fevereiro 2016 Diretor Fundador João Ruivo Diretor João Carrega Publicação Mensal Ano XVIII K No216 Assinatura anual: 15 euros
www.ensino.eu ENSINO JOVEM
Distribuição Gratuita
DAVID FONSECA EM ENTREVISTA
Autorizado a circular em invólucro fechado de plástico. Autorização nº DE01482012SNC/GSCCS
Do inglês para o português
SUPLEMENTO
18 anos de Magazine AULA, FUTURÁLIA E QUALIFICA
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Vamos estar lá C
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ANTÓNIO SARAIVA PRESIDENTE DA CIP
P 10,16 E 20
“Educação precisa de um pacto de estabilidade”
FELICITA O JORNAL ENSINO MAGAZINE PELO SEU 18º ANIVERSÁRIO
O líder da Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, também conhecido como «o patrão dos patrões», defende uma visão mais pragmática do ensino e um pacto que confira a necessária estabilidade ao sistema educativo. Direitos Reservados H
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ANTÓNIO SARAIVA, PRESIDENTE DA CIP
“É preciso um pacto de estabilidade no setor da educação” 6 O líder da Confederação Empresarial de Portugal, também conhecido como «o patrão dos patrões», defende uma visão mais pragmática do ensino e um pacto que confira a necessária estabilidade ao sistema educativo. António Saraiva considera ainda que a emigração de jovens licenciados delapidou capital humano.
do, num clima de desconfiança nas instituições e nas nossas próprias capacidades. Por um lado, criou-se uma excessiva dependência relativamente ao Estado, que se reflete nessa ideia de que as soluções caem do céu; por outro lado, tem aumentado a desconfiança face ao sistema político que está na base da organização desse mesmo Estado. A crise atual, para além de financeira, económica e social, é também uma crise de valores, que abalou a confiança dos cidadãos nas instituições. Essa confiança tem de ser restaurada, sob o risco de cairmos em situações de rutura que destruam os fundamentos dos sistemas políticos e económicos em que continuamos a acreditar e as causas que defendemos. Pela minha parte, tenho chamado a atenção para a responsabilidade dos empresários na restauração desse clima de confiança, não só nos mercados, mas em geral no tecido social em que vivemos. A face mais visível dessa criação de confiança passa, naturalmente, por adotar, perante a sociedade, princípios de ética e responsabilidade empresarial, como referencial de conduta no mundo dos negócios. Mas passa também por assumir uma atitude de cidadania ativa, individualmente e através de um associativismo empresarial forte e coeso, reforçando a sua capacidade de intervenção na sociedade e o seu prestígio como ator do desenvolvimento económico. Tem sido este o meu combate. Tem sido este o combate de muitos empresários que partilham as mesmas causas.
Lançou em dezembro um livro que tem como título «A defesa de causas e o papel da sociedade.» Como destaque da capa pode ler-se «A iniciativa privada é o motor do crescimento.» Ainda temos Estado a mais e burocracias e entraves em excesso para quem quer investir, nomeadamente em matéria fiscal? O destaque que refere é uma constatação que, sendo óbvia, nunca é demais repetir para que o debate sobre a economia seja recentrado nos seus protagonistas, em quem gera valor económico, em quem cria emprego: as empresas. Mas para isso, é necessário que o Estado também se questione a si próprio, na forma como condiciona as empresas e a economia em geral. Num país em que as Administrações Públicas absorvem 44% da riqueza produzida anualmente, gastando um valor ainda maior (48% do PIB) e onde a sustentabilidade das finanças públicas permanece um problema (como está bem patente nestes dias), é incontornável repensar o Estado e a forma como condiciona a afetação de recursos. Recentrar o debate nas empresas significa criar condições para libertar o seu potencial e remover os obstáculos que o tolhem. Para isso, precisamos reduzir a carga fiscal sobre as empresas e tornar o sistema fiscal português mais competitivo, mais previsível e mais simples. Precisamos resolver o problema do financiamento das empresas. Precisamos também de resolver outro problema, que se traduz em desperdício inútil de recursos: os custos de contexto. Os empresários tendem a quei-
xar-se mais dos custos resultantes dos procedimentos declarativos e outras obrigações legais do que das taxas tributárias. Por isso estamos a colaborar de forma muito interessada com o Governo, no âmbito do programa Simplex 2016, no levantamento desses custos e na procura de soluções para os reduzir.
Salienta que a riqueza de uma sociedade mede-se pela participação cívica e dinamismo das pessoas. O alheamento e distanciamento da população em relação ao futuro do país e mudar o estado de coisas, por exemplo, nos atos eleitorais, não é um sintoma que mui-
tos dos nossos compatriotas acham que as soluções caem do céu? Vejo com preocupação o alheamento de que fala, que se expressa nos elevados níveis de abstenção, nalguma falta de vitalidade da sociedade civil, mas que radica, sobretu-
Um novo governo assumiu recentemente funções. Admite que os próximos tempos serão sob o signo do crescimento ou Bruxelas e Berlim vão obrigar Portugal a permanecer subjugado a fortes políticas de austeridade, adiando o imperativo do crescimento? Colocar a questão da austeridade versus crescimento nestes termos simplistas, diria mesmo algo maniqueístas, não ;
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António Saraiva ao centro, com alguns dos parceiros sociais ajuda a resolução do problema. Temos, de facto, um problema de sustentabilidade das finanças públicas, que tem de ser resolvido. Esperar que seja o exterior a financiar ilimitada e incondicionalmente os nossos défices é irrealista. Foi o caminho que nos levou à quase rutura e ao acordo com a troika. Poderá ser discutido o ritmo a que temos de reequilibrar as nossas contas, tendo em consideração os custos que esse reequilíbrio implica, no curto prazo, e os seus impactos a longo prazo. Esta discussão tem de ser feita, e está, de facto, a ser feita, no quadro europeu. Neste quadro, há regras que temos de cumprir, se queremos participar dos benefícios da União Económica e Monetária. Em primeiro lugar, porque nos comprometemos com elas. Em segundo lugar, porque ignorá-las teria consequências inevitáveis na forma como nos financiamos. Mas, se há regras, tem de haver também flexibilidade e bom senso na sua aplicação. É essa a margem de manobra de que dispomos nas negociações com Bruxelas. Outra questão – e esta está fundamentalmente do lado do Governo – é a estratégia que seguimos para conciliar a sustentabilidade das finanças públicas com o estímulo ao crescimento. Não é indiferente que a estratégia económica esteja mais centrada nos estímulos ao rendimento, e por essa via ao consumo, ou mais centrada no relançamento do investimento empresarial e nas exportações. Não é indiferente que a consolidação orçamental se foque na redução estrutural da despesa pública ou, pelo contrário, no aumento dos impostos. São estas de facto, as opções essenciais da política económica e orçamental, neste momento.
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Em suma, para responder à sua questão, estamos sujeitos a constrangimentos financeiros que não podemos ignorar, mas podemos e devemos optar por estratégias mais favoráveis a um crescimento económico que terá de ser sustentado na competitividade das empresas e na atratividade da economia. O salário mínimo, as leis laborais e a questão do efeito da supressão ou reintrodução dos feriados civis e religiosos na economia são debates recorrentes, em que é difícil conseguir um consenso. Na sua opinião, o problema genérico do trabalhador português reside em trabalhar poucas horas ou trabalhar com pouca qualidade e escassa produtividade? Analisando as especificidades do contexto sócio-económico português, verificamos que o mesmo é ainda caracterizado por um baixo nível de qualificações escolares e profissionais, associado a fenómenos de abandono precoce e insucesso escolar, fraca atratividade e desadequação dos programas formativos às necessidades do mercado, reduzidas taxas de participação na formação permanente por parte da população ativa, etc. Apesar da aproximação, em particular na última década, entre as qualificações dos portugueses e a qualificação média ao nível da União Europeia, constatamos que as diferenças são ainda significativas. Não obstante o “gap” existente, é necessário reconhecer e ter consciência que a situação ao nível europeu também não é particularmente positiva quando comparada com os grandes blocos económicos que constituem os principais concorrentes da UE. Neste contexto, o ensino, assim como a formação profissional, devem continuar a ser objeto de forte aposta e incenti-
vo, dado que a qualificação da população portuguesa constitui pilar essencial para o crescimento económico e para a promoção da coesão social, especialmente numa sociedade que se quer baseada no conhecimento, uma vez que promove o aumento da competitividade, a modernização das empresas, a produtividade, a empregabilidade e a melhoria das condições de vida e de trabalho. Por outro lado, também é certo que a globalização, a inovação tecnológica e a rápida mutação dos processos produtivos e de trabalho, irão exigir, na maioria dos casos, elevados níveis de competências, a sua permanente atualização, e uma constante adaptação do ensino e formação profissional à mudança. Assim sendo, é necessário que os trabalhadores portugueses se adaptem rapidamente ao novo contexto, produzindo mais e melhor, e fazendo uso das novas ferramentas e métodos de trabalho disponíveis. Nem sempre é fácil chegar a consensos ou a entendimentos mínimos em sede de Concertação Social. As posições de patrões e sindicatos serão eternamente incompatíveis ou exige-se um esforço de entendimento mútuo? Como facilmente se concebe e reconhece, nem sempre é fácil obter entendimentos entre os parceiros sociais. De facto, mesmo nos casos em que os objetivos finais são partilhados, a forma como se projeta alcançá-los é manifestamente diferente. Não obstante, a CIP mantém a ideia de que a Concertação Social e o Diálogo Social é – tem sido e dispõe de potencialidades para ser ainda mais – um polo de entendimento onde grandes vetores de temas bem gerais podem obter equação
e alguma definição. Neste âmbito, não nos podemos esquecer que, nomeadamente ao nível nacional, tem sido em sede de Concertação Social, num clima de compromisso mútuo e de confiança, que muitas das soluções propostas para crises anteriores foram concebidas e levadas à prática com sucesso. Aliás, a confiança, subjacente à concretização do diálogo social, quer bipartido quer tripartido (em concertação social), não é alheia nem pode ser minimizada e, menos ainda, vista com indiferença, relativamente ao objetivo da criação de riqueza e de mais e melhores empregos. É que a existência de parceiros ativos e responsáveis, com objetivos nacionais ou supra-nacionais, é decisiva para a sobrevivência e desenvolvimento das empresas e, consequentemente, do emprego, bem como para a sustentabilidade e expansão da economia. E só assim se alicerçará e incrementará, em última análise, o bem-estar dos portugueses. Há, portanto, fortes razões que impõem um entendimento bastante alargado em matérias cruciais para a produtividade, a competitividade, a criação de emprego e o reforço da coesão económica e social. Faz questão que não lhe chamem nem doutor, nem engenheiro. Considera-se, simplesmente, um empresário. Pretendeu com esta sua frase, frisar que as aparências valem muito pouco e o que interessa é mesmo o desempenho real e efetivo de uma pessoa? Não querendo, de forma alguma, desvalorizar a importância do ensino superior, concordo, evidentemente, com a sua afirmação de que o que interessa é ;
o desempenho real, independentemente dos títulos e dos graus académicos. O problema não são os títulos em si, mas a interpretação destes. Dito isto, esclareço, mais uma vez, que faço questão que não me chamem doutor ou engenheiro simplesmente porque não o sou.
ensino técnico ou profissional. No seu livro defende que as políticas educativas em Portugal têm sido mais tentativas de «implementação de conceções teóricas, por vezes pessoais», do que «conceções estratégicas, concretas e integradas». Pergunto-lhe se acha que o umbigo e o ego de muitos políticos prejudicará gerações e gerações de estudantes que se preparam para o mercado de trabalho?
O desemprego na juventude é uma realidade crescentemente dramática, existindo cada vez mais diplomados sem emprego. Como dar a volta a esta situação? Portugal, tal como a Europa, viveu uma crise económica e social sem precedentes. Entre os efeitos nefastos da referida crise, identifica-se a elevada taxa de desemprego, em particular dos jovens. Em Portugal, a ainda elevada taxa de desemprego dos jovens é resultado da crise, mas, também, da inadequação, nas últimas décadas, dos sistemas de educação e formação, que se revelaram pouco conectados com as reais necessidades do mercado de trabalho. A referida adequação exige, necessariamente, algum tempo para a produção de efeitos concretos. Assim sendo, a única forma de combater, no imediato, o desemprego dos jovens passa, em grande medida, por estimular a contratação dos mesmos, com vista, nomeadamente, a providenciar-lhes uma experiência de emprego. Na perspetiva da CIP, a criação de formas mais flexíveis de contratação passa tanto por uma maior flexibilização das formas de contratação já existentes como pela identificação de outras forma de contratação, vigentes noutros países (na União Europeia ou fora desta), que, em qualquer caso, se revelem mais expeditas e céleres na criação e extinção do vínculo laboral. Por outro lado, também devemos ter consciência, que, não obstante o juízo positivo que se possa formular quanto a algumas medidas adotadas, como a Garantia Jovem, a tendência de desemprego registada no nosso mercado de trabalho só deverá inverter-se quando tiver lugar um verdadeiro e sustentado crescimento económico, pelo que só com a conjugação de políticas que fomentem a competitividade e o crescimento das empresas podemos aspirar a ter sucesso. A fuga de cérebros, em diversas profissões, é o caminho para muitos. Não é frustrante ter uma mão de obra qualificada e oferecê-la de mão beijada a outros países, que não gastaram um cêntimo na sua formação? A resposta é, necessariamente, positiva. Na perspetiva da CIP, o fluxo migratório registado nos últimos anos em Portugal, do qual resultou a saída de muitos jovens qualificados, representa um delapidar do capital humano do país, cuja importância ainda não foi devidamente reconhecida e debatida. A escassez de mão-de-obra altamente qualificada, ou com grandes potencialidades para o ser, constitui uma limitação bem real ao crescimento futuro da economia e à melhoria da capacida-
de competitiva das empresas. Acresce, ainda, que a retoma que desejamos e atravessamos, exige pessoas com as qualificações e, essencialmente, competências, necessárias a sustentá-la. Neste contexto, para além dos aspetos relacionados com a retenção dos jovens portugueses, consideramos que também é essencial a formulação de políticas destinadas a estimular a manutenção e a atração de trabalhadores imigrantes qualificados, já que se verifica, ao nível nacional e, mesmo europeu, uma carência de trabalhadores altamente especializados. Tais políticas abrangem um vasto conjunto de medidas que vão desde a simplificação e desburocratização de procedimentos necessários à admissão de estudantes, docentes e de trabalhadores estrangeiros, passando por intervenções no sistema educativo e suas componentes cientifico-tecnológicas, à criação de oportunidades de acesso à formação profissional – incluindo um sistema de reconhecimento de qualificações adequado para o efeito –, à habitação e ao trabalho. Os cursos profissionais têm sido relativamente desprezados. O que acontece é que devido à escassez de formados nesta vertente prática, por exemplo, um canalizador consegue ganhar mais do que um engenheiro. Estamos a pagar caro a preferência pelo ensino universitário? Na perspetiva da CIP, é necessária uma visão mais pragmática e mais prá-
tica do ensino, na qual as necessidades da economia e das empresas assumam o lugar fulcral que naturalmente lhes compete. Como a CIP tem repetidamente vincado, o ensino tem de se voltar, simultaneamente, para o quotidiano e para o global. E isto significa conferir um papel de destaque ao acompanhamento e à orientação profissional dos alunos, desde a sua entrada no ensino secundário, suscitando-lhes a atenção para as oportunidades criadas pelo mercado de trabalho e pelas suas próprias aptidões e competências. Significa, igualmente, que é necessário afastar algum estigma, ou desfavor, que ainda persiste em algumas pessoas em relação ao ensino de carácter mais técnico ou profissional. O mercado de trabalho, e o mercado de emprego, precisam de dois tipos de formação – um de carácter mais técnico, mais prático, e com forte componente de “saber fazer”, outro de banda mais larga (mais pluridisciplinar) e simultaneamente mais aprofundado ou mais reflexivo, e também mais voltado para a investigação. Devem ser dois tipos de ensino com igualdade de tratamento porque não diferem em nível ou importância (designadamente social) mas sim na natureza. Em Portugal, a cultura universitária é dominante e o estatuto de universitário é favorecido pela opinião pública, e pelo desejo, consciente ou inconsciente, de promoção social. Torna-se necessário, portanto, valorizar, naquilo que tem de específico, o
CARA DA NOTÍCIA 6 Subir a vida a pulso António Saraiva tem 61 anos. Nasceu em Ervidel, no Alentejo, filho de família humilde. Começou a carreira profissional aos 17 anos, como operário metalúrgico na Lisnave. Enquanto trabalhava, concluiu o Curso da Escola Industrial e, mais tarde, ingressou no Instituto Superior Técnico, cuja licenciatura não concluiu. Em 1989 é convidado para a direção comercial da Metalúrgica Luso-Italiana, propriedade do Grupo Mello. Mais tarde assume o cargo de administrador. É atualmente o presidente do conselho de administração. Passou a fazer parte da direção da CIP (Confederação da Indústria Portuguesa), em 2004, tendo sido eleito vice-presidente em 2007 e presidente, em Janeiro de 2010, sucedendo a Francisco Van Zeller. No ano seguinte foi eleito para presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), organização associativa empresarial de cúpula que resulta da integração das componentes institucionais da AEP e da AIP e das Câmaras de Comércio e Indústria da CIP. Em abril de 2014 foi reeleito para o segundo mandato à frente dos destinos da CIP. K
O ensino constitui um exemplo bem concreto onde se verifica a necessidade de se estabelecer um acordo transversal de médio e/ou longo prazo, que confira alguma estabilidade ao sistema, tendo por objetivo conceber um sistema de ensino como veículo privilegiado e indispensável para potenciar a empregabilidade, a produtividade e, deste modo, a competitividade da economia. Neste âmbito, é também de relevar a importância da sobreposição do interesse coletivo face às conceções e divergências ideológicas, bem como a resistência à tentação de, com a renovação dos ciclos políticos, reverter ou desfazer os progressos anteriormente alcançados. Não é só de agora, e não é só na educação: entra ministro e desfaz muito do que se fez no passado. Falta um pacto de estabilidade em nome do interesse nacional, nomeadamente em matéria de ensino? Tendo em conta a resposta, anterior, facilmente se percebe que, na perspetiva da CIP, é necessário um pacto ou acordo que confira a necessária estabilidade ao sistema educativo, e uma reorientação onde as necessidades do mercado de trabalho assumem particular destaque. De facto, a CIP, do ponto de vista mais conceptual ou teórico, concorda, à partida, que o sistema de educação deve preparar as pessoas para intervir em todas as dimensões da vida em sociedade, seja a família, o trabalho, a comunidade, o lazer, etc. Não obstante, a CIP entende que, na preparação das pessoas, devem ser estabelecidas prioridades. Ou seja, nas diferentes dimensões, deve ser conferido especial enfâse e importância à satisfação das necessidades da economia/ mercado de trabalho. Apesar do caráter transversal da educação não podemos – e não devemos – deixar de ressaltar que a mesma deve preparar as pessoas para o mercado de trabalho com o objetivo de, efetiva e eficazmente, aumentar a empregabilidade das pessoas. Na perspetiva da CIP, esta visão, mais conectada com as necessidades da economia/mercado de trabalho, deve, assim, ser exponenciada. K Nuno Dias da Silva _ Direitos Reservados H
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30 ANOS EM 2016
DOUTORAMENTO PARA A UBI
UBI tem nova imagem 6 O novo logótipo da Universidade da Beira Interior (UBI) foi apresentado no passado dia 2 de fevereiro, neste que é o ano em que se assinalam os 30 anos do nascimento da instituição enquanto universidade, e 42 de ensino superior na Covilhã. Uma universidade “robusta” e um caso de “sucesso improvável” face à interioridade, referiu o reitor, numa cerimónia onde se ficou também a conhecer o programa das comemorações do 30º aniversário, que decorrerá ao longo de 2016. “A UBI vive da sua própria força e é extraordinário como é que, perante todas estas adversidades é hoje, indiscutivelmente, uma universidade robusta que, se tirarmos as universidades do Litoral, é a universidade mais robusta do país”. Na cerimónia que marcou a apresentação do novo logótipo da UBI, o reitor aproveitou para sublinhar o “caso de sucesso” que representa a instituição, que se fica a dever “àqueles que a fizeram e que continuam a trabalhar nela”. O logótipo apresentado representa a envolvência da cidade da Covilhã, com um traço de modernidade. A névoa matinal da Cova da Beira nas montanhas e o passado industrial da cidade serviram de base à nova imagem que representará oficialmente a partir de agora a instituição. “Uma das decisões fundamentais na renovação da identidade gráfica da UBI foi a de criar uma imagem inteiramente nova, quebrando a ligação ao passado das suas referências edificadas mais emblemáticas, alargando as mesmas à herança industrial e à elevação, geográfica e de autoexigência”, explicou o docente de Design
da UBI, Afonso Borges, que liderou a equipa responsável pelo novo logótipo. Partindo das siglas da instituição - UBI -, o grupo formado ainda pelos docentes Sara Velez, Sofia Rato e Luís Frias, quis sublinhar a ideia de região “como um elemento distintivo da universidade e fomos buscar a referência às montanhas e às nuvens”, explicou Afonso Borges. “A ideia de montanha por cima da nuvem, que deu origem às primeiras formas (“BI”), e um segundo elemento (“U”), que parte da memória industrial da cidade”, representando as chaminés das antigas fábricas de lanifícios, resultaram num conjunto “que acaba por funcionar como uma soma dos dois conceitos essenciais”, sublinhou. De resto, lembrou António Fidalgo, “a procura de uma nova imagem já tem mais de 20 anos”, um objetivo perseguido pelos sucessivos reitores que dirigiram os destinos da UBI. “O objetivo é dar uma imagem gráfica à universidade, distingui-la no contexto das outras universidade e dar-lhe o ca-
Indonésia quer enviar alunos
ráter único associado à região e à montanha”, explicou o reitor. Aproveitando ainda a temática que marcou a cerimónia, o responsável máximo da UBI lembrou que “o que sempre caracterizou esta universidade foi ser muito mais do que a sua imagem. Nós para fora reluzimos menos do que aquilo que somos, mas isso faz de nós mais fortes, porque o ser é mais importante do que o parecer”, referiu. Relativamente às comemorações do 30º aniversário, Manuel Sobrinho Simões, orador no IX ciclo de seminários do CICS - UBI, a 15 de março, Adriano Moreira, em maio, que participará na conferência “A crise dos refugiados na Europa”, e António Guterres que em novembro é orador da conferência “Entendimento Global”, são três das personalidades convidadas pela UBI, inseridas num conjunto diversificado de iniciativas científicas, culturais e desportivas que vão decorrer ao longo deste ano. K Rafael Mangana _
PREVENÇÃO DE DOENÇAS INFECIOSAS
UBI em projeto europeu 6 A Universidade da Beira Interior (UBI) vai participar num projeto de investigação europeu sobre “revestimentos antimicrobianos inovadores na prevenção das doenças infeciosas”, sendo representada pela docente Isabel Gouveia, a delegada nacional da Ação e Membro do Comité de Gestão, por nomeação da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). Trata-se “de um projeto europeu na área da funcionalidade antimicrobiana, em particular de dispositivos médicos que pretende envolver investigadores jo-
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vens, para os quais serão disponibilizadas verbas de mobilidade e formação avançada, em tempo oportuno”. O Consórcio, designado por AMICI, é constituído por vários países e instituições, que afiançam que a utilização excessiva de desinfetantes e antibióticos está a provocar a redução da atividade microbiana e a resistência das novas bactérias aos antibióticos que se usam na atualidade. As estimativas realizadas pelo European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC) apontam para que mais de quatro mi-
lhões de pessoas contraiam uma doença infeciosa. As ações COST, como é o caso desta, financiam desde 1971 uma rede de investigadores que contribuem para o desenvolvimento do conhecimento científico e para a consolidação da Europa, além da “integração e enriquecimento das diversas comunidades científicas, proporciona a maximização do investimento nacional em I&DT, e contribui decisivamente para a desfragmentação de conhecimento na Europa”. K Carla Sousa _
6 A Universidade da Indonésia está a ponderar enviar alunos de doutoramento para a Universidade da Beira Interior, pelo que uma docente da instituição, Riri Fitri Sari, esteve na Covilhã a 2 de fevereiro para “conhecer a universidade, ver melhor as instalações, quer em termos científicos, em laboratórios de investigação quer em termos de alojamento”, declara Joel Rodrigues, docente do departamento de Informática. Através do aproveitamento das competências da UBI, na área da informática, perspetiva-se a possibilidade “de fazer trabalho em conjunto e os estudantes poderem também receber o grau de doutor pela UBI e podermos, eventualmente, fazer protocolos de cooperação”, adianta. Riri Fitri Sari assume que pretende ter mais apresentações,
mais estudantes e mais cientistas a realizar intercâmbio entre a Universidade da Beira Interior e a Universidade da Indonésia, assumindo que esta poderá ser uma experiência bastante enriquecedora para os estudantes, uma vez que assim terão “oportunidade de contactar com outros sistemas de educação”. As duas universidades partilham interesses comuns nas áreas de investigação relativas à internet das coisas, redes veiculares e utilização de sensores e atuadores no contexto das redes veiculares e da saúde. A docente indonésia visitou o Laboratório do Grupo NetGNA e fez uma apresentação pública, intitulada IoT for intelligent Transport System: The era of sensors vs crowdsourcing. K Carla Sousa _
NÚCLEO DE ESTUDANTES
MedUBI com novos órgãos 6 Inês Moreira, a nova presidente do Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade da Beira Interior (MedUBI), tomou posse a 8 de fevereiro, na Faculdade de Ciências da Saúde (FCS) e quer que o núcleo tenha uma representação “ainda mais forte” junto da Faculdade e dos estudantes de Medicina, pelo que propõe realizar reuniões abertas, mais assembleias gerais, mais reuniões com os representantes de ano, pois “está a faltar uma ponte para com os estudantes e contamos com os representantes de ano para isso”. A presidente considera que atualmente “todos os estudantes de Medicina” se deparam com “vários obstáculos”, como “o final do ano comum, a possível profissionalização do sexto ano, as
vagas para indiferenciados, pois neste momento já não há vagas de especialidade para todos”. Por isso promete intensificar as sessões de esclarecimento sobre estas temáticas e passar a ter “uma voz mais ativa”. A lista T, única candidata a sufrágio, foi eleita com 138 votos, existiram ainda seis votos nulos e oito em branco. Segundo Inês Moreira, esta foi a eleição mais participada dos últimos três anos, com um total de 153 votantes, o que demonstra que “os estudantes estão cada vez mais interessados, não só em apoiar o núcleo, mas também naquilo que o núcleo lhes pode oferecer, o que só aumenta a nossa responsabilidade”. K Carla Sousa _
REITORES REUNIDOS NA UBI
Ensino superior como marca
6 A criação de uma marca identificativa do Ensino Superior em Portugal e a qualificação dos estudantes internacionais e de estudantes portugueses noutros países, foram os principais temas das reuniões das comissões de Internacionalização e de Ensino do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP). As reuniões decorreram no passado dia 10 de fevereiro na Universidade da Beira Interior (UBI). “Trata-se da criação de uma marca que abrangerá todas as universidades e que pretende mostrar o potencial de exportação do Ensino Superior, nomeadamente na vertente de atração de alunos internacionais”, explica o reitor da Universidade de Aveiro. Na reunião da Comissão de Internacionalização do CRUP ficaram definidas “a criação de uma marca, a universitiesportugal.com e o suporte a essa imagem, o web site, e outras estratégias de divulgação da marca como a presença em feiras de ensino superior que existem um pouco por todo o mundo, no Brasil, na China, na Malásia, na Colômbia, países que são apostas estratégicas das universidades portuguesas”, esclarece Manuel Assunção. De resto, as sete universidades do país que integram as regiões de convergência três do norte, três do centro e a de Évora-, entre elas a UBI, apresentaram uma candidatura ao programa COMPETE com o objectivo de mostrar o seu potencial de atração para alunos estrangeiros. Esta estratégia será posteriormente replicada, “com programas em Lisboa e Vale do Tejo e no Algarve, através dos pro-
exemplo. Esse contingente é adicional e deveria abranger todas as situações de estudantes com formação fora de Portugal”. O vice-reitor da UBI para o Ensino, Internacionalização e Saídas Profissionais refere que estas reuniões demonstram que, “apesar da localigramas operacionais”, referiu o presidente da Comissão de Internacionalização. “Portugal já é o nono país com mais estudantes internacionais, mas atendendo ao valor do ensino que ministramos, a leitura que todos fazemos é que é possível fazer melhor, atrair mais estudantes, ter mais presença na colaboração com países terceiros em termos do Ensino Superior, da investigação e até da prestação de outros serviços, e é nisso que estamos apostados”, sublinha o reitor da Universidade de Aveiro. Outro dos temas debatidos, foi ainda a uniformização das vagas e propinas para os alunos estrangeiros. Reunida na UBI esteve também a Comissão de Ensino, onde o tema central foi o reconhecimento de qualificações internacionais. “Por um lado, dos estudantes estrangeiros em Portugal, por outro, dos próprios estudantes portugueses no estrangeiro”, explica o presidente da Comissão de Ensino e reitor da Universidade do Porto. Sebastião Feyo de Azevedo adianta que “a proposta tem que ser trabalhada tecnicamente, mas, no essencial, pretende-se que haja um contingente cumulativo com os contingentes que há para filhos de diplomatas ou atletas de alta competição, por
zação periférica, a UBI quer ganhar uma certa centralidade em termos de reunião de órgãos que tenham a ver com o Ensino Superior”. João Canavilhas adianta que “a UBI vai receber outras reuniões, inclusive, uma de reitores das universidades da Península Ibérica”. K
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DOCENTE DA UBI EM MISSÃO DE QUATRO ANOS
À descoberta da Antártida 6 Pedro Almeida, docente e investigador do Departamento de Engenharia Civil e Arquitetura da Universidade da Beira Interior (UBI), acaba de partir para a Antártida para fazer a medição dos movimentos da placa tectónica. A missão, com duração de quatro anos, passa por instalar uma estação de registo dos movimentos da placa tectónica e efeitos da maré. A missão insere-se num programa de observação da crosta terrestre já desenvolvido pelo Space and Earth Geodetical Analisys Laboratory da UBI, em associação com o Instituto Dom Luiz, da Universidade de Lisboa, e permitirá perceber quais as zonas mais propícias à ocorrência de sismos. O principal objetivo do projeto, consiste na “recolha de dados de posição de alta precisão, utilizando um recetor que recebe sinais de satélites de posicionamento global como o GPS, bem como, de outras constelações disponíveis para uso público”. Com esses dados “será possível medir os movimentos que a crosta terrestre sofre naquele
ponto”, explica Pedro Almeida. O investigador da UBI será responsável pela instalação de um sistema global de navegação por satélite com uma antena de alta precisão e respetivos painéis solares e aerogeradores que alimentarão todos os equipamentos da missão e deverão resistir às condições climatéricas adversas. Esta não é a primeira missão do género para Pedro Almeida, que tem participado em várias
missões no estrangeiro e no território nacional. “Contamos já com uma elevada experiência em todos os PALOP, Ásia, Pacífico, contando já com intervenções em mais de 20 países”. Nesta missão em particular, será o único investigador da UBI, acompanhado de outros investigadores portugueses de diferentes universidades, englobados no programa polar português. K Rafael Mangana _
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
Gulbenkian distingue 6 João Calmeiro e João Vareda, investigadores da Universidade de Coimbra, acabam de ser distinguidos pela Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), com Bolsas de Estímulo à Investigação, no valor de 12.500 euros cada. João Calmeiro, do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC), investiga uma proteína importante - canalrodopsina-2 - que poderá ser utilizada como ferramenta contra a cegueira causada por degeneração da retina, uma patologia que afeta mundialmente mais de 15 milhões de pessoas. “O projeto visa alterar as propriedades de absorção de luz da proteína ‘canalrodopsina-2’, que naturalmente responde apenas à luz de cor azul, e criar novas variantes que absorvem e respondem à luz de outras cores”, afirma. João Vareda, do Centro de Investigação dos Processos Químicos e Produtos da Floresta da Faculdade de Ciências e Tecnologia, foca-se no desenvolvimento de um aerogel à base de sílica para remediação de solos contaminados com metais pesados, nomea-
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UNIVERSIDADE
UTAD coordena projeto europeu 6 A Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro (UTAD) coordena o projeto Thinking Smart: Toolkit for the engagement of Higher Education Institutions in regional growth, que visa promover o envolvimento de Instituições de Ensino Superior nas Estratégias de Especialização Inteligente, de forma a contribuírem para o desenvolvimento regional.
Financiado pela Education, Audiovisual and Culture Executive Agency, através do programa Erasmus +, o projeto parte do pressuposto que as universidades são cruciais na conceção e implementação de uma estratégica de especialização inteligente e eficaz, contribuindo com as suas atividades de investigação e ensino para o desenvolvimento da economia regional. K
UBI GANHA EM IDANHA
alunos seja feita da melhor forma, quer seja em Portugal, quer seja lá fora” afirma o vice-reitor, João Canavilhas. K
T Vários investigadores do Núcleo de Estudos em Ciências Empresariais da UBIviram as suas comunicações distinguidas como Best Paper nas XXVI Jornadas Luso-Espanholas de Gestão Científicas realizadas de 3 a 6 de fevereiro em Idanha-a-Nova. Luís Farinha foi distinguido na área do Empreendedorismo e Dina Miragaia na área da Gestão do Desporto. Já os investigadores Cristina Fernandes, João Ferreira e Mário Raposo viram a sua comunicação destacada como a melhor na área da cooperação entre Espanha e Portugal. Ana Paula Monte, por seu turno, recebeu o prémio de melhor comunicação das Jornadas. As XXVI Jornadas Luso-Espanholas de Gestão Científica são consideradas o maior evento científico ibérico na área da Gestão e contaram com 240 trabalhos, de 455 autores. K
CIVIL DA UBI NO BRASIL
João Calmeiro e João Vareda
damente cádmio, chumbo, zinco, níquel, cobre e crómio, identificados como “os que mais poluem os solos ibéricos. Têm origem na poluição atmosférica e na atividade humana e podem ser arrastados pela água das chuvas, sendo este problema ambiental mais relevante quando se trata de solos agrícolas” O Programa Estímulo à Investigação da FCG distingue anual-
mente propostas de investigação em Matemática, Física, Química e Ciências da Terra e do Espaço, apoiando a sua execução em centros de investigação portugueses. O prémio destina-se a investigadores com idade inferior a 26 anos, contemplando o investigador e a instituição onde o projeto é realizado. Os prémios vão ser entregues no próximo dia 9 de março. K
T A UBI assinou um protocolo com a Universidade Federal de Roraima, que prevê o reconhecimento automático da formação em engenharia civil no Brasil. A UBI já tinha assinado um protocolo com este mesmo objetivo com a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Desta forma, qualquer graduado em Engenharia Civil das três instituições poderá pedir reconhecimento da respetiva formação através de uma destas Instituições, de forma a prosseguir estudos ou a exercer a profissão de Engenheiro(a) Civil no outro país. Países como o Brasil e outros da CPLP surgem como uma das primeiras opções de internacionalização, devido à língua e a “universidade tudo fará para que a integração desses mesmos
HOMENAGEM A BENTO DA CRUZ T O grupo de Ciências da Cultura da Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro (UTAD) e a Câmara Municipal de Montalegre vão promover no próximo dia 20 de fevereiro uma homenagem ao escritor barrosão Bento da Cruz, falecido em agosto passado. Entre várias ações, será apresentado publicamente, no Salão Nobre do Município de Montalegre o livro In Memoriam - Bento da Cruz, com coordenação e edição de Orquídea Ribeiro, Fernando Moreira e Joana Abreu, onde se registam testemunhos de personalidades da vida literária e política que privaram com o escritor. K
MELHOR ARTIGO CIENTÍFICO DE 2015 T O coordenador pedagógico da área do Desporto na Universidade Europeia, Luis Vilar, foi distinguido com o prémio de ‘Melhor artigo científico em 2015’, pelo Journal of Systems Science and Complexity, com o artigo: “Ciências de futebol vencedor: padrões dinâmicos emergentes nos clubes de futebol”. Escrito em conjunto com Duarte Araújo, Keith Davids e Yaneer Bar-yam, o artigo pretende facultar um primeiro passo para a compreensão da dinâmica de formação de padrões que emergem de comportamentos ofensivos e defensivos coletivos em desportos de equipa. Os autores propõem um novo método de análise em relação à estratégia de disposição das equipas de futebol e às táticas utilizadas. K
INVESTIGAÇÃO
Évora reforça cooperação
6 A Universidade de Évora assinou acordo com uma empresa britânica especializada em comercialização de propriedade intelectual Frontier IP, cujo objetivo é potenciar a criação de spin-off’s e apoiar em questões de licenciamento de tecnologia com
origem em programas de investigação da instituição de ensino superior. O acordo assinado com a Universidade de Évora é o primeiro a ser estabelecido pelo grupo com uma universidade fora do Reino Unido. A Universidade de Évora, com uma reputação de lide-
rança nas áreas de Energia, Meio Ambiente, Materiais e Agricultura, conta a partir de agora com o know-how da Frontier IP, empresa cotada na Bolsa de Valores de Londres, para maximizar o valor comercial da propriedade intelectual (IP) desenvolvido pela Universidade.
Fica ainda estabelecido que a Frontier IP recebe uma parte do capital em cada spin-off criada, bem como uma percentagem da receita de licenciamentos com origem na Universidade. Portugal tem uma forte base de investigação em sectores-chave relevantes
para a atividade do Grupo Frontier IP, nomeadamente nas áreas de Energia Sustentável, Alimentação e Agricultura. O presente acordo complementa as relações do grupo já estabelecidas com empresas de serviço público no país, como a EDP (Energias de Portugal)
ou a Iberdrola. A empresa acredita também que a região oferece significativas oportunidades, ainda subexploradas, em relação ao Reino Unido, que tem nesta área um mercado forte e uma grande tradição de comercialização de IP, quando comparado com Portugal. K
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ÉVORA E MÉRTOLA COOPERAM
Património reforçado 6 A Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM) e a Universidade de Évora assinaram um protocolo para colaboração em áreas de interesse mútuo no âmbito do ensino e investigação. A parceria visa a promoção de atividades conjuntas de investigação, desenvolvimento e formação, em áreas de interesse comum. Estão previstas ações concretas, nomeadamente o desenvolvimento de projetos de investigação conjun-
tos para apoio à inovação e competitividade regional, a realização de estágios curriculares e ações de voluntariado de professores e alunos da UÉ em projetos de cooperação para o desenvolvimento, entre outras iniciativas. Vão ser ainda definidos projetos conjuntos para dinamização dos planos de ação do Centro de Competências dos Recursos Silvestres (CCRES) e do Centro de Competências da Lã (CCLã). K
UNIVERSIDADE DE ÉVORA
O porquê do abandono 6 A Universidade de Évora (EU) apresentou, no passado dia 3 de Fevereiro, um relatório que identifica as causas do abandono escolar na UE. Em nota enviada ao Ensino Magazine, a universidade diz ter desenvolvido um que permite “conhecer cientificamente o abandono escolar no ensino superior, nomeadamente o perfil e a trajetória escolar dos estudantes que o protagonizam, os diversos momentos em que o empreendem e os motivos que os(as) conduzem a tal situação”. No relatório é referido que o abandono escolar é uma “questão transversal às várias instituições de en-
sino superior”, que levanta “desafios específicos em Universidades localizadas no interior do país e/ou de menor dimensão, revelando-se particularmente importante no contexto de uma região deprimida como a região Alentejo, onde a qualificação dos recursos humanos se afigura decisiva para ultrapassar as limitações impostas pela forte desertificação humana e fraca dinâmica empresarial”. Os resultados, medidas de combate e de prevenção ao fenómeno que agora se apresentam têm origem no relatório “Identificação das Causas do Abandono Escolar na Universidade de Évora”. K
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Media Partner
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PORTALEGRE
Politécnico, o motor da região 6 O Instituto Politécnico de Portalegre cresceu, no presente ano letivo, em número de alunos. Um facto positivo, no entender de Joaquim Mourato, presidente da instituição, que prevê um aumento sustentado no número de estudantes do IPP no curto prazo. “Estamos longe do que desejamos. Mas pelas estimativas que temos, nos próximos quatro ou cinco anos haverá crescimento, de forma diferente, com uma composição de estudantes e públicos diferentes”, diz. Um crescimento que passa pela captação de alunos noutros países. “Ainda não são em número relevante, mas estamos a crescer nos estudantes internacionais. Apostamos em locais muitos concretos. Temos um acordo de cooperação com o Governo Regional do Príncipe, de onde temos recebido alunos. Temos estado também a trabalhar com o Brasil, de onde estamos a receber inúmeros contatos, tendo aberto uma pré-candidatura”. Outra vertente apontada por Joaquim Mourato que permitirá aumentar o número de alunos passa por “consolidar e crescer a oferta dos Tesp’s – implementando-os em toda a região, através de polos, ficando o IPP mais perto das populações. Por essa via vamos atingir um número importante de estudantes, que depois poderão prosseguir para licenciaturas”. E se o crescimento no número de alunos reforça a instituição, a abertura da BioBip, um centro de investigação dedicado à bioenergia, mas que se assume também como incubadora de projetos, constitui um reforço significativo para a estratégia do Politécnico de Portalegre. “O maior flagelo da nossa região é não ter pessoas. Perdemos população todos os dias, temos que fazer uma recarga demográfica. E isso só se faz se houver emprego, o que evita que haja pessoas a sair e permitirá que outras venham. A BioBip é um espaço propício ao empreendedorismo, para que quem tem alguma ideia possa ali encontrar parceiros. Temos uma incubadora de empresas de base tecnológica – os espaços estão quase todos ocupados – e certamente que alguns desses projetos vão dar boas empresas e por conseguinte emprego”. Joaquim Mourato diz que no “BioBip há espaço onde os jovens, ou menos jovens, têm condições para ali traçarem o seu projeto de vida”. A outra vertente do centro é a investigação em Bioenergia. “Queremos ser uma referência na Península Ibérica nessa área. Temos tecnologia e equipamento de ponta e é possível concretizarmos isso. Já existem algumas empresas parceiras e projetos em curso, como por exemplo com o grupo Fertiprado que criou uma nova empresa para a implementação de tecnologia ligada à pecuária”. Joaquim Mourato fala também da ligação ao tecido empresarial e económico da região. “Na nossa região o tecido é frágil. Nos últimos anos colocámos a proximidade como palavra chave da nossa estratégia. Ainda não estamos satisfeitos com a proximidade alcançada junto das empresas, mas isso não significa que não tenhamos avançado. Este é um trabalho que não acontece de um dia para o outro. Hoje estamos mais inseridos do que no passado. Temos boas parcerias com algumas instituições,
INTERVIR NA RECEITA 6 O financiamento do Politécnico de Portalegre também não fugiu à regra. Para além de um trabalho de médio e longo prazo, através de projetos e propostas que o instituto irá apresentar à tutela, Joaquim Mourato fala também no curto prazo: “Para já não houve resposta nenhuma (entrevista efetuada no final de janeiro) sobre o financiamento do OE ao IPP. Aquilo que nós dizemos é que não nos podem exigir para cortar nas despesas. Já o estamos a fazer durante seis anos. Nos recursos humanos cortámos 25%, cortámos 20% em custos de funcionamento! Não podemos continuar a cortar. O problema não pode ser encarado no lado da despesa. Era desejável podermos ter mais gente, mais trabalhadores e docentes. Não podemos estar a emagrecer mais. Temos que olhar para o lado da receita. E isso faz-se de várias formas. Primeiro podemos fazer isso se tivermos mais estudantes, pois teremos mais propinas. E nessa matéria é o senhor ministro que pode intervir na política das vagas e dos cursos. Ou seja se ele quiser equilibrar o sistema pode fazê-lo. Depois há a questão do financiamento dos TESp’s, que virá de Fundos Comunitários. Esse regulamento de financiamento ainda não saiu e já temos os cursos a funcionar sem que tenhamos recebido qualquer verba. Se o processo fosse semelhante ao das bolsas de estudo em que cada instituição receberia um valor por estudante, resolver-se-iam parte dos problemas”. Outra das sugestões apresentadas por Joaquim Mourato foi a de uma “linha de crédito para os estudantes internacionais dos Palop’s. Isso já aconteceu no ensino profissional há alguns anos. Também por aqui poderia haver alguma ajuda, de fundos comunitários, para exportarmos o ensino superior”. Joaquim Mourato refere que a “solução terá que estar sempre do lado da receita e não da despesa”. E acrescenta: “as instituições não são responsáveis por esta situação. Nós não criámos défice, não contribuímos para a crise nacional ou internacional. Criaram (Governo) um regime transitório dos docentes que implicou muito dinheiro que se teve que pagar, mas essas verbas nunca nos foram dadas. Só no IPPortalegre foram mais de 500 mil euros de acréscimo, o qual não nos foi atribuído. Ou seja os Governos tomam estas decisões e depois ainda nos vêm visitar como se não estivéssemos a gerir bem as instituições, quando estas têm sabido responder ao que lhes foi imposto, mas chega um momento em que não é possível cortar mais. A intervenção tem que ser feita pelo lado da receita, através do aumento do número de estudantes, ou por via de projetos que nos possam ajudar na relação com as empresas. Vamos ver se com este ministério conseguimos dar algumas respostas para ganhar sustentabilidade”. K
como com a Comunidade Intermunicipal onde fizemos um trabalho pioneiro. Criámos a Enove+, um certame que tem percorrido vários concelhos da região, onde temos uma relação de trabalho direto com as autarquias e com as próprias empresas”. O presidente do IPP fala ainda da relação duradoura que o IPP tem com outras empresas como a Delta, a Sélenis ou a Caixa Geral de Depósitos. No entender do presidente do IPPortalegre há que ir mais além. “Trabalhar a oferta formativa com a região não é uma coisa comum e tem que o ser. Uma empresa ter um problema e dirigir-se ao instituto para o resolver não é uma prática, e deve sê-lo. Ainda assim é o IPP que se dirige mais às empresas e às instituições”. De qualquer modo, o IPPortalegre é, no seu entender, a grande instituição de desenvolvimento de toda a região. “É inconcebível a região sem o Instituto Politécnico. Temos recebido esses sinais claríssimos. E o estudo de impacto económico do Politécnico na região foi importante para que se percebesse a verdadeira dimensão e importância do IPPortalegre. Por cada euro investido no Politécnico pelo Orçamento de Estado geram-se três euros de retorno para a região. E isto é muito importante. E quando nos dizem: vão receber menos 500 mil euros no vosso OE, isto significa que se retira da economia de Portalegre e da região um milhão e meio de euros! Toda a cidade e a região sabem o impacto que o Politécnico tem. Mas este é um trabalho que não está acabado. É preciso estarmos sempre a trabalhar nessa matéria”. A dimensão do Politécnico de Portalegre também se revela pela internacionalização. Uma área que tem vários braços e que tem tido crescimento. Joaquim Mourato fala do número de alunos estrangeiros que vêm estudar para o IPP e dos que sendo alunos da instituição, vão também tirar semestres no estrangeiro. “Os próprios docentes também participam nessa mobilidade internacional. Aquilo que verificamos é que hoje as bolsas disponíveis não chegam para dar resposta a todos os pedidos. Gostaríamos de fazer crescer esta área”. Joaquim Mourato aborda ainda a valorização do capital humano da instituição. “Isso é que faz a diferença. Em 2008/09 tínhamos 12% de professores doutorados. Nestes seis anos progredimos muito. Crescemos 50% no número de doutorados e se juntarmos os professores especialistas, verificamos que estamos muito acima dos 50% de todo o corpo docente com o doutoramento. O importante é fazer ajustamentos em função da oferta que temos. E esse vai ser o nosso trabalho”. Fruto dessa valorização do corpo docente do IPPortalegre, também a investigação teve um crescimento importante. “Era uma área frágil da nossa instituição. Nos próximos anos o Politécnico vai ter uma visibilidade relativa nesta área como nunca aconteceu. Temos muito bons investigadores, muito novos, e que dentro de pouco tempo vão ter visibilidade. E aqueles que não estão nesse caminho sentem que devem ir por aí. É nesta valorização que podemos fazer a mudança”, explica Joaquim Mourato. K
FEVEREIRO 2016 /// 011
ESTUDANTES PARTICIPAM NO 4L TROPHY
A caminho de Marrocos numa renault 4L
AGÊNCIA DE INVESTIMENTO PARA A PROMOÇÃO DE LEIRIA
IPLeiria é parceiro 6 O Instituto Politécnico de Leiria (IPLeiria) é um dos parceiros para a criação da Agência de Investimento da Região de Leiria, que tem como finalidade a promoção do distrito à escala Internacional. A iniciativa é partiu da Associação Empresarial da Região de Leiria (NERLEI), que juntou a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria, o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, para formalizar esta parceria com a assinatura dos protocolos de cooperação para a Competitividade e para Atração de
Investimento Direto Estrangeiro. João Vasconcelos e Jorge Costa Oliveira, secretários de Estado da Indústria e da Internacionalização respetivamente, mostraram o seu apoio a esta parceria durante o almoço-conferência com o mote “Importância da indústria na estratégia de internacionalização da economia portuguesa”. O secretário de Estado da Indústria destacou que as parcerias entre entidades empresariais, instituições governamentais e autarquias podem colocar Portugal nas rotas de investimento estrangeiro. A nova agência tem como objetivos a captação de investimen-
to para oportunidades específicas nos principais setores da região de Leiria, o reforço da capacidade financeira das empresas regionais, o desenvolvimento de projetos transversais, e a simplificação do processo de investimento na região. “Estamos muito empenhados na construção deste novo mecanismo, que pode ajudar a colocar o nome de Leiria nas rotas de investimento internacionais, com reconhecimento do nosso know-how e das mais-valias empresariais da nossa região”, refere Nuno Mangas, presidente do IPLeiria. K
LEIRIA SURPREENDE FÁTIMA LOPES
Um livro em braille
6 O Instituto Politécnico de Leiria (IPLeiria) surpreendeu a apresentadora Fátima Lopes com a oferta do seu novo livro em versão braille, produzida pelo Centro de Recursos para a Inclusão Digital (CRID) da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais. A entrega foi realizada no dia 23 de janeiro, durante a tertúlia ‘Leiria convida’, na biblioteca municipal Afonso Lopes Vieira, no qual apresentou a sua última obra ‘Viver a vida a amar’, da editora Manuscrito. “Quisemos agraciar Fátima Lopes com esta oferta especial, por todo o apoio e interesse que tem demonstrado na campanha do IPLeiria ‘Mil brinquedos, mil sorrisos’, destinada a crianças com necessidades especiais”, explica Célia Sousa, docente do IPLeiria e responsável pelo CRID, que produziu ainda uma versão para a Biblioteca Afonso Lopes Vieira e outra para a Biblioteca Nacional.
012 /// FEVEREIRO 2016
6 Duas equipas de estudantes dos cursos de Engenharia Eletrotécnica e Computadores e de Engenharia Civil da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria (IPLeiria), partiram, a 16 de fevereiro, numa Renault 4L para Biarritz, em França, para participar no 4L Trophy, prova que decorre até 28 de fevereiro, tem como objetivo a chegada a Marrocos e exige obrigatoriamente a participação numa Renault 4L, cuja manutenção fica a cargo de cada equipa durante todo o percurso. João Ramiro e Samuel Fialho da equipa 4Life, e João Mendes e João Pereira da equipa 4Fly, prepararam a sua participação na 19.ª edição do 4L Trophy, o maior evento desportivo de estudantes com fins humanitários da Europa, pois cada equipa deve angariar bens médicos, educativos e/ou
desportivos, que serão entregues no final da prova às populações mais carenciadas em Marrocos, através da Associação ‘Crianças do Deserto’. “Já recolhemos material escolar suficiente para equipar completamente duas crianças para a sua ida à escola, nomeadamente mochilas, cadernos, lápis, canetas, borrachas, entre outros. E ainda dispomos de bastante material”», refere Samuel Fialho, da equipa 4Life. Relativamente às expectativas, espera “confrontar uma realidade completamente desconhecida. Apesar de existirem zonas turísticas em Marrocos vamos também passar por zonas de pobreza extrema, e no fundo vamos pôr à prova a nossa personalidade. A expectativa geral é de voltar com uma mentalidade diferente”, conclui. K
ESTUDANTES DE ENFERMAGEM
Leiria com evento internacional
6 A Escola Superior de Saúde de Leiria acolhe nos dias 26 e 27 de fevereiro o primeiro Encontro Internacional de Estudantes de Enfermagem, evento inédito que estará centrado nas temáticas da prestação de cuidados adequados em ambiente multicultural e do desenvolvimento de competências que permitam um acompanhamento apropriado da pessoa em todos os contextos. “O congresso visa promover o debate científico de questões profissionais, éticas e legais no âmbito dos cuidados de enfermagem transculturais/multiculturais, a partilha de experiências de cuidar em contexto de globalização, e estimular a divulgação científica nacional e
internacional”, refere Helena Catarino, docente da Escola. Organizada pelos estudantes do curso superior de Enfermagem da instituição, a reunião científica juntará cerca de 200 participantes nacionais e estrangeiros, para debater temáticas como as políticas de emigração em enfermagem, o processo de aculturação dos enfermeiros, o cuidar de minorias ou comunidades imigrantes e a autonomia e tomada de decisão clínica em enfermagem. Nos dois dias do encontro realizamse sessões plenárias com peritos de referência nas temáticas em discussão, investigadores e profissionais da prática clínica em cuidados transculturais/multiculturais. K
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Câmara Municipal de Leiria H
O mais recente livro da apresentadora da TVI reflete sobre a vida e o que aprendeu com os testemunhos de pessoas que ao longo de 21 anos passaram pelos seus programas. Pode ler-se na sinopse da sua obra as palavras da própria Fátima Lopes.
“Este é um livro acerca de mim. Da Fátima. Eu sou o resultado de um caminho repleto de aprendizagens. A grande conclusão da minha vida que quero partilhar convosco é esta: a vida só pode ser vivida a amar e ser amado. Só assim é que faz sentido”. K
Valdemar Rua ADVOGADO Av. Gen. Humberto Delgado, 70 - 1º Telefone: 272321782 - 6000 CASTELO BRANCO
POLITÉCNICO DA GUARDA
Constantino Rei suspende participação 6 O presidente do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) vai provisoriamente suspender a sua participação nos diversos organismos e entidades governamentais para as quais foi nomeado. Constantino Rei informou em comunicado esta sua posição, se “tornará definitiva”, caso não haja uma inversão por parte do Ministério do Ensino Superior no que respeita ao orçamento de Estado para a instituição. No comunicado enviado ao nosso jornal, Constantino Rei justica a sua posição: “Tendo tomado conhecimento da proposta de lei do Orçamento de Estado para 2016, e em particular o teor do nº 3 do artigo 23º, onde é referido que durante o ano de 2016, as instituições de ensino superior que usufruíram de reforços extraordinário em 2015, que não tenham decorrido de norma legal, só poderão proceder às contratações referidas nos números 1 e 2 após aprovação pelos membros do governo responsáveis pela área das finanças e do ensino superior; e porque o Instituto Politécnico da Guarda é uma das instituições visadas, não podemos deixar de manifestar publicamente o nosso repúdio e indignação por este inadmissível ataque discriminatório às instituições envolvidas (Institutos Politécnicos da Guarda, Castelo Branco, Tomar, Portalegre e Santarém e ainda as Universidades do Algarve e Açores)”.
Constantino Rei
O presidente do IPG adianta que “com esta norma, o Governo não só ataca e subtrai a autonomia das Instituições envolvidas como discrimina negativamente algumas instituições e cria um clima de desconfiança em relação à gestão das mesmas e aos seus dirigentes, situação que, além de injusta, é totalmente inaceitável e conduzirá a um agravamento da burocracia para o normal funcionamento das instituições, fazendo passar para a opinião pública a ideia de que os seus dirigentes são maus gestores, que precisam ser controlados”. Constantino Rei diz “não aceitar de forma alguma este tratamento, que apenas visa es-
conder e escamotear as responsabilidades do atual Governo na continuação de uma política de subfinanciamento das Instituições de Ensino Superior públicas que vem sendo seguida há vários anos. Com efeito, importa clarificar que, no caso do IPG, as dotações do Orçamento de Estado (OE) que em 2010 cobriam 97% das Despesas com Pessoal, cobriram em 2015 apenas 87% e, em 2016, esse grau de cobertura reduzir-se-á para cerca de 82%”. No mesmo comunicado acrescenta que “tudo isto foi acompanhado por decisões internas de redução de despesas e redução de pessoal docente e não docente (o corpo docente e não docente do IPG, reduziu-se nos últimos 5 anos em mais de 15%) e acomodando o impacto das decisões políticas de aumento de despesa imposto pelos anteriores governos, como é o caso do aumento de despesas com pessoal docente, por força do denominado “regime transitório do pessoal docente” que, no final de 2015, representa já uma despesa acumulada efetiva superior a 833.114 euros. Este aumento de despesa foi imposto pelos Governos e Assembleia da República e não resulta de decisões dos dirigentes do IPG”. O presidente do Politécnico diz que “no ano de 2015, o IPG apenas conseguiu assegurar o pagamento dos vencimentos do pessoal ao serviço porque o anterior Governo
reconheceu a necessidade de um reforço extraordinário, tendo sido atribuído o valor adicional de 571.678 euros. É este reforço que, para além de ter sido subtraído na dotação atribuída a este Instituto para 2016, está na base da norma acima citada, e que o Sr Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, reiteradamente, tem afirmado que não existirá em 2016”. O comunicado indica também que “o IPG tem inscrito no seu Orçamento do ano de 2016 um défice orçamental de 919.847 euros, não dispondo de capacidade, nem autonomia, para cobrir, pelo que espera do atual Governo as medidas adequadas que permitam a obtenção da receita em falta para cobrir as despesas que, na atualidade, são apenas as indispensáveis e obrigatórias. Não obstante as contas do IPG serem, nos termos da lei, auditadas por um Fiscal Único independente, manifestámos ao Sr Ministro na sua recente deslocação a esta instituição, total disponibilidade para que sejam realizadas todas e quaisquer ações de inspeção ou auditorias à gestão do IPG. Porque sempre atuámos com sentido de rigor, responsabilidade e serviço público, sentimo-nos, com esta norma da proposta de lei, pessoalmente visados e atacados de uma forma injusta e injustificada, pelo que agiremos em conformidade”. K
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FEVEREIRO 2016 /// 013
ESCOLA SUPERIOR AGRÁRIA
Espécies vegetais em debate
Carlos Maia presidiu à sessão de abertura
GESTÃO CIENTÍFICA EM PORTUGAL E ESPANHA
6 O Laboratório de Biologia da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco realiza no próximo dia 9 de março, pelas 14H00, o Workshop “Micropropagação de Espécies Vegetais”. Em nota de Imprensa, o Instituto Politécnico explica que a iniciativa se destina “a alunos do ensino secundário, ensino superior, bem como público em geral interessado na área da micropropagação”. O evento pretende contribuir para o conhecimento de uma metodologia de propagação de plantas em condições in vitro, utilizando meios de cultura de
formulação definida, mantendo as culturas em condições assépticas e em ambiente controlado. A inscrição é gratuita e deverá ser feita on-line até dia 7 de março, em www.ipcb.pt. K
Jornadas de sucesso 6 As XXVI Jornadas Luso-Espanholas de Gestão Científica que decorreram, na última semana, na Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico de Castelo Branco, em Idanha-a-Nova, foram bastante participativas. A iniciativa reuniu centenas de participantes, com investigadores nacionais e internacionais. Na sessão de abertura marcaram presença do presidente do IPCB, Carlos Maia, e vice-reitor da UBI, Mário Raposo, os quais destacaram a importância do evento. Este foi um dos grandes eventos realizados pela Escola com tradições na área da gestão. Para este encontro internacional foi também
produzido um livro com os abstrats de várias centenas de artigos científicos, bem como um CD interativo com comunicações na íntegra, numa edição da RVJ Editores. Em nota enviada à Imprensa, a organização refere que se pretendeu que “o evento fosse um lugar de reflexão sobre o tema Competitividade das regiões transfronteiriças, tendo como finalidade essencial a criação de projetos de investigação que apontem para a criação de riqueza social, e, por outro lado, viabilizasse o intercâmbio do conhecimento científico entre académicos, em diversas áreas”.
Ana Rita Garcia e Sara Brito Filipe, diretora e subdiretora da escola, e presidentes da Comissão Organizadora, explicam que “o objetivo fundamental das jornadas foi divulgar os resultados dos trabalhos de pesquisa nas áreas de: Contabilidade, Docência: metodologia e experiências docentes, Empreendedorismo, Empresa Familiar, Estratégia, Ética e Responsabilidade Social, Finanças, Gestão das Organizações sem Fins Lucrativos, Gestão de Desporto, Inovação e Gestão do Conhecimento, Marketing, Organização de Empresas, Recursos Humanos e Turismo”. K
ESART
Alunos no Inapa 2016 6 O trabalho de dois alunos da Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco faz parte do calendário Inapa 2016. Diogo Silva e Ricardo Rodrigues desenvolveram ilustrações a partir dos filmes “Batman” e “Laranja Mecânica” e viram o seu trabalho premiado com a publicação dos trabalhos nos meses de janeiro e agosto daquela publicação anual. Em nota informativa enviada ao nosso jornal, é referido que os trabalhos foram realizados a partir de um desafio proposto aos alunos do 2º ano da licenciatura em Design de Comunicação e Produção Audiovisual da Escola Superior de Artes Aplicadas do IPCB, no âmbito da disciplina de Produção Gráfica. O objetivo era o de criar ilustrações subordinadas ao tema “50 anos de filmes”. Cada mês do calendário apresenta uma ilustração feita a partir do cartaz de um filme
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IPCB E ULS JUNTOS
Escola trata joelho 6 A Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias do IPCB, em parceria com a Unidade da Dor Crónica da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, tem disponíveis programas de educação e exercício destinados a pessoas com diagnóstico de osteoartrose do joelho, informou o Instituto Politécnico em comunicado. Na nota de imprensa é revelado que “este programa, composto por 16 sessões realizadas ao longo de 8 semanas, terá uma componente educacional, que tem por objetivo fomentar uma adequada autogestão da Publicidade
mundialmente conhecido, integrando de forma criativa o logótipo/ nome Inapa. Na mesma nota é explicado que “esta edição contou com a participação da Escola Superior de Artes Aplicadas do IPCB, do IADE Creative University e da Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha. De Espanha, participaram a Escuela Superior de Diseño de Madrid, Universidad Europea de
Madrid e a Escola Superior de Disseny da Universitat Ramon Llull”. De referir que o calendário Inapa é um projeto ibérico no qual se funde a paixão pelo papel, a arte da impressão e o engenho da criatividade e tem como principais objetivos dar a conhecer aos designers de amanhã os papéis Inapa, para que a empresa possa ser vista como uma referência no mercado. K
condição de saúde, que será complementada por um programa de exercício em ginásio ou em piscina”. O mesmo comunicado informa que “as sessões decorreram durante o período da tarde, na Clínica Pedagógica da Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias, podendo inscrever-se na consulta de avaliação pessoas com idade superior a 50 anos e diagnóstico de osteoartrose do joelho”. Os interessados deverão contatar a escola através do telefone 272340563 ou pelo e-mail fisioterapia.esald@ipcb.pt. K
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CONCURSO INTERNACIONAL DE FOTOGRAFIA
Magazine leva imagens à Futurália 6 O Ensino Magazine volta a marcar presença na Futurália, um dos maiores certames dedicados à educação e à juventude realizados em Portugal. Alzira Ferreira, diretora da Futurália, recorda que no ano passado o evento foi visitado por mais de 73 mil jovens e adultos “que procuraram conhecer as ofertas de ensino, formação e empregabilidade aqui reunidas”. Este ano o Ensino Magazine irá ter patente na Futurália a exposição fotográfica referente ao Concurso Internacional promovida pela nossa publicação, a qual apresenta retratos de vários pontos do globo. A mostra composta por cerca de 60 imagens assinala também os 18 anos do Ensino Magazine, a qual percorrerá depois o país em modo itenerante. Para além da exposição de fotografia promovida pelo Ensino Magazine, a Futurália deste ano tem agendado um conjunto de atividades bastante interessante. Exemplo disso é a 3ª Edição da Dream Conf, a qual tem já dois embaixadores já confirmados: Fernando Alvim e Bordalo II (nome artístico de Artur Bordalo, natural de Lisboa, que cria grandes instalações a partir de lixo recolhido nas ruas, neto de Bordalo Pinheiro). “Vamos ter uma recolha de fundos para Publicidade
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o quadro do Sequeira: No Grand Hall da FIL vamos ter uma réplica do quadro e pedir às escola/visitantes para doarem um mínimo de 20 cts por um pixel do quadro”, refere Alzira Ferreira, em nota enviada ao nosso jornal. Como é habitual, a Futurália irá reunir várias centenas de expositores, sendo que muitos dinamizam com atividades próprias o seu espaço. A este propósito o Ensino Magazine vai com os alunos da Escola Secundária Matias Aires fazer sessões fotográficas
aos visitantes, os quais ficam habilitados a ganhar um fim-de-semana no Geopark Naturtejo, o prmeiro território do género classificado em Portugal pela Unesco. No dia 19 decorre ainda a iniciativa Dislexia para Todos, pelas 14H00, enquanto que o palco Futurália haverá concertos e atuações de tunas nos diferentes dias. Na mesma nota enviada ao nosso jornal é referido que em 2015 a Futurália foi visitada por mais de 73 mil pessoas, teve
Alzira Ferreira, diretora da feira
464 expositores, numa área ocupada de 20 mil metros quadrados. Estiveram presentes 350 entidades de ensino e houve visitas de estudo oriundas de 16 distritos nacionais. O site da Futurália registou 473 milhões 614 mil 688 visitas. K
SUPERIOR AGRÁRIA DE VISEU
Nova direção toma posse
ENTRE 6 E 8 DE ABRIL EM VISEU
Dias Abertos do IPV 6 A décima terceira edição dos Dias Abertos do Instituto Politécnico de Viseu (IPV) decorre de 6 a 8 de abril, é destinada às escolas secundárias e profissionais da região e do país, tendo como objetivo proporcionar aos visitantes um conhecimento aprofundado e abrangente do quotidiano do ensino superior através de uma visita guiada ao campus Politécnico e às cinco escolas da instituição. Nas Escolas Superiores do IPV, após as boas-vindas, professores, alunos e funcionários do Instituto conduzem os participantes na grande aventura do en-
sino superior através de um programa diversificado, que inclui presenciar e participar em aulas a decorrer, dialogar com professores e alunos, conhecer infraestruturas, manusear e interagir com equipamentos diversos, utilizados em áreas do conhecimento distintas, experienciar práticas pedagógicas e técnicas relacionais, realizar experiências e análises laboratoriais, visitar exposições e participar em palestras e sessões temáticas e de informação. As inscrições estão abertas até 11 de março. K Joaquim Amaral _
6 O novo presidente da Escola Superior Agrária de Viseu, António Manuel Cardoso Monteiro, acaba de tomar posse, numa cerimónia realizada, a 25 de janeiro na sala do Conselho Geral dos Serviços Centrais do IPV, tendo considerado que aceitou o desafio porque a escola “em momentos difíceis, já demonstrou capacidade para os ultrapassar e chegar onde está hoje. Tem um corpo docente na sua grande maioria doutorado, um número de alunos que se tem mantido estável, por volta dos 500 estudantes, em 2015/16 entraram na Escola no 1º ciclo 154 alunos e 229 no total de todos as suas formações”. O seu programa está organizado em quatro grandes eixos: as pessoas, equipamentos e instalações, projeção para o exterior, formações da ESAV, elaboradas “com plena convicção que estas garantem o caminho da continuidade da qualidade e do sucesso que a ESAV tem demonstrado”, o que será possível desenvolver “com o empenho de todos”, pois, “agindo em conjunto, partilhando objetivos, ideias e discutindo construtivamente poderão ser ultrapassadas as eventuais dificuldades e contratempos”. O ato público surge no seguimento da eleição ocorrida em 26 de novembro de 2015 no seio da Assembleia de Rep-
resentantes da ESAV, e do despacho de homologação de 14 de janeiro do ano em curso, proferido pelo presidente do Politécnico de Viseu. Após ter dado posse ao novo presidente, o presidente do IPV, Fernando Sebastião empossou ainda os novos vicepresidentes da ESAV, José Manuel Costa e Maria João Lima, professores adjuntos da escola. No seu discurso, reforçou “a necessidade de estabelecer consensos para que consigamos em conjunto superar as dificuldades”. K Joaquim Amaral _
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CONCURSO INTERNACIONAL DE ARTE
Alunos do IPV em destaque 6 Dois alunos do 3º ano do curso de Artes Plásticas e Multimédia (APM) da Escola Superior de Educação de Viseu são finalistas do concurso internacional de cartaz promovido pelo Museu de Design do México (MUMEDI). Entre 22.321 trabalhos submetidos a partir de 152 países foram escolhidos 402 como finalistas, estando entre estes Gonçalo José Martins da Costa Carvalho e Pedro Ismael Neves Rocha, pelo que integraram a exposição virtual e física no museu mexicano promotor do concurso, sob o tema A la Muerte con una Sonrisa (A morte com um sorriso). Os trabalhos dos alunos, “Choque de Culturas” de Gonçalo Carvalho e “Is What You Are Living For, Worth Dying for?” de Pe-
dro Rocha, foram desenvolvidos no âmbito de um projeto curricular do curso. Considerando como mais-valia estratégica com vista a uma formação de excelência a realização de projetos em contexto real, a área disciplinar de Educação Visual da Escola tem procurado envolver os alunos em diferentes atividades, de entre as quais se destaca a participação em concursos internacionais destinados a estudantes do ensino superior e a jovens licenciados. Em 2013, três alunas da instituição, Márcia Silva, Liliana Rodrigues e Joana Salgueiro, viram também os seus trabalhos selecionados para integrar o grupo de propostas finalistas expostas neste museu da Cidade do México. K Joaquim Amaral e Paula Rodrigues _
FEVEREIRO 2016 /// 017
INSTITUTO POLITÉCNICO DE BEJA
Mestrandos em curso holandês
POLITÉCNICO DE BEJA
Nova residência inaugurada 6 O Instituto Politécnico de Beja inaugurou, a 11 de fevereiro, a nova residência de estudantes mista, no centro da cidade, que resultou das obras de requalificação do edifício situado na rua de Santo António, onde estavam localizados os antigos serviços centrais do Instituto Politécnico. As obras de requalificação e
beneficiação do edifício tiveram como objetivo dar resposta ao aumento do número de estudantes do Instituto, que procuram alojamento nas residências, e consistiram na transformação e adaptação do espaço no sentido de o dotar das melhores condições de habitabilidade, segurança e conforto para o novo fim a que se
6 Os alunos de Mestrado de Engenharia do Ambiente, do Instituto Politécnico de Beja terminaram, a 6 de fevereiro, a sua participação no International Fieldwork, integrado no Curso International Aquatic Ecosystem Analysis da Vilentum University of Applied Sciences Dronten/ Almere, no qual participaram através de um protocolo de colaboração entre o Instituto Politécnico de Beja, a EDIA e aquela
universidade holandesa. Os alunos desenvolveram um projeto intitulado “Find solutions to algae bloom in edia irrigation chanells”, com o apoio científico de Ana Ilhéu, da EDIA, e de uma equipa de Docentes do IPBeja. Durante o curso decorreram visitas ao Alqueva e aos canais de rega, bem como vários seminários de apoio científico ao desenvolvimento do projeto. K
destina. Desta forma, o Instituto aumenta a sua capacidade de alojamento de estudantes, em mais 32 camas, e simultaneamente contribui para revitalizar o centro histórico da cidade de Beja com a dinâmica de jovens que procuram o Instituto para prosseguirem os seus estudos superiores. K
GUARDA
Programa de Rádio do IPG
IPCB
Segurança aprovada 6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco concluiu recentemente o processo de aprovação, por parte da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), das Medidas de Autoproteção nas Escolas localizadas no Campus da Talagueira (Escolas Superiores de Tecnologia, de Artes Aplicadas e de Saúde). Em, nota enviada à Imprensa, é referido que “a aprovação das Medidas de Autoproteção é o culminar de um trabalho desenvolvido durante todo o ano de 2015, em que colaboraram docentes da área da segurança e proteção civil das escolas do IPCB, assim como alunos finalistas de Licenciatura, no âmbito da elaboração do seu Projeto Final de Curso. O trabalho desenvolvido implicou um encargo financeiro significativo para a instituição
018 /// FEVEREIRO 2016
que na opinião do Vice-presidente do IPCB, António Fernandes é compensado pelo nível de segurança que as instalações oferecem”. Para António Fernandes a aprovação das Medidas de Autoproteção constitui um “momento de grande satisfação para a instituição”, referindo no entanto que “os documentos aprovados serão sujeitos a um processo de melhoria contínua promovendo a constante adaptação à realidade de cada instalação”. Adiantou ainda que prevê-se “até ao final do ano de 2016, estar concluída a aprovação das Medidas de Autoproteção em todos as instalações do IPCB”. Rui Esteves, Comandante Operacional Distrital da ANPC, referiu em sessão de trabalho realizada no
Campus da Talagueira que aquela entidade se congratula com o trabalho desenvolvido pelo IPCB, salientando que “o treino fará toda a diferença, pelo que será importante testar a exequibilidade prática do que está no papel”, permitindo assim “retirar o melhor dos equipamentos e procedimentos existentes”. A este propósito, refira-se que o IPCB e o Comando Operacional Distrital da ANPC têm prevista a realização, nas próximas semanas, de sessões práticas de trabalho nas três escolas com as medidas aprovadas, que contarão com a presença de todos os responsáveis no âmbito das Medidas de Autoproteção e contribuirão para a sensibilização de toda a comunidade académica do IPCB. K
6 “IPGfm” é o nome do programa de rádio produzido, semanalmente, pelo Instituto Politécnico da Guarda. O programa – emitido na Rádio Altitude, emissora que transmite desde 1948 – pretende ser, à semelhança do que aconteceu na anterior temporada, “um espaço de informação e divulgação das atividades e projetos da comunidade académica”.
Por outro lado, afirma-se como “um ponto de encontro em torno de questões relativas à vivência estudantil, um canal de comunicação que funcionará como materialização de conhecimentos”. O programa, disponibilizado em podcast (http://www.ipg.pt/ ipg-fm/ ) é emitido às quartasfeiras, pelas 19 horas, com repetição aos domingos, às 13 horas. K
JOGOS MATEMÁTICOS
Pavilhão Multiusos de Beja recebe competição 6 O Pavilhão Multiusos do Parque de Feiras e Exposições de Beja recebe, a 4 de março, a final da 12º edição do Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos, organizada anualmente pela Associação Ludus, a Associação de Professores de Matemática e a Sociedade Portuguesa de Matemática. A edição é organizada localmente por docentes do Departamento de Matemática do Instituto Politécnico de Beja e dos
Agrupamentos de Escolas n.º 1 e n.º 2 de Beja. A iniciativa permite fomentar e estimular o gosto pela matemática e conta com a participação de 300 escolas do continente e ilhas, envolvendo já cerca de 1600 alunos inscritos. Estão integrados deficientes auditivos e portadores de baixa visão e cegueira que participarão em todos os jogos do campeonato promovendo a igualdade de oportunidades. K
CENTRO DE COMPETÊNCIAS
IPPorto investe em Felgueiras
CONGRESSO
Santarém investiga 6 O Instituto Politécnico de Santarém através da sua Unidade de Investigação organizou, nos dias 11 e 12 de fevereiro, um congresso com o tema “Investigação em Qualidade de Vida, Inovação e Tecnologia” na Escola Superior de Rio Maior. O congresso foi um espaço de partilha de ideias, conhecimentos, projetos e publicações produzidas pelos docentes, estudantes e investigadores. Ao todo decorreram quatro conferências
plenárias, cada uma seguida por uma sessão com painéis temáticos e workshops ligados às áreas em questão. Este foi o 3º Congresso da Unidade de Investigação do IPSantarém, que este ano decidiu associar as temáticas de investigação e desenvolvimento do CIEQV, de forma a proporcionar uma maior exposição das investigações realizadas em áreas ligadas à melhoria de condições de vida. K
Ângela Lemos é diretora
Diretora, desempenha funções como membro do Conselho Geral do IPS e do Conselho Pedagógico da instituição. K
IPV
Exposição de Máscaras 6 O Instituto Politécnico de Viseu (IPV) tem patente ao público a exposição Máscaras Tradicionais em Madeira, no Foyer da Aula Magna, até 15 de março. A exposição inclui trabalhos dos alunos do Curso Vocacional de Manutenção – Área de Aprendizagem de Marcenaria, da Escola Básica de Ferreira de Aves
IPPorto H
cido empresarial da região do Tâmega e Sousa, concretamente ao calçado, ao têxtil e ao mobiliário, daí o interesse nesta parceria, procurando associar-se ao novo enquadramento da Licenciatura em Sistemas de Informação para a Gestão. O modelo de parceria adotado permitirá à Peakit e à PetaPilot ultrapassar a dificuldade que têm sentido nos últimos anos na captação de recursos humanos técnicos licenciados, possibilitando, ain-
da, a proximidade à comunidade científica, essencial para o desenvolvimento de produtos com elevada componente de inovação e com necessidades acentuadas de investigação e desenvolvimento. Aliando a experiência e o conhecimento do mercado destas duas empresas aos da Escola será possível desenvolver um determinado produto numa pequena região e fornece-lo, em escala, para todo o mundo. K
ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA DO IPV
ESE DE SETÚBAL 6 Ângela Cremon de Lemos acaba de tomar posse como diretora da Escola Superior de Educação de Setúbal, numa cerimónia realizada no anfiteatro da Escola a 15 de fevereiro. Doutorada em Educação, com especialização na Formação de Adultos, pelo Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, exerce funções de docente na ESE/IPS desde 2000, coordenando atualmente o Mestrado em Educação Pré-Escolar e o Curso Técnico Superior Profissional em Serviço Familiar e Comunitário desta Escola. Simultaneamente, a nova
6 A Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Felgueiras, do Politécnico do Porto, acaba de criar um Centro de Competências, em parceria com duas empresas de inovação tecnológica, a Peakit e a PetaPilot, que estão a destacar-se a nível internacional, tendo como política o investimento na região e a contratação de recursos humanos formados naquela escola. A PetaPilot tem um produto específico para a auditoria digital, utilizado pela Autoridade Tributária, para grandes consultoras e empresas, que analisa e efetua auditorias em milhões de transações financeiras e comerciais, reduzindo o risco de fraude. Está presente nos mercados, português, francês e luxemburguês, com delegação comercial na Lituânia. A Peakit desenvolveu um produto pioneiro, no mundo, para a gestão de paróquias e Dioceses, está sediada em Braga e conta com projetos em Portugal e na Polónia. Ambas estão atentas ao te-
do Agrupamento de Escolas de Sátão. As peças da mostra resultam de um projeto do módulo de trabalhos simples em madeiras baixo-relevo, com orientação do professor Manuel Magalhais, e resultam de uma pesquisa apurada sobre artes tradicionais em madeira, nomeadamente as que estão em vias de desaparecer. K
Novos órgãos sociais 6 Tiago Oliveira, do 4º ano do curso de Enfermagem da Escola Superior de Saúde de Viseu, acaba de tomar posse como presidente da direção da Associação Académica do Instituto Politécnico de Viseu (AAIPV), numa cerimónia que teve lugar no Auditório da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu. Para o presidente “este é um momento de mudança de paradigma, em que se torna crucial a existência de um espírito de cidadania ativa, que envolva todos os agentes da academia, sobretudo os estudantes”. Afirma ainda que a direção, além de “pretender dar continuidade ao ótimo trabalho desenvolvido pela anterior direção, também pretende ir mais além, zelando sempre pelo melhor dos alunos do instituto”. O Fundo de Apoio ao Estudante surge como um desafio premente da Associação, permitindo que muitos alunos, com dificuldades económicas e financeiras, não sejam obrigados a abandonar o seu percurso académico. A ideia passa por aliar a promoção da solidariedade entre a comunidade académica à promoção de estilos de vida
saudáveis, à divulgação da cultura e arte portuguesas, através de atividades desportivas, culturais, musicais e científicas, promovendo o convívio, a união, a entreajuda entre todos os estudantes do Instituto Politécnico de Viseu, apoiando para o efeito ativamente o Fundo de Apoio ao Estudante. A nova direção tem já planeada a atividade ‘Em abril, voluntários mil’, que terá lugar no dia 20 de abril. O evento contará com um programa científico na parte da
manhã, no âmbito da solidariedade e dificuldades dos estudantes do ensino superior, e na parte da tarde com a tradicional caminhada solidária. No final do dia tempo ainda para a realização de um torneio quadrangular entre o IPV e as escolas secundárias de Viseu, e à noite para um concerto solidário, que juntará as tunas do IPV a músicos convidados da região de Viseu, com as receitas a reverterem a favor do Fundo de Apoio ao Estudante. K
FEVEREIRO 2016 /// 019
FERIA VISITADA POR 126 MIL PERSONAS
Ensino Magazine en la Aula de Madrid 6 La Semana de la Educación es la mayor feria de la educación de la Península Ibérica . Es socio de medios del evento y distribuirá periódicos a todos los visitantes. La directora Lola González explica la importancia de la feria.
En cuanto a la afluencia de público, estudiantes, padres y profesionales, confiamos en alcanzar al menos las cifras registradas en la pasada edición, que fue visitada por 126.973 personas, incluidos más de 8.000 profesionales.
Cuáles son las expectativas para la edición de este año? En la Semana de la Educación 2016, acogeremos a un total de 347 entidades participantes, Hablamos de una convocatoria integral, con sus cuatro salones – Aula, Foro de Postgrado, Recursos para la Educación + Interdidac y Expoelearning –, la más completa de España para el mundo educativo. A través de la oferta expositiva por esta amplia representación empresarial e institucional, esperamos poder ofrecer nuevamente la más amplia visión en este ámbito.
Que países están representados en términos de expositores? Los países representados en esta edición de la Semana de la Educaciónson Alemania, Australia, Bélgica, Canadá, Francia, Lituania, Países Bajos, Portugal, Reino Unido, Senegal y Suiza
Que actividades se desarrollarán en la Feria? El programa es muy amplio, con la implicación de las distintas entidades, empresas e instituciones participantes, que colaboran activamente en dicha programación, ofreciendo un importante valor añadido a la oferta expositiva. Yo, además, destacaría la adaptación de la Feria, a través de sus distintos espacios, a la realidad cambiante de este sector, buscando el modo más eficaz de trasladar a los visitantes esta amplia oferta. Así, hay espacio como Robotic_Aula, de robótica educativa, desarrollado junto con la UC3; el Escenario Aula, dedicado a artes escénicas, musicales y oficios; el Aula Solidaria, un conjunto de talleres que demuestran que se solidario es muy enriquecedor; el Aula del Emprendimiento Joven, conjuntamente con Injuve; los Talleres de Primer Empleo, con Universia; el Aula Forum; la zona de Emprendimiento Verde y social SocialGreen, además de los espacios específicos para profesores, educadores, orientadores. Además y como novedad, en esta edición hemos puesto en marcha el Concurso de Creatividad “Diseña el Cartel de Aula 2016”, para alumnos, implementado
a través de sus centros. Está dotado con un viaje de estudios a Irlanda, y, además, sortearemos una beca similar entre los estudiantes que visiten Foro de Postgradoy participen en el sorteo. Destaco por su importancia y gran aceptación por parte de los visitantes, el
Espacio de Orientación educativa en la Semana de la Educación, que desarrollamos con orientadores profesionales, y que atienden consultas de colegios, estudiantes, familias y colegas. Cual el número de visitantes esperado?
Que pueden los jóvenes encontrar en la Feria? AULA es una gran convocatoria que aglutina en una fecha adecuada numerosas propuestas educativas que se adaptan a las necesidades de los estudiantes y responden a las demandas de empleo de la sociedad. Son contenidos en permanente actualización, creando un gran escaparate de la oferta educativa, no solo de España, sino también de otros países, por lo que se facilita la toma de decisiones a la hora de elegir qué estudiar y en qué centro. Los estudiantes y profesionales de la educación pueden también visitar, además de AULA, la feria FORO DE POSTGRADO, Salón de la Educación de Tercer Ciclo y Formación Continua, enfocado a completar la formación universitaria, la especialización, la preparación laboral y, en definitiva, la formación a lo largo de la vida. Además, los profesores pueden participar en talleres y conferencias, presentar ponencias, conocer novedades en productos educativos y didácticos… en el Salón Internacional de Material Educativo, INTERDIDAC, y la 3ª convocatoria de RECURSOS PARA LA EDUCACIÓN, muy centrada en “la creatividad en las aulas”. También pueden acercarse a EXPOELEARNING, Congreso Internacional y Feria Profesional que organizamos con AEFOL, la mayor feria y encuentro comercial del e-learning en España. Una completa panorámica de la educación y capacitación a distancia. K
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Rita Ruivo Psicóloga Clínica (Novas Terapias)
Ordem dos Psicólogos (Céd. Prof. Nº 11479)
EspaçoPsi - Psicologia Clínica Parabéns ao Ensino Magazine pelo seu 18º Aniversário
020 /// FEVEREIRO 2016
Parabéns ao Ensino Magazine
Av. Maria da Conceição, 49 r/c B 2775-605 Carcavelos Telf.: 966 576 123 E-Mail: psicologia@rvj.pt
MANUEL HEITOR APRESENTOU ORÇAMENTO DE ESTADO
Cidades do conhecimento 6 O ministro da Ciência Tecnologia e Ensino Superior apresentou, no dia 13, em Castelo Branco, o Orçamento de Estado para 2016 numa ação promovida pela Federação Distrital do Partido Socialista, onde anunciou a criação de “uma rede de Cidades e Regiões com Conhecimento”, a qual nas Beiras integrará os institutos politécnicos de Castelo Branco, Guarda e Viseu. No entender de Manuel Heitor, o Orçamento de Estado para 2016 é um orçamento de mudança “face ao que foi imposto nos últimos anos em que houve austeridade e em que não se tiveram em conta as questões sociais. Este é um orçamento responsável, que favorece o crescimento económico, a criação de emprego e que assegura o rigor das contas públicas”. O governante referiu que o orçamento para 2016 subiu 2,4% para o ensino superior, onde “a mudança foi radical” e 4,6% na ciência e tecnologia. “Há um claro esforço orçamental face a 2015, não estando ainda consideradas as reposições salariais”, disse. Um aumento que Manuel Heitor diz ser consagrado no reforço da formação humana avançada, mas também num novo programa de investigação. O ministro abordou o Programa de Modernização e Valorização dos Institutos Politécnicos, o qual está assente em cinco
Manuel Heitor com Joaquim Morão e Hortense Martins
linhas estratégicas, a saber: “incentivar atividades de Investigação & Desenvolvimento (I&D) baseadas na experiência; reforçar a oferta de formações especializadas de curta duração; fomentar a melhoria do desempenho e da qualidade da despesa pública, designadamente fomentando consórcios e a partilha de recursos; estimular uma rede de Cidades e Regiões com Conhecimento; e alargar
a base social do conhecimento e a sua especialização progressiva em temáticas com forte apropriação territorial”. Manuel Heitor lembrou que foi já criado “um grupo de trabalho” e espera que dentro de “três meses haja projetos dos institutos politécnicos com empresas e entidades ligadas à resolução dos problemas das regiões”. O ministro preconiza que as instituições “possam
fazer parcerias, sem colocarem em causa a sua autonomia, nas diferentes áreas”. Foi nessa perspetiva que foram lançados os laboratórios de participação pública, “os quais também chegarão a Castelo Branco”. Mas a aposta no ensino politécnico passa também por classificar os cursos de Técnico Superior Profissional “como formação superior, de modo a garantir o prosseguimento de estudos em licenciaturas”. Confrontado com a questão da contratação e da dificuldade por que passam algumas instituições politécnicas (facto que levou mesmo o presidente do Politécnico da Guarda a suspender as atividades para as quais tinha sido nomeado - ver página 10), Manuel Heitor disso que a decisão foi de “não proibir a contração, mas de nesses casos haver a necessidade de um autorização por parte dos ministérios das Finanças e do Ensino Superior”. Para Manuel Heitor através “do estimulo da investigação iremos responder a esses institutos”, lembrando que foi “criado um grupo de trabalho com elementos do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos e do Conselho de Reitores, para que em 2016 essas instituições possam ser devidamente tratadas de forma a que saiam desse défice”. K
VILA RAIANA RECEBEU MINISTRO DA CULTURA
Soares elogia Idanha 6 O ministro da Cultura, João Soares, esteve recentemente no concelho de Idanha-a-Nova para felicitar aquela vila raiana pelo facto de ter sido classificada como Cidade da Música, no âmbito da Rede de Cidades Criativas da UNESCO. João Soares, apesar de só desempenhar o cargo há cerca de dois meses, referiu aos idanhenses, em pleno Salão Nobre do município local, que “a consagração de Idanha-a-Nova nesta rede internacional obrigava-me a estar aqui imediatamente, dado que o país reconhece a importância desse momento, que é justo e merecido”. “Só a realização de um conselho de Ministros nesse mesmo dia mo impediu e por isso aqui estou agora, com algum atraso, a fazê-lo”, disse o governante. “Pude perceber a importância do trabalho aqui efetuado de há muitos anos a esta parte, bem como da qualidade da resiliência de autarcas como Joaquim Morão, Álvaro Rocha e Armindo Jacinto que, na assunção das suas responsabilidades, contribuíram para este importante resultado para o nosso país”, acrescentou o ministro da Cultura. Armindo Jacinto, o presidente do município idanhense, enalteceu por seu
Ministro da Cultura destacou a entrada de Idanha na rede da UNESCO
lado todo o trabalho desenvolvido pelas instituições locais que, em seu entender, “têm engrandecido a nossa estratégia na área cultural, diversificando-a e
cimentando-a”, ao mesmo tempo que salientou o facto de Idanha-a-Nova estar hoje nesta rede ao lado de grandes cidades à escala global. “A nossa herança
histórico-cultural e os grandes investimentos que foram e estão aqui a ser feitos justificam este estatuto”, garantiu o autarca, para quem “a estratégia de futuro não exclui desse processo o mundo rural”. Com 116 membros em todo mundo, a rede das cidades criativas eleva Idanhaa-Nova para um patamar de excelência que o autarca quer ver reforçado com o estatuto de Património Natural e Cultural, processo para o qual piscou o olho ao Governo, exigindo de João Soares uma atenção especial para este caso. O programa incluiu ainda uma visita ao Centro Cultural Raiano e às exposições patentes nesse espaço, bem como à Escola Superior de Gestão de Idanha-a-Nova (ESGIN), culminando com um almoço no Restaurante Pedagógico da Sra. da Graça, confecionado e servido pela ESGIN, em parceria com o Monsanto GeoHotel Escola. Ao longo da manhã os participantes foram também brindados com diversos momentos musicais protagonizados por grupos do concelho de Idanha-a-Nova. Ou não tivesse esta terra “na música o som da alma das suas gentes”, como asseverou Armindo Jacinto. K
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“PEDAGOGIA (A)CRÍTICA NO SUPERIOR” (VIII)
O tempo das notas 7 «Avaliar e classificar: o caminho conta mais que a chegada.» (Santana Castilho, Inquietem-se!, 2015: 125) O final do semestre era o tempo do lufa-lufa avaliativo. Supostamente, a avaliação era contínua, mas o pico da entrega dos trabalhos dava-se na última aula quando caíam às resmas na secretária do Prof.S.. Nas UC de didáctica dos cursos de formação de professores, os materiais – apresentados em caixas, baús e maletas pedagógicas – implicavam uma logística de transporte que não era despicienda. Mas tudo ele carregava para casa, onde se refugiaria nos próximos dias. Apesar dos protestos familiares, a sala era invadida por aquela tralha escolar: havia trabalhos empilhados, de acordo com as UC leccionadas, na secretária, nas prateleiras, em cima da mesa grande e até no chão. O uso daqueles espaços domésticos ficava então profundamente alterado face a tal ‘congestionamento académico’. O Prof.S. impunha sérias restrições à circulação, limitava as entradas e saídas naquela di-
visão da casa, muito em particular à sua benjamim, desejosa de brincar com os jogos didácticos e fazer elucubrações gráficas nas capas dos trabalhos, com as canetas de feltro. E tudo isso lhe exigia atenção redobrada… e interrupções constantes; resultado: mau humor em alta. – Enquanto o teu pai não libertar a sala de estar, temos que jantar na cozinha – informação dada, em tom azedo, pela mãe quando a filha se preparava para pôr a mesa. Por esses dias, o Prof.S. centrava-se numa única tarefa – avaliar os trabalhos dos seus alunos. Todas as suas preocupações giravam em torno da leitura criteriosa daquelas centenas de páginas. Aquilo era uma tarefa deveras entediante (pior só a literatura cinzenta do seu ‘pequeno mundo académico’: pareceres, actas, regulamentos,…). E para mais, os estudantes usavam um mix AO90/antiga ortografia (uma versão perversa não prevista pelos governantes que trataram deste magno assunto linguístico com enorme ligeireza); como o Prof.S. tinha uma (quase) obsessão correctiva (ficoulhe do tempo em que foi docente
de Português), aquele tropeçar sistemático nos erros ortográficos deixava-o piurço. Praguejava a torto e a direito. Também as referências não iam além da webgrafia (os estudantes fugiam da biblioteca como ratos do gato) mesmo quando ele impunha, explicitamente, nas orientações para os trabalhos, o requisito bibliográfico. Era a net generation no seu melhor. Contrariar aquela tendência generalizada de pesquisa na ‘fonte única’ revelava-se cada vez mais frustrante. A pressão do tempo era grande e os dias escassos para ler com minúcia todos aqueles trabalhos de grupo. As pilhas iam baixando ainda que lentamente. O ambiente, lá por casa, ressentia-se disso: não havia disponibilidade para miúdos ou graúdos. – Estás cá com um feitio! Quando é que acabas isso? Ainda falta muito para lançares as notas? – perguntas da sua esposa que ao ficarem sem resposta acentuavam o clima de crispação. Acabadas as anotações dos trabalhos, introduzia as classificações na folha de Excel: 40% para o tra-
balho de campo, 45% para os três trabalhos individuais e participação nas aulas, 15% para a assiduidade. O equilíbrio entre estas três componentes custava a estabilizar. Era um professor céptico: mesmo as (poucas) certezas eram desafiadas, permanentemente, pela sua atitude de reflexivo crítico empedernido. Os números daquela tabela eram analisados em termos absolutos e relativos. Seguia-se a ponderação dos valores finais, com base numa visão qualitativa e holística (forma inglória de atenuar o atomismo tecnocrático da docimologia). O último dos três dias úteis, que o calendário impunha para lançar as notas, passava-o na persistente tentativa de encontrar justeza no acto de classificar. Aquela nota, sabia-o bem, ficava-lhes para a vida (raros eram os que recorriam à «melhoria»). Lançou as classificações finais no portal (agora, também as pautas virtuais fugiam à socialização e ao escrutínio, em nome de uma pretensa privacidade dos resultados). Imprimiu o «livro de termos» e, já aliviado, tomou uma decisão quanto ao futuro…
Este ano lectivo, todos os trabalhos seriam alojados na moodle. O Prof.S. convenceu-se que a sua entrega no formato virtual tinha, para si e para os estudantes, uma quíntupla vantagem: ambiental (reduzia-se no papel, poupando as florestas), computacional (treinavase a informática, aperfeiçoando as capacidades técnicas); partilha (atenuava-se a concorrência, aumentando a transparência dos juízos de avaliação); arquivista (ganhava-se espaço na arrecadação do departamento, dando-lhe outra utilidade); e familiar (acabava-se com a desarrumação sazonal da sala de estar, aliviando o agrume de sua mulher). K Luís Souta _ luis.souta@ese.ips.pt (Este texto está redigido segundo a “antiga” e identitária ortografia) _
CRÓNICA
Cartas desde la ilusión 7 Querido amigo: En mi carta anterior, acababa planteando la necesidad de repensar, y, por tanto, reorganizar la formación continua del profesorado. Siempre me ha llamado la atención (y te lo he comentando en más de una ocasión) que las empresas tienen un sistema de formación continua de sus empleados basado en los requerimientos actuales de la sociedad y enfocado a dar satisfacción a las nuevas necesidades que surgen. Sin embargo, en el sistema educativo se ha enfocado erróneamente, en mi opinión, la necesidad de formación continuada de los profesores, porque creo que carece del sentido de abordaje positivo de las necesidades reales de los alumnos. Es evidente, creo, que la formación continuada de los profesores ha de ser obligatoria, aunque no impuesta. He impartido muchos cursos de formación continuada del profesorado en los que algunos educadores acababan confesando que acudían “por imposición de la dirección del centro” y, en consecuencia, totalmente desmotivados. Cuando te encuentras con este tipo de situaciones, comienzas a preguntarte por el impacto real del curso que estás impartiendo. A pesar de mi optimismo personal, siempre he albergado la duda sobre la utilidad de
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los cursos que he impartido, sobre todo cuando oyes a los educadores manifestarse en tono de queja por la imposición de la formación. En esos casos, cualquier esfuerzo resulta, a mi parecer, inútil. Por tanto, sigo pensando que en la formación continua del profesorado hemos cometido el error de mantener un formato totalmente informativo sobre el tema en cuestión (inteligencia emocional, desarrollo de competencias, resolución de conflictos en el aula, potenciación del pensamiento crítico, nuevas metodologías para el aprendizaje, aplicación de las nuevas tecnologías en el aula, etc.), sin resolver el tema fundamental de la implicación del profesorado. Te confieso que, mientras impartía muchas de mis charlas, conferencias y clases de cursos de formación, me preguntaba a mí mismo más o menos lo siguiente: ¿servirá para algo lo que les estoy transmitiendo a estos profesores que, al menos aparentemente, me escuchan? ¿asumirán los profesores estos aspectos prácticos para implantarlos en el aula? ¿serán capaces de renunciar a la “dictadura” del libro de texto? ¿tendrán estos educadores la confianza en sí mismos necesaria para dar alas a sus propias propuestas creativas, tras compartirlas y discutirlas con sus colegas? Siempre he creído, y seguiré creyendo, que esta última pregun-
ta encierra todo un programa y una filosofía de base para la resolución del problema de la formación continua del profesorado. En mi vida profesional, siempre he valorado la “auto-didáctica”. He tenido alumnos que me han consultado acerca de su actuación en relación con el aprendizaje de mis asignaturas basado en su autodidáctica, y siempre les he animado a “salirse de la rutina” y emprender el viaje por su propia cuenta, aprendiendo de sus propuestas personales y de los avatares de sus propias ejecuciones. Cuando estos alumnos han perseverado en su intento y han mantenido esa perspectiva, su éxito ha sido rotundo. He llegado a escuchar frases como ésta: “gracias a ti ha cambiado mi vida”. Lo mejor de todo es que yo prácticamente no intervine, salvo para guiar sus pasos cuando me solicitaban consejo. Me gustaría que la actuación de los profesores, en lo que respecta a su formación continua, se basara precisamente en esto, es decir, en aceptar el reto de la propia autoformación, planteando estrategias de actuación y buscando solución a los problemas que, de continuo, vayan surgiendo en el aula, siempre tratando de compartir las experiencias con los colegas que puedan iluminar sus dudas. Esto supone adoptar una postura de pro-acción y de retro-acción, que, a mi juicio, es la base de cual-
quier aprendizaje. En efecto, una postura pro-activa lleva a mantener la atención sobre “lo que pueda suceder”, tomando conciencia de los retos que presenta cada situación educativa. Por tanto, no se dejan las cosas sujetas al dictado de la “rutina” diaria, ni tampoco se abandonan al azar de lo que pueda suceder. Evidentemente, no se trata de dominar y fijar el futuro, sino de estar alerta para “leer” y reconocer el devenir de las situaciones y reaccionar de la manera más adecuada en cada momento. Esa postura pro-activa tiene que estar complementada, en cada momento, con una perspectiva retro-activa basada en la evaluación continua de lo sucedido para conseguir valorar el impacto de cada acción educativa sobre los alumnos y sobre la propia dinámica de la intervención pedagógica. La evaluación continuada de la intervención y del impacto (resultados producidos) tiene que ser algo inherente al quehacer educativo. No se puede actuar “porque sí”, o “porque lo dictan los libros de pedagogía”. Esta evaluación tiene que ser productiva, es decir, tiene que contribuir a mejorar la postura pro-activa y, por consiguiente, la intencionalidad de la acción educativa para conseguir los mejores resultados posibles. Sé que es fácil teorizar, pero creo que de una buena teoría na-
cerá una buena práctica. Las buenas prácticas no surgen de la nada, del capricho, del “a ver qué hago ahora”, etc., sino de una convicción arraigada en el propio ser del educador. Se puede intuir, por lo que te he dicho, que volvemos a plantearnos la dinámica completa de la acción educadora: 1) “saber qué” (la propia experiencia nos lo dictará y nos lo enriquecerá), 2) “saber cómo” (la valoración de la práctica educativa nos irá informando del impacto de nuestra actuación diaria), 3) “saber ser” (aceptarnos como somos y creer en nuestras posibilidades de cara a nuestros alumnos y a la mejora de nuestra actuación) y 4) “saber estar” (compartir con nuestros colegas nuestras inquietudes, nuestras dudas, nuestros errores -¿por qué no?-, nuestros éxitos... y solicitar lo mismo de ellos). Seguiremos. Hasta la próxima, como siempre, ¡salud y felicidad! K Juan A. Castro Posada _ juancastrop@gmail.com
ESCOLAS ASSOCIADAS DA UNESCO - FÓRUM ECONÓMICO E SOCIAL PAULO VI
Uma experiência de ensino e aprendizagem inovadora zagem. Para a edição deste ano que terá lugar no próximo dia 26 de fevereiro, no Auditório do Hospital Escola da Universidade Fernando Pessoa, os alunos escolheram como tema agregador «A Educação, a Qualificação e a Empregabilidade em Portugal: Horizonte 2030». Neste projeto, os alunos podem assistir a conferências, ser oradores, participar em de-
bates, mesas redondas, apresentar estudos de caso, participar em sessões temáticas paralelas, complementares às conferências principais, em modalidade de workshops, seminários e/ou oficinas; realizar saídas de estudo temáticas, entre outras modalidades formativas. Esta iniciativa mas está aberta à sociedade civil em geral. Ao longo dos anos
temos construído, também, com conjunto de parcerias estratégicas com outras instituições e organismos que se tornaram nossos colaboradores e conferem maior visibilidade a esta experiência de ensino e aprendizagem, destes gostaríamos de destacar o Hospital Escola da UFP, a Associação de Professores de Geografia e a Europe Direct. Este ano con-
tamos, pela primeira vez, com o apoio da Comissão Nacional da UNESCO – Portugal. K Vítor Fontes _
Professor de Geografia no Colégio Paulo VI Coordenador do Fórum Económico e Social Paulo VI Coordenador do Projeto da Rede de Escolas Associadas UNESCO no Colégio Paulo VI
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7 Pensar a educação, hoje, implica pensar numa educação com vista a uma cidadania e participação ativas e democráticas em todas as esferas da vida do indivíduo. A escola do século XXI é, permanentemente, desafiada a olhar a aprendizagem como um processo interativo e dinâmico, em constante evolução. Responder a estes desafios exige a criação de projetos atentos e abertos aos problemas de âmbito social, cultural e económico em diferentes escalas, os quais possam criar espaços para a construção de conhecimento mútuo e preparação para uma cidadania ativa, consciente e empenhada. Com base nestes pressupostos, o Colégio Paulo VI (Gondomar) abraçou um novo desafio: integrar a Rede de Escolas Associadas UNESCO, comprometendo-se a desenvolver, durante o ano letivo de 2015/2016, dezasseis projetos (do pré-escolar até ao 12.º ano), que incorporam os valores da educação consagrados pela UNESCO. Destes, gostaríamos de apresentar o «Fórum Económico e Social Paulo VI». Este projeto procura, simultaneamente, dar um contributo para a promoção de uma cidadania participativa e para a afirmação da Geografia e da Economia na formação integral dos nossos alunos, assumindo-se como uma proposta educativa aberta, inovadora e multidisciplinar no panorama educativo do ensino secundário em Portugal. Esta iniciativa nasce da necessidade de criar um espaço na nossa escola que permita a
todos os alunos do ensino secundário dos cursos de Ciências Socioeconómicas e Línguas e Humanidades reunirem-se para participarem de forma ativa num debate amplo e especializado sobre temas estruturantes da sociedade portuguesa. Deste modo, o Departamento de Ciências Socioeconómicas do Colégio Paulo VI decidiu que, uma vez por ano e durante um dia inteiro, todos os alunos inscritos naqueles cursos passariam a reunir-se para se envolverem numa experiência de ensino “diferente”. Entre os principais objetivos deste projeto pedagógico constam: proporcionar aos alunos a possibilidade de contactar com um painel de reputados especialistas de áreas científicas e disciplinares diversas; desenvolver estudos de caso a partir de núcleos temáticos estruturantes para a compreensão da sociedade portuguesa, tendo em consideração a nossa relação com a Europa e mundo; estimular a produção de reflexões individuais e coletivas a partir de trabalho orientado de pesquisa e análise, apostando no desenvolvimento do pensamento crítico dos alunos; desenvolver competências organizativas e de trabalho colaborativo entre todos os alunos e professores envolvidos nesta iniciativa, entre outros. Iniciado no ano letivo de 2010/2011, o Fórum Económico e Social Paulo VI vai já na sexta edição. Em cada edição, os alunos escolhem um núcleo temático agregador de todas as iniciativas e experiências de aprendi-
FEVEREIRO 2016 /// 023
EDITORIAL
Professores: os grandes obreiros da renovação 7 A formação da identidade do professor, o sentido da sua profissionalidade, constitui uma das grandes preocupações das instituições formadoras e das associações profissionais e sindicais dos docentes, dadas as implicações da actuação profissional na prática social. Neste contexto, é genericamente aceite que os educadores devem ser profissionais que elaborem com criatividade conhecimentos teóricos e críticos sobre a realidade escola e da comunidade que a envolve e condiciona. Neste tempo de profunda revolução tecnológica, os professores devem ser vistos como parceiros na transformação da qualidade social da escola, compreendendo isso os contextos históricos, sociais, culturais e organizacionais que fazem parte e interferem na sua actividade docente. Caberia, assim, aos educadores a tarefa de apontar renovados caminhos institucionais face aos novos e constantes desafios do mundo contemporâneo, com competência do conhecimento, com profissionalismo ético e consciência política. Só assim estariam aptos
a oferecer novas oportunidades educacionais aos alunos, para que estes alcançassem a construção e a reconstrução de saberes, à luz do pensamento reflexivo e crítico. A escola, então, desempenharia um papel fundamental em todo o processo de formação de cidadãos aptos para viverem na actual sociedade da informação e do conhecimento. Caberia ao sistema educativo fornecer, a todos, meios para dominar a proliferação de informações, de as seleccionar com espírito crítico, preparando-os para lidarem com uma enorme quantidade de informações que nos chegam, a todo o momento, dentro e fora do espaço escolar. A importância do papel dos professores, enquanto agentes desta mudança, revela-se fundamental. Eles têm um papel determinante na formação de atitudes, positivas e negativas, face ao processo de ensino – aprendizagem e na criação das condições necessárias para o sucesso da educação formal e da educação permanente, motivando-os para a pesquisa e interpretação da in-
formação e para a elaboração de um espírito crítico. Os aprendentes deveriam, progressivamente, desenvolver a curiosidade pelo mundo que os rodeia, desenvolver a autonomia do pensamento reflexivo e estimular o rigor intelectual, como forma de criar as condições para o “saber aprender a aprender”, pilar fundamental para uma educação ao longo da vida. Por sua vez, essa educação ao longo da vida deve constituir um direito de todos as pessoas, independentemente da sua idade, habilitações e percurso profissional, à aquisição de saberes e competências que lhes permitam participar na construção contínua do seu desenvolvimento pessoal e profissional, proporcionandolhes instrumentos para a compreensão das mudanças numa sociedade em rápida evolução, instrumentos para identificar os seus interesses e direitos e desenvolvimento de capacidades para intervir e agir adequadamente. Esse direito pressupõe a disponibilização de condições para a actualização e domínio de novos saberes e tecnologias,
a certificação das competências adquiridas por via formal ou informal, nomeadamente as adquiridas ao longo da sua actividade profissional. Uma estratégia de educação ao longo da vida tem de articular e dar coerência às suas várias vertentes: a formação inicial e a transição da escola para a vida activa; a acreditação e a certificação das competências, formais e informais; a educação e a formação de adultos, ou mesmo a formação permanente nos locais de trabalho. O cenário educacional contemporâneo mostra, ainda, uma forte tendência: a crescente inserção dos métodos, técnicas e tecnologias de educação a distância num sistema integrado de oferta de ensino superior, permitindo o estabelecimento de cursos com combinação variável de recursos pedagógicos, presenciais e não presenciais, sem que se criem dois sistemas separados. Nesse novo e promissor cenário, o próprio conceito de educação à distância ganha uma dimensão renovada, tornando-se, na verdade, numa educação
sem distâncias. A escola é, ainda, a grande alavanca do desenvolvimento. A sociedade do conhecimento alicerça-se no crescimento do capital humano, na promoção da aprendizagem ao longo da vida. Atrofiar a escola (sobretudo a escola pública e democrática), bem como o investimento na educação, compromete o futuro, mas também responsabiliza aqueles que protagonizam essas políticas. K João Ruivo _ ruivo@rvj.pt Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico _
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O teu jornal de educação e juventude Assinatura Anual 15 euros
www.ensino.eu 024 /// FEVEREIRO 2016
Distribuição em Portugal, Espanha, África e Macau
CRÓNICA SALAMANCA Publicação Periódica nº 121611 Dep. Legal nº 120847/98 Redacção, Edição, Administração Av. do Brasil, 4 R/C Apartado 262 Telef./Fax: 272324645 6000-909 Castelo Branco www.ensino.eu ensino@rvj.pt Director Fundador João Ruivo ruivo@rvj.pt Director João Carrega carrega@rvj.pt Editor Vitor Tomé vitor@rvj.pt Editor Gráfico Rui Rodrigues ruimiguel@rvj.pt Serviço Reconquista: Agostinho Dias, Júlio Cruz, Cristina Mota Saraiva, Artur Jorge, José Furtado e Lídia Barata Serviço Rádio Condestável: António Reis, José Carlos Reis, Luís Biscaia, Carlos Ribeiro, Manuel Fernandes e Hugo Rafael. Castelo Branco: Tiago Carvalho Guarda: Rui Agostinho Covilhã: Marisa Ribeiro Viseu: Luis Costa/Cecília Matos Portalegre: Maria Batista Évora: Noémi Marujo noemi@rvj.pt Lisboa: Jorge Azevedo jorge@rvj.pt Nuno Dias da Silva Paris: António Natário Amsterdão: Marco van Eijk Edição RVJ - Editores, Lda. Jornal Reconquista Grafismo Rui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda. Secretariado Francisco Carrega Sílvio Mendes Relações Públicas Carine Pires carine@rvj.pt Colaboradores: Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Realinho, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Belo Gomes, Carlos Correia, Carlos Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Elsa Ligeiro, Ernesto Candeias Martins, Eugénia Sousa, Fernando Raposo, Florinda Baptista, Francisco Abreu, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mesquita, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joaquim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, João Vasco (fotografia), Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Felgueiras, José Carlos Moura, José Pires, José Pedro Reis, Janeca (cartoon), José Rafael, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Luis Souta, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Maria João Leitão, Maria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faustino, Ricardo Nunes, Rogério Ribeiro, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras,Sandra Nascimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susana Rodrigues (U. Évora) e Valter Lemos
«El principito» en la Universidad 6 No nos referimos aquí a ningún príncipe, a ningún vástago de casa real que haga su presencia en una universidad determinada, para honrarla o adornarla, para formarse en futuras responsabilidades políticas , o para que le sirva algún día de referencia patrimonial intelectual en el obligado curriculum que siempre ha de presentar en público, sea en ocasiones a las revistas del corazón o en otros casos a exigencias del guión parlamentario, cuando de asuntos del gobierno público se trate, sea monarquía parlamentaria o no. Hoy todos sabemos muy bien dónde han estudiado los príncipes de la monarquía inglesa, o de la monarquía española, o de la kuwaití y la de Arabia Saudí, o dónde lo harán los futuros monarcas, si al fin esa institución logra superar los vaivenes en que se mueve un país que ha heredado dicha institución desde siglos atrás. La universidad, algunas universidades sería más correcto afirmar, mantienen un referente simbólico, mezcla de tradición y poder, de buen hacer y liturgias ceremoniosas, además de reconocida calidad en su oferta formativa. Por ello son elegidas por las casas reales para que se conviertan en marco ornamental del imaginario colectivo que precisan los pueblos, los países, la tradición monárquica. Pero aquí hablamos de otro príncipe, ciertamente muy famoso. Nos referimos a la conocida y universal obra literaria
escrita por Antoine de SaintExupéry, “El Principito”, en el original “Le Petit Prince”, en portugués “O Principezinho”, y publicada en 1943. Hoy está traducida a más de 250 idiomas y dialectos, siendo reconocida como una obra universal de la novela infantil, aunque en realidad no sea solo una obra para niños. También ha sido adaptada para el cine, el teatro y ha logrado versiones musicales de gran importancia ¿Qué sentido tiene ahora hablar de esta obra, de esta breve novela en la universidad, cuando desde hace tiempo todas las bibliotecas universitarias cobijan en sus anaqueles y estanterías numerosas ediciones de la obra, parte de los muchos millones de ejemplares que se han editado hasta ahora en todo el mundo? Hablamos de una buena noticia, producida recientemente. Olga María dos Santos Gordino, procedente de Castelo Branco, ha defendido éxito en nuestra Facultad de Educación su tesis doctoral, titulada precisamente “O Principezinho, de Antoine de Saint-Exupéry, como recurso didatico numa educaçao intercultural”. El resultado final ha sido muy brillante por la calidad de la investigación doctoral, y por el proyecto de acción intercultural que propone a los educadores, ya sean maestros, profesores, padres, o educadores de diferente atribución profesional, procedencia y orientación. El Principito, como es bien sabido, es una breve novela
llena de imaginación y de poder sugestivo. El Principito es la narración de una bella historia novelada de interacciones y de construcción de relaciones, cargada de valores y simbolismo, donde emergen la apertura, la amistad, la tolerancia, el respeto al otro, la soledad, el sentido de la vida, la diversidad de razas y etnias, de mundos y planetas, la vida interior individual, la reflexión sobre el proyecto y el camino a seguir. Es una historia de amor en el sentido más profundo, que suscita en el lector preguntas profundas sobre el ser y la vida. Es una narración delicada donde cabe la sonrisa y la comprensión, partiendo del alma infantil, que es la que se formula todas las preguntas y las eleva al mundo de los mayores. Lo interesante de la aportación de Olga Gordino es, además de invitarnos una vez más a la lectura y el disfrute de la obra de Saint-Exupéry, el proyecto didáctico de carácter intercultural que se construye en la escuela a partir de la lectura de la obra por parte de los niños. Considerando que la sociedad europea de nuestro tiempo es crecientemente multicultural, y desde luego los centros educativos y escolares lo son también, el uso en las escuelas de un material pedagógico tan sensible y bello como El Principito nos parece un acierto incuestionable para atender la educación intercultural que precisa nuestra sociedad, para no ser precisamente cerrada, dogmática e insensible a esta
realidad tan visible en nuestros días como es la diversidad cultural, étnica, religiosa, lingüística de nuestras aulas. La universidad también puede surtirse de muchas de las propuestas pedagógicas, de esos valores de encuentro que destila El Principito, porque hoy más que nunca nuestra universidad es, y debe ser, día a día cosmopolita, plural, diversa, tanto en la composición real de los estudiantes como de los profesores, y de los programas interculturales que pueden y deben promocionarse. Por otra parte, la función investigadora de la universidad se ve plenamente reconocida en productos científicos muy bien construidos en torno al Principito, como lo muestra esta tesis doctoral de Olga Gordino. Con ella gana la sociedads, la escuela primaria, pero también la universidad, porque queda enriquecida, plenificada. K José Maria Hernández Díaz_ Universidad de Salamanca jmhd@usal.es
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Contabilidade: Mário Rui Dias Propriedade: RVJ - Editores Lda. NIF: 503932043 Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (accionistas com mais de 10% do Capital Social) Assinantes: 15 Euros/Ano Empresa Jornalistica n.º221610 Av. do Brasil, 4 r/c Castelo Branco Email: rvj@rvj.pt Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Jornal Reconquista - Zona Industrial - 6000 Castelo Branco
www.ensino.eu FEVEREIRO 2016 /// 025
DAVID FONSECA
Agora em português
6 David Fonseca é uma das mais carismáticas vozes da música portuguesa. Já o tínhamos ouvido cantar em português, mas «Futuro Eu» é o primeiro álbum onde o inglês dá lugar à língua de Camões. Depois uma carreira construída a cantar em inglês, o novo álbum é cantado só em português. O que mudou no processo criativo? É um processo muito diferente. Acho mais fácil escrever em português porque tenho um domínio muito maior da minha língua-mãe. No entanto, é para mim bem mais complexo de cantar. Isso fez com que eu levasse mais tempo a chegar às palavras que queria cantar do que nas canções que costumo escrever em inglês. Mas encarei isso com naturalidade. Desde início sabia que seria um trabalho mais longo, até porque não tenho nem metade da prática a escrever em português que tenho em inglês. Nesse idioma já escrevo há muitos anos e tenho uma série de truques e de formas de relacionamento com a língua que ainda não desenvolvera em português. O maior desafio foi, no fundo, encontrar a minha pessoa no meio de uma nova linguagem. Como é que os fãs reagiram à novidade? Reagiram muito bem. Eu tinha a curiosidade de tentar compor em português, e havia da parte do público a curiosidade de saber como o disco soaria. Não podia pedir
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uma reação melhor do que a obtida. No Natal apresentou uma produção especial, «Driving Home for Christmas», versão do tema de Chris Read. Foi um presente natalício para os fãs? Sim, há 10 anos que faço um vídeo de Natal. Este ano escolhi essa canção de que gosto muito. A ideia foi cantar a canção ao vivo enquanto conduzia uma moto. Foi muito divertido e fiquei muito contente com o resultado. «Deixa Ser», dueto com Márcia, é o mais recente single do «Futuro Eu». Gosta de colaborações? Gosto muito de colaborar com outros músicos. Tenho peno de não fazer mais colaborações, mas nem sempre há disponibilidade da minha parte ou da parte dos outros músicos. Ainda no tema das colaborações, em janeiro o David Fonseca participou numa ação solidária a favor da Fundação Gil. Está sempre pronto a ajudar? Quando consigo, sim. Dito isso, procuro arranjar sempre tempo. Recebi a proposta para realizar um ato solidário pelas mãos da organização eSolidar, um site gerido por um grupo de pessoas que tenta ajudar organizações sem fins lucrativos. Leiloámos um original autografado da minha coleção de fotografias e um almoço com o vencedor do prémio.
Nos primeiros meses do ano anda em digressão, com destaque para espetáculos em Espanha. Há outras possibilidades de mostrar o novo trabalho no estrangeiro? Há sempre. Mas estamos a fazer a digressão em Portugal e, simplesmente, abriu-se a possibilidade de tocar também em Espanha, visto que as distâncias são curtas. Tocamos duas datas em Espanha: Madrid e Barcelona,. Depois regressamos a Portugal para continuarmos a tocar em teatros até abril. A partir daí os concertos começam a ser ao ar livre. Temos um ano muito cheio pela frente.
no alinhamento ao vivo? O novo disco é o grande foco da atual digressão, embora obviamente os concertos ofereçam canções de várias fases da minha carreira. Tem também uma forte componente visual... É um espetáculo que tem uma componente visual muito forte que deverá colaborar para o entrosamento nas canções que apresentamos. K
O novo álbum tem uma presença forte
Entrevista: Hugo Rafael _ Texto: Tiago Carvalho _ Facebook Oficial H
A RÁDIO NO SEU MELHOR! Há 30 anos perto de si... Cernache do BonJardim | Tel. 274 800 020 | geral@radiocondestavel.pt
EDIÇÕES
Novidades literárias 7 TOP SELLER. Os 100: 21 Dias Depois, de Kass Morgan. É o segundo volume da saga «Os 100». Há 21 dias, um grupo de 100 jovens pensavam ser os primeiros humanos a pisar o solo terrestre em séculos, após uma guerra nuclear ter devastado o planeta. Pensavam estar sozinhos e seguros, mas a realidade revelou-se completamente diferente. Nesta excitante aventura, os 100 vão ser postos à prova e terão de se unir para sobreviver.
PRESENÇA. A Filha Desaparecida, de Jane Shemilt. Um ano depois do desaparecimento de Naomi, filha de Jenny, esta continua desaparecida. A polícia procurou em vão e os piores cenários, rapto ou homicídio, parecem hipóteses remotas. A busca obsessiva de Jenny, que não desiste da filha, sugere outra explicação: as pessoas em quem confiava e que julgava conhecer têm escondido segredos – sobretudo a própria Naomi.
GENTE E LIVROS
Stephen King 7 O norte-americano Stephen King é um dos mais notáveis romancistas da literatura de terror e ficção sobrenatural. As suas obras, frequentemente adaptadas ao cinema, venderam já mais de 350 milhões de exemplares, em mais de 40 países, fazendo de Stephen King o nono autor mais traduzido no mundo. A infância do autor foi conturbada. “Nasceu em 1947, em Portland, Maine. Filho de um marinheiro mercante, que abandonou a família em 1950, foi criado pela mãe, em Durham, juntamente com o seu irmão David. A mãe viu-se forçada a trabalhar precariamente para poder sustentar os seus filhos”, conta a biografia da Bertrand, a editora portuguesa de Stephen King. Os primeiros contos começam a ser escritos durante os estudos secundários. Depois de ver alguns manuscritos rejeitados para publicação, o autor publica o seu primeiro conto numa fanzine de terror.
Tabitha King H
Licenciado pela Universidade do Maine em 1970, Stephen King foi instrutor na Hampden Academy, até publicar o seu primeiro romance, «Carrie» (1974), a história de uma rapariga com poderes telecinéticos. “Atirou as primeiras páginas do trabalho ao lixo, mas foram resgatadas pela esposa,
que o encorajou a prossegui-las. A obra não teve, a princípio, senão um sucesso modesto, mas com a adaptação para cinema e com a publicação do romance «Salem’s Lot» (1976), Stephen King conseguiu estabelecerse como importante escritor de literatura de terror», refere a Bertrand. «The Shining», «Conta Comigo», «A Hora do Vampiro», «O Cemitério», «Christine», «It – A Coisa», «Eclipse Total» e «À Espera de um Milagre» são exemplos de outras obras do autor adaptadas ao cinema. Em 1999, Stephen King foi atropelado durante uma caminhada nos arredores da sua casa de verão. Fica gravemente ferido, mas inicia no mês seguinte a criação do website «stephenking.com», tornando-se o primeiro escritor famoso a recorrer ao suporte virtual. Atualmente continua a publicar livros com regularidade, a colaborar na televisão e cinema, passando a maior parte da sua carreira em Bangor, no estado do Maine. K Tiago Carvalho _
BERTRAND. BemVindos a Joyland, de Stephen King. Devin Jones, estudante universitário, aceitou o trabalho de verão em Joyland, um parque de diversões, na esperança de esquecer a rapariga que lhe partiu o coração. Mas acaba por se deparar com algo muito mais terrível: o legado de um homicídio perverso, o destino de uma criança moribunda e verdades obscuras acerca da vida, e do que se lhe segue, que irão mudar para sempre a sua vida. VOGAIS. Pensar como Bill Gates, de Daniel Smith. Este livro, escrito por Daniel Smith, reúne a filosofia de vida e a excelência profissional de um dos maiores génios das tecnologias da informação. Bill Gates é considerado o maior empreendedor da sua geração. Foi um dos protagonistas da idade moderna do computador pessoal e mudou para sempre a forma como o mundo vê a informática e os negócios. O que podemos aprender com ele? DOM QUIXOTE. O País do Carnaval, de Jorge Amado. Edição do primeiro romance do mais internacional dos escritores brasileiros, publicado pela primeira vez em 1931, quando Jorge Amado tinha apenas 18 anos. A obra faz um retrato crítico da imagem festiva e contraditória do Brasil, a partir do olhar do personagem Paulo Rigger, um brasileiro que, após sete anos em França, regressa a um país com o qual não se identifica. K
EDIÇÕES RVJ EDITORES
Orfeão: 50 anos em livro 7 O livro Orfeão 50 anos, da autoria da investigadora Adelaide Salvado, editado pela RVJ – Editores, com o alto patrocínio da Câmara de Castelo Branco, foi apresentado no passado dia 20, no Centro de Cultura Contemporânea. A obra retrata os primeiros 50 anos de história daquela associação já reconhecida nacional e internacionalmente. A apresentação permitiu ainda a distinção de algumas individualidades como Luís Correia, presidente da Câmara de Castelo Branco; Joaquim Morão, ex-autarca albicastrense que deu um forte contributo ao crescimento do Orfeão; Jorge Neves, presidente da Freguesia de Castelo
Branco; Nuno Semedo (orfeonista desde a primeira hora); Padre Horácio Nogueira (primeiro regente, representado pela sobrinha Lucinda Feijão); João Pedro Tavares (representado por Celeste Capelo); Maria do Céu Louro; Adelaide Salvado; Ana Sofia Cardoso e Marta Pereira (designers do livro); e os últimos quatro maestros Carlos Gama, Jorge Correia, Ema Casteleiro e Rui Barata. Luís Correia, presidente da autarquia albicastrense, destacou a importância “do Orfeão. O nosso desenvolvimento precisa de instituições como esta. O Orfeão tem tido um papel fundamental na nossa cultura”. No entender do autarca “o Orfeão
desempenha um papel importante na política cultural do concelho”. Já sobre o livro, Luís Correia, lembrou que ele “retrata também uma parte da história da cidade”. Uma posição também defendida por João Carrega, diretor do Ensino Magazine, a quem coube apresentar a obra. A cerimónia contou ainda com as intervenções do presidente da Freguesia de Castelo Branco, Jorge Neves, do presidente do Orfeão, Daniel Martins, do seu presidente da Assembleia Geral, Simão Ferreira, e da autora do livro, Adelaide Salvado. No final decorreu um espetáculo emotivo, onde cada um dos últimos maestros teve oportunidade de dirigir o Orfeão. K
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PELA OBJETIVA DE J. VASCO
PRESS DAS COISAS SONY XPERIA C5 ULTRA 3 Xperia C5 Ultra é a mais recente aposta da Sony no segmento de phablets, aparelhos que têm telas maiores que as de smartphones, mas não são grandes o suficiente para serem considerados tablets. Preço: 359,47 euros. A dimensão da tela (6 polegadas) e câmara frontal com sensor de 13 megapixels são destaques do novo modelo. K
DEOLINDA «OUTRAS HISTÓRIAS»
Na interrupção letiva estivemos em Loures 3 Aproveitando a interrupção letiva o Ensino Magazine esteve em Loures, no desfile de Carnaval, a acompanhar um estágio profissional de fotografia para alunos da Escola Secundária Matias Aires. Aproveitámos o desfile para fotografar os Reis do Carnaval local. Apesar do mau tempo os inúmeros visitantes não deixaram de contribuir para o crescimento económico daquela cidade, a exemplo do que aconteceu por todo o país. Uma palavra final para quem desfilou que, apesar da chuva, em dança permanente, transmitiu uma enorme alegria a todos e todas as presentes. K
3 «Outras Histórias» é o 4.º álbum de estúdio dos Deolinda e traça caminhos que ainda não haviam sido explorados no repertório e estilo da banda. Entre os convidados estão Manel Cruz (Ornatos Violeta), que faz um dueto com a vocalista Ana Bacalhau em “Desavindos”, e Riot (Buraka Som Sistema) que participa na música “A velha e o DJ”. Participa ainda a Orquestra Sinfonietta de Lisboa. K
PRAZERES DA BOA MESA
Piquillos Recheados com Novilho, Molho de Tomate e Bica de Azeite 3Ingredientes p/ o Recheio (5 pax): 300 g de Novilho 1 Cebola picada 5 Dentes de aalho 1 dl de azeite 2 dl de vinho branco 1 Cenoura 2 Tomates picados ou 1 dl de polpa de tomate Q.B. de sal e pimenta Q.B. de noz-moscada 2 Folhas de louro Preparação do Recheio: Refogar o alho picado, no azeite, juntar a cebola picada e o louro. Quando refogado adicionar a cenoura cortada em pequenos cubos. Juntar a carne picada, mexer bem para que a carne fique solta. Adicionar o vinho branco, o tomate e os temperos. Deixar cozer lentamente mexendo regularmente para não pegar no fundo. Juntar o pão ralado até engrossar um pou-
50g de Cenoura 3 Dentes de Alho Q.B. Sal grosso Q.B. de Açúcar ou Mel 1 Pé de Tomilho Q.B de Pimenta preta
co. No final rectificar os temperos e deixa-se arrefecer. Ingredientes p/ o Molho de Tomate (5 pax): 400 g Tomate fresco 50 g de Bacon em cubos 80g de Cebola 50g de Manteiga
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Preparação: Puxar o bacon e a manteiga, cortar os legumes em pedaços e juntar ao puxado. Adicionar os dentes de alho esmagados. Refrescar com água e temperar. Deixar ferver e mexendo de vez em quando durante 25 minuPublicidade
tos. Triturar e passar pelo chinês fino. Rectificar os temperos Outros Ingredientes: 50g de Alho francês em Juliana fina 50g de Cenoura em Juliana fina Q.B. de Azeite para fritar 1/2 Bica de Azeite Q.B. de Maisena 15 Pimentos de Piquillo em conserva Preparação: Rechear os piquillos com a carne. Levar ao forno. Cortar a bica e fritar em azeite. Passar as julianas pela maisena e levar a fritar. K
Chef Mário Rui Ramos _ Chef Executivo
BOCAS DO GALINHEIRO
Andrei Tarkovsky: um poeta no cinema
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ma era algo que não entretenimento, mas sim arte, no sentido mais profundo e exacto da palavra, e que os filmes não eram apenas reflexos da realidade, mas sim poemas oníricos. Criou a sua própria linguagem e o seu próprio mundo, queria esculpir o tempo e alcançar a verdade intrínseca da existência humana, procurando criar um impacto no espírito de cada espectador.” Foi com “Andrei Rublev (1966), que se iniciou este memorável ciclo na sala albicastrense. Um conto medieval arrebatador sobre a vida do maior pintor russo de ícones, um génio, segundo Tarkovski, um fresco sobre um período turbulento do século XV na Rússia, marcado por lutas intermináveis entre príncipes rivais e invasores. Um filme, por episódios, sobre o
poder das imagens, a pintura, a fundição do sino, e a solidão, em que a natureza e a água, sempre a água a percorrer os filmes deste genial director, acentuam a pequenez do ser humano e as interrogações sobre a sua existência. Entre 1956 e 1960, Tarkovski frequenta a VGIK, a Escola Estatal de Cinema de Moscovo (sabe-se da importância do cinema para o regime), anos em que no âmbito do curso realiza duas curtas-metragens, “Assassinos” (Ubitysty, 1958) e “Hoje não haverá saída livre” (Segodnya uvolneniya ne budet, 1959), juntamente com Aleksandr Gordon, seu colega de curso. “O Rolo Compressor e o Violino” (1960), é o seu trabalho de fim de curso, uma média metragem, sobre um rapaz, um violino e um cilindro e
o seu condutor, que um dia defende o rapaz dos miúdos da rua que escarnecem a sua condição de “músico” e a amizade que se cria entre ambos. “A Infância de Ivan” (1962), a sua primeira longa-metragem, longe de ser um filme de propaganda soviético sobre a guerra, é antes uma reflexão sobre a infância, o sonho e a perda, filme que reflete já o cinema emocional, onde não há pressa e que vai marcar a obra de Tarkovski. “Solaris” (1972), e “Stalker (1979) marcam a visitação do realizar ao universo da ficção científica, sem negar a sua espiritualidade, o confronto da fé com a razão, o primeiro adaptando a obra homónima do polaco Stanislav Lem, e o segundo pouco mais que a ideia da obra dos irmãos Arkadi e Boris Strugatski “Piquenique Junto da Estrada” (Piknic na obotchine). Filmado na Estónia, na altura uma das repúblicas soviéticas, a atmosfera contaminada por resíduos radiactivos terá sido a causa de, tanto Tarkovski como outros intervenientes no filme, terem morrido anos depois de cancro. Pelo meio realizou “O Espelho” (1974), filme sobre memória, reflexão, mistério e sonho, a sua infância, a mãe, a Guerra, trazendo para o filme documentos da época de vários conflitos, combinados com momentos pessoais e quotidianos, filme a que os censores colocaram enormes entraves de exibição e distribuição na Rússia. Não admira pois que anos depois o realizador se exile na Europa Ocidental onde vai dirigir as suas duas últimas obras. “Nostalgia”, de 1983, em que Andrei Gorchakov, um poe-
ta russo, parte à procura do seu passado cultural em Itália, personificado em Beryozovski, um compositor russo sobre o qual pretende reunir para escrever um libreto sobre a sua vida, ao lado de Eugenia, a sua intérprete italiana, que não o consegue separar da nostalgia russa, uma clara referência pessoal ao exílio, que o encontro com Domenico, através do qual e do seu apelo à espiritualidade em resposta ao materialismo, permitir ao escritor compreender o porquê da sua própria nostalgia. Em “O Sacrifício” (1986), Alexander, jornalista e intelectual, com uma criança pequena pela mão, percorrem uma e outra vez o seu caminho, sem uma aparente cronologia temporal, pleno de estranhos incidentes e de despojamento material. Numa altura em que Tarkovski tinha liberdade para filmar, o filme foi rodado na Suécia, terra de um dos seus confessados realizadores de referência, Ingmar Bergman, a morte interrompeu-lhe abruptamente um caminho que, livre do labirinto que é, nesta filme, a escada em caracol da casa por onde sobe e desce para tornar a subir, quase que sem saída, ou solução, como o regime soviético que o manietava. Por isso, ou por causa disso, Alexander a tudo renuncia, pelo fogo. Último filme do cineasta russo, um testamento para memória futura, de um cinema que já não se faz. Até à próxima e bons filmes! K Luís Dinis da Rosa _ Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico
Cartoon: Bruno Janeca H Argumento: Dinis Gardete _
7 Ao longo de 2016, a Leopardo Filmes e a Medeia Filmes levam a cabo um extraordinário lançamento da filmografia de vários cineastas russos, percorrendo quase um século de uma das mais importantes e influentes cinematografias na história do cinema. A começar um dos cineastas cuja obra, apesar de exígua, rodou apenas sete longasmetragens, não deixa ninguém indiferente, sendo ainda hoje, 30 anos após a sua morte, alvo de posições antagónicas. Falamos de Andrei Tarkovsky, um dos expoentes máximos do cinema da então União Soviética, um poeta no cinema, como o titulou Donatella Baglivo no filme com o mesmo nome que realizou e lhe dedicou em 1982. Pena foi que neste ciclo não se tenha exibido este trabalho. Mas o importante também não seria este mas sim os sete filmes do realizador que Castelo Branco teve oportunidade de ver na semana de 15 a 19 de fevereiro, no Cine Teatro Avenida. Cineasta independente, na verdadeira acepção do termo, porque não se lhe reconhece nenhuma escola, porque se manteve intransigentemente à margem dos ditames do regime soviético, que sentiu nas dificuldades que se lhe foram sistematicamente colocando à divulgação da sua obra, inclusive a proibição de algumas, de que “Andrei Rublev” é o caso mais gritante, esteve interdito até 1971, sob a acusação de “falta de verdade histórica”. Andrei Tarkovsky (1932-1986), “um dos realizadores mais poéticos e espirituais da história do cinema, acreditava que o cine-
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QUATRO RODAS
Mais um ataque ao setor automóvel c Nos últimos dias a comunicação social não fala de outra coisa que não seja, orçamento, orçamento, orçamento e agora aparece um novo documento, não menos importante, que é a errata do orçamento. Fala-se de tudo isto, como se os portugueses dominassem o vocabulário do mundo das finanças, como dominam uma discussão sobre futebol. Como se não bastasse, cada vez que começamos a ter capacidade de processar alguma informação, voltam a baralhar-nos com neologismos e conceitos fabricados, que servem de escape aos políticos para explicarem o que não conseguem fazer. Para mim, é simples, o país tem que exportar mais do que importa, se assim for, gera riqueza suficiente para entregar os recursos necessários ao bem comum, que são depois geridos por essa instituição a que decidimos chamar Estado. O Estado tem as suas despesas, que deveriam ser apenas aquelas que decorrem da prestação dos serviços necessários ao desenvolvimento da nossa sociedade, mas parece que não é bem assim…
Para fazer face às despesas, temos que recolher receitas, e a quantidade de receitas recolhidas, vai ditar a quantidade e qualidade dos serviços que o Estado nos pode proporcionar.
Num sistema perfeito, os políticos deveriam explicar, nas campanhas eleitorais, quais as suas ideias sobre os serviços a prestar e a forma como vamos recolher as receitas para pagar
esses serviços. Depois, nós os cidadãos, escolheríamos em eleições. Sendo uma pessoa medianamente atenta, não me lembro de ter ouvido na última campanha eleitoral algumas das ideias que aparecem na proposta de orçamento ou na errata da mesma. Entre outros, anuncia-se AGORA, um autêntico massacre de impostos sobre o setor automóvel e combustíveis, situação que arrasta também o setor transportador. À primeira vista, estas medidas podem até parecer populares, mas acho que devia haver mais respeito relativamente a estes setores. Sem querer invocar esta ou aquela fonte, se olharmos para uma qualquer tabela das empresas mais exportadoras, podemos ver que, no TOP10, há pelo menos 6, que estão diretamente ligadas a este setor. É pois o setor que mais emprego gera, e que, com os seus impostos, contribui para pagar as despesas que o estado tem. Abusar deste setor pode pois ter o efeito contrário. Em vez de se conseguir mais receitas, este abuso pode baixar o consumo destes produtos, e
mesmo dar origem à fuga ou fecho de empresas. Já agora posso acrescentar que, este ano, vamos receber 3 campeonatos mundiais de automobilismo, com forte influência no turismo. É de esperar pois uma reação da entidade federativa a esta situação. Como diz o proverbio, podemos estar a matar a galinha dos ovos de ouro. Parece, no entanto, que ainda não é desta que vamos atacar a despesa… é mais fácil atacar o setor automóvel. K Paulo Almeida _ Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico
CASTELO BRANCO ESTENDE REDE DA UNIVERSIDADE SENIOR
Pólos da Usalbi em seis freguesias 6 Alcains, Almaceda, Cebolais/Retaxo, Santo André das Tojeiras, São Vicente da Beira e Sarzedas são as seis freguesias do concelho de Castelo Branco às quais foram estendidas recentemente as atividades da Universidade Senior Albicastrense (Usalbi). O anúncio foi feito pelo próprio presidente do município, Luís Correia, em conferência de imprensa, no passado dia 18 de fevereiro. Ocasião que juntou também o presidente daquela instituição de ensino, Arnaldo Brás, e os autarcas locais de cada uma das zonas que saem agora beneficiadas com esta medida. Mais de duas centenas de pessoas encontram-se já inscritas para a frequência das diferentes disciplinas e atividades disponibilizadas no âmbito desta parceria, o que faz subir para cerca de um milhar os alunos da Usalbi, tendo em conta aqueles que já frequentam a casa mãe desta instituição, em Castelo Branco.
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Luís Correia salientou que “a inclusão das freguesias neste projeto era uma
promessa que fazia parte da nossa estratégia de desenvolvimento integrado des-
te concelho”. “Intervir também em ações imateriais e no campo social e do conhecimento está entre as nossas prioridades de sempre e esta descentralização da oferta da Usalbi a estas freguesias integra-se, precisamente, nesse objetivo”, acrescentou o presidente do município. Arnaldo Brás frisou, por seu lado, “o entusiasmo que todos os autarcas, a começar pelo presidente da Câmara de Castelo Branco, têm colocado nesta universidade sénior”, mostrando-se também convencido que “com este passo iremos chegar a milhares de pessoas, até porque já há outras freguesias para além destas que manifestaram o seu interesse em também aderirem às atividades e aulas da Usalbi”. Artes, Cidadania, TIC/Informática, Hidroginástica, Workshops e Conferências são, para já, as propostas de arranque neste alargar da Usalbi às freguesias do concelho albicastrense. K
PRÉMIO “FELLOW” PARA PORTUGAL
Rui Diogo premiado na América 6 O investigador português, Rui Diogo, acaba de ser distinguido pela maior organização mundial para anatomistas, a American Association of Anatomists. Aos 40 anos o também professor do Colégio de Medicina da Universidade de Howard, nos Estados Unidos, vê reconhecido o seu trabalho sendo nomeado com o prémio “Fellow” por aquela associação. Natural de Castelo Branco, Rui Diogo é hoje um dos investigadores mais conceituados na área da biologia. Com um oceano pelo meio, explica ao Ensino Magazine que “esta nomeação é bastante importante, em termos científicos e de carreira. É um reconhecimento de excelência não só ao nível de ciência pura, mas também de ensino, e de promoção da anatomia para a divulgação da ciência em geral”, começa por referir. Daí que entenda esta nomeação como “um reconhecimento triplo: de ciência, de educação, e de divulgação”, a qual está ligada a “um novo campo da biologia que estamos a desenvolver, aqui no meu laboratório”. Rui Diogo explica: “no fundo, estou a tentar criar, junto com alguns colegas, um novo campo da biologia, que se chama “Evolutionary Developmental Anthropology”, que pretende combinar a biologia evolutiva com a biologia de desenvolvimento; a evolução humana e o estudo de defeitos de nascimento - o que tem importantes aplicações e implicações para a medicina -, e que permite discutir temas sociais como a história do racismo, entre outros”. Esta nova perspetiva que Rui Diogo está a implementar no seu laboratório entusiasma a comunidade científica internacional. Shawn E. Boynes, diretor executivo da American Association of Anatomists, lembra que a distinção que vai ser entregue ao investigador português é “atribuída para homenagear ilustres Membros que têm demonstrado excelência na ciência e na
suas contribuições para as ciências anatómicas”. A conversa digital com Rui Diogo prossegue. O investigador confessa que não estava à espera desta nomeação. “Sou relativamente jovem para ganhar uma distinção deste nível, sobretudo sendo a American Association of Anatomists a maior organização mundial para anatomistas”. Por outro lado, esclarece, “a anatomia é apenas uma das várias áreas nas quais faço investigação. Na verdade não me defino como um anatomista, mas sim como um biólogo evolutivo, só uso a anatomia como um caso de estudo para discutir questões evolutivas mais abrangentes, como poderia usar a ecologia ou etologia, por exemplo”. Rui Diogo diz-se adepto do lema grego “mente sã em corpo são”. Daí que não abdique de sair, ver cinemas ou jogar futebol. “Assim quando trabalho, estou realmente feliz e concentrado”, confessa. O que também contribui para que esse lema seja cumprido é gostar mesmo do que faz “como investigador e professor”, o que lhe permite também “poder viajar e aprender mais, sobre outras coisas, sobre o mundo”. A acrescentar a estes fatores está a escolha do local onde vive, Washington DC, “uma cidade agradável e verde”. Aos 40 anos, este jovem português está a conquistar a comunidade científica internacional. Desafiado a deixar uma mensagem a outros investigadores nacionais, refere que “nunca se deve dizer não quando se nos abrem portas que nos poderão levar a aprender mais e ir mais longe”. Além disso, refere Rui Diogo, não “devemos ser impacientes, ou pensar só nos ganhos materiais, ou que já somos muito grandes em termos académicos para aceitar continuarmos a aprender. Devemos ser humildes. No meu caso, depois de acabar o pós doutoramento em Madrid, eu poderia dizer que só aceitaria um emprego
como professor, ou num museu, que já merecia (tinha escrito vários livros nesse momento, por exemplo) e que quereria ganhar mais, ou ser um chefe de laboratório. Mas preferi muito mais a opção de fazer um novo doutoramento, numa área nova,
num dos departamentos mais prestigiosos do planeta na área da evolução humana, a ganhar muito menos do que tinha ganho quando fiz o primeiro doutoramento, pois achava que era isso que me faria aprender mais, e ser melhor no longo prazo”. K
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