Pesquisa revela alta do número de doadores de órgãos

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SALVADOR

SALVADOR SÁBADO 3/9/2016

TRANSPLANTE Atualmente, são 7,5 doadores efetivos a cada milhão de pessoas. Índice nacional é de 14 por milhão

REGIÃO METROPOLITANA

A5 Divulgação

Pesquisa revela alta do número de doadores de órgãos FRANCO ADAILTON

A taxa de doadores de órgãos na Bahia subiu de 5,4 para 7,5 por cada milhão de habitantes do estado, no primeiro semestre de 2016, ante igual período de 2015. Apesar do aumento, o dado representa quase metade da média nacional, que é de 14 doadores a cada milhão de pessoas. O levantamento foi feito pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), que apontou haver 1.837 pessoas ativas (aptas ao procedimento imediatamente) na fila à espera de um transplante na Bahia. Somados os pacientes inativos – impedidos de fazer o transplante devido à condição clínica –, o número de pessoas que aguardam o procedimento sobe para 2.306, segundo a Central de Transplantes da Secretaria estadual da Saúde (Sesab), de janeiro a agosto de 2016. Do total, 1.205 pacientes esperamtransplantedecórnea; outros 1.031, doadores de rim; e 70, de fígado. Ainda segundo a Sesab, em igual período de 2015, 2.297 pessoas aguardavam transplante. Em relação à quantidade dos que morreu na fila de espera, os dados da ABTO são conflitantes com os da Sesab. A associação aponta que, no primeiro semestre deste ano, 254 pessoas morreram sem conseguir o transplante, enquanto, a Sesab calcula 20 óbitos.

Melhorar a estrutura Coordenador da Comissão de Remoção de Órgãos da ABTO, o cirurgião cardiovascular José Lima Oliveira Junior credita o aumento de doadores na Bahia aos investimentos feitos pelo governo nos últimos anos. Ele frisa que, em 2015 – depois de seis anos –, a Bahia voltou a realizar um transplante de coração e fez o primeiro de pulmão: “Houve aumento porque o governo baiano adotou o Sistema de Transplantes, mas ainda não é uma política de estado”. Para diminuir a espera, segundo José Lima, é preciso melhorar a estrutura, com central de doadores que organize a fila, faça exames de compatibilidade e distribua os órgãos. Além de haver centros transplantadores, com estrutura física e recursos humanos. “A partir daí, precisamos ter doadores. Para isso, é preciso haver informação suficiente para sensibilizar as famílias, que se recusam a doar por falta de conhecimento”, completa.

Curva ascendente Coordenadora da Central da Sesab, a médica América Sodré argumenta que, mesmo com o aumento de transplantes e o credenciamento de novos centros transplantadores, a fila de espera sofreu curva ascendente. “Apesar do investimento público na Bahia, nos últimos anos, além do crescimento no número de notificações de óbito, das doações e números de transplantes, estamos trabalhando para alcançar a média nacional”, disse. Atualmente, segundo América, há apenas seis hospitais na Bahia cadastrados para fazer transplantes em várias especialidades: “Para um hospital se tornar transplantador, precisa solicitar credenciamento ao Sistema Nacional, do Ministério da Saúde, que avalia se a instituiçãotemestruturafísicae capacidade técnica para executar os procedimentos”.

“Para haver doador, é preciso sensibilizar as famílias” JOSÉ LIMA O. JUNIOR, da ABTO

1.837

pessoas aptas a fazer transplante estão na fila de espera na Bahia, segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO)

Campanhas ajudam, mas taxa de doação segue baixa em relação à média do país


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