o grupo que, em todos os setores da economia, corria riscos e ganhava na forma de lucros. Tendo esse grupo como base, Caldeira analisa a montagem de uma economia dinâmica, mesmo numa realidade na qual o governo agia contra o desenvolvimento e a escravidão era lei.
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ANÁLISE ECONÔMICA
Carteira Teórica Ibovespa
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Nome Ação
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All Amér Lat Ambev B2W Varejo BMF Bovespa Bradesco Bradespar Brasil Telec Brasil Braskem BRF Foods CCR Rodovias Cemig Cesp Copel Cosan CPFL Energia Cyrela Realty Duratex Eletrobrás Eletrobrás Eletropaulo Embraer Fibria Gafisa Gerdau Met Gerdau Gol Ibovespa Itausa ItaúUnibanco JBS Klabin S/A Light S/A Llx Log Lojas Americ Lojas Renner MMX Miner MRV Natura Net OGX Petróleo P. Açúcar - CBD PDG Realt Petrobras Petrobras Redecard Rossi Resid Sabesp Sid Nacional Souza Cruz Tam S/A Telemar N L Telemar Telemar Telesp Tim Part S/A Tim Part S/A Tran Paulist Ultrapar Usiminas Usiminas Vale Vale Vivo
Tipo Ação UNT N2 PN ON ON PN PN PN ON PNA ON ON PN PNB PNB ON ON ON ON ON PNB PNB ON ON ON PN PN PN PN PN ON PN ON ON PN ON ON ON ON PN ON PNA ON ON PN ON ON ON ON ON PN PNA ON PN PN ON PN PN PN ON PNA ON PNA PN
A
Inflação (%)
Até 28/04
Participação Bovespa
Abril
Variação % Ano
1,384 0,928 0,552 4,153 3,522 1,080 0,275 2,230 0,460 2,201 0,647 1,565 0,861 0,634 0,577 0,568 1,426 0,511 0,948 0,878 0,772 0,956 2,132 1,147 0,959 3,849 0,788 100,000 2,632 4,623 0,635 0,437 0,451 0,620 0,844 0,997 1,355 0,572 0,805 0,770 0,911 0,554 0,601 2,854 11,413 1,953 0,769 0,394 3,320 0,650 0,577 0,206 0,193 0,798 0,164 0,119 0,777 0,321 0,541 0,836 3,611 3,622 13,390 0,685
-5,3 1,9 -4,9 -7,1 -4,5 -9,1 -4,4 -1,4 -6 -7,6 -1,1 6,7 -0,5 -2,7 -0,8 0 -1,9 -1,3 -5,2 -4,4 -1,6 -3,3 -9 -3,9 -7 -1,2 0,1 -5,3 -2,7 -4,8 1,5 0,9 -2,7 -1,8 -5,7 1,4 -4,8 -8,9 -0,2 -14,4 1,7 -3,8 -0,1 -7,7 -7,8 -10,1 -0,2 5,1 -9,7 6,1 -3,1 -10,4 -11,5 -10,4 -6 -17,4 -11,6 3 -4,1 -10,7 -7,1 -6,7 -5,8 -8,9
-5,3 -3,8 -23,4 -8,3 -5,1 3,7 -34,9 1,4 -12,6 -2,4 -2,1 -0,3 1,4 -4,4 -16 3,9 -15,7 -6,5 -4,6 -3,5 11,2 6,9 -10,5 -16,4 -2,8 -2 -11,6 -2,8 2 -2,5 -13,4 3,9 -2,1 -18,7 -19,2 5,3 28,5 -19,9 1,7 -16,9 -0,9 -12,3 -14,7 -12 -11,1 2 -19,2 -1,9 15 17,5 -22,6 -27,8 -24,3 -23,9 -16 -19,2 -14,2 -4,7 3,8 11,4 14,9 7,7 10,6 -15,7
Índice
Março
Ano
IGP-M IGP-DI IPCA IPC - Fipe
0,94 0,63 0,52 0,34
3,57 2,75 2,06 2,44
Juros/Aplicação (%) CDI Selic Poupança Ouro BM&F
Março
Ano
0,76 0,76 0,58 4,28
2,02 2,03 1,59 9,68
Indicadores Imobiliários (%) CUB SP TR
Março
Ano
0,19 0,00
0,48 0,02
Juros/Crédito (%) 28/Abril
27/Abril
Desconto 1,71 Factoring 3,91 Hot Money 3,24 Giro Pré (taxa mês) 1,91
1,70 3,88 3,23 1,91
Câmbio
Até 28/04 Cotação
Dólar Comercial Ptax Euro Iene (US$ 1,00)
R$ 1,7558 US$ 1,3201 $ 94,0700
Mercados Futuros Maio
Junho
Julho
Dólar R$ 1.752,94 R$ 1.764,10 R$ 1.776,38 Juros DI 9,11% 9,28% 9,56% Contratos mais líquidos Ibovespa Futuro
28/04 67.200
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LIO SIMAS
AGENDA
De 27 a 30/05/2010
Feira do Empreendedor Expoville – Joinville – SC www.feiradoempreendedor.com.br PANOS DA NOVA ESTAÇÃO De 18 a 21/05/2010
Texfair do Brasil 2010 – Feira Internacional da Indústria Têxtil Parque Vila Germânica – Blumenau – SC – www.texfair.com.br
Mais de 400 marcas brasileiras de vestuário, cama, mesa e banho lançam as coleções Primavera-Verão 2010/2011. O evento, que está em sua 11ª edição, é considerado o maior do segmento têxtil da América Latina. A Texfair é promovida pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit).
A Feira do Empreendedor apresenta oportunidades de negócios para quem deseja abrir uma empresa ou para quem quer ampliar um empreendimento já existente. O evento reúne mais de 120 empresas especializadas na fabricação e vendas de produtos e serviços para os setores de informática, serigrafia, refrigeração, saúde e costura industrial. O evento faz parte do Circuito Feira do Empreendedor realizado pelo Sebrae.
De 7 a 10/06/2010 De 18 a 20/05/2010
De 25 a 27/05/2010
Expo Alumínio – Exposição Internacional do Alumínio Centro de Exposições Imigrantes São Paulo – SP – www.expoaluminio.com.br
Exposec – Feira Internacional de Segurança Eletrônica, Empresarial e Patrimonial Centro de Exposições Imigrantes São Paulo – SP www.exposec.tmp.br
Empresas de toda a cadeia de alumínio apresentam novidades em produtos e serviços para o setor. Durante o evento é realizado o Congresso Internacional do Alumínio e o Seminário Internacional de Reciclagem do Alumínio. São esperados mais de 10 mil visitantes. O evento é exclusivo para profissionais do setor.
Empresas brasileiras e internacionais apresentam novidades em sistemas eletrônicos de segurança. Durante a feira são realizadas palestras sobre monitoramento via radiofrequência de centrais de alarmes e rastreamento de frotas. A Exposec é realizada pela Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese).
Fispal Food Service – Feira Internacional de Produtos e Serviços para Alimentação Fora do Lar Expo Center Norte – São Paulo – SP www.fispal.com
A Fispal Food Service traz novidades em produtos e serviços para todos os segmentos do mercado de alimentação. Durante o evento é realizada a Copa Brasileira de Pizzarias, concurso que elege a melhor pizza do Brasil, e a Tecno Sorvetes, feira internacional de tecnologia para a indústria de sorveteria profissional. São esperados mais de 65 mil visitantes.
De 18 a 21/05/2010
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Expogestão 2010 – Feira Nacional de Produtos e Serviços da Gestão Centreventos Cau Hansen – Joinville – SC www.expogestao.com.br
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A Expogestão 2010 traz para Joinville importantes nomes da gestão corporativa. O empresário Eike Batista, presidente da EBX, fala sobre a importância da cultura empreendedora e de como ele se transformou em um dos homens mais bem-sucedidos do mundo. Entre os palestrantes estão ainda o empresário Luiz Seabra (fundador da Natura), Edward Prescott (Prêmio Nobel de Economia em 2004) e Jonathan Mildenhall (vice-presidente global de marketing estratégico e comunicação da Coca-Cola).
De 8 a 9/06/2010 De 25 a 28/05/2010
Hospitalar 2010 – Feira Internacional de Produtos, Equipamentos, Serviços e Tecnologia para Hospitais Expo Center Norte – São Paulo – SP www.hospitalar.com.br
A Hospitalar é considerada a maior feira dedicada ao setor de saúde da América Latina. O evento reúne empresas fornecedoras de produtos e serviços para o setor hospitalar de mais de 30 países. Nesta edição, são esperados mais de 80 mil visitantes.
Expo Money Florianópolis CentroSul – Florianópolis – SC www.expomoney.com.br
A Expo Money é um evento voltado para quem quer aprender a cuidar das finanças pessoais ou aperfeiçoar conhecimentos sobre o mercado financeiro e de investimentos. São realizadas palestras sobre o mercado financeiro tanto para pessoas que não tenham conhecimento na área e querem aprender a fazer o planejamento das suas finanças, até para aqueles que têm intenção de começar a investir ou querem explorar ou diversificar a sua carteira de investimentos.
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