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A Anunciação do Senhor

No Evangelho de Lucas (1,26-38) encontramos o relato da visita do Anjo Gabriel a Maria. A respeito disso – entre outros textos – profetizou Isaías, sete séculos antes do nascimento do Salvador: “A Virgem conceberá e dará à luz um Filho. Ele será chamado: Deus conosco” (Is 7,14). Maria, menina simples e pobre, da pequena cidade de Nazaré, mas cheia de fé, temente a Deus e totalmente acessível ao seu projeto, como as pessoas de sua época e tradição, esperava a vinda do Salvador. Ela encontrou graça diante de Deus e, por sua humildade, tornou-se obediente. Ela não quis viver só para si, mas para seu Senhor, para o qual se disponibilizou totalmente ao fazer-se serva. O Anjo Gabriel lhe trouxe a Boa Notícia, pois os Anjos são mensageiros entre Deus e o seu povo. “Alegra-te, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!” (Lc 1,28) foi a saudação do Anjo a Maria, adjetivando-a como aquela que goza plenamente da graça de Deus. Assim reconhecemos em Maria um templo vivo, cheia da presença do Espírito, a predileta de Deus. “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho,

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a quem porás o nome de Jesus”. “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso, o Menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus” (Lc 1,30-31.35). O Anjo Gabriel traz a Palavra Viva, o sussurro de Deus, tornando-se nossa carne, nas entranhas da menina de Nazaré. E cheio de esperança e na superação constante dos desafios, o povo de Israel aguardou a chegada do Messias. Hoje, somos o povo de Deus que continua a enfrentar os desafios cotidianos; as restrições, o isolamento, as perdas de pessoas pelo Covid-19. Devemos ter coragem de enfrentar os desafios presentes. Ele não nos desprezará. Como Igreja, como cristãos e família, devemos ter uma certeza: na Anunciação, Deus nos deu a sua palavra que nos trouxe alegria, misericórdia infinita e caminho novo de superação. É necessário que nos apossemos dessa novidade, dela vivermos e por ela agirmos, levando a mesma esperança e vida aos que não mais as têm. Segundo Francisco, o desejo ardente de Deus, é a audácia contínua em converter-se, em amar e caminhar sempre para diante. A fé não é água que apaga, mas fogo que queima; não é calmante para quem está agitado, mas história de amor para quem está enamorado! Que tenhamos a coragem de, como Maria, nos deixar preencher da Palavra da Vida. Deixar o sussurro de Deus ganhar espaço em nossos ouvidos e em nosso coração. Que sejamos também testemunhas de que Deus está entre nós.

Pe. Mário Ribeiro Castro SCE Setor Boa Vista-RR

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