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Uma família feliz é um paraíso antecipado
A Familiaris Consortio n. 86 nos diz: “Compete aos cristãos anunciar com alegria e convicção a Boa Nova sobre a família, que tem absoluta necessidade de escutar sempre, renovadas vezes, e de entender cada vez melhor as palavras autênticas que revelam sua identidade”. Nossas famílias são chamadas a antecipar as coisas dos céus, a serem, como nos diz Dom José Tolentino, “Artesãs de afetos”, a cultivarem em si a capacidade de nos educar para o amor, fé, alegria, gentileza, respeito, esperança e tantos outros valores e sentimentos que fazem a vida já nesse mundo ser antecipação do que virá. “A missão apostólica da comunidade conjugal e familiar transborda do lar. Essa comunidade se sente pressionada a instaurar em torno dela a caridade que lhe dá vida, a comunhão em Cristo que ela realiza em seus membros. Pelo simples fato de sua presença ela já o faz, à maneira de um fermento, no ambiente onde ela existe” (A Missão do Casal Cristão, Henri Caffarel). Prestam um grande serviço à humanidade as famílias que educam para a alegria. Não se pode testemunhar o Cristo sem a alegria que nasce na aurora do Domingo de Páscoa, uma família será capaz de construir felicidade plena e verdadeira, desde que esteja fundada em Cristo. Lemos no livro Crescer a Dois, de Ricardo E. Facci, “Uma família que constrói a felicidade ajusta permanentemente uma dívida com as novas gerações que ela própria gerou. Definitivamente, uma criança, um jovem, um filho desejam chegar à casa e respirar de algum modo esse “paraíso antecipado”. A alegria não é fruto do improviso, mas é um dom concreto recebido por aqueles que vivem com Cristo. Certa vez, visitando o Santuário de São Pio de Pietrelcina na Itália, tive a graça de ouvir uma profunda homilia ministrada por um sacerdote italiano na festa da Sagrada Família e entre tantas coisas lindas que ouvi daquele idoso e sábio sacerdote, ouvi também algumas perguntas dirigidas à assembleia: “Na sua casa, alguma vez você já perguntou aos que vivem lá com você, se eles são felizes? Vocês pais já perguntaram a seus filhos se eles são felizes em casa? Você esposa ou esposo já perguntou ao seu cônjuge se ele ou ela é feliz em vossa casa?” Perguntem, dizia aquele sacerdote, pois cada família é feliz a seu modo, mas é preciso saber se há alegria em nossas casas, em nossas famílias, em nossos relacionamentos, pois corremos o risco de sermos boas duplas ou bons grupos vivendo debaixo do mesmo teto achando que somos uma família. E volto ao livro Crescer a Dois quando nos diz que “seria muito bom se todos os filhos do mundo jamais dissessem: Minha casa é uma selva! Possam, ao contrário, dizer: Minha família é feliz! E, porque minha família é feliz, vivo num paraíso antecipado!”.
Pe. Antonio da Silva Miguel Jr. SCE Eqs. N. S. Boa Mãe e N. S. Aparecida - Setor A Criciúma-SC