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MINISTÉRIO DA SAÚDE

TÉCNICAS DE EXTRACÇÃO E

IMOBILIZAÇÃO DE VÍTIMAS DE

TRAUMA

DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE FORMAÇÃO MAIO DE 2007


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ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO

Pag. 03

2. ESTABILIZAÇÃO COM ALINHAMENTO MANUAL

Pag. 04

2.1. ABORDAGEM POSTERIOR DA VÍTIMA SENTADA 2.2. ABORDAGEM LATERAL DA VÍTIMA SENTADA 2.3. ABORDAGEM FRONTAL DA VÍTIMA DE PÉ 2.4 ABORDAGEM C/A VITIMA EM DECÚBITO DORSAL

Pag. 05 Pag. 05 Pag. 06 Pag. 07

3. APLICAÇÃO DE COLAR CERVICAL

Pag. 08

4. ROLAMENTO

Pag. 12

4.1. VÍTIMA EM DECÚBITO DORSAL 4.2. VÍTIMA EM DECUBITO VENTRAL

Pag. 12 Pag. 15

5. MACA PLUMA “SCOOP”

Pag. 17

6. IMOBILIZAÇÃO EM PLANO DURO 6.1. IMOBILIZAÇÃO COM CINTO ARANHA “SPIDER” 6.2. MANTER ALINHAMENTO EM POSIÇÃO NEUTRA

Pag. 21 Pag. 24 Pag. 24

7. COLETE DE EXTRACÇÃO

Pag. 25

8. REMOÇÃO VÍTIMAS C/ COLETE DE EXTRACÇÃO

Pag. 30

9. EXTRACÇÃO RÁPIDA 9.1. COM UM SOCORRISTA 9.2 COM TRÊS OU MAIS SOCORRISTAS

Pag. 31 Pag. 32 Pag. 34

10. REMOÇÃO DE CAPACETE

Pag. 37

11. IMOBILIZAÇÃO VERTICAL

Pag. 40

12. TRANSPORTE DE DOENTES 12.1. EM MACA DE VÁCUO 12.2 EM PLANO DURO

Pag. 42 Pag. 42 Pag. 43

12.3 MUDANÇA NO HOSPITAL

Pag. 43

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1. INTRODUÇÃO As técnicas de imobilização e remoção de vítimas de trauma, têm ao longo dos anos, vindo a ser modificadas e adaptadas, mas obedecendo sempre aos mesmos princípios. De entre deles, um dos mais importantes é, mover a vítima somente o necessário para a sua correcta remoção e imobilização, mantendo ou melhorando o seu estado, após a chegada das equipas de socorro. Este manual, direccionado para os elementos actuantes na Emergência Pré – Hospitalar, na abordagem, tanto inicial, como avançada do Politraumatizado, vem reforçar a necessidade de manter esses mesmos princípios. Assim, aqui constam todas as técnicas praticadas na formação em Emergência ministrada pela Formação Técnica do INEM. Temos consciência que novas técnicas e novos equipamentos fazem já parte do nosso quotidiano, mas no entanto, a sua implementação na prática da formação técnica, implica o consenso de todas as entidades envolvidas, pelo que ficam passíveis de ser incluídas em futuras actualizações deste manual.

Devem ser evitados movimentos desnecessários na execução das técnicas.

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2- ESTABILIZAÇÃO CERVICAL COM ALINHAMENTO MANUAL

Objectivos: -

Manter a região cervical alinhada numa posição neutra até que a vítima esteja completamente imobilizada.

Indicações -

Quando há suspeita de lesão vertebro – medular

Contra-indicações - Parar imediatamente o alinhamento da cabeça / pescoço nas seguintes situações:   

espasmo da musculatura do pescoço aumento da dor aparecimento ou aumento de défice neurológico, como dormência, formigueiro ou perda de capacidade motora

Técnica: 

  

Uma vez que, a partir do mecanismo de trauma, exista a suspeita de lesão na coluna cervical, o primeiro passo é estabelecer imediatamente uma estabilização com alinhamento manual. Para realizar correctamente esta técnica são necessários 2 elementos A cabeça é segura e cuidadosamente reposicionada para uma posição alinhada (nariz, umbigo, pés) a não ser que haja contra-indicação. Na vítima sentada ou de pé deve ser aplicada apenas uma tracção suficiente para causar alívio de peso axial (tirar o peso da cabeça de sobre o eixo e o resto da coluna cervical). Desta maneira a cabeça e o pescoço da vítima são imobilizadas assim que possível com colar cervical, permanecendo assim até depois do exame no hospital. Mover a cabeça para uma posição alinhada provoca menos risco do que ser transportada com a cabeça em posição angulada. Além disso, tanto a imobilização como o transporte são muito mais simples com o doente em posição neutra. O movimento para uma posição alinhada não deve nem mesmo ser tentado se as lesões do doente são tão graves que a cabeça está tão desalinhada que parece que não se prolonga a partir da linha média dos ombros. TÉCNICAS DE EXTRACÇÃO E IMOBILIZAÇÃO de VÍTIMAS DI RECÇÃ O DE SERVIÇ OS DE F ORMAÇÃO MAI O de 2007

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Nestas situações a cabeça da vítima deverá ser imobilizada na posição em que foi encontrada inicialmente.

2.1- ABORDAGEM POSTERIOR COM A VÍTIMA SENTADA (fig.1)  

 

O socorrista posiciona-se atrás da vítima; As mãos abertas deverão ficar:  Palma sobre as orelhas da vítima;  Polegares na porção posterior do crânio;  Restantes dedos lateralmente na face da vítima; A pressão é aplicada de modo a manter a cabeça numa posição estável; A cabeça deverá será mobilizada pelo socorrista rodando-a lentamente, até conseguir o alinhamento (excepto se estiver contra-indicado);

Fig.1 – Estabilização posterior com a vítima sentada

2.2 - ABORDAGEM LATERAL COM A VÍTIMA SENTADA (fig.2)   

O socorrista apoia a região posterior da cabeça da vítima com uma das mãos; O polegar e o indicador da outra mão são colocados, uma de cada lado da face da vítima, imediatamente abaixo da região malar; Tem de ser mantida a pressão suficiente para suportar o peso e estabilizar a cabeça; TÉCNICAS DE EXTRACÇÃO E IMOBILIZAÇÃO de VÍTIMAS DI RECÇÃ O DE SERVIÇ OS DE F ORMAÇÃO MAI O de 2007

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Se a cabeça não está alinhada numa posição neutra o socorrista mobiliza lentamente a cabeça, até o conseguir (excepto se estiver contra-indicado);

Fig.2 – Estabilização lateral com a vítima sentada 2.3 - ABORDAGEM FRONTAL COM A VÍTIMA DE PÉ (fig.3)  

 

Posicionando-se directamente em frente da vítima, o socorrista coloca as suas mãos de ambos os lados da face desta; As mãos abertas deverão ficar:  Palma sobre as regiões malares da vítima;  5º dedo na porção posterior do crânio;  Restantes dedos lateralmente na cabeça da vítima; Tem de ser mantida a pressão suficiente para suportar o peso e estabilizar a cabeça; Se a cabeça não está alinhada numa posição neutra o socorrista mobiliza lentamente a cabeça, até conseguir o alinhamento (excepto se estiver contra-indicado);

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Nota: O socorrista também pode usar este método quando se ajoelha ao lado do tórax de uma vítima deitada em decúbito dorsal e está virado de frente para a face desta.

Fig.3 – Estabilização frontal com a vítima de pé

2.4 - ABORDAGEM COM A VÍTIMA EM DECÚBITO DORSAL (fig. 4)    

O socorrista posiciona-se atrás da cabeça da vítima, na posição de sentado ou deitado; As mãos são colocadas, uma de cada lado da cabeça da vítima, cobrindo as orelhas da vítima com as palmas da mão; Os dedos são colocados dos dois lados da face, de modo a cobrir as orelhas de ambos os lados; Os restantes dedos são colocados lateralmente na face da vítima de modo a estabilizar a cabeça, com os dedos a apontar na direcção dos pés (caudal); Os cotovelos e os antebraços devem ser apoiados no chão ou nos joelhos do socorrista, para manter suporte adicional.

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Fig.4 – Estabilização com a vítima em decúbito dorsal

3. APLICAÇÃO DO COLAR CERVICAL

Objectivos:  Manter a região cervical alinhada numa posição neutra até que a vítima esteja imobilizada com colar cervical  Escolher o colar cervical de dimensão adequada.  Colocar adequadamente o colar cervical. Indicações:  Quando há suspeita de lesão vertebro - medular Contra-indicações:  Não existem se adequadamente

a

técnica

estiver

indicada

e

for

executada

Técnica:  

São precisos 2 (dois) elementos para a correcta execução da técnica; Esta técnica deverá ser executada sempre que haja suspeita de traumatismo da coluna, após o alinhamento da cabeça e com a vítima nas posições de sentada, em pé e decúbito dorsal. O elemento nº1 fará ou manterá o alinhamento e imobilização da cabeça, com as mãos nas regiões malares e na região occipital, conforme a posição da vítima e de acordo com a situação, deixando TÉCNICAS DE EXTRACÇÃO E IMOBILIZAÇÃO de VÍTIMAS DI RECÇÃ O DE SERVIÇ OS DE F ORMAÇÃO MAI O de 2007

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liberto o pescoço, para que seja mais fácil a aplicação do colar cervical. (fig. 4)

Fig. 4 – Estabilização manual da cabeça / coluna cervical

O elemento nº2, procederá à inspecção da região do pescoço e escolhe o tamanho do colar cervical, medindo a distância do ângulo da mandíbula à base do pescoço. (fig. 5)

NOTA: Os passos da aplicação do colar dependem do tipo de colar e das suas instruções de colocação. No entanto, e sempre que possível, deve-se optar por um colar de duas peças com quatro apoios, procedendo-se primeiro ao ajuste da peça anterior do colar e de seguida, a peça posterior, fazendo então ao ajuste final.

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Fig. 5 - Escolher o Tamanho do Colar Cervical

Fig. 5.1 - Aplicar a Peça Anterior

Fig. 5.3 - Introduzir a Peça Posterior

Fig. 5.1 - Ajustar a Fita de Velcro

Fig. 5.4 - Centrar a peça Posterior

Fig. 5.5 - Apertar a Peça Posterior

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O elemento nº1 manterá sempre o alinhamento e estabilização segundo o eixo nariz, umbigo, pés durante os movimentos que for necessário realizar de seguida com a vítima. (fig. 6)

Fig. 6 – Manter o eixo nariz, umbigo, pés

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4 – ROLAMENTO Objectivos:  Mobilizar uma vítima para um plano duro, mantendo estabilização com alinhamento manual e com o mínimo movimento da coluna vertebral. Indicações: (1) – Para colocar uma vítima em cima de um plano duro ou outro equipamento que permita transportá-la. (2) – Para lateralizar uma vítima com suspeita de trauma vertebro – medular, com o objectivo de examinar a face posterior do tronco. NOTAS:    

Para realizar correctamente esta técnica são necessários 4 elementos. Devem ser evitados movimentos desnecessários. Evitar o rolamento da vítima para o lado com suspeita de lesão de extremidade. Optar pela técnica de levantamento nas vitimas em decúbito dorsal com: o Fracturas da cintura pélvica o Eviscerações o Objectos empalados

Técnica:  A técnica tem de ser adaptada de acordo com a posição em que a vítima se encontra.

4.1- VÍTIMA EM DECÚBITO DORSAL 

O elemento nº 1 coloca-se junto da cabeça da vítima, posicionando as mãos de cada lado da cabeça da vítima. A imobilização da cabeça deve ser efectuada com ambas as mãos, colocando o 2º ao 5º dedo e palmas da mão sob a região occipital e cada um dos dedos polegares na região temporo-mandibular. Deve manter ligeira tracção cefálica (com a cabeça da vitima em posição neutra) e o alinhamento da coluna cervical segundo o eixo nariz, umbigo, pés; Se a vitima estiver consciente o elemento nº 1 explica à vítima para não mover a cabeça nem o pescoço, e o procedimento que lhe vão efectuar; O elemento nº 1 pede à vítima para mover suavemente os dedos das mãos e dos pés; os braços e as pernas para determinar se a sensibilidade está conservada; TÉCNICAS DE EXTRACÇÃO E IMOBILIZAÇÃO de VÍTIMAS 12 DI RECÇÃ O DE SERVIÇ OS DE F ORMAÇÃO MAI O de 2007


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    

Enquanto mantém a tracção e o alinhamento da coluna cervical, o elemento nº 1 distribui os restantes elementos da Equipa ao longo do corpo da vitima; Elemento nº 2 – Junto da cabeça/ tórax da vitima; Elemento nº 3 – Do lado do 1º elemento, junto da crista ilíaca/membros Inferiores; Elemento nº 4 – Do lado oposto da vitima; Elemento nº 2 – retira suavemente os adereços do pescoço para que estes não interferiram com o colar cervical; Elemento nº 2 – determina o tamanho ideal do colar cervical a colocar.

Seguidamente coloca o colar cervical segundo a técnica já descrita. (fig. 7)

Fig. 7 – Manter alinhamento da cabeça e colocação do colar cervical 

 

O elemento nº 1 pede ao elemento nº 3 para alinhar os braços e as pernas da vítima ao longo do corpo, garantindo a estabilidade das cinturas escapular e pélvica; Os elementos nº 2 e 3 colocam-se do lado para onde vão rolar a vítima; Os elementos nº 2 e 3 posicionam as suas respectivas mãos ao longo do corpo da vítima, no lado oposto. O 1º elemento coloca as suas mãos ao nível do ombro e da bacia, o 2º elemento coloca as suas mãos ao nível do tórax e coxa da vítima; Os elementos nº 2 e 3 devem rolar para eles a vítima com movimentos suaves, apenas à voz de comando do elemento nº 1 (ex: à minha voz de 3 vamos rolar 1,2,3!), mantendo o alinhamento e a imobilização da coluna (nariz/umbigo/pés);

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O elemento nº 4 nesta fase da técnica deve aproveitar para inspeccionar a região dorsal da vítima. Seguidamente ajusta o plano duro á face posterior da vítima;(Fig. 8)

Fig. 8 

Os elementos nº 2 e 3 devem rolar com movimentos suaves o corpo da vítima para cima do plano duro, apenas á voz de comando do elemento nº 1 (ex: à minha voz de 3 vamos rolar 1,2,3!), enquanto o elemento nº 4 vai diminuindo a inclinação do plano até à horizontal; O elemento nº 1 deve manter a estabilização e alinhamento da coluna cervical, e à sua voz a vítima é alinhada no plano duro (para cima e para o centro); (fig. 9)

Fig. 9

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  

O elemento nº 1 deve manter a estabilização da coluna cervical enquanto são colocados os cintos pelos elementos nº 2 e 3 (tórax/bacia /coxas/tornozelos); Para a colocação dos apoios laterais de cabeça, o elemento nº 2 substitui o elemento nº 1, estabilizando a cabeça da vítima; (fig. 10) Os elementos nº 1 e 3 colocam então as respectivas fitas dos apoios, inicialmente a da região frontal e por fim a do mento (cruzadas); O Chefe de Equipa deve reavaliar a vítima (função motora e sensitiva).

Fig. 10

4.2- VÍTIMA EM DECÚBITO VENTRAL Quando a vítima se apresenta em decúbito ventral, pode ser utilizado um método de estabilização semelhante ao descrito para a vítima em decúbito dorsal:  Procede-se do mesmo modo ao alinhamento inicial dos membros inferiores;  A posição dos socorristas e a colocação das mãos também é mesma;  Também é obrigatório manter o alinhamento. Nesta situação o colar cervical só pode ser colocado depois da vítima estar colocada e alinhada sobre o plano duro e nunca antes 

Se possível, a vítima deve ser sempre rolada na direcção contrária àquela para onde a sua face inicialmente estava voltada; (Fig. 10) TÉCNICAS DE EXTRACÇÃO E IMOBILIZAÇÃO de VÍTIMAS DI RECÇÃ O DE SERVIÇ OS DE F ORMAÇÃO MAI O de 2007

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Fig.10  

 

O elemento nº 1 coloca – se à cabeça da vítima e mantém o alinhamento com estabilização em posição neutra; O elemento nº 2 ajoelha-se ao nível do tórax da vítima e agarra o ombro mais distante da vítima com uma mão e com a outra agarra o punho juntamente com a bacia da vítima; O elemento nº 3 ajoelha-se ao nível dos joelhos da vítima e com uma mão agarra o punho juntamente com a bacia e com a outra agarra os membros inferiores; (fig.11) O plano duro é colocado entre os socorristas e a vítima, apoiado no bordo lateral A porção terminal do plano duro (zona dos pés) é posicionada na região entre os joelhos e os tornozelos da vítima.

Fig. 11 TÉCNICAS DE EXTRACÇÃO E IMOBILIZAÇÃO de VÍTIMAS DI RECÇÃ O DE SERVIÇ OS DE F ORMAÇÃO MAI O de 2007

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 A vítima é lateralizada;  A cabeça da vítima roda menos do que o torso, assim, quando a vítima está deitada de lado (perpendicular ao chão), a cabeça e o tronco estão devidamente alinhadas; (fig. 12)

Fig. 12

 Quando a vítima está em decúbito dorsal sobre o plano, desliza para cima e para o lado até ao centro de plano;  Os socorristas têm de ter atenção a não puxar a vítima mas sim manter a estabilização com alinhamento em posição neutra;  Quando a vítima está correctamente posicionada sobre o plano duro, deve ser colocado o colar cervical do tamanho adequado. A vítima deve então ser imobilizada ao plano duro.

5. MACA PLUMA (“SCOOP”)

Objectivos: Conhecer os objectivos da utilização deste tipo de equipamento. Utilizar adequadamente a maca pluma.

Indicações: - Quando há suspeita de lesão vertebro-medular - Só deve ser utilizada estando a vítima em decúbito dorsal. - Não pode ser usada como maca de transporte TÉCNICAS DE EXTRACÇÃO E IMOBILIZAÇÃO de VÍTIMAS DI RECÇÃ O DE SERVIÇ OS DE F ORMAÇÃO MAI O de 2007

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-

Técnica:  São necessários 2 elementos para a correcta execução da técnica  O elemento nº 1 deve proceder ao alinhamento da coluna cervical; (fig. 13)

Fig. 13 

Os elementos nº 2 e 3 devem colocar a maca ao lado da vítima e adaptá-la à sua altura, abrindo-a e dividindo-a em duas partes; (fig. 14)

Fig. 14

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O elemento nº 2 aliviará ligeiramente o peso da vítima, rolando-a para si, de modo a facilitar a introdução da metade da maca pluma pelo terceiro elemento. Os elementos nº 2 e 3 alternam a manobra entre si de modo a se colocarem ambas as partes da maca; (Fig. 15)

Fig. 15

Os elementos nº 2 e 3 procedem ao fecho da maca, unindo-a primeiro em cima e depois junto aos pés da vítima, mantendo sempre estabilização primeiro na cintura escapular e depois na cintura pélvica; (Fig. 16)

Fig. 16

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Os elementos nº 2 e 3, pegando pelos apoios laterais e à ordem do primeiro elemento, procedem ao levantamento da vítima. (Fig. 17)

(fig. 17) 

Após a colocação da vítima no local definitivo, os elementos nº 2 e 3 abrirão a maca, começando por cima, e executando um movimento para fora e para cima retirando alternadamente as partes da maca.

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6. IMOBILIZAÇÃO EM PLANO DURO

-

Objectivos: Manter a estabilidade da coluna vertebral numa vítima com suspeita de trauma.

-

Indicações: - Quando há suspeita de lesão vertebro – medular e quando é necessário proceder à imobilização de uma vítima instável; - Deve ser utilizado apenas durante o tempo indispensável pois o seu uso prolongado provoca desconforto e leva a vítima a mobilizar-se como defesa, podendo agravar lesões.

-

Contra-indicações: - Se se tem forte suspeita de lesão na bacia, opta-se por outro meio de imobilização, por exemplo a maca de vácuo.

Técnica: A base do imobilizador de cabeça deve estar previamente colocado no plano duro; (fig. 18) Antes da colocação dos estabilizadores laterais devem ser ajustados os cintos; Proceder à fixação do corpo de vítima ao plano, utilizando no mínimo três cintos no plano duro.

 

Fig. 18

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O 1º elemento deve proceder ou manter o alinhamento da coluna cervical; (fig. 19)

Fig. 19 

O 2º elemento se a técnica ainda não estiver executada coloca o colar cervical;

Este elemento coloca seguidamente o cinto do tórax e depois o cinto da região pélvica de forma a não permitir qualquer movimento longitudinal ou lateral; (fig. 20)

Fig. 20 

O passo seguinte é a colocação dos imobilizadores de cabeça.

O 2º elemento substitui o 1º no alinhamento da coluna cervical, aplicando a mão aberta em chave polegar indicador, sob o maxilar inferior, juntamente com o colar cervical, exercendo pressão no sentido do plano e para cima; (fig. 21)

O primeiro elemento aplicará as almofadas, lateralmente, ajustadas ao crânio, fazendo encaixar as orelhas da vítima nos orifícios existentes; TÉCNICAS DE EXTRACÇÃO E IMOBILIZAÇÃO de VÍTIMAS DI RECÇÃ O DE SERVIÇ OS DE F ORMAÇÃO MAI O de 2007

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Fig. 21 

Fig. 22

Este elemento procede, de seguida, à colocação dos fixadores, primeiro o do frontal que prende na parte lateral inferior das almofadas, depois o do mento, cruzando com o primeiro para fixação superior; (fig. 22)

Fig. 23 

Finalmente são fixadas as pernas imediatamente abaixo do joelho e acima do tornozelo devendo os espaços livres ser almofadados de modo a que a vitima não se mobilize nem deslize; (fig. 23)

6.1 – IMOBILIZAÇÃO COM CINTO TIPO ARANHA (“spider”)      

Para a colocação deste cinto ajustam-se primeiro os cintos torácicos, em simultâneo de cada lado; De seguida ajustam-se os cintos pélvicos e cintos dos ombros; Colocam-se então os estabilizadores laterais de cabeça; No final ajustam-se os cintos dos membros; O cinto terminal deve ser ajustado de forma a juntar os pés; Na suspeita de lesão na cintura escapular os cintos dos ombros são colocados após os estabilizadores de cabeça. TÉCNICAS DE EXTRACÇÃO E IMOBILIZAÇÃO de VÍTIMAS DI RECÇÃ O DE SERVIÇ OS DE F ORMAÇÃO MAI O de 2007

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6.2 – MANTER ALINHAMENTO EM POSIÇÃO NEUTRA

  

-

Objectivos: Proceder ao acolchoar/almofadar da vítima para manter o alinhamento em posição neutra.

-

Indicações: Quando há necessidade devido à anatomia da vítima.

-

Técnica

Proceder à colocação de uma almofada, lençol dobrado ou qualquer outra estrutura de modo a manter o alinhamento em posição neutra. Deverá ser uma estrutura pouco depressível de modo a não ceder ao peso do corpo. Quando existe necessidade de proceder a este acolchoamento, deve utilizar-se a altura necessária para manter o alinhamento da abertura do pavilhão auricular com o topo do ombro, com a vítima em decúbito dorsal e a face centrada na linha média. (fig. 24)

Fig. 24

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7. COLETE DE EXTRACÇÃO

Objectivos: Proceder à extracção dum vítima com suspeita lesão vertebro - medular, mantendo a protecção, imobilização e estabilização da coluna vertebral;

Indicações: Quando há necessidade de proceder à extracção de uma vítima sentada, com suspeita de lesão vertebro - medular

Contra-indicações: Vítima numa posição em que a colocação do colete obrigue a uma mobilização desnecessária. -

Técnica:

A vítima já se encontra com o Colar Cervical, mantendo um elemento a imobilização e o alinhamento segundo o eixo Nariz, Umbigo, Pés.   

São necessários três elementos para a correcta execução desta técnica; Abre-se o colete guardando os fixadores da cabeça e a almofada em local propício à sua próxima utilização; Segura-se o colete, à frente do nosso corpo, pelas "abas inferiores", apanhando conjuntamente os cintos dos membros inferiores, entretanto desprendidos dos seus locais de fixação, uma de cada um dos respectivos lados. (fig. 25)

Fig. 25

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 

A Estabilização inicial deve ser feita de fora do carro pelo Chefe de Equipa, possibilitando a entrada do 2º elemento para trás da vítima; A vítima sentada deve ser então alinhada segundo o eixo nariz – umbigo – pés, mantendo o suporte do peso da mesma agarrando pelas axilas pelo 3º elemento; (fig. 26)

Fig. 26 

Introduz-se lateralmente o colete de extracção, fazendo-o deslizar pelas costas da vítima para que as abas e os cintos passem para o outro lado; (fig. 27)

Fig. 27

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Ajustam-se primeiro as abas às axilas e ao tórax e centra-se o colete em relação à vítima; (fig. 28)

Fig. 28 

Fixa-se primeiro o cinto do meio e de seguida o cinto inferior. (fig. 29)

Fig. 29 

O ajustamento inicial faz-se segurando o cinto a meio com uma mão e traccionando com a outra na parte do cinto logo a seguir ao fecho, sempre com atenção a possíveis lesões da vítima nesta área do corpo. (fig. 30)

Fig. 30 TÉCNICAS DE EXTRACÇÃO E IMOBILIZAÇÃO de VÍTIMAS DI RECÇÃ O DE SERVIÇ OS DE F ORMAÇÃO MAI O de 2007

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O elemento que está a estabilizar a cabeça é substituído pelo Chefe de Equipa para permitir o ajuste das abas superiores; (fig. 31)

Fig. 31 Se necessário, na região cervical coloca-se a almofada, por forma a preencher a curvatura cervical e coloca-se no espaço entre o colete de extracção e a Coluna Cervical antes da colocação dos fixadores. 

Proceder, de seguida, à colocação dos fixadores, colocando primeiro o do frontal e depois o do mento, cruzando com o primeiro; (fig. 32)

Fig. 32 TÉCNICAS DE EXTRACÇÃO E IMOBILIZAÇÃO de VÍTIMAS DI RECÇÃ O DE SERVIÇ OS DE F ORMAÇÃO MAI O de 2007

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Colocam-se de seguida os cintos dos membros inferiores por baixo das raízes das coxas no sentido do meio destas, fazendo-as deslizar até ao local correcto, com movimentos em serra, para depois, passando por cima da outra coxa, prenderem no encaixe dos cintos que se encontram nas abas contra laterais. (fig. 33)

Fig. 33 Fixa-se de seguida o cinto superior do tórax. (fig. 34)

Fig. 34 

Por fim, segurando sempre antes do fecho com uma mão e traccionando com a outra na parte a seguir àquele, ajustam-se todos os cintos.

8. REMOÇÃO DE VÍTIMAS COM COLETE DE EXTRACÇÃO

Após a aplicação correcta do Colete de Extracção inicia-se a remoção da vítima, mantendo a imobilização e o alinhamento segundo o eixo Nariz, Umbigo, Pés. 

Um elemento manterá a imobilização e o alinhamento da vítima, segundo o eixo Nariz, Umbigo, Pés e, com a ajuda das pegas traseiras, comandará a rotação, da forma combinada entre os TÉCNICAS DE EXTRACÇÃO E IMOBILIZAÇÃO de VÍTIMAS 29 DI RECÇÃ O DE SERVIÇ OS DE F ORMAÇÃO MAI O de 2007


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executantes sob o comando daquele que está à cabeça, para que se proceda à remoção.  Enquanto um outro elemento segurará os membros inferiores da vítima sempre flectidos até que possam ser aliviados os cintos.

Fig. 35 

Conforme as circunstâncias, ou as dificuldades de espaço ou outras, pode retirar-se a vítima pela traseira da viatura, por um lado ou pelo outro (ex: portas), com a ajuda de um plano duro ou pela frente em "cadeira" (i.e. uma mão agarra a pega lateral e a outra na coxa da vítima - pelo menos dois executantes). (fig. 35) Um outro elemento apoia o Plano Duro, enquanto os restantes rodam, colocam e deslocam/deslizam a vítima sobre o plano duro. (fig. 36)

Fig. 36

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São nesta altura soltos os cintos dos membros inferiores e, após alinhar a vítima, alarga-se o cinto superior (tórax). (fig. 37)

Fig. 37 9 – EXTRACÇÃO RÁPIDA

Objectivos: - Estabilização manual duma vítima com lesões críticas, antes e durante a sua mobilização (estando na posição sentada).

Indicações: - Para extracção de vítimas cujo exame primário revela lesões críticas que colocam a vítima em perigo de vida; - Quando a zona do acidente é insegura e claramente perigosa para a vitima e o socorrista, necessitando extracção rápida; - Quando a vítima tem de ser extraída rapidamente para permitir o acesso ao outra vítima mais grave. Contra-indicações: - Não deverá nunca ser usada por “escolha” ou “preferência” do socorrista, mas apenas pelos critérios mencionados nas indicações da técnica. TÉCNICAS DE EXTRACÇÃO E IMOBILIZAÇÃO de VÍTIMAS DI RECÇÃ O DE SERVIÇ OS DE F ORMAÇÃO MAI O de 2007

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9.1- COM UM SOCORRISTA (CHAVE DE RAUTEK) -

Indicações: As descritas no ponto 10 (extracção rápida), tendo indicação apenas quando o socorrista está sozinho e exista perigo evidente para a vítima.

-

Técnica: A técnica depende da posição da vítima

- VÍTIMA SENTADA  

Na vítima sentada o elemento que vai aplicar a técnica deverá colocarse lateral à vítima, olhando na mesma direcção; O seu membro superior do lado do acidentado entrará por trás do ombro mais afastado da vítima. Passará por baixo da axila e fixará as mãos agarrando os dois punhos do acidentado. (Quando não é possível fixar a desta forma, fixa apenas no punho contra lateral da vítima, ou no outro punho, ou no cinto, ou em vestuário...). (fig. 38)

Fig. 38 

O seu outro membro superior entrará, também, por trás do outro ombro da vítima passará por baixo da axila e subirá para fixar a Coluna Cervical e a Cabeça contra o seu corpo, com a mão aberta em chave polegar indicador, aplicada por baixo do maxilar inferior; (fig. 39)

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Fig. 39 

O socorrista retirará então o acidentado apoiado contra o seu corpo, sem perder a atenção à coluna cervical, fazendo-o deslizar e colocando-o no solo ou sobre um plano duro; (fig. 40)

Fig. 40

Fig. 40.1

Fig. 40.2

Fig. 40.3

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9.2 - TRÊS OU MAIS SOCORRISTAS - Técnica  

Em primeiro lugar é iniciada a estabilização com alinhamento manual da cabeça e pescoço; Esta estabilização é mais bem sucedida se o socorrista consegue ter acesso à vítima pelo banco de trás. Se tal não for possível, deverá colocar-se lateralmente; (fig. 41)

Fig. 41 

Quando através duma destas abordagens a cabeça e o pescoço da vítima são trazidos para a posição neutra, é rapidamente colocado o colar cervical do tamanho adequado; (fig. 42)

Fig. 42   

Uma maca com o plano duro em cima deve ser aproximada da porta do veículo; Enquanto a estabilização manual é mantida, o tronco da vítima (porção superior e inferior) e os membros inferiores são controlados; A vítima é rodada efectuando uma série de pequenos movimentos controlados, até que a estabilização manual já não se possa continuar a ser mantida nessa posição; (fig. 43) TÉCNICAS DE EXTRACÇÃO E IMOBILIZAÇÃO de VÍTIMAS DI RECÇÃ O DE SERVIÇ OS DE F ORMAÇÃO MAI O de 2007

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Fig. 43  

Os dois socorristas colocam-se um de cada lado da vítima e viram-se da direcção desta; Um terceiro socorrista aproxima-se pelo exterior do veículo e assegura o controle da estabilização manual; (fig. 44)

Fig. 44  

  

O socorrista que estava no banco de trás, sai do carro e assegura o controle da porção inferior do tronco e dos membros inferiores; A rotação da vítima é continuada até que a vítima possa ser descida para fora do veículo através da porta aberta e colocada sobre o plano duro; O plano é colocado com a porção terminal (zona dos pés) em cima do assento do veículo e com a porção superior (da cabeça), o mais elevada possível; Se a maca não consegue ser trazida até junto do veículo, outro socorrista terá de segurar firmemente o plano; Enquanto o tronco da vítima é descida para cima do plano, mantém-se o controlo do tórax, da região pélvica e dos membros inferiores; A vítima é deslizada ao longo do plano; (fig. 45)

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Fig. 45 

 

O socorrista que mantém a estabilização manual tem de estar atento para não puxar a vítima mas apenas apoiar e manter a estabilização da cabeça e do pescoço; Após a colocação da vítima sobre o plano, esta deve ser imobilizada ao plano duro e este à maca; Se não existem condições de segurança no local a vítima deve ser deslocada para uma zona segura, sem ser segura ao plano, nem este à maca.

NOTA: Este método representa apenas um exemplo de extracção rápida. De acordo com as circunstâncias do local podem ser modificados estes passos desde que se mantenha o principio de “manter a estabilização manual sem interrupção ao longo de toda extracção, e mantendo toda a coluna vertebral alinhada e sem efectuar movimentos indesejados”. Três pontos fundamentais para a extracção rápida com sucesso: 

Um dos socorristas tem de manter a estabilização da cabeça e do pescoço permanentemente, outro roda e estabiliza a porção superior do tronco e o outro tem de controlar a porção inferior do tronco, região pélvica e membros inferiores; É impossível manter o alinhamento e a estabilização manual se se tenta mover a vítima num movimento só. Cada movimento deve ser de pequena amplitude e controlado, parando para reposicionar e para preparar o movimento seguinte. A pressa pode causar atrasos e movimento da coluna; Cada situação e cada vítima podem requerer adaptação destes princípios. Esta técnica só pode decorrer com eficiência se for previamente praticada. Cada socorrista deve saber os movimentos que vão ser executados pelos outros.

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10. REMOÇÃO DO CAPACETE

Objectivos:  Permitir a avaliação ABCDE;  Estabilização da coluna cervical;  Permitir acesso á via aérea. Técnica:   

Para realizar correctamente esta técnica são necessários 2 elementos, que obrigatoriamente a saibam executar; Devem ser evitados movimentos desnecessários e bruscos; Antes da colocação do colar cervical, o elemento responsável deve avaliar a região cervical da vítima, no seu aspecto antero-lateral e deve também avaliar e pesquisar qualquer deformação ou hipersensibilidade da coluna cervical (inspecção / palpação); O elemento nº 1 imobilizará o capacete da vítima, colocando as suas mãos lateralmente, no capacete, possibilitando a abertura da viseira mas impedindo os movimentos da cabeça; (fig. 46)

Fig. 46  

O elemento nº 2, abre a viseira, se estiver fechada, na procura de objectos empalados ou que façam obstrução mecânica da via aérea; De seguida corta/abre o aperto do capacete (fita do queixo) e colocando-se na melhor posição, lateralmente, e olhando para a face da vítima, aplicará as mãos abertas em chave polegar indicador, uma sob o Maxilar Inferior e a outra em posição oposta na Região Occipital, a fim de fazer a imobilização possível da Cabeça e da Coluna Cervical; (fig. 47) TÉCNICAS DE EXTRACÇÃO E IMOBILIZAÇÃO de VÍTIMAS DI RECÇÃ O DE SERVIÇ OS DE F ORMAÇÃO MAI O de 2007

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Fig. 47 NOTA: Se a vítima é encontrada em decúbito ventral e se a coluna cervical não estiver alinhada, a fim de não causar ou piorar qualquer lesão, o alinhamento definitivo da vítima tendo como pontos de referência nariz – umbigo – pés só será completado após a remoção do capacete seguido do rolamento. 

O primeiro elemento, abrindo lateralmente o capacete retirá-lo-á, com muito cuidado, com movimentos suaves mas firmes, oscilando o capacete no seu eixo antero / posterior. É fundamental o aviso sobre a saída do capacete pois o outro elemento deverá estar preparado para o ressalto final e para suportar o peso da cabeça. (fig. 48)

Fig. 48 

Este primeiro elemento, aplicando lateralmente à cabeça da vítima as mãos abertas também em chave polegar indicador, com os dedos polegares nas regiões malares e os indicadores na região occipital, TÉCNICAS DE EXTRACÇÃO E IMOBILIZAÇÃO de VÍTIMAS DI RECÇÃ O DE SERVIÇ OS DE F ORMAÇÃO MAI O de 2007

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ou em posição inversa, ou intermédia conforme a posição da vítima, substituirá o segundo elemento na imobilização da Coluna Cervical. (fig. 49)

Fig. 49

NOTA: Neste ponto da aplicação da técnica o posicionamento e a colocação das mãos, devem prever a aplicação de outras técnicas (Ex. rolamento) quando a vítima não se encontra em decúbito dorsal. 

Quando a vítima assume o decúbito dorsal, deverá proceder-se ao alinhamento definitivo, tendo como pontos de referência o Nariz – Umbigo – Pés.

O segundo elemento procederá então à aplicação do colar cervical.

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11- IMOBILIZAÇÂO VERTICAL

Objectivos: Imobilizar completamente uma vítima em posição ortostática (de pé), mantendo a cabeça e o pescoço alinhados numa posição neutra, minimizando o risco de lesões adicionais. Indicações: Para imobilizar a coluna vertebral numa vítima de trauma que está de pé (podendo até estar a andar), mas em que há suspeita de lesão vertebro - medular. 

  

Técnica:

A estabilização com alinhamento manual é efectuada abordando a vítima pela frente, estabilizando a cabeça e explicando à vitima os procedimentos que irão ser executados; Enquanto se procede à estabilização com alinhamento manual, um colar cervical de tamanho adequado deve ser aplicado; Os dois socorristas colocam-se um de cada lado da vítima e viram-se da direcção desta; Cada socorrista coloca a sua mão que está mais perto da vítima debaixo da axila desta e segura o orifício do plano duro que está mais perto; (fig. 50)

Fig. 50

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A outra mão é colocada com os dedos abertos e a palma da mão de encontro à face da vítima. (fig. 51)

Fig. 51   

Cada socorrista faz igual pressão para dentro (um na direcção do outro), de modo a manter a estabilização manual. A vítima é descida até ao chão, juntamente com o plano duro; Os dois socorristas têm de trabalhar em simultâneo durante este movimento para assegurar a máxima estabilização manual; (fig. 52)

Fig. 52 

Quando a vítima e o plano estão no chão, a estabilização com alinhamento manual é mantida, com a chave polegar, indicador no maxilar inferior e é colocado o colar cervical de tamanho adequado; Seguidamente a vítima é segura ao plano duro com os cintos e estabilizadores laterais. TÉCNICAS DE EXTRACÇÃO E IMOBILIZAÇÃO de VÍTIMAS DI RECÇÃ O DE SERVIÇ OS DE F ORMAÇÃO MAI O de 2007

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12. – TRANSPORTE DE DOENTES

12.1 – EM MACA DE VÁCUO Objectivos: No final o formando será capaz de:  Listar e descrever os objectivos da utilização deste tipo de equipamento;  Listar e descrever indicações, características e técnica da utilização da maca de vácuo. NOTAS: - A maca de vácuo permite a imobilização da vítima com a coluna vertebral protegida; - A maca de vácuo permite retirar vítimas de locais apertados; - Mantendo a imobilização da coluna a maca de vácuo permite voltar a vítima de lado, em bloco, evitando assim uma aspiração de vómito; - Idealmente deve ser colocado por debaixo da maca de vácuo para conferir maior estabilidade.

Técnica: Neste tipo de equipamento a vítima encontra-se totalmente imobilizada e com a coluna vertebral protegida. Este equipamento ainda permite o retirar de vítimas de locais apertados pois permite o transporte, por breves instantes, com a vítima na posição vertical. Em caso de vómito, este equipamento permite voltar a vítima de lado em bloco, mantendo a imobilização da coluna, evitando assim uma aspiração de vómito. 1 - A Maca de vácuo, previamente estendida e distribuindo de forma equilibrada o seu conteúdo, depois de nela ser colocada a vítima, com ou sem Colete de Extracção, deverá ser ajustada com cuidado, com atenção às zonas a imobilizar, à cabeça, aos membros inferiores e aos membros superiores que não devem ficar de fora. 2 - Extrai-se de seguida o ar da maca de vácuo, com a ajuda do aspirador ou com a bomba própria, mantendo o ajustamento cuidado, após o que se podem aliviar os cintos do colete de extracção, se for o caso. TÉCNICAS DE EXTRACÇÃO E IMOBILIZAÇÃO de VÍTIMAS DI RECÇÃ O DE SERVIÇ OS DE F ORMAÇÃO MAI O de 2007

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12.2- NO PLANO DURO

Objectivos No final da sessão o formando será capaz de:  Listar e descrever os objectivos da utilização deste tipo de equipamento;  Listar e descrever indicações, características e técnica da utilização do plano duro com estabilizadores de cabeça. Técnica Este equipamento constitui um óptimo auxiliar para remover vítimas de viaturas ou de locais onde não é possível efectuar um levantamento para uma maca de vácuo. Se necessário a vítima poderá seguir em plano duro com estabilizadores da cabeça, até ao hospital, mantendo sempre a imobilização cervical, devendo ser fixados os cintos do Plano Duro e ou ajustados e fixados os cintos da Maca da Ambulância.  Centrar a vítima no plano duro;  Colocar os estabilizadores de cabeça;  Proceder à colocação dos cintos. Não esquecer que a vítima no plano duro, consegue escorregar para um lado e para o outro pelo que, o transporte terá de ser muito suave para não agravar lesões. NOTA: Não é aconselhado o transporte de vítimas com suspeita de Fractura da Bacia, devendo-se optar pela Maca de Vácuo.

12.3- MUDANÇA NO HOSPITAL

NOTA: Uma vítima poderá ser sujeita a RX na Maca de vácuo, plano duro e ou no Colete de Extracção.

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Técnica  A vítima deve ser mudada na Maca de vácuo, ou no Plano Duro, da maca da Ambulância para a maca Hospitalar, que terá de ser leito duro.  Antes de retirar a vítima da Maca de vácuo, ou do Plano Duro, no Hospital, devem reajustar-se os cintos do Colete de Extracção, se for esse o caso.  Com atenção ao tipo de imobilização que foi feita e mantendo o apoio da Cabeça e Coluna para retirar o Plano Duro aplica-se a técnica de levantamento.  De igual forma, com atenção ao tipo de imobilização que foi feita e mantendo o apoio da Cabeça e Coluna também através da aplicação da técnica de Levantamento, após abrir a válvula, a fim de que o ar entre, pode retirar-se a Maca de vácuo.  Também o Colete de Extracção, após libertar os cintos, remover os fixadores da cabeça e a Almofada, com atenção ao tipo de imobilização que foi feita e mantendo o apoio da cabeça e coluna pode ser retirado, lateralmente, para a parte superior, segurando juntamente todas as extremidades dos cintos, no mesmo lado e através da aplicação da técnica de Levantamento.  Mantendo o alinhamento e estabilização manual pode trocar-se o Colar Cervical.

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