Ensino Magazine 161

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Julho 2011 Director Fundador João Ruivo Director João Carrega Publicação Mensal Ano XIV K No161 Distribuição Gratuita

ensino jovem Autorizado a circular em invólucro fechado de plástico. Autorização n.º DE03052011SNC/GSCCS

Fundação Manuel dos Santos H

Nuno crato, novo ministro da educação

Mais exames nacionais e nova avaliação C

p 16 a 18

direcção geral de ensino superior

Institutos Politécnicos são mais eficientes p 9 C

SOFIA ESCOBAR COM LONDRES A SEUS PÉS

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www.ensino.eu Assinatura anual: 15 euros

MARIA JOÃO RUELA em entrevista

O Jornalismo não é uma profissão das 9 às 5 A jornalista da SIC, Maria João Ruela, afirma que o jornalismo é uma profissão que exige muita paixão e lamenta que muitos estagiários que dão os primeiros passos nas redacções se recusem a trabalhar ao fim-de-semana por mera conveniência pessoal. Em entrevista ao Ensino Magazine diz que o conhecimento do português, escrito e falado, é fundamental para a profissão.

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GRUPO FRANCÊS REAVIVA POP DOS ANOS 80

Nouvelle Vague canta Táxi, GNR, Madredeus e Variações O grupo francês Nouvelle Vague vai editar um álbun de antigos êxitos da música Pop Portuguesa. O vocalista Olivier Libaux explica o porquê desta aposta.

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Maria João Ruela, jornalista

«O jornalismo não é uma profissão das 9 às 5» 6 Conhecida do grande público pelas reportagens marcantes do processo Casa Pia, da tragédia de Entre-osRios, e a morte da princesa Diana, Maria João Ruela é longe das câmaras de televisão uma viajante compulsiva. Nem o acidente que a fePublicidade

riu no Iraque em 2003 a fez parar de procurar experiências novas em paragens por esse mundo fora, que agora conta em livro. A pivot da SIC, com mais de 20 anos de profissão no currículo, afirma que o jornalismo é uma profissão que exige muita

paixão e lamenta que muitos estagiários que dão os primeiros passos nas redacções se recusem a trabalhar ao fim-de-semana por mera conveniência pessoal. Estreia-se

na

escri-

ta com o livro «Viagens Contadas», onde partilha com os leitores algumas das suas mais marcantes aventuras em lazer por esse mundo fora. Como é que se define enquanto viajante?

Fujo um pouco ao modelo habitual. A minha concepção de viagem não tem propriamente a ver com uma planificação organizada e um guia. Viajo por prazer e normalmente sem um tempo definido, de forma a procurar viver experiências mais livres e que consigam ser mais marcantes. Não gosto de escolher destinos demasiado óbvios para fazer férias. Ainda recentemente escolhi visitar uma terra de frio em pleno Verão. Não tenho receio do imprevisto e de descobrir coisas novas. Quando viajo, sempre com o meu marido, compro uma passagem de ida e de regresso, marco um hotel para a primeira noite e o resto fica ao sabor de como as coisas correrem. Da leitura do livro ficase com a ideia que prefere os locais mais improváveis e exóticos às cidades organizadas. É verdade? Gosto muito de cidades organizadas, mas não fazia sentido estar a descrever num livro de viagens, Londres, Paris ou Berlim. Pretendi abordar um ângulo diferente e até as cidades de que falo, como são o caso de Kiev, Gdansk ou São Petersburgo, estão um pouco à margem dos roteiros turísticos convencionais. Na introdução de «Viagens Contadas» conta a história do técnico de fisioterapia que a acompanha, o João Barata. Um invisual para quem traz postais dos sítios por onde passa. Quer falar-nos um pouco dele? O João, com quem convivo semanalmente, é uma pessoa extraordinária, tanto em termos profissionais como em termos pessoais. Houve um dia em que me pediu postais de uma viagem que eu ia fazer. E sabendo que ele é cego

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achei, inicialmente, a solicitação algo desconcertante, mas depois considerei fantástico que uma pessoa que está privada de ver colecciona postais turísticos. É um sinal que as pessoas não têm necessariamente que ter regras apertadas e constrangimentos de qualquer espécie. Confesso que é um exercício e um desafio pessoal escolher sempre que viajo um postal para o João, mesmo sabendo que os preferidos dele são vistas parciais de cidades. Consegue escolher a viagem mais marcante? Todas elas que estão no livro, mas especialmente a do Nepal, em que escalei o Annapurna. Até à altura em que tive o acidente no Iraque, em 2003, fazia alpinismo, escaladas mais técnicas e corria – que é algo que eu adoro. Neste momento, devido à minha incapacidade, consigo caminhar 2 ou 3 horas, mas é impossível estar 8 horas a fazê-lo como no passado. Esse facto travou-me muitas das ambições que eu tinha. Já tem planos para estas férias de Verão? Como com este livro que agora publiquei já viajei tanto em palavras, decidi que este ano vou ficar por cá. Vou até Aveiro, onde nasci, desfrutar da praia e comer peixe. Mas como tenho amigos em várias cidades europeias, provavelmente darei um salto até Copenhaga, na Dinamarca, uma das poucas capitais do «velho continente» que não tive oportunidade de visitar. Depois se verá se, até final do ano, surge uma ideia de alguma viagem desafiante lá para o Inverno, aproveitando o facto de ser Verão no hemisfério sul. ;


Tem a noção de quantos países já visitou? Já testei aquela aplicação no Facebook sobre o número de países visitados e posso dizer que, por via do privilégio que tenho de ser jornalista, e das viagens profissionais que efectuei, juntando ainda as que fiz a título, pessoal, conheço grande parte do mundo. Eventualmente, falta-me a África negra, onde nunca estive. É uma das fundadoras da SIC, a primeira estação privada portuguesa, que começou a emitir a 6 de Outubro de 1992. Como se sente por ter estado na origem de um dos projectos mais marcantes da comunicação social? Estar na génese do primeiro canal privado português é sempre algo que marca e que fica para a história. A primeira vez que entrei na SIC, ainda antes de o espaço ser transformando numa televisão, as instalações pertenciam a um armazém de bananas. Foi um prazer integrar uma equipa tão jovem, originária de diversas proveniências, uns vinham directamente das faculdades, enquanto outros se transferiram

de rádios e jornais. Entrei na SIC como estagiária, depois de acabar a faculdade, e foi como um sonho, estar envolvida num projecto desta natureza.

acabei por estar no dia da sentença, no Campus da Justiça, numa espécie de simbólico encerramento do mais mediático caso da justiça portuguesa.

Quais as reportagens ou os acontecimentos que mais a tocaram em quase 19 anos de televisão privada?

Os portugueses ainda hoje recordam o acidente em que esteve envolvida no Iraque, em 2003. Como recorda esse serviço como enviada especial?

Lembro-me da primeira vez que fui ao estrangeiro, em 1997, quando morreu a princesa Diana. Foi uma emoção enorme. Tratou-se de um acontecimento planetário e foi uma experiência incrível. Depois, em Março de 2001, aconteceu a tragédia com o autocarro que caiu da ponte de Entre-os-Rios. Cheguei ao local poucas horas depois e estive lá durante uma semana. Este acontecimento significou uma viragem e obrigou a uma reflexão na forma como se fazia televisão e, curiosamente, coincidiu com o nascimento da SIC-Notícias, em Janeiro. Por efeito das transmissões efectuadas por este canal de notícias 24 horas/dia, os canais generalistas estiveram a emitir ininterruptamente um acontecimento que paralisou o país. Para além disso, acompanhei o processo Casa Pia desde o primeiro momento. Estive a noite toda no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) quando o Carlos Cruz foi detido, segui a evolução deste longo processo e

Estava cheia de vontade de experimentar um cenário de guerra. Sabia que corria riscos, mas ainda assim quis ir ao Iraque. Não correu da melhor maneira, porque regressei com uma lesão gravíssima que me afectará até ao último dos meus dias, mas não estou arrependida e não olho para trás com amargura. Acontece. Já tinha estado anteriormente em cenários de guerra, como Sarajevo e na Macedónia, mas nunca num país, como o Iraque, onde não havia lei nem ordem. O acidente obrigou-a profissionalmente a ficar mais confinada ao estúdio. Sente-se fora do seu habitat que é sair para a rua em reportagem? Desde 2005 que estou como editora executiva da SIC e da SIC-Notícias, coorde-

no e apresento os telejornais do fim-desemana. Mas confesso que estou sempre mortinha para ir para o terreno. Aliás, acho que um jornalista que se preze nunca deve desligar-se da reportagem in loco. Já levo mais de 20 anos de profissão e continuo a achar que é o que mais gosto de fazer. Exerce funções executivas na informação da SIC. Como responsável não partilha da opinião que se cometem muitos exageros no jornalismo televisivo, imperando, por vezes, a lógica do «vale tudo»? Acho redutor afirmar que o jornalismo televisivo é tabloide. Admito que há notícias com esse registo, mas existem programas de informação e de debate de grande interesse e profundidade. Veja que as grandes reportagens têm tido um enorme sucesso em todos os canais. Portugal vive uma situação única: não conheço outro país no mundo onde os jornais de televisão tenham 1h20m de duração média, por vezes até mais, e que se ofereça quase todas as noites, inclusive nos canais generalistas, debates, reportagens, entrevistas e opinião. A oferta informativa ganhou muito espaço, especialmente em horário nobre, e isso foi muito positivo para nós, jornalistas de televisão, e o ;

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público também saiu a ganhar. Como avalia a desenfreada corrida aos cursos de jornalismo?

Não reconhece que existe uma excessiva tentação pelo directo ininterrupto e com pouco conteúdo?

Não compreendo que havendo uma contracção do mercado como é que se continua a abrir as portas das universidades a tanta gente. Obviamente que os licenciados em ciências da comunicação têm outras saídas profissionais que não o jornalismo, mas é natural que muitos acalentem o desejo secreto de trabalhar numa redacção. Constato com tristeza o grande desajustamento entre o número de cursos/alunos aceites e as reais necessidades do mercado. É o mesmo que acontece com os advogados. Não faz sentido. Causaria-me uma grande angústia estar numa situação de indefinição e impasse acabada de sair de uma faculdade. Sou daquelas que acredita que as pessoas com valor intrínseco e com capacidade conseguem sempre o seu objectivo, mas dadas as condições que o mercado apresenta, é natural que muitos desses novos valores e perante uma feroz concorrência acabem por ser preteridos.

Neste momento temos, com o Económico TV, quatro canais de informação contínua e é preciso compreender que um canal 24 horas vive de directos e do que está a acontecer naquele momento. Se está a acontecer naquele momento, e o telespectador quer saber, qual é a alternativa? Quem não quiser ver, sempre pode pegar no telecomando e mudar para o Fox Life. Em Portugal existe pouca tradição de especializar jornalistas em editorias ou secções específicas. Veria com bons olhos o reforço desta tendência? Acho que seria salutar e tenho pena que estejamos a caminhar no sentido inverso. Em período de austeridade, as redacções ressentem-se disso, apostando-se em pessoas recém-saídas das faculdades. Eu durante anos só acompanhei assuntos relacionados com Administração Interna na redacção da SIC. Especializei-me naquela área. Neste momento, e da forma como a crise e os critérios economicistas também afectam o jornalismo, penso que é mais difícil manter essa especialização do que há uma década atrás. Terminou a sua licenciatura em Comunicação Social numa altura em que este curso começou a florescer. Reconhece que teve a felicidade de ter sido formada em pleno boom do sector? Tive a sorte de ter terminado o curso no ano em que apareceram os concursos para as televisões privadas e 3 anos depois de ter aparecido o jornal «Público». O sector da comunicação social estava a fervilhar, apresentava oportunidades e com tantos projectos a surgirem carecia de novos valores. Mas devo recordar que na altura a minha turma, de que fazia parte, entre outros, o actual director do “Expresso”, o Ricardo Costa, tinha apenas 40 alunos, não mais de uma centena como acontece hoje em dia. Publicidade

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Que conselho daria a um jovem que está a terminar o ensino secundário e pensa seguir a licenciatura em jornalismo?

Maria João Ruela diz que o jornalismo exige disponibilidade total

CARA DA NOTÍCIA 6 Maria João Ruela tem 41 anos e é jornalista e pivot da SIC. Licenciada em Comunicação Social pela Universidade Nova de Lisboa iniciou a carreira na área da publicidade, como copy. Trabalhou como freelancer para jornais e revistas - Público, Independente e Marketing e Publicidade. Em 1992 integrou a equipa fundadora da SIC. Fez parte dos programas “Praça Pública”, “Casos de Polícia” e integrou a editoria de sociedade, onde acompanhou as áreas da Justiça e Administração Interna. Pivot de informação desde 1998, coordenadora de informação desde 2005, assumiu as funções de editora-executiva desde 2007. Sempre viajou, em férias ou em trabalho. Fez reportagens em acontecimentos internacionais e em 2003 foi ferida em trabalho no Iraque, quando acompanhava a missão da GNR no país. É pela mão da editora «Esfera dos Livros» que faz a sua primeira incursão no mundo da escrita com o livro «Viagens contadas». K

Primeiro: Se é isso que verdadeiramente gosta, deve ir em frente, empenhando-se de coração. E que fique ciente que o jornalismo é uma profissão que implica total disponibilidade. Na SIC ainda sou confrontada com estagiários que se recusam trabalhar ao fim-de-semana. O jornalismo não é uma profissão das 9 às 5. As notícias não param para a pausa de fim-de-semana. Eu trabalho há 15 anos ao sábado e ao domingo e ainda não me caiu nenhum bocado, pelo contrário, ganhei muito com isso. Segundo: não pode dar erros ortográficos, que é o que mais me arrepia quando edito textos de estagiários nas redacções. O bom conhecimento do Português, escrito e oral, é fundamental, bem como da gramática. K Nuno Dias da Silva _ Direitos Reservados H   

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alunos

Festival de cinema norueguês

UBI ultrassa os 7 mil

Alunos da UBI vencem

6 A Universidade da Beira Interior ultrapassou os 7 mil alunos no decorrer do ano lectivo que agora termina. Os alunos estão distribuídos pelos três ciclos de ensino ministrados, nomeadamente: 1º ciclo/ Licenciatura com 3901 alunos inscritos, Mestrado Integrado 1326

6 Humilhados e Ofendidos, filme realizado por Dany Horiuchi e Salvador Palma, alunos da licenciatura de Cinema da UBI, venceu o primeiro lugar no Nordic Youth Film Festival, realizado entre 11 a 19 de Junho, em Tromso, na Noruega. O filme resulta do projecto final de licenciatura em Cinema da UBI e foi igualmente seleccionado para os festivais Stortford Film Festival (Inglaterra) e Deep Fried Film Festival (Escócia), encontrando-se em fase de selecção para o Zagreb Film Festival (Croácia) e Thess Film Festival (Grécia). Para a produção cinematográfica da UBI trata-se de “mais um momento de congratulação, já que este prémio se vem juntar ao de Melhor Ensaio Visual, conquistado por Vasco Mendes com o filme Sinfonia dos Loucos, em Novembro passado, nos Cami-

alunos, 2º Ciclo/Mestrado 1439 alunos, e 3º Ciclo/Doutoramento com 362 alunos inscritos. A UBI é assim uma das poucas universidades que, em Portugal, aumenta sustentadamente o número de alunos desde o ano lectivo 20052006, ano em que a UBI contava com cerca de 5400 alunos.K

nhos do Cinema Português, em Coimbra”, sublinha Luís Nogueira, director do 1º ciclo do curso de Cinema. Também este filme “Sinfonia dos Loucos”, tem feito carreira em diversos festivais nacionais e

internacionais, de que se destacam o Alternative Film Video 2010, em Belgrado (Sérvia), o Wiz-Art Festival, em Lviv (Ucrânia), e o NY Portuguese Film Festival, que decorre em Nova Iorque e Lisboa. K

Na Faculdade de Ciências da Saúde João Queiroz, reitor da UBI, viu a universidade ultrapassar os 7 mil

Aveiro: Levedura em formação T O 2º Curso Avançado de Dois Híbrido em Levedura (Yeast TwoHybrid System), organizado pela 2CTech, uma spin-off‘ da Universidade de Aveiro, em colaboração com o Centro de Biologia Celular, vai decorrer na Universidade de Aveiro entre 13 e 16 de Setembro. Direccionado a todos aqueles que pretendam adquirir mais conhecimentos sobre esta metodologia, o curso contará com uma componente teórica, onde serão focados conceitos essenciais para a componente prática do curso. As inscrições estão abertas. A componente prática terá um número máximo de 30 participantes. K

Nobel da Economia em Braga TA Universidade do Minho organizou, de 22 a 25 de Junho, a principal conferência europeia, e uma das maiores no mundo, na área da economia financeira e das finanças empresariais. O Nobel da Economia William Sharpe foi um dos 300 oradores. Face à actual crise internacional,

o evento incidiu nos desafios do estado social, na disfuncionalidade dos mercados, no empreendedorismo e nas finanças comportamentais, entre outras temáticas de grande actualidade. K

Guerra e Paz em Tavira TDa Guerra e da Paz, Perspectivas Contemporâneas é o tema do curso livre que se realiza, de 18 a 29 de Julho, na Biblioteca Municipal Álvaro de Campos, em Tavira. Os temas serão variados (desde a história, os estudos de línguas, culturas e literaturas, passando pela comunicação, a arte, o cinema, a literatura, a saúde, a psicologia, até à estratégia, à geopolítica, à defesa nacional) e apresentados em forma de palestras, de modo a perspectivar a guerra e a paz do mundo contemporâneo. O curso, organizado pela Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve e pelo Regimento de Infantaria N.º 1 de Tavira, pretende fornecer aos alunos uma compreensão alargada de factores relacionados com a guerra e com a manutenção da paz. Destina-se a estudantes universitários e à população em geral. K

Mais desporto na Covilhã 6 A Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior vai receber um novo campo de futebol e um outro de andebol. Os dois novos espaços localizam-se junto ao campo de basquetebol que existia já naquela faculdade. Segundo João Leitão, administrador dos Serviços de Acção Social da UBI, “estas duas superfícies vão permitir a prática multimodal de ténis, futebol e andebol ao ar livre”. De caminho, sublinha que “estas duas novas plataformas ficam para já disponíveis a todos os alunos e colaboradores da UBI, mas, com

toda a certeza, serão também espaços abertos à participação cívica de todos os elementos da comunidade”. A colocação de um piso sintético, de redes de vedação dos dois campos e também, a instalação de luzes para iluminação nocturna são as principais modificações feitas no local. No que diz respeito aos pavilhões de desporto “vão ter um ginásio, nomeadamente para apoio às actividades académicas, mas também aos utilizadores do polidesportivo”. Um espaço de preparação pensado para os atletas das equipas masculina de futsal do

Sporting Clube da Covilhã, equipa feminina de futsal da Associação Desportiva da Estação e também o projecto das “Escolinhas” com o Sporting da Covilhã. Este ginásio, localizado junto ao Pavilhão Nº1 da UBI, “é mais uma estrutura de apoio que não implica um grande investimento de recursos financeiros. Basicamente foi encontrar um espaço junto aos pavilhões desportivos, renová-lo, e juntar uma série de máquinas que estavam dispersas por diferentes pontos das nossas instalações. Os investimentos nestas obras rondam os 60 mil euros”, esclarece. K

Conselho Superior de Estatística

Tiago Sequeira representa CRUP 6 Tiago Sequeira, Pró-reitor e Professor Associado com Agregação da UBI, acaba de ser designado como representante do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas no Grupo de Trabalho das Estatísticas das Empresas do Conselho Superior de Estatística, por proposta dos representantes do CRUP no Conselho Superior de Estatística, Pedro Telhado Pereira e Anabela Botelho. O Grupo de Trabalho das Estatísticas das Empresas (GT), criado no âmbito da Secção Permanen-

te de Estatísticas Económicas do Conselho Nacional de Estatística, visa inventariar as fontes admi-

nistrativas existentes e aferir a sua utilização potencial , além de conceber um quadro metodológico integrado sobre a comparação entre os diferentes resultados das estatísticas das empresas. Outros objectivos são a elaboração de um documento de sistematização de fontes, metodologias e publicações, além de avaliar a pertinência de se considerarem necessidades adicionais de informação estatística no domínio das estatísticas das empresas, apresentando recomendações. K

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Formação no Citeve

Miguel Castelo-Branco, presidente da FCS da UBI

O aluno no centro do ensino 6 A Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (FCS) foi das primeiras instituições de ensino superior do país a desenvolver um ensino centrado no aluno, antecipando o espírito da Declaração de Bolonha. Miguel Castelo-Branco, presidente da Faculdade, revela que “essa foi uma aposta vencedora. Assim que a Faculdade foi criada, procuraram-se as melhores soluções no que respeita à organização da própria instituição, mas também ao nível do ensino, onde foi implementado um modelo centrado no aluno, em pequenos grupos, e na criação de condições para aquilo que é a aprendizagem ao longo da vida”. Aquele responsável explica que essa aposta fez com que “no curso de medicina praticamente não surgisse a necessidade de fazer qualquer adaptação ao Processo de Bolonha”. Miguel Castelo-Branco refere que para além de toda a inovação implementada, “a Faculdade de Ciências da Saúde tem também tido um impacto positivo na região em que está inserida. Infelizmente no nosso país ainda há assimetrias regionais - entre o litoral e o interior -, e a criação da Faculdade pretendeu contrariar isso. Ou seja, ela veio melhorar a prestação de cuidados de saúde, ao atrair profissionais altamente qualificados, não só portugueses como estrangeiros, para a própria universidade. Profissionais que aumentaram os recursos humanos e que trouxeram novos saberes, novas dinâmicas, melhorando a prestação de cuidados de saúde”.

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O presidente da FCS destaca a forma positiva como os hospitais e centros de saúde da região abraçaram o projecto da faculdade. “Não há nenhuma dúvida nessa matéria. Existe em todo o país um problema de articulação entre as instituições de saúde e as de ensino. Mas na nossa região há excelentes relações entre a Faculdade e todas as instituições de saúde”. A própria relação com a comunidade envolvente tem sido uma constante. “Existe um conjunto de iniciativas, desenvolvido pelos investigadores e docentes, e potenciado pela relação que temos com as instituições de saúde”, explica. Com quatro cursos de formação inicial (medicina, ciências farmacêuticas, optometria e ciências biomédicas), a Faculdade poderá avançar com novas ofertas, mas na área da pós-graduação. “Até este ano tivemos a funcionar dois doutoramentos - biomedicina e medicina-, e partir do próximo ano iremos ter um terceiro em ciências farmacêuticas”, explica Miguel Castelo-Branco. Ao nível da investigação, o presidente da Faculdade revela que tem sido feita uma forte aposta. “Estas ofertas formativas pós-graduadas permitem-nos desenvolver projectos de investigação, através do Centro de Investigação de Ciências da Saúde. Temos conseguido um conjunto de projectos apoiados pelas entidades financiadoras, como a Fundação da Ciência e Tecnologia, um conjunto de publicações internacionais e de novos cientistas doutorados”, explica.

Miguel Castelo-Branco fala também no estabelecimento de parcerias nacionais e internacionais. “Na área da investigação estamos a apostar nessas parcerias, criando grupos de dimensão adequada para desenvolver processos de investigação. A própria universidade tem feito uma aposta forte nas parcerias internacionais para o intercâmbio de alunos e docentes, através de diferentes programas”. São também essas parcerias que têm permitido à UBI avançar na área da internacionalização. “A UBI tem feito uma forte aposta à internacionalização e a nossa Faculdade também tem contribuído para isso”. Também com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa existem parcerias, as quais pressupõem o intercâmbio de alunos e colaboração no desenvolvimento de programas de docência e curriculares. O presidente da Faculdade revela que existe uma boa relação com outras instituições de ensino superior, como os politécnicos de Castelo Branco e da Guarda. “Estamos a trabalhar em conjunto em duas perspectivas: a investigação (nas áreas da doença cerebrovascular e da produção animal, por exemplo) e a promoção do ensino multiprofissional (o que permitirá o treino de equipas no ensino ainda pré-graduado)”, explica. A concluir, Miguel CasteloBranco destaca as condições “excelentes que a Faculdade e a região em que está inserida possui”. K

T O Centro de Formação Interacção UBI Tecido Empresarial acaba de promover a acção de formação Protocolo e Organização de Eventos, nos dias 4 e 5 de Julho, no Citeve, na Covilhã. A formação teve como objectivo reforçar a importância do protocolo para a imagem institucional, de forma a corrigir posturas e adoptar os comportamentos necessários para projectar uma imagem positiva em qualquer situação do dia-a-dia profissional. Visou também aperfeiçoar e desenvolver competências imprescindíveis para enfrentar com sucesso a organização de eventos profissionais e evitar situações embaraçosas por falta de conhecimento do protocolo. K

UBI com dR. em Farmácia T A Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior aprovou o doutoramento em Ciências Farmacêuticas proposto pela Universidade da Beira Interior, no final do ano passado. “O curso entra em funcionamento no próximo ano lectivo”, anunciou já Miguel Castelo Branco, presidente Publicidade

da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS). Miguel Castelo Branco adiantou ainda que o curso será ministrado em parceria com a Universidade de Salamanca e será dirigido por Ana Paula Duarte, vice-reitora para a investigação na Universidade da Beira Interior. O doutoramento em Ciências Farmacêuticas será assim o quarto em funcionamento na Faculdade de Ciências da Saúde que já ministra cursos de terceiro ciclo em Ciências Biomédicas, Medicina e Gerontologia. K

Férias na Covilhã T A Universidade da Beira Interior está a desenvolver o programa Ocupação Científica promovido pela Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Cientifica e Tecnológica. Como vem sendo hábito são inúmeras as candidaturas que chegam à UBI de jovens estudantes do ensino secundário, oriundos de várias localidades do País e que este ano poderão usufruir de três acções específicas: Moda e Têxtil no Verão, Férias Radioactivas e Química no Verão. Esta iniciativa está em curso desde 1997 e já envolveu mais de 8 mil alunos do ensino secundário. K


ÉVORA

Lusofonia em Congresso 6 A Escola de Ciências Sociais da Universidade de Évora vai realizar, nos dias 9 e 10 de Setembro, um Congresso Internacional sobre ‘Tópicos transatlântico: a lusofonia num mundo plural’. A iniciativa tem como principal objectivo estabelecer um diálogo intercultural capaz de superar os obstáculos práticos e as dificuldades teóricas que se verificam num tempo onde os processos objectivos de integração tecnoeconómica são, em simultâneo, confrontados com as manifestações - umas evidentes e outras intangíveis - de particularismo identitário. Segundo a organização do congresso, o triângulo luso-afrobrasileiro na era da globalização apresenta potencialidades que podem, não apenas exprimirse nos planos político e económico, mas também enquanto instrumento de diálogo para a

construção de uma civilização do universal. Daí, a importância da temática para o debate e reflexão. O congresso está aberto à participação de especialistas no domínio da lusofonia, interessados em divulgar os seus trabalhos ou projectos. Podem também ser apresentadas comunicações nas seguintes áreas: A língua portuguesa como afirmação da lusofonia, A mulher no espaço lusófono, As relações internacionais numa perspectiva lusófona, Especificidade da CPLP face à francofonia e à Commonwealth, Geopolítica do turismo, Identidades culturais na lusofonia, Ilhas Atlânticas: dos Açores a São Tomé e Príncipe, Importância da diplomacia pública na lusofonia, Património (s) lusófono (s), Potencialidade dos BRIC no quadro da CPLP, Turismo, globalização e identidade cultural. K Noémi Marújo _

Medicina avança em Coimbra

Descoberta ajuda 280 milhões 6 Uma equipa multidisciplinar de investigadores da Universidade de Coimbra identificou, em extractos de plantas – capim-limão, orégão e uma espécie de tomilho - compostos que actuam sobre Giardia lamblia, parasita responsável pela Giardiose, doença caracterizada por graves infecções no intestino dos humanos, por vezes fatais. A caracterização destes compostos activos resultam de cinco anos de pesquisa, liderada pelo investigador Carlos Cavaleiro, do Centro de Estudos Farmacêuticos da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC), e podem vir a fundamentar alternativas terapêuticas para o tratamento da Giardiose, doença que, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), afecta, anualmente, 280 milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente crianças. A maior taxa de prevalência verifica-se nos países em desenvolvimento.

Apesar de serem necessários mais estudos e ensaios para demonstração da eficácia e segurança destes compostos, os resultados já disponíveis são indicadores do elevado potencial para virem a ser utilizados como novas estratégias terapêuticas, menos tóxicas e de menor

custo, para combate da Giardiose. Os actuais medicamentos para tratar a doença são pouco eficazes, têm elevada toxicidade e são muito caros. Por outro lado, apresentam já problemas de resistência do parasita, explica o coordenador da investigação, Carlos Cavaleiro. K

Investigadora do Minho sugere

Hospitais Magneto precisam-se

UNIVERSIDADE DE ÉVORA

Trabalho melhorado 6 A Escola de Ciências Sociais (ECS) da Universidade de Évora promoveu, no passado dia 27 de Junho, um workshop sobre questões ligadas à formação do mercado actual. A iniciativa, organizada pelo secretariado dos diversos departamentos que compõem a referida escola, teve como principal objectivo a promoção de acções ou apresentação de sugestões que possam contribuir para a melhoria do ambiente de trabalho, conduzindo ao aumento da motivação e melhoria do desempenho. O workshop envolveu docentes de todos os departamentos da ECS e englobou as seguintes co-

municações: “As línguas estrangeiras no mercado de trabalho actual”; “Ideias e quotidiano assertivo de trabalho”; “Problemas e desafios da sociedade internacional”; “Ética e deontologia”; “Meu corpo fala. E eu sei?”; Gestão do stress”; “Novas tendências dos recursos humanos”. Foi apresentada ainda uma comunicação sobre “Colégio do Espírito Santo: do Colégio Jesuíta à Escola de Ciências Sociais da Universidade de Évora”. As diferentes comunicações apresentadas suscitaram um debate enriquecedor sobre questões ligadas à formação no mundo actual. K Noémi Marújo _

6 Apostar na qualidade dos recursos humanos no sector da enfermagem poderá vir a aumentar a produtividade, a satisfação dos profissionais e uma maior segurança por parte dos pacientes. Esta é uma das vantagens dos Hospitais Magneto, que são inexistentes em Portugal. Analisa Candeias, da Escola Superior de Enfermagem da Universidade do Minho, considera que “seria possível iniciar já algumas medidas transformadoras deste conceito em Portugal, nomeadamente a aposta na investigação dentro das organizações hospitalares, a qualidade de vida do trabalho dos enfermeiros e o desenvolvimento científico e formativo dos diversos profissionais de saúde”. Contudo, reconhece que “a acredi-

tação deste tipo de infra-estrutura seria bastante complicada neste momento, devido à situação sócioeconómica do país”. Recentemente distinguida no 11º Congresso Nursing, pela comunicação Hospital Magneto: Qual o

Conceito?, a investigadora sensibiliza para a importância de analisar internamente as organizações hospitalares no sentido de identificar as lacunas existentes e assegurar um maior crescimento. Um Hospital Magneto é uma organização capaz de reter os profissionais da área da Enfermagem com altos níveis de competências, sustentando a prática desta profissão e promovendo a tomada de decisões num modelo de gestão mais plano, através da formação de enfermeiros gestores. “É uma forma de acreditação que os hospitais tradicionais ainda não têm. O próprio conceito insere em si quase uma filosofia, na qual o ‘cuidar de Enfermagem’ surge como principal meio de acção”, explica Analisa Candeias. K

Eurocloud Award 2011

Europa premeia UTAD 6 A Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro (Utad) foi distinguida, a 22 de Junho, com o prémio Eurocloud Award 2011, na categoria de Best Case Study Example of Cloud Services for Public Sector. A Utad foi vencedora entre 25 concorrentes, apresentando um caso de estudo referente a um sistema de registo de alunos, desen-

volvido pelos Serviços de Informática e Comunicações, com o apoio da Microsoft, sob a plataforma de cloud computing Microsoft Azure. O sistema permite o registo online anual dos alunos da Utad, estando integrado com o sistema de autenticação local da universidade e com o sistema de validação de alunos estrangeiros do Serviço de

Estrangeiros e Fronteiras. Para além de resolver o problema imediato de criar uma aplicação para registo on-line de alunos, pretendeu-se também testar e validar a utilização do paradigma de cloud computing e da plataforma Azure como suportes para o desenvolvimento de futuras funcionalidades e sistemas para apoio aos alunos. K

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UTL

Ramôa Ribeiro condecorado 6 O Reitor da Universidade Técnica de Lisboa, Professor Doutor Fernando Ramôa Ribeiro foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública, pelo Presidente da República, na cerimónia oficial das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, que este ano teve lugar em Castelo Branco, no dia 10 de Junho. Fernando Ramôa Ribeiro tomou posse do segundo

mandato à frente da Universidade em Março deste ano, tendo anteriormente ocupado os cargos de Presidente da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica de 1994-1997 e mais tarde da Fundação para a Ciência e Tecnologia de 2002-2005. A Ordem da Instrução Pública destina-se a galardoar altos serviços prestados à causa da educação e do ensino. K

Violência doméstica em análise no Minho

Emigrantes desprotegidos 6 As políticas nacionais de protecção das vítimas de violência doméstica não abrangem as cidadãs estrangeiras em situação irregular, o que tem contribuído para o aumento de agressões dentro das comunidades de imigrantes. Estas são as conclusões da dissertação de mestrado Violência Doméstica e Migrações, desenvolvida por Olívia Maria Gomes, da Escola de Direito da Universidade do Minho. “Na maioria dos casos, as vítimas silenciam esta violência por medo da expulsão. Os países acabam por descriminalizar, pontualmente, o delito da violência doméstica, secundarizando a posição da vítima”, explica a especialista, que centrou a sua investigação na análise da legislação portuguesa, brasileira e es-

panhola. Portugal é o único dos três países a não dispor de legislação específica para a violência doméstica, tratando-a apenas no âmbito do código penal. Actualmente está em vigor o 2º plano de integração de imigrantes em território nacional,

que pretende combater a vulnerabilidade das mulheres imigrantes, divulgar informações sobre os seus direitos e deveres, promover a empregabilidade e reforçar o conhecimento de questões de género na imigração, entre outros. Uma em cinco vítimas de violência doméstica é imigrante. Olívia Maria Gomes sustenta que as imigrantes ilegais não possuem “amparo constitucional e legal”, ou seja, não beneficiam do direito de acesso à justiça. O mesmo não acontece com as “regularizadas”, que usufruem de apoios jurídico, psicológico e social. A investigadora diz que o aumento das agressões nestes grupos advém das “culturas machistas e patriarcais” dos países de origem e acolhimento. K

Associação Internacional de Lusitanistas

117 Universidades no Algarve 6 A décima edição do Congresso da Associação Internacional de Lusitanistas (AIL) decorrerá na Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve, de 18 a 23 de Julho, estando prevista a participação de mais de 350 investigadores, provenientes de 117 Universidades, com um total de 325 comunicações. Este congresso, cuja Comissão de Honra é presidida pelo Presidente da República, chega à Universidade do Algarve depois de já ter passado por universidades tais como Poitiers, Leeds, Coimbra, Hamburgo, Oxford, Rio de

Janeiro, Brown, Santiago de Compostela e Madeira. Do programa de cinco dias de congresso, fazem parte comunicações sobre Literatura Portuguesa, Literatura Brasileira e Literatura Africana de Língua Portuguesa, abordando a obra de escritores como Fernando Pessoa, Machado de Assis, Eça de Queirós, Lobo Antunes, Gabriela Llansol, Abel Botelho, Guimarães Rosa, Nélida Piñon, Graciliano Ramos e José Eduardo Agualusa. Quinze comunicações sobre o Prémio Nobel da Literatura, José Saramago, integram também este encontro.

De salientar, finalmente, a apresentação de cerca de uma dezena de livros e a realização de duas mesas redondas, sendo a primeira moderada pelo escritor galego Carlos Quiroga, contando com as presenças de Ana Paula Tavares (Angola), Germano Almeida (Cabo Verde), Lídia Jorge e Nuno Júdice (Portugal) e Márcio Souza (Brasil) e a segunda, moderada por Onésimo Teotónio Almeida, com as participações dos investigadores Benjamin Abdala Jr. e Gilberto Mendonça Teles (Brasil), Francisco Noa (Moçambique), Fernando Cristóvão e Arnaldo Saraiva (Portugal). K

www.ensino.eu 08 /// JULHO 2011

Universidade Nova no ranking do Financial Times T O Mestrado em Finanças da Nova School of Business and Economics foi incluído no ranking do Financial Times, posicionando-se assim como um dos 30 melhores do mundo. É a primeira vez que o Financial Times publica um ranking específico para programas de mestrado em Finanças. Este é o terceiro mestrado da Nova a entrar para os prestigiados rankings daquele jornal, depois do Mestrado em Gestão e do Masters in International Management, que também distinguiram a Formação de Executivos da universidade. O Mestrado em Finanças alcançou o 8º lugar do ranking no que diz respeito à colocação profissional dos alunos, comprovando a empregabilidade (nacional e internacional) associada ao programa e a eficácia do Career Management Office da Faculdade. K

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Outeiro Seco (Chaves). Lurdes Nicolau é professora de ensino básico em Bragança, mestre em cultura portuguesa pela Utad e doutora em ciências sociais. K

Autónoma com protocolo T O Centro de Investigação e Desenvolvimento em Ciências Jurídicas Ratio Legis da Universidade Autónoma de Lisboa acaba de estabelecer um protocolo de colaboração e cooperação com a Associação Fiscal Portuguesa (AFP). O novo protocolo assinado irá procurar agilizar os processos de divulgação de iniciativas promovidas pelas duas instituições, bem como informações sobre os cursos de pós-graduações do Centro Ratio Legis. Para além disso, este protocolo irá possibilitar especiais condições de acesso tanto para os alunos dos cursos do Centro Ratio Legis como para os sócios da AFP. K

Português em Aveiro

Doutoramento sobre ciganos T A primeira tese de doutoramento defendida no pólo de Chaves da Universidade de Trásos-Montes e Alto Douro intitulase Ciganos e não ciganos em Trás-os-Montes: Investigação de um impasse inter-étnico, foi desenvolvida por Lurdes Nicolau e orientada por Xerardo Pereiro (Utad-Chaves) e José Gabriel Pereira Bastos (Universidade Nova de Lisboa). A defesa teve lugar a 27 de Junho, no auditório do pólo da Publicidade

T Estão abertas as inscrições para o Encontro Ensinar Português hoje: problemas e desafios, organizado pelo Laboratório de Investigação em Educação em Português (LEIP). O Encontro terá lugar no Departamento de Educação da Universidade de Aveiro, a 8 de Julho, a partir das 9h00, e constitui oferta formativa de relevo na área da Didáctica do Português. O Programa do evento inclui mesas-redondas e oficinas subordinadas ao ensino e aprendizagem da escrita, leitura, oralidade e conhecimento explícito da língua, em vários níveis de ensino. K


Castelo Branco

ESALD avalia atletas de topo 6 A equipa de seniores da União Desportiva de Leiria Futebol/SAD escolheu o Instituto Politécnico de Castelo Branco para a realização de um conjunto de testes físicos e clínicos no âmbito da sua preparação para a próxima época de futebol. Concretamente, os jogadores da União de Leiria estiveram em Castelo Branco no dia 6 de Julho onde realizaram testes de avaliação Isocinética do Membro Inferior no Laboratório de Biomecânica do IPCB/Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias (ESALD), sob supervisão de professores do Curso de Fisioterapia, Nuno Cordeiro e Abel Gonçalves. Em simultâneo, no campo de futebol Vale do Romeiro, decorreram testes físicos (Test Scheme: yo-yo Intermitent Endurance Test – level 2), para avaliação da capacidade cardio-respiratória, sob a supervisão de Professores do Curso de Educação Física do IPCB/Escola Superior de Educação (ESE), António Faustino, Pedro Mendes e Rui Paulo. A deslocação dos atletas profis-

Os jogadores da União de Leiria fizeram os testes em Castelo Branco sionais será acompanhada da equipa técnica e da equipa médica do clube e de responsáveis da administração da SAD da União de Leiria. Com vista à preparação da próxima época de futebol da 1ª e 2ª Liga, outras equipas já solicitaram

ao IPCB/ESALD a realização de testes clínicos. Para 11 de Julho está já agendada a vinda da equipa do Sporting da Covilhã ao IPCB/ESAL onde realizará testes de fisioterapia e cardiopneumologia. Esta não é a primeira vez que o

IPCB/ESALD coloca os seus recursos humanos e laboratórios ao serviço dos profissionais na área do desporto. Já em Maio de 2010, os testes clínicos realizados no IPCB/ESALD pelo jogador da selecção portuguesa de futebol Pepe foram decisivos para a

sua participação no Mundial de Futebol que se realizou o ano passado na África do Sul. A proximidade relativamente ao local de estágio da selecção (Covilhã) e a qualidade dos equipamentos e recursos humanos do IPCB/ESALD estiveram na base da escolha da Federação Portuguesa de Futebol para a realização de testes clínicos, na área da fisioterapia, ao internacional português. Para o Presidente do IPCB, Carlos Maia, “a vinda de atletas de alta competição à ESALD e o envolvimento de docentes de outras Escolas significa o reconhecimento do ensino e das competências promovidas no universo do Politécnico de Castelo Branco. O ensino, a investigação e prestação de serviços à comunidade estão cada vez mais interligados, nomeadamente no ensino superior politécnico, pelo que isto significa o reconhecimento de todo o trabalho que tem sido feito e o reconhecimento de toda a capacidade instalada neste momento, que nos deixa bastante satisfeitos e confiantes em relação ao futuro”. K

Na gestão

Ensino politécnico mais eficiente

6 As instituições de ensino superior politécnico ocupam as primeiras posições no estudo realizado pela Direcção Geral de Ensino Superior, no que a gastos com o pessoal por aluno diplomado. De acordo com o documento, a instituição mais eficiente é a Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, seguindo-se o Instituto Politécnico do Cávado e Ave, o ISCTE, Instituto Politécnico de Coimbra e Instituto Politécnico de Castelo Branco. Em comunicado enviado ao nosso jornal, o Instituto Politécnico de Castelo Branco salienta que “apresentou um custo com pessoal de 14.401 milhões de euros, valor que ficou bastante abaixo da média

O presidente do IPCB aposta numa gestão rigorosa

(18.362 milhões) das instituições de natureza politécnica e das Universidades (20.802 milhões). Carlos Maia, presidente do IPCB,diz que “apesar das despesas com pessoal terem um peso muito elevado no orçamento da Instituição tem havido um enorme esforço de rentabilização dos recursos, que se reflecte também nos números que são agora apresentados”. A gestão rigorosa tem sido uma das apostas de Carlos Maia, que em entrevista ao nosso jornal já tinha sublinhado esse facto: “temos sido muito criteriosos na gestão da instituição, mas isso permitenos ter uma instituição financeiramente estável e controlada. E este

foi um trabalho desenvolvido por muita gente”. O estudo foi realizado junto das 35 instituições públicas de ensino superior. O documento revela que no final de 2010 existiam nas instituições de ensino superior público um total de 39.869 funcionários, sendo que: 67% dos funcionários pertenciam a instituições de natureza universitária e 33% a instituições de natureza politécnica. Os dados informam ainda que 53% dos funcionários eram mulheres e 47% homens e que 59% dos funcionários são docentes, 38% não docentes e 2% são investigadores. Além disso, em 2009 existiam menos 530 funcionários. K

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JULHO 2011 /// 09


Família, Educação e desenvolvimento no séc. XXI

Congresso em Portalegre 6 O I Congresso Internacional Família, Educação e desenvolvimento no séc. XXI, decorreu nos dias 3 e 4 de Junho, no Centro de Congressos da Câmara Municipal de Portalegre, numa organização conjunta da Escola Superior de Educação de Portalegre e do Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais - Grupo Saúde, Cultura e Desenvolvimento - Universidade Aberta. Foi objectivo principal do encontro a reflexão e a partilha de saberes e experiências que contribuíram para o desenvolvimento científico e para a qualidade de práticas profissionais e de estratégias políticas. O congresso foi rico na troca de experiências, dada a promoção do intercâmbio de conhecimentos interdisciplinares entre os profissionais oriundos de diferentes domínios do saber e do agir. Durante os dois dias, foi criado um espaço de debate interdis-

Colóquio

ESE de Portalegre evoca Saramago ciplinar e intercultural nas áreas da Família da Educação e Desenvolvimento. Estiveram presentes 27 palestrantes da Universidade Aberta, Universidade do Algarve, IP Setúbal, ISPA, Escola Superior de Educação do Porto, Universidade do Porto, Universidade Téc-

nica de Lisboa, Universidade Lusófona, Universidade de Aveiro; ESE de Viana do Castelo, Centro de Investigação da Universidade do Porto e Aberta, Universidade Federal Rio Grande do Norte, Universidade de Fortaleza e Universidade de Sergipe. K

6 O I Colóquio de Cultura Contemporânea, organizado pela Área Científica de Língua e Literatura Portuguesas da ESE de Portalegre, decorreu no Auditório da instituição, no passado dia 7 de Junho. Nesta primeira edição foi prestada uma homenagem a José Saramago, de acordo com o tema Saramago, o escritor universal. O programa deste evento contou com três momentos: um

primeiro painel de comunicações dedicado ao tema Saramago, a Literatura e o Mundo, um segundo painel subordinado ao tema Olhares Cruzados: a Língua, a Literatura e outras Artes, e um último momento pautou-se pela projecção do filme de animação A Maior Flor do Mundo, de Juan Pablo Etcheverry, e da longa-metragem Ensaio sobre a Cegueira/Blindness, de Fernando Meirelles. K

Em Novembro

Santarém realiza jornadas Tecnológicas

Fotografia

Passaporte em Tomar 6 Num dia... muitos dias... é o tema da exposição de trabalhos do fotógrafo António Passaporte (1901-1983), que estará patente ao público até Outubro de 2011, no CAI - Galeria IPT, na Casa dos Cubos na Casa Vieira Guimarães. Naqueles locais é possível apreciar fotografias da cidade de Tomar, entre 1950 e 1960, que incluem pessoas, espaços ou acontecimentos como o Autor, a Cidade de Tomar, as vistas e os monumentos, as Comemorações dos 800 Anos, o Colégio Nuno Álvares, a Barragem de Castelo do Bode, as Piscinas Municipais Vasco Jacob e a Festa 010 /// JULHO 2011

dos Tabuleiros. A partir dos anos 40 do século XX, Passaporte foi responsável por uma vasta recolha e edição documental de um país, ainda por muitos, desconhecido. Dotado de espírito aventureiro, António Passaporte, teve uma vida cheia de histórias e peripécias. A infância em Angola, a ida para Espanha e a participação na Guerra Civil Espanhola, figurarão na exposição que estará patente em três edifícios de importante significado patrimonial nesta cidade. Esta mostra, organizada em cinco núcleos temáticos, pretende transportar o espectador

numa interessante viagem no espaço e no tempo e que afinal é um roteiro fotográfico de cunho documental, situado essencialmente em Tomar, entre os anos de 1950 e de 1960. A cidade, as ruas, os recantos, os monumentos, o rio e os jardins, a reportagem da construção da Barragem de Castelo do Bode, as grandiosas festas do Colégio Nun’Alvares e todo o seu ambiente académico, as monumentais comemorações dos 800 anos de Tomar e a Festa dos Tabuleiros, serão alguns dos temas que poderão ser vistos nesta mostra. K

6 A 6.ª edição das Jornadas Tecnológicas irá realizar-se, de 16 a 18 de Novembro, nas instalações da Associação Empresarial da Região de Santarém, em Torres Novas. Em 2011 será dado destaque a quatro painéis onde serão discutidas as novidades e soluções das respectivas áreas: edifícios inteligentes, telecomunicações, accionamentos industriais, e a manutenção das instalações eléctricas industriais. Todos os painéis estão direccionados para os fabricantes, distribuidores, projectistas, instala-

dores e técnicos de manutenção, oriundos de instituições privadas e públicas, e que não prescindem da boa qualidade exigida nas comunicações apresentadas nas Jornadas Tecnológicas. Os temas mais actuais da área são apresentados por oradores conceituados, os profissionais presentes no público levantam as mais variadas questões, e com tudo isto vão esclarecendo as suas dúvidas e actualizando os seus conhecimentos. As inscrições, tal como as outras informações, já se encontram disponíveis online. K

Viana do Castelo

Novo director no Desporto 6 Luís Paulo Rodrigues, docente na Escola Superior de Educação, acaba de ser nomeado director da Escola Superior de Desporto de Viana do Castelo, o que considera constituir “um desafio renovado. Há já cerca de vinte anos que o IPVC, eu próprio e grande parte da equipa que dinamiza este projecto tem

vindo a intervir com sucesso na área das ciências do desporto. É agora chegado o momento de um investimento claro e de futuro na formação e investigação neste domínio, alicerçado num local que nos oferece todas as condições, e num corpo docente motivado e competente”, confessa. K


Gestão de Eventos

Politécnico de Leiria abre novo mestrado 6 A Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Leiria abriu no passado dia 3 de Junho e até dia 15 de Julho o processo de candidaturas para o Mestrado em Gestão de Entidades, Instalações e Eventos Desportivos a iniciar no próximo ano lectivo de 2011/12. Este mestrado surge da necessidade de formar profissionais qualificados na área de gestão do desporto e tem como objectivos

formar indivíduos com um conjunto de capacidades humanas, organizativas e empresariais que permitam gerir de forma eficiente organizações desportivas públicas e privadas, além de fornecer aos alunos o estado da arte do conhecimento ao nível de gestão e administração de entidades desportivas considerando as especificidades do mercado, da economia e da jurisprudência da indústria desportiva. K

Avaliação da European Universities Association (EUA)

Leiria apresenta resultados

Barreiro vai à escola

Química dos Fidalguinhos 6 A Escola Superior de Tecnologia do Barreiro do Instituto Politécnico de Setúbal, proporcionou uma tarde dedicada à química junto dos alunos do 2º ano da Escola Básica dos Fidalguinhos. A iniciativa, que decorreu a 16 de Junho, insere-se no projecto “A Química vai à Escola”, que tem como objectivo demonstrar um conjunto de experiências químicas divertidas a crianças dos 5 aos 9 anos, despertando a curiosidade e o interesse do público infantil pela Química, provando que a Química existe no nosso dia-a-dia, mesmo nas coisas mais simples», explica Celina Santos, coordenadora do projecto. Os materiais usados são, na maioria, de uso corrente nas nossas casas o que possibilita um maior interesse pelas crianças e a possibilidade de estas repeti-

rem a experiência em casa, transformando o lar num laboratório. Desde um fogo-de-artifício dentro de um balão de vidro a uma paleta de cores em leite, houve de tudo, com muita cor e magia. As experiências são acompanhadas com explicações dos fenómenos químicos o que permite uma maior participação e interesse por parte das crianças. O projecto surgiu da ideia de conjugar o ano internacional da Química com o ano internacional do Voluntariado e resultou da vontade dos alunos do curso de Engenharia Química da Escola Superior de Tecnologia do Barreiro orientados pela docente Celina Santos da mesma escola. O projecto vai continuar no próximo ano lectivo e prevêem-se visitas mensais às escolas do Concelho do Barreiro. K

www.ensino.eu

6 “Através de uma gestão cuidadosa o Instituto Politécnico de Leiria (IPL) irá alcançar com sucesso as suas ambições para o futuro”, conclui o relatório de avaliação internacional feita ao Instituto Politécnico de Leiria (IPL) pela European Universities Association (EUA) no âmbito do Institutional Evaluation Programme (IEP). Esta e outras conclusões do estudo do IEP serão apresentadas segunda-feira, dia 13 de Julho, em conferência de imprensa, a decorrer nos serviços centrais do IPL. O IEP é serviço de avaliação institucional, disponibilizado pela EUA, que tem por missão realizar avaliações que apoiem as instituições de ensino no desenvolvimento contínuo da sua gestão estratégica e no desenvolvimento e reforço de uma cultura de qualidade interna. A avaliação surge na sequência de uma avaliação inicial concluída em 2007, a pedido do IPL, que definiu 23 recomendações que o instituto deveria implementar ou reforçar a curto prazo. Três anos volvidos entendeu o IPL solicitar uma avaliação de follow-up, trabalho a que se refere o presente estudo, e que foi realizado pela EUA em Novembro de 2010. A equipa de avaliação que visitou o IPL e que reuniu com mais de uma centena de pessoas representativas não só do IPL como da comunidade regional, evidenciou, no relatório final, que “ficou muito impressionada com o progresso do IPL e com o facto de ter transformado em realidade grande parte das recomendações da avaliação inicial” e satisfeita com o “entusiasmo e motivação da comunidade académica em alcançar os seus objectivos”. As 23 recomendações do IEP, resultantes da avaliação inicial concluída em 2007, incidiam no

Nuno Mangas viu o IPL ser elogiado pela EUA planeamento estratégico, governo e gestão do Instituto, na implementação do Processo de Bolonha e internacionalização e, no que toca ao ensino, aprendizagem e cursos ministrados, e no desenvolvimento de sistemas de garantia de qualidade. No que respeita ao planeamento estratégico, governo e gestão do instituto, a equipa revela que na visita inicial constatou que o IPL “já se encontrava muito avançado no sentido de se tornar uma entidade unificada, com finalidades e objectivos colectivos delineados”. Ao nível da investigação, os auditores salientaram ainda o empenho do IPL na construção da sua capacidade de investigação, referindo que “é de notar que um dos seus centros de investigação, o Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentado do Produto, alcançou o estatuto de centro de excelência pela Fundação para a Ciência e Tecnologia”, além de actualmente estarem 12 unidades de investigação associadas ao instituto.

A equipa evidenciou também o «grande progresso no incremento do acesso aos seus programas educativos por parte de um leque mais variado de estudantes», nomeadamente com o regime pós-laboral e com os cursos de ensino a distância, os «claros esforços» do IPL na melhoria das suas instalações e na «forte ênfase no aumento da qualificação ao nível de doutoramento do pessoal docente». A EUA destaca ainda algumas recomendações e desafios para o futuro do IPL, nomeadamente que o ensino e a investigação mantenham uma ligação, permitindo que os estudantes continuem a aplicar os conhecimentos teóricos em projectos de investigação; e que os currículos sejam mais abrangentes nos primeiros anos do curso, ocorrendo a especialização no último ano, permitindo uma maior e mais rápida adaptação dos cursos às exigências do mercado. A criação de uma associação de antigos estudantes é outra recomendação da EUA. K JULHO 2011 /// 011


Novas fronteiras com farmácia

Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação

Guarda investiga e inova 6 O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) realizou, nos dias 30 de junho e 1 e 2 de julho, o XI Congresso da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. O programa deste congresso, subordinado ao tema “Investigar, Inovar e Desenvolver: desafios das ciências da Educação, integrou a realização de quatro mesas redondas com especialistas nacionais e estrangeiros, sobre temas como “Desafios e Mudanças no Ensino Superior”, “Políticas e Dilemas da Formação”, “Trabalho Docente, Para onde vão as Ciências da Educação” e “Investigação: Agendas e Financiamentos”. O diretor da Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto, Carlos Reis, explicou que “o congresso é promovido anualmente pela Sociedade Portuguesa

das Ciências da Educação (SPCE) que encarrega uma instituição de ensino superior – universitária ou politécnica – de organizar localmente um encontro de dimensão nacional”. A sua realização na Guarda deve-se a uma candidatura apresentada à Sociedade. De acordo com aquele responsável, este evento “aglutinou todos os que trabalham, lecionam e investigam a Educação e as Ciências da Educação. O Congresso consubstanciou o objetivo da Sociedade Portuguesa das Ciências de Educação de contribuir para o levantamento e resolução de problemas educativos através do desenvolvimento da investigação e do ensino, bem como facilitar a cooperação entre os diversos intervenientes nesta área” Foram submetidos para apre-

sentação ao congresso 274 trabalhos, correspondendo a 435 autores de cinco países – Portugal, Espanha, Brasil, Cabo Verde e Estados Unidos da América. Ainda de acordo com Carlos Reis, “a organização de eventos desta natureza constitui uma vocação que se enquadra na missão do ensino superior, conferindonos o prestígio requerido para desenvolver a atividade académica, refletido de forma objetiva na capacidade de creditação das nossas formações.” Na perspetiva do diretor da escola, este evento trará à Guarda “muitos visitantes, estimulando a vida económica e social e projetando as potencialidades da nossa região”. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

Inscrições abertas

IPG aposta nos CET’s 6 O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) tem abertas, até ao próximo dia 22, inscrições para a frequência de Cursos de Especialização Tecnológica, anunciou a instituição. O IPG adianta que no próximo ano letivo vão ser lecionados cursos de Técnicas em Gerontologia, Técnico Desportivo de Jovens Atletas, Técnico de Desporto de Natureza, Aplicações Informáticas de Gestão, Condução de Obra, Desenvolvimento de Produtos, Multimédia, Energias Renováveis, Gestão de Vendas, Gestão Operacional e Logística, Herbalismo, Instalação e Manutenção de Redes e Sistemas Informáticos, Manutenção Industrial, Técnicas de Gestão e Qualidade, Técnico Especialista de Conta-

Robô bombeiro na Guarda T A 9ª Edição do Concurso Robô Bombeiro decorreu na Guarda, no passado dia 9. Tratou-se de uma iniciativa da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico da Guarda que juntou 33 equipas. Este ano concorreram 19 equipas na Classe Standard (escolas secundárias e profissionais), 7 na Classe Sénior (universidades e institutos) e 7 na Classe Robôs com Pernas. O concurso decorreu no Pavilhão Desportivo de São Miguel (Guarda), onde, na parte da manhã, vão ter igualmente lugar as verificações técnicas. K

Mestrados na ESEP TA Escola Superior de Educação de Portalegre tem abertas as candidaturas para o Mestrado de Ensino 1º e 2º Ciclos do Ensino Básico; e para o Mestrado de Jornalismo Comunicação e Cultura. O prazo de candidatura para o primeiro mestrado termina dia 18 de Julho de 2011; o prazo de candidatura para o Mestrado de Jornalismo, Comunicação e Cultura no dia 9 de Setembro de 2011. As candidaturas devem ser apresentadas na secretaria da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Portalegre. K

Animadores em Torres Novas

bilidade e Tecnologia Mecatrónica. Vão funcionar também os cursos de Topografia e Sistemas de Informação Geográfica, Gestão de

Animação Turística e Técnicas de Restauração. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

www.ensino.eu 012 /// JULHO 2011

T O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) foi palco, no passado dia 8 de Julho do III Simpósio de Farmácia, subordinado ao tema “Novas Fronteiras”, promovido pela Escola Superior de Saúde. Neurofarmácia, Farmacovigilância, Medicamentos de Uso Pediátrico e a Profissão em Contexto Europeu foram os temas dos painéis que integram este simpósio, o qual decorrerá a partir das 9h30 no auditório dos serviços centrais do Instituto Politécnico da Guarda. K

TOs alunos do curso de Animação Sociocultural da Escola Profissional de Torres Novas participaram este mês numa conversa informal com o investigador Adelino Antunes e a aluna Vanda Costa da Escola Superior de Educação, sobre a Licenciatura de Educação Social e Desenvolvimento Comunitário e sobre o papel do Educador Social. A aluna Vanda Costa deu o

exemplo de que como uma Técnica de Fisioterapia pode mudar o rumo da sua vida profissional e ingressar no ensino superior para ganhar novas competências e adquirir conhecimentos numa área completamente diferente. Adelino Antunes emocionou a plateia com as experiências da sua vida tão preenchida e tão rica, cheia de peripécias e muita aprendizagem. Mostrou que ao longo da nossa vida podemos tomar vários caminhos, fazer várias escolhas e procurar o que nos complete. K

Debates com terapia em Setúbal TA Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal organizou, entre 22 e 28 de Junho, o Ciclo de Debates 2011: Projectos de Intervenção Comunitária e Investigação, que envolveu a apresentação e discussão públicas dos Projectos de Intervenção Comunitária implementados no último ano pela Licenciatura em Fisioterapia, bem como os trabalhos finais das Licenciaturas em Terapia da Fala e de Enfermagem e das Pós-graduações em Saúde Escolar, em Fisioterapia no Desporto e em Dor Crónica. K

Viana com empreendedores T As ideias de negócio “SIOSLIFE – sistemas interactivos orientados para seniores”, “Bom Gosto – MixSauces” e “Connoisseur” foram as três vencedoras da fase regional do concurso Poliempreende, em Viana do Castelo. Jorge Oliveira e Fábio Macedo, estudantes da licenciatura em Tecnologia de Computação Gráfica e Multimédia da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico de Viana, são os promotores do Sioslife. Já a ideia “Bom Gosto – Mix-Sauces” consiste “na criação de um Kit de molhos”, referem os promotores Pedro Silva, Alexandrina Silva, Ana Rita Gomes, Rita Cunha e Luís Sá, estudantes da licenciatura em Engenharia Alimentar. A ideia “Connoisseur” “consiste na criação de uma plataforma informática de bases de dados com a finalidade de criar grupos de pessoas com interesses comuns e, a partir daí, oferecer um serviço que se baseia na organização completa de actividades desportivas e lúdicas”. Os promotores deste conceito são Maria Brito e Faro, André Leite, João Soares e Saladino Fonseca, da Licenciatura em Desporto e Lazer da Escola Superior de Educação. K


JULHO 2011 /// 013


Herdade do Vale da Rosa

Vito Carioca visita empresas 6 O presidente do Instituto Politécnico de Beja (IPBeja), Vito Carioca, visitou, no passado dia 15 de Junho, a Herdade do Vale da Rosa, em Ferreira do Alentejo, no âmbito das actividades preparatórios do Fórum para o Desenvolvimento, iniciativa que o Politécnico irá organizar no mês de Novembro. A comitiva incluía ainda o Pró-Presidente para a Imagem e Comunicação, Aldo Passarinho, e a Directora do Centro de Transferência e Conhecimento (CTC), Isabel Sofia, e foi recebida pelo Administrador da empresa, António Silvestre Ferreira. Teve como objectivo estreitar ainda mais a relação que o Politécnico de Beja tem vindo a estabelecer, em áreas estratégicas, com o tecido empresarial da região. Da deslocação a esta empresa de produção de uvas de mesa de alta qualidade, com forte presença no mercado exterior, resultou a determinação de as duas entidades procurarem oportunidades de colaboração em conjunto, de forma a partilhar as experiências e o conhecimento que têm acumulado ao longo dos tempos. “Colocámos ao vosso dispor

Direitos Reservados H

Aeroporto de Beja

IPBeja estuda perfil do passageiro O presidente do IPBeja sublinhou a importância do Politécnico todo o nosso know-how, a nossa boa vontade, os nossos edifícios e os nossos docentes”, afirmou Vito Carioca, durante o encontro, dizendo ainda que “o conhecimento empírico e o conhecimento sobre as práticas” adquiridas no Vale da Rosa são igualmente “um conhecimento muito valioso”. Por seu lado, António Silvestre Ferreira mostrou-se receptivo a esta aproximação do Politécnico de Beja, reiterando que “as

empresas desta região precisam desta ajuda preciosa das instituições de ensino superior”. O administrador da empresa defendeu ainda que Agricultura é uma área que foi marginalizada, mas que “pode fazer milagres”. O Vale da Rosa dá, em média, 300 empregos por mês e, actualmente, “só não exporta mais porque não pode. Conseguimos fazer uma óptima figura no mercado internacional com produtos feitos no Alentejo”, concluiu. K

competição

Viseu no Eco-marathon 2011 6 Uma equipa da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Viseu participou este ano na edição da prova Shell Eco-Marathon, que decorreu de 26 a 28 de Maio e contou com equipas de 26 países, obtendo a 48ª posição. Para a prova deste ano, o Departamento de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial tentou uma vez mais alargar o acesso de um maior número de alunos a este projeto. Neste sentido, além dos trabalhos dinamizados pelo Clube Shell Eco-Marathon, formado no ano anterior, houve um esforço para incluir alguns dos trabalhos de preparação do veículo em algumas unidades curriculares dos cursos de Licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial, Licenciatura em Engenharia Mecânica e ainda do curso de Licenciatura em Tecnologias e Design de Multimédia. Alguns desses trabalhos passaram pelo fabrico de peças em materiais compósitos, por um trabalho da unidade curricular de projeto do 014 /// JULHO 2011

curso de LEM, tendo em vista a instalação de um sistema de injeção eletrónica programável num motor de 22 c.c. (sistema ainda não utilizado na edição deste ano) e ainda na conceção de uma página web dedicada ao Clube Shell Eco-Marathon (http://www.estv.ipv.pt/clubshell/), na qual colaborou o Departamento de Informática da Escola. Além destes, foi ainda desenvolvida uma nova transmissão que incorpora um sistema de variação contínua por recurso a polias de diâmetro variável e introduzida uma carta analógica no autómato que equipa o protótipo da ESTGV, tendo

em vista um controlo mais preciso do acelerador. Foi ainda concebido um sistema de suspensão dos equipamentos eletrónicos de modo a minimizar possíveis interferências causadas pela vibração introduzida pelo motor de combustão interna. Num ano particularmente difícil devido às restrições orçamentais impostas, que condicionaram os trabalhos de preparação para a prova, o resultado obtido ficou aquém das expectativas, devido a vários imprevistos e avarias. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

6 O Instituto Politécnico de Beja vai assegurar, durante os próximos quatro meses, um estudo de caracterização do perfil do passageiro do Aeroporto de Beja. A iniciativa surge na sequência de um acordo com a ANA – Aeroportos de Portugal Todos os domingos, de 5 de Junho a 16 de Outubro, 4 alunos de Mestrado em Desenvolvimento Comunitário e Empreendedorismo do IPBeja: Jerónimo Picado, Célia Soares, Antónia Franganito e Inês Godinho, sob a coordenação dos docentes Victor Figuei-

ra e Sandra Saúde, irão realizar questionários aos passageiros da rota Beja – Londres Heathrow, operada pela companhia aérea British Midland e comercializada pelo operador turístico britânico Sunvil. Este estudo pretende recolher informação que permita conhecer o perfil dos turistas que chegam ao Aeroporto de Beja, bem como colher informação acerca da sua experiência turística vivida durante a estadia na região do Alentejo. Os primeiros resultados serão disponibilizados em Setembro. K

novas Tecnologias

Projecto em Coimbra para melhorar a saúde 6 Investigadores de três escolas superiores e de um instituto universitário de Coimbra constituíram o grupo de trabalho HealthTec, que visa a criação de projetos com alto valor acrescentado para a Saúde, a partir da partilha de experiências e do conhecimento multidisciplinar. O HealthTec – Workshop Group é uma iniciativa conjunta do Gabinete de Empreendedorismo da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, do Clube de Inovação e Empreendedorismo da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra,

do Departamento de Engenharia Mecânica do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra e do Instituto de Sistemas e Robótica da Universidade de Coimbra. Utilizar a tecnologia nas respostas às necessidades em Saúde, com vista à procura de soluções inovadoras que resultem em equipamentos, bens ou serviços promotores da melhoria da qualidade de vida, da saúde e do bem-estar das populações é o principal objetivo deste grupo de investigadores e professores do ensino superior. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

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Arquivo H

Pós-graduações

IPCB aposta nos mestrados 6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) tem já abertas as inscrições para os cursos de mestrados. Gerontologia Social e Ensino de Inglês e de Espanhol no Ensino Básico são as duas novas ofertas. As candidaturas estão abertas até 22 de Julho. De acordo com o IPCB , esta oferta formativa permitirá aos alunos da instituição prosseguirem os seus estudos para um nível mais elevado, e ao mesmo tempo garante que outros licenciados possam fazer o seu mestrado no

IPCB. As 25 ofertas abrangem várias áreas, a saber: Gestão Agro-Ambiental de Solos e Resíduos Fruticultura Integrada; Tecnologias e Sustentabilidade dos Sistemas Florestais; Sistemas de Informação Geográfica em Recursos Agro-Florestais e Ambientais; Monitorização de Riscos e Impactes Ambientais; Inovação e Qualidade na Produção Alimentar; Gestão de Recursos Hídricos; Engenharia Agronómica; Engenharia Zootécnica; Música; Design Gráfico; Design de Interio-

res; Design do Vestuário e Têxtil; Produção Audiovisual para os Novos Media; Actividade Física; Educação Especial -Domínio Cognitivo e Motor; Educação Pré-Escolar e Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico; Intervenção Social Escolar; Ensino de Inglês e de Espanhol no Ensino Básico (novo)Ensino de Educação Musical no Ensino Básico; Gerontologia Social (novo) Gestão de Empresas; Infra-estruturas de Construção Civil; Comunicações Móveis; Desenvolvimento de Software e Sistemas Interactivos. K

IPCB

Tecnologia faz férias de Verão 6 A Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco está a organizar em Julho diversas iniciativas relacionadas com as áreas de Engenharia e Tecnologia destinadas a alunos do Ensino Secundário. Além de permitir que os mais jovens aprendam matérias relacionadas com estas áreas de saber, de forma divertida e descontraída, estas são

também oportunidade de umas férias diferentes e saudáveis. Informática, Engenharia Civil e Engenharia Electrotécnica e Industrial são áreas das quais serão realizadas experiências, reveladas técnicas e experimentados recursos relacionadas com estas áreas de Engenharia. Os módulos são leccionados por docentes das várias Uni-

dades Técnico-Científicas da ESTCB. Para o Instituto Politécnico de Castelo Branco “esta é uma forma diferente de ocupar os dias de Verão em Castelo Branco”. Além da componente técnica ocorrerão também actividades lúdicas, tais como desconto em bilhetes para a piscina, que está mesmo ao lado da ESTCB, passeios ou brindes. K

JULHO 2011 /// 015


Nuno Crato, Ministro da Educação

Português e matemática são prioritárias 6 O novo ministro da Educação, Nuno Crato, quer acabar com a dispersão curricular que existe no 3º ciclo do ensino básico. Por isso, assegura, quer “reduzir a dispersão curricular que existe, reformulando os currículos e concentrando a atividade no português e matemática” não só no terceiro, mas também no segundo ciclo”. Exigência e qualidade no ensino parecem ser as palavras de ordem do novo tutelar da pasta da educação, o qual pretende que “os alunos não passem de repente a substituir o cálculo mental pela calculadora”. Ainda assim, Nuno Crato afastou a ideia de proibir o uso da calculadora. “Eu não pretendo acabar com a calculadora. Outras medidas do novo ministro passam pela realização de exames finais de conclusão do 2º ciclo e pelo alargamento aos exames nacionais do terceiro ciclo das disciplinas de inglês e ciências. O ministro afirmou que “o 2º ciclo deve ser de avanço e não de retrocesso”, justificando a introdução Publicidade

016 /// JULHO 2011

Arquivo H O Ministro da Educação quer mais exigência e rever a avaliação dos docentes

de exames nacionais no 6º ano. Nuno Crato reafirmou a intenção de rever os currículos, sobretudo no português e na matemática. Quanto à avaliação dos professores, considerou que “não é o problema central da educação”, acrescentando que “há muitos problemas e mais importantes”, tais como a aprendizagem dos alunos. Contudo, disse que o atual modelo de avaliação dos docentes “não serve”, defendendo um “modelo que não seja burocrático e que não seja feito por outros professores”. No parlamento, o ministro anunciou a desburocratização do processo avaliativo, referindo que a reforma será apresentada em breve aos parceiros.“Estamos contra uma avaliação burocrática e pouco fiável que perturba as escolas e coloca em causa o seu funcionamento regular. A desburocratização da avaliação deve ir ao encontro da exigência e autonomia dos avaliados e dos avaliadores”, defendeu o ministro da Educação. ;


Arquivo H ; O ministro defendeu a necessidade de “uma avaliação justa, rigorosa e transparente”, justificando não haver tempo a perder nesta matéria, mas sem concretizar de que forma o vai fazer. Numa outra perspectiva, Nuno Crato anunciou a implementação de uma prova de acesso à profissão. “Esta medida ajudará a escolher os melhores e os mais bem preparados para ensinar”. O Ministro fez questão

de sublinhar que as medidas necessárias a implementar não dependem apenas de dinheiro, lembrando mesmo que o dinheiro não é infinito. Para o ministro, o rigor nas escolas não depende só de dinheiro, mas de medidas como a reformulação dos programas e dos currículos. Defendeu mesmo que se não houver exigência nas escolas, serão “os filhos dos mais ricos, que têm hipóteses alternativas, que acabam

por progredir, em detrimento dos mais pobres”. Na sua intervenção, o ministro da Educação disse ainda que o ministério da Educação é “uma máquina gigantesca, que em muitos aspetos se sente dona da educação, algo que quer contrariar. “Eu quero acabar com isso”, rematou. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

Nuno Crato DEFENDEU, VÁRIAS VEZES, MEDIDAS URGENTES

Perfil do novo ministro 6 Nascido em Lisboa, em 1952, onde se licenciou, é atualmente presidente executivo do Taguspark, em Oeiras. Nuno Crato é professor catedrático e pró-reitor da Universidade Técnica de Lisboa (UTL), começou por dar aulas no ensino secundário. Viveu em Lisboa, nos Açores e nos Estados Unidos da América, onde fez o doutoramento em Matemática Aplicada (1992), depois do mestrado em Métodos Matemáticos para Gestão de Empresas (1987), na capital portuguesa. Foi também em Lisboa que se licenciou em Economia (1980/81), no Instituto Superior de Economia. É autor de um vasto conjunto de publicações, entre artigos em revistas científicas e livros que tornaram a matemática acessível a todos e o popularizaram entre os mais jovens. Para essa popularidade contribuiu também o cargo de presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM), que ocupou desde

Arquivo H 2004 e que deixou para Miguel Abreu, nas últimas eleições, após assumir funções de administrador do Taguspark, no ano passado. “A Matemática das Coisas” e “A Espiral Dourada” estão entre os mais recentes títulos que editou. Mantém-se na SPM como presidente da Mesa da Assembleia-Geral, prometendo continuar a escrever e a divulgar a matemática. Em 2008, foi condecorado pelo Presidente da República com a comenda da Ordem do Infante Dom Henrique. A União Euro-

peia atribuiu-lhe, no mesmo ano, um prémio de comunicador científico do ano. Crítico da educação em Portugal, defendeu nas várias entrevistas que deu a necessidade de medidas urgentes no ensino da matemática, sugerindo alterações na estrutura do Ministério da Educação, como a extinção do gabinete responsável pelos exames e pelas estatísticas, que quer ver entregues a uma entidade independente. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

JULHO 2011 /// 017


Trabalho já começou

Os desafios de Nuno Crato 6 Nuno Crato, o matemático que deu protagonismo à ciência exata e se distinguiu pela sua divulgação, nomeadamente entre os mais novos, é o novo ministro da Educação. O novo ministro da Educação, do Ensino Superior e da Ciência, Nuno Crato, tem pela frente mais de uma dezena de sindicatos de professores, constantes ameaças de greve e Publicidade

Arquivo H

um plano de austeridade que envolve a criação de mais mega agrupamentos e redução de pessoal. Para cumprir as medidas inscritas no memorando de entendimento assinado com a troika (UE, FMI e BCE), o novo ministro vai ter de poupar 195 milhões de euros na área da Educação. Para 2013, o documento aponta o aprofundamento

de medidas, com vista a poupar mais 175 milhões de euros. As escolas públicas deverão obter financiamento com base na evolução de desempenho e na prestação de contas. O Governo deve elaborar um plano para melhorar a qualidade do ensino secundário, nomeadamente através da generalização de “contratos de confiança” com as escolas públicas, para as quais se recomenda mais autonomia. Simultaneamente, exige-se o reforço do papel fiscalizador da InspecçãoGeral da Educação. O financiamento com base em contratos pro-

grama, como já acontece com algumas universidades e hospitais, havia sido defendido pelo Conselho Nacional de Educação. Mantém-se o objetivo de combater a baixa escolaridade e o abandono escolar precoce, de melhorar a qualidade do ensino e da formação. Está prevista a criação de um sistema de análise, acompanhamento, avaliação e comunicação para aferir com precisão os resultados das políticas de educação, nomeadamente as que já estiverem em vigor para contenção de custos. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

EQUIPA DA EDUCAÇÃO

Novos Secretários 6 A junção do Ministério da Educação com o da Ciência e Ensino Superior acrescenta um secretário de Estado aos três existentes nos anteriores governos e muda os nomes das respetivas pastas. O novo ministro, Nuno Crato, passa a ter um secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, João Casanova de Almeida (CDS-PP), e uma secretária de Estado do Ensino Básico e Secundário, Isabel Maria Santos Silva. João Casanova de Almeida foi chefe de gabinete do grupo parlamentar do CDSPP e é licenciado Ciências da Educação, Administração e Gestão Escolar. Isabel Maria Santos Silva é professora auxiliar no departamento de Psicologia da Universidade de Évora, sendo doutorada em Psicologia, pela mesma universidade, sobre os processos cognitivos e conhecimentos envolvidos nas etapas iniciais da aprendizagem da leitura. Desde 2009, a nova secretária de Estado do Ensino Básico e Secundário integra o grupo de trabalho responsável pelo estudo psicolinguístico para “Estabelecimento de níveis de

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referência na aprendizagem da leitura e da escrita do 1.º ao 6.º ano de escolaridade”, realizado no âmbito do programa de acompanhamento e de monitorização do Plano Nacional de Leitura. O novo secretário de Estado do Ensino Superior é o professor catedrático do Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra João Filipe Rodrigues Queiró, enquanto que a Ciência fica a cargo da professora universitária Maria Leonor Parreira, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. João Filipe Rodrigues Queiró já foi presidente da Comissão Científica do Departamento de Matemática da FCTUC e membro do Board da International Linear Algebra Society. Foi também presidente do Centro de Matemática da Universidade de Coimbra e vice-presidente do Centro Internacional de Matemática. Além de professora universitária, Maria Leonor Parreira trabalha no Instituto de Medicina Molecular e é investigadora do Instituto Gulbenkian Ciência. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _


castra leuca

Nouvelle Vague recorda música pop dos anos 80

Tuna renova imagem

Grupo francês canta sucessos portugueses

6 A Castra Leuca - Tuna Académica Masculina do IPCB renovou a sua imagem recentemente, apresentando ao público o seu novo símbolo. O novo brasão visa actualizar e inovar a sua identidade, fazendo também mais ligações à Academia e cidade que representa. A forma do brasão, o escudo peninsular, ou português, foi escolhido como objectivo de manter a uniformidade usada em todas as unidades corporativas ligadas ao IPCB, assim como as cores principais, o azul e o branco; O castelo representa a ligação à cidade de Castelo Branco. A silhueta do dragão, em contraluz com a lua, simbolizando esta a noite, é usado como alusão aos mitológicos dragões brancos, conhecidos pela sua vasta sabedoria e conhecimento. O estudante representa um

tuno, com o instrumento musical bandolim. Finalmente, a forma “CL” representa as iniciais do nome da tuna académica, juntando as duas letras a um instrumento musical de cordas, simbolizando este a música, a razão principal de existência da Castra Leuca. K

Reunião em Vila Real

Antigos alunos regressam 6 No âmbito dos 25 anos, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro recebeu em Junho um encontro de antigos alunos, denominado AlumniUTAD 2011, que contou com centenas de participantes, no sentido de reforçar e estreitar a ligação entre a Universidade e os seus antigos estudantes, bem como reforçar o seu papel no desenvolvimento da sua estratégia, na definição de percursos formativos, no observatório do percurso profissional, na realização de

actividades científicas, técnicas e culturais, promovendo uma rede de contactos de todos os antigos estudantes. Do programa do encontro, destacou-se, entre outros momentos, a abertura de uma exposição de fotografia 25 anos da Rádio Universidade, a apresentação da revista AlumniUTAD, o filme Memórias da UTAD, bem como dos livros Crónicas de Estudante da UTAD, 25 Anos de Rádio RUM/UFM e Vila Real, ó que linda és!. K

6 Táxi, GNR, António Variações, Madredeus e Ban são alguns dos nomes que o grupo francês Nouvelle Vague revisitou para um álbum de versões que sairá este ano em exclusivo no mercado português. A antecipar a edição do disco, o grupo francês está em Portugal para fazer apresentações no verão em dois festivais de música: no Delta Tejo, em Lisboa, que decorreu no início do mês, e a 6 de agosto no festival Sudoeste TMN, na Zambujeira do Mar. Os Nouvelle Vague são um projecto criado em 2003 pelos produtores franceses Olivier Libaux e Marc Collin, em torno da música pop e “new wave” dos anos de 1970 e 1980. Dos álbuns de versões que editaram, com uma abordagem bossa nova e eletrónica, sobressaem revisitações, por exemplo, de “Just can’t get enough”, dos Depeche Mode, “Love will tear us apart”, dos Joy Divison, “Blue monday”, dos New Order, e “The killing moon”, dos Echo & the Bunnymen. Agora, a convite de um editor português, os Nouvelle Vague entraram na música portuguesa dos anos 80 e gravaram um conjunto de canções com vozes portuguesas: Rui Pregal da Cunha, ex-Heróis do Mar, Teresa Lopes Alves e as atrizes Dalila Carmo e Inês Castel-Branco. Em entrevista à Lusa, Olivier Libaux explicou que o grupo quis fazer este disco, ainda sem título, porque “é fã de Portugal”. Aliás, os Nouvelle Vague já tinham editado, apenas no mercado português, um álbum ao vivo gravado em Lisboa, fruto dessa empatia com o público português e com o país. Depois de terem ouvido o repertório da música “pop rock”

Direitos Reservados H portuguesa dos anos 80, os dois produtores franceses fizeram uma seleção musical que inclui, entre outras canções, “Portugal na CEE”, dos GNR, “Cairo”, dos Táxi, “Irreal social”, dos Ban, “O pastor”, dos Madredeus, ou “O corpo é que paga”, de António Variações. “Ouvimos as músicas sem perceber a letra e gostámos muito. Depois de as terem traduzido gostámos ainda mais”, reconheceu Olivier Libaux. Os dois produtores franceses, que contaram sempre com um leque variado de cantoras para os vários álbuns, estiveram em Portugal em fevereiro, quando gravaram as vozes para o disco. “Já conhecíamos o Rui [Pregal da Cunha] há muito tempo e de-

pois ouvimos a Dalila, a Inês e a Teresa e gostámos muito delas, mesmo sendo atrizes”, disse. Nos concertos em Portugal, as músicas serão interpretadas por eles. Do álbum, que não tem ainda data de edição, foi retirado o single “Sol da Caparica”, uma canção dos Peste & Sida que, por sua vez, já é uma versão de um tema dos Ramones, sendo aqui interpretada por Rui Pregal da Cunha. Olivier Libaux não descartou um regresso a Portugal depois do verão para mais concertos em torno deste disco, feito para o público português. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

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JULHO 2011 /// 019


Escola Sá da Bandeira

Projecto Rota da Oliveira A oliveira de Casais de S. Braz, na Romeira, tem cerca de 1000 anos, sendo a árvore mais antiga do distrito de Santarém e continua a dar 180 Kg de azeitona por ano. Foi classificada de interesse público em 24 de Agosto de 1993. 6 A Escola Secundária de Sá da Bandeira está a desenvolver o projeto “Rota da Oliveira” em parceria com o CEIP Juan Valera, o CEIP Ntra. Sra. de la Sierra e o CC San José todos de Cabra (Códova), Espanha prevendo-se o seu alargamento a escolas de outros países mediterrânicos. O aparecimento da oliveira na Península Ibérica é anterior à ocupação romana e ainda hoje faz parte integrante da nossa paisagem e da nossa cultura. A cultura da oliveira representa um elo comum aos povos da zona do med-

iterrâneo. O projecto “Cultivo da oliveira” tem uma duração de dois anos e enquadra-se na dinâmica das escolas associadas da UNESCO, e pretende ser um incentivo aos jovens para a promoção da interculturalidade e para a preservação do património ambiental. A Oliveira faz parte do nosso quotidiano quer de forma directa ou indirecta, tal facto proporciona o desenvolvimento de um trabalho baseado numa metodologia activa e participativa, em que as vivências dos alunos participantes no

projecto, apesar das particularidades de cada região, não serão muito diferentes. As escolas envolvidas centram as suas actividades nos mesmos objectivos: • sensibilizar para a importância do cultivo da oliveira; • sensibilizar para preservar o património ambiental e cultural; • compreender a importância do azeite na dieta mediterrânea; • promover a troca de experiências; • promover a interculturalidade; • aplicar o espanhol

como língua de comunicação. O contato directo e continuado através da Internet potencia a capacidade de saber fazer, e permite desenvolver atitudes de respeito mútuo numa perspetiva do conhecimento do valor do outro. Através da partilha de conhecimentos de índole científica, cultural e pessoal os alunos poderão dar mais sentido à Oliveira como símbolo universal de Paz. K Vanda Salvaterra _ Escola Secundária Sá da Bandeira

Uma em cada três sofre

Crianças têm muitas alergias 6 Uma em cada três crianças portuguesas sofre ou já sofreu de doença alérgica, patologia que é mais prevalente na idade pediátrica e que geralmente se torna uma companhia ao longo da vida. O panorama foi traçado pelo presidente da nova Sociedade Portuguesa de Alergologia Pediátrica, estrutura criada com o objetivo de fazer parcerias com outras entidades, estando em pé de igualdade com as sociedades congéneres. Segundo Libério Ribeiro, cerca de 80% das doenças alérgicas começam nos primeiros anos de idade e são em grande parte hereditárias. Nos primeiros meses de vida, a alergia mais frequente é a de origem alimentar, com a intolerância à proteína do leite de vaca a surgir em primeiro lugar, seguida do ovo, peixe e fru-

Direitos Reservados H tos secos. A partir dos dois ou três anos começam a aparecer as alergias por via respiratória ou inalatória. Ácaros ou animais são os principais responsáveis por estas alergias nos primeiros anos, com a intolerância aos pólenes a surgir geral-

mente por volta dos 6 ou 7 anos. No fundo, o que se nota na criança é uma evolução do tipo de alergia ao longo do crescimento, num movimento que Libério Monteiro designa como marcha alérgica. Primeiro, manifestações de alergia

alimentar, depois eczema e alergia respiratória. Estas doenças vão acompanhar as crianças até à idade adulta, porque há sempre uma base alérgica, mas o especialista lembra que “uma alergia bem controlada corresponde a uma alergia curada”,

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alertando para o “mito” que disse ser “totalmente errado” - de que a asma passa com a idade. “Quando se é alérgico é-se até ao fim da vida”, explicou. O presidente da Sociedade de Alergologia Pediátrica lamenta que haja uma subvalorização destas doenças que começa logo nos próprios pais e que se estende muitas vezes a alguns médicos. “Há médicos que se limitam a tratar os sintomas que se vão apresentando sem tratar a origem da doença. Temos de nos lembrar que são doenças inflamatórias crónicas que têm de ser tratadas”, referiu. Para Libério Ribeiro, as doenças alérgicas são das mais subvalorizadas, subdiagnósticadas e subtratadas. “Há um papel a fazer

na educação de quem trabalha com a criança, como professores, assistentes escolares. É preciso fazer uma educação ao nível da escola e dos pais, até para que reconheçam e valorizem os sintomas”, reconheceu. Esta temática tem levado vários investigadores a desenvolverem os seus trabalhos. Na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, Elisa Soares fez o seu mestrado nessa área, através de um estudo analítico transversal de uma população pediátrica, dos 3-11 anos, inscrita nas escolas da Cova da Beira. Os resultados revelaram que os frutos frescos foram o principal grupo alimentar envolvido na alergia alimentar para a faixa etária pediátrica. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _


“Memórias ficcionadas”

Beira Interior

Escolas com instrumentos

Reprovação Bendita

6 Seis escolas da Beira Interior vão receber mais de 60 instrumentos musicais de percussão. A Fundação EDP aprovou o projecto concebido pela Associação Cultural da Beira Interior e vai assim patrocinar a aquisição de material, aulas de música e identificação de jovens talentos. O maestro Luís Cipriano começa por explicar que este é um trabalho que tem vindo já

6 «negra e dura como uma muralha, pesando, dando sobre as almas, estava a Universidade […] com as suas formas diferentes de comprimir, escurecer as almas: […] os seus lentes crassos e crúzios» (“Um Génio que era um Santo”, Eça de Queiroz) O Prof. Ó.S.Carocha reprovouo no exame de “Migrações e Povoamento”. Foi o único chumbo de Arcílio na universidade! Preparou-se para aquela prova do mesmo modo que para as outras: com ligeireza e displicência próprias da juventude. Só que, desta vez, saiu-lhe o sábado à sexta-feira. Como não ia às aulas (matriculara-se como “aluno voluntário”) nem havia programa da cadeira (ou se existia não era publicitado entre os estudantes), Arcílio não soube que o Prof. Carocha informara a turma da obrigatoriedade de se apresentar, individualmente, um trabalho de análise demográfica de um concelho do país. Arcílio pensou que, por ser “voluntário” (o que implicava já um plus avaliativo de duas “frequências” anuais na disciplina) tal facto o punha a salvo da cláusula extra. Grosso erro de cálculo. Naquela escola, as avaliações por trabalhos eram raras (fez apenas dois, um de grupo, em “Metodologia das Ciências Sociais”, e outro individual, na cadeira do sisudo e monocórdico Carocha, ambos no último ano do curso). Assim, passou o verão mergulhado nas 640 páginas do livro de Demografia. Pela primeira vez, leu e sublinhou uma “sebenta” de fio a pavio. Entre Setembro e Outubro, pesquisou, com entusiasmo, as brochuras dos recenseamentos procurando caracterizar a evolução demográfica do concelho onde vivia há 15 anos. Fez tabelas, quadros, gráficos e pirâmides etárias, em papel milimétrico, da população do concelho de Vila Franca de Xira. As dúvidas que iam surgindo, no cálculo de índices e taxas, eram esclarecidas por um monitor (?) em tirocínio para assistente que, pelo que deixava transparecer, andava embrenhado na preparação de uma obra do seu catedrático protector. Todos aqueles trabalhos académicos, exigidos à generalidade dos estudantes, pa-

a ser feito por várias escolas da região. Nos últimos meses foram ouvidas 580 crianças “das quais seleccionamos 109”. Tortosendo, Covilhã, Teixoso, Paul, Fundão e Silvares são as localidades onde se vão instalar instrumentos musicais e onde as aulas decorrem. As escolas destas localidades ganham assim instrumentos “que mais nenhuma escola portuguesa tem”. K

O presidente da Câmara inaugurou a central

Castelo Branco vende energia

Escola com central 6 Trinta e seis painéis constituem a nova central fotovoltaica que o Agrupamento de Escolas Cidade de Castelo Branco inaugurou recentemente. A central permitirá uma poupança de 15 por cento na factura de electricidade desta escola e foi adqui-

rido com as verbas dos prémios de vários concursos ganhos por alunos. A Cidade de Castelo Branco inaugurou também um novo sistema de rega que utiliza água de um poço e uma estação meteorológica automática K

nisa

Etaproni em festa 6 Um grupo de alunos da Escola Profissional de Nisa participou nas actividades de final de ano lectivo da escola básica do 1.º ciclo de Nisa, na manhã do dia 22. O convite para esta participação surgiu depois de os alunos do Curso de Animador Sociocultural 2008/2011, durante o ano lectivo

que agora termina, terem efectuado várias actividades práticas do módulo de animação socioeducativa tendo como destinatárias estas crianças. Os alunos puderam colaborar com uma interacção criativa com as crianças, assim como realizar um atelier de pinturas de rosto e modelagem de balões. K

reciam contribuir também para o projecto, completando, desse modo, o quadro demográfico de Portugal Continental e Ilhas Adjacentes (as Províncias Ultramarinas, designação ideológica recauchutada para colónias, não entravam neste cenário embora se estivesse num Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina). Sentiam que estavam a “trabalhar para o professor” mas sem que tal fosse assumido por alguém. Mais tarde, a desconfiança avolumou-se quando viu frustrada a tentativa de recuperação do seu trabalho. – Parece que levou sumiço! – disse-lhe o monitor, enquanto vasculhava, de forma superficial, os montes de papelada que o cercavam naquele acanhado gabinete. A 20 de Outubro, apresentouse de novo a exame (ai como o calendário escolar bolonhês encolheu as férias!); era um sábado (e o fim-de-semana ainda não havia sido inventado!). Desta vez, ia confiante e seguro. A oral realizou-se logo na 3ª feira seguinte. Ficou aprovado com um 13 (a nota mais alta da 2ª época!); no contexto da altura, não era mau (o tempo da inflação das notas só viria mais tarde). Hoje, reconhece que aquele desaire, no seu percurso escolar, foi, sem dúvida, uma reprovação bendita. À conta disso, estudou, aprendeu, ganhou gosto pela matéria, tomou consciência de situações degradantes no país (como os vergonhosos números da mortalidade infantil); em suma, entusiasmou-se com essa área do social e ali lançou raízes de futuro. A adesão à Demografia, e em particular aos fenómenos migratórios, fez-se não pelo carácter ou empatia do Professor. Aquele homem, não cativava. Repelia… apesar da aparência: Ó.S.Carocha era um homem elegante, alto, penteado com esmero, sempre de fato e colete (azul escuro de preferência), gravata sóbria, sapato preto brilhante… Mas no melhor pano cai a nódoa: coxeava ligeiramente; e quando passava no corredor, o jovial Antonino imitava-lhe o mancar, e a malta zombava, em coro: – Deixa que eu chuto, pá. Daquele professor, de ar seráfico e poucas palavras, corriam histórias sobre a sua rigidez e inflexibilidade, nomeadamente

quanto ao formalismo que exigia aos alunos que se apresentavam a exame. Contava-se que chegou a impedir um de entrar na sala porque não levava gravata apesar de ir com um colar cervical, na sequência de um recente acidente rodoviário. Alguém teve de lhe emprestar a dita que ele colocou por cima da prótese semi-rígida. E só assim, naquela figura ridícula, lhe franqueou o acesso ao antro da tortura académica! O Prof. Ó.S.Carocha era um solteirão empedernido; diziase que esperava encontrar uma aluna com quem casar, tal como tinha acontecido com o seu modelo, o Prof. Arianus, o ex-director e ex-ministro de Salazar, que ele procurava clonar, no vestuário, nos gestos, nos comportamentos, nas expectativas profissionais e pessoais. Nos ventos arrasadores do PREC, o Prof. Ó.S.Carocha acabou, como tantos outros, saneado. Aquela escola, pela sua proximidade ideológica ao regime marcelista, enviou muitos processos à Junta de Salvação Nacional. Mas para o clima (quase) insurreccional da época, os processos do Instituto até iam bem instruídos e nenhum foi recusado pelas novas autoridades políticas. Ó.S.Carocha fez a travessia do exílio que a democracia lhe impôs. Quando a tempestade revolucionária esfriou, o grupo de ex-saneados regressou, no chamado período de “normalização”. Retomaram os seus feudos e impuseram o retorno ao conservadorismo que era a marca de água daquela escola universitária; a mais “reaccionária”, para usar um conceito datado, da Academia de Lisboa. Anos depois, chegou, naturalmente, a presidente do Conselho Directivo do ISCSP (agora sem U). E aí se manteve até à reforma… sempre de gravata, pois claro. K Luís Souta _ luis.souta@ese.ips.pt

www.ensino.eu JULHO 2011 /// 021


crónica salamanca

Submarinos, Banqueros y Professores. O Sea, Decepcionados e Indignados 6 Cualquier ciudadano informado, y espero que los universitarios también, somos conscientes del terrible panorama económico y social que se cierne sobre millones de europeos en paro, y con varios países al borde de la quiebra (Grecia), y otros próximos e intervenidos, o con graves problemas de solvencia para su deuda pública y credibilidad en el concierto internacional. La reconversión neocapitalista está resultando brutal, afecta a millones de personas, y beneficia a unos pocos desvergonzados, principalmente del ámbito financiero. Los recortes sociales y económicos también están resultando drásticos en nuestro sector universitario público (por no mencionar otros aun más dolorosos), y afectan a reducción de salarios de profesores y funcionarios, aminoración de dinero para investigación, disminución radical de plazas de oferta pública, engullimiento y amortización total de plazas vacantes derivadas de jubilaciones. En fin, una fotografía poco estimulante para pensar en apoyos imprescindibles para una docencia y una investigación de calidad. Reconversión a lo bestia, y exigencia máxima competitiva a los profesores e investigadores. Como para tirar cohetes. En suma, una desactivación descarada, una auténtica deconstrucción de la universidad pública. Hablamos de España, pero todo ello es aplicable a Portugal, a Irlanda, a Italia, a Francia, a todos los paises del entorno europeo.

Mientras tanto salta a la prensa que en Portugal se concede una millonada de dinero público para construir un submarino, que los días de guerra con la OTAN en Libia cuestan una barbaridad al erario público español, que los diputados españoles en Europa no se rebajan el sueldo ni a tiros (a diferencia de todos los funcionarios españoles), que la indecencia y la corrupción recorre ministerios, consejerias y ayuntamientos de algunas partes de España (citemos, por ejemplo, los casos de Comunidad Valenciana, Madrid, Cataluña, Andalucía o Baleares). Sobre todo resulta sangrante observar la enormidad de los dineros públicos que se han atribuido para reconversión de Cajas de Ahorro y Bancos (seguro que es más preciso hablar de banqueros). Decimos que esa codicia y esa atribución tan amplia de fondos públicos genera sangre, porque es literal que esas actuaciones provocan dolor, sangre, miseria, enfado, decepción, indignación en miles de personas afectadas por hipotecas no alcanzadas, desahucios, impagos, paros laborales, y otras lindezas. Se ha producido en España una reacción popular no prevista por los gobernantes y poderosos con la toma pacífica de plazas de muchas ciudades, por parte de sectores muy heterogéneos de ciudadanos, principalmente jóvenes, que desean exponer, hablar, explicar y denunciar este situación tan alarmante y crítica, que parece resbalar por las espaldas

de muchos responsables políticos y económicos, de nuestro pais, o de otros donde se toman las decisiones más severas e influyentes. En algunas de estas asambleas populares derivadas del 15-M salen también a debate temas relacionados con la universidad y sus problemas. Todo el mundo allí representado es consciente de lo que ahora mismo nosotros denunciamos sobre el desmantelamiento de la universidad pública, que parece quedar lejano para los sectores más conservadores (mientras se lavan las manos y sonrien), y sobre el que los denominados progresistas poco puedan avanzar para detener tal deterioro, porque les toca administrar esa crisis financiera creada de manera artificial llevando a efecto la aplicación de las políticas de ajuste que le interesa al gran capital. Feo panorama el que tenemos a la vista para pensar con optimismo en otra universidad mejor, más comprometida socialmente, más atenta a las demandas de la producción y la empresa, más llamada a una formación de calidad de los futuros profesionales que egresan, más dedicada a una investigación básica de carácter aplicado en todos los campos de la ciencia, más capaz de apostar por la cultura en todos sus grados y sectores. Y sin embargo, sabemos que la clave que a medio y largo plazo hace renacer un pais y una sociedad es la cultura de sus jóvenes,

Director João Carrega carrega@rvj.pt Editor Vitor Tomé vitor@rvj.pt Editor Gráfico Rui Rodrigues ruimiguel@rvj.pt

la capacidad de creación de novedades científicas, la buena formación de los profesionales cualificados que siempre se van a precisar, de la apuesta por difundir a toda la sociedad los beneficios de la alta cultura, la formación de personas con criterios elevados de tipo moral, estético, deportivo. Nos jugamos todos el deterioro creciente de nuestra sociedad de la mano de la caída libre de las universidades públicas en que de forma inconsciente o perversa se las está haciendo declinar, fomentando así que nuestro entorno vaya a ser menos justo y equitativo, menos culto y habitable. El modelo de sociedad europea, y sus universidades, corren serio peligro de pervivencia. ¡Menos submarinos, menos misiones militares, menos concesiones a los banqueros, ninguna a los corruptos, y más a favor de la cultura y la universidad!. K José Maria Hernández Díaz_ Universidad de Salamanca jmhd@usal.es

Cursos Internacionales de la Universidad

022 /// JULHO 2011

(52). El resto de alumnos, hasta completar los 1.596 inscritos a fecha de hoy, mantiene tendencias similares de años anteriores con una fuerte presencia de jóvenes europeos, procedentes de Fran-

cia, Alemania, Italia, Reino Unido y Portugal (en torno a los 250 alumnos), seguidos de asiáticos (78), africanos (75), oriente medio (6) y oceanía (3). En un abarrotado Paraninfo,

Redacção, Edição, Administração Av. do Brasil, 4 R/C Apartado 262 Telef./Fax: 272324645 6000-909 Castelo Branco www.ensino.eu ensino@rvj.pt Director Fundador João Ruivo ruivo@rvj.pt

Universidad de Salamanca

6 Unos 1.600 estudiantes procedentes de Europa, América, África, Asia y Oceanía, lo que supone un incremento del 6,1 por ciento respecto al verano anterior, participan en la XLVIII edición de los Cursos Internacionales de Lengua y Cultura Españolas, inaugurados hoy por el rector, Daniel Hernández Ruipérez. Como es tradicional en estos cursos, vuelve a ser Estados Unidos el país que más estudiantes aporta con 1.024, lo que mejora incluso la estadística del pasado año cuando se registraron 943 matriculaciones. Del continente americano destaca también la alta asistencia de brasileños (110) y canadienses

Publicação Periódica nº 121611 Dep. Legal nº 120847/98

el rector reiteró el prestigio internacional de la Universidad de Salamanca en la enseñanza del español, lo que ha supuesto varios reconocimientos como la concesión de Campus de Excelencia Internacional por parte del Ministerio de Educación, la elección por parte del Banco Santander Brasil como sede de su programa “Top España” o la confirmación de la excelencia académica al confirmar la presencia de más de mil estudiantes de Estados Unidos a través de los programas “Study Abroad”. “Somos – subrayó Hernández Ruipérez- más que la Universidad ‘de’ Salamanca: somos la Universidad “del español y del mundo en español”. K

Serviço Reconquista: Agostinho Dias, Vitor Serra, Júlio Cruz, Cristina Mota Saraiva, Artur Jorge, José Furtado e Lídia Barata Serviço Rádio Condestável: António Reis, José Carlos Reis, Luís Biscaia, Carlos Ribeiro, Manuel Fernandes e Hugo Rafael. Guarda: Rui Agostinho Covilhã: Marisa Ribeiro Viseu: Luis Costa/Cecília Matos Portalegre: Maria Batista Évora: Noémi Marujo noemi@rvj.pt Lisboa: Jorge Azevedo jorge@rvj.pt Nuno Dias da Silva Paris: António Natário Amsterdão: Marco van Eijk Edição RVJ - Editores, Lda. Jornal Reconquista Grafismo Rui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda. Secretariado Eugénia Sousa Francisco Carrega Relações Públicas Carine Pires carine@rvj.pt Colaboradores: Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Realinho, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Belo Gomes, Carlos Correia, Carlos Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Elsa Ligeiro, Ernesto Candeias Martins, Fernando Raposo, Florinda Baptista, Francisco Abreu, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mesquita, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joaquim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Felgueiras, José Carlos Moura, José Pires, José Pedro Reis, Janeca (cartoon), José Rafael, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Luis Souta, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Maria João Leitão, Maria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faustino, Ricardo Nunes, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras,Sandra Nascimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susana Rodrigues (U. Évora) e Valter Lemos Contabilidade: Mário Rui Dias Propriedade: RVJ - Editores Lda. NIF: 503932043 Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (accionistas com mais de 10% do Capital Social) Clube de Amigos/Assinantes: 15 Euros/ Ano Empresa Jornalistica n.º221610 Av. do Brasil, 4 r/c Castelo Branco Email: rvj@rvj.pt Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Jornal Reconquista - Zona Industrial - 6000 Castelo Branco


editorial

A aprendizagem com as TIC 7 A introdução das tecnologias da informação e da comunicação na escola e, sobretudo, em ambiente de sala de aula, tem vindo a aumentar, o que anuncia uma progressiva perda da resistência à mudança de muitos educadores que, inicialmente, para elas olharam com desconfiança e suspeita. Sabemos que as tecnologias da informação e da comunicação acrescentam muita complexidade ao processo de mediatização do ensino e da aprendizagem, já que, por um lado, são reconhecidas as dificuldades da formação permanente de professores nesta área e, por outro, continua a faltar, inexplicavelmente, um paradigma para a utilização pedagógica destas novas ferramentas do saber. Grande parte das potencialidades das tecnologias da informação e da comunicação (simulação, virtualidade, acessibilidade, e extrema diversidade de informações) são ainda ignoradas por muitas escolas, ou pouco utilizadas pelos pro-

fessores, sobretudo porque a sua transferência para o acto educativo exige uma enorme abertura a concepções metodológica muito diferentes das metodologias tradicionais de ensino, já que a sua utilização exige mudanças radicais nos modos de compreender os complexos actos de ensino e de aprendizagem. A literatura indica que aprendemos em diferentes contextos e de diferentes maneiras e que cada um de nós detém um estilo de aprendizagem muito próprio. Logo, educar para a sociedade do conhecimento, requer que cada um de nós compreenda a vantagem do desenvolvimento nos alunos de competências que visem a utilização das tecnologias de informação e de comunicação, num quadro que respeite os estilos individuais de aprendizagem e os novos espaços de construção do conhecimento e do saber. A busca desse novo quadro de actuação educativa faz com que tenhamos que utilizar metodologias pedagógicas mais

plásticas, que redimensionem o papel do professor (um professor mais mediatizado), e que incluam as tecnologias da informação e da comunicação como ferramentas mediadoras da aprendizagem, já que a sua utilização na sala de aula promove o desenvolvimento de competências, expectativas e interesses fundamentais à integração e sobrevivência do aluno na sociedade digital. Neste sentido, a utilização das tecnologias da informação e da comunicação, centradas na aprendizagem, exige ao docente novas e diferenciadas funções, sobretudo quando a figura do professor individual tende a ser substituída pela do professor tutor, enquadrado num colectivo de pares que partilham os saberes e se ligam em rede com o universo inesgotável das bases de informação e pesquisa disponibilizados, por exemplo, pela Internet. Orientadas para esses fins, as tecnologias da informação e da comunicação na educação correspondem à descoberta de

uma nova dimensão pedagógica. Uma dimensão pedagógica activa, que pressinta as necessidades e exigências desta nova sociedade do século XXI, sociedade que pretende conferir às novas tecnologias um papel de relevo, enquanto mediadoras do acto educativo. Estas novas exigências configuram, quase sempre, a necessidade de implementar no terreno novas campanhas de alfabetização audiovisual, digital e interactiva, as quais, de certa forma, desestabilizam os processos de organização tradicionais de ensino e as representações que os educadores mantêm do que deve ser a educação formal, já que importa que este novo processo educativo signifique, não apenas a introdução das novas tecnologias na sala de aula, mas, sobretudo, uma reorganização de todo o processo de ensino e do modo de promover o desenvolvimento de capacidades de auto-aprendizagem. Trata-se de uma revolução silenciosa que penetra as paredes das escolas e que as pre-

para para enfrentar os desafios do futuro. Esses novos espaços educativos recriam um universo em constante interacção com as grandes mudanças sociais e tecnológicas, numa atitude interactiva e dialéctica com as redes telemáticas, para incrementar a promoção e o desenvolvimento de capacidades crítico - reflexivas nos alunos, e para os ensinar a navegar nesta nova era de descobrimentos deste novo mundo virtual. K João Ruivo _ ruivo@rvj.pt

Primeira coluna

Exigência e qualidade 7 O novo governo português voltou a juntar num mesmo ministério a Educação o Ensino Superior e a Ciência. Nuno Crato, defensor da exigência e da qualidade, foi o responsável escolhido para assumir o cargo de ministro da Educação e da Ciência. Habituado a exigentes desafios, Nuno Crato terá pela frente aquele que, porventura, será o mais difícil de concretizar. Desde logo, o novo ministro terá que diminuir, a curto prazo, os gastos do sector educativo, em cerca de 190 milhões de euros, para cumprir os compromissos feitos com a chamada Troika (União Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu). Terá ainda que rever os currículos do en-

sino básico, sobretudo ao nível do 3º ciclo, onde existe uma grande dispersão. Terá ainda que reforçar a aposta no ensino do português e da matemática, mas também das ciências. Nuno Crato deverá também intervir na avaliação dos professores e, porque não dizêlo, dos alunos. A exigência e a qualidade são vectores fundamentais da escola pública, aos quais se juntam a democratização de acesso ao saber. Uma democratização que deve ser generalizada do pré-escolar ao 12º ano e ao próprio ensino superior. Portugal possui hoje uma rede de ensino modernizada. Nos últimos anos investiramse milhões de euros em novas escolas e centros escolares,

garantiram-se condições únicas de acesso ao saber. Implementaram-se novas tecnologias. Em muitas das nossas escolas os quadros de ardósia deram lugar a rectângulos interactivos. No ensino superior, Portugal continua com o sistema binário, em que coexistem Universidades e Politécnicos. Um sistema, que deveria ser mais diferenciado, mas que permitiu e permite o acesso à formação superior de milhares de jovens, que noutros tempos só o podiam fazer nos grandes centros urbanos. E esta foi uma das maiores revoluções educativas que se registaram em Portugal no pós-25 de Abril. Nuno Crato sabe a importância que as instituições de ensino superior têm no nosso país. Espera-se

que também entenda a sua importância para a coesão nacional. Fechar instituições de ensino público, sobretudo no interior do país, não é solução para os problemas do país. Racionalizar os cursos de formação inicial, de uma forma justa, promovendo a coesão nacional que o país tanto precisa, é um caminho que deve ser seguido. O mesmo se passa com a promoção de parcerias entre instituições ou com o fomento da investigação através da criação de centros multi-institucionais de forma a ganharem dimensão científica internacional. A internacionalização das instituições é outro vector importante que o Ministério não deve descurar. Há ainda o factor qualida-

de. Qualidade dos cursos, das instituições, dos docentes e do ensino. E aí só pode haver um caminho o da exigência. É claro que Nuno Crato sabe tudo isto, como saberá encontrar formas de lidar com os sindicatos de professores. Uma tarefa que não será, de todo, fácil, mas que não é nenhuma missão impossível, sobretudo para um governo que tem a maioria parlamentar...K João Carrega _ carrega@rvj.pt

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CRÓNICA

Cartas desde la ilusión 7 Ha llegado el final del curso, y, aparte de recoger los frutos de lo sembrado, los profesores hemos aceptado el reto de seguir reflexionando sobre nuestra manera de conseguir funcionar como una comunidad de aprendizaje, pero, ahora ya, desde la perspectiva de lo que pretendemos lograr. Como puedes observar, no tenemos prisa en cuanto a comenzar a funcionar como comunidad de aprendizaje, porque pensamos que lo importante es sensibilizarnos y conseguir ver todo el proceso que se avecina “en perspectiva”, con el fin de poder comenzar a planificar de una manera realista. Seguimos sin proponer plazos, porque no nos tiene que agobiar la sensación de “tener que cambiar”, sino, más bien, tenemos que vivir todo esto desde la serenidad para conseguir plantear con clarividencia los cambios que consideremos necesarios. Una vez más, te recuerdo, no creemos en los cambios “por ley”, sino

“desde las personas” que se involucran. Una de las cosas que pretendemos lograr es muy fácil de decir, pero muy difícil de conseguir: asegurar que todos los alumnos aprenden. Como grupo de profesores, partimos de la aceptación de que “enseñar” no lleva necesariamente a “aprender”, al menos desde

la perspectiva tradicional en la que nos hemos movido hasta el presente. Los profesores siempre hemos sido altamente responsables y, por eso, hemos asumido nuestro papel de “docentes”, o “enseñantes”, porque ese papel se complementa con el de nuestros alumnos como “discentes”, o “aprendices”. Pero nuestra responsabilidad como docentes no se ve correspon-

dida, a menudo, con que nuestros alumnos consigan aprender. Por eso, como comunidad de aprendizaje, vamos a empezar a asumir que “la misión central de la educación formal no es asegurar simplemente que los alumnos reciben docencia, sino asegurar que aprenden”. Esto supone, en primer lugar, un cambio de modelo, que gira

cedido, o resultado teria sido mais devastador que o chamado efeito torre de Babel. Ao que parece, as primeiras dificuldades começaram a ser sentidas na comunicação escrita entre as diversas regiões do alto e baixo Nilo. As mensagens tornaramse, pouco a pouco, mais ilegíveis e menos compreensíveis, devido à falta notória de hieróglifos, um aqui e outro ali, coisa de pouca monta, mas lançaram sinais de alerta, quando as ordens enviadas do centro de poder real eram erradamente cumpridas ou mesmo ignoradas. A investigação, realizada por Halfabetiplop, da Irmandade de Toth, à qual pertencera o renegado escriba, para apurar as causas do estranho fenómeno, detectou numerosas rasuras e ausências tamanhas, inexplicáveis e extravagantes. Nos templos, por seu lado, os escribas notaram o súbito apagamento dos sinais inscritos na pedra, deixando perplexo o conjunto da agremiação sacerdotal. A praga alargou-se aos documentos civis, mercantis e militares. Faltavam letras, como se diria em linguagem actual e corrente. Alguém estava a apagá-las. As conse-

quências, sub-reptícias a princípio, depressa se tornaram evidentes – a linguagem escrita perdia acuidade, veracidade e precisão, donde resultou uma enorme confusão nas leis e nos negócios, além da perda por mais evidente de poder efectivo de comunicação nos assuntos mais triviais. Ninguém acredita numa língua de trapos, nem há respeito por aquilo que pretende veicular e transmitir. O investigador seguiu as mais diversas pistas, que o conduziram à porta do escriba-mor do reino. Despeitado por lhe ter sido negada uma benesse de somenos importância, decidiu vingar-se pela magia, assegurando um meio infalível de o fazer – apagamento dos sinais de escrita. Alguns idiomas da região padeceram, talvez por glossalgia galopante, de maleitas idênticas, ao suprimirem, por exemplo, as vogais, dando origem as outras confusões linguísticas de alcance religioso, ainda não resolvidas. Outros poderes, tomados por delírios de grandeza, tinham reduzido as respectivas escritas a tracinhos cuneiformes, por alegados motivos de poupança.

desde la orientación a la docencia, hacia la orientación al aprendizaje. El chiste que te inserto a continuación lo dice claramente (como sé que no dominas el inglés, permite que te lo traduzca): K Juan A. Castro Posada _ juancastrop@gmail.com

Arquivo morto

Letras roubadas 7 A mais sensacional descoberta, feita por acaso, e agora depositada nas reservas do Museu de Antiguidades Egípcias, na cidade do Cairo, desde a descoberta célebre Pedra de Roseta, por um oficial do exército napoleónico em 1799, contendo uma inscrição em grego, demótico e escrita hieroglífica, e que trouxe a glória a Jean-François Champollion, foi até agora escamoteada do grande público. Conhecida de escassos meios académicos, foi sendo divulgada em surdina, negada ou pura simples desvalorizada, tal a comoção causada pelo seu conteúdo, capaz de alterar por completo os dados anteriormente conhecidos sobre o possível curso da História. A ciência dos eruditos não gosta, e receia acima de tudo, os factos incómodos que perturbem ideias feitas, teorias carcomidas e préconceitos arreigados. O director das antiguidades egípcias, doutor Anwar Fazzul, declarou recentemente, que a descoberta anunciada pelo arqueólogo John Barefoot, não “passa de pura especulação”, e que a chamada notícia “posta a circular

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por pessoas de manifesta má fé”, não permite assegurar “que o controverso documento, sujeito ainda a avaliação independente, tenha modificado de por algum modo ou alcance o nosso entendimento da história”. A verdade é que, segundo as informações disponíveis, o documento em questão, uma placa de razoáveis dimensões, cinzelada em pedra-pomes, resgatada ao mar, nas escavações sub-aquáticas nas águas do porto de Alexandria, pela equipa de Barefoot, provam uma outra versão da história oficial. Nele se relata como o curso dos acontecimentos podia ter sido outro, se os intentos do escriba-mor do Baixo Império tivessem vencido. Esta é a história do infame Senilorthopep, escriba, gramático e conspirador delirante, que quase destruiu o legado da antiga escrita faraónica, mergulhando o império numa tremenda confusão linguística e numa não menos perigosa deriva de autodestruição. Os poucos peritos que tiveram acesso ao achado, não são unânimes quanto às causas de tal desvario, mas todos concordam num ponto – tivesse sido bem su-

No caso em apreço, provou-se que a retirada progressiva de hieróglifos estava em vias de conduzir à vertiginosa decadência da expressão oral e escrita, com a consequente atrofia cognitiva. Em suma, a regressão total e completa a um estado de barbárie até à destruição da civilização. O estudioso Aziz Barack, que lançou alguma luz sobre o caso, é peremptório ao afirmar que o desaparecimento dos hieróglifos, diríamos hoje o roubo descarado de signos, só podia conduzir à queda inevitável do antigo reino do delta. Houve uma reacção pronta e o criminoso não teve sorte nos seus propósitos dementes. O relato do seu suplício é bastante gráfico – foi obrigado a engolir, literalmente, cada hieróglifo sonegado. Consta que morreu de indigestão alfabética. K (extraído do “Jornal de Actualidades Próximo Orientais”, nº X, vol. 10, ano 2010)

José Guardado Moreira _


bocas do galinheiro

Le Mans e Steve McQueen

7 Desde que me lembro que gosto de automóveis. E de corridas. Longe vai o tempo em que, religiosamente às 13 horas de domingo, na RTP, víamos as transmissões da fórmula 1. Em Moçambique não havia televisão, mas vibrávamos com o grande prémio da África do Sul. E foi assim em 1972, em Kyalami. A ideia era ver o Lotus de Emerson Fittipaldi chegar na frente. Ficou em segundo. A vitória foi para o neozelandês Dennis Hulme em McLaren. No final quem riu foi o brasileiro que foi campeão nesse ano. Escusado será dizer que só voltei a ver um grande prémio no regresso da fórmula 1 a Portugal em 1984. Mas, esses eram outros tempos. Agora resta-nos apanhar algumas corridas secundárias em canais do cabo e algumas provas de resistência. E foi uma dessas que acompanhei recentemente e que nos trouxe hoje às corridas: as 24 horas de Le Mans. Não foi propriamente a corrida que me entusiasmou para aí além. O duelo Audi/Peugeot é quase um lugar comum nos últimos anos, com a atracção de que a marca francesa conta entre os seus pilotos o português Pedro Lamy que este ano, apesar de quase não ter guiado, inscreveu o seu nome no lote dos segundos classificados. A grande notícia do ano foi no entanto o anúncio da Porsche de que vai voltar às 24

Horas de Le Mans 15 anos depois da última vitória, em 1998, com Allan McNish, Stéphane Ortelli e Laurent Aiello, Porsche que, com 16 triunfos, é a marca com maior sucesso em Le Mans. E, quando se fala em Le Mans e em Porsche vem-nos de imediato à cabeça o mítico 917 que deu à marca a primeira vitória na exigente prova francesa. Em quatro anos transformou-se no mais poderoso carro de corrida da época e em 1971 Steve McQueen transformou-o em lenda do cinema no filme” Le Mans” (As 24 Horas de Le Mans), realizado por Lee H. Katzin. O filme é um hino às corridas de automóveis. Michael Delaney, Steve McQueen, está de volta a Le Mans onde no ano anterior causara um acidente que causou a morte a Belgetti, marido de Lisa, Elga Andersen. Os primeiros minutos de corrida são seguidos na integra e o primeiro diálogo acontece aos 37 minutos de filme. Decididamente o objectivo era a prova. Mas, claro, a grande estrela é o 917, um carro que, com os seus 600 cavalos batia recordes atrás de recordes. Com uma aerodinâmica inovadora, com a chamada cauda longa, atingia quase os 400 km/hora e era a bem dizer imbatível. O seu grande rival na altura era o Ferrari 512. Porém uma alteração aos regulamentos acabou por impedir o carro de competir na Europa o

que não impediu a Porsche de desenhar outros modelos e passear a sua classe nas pistas até à tal última vitória de 1998. Vencedor na realidade da prova de 1970, ano em que o filme é feito, e no qual são utilizados três 917. Um deles, o conduzido pelo duplo David Piper teve um acidente durante as filmagens de que resultaram ferimentos graves para Piper que perdeu uma perna, facto que lhe valeu um agradecimento especial nos créditos finais. Algumas cenas que constam do filme foram filmadas na corrida de 1970. Como se sabe Steve Mcqueen era um apaixonado das corridas, tendo mesmo participado nas 12 horas de Sebring em 1970 fazendo equipa com o piloto Peter Revson, acabando a dupla, ao volante do Porsche 908 do actor, no segundo lugar logo atrás do Ferrari 512 do super campeão Mario Andretti. Foi obra. Por uma questão de seguros, a produção do filme não permitiu que McQueen participasse, como queria, nas 24 horas de Le Mans. Assim as filmagens terão sido feitas do seu carro, conduzido por Herbert Linge que, equipado com três câmaras filmou a corrida daquele ano, as tais cenas que depois foram incorporadas no filme. Curiosamente, apesar da falta de aerodinâmica por causa das câmara e das paragens para carregar filme, o carro acabou a prova em nono lugar. Nos

tais mitos urbanos, diz-se que Steve McQueen também conduziu a máquina. Who knows! Nascido a 24 de Março de 1930, em Beech Grove, Indiana, Steve McQueen estreou-se no cinema em 1958 no filme de ficção científica “The Blob”, sendo que o seu primeiro filme de relevo é “Os Sete Magníficos”, (1960), de John Sturges. A sua paixão pela velocidade acaba por ser determinante noutros dois filmes: primeiro em “A Grande Evasão” (1963), também de Sturges, onde protagoniza a espectacular fuga numa moto, e depois em 1968 em “Bullit”, e Peter Yates, filme que será para sempre recordado pela espectacular perseguição de carros em plena São Francisco, ainda hoje considerada a melhor cena do género do cinema, com Steve McQueen ao volante dum Ford Mustang 390 GT 2+2 Fastback, mas dobrado na maior parte das cenas por Bud Ekins, curiosamente o mesmo que fez o grande salto de mota em “A Grande Evasão”, na perseguição de um Dodge Charger! Porém, apesar do seu

gosto, não se pense que Steve McQueen só participava em filmes que metessem carros ou motas. Filmes como “Amar um Desconhecido” também de 1963, “O Aventureiro de Cincinnati”, de 1965, onde contracena com o veteraníssimo Edward G. Robinson que o vence numa épica partida de póquer, “Nevada Smith”, de 1966, mais uma incursão no western, ou “O Grande Mestre do Crime”, (The Thomas Crown Affair), 1968, de Norman Jewison, onde contracena com Faye Dunaway, aqui é ela que guia um Ferrari 275 GTS, de que John McTiernan fez um remake em 1999, com Pierce Brosnan e Rene Russo, até “Yang-Tsé em Chamas”, de 1966, são alguns dos seus filmes a que poderíamos juntar mais uns western: “Junior Bonner”, 1972, de Sam Peckinpah, com quem faz “Tiro de Escape”, aqui no papel de um assaltante de bancos, “Tom Horn, o Cowboy” e “Caça ao Homem”, ambos de 1980, ano da sua morte. Tinha 50 anos. Tanto o cinema como as corridas ficaram a perder. Até à próxima e bons filmes! K Luís Dinis Rosa _

perante a desgraça, apatetados. Certamente, guardarão as férias que não têm para dar cabo delas a quem as merece. É uma estória antiga… Não tarda que se transformem todos em pungentes calimeros, lamentando a insensatez do povo em não aplaudir a mãos ambas ou pelo menos acompanhar os seus actos em cena. Então, tornar-seão monstros horríveis ou, a exemplo de outro cromo, que hoje brilha nas alturas, darão às vilas de Diogo, que a sua vida não é esta nem os seus corpinhos não foram feitos para cacete de fantoche. E assim, de um só fôlego, contei a estória toda. Toda a história conhecida e quem conta um conto…

A vida política portuguesa está cheia de figuras de ficção. Umas têm nome próprio, outras são apenas bonecos. A prova disso, é que o defunto primeiro-ministro ganhou o epíteto de Pinóquio, justamente pela sua cadência fácil à efabulação. Sucedeu-lhe o putativo salvador da pátria, destemido e musculado, senhor capaz de lutar até ao fim, não por uma Olívia Palitos qualquer, mas pela pátria e pelos cidadãos do nobre povo que somos. É o Popeye. Só não sabemos se haverá espinafres que cheguem. K João de Sousa Teixeira _ teijoao@gmail.com

opinião

Habemus Popeye 7 Aproveito alguns momentos do fim-de-semana de S. João – demasiado comprido para a crise que nos venderam – para escrever esta crónica e saltar as fogueiras dos meus receios. Nas festas a coisa dói um pouco menos. Escrevo enquanto vou. Como há dias dizia o Presidente da Câmara Municipal de Évora, “devem ser um suplemento de alma da população”. É a importância de se chamar Ernesto e sabe-a toda… Quando regressar sobre os destroços das sardinhas assadas e as cinzas do rosmaninho ardido, as brasas vão ficar pretas e não haverá santo que nos valha, sobretudo se tiver em conta que o actor de serviço, mais papista que o papa, ensaia beber a água

toda e mais se houver, capaz do sapo se tornar boi, e rebentar de tão inchado, que a estulta gula a tanto leva. De mal a pior é a expressão popular que melhor caracteriza a situação política que o nosso país vive nos dias que correm. Os actores, travestidos por enquanto, não tardarão a mostrar a sua verdadeira face, às ordens do mandante estrangeiro, também ele mascarado de lobo bom, numa estória que é a do capuchinho vermelho e onde tal figura, com excepção de preceitos de novíssimas pedagogias, é na realidade quem quer sentar-se à mesa para o banquete e, duma assentada, comer o capuchinho, a avó e o caçador.

Por cá, esbracejam pinóquios e gepetos, príncipes e princesas de contos antigos, garantindo já casamentos eternos e por verdadeiro amor, ainda que à primeira vista. Os bonecos da primeira fila ensaiam trejeitos de bons rapazes e, por enquanto, querem apenas ficar bem na fotografia. Demagógicos ao ponto de recusarem férias; mentirosos ao ponto de se assumirem como únicos salvadores da pátria; gabarolas corajosos que de façanhas se abonam sem nunca saírem do palco onde encenam a própria farsa. Não obstante, vão dizendo que vêm aí dias maus e sorriem como arlequins que não sabem sequer do que se riem ou riem mesmo

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ENTREVISTA A SOFIA ESCOBAR

A voz que encanta Londres 7 Sofia Escobar, a actriz portuguesa que actualmente interpreta o papel principal, Christine Daaé, no musical de Andrew Lloyd Webber, “The Phantom of the Opera” (O Fantasma da Ópera), no West End, em Londres, explica ao Ensino Magazine o sucesso da sua carreira, numa entrevista respondida por e-mail. Sofia Escobar foi para Londres há uns anos atrás para entrar na Guildhall School of Music and Drama (a mais famosa escola de artes de Londres), onde completou dois anos do curso. Em 2007 entra para a peça “The Phantom of the Opera” como substituta da actriz principal. Mais tarde, em 2008, interpreta Maria na produção comemorativa do 50º Aniversário do “West Side Story”. E, em 2010, volta a “The Phantom of the Opera”, mas desta vez como actriz principal. A actriz tem vindo a ter cada vez mais destaque não só lá fora (Prémio de Melhor Actriz de Teatro Musical atribuído pelo portal Whats OnStage e uma nomeação para os Prémios Laurence Olivier, ambos por interpretar Maria em “West Side Story”), como também no nosso país, desde o convite do Presidente da República para a cerimónia de recepção ao Príncipe Charles e Camilla Parker Bowles a Portugal, à sua recente actuação na gala dos Globos de Ouro. Recentemente foi convidada pelo Presidente da República, para a cerimónia de recepção ao Príncipe Charles e Camilla Parker Bowles. Como reagiu ao convite? Foi uma enorme honra ter sido convidada e um privilégio ter estado presente. Como foi conhecer estas duas figuras tão emblemáticas da monarquia britânica em território português? Foi um momento especial, sem dúvida. Nunca o esquecerei! No passado dia 29 de Maio, actuou na gala dos Globos de Ouro. O que sentiu ao actuar em directo para Portugal? Foi uma sensação única, cantar em Portugal, na Gala dos Globos e no Coliseu. Saboreei todos os segundos, são momentos que não se esquecem toda a vida. Na mesma gala actuou juntamente com os seus colegas Madalena Alberto e Ricardo Afonso, que actuam também nos palcos de Londres. Como foi actuar com eles? Já nos conhecíamos antes e temos uns pelos outros um grande carinho e admi-

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ração. Poder estar em palco com eles foi fenomenal.

soa super bem disposta e divertida. Actuar com ele é ainda melhor do que eu imaginava!

Qual é a relação entre os três? Somos amigos, colegas e nutrimos um grande respeito e admiração pelo percurso percorrido em cada uma das nossas carreiras. Passando agora para o seu actual trabalho, o “The Phantom of the Opera”, como é partilhar o palco todos os dias com uma das grandes estrelas do West End, John Owen-Jones? A primeira vez que vi o John em palco eu ainda estava a estudar e lembro-me de pensar, “quem me dera um dia poder partilhar um palco com ele”. Além de ter um talento incrível e ser também uma pes-

Não consigo escolher entre os dois, são ambos papéis fantásticos. Com todo este fascínio por musicais, quais os seus favoritos?

Assinou um novo contracto com o “The Phantom of the Opera”, é sinal que está a gostar da experiência, certo? Sim, é sinal que não sou só eu que estou a adorar fazer parte da companhia mas também que eles estão satisfeitos com o meu trabalho e isso deixa-me duplamente feliz. Antes desta temporada do musical de Andrew Lloyd Webber, esteve numa produção comemorativa do 50º Aniversário de West Side Story a interpretar também o papel principal, Maria. Com que papel se sente mais confortável? Com Christine ou Maria?

Tenho vários! Alguns exemplos, Os Miseráveis, My Fair Lady, Mary Poppins, Avenue Q, The Last Five Years, enfim, muitos mesmo. Muitos actores/cantores de teatro musical editam álbuns, já alguma vez ponderou em editar um? Sim, sem dúvida, espero um dia também realizar esse sonho. Como é chegar a Portugal e ver que o seu trabalho é reconhecido? ;


Uma sensação indescritível, emociono-me muito.

gente e livros

As redes sociais, como o Facebook ou o Twitter, têm-na ajudado a estabelecer contactos com os seus fãs?

Jonathan Franzen

Sim. Hoje em dia com a internet. É óptimo receber as opiniões das pessoas e poder contactar com o público de uma forma mais directa. Como consegue manter a sua voz a 100% todos os dias? Nem sempre está a 100%. Mas, para isso é que se estuda e desenvolve toda a parte técnica, que nos ajuda a superar dias menos bons com igual qualidade vocal. Quais as expectativas para o futuro? Há rumores que envolvem o seu nome e a peça Les Miserábles, serão eles verdade? Não faço ideia do que o futuro reserva. Estou contratada até final de 2012 pelo The Phantom of The Opera, o que virá depois disso, logo se vê. Isso são apenas rumores. Que dificuldades sentiu nos primeiros anos em Londres? As saudades da família, dos amigos, horários de estudo e trabalho carregadíssimos e a falta da nossa fantástica gastronomia.

7 «Patty, com os seus tampões de ouvidos, acompanhou Walter ao concerto daquela noite. As Sick Chelseas, um quarteto de raparigas locais assonantes e pouco mais velhas do que Jessica, fizeram a abertura dos Traumatics; e Patty deu por si a tentar adivinhar qual das quatro é que Richard estivera a tentar engatar nos bastidores. Não era que estivesse a sentir ciúmes das raparigas, mas antes a sentir-se triste por Richard. Tanto ela como Walter estavam finalmente a compreender que, apesar de ser um bom músico e um bom autor, Richard não estava a conseguir o melhor da vida: não estava mesmo a brincar com toda a sua autocomiseração, nem com as juras de admiração e inveja que tinha dela e de Walter. (…).» In Liberdade Filho de mãe americana e pai sueco, o escritor Jonathan Franzen nasceu a 17 de Agosto de 1959, em Chicago, Ilinois. Estudou no Swarthmore College e na Universidade livre de Berlim, Filologia Germânica. Em 1987, ao regressar da Alemanha, trabalhou num laboratório

Jaime Lourenço _

Estados Unidos aguardaram com expectativa o livro que sucederia ao grande romance Correcções. O romance Liberdade (2010) não desilude, consegue de imediato as melhores críticas, das mais famosas publicações americanas, surgindo nas principais listas de jornais e revistas como o livro do ano. O próprio presidente Barack Obama recomenda a leitura do romance Liberdade. Em Portugal, a editora D. Quixote escolheu o dia 25 de Abril de 2011 como data de publicação do livro. Correcções e Liberdade estão publicados em Portugal pela editora D. Quixote.

Página coordenada por Eugénia Sousa _

Novidades Literárias activismo local e consciência política, Singer apela à acção individual, à razão, à ética, e dá voz à esperança.

São as minhas paixões.

Foi precisamente porque não fui capaz de escolher entre ambas que vim estudar para Londres e também por isso que acabei por fazer carreira em teatro musical. Só estou bem conseguindo trabalhar em ambas, se não for ao mesmo tempo, como é no caso dos musicais, pelo menos paralelamente. K

de sismologia, na Universidade de Harvard. Um ano depois de ter voltado aos Estados Unidos publica o primeiro romance, Twenty-Seventh City (1988). O romance Correcções (2001) catapultou-o para a fama. Com ele conquistou o National Book Award 2001; o James Black Memorial Prize 2002; e foi finalista do Pulitzer 2002. A revista Time fez capa com Jonathan Franzen que apelidou de «O grande romancista americano». Tinham passado dez anos desde a última vez que a revista Time dava uma capa a um escritor vivo. Os

Liberdade. Patty e Walter Berglund são um casal modelo da sociedade americana. Patty, a mais invejável habitante na velha St. Paul, renunciou a uma carreira desportiva para realizar o sonho de casar e ser mãe; e Walter é um ambientalista convicto, capaz de levar até às últimas consequências a protecção de uma pequena ave americana. Em busca da “relação perfeita” também anda Richard, o músico carismático e egocêntrico, que vai abalar o casamento dos Berglund. Liberdade é um grande romance sobre as pequenas coisas do dia-adia. K

edições

Como caracteriza a sua ligação com a música e a representação?

Se tivesse que escolher entre o canto e a representação qual escolheria?

Para além dos romances: Twenty-Seventh City; Correcções e Liberdade ; o escritor é autor do romance Strong Motion (1992); e dos ensaios: How to Be Alone (2002); e Discomfort Zone (2006). Actualmente Jonathan Frazen vive em Nova Iorque, onde também escreve para a revista The New Yorker.

7 tinta da china. Che autoretrato - deixo-vos agora comigo mesmo: aquele que fui - de Ernesto Che Guevara. Che auto-retrato é um testemunho autobiográfico comovente. Reúne fotografias das várias etapas da vida do Comandante: a infância, as viagens que o fascinavam, a guerrilha que conduziu a sua vida. Também as cartas, crónicas, apontamentos e um diário incompleto contam a vida do herói rebelde mais fascinante do século XX.

gradiva. A Vida que Podemos Salvar, de Peter Singer. Agir agora para pôr fim à pobreza no mundo é o desafio que o filósofo Peter Singer dirige à humanidade. Nunca como agora esteve ao nosso alcance erradicar a pobreza do mundo e o sofrimento que esta acarreta. Num plano que combina filantropia individual,

presença. O Estranho Caso do Cão Morto, de Mark Haddon. O narrador deste livro é Christopher Boone, um menino de 15 anos, que sofre de autismo. Christopher gosta de ciências complexas, todavia tem dificuldade em compreender as pessoas. Mas, ao encontrar um cachorro morto, resolve investigar o crime, aventurando-se muito para além da sua zona de segurança. O Estranho Caso do Cão Morto venceu o British Book Award/2004, vai na 8ª edição, e merece, sem dúvida, ser lido. bizâncio. Feitos para a Bondade - e a razão por que isto faz toda a diferença - de Desmond Tutu e Mpho Tutu. Prémio Nobel da Paz e um dos grandes opositores ao apartheid na África do Sul, o Arcepispo Desmond Tutu, em parceria com a sua filha, escreveu este livro para responder a algumas questões que lhe têm sido colocadas ao longo da vida. A resposta é este livro extraordinário onde a mensagem e o destino da humanidade passam inequivocamente pela bondade.

EUROPA-AMÉRICA. Inocente, de Scott Turow. Inocente é a sequela aguardada de Presumível Inocente. Mais de vinte anos após o julgamento em que Rusty Sabich era acusado de homicídio qualificado, este volta a confrontar-se com Molto. Sabich é agora juiz de um tribunal de apelação, e a sua mulher é encontrada morta em circunstâncias suspeitas. E Molto irá acusar, novamente, Sabich de ser um assassino. O escritor Stephen King rendeu-se à prosa de Turow.

estampa. Culturas e Civilizações, de Jean Poirier. Com o tema História dos Costumes, a Editorial Estampa reuniu várias obras numa colecção enciclopédica de grande interesse. Culturas e Civilizações é o nono volume da colecção. As Civilizações Indiana, Chinesa e Japonesa; Ritos e Símbolos da Civilização Judai-

ca; o Mundo Iraniano; A Civilização Ocidental; os Muçulmanos; Valores Negro-Africanos Tradicionais; e A Oceania são algumas das Civilizações nesta obra.

cavalo de ferro. Auto-deFé, de Elias Canetti. Peter Kien é um professor erudito especializado em Sinologia. Dono da maior biblioteca da cidade, é através dos livros que se habituou a ver o mundo. Mas, quando a mulher o expulsa de casa, este misantropo irredutível vai sofrer um duro golpe: tem de se aproximar da humanidade que tanto evita. Auto-de- Fé é o único romance do escritor, laureado com o Prémio Nobel da Literatura em 1981. porto editora. O Veredicto, de Michael Connelly. Michael Haller está de volta aos tribunais, após dois anos de afastamento.Com o assassinato do colega, Haller fica a braços com o seu maior caso: a defesa de um produtor de Hollywood acusado de ter morto a mulher e o amante dela. Enquanto prepara a defesa, percebe que o assassino do seu parceiro também o persegue. Michael Connelly é considerado pela crítica um dos maiores escritores de thrillers jurídicos da actualidade. K JULHO 2011 /// 027


Gastronomia, música e tourada

Todos à Feira Raiana 3 A Feira Raiana está de regresso a Idanha-a-Nova, de 28 a 31 de Julho. Esta é uma boa oportunidade para se visitar uma parte do Geopark Naturtejo e percorrer parte daquele território classificado pela Unesco. O evento será dedicado aos produtos da terra e surge integrado no Provere - Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos. A gastronomia raiana é também um bom motivo para se deslocar ao interior do país, já perto da fronteira espanhola. No evento pode encontrar produtos de excelência como “os queijos, os azeites, os enchidos, mas também os produtos silvestres, como são os cogumelos, ou os espargos, um conjunto de outros produtos da terra, mas também a sua aplicação na gastronomia”, refere Armindo Jacinto, vice-presidente da autarquia. Para o autarca, esta é uma forma de fazer com que a economia se movimente, através dos produtos

Os Virgem Suta vão estar na Feira Raiana agrícolas e das actividades de turis- culo “Adufe”, de José Salgueiro, o mo. O cartaz musical é sempre um qual encheu recentemente a Casa motivo de interesse e que pretende da Música, no Porto. chamar mais público ao certame. Para além deste espectáculo, Este ano, a organização aposta no marcado dia 29 de Julho, a feira regresso ao concelho do espectá- conta, ainda, com as presenças de

“Virgem Suta”, outros grupos da região, na área do rock, grupos etnográficos e populares, e muita animação de rua. Haverá, ainda, um dia dedicado aos fados e flamengo (dia 28). Em todas as noites a ani-

mação prolonga-se até altas horas, com espectáculo de fogo, dança e música, com DJ’s. Não faltam na iniciativa as tradicionais largadas de vacas e a tourada de domingo (31). Aquela que será a Corrida do Emigrante, vão passar pela Praça de Idanha-a-Nova os cavaleiros João Moura Caetano, Marcos Tenório e Duarte Pinto, que irão lidar seis touros de José Lupi, estando os Grupos de Forcados ainda por designar. A corrida começa pelas 17H00. A iniciativa é organizada pela Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, através do Centro Municipal de Cultura e Desenvolvimento, e pela Associação Raya la Raya e é uma grande aposta na promoção de actividades ligadas ao mundo rural, “estimulando o desenvolvimento sustentável da região e contribuindo para a dinamização do sector agrícola e da actividade turística”, conclui o vice-presidente. K

Prazeres da boa mesa

Churrasquinho de Frango da Guia sobre Legumes Mediterrânicos 3Ingredientes (10 pax): 5 Franguinhos da Guia 1 Limão em sumo 30 Rodelas de Courgette 1 Pimento Vermelho 1 Pimento Amarelo 1 Pimento Verde 1 C. S. de Orégãos 20 Tomatinhos Cacho 1 Kg de Batata 10 Dentes de Alho Q.B. de Pimenta Preta de Moinho 2 Dl de Azeite 2 Folhas de Louro 1 C. Chá de Pimentão de La Vera Preparação: Desossar os franguinhos sepa-

rando o supremo (peito com a asa), a coxa e a perna. Temperar com sal, pimenta, azeite, louro, alho picado, sumo de limão e pimentão. Cortar os legumes e temperar com sal, pimenta, azeite, alho picado e orégãos. Grelhar os franguinhos. Grelhar os legumes. Descascar as batatas e cortar na mandolina na lâmina ondulada. Cortar na oblíqua uma vez para a direita e outra para a esquerda e assim sucessivamente. Fritar a batata em óleo quente, escorrer imediatamente em papel

absorvente, polvilhar com sal fino. Empratamento: Depois de todos os temperos rectificados, dispor os legumes grelhados e em cima as três peças de franguinho. Guarnecer com as batatas rendadas. K Chef Mário Rui Ramos _ Chef Executivo Ô Hotels & Resorts - Termas de Monfortinho

Cartoon: Bruno Janeca H Argumento: Dinis Gardete _

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música

pela objectiva de j. vasco

Beyoncé - 4

Hipismo de grande nível em Lisboa

3 Beyoncé está de regresso aos discos com “4”, o seu quarto registo de estúdio, que recebeu o título “4” pelo dia em que a cantora faz anos, e por ser o seu quarto álbum. O single “Run the world (Girls)” foi o ponto de partida para este novo registo. O tema chegou às rádios durante o mês de Abril e criou algumas expectativas para as restantes músicas. Poucas semanas antes da edição de “4”, foi conhecido o segundo single “Best thing i never had”, que mostrou a outra face do novo disco, na sua componente mais calma. O novo registo de Beyoncé foi editado no final de Junho, mas várias semanas antes já tinha chegado à Internet, o que constituiu uma falha incrível da editora da cantora, que se juntou à polémica da escolha do alinhamento dos temas do trabalho. Neste novo “4” surgem várias colaborações nas composições escritas e participações especiais de Andre 300 e Kanye West , no tema “Party”. A sonoridade das novas canções mantém a linha condutora do som da cantora, com algumas incursões no afrobeat e reggae, à mistura com o pop e r&b. Apesar da boa performance vocal ao longo do trabalho, os arranjos dos temas parecem incompletos. Fica quase sempre a sensação de que “falta algo nesta canção”. K

Limp Bizkit - Gold Cobra 3 Os Norte-Americanos Limp Bizkit estão de volta. Depois de um hiato de seis anos sem gravar, “Gold Cobra” é o seu quinto álbum. Foi no final do ano 2000 que esta banda ficou conhecida, à escala global, devido ao sucesso dos singles “Take a look around”,”Rollin”, My generation” e “My way”, retirados do álbum “Chocolate starfish and the hot dog flavored wate”.Algumas das novas canções de “Gold Cobra” foram apresentadas em Portugal, no ano passado, quando a banda actuou no Pavilhão Atlântico, em Lisboa. Neste disco o colectivo de Fred Durst apresenta de novo a sua formação original: Wes Borland, nas guitarras; Dj Lethal, nos samples e teclado; Jonh Otto, na bateria e percussão, Sam Rivers, no baixo; e Fred Durst, como vocalista. Os Limp Bizkit sempre foram adorados pelo seu público e odiados por muita gente. Nos últimos anos, a banda ligou o piloto automático e os resultados não foram os melhores. Em “Gold Cobra” a banda recupera a fórmula mágica, que utilizou no ano 2000, e revela várias canções na mesma linha do nu-metal. Canções fortes com acordes poderosos, que prometem deliciar os seus admiradores. Este é um dos casos em que a troca de elementos da banda acabou por ter resultados negativos na componente criativa, apesar de as actuações ao vivo não terem perdido o carisma e a habitual qualidade. Destaque para o single que dá nome ao trabalho “Gold Cobra” e os temas: “Walk away”,”Loser” e “Back porch”. K

Kaiser Chiefs 3 Mais uma novidade que chegou ao Mercado, no final do mês de Junho, na sua versão física. Trata-se do quarto trabalho da carreira dos Kaiser Chiefs, que recebeu o título de “Future is medieval”.Antes da edição física do trabalho, a banda deu a oportunidade aos seus fãs de escolherem, entre os vinte temas propostos, o seu alinhamento preferido e assim ficarem com a sua versão pessoal de “Litle shoks”. Uma tentativa de promoção da iniciativa, por parte dos Media, e para fugir à crise das vendas que o sector da música atravessa.A produção do novo registo esteve a cargo de Tony Visconti e Ethan Jonhs , dois nomes credenciados com experiências bem distintas, que juntaram o melhor da linha clássica com o som da actualidade. No final do passado mês de Maio, a banda revelou o primeiro single de “Future is medieval”, o tema “Litle shocks”, que deu a conhecer os primeiros acordes do trabalho.Quanto à sonoridade das novas composições, o novo trabalho apresenta uma mistura de um rock suave com incursões no pop e electrónica. Os temas fortes são: o single “Litle shocks” e os temas”Child of the jago”,”I dare you” e “Man on mars”. Dia 9 de Julho a banda apresenta-se em Portugal, para participar no Festival Optimus Alive de 2011, onde vai mostrar ao vivo as suas novas canções. Este quinteto é sem sombra de dúvidas um dos grupos mais produtivos na música na actualidade. Apresentar um álbum com vinte temas não é para todos! K Hugo Rafael _

3 No final de Maio realizou-se em Lisboa, no hipódromo do Campo Grande, o concurso de saltos da Taça das Nações (que contava como apuramento para os próximos Jogos Olímpicos) e o Concurso Internacional Oficial de Lisboa. Com uma boa moldura humana, foram muitos os que assistiram à vitória da Suécia na Taça das Nações (Portugal ficou em 8º entre 11 países), bem como do jovem cavaleiro belga, de apenas 18 anos, montado em Carlos VHPZ, que foi o mais rápido dos cinco conjuntos que fizeram percursos limpos na prova, disputada em duas mãos diferentes ao cronómetro. O melhor resultado dos portugueses foi para Marina Frutuoso de Melo, com Coltaire Z, em oitavo lugar, no grupo dos que somaram quatro pontos. K

press das coisas Canon EOS 600D 3 A máquina fotográfica EOS 600D da Canon promete grandes possibilidades no mundo da fotografia. Os 18 milhões de pixels, a guia de funções no ecrã e os 3,7 frames por segundo permitem captar a imagem perfeita no momento em que tudo acontece. A sensibilidade ISO 100-6400, extensível até ISO 12800, torna possível fotografar com grande qualidade com poucas condições de luz. O Processador de Imagem DIGIC 4 de 14 bits proporciona uma reprodução de cores excepcional. Destaque também para a gravação de filmes em Full HD com controlo manual sobre intervalo de fotogramas, a exposição e o som. Existem mais de 60 objectivas e toda uma gama de acessórios EOS adaptáveis a este modelo. Preço aproximado 900 Euros. Mais informações em canon.pt/aventuraEOS. K

Samsung A950D 3 A Samsung investe no design com o monitor A950D, LED 3D, Full HD. De aparência futurista e elegante o Samsung A950D é baseado num ecrã LED com capacidade de reprodução vídeo 3D, 27” de diagonal e resolução suportada de 1920*1080. Equipado com tecnologia 3D Hyper Real Engine, que de acordo com a Samsung, assegura “níveis elevados de cor, de movimento e contrastes dinâmicos.” Entradas de vídeo para componentes SCART e DVI, duas portas HDMI, dois USBs, saída de áudio digital e porta Ethernet. Mais informações em Samsung. K

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motor

Tecnologia Trabant c Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte, ou é burro ou não tem arte. Foi o que aconteceu no final da segunda guerra mundial quando os Soviéticos chegaram primeiro a Berlim. A capital alemã então foi dividida em quatro sectores ficando os soviéticos com a parte monumental e industrial que mais tarde deu origem à Republica Democrática Alemã (RDA). De pouco lhes valeu. Dos monumentos pouco restou, estando os principais como o palácio imperial, ainda hoje a aguardar restauro. Quanto à zona industrial também não houve grande aproveitamento. Para o provar temos o protagonista da nossa crónica de hoje, que embora não fosse fabricado na capital alemã, demonstra o que acabei de referir. Vamos “falar” do Trabant, também conhecido por Trabi. O Trabant nasceu para ser o carro do regime da antiga RDA, espelhando o que do outro lado do muro se passava com o famoso carocha, que ia cumprindo o seu desígnio de “carro do povo”. Foi em 1957 que saiu da fábrica da empresa Sachsenring em Zwickau o primeiro modelo, o P50, com motor de 500 c.c. que funcionava “a mistura” e tinha uma carroçaria de plástico. Num país onde não havia

importações, este carro teve muita procura mas era rateado pelas regras que imperavam na RDA. Produzido num país de economia planificada, o Trabant chegou a ter uma lista de espera de 15 anos. Esta situação provocava uma inversão dos valores do mercado fazendo com que os veículos em segunda mão tivessem o dobro do valor relativamente aos que acabavam de sair da fábrica. Muitas pessoas, aproveitando esta situação, encomendavam dois veículos à fábrica e quando os

recebiam vendiam um deles, recebendo dessa venda, dinheiro suficiente para pagar os dois novos. Outra curiosidade tem a ver com o tipo de plástico que foi usado na carroçaria, muito difícil de reciclar. Foi mesmo necessário desenvolver um fungo para resolver esse problema. Continuando a história do nosso Trabi, este sofreu a sua primeira grande evolução em 1962 com o P60 e dois anos depois o P601. Do motor “a mistura” ainda se evoluiu

para motores Fiat e VW, mas a queda do muro cilindrou as eventuais pretensões de sobrevivência deste Automóvel. Depois da reunificação os alemães de leste puderam comparar a sua vida com a dos seus concidadãos ocidentais e no que respeita aos automóveis, ficaram envergonhados com o carro que tinham. Por essa razão, quase todos, foram literalmente abandonados nas ruas pelos seus proprietários. Assim a produção deste au-

tomóvel foi encerrada em Abril de 1991 depois de produzidos mais de 3 milhões de unidades, algumas delas exportadas para a Holanda e Bélgica. A empresa Sachsenring substituiu depois de reconvertida. Hoje, os Trabant são uma atracção e passeiam pelas ruas de Berlim os turistas que os fotografam cheios de curiosidade. O valor destes automóveis começa também a ter alguma importância no mundo do coleccionismo. Para recordação fica a gravação de alguns vídeos no YouTube, sobre a forma expedita como os mecânicos tratavam os carros na linha de montagem. Pode espreitar em http://www.youtube.com/ watch?v=tRX7E0yZxh0. K Paulo Almeida _

Um Kangoo que é Friendzy

Aston Martin Zagato T EStá confirmado. O Aston Martin V12 Zagato vai ser produzido e as primeiras entregas estão previstas para o segundo semestre de 2012. A produção do V12 Zagato será limitada a 150 unidades. Custa cerca de 370 mil euros e já pode ser encomendado. K

Mercedes C63 T A Mercedes-Benz acaba de divulgar as primeiras imagens do modelo C63 AMG Black Series Coupé de quatro lugares. Com um motor 6.2 V8 com 517 cv de potência, mais 30 cv do que o C63 AMG, o novo modelo está equipado com uma caixa de sete velocidades «Speedshift». K

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T O novo comercial ligeiro da Renault está a ganhar forma. O Friendzy está orientado para uma utilização profissional e familiar, de modo que, o condutor pode adaptá-lo às suas necessidades. O novo protótipo está equipado com o mesmo grupo moto-propulsor do Kangoo Z.E. O Friendzy entre outras novidades vai integrar o novo ‘tablet’ BlackBerry Playbook. K

FST 04e

Carro de corrida eléctrico 6 O FST 04e, primeiro protótipo de Formula Student eléctrico desenvolvido em Portugal, acaba de ser apresentado, no Instituto Superior Técnico (IST). Este protótipo de competição, totalmente desenvolvido pela equipa Projecto FST Novabase, composta por alunos do IST, é o quarto construído e o primeiro com propulsão eléctrica. Projectado para obter excelentes performances em pista, este monolugar de competição é composto por um chassis tubular e uma suspensão semelhante à F1. Mas a grande inovação está na utilização de dois motores eléctricos

muito leves e de alta potência, alimentados por uma bateria de LítioFosfato-Ferro. O FST 04e vem assim demonstrar que os veículos eléctricos podem ter uma boa performance. A equipa vai iniciar agora a fase de testes de forma a preparar o FST 04e para as competições em Hockenheim, Alemanha (Agosto), e na Catalunha, Espanha (Setembro), onde participarão mais de 50 equipas, vindas de todo o mundo. Nestes desafios todos os aspectos do veículo são postos à prova: desde os aspectos técnicos e de engenharia até aos planos de custos e de marketability. K


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Sedentarismo, obesidade e tabagismo

A vida académica na saúde dos alunos 6 Aumento do sedentarismo, obesidade, níveis elevados de gordura no sangue e tabagismo foram as principais conclusões de um estudo que avaliou o impacto da vida académica na saúde dos estudantes, dois anos após a entrada na universidade. A investigação foi realizada no âmbito da tese de doutoramento de Maria Piedade Brandão, docente da Universidade de Aveiro. A investigadora considerou que as conclusões do estudo “refletem os hábitos de vida de uma população jovem dois anos após a transição do ensino secundário para o ensino Superior”. O objetivo foi avaliar o impacto dos fatores de risco para as doenças crónicas não transmissíveis, em particular para as doenças cardiovasculares. Segundo a Direção-Geral de Saúde, em Portugal, a mortalidade por doenças do aparelho circulatório (cerebro-vasculares e cardiopatia isquémica) ocupa o primeiro lugar no conjunto de todas as causas de Publicidade

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Direitos Reservados H morte (34,1 por cento). Neste sentido, o estudo liderado por Maria Piedade Brandão, resultante de uma parceria entre o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, da Universidade do Porto, e a Universidade de Aveiro O estudo resultou de uma parceria com o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto e envolveu 154 es-

tudantes da Universidade de Aveiro, por pelo menos dois anos de acompanhamento. Revelou que os alunos expostos à vida académica universitária quando comparados com aqueles de entrada recente no ensino superior apresentaram proporção mais elevada de níveis de tabagismo (zero por cento nos não expostos para 19,3 por cento nos expostos).

“Ou seja – sustentou a investigadora - destes 154 alunos, aquando da entrada na universidade, nenhum fumava, no entanto, após dois anos de exposição universitária 19,3 por cento dos indivíduos passou a fumar”. Maria Piedade Brandão destacou também que a proporção de dislipidemia (presença de níveis elevados de lípidos no sangue) também aumentou com a exposição à vida universitária (28,6 por cento nos não expostos para 44 por cento nos expostos), bem como o sobrepeso (12,5 por cento nos não expostos para 16,3 por cento nos expostos). O trabalho revelou ainda que os alunos que não estão expostos à vida universitária apresentaram padrões de saúde ligeiramente mais favoráveis do que aqueles que frequentam o ensino superior. Foi também encontrada uma proporção elevada de sedentarismo em ambos os grupos (79,6 por cento nos não expostos e 80,7 por cento nos expostos).

Esta investigação recorreu a técnicas invasivas de recolha de dados, como a medição de glicemia, perfil lipídico e níveis séricos de homocisteína (aminoácido não essencial que tem sido apontado por alguns investigadores como causa independente de doença cardiovascular). “Os resultados fornecem evidências empíricas da importância da prevenção dos principais fatores de risco cardiovascular entre estudantes universitários, para evitar ou adiar consequências de estilos de vida inadequados”, salientou a investigadora. Maria Piedade Brandão disse à Lusa estar a preparar um pedido de financiamento à Fundação para a Ciência e Tecnologia para dar continuidade a este estudo. O plano é poder intervir na universidade com “algumas práticas diárias de modo a poder regredir estes valores”. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _


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