NOTA DE ABERTURA
Numa altura onde se acentua uma crise económica severa com repercussões no sector da construção, as obras de pequena dimensão e de reabilitação afiguram-se como fundamentais para a sustentabilidade do sector no nosso país. Passar da realidade da última década, caracterizada pela construção nova e em massa, para esta nova realidade, exige a adaptação das empresas, técnicos e demais actores aos desafios que estas obras apresentam. É neste contexto de aparente adversidade que Em OBRA,a
Paulo Fernandes Prof. Coordenador do DEC ESTG-IPLeiria
revista técnica que ora se dá a conhecer, se assume como um instrumento prático de apoio à construção e a todos os intervenientes que actuam no sector, proporcionando-lhes o conctato com novos produtos, equipamentos, tecnologias e soluções. A todos aqueles que a partir de hoje vão contribuir para este propósito, leitores, colaboradores, empresas, anunciantes e técnicos, a Em OBRA dá as boas vindas e agradece.
FICHA TÉCNICA COORDENAÇÃO Carla Silva carla.silva@engenhoemedia.pt
COMUNICAÇÃO E PUBLICIDADE Rita Ladeiro r.ladeiro@engenhoemedia.pt
REDAÇÃO Joana Correia redaccao@engenhoemedia.pt
GRAFISMO Ana Pereira ana.pereira@engebook.com
ASSINATURAS assinaturas@engenhoemedia.pt www.engenhoemedia/obra
PROPRIEDADE Engenho e Media, Lda Praça da Corujeira, 38 4300-144 PORTO Tel. +351 225 899 625 Fax +351 225 899 629 info@engenhoemedia.pt www.engenhoemedia.pt
TIRAGEM 8000 exemplares
ISSN 2182-3707
COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Benjamín González Filipe Pereira Hugo Marques José Vaz Pinto Manuel Duarte Pinheiro Paulo Fernandes Ricardo Figueira
2 8 12 16 22 24 28 32 36 38 44 48 56 58
Caixilharia e Vidros Revestimentos de Protecção Equipamentos e Máquinas para Construção Fachadas Impermeabilização Isolamentos Sanitários Sistemas Construtivos Sistemas de Acesso, Limpeza e Manutenção Software Construção em Madeira Construção Sustentável Energias Renováveis Reabilitação
Dicas e Soluções
Caixilharia: as melhores opções para uma casa mais sustentável
Com tantas soluções de caixilharia no mercado, actualmente, é normal que surja alguma confusão quando se pensa em qual escolher para colocar na nossa habitação. A escolha do melhor material e do vidro mais adequado a colocar nas janelas é fundamental para obter o melhor isolamento térmico e acústico possível.
Materiais: madeira, alumínio e PVC A madeira, o alumínio e o PVC são os materiais mais utilizados
Comparando os três materiais, tendo em conta janelas de
para a caixilharia. Contudo, também existem outras alternati-
vidros duplos com vidros de 6 e 4 mm e uma caixa de ar entre
vas como o ferro e o bronze. Existem também, actualmente,
eles de 12 mm, a madeira e o PVC apresentam desempenho
algumas soluções no mercado que conjugam alguns dos
muito semelhantes e mais eficientes do que o alumínio quando
materiais mais correntes, como por exemplo o caixilho
se fala de isolamento térmico. Em caixilharias exteriores,
de madeira revestido a alumínio no exterior.
obtém-se maior protecção do interior relativamente às variações climáticas exteriores com a madeira e o PVC. Mas no que toca ao isolamento acústico, o PVC é o material que apresenta melhores índices, embora a madeira e o alumínio não lhe fiquem muito atrás.
Vidros Grande parte do desempenho acústico e térmico de uma janela é baseado no tipo de vidro e na transmissão térmica e
Gás que circula entre vidros
acústica dos perfis. A escolha do vidro adequado é, portanto,
Outro aspecto que irá afectar o desempenho do
fulcral. Uma superfície pode ser constituída por vidro duplo
vidro é o gás que preenche o espaço interior entre
ou simples.
as folhas de vidro (câmara de ar). Embora muitas janelas tenham ar normal na câmera de ar , algumas
Ao contrário da percepção de muitas gente, a espessura dos
são preenchidas com gás Argon e, em alguns casos,
vidros não é um factor muito determinante para o isolamento
com gás Krypton. O Argon é mais pesado que o ar e é
de uma janela. É verdade que quanto maior for a espessura
bombeado entre os dois painéis de vidro antes de ser
das folhas de vidro, mais resistentes são mecanicamente,
selado, o vai aumentar a eficiência da janela. O Kryp-
mas o isolamento acústico e térmico não irá ter alterações
ton tem um desempenho ainda melhor do que Argon,
significativas.
mas os benefícios não superam normalmente o custo
Vidro duplo Vs Vidro simples
associado ao Krypton, que é quase 1000 vezes mais caro do que o Argon.
O princípio do vidro duplo permite obter um melhor isolamento e consiste em encerrar uma câmara de ar de modo a limitar as
A câmara de ar entre os painéis de vidro também tem
trocas térmicas por convenção e aproveitar e baixa condutivida-
um grande efeito sobre o desempenho acústico do
de térmica do ar. É notória a diferença em termos de comporta-
caixilho. Ar é um isolante fantástico em determinadas
mento térmico entre um vidro simples e um vidro duplo de baixa
circunstâncias, e quanto maior o espaço entre os dois
emissividade com gás árgon. O segundo consegue economizar
painéis de vidro, melhor o desempenho.
energia até 80% quando comparado com o vidro simples. 2 » em obra » OUT. | NOV. | DEZ. 2011
CAIXILHARIA E VIDROS
Vidro Duplo O vidro duplo também não é todo igual. Pode-se escolher entre um vidro emissivo ou Low-E, vidro temperado e vidro http://bespoke-ready-made-aluminium-products.co.uk/category/aluminium-glazing-channels-2/
laminado. Igualmente importante é o gás que está ente as duas folhas de vidro.
Vidro baixo emissivo ou Low-E Este é o tipo de vidro mais utilizado em edifícios residenciais. É produzido pela adição de um revestimento especial para vidro transparente, melhorando o desempenho térmico. Estes revestimentos ajudam a manter o calor no inverno e a “expulsá-lo” no verão. Contudo, não é necessário que ambas as folhas de vidro sejam revestidas para baixa emissão, pois, não iriam ter um comportamento diferente do que têm quando apenas uma delas é revestida.
Vidros temperados O vidro temperado passa por um processo de fabrico denominado de têmpera, em que uma folha de vidro normal é submetida a elevadas temperaturas (aproximadamente 600º) e depois arrefecido controladamente. Após este processo, o vidro já não pode ser cortado ou partido, se existir necessidade de executar furos para aplicação de ferragens, estas terão de ser efectuadas antes do processo de têmpera. O processo de têmpera oferece-lhe uma rigidez e resistência mecânica superior e, na eventualidade de quebra, este irá estilhaçar-se em pequenos pedaços, baixando assim a probabilidade de causar ferimentos.
Vidro laminados Um vidro laminado oferece uma segurança superior a um http://www.gulf-group.ae/vetrotech.php?a=contraflam
vidro temperado, apesar de ser menos resistente mecanicamente. O fabrico deste vidro consiste na composição de duas placas de vidro que são unidas por uma película intermédia de PVB (Polivinil Butiral). Quando quebra, os estilhaços ficam presos nesta película eliminando o risco de ferimentos. Esta película além de oferecer grandes vantagens a nível de isolamento acústico e térmico, pode ser fabricada com variadas cores, e até mesmo impressa. O mercado mais comum deste tipo de vidro é o ramo automóvel, na fabricação de vidros de pára-brisas.
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Ficha de Produto
Vidros curvos e Planos especiais Vidros CRIMETAL malhas metálicas e tecidos decorativos
Vidrio
Vidrio
Intercalario de seguridad
Intercalario de seguridad
Tejido
Tejido
Vista Exterior
Vista Interor
Obras realizadas
Tróia Design Hotel, Lisboa.
Casa da Música, Porto.
Vidros de Controlo Solar transparente CRUISUNID Califórnia
Vidros curvados CRISUNID
Representada por: www.pentagonal.com | pentagonal@pentagonal.com | Telf: 21 710 07 80 | Fax: 21 711 31 03
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CAIXILHARIA E VIDROS
Ficha de Produto
Sistema de guardas e balaustradas para vidro e aço inox
Sistema Easyglass System SLIM – maior transparência
Sistema Model 0760 – Adaptadores de vidro
Representada por: www.pentagonal.com | pentagonal@pentagonal.com | Telf: 21 710 07 80 | Fax: 21 711 31 03 OUT. | NOV. | DEZ. 2011 »
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CAIXILHARIA E VIDROS
Ficha de Produto
Sistema de Fachada Vidro Exterior Agrafado (VEA) Sistemas de Fachadas e cobertura em Vidro Exterior Agrafado
Sistemas Rótulas Fitechnic®
Representada por: www.pentagonal.com | pentagonal@pentagonal.com | Telf: 21 710 07 80 | Fax: 21 711 31 03
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Produtos
Revestimentos de protecção - CIN
C-Cryl® W700 HB (12-700) Revestimento acrílico aquoso para protecção de estruturas de
da Norma NP EN 1504-2, no que se refere à protecção contra o
betão armado.
ingresso de agentes agressivos no betão, como a impermeabilidade à água, ao dióxido de carbono e com excelente permeabili-
Devido a uma aposta constante na investigação e desenvolvimen-
dade ao vapor de água. Outra das características muito relevantes
to de produtos inovadores, a CIN patenteou este revestimento
é a sua muito baixa permeabilidade aos cloretos (difícil de obter
(Patente Portuguesa nº 103 563 / Patente Espanhola nº 23151.88)
em tintas aquosas), tornando-a uma mais-valia em situações de
e um equipamento (Patente n. 103 373) que permite determinar
proximidade do mar. Está ainda classificado como acabamento
a permeabilidade dos revestimentos ao dióxido de carbono. O
ignífugo de baixa emissão de fumo, classificação B-s1 d0, segun-
C-Cryl® W700 HB cumpre com todos os requisitos obrigatórios
do a Norma Europeia 13501-1:2002.
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REVESTIMENTOS DE PROTECÇÃO
Produto com MARCAÇÃO CE segundo o SISTEMA DE ATESTAÇÃO DE CONFORMIDADE 2+. A atribuição da marcação CE neste produto é
permitindo a sua livre circulação no Espaço
a evidência dada pela CIN de que este produto
Económico Europeu.
está conforme com as disposições das Directivas Comunitárias dos Produtos de Construção
A Norma Europeia EN 1504-2 “Produtos e siste-
que lhes são aplicáveis (Directiva 89/106/CEE,
mas para a protecção e reparação de estruturas
alterada pela Directiva 93/68/CEE e transposta
de betão” determina os requisitos mínimos para
para o direito interno pelo Dec. Lei 4-2007),
os produtos de protecção superficial do betão.
CIN Protective Coatings com novo site
A CIN lança o novo site - www.cinprotective.cin.pt – dedicado
os produtos, manuais e esquemas de pintura, bem como nor-
ao segmento de Protective Coatings, uma área de negócio do
mas e certificados.
grupo em expansão. Com uma tão vasta área de aplicação, os produtos Protective Este novo espaço apresenta as diferentes aplicações de
Coatings estão presentes em algumas das mais prestigiadas
Protective Coatings, que vão da energia aos grandes edifícios,
e emblemáticas obras da Península Ibérica, como é o caso do
passando por pontes, indústrias – seja petroquímica, papeleira
aeroporto de Barajas (Madrid), aeroporto Francisco Sá Carnei-
ou cimenteira - tank lining, águas e protecção passiva ao fogo.
ro (Porto), o palácio das Artes, em Valência, a ponte móvel de
Neste site também é possível encontrar informações sobre
Leixões e a ponte D. Maria, ambas no Porto. OUT. | NOV. | DEZ. 2011 »
em obra » 9
REVESTIMENTOS DE PROTECÇÃO
Mais um passo rumo à inovação
CIN lança nova tinta para interior de depósitos de produtos alimentares A CIN apresenta um novo produto para a pintura do interior de
aposta na inovação dos seus produtos de modo a oferecer aos
depósitos de produtos alimentares. Chama-se C-Pox TL790
clientes soluções verdadeiramente inovadoras”.
®
FG e é indicado para revestir o interior de tanques de água potável, de cubas de vinho e de depósitos de sumos.
C-Pox® TL790 FG é um produto aprovado pela OTEC, laboratório reconhecido na avaliação dos limites de migração global
C-Pox TL790 FG é um produto que cumpre com as exigências
e específica de produtos para contacto alimentar. É, também,
do novo Regulamento Europeu n.º 10/2011, que estabelece
aprovado pela Escola Superior de Biotecnologia da Universida-
normas específicas de segurança a aplicar na utilização de
de Católica Portuguesa, autora de ensaios organolépticos com
materiais e objectos que estarão em contacto com os géneros
água potável, e pelo IVDP - Instituto do Vinho do Douro e do
alimentícios. Fernando Ramos, gestor do produto, afirma que
Porto, autor de ensaios organolépticos com vinhos correntes e
“com o lançamento desta solução a CIN atesta, mais uma vez, a
licorosos (ex: Vinho do Porto).
®
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Produtos
Equipamentos e máquinas - Manitou Novo empilhador telescópico MT 625 Este recente empilhador foi concebido para responder às condições de trabalho mais exigentes (estaleiros estreitos e com pouco espaço livre, parques de estacionamento, estaleiros de renovação ou reabilitação, locais de manutenção, etc.). O MT 625 distingue-se pela simplicidade, compacidade e eficácia.
SIMPLICIDADE para facilitar o controlo pelos operadores.
EFICÁCIA para ser produtivo
O MT 625 permite que o operador comece a trabalhar em
O MT 625 possui uma capacidade nominal de 2,5 toneladas
10 segundos. Pode ser utilizado por todos (de forma ocasio-
e uma altura de elevação de 5,85 m.O operador pode colocar
nal ou regular) pois está equipado com a alavanca JSM® que
uma palete de 2 toneladas a 5,85 m de altura, o que equivale a
possui um controlo intuitivo. A JSM® permite ao operador
posicionar uma palete no primeiro andar de um edifício. Pode
manter sempre uma mão no volante.
também colocar uma carga de 1,2 t a 2,55 m à frente das rodas. O mais recente dos empilhadores telescópicos compactos da
O painel de instrumentos com visualização digital fornece
Manitou concilia rapidez de execução e segurança graças à tec-
acesso a uma leitura directa das seguintes informações:
nologia da sua transmissão hidrostática com regulação electróni-
contador horário, nível de combustível, lembrete automático
ca. Isto assegura uma maior reactividade na fase de aceleração e
dos intervalos de manutenção e visualização dos códigos de
uma travagem automática ao soltar o pedal.
diagnóstico de manutenção. O empilhador responde assim ao tacto e à visão. Adapta-se às
COMPACIDADE para trabalhar em qualquer lugar
diferentes fases de trabalho graças à selecção de velocidade sem binário: 0-7 km/h no estaleiro e 0-25 km/h na estrada.
Com uma altura de 1,92 m e largura de 1,82 m, o MT 625 entra facilmente no interior dos edifícios (portas, pórticos, etc.)
FIABILIDADE duradoura
ou nas caves. Equipado com 4 rodas motrizes e directrizes e com uma distância ao solo de 33 cm, movimenta-se bem nos
O motor KUBOTA 3307 T – 75 cv/55 Kw (Euro III A) está colocado
estaleiros lamacentos e transpõe facilmente rampas e obstá-
na posição lateral. A extrema acessibilidade das peças mecânicas
culos. O posto de condução com visão panorâmica permite
e a visualização dos intervalos de manutenção e dos códigos de
ao condutor manobrar o seu empilhador com perspicácia nos
diagnóstico, facilitam o acompanhamento técnico da máquina ao
locais exíguos.
longo do tempo.
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EQUIPAMENTOS E MÁQUINAS PARA CONSTRUÇÃO
Nova gama de plataformas tesouras eléctricas e diesel todo-o-terreno Plataformas Tesouras eléctricas 78sec -100sec -120 SE Composta por duas máquinas compactas
vel considerável, no ambiente industrial.
(0,81m de largura) de alturas de 7,8m e 10m
O sistema de controlo electrónico associado
de altura, respectivamente bem como por
a uma bomba variável e o joystick proporcio-
uma máquina maior com 1,17m de largura
nal permitem uma gestão óptima das baterias.
e 12m de altura de trabalho. Dois motores hidráulicos na frente e um raio de viragem
A manutenção é facilitada por um sistema
nulo permitem a estas 3 máquinas uma
de diagnóstico embarcado e componentes
deslocação simples em espaços reduzidos,
facilmente acessíveis, comum a todas as
mantendo uma tracção e uma rampa admissí-
máquinas.
Características Principais - Tesouras Eléctricas 78 SEC
100 SEC
120 SE
Altura de trabalho
7,79 m
9,92 M
11,75 m
Capacidade
227 kg
455 KG
318 kg
2/1
2/-
2/1
N.º de pessoas (int./ext.) Largura
0,81 m
1,17 m
Comprimento
1,83 m
2,44 m
2,41 m
Altura total
2,11 m
2,26 m
2,39 m
Raios de viragem
0m
Baterias Desnivel admissível Peso
4 baterias, 6V 225 AH 30%
25%
25%
1498 KG
1956 kg
2812 kg
100 SC
100 SEC
Plataformas Tesouras diesel todo-o-terreno – 100sc – 120sc
Altura de trabalho
9,92 m
9,92 M
Com respectivamente 10m e 12m de altura
Altura da plataforma
7,92 m
Capacidade
576 kg
455 KG
4/4
2/-
Características Principais - Tesouras Diesel
N.º de pessoas (int./ext.) Dimensões da plataforma
de trabalho, as plataformas tesoura, 100SC
2,51 x 1,55 m
e 120SC, podem facilmente movimentar-se em ambientes todo-o-terreno , graças às 4 rodas motrizes, 2 rodas directrizes e um
Largura total
1,73 m
motor KUBOTA de 25cv. De fabrico robusto e
Comprimento total (c/ estab.)
3,43 m
de utilização simples (controlos proporcionais
Comprimento total (c/ extensão)
4,19 m
Altura Motor Rampa admissivel Peso (com peneus mousse, c/ estabilizadores)
2,32 m
e nivelamento automático dos estabilizado2,57 m
Kubota D-1105 - 25 cv Tier 4 35 %
30 %
3263 kg
3771 kg
res), estes modelos constituem a ferramenta ideal para estaleiros de construção e para o parque de aluguer.
OUT. | NOV. | DEZ. 2011 »
em obra » 13
EQUIPAMENTOS E MÁQUINAS PARA CONSTRUÇÃO
Esta gama conta com uma grande diversidade de modelos e acessórios, adequados aos vários trabalhos a realizar: O “David” (Mustang 2012) com uma largura menor do que 910mm, e uma capacidade de carga de 385Kg permite aceder aos locais mais exíguos. O “Golias” tem uma capacidade de carga de 1747Kg e um potente motor de 99cv. Este modelo é considerado um dos maiores e mais poderosos do mercado. A 2041 é uma máquina compacta com 612kg de capacidade nominal. Alimentada por um motor Diesel, Yanmar, de 46cv com um excelente binário e consumos reduzidos. É o parceiro ideal para trabalhos de manutenção.
Mini-pás carregadoras Mustang
A Mustang 2056 redefine o conceito de Skid Steer. Está equipada de série com comandos pilotados, sistema de estabili-
A Manitou passou a representar a marca Mustang em Portugal
zação de carga HydraglideTM, auto nivelamento do balde e
e apresentou uma nova gama de mini-pás (skid-steers loaders),
“High-FLow”. O motor Deutz, Turbo de 62cv permite prestações
que totalizam 9 modelos e que vão dos 385 Kg aos 1747 Kg de
notáveis e aliado ao bom isolamento possui uma excelente
capacidade de carga e de 24 cv a 99 cv de potência.
insonorização.
Plataformas “Bi-energy” As versões “Bi-Energy” das plataformas 150 e 170 AETJ L vêm
melhor motricidade, maior comodidade na condução e maior
aumentar a oferta da gama de plataformas eléctricas MANIAC-
polivalência.
CESS, disponíveis no mercado nacional através da Manitou. Estas plataformas têm grande capacidade de adaptação. Dentro de um edifício industrial, o utilizador pode trabalhar em modo eléctrico no desempenho de tarefas de manutenção, de acabamentos ou instalações. Para trabalhar no exterior, ou para deslocações no recinto, o modo eléctrico dá lugar ao modo térmico: motor diesel, acoplado a um gerador. Esta aliança energética confere aos modelos 150 e 170 AETJL “Bi-Energy” uma grande polivalência de utilização e contribui, também, para a preservação do meio ambiente.
CARACTERÍSTICAS Estes dois novos modelos de plataformas conservam todas as características técnicas, que se traduzem no sucesso das séries eléctricas AETJL da gama MANIACCESS: compacidade; facilidade de manuseamento; acessibilidade, graças ao braço pendular rotativo; alcance; rigidez da estrutura Equipadas com rodas todo-o-terreno, as plataformas 150 e 170 AETJ “Bi-Energy” podem deslocar-se perfeitamente em solos irregulares. As suas rodas “especiais” conferem-lhe uma 14 » em obra » OUT. | NOV. | DEZ. 2011
Mãos à Obra
Fixação Oculta em Fachadas Ventiladas Simson Paneltack HM
O Simson® Paneltack HM é um mástique de elevada qualidade, e elasticidade permanente, desenvolvido para fixação de fachadas ventiladas em HPL, cerâmica, alumínio, pedra, etc. Juntamente com a fita Simson® Foamtape e o primário Simson® Paneltack constitui o Sistema Paneltack: A fixação oculta em fachadas ventiladas.
Fixação A fixação de painéis por colagem em fachadas ventiladas, aporta um claro benefício do ponto de vista estético por ser um sistema oculto, aliado à facilidade e simplicidade no processo de aplicação. A utilização do Paneltack permite ao arquitecto uma maior liberdade no desenho dos painéis, e ao instalador um menor tempo de trabalho. Tratando-se de uma fixação elástica, o Paneltack irá acompanhar as variações dimensionais próprias dos materiais, distribuindo as tensões criadas por toda a área de colagem, em vez de as concentrar nos tradicionais pontos de fixação com o inerente risco de ruptura ou deformação dos painéis. A Bostik, sob a marca Simson, adquiriu ao longo de vários anos uma vasta experiência
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FACHADAS
na fixação elástica de painéis de fachada, consolidando a sua
Vantagens
posição de líder no mercado.
▪ Sistema de fixação invisível e por isso estético
As relações de parceria mantidas com os maiores fabricantes de painéis permitem adequar os nossos sistemas de fixação elástica aos mais variados tipos de painéis como HPL, Alumínio, Cerâmica, Fibrocimento e outros, acompanhando o constante desenvolvimento de novos tipos de painéis.
▪ Mástique isento de solventes e isocianatos ▪ Excelente resistência mecânica ▪ Mantém a sua elevada elasticidade ao longo do tempo com uma óptima distribuição de tensões
▪ Boa resistência à humidade e ao ambiente ▪ Sistema de fixação simples e rápido. ▪ Possui certificação KOMO para diversos painéis de fachada.
Método de Aplicação Condições:
Aplicação da fita:
Os painéis podem ser colados no interior ou no exterior, nas
Decorrido o tempo de secagem, a fita Simson
seguintes condições:
Foamtape poderá ser aplicada, pressionando-a firmemente contra o suporte de construção.
▪ Não efectuar o pré-tratamento ou a colagem se estiver a chover ou na presença de humidade (ex. Nevoeiro); ▪ Evitar o risco de condensação nos painéis ou suportes de construção; ▪ Aplicar entre +5 e +30 °C.
Doseamento do mástique: A extrusão do Simson Paneltack HM com uma ponteira especial em “V” permite
Preparação dos substratos: Verso do painel e suporte de construção em metal. Simson
aplicar um cordão triangular com 9 mm de altura, facilitando o correcto posicionamento do painel antes da sua fixação.
Primário Paneltack T. secagem: 10 minutos
Colocação do painel: Remover o filme protector da fita, posicionar o painel e pressionar firmemente para assegurar o total contacto do painel com a fita auto-adesiva.
Erros a evitar ▪ Ausência de ventilação ▪ Aplicação em suportes húmidos ▪ Incorrecta aplicação de primários ▪ Armazenamento inadequado dos painéis ▪ Perfis estreitos OUT. | NOV. | OUT. DEZ. 2011 »
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FACHADAS
Esquema de Aplicação
OBRAS DE REFERÊNCIA Village Marina Olhão (11.500 m² fenólico Trespa) Jumbo Alfragide (2.500 m² fenólico Trespa) Hotel Riviera Setúbal (1.300m² fenólico Trespa + 1.600 m² alumínio Novelis) Tróia Resort (17.500 m² fenólico FunderMax) Axis Porto Business & SPA Hotel (950 m² porcelânica Recer “Time Antracite”) Madan, Parque de Ciência, Costa Caparica (1.900 m² fenólico Trespa) Biblioteca do Feijó (400 m² fenólico Parklex) Continente de Valongo (3.000 m² fenólico Parklex) Cond. do Arneiro, Oeiras (4.500 m² fenólico Trespa) Cond. The Valley Marina, Cascais (1.400 m² fenólico Trespa) Evidência Belverde Atitude Hotel, Aroeira (1.700 m² fenólico Trespa) Herdade do Cereeiro, Arruda dos Vinhos (3.700 m² fenólico Trespa) Loures Business Park, Vialonga (2.700 m² fenólico Trespa e alumínio Alucobond) Mais Campo Grande, Lisboa (2.900 m² fenólico Arpa) Herd. do Montado, Moradia Unifamiliar (400 m² fenólico Parklex) Cond. Moradias Unifamiliares, Elvas (1.900 m² fenólico Parklex) Aldeia dos Capuchos, Costa Caparica (1.400 m² fenólico Trespa) Quiosques, Lisboa (1.400 m² fenólico Abet Laminati) Espaço Guimarães, Guimarães (1.500 m² fenólico Trespa) Moradia, Aveiro (400 m² cerâmico Kerion) Jardim Infância, Marrazes-Leiria (380 m² cerâmico Kerion)
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Produtos
CIN Mais eficiência energética com CIN-k O sistema de isolamento térmico pelo exterior CIN-k é um
atmosféricas. CIN-k está disponível num leque variado de
sistema “amigo do ambiente”, pois garante uma maior efi-
revestimentos decorativos que garantem a estética dos
ciência energética na construção e renovação de edifícios.
espaços.
A eficiência do sistema CIN-k melhora o desempenho
Este sistema é constituído por uma placa de poliestireno
energético dos edifícios, de acordo com a regulamen-
expandido, argamassa de fixação das placas de isolamen-
tação em vigor, e a sua capacidade de protecção isola
to, rede que funciona como armadura do sistema, acaba-
as fachadas, tornando-as mais resistentes às agressões
mentos e acessórios diversos.
Tinta Termoreflectora que ajuda a reduzir consumo energético Manter a temperatura ideal no interior das habitações e locais
Para além de se apresentar como uma solução ‘user friendly’,
de trabalho é um dos factores que mais energia consome. A
por ser fácil de aplicar, Thermocin é, ainda, amigo do ambiente
pensar nas necessidades do consumidor, a CIN apresenta uma
pois reduz as emissões de CO2 que, por sua vez, ajudam a
solução verdadeiramente inovadora que vai ao encontro das
reduzir o efeito de estufa.
exigências legais de certificação energética das habitações.
Jorge França, gestor do produto, afirma que “o
Neste contexto, a CIN lança para o mercado Thermocin, uma
lançamento do Thermocin
tinta termoreflectora para a pintura de telhados e coberturas
representa, para a CIN,
que reflecte a radiação solar aumentando, assim, o conforto
mais um passo na senda
térmico no interior dos edifícios. Este efeito foi demonstrado
da inovação. Trata-se de
num estudo realizado em parceria com a FEUP, em 2010, que
uma solução concretiza-
comprovou como a utilização de Thermocin na pintura dos
da a pensar no bem-estar
telhados ajuda a diminuir a temperatura do ar interior até 6ºC,
do consumidor e do meio
mantendo-se o efeito ano após ano. Por sua vez, este efeito
ambiente. Em traços gerais,
permite uma maior poupança energética no arrefecimento das
é um produto simples e
habitações aumentando, em simultâneo, o período de vida útil
rápido de aplicar, capaz de
do telhado ou da cobertura pela sua elevada resistência às
contribuir para a diminuição
intempéries e aos ataques de fungos.
da pegada ecológica”.
20 » em obra » OUT. | NOV. | DEZ. 2011
FACHADAS
Tintas Robbialac Tinta texturada e fina para exterior A Robbialac lançou uma nova tinta ideal para fachadas. A texti-
acabamento mais suave que as tintas texturadas convencionais,
FIN é uma tinta aquosa 100% acrílica, mate e que proporciona
proporcionando um aspecto uniforme às fachadas. A textiFIN
um acabamento texturado fino.
pode também ser utilizada para a pintura de paredes interiores.
“Fina no toque, resistente ao tempo, textiFIN oferece num único
Esta tinta está disponível nos formatos de 5 e 15 litros e além da
produto um bom aspecto decorativo aliado a uma elevada
cor branca, a empresa refere que, há uma grande variedade de
durabilidade e resistência às agressões do ambiente”, descreve
cores claras e médias afinadas no Sistema de Tintagem Super
a Robbialac. Segundo a empresa, este nova tinta permite um
Colorizer.
Impermeabilização de fachadas Neste Verão, a Robbialac relançou um dos seus produtos mais conhecidos para fachadas: Robbiflex. Este produto é agora ho-
Destina-se à protecção
mologada pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).
de edifícios contra a penetração da água e de
O Robbiflex consiste numa membrana flexível, sendo uma solu-
gases poluentes, repintar
ção tecnológica avançada para a protecção e impermeabilização
fachadas com fissuras e
de fachadas.
impedir a degradação do substrato.
Elevada elasticidade, impermeabilização e resistência à fissuração são características de destaque no Robbiflex. Este produto
O Robbiflex tem um
permite uma acção preventiva em paredes novas ou então fun-
brilho acetinado e está
ciona como tratamento curativo em paredes fendilhadas,
disponível em várias
que apresentam deficiências de estanquidade à água.
cores diferentes.
Viero e Master Block em parceria A Viero e a Master Block assinaram uma parceria que tem como
de condutividade térmica o que permite uma redução bastante
objectivo oferecer uma solução inovadora e diferenciadora no
significativa da espessura do sistema, podendo muitas vezes
que diz respeito ao isolamento térmico pelo exterior.
ser utilizado em zonas que até agora não era possível; elevada resistência à compressão; estabilidade dimensional mesmo em
A Viero, marca das Tintas Robbialac, destaca-se pelo sistema
condições adversas de oscilação de temperaturas; são imper-
Cappotto, sendo especialista há 22 anos em isolamento térmico
meáveis e transpiráveis; resistência à chama directa e quando
pelo exterior. A Master Block é a empresa vencedora do prémio
em contacto com o fogo não existem quedas de partículas nem
de jovens empreendedores da ANJE.
gotículas; durabilidade mínima de 50 anos.
Basicamente, as duas empresas cooperam numa solução
“A parceria entre a Viero e a Master Block representa uma apos-
consiste na aplicação do sistema Cappotto sobre placas Isoetics
ta na qualidade, permitindo assim oferecer uma solução mais
(placas à base de poliisocianurato específicas para este sistema)
duradoura, com uma elevada resistência térmica e mais eficaz
que possuem características específicas como: baixo índice
no sistema de isolamento pelo exterior”, referem as empresas.
OUT. | NOV. | OUT. DEZ. 2011 »
em obra » 21
Ficha de Produto
Impermeabilizantes Sista Rubson
22 » em obra » OUT. | NOV. | DEZ. 2011
www.henkel.pt
IMPERMEABILIZANTES
PUB
OUT. | NOV. | DEZ. 2011 »
em obra » 23
Passo-a-passo
Sistema de Isolamento Térmico pelo Exterior de Edifícios - MAPETHERM
Num sistema de isolamento térmico pelo exterior de uma parede em tijolo, distinguem-se sequencialmente (1) camada de reboco, (2) adesivo, (3) painel isolante, (4) barramento em duas demãos, armado com rede em fibra de vidro, (5-6) primário e acabamento com reboco à base de silicatos.
DICA A execução correcta na obra e uma planificação correcta dos detalhes de construção em zonas singulares do edifício representam condições essenciais para garantir o conforto ambiental e conseguir os resultados esperados do ponto de vista da economia energética.
Passo1
Passo2
Posicionamento dos perfis de arranque, mediante fixação por
A colagem dos paineis termo-isolantes ao suporte é efectuada
parafuso com bucha expansiva.
mediante a aplicação de adesivos especiais. É feita distribuin-
Passo3
do o adesivo de modo homogéneo.
DICA É necessário averiguar previamente se os painéis a colar não apresentam uma superfície (“pele”) que impeça a aderência ao suporte.
DICA Limpeza dos cantos de modo a evitar que o adesivo reflua
A espessura do adesivo a utilizar é aquela estritamente necessária para
para a junta entre painéis contíguos criando, devido à maior
cobrir de modo homogéneo a superfície do painel. Para obter a espes-
condutibilidade, uma ponte térmica.
sura aconselhada, deve-se utilizar uma espátula dentada n°10.
24 » em obra » OUT. | NOV. | DEZ. 2011
ISOLAMENTOS
Passo4
Passo5
A aplicação dos painéis termo-isolantes será feita partindo
Pressionar o painel contra o suporte.
de baixo para cima, colando-os com o lado maior na posição horizontal, dispondo-os assimetricamente em correspondência
DICA
como as esquinas.
Para maximizar a superfície de contacto suporte / adesivo /
DICA
painel, será conveniente, além disso, e imediatamente após o assentamento, exercer uma ligeira pressão com uma talocha.”
A fim de beneficiar do máximo poder de aderência, deve-se assentar o painel, especialmente com clima quente e ventoso.
Passo6
DICA A fixação mecânica dos painéis deverá ser feita com polipropileno.
Passo7 Imediatamente a seguir ao assentamento dos painéis, devem aplicar-se elementos de reforço (perfis de ângulo) coincidindo com as esquinas.
DICA Esses elementos não devem ser fixos com cavilhas ou pregos, mas colados ao painel isolante, pressionando-os contra a esquina e fazendo fluir o adesivo em excesso através dos furos no perfil. OUT. | NOV. | DEZ. 2011 »
em obra » 25
ISOLAMENTOS
Passo8
Passo9
Aplicação do Mapetherm. A aplicação do barramento deve efectuar-se só depois de a camada de adesivo ter endurecido o suficiente (pelo menos
DICA
24 horas, quer para Adesilex FIS13, quer para Mapetherm AR1).
Deve-se evitar a formação de bolhas ou pregas que, em qual-
O barramento deve ser aplicado com uma espátula lisa em aço,
quer caso, não devem ser eliminadas recorrendo ao corte da
numa espessura uniforme de 4 mm, em duas demãos. A primei-
rede. Nas esquinas a rede deve sobrepor-se à rede fixada à
ra demão é executada numa espessura de cerca de 2,0 mm.
cantoneira. Na correspondência das aberturas de portas, janelas, etc., deve-se proceder a um reforço adicional de armadura,
Passo10
posicionando retalhos de rede obliquamente em relação às aberturas, de modo a evitar fissuras coincidentes com ângulos onde se concentram os esforços do sistema.
DICA
Após 24 horas procede-se à aplicação da segunda demão (também de 2 mm), tornando uma camada homogénea e uniforme até ficar coberta.
Ter o cuidado de sobrepor as telas de rede em pelo menos 10 cm.
Passo11
Quando a superfície do barramento estiver perfeitamente seca (com tempo bom, após pelo menos 14 dias), deve ser aplicado o Silexcolor Primer, primário à base de silicato, específico para uniformizar a absorção do suporte, e depois deixar secar durante, pelo menos 12 horas. Depois, pode ser executado o acabamento utilizando o Silexcolor Tonachino aplicado com espátula inox ou de plástico, e afagado com talocha de esponja ou espátula de plástico. Como alternativa, podem utilizar-se os sistemas Silancolor ou Quarzolite. 26 » em obra » OUT. | NOV. | DEZ. 2011
Notícia
Roca Lisboa Gallery
F
oi inaugurado, em Junho, em Lisboa um espaço Gallery
bilidade e consolida o seu contacto com o público», informa
da Roca. Este é apenas o terceiro espaço deste formato
Jorge Vieira, diretor-geral da Roca, S.A., «e mais: permite-nos
inovador que o grupo Roca abre ao público, depois do Roca
entrar em diálogo criativo com os clientes, estimulando assim
Barcelona Gallery e do Roca Madrid Gallery.
o debate do design e da sustentabilidade em Portugal. O nosso objetivo é tornar o Roca Lisboa Gallery num espaço em-
Situado no coração de Lisboa, o Roca Lisboa Gallery, conta com 5 pisos onde se podem encontrar os produtos mais inovadores e recentes da Roca.
“Com o Roca Lisboa Gallery, a marca ganha muito e (...)
A alma histórica do majestoso palacete construído em 1909, com colunas elegantes, escadas
”
m o público consolida o seu contacto co
e pisos de madeira, tetos ornamentados e numerosas janelas que proporcionam uma luminosidade radiante, foi cuidadosamente conservada e recuperada. No edifício estão presentes os
blemático de design em Lisboa e em Portugal». O responsável
valores que distinguem a marca: a antecipação de tendências e
sublinha que o Roca Lisboa Gallery não é um posto de venda,
o espírito de liderança em todos os segmentos de mercado.
mas um «palco para apresentar as soluções da marca e fazer
«Com o Roca Lisboa Gallery, a marca ganha muito mais visi-
sentir as emoções que proporcionam».
28 » em obra » OUT. | NOV. | DEZ. 2011
SANITÁRIOS
O rés-do-chão convida as pessoas a entrarem através de uma
O piso 4 está reservado para exposições temporárias, confe-
grande porta de vidro que se destaca na fachada neoclassicis-
rências e tertúlias. De momento pode ser vista a exposição da
ta, toda branca e coroada por uma cúpula com a identificação
Água de Héctor Garrido.
da marca. Dominam o preto e o cinzento, criando um ambiente sofisticado, e onde as pessoas podem fazer uma viagem pela história e pelos valores da marca. Bastam uns toques nos ecrãs para acompanhar o progresso nas áreas da inovação, do design e da sustentabilidade. Para dar corpo a estes três componentes, a Roca escolheu exclusivamente a sua masterpiece, o W+W. Nos três primeiros pisos, pintados de branco e com grandes entradas luz, estão expostas as mais variadas soluções de designers e arquitetos de renome para o espaço de banho: coleções completas, lavatórios individuais, móveis e acessórios, torneiras, soluções de duche e wellness. No terceiro piso encontra-se também a sala de sustentabilidade, onde a empresa explica o seu compromisso com o planeta. A criação da Fundação We Are Water em 2010 é um exemplo dos serviços de responsabilidade social e ambiental da Roca. Outro exemplo, é o desenvolvimento de autoclismos cada vez mais sustentáveis. «Nos anos 60 eram necessários uns incríveis 15 litros para encher o autoclismo – 15 litros para uma única descarga», recorda Jorge Vieira. «Hoje bastam apenas três a seis litros graças aos sistemas que desenvolvemos. Estes tanques permitem optar entre 3 e 4,5 ou 3 e 6 litros de descarga mediante dois botões diferentes», refere. OUT. | NOV. | DEZ. 2011 »
em obra » 29
SANITÁRIOS
Produto
Lavatório e sanita num só O W+W é o mais recente mobiliário sanitário da Roca que
resíduos de tamanho maior são separados da água, apenas
concilia o lavatório e a sanita numa única peça. Este “dois em
o líquido passa diretamente para um pequeno tanque de
um” apresenta-se como uma solução sustentável, fruto do
tratamento de água. Em cada descarga de sanita, a água
trabalho de investigação do Innovation Lab e do Centro de
sai diretamente para o tanque da sanita (se for necessário,
Design Roca em colaboração com Gabriele e Oscar Buratti.
se enche com água da rede).
A água que sai do lavatório segue um processo exclusivo
A Roca assegura que todo este processo é higiénico, pois
de descarga, isto é, através de um sistema de filtragem, os
a água sai limpa e é aproveitada até à última gota.
75
340
260
134 310 500
325
370 760
410
230 860
110
575 1/2” 15 15 1/2” 70 210
30 » em obra » OUT. | NOV. | DEZ. 2011
Ligação Hidráulica Fixação
65 90
125 145 Esgoto Lavatório
430
43
870
Esgoto Wc
1/2” 175 200
256 M12 534
ø8 M12 M12 370
Mãos à Obra
Processo de construção: Paredes
Classificação de paredes
Definição Elementos opacos de tam-
Segundo a sua posição na construção,
As paredes divisórias – são paredes interiores
distinguem-se:
ponamento com eventuais
destinadas a reduzir quer o vão dos pavimen-
aberturas, isolamento térmico
tos, uma vez que as distâncias entre paredes As paredes de fachada – são as paredes
e acústico, podendo ter ainda
exteriores é demasiado grande, quer a supor-
exteriores, destinadas a ser vistas depois das
funções estruturais.
tar pequenas cargas localizadas.
ruas ou dos jardins. São particularmente cuidadas tanto do ponto de vista das disposições arquitectónicas como do acabamento da execução. As paredes de empena – estas paredes exteriores são construídas no limite de duas propriedades e podem ser comuns a dois imóveis vizinhos. Estas paredes são objecto de leis muito importantes sobre o seu modo de construção e sobre os direitos e deveres dos proprietários. Como não são destinadas a ser vistas o seu acabamento é geralmente muito grosseiro.
32 » em obra » OUT. | NOV. | DEZ. 2011
▪ Paredes resistentes; ▪ Paredes de enchimento simples; ▪ Paredes de enchimento duplas.
SISTEMAS CONSTRUTIVOS
Tipos de parede Alvenaria de tijolos de barro vermelho (maciços, com furação horizontal ou vertical; Paredes simples, compostas ou duplas com caixa de ar (é o tipo de paredes mais executado na construção corrente por combinar um preço relativamente baixo com uma resposta satisfatória às exigências impostas pelo nosso clima e ao novo RCCTE); Alvenaria de blocos de betão simples (de produção bastante diversificada, realizada em geral por empresas de pequena dimensão e inovação técnica e de implantação regional);
Alvenaria de blocos de betão celular autoclavado (tipo “Ytong”);
Alvenaria de blocos de betão de argila expandida (tipo “Leca”);
Painéis pré-fabricados pesados (de difícil transporte e colocação em obra e algo susceptíveis a patologias nas ligações; de rápida instalação, exigem uma certa repetitividade para se tornarem competitivos); Painéis com elementos vazados, de aligeiramento (blocos vazados cerâmicos ou de betão, moldes de forma cilíndrica, perdidos ou recuperáveis);
Soluções diversas com base em: elementos metálicos (aço ou alumínio), em madeira, fibrocimento, plástico, gesso.
Painéis homogéneos (betão normal, betão de argila expandida);
Painéis tipo “sandwich” (duas lâminas de betão armado separadas por uma camada de material isolante);
Painéis pré-fabricados leves;
OUT. | NOV. | DEZ. 2011 »
em obra » 33
SISTEMAS CONSTRUTIVOS
Mãos à Obra
Como reparar juntas de tijolos exteriores
N
ormalmente as juntas
O que deve fazer:
Convém trabalhar primeiro na vertical e depois na horizontal.
de argamassa entre
os tijolos que precisam de
▪ usar um cinzel com uma
Para fazer o transporte da
reparação são visíveis e
lâmina fina para recolher
argamassa para a parede use
deixam entrar água na parede
totalmente os restos de arga-
uma talocha. Se não tiver uma
estragando os tijolos.
massa solta.
talocha pode também usar
Dicas ▪ Espere um pouco deixando as juntas ficarem rijas antes de lhes dar moldar o perfil. ▪ O segredo para ter êxito na
uma placa de metal plana ou
tarefa de colocar argamassa
▪ retirar todo o pó das juntas
um pedaço de madeira com
nos tijolos é evitar que a
problema é colocar uma nova
com a ajuda de uma escova.
um cabo. Mantenha a talocha
argamassa manche a su-
argamassa nas juntas.
Para essa tarefa ser realizada
junto à parede, por baixo da
perfície do tijolo. Para isso
mais facilmente utilize um
junta que vai reparar. Use a
tem de ter muito cuidado
pincel molhado em água ou
colher de pedreiro pontiagu-
ao colocar a argamassa nas
um vaporizador de jardim
da para retirar um pouco de
juntas. Retire imediatamente
para humedecer as juntas.
argamassa e coloque-a na
o excesso da argamassa
junta de modo a enche-la.
antes de secar.
A solução para este tipo de
▪ usar uma colher de pe-
▪ depois de ter feito toda
dreiro pontiaguda para pôr
a aplicação da argamassa
a argamassa nas juntas,
nas juntas a reparar, retire
(este tipo de colher é mais
o excesso que ficar de fora
pequena do que uma
moldando as juntas de modo
colher de pedreiro normal).
a que o tijolo fique á vista.
Algumas sugestões práticas
▪ Deve fazer uma limpeza a todas as ferramentas que usar com água limpa. Não deixe que a argamassa seque nelas dificultando depois a sua limpeza.
▪ Formato Côncavo: utilize um pau redondo ou um pedaço de cano e passe-o ao longo das juntas. Normalmente usa-se um
▪ Para Arrendondar juntas: utilize um pau com formato qua-
perfil à prova de água nas paredes da casa a fim de as proteger
drado ou uma ferramenta especial para esse fim.
da chuva. O perfil arredondado somente serve para superfícies de interior. Um perfil côncavo é normalmente usado para os
▪ Juntas à prova de água: Com a ajuda da extremidade da co-
muros de jardim.
lher de pedreiro pontiaguda deve criar um perfil inclinado para abrigar a parede das águas pluviais. Primeiro comece pelas
▪ Para Nivelar: Com a ajuda de uma serapilheira esfregue a
juntas verticais e inclinando-as todas para a mesma direcção.
parede e deixe à vista o agregado de areia na argamassa.
34 » em obra » OUT. | NOV. | DEZ. 2011
Ficha de Produto
Bailéus, sistemas de acesso e linhas de vida Bailéus tipo Gomyl E – 2 braços
Bailéus tipo Gomyl F - Monobraço
Linhas de vida e sistema de segurança anti-queda “Fall-protect”
Representada por: www.pentagonal.com | pentagonal@pentagonal.com | Telf: 21 710 07 80 | Fax: 21 711 31 03
36 » em obra » OUT. | NOV. | DEZ. 2011
SISTEMAS DE ACESSO, LIMPEZA E MANUTENÇÃO
Ficha de Produto
Sistemas de acesso, passerelles e monocarris
Sistemas monocarris com cesta BMU motorizada
Representada por: www.pentagonal.com | pentagonal@pentagonal.com | Telf: 21 710 07 80 | Fax: 21 711 31 03 OUT. | NOV. | DEZ. 2011 »
em obra » 37
Projecto
Software BIM para a análise de ciclo de vida, compatível com o estudo térmico e acústico do edifício
Benjamín González - Cype Ingenieros, SA, Director de desenvolvimento corporativo, Alicante, Espanha Ricardo Figueira - Top Informática, Lda, Departamento técnico, Braga, Portugal RESUMO: Em Portugal a certificação energética visa a redução do consumo energético em edifícios novos, assim como em edifícios existentes. Esta certificação ocupa-se exclusivamente do consumo energético do edifício durante a sua utilização, não considera outras fases, como a construção, nem questões relacionadas com a sustentabilidade. O projeto de um edifício deve contemplar a sua eficiência do ponto de vista ambiental. No artigo é apresentado um software capaz de realizar a análise de ciclo de vida do edifício em conjunto com o estudo térmico e acústico. São apresentadas as características da ferramenta informática e as bases de dados utilizadas. O software contempla o conceito BIM para que o projetista possa projetar de forma eficiente e compatível com outros programas, através do formato IFC. De modo a gerar os documentos necessários ao projeto, a base de dados dispõe de informação técnica e económica dos trabalhos relacionados com a construção do edifício.
1. INTRODUÇÃO 1.1 A análise de ciclo de vida
e processamento de matérias-primas, produção, transporte e distribuição, utilização, reutilização e manutenção, reciclagem e disposição final”.
A análise de ciclo de vida (ACV), ou “análise do berço à cova”, é uma ferramenta que estuda e avalia o impacto am-
De acordo com a norma EN ISO 14040, o desenvolvimento de
biental de um produto ou serviço durante todas as etapas da
uma análise de ciclo de vida, deve contemplar as seguintes
sua existência, estabelecendo um balanço ambiental com o
etapas metodológicas:
objetivo de conseguir um desenvolvimento sustentável.
▪ Definição de objetivos e alcance (unidade funcional); ▪ Análise geral do inventário;
A Society of Environmental Toxicology and Chemistry (SE-
▪ Avaliação do impacto;
TAC) define a análise de ciclo de vida como: “Um processo
▪ Interpretação dos resultados.
para avaliar as cargas ambientais associadas a um produto, processo ou atividade, identificando e quantificando a energia
Atendendo à classificação e à nomenclatura incluída nas nor-
e os materiais utilizados e os resíduos libertados para o
mas EN ISO 14040 e EN ISO 14044, são estabelecidas quatro
ambiente; para determinar o impacto da utilização dessa
etapas para o ciclo de vida de um edifício:
energia e materiais e dos resíduos libertados para o ambiente; e para identificar e avaliar oportunidades de melhoria
▪ Produto (A1 a A3)
ambiental. O estudo inclui o ciclo completo do produto, pro-
- Extração de matérias-primas (A1)
cesso ou atividade, tendo em conta as etapas de: extração
- Transporte para a fábrica (A2)
38 » em obra » OUT. | NOV. | DEZ. 2011
SOFTWARE
- Fabricação (A3)
- Reabilitação (B5)
▪ Processo de construção (A4 a A5)
- Utilização da energia operacional (B6)
- Transporte do produto (A4)
- Utilização da água operacional (B7)
- Processo de instalação do produto e construção (A5)
▪ Fim de vida (C1 a C4)
▪ Utilização do produto (B1 a B7)
- Desconstrução e demolição (C1)
- Utilização (B1)
- Transporte (C2)
- Manutenção (B2)
- Gestão de resíduos para reutilização, recuperação
- Reparação (B3)
e reciclagem (C3)
- Substituição (B4)
- Eliminação final (C4)
1.2 O estudo térmico e acústico
Em ambos os casos a análise é realizada a partir do modelo
Em Portugal, o estudo térmico de um edifício deverá ser rea-
geométrico do edifício e das soluções construtivas adotadas.
lizado de acordo com o Regulamento das Características de
Para o estudo térmico, além do método de cálculo imposto
Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE), que estabe-
pelo regulamento, devem ainda ser considerados os esclareci-
lece um conjunto de exigências e níveis de conforto térmico
mentos da entidade gestora (ADENE) ou normas para o cálculo
que o edifício deverá cumprir. O estudo acústico deverá ser
de alguns coeficientes.
realizado de acordo com o Regulamento dos Requisitos Acústicos dos Edifícios (RRAE), que estabelece um conjunto de
O estudo acústico deverá cumprir os requisitos acústicos impostos pelo regulamento. Os métodos
requisitos acústicos a cumprir.
“
de cálculo utilizados devem ser reco-
ncia
lar a sua eficiê ... Um edifício deve contemp
nhecidos ou normalizados.
l
do ponto de vista ambienta
”
2. O SOFTWARE 2.1 O processo
encontra-se incluída informação sobre os materiais necessários e respetivos rendimentos, índices de resíduos, índices
Um software BIM é um software no qual é possível modelar
de energia incorporada, emissões de CO2 e características
geometricamente um edifício e manter um conjunto de infor-
dos materiais como a condutibilidade e a densidade.
mações relevantes sincronizadas com o modelo criado. O software apresentado é o CYPE – desenvolvido e produzido para Portugal pela Top Informática, Lda. É constituído por vários módulos interligados, respondendo cada um a necessidades específicas, algumas das quais são referidas neste artigo. O formato IFC, disponibilizado pelo software, permite beneficiar da comunicação com outros programas. A base de dados do software inclui informações sobre trabalhos de construção de edifícios, contemplando vá-
Figura 1 - Soluções construtivas disponibilizadas pela base de dados
rios processos e soluções construtivas. Entre outros dados
para o isolamento de paredes divisórias de alvenaria. OUT. | NOV. | DEZ. 2011 »
em obra » 39
O software de modelação tridimensional do edifício permite
Cruzando a informação tridimensional do modelo com a
utilizar os elementos construtivos da base de dados referida.
informação que consta da base de dados é possível realizar, de forma dinâmica, a análise térmica e acústica assim como obter relatórios sobre os indicadores de impacto ambiental considerados.
Figura 2 - Definição de uma parede exterior no software
Figura 3 - Modelo tridimensional de um edifício, utilizado para
de modelação tridimensional.
o cálculo.
2.2 A base de dados 23,29 €
RSG010 m2 Pavimento com revestimento de mosaicos cerâmicos colados com cola.
Pavimento com revestimento de mosaicos de grés esmaltado, de 25x25 cm, 8€/m , assentes com cimento cola de utilização exclusiva para interiores, Ci sem nenhuma caracteristica adicional, cor cinzento, e enchimento das juntas com leitada de cimento branco, L, BL-V 22,5, para junta miníma (entre 1,5 e 3 mm), colorida com a mesma tonalidade das peças. 2
Rend.
p.s.
Preço artigo
Cimento cola de utilização exclusiva para interiores, Ci, cor NP EN 14411
3,000
0,22
0,66
m2
Mosaico cerâmico de grés esmaltado 25X25 CM, 8,00 €/m , segundo NP EN 197-1
1,050
8,00
8,40
mt08cem040a
kg
Cimento branco BL-22,5 X, para pavimentação, em sacos, segundo NP EN 197-1
1,000
0,14
0,14
mt09lec010b
m2
Leitada de cimento branco BL 22,5 X
Composição
Ud
mt09mcr021aaa
kg
mt18bce010baafb800
Composição
2
0,001
157,00
0,16
mo014
h
Oficial de 1ª ladrilhador
0,536
16,08
8,62
mo035
h
Ajudante de ladrilhador
0,268
15,62
4,19
%
Meios auxiliares
2,000
22,17
0,44
%
Custos indirectos
3,000
22,61
0,68
Custos de manutenção “Decenal”: 3,96€ nos primeiros 10 anos. Código LER
Total: 23,29 Resíduos gerados
Peso (kg) 0,300
Volume (l)
17 09 04
Mistura de resíduos de construção e demolição não abrangidos em 17 09 01, 17 09 02 e 17 09 03
17 01 03
Ladrilhos, telhas e materiais cerâmicos
2,459
1,968
0,200
17 01 01
Betão (betões, argamassas e pré-fabricados)
0,053
0,035
Resíduos gerados:
2,812
2,203
15 01 01
Embalagem de papel e cartão
0,204
0,271
17 02 03
Plástico
0,009
0,015
17 02 01
Madeira
0,124
0,113
Embalagens
0,337
0,399
Total de resíduos
3,149
2,602
Figura 4 - Informação da base de dados sobre a decomposição e resíduos gerados relativa ao trabalho de colocação de mosaicos cerâmicos.
40 » em obra » OUT. | NOV. | DEZ. 2011
SOFTWARE
A base de dados foi desenvolvida, inicialmente, com o objetivo
incorporada e as emissões de CO2 como os indicadores de
de disponibilizar dados para a elaboração de orçamentos para
impacto ambiental. São consideradas as etapas corresponden-
edifícios, tendo em conta as características de cada obra. Entre
tes à fabricação do produto (A1, A2 e A3), ao seu transporte até
esses dados encontra-se a decomposição dos trabalhos de
à entrada da obra (A4) e ao processo de instalação do produto e
construção nos elementos mais simples: materiais, equipamen-
construção (A5).
tos e mão de obra. ▪ Produto (A1, A2 e A3): Esta fase compreende a elaboração do A determinação das quantidades de materiais utilizados em
produto, desde a extração das matérias-primas até à fabrica-
cada trabalho é realizada a partir do cálculo das quantidades
ção e embalagem do produto final, incluindo o transporte das
geométricas necessárias ou a partir de rendimentos disponibili-
matérias-primas até à fábrica e os deslocamentos necessários
zados pelos fabricantes, incluindo desperdícios.
para a sua produção; ▪ Transporte do produto (A4): Esta fase compreende o transporte
São também fornecidas informações relativas aos resíduos pro-
do produto desde a saída da fábrica até à entrada da obra,
duzidos por cada trabalho. Esta informação, adaptada
incluindo os deslocamentos necessários no processo de distri-
e compilada a partir de bibliografia especializada, encontra-se
buição;
codificada de acordo com a Lista Europeia de Resíduos, com
▪ Processo de instalação do produto e construção (A5): Esta fase
as designações dadas pela regulamentação Portuguesa. Para
refere-se ao processo de construção e instalação dos produtos,
a análise de ciclo de vida a base de dados considera a energia
incluindo os deslocamentos dentro da zona da construção.
23,29 €
RSG010 m2 Pavimento com revestimento de mosaicos cerâmicos colados com cola.
Pavimento com revestimento de mosaicos de grés esmaltado, de 25x25 cm, 8€/m2, assentes com cimento cola de utilização exclusiva para interiores, Ci sem nenhuma caracteristica adicional, cor cinzento, e enchimento das juntas com leitada de cimento branco, L, BL-V 22,5, para junta miníma (entre 1,5 e 3 mm), colorida com a mesma tonalidade das peças. Etapa do ciclo de vida Fabricação
Construção
A1 - A2 - A3
Consumo
A4
A5
Energia incorporada (MJ)
Emissões C02 (kg)
Energia incorporada (MJ)
Emissões C02 (kg)
Materiais
Peso (Kg)
Material cerâmico vitrificado
21,000
210,000
15,750
4,662
0,345
Cimento
1,000
7,000
0,658
0,222
0,016
Argamassa
1,900
2,223
0,209
0,067
0,005
219,223
16,617
4,951
0,366
Total
23,900
Embalagens
Peso (kg)
Plástico
0,009
0,630
0,093
0,002
0,000
Papel. cartão
0,204
6,309
0,366
0,045
0,003
Madeira
0,124
0,372
0,011
0,028
0,002
Total
0,337
7,311
0,470
0,075
0,005
Meios auxiliares Resíduos
Peso (Kg)
Transporte a aterro
3,149
Energia total e emissões
226,534
17,087
5,026
0,371
Energia incorporada (MJ)
Emissões C02 (kg)
0,008
0,013
0,140
0,010
0,228
0,023
Figura 5 - Informação da base de dados sobre os indicadores de energia incorporada e emissões de CO2 relativas ao trabalho de colocação de mosaicos cerâmicos.
OUT. | NOV. | DEZ. 2011 »
em obra » 41
Na determinação dos valores, para além de bibliografia especializada, foram efetuadas as considerações seguintes:
▪ Processo de instalação do produto e construção (A5): Neste processo considerou-se a energia e as emissões produzidas pelo equipamento para as atividades de construção e insta-
▪ Produto (A1, A2 e A3): Para a determinação dos valores de
lação dos produtos em obra e para o transporte dos resíduos
produtos complexos estes foram decompostos em materiais
gerados para o seu destino final. Na determinação dos
mais simples;
valores do equipamento considerou-se dois tipos de trans-
▪ Transporte do produto (A4): Considerou-se que o transporte
porte: os verticais e os horizontais. Para os deslocamentos
de todos os produtos e respetivas embalagens é realizado
verticais, que consomem mais energia, considerou-se os
por veículos movidos a gasóleo com cargas médias e consu-
deslocamentos verticais calculados em função do peso dos
mos médios, desde a fábrica até à obra. Em função de cada
produtos e do número de pisos do edifício. No caso dos des-
família de materiais foram definidos diferentes cenários de
locamentos horizontais considerou-se o peso dos produtos e
transporte (local, regional, nacional ou importação);
a superfície média dos pisos.
2.3 A modelação tridimensional e a verificação térmica e acústica A modelação no software envolve a introdução tridimensional
Em qualquer caso é realizada a verificação face aos requisitos
dos elementos construtivos (paredes, pavimentos, vãos, etc.)
acústicos do RRAE.
e a definição das características de cada elemento. Desta forma, a partir do mesmo modelo é possível realizar a análise térmica e acústica. A partir do modelo tridimensional o software determina os parâmetros geométricos, necessários para o cálculo (superfícies, espessuras, ângulos, etc.). A definição dos compartimentos e frações do edifício possibilita ainda a identificação de pontes térmicas e transmissões marginais, necessárias para o cálculo térmico e acústico, respetivamente. O software, no estudo térmico, tem em conta o modelo de cálculo preconizado pelo RCCTE e os esclarecimentos da ADENE. A determinação dos coeficientes de pontes térmicas lineares pode ser realizada tendo em conta uma análise numérica bidimensional baseada na norma EN ISO 10211. Para o estudo acústico o software possibilita a utilização do método de Sabine, do método estimativo Lei da massa, do método do Invariante e da norma EN 12354 ou a introdução de valores de ensaio. As transmissões marginais são calculadas de acordo com o método presente na norma EN 12354.
3. APLICABILIDADE PRÁTICA O software permite, após a introdução do modelo, realizar
moradia com a área bruta de 200m2 (Figura 3). A introdu-
várias simulações obtendo sempre paralelamente à análise
ção incluiu a definição completa de paredes, pavimentos
de ciclo de vida, o estudo térmico e o estudo acústico.
e coberturas e respetivos acabamentos, a definição de portas e janelas e outros dados necessários para o cálculo.
Apresenta-se um caso de estudo. Foi introduzido no
Os resultados são apresentados na Tabela 1, Tabela 2 e
software o modelo de um edifício, constituído por uma
Tabela 3.
42 » em obra » OUT. | NOV. | DEZ. 2011
SOFTWARE
Tabela 1 - Resultados globais da análise térmica ao edifício Inverno Nic
Verão Ni
A.Q.S*
Nvc
Nv
Nac
N.G.E.P** Na
Ntc
(kWh/m2ano) 77,77
94,91
3,64
Nt (kgep/m2ano)
18,00
5,86
27,35
1,31
4,71
* Águas quentes sanitárias **Necessidades globais de energia primária
Tabela 2 - Resultados globais da análise acústica ao edifício Comprimento
D2m,nT,w/A* exigido (dB)
D2m,nT,w/A* calculado (dB)
Sala de estar
33
37,0
Quarto 1
33
37,8
Quarto 2
33
37,9
* Índice de isolamento sonoro a sons de condução aérea, padronizado
Tabela 3 - Resultados da análise de ciclo de vida ao edifício Fase
Produto (A1, A2 e A3)
Transporte (A4)
Construção (A5)
Total
Energia incorporada (MJ)
1 213 802,40
21 592,02
6 184,14
1 241 578,56
Emissões de CO2 (t)
108,56
1,58
0,48
110,62
O edifício modelo apresenta assim uma energia incorporada média de 6 207,89 MJ/m2 e emissões de 0,65 t/m2, valores que se encontram próximos daqueles aceites como referência.
4. CONCLUSÃO O conceito BIM, subjacente a todo o sistema incluído no
solução construtiva é imediatamente repercutida nas análi-
software, permite beneficiar de uma análise dinâmica, ba-
ses realizadas pelo software.
seada nas características e soluções construtivas adotadas para o edifício projetado. A análise de ciclo de vida é reali-
As fases ainda não consideradas na análise de ciclo de vida
zada a partir dos dados associados a cada um dos materiais
e outros indicadores ambientais encontram-se em desenvolvi-
simples que constituem o modelo projetado. Esse mesmo
mento e serão incorporadas futuramente no software.
modelo tridimensional é utilizado para o estudo acústico e térmico. A integração destas análises numa única ferramenta permite realizar simulações de uma forma simples e integrada. A alteração do modelo tridimensional ou a alteração de uma
REFERÊNCIAS - - - - - -
Torgal, F.F. e Jalali, S., A sustentabilidade dos materiais de construção. TechMinho, Portugal (2010); Librelotto, D. e Jalali, S., Aplicação de uma Ferramenta de Análise do Ciclo de Vida em Edificações Residenciais - Estudos de Caso, Engenharia Civil UM, n.º 30, Portugal (2008); Top Informática, Cypevac 3D – Memória de cálculo, Top Informática, Portugal (2010); Top Informática, Cypeterm – Memória de cálculo, Top Informática, Portugal (2010); CEN: Comité Européen de Normalisation – Environmental management. Life cycle assessment. Principles and framework, EN ISO Standard 14040:2008; CEN: Comité Européen de Normalisation – Environmental management. Life cycle assessment. Requirements and guidelines, EN ISO Standard 14044:2006.
OUT. | NOV. | DEZ. 2011 »
em obra » 43
Especialize-se
Estruturas:
A utilização actual de madeira 44 » em obra » OUT. | NOV. | DEZ. 2011
CONSTRUÇÃO EM MADEIRA
E
xistem actualmente numerosas aplicações da madeira em
manchamento do toro em partes: lâminas, partículas ou fibras
estruturas, encontrando-se esta enorme diversidade de
e sua posterior reconstituição através de colagem formando
aplicações muito relacionada com o aparecimento de produtos
novos produtos.
derivados de madeira, que adquiriram uma importância crescente face aos métodos de produção intensiva nos quais as
De uma forma genérica podem-se definir três categorias de
árvores nunca atingem grandes idades, tendo por isso os pro-
produtos de madeira e seus derivados: produtos de madeira
dutos de madeira maciça dimensões relativamente reduzidas.
maciça, produtos estruturais de madeira e painéis de aglomerados de madeira.
A obtenção de peças de dimensões importantes passa assim por um des-
“... têm em comum o facto de possuírem fibras de madeira orientadas segundo o eixo
”
das peças
Madeira maciça
A madeira maciça existe, dependendo da forma de secção
A madeira serrada é obtida, como o nome indica, serrando
transversal, na forma redonda ou serrada. A madeira redonda é
os troncos de forma a obter secções quadradas ou rectan-
produzida directamente a partir dos troncos ou ramos rec-
gulares. A forma quadrada é utilizada fundamentalmente
tilíneos dos quais é retirada a casca e que são trabalhados
em colunas e a forma rectangular é utilizada como viga.
de maneira a obter uma forma cilíndrica. Revela uma certa
As peças de madeira serrada são das mais utilizadas na
importância económica para o produtor que encontra uma ma-
construção, em que a dimensão máxima das peças ronda
neira de valorizar as madeiras de desbaste, de secção muito
os 6 metros podendo atingir no máximo 8 metros (muito
fraca para ser usada como madeira serrada.
raramente). OUT. | NOV. | DEZ. 2011 »
em obra » 45
Produtos derivados de madeira para uso estrutural Produtos estruturais de madeira definem-se neste texto como aqueles especificamente desenvolvidos para fins estruturais, incluindo-se a madeira lamelada colada (“glulam” na literatura inglesa), o “LVL” (“laminated veneer lumber”), o “PSL” (“parallel strand lumber”) ou o “LSL” ( “laminated strand lumber”). Todos estes produtos têm em comum o facto de possuírem fibras de madeira orientadas segundo o eixo
Figura 1 - Madeira lamelada colada
das peças conferindo-lhes assim uma boa resistência na direcção das fibras. Como o seu fabrico é realizado
Destes produtos, sem dúvida que a madeira lamelada
através de madeira ou lâminas de madeira de pequenas
colada é o de maior aplicação sendo também o que mais
dimensões, os defeitos existentes tendem a ficar mais
se assemelha a madeira maciça (Figura 1). Os restantes
dispersos melhorando a homogeneidade do produto
produtos (LVL, PSL ou LSL) são obtidos por uma maior
final. De uma forma geral as características destes
decomposição dos toros permitindo por isso a utilização
produtos dependem das propriedades da madeira
de madeira de mais fraca qualidade. Na Figura 2 ilus-
utilizada, do seu processo de fabrico, do controlo de
tra –se genericamente o processo de fabrico destes três
qualidade realizado e da aplicação final.
produtos.
Figura 2 - Derivados de madeira para uso estrutural.
Placas de aglomerados de madeira Por placas de aglomerados de madeira entendem-se neste
peso, uma boa relação resistência/custo, facilidade de labora-
texto aqueles produtos que têm a forma de uma placa e que
ção, acabamento e colocação em obra, às gamas de dimen-
são constituídos predominantemente por madeira na forma de
sões e espessura existentes, às gamas de tipos de produtos
fibras, de partículas ou de macro partículas, aglomeradas entre
existentes, às boas características ambientais e a uma história
si através de colagem e prensagem.
de sucesso na sua aplicação.
Estas placas possuem uma vasto campo de aplicação, con-
Genericamente, estes produtos dividem-se em contraplaca-
tinuamente a crescer, devido a uma boa relação resistência/
dos, placas de fibras de madeira, placas de partículas de ma-
46 » em obra » OUT. | NOV. | DEZ. 2011
CONSTRUÇÃO EM MADEIRA
deira e placas de macro partículas de madeira (designado correntemente por OSB - “orientend strand board”). Todos estes produtos incluem painéis para aplicações genéricas e produtos com características especiais para aplicações particulares. Os contraplacados foram inicialmente pensados para fornecer painéis com dimensões estáveis no seu plano e boa resistência quer no seu plano, quer no plano transversal. Para o fabrico destes produtos é necessário madeira adulta de boa qualidade. Os painéis de partículas e de fibras foram desenvolvidos para formar painéis com características uniformes. Estes painéis utilizam fibras e partículas de madeira obtidas por desmanchamento dos toros, aparas de resíduos de serrações e mais recentemente, madeira reciclada. De painéis de utilidade geral, estes painéis passaram a ser produzidos como painéis desenvolvidos para finalidades específicas como materiais de elevada qualidade. Os painéis de aglomerados de macro partículas foram inicialmente previstos para utilizar toros que não podiam ser utilizados no fabrico de contraplacados, são normalmente compostos por três camadas, com as camadas superficiais dispondo das macro partículas orientadas segundo uma dada direcção e camada interior com as partículas dispostas aleatoriamente. Esta orientação das macro partículas proporciona melhores características de resistência ao painel nessa direcção. Por este motivo os painéis de OSB com características de uso estrutural, tal como os contraplacados, são muitas vezes englobados nos produtos estruturais de madeira. in “Construções em Madeira. A Madeira como material de construção”, de
Figura 3 - Placas de aglomerados de madeira.
Cachim, P. Barreto, ed. Publindústria, 2007
PUB
Especialize-se
Reciclagem A reciclagem é uma das formas de valorização dos resíduos. A importância da reciclagem traduz-se na redução do consumo de matérias-primas e de energia na actividade produtiva, na consequente preservação dos recursos naturais e na diminuição da quantidade de resíduos a encaminhar para tratamento final. Muitos materiais provenientes da demolição de edifícios podem ser reciclados para serem usados como matéria-prima em projectos de construção ou em outros projectos. Alguns exemplos de materiais recicláveis:
Alumínio Todo o alumínio é reciclável. Para além disso, qualquer liga de alumínio é susceptível de ser reciclada. O alumínio é um dos metais com maior sucesso na reciclagem, devido à enorme quantidade de energia que se consegue economizar através da produção de alumínio secundário. São as seguintes as vantagens da reciclagem do alumínio: ▪ permite a redução do consumo energético (reciclando consome-se apenas 5% da energia necessária para a produção a partir de matérias primas virgens); ▪ diminui o consumo de recursos naturais (bauxite); ▪ evita impactos ambientais negativos causados pela extracção e refinação de minério, tais como a degradação do solo e as emissões de dióxido de enxofre e óxidos de azoto para a atmosfera.
48 » em obra » OUT. | NOV. | DEZ. 2011
CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL
Madeira Existem numerosas possibilidades para utilizar madeira velha. São exemplos, “mulch” para jardinagem, ou como combustível. No nosso país, existem algumas empresas que se dedicam à reciclagem de madeira, nomeadamente à produção de aglomerado de madeira. Na produção do aglomerado, é possível incorporar madeira proveniente de demolições, restos cofragens (desde que não contenham restos de betão) embalagens, paletes, aglomerado (desde não contenham restos de betão, fórmica, óleos, asfalto, e produtos de tratamento para conservação da madeira).
Aço Os restos de aço podem também ser aproveitados para reciclar. A reciclagem deste material é vulgar entre nós na Siderurgia Nacional.
Betão Os resíduos de betão, os quais constituem a maior categoria de resíduos de demolição, podem ser triturados e usados como agregados ou material de base de fundação. Porém, a reciclagem do betão ainda não tem muitos adeptos, mesmo nos países mais desenvolvidos. ▪ é a forma de reciclagem que exige menor utilização de tecnologia o que implica menor custo no processo; OUT. | NOV. | DEZ. 2011 »
em obra » 49
Resíduos de construção e demolição Habitualmente constituído por restos de betão e argamassa, tijolos, azulejos, etc., este material pode ter diversas utilizações após a reciclagem, como por exemplo:
MATERIAL DE PAVIMENTAÇÃO: Esta é a forma mais simples
▪ é a forma de reciclagem que exige menor utilização
de utilização deste resíduo na forma de brita ou misturado com
de tecnologia o que implica menor custo no processo;
solos. Esta prática é muito corrente em vários países, como
▪ permite a utilização de todos os componentes minerais
por exemplo, no Brasil, onde existem normas que fixam as
do entulho (tijolos, argamassas, materiais cerâmicos, areia,
características do solo a misturar com os resíduos. O entulho
pedras, etc.), sem a necessidade de separação de nenhum
deve ser processado por equipamentos de britagem/trituração
deles;
até alcançar a granulometria desejada, não podendo apresen-
▪ possibilita a utilização de uma maior parcela do entulho
tar solo em proporção superior a 50% em peso. Entre nós, os
produzido, como o proveniente de demolições e de peque-
resíduos de construção e demolição têm vindo a ser crescen-
nas obras, que não suportam o investimento em equipa-
temente utilizado em camadas de base de pavimentos.
mentos de moagem/trituração.
Este tipo de utilização apresenta várias vantagens: 50 » em obra » OUT. | NOV. | DEZ. 2011
CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL
AGREGADO PARA BETÃO: Os resíduos de construção e demo-
ção para este efeito apresenta algumas limitações, uma vez que
lição reciclado pode também ser utilizado como agregado para
as argamassas de revestimento obtidas apresentaram proble-
betão não estrutural, substituindo os agregados convencionais
mas de fissuração, possivelmente pela excessiva quantidade de
(areia e brita). No entanto, as faces polidas dos materiais cerâ-
finos presentes no entulho moído.
micos (azulejos, etc.) interferem negativamente na resistência à compressão do betão produzido. A mistura é a tradicional, com
Outras utilizações:
cimento e água, esta em quantidade bastante superior, devido à grande absorção dos resíduos. Embora a investigação levada
▪ Preenchimento de vazios em construções;
a cabo em diversos países tenha demonstrado a eficácia deste
▪ Preenchimento de valas de infraestruturas;
processo de reciclagem, vários factores relacionados com a
▪ Reforço de aterros (taludes).
durabilidade do betão precisam de ser analisados. Apresenta porém as seguintes vantagens:
Conclusão
▪ utilização de todos os componentes minerais dos resíduos de construção e demolição (tijolo, argamassas, materiais cerâmi-
O tratamento e reciclagem dos resíduos de construção
cos, areia, pedras, etc.), sem necessidade de separação de
e demolição são fundamentais, pelo contributo que represen-
nenhum deles;
tam na preservação de recursos naturais. No nosso país foram
▪ economia de energia no processo de moagem do entulho (em
já dados alguns passos neste sentido. Durante a execução da
relação à sua utilização em argamassas), uma vez que, parte
obra para a Expo 98 foi colocado na zona de intervenção um
do material pode permanecer com granulometrias graúdas;
sistema de reciclagem de grande capacidade, onde os materiais
▪ possibilidade de utilização de uma maior parcela dos resíduos
provenientes das demolições foram processados, com o
de construção e demolição produzidos, como o proveniente
objectivo de serem novamente utilizados como materiais de
de demolições e de pequenas obras que não suportam
construção. Existem também hoje em dia máquinas de tritura-
o investimento em equipamentos de moagem/trituração;
ção móveis que, no estaleiro da obra, podem proceder à brita-
▪ possibilidade de melhorias no desempenho em relação aos
gem dos elementos demolidos de betão facilitando a utilização
agregados convencionais, para betões com baixo teor em
dos materiais da demolição na nova intervenção. A recolha e
cimento.
triagem de resíduos de construção é também efectuada por diversas empresas um pouco por todo o país. O tratamento
AGREGADO PARA ARGAMASSA: Esta é outra possibilidade de
referido permite obter diversos subprodutos e agregados aos
utilização após a moagem dos resíduos de construção e demo-
quais é dado um destino adequado.
lição. Em granulometrias semelhantes às da areia, este pode ser utilizado como agregado para argamassas de assentamento e
in “Prevenção de Impactos Ambientais dos Estaleiros de Construção em Cen-
revestimento. A utilização dos entulhos de construção e demoli-
tros Históricos Urbanos”, de Couto, A., Couto J. P., ed. Publindústria, 2008
OUT. | NOV. | DEZ. 2011 »
em obra » 51
Dicas e Soluções
Produtos e serviços sustentáveis Obras que melhoram o desempenho a custos equilibrados – Exemplo de obra de reabilitação Manuel Duarte Pinheiro - Engº do Ambiente, Doutorado (Ph.D.), Professor Universitário, Dep. Engª Civil e Arquitectura, IST, Responsável do Sistema LiderA
A procura da sustentabilidade Os produtos e serviços que consigam ter um bom desempenho ambiental (baixas necessidades de energia, água, materiais, resíduos, entre outros), quando equilibrados com bom desempenho económico (nos custos no ciclo de vida) e social (emprego local, contributo para a saúde, entre outros), podem enquadrar-se no conceito de produtos e serviços sustentáveis. Cada vez mais as obras e as construções são desafiadas a encontrar um bom equilíbrio económico que procure assegurar o serviço pretendido, incluindo as características sociais e ambientais. Assim, a sustentabilidade pode constituir um factor de diferenciação a ter em consideração no mercado actual. Contribuir para apoiar o projecto, a construção e a operação
Figura 1 – Principais vertentes e áreas para procurar a sustentabilidade
de edifícios e áreas construídas e a possibilidade de tal ser verificado e certificado foi o motivo que levou ao aparecimento
melhor desempenho tais como, 25%, 37,5% e 50 % (classe C,
do sistema LiderA de apoio e certificação da sustentabilidade.
B e A respectivamente).
O LiderA é um sistema voluntário que através de um conjunto
As soluções que permitem atingir a classe C, B e por vezes A
de princípios, critérios e modos de cálculo permite suportar a
tem mostrado que melhorando as práticas é possível melhorar o
escolha e a certificação da sustentabilidade na construção.
desempenho, sem acréscimo de significativo de custo. Já a pro-
Desde 2005, o LiderA foi aplicado e certificou a sustentabilidade,
cura de desempenho com melhorias de 2 e 4 vezes (classe A+ e
desde moradias individuais, prédios, quarteirões, a loteamentos.
A++) significa um serviço diferente e custos mais significativos.
A sua aplicação e certificação já abrangeram habitações (cerca de 2000 fogos), turismo (cerca de 6000 camas), múltiplas áreas
A sua aplicação no caso de novas construções ou reabilita-
de serviços desde restauração, comércio, escolas e escritórios.
ções, evidencia nos casos existentes que é possível melhorar o desempenho de forma ajustada (Classes C, B e A) e economica-
Ao longo dos últimos anos tem vindo a ser aplicado desde a
mente viável, com reduzidos acréscimos de custos.
fase inicial (promotor e seu programa preliminar) ao projecto (nas diferentes fases do programa de base, projecto de base e de
Os exemplos têm vindo a multiplicar-se (com certificados de
execução), às obras e operação.
classe C e B) a comprovar esse facto, mesmo no último ano. Um caso ilustrativo ocorreu na reabilitação de um conjunto de
A sua escala de avaliação que se inicia na classe G (sem preo-
edifícios classificados em Lisboa. Este caso é seguidamen-
cupações de sustentabilidade), a diferentes níveis de procura de
te explicado.
A necessidade de reabilitação O imóvel “O Século”, (Rua do Século, Nº. 41 a 63, Lisboa) é um
século XVIII e o século XX. O seu estado de conservação e a
edifício classificado onde se localizam serviços do Ministério
necessidade premente de intervir para a melhoria das condi-
do Ambiente. O imóvel tem diversas estruturas e corpos edifi-
ções de habitabilidade, de segurança e de conforto, levou à
cados, com datas de construção distintas, que variam entre o
realização de uma intervenção em 2010/2011 a qual incidiu so-
52 » em obra » OUT. | NOV. | DEZ. 2011
CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL
bre a generalidade das estruturas existentes, em três grandes áreas, nomeadamente, nas fachadas, nas coberturas, na cave e garagem. Por outro lado, desde o início do projecto, que a procura da sustentabilidade foi um dos principais objectivos
Características Urbanísticas - imóvel “O Século” Dono de Obra: Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território
do Dono de Obra - actualmente Ministério da Agricultura, Mar,
Localização: Rua do Século, Nº. 41 a 63, Lisboa
Ambiente e Ordenamento do Território. Neste sentido, foi soli-
Latitude: 38°42’44.22”N | Longitude: 9° 8’51.60”W
citado ao Sistema LiderA um processo de acompanhamento e
Freguesia: Santa Catarina
verificação, tendo em vista uma certificação global do Imóvel, abrangendo não só o Conjunto Edificado existente, como
Inserção: Urbana
também todas as intervenções a serem efectuadas durante as
Tipo de uso: Serviços
obras de beneficiação do mesmo.
Conjunto Edificado: 3 edifícios (A, B e C) Nº. de pisos: A – 4 pisos acima da cota de soleira; B – 5 pisos acima da cota de soleira (1 piso parcialmente enterrado); C – 4 pisos acima da cota de soleira Área bruta de construção: 12920 m² Área do lote: 4640 m²
Figura 2 e 3 - Perspectiva da Rua do Século; Perspectiva aérea do Imóvel
Projecto de Arquitectura Após concurso foi seleccionada uma equipa de projecto que
como previsto em Programa Preliminar. Os projectistas incorpo-
abrangia o atelier ADN Arquitectos, o qual foi responsável pela
ram desde logo no projecto princípios da sustentabilidade.
elaboração do Projecto de Conservação e Reabilitação do Imó-
Desde o início da Empreitada, todas as Entidades envolvidas
vel “O Século”. O Projecto foi iniciado em Setembro de 2010.
assumiram o compromisso de assumir a procura da susten-
O Projecto de Arquitectura previa que a intervenção de reabi-
tabilidade e procurar a melhoria do Desempenho Ambiental
litação efectuada incidisse sobre a generalidade do Imóvel,
constatado. Neste sentido, a intervenção do Sistema LiderA foi
em três grandes áreas – Fachadas, Coberturas e Garagem e
preponderante uma vez que a avaliação preliminar das con-
Cave, tal como previsto em Programa Preliminar. Os pro-
dições previstas pelo Projecto de Arquitectura e da execução
jectistas incorporam desde logo no projecto princípios da
da respectiva Empreitada permitiu aferir quais os pontos que
sustentabilidade.
poderiam e deveriam ser efectivamente melhorados. Assim, no decorrer da Empreitada surgiram situações pontu-
Execução da empreitada consolidou e permitiu melhorias significativas Após concurso foi seleccionada uma equipa de projecto que abrangia o atelier ADN Arquitectos, o qual foi responsável pela elaboração do Projecto de Conservação e Reabilitação do Imóvel “O Século”. O Projecto foi iniciado em Setembro de 2010. O Projecto de Arquitectura previa que a intervenção de reabilitação efectuada incidisse sobre a generalidade do Imóvel, em três grandes áreas – Fachadas, Coberturas e Garagem e Cave, tal
Figura 4 – Sinalização da empreitada OUT. | NOV. | DEZ. 2011 »
em obra » 53
ais nas quais se concluiu que seria possível adoptar medidas
de melhoria, quer para escolha das soluções alternativas
particulares com vista à redução dos impactes ambientais
a serem aplicadas.
inicialmente previstos. Estas alterações resultaram da intervenção na procura da sustentabilidade dos vários intervenientes
As medidas adoptadas permitiram reduzir os impactes gerados
envolvidos na Empreitada.
na fase de construção e constituíram alternativas viáveis, sem aumentos significativos de custos, em relação às originalmente
Neste caso, a intervenção do sistema LiderA permitiu não só
preconizadas no Projecto de Conservação e Reabilitação do
aferir o Desempenho Ambiental numa fase preliminar, como
Imóvel. As alterações mais significativas em termos de melho-
contribuiu quer para a apresentação de soluções alternativas
ria do Desempenho Ambiental são apresentadas em seguida.
Alteração da solução prevista para a Garagem Um dos aspectos de maior impacte associava-se à necessi-
Esta intervenção permitiu reduzir os impactes ambientais
dade de refazer o piso da garagem, com os elevados níveis
inicialmente previstos, evidenciando as seguintes vantagens
de ruído daí resultantes, incomodidade para os utentes do
em relação à solução inicial: eliminação do ruído produzido
edifício, e produção de resíduos, tendo sido considerada
pela demolição; redução da produção de resíduos; diminuição
uma alternativa de menor impacte. A solução original para o
do consumo de materiais; diminuição dos gastos energéticos;
piso da garagem previa a picagem, remoção dos cerâmicos
diminuição das perturbações aos funcionários do MAOT, ser-
existentes no pavimento da garagem, numa profundidade
viços afectos, instalações vizinhas, trânsito, etc.; acréscimo da
aproximada de 6 cm. Em seguida, previa a colocação de
durabilidade; e manutenção dos custos previstos. Consideran-
betonilha de regularização composta por agente de aderência
do o empenho da Secretaria-Geral do MAOT e das restantes
com aplicação superior em argamassa de regularização e o assentamento do acabamento final, em mosaico porcelanato
Entidades envolvidas neste processo, na procura da melhoria
vidrado. De forma a evitar os inconvenientes e impactes am-
do nível de sustentabilidade do Imóvel, esta solução apresen-
bientais associados a esta solução construtiva, foram analisa-
tou-se mais vantajosa do que a solução originalmente prevista.
das diferentes possibilidades para a execução do pavimento três soluções distintas a aplicar consoante cada zona da ga-
Introdução de um separador de hidrocarbonetos na garagem
ragem, que não oneravam o custo do pavimento inicialmente
Na intervenção realizada ao nível da garagem foi também ad-
previsto. Na 1ª zona procedeu-se à preparação da superfície
mitida uma solução para o tratamento de águas provenientes
de pavimento, por processos mecânicos, através de fresa-
de lavagens na garagem, através da introdução de um separa-
gem e/ou granalhagem, seguido de aspiração. Em seguida
dor de hidrocarbonetos, que não estava inicialmente previsto.
aplicou-se uma argamassa de regularização à base de resinas
O separador de hidrocarbonetos introduzido permitirá separar
epoxy/cimento, com uma espessura média de 3 a 4 mm, que
e reter no seu interior os óleos minerais em suspensão nas
serviu como camada de regularização. Foi aplicada uma ca-
águas sujas, provenientes das lavagens e normal utilização da
mada de primário seguido de uma camada autonivelante. Por
garagem. Desta forma, será possível separar os óleos minerais
fim, procedeu-se à aplicação de uma pintura espessa com
que incorporam as águas cinzentas dos seus restantes compo-
resinas epoxy auto-alisante.
nentes, permitindo que, após separação, estes sejam reenca-
da garagem. No seguimento desta análise, foram propostas
minhados para o sistema de esgotos municipal. Na 2ª zona, após a remoção da betonilha armada detectouse a existência de um pavimento em pedra, que foi mantido e
Substituição dos vãos de tijolo de vidro
recuperado. Como acabamento, aplicou-se uma pintura espes-
Outra das alterações efectuada ao nível da garagem foi a subs-
sa com resinas epoxy auto-alisante. Na 3ª zona, demoliu-se a
tituição dos vãos de tijolo de vidro por caixilharia de alumínio
betonilha armada e picou-se o betão existente. Em seguida,
c/ vidro duplo. Esta alteração permitiu melhorar as condições
executou-se um pavimento industrial em microbetão, com
de habitabilidade, aumentando a permeabilidade à luz natural
espalhamento, nivelamento a régua vibrante e talochamento
e consequentemente os níveis de iluminação natural, o que
mecânico. Por fim, aplicou-se uma pintura espessa com resi-
permitirá reduzir o tempo de funcionamento da iluminação
nas epoxy auto-alisante.
eléctrica, reduzindo assim os custos energéticos.
54 » em obra » OUT. | NOV. | DEZ. 2011
CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL
Alteração da solução prevista para as Fachadas A intervenção prevista para as fachadas exteriores previa a
cionários do Ministério, serviços afectos, instalações vizinhas,
picagem integral do reboco existente, execução de novo reboco
trânsito, entre outros.
e pintura. Contudo, após uma análise atenta ao estado do reboco existente, constatou-se que este estava bem consolidado,
Desempenho Ambiental Global
apenas necessitando de reparações pontuais. Neste sentido,
Da avaliação do posicionamento ambiental, efectuada pelo Sis-
com vista a minimizar os impactes gerados pela picagem das
tema LiderA ao Imóvel “O Século” em fase de pós-intervenção,
fachadas foi proposta uma solução alternativa à intervenção
apresentada nos pontos anteriores, conclui-se ter sido possível
preconizada no Caderno de Encargos. Assim, na fachada princi-
constatar uma melhoria do Desempenho Ambiental Global de
pal, procedeu-se à demolição e substituição apenas do rebo-
cerca de 37,5%, com especial destaque para a aposta signifi-
co degradado e à regularização de toda a superfície com um
cativa na valorização territorial, na integração paisagística local
barramento à base de cal. Esta solução alternativa passou pela
e na protecção e valorização do património edificado existente
aplicação de uma camada de 14-905 Rialto Wallcem, previa-
e na redução da produção de resíduos. Destaca-se ainda o in-
mente ao esquema preconizado no Caderno de Encargos para
cremento das condições de conforto existentes, nomeadamente
a pintura, 14-955 Rialto Isocal + 14-935 Rialto Epoca Ottocento,
através da optimização do conforto térmico, da qualidade do
permitindo desta forma atingir o objectivo pretendido para a
ar interior, dos níveis de iluminação interior e da capacidade de
intervenção na fachada principal, não aumentando os custos
controlo por parte dos utilizadores do Imóvel.
da obra. Nas fachadas de tardoz e empenas aplicou-se um procedimento semelhante ao da fachada principal, com soluções
Neste sentido, mediante a Avaliação de Posicionamento do
diversas consoante o estado de degradação de cada uma delas,
Desempenho Ambiental pelo Sistema Lidera, o Imóvel “O Sécu-
que passou nomeadamente pela aplicação de barramento à
lo”, este foi certificado em 2011 numa Classe B, que reflecte o
base de cal; aplicação de tela de fibra de vidro; ou aplicação de
esforço das Entidades envolvidas neste Projecto em dinamizar a
tinta texturada com permeabilidade ao vapor.
procura da sustentabilidade num Ambiente Construído existente.
Esta intervenção permitiu reduzir os impactes ambientais inicialmente previstos, evidenciando as seguintes vantagens em relação à solução original: eliminação do ruído produzido pela demolição; eliminação da produção de resíduos provenientes da demolição; diminuição do consumo de materiais; diminuição dos gastos energéticos; diminuição das perturbações aos fun-
Figura 5 – Fachada do Imóvel “O Século”após as Intervenções de Conservação e Reabilitação
Concluindo A procura da sustentabilidade tem vindo a revelar-se como
um suporte técnico conhecedor na área do Património da
um importante aspecto para melhorar desempenho de forma
parte do dono da obra, o empenho e a busca contínua das
equilibrada e viável. Neste contexto o LiderA é um sistema que
oportunidades de melhoria do empreiteiro, bem como as
pode ajudar a procurar o nível de sustentabilidade ajustado às
suas capacidades técnicas, a postura construtiva e aberta
especificidades, já que se foca no desempenho, permitindo as-
do projectista face às possibilidades de melhoria e o consis-
sim escolher a solução mais adequada. O caso apresentado de
tente acompanhamento da fiscalização. Assim é possível e
reabilitação de um edifício certificado, mostra que é possível
desejável procurar a sustentabilidade, sendo a vontade e a
implementar medidas sem acréscimos de custos, cumprindo
conjugação de capacidades um elemento essencial.
os prazos e de forma eficiente. Mostra ainda que é possível tal ser efectuado na fase de obra, desde que exista um envolvi-
Nos últimos anos têm-se multiplicado as aplicações do
mento e vontade do dono da obra, do empreiteiro, do projec-
LiderA, existindo mais de três centenas de assessores do
tista, da fiscalização e dos restantes agentes envolvidos. Para
sistema, revelando um interesse e uma potencialidade que
tal ser possível os factores críticos de sucesso identificados
importa aproveitar nos tempos que correm. Apostar na
residem em o dono de obra (Ministério e Secretaria-Geral)
sustentabilidade pode ser uma forma de efectivamente criar
desejar de facto procurar a sustentabilidade, conseguir ter
valor duradouro. OUT. | NOV. | DEZ. 2011 »
em obra » 55
Dicas e Soluções
Microgeração Fotovoltaica Filipe Pereira, Engenheiro Electrotécnico (ISEP), Professor do ensino Secundário
Com a regulamentação das “Renováveis na Hora” publicada no decreto-lei 118-A/2010 de 25 de Outubro, já é possível que cada um de nós passe a ser um microprodutor de electricidade.
Sistema Solar Fotovoltaico Funcionamento da Célula Fotovoltaica Transformam a energia dos fotões da radiação solar em energia
Para além da instalação de painéis fotovoltaicos para a produção de electricidade, basta que já disponha ou instale uma solução de água quente solar (colectores solares térmicos,
eléctrica sem qualquer processo mecânico ou térmico intermédio
Módulos e Gerador Fotovoltaico
com um mínimo de 2m²) e que tenha um contrato de compra de electricidade em baixa tensão. O programa “Renováveis na Hora” é o que permite a venda da electricidade por si produzida em condições especiais, obtendo taxas de rentabilidade do investimento, nos 5 primeiros anos, entre 12% a 14%.
A Oportunidade No programa “Renováveis na Hora” são criados dois regimes de remuneração:
Módulo: Interligação de células Potência: 10 W a 380 W
▪ O Regime Geral, para a generalidade das instalações. ▪ O Regime Bonificado, apenas aplicável às fontes renováveis de energia, cujo acesso é condicionado à existência no local de consumo de colectores solares térmicos, no caso de produtores individuais (ou da realização de auditoria energética e respectivas medidas, no caso de condomínios). O incentivo associado à venda de electricidade é, assim, utilizado para promover a água quente solar, complementando o DL n.º 80/2006, de 21 de Abril, que estabelece a obrigatoriedade de instalação destes sistemas nos novos edifícios.
O Inversor A corrente da energia gerada será convertida de DC (corrente continua) para AC (corrente alternada compatível com a Rede). As tecnologias actuais permitem atingir eficiências de conversão acima de 98%.
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Gerador fotovoltaico: Interligação de módulos Potência: 0,5kW a 20 MW ou mais
ENERGIAS RENOVÁVEIS
Tipos de Sistema Fotovoltaicos
Dicas para um sistema solar fotovoltaico ▪ Em termos técnicos, serão necessários cerca de 20 a 30 m2 de
Fixo – Os painéis são instalados
módulos instalados na cobertura do edifício/habitação. Também
sobre estrutura fixa, orientada a
poderá ser instalado na fachada de edifícios.
Sul e livre de sombreamentos. ▪ A produção anual vai ser estimada em função da área dos painéis, Móvel - mecânico de seguimento
da quantidade de radiação solar média da região, da orientação e
de 2 eixos.
inclinação dos painéis e das características técnicas do material. A energia colectada é enviada por cabo para um inversor situado no
Tracker – Este tipo de
interior do edifício. Este aparelho transforma a corrente contínua
sistema representa um
em corrente alternada, compatível com a rede eléctrica. Um segun-
acréscimo de, aproxima-
do contador deve ser instalado para distinguir a energia produzida
damente, 30% de produ-
da energia consumida pelos ocupantes.
ção, quando comparado
▪ Quanto à manutenção resume-se a verificar anualmente
com sistemas fixos.
o estado e limpeza dos painéis.
▪ No que diz respeito à instalação, será importante ter atenção a dois aspectos: a orientação (normalmente Sul) e inclinação dos painéis
Sistema Fotovoltaico
(normalmente 35º).
Esquema tipo de uma instalação solar fotovoltaica no regime da Microgeração, produção e venda de energia à Rede.
▪ É também necessário ter atenção às sombras de árvores ou de outros edifícios circundantes, que se tornam um obstáculo aos raios solares e podem prejudicar o bom funcionamento dos painéis.
Tarifa Actual: • 0,380€/kWh (durante os primeiros 8 anos) • 0,220€/kWh (nos 7 anos seguintes)
▪ Outro ponto importante a ter em consideração: a qualidade do material e fiabilidade do instalador. Dirija-se a profissionais compe-
Uma vantagem na aquisição deste tipo de sistemas reside no facto de os particulares poderem recorrer a entidades bancárias que possuem créditos para energias renováveis com taxas
tentes e bem preparados, uma vez que se trata de um investimento de longo prazo.
▪ Quando adquirirem os módulos verifiquem a relação qualidade/preço. Um módulo de boa qualidade será aquele que
muito interessantes.
reunir uma boa eficiência e uma baixa variação com os aumentos de temperatura.
Módulos fotovoltaicos Tratamento de dados
• Utilizem módulos de potência o mais elevada possível. • A instalação implica mexer no telhado, o que pode provocar problemas de infiltração se não forem tomadas precauções. Verifique
Inversor
ainda se o seu município autoriza a instalação de painéis. Rede Pública
• A nível do inversor e contador, quase todos os existentes no mercado têm eficiências muito boas e dão garantias de grande durabilidade.
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em obra » 57
Caso de Estudo
Pavilhão dos desportos do Porto projecto de reabilitação e reconversão Hugo Marques | José Vaz Pinto
Os autores pertencem ao GEG - Gabinete de Estruturas e Geotecnia cuja intervenção neste projecto consistiu na elaboração do projecto de execução de fundações e estruturas, projecto de contenções e escavações e projecto de reabilitação e reforço estrutural.
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REABILITAÇÃO
A
reconversão de construções existentes que impliquem uma intervenção ao nível estrutural obriga necessariamente a uma caracterização adequada do actual estado de conservação dessa estrutura. Com base nesses resultados é elaborado o
projecto de reabilitação e eventual reforço da mesma. No processo de reconversão do Palácio dos Desportos do Porto a estrutura está a ser estudada, monitorizada e avaliada antes de ser realizada a intervenção. Para o efeito foi implementado um plano de inspecção integrado na campanha de avaliação e diagnóstico do estado de conservação e do comportamento estrutural que inclui ensaios estáticos e dinâmicos. Implantado nos terrenos do oitocentista Palácio de Cristal, o Pavilhão dos Desportos do Porto é um amplo recinto coberto inaugurado em 1952. O actual projecto é da autoria do mesmo arquitecto que é o autor do projecto inicial, José Carlos Loureiro. O presente artigo apresenta alguns resultados preliminares do trabalho efectuado e ilustra sumariamente a intervenção que se pretende efectuar.
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Descrição da estrutura existente Trata-se de uma estrutura em betão armado com configuração circular em planta com um diâmetro de 90m constituída por 32 pórticos triangulares radiais. O edifício é formado por um piso enterrado, o piso da arena (laje à cota 3.3m) e quatro galerias elevadas. A característica principal do edifício é a cobertura em forma de cúpula nervurada revestida a folha de cobre, que lhe confere a característica cor verde.
Corte do projecto original com as armaduras do pórtico triangular
A cúpula é constituída por panos de laje maciça armada em duas direcções (com espessuras que variam entre 5 a 8cm) tendo alguns desses panos de laje quatro aberturas circulares permitindo a entrada de luz. Estas lajes apoiam-se em 32 vigas radiais – os meridianos – e 8 vigas de planta circular - os paralelos. A cúpula liga à restante estrutura pela extremidade do pórtico triangular ou pórtico de encontro. No centro existe uma abertura de 13.4m delimitada por um anel de grande rigidez que suporta também uma pequena cúpula de “betão translúcido”. As fundações de todo o edifício são directas e realizadas por sapatas. As lajes são armadas em duas direcções tendo 25 centímetros de espessura e são apoiadas por uma grelha de vigas. As lajes são pré-fabricadas aplicando uma tecnologia conhecida como sistema Stahlton que foi desenvolvido no Reino Unido em 1950. O sistema consiste no uso de elementos cerâmicos
Cúpula
extrudidos de elevada resistência com sulcos formados na superfície superior que alojam o reforço longitudinal (fios de pré-esforço). Na outra direcção a armadura é de aço corrente,
estruturais. As galerias de acesso acima do nível 3.3m são
sendo colocada in situ uma camada complementar de betão.
suportadas pelo pilar principal do pórtico triangular. Dos pilares centrais partem vigas radiais em consola que estão ligadas en-
A laje à cota 3.3m é dividida em 9 corpos por juntas de dilata-
tre si por vigas circunferenciais nas extremidades. As galerias
ção, uma é circular e define o palco central e as outras 8 são
também estão divididas por oito juntas de dilatação radial que
radiais e foram materializadas sem duplicação de elementos
existem ao longo de todos os pisos excepto na cúpula.
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REABILITAÇÃO
Intervenção a realizar A implementação de um plano de inspecção
O projecto de reconversão deste edifício
de preservando a integridade
juntamente com a recolha de elementos do
integra-se num empreendimento mais vasto
da estrutura original.
projecto original bem como de testemunhos
que visa a realização de um grande centro
do processo construtivo, nomeadamente foto-
de eventos.
As alterações que provocam maior impacto são a intro-
grafias históricas, constituíram um trabalho de investigação determinante no estudo
O projecto é fortemente influenciado pelos
dução de novas cargas tais
e avaliação do estado actual da estrutura.
condicionamentos encontrados:
como a inclusão de uma bancada permanente,
Este trabalho permitiu calibrar modelos de cálculo para adequadamente representar
▪ Geológico-Geotécnicos
a suspensão de equipamen-
a estrutura existente, avaliar o impacto das
▪ Construtivos
tos da teia técnica na cúpula
alterações que se pretende implementar e de-
▪ Impostos pela estrutura existente
e a abertura de passagens para infra-estruturas nas lajes.
terminar a intervenção necessária de reforço e conservação da estrutura existente [1].
“A
Toda a interven-
visa, fundamentalmente, intervenção de reabilitação
ção se baseia no
A intervenção de reabilitação
princípio da re-
visa, fundamentalmente, pro-
versibilida-
longar a vida útil da estrutura.
”
tura.
prolongar a vida útil da estru
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em obra » 61
Plano de inspecção e ensaios Tratando-se de um edifício executado há já mais de 50 anos e correspondendo a época da sua construção a uma fase em que a execução de obras em betão armado desta dimensão estavam ainda em fase de afirmação, torna-se essencial proceder à sua inspecção estrutural e levantamento de alterações e patologias. Foi realizado um plano de inspecção estrutural seguindo as orientações do ACI [2] e CEB [3] e cuja implementação permitiu caracterizar o actual estado da estrutura. A dimensão e altura dos elementos a inspeccionar impôs a mobilização de equipas e de meios especiais para a sua realização. Além da observação de toda a estrutura foram também realizados ensaios não destrutivos, sondagens exploratórias e ensaios laboratoriais visando a caracterização dos materiais. Complementarmente foram realizados ensaios dinâmicos e estáticos in situ pelo ViBest, Labest e LESE, que permitiram estimar o comportamento da estrutura existente quando sujeita a novos carregamentos. Foi também realizada uma campanha de prospecção geotécnica que permitiu conhecer as condições geotécnicas do solo onde foram realizadas as fundações.
Resultados Verificou-se nos ensaios efectuados que o betão apresenta
mecânicas (resistência e rigidez) inferiores ao aço actualmente
características mecânicas (resistência e rigidez) baixas, mas
produzido.
que ainda assim se encontra muito pouco ou mesmo nada afectado pelas agressões ambientais, mantendo a sua capa-
Muitas destas anomalias encontravam-se ocultas pelos reves-
cidade resistente e de protecção às armaduras, sempre que
timentos superficiais sendo que os elementos estruturais mais
existe recobrimento adequado. Observa-se, no entanto, que
expostos, sobretudo os exteriores, vieram a revelar-se condi-
quer devido a algumas deficiências de execução, quer devido
cionantes da avaliação efectuada. Acresce a deficiente protec-
à redução desse recobrimento pelo acabamento bujardado
ção actualmente conferida pelos materiais de isolamento da
aplicado ainda na fase inicial da obra, essa capacidade de
cobertura, que permitem a passagem e acumulação de água
protecção foi afectada. Dos ensaios realizados, pode-se con-
em quantidade significativa. Assim, são de destacar como os
cluir também que o aço empregue na obra tem características
casos de maior gravidade:
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REABILITAÇÃO
▪ Os pilares exteriores (extremidade inferior do pórtico triangu-
Com base na informação obtida foi desenvolvido um projecto
lar) e as zonas das juntas de dilatação das vigas no arranque
de reabilitação e reforço da estrutura, já que se concluiu ser
da cúpula que são zonas em que a deterioração das peças
viável a sua reabilitação e prolongamento da vida útil.
por razões de ataque ambiental está mais avançado. ▪ As articulações principais da cúpula, onde além da agressão
Na perspectiva da requalificação do edifício, considera-se que
ambiental se verificam danos significativos causados pelo
os resultados dos ensaios de carga justificam inteiramente a
seu funcionamento estrutural em conjunto com a sua difícil
opção pela manutenção da estrutura existente, com eventuais
e, em consequência, deficiente execução.
reforços pontuais.
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em obra » 63
REABILITAÇÃO
Estrutura da Bancada Por ser a intervenção de maior impacto na estrutura existente
ra metálica. A solução estrutural adoptada passa por pórticos
descreve-se a solução da bancada. A solução preconizada
instalados sempre que possível sob os alinhamentos radiais,
para a estrutura da bancada procura minimizar as altera-
pórticos da estrutura existente, com treliças a vencer o vão
ções de funcionamento da estrutura original. Deste modo,
entre estes que dão forma aos degraus da bancada.
optou-se por uma estrutura metálica em detrimento de uma estrutura em betão armado. Procurou-se minimizar o número
O primeiro nível, bancada sobre o piso 1, apresenta uma
de apoios necessários sem comprometer a capacidade dos
configuração em planta em forma de “ferradura” com cinco
elementos da estrutura original que recebem novas cargas
vomitórios sendo que 3 dos quais dão acesso directo à are-
dando também lugar à utilização do espaço sob as bancadas.
na. A alteração das acções, nomeadamente os revestimentos e as sobrecargas de utilização do piso 1, arena do Pavilhão,
Em termos de avaliação de desempenho desta solução foi de
e da introdução de novas cargas por parte da bancada,
capital importância a consideração do comportamento em ser-
conduziram à necessidade de introdução de reforços nos
viço, nomeadamente através do controlo da frequência própria,
elementos estruturais, nomeadamente nos pórticos radiais.
acima de 5Hz, de forma a evitar indesejáveis efeitos decorrentes de acções dinâmicas induzidas pelos utilizadores. REFERÊNCIAS
As bancadas apresentam 3 níveis em altura com configurações diferentes que levaram a soluções diferentes em estrutu-
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[1] H. MARQUES; P. PIMENTA; J.VAZ PINTO – “Oporto’s Sports Pavilion”. Proceedings of the IASS Symposium 2009, Valencia, p. 1634-1641 [2] ACI 364-1Guide for Evaluation of Concrete Structures before Rehabilitation [3] CEB 243. Strategies for Testing and Assessment of Concrete Structures