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O verdadeiro conceito
Estamos no planeta Terra. Somos seres pensantes e ansiosos em descobrir valores e conteúdos que nos dêem segurança em nossas ansiedades. Vivemos a inquietude de quem está querendo resposta a tantas interrogações. Não nos contentamos com o comum, com o efêmero. Queremos mais, sempre mais. E isso é importante, pois nos leva a sair do comodismo e entrar nos caminhos dos desafios. Passamos a desafiar nossos sentimentos. Queremos segurança em nosso amar, em nosso conviver e em nosso agir. Queremos clareza em nossos conceitos de afetividade. Queremos alcançar o mais perfeito em nossos relacionamentos e em nossas atitudes. Mas é preciso dar mais um passo. Precisamos desafiar nossa razão. Não podemos nos acomodar naquilo que descobrimos e sabemos. Não podemos simplesmente aceitar o que os outros falam ou sugerem. Precisamos questionar o ambiente, as ideias e os princípios que nos foram legados. Precisamos ser criativos e originais. Precisamos assumir a autoria da nossa própria história. Precisamos filtrar os princípios e os valores que norteiam nossos ideais. Monótono será o viver de quem não desafia a si mesmo, de quem não se insurge contra o vulgar e aposta no original. Não pode continuar parado. Tem que buscar incansavelmente o diferente e o desafiante. Assim poderemos entender o quanto é belo amanhecer para um dia novo e não apenas para um novo dia. O dia tem que ter um novo sorrir, um novo abraçar, um novo amar e um novo viver. A cada dia conquistar um novo espaço no pensar e no refletir os compromissos e as tarefas que garantam construir uma história pessoal e que deixe marcas de imortalidade por onde passar e naquilo que realizar. O Mestre dos mestres, após ter vivido um longo tempo com seus seguidores e com os doutores da lei, sentiu necessidade em saber até onde seus ensinamentos revelaram sua identidade e sua personalidade. Após esse longo período, nada mais justo do que certificar-se de que tudo quanto pregara e tudo quanto fizera revelariam sua identidade e sua missão. Num diálogo muito singelo e muito íntimo mostrou que respeitava o pensar do povo a seu respeito. Afinal, o povo nem sempre é livre em se pronunciar a respeito de certos eventos sociais ou religiosos. Existem forças ocultas que manipulam a opinião popular. Mas quis saber dos seus seguidores mais próximos qual imagem e conceito mantinham dele: “E vocês quem dizem que EU sou?’ E eles não decepcionaram. Após um razoável tempo de convivência já poderiam opinar com bastante segurança: “Tu és o Cristo, o Enviado de Deus Pai” (Mc.8,27-30). Superaram as dúvidas e confirmaram a confiança. Mesmo tendo em suas mentes um certo medo devido aos comentários que percorriam o povo da cidade, eles garantiram que o seguiriam onde quer que andasse e no que acontecesse. Viram nele um homem decidido e convicto em suas ideias e em suas iniciativas. Ele falava com autoridade e se comunicava com personalidade. E esse será o permanente desafio para nós: ser fiel ao Mestre e a seus ensinamentos. Frei Venildo Trevizan