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Tema do ano: Capítulo VII
Tema do ano:
Capítulo VII
Ser casal santo hoje “Não é salutar apresentar o amor conjugal como algo ‘mágico’ e perfeito – pois não existe casal perfeito –, como o fazem ‘certas fantasias consumistas’” (LT pag. 121). A imperfeição é inerente ao ser humano. Parece paradoxal o desejo de santidade e a imperfeição humana, talvez porque ao longo de nossas vidas termos tido a ideia de que a santidade está restrita a alguns poucos eleitos de Deus, e que a santidade é algo conquistável por nossos méritos, quando na verdade é graça, dom de Deus. O caminho de santidade começa por reconhecer nossas limitações ou imperfeições, um afastamento do pelagianismo, de acharmos que somos autossuficientes e perfeitos. Aquela mulher que estava debilitada e dificilmente conseguiria vencer a multidão e falar com Jesus estabeleceu uma meta e um caminho compatível com suas limitações: ao menos tocá-Lo. Ela foi até onde sua condição lhe permitia ir, o esforço e o desejo de chegar até Jesus foram tamanhos que foram percebidos por Ele. Ao tocá-Lo pensou que seu esforço não teria sido suficiente, no entanto Ele a percebeu, a acolheu e completou sua jornada dando-lhe a cura. “Ainda que seja na orla do seu manto, estarei curada” (Mc 5,28). Em um mundo com tantas fragilidades que nos levam a pecar, parece-nos distante a ideia de santidade. O pensamento que os santos foram sem máculas, que fizeram esforços sobrenaturais e que por
isso foram agraciados com a santidade, aliado à consciência de nossas imperfeições, nos faz desistir de buscarmos a santidade, com a desculpa que não somos escolhidos para esse tão belo dom. Os apelos dos dias atuais nos anestesiam, tornando-nos indiferentes ao chamado de Deus. Para chegarmos à santidade basta que busquemos Jesus, deixando-nos ser moldados por seu amor, permitindo que Ele nos toque. Uma vez tocados tenderemos para santidade, cada um ao seu modo, cientes que não é algo que acontece subitamente, é um processo de conversão, de adesão a um estilo de vida, o de Jesus. Isso não significa isolar-se ou deixar os seus, pois acontece naturalmente, onde quer que estejamos. Para nós, casais, o matrimônio é um campo propício para buscar a santidade juntos. É fácil? Sem dúvida não! Por exigir de nós, a exemplo de Jesus, empatia com o próximo, que por vezes nos machuca, e um profundo relacionamento com Deus. As quedas virão! Porém com mais frequência virão as mãos estendidas de Jesus, que caminha ao nosso lado mostrando o caminho. “Mas, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem” (1Pd 1,15). O Poderoso fez em nós maravilhas. Edna e Sebastião CR Província Norte