GI.COM-IPS | JAN’18
POLITÉCNICO DE SETÚBAL
Ensino Superior Público
Cursos Técnicos Superiores Profissionais Licenciaturas · Pós-Graduações · Mestrados
Estudios de Grado y Máster en Portugal
www.ips.pt janeiro 2018 Diretor Fundador João Ruivo Diretor João Carrega Publicação Mensal Ano XX K No239 Distribuição Gratuita
www.ensino.eu Suplemento politécnico de castelo branco
Poder do professor em debate C
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Internacionalização
UBI assina protocolo
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Património
UÉ em rede europeia Politécnico
Leiria apresenta projeto U-Bike C
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Assinatura anual: 15 euros
Ana Rita Cavaco, Bastonária da ordem dos enfermeiros
«Um em cada cinco enfermeiros trabalha em exaustão» Ana Rita Cavaco defende a contratação de mais enfermeiros para o SNS e alerta para a imigração de 50% daqueles que se formam.
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Tarantini, Futebolista
Um «craque» no campo e nos estudos Duas licenciaturas e um mestrado fazem do capitão do Rio Ave o futebolista português no ativo com maior currículo académico. C P 26
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Ana Rita Cavaco, Bastonária da Ordem dos Enfermeiros
«Há centros de saúde que funcionam como repartições de finanças» 6 Numa altura em que os enfermeiros são os mais expostos às limitações do Serviço Nacional de Saúde, a Bastonária defende a contratação de mais profissionais para o sistema e a definição de «numerus clausus estratégicos» após articulação entre os ministérios da SaúPublicidade
de e do Ensino Superior. O ano de 2014 foi especialmente duro para o setor da enfermagem, com milhares de profissionais a emigrarem. Essa tendência tem sido invertida? Em 2016 houve um decréscimo na emigração, mas
ainda assim, apesar da redução ser significativa, emigraram, na mesma, mais de 50 por cento daqueles que se formam, todos os anos. A oferta em termos de formação não está desadequada para o número de enfermeiros que faltam em Portugal, que são cerca de 30 mil. O
que está desadequado é que eles formam-se e o sistema de saúde não os contrata, porque não quer gastar dinheiro. E procuram, como é natural, outras soluções. Quantos enfermeiros trabalham, atualmente, fora do país?
São cerca de 15 mil. A variação do número de enfermeiros que se formam mantém-se equilibrada todos os anos em relação aos que se formam, no público e no privado, com a particularidade, como lhe disse anteriormente, de emigrarem mais de metade, por não serem contratados pelos hospitais e centros de saúde portugueses. A recuperação económica está a mudar a tendência? Alguns estão a regressar, até porque a prioridade da maioria passa por voltar ao seu país. Ninguém pense que as pessoas emigram com gosto e há até uma ideia muito errada que lá fora vão ganhar muito dinheiro e estão muito satisfeitos. Não é propriamente verdade, apesar dos ordenados serem maiores, o custo de vida também é diferente. Para dizer que os enfermeiros procuram o estrangeiro, não pelo dinheiro, mas por não terem colocação em Portugal. Como é que os nossos enfermeiros são acolhidos no estrangeiro? A realidade é muito diferente. São bem tratados, têm uma carreira, oferecem-lhes formação. São cumpridos os números mínimos de enfermeiros para cada doente em cada serviço, as chamadas dotações seguras, as regras técnicas não são incumpridas, etc. Em Portugal o cenário é completamente diferente? Atualmente o que se passa no Serviço Nacional de Saúde (SNS), e temos vindo a denunciar isso de há dois anos a esta parte, é um “salve-se quem puder”. O Reino Unido é o principal país de destino dos enfermeiros que abandonam o país? Na maior parte sim, mas estes profissionais encontram-se espalhados um pouco por todo o mundo. Nos
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últimos anos apareceram alguns mercados mais distantes geograficamente, como o Dubai, a Arábia Saudita e o Médio Oriente. É sabido que esta é das profissões que exige um maior esforço mental e físico, para além da responsabilidade inerente. O reconhecimento salarial está longe do que devia ser? Está muito longe. Eu faço este ano 21 anos de carreira e ao longo deste tempo, tal como os meus colegas, carregamos connosco todas as pessoas que vemos morrer, o sofrimento a que assistimos. Há um risco muito grande de cometer um erro clínico na mera administração de medicação, etc. Ou seja, o facto de lidarmos com a vida das pessoas faz com que a pressão seja muito grande até porque é aos enfermeiros que compete a vigilância dos doentes. Se pensarmos o que é um enfermeiro no sistema de saúde, posso dizer que todos os outros vão e veem. O médico vem ver, o psicólogo vem ver, enquanto o enfermeiro está sempre lá e garante a vigilância e a monitorização do que os profissionais com outras qualificações prescreveram ou recomendaram. Quanto é que um enfermeiro leva para casa ao fim do mês? Não levam nem mil euros para casa, e cumprem muitas horas a mais e com uma permanente responsabilidade, que nunca é reduzida. E cabe-nos lidar com tudo aquilo que a sociedade não quer lidar. Há muitos casos identificados de “burnout” ou exaustão? Temos um estudo de 2016 que a Ordem encomendou à Universidade do Minho que revela que um em cada cinco enfermeiros está a trabalhar em exaustão. É muito preocupante porque se o enfermeiro não tem condições de garantir a segurança ;
;nos cuidados que ministra eu coloco o outro em risco. Os enfermeiros são, de alguma forma, o elo mais fraco na cadeira dos prestadores de cuidados médicos? Pelo menos os mais expostos são seguramente. Até no plano da agressão física e verbal dos doentes e das famílias, porque são aqueles que respondem em primeira linha às dúvidas, às questões, à ansiedade de quem está sujeito a uma doença. Mas admito que também são o elo mais fraco em virtude do que se foi passando na profissão ao longo dos anos e também muito pela ação de quem os representava, nomeadamente a sua Ordem profissional. O facto de terem destruído a carreira aos enfermeiros tornou-os mais vulneráveis, o facto de hoje os cargos de chefia dependerem de nomeações torna-os mais vulneráveis, porque ter uma categoria da carreira em que eu exerço uma função de chefia estão acometidas competências em que estou salvaguardada pela lei para cumprir, ao passo que se for nomeada, regra geral, o que assistimos pelo país é: «não fazes aquilo que eu te digo para fazer em termos de conselho de administração, vem outro!». Sucede que as pessoas para manterem o lugar não tomam determinadas decisões que sabem que têm de ser assim do ponto de vista técnico. E isto abriu caminho para a confusão dentro das instituições de saúde com muitas regras básicas a serem incumpridas e que colocam a nossa vida em risco, nomeadamente em termos de controlo de infeção.
Quanto é que vale uma vida em Portugal? Para nós, infelizmente, vale pouco. Continuamos a ser o país que salva bancos e prefere pagar aos privados, em vez de investir no SNS. A pouca atenção que é dada às necessidades do setor reflete-se nas decisões que os sucessivos governos têm dado ao longo dos anos. Se fazemos cativações na saúde, por exemplo, estamos a retirar dinheiro para salvar vidas. Quando sabemos que temos um SNS que está sujeito a desinvestimento e sei que todos os anos há uma pressão enorme dos utentes por causa da gripe e por causa das vagas de calor, a quem interessa esta estratégica forma de atuar? Perante esta realidade, em vez de dotar o SNS, enviam-se as pessoas deliberadamente para o privado, gastando-se mais dinheiro. Porquê? Este sistema de saúde a duas velocidades vai acentuar as desigualdades sociais? Estamos a caminhar para um SNS para pobres. É isso que nós queremos? Há muitos pacientes que já não encontram resposta no sistema público e são obrigados a dirigir-se ao privado. Mas nem todos os portugueses têm dinheiro para ir ao privado. Os constrangimentos do défice impactaram muitos setores, nomeadamente a educação e a saúde. Até quando? É uma pergunta que tem de fazer ao governo e aos partidos políticos. Desde que tomámos posse pedimos a todos os partidos com assento na Assembleia da República que se comprometessem num pacto de regi-
me para o SNS. Se há matérias fundamentais em que temos de estar de acordo, independentemente das ideologias, é na saúde. É estranho como se conseguem colocar todos de acordo para fazer uma lei do financiamento partidário e depois não conseguem entender-se em setores estruturantes do Estado. A Saúde, a Educação e a Justiça são pilares fundamentais. O SNS é um pilar da democracia e um fator de coesão social não pode ser alvo de sucessivos desinvestimentos. O nosso SNS, em termos de estruturação, não tem paralelo e semelhança com outro país do mundo, o problema é que não está a responder com a qualidade e segurança com que gostaríamos que respondesse. Eu quero recordar que na sua mensagem de Natal o Presidente da República alertou que o governo tinha de cuidar da segurança das pessoas. E eu acrescento, cuidar do SNS é cuidar da segurança das pessoas, simplesmente porque neste momento os utentes não estão em segurança dentro do sistema. Que soluções advoga para dotar o SNS de mais verbas? Para começar um entendimento partidário. A solução tem de passar forçosamente por um aumento do valor orçamentado para a saúde. Como se registou um desinvestimento muito acentuado nos últimos anos, em especial na última década, não vale a pena andarmos a pedir às pessoas para fazer mais com menos. Isso já não é possível. Há uns anos verificou-se um problema de organização no SNS, agora o gran-
de obstáculo reside, efetivamente, na falta de dinheiro. Não vale a pena arranjar outros argumentos. Quais são as maiores carências? Portugal nos últimos 43 anos, ou seja, o tempo decorrido desde o 25 de abril, construiu pouquíssimos hospitais. Os hospitais estão velhos, obsoletos e em muitos deles chove lá dentro. Tudo consequência do desinvestimento. É certo que se investiu na construção de alguns no regime de Parceria Público Privada (PPP), mas que acabam por ter dificuldades em termos de resposta, porque funcionam com base em contratos-programa e os privados não estão lá para não ter lucro. Por oposição, o SNS foi criado para não dar lucro. Sabemos que é um serviço que tem de ser financiado pelos nossos impostos, mas que não dá receita, só despesa. Ao contrário do que pretendem fazer crer às pessoas, segundo dados que têm proveniência na OCDE, Portugal é dos países que gasta menos do seu PIB no SNS. E tem vindo a decrescer. Mas há mais indicadores em que são sucessivos os reparos feitos pela OCDE e o FMI a Portugal. O mesmo sucede no número de enfermeiros e médicos por mil habitantes. Que também é dos mais baixos da Europa. No numero de enfermeiros por mil habitantes, Portugal oscila entre os 6.1 e os 6.2, e a média da OCDE é 9.2. O que significa que estamos na cauda da Europa, atrás de países como a Estónia, a Eslovénia, a Letónia, etc. ;
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Foi supervisora da Linha Saúde 24, a atual Linha SNS, a que a tutela chama «a porta de entrada no sistema». Os portugueses estão conscientes que só devem dirigir-se ao hospital em último caso? Não estão, por um motivo muito simples. Repare: na década de 70 começou-se a advogar a ideia de que os cuidados de saúde primários tinham de ser a porta de entrada do sistema com a carta de Alma-Ata (NDR: Conferência internacional realizada no Cazaquistão, em 1978). Eu nasci em 1976 e quando terminei o meu curso fiz um trabalho sobre esse tema que apontava no mesmo sentido. O mesmo é dizer que andamos todos há 40 anos a repetir o mesmo, mas nunca avançámos. ;
E porquê? Porque, por exemplo, há centros de saúde que funcionam como repartições de finanças, das 9 às 5, eles não podem ser porta de entrada do que quer que seja. E os portugueses dirigem-se onde sabem Publicidade
que têm resposta 24 horas por dia. Uma pessoa que trabalha todos os dias e tem um problema de saúde, confronta-se com a dificuldade de marcar uma consulta nos centros de saúde ou nem sequer consegue
ser atendido nos cuidados de saúde primários devido à exiguidade dos horários. Perante isto, os centros de saúde têm de ter horários alargados, funcionar aos fins de semana e até ter uma pessoa para atender o tele-
fone – coisa que a maioria deles não tem. Tudo isto é fruto do desinvestimento de anos e anos. Eu trabalhei num centro de saúde de Lisboa que serve 48 mil pessoas e muitas vezes era a única pessoa que lá estava a atender quem chegava. Mas ainda recentemente, por efeito do surto de gripe, os centros de saúde tiveram reforço de horários e de recursos humanos… O problema é que a estratégia que existe é de reação. Principalmente nos últimos dois anos nota-se uma falta de capacidade para resolver os problemas de fundo. Infelizmente, o governo só age quando as situações se tornam públicas, por isso temos apelado à denúncia de situações concretas. Temos apresentado muitas fotografias do estado da saúde em Portugal, mas aquilo a que chamamos o «dossiê da vergonha» tem ainda muito mais exemplos chocantes do que se passa. O Ministro da Saúde devia preocupar-se muito com esta situação até porque ele é médico, fez um juramento para com a vida de todos nós.
Em termos de formação, defende a redução de vagas para a saúde e a criação de um plano estratégico para a saúde. Como concretizar este desejo? Para começar deve pôr-se em contacto o Ministério da Saúde e o Ministério do Ensino Superior. O Estado fica com todo o dinheiro dos nossos impostos e perante isso devemos ter a noção de que existe uma boa gestão. Ou seja, é preciso implementar “numerus clausus” estratégicos e isso só é possível se estiverem em contacto nas diversas áreas de ensino com os ministérios da respetiva tutela. O número de enfermeiros que falta no SNS está identificado, logo, em cada um é necessário saber quanto deve ser o financiamento para o sistema público de ensino para poder dotar os meus hospitais e centros de saúde daqueles profissionais da enfermagem. É fundamental. Se não existir comunicação entre os ministérios é evidente que a oferta vai ser desadequada. O que vai estar em debate no V Congresso dos Enfermeiros que se realiza em abril, em Lisboa? Sobretudo a mudança e o futuro que nós queremos para a prestação de cuidados de saúde. O SNS por vezes não acompanha e não dá resposta às necessidades dos utentes. A Ordem dos Enfermeiros criou recentemente a área de especialidade dos cuidados paliativos, uma iniciativa que já devia ter acontecido, mas a realidade anda sempre um pouco à nossa frente. Mas há outros temas, por exemplo o assédio moral cada vez é maior dentro das instituições. E é muito complicado denunciar estas situações, porque como o ministro da Saúde bem sabe há perseguições dentro do SNS, simplesmente por se defender os utentes. Nuno Dias da Silva _ Direitos Reservados H
CARA DA NOTÍCIA 6 A quinta bastonária dos enfermeiros Ana Rita Pedroso Cavaco nasceu a 21 de abril de 1976, em Almada. A quinta bastonária da Ordem dos Enfermeiros tomou posse em janeiro de 2016. Formou-se em Enfermagem na Escola Superior de Enfermagem Calouste Gulbenkian de Lisboa e Escola Superior de Enfermagem D. Ana Guedes, no Porto. É especialista e mestre em Saúde Comunitária e Saúde Pública pela Escola Superior de Enfermagem de Lisboa e pós-graduada em Gestão pela Católica Lisbon School of Business and Economics. Com duas décadas de experiência profissional, Ana Rita Cavaco iniciou a carreira no Serviço de Urgência do Hospital dos Capuchos, em Lisboa. Passou por vários centros de saúde – no Porto e em Lisboa – onde coordenou cuidados continuados e equipas de Enfermagem. Foi enfermeira supervisora da Linha Saúde 24, assumiu o cargo de Adjunta do Secretário de Estado da Saúde no XV Governo Constitucional e atualmente trabalha na Autoridade Antidopagem de Portugal. K
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Competição internacional da área têxtil
Doutorada pela UBI está no pódio 6 Caroline Loss, recémdoutorada em Engenharia Têxtil pela Universidade da Beira Interior, conquistou o terceiro lugar na competição internacional Graduate Student Research Paper Competition (GSPC), promovida pela The Fiber Society, a mais antiga sociedade no âmbito dos materiais fibrosos. A competição, patrocinada pela Johnson & Johnson, tem por objetivo reconhecer contribuições significativas em ciência, tecnologia e aplicação de fibras por parte de estudantes de pós-graduação. O título do trabalho apresentado, ‘Influence of Some Structural Parameters of Textile on Their
Dielectric Behaviour’, integra a tese de doutoramento orientada pelos professores Rita Salvado, do Departamento de Ciência e Tecnologia Têxteis da UBI, e Pedro Pinho (ISEL/ IT-Aveiro). O trabalho foi distinguido por apresentar uma técnica experimental para a caracterização dielétrica dos materiais têxteis e por relacionar os resultados com alguns parâmetros estruturais dos materiais, como rugosidade da superfície e porosidades superficial e total. A influência destas propriedades estruturais foi também estudada no cenário de utilização do tecido como substrato de antenas flexíveis. K
UBI
Universidade desenvolve protótipos para empresas 6 A Universidade da Beira Interior (UBI) está a participar no Prototransfer - II Concurso Transfronteiriço de Protótipos Orientados para o Mercado, que visa acelerar a transferência de conhecimento, apoiando pequenos projetos empresariais em fase inicial, mediante o desenvolvimento de protótipos (físicos, soluções web, softwares, etc.) que deem lugar a produtos com potencial de serem comercializados no mercado. Destinada a toda a comunidade académica, desde alunos, docentes, funcionários, bolseiros e diplomados há menos de três anos, a competição faz parte do programa INESPO III - Rede de Transferência de Conhecimento Publicidade
Universidade – Empresa, que é coordenado pela UBI e desenvolvido por um consórcio que une entidades científicas e empresariais de Portugal e Espanha. O concurso é extensível às universidades parceiras do INESPO III e tem como prémios uma bolsa até 4.000 euros, para cobrir despesas associadas ao projeto, acesso direto à participação do curso CEBT - Ibérico e às ações Design Thinking & Lean Start Up, bem como a elaboração de um vídeo promocional. O INESPO III tem entre os seus objetivos criar e manter uma nova dinâmica de cooperação transfronteiriça, entre as regiões de Castilla y León e a Região Centro de Portugal. K
Plano e Orçamento da UBI
Conselho Geral aprova 6 O Plano de Atividades e Orçamento para 2018, da Universidade da Beira Interior, foi aprovado na reunião do Conselho Geral realizada a 12 de janeiro, estando em destaque a oferta das melhores condições de estudo e na captação de alunos – nacionais e internacionais –, em paralelo com a contenção de custos, originada pelo que o reitor, António Fidalgo, classifica de subfinan-
ciamento da instituição em termos de Orçamento do Estado. José Ferreira Gomes, presidente do Conselho Geral, destaca a “preocupação de garantir que o ambiente de trabalho educativo na UBI continue a ser de excelência”, a aposta estratégica na captação de estudantes nacionais e internacionais, incidindo em comunidades de Língua Portuguesa, como os portugueses que vi-
vem nos Estados Unidos. “Tudo indica que o trabalho que tem sido desenvolvido nos últimos anos nesta área vai continuar e produzir os seus frutos”, salienta. Outro aspeto apresentado ao Conselho Geral por António Fidalgo aponta para que se mantenha o esforço que tem sido feito para incentivar um maior dinamismo na captação de receitas de investigação. K
Investigação científica
UBI garante 200 mil 6 Diana Costa, Raquel Ferreira e Carla Cruz, do CICS-UBI, e Alexey Koshelev, do Centro de Matemática e Aplicações, acabam de ver os seus projetos financiados pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, em cerca de 200 mil euros, à razão de 50 mil euros cada, os quais serão desenvolvidos até 2021. Sob o título ‘Terapia Génica Mitocondrial: desenvolvimento de um sistema para tratamento de doenças mitocondriais’, o projeto de Diana Costa tem como principal objetivo “o desenvolvimento de um sistema clinicamente viável para tratamento de doenças mitocondriais, contribuindo para o conhecimento numa área, até ao momento, pouco explorada”, explica a investigadora. ‘Terapia celular para a reparação neurovascular após um acidente vascular cerebral’ é o tema do projeto de Raquel Ferreira, o qual integra ainda Miguel Castelo Branco, Fátima Paiva e Ricardo Tjeng (Centro Hospitalar Cova da Beira), Lino Ferreira (Biocant Park/ IIIUC) e o Brain Repair Group,
na UBI, liderado por Liliana Bernardino. O projeto visa “utilizar células progenitoras endoteliais (em circulação no sangue após um AVC), tratadas com nanopartículas contendo ácido retinóico para realçar o potencial regenerador destas células (que normalmente circulam em número insuficiente), de forma a repararem mais eficazmente os vasos sanguíneos do cérebro afetados pelo AVC (pela falta de oxigénio e sangue)”, esclarece a investigadora.
“A expectativa é que através da recuperação vascular seja mais fácil obter a reparação das células neuronais que requerem o suporte dos vasos para sobreviverem e funcionarem devidamente”, defende Raquel Ferreira. O financiamento conseguido prolonga-se até 2021, ficando os quatro investigadores com um contrato “Investigador FCT”, uma medida de incentivo à investigação. K Rafael Mangana _
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Cibersegurança
UBI cria videojogo A Jesué Pinharanda Gomes
UBI concede Honoris Causa 6 A Universidade da Beira Interior (UBI) vai conceder o grau de Doutor Honoris Causa a Jesué Pinharanda Gomes, numa cerimónia marcada para 20 de março, na qual será reconhecido o elevado mérito alcançado por uma personalidade da região no campo da cultura. Pinharanda Gomes, natural do concelho do Sabugal, nasceu na localidade de Quadrazais em 1939. Estudou na Guarda e acabou por se estabelecer em Lisboa, onde trabalhou até 2002, tendo desempenhado funções numa empresa de máquinas agrícolas. Nunca perdeu
o gosto pelo estudo das mais diversas matérias culturais enquanto autodidata. Pelos milhares de horas passadas na Biblioteca Nacional, considerou este espaço a sua principal escola. Construiu assim um perfil de ensaísta, pensador, escritor, filósofo e historiador com mais de 300 títulos que incluem opúsculos e separatas e/ou dispersos, para além de traduções e das mais diversas colaborações em volumes colectivos e em Dicionários e Enciclopédias). Em 2012, ofereceu toda a sua
biblioteca pessoal ao município do Sabugal, acrescido de um espólio constituído por correspondência, iconografia religiosa e medalhística e recortes de imprensa. Para acolher, tratar e disponibilizar todo o material, foi criado no Sabugal o ‘Centro Jesué Pinharanda Gomes’, a partir do qual foi estabelecido um protocolo entre a autarquia e a Universidade da Beira Interior para, entre outras possibilidades, se proceder ao estudo e à investigação do legado cultural que o autor fez à sua terra natal e, por extensão, a todo o Interior. K
6 Inês Lopes e Gonçalo Fonseca, estudantes do Mestrado de Design e Desenvolvimento de Jogos Digitais, na UBI, estão a desenvolver o projeto “Game for Cybercrime Prevention”, que visa alertar os adolescentes, dos 14 aos 17 anos para a questão da cibersegurança. Realizado a partir de uma colaboração entre a UBI e a TaC - Together Against Cybercrime International, o trabalho de resultou na criação do design de um videojogo para smartphone que alerta para as boas práticas no âmbito da cibersegurança e para os riscos da utilização da Internet. Apresentado como um modelo alternativo aos habituais jogos educativos, propõe ao utilizador recorrer os seus conhecimentos para ultrapassar os desafios, centrados nos campos que maiores preocupações têm suscitado ao nível internacional, como as redes sociais, por exemplo. Os dois estudantes apresenta-
ram a ideia no Internet Governance Forum (IGF) das Nações Unidas – que decorreu em Genève (Suíça), em dezembro –, a convite da TaC, uma organização não governamental com sede em França. Além da divulgação do projeto, estabeleceram contactos com o objetivo de conseguir apoios para criar uma startup, em linha com um dos propósitos do mestrado que frequentam, que passa por preparar os alunos para a criação de iniciativas empresariais a partir das ideias desenvolvidas durante o curso. Inês Lopes e Gonçalo Fonseca são licenciados em Engenharia Informática pela UBI, tendo a primeira já concluído o mestrado com uma dissertação baseada no videojogo, enquanto o segundo está a trabalhar no mesmo. Para os trabalhos académicos e o desenvolvimento do projeto contaram com a orientação dos docentes Frutuoso Silva e Pedro Inácio, ambos do Departamento de Informática da UBI. K
Prémios Sophia Estudante
Filme ‘N’ em destaque
Universidade Federal do Amazonas
UBI assina protocolo 6 A Universidade da Beira Interior (UBI) e a Universidade Federal do Amazonas (UFAM), do Brasil, assinaram um protocolo que pretende aprofundar relações institucionais nas áreas do ensino, investigação e captação de alunos, renovando assim a parceria entre as duas universidades. O convénio tem a duração de cinco anos e foi rubricado pelo reitor da UBI, António Fidalgo, e o congénere brasileiro, Sylvio Mário Puga Ferreira, durante uma visita deste último à Covilhã.
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As duas entidades vão desenvolver intercâmbios (corpo docente, quadros técnicos e estudantes), elaborar atividades conjuntas (ensino e investigação, ou culturais) ou participar em ações que fazem parte do dia a dia das universidade (seminários e programas académicos), entre outros. A área da Saúde é fundamental para esta parceria, numa altura em que a UFAM está a investir na construção de um novo edifício para a Faculdade de Medicina e de um hos-
pital universitário. Além disso, é um setor “estratégico para a Amazónia”, explica Sylvio Mário Puga Ferreira, sublinhando que a UBI “é especialista nesta área”. Da ligação entre as duas academias irá resultar ainda a realização de cursos em cotutela e, noutro plano, a UFAM será parceira da UBI na captação de estudantes da região da Amazónia, em todas as áreas científicas, mas, em especial, nas engenharias. K
6 O filme ‘N’, realizado pela aluna da Universidade da Beira Interior (UBI), Carolina Coelho, alcançou um dos segundos lugares dos Prémio Sophia Estudante deste ano. O trabalho concorreu na categoria “Experimental”, daquele que é um dos mais importantes galardões atribuídos a realizadores em início de carreira. A curta-metragem, do género experimental, concebida igualmente como uma instalação, foi desenvolvida durante a Unidade Curricular Projeto 1, do 2.º ano da Licenciatura em Cinema e “explora uma linguagem simbólica e violenta para retratar a violação”. São mostrados ao público os dois lados da mesma história sem as personagens esta-
rem no mesmo plano. Ao fazer parte do grupo de 12 filmes premiados na cerimónia dos Prémios Sophia Estudante, ‘N’ está já pré-nomeado para o Grande Prémio Sophia Estudante, que será entregue na cerimónia dos Sophia 2018, promovida pela Academia Portuguesa de Cinema a 25 de março próximo. Os quatro nomeados serão conhecidos em fevereiro. Os Prémios Sophia Estudante contaram este ano com 86 trabalhos a concurso, originários de 18 estabelecimentos de ensino. Os vencedores foram anunciados na noite de 7 de dezembro, na Sessão de Encerramento da edição deste ano do certame. K
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Ciências do património
UÉ na rede europeia
Universidade portuguesa escolhida
Évora no EuroBird 6 A Universidade de Évora, através do Laboratório de Ornitologia (LabOr/ICAAM) é a única instituição de ensino superior portuguesa a participar no EuroBird Portal (EBP), do European Bird Census Council (EBCC), uma plataforma que envolve 81 instituições de 29 países, agregando os dados recolhidos por mais de 100 mil ornitólogos voluntários. A maior e mais dinâmica plataforma de dados de biodiversidade baseada em citizen science na Europa apresenta, agora, um novo design, atualizado com 40 milhões de novas observações recolhidas em 2016 e novos mapas para mais de cem espécies de aves ao longo de todo o ciclo anual, para um período de sete anos. Integrado no Grupo Investigação Funcionamento dos Ecossistemas e Conservação do Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas (ICAAM), o LabOr desenvolve ações de âmbito pedagógico, científico e de extensão sobre as aves de Portugal e do Mediterrâneo, entre as quais, a participação nesta plataforma que reúne os dados disponíveis em diferentes bases de dados online de
registos de aves na Europa, permitindo assim visualizar padrões espácio-temporais da distribuição das espécies à escala europeia. Selecionar dois mapas animados de qualquer tipo de espécie/ ano para visualização simultânea, permitindo efetuar uma comparação direta entre espécies, com mais de 30 milhões de combinações diferentes ou fazer zoom e incorporar os mapas em websites são duas das alterações introduzidas no EBP, tendo sido, ainda, alargada a cobertura geográfica dos mapas com dados provenientes da Bulgária, Chipre, Estónia, Grécia, Hungria, Israel, Roménia e Turquia. O reconhecimento internacional da UÉ nesta área da biodiversidade e da conservação da natureza tem permitido uma crescente participação em iniciativas desta natureza. Carlos Godinho, membro do steering committee do projecto, frisa, neste âmbito, “o envolvimento num dos tópicos do momento que é a citizen science, estabelecendo-se uma relação entre a universidade e a comunidade, com benefícios para a sociedade”. K
Arquivo H
Concurso de Pontes de esparguete
81,5 Kg deram vitória 6 A estrutura concebida por Samuel Almeida, aluno de 2.º Ciclo de Engenharia Eletromecânica da Universidade da Beira Interior (UBI), na categoria “Resistência”, foi a vencedora da XVII edição do Concurso “Humberto Santos” de Pontes de Esparguete, ao conseguir suportar a carga de 81,5 quilogramas. Embora o recorde de carga (167
kg) não tenha sido superado, as 38 pontes a concurso à categoria ‘Resistência’ e ‘Estética’, a participação de equipas internacionais e de escolas secundárias, assim como a participação de oito equipas à categoria ‘Torres’ foram motivos de satisfação para a organização, a cargo do Departamento de Engenharia Eletromecânica da UBI. K
6 O lançamento público da Plataforma Portuguesa da Infraestrutura Europeia para as Ciências do Património, única infraestrutura do Roteiro Nacional de Infraestruturas de Interesse Estratégico (RNIIE) na área da conservação e reabilitação de património cultural, decorreu no dia 10 de janeiro, no Palácio de D. Manuel, em Évora. Em nota de imprensa, a Universidade de Évora explica que a plataforma resulta de uma parceria entre o Laboratório HERCULES da Universidade de Évora, o Laboratório Nacional de Engenharia Civil e o Laboratório José de Figueiredo da Direção Geral do Património Cultural. A chamada E-RIHS.pt integra investigação e desenvolvimento com transferência de tecnologia e está aberta a investigadores, instituições públicas e empresas. O serviço à comunidade científica pode desenvolver-se através da participação em projetos de mestrado e doutoramento e/ou cedência de meios instrumentais de apoio a projetos de investigação. O lançamento da plataforma contou com a presença dos ministros da Cultura, Castro Mendes, e do Ensino Superior, Manuel Heitor. António Candeias, diretor do Laboratório HERCULES, classifica a plataforma como “o grande projeto formal que une os três laboratórios parceiros,
capacitando-os para desenvolver qualquer tipo de investigação na área do património”. Para Ana Costa Freitas, reitora da UÉ, a criação desta infraestrutura, “onde cultura e ciência se interligam”, representa um “verdadeiro processo de transferência de conhecimento, potenciando o trabalho que se faz nas unidades de investigação envolvidas, e corporizando uma das principais missões das universidades: a transferência de conhecimento e tecnologia”, ideia igualmente defendida por Manuel Heitor, Minis-
tro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior: “Esta plataforma deve ser usada para valorizar o contexto académico do Laboratório HERCULES”, considerado pelo ministro que tutela a ciência uma “referência científica de nível mundial”. No entender de Manuel Heitor, “o acordo é um exemplo como o setor público pode reunir esforços” estimulando “o conhecimento e novos saberes” e a “criação de emprego qualificado” com capacidade de atrair mais jovens para o ensino e para a formação. K
Universidade de Évora
Bebés cientistas 6 Os azulejos das salas de aula da Universidade de Évora (UÉ) sugerem-nos como os bebés são competentes, atentos e curiosos, “pequenos cientistas” na descoberta do mundo e agindo sobre ele. Esta é perspetiva do 1º Congresso Transdisciplinar Portugal - Brasil sobre o bebé, promovido pela Universidade de Évora e o Instituto Langage de São Paulo, com a colaboração de um conjunto alargado de instituições de ambos os países que decorreu nos dias 12 e 13 de janeiro, na Universidade de Évora. Inaugurando a jornada, Ana Costa Freiras, reitora da UÉ, salientou que o tema deste congresso é caro à UÉ “não só porque temos já uma longa história no que diz respeito às Ciências Sociais e Humanas, onde a Psicologia e a Pedagogia ocupam lugares centrais - tanto ao nível da investigação como ao nível do ensino -, como também em termos globais, o estudo do desen-
volvimento precoce é altamente relevante e o conhecimento nesta área determinante em termos do futuro da sociedade”. Ana Costa Freiras realça que ao nível universitário, Portugal e Brasil “nunca estiveram tão próximos”, como é atestado, “pela regularidade de eventos científicos conjuntos” e “pelo
crescente interesse de estudantes brasileiros no nosso país”. Aproveitando a ocasião, a reitora dirigiu-se aos estudantes brasileiros “desde o grau de licenciatura ao doutoramento, que serão sempre bem-vindos na Universidade de Évora”. K UÉ _
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Biodiversidade analisada em Coimbra
Eucaliptos geram deserto
6 Os eucaliptais geram autênticos “desertos” à sua volta, provocando uma dramática redução da biodiversidade do território. A conclusão é de um estudo internacional, no qual participou o investigador Daniel Montesinos, do Centro de Ecologia Funcional da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC). Através da avaliação da biodiversidade vegetal presente em eucaliptais da espécie Eucalyptus globulus, tanto na sua área nativa (Austrália), como em países de todo o mundo onde a espécie foi introduzida de forma industrial, incluindo Portugal, onde esta espécie de eucalipto é a mais comum, os investigadores concluíram que “as substâncias químicas presentes nas folhas dos eucaliptos impedem o crescimento das raízes de outras espécies nativas, motivo pelo qual os eucaliptais contêm muita pouca biodiversidade fora da sua área nativa,
Prémio Estudo de Casos FAE/EDP 2017
ISCTE vence concurso na Austrália”, explica Daniel Montesinos. O principal resultado deste trabalho, salienta, “foi mostrar, pela primeira vez e à escala mundial, como a biodiversidade por debaixo dos eucaliptos é muito menor que fora da sua área de influência, e como extratos das folhas de eucaliptos impedem o crescimento das raízes de outras espécies de plantas”. Assim, “a planta-
ção de eucaliptos é altamente prejudicial. O empobrecimento de espécies gerado pelos eucaliptos tem impacto em todo o ecossistema, por exemplo, ao nível do controlo da erosão dos solos ou da manutenção da biodiversidade”. O estudo, já publicado na revista Global Ecology and Biogeography, envolveu também investigadores da Austrália, Chile, EUA e Índia. K
6 O INDEG-ISCTE foi o vencedor da quarta edição do concurso de Casos de Estudo do Fórum de Administradores e Gestores de Empresas (FAE/EDP), com um estudo de caso sobre a TAP, o qual teve como autores o docente Álvaro Rosa e a aluna de mestrado Raquel Roque. A instituição recebeu ainda uma menção honrosa, com um caso sobre o Novo Banco, que teve como coautor o docente João Carlos Silva. O Prémio FAE/EDP destina-se a
distinguir anualmente os melhores casos de gestão – management science (marketing, finanças, estratégia, organização, etc.) – de empresas portuguesas e estrangeiras presentes em Portugal que possam ser um modelo de inovação e crescimento. Os casos a concurso procuram dar resposta a desafios de gestão de uma empresa ou grupo de empresas, tendo como foco a criação de valor e sustentabilidade para a organização. K
No Departamento de Química de Aveiro
As moléculas da cerveja Universidade do Algarve
Novo reitor toma posse
6 Aumentar a cooperação com o meio empresarial, promover a sustentabilidade através da inovação e da inclusão, apostar no ensino e na investigação, num clima de proximidade, são as linhas mestras do plano que o novo reitor da Universidade do Algarve, Paulo Águas, desenvolverá no próximo ano. No discurso de tomada de posse, em dezembro, o novo reitor destacou como objetivos de curto prazo, com a finalização da candidatura para a criação de um Pólo Tecnológico,
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“que permitirá a instalação de empresas no seio da Universidade do Algarve, para além das que já se encontram incubadas no UAlg Business Lab”. Ainda com o intuito de incrementar a cooperação com o meio empresarial, irá realizar um périplo por empresas, estruturado por setores de atividade. “Serão visitadas empresas com as quais temos vindo a desenvolver projetos para apresentação dos resultados alcançados e identificação de projetos futuros, assim como empresas com as quais ainda não temos vindo
a trabalhar mas que poderemos vir a fazê-lo no futuro”, afirmou. A cerimónia de investidura decorreu a 13 de dezembro, no Grande Auditório do Campus de Gambelas, na presença de muitos convidados, entidades académicas, civis, militares, diplomáticas e religiosas. O reitor cessante, António Branco, elencou alguns “feitos memoráveis” alcançados nos últimos anos, sem, contudo, esquecer os vários desafios que ainda terão que ser ultrapassados, sendo o mais preocupante “o problema do financiamento público”. K
6 As moléculas voláteis que fazem (ou não) de cada cerveja um momento de prazer único acabam de ser desvendadas no âmbito de uma investigação do Departamento de Química da Universidade de Aveiro. Os resultados desta descoberta juntam-se assim à Roda de Aromas da Cerveja, criada há cerca de 40 anos, a qual possibilita que cervejeiros e consumidores de todo o mundo avaliem os aromas e sabores existentes na bebida. O trabalho inédito de Cátia Martins, realizado durante o Doutoramento em Bioquímica, desvendou centenas de moléculas voláteis de várias dezenas de cervejas nacionais e interna-
cionais. Com recurso a métodos avançados de cromatografia de gás (técnica usada para separar substâncias químicas) a investigadora estudou, ao longo de cinco anos, as moléculas voláteis responsáveis pelo aroma de cada uma das cervejas. Com base nos resultados, criou a Beer Aroma Molecular Atlas (BeerAMA), o atlas pretende facilitar a vida aos ‘alquimistas’ da cerveja já que desvenda as características dos mais ínfimos e essenciais ingredientes da cerveja, um conhecimento fundamental não só para otimizar a produção das marcas já no mercado como para descobrir com maior facilidade novos aromas. K
Prémio Vergílio Ferreira
Gonçalo M. Tavares vence
Perigos no percurso casa-escola
Estudo da UTAD alerta pais 6 Os processos de planeamento das cidades e políticas de promoção da vida saudável revelam uma absoluta desconsideração pelas crianças, que estão cada vez mais sujeitas a grandes perigos nos espaços urbanos. A conclusão é de um estudo da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), realizado em colaboração com o Instituto da Criança na Cidade, no âmbito do curso de mestrado em Arquitetura Paisagista. As ruas e avenidas são, por norma, desenhadas para o automóvel e raramente permitem um acesso atrativo e seguro entre casa e escola. A respeito da mobilidade e interação social das crianças na cidade, a UTAD concluiu que o grau de independência das crianças “é inexistente”, e que a sua vivência é “constantemente mediada pe-
los adultos”, gerando “receios relativamente à sua segurança pessoal e inibindo oportunidades para a descoberta e para a experiência”. Segundo a arquiteta paisagista Andreia Ramos, autora do estudo, “as crianças parecem conceber a rua como o espaço do automóvel, e por isso, considera-se urgente recentrar a rua nos peões e especificamente nas crianças, para os casos dos percursos casa-escola”. Recomenda ainda que haja “maior empenho na educação e sensibilização da população para a importância da mobilidade das crianças na cidade”, até porque se prova que “a grande maioria das crianças, se tivesse voz no momento da tomada de decisão sobre o seu modo de deslocação, optaria pelos modos suaves, uma escolha justificada pelo apreço pela liberdade”. K
6 O Prémio Vergílio Ferreira 2018 foi atribuído ao escritor Gonçalo M. Tavares. Este galardão, instituído em 1996, incide sobre o conjunto da obra de um autor que se tenha distinguido nos domínios da ficção ou do ensaio. Numa edição que contou com candidaturas apresentadas por instituições de Portugal, Brasil, Espanha, Itália e Colômbia, o júri decidiu atribuir este ano o prémio a Gonçalo M. Tavares, tendo ficado escrito em ata que “o Prémio Vergílio Ferreira 2018 foi atribuído ao escritor Gonçalo M. Tavares pela originalidade da sua obra ficcional e ensaística, marcada pela construção de mundos que entrecruzam diferentes linguagens e imaginários, afirmando-o como um dos autores de Língua Portuguesa mais criativos da atualidade”. O júri do Prémio que pretende homenagear o escritor de “Aparição” é composto este ano por João de Melo (escritor), Maria da Con-
Tânia Pinto Ribeiro H
ceição Caleiro (crítica literária), Ângela Fernandes (prof. Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa), Cláudia Afonso Teixeira (prof. Universidade de Évora), e Antonio Sáez Delgado (prof. Universidade de Évora, presidente). A cerimónia de entrega do Prémio acontece no dia de 1 março, data em que se assinala a morte do escritor, contando com as habituais intervenções do premiado, do júri e
da reitora da Universidade de Évora. Recorde-se que o prémio Vergílio Ferreira foi atribuído pela primeira vez a Maria Velho da Costa, a que se seguiram, entre outros, Mia Couto, Almeida Faria, Eduardo Lourenço, Agustina Bessa Luís, Vasco Graça Moura, Mário Cláudio, Luísa Dacosta, José Gil, Hélia Correia, Lídia Jorge e João de Melo, tendo sido a galardoada da edição de 2017 a escritora Teolinda Gersão. K
Universidades sustentáveis
Biodiversidade
Minho entre as 50 melhores
Évora cria museu virtual
6 A Universidade do Minho teve o melhor resultado de sempre de uma instituição portuguesa no ‘UI GreenMetric World University Rankings 2017’, que avalia os índices de sustentabilidade ambiental das academias de todo o mundo, após ter sido considerada considerada a primeira do país, a segunda da Península Ibérica, a 23ª da Europa e a 48º no mundo. “A UMinho está comprometida a criar uma estratégia de liderança universitária a nível global na sustentabilidade, construindo uma comunidade mais saudável, vibrante, participativa”, diz o reitor Rui Vieira de Castro. Acrescenta que as instituições de ensino superior
têm “uma responsabilidade adicional” na sustentabilidade, que tem sido considerada “a única solução para os desafios globais”, segundo entidades como a ONU, o Fórum Económico Mundial e o Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável. Portugal está ainda representado na lista geral deste ano pela Universidade de Aveiro (413º lugar) e pelo Instituto Politécnico de Santarém (539º), entre 616 instituições de 74 países. O pódio inclui as universidades de Wageningen (Holanda), Nottingham (Reino Unido) e Califórnia Davis (EUA). Há cinco academias britânicas no top 10. K
6 O protocolo de colaboração entre a Direção-Geral de Educação e a Universidade de Évora, que prevê a adequação do Museu Virtual da Biodiversidade (MVBD) às orientações dos programas de ensino básico e secundário, de modo a maximizar a sua valia como recurso educativo ao serviço de alunos e professores, foi assinado no passado dia 4 de janeiro. Desenvolvido no âmbito da Cátedra de Biodiversidade “Rui Nabeiro”, o MVBD é um serviço público integrado no Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade de Évora (CIBIO/InBIO-UÉ), que tem como principal objetivo divulgar a biodiversidade de Portugal e sensibilizar o público para a necessidade da sua preservação. A sua função será agora alargada, passando a constituir
um recurso educativo para o ensino básico e secundário. José Vítor Pedroso, diretor-geral de Educação, salientou que “ao disponibilizar a professores e alunos um novo recurso educativo bastante atrativo e de inquestionável qualidade científica”, este projeto permitirá “enriquecer a vida nas escolas e tornar os alunos em cidadãos mais ativos e empenhados na defesa da biodiversidade”. Tem, por isso, na sua opinião “um enorme potencial”, encontrando-se alinhado com a Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania, lançada no passado mês setembro pelo Governo, que visa justamente desenvolver competências pessoais e sociais, promover o pensamento crítico, desenvolver competências de participação ativa e desenvolver conhecimentos em áreas não for-
mais, apostando na “democratização da ciência em Portugal”. Para Ana Costa Freitas, reitora da UÉ, o Museu Virtual da Biodiversidade é uma “consequência do trabalho científico” desenvolvido na Universidade que dirige, a qual coloca à disposição da sociedade “um manancial de informação sobre biodiversidade e os mecanismos de sustentabilidade que lhe são subjacentes.” A reitora da UÉ frisou, ainda, que a divulgação científica é um “elemento crucial para a construção de uma sociedade assente em valores de cidadania” e que este Museu é um bom exemplo dessa construção com benefícios para todos. No entender do seu diretor, Jorge Araújo, o MVBD permitirá a construção de informação que responda às “necessidades das escolas e dos seus programas”. K
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Seminário na ESE de Castelo Branco
O poder do professor 6 O seminário “O Poder do Professor e a Crise de Autoridade (O Poder da Desordem)”, decorreu no passado dia 6 de dezembro, no auditório da Escola Superior de Educação de Castelo Branco (ESE), tendo sido orientado por João Ruivo, professor e investigador. A iniciativa realizou-se no âmbito das atividades desenvolvidas pela Comissão Científica do Curso de Especialização Pós-graduada em Administração Escolar da ESE, coordenado pelo professor Valter Lemos, e inserida nos seminários de educação, coordenados pela professora Maria José Infante. O seminário contou com a presença de mais de uma centena de professores dos agrupamentos de escolas da região, técnicos que operam na área da saúde e da educação e de alunos dos cursos de Mestrado, de Pósgraduação e de Especialização daquela escola superior. O seminário teve início com uma sessão se abertura, presidida pela diretor da ESE, professor
João Serrano, e em cuja mesa também estiveram presentes os professores João Ruivo, Valter Lemos e Maria José Infante. Na sua apresentação, João Ruivo abordou os principais fatores que contribuíram, mais recentemente, para a perda da autoridade do professor na turma, na escola e na comunidade. Salientou os indicadores sociais, políticos e académicos dessa erosão profissional e centrou a discussão entre os elementos exteriores (exógenos), que não dependem da atividade do professor, e os interiores (endógenos), em que apenas os docentes são responsáveis, face à sua atuação profissional. Em debate estiveram temas como a demissão de muitas famílias do processo de educação dos seus filhos; o modo como o Estado empurra para as escolas responsabilidades que, apenas a ele, deveriam competir; a escassa formação permanente dos docentes face à desatualização acelerada, provocada pela rápida
evolução do conhecimento e das tecnologias da comunicação e da informação; a importância do regresso à formação pelos valores; o relato de algumas experiência positivas de integração do pais nas atividades escolares, como forma de corresponsabilização educativa; e, finalmente, a importância da utilização de técnicas de controle da disciplina na sala de aula. João Ruivo encerrou o seminário com a abordagem da relevância da incorporação das teorias da inteligência emocional na atuação dos professores, na melhoria da sua autoestima, da sua profissionalidade docente e das lideranças escolares, e tentou demonstrar como alguns profissionais (através de lideranças tóxicas) trabalham para criar o caos (o poder da desordem), para que possam dominar, a seu gosto, a vida de muitas instituições escolares, contribuindo, negativamente, para a imagem social dos professores. K
Neurociência
João Valente em destaque 6 João Pedro Valente, docente da licenciatura em Imagem Médica e Radioterapia da Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias do Instituto Politécnico de Castelo Branco, acaba de publicar no Journal of Neuroscience Methods o artigo intitulado “Brain extraction in partial volumes T2*@7T by using a quasi-anatomic segmentation with bias field correction”. O artigo resulta de uma investigação realizada, durante um ano, no Athinoula A. Matinos Center for Biomedical Imaging em Boston, Estados Unidos da América e a convite da Harvard Medical School O artigo, resultante do trabalho de investigação que o docente desenvolveu durante o seu Douto-
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ramento “Deteção e Segmentação Automática de Lesões de Esclerose Múltipla no Córtex”, pode ser visto em https://doi.org/10.1016/j.jneumeth.2017.12.006 Em nota de imprensa, o IPCB explica que “segundo o coordenador da licenciatura em Imagem Médica e Radioterapia, João Costa, esta investigação veio contribuir para a introdução de novas temáticas que têm vindo a ser ministradas nos últimos anos aos alunos do curso, com o objetivo de atualizar constantemente os conteúdos académico-científicos e de integrar os futuros profissionais em abordagens cada vez mais inovadoras para o diagnóstico imagiológico”. K
Cooperação
Docentes da EST no Uzbequistão 6 Uma equipa de docentes da Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco participou, no Uzbequistão, numa reunião do Steering Committee de encerramento do programa realizada no Tashkent Automobile and Roads Institute, no âmbito do projeto internacional HIGHVEC, financiado pelo Programa TEMPUS. Em nota de imprensa, enviada pelo Instituto Politécnico de Castelo Branco, refere-se que os docentes da Unidade Técnico Cientifica de Engenharia Civil José Mocito e Rosa Luzia participaram na reunião, conjuntamente com os parceiros de Espanha (Universidade Carlos III/Madrid), Inglaterra (Universidade de Birmingham), Roménia (Universidade Politécnica de Bucareste) e os pertencentes às diversas instituições locais parceiras no projeto. A equipa portuguesa teve também oportunidade de participar na conferência Prospects of Road Transport and Engineering Communicative Infrastructure, que decorreu em Tashkent, no Tashkent Automobile and Roads Institute. A docente da Unidade Técnico Cientifica de Engenharia Civil da ESTCB/IPCB, Rosa Luzia, membro da equipa de trabalho do IPCB, foi convidada a fazer uma apresentação em sessão plenária, dos projetos de investigação desenvolvidos no IPCB no âmbito das vias de comunicação, apresentando uma comunicação intitulada “Research Projects. Polytechnic Institute of Castelo Branco”.
A docente apresentou ainda duas outras comunicações, intituladas: “Construction and Demolition Waste Use in Road Construction. Issues Arising from Construction Practice in Portugal” e “Soil Stabilization with Flexible and Rigid Plastic Waste” de que é coautora com o docente Dinis Gardete. Entretanto, a Escola Superior de Tecnologia está a desenvolver projeto de cooperação com universidades do Uzbequistão. Recentemente realizou, em Castelo Branco, um curso de formação em controlo de qualidade de materiais para construção rodoviária e manutenção de pavimentos, que contou com a presença de oito participantes provenientes de duas universidades do Uzbequistão, a Universidade de Samarkand e a Universidade Estatal de Karakalpak. Na mesma nota de imprensa, é referido que a formação, que integrou sessões em sala de aula, laboratório e visitas de estudo, enquadra-se nas atividades desenvolvidas no âmbito do Projeto TEMPUS “Curriculum development: Highway/ Road Construction Engineering and Vehicle Engineering (HIGHVEC)” que integra uma equipa da EST/ IPCB. No âmbito do mesmo projeto, foi ainda realizada uma visita de estudo às instalações da LENA Agregados, situadas na Estrada Nacional 233, que permitiu observar no local o processo de extração e fabrico de agregados bem como de produção de misturas betuminosas e de betão. K
ARIPESE juntou dois secretários de Estado, Ensino Magazine apoiou a iniciativa
Só 1 em cada 3 jovens escolhe o superior 6 Em Portugal apenas um em cada três dos alunos em condições de se candidatar opta por entrar numa instituição de ensino superior. Não sendo novos, os dados não deixam de ser preocupantes e foram novamente divulgados pela secretária de Estado do Ensino Superior, Fernanda Rollo, em Castelo Branco em dezembro durante a abertura do encontro nacional da ARIPESE, Associação de Reflexão e Intervenção na Política Educativa das Escolas Superiores de Educação. “É bom que tenhamos claro que no futuro não vamos ter recursos humanos para o que o país precisa. Estamos a desperdiçar dois terços dos jovens”, referiu Fernanda Rollo, que deu conta do esforço que a tutela está a fazer para reverter estes números. A governante destacou ainda o papel importante que os politécnicos têm tido no país, não só na qualificação dos seus alunos, mas também numa perspetiva de coesão territorial. O encontro reuniu, na sessão de abertura, dois secretários de estado. Além de Fernanda Rollo, também João Costa, que tutela a Educação, marcou presença, até porque como também foi referido no evento, as questões educativas estão interligadas entre os vários ciclos formativos. João Costa destacou o papel dos professores: “Temos razões para estar orgulhosos da escola
portuguesa, em muitos indicadores temos resultados positivos. Há países que querem vir ver este trabalho. É preciso reconhecer o papel dos professores. É por termos um corpo docente qualificado que estes resultados são possíveis”. O secretário de Estado falou também na questão da progressão de carreira da classe docente. “Estamos contentes por sermos os pais do descongelamento. Metade dos professores vão ter a sua carreira descongelada já em janeiro”, disse. Numa perspetiva mais reflexiva, João Costa lamentou o facto de haver ainda uma elevada taxa
de alunos que não concluem o ensino secundário no tempo esperado, o que no seu entender se deve a duas dimensões: “a qualidade de aprendizagem (há mais de um terço dos alunos que não está a aprender); e a justiça social (só 8% dos alunos com pais que têm apenas o quarto ano é que não reprovam)”. O secretário de Estado lembra que “os professores não querem que os seus alunos reprovem mas não têm outra alternativa. Isto leva-nos a procurar resposta para a questão “o que é um aluno bem sucedido? é um aluno que sabe coisas? que sabe pensar? (...)”. João Costa falou ainda da
questão da autonomia das escolas no currículo. “Ao fazermos esse reforço vamos detetando algumas dificuldades”. O governante deu como exemplos a diferenciação pedagógica (gerir a sala de aula de maneira inclusiva é um desafio); a avaliação (colocála ao serviço das aprendizagens, centrando-a na avaliação formativa); educação para a cidadania (está novamente a ser inscrita no currículo, como obrigatória, e não apenas na perspetiva de ver se os alunos são bem comportados); interdisciplinaridade (há pouca capacidade de produção de trabalho interdisciplinar); e a literacia digital (é urgente desma-
terializar o ensino). O presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco, Carlos Maia, aproveitou a presença dos dois membros do Governo para lembrar que, no caso da formação de professores, “é pertinente fazer-se uma análise aos dois ciclos sequenciais (licenciatura e mestrado)”. No seu entender, há aspetos que devem ser tidos em conta, como a procura dos cursos; a média de acesso a essas licenciaturas (só os cursos da área dos serviços sociais tiveram média inferior aos cursos da área da formação de professores, tanto na 1ª como na 2ª fase); a valorização da profissão; ou as provas de ingresso (a exigência futura de matemática e português me termos de formação e coesão territorial vai ser má para o país). “Não há nada que justifique essa exigência”, disse Carlos Maia. Também o presidente da ARIPESE, Luís Cardoso, considera que “chegou o momento para se fazer a avaliação do modelo de formação de professores e educadores”, referindo a questão das provas de ingresso, a atual natureza das licenciaturas em ensino básico e dos mestrados profissionalizantes. “Faz sentido manter uma licenciatura autónoma, ou termos uma licenciatura com mestrado integrado?”, questionou. K
ENSINO SUPERIOR
EST visita Academia da Força Aérea 6 Uma delegação da Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Castelo Branco, constituída pelo docente Armando Ramalho e pelo Coronel Manuel Veloso, visitou o CEIIA (Centro de Excelência para a Inovação da Indústria Automóvel) em Matosinhos e a AFA (Academia da Força Aérea) em Sintra. A visita decorreu no âmbito do Curso Técnico Superior Profissional em Fabrico e Manutenção de Drones, informou o Politécnico em nota de imprensa. O Centro de Excelência para a Inovação da Indústria Automóvel é uma das Plataformas de Ciência e Tecnologia do país e uma referência a nível internacional, com um cluster centrado na área das indús-
trias da mobilidade, com competências reconhecidas nos setores mais dinâmicos da economia – Tecnologias de Informação e Comunicação, Energia, Automóvel e Aeronáutica, entre outros. Os dois elementos foram recebidos pelo diretor da Academia do CEIIA, Rui Dias, e efetuaram uma visita às instalações, onde trabalham cerca de 300 engenheiros, tendo reunido com os responsáveis pelos Recursos Humanos, Academia e desenvolvimento de UAV (Unmanned Aerial Vehicles’s, vulgo drones). Na mesma nota é referido que a reunião de trabalho teve por objetivo principal a avaliação de parcerias entre as duas instituições, nomeadamente estágios
para alunos, necessidades da industria de UAV, unidades curriculares e mestrados dirigidos a alunos da área da Engenharia Industrial. Adianta o mesmo documen-
to, que “tendo em atenção que um UAV é um sistema transversal e multidisciplinar que abraça áreas como telecomunicações, análise de estruturas, conceção/desenho de um veículo aé-
reo, programação, software (CATIA, PATRAM, NASTRAN e XFLR5), navegação, circuitos e sistemas propulsores, foram identificadas vários pontos onde se poderão estabelecer parcerias com mútuos benefícios”. Na visita à Academia da Força Aérea (AFA), a delegação da ESTCB/IPCB entrou em contato com o trabalho do Centro de Investigação (CI) de UAV’s da Força Aérea Portuguesa. Foram também realizados os contactos preliminares necessários para um protocolo entre a Academia e o IPCB, tendo em vista a utilização de equipamentos do Centro de Investigação, bem como a realização de estágios aos alunos. K
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Plano para 2021
Cávado e Ave aprova estratégia Centro Internacional para a Água em Portugal
Setúbal no Lis-Water 6 O Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) é uma das cerca de 40 instituições nacionais e estrangeiras envolvidas na fundação do centro de excelência internacional para o setor da água, o LIS-Water, com sede em Portugal. Numa altura em que a água, recurso escasso, é cada vez mais assumida como prioridade em todo o mundo, a Comissão Europeia, através de financiamento no âmbito do programa Horizonte 2020, deu assim o aval a este projeto que tem como principais pilares a investigação e a inovação e que pretende atrair especialistas mundiais na área dos recursos hídricos, com a missão de disseminar conhecimento pelos
decisores políticos, profissionais da água, indústria e cidadãos. Coordenado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), o Lisbon International Centre for Water (LIS-Water) tem como parceiros a Cranfield University (Reino Unido) e o Institut d’Administration des Enterprises de Paris (França), contando ainda com o apoio e envolvimento de cerca de 40 outras entidades nacionais e estrangeiras. O Politécnico de Setúbal, incluído neste grupo inicial, manifesta em carta de intenções assinada pelo seu presidente, Pedro Dominguinhos, o seu “total apoio” ao novo centro, convicto de que o LIS-Water irá resultar em
“benefícios, à escala nacional e internacional, para o LNEC e para todas as partes envolvidas”. Propõe-se participar em atividades de produção de conhecimento e inovação nas áreas da ciência e tecnologia que tenham impacto sobre políticas públicas, regulação e gestão de recursos hídricos e dos serviços de águas, sobretudo no que toca à sua região envolvente, Setúbal. Mostra-se igualmente empenhado em contribuir para a oferta de formação de alta qualidade aos profissionais da água, em apoiar o empreendedorismo e a incubação de novas empresas, bem como em incentivar a participação pública no setor da água. K
6 O Conselho Geral do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave acaba de aprovar, por unanimidade, a proposta do Plano Estratégico 2021, que tem seis eixos estratégicos alinhados com a missão institucional e a visão estratégica, designadamente as pessoas, o modelo de governação, a formação e educação, a investigação, desenvolvimento e inovação, a interação com a sociedade e o Campus responsável. O plano tem por base o Plano Estratégico de 2016-2019, do anterior presidente, João Carvalho, um instrumento fundamental considerando a política de continuidade seguida neste mandato
pela presidente da instituição, Maria José Fernandes. Outros documentos e orientações do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), o programa do Governo, a Estratégia Europa 2020, entre outros documentos e estatísticas foram também basilares para a elaboração do Plano Estratégico do IPCA 2021. Maria José Fernandes considera que “o sucesso na concretização da estratégia do IPCA para 2021 depende do envolvimento e empenho de toda a comunidade académica neste projeto comum e numa comunicação clara e transparente das metas a alcançar”. K
Projeto social inovador da Cáritas de Setúbal
ESE de Setúbal é parceira 6 Música e outras formas de expressão criativa, como o teatro, fotografia, dança e artes plásticas, são hoje parte da nova rotina dos utentes do Centro Social São Francisco Xavier, da Cáritas Diocesana de Setúbal, através de um projeto de intervenção social inovador. ‘Recriar-se’, que está no terreno desde 2015, teve origem numa proposta de Carlos Barreto Xavier, docente da Escola Superior de Educação de Setúbal, e ganhou depois forma de projeto com a criação, pela direção da Cáritas de Setúbal, da equipa multidisciplinar que hoje acompanha o grupo nas sessões semanais de segunda-feira. Um coletivo composto por utentes sem-abrigo e outros que são igualmente vítimas de exclusão social. A música foi a origem de tudo, como recorda o docente, e também músico, que coordena o projeto, em estreita colaboração com o assistente social Henrique Silva e a psicóloga Ana Gaspar. “O projeto, em regime de voluntariado, foi por mim iniciado em outubro de 2015, no Centro Social São Francisco Xavier, como uma resposta
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Nordic Games Conference
Politécnico de Leiria representa Portugal
interior a um pedido de alguns sem-abrigo/utentes: gostariam de ter alguma formação em música”. Ao olhar para trás, a caminho do terceiro ano, Carlos Barreto Xavier e a equipa do projeto consideram que as “mudanças positivas na vida dos utentes” são uma evidência. “Identificamos grandes vantagens no empowerment, ou seja, na capacitação das pessoas que participam nas sessões semanais. Esta capacitação ocorre através de um maior autoconhecimento e dos laços que estabelecem com o grupo, numa maior
capacidade em cumprir regras e assumir responsabilidade, bem como nos contatos que as apresentações públicas proporcionam”, explica. De futuro, lá para finais de 2018, está prevista a apresentação do musical “O Mundo ao contrário e Eu”, uma criação coletiva original a cargo do grupo de música e do ateliê de expressão criativa “Sim, existo!”, construída a partir dos talentos de cada utente, entretanto trabalhados e desenvolvidos nas diferentes valências. K
6 Edgar Ferreira, Hugo Moreira e Pedro André são os estudantes do Politécnico de Leiria que em maio de 2018 vão representar Portugal na Nordic Games Conference, com o jogo ‘Obscuria’, em Malmo, na Suécia. O anúncio foi feito recentemente durante o Game Dev Camp 2017, em Lisboa. O jogo ‘Obscuria’ promete uma aventura no subconsciente, desenhada e produzida pelos três estudantes do segundo ano da licenciatura em Jogos Digitais e Multimédia da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria, que formam o estúdio Insiduos Games. Esta criação está ainda nomeada para os Prémios PlayStation, cujos resultados só serão revelados em janeiro de 2018. “É um grande orgulho para a nossa Escola e Instituição ver
reconhecidas a qualidade e criatividade desta equipa, cá dentro e lá fora. Primamos por dotar os nossos jovens de competências e ferramentas para vingar no mundo profissional, e é com satisfação que partilhamos as distinções de mérito e empenho no trabalho desenvolvido ao longo do percurso académico”, destaca Eduarda Abrantes, coordenadora da licenciatura em Jogos Digitais e Multimédia do Politécnico de Leiria. A conferência Nordic Games é a única no mundo dedicada à indústria nórdica dos jogos, onde durante três dias especialistas e académicos partilham conhecimentos técnicos e os pequenos segredos escondidos na criação dos jogos, com base no lema ‘Conhecimento. Emoção. Negócio’. K
Elvas
Chineses piscam o olho ao IPP 6 Uma delegação da região de Zunyi, China, visitou a Escola Superior Agrária de Elvas a 7 de dezembro, com o intuito de estabelecer relações de cooperação com vantagens mútuas. A delegação chinesa integrou dirigentes e outros responsáveis do Zunyi Vocational and Technical College (Colégio Técnico e Vocacional de Zunyi). Esta instituição de ensino superior, localizada na província de
Guizhou, no interior da China, a cerca de 2000 km a Sudoeste de Pequim, atua na formação de quadros nas áreas de agricultura, finanças e comércio. Os objetivos da visita passaram por conhecer a história e modelo de gestão da Escola e discutir as formas de organização curricular e de ensino, tendo em vista a cooperação e intercâmbio de estudantes entre as duas instituições. K
Portalegre
Regresso às origens nos serviços centrais 6 “Regresso às origens” é o nome da exposição coletiva de pintura que estará patente nos serviços centrais do Instituto Politécnico de Portalegre de 24 de janeiro a 28 de fevereiro. A mostra apresenta trabalhos de João Capote, Regina Faria e Fernanda Ganhão e pode ser vista no espaço de exposições do Instituto Politécnico de Portalegre, entre as 9H00 e as 17H30. K
Entrega de árvores e sementes
Portalegre solidário com Oleiros e a Sertã 6 O Instituto Politécnico de Portalegre entregou, no passado dia 30 de novembro, árvores de fruto e sementes de coentros, aos municípios de Oleiros e da Sertã. A entrega foi efetuada pelo presidente e vice-presidente do IPPortalegre, Albano Silva e Luís Loures, ao vice-presidente da autarquia de Oleiros, Vitor Antunes, e ao presidente da Câmara da Sertã, Farinha Nunes. Esta iniciativa de âmbito solidário surge na sequência dos incêndios do passado verão e do mês de outubro que afetaram bastante aqueles dois concelhos. O Politécnico de Portalegre decidiu, deste modo, associar-se à reflorestação daqueles concelhos, realizando, nesse âmbito, a caminhada solidária “Plantar para colher”, e a posterior entrega das árvores e sementes angariadas aos municípios. De acordo com o Politécnico de Portalegre, angariaram-se mais de 100 de árvores de fruto e 130 sacos com sementes de coentros, cedidos pelo Laboratório de Biologia Vegetal da Escola Superior Agrária de Elvas. K
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Mobilidade sustentável
Politécnico de Leiria com projeto U-Bike Leiria promove
Paz para Guiné-Bissau 6 O Politécnico de Leiria recebeu, de 14 a 18 de janeiro, o seminário de discussão da Comissão Organizadora para a Conferência Nacional (COCN) para a promoção do processo de paz e reconciliação na Guiné-Bissau. Nesse período, a comitiva, composta por seis representantes de diferentes organizações e entidades governamentais da Guiné-Bissau e pelo IPAV – Instituto Padre António Vieira, prepararou um relatório que aponta os cenários de reconciliação que deverão ser discutidos na Conferência Nacional da Guiné-Bissau, que se realiza no próximo mês de maio. Para a elaboração deste re-
latório, a COCN auscultou cerca de três mil guineenses, e agora o trabalho passa por três fases: refletir e descortinar as causas dos conflitos de diferentes naturezas; verificar o impacto das consequências da crise (políticas, sociais, culturais, económicas, entre outras); e, refletir sobre os mecanismos de prevenção e resolução dessas crises cíclicas. O Politécnico de Leiria explica que a Comissão pretendeu retratar da forma mais fiel possível em formato de relatório as respostas dos guineenses, que reflita o modelo e os mecanismos estratégicos de implementação para a paz e reconciliação para propor na Conferência Nacional da Guiné-Bissau. Ao longo
dos anos, esta Comissão tem contado com o apoio técnico e financeiro das Nações Unidas, e desde 2014 obteve o apoio financeiro de 500 mil dólares do Governo de Timor-Leste. A Comitiva da Guiné-Bissau conta com o apoio logístico e material do Politécnico de Leiria, com a experiência do IPAV em questões de processos de diálogo político e construtivo, e ainda da Universidade Católica do Porto, na reflexão sobre diferentes modelos de reconciliação. Esta visita a Portugal e ao Politécnico de Leiria, bem como todo o processo de finalização do relatório, contou com o apoio financeiro da Fundação Calouste Gulbenkian. K
Financiamento europeu
Startup de Leiria garante 6 A Twevo, startup criada por Carlos Ribeiro, docente e investigador do Departamento de Engenharia Eletrotécnica da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico de Leiria, é um dos projetos vencedores do financiamento europeu SME Instrument, que seleciona os projetos mais inovadores e disruptivos, com elevado potencial de criar novos mercados ou revolucionar existentes, no âmbito das pequenas e médias empresas (PME) de toda a Europa. Nesta seleção, a Twevo ficou em quinto lugar entre mais de 650 candidaturas de toda a Europa. Carlos Ribeiro explica que “o projeto consiste num modem sem fios para comunicar com robôs e drones, que foi desenvolvido no âmbito da investigação de pós-doutoramento, no Politécnico de Leiria”. Já em 2016 o projeto havia sido distinguido, quando Carlos Ribeiro e Eduardo Castañeda foram uma das equipas vencedoras do programa Carnegie Mellon Portugal Entrepreneurship in Re-
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sidence (inRes) 2016, com o modelo de negócio de base tecnológica, focado em links avançados sem fios para veículos profissionais remotos. Durante o processo de candidatura, Carlos Ribeiro recebeu aconselhamento da parte do Gabinete de Promoção do Programa-Quadro, que tem tutela da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e da Agência Nacional de Inovação, e que em Portugal
promove a participação das empresas neste programa de financiamento europeu. A Twevo foi criada em fevereiro de 2017, é liderada por Carlos Ribeiro, sócio-gerente, e conta ainda com um segundo sócio investidor, Mónica Figueiredo (igualmente docente no Departamento de Engenharia Eletrotécnica da ESTG/IPLeiria). Está sedeada na Incubadora Instituto Pedro Nunes, em Coimbra. K
6 O Politécnico de Leiria acaba de apresentar o projeto U-Bike, que promove a mobilidade sustentável da comunidade académica, através da disponibilização de 220 bicicletas elétricas a estudantes e colaboradores, que estarão disponíveis já no próximo semestre, em Leiria, Marinha Grande, Caldas da Rainha e Peniche. As bicicletas elétricas serão cedidas aos utilizadores por períodos de seis meses, e pretende-se que sejam uma alternativa à utilização dos automóveis nos, e entre, campi do Politécnico de Leiria, além de veículos de promoção de hábitos de vida saudáveis. A cedência das bicicletas aos utilizadores terá em conta critérios como o número de quilómetros percorridos por mês e o tipo de transporte normalmente utilizado nas deslocações entre casa e campi. Serão ainda disponibilizados postos de amarração com carregamento gratuito para as bicicletas em todos os campi, e nos restantes
edifícios associados ao Politécnico de Leiria. Através da associação à operação U-Bike, o Politécnico de Leiria pretende contribuir para alterar comportamentos no sentido de favorecer a redução da utilização do transporte individual motorizado nas comunidades onde se inserem os seus polos, tornar mais atrativos os seus campi com a redução da pressão dos veículos motorizados, e valorizar as respetivas regiões com a promoção de mobilidade mais amiga do ambiente. O projeto foi formalmente apoiado pelas autarquias, e está alinhado com os planos de mobilidade dos municípios onde estão localizadas a escolas e infraestruturas científicas do Politécnico de Leiria, nomeadamente de Leiria, Marinha Grande, Caldas da Rainha e Peniche. O projeto contou ainda com o apoio estratégico dos municípios de Alcobaça e Óbidos, e com o apoio formal das agências regionais de energia, ENERDURA e Oeste Sustentável. K
Informática Forense
Alunos de Leiria ganham prémios 6 Três equipas formadas por estudantes e docentes das áreas de Engenharia Informática e de Cibersegurança da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria acabam de ser distinguidas no concurso internacional ‘Open Source Digital Forensics Conference - OSDFcon 2017’, na categoria “Module Development Contest”, nos Estados Unidos da América. A competição consiste no desenvolvimento de módulos para o software Autopsy, uma aplicação de informática forense utilizada na deteção e obtenção de provas digitais que possam ser empregues em processos criminais. O estudante João Mota Parreira, finalista da licenciatura em Engenharia Informática, e os docentes Patrício Domingues e Miguel Frade, que lecionam nesse curso e no Mestrado em Cibersegurança e Informática Forense, conquistaram o segundo lugar com o módulo ‘FEA - Forensics Enhanced Analysis’. Este melhora as capacidades de deteção de
endereços de correio eletrónico e de número de cartões de crédito da aplicação Autopsy, acrescentando ainda a capacidade de deteção da criptomoeda Bitcoin. Também na segunda posição ex-aequo, ficou o docente Patrício Domingues, com o módulo ‘digiSignedOrProtected_PDFs’ para identificação de ficheiros no formato PDF que tenham assinatura digital qualificada, e que potencialmente contenham dados relevantes para uma perícia digital forense. A equipa composta pelo estudante Alexandre Frazão, da licenciatura em Engenharia Informática, e pelo docente Patrício Domingues, obteve uma menção honrosa com o módulo ‘Face Detection’, desenvolvido durante o verão no âmbito da colaboração do estudante com o Instituto de Telecomunicações. Este módulo recorre a técnicas de inteligência artificial para detetar fotografias que contenham rostos de pessoas existentes num sistema informático alvo de perícia digital forense. K
Mobinov decorreu em Leiria
António Costa destaca setor automóvel 6 A “Indústria Automóvel - relevância e tendências de futuro”, foi o tema da conferência promovida pela Mobinov - Associação do Cluster Automóvel, que teve lugar na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico de Leiria, no passado dia 15. A iniciativa contou com a presença do Primeiro Ministro, António Costa, e do Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral. No evento, António Costa destacou a importância do setor automóvel para
o país, notando que tem “um peso muito grande nas exportações”, sendo que a ambição que o país deve ter é fixar as empresas que existem, assim como “atrair novos construtores para Portugal. Para que isso aconteça é essencial que continuemos a ter uma imagem de excelência no exterior, na nossa capacidade científica, tecnológica, da qualidade única da nossa mão-de-obra, da qualidade das nossas empresas, da capacidade que temos
de cumprir os prazos e as condições de produção de uma indústria que é muito exigente”. Durante o encontro foi divulgado um estudo inédito sobre a indústria automóvel em Portugal, revelan-
do a transformação desta indústria, a importância que este cluster estratégico assume na economia nacional e, ainda, os eixos de desenvolvimento. A Mobinov – Associação do Cluster Automóvel
resulta de uma iniciativa conjunta da Associação Automóvel de Portugal (ACAP) e da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA). A associação pretende estabelecer e gerir uma
plataforma agregadora de conhecimento e de competência no âmbito da indústria automóvel, com o objetivo de promover uma crescente valorização da competitividade e da internacionalização do setor. K
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Em Leiria
Crianças criam livro inclusivo 6 ‘A Rainha das Rosas’ é um livro único, multiformato, criado de raiz por 96 crianças do concelho de Leiria, o qual tem na sua génese o conceito de livro para todos e reúne, num único exemplar, texto aumentado, braille e imagens em relevo para crianças cegas ou com baixa visão, pictogramas para crianças com incapacidade intelectual ou limitações de outra natureza, além de incluir um código QR que remete para as versões áudiolivro, para crianças cegas, e vídeolivro em Língua Gestual Portugue-
sa, para crianças surdas. Nasceu pela mão de crianças com idades entre três e 10 anos, que frequentam os Jardins de Infância de Reixida e de Famalicão (32 crianças) e a Escola Básica de Reixida (64 crianças), as quais foram responsáveis pela criação da história, ilustração e montagem manual da obra, livro a livro. O projeto foi desenvolvido em parceira pelo Centro de Recursos para a Inclusão Digital do Politécnico de Leiria e pela Associação de Pais das Escolas da Freguesia de Cortes. K
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ESART
Aluna na Orquestra Mundial
Feira de Educação, Formação e Empregabilidade
Futurália está de volta de 14 a 17 de março 6 A Futurália, uma das maio- a quem visitar o certame. Recorde-se que a última edição res feiras nacionais de educação, formação e empregabilidade, está da Futurália ficou marcada pela prede regresso a Lisboa, de 14 a 17 de sença do Presidente da República, março, para colocar em contacto Marcelo Rebelo de Sousa, que vidireto instituições de ensino, em- sitou o stand do Ensino Magazine. presas e potenciais candidatos e Nessa ocasião, o Chefe de Estado aproveitou para trocar impressões trabalhadores. O Ensino Magazine volta a mar- com os colaboradores da nossa pucar presença neste evento, que terá blicação e felicitar o trabalho desenlugar no PT Meeting Center da FIL, volvido. A edição de 2018 da Futurália como média partner e com expositor próprio, onde iremos distribuir a promete um programa abrangente e que16:12:43 vai ao encontro dos mais dinossa publicação, de forma gratuita, Anúncio_255mmX165mm_v4.pdf 1 17/01/2018
ferentes públicos. Mais do que um espaço de exposição, esta iniciativa vai dinamizar um conjunto de ações relacionadas com o recrutamento, pitching, coaching, entre outras, promovendo o enriquecimento pessoal dos largos milhares de visitantes esperados. O evento destina-se a estudantes, jovens recém-licenciados, jovens e adultos desempregados (18-45 anos), jovens e adultos que procuram mudança de carreira. K
6 Joana Weffort, aluna do 3º ano da licenciatura em violino da Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), foi selecionada para o estágio de Inverno da The World Orchestra (Orquestra Mundial), que decorreu de 30 de dezembro de 2017 a 7 de janeiro de 2018. Em comunicado, o IPCB revela
que a Orquestra Mundial é apoiada pela East-West Music e tem, desde 2004, Josep Vicent como maestro titular. A Orquestra é formada por jovens entre os 18 e os 28 anos, provenientes de mais de 64 países diferentes, e já atuou em países como Chipre, Áustria, Alemanha, Holanda, Canadá, China, Espanha, África do Sul, Líbano e nos Balcãs. K
Música Eletrónica
Católica Porto ganha prémio 6 Maurilio Cacciatore, aluno do Doutoramento em Ciência e Tecnologia das Artes da Escola das Artes da Católica Porto, acaba de ser distinguido com o galardão Giga-Hertz Production Prizes 2017, um dos mais relevantes prémios internacionais na área da música eletrónica. A composição ‘Jardins de Fa-
brique’ garantiu a distinção atribuída pelo instituto alemão ZKM – Center for Art and Media e pelo SWR Experimentalstudio. Além do prémio monetário, o galardão representa a oportunidade de realizar uma obra artística num dos estúdios ZKM. A cerimónia de entrega do prémio decorreu em Karlsruhe, na Alemanha. K
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Promueve:
Em Budapeste
Docente de Viseu abre congresso 6 A docente Raquel Guiné, da Escola Superior Agrária de Viseu, foi convidada para proferir a Conferência Plenária de abertura do congresso internacional ICFAE 2017 - Congresso Internacional de Engenharia Alimentar e Agronómica, que decorreu em Budapeste, sendo organizado pela Chemical, Biological & Environmental Engineering Society. Na palestra, com a duração de 45 minutos, abordou o tema ‘A Secagem de Alimentos e o seu Efeito nas Propriedades Físico-Químicas, Sensoriais e Nutricionais dos Produtos’, que foi a área de especialização
das suas Provas de Agregação. Entre os inúmeros métodos utilizados para a conservação de alimentos, a secagem é a mais antiga, mas ainda muito utilizada hoje em dia. O processo começou com a exposição dos alimentos ao sol, porém, atualmente são usados métodos mais modernos, como secagem ao ar quente, secagem por pulverização, liofilização, infravermelhos, micro-ondas, radiofrequência, desidratação osmótica ou processos combinados. Muitos alimentos podem ser preservados através da secagem, mas as suas pro-
priedades organolépticas e nutricionais são consideravelmente alteradas. Assim, foram apresentados os métodos de secagem mais relevantes e os avanços na tecnologia de secagem, bem como os efeitos desta operação sobre os atributos dos alimentos, incluindo características físicas, componentes químicos e valor nutricional ou ainda propriedades sensoriais, como aroma, textura e cor. O convite vem confirmar a notoriedade do IPV a nível internacional e o reconhecimento da excelência do trabalho desenvolvido por investigadores do CI&DETS. K
Seminários sobre Gestão de Recursos Humanos em Intituições Sociais
Politécnico de Beja faz ciclo de debates 6 No âmbito do curso Técnico Superior Profissional (TeSP) de Gestão de Organizações Sociais, ministrado na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Beja, realizou-se um ciclo de três seminários que procuraram debater a temática da Gestão dos Recursos Humanos nas Instituições convidadas e oriundas da prestação de serviços no sector social. Este ciclo foi desenvolvido no âmbito da unidade curricular de Gestão de Recursos Humanos, ministrada pela docente Elsa Barbosa, no 2º ano, do curso TeSP de Gestão de Organizações Sociais. O primeiro seminário decorreu a 9 de novembro de 2017, e teve como tema “Fará sentido uma Gestão de Recursos Humanos colaborativa entre instituições prestadoras de serviços sociais à comunidade?”. Participaram no debate o diretor de Serviços Recursos Humanos na Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, EPE (Vitor Paixão), o presidente e comandante dos Bombeiros Voluntários de Beja (Rodeia Machado e Pedro Barahona), o diretor do Centro Humanitário de Beja da Cruz Vermelha Portuguesa (José Tadeu de Freitas) e o presidente da direção e responsável pelos Recursos Humanos no Centro Social Nossa Senhora da Graça, de Baleizão (João Pedro Cascalheira). O segundo seminário, re-
alizado a 30 de novembro de 2017, intitulou-se “Políticas e Estratégias de Gestão de Recursos Humanos em IPSS” e teve como instituições convidadas a docente de Gestão de Recursos Humanos no IPBeja (Elsa Barbosa), a diretora técnica da Associação de Apoio à Vítima –
Sementes de Vida de Beja (Fátima Estanque), o presidente da direção do Centro Infantil Coronel Sousa Tavares de Beja (Luís Amaro) e o tesoureiro e a vogal da direção da Cooperativa de Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas de Beja (Luís Vieira e Vera Neca).
O terceiro seminário realizado a 14 de Dezembro de 2017, intitulou-se “Quais as perspetivas sobre a Gestão de Recursos Humanos aos olhos de diversas instituições sociais” e teve como instituições convidadas a Fundação São Barnabé, representada pela adjunta do Conselho de Administração e diretora da Unidade de Recursos Humanos (Ana Mónica Fraga e Carla Guerreiro), a presidente do Banco Alimentar de Beja (Madalena Palma), a diretora dos Recursos Humanos do Centro Social e Paroquial Nossa Senhora da Luz, de Santa Clara de Louredo (Paula Salvador) e a diretora técnica do Centro Social Cultural e Recreativo do Bairro da Esperança (Dulce Cachola). Ao longo dos três seminários, que contaram com a participação do coordenador do curso TeSP de Gestão de Organizações Sociais, Orlando Roque, abordaram-se as temáticas das políticas e estratégias da Gestão de Recursos Humanos, levadas a cabo em cada uma das instituições convidadas, e como é que se operacionalizam na gestão dos colaboradores internos. Procurou-se entender o nível de colaboração que as instituições sociais estabelecem entre si e de que modo a gestão colaborativa contribui para uma gestão estratégica dos colaboradores,
enriquecendo os contextos laborais. Foi salientada a importância de continuar a qualificar e formar os colaboradores internos, no sentido de melhorar a prestação de serviços na área social, bem como contribuir para a certificação das instituições sociais. Por outro lado, esta qualificação e formação dos recursos humanos internos, desempenha um papel relevante na motivação dos colaboradores, aproximando-os de uma cultura institucional pautada por valores de profissionalismo, no cumprimento de objetivo institucionais e na minimização dos conflitos laborais. As instituições de ensino superior são chamadas a contribuir com o seu saber e conhecimento, no desenvolvimento de sistemas de desempenhos dos recursos humanos. Este ciclo de seminários, permitiu obter uma perceção de quais os desafios que se colocam presentemente à Gestão dos Recursos Humanos nas instituições sociais. No ciclo de seminários houve ainda espaço para um momento de debate, com várias intervenções direcionadas aos diferentes oradores. Com esta iniciativa pretendeu-se reforçar o posicionamento do IPBeja na ligação com a sociedade, através da valorização do conhecimento. K
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Edição RVJ Editores
Receitas das Avós com sabores e afetos 6 O livro Receitas das Avós foi apresentado, dia 18 de dezembro, na Biblioteca Municipal de Castelo Branco, numa cerimónia emotiva que contou com a presença das avós que participaram no livro. Coordenado pelo diretor do Ensino Magazine, João Carrega, o livro reúne um conjunto de cerca de 30 receitas confecionadas, ou disponibilizadas, pelas avós com as quais os netos as identificam. A obra, editada pela RVJ Editores e à venda nesta editora albicastrense, foi apresentada por Maria José Preto Ribeiro, a qual destacou a relação entre avós e netos e a importância da cozinha nessa relação. O trabalho apresentado foi também destacado por Maria José Batista, vereadora da Câmara de Castelo Branco, que recordou os seus tempos de infância e a forte relação que tinha com a sua avó. Também Leopoldo Rodrigues, presidente da Freguesia de Castelo Branco, enalteceu o trabalho e o papel das avós, referindo-se ainda ao património que o livro regista. Para João Carrega “o livro é curto para tantos sabores e para tanto amor. Mas retrata a diversidade. O antigo e o moderno. O tradicional e o contemporâneo. A irreverência e a tradição. Mas acima de tudo é um legado que fica e que vem reforçar a importância da comida «caseira», daquela que nós nunca nos esquecemos. Daquela que usa produtos da dieta mediterrânica, que muitas vezes são esquecidos”. O coordenador do livro adianta que “ao longo destes últimos meses provámos e degustámos muitas das iguarias que estão neste livro. Todos na RVJ Editores tivemos a oportunidade de provar muitas das receitas aqui apresentadas. A relação, ainda que nalguns casos breve, com muitas das nossas avós marcou-nos de forma muito positiva. Muitas destas senhoras ainda se disponibilizaram para apresentar mais receitas, outras chegaram ao pé de nós com mais que um prato confecionado”. A originalidade deste livro, que tem o posfácio de José Júlio Cruz, “é o de mostrar a relação umbilical e gastronómica entre avós e netos ou bisnetos. Para além disso, é também um contributo para a preservação da cozinha tradicional”. O livro encontra-se à venda diretamente na editora RVJ - Editores, em Castelo Branco, localizada na Avenida do Brasil, ou através da loja virtual em http:// www.ensino.eu/loja-virtual. K
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Direitos humanos
Bacelar Gouveia em Macau 6 O investigador Jorge Bacelar Gouveia esteve, no passado mês de dezembro, na Escola Portuguesa de Macau, para proferir uma conferência sobre Direitos Humanos. A iniciativa
destinou-se a alunos dos 8º e 9º anos de escolaridade. Durante a conferência, os alunos tiveram a oportunidade de tirar dúvidas e quesionar o docente português sobre aquele tema. K
Moçambique
Escola na Gorongosa 6 A Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPMCELP) e o Parque Nacional da Forongosa (PNG) estabeleceram um Protocolo para a elaboração e implementação de um Programa de Intervenção ao nível da formação dos Facilitadores de Leitura dos Clubes das Raparigas. Porque “Educar uma Mulher é Educar uma Nação”, o PNG está, atualmente, a desenvolver o “Programa de Educação da Rapariga”, vulgo ERA, que tem como objetivos, entre outros, reter a Rapariga na escola, melhorar as competências de leitura em Língua Portuguesa das Raparigas, evitar o casamento e a gravidez precoce e educar as Raparigas no sentido de as sensibilizar para as questões da cidadania e do ambiente.
Universidade Eduardo Mondlane
Depois da primeira visita realizada em julho do corrente ano, com o fim de reconhecer a realidade local e aferir as competências de leitura das Raparigas, através de um modelo elaborado para o efeito, as docentes da EPM-CELP Ana Albasini, Ana Besteiro e Isabel Mota elaboraram o Currículo do Programa da Educação para a Rapariga que abrange quatro componentes: Leitura em Língua Portuguesa, Educação para a Cidadania, Educação para a Saúde e Educação Ambiental. Na passada semana de 4 a 8 de dezembro, as docentes deslocaram-se de novo ao PNG para a 1.ª ação de formação. Foram 34 os Facilitadores de Leitura que assistiram a esta formação, pois por cada um dos 17 Clubes das Raparigas. K Equipa do Mabuko Ya Hina _
Cooperação
UBI reforça-se em Angola 6 A Universidade da Beira Interior (UBI) tem mais uma parceira em África, em concreto uma instituição de Ensino Superior de um país lusófono. A mais recente ligação foi firmada com a Universidade Katyavala Bwila (UKB), de Angola, cujo reitor, Albano Ferreira, visitou os diversos espaços da UBI dedicados ao ensino e investigação, tendo ainda rubricado um protocolo de cooperação. A nova parceira da UBI em África integra a rede de instituições do
Ensino Superior público de Angola e localiza-se na Região Académica II, que inclui as províncias de Benguela e Kwanza-Sul. Conta com seis Unidades orgânicas: os Institutos Superiores de Ciências da Educação de Benguela e do Sumbe, o Instituto Superior Politécnico e as faculdades de Direito, de Economia e de Medicina. Tem mais de 300 docentes, que ministram aulas nos 15 cursos frequentados por mais de 9.000 alunos. K
805 novos diplomados 6 A Universidade Eduardo Mondlane graduou no no final de 2017, em Maputo, 805 alunos nas várias áreas do saber científico e nos diferentes ciclos, a saber: 758 licenciados, 46 mestres e 1 Doutor. Dos graduados, 373 são do sexo feminino e 432 do sexo masculino. Dois graduados são provenientes de Timor Leste e São Tomé e Príncipe. A Vice-ministra da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional, Leda Hugo, em representação do governo, desafiou aos recém-graduados a contribuírem com o seu saber para o desenvolvimento do país e das famílias. A Vice-ministra referiu que
o Plano Quinquenal do Governo (2015-2019) perspetiva o aumento do emprego, da empregabilidade, da produtividade e competitividade económica dos moçambicanos. A esse aspeto, a governante disse recair uma grande responsabilidade sobre as instituições de ensino superior, no geral, e da UEM, em particular, de formar esse capital humano com elevada qualidade e relevância para os sectores produtivos. Este ano a UEM graduou um total de 1882 estudantes, dos quais 696 correspondem a primeira cerimónia de graduação decorrida, em Maio último, em Maputo. A
este número vem juntar-se os 113 graduados da ESUDER, 81 da ESHTI, 114 da ESNEC e 73 da ESCMC, escolas localizadas fora da cidade de Maputo. No seu discurso, o Reitor da UEM, Orlando Quilambo, referiu que a colocação destes graduados no mercado de emprego responde ao desiderato da UEM de contribuir para a materialização dos 4 pilares de Desenvolvimento adoptados pelo Governo por trataremse de quadros que vão reforçar os sectores da Agricultura, Energia, Turismo e Infra-estruturas, que se juntam aos graduados das ciências humanas. K
Moçambique
Lúrio recebe 22 mil livros 6 A Universidade Lúrio (UniLúrio), acolheu no passado dia 18 de dezembro, no Campus de Marrere, 22 mil livros, de diversas áreas de estudo, desde economia, ciências sociais e humanas, inglês, ciências de computação, engenharia matemática, dicionários, enciclopédias, entre livros didácticos doados pela organização americana Books For África, evento que culminou com a inauguração da biblioteca do Campus de Marrere. O reitor da instituição, Fran-
cisco Noa, lembrou que foi graças ao embaixador de Moçambique nos EUA, que chegou no Campus de Marrere a doação que triplica o acervo que a universidade apresentava, depois de estabelecer o link entre a universidade e a organização americana. Este é um motivo segundo o reitor para dizer que “investir em parcerias tem nos garantido apoios significativos que permitem a fortificação da universidade”, sendo que as doações representam reconhecimento
das actividades da UniLúrio, sustentadas na ideia de que a base do desenvolvimento é o conhecimento. Os livros doados serão oferecidos a escolas secundárias adjacentes a UniLúrio, e a biblioteca terá que estar aberta o maior tempo possível para criar o hábito de leitura nos estudantes. Importa referir que não se trata de uma biblioteca definitiva, pois em breve, segundo o Reitor “Vamos inaugurar a biblioteca central da UniLúrio”. K
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Rita Ruivo
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unesco
Projeto Encontro - Agrupamento de Escolas D. Maria II, Sintra
7 O Agrupamento de Escolas D. Maria II, Sintra é constituído por cinco escolas localizadas no Cacém e em Rio de Mouro: O Jardim de Infância Cacém n.º 1 que é frequentado por cerca de oitenta crianças em idade pré-escolar, dos três aos cinco anos; A Escola JI e EB1 de Vale Mourão que tem duas salas de jardim-deinfância e oito salas de 1.º ciclo, com um total de duzentas e trinta crianças; A Escola EB1 Cacém n.º 1 tem sete salas e cerca de cento e cinquenta alunos; A Escola EB1 Ribeiro de Carvalho, a maior escola do 1.º ciclo do Agrupamento, tem um total de trezentos e cinquenta alunos, distribuídos por três turnos diários; Por fim, a Escola Básica e Secundária de Gama Barros, escola sede do Agrupamento, que tem um total de mil e quinhentos alunos e formandos, distribuídos desde o 5.º ano de escolaridade até ao 12.º ano, incluindo cursos profissionais e Ensino Noturno Educação e Formação de Adultos – Cursos EFA. Este Agrupamento é frequentado por cerca de dois mil e trezentos alunos, desde o pré-escolar até à
idade adulta. Uma boa parte destes alunos é proveniente de países exteriores à União Europeia. A diversidade sociocultural e a componente migratória da população estudantil são razões que reforçam as principais metas do Agrupamento – Inclusão Socio-Escolar; Educação para a Cidadania e o Sucesso dos Alunos e da Comunidade Educativa. No presente ano letivo (2017218), o Projeto Encontro tem sido a coluna vertebral das atividades e eventos realizados no Agrupamento. Este projeto surge de uma
candidatura às Redes de Escolas Associadas da UNESCO e de Escolas de Educação Intercultural (REEI), sendo cofinanciado pelo Fundo Asilo, Migração e Integração (FAMI), tendo como tema de estudo principal “A aprendizagem intercultural”. Durante o primeiro período, muitas foram as atividades realizadas, ora de divulgação dos Dias Internacionais da UNESCO, ora relacionadas com datas festivas, ora lançamento de vários concursos de escrita criativa e também atividades de leitura, de dramatização, de dança e de
apontamentos musicais, tendo sempre como pano de fundo o diálogo intercultural. O Projeto tem sido apresentado/divulgado no Agrupamento e junto de parceiros, durante os meses de outubro e novembro, há a registar a participação do Agrupamento nos Encontros das Escolas REEI; no Encontro Intercalar das Escolas associadas da UNESCO e no XII Encontro de Educação “Escolas Sem Muros”, do Instituto Piaget de Almada. Para o segundo período, muitas atividades já se encontram
agendadas. Em janeiro, por exemplo, realizar-se-ão visitas de estudo a centros de culto de Lisboa que têm como principal objetivo promover o respeito e a tolerância pelas diferentes crenças e costumes; teremos, também a atividade “Let´s go for a walk” com passeios interculturais para alunos oriundos de países terceiros à União Europeia (NPT) e seus encarregados de educação. Estamos a preparar uma nova sinalética para as escolas do Agrupamento, a planear kits de acolhimento para os nossos alunos NPT e, para março, temos dois grandes eventos: “O Dia Internacional da Felicidade” e “O Encontro Intercultural do Agrupamento”. Daremos notícias. Em suma, o Projeto Encontro está a tentar abrir janelas para que o Agrupamento de Escolas D. Maria II, Sintra seja para os seus alunos, em parceria com a comunidade educativa, um espaço de solidariedade, de afetos e de uma aprendizagem ativa. Um espaço que deixe saudades. K Ana Paula Luz _ (Coordenadora projeto UNESCO, Agrupamento de Escolas D. Maria II)
Música
Um canal com vertente underground
6 “Rewind It deixou de ser um programa semanal e passou a ser um canal cultural direcionado numa vertente inteiramente underground que em breve terá transmissão contínua e mais surpresas por o meio”. A afirmação é de Luís Sequeira (que adotou nome artístico de B.Riddim), produtor/compositor e MC nascido na Guarda, e foi feita a propósito da evolução de um projeto radiofónico que iniciou há cinco anos atrás, e que agora deu origem ao projeto de música alternativa na internet, que também está disponível gratuitamente para sistemas Android e IoS de dispositivos móveis. “A finalidade é editar nomes que temos em mente mas neste momento, investir e unir forças em prol de Rewind It porque sentimos
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que pode ser um canal que permitirá, a muita gente, expor ideias e projetos”, explica. A plataforma de Rewind It está aberta ao público, em geral, mediante um registo, permitindo o acesso a conteúdos exclusivos e a determinadas ferramentas que vão ser de grande utilidade no âmbito artístico. “Não nos circunscrevemos apenas à música apesar de ser a nossa primeira
aparência”, esclarece Luís Sequeira. Questionado se Guarda Records vai dar uma nova amplitude ao Rewind it este jovem guardense dissenos que “para além do esforço do Sam e da Angie, isto permitiu-me focar em desenvolver novas ideias e incluir mais gente nesta família. Lacroixx entrou, Skalator também, Diogo permaneceu com uma residência mensal fazendo a linha entre o Norte América e a Europa. Eskerda deixou a sua rubrica como Dj Left mas seguiu numa vertente mais sua. Pedro Arruda está também aí! A família continua a crescer com Lorac, Nicson, Matt Wills, Jason Hogans, Genetically Modified Beats e Lynx Tungur, entre outros; gente da América Latina, Norte da Améri-
ca, Europa e África”. Luís Sequeira manifesta a sua convicção de que haverá uma evolução contínua ao nível de web “o que vai proporcionar maior dinâmica e melhor interação entre os colaboradores tendo em conta que muita gente nem se conhece pessoalmente. No futuro esperamos juntar todas estas caras! Quem sabe num mini-festival ou algo assim. O presente é o que conta e sabemos que estamos no caminho certo. Rewind It deixou de ser um programa semanal e passou a ser um canal cultural direcionado numa vertente inteiramente underground que em breve terá transmissão contínua e mais surpresas pelo meio.” “(In)Theory”, “Magic My Ear” e “Bubble Clocks” são os vinis
que tem já editados, com selo da editora londrina Third-Ear. Recorde-se que Rewind It surgiu em novembro de 2013 mas ideia germinava há mais tempo, como nos referiu Luís Sequeira que materializou o projeto após um convite de uma rádio da sua cidade. “Sediado em Londres, o programa sempre teve o intuito de dar a conhecer essencialmente nomes nacionais através de entrevistas e Dj/Live Sets. Com o tempo tornouse uma espécie de porto de abrigo para alguns nomes, caso de Diogo, Pedro Arruda, Eskerda e Techtouch entre outros, onde se começou a preparar o futuro. Sessões com um Line Up diversificado, curadoria de Labels/Promotores convidados”, refere. K
Editorial
Quem quer ser professor? 7 Retornar a abordagem do problema da formação de professores neste primeiro número do ano 2018 é um desafio que se quer constante, já que o tema, apaixonante e complexo, se mantém indiscutivelmente actual, sobretudo quando se sabe da baixa procura, por parte dos estudantes, deste tipo de cursos e, também, porque os docentes em exercício são, diariamente, confrontados com a necessidade de decantar modelos de formação que sirvam expectativas múltiplas e diversificadas. Entre essas múltiplas expectativas poderíamos enumerar as dos professores que querem ver melhorada a sua eficácia profissional; as dos alunos que desejam ver correspondidas as suas necessidades de aprendizagem; as das escolas que procuram uma cultura profissional e um clima organizacional de trabalho ajustado ao seu desempenho sistémico e social; as dos pais que manifestam a preocupação com os custos da educação e com a qualificação escolar dos seus filhos; as do sistema educativo que prescreve funções cada vez mais diversifica-
das aos docentes; enfim, as da Administração Escolar que requer dos professores e das escolas mais e mais exigências quanto à qualidade do ensino e aos produtos de aprendizagem dos alunos. Poderíamos então aceitar uma opinião, cremos que generalizada, que abrir, uma vez mais, o debate sobre a formação de professores não só é tarefa urgente, quanto irrecusável, dada a reconhecida necessidade de: 1 – Chamar, novamente, os melhores alunos aos cursos e escolas de formação de educadores e de professores; 2 - Garantir uma melhoria na qualidade do ensino enquanto chave mestra para a optimização do funcionamento do sistema educativo; 3 - Anular a perversão de fixar apenas critérios administrativos para a avaliação permanente de docentes; 4 – Provocar nas instituições formadoras as mudança e as inovações necessárias, nesta época de profunda evolução científica, técnica, económica, cultural e social que caracterizam a sociedade global, que conflui numa grande mobilidade das pessoas, dos bens e do conhecimento.
Devemos admitir que, nos tempos mais recentes, esta temática tem merecido um escasso tratamento, tanto através da reflexão de professores e investigadores, quer quanto à produção, em termos quantitativos e qualitativos, da investigação educacional. Mesmo assim, atrevemo-nos a entender que o assunto não se encontra esgotado, tanto mais que não são poucos os estudos que reflectem a (inacreditável) não transposição para a formação docente dos resultados das pesquisas conhecidas e disponíveis na literatura especializada. Acresce, ainda, que, não poucas vezes, formadores e formandos se encontram confrontados com o desencanto: os primeiros, no que respeita à diferença entre o seu empenhamento e os resultados das suas práticas formativas; os segundos, quanto à preparação para um desempenho que garanta a sua sobrevivência e desenvolvimento pessoal e profissional. A formação de professores converte-se, nos dias que correm, num campo de análise de crescente preocupação e interesse para pro-
fessores e formadores; bem como para as instituições responsáveis pela formação inicial e permanente, quando questionadas pelas perplexidades que emergem da desarticulação entre as orientações conceptuais e os modelos de formação, por um lado, e por outro, pela incoerência revelada, na prática, por algumas dessas estratégias formativas. Considerar a actividade docente como um contributo para a praxis de uma profissão dinâmica e em desenvolvimento é, igualmente, admitir que os professores são parte integrante, activa e fundamental, da mudança educativa, das reformas curriculares, da eficácia das escolas, do sucesso do sistema educativo, e da formação de cidadãos capazes de enfrentar os desafios do futuro. Entendemos, pois, se outras razões mais não houvesse, que reflectir sobre os fundamentos das teorias, modelos e estratégias necessárias à compreensão e melhoria da formação de professores, não dever ser entendida como tarefa meramente académica, mas antes como um processo necessário à busca de respostas perante as perplexidades que,
quantas vezes, se deparam no dia-a-dia da actividade dos formadores. Hoje, cabe aos professores e às escolas um papel insubstituível quanto ao delinear das suas necessidades e estratégias de formação. Uma formação que se deseja aproximada dos espaços vivenciados pelos professores e pelos alunos. Uma formação que transforme as escolas em comunidades educativas, de formação permanente e inclusiva. Uma formação que se quer ver reflectida na mudança das atitudes e das mentalidades que enquadram as práticas escolares. Uma formação, enfim, que deixará de fora todos aqueles que lhe quiserem ser alheios. Porque no ensino já não há mais espaço para os indiferentes. K João Ruivo _ ruivo@rvj.pt Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico _
Primeira coluna
Estamos a desperdiçar talento 7 Portugal não se pode acomodar ao facto de apenas um em cada três jovens, que termina o ensino secundário, prosseguir estudos para o ensino superior. O país deve encontrar formas de reverter estes números, mostrando aos alunos que estão em condições de se candidatar a um curso superior, e às suas famílias, as vantagens que isso lhes pode trazer na sua vida futura. Chegou o momento do país deixar de lado aquela ladainha que os portugueses tanto gostam, de que nem todos podem ser doutores e engenheiros. Isso demonstra tacanhez, falta de estratégia, mas acima de tudo, um conformismo que nos tempos que correm é difícil de perceber. A qualificação só traz valor acrescentado e diferencianos perante os outros.
Portugal oferece uma rede de oferta de instituições e cursos superiores que abraça todo o país. A rede de instituições existente é o mais importante fator de desenvolvimento e de coesão criado em Portugal. Permitiu, e permite, a formação de milhares de jovens, hoje quadros qualificados, muitos deles em lugares de topo em organizações privadas ou públicas. Esta rede, que demagogicamente e de uma forma agressiva, num passado muito recente, chegou a ser posta em causa, com a ameaça de encerramentos e fusões, mantém-se de pé e constitui a maior alavanca que o país tem no que respeita à qualificação dos seus jovens e ativos. Todos sabemos a crise demográfica que a Europa, e em particular o interior do nosso
país, vive. A quebra na taxa de natalidade prevê menos alunos, primeiro no ensino básico, depois no ensino secundário e finalmente no ensino superior. Seremos menos, mas deveremos saber preparar o caminho para que os jovens não tenham dúvidas da importância da sua qualificação. Não há profissão nenhuma que não exija estudos e formação. E aqueles que estiverem mais bem preparados vão conseguir melhores resultados, terão mais oportunidades e mais possibilidades de auferirem bons vencimentos. Hoje, um pouco por todo o país, os jovens até têm, numa outra perspetiva, a possibilidade de criarem as suas empresas e usufruírem de incubadoras onde lhes é facultado quase tudo, desde o espaço, mentorias es-
tratégicas, organização e até clientes. São oportunidades de ouro, que a minha geração e as gerações que me antecederam não tiveram. A minha incubadora de empresas foi o meu quarto na casa dos meus pais, local de estudo, ginásio de ideias, espaço de empreendedorismo, que veio a originar projetos de referência nacional e internacional. Projetos que sempre estiveram assentes na qualificação e na melhoria permanente do conhecimento. As oportunidades dadas aos jovens são muitas e não me conformo com a ideia de que não as possam aproveitar. Está pois na hora de demonstrar aos jovens e às suas famílias que é mais vantajoso prosseguirem estudos. Para eles próprios, porque no futuro vão ter mais oportunidades,
vão ter melhores salários, e não terão dificuldades em competir com qualquer outro cidadão do mundo. Para Portugal, porque se nada for feito, não terá recursos humanos, com formação, necessários para aquilo que vai precisar. K João Carrega _ carrega@rvj.pt
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CRÓNica
Sobre la ilusión en la universidad 7 Hace unos días rebuscaba en mi biblioteca un libro relativo a un tema profesional sobre el que estaba escribiendo, y de casualidad me topé con otro más liviano de páginas, pero no por ello menos interesante y profundo. No podía ser de otra manera cuando su autor era nada menos que el filósofo Julián Marías, uno de los grandes pensadores de la España contemporánea, autor de obras formativas y muy influyentes para varias generaciones, al menos la mía así lo reconoce. El título del librito es muy expresivo “Breve tratado de la ilusión”, y se publicó en 1984. Después de años he vuelto a releerlo con cierta ansiedad, sin duda motivado por la preocupación que me suscita el estado actual de nuestra universidad en España, con problemas y nubarrones encima de la institución, con esperanzas fallidas y expectativas siempre ¿ilusionantes? ¿ilusas? ¿ilusorias? El comienzo de año, el invierno y el mes de enero también invitan a ello, a formularse algunas preguntas. En la lengua española el sustantivo ilusión es polisémico y versátil, en la literatura clásica y en la actualidad. Su significado va desde el posible engaño, la creencia sin fundamento, la ingenuidad, los efectos de la magia, o también la aspiración optimista que tiene una persona sobre un proceso, tenga o no éste fundamento realista o práctico Así lo explica de manera profunda y didáctica el maestro Julián Marías en su libro. En esta ocasión nos vamos a quedar con esa perspectiva positiva, cuyo adjetivo complementario no sería iluso o ilusorio, sino iluPublicidade
sionante, motivador para recorrer un camino, y con expectativa de éxito final. Cuando se retoma la actividad docente e investigadora en el nuevo ciclo de este naciente año, de forma inevitable todos nos formulamos preguntas sobre el sentido y oportunidad de lo que hacemos, hacia dónde vamos, qué esperamos, qué deseamos modificar de nuestra vida académica o cotidiana. Tales cuestiones, cuando las colocamos sobre la actividad normal de la universidad a que pertenecemos, nos inducen a poner cara a estudiantes de primeros cursos y de doctorado, a los conserjes de la facultad y a los compañeros de departamento, a la figura del decano y del rector, al personal de los servicios administrativos, a los miembros del grupo de investigación y a quienes nos van a evaluar por alguna de las decenas de actividades de nuestra producción académica (docentes, proyectos de investigación, oyentes de nuestras charlas y conferencias, y tantas otras). No olvidemos que ahora todo se mide, y cuantifica (no siempre bien) en el marco de una cultura académica de la pretendida evaluación de la calidad del producto. En la actividad habitual con nuestros alumnos y colegas de profesión e institución universitaria nos mostramos como somos, y también con frecuencia con enorme careta, o desdoblamiento de personalidad. Pero al fin prevalece lo que todos conocemos ya como el currículo oculto, el estilo y los valores de cada uno, aunque puedan quedar a veces disimulados o en un segundo plano o nivel. Y ahí aparece ya sin tapujos
Publicação Periódica nº 121611 Dep. Legal nº 120847/98 Redacção, Edição, Administração Av. do Brasil, 4 R/C Telef./Fax: 272324645 6000-909 Castelo Branco www.ensino.eu ensino@rvj.pt
la percepción que tenemos de los demás, o la que transmitimos con nuestra forma de ser e ilusionar, de trasladar a otros el optimismo transformador de la tarea pedagógica, imprescindible en una tarea pública, comunicativa, generosa como es la enseñanza universitaria, o la investigación creadora de conocimiento, o la difusión del saber en todos los planos y ambientes sociales posibles. Creo que la mayoría de agentes de la actividad universitaria (profesores, estudiantes, personal de apoyo, encargados de la gestión académica) somos portadores del valor añadido de la ilusión creadora y positiva propia de los procesos de enseñanza y aprendizaje, de las tareas creadoras de producción del conocimiento o de la generosidad y saber hacer de quienes tienen en este momento responsabilidades de gestión. Pero no es suficiente para lograr una universidad ilusionada, capaz de creerse que puede ser mejor en el día a día, y que lo consigue. Todos necesitamos estímulos, nos dice Julián Marías, para alimentar nuestra sana ilusión, necesitamos recibir refuerzos positivos, siempre más eficaces que los represivos y negativos, como sabemos bien desde la teoría y la práctica pedagógicas. La vida cotidiana de una institución como la universidad está necesitada de ilusión para pensar y proyectar, para formar y reflexionar, para investigar y disfrutar de la ciencia y de los saberes, para crecer en humanidad, como nos diría Kant. Por supuesto, para ser y ofrecer un servicio público de garantía, para ejercer la democracia y
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fomentar su aprendizaje, para establecer nexos solidarios con quienes más lo necesitan, en nuestro pais y en otros continentes. Nada de ello es posible sin una buena dosis de ilusión creadora. En la universidad no podemos esperar pasivamente a que se nos resuelvan los problemas desde fuera, aun aceptando y exigiendo que se eliminen trabas y se facilite una mayor inversión en educación superior a los poderes públicos que detentan esa capacidad de distribución de los recursos públicos. También todos y cada uno de los miembros de la comunidad universitaria, desde el rector al estudiante más joven que acaba de llegar, tenemos la obligación de generar optimismo e ilusión en nuestro entorno, sin ser ingenuos, pero siendo generosos y solidarios. Invitamos a pensar sobre la categoría “ilusión” en la universidad donde trabajamos o nos formamos. Son deseos de un año nuevo, esperanzas de un naciente ciclo de vida. K José Maria Hernández Díaz_ Universidad de Salamanca jmhd@usal.es
Castelo Branco: Tiago Carvalho Guarda: Rui Agostinho Covilhã: Marisa Ribeiro Viseu: Luis Costa/Cecília Matos Portalegre: Maria Batista Évora: Noémi Marujo noemi@rvj.pt Lisboa: Jorge Azevedo jorge@rvj.pt Nuno Dias da Silva Paris: António Natário Amsterdão: Marco van Eijk Edição RVJ - Editores, Lda. Grafismo Rui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda. Secretariado Francisco Carrega Relações Públicas Carine Pires carine@rvj.pt Designers André Antunes Carine Pires Guilherme Lemos Colaboradores: Agostinho Dias, Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Reis, António Realinho, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Artur Jorge, Belo Gomes, Carlos Correia, Carlos Ribeiro, Carlos Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Mota Saraiva, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Ernesto Candeias Martins, Fernando Raposo, Florinda Baptista, Francisco Abreu, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mesquita, Hugo Rafael, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joaquim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, João Vasco (fotografia), Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Carlos Moura, José Carlos Reis, José Furtado, José Felgueiras, José Júlio Cruz, José Pires, José Pedro Reis, Janeca (cartoon), José Rafael, Lídia Barata, Luís Biscaia, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Luis Souta, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Maria João Leitão, Maria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faustino, Ricardo Nunes, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras,Sandra Nascimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susana Rodrigues (U. Évora) e Valter Lemos Estatuto editorial em www.ensino.eu Contabilidade: Mário Rui Dias Propriedade: RVJ - Editores Lda. NIF: 503932043 Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (accionistas com mais de 10% do Capital Social) Assinantes: 15 Euros/Ano Empresa Jornalistica n.º221610 Av. do Brasil, 4 r/c Castelo Branco Email: rvj@rvj.pt Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Jornal Reconquista - Zona Industrial - 6000 Castelo Branco
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‘Pedagogia (a)crítica no Superior’ (XXIX)
Mulheres em Alta «As raparigas com que eu então lidava não pensavam em cursos, não andavam sós nem sonhavam com emancipações…» (Solidão, Irene Lisboa, 1939:126) 7 Das mudanças mais significativas no pós-25 de Abril, está o papel da mulher no ensino, na ciência e na sociedade em geral. Basta termos presente que, em 1961, em cada cem alunos que concluíam um curso superior menos de 25 eram mulheres. A batalha do acesso foi, entretanto, ganha: elas estão hoje em maior número na generalidade dos cursos dos ensinos universitário e politécnico. E aí, obtêm melhores resultados, têm menos repetências e, consequentemente, finalizam mais depressa os seus os cursos. Há anos que no Superior, os homens estão em perda em toda a linha. Na longa fileira formativa, esse desequilíbrio de género começa a emergir, de forma notória, no final do básico e no ensino secundário. Isso ficou bem demonstrado num recente estudo do Ministério da Educação sobre os «percursos directos de sucesso» (alunos que,
cumulativamente, não reprovaram em nenhum dos anos do ciclo de escolaridade e que obtiveram positiva nos principais exames). O jornal Público (12/01/18, pp. 1, 18-19) faz um bom resumo no título da referida peça: “Raparigas cada vez mais à frente dos rapazes nas notas”. Os dados do ano lectivo de 2016-17, recolhidos pela Direcção-Geral de Estatística da Educação e Ciência, confirmam a tendência que vem sendo verificada desde 2014-15: há uma diferença significativa entre rapazes e raparigas no que respeita ao sucesso escolar e esse fosso está a aumentar, cifra-se nos 10 pontos, tanto no 9º ano (51 vs 41) como no 12º ano (47 vs 37). O estudo do ME mostra ainda que este tipo de alunos, com «percursos limpos», constituem ainda uma minoria no sistema educativo nacional: 46% no 3º ciclo (Coimbra com 56% obtém a melhor taxa) e 42% no secundário (Viana do Castelo e Braga com 48% conseguem o melhor resultado). Também entre estes alunos de sucesso, a variável socioeconómica faz a diferença: os beneficiários da Acção Social Escolar (escalões A e B) têm piores resultados que os que
dispensam tal apoio (22 e 24 vs 54 no 9º ano; 28 e 35 vs 44 no 12º ano). Todos estes dados estatísticos ajudam-nos a conhecer parte da realidade, a nível nacional e distrital, mas não nos explicam as razões dos desfasamentos. Limitações epistemológicas próprias dos estudos quantitativos. Por isso, o Prof.S. gostaria de sugerir ao ME a realização de estudos (complementares) qualitativos (tal como Ana Benavente fez quando coordenou o Estudo Nacional de Literacia), conduzindo entrevistas a estudantes e professores, para um conhecimento mais aprofundado desta problemática. O Prof.S. havia organizado na sua escola xpto, no 1º semestre de 2004, um ciclo de Encontros com ‘Pensadores Críticos em Pedagogia’. Procurava-se pôr o Sistema Educativo em Questão. Por lá passaram futuros ministros da educação (que não deixaram grandes saudades) e outros que o desejavam ser a todo o custo e a quem o indigitado 1º ministro, à última da hora, tirou o tapete. Um dos convidados mais brilhantes foi o historiador e poeta José Alberto Quaresma,
autor do monumental livro Manuel Teixeira Gomes – Biografia (Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2016) que aí defendeu uma tese bem curiosa e premonitória. Face aos défices escolares e aos comportamentos (a)sociais, eram os homens, e não as mulheres, que deviam ser o alvo dos programas de incentivo à promoção da igualdade de oportunidades. No texto que escreveu, na ocasião, dizia: «Para as raparigas não nos importamos que sejam calmas, atentas, educadas, solícitas, sensíveis, dadas. Para os rapazes deleitamo-nos a ouvir o palavrão e não nos cansamos de lhes espevitar força, agilidade, vertigem, masculinidade. Esquecemo-nos que talvez precisassem, também, de calma, atenção, concentração, método, regras.» Ora é essa falha que pais e educadores têm vindo a cometer. Estas qualidades enunciadas por JAQ são aquelas que, em grande parte, estão na génese do sucesso escolar. Para o Prof.S., estava aqui uma excelente hipótese de investigação para o tal estudo qualitativo que as autoridades responsáveis pela tutela da Educação deviam levar a cabo. As conclusões
trariam, com certeza, transformações na prática pedagógica e benefícios para todos. Também em Portugal, o século XXI está a confirmar-se como o século das mulheres. E foi a Educação que possibilitou a reviravolta emancipatória. Seguir-se-ão as mudanças societais: o tradicional e quase hegemónico poder dos homens no mundo da política e dos negócios irá ruindo aos poucos, até se chegar aos patamares da equidade. PS: Neste mês, perdemos um poeta albicastrense, herdeiro da nossa melhor poesia de escárnio e maldizer – José Correia Tavares – que, como poucos, cultivou a difícil simbiose da crítica e do humor. Tive o grato prazer de o ter como colega no ISCSP e na APE. Vou ter muitas saudades tuas, meu velho Amigo! (Este texto não segue o AO90) Luís Souta _ luis.souta@ese.ips.pt
Opinião
A valorização docente na sociedade atual A valorização docente é uma responsabilidade de toda a sociedade, não é só uma questão de professores e alunos. 7 De acordo com a perspectiva histórica, o trabalho do professor está relacionado à ideia de educação como um processo pelo qual as sociedades transmitem seus costumes, tradições, valores, ou seja, sua cultura, sendo a profissão docente o instrumento necessário para sistematização da transmissão cultural das sociedades. Esse movimento dialético de criação e transformação do homem e do seu mundo é o que sociologicamente conceitua-se como cultura. A oficialização do ensino público ocorre graças a oposição do imperador Juliano à expansão do cristianismo. Na tentativa de impedir a contratação de professores cristãos, exige que toda a nomeação de professor seja confirmada pelo Estado, passando os professores assim, a defender os interesses do mesmo. Esse entendimento é necessário, para que possamos contextualizar os diferentes momentos e exigências já feitas ao papel da escola na humanidade e por con-
sequência de seus profissionais. Diante disso, importa agora fazer uma reflexão sobre a docência na atualidade, pois o assunto tem-se tornado centro de muitos debates, tornando-se central falar sobre a formação e a valorização do professor. Na atualidade, o professor é colocado, para além dos saberes inerentes à profissão, face a novos reptos que exigem um conjunto de competências sociais e humanas, sem as quais se torna inexequível o exercício profissional frente aos desafios deste século. Assim, os professores são convidados a desenvolver e liderar um processo de transformação social como refere Roberto Carneiro em seu livro “Fundamentos da Educação e da Aprendizagem – 21 ensaios para o século XXI”. Neste século, em que a sociedade já passou por vários estágios de evolução, avanços científicos e tecnológicos, a escola ainda permanece como a responsável pela sistematização do conhecimento através de um corpo docente que nem sempre recebe a devida atenção no sentido de garantir melhores condições para o exercício da
profissão, tanto da sociedade em geral como da própria tutela. Ambas exigem do professor formação constante e nenhuma as valoriza. Em Portugal, o primeiro a desvalorizar a formação docente (ao menos até o ensino secundário) é o próprio Ministério da Educação, seguidos das Instituições Escolares, os próprios colegas e a sociedade. Reportando-se até ao ensino secundário, a tutela, lhes importa mais o tempo de serviço prestado pelos seus professores que a formação ou graus académicos por eles adquiridos após a formação base. Se um professor destina seu tempo livre em pós graduar-se, mestrear-se ou doutorar-se, verse-á deparado com uma enorme desvalorização de seu novo grau académico dentro dos centros educativos, já que as políticas educativas valorizam muito mais o tempo de serviço e as ações de formação acreditadas pelos centros de formação que a aquisição de um novo grau académico pelas universidades. Frente a isso, a sociedade passa a legitimar-se na era da desvalorização do conhecimento e do labor docente. O estado fornece as ferramentas para que a fragmen-
tação da classe docente comece pela classe docente, respaldando a sociedade na desvalorização do esforço e do conhecimento na obtenção de novos graus académicos (stricto sensu). Os pontos levantados aqui têm como objetivo refletir sobre a valorização docente com vista a indagarmos até que ponto as políticas públicas estão preocupadas com o desenvolvimento da educação, entendendo como fundamental sua contribuição para as demandas sociais, com um projeto de sociedade e de cidadania e com o desenvolvimento e a paz. Por outro lado, esses anseios confrontados com a sociedade atual nos colocam desafios, e a educação por meio do professor, certamente tem um papel decisivo a desempenhar nessa construção histórica da sociedade, visto que o trabalho docente é fundamental, por meio da (re)construção e disseminação do conhecimento, para a escola enquanto instituição. Uma educação de qualidade exige investimento na valorização e formação de seus professores para que estes possam responder a necessidade de um país que quer oferecer de ver-
dade uma educação de qualidade para todos sem exceção alguma. A valorização do professor é dever de toda a sociedade e deve traduzir-se em medidas concretas de valorização desse profissional. A primeira delas são as condições de trabalho. Quando se fala que a profissão docente é importante, todas as condições oferecidas devem refletir isso, senão estar-se-á reforçando sua desvalorização. Elisabete Pogere _ bettepg@hotmail.com Professora, Especialista em Intervenção Psicossocioeducativa
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Tarantini, futebolista
«A formação e a educação potenciam o desempenho desportivo» 6 Tarantini é um exemplo, dentro e fora do campo. Duas licenciaturas e um mestrado fazem dele o futebolista português no ativo com maior currículo académico. O capitão do Rio Ave abraçou como sua causa o alerta para as dificuldades que os desportistas enfrentam após terminarem as suas carreiras.
desportiva transmitir a mensagem que há vida para além do futebol? Eu acredito que o futebol pertence à vida. Quando pensei numa frase que resumisse os propósitos do projeto, pensei: “Construir uma vida faz parte do sonho”. No fundo, o que mais interessa é a nossa vida, depois vamos adicionando sonhos, objetivos, no meu caso foi o futebol.
Ricardo José Vaz Alves Monteiro é o seu nome de batismo, mas todo o mundo do futebol, e não só, o conhece por Tarantini. Quer explicar como surgiu esta alcunha? É uma alcunha do tempo em que jogava no Sporting da Covilhã, dada por Virgílio Martins (adjunto de João Cavaleiro). Hoje com a exceção dos meus pais e irmãs toda a gente me chama e conhece-me por Tarantini. É capitão do Rio Ave, onde se encontra desde 2008/2009. Sendo um clube de média dimensão, é tido como um dos mais organizados do país, sempre com performances desportivas muito relevantes, no campeonato e nas taças, tendo despedido apenas um treinador em nove anos. Qual é o segredo? O segredo são as pessoas. Com o tempo o Rio Ave cria equipas com base no seu potencial futebolístico, mas sempre muito atento ao Homem em cada jogador. O trabalho começa sempre em perceber qual a melhor opção para o Rio Ave, a partir daí cada treinador que cá chega sabe que vai encontrar um conjunto de jogadores, que compreendendo a ideia de jogo, vai dar tudo por ela. Os treinadores encontram no Rio Ave o local perfeito para crescer. Abraçou um projeto de defesa dos jovens futebolistas que enfrentam dificuldades após se retirarem dos relvados, que ficaria plasmado no livro «A Minha Causa». Investigou exemplos de atletas em várias modalidades e em diversos países, onde constatou que o período pós-alta competição pode ser um pesadelo. Que fatores contribuem para isso? A minha intenção não é ajudar ninguém que se encontra em dificuldades, mas sim pegar nesses exemplos e promover um desper-
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Mais formação e mais educação dos atletas são antídotos para evitar finais de carreira marcados por desequilíbrios sociais e emocionais? Não tenho qualquer dúvida. Além disso, tenho dito que a formação e a educação pode funcionar também como potenciador do desempenho desportivo.
tar de consciências para uma realidade que muitas pessoas não querem saber que existe. No meu site, www.tarantini.pt, podem ver algumas das razões que levam à bancarrota de inúmeros desportistas de elite, como por exemplo divórcio, falta de preparação para uma segunda carreira, entre outros. Contudo, a literatura in-
dica que existem muitos fatores associados a uma transição com qualidade e que podem diferir de acordo com o contexto social. Entre muitos fatores saliento a voluntariedade na decisão de terminar a carreira. Procurou com este seu projeto de responsabilidade social
CARA DA NOTÍCIA 6 Mestre em Ciências do Desporto Ricardo José Vaz Alves Monteiro, também conhecido por Tarantini, nasceu em Gestaçô, concelho de Baião, a 7 de outubro de 1983. Aos 9 anos começou a jogar futebol nas «escolinhas» do Amarante até ao primeiro ano de júnior. Conclui o ensino secundário aos 17 anos em Amarante e entra na Universidade da Beira Interior, ao mesmo tempo que continua a sua carreira de futebolista no Sporting da Covilhã. Como escreve no seu site da internet, «foram 5 anos e 5 épocas que marcaram a minha vida, em que tive de mãos dadas com a Universidade e o Futebol». Depois do Gondomar e do Portimonense, chega em 2008 ao Rio Ave, onde o médio centro está há 9 anos, ostentando a braçadeira de capitão. 2014 foi um ano quase perfeito, com a final da Taça de Portugal, Taça da Liga e Supertaça Cândido de Oliveira, todas perdidas para o Benfica. O clube de Vila do Conde participou ainda na Liga Europa na época 2014/2015, onde repetiu presença no ano seguinte. Depois da licenciatura ter ficado para trás, em outubro de 2014, terminou o mestrado em Ciências do Desporto na Universidade da Beira Interior. K
Os valores astronómicos que circulam nas transferências de jogadores continuam a bater recordes. Admite que esta é uma bolha que um dia pode rebentar? Quando me perguntam se fico admirado com os valores das transferências, eu digo que não. Pois se esses valores são praticados é porque existem recursos no mundo desportivo. Fico mais admirado é com as discrepâncias dos campeonatos europeus em relação ao português. Mas isso em Portugal não é só no futebol, vê-se em diversas áreas. O grande problema, comum, é que ainda não encontramos no futebol gestores capazes de vender o nosso bom produto Futebol. É embaixador do projeto UAARE (Unidades de Apoio ao Alto Rendimento na Escola), coordenado pela direção-geral de educação, que visa o conciliar da vida académica com a carreira desportiva. Do conhecimento que tem desta realidade, há ainda um longo caminho a percorrer na articulação entre estas duas realidades? A articulação é dura, porém posso dizer que os resultados do projeto são fantásticos. Prospetivo que o crescimento das escolas a integrar o projeto vai ser exponencial. Esperemos que tenha um crescimento sustentado pois não tenho dúvidas que vai ser reconhecido a nível nacional e internacional.
Segundo um dado revelado recentemente pelo Sindicato dos Jogadores, apenas 4 por cento dos atletas em Portugal têm uma licenciatura. O Tarantini é, porventura, dos jogadores da Primeira Liga com mais habilitações: duas licenciaturas e um mestrado. Como conseguiu conciliar a carreira académica com a desportiva? No meu livro podem ver que a fase mais difícil foi na faculdade, era uma gestão ao pormenor. Não foi nada fácil, mas foi possível. O querer é o primeiro passo, depois o acreditar que isso vai ser fundamental para o meu futuro como fator de qualidade. Quando comecei esta caminhada pensava na formação como um plano B, mas com o tempo vi que esse plano ajudou-me muito no futebolista que sou hoje. Treinadores ou dirigentes são, muitas vezes, o futuro dos futebolistas após abandonarem a sua carreira. Acredita que esta sua geração, daqui a uns anos, poderá contribuir para um ambiente mais pacificado no futebol? Infelizmente não consigo responder a essa pergunta. Os últimos anos do nosso futebol têm sido marcado por polémicas e suspeições várias. Quando o jogo falado suplanta o jogo jogado não ficam desvirtuados os valores fundacionais da modalidade? Infelizmente não é só no futebol. É um problema transversal na sociedade. Como tudo, as modalidades crescem com os valores acrescentados pelas pessoas. O VAR(Video-árbitro) tem sido protagonista desta primeira metade de temporada. Partilha da opinião que apenas tem servido para aumentar a confusão, sem ganhos práticos em termos de transparência? Eu sou justo, daí que sou a favor de ferramentas que ajudem a tomar melhores decisões. Acredito que com o decorrer do tempo o VAR vá funcionar cada vez melhor. Como em muitos outras modalidades é uma tecnologia que veio para ficar e ainda bem. K Nuno Dias da Silva _ Direitos Reservados H
gente e livros
edições
Novidades literárias 7 EDIÇÕES AFRONTAMENTO.
Para um Desporto do Futuro, de Manuel Sérgio. É uma obra breve mas feliz, que sintetiza o que o desporto deveria ser do ponto de vista do ideal da perfeição. O desporto é apresentado como instrumento privilegiado para agir positivamente e para a educação cívica. O autor é Manuel Sérgio, reconhecido especialista em desporto e em motricidade humana, que nasceu em Lisboa em 1933 e é filósofo, professor, educador, ativista e político português.
D.QUIXOTE.
Em Queda Livre, de William Golding. De alguma forma, em algum momento, Sam Mountjoy perdeu a sua liberdade, o livre-arbítrio “que não pode ser discutido mas somente sentido, como uma cor ou o sabor das batatas”. Nascido na pobreza, de pai incógnito e mãe alcoólica, Sam cresce na vida, superando as suas origens e transformando-se num pintor de sucesso. Arrastado para a Segunda Guerra Mundial, é feito prisioneiro, submetido a tortura e fechado na escuridão de uma cela de onde emerge, como Lázaro do túmulo, descobrindo a infinidade num grão de areia e a eternidade numa hora. Transfigurado pela traumática experiência, inicia o processo de compreensão do que o Homem pode ser. Determinado em entender a pessoa em que se transformou pelas escolhas que fez na vida, Sam relembra o passado na tentativa de encontrar o momento exacto em que o peso acumulado dessas escolhas o privou do livre-arbítrio.
FCA.
Criação Rápida de Sites Responsivos com o Bootstrap, de Ricardo Queirós. Nos dias de hoje, conceber e desenvolver um site ou uma aplicação Web é um grande desafio. O principal desafio é garantir que o site ou a aplicação estejam funcionais e com uma aparência sofisticada em todas as plataformas existentes, incluindo smartphones e tablets. Esta é uma obra fundamental para profissionais da área da programação Web e professores e alunos interessados no desenvolvimento de sites e aplicações Web responsivas. K
www.ensino.eu
Charles Dickens 7 Charles Dickens (1812-1870) foi um escritor inglês, o mais popular da era vitoriana. É autor dos romances “David Copperfield”, “Oliver Twist”, “Grandes Esperanças” e “Um Conto de Natal / Cântico de Natal”, entre outros. Nas suas obras denunciava a vida difícil do operário na sociedade industrial emergente e, em particular, a miséria das classes sociais mais baixas e a precaridade da infância. Nasceu em Landport, no sul de Inglaterra, no dia 7 de fevereiro de 1812, com o nome Charles John Huffam Dickens. Quando tinha cerca de dois anos de idade, a família mudou-se para Londres, e depois para Chatham. Filho de John Dickens e Elizabeth Barrow teve que deixar a escola quando o seu pai, sempre às voltas com dívidas, foi preso. Charles Dickens passou então a trabalhar numa fábrica de tinturas, ainda criança, onde permaneceu por vários meses. Voltou à escola quando o seu pai recebeu
Wikimedia Commons H
uma inesperada herança, com a qual paga as dívidas e reconquista a liberdade. De acordo com a Infopédia, “aos 18 anos, também fazia leituras públicas no Museu Britânico. Entretanto, tornou-se jor-
nalista, tendo elaborado crónicas sobre o parlamento britânico e textos para jornais humorísticos. Aos 21 anos iniciou a carreira de escritor, assinando contos e ensaios que eram publicados em jornais.” Cinco anos mais tarde, escreveu o livro “As Aventuras Extraordinárias do Senhor Pickwick” e tornou-se, desde logo, um autor de sucesso. Abraçou nesta obra a publicação de romances através de folhetins mensais que se tornaram muito populares. Com este livro, nasceu um novo tipo de mercado para os escritores ingleses, propondo obras mais baratas. É exemplo disto “Oliver Twist”, uma das obras mais famosas de Dickens, inicialmente publicada em fascículos, entre 1837 e 1839. Seguiram-se “Nicholas Nikelby” (entre 1838 e 1839), “Cântico de Natal” (1843), “David Copperfield” (1850) e “Grandes Esperanças” (entre 1860 e 1861), entre os principais títulos deste autor. Tiago Carvalho _
Livro sobre José Barata de Castilho
Histórias e Fantasias 6 O albicastrense José Barata de Castilho, professor catedrático da Universidade de Lisboa e pintor, tem patente desde o passado dia 6 de janeiro e até ao próximo dia 28, na Sala da Nora, em Castelo Branco, uma exposição de pintura intitulada “Histórias e Fantasias”. A mostra é baseada em contos que o autor ouviu, nos arredores de Castelo Branco, na sua infância, principalmente ao seu pai. “Esta é uma exposição de pintura que vai além de si mesma, que resulta de séculos de tradição oral, que reflete a matriz europeia e como esta foi expressada aos albicastrenses”, como refere Rodrigo Ezequiel, autor do livro “Do Imaginário Albicastrense à Pintura - Pintura de José Barata de Castilho”, que foi apresentado momentos antes da inaugura-
ção da exposição. Luís Correia, presidente da autarquia, destacou a obra de José Barata de Castilho, elogiando a exposição e a qualidade do livro. O autarca aproveitou a ocasião para referir a aposta que o município tem vindo a fazer na área cultural. O livro tem o apoio da Câmara de Castelo Branco e percorre também ele a exposição e o imaginário do autor, integrando uma entrevista a José Barata de Castilho. No livro são apresentados os quadros do pintor albicastrense e 17 contos que José Barata de Castilho ouviu quando era criança, provenientes de Escalos de Baixo, Benquerenças e Alcains. José Barata de Castilho é um dos nomes de referência da pintura contemporânea portuguesa. Docente de economia, catedrático na
Universidade de Lisboa, foi autor dos planos dos primeiros cursos da antiga Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Castelo Branco, hoje a Escola Superior de Gestão, localizada em Idanha-a-Nova. Como pintor, realizou diversas exposições e recebeu diferentes prémios em Portugal e no estrangeiro, tendo sido comissário do stand de Portugal na Feira de Arte Independente de Madrid, em 2003. Desde que se aposentou da carreira académica, em 2004, tem-se dedicado à pintura e tem o seu atelier em Castelo Branco, no Solar dos Cardosos. A apresentação do livro, que teve a chancela da RVJ Editores e a autoria/ design de Rodrigo Ezequiel, e a abertura da exposição, contaram com a presença de muito público. K
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press das coisas
pela objetiva de j. vasco
Nima Gluten Sensor 3 O Nima é um sensor portátil de glúten que permite aos consumidores verificar se a sua comida tem ou não glúten em dois minutos. Basta colocar um pouco da comida no aparelho, podendo ser usado em casa, em viagem ou no restaurante. K
Sérgio Godinho «Nação Valente» 3 Sérgio Godinho está de regresso com um novo disco. “Nação Valente” traz-nos de volta ao conforto e à inquietação que o cantautor tem proporcionado ao longo da sua carreira. Mas transporta-nos ainda para territórios poéticos e musicais de alguma forma inéditos na obra de Sérgio Godinho. Destaque para a partilha na composição das canções com nomes como David Fonseca, Filipe Raposo, Hélder Gonçalves, Pedro da Silva Martins e José Mário Branco, e ainda para a versão de uma canção de Márcia. K
Morreu a Guida Maria 3 Feliz Ano Novo, dizemos sempre no início de cada ano. Nunca é assim! Estive na dúvida em colocar o retrato / memória da Guida Maria ou da cantora Zena Bacar, cuja morte, na véspera de natal, deixou a nação moçambicana de luto. Optei pela que nos está mais próxima, sem deixar de recordar a segunda. Guida Maria foi uma excelente atriz (na foto durante o espetáculo “Diálogos da Vagina”, peça escrita por Eve Ensler em 1996), que morreu aos 67 anos vítima de cancro. Aos sete anos já estava em cima do palco, na peça “Fogo de Vista”, de Amílcar Curto; chegando, em 1978 a atriz residente do Teatro Nacional Dona Maria II Iniciou-se na televisão, em 1959, onde representou mais de 50 personagens, esteve, em 1972, no filme “A promessa”, de Bernardo Santareno, realizado por António Macedo, onde era a Maria do Mar. Em 2009 foi editado a biografia “Guida Maria - Uma vida”. Vamos, vou, sentir saudades. K
Prazeres da boa mesa
Medalhões de Javali Sobre Spaghetti de Morilles e Courgette 3Ingred. p/ 4 pessoas 680g de Lombinho de Javali 400g de Courgette 50g de Manteiga 50ml de Natas 120g de Cogumelos Morquelas (Morchella esculenta) 1 Cubo de Molho de Carne 2 C. de Sopa de Azeite 30g de Alho Seco (6 dentes de alho) 120g de Cebola (1 cebola grande) 50 ml de Vinho Branco 2 Folhas de Louro 80g de Queijo Parmesão 160g de Spaghetti Fresco All’Uovo 2 Gotas de Óleo Essencial de Esteva AROMAS DO VALADO 1 C. de Sob. de Pimentão la Vera Q.b. de Sal Q.b. de Pimenta Preta de Moinho Q. b. de Água Q. b. de Gelo Preparação: Limpar os lombinhos de tendões e gorduras periféricas. Cortar em medalhões, temperar com alho, 1 gota de óleo essencial de esteva, louro, pimentão, sal e pimenta. Corar os medalhões num fio de azeite e uma
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Refogar a cebola e o alho picado em manteiga, juntar as natas, os sucos de carne e o cubo de molho de carne, o louro, a outra gota de óleo essencial, pimentão e no fim os Morquelas bem limpos. Depois de cozido e apurado, juntar a courgette, o spaghetti e o parmesão acabado de ralar. Envolver. Depois de todos os temperos retificados, servir. K Receita criada no âmbito da investigação da utilização de óleos essenciais na cozinha, do livro “Geoaromas, A Inovação na Gastronomia – Receitas”, IPCB, Edição RVJ Editores; Apoio: Alunos das aulas práticas de cozinha (IPCB/ESGIN); Sérgio Rodrigues e alunos de fotografia (IPCB/ESART); Helena Vinagre (Aromas do Valado).
noz de manteiga. Reservar. Cozer o esparguete em 3 litros de água e 30 gramas de sal, um pouco menos de al dente. Após o término da cozedura arrefecer imediatamente. Reservar. Cortar a courgette em 4 no sentido longitudinal e remover a quase totalidade da parte branca. Cortar, depois, em juliana comprida. Escaldar e arrefecer de imediato em água e gelo. Reservar.
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Chef Mário Rui Ramos _ Chef Executivo
BOCAS DO GALINHEIRO
E tudo o vento levou 7 Estamos de volta com mais um clássico. Desta feita, no dizer de um texto da Cinemateca, “o monumento de Hollywood a si mesma”. Não é difícil perceber que se trata de “Gone With The Wind” (E Tudo o Vento Levou), essa portentosa obra prima que quase tudo levou na cerimónia dos Oscar de 1939: Melhor Filme, sendo produtor David O. Selznick que fundara poucos anos antes a sua própria companhia, a Selznick International Pictures; Melhor Realizador, Victor Fleming; Melhor Actriz, Vivian Leigh; Melhor Actriz Secundária, Hattie McDaniel, a primeira actriz de cor a ser nomeada e receber a estatueta dourada (um feito que perdurou por vários anos até Sidney Poitier ser galardoado com o Oscar de Melhor Actor por “Os Lírios do Campo”, em 1963, um filme de Ralph Nelson), curiosamente também estava nomeada para esta categoria Olivia de Havilland, pela sua interpretação de Melanie Hamilton neste filme; Melhor Argumento, Sidney Howard (a título póstumo, faleceu alguns meses antes da estreia do filme); Melhor Direcção Artística, Lyle Wheeler; Melhor Fotografia em Cor, Ernest Haller e Ray Rennahan; Melhor Montagem, Hal C. Kern e James E. Newcom, para além do Prémio Irving G. Thalberg outorgado a David O. Selznick, pela sua contribuição para a indústria do cinema e o Oscar Especial a William Cameron Menzies pelo brilhante uso da cor no filme. Um recorde até então, tanto em nomeações como em estatuetas arrebatadas, recorde esse que só viria a ser batido em 1959 por Ben-Hur, de William Wyler que levou 11. Já o disse mais que uma vez: os Oscar nem sempre refletem o que vale verdadeiramente um filme, mas que são um barómetro são. Nem que mais não seja para as receitas futuras do filme que, neste particular, Gone With The Wind é o vencedor absoluto. Adaptado do romance homónimo de Margaret Mitchel, de 1936, que tem como fundo a Guerra da Secessão americana e a paz posterior, mas onde perpassa também a nostalgia sulista, que diga-se, parece estar a renascer, a obra que desde logo chamou a atenção dos estúdios. Mas o preço pedido pelos direitos, 50.000 dólares, começou por ser uma barreira que o próprio Selznick não estava disposto a derrubar. Diga-se que não foi o único. Louis B. Mayer que também pôs a hipótese de adquirir os direitos, também recuou. Foi graças à intervenção de John Hay “Jock” Whitney, um dos maiores investidores da Selznick International e presidente do conselho de administração da
João Luís Rosa H companhia que, entusiasmado pela leitura da novela, disse a David O. Selznick que se não comprava os direitos ele próprio o faria. Sidney Howard, vencedor do Prémio Pulitzer, foi contratado para elaborar o guião. E em boa hora a escolha recaiu sobre este prestigiado argumentista, como já se disse, falecido antes da estreia. Gravitando à volta de Scarlett O’Hara, uma rica herdeira sulista que se vê enredada numa teia de amores falhados e no meio de uma guerra que muda completamente a sua vida, tanto mais que com a derrota do Sul a reconstrução não é fácil. É aí que reaparece Reth Butler, um aventureiro, sedutor (o tal que
quando sai de casa e ela lhe pergunta o que fará sem ele, recebe uma das respostas mais icónicas do cinema: “Frankly, my dear, I don’t give a damn.”), de quem não consegue o dinheiro para reerguer a plantação da família, Tara, levando-a a casar-se com Frank Kennedy, homem rico e antigo noivo da sua irmã, e que depois da morte deste, casa com Reth. Mas a morte da filha de ambos, Bonnie, e ressentimentos antigos e suspeições levam à rotura, sem que Scarlett perca a esperança de recuperar o amor do marido, e fica em Tara porque “depois de tudo, amanhã será outro dia”. Para dar vida a estes dois protagonistas correu uma “novela” paralela na rádio e em
revistas sobre quem seriam os actores ideais para estes papéis. O país envolveu-se nesta plesbicito informal, o que para Selznick era oiro sobre azul: publicidade garantida durante meses e uma atenção total sobre um filme que ainda não tinha o argumento acabado, nem tão pouco investimento para o levar a cabo, tanto mais que na primeira versão de Sidney Howard a duração estimada era de mais de cinco horas. No final ficou pelos 238 minutos. Se para o actor a escolha, quase unânime, recaiu em Clark Gable, para a actriz a coisa não foi tão fácil. Terá sido Myron Selznick, irmão de David e agente de Laurence Olivier, o prestigiado actor britânico, então companheiro de Vivian Leigh, que estava nos Estados Unidos para filmar “Wuthering Heights”, que a apresentou ao irmão como Scarlett O’Hara. E foi. Apesar da relutância inicial de ser uma inglesa a ficar com o papel depois daquela imensa campanha sobre a actriz preferida do grande público, a sorte esteve com ela. Quem imagina hoje outra Scarlett O’Hara? Para dirigir a película, a escolha começou por recair em George Cukor, que acabou por ser dispensado quando tinha filmado pouco mais de uma vintena de minutos, ao que consta por imposição de Gable que não gostava muito da forma como o realizador o dirigia. Foi substituído por Victor Fleming, com quem Gable havia trabalhado em três filmes na MGM, e que na altura trabalhava na rodagem de “The Wizard of Oz”, outro notável filme de 1939, também nomeado para o Oscar de Melhor Filme, filme este em que um dos realizadores foi também Cukor. À laia de parêntesis, diga-se que neste Fleming ainda foi substituído por Sam Wood nalgumas filmagens, não se sabendo bem o que é de cada um na versão final, para além da participação de William Cameron Menzies, fulcral para os cenários, que desenhou um a um, e para as características cromáticas, claro que aqui, aliadas à excelente fotografia em Technicolor. O filme em cópia restaurada voltou este ano aos cinemas. Tal como na celebração dos 50 anos do filme Ted Turner, que comprara a MGM, decidiu fazer uma cópia restaurada, esta foi feita aquando dos 75 anos. Uma boa aposta para salas onde seja possível a sua projecção. Até à próxima e bons filmes! K Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico _
Luís Dinis da Rosa _
Vice-presidente da APE faleceu
Um adeus sentido a José Correia Tavares 6 O escritor e poeta, José Correia Tavares, faleceu no passado dia 18 de janeiro, aos 79 anos, na sequência de um acidente vascular cerebral ocorrido há um mês. O escritor, natural de Castelo Branco, autor de diversos livros, desempenhava funções de vice-presidente da direção da Associação Portuguesa de Escritores (APE), e foi colaborador do Ensino Magazi-
ne, uma publicação com a qual mantinha um contacto regular, a qual tem como diretor fundador o seu sobrinho, João Ruivo. Em nota de de imprensa, assinada pelo presidente da APE, José Manuel Mendes, é referido: “o que devemos todos, enquanto Associação, ao trabalho que aqui empreendeu ao longo de uma vida, à sua afabilidade e energia, ao seu talento e apego às
causas comum, é inestimável. A maior de todas as homenagens que podemos prestar-lhe, já dentro do que na saudade se fez dor, “mágoa sem remédio”, será sempre preservá-lo, nos passos de uma evidência invulgar, no que melhor empreendermos no tempo em devir”, diz a nota À família e aos amigos, o Ensino Magazine endereça sentidas condolências.
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Los Programas Universitarios para Personas Mayores
Nuevos alumnos en las instituciones de enseñanza superior: el alumnado mayor 7 La presencia de alumnos mayores en los centros de enseñanza superior va a tener repercusiones, muchas de las cuales apenas se adivinan todavía, pero que van a ir más allá de los propios programas de los que venimos tratando. Estos alumnos llegan a los programas para mayores con el único afán de ser universitarios y recibir una formación superior. No hay aspiraciones curriculares, no esperan una capacitación profesional. Sólo anhelan vivir la universidad. Esta nueva presencia de alumnos en los campus universitarios van a suponer, a nuestro juicio, una revitalización del más puro espíritu universitario. Las opiniones recogidas en las distintas reuniones del profesorado son unánimes: se trata de alumnos muy motivados, participativos y exigentes. Todo lo cual está siendo un excelente estímulo para el profesorado lo cual puede animarles a un cambio y una ruptura en la monotonía de los planteamientos y enfoques docentes. En nuestros casi 20 años de trabajo con ellos comprobamos que tanto ellos como ellas son personas con una fuerza envidiable. Acuden a donde se les requiere y ayudan en lo que pueden y alcanzan, son personas de un extraordinario vigor. Al igual que hemos percibido
que los mayores de hoy son bastante distintos a los de hace 20 años. Y los estudios recientes dicen claramente que hay una brecha entre los mayores de antes y los de ahora. En 2001, solo un 30% de los jubilados tenían estudios secundarios o universitarios; en 2010 eran el 60% en España. Una persona de 60 años, ahora, tiene una expectativa de vida de otros 25 y más del 60% ven esta etapa vital como una oportunidad para dedicar su tiempo a lo que desean. Pero más de la mitad prefieren autogestionar dicho tiempo porque lo que se les ofrece no les interesa. Nuestros dos millares de alumnos, prejubilados unos y jubilados otros, suponen una población muy importante, tienen mucho conocimiento adquirido y se encuentran en lo mejor de su vida. Están satisfechos y contentos. También tienen sus quejas y realizan sus más que fundamentadas críticas. Es una más de las analogías con la universidad de los jóvenes (de los jóvenes que entienden la universidad más como contraste y debate que como pura y dócil transmisión). Así lo corroboran las instituciones que lideran las políticas de educación de adultos. Las personas mayores están asumiendo nuevas funciones y responsabilidades y tienen nuevas aspiraciones educativas
en su calidad de trabajadores, ciudadanos, trabajadores de la comunidad, padres, madres y miembros de familia. Los mayores de hoy son, en definitiva, más formados, más solventes económicamente, más autónomos, más longevos y más reivindicadores de sus derechos. Unos aportan la innovación y el cambio; otros, la experiencia y la estabilidad. Ambas cosas son necesarias. El protagonismo que la sociedad les reserve resultará crucial para ellos, pero también para un país que no puede ni debe prescindir de su talento y experiencia, advierten sociólogos, demógrafos y economistas. Ahora lo necesario es un cambio de mentalidad y de actitudes por parte de la sociedad para que los mayores participen individual o colectivamente en la vida económica, social y cultural de su país, en eso que se llama el bien común, pues una de las tareas que intentamos con mayor esmero es el modo de utilizar ese conocimiento para ayudar a otros sectores de la población. Los alumnos solicitan de las universidades el reconocimiento oficial que posibilite, tras haber superado los cursos correspondientes, el acceso a las universidad reglada, sea o no con algunos otros requisitos. Pudiera sonar a utopía, pero no pasarán mu-
chas promociones de alumnos para que esto, aunque sea en términos restringidos, sea una realidad a corto plazo. Probablemente uno más de los mecanismos de ajuste necesarios para la universidad del nuevo milenio en el que nos encontramos. Mientras esto no sea posible, estimulamos su ingreso en las aulas ordinarias que les interesan. Su asistencia como alumnos normales, con exámenes o sin ellos, que eso no es lo importante, sería un anticipo de lo que debe ser una universidad sin edad. Así mismo, su inclusión en las aulas universitarias puede servir de enriquecimiento para los estudiantes jóvenes de los centros de enseñanza superior, debido al intercambio y contraste de pareceres y opiniones, con el valor añadido de la experiencia y perspectiva aportada por la madurez, que se hará más patente en la medida en que los mayores puedan incorporarse plenamente a la vida universitaria, órganos de representación estudiantil, etc. Es una tarea que creemos exigen tanto la responsabilidad universitaria como, a la vez, demandan los nuevos tiempos: atender y desarrollar a la cada vez más numerosa legión de personas de edad de la sociedad. Y los mayores lo demandan negándose a sí mismos el papel de
meros espectadores atribuido a los excluidos del mundo del trabajo. Se puede y se debe optimizar su experiencia, a pesar de que vivimos en un mundo en el que la consideración de la misma es aún escasa. Con estos programas universitarios se pretende proporcionar educación a un mayor abanico de ciudadanos, “incluyendo a los excluidos y alcanzando a los inalcanzados”, particularmente a los que nunca han tenido oportunidades educativas universitarias. Los programas intentan ser generosos y solidarios para hacer crecer a las personas más cultas, más críticas y más comprometidas. K Florentino Blázquez Entonado_ Profesor Emérito. Coordinador del Programa de Mayores de la Universidad de Extremadura
novidades do setor automóvel Clio R.S. 18 com edição limitada 3 É destinado a entusiastas do desporto automóvel e colecionadores. A Renault Sport apresenta a nova edição limitada Renault Clio R.S. 18, a qual estará disponível em Portugal apenas mediante encomenda. O modelo é inspirado na competição, com pormenores que remetem para o universo da Fórmula 1 e evidenciam a proximidade entre o desporto automóvel e os automóveis do quotidiano. K
Citroën C4 Cactus volta este ano Leon Cupra é o Seat mais potente 3 O Seat Leon 2.0 TSI 300 Cupra DSG é o Seat mais potente de sempre. O modelo chega renovado e com uma potência que vai até aos 300 cv, por um preço base de 45 078 euros, já com caixa DSG de seis relações. O design desportivo é sóbrio e os sistemas de segurança evoluídos. Destaque para o cruise-control ativo, para o alerta de ultrapassagem de faixa de rodagem e travão automático de emergência, com detetor de peões, e para o sistema de estacionamento automático. K
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3 O novo Citroën C4 Cactus chega no primeiro trimestre deste ano, com mais capacidades de personalização. A berlina combina conforto e tecnologia e uma gama de sete motorizações com potências compreendidas entre os 82CV e os 130CV. A arquitetura do Citroën C4 Cactus foi também otimizada com a utilização da nova arquitetura SF1. K
Prémio Universidade de Coimbra
Santander Universidades
Rui Vieira Nery vence
6 O historiador, musicólogo e professor Rui Vieira Nery é o grande vencedor do Prémio Universidade de Coimbra 2018, uma das mais relevantes distinções nas áreas da ciência e da cultura, no valor de 25 mil euros, que tem o apoio do Banco Santander Totta, através do Santander Universidades. O Prémio Universidade de Coimbra distingue anualmente uma personalidade de nacionalidade portuguesa que se tenha afirmado por uma intervenção particularmente relevante e inovadora nas áreas da cultura ou da ciência. O vencedor da edição de 2018 foi anunciado hoje na Sala do Senado da Reitoria da Universidade de Coimbra. O júri do prémio é presidido pelo reitor João Gabriel Silva e tem como vice-presidentes Inês Oom de Sousa, administradora do Banco Santander Totta, e Afonso Camões, diretor do Jornal de Notícias. Nesta edição participaram como vogais António Lobo Xavier (advogado e administrador), Ana Martinho (embaixadora), Carlos Fiolhais (Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC). Em nota de imprensa, o Santander Universidades recorda que Rui Vieira Nery nasceu em Lisboa em 1957, tendo ini-
Mais de 30 estágios em Startups
Facebook: Rui Vieira Nery H
ciado os seus estudos musicais na Academia de Música de Santa Cecília, prosseguindo-os no Conservatório Nacional de Lisboa. É formado em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1980). Doutorado em Musicologia, pela Universidade do Texas (Austin) (1990), que frequentou como Fulbright Scholar e bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, especializou-se em Musicologia Histórica e História Cultural.
Diretor do Programa Gulbenkian de Língua e Cultura Portuguesas (desde 2012) e Professor Associado de Nomeação Definitiva na Universidade Nova de Lisboa, mais precisamente no Instituto de Etnomusicologia - Centro de Estudos de Música e Dança (INET-MD), foi diretor-adjunto do Serviço de Música (1992-2008) e diretor do Programa Gulbenkian Educação para a Cultura (2008-2012) da Fundação Calouste Gulbenkian. K
6 O Santander Universidades e a Fundação da Juventude acaba de lançar o programa StartUP Santander Jovem que garante mais de 30 oportunidades de estágio em startups portuguesas, nos mais diversos setores de atividade. Os estágios destinam-se a jovens com idade máxima de 28 anos, diplomados (licenciatura, mestrado ou mestrado integrado) há menos de dois anos. Com a duração de três meses, as oportunidades abrangem as mais variadas áreas de formação que vão desde Informática, Programação e TIC até Enfermagem Veterinária, Comunicação ou Secretariado, Marketing e Psicologia. Os estágios StartUP Santander Jovem têm a duração de 3 meses, e para além da experiência proporcionada aos estagiários, estes recebem ainda uma bolsa mensal no valor de 550€ e beneficiam de um Seguro de Acidentes Pessoais. Cada estágio decorre sob a supervisão de um orientador a designar pela Startup, o qual deverá acompanhar o desenvolvimento do jovem e o cumprimento do respetivo plano de formação. Segundo Francisco Maria Balsemão, presidente do Conselho da Administração da Fundação da Juventude, «o programa faz parte de um dos vetores estratégicos da Fun-
dação da Juventude – o Emprego e o Empreendedorismo – através do qual se procura proporcionar aos jovens a oportunidade de complementarem a sua formação académica, promover o acesso ao 1º emprego dos recémdiplomados, ao mesmo tempo que confere às startups a oportunidade de formarem estagiários com formação superior e com capacidade para responderem aos desafios colocados pela empresa». As startups agora apuradas para as candidaturas dos estagiários são provenientes dos mais diversos distritos do País, do Porto à Madeira, passando por Aveiro, Braga, Coimbra, Lisboa e Santarém. Desenvolvem atividade em setores tão diversos como Cultura e Artesanato, Enfermagem Veterinária, Marketing, Tecnologias de Informação, Engenharia Informática, Desenvolvimento de Software, E-Commerce, Investigação, Análise de Mercados Internacionais, Design de Comunicação, Química e Comunicação Social, entre muitos outros. Ainda que o programa seja aberto a todas as startups, foi dada preferência àquelas que se encontram inseridas numa Incubadora pertencente à Rede Nacional de Incubadoras (RNI), entidade que, juntamente com a StartUP Portugal, apoia este programa. K
Revista Global Finance
Santander Totta, o melhor «Trade Finance» Universidade de Coimbra H
Centro Internacional Santander Emprendimiento
Programa Explorer já mexe 6 O Programa Explorer, apoiado pelo Banco Santander e coordenado pelo Centro Internacional Santander Emprendimiento (CISE), foi lançado, no passado dia 17, na Universidade de Coimbra (UC), a primeira instituição portuguesa a avançar com o programa. Os 22 participantes selecionados, responsáveis por 16 projetos inovadores, beneficiam de formação gratuita du-
rante cinco meses e do acesso ao Explorer Space da Universidade de Coimbra – um centro de ideation de alto rendimento – onde podem desenvolver as suas ideias de forma colaborativa, com outros empreendedores. Recebem ainda o apoio personalizado de uma rede de mais de 200 especialistas em inovação e modelos de negócios, com a possibilidade de acederem a 80 mil euros
em prémios para acelerarem o desenvolvimento dos seus projetos. A cerimónia contou com a presença do vice-reitor, Amílcar Falcão, acompanhado do diretor do Santander Universidades Portugal, Marcos Soares Ribeiro, assim como do coordenador do Programa Explorer da UC, Miguel Gonçalves, para além dos participantes e tutores do programa. K
6 A revista norte-americana Global Finance elegeu o Santander Totta, pelo segundo ano consecutivo, como o “Melhor Banco de Trade Finance” em Portugal, no âmbito dos “World’s Best Trade Finance Providers”, anunciou a instituição em comunicado. Este prémio é entregue anualmente, e por país, aos bancos mais bem posicionados para apoiar as empresas nas suas exportações. O Santander Totta venceu três das últimas quatro edições, o que vem reconhecer o trabalho do Banco junto das empresas portuguesas, posicionando-se como o seu melhor parceiro no apoio à dinamização das exportações e à presença internacional nos mercados externos. Os editores da Global Finance selecionaram os bancos que prestam o melhor serviço de Trade
Finance em 94 países, com base nos seguintes critérios: o volume transacionado, o âmbito de cobertura global, o serviço ao cliente, a competitividade do preçário e as inovações tecnológicas. Contaram ainda com o input de analistas do setor, de executivos de empresas e de especialistas em tecnologia e sistemas. O Banco Santander conta com uma equipa de trade finance com know-how junto das empresas, um network de bancos parceiros no mercado internacional, parcerias a nível nacional, workshops sobre mercados estratégicos, disponibilizando ainda importantes ferramentas, como o portal Santander Trade e a plataforma International Desk. Para além do Santander Totta, o Grupo recebeu idêntica distinção no Uruguai e na Argentina. K
JANEIRO 2018 /// 031
Madrid, Lisboa e Porto
Ensino Magazine nas maiores feiras da Península Ibérica
6 O Ensino Magazine volta a estar envolvido na realização das maiores feiras de educação e juventude da Península Ibérica. Como média partner, e com presença física nos eventos, o Ensino Magazine marcará presença na AULA, em Madrid, de 28 de fevereiro a 4 de março, na Qualifica, no Porto, de 1 a 4 de março, e na Futurália, em Lisboa, de 14 a 17 de março. Nos três eventos o Ensino Magazine vai distribuir gratuitamente, a todos os visitantes, as suas edições de janeiro e fevereiro. João Carrega, diretor do Ensino Magazine, explica que a participação da publicação nestes três eventos, resulta da “estratégia que a publicação tem seguido de ligação entre a comunidade e a academia. Estas são as três feiras internacionais de maior dimensão na Penísula
Ibérica e temos muito orgulho em poder fazer parte delas. Entre os três eventos estima-se que passem mais de 200 mil pessoas, entre estudantes e famílias. Daí que a nossa presença seja importante, na pers-
petiva de também contribuirmos para um melhor esclarecimento sobre aquilo que os jovens poderão escolher no futuro”. Aquele responsável adianta que, nessa medida, “dedicare-
mos as edições de janeiro e de fevereiro aos três eventos, com condições especiais de participação às instituições de ensino superior, e de ensino profissional ou secundário, para que possam através do Ensino Magazine apresentar aos milhares de jovens que visitam os certames, e a quem será entregue a nossa publicação, as suas propostas e ofertas formativas”. João Carrega explica que a presença do Ensino Magazine nestes certames já é uma referência. “Hoje somos a principal publicação do género editada em Portugal. Os jovens sabem que no Ensino Magazine têm informação privilegiada sobre as atividades e a vida das instituições de ensino”, diz enquanto acrescenta que “esta aposta tem sido feita também no mundo da lu-
sofonia, com distribuição do Ensino Magazine nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa. Uma distribuição assente em compromissos assumidos e reforçada, por exemplo, com acordos firmados com as universidades Eduardo Mondlane e de Lúrio, em Moçambique, mas também com a Escola Portuguesa de Moçambique. De igual forma apostamos ainda em Macau, onde também temos um protocolo com a Escola Portuguesa de Macau”. O diretor da publicação adianta que no campo virtual, o Ensino Magazine possui hoje um dos mais importantes portais de educação de Portugal (www.ensino. eu) e é a publicação portuguesa dedicada à educação com mais força na rede social facebook, com mais de 78 mil seguidores (números de janeiro). K
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032 /// JANEIRO 2018
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EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR (ESECS) EDUCAÇÃO E PROTEÇÃO DE CRIANÇAS E JOVENS EM RISCO (ESECS) ENSINO DO 1º CICLO DO ENSINO BÁSICO E DE PORTUGUÊS E HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE PORTUGAL NO 2º CICLO DO ENSINO BÁSICO (ESECS) ENFERMAGEM (em parceria com UE, IPB, IPCB e IPS)(ESS) ABERTOS TODOS OS RAMOS DE ESPECIALIZAÇÃO GERONTOLOGIA RAMOS: GERONTOLOGIA SOCIAL / RAMO GERONTOLOGIA E SAÚDE (ESECS/ESS) GESTÃO DE PME (ESTG) MEDIA E SOCIEDADE (ESECS) REABILITAÇÃO URBANA (em parceria com o IP de Tomar) (ESTG) TECNOLOGIAS DE VALORIZAÇÃO AMBIENTAL E PRODUÇÃO DE ENERGIA* (ESTG) a) Aguarda aprovação
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