Ensino Magazine 163

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Setembro 2011 Director Fundador João Ruivo Director João Carrega Publicação Mensal Ano XIV K No163 Distribuição Gratuita

ensino jovem Autorizado a circular em invólucro fechado de plástico. Autorização n.º DE03052011SNC/GSCCS

universidade

UBI tem projecto na semi-final do MIT p17

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politécnico

Centro para animais em Castelo Branco C

p 15

orçamento de estado

Nuno Mangas critica cortes do Governo C

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Sociedade

Geopark cria jóias com trilobites

www.ensino.eu Assinatura anual: 15 euros

D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, fala da crise que afecta o país

“Educação e ensino são o portal da vida social” C

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Rui Duarte Silva / Expresso H

miguel gameiro e miguel ângelo

Canções ao desafio

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p 18 e 19

João Paulo Peixoto já percorreu 193 países

O maior viajante português João Paulo Peixoto tornou-se o primeiro português a viajar pelos 193 países reconhecidos pela ONU. Em entrevista, explica o porquê de ser o maior viajante português. C p 22 pub

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D. Manuel Clemente, Bispo do Porto

«A educação e o ensino são o portal da vida social» 6 Numa altura em que se desmonta o binómio antes assegurado entre ensinoprofissão, o Bispo do Porto defende uma educação virada para a «pessoa humana», capaz de dotar os que aprendem de uma maior capacidade inovadora. D. MaPublicidade

nuel Clemente afirma ainda que a indisciplina é sinónimo de irresponsabilidade, mostrando-se partidário de uma educação personalista capaz de contrariar os valores do individualismo e da massificação. Com uma agenda repleta de solicitações, entre as

jornadas mundiais da juventude em Madrid e a intensa actividade pastoral na sua diocese, aceitou responder por escrito às questões endereçadas pelo Ensino Magazine. No seu livro «Porquê e

Para quê? – Pensar Com esperança o Portugal de hoje», a páginas tantas, cita uma frase que proferiu durante a entrega do Prémio Pessoa que o distinguiu em 2009: «O melhor de Portugal pouco aparece. E não abre geralmente os noticiários. Mas

existe e por ele mesmo continuamos nós a existir. Apesar de tudo, mas não apesar de nós». Quer com isto dizer que esta espécie de depressão colectiva que afecta o nosso povo é fruto de uma mensagem que é deturpada pelo mensageiro, neste caso, os órgãos de comunicação social, e que há um «outro» Portugal por desvendar? A comunicação social participa da mentalidade global que é de contraste, não de consenso. Compreende-se isto, porque a nossa cultura (mentalidade + sensibilidade) é liberal – hoje quase libertária – e desconfia de unanimismos que ponham em causa a decisão individual. Tem algumas razões para isso, mas, no caso da nossa auto-imagem colectiva, resvala facilmente para o decadentismo ou o confronto e não valoriza suficientemente os sinais positivos e consensuais, que de facto existem. No sector do ensino, o contacto com escolas estatais ou não-estatais demonstra-me muita vontade de progredir, integrar e inovar, por parte de vários elementos da comunidade pedagógica. E bons exemplos não faltam. Segundo dados recentemente divulgados, Portugal tem cerca de 2 milhões de pobres e quase 13 por cento de desempregados. Com que meios conta a Igreja, debatendo-se também com a diminuição dos donativos para dar resposta a um contexto social tão adverso? O principal contributo da Igreja à sociedade, em qualquer contexto, é a motivação cristã. Só esta explica que na generalidade das paróquias, associações e movimentos católicos surjam ou se mantenham iniciativas solidárias com grande número de voluntários, que aumentam quando é mais preciso. É o caso, por exemplo, do que tem sucedido na distribuição de refeições gratuitas.

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Os mais carenciados são sempre os mais visados com o endurecer das medidas de austeridade propostas pela troika. Alimentação, vestuário e medicamentos, são as principais necessidades de quem tem menos? Alimentação, vestuário e medicamentos, correspondem a necessidades básicas que têm de ser imediatamente atendidas. Não admira que a acção social da Igreja e doutras instâncias incida mais nesses campos, sobretudo em tempo de ”crise”. O Bispo Auxiliar de Lisboa, D. Carlos Azevedo, alertou para a imperiosa necessidade de existir em cada paróquia um grupo de acção social para fazer frente às dificuldades e aos crescentes casos de privação. Subscreve? O ideal é que qualquer comunidade cristã seja, já por si, um “grupo de acção social”. Evangelicamente, não pode ser outra coisa, mesmo que se criem organismos específicos e oportunos. Solidariedade social é uma palavra que faz cada vez mais sentido numa sociedade crescentemente dual e em que os valores do individualismo ganham terreno? A solidariedade significa que não existo sem os outros e vivo para o bem comum. Creio que a actual situação, tanto local como internacional, não deixa margem para dúvidas nem atrasos neste ponto. Cabe à cultura e à pedagogia em geral tirarem daqui a devida conclusão e consequência. Revolta, medo e insegurança são sentimentos que se apoderam das pessoas. Até à data não temos registado convulsões sociais nas ruas, ao contrário, por exemplo, do que sucede na Grécia. Teme que o clima de contestação social adquira ;


uma agressividade ainda não vista depois do Verão?

cas superficiais ou episódicas. O que se deve “preservar” é, antes de mais, a dignidade da pessoa humana.

O medo e a incerteza aumentam a agressividade. É absolutamente necessário que os responsáveis políticos e sociais dêem informações claras e constantes do que se faz e pode fazer para superar positivamente as actuais dificuldades.

Justifica-se a realização de um novo referendo ao aborto, como foi admitido pela Conferência Episcopal?

A Igreja tem cada vez menos padres e a crise de vocações tem-se agravado. Significa isto que a Igreja Católica está a ter dificuldade em renovar-se? Os padres e outras “vocações” provêm das famílias e das comunidades. Além doutros factores, quando as famílias têm menos filhos e filhas é natural que surjam menos padres e freiras. Quando as comunidades se dispersam e as vidas se tornam mais itinerantes, é natural que o serviço comunitário se dilua, sobretudo como vocação e compromisso para toda a vida. A abertura do debate sobre a ordenação de mulheres sacerdotes e a abordagem do tema do uso do preservativo poderia cativar, nomeadamente, mais jovens para a partilha e difusão da mensagem cristã? O lugar da mulher e as questões da sexualidade estão geralmente presentes nos debates, dentro e fora da Igreja. Quanto ao primeiro, ultrapassa muito o ponto da ordenação ou não ordenação de mulheres, pois respeita à questão prévia da valorização do feminino como feminino e do masculino como masculino, em igualdade complementar. Questão que está longe do esclarecimento na sociedade em geral. Quanto à sexualidade, o que mais importa é percebê-la como dimensão interpessoal, que não se pode reduzir a práti-

O referendo é uma possibilidade constitucional e democrática. No caso do aborto, creio ser necessária, prioritariamente, uma grande pedagogia cultural sobre a vida humana como valor básico. Quando dispomos duma evidência científica claríssima sobre o processo vital, quando começa e como se desenvolve, da concepção à morte natural, temos de ser consequentes no campo social e jurídico, para defender e promover a vida, sobretudo no apoio aos casos mais difíceis. Também aqui a solidariedade é uma palavra-chave, pois nos

obrigará a muito maior presença e envolvimento na resolução positiva das dificuldades. Para apoiar a vida, que é sempre um valor básico, mesmo que menos capacitada física ou mentalmente. É uma fronteira de defesa activa e absoluta. Admite que a perda de solidez do tridente: família, Igreja e escola, pode ser responsável pelo aumento dos casos de indisciplina e comportamentos desviantes que se assiste em alguns sectores da juventude? A indisciplina é outro nome da irresponsabilidade. Quando os vínculos sociais se afrouxam – famílias, comunidades religiosas, escolas, etc. – é mais fácil que cada um se sinta menos responsável (= devedor de resposta) em relação aos outros. Urge uma educação personalista, em que cada um se descubra e

CARA DA NOTÍCIA 6 Manuel Clemente nasceu em São Pedro e São Santiago, Torres Vedras, a 16 de Julho de 1948. Formou-se em História na Faculdade de Letras de Lisboa, entrando em 1973 no Seminário Maior dos Olivais. Licenciou-se depois em Teologia na Universidade Católica Portuguesa em 1979, onde é actualmente professor de História da Igreja. Doutorou-se em Teologia Histórica, em 1992, também na Católica, com uma tese intitulada «Nas origens do apostolado contemporâneo em Portugal. A “Sociedade Católica” (1843-1853). Para além disso, preside ainda ao Centro de Estudos de História Religiosa da mesma universidade. Participa semanalmente nos programas Ecclesia, transmitido pela RTP2, e «O dia do Senhor», na Rádio Renascença. Foi nomeado Bispo Auxiliar de Lisboa, com o título de bispo titular de Pinhel, a 6 de Novembro de 1999. Foi coordenador da Comissão Preparatória da Assembleia Jubilar do Presbitério para o Ano 2000. Foi nomeado Bispo do Porto em 22 de Fevereiro de 2007, entrando solenemente na diocese a 25 de Março. Em 2008 foi o primeiro Bispo português a transmitir a mensagem de Natal através do YouTube. Foi galardoado com o Prémio Pessoa em 11 de Dezembro de 2009, o primeiro dignitário da Igreja a receber essa distinção. Em 25 de Abril deste ano foi agraciado com a Medalha Municipal de Honra da cidade do Porto. Recebeu ainda outra distinção de mérito, a Grã-Cruz da Ordem de Cristo. É ainda vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa. É o autor de uma vasta obra historiográfica, com destaque para títulos como: “Portugal e os Portugueses” e “Um só propósito” publicados em 2009, “Igreja e Sociedade Portuguesa, do Liberalismo à República” e “Nas Origens do Apostolado Contemporâneo em Portugal - A Sociedade Católica (1843-1853)”. O seu livro mais recente, intitulado «Porquê e para quê? Pensar com esperança o Portugal de hoje», é a sua mais recente publicação, com a chancela da Assírio & Alvim. K

revele na relação com os outros; todos como “pessoas” insubstituíveis, muito além das abstracções opostas do individualismo ou da massificação. Nas suas intervenções tem criticado o facto de a Educação ter um pendor menos humanista e de o saber ser transmitido de forma fragmentada. Quer concretizar o seu ponto de vista? O humanismo requer uma educação que tenha sempre em conta a “pessoa humana” que cada educando ou educador realmente são, ao mesmo tempo receptores e portadores da herança cultural colectiva, onde entram saberes teóricos e práticos, tradições culturais e religiosas, modos de agir em sociedade e interagir com os outros. “Antes” do engenheiro está a pessoa que exerce engenharia, “antes” do filósofo está a pessoa que pensa… As presentes dificuldades no campo do emprego desmontaram a ligação garantida ensino-profissão e há muitos exemplos de como alguém humana e humanisticamente capacitado tem maior capacidade de procura e inovação profissional. O êxito no sistema de ensino é chave para uma sociedade mais dinâmica e com os seus integrantes mais preparados para uma vida em cidadania plena? A educação e o ensino são o portal e o átrio da vida social. Requerem a participação de todos os agentes de socialização e o melhor do que nos garanta o futuro aonde ele precisamente começa, ou seja, nos mais novos. K Nuno Dias da Silva _ Rui Duarte Silva / Expresso H   

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Projeto conjunto

Investigadores da UBI identificam

UBI publica na Nature

Coentros dão saúde

6 António Tomé e Sandra Mogo, investigadores do departamento de Física da Universidade da Beira Interior, integram a equipa que acabou de publicar os seus primeiros resultados na prestigiada revista Nature, “Role of sulphuric acid, ammonia and galactic cosmic rays in atmospheric aerosol nucleation” é o título do artigo, elaborado juntamente com vários colegas do Laboratório de Sistemas, Instrumentação e Modelação em Ciências e Tecnologias do Ambiente e do Espaço da Universidade de Lisboa, no âmbito de uma experiência da organização europeia de pesquisa nuclear - CERN. A experiência, designada por Cosmics Leaving OUtdoor Droplets (Cloud), foi concebida para estudar o efeito dos raios cósmicos sobre a formação de aerossóis atmosféricos. Compreender o processo de formação de aerossóis é importante para a compreensão da qualidade do ar, do clima e sua evolução, através do mecanismo aerossóis-formação de nuvens. Os resultados agora publicados mostram que os gases residuais usualmente usados em modelos para determinar a totalidade da formação de aerossóis na baixa troposfera explicam apenas uma pequena fração da produção observada de aerossóis atmosféricos. Os resultados mostram ainda que a ionização dos raios cósmicos aumenta significativamente a formação de aerossóis. Medições precisas como as que o estudo apresenta são importantes para alcançar um entendimento quan-

titativo da formação de nuvens, e contribuirá para uma melhor avaliação dos efeitos das nuvens nos modelos climáticos. Jasper Kirkby, responsável pela experiência, salienta: “Descobrimos que os raios cósmicos melhoram significativamente a formação de partículas de aerossóis na troposfera média e superior. Estes aerossóis podem eventualmente crescer para sementes de nuvens. No entanto, descobrimos que os vapores que se pensavam explicarem a totalidade de formação de aerossóis na baixa atmosfera podem explicar apenas uma pequena fração do observado - mesmo com o aumento associado ao efeito dos raios cósmicos”. Os aerossóis atmosféricos desempenham um papel importante no clima, uma vez que refletem a luz solar e produzem gotículas de nuvem. Aerossóis adicionais seriam, portanto potenciadores

da criação de mais nuvens e do prolongamento da sua vida útil. A presença de ácido sulfúrico e vapores de amónia são considerados importantes na formação das nuvens que se formam a partir do agrupamento de moléculas, mas não tem sido bem compreendido qual o mecanismo e a taxa pela qual eles formam aglomerados. “Foi uma grande surpresa descobrirmos que a formação de aerossóis na baixa atmosfera não pode ser explicada apenas com o ácido sulfúrico, a água e a amónia”, disse Kirkby. “É, agora, de importância vital descobrir quais os vapores adicionais envolvidos, se os mesmos são em grande parte de origem natural ou de origem humana, e descobrir como influenciam a formação das nuvens. Este será o nosso próximo objetivo”. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

VIII Congresso Ibérico de Urbanismo

Reunião Na Covilhã 6 O oitavo Congresso Ibérico de Urbanismo decorre, de 27 e 29 de Outubro, no edifício das Engenharias da Universidade da Beira Interior, devendo juntar académicos e especialistas de várias áreas. A organização está a cargo da Associação de Urbanistas Portugueses e da Associación Española de Tecnicos Urbanistas. A mudança de ciclo: um novo urbanismo foi a temática central escolhida para o encontro onde se espera abordar “as mais importantes vertentes do planeamento do território face aos actuais problemas, desafios disciplinares e socioeconómicos que emergem do contexto de uma sociedade em contínua e acelerada trans-

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formação”, explicam os membros da organização, que destacam a “incontornável necessidade de mudar para melhorar, acima de

tudo, a eficiência concretizadora e a sustentabilidade das práticas de ordenamento e gestão do território”. K

6 Investigadores da Universidade da Beira Interior descobriram propriedades anti-bacterianas no óleo de coentros contra várias bactérias nocivas ao Homem. O estudo revela não só o efeito anti-bacteriano do óleo de coentro, como também, explica como este actua sobre as bactérias. Fernanda Domingues, que liderou o estudo, explica que “o óleo de coentros actua ao nível da membrana que envolve a célula bacteriana, destruindo a barreira entre a célula e o seu meio ambiente e inibe processos essenciais, incluindo a respiração, o que acaba por conduzir à morte da célula bacteriana”. Os investigadores sugerem que o óleo de coentro poderá ter importantes aplicações na indústria alimentar e farmacêutica. Fernanda Domingues refere que “por ano, até 30 por cento da população dos países desenvolvi-

dos sofre de doenças transmitidas por alimentos”. O estudo deverá incentivar o desenvolvimento de novos aditivos alimentares que contenham óleo de coentro para combater agentes patogénicos de origem alimentar e evitar a deterioração bacteriana. A investigadora da UBI acrescenta ainda que o óleo de coentro poderá também tornar-se numa alternativa natural aos antibióticos comuns: “Prevemos a utilização de óleo de coentros em medicamentos na forma de loções, colutórios e até em comprimidos para combater infecções bacterianas multirresistentes, que outra forma não poderiam ser tratadas, e com isto, melhorar significativamente a qualidade de vida das pessoas”. Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Journal of Medical Microbiology a 25 de Agosto último. K

Internacional de Astronáutica

Docente na Academia 6 Anna Guerman, docente da Universidade da Beira Interior, acaba de ser eleita para a Academia Internacional de Astronáutica (IAA), tornando-se o primeiro membro português daquela instituição. “A eleição como Membro Correspondente da IAA é uma honra muito grande e é um reconhecimento do sucesso da investigação científica da minha equipa na área da Astrodinâmica, da importância das atividades do Centre for Aerospace Science and Technologies (Cast) da Universidade da Beira Interior, que se tornou notável no contexto internacional da Astronáutica. A docente e investigadora da UBI não esconde que esta é uma oportunidade única para Portugal se afirmar na investigação da Astronáutica “sendo a única representante de Portugal nesta instituição, vou fazer tudo para desempenhar este papel com

sucesso, investindo o maior esforço para, por um lado, envolver a comunidade científica do país nas atividades da Academia e, por outro lado, chamar atenção para o desenvolvimento da ciência portuguesa ao nível internacional.” Em relação às primeiras atividades a desenvolver, Anna Guerman vai integrar o grupo de trabalho da Comissão da Tecnologia e Desenvolvimento dos Sistemas Espaciais e colaborar em dois grupos de estudo como convidada. Além disso, estará envolvida como presidente da comissão científica na organização da 1a conferência da Academia Internacional da Astronáutica sobre Dinâmica e Controlo dos Sistemas Espaciais organizada em conjunto com American Astronautical Society que se realizará no Porto, em Março de 2012. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _


Universidade do Minho UBI forma no Acordo T Linguagem e Comunicação - O Novo Acordo Ortográfico é o tema da acção de formação que irá decorrer nos dias 12 e 13 de Setembro, das 18h30 às 22h30, no Centro de Formação Interacção UBI Tecido Empresarial (Cfiute), que se situa na parte de cima da Faculdade das Engenharias da UBI. A UBI promove esta acção de formação num domínio que afecta todos os utilizadores do português, com a entrada em vigor do Novo Acordo Ortográfico. Embora as mudanças não se apliquem a todas as palavras, a verdade é que incide numa parte significativa de itens lexicais da língua portuguesa. K

Acordo UBI com VFConsulting T A Universidade da Beira Interior assinou a 31 de Agosto um protocolo de cooperação com a empresa Vítor Fino – Consultores Lda, que visa o desenvolvimento de actividades formativas na área de segurança contra incêndios em edifícios. Com a assinatura deste protocolo vai ser possível descentralizar este tipo de acções de formação, que até ao momento apenas têm ocorrido nas grandes cidades de Portugal. Este projecto prevê também fomentar o desenvolvimento científico e formativo de ambas as instituições, na medida em que os cursos a promover são homologados pela Autoridade Nacional de Protecção Civil e aos quais a Universidade da Beira Interior irá atribuir créditos académicos para ingresso no ensino superior. K

Futsal da UBI em alta T A equipa feminina de futsal da Universidade da Beira Interior sagrou-se vice-campeã europeia da modalidade. Numa presença muito assinalada na prova europeia que decorreu na Finlândia,

a formação beirã marcou pontos relevantes para a modalidade. Apesar do bom resultado, o treinador refere: “Os elogios e as vitórias morais não me servem de nada. Fomos à Finlândia para ganhar o torneio,. Não conseguimos e senti isso como uma desilusão enorme. Gostava muito de ter trazido o primeiro título europeu para a Beira Interior. Espero ter novamente essa oportunidade. Mas estou muito satisfeito com o grupo de trabalho”. K

Direitos Reservados H

Novo Master na Católica Braga T A Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Católica, em Braga, acaba de abrir as candidaturas para o Master em Administração e Gestão do Turismo, promovido pela Universidade Católica Portuguesa. Trata-se de curso inovador que, assente num plano curricular pertinente, num corpo docente de excelência e num conjunto de parceiros de referência, visa promover uma formação de alto nível na área do Turismo – o Master em Administração e Gestão do Turismo. K

Conversa com barriguinhas na UBI T A Covilhã vai acolher o projecto “As Conversas com Barriguinhas”, promovido pela Crioestaminal, a 19 de Setembro, pelas 18 horas, no Centro de Formação Interacção UBI Tecido Empresarial (Cfiute). O projecto tem como principal objectivo esclarecer todos os futuros pais sobre temas cruciais na área da maternidade. Ao longo das sessões serão abordados temas como Criopreservação de células estaminais; Alimentação no recém-nascido e Preparação para a Parentalidade. A duração total destas apresentações não excede as duas horas e ao longo do evento as grávidas poderão ainda receber pequenas surpresas. K

Projeto quer limpar spam 6 O Centro Algoritmi da Escola de Engenharia da Universidade do Minho está a desenvolver um projeto de deteção de spam a nível mundial, que pretende capturar uma parte importante de correio eletrónico não solicitado. A tecnologia, intitulada SPAM Telescope Miner (STM), “vai atuar numa lógica diferente da atualmente utilizada, conseguindo uma caracterização da informação sobre spam, com maior qualidade”, explica Paulo Cortez, investigador principal e professor no Departamento de Sistemas de Informação. Este trabalho, ao contrário dos filtros convencionais – que atuam com técnicas de “Data Mining” (análise de conteúdo) ou de “Blacklisting” (partilha de informação sobre spam), bloqueando o correio indesejado ao nível do servidor ou do cliente –, desenvolve-se num telescópio de spam, inspirado no conceito de telescópio de redes. Através desta técnica, pretende-se criar uma base de dados que reconhecerá uma parte significativa do correio eletrónico indesejado a circular

no mundo, identificando diferenças entre spam e ham, não só em relação ao conteúdo das mensagens mas também das suas características ao nível da rede, bem como perceber como evolui, ao longo do tempo, o tráfego de spam mundial. Como potenciais destinatários deste protótipo tem-se os utilizadores gerais de correio eletrónico, mas também, os administradores de redes, os fornecedores de Internet e outras organizações

que operam na era da sociedade da informação. Através da distribuição da sua base de dados a nível mundial, o STM continua a desenvolver o seu estudo de análise qualitativa ao spam em circulação. Este projeto envolve um conjunto de investigadores e entidades estrangeiras, nomeadamente a University College of London, e foi financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

UNIVERSIDADE DE ÉVORA

Meeting das Ciências da Terra 6 O Centro de Geofísica de Évora e a Escola de Ciência e Tecnologia da Universidade de Évora vão realizar, entre os dias 21 e 22 de Setembro, o “5th Meeting of Post-Graduation in Physics and Earth Sciences of University of Évora”. O encontro consiste na divulgação e discussão da investigação em ciências da terra e da atmosfera e na promoção da fusão de conhecimentos e metodologias. Outro dos objectivos é encorajar os jovens investigadores no desenvolvimento das suas ideias e projectos na Universidade de Évora. A estrutura do evento será essencialmente baseada em palestras, comunicações orais e posters. As comunicações versarão os temas da investigação em curso e serão apresentadas preferencialmente por estudantes de

Direitos Reservados H pós-graduação e bolseiros envolvidos em projectos de investigação e/ou em trabalhos de fim-decurso, dissertações de mestrado ou de doutoramento. As palestras serão apresentadas por investigadores profissionais da Universidade de Évora que apresentarão al-

guns dos tópicos de investigação dos grupos que coordenam. A iniciativa está aberta à participação de profissionais que expressam a vontade de ter contacto com aplicações importantes nesta área. K Noémi Marujo _

www.ensino.eu SETEMBRO 2011 /// 05


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Cidades Inteligentes

UNIVERSIDADE DE COIMBRA

Técnico investiga

6 O Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores do Instituto Superior Técnico (IST), em conjunto com fabricantes, operadores de telecomunicações, e universidades europeias, iniciou um projecto de investigação, financiado pela Comissão Europeia, que tem como principal objectivo traçar a estratégia de desenvolvimento para as telecomunicações em 2020, e identificar oportunidades e aplicações que as telecomunicações podem ter em diversos sectores de actividade. Luís Correia, professor do Técnico e membro coordenador do Projecto, afirma: “As cidades inteligentes envolvem uma nova abordagem e forma de olhar para as cidades enquanto

infra-estruturas globais, onde os serviços são suportados em tecnologias de informação e comunicação. A médio prazo, a aplicação prática deste conceito aumentará a qualidade de vida

Turismo em debate dos cidadãos, e melhorará a eficiência e a qualidade dos serviços prestados por autoridades públicas e empresas”. No âmbito deste projecto são assim identificadas seis dimensões que compõem as Cidades Inteligentes: Económica (competitividade), Pessoal (capital social e humano), Governo (participação), Mobilidade (transportes), Ambiente (energia e recursos naturais), e Vivência (qualidade de vida). Com estas componentes, as cidades são estruturadas através de uma nova abordagem que as integra com as suas infra-estruturas, incorporando os aspectos tecnológicos, assim como as perspectivas económicas, sociais e políticas. K

Primeira rede social das empresas

A ideia que vem do Minho 6 A Vortal, presidida por exaluno da Universidade do Minho Rui Dias Ferreira, vai lançar em Outubro a primeira rede social para empresas, a VortalNext. O objectivo é permitir uma melhor interacção entre as companhias, não apenas para vender e comprar produtos e ou serviços, mas também para facilitar qualquer necessidade de diálogo profissional. “Vamos tornar as compras business-to-business numa brincadeira. Será quase a mesma coisa do que ir à Amazon comprar um disco”, explica Rui Dias Ferreira, fundador da empresa Vortal, que está no top 5 mundial

das tecnológicas líderes em plataformas de eProcurement e de eCommerce B2B. O portal disponibiliza mais funções como a gestão de contra-

tos e de encomendas electrónicas e, até, a realização de leilões virtuais. Esta inovação distingue-se dos restantes serviços da Vortal, que “apenas” facilitavam “as trocas comerciais entre elas”, afirma o engenheiro, considerando estar perante uma “verdadeira revolução”. O projecto implicou um investimento de 3 milhões de euros e o envolvimento de 45 colaboradores, que trabalharam mais de 90 mil horas para criar, desenvolver e testar a nova plataforma. Conta com cerca 40 mil “fãs”, mas uma das metas é atingir um milhão de utilizadores em cinco anos. K

Estudo da Universidade Católica no Porto

Fungos ajudam reflorestação 6 Um grupo de investigadores da área de Biotecnologia Ambiental da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica no Porto está a desenvolver uma investigação cujo objectivo é perceber de que modo é possível acelerar a processo de reflorestação em solos queimados. O estudo, liderado por Paula Castro, envolve a aplicação de determinados fungos seleccionados (denominados fungos ectomicorrízicos) como facilitadores de processos de reflorestação de solos queimados. Estudos realizados em áreas ardidas demonstraram que a introdução destes fungos no sistema radicular pode 06 /// SETEMBRO 2011

promover até duas vezes o crescimento da planta após transplante. Tal deve-se ao facto de os

fungos proporcionarem à planta uma maior absorção de água e de nutrientes do solo, podendo deste modo aumentar a sua taxa de crescimento e resistência. O estudo tem sido realizado com pinheiro-bravo, uma vez que se trata de uma das espécies florestais mais importantes a nível nacional devido à sua larga distribuição geográfica e também à importância económica que possui no sector florestal. Esta aplicação, que vem acelerar e optimizar o processo de reflorestação no período pós-fogo, assume-se como uma forma de aliar as soluções da biotecnologia aos problemas da floresta. K

6 O 1.º Congresso Internacional sobre “Turismo, Lazer e Cultura: Destinos, Sustentabilidade e Competitividade” vai realizar-se, entre os dias 27 e 29 de Setembro de 2011, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. O congresso vai englobar ainda um seminário sobre gastronomias e vinhos onde a organização pretende debater e reflectir essencialmente sobre duas temáticas de grande interesse para o país: Gastronomia e Restauração, Vinhos e Enoturismo. O evento contará também com a presença da Feira Internacional de Turismo de Coimbra, que pretende ser um espaço de exposição, divulgação e de promoção de recursos, produtos e de destinos. Segundo a organização, “este espaço de exposição pretende valorizar o empreendedorismo inovador e sustentável, nas suas múltiplas vertentes, projectos de referência no âmbito do turismo, mas também os conhecimentos, as culturas e tradições locais que ganham expressão na gastronomia e nos vinhos”. A iniciativa pretende contribuir para o enriquecimento do diálogo entre a comunidade académiPublicidade

ca (professores, investigadores e estudantes), decisores políticos, investidores públicos e privados, profissionais ligados a organizações, bem como empresas e associações que actuam no âmbito do turismo a diferentes escalas. Para tal, o evento conta com especialistas estrangeiros e do país que, durante três dias, irão trocar impressões sobre a problemática do turismo na actualidade. O evento é Organizado pelo Centro de Estudos em Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT), pelos Cursos de Turismo da Universidade de Coimbra e pela Empresa Municipal Turismo de Coimbra. K Noémi Marujo _


Resíduos fármacos prejudicam peixes Faleceu Fernando Ramôa Ribeiro T O Reitor da Universidade Técnica de Lisboa, Fernando Ramôa Ribeiro, faleceu a 29 de Agosto, aos 64 anos, vítima de doença. Personalidade brilhante, professor catedrático do Instituto Superior Técnico e cientista reconhecido internacionalmente, dedicado à causa pública em múltiplas funções de gestão académica e científica, era Reitor da Universidade Técnica de Lisboa desde 2007. Até à eleição do novo reitor, essas funções serão asseguradas, interinamente, por Helena Margarida Nunes Pereira, vicereitora, designada, para o efeito, por unanimidade, pelo Conselho Geral da Universidade. K

acolhe, de, 28 a 30 de Setembro a conferência ICEM&SIIE´2011, que este ano tem como tema Old meets new – media in education. A iniciativa é organizada em conjunto pelo Centro de Competências TIC da universidade, o International Council for Educational Media (ICEM) e o Simpósio Internacional de Informática Educativa (SIIE). O tema pretende espoletar e colocar a tónica da discussão na dualidade old/new, ou seja, os participantes são convidados a discutir os media na educação em ambas as perspectivas, mais tradicionais ou modernas, com incidência numas ou noutras ou, ainda, numa perspectiva comparativa; e a conjugação, adaptação e adopção dos media consoante os contextos e objectivos de utilização. K

Curso de realização no Algarve

Católica do Porto recebe estrangeiros T A Universidade Católica no Porto está a preparar uma recepção ainda mais diversificada para os estudantes internacionais. Os alunos estrangeiros, que durante o próximo ano frequentarem a instituição, têm à espera um programa de acolhimento que promete facilitar a sua integração. A decorrer entre 14 e 16 de Setembro, a iniciativa está estruturada de acordo com três temáticas diferentes: “@ the University”, “@ the city” e, “teaming up”. K

Utad com congresso mundial T A 12ª edição da International Conference on the History of the Language Sciences, o mais importante congresso mundial na História das Ciências da Linguagem, vai decorrer, em Agosto de 2014. A organização estará a cargo do Departamento de Letras, Artes e Comunicação e do Centro de Estudos em Letras da Universidade. Esta é a primeira vez que este congresso se realiza em Portugal, devendo decorrer na Quinta dos Prados. K

Aveiro com Media T A Universidade de Aveiro

T O cineasta norte-americano Matt Cimber vai leccionar um curso de realização e argumento na Universidade do Algarve durante o mês de Outubro. O curso tem 20 vagas disponíveis, podendo os alunos desenvolver e concretizar as suas ideias, produzindo curtas-metragens sob a direcção do referido cineasta. Esta iniciativa é promovida pelo Centro em Investigação em Artes e Comunicação (CIAC), pelo Departamento de Línguas, Comunicação e Artes da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais e pela Algarve Film Commission. As aulas decorrerão todas as sextas (horário póslaboral) e sábados, a partir do dia 14, no Campus da Penha da Universidade do Algarve. K

Acidentes na infância em análise T A Associação para a Formação Profissional e Investigação da Universidade de Aveiro (Unave) promove diversas acções de formação na área da Saúde. De 19 de Setembro a 12 de Outubro realiza-se a formação intitulada Prevenção de acidentes da infância. As lesões resultantes de acidentes são das principais causas de morte e incapacidade temporária ou definitiva nas crianças em quase todos os países do mundo desenvolvido. A prevenção de acidentes torna-se a abordagem mais pertinente, de forma a minimizar ou anular os acontecimentos referidos. K

Cespu e a fertilidade no Douro 6 As águas superficiais do rio Douro estão contaminadas com resíduos fármacos que podem levar à diminuição da fertilidade dos peixes, indicam os resultados de um estudo divulgado, no início de setembro, pela cooperativa de ensino CESPU. O estudo, liderado pela investigadora Maria Elizabeth Tiritan, professora da CESPU – Cooperativa de Ensino Superior, Politécnico e Universitário, confirma a existência de resíduos fármacos, nomeadamente antiepiléticos, ansiolíticos e antibióticos, nas águas superficiais do rio Douro e os seus efeitos nos peixes. Já em julho de 2010 um outro estudo, conduzido pelo hidrobiólogo Adriano Bordalo e Sá, do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto, indicava índices de poluição do troço final do Douro 200 a 500 vezes superiores ao admissível, com efeitos na mudança de sexo de tainhas e solhas. O estudo da CESPU, correspondente ao projeto de doutoramento de Tânia Vieira Madureira, envolveu fármacos de diferentes classes terapêuticas, como o diazepam (ansiolítico), o propranol (bloqueador beta), o ácido fenofíbrico (antidislipidémico), o sulfametoxazol, o trimetoprim (antibiótico) e a carbamazepina (antiepilético). As investigadoras alertam que “as Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) não estão projetadas de forma a eliminar este tipo de compostos provenien-

Direitos Reservados H tes da rede de esgotos domésticos e hospitalares” quando se encontram em baixas concentrações. “Ainda não é possível impedir que os resíduos de fármacos cheguem às águas dos rios”, afirma Elizabeth Tiritan, notando que, como medida preventiva enquanto não se consegue melhorar a eficiência das ETAR, “a recolha de medicamentos fora de prazo ajudaria a minimizar o problema”. Ao longo de um ano, foi avaliada a distribuição de alguns compostos farmacêuticos nas águas superficiais do estuário do Douro, com a realização de uma colheita em cada estação do ano. Os resultados mostraram que o composto encontrado em concentrações mais elevadas foi a carbamazepina, um fármaco utilizado no tratamento da epilepsia, existindo uma tendência para maiores concentrações destes resíduos nas áreas mais urbanizadas.

A equipa constatou ainda que outros fármacos não analisados no estudo “poderão estar presentes nas águas durienses, existindo, assim, o risco potencial de interferência no equilíbrio dos ecossistemas das espécies aquáticas”. “Um dos desequilíbrios mais perigosos prende-se com a feminização dos peixes machos, em consequência, por exemplo, da existência de anticoncecionais no Douro”, referem as investigadoras. O estudo, publicado na revista internacional “Science of the Total Environment”, foi apoiado financeiramente pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) do Brasil e CESPU. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

Investigador do Minho alerta

Crianças já não brincam na rua 6 As correrias das crianças pelos montes, as aventuras com vizinhos e os brinquedos artesanais foram substituídos por quartos plenos de tecnologia, escolas a tempo inteiro e brinquedos industriais. O investigador Alberto Nídio Silva, da Universidade do Minho, alerta que o encanto do brincar e a transmissão geracional das artes lúdicas estão em risco. Por isso as famílias, instituições de ensino e políticos precisam de reconquistar o tempo lúdico dos mais novos e a partilha do espaço público. Nídio Silva é doutorado em Estudos da Criança, ramo de Sociologia da Infância, com a tese “Jogos, Brinquedos e Brincadeiras

– Trajectos Intergeracionais”, que acaba de ser aprovada por unanimidade. A investigação apoiouse em cem testemunhos orais de dez famílias, abarcando quatro gerações vivas (filhos, pais, avós, bisavós), dos cinco aos 100 anos.

Recorreu ainda a imagens da Fototeca do Museu Nogueira da Silva e do Museu da Imagem, em Braga. As brincadeiras mudaram com a rapidez da sociedade e individualizaram-se. “Há uma espécie de regresso às cavernas, as crianças fecham-se num refúgio de luxo conectado com o mundo – o virtual em vez do real, o site em vez do sítio. É certo que elas continuam num mundo lúdico de encanto, mas fazem-no sem irmãos, nem vizinhos, nem amigos informais”, nota Nídio Silva. Para o investigador, “empobreceu a socialização, a compreensão da diferença, a solidariedade, o convívio”. K

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Portalegre

Docente publica em Itália

Carlos Fiolhais em Castelo Branco

Agrária acolhe cientistas 6 Os jovens de tenra idade devem começar a ter mais contacto com a ciência. Isso mesmo defendeu o físico Carlos Fiolhais, no Encontro Juvenil de Ciência, realizado este mês na Escola Superior Agrária de Castelo Branco. Isto porque a ciência é uma condição ímpar de desenvolvimento de um país, é dela que vem a riqueza. Carlos Fiolhais defende que o sector não está em crise: “É impossível desligar os cérebros, seja qual for a conjuntura”. Ser cientista é ser optimista, mesmo em momentos de crise como o que o país atravessa. Aquele cientista aproveitou a ocasião para sublinhar que “a ciência portuguesa não está em crise e que momentos como aqueles que o país e o mundo atravessam, normalmente são propícios em termos de oportunidades para os jovens cientistas... é preciso saber aproveitá-los”.

De uma forma directa e simples dá conta de que “a crise não chega à ciência porque o cérebro humano não se pode desligar, ninguém deixa de se interrogar sobre os diferentes fenómenos apenas pela conjuntura ser menos favorável”. Recorrendo a uma contextualização histórica para justificar o que disse, Carlos Fiolhais lembrou os difíceis tempos em que o médico albicastrense Amato Lusitano exerceu a sua actividade, primeiro no nosso país e mais tarde em Itália, como judeu errante. A época dos Descobrimentos serviu também para cimentar esta ideia, tal como as relações que, neste campo, ao longo dos anos, o Brasil sempre manteve com este lado do Atlântico. “A emigração dos cérebros não é um fenómeno de hoje, quer por questões políticas, religiosas ou ideológicas”, disse. Contudo, acrescenta que torna-se

imperioso, actualmente, que os jovens em tenra idade tenham contacto com a ciência. “É preciso mais ciência, mais cedo” foi uma das conclusões que deixou, porque, como realçou, “o país não se desenvolve mais porque o ensino de ciência na escola é deficiente, sobretudo ao nível do ensino básico”. O aumento do número de doutoramentos que no nosso país se registou na área das ciências nos últimos anos é notável, assevera este cientista. E este, como diz, “é o primeiro passo para se ser cientista... há doutores há ciência, há publicações...”. Também o bioquímico António Piedade trouxe uma mensagem optimista a este encontro. Centrando a sua intervenção no capítulo da divulgação científica, realça sobretudo a última década como aquela em que o país deu um verdadeiro salto em frente em termos qualitativos. K

1º Congresso Internacional do Garrano

Viana do Castelo organiza 6 Salvaguardar o património genético da população da raça garrana é o grande objectivo do 1º Congresso Internacional do Garrano, que decorre, de 23 a 25 de Setembro, na Casa das Artes, em Arcos de Valdez. No encontro, estudiosos do sector pretendem, encontrar meios de preservar os recursos biológicos e valorizar a espécie. Coordenado pelo Instituto Politécnico de Viana do Castelo o

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Congresso conta, ainda, com o apoio das diferentes autarquias do Minho, de Instituições de Ensino Superior do Norte, de Associações de Desenvolvimento Local, de Associações de Criadores da Raça, da Fundação Alter Real, entre outras instituições e organizações. Serão aceites trabalhos na área temática relativa à raça Garrana, tendo a apresentação sob a forma de painel. Os resumos dos

trabalhos deverão ser submetidos até 16 de Setembro de 2011, através do site garrano.ipvc.pt. No Congresso será também anunciada a criação do Prémio Internacional de Investigação do Garrano, a atribuir a cada dois anos, no valor de 5000 euros e patrocinado pela Fundação Caixa Noroeste, para além da apresentação oficial da candidatura do cavalo Garrano a património nacional. K

6 A Imprensa da Universidade de Pisa, Itália, acaba de publicar um livro dedicado à análise das relações entre Arte, Sociologia e contextos urbanos. A coordenação editorial foi de Vincenzo Mele, da Monmouth University, EUA. O livro é constituído por um conjunto de capítulos assinados por especialistas de diversos Países, entre os quais Estados Unidos da América, Austrália, Itália, Japão, Roménia e Portugal. Um dos autores portugueses é Alexandre Martins, docente da Escola Superior de Educação de Portalegre, que escreve, em parceria com Catarina Mota (Universidade de Nova Iorque), o capítulo denominado «Metro-

politan Citizenship and Critiques of Everyday Life: Between Art and Sociology». K

ESE Castelo Branco

Alunos estrangeiros aprendem português 6 O Centro de Línguas & Culturas da Escola Superior de Educação de Castelo Branco (ESECB) acolhe de 29 de Agosto a 16 de Setembro, 41 alunos estrangeiros do Ensino Superior. Os estudantes vão frequentar no Centro cursos de Língua Portuguesa de nível I e nível II, leccionados pelas docentes Teresa Gonçalves, Gabriela Nunes e António Pais. Provenientes de diversos países europeus, nomeadamente de Espanha (12), Itália (2), Polónia (3), Finlândia (6), República Checa (8), Turquia (9) e Inglaterra (1), os

41 jovens estudantes encontramse em Castelo Branco ao abrigo do programa europeu de mobilidade Erasmus. Durante o período em que decorrerá o “Erasmus Intensive Language Courses” (EILC), os jovens europeus irão disfrutar de um programa cultural que o IPCB lhes preparou e que inclui, para além de uma visita aos locais mais significativos da cidade Castelo Branco, um passeio à Serra de Estrela com a deslocação aos Museus do Brinquedo e do Pão, em Seia, e a ainda a Belmonte e a Sortelha. K

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Politécnico de Castelo Branco

ESGIN leva perdiz à Sagres 6 A Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico de Castelo Branco (ESGIN) foi responsável pela confecção do almoço «Perdiz de Escabeche» no Navio Escola Sagres. A iniciativa promovida pela autarquia de Idanha-a-Nova pretendeu promover aquele prato tradicional ao Concurso 7 Maravilhas da Gastronomia e teve também a parceria da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril. A Marinha Portuguesa associava-se, assim, à promoção dos produtos portugueses e, em especial, a perdiz de escabeche, através de um almoço onde o protocolo da hotelaria se juntou ao da Marinha, e onde alunos da ESGIN e alguns profissionais da Quinta da Dança, serviram os convidados. Desde bem cedo que os chefes Mário Rui Ramos (Ô Hotels & Resorts e Escola Superior de Gestão do IPCB) e António Sequeira (Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril) e D. Josefina Pissarra, trabalhavam com as suas equipas na confecção da perdiz de escabeche, de um bacalhau com queijo de ovelha, da sobremesa e, claro está, das entradas para os cerca de 40 convidados que participaram no almoço de promoção da perdiz de escabeche, o prato que a Câmara de Idanha-a-Nova apadrinhou no Concurso 7 Maravilhas da Gastronomia. “O Navio Escola Sagres assume-se como uma grande embaixada de Portugal em todo o mundo, pelo que é um espaço de excelência para promovermos não só os produtos da nossa região, mas também de todo o país”, explica Armindo Jacinto, vice-presidente da Câmara de Idanha-a-Nova. A perdiz de escabeche teve as honras de ser o prato principal, de uma refeição que pretendeu também sublinhar Publicidade

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a importância dos produtos portugueses.”Pretendemos, com o apoio da Marinha Portuguesa e aproveitando o decorrer do concurso das 7 Maravilhas da Gastronomia, promover o consumo de Produtos Portugueses de qualidade, no sector da Hotelaria e Restauração, o qual é responsável em Portugal pelo consumo de mais de 50% dos produtos

alimentares”, justifica Armindo Jacinto. O autarca e presidente da Naturtejo considera que é fundamental “motivar os portugueses a conhecerem o que de melhor Portugal tem e promover a produção nacional agrícola, agro-alimentar, das pescas, o seu consumo interno e exportação”. Aliando a inovação à tradição

a equipa que confeccionou o almoço utilizou apenas produtos portugueses, em especial do Geopark Naturtejo. Para além da dita perdiz, apresentada de uma forma inovadora, envolta em massa de pastel de Tentúgal, outros produtos mereceram destaque, como o bacalhau de Ílhavo, os queijos de Castelo Branco e de Nisa, o azeite de Vila Velha de

Ródão, os enchidos de Proença-aNova, o requeijão da Beira Baixa ou a a aguardente de medronho de Oleiros. E como uma boa refeição exige néctares de excelência, os vinhos de Ermelinda Freitas, que recentemente conquistaram a medalha de ouro num concurso de provas cegas realizado em França, marcaram presença. K


Presidente do IP Leiria alerta

Nuno Mangas critica cortes

Artigos científico publicados

Politécnico de Leiria é o que mais cresce 6 No ranking dos Politécnicos com mais de 200 artigos, o Instituto Politécnico de Leiria (IPL) foi, o que mais cresceu no País em número de artigos científicos publicados entre 2005 e 2010. A instituição registou uma taxa de crescimento de 825 por cento, passando de oito artigos para 74 artigos em 2010, num total acumulado de 222 artigos. A publicação de artigos científicos é o principal indicador da actividade de investigação científica de uma instituição de ensino superior. O IPL regista assim um crescimento sustentado ano após ano, sendo o quinto Politécnico a nível nacional com mais artigos publicados na SCOPUS, base de dados online e, simultaneamente, ferramenta de

navegação que abrange a maior colecção de resumos, referências e indicadores da literatura científica, técnica e médica. A investigação tem sido uma grande aposta ao longo dos últimos anos, pelo que foram criadas no Instituto Politécnico de Leiria várias unidades de investigação integradas no Instituto de Investigação, Desenvolvimento e Estudos Avançados (Indea), que coordena toda a actividade de estudos pós-graduados e investigação científica da instituição. Neste momento o IPL tem cerca de 240 professores doutorados, num total de 700 docentes em tempo integral, estando em doutoramento mais cerca de 350 docentes. K

Rede de ensino latino-americana

IP Leiria membro da Red AGE 6 O Instituto Politécnico de Leiria é o representante de Portugal na Rede de Apoio à Gestão Educativa (Red AGE), um projecto da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento, com a coordenação da Universidade Autónoma da Catalunha e da Universidade ORT do Uruguai. A Red AGE reúne mais de três dezenas de estabelecimentos de Ensino Superior da América Latina, de Espanha e, com a entrada do Politécnico de Leiria, em Julho, passou a contar com um representante português. A admissão daquele politécnico como membro desta rede internacional ocorreu no âmbito da realização do III Encontro Ibero-Americano da Red AGE, que teve lugar em Lima, Peru, de 28

de Junho a 1 de Julho. Além de ser o único membro português, o Politécnico de Leiria passa também a ser o único instituto politécnico, ao lado de universidades de Espanha, Argentina, Bolívia, Chile, Cuba, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. Com o objectivo de desenvolver a gestão educativa nos diferentes países que integram a rede, esta adesão e a participação nesta Conferência permitiram abrir uma nova frente de contactos com um leque alargado de parceiros de Espanha e de toda a América Latina, que podem vir a ser potenciados, estabelecendo protocolos e formas de colaboração directas em domínios diversos que sejam de interesse mútuo. K

6 O presidente do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), Nuno Mangas, criticou, no passado dia 7, os cortes previstos pelo Governo no orçamento destinado ao ensino superior e admitiu à Lusa ter de reduzir cursos e custos com pessoal. “Era a última coisa que gostaria que acontecesse e vamos lutar para que não aconteça”, disse Nuno Mangas, sublinhando que há duas hipóteses caso o cenário dos cortes se mantenha: “racionalizar a oferta de cursos e baixar os encargos com pessoal”. Segundo Nuno Mangas, “é facilmente entendível que se se reduz a fatia do orçamento de Estado, se não podemos aumentar as propinas e se nos vêm buscar parte das receitas que geramos, tem de haver diminuição de custos”. Antes do início do ano letivo o IPL já avançara com “a redução de créditos horários para exercício de cargos” e com o corte “no número de dispensas de pessoas para doutoramentos”, para além da dispensa de alguns professores. “Medidas de antecipação” que o presidente do instituto teme que “não sejam suficientes”, já que “o corte é brutal”, disse. Em causa está o anúncio de um corte de 8,5 por cento no orçamento de Estado destinado ao ensino superior e à obrigação de criar uma reserva de 2,5 por cento, na qual as instituições não podem tocar.

O presidente do IPL entende que seria mais justo que os cortes fossem definidos caso a caso. “Não se olhou para a realidade de cada instituição, para os alunos que cada uma possui: o IPL é dos institutos com menor financiamento por aluno no país e sofre o mesmo corte”, exemplifica. A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) já alertou para algumas das consequências dos cortes: o despedimento de docentes “convidados ou com outros vínculos precários”, diminuição da “qualidade de ensino” e “de apoios sociais aos estudantes e o aumento dos encargos das famílias”. As declarações de Nuno Mangas foram feitas à margem da tomada de posse do novo diretor da Escola Superior de Saúde, José Gomes, o primeiro diploma-

do por uma escola do IPL a exercer funções de diretor de uma unidade do instituto. Fundado há 30 anos, o IPL representa atualmente cerca de 95% do ensino superior do distrito de Leiria e abrange uma comunidade de mais de 12.000 estudantes, cerca de 900 docentes e mais de 300 funcionários técnicos e administrativos. Está distribuído pelas cidades de Leiria, onde se localiza a sua sede, Caldas da Rainha e Peniche, e organizado em cinco campus: Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, Escola Superior de Tecnologia e Gestão, Escola Superior de Saúde, Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha e Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

Melhor classificação em Engenharia Aeronáutica

Leiria em destaque

6 O Instituto Politécnico de Leiria conquistou em Agosto uma posição de destaque num dos mais importantes concursos universitários europeus de Engenharia Aeronáutica, o AirCargo Challenge 2011. A IPL Team, composta por alunos dos cursos de Engenharia Electrotécnica e Engenharia Mecânica, foi a melhor classificada das equipas sem formação na área da Aeronáutica. O objectivo da competição, que decorreu entre os dias 12 e 14 de Agosto, em Estugarda, na Alemanha, era projectar e construir uma aeronave eléctrica não tripulada com determinadas características específicas, e que deveria conseguir voar com o máximo de peso de car-

ga, após descolar, numa distância não superior a 60 metros. A IPL Team conseguiu que a sua aeronave voasse com um peso de 3 kg, conquistando o terceiro lugar nacional, e o 13.º a nível geral. Marco Santos (Piloto), Nuno Gomes (Capitão), Amândio Frei-

tas, Ana Santos, Andreia Gama, David Oliveira e Ruben Cipriano, acompanhados pelo professor Nuno Rodrigues, representaram o Politécnico na competição, juntando-se a várias equipas de universidades europeias, e à representação portuguesa, composta por seis escolas nacionais. K

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Portalegre

Domingos Bucho lança novo livro 6 Domingos Bucho, docente no Instituto Politécnico de Portalegre, acaba de lançar o livro Métodos e Escolas de Fortificação Abaluartada em Elvas / Systems and Schools of Bulwarked Fotification Adopted in Elvas. Com edição da Colibri, o livro é prefaciado por Ray Bondin, Embaixador de Malta na UNESCO. Além de ter sido apresentado na Feira do Livro, em Lisboa, foi também apresentado em três eventos científicos internacionais, a saber: Seminário Internacional, las Fortificaciones Hispano-Lusas en la Península Ibérica, Canarias Y La Costa Atlántica Norte-Africana (Tenerife, Universidad de Laguna, Maio, 9-13); IcomosIcofort Workshop, Fort Monostor Military Cultural Center Nonprofit Company, Komaróm (Hungria e Eslováquia, Maio, 13-18) e na 15th International Conference Series on Theoretical And Practical Issues

Of Built Heritage Conservation ? Tusnad 2011(Roménia, Alba Iulia? Simleu Silvaniei, Maio, 18-22). A edição contou com o apoio financeiro do Instituto Politécnico de Portalegre e da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, através do C3i do IPP. K

www.ensino.eu

Escola Superior de Educação

Novo mestrado em Portalegre 6 A Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Portalegre vai iniciar, no próximo ano lectivo, um novo mestrado em Educação e Protecção de Crianças e Jovens em Risco. São objectivos deste ciclo de estudos: desenvolver as capacidades, atitudes e competências que permitam intervir ao nível da sinalização, diagnóstico, tomada de decisão, educação e intervenção com crianças e jovens em risco, e suas famílias; identificar e mobilizar os recursos comunitários, familiares e educacionais que permitam prevenir e responder adequadamente às diferentes situações de risco em que se podem encontrar crianças e jovens; promover a elaboração e implementação de programas de educação formal e não formal na área da prevenção e intervenção psicossocial com crianças, jovens e família; promover o desenvolvimento de investigação avançada sobre a educação, formação e intervenção com crianças e jovens em risco, e suas famílias. Este mestrado inclui um 1.º ano curricular (1.º e 2.º semestres

com 60 créditos) e um 2.º ano (4.º e 5.º semestres) para desenvolver um projecto educativo de investigação-acção ou uma dissertação de investigação, também com 60 créditos. O 1.º semestre inclui cinco unidades curriculares obrigatórias com seis créditos cada, de formação teórica de base. O 2.º semestre inclui três unidades curriculares obrigatórias e uma opção com cinco créditos cada, com um carácter de natureza mais prático e interventivo ou cultural (no caso das

opções de humanidades), e ainda um seminário de apoio ao projecto ou dissertação, com 10 créditos, também de carácter obrigatório. Todas as unidades curriculares do 1.º semestre são obrigatórias e no 2.º semestre, quatro são obrigatórias, e uma unidade curricular é de opção, a escolher de entre quatro alternativas. A 2ª fase de candidaturas para este mestrado decorre de 16 a 23 de Setembro de 2011, junto da secretaria da ESE. K

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SETEMBRO 2011 /// 013


Cooperação

Guarda abraça Ásia

6 O Instituto Politécnico da Guarda está empenhado em estabelecer parcerias com instituições de ensino internacionais.O Instituto Politécnico de Macau e a Universidade de Taiwan são duas das instituições com quem o IPG se está a relacionar. É através do acordo com o Politécnico de Macau que um aluno do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) integra o grupo de jovens portugueses que foram estudar para Macau, no primeiro semestre do corrente ano letivo. Esta deslocação resultou de um memorando de entendimento acordado entre o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos Portugueses (CCISP) e o Instituto Politécnico de Macau (IPM). Este intercâmbio, que numa primeira fase envolve apenas estudantes, é semelhante ao

Os alunos portugueses em Macau programa europeu ERASMUS e assegura a possibilidade de alunos portugueses e chineses poderem estudar, ao longo de um semestre, em Macau e Portugal.

De referir que o plano de estudos tem o devido reconhecimento oficial, sendo o alojamento e alimentação assegurados pela instituição de

acolhimento. O grupo português, para além do aluno do IPG, é constituído por estudantes da Escola Superior de Enfermagem de

Coimbra, Instituto Politécnico de Leiria, Instituto Politécnico de Castelo Branco e Instituto Politécnico de Bragança, num total de 12, os quais vão regressar no próximo mês de janeiro. Entretanto, o Instituto Politécnico da Guarda, através da sua Escola Superior de Saúde, assinou já este ano um protocolo de cooperação com a Taipei Medical University (TMU), de Taiwan, vocacionado a cooperação científica na área da saúde, educação, serviços, intercâmbio cultural e estágios. O acordo assinado prevê a organização de simpósios e eventos de caráter técnico e científico, intercâmbio de estudantes e partilha de investigação, recursos educativos e programas. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

Ciclo de Empreendedorismo na Beira Interior

Saúde e tecnologia

IPG investe na inovação

Guarda recebe jornadas

6 “Inovação e Empreendedorismo na Beira Interior” é o tema de um ciclo de conferências que Instituto Politécnico da Guarda (IPG) – através da sua Unidade de Investigação para o Desenvolvimento do Interior (UDI) – vai promover entre 19 de Outubro e 9 de Novembro de 2011. Esta iniciativa engloba um conjunto de actividades centradas no objectivo principal de promoção do espírito empresarial e da inovação. “O papel do ensino superior politécnico é fundamental no desenvolvimento económico e social. Numa região como a Beira Interior, que sofre de vicissitudes difíceis de contrariar de que se destacam o despovoamento, o envelhecimento da população, a incipiente industrialização e o aumento do desemprego, torna-se ainda mais imperativo olharmos para a realidade económica e analisarmos quais as mais-valias e potencialidades de desenvolvimento”, refere Teresa Paiva, directora da UDI/IPG. Neste contexto surge este ciclo de conferências que vão permitir um conjunto de contribuições estratégicas em prol do tecido económico e social da região. Analisar e identificar as oportunidades de desenvolvimento e de aumento de competitividade de região; reconhecer o

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6 O Instituto Politécnico da Guarda (IPG), em colaboração com a Escola Superior de Saúde e a Escola Superior de Tecnologia e Gestão, vai promover, no dia 27 de Abril de 2012, as V Jornadas sobre Tecnologia e Saúde. À semelhança das edições anteriores, estas jornadas pretendem divulgar os mais recentes projectos na área da tecnologia aplicada à saúde e aprofundar o diálogo entre investigadores e profissionais/estruturas de saúde (médicos, enfermeiros, técnicos, profissionais e estudantes das áreas da saúde e da tecnologia) são os principais objectivos destas Jornadas, já projectadas em termos nacionais e internacionais. Incrementar a interacção entre ensino superior e as empresas vocacionadas para as áreas subjacentes a este evento é outro dos objecPublicidade

contributo dos empreendedores para a prosperidade, criação de emprego e inovação; salientar o papel do IPG no seu contributo na investigação aplicada, e fomento de inovação e criação de empresas e informar os empreendedores sobre os apoios e programas

disponíveis para o seu negócio a nível nacional e transfronteiriço, são, entre outros aspectos, os principais objectivos deste ciclo. As inscrições, obrigatórias, são gratuitas. Os interessados podem obter mais informações em http://www.ipg.pt/iebi/. K

tivos das Jornadas. Decorre, entretanto, o prazo para a apresentação de propostas de comunicações ou de “posters”. Os interessados podem obter a ficha de inscrição e outras informações em http://www.ipg.pt/tecnologia-saude2011/, pelo email gic@ipg. pt ou através do telefone (351) 271 220 162. Como tem acontecido nos anos anteriores, a Organização tem reservado um espaço destinado a Expositores (a ficha de expositor e a indicação da data limite de envio estão disponíveis no sítio das Jornadas). K


Investigação ibérica Tomar faz exame à OTOC T O Instituto Politécnico de Tomar organiza, de 16 de Setembro a 8 de Outubro, um curso de preparação ao exame de acesso à Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas. O curso decorre em horário pós-laboral e os interessados devem fazer a sua inscrição até 13 de Setembro. K

Meltagus faz Curso apícola T A Meltagus-Associação de Apicultores do Parque Natural do Tejo Internacional com a colaboração da Escola Superior Agrária de Castelo Branco vão realizar no próximo dia 22 de Outubro, a Terceira Edição do curso de “Desdobramentos”. Neste curso, serão abordadas as seguintes temáticas: Métodos de povoamento de colónias, método de desdobramentos de colónias, acompanhamento das colónias recém-formadas; transporte para apiários definitivos; transferências de núcleos para colmeias; e introdução de ceras laminadas e puxadas. O curso funcionará com um mínimo de 10 formandos. Data limite de inscrição: 12 de Outubro de 2011. K

Mestrados no Barreiro T As candidaturas para o Mestrado em Construção Civil, bem como para as Pós-Graduações em Conservação e Reabilitação do Edificado e em Gestão e Avaliação do Imobiliária, promovidos pela Escola Superior de Tecnologias do Barreiro do Instituto Politécnico de Setúbal, decorrem até ao dia 30 de Setembro. Aquela escola vai passar ainda a ministrar, em 2012 a PósGraduação em Gestão da Sustentabilidade do Edificado. Todos os cursos têm a duração de um ano (dois semestres) e serão ministrados em horário pós-laboral. K

A emoção das crianças 6 A Comunidade Educativa do Agrupamento de Escolas de Alcains acolheu, no dia 8 de Setembro, a primeira sessão de formação/sensibilização inserida no projecto de investigação “Competência Emocional e Aprendizagem: Análise da Eficácia do Programa de Inteligência Emocional, em crianças do 3.º e 4.º ano do 1.º Ciclo do Ensino Básico, da Região de Castelo Branco”, que está a ser levado a cabo pelo Instituto Politécnico de Castelo Branco através da Escola Superior de Educação (ESECB) e a Universidade de Extremadura (UEx), até 2013. O projecto tem como objectivo melhorar e desenvolver a inteligência emocional nas crianças envolvidas, pelo que Juan González Hermosell, do Departamento de Psicologia e Antropologia da Faculdade de Educação e da UEx, e Ernesto Candeias, coordenador da equipa de investigação do IPCB/ESCB, estiveram reunidos com os docentes do Agrupamento de Escolas de Alcains para, por um lado darem conta do estado das questões sobre a Inteligência Emocional em Espanha e Portugal, e, por outro, planearem um

Juan Hermosell e Ernesto Candeias, da equipa de investigação programa prático de aplicação do projecto de investigação naquele Agrupamento. A estrutura do projecto está planificada para melhorar e desenvolver a inteligência emocional nas crianças do 3.º e 4.º ano, do 1.º ciclo da Educação Básica, nos Agrupamentos de Escolas de Afonso de Paiva de Castelo Bran-

co, Alcains, Idanha-a-Nova e João Roiz de Castelo Branco. Os investigadores pretendem trabalhar a Inteligência Emocional na tríplice perspectiva: com os alunos, os professores e os pais ou encarregados de educação. A temática da investigação relaciona-se com as emoções e a aprendizagem escolar, inserida

na área das Ciências da Educação, no domínio da Psicopedagogia e da Educação Emocional e Social. O Programa de Inteligência Emocional, ao melhorar a competência emocional, melhora as relações interpessoais entre as crianças e, simultaneamente favorece as competências de língua e matemática. K

ESACB

Centro para animais a concurso 6 O Centro de Investigação em Zoonoses (CIZ) a construir na Escola Superior Agrária do IPCB, encontra-se em fase de concurso. Esta infra-estrutura, orçada em 592.885,86 euros, comparticipada em 70% pelo Programa Operacional Regional do Centro (MaisCentro), é uma infra-estrutura do Sistema Científico e Tecnológico, que vai permitir desenvolver estudos de investigação epidemiológicos e clínicos ao nível das zoonoses, através da colaboração multidisciplinar de investigadores e técnicos, e de instituições de natureza diversa, ligadas à Saúde Pública e à Veterinária, entre outras. A localização em Castelo Branco favorece a proximidade às populações animais domésticos e selvagens, assim como de populações rurais com ligações muito próxima com as espécies animais. Assim, para além da colheita e análise de informação, do desenvolvimento de estudos epidemiológicos, o Centro permitirá acompanhar animais suspeitos de doença e desenvolver trabalhos de natureza clínica.

Neste contexto, a criação de um centro de investigação de zoonoses permitirá desenvolver estudos consistentes a fim de conhecer e caracterizar estas patologias, contribuindo, assim, para a definição e implementação de estratégias que permitam uma acção concertada por parte das autoridades de saúde pública

e veterinária, com impacto nos custos económicos provocados por estas doenças, bem como a melhoria da qualidade de vida das populações. A implementação do projecto terá, portanto, um impacto positivo em diferentes vectores, designadamente os da ciência e tecnologia, inovação de pro-

dutos e processos, formação e educação de pessoas, qualidade de produtos e serviços, saúde e segurança alimentar, preservação do ambiente e transferência de tecnologia. O início da construção está prevista para Setembro/Outubro deste ano com um prazo de execução de 1 ano. K

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Politécnico faz História de Portugal

Aposta na criação nacional

Estátuas vivas em Tomar

Viriato de luxo 6 “Para o quadrimestre de Setembro a Dezembro, conseguimos encontrar uma coerência feliz. Nos próximos quatro meses, apresentamos uma programação essencialmente nacional e com uma componente teatral muito forte. Daí definir este quadrimestre como a programação da Palavra.” A garantia foi dada por Paulo Ribeiro, na conferência de imprensa de apresentação da programação para o último quadrimestre do ano do Teatro Viriato, em Viseu. Foi anunciada uma programação diversificada, repleta de música, dança, teatro e algumas es-

6 Perto de 40 estátuas vivas representaram 18 quadros da História de Portugal nas ruas de Tomar e no convento de Cristo, durante os dias 10 e 11 deste mês, em mais uma edição do Festival de Estátuas Vivas. O evento teve início com a presença das “10 melhores estátuas” da edição do ano passado, entre a Rua Marquês de Pombal e a Praça da República, uma mostra fotográfica dessa primeira iniciativa e um concerto de ópera, no coreto da Várzea Pequena, recreando o ambiente das ruas e casas de ópera de Itália. Eduardo Mendes, coordenador do evento e do projeto “Máquina do Tempo”, disse que esta foi uma forma de aliar a história da cidade e do país ao riquíssimo património de Tomar. A iniciativa inseriu-se no projeto Máquina do Tempo, que resulta de uma parceria entre o Instituto Politécnico de Tomar, Agrupamento de Escolas D. Nuno Álvaro Pereira, câmara municipal, e Convento de Cristo, (IGESPAR). Ao todo participaram 36 homens e mulheres que se dedicam a esta arte vindos de todo o país, mas também de Espanha. António Santos foi convidado ao longo do ano letivo a desenvolver um workshop nas escolas sobre “como construir uma estátua viva”, trabalho que se traduziu na

Organização 2010 H presença de 12 jovens tomarenses no evento. Os visitantes foram convidados a, depois de observarem atentamente os 14 quadros instalados nas ruas do centro histórico e os quatro no Convento de Cristo (alu-

sivos às várias fases de construção deste monumento que é Património da Humanidade), votarem nos que mais gostaram. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

Protecção integrada

Viseu recebe encontro 6 O 9º Encontro Nacional de Protecção Integrada, que decorrerá em Viseu, nos dias 17 e 18 de Novembro de 2011, na Escola Superior Agrária de Viseu, informou a organização. A iniciativa tem por objectivo reunir investigadores, docentes, técnicos e estudantes para debater a Protecção Integrada no âmbito da Utilização sustentável dos pesticidas e da nova regulamentação Europeia dos Pesticidas Agrícolas. O 9º Encontro Nacional de Protecção Integrada versará um conjunto de temas, que se prendem com as preocupações actuais relativas aos usos e aplicação dos pesticidas de modo sustentável e às suas consequências para o ambiente e saúde, bem como com o delineamento de boas práticas no

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treias absolutas de criadores que têm feito do Teatro Viriato também a sua casa. Destaque especial à palavra e à forma como esta é explorada pelas diversas artes de palco, quer por artistas emergentes, quer por criadores que habitam o palco com a mestria de anos de experiência. É o caso da conceituada companhia Artistas Unidos, que estreia em Viseu (a 16 de Setembro) a peça de Teatro Não se Brinca com o Amor, um texto nunca antes apresentado em Portugal, mas que representa um dos mais belos clássicos de sempre, encenado por Jorge Silva Melo. K

Desenvolvimento da Criança

Mestrado em Setúbal 6 A Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal, em parceria com a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, promove, no ano lectivo 2011/2012, a quarta edição do Curso de Mestrado em Desenvolvimento e Perturbações da Linguagem na Criança, que tem início em Outubro. A segunda fase das candidaturas decorre até 20 de Setembro. De acordo com os responsá-

veis pelo curso “esta formação tem como principal objectivo habilitar os terapeutas da fala para realizar diagnósticos mais precisos, de modo a que possam intervir de uma forma mais eficaz, e dotar os educadores e professores de instrumentos de análise linguística que lhes permitam estimular o desenvolvimento da linguagem dos seus educandos de uma forma sequenciada, adaptada às diferentes faixas etárias e às diferentes situações. K

texto editora

Novos dicionários

ensino e formação da fitofarmacologia e da protecção integrada numa perspectiva de futuro. De acordo com a organização, o debate será organizado em várias sessões a saber: : Pesticidas e

saúde; Uso sustentável dos pesticidas; Nova regulamentação europeia dos pesticidas agrícolas; e o ensino e a formação profissional da fitofarmacologia e da protecção integrada. K

6 A Texto Editora acaba de apresentar uma coleção de dicionários escolares criada segundo as regras do novo acordo ortográfico, com a particularidade de cada uma das novas obras incluir os termos específicos dos programas da área disciplinar e do nível de ensino em questão. Os dicionários são os únicos dicionários portugueses que incluem a marcação da sílaba tónica e a indicação da divisão silábica para facilitar a translineação das palavras. Dependendo do ciclo de

ensino a que se destinam, estas novas edições incluem ainda milhares de exemplos para melhor se compreender a aplicação das palavras, a classificação dos verbos, a identificação dos nomes coletivos, plurais, masculinos e femininos irregulares, bem como anexos com conteúdos escolares úteis das principais disciplinas: Português, Matemática, História, Geografia, Ciências da Natureza, entre outras. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _


Escola Superior de Saúde do IPL

Cooperação

Beja leva alunos a Macau 6 Ao abrigo do Memorando de Entendimento entre o Instituto Politécnico de Macau e o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, estão abertas candidaturas, entre 15 de Setembro e 14 de Outubro, a um período de mobilidade para quatro estudantes do Instituto Politécnico de

Beja durante o ano de 2012. O referido Memorando irá permitir a aproximadamente 40 estudantes portugueses realizarem anualmente os seus períodos de mobilidade internacional no IPMacau e beneficiarem da riqueza sociocultural e económica do Oriente. K

Venture Contest

Projecto da UBI na Semi-Final do MIT 6 O projeto Wi-Go de Luís Carlos, estudante de Engenharia Informática da Universidade da Beira Interior, está na Semi-Final do MIT Venture Contest. A selecção dos projectos foi efectuada por um júri internacional, especializado nas quatro aplicações tecnológicas do concurso: Ciências da Vida, Sistemas de Energia Sustentável e Transportes, Tecnologia da Informação e da Web e Produtos de Consumo e Serviços. Esta última rubrica engloba projectos ou empresas destinadas a satisfazer uma ampla gama de necessidades dos consumidores e negócios, que vão desde materiais de engenharia, novas tecnologias de água, processos para aplicações hightech do consumidor, e, onde se inclui o projecto de Luís Carlos, aluno de Engenharia Informática da UBI. O projeto Wi-Go consiste num sistema robotizado que permite um carrinho de supermercado siga uma cadeira de rodas, possibilitando que deficientes físicos possam fazer as suas compras

sem dificuldades. O Wi-Go tem por base a tecnologia do sensor KINECT, projecto da Microsoft, que permite a interacção entre jogadores e jogos electrónicos, sem que haja a necessidade de utilizar um controle/joystick. Assim, a tecnologia agora desenvolvida por Luís Matos permite transportar objectos sem dificuldade, de forma confortável e segura e está programado para seguir as pessoas facilitando o seu dia-a-dia. Em termos gerais o Wi-Go permite o transporte de objectos sem dificuldade, podendo ser utilizado em supermercados, aeroportos em ambiente hospitalar na distribuição de medicamentos ou refeições. A ISCTE – IUL Competição Venture, é uma iniciativa pioneira de cariz internacional para a promoção do empreendedorismo de base tecnológica em Portugal. Os principais objectivos são os de identificar e premiar projectos com claro valor à escala global, e, integra-los a nível internacional com vista a maximizar as possibilidades de sucesso. K

José Carlos Gomes toma posse 6 José Carlos Gomes é o novo director da Escola Superior do Politécnico de Leiria, tendo tomado. A tomada de posse decorreu a 7 de Setembro, foi presidida pelo presidente do Instituto, Nuno Mangas, e contou com a presença de inúmeros representantes das instituições públicas e privadas da região, e de colaboradores da instituição. O novo director sublinhou a grande capacidade de investigação desenvolvida pela escola, com a criação da Unidade de Investigação em Saúde, e na crescente qualificação do corpo docente, ao mesmo tempo que foi apostando na “auto-reflexão crítica sobre o seu desempenho”. Numa referência às parcerias estabelecidas, José Carlos Gomes salientou que “todo este trajecto só tem sido possível pela insubstituível colaboração de organizações de saúde e de bem-estar, públicas ou privadas, que têm investido connosco nesta responsabilidade de, mais que formar profissionais de saúde, formar cidadãos”. Com uma nota de humor, afirmou que, apesar do momento em que se encontra o País não ser o mais favorável, “todos temos de trabalhar em conjunto para tornar este pequeno morro do Lena um centro de saber e cultura, de cidadania e participação, de ciência e bem-estar, para responder aos anseios da comunidade e às necessidades do nosso País”. José Carlos Gomes deixou ainda “seis regras de trânsito”, que ditarão o rumo do seu mandato durante os próximos quatro anos: juntar o desenvolvimento comunicacional e relacional à aprendizagem técnica na formação em saúde; ter como priori-

dade ver o que se faz na área do ensino da saúde a nível nacional e internacional; aproximar a escola da comunidade onde se insere; defender a aposta na investigação; não perder de vista a “principal razão de ser” da existência da escola, os estudantes; e manter uma visão intersectorial na formação em saúde, uma vez que esta é uma área transversal a todas as áreas da organização da sociedade. Nuno Mangas deu destaque à que chamou de “enorme transformação” da mais recente escola a ser integrada no IPL, embora conte já com quatro décadas de existência, referindo que “soube inovar, soube transformar-se, e é hoje uma escola do século XXI

em boas práticas, e em práticas de referência a nível nacional e internacional”. O presidente do IPL lançou alguns desafios a José Carlos Gomes para as suas novas funções, nomeadamente a consolidação das mais recentes áreas de formação da escola, o incremento da qualidade da formação, a crescente qualificação do corpo docente, o desenvolvimento da investigação, a internacionalização da escola, dos docentes e dos estudantes, o aprofundamento da área de enfermagem, que deu origem à escola, e ainda o objectivo de formar de forma integral os estudantes, “mais do que formar técnicos, formar pessoas”, salientou. K

Cartoon: Bruno Janeca H Argumento: Dinis Gardete _

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Miguel Gameiro e Miguel Ângelo em entrevista

Canções ao desafio 6 Os músicos portugueses Miguel Ângelo, ex-vocalista da Banda Delfins, e Miguel Gameiro, ex-vocalista dos Pólo Norte, juntaram-se no projecto acústico Canções ao Desafio. “Um Lugar ao Sol”, “A Baía de Cascais”, “Sou como um Rio”, “O Grito”, “Aprender a Ser Feliz” ou “Aquele Inverno” são alguns dos temas que marcaram o percurso destes músicos e o panorama musical português. Em entrevista ao Ensino Magazine explicam o porquê de terem formado esta dupla de sucesso. Como é que surgiu esta oportunidade de poderem colaborar como dupla? Miguel Gameiro - À mesa. Como quase todas as grandes ideias, foi à mesa, num jantar. Lembramonos de trazer estas canções, tal e qual como foram escritas e compostas. Obviamente, com um ou outro arranjo diferente e que se enquadrasse mais neste tipo de espectáculo. Decidimos juntar o melhor de dois mundos e trazer a nossa história enquanto músicos, e a história das pessoas, porque as canções acabam por fazer parte da história da vida das pessoas. Foi uma química directa, logo que começaram a ensaiar? Miguel Gameiro - Acho que sim. Nós já tínhamos partilhado o palco várias vezes, andámos na estrada juntos, nos anos 95, 96, na altura das tournés. Depois, gravei “O Grito”, com os Pólo Norte, e o Miguel gravou “Um Lugar ao Sol”, comigo, na Baía de Cascais, e sempre que estávamos juntos vínhamos ao palco cantar, fosse num teatro, ou num espectáculo de Verão. Há uma relação que já vem de trás, somos amigos. E agora tivemos a sorte, no meu caso são mais de vinte anos de carreira musical, de percebermos que algumas das canções dos Pólo Norte e do Delfins, sobretudo os singles, estão vivos. Apenas só anunciando boca a boca, este é um dos espectáculos com mais êxito, neste Verão, em Portugal, numa altura de grande crise, em que é muito difícil para os artistas terem espectáculos. Nós sem Disco, playlist, sem um tema na rádio, nem publicidade, sem críticas nos jornais, nada a não ser o nosso pequeno facebook e o boca a boca conseguimos estar a tocar, de Norte a Sul, este Verão inteiro.

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Direitos Reservados H

Com um feedback tão positivo nas actuações, de Norte a Sul do país, esta dupla poderá passar dos espectáculos para o estúdio e editar um álbum de originais? Miguel Gameiro -Sim, há algumas ideias. Neste momento não falamos tanto de originais, mas há umas ideias em gravarmos eventualmente um DVD, com um espectáculo, em lugar e data a anunciar. Mas a ideia é registarmos esse momento do que temos feito por este pais. Este projecto constituiu para a dupla uma interessante aventura? Miguel Gameiro - Sim, tem sido uma aventura desde que nos conhecemos. Como o Miguel disse à pouco, e bem, tivemos a oportunidade de criar uma amizade e só essa amizade torna possível a interacção em palco e a, cumplicidade que depois acaba por passar para o público. As pessoas acabam por sentir essa cumplicidade e isso também torna o espectáculo mais interessante e mais cativante. Ao pegar nos temas dos Delfins, uma mão cheia de clássicos, sente alguma nostalgia? Miguel Ângelo - Não. Não sou uma pessoa nostálgica. Fiz o que tinha a fazer, fi-lo bem, em mui-

tos dos casos. Tive a sorte de algumas dessas canções ficarem no património da memória da música popular e dos portugueses, agora quero fazer mais coisas. Não me queria reformar passados 25 anos de carreira. Tive a sorte de começar bem cedo a ensaiar e a escrever canções, para poder pensar que fiz durante um quarto de século, que é uma parte muito importante da minha vida, enquanto músico profissional, e agora quero fazer outras coisas. Esta tourné vive ainda há conta dessa memória e dessa canções, que estão bem vivas ainda, mas há coisas novas. Estou embrenhado num colectivo chamado Movimento, que começou a tocar em Agosto, por todo o país. Com uma abordagem de música soul com muitos temas obscuros e alguns clássicos da música portuguesa, dos anos 60. Em Setembro já estarei em estúdio, em 2012 será o ano em que irei lançar o meu disco a solo, pós final carreira nos Delfins. Se calhar, tenho ainda mais vinte e tal anos para uma segunda volta da minha vida, enquanto músico e compositor. Em relação aos Delfins, o projecto é mesmo um livro fechado? É um livro aberto. Já na próxima sexta-feira, vai sair uma Banda Desenhada (BD) com o Diário de Notícias, sobre os primeiros anos dos Delfins, e que aconselho pois

está muito engraçada. Uma BD muito poética. É um livro para abrir. Também abri um livro em Novembro do ano passado, quando editei a minha auto-biografia chamada “Um Lugar ao Sol”, dos vinte e cinco anos de carreira, onde conto a história toda. Portanto, há sempre uma releitura daquilo que fizemos. Estou aqui a cantar “O Nasce Selvagem”, com o Miguel e a banda, e a fazer uma releitura do tema. Acho que as coisas foram bem feitas e é um livro que estará sempre aberto para várias releituras. A vantagem desta tourné, das Canções ao Desafio, é continuar a mostrar que as canções não estão esquecidas, não estão fechadas, ou arrumadas numa estante de CDs, ou num disco rígido de computador. As canções estão aqui, estão vivas e podem ser ouvidas estas noites todas, que vamos tocar. Podem ser descobertas por novas gerações, reutilizadas, transformadas como quiserem. A cultura tem haver com isso, com história, passado, presente e futuro. O Miguel Gameiro, depois da careira nos Pólo Norte aposta numa carreira a solo, com Porta Aberta. É uma Porta que tem aberto muitas janelas? Miguel Gameiro - É uma Porta que curiosamente abriu e ficou escancarada. Não esperava que esta receptividade ao meu trabal-

ho surgisse desta forma. Este ano tem sido um ano muito positivo, o meu disco é disco de ouro, recentemente. “Dá-me um Abraço” é uma das canções mais passadas na rádio. “Dá-me um Abraço” encontrou os braços certos e tenho feito também muitos concertos. Não me podia sentir mais feliz, já que o passo que se dá, quando se tem uma banda e se vai gravar um álbum a solo, é sempre um passo difícil, que às vezes pode ser mal compreendido, ou mal realizado. Comigo as coisas felizmente correram bem. Tive a felicidade de escrever estas canções. Há um lado muito intimista no seu disco de estreia a solo, lado esse que se encaixa também nestes espectáculos acústicos… É verdade. Fiz um espectáculo que se enquadrasse numa vertente ao ar livre e também em auditórios Apesar do concerto ao ar livre ter uma energia um pouco diferente. O espaço do auditório vai buscar mais intimidade, mais proximidade, é um espaço para mais conversa. Mas, de alguma maneira, as pessoas identificam-se com este espectáculo, com as canções, e isso deixa-me satisfeito. Entrevista: Hugo Rafael _ Rádio Condestável Texto: Eugénia Sousa _


Pedro Abrunhosa

“Pagamos por erros que não cometemos” O músico e intérprete Pedro Abrunhosa sublinha que, em tempo de crise, todos devemos ser solidários. Mas lembra que, à semelhança do resto do país, também os artistas serão penalizados por erros que não cometeram. Com o clima económico que atravessamos as autarquias poderão fazer cortes que afectarão mais a cultura e os espectáculos de música? É uma das grandes preocupações. Mas gostaria de não centrar este fenómeno, na cultura e na música. Já é um problema, sempre foi um problema, porque sempre foi aqui que se cortou, portanto mais cortes será drástico. Mas temos de estar solidários com o resto do país. Embora como se vê, e no estrangeiro idem, nós somos os grandes fomentadores da cultura e da língua portuguesa, e somos, para além de tudo, rentáveis. Os espectáculos, sejam à porta fechada, ou à porta aberta, têm sempre mais valia. Seremos penalizados sim, como o resto do país será penalizado, por erros que não fizemos. Não fomos nós que estivemos a gerir o país, mas agora temos de estar todos solidários. Mas uma coisa é certa o espectáculo não pode parar, nunca esta expressão esteve tão actual. Independentemente dos cortes que sejam feitos, o espectáculo vai continuar.

modar com aquilo que já fez? Ninguém se pode acomodar com o que já fez. Por isso é que escrevi uma canção “Fazer o que Ainda não foi Feito”. O que está para trás, está para trás, está feito. Não vou dormir a ouvir os meus discos. Um escritor não lê os seus livros, escreve outro. Tenho uma atitude completamente despegada do passado, eu tenho uma atitude de futuro. Aquilo que interessa é o que vou fazer para frente, o que está para trás está feito. O single O Rei do Bairro Alto chegou às rádios numa versão acústica e também numa remistura. Agrada-lhe esse tipo de abordagem das músicas?

Nos espectáculos está a interpretar temas do mais recente registo. Trata-se de um trabalho de ruptura? Quando é que um músico percebe que é altura de mudar e trocar de banda?

É uma forma de irmos a vários públicos. O single está em alta rotação como Fazer o que Ainda não foi Feito e Não Desistas de Mim. É uma forma de também satisfazer os mercados.

Quando as coisas se cristalizam. Quando o sucesso se torna institucional e as pessoas já estão a espera que se façam sempre sucessos. E sobretudo a estrutura interna do grupo cristaliza, estamos a falar de músicos e técnicos, uma estrutura de 47 pessoas e deixa de ser uma diversão para passar a ser um emprego, está na altura de mudar tudo. A música é uma emoção, é magia, é encantamento, empatia com o público não é um emprego. É uma forma de levar às pessoas a magia que lhes é retirada. O músico tem de romper consigo próprio, ousar. Mas a arte é isso, ousar.

O seu trabalho chegou também à venda digital. Na sua opinião, como músico profissional, daqui a cinco anos a música vai passar muito pela venda na internet?

O músico nunca se pode aco-

A música passa por espectáculos, passa por boas canções. Quando as canções existem, estão na memória das pessoas, passaram de geração em geração, isso é o que faz a música. O formato é que é vendida, se é dentro de uma lata de feijão, ou num Cd, se é Internet ou é via foguetão, é irrelevante.K Entrevista: Hugo Rafael _ Rádio Condestável Texto: Eugénia Sousa _

aluno de Aeronáutica

UBI no Erasmus Mundus 6 Tiago Rebelo, licenciado em Engenharia Aeronáutica pela Universidade da Beira Interior é um dos 40 estudantes, seleccionados entre várias centenas, a integrar a sétima edição do programa internacional de mestrado Erasmus Mundus Master Course in Space Science and Technology – Space Master, que se inicia, em Outubro, na Alemanha. Aquele curso de mestrado internacional confere duplo diploma e é leccionado por um consórcio de universidades reconhecidas internacionalmente e entre as quais se destacam a Cranfield University, do Reino Unido; a Universidade de Toulouse, France; Julius-Maximilians University of Wuerzburg, Alemanha; Lulea University of Technology, Suécia; Universidade de Tóquio,

Japão; Utah State University, Estados Unidos da América; Shanghai Jiao Tong University, da China, entre outras. O aluno da UBI é o primeiro estudante nacional a integrar esta formação que reúne os melhores estudantes de todo o mundo na área da Aeronáutica. Começará a desenvolver os seus estudos na Alemanha, mas vai passar por universidades de mais três países, ao longo do programa. Depois de ter sido seleccionado entre mais de 350 candidaturas apresentadas só este ano, o aluno da academia beirã espera “tirar o maior proveito possível do desafio, isto é, numa primeira fase tentarei apreender conhecimentos novos, provenientes de grandes especialistas na área, para depois poder

aplicar estes conhecimentos na consecução de uma tese de mestrado que possa merecer algum crédito. O programa possibilita que se escolha a universidade de acolhimento na qual se gostaria de fazer a tese, tendo em conta a área de estudos na qual a universidade se considera especialista, no meu caso, gostaria de poder fazê-la em Cranfield, pois esta instituição possibilita o aprofundar de conhecimentos na área da Dinâmica e Controlo de Sistemas Espaciais, área essa que me parece muito interessante e com grande potencial. No entanto, nesta altura ainda é cedo para adivinhar as linhas de investigação pelas quais enveredarei, a seu tempo terei oportunidade de descobrir qual a área que mais me fascina”, refere. K

Música

The Gift na América 6 Os portugueses The Gift atuam em outubro nos Estados Unidos da América e no Canadá, pouco depois do lançamento do último trabalho de estúdio do grupo, “Explode”, nos mercados da América do Norte, anunciou hoje a banda. O primeiro concerto da banda de Nuno Gonçalves e Sónia Tavares em terras do Tio Sam está

marcado para 7 de outubro no festival de música Culture Colide, que decorre entre os dias 5 e 9 em Los Angeles. A 11 de outubro a banda atua a Chicago, no Double Door, a 14 em Nova Iorque, no Le Poisson Rouge, e a 16 em Cambrige, no TT The Bear’s Place. Pelo meio, no dia 12, os The Gift têm um espetáculo no Lee’s

Palace, em Toronto, no Canadá. A banda de Alcobaça assinou contrato, em julho, com a agência norte-americana de música alternativa e independente Billions. O contrato foi assinado depois da atuação no Bowery Ballroom, em Nova Iorque. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

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Programa já começou

Instituto

PSP quer escola mais segura

Pedro Nunes com selo de qualidade

6 Mais de 1,3 milhões de alunos e três mil estabelecimentos de ensino são abrangidos pelo programa Escola Segura que a PSP iniciou no dia 9 deste mês, sendo intenção para este ano letivo aumentar a presença policial junto da comunidade escolar. A Polícia de Segurança Pública (PSP) refere, em comunicado, que no último ano letivo realizou mais de quatro mil ações de sensibilização e foram mil os agentes envolvidos em todo o país no programa Escola Segura. Para o ano letivo que agora começa, a Polícia pretende aumentar a sua presença junto da comunidade escolar e realizar mais ações de fiscalização e sensibilização. Para tal e para assinalar a abertura do ano letivo 2011/2012, a PSP vai estar, entre hoje e 15 de setembro, “particularmente atenta aos percursos casa-escolacasa com presença efetiva” nos percursos pedonais, transportes públicos e vias rodoviárias. Nas primeiras semanas de aulas, a Polícia realiza igualmente várias ações para alunos de Lisboa, Porto, Faro e outras cidades do país, como fiscalizações rodoviárias. Ações de sensibilização nas escolas focadas na auto-proteção, ‘bullying’, prevenção da toxicodependência, alcoolismo, de crimes e da violência no namoro, além de fiscalizações junto aos estabelecimentos de ensino e de ações de prevenção e educação rodoviária, nomeadamente sobre o uso do cinto de segurança e do sistema de retenção pelos pais e transportes escolares, são alguns dos objetivos do programa Escola

Direitos Reservados Segura, que a PSP inicia hoje e se prolonga por todo o ano letivo. Segundo a PSP, a iniciativa chega a mais de 1,3 milhões de alunos e a três mil escolas desde o início pré-escolar ao secundário. Na abertura do ano escolar, a PSP aconselha os pais e alunos a evitar o uso de telemóveis topo de gama, utilização de dinheiro de baixo valor, nunca superior a cinco euros e dividido por vários bolsos e pastas escolares, bem como a não utilização dos percursos pedonais inóspitos, becos, atalhos e zonas de fraca luminosidade. A Polícia apela ainda aos pais para que, nesta primeira semana de aulas, percorrerem com os filhos os trajetos pedonais e de transportes públicos” que vao utilizar durante o período escolar, “pois para além de ajudarem

H

a perceber quais as melhores opções, perceberão com detalhe os percursos que percorrerão ao longo do ano”. A GNR também faz parte do programa Escola Segura e promove desde hoje e até ao dia 15 a operação “Regresso às aulas em segurança” com ações nas escolas na sua área de responsabilidade. Numa iniciativa conjunta dos Ministérios da Administração Interna e da Educação, o programa Escola Segura é assegurado por agentes policiais treinados e preparados para este tipo de ação, bem como por viaturas dedicadas à vigilância e proteção da população escolar. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

Castelo Branco

Câmara dá 4 mil livros 6 A Câmara Municipal de Castelo Branco está a distribuir 4.000 manuais escolares a cerca de 800 crianças que frequentam o 1.º ciclo do ensino básico no concelho. Os manuais são novos e o objectivo da iniciativa é garantir melhores condições de estudo aos alunos provenientes de famílias com dificuldades económicas. O presidente da Câmara, Joaquim Morão, adiantou que “esta é uma iniciativa que tem sido promovida todos os anos e que abrange alunos de todas as escolas do concelho”. O investimento da autarquia 020 /// SETEMBRO 2011

ronda os 30 mil euros, mas é justificado como uma forma de apoiar “aqueles que têm mais dificuldades económicas”, segundo o

autarca. Os alunos que têm acesso aos livros são indicados pelos agrupamentos de escola, onde os pais ou encarregados de educação fizeram a sua inscrição, tendo em conta os rendimentos do agregado familiar. Além dos livros, a autarquia suporta as refeições a cerca de 300 alunos. Joaquim Morão revelou que, “ao nível dos transportes escolares, a autarquia suporta também todos os custos com os alunos que se deslocam das freguesias e aldeias vizinhas para as escolas dos agrupamentos do concelho”. K

6 O Instituto Pedro Nunes (IPN), organismo da Universidade de Coimbra (UC), anunciou a obtenção do selo de qualidade como centro de apoio à criação de empresas, atribuído pelo European Business & Innovation Centres Network. “O selo de qualidade BIC - Business Innovation Centre outorga o reconhecimento do IPN como centro de inovação, de acordo com os parâmetros de qualidade definidos por aquela entidade europeia”, disse à agência Lusa Carlos Cerqueira, responsável do Departamento de Valorização do Conhecimento e Inovação. O IPN obteve a classificação máxima em todos os critérios, que passavam pelos resultados obtidos no apoio às empresas e na transferência de conhecimento para o mercado, número de empreendedores, relacionamentos com outros centros de investigação e organismos locais, regionais e internacionais. Carlos Cerqueira explicou que a distinção está associada a três áreas de atividade: “valorização

e transferência do conhecimento para o mercado, ajuda à criação e ao crescimento de novas empresas de base tecnológica e apoio à internacionalização de empresas de elevado potencial de conhecimentos”. Segundo o responsável, ao longo de 15 anos de existência, o IPN participou em mais de 200 projetos de investigação, criou 150 empresas na região, “80 por cento das quais em atividade”, que permitiram criar 1.500 postos de trabalho. Todas juntas, aquelas empresas geraram no ano passado um volume de faturação na ordem dos 70 milhões de euros, ainda de acordo com Carlos Cerqueira. Criado em 1991 pela Universidade de Coimbra, para promover a inovação, qualidade, rigor e empreendedorismo, o IPN foi considerado em 2010 o melhor centro incubador de empresas do mundo, galardão que ainda está em vigor. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

educação

Ministério garante Psicólogos nas escolas 6 O Ministério da Educação (ME) garantiu, em nota de imprensa, que as necessidades das escolas em relação a psicólogos e outros técnicos serão satisfeitas durante o arranque do ano letivo. Em declarações prestadas à Lusa, Daniela Gomes, do Movimento pró-ANPSE (Associação Nacional de Psicólogos Escolares), lamentou que, “tal como sucedeu no ano letivo anterior, este ano as escolas voltem a abrir sem o serviço de psicologia, estando estes profissionais no desemprego desde 31 de agosto, quando terminou o contrato anual de trabalho”. “Voltamos à estaca zero. O ano passado só começámos a ser colocados a partir do final de novembro e este ano parece que vamos pelo mesmo caminho. Continuamos a aguardar pacientemente e na total incerteza que seja autorizada a abertura de va-

gas para o corrente ano letivo”, disse. Em resposta o ME referiu que “as necessidades das escolas em relação a psicólogos e outros técnicos serão satisfeitas durante o arranque do ano letivo”. Nos últimos anos, os psicólogos têm sido contratados para desenvolvimento de projetos de combate ao insucesso escolar, por contratação de escola, ao abrigo do Decreto-Lei n.º 35/2007, de 15 de fevereiro, e da Lei n.º 23/2004, de 22 de junho. O movimento pró-ANPSE que está a criar uma associação de âmbito nacional reivindica a contratação profissional dos psicólogos pelo Ministério da Educação, vinculando-os de forma estável e possibilitando-lhes a entrada e progressão na carreira. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _

www.ensino.eu


16 de Setembro

Provedores do estudante reúnem em Aveiro 6 A Universidade de Aveiro acolhe, a 16 de Setembro, no auditório da Livraria, o primeiro Encontro Nacional de Provedores do Estudante do Ensino Superior Público. A iniciativa, agendada para as 10 horas, conta com mais de 20 provedores do estudante, de várias universidades e institutos politécnicos, e um leque de convidados para intervenção.

A realização deste Encontro tem como objectivo central, segundo a organização fomentar a troca de experiências do exercício da missão das Provedorias do Estudante e promover o aprofundamento da sua identidade proactiva em diálogo com instâncias que se cruzam, no âmbito da missão e aprendizagem identitária das provedorias do estudante. K

Bolsas

Estudantes do Algarve contestam ministério 6 O presidente da Associação Académica da Universidade do Algarve (UAlg) mostrou-se preocupado com a indefinição na atribuição de bolsas para este ano lectivo, temendo que os atrasos interfiram com o normal regresso às aulas dos alunos. Guilherme Portada afirmou já ter por duas vezes pedido esclarecimentos ao ministério da Educação e Ciência sobre a questão, embora não tenha obtido qualquer resposta, a duas semanas para o arranque do ano lectivo. “Consideramos lamentá-

vel [a falta de resposta do ministério] e estamos profundamente indignados”, refere, sublinhando que o tempo “urge” para os estudantes daquela instituição, que continuam sem saber qual será o regulamento de atribuição de bolsas. Já no passado ano lectivo os cortes na atribuição das bolsas de estudo levaram a que cerca de meia centena de estudantes decidisse abandonar a Universidade do Algarve, recordou Guilherme Portada, que teme que a situação se repita este ano. K

Air Cargo Challenge 2011

UBI vence competição 6 Uma equipa de alunos do curso de engenharia aeronáutica da Universidade da Beira Interior, liderada por docentes, venceu a competição internacional de engenharia aeronáutica Air Cargo Challenge 2011 que se realizou em Estugarda, na Alemanha e terminou a 15 de Agosto. A competição consiste em projectar, construir e demonstrar numa prova de voo uma aeronave eléctrica não tripulada, de cerca 300 W de potên-

cia e um peso vazio limitado a 1,8 kg, que consiga voar com o máximo de peso de carga, descolando numa distância inferior a 60 metros. Apesar da escala reduzida, para manter os custos acessíveis, esta prova requer um conhecimento profundo dos princípios de projecto, construção e operação de aeronaves. O avião desenvolvido pela UBI conseguiu voar na prova com uma carga de 11,05 kg contra 7,9 kg do segundo classificado. A UBI tem sido uma pre-

sença assídua no pódio, com a conquista do 1º lugar na 1ª edição em 2003/04, 3º lugar conquistado em 2005; 1º lugar em 2007 e organizadora do evento em 2009. Com esta vitória, a UBI ganhou a possibilidade de trazer de volta a Portugal este evento que desde a sua criação, pela Associação Portuguesa de Aeronáutica e Espaço (APAE) em 2003, cresceu duma dimensão nacional para europeia e agora, nesta edição de 2011, mundial. K

Vice-campeão Nacional de Pentatlo Moderno é da utad

Aluno quer Olimpíadas Direitos Reservados H

Lisboa

Estádio Universitário mantém-se aberto 6 O Estádio Universitário de Lisboa vai iniciar as suas actividades habituais a 1 de Outubro, depois de meses de incertezas quanto ao futuro da infra-estrutura, motivadas pela não afectação de 515 mil euros que comprometia o seu funcionamento. O presidente do Estádio Uni-

versitário de Lisboa (EUL), João Roquette, adiantou que a desafectação por parte do Governo da verba que comprometia a abertura de novas inscrições e renovações para este ano lectivo “foi aprovada a 18 de Julho” pelo novo secretário de Estado do Orçamento. K

6 Ricardo Rego, aluno de mestrado da Universidade de Trásos-Montes e Alto Douro (Utad), actual vice-campeão nacional de Pentatlo Moderno, está na corrida ao apuramento para os Jogos Olímpicos de 2012, condição reforçada ao conseguir o segundo lugar na fase de qualificação do Campeonato da Europa desta modalidade, que se realizou em Medway Park, nos arredores de Londres. O atleta é treinado por um dos seus docentes, Jorge Campaniço, que tem o apoio de João José (da Associação Norte de Pentatlo Moderno). Actualmente milita no Clube Natação Interior Norte (CNIN). O processo de qualificação Olímpica segue agora para a próxima etapa, o Campeonato do Mundo a realizar em Moscovo, de

8 a 14 de Setembro, onde poderá disputar um dos três lugares de qualificação directa. Ricardo Rego licenciou-se

em Engenharia Electrotécnica e de Computadores na Utad e frequenta, actualmente, o 2º ano do mestrado da mesma área.K

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João Paulo Peixoto em entrevista

Só Sabe Quem lá Foi 7 Ao chegar a Israel João Paulo Peixoto tornou-se o primeiro português a viajar pelos 193 países do mundo, reconhecidos pela ONU, e a décima pessoa em todo o mundo a conseguir essa proeza, de acordo com o MostTraveledPeople, o mais conhecido site de viajantes do planeta. O viajante que é também Presidente do Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais e empresário está de regresso a Portugal. Em entrevista, que responde por email, partilha o que tem sido esta aventura de viajar pelo globo, que iniciou há duas décadas, e fala do livro, ainda por editar, Só Sabe quem Lá Vai.

O que é que faz da Índia o seu país preferido? A cultura e forma de ser/estar do povo indiano. E isso, para mim, é o mais importante num país. Tem encontrado muitos portugueses nas suas voltas pelo mundo?

Aos 47 anos é o primeiro português a viajar pelos 193 países do mundo, reconhecidos pela ONU, e segundo o site Most Traveled People, a décima pessoa no mundo a cumprir este objectivo. Quando é que decidiu que conhecer outros destinos seria o seu destino? Tratou-se de um processo que foi crescendo aos poucos nos últimos 20 anos. Mas se tivesse que escolher um momento que marcasse o início desta odisseia, escolheria a viagem que fiz à Bielo Rússia, há cerca de dez anos, com o meu primo Jorge Sequeira e uns amigos de Braga. No avião entre a Ucrânia e a Bielo Rússia, ele perguntou-me quantos países é que eu tinha. Nunca me tinha passado pela cabeça contar os países que visitava. Foi a partir daí que comecei a contá-los. Israel foi o país que encerrou este projecto de viagens. Há algum significado especial em ter escolhido Israel para encerrar este périplo? Quando há 4 anos percebi que podia “acabar o mundo”, olhei para a lista de países e o que me pareceu mais emblemático para terminar foi Israel. Não tem outro significado especial além desse. Dedicou este feito ao viajante José Megre, que, quando morreu, deixou por visitar somente um país, o Iraque. Quem é para si José Megre e porquê esta homenagem? José Megre deve ter sido o maior viajante português de sempre. Apesar de não ter visitado todos os países da ONU, viajou numa altura diferente da minha (começou talvez uns 30 anos antes de mim), numa altura onde era muito difícil e perigoso viajar. Além disso, viajou de forma muito mais intensa que eu. As viagens que fez e toda a sua carreira serviram de exemplo para uma série de viajantes (como eu), mostrando que era possível ir a sítios que à partida pareciam inacessíveis. O João Paulo Peixoto escreveu: «Ao observar as famílias a conversarem na Coreia do Norte, no Irão e no Paquistão, as mães a cuidarem dos filhos na China, em Tongo e na Guiné Equatorial, os grupos de rapazes divertindo-se a cavalgarem na Mongólia, a nadarem nas Ilhas Salomão ou a jogarem futebol em

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Myanmar, os jogos de sedução nas discotecas de Singapura, nas esplanadas de Sidney, ou no cais da Cidade do Cabo, conclui que aquilo que nos une é infinitamente mais importante que aquilo e nos separa. E a viajar descobrimos isso.». Viaja ao encontro da humanidade? É uma boa forma de colocar a questão, embora eu pense que viajo “com a humanidade”. O que mais procuro nas viagens é conhecer as pessoas e as suas culturas (“o outro”) e, por isso, sim, penso que se pode dizer que “viajo ao encontro da humanidade”. Quais foram os episódios mais arriscados das suas viagens? Tive vários. O acidente em Marrocos deve ter sido o mais perigoso. Numa excursão, estava com o meu filho num autocarro (autocarro número 1). Como o autocarro ficou cheio, mudei para o autocarro de trás (autocarro número 2). Passado meia hora, o autocarro numero 1 teve um acidente á minha frente, com 35 feridos e 9 mortos. Outro episódio foi o terramoto nas Ilhas Salomão. Fui também detido várias vezes. Tive outro acidente de carro na China. E um grande acidente de comboio no Zimbabwe. E no Malawi tive quase um acidente de avião (num avião de 3 lugares, apanhado no meio de uma tempestade medonha) Só Sabe Quem Lá Vai é o seu livro de viagens, ainda por editar. Pode falar-nos um pouco do livro? Queria que o livro transmitisse realidades dos países que normalmente não são conhecidas. A maior parte dos livros de viagens mostra diferentes factos e realidades mas não mostra a forma de ser das pessoas, as formas de pensar, os costumes, etc. É essa realidade menos factual mas mais profunda e importante que queria mostrar. Tudo isso, acompanhado por alguns pormenores engra-

çados e diferentes, desconhecidos de quem não visitou o país (sabia que no Botão, das 9h às 21h, todas as pessoas com mais de 13 anos têm de andar vestidos com as roupas tradicionais?). Queria mostrar situações sobre os países que só quem vai a esses países é que sabe. Daí o título, “Só sabe quem lá vai”. Nas suas viagens pelo planeta houve algum acontecimento que o tenha marcado em especial? Vários. Talvez o mais marcante tenha sido o do Paquistão, no ano passado. Por acaso, fui apanhado no meio das cheias. Convivi com os problemas do país e estive em vários campos de refugiados. Falei com eles, ouvi as suas histórias e quis fazer algo para os ajudar. Mandei uma SMS para amigos meus em Portugal para ver se eles não queriam associar-se a mim para os ajudar financeiramente. Alguns deles aceitaram o repto e depositaram dinheiro na minha conta. Depois fui distribuindo o dinheiro por várias famílias. Nem imagina o que 100 USD podem fazer numa família de refugiados. E a alegria sincera de quem os recebia. Aí senti que fiz a diferença.

Sim, a vários níveis. Desde logo, encontrei bastantes viajantes, sobretudo em África. Nós somos um país de viajantes, e temos uma afinidade muito grande com África. Para além disso, encontrei muitos emigrantes e descendentes de portugueses. E encontrei-os por todo o mundo. Em locais mais ou menos óbvios, como diversos países de África e da América Latina, mas também em sítios tão afastados como o Hawai, a Indonesia, Vanuatu, Sri Lanka, China, etc. Nós em Portugal não temos a consciência da importância que tivemos por esse mundo fora e as marcas que deixamos ficar. Felizmente que nesses países as pessoas conhecem a influência que tivemos no seu país e acolhem-nos com carinho. A aventura terminou ou vai começar agora a aventura? A aventura continua. É claro que é uma marca importante: acabar os 193 países da ONU e os 205 Países independentes. Contudo, no fundo, Israel (ultimo país), é apenas mais um sítio. E há muitos outros sítios que eu gostava de ir e ainda não fui. Ter visitado os países todos do mundo não significa ter ido a todos os sítios que gostaria de ir no mundo. Por exemplo, gostava de visitar o Estado de Sikkim na Índia, e algumas ilhas perdidas no Pacífico, ….Gostava também de fazer algumas jornadas míticas (como a Viagem de Marco Polo) e assistir a alguns festivais e eventos (como o Natal ortodoxo na Etiópia). Por isso, a aventura continua. K Eugénia Sousa _ Direitos Reservados H


editorial

Como vai a avaliação da docência? 7 Não vai: está (mentalmente) parada. Ciclicamente regressase ao mesmo ponto de partida, porque as sucessivas propostas conhecidas são (tal como a terra) redondas. Parece que venceu o cansaço e já só se buscam soluções de remedeio para que todos os intervenientes na negociação deste processo alcancem uma saída honrosa. A ser verdade, é pena. Já aqui dissemos que a avaliação de um professor não pode servir apenas para filtragem na progressão da carreira e controle orçamental. Bem pelo contrário: A avaliação de um professor é uma actividade que se projecta no futuro. Conhecidos que forem os resultados da avaliação, tudo, ou quase tudo está por fazer. É com base nos dados recolhidos pelo avaliador e pelo avaliado que se traçam as grandes linhas de actuação que estão para vir. Ou seja, as actividades de melhoramento ou de alteração do desempenho do professor começam precisamente aí. Por isso mesmo, o resultado da avaliação deve ser encarado como um dado de presságio que, em contínua espiral de desenvolvimento, deve acompanhar toda

a carreira do professor, adaptando-se às necessidades pressentidas em cada um dos diferentes estádios profissionais que ele atravessa. O processo de avaliação, assim entendido, terá que merecer uma aceitação indiscutível por parte de avaliadores e de avaliados e não pode estar sujeito a hipocrisias burocrático administrativas. Até porque o professor, em determinadas situações avaliador de si próprio, deve contribuir para que progressivamente sinta que é dispensável a ajuda externa dos seus supervisores, já que a avaliação deve encaminhá-lo para estádios de mestria, e para progressivos níveis de excelência, conferidos pelo auto-controle e pela auto-formação. Nestes contextos a classificação pode até ser um prescindível elemento da avaliação… Daí que se diga que o principal objectivo do supervisor é… tornar-se dispensável. Em Portugal continuamos a viver momentos de pura cegueira sobre esta matéria. Há quem entenda que a implementação séria de um modelo de avaliação dos professores é, priooritariamente, tarefa administrativa, resultando

apenas de progressivos consensos gerados à mesa de negociações. E, de todo, não o é! Pelas implicações pessoais e profissionais que pode provocar, um modelo de avaliação de professores é coisa muitíssimo mais séria… Tem que contemplar a soma das actividades em que ele se desdobra e em que se envolve. Logo, deve apreciar o professor enquanto profissional, mas também como pessoa, como membro de uma comunidade, como técnico qualificado na arte de ensinar e como especialista das matérias que ensina. Portanto, requer a intervenção, desde logo dele próprio, mas também de outros agentes que sobre ele se pronunciam. E todos esses intervenientes do processo avaliativo, para que consigam alcançar o exercício pleno da sua missão, carecem de uma formação específica e especializada em supervisão e em observação de actos pedagógicos. Na sociedade do conhecimento e da informação, requerse também a montagem de uma rede de comunicações, em que a vídeo gravação e a observação à distância tenham lugar de desta-

que. Como tal, deve-se promover o recurso à hetero-observação, à autoscopia, à vídeo-conferência e à circulação de portefólios digitais, enquanto recursos, meios e produtos indispensáveis ao desenvolvimento de docentes que, diariamente, lidam com jovens da geração do facebook. Um sistema destes também requer tempo para ser testado e validado, antes de ser generalizado. Impõe uma escolha criteriosa das escolas que irão constituir a amostra, bem como dos instrumentos e dos agentes que vão avaliar esse pré-teste. Obriga a uma escolha prudente dos futuros avaliadores, após se ter procedido ao estabelecimento de um perfil desses supervisores. Impõe a rápida formação dos professores e dos seus avaliadores… Isto é, a implementação de um tal sistema requer tempo e a afectação generosa de recursos humanos e financeiros. Não me parece ser este o caminho escolhido pela tutela. Esta está mais apostada em proceder a um rápida negociação que promova o silenciamento das vozes mais críticas, mesmo que isso resulte em mais um remendo

administrativo, ou a uma reforma semântica, de um sistema de avaliação burocrático, que até hoje apenas provou que nada vale, e que apenas serve o controlo de custos na educação. À mesa das negociações traçam-se cenários que tudo têm a ver com a busca de uma solução política que ultrapasse o quadro de guerrilha que se apoderou das nossas escolas. Mas, reconheçase que, se nessa fotografia ninguém quiser ficar mal, esses cenários pouco terão que ver com as merecidas vitórias por que tanto e tão dignamente lutaram os professores. K João Ruivo _ ruivo@rvj.pt

Primeira coluna

Avaliação sem verba 7 Ministério da Educação e sete das estruturas sindicais representativas da classe docente chegaram a acordo sobre o novo modelo de avaliação dos professores. No entender do Governo,” a nova avaliação docente terá ciclos mais longos, coincidentes com as progressões na carreira; evita conflitos de interesse entre avaliadores e avaliados promovendo uma avaliação hierárquica e externa em que os avaliadores pertencem ao mesmo grupo disciplinar dos avaliados; tem uma ênfase na avaliação científicopedagógica; é não burocrática. Principalmente, trata-se de uma

avaliação formativa e de promoção das boas práticas lectivas”. Nuno Crato, ministro da Educação e Ciência, diz ter alcançado um dos objectivos a que se propôs, que foi o de iniciar o novo ano lectivo com a questão da avaliação docente resolvida. Por isso, assegura, “os professores têm todas as condições para se concentrarem no que é fundamental da sua profissão: ensinar”. Apesar de importante para a qualidade de ensino, para a vida profissional dos professores e para um melhor funcionamento das escolas, a avaliação docente não é o único proble-

ma das escolas e dos professores, embora, em tempos não muito longínquos tenha sido apontada por diferentes estruturas como a razão de todos os males, servindo de bengala para a abordagem de outras questões a que a maioria dos docentes foi alheia e nas quais não se revêem. O novo ano lectivo vai iniciarse, de facto, com um novo modelo de avaliação dos docentes, mas arranca, como em anos anteriores, sem que a escola tenha a autoridade desejada, e sem que muitos pais e encarregados de educação percebam que há

regras que os seus educandos devem cumprir. Mas o maior desafio que se coloca às escolas portuguesas é o de funcionarem com todos os cortes orçamentais a que vão estar sujeitas. O país não tem dinheiro e muito daquele que permite às instituições públicas sobreviverem é emprestado. É neste cenário que se vai iniciar mais um ano lectivo. Em termos económicos será um dos mais cruéis da história recente do nosso país. Esperemos que as dificuldades e os cortes anunciados não coloquem em causa a escola pública, porque se

isso suceder será o próprio país que ficará em risco. K João Carrega _ carrega@rvj.pt

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CRÓNICA

Cartas desde la ilusión 7 Querido amigo: Hemos comenzado un nuevo curso y, como siempre, partimos desde la incertidumbre: ¿qué nos sucederá este año académico que abrimos? La pregunta, a pesar de ser repetitiva y propia del comienzo de cada año escolar, este año tiene tintes nuevos, ya que asistimos a una convulsión declarada en el sistema educativo. El “problema” comenzó con la nueva ley, ha seguido con los problemas derivados de su aplicación, y está acabando por convertirse en un problema de personas, es decir, un problema que afecta directamente al profesorado. Estamos viviendo en una sociedad que, en demasiadas ocasiones, pone en cuestión la labor del profesorado, a la vez que no oferta ni promueve mejoras claras de infraestructuras que puedan beneficiar al colectivo de los educadores. Se nos piden cada vez nuevos esfuerzos, más dedicación, mejor formación… pero todo depende de nosotros, sin que los responsables últimos de la acción política en el ámbito

de la educación tengan una idea clara de qué es lo que se debe hacer para afrontar los retos nuevos que se nos presentan año tras año. Seguimos teniendo los mismos medios para abordar las exigencias crecientes de una sociedad cada vez más distinta y, tal vez, más distante… No es que me invada el pesimismo, en este momento, sino todo lo contrario. Me siento optimista, porque creo en las personas, creo en los educadores y en su capacidad para salir adelante a pesar de todos los obstáculos y las dificultades que encuentren en su labor cada día. Estamos hechos de un “material” distinto, casi diría que estamos hechos de un material “incombustible”. Esto es lo que potencia nuestra vocación de educadores y nos lleva a mantener nuestro rumbo a pesar de todo. Pero también es cierto que, de vez en cuando, necesitamos volver a vernos, a reunirnos, a participar en sesiones de formación conjunta como antaño, cuando podíamos disponer de una tarde y/o una mañana en la que, con

motivo de algún tema de formación particular, compartíamos nuestras experiencias, nuestras opiniones, nuestras creencias en relación con la actualidad y el futuro de la educación. Ahora, por lo que toca a mi experiencia particular, al menos, lo que hacemos es reunirnos, escuchar (o soportar) la “lección” de un especialista en una materia determinada y salir del centro con la impresión de que hemos seguido “cumpliendo” una tarea más. Es una pena que haya sido la propia Administración Pública quien haya degradado nuestras prácticas de formación. Es cierto que existe una crisis profunda, en la que toda la responsabilidad recae sobre la economía, pero en los momentos de crisis es cuando se deberían hacer apuestas fuertes y decididas en función de las personas. Para nuestros políticos, todo es, por desgracia, cuestión de dinero: por regla general, es su escudo protector para no avanzar de manera valiente aceptando el reto. Y la pena es que nosotros, como personas, como individuos,

poco podemos hacer, si no se nos facilita la reunión, la reflexión, la búsqueda conjunta de nuevos caminos y soluciones. ¿Estamos “atrapados” por la situación? A día de hoy me temo que es la opinión y la vivencia de la mayoría de los educadores. Dependemos del Estado y no tenemos (no nos ofrecen) los mecanismos para volver a poner en funcionamiento una maquinaria oxidada que necesita ser engrasada y puesta a punto cuanto antes. A pesar de todo, saldremos adelante y seguiremos manteniendo nuestra ilusión porque en nuestras manos está el futuro de muchas personas que están en los momentos más interesantes y cruciales de su desarrollo. Nosotros somos conscientes de ello y estoy seguro de que no fallaremos. Por eso, quiero que mi mensaje de hoy, al comienzo del nuevo curso, sea de ánimo y de apoyo: que todos los educadores nos consideremos apoyados unos en otros, y esto siga alimentando nuestra convicción de que estamos respondiendo de manera

maravillosa a los retos de nuestra sociedad, a pesar de todas las dificultades y de todas las oscuridades del camino. Este apoyo nos lo daremos unos a otros en nuestra comunidad de aprendizaje. Tal vez sea éste el camino a seguir en los momentos de crisis tan amplia como indeseable que estamos viviendo. Mi deseo es que todos los profesores decidiesen constituirse en comunidades de aprendizaje y trabajar para que, aun sin el apoyo de la Administración Pública, el sistema educativo siga adelante, progresando, mejorando y, sobre todo, creando una red de entendimiento y comprensión que nos empuje a continuar trabajando por el bien de nuestros alumnos, pero también de nosotros mismos. ¡No lo olvidemos! Como siempre, salud y felicidad. K Juan A. Castro Posada _ juancastrop@gmail.com

opinião

Elogio da Dialética

*

7 A sociedade dos nossos dias, preconceituosa e burguesa, a tal que promove os vícios privados e as públicas virtudes, vê-se hoje em palpos de aranha para segurar a tampa da caixinha onde, durante anos a fio, escondeu pudores e poucas vergonhas; más vontades e cinismo; corrupção e explorações várias; incompetências e fait divers e muita, muita má-criação. Como sempre, escolhe o pingente mais à mão para assacar culpas e eis que a crise – a receita que esta sociedade cozinha para envenenar a quem tem fome – é também o cenário ideal, monstruoso e alheio, que serve

para tapar o sol com a peneira, metendo no mesmo saco os tumultos sociais, os impostos, as políticas de direita e os tumultos sociais, os privilégios de alguns, o desemprego de muitos e os tumultos sociais, tomando arrogante partido na luta de classes e na afirmação ideológica, afinal vivas, ao contrário das estórias contadas e guardadas na supracitada caixa, cuja tampa já não aguenta a pressão. Quando um energúmeno norueguês dá azo às suas ideias e assim mata cidadãos inocentes porque não vai com as suas concepções, a sua religião ou a cor da sua pele, é um louco, um

cristão fundamentalista ou um visionário, que crê ser sua herança privilegiada o lugar onde foi parido e não quer partilhá-lo com quem é filho adoptivo. Mas se em várias cidades Inglesas, grupos de jovens se revoltam por discriminação, falta de emprego e de perspectivas políticas económicas e sociais, são desordeiros, gangs a soldo altamente perigosos, alvos a abater, conforme as orientações mediáticas, as fontes de informação e a excitação dos directos. E no meio de tudo isto, os EU, a todo-poderosa América afinal é um fruto podre. Não tão podre como alguns países da Europa,

mas podre; não tão Europa como todo o fruto podre, mas América. Alan Ginesberg, gritava no seu poema América: “A Ásia levantase contra mim. … A minha ambição é ser presidente, apesar do facto de que eu sou um católico.” Para os americanos do norte, o mal nunca está nas suas entranhas. Para eles, o perigo é sempre da má vizinhança. Mas já nada disso torna o fruto são, meu caro Ginesberg. O problema está em que esta sociedade apoiada nos fundamentos do capitalismo chegou ao fim. Não consegue distribuir equitativamente a riqueza produzida

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e dar respostas justas e equilibradas às populações que desesperam pelo direito à cidadania e, em muitos milhões de casos, à própria vida. Os monopólios são isso mesmo: nasceram para ser únicos, não para partilhar seja o que for. Não há ciência que faça tornar são o fruto que apodreceu e os milagres, bem, os milagres são talentos das famílias para chegarem vivas ao fim do mês. K * Título de poema Bertolt Brecht

João de Sousa Teixeira _ teijoao@gmail.com


bocas do galinheiro

Raúl Ruiz, um cineasta quase português

7 A morte de Raúl Ruiz, cineasta chileno, nascido a 25 Julho 1941 em Puerto Montt, representa uma grande perda para o cinema português, face à forte ligação do realizador ao nosso país. Com efeito, através da sua ligação ao produtor Paulo Branco, desde os anos 90 do século XX que Portugal era um dos destinos de filmagem deste director radicado em França desde o golpe de Pinochet em 1973. O seu último filme “Mistérios de Lisboa”, uma adaptação absolutamente excepcional da obra de Camilo Castelo Branco, para além do êxito que granjeou em Portugal, mas principalmente no resto mundo, é a prova cabal da empatia do cineasta com esta quase sua segunda pátria cinematográfica. É que antes de fazer este filme “português”, Raúl Ruiz já rodara em Portugal uma fatia razoável da sua vasta filmografia mais de cem filmes, a maior parte com técnicos e actores portugueses. O primeiro foi “O Território” (The territory), de 1981, rodado em Sintra e com Artur Semedo, Duarte Almeida e José Nascimento no elenco, sendo protagonista Isabelle Weingarten, a que se seguiram, entre outros “As Três Coroas do Marinheiro”

(Les trois couronnes du matelot), de 1983, com Jean-Bernard Guillard e os portugueses Adelaide João, Diogo dória e André Gomes, este rodado na Madeira, “Manuel na Ilha das Maravilhas” (Manoel dans l’ile des merveilles), de 1984, igualmente rodado na Madeira, uma mini série de três episódios, com Teresa Madruga, Diogo Dória, Cecília Guimarães e Fernando Heitor, “O Terror do Meio Dia” (L’oeil qui ment), de 1992, com Jonh Hurt e com a participação de Rui Mendes, Alexandre de Sousa e Baptista Fernandes, “Fado Maior e

Menor” (Fado majeur et mineur), de 1994, com Jean- Luc Bideau e André Gomes, Isabel de Castro, Maria João Reis e Ana Padrão, no Portugal dos anos 50, “Três Vidas e Uma Só Morte” (Trois vies & une seule mort), de 1995, com Marcello Mastroianni e Marisa Paredes, e “Genealogia de um Crime” (Généalogies d’un crime), de 1996, com Catherine Deneuve e Michel Piccoli, premiado em Berlim, ou “Combat d’amour en songe”, de 200, com Melvil Poupaud, Elsa Zylbernstein e Diogo Dória, Rogério Samora e André Gomes.

Voltando a “Mistérios de Lisboa”, Concha de Prata no Festival de Cinema de San Sebastian, revela uma das facetas de Ruiz: a da adaptação de grandes obras literárias ao cinema. Já havia sido em 1985 com “A Ilha do Tesouro” (L’ile du trésor), do romance de R. L. Stevenson, com Mevil Poupaud e Vic Tayback, outros dos filmes rodados em Portugal. Cabo Espichel, Arrábida e Sesimbra foram alguns dos cenários eleitos. Mas já em 1973, ainda no Chile, “La expropriación” é uma muito livre adaptação de “Hamlet”, de Shakespeare, sendo que outros grandes vultos da literatura mereceram a atenção do cineasta, casos de Racine em “Berenice”, de 1983, Pierre Klossowski com L’ hypothèse du tableau volé”, de 1977, ou essa “impossível” adaptação de “Le temps retrouvé” (O Tempo Reencontrado) de Marcel Proust, que, apesar de algum desequilíbrio no seu todo, sabe-se como é denso o universo de Proust, tem cenas absolutamente brilhantes, onde sobressaem as interpretações de Catherine Deneuve, John Malkovich, Emmanuelle Béart e Marcello Mazarella, filme onde entram, curiosamente os dois filhos de Deneuve, Chiara Mastroanni e

Christian Vadim, fazendo esquecer o falhanço de “Un amour de Swan”, 1984, de Volker Schlondörff, com Jeremy Irons, Ornella Muti e Alain Delon. No caso da adaptação de Camilo, “Mistérios de Lisboa” é o típico romance-folhetim, muito em voga no século XIX, publicado no jornal do Porto “O Nacional”, de 1853 a 1855, e que conta a história de um menino de nome João, simplesmente João, facto que o fazia alvo da chacota dos outros rapazes da casa do padre onde vivia, bem como dos amores e desamores do universo camiliano, à mistura com personagens misteriosas e multifacetadas. Foi este universo que conquistou Ruiz que se preparava para adaptar “O Livro Negro do Padre Dinis”, também de Camilo, uma precuela dos Mistérios. Mas antes já tinha pronto o seu novo filme, também português, “As Linhas de Torres”, obviamente produzido por Paulo Branco, que já afirmou publicamente que o projecto vai ser concluído por outro realizador. Raúl Ruiz morreu a 19 de Agosto em Paris. O Cinema e, no caso deste chileno, o cinema português, ficam mais pobres. K Luís Dinis Rosa _

educação

Das opiniões às políticas 7 A Educação é um sector transversal da sociedade; isto é, todas as pessoas já estiveram ou vão estar na sua vida a ela ligadas ou como alunos, pais, familiares, professores, formadores, etc. É pois natural que seja um dos sectores sociais onde mais opiniões são quotidianamente emitidas. À semelhança da Saúde (e do futebol…) quase todas as pessoas se sentem habilitadas para opinar e dizer que “se fosse eu” faria isto ou aquilo, ou então que “o grande problema da Educação é…”. Quem trabalha em Educação deve sentir-se valorizado por colaborar num sector que tem tamanha relevância social e que se desenrola tão perto da vida de tanta gente. Actualmente temos como responsável do Ministério da Educação uma personalidade que sempre tornou claro o seu pensamento sobre a Educação. O ministro Nuno Crato, ainda antes de o ser, tornouse uma referência na discussão sobre Educação no nosso país. E a sua relevância foi tanto maior

quanto as suas opiniões foram pobremente debatidas pela comunidade da Educação. A resposta às suas opiniões, frequentemente polémicas, e propostas de acção foi inexistente ou muito débil (apesar dele se queixar que perdia amigos quando opinava sobre Educação). E dou dois exemplos evidentes: quando se referiu ao “eduquês” que se fala nos departamentos de ensino superior obteve uma débil resposta destes departamentos e quando em Aveiro nas jornadas do PSD disse que era preciso acabar com o Ministério da Educação a reacção foi meramente informativa e não de debate. Temos assim um ministro da Educação que, de uma forma frontal, assumiu um conjunto de posições sobre “o estado da Educação” que talvez não tenha paralelo na nossa história recente. Estávamos habituados a conhecer as opiniões dos ministros da Educação depois de eles serem nomeados e através de sibilinas interpretações dos seus discursos. Não é o caso e,

neste aspecto, honra lhe seja feita. Mas (ah os “mas”…) o que é uma aparente vantagem pode (sublinho, pode) acarretar alguns inconvenientes. O facto do actual ministro ser tão opinativo sobre as Ciências da Educação, sobre a avaliação, sobre os programas, sobre os exames, sobre a didáctica das escolas, sobre o uso da calculadora, etc. etc., poderá, talvez, implicar alguns contratempos. E citaria dois: 1.As opiniões tão claras e afirmativas sobre todos estes assuntos podem diminuir a margem de manobra que o ministro tem para conduzir as políticas educativas. Senão vejamos um exemplo: se ao considerar o programa de Português desadequado (ver “Pùblico” de 7.8.2011) qual a discussão possível com os especialistas de desenvolvimento curricular da Língua Portuguesa e de Linguística? O facto do ministro poder trabalhar na sua qualidade de político não especialista com os especialistas na matéria talvez ficasse mais faci-

litado se ele não se tivesse pronunciado tão categoricamente sobre os programas. 2. Por outro lado, é óbvio que as opiniões devem influenciar a política mas parece também aceitável que a política é muito mais do que o plasmar das opiniões de um governante em directivas e decretos-lei. Tem sido recorrente a opinião de políticos que depois de saírem da governação afirmam que muitas coisas se passaram e ficaram incólumes independentemente da sua opinião. Estamos pois na expectativa da forma como se irá passar a transição da opinião para a política em Educação. Ao contrário de muitos, não espero que a “máquina do Ministério” submerja o pensamento do ministro, do partido e governo que o apoiam: mas também não espero que o Ministro se sinta de tal forma fidelizado às opiniões que teve como comentador que isso possa diminuir a sua capacidade de diálogo, de negociação e de influência num sistema em que a resposta

nunca é rápida mas tem de ser clara e geradora de consensos. Todas as indicações que temos tido sobre o bom senso e compromisso do ministro indicam que ele não deixará de fazer uma distinção clara entre o que é a sua opinião e o que é mais necessário e essencial ser feito para melhorar a qualidade que todos almejamos para o nosso sistema educativo. O conjunto de estruturas que podem apoiar, informar e fundamentar decisões essenciais no campo da Educação (Comissão de Educação da Assembleia da República, Conselho Nacional de Educação, comunidade científica, associações, sindicatos, etc.) aí estarão para, juntamente como o ministro Nuno Crato encontrar as soluções mais criativas e sólidas para a Educação portuguesa continue a ser um dos sectores em que, nas últimas décadas, foi possível fazer maiores progressos no nosso país. K David Rodrigues _ Professor Universitário / Presidente da Pró-Inclusão – Ass. Nac. Doc. Edu. Especial.

SETEMBRO 2011 /// 025


crónica salamanca

Universidades Indígenas 6 Es un secreto a voces, compartido por muchos estudiosos, historiadores de la educación y analistas en general, que la universidad como institución a lo largo del tiempo ha venido desempeñando una función legitimadora del orden social dominante, y fue creada y mantenida durante siglos como el “locus” preferido para la formación de los dirigentes, de las élites gobernantes y sus colaboradores de más alto nivel. Al principio (siglo XIII) las universidades , que nacen en Europa, se orientaron a la formación de los juristas, teólogos, canonistas y médicos, profesionales de diferentes campos científicos, saberes o expertos en el ejercicio de una función técnica necesaria para el adecuado funcionamiento y orden de las estructuras de poder de una sociedad estamental y teocéntrica. Más tarde , ya en los siglos XIX y XX, las universidades forman también a profesores de segunda enseñanza, farmacéuticos, economistas, y tantas otras profesiones emergentes, sobre todo en los últimos cincuenta años, cuando se ha dado una fuerte reorientación social y profesional a las universidades de todo el mundo. Y así sucede en todos los países, en todas sus universidades, con los matices que fuese preciso introducir. Durante varios siglos la formación de las élites caminó así, y no sólo en Europa y en las metrópolis de imperios coloniales. ¿Qué pasó, por ejemplo, en América? Los modelos coloniales de todo el continente americano no son idénticos, ni tampoco en lo que se refiere a la creación de universidades y formación de élites dirigentes. Portugal no crea universidades en Brasil, ni Holanda lo hace, Francia tampoco en sus

diferentes colonias menores hasta bien avanzada su presencia en Québec, Inglaterra adopta pautas asentadas en iniciativas religiosas protestantes (por ejemplo, Harvard, en la costa Este). El caso más revelador es el del imperialismo español, que desde 1535 hasta 1809 ha creado en sus territorios de América nada menos que 26 universidades, desde la primera en Santo Domingo hasta la última en esa fase, la de León, en Nicaragua, poco antes de producirse el proceso emancipador. En esa red de universidades, creadas a imagen de las más poderosas de la época en España y en el mundo (la de Salamanca sobre todo, y también la de Alcalá), y entre las que destacan las de México y Lima, van a irse formando las élites dirigentes de aquellos vastos territorios conquistados. Buena parte de esos sectores dirigentes son de procedencia criolla, otros, los menos, pertenecen a etnias indígenas finalmente acomodadas a las pautas de gobierno impuestas por los colonizadores, y al sistema de administración, cultura, lengua, religión y valores propios de los dominadores. Sin embargo, la inmensa mayoría de los pueblos indígenas, y entre ellos sólo una exigua minoría, van a participar de los beneficios de la cultura dominante y sus expresiones universitarias. Además, sus aportaciones culturales y tecnológicas van a ir siendo aplastadas y anuladas de forma persistente. Esa ha sido la constante del proceso de dominación cultural, ideológica propio de los intereses colonizadores. Los pasados 3 y 4 de agosto se celebró en Cochabamba (Bolivia) el II Congreso Internacional de Universidades Indígenas, Interculturales y Comunitarias de

Abya Yala, de toda América. Participan en este encuentro universitario las siguientes instituciones: Universidad Indígena Intercultural Comunitaria Productiva Aymara <Tupak Katari> (Bolivia), Universidad Indígena Intercultural Comunitaria Productiva Quechua <Casimiro Huanca> (Bolivia), Universidad Indígena Intercultural Comunitaria Productiva Guaraní y Pueblos de Tierras Bajas <Apiaguaki Tupa> (Bolivia), Universidad Intercultural Amawtay Wasi (Ecuador), Universidad Autónoma Indígena Intercultural (Colombia), Universidad de las Regiones Autónomas de la Costa Caribe Nicaragüense (Nicaragua), Universidad de los Pueblos del Sur (México), Universidad Intercultural de la Selva Peruana (Perú). ¿Qué significado real tiene este movimiento de universidades indígenas, tan floreciente ahora en Bolivia con la política de apoyo a la cultura indígena de Evo Morales, o las diferentes iniciativas que van desgranándose por otros pueblos y comunidades indígenas de toda América? En lo fundamental tratan de apostar por lo específico de una cultura, saber y ciencia de las comunidades indígenas que han podido y sabido preservar de forma secular, a pesar de todas las adversidades derivadas de la colonización impuesta a la fuerza a las comunidades indígenas originarias, y más tarde por las vías de la educación, la cultura y la religión procedente del exterior. El lenguaje dominante en este congreso ha sido el de la descolonización respecto a la ciencia occidental y el proyecto de la modernidad, geopolíticamente eurocéntrico y castrador de las propuestas culturales y científicas, de los saberes, conocimientos y tecnologías de los pueblos indí-

Publicação Periódica nº 121611 Dep. Legal nº 120847/98 Redacção, Edição, Administração Av. do Brasil, 4 R/C Apartado 262 Telef./Fax: 272324645 6000-909 Castelo Branco www.ensino.eu ensino@rvj.pt

genas originarios. Las propuestas de los participantes, indígenas en su mayoría y algunos invitados, no podían ser otras que las de reflexionar sobre los desafíos culturales y tecnológicos que se les plantea a los pueblos originarios para el siglo XXI y el papel de estas instituciones de educación superior, de claro perfil indígena. Las mesas de trabajo de los participantes giraron sobre: descolonización de la ciencia y el conocimiento; epistemologías y metodologías de investigación plurales en las comunidades indígenas originarias y productivas; la participación social de las comunidades en la producción de conocimientos; gestión de la investigación en las universidades indígenas; y estrategias de coordinación en el movimiento de universidades indígenas de toda Abya Yala (América). A un observador y participante europeo (no forzosamente occidentalista) esta actividad le suscita un aliento de esperanza por la educación y la ciencia intercultural, respetuosa de todas las procedencias de los pueblos originarios, al fin por otro tipo de universidad en el que tengan cabida otras muchas propuestas de saberes, culturas y tecnologías que no sean las exclusivas que superan la criba de la ciencia occidental. A descolonizar la universidad nos llaman, sobre todo ahora en América, pero también entre nosotros de otras adherencias. K José Maria Hernández Díaz_ Universidad de Salamanca jmhd@usal.es

Universidad de Salamanca

Descenso de las notas de corte 6 Un total de 3.567 estudiantes de nuevo ingreso han formalizado ya su inscripción en alguno de los grados ofertados por la Universidad de Salamanca para el curso 2011-2012, según se desprende de los datos recogidos ante el inicio del tercer plazo de matriculación, que se desarrollará del 7 al 12 de septiembre. El dato más significativo es el descenso generalizado de las notas de corte para acceder a las titulaciones con límite de acceso, 026 /// SETEMBRO 2011

salvo algunas excepciones como las registradas en los estudios de grado en Biotecnología, Relaciones Laborales y Filología Hispánica, en el campus de Salamanca, y Educación Primaria y Turismo, en el campus de Ávila. Por otra parte, los grados con mayor número de matriculaciones son Estudios Ingleses (106), Ingeniería Informática (115), Derecho (197), Farmacia (145), Medicina (150), Bellas Artes (130), Administración y Direc-

ción de Empresas (132), Gestión de Pymes (144), Biología (155) y Psicología (158) El tercer plazo de matrícula se desarrollará del 7 al 12 de septiembre. Los estudiantes podrán informarse sobre la admisión en cada listado en la web de la Universidad de Salamanca (www. usal.es ). El alumno deberá estar pendiente de la publicación de los listados de admitidos, puesto que no se le notificará por escrito su admisión en las respectivas

titulaciones. Los alumnos admitidos en titulaciones impartidas en la Universidad de Salamanca, deberán ponerse en contacto con las secretarías de los centros correspondientes para confirmar el día y hora de matrícula. Los siguientes plazos de matrícula se realizarán del 16 al 19 y del 22 al 28 de septiembre. A partir del día 29, en caso de existir alguna vacante, se cubrirán las plazas siguiendo el orden de la lista de espera. K

Director Fundador João Ruivo ruivo@rvj.pt Director João Carrega carrega@rvj.pt Editor Vitor Tomé vitor@rvj.pt Editor Gráfico Rui Rodrigues ruimiguel@rvj.pt Serviço Reconquista: Agostinho Dias, Vitor Serra, Júlio Cruz, Cristina Mota Saraiva, Artur Jorge, José Furtado e Lídia Barata Serviço Rádio Condestável: António Reis, José Carlos Reis, Luís Biscaia, Carlos Ribeiro, Manuel Fernandes e Hugo Rafael. Guarda: Rui Agostinho Covilhã: Marisa Ribeiro Viseu: Luis Costa/Cecília Matos Portalegre: Maria Batista Évora: Noémi Marujo noemi@rvj.pt Lisboa: Jorge Azevedo jorge@rvj.pt Nuno Dias da Silva Paris: António Natário Amsterdão: Marco van Eijk Edição RVJ - Editores, Lda. Jornal Reconquista Grafismo Rui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda. Secretariado Eugénia Sousa Francisco Carrega Relações Públicas Carine Pires carine@rvj.pt Colaboradores: Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Realinho, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Belo Gomes, Carlos Correia, Carlos Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Elsa Ligeiro, Ernesto Candeias Martins, Fernando Raposo, Florinda Baptista, Francisco Abreu, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mesquita, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joaquim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Felgueiras, José Carlos Moura, José Pires, José Pedro Reis, Janeca (cartoon), José Rafael, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Luis Souta, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Maria João Leitão, Maria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faustino, Ricardo Nunes, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras,Sandra Nascimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susana Rodrigues (U. Évora) e Valter Lemos Contabilidade: Mário Rui Dias Propriedade: RVJ - Editores Lda. NIF: 503932043 Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (accionistas com mais de 10% do Capital Social) Clube de Amigos/Assinantes: 15 Euros/ Ano Empresa Jornalistica n.º221610 Av. do Brasil, 4 r/c Castelo Branco Email: rvj@rvj.pt Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Jornal Reconquista - Zona Industrial - 6000 Castelo Branco


gente e livros

Philip Roth A Festa das Papas de Alcains T A RVJ Editores acaba de editar A Festa das Papas de Alcains – um santo bodo da Beira Baixa - da autoria de Florentino Vicente Beirão. A Festa das Papas de Alcains, vila do Distrito de Castelo Branco, faz parte de um património que remonta ao século XVII e que o autor resolveu passar agora a livro. A edição do livro foi patrocinada pela Câmara Municipal de Castelo Branco. K

As Danças Tradicionais da Lousa T O livro As Danças Tradicionais da Lousa – um património da Beira Baixa – da autoria de Isabel Leal da Costa foi publicado recentemente pela RVJ Editores. A obra, baseada na dissertação do Mestrado em Performance Artística – Dança, foi transposta para livro. Segundo a autora «seria de lamentar que este património de grande significado na herança da tradição coreográfica, musical e histórico-cultural da Região da Beira Baixa - Lousa não fosse dado a conhecer para uma memória futura.». K

Raia Tempos d`Antigamente T A RVJ Editores editou Raia Tempos d` Antigamente, de Zé Manel Patana. Como se de um romance se tratasse é sobretudo o dia-a-dia da heróica gente Raiana de antigamente que é retratado nesta obra. O trabalho da lavoura, o contrabando, a escola, os jogos, os amores lícitos e ilícitos nada fica esquecido neste livro. A apresentação da obra está agendada para o dia 23 de Setembro, no bar Património, em Castelo Branco. K

7 « (…) Não foi capaz de fazer um Shakespeare de baixa intensidade e não era capaz de fazer um Shakespeare de alta intensidade – ele que toda a vida tinha feito Shakespeare. O seu Macbeth era ridículo e toda a gente que o viu o disse, e muitos que não o tinham visto o disseram também.«Pois é, nem sequer precisaram de ter lá estado», dizia, «para te insultarem». Muitos actores teriam recorrido à bebida para ultrapassar a situação; contava-se uma velha anedota de um actor que bebia sempre antes de subir ao palco, e quando lhe diziam «Não devias beber», respondia: «O quê, e ia para ali sozinho?» Mas Axler não bebia, e por isso soçobrou. Teve uma derrocada colossal.» In A Humilhação Escritor norte-americano de origem judaica, Philip Roth nasceu a 19 de Março de 1933, em Newark, estado de New Jersey. Após completar os estudos secundários, ingressou na Universidade de Rutgers, e um ano depois na Universidade de Bucknell. Inter-

Moribundo (2001); A Conspiração Contra a América (2004); Todo-oMundo (2006); O Fantasma Sai de Cena (2007); Indignação (2008); A Humilhação (2009) – o seu trigésimo romance; e Nemésis (2010). Em Portugal os seus livros estão editados pela D.Quixote. Actualmente Philip Roth vive numa casa de campo, em Connecticut, dedicando-se inteiramente à escrita.

rompe os estudos para se alistar no exército, mas uma lesão, durante a recruta, levou à sua desmobilização. Regressa à Universidade e licencia-se em Estudos Ingleses, em 1957. Colabora com o jornal New Republic, como crítico de cinema, enquanto escreve Goodbye Columbus (1959), uma colectânea de contos que consegue o estatuto de grande revelação. Seguemse os romances Letting Go (1962) e When She Was Good (1967) mas será com O Complexo de Portnoy (1969) que o mundo se rende ao

talento do escritor. Nos anos 60, ensinou nas universidades de Princeton e Nova Iorque, sem nunca deixar de escrever. As suas obras vencem todos os Prémios Literários norte-americanos, como por exemplo: o Prémio Pulitzer, em 1997, com Pastoral Americana; a Medalha Nacional de Artes da Casa Branca, em 1988; a Medalha de Ouro da Ficção, em 2002, - o maior galardão da Academia Americana de Artes e Letras. É também autor, entre muitas outras, das obras: A Mancha Humana (2000); O Animal

A Humilhação. Aos sessenta anos, Simon Axler é um actor que perdeu o talento. Após ter sido considerado um dos maiores actores de teatro da América, da sua geração, subir ao palco é agora um sacrifício. O público já não o ama, a mulher abandonou-o e o seu agente não consegue convencê-lo a voltar a representar. É neste ponto da sua vida que entra em “cena” Pegeen. Filha de uns amigos de longa data, vinte anos mais nova que Simon, lésbica, está contudo disposta a começar um romance com ele. K Página coordenada por Eugénia Sousa _

edições

Novidades Literárias ma preocupação: a origem e a natureza do mal.

7 piaget. Noções de Cultura Científica e Tecnológica, de Marcel Thouin. Epistemologia, Física, Química, Astronomia, Ciências da Terra, Biologia, Tecnologia e Matemática são as ciências abordadas nesta obra. Cada um dos capítulos contém um conjunto de conceitos científicos de base, que permite ao leitor adquirir e consolidar conhecimentos em todas estas áreas.

d. quixote. A Educação Sentimental dos Pássaro, de José Eduardo Agualusa. O escritor angolano, autor de obras tão reconhecidas como O Vendedor de Passados, Barroco Tropical, ou A Estação das Chuvas está de volta com «onze contos sobre anjos, demónios, e outras pessoas quase normais», reunidos sob uma mes-

casa das letras. A História do Mundo em 50 Frases, de Helge Hesse. Em que contexto Winston Churchill proferiu a frase «Sangue, Suor e Lágrimas.»; o que levou Einstein a afirmar «Deus não joga aos dados» ou Jean-Jacques Rousseau «O homem nasce livre, porém, em todos os lados está acorrentado». São três, das cinquenta frases, que fazem parte deste livro e da história da humanidade. europa-américa. A Náusea, de Jean-Paul Sartre. A Náusea foi o primeiro romance de um dos nomes mais emblemáticos do existencialismo. Através do diário íntimos do protagonista, Antoine Roquentin, o autor retrata a vida dos habitantes duma cidade da província, expondo ao limite o absurdo da condição humana. esfera dos livros. Por Ti Resistirei, de Júlio Magalhães. Decorre a II Guerra Mundial e Paris está ocupada pelo exército nazi. Carlos e Nicole conhecem-se em Paris, mas a vida dela corre perigo, pois é judia. Com o salvo con-

duto do Cônsul Aristides de Sousa Mendes ela pode partir para Lisboa e ficar com Carlos. Mas há preconceitos difíceis de quebrar e os dois vão ser novamente afastados.

bertrand. Eu e Tu, de Niccolò Ammaniti. Lorenzo é um jovem cuja solidão preocupa a mãe. Para a tranquilizar, Lorenzo diz-lhe que vai passar uma semana na neve, com os amigos. Contudo, esconde-se na cave do prédio com Livros de BD, coca-cola e vídeos. Tudo corria de acordo com o seu plano, até que no refúgio aparece Olívia, uma jovem cheia de vontade de viver, que o vai apresentar ao mundo. Eu e Tu fala de amizade, e da maior de todas as aventuras: crescer. porto editora. Purgatório,

de Tomás Eloy Martínez. Inverno de 1976. A ditadura argentina fazia mais uma vítima. Simón Cardoso é detido pelos militares e não volta a aparecer. Trinta anos depois, Emília Dupuy, a sua esposa, acredita ter ouvido a voz dele num restaurante dos arredores de New Jersey. Será possível reaver o tempo perdido quando um grande amor não morre?

gradiva. O Chapéu de Vermeer - O século XVII e o nascimento do mundo global - de Timothy Brook. É a partir de alguns quadros do pintor holandês Vermeer que o autor constrói uma excelente narrativa que nos fala da Idade do Ouro holandesa; das minas de prata da América; dos caçadores de castores do Canadá; e do papel dos portugueses nos mares da China. K SETEMBRO 2011 /// 027


Trilobites em ouro e prata

Geopark lança Geo-Jóia 3 O Geopark Naturtejo acaba de lançar um novo geoproduto, mas na área da ourivesaria. Tratase de uma colecção de pequenas réplicas de fósseis de trilobites produzidas em prata e em ouro pelas sábias mãos do mestre Paulo Dias, ourives das oficinas de Febres (Cantanhede), umas das mais importantes do país. As peças, para além de serem valiosas do ponto de vista económico contam a história de 468 milhões de anos e constituem excelentes réplicas (em tamanho reduzido) dos fósseis de trilobites encontrados no território geopark. O trabalho desenvolvido por Paulo Dias foi apresentado no Centro de Ciência Viva de Proença-aNova, no final do workshop “Do Ouro à Jóia: a Arte do Ourives”. Para Paulo Dias, o produto apresentado constitui um excelente instrumento de divulgação daquilo que também é identificativo do Geopark. “Mais antigo do que o próprio ouro só mesmo estas trilobites que datam de há 468 milhões

de anos: ambos existem nesta região em abundância, fazia sentido uni-los num geoproduto que todos possam comprar no Geopark para levar um bocadinho deste para casa como recordação”. Para os responsáveis da Naturtejo “esta é, sem dúvida, uma forma preciosa de ter dois símbolos do Geopark Naturtejo, ao nível dos patrimónios geológico e arqueo-

lógico, que tanto têm contribuído para dar a conhecer a região no país e além fronteiras”. Paulo Dias, que faz parte de um dos mais importantes centros da ourivesaria nacional, levou a Proença-a-Nova, a tradição de uma aldeia do litoral que se imiscui no território raiano há largas décadas, quando os ourives de Cantanhede se deslocavam por aqui nas suas

bicicletas a comprar o ouro ou a trocá-lo por brincos para o enxoval ou cordões “para a Santa”. A apresentação daquelas peças vai ao encontro daquilo que é a história do território Naturtejo. Uma extensa área rica em ouro onde, como explicam os responsáveis do Geopark, os vestígios da sua exploração remontam ao período romano ou até mesmo ao

Calcolítico. No território são muitos os exemplos da existência de ouro na região, como as muitas “conheiras” ou “conhais” nos rios Tejo, Erges, Aravil, Tripeiro e Ocreza. Zonas, onde o ouro ainda é uma promessa, e que para as quais, tal como o Reconquista noticiou, foram feitos cinco pedidos de concessão por empresas mineiras portuguesas e estrangeiras, em que se destaca a zona de Sarzedas-Ribeira do Alvito. A criação destas peças vem complementar a actividade que o próprio Geopark tem desenvolvido em torno da temática do ouro, como o demonstram os programas turísticos para encontrar ouro na Foz do Cobrão. Programas que aliam ainda a vertente gastronómica e de turismo natureza. “Com o apoio e conhecimento dos locais que, em tempos idos, se especializaram nas técnicas da «gandaia» ou do garimpo do ouro, a nova «febre» tem promovido a região nacional e internacionalmente. K

Prazeres da boa mesa

Perdiz de Escabeche à Moda do Sr. Rocha e da D. Belarmina 3 Ingredientes: 6 Perdizes Amanhadas 4 Cebolas 1 Cabeça de Alho 3 Folhas de Louro 1 Parte de Azeite 2 Partes de V. Branco 1 Partes de Vinagre Q.B. de Pimenta Preta de Moinho Q.B. de Sal Preparação: Estufar as perdizes amanhadas e bem lavadas. Estufar lentamente as perdizes com os ingredientes descritos Publicidade

028 /// SETEMBRO 2011

(alho laminado e cebola em 1/2 luas). Apos o termino da cocção, deixar arrefecer. Desfiar muito bem a perdiz. Triturar os elementos do estufado e retificar os temperos. Misturar com a perdiz desfiada. Guardar no frio. Utilizações: Entrada, petisco, tapas, etc. História: Era uma perdiz afamada que durante a década de 80 do sec. XX, era muito procurada no res-

taurante do Clube de Pesca e Tiro, recebendo pelo que consta, caçadores gastronómicos de vários quadrantes. A esposa do Sr. Rocha, a D. Belarmina era perita nesta especialidade. K Chef Mário Rui Ramos _ Chef Executivo Ô Hotels & Resorts - Termas de Monfortinho


música

pela objectiva de j. vasco

Red Hot Chili Peppers - I´m with you

Campeonatos de atletismo

3 O muito aguardado regresso dos veteranos Red Hot Chili Peppers aconteceu no final do passado mês de Agosto. o trabalho sucede a “Stadium Arcadium”, de 2006. “I´m with you” é o 11º álbum da longa carreira desta banda Norte Americana bem conhecida no mundo da música, que tem no seu currículo sete Grammy Awards e mais de 65 milhões de cópias vendidas. O primeiro avanço deste registo foi o single ”The adventures of raindance”, que chegou às rádios a meio do passado mês de Julho, e nas vendas de álbuns na semana em que chegou ao nosso mercado entrou directamente para o pódio. A produção teve a assinatura de Rick Rubin, sendo este o primeiro álbum com o novo guitarrista, Josh Klinghoffer, que entrou para o lugar de Jonh Frusciante. Durante 5 anos, o grupo preparou cuidadosamente as novas canções, com pesquisas em diversos ritmos da world music , mas acabou por utilizar a velha fórmula mágica. O som não foge à linha habitual do grupo, o rock com diversas ramificações bem trabalhadas com arranjos soberbos. Destaque para o single “The adventures of raindance” e as faixas “Monarchy of roses”,” Ethiopia” e “Did i let you know”. Esperamos que “I´m with you” seja também apresentado ao vivo num palco nacional, na digressão de promoção deste trabalho que vai terminar apenas em 2013. K

David Guetta - Nothing but the beat 3 Chegou às lojas um dos melhores álbuns de dança de 2011, com a assinatura do DJ e produtor David Guetta. Trata-se de um nome que dispensa grandes apresentações, é talvez o Dj mais bem sucedido da actualidade, que visitou o nosso país várias vezes durante o corrente ano. É impressionante a evolução de Guetta ao longo dos últimos anos. Temas como “Just a litle more love”, “Love don´t let me go”, “Love is gone”, “When love takes over” “Sexy bitch”, “Memories”, “One love”, entre muitos outros, deram um enorme estatuto a este Francês de 43 anos. Alguns dos temas incluídos neste disco duplo já eram bem conhecidos do público, os singles “Whem them girls at”, “Litle bad girl” e “Titanium” fazem parte da banda sonora do Verão de 2011, com muito destaque nas pistas de dança e nas rádios. Este registo apresenta um impressionante naipe de colaborações. Deram a voz nomes como, Flo Rida, Taio Cruz, Nicki Minaj, Usher, Ludacris, Jessie J, Lil Wyane, Jenifer Hudson entre outros. No alinhamento surge também a remistura de “Sweat” do Rapper Snoop Dogg que foi remisturado por David Guetta, utilizando um clássico da dance music na sua leitura pessoal. O segundo cd apresenta apenas versões instrumentais, com colaborações de outros Dj´s bem credenciados, Afrojack e Avicii. Não vale a pena destacar os melhores temas de “Nothing but the beat”, o melhor é escutar o álbum completo com o volume bem alto! K

Example - Playing in the shadows 3 Mais uma proposta que nos chega das terras de Sua Majestade, trata-se de Example . Jonh Elliot Gleave lançou o seu primeiro trabalho “What we made” em 2007, 3 anos depois regressou com “Won´t go quitly” e em 2011 foi a vez de “Playing in the shadows”. Alguns dos novos temas já foram apresentados ao vivo em Portugal. O Britânico Example estreou-se ao vivo, no passado mês de Julho, num conhecido festival de Verão. O primeiro tema que chegou às nossas rádios foi o single “The way you kiss me”, que teve direito a diversas remisturas, com leituras diferentes para as pistas de dança. Este álbum teve algumas colaborações especiais: o tema “Stay awake” tem a produção de Nero, e “The way” tem a assinatura de Maxxi Jazz dos Faithless. No alinhamento surge também ”Natural disaster”, uma versão de um tema de Laidback Luke, com a voz de Example, uma mistura perfeita num tema com um ritmo impressionante, à mistura com uma melodia fantástica. Os novos temas apresentam uma grande diversidade de ritmos, desde o pop à música electrónica, com influências do rap. Em relação aos destaques do registo, os temas fortes são o single ,”The way you kiss me” e as faixas “Stay awake”, ”Natural disaster”e “Microphone”. Mais um álbum de dança para animar o Outono de 2011. K Hugo Rafael _

3 O verão é tempo de desporto ao ar livre e muitas modalidades optam por culminar nesta altura o ponto alto de uma época. Assim, realizaram-se no final do mês de julho, no Estádio Universitário, em Lisboa, os Campeonatos Individuais de Portugal em Pista, onde, para alguns, foi a ultima oportunidade para a obtenção dos mínimos de apuramento para o Campeonato do Mundo a realizar na cidade de Daegu, na Coreia do Sul, entre os próximos dias 26 de agosto e 4 de Setembro. Destaque, nestes campeonatos, para o Triplo Salto feminino, com Patrícia Mamona a colocar o Recorde de Portugal em 14.42 metros, mínimo A para o próximo Campeonato do Mundo. Mesmo no derradeiro ensaio do concurso do Triplo Salto, Nelson Évora (medalhado olímpico) obteve 16.99 metros, mínimo B para o Campeonato do Mundo, com consequente apuramento. Finalmente, Alberto Paulo venceu os 3000 metros obstáculos, conseguindo também os mínimos para os mundiais da modalidade. K

press das coisas Sony NEX-C3 3 A Sony apresentou a nova câmara digital NEX-C3. Das suas características fazem parte o sensor APS-C, com 16,2 megapixels, vídeo HD e nova interface, sem esquecer as lentes amovíveis. Comercializada em versão Kit, que poderá ser de viagem, inclui a lente de Zoom de Standard SEL 1855, e uma lente grande angular fixa e leve SEL 16F28. Robusta mas de formato ergonómico, que facilita o manuseamento, a NEX-C3 entra na categoria peso-pluma, com um peso que não vai além dos 225g. Mais informações em www.sony.pt K

Epson Stylus Photo R3000 3 A impressora Epson Stylus Photo R3000 permite impressões profissionais de qualidade. A alimentação é frontal, a tinta Epson UltraChrome K3 com Vivid Magenta, em tinteiros individuais de 25,9 ml e comutação automática entre preto foto e preto mate. A ligação é por USB, Wi-Fi ou Ethernet 10/100. Mais informações em www.epson.pt K

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motor

Knuten c Não sendo um exímio prosador, tento superar este “handicap” trazendo-vos histórias menos conhecidas do mundo automóvel, esperando assim cativar os leitores do Ensino Magazine. O caso de hoje é um daqueles que me dá um enorme gozo trazer até vós. Trata-se de uma situação que desconhecia até há alguns dias atrás, e que apesar da sua simplicidade, teve uma enorme repercussão na história do automóvel. Desta vez levo-vos até à Noruega, país que passa meio ano “fechado” por causa dos rigorosos invernos, mas que pode presumir de constar no “top 5” dos mais ricos do mundo devido ao petróleo do Mar do Norte. Não esperava descobrir na Noruega, qualquer história que me permitisse escrever neste espaço. Enganei-me redondamente! Deste país, e no que diz respeito a coisas de automóveis, pouco mais conhecia que o campeão do mundo de rallyes 2003, Petter Solberg, e alguns campeões europeus de rallycross, que tive a oportunidade de conhecer quando trabalhei com a FIA.

Mas voltemos à estrada porque é disso que se trata. Quero falar-vos da estrada de Geiranger construída entre 1881 e 1889. Geiranger é uma pequena localidade, que se encontra no final do fiorde com o mesmo nome, onde no final do século XIX se iniciou a construção de uma

estrada para ligar esta localidade a Oslo. Partindo do nível do mar, era necessário transpor as altas montanhas que o recortam. A meio da subida deparamo-nos com o Hotel Union, relativamente ao qual vos trago o primeiro pedaço de história.

Neste hotel, com uma majestosa vista para o fiorde e onde obrigatoriamente a família real norueguesa passa uns dias de férias, existe uma pequena colecção de automóveis originalmente utilizados para passeios turísticos nos anos 20 e 30 do século passado. Ainda hoje os hóspedes podem alugar estas viaturas para pequenos passeios em troços de estrada da época, conservados para este efeito e de que falarei adiante. Mas as curiosidades deste hotel, erigido em 1891, não acabam aqui pois a família Mjelva, que o adquiriu em 1899, construiu nas suas caves uma fábrica, na qual foram produzidos os primeiros automóveis noruegueses… Espante-se! ... Até este dia, não fazia a mínima ideia de que alguma vez tivesse havido automóveis construídos na Noruega. Mas continuemos a subir por esta estrada, agora mais moderna, mas que conserva partes do traçado original, ao lado da estrada actual. É num desses troços que podemos encontrar o “KNUTEN”, palavra norueguesa para “nó”. O “KNUTEN” é um troço de estrada que os noruegueses orgulhosamente preservam,

porque traduz a solução de engenharia encontrada para suavizar as subidas que desafiavam a sua construção. Quem, nos dias de hoje, olhar para a solução (bem visível na foto) pode até desdenhar da sua simplicidade, mas certo é que até as coisas mais simples têm de ser inventadas. A atestar a importância desta invenção está o facto de a mesma ter recebido um prémio na Exposição Universal de Paris em 1900. A solução do “KNUTEN” é hoje muito utilizada em todo o mundo, especialmente nos acessos a vias rápidas e auto estradas. E se os construtores pagassem “royalties” por cada um destes nós que constroem, sem dúvida que a Noruega teria outra fonte de receitas comparável à do seu petróleo. K Paulo Almeida _

KIA GT com imagens

Nissan Qashqai

TA marca coreana Kia acaba de divulgar as imagens do protótipo Kia GT, o qual terá cerca de 4,7 metros de comprimento. O veículo será o primeiro da marca a apresentar tracção traseira e apresenta-se com alguns detalhes típicos da aviação. Assim, as rodas lembram hélices, a traseira surge na forma dos motores a jacto e o pára-choques dianteiro remete para os aviões de combate. Já as portas de abertura antagónica dão acesso a um habitáculo com quatro lugares distintos. K

T A Nissan tem prevista, para o outono deste ano, a comercialização do novo Qashqai com o motor 1.6 dCi de 130 cv e 320 Nm de binário. A nova versão vai substituir o motor de 2.0 dCi na gama. A marca nipónica informou, no entanto, que o motor de 1.5 dCi será mantido. Os preços ainda não foram anunciados. Entretanto, para o início de 2012 a Nissan lançará uma versão do Qashqai com Stop/Start, cujas emissões de CO2 rondarão os 119g/km e o consumo os 4,5l/100km. K

Jaguar híbrido T A Jaguar continua a marcar pontos na produção de veículos desportivos. Agora surge com C-X16, o qual apresenta um sistema de propulsão híbrida de alta performance com uma distribuição de peso 50:50. O novo veículo prolonga as linhas principais do ponto formado pela grelha e posicionando as rodas tão próximas dos cantos quanto possível. Por dentro, o habitáculo de dois lugares centra-se no condutor e é revestido em couro vermelho. K

Hemera em protótipo TA marca britânica Eterniti Motors, acaba de apresentar as imagens do protótipo do seu novo veículo, o qual competirá no mesmo segmento do Porsche Cayenne.O Hemera, apresentado no Salão de Frankfurt, é SUV de luxo equipado com um motor com 628cv e uma velocidade máxima superior a 180 km/h. O preço e o início da sua comercialização não foi revelado. K

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A maioria dos sindicatos assinou o acordo

Avaliação de docentes tem novo modelo 6 O Ministro da Educação Ciência, Nuno Crato, considera que “Portugal tem a partir de agora um novo modelo de avaliação de professores”. As palavras de Nuno Crato foram referidas em conferência de Imprensa realizada ao final da noite do passado dia 9 de setembro, depois de o Ministério ter chegado a acordo com sete das treze organizações sindicais. No final da maratona negocial, que teve início às 8H30 e só terminou depois das 23 horas, os dois principais sindicatos tomaram diferentes posições, com a Federação Nacional de Professores (FENPROF) a recusar assinar o novo acordo, que foi subscrito pela Federação Nacional de Educação (FNE). Publicidade

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“A nova avaliação docente tem ciclos mais longos, coincidentes com as progressões na carreira, evita conflitos de interesses entre avaliadores e avaliados, promovendo uma avaliação hierárquica e externa, em que os avaliadores pertencem ao mesmo grupo disciplinar dos avaliados”, explicou o ministro durante a conferência de imprensa já depois da meia noite. “Estamos muito satisfeitos, houve cedências de parte a parte mas no essencial este modelo satisfaz-nos pois é um modelo formativo, não burocrático e que vai ajudar todos a progredirem e a serem melhores professores”, disse Nuno Crato. No seu entender “os professores querem tranquilidade para iniciarem o ano letivo e desejam

que a avaliação não seja um empecilho à sua atividade docente, mas antes o contrário”, adiantando que “os professores e as famílias devem estar contentes pois virou-se uma página”, com a assinatura deste acordo. A FNE manteve a discordância quanto à manutenção das quotas no processo de avaliação de desempenho, mas decidiu assinar o acordo, já que “estavam adquiridos os pressupostos essen-

ciais”. “Conseguimos manter fatores que garantem que em tempo de descongelamento das progressões, os bons professores têm as legítimas expectativas de atingirem o topo da carreira em tempo útil”, referiu o secretário-geral, João Dias da Silva, que destaca outras vitórias. “A simplificação dos processos de avaliação de desempenho, a garantia de intervenção de avaliadores externos e o facto de estar assegurado que os avaliadores serão sempre de escalão superior aos dos avaliados e com formação especializada para fazerem avaliação”, referiu o sindicalista. Já Fenprof recusou assinar o documento final pois os três pontos essenciais que defendia,

a redução do número de menções na avaliação (atualmente são cinco), a eliminação de quotas para as classificações mais elevadas e implicação nas notas na graduação de professores nos concursos, não foram satisfeitos pelo Ministério. “O Ministério manteve as quotas e as cinco menções avaliativas. Em relação aos concursos há uma alteração, que no nosso entender cria uma situação discriminatória entre professores de carreira e contratados, não resolvendo o problema”, justificou o secretáriogeral da Fenprof. Apesar de não ter havido acordo, Mário Nogueira considera que houve “resultados positivos” e dá alguns exemplos. “Os ciclos de ava-

liação deixam de ser de dois anos, quem já teve observação de aulas não vai precisar de a ter novamente no novo ciclo avaliativo, a desburocratização de todo o processo e a simplificação de procedimentos”, salientou o dirigente sindical. Nenhum dos sindicatos pediu negociação suplementar e para Mário Nogueira o processo de negociação do novo modelo de avaliação dos professores ”encerrou esta sexta-feira” e apela a que os professores “virem a página para outros problemas maiores que têm pela frente”. A Fenprof assinou ainda uma acta negocial global evidenciando os pontos de acordo e desacordo relativamente ao novo modelo de avaliação. K


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