Fevereiro 2012 Director Fundador João Ruivo Director João Carrega Publicação Mensal Ano XV K No168 Distribuição Gratuita
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ensino jovem Autorizado a circular em invólucro fechado de plástico. Autorização n.º DE01482012SNC/GSCCS
escritora e jornalista
Como Patrícia vai por esse mundo acima Patrícia Reis, autora do livro “Por este mundo acima”, explica ao Ensino Magazine que um bom romance levanta questões a que importa responder. C
Assinatura anual: 15 euros
INÊS DE MEDEIROS EM ENTREVISTA
A deputada que veio de Paris
p 26 e 27
14º aniversário
Ensino Magazine em feiras internacionais C
suplemento
castelo branco
IPCB não desiste da nova Escola de Artes C
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Universidade
UBI cria Centro Médico Académico na Covilhã
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Inês de Medeiros abandonou os palcos do cinema e do teatro para abraçar essa arte do possível que é a política. A entrevista nas páginas 2 a 5.
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Inês de Medeiros, deputada
«Os partidos precisam de se reformar» 6 Inês de Medeiros abandonou os palcos do cinema e do teatro para abraçar essa arte do possível que é a política. A deputada considera que os partidos têm de mudar e, em simultâneo, os cidadãos têm que ser mais responsabilizados. Medeiros faz um apelo à mobilização das pessoas para que esbocem um projecto para a sociedade, afirma que a Cultura está subjugada aos ministérios das Finanças e Economia e assiste apreensiva ao processo de privatização da RTP. Sem «soluções mágicas» para combater o desemprego jovem, Medeiros defende que se mantenha a aposta na qualificação, alterando-se a imagem económica e laboral dos portugueses. O público conhecia-a, até há bem pouco tempo, pela sua faceta de actriz e realizadora. Em 2009 decide arriscar uma carreira política. Como se está a dar no “palco” parlamentar? Trata-se de um “palco” no melhor sentido da palavra, em que estamos a representar os cidadãos, as vontades, as ideias e os projectos. Estar na Assembleia da República exige uma aprendizagem contínua, nem que seja apenas para conhecer as numerosas regras de funcionamento daquela casa, em termos regimentais, todas elas com uma simbologia associada. O regimento do Parlamento é, em certa medida, o regimento da própria democracia. Os deputados têm como funções legislar e fiscalizar a acção do governo, para além de serem os portavozes de todos os eleitores. A Assembleia da República, como espaço nobre, deveria ser o local onde o país se projecta no futuro. E isso não acontece? Lamento que, por vezes, estejamos condicionados à
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actualidade, principalmente quando ela é tão dura como hoje em dia. A maior parte dos deputados vêm das juventudes partidárias, o que não é o seu caso. Considera-se ainda uma “outsider”?
meios tecnológicos, os blogues e as redes sociais, na medida em que se pretende construir um projecto de sociedade. Que opinião tem sobre as expressões de descontentamento concretas como o movimento dos «indignados»?
Apesar de ter sido eleita nas listas do PS, fui e continuo a ter o estatuto de deputada independente. E não me considero propriamente uma “outsider”, visto que sempre acompanhei, mais ou menos distanciada, a actividade político-partidária. Esta experiência política permitiu-me perceber melhor o lado positivo dos partidos. Há uma tendência para apontar apenas os pontos negativos. Os partidos são a entidade que consegue aglomerar as múltiplas vontades individuais e construir um percurso colectivo. A crítica feroz que hoje em dia se faz às entidades representativas é, no fundo, um ataque às bases do que pode ser um discurso colectivo, sejam essas entidades partidos, sindicatos, etc.
O movimento dos «indignados» é legítimo e um inequívoco sinal do mal estar crescente nas sociedades, plasmado na manifestação directa, espontânea e individual de cada um de nós, mas corre o risco de em plena discussão se tornar uma anarquia sem projecto orientador. A outra face da moeda deste movimento pode ser o apelar a um autoritarismo excessivo que porá em causa o princípio da democracia representativa. O problema destes movimentos é a falta de coerência da mensagem, porventura por englobar pessoas que oscilam entre a extrema-direita e a extremaesquerda, radicalizando as posições.
Vê com preocupação o crescente diluir da mobilização social em movimentos associativos ou cívicos?
O descrédito dos políticos aos olhos da sociedade explica-se pelo não cumprimento de muitas das promessas constantes nos programas eleitorais?
Bastante. Especialmente no que se refere aos mais jovens. Estamos a falar de entidades que são capazes de gerar e produzir ideias com base numa vontade colectiva. São entidades que peneiram vontades individuais para conseguir tirar o sumo da expressão colectiva. Penso que é necessário operar um conjunto de transformações urgentes para que estas entidades consigam mobilizar e integrar os cidadãos, para além da necessidade imperiosa de os próprios partidos terem de se reformar. Considero uma tese perigosa a que é veiculada que a democracia directa é favorecida pela massificação dos
Não é possível cumprir na totalidade os programas eleitorais. Uma coisa é o discurso no fervor da campanha eleitoral: rápido, mediático, que cabe num slogan ou uma frase com impacto, faz com que a reflexão se torne também ela mais residual. É preciso, contudo, ter cuidado nos discursos peremptórios. Mais perigoso ainda acho a preparação da opinião pública para um discurso anti-intervenção estatal, anti-investimento e anti-funcionários públicos. Acontece que se somos a favor da escola pública é preciso ter professores contratados, se formos a favor
Não identifica traços de um certo artificialismo no discurso político vigente? Repito a ideia: as estruturas e a forma de funcionamento dos partidos, e não só em Portugal, têm que evoluir. Não tenho dúvidas. Mas essa evolução tem de ser acompanhada por uma maior responsabilização dos cidadãos. O dedo não pode ser sempre apontado aos partidos, quando os cidadãos, conscientes dos seus direitos e deveres, permanecem no seu canto, passivos e nada fazem para alterar o rumo dos acontecimentos. Para encontrar uma solução aplicável colectivamente não basta escrever a opinião num blog ou no Facebook. É preciso um empenho firme e determinado, em acções concretas. E também necessário pôr cobro a uma campanha ati-actividade política que se faz sistematicamente.
ropeia aumentou em 37 por cento a sua verba canalizada para actividades ligadas à Cultura e Educação, a que não será alheio o facto de representar quase 13 por cento do PIB do «velho continente». A identidade europeia tem de passar necessariamente pela Cultura. Foi uma despromoção o Ministério da Cultura ter dado lugar a uma secretaria de Estado? As matérias culturais pura e simplesmente desapareceram. Em Portugal, temos uma tendência para reduzir a Cultura a uma discussão em torno da política de gosto e do dirigismo criativo. Não faz sentido. Dou-lhe um exemplo: os americanos trabalham a pensar no público e a fórmula e condição absoluta para o êxito é investindo de forma real. Não nos podemos comparar aos americanos, mas aqui bem perto de nós, há muitos países europeus a seguir esse rumo.
Está a queixar-se de perseguição por parte da classe política?
tor?
Não é isso que eu estou a dizer. A imagem que passa dos políticos, sobretudo para as camadas mais novas, tem consequências graves. É a imagem do país que está em causa. A política é algo de quotidiano nas nossas vidas. Tudo o que fazemos é política. Está a ganhar terreno uma visão do tipo salazarista em que os políticos são um universo à parte e nada fazem em prol dos interesses colectivos. Não é verdade. É preciso combater esta ideia. Queremos melhores políticos e partidos? Empenhem-se para mudar isso ou então inscrevam-se nos partidos, fundem movimentos, protagonizem propostas para mudar a sociedade! Apelo à sociedade civil para se mobilizar e definir que tipo de sociedade quer, nomeadamente ao nível dos valores. Organizem-se!
Está quase tudo por fazer. Para começar deve ser definido do que é que falamos quando abordamos a Cultura? Criadores, pintores, escritores, dramaturgos, compositores, intérpretes, músicos, editores, pessoas ligadas à promoção, à difusão do evento, etc? No fundo, são todos derivados da criação. As indústrias culturais e criativas deram acesso à democratização e comercialização da criatividade, com o design, a moda e o cinema. Por cá estamos a esquecer e desprezar a interacção entre os serviços sociais e culturais. A Cultura é o elo que liga toda a sociedade e é esquecida porque se prefere ocupar o espaço acusando os criadores de autismo social, enquanto nada se pergunta sobre qual o motivo pelo qual as entidades privadas não apostam neste sector.
O fim de muitos direitos adquiridos vai acelerar à mobilização social à força?
Quer dizer que estamos perante uma perspectiva globalmente desinteressada de um sector que é menosprezado?
São direitos que as pessoas tinham e deixaram de ter, mas sobretudo o que me deixa apreensiva é não existir nenhum outro projecto de futuro. Atravessamos um momento histórico e trágico, de uma inversão total, em que temos a certeza que os nossos filhos vão viver pior do que nós. E isto tem repercussões sociais terríveis. É preciso deixar de falar de reformas sem estimar o seu alcance e sentido. Falando do panorama cultural, o PrimeiroMinistro disse na reabertura dos trabalhos parlamentares que «a Cultura está acima dos orçamentos». Consegue descodificar esta afirmação? Essa frase foi uma espécie de malabarismo estranho protagonizado por Passos Coelho, cujo sentido eu não alcanço. A cultura, para além de ser um desenvolvimento pessoal e uma qualificação geral, é basicamente um desafio económico. A maior parte dos países já percebeu, mas Portugal ainda desconhece a capacidade inovadora e de gerar riqueza do sector cultural. Estou a falar da economia cultural que apresenta uma relação rara entre custo de investimento e benefício, que deve ser aproveitada em momentos de crise. Não é por acaso que a Irlanda, apesar do recurso ao resgate, criou um Ministério da Cultura e preservou as verbas que tem. A própria União Eu-
Falta visão estratégica e global para o sec-
É a redução da visão à mera criação e à qualificação se o escritor ou o pintor é bom ou mau. É uma concepção de um primarismo absoluto. O relatório “Augusto Mateus” conclui que as actividades ligadas ao sector cultural são mais importantes em termos de emprego do que, por exemplo, o sector têxtil. É um pólo importantíssimo da nossa economia que não pode ser descurado. Dou-lhe um exemplo: Todos adoram os efeitos especiais que o Steven Spielberg aplica nos seus filmes, mas ninguém se lembra que precisou de recorrer aos investigadores e às universidades. Isto é a verdadeira democratização do saber. Sabia que em 2009 as autarquias nacionais tinham investido mais do que a própria tutela em actividades culturais. E porquê? Porque o poder local percebeu que a dinâmica cultural é essencial para fomentar o amor próprio das populações, para a revalorização das suas cidades, para a criação de riqueza, gerar emprego, atrair turistas, etc. Também aqui a sociedade civil podia e devia fazer mais, em vez de cultivar um imobilismo? No caso concreto da Cultura reconheço que há um défice de decisões políticas e um vazio em termos de decisões de futuro que
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do Serviço Nacional de Saúde temos de ter médicos contratados.
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não têm dado seguimento aos contributos da sociedade civil. Acha que a Cultura está refém e subjugada ao Ministério das Finanças? Às Finanças e à Economia. Hoje em dia cada vez mais, mas também o que é que não está? Mas mais do que a falta de dinheiro eu aponto o dedo à contradição do discurso. O discurso de campanha do governo foi particularmente infeliz ao dizer que é preciso libertar as artes da tutela do Estado. Francamente não sei o que isso quer dizer. Desinvestimento do Estado? Há alternativas no privado? São perguntas por responder e soluções por dar. A Cultura é um sector em progressão, com as pessoas a aderirem às salas, com mais frequência, seja para ir ao teatro, cinema ou a um musical. É uma dor de alma ver todo o esforço dos profissionais que produzem e protagonizam espectáculos de diversa natureza ir por água abaixo. Nunca tivemos uma oferta cultural tão diversa como a que existe actualmente. É esta conquista que está em risco. Ficou surpreendida que o sector livreiro tenha escapado ao aumento do IVA? Limito-me a constatar que o secretário de Estado da Cultura é um profissional do livro, para além de escritor é editor. Não estou contra que o sector livreiro se mantenha na taxa mínima, só lamento é que as outras áreas não
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tenham beneficiado da boa argumentação que Francisco José Viegas usou para defender o livro. Sobre a intenção do governo de privatizar a RTP tem sido uma das vozes do seu partido na defesa de argumentos contrários. Pensa que se trata de uma decisão precipitada? Não se percebe porquê e para quê o governo quer alienar um canal da RTP. Não é uma operação geradora de uma economia significativa e também tenho as minhas dúvidas em termos de eficiência editorial e do cumprimento do serviço público. Fez-se uma amálgama monetária entre o passivo da estação e os seus custos de funcionamento para justificar uma operação sem sentido. A RTP é um exemplo de cumprimento escrupuloso de contenção de gastos, processo que foi iniciado com o plano de
sustentabilidade no tempo do ministro Morais Sarmento. O serviço público de televisão pode ficar seriamente amputado com a privatização de um canal? O serviço público de televisão é promotor de diversidade, pluralidade, coesão nacional, representativo de minorias de todos os géneros. Ao reduzir-se a única plataforma disponível, torna-se ainda mais difícil cumprir esses objetivos. Há o sério risco de ter uma programação desgarrada e pouco coerente, transformando o canal público que sobreviver em algo residual e pouco atractivo. Acentuar-se-á a tendência para o “êxodo” dos telespectadores para as alternativas do cabo? Na Europa, o cenário que temos é que
CARA DA NOTÍCIA 6 Inês de Medeiros nasceu em Viena, Áustria, a 15 de Abril de 1968. Actriz e realizadora de cinema, é filha do maestro António Vitorino d’Almeida e irmã de Maria de Medeiros, actriz e cineasta. Frequentou o Lyceé Français Charles Lepierre, até 1986, de onde passou para a Universidade Nova de Lisboa, estudando Literatura Portuguesa e Filosofia. É deputada à Assembleia da República, eleita pelo Partido Socialista no Círculo de Lisboa. Desempenha as funções de vice-presidente na bancada do PS, com as áreas da cultura e comunicação social. Destacou-se nas últimas semanas por criticar o fim da secção de Cultura na Agência Lusa e por defender a renovação do contrato com a versão em Língua Portuguesa do canal de notícias, Euronews. Antes disso já havia sido mandatária da campanha de Jorge Sampaio à Presidência da República, em 1996, e da candidatura do PS (encabeçada por Vital Moreira) às eleições europeias de 2009. K
a multiplicidade de oferta leva a que o serviço público crie programações igualmente diversificadas, aumentando o leque da sua oferta de novos canais. Isto porque a televisão generalista está cada vez mais em risco porque, para além de se consumir muita televisão através da internet, os públicos são cada vez mais exigentes e segmentados. O que se faz em Portugal? O oposto, pensa-se reduzir os canais. Só espero que a alienação não chegue também ao património da RTP. Nesse caso, a nossa soberania nacional e o nosso passado estariam seriamente ameaçados. Está a referir-se, nomeadamente, ao arquivo da RTP? As Finanças compraram apenas parcialmente o arquivo da RTP. Portanto, o restante pode estar em risco: os estúdios, o material tecnológico, etc. Isto é uma estratégia para alterar relações laborais e despojar a empresa de tudo o que representa a sua riqueza. Já se percebeu que não existem entidades privadas no nosso país interessadas na RTP, por isso só podemos estar a falar de uma entidade estrangeira, o que adensa o temor. A China, Angola? Quem? Todo o serviço público é a nossa memória colectiva e a expressão de um país. Eu lembro-me da comoção dos portugueses quando se celebraram os 50 anos da RTP. Esta é, sem dúvida, uma das marcas mais reconhecidas de Portugal que tem uma missão a cumprir. É
isto que explica que sejamos tão exigentes e por vezes impiedosos com a programação da RTP. Têm surgido notícias de alunos que desistem das faculdades devido a motivos financeiros, a par com a elevada massa de licenciados que não obtem colocação no mercado laboral. Teme que a desmotivação possa apoderar-se dos jovens actualmente em processo de formação? Após a revolução de Abril Portugal começa com um passivo terrível em termos de atrasos na educação. Registou-se um esforço extraordinário de recuperação nestes últimos 35 anos. O desemprego jovem com que nos confrontamos na actualidade remete para velhos fantasmas assente na frase feita: «tirar um curso para quê, se vou para o desemprego?». Não se pode veicular a mensagem que a formação não compensa. Os tempos são difíceis e o emprego jovem é medonho, mas a formação das pessoas é sempre positiva. Em que circunstância for. Aliás, temos visto que quem tem um curso superior liberta-se mais depressa do desemprego do que quem não tem qualificações nenhumas. Adorava ter ideias para combater desemprego jovem, infelizmente não há soluções mágicas. A melhor ligação entre faculdades e o mercado laboral atenuaria o flagelo? Acho positivo, mas tenho grandes dúvidas sobre a utilidade de fazer uma avaliação dos Publicidade
cursos necessários. É muito subjectivo. Considero que se deve adaptar de forma rigorosa a oferta à procura, mas há saberes fundamentais, independentemente do número de alunos que os procuram ou das saídas profissionais mais ou menos exíguas. O que se assiste é que as pessoas procuram, após a formação inicial, adaptarem-se a novas solicitações, procurando uma formação permanente ao longo dos anos. Creio, por exemplo, ao nível dos gestores que um dos factores actuais de diferenciação pode ser a maior aptidão dos candidatos nos domínios da filosofia, ciências sociais, apoiada numa cultura geral enraizada, domínio de línguas, capacidade de inserção a novos meios. Tudo isto são mais-valias que têm de ser permanentemente afinadas e melhoradas. Os conhecimentos combinados proporcionam uma versatilidade que é hoje bastante valorizada, até porque creio que a fase de ultra-tecnicidade e das formações específicas está relativamente ultrapassada, apostando-se na interacção entre as diversas áreas. O “convite” à emigração feito por alguns políticos é para levar a sério? Estamos em pleno regresso dos velhos fantasmas. Portugal posicionou-se durante tempo demais no mercado europeu com a mensagem: «nós somos a mão-de- obra pouco qualificada, mas muito barata». Acontece que há sempre mais pobres e mais baratos do que nós. Foi isso que provou a globalização. Como não estamos no
mesmo “campeonato” de outros países, sou das que acha que um dia a Europa vai ter de assumir um protecionismo no seu espaço continental. Para além do acto comercial seria um atitude de defesa de valores do bem-estar e respeito pelos direitos fundamentais dos indivíduos. Quanto a Portugal e aos portugueses temos de continuar a apostar na qualificação, mudando a nossa imagem económica e laboral, enaltecendo os progressos na investigação e tecnologias de ponta, por exemplo. O caminho é investir em áreas sem paralelo concorrenciável em outras economias, como acontece com os alemães que têm uma indústria exclusivamente dirigida para produtos de luxo. A globalização do pastel de nata, sugerida pelo ministro da Economia, tem pernas para andar? Afinal a ideia do ministro não se revelou original, porque já existe. O que é fundamental é ter um projecto e abandonar as mensagens do género do convite à juventude a emigrar. Talvez por ter vivido em França, país onde há uma forte e respeitada comunidade portuguesa, acho que não podemos continuar a dar uma imagem distorcida dos nossos compatriotas. E o regresso aos paradigmas do antigamente é um sinal muito preocupante. Estou, contudo, esperançada que as pessoas vão reagir. Especialmente os mais jovens vão concluir que precisam de se envolver mais na construção do seu futuro. Eles não se identi-
ficam com a ideia de serem menos qualificados. As novas tecnologias permitiram a enorme conquista de colocarem os nossos jovens a par dos seus congéneres europeus. Nasceu no coração da Europa, em Viena, e residiu muito tempo em Paris. Como explica que a solidez económica do projecto europeu esteja a ser posta em causa? Sou uma europeísta convicta. Creio que uma federação europeia não iria prejudicar a nossa cultura, língua e passado nacionais. O que existe actualmente é um défice democrático dentro da própria Europa. E também um défice de interesse. As opiniões públicas não estão cientes de que a maior parte dos problemas que se discutem em Bruxelas são partilhados. Nós como europeus temos um modelo de sociedade em comum. Só que existem demasiados centros de decisão, lideres pouco carismáticos, decisões contraditórias e concorrenciais, nomeadamente ao nível da fiscalidade, etc. As populações sentem-se pouca identificadas e não se revêem no actual sistema. É preocupante. Estou em crer que as próximas eleições presidenciais em França, na Primavera, e as legislativas, na Alemanha, em 2013, serão decisivas para o futuro da Europa. K Nuno Dias da Silva _ Direitos Reservados H
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Saúde
UBI cria centro académico 6 O ministro da Saúde, Paulo Macedo, deslocou-se este mês à Covilhã para dar posse à nova equipa do Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB), dirigida pelo anterior presidente da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, Miguel Castelo Branco. O principal desafio da nova direcção é a criação de um Centro Médico Académico. A estrutura deverá reunir três grandes pilares, designadamente “instituições de saúde, escola médica e centro de investigação”, pelo que “poderá ser uma outra visão para esta necessária parceria e para otimizar o processo de articulação entre instituições tuteladas por dois ministérios”. Para além desta estrutura, o CHCB irá também disponibilizar um Centro de Ensaios Clínicos, para a área da farmacologia e dos dispositivos médicos, que possibilitará o ensaio de novos produtos farmacêuticos, de dispositivos médicos e disponibilizará a projetos iniciados pelo investigador ou pela indústria, um recurso adequado para o desenvolvimento das fases da sua avaliação clínica. “O facto de sermos o hospital nuclear da Faculdade de Ciências da Saúde acarreta consigo exigências de apoio que defenderemos na discussão com os nossos par-
FCS com novo director T Luís Taborda Barata foi eleito por unanimidade para Presidente da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior. A eleição decorreu a 6 de fevereiro. A tomada de posse decorreu a 10 de fevereiro. Natural de Coimbra, 48 anos, especialista em Imunoalergologia, Luís Taborda Barata tem formação médica na área das doenças tropicais, com doutoramento nas áreas de Medicina Interna e Imunologia Clínica. K ceiros seja na criação de um Centro Médico Académico ou noutro modelo que, entretanto, seja colocado em cima da mesa”, diz o agora responsável hospitalar. Este espírito de criação de pontos de comunicação assume-se como uma das funções de trabalho da nova equipa diretiva. Conhecedor profundo de todo o processo de criação e desenvolvimento, quer da UBI, quer da Faculdade de Ciências da Saúde, Miguel Castelo Branco recorda que foi o ensino superior, na região, que capacitou e capacita cientificamente, contribui, cria riqueza e defende as populações que aqui vivem e procura fixar e atrair jovens, sejam eles médicos, enfermeiros, técni-
cos, docentes ou investigadores”. A passagem do ministro da Saúde pela região contou ainda com uma visita à Faculdade de Ciências da Saúde. O responsável por aquela área conheceu as instalações e alguns dos projetos de investigação que são desenvolvidos na Universidade da Beira Interior. Momento aproveitado pelos diversos responsáveis para lembrar a importância, quer da instituição de ensino superior, numa primeira fase, quer da criação da faculdade, posteriormente, no desenvolvimento social e económico de toda a Beira Interior. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Eduardo Alves _
UBI regressa à Eco Marathon
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de de competição”. Daí que para a prova de Roterdão as atenções fiquem centradas em alguns detalhes. Santos acrescenta que “este vai ser um ano de consolidação. A principal novidade passa por um sistema de travagem regenerativo que já o ano passado foi experimentado, mas acabámos por abandonar. Também vamos tentar melhorar no aspeto dos atritos para termos um resultado mais positivo”. O percurso passa pela cidade de Roterdão e será plano. Uma das desvantagens desta escolha “reside no facto de não existirem descidas, sempre aproveitadas para reduzir algum consumo de combustível”, acrescenta o docente e investigador. Contudo, Fernando Santos está confiante na obtenção de um dos melhores resultados de sempre e também no impacto que a prova vai ter. Desta vez, “trata-se de um circuito citadino, no meio de uma cidade com grande impacto turístico e espero
T A Universidade da Beira Interior acaba de ver renovada a Certificação de Qualidade segundo a norma ISSO 9001:208, para a totalidade dos centros e serviços, nomeadamente: Museu de Lanifícios, Centro de Informática, Serviços Administrativos - Divisão de Contabilidade e Património e Divisão de Expediente e Pessoal, Divisão de Assessoria Jurídica, Divisão de I&D, Serviços Académicos, Serviços Técnicos, Serviços de Documentação, CFIUTE, Provedor do Estudante e Serviços de Ação Social. K
Dias da UBI em Março
O gesto é tudo T Uma investigação da Escola de Direito da Universidade do Minho revela que a língua gestual portuguesa não está a ser suficientemente utilizada pelos diversos serviços públicos, o que dificulta o dia-a-dia das pessoas surdas nas situações mais comuns como ir ao médico, à segurança social e às finanças. “É perfeitamente exigível ao Estado e à sociedade em geral a eliminação das barreiras criadas e, por conseguinte, a promoção dos direitos destas pessoas na sociedade, em igualdade de condições com as restantes”, explica Filipe Venade, que acaba de defender a sua dissertação de mestrado em Direitos Humanos. K
Filho único...
Ajustes no carro em curso
6 A Universidade da Beira Interior vai estar de novo representada numa das mais míticas provas estudantis, a Shell Eco Marathon, que coloca em competição protótipos desenvolvidos nas universidades e vai ter lugar em Roterdão, na estreia de um circuito citadino. As primeiras modificações estão já a ser feitas nos laboratórios de Engenharia Mecânica. O veículo que no ano passado marcou presença vai voltar este ano. A prova reúne protótipos de todas as academias europeias, pensados para percorrerem o maior número de quilómetros possível com um litro de combustível. Fernando Santos, docente do Departamento de Engenharia Eletromecânica e coordenador de toda a participação, refere que o carro “tem apenas de ser melhorado em alguns pontos”. O projeto desenvolvido no ano anterior por um conjunto diversificado de alunos e docentes “mostrou grande fiabilidade e capacida-
UBI renova qualidade
área de design, e passa agora a ilustrar o material de divulgação daquele encontro. K
que a prova conheça uma maior repercussão”. No que diz respeito ao futuro da “Eco Marathon”, o docente sublinha que dentro de dois ou três anos, a academia deverá estar a mudar a propulsão deste veículo, de um motor de combustão interna para um motor elétrico. O futuro desta área passa por este tipo de solução e daí que os investigadores queiram participar no desenvolvimento de novas soluções. Para que tal possa acontecer, “é muito importante encontrar um parceiro a longo prazo”. O desafio é lançado à sociedade civil, nomeadamente a empresas que operam nesta área. Fernando Santos quer assim conseguir um apoio que permita aos docentes e alunos desenvolverem soluções a longo prazo, mas também colocar no mercado inovações realizadas na academia beirã. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Eduardo Alves _
T A Universidade da Beira Interior vai organizar, pela décima quinta vez, Os Dias da UBI, nos próximos dias 7 e 8 de março. Este evento, que envolve toda a comunidade universitária, já garantiu o seu lugar no calendário letivo pelo sucesso alcançado ao longo dos anos, tendo acolhido mais de 40 mil visitantes, de todos os graus de ensino e oriundos de todo o país. K
UBI desenha Rotary T Madalena Sena, aluna de doutoramento em Ciências da Comunicação da UBI, venceu o concurso para o desenho do logótipo oficial da convenção internacional do Rotary Club que terá lugar em Lisboa, em 2013. O seu projeto foi selecionado no início de 2011, entre mais de 30 concorrentes universitários na
T A pressão sobre os filhos únicos para que mantenham a continuidade da família é um dos fatores que contribui para a redução do número de padres, conclui um estudo pioneiro da Universidade do Minho, publicado na Review of Religious Research. A investigação de Paulo Reis Mourão, professor do Departamento de Economia da Universidade do Minho, avaliou a evolução das vocações religiosas nos países da Europa, desde 1960 até à atualidade. “O facto mais importante é as famílias com menos filhos, que são cada vez mais, tenderem a pressioná-los para optarem por uma carreira laica, de forma a manterem a continuidade da família, ou seja, netos, bisnetos…”, nota o docente. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
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Na Covilhã
Universidade de évora
Globalização em debate 6 A globalização e o desenvolvimento foram temas de uma conferência e do lançamento de um livro, no passado dia 17 de Fevereiro, na Universidade de Évora. O livro “Globalização e Desenvolvimento”, coordenado por Maria da Saudade Baltazar e Conceição Rego, docentes da Universidade de Évora, abrange questões relacionadas com as comunidades locais, as inter-acções entre o local e o global, o planeamento, a cultura urbana, etc. Para estas autoras o nexo entre a globalização e desenvolvimento, dado o conjunto de mutações multi-dimensionais que está subjacente ao conceito de desenvolvimento, tem sido alvo de recorrente análise. Daí, que as coor-
denadoras deste livro, que contém capítulos de vários autores, consideraram a necessidade de editar um livro com a referida temática. A conferência sobre o mesmo tema teve como oradores principais Iva Pires e Paulo Machado, docentes da Universidade Nova de Lisboa, que abordaram os paradoxos e as ameaças da globalização. Noémi Marujo _
Museu tem tardes de quinta 6 O Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior está a promover um novo momento cultural. As Tardes de quinta são espaços de palestras e outras atividades que decorrem uma vez por mês. O ciclo de palestras que decorrerá nas últimas quintas-feiras de cada mês, na Real Fábrica Veiga, será iniciado este mês de fevereiro com uma palestra de um docente do Departamento de Sociologia. Donizete Rodrigues apresenta, no dia 23, pelas 16 horas, uma conferência intitulada Património cultural e identidade: uma abordagem antropológica. Também neste âmbito, será ali apresentado um novo livro, Representações da Portugalidade, um trabalho resultante das jornadas multidisciplinares com o mesmo nome,
que decorreram na Faculdade de Artes e Letras, em 2010, por ocasião do décimo aniversário da faculdade. Trata-se de um conjunto de textos e comunicações apresentados ao longo das jornadas científicas e que
agora surgem vertidos neste volume. Fernando Paulouro das Neves fará a apresentação da obra, também no dia 23, pelas 17.30 horas. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Business Leader of Tomorrow
Minho brilha em Londres
Investigação de Braga mostra
Feriados e democracia 6 Emília Araújo, docente do Departamento de Sociologia da Universidade do Minho, afirma que a eliminação de quatro feriados e do Carnaval não foi uma decisão política democrática em Portugal. Para a socióloga, esta medida visa principalmente fazer acreditar à Europa que os portugueses estão no “bom caminho”, além de reduzir a probabilidade de serem acusados de “preguiçosos”. “É como se a sociedade existisse apenas para retirar do indivíduo o tempo usável em atividades imediatamente rentáveis”, acrescenta a investigadora. O problema não é a abolição de feriados em si, mas o que estas situações implicam na reorganização familiar e social: “Onde é que os pais podem deixar os filhos sem aulas ou os idosos? O que fazer com todas as tarefas deixadas propositadamente para
estes dias?” são algumas das questões que, segundo a académica, merecem maior reflexão. “Esta diminuição do tempo livre obriga a malabarismos que têm consequências sistémicas para as famílias, as organizações, que terão uma maior taxa de ausência, e os próprios indivíduos”, vinca a socióloga, que estuda a relação entre a cultura, as políticas e o tempo. A solução está na implementação de novas políticas, como a reestruturação dos horários escolares, demasiado estandardizados e incompatíveis com muitos pais; a socialização dos governantes quanto à abertura dos serviços, entre os quais supermercados, do serviço público e das entidades culturais, que não condizem com a disponibilidade dos cidadãos. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
6 Cátia Guimarães, ex-aluna do Instituto de Letras e Ciências Humanas da Universidade do Minho, foi recentemente distinguida com o prémio Business Leader of Tomorrow, atribuído pelo secretário de Estado para os Negócios, Inovação e Competências do Reino Unido, Vince Cable. O galardão deve-se ao trabalho realizado em gestão de risco e recuperação após desastres em empresas, nomeadamente em situações problemáticas decorrentes do aparecimento de vírus informáticos, de catástrofes naturais e de questões de segurança. O projeto visou coordenar a criação, a implementação, a comunicação e a validação do programa de gestão de risco do Grupo Intercontinental Hotels, no sentido de assegurar a estabilidade e a segurança da empresa, mesmo em caso de emergência.
A investigação foi desenvolvida no âmbito do programa britânico de parceria para a transferência de conhecimentos (Knowledge Transfer Partnerships - KTP). Foram nomeadas para este prémio cerca de 80 pessoas, sendo que apenas quatro participantes foram distinguidos no evento Innovation 2011. “Esta distinção foi uma surpresa agradável em reconhecimento do trabalho que tenho vindo a desenvolver. Estou muito grata pela honra concedida e tenho um grande orgulho nesta equipa de trabalho, que
me ajudou a atingir os objetivos estabelecidos”, afirma Cátia Guimarães. A antiga estudante aproveita para salientar a importância da Universidade do Minho no seu percurso profissional: “A formação dada na Universidade foi a plataforma a partir da qual comecei a desenvolver as minhas competências linguísticas e académicas. O curso de Línguas Estrangeiras Aplicadas (LEA) permitiu-me alcançar os objetivos profissionais pretendidos”. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Nestlé/NOVA Best Paper Award
Estudo garante estágio 6 Madalena Pais, aluna do Mestrado em Gestão da NOVA, foi a vencedora do prémio Nestlé/NOVA Best Paper Award com um trabalho sobre os efeitos da Responsabilidade Social Corporativa na Reputação e Identificação da Marca junto das crianças. O prémio – um estágio remunerado de seis meses na Nestlé – foi anunciado na Nova School of Business and Economics com
a presença do diretor da Nova SBE, responsáveis da Nestlé e professores da universidade, para além dos três alunos candidatos ao prémio este semestre. O prémio Nestlé/NOVA Best Paper Award, que já vai na terceira edição, resulta de uma parceria entre a Nova SBE e a Nestlé através da qual os alunos desenvolvem as suas teses de Mestrado com a elaboração de
um paper académico na área de marketing, na vertente de comportamento do consumidor com destaque para o consumidor infantil. Os outros dois trabalhos, foram apresentados pelos alunos Daniela Ribeiro e David Hassler e focaram questões ligadas aos fatores da escolha de uma alimentação saudável. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
FEVEREIRO 2012 /// 07
Ciências Básicas e da Natureza
Utad com prémio
6 A Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos acaba de atribuir o Prémio APRH 2010/11, na secção de Ciências Básicas e da Natureza, à tese de doutoramento de Marco Sousa Lucas, investigador do Centro de Química de Vila Real e da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (Utad). O trabalho de doutoramento desenvolvido por Marco Lucas, sob orientação de José Alcides Peres, do Departamento de Química) avaliou diferentes soluções de tratamento de águas residuais da indústria têxtil e da agro-indústria vitivinícola, problemas com ampla expressão no nosso país. Os Processos de Oxidação Avançada (reagente de Fenton, ozono e fotocatálise heterogénea) combinados ou não com tratamento biológico foram algumas das tecnologias aplicadas ao longo do referido trabalho. O Prémio APRH, atribuído desde o biénio 1983/84, destina-se a trabalhos de investigação que contribuam de maneira significativa e inovadora para o progresso dos conhecimentos
Reitor da Aberta na EU T O Reitor da Universidade Aberta, Paulo Dias, é o embaixador português da eSkills-Semana Europeia das Competências Digitais 2012, uma iniciativa da Comissão Europeia que, em 2012, acontece de 26 a 30 de março, com o objetivo de apoiar a Europa e os seus jovens a agarrar as oportunidades de emprego geradas pelas competências digitais. K
Cake designers em Óbidos
técnicos e científicos e para a resolução dos problemas nacionais no domínio dos recursos
hídricos. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Auxílio ao diagnóstico
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Coimbra com protótipo 6 Um novo método de auxílio de diagnóstico de determinadas doenças, especialmente da Diabetes, acaba de vencer o prémio Best Student Paper Award na Conferência Internacional Bioinformatics 2012, uma conferência internacional de topo, que reúne investigadores e profissionais de todo o mundo, de distintas áreas do conhecimento. O prémio de melhor artigo científico foi atribuído a Edite Figueiras, aluna de doutoramento em Engenharia Biomédica, no âmbito de uma investigação iniciada há quatro anos no Centro de Instrumentação da Universidade de Coimbra, com a colaboração de investigadores internacionais, e financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. Da investigação, resultou já um protótipo de produto (um fluxómetro a laser) que mede, com rigor, o fluxo sanguíneo nos vasos mais pequenos da pele (microcirculação), os mais difíceis de medir. O dispositivo, não invasivo, envia um feixe
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de luz (laser) através de fibra ótica e recebe a informação resultante da sua interação com os glóbulos vermelhos, medindo a velocidade de circulação do sangue. De seguida os investigadores processam uma enorme quantidade de dados, conseguindo medir o fluxo de sangue presente até às camadas mais profundas da pele.
T A Associação Nacional de Cake Designers, entidade associada do Parque Tecnológico de Óbidos, está a organizar dois eventos, que decorrerão já no próximo mês de março. O primeiro realiza-se na sede da Associação, no Convento de S. Miguel das Gaeiras, dias 3, 4 e 5 de março e consiste num workshop de pintura de bolos, dirigido por Nhora de la Pava. O segundo evento inclui uma exposição e um concurso de bolos, alusivos ao tema Disneyland París, no âmbito do X Festival Internacio-
Basicamente, o fluxómetro desenvolvido na UC permite correlacionar os fenómenos que se passam na pele, em conformidade com a velocidade da circulação capilar sanguínea, medida em determinada camada profunda da pele, explica o investigador principal, Requicha Ferreira. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
nal do Chocolate. A exposição está disponível ao público de 2 a 25 de março e o primeiro classificado recebe uma viagem à Disneyland, oferecida pela organização do Festival. O vencedor é seleccionado pela Master Cake Nhora de la Pava, pelos próprios concorrentes e também pelo público, que contribuirá 40% para a decisão final. K
MBA na Autónoma T A Escola de Gestão e Negócios da Universidade Autónoma de Lisboa acaba de lançar um novo MBA Executivo em Gestão e Administração na Organização de Eventos Desportivos, em parceria com o International Consultancy Portugal, o Sporting Clube de Portugal e o Sport Lisboa e Benfica, sob a coordenação científica de Paulo Lourenço. O curso tem como objectivo principal ajudar a completar a formação dos alunos em áreas relevantes como a organização de eventos e protocolo na área desportiva. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Eficiência energética
Madeira com projeto 6 Um grupo de alunos do Curso de Especialização Tecnológica em Gestão Ambiental da Universidade da Madeira desenvolveu, no âmbito da Unidade Curricular Projeto de Gestão Ambiental, um projeto para a melhoria da eficiência energética nas salas de aula da UMa. O projeto já se encontra implementado numa das salas do edifício da Penteada e consiste no aumento do poder de reflexão das luminárias existentes nas salas de aula através da aplicação de uma superfície espelhada, permitindo desta forma, desligar em média 4 lâmpadas em cada sala mantendo as condições de iluminação necessárias para o
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Novo método na FMH
PmatE exemplo europeu
T Uma equipa de investigadores do Laboratório de Exercício e Saúde da Faculdade de Motricidade Humana – Universidade Técnica de Lisboa, validou um novo método que utiliza a saliva como fluído biológico em alteranativa ao sangue para avaliar a água extracecular. Este novo método permitirá simplificar e tornar muito menos dispendioso avaliar a expansão anormal de água extracelular que pode decorrer de situações patológicas como a insuficiência renal, a insuficiência cardíaca, a cirrose hepática, entre outras doenças que promovem a formação de edemas e avaliar a hidratação celular em atletas. O novo método foi publicado na semana passada na revista científica Biomedical Chromatography. K
T As Competições Nacionais de Ciência, organizadas pelo PmatE – Projecto Matemática Ensino da Universidade de Aveiro há 22 anos, e que todos os anos mobilizam cerca de 20 mil alunos dos vários graus de ensino, são apontadas como exemplo de boas práticas de Inovação em Ensino/Aprendizagem na Europa. Apenas dois projetos portugueses mereceram a distinção deste organismo europeu. No relatório anual de 2011, o Science Teaching European Network for Creativity and Innovation in Learning –, as Competições Nacionais de Ciência surgem em destaque na rubrica Novas Abordagens Pedagógicas – Inovação em Ensino/Aprendizagem enquanto “projeto de vanguarda”. K
Outclass em Águeda T A Universidade de Aveiro e a Câmara Municipal de Águeda, em parceria com o Ministério da Educação e com o Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento vão dar início, no próximo dia 24 de fevereiro, sexta-feira, pelas 9 horas, na Escola Básica do 1.º Ciclo de São Sebastião, na Trofa, em Águeda, à 5.ª edição do projeto OUTclass: e-comunidade para a aprendizagem. Com o projeto OUTclass, alunos portugueses e moçambicanos realizam, em ambiente de sala de aula e monitorizados por um professor, atividades semanais que lhes permitem não só melhorar a escrita, como também os dotam de novas formas de expressão, desenvolvendo em simultâneo o gosto pela língua portuguesa e pelas Ciências, objeto central do projeto. K
desenvolvimento das aulas. A aplicação desta medida de poupança e eficiência energética a toda a Universidade acarreta um custo de apenas 150 euros e permite reduzir o consumo de eletricidade de 3680 para 2470 euros por mês, representando desta forma, uma poupança de cerca de 14 mil euros por ano. A concretização desta medida, em conjunto com outras semelhantes, constituirão o projeto de estágio de um dos alunos finalistas do curso de Gestão Ambiental, a iniciar já neste mês de fevereiro. K
Évora produz energia T A Universidade de Évora acaba de inaugurar uma unidade de miniprodução de energia no Colégio dos Leões. Trata-se de uma instalação pioneira no que diz respeito à ligação à rede no regime de miniprodução, que consiste em injetar energia elétrica produzida por um sistema solar fotovoltaico. A instalação tem uma potência de 60 kW e conta com painéis fotovoltaicos produzidos em Portugal pela Open Renewables, responsável também pela instalação do sistema. A energia que a unidade produz é contabilizada e vendida à EDP e, ao ser injetada na rede, a energia elétrica é consumida na zona da produção, ou seja a produção de energia elétrica é descentralizada. Todo o processo teve o apoio e colaboração da Cátedra BES – Energias Renováveis da Universidade de Évora. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Dois novos cursos
E-learning em Évora 6 A Universidade de Évora já disponibiliza o curso de mestrado em Engenharia Informática e a pós-graduação em Ambiente, Sustentabilidade e Educação em regime de e-learning. As formações referidas destinam-se a públicos que, sendo já detentores de uma formação inicial buscam, mediante acréscimo das qualificações, uma melhor integração no mercado de trabalho, uma maior adaptabilidade às mudanças e, também, um aprofundamento do saber, questões centrais da nossa sociedade.
No caso do mestrado em Engenharia Informática, a Universidade de Évora retoma uma experiência presencial já existente e ensaia-a integrada num novo modelo de lecionação. No que respeita à pós graduação em Ambiente, Sustentabilidade e Educação avançamos com uma formação própria, nova e interdisciplinar e colocamos no centro da aprendizagem temas axiais da atualidade e que irão marcar as próximas décadas. A estas formações seguir-seão outras, preferencialmente localizadas ao nível dos 2.º ciclos e das pós graduações, às quais pretendemos juntar a experiência
de ciclos em parceria com outras instituições. A integração do regime de e-learning no elenco da oferta formativa da Universidade de Évora é parte integrante do projeto de diversificação de públicos e investimento na formação ao longo da vida que a instituição vem prosseguindo. Para tal efeito, nos últimos meses investiu-se na adequada formação do corpo docente e reorganizou-se o Centro de Tecnologias Educativas. Sendo este mesmo Centro uma estrutura fundamental para o bom andamento do projeto. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Aveiro cria
Impressora 3D já existe 6 É a primeira impressora 3D desktop a ser fabricada em Portugal e serve para dar corpo a tudo o que a necessidade e a imaginação conceberem. O equipamento surgiu das mãos de dois estudantes da Universidade de Aveiro, ocupa o espaço de uma comum impressora de papel e, ligado ao computador pessoal, funciona de forma tão simples que até uma criança pode imprimir os seus próprios brinquedos. O preço da máquina made in Aveiro é uma vantagem. Em vez dos 3 mil euros que custam as impressoras 3D desktop de referência no mercado mundial, cerca de um terço desse preço torna muito mais acessível um equipamento cuja utilidade “tem o céu como limite”. Quem o garante é um dos arquitetos da primeira impressora 3D portuguesa. Francisco Mendes, aponta a possibilidade de se inventarem “coisas fantásticas” para a utilização da impressora. “As aplicações são as mais variadas possíveis e as potencialidades aumentam a cada dia que passa”, diz o estudante do mestra-
do em Automação Industrial da UA. Exemplos para otimizar a impressora não faltam. Um simples puxador de gaveta, um brinquedo ou mesmo um protótipo de uma pequena peça que um empresário queira vender a um cliente são apenas algumas das múltiplas aplicações à espera da impressora 3D. “Um designer ou um arquiteto que precise de fazer uma peça para uma maquete podea ter na mão sem sair do gabinete e uma criança que tenha perdido uma peça de lego pode produzi-la para conseguir acabar a constru-
ção”, exemplifica Francisco Mendes. Concebida por Francisco Mendes, de 36 anos, e por Jorge Pinto, de 33 anos, licenciado em Eletrotecnia pela Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda, uma escola politécnica da UA, a impressora 3D nasceu na bitBOX (http://www.bitbox.pt/), uma empresa criada pelos dois jovens inventores e alojada dentro da Incubadora de Empresas da academia de Aveiro. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Prémio Terre des Femmes
Prémio para o Algarve 6 Alexandra Cunha, investigadora do Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve e presidente da Liga para a Proteção da Natureza (LPN), ganhou o prémio Terre des Femmes, organizado pela Fundação Yves Rocher. O prémio destina-se a apoiar financeiramente ações exemplares desenvolvidas por mulheres que acrescentem valor para o ambien-
te, concebendo e implementando projetos específicos promotores da sustentabilidade. É organizado em 15 países, incluindo Portugal, homenageando as mulheres ecocidadãs na Europa. Até hoje, já recompensou cerca de 285 mulheres em todo o mundo. A candidatura apresentada por Alexandra Cunha teve por base o projeto Adote uma pradaria ma-
rinha, que pretende alertar para o estado vulnerável destes habitats marinhos e contribuir para melhorar o seu estado de conservação na costa portuguesa. Este projeto foi financiado pelo Oceanário de Lisboa e está a ser desenvolvido no CCMAR. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
FEVEREIRO 2012 /// 09
Joaquim Mourato, presidente do IPPortalegre
Politécnico é o motor da região 6 O Instituto Politécnico de Portalegre (IPP) foi pioneiro na certificação de qualidade dos seus serviços. Joaquim Mourato, presidente da instituição, explica a importância dessa certificação e sublinha o facto do IPP ser uma das principais alavancas para o desenvolvimento do Distrito. Em entrevista ao Ensino Magazine, aquele responsável lembra que na reorganização da oferta formativa no nosso país é perigoso compararem-se instituições e regiões com características totalmente diferentes.
haja alguns cursos que não vamos apresentar e o número de vagas também irá diminuir. Contudo, esta reflexão está a ser feita numa lógica de rede. Mas volto a frisar: o Ministério tem que dizer aquilo que quer, qual a direcção que devemos escolher, que ensino superior quer! De outra forma corremos o risco de cada instituição trabalhar num determinado caminho e correr o risco de chegar ao fim e ser confrontada com outra posição do Governo. O IPP é uma das principais instituições do distrito…
O Instituto Politécnico de Portalegre foi pioneiro na obtenção de certificações de qualidade dos seus serviços. Porque é que decidiram apostar nessa área? Este é um projecto que vem de 2006, tendo obtido a primeira certificação em 2008 (ISO9001) e a segunda em 2011 (norma 4669). Entendemos que as instituições do interior do país, sobretudo as de cariz politécnico, devem fazer o seu caminho de modo a que as pessoas não vejam o ensino politécnico como um ensino de segunda qualidade. O ensino politécnico é diferente do cariz universitário, pelo que procurámos inovar. E a questão da qualidade foi uma aposta nossa e uma bandeira para o instituto. A prova que estávamos certos nessa aposta, é a de que muitas outras instituições têm procurado certificar-se. Essa inovação de que fala, abrange também as ofertas formativas? Claro que sim. E nós fomos inovadores em várias áreas, como a enfermagem veterinária (na altura único em Portugal e rapidamente replicado por outras instituições de ensino, não havendo da parte da tutela o cuidado de limitar o aparecimento de mais cursos idênticos, o que levou à saturação do mercado), ou a equinicultura. Ou seja procuramos afirmarmo-nos em determinadas áreas. Estamos também a apostar na energia ligada à biomassa. Fomos também das primeiras instituições a fazêlo, mesmo ao nível do mestrado, e estamos a concretizar o projecto bio-energia, integrado no Parque de Ciência e Tecnologia do Alentejo. Esse será um dos projectos âncora para o desenvolvimento regional? É um projecto de quatro milhões e meio de euros. Temos a
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aprovação do plano estratégico e já em Março vamos avançar com o concurso público para a sua construção. Este projecto ocupará uma área superior a mil metros quadrados cobertos, anexado a uma incubadora de base tecnológica. Este será um projecto muito importante para toda a região. Queremos ser fortes na área da biomassa. Temos uma relação muito forte com a Galp Energia, com a qual estamos envolvidos no projecto de segunda geração para os biocombustíveis, avaliado em dois milhões e meio de euros. Um projecto onde a Galp pretende incorporar nos combustíveis, até 2020, pelo menos 10% de origem vegetal. Isso vai obrigar a uma grande produção de culturas energéticas. A produção está a ser feita no Brasil e em Moçambique, sendo que no país africano é um docente nosso (Gonçalo Barradas) o responsável pela produção. O nosso papel passa por liderar a fase do aproveitamento energético dessas culturas, o que será feito em colaboração com o Instituto Superior de Agronomia. Além disso, têm sido feitos vários estudos ao nível da biomassa… Temos uma central de biomassa que tem permitido realizar e investigar o aproveitamento energético de vários produtos, como o soro do queijo e as borras de café (com a Delta), por exemplo. Esta é uma área muito importante para toda a região. Estamos a estabele-
cer laços com instituições de ensino internacionais nesta área. O que acontece muitas vezes é que por vezes se inova e outras instituições seguem o mesmo caminho algum tempo depois… A bandeira da qualidade surge no sentido da diferenciação, de apostarmos em sectores que nos possam diferenciar. Acontece que a orientação do ensino superior em Portugal não tem sido favorável a esta estratégia, pois tem permitido tudo, autorizando a replicação de determinadas iniciativas e ofertas. Isso faz com que haja instituições que não tenham investido nada em determinadas áreas e no ano a seguir copiam. Como essas instituições estão onde há mais gente acabam por fixar nessas regiões as pessoas. É necessário, portanto, reajustar a oferta formativa no plano nacional? Há espaço para todos, mas é necessário um ordenamento por especializações. Neste momento a realidade do mapa do ensino superior em Portugal é o seguinte: no interior do país, de Bragança a Beja existe 10% do total do ensino superior português e no litoral estão os restantes 90%., sendo que em Lisboa, Porto e Coimbra estão 52%. Quando se fala em rede de ensino superior, surge a ideia que há ensino superior a mais e olha-se logo para o interior do país, havendo a tentação de reduzir nos 10%. Ora o
bom senso recomenda que para haver equilíbrio, onde se deve reduzir é no litoral. Portanto a rede de ensino superior que defendemos é a de um equilíbrio maior em todo o país. Em Portalegre as instituições de ensino superior mais próximas estão a cerca de 100 quilómetros. Em Lisboa, de cinco em cinco quilómetros, existe uma instituição! É claro que nós também devemos fazer o nosso caminho, e por isso também reactivámos a Politécnica (associação dos Politécnicos do Centro) para entre todos racionalizarmos os recursos, evitar replicação de oferta formativa, e nos especializarmos. Agora, em termos nacionais há um desequilíbrio de 90 para 10%. A tutela não se pode demarcar desta situação. Esta é uma questão política, dizendo que quer manter o ensino superior no interior. E isso faz-se controlando a oferta de vagas. Basta que no próximo ano lectivo o número de vagas não seja superior ao número de candidatos. No último ano houve oito mil vagas a mais! Isto fez com que as instituições do litoral acolhessem os jovens do litoral e muitos do interior do país. Se fizessem um equilíbrio de vagas todas as instituições são sustentáveis. O Politécnico de Portalegre poderia receber mais mil alunos sem receber mais dinheiro do Orçamento de Estado. Ao nível da oferta formativa, haverá novidades para o ano? Neste momento estamos a fazer uma auto-avaliação de todos os nossos cursos. É provável que
Essa foi uma das questões que nos fez avançar para o projecto de responsabilidade social. Entendemos o IPP como uma instituição que ultrapassa a missão de formar, investigar e prestar serviços. O Politécnico está na região menos populosa do país. No último ano concorreram apenas 394 estudantes, em todo o distrito, ao ensino superior. O nosso concelho tem 24 mil pessoas, e os que estão à sua volta têm cerca de três mil pessoas. Ou seja, estamos numa zona em que o problema mais grave é a falta de pessoas, pelo que o IPP chama a si a responsabilidade de participar e trabalhar em prol das pessoas e da região. Nós fazemos sessões de cinema e promovemos exposições. Temos o único centro de línguas da cidade e estamos associados a várias entidades, como o banco alimentar ou a Comunidade Intermunicipal. Ou seja, a nossa intervenção é muito ampla. Para além disso, uma em cada cinco pessoas da cidade faz parte da comunidade académica do instituto. Isto representa um impacto enorme em todos os aspectos e significa que o investimento efectuado no IPP tem retorno para a região. Ao nível da qualificação do corpo docente, qual é o objectivo do IPP? Nessa área disponibilizámos apoio a todos os docentes que quisessem apostar na formação avançada. Temos cerca de 1/3 dos nossos docentes a ser apoiados. Em 2009 tínhamos 13% de doutorados, hoje esse número ultrapassa os 27%, e no final de 2012 teremos mais de 30%. A nossa expectativa é a de que em 2014 tenhamos 50% do corpo docente doutorado e mais de 10% de professores especialistas. Esta era uma aposta fundamental e os resultados são muito positivos, pois os professores têm trabalhado muito bem. K
Contatos já começaram
Manchester quer centro de investigação em Idanha
6 A Manchester Metropolitan University poderá vir a abrir um Centro de Investigação em Idanha-a-Nova, o qual envolverá a Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico de Castelo Branco, a Câmara de Idanhaa-Nova e o Geopark Naturtejo. Segundo apurámos essa é uma hipótese que está a ser estudada pelos responsáveis ingleses, e surge após a visita que o diretor do Centro de Investigação Miriad da Manchester Metropolitan University John Hyatt, fez à região. A criação deste Centro surge na sequência do trabalho que o Centro de Investigação Miriad da Manchester Metropolitan University está a desenvolver no concelho de Idanha-a-Nova, tendo já visto aprovado o seu financiamento. Ana Rita Garcia, diretora da Escola Superior de Gestão, considera que “a possibilidade de integrar redes de investigação é fundamental. A ligação com a comunidade e o conhecimento de outras formas de abordagem científica do território enriquecem a praxis da nossa instituição e desenvolvem a região”. Jonh Hyatt considera positiva e benéfica a participação da Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico de Castelo Branco na investigação que a universidade inglesa está a realizar no concelho de Idanha-a-Nova. Um trabalho, já no terreno, que procura combater o despovoamento e a
Os responsáveis de Manchester e da ESG reuniram-se em Idanha-a-Nova desertificação de regiões euroO diretor daquele centro de peias com características às idên- investigação refere que a relação ticas de Idanha-a-Nova. que a Escola Superior de Gestão Aquele responsável falava ao tem com a Universidade de BaEnsino Magazine, em Idanha-a- rkeley, dos Estados Unidos, deve Velha, à margem da inauguração ser aproveitada. “Queremos ende uma exposição sua de pintu- volver neste estudo o contribura. “A Escola Superior de Gestão to de Barkeley. Mas queremos foi convidada a fazer parte de um ir mais longe e incluir no estugrupo de discussão para debater do o trabalho que a Câmara de as questões do despovoamento Idanha-a-Nova está a fazer com e da desertificação”, explica Jonh o Japão”. Hyatt. Já em outubro realiza-se um Jonh Hyatt explica que o traCongresso na escola, onde serão balho procura “apresentar um apresentados alguns resultados da modelo de desenvolvimento para investigação. Simultaneamente, no regiões desertificadas que apremesmo evento, serão expostos os senta todos os sistemas (como resultados do trabalho do Centro. o turismo, educação, agricultura,
cultura ou a sociedade) em conjunto”. O docente universitário diz que para além do meio académico, “importa envolver todas as pessoas, desde o agricultor ao comerciante”. O modelo está a ser criado a partir do Concelho de Idanhaa-Nova, onde aquele centro de investigação da Manchester Metropolitan University já constituiu equipas de trabalho coordenados por Cristina Rodrigues, uma portuguesa que integra aquela instituição. “Vamos apresentar um modelo final inclusivo de combate ao despovoamento e à desertificação do solo”, argumenta.
A presença da Manchester Metropolitan University no concelho de Idanha-a-Nova é vista como um começo por Jonh Hyatt. “Isto é apenas o início. Há um conjunto amplo de possibilidades para podermos continuar a trabalhar em conjunto”, sublinha. Durante os dias em que esteve em Idanha-a-Nova, Jonh Hyatt apresentou uma comunicação na Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico de Castelo Branco subordinada ao tema: “Este paraíso que nunca deixámos”. Jonh Hyatt explicou aos docentes da escola que o modelo que está a ser criado em Idanhaa-Nova contribuirá para o desenvolvimento para espaços de desertificação, nas regiões da Europa, um fenómeno que abrange países como Itália, Turquia, Portugal e Espanha. A equipa aspira intervir em áreas, como o turismo, a cultura, a educação, a agricultura; conjugando os vários sectores de actividade. Armindo Jacinto, vice-presidente da Câmara de Idanha-aNova, sublinhou a importância do estudo e da parceria com a Manchester Metropolitan University. “Estamos empenhados nesta colaboração, no sentido de caminharmos para um desenvolvimento sustentado”, disse. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Politécnicos do centro reunidos
Politécnica reavivada representa 50 mil alunos 6 A Politécnica - Associação dos Politécnicos do Centro acaba de ser reativada. Aquele organismo, criado em 2000, foi reativado e integra os politécnicos de Castelo Branco, Guarda, Viseu, Leiria, Coimbra, Santarém, Tomar e Portalegre. A Politécnica representa 50 mil alunos e quatro mil e 500 profissionais, sendo liderada, durante os próximos dois anos pelo presidente do Instituto Politécnico de Leiria, Nuno Mangas. Com a sede instalada em Castelo Branco, a Politécnica pretende promover a articulação de ciclos de
Os presidentes dos politécnicos do estudos conferentes de grau, bem como outros cursos de formação. A associação tem por objetivos
centro “fomentar, apoiar e realizar projetos conjuntos de investigação, de desenvolvimento e inovação (I&D+i),
bem como a criação de unidades de investigação comuns aos seus associados”.
A associação liderada por Nuno Mangas vai ainda impulsionar a promoção internacional conjunta dos seus associados e respetivos projetos, visando a captação de estudantes estrangeiros. Para Carlos Maia, presidente do IPCB, “a reativação da Politécnica é uma pretensão antiga que foi possível concretizar e constitui uma excelente oportunidade para implementar políticas que permitirão reforçar a cooperação entre as várias instituições”. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
FEVEREIRO 2012 /// 011
Semana das Engenharias em Castelo Branco
Quatro jornadas na EST 6 A Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco realiza de 28 de Fevereiro a 2 de Março, a Semana de Engenharia. Uma iniciativa que decorre pelo segundo ano consecutivo e que junta quatro jornadas referentes aos cursos de engenharias: Civil, Industrial, Electrotécnica e Telecomunicações, e Energias Renováveis. Carlos Maia, presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco, sublinhou a importância do evento, lembrando que as engenharias “são fundamentais para o país”. Aquele responsável alertou, na conferência de imprensa que serviu de apresentação ao evento, da preocupação das instituições de ensino superior portuguesas, sobre o facto das provas de ingresso aos cursos de licenciatura de engenharia poderem ser matemática e física, em simultâneo. “tendo em conta que as notas obtidas pelos alunos do ensino secundário nessas duas disciplinas não serem muito positivas, surge o receio que eles optem por outro tipo de formações que não são prioritárias para o país”, disse.
T Paulo Futre, ex-futebolista internacional português, que representou clubes como o Sporting, Futebol Clube do Porto, Atlético de Madrid, Benfica ou Milão, entre outros, vai estar presente no próximo dia 18 de Abril, na Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco. Paulo Futre irá falar de motivação, criatividade e empreendedorismo, a partir das 16 horas, na EST. K
Carlos Maia, que esteve acompanhado pelos responsáveis das jornadas (José Carlos Mocito, Marcelo Calvett, Paulo Torres e Luís Neto), bem como pelo director da EST, referiu que “é importante desmistificar junto da comunidade e, em especial dos jovens, a questão das engenharias”. É nesse sentido que a Semana das Engenharias surge como um espaço aberto a toda a comunidade, onde em cada um dos dias são apresentados
projectos desenvolvidos nas escolas, depoimentos de antigos alunos (alguns dos quais a ocupar posições de destaque em empresas e até mesmo autarquias), e prelecções de especialistas nacionais e internacionais nas diferentes engenharias representadas na Semana. Carlos Maia destaca precisamente “a preocupação que a Escola teve em trazer até à Semana antigos alunos da instituição. Os diplomados pela
Carlos Maia crítica atrasos do Governo
Esart é para construir 6 O presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco não compreende o atraso na autorização para a construção das novas instalações da Escola Superior de Artes Aplicadas, no Campus da Talagueira. Carlos Maia explica que a obra, avaliada em cinco milhões de euros, tem as “componentes comunitária componente nacional garantidas, tendo esta última sido assegurada pela Câmara de Castelo Branco. Além disso, mesmo depois da autarquia se ter disponibilizado, o financiamento nacional relativo ao antigo Piddac, foi inscrito no nosso orçamento com 600 mil euros para 2012 e 900 mil para 2013”. O presidente do IPCB diz que “começa a ser incompreensível como é que, estando os financiamentos garantidos (a contrapartida nacional pela Câmara e a internacional pela POVT) ainda não tenhamos luz verde para o início da obra”. Carlos Maia adianta que “o Politécnico fez o 012 /// FEVEREIRO 2012
Paulo futre faz colóquio na ESTCB
seu trabalho de casa. Ajustámos o projecto como nos foi solicitado e não percebo porque é que a obra não é autorizada!”. Aquele responsável revela que da parte do Ministério da Educação apontam “problemas técnicos para a não autorização. Mas até ao momento ninguém me explicou que problemas são esses. Pediram-nos para fazer algumas alterações, as quais foram feitas em tempo recorde e agora perguntam-nos como é que vamos funcionar com essas alterações!”. Carlos Maia recorda que o Secretário de Estado do Ensino Superior já reconheceu “a importância da obra. O Ministério sabe que no Campus onde a escola vai ser construída há mais duas unidades (Tecnologia e Saúde), pelo que algumas das lacunas que possam surgir inicialmente, podem ser colmatadas nessas duas escolas. Por isso, é incompreensível esta situação”. O presidente do IPCB expli-
ca que as verbas para a construção da escola só serão canalizadas para o Politécnico para a construção da escola e não poderão ser gastas noutra qualquer rubrica. “Estamos a falar de investimento e esse dinheiro só virá para o IPCB se for para a construção da escola. O financiamento da obra é apenas para esse fim e nada mais”. Por outras palavras, se se optasse pela sua não construção, essas verbas não seriam investidas no IPCB e na cidade. Carlos Maia recorda que este é um processo que já se arrasta há muito tempo. “A construção da escola será uma obra emblemática para a cidade e para a região. O novo bloco pedagógico vai garantir melhores condições de ensino e mais prestação de serviços à comunidade a uma escola que apesar da sua idade tem um grande prestígio a nível nacional e internacional e que tem ganho diversos prémios não só em Portugal como no estrangeiro”. K
EST continuam a ter uma elevada taxa de procura pelo tecido empresarial e muitos deles ocupam cargos importantes em empresas de referência”. José Carlos Metrolho, director da EST, reforçou as palavras de Carlos Maia, lembrando que “ao longo dessa semana a escola estará aberta à comunidade, não só da região, mas também do de todo o país”. O programa completo das jornadas pode ser consultado no site da EST, em http://www.ipcb.pt/EST/. K
pós-graduação
Ventilação mecânica na Superior de Saúde 6 A Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias iniciou, no passado dia 27 de Janeiro, a primeira Pós Graduação em Ventilação Mecânica Não Invasiva (VMNI). De acordo com a escola, “o curso representa uma aposta na formação especializada de profissionais de saúde numa área de elevada empregabilidade e procura”. A direcção da pós graduação adianta que “a pós-graduação é a única a nível nacional, constituindo uma área de oportunidade para os profissionais e, a médio prazo, com reflexos na qualidade dos serviços de saúde prestados aos doentes”. A formação destina-se sobretudo a profissionais de saúde das áreas da Cardiopneumologia, Enfermagem, Fisioterapia, Medicina e Neurofisiologia. Com este curso, a escola pretende criar um espaço de
formação que permita aos formandos adquirir um conjunto de conhecimentos científicos, teóricos e práticos sólidos, deixando-os competentes para esta área de intervenção. Os formadores serão profissionais de referência nacional e internacional, altamente especializados, das diferentes equipas que existem em Coimbra, Porto e Lisboa. K
Ideias de negócio dos estudantes do IP
Politécnico de Leiria ganha prémios
6 O Instituto Politécnico de Leiria viu premiadas três das seis ideias de negócios apresentadas pelos seus estudantes no “Arrisca C” de 2011, um concurso que visa estimular o desenvolvimento de conceitos de negócio em torno dos quais se perspetive a criação de novas empresas. As ideias de Sílvia Duarte e Ana Isabel Magalhães, da Escola Superior de Artes e Design, e Maria de Fátima Gonçalves dos Santos, da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, foram as premiadas entre 16 projetos vencedores e 134 candidaturas apresentadas a nível nacional. Nuno Mangas, presidente do Instituto Politécnico de Leiria, salienta a originalidade e empreendorismo dos estudantes que participaram no “Arrisca C” referindo que “além dos três projetos vencedores contámos ainda com a participação de mais três ideias, não premiadas, mas também elas de grande qualidade, apresentados por estudantes da Escola Superior de Tecnologia e Gestão e da ESAD”. O presidente do Politécncio afirma ainda que “este concurso é apenas um exemplo da enorme capacidade inovadora e dinâmica dos nossos estudantes, que não
se limitam às atividades desenvolvidas em aula, e lutam por alargar os seus horizontes com diversas perspetivas de futuro”, concluindo que “é este o nosso sucesso, não apenas formar os estudantes, mas vê-los vencer no mercado de trabalho”. O Arrisca C, uma parceria entre a Universidade de Coimbra e da Câmara Municipal de Coimbra, no âmbito do programa Inov C, contempla duas tipologias de proje-
to, em duas categorias distintas, o Concurso de Ideias de Negócio, destinado a ideias de negócio ainda em fase de conceção, sem planos de negócio desenvolvidos, e o Concurso de Planos de Negócio, onde concorrem projetos inovadores, com planos de negócio desenvolvidos para a constituição de uma empresa que explore comercialmente o projeto. O projeto Ervilha, uma ideia desenvolvida por Sílvia Duarte,
estudante da ESAD, pretende aproximar designers, empresas, clientes e mercado, através da criação de propostas de valor e oportunidades de negócio para empresas com dificuldade em integrar o fator inovação nos seus produtos. Este projeto foi distinguido com o prémio OBITEC, no valor de 720 euros, traduzido num ano de incubação virtual, a desenvolver no Parque Tecnológico de Óbidos.
O projeto apresentado por Ana Isabel Magalhães, também estudante da ESAD, denominado “Oshka”, foi distinguida pelo prémio da Associação Empresarial da Região de Leiria, com a atribuição de um curso de formação avançada nas áreas de gestão e liderança, no valor de 750 euros. O Oshka tem como objetivo a criação de peças de vestuário únicas, práticas e com um design exclusivo, manufaturadas e com produção limitada. A elevada qualidade das peças produzidas conferelhes um caráter único, tal como um artigo de coleção. Já Maria de Fátima Gonçalves, da ESTM, com o projeto marAlgae, apostou no desenvolvimento do mercado da produção e venda de biopolímeros extraídos a partir da alga Asparagosis Armata, que existe ao longo da costa portuguesa, e que são amplamente utilizados nas áreas alimentar, microbiológica e farmacológica. A autora deste projeto recebeu o prémio IPJ / Finicia Jovem, um voucher em horas de consultoria para o reforço das competências na promoção do projeto, no valor de 1500 euros. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Consórcio pioneiro em Portugal apresentado
ErasmusCentro já funciona
6 O Consórcio ErasmusCentro, um projeto pioneiro, único em Portugal, foi oficialmente apresentado a 31 de Janeiro, sob o mote “uma rede de oportunidades” para estudantes e empresas, que tem como principal missão fortalecer e aprofundar a ligação entre o ensino superior politécnico e o mercado de trabalho afirmando-se, pela sua dimensão, a uma escala europeia. O consórcio reúne os institutos politécnicos de Coimbra, Castelo Branco, Guarda, Leiria, Viseu, Santarém e Portalegre, as câmaras municipais, associações empresariais, empresas e outras entidades relevantes da zona de influência do Consórcio, com a parceria estratégica do Conselho Empresarial do Centro. Na cerimónia realizada a 31 de Janeiro, José Manuel da Silva Couto, presidente do CEC/CCIC, realçou as características inovadoras do projeto e realçou que “assim se prova que é possível a cooperação entre instituições de ensino superior e as
empresas de forma profícua e muito prática, com resultados claros em termos de mais-valias para os estudantes e da sua futura empregabilidade”. João Paulo Barbosa de Melo, presidente da Câmara de Coimbra, em representação dos autarcas dos concelhos abrangidos pelo Consórcio, realçou a capacidade de cooperação entre instituições, algumas delas “concorrentes” que, ainda que competindo no mercado,
mantêm o foco nos seus objetivos comuns, com a noção de que “só os atingirão se unirem esforços e unirem sinergias”. Nuno Mangas, presidente da Associação Politécnica salientou que “esta capacidade de envolver o tecido económico e social, esta aptidão para congregar esforços de todas as entidades que contribuem ativamente para o desenvolvimento do País, faz parte do ADN do ensino superior politéc-
nico, e é uma das suas grandes conquistas, sendo igualmente uma poderosa ferramenta de intervenção económica e social”. E concluiu: “O ErasmusCentro representa, por outro lado, a consubstanciação de uma qualidade que, nos tempos que correm, é de uma utilidade extrema: a capacidade de aproveitar sinergias e cooperar intensivamente para mais rápida e eficazmente se atingirem objetivos comuns”.
João Filipe Queiró, secretário de Estado do Ensino Superior, apadrinhou a cerimónia de apresentação do Consórcio, e saudou a iniciativa como uma evidência do que de melhor se pode fazer em Portugal no que respeita à ligação entre empresas e instituições de ensino superior. Já Maria João Cardoso, coordenadora do ErasmusCentro explicou que “a característica mais importante deste Consórcio é a capacidade aglutinadora de vontades e esforços, que espelha, sem qualquer dúvida, o dinamismo da Região Centro”. O Consórcio representa cinco politécnicos, mais de 34 mil estudantes, 16 associações empresariais, 41 empresas, cinco câmaras municipais, seis associações da sociedade civil e, através da parceria com o CEC/CCIC, 41 estruturas associativas empresariais que abrangem mais de 40 mil empresas. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
FEVEREIRO 2012 /// 013
IPG
Guarda debate saúde
6 O Instituto Politécnico da Guarda realiza, no próximo dia 27 de Abril as V Jornadas Nacionais sobre Tecnologia e Saúde. “Desenvolvimento e validação clínica de um dispositivo vibratório inteligente de uso ambulatório na reabilitação de doentes com AVC”, “Adaptação de Cor de conteúdos Web para Daltónicos”, “Resistência à implementação de projetos tecnológicos na área da saúde”, “Rastreio do cancro de Pele com Smartphone”, “e-Saúde: Apenas uma conjugação entre Tecnologia & Saúde?! O caso das pessoas mais idosas” e “Impacto das Tecnologias de Apoio em pessoas com AR” são alguns dos temas a apresentar no decorrer destas Jornadas. À semelhança das edições anteriores, o IPG pretende divulgar os mais recentes projetos na área da tecnologia aplicada à saúde e aprofundar o diálogo entre investigadores e profissionais/estruturas de saúde (médicos, enfermeiros, técnicos, profissionais e estudantes das
às 18.00h, no auditório dos Serviços Centrais do IPG. As preleções serão realizadas por vários especialistas na área como: Prof. Doutor José António Silva (FADEUP), Prof. Doutor Paulo Sá (ISMAI) e Prof. Doutor Pedro Sequeira (ESDRM/UIIPS), entre outros, abordando temáticas e tendências atuais, no âmbito do tema do seminário. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Politécnico de Beja confirma
Projecto Myfarm.com áreas da saúde e da tecnologia). Incrementar a interação entre ensino superior e as empresas vocacionadas para as áreas subjacentes a este evento é outro dos objetivos das Jornadas. Os interessados em partici-
par podem registar-se “on line” ou obter a ficha de inscrição em: http://www.ipg.pt/tecnologia-saude2011/. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Simão recebe prémio
014 /// FEVEREIRO 2012
Andebol em seminário 6 O Gabinete de Formação Cultura e Desporto e a Unidade Técnico Cientifica de Desporto e Expressões da Escola Superior de Educação Comunicação e Desporto do Instituto Politécnico da Guarda , em parceria com a Federação de Andebol de Portugal, o Instituto Politécnico de Santarém e a Associação de Andebol da Guarda, estão a promover um seminário de Andebol “Formação, Especialização e Rendimento no andebol”, que se realizará no próximo dia 19 de Março de 2012, das 9.00h
Medalha Contemporânea de Sintra-Dorita Castel-Branco
6 O docente do IPCB/Escola Superior de Artes Aplicadas José Simão Gomes acaba de receber uma Menção Honrosa na VI edição do Prémio de Medalha Contemporânea de Sintra- Dorita Castel-Branco, com as medalhas “Traço e Sombra” e “Contentor”. A cerimónia de entrega dos prémios decorreu no dia 28 de janeiro na Casa da Cultura de Mira Sintra, com a presença do presidente da autarquia Fernando Seara e a exposição estará patente até ao dia 26 de Fevereiro naquele local. O trabalho do escultor e docente do IPCB/ESART já tinha sido apresentado na Exposição do grupo Anverso Reverso realizada na INCM-Instituto Nacional Casa da Moeda e, também, selecionado para a exposição mundial de medalhística realizada no Museum Tampere Art, na Finlândia, em 2010. A medalha “O Traço e a Sombra” é explicada pelo seu autor como “o desenho do próprio destino”. Trata-se de uma medalha em chapa oxidada, com uma cercadura que envolve as faces fixando-lhe os limites. No anverso, o escultor adicionou-lhe um fragmento de um perfil em L, “ forma elegante e dinâmica”, que
Guarda
6 O Instituto Politécnico de Beja já tem em funcionamento o novo sítio Internet do projecto MyFarm. com (http://myfarm.com.pt/), que visa possibilitar a pessoas residentes em meios urbanos, a hipótese de terem uma horta real, com os seus legumes, sendo a mesma gerida unicamente através da Internet. Os clientes definem, de acordo com os aconselhamentos técnicos que lhes fornecemos, os modos de produção, e nós efectuamos todo o trabalho prático na horta. Quando os legumes estiverem prontos para
serem consumidos, serão entregues directamente na sua residência. O cliente terá ainda a possibilidade de, através da sua conta no site, aceder (única e exclusivamente) à visualização, em tempo real, da sua parcela (7 X 7 metros), que será filmada 24 horas por dia. O projecto irá funcionar em 20 parcelas localizadas no Centro Horto-frutícola do Instituto Politécnico de Beja . As inscrições estão abertas. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Agrária de Viseu
Projecto Cardop avança emerge do plano configurando novos espaços. Já sobre o reverso, “uma luz incide e a sombra da pirâmide projeta-se sobre o plano, e, na superfície, uma outra “sombra” irmã é desenhada, arrancando a ferrugem até chegar à flor do ferro, como alguém que desenha o seu próprio destino”. Medalhista conceituado a nível nacional e internacional, José Simão entende “a medalha como laboratório topológico, e consequentemente semântico, lugar para exploração de morfologias nos materiais”. Nesse sentido,
os trabalhos agora apresentados pelo escultor enquadram-se num conjunto de medalhas construídas a partir de perfis e peças resultantes de processos industriais, em aço e chapa de ferro, cuja temática relaciona “com valores do desenho e da organização espacial. Com eles pretendo investigar as propriedades dos materiais identificando valores plásticos a utilizar na composição”, refere o docente do IPCB/ ESART. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
6 A Escola Superior Agrária de Viseu- acaba de apresentar o projeto CARDOP, em consórcio com o Centro de Neurociências da Universidade de Coimbra e a Universidade Católica-Centro Regional, considerados centros de investigação de referência nos estudos científicos do Cardo (Cynara cardunculus L.), utilizado na produção do queijo DOP “Serra da Estrela”. Este projeto, intitulado Cardop, fruto de uma simbiose entre a planta cardo e a designação DOP, visa contribuir para a valorização de um ícone do mundo rural, o queijo Serra da Estrela, através de uma das suas matérias-primas, a flor do cardo que contém um coagulan-
te vegetal imprescindível para a produção do Queijo DOP Serra da Estrela. Os próximos passos deste projeto serão a inauguração, no final de março, do Campo de Demonstração de Recursos Genéticos do Cardo localizado na ESAV, com um total de 1000 plantas e mais de 30 proveniências diferentes de cardo, criado pelos alunos dos cursos de Engenharia Agronómica e Ecologia e Paisagismo e com o apoio dos colaboradores dos serviços agrários da escola e a apresentação deste projeto a nível mundial no «VIII International Symposium on Artichoke, Cardoon and their wild relatives» a realizar em Viterbo, Itália de 10 a 13 de abril de 2012. K
Agrária de Viseu
Direção toma posse 6 Paula Maria dos Reis Correia, professora Adjunta da Escola Superior Agrária de Viseu (ESAV), tomou posse como presidente da instituição no final de Janeiro, referindo-se ao momento difícil em que toma posse do cargo, face à “redução do financiamento, do número de alunos e à competição existente a nível nacional”. Porém, deixou bem expressa a vontade de enfrentar a situação sem esmorecimentos e frisou que este é “o momento certo para entrarmos no caminho certo”. O Presidente do Politécnico, Fernando Sebastião, por seu lado, fez sentir que vivemos, de facto, um período difícil, onde não há lugar para grandes investimentos, mas assegurou que a situação da instituição, embora “sem folgas”, está “controlada em termos financeiros”. Exortando a que “o espírito de corpo seja uma realidade”, acrescentou que a Escola Superior Agrária de Viseu “tem um papel fundamental no desenvolvimento agrícola da região”, setor que urge fortalecer e que terá de ganhar uma maior vitalidade no contexto nacional. Publicidade
Após ter dado posse à nova presidente, o presidente do Politécnico de Viseu empossou ainda os novos vice-Presidentes da Escola Superior Agrária de Viseu, Helena Maria de Paiva Martins Esteves Correia e António Manuel Cardoso Monteiro, ambos professores adjuntos. K Ester Araújo _ Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Melhores alunos do Politécnico
Viseu distingue mérito 6 O Instituto Politécnico de Viseu distinguiu este mês os seus melhores alunos através da atribuição de bolsas de mérito. A cerimónia foi realizada nos Serviços Centrais do Instituto a 1 de fevereiro, foi presidida por Paula Carvalho, vice-Presidente da instituição e contou com a presença de todos os alunos contemplados com a bolsa, acompanhados pelos seus familiares. Paula Carvalho deu ênfase ao “privilégio que a instituição tem na celebração desta cerimónia que distingue os melhores alunos do Instituto Politécnico de Viseu do ano letivo 2010/2011”, reconhecendo “publicamente os melhores alunos do IPV e o seu trabalho de excelência”. A Bolsa, no valor unitário de 2.375 euros, é atribuída pelo Ministério da Educação e da Ciência aos melhores alunos de cada ano letivo. Do processo de seleção dos candidatos foram contemplados com bolsa por mérito pelo seu
trabalho de excelência treze alunos do IPV: Ana Rita Ferreira da Cunha (Educação Básica, ESE), Carlos Manuel Alves dos Santos Silveira (Mestrado em Sistemas e Tecnologias de Informação para as Organizações, ESTG), Cláudia Martins Lage (Educação Ambiental, ESE), Ermelinda dos Prazeres Reis Osório (Gestão Turística, Cultural e Patrimonial, ESTGL), Fernando António Figueiredo Silva (Turismo, ESTG), Jorge Rafael Pereira Gomes (Mestrado em Sistemas e Tecnologias de Informação para as Organizações, ESTGV), Luís Carlos Lopes Soares (Mestrado em Sistemas e Tecnologias de Informação para
as Organizações, ESTGV), Luís Miguel Carolino Mineiro (Engenharia Informática – ESTGV), Roberto Manuel Melo Carvalho (Informação Turística, ESTGL), Sandrina Fernandes de Carvalho (Marketing – ESTGV), Tadeu Ferreira de Sousa Celestino (Mestrado em Desporto e Atividade Física, ESEV), Sílvia de Fátima da Costa Fernandes (Enfermagem, ESS) e Vítor Manuel dos Santos Figueiredo (Mestrado em Sistemas e Tecnologias de Informação para as Organizações, ESTGV). K Joaquim Amaral _ Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
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FEVEREIRO 2012 /// 015
Com a Universidade de Cabo Verde
Beja assina protocolo 6 O Instituto Politécnico de Beja acaba de assinar um protocolo com a Universidade de Cabo Verde, que tem como objectivo de desenvolver formas de colaboração interativa com vista ao alcance da excelência das atividades de ensino, investigação e extensão. O vetor da cooperação constitui igualmente uma preocupação permanente do Instituto Politécnico de Beja, valorizando não só as relações estabelecidas com parceiros da União Europeia como também fomentando e densificando a relação com países da língua portuguesa; O referido Protocolo, terá a duração de dois anos, e tem o objeto de definir matérias de interesse comum, estabelecendo as bases gerais de desenvolvimento entre a Universidade de Cabo Verde e o Instituto Politécnico de Beja, designadamente no domínio técnico-científico, pedagógico e outros que se venham a considerar pertinentes. A cooperação entre estas duas entidades revestirá as modalidades que forem consideradas mais
Mobilidade Internacional
Beja abre candidaturas adequadas para o desenvolvimento de parcerias nos domínios previstos, designadamente para a concretização de ações que visem investigação conjunta e transferência de tecnologia, organização de conferências, programas de formação e intercâmbios de estudantes, professores, investigadores, pessoal técnico e dirigente. Publicidade
na est de Castelo Branco
Feira do emprego 6 A Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco realiza, de 22 a 24 de Maio, a segunda edição da Feira de Emprego@ESTCB. O evento pretende aproximar os alunos finalistas da escola aos empregadores nas áreas de engenharia e tecnologia e mostrar o trabalho desenvolvido nesta Escola. Além de apresentação de empregadores, esta Feira de Emprego vai incluir no seu programa sessões destinadas a aju-
dar os alunos finalistas a preparar os seus curriculum vitae e as entrevistas de emprego. Apesar da elevadíssima taxa de empregabilidade dos alunos da ESTCB, fruto do reconhecimento da qualidade de ensino, áreas ministradas e ensino prático dos cursos, a direcção da escola assegura que “continuará a organizar iniciativas que potenciem o ingresso célere dos seus diplomados no mercado de trabalho”. K
016 /// FEVEREIRO 2012
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No âmbito do presente protocolo estão incluídos programas de estudo conjuntos ou de mobilidade estudantil, os protocolos adicionais mencionados no artigo 3º deverão contemplar os programas de estudo e prever um sistema académico de reconhecimento mútuo e validação, aprovado pelas autoridades académicas de ambas as instituições. K
6 Decorre entre 1 de Fevereiro e 30 de Março a primeira fase de candidaturas à mobilidade internacional a realizar em 2012/2013 ao abrigo dos programas Erasmus, Bartolomeu de Gusmão (Brasil) e Macau. O procedimento é feito online na página do Gabinete de Mobilidade e Cooperação, no site do IPBeja em www.ipbeja.pt. Os candidatos serão seleccionados e seriados para atribuição de bolsas segundo os critérios publicados no mesmo sítio. Os estudantes que agora se candidatem podem realizar um período de mobilidade durante
o próximo ano lectivo numa das inúmeras instituições parceiras do Politécnico de Beja, na Europa, no Brasil e em Macau. Uma oportunidade única para os estudantes do ensino superior que podem, assim, usufruir de uma experiência internacional através da realização de estudos ou estágio em instituições internacionais. A duração da mobilidade é de um semestre e podem candidatarse todos os estudantes que estejam inscritos, pelo menos, no segundo ano de uma licenciatura ou mestrado do Politécnico de Beja. K
Investigação
E do sorgo se faz combustível! 6 A região tem condições favoráveis para a produção de sorgo sacarino como matéria prima para a criação de biocombustíveis. Esta é uma das conclusões da tese de doutoramento de José Tomás Monteiro. Os resultados finais da investigação surgem numa altura em que a construção de uma unidade agro-industrial de transformação de Sorgo Sacarino e Cereal em álcool e de transformação de biomassa para co-geração, em Idanha-a-Nova, é dada como certa já este ano. José Monteiro, que defendeu a tese na Universidade de Praga, na República Checa, revela que a sua produção e posterior transformação para biocombustíveis, essencialmente bioetanol, aponta para valores muito competitivos. Em nota enviada à imprensa pelo Instituto Politécnico de Castelo Branco, o docente da Escola Superior Agrária (ESACB) adianta que “a cultura poderá ser ainda melhor rentabilizada se ao álcool etílico for acrescentada a produção de biogás, de electricidade e calor - em regime de cogeração - a partir dos seus subprodutos”. Para desenvolver a investigação foram efectuados ensaios de campo da cultura do sorgo sacarino, instalados na ESACB, Quin-
ta da Srª. de Mércules (Castelo Branco), no Ladoeiro (Idanha-a-Nova) e em Perais (Vila Velha de Ródão). Na sua investigação, José Tomás Monteiro, fez também uma avaliação do comportamento agronómico da cultura, tendo em conta a densidade de sementeira, as variedades utilizadas e sua influência sobre a produção e as qualidades industrialmente relevantes da biomassa assim obtida. Paralelamente foi
Castelo Branco
avaliado o potencial de produção de álcool etílico por fermentação directa do sumo dos caules das plantas. José Tomás Monteiro estudou também a viabilidade de concentração deste sumo, com produção de melaço (ou “xarope”), doce e estável, facilmente armazenável, para posterior utilização no processo de fermentação e produção de etanol, aspecto muito relevante para a
industrialização deste tipo de matériasprimas doces. Outro dado importante que resulta do estudo é a qualidade da biomassa remanescente do processo de extracção do sumo (“bagaço”) e a possibilidade de a conservar sob a forma de silagem, a utilizar na alimentação animal ou mesmo na produção de outras fontes de energia, como o biogás. Além disso, aquele subproduto poderá ainda ser valorizado no abastecimento de unidades de co-geração de calor e electricidade “verde”. Os resultados apurados constituem uma mais valia para possíveis investidores. A empresa AADITYA, por exemplo, pretende construir uma unidade agro-industrial de transformação de sorgo sacarino e cereal em álcool e de transformação de biomassa para co-geração, num investimento que poderá ultrapassar os 30 milhões de euros (dividido por três anos). À frente desse investimento está o empresário indiano Dilipcumar Dulobdas, responsável pela empresa AADITYA, a qual irá levar a cabo o projecto. “A obra vai iniciar-se durante o primeiro semestre de 2012 e deverá ficar concluída 15 meses depois”, disse aquele responsável. K
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Esart junta os melhores
6 A Escola Superior de Artes Aplicadas (ESART) do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) promove entre 27 de fevereiro e 1 de março o Fórum ESART 2012. A iniciativa congrega todas as áreas de formação daquela escola, servindo de montra do trabalho desenvolvido pelos alunos, que assim contactam com profissionais do meio empresarial. Como é habitual, durante a realização do evento os estudantes e o público em geral podem assistir às palestras, ateliês, exposições e iniciativas transversais aos quatro cursos da instituição, este ano repartidas pelas instalações da ESART, Escola Superior de Educação (ESE), Escola Superior Agrária (ESA), Cibercentro e Cine-Teatro Avenida (CTA). Depois da sessão de abertura, a manhã do primeiro dia será dedicada às conferências gerais, com Eduardo Côrte-Real, do Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing, o designer José Brandão, da B2Design, e o cenógrafo José Manuel Castanheira, da Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa, a concentrarem-se no ofício do design em Portugal. À tarde, nas conferências temáticas, Sara Pereira, diretora do Museu do Fado, falará sobre o estilo musical classificado pela Unesco, enquanto que José Pedro Sousa, da produtora Ministério dos Filmes, e Dora Santos Silva, do blogue Culturascópio, procurarão explicar o que significa ser criativo na era das indústrias culturais. Já Fernando Ribeiro, da Lectra, trará exemplos de modelagem de vestuário assistida por computador e prototipagem virtual em 3D. Por fim, Luís Lança fará uma viagem pela prática profissional do design de interiores.
Durante três dias, profissionais da música, moda, design e multimédia como o pianista Francisco Sassetti, Rui Madruga (RTP), Fernando Novais (Modatex), Carla Lobo (ESAD-IPL), Pedro Pereira (Larus), Isabel Teixeira (CFPIC) ou Carlos Semedo (Cultura Vibra) irão trabalhar com os alunos de Música, Design de Comunicação e Produção Audiovisual, Design de Moda e Têxtil e Design de Interiores e Equipamento da escola de artes do IPCB. Quanto às intervenções públicas, destacam-se as mostras de ilustração de moda e design de interiores e equipamento, com trabalhos dos alunos a expor, respetivamente, na biblioteca da ESA e no cibercentro. Na música, à mostra de instrumentos e ao concerto de guitarra portuguesa, numa homenagem a Amália Rodrigues que conta com a participação do guitarrista Joel Pina, juntam-se os concertos de música de câmara, na ESE, e de música eletrónica. No vídeo, estão contempladas a mostra da curta-metragem de Rui Madruga e a retrospetiva ESART Show, ambas no auditório do Cine-Teatro Avenida. Previsto está ainda o lançamento do projeto Fazer+ e a apresentação da revista DeForma, publicação ibérica especializada em arte, design e comunicação. Recorde-se que a organização do Fórum ESART 2012 envolve professores, funcionários e estudantes de todas as licenciaturas da instituição, desde a concepção dos suportes gráficos à realização dos produtos audiovisuais. K Jorge Costa _ Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
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De 14 a 17 de Março com o apoio do Ensino Magazine
Futurália, uma feira para todos 6 Com o mote “Uma feira para todos”, a Futurália abre portas no Parque das Nações, em Lisboa, de 14 a 17 de Março, numa organização da Feira Internacional de Lisboa, com o Ensino Magazine como Media Partner. O certame visitado por milhares de pessoas apresenta cerca de 370 expositores, directos e indirectos, inscritos que realizarão diversos Seminários, Workshops, Conferências e acções de entretenimento. O evento constitui também a maior mostra de Entidades Estrangeiras, em Portugal. Segundo a organização, a Futurália é a plataforma ideal para conhecer universidades estrangeiras, entidades com programas internacionais de intercâmbio e estágio, institutos de línguas e embaixadas. Marcam presença nesta edição países como Espanha, Reino Unido, França, Itália, Alemanha, Suíça, Dinamarca, RepúblicaCheca, Holanda, Canadá, Estados Unidos, México, Austrália, Nova Zelândia ou China. A Futurália apresenta também espaços distintos, tendo em conta cada um dos targets a alcançar. Assim surge uma zona dedicada aos jovens, onde são apresentadas ofertas de Ensino Secundário, Cursos Publicidade
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de Formação Profissional e Tecnológica, Ensino Superior em Portugal e no Estrangeiro, Cursos de Línguas, ou Programas Internacionais de Intercâmbio e Estágio. “O objectivo passa por apresentar aos jovens opções de futuro de modo a que as suas escolhas os tornem capazes de vencer no mercado de trabalho”, diz a organização. A Futurália apresenta ainda uma área de Juventude dinâmica e interactiva. Essa
zona inclui espaço marcas com produtos/ marcas preferidos dos jovens, Lan party, Simuladores de voo em avião e helicóptero, Simulador F1, Simulador de capotamento, Pista de carros, Escalada, Slide, Passatempos no FB da Futurália com oferta de vários prémios e, nas noites de 16 e 17 de Março, o festU - Festival Nacional do Estudante. Para os activos, a Futurália aposta na Requalificação. Surgem então espaços
com “oportunidades profissionais dentro e fora de Portugal; com especialistas de Inserção Profissional; Cursos de Formação Avançada e Cursos de curta-duração. Esta é uma porta aberta para promover uma maior competitividade e empregabilidade - factores-chave para o sucesso”, revela a direcção do evento. Finalmente haverá espaços e actividades dedicadas ao pais. Será promovido o 1º Evento para Pais na Futurália, a realizar-se a 17 de Março, o qual tem já várias entidades de Ensino Superior e Formação Profissional inscritas prontas a dar informações para que os Pais sejam uma ajuda importante nas decisões de futuro dos Jovens. Entre as instituições inscritas encontram-se a Universidade Católica Portuguesa, Universidade Autónoma de Lisboa, Universidade Portucalense Infante D. Henrique, Instituto de Formação Bancária, Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa, Escola Profissional Alda Brandão de Vasconcelos, entre muitas outras. Os Pais que se inscreverem no evento através do site www.futuralia.fil.pt têm entrada gratuita na Futurália. K
Ensino Magazine na Qualific@
Protocolo assinado
Portalegre com Exército 6 O Instituto Politécnico de Portalegre e o Exército Português acabam de assinar um protocolo de intercâmbio para a realização de estágios, acções de formação, seminários, workshops e assessoria técnica no âmbito da equitação, da enfermagem veterinária, da gestão agro-florestal e do estudo da biodiversidade. O protocolo vem permitir uma estreita colaboração e consequente aplicação prática e directa em algumas das licenciaturas, nomeadamente na licenciatura em Equinicultura, a única no Ensino Superior Público Português -, uma vez que o Centro Militar de Educação Física e Desportos (CMEFD) é uma escola de formação de formadores de equitação de excelência, sendo o centro de formação de equitação com a maior classificação da Rede de Centros do país (o único classificado com cinco estrelas). Reveste-se de igualmente de grande valor para outras licencia-
turas como a de Agronomia e Espaços Verdes, na medida em que o CMEFD compreende uma Tapada Militar com 365 hectares com uma imensa diversidade de espécies vegetais e animais, cuja reflorestação está em curso de acordo com um Plano de Gestão Florestal, ferramenta essencial para o ordenamento e gestão florestal da tapada. O Hospital de Equinos, unidade hospitalar integrada no CMEFD é um órgão de cuidados de saúde de referência em Portugal, que tem a seu cargo a responsabilidade sanitária sobre um elevado número de equinos do Exército, o que se traduz numa constante e elevada taxa de acções médicoveterinárias, das quais poderão os alunos da licenciatura em Enfermagem Veterinária vir a beneficiar muito. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Periodontologia
Pós-graduação no Isave 6 O Isave vai iniciar uma pós-graduação em Periodontologia, que será a primeira criada na área por higienistas orais e para higienistas orais. Com um corpo docente reconhecido, com sete unidades curriculares que vão desde a Microbiologia Clínica Aplicada à Radiologia em Periodontologia, passando pelas Patologias Sistémicas e Saúde Oral, a pósgradução quer dar ferramentas aos licenciados em Higiene Oral, tornando-os mais competentes e competitivos ao nível do mercado de trabalho atual e consolidar o Isave como referência neste campo. As inscrições decorrem até 24 de fevereiro. Pretende-se com a pós-graduação materializar a vontade do querer saber e formar mais e melhor, procurando como principal alvo qualquer elemento
formado em Higiene Oral. Como as componentes práticas de outras formações não permitem o acesso a estes Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica, dada a componente cirúrgica excluir higienistas orais, e de forma a possibilitar a superação e satisfação do grupo de licenciados em Higiene Oral, a pós-graduação dá uma resposta concreta a essas necessidades, tornando-os mais competentes e competitivos ao nível do mercado de trabalho atual, para além de consolidar o ISAVE como referência neste campo. A Pós-graduação tem início em março, tem a duração de 2 semestres letivos e a data limite de inscrição é 24 de fevereiro, para um máximo de 25 vagas. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
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Valdemar Rua ADVOGADO
Av. Gen. Humberto Delgado, 70 - 1º Telefone: 272321782 - 6000 CASTELO BRANCO
Acreditar no futuro 6 “Acredita em ti, no teu futuro e na tua vocação”. É esta a mensagem que a organização da Qualific@ - Feira de Educação, Formação, Juventude e Emprego que irá assinalar a edição de 2012. O evento, que decorre de 26 a 29 de Abril na Exponor (Porto), tem como Media Partner o Ensino Magazine, e surge este ano integrada na Newcomers Week (semana da juventude), um projeto concebido a pensar na juventude. A Exponor acolherá assim a semana da juventude (de 25 de 29 de Abril), numa iniciativa que apresenta características inovadoras. Uma grande variedade de eventos e actividades paralelas, que servirão de referência, inspiração e motivação aos jovens visitantes da Qualific@. A Agência Nacional para a Qualificação (ANQ), o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), a Direcção Geral da Educação e a Secretaria de Estado da Juventude e Desporto
já confirmaram a presença. À semelhança de outras edições, a feira da Exponor contará com a prestigiada presença e cooperação das diversas instituições e organismos públicos, ligados às áreas da Educação, Formação, Juventude e Emprego. O evento continuará ainda a ser um ponto forte e de referência do sector, onde as entidades
que representam as várias áreas que a caracterizam terão um espaço à sua disposição, para apresentar as suas novidades, propostas e soluções junto do seu público-alvo. A Qualific@ apresenta vários sectores em exposição, a saber: educação, ensino superior, formação, formação avançada, ensino extra-curricular, juventude e emprego. K
Qualidade
Viana certificada 6 A Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES) selecionou o Instituto Politécnico de Viana do Castelo para fazer parte do processo experimental de auditoria dos sistemas internos de garantia da qualidade. De entre as 14 instituições de Ensino Superior que manifestaram interesse em serem incluídas no exercício experimental do processo de auditoria institucional foram selecionadas 5 Instituições: o IPVC, a Universidade de Évora, a Universidade do Minho, o Instituto Superior Técnico (Universidade Técnica de Lisboa), a Cooperativa de Ensino Superior Egas Moniz, sendo o IPVC o único Politécnico a ser escolhido. A instituição tem implementado desde 2008 um Sistema de Gestão da Qualidade, agora designado de Sistema de Gestão e de Garantia da Qualidade, cuja certificação internacional acaba de ser renovada pela Norma ISO 9001:2008. “O objetivo do IPVC foi o de criar e manter um sistema capaz de garantir a avaliação regular da adequação dos processos e resultados à sua Missão e à Política da Qualidade, com
base no Planeamento Estratégico” esclarece Sofia Rodrigues, Pró-Presidente da instituição e responsável pelo Gabinete de Avaliação e Qualidade. Para Sofia Rodrigues este foi, mais uma vez, o resultado da dedicação dos docentes e funcionários que trabalharam em prol deste sucesso, sublinhando que “o envolvimento
de todos na melhoria contínua dos processos e serviços do IPVC, em particular na garantia da qualidade do ensino e no papel do SGGQ como suporte fundamental ao processo de acreditação dos ciclos de estudo, é crucial”. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
FEVEREIRO 2012 /// 019
IPCB e Serviços juntos
Combate às perdas de água 6 Os Serviços Municipalizados de Castelo Branco querem reduzir as perdas de água que se registam no sistema de abastecimento do concelho. Neste momento as perdas situam-se entre os 25 e os 30 por cento da água que passa pelo sistema, mas num passado recente chegou aos 50 por cento. Joaquim Morão, presidente da Câmara e da Administração dos SMAS, lembra que tem sido “feito um grande esforço nesta área. As redes de distribuição do concelho cresceram muito e apesar dos fortes investimentos que se estão a realizar, no sentido de as actualizar, continuamos a ter muitas perdas de água”. O autarca falava durante a assinatura de um protocolo de cooperação entre o Instituto Politécnico de Castelo Branco, através da Escola Superior de Tecnologia, e os SMAS. Um acordo que permitirá a alunos e docentes daquela instituição de ensino desenvolverem estudos para identificarem perdas de água nas redes de distribuição. No entender de Joaquim Morão, com este acordo o IPCB “irá dar um forte contributo para que possamos diminuir
Aprendizagem da Matemática
Scratch em Setúbal as perdas de água. A autarquia tem feito fortes investimentos neste sector, com a substituição das redes e com a colocação de redes separativas”. Nos estudos a desenvolver pelo IPCB será utilizado um modelo de cálculo hidráulico, com vista à monitorização e exploração de rede de abastecimento. Para Carlos Maia, presidente do Politécnico, “este acordo vem demonstrar que o IPCB está a colocar o conhecimento ao serviço das pessoas”. O presidente do Politécnico sublinha o facto “da autarquia sempre ter estado ao lado do IPCB. A Câmara de Castelo Bran-
co é um parceiro e um aliado importante para o IPCB. Num momento em que se falam de tantos fantasmas no ensino superior este é um bom exemplo de como as instituições de ensino se podem associar à comunidade e a entidades importantes como a autarquia e os SMAS”. Carlos Maia acrescentou ainda que “o Politécnico vai continuar a contar com a Câmara para as nossas lutas”.omo outras não previstas, mas consideradas de interesse mútuo, serão concretizadas a partir da iniciativa de uma das Partes signatárias, através de ações consensualmente acordadas. K
Sustentabilidade, Recursos e Resíduos
Jornadas em Tomar 6 As II Jornadas do Curso de Engenharia do Ambiente e Biológica com a temática Sustentabilidade, Recursos e Resíduos decorrem nos dias 2 e 3 de Março, no auditório Dr. Júlio das Neves O106, no campus do Instituto Politécnico de Tomar. Esta acção de formação,
acreditada com 0.6 créditos, destina-se aos docentes do ensino superior, básico, secundário, alunos do ensino superior e técnicos dos setores energético e ambiental visa discutir temas como a Sustentabilidade, os Recursos Naturais e Aplicações Industriais e a Gestão e Valori-
zação de Resíduos. Esta ação de formação perspetiva-se multidisciplinar reunindo diferentes metodologias de transmissão de conhecimentos desde comunicações orais e espaços de debate até saída de campo e trabalho experimental em laboratório. K
6 A Escola Superior de Educação de Setúbal já iniciou a Oficina de Formação “Exploração e construção de situações de aprendizagem da Matemática com programação em Scratch no pré-escolar e nos 2º e 3º ciclos do ensino básico”, que decorrerá nas instalações do Centro de Competência TIC. Esta ação, destinada a professores de matemática do 2.º e 3.º ciclos do ensino básico, tem como objetivo analisar situações de utilização das TIC em contexto educativo, de apoio ao desenvolvimento de atividades na disciplina de Matemática; a exploração
da ferramenta didática Scratch, com vista à construção e partilha online de projetos com potencial educativo para disciplina de Matemática; analisar as potencialidades do Scratch nos processos de ensino/aprendizagem e estratégias de utilização desta ferramenta em contexto escolar. A iniciativa surge no âmbito do projeto EduScratch, integrado nos projetos da Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular, através da Equipa de Recursos e Tecnologias Educativas/ Plano Tecnológico da Educação, e a cargo do Centro de Competência TIC da ESE. K
ISLA e Escola de Negócios das Beiras
Parceria reforçada 6 A Escola de Negócios das Beiras e o ISLA, através do ISLA Business School, reajustaram a oferta formativa, para a Formação Complementar e de curta duração. Neste sentido, para além da oferta existente ao nível das Pós Graduações(Estratégia Empresarial: Liderança e Decisão, Gestão de Recursos Humanos e Cisco Networking), serão implementadas em Viseu as ações formativas de Avaliação Psicológica e Ética e Responsabilidade Civil do Técnico Superior de Higiene e Segurança no Trabalho, em Fevereiro e Março, respetivamente.
Por outro lado, a Escola de Negócios vai ministrar nos ISLA de Leiria, Santarém e Vila Nova de Gaia os cursos de “Chinês de Negócios”, “Desenvolvimento Pessoal e Liderança” e “Produção e Logística”. A escolha destas áreas, por parte do ISLA, teve por base uma percepção cuidada das necessidades formativas e das lacunas existentes nas regiões. Trabalhando sempre em parceria, as inscrições para as ações e cursos a desenvolver serão aceites e validadas pelas respetivas instituições. K
Cartoon: Bruno Janeca H Argumento: Dinis Gardete _
020 /// FEVEREIRO 2012
Alunos dos Politécnicos portugueses estudam em Macau
Uma aventura no outro lado do mundo
6 Vários alunos dos politécnicos de Castelo Branco, Guarda, Bragança, Leiria e da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, participaram, durante cinco meses num programa de mobilidade, que os levou até Macau. Entre Agosto e Janeiro estudaram no Politécnico de Macau, e adoptaram novas culturas. Tiago Largo, estudante da Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco foi um dos jovens que não hesitou em participar. “A minha estadia em Macau foi ao abrigo do programa de intercâmbio entre CCISP (Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos) e o Instituto Politécnico de Macau, sendo este o primeiro ano que se realizou”, começa por referir. O dia a dia dos alunos portugueses estreitou fronteiras e aprofundou amizades entre os alunos portugueses e chineses. “Éramos uma grande família e ajudávamo-nos mutuamente”, conta. O jovem que frequenta o terceiro ano da Licenciatura em Tecnologias da Informação e Multimédia explica que a questão da língua foi ultrapassada com o inglês. “O curso era leccionado em inglês por conseguinte as aulas, trabalhos, estudo e realização de provas, a par da dificuldade dos conteúdos representaram um
Os alunos portugueses em Macau desafio às nossas capacidades linguísticas”, diz. E se nas aulas era o inglês a língua dominante, na rua, os alunos portugueses tinham que recorrer a outros estratagemas para se fazerem comunicar. “Os alunos do Politécnico de Leiria, que estudaram mandarim, davam uma ajuda. Mas muitas vezes tinha que ser por gestos e com um sorriso”, explica. Tiago Largo adianta que “a própria avaliação, era mais exaustiva uma vez que tinha em média dois testes e um exame por unidade curricular, para
além de alguns trabalhos que realizávamos nas aulas e em casa. Isto fez com que houvesse da nossa parte um acompanhamento constante dos conteúdos leccionados”. O aluno, natural de Cernache do Bonjardim, recorda Fernando Pessoa, para explicar a sua adaptação. “Primeiro estranhase e depois entranha-se. Nós somos feitos de pequenos pedaços de diferença. Pensar, sentir e expressar gestos do quotidiano podem ser realizados de imensas formas, cores e pontos de vista, é tão estranho como fabuloso”.
A comitiva portuguesa destaca também “a hospitalidade, a simpatia e uma série de qualidades das pessoas de Macau, tornaram a vivência nesse território similar a uma cidade ultra acolhedora como Castelo Branco”. Tiago Largo recorda que inicialmente “tinha a Finlândia como destino preferencial para a realização de uma mobilidade pelo programa Erasmus. Contudo no decorrer do processo da candidatura foi-me dado a conhecer este programa, e nesse exacto momento decidi candidatar-me.
Macau significava uma oportunidade única de conhecer o Oriente, até porque com o Programa Leonardo Da Vinci a realidade Finlandesa continua acessível quando terminar a licenciatura”. O aluno português lembra que o seu dia a dia “era muito similar ao que faço em Castelo Branco. Vivia numa residência situada no campus do IPM com os meus colegas, desfrutando de uma vista fantástica sobre Macau e com condições de conforto excepcionais, algo que também estou também habituado no complexo residencial do IPCB em Castelo Branco. Ao fim de semana costumava ir com os meus colegas passear por Macau e por Zuhai, uma cidade muito próxima, com uma realidade cultural ainda mais acentuada”. Tiago Largo recorda também a simpatia dos colegas chineses. “A partir do momento que começamos a contactar mais de perto, o que curiosamente aconteceu pelo facebook, a fina barreira da comunicação foi transposta e passámos a ter uma relação muito próxima”. Com 26 anos, Tiago Largo aconselha esta experiência. “Realizar uma mobilidade é algo simples e com resultados que vão muito para além das pautas”. K
FEVEREIRO 2012 /// 021
Agrupamento de Escolas de Murça
Uma nova escola SEA amiga da arte 6 A escola criou o Projeto denominado “Escola Amiga da Arte” que pretende semear e disseminar os ideais de Delors. São esses os ideais que queremos para o nosso Agrupamento. Sem fronteiras queremos ampliar o nosso saber, albergando as cores e as texturas, as palavras e os olhares. Desde a nossa adesão têm sido desenvolvidas diversas ações, com a participação no Internacional Visual Arts Competition pelo Centro UNESCO Louis François. O agrupamento envolveu alunos do 2º ciclo, alunos da Unidade de Multideficiência e Autismo (elaboraram um trabalho coletivo) e ainda todos os alunos do 1º ciclo. Organizou-se também e está a decorrer o concurso de Banda Desenhada dirigida aos alunos do 2º e 3º ciclo, com as parcerias da Unilever Jerónimo Martins, Sonae e Porto Editora. Quanto ao Ciclo de Cinema de Animação, é já uma realidade em termos de prospetiva e organização, que incluirá uma curta metragem de animação realizada
por alunos e professores. A sua estreia será feita durante o ciclo de cinema. Serão três dias, com sessões durante o dia para todos os alunos e sessões noturnas abertas a toda a comunidade local.
Ambas as atividades, o concurso de Banda Desenhada e o Ciclo e Cinema de Animação respeitam o tema “2012- Água, Património Comum, Educação e Sustentabilidade”. Está igualmente agenda-
Fado é Património Mundial e Imaterial da Cultura
Mísia – Senhora da noite 6 Ao longo dos anos, o fado (que Salazar detestava) sempre esteve associado às mais variadas intenções. No final do século XIX cantava simultaneamente as tristezas de um povo e os valores da monarquia, foi burguês e anarquista, revolucionário e conservador, foi vadio, castiço, marialva e muito mais, andou por tabernas e pátios, evolui para casas próprias e hoje chegou aos grandes palcos do mundo. Não estranhamos por isso que também tenha sido litúrgico, subordinado aos ideais de Cristo e, neste género, foi Frei Hermano 022 /// FEVEREIRO 2012
da Câmara o seu mais conhecido representante. O monge / cantor esteve no passado dia 16 de dezembro no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, a celebrar 50 anos de carreira num concerto promovido pela Fundação AIS (Ajuda à Igreja que Sofre) em solidariedade com os cristãos atualmente perseguidos no norte do Iraque. Frei Hermano da Câmara, que nasceu em Lisboa no mês de julho de 1933, filho de uma família aristocrática, é um monge Benedito que “defende o apostolado através da música para edificar a civilização
do amor e promover a cultura da paz”. Ao longo dos anos produziu entre discos, Cd e DVD, vinte e uma gravações, entre elas diversos êxitos populares como, por exemplo, O rapaz da camisola verde. Com a interpretação do Fado da Despedida parecia que Hermano da Câmara tinha partido e se iria dedicar exclusivamente à vida religiosa. Voltou agora para celebrar 50 anos de carreira. K João Vasco _H Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
da uma palestra integrada na temática da Preservação do Património Cultural Subaquático cujo responsável, António Guerra, com um livro editado, ”Paraísos Submarinos”, dará aos alunos “Uma aula pelo fundo do mar” mostrando, para tal, algum do seu património fotográfico obtido em vários locais emblemáticos deste maravilhoso mundo subaquático. Integrado ainda neste grande projeto, surgiu a ideia de tornar vivos e intemporais, os testemunhos poéticos de autores da Literatura Portuguesa, que vão cobrindo as paredes da nossa escola. Todas as atividades se desenvolvem em articulação com a comunidade. Entretanto, a escola realizou uma importante parceria com o Museu do Douro para utilizar os recursos educativos do Museu para aprendizagens significativas relacionadas com as expressões artísticas. Entre outras atividades têm-se realizado visitas de estudo e a participação em oficinas envolvendo alunos do 3º ciclo e
secundário. A escola possui ainda a Orquestra Geração, fruto de uma importante parceria com a Fundação EDP, e dinamiza vários clubes: o Clube da Música, o Clube do Bem Estar, o Clube do Desporto Escolar, o Clube da Proteção Civil, o Clube da Ciência e ainda o Clube Web TV que perspetivam a escola como um espaço que propicia o crescer global dos alunos e lhes dá a conhecer diversas dimensões, artística, estética, social, solidária e ético-moral. Para divulgar as atividades da escola, o jornal escolar O Berrão trabalha temas do interesse de toda a comunidade escolar e envolve o contributo de toda a comunidade educativa apresentando 3 edições por ano letivo. Além disso, o projeto “Escola Amiga da Arte” possui um blog convidando todos a participar no mesmo. K Rosa Pais _ (Coordenadora SEA / Agrupamento de Escolas de Murça)
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Gincana Rock in Rio angaria 180 mil euros 6 De forma a apresentar os resultados da segunda tarefa da Gincana Rock in Rio, que terminou no passado dia 31 de janeiro, a organização do maior evento de música e entretenimento do mundo promoveu uma última angariação a favor da SIC Esperança que reuniu na baixa lisboeta cerca de 100 alunos de vários pontos do país e caras conhecidas do público português. Ao longo dos 3 meses em que decorreu a tarefa, os alunos das 571 escolas inscritas na Gincana angariaram cerca de 180 mil euros através das pulseiras Por Um Mundo Melhor. Deste valor, cerca de 162 mil euros (90% do total) vai ser encaminhado pela SIC Esperança para bol-
sas de estudo na área da música e os restantes 10% vão ser utilizados para apoiar diversas ações de solidariedade escolhidas pelas escolas. Aos 162 mil euros acrescem ainda 100 mil euros doados pela organização do Rock in Rio, perfazendo um total de 262 mil euros a aplicar nessas bolsas de estudo. As escolas vencedoras por valor absoluto angariado foram: 1º lugar – Escola E.B. 2.3 João Franco, do Fundão, com 3.606 pulseiras; 2º lugar – Agrupamento de Escolas de Castro Daire, com 3.518 pulseiras; 3º lugar – Escola Básica e Secundária de Maceira, com 3.011 pulseiras. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Bocas do Galinheiro
Ben Gazzara, mau das fitas 7 Já aqui escrevemos sobre os secundários, aqueles enormíssimos actores, sem os quais alguns filmes valeriam muito menos. Na altura demos o exemplo de Walter Brennan e do que seria de Bogart e do John Wayne sem o Eddie e o Stumpy de “Ter ou não Ter” e “Rio Bravo”, ambos de Howard Hawks, dois dos muitos papéis que Brennan interpretou e que lhe valeram três Oscar de “supporting actor”, aliás o único actor com tal palmarés, numa categoria que só foi criada em 1936, e, curiosamente o primeiro ganhador foi Walter Brennan em “Come na Get It” (Pai Contra Filho), de Howard Hawks e William Wyler, sendo que nas actrizes este primeiro Oscar foi para Gale Sondergaard no seu filme de estreia, “Anthony Adverse”, de Mervyn LeRoy. Brennan viria a repetir a façanha em 1938 com “Kentucky” (Um Dia de Glória), de David Butler e logo em 1940 novo galardão com “The Westerner” (A Última Fronteira), de William Wyler, onde interpreta um dos seus personagens míticos, o célebre juiz Roy Bean. Vem esta lembrança a propósito da morte de Ben Gazzara um ac-
tor que apesar de grandes papéis que também protagonizou, deu corpo a uma extensa galeria de secundários, se calhar bem mais importantes e até marcantes do que os principais. Gazzara será acima de tudo lembrado pelas suas colaborações com John Cassavettes, desde logo em “Husbands” e ”The Killing of a Chinese Bookie”, um realizador que ficou conhecido pela empatia que criava com os seus actores e do que lhes exigia em termos de representação e de reacção à quase impiedosa “perseguição” que lhes fazia com a câmara. Ora, para além de outros, Gazzara esteve à altura deste director e amigo, provavelmente pela sua formação no célebre Actor’s Studio de Lee Strasberg e a sua bem sucedida passagem pelo teatro onde representou os icónicos “Cat on a Hot Tin Roof” (1955) e “A Hatful of Rain” (1955), peças transpostas para o cinema onde brilharam nos papéis de Gazzara no teatro, Paul Newman e Don Murray. Nascido Biagio Anthony Gazzara, no East Side of Manhattan, NovaYork, em 1930, filho de emi-
grantes italianos, cedo viu na representação o seu futuro. Na sequência do sucesso no teatro, a passagem pelo cinema deu-se com naturalidade. Estria-se no cinema em 1957 em “The Strange One”, de Jack Garfein e em 1959 brilha em “Anatomia de Um Crime”, de Otto Preminger, onde encarna o tenente Frederick Manion, acusado de assassinar um barman que por seu lado é acusado por Manion de ter violado a sua mulher, no caso Lee Remick. Um filme que, para além de introduzir vocabulário fora do permitido pelo Código Hayes, teve a ousadia de pôr James Stewart a exibir em pleno tribunal as calcinhas de Lee Remick. Era o segundo filme de Gazzara, e logo ao lado de um dos seus ídolos, Stewart, e o princípio de uma carreira notável. Para além da sua colaboração com Cassavettes, e com Peter Bogdanovitch, com o qual faz “Noites de Singapura” (1979) e “Romance em Nova Iorque” (1981), um dos preferidos do realizador, em que Gazzara contracena com Audrey Hepburn, uma antiga paixão da rodagem de “Bloodline”, de Terence Young, Gazzara nunca esqueceu as suas
raízes italianas e, entre outros trabalhou para Mario Monicelli em “O Ladrão Apaixonado” (1960), onde contracena com Anna Magnani e Totò e em 1981, ao lado de Ornella Muti, é protagonista de “Contos da Loucura Normal” (1981), de Marco Ferreri. O seu olhar penetrante e matreiro, aliado a uma capacidade para esconder as emoções levaram a que nos últimos anos fosse escolhido por grandes realizadores para papéis de mau da fita, ou pelo menos de personagens pouco respeitáveis. É assim que o vemos em “O Grande Lebowski”, de Joel Coen e “Buffalo ‘66”, de
Vincent Gallo, onde encarna o pai do protagonista, ambos de 1998, “Verão Escaldante” de Spike Lee e “O Caso Thomas Crown”, de John McTiernan, de 1999, ou “Dogville” (2003), de Lars Von Trier, todos eles filmes referência nos últimos anos. Sempre que a oportunidade lhe aparecia voltava ao teatro, sendo também longa a sua participação em séries televisivas, muitas delas nos últimos anos. Morreu no passado dia 3, aos 81 anos. Até à próxima e bons filmes! K Luís Dinis da Rosa _
CRÓNICA
Cartas desde la ilusión 7 Querido amigo: Hoy voy a comentarte algo sobre “Fish”, tal como te prometí en mi carta anterior. Se trata de un libro cuyo título es, precisamente, ése: “Fish”, o sea, “Pescado”. Está escrito por Stephen Lundin, Harry Paul y John Cristensen. En él se relata la historia de una directiva de una fábrica cuyo prestigio como gestora llevó a los directores a encargarle cambiar el funcionamiento de la “planta tercera”, que ellos calificaban como la planta de los residuos tóxicos. El nombre de esta directiva era Mary Jane y el lugar de trabajo era la ciudad costera de Seattle en los Estados Unidos de América. Tras pensarlo bien, al final Mary Jane decidió colaborar con la fábrica y tratar de cambiar la productividad de la planta tercera y modificar su sistema de funcionamiento. Pero no comenzó por tomar decisiones inmediatas, sino que se dio un tiempo para reflexio-
nar, ponderar, hacer valoraciones adecuadas, etc., antes de tomar decisiones. En un momento del día, Mary Jane paseaba por la ciudad de Seattle, pensando y tratando de encontrar la “piedra filosofal” que le orientara en el cambio necesario de la tercera planta. Un día, en uno de esos paseos, oyó, en el puerto, un murmullo de risas y carcajadas mezcladas con gritos que provenía de una lonja en que se vendía el pescado. Picada por su curiosidad, Mary Jane se dirigió a la lonja y observó, con asombro, el clima de trabajo en que se desenvolvían los trabajadores. Movida por su interés, tomó contacto con el líder de los vendedores de pescado, quien le explicó que los pescaderos trabajaban así desde hacía ya algún tiempo y vivían y trabajaban felices, con lo que la productividad no sólo no había disminuido, sino que se había incrementado. A lo largo de sus conversa-
ciones con el líder de los pescaderos, Mary Jane descubrió las 4 columnas o pilares fundamentales sobre los que se asentaba su dinámica de trabajo y de atención a los clientes: 1) un cambio de actitud, 2) dar un sentido lúdico al trabajo, 3) estar y sentirse presentes en el trabajo, y 4) alegrar el día, es decir, tener algo que celebrar. Sobre el cambio de actitud ya hemos comentado algunas cosas en cartas anteriores. Es fundamental, pues de nuestra actitud depende, en su mayor parte, nuestro éxito o nuestro fracaso. Y no sólo depende de nuestra actitud, sino también de la actitud que sepamos promover y desarrollar en nuestros alumnos… pero también, ¡no lo olvidemos nunca!, depende de la actitud que los padres de nuestros alumnos manifiesten y mantengan. Hoy quiero comentarte algo más sobre lo que ya te apuntaba en mi carta anterior acerca de la
“diversión” en el aula. Según esta propuesta del libro “Fish”, hay que conseguir dar un sentido lúdico al trabajo. Esto no quiere decir, evidentemente, que estemos jugando siempre en el aula, sino que, como hemos dicho, manteniendo siempre la perspectiva del esfuerzo, busquemos los caminos para que el aprendizaje de nuestros alumnos sea diversificado y plenamente satisfactorio para ellos. Todos sabemos que, en muchas ocasiones, la causa de las conductas perturbadoras de nuestros alumnos no es otra que el aburrimiento. Cuando un alumno se aburre en el aula, es normal que tienda a distraerse con otras cosas que, habitualmente, se salen de la disciplina y el comportamiento que se espera en el aula. Así, pues, los profesores deberíamos comenzar a pensar y, tal vez, asumir, que posiblemente la causa de las conductas perturbadoras de nuestros alumnos
no se encuentre en ellos, sino en nosotros. Si nosotros conseguimos dar un sentido lúdico a nuestra actividad docente, los alumnos aprenderán, se sentirán satisfechos y, ¿por qué no decirlo?, se divertirán en el sentido más genuino de la palabra. No puedo extenderme más por hoy, pero no quiero terminar esta carta sin lanzar una pregunta clave para todos, a tenor de lo que nos enseñan los pescaderos: los pescaderos se divierten en su trabajo, y pasarlo bien aumenta la energía. ¿No podríamos hacer nosotros algo similar con nuestros alumnos? Es decir, ¿cómo podemos pasarlo bien y crear más energía? Hasta la próxima, como siempre, salud y felicidad. K Juan A. Castro Posada _ juancastrop@gmail.com
FEVEREIRO 2012 /// 023
crónica salamanca
El Personal de la Universidad 6 Cuando en 1218 el rey Alfonso IX de León crea la Universidad de Salamanca tenía una idea muy vaga de qué era en la práctica un Estudio (Studium), una Universidad, pues lo que en realidad necesitaba era formar los juristas que precisaba el gobierno y administración de su reino. Para lo cual era suficiente con disponer de un grupo de discípulos y algún profesor prestigioso, eclesiástico con toda seguridad. Así seguía pautas semejantes a las de Bolonia, Paris, Oxford, Montpellier y otras nacientes universidades de la cristiandad europea, todas ellas coetáneas de la de Salamanca. Años más tarde, el rey Alfonso X de Castilla y León, nieto del anterior monarca, también conocido como el Rey Sabio, redacta las famosas Partidas entre 1256 y 1265. En este excepcional documento medieval de carácter jurídico, administrativo y literario, el Rey Sabio redacta una Segunda Partida dedicada a la organización que debe tener la Universidad, el Estudio, refiriéndose desde luego a Salamanca. No podemos detenernos aquí en el comentario de su rico contenido histórico y normativo, pero en un momento concreto nos deja la feliz y extraordinaria definición básica de qué es una universidad (“Estudio es ayuntamiento de maestros y escolares que se hace en un lugar con voluntad y entendimiento de aprender los saberes”, nos dice Alfonso X). Todavía no había nacido en la universidad la complejidad administrativa, los procesos de promoción rigurosa, la diversificación en facultades (derecho, medicina, teología en los comienzos), y era suficiente con disponer de un espacio donde se encuentran los profesores y los estudiantes. No aparecen otras figuras diferentes en aquella germinal universidad. Claro que con los años y los siglos la Universidad crece, se hace más compleja, se enriquece en todos los aspectos, y va a precisar de un tipo de personal de ayuda muy
limitado en número y funciones: proteger con porteros la entrada de extraños a las aulas (tanto personas como animales), ayudantes de biblioteca, vigilantes de orden, garantes de la limpieza, y no muchos más. Así sucedía, más o menos , en otras universidades medievales y renacentistas, incluso en la Ilustración europea, y hasta bien avanzado el siglo XIX. La docencia precisaba de muy escaso personal de apoyo, y las tareas burocráticas eran mucho más sencillas y menos reglamentadas. Pero la llegada del modelo de universidad alemana a comienzos del XIX (la de Humboldt), y su expansión por el ámbito anglosajón, irá conduciendo al mundo hacia otras pautas de vida universitaria, en las que cada vez pesa más la investigación, la experimental, la biosanitaria, pero también poco a poco la de los campos de las humanidades y las ciencias sociales. Y entonces cambia mucho el modelo de universidad, pero también de prácticas docentes e investigadoras, de laboratorios y bibliotecas, y se va a ir requiriendo la presencia e intervención de especialistas que no son profesores, ni son estudiantes, pero son el llamado Personal de Administración y Servicios (PAS). La investigación precisa de más personal de apoyo, y cada vez más cualificado. Esta es la situación que vive la universidad de nuestro tiempo en cualquier parte del mundo, en todas y cada una de los miles de universidades diseminadas por todos los continentes y la inmensa mayoría de países que forman el mapa, la cartografía política y administrativa del mundo. En todas las universidades existe con peso propio, y a veces determinante, un grupo creciente de gerentes, administradores y administrativos, bedeles, bibliotecarios, especialistas de laboratorio, mozos de transporte, informáticos, técnicos de publicaciones, expertos en organizaciones deportivas, promotores
de parques científicos, gestores de mecenazgos, promotores de fundaciones científicas, traductores, asesores de servicios de orientación y ayuda a los universitarios, gestores de actividades musicales, teatrales, culturales en general. El listado de personas y funciones que forman parte viva e imprescindible de la vida cotidiana de una universidad es muy extenso, y creciente día a día. Además, en pocos años en nuestras unbiversidades se ha pasado de una tipología de conserjes y personal con escasa cultura y formación, a otra donde se percibe un elenco muy cualificado de tareas y personas que las ejecutan, imprescindibles para garantizar el correcto funcionamiento del establecimiento universitario. Y aquí hay que aplicar la reflexión de forma muy parecida a las universidades de iniciativa pública o a las privadas. En la universidad de nuestro tiempo encontramos un PAS cada vez más numeroso y cualificado, y ello es indicio de calidad de la institución, al parecer de varios estudios contrastados que confirman esta hipótesis. Una universidad de calidad es la que posee un adecuado número de PAS bien formados y competentes. Por ello son éstas plazas tan solicitadas en los concursos de acceso y promoción, aunque en ocasiones los salarios dejen bastante que desear, de forma lamentable e indeseable. Los estudiantes y los profesores, para llevar a cabo sus tareas de enseñanza y aprendizaje de forma idónea, precisan disponer de detalles de calidad, de apoyo material y técnico, porque en los inicios del siglo XXI la actividad y la vida universitaria es cada vez más compleja, diferenciada, especializada, tanto en la investigación como en la docencia, o la misma gestión económica, académica o de personal.
Redacção, Edição, Administração Av. do Brasil, 4 R/C Apartado 262 Telef./Fax: 272324645 6000-909 Castelo Branco www.ensino.eu ensino@rvj.pt Director Fundador João Ruivo ruivo@rvj.pt Director João Carrega carrega@rvj.pt Editor Vitor Tomé vitor@rvj.pt
Aquel viejo modelo de Estudio como “ayuntamiento de maestros y escolares” debe verse completado con la intervención activa de otro grupo de trabajadores de la enseñanza y de la universidad que no son profesores ni estudiantes, pero son universitarios, personal de ayuda, de apoyo a las tareas docentes y de la investigación. No son un lujo susceptible de ser eliminado en tiempos de precariedad económica, sino que forman parte de la esencia y correcto funcionamiento de la institución universitaria. Por ello merecen más y mejor dignificación, respeto, apoyo y reconocimiento. Y no vale dejar caer ciertos tópicos fáciles sobre la inoperancia de alguno, de la falta de modales, o de la ausencia de motivación por lo rutinario de su trabajo. En todas las profesiones, y también en todas las tareas universitarias podemos encontrarnos con algún profesor, o estudiante, o gestor, que resulte disonante, y por ello no vamos a estipular que todos los profesores, o todos los estudiantes se comportan inadecuadamente. Las falacias, tópicos y mentiras son fáciles de diseminar, pero difíciles de corregir y aclarar. De ahí nuestro apoyo y aplauso a un PAS necesario, siempre que cumpla bien con su cometido, como generalmente puede observarse en nuestros centros universitarios. K José Maria Hernández Díaz_ Universidad de Salamanca jmhd@usal.es
Universidad de Salamanca
Curso “Polen y alergia” 6 La incidencia de enfermedades alérgicas ha ido en aumento en las últimas décadas, reflejado en una mayor preocupación tanto por parte de la población, como de los organismos públicos y privados hacia dichos trastornos.
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En este sentido, el Grupo de Palinología y Conservación Vegetal, el Centro Hispano Luso de Investigaciones Agrarias y el Departamento de Botánica de la Universidad de Salamanca organizan el curso extraordinario denominado “Polen y alergia”.
A lo largo del curso los expertos participantes darán a conocer el polen y las esporas fúngicas como partículas presentes en el aire responsables de desencadenar los mayores problemas de tipo alérgico. Para ello describirán los principales tipos de polen y esporas
Publicação Periódica nº 121611 Dep. Legal nº 120847/98
Editor Gráfico Rui Rodrigues ruimiguel@rvj.pt Serviço Reconquista: Agostinho Dias, Vitor Serra, Júlio Cruz, Cristina Mota Saraiva, Artur Jorge, José Furtado e Lídia Barata Serviço Rádio Condestável: António Reis, José Carlos Reis, Luís Biscaia, Carlos Ribeiro, Manuel Fernandes e Hugo Rafael. Guarda: Rui Agostinho Covilhã: Marisa Ribeiro Viseu: Luis Costa/Cecília Matos Portalegre: Maria Batista Évora: Noémi Marujo noemi@rvj.pt Lisboa: Jorge Azevedo jorge@rvj.pt Nuno Dias da Silva Paris: António Natário Amsterdão: Marco van Eijk Edição RVJ - Editores, Lda. Jornal Reconquista Grafismo Rui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda. Secretariado Eugénia Sousa Francisco Carrega Rogério Ribeiro Relações Públicas Carine Pires carine@rvj.pt Colaboradores: Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Realinho, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Belo Gomes, Carlos Correia, Carlos Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Elsa Ligeiro, Ernesto Candeias Martins, Fernando Raposo, Florinda Baptista, Francisco Abreu, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mesquita, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joaquim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, João Vasco (fotografia), Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Felgueiras, José Carlos Moura, José Pires, José Pedro Reis, Janeca (cartoon), José Rafael, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Luis Souta, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Maria João Leitão, Maria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faustino, Ricardo Nunes, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras,Sandra Nascimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susana Rodrigues (U. Évora) e Valter Lemos Contabilidade: Mário Rui Dias
alergénicos presentes en el contenido atmosférico, al igual que las especies productoras de los mismos. Asimismo, se identificarán las sintomatologías clínicas asociadas a los procesos alérgicos, los métodos diagnósticos utilizados para su estudio y los tratamientos empleados.K
Propriedade: RVJ - Editores Lda. NIF: 503932043 Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (accionistas com mais de 10% do Capital Social) Clube de Amigos/Assinantes: 15 Euros/ Ano Empresa Jornalistica n.º221610 Av. do Brasil, 4 r/c Castelo Branco Email: rvj@rvj.pt Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Jornal Reconquista - Zona Industrial - 6000 Castelo Branco
Jornalista da TVI e apresentador do Cinebox
As fitas de Vitor Moura
Produtores e do Sindicato dos Realizadores vão exatamente nesse sentido. Esses prémios dos sindicatos normalmente são muito fiáveis à decisão depois da Academia de Hollywood. Eu acho que já nos deram uma pista muito concreta do que é que vai acontecer no final de fevereiro.
É um dos rostos da Cinebox. Como analisa o trabalho que tem desenvolvido numa área tão específica como o cinema?
E atores e atrizes, quais pensa que serão os grandes vencedores dos Óscares?
…É um trabalho como outro qualquer. O que acontece é que, por estarmos na televisão, temos mais visibilidade, chegamos a mais pessoas e portanto a notoriedade é muito maior. Mas isso não significa que seja um trabalho melhor, é um trabalho diferente que por acaso é em televisão. Convém termos a humildade de reconhecermos que é só uma outra forma de tratar os conteúdos de cinema. De qualquer forma dá-nos muito prazer, é a nossa matéria-prima todas as semanas, minha e da Maria João, e isso também conta. Quando se corre por gosto não cansa. Trabalhar no mundo do cinema, significa lidar com muitos atores. Houve alguma entrevista que o marcou? Foram tantas que é difícil escolher. Tanto eu como a Maria João fazemos isto há bastante tempo. Entrevistámos muitos atores, atrizes, realizadores, em vários sítios do mundo, cada um com as suas características. Por isso, as entrevistas acabam por ser únicas. O contexto da entrevista também afeta a nossa perceção, assim como o próprio filme. Se gostarmos do filme, a própria entrevista, em princípio, terá esse acréscimo de motivação. Às vezes, também acontece o filme não ser muito especial, diferente ou original, e acabamos por ficar surpreendidos com o ator ou com o realizador que fale connosco, pois eles próprios acabam por ser muito interessantes e tudo isso acaba por nos marcar. Por falar em entrevistas, recentemente falou com uma figura diferente de todas as outras… A lista de entrevistados é infindável. Recentemente falei com uma personagem improvável de entrevistar, a Miss Piggy. A entrevista foi feita em Londres, e essa foi, seguramente, a mais improvável de todas. Gostei muito de entrevistar o George Clooney, a Meryl Streep, a Julianne Moore, o Hugh Jackman, o Leonardo DiCaprio, a Helen Mirren. Tem experiência em Rádio, Televisão e Imprensa, qual é o seu formato de eleição? Acho que gosto dos três, sempre me senti bem neles. Agora não faço rádio, faço sobretudo televisão e pontualmente vou colaborando para a imprensa. Mas, é na televisão que estou mais concentrado. Houve uma altura em que utilizava os três. É apenas um acaso, porque se estivesse a trabalhar em rádio, a tratar estas matérias, estaria igualmente confortável e a gostar da mesma maneira, porque a ma-
Manuel Lino H
7 Vítor Moura, jornalista da TVI na área de cinema, é com Maria João Rosa, um dos rostos do programa Cinebox na TVI24. Com os Óscares à porta, Vitor Moura dá o seu prognóstico sobre quem vai vencer. Em entrevista ao Ensino Magazine explica a importância das redes sociais no jornalismo.
téria-prima, ela própria, é muito interessante e é isso que mais importa. Falando de Jornalismo, no geral, acha que as novas gerações estão preparadas quando iniciam a sua profissão? Depende muito do curso. Há cursos que evoluíram bastante nos últimos anos e já têm a preocupação de dar aos alunos uma visão muito prática daquilo que é a profissão e têm também estruturas para isso, estúdios, equipamentos e os professores, eles próprios, têm experiencia jornalística, portanto sabem do que falam quando se dirigem aos alunos. Há uns anos não era bem assim, eu próprio tirei um curso universitário que em principio teria cadeiras mais práticas, portanto mais orientadas para essa visão do jornalismo nas redações. Mas, as pessoas que davam as cadeiras e as próprias estruturas da faculdade não ajudavam, portanto, as pessoas chegavam ao fim do curso com noções mais abstratas do que outra coisa e isso condicionava, e condicionou, a entrada de muita gente no jornalismo. Por isso, houve muitos diplomados que acabaram por seguir outras áreas. Mas houve também muita gente que conseguiu, não tanto por causa do curso, mais por mérito próprio e isso também é de saudar. Qual é a sua opinião sobre as Redes Sociais? São úteis ao Jornalismo? Eu acho que sim, posso falar do nosso caso. O Cinebox, tem uma página no facebook que nós tentamos que seja o mais dinâmica possível, pois vamos buscar vários conteúdos produzidos pelo site da TVI na área do Cinebox. Acreditamos que para os nossos espectadores é uma sessão complementar de informação e isso tem sido verificado ao longo do tempo que vamos recebendo feedback das pessoas que nos vão vendo e das pessoas que interagem connosco online. Por outro lado, o ponto de vista da produção de conteúdos acaba por
ser uma ferramenta muito interessante porque facilmente conseguimos associar à nossa página pessoal uma série de outras páginas onde vamos buscar informação quase diariamente. Mas dá imenso jeito para o trabalho que fazemos todas as semanas, o qual passa por estudar as estreias da semana, preparar as entrevistas, produzir peças para os jornais da TVI e da TVI24. Portanto, do ponto de vista do utilizador e do ponto de vista da produção de conteúdos, acho que as redes sociais, nomeadamente o facebook, se tornaram uma ferramenta imprescindível. De volta ao cinema. Como tem evoluído a sétima arte em Portugal? Os últimos anos mostraram que houve um salto qualitativo. A entrada de novas gerações também contribuiu para isso, mas a verdade é que, apesar desse fator, o financiamento nem sempre é o que as pessoas que fazem cinema desejariam. Por outro lado, a receção do público também nem sempre é o que essas pessoas desejariam. E isso acaba por condicionar o resultado. Portanto, apesar do fator positivo, não acho que sejam os melhores dias do cinema português. Espero que melhorem, até porque estamos em crise e como se sabe houve uma série de cortes que provavelmente se vão prolongar no tempo. Isso, à partida, poderá também condicionar a produção. Esperemos que isso não aconteça, mas a crise está aí e o cinema também é vítima disso. Para si, qual é o filme que tem potencial de vencer os Óscares este ano? Tendo em conta as notícias que têm surgido e os prémios que já foram atribuídos é muito, mas muito provável, que seja “O Artista” a ganhar o óscar de melhor filme e, eventualmente, também o Óscar de melhor realizador. Aliás os prémios do Sindicato dos
É sempre difícil adivinhar, nós temos impressões que vamos recolhendo das críticas e dos outros prémios que são atribuídos. O George Clooney tem sido muito aplaudido, também já ganhou alguns prémios, mas nos Screen Actors Guild foi o francês Jean Dujardin e provavelmente a luta será entre eles os dois. Nas atrizes, a Meryl Streep uma vez mais está nomeada, já é a 17ª nomeação, com um papel que aparentemente é um dos melhores de sempre – embora isso nós dizemos sempre que vemos a Meryl Streep em qualquer filme que ela faz. Eu acreditaria que a vitória fosse dela, mas, mais uma vez, vamos ter que esperar até ouvirmos o nome, para sabermos se sim ou não. Para este ano que filmes acha que terão um grande destaque? Bom, vai ser um ano cheio, apesar da crise. Num horizonte mais próximo, destacaria Os Marretas que dirá muito às gerações da minha faixa etária, mas também às mais velhas e às mais novas, porque é um fenómeno que já tem muito tempo, que chega a muita gente, e que tem também um humor muito próprio. De resto, posso destacar as duas versões da história da Branca de Neve, uma com a Charlize Theron e outra com a Julia Roberts. Serão dois dos filmes mais surpreendentes do ano. Também o Bell Ami, do David Cronenberg, com o Robert Pattinson. Há muito por onde escolher, porque este ano há muitos géneros, muitas produções… Pessoalmente, quais os filmes, atores e atrizes que mais o marcaram? Esta é daquelas perguntas que é preciso uma hora para responder, porque nós por defeito profissional vemos muitos filmes, temos que trabalhar muito sobre eles e é muito difícil escolher. Mas há um que, não vou dizer que foi o melhor filme que eu já vi, mas foi um daqueles que mais me marcou, seguramente, e que eu acho que é um dos mais pontualizados do Spilberg que é o Inteligência Artificial. É quanto a mim uma obra prima. Há ali uma história muito interessante sobre afetos e sobre as relações entre as pessoas em contextos muito difíceis. O filme não foi muito falado na altura e acabou por passar um pouco despercebido. Mas, do ponto de vista pessoal, foi um dos que mais gostei de ver até hoje. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
Jaime Lourenço _ Manuel Lino H
FEVEREIRO 2012 /// 025
Patrícia Reis
A Interrogação dos Bons Romances 7 Patrícia Reis é escritora, editora da revista Egoísta e jornalista há 24 anos. Autora, entre outros, dos romances Antes de Ser Feliz, No Silêncio de Deus e Por Este Mundo Acima, todos com a chancela da D. Quixote, e de uma colecção juvenil, que faz parte do Plano Nacional de Leitura, defende que “Um grande romance é sempre uma interrogação”. Em Por Este Mundo Acima, o seu romance mais recente, coloca Lisboa a viver uma situação de catástrofe, para contar uma história que retoma a ideia do bem e do mal. Em ano de crise, Portugal pode encontrar inspiração numa obra que é também sobre a importância da amizade e da superação dos obstáculos. A entrevista, recebida por email, aqui fica.
outras coisas que considero pouco cativantes para os mais novos. Claro que o gosto pela História fica nas mãos do professor e, no meu caso, tive a sorte de ter uma professora fora de série. O que é que romance tem de ser para a arrebatar?
O cenário de catástrofe permitiu-me voltar às coisas básicas e ao exercício da memória que o personagem principal, sobrevivente deste acidente de dimensões devastadoras, tece sobre o que foi a vida antes, a vida que conhecemos hoje com a vertigem dos telemóveis, emails, internet e outras plataformas tecnológicas. É um livro sobre a ideia de bem e do mal, como todos os que escrevi, como aqueles de que gosto desde miúda, mas é também um livro sobre a importância extrema da amizade e da superação dos obstáculos, sejam eles o que forem. Na tragédia que se abate Por Este Mundo Acima os livros sobrevivem. Os livros são sobreviventes mas também salvadores? Como dito anteriormente, os livros são uma bóia maravilhosa, não tem buracos, não nos levam ao fundo. Melhor: quando levam ao fundo é por mexerem connosco, por nos interrogarem, por nos fazerem pensar. Esses são os melhores. Um grande romance é sempre uma interrogação. No livro que escrevi os livros são redentores, cristalizam a memória de um tempo que foi, dando um sentido à ideia de Humanidade antes do acidente, ao mesmo tempo que reflectem a consciência de diferentes épocas. Os livros são excelentes bilhetes de viagem: sem sair do mesmo sítio podemos saber tudo sobre o século XIX lendo Dickens. Não é preciso mais que isto. David Lodge, escritor e ensaísta britânico, escreveu um ensaio
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Direitos Reservados H
O seu mais recente romance Por Este Mundo Acima (D. Quixote) decorre após um desastre que deixa os habitantes de Lisboa sem água, electricidade ou tecnologia. Porque escolheu um cenário de catástrofe para contar a história?
muito interessante sobre esta ideia de que o escritor é quem, na época em que vive, reflecte melhor a consciência do seu tempo. Eu acredito nesta ideia, faz-me sentido. No livro que escrevi, os diferentes livros são retratos de um mundo que se perdeu e que se pode reconstruir. Quais são as lições que poderemos tirar da crise que o país atravessa? Desde que nasci, em 1970, que a palavra “crise” faz parte das conversas de casa. Esta crise que vivemos não é exclusivamente nossa e tão-pouco começou agora, mas sim em 2008. É um ciclo. As pessoas terão de aprender a viver com menos, saber distinguir o prioritário do acessório e, em simultâneo, batalhar por aquilo em que acreditam. Não podem deixar de participar na vida do país. Têm de se manifestar, de intervir. A nossa taxa de abstenção nas eleições – sejam elas o que forem, legislativas, presidenciais... – é uma afronta. De qualquer forma, votando ou não, manifestando-se ou não, apresentando queixas e soluções, o povo queixa-se com enorme à-vontade. A queixa faz parte da nossa vida tal como a crise. São palavras que andam de braço dado. Para as gerações mais novas, esta
crise tem um impacto de que só teremos uma noção exacta daqui a algum tempo, no entanto, observando os mais novos, vejo uma pressão terrível, uma ideia triste de futuro, de não terem caminho. Costumo dizer que não temos uma bola de cristal e, por isso, não vale a pena fazer futurologia, é preciso que os miúdos escolham o que querem, o que os faz mais feliz. A ideia de que serão os licenciados do ordenado mínimo nacional, como está a acontecer neste momento, pode ser errada: os tempos mudam. Por outro lado, as novas gerações, ao contrário da minha, foram bombardeadas por esta onda de consumo e possuir, ganhar, conquistar algo – um carro, uma boneca, uma consola, um livro – como um dado adquirido, não um desejo, algo que implica um objectivo a cumprir. Talvez isso mude. O consumismo é uma doença terrível. E a facilidade com que as pessoas tiveram acesso ao crédito e ao endividamento não contribuiu minimamente para uma certa razoabilidade de vida. A infância teve um papel importante para se ter tornado escritora? Tudo começou com o meu fascínio pelas teclas da máquina de escrever e pela colecção de livros do
meu tio-avô. A oferta de livros era, então, muito menor. Lia os mesmos livros duas e três vezes. Cansada dessa rotina comecei, de forma algo envergonhada no início, a inventar as minhas histórias que, de certa forma, reflectiam a minha vida, o que estava à volta. A infância pode ser um período muito marcante pela positiva ou pela negativa. Tive os dois lados da moeda, mas o primeiro salvou-me de tudo o resto e, nesse contexto feliz de “positivo”, os livros foram uma bóia extraordinária. Assim, pelos sete ou oito anos não dizia que queria ser escritora, mas já o pensava. O Diário de Micas foi escrito para ser um presente para os seus filhos, mas acabou por fazer parte do Plano Nacional de Leitura. Que tipo de desafio é escrever para crianças? É um desafio grande por causa do discurso, do tipo de vocabulário, do enredo que tem de se manter sempre com algum suspense, de forma a que não percam o interesse. Ao mesmo tempo, no caso de O Diário do Micas, é um pretexto maravilhoso para escrever sobre os espaços museológicos do país e escrever sobre a História sem a chatice dos manuais que, ainda hoje, são uma compilação de datas e de
Depende. Somos leitores diferentes todos os dias. Posso ficar feliz por ler um ensaio, um livro de viagens, um romance, uma biografia, um livro de poesia. Qualquer coisa que me conte uma história bem contada é apelativo. Ao mesmo tempo, como dito anteriormente, os romances que nos interrogam, que nos fazem pensar, são sempre os mais interessantes. O mesmo sucede com a poesia. Procuro não ter preconceitos quanto aos livros e à música – uma parte essencial da minha vida já que não faço nada sem música. Sair da nossa zona de conforto leva-nos, muitas vezes, a encontros felizes. Um exemplo? Sugeriram que lê-se um ensaio que, nas livrarias portuguesas, está catalogado e arrumado como um livro de auto ajuda. É de uma norte americana, Susan Jeffers, chama-se “Apesar do Medo”. A autora tem uma série de estudos na área da psicologia cognitiva e na forma como as relações interpessoais se desenvolvem. À partida não o compraria. Li e gostei muito. Tem favoritos entre os seus livros? Não. Os livros são como os filhos. Todos diferentes, todos igualmente amados. O favoritismo, no meu caso, não se aplica. O escritor António Lobo Antunes diz que andamos todos no mundo à procura de ser amados. Falamos muito de amor, mesmo quando não se fala dele? Só falamos e procuramos amor mesmo que o possamos disfarçar com outras palavras. Nesse aspecto o português é um idioma muito feliz, permite variantes múltiplas. Portanto, quando procurámos aprovação o que queremos é aceitação e isso significa que desejamos que gostem de nós ou de algo que fizemos e tudo isto, em termos de uma equação não matemática, leva ao amor. É uma inevitabilidade. Não nascemos, não estamos formatados, para passar de nível na vida sem a ajuda dos outros, sem o amor dos outros. A solidão é o acto
mais desumano que conheço, por ser de uma crueldade ; infinita. O amor implica reciprocidade e esta é uma das minhas palavras preferidas: dar e receber. Qual é a análise que faz dos anos como editora da revista Egoísta? Fazer a Egoísta, propriedade do Grupo Estoril-Sol, é um privilégio por ser uma publicação que dá primazia às curtas ficções e aos portfolios de artistas que, de outra forma, não tinham como os publicar. Na Egoísta, ao longo destes 11 anos, escreveram nomes conhecidos e desconhecidos, alguns que agora são considerados como promessas ou como garantias futuras de qualidade literária. É, por isso, algo de que me orgulho, sem qualquer arrogância. Há uma noção de serviço à cultura na Egoísta e na equipa que a faz, o atelier 004, que não vejo muito por aí. Ao contrário de outros, considero que o conceito da revista não está esgotado, está em plena transformação a cada edição e, mesmo que seja em papel e não um suporte multimédia cheio de coisas que mexem, posso garantir, pela correspondência diversa que recebemos, que chegamos às pessoas de uma forma única. Está de “acordo” com o novo acordo ortográfico? Não estou de acordo, existem vários erros e o princípio que levou a este acordo, e ao dinheiro que se gastou para chegarmos aqui, é algo que me faz muita impressão. Dito isto, sei que a língua tem uma evolução natural e que teremos de viver com a incorporação de algumas mudanças. Fernando Pessoa, quando escreveu O Livro do Desassossego, fê-lo com c cedilhado. Hoje, tal não nos ocorre, pois não? A escrita é para si uma necessidade ou um prazer? A escrita faz parte da minha vida, sempre fez, como a leitura. Acresce que tenho carteira profissional de jornalista há 24 anos, logo não me imagino sem escrever. O lado ficcional da escrita é uma necessidade e também uma forma de terapia, de certa forma, já que vou conseguindo transpor para os livros os meus receios, as minhas dúvidas, as minhas interrogações. K Entrevista: Eugénia Sousa _ Fotos: Direitos Reservados H
gente e livros
Winston Groom 7 (…) «Onde é que tu foste ferido?»,e então eu baixei as calças e mostrei-lhe. Bem, todos aqueles fotógrafos vieram a correr e começaram a tirar fotografias e vieram uma data de tipos a correr e levaram-me para onde estava o coronel Gooch. A tarde, no nosso hotel, o coronel Gooch entrou a correr pelo meu quarto dentro cum uma data de jornais e estava furioso. Começou a praguejar e a grita-me e atirou os jornais para cima da cama e lá estava eu, na primeira página, a mostrar o rabo e o presidente a mostrar a sua cicatriz. Um dos jornais tinha desenhado uma máscara sobre os meus olhos pra que a gente não me reconhecesse, como se costuma fazer com as fotografias porcas. A legenda dizia «presidente Johnson e Herói de Guerra a relaxarem-se no Roseiral». - Gump seu idiota – disse o coronel Gooch – Como é que você me pode fazer isto? Estou arrumado. A minha carreira está provavelmente acabada!
1984 é adaptado ao cinema pelo realizador Robert Zemeckis, com Tom Hanks no papel principal. Para além das obras de não ficção, Winston Groom é também autor, entre outros, dos romances: Better Times Than These (1978); As Summers Die (1989); Only (1984); Come the Sun (1988); Such The Pretty, Pretty Girl (1998). O escritor divide o seu tempo entre Nova Iorque e Point Clear, Alabama.
- Não sei – disse eu – Mas estou a tentar fazer o que tá bem. » . In Forrest Gump Winston Groom, jornalista e escritor norte-americano, nasceu a 23 de Março de 1944, em Washington. Mudou-se para Mobile, no Alabama, onde frequentou a Academia Militar, e depois a Universidade de Alabama, licenciando-se em 1965. Serviu no exército dos EUA de 1965 a 1969, sendo mobilizado para a guerra do
Vietname. Quando regressou aos EUA trabalhou como repórter no jornal Washington Star. Aos 32 anos larga o jornalismo e começa a escrever o primeiro romance Better Times Than These (1978). Voz crítica sobre a Guerra do Vietname, o romance Conversations With The Enemy (1982) foi finalista para o Pulitzer Prize, em 1983. Em 1985 muda-se de novo para o Alabama onde escreve Forrest Gump (1986). Forrest Gump torna-se um bestseller e em
Forrest Gump. Forrest Gump tem um QI à volta de 70 e o melhor coração que um homem pode ter. Mas, a falta de inteligência não o impede de ter uma vida cheia de aventuras. Gump será campeão de futebol numa famosa Universidade; estrela de uma banda Rock; herói de guerra no Vietname; lutador profissional. Entre tantos acontecimentos heróicos, o seu maior feito, talvez seja, integrar uma missão espacial da NASA. K Página coordenada por Eugénia Sousa _
edições
Novidades Literárias 7 Europa-América. Cura, de Robin Cook Após uma ausência prolongada, devido à doença do filho, Laurie Montgomery, médica legista do gabinete de Medicina Legal de Nova Iorque, regressa ao trabalho. O que a espera não é simples, pois envolve o crime organizado dentro de duas empresas de biotecnologia. Mas, apesar de todos os avisos que recebe para se afastar deste caso, Laurie está disposta a levar a investigação até ao fim. Robin Cook é o criador do denominado “thriller médico”.
Casa das Letras. A Recompensa do Soldado, de William Faulkner. Este é o primeiro romance de Faulkner e também um dos mais emblemáticos sobre a I Guerra Mundial. A obra narra o regresso a casa de um veterano ferido e o
impacto da guerra sobre a vida da sua mulher, que ficou à espera. O escritor é Prémio Nobel da Literatura de 1949.
Oficina do livro. Natural, by Chakall. Porque a cozinha do futuro deverá ser mais verde, pela nossa saúde e pela saúde do planeta, os pratos mais saudáveis chegam até nós pelas mãos de um dos mais prestigiados chefs de cozinha do nosso país. Chakall reúne receitas saborosas e saudáveis que englobam sopas, sumos, saladas e entradas, ideais para uma celebração antecipada da Primavera. Gradiva. Diálogos - Sobre a Ciência e os Homens, de Primo Levi e Tullio Regge. Quando dois grandes homens da ciência se sentam para ter uma conversa de amigos, o resultado só poderia ser o me-
lhor. Mas nem só de ciência vivem estes diálogos, aqui há também lugar para a literatura, a linguística, a política, algumas confissões e humor.
Clube do Autor. Encontros Marcados, de Gonçalo Cadilhe. Nem só por lugares se viaja neste livro, o autor leva-nos através de memórias, livros, filmes, canções e pessoas. Colectânea de textos sobre tudo o que nos pode acontecer quando viajamos pelo mundo e pela nossa vida; Alguns dos momentos marcantes que conduziram Gonçalo Cadilhe ao ponto em que se encontra agora: o de grande viajante português dos tempos modernos. Sextante Editora. Baku Últimos Dias, de Olivier Rolin. No ano de 2003, Olivier Rolin regressava do Afeganistão quando pára
em Baku, no Azerbaijão. No livro de contos Suite no Hotel Crystal, que está a escrever, resolve encenar o seu próprio suicídio, ficando a data da sua morte como 2009. Nesse mesmo ano, 2009, o escritor resolve regressar a Baku «Este livro é, em certa medida, o diário da minha estada na cidade onde era suposto morrer. Retratos, coisas vistas, sonhos, leituras, notas de viagem, evocação de figuras do passado, etc. (…)».
Educação Nacional. Provérbios Animados, Lucília Carvalho, recolheu, e Elsa Fernandes, ilustrou. As autoras pegaram em provérbios populares, ditos e expressões que transmitem lições que se podem aplicar ao universo dos mais pequeninos. Presença. Belos e Malditos, de F.Scott Fitzgerald. O casal americano Anthony Patch e Gloria Gilbert vivem na voragem da «Idade do Jazz». Ele leva uma existência boémia, enquanto aguarda pela morte do avô que o deixará rico; ela é uma beldade do sul, superficial e ambiciosa. Por detrás da beleza e glamour que ostentam, escondem uma vida vazia que os conduzirá à degradação e ao fim do casamento. K FEVEREIRO 2012 /// 027
Em Castelo Branco
Vem aí o Ignite Portugal! 3 É já no próximo dia 29 de Fevereiro, às 18H no Cine-Teatro de Castelo Branco que chega este evento singular de partilha de ideias. Qualquer pessoa pode candidatar-se a ser orador, basta para isso que tenha uma ideia, uma proposta, uma experiência, uma teoria ou visão que queira partilhar. Com o microfone à disposição para “incendiar” a plateia, subirá à “palete” (uma imagem de marca do evento) por 5 minutos para falar, com 20 slides que rodam automaticamente a cada 15 segundos. O conceito foi criado por Brady Forrest e Bre Pettis , em 2006, na cidade de Seattle nos Estados Unidos. Desde então já conta com milhares de eventos um pouco por todo mundo e várias dezenas em Portugal. A iniciativa, sem fins lucrativos, compreende um conjunto de eventos abertos à participação de todos, em torno de temas como inovação, criatividade, empreendedorismo ou tecnologia. É um formato inovador de
conferências: informal, aberto, social, local, global, desafiador
de mentalidades, objetivo e participativo.
É organizado por um conjunto de voluntários, empenhados em
dar palco às ideias, inspirar as pessoas, elevar o nosso QI coletivo, promover partilha de experiências, criar novas redes de relações interpessoais e em descobrir talentos e ideias desconhecidos de Portugal. O valor do bilhete para o evento é simbólico (5€) e reverte para uma entidade de apoio social. Na primeira edição o valor obtido reverte para a Associação ERID- Educar, Reabilitar, Incluir Diferenças. Esta associação foi criada na cidade de Castelo Branco em Dezembro de 2004 por um grupo de pais de crianças com necessidades educativas especiais. Pouco a pouco tem vindo a ser conhecida e reconhecida por pais de crianças do concelho e de concelhos vizinhos pelo seu trabalho no âmbito da inclusão e da reabilitação. Os bilhetes para o evento podem ser adquiridos na plataforma Last2Ticket (o número de participantes é limitado). Os oradores devem inscrever-se através do link http://igniteportugal.clix.pt/p/become-speaker. html. K
Prazeres da boa mesa
Crepes de Legumes Oriental com Gengibre e Soja 3Ingredientes:
sa fillo, etc…
8 uni Folhas de Crepe 300 gr Couve Lombarda 150 gr Cenoura 150 gr Rebentos de Soja 1 uni Alho Francês 1 c.s. Óleo de Sesamo 15 gr Gengibre 10 gr Alho picado 1 uni Clara de Ovo q.b. Oleo p/ Fritar q.b. Molho de Soja q.b. Sal e Pimenta de Moinho
+ info: O molho de soja é um molho fabricado a partir de uma mistura de grãos de soja fermentados pelos bolores Aspergillus oryzae, um cereal torrado, água e sal marinho. É amplamente utilizado na culinária japonesa e chinesa no preparo de pratos como yakisoba e também utilizado para acompanhamento como no sashimi. Contém proteínas e vitamina B. Em virtude de ter grande quantidade de sódio, deve ser consumido com moderação. K
Preparação: Cortar todos os legumes em juliana. Escolher os rebentos e lavar. Num wok verter um fio de óleo, juntar o gengibre e o alho. Deixar refogar. Juntar os legumes e deixar cozinhar. Temperar com molho de soja. Reservar. Estender as folhas dos crepes, colocar sobre cada uma um pouco de legumes, pincelar
028 /// FEVEREIRO 2012
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a toda a volta os crepes com a clara, fechar as extremidades laterais e depois enrolar. Depois de terminar, passar por farinha e fritar em óleo abundante.
Servir a gosto com molho de soja. Dica: Podem ser feitos com massa de arroz, massa brick, mas-
Mário Rui Ramos _ Executive Chef Ô Hotels and Resorts Monfortinho
música Nickelbak - Dark horse 3 Os Canadianos Nickelback estão de regresso aos discos com “Dark Horse”, o sétimo trabalho da carreira do colectivo de Chad Kroeger. A banda é uma das mais bem sucedidas do universo rock, tendo conseguido ultrapassar a barreira dos cinquenta milhões de unidades vendidas em todo o mundo. O primeiro single deste registo chama-se “When we stand together” e foi bem recebido pelas rádios e imprensa especializada. A segunda aposta do disco é mais recente, para segundo single foi escolhido o tema “Bottom up”. Este novo registo tem a particularidade de ter sido produzido pelos elementos da própria banda, fugindo às possíveis influências de um produtor convidado. No novo “Dark horse” continua presente o espírito rock dos Nickelback, trata-se de um álbum de continuidade com acordes e arranjos diferentes, utilizando a mesma linha condutora que celebrizou a banda. Os Nickelback têm a particularidade de terem muitos seguidores e outra legião, que não simpatiza muito com a banda. Um dos tristes episódios ocorreu em Portugal, num espectáculo ao vivo, em que a banda abandonou o palco depois de terem sido arremessadas garrafas de água e outros objectos para o palco. Destaque para os singles “When we stand together”,”Bottom up” e as faixas “Lullaby” e “Trying not to love you”. K
Taio Cruz - Ty.o 3 Já está disponível no mercado nacional o novo álbum de Taio Cruz que recebeu o título de “Ty.o” e sucede a “Rockstar” de 2009. Taio Cruz é um nome em grande ascensão no universo musical, após a edição de cada single o cantor consegue subir mais um degrau e dar mais viabilidade a sua carreira. No currículo estão dezasseis milhões de singles vendidos e várias participações em trabalhos de músicos bem conhecidos na composição e produção dos álbuns. “Ty.o” apresenta um impressionante naipe de colaborações, nomes como Steve Angelo, Dr. Luke, Jessie J, RedOne, Sebastian Ingrosso, Katy Pery, David Guetta aceitaram o convite do cantor para participar no novo registo. O primeiro avanço do trabalho foi “Hangover” que foi editado ainda em 2011 e conta com a colaboração do Rapper Flo Rida, destaque ainda para a remistura de Hardwell que acompanhou a edição do single. A sonoridade das novas composições é uma mistura de pop com a música electrónica na sua vertente mais comercial, sempre com melodias agradáveis e dançantes. Os temas fortes são os singles “Hangover”,”Litle bad girl” e os temas “There she goes” e “Telling the world”. Trata-se de uma boa proposta para aquecer o ambiente sonoro, para o resto deste Inverno de 2012. K
Snow Patrol - Fallen empires 3 Os Snow Patrol acabam de editar o sexto álbum do seu currículo, chama-se “Fallen empires”. A banda Britânica ficou globalmente conhecida devido ao sucesso dos singles “Just say yes”, “Signal Fire”,”Chasing cars” e “Run”. O colectivo liderado por Gary Lightbody gravou o novo trabalho na Califórnia durante o ano de 2011, as misturas foram efectuadas no estúdio de Jacknife, e as gravações dos coros foram feitas pelo La Inner City Mass Gospel Choir. Para promoção do álbum já foram editados vários singles, o primeiro foi “Called out in the dark, o segundo “This isn´t everything you are” e terceiro é muito recente chama-se “In the end”. Em alguns mercados mais fortes foi editado um quarto single, no final de 2011, a escolha recaiu para “New York”. A sonoridade das novas músicas continua no rock electrónico com fortes refrões, constituindo uma agradável mistura de ritmos, numa atmosfera sonora capaz de agradar às novas gerações e conquistar a velha guarda do rock. Em relação a destaques do alinhamento deste álbum, os melhores temas são os singles “Called out in the dark”, “This isn´t everything you are”,”In the end” e a faixa “The weight of love”. “Fallen empires” é mais um passo certo para consolidar a carreira dos Snow Patrol, que até em Portugal têm um considerável numero de seguidores, devido à grande presença dos seus singles nas nossas rádios. K Hugo Rafael _
pela objectiva de j. vasco
Dia Internacional da Mulher
3 No próximo dia 8 de Março celebra-se o Dia Internacional da Mulher, em homenagem às operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque que, em 1857, ocupando a fábrica reivindicavam a redução do seu horário de mais de 16 horas diárias para 10 horas e, também por melhores condições salariais visto que, na altura, as mulheres recebiam cerca de um terço do salário dos homens. Em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, por proposta do Partido Socialista da América, homenagear a luta das operárias do 8 de Março, comemorando a data como “Dia Internacional da Mulher”. A discriminação das mulheres ainda hoje se faz sentir nas casas, na rua e nas empresas, onde com muita dificuldade chegam ao topo das mesmas. Preconceitos e estereótipos fazem-se sentir em muitas áreas como, por exemplo, no desporto. No ano de 2011, em Portugal, estavam filiados na Federação Portuguesa de Boxe 400 desportistas onde apenas 55 eram mulheres; destes 400, doze eram profissionais e entre eles estava apenas uma mulher. Ana Castilho, na foto, é uma das praticantes de Boxe. Ana estuda jornalismo e é, assumidamente, uma rapariga para quem todo o desporto deve ser vivido independentemente do género, apenas basta ter a aptidão necessária e o gosto pela modalidade em causa. K
press das coisas Acer Cloud Mobile 3 Ao vencer o prémio de design IF2012, o novíssimo smartphone da Acer, apresenta como um dos melhores argumentos, a beleza. O Cloud Mobile tem espessura inferior a 1 cm e design, que o fabricante denominou, Sleeve DNA. O ecrã é full touch, com 4,3” e o auricular em aço inoxidável, no painel frontal. Sem data marcada para chegar a Portugal, o Acer Cloud Mobile tem lançamento previsto para o 3º trimestre de 2012 e apresentação agendada para a edição de 2012 do Mobile World Congress, em Barcelona, de 27 de Fevereiro a 1 de Março. K
Sony Cyber-Shot WX 50 3 A máquina fotográfica compactas Cyber-Shot WX 50 tem como características o aumento de sensibilidade no registo de instantâneos, uma nova versão de estabilizador óptico, bem como estabilizador electrónico, para usar na gravação de vídeo em Full HD; sensor CMOS, com 16,2 Megapixéis, objectiva de 25 mm-125 mm (zoo óptico de 5*), com abertura a partir de f/2.6. Está disponível em acabamentos prata, preto e azul. O preço aproximado é de 230 Euros. K
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Quatro rodas
A origem da nossa paixão c Estamos em número de aniversário, mais própriamente a comemorar o 14º aniversário do nosso Ensino Magazine. Embora só tenha começadado a ocupar o “meu espaço” já na segunda metade deste percurso, acompanhei o nascimento deste projecto e constatei o entusiamo com que foi criado. É certamente devido a esse entusiamo, e motivação da equipa, que o projecto continua forte. Pode mesmo dizer-se que trabalhar nas coisas de que se gosta, nem sequer pode ser considerado trabalho e nestes casos o resultado final tem sempre muito mais valor. Também os temas sobre os quais aqui escrevo resultam de uma paixão que tem mais de trinta anos, por isso, estar neste meio, seja escrevendo, seja organizado, seja participando, ou mesmo no papel de dirigente, continua a ser um prazer enorme. Por ser a melhor pessoa para o fazer, deixo para o nosso diretor a tarefa de um dia contar como nasceu a paixão do Ensino
Magazine. Quanto à minha paixão pelo desporto automóvel , será nesta crónica que lhes vou contar como a minha memória ainda recorada a forma como me deixei apanhar por este “vício”. Se bem me lembro, tudo começou quando no final dos anos sessenta a minha família foi morar para perto do largo de S. Marcos, local onde a rapaziada se reunia para as brincadeiras de então. De entre as várias actividades da malta, estava um dia reservado para a troca de re-
cortes de fotos de jornais. Numa sociedade dominda pelo futebol, apercebi-me que havia algumas trocas relacionados com pilotos e carros de formula 1 e rallyes. O certo é que aquilo me entusiamou e com o dinheiro da mesada comprei logo o jornal “motor”, onde pude absorver com sofreguidão as notícias e as cores daquele mundo. Estávamos então no início dos anos setenta. Não me foi possível continuar a comprar o jornal com assiduidade, mas lá fui arrajando
Escuderia Castelo Branco
Open ralis acelera na Beira 6 A Escuderia Castelo Branco apresentou oficialmente na passada semana no Museu Cargaleiro desta cidade o Rali Cidade de Castelo Branco que vai ser realizado nos próximos dias 9 e 10 de Março. Trata-se de uma prova integrada no Open de Ralis, a competição de estrada mais importante e participada de todos os campeonatos atualmente em curso no nosso país, como atestam os responsáveis deste clube albicastrense. António Sequeira, o presidente da Escuderia, salientou naquela ocasião o facto de o concelho albicastrense poder ver, vinte anos depois, de novo os carros de rali e desta popular jornada desportiva contar com nove Provas Especiais inéditas a percorrerem, a partir da cidade, sobretudo, as freguesias de Sarzedas e Santo André das Tojeiras, e com a aposta numa Super Especial a disputar em plena urbe, mais precisamente na Zona de Lazer. Gizada para se desenrolar junto ao centro nevrálgico do evento, frente à Escola Superior de Saúde Dr. Jaime Lopes Dias, esta parte da prova, batizada de Super Especial Cargaleiro em homenagem a este nome da cultura beirã e portuguesa, é especialmente apelativa para todo o pú-
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blico amante da modalidade. “Este é um rali já com uma envergadura assinalável e constitui uma mais valia considerável para a cidade e para esta região do país”, sublinhou António Sequeira, explicando que “quer em termos desportivos mas também económicos este acontecimento vai marcar a vida da cidade e do concelho”. Na mesma linha, discorre o diretor de prova, Luís Caramelo: “É com muito orgulho que voltamos a organizar um rali em Castelo Branco e logo uma prova como esta, normalmente muito bem disputada e atrativa para o público, em que esperamos contar com mais de meia centena de pilotos”. Para o presidente da câmara
albicastrense, “é de enaltecer o trabalho efetuado por este clube na promoção do nosso concelho”. Joaquim Morão lembra que “apesar dos tempos difíceis em que vivemos, nunca pusemos dificuldades a ninguém que quisesse investir neste concelho e este evento é para nós também uma forma de investimento, quer desportivamente quer na promoção da nossa região, pelo que contou desde logo com todo o apoio possível”. No dia em que se realiza a super especial, mais precisamente a anteceder a mesma, terá lugar uma exibição de carros antigos, sendo esta também uma forma de valorizar este rali e de proporcionar ao público aderente mais um motivo de interesse. K
uns grupos de interesse, onde se discutiam as corridas e os novos modelos de automóveis que iam aparecendo. Lembro-me que entretanto consegui convencer o meu pai a levar-me assistir a um ou outro rali e até que me levasse ao circuito de Vila do Conde. Mas foi em 1979 que pela primeira vez estive do lado de dentro de uma organização. Tudo começou com uma visita ao POP CROSS de Portalegue. O senhor Raul Romãozinho era muito amigo do meu pai e nesses dias dias falavam muito das corridas de POP CROSS, porque o senhor Raul era famíliar do grande piloto Francisco Romãzinho que teve um importante papel na introdução desta modalidade em Portugal. Dessa visita a Portalegre, resta a foto que hoje partilho. Foi no entanto uma visita ainda no papel de espectador, mas fiquei deveras impressionado com o que vi, naquela pista desenhada bem perto da praça de toiros desta cidade alentejana, onde os Ci-
troen 2CV deram um espataculo inesquecivel. Apercebi-me então que também na minha terra iria disputar-se uma prova do campeontao de POP CROSS. Meio tímido, aventurei-me sozinho a falar com os organizadores que me reservaram um papel fiscal de pista…sim esses que mostram as bandeiras aos pilotos. Tinha então acabado de fazer 17 anos e tentei desempenhar a minha tarefa com o maior rigor . O certo é que foi nesse dia que começou uma longa história de devoção “à causa” e cujo final, espero, ainda vai demorar uns anos a escrever. K Paulo Almeida _ Direitos Reservados H
sector automóvel BMW: Está aí o novo Série 3 3 O novo BMW Série 3 acaba de ser apresentado ao público pela marca germânica. A nova berlina surge em três diferentes linhas de design que marcam os níveis de equipamento e estão identificadas pela cor da chave: a linha Line, de cor beje, a Sport, de cor vermelha e a Line Luxury, cromado com brilho pérola. A condução do novo 320d, apresentado no fim-de-semana em todo o País, fica marcada pela flexibilidade da nova suspensão, cujo comportamento é irrepreensível em pisos irregulares, como aquele em que o conduzimos. Na opção de direcção desportiva variável, o BMW permite uma condução arrojada, mas com níveis de segurança elevados, como o prova o curto espaço que necessita para se imobilizar, mesmo quando circulamos a velocidades superiores a 120 Km/h. O novo Série 3 surge no mercado internacional com sete motorizações diferentes, designadamente três a gasolina (335, 328 e 320) e quatro a diesel (320, 318 e 316), sendo uma delas a variante 320d Efficient Dynamics, marcada por uma redução do número e cavalos (135 para 120), que permite um consumo e um nível de emissões inferior ao 320d. K
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João queiró, secretário de estado do ensino superior
Regulamento de bolsas pode ser revisto 6 O secretário de Estado do Ensino Superior, João Queiró, disse que o Governo “não está a pensar mexer” no regulamento de atribuição de bolsas no Ensino Superior, embora admita que “tem que ser revisto”. O governante, que considerou o atual regulamento “mais justo” do que o anterior, falava à margem da cerimónia do 38.º ani-
versário da Universidade do Minho, em Braga, pronunciou-se ainda sobre a substituição do diretor geral do Ensino Superior (DGES), esclarecendo tratar-se de uma “mudança natural”. João Queiró refutou “responsabilidades” do Governo nos atrasos sentidos na atribuição e pagamento das bolsas no Ensino Superior, sentidas
Plano Externo de Formação
Inscrições abertas na Beira Interior 6 A Universidade da Beira Interior, através do Centro de Formação Interação UBI Tecido Empresarial (CFIUTE) está a organizar um conjunto de ações de formação com o objetivo de incorporar nos cidadãos o conhecimento nas mais diversas áreas para que sejam eficazes e eficientes no mundo sem fronteiras. Após o sucesso do Plano de formação da UBI de 2011, foi preparado um Plano para o 1º Trimestre de 2012, onde estão contempladas ações de formação nas mais diversas áreas: Língua e Lite-
ratura Materna; Ciências Informáticas; Estatística; Audiovisuais e Produção dos Media; Formação de Formadores; Arquitetura e Urbanismo e Construção Civil. O Plano de 2011 tem início em Fevereiro com a Formação Pedagógica Inicial de Formadores e visa incentivar, motivar e qualificar pessoas ao mais alto nível. Para mais informações dos cursos disponíveis, consulte o plano enviado em anexo e mais pormenorizadamente o Website: www.cfiute.ubi.pt. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _
UE
Estágios curriculares em grupo hoteleiro 6 O Grupo Internacional de Hotéis – Hi Hotels - deslocou-se à Universidade de Évora, no passado dia 7 de Fevereiro, para apresentar o plano de estágios curriculares nas unidades hoteleiras do grupo. O grupo tem hotéis em Ibiza, nas ilhas de Maiorca e Menorca e oferece estágios curriculares para os estudantes da área do turismo. A Universidade de Évora foi a primeira insti-
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tuição do ensino superior português a receber esta cadeia hoteleira para possíveis protocolos. Para Isi García Hernandez, Sub-directora de Recursos Humanos do grupo Hi Hotels, é impossível criar uma estrutura estável da indústria hoteleira e turística sem a colaboração das instituições do ensino superior que formam cada vez mais profssionais neste sector. Noémi Marujo _
este ano letivo, explicando que “as candidaturas são analisadas pelas universidades”. Realçando não estar a “deitar culpas para ninguém”, o secretário de Estado admitiu que “este é um sistema que tem que ser revisto”. Uma das “soluções” apontadas pelo governante passa por “aumentar a automatização dos procesPublicidade
sos” que, assim, tornaria “mais expedita”, a análise das candidaturas. Questionado sobre uma eventual alteração ao regulamento de atribuição de bolsas em vigor, como têm exigido as associações académicas, João Queiró disse que o Governo “não está a pensar rever o regulamento na sua estrutura essencial”, já que “foi construído para o tornar
mais justo”, adiantando ainda estar “persuadido de que o regulamento deste ano é mais justo que o do ano anterior”. Confrontado com a recente substituição do diretor geral do Ensino Superior, António Mourão Dias, o secretário de Estado explicou que foi uma “mudança natural”. “Integrou-se num conjunto de mudanças no
Ministério da Educação. Houve modificações de orgânica, de serviços e fusões”, disse. Além disso, o atual exDGES “pôs o lugar à disposição quando o Governo entrou em funções e, em principio de fevereiro, reiterou essa vontade”, concluiu o secretário de Estado. K Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico _