maio 2015 Diretor Fundador João Ruivo Diretor João Carrega Publicação Mensal Ano XVIII K No207 Distribuição Gratuita
www.ensino.eu ensino jovem Autorizado a circular em invólucro fechado de plástico. Autorização nº DE01482012SNC/GSCCS
ubi assinala 29 anos
Reitor quer novo modelo de financiamento P5
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Évora
Universidade e Câmara assinam protocolo
Assinatura anual: 15 euros
Manuel Sérgio, professor catedrático
O mestre de Mourinho e Jorge Jesus
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IPCB junta parceiros e abraça o futuro
Pensa o futebol como ninguém. Manuel Sérgio, que considera que o desporto rei «é a coisa mais imC P 10 portante das coisas pouco importantes», fala de José Mourinho, Jorge Jesus, Cristiano Ronaldo e Lionel Messi.
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IPG faz acordo com universidade brasileira C
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Sérgio godinho, em entrevista
Projeto inovador nasce em Portalegre C
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Politécnico de Leiria aposta no Brasil C
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Ensino Magazine entrega prémios C pub
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Manuel Sérgio, professor catedrático
«O filósofo do futebol» 6 Pensa o futebol como ninguém, nas suas múltiplas vertentes. Manuel Sérgio, que considera que o desporto rei «é a coisa mais importante das coisas pouco importantes», fala de José Mourinho, Jorge Jesus, Cristiano Ronaldo e Lionel Messi.
O facto de ter nascido perto de um campo de futebol, o das Salésias, traçou-lhe o destino na relação estreita que mantém com o futebol e o amor que nutre pelo seu clube de sempre, o Belenenses?
O futebol faz parte da minha meninice. Não só porque nasci próximo de um campo de futebol, o Estádio José Manuel Soares, ou das Salésias, o primeiro campo relvado do país, mas também porque o meu pai, praça e depois cabo da GNR, sempre que podia, não deixava de assistir aos
jogos do Belenenses. Eu, também sempre que a minha mãe mo consentia, assistia aos treinos da primeira categoria do Belenenses das décadas de 30 e 40 do século passado. Os jogadores do meu clube eram então os meus ídolos, com quem convivi e conheci bem de perto.
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Depois, mais tarde, o Capela, o Vasco, o Feliciano, o Amaro, o Gomes, o Serafim, o Mário Coelho, o Elói, o Andrade, o Quaresma, o Rafael, que formaram a equipa campeã nacional, também com eles me familiarizei. Poderia até esboçar os retratos de cada um deles, fiando-me apenas no que me resta na memória. Não é fácil retroceder a 70 anos atrás, mas recordo, com alguma nitidez, a classe do Amaro e do Artur Quaresma, as qualidades atléticas do Vasco e do Feliciano, a capacidade goleadora do Andrade, que é o único ex-jogador desta equipa que ainda não faleceu. O futebol era mais pausado do que hoje, porque era muitíssimo menos veloz. A ausência de profissionalismo, um treino desportivo rudimentar não lho permitiam. Mas é verdade que o Belenenses é uma das mais valiosas evocações da minha juventude e, afinal, da minha vida toda. Será também de relembrar que, entre 1964 e 1994, fui dirigente do Belenenses, desde diretor do jornal “Os Belenenses” até vice-presidente da direção e presidente da Assembleia Geral. José Maria Pedroto chamou-lhe «profeta», José Mourinho considera-o o seu «guru». O que é, afinal, o professor Manuel Sérgio? Uma inspiração?
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É de vigilância hostil, no nosso país, qualquer pessoa de inteligência inovadora e renovadora. A inveja rodeiao, inevitavelmente. Ora eu, ao dizer que a educação física é um cartesianismo e que o desporto se integra na área das ciências hermenêuticohumanas, disse “coisas novas”, em língua portuguesa. O José Mourinho, para mim, o melhor entre os melhores treinadores do mundo, no prefácio do meu livro “O Futebol e Eu”, revela o que aprendeu nas minhas aulas: que não sabe de desporto quem sabe só de desporto, pois que no desporto está o humano, na sua integralidade; que a educação física nasceu do “erro de Descartes”; que o desporto é um dos aspetos da motricidade humana e que, portanto, no treino desportivo deverá utilizarse a metodologia específica das ciências hermenêuticohumanas; que o corte epistemológico que eu realizei, com a passagem do físico à pessoa, no movimento intencional da transcendência, fundamenta o treino e a prática desportiva. Estamos na área do humano e portanto o progresso desportivo tem de ser também progresso humano e pode não haver progresso humano, com muitos campeonatos ganhos e muitos recordes batidos. Muitas (demasiadas) vezes, o desporto serve, principalmente, para adormecer o trabalhador ;
à recusa da sociedade injusta estabelecida. «Para saber de futebol é preciso saber mais do que futebol», é um dos seus lemas. Quer com isto dizer que um treinador deve apurar todos os seus sentidos e conhecer as múltiplas dimensões da diversidade humana? É preciso saber que o futebol (como o desporto em geral) não é só técnica e tática e preparação física, é também, por exemplo, economia e política. Se o futebol emerge tão-só como um dos subsistemas do sistema capitalismo, ele não passa de simples mercadoria. Por isso, na alta competição desportiva, ninguém faz desporto para ter saúde, fá-lo porque tem saúde. A técnica é desporto, mas o desporto não é técnica tão-só. O desporto é, acima de tudo, um processo de criação cultural, pois que se trata de uma concreta formação histórica, situada no tempo e no espaço. De tão amarrados nos encontrarmos à “sociedade de mercado” (e não a uma sociedade com mercado) não descortinamos que ela fomenta o “bellum omnium contra omnes” (traduzindo: a guerra de todos contra todos) dando o primado à dimensão económica e subalternizando a dimensão ético-política. No desporto, fomenta ele a mais despudorada mentira, quando os futebolistas, os voleibolistas, os ciclistas, etc., etc. negam, contra todas as evidências, o consumo de substâncias dopantes; quando treinadores e atletas escondem a frequência e a gravidade das lesões, numa prática que nada tem de saudável; quando uma ideologia acrítica do desporto percorre os manuais escolares, desde a mais tenra idade. Sou então contra o espetáculo desportivo? Não, sou a favor! Mas importa que ele se converta em contra-poder ao poder do neoliberalismo que nos governa. O desporto é o fenómeno cultural de maior magia no mundo contemporâneo. O corpo não pode estudar-se num contexto unicamente biológico. José Mourinho, que escreve o prefácio do seu mais recente livro, «O Futebol e eu», diz que o professor foi a pessoa que mais o influenciou. Há poucos dias conquistou mais um título (o 22.º) para a sua carreira ao serviço do Chelsea. O seu mérito deve-se à competência técnica ou por ter sabido captar a essência psicológica e filosófica dos seus jogadores e dos adversários?
José Mourinho e Manuel Sérgio, aquele que considera ser o seu mentor rinho é mestre, fazem parte desta dinâmica? O José Mourinho é, por natureza, um “homo ludens”. Onde houver jogo, ele interpreta e compreende melhor do que o senso comum o que se está a passar. Jorge Jesus é outro treinador português bem sucedido. Sobre ele diz que «é um espectáculo de ritmo, intensidade e cor. Ele coloca no treino o homem que é». Sobre o técnico do Benfica pode dizer-se que é a autenticidade da sua personalidade o seu traço distintivo perante os demais? O Jorge Jesus é um “prático” mas que, pela prática, criou a sua própria ideia de jogo. Ele teoriza aquilo que a sua prática lhe sugere. Alheado de qualquer leitura, descurando as grandes referências teóricas, ele vive o seu mundo e com ele e por ele luta. O seu saber não é de importação, nasce nele e com ele vai morrer. Nunca vi fenómeno semelhante, no mundo do futebol. Fui amigo do José Maria Pedroto e do Fernando Vaz. Ambos procuravam informação, nos livros e revistas. O Fernando Vaz foi mesmo um leitor habitual de escritores literariamente de relevo. No entanto, o Jesus tem uma qualidade que importa realçar: a sua fidelidade àqueles que ele julga seus amigos sinceros. Não lhe batem à porta, sem que a sua voz decididamente brade: pronto! É um amigo, como há poucos. Como treinador de futebol, tem qualidades que nunca é demais realçar.
O José Mourinho é em tudo digno para emparceirar com os nomes maiores da história do futebol. E, depois, para além de ser um estudioso informado, é pessoa de invulgar perspicácia. E corajoso, também. Segundo os escolásticos, na Idade Média, a coragem perfila-se, ao lado da justiça e da prudência e da temperança, como uma das quatro virtudes cardeais. Uma das características do desporto reside no seu agonismo. O desporto exige coragem, porque pode ter situações de risco. Aliás, a superação dos obstáculos assemelhase ao comportamento moral. Para mim, um treinador deve distinguir-se principalmente pela liderança, pela leitura de jogo típica do especialista e pela comunicação para poder motivar. José Mourinho tem estas três qualidades de modo bem evidente. Para além das outras que também salientei. É um treinador excecional.
Curiosamente, Mourinho e Jesus são apontados como dois homens arrogantes. A arrogância é a expressão da confiança em si mesmos e a antítese da insegurança?
Os mind games, exercício em que Mou-
Não são arrogantes. Vivem em permanen-
te alta competição. Eles são a síntese natural de circunstâncias, experiências e motivações onde um agonismo extremo sobrenada. Em privado, parecem outras pessoas. Devo a ambos momentos inesquecíveis de fraterno convívio. A profissão de treinador de futebol apresenta particularidades que nem sempre permitem momentos de uma lucidez, em plenitude. Mas respeito-os muito, porque são ambos pessoas de boa formação moral. Ronaldo e Messi são as duas estrelas maiores do firmamento futebolístico. Pensa que, nomeadamente o jogador português, é o expoente máximo do apogeu da dimensão científica no futebol? O Ronaldo é de facto fruto de um trabalho insano. O Messi nasceu assim e assim continua. Mas, no Ronaldo, também se verifica o legado da genética e no Messi o resultado de um treino sistemático. Mas, de facto, no português, há mais tecnociência e, no argentino, a genética predonima. São os melhores jogadores do mundo e é bem possível que sejam os melhores de sempre. Mas em dois jogadores a inteligência parecia dominar tudo o que faziam. Refiro-me a Di Stéfano e a Zinedine Zidane. Também no Andrès Iniesta a distinção pensamento-movimento parece meramente formal. Como vê o negócio, a indústria e a mercantilização do futebol, com as principais estrelas pagas a peso de ouro. É algo nocivo numa sociedade cada vez mais assimétrica e desigual? Nesta civilização do espectáculo, em que o futebol está metido, há margem para filosofar? Como aprendi em Manuel Reis (cfr. Cultura Ocidental e Humanismo Crítico) vivemos numa sociedade de mercado e não numa so-
ciedade com mercado. A mania da medida, do rendimento, do recorde, típica do capitalismo e que exclui outros valores de forte caráter antropológico, quantifica, simplifica, imediatiza, uniformiza e quase sempre robotiza e embrutece. Bem é que os praticantes profissionais do desporto não permitam que deles façam o “homo mechanicus” manipulado, reificado, que não sabe jogar fundo na existência, porque se habituou ao jogo superficial das ideias, das teorias, dos esquemas, das relações, dos compromissos sem sequência. O verdadeiro desporto não se destina a fazer bestas esplêndidas, mas pessoas livres e libertadoras. O verdadeiro desporto tem de transformar-se na expressão corporal do desenvolvimento cultural e sócio-económico de um povo. Há o verdadeiro e o falso desporto, como há a verdadeira e a falsa notícia, como há a verdadeira e a falsa moeda. Distinguir um do outro é tarefa imperiosa e urgente. Mas só se suprime o que se substitui. O desporto não está, aqui e agora, em causa. Nem sequer o honesto lucro que ele pode proporcionar. O que se denuncia é a conceção economicista do desporto . Admirar um atleta de qualidades motoras inigualáveis, de uma espantosa expressão corporal, de um rigoroso empenhamento competitivo – bem é, conquanto tal não signifique (como acontece, aqui e além) nivelamento por baixo de todas as manifestações críticas e criadoras dos e das praticantes e anestesia e sonolência, no trabalho de transformação da sociedade injusta. O professor Mário Moniz Pereira lamentava que os mass media contribuíram para uma «monocultura do futebol» em Portugal. Justifica-se que as outras modalidades sejam quase eclipsadas? O prof. Mário Moniz Pereira tinha razão nos ;
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seus lamentos. Ele foi um dos bardos que mais amorosamente defendeu as tradições da grei e os valores estremes da pátria portuguesa, para além do seu invulgar trabalho no atletismo. Em Portugal, a “monocultura do futebol”, muito por culpa dos “mass media”, é uma evidência. Aliás, em Portugal, o futebol ofusca todo o resto. Não acontece o mesmo aqui ao nosso lado, em Espanha. E, daí, o progresso que lá se verifica, nas várias modalidades desportivas. E não só no futebol... Também na sociedade e na política é comum ouvirmos o recurso a metáforas futebolísticas ou tiradas com origem no futebolês, do género «prognósticos só no fim», «a bola é redonda, tudo é possível», «se for preciso, comemos relva». Como explica o recurso excessivo a estes mecanismos de linguagem? O futebol é a coisa mais importante das coisas pouco importantes. Leio o livro do sociólogo brasileiro Maurício Murad, A Violência e o Futebol: “O futebol é muito mais do que um esporte profissional de alto rendimento: é a metáfora de uma sociedade. Em outras palavras, é a síntese de múltiplas determinações objetivas e subjetivas – emocionais, existenciais, culturais, sociais, históricas” (p. 17). As pessoas precisam do futebol porque, melhor do que sonhar um mundo utópico, sem obstáculos de nenhuma espécie, melhor é aprender a superá-los. Fundou o Partido da Solidariedade Nacional (PSN), tendo sido eleito em 1991 para deputado. Quase 25 anos depois, no atual contexto, em que os reformados são uma das principais vítimas da austeridade, fazia sentido um partido que desse voz aos reformados? O PSN, na minha cabeça, deveria ser um partido incómodo, interveniente, subversivo mesmo. Afinal, cheguei cedo à conclusão que, no PSN, eram muitos os velhos, no corpo e na alma, tutelados por pessoas fisiologicamente mais novas, mas psiquicamente tão velhas como eles. Tive a sorte de usufruir, na Assembleia da República, da amizade dos doutores Barbosa de Melo e Almeida Santos, que muito me ajudaram a viver um período difícil da minha vida. Prefiro esquecer que, durante cinco anos, fui político profissional. Prefiro a vida de professor e conferencista. Em maio de 2013 foi nomeado Provedor para a Ética do Desporto. Com a violência, física e verbal, a corrupção e o doping, no fundo a suspeição, que atacam várias modalidades, se me permite a imagem, dirimir os conflitos do futebol português não é quase tão difícil do que obter a paz no Médio Oriente? Somos um país de censores, mais tentados a decretar do que a propor. No meu caso e neste cargo, procuro velar pela ética, na prática desportiva, sugerindo, propondo, aconselhando... sem qualquer ponta de acidez! Mas, para que a ética desportiva se concretize, importa que assumam as suas responsabilidades os Governos, as organizações desportivas, os agentes desportivos e a todos os participantes em eventos desportivos. A ética é de todos e para todos! O Provedor pode pouco, se isolado, ou num grande imobilismo ou numa grande incomunicabilidade. Concorda com que os defendem que o
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O treinador Jorge Jesus e Manuel Sérgio futebol é uma forma de fazer a guerra por outros meios? O futebol não é guerra, não é violência, tem violência. Sirvo-me agora de um autor de língua castelhana Guillem Turró Ortega, “El valor de superarse”: «El deporte no expresa un conflicto entre los competidores, sino una lucha gozosa, un combate simulado en el cual los oponentes se enfrentan sin una motivación personal de ataque. Cuando la competición deportiva llega a su fin los participantes siempre podrán decir que solo ha sido un juego» (p. 80). Relembro o que se passou, no último Benfica-FC Porto (0-0). Foi eticamente exemplar aquele jogo e, no final, os jogadores das duas equipas abraçaram os seus adversários, como se a competição fosse mais um espaço de festa e de encontro fraterno. Disse atrás que o desporto não é violento, tem violência. E porquê? Porque, frequentemente, reproduz e multiplica as taras do neoliberalismo que nos comanda. O
mesmo homem (ou mulher), que a política e a economia hostilizam, é precisamente o mesmo que faz e contempla desporto. No entanto, eu não enfileiro entre os que afirmam a inexorabilidade da radical servidão do desporto às estruturas sociais. É evidente, nele, também, o primado do homo ludicus sobre o homo mechanicus, do homem criador sobre o homem procriador, ou repetitivo, do homem pluridimensional sobre o homem unidimensional. Desta forma, é possível ao desporto, mais do que refletir, projetar a sociedade que os homens de boa vontade querem construir. Dedicou toda a sua vida ao ensino, como professor da Faculdade Motricidade Humana. Com a crónica falta de instalações para a prática do desporto em muitas das nossas escolas, pensa que tardará em implantar-se uma cultura desportiva em Portugal e o caso de atletas bem sucedidos, seja no futebol, no atletismo ou outros desportivos, continu-
CARA DA NOTÍCIA 6 O guru de Mourinho José Mourinho considera que foi a pessoa que mais o influenciou e Jorge Jesus faz questão de ouvi-lo antes das grandes decisões. Os melhores treinadores portugueses não esquecem o professor Manuel Sérgio, que há pouco tempo lançou mais um livro, prefaciado pelo atual treinador do Chelsea, «O futebol e eu – de Matateu à atualidade, passando por Eusébio, Pedroto, Mourinho e Jorge Jesus». Manuel Sérgio tem uma velha máxima que norteia toda a análise que faz ao fenómeno futebolístico: «o que importa não é o chuto, é o homem que chuta». Nasceu a 20 de abril de 1933, em Lisboa. Licenciado em Filosofia pela Universidade Clássica de Lisboa, doutor e professor agregado pela Universidade Técnica de Lisboa. É professor catedrático convidado aposentado da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa. Foi presidente da assembleia geral do Belenenses e vice-presidente do popular clube de Belém, entidade que o distinguiu como sócio de mérito. Do governo português recebeu a medalha do mérito desportivo, enquanto do governo brasileiro, país onde se desloca com frequência para proferir palestras, foi distinguido com a medalha de mérito desportivo e a medalha de mérito desportivo das forças armadas do Brasil. Entre 1991 e 1995 foi deputado à Assembleia da República, em representação do Partido da Solidariedade Nacional (PSN). É desde 2013 provedor da ética no desporto, uma entidade na dependência do secretário de Estado do Desporto e da Juventude. K
ará a ser fruto de geração espontânea? Se a cultura é a aliança do saber e da vida, como ensinava o Padre Manuel Antunes, meu professor na Faculdade de Letras de Lisboa, a cultura desportiva supõe uma prática de grande lucidez e de grande influência social e política. O desporto, em Portugal, sofre, demasiadas vezes, de um clubismo doentio. Digamos, portanto, que a nossa cultura desportiva não é a que poderia ser. No entanto, havemos de reconhecer que ela está em trânsito para transformarse num fator poderoso de desenvolvimento desportivo. O importante não é onde nos encontramos, mas para onde caminhamos. A posição de autoridade dos professores, nomeadamente no ensino básico e secundário, tem sido colocada em causa por múltiplos fatores. Nos dias de hoje os docentes ainda conseguem ser condutores de homens e mulheres ou pensa que a sua figura no sistema de ensino está fragilizada? O professor que não sabe ser líder está sempre fragilizado. Fui professor, mais de 40 anos, no ensino público e no privado, e (passe a imodéstia) nunca me senti fragilizado. Com a sua experiência de décadas nas salas de aula, que lição/conselho daria aos alunos, professores e governantes do setor educativo que estão a ler esta sua entrevista? A lição/conselho aí vai: Mais do que seres um homem de sucesso, tenta ser um homem de valor. K Nuno Dias da Silva _ Direitos Reservados H
Universidade da Beira Interior assinala 29 anos
Reitor alerta para subfinanciamento 6 O subfinanciamento das universidades e a aposta na captação de estudantes internacionais marcaram o 29º aniversário da Universidade da Beira Interior, assinalado a 30 de abril, este ano com a presença de antigos alunos do Ensino Superior da Covilhã, que começou em 1975. “Tenho chamado a atenção para esta injustiça que é o financiamento unicamente baseado no histórico e não na realidade vigente das instituições mediante uma fórmula de financiamento”, salientou o reitor, António Fidalgo, que continuará a “pugnar por um financiamento baseado numa fórmula, e não é só por nos ser mais favorável, mas porque é muito mais justo e adequado ao desenvolvimento das instituições de Ensino Superior”. Os constrangimentos financeiros não impediram, no entanto, investimentos que, com esforço deverão continuar. Foram lançados projetos no valor de três milhões de euros, para apetrechar laboratórios e o UBIMedical abriu portas. “Com esta infraestrutura, a UBI e a região estarão em muito melhores condições para elaborar boas candidaturas aos programas do Centro 2020 e de dar um contributo significativo ao relançamento da economia da região sobre novas bases”, lembrou António Fidalgo. O reitor da UBI quer também lançar outras bases, mas para
fora do país. A aposta é na internacionalização. Com o excesso de oferta formativa no Ensino Superior em Portugal, atrair estudantes do estrangeiro, em especial, dos países lusófonos pode ser uma solução. No mestrado integrado de Engenharia Civil da UBI foram os alunos estrangeiros que per-
mitiram manter o curso dentro da oferta do Concurso Nacional de Acesso. “Foi um esforço extraordinário na sua captação, mas que valeu bem a pena. E assim continuaremos, fazendo frente à grave crise demográfica, com a captação de alunos de todas as partes do mundo, em particular do mundo lusófono”,
concluiu o reitor. Já João Queiroz, diretor-geral do Ensino Superior e ex-reitor da instituição, destacou importância da internacionalização, mostrando-se otimista. “Destaco três categorias de ações que me parecem ir ao encontro dos desafios e estratégias do Ensino Superior: a promoção da mobi-
lidade dos estudantes, professores, investigadores e pessoal não docente; a promoção e internacionalização dos curricula dos cursos e da aprendizagem digital e o incentivo à cooperação estratégica, parcerias e o reforço das capacidades institucionais”, concluiu. K Rodolfo Pinto da Silva _
aniversário da ubi
Ensino Magazine entrega prémio 6 O aniversário da UBI ficou também marcado pela atribuição de diferentes prémios e distinções. Os antigos funcionários e aqueles que assinalaram 20 anos de instituição foram homenageados, tendo ainda sido também entregues as cartas doutorais aos diplomados que as desejaram receber na cerimónia. Como é hábito, foram também premiados os melhores alunos da instituição. O Ensino Magazine, à semelhança de anos anteriores, atribuiu uma bolsa de mérito ao melhor aluno do curso de comunicação. A entrega foi feita
Os melhores alunos da UBI foram distinguidos. Liliana Santos venceu o prémio do Ensino Magazine
pelo diretor da publicação, João Carrega, e pelo vice-reitor, Mário Raposo, tendo ganho o prémio a
aluna Liliana Santos. A atribuição deste tipo de prémios por parte do Ensino Magazine jun-
to das instituições parceiras faz parte da componente social da RVJ Editores (empresa proprie-
tária da publicação), que assim premeia o mérito académico dos alunos. K
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Sopcom
UBI colabora em projeto
Paulo Serra presidente
6 O docente e presidente da Faculdade de Artes e Letras, Paulo Serra, foi eleito no dia 9 maio, presidente da Sopcom. Os sócios presentes na Assembleia Geral votaram unanimemente na lista apresentada pelo professor catedrático da Universidade da Beira Interior. A Sopcom é uma associação científica que tem por objeto estatutário desenvolver a investigação em Ciências da Comunicação. Fundada em fevereiro de 1998, a Sopcom pretende ser a associação representativa desta área científica junto do poder político. É seu objetivo ser, de algum modo, o rosto da comunidade científica nacional das Ciências da Comunicação em Portugal e também no estrangeiro. A direção da associação passa assim a ter a seguinte composição: Presidente: Joaquim Paulo Serra (Universidade da Beira Interior), vice-presidente: Madalena Oliveira (Universidade do Minho), vice-presidente: José Gomes Pinto (Universidade Lusófona de Humanidades e
Tecnologias de Lisboa), secretáriageral: Gisela Gonçalves (Universidade da Beira Interior), tesoureiro: Nuno Moutinho (Universidade do Porto), vogal: Carlos Camponez (Universidade de Coimbra) e vogal: Filipa Subtil (Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa). Já o Conselho Fiscal é agora presidido por Jorge Pedro Sousa (Universidade Fernando Pessoa), tendo como vice-presidente Rogé-
rio Santos (Universidade Católica Portuguesa), e como secretária Fernanda Ribeiro (Universidade do Porto). A Assembleia Geral passa a ser presidida por Tito Cardoso e Cunha, professor catedrático (aposentado) da Universidade da Beira Interior, que terá como vice-presidente Gustavo Cardoso (ISCTE) e secretário de mesa Jorge Veríssimo (ESCS Lisboa). K
Cafeína afeta fertilidade
sites e a Almadesign, e tem financiamento do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), através do Programa Operacional Factores de Competitividade (POFC). A solução com recurso à cortiça oferece um bom isolamento acústico, térmico e vibrático, impermeabilidade e reciclabilidade. Os materiais resultantes do projeto foram integrados num protótipo de um compartimento para um jato executivo. K
UBI mostra como cresceu 6 A Universidade da Beira Interior celebrou os 40 anos de Ensino Superior da Covilhã, a 18 de abril, numa cerimónia que contou com antigos alunos do Instituto Politécnico da Covilhã, criado em 1975 e que esteve na origem daquela instituição universitária. Alguns diplomados regressaram pela primeira vez, outros já tinham revisitado a academia onde se formaram há quase quatro décadas. No seu conjunto foram 160 diplomados, alguns deles formados quase há quatro décadas, que vieram de várias regiões do país. O evento foi organizado por uma comissão que, além de uma missa de homenagem aos antigos estudantes falecidos, preparou uma visita ao Museu de Lanifícios e um espetáculo do Orfeão da Covilhã/ Conservatório Regional de Música da Covilhã e da TunaMus – Tuna Médica da Universidade da Beira
Interior. No final, houve bolo e mais confraternização, onde continuaram a recordar-se muitos momentos do passado. Mais um período para muitas conversas entre antigos colegas de curso e que também serve para manter a alma da UBI. “Procuramos com esta confraternização reforçar o elo da comunidade, da família ‘ubiana’. No futuro, estes alunos podem apoiar a Universidade”, salientou Carlos Melo, aluno desse ano inaugural e membro da Comissão Organizadora do evento. “Esta tem sido a ideia dos antigos alunos, desde que constituíram a sua associação”, acrescenta, desejando que os “encontros se tornem mais regulares”. O próximo está já marcado para a segunda quinzena de fevereiro do próximo ano, com enfoque para os estudantes do ano de 1975/76 e o desejo de que mais pessoas possam participar. K
Na UBI
Hospital Faz de Conta O estudo foi realizado in vitro com células de Sertoli humanas provenientes de biopsias testiculares. Os investigadores aplicaram a estas células três doses diferentes de cafeína para imitar as concentrações observadas em consumidores pontuais, moderados e compulsivos de bebidas ricas em cafeína, tais como café, chá verde e chá preto. Os cientistas julgam que estas experiências são um bom modelo para compreender o que realmente acontece no corpo, considerando que as células de Sertoli são essenciais para a fertilidade masculina, já que definem
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6 A Universidade da Beira Interior está a colaborar no projeto DesAIR, que foi apresentado este mês na Alemanha e tem como objetivo propor utilizações de cortiça no interior de aviões. O contributo da UBI resultou da investigação de doutoramento de Filipe Couceiro Potes, em Engenharia Aeronáutica, com orientação de José Miguel Silva e Pedro Gamboa. O projeto é liderado por duas empresas, a Amorim Cork Compo-
Receção aos antigos alunos
Estudo da UBI revela 6 A cafeína pode influenciar a produção de espermatozóides, desde que em doses baixas ou moderadas, conclui uma investigação do Centro de Investigação em Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, liderado por Pedro Oliveira e que foi agora publicado na revista cientifica Toxicology. “Os resultados indicam que a cafeína altera o metabolismo das células de Sertoli, as quais apoiam o desenvolvimento dos espermatozóides”, explica Pedro Oliveira. Em doses baixas ou moderadas, o composto leva a que as células produzam lactato, elemento essencial para a espermatogénese acontecer. No entanto, quando a quantidade de cafeína é muito elevada, o efeito pode ser contrário, devido a uma maior oxidação das células. A investigação conclui que “embora sejam precisos mais estudos para esclarecer a dose de cafeína que pode ser benéfica ou prejudicial para a função das células de Sertoli, os resultados sugerem que o consumo moderado parece seguro para a saúde reprodutiva masculina e promove condições para o desenvolvimento e sobrevivência dos espermatozóides”.
Cortiça para aviões
a quantidade de espermatozóides que se formarão. “A infertilidade afeta cada vez mais a casais em idade fértil”, afirma o especialista. O fator masculino, só ou em combinação com o feminino, representa dois terços dos casos de infertilidade e muitas vezes está associado com doenças metabólicas, tais como obesidade e diabetes, assim como consumo de drogas, álcool, tabaco e certos medicamentos. Por isso, “é essencial aprofundar a compreensão dos mecanismos subjacentes nas mudanças na saúde reprodutiva masculina”. K
6 As alunas de Medicina da Faculdade das Ciências da Saúde organizaram este mês a oitava edição do Hospital Faz de Conta, com o objetivo de levar as crianças a perder o medo do hospital. Uma semana preenchida de atividades levou as crianças dos três aos sete anos a visitarem a Faculdade de Ciências da Saúde e a passarem por diferentes percursos, um deles o do INEM, no qual perceberam o funcionamento de uma ambulância e assistiram a uma demonstração do suporte básico de
vida. As crianças assumiram ainda o papel de pais e passaram pelos consultórios, revelando ao médico o que tinha o seu “filho”, passando depois pela sala de tratamento, internamento e bloco operatório. O curso de medicina contou com a colaboração de outros cursos na realização do Hospital Faz de Conta como os de optometria, psicologia ciências biomédicas, farmacêuticas e design de moda e arquitetura. K Sara Sampaio Alves _
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Escola de artes
Universidade de Évora e Câmara fazem acordo
6 Jorge Araújo, ex-reitor da Universidade de Évora por três mandatos, foi, no dia 11 de maio, alvo de uma homenagem por parte da Escola de Artes, informou o jornal on line da universidade. Através deste acto, a Biblioteca do Colégio dos Leões passou a ter o seu nome. Para o diretor da Escola de Artes, Christopher Bochmann, “foi devido à intervenção de Jorge Araújo que se criou uma Escola das Artes”. Aquele responsável acrescentaria ainda que “sendo a biblioteca uma parte da Escola que junta a Arte, por um lado, e junta a Academia, por outro, o estudo académico e também o estudo artístico, pensámos que seria pertinente dar a esta Biblioteca o nome do Professor Jorge Araújo”.
6 Alunos de engenharia civil da Universidade de Évora vão estudar, ao longo deste ano, os problemas de 20 edifícios devolutos no centro histórico da cidade e propor soluções para a reabilitação dos imóveis. O trabalho enquadra-se numa parceria entre a Câmara e a Universidade de Évora e os quatro proprietários dos 20 imóveis que aderiram à iniciativa. A colaboração resulta de um protocolo assinado entre as duas entidades, o qual visa a realização de estudos académicos por parte de alunos do curso de licenciatura em Engenharia Civil, no âmbito da unidade curricular de Conservação e Reabilitação de Edifícios. Trata-se do 2.º ano consecutivo em que município e universidade “unem” esforços para colaborar com os proprietários de edifícios devolutos do centro histórico, classificado Património da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e
Alunos estudam edifícios
U. Évora H
Para a reitora da Universidade de Évora, Ana Costa Freitas, esta é uma homenagem muito merecida, já que Jorge Araújo teve a sensibilidade necessária para entender que as Artes têm características diferentes das restantes áreas do conhecimento e sempre defendeu uma Escola de Artes independente e sólida. K
Engenheiros
Évora assina protocolo com Ordem 6 A Universidade de Évora assinou, no passado dia 9 de abril, um Protocolo de Cooperação entre a Ordem dos Engenheiros. O objetivo principal visa estreitar as relações de cooperação
e intercâmbio entre as instituições signatárias para que ambas possam beneficiar de ações de colaboração nos diversos domínios de atividade a que se dedicam. K
Investigação na área do cancro
Minho distinguido nos EUA 6 Noel de Miranda, ex-aluno de Biologia Aplicada da Universidade do Minho, acaba de ser distinguido pela Associação Americana para a Investigação do Cancro, com uma bolsa no valor de 93 mil euros. Atribuído em Filadélfia, nos EUA, o galardão pretende ajudá-lo a prosseguir a sua investigação na área do tratamento do cancro colo-rectal, também conhecido por cancro intestinal, que é a segunda causa de morte por doença oncológica em Portugal “É uma contribuição preciosa para prosseguir a minha carreira nesta área, adquirir independência e estabelecer o meu próprio grupo de investigação no futuro. Acarreta também um sentimento de grande responsabilidade, uma vez que o financiamento é assegurado através das contribuições
de (ex-)doentes, familiares e outras pessoas que se dedicaram a esta causa”, afirma Noel de Miranda, agora investigador na Universidade de Leiden (Holanda). K
U. Évora H
Cultura (UNESCO). “Queremos aproveitar estes protocolos para dar visibilidade à questão dos edifícios devolutos no centro histórico e às problemáticas associadas”, afirmou o vereador da câmara Eduardo Luciano. O trabalho a realizar pelos alunos, em imóveis que, não obstante o seu “delicado estado de conservação, não representam ameaça ao nível de segurança pública”, cruzase com a estratégia de reabilitação urbana para o centro histórico que
a autarquia “está a discutir e a montar”, para estar pronta “ainda este ano”. “Mais de 90% dos edifícios devolutos são propriedade privada e a lei permite a intervenção pública, mas o município não tem meios financeiros para o fazer” e, mesmo que tivesse, primeiro há que perceber “o que estamos a reabilitar e para quem”, pois, “não podemos reabilitar ou obrigar a isso para termos casas vazias”, defendeu. K
Universidade do Algarve
Ensinar é mais complexo
6 A evolução do sistema de ensino e da sociedade em geral coloca novas exigências ao exercício da profissão de professor, requerendo competências cada vez mais complexas e diversificadas a que a formação inicial de professores não poderá ser alheia. Esta foi a opinião partilhada pela maioria dos intervenientes no Seminário sobre Formação Inicial de Professores, onde o Conselho Nacional de Educação (CNE) apresentou sobre o tema. A apresentação do estudo, decorreu em Faro na Universidade do Algarve, e contou com a presença de David Justino, ex-ministro da Educação e Presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), e António Branco, reitor da Universidade do Algarve. O diretor fundador do Ensino Magazine, João Ruivo, foi um dos quatro especialistas convidados pelo CNE para comentar os resultados, as implicações e as limitações desse estudo, num painel que integrou ainda os nomes de , Idália Sá-Chaves (Universidade de Aveiro), Manuela Esteves (Universidade de Lisboa) e Manuel Célio Conceição (Universidade do Algarve). Ainda neste contexto, Isabel P. Martins (Universidade de Aveiro), apresentou uma conferência sobre a Formação de Professores em Portugal. O estudo foi solicitado pelo CNE ao CICS - NOVA – da Universida-
Expresso - Alberto Frias H
Évora distingue Jorge Araújo
David Justino e João Ruivo participaram no seminário
de Nova de Lisboa, sobre a situação atual da formação para o exercício da profissão docente, o qual foi exposto pelas investigadoras Sílvia de Almeida e Teresa Teixeira Lopo. Resultante do debate, os participantes integraram, durante a tarde, várias mesas redondas, para discussão do tema. David Justino considerou muito positiva a iniciativa, cujos resultados pretende que venham a integrar um livro, editado pelo CNE, e a sair em breve. João Ruivo, explica que “a constatação, em estudos empíricos, de que a qualidade das práticas pedagógicas é um dos fatores determinantes dos resultados dos alunos, leva-nos a reconhecer a importância da formação inicial e aponta para a necessidade de refletir sobre a sua conceção e orga-
nização. As instituições de Ensino Superior responsáveis por essa formação inicial têm responsabilidades acrescidas na adequação da sua oferta às necessidades do sistema educativo e ao nível de exigência científica e pedagógica dos futuros professores”. No entender daquele investigador, “o atual quadro da formação de professores sugere um conjunto de questões (Que saberes poderão garantir um bom desempenho profissional? Que modelos de formação respondem melhor às necessidades da profissão? Como integrar a prática da sala de aula nos programas de formação? Como formar e recrutar os melhores professores para o exercício da profissão?), cujas respostas, entretanto encontradas, constarão do livro a publicar pelo CNE”. K
MAIO 2015 /// 07
Ao surfista McNamara
Coimbra explica Nazaré 6 O investigador Pedro Proença Cunha, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, elaborou para o recordista mundial de surf, Garrett McNamara, uma síntese científica sobre a zona marinha da Nazaré e as suas ondas gigantes. Durante uma visita à Universidade de Coimbra (UC), em outubro de 2014, McNamara confidenciou que gostaria de saber mais sobre as ondas que o celebrizaram e que projetaram a Nazaré para o mundo. Registado o seu desejo, a Reitoria da UC, em articulação com o centro de investigação MARE, desafiou o especialista Pedro Proença da Cunha a realizar o trabalho científico. O que faz com que as ondas gigantes da Nazaré sejam únicas, as particularidades e a evolução da costa da Nazaré, bem como os perigos a evitar durante a prática de surf são temas tratados na síntese, já entregue a McNamara. O trabalho “aborda a zona costeira da Nazaré e zona marinha adjacente, em particular o canhão submarino responsável
pela génese das ondas gigantes, sumariando e organizando a informação disponível, de modo a que possa ser usada por um amplo público”, afirma Pedro Proença Cunha. A informação contida no documento “pode ser bastante útil para turistas não familiarizados com a região, nomeadamente os envolvidos na prática do surf, a entenderem o peculiar enquadramento da Nazaré e a espectável
agitação marítima. Por exemplo, é possível prever as ondas perfeitas e é explicado o mecanismo de formação das ondas gigantes”, sublinha o também docente da UC. Em relação à caracterização física, principalmente focalizada na geomorfologia e na dinâmica costeira, o documento baseia-se na bibliografia mas apresenta também novos dados sobre a evolução da linha de costa ao longo das últimas décadas. K
Aplicação para telemóveis
Tallon investiga na UTAD
6 O médio José Maria Tallon está a desenvolver uma aplicação gratuita para telemóveis e outros dispositivos eletrónicos, destinada a adolescentes entre os 13 e os 18 anos, para combater a obesidade de forma segura e lúdica. “Um projeto de vida”, afirma o médico e nutricionista, com forte componente científica, que passará pela transmissão e promoção de hábitos saudáveis. “Estamos numa fase preliminar. Fizemos um estudo inicial com 150 alunos e iniciámos um segundo estudo piloto com cerca de 1.500 jovens, para verificar os seus hábitos de alimentação e para testar os conhecimentos sobre alimentação saudável”, revela José Maria Tallon. A aplicação faz parte do projeto de doutoramento do especialista no Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB) da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, e vai permitir aos adolescentes registarem os alimentos que comem diariamente, para cálculo das calorias e da percentagem de proteínas, gorduras e hidratos de carbono ingeridos.
08 /// MAIO 2015
UBI no telemóvel T Os serviços da Universidade da Beira Interior já estão agora acessíveis em dispositivos móveis. A aplicação mUBI pode ser descarregada da loja online da Play Store da Google permite aceder ao calendário de exames, consultar classificações das unidades curriculares, saber a ementa das cantinas e ter acesso às principais notícias da instituição. Com esta nova ferramenta para dispositivos móveis, “não se pretende substituir nem o balcão virtual, nem a página da UBI, moodle ou outras funcionalidades de que, neste momento, o estudante da UBI dispõe”, informa a Academia. K
Elisa Pinheiro na Provedoria T A ex-diretora do Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior, Elisa Pinheiro, vai ser a nova Provedora do Munícipe da Covilhã, depois de ter aceitado o convite do presidente da autarquia, Vítor Pereira. De acordo com o autarca, a nova figura municipal servirá para conhecer as preocupações, receber reclamações ou insatisfações decorrentes do trabalho desenvolvido pelo município. “Não podíamos ter encontrado uma personalidade mais adequada ao desempenho destas funções”, disse Vitor Pereira. K
Não desistas, na UBI
“Assim ficarão a saber, de uma forma imediata, se o seu peso é o adequado e se as calorias ingeridas estão de acordo com as suas necessidades. Também vai permitir procurarem alternativas mais adequadas à dieta, de forma simples e cómoda”, explica o especialista. O estudo visa “mudar hábitos alimentares em faixas etárias determinantes para a aquisição de conhecimentos” e “relacionar a obesidade com polimorfismos
[biomarcadores genéticos] que a ela possam estar associados”, afirma José Maria Tallon. “Este inquérito será aplicado também a alunos do primeiro ano da Licenciatura em Ciência Alimentar, de forma a perceber se estudantes com 17 ou 18 anos já têm os conhecimentos necessários para responder, validando assim o inquérito a ser aplicado nas escolas básicas e secundárias”, adianta Ana Barros, orientadora da dissertação e investigadora do CITAB. K
T A Universidade da Beira Interior lançou este mês de maio uma página Internet que divulga os apoios ao prosseguimento de estudos na instituição, iniciando assim a segunda edição da campanha “Não Desistas!” A página informa sobre as bolsas da Direção-geral do Ensino Superior, as 100 bolsas do programa +Superior, sobre o Fundo de Apoio Social e as dezenas de bolsas proporcionadas por autarquias, empresas e outras instituições protocoladas com a instituição. No presente ano letivo já foram atribuídas na instituição 1837 bolsas DGES a alunos carenciados, 130 do +Superior, 80 do FAS, 28 de mérito, além de 20 prémios escolares, cinco bolsas de autarquias protocoladas com a UBI e duas de outros organismos. K
Confúcio em Aveiro T A Universidade de Aveiro (UA) inaugurou, a 23 de abril, o Instituto Confúcio, patrocinado
pelo Governo chinês, com o objetivo de divulgar e promover a língua e cultura chinesas e reforçar a cooperação no domínio educativo entre a China e Portugal. Assegurar o ensino de chinês a todos os níveis e particularmente em escolas de ensino secundário, em colaboração com o Ministério da Educação e Ciência, é um dos principais objetivos do IC da academia de Aveiro, que se assume como um centro de formação contínua de docentes portugueses de língua chinesa. K
UBI reúne com deputados T Os deputados eleitos pelos círculos distritais de Castelo Branco e Guarda reuniram, em abril, com a equipa reitoral da Universidade da Beira Interior, tendo abordado o subfinanciamento da instituição e necessidade de uma maior articulação entre as unidades de saúde e as instituições de ensino superior da região. Comparando os anos 2005 e 2014, a diferença da verba transferida é de um milhão de euros, tendo entretanto aumentado os encargos com a segurança social em cerca de 5 milhões de euros, “situação essa que dificulta grandemente a gestão da UBI” salienta o Reitor, António Fidalgo. K
Química Medicinal acreditada T O 2º Ciclo/Mestrado em Química Medicinal da Universidade da Beira Interior foi acreditado pelo período máximo, de seis anos, pelo Conselho de Administração da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior. O ciclo de estudos respeita as condições legais de acesso e possui uma estrutura organizacional que segue as melhores práticas, bem como uma estrutura curricular que articula bem as competências a desenvolver pelos estudantes, objetivos de aprendizagem, conteúdos programáticos e metodologias de avaliação. K
Prémio para a UBI T Três investigadores do Centro de Investigação em Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior acabam de ser premiados no Congresso Português de Endocrinologia. Manuel Lemos e colaboradores receberam o Prémio Nacional de Endocrinologia, no valor de 15 mil euros que reverterá na totalidade para o CICS. O primeiro prémio de casuística foi recebido por Catarina Gonçalves e colaboradores. O terceiro prémio de caso clínico, foi entregue a Maria Inês Alvelos e colaboradores. K
jornadas de comunicação
Jornalistas de proximidade 6 Os jornalistas são essenciais à comunicação do trabalho das Organizações não Governamentais. Esta foi a ideia deixada pelo diretor da Oikos, num seminário integrado na comemoração dos 20 anos do curso de Jornalismo e Comunicação A relação entre os média e a sociedade esteve em debate, no auditório da Escola Superior de Educação, moderado por Sónia Lamy, professora da ESEP, para debater a “importância que reside na participação da sociedade nos média”. “Trabalho num jornal regional, mas as histórias estão em todo o lado”, comenta Bruna Soares, jornalista do Diário do Alentejo. Galardoada por cinco vezes por trabalhos na área dos direitos humanos Bruna Soares conta: “A minha experiência diz-me que tenho de sair para ir em busca das notícias. Toda a gente tem de seguir o seu caminho seja onde for. O jornalismo não está fechado. Há que agarrar as oportunidades e aproveitálas, mostrar o que valem.” Pedro Krupenski, diretor-geral da OIKOS, defende a importância dos media e dos jornalistas porque “é necessário mudar mentalidades. Há pessoas que não sabem os direitos que têm nem como reclamá-los.” K José Antunes _
Projeto inovador nasce em Portalegre
Uma academia com muita pedra
6 A Academia da Pedra Natural é uma das mais recentes instituições que pretende criar valor acrescentado a um setor importante. Como o Ensino Magazine divulgou, em primeira mão, na sua última edição, a Academia envolve o Insttuto Politécnico de Portalegre (IPP), a Universidade de Évora, o CEVALOR, a VALORPEDRA, que é a entidade gestora do Cluster da Pedra Natural, e a Associação para a Formação Tecnológica no Setor das Rochas Ornamentais e Industriais (ESTER), numa parceria para qualificar recursos humanos e aproximar o conhecimento científico da indústria. O presidente do IPP, Joaquim Mourato, considera que esta Academia “pode ser extraordinária” para o Alentejo, pois, o “cluster” da Pedra Natural “é diferenciador para a região”. Por outro lado, diz, “além de ter um pendor muito importante de exportação”, não só mpoderám aimentá-lo, como poderá vir a criar mais emprego, gerar mais riqueza e fixar mais pessoas”. Joaquim Mourato acrescenta que “há muitas atividades que podem vir a ser desenvolvidas e estamos preparados para isso, ate porque esta é uma parceria na área das rochas ornamentais que vai ao encontro de um dos cinco eixos prioritários no Alentejo 2020”, com a possibilidade de obter apoios comunitários. Por sua vez, o diretor geral do do Centro Tecnológico da Pedra Natural de Portugal
Joaquim Mourato diz que a Academia pode ser extraordinária (CEVALOR), instalado em Borba, no distrito de Évora, citado pela imprensa nacional, referiu que a Academia “não se trata de mais uma associação, mas sim de uma parceria entre instituições para tornar o conhecimento mais próximo daquilo que é a indústria”. O desafio foi lançado “por uma empresa do setor” e a academia vai ter âmbito nacional. Para já, numa primeira fase, vai arrancar na região do Alentejo, centrada nos setores das rochas ornamentais, como mármores, granitos, calcários e xistos. “Queremos que esta parceria, que é inclusiva, cresça a bom ritmo, incluindo mais instituições, mas, de início, temos a parceria do IPP e da UÉ, que têm provas dadas no setor”,
afirmou Nelson Cristo. Segundo os promotores, uma das áreas de intervenção vai ser a formação especializada de recursos humanos para o “cluster” da Pedra Natural, desde o nível técnico-profissional até aos cursos de especialização avançada, nomeadamente mestrados, doutoramentos e pós-doutoramentos. “Vamos tentar uniformizar de forma complementar toda a oferta formativa existente para o setor”, para que esta possa ser “de excelência a nível mundial”, explicou. Lembrando que este setor produtivo do país até “já está muito bem apetrechado tecnologicamente” e possui “muita inovação”, Nelson Cristo salientou, contudo, que “a qualificação dos recursos humanos é fundamental, porque a tecnologia, só por si, não resolve os problemas”. O outro foco da academia vai ser aproximar o conhecimento científico das necessidades da indústria, com a promoção de projetos de investigação e desenvolvimento ligados à tecnologia. “O objetivo é fomentar projetos de doutoramento e outros muito direcionados para a investigação aplicada”, referiu, acrescentando que, em sentido contrário, “também existe muito conhecimento empírico nas empresas que pode e deve influenciar o currículo formativo e a investigação que se faz nas instituições de ensino”. K
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MAIO 2015 /// 09
IPCB junta a região em dia de debate
“Estamos preparados para o futuro” João Carvalhinho, Fernando Raposo e Jorge Pio), de Oleiros (com o presidente Fernando Jorge), Proença-a-Nova (com o presidente da autarquia e também da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa, João Paulo Catarino), e Idanha-a-Nova (com o presidente Armindo Jacinto), e da própria CIMBB, que contou ainda com a presença de Joaquim Morão, o seu responsável executivo. Depois do trabalho desenvolvido nos diferentes painéis, foram divulgadas algumas das conclusões e procedeu-se a um debate moderado pelo jornalista Manuel Barata Feyo, antigo diretor da RTP em Castelo Branco. A ligação ao meio empresarial, a inovação e o empreendedorismo foram alguns dos aspetos sublinhados pelos parceiros do IPCB. Carlos Maia recordou que o IPCB foi a primeira instituição “de ensino público a colocar o empreendedorismo e uma língua estrangeira nos seus cursos”. Sobre o encontro, adiantou que “se deu um passo importante na desmistificação do que é o meio empresarial e o meio académico”. K
6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco reuniu, no passado dia 15 de maio, autarcas, responsáveis pela Comunidade Intermunicipal de Beira Baixa, empresários, diretores de escolas e de diferentes entidades, forças de segurança, e jornalistas, para um debate sobre o futuro da instituição. A iniciativa está integrada num estudo sobre o Impacto do IPCB na Competitividade e Desenvolvimento Regional, que agora avança para a sua segunda fase. Na primeira, conforme apresentado aos parceiros, ficou claro que o IPCB tem um impacto anual de 40,2 milhões de euros em Castelo Branco e Idanha-a-Nova (onde possui unidades orgânicas) e que por cada euro investido há um retorno de três euros. Os números, apresentados antes do início dos quatro painéis de trabalho, foram bem acolhidos pelos participantes. Carlos Maia, presidente do Politécnico albicastrense, lembrou que “foi importante discutir o IPCB e a região sem complexos. Nem sempre é fácil mostrar a instituição e todas as suas potencialidades”. No entender de Carlos Maia, “há confiança no IPCB”, e o mais importante, é que “estamos preparados para o futuro. Temos um plano para 2018 aprovado e os desafios que aqui nos foram lançados serão tidos em conta”, acrescentou. A iniciativa contou com o forte envolvimento dos municípios de Castelo Branco (o qual esteve representado pelo presidente, Luís Correia, e pelos vereadores
Campeonato Distrital de Futebol
IPCB vai a jogo 6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) vai participar com uma equipa de futebol de 11 no Campeonato Distrital de Futebol da Associação de Futebol albicastrense. Isso mesmo garantiu ao Ensino Magazine o presidente do IPCB, Carlos Maia. Neste momento está a decorrer um torneio interno de futebol de sete, o qual conta com 12 equipas e 120 jogadores. É desse torneio que irão ser selecionados, numa primeira fase 35 jogadores, numa convocatória que pretenderá selecionar 20 atletas. os restantes serão selecionados entre os novos alunos do IPCB.
010 /// MAIO 2015
Rui Paulo, coordenador do curso de desporto da Escola Superior de Educação do IPCB, que esta época representou o Atalaia, mas
que já passou por outras equipas como o Águias do Moradal, é o coordenador deste projeto. Para já ainda não é divulgado o treinador da equipa, o qual também pertence ao IPCB. Carlos Maia mostra-se satisfeito com esta aposta, a qual vai também “promover o IPCB”. Os alunos jogadores terão algumas mais valias e vão usufruir do novo estatuto de atleta do IPCB. Um estatuto que poderá dar origem ao aparecimento de outras equipas em diferentes modalidades. Aliás, fala-se já na dinamização de um projeto piloto em futsal feminino.K
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IPL reconhece exame nacional
Leiria aposta no Brasil
IPLeiria
Ensino Magazine entrega prémio 6 Flávia Coelho, aluna do Instituto Politécnico de Leiria, de curso de Tradução e Interpretação Português/Chinês - Chinês/ Português, recebeu, no passado dia 5 de maio, a bolsa de mérito Ensino Magazine. A entrega do prémio decorreu no passado dia 5, no âmbito da Semana Internacional. Na sessão estiveram presentes o vice-presidente do IPLeiria, João Paulo Marques, o qual realçou a parceria existente com o Ensino Magazine, uma publicação que, “não tendo qualquer obrigação decidiu atribuir bolsas de mérito aos melhores alunos do IPLeiria”. João Carrega, diretor da publicação, destacou a excelente par-
ceria com o Politécnico de Leiria, “lembrando que para o Ensino Magazine é uma honra poder atribuir, anualmente, uma bolsa de mérito a um dos melhores alunos do IPLeiria, e com isso reconhecer o trabalho da instituição, dos seus responsáveis, mas também de todos os seus alunos”. Flávia Coelho mostrou-se muito honrada com o facto de “receber o prémio”, tendo o seu percurso académico sido destacado pela subdiretora da Escola de Educação e Ciências Empresariais de Leiria, e pela atual responsável do curso. No final da sessão, foi promovido um chá das cinco, de acordo com a cultura chinesa. K
IPLeiria no Festival IN
aproximar os cursos às potenciais entidades empregadoras, e divulgar o trabalho realizado por estudantes e alumni dos cursos de licenciatura em Informática para a Saúde e do mestrado em Gestão de Sistemas de Informação, que organizaram o evento. K
T O Instituto Politécnico de Leiria (IPLeiria) estave presente no Festival IN 2015 – Criatividade e Inovação, o maior evento agregador de inovação e criatividade na Península Ibérica, decorre de 23 a 26 de abril, na Feira Internacional de Lisboa. O espaço do IPLeiria foi dedicado à “Cidade da investigação e produtividade”, tendo como temática o 3D, com a inovação e a criatividade ao serviço do Design, Turismo, Património, Indústria e Saúde. K
Informática para a saúde T O 7.º Seminário de Informática para a Saúde da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria decorreu a 8 de maio, com o objetivo divulgar de tecnologias, metodologias e áreas de estudo no âmbito da informática aplicada ao sector da saúde,
Segurança alimentar T A Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar do Instituto Politécnico de Leiria e o Grupo de Investigação em Recursos Marinhos realizaram a sétima edição da Conferência de Inovação e Segurança Alimentar (CISA), a 7 de maio, com o objetivo de divulgar projetos inovadores de investigação aplicada e abordar questões relacionadas com a segurança alimentar. O encontro teve como público-alvo estudantes de ensino superior, estudantes do ensino secundário, industriais e técnicos do setor alimentar. K
6 O Instituto Politécnico de Leiria (IPLeiria) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) do Brasil celebraram no passado dia 24 de abril, em Brasília, um protocolo que visa a utilização dos resultados do Exame Nacional do Ensino Médio para fins de ingresso de estudantes brasileiros no Instituto Politécnico de Leiria. O IPLeiria é o primeiro instituto politécnico e a quarta instituição de ensino superior portuguesa a reconhecer a validade daquele exame para candidatura. Nuno Mangas, presidente do IPLeiria, afirmou que “este é mais um passo na internacionalização do Instituto, e uma mais-valia para os estudantes brasileiros que pretendem estudar na Europa e em Portugal, e que estão assim na mesma condição que os estudantes portugueses”. Francisco Soares, presidente do INEP, congratulou-se
Nuno Mangas, presidente do IPLeiria
com o reconhecimento, adiantando que o exame está consolidado, e que este protocolo “é bom para os estudantes brasileiros”. Os estudantes brasileiros que tenham realizado o exame no Bra-
sil e pretendam estudar no IPLeiria serão assim seriados, tendo por base os resultados obtidos nesta prova, à semelhança do que acontece em Portugal com os exames nacionais. K
Aluna da ESAD ganha concurso
Ideias da pedra
6 Rita Mendes Pereira, estudante do mestrado de Design de Produto da Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha (ESAD.CR), do Instituto Politécnico de Leiria (IPLeiria), conquistou o segundo lugar no 1.º Concurso de Ideias Criativas em Pedra Natural “Ideias de Pedra”, com o projeto “Mármore em Luz”. O trabalho da estudante da ESAD.CR destacou-se na área da inovação, numa competição que utiliza a pedra natural como elemento fulcral para o desenvolvimento de empresas ou melhoria dos espaços públicos ou privados. «O meu projeto tem como principal objetivo criar uma nova experiência e relação de proximidade entre o indivíduo e a pedra, sendo este um material tão rico», contextualiza Rita Mendes. «A pedra encontra-se associada à escultura e arquitetura, não estando acessível a todas as pessoas. O meu produto aborda uma forma nova de ver e sentir a pedra». A estudante explica ainda o processo de construção deste projeto vencedor: «Concebi um modelador de luz aproveitando a característica de translucidez do mármore branco. A sua forma visual é a de um cubo quando montado». Neste concurso promovido pela Assimagra - Associação Portuguesa dos Industriais de Mármores, Granitos e Ramos Afins, no âmbito do projeto “Stone Edge”, na Crista da
Pedra, foram apuradas 38 ideias, das quais 16 mostraram potencial de desenvolvimento. O “Stone Edge” é um projeto que visa aumentar a competitividade das pequenas e médias empresas e do sector das Pedras Naturais, através da promoção do empreendedorismo e da criatividade, da partilha e disseminação de competências de gestão, do desenvolvimento organizacional, e da identificação e fomento de boas práticas de gestão da inovação. O concurso “Ideias de Pedra” pretende promover o aparecimento de ideias inovadoras de projeto, produto e/ou serviço, que, utilizando a pedra natural, possam contribuir para o desenvolvimento das empresas do sector ou a melhoria dos espaços públicos e privados. Miguel Goulão, da Assimagra,
Nelson Cristo, do Centro Tecnológico da Pedra Natural de Portugal, José Frade, do IPLeiria, Luís Carvalho, da Faculdade de Arquitetura de Lisboa, e Pedro Amaral, da empresa Frontware, constituíram o júri do concurso, que analisou as ideias e apurou os vencedores. Os prémios serão entregues no próximo dia 24 de abril, na Exposalão, na Batalha, no âmbito da cerimónia de encerramento da 2.ª edição da STONE – Exposição de Pedra Natural de Portugal. Rita Pereira Mendes é licenciada em Design de Equipamento na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, onde frequentou durante um ano o curso de Escultura e começou a trabalhar em pedra. Atualmente frequenta o primeiro ano do mestrado de Design de Produto na ESAD.CR. K
MAIO 2015 /// 011
Congresso ibérico
politécnico
Moçambique visita IPBeja 6 A Embaixadora de Moçambique em Portugal, Fernanda Eugénia Moisés Lichale, acompanhada do segundo secretário da Embaixada de Moçambique em Portu-
gal, José Conceição José, foram recebidos pela presidência do IPBeja, a 28 de abril de 2015, para uma pormenorizada visita ao campus do IPBeja. K
Beja
ESTG faz 25 anos 6 A Escola Superior de Tecnologia e Gestão do IPBeja assinala, no próximo dia 30 de maio, pelas 10H00, os 25 anos do Curso Publicidade
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de Gestão. Esta atividade é organizada pela Comissão de Curso, em representação de todos os docentes que nele lecionam. K
T O 4.º Congresso Ibérico de Atividade Física e Desporto decorreu nos dias 8 e 9 de maio, no InstitutoPolitécnico de Beja, e será dedicado às tendências e aos desafios profissionais da área. Segundo o IPBeja, o congresso, organizado pela Comissão Técnico-Científica e Pedagógica do curso de Desporto, debateu temas como as tendências do fitness, o treino desportivo, atividade física e saúde e turismo ativo. K
Beja eficiente T A AEP-Associação Empresarial de Portugal realizou em parceria com o IPBeja o Colóquio “Indústria + Eficiente - O Uso Eficiente da Água e a Eco-Inovação na Indústria”, que fez parte do programa da OViBeja, no dia 30 de abril. K
www.ensino.eu
MAIO 2015 /// 013
Empreendedorismo
Projeto Escolar em seminário
Politécnico da Guarda e Universidade brasileira
Dupla titulação obtida 6 O Instituto Politécnico da Guarda e a Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo (UPM, Brasil) assinaram, recentemente, um acordo de dupla titulação. Este acordo incide sobre a licenciatura em Contabilidade, ministrada no IPG, e a graduação em Ciências Contábeis, lecionada na UPM. Esta é a primeira vez que a Universidade Presbiteriana Mackenzie faz uma dupla titulação na área da Contabilidade. Pedro Cardão, vice-presidente do Instituto Politécnico da Guarda (responsável pelas áreas da mobilidade e relações internacionais, considera que o acordo agora firmado entre o IPG e a Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo é “fundamental e de grande utilidade num futuro próximo, pois permite que os alunos dos cursos de Contabilidade e de Ciências Contábeis, de ambas as instituições, possam, com a
realização de um período de estudos numa delas, ficarem com dois diplomas: um válido para União Europeia e outro válido no Brasil.” O vice-presidente do IPG sublinhou a “grande utilidade desta cooperação” a qual permite que “por exemplo, um aluno do IPG possa exercer a sua profissão no mercado Brasileiro com o diploma da Universidade de Mackenzie. Este diploma também é muito útil, para os estudantes brasileiros que vêm frequentar o curso de contabilidade através dos concursos de estudante internacional, pois permite que esses estudantes quando regressarem ao Brasil e com um período de estudos na Universidade Mackenzie, lhe vai permitir exercer a sua profissão sem problemas”. Pedro Cardão adiantou que “este acordo é o primeiro de outros que vamos tentar firmar nas várias áreas de interesse do IPG com congéneres brasileiras
com as quais temos cooperação.” Liliane Segura, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, esclareceu que este acordo foi facilitado “pela proximidade de ensino entre a UPM e o IPG. A UPM é uma universidade voltada para o mercado de trabalho; o Instituto Politécnico da Guarda tem o mesmo sistema. Quando decidimos fazer este protocolo tivemos em consideração essa ideia de colocar o aluno na prática, no mercado de trabalho”. Referindo-se a algumas vantagens resultantes deste protocolo, aquela docente brasileira disse que neste contexto “um aluno brasileiro pode vir a Portugal e ser acreditado pela Ordem dos Técnicos de Contas, poderá trabalhar em Portugal; e no Brasil o aluno português poderá ser acreditado pelo CRC”, uma associação de classe profissional brasileira, podendo assim trabalhar em terras brasileiras. K
IPG na Feira Ibérica de Turismo
Passos Coelho visita stand 6 O Instituto Politécnico da Guarda participou, de 30 de abril a 3 de maio, na Feira Ibérica do Turismo (FIT) que decorreu nesta cidade. No stand do Politécnico da Guarda – que foi visitado pelo Primeiro-Ministro, Passos Coelho - foram facultadas, aos visitantes, informações sobre a sua oferta formativa (cursos de Técnico Superior Profissional, Licenciaturas e Mestrados), bem como acerca de projetos desenvolvidos pelas suas Escolas Superiores e prestação de serviços por parte do IPG. De referir que, além do stand interior, o Instituto Politécnico da Guarda teve um outro espaço exterior, onde as Escolas Supe-
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riores que integram o IPG tiveram um dia específico, possibilitando, assim, a realização de várias atividades de animação e demonstrações, com o envolvimento de alunos e docentes. No stand interior – além da
informação sobre a oferta formativa serviços – estiveram também patentes vários equipamentos ligados à atividade das escolas e a trabalhos de investigação desenvolvida no Instituto Politécnico da Guarda. K
6 O Instituto Politécnico da Guarda realiza, no próximo dia 28 de maio, um Seminário subordinado ao tema “O Empreendedorismo e o Projeto Escolar – novos desafios de Educação”. Neste seminário serão apresentados os novos cursos TESP (Técnico Superior Profissional) com a presença do Secretário de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes. Compreender como o empreendedorismo e o desenvolvimento de competências empreendedoras podem criar e suportar a mudança social e educacional; questionar como se pode integrar o empreendedorismo e potenciar o projeto de educação escolar e apresentar exemplos de metodologias de educação para o empreendedorismo
constituem os principais objetivos desta iniciativa que contará com as intervenções de Dana Redford (da Plataforma de Educação para o Empreendedorismo em Portugal e docente da Universidade Católica – Porto) e de Teresa Paiva (Unidade de Desenvolvimento e Investigação do IPG). Este Seminário, que decorrerá a partir das 14h30 no Auditório dos Serviços Centrais do Instituto Politécnico da Guarda, é direcionado para elementos das direções escolares, professores, psicólogos, orientadores escolares e quadros técnicos das autarquias, relacionados com a área do ensino. O programa incluirá uma visita às instalações do Instituto Politécnico da Guarda. Mais informações podem ser solicitadas para gic@ipg.pt. K
Politécnico da Guarda
Psicologia do Desporto em debate 6 No Instituto Politécnico da Guarda vão decorrer, a 6 e 7 de Novembro, as XVI Jornadas da Sociedade Portuguesa de Psicologia do Desporto. Estas Jornadas pretendem ser um momento de encontro e salutar convívio de todos os que se interessam pela Psicologia do Desporto: investigadores, técnicos de desporto e de exercício físico, professores, desportistas, estudantes, psicólogos e público em geral.
As Jornadas vão proporcionar uma abordagem integrativa procurando, discutir e debater, especialmente, a investigação que está a ser produzida neste domínio, bem como todo um conjunto de aspetos inerentes aos contextos comportamentais, com o objetivo de potenciar reflexões críticas e de deixar contributos que visem melhorar as diversas intervenções. Mais informações em http:// www.ipg.pt/16jornadas-sppd/. K
No IPG
Curso breve de Scouting no Futebol 6 No Instituto Politécnico da Guarda (IPG) vai decorrer nos dias 15, 29 e 30 de Maio irá decorrer um curso breve de Scouting no Futebol. “Esta formação surge em linha com a necessidade cada vez mais premente dos treinadores de futebol utilizarem as novas tecnologias com vista à otimização da performance desportiva”, como nos foi referido. Neste evento participarão formadores com experiência e mérito relevante em clubes da I Liga Portuguesa, como é o caso de Tiago Maia (Grupo Desportivo Estoril Praia, Vitória de Setúbal, F.C. Lokomotiv Moscow e Sporting Clube de
Portugal), bem como na Seleção Nacional de Futebol Feminino, Carlos Sacadura. De acordo com Pedro Tiago Esteves, docente da unidade curricular de Observação e Análise do Treino do curso de Desporto da Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto/IPG, “a conceção desta formação, tanto ao nível dos conteúdos como das metodologias, teve como referência as melhores práticas europeias. O seu principal aspeto diferenciador centra-se na forte componente prática que permitirá ao treinador uma imediata transferência de conhecimento para o processo de treino”. K
MAIO 2015 /// 015
Portalegre
Concurso de jornalismo
Livro apresentado
Parlamento e os jovens 6 O livro “O Parlamento Europeu Explicado aos Jovens”, da autoria da jornalista Fernanda Gabriel, foi apresentado a 8 de maio, em duas sessões. De manhã em Idanha-a-Nova, no auditório da Escola Superior de Gestão (ESGIN), e à tarde do Instituto Politécnico de Castelo Branco. Fernanda Gabriel é correspondente da RTP em Estrasburgo onde acompanha o trabalho das institu-
ições europeias há largos anos. A apresentação, em Idanha-aNova, contou com a presença do presidente da Câmara Municipal, Armindo Jacinto, da diretora da ESGIN, Ana Rita Garcia, da eurodeputada Ana Gomes, do diretor do Ensino Magazine e jornalista do Reconquista, João Carrega, e do editor Ricardo Paulouro, da A23 Edições. À tarde, a sessão teve a presença da eurodeputada, Ana Gomes, de Car-
los Maia, presidente do IPCB, e do diretor do JF, Nuno Francisco. A iniciativa revelou-se um momento propício à partilha de reflexões em torno da cidadania europeia e do projeto europeu. A obra de Fernanda Gabriel, com prefácio de Mário Soares, apresenta uma abordagem pedagógica que visa contribuir para uma melhor compreensão do funcionamento do Parlamento Europeu. K
6 A Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Portalegre, em parceria com a Entidade Regional de Turismo do Alentejo promovem o concurso de jornalismo com o tema “Turismo no Alentejo”. Estudas ou estudaste turismo, jornalismo ou comunicação na ESE? é o mote para o concurso que tem as candidaturas abertas até 30 de junho de 2015. A organização lançou o desafio aos interessados apelando à inspiração que o Alentejo desperta, podendo concorrer o melhor trabalho jornalístico escrito, áudio, vídeo ou multimédia, sendo que os objetivos passam por: Descobrir e promover as capacidades e o talento de alunos e ex-alunos da ESEP no domínio do jornalismo; Incentivar a co-
operação e o trabalho em equipas multidisciplinares; Fomentar a curiosidade e o interesse dos leitores pelo turismo do Alentejo e Promover a criatividade e inovação. Mais informações sobre o concurso estão disponíveis em www.esep.pt. K
Portalegre
Turismo em análise 6 A Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Portalegre, promoveu, no passado dia 13 o XII Ciclo de Conferências de Turismo. A sessão de abertura contou com a presença do presidente do Politécnico de Portalegre, Joaquim Mourato, do diretor da ESE-IPP, Luís Miguel Cardoso, da presidente da Câmara Municipal de Portalegre, Adelaide Teixeira, e da diretora do Curso de Turismo, Elisabete Rodrigues. O evento contou com a presença de várias individualidades da área do turismo que defenderam que trabalhar em rede é fundamental para o sucesso do desenvolvimento do Turismo no Alentejo. Para reforçar o conceito, o presidente da Entidade Regional do Turismo realçou que os agentes têm que ser excelentes todos os dias, pois os clientes esperam Publicidade
016 /// MAIO 2015
IPP
Diálogos sobre Educação sempre dos profissionais o melhor. A presidente da Câmara destacou a importância do Turismo para a região, tal como o diretor da ESEIPP, que salientou os vinte anos do Curso de Turismo e a qualidade dos profissionais que a Escola tem vindo a formar, bem como a forte ligação à região que a instituição
soube criar na sua oferta formativa e projetos na área do Turismo. O Presidente do IPP destacou as potencialidades desta área e a importância desta formação para o Alentejo, tal como a diretora de Curso, que caracterizou a estrutura do evento e a importância das temáticas escolhidas. K
6 “Diálogos sobre Educação” foi o tema do seminário que decorreu no dia 14 de maio, no auditório da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Portalegre. O seminário contou com a presença de conferencistas nacionais e internacionais que debateram questões relacionadas com a Pedagogia Católica
em Diálogo com o Mundo: o papel dos intelectuais católicos na circulação de saberes pedagógicos; O catolicismo e a formação de professores: um estudo de caso; Professora Domingas Valente - uma Mulher na vanguarda do seu tempo e a Formação de educadores/as de infância: em busca de um caminho. K
Castelo Branco apresenta investigação de ponta no CEI
O que diz o seu cérebro 6 Castelo Branco está a ser pioneiro no estudo sobre a resposta cerebral quando é visionado um vídeo, ou quando é provado um produto. A investigação está a ser feita no Centro de Empresas Inovadoras de Castelo Branco (CEI) por João Valente, docente da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Castelo Branco, e que tem a sua ideia de negócio (Neuro feedback) instalada no centro. O projeto, que tem como parceiros a Câmara de Castelo Branco, o CEI e o Centro de Apoio Tecnológico para o Agro Alimentar, e o Instituto Politécnico de Castelo Branco, permite definir aquilo que realmente cada um de nós pensa sobre um determinado vídeo, publicitário ou não, ou sobre um produto alimentar, por exemplo. Para a realização deste estudo, em que já foram feitos mais de mil testes, são utilizados equipamentos de ponta, adquiridos pelo Centro de Empresas Inovadoras e pelo CATAA - Centro de Apoio Tecnológico ao Agroalimentar (ambos da Câmara de Castelo Branco), e que fazem parte do Laboratório Sensorial da autarquia. O capacete sensorial, surge como uma espécie de equipamento de eletrencefalograma, e o eye tracking (que permite saber para onde estamos a olhar, e que já é utilizado no neuro marketing). É com esse equipamento (há também um outro móvel, que inclui uns óculos) que é feito o estudo. Com esta investigação é feita a correlação daquilo que é respondido num questionário com a resposta cerebral. “Aquilo que acontece atualmente é que, por exemplo, nas provas de sabores de um determinado produto, apenas se utiliza o questionário. As pessoas provam e respondem. Nós com este método vamos mais além, pois medimos as sensações que as pessoas estão a ter quando estão a provar os produtos. Isto permite verificar, de forma inequívoca, o posicionamento de um determinado produto face aos seus rivais, tendo em conta vários fatores como o sabor, ou o aspeto”, diz João Valente. Os testes realizados até ao momento foram feitos em duas grandes áreas: audiovisual e agroalimentar. No caso do audiovisual através do visionamento de spots publicitários ou publicidade, é possível registar as emoções e sensações das pessoas face àquilo que veem. Permitindo, por exemplo, verificar se um determinado vídeo promocional tem o efeito desejado junto do público, ou saber para que parte do vídeo ou da publicidade as pessoas
mais olham. No agroalimentar são feitas provas de sabores. Dos resultados já apurados, o investigador diz que “é perfeitamente notório que as pessoas têm dúvidas quando respondem apenas a um questionário. Nós temos testes que têm duas fases. Numa as pessoas provam o produto com os olhos fechados, e posteriormente provam o mesmo produto visionando a marca. O que se verifica é que as respostas mudam, pois a marca pode alterar a perceção que têm do produto. Verifica-se também que as pessoas têm dúvidas. Essa dúvida é perfeitamente esclarecida com estes testes, algo que só com o questionário não poderíamos saber. Nós já provámos que conseguimos estratificar a avaliação que o consumidor faz dos produtos que está a provar”. João Valente diz que a grande dificuldade nestas áreas, “é que normalmente os estudos são feitos por equipas multidisciplinares, com psicólogos, engenheiros de programação, ou técnicos que per-
cebam de eletroencefalografia, de especialistas que conheçam o mapeamento do cérebro. São laboratórios que normalmente têm 20 pessoas”. Mas neste processo, João Valente tem feito a investigação sozinho, com o apoio do Centro de Empresas Inovadoras e do CATAA. De resto, o investigador destaca o papel da Câmara albicastrense neste e noutros projetos por si desenvolvidos. Doutorado, na área do cérebro, pela Universidade do Minho, no âmbito de um trabalho de investigação feito no centro de investigação do Massachusetts General Hospital, que integra o MIT e a Harvard Medical School, João Valente diz que o desafio de desenvolver esta investigação partiu do CATAA. “Eu aceitei-o e comecei a trabalhar nele. Os resultados estão a surgir e são muito animadores”, explica. Com seis meses de trabalho, João Valente diz que “nesta fase estamos a fazer confirmações, pois existem combinações diferentes no cérebro que vão dando respostas
diferentes. A chave do segredo é encontrar quais são as posições do cérebro que dão melhores indicações”. João Valente diz que esta investigação é uma mais valia para a área do marketing. “Isto permite perceber como as pessoas avaliam um produto, mas também o seu posicionamento e daí fazer a segmentação de mercado, baseados em algo que não se pode esconder: a nossa resposta cerebral. Eu até posso ser simpático e dizer que gostei, mas o meu cérebro diz que não”.
O docente diz que a primeira fase da investigação está concluída, com a demonstração “que isto funciona. Agora vamos partir para a segunda etapa, que passa por ver de parcerias e de analisar o mercado”. No futuro, João Valente acredita que o projeto pode envolver mais pessoas, e que inclusivamente as pessoas que participam nos testes podem vir a ser pagas. “Se tivermos sucesso, será excelente para Castelo Branco, pois iremos chamar muitas pessoas e empresas para testarem produtos, de uma forma inovadora”, conclui. K
Autarquia aposta na inovação 6 O presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia, mostra-se muito satisfeito com a investigação que está a ser feita no Centro de Empresas Inovadoras por João Valente. “Para nós é motivo de regozijo o desenvolvimento deste trabalho, o qual tem uma enorme potencialidade”, diz. O autarca albicastrense refere que “este caso demonstra que a nossa aposta na estratégia económica, com o Centro de Empresas Inovadoras e o Centro de Apoio Tecnológico ao Agroalimentar, é acertada”. Luís Correia acrescenta: “que-
Luís Correia, presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco
remos que este trabalho seja um exemplo para muitos outros empreendedores que queiram iniciar a sua atividade. Esta será sempre a nossa postura”. O presidente recorda que a aquisição do equipamento que está a ser utilizado nesta investigação “foi adquirido pela Câmara e faz parte do seu Laboratório Sensorial. Um laboratório que tem sido utilizado por diferentes empresas da região para o desenvolvimento dos seus produtos”. No entender de Luís Correia, este “equipamento começa a ser uma mais valia para as nossas empresas”. K
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Seminário
Gerontologia em debate 6 A Comissão Científica do Mestrado em Gerontologia Social da ESE-ESALD do IPCB organizou, dia 19 de maio pelas 9H30, no Auditório da Escola Superior de Educação do IPCB, um seminário sobre gerontologia, informou o Instituto Politécnico em nota enviada à Imprensa. De acordo com a mesma nota, este seminário pretendeu dar a conhecer a investigação que se tem realizado no âmbito do mestrado e analisar o seu contributo para a intervenção e investigação qualificadas no domínio da Gerontologia Social, bem como proporcionar a partilha de projetos, ideias e experiências e saberes que contribuem cientifica e socialmente para um melhor conhecimento da realidade. Este Seminário teve como oradores convidados, Manuel Villaverde Cabral (Instituto
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6 A Escola Superior de Tecnologia do Barreiro, do Politécnico de Setúbal, dinamiza durante o mês de maio e junho um ciclo de jornadas dedicado às áreas da construção (13 e 14 de maio), da biotecnologia (21 de maio), da revitalização urbana (28 de maio) e da engenharia química (2 de junho).
A iniciativa tem como objetivo promover as diferentes áreas científicas ministradas na instituição junto da comunidade académica e externa, reunindo alguns dos principais agentes, empresas e entidades que atuam no setor das engenharias química e civil, da biotecnologia e do urbanismo em vários seminários e workshops. K
Moinho convida do Envelhecimento da Universidade de Lisboa); António de Melo Bernardo (diretor do C.D. de Castelo Branco); José Alves (provedor da Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco); Comando Territorial da GNR de Castelo Branco; os docentes Maria João Guardado Moreira e Henrique Gil (ESE/IPCB) e os
mestres do Mestrado em Gerontologia Social da ESE/IPCB. No dia do Seminário foi também assinado um protocolo com o IPCB e a Universidade da Extremadura, com a presença do presidente do IPCB, Carlos Maia e do professor emérito da Universidade de Extremadura, Florêncio Vicente Castro. K
Prémio para Setúbal
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Jornadas em Setúbal
IPS
Melhor Tese de Douramento em Robótica 6 A investigação de doutoramento de Bruno Damas, docente da Escola Superior de Tecnologia de Setúbal, foi eleita pela Sociedade Portuguesa de Robótica como a melhor tese de doutoramento em robótica do país, no ano 2014. Intitulada “Learning and Sensorimotor Coordination of Anthropomorphic Robotic Systems”, a tese tem como objetivo o desenvolvimento de novos algoritmos de aprendizagem automática que permitam dotar os robots de uma maior autonomia. No âmbito do trabalho de doutoramento foram desenvolvidos algoritmos de aprendizagem estatística que permitem que um robot possa, em tempo real, aprender a mover-se com base no fluxo de informação proveniente dos seus sensores, melhorando progressivamente
Da química ao urbanismo
o seu desempenho na execução de uma tarefa enquanto a tenta simultaneamente realizar. Para Bruno Damas esta distinção “é particularmente recompensadora, pois culmina um trabalho de doutoramento longo e laborioso, durante o qual foi necessário procurar constantemente um equilíbrio precário não só com a atividade de docência na EST de Setúbal como também com a vida familiar”, frisando, ai-
nda, que este prémio “confirma também a elevada qualidade geral do corpo docente da instituição”. Atribuído anualmente pela SPR, durante o Festival Nacional de Robótica 2015, este prémio visa estimular a inovação e o rigor do trabalho de investigação, bem como divulgar trabalhos científicos de qualidade realizados nos vários domínios da robótica. K
6 Os estudantes do 2º ano do curso de licenciatura em Animação e Intervenção Sociocultural da Escola Superior de Educação de Setúbal estão a dinamizar o projeto Moinho Convida, cujas atividades decorrem até 24 de maio. O projeto tem como principais objetivos promover e dar a conhecer à comunidade local o Moinho de Maré da Mourisca e o seu espaço envolvente. Neste âmbito, serão realizadas várias atividades de animação, incentivando, as-
sim, a população na valorização e preservação deste património, nomeadamente da memória ligada às tradições da moagem de cereais e do cultivo de sal. As atividades encontram-se a decorrer até dia 24 de maio, na sua maioria, nas instalações do Moinho de Maré da Mourisca, que se localiza na freguesia do Sado em Setúbal. O projeto é realizado em parceria com a Câmara Municipal de Setúbal e o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas. K
Promover a ciência
Curso online em Tomar 6 O Instituto Politécnico de Tomar já abriu as inscrições para o IPT CONFIS2015, um concurso online de âmbito nacional, dirigido aos alunos do Ensino Secundário, com o objetivo de estimular o interesse dos jovens pela Física, Tecnologia e pelas Ciências em geral. No curso são propostos desafios de Física através de um conjunto de desafios divertidos, educativos e interativos. O concurso IPT CONFIS come-
çou através do programa “Escolher Ciência: Viver com Energia” aprovado e apoiado financeiramente pelo programa Escolher Ciência, da Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, visando a aproximação entre os ensinos secundário e superior, numa perspetiva de partilha de recursos e de estímulo ao prosseguimento de estudos em áreas científicas e tecnológicas. K
ipguarda
Robô Bombeiro 6 O Instituto Politécnico da Guarda realiza, a 4 de julho, a XIII edição do concurso Robô Bombeiro, organizado anualmente, desde 2003. Este concurso põe à prova pequenos robôs móveis e autónomos com a missão de encontrar e apagar um incêndio, simulado por uma vela, num modelo de uma casa formado por corredores e quartos. Nas edições anteriores participaram algumas das mais prestigiadas instituições académicas nacionais, contudo, este ano, o concurso estará também aberto à participação de instituições de ensino espanholas. A multinacional de consultoria e tecnologia Indra vai colaborar
neste Concurso Nacional de Robótica do Instituto Politécnico da Guarda; pelo segundo ano consecutivo, aquela empresa apoia a iniciativa do IPG que tem como objetivo promover a Robótica no seio académico enquanto tecnologia chave do século XXI e proporcionar um evento onde estudantes e professores possam usar a robótica como uma ferramenta educativa, capaz de levar os estudantes a adquirir competências científicas e técnicas, assim como outras competências transversais, por vezes difíceis de adquirir em sala de aula. Os interessados podem obter mais informações em http://robobombeiro. ipg.pt/. K
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Editamos palavras com conteĂşdo.
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Biologia Marítima em Maputo
Macau
Instituto lança guia para conversas
6 O Instituto Português no Oriente (IPOR) em Macau lançou hoje um guia de conversação Português-Chinês centrado em 12 áreas e orientado para qualquer visitante chinês que se desloque a países de língua portuguesa. “O guia é o amanhã hoje, é o futuro que o IPOR pode ter na área de produção de ferramentas e instrumentos que facilitem a intercompreensão entre falantes de língua portuguesa e falantes de língua materna chinesa”, referiu João Laurentino Neves, diretor do IPOR. Tendo em conta a importância do idioma em áreas como os negócios, mas também em redes
científicas e tecnológicas, o IPOR quis “fornecer um apetrecho para qualquer cidadão que numa destas áreas tenha necessidade de se deslocar a um país ou uma região de língua oficial portuguesa”. “Todos já viajámos para um país estrangeiro e sabemos quais são as necessidades: alojar-se, deslocar-se, chegar a um ponto de referência, transportar-se, pedir coisas, saber itinerários”, exemplificou. O guia de conversação é a primeira de três ferramentas que o IPOR conta lançar até setembro, quando termina o mandato de João Laurentino Neves. K
Embaixadora da Suécia visita Estação 6 A embaixadora da Suécia em Moçambique, Irina Schoulgin Nyouni, visitou no passado dia 5 de maio, a Estação de Biologia Marítima da Inhaca (EBMI), província de Maputo, com o objectivo de se inteirar dos projectos que têm sido desenvolvidos no âmbito da parceria existente entre a UEM e o governo Sueco. Irina Schoulgin Nyouni visitou as infra-estruturas existentes como o Museu de Biologia Marítima da Inhaca, os dormitórios e área de serviços, entre outros. A Ilha da Inhaca enfrenta sérios problemas de fornecimento de água potável. É nesse contexto que a Estação de Biologia Marítima da Inhaca e parceiros estão a levar à cabo um projecto de construção de fontenárias para minorar o sofrimento dos
U. Mondlane H
cerca de cinco mil habitantes ali residentes. Por outro lado, há um esforço do EBMI no sentido de preservar as espécies marinhas que a Ilha possui. Todavia, esse esforço encontra resistência local dado que as populações utilizam algumas dessas espécies
como alimento no dia-a-dia. Aliás, alguns dos locais tidos como áreas de conservação de espécies marinhas são fortemente vigiados por um contingente de segurança afecto pela Estação de Biologia Marítima da Inhaca. K
Estudantes chineses EPM-CELP H
Escola Portuguesa
Alunos participam em conferência
6 Os alunos Marisa Galrito, Diogo Pimenta, Nuno Sousa, Sofia Brites e Daniel Câmara representaram a Escola Portuguesa de Moçambique (EPM-CELP) na conferência anual da Global Issue Service Summit (GISS), realizada em Maputo entre 23 e 25 de abril último, no Centro de Conferências Joaquim Chissano em Maputo. Foi a primeira participação da nossa Escola. A conferência visa o desenvolvimento e educação sustentáveis
das futuras gerações. Contando com a participação de escolas internacionais de toda a África e de alguns países da Ásia, o encontro internacional é organizado pela Escola Americana de Moçambique (AISM). Para além da partilha das experiências, os alunos também tiveram diversas oportunidades de exporem os seus projetos, trabalhos e ideias através da participação em workshops organizados pelos alunos para os alunos. K
Música
Mondlane faz festival AZGO
6 A Universidade Eduardo Mondlane acolhe nos próximjos dias 22 e 23 de maio, a V edição do Festival AZGO, a celebração da música contemporânea, artes e cultura, com um forte foco em artistas de Moçambique, do
continente africano e do mundo. O festival Azgo contará com a presença de artistas renomados como Mi casa, Lira, Uhuru, Mingas, Chico António, Tucan-Tucan, DJ Dilson, Cláudio Ismael ou Liloca. K
Prémio para os melhores que estudam português 6 Os melhores estudantes chineses de português têm um estímulo suplementar para aprender a língua mais falada no hemisfério sul: a possibilidade de frequentar um curso de verão em Portugal, anunciou o embaixador português na China, Jorge Torres Pereira. O anúncio foi feito durante o IV Festival da Canção em Língua Portuguesa de Pequim e Tianjin, disputado no domingo na capital chinesa por doze estudantes daquelas duas cidades, perante uma assistência de cerca de 150 colegas. Será um prémio anual, com o nome de um dos mais ilustres missionários portugueses estabelecidos na China no século XVII, Tomás Pereira, que foi músico e
conselheiro do imperador Kangxi. Cerca de 1.500 estudantes chineses estão a frequentar licenciaturas em português em 20 universidades da China continental. Promovido pela Embaixada de Portugal com o apoio de várias universidades portuguesas, nomeadamente as Lisboa, Porto, Coimbra e Minho, o “Prémio Tomás Pereira” irá distinguir - já este verão - os melhores alunos de cada um dos quatro anos do curso. Há cerca de 15 anos, não contando com Macau, apenas duas universidades chinesas tinham licenciaturas em português. O crescente interesse pelo português coincide com o rápido desenvolvimento das relações económicas e comerciais entre a
China e os países de língua portuguesa, sobretudo o Brasil e Angola. “O português, agora, é muito popular e quem sabe português tem mais facilidade em arranjar emprego”, disse Chen Yun (“Alice”), a vencedora do referido festival. Chen Yun, 20 anos, natural da província de Hubei, ganhou o festival com uma interpretação de um êxito da brasileira Rita Lee, “Agora só falta você”. Devido ao peso do Brasil, que tem cerca de 200 milhões de habitantes, o português é a língua mais falada no hemisfério sul e, também, a quinta mais usada na internet, a seguir ao inglês, chinês, árabe e espanhol, e à frente do francês e do alemão. K
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CASTELO BRANCO
Projeto nós propomos
Amato Lusitano vence concurso
ETEPA apresenta dois novos cursos 6 A ETEPA e a ACICB apresentaram este mês dois novos cursos que a Escola Tecnológica e Profissional Albicastrense irá ministrar na área da Saúde já no próximo ano letivo, nomeadamente o de Técnico de Ótica Ocular e o curso de Técnico Protésico – prótese dentária. A ETEPA, com 22 anos de experiência e créditos firmados ao nível do ensino profissional, “aposta num ensino que permita aos jovens uma entrada mais rápida para uma profissão, ajude no combate às altas taxas de desemprego jovem e a dar mais uma alternativa e mais uma saída profissional aos jovens, promovendo a igualdade e a cidadania e incentivando a criatividade”, conforme ficou expresso naquela ocasião. Adelino Minhós, presidente da direção da ACICB, lembrou “a importância que a formação sempre tem tido no percurso desta associação”, salientando que “as várias direções que passaram por esta instituição souberam interpretar os tempos, as dificuldades e exigências do mercado e adaptarse às novas necessidades nesta área da formação”, sendo disso prova, a própria criação da ETEPA. Segundo este dirigente, “apesar de ser totalmente autónoma,
esta escola é uma instituição que nos é muito chegada e à qual damos o nosso apoio e fazemos tudo para que ela continue a prestar o serviço que tem prestado à sociedade”. Olga Pires Preto, diretora pedagógica da ETEPA, apresentou, por seu lado, as novas ofertas formativas justificando que “vimos pensando há já alguns anos que a ETEPA precisava de alguma coisa diferente”, pelo que foi decido “avançar para um curso de Técnico de Ótica Ocular e um curso de Técnico Protésico – prótese dentária”. De acordo com a diretora, “são dois setores que estão bem representados na cidade, na região e na comunidade”, acrescentando que “para isso nós fizemos candidatura e neste momento já temos protocolos de modo a podermos
assegurar aquilo que na ETEPA poderá eventualmente faltar, que são instalações mais adequadas à prática desses cursos”. As novas apostas vão também “ao encontro do Compromisso Educativo da Escola que visa fazer despontar todo um conjunto de situações diferenciadas, cuja dinâmica assenta no processo formativo, sendo articuladas entre a educação escolar e extra escolar. Queremos evitar que a ETEPA seja apenas um local de passagem, sem alma e sem motivação,” expressaram ambos os responsáveis. Para além dos novos cursos, a ETEPA irá manter a oferta dos cursos de Profissional de Animador Sociocultural e de Profissional de Técnico de Artes Gráficas. K
Cálculo mental
Campeão mundial é português 6 João Silva Bento, 13 anos, estudante do 7º ano na Escola Secundária Manuel Fernandes, em Abrantes, sagrou-se campeão mundial de cálculo mental pelo segundo ano consecutivo, tendo obtido o recorde mundial da prova deste ano. Num ano em que Portugal ficou em primeiro lugar na geral do SuperTmatic - concurso de cálculo mental com jogo de cartas destinado ao treino das operações básicas da matemática -, e com vários estudantes lusos a conquistarem posições cimeiras nos diversos escalões etários, João Bento conquistou o 1º lugar no seu escalão e o melhor tempo mundial, com um tempo de resolução de 33,66 segundos às 15 equações que lhe foram
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apresentadas. João Bento, residente em Alferrarede, no concelho de Abrantes, teve um tempo médio de resposta às 15 perguntas de 2 segundos e 22 milésimos de segundo, totalizando 33,6 segundos, recorde mundial em todos os escalões da competição. O segundo classificado do seu escalão ficou a uma distância de 12 segundos, tendo obtido o tempo de 46,2 segundos. O décimo classificado, um britânico, demorou 51:37 segundos a resolver mentalmente os problemas matemáticos apresentados no concurso. A organizadora do evento mundial disponibilizou na sua página na internet a classificação parcial da competição, tendo divulgado a clas-
sificação dos primeiros 20 países no concurso SuperTmatik 2014/2015, e a classificação dos 10 melhores alunos de cada escalão. A competição relativa aos Campeonatos SuperTmatik, que decorrem anualmente e online, envolveu no ano passado 36 725 finalistas de 61 nacionalidades diferentes, tendo o estudante português, João Bento, conquistado o 1º lugar no seu escalão, com um tempo de resolução de 42,5 segundos às 15 equações que lhe foram apresentadas. K
6 Dois projetos apresentados por alunos da Escola Secundária de Amato Lusitano, em Castelo Branco, conquistaram um primeiro e um segundo lugar numa competição na qual participaram ideias desenvolvidas por turmas de geografia de vários pontos do país. O Projeto Nós Propomos! Cidadania, Inovação e Educação na Educação Geográfica, promovido pelo Instituto de Geografia e Desenvolvimento do Território da Universidade de Lisboa, contou com mais de 200 contributos de onde se destacou o projeto “Roteiro pela Herança Judaica de Castelo Branco”, desenvolvido pelos alunos Guilherme Lino Pombal, José Alberto Ferreira e Mariana Neno de Resende. A ideia que valeu o primeiro prémio surgiu há alguns anos, quando fizeram um trabalho de investigação relacionado com o património judaico de Castelo Branco. O segundo lugar foi para o projeto “Revitalização da Dinâmica Turística em Castelo Branco”, de Gonçalo Marques, Miguel Serra e Miguel Ramalho. Celeste Gonçalves, a professora que acompanha estes alunos, diz que estes seis jovens “são os motores da turma”, pela motivação que também
transmitem aos colegas. Para a escola são “um orgulho”, diz João Belém. Depois de Gonçalo Marques ter ganho as Olimpíadas da Economia e destes dois prémios na geografia, o diretor do Agrupamento de Escolas de Amato Lusitano conta com uma boa prestação das 10 equipas que se apuraram para a final do Concurso Jovens Cientistas. Os dois projetos foram entregues em mão ao presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco. Luís Correia diz que as propostas apresentadas pelos jovens são “muito interessantes e vão de encontro aos nossos objetivos”, que passam pela promoção turística da cidade. Para o autarca é também a prova que a comunidade está atenta ao que a câmara quer promover e que Castelo Branco “tem qualidade no ensino”. Depois do roteiro pelos portados quinhentistas a Câmara Municipal de Castelo Branco está a trabalhar na adaptação de uma casa na rua das Olarias para receber um espaço que sirva para divulgar figuras como Amato Lusitano. O projeto “está neste momento a ser concretizado e já temos as primeiras propostas”. K
Integração de imigrantes
Portugal é caso de sucesso 6 O ministro da Educação afirmou que Portugal “é um caso de sucesso na integração dos imigrantes na escola” e acrescentou que a tolerância “não é muito comum em todos os países e, por isso, deve ser valorizada”. No final da sessão de encerramento do colóquio “Identidade(s), Integração e Laicidade na Europa”, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, Nuno Crato defendeu que Portugal integra culturas diferentes e que os portugueses têm uma tolerância pela diversidade, que se deve manter. “É algo que possivelmente é histórico, possivelmente tem a ver com as nossas raízes, com a nossa vida pelo mundo, mas essa tolerância pela diversidade não é muito comum em todos os países e julgo que isso deve ser valorizado”, sublinhou. “É uma tolerância pela diversidade, um respeito democrático que deve ser posto ao serviço do sucesso da escola”, continuou o ministro. “Julgo que não se devem se-
parar as duas coisas porque se a escola for, hipoteticamente, uma escola muito tolerante, muito integradora das diversas experiências, mas se não oferecer aos alunos um ambiente de trabalho, um ambiente de respeito pelo conhecimento e de procura de mais conhecimento de integração na vida ativa, a escola está a falhar”, realçou o governante. Por isso, Nuno Crato defende que “as duas coisas devem andar a par e passo“. “O tema da cidadania, da tolerância, do convívio com a diferença é um tema importantíssimo e é de extrema atualidade na Europa”, realçou o titular pela pasta da Educação. Segundo o ministro, em Portugal é dada grande atenção à educação para a cidadania, mas é encarada como integrada no conjunto do trabalho pela escola, porque, disse, “não faz sentido que seja um conteúdo programático, o que faz sentido é que seja algo que seja feito todos os dias na escola”. K
Editorial
Problemas globais, respostas globais 7 Vivemos, nos tempos que correm, um grande movimento de turbulência. O futuro já não é linear. Pelo contrário, avolumamse os sintomas e indícios que nos conduzem a ajuizá-lo de profundamente dilemático. Por um lado, acentuam-se as hipóteses e os caminhos que nos conduzem à esperança e à vontade de vencer os escolhos que ainda restem do “velho mundo”. Por outro lado, detectam-se, permanentemente, os referentes da crise que acarretam mal-estar, impotência e desânimo, mas que urge reclamar pela sua solução. A revolução científica e tecnológica imprimiu uma dinâmica de transformação, não só no domínio da ciência e da tecnologia, mas também no das relações económicas, sociais e até políticas. Em particular, o avanço tecnológico no domínio das comunica-
ções implicou que as economias deixassem de depender directamente de um único local de produção e distribuição dos bens produzidos e se constituíssem redes de produção e distribuição sem fronteiras de qualquer natureza. Tal fenómeno acentuou o carácter transnacional das empresas e arrastou consigo a liberalização dos mercados, já não identificados com o país de origem, mas reconhecidos à escala mundial. A este fenómeno tem-se convencionado chamar de globalização que, fundamentalmente, significa a realização, à escala planetária, de qualquer actividade humana, seja ela de natureza económica, financeira, política ou cultural. A globalização, em si, não é um bem nem um mal: ela corresponde a um estádio do desenvolvimento humano e ao aproveitamento das capacidades que a revolução
científica e tecnológica trouxe ao Homem. Contudo, a globalização como fenómeno humano, tem servido quase em exclusivo para o crescimento da economia na escala física do próprio sistema, sem cuidar do desenvolvimento dos povos na sua globalidade, isto é, no seu bem-estar e no respeito pela sua identidade. Daí, a preocupação dos especialistas em políticas educativas de encontrarem respostas a este apelo da “uniformização”, tentando criar um amplo debate em torno da necessidade de aproximação dos sistemas educativos, com vista à livre circulação do pensamento, da investigação, dos alunos e dos docentes, já que se pode imaginar quanto a globalização poderia constituir um fenómeno de transferência de riqueza e de gestão dos recursos planetários. Ora, o que acontece é preci-
samente a situação contrária. Na década de sessenta, 20% dos países ricos detinham 70% da riqueza mundial, e 20% dos mais pobres apenas 2,3%; quarente anos mais tarde, em pleno funcionamento da globalização da economia e de crescimento económico, a riqueza detida pelos 20 países mais ricos subiu para 83% e dos mais pobres desceu para 1,3%. E, por mais paradoxal que tal possa ser, a realidade vivida dentro de cada um dos países, sejam eles ricos ou pobres, é igualmente a do desequilíbrio entre as diversas camadas das suas populações, aumentando o fosso que divide os ricos, cada vez mais ricos, dos pobres, cada vez mais pobres. Reconhecer estas realidades significa desenvolver estratégias de aproveitamento desta nova etapa da vida humana; desconhecê-las ou ignorá-las signifi-
ca deixar o campo livre a todos aqueles que aproveitam o desenvolvimento científico e tecnológico em favor de alguns, deixando de lado uma parte demasiado significativa da população. Até porque acreditamos que um mundo global exige também uma redobrada atenção e a permanente busca de respostas globais. K João Ruivo _ ruivo@rvj.pt Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico _
primeira coluna
A Europa e os jovens 7 A educação e a Europa para os jovens, é um hoje um tema, amplo, que merece alguma reflexão, pela sua complexidade, mas também pelo conjunto de oportunidades que a União Europeia hoje garante aos estudantes, professores e pessoal não docente. Podería falar aqui de muitos programas, da possibilidade de se fazer uma formação inicial numa instituição de um país e, fruto do sistema de créditos implementado por Bolonha, se prosseguir os estudos numa outra de um país diferente. Um dos programas que mais tem influenciado o modo de agir e pensar de muitos alunos, e porque não dizê-lo da comunidade académica, é o programa Eras-
mus, hoje mais amplo o Erasmus +. Este programa permitiu e permite que milhares de jovens do espaço europeu possam frequentar semestres em instituições de ensino superior de outros países. Criaram-se novas oportunidades para que os estudantes, mas também os docentes e funcionários, descobrissem outras realidades. Esta abertura e as vivências conseguidas são um enriquecimento pessoal impensável sem a perspetiva da Europa que se foi construindo. O futuro é cada vez mais global, os jovens não podem singir-se à sua própria casa. Este programa permitiu que muitos ganhassem asas para voar, para aprender ou para decidir o seu futuro com outros dados na mão.
O programa Erasmus foi acolhido de forma muito empenhada pelas diferentes instituições de ensino superior europeias. A Agência Nacional Erasmus + revela-nos que “no ano letivo de 2012/2013, 270 mil estudantes foram estudar ou estagiar para fora e mais de 52 mil funcionários receberam apoio, no estrangeiro, ao abrigo do Programa Erasmus+. A mesma agência diz que Portugal, no ano 2012/13, foi o 9º país de destino mais procurado. Assim, Portugal “enviou” para estudo ou estágio 7 041 estudantes (mais 9% que em 2011/12) e recebeu um total de 9 894 alunos. Espanha, Polónia e Itália foram os países que mais portugueses receberam, 1 687, 946 e 817 alunos,
respetivamente. Espanha, Polónia e Itália foram igualmente os países que mais alunos enviaram para Portugal: Espanha (2 636), Polónia (1 284), logo seguida da Itália (1277). No Top 100 das Instituições de Ensino Superior que mais alunos recebem encontramse cinco portuguesas: Universidade Técnica de Lisboa (16º lugar); Universidade do Porto (24º); Universidade de Coimbra (29º); Universidade Nova de Lisboa (37º); e Universidade de Lisboa (61º). Os números revelam bem a importância deste programa, o qual na minha perspetiva deve ser aproveitado pelo maior número de jovens estudantes. Os dados são claros, e esta oportunidade que é dada anual-
mente e semestralmente a milhares de jovens da Europa, é algo de impensável sem um espaço europeu livre e aberto, onde tal como defendemos no Ensino Magazine, deve afirmar-se como uma educação sem fronteiras. K João Carrega _ carrega@rvj.pt
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MAIO 2015 /// 023
crónica salamanca
El voto de los estudiantes 6 A más de un lector le puede sorprender alguno de los argumentos que vamos a exponer sobre la participación de los estudiantes en la vida cotidiana de nuestras universidades públicas. Más aún cuando quien suscribe este artículo desde hace varias décadas, siendo primero estudiante y más tarde profesor de diferentes categorías, ha defendido con convicción la presencia activa de los estudiantes en la toma de decisiones importantes que afectan a la universidad, como por ejemplo, elección de rector, decano, director de Departamento, selección de profesores, aprobación de un plan de estudios, y otras decisiones sobre todo lo importante de la vida univrrsitaria que se adoptan en consejos de gobierno, de facultad, de cualquier órgano de dirección. Adelantemos que el peso del voto de los estudiantes es del 25% del conjunto de la comunidad universitaria en cualquier órgano colegiado desde la reforma universitaria de 1983. ¿Qué es lo que nos impulsa a cuestionar tal presencia estudiantil, en el formato actual? ¿Qué es lo que ha cambiado? Son muchas las voces de la comunidad universitaria que proclaman que este exceso de representación estudiantil no se corresponde con un ínfimo porcentaje de participación real en las votaciones por parte de los estudiantes, tal como sucede en la inmensa mayoría de las universidades y procesos electorales. Son opiniones que denuncian que se ha instalado un sistema viciado en muchos
departamentos y facultades, donde un grupo minoritario de estudiantes acude a las voces y prácticas del clientelismo más burdo instalado en muchas de estas instancias de poder, pequeño o grande, sobre todo cuando se trata de repartir migajas desde arriba, de seleccionar un futuro profesor asociado, por ejemplo. Son ciertos grupos de profesores y ciertos grupos de estudiantes los que vienen viciando el sistema de funcionamiento real y libre de los departamentos, y de otros órganos colegiados de decisión, pero guardando siempre las formas “democráticas”, para no incurrir en falta. El cálculo detallado de tales procedimientos de representación y tomas de decisión cuasi corruptas es proverbial, hasta el extremo. Casi parece pulcro, cuando se está corrompiendo lo más profundo del ser de la universidad, su libertad real para la ciencia. No es un asunto que afecte a una universidad en exclusiva, y la nuestra podría servirnos de ejemplo, sino que es un mal feo, cancerígeno, muy extendido por todas ellas, con independencia del color político y orientación ideológica de sus respectivos dirigentes. Estos días se han celebrado elecciones a rector en la Universidad Complutense de Madrid, la mayor de las españolas presenciales, con 77.000 alumnos matriculados. ¿Sabe el lector cuántos de ellos han votado? Exactamente un 12% del total, que en el cómputo final tiene capacidad de un 25% del poder de decisión, para inclinar
la balanza en beneficio de cualquiera de los aspirantes. Habría que valorar el pequeño grupo real de estudiantes que en este caso deciden la elección de rector, y por ello el esfuerzo y exceso de promesas (clientelismo) que los candidatos hacen a los estudiantes, con o sin deseo firme de cumplimiento. Esto se llama simplemente corrupción del sistema democrático, porque una exigua minoría de estudiantes, en absoluto representativa, tiene capacidad de toma de decisiones de un calado muy profundo. No compartimos la idea de quienes apuestan por eliminar cualquier presencia de los alumnos en la toma de decisiones universitarias. Suelen ser los mismos que defienden un modelo gerencial estricto para el gobierno universitario, donde las decisiones que se adopten nada tengan que ver con la participación democrática de sus miembros. Pero no es esta nuestra posición, claro está, porque consideramos que tiene sentido profundo organizar la vida de los diferentes establecimientos universitarios con la cooperación activa de todos sus integrantes, o con una buena representación proporcional. Lo que sinceramente nos duele es la manipulación interesada que un grupo muy pequeño, e interesado de alumnos, en alguna ocasión por motivaciones políticas puntuales, pero casi siempre por otras razones de orden inconfesable, lleva a cabo mediante una desmovilización generalizada de la masa estudiantil y una participación
Publicação Periódica nº 121611 Dep. Legal nº 120847/98 Redacção, Edição, Administração Av. do Brasil, 4 R/C Apartado 262 Telef./Fax: 272324645 6000-909 Castelo Branco www.ensino.eu ensino@rvj.pt Director Fundador João Ruivo ruivo@rvj.pt Director João Carrega carrega@rvj.pt Editor Vitor Tomé vitor@rvj.pt Editor Gráfico Rui Rodrigues ruimiguel@rvj.pt
escasísima a la hora de pasar por las urnas. Este mal tiene remedio. Nos parece sensato que la penalización de una participación muy baja de los electores se manifieste como no representativa en democracia, y se invaliden los resultados hasta alcanzar una presencia digna. Lo demás me parece de vergüenza, y degrada día a día la universidad pública, que es lo que algunos desean, es evidente. Otras medidas podrían apuntar a una reducción de ese elevado porcentaje que tiene asignado el estamento estudiantil, que fue asignado en otro contexto sociopolítico muy diferente, viviendo aun de los ecos del famoso mayo francés del 68. Defendemos una universidad democrática, donde los miembros y agentes de la comunidad universitaria tomen parte activa, pero con todas las garantías, sin vicios ni corruptelas. K José Maria Hernández Díaz_ Universidad de Salamanca jmhd@usal.es
Serviço Reconquista: Agostinho Dias, Vitor Serra, Júlio Cruz, Cristina Mota Saraiva, Artur Jorge, José Furtado e Lídia Barata Serviço Rádio Condestável: António Reis, José Carlos Reis, Luís Biscaia, Carlos Ribeiro, Manuel Fernandes e Hugo Rafael. Guarda: Rui Agostinho Covilhã: Marisa Ribeiro Viseu: Luis Costa/Cecília Matos Portalegre: Maria Batista Évora: Noémi Marujo noemi@rvj.pt Lisboa: Jorge Azevedo jorge@rvj.pt Nuno Dias da Silva Paris: António Natário Amsterdão: Marco van Eijk Edição RVJ - Editores, Lda. Jornal Reconquista Grafismo Rui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda. Secretariado Francisco Carrega Sílvio Mendes Relações Públicas Carine Pires carine@rvj.pt Colaboradores: Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Realinho, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Belo Gomes, Carlos Correia, Carlos Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Elsa Ligeiro, Ernesto Candeias Martins, Fernando Raposo, Florinda Baptista, Francisco Abreu, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mesquita, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joaquim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, João Vasco (fotografia), Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Felgueiras, José Carlos Moura, José Pires, José Pedro Reis, Janeca (cartoon), José Rafael, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Luis Souta, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Maria João Leitão, Maria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faustino, Ricardo Nunes, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras,Sandra Nascimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susana Rodrigues (U. Évora) e Valter Lemos Contabilidade: Mário Rui Dias
Cartoon: Bruno Janeca H Argumento: Dinis Gardete _
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Propriedade: RVJ - Editores Lda. NIF: 503932043 Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (accionistas com mais de 10% do Capital Social) Clube de Amigos/Assinantes: 15 Euros/ Ano Empresa Jornalistica n.º221610 Av. do Brasil, 4 r/c Castelo Branco Email: rvj@rvj.pt Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Jornal Reconquista - Zona Industrial - 6000 Castelo Branco
crónica
Contexto internacional adverso à educação multicultural 7 «não me vêem, não me ouvem, nem sabem que eu existo. É assim a vida. Olhamo-nos sem nos vermos.» (“Poema dos Homens Distantes”, António Gedeão, 1990:200) A Europa recua A líder oficiosa da UE, Angela Merkel, em Outubro de 2010, declarou: «o multiculturalismo faliu na Alemanha». James Banks, o académico mais conceituado na área da educação multicultural, comentou essa afirmação aquando da sua mais recente vinda a Portugal (conferência na FPCE-UL, a 9/4/14): não se pode dizer que faliu o que nunca existiu! Na sua perpectiva, a integração do estrangeiro na Alemanha, por ocasião da prosperidade económica dos anos 70 que exigia muita mão-de-obra, não vingou, apesar de alguns esforços e tentativas para unir os que eram étnica e culturalmente diferentes. Comunidades de turcos e árabes, por exemplo, vivem isoladas. Muitas famílias não falam a língua germânica e existem casos de pais que proíbem os filhos de frequentar as escolas alemã. Só 14,5% dos jovens de origem turca nascidos na Alemanha se consideram alemães!
Naturalmente, o discurso da chanceler anunciava o virar de página. Preparava-se legislação bem mais restritiva quantos aos imigrantes pobres e, em especial, para a redução das prestações sociais que lhes eram atribuídas. Aquela “sentença de morte” foi seguida, em Fevereiro de 2011, pelo 10 da Downing Street e o Palácio do Eliseu; o “triunvirato” europeu acertava a estratégia. O primeiro ministro David Cameron afirmou: «Preocupámo-nos demasiado tempo com a identidade da pessoa que estávamos a acolher, e muito pouco com a identidade do país de acolhimento». E o então presidente Nicolas Sarkozy (ele mesmo filho de um imigrante húngaro), numa entrevista à tf1, proferiu: «Claro que temos que respeitar as diferenças, mas não queremos uma sociedade onde as comunidades vivem lado a lado. Se alguém vem viver para França, deve ser integrado numa única comunidade, que é a comunidade nacional. E se não aceitar isso, então não será bem-vindo». Num meu artigo, incluído numa publicação da RVJ Editores-ANP de 2002, em que trouxe à colação o texto em que António Barreto inventariava 30 «ideias nefastas para a educação», prognostiquei o perigo
de «vermos a multiculturalidade ser entendida como mais uma “ideia nefasta”». Afinal, o que eu temia veio acontecer e mais cedo que o previsto. Assimilação reconfigurada? O caso francês merece-nos particular atenção. A presidência socialista não alterou o rumo político nesta matéria. Manuel Valls, 1º ministro que tomou posse no início de Abril de 2014 e que visitou o nosso país um ano depois, exercera anteriormente o cargo de ministro do Interior, tendo suscitado grande polémica quando da expulsão de famílias da minoria mais perseguida da Europa: «os ciganos têm vocação [sic] a regressar aos seus países» porque é «impossível a sua integração na sociedade gaulesa e a sua inevitável expulsão pois os seus modos de vida [são] extremamente diferentes dos nossos e entram evidentemente em confronto com os dos franceses.» Muitos destes ciganos, originários da Sérvia, Macedónia e Montenegro, quando em Dezembro de 2009 deixou de ser necessário o pedido de visto para entrarem no espaço Shengen. A orientação xenófoba do governo Hollande-Valls levou mesmo a Co-
missão Europeia a ameaçar a França com sanções «lembrando que as pessoas de etnia cigana, cidadãos europeus, têm o direito a circular livremente em todos os Estadosmembros da UE.» (Público, 26/9/13, p. 31). O sr. Valls permitiu a prisão de Leonarda Dibranni, uma rapariga de 15 anos, no decorrer de uma visita de estudo da escola secundária André Malraux, que frequentava há cinco anos, e a sua posterior deportação (Público, 17/10/13, p. 28). «Na minha escola tínhamos franceses, ingleses, portugueses, espanhóis… nunca ninguém se interessou que eu fosse cigana» (Público, 23/10/13, pp. 30-1). Este caso, com grande cobertura dos media, ilustra bem que a «escola para todos» continua cheia alçapões étnicos-culturais. Mais recentemente, face à recusa de muitos estudantes muçulmanos se juntarem ao minuto de silêncio decretado pelo governo, na sequência do ataque terrorista ao Charlie Hebbdo, o 1º ministro francês reconheceu «o apartheid territorial, social e étnico» que divide o país e anunciou como objectivo fazer «uma grande mobilização da escola para os valores da República». E avança com um “pacote” virado, predominantemente, no sentido da
educação para a integração tornando a escola um «santuário da laicidade»: mudanças no programa de “Educação Cívica e Moral”, universalidade do “serviço cívico” (dos 16 aos 25 anos), e intenção (implícita) de criar uma nova função docente, transformando agora os professores em «vigilantes» capazes de sinalizar «opiniões anti-sociais virulentas ou violentas, novos comportamentos alimentares ou de vestuário, ou absentismo» dos seus alunos (Público, 16/3/15, p. 20). Aqui está um exemplo paradigmático de uma nova vertente da «escola para tudo». De facto, os governantes, como diz o povo, «só se lembram de Santa Bárbara quando há trovões.» (continua) K Luís Souta _ luis.souta@ese.ips.pt Este texto está redigido segundo a “antiga” e identitária ortografia _
CRÓNICA
Cartas desde lá ilusion 7 Querido amigo: Seguimos con nuevas y buenas noticias, porque esto parece que va camino de hacerse más universal. Me refiero al cambio que, como te comenté en mi última carta, comienza a materializarse. Yo sigo pensando que el centro y autor de este cambio tiene que ser, y seguir siendo, el profesor. Digo esto porque, como siempre, estamos asistiendo a la aparición de nuevos “cantos de sirena” que parecen ofrecer la “solución universal” al problema de la educación, cuando todos sabemos que esa “solución universal no existe”. Uno de ellos viene firmado por alguien que parece o se quiere ofrecer como uno de los grandes pedagogos de nuestro país en la actualidad. Esta persona quiere
ofrecer la solución de los problemas educativos centrándolos en el desarrollo de lo que él llama “el factor E”, que no es otra cosa que el conjunto de las funciones ejecutivas, de cuya existencia y papel preponderante conocemos los que nos hemos acercado, entre otras cosas, al problema de la educación de los niños con trastorno de déficit de atención (con o sin hiperactividad), es decir, los llamados niños TDA/H. Lo que no parece integrar en su planteamiento, este “pensador”, es que las funciones ejecutivas necesitan ser activadas por alguien... parece como si, en el sentido más piagetiano, y en el parecer de este autor, estas funciones se ejercieran por sí mismas por el mero hecho de estar presentes en el sistema cognitivo de los niños. Pero la realidad es muy dis-
tinta: las funciones ejecutivas se ponen en funcionamiento cuando existe un auténtico desafío, cuando el profesor es capaz de retar a los alumnos para que, activándolas, encuentren la solución a los problemas que les plantea o desarrollen las tareas que les encomienda. Evidentemente, son una competencia de los seres humanos, pero, como el resto de las competencias, necesita ser activada mediante planteamientos retadores (al menos así es como pienso yo, y no creo que sea el único que pienso así). Para mí, si no hay reto, si no hay desafío, no hay desarrollo, no hay progreso. Por otra parte, asistimos a noticias como ésta: “El investigador norteamericano David C. Krakauer cree que la inteligencia es complicada y diversa, y hemos tendido a simplificarla demasiado”. No deja de ser cómico que
este “científico” nos descubra ahora algo que siempre hemos tenido claro en la ciencia psicológica: la inteligencia es un sistema, y, como tal, es compleja en su funcionamiento, lo que dificulta su comprensión y, por ende, su manejo. Ahora bien, el problema del rendimiento de la inteligencia no reside en su naturaleza, sino en la capacidad que tengamos de estimularla adecuadamente. ¡Éste es el gran reto! Por muy inteligentes que sean las personas, si no existe capacidad (¡donde sea!) para estimularla, la inteligencia se convierte, poco a poco, en un sistema (lo que es) inerte. Por tanto, ¡viva la inteligencia!, pero, sobre todo, ¡vivan los que saben estimularla de la manera más adecuada para su rendimiento eficiente! Una vez más, éste es el reto de los educadores.
Seguiremos con estos asuntos. Hasta la próxima, como siempre, ¡salud y felicidad! K Juan A. Castro Posada _ juancastrop@gmail.com
MAIO 2015 /// 025
Sérgio Godinho, em entrevista
«A liberdade é uma procura permanente» 6 Sérgio Godinho tem levado o seu mais recente espetáculo, “Liberdade”, a palcos de norte a sul de Portugal, interpretando temas que recordam o 25 de Abril. Em entrevista, o músico fala da importância da defesa permanente dos ideais da “Revolução dos Cravos”. Liberdade é um conceito que está intimamente associado ao 25 de Abril e é o título do seu mais recente álbum ao vivo, que evoca esse momento da história Portugal. O que é para o Sérgio a liberdade? Liberdade, como digo nas palavras desse disco ao vivo, é uma pedra de toque da minha vida e nas circunstâncias que me envolvem. Liberdade é algo que tem de se conquistar sempre e que não existe por si só. É uma procura permanente. Eu sempre procurei na minha vida essa liberdade, sabendo que é uma utopia. Tenho uma canção chamada precisamente «Liberdade» que diz que “só há liberdade a sério quando houver a paz, o pão, habitação, saúde, educação”. Isso nunca é integralmente cumprido, mas tem que haver conteúdos dessa liberdade. Sabemos que o nosso país é, infelizmente, tão precário em tanta coisa, está sempre com a sua liberdade ameaçada… não é uma questão de censura, mas outras formas mais ínvias de oprimir as pessoas. É uma palavra fulcral na minha vida. Recuemos no tempo. O Sérgio estava fora do país no 25 de abril de 74. O que sentiu quando regressou para encontrar uma realidade completamente diferente? Na altura estava em Vancouver, no Canadá. Vim a Portugal no princípio de maio e encontrei, acima de tudo, um país em euforia e uma alegria imensa nos olhos e sorrisos das pessoas. Uma alegria acompanhada de muita ingenuidade. Acabei por regressar definitivamente em setembro. Foram tempos muito importantes na minha vida, em que cantei muito por aí. Encontrei um Portugal diferente, mas onde eram evidentes as desigualdades sociais que agora, infelizmente, se têm vindo a agravar. Estamos numa crise terrível. São muitas as injustiças que se traduzem em desigualdades sociais, muitas vezes instigadas pelos governantes. Temos, sobretudo, de continuar a fazer. Não ficar sentados. Os últimos anos têm sido dominados por realidades como a troika, cortes, desemprego – no fundo um cenário de crise em Portugal. Se eu lhe pedisse para escolher uma canção que descreva a situação que Portugal atravessa… qual escolheria? Não há só uma. Há tantas! Não há dúvidas que estamos, em relação a muitas coisas, com o “acesso bloqueado”, como
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Américo Dias H
diz uma canção minha. Mas há todo um conjunto de realidades com as quais nos temos de confrontar. Também podia cantar “Os Vampiros”, do Zeca [Afonso], uma excelente metáfora política e social. Mas há outras canções que é urgente cantar, algumas mais íntimas, como, por exemplo, “Espalhem a Notícia”. Insistindo no tema da liberdade, nos últimos anos temos vindo a perder alguma? Liberdade é algo que está sempre aquém do que queremos conquistar. O aumento das desigualdades sociais, que referi anteriormente, de certo modo aprisiona as pessoas. Acontece, por exemplo, quando o desemprego leva as pessoas a sair de Portugal, não sendo essa a sua vontade. Essa é uma sujeição que reflete falta de liberdade. Hoje não é tão dominante o espírito de intervenção que caracterizou outros períodos da nossa música. Os músicos portugueses andam desatentos? Acho que tudo é intervenção. Essa palavra é uma falácia. Acontece é que os músicos falam das realidades do nosso país de maneira diferente. Não é preciso estar sempre a falar da situação sociopolítica. Essa nunca foi uma vertente única
da música portuguesa. Carlos Paredes não usava palavras, mas expressava algo que pesava de sobremaneira no sentir das pessoas. A par das canções, no seu currículo estão também os livros. Música ou escrita, qual lhe põe um maior brilhozinho nos olhos? São complementares. Gosto é de criar. A minha atividade criativa passa, maioritariamente, pelas canções. Mas, por exemplo, agora escrevi um livro de contos, o «Vidadupla», que me deu um grande gozo e que foi um trabalho muito exigente. São nove contos que, embora escritos de forma intermitente, abrangem um ano e meio da minha vida. Embrenhei-me nas personagens que criei. Já as canções têm, logo à partida, outra vertente. Primeiro existe o lado solitário da criação, depois a partilha com os músicos – a construção da canção – e, posteriormente, os palcos. As artes performativas dão-me esse gozo natural. Depois do disco ao vivo «Liberdade», está no horizonte um novo trabalho de originais? Não. Neste momento escrevi um tema original para um projeto conjunto com o Jorge palma. Vamos dar concertos juntos.
Somos grandes amigos, admiradores da obra um do outro e temos uma cumplicidade enorme. Essa nova canção tem muito a ver com as nossas personalidades e com os nossos percursos de vida. K Entrevista: Hugo Rafael (Rádio Condestável) _ Texto: Tiago Carvalho _
gente e livros
edições
Novidades literárias 7
presença.
O Bicho-da-Seda, de Robert Galbraith. Quando o escritor Owen Quine desaparece, a sua mulher recorre aos serviços do detetive privado Cormoran Strike. Inicialmente acredita que o marido se ausentou por uns dias - como já acontecera anteriormente - e contrata Strike para o encontrar e trazer de volta a casa. No decorrer da investigação, torna-se claro que o desaparecimento do escritor esconde algo mais.
D . Q UIXOTE . Diário da Abuxarda 2007-2014, de Marcello Duarte Mathias. Diário de Marcello Duarte Mathias, diplomata de carreira de 1970 a 2003. Nessa qualidade, esteve colocado em Brasília, Bruxelas e Nova Iorque, tendo sido embaixador na Índia, na Argentina e na UNESCO em Paris. É autor de obras de índole diversa entre a ficção, o ensaio e a diarística.
OFICINA DO LIVRO. Manoel de Oliveira – O Homem da Máquina de Filmar, de Rute Silva Correia. Manoel de Oliveira pediu um dia ao pai uns trocos para comprar uma máquina de filmar. Foi o início de uma aventura ímpar. Esta é a história da sua vida, ao longo das décadas que o grande realizador português testemunhou. Viveu até aos 106 anos. São episódios da vida de um homem e do seu trabalho evocados por o próprio em diversas entrevistas, documentários e um pouco também nos seus filmes, e que ajudam a autora a descobrir o homem para lá do cineasta.
FCA. Fundamentos de Bases de Dados, de Feliz Gouveia. O conhecimento da arquitetura de um Sistema de Gestão de Bases de Dados Relacionais (SGBDR) e do funcionamento dos seus componentes principais é um requisito fundamental do especialista da área de computadores, sistemas ou gestão da informação. Esta obra apresenta os conceitos fundamentais da tecnologia dos SGBDR que estão no centro dos sistemas de informação atuais. K
Charles Bukowski 7 «A Cass meteu a mão dentro da mala. Achei que ela ia pegar no lenço. Tirou um alfinete de chapéu comprido. Sem me dar tempo de a travar, furou o nariz com o alfinete, de lado, imediatamente acima das narinas. Senti-me repugnado e horrorizado. Ela olhou para mim e riu-se. -E agora, achas-me bonita? O que é que me dizes, pá?» In «A mulher mais bonita da cidade» Poeta, contista e romancista, Henry Charles Bukowski Jr é um dos maiores autores de culto do século XX e, para alguns, o poeta americano mais influente e imitado de sempre. Considerado um dos “escritores malditos” das letras americanas, sempre dividiu a crítica, devido ao estilo coloquial e, não raras vezes, obsceno com que escrevia recorrentemente sobre temas e personagens marginais. Alcoolismo, prostitutas, corridas de cavalos, sexo e experiências escatológicas são marcas dos romances e poemas de Bukowski. A Wook conta que “Charles Bukowski nasceu na Alemanha, em 1920, mas cresceu em Los Angeles, onde viveu durante cinquenta anos. Publicou o seu primeiro conto em 1944, quando tinha 24 anos, e começou a escrever poesia com 35 anos”. Morreu em 1994, aos 73 anos, pouco tempo depois de completar o seu último
Direitos Reservados H
romance, “Pulp”. Viu publicados mais de 45 livros de prosa e poesia, incluindo os romances “Correios” (1971), “Factotum” (1975), “Mulheres” (1978), “Ham on Rye – Pão com Fiambre” (1982), “Hollywood” (1989) e “Pulp” (1994). É considerado uma espécie de autor “beat” honorário, embora nunca se tenha
associado a outros representantes desse movimento, como Jack Kerouac, William Burroughs e Allen Ginsberg. A intensa compaixão com que escreveu sobre personagens miseráveis, numa obra marcadamente autobiográfica, fez de Bukowski um dos principais representantes da marginalidade de Los Angeles. K
Cultura
António Salvado nomeado para Prémio Rainha Sofia 7 O poeta albicastrense António Salvado é um dos candidatos ao Prémio Rainha Sofia de Poesia Iberoamericana, considerado um dos mais importantes desta área na comunidade de falantes das línguas ibéricas. Fonte ligada ao processo refere que a candidatura foi apresentada por uma entidade portuguesa, convidada e credenciada para o efeito. Recentemente foi alvo de várias homenagens em Portugal e Espanha, tendo sido editados dois livros, pela RVJ - Editores, os quais contaram com a participação de mais de 200 poetas de todo o mundo. Atribuído pela primeira vez em 1992 ao poeta chileno Gonzalo Rojas, o Prémio Rainha Sofia já foi entregue aos poetas portugueses Sophia de Mello Breyner em 2003 e Nuno Júdice em 2013. A
espanhola María Victoria Atencia foi a última galardoada. A organização do prémio é da responsabilidade da Uni-
versidade de Salamanca, que encerrou as candidaturas a 31 de março. António Salvado nasceu em Castelo Branco em 1936 e a sua obra é reconhecida em Espanha, onde é membro da Cátedra de Poética Fray Luis de Léon da Universidade Pontifícia de Salamanca e detentor de diplomas de mérito literário atribuídos pelas duas universidades salmantinas. Foi ainda o poeta homenageado no Encontro de Poetas Iberoamericanos, com a edição de uma antologia bilingue dos seus poemas. A sua poesia está traduzida na língua do país vizinho, que ainda recentemente esteve representado na homenagem feita na aldeia da Partida, no concelho de Castelo Branco. Para breve está a prevista a edição de mais um livro de originais, também com a chancela da RVJ - Editores. K
www.ensino.eu MAIO 2015 /// 027
pela objetiva de j. vasco
press das coisas Courtney Barnett “Sometimes I Sit And Think, And Sometimes I Just Sit” 3 “Sometimes I Sit And Think, And Sometimes I Just Sit” é o longa-duração de estreia da australiana Courtney Barnett, seguindo-se ao lançamento de dois Eps, mais tarde editados conjuntamente. São 11 canções que têm tudo para se tornar clássicos do indie rock. Os pequenos detalhes da vida em Melbourne ganham dimensão na
escrita hábil e na voz cativante da jovem cantautora. K
Projetor Casio XJ-V1 3 O novo projetor DLP da Casio incorpora uma fonte de luz baseada em Laser e LED que dispensa a troca da lâmpada. O modelo XJ-V1 vem ainda equipado com uma objetiva com ajuste de foco e zoom manual e entradas de vídeo padrão SVGA, HDMI, serial RS-232C e entrada/saída de áudio. K
Em Maio, pela 10ª vez, vindos especialmente do norte do país e da Galiza, os Caretos invadiram Lisboa, tornando a cidade numa festa.”
Prazeres da boa mesa
Ovinhos verdes, Pastelinho de massa tenra sobre Salada de frades e Sardinha 3 INGREDIENTES P/ OVINHOS VERDES 10 un Ovo de Codorniz 2 gr Salsa picada 3 ml Vinagre V. Branco 3 gr Alho seco 10 gr Cebola picada q.b. Sal, pimenta, farinha e ovo INGREDIENTES P/ PASTELINHO (RECHEIO) 15 gr Alho seco 25 gr Cebola 40 gr Alho francês 10 gr Manteiga 450 gr Pombo 2 gr Tomilho 50 ml Vinho Branco q.b. Sal, pimenta e louro INGREDIENTES P/ SALADA DE FEIJÃO FRADE 300 gr Feijão frade cozido 20 gr Cebola Picada q.b. Vinagrette q.b. Flor de Sal e pimenta 2 gr Salsa picada 3 gr Alho seco INGREDIENTES P/ PASTELINHO (MASSA) 40 gr Manteiga/banha 60 gr Água 170 gr Farinha s/ fermento q.b. Sal INGREDIENTES P/ SARDINHA 2 un Sardinhas
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dura inicial. Deixar arrefecer e aplicar este aparelho nos pastéis. Para a sardinha: filetar a sardinha e temperar com sal e alho. Passar pela clara de ovo e pela mistura de pão fresco e ervas como de um panado tradicional se tratasse. Para a salada de fradinhos: misturar todos os elementos. Retificar os temperos. 1 un Clara de ovo 100 gr Pão ralado fresco q.b. Ervas secas 2 gr Alho picado OUTROS INGREDIENTES (FINALIZAÇÃO) q.b. Azeite p/ fritar q.b. Rucula/Canonigos q.b. Vinagrette q.b. Flor de sal Preparação: Para os ovos verdes: cozer os ovos de codorniz por 4 minutos. Arrefecer e descascar. Retirar as gemas cozidas e misturar com a salsa, a cebola, o alho, o vinagre e restantes temperos. Rechear os ovos e passar por farinha e ovo batido. Fritar. Para a massa tenra: misturar a manteiga com a farinha e adicionar água e sal. Trabalhar até
ficar uma bola. Deixar descansar. Tender. Para o recheio do pastel: estufar o pombo limpo com os ingredientes mencionados. Depois de cozido e macio, desfiar o pombo e juntar ao estufado. Deixar reduzir se necessário. Pode ser necessário adicionar mais líquido durante a coze-
Empratar: Fritar os ovos, os pastéis e os filetes de sardinha. Dispor a salada de fradinhos e em cima guarnecer com um pedaço de sardinha. Apicar os canónigos frescos ou a rúcula frita. Terminar com um cordão de vinagrete e flor de sal. Servir tépido. K
Mário Rui Ramos _ (Chef Executivo )
cinema
Um dia em nova iorque 7 A par do western, o musical será um dos géneros a que apela a nossa memória quando o tema é Hollywood, ou seja, quando invocamos o cinema americano, mais concretamente nas décadas de 40 a 60 do século passado. Com a passagem um dia destes na televisão pública de “Um Dia em Nova Iorque” (On The Town, 1949), às vezes até pensamos que existe serviço público, veio-nos de logo a ideia de dedicar uma prosa a este filme impar. “On The Town” marca de forma indelével o nascimento do musical moderno. Vincent Minnelli (Não há Casa Como a Nossa, 1944, e O Pirata dos Meus Sonhos, 1948), e Busby Berkeley com “Take Me Out to the Ball Game” (A Linda Ditadora, 1949), estabeleceram as bases do que, de certo modo, havia de ser o novo musical. Mas foram Gene Kelly e Stanley Donen, com este primoroso trabalho, que obtiveram o certificado de origem da chamada, com razão, a equipa de ouro do género (1940-1957), uma equipa que deu excelentes resultados, de que são exemplo, entre outros, “Serenata à Chuva” ou “Dançando nas Nuvens”. “Um Dia em Nova Iorque” narra a história de três marinheiros da U.S. Navy, Gene Kelly (Gabey), Frank Sinatra (Chip) e Jules Munshin (Ozzie) que têm
24 horas de folga. Assim, partem à descoberta da grande cidade e passam as paredes do estúdio para penetrarem no cenário real da cidade, uma das inovações deste filme foi exactamente ter como cenário a rua, até aí os musicais eram todos de estúdio, cantando alegremente o excelente tema “New York, New York” a wonderful town, uma euforia, como prelúdio para uma excitante festa. A base de “On The Town” é uma peça estreada no Adelphi Theatre na Broadway em Dezembro de 1944, interpretada pelo conhecido compositor Adolph Green e por Betty Comden, que nesta fita também dão a sua colaboração e Nancy Walker. Desde a abertura do filme com esse sonolento empregado portuário que caminha para o seu trabalho e todavia se sente ainda na cama dormindo nos braços da sua amada (I Feel Like I’m Not Out of Bed Yet) cantando como um lamento este tema de Bernstein, fazendo do filme uma espécie de hino à alegria de viver e um estimulante vital para uma juventude decidida. A cidade que nunca dorme (o filme começa às 5 e 57 da manhã de um dia e termina à mesma hora do dia seguinte) reserva aos marinheiros muitas surpresas, incluindo, como é óbvio, o amor, na sua forma mais primitiva e simples, o en-
gate. O romântico Gabey passa à prática correndo atrás da etérea Smith (Vera-Ellen) que conheceu casualmente numa estação de metro de Times Square, o que dá origem a “Main Street”, de uma delicada lírica que deriva para uma cena de baile igualmente sentimental, interpretada por Genne Kelly e VeraEllen, num solitário estúdio do Symphonic Hall, onde Smith recebe lições de dança O ingénuo marinheiro Chip, cai na rede de Brunhilde Esterhazy (Betty Garrett), uma taxista decidida a não renunciar àquele que considera ser o homem da sua vida. Um ponto alto da música de Leonard Bernstein (Come Up To My Place) um acidentado dueto amoroso “téte-à-téte” cantado por Frank Sinatra e Betty Garrett no interior do táxi de Brunhilde. Ozzie, que graças à sua cabeça de homem pré-histórico entusiasmou Claire (Anne Miller), uma fogosa antropóloga de longas e esplendidas pernas. “Prehistoric Man” é um dos mais vistosos coros incluídos neste filme onde a interpretação física de Anne Miller adquire um brilho especial, feito de ritmo e fogo. O desmoronamento do esqueleto do dinossauro, fecha o episódio num golpe de inteligente eficácia. “On The Town” é outro “full
ilakid.blogspot.com H
company number” localizado, primeiro no terraço do Empire State Building, e rematado em plena rua com os seis protagonistas, os marinheiros e respectivas “conquistas”, caminhando e saboreando o final de uma noite (e o começo de um novo dia) inesquecível. De “Um Dia em Nova Iorque” poderá dizer-se que o prato forte é a inteligente coreografia de Stanley Donen e Gene Kelly, de onde talvez se possa resumir toda a obra, sustentada por três harmoniosas danças do original cénico, executadas em concerto como obra autónoma como “New York, New York” e “Miss Turnstiles Ballet”, resultando nos momentos mais deslumbrantes do filme. Filme, cujas filmagens, incluindo as feitas nas ruas de Nova Iorque,
duraram pouco mais de oito semanas, pouco vulgar na altura, deve-se essencialmente a Arthur Freed, o lendário produtor de musicais da Metro que contra a vontade do patrão Mayer, avançou com a aposta feita em Kelly e Donen. Apesar de ter suprimido alguns temas de Bernstein incluídos na versão da Broadway e ter encomendado mais alguns a Roger Edens, seu colaborador de longa data, o resultado é soberbo. Já o dissemos antes, a propósito de outra magnífica fita: um daqueles filmes que, como o nosso Porto, nos aquece a alma e connosco ficará para sempre. Magistral! Até à próxima e bons filmes! K Luís Dinis da Rosa _ com Joaquim Cabeças _
Sociedade Portuguesa de Escritores e Artistas Médicos
Lourenço Marques distinguido 7 O médico António Lourenço Marques acaba de ser distinguido com o prémio nacional de poesia pela Sociedade Portuguesa de Escritores e Artistas Médicos (SOPEAM), pelo livro “Rudimentos”, editado pela RVJ - Editores. O Prémio António Patrício - Poesia 2014 é o principal galardão atribuído por aquela entidade na categoria de poesia, e António Lourenço Marques considera estar perante “uma grande responsabilidade, pois a Sociedade teve como primeiro presidente Fernando Namora”. António Lourenço Marques, membro do Conselho geral da Universidade da Beira Interior, diz que o prémio “é também um estimulo e uma honra”.
Rudimentos é segundo o seu autor “um livro de reunião de breves poemas”, muitos deles publicados no facebook, acompanhados de uma fotografia. K
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Quatro rodas
DeLorean - Regresso ao presente c Chegou a ser vice-presidente do gigante General Motors, com a cadeira da presidência ao seu alcance. Esteve ligado ao desenvolvimento de modelos de sucesso nesta companhia, até que, em certa altura da sua vida, carregado de ambição, decidiu sair para poder trabalhar na sua própria criação, no seu próprio sonho. Estou a referir-me a John Zachary DeLorean, e ao seu DMC-12, imortalizado mais tarde na trilogia de Hollywood, “Regresso ao Futuro”. No final dos anos setenta, início dos oitenta, absorvia com alguma avidez todas as notícias do mundo automóvel, a que tinha acesso. Comprava na altura a revista Auto Mundo, e quando tinha alguns escudos disponíveis, lá conseguia chegar a uma L´Automobile ou mesmo à L’Echappement. Numa sociedade pouco globalizada, e com poucos recursos disponíveis, fazia uma leitura exaustiva destas revistas, as únicas a que conseguíamos ter acesso. Foi nessas leituras que fui acompanhado as “aventuras” de John DeLorean, na persecução do seu sonho. Tratando se um americano nascido e criado em Detroit, poderá espantar um pouco a opção de implementação da fábrica, para os seus DeLorean, se ter localizado na europa,
mais propriamente na Irlanda do Norte. No entanto, para além da localização, que esteve ligada a estímulos financeiros, houve outros aspetos de inspiração europeia no seu projeto, como o desenho do carro, da autoria de Giugiaro, o motor V6 com 2850 cc da PeugeotRenault, e a colaboração no desenvolvimento da obra, por parte do mágico Colin Chapman, fundador da Lotus, cujo modelo Espirit revela algumas parecenças e este DMC-12. Com grande sucesso no ano do seu lança-
mento em 1981, o DeLorean DMC-12 foi criado para ser uma peça ímpar e arrojada. As suas principais características estavam ligadas ao facto de todos os modelos serem de” stainless steel” e de se apresentar com as imponentes “gull-wing doors”, até então só vistas no 300 SL da Mercedes. No entanto no ano seguinte as coisas começam a correr mal. Não me preocupei muito em averiguar quais as razões que levaram John Zachary DeLorean à banca rota em 1982, apesar do
sucesso inicial. Acossado pela justiça norteamericana, enfrentou acusações de tráfico de cocaína, (diz-se que para se financiar), chega mesmo a ser preso e quando sai, já não vai a tempo de salvar a companhia, que encerra entretanto. Foram produzidos cerca de 9000 carros, cujo valor caiu muito, nos anos subsequentes ao encerramento da produção. No entanto a personalidade do modelo, e sem dúvida, a notoriedade que ganhou com o papel de estrela principal nos filmes realizados por Robert Zemeckis, e coprotagonizado por Michael J. Fox e Christopher Lloyd, tornaram imortal o DeLoream DMC-12. Começaram entretanto a aparecer colecionadores interessados, formaram-se clubes de fans, até que em 2008 é retomada a produção do modelo em pequena escala, numa unidade estabelecida em Houston. O DeLorean DMC-12 cumpriu assim um percurso de regresso ao presente, pouco habitual nesta industria, ficando definitivamente na história do automóvel. Penso que Jonh DeLorean, falecido em 2005, partiu em paz e com o seu sonho realizado. K Paulo Almeida _
setor automóvel Honda Civic Type R no próximo verão
Ibiza surge renovado
3 O novo Honda Civic Type R terá uma versão de acesso de 39 400 euros. Estará disponível no mercado nacional a partir do próximo verão. É disponibilizado em cinco cores distintas: Branco Championship, Preto Crystal (pérola), Metal Polido (metalizado), Azul Brilhante Sporty (metalizado) e Vermelho Milano. Tem um motor VTEC Turbo 2.0 de injeção direta a gasolina com turbocompressor com 310 cv. Permite acelerações de 0 a 100 km/h em 5,7 segundos, permitindo uma velocidade máxima de 270 km/h. K
3 O Ibiza da construtora Seat foi novamente alvo de uma atualização. O utilitário espanhol mantém a estética exterior, mudando somente os faróis, que incluem novas luzes diurnas em LED, bem como jantes de 16 e 17 polegadas. As mudanças passam principalmente por novas opções de personalização, no interior e nos novos motores. K
VW Golf GTE chega em maio 3 O novo Volkswagen Golf GTE estará disponível em Portugal a partir do mês de maio. Trata-se de um híbrido plug-in com 204 cv e capaz de percorrer até 50 km em modo 100% elétrico. Anuncia consumos de 1,5 l/100 km e 11,4 kWh/100 km, equivalendo a emissões de CO2 de 35 g/km. Carrega 100% da bateria em 2h15 numa tomada rápida e em 3h45 numa tomada doméstica. K Publicidade
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Sampaio da Nóvoa
Competição levada ao extremo 6 O antigo reitor da Universidade de Lisboa Sampaio da Nóvoa defendeu este mês, em Faro, a necessidade de as instituições universitárias se afirmarem “a partir de dentro”, “sem andarem a correr atrás de lógicas e critérios impostos de fora”. Sampaio da Nóvoa discursava, na Universidade do Algarve, na cerimónia em que foi distinguido com o grau de doutor Honoris Causa. O antigo reitor da Universidade de Lisboa agradeceu a distinção
e disse ser consciente de que se trata de um “gesto único”, numa época marcada pela “competição”, é “difícil distinguir alguém que, ainda há pouco, era reitor de outra Universidade”. “Na nossa época, de uma competição levada ao extremo, é sempre mais fácil elogiar quem está distante (num outro país, num outro planeta) do que assumir compromissos com quem está próximo, com quem habita connosco um mesmo es-
castelo branco
Templários no castelo 6 Os Dias Templários de Castelo Branco decorrem de 4 a 7 de junho no castelo da cidade albicastrense. Organizada pela Câmara de Castelo Branco, em conjunto com a ACICB, a Freguesia albicastrense e a Outrem, a feira tem prevista a realização de vários espetáculos de teatro, falcoaria e música. A entrada é gratuita. K
Arquivo H
Técnicos Superiores
Santarém debate 6 O Instituto Politécnico de Santarém promoveu, este mês, no auditório da Escola Superior Agrária, a Conferência “ Cursos Técnicos Superiores Profissionais – uma NOVA formação superior para o FUTURO” Este evento integrouse na campanha de divulgação dos Cursos Técnicos Superiores Profissionais que a Secretaria de Estado do Ensino Superior está a promover e dedicada especialmente aos Estudantes
do Ensino Secundário e profissional bem como aos diretores de agrupamentos e Escolas Secundárias não agrupadas e às escolas profissionais da região. Pretendeu-se igualmente envolver as empresas locais que de alguma forma colaboraram na elaboração dos TeSP ou com capacidade de interação futura com estes cursos, bem como os responsáveis pelos órgãos autárquicos e os coordenadores locais. K
Santarém
Europe faz 10 anos 6 O Centro de Informação Europe Direct do Instituto Politécnico de Santarém está a assinalar dez anos de atividade. O Cineclube de Santarém, no mesmo ano em que assinala os 60 anos da sua fundação, associa-se a esta entidade e propõe um mês de programação inteiramente dedicado à Europa e às questões europeias.
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Entre o documentário e a fição, propomos uma (re) descoberta deste território e questionamos acontecimentos recentes da história europeia. De 6 a 27 de maio serão exibidos 4 filmes no Teatro Sá da Bandeira, às 21h00, em Santarém: “As Pontes de Sarajevo”, “Os Cartoonistas”, “A Praça” e “Dreamocracy”. K
paço e um mesmo tempo”, afirmou o antigo reitor da Universidade de Lisboa, que apresentou recentemente a candidatura à Presidência da República. Sampaio da Nóvoa disse que a sua distinção é um convite “a todos, a parar, nem que seja apenas por um instante, para repensar grande parte das linguaPublicidade
gens e das práticas que têm invadido o mundo universitário”, que se tem pautado, pelo “apelo a uma competição permanente, a rankings tantas vezes perversos, a uma vida académica dominada por métricas absurdas de avaliação dos professores e dos investigadores, e por aí adiante”. “É urgente reencontrar
um sentido para o trabalho universitário, e só o conseguiremos se tivermos a ousadia de percorrer outros caminhos e de afirmar as nossas instituições a partir de dentro, da procura da nossa própria identidade, sem andarmos sempre a correr atrás de lógicas e de critérios que nos impõem de fora”, acrescentou.
O novo doutor Honoris Causa pela UAlg qualificou o seu percurso académico com as palavras “liberdade, conhecimento e compromisso” e considerou que a liberdade “não existe sem igualdade, sem diversidade, sem aprendizagem”, porque, disse, “a aprendizagem de todos é a marca de água da escola pública e da liberdade”. K