Ensino Magazine Edição nº 203

Page 1

janeiro 2015 Diretor Fundador João Ruivo Diretor João Carrega Publicação Mensal Ano XVIII K No203 Distribuição Gratuita

www.ensino.eu suplemento Autorizado a circular em invólucro fechado de plástico. Autorização nº DE01482012SNC/GSCCS

Assinatura anual: 15 euros

eduardo sá, psicólogo

“Os governos têm gozado com o País” O psicólogo Eduardo Sá afirma que os governos têm gozado com o país, que não falta dinheiro, mas sim rumo e defende um pacto de regime para o setor da educação.

C

joão botelho em entrevista

“O cinema nunca foi uma arte pura” P 22 C

UBI

Nova pós-graduação C

P7

IPCB

Politécnico dá saúde C

P 11

david justino, presidente do cne

“Descentralização pode trazer valor acrescentado à missão da escola pública”

C pub

p4A6

p2e3

Expresso - Alberto Frias H

Coordenação Portugal

C

p 21

pub

JANEIRO 2015 /// 01


David Justino, presidente do CNE e do Conselho Estratégico da Futurália

“Especialização no ensino superior é necessária” 6 David Justino, ministro da Educação do Governo liderado por Durão Barroso, atual presidente do Conselho Nacional de Educação, é um dos nomes mais respeitados do país na área do ensino. Presidente do Conselho Estratégico da edição desta ano da Futurália, explica ao Ensino Magazine a necessidade das instituições de ensino superior se especializarem. Nesta entrevista, efetuada por e-mail, fala também da descentralização de competências na área da educação para os municípios, do facto de muitos jovens não prosseguirem estudos para o ensino superior, e da importância da Futurália. A Futurália vai para mais uma edição. Qual a importância deste evento para os jovens e as suas famílias, num período economicamente difícil, em que é preciso ser-se criterioso na escolha de um curso? Trata-se de uma oportunidade única de Publicidade

02 /// JANEIRO 2015

aceder a informação relevante para as escolhas que os alunos e as famílias terão de fazer. Sendo a maior concentração de produtores de conteúdos educativos, de estabelecimentos de ensino com uma enorme variedade de cursos e de um vasto leque de oportunidades de forma a permitir uma escolha informada e responsável, é natural que desperte o interesse de milhares de alunos, escolas e famílias que têm nos últimos anos transformado a Futurália num acontecimento incontornável. Neste momento Portugal ainda tem uma elevada taxa de alunos que concluem o ensino secundário e que não se candidatam ao ensino superior. Sabendo que não há “varinhas mágicas”, na sua perspetiva o que poderia ser feito para alterar essa situação? Em primeiro lugar teremos de compreender de forma objectiva quais as razões para essa “não opção”. Reconheço que ainda sabemos muito pouco. Mas do pouco que sa-

Expresso - Alberto Frias H


cias que a OCDE monitoriza, mas não somos obrigados a imitar.

bemos permite-nos especular que na base dessa situação está o não reconhecimento do retorno do investimento que um curso de ensino superior exige. Manter um jovem num estabelecimento de ensino superior é uma opção cara e quantas vezes exige sacrifícios às respectivas famílias. O que muitos duvidarão é do retorno desse investimento. Com as crescentes dificuldades no mercado de emprego de licenciados, especialmente a desadequação entre os cursos escolhidos e as oportunidades geradas cria-se a ideia que o esforço adicional não é suficientemente recompensado. Julgo tratar-se de uma falsa ideia. A probabilidade de um licenciado obter um melhor emprego e melhor remunerado é bem superior à de um não licenciado.

Um dos temas que está na agenda política é a chamada municipalização da educação. Essa transferência de competências para as autarquias é vantajosa para a escola pública? O CNE ainda não se pronunciou sobre essa temática e eu conto que o faça em breve. Mas há algo que julgo ser adquirido: descentralizar é uma coisa, municipalizar é outra. Pessoalmente sou defensor da descentralização quer para as escolas quer para as autarquias, mas rejeito a instituição de novas tutelas locais. O ideal é criar sistemas de regulação partilhada de nível local. Continuo a pensar que essa descentralização desde que feita com cuidado e realismo pode trazer valor acrescentado à missão da escola pública.

A realização de eventos como a Futurália pode também dar o contributo, ou ser o tal click que às vezes faz falta, para que mais jovens procurem melhorar as suas qualificações?

Essa descentralização poderá permitir que uma parte do currículo possa vir a ser proposta pelos concelhos em articulação com as escolas. Essa diversidade pode ser benéfica para os alunos, ou pode acarretar riscos?

Julgo que sim, mas não chega. A Futurália cria oportunidades, propicia informação diversificada, mas as escolhas terão de ser os jovens e as sua famílias a fazer. Era importante que organizações independentes pudessem de forma sistemática identificar em que sectores e profissões haverá maior probabilidade de emprego e de melhor emprego. Desde que feito com rigor, qualidade e isenção seria uma informação muito útil a ser complementada com a obtida através da Futurália. Por exemplo: daqui a cinco anos vamos precisar de mais enfermeiros ou de mais engenheiros informáticos? Que perfil de professores é que vamos ter falta? O ensino superior continua a ser um instrumento fundamental para a qualificação dos portugueses, mas também para a coesão territorial. A especialização das instituições de ensino superior, sobretudo as do interior, pode ser o caminho para manter a rede de oferta existente? Essa é a minha opinião. Uma grande parte da oferta de ensino superior vai ter de perder a sua dimensão generalista para concentrar os seus recursos em domínios específicos do conhecimento. Precisamente onde essas instituições possam ser mais competitivas, não só na captação de alunos, mas, mais importante, na capacidade de formar profissionais para sectores onde existam boas oportunidades. Este princípio tanto se aplica às instituições de ensino superior localizadas no interior do país, como a todas as outras. Quem o fizer mais cedo ganhará vantagem, mas compreendo que não é fácil encerrar cursos e dispensar professores. Só que caso não o façam agora, terão de o fazer mais tarde, com custos muito mais elevados. Essa especialização deveria ser acompanhada de medidas de discriminação positiva, ao nível do financiamento, por exemplo? Vejo que tem estado atento às ideias que defendo. O caso dos estabelecimentos de ensino superior localizados em regiões do interior deve ser analisado com o maior rigor, mas também com o maior cuidado e espírito de solidariedade. Defendo a existência de medidas de discriminação positiva, mas entendo que elas só terão sentido se houver sentido

Expresso - Alberto Frias H

de responsabilidade no que respeita à racionalização da oferta. Mudando de assunto. Ao nível da avaliação dos alunos, defendeu recentemente que é importante aumentar a “avaliação formativa e que a quantitativa deveria continuar a ser aplicada em anos de exames, como o 4º, o 6º e 9º, mas com a nuance de que seria formativa dentro de cada ciclo e depois sumativa no último ano”. Na sua perspetiva quais as mais valias desta alteração? Em primeiro lugar, deveremos esclarecer os conceitos que estamos a utilizar e desfazer alguns mal entendidos. Não podemos confundir esses dois tipos de avaliação com o facto de serem ou não quantificadas as classificações. Avaliar é uma coisa, classificar é outra e recorrer a um código numérico ou alfabético para expressar essa classificação é outra. Quanto a esta última questão não vejo que uma classificação resultante de uma avaliação não possa ter um efeito formativo. O meu objetivo com essas declarações foi a de chamar a atenção para o seguinte: avaliação formativa e avaliação sumativa devem ser complementares, a primeira mais interna e mais contínua, a segunda que tanto pode ser interna como externa, mas centrada em determinados momentos do percurso educativo, neste caso nos finais de ano (interna) e de ciclo (externa). Recorrer a valores de classificação na escala de 0 a 5 ou de 0 a 20, ou a códigos do tipo, bom, muito bom, insuficiente, é-me indiferente porque como códigos que são devem ser escolhidos em função do seu significado em contextos de comunicação.

Como é que essa nova avaliação poderia ser implementada? Não há grande novidade no que digo, o problema está em potenciar e generalizar esses instrumentos e tal só é possível se esse tema entrar na agenda das escolas. Eu aceito o princípio de que cada escola deve conceber e consolidar o seu modelo de avaliação em função do seu projeto educativo. Mas para os devidos efeitos teremos de investir quer na formação inicial de professores para qualificar a utilização dessas técnicas de avaliação, quer na formação contínua dos professores que já exercem. Julgo que teremos de, a pouco e pouco, responsabilizar as escolas pelos seus modelos de avaliação interna e credibilizar a avaliação externa, quer seja através de exames quer de testes intermédios de carácter sumativo. Esta sua perspetiva vem ao encontro do que a própria OCDE defendeu num debate promovido pelo CNE? Não necessariamente. Existe uma grande confusão sobre o que é avaliação formativa, quais os seus instrumentos e as metodologias adequadas e eu não tenho a certeza que os técnicos da OCDE tenham certezas sobre os sistemas de avaliação em toda a complexidade de que se revestem. Não basta identificar os problemas, é necessário encontrar soluções adequadas a cada um dos sistemas de ensino. Não temos de andar a copiar tudo e mais alguma coisa que venha com o carimbo da OCDE. Temos de aprender com as experiên-

Já ouvi os maiores disparates sobre essa solução da gestão de 25% do curriculum. Isso já existe para os contratos de autonomia, as escolas privadas também irão beneficiar dessa medida, porquê tanto alarido com o alargamento aos contratos de descentralização? O que está em causa é dispor de um instrumento de gestão curricular, nomeadamente das cargas horárias das diferentes disciplinas, para concretizar o princípio da diferenciação pedagógica e adequar esse curriculum ao tipo de alunos e, muito parcialmente, aos contextos locais. Se pensam que em Castelo Branco, por exemplo, se vai deixar de dar história de Portugal e substituí-la por história local é um disparate que só a má-fé deixa difundir. As escolas e os municípios estão preparados para propor essas alterações? Não sei, mas se não se avançar nesse sentido nunca virão a estar preparados. É por isso que o que está em cima da mesa é uma experiência envolvendo cerca de 10 municípios para um total de 278, ou seja cerca de 3,5% do total. Fico com a sensação de que há pessoas e organizações que estão com medo que a experiência tenha sucesso. A classe docente, sobretudo através dos seus sindicatos, tem vindo a criticar essa transferência de competências, alegando que muitos docentes podem vir a ficar sem horários. Por aquilo que conhece da proposta existe esse risco? Não! Os municípios não terão responsabilidades na gestão do pessoal docente. Por outro lado, o risco de ficar sem horários é tão real com ou sem municípios. Isso é a mesma coisa que dizer que os funcionários dos municípios estão aquém do que seria avisado. Ora, não é isso que eu constato. Por outro lado, esse receio só vem dar razão àqueles que consideram que existem professores a mais. Não percebo o argumento. K

  



JANEIRO 2015 /// 03


Eduardo Sá, psicólogo

«A escola serve para desbravar avenidas novas» 6 Batota, demagogia e esquizofrenia. Estas são algumas das palavras a que Eduardo Sá recorre para falar da educação dos nossos dias. O psicólogo afirma que os governos têm gozado com o país, que não falta dinheiro, mas sim rumo e defende um pacto de regime para o setor. «Quem não tem paixão pela educação não é amigo do futuro», diz.

Portugal. Ninguém quer perceber que os incentivos que hoje se podem dar à família e que podem ser vistos como gastos, serão, seguramente, um ganho significativo a uma geração de distância. Agora, se os governos não existem para ter uma política de médio/ longo prazo, então mais vale fecharem portas. É como haver um conselho de administração que se limita a fazer o papel de contabilista e não define políticas de fundo. Isto é gozar com os cidadãos!

Educar num contexto de escassez é mais fácil ou mais difícil do que educar num contexto de abundância e prosperidade? A minha tentação é dizer que é mais fácil, por uma razão simples: num contexto de crise temos de fazer escolhas que, valha a verdade, entendo que é aquilo que os responsáveis da educação fazem com dificuldade. Portanto, nas atuais circunstâncias, ao fazerem-se escolhas devia existir um pressuposto claro e preciso do que se quer. Muitas vezes as escolhas não se fazem – com todo o respeito do mundo pelas equipas que têm estado à frente dos sucessivos ministérios da Educação – porque me parece que não há uma ideia do que se pretende. Portanto, quando isso acontece e num contexto de crise ainda mais, parece existir uma espécie de alibi para justificar que a não tomada de determinadas decisões se deve à falta de recursos. E não é assim? Não. Dou-lhe um exemplo concreto. Eu nunca entendi por que é que se separa ensino obrigatório e educação infantil. É uma questão de bom senso reconhecer que a educação infantil é indispensável para o ensino obrigatório. Evidentemente que se este último for tendencialmente gratuito e para todos, como tem de ser, implicará um conjunto de coordenadas que muitas vezes, quando falamos de manuais escolares, do preço dos manuais e da politica que lhe está associada, é um tema que nem sempre está em cima da mesa. Quando se fala de educação infantil eu acho de mau gosto o que é o discurso da maior parte dos governantes. A rede de jardins de infância não abrange todas as crianças e existe este facto extraordinário em que há jardins de infância que custam muito mais do que universidades privadas. O que está a dizer é que falta uma estratégia coordenada? Não se discute o que é que queremos da educação e qual é a política para o setor para depois se fazerem escolhas. Eu acredito que se houver critérios e um rumo não será a escassez ou a abundância a condicionarem o essencial. Eu rejeito que se entre neste absurdo que, de repente, faz lembrar uma tendência de moda, que é a de escolarizar os jardins de infância e com alguns destes estabelecimentos a ousarem defender que podem reter as crianças porque não atingem determinados níveis, como se se pudesse reprovar na educação de infância. É batota continuar a invocar que faltam recursos à educação. O que fal-

04 /// JANEIRO 2015

Quando ouve falar em orçamento do Estado pró-família também sente que estão a gozar? Isso é gozo parte dois. Mesmo quando se fala de uma coisa tão séria como o IRS o discurso não é sério. Às vezes parece que os governantes parecem acreditar que os pais educam as suas crianças numa loja de 300. Eu quero salientar que hoje em dia três filhos já constituem uma família numerosa. Mas o que acontece é que num agregado familiar com cinco pessoas são praticados os preços de consumo de água iguais para uma casa em que habita uma pessoa sozinha. Não há uma ideia de fundo para as famílias, para a escola e para as crianças. Os assuntos dialogam entre si e não podem ser perspetivados separadamente.

ta é política. Acho inacreditável que não seja uma urgência para ninguém um pacto de regime para a educação que una Presidência da República, Assembleia da República e partidos políticos com representação parlamentar. E mais: acho tão demagógico que, à esquerda e à direita, se troquem argumentos. Contesta que os argumentos ideológicos salpiquem a educação? Não pode ser. Os objetivos teriam de ser consensuais. Quando é que foram as oportunidades em que estas entidades que mencionei se sentaram à mesma mesa? Peço desculpa mas uma das funções, entre outras, que compete à Presidência da República deve ser definir o que se quer para a educação infantil, para o ensino obrigatório, quais são os recursos, os objetivos, etc. Não querendo ser advogado do diabo, a instabilidade governativa dos tempos recentes e a sucessão de ministros da tutela também não ajuda ao diálogo… Esse é uma lógica de porta-giratória, em que entra um governo e mudam os nomes, mudam as políticas e mudam os objetivos. No fundo, muda-se alguma coisa, para tudo ficar na mesma. É absurdo em muitas políticas públicas neste país, especialmente no setor educativo. É uma tolice, sem pés nem cabeça. Quando de repente discutimos esta espécie de epidemia atípica de défices de atenção das crianças, mais valia os partidos políticos porem a mão na consciência e questionarem-se

o que é que tem sido feito. É uma falta de respeito para com os cidadãos. Não admira que as pessoas se queixem do divórcio dos cidadãos face à vida política e aos compromissos cívicos. Por isso é que eu digo que os sucessivos governos têm gozado com o país. Gozado de que forma? Já reparou, volta não volta, a pretexto da viabilidade da segurança social, há sempre uma preocupação fora do vulgar com a taxa de natalidade? Eu acho que é gozar com os cidadãos vir, de vez em quando, falar destes assuntos. Da esquerda à direita, ninguém se salva, os responsáveis políticos imaginam que se pode ter três filhos, entre os 0 e os 6 anos, pagando jardins de infância aos preços que se praticam neste país? Uma classe média – que tenho dúvidas que ainda existe – consegue que este cenário se concretize? Duvido muito sobre essa viabilidade. Estou em crer que certas mudanças operadas nos países escandinavos no pós-guerra seriam um grande ensinamento para nós. Evidentemente que uma política de escola implica uma política de família. Acho inacreditável que falar de família em Portugal ainda continue a ser conotado com a direita. Insiste na tecla que muita politiquice acaba por impedir medidas concretas em prol do bem comum? É isso. Eu quero que fique claro: eu sou um homem de esquerda e acho inacreditável como não há uma política de família em

Defende uma escola de rosto humano. Quer com isto dizer que o modelo atual está longe desse desígnio? Muito longe. Eu costumo dizer para tentar ser enfático: a escola morreu, viva a escola! A ideia que tínhamos de escola há 100 ou 50 anos atrás não pode ser a escola que todos nós temos hoje, com os vícios que persistem. Nós invertemos uma ideia que se solidificava que tínhamos uma mão de obra pouca qualificada, pouco escolarizada e consequentemente barata, o que levava alguns governos a vangloriarem-se disso no estrangeiro. Neste momento já não precisamos de escolarizar a granel, porque já assumimos que a escolaridade obrigatória não se discute. O que temos de perceber é que escolarizar por escolarizar, não basta! Não chega as crianças saberem fazer equações matemáticas, saberem os novos nomes dos complementos diretos e dos predicados, etc. Uma escola não serve para fazer jovens tecnocratas de sucesso, serve sim para construir pessoas melhores. E como é que se formam pessoas mais capazes para os desafios das sociedades competitivas e globalizadas em que vivemos? Pessoas melhores não se conseguem com aulas positivas sobre aulas positivas de 90 minutos, separadas por recreios de 10 minutos. Pessoas melhores não se constroem descaracterizando determinados curricula, como por exemplo, dizendo que as áreas de projeto e outras, com implicações cívicas e sociais, que existem em muitos colégios privados de inspiração anglo-saxónica - são supérfluas e


não constituem mais valia. Também não é admissível escolher disciplinas de primeira e de segunda, em que a Matemática está sempre na primeira linha – vá-se lá imaginar porquê -, o Português tem dias e depois tudo o resto é entendido como disciplinas de segunda, chegando a haver disciplinas de terceira, nomeadamente a Educação Física que se deixa cair. Chegámos a um ponto em que em determinadas escolas já têm turmas de primeira e de segunda, em que numas estão os mais desempoeirados e noutras os que sejam identificados como sendo os possuidores de mais dificuldades. Isto é uma batotice tremenda. Só em 2014 é que o Conselho Nacional de Educação chamou a atenção para a discrepância entre as notas de algumas escolas privadas e escolas públicas, dando a entender que certos estabelecimentos punham “pó de arroz” excessivo na avaliação dos meninos. O ministério não pode ser distraído a este ponto. Quer dizer que há escolas que «trabalham» para os rankings? Faz sentido que haja escolas privadas – algumas ditas de inspiração cristã – que recusem meninos que têm médias de 12/13 valores para não enviesarem os rankings? Isto não é uma escola de rosto humano, isto é uma escola que passa a vida a estimular a vaidade e que faz publicidade enganosa, defendendo a sua imagem e das «crianças saudáveis» que só tiram nota 5 e às vezes nota 4, mas só nos dias maus. Afirma que o sistema premeia mais os que repetem do que os que recriam. Não é negativo? Este sistema é um bocadinho esquizofrénico. A lógica instalada é se os alunos repetirem até à exaustão têm boas notas e ainda melhores resultados obtêm – nomeadamente no superior – se citarem o professor até às virgulas. Já quando recriam e pensam, muitas vezes, são penalizados. A escola serve para desbravar avenidas novas nas cabeças e ajudar a pensar. Mesmo nos últimos anos do ensino superior deparo-me com miúdos que são escolarizados, mas que sofrem de iliteracia até à quinta casa. Temos de perguntar porquê. Os níveis esmagadoramente negativos registados em alguns patamares dos exames nacionais são um espelho disso. De quem é a responsabilidade: dos alunos, dos professores ou do sistema? Mas por que é que o problema é sempre das crianças? Será que têm um défice congénito para a Matemática quando brincam com consolas e jogos de computador dotados de uma complexidade extraordinária? O braço de ferro permanente entre sindicatos e tutela deixa os alunos indefesos. Este é um caldo de conflitualidade prejudicial ao normal funcionamento do sistema? Os sindicatos de professores são, de vez em quando, demagógicos, mas é preciso ser dito que o ministério desconsidera os professores um dia atrás do outro. Os governos não percebem que os docentes são um bem precioso e inestimável, apesar de serem mal pagos, desconsiderados e de trabalharem sem um mínimo de condições. E ainda assim gostam do que fazem! Estou em crer que se os professores fossem devidamente acarinhados e apoiados fazíamos verdadeiras revoluções neste país. Exijam avaliação, mas deem-lhes

condições para o exercício profissional. Quem desconsidera deste modo os professores, só pode estar a pedir demagogia do outro lado. Acha possível conciliar as posições extremadas? Não se faz educação com demagogia de todos os lados. Vivemos num registo em que ninguém se quer entender, quando a paixão pela educação devia unir sindicatos, governantes e pais. Quem não tem paixão pela educação não é amigo do futuro. E os responsáveis são pessoas zangadas com o mundo e querem protagonismos baratos e injustificados, ignorando que estão a estragar a vida de muitas crianças. Porque é preciso dizer que as crianças adoram a escola e adoram aprender. Adoram os professores, acarinham-nos quando têm professores que lhes merecem respeito. De uma vez por todas: o problema não está nas crianças. A desagregação da instituição familiar e a sua metamorfose em novas famílias está a condicionar o crescimento das nossas crianças e jovens? A família mudou muito, a escola é que ainda parece que vive no antigo regime. O nível de complexidade das famílias dos nossos dias é muito grande. A variável divórcio ou separação é um ato muito sofrido, com índices muito superiores aos de há 30 anos, por exemplo, mas não é por essa circunstância que as famílias são piores ou melhores famílias. O compromisso dos pais com os filhos é cada vez maior. Eu acho que os pais são hoje mais implicados com a educação dos filhos do que há 30 anos. Quer o exemplo típico de como a escola tem andado a assobiar para o lado perante isto tudo? Hoje ainda continua a haver a figura do encarregado de educação e há escolas que se dão a esta fantástica inconstitucionalidade de negar falar com o pai, quando o casal está divorciado. E são estas escolas que dizem que os pais não vão à escola e que marcam o atendimento aos pais para as 10h30, uma hora que dá imenso jeito a qualquer pessoa que trabalha neste país… Um estudo recente aponta que 70 por cento dos jovens dependem moderadamente da internet e dos jogos online. A tecnologia é prejudicial ou benéfica à interação e à aprendizagem? Dá para os dois lados. Eu não gosto nada dos pais que se demitem de o ser e põem as crianças a ver desenhos animados e depois fazem cruzadas contra os desenhos animados apontando os seus efeitos nocivos. As novas tecnologias são uma bênção, os jogos de computador em vez de atrofiarem, ajudam as crianças. Agora os pais devem ser uma entidade reguladora que deve definir o quão, o quando e o porquê. Apercebo-me, muitas vezes, em restaurantes que frequento, de famílias num registo autista, em que o pai olha para a ecrã da televisão e os filhos estão agarrados à consola ou ao telemóvel. As novas tecnologias permitem-nos estar mais perto dos nossos filhos, mas também são muito amigas do autismo quando não existem entidades reguladoras de permeio. Em suma, o problema não é das novas tecnologias, é dos pais quando estes se baldam de definir as regras.

porque diz que «os bons filhos são aqueles que nos trazem problemas». Quer esclarecer? A vida é isto e passa por resolver problemas. A vida funciona como o sistema imunitário, não dorme, está sempre a afrontar os agentes ameaçadores, sejam bactérias, vírus e fungos, etc. Eu acho que os filhos saudáveis são os que nos colocam desafios, seja na escola, seja em casa, etc. quanto mais os filhos nos vão colocando problemas, mais eles desenvolvem competências e se autonomizam. Ter adquirido que os bons filhos nunca nos dão problemas é inquietante, porque significa que eles estão a passar pela vida, sem a viver. Estão a fazer de homem invisível.

Defende alunos irrequietos e duvida dos alunos excessivamente bem comportados, até

Diz que brincar e aprender não ligam. Como é que é possível conjugar ambas, de

forma equilibrada e sem prejuízo mútuo? Brincar é tão importante como aprender. Brincar não pode ser uma atividade de fim de semana. As crianças chegam a trabalhar 12 horas por dia. É a escola, as atividades extracurriculares, o desporto, etc. Isto não faz sentido. Aposto que muitos ministros e políticos foram crianças e adolescentes tão doentes que entendem que aprender tem de ser algo muito sofrido. E não é assim. Tudo é conciliável, desde que as pessoas façam as escolhas apropriadas. «O investimento em educação é uma alavanca contra a desigualdade», afirma Thomas Pikkety, o autor do best-seller «O capital no século XXI», Subscreve? Em absoluto. Portugal está a agravar as

JANEIRO 2015 /// 05


discrepâncias sociais, em que as crianças passam fome e são humilhadas porque os pais não têm dinheiro para pagar os manuais escolares. Tenho feito uma verdadeira cruzada contra a pobreza infantil, que eu julgava erradicada no nosso país. Acho incrível que se não fosse o compromisso de muitos Publicidade

autarcas, centenas de crianças não teriam uma refeição condigna no período de férias escolares. Eu debato-me por uma escola inclusiva, pelo ensino público, que não é uma questão de esquerda ou direita. Insisto. É uma questão de regime. Não se pode desinvestir no setor público. E voltando à questão dos jardins de infância,

o que a mim me preocupa, é que muitas crianças entram no ensino obrigatório com vincadas desigualdades que foram avivadas por este desmazelo do Estado. Toda a vida me baterei por um país amigo das crianças e este ainda não o é! Para inverter o estado de coisas é preciso começar a tornar a educação aberta e democrática.

Qual é o estado da saúde mental em Portugal? Confirma que têm aumentado o número de portugueses que recorrem a consultas de psicologia? É verdade, mas são ainda muito poucos. Eu defendo que só as pessoas saudáveis é que precisam de ajuda. O país onde existe a maior percentagem de cidadãos com

acompanhamento psicológico é os Estados Unidos. E digo isto de forma vincada, porque algumas pessoas acham que isto é um vício muito europeu. E não é. É uma questão de bom senso. Portugal está, para variar, na cauda. Os seres humanos são animais fantásticos, fabulosos, de uma complexidade comovente. Não nascemos, felizmente, com manuais de instruções e portanto temos os pais, intuitivamente, a colocar legendas em muitas coisas, mas os técnicos de saúde mental, quando são pessoas bem formadas, auxiliam a tornar o mundo mais simples, porque nos ajudam a retirar muito mais rendimento de coisas que até parecem forças de bloqueio, como por exemplo, as emoções. Defende, então, o acesso generalizado da população aos técnicos de saúde mental? Os técnicos de saúde mental são um bem precioso. Não se trata de “psicologizar” a vida, mas sim promover uma saúde de política mental que, desde há muitos anos, mereceu todos os desinvestimentos possíveis, por pressão de muitas multinacionais farmacêuticas, como se se dissesse que há umas pílulas fantásticas que nos ajudam a ter atenção, há umas pílulas fantásticas que quando dormimos ao lado da nossa melhor amiga – mas que não é o nosso grande amor – nos ajudam a ter capacidade para termos a erotização que não somos capazes de ter. No fundo, como se uma sociedade sintética e bioquímica substituísse aquilo que é uma sociedade amiga das pessoas, em que nalgumas situações, mais crónicas e mais agudas, os psicofármacos são importantes, mas é bom que tenhamos a noção que ninguém se transforma à custa de psicofármacos. Presumo que esteja apreensivo com o uso excessivo de ansiolíticos e antidepressivos? Medicalizar a granel a vida de crianças e adolescentes é uma irresponsabilidade e nalgumas situações é um caso de polícia. Temos a obrigação de promover a saúde mental e o que estamos a fazer é o oposto. Os erros têm sido tremendos. Acabámos com os centros de saúde mental infantil, acabámos com os centros de medicina pedagógica que eram importantíssimos na ponte entre a saúde mental e a escola, etc. Se soubermos o que queremos para a escola e tivermos uma politica de saúde mental, estou em crer que o mundo será melhor. K Nuno Dias da Silva _ Direitos Reservados H

  



06 /// JANEIRO 2015


Cultura filosófica

Sociedade nasce no Minho 6 A Sociedade de Filosofia da Eurorregião Galiza-Norte de Portugal, a primeira do género, acaba de nascer na Universidade do Minho. Associação científica e filosófica, “resulta da cooperação consolidada e da convergência de vontades” entre professores do Departamento de Filosofia da Universidade do Minho e dos Departamentos de Filosofía e Antropoloxía Social e de Lóxica e Filosofía Moral da Universidade de Santiago de Compostela, na Galiza, Espanha. A Sociedade quer contribuir para a formação filosófica permanente dos estudantes, licenciados e professores de todos os níveis educativos da eurorregião, bem como promover a investigação e a defesa da filosofia, organizar e apoiar publicações e eventos científicos na área, in-

centivar projetos com os centros universitários, contribuir para a recolha de um fundo bibliográfico alusivo do noroeste peninsular, além de colaborar com as administrações públicas e sociedades congéneres para o ensino e a promoção pública da filosofia, entre outros aspetos. A instituição pretende estreitar e aprofundar as relações entre as instituições “em prol do aumento e melhoria da cultura filosófica da eurorregião”, salienta João Ribeiro Mendes, presidente da Sociedade e professor da Universidade do Minho. As próximas iniciativas que envolvem esta sociedade filosófica são o XI Simpósio Galaico-Português de Filosofia, agendado para março em Braga, e os Encontros de Verão na euro-cidade Valença-Tui. K

Lisboa

Santander dá prémios 6 Alexandre Mascarenhas, Cristina Pereira Pedro e Francismar Lopes de Carvalho receberam o Prémio Científico Casa da América Latina/Banco Santander Totta 2014. A cerimónia realizouse no edifício-sede do Banco Santander Totta, e contou com a presença de Luís Bento dos Santos, administrador do Banco Santander Totta, e de Fernando Medina, vice-presidente da Câ-

mara Municipal de Lisboa. O Prémio Científico Casa da América Latina/Santander Totta visa distinguir dissertações de doutoramento realizadas por candidatos latino-americanos ou portugueses, que desenvolveram trabalhos científicos de interesse mútuo para Portugal e a América Latina. Cada vencedor recebe um prémio pecuniário de 5.000 euros. K

Consórcio UNorte.pt

Acordo assinado 6 Os reitores das universidades do Minho, do Porto e de Trás-os-Montes e Alto Douro, António M. Cunha, Sebastião Feyo de Azevedo e António Fontainhas Fernandes, respetivamente, assinaram a 9 de Janeiro o acordo formal que marca o arranque do consórcio UNorte.pt, que tem em vista o aprofundamento da articulação estratégica entre estas três instituições de ensino superior. A concretização do consórcio UNorte.pt permitirá que as três instituições, dentro da sua autonomia e independência institucional, tirem partido de um

reforço da articulação conjunta em domínios considerados de interesse mútuo. Entre eles estão a oferta educativa, as plataformas de conteúdos para ensino a distância e cursos online, a mobilidade, a investigação e a partilha de recursos humanos. O acordo engloba ainda articulação no investimento em áreas de interesse comum, bases de dados ou infraestruturas científicas, bem como da representação conjunta em redes transnacionais. A promoção internacional conjunta da região Norte como espaço de formação superior de

referência e de investigação, é objectivo estando previstas acções conjuntas para atração de estudantes e investigadores estrangeiros. A participação ativa e concertada na concretização das estratégias regionais e transregionais, sem descurar o potencial envolvimento de outras instituições de ensino superior da região e outras entidades públicas e privadas, para além da dinamização do empreendedorismo académico, do desporto universitário, da ação social escolar e da iniciativa cultural, estão também na agenda desta organização. K

Pós Graduação na UBI

Cuidados primários em curso

6 Pós-graduação em Cuidados de Saúde Primários é a designação da formação coordenada por Luiz Miguel Santiago cujas inscrições estão abertas até dia 28. São disponibilizadas 20 vagas num curso que a Universidade da Beira Interior (UBI) dirige a médicos de medicina geral e familiar, enfermeiros, psicólogos, farmacêuticos, sociólogos e outros profissionais de saúde. O resultado das candidaturas é conhecido a 2 de fevereiro, primeiro dia para realizar a matrícula, que pode ser feita até dia 6. A pós-graduação tem um volume de trabalho de 135 horas, 40 das quais de contacto. Funcionará aos sábados, entre as 9h00 e as 13h00 e as 14h00 e as 18h00 O curso terá cinco módulos dedicados a “Investigação em Cuidados de Saúde Primários”, “Economia da Saúde”, “Sociologia da Saúde”, “Psicologia das Organizações” e “Multimorbilidade e Envelhecimento Populacional”. “Os Cuidados de Saúde Primários (CSP), em Portugal, atra-

vessam um momento de grande crescimento científico e afirmação como pilar essencial dos cuidados de saúde”, de acordo com os promotores da formação, que acrescentam: “Tal envolvência implica que conhecimentos afins sejam partilhados e discutidos, pretendendo a Faculdade das Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, com esta pós-graduação, contribuir para o incremento do conhecimento na perspetiva da formação profissional contínua/educação profissional contínua, melhorando a qua-

lidade profissional individual”. A finalidade principal deste curso é proporcionar desenvolvimento e treino de competências em “Investigação em Cuidados de saúde Primários (CSP)” segundo as grandes linhas de investigação presentemente a serem desenvolvidas por redes organizadas dentro da WONCA, associação internacional de médicos de família. No final, aos participantes que obtiverem aprovação serão concedidas cinco unidades de crédito (ECTS). K

JANEIRO 2015 /// 07




 

Parkinson e de Machado-Joseph

Novas tecnologias

Coimbra lidera investigação 6 O investigador Luís Pereira de Almeida, do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, é o líder de um novo projeto europeu de identificação de potenciais alvos terapêuticos nas doenças de Parkinson e Machado-Joseph, aprovado pelo Programa Comunitário Joint Programme - Neurodegenerative Disease Research. Além da equipa portuguesa, constituída por duas dezenas de investigadores, Luís Pereira de Almeida vai também coordenar equipas de investigadores da Universidade do Luxemburgo e da Universidade Paris Descartes. O projeto, intitulado SynS-

pread, tem a duração de três anos e um orçamento global de 750 mil euros, e pretende com-

preender o papel da migração de proteínas envolvidas nestas duas doenças incuráveis. O investigador realça que “a investigação visa estudar a interação que a autofagia (mecanismo de limpeza no interior da célula) estabelece com a secreção de exossomas (vesículas expelidas pelas células), e como contribuem para a difusão da doença a outras células do cérebro”. O programa JPND é a maior iniciativa global de combate às doenças neurodegenerativas, tendo como objetivo fomentar a descoberta das causas e tratamentos destas patologias. K

Novidade em Aveiro

Contrafacção condenada 6 Newton Gomes e Francisco Coelho, biólogos da Universidade de Aveiro, desenvolveram códigos de ADN para marcas, uma tecnologia inovadora que pode ser aplicada em qualquer produto para fazer prova da respetiva autenticidade e, por isso, ajudar no combate à contrafação. Projetados no Laboratório de Estudos Moleculares e Ambientes Marinhos, os códigos podem ser aplicados em qualquer superfície e inseridos em qualquer produto, desde uma obra de arte, a uma peça de roupa ou a um telemóvel, e constituem etiquetas moleculares únicas, de fácil e barata produção e, ao contrário de todos os métodos utilizados atualmente pelos mercados para identificar e autenticar produtos, impossíveis de falsificar. A descoberta permite que, caso a originalidade de qualquer produto seja posta em causa, e tendo este incorporado a tecnoPublicidade

08 /// JANEIRO 2015

logia, basta recolher uma amostra do ADN da etiqueta com uma simples cotonete, enviar para o laboratório e esperar pelos resultados da autenticação. Parte do “segredo do negócio”, apontam os investigadores, está na dificuldade em ler as etiquetas moleculares sem a “chave” única de cada código. “Isto impossibilita a sua replicação e apli-

cação em produtos falsificados”, garantem os biólogos. A tecnologia está já prototipada e a ser promovida e valorizada pela Unidade de Transferência de Tecnologia da Universidade de Aveiro que procura, neste momento, parceiros de negócio que queiram implementar a tecnologia nas suas empresas e produtos. K

UAlg está no telemóvel 6 A Universidade do Algarve tem uma nova aplicação móvel (a UAlg mobile) que vai permitir ligar a comunidade académica a todos os serviços da Instituição. Trata-se de uma plataforma integradora de serviços que utiliza as mais recentes tecnologias de informação, permitindo a gestão e consulta de conteúdos em tempo real através de terminais de comunicação móvel – inicialmente disponível para smartphones e tablets com sistema operativo IOS (Apple) e Android. Através de um simples telemóvel é possível aceder a diferentes ca-

nais de informação, tais como notícias, agenda, portal de emprego, ementas das cantinas, desporto académico, rádio universitária em direto, redes sociais, entre outros. K

Universidade de coimbra

Consórcio vencedor 6 O InnoLife, um consórcio de 144 empresas europeias, institutos de investigação e universidades, entre as quais a Universidade de Coimbra, acaba de ser escolhido pelo Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia como a Knowledge and Innovation Community para a Saúde. Com um orçamento global de 2,1 milhares de milhões de euros, é uma das maiores iniciativas públicas de saúde em todo o mundo. Ao longo dos próximos sete anos, os parceiros do EIT Saúde, que incluem também a portuguesa Bial, o Instituto Pedro Nunes (IPN) e o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), vão desenvolver produtos inovadores, ações educativas e serviços para enfrentar o desafio da evolução demográfica na Europa. A escolha tem “grande valor estratégico para a afirmação de Coimbra e da região centro no competitivo espaço europeu; potenciando o sector da Saúde e Inovação com o envolvimento da rede Ageing@Coimbra, e dos parceiros da Região Centro como Re-

gião Europeia de Referência para o Envelhecimento Ativo e Saudável”, afirma o reitor da Universidade, João Gabriel Silva. Para iniciar e coordenar os vários projetos, os parceiros do consórcio vão criar uma nova empresa, com sede em Munique, Alemanha. Após a assinatura de um contrato-programa com o IET, as atividades deverão ter início em meados de 2015. O Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia irá fornecer ao EIT Saúde cerca de 80 milhões de euros anuais para o financiamento de novas colaborações, educação e projetos. K


Doutoramento em Mecânica

Acreditação máxima 6 O Doutoramento em Engenharia Mecânica da Universidade da Beira Interior foi acreditado pelo período máximo (5 anos), pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES). Para Paulo Oliveira, diretor do Curso, esta notícia “vem reafirmar a excelência da investigação realizada no departamento de Engenharia Eletromecânica. Um aluno de doutoramento em Engenharia Mecânica tem a oportunidade de trabalhar em projetos

Aluno da UBI em alta T Income Inequality, TFP and Human Capital é o tema do artigo de Marcelo Serra Santos, que foi considerado o terceiro melhor paper na 15th EBES - Eurasian Business and Economics Society Conference, realizada, no ISCTE-IUL, de 8 a 10 de janeiro. Marcelo Serra Santos é estudante de Doutoramento, num curso promovido em associação pela Universidade da Beira Interior (UBI) e Universidade de Évora. O seu artigo foi distinguido entre 369 papers, de autores de 51 nacionalidades. K

Literacia familiar em livro T Maria da Graça Sardinha e Paulo Osório, do Departamento de Letras da UBI, juntamente

europeus, só possível nos melhores ciclos de estudo”. A decisão do Conselho de Administração da A3ES, baseada no relatório final elaborado pela Comissão de Avaliação Externa (CAE), salienta que o ciclo de estudo apresenta conteúdos relevantes para a área científica e para o grau a que corresponde, dispõe de infraestruturas adequadas e apresenta, na generalidade, um padrão de qualidade adequado. K

com Fernando Azevedo, Universidade do Minho, irão lançar o livro “Literacia Familiar e Culturas de Margem? Espaços de Concretização”. A obra reúne um conjunto de artigos cuja investigação de base foi objeto de algumas teses de doutoramento em Letras da Universidade da Beira Interior, tendo havido recomendação dos respetivos júris para a respetiva publicação. Os autores entendem que tanto escolas, como famílias ou outras agências culturais ou de literacia deverão possuir uma visão de abertura que lhes permita a utilização pedagógica de todo o tipo de artefactos culturais, para se potenciarem vivências e, fundamentalmente, para se elevar o nível de literacia das populações. K

Aeronáutica recebe prémio T Diogo Bento de Sousa, aluno do Mestrado Integrado em Engenharia Aeronáutica do Departamento de Ciências Aeroespaciais (DCA) que em 2014 concluiu a Licenciatura com a melhor média, acaba de receber o prémio da AFCEA Portugal. O prémio foi entregue por Fernando Moreira, presidente do CA da empresa Tecmic e o Contra-almirante Mário Durão, presidente da Direção da AFCEA Portugal, durante a cerimónia de Abertura Solene do Ano Letivo 2014/2015. K

Publicidade

Valdemar Rua ADVOGADO Av. Gen. Humberto Delgado, 70 - 1º Telefone: 272321782 - 6000 CASTELO BRANCO

Ordem dos Economistas

José Pires Manso no Conselho 6 José Ramos Pires Manso, docente do Departamento de Gestão e Economia da Universidade da Beira Interior, acaba de tomar posse como membro do Conselho Geral da Ordem dos Economistas. O docente integrou a lista vencedora das eleições para os Órgãos Nacionais daquela Ordem, realizadas a 19 de dezembro. Desde a criação da Ordem do Economistas, em 1997, José Ramos Pires Manso tem integrado os seus Órgãos Nacionais (Colégio de Economia e Gestão Empresariais - 2 mandatos), Comissão de Disciplina Profissional (outros 2 mandatos) e Conselho Geral (sen-

do este o 2º mandato). Também desde 1997 tem sido o representante da Universidade da Beira

Interior no Conselho da Profissão onde estão representadas todas as universidades portuguesas.K

Presidente da AAUBI toma posse

“Vamos lutar por uma Universidade unida” 6 Francisca Castelo Branco, a nova presidente da Associação Académica da Universidade da Beira Interior, acaba de tomar posse e tem como prioridades a ação social e a vertente pedagógica, mantendo uma aposta no desporto. O Serviço de Apoio a Idosos é um dos novos projetos, mas o trabalho é de continuidade, até olhando aos membros que integram os órgãos sociais, muitos com experiência anterior. Uma vez que 85 por cento dos alunos da UBI são de fora da região, um dos objetivos é ajudar os que mais precisam, recorrendo ao Fundo de Apoio Social, que permite aos estudantes a integração nos Serviços de Ação Social e serem remunerados pelas horas que trabalham, até ao limite do valor da propina. “Foi um projeto que teve uma grande adesão e tenho a certeza de que há muita gente que não tem conhecimento da sua existência. Por isso, vamos apostar na sua divulgação”, refere. Em relação ao futuro da UBI, defende uma aposta na investigação. “O mundo está muito globalizado e também aqui no Interior assistimos a isso. Temos logo o exemplo do Data Center da PT, o UBIMedical, o Centro de Investigação em Ciências da Saúde… toda uma margem que

se abre aos estudantes de apostarem na investigação que é logo uma porta de saída para o mundo”. Outras áreas são a ligação à comunidade e a manutenção da aposta desportiva. “No desporto, nas academias de formação, já englobamos 150 jovens dos seis aos 18 anos. Temos futsal, patinagem artística e o rugby, que abriu este ano e está a crescer. Vamos apostar na captação de estudantes, porque é uma forma de eles praticarem desporto, de estarem ativos, e ao mesmo tempo de crescerem como pessoas”. Finalmente, será implementado o Serviço de Apoio ao Idoso (SAI). “A ideia é ter uma rede de voluntariado com os estudantes para que eles possam dar 15 minutos do dia aos idosos. Por

exemplo, aqui na vizinhança há um idoso que precisa de companhia. Eles estão ali uns minutos, podem ajudar com as compras, mudar uma lâmpada, etc., o que para esse idoso pode valer muito e para os estudantes também lhes faz bem crescer nessa vertente”. Francisca Castelo Branco frequenta o curso de Ciências do Desporto, depois de ter entrado no ano passado em Ciências Biomédicas. Tem 20 anos, e é natural da Covilhã. Frequentou a Escola Secundária Quinta das Palmeiras, onde integrou a Associação de Estudantes. Na UBI, fez também parte da direção do Núcleo de Estudantes de Biomédicas e estreia-se agora em órgãos da Associação Académica da Universidade da Beira Interior. K Rodolfo Pinto da Silva _

JANEIRO 2015 /// 09


IPCB

Diretor da Esart toma posse

6 José Filomeno Raimundo tomou posse, no passadi dia 21 de janeiro, para mais um mandato enquanto diretor da Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco. Na cerimónia, o presidente do IPCB, Carlos Maia, salientou na sua intervenção o percurso de sucesso trilhado pelo IPCB, apesar do momento difícil do país, tendo acrescentado que este novo ciclo seria de esperança e confiança num futuro melhor. Carlos Maia destacou os três grandes desafios que o IPCB irá enfrentar no futuro próximo: a captação de alunos, a nível nacional e internacional, a adequação da oferta formativa, que potenciará a utilização dos recursos existentes e a crescente qualificação do corpo docente do IPCB, “com 60% de docentes doutorados até final de 2015”, e por último a reorganização da instituição, a nível científico e organizacional, que “aumentará a coesão e transversalidade entre as várias áreas do IPCB”.

Aos desportistas

Politécnico trata da saúde O Presidente do IPCB terminou a sua intervenção com a convicção de que “o IPCB continuará a desempenhar um papel fundamental na região” e manifestou a inteira disponibilidade para “dar toda a ajuda e préstimos ao novo diretor”. José Filomeno Raimundo destacou a aposta no capital humano como forma de procura da “combinação perfeita” para o desenvolvimento da Escola, que tem na boa relação com o presidente do IPCB

um fator de conforto. O diretor da Esart mencionou ainda a importância das parcerias estratégicas com inúmeras organizações da região, nomeadamente a Câmara Municipal de Castelo Branco, que contribuem para a integração da ESART na comunidade, tendo referido no final da sua intervenção que “conto com todos como elementos indispensáveis de um percurso que a todos pertence”. K

Politécnico de castelo branco

IPCB e empresas juntos 6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco levou a efeito, no último mês, as IV Jornadas do Conhecimento e Transferência de Tecnologia. O evento decorreu no auditório da Escola Superior de Tecnologia e contou com cerca de uma centena de participantes, entre os quais docentes e alunos do IPCB, responsáveis de autarquias, associações empresariais, empresas e outras entidades da região. A iniciativa desenvolveu-se em dois painéis: “Conhecimento e Território - os Desafios da Articulação entre a Academia e o Tecido Empresarial e Institucional Regional” e “Competitividade e Internacionalização - os Desafios da Região na Economia Global”. O primeiro painel contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, Luís Correia, do presidente da CIMBB Comunidade Intermunicipal Beira Baixa, João Paulo Catarino, do diretor técnico da Centauro, António Granjeia, e o do administrador da Dielmar, Luís Filipe Rafael. O segundo painel contou com a presença da diretora adjunta da AEBB - Associação Empresarial da Beira Baixa, Conceição Carvalho, da relações internacionais da Dinefer, Ana Conceição, do diretor financeiro da AMS-BR Star Paper, Paulo Santos, e do diretor executivo da Enforce - Engenharia da Energia,

010 /// JANEIRO 2015

6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), através da Escola Superior de Saúde Dr. Lopes, vai disponibilizar a partir de janeiro, avaliações laboratoriais destinadas a avaliar a condição de saúde de indivíduos que pratiquem atividade física/exercício regularmente, por iniciativa individual ou integrados em associações desportivas, amadores ou federados. Em nota enviada à nossa redação, o IPCB recorda que esta é uma iniciativa desenvolvida no âmbito da Prestação de Serviços à Comunidade. Estarão disponíveis dois níveis de avaliações: um primeiro nível

de avaliação que envolve a avaliação de força isocinética, eletrocardiograma, provas de função respiratória, níveis de glicose e ácido úrico e ficha lipídica; e um segundo nível que inclui todos os itens do primeiro nível envolvendo ainda a avaliação da mecânica ventilatória, prova ergométrica, e avaliação das funções renal e hepática. O nível de avaliação prestado dependerá dos objetivos e características dos indivíduos/atletas interessados. Este novo serviço à comunidade envolverá recursos humanos e materiais associados às licenciaturas de Análises Clínicas e de Saúde Pública, Fisiologia Clínica e Fisioterapia. K

Seminário na ESALD

Crianças e os maus tratos

S.A., João Serra. Em nota enviada pelo IPCB, é referido que “os intervenientes foram unânimes em vincar a importância que o Politécnico tem assumido enquanto motor do desenvolvimento regional, nomeadamente pela dotação de recursos humanos muito qualificados que são vitais ao bom desempenho competitivo das empresas. Ficou também registada a ideia da importância estratégica em continuar o aprofundamento da relação de cooperação politécnicoempresas/instituições, nas áreas formativa, investigativa e de prestação de serviços de natureza científico-tecnológico”. O Politécnico, na mesma nota, destaca “a expressão de empenho e vontade que os autarcas demonstraram em continuar a apoiar ini-

ciativas que visem qualificar competitivamente as empresas locais e regionais, lançando o repto para que o IPCB seja um dos promotores desse processo”. O IPCB acrescenta ainda que com esta iniciativa “pretendeu-se analisar e discutir o modo como as empresas e instituições acedem ao conhecimento, quais os principais fatores de diferenciação competitiva, qual o contributo que têm tido ou esperam da academia e que espaço acham poder existir para um caminho de aproximação, tendo em vista a formulação de projetos em parceria, nomeadamente no âmbito do novo ciclo de programação do Portugal 2020 e do Horizonte 2020 - o programa-quadro de investigação e inovação da União Europeia (2014-2020)”. K

6 A Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias do Instituto Politécnico de Castelo Branco realiza no próximo dia 29 de janeiro, com início às 14H30, o seminário “A Criança Vítima de Maus Tratos”. A iniciativa contará com a presença de profissionais com experiência comprovada na área, nomeadamente José Antunes Cerdeira (Procurador-Geral da República), a equipa do Núcleo da Criança Vítima de Maus tratos do Hospital Amato Lusitano e Simão Freire, Subcomissário da PSP. Este seminário insere-se no âmbito dos conteúdos da formação específica em enfermagem e tem como objetivo sensibilizar os participantes para a importância Publicidade

da problemática dos maus tratos na criança, através do conhecimento sobre a tipologia e origem dos maus tratos e da identificação de situações de risco, da identificação das funções da equipa multidisciplinar no encaminhamento da criança suspeita ou vítima de maus tratos e ainda dar a conhecer os recursos da comunidade em resposta à criança suspeita ou vítima de maus tratos. A iniciativa decorrerá no Auditório 1 da ESALD/ IPCB, no Campus da Talagueira, e terá uma duração prevista de 3 horas. A inscrição é gratuita, e deverá ser realizada online em www.ipcb.pt/ESALD, sendo as 40 vagas disponíveis preenchidas por ordem de inscrição. K


C.branco

Politécnico prepara alunos para o superior 6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco realiza, em fevereiro, o Curso Preparatório de Acesso ao Ensino Superior (CPAES), para preparação dos alunos para o Concurso Nacional de Acesso (CNA), informou a instituição em nota enviada ao nosso jornal. O curso tem como objetivo proporcionar aos alunos os conhecimentos considerados fundamentais para o ingresso no ensino superior, preparando-os para a realização das provas de ingresso necessárias ao concurso nacional de acesso ao ensino superior para cada um dos cursos de licenciatura ministrados no IPCB. Segundo a mesma nota de imprensa, poderão inscrever-se na formação os potenciais candidatos ao ensino superior em 2015/16, com o 12º ano concluído ou a frequentar o 12º ano. Na edição de 2015 estão disponíveis as unidades curriculares de Matemática B, Física e Química, Biologia e Geologia, Português, Geometria Descritiva, Economia e Desenho. As aulas funcionarão semanalmente, com início a 23 de fevereiro e uma duração total de 14 semanas (final previsto para 11 de junho) e decorrerão Escola Superior de Educação do IPCB, das 17.00h às 20.00h. K

C.branco

Horizonte 2020 na ESART 6 O Gabinete de Promoção do Programa-Quadro de I&DT (GPPQ), em colaboração com o Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) e a InovCluster - Associação do Cluster Agro-Industrial do Centro, realiza nos dias 28 e 29 de janeiro, duas sessões de divulgação na Escola Superior de Artes Aplicadas do IPCB que têm como objetivo promover a participação nacional no Programa Horizonte 2020 da Comissão Europeia. A primeira sessão, a ter lugar no dia 28 de janeiro, tem como objetivo dar a conhecer as “Oportunidades de financiamento para investigadores e empresas no Horizonte 2020 - ICT, Bioeconomia, SME&FTI, Ações Marie Curie”. No dia 29 de janeiro, decorrerá o Workshop “Horizonte 2020: preparação de propostas em colaboração – Sessão Prática”. K

ensino profissional

IPCB cria rede regional

6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) juntou 19 instituições de ensino da região e promoveu a criação de uma rede regional de ensino profissional. O protocolo de cooperação assinado em dezembro envolve os agrupamentos de escolas secundárias e escolas profissionais da região dos concelhos de Abrantes, Belmonte, Castelo Branco, Covilhã, Fundão, Idanha-a-Nova, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova e Sertã, que oferecem cursos profissionais de nível 4. Em declarações ao Ensino Magazine, Carlos Maia, presidente do IPCB, sublinha a importância dos acordos agora estabelecidos. “Importa que haja uma articulação entre as escolas do Politécnico e as que ministram cursos profissionais de nível IV”. A ideia, diz, passa ainda por criar uma fileira formativa que “vá desde os cursos profissionais de nível IV até aos mestrados”. O presidente do IPCB recorda que muitas “das relações agora colocadas no papel já existiam”. A iniciativa visa a criação de uma rede regional de ensino profissional, que promoverá a troca de informação e o alinhamento entre a oferta formativa dos cursos profissionais de nível 4 com os cursos Técnico Superiores Profissionais oferecidos pelo IPCB a partir do ano letivo 2015/16. Carlos Maia explica que com este acordo o IPCB poderá ceder as suas instalações e os próprios

Carlos Maia, presidente do IPCB docentes do Politécnico poderão colaborar nesta rede. No entender do presidente do IPCB “é importante valorizar o ensino profissional. Há muitos jovens que optam por ir para esse tipo de oferta formativa, a qual também garante a continuidade de estudos no ensino superior”.

Por isso, o presidente da instituição, considera este protocolo importante, na perspetiva de, em articulação com as escolas secundárias e profissionais, se construir caminhos de percursos formativos possíveis, dos cursos profissionais de nível 4 aos Cursos Técnicos Superiores Profissionais

(CTSP), licenciaturas e mestrados que os alunos poderão frequentar no IPCB. O acordo agora assinado prevê também o desenvolvimento e disponibilização de uma plataforma web para agregar a informação da rede (cursos, escolas e tecido empresarial e institucional para a realização de estágios). Para além disso, e segundo uma nota de imprensa enviada ao nosso jornal, o acordo prevê a existência de vagas preferenciais para o acesso aos alunos das instituições pertencentes à rede agora criada assim como a oferta da propina do 1º ano, para o melhor aluno de cada uma das escolas, que tenha concluído um curso profissional de nível 4 e que ingresse num dos cursos técnicos superiores profissionais do IPCB. Fazem parte desta rede os agrupamentos de escolas Amato Lusitano (Castelo Branco); Proença-a-Nova; Sertã; Fundão; Frei Heitor Pinto (Covilhã); José Sanches e S. Vicente da Beira; Nuno Álvares (Castelo Branco); Padre António de Andrade (Oleiros); Pedro Álvares Cabral (Belmonte) e Ribeiro Sanches (Penamacor). Integram ainda a rede as escolas secundárias Campos de Melo e Quinta das Palmeiras (ambas da Covilhã); e as escolas profissionais: Agostinho Roseta (Pólo de Castelo Branco); Desenvolvimento Rural de Abrantes; do Fundão; EPRIN; Quinta da Lageosa; ETEPA e INETESE (Pólo de Castelo Branco). K

castelo branco

Politécnico dá saúde 6 A Escola Superior de Saúde Dr. Lopes do Instituto Politécnico de Castelo Branco vai arrancar, em fevereiro, com um conjunto de programas de exercício em grupo ou individuais destinados a pessoas com diferentes condições de saúde. A iniciativa surge no âmbito da prestação de serviços à comunidade. Segundo a Escola, “numa primeira fase vão ser abrangidas pessoas com diagnóstico de osteoporose/osteopénia, com dor lombar crónica, com diagnóstico de fibromialgia e adultos com sequelas pós acidente vascular cerebral”. De acordo com a nota enviada ao nosso jornal, “estes programas terão duração variável de acordo com a condição de saúde associada”, mas poderão ir das

seis semanas aos três meses, no horário entre as 16H00 e as 20H00. A Escola de Saúde explica que cada programa será “realizado num ambiente específico, sendo as sessões constituídas por exercícios adequados às condições de saúde dos participantes”. Assim, as pessoas com mais

de 60 anos com diagnóstico de osteoporose/osteopénia, terão as suas atividades em ginásio, as quais têm como objetivo prevenir a evolução da condição e a ocorrência de quedas. Já os adultos com idade inferior a 65 anos, com dor lombar crónica (do lombar num período superior a 3 meses), terão o seu programa em meio

aquático (piscina aquecida), com o objetivo de diminuir a dor e a incapacidade física associada à dor lombar. Por sua vez, os adultos com diagnóstico de fibromialgia, também farão as suas atividades na piscina aquecida da escola, de forma a diminuir o impacto dos sintomas associados a esta condição na qualidade de vida dos indivíduos. Finalmente, os adultos com sequelas pós acidente vascular cerebral, participarão num programa desenhado para pessoas com mais de um ano de evolução pós-AVC e terá duas vertentes: uma sessão de exercício em grupo semanal (em meio aquático ou em solo) e uma sessão de fisioterapia específica para o indivíduo, também semanal. K

JANEIRO 2015 /// 011


Conferência

Beja discute emprego 6 O Instituto Politécvnico de Beja promoveu, no dia 16 de janeiro de 2015, a Conferência “Medidas Ativas de Emprego & Oportunidades de Inserção”, conduzida pelo formador Daniel Alejandro. A iniciativa surgiu enquadrada na Unidade Curricular de Empresas Turísticas, do 1º ano da Licenciatura em Turismo. Esta conferência, de caráter informal e personalizado, enquadrase no Projeto “Mais Futuro” - Contratos Locais de Desenvolvimento Social Mais (CLDS+), promovido pela Câmara Municipal de Beja e coordenado e executado pela Alentejo XXI - Associação de Desenvolvimento Integrado em Meio Rural. As ações desenvolvidas estão integradas no eixo de intervenção 1: emprego, formação e qualificação, incluindo a promoção da inclusão das pessoas com deficiência e incapacidade, quadro onde se inse-

re a conferência. Os objetivos da conferência passaram pela sinalização, encaminhamento e orientação de alunos para o conhecimento e favorecimento de integração profissional. Pretendeu-se ainda sensibilizar os alunos para algumas questões relacionadas com o mercado de trabalho, bem como fornecer alguma ferramentas que serão úteis para a vida profissional dos mesmos.

Esta conferência tem-se direcionado a vários cursos de licenciatura e procura sensibilizar os alunos para algumas questões relacionadas com o mercado de trabalho, bem como fornecer alguma ferramentas que serão úteis para a vida profissional dos mesmos. Já no passado dia 8, os alunos do 3º ano de Gestão de Recursos Humanos também promoveram um evento semelhante e com os mesmos objetivos. K

CONCURSO DE IDEIAS

Beja faz Bootcamp 6 O Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) organizou nos dias 22 e 23 de janeiro o ReBOOT, um Bootcamp para validação das propostas submetidas ao Concurso de Ideias, no âmbito do projeto de Regeneração Urbana do Centro Histórico da Cidade de Beja promovido pela Câmara Municipal de Beja, o NERBE e a CIP - Confederação Empresarial de Portugal. Como parceiro deste projeto e na qualidade de instituição de ensino superior da região, o IPBeja encontra-se a dinamizar este Concurso de Ideias destinado a alunos, ex-alunos e professores desta instituição, com o objetivo de valorizar ideias diferenciadoras que possam ser utilizadas para definição de um Plano de Regeneração Urbana do Centro Histórico de Beja, com especial incidência na Praça da República Publicidade

012 /// JANEIRO 2015

e Rua Dr. Afonso Costa, atendendo à potencial vocação estratégica, desta zona da cidade, no âmbito do sector das indústrias culturais e criativas. Pretende-se que estas propostas representem a visão da comunidade académica, expressa através de ideias de conceção para auxiliar o trabalho dos profissionais que irão apresentar propostas para o Plano de Regeneração Urbana do

Centro Histórico da Cidade de Beja. O objetivo deste BootCamp é ajudar a estruturar e a definir o modelo de negócio associado à ideia proposta. Com este envolvimento o IPBeja pretendeu contribuir para o sucesso do projeto “Regeneração Urbana – um Novo Impulso”, lançado pela CIP, Confederação Empresarial de Portugal. K

Produtos portugueses

Portugal Sou Eu no IP Beja 6 O roadshow universitário Portugal Sou Eu esteve no Politécnico de Beja a 14 de janeiro a chamar a atenção para a importância de escolher produtos com o selo Portugal Sou Eu. Para Maria da Saúde Inácio, da Associação Empresarial de Portugal (AEP), uma das entidades parceiras do programa e organizadora deste roadshow, “esta ação reveste-se de uma grande importância, pois vamos poder interagir com um número bastante elevado de jovens/adultos e explicar o conceito de incorporação nacional, numa

perspetiva de diminuição das importações e do equilíbrio da balança comercial”. “Com este roadshow, o Portugal Sou Eu pretende sensibilizar os estudantes universitários para promover Portugal e os seus produtos, fazendo dos estudantes portugueses embaixadores e promotores da iniciativa. Em paralelo, pretende-se ainda uma abordagem à comunidade de estudantes estrangeiros em Portugal, como dinamizadores do melhor que Portugal faz junto dos seus países de origem”, explica Maria da Saúde Inácio. K

Ciências Humanas

Docente o IPT na Unesco 6 Luiz Oosterbeek, professor de Arqueologia do Instituto Politécnico de Tomar, acaba de ser eleito secretário-geral do Conselho Internacional de Filosofia e Ciências Humanas da Unesco. Fundado em 1949, no âmbito da Unesco, o Concelho reúne a União Académica Internacional e as federações internacionais das disciplinas de filosofia e ciências humanas. Neste momento coordena uma reflexão internacional sobre o sentido e a função das humanidades nas sociedades do século XXI e participa nos principais programas internacionais de ciência, tecnologia e desenvolvimento, em colaboração com a Unesco e as academias e universidades dos diversos países. Professor de Arqueologia PréHistórica e de Gestão do Território no Instituto Politécnico de Tomar, Luiz Oosterbeek é presidente do Instituto Terra e Memória, com sede em Mação e no Brasil. Formado pelas Universidades de Lisboa,

Porto e Londres, foi vice-gestor da área de Ciência e Sociedade do programa Iberoamericano de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento. É investigador do Centro de Geociências da Universidade de Coimbra, no qual coordena o Grupo de Quaternário e Pré-História, com sede em Mação. Luiz Oosterbeek defende um novo paradigma de gestão integrada do território, no qual as ciências humanas e sociais (especialmente a arqueologia e a antropologia) têm uma responsabilidade fundamental, por estudarem factores decisivos da variabilidade do comportamento humano e da sua estruturação cognitiva. Neste domínio, desenvolveu metodologias de gestão territorial orientadas para o reforço da governança territorial a partir do reforço da competência crítica dos cidadãos e da substituição da lógica “problemas e soluções” por uma lógica de “dilemas e escolhas informadas”. K


ESTREMOZ

IPP faz Cursos de Línguas 6 O Centro de Línguas e Culturas do Instituto Politécnico de Portalegre (CLIC.IPP) está novamente a organizar cursos de línguas em Estremoz, estando o início das aulas previsto para o dia 26 deste mês. O Centro de Línguas e Culturas do IPP é um projeto que tem como objetivo o ensino, divulgação e

promoção das línguas, providenciando igualmente apoio académico e linguístico à comunidade em geral. Para frequentar os cursos, explicou o município, será necessário efetuar um teste prévio, marcado para os dias 14 e 21, para verificar o nível de cada aluno. K

politécnico

Night Run em Portalegre 6 O Instituto Politécnico de Portalegre promoveu a 1ª IPP Night Run, que vai percorrer o trilho do IPP. Esta caminhada noturna teve início e fim na Praça do Município, em frente aos Serviços Centrais do Instituto Politécnico. O percurso apresentou duas marcas distintivas: uma no inter-

face urbano da cidade de Portalegre, percorrendo algumas artérias históricas, e a outra percorrendo a encosta norte da cidade, já em pleno Parque Natural da Serra de São Mamede. Uma vez completados os nove quilómetros do percurso, os participantes foram convidados a beber um chocolate quente. K

até março

Exposição de fotografia 6 Paisagem: Sensações e Sentidos é o tema da exposição de fotografia, da autoria de Pedro Barradas, que está patente ao público, nos Serviços Centrais do Politécnico de Portale-

Produção de abelhas rainhas

Centro nacional vai abrir 6 O Centro Nacional de Criação de Abelhas Rainhas Autóctones deverá abrir no próximo mês em Castelo Branco, disse ao Ensino Magazine, Luís Correia, presidente da Câmara de Castelo Branco. Situado em Castelo Branco, perto das imediações da Escola Superior Agrária de Castelo Branco, o Centro Nacional de Criação de Abelhas Rainhas Autóctones vai acolher 200 colmeias e duas mil abelhas rainhas, dentro de poucas semanas. O espaço permitirá a criação das abelhas, as quais serão depois disponibilizadas aos apicultores da região e do país. O centro resulta de um investimento de cerca de 168 mil euros, comparticipados em 40 por cento por fundos comunitários. “Este centro vai funcionar em parceria com a associação Meltagus”, começa por explicar Luís Correia. Para o autarca com a entrada em funcionamento deste centro “será dado mais um passo importante para o setor do mel, onde

Luís Correia, presidente da câmara albicastrense temos feito grandes investimen- portante de serviços. Luís Correia tos, como o demonstra a central refere que “para fazer face ao meleira construída pela Câmara e transporte dos quadros apícolas para a central meleira foi adquique tem estado a funcionar”. A central meleira tem capaci- rida uma carrinha, pelo que este dade para extrair 15 toneladas de será mais um serviço que iremos mel por dia e está equipada com prestar”. O presidente da Câmara recora mais moderna tecnologia. da ainda “a instalação do Centro Com o novo Centro Nacional de Competências do Mel em Casde Criação de Abelhas Rainhas telo Branco”. Luís Correia explica Autóctones, Castelo Branco passa que deste modo é garantido um a proporcionar aos apicultores da forte apoio ao setor. K região e do país um conjunto im-

gre, até 5 de março. Esta é mais uma exposição que fica patente nos Serviços Centrais, um espaço que tem sido muito dinamizado para a vertente cultural. A entrada na exposição é livre. K

Publicidade

Rita Ruivo

Psicóloga Clínica (Novas Terapias) Ordem dos Psicólogos (Céd. Prof. Nº 11479)

EspaçoPsi - Psicologia Clínica Av. Maria da Conceição, 49 r/c B 2775-605 Carcavelos Telf.: 966 576 123 E-Mail: psicologia@rvj.pt “Quantas vezes, para mudar a vida, precisamos da vida inteira. Pensamos tanto, tomamos balanço e hesitamos, depois voltamos ao princípio, tornamos a pensar e a pensar, deslocamo-nos nas calhas do tempo com um movimento circular (…). Outras vezes uma palavra é quanto basta.” José Saramago, “Jangada de Pedra”

Feira de juventude

Magazine foi à Enove + 6 O Ensino Magazine marcou presença na última edição da feira Enove +, promovida pelo Instituto Politécnico de Portalegre. A iniciativa deste ano decorreu em Alter do Chão. Segundo a organização, a Feira Enove + “quis promover e debater o emprego e o empreendedorismo

na Regiões de Portalegre e da Extremadura Espanhola, assim como em Portugal”. Os objetivos da feira passaram por incentivar o diagnóstico das necessidades de recursos humanos por parte dos empresários; identificar oportunidades de emprego para os atuais e potenciais colabo-

radores; estimular o empreendedorismo dos atuais e futuros empresários; interligar as instituições de formação com o tecido empresarial e estabelecer uma rede de empresas e instituições interessadas em partilhar ideias, desenvolver sinergias, identificar problemas e desenvolver soluções. K

www.ensino.eu JANEIRO 2015 /// 013




 

25 anos da ESTG

IPL quer oferecer doutoramentos

6 O presidente do Instituto Politécnico de Leiria (IP Leiria) pediu estabilidade financeira para a instituição que este ano assinala 35 anos da sua criação, desejando que possa oferecer também doutoramentos e ver alterada a sua designação para universidade. “Neste momento, colocam-se vários desafios à instituição, um deles é ter, claramente, estabilidade financeira, ou seja sabermos, desde o início, com o que contamos em termos financeiros”, afirmou Nuno Mangas, em Leiria, à margem das comemorações dos 25 anos da Escola Superior de Tecnologia e Gestão. Nuno Mangas referiu a este propósito que o orçamento de 2015 do IPLeiria foi elaborado em agosto “com pressupostos em termos de vencimentos que eram de maio”, defendendo a necessidade de ser transferido, “o quanto antes”, o dinheiro que a instituição tem de pagar este ano na sequência da decisão da reposição salarial determinada pelo Tribunal Constitucional. O responsável adiantou que a “prenda estruturante, não para o IP Leiria, mas para toda esta região”, é a possibilidade de dar todos os ciclos de estudos, “nomeadamente a questão dos doutoramentos”. “Em áreas específicas e em estreita articulação com as empresas da região, para que possam ser mais competitivas, mais inovadoras, mais internacionais”, precisou,

ESTM

Mostra de sabores em Peniche

reiterando que a alteração da designação para universidade é igualmente “uma questão importante”. Segundo Nuno Mangas, a alteração permitiria à instituição “não só fazer os doutoramentos”, mas também “na perspetiva de captação de estudantes, sobretudo de estudantes internacionais”. “Efetivamente, a palavra universidade é um nome que é conhecido internacionalmente e a primeira coisa quando estamos num contexto internacional é termos de explicar o que é o instituto politécnico, se é uma universidade, se é ensino superior”, exemplificou. Admitindo que estes “são de-

safios, não para um ano, mas para os próximos anos”, o presidente do Politécnico de Leiria reconheceu, contudo, que “era um bom mote o facto de o instituto fazer 35 anos sobre a sua criação dar uma nova alavancagem a todos estes aspetos”. Nuno Mangas expressou igualmente o desejo de que o ensino superior e a educação “voltem a ser uma prioridade em termos das políticas públicas”. “O contexto que vivemos nos últimos anos levou a que de alguma forma as prioridades fossem para outros domínios”, referiu, defendendo que, “passada esta fase,

era muito importante que a educação e o ensino superior estivessem novamente na agenda de forma prioritária”. O responsável acrescentou ser igualmente relevante que se transmita à população que “vale a pena estudar, que vale a pena fazer formação superior”, porque “pessoas mais conhecedoras terão, seguramente, mais oportunidades em termos profissionais e pessoais”. O Instituto Politécnico de Leiria conta com cerca de 11 mil alunos distribuídos por cinco escolas. Entre docentes e pessoal não docente, a instituição conta com 1.200 funcionários. K

Segurança e Computação Forense

Leiria com novo curso 6 Informática de Segurança e Computação Forense é a aposta mais recente da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria, um curso de pós-graduação que tem como destinatários as forças de segurança e investigação nacionais para o combate ao crime baseado em tecnologias de informação e comunicação. Este curso, ministrado por um grupo de docentes especializados, foi apresentado em Loures, a 9 de janeiro, na Escola da Polícia Judiciária. A primeira edição do curso destina-se em exclusivo a agentes da polícia judiciária e a magistrados do ministério público, e funciona com sessões repartidas na Escola da Polícia Judiciária, em Loures, e no IP Leiria. Esta formação, iniciada em novembro com sessões facultativas de nivelamento de conhecimentos, avançou este mês

014 /// JANEIRO 2015

de janeiro. “As mais-valias da parceria com a Polícia Judiciária (PJ) resultam numa partilha ativa de conhecimentos, permitindo a ambas as instituições uma evolução nas suas áreas de atuação e formação”, explica Filipe Pinto, coordenador da nova pós-graduação. Esta parceria nasceu em 2010, a partir de um trabalho de colaboração conjunto de Filipe Mota Pin-

to e do inspetor Baltazar Rodrigues, na concretização de formação na área de segurança e proteção de dados, no âmbito de uma pós-graduação de web marketing. “Desde então a colaboração multiplicou-se em diferentes áreas, tendo sido possível criar dinâmicas de cooperação entre ambas as instituições, não só na área da formação, como também da investigação, com a re-

alização de trabalhos de mestrado de Engenharia Informática por estudantes do IPLeiria em contextos da própria PJ”, salienta Filipe Pinto. O ciclo de estudos visa preparar os quadros da PJ, da ProcuradoriaGeral da República ou do Ministério Público para a realidade atual no combate ao crime, cada vez mais baseado nas tecnologias nas diferentes plataformas. O curso potencia três níveis de competências que incluem a prevenção, a deteção e a análise forense. No futuro prevê-se a abertura de uma edição da pós-graduação para o público em geral e empresas, com alguns conteúdos adaptados, de forma a minimizar o risco de exposição e aumentar a capacidade defensiva e de análise de incidentes indesejados, bem como prevenir os ataques informáticos e perceber a sua origem. K

6 A Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (ESTM) do Instituto Politécnico de Leiria (IPLeiria) dinamizou, este mês, a XII Mostra Gastronómica, em que apresentou os melhores pratos regionais de Portugal. Os visitantes puderam degustar diversas iguarias, algumas confecionadas pelos próprios estudantes da ESTM e provar vinhos de elevada qualidade de 11 regiões gastronómicas portuguesas, o que permitiu divulgar a heterogeneidade da gastronomia nacional. A mostra foi organizada no âmbito da disciplina de Enogastronomia do 2º ano da licenciatura em Gestão Turística e Hoteleira, e a disciplina de Gastronomia e Vinhos do 3º ano da licenciatura em Restauração e Catering. A empresa Makro, fornecedora oficial da XII Mostra, desafiou os estudantes da ESTM a criarem novas receitas inspiradas no Oeste, tendo em mente o conceito de “low cost”, e com recursos aos produtos Horeca Select. K

Seminário

Gestão por processos em Leiria 6 “Gestão por processos: Partilha de conhecimento e experiências” foi o tema do terceiro seminário promovido pela coordenação do mestrado em Gestão da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria, em dezembro. Esta iniciativa, aberta ao público, integrou um ciclo de conferências temáticas associadas aos conteúdos lecionados na unidade curricular de Seminário de Gestão I. K


O teu jornal de educação e juventude Distribuição gratuita em Portugal, Espanha, África e Macau

www.ensino.eu JANEIRO 2015 /// 015


Investigação propõe

Turbo-rotunda no Choupal 6 A adaptação à realidade portuguesa de modelos matemáticos internacionais relativos à construção de rotundas aponta para a viabilidade de construção de uma turbo-rotunda na zona do Choupal, em Coimbra, a qual aumenta a fluidez do tráfego e reduz a possibilidade de acidente. A ideia foi desenvolvida no âmbito do projeto de investigação Around, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, com a duração de 30 meses, no qual participaram o Instituto Politécnico de Viseu, a Universidade de Coimbra e a Universidade de Aveiro. Numa primeira fase construiu-se uma base de dados de tráfego muito alargada, recorrendo a um veículo que recolheu dados para analisar o comportamento de condutores em intersecções com base em registos vídeo, em rotundas convencionais de Coimbra, Aveiro e Viseu, e em turbo-rotundas de Grado (Espanha). Esses elementos possibilitaram o desenvolvimento de modelos que constituem um importante instrumento de apoio aos engenheiros em projetos de conceção ou requalificação de rotundas. Tendo por base estes modelos virtuais calibrados, é possível avaliar o impacto na rede, associado a diferentes

75 Erasmus de Viseu

cenários de procura de tráfego, a alterações geométricas, ou a novas soluções de regulação, sem ser necessária a intervenção real, muitas vezes dispendiosa. Os modelos disponibilizam perfis temporais de posição, velocidade e de aceleração relativos a cada veículo simulado, permitindo avaliar o desempenho global das rotundas numa per-

spetiva integrada de fluidez, geração potencial de acidentes e de emissões ambientais. No futuro, prevê-se melhorar a capacidade preditiva dos modelos incluindo questões ligadas com a proteção dos ciclistas e dos peões, aspeto cada vez mais importante em rotundas inseridas em meio urbano. K Luís Vasconcelos _

T Os alunos do Instituto Politécnico de Viseu, uma vez mais, marcam presença na Europa pela mão do programa “Erasmus+”. Um total de 75 alunos, 39 que vão realizar um período de estudos e 36 que frequentam um período de estágio, participam este ano no programa. Os países de acolhimento são a Alemanha, Bélgica, Escócia, Espanha, França, Holanda, Hungria, Inglaterra, Irlanda, Itália, Letónia, Lituânia, Polónia e República Checa. K

Agrária de Viseu

Laboratório topo de gama 6 A Escola Superior Agrária de Viseu já tem a funcionar instalações laboratoriais com o nível 3 de biossegurança, que irão possibilitar o diagnóstico e a investigação na área da microbiologia veterinária. Na câmara laboratório serão manipulados, em condições de segurança, agentes indígenas ou exóticos que podem causar doenças graves ou letais em humanos. O Laboratório de Biossegurança de nível 3 é uma infraestrutura veterinária de apoio à sanidade na ovinicultura da região centro, tendo sido criado no seio de uma estrutura mais ampla do Departamento de Zootecnia, Engenharia Rural e Veterinária, de apoio à produção animal – Ovislab. A implementação resultou da candidatura formulada pelo Instituto Politécnico de Viseu do Mais Centro, que obteve 85% de financiamento de um total de 680 mil euros. O Laboratório, único no país,

016 /// JANEIRO 2015

mal, tecido produtivo primário e, consequentemente, para a economia regional. Com a instalação deste laboratório é agora possível disponibilizar suporte numa panóplia de doenças infeciosas em ovinos, cuja manipulação era até então legalmente vedada pela transmissibilidade e perigosidade para a saúde humana. K João Mesquita _ Fernando Esteves _

Mestrados em Viseu T A Escola Superior de Educação de Viseu abriu a terceira fase de candidaturas aos cursos de mestrado em Didática (Português/Matemática/Ciências da Natureza) e Arte, Design e Multimédia. As candidaturas aos dois cursos de Mestrado a ministrar pela ESEV decorrem até ao próximo dia 16 de janeiro. K

IPS antecipa cenários

Gestão em Viana

é adequado a necrópsias de animais de espécies de pequeno, médio e grande porte, centrandose e focando-se em Viseu o núcleo científico de sanidade animal ovinícola de apoio à produção animal nas doenças de sério potencial zoonótico. Permite ainda prestar apoio à monitorização e alerta precoces de vírus emergentes e tendencialmente epidémicos, com potencial impacto muito negativo para a saúde ani-

destinatários quadros superiores e médios de empresas com responsabilidade em gestão nas áreas da Qualidade, Ambiente, IDI, Responsabilidade Social e Segurança no Trabalho. O curso arranca a 24 de janeiro. K

T O Politécnico de Viana e a SGS Academy acabam de criar uma parceria para o lançamento de uma Especialização em Sistemas Integrados de Gestão (Qualidade, Ambiente, Energia, Segurança, Responsabilidade Social e IDI). A Pós-Graduação pretende apresentar um programa curricular adaptado à realidade da região Minho e das necessidades empresariais da região de modo a facilitar a integração e sobretudo a sua diferenciação no mercado. Tem como principais

T O “Critical ESS”, núcleo de formação em emergência da Escola Superior de Saúde de Setúbal, em parceria com a Companhia dos Bombeiros Sapadores de Setúbal, realizou uma atividade de treino em cenário multivítima. A iniciativa esteve integrada nas atividades letivas do 3º Curso de Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica, dispondo de uma componente teórica, tendo as atividades decorrido a 9 e a 16 de janeiro. K


Exames

Diretores anulam 53 provas 6 Os diretores escolares anularam, no ano passado, 53 provas nacionais a alunos por tentativa de fraude e, essencialmente, por terem levado o telemóvel para dentro da sala da prova, revela o Júri Nacional de Exames (JNE). No ano passado, 37 exames nacionais que estavam a ser feitos por alunos do ensino secundário foram anulados assim como outras 16 provas de estudantes do básico, diz o relatório do JNE sobre o “Processo de Avaliação Externa da Aprendizagem – Provas Finais de Ciclo/Exames Nacionais 2104”. No ensino básico, sublinha o JNE, não foi identificado nenhum caso de fraude, já que as 16 provas anuladas foram-no pelo facto de os alunos terem um telemóvel consigo, não havendo intenção de copiar. Já no secundário, o JNE encontrou 37 provas anuladas: oito por fraude e 29 por irregularidades. Apesar de estarem registadas oito ocorrências de fraude, o JNE considera como certas apenas três em que houve recurso a cábulas e “utilização deliberada de telemóvel, fotografando a prova resolvida, para posterior envio para outro examinando”, lê-se no documento divulgado esta semana. As restantes cinco são vistas pelo JNE como irregularidades, ou seja, casos de posse indevida de telemóvel ou outros meios de comunicação móvel, mas em que, “pelas circunstâncias observadas, os intervenientes concluem não haver qualquer intenção de

fraude, justificando-se a ocorrência por mera distração, por vezes, sendo os próprios alunos a entregarem espontaneamente o equipamento”. No total, o JNE enviou oito processos à Inspeção-Geral da Educação e Ciência, na maior parte dos casos, por ter recebido relatórios de suspeita de fraude, identificada durante o processo de classificação, mas também uma ocorrência de falsa identidade, um desaparecimento de uma prova, uma denúncia de alegada ajuda por parte de um professor vigilante e uma comunicação de ausência de professor coadjuvante, em circunstâncias alegadamente irregulares. Além destes casos, o relatório refere ainda que mais de mil alunos do ensino básico (1127) chegaram à escola onde iam realizar a prova sem o necessário documento de identificação. “Foi no 2° ciclo que se verificou a frequência mais elevada desta ocorrência, com 267 casos na prova de Português e 237 na prova de Matemática”, refere o JNE. No secundário, 215 alunos chegaram à prova sem terem documentos de identificação. Já o número de provas respondidas a lápis no básico, 155, “deixou de ter o significado alcançado em anos anteriores”, sendo a maioria dos casos de esquecimento registados entre os alunos mais novos: no 1° ciclo houve 102 alunos que apareceram na prova de Matemática munidos com um lápis. K

Com professores holandeses

Ciclo de Masterclass da EPABI 6 A Escola Profissional de Artes da Covilhã organiza, de 14 a 21 de fevereiro, o Ciclo de Masterclass, que oferece aos alunos a oportunidade de contactar e aprender com cerca de duas dezenas de professores convidados que a instituição considera de “renome internacional”. Entre os formadores estarão 12 elementos do Conservatório Real de Haia, na Holanda, insti-

tuição com a qual a Escola tem uma parceria. A EPABI destaca os nomes de Koosje Van Haeringen (violino) e Enno Voorhorst (guitarra) e ainda Vasco Gouveia (flauta), Paulo Guerreiro (trompa), Stephen Mason (trompete), Vladimir Kousnetsov (contrabaixo), Nuno Pinto (clarinete), Fernando Ramos (saxofone), Romeu Silva (tuba/eufónio) e António Pereira (viola d’arco). K

www.ensino.eu

Água é o tema deste ano

Geopark Naturtejo promove concurso escolar

6 O Geopark Naturtejo está a organizar a sexta edição do seu concurso escolar anual. A iniciativa deste ano tem como tema principal “A Água que nos Une – II Edição” e como subtema “É o Solo que sustenta a Vida no Geopark Naturtejo”. O concurso está integrado nas celebrações do Ano Internacional dos Solos, e para além do Geopark Naturtejo, tem como promotores a Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco, as câmaras de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Nisa, Oleiros, Proença-a-Nova, Vila Velha de Ródão e Penamacor (esta em parceria com a Comissão Nacional da UNESCO) e o Comité Português para o Programa Internacional de Geociências da UNESCO. O concurso destina-se a todos os alunos e professores do Ensino Pré-Escolar, do 1 °, 2 ° e 3 ° Ciclos do Ensino Básico, do Ensino Secundário, do Ensino Profissional, dos estabelecimentos de en-

sino públicos e privados incluídos no território do Geopark Naturtejo e do concelho de Penamacor. O desafio passa por estimular a criatividade das crianças e jovens incentivando-os a produzir cartazes, telas, maquetes, filmes e spots publicitários. As inscrições para participação no concurso estão abertas até dia 6 de março. O cartaz, regulamento e ficha de candidatura podem já ser consultados pelas escolas interessa-

das em www.geonaturescola.com. Para além do concurso escolar, o Geopark Naturtejo está a preparar novas propostas para saídas de campo no seu território, integradas no seu projeto educativo. Desde o ano letivo 2007/2008, este projeto envolveu já 22 mil 406 alunos e professores provenientes de 9 países (Portugal, Espanha, Alemanha, Brasil, Estados Unidos da América, Inglaterra, Japão, Chile e México). K

Idanha com ensino individual

Monsanto com projeto inovador no 1º Ciclo 6 A Rede de Educação Viva vai organizar em Idanha-a-Nova, em parceria com a Câmara local, um encontro internacional de educação inovadora. O evento terá lugar de 13 a 15 de março. A realização daquela iniciativa foi anunciada no 1° Encontro Nacional da Rede Educação Viva, o qual teve lugar no Complexo Escolar de Monsanto, no passado dia 17 de janeiro. A realização do encontro em Monsanto foi também simbólico, uma vez que aquela estrutura, totalmente requalificada pela Câmara de Idanha-a-Nova acolhe alunos do pré-escolar e 1° ciclo, com a particularidade dos alunos do 1° ciclo estarem a participar na modalidade de ensino individual, por opção dos pais. Armindo Jacinto, edil de Idanha-a-Nova, recorda que o facto daquela escola, inaugurada em junho de 2014, “ter fechado há uns meses representou para as famílias de Monsanto que aqui tinham as suas crianças uma desgraça. Na altura as famílias quiseram, elas próprias, que os filhos aqui ficas-

sem, por isso, a Câmara deu todo o apoio para que assim acontecesse”. No encontro, o autarca disse que esta questão “representou para nós uma oportunidade”, lembrando que o processo não foi fácil. Mas no final do ano, numa reunião com os pais, “foi reconhecido unanimemente que o método que se aplicou aqui foi um método de sucesso para as crianças”. O encontro reuniu dezenas de pessoas, entre professores, educadores e outras pessoas de Portugal continental e ilhas, ligadas a projetos inovadores na área

educativa. A iniciativa pretendeu contribuir para se repensar a educação, partilhar experiências de ensino inovadoras e preparar o primeiro encontro internacional de educação inovadora que terá lugar entre os dias 13 e 15 de março no concelho de Idanha-aNova. Helena Rodrigues, da Rede Educação Viva, justificou a escolha de Monsanto para a realização do primeiro encontro nacional do setor, com “o reconhecimento da qualidade do projeto de ensino que está a ser aplicado no 1° Ciclo em Monsanto”. K

JANEIRO 2015 /// 017


Reportagem

Alunos gostam de Macau

Colaboração

Moçambique visita Politécnico de Leiria 6 O Instituto Politécnico de Leiria recebeu, em dezembro, a visita de uma comitiva do Instituto Superior de Contabilidade e Auditoria (ISCAM), de Moçambique. O objetivo é retomar a cooperação, previamente existente, em particular no que diz respeito a

uma licenciatura em Marketing, ministrada no Instituto Moçambicano. A visita terminou com uma passagem pela Unidade de Ensino à Distância, depois de uma reunião de trabalho na Escola Superior de Tecnologia e Gestão. K

África

Mondlane entre as melhores 6 As universidades Eduardo Mondlane (Moçambique) e de Cabo Verde são as duas únicas instituições de ensino superior dos países africanos lusófonos a figurar no “Top 100” em África, segundo um ranking do 4 International Colleges & Universities (4ICU). A notícia foi veiculada pela Rádio Moçambique. Na tabela, liderada pelas universidades sul-

africanas da Cidade do Cabo e de Pretória, a Eduardo Mondlane figura no 25.º lugar, enquanto a cabo-verdiana surge na 78.ª posição, subindo um lugar em relação a 2014. No ‘ranking’ mundial, porém, a universidade moçambicana situa-se no 2.296.º lugar, enquanto a cabo-verdiana surge na 3.980.ª posição, num universo de 11.160 universidades e faculdades. K

Escola Portuguesa

Planetário de Maputo envolve 400 alunos 6 Mais de duas dezenas de exibições foram já realizadas no Planetário da EPM-CELP desde 1 de dezembro, data da sua entrada em funcionamento. Estas primeiras sessões foram dirigidas aos alunos do Pré-Escolar e aos dos dois primeiros anos de escolaridade do ensino básico, abrangendo mais de 400 estudantes. O funcionamento do planetário está integrado no projeto “O

018 /// JANEIRO 2015

céu nas nossas mãos” em desenvolvimento, há dois anos, na EPM-CELP. As sessões já realizadas foram dinamizadas por Hélder Geraldes que abordou, nomeadamente, as seguintes questões suscitadas a partir da observação dos astros no planetário: as estações do ano, as fases da lua, os movimentos lunares ao redor da Terra, planetas do sistema solar, “chuva” de estrelas, estrelas cadentes, anéis de Saturno. K

6 Alunos portugueses e macaenses de um curso de tradução ministrado em Leiria, Pequim e Macau veem o antigo território português como mais tolerante face à China continental e repleto de referências à administração portuguesa cessada em 1999. Iniciado há oito anos, em 2006, o curso de Tradução e Interpretação Português/Chinês e Chinês/ Português, ministrado em parceria pelos institutos politécnicos de Leiria, centro de Portugal, e Macau proporciona aos portugueses dois anos de aulas, um em Pequim, outro em Macau. Flávia Coelho, 21 anos, aluna do quarto ano, loira de olhos claros, esteve em Pequim há dois anos e em Macau o ano passado: habituada a Leiria, “sitio muito calmo”, sede de um município com cerca de 130 mil habitantes, Flávia viu-se na capital chinesa - uma das mais populosas do mundo, com cerca de 20 milhões de habitantes, duas vezes a população portuguesa - e não resiste a lembrar o “choque cultural”. “Andar na rua ou apanhar o metro é uma confusão. E na rua, ficavam muito espantados com os meus olhos e cabelo”, disse. “Aconteceram algumas situações engraçadas, houve uma senhora que me agarrou pelo braço, queria tirar fotografia, e perguntou se o cabelo e os olhos eram verdadeiros. E foi só uma de muitas”, afirmou Flávia Coelho. Já Macau, mais cosmopolita, possui um povo e uma cultura, “com uma maneira de estar completamente diferente, também pela influência portuguesa”, assinalou.

Politécnico de Macau acolhe alunos portugueses Opinião idêntica tem Lenisa Semedo, 21 anos, também no último ano do curso do Politécnico de Leiria. Natural de Cabo Verde, sentiu dificuldades em se adaptar à cultura, à comida e, principalmente, às pessoas que lhe deitavam “olhares curiosos” na rua, devido à cor de pele. Assume que, ao início, se sentia “chocada” e “um bocadinho ofendida” por lhe ser perguntado se já tinha “nascido assim”, pele negra e cabelo afro, mas depois realizou que as perguntas se deviam à “curiosidade” natural dos chineses. “É normal estar na rua e ouvir um macaense a falar português muito bem, vais ao supermercado e encontras produtos portugueses, coisa que na China [continental] não se via, esse era um dos principais problemas. Por exemplo, o pão era o básico mas em Macau havia de tudo. E em Macau também há africanos, muitos cabo-verdianos e angolanos, toda a cultura lusó-

fona”, sustentou, referindo que ali a curiosidade pela sua origem se desvanece. O macaense Noel Francisco, filho de um português e de uma tailandesa, estudava em Macau na escola luso-chinesa, esteve há três anos em Portugal, na universidade de Coimbra num curso de férias e voltou agora, para Leiria, “para melhorar o português”. “Há muitas pessoas que também falam português em Macau, agora menos do que antigamente. Antigamente, era uma cidade muito calma, agora as ruas estão cheias de gente, turistas estrangeiros e muitos chineses”. Apesar de aquando da cessação da administração portuguesa, há 15 anos, só ter seis anos de idade, Noel refere que a vida diária da região autónoma não mudou com a passagem para administração chinesa, embora a “liberdade” em Macau seja “melhor” do que na China continental. K

Escola Portuguesa de Macau

Os perigos da Internet 6 A Escola Portuguesa de Macau participou, este mês de janeiro, com mais 66 escolas do território macaense, na primeira reunião aberta entre a Polícia Judiciária (PJ) onde se debateu os perigos da Internet. A iniciativa serviu de partilha de experiências na prevenção da criminalidade juvenil, houve uma questão que dominou: os perigos da Internet. Na reunião os responsáveis de algumas das escolas presentes mostraram receios de que os seus alunos caiam em esquemas online por falta de informação. Uma das propostas que saiu do encontro foi o reforço da cooperação entre escolas e polícia, de modo a informar os

jovens sobre os esquemas online, mas também para que a mesma

informação chegue aos encarregados de educação. K


Editorial

Crato: quanto menos fizer, melhor. 7 A grande reforma educativa absorvida dos quentes e vibrantes anos do final da década de sessenta do século passado, consubstanciada nas filosofias do Maio de 68, apontava para uma escola aberta, universal, inclusiva, interclassista, meritocrática, solidária, promotora da cidadania e, até, niveladora, no sentido que deveria esbater as desigualdades sociais detectadas à entrada do percurso escolar. Os professores passavam a ser mediadores da aprendizagem, promotores da socialização e do trabalho partilhado. Os alunos metamorfoseavam-se em aprendentes activos, participativos, concretizadores, co-líderes da sala de aula e do rumo a dar às planificações. Os pais, descolarizados ou iletrados, por vergonhosa opção de quatro décadas de ditadura, entregavam os seus filhos naqueles centros de promoção do sucesso social. Era a escola aberta à comunidade, uma escola moderna, que se impunha à escola tradicional. Era, enfim, a escola para todos.

Com o decorrer dos anos, os governantes, lá no alto do seu douto saber, entenderam que, já agora, os professores e a escola poderiam também cumprir uma imensidão de funções até então cometidas ao Estado, às famílias e à sociedade. Mesmo que não tivessem tido preparação para isso, os professores tinham demonstrado que sabiam desenvencilhar-se e, sobretudo, que não sabiam dizer não. E desde então, essas passaram também a ser tarefas e funções da escola e dos seus docentes. A partir desse momento singular, passámos a ter uma escola que, por acaso, também era um local de aprendizagem formal, mas que, sobretudo, se foi desenvolvendo como um espaço de aprendizagens sociais, informais, socializadoras. E foi assim que se baralhou e se desvirtuou uma escola que, altruisticamente, queria ser para todos, transformando-a numa escola onde tudo cabia. Era a escola para tudo. Mais recentemente, e com Nuno Crato na primeira linha,

entendeu-se que a escola gastava muito e os professores, numa indolência secular, pouco faziam. Depois, para o que faziam, eram demais. Logo, quem sabe? até poderiam ser substituídos uns pelos outros, à molhada, degradantemente.. Ou que podiam mudar rapidamente de escola, estatuto, área, porque isto de ser professor…. já nem é profissão. Deixar milhares no desemprego? Porque não se custam dinheiro e já passou a época em que a prioridade era a de qualificar os portugueses… Aos professores, era exigido que reincarnassem de novo: uns em avaliadores, outros em avaliados; uns em directores, outros em assessores, outros em assessorados; uns em titulares, outros em titulados, uns em relatores, outros em ralados. Porém, desta vez, a culpa não ia morrer solteira. Mas, para isso, revelava-se necessário desviar as atenções: o resvalar da escola não podia ser atribuído ao acumular dos insucessos de continuadas e desastrosas políticas educativas. Com o derrapar da instituição

escolar, a responsabilidade tinha que ser apenas atribuída a um dos actores: aos docentes, claro… e, logo, à sua falência profissional. Acreditam? Pois… é a escola do nada. O que eles não sabem nem sonham é que os professores têm dentro de si a força regeneradora do saber, da cultura e da utopia social. Modelando sabiamente os seus alunos, são os construtores de futuros. Dentro e fora da escola querem partilhar a discussão do amanhã, porque aprenderam que ter, é ceder e partilhar. Infelizmente, como humanos que são, também erram: do seio da escola por vezes saem maus políticos e, logo, más políticas. Mas não é por isso que se deixam abater, já que exercem uma profissão que exige a reflexão permanente, a busca de consensos, e a capacidade de ser persistente, sem teimosia. Hoje, e talvez por estarmos à beira de uma pressentida reedição do Maio de 68, com os jovens na rua a contestarem as políticas e os políticos que se

enredaram em rotinas de salamaleques e na narcísica gestão das suas imagens e carreiras; onde as associações de cidadãos contestam a política de miséria dos governos europeus, face à crise económica provocada pelo sistema financeiro que eles mesmos socorrem; fazemos nossas as palavras do grupo Deolinda: “E fico a pensar/ que mundo tão parvo/ onde para ser escravo/é preciso estudar”. K João Ruivo _ ruivo@rvj.pt Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico _

primeira coluna

A partilhar conhecimento

7 O Ensino Magazine volta a marcar presença nos principais eventos nacionais dedicados ao ensino e juventude. Falamos da Futurália, que decorre na FIL, Parque das Nações, de 11 a 14 de março, e a Qualifica, na Exponor, Porto, de 9 a 12 de abril. Em ambas as feiras somos, desde 2008, ininterruptamente, media partners. A nossa presença na Futurália e na Qualifica é acompanhada de um conjunto de atividades que desenvolvemos junto dos visitantes. Além da distribuição gratuita da nossa publicação, promovemos iniciativas que envolvem o público, sorteamos fins-de-semana no Geopark Naturtejo, realizamos a apresenta-

ção nacional de livros e até já chegámos a promover concertos de música e de lutas templárias. A Primeira Coluna deste ano surge a este propósito, pela importância que atribuímos a este tipo de iniciativas, que procuram abrir horizontes aos jovens e às suas famílias, sobretudo numa altura em que as dificuldades são acrescidas e em que uma elevada percentagem de jovens que termina o 12º ano não segue para o ensino superior. Por isso, também alinhámos com o Instituto Politécnico de Portalegre no Enove+, e alinharemos sempre com tudo aquilo que contribui para a promoção do ensino e para o esclarecimento da comunidade escolar. No fundo é isso

que fazemos, mensalmente na edição impressa do Ensino Magazine, e diariamente, no nosso portal, em www.ensino.eu. Esta perspetiva de abrir horizontes e de promover uma educação sem fronteiras tem-nos levado a percorrer todo o país, mas também Espanha, sobretudo nas comunidades de Salamanca e da Extremadura, os Palop’s e, desde dezembro, Macau. Esta diversidade de opiniões, atividades e de apostas educativas, permitem-nos divulgar matérias que garantem aos nossos leitores diferentes reflexões. E, no fundo, é através da partilha do conhecimento que surgem novos projetos, novas parcerias. Não é meu apanágio aprovei-

tar este espaço para promover o Ensino Magazine. Mas entendi abrir uma exceção. Esta filosofia de partilhar conhecimento, de ligar o mundo académico e escolar à sociedade civil, mas também de ligar as escolas, universidades e politécnicos, uns com os outros, promovendo um «consórcio» de ideias, tem merecido o acolhimento de todos. Uma partilha consolidada também junto da rede de escolas associadas da UNESCO, de quem somos média partner. É esta perspetiva que nos leva a olhar para 2015 como mais um ano de novos desafios e novas partilhas. De novos projetos. De consolidar a nossa posição. De premiar o mérito académico,

com a atribuição de bolsas aos melhores alunos das instituições de ensino superior portuguesas. Mas acima de tudo, de continuar a informar com rigor os nossos exigentes leitores. Afinal é por eles que existimos. A todos um excelente 2015! K João Carrega _ carrega@rvj.pt

www.ensino.eu JANEIRO 2015 /// 019


crónica salamanca

La financiación de las universidades públicas, en caída libre 6 Ciertos discursos oficialistas españoles no se cansan de afirmar , mendazmente, que a pesar de los recortes de los últimos cinco años, motivados por la grave crisis financiera y de todo orden que ha afectado a la Europa del Sur, y en particular a España, se había mantenido el estado del bienestar, y en concreto la vida normal de las universidades. Lo que dicen es una filfa, una mentira, por muchas razones, y así lo vemos a través de numerosos indicadores. Hoy nos vamos a fijar solamente en alguno de ellos, que se deriva de la financiación (o mejor, la disminución alarmante de la misma) de las universidades públicas. Hace pocos días el sindicato de enseñanza de Comisiones Obreras (CCOO) hacía público un extenso y detallado informe titulado “Evolución de los presupuestos de las universidades públicas (20102014)”, que ofrece con muchos datos una imagen preocupante del problema, y de hacia donde se encamina en consecuencia la universidad pública española. La información principal se resume en una disminución notoria de los presupuestos públicos asignados, pero aceptando la enorme dificultad de concretar datos económicos uniformes para todas las universidades públicas españolas. Es que es realmente difícil concretar en un solo modelo de presupuesto para poder establecer comparaciones. La financiación de una universidad pública es generalmente distinta a la de otra universidad, por muy similar que parezca en número de efectivos, de profesores, estudiantes y PAS, número de titulaciones, instalaciones, facultades, institutos universitarios, fundaciones, donaciones recibidas, recursos propios, mecenazgos, contratos de investigación obtenidos, contratos firmados con empresas y otras administraciones, tipología Publicidade

Publicação Periódica nº 121611 Dep. Legal nº 120847/98 Redacção, Edição, Administração Av. do Brasil, 4 R/C Apartado 262 Telef./Fax: 272324645 6000-909 Castelo Branco www.ensino.eu ensino@rvj.pt Director Fundador João Ruivo ruivo@rvj.pt Director João Carrega carrega@rvj.pt Editor Vitor Tomé vitor@rvj.pt Editor Gráfico Rui Rodrigues ruimiguel@rvj.pt

tecnológica de sus ofertas e instalaciones, grado de internacionalización de sus agentes académicos y ofertas, Comunidad Autónoma donde se ubique, y otros factores aún más concretos. Ahora bien, el referente principal de la financiación pública lo encontramos en el número de alumnos matriculados, punto de partida para el cálculo de las asignaciones recibidas del erario público. En el curso 2013-14, último del que se disponen datos definitivos, las universidades públicas acogen a un total de 1.326.114 estudiantes (1.239.361 de grados y 86.753 de másteres oficiales), siendo los datos de las universidades privadas y confesionales de 206.614 estudiantes (173.312 de grado y 33.302 de másteres oficiales). Considerando esas dimensiones en cada una de las universidades públicas (profesores, estudiantes, programas de estudios, personal de administración y servicios, número y diversidad de las instalaciones) no es difícil diagnosticar que si se paraliza la contratación de profesores, se incrementa el número de estudiantes por aula, se eliminan titulaciones, se disminuye de forma sangrante el número y dotación de las becas asigna-

das a los estudiantes, si se acortan las asignaciones de mantenimiento de edificios e instalaciones, y otras, se degrada la universidad, declina inevitablemente el presupuesto de las universidades públicas, y disminuye el número de alumnos también. Por poner solamente un ejemplo, en el curso 2011-12 el número total de estudiantes de las universidades públicas en España asciende a 1.371.355, pero en el curso 2013-14 ha disminuido en 45.349 alumnos. Mientras tanto, las universidades privadas, que en 2011-12 acogen a 201.262 alumnos, han incrementado su número hasta 206.614 en el curso 2013-14, solamente en un par de años, con lo que anuncian ya una tendencia muy clara. La degradación de las universidades públicas, al menos en lo que se refiere a presupuestos recibidos, conlleva poder ofertar menores servicios en número y calidad (por ejemplo, número de horas de apertura de los edificios, de las bibliotecas, de vigilancia, de envejecimiento de materiales didácticos y de investigación, por citar algunos). Pero si, además, de los datos globales pasamos a detallar los de cada una de las universidades, en

las diferentes Comunidades Autónomas, podremos advertir la notable diferencia de coste del precio público de los estudios en unas y en otras, así como el interés que los diferentes partidos políticos gobernantes prestan a las universidades públicas. Muy desigual, por cierto, según colores y según Comunidades Autónomas. Con ello queda olvidado el principio constitucional básico de que todos los españoles tienen los mismos derechos, en este caso de educación. También habrá que analizar la composición de las plantillas de profesores, más o menos envejecidas, más o menos bisoñas e inexpertas. No es un momento fácil el de las universidades públicas, aun si solo considerásemos lo relativo a la docencia, que es una de las funciones de la universidad, pero no la única. Por ello, en otro momento habremos de referirnos al coste social que representan estas medidas coercitivas y degradantes para las universidades públicas, al coste de oportunidades, a la escasa dotación de la investigación, al perfil tecnócrata de esa oferta desde los organismos del Estado central, desde las autonomías y desde los programas europeos. Veremos. K José Maria Hernández Díaz_ Universidad de Salamanca jmhd@usal.es

Serviço Reconquista: Agostinho Dias, Vitor Serra, Júlio Cruz, Cristina Mota Saraiva, Artur Jorge, José Furtado e Lídia Barata Serviço Rádio Condestável: António Reis, José Carlos Reis, Luís Biscaia, Carlos Ribeiro, Manuel Fernandes e Hugo Rafael. Castelo Branco: Tiago Carvalho Guarda: Rui Agostinho Covilhã: Marisa Ribeiro Viseu: Luis Costa/Cecília Matos Portalegre: Maria Batista Évora: Noémi Marujo noemi@rvj.pt Lisboa: Jorge Azevedo jorge@rvj.pt Nuno Dias da Silva Paris: António Natário Amsterdão: Marco van Eijk Edição RVJ - Editores, Lda. Jornal Reconquista Grafismo Rui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda. Secretariado Francisco Carrega Relações Públicas Carine Pires carine@rvj.pt Colaboradores: Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Realinho, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Belo Gomes, Carlos Correia, Carlos Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Elsa Ligeiro, Ernesto Candeias Martins, Eugénia Sousa, Fernando Raposo, Florinda Baptista, Francisco Abreu, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mesquita, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joaquim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, João Vasco (fotografia), Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Felgueiras, José Carlos Moura, José Pires, José Pedro Reis, Janeca (cartoon), José Rafael, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Luis Souta, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Maria João Leitão, Maria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faustino, Ricardo Nunes, Rogério Ribeiro, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras,Sandra Nascimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susana Rodrigues (U. Évora) e Valter Lemos Contabilidade: Mário Rui Dias Propriedade: RVJ - Editores Lda. NIF: 503932043 Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (accionistas com mais de 10% do Capital Social) Clube de Amigos/Assinantes: 15 Euros/ Ano Empresa Jornalistica n.º221610 Av. do Brasil, 4 r/c Castelo Branco Email: rvj@rvj.pt Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Jornal Reconquista - Zona Industrial - 6000 Castelo Branco

020 /// JANEIRO 2015


Escolas Associadas da UNESCO

XVII Encontro Internacional de Jovens 6 O XVII Encontro Internacional de Jovens

Cientistas das Escolas Associadas da UNESCO, que se realizou na Escola Secundária de Sá da Bandeira (ESSB) entre os dias 14 e 17 de janeiro, foi coorganizado pela Comissão Nacional da UNESCO pela escola anfitriã e pela Associação de Pais da mesma escola. Participaram dezassete escolas: catorze presencialmente e três (do Brasil, de Cabo Verde e de Cuba) enviando trabalhos. A Rede SEA da UNESCO de Moçambique também se fez representar com a divulgação dos seus principais projetos. O tema do Encontro: “Um Mundo, Múltiplas Culturas”, que assinala a Década Internacional para a Aproximação das Culturas (20132022), foi desdobrado em três subtemas: “A coexistência nas comunidades multiculturais. Que realidade?”, “Intercâmbio de culturas: uniformização versus diversidade” e “A Escola como dinamizadora da coexistência multicultural. Que estratégias?”. Cada subtema correspondeu a um bloco de comunicações. Assim, no primeiro subtema, intervieram escolas do Brasil (uma com participação presencial), do Principado de Andorra, de Espanha (duas), dos EUA, de Portugal (duas) e as escolas com participação não presencial; as comunicações para o segundo subtema foram de três escolas portuguesas e de uma de Espanha e no último houve quatro comunicações: três de Espanha uma da Alemanha. Depois da apresentação das comunicações, os jovens reuniram-se em pequenos grupos de trabalho para as analisarem, dis-

cutirem e tirarem conclusões. Na Mesa da sessão plenária em que estas conclusões foram apresentadas encontravam-se Fátima Claudino, da Comissão Nacional da UNESCO, Luisa Marquez, coordenadora autonómica das Escolas Associadas da UNESCO da Galiza e a Vanda Salvaterra coordenadora do Encontro que comentaram as conclusões e os trabalhos desenvolvidos pelas escolas participantes. Na tarde do primeiro dia, depois da Sessão de Abertura, que foi presidida para coordenadora nacional das Escolas Associadas da UNESCO, os jovens visitaram o Centro Histórico de Santarém tendo tido visitas guiadas na Casa Museu Anselmo Braamcamp Freire/

Biblioteca Municipal – Biblioteca Associada da UNESCO – e na Casa Museu da Fundação Passos Canavarro. Assistiram a uma conferência proferida por Pedro Canavarro, “Japonês, o outro”, e participaram no workshop “Nós e o outro, diálogo ou agressão?” coordenado por António Canavarro. Os trabalhos efetuados antes e durante o Encontro, foram complementados com visitas de estudo ao Museu Nacional de Etnologia: exposição permanente e galeria da Amazónia (visita guiada) e ao Mosteiro dos Jerónimos e à Torre de Belém. Integradas na programação do Encontro, foram organizadas três exposições: na Biblio-

teca - “Um Mundo, Múltiplas Culturas, Múltiplas Linguagens”, no Átrio da Biblioteca: “Luz – Cor - Vida ” onde se exibiram fotografias feitas pelos participantes para assinalar 2015 – Ano Internacional da Luz – e no Bar, onde foram expostos os cartazes com os resumos das comunicações apresentadas. No Átrio da Biblioteca realizou-se, também, uma feira: com uma banca de Comércio Justo, outra de produtos biológicos da “Casa da Caldeira” e outra de doçaria e sumos organizada por alunos do Curso Profissional de Técnico de Vendas. O Conservatório de Música de Santarém, também Escola Associada da UNESCO, teve uma intervenção musical na Sessão de Abertura e, na noite do primeiro dia, realizou um concerto de boas vindas com a atuação do seu Coro de Jovens. As restantes atividades lúdicas para ocupação dos serões estiveram a cargo dos jovens participantes com jogos, canções, música, divulgação de doçaria das regiões de algumas escolas e, por proposta da escola dos EUA, a construção de um painel/ mosaico alusivo ao Encontro em que colaboraram todos os participantes. O Encontro contou com o apoio institucional da Comissão Nacional da UNESCO e com o apoio financeiro da Fundação Calouste Gulbenkian, da Câmara Municipal de Santarém, da União de Freguesias de Santarém, da Caixa Geral de Depósitos, do Crédito Agrícola, da Associação de Pais da ESSB e das escolas e famílias dos participantes. K José Barrão _ (Coordenador SEA UNESCO/Escola Secundária de Sá da Bandeira)

CRÓNICA

Cartas desde la ilusión 7 Querido amigo: Hace unos días leí una entrevista de prensa a uno de los considerados como mejores profesores de Matemáticas de España. Entre las declaraciones que hizo, me llamó la atención su propuesta de promover la escucha en los estudiantes. El periodista reclamaba su opinión sobre la necesidad del esfuerzo, a lo que este profesor contestó de manera negativa, incidiendo en que más importante que el esfuerzo de los estudiantes es promover su capacidad de escucha. Si aceptamos y compartimos la opinión de este profesor, queda claro, entonces, que compartimos la necesidad de un cambio en la actitud del profesor que promueva una modificación de su rol. Esto es algo que hemos comentado y reflexionado varias veces a lo largo de nuestra historia de correspondencia. Aunque parezca repetitivo, esto nos lleva a reflexionar, una vez más, sobre la necesidad de que la/el profesora/or se sitúe en una posición de “acompañamiento” de los alumnos. En nuestra experiencia resalta la evidencia de nuestra “charlatanería” con nuestros alumnos. Es decir, hablamos nosotros más que lo que dejamos hablar a nuestros alumnos, a los que pedimos (casi) constantemente que nos escuchen. Con esta práctica, lo que generamos en es una incapacidad de escuchar. Nuestros alumnos se acostumbran, desde muy pequeños, a guardar silencio para “escuchar” a la/al profesora/or, y, si conse-

guimos esto, nos llenamos de orgullo. Pero la realidad es muy distinta y muy distante: nuestros alumnos acaban oyéndonos, pero no escuchándonos… Se habitúan a “una charla más”, a “una explicación más” y, a la larga, acaban por no entender nada, cuando nosotros nos hemos preocupado con ahínco en la preparación de la explicación para que nuestros alumnos nos entiendan… Permíteme que te cuente una anécdota de mi experiencia educativa. Tenía yo mis 13 añitos y estaba estudiando 3º de Bachillerato en aquellos tiempos (los años 60 del siglo pasado). Recuerdo que mi profesor de Matemáticas disponía de unas tizas de colores (¡cosa difícil de lograr en aquel entonces!) y tenía una rara habilidad para impregnar unas cuerdas que manejaba entre los dedos y a las que dotaba de los colores correspondientes en cada momento. Mi experiencia fue que, después de explicar con todo detalle y color la lección correspondiente (creo que en aquel momento se trataba de un problema de geometría, que podría ser el de Tales o del de Pitágoras… ¡no recuerdo!), se giró hacia nosotros, los alumnos, que habíamos estado silenciosos presenciando la sesión de explicación que nos había expuesto, y preguntó, como era habitual: ¿alguna pregunta? ¿alguien quiere que aclare algo de lo explicado? La respuesta fue un silencio total sin que nadie abriese la boca para cuestionar o dudar sobre lo explicado. Yo recuerdo que es-

taba más o menos situado en el centro de la clase y, como el resto de los alumnos, había permanecido callado y sin preguntar nada al profesor. Pero dentro de mí se generó una “duda”: “¿qué había dicho durante toda la sesión?”. En aquel momento es evidente que yo oí lo que el profesor había dicho, pero no había escuchado nada (creo que lo mismo sucedió al resto de mis compañeros). La anécdota no tiene más valor que apuntar al hecho de que los alumnos oyen a sus profesores, pero no sabemos hasta qué punto escuchan. De hecho, cuando, después de una explicación, se les pide algún trabajo práctico relacionado o consecuente con lo dicho, la incapacidad de los alumnos para poner en marcha las iniciativas propuesta se hace suficientemente evidente (esto me ha sucedido incluso en mis clases en la Universidad...). Creo que, de todo esto, tenemos suficiente experiencia todos los profesores. Por eso, creo que es necesario insistir, una vez más, en que los profesores no somos “voceros” o “charlatanes” o, en el mejor de los casos, “explicadores”. Por el contrario, deberíamos cambiar nuestra actitud y nuestra actuación y comenzar a actuar como “proponentes”. Cuando una/un profesora/or hace una propuesta a sus alumnos, éstos se movilizan por sí solos si la ven interesante e inteligente, a la vez que retadora.

Por eso, creo que los profesores, más que explicadores, deberíamos ser “retadores” de la inteligencia y del buen hacer de nuestros alumnos. Creo que nuestros alumnos llegan a hartarse de memorizar, y agradecen cualquier propuesta que sea capaz de activar, por sí misma, sus recursos. Si esto es así, no es necesario apelar al esfuerzo, ya que los estudiantes se ponen al trabajo por sí mismos, pues el reto les motiva de una manera más bien “natural”. La pena es que los profesores no acabamos de optar por proponer, en lugar de explicar. Tal vez la causa sea nuestra profunda desconfianza de nuestros alumnos… y de nosotros mismos. Hasta la próxima, como siempre, ¡salud y felicidad! K Juan A. Castro Posada _ juancastrop@gmail.com

JANEIRO 2015 /// 021


João Botelho em entrevista

«Os Maias» são o espelho da «impossibilidade de um país» 7 A «impossibilidade de um país» é um dos conceitos que atestam a atualidade de «Os Maias», obra maior de Eça de Queirós que João Botelho adaptou ao cinema. Em entrevista ao Ensino Magazine, o cineasta reflete sobre as virtudes da inquietação e defende que “um país sem arte é um caixote do lixo”. A adaptação cinematográfica d’«Os Maias» tem originado comparações entre os males da sociedade descrita por Eça de Queirós e os problemas do Portugal contemporâneo. Continuamos próximos daquela sociedade de finais do século XIX? Como é sabido, Eça de Queirós demorou quase sete anos a escrever «Os Maias». É um romance muito precioso na apreensão de uma ideia do ser português. Os personagens, mais do que simples personagens, são arquétipos. É uma reflexão sobre o modo de ser português e um destino meio cómico, meio trágico, que é a ideia da impossibilidade de um país. Há duas revoluções neste romance. Uma é a apreensão da sociedade portuguesa contemporânea do Eça, de um país a desfazer-se, de uma bancarrota que se aproxima, com semelhanças à situação que hoje vivemos. A outra revolução está no modo de narrar o romance. Que esse retrato sociocultural do país mantenha ainda hoje a sua pertinência e atualidade, é mérito da obra ou demérito de Portugal? Acho que acontecem as duas coisas. Há mérito do Eça de Queirós por perceber uma ideia de Portugal que se mantém atual, ou seja, há o génio de alguém que percebe que o país tem este tipo de comportamento. «Os Maias» é uma obra muita aberta, que permite muitas interpretações, e essa é uma evidência da sua grandeza. O final do filme é, aliás, uma das coisas mais engraçadas que fiz. Os portugueses não correm nem para a glória, nem para o poder, nem para o amor, mas sim para o jantar que se lembram que têm. Portanto, só se apressam para a comidinha. Foi o filme português mais visto em 2014. Esperava essa resposta? O sucesso do filme tem muito a ver com o desejo dos portugueses verem coisas de Portugal. É uma ideia de cinema que nos interessa. O filme já fez 115 mil espetadores, mas ainda tem mais de 30 sessões marcadas no país. Além disso, todos os anos o filme vai ser visto por alunos, no âmbito do ensino secundário. Não substitui a leitura da obra, mas pode ajudar os jovens a entusiasmarem-se com a ideia. Os jovens têm hoje muita informação, mas pouca capacidade de concentração. Ler um romance é para eles um exercício muito duro.

022 /// JANEIRO 2015

exagerada na questão do público. O que é importante num filme é que cada pessoa pense da sua maneira. O cinema é falso, é ilusão. É tudo a fingir. Ninguém morre. O que é verdade é o que as pessoas sentem quando vêm o filme: a alegria, as lágrimas ou mesmo o tédio. Todas as emoções são verdade, tudo o que está no ecrã é falso. Para além do filme em si, não será importante que as pessoas se disponham a refletir? Sim, não digo muito, mas um bocadinho, pelo menos. As pessoas só criam coisas novas quando pensam. Gosto muito da ideia de que as pessoas estão na terra para fazer coisas. Se alguém gosta do filme que vá para casa desenhar ou ouvir música; que fique inquieto ou alegre, eufórico ou triste. Mas que mude um bocadinho a sua rotina. Com mais ou menos público, é conhecida a dependência que o cinema nacional tem de apoios estatais. Não há outra hipótese, dada a dimensão do mercado em Portugal. O cinema é uma coisa cara. Também se não houver apoio estatal não há ópera; se não houver apoio estatal não há Teatro da Cornucópia; se não houver apoio estatal não há orquestras sinfónicas, ou bailado ou investigação histórica. O apoio estatal às artes e cultura portuguesas é ridículo quando comparado com outros países. Um país sem arte e sem cultura é um caixote do lixo. É a identidade nacional que está refletida nas obras de arte. Acho que deve haver investimento na cultura e na educação. Esse apoio estatal oferece mais constrangimentos ou liberdades? Não é constrangimento nenhum - é liberdade. Não há nenhum apoio estatal que me obrigue a filmar de determinada maneira. Nunca fiz um filme para agradar a ninguém, e a liberdade que tenho não tem preço. O constrangimento é apenas o dinheiro, mas como diz o Manoel de Oliveira “quando não há dinheiro para filmar a carruagem, filma-se a roda, mas filma-se muito bem a roda”.

E o cinema ainda tem a capacidade de inquietar o público? O cinema nunca foi uma arte pura. Tende a roubar às outras artes, é um negócio, uma coisa cara que é preciso vender. Nos últimos tempos transformou-se em algo infantojuvenil. As próprias salas de cinema admitem ganhar 1 ou 2 euros por bilhete, mas ganham 6 nas pipocas e na coca-cola. Portanto, desatou-se a fazer filmes onde se possa comer e beber, conversar e enviar sms. É um cinema diferente daquele onde fui formado. Aquela ideia da missa cinematográfica desapareceu um bocado. Quem vai hoje ao cinema? São sobretudo crianças com os pais, para ver desenhos animados, e os ado-

lescentes. Depois deixam de ir e descarregam os filmes no computador. Uma das coisas mais engraçadas que vi acontecer com «Os Maias» foi o regresso dos adultos. Encontrei pessoas que já não iam ao cinema há cinco ou dez anos. Se calhar, hoje há cinema mais engraçado nas séries televisivas americanas do que nas salas de cinema. Nas salas são coisas para consumir e consumir. De vez em quando lá vai havendo uns malucos que tentam contrariar a tendência do cinema atual, que é um cinema do divertimento puro. É o que o público quer. É evidente que o cinema é um negócio de emoções, mas também é um bocadinho para o cérebro. Há uma imposição

Que ligação existe entre o mercado de trabalho em Portugal e as escolas que ministram o ensino nas áreas do audiovisual e do cinema? Existe pouca proximidade. O mercado de trabalho é um funil. É muito fechado. Na TV só há novelas, concursos e pouco mais, deixou de se exibir telefilmes e outra ficção televisiva. No cinema o número de filmes produzidos em Portugal é cada vez menor. Por isso, muita gente formada nas escolas de cinema acaba na publicidade ou no audiovisual menos interessante. Embora tenha havido uma certa democratização no cinema, uma vez que se tornou mais barato produzir filmes, o problema está em mostrá-los. Onde estão as salas para isso? O cinema americano ocupa 80% das salas do mundo inteiro. Muitos filmes só passam nos festivais. K Entrevista: Tiago Carvalho _ Rui Aguiar/Vogue Portugal H


edições

Novidades literárias 7 LEYA. O Meu Irmão, de Afonso Reis Cabral. Com a morte dos pais, é preciso decidir com quem fica Miguel, o filho de 40 anos que nasceu com síndrome de Down. O irmão, um professor universitário e misantropo, supreende a família e chama a si essa responsabilidade. “O Meu Irmão”, vencedor do Prémio LeYa 2014, é um romance notável e de grande maturidade literária que, tratando o tema sensível da deficiência, nunca cede ao sentimentalismo.

ESFERA DOS LIVROS. O que os Portugueses têm na cabeça?, de Marisa Moura. A jornalista Marisa Moura mergulhou em textos de pensadores portugueses e estrangeiros de hoje e de outros tempos, analisou estatísticas, estudou comportamentos e questionou especialistas para tentar encontrar uma resposta para esta incómoda pergunta: O que é que os portugueses têm na cabeça?

TEXTO

EDITORES.

História do Mundo, de Andrew Marr. O autor realizou uma série de oito filmes para a BBC sobre a História do Mundo, que o levaram a explorar os diferentes berços da civilização. Dessa viagem surgiu este livro que alarga a lente da História, indo para lá da Europa, até às Américas, a África e à Ásia. Este é também um livro sobre as grandes figuras que mudaram a História e o seu tempo... e sobre todos nós.

gente & livros

Isabel Alçada e Ana Maria Magalhães 7 «Embora com dúvidas passaram o resto da viagem a espiá-los. Era óbvio que o pobre rapaz tinha qualquer problema, e que o impediam de comunicar, pois nem à casa de banho o deixaram ir sozinho. - Será que o raptaram? - perguntou a Luísa, enervadíssima. — E se falássemos ao comandante? - Estás doida! Não se raptam assim as pessoas. Para estar aqui tem que ter passaporte, papelada, autorização dos pais. - Mas passa-se qualquer coisa. Isso garanto-te. - Está bem, mas o que é que podemos fazer? - Se calhar é imaginação nossa. As dúvidas persistiram até ao fim do voo. Só quando puseram o pé em terra no aeroporto da ilha do Sal confirmaram todas as suspeitas. In Uma Aventura nas Ilhas de Cabo Verde Isabela Alçada e Ana Maria Magalhães são duas das escritoras portuguesas com mais sucesso na escrita juvenil. A coleção «Uma Aventura» tem mais de cinquenta títulos, e teve já adaptações à televisão e cinema. Isabel Alçada é nome literário e profissional de Maria Isabel Girão de Melo Veiga Vilar. Nasceu em Lisboa a 29 de maio de 1950, é uma professora e foi ministra da Educação no XVIII Governo Constitucional. Segundo os dados disponibilizados na wikipédia, frequentou o Lycée Français

Charles Lepierre e licenciou-se em Filosofia, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1974. Depois de ter sido colega de Ana Maria Magalhães, na Escola EB 2/3 Fernando Pessoa, forma com esta, uma dupla na escrita juvenil, inaugurada com Uma aventura...na cidade, em 1982. A coleção «Uma Aventura» revelar-se-ia um sucesso entre as camadas jovens. A 17 de janeiro de 2006 foi feita Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Ana Maria Magalhães é o nome literário de Ana Maria Bastos de Oliveira Martinho, a qual nasceu em Lisboa a 14 de abril de 1946.

Iniciou a atividade docente como professora de História de Portugal em 1969, em Moçambique. Estreou-se como escritora de livros infanto-juvenis em 1982. Entre 1989 e 1991 desempenhou funções de coordenadora da reforma curricular do 2º ciclo. Nos dois anos seguintes dedicou-se a um estudo sobre os jovens e a leitura no âmbito do Instituto de Inovação Educacional. Em 1994 aceitou o convite da Expo 98 para dirigir o Jornal do Gil. Em 1997 foi destacada para o gabinete do Ministro da Educação a fim de estabelecer a ligação pedagógica entre o Pavilhão de Portugal da Expo 98 e as escolas. K

Publicidade

BERTRAND. Estalinegrado, de Antony Beevor. Para muitos, a Batalha de Estalinegrado simboliza o ponto de viragem da Segunda Guerra Mundial. A vitória do Exército Vermelho e o fracasso da Operação Barbarossa alemã marcaram a primeira derrota nas ambições territoriais de Hitler e o princípio do seu declínio. Pouco se sabe, contudo, do que de facto aconteceu em Estalinegrado. ASA. Um Homem Escandaloso, de Tiago Rebelo. Em plena crise económica, um pintor com uma vida catastrófica persiste em boicotar a própria carreira. Mas quando o seu casamento termina e tudo parece perdido, eis que a sorte muda: de um dia para o outro, torna-se o artista português de maior projeção internacional. Este homem, que se escondia do mundo com uma tenacidade doentia, passa, então, a ser um alegre provocador de escândalos públicos. K

JANEIRO 2015 /// 023


press das coisas

pela objetiva de j. vasco 3 Esta é a imagem 96, desde que, em abril de 2007, comecei a colaborar de forma regular com o Ensino Magazine. Até aqui todas as fotografias tinham uma legenda enquadradora, condicionante e orientadora da observação do leitor. A partir de agora, e no ano em que o EM faz dezoito anos, proponho uma nova metodologia: eu dou a imagem e o leitor, de forma livre, a interpretação. Proponho assim uma reflexão sobre o papel da legenda, ou da sua ausência, na fotografia. O fotógrafo já é muito subjetivo na escolha do assunto, no seu enquadramento e na técnica utilizada na captação das imagens. Deixemos os leitores livres nas suas visões, sensações, olhares. Assim vamos multiplicar por muito a fotografia aqui deixada todos os meses; multiplicaremos tantas vezes quantos os olhares que nelas se fixarem. Esperemos que a experiência resulte. K

Smartwatch Activité Pop 3 A marca francesa Withings acaba de lançar uma versão mais acessível do seu relógio inteligente. O Activité Pop tem basicamente as mesmas funções do Activité original, mas traz uma construção mais básica. Possui uma série de sensores que rastreiam praticamente todas as funções vitais do utilizador, além de contar passos e avaliar a qualidade do sono. Custa 149.95 euros. K

Xutos & Pontapés – 35 3 Este não é apenas mais um concerto dos Xutos & Pontapés. É a grande festa de comemoração do 35º aniversário de carreira da lendária banda portuguesa de rock, que encheu a Meo Arena em março do ano passado. O concerto revela a excecional carreira dos Xutos através de um alinhamento exemplar de músicas emblemáticas que fizeram os portugueses vibrar nestes últimos 35 anos. K

Prazeres da boa mesa

Bacalhau de Cura Tradicional Portuguesa ETG Cozido a Baixa Temperatura coentros e a manteiga. Passar pelo chinês de malha fina. Voltar a submergir os lombinhos no molho até à altura de servir. Lavar e saltear em azeite e alho os mini tomatinhos cacho.

3Ingred. p/ o Bolinho de Choc. (10 pax): 10 Lombos de Bacalhau C. Tradicional 1 Garrafa Vinho Monocasta Baga 1 Molho de Coentros 30 Mini Tomates Cacho 5 Dentes de Alho 1 Cebola Roxa Q.B. de Flor de Sal Q.B. de Pimenta Preta de Moinho 150 g de Manteiga 1 L de Azeite do Ribatejo DOP 1 C. Sob. de Vinagre 1 Latas de Grão Cozido 2 Tomates Chucha Preparação: Aparar os lombinhos de bacalhau e marinar 2 horas com o vinho de casta BAGA, 35 dentes de alho laminados, pimenta e um fio de azeite. Esmagar muito bem o grão de 1 lata. Passar pelo passador e misturar a outra lata de grão, mas inteiro. Juntar os coentros

Empratamento: Depois de todos os temperos rectificados, colocar grão em duas texturas no centro do prato, dispor em cima deste 1 lombinho de bacalhau. Aplicar uma colherada de molho, finalizar com três tomatinhos salteados e com o crocante de pão caseiro. K picados, 1 dente de alho bem picado, o tomate chucha sem sementes em concassé e a cebola roxa em cubinhos. Juntar azeite, pimenta, flor de sal e um golpe de vinagre. Rectificar os temperos. Reservar. Levar o bacalhau ao lume a 70ºC com a marinada e o restante azeite (o bacalhau deverá ficar completamente submerso). Depois de cozido, retirar o bacalhau, triturar o líquido com

Publicidade

www.ensino.eu 024 /// JANEIRO 2015

Chef Mário Rui Ramos _ Chef Executivo


Cinema

Pigmalião ou o valor da palavra

H http://classiccinemaphotos.com/

realização de Anthony Asquith e Leslie Howard que acumulou com a interpretação, exemplar, do professor Higgins. Com esta obra Asquith sai do anonimato e atinge a glória. Mas além dos citados convém não esquecer que na fotografia estava Harry Stradling, que 21 anos depois repete com “My Fair Lady”, a música é de Arthur Honneger e a montagem de David Lean. Uma ficha técnica de peso, a que se deve acrescentar Dame Wendy Hiller, no papel de Elisa Doolittle, uma actriz que prefe-

riu o teatro ao cinema. Este “Pigmalião” é visto como “um perfeito modelo de adaptação cinematográfica, quer pela fidelidade ao texto original, quer pelo aproveitamento na montagem apriorística dos melhores efeitos literários e dramáticos da obra de Shaw. É verdade que não passava de teatro filmado, mas revelava tanta garra na condução de actores que se teve a impressão que o cinema inglês chegava à maturidade” (Breve História do Cinema). O filme, cujo êxito no

Festival de Veneza foi enorme, é a obra mestra de Asquit e, no dizer de Sadoul, abriu caminho às futuras adaptações de obras de Shakespeare por Laurence Olivier. As comemorações do centenário do Nascimento de Bernard Shaw foram motivo para que Jay Larner e Frederick Loewe realizarem uma das mais memoráveis comédias musicais: “My Fair Lady”, adaptação de “Pigmalião”, em palco no Mark Hellinger Thether, oito vezes por semana entre 1956 e 1962. Em 1964 a Warner Brothers levaria a efeito o filme baseado nesta opereta graciosa sobre um professor de fonética que transforma uma florista comum, que se expressa no calão londrino (cockney), numa delicada e bem falante dama da alta sociedade. Mantendo Rex Harrison (o admirável Higgins no palco), mas preterindo a então descoberta Julie Andrews por Audrey Hepburn, no auge da sua carreira, para uma frágil Elisa Doolittle. Warner fez uma escolha acertada. Hepburn foi brilhante, mas dobrada nas canções por Mari Nixo, uma vez que não sabia cantar. Os figurinos de Cecil Benton, de supremo efeito em palco foram recriados e acrescidos, o que, aliado a uma sensível coreografia e à música de Loewe, agradável ao ouvido e dirigida no filme por André Previn, transformaram este sucesso de Shaw num êxito permanente, graças à hábil batuta do veterano cineasta George Cukor, para quem o teatro e o cinema não tinham segredos e que orientou com notável bom

gosto este grande espectáculo. A peça de Shaw conheceu entretanto outras adaptações para cinema e televisão, de que destacamos a produção brasileira realizada em 1970 por Régis Cardoso, haverá quem se lembre da sua telenovela “O Bem Amado”, “Pigmalião 70”, transportando-a então para o ambiente do Brasil. Em Portugal o teatro não ficou indiferente a Bernard Shaw nem ao seu “Pigmalião”. Nos idos anos 40 a peça foi representada no Teatro da Trindade pelos Comediantes de Lisboa, contando no elenco com a “nossa” Maria Lalande, Assis Pacheco, António Silva e João Villaret, entre outros. Em cena no Politeama esteve a produção de Filipe La Féria “Minha Linda Senhora”, uma versão portuguesa de “My Fair Lady”, de Lerner/Loewe. Um assinalável êxito, que conta com as interpretações de Anabela, Carlos Quintas, Lurdes Norberto e Miguel Dias, para referir apenas estes. Uma produção que, tal como a original, vale pelos belíssimos e inesquecíveis temas musicais. De “Pigmaliões” sabe o cinema. De muitos. A começar por Cukor e Katherine Hepburn. Não casou com ela, sabe-se. Mas fez dela uma soberba actriz. Basta lembrar que debaixo da sua direção a actriz participou em oito filmes. E, para acabar, que seria de Marlene Dietrich sem o seu “Pigmalião”, Joseph Von Stenberg? K Luís Dinis da Rosa _ com Joaquim Cabeças _

Cartoon: Bruno Janeca H Argumento: Dinis Gardete _

7 A lenda de Pigmalião, um escultor de Chipre que se apaixonou por uma estátua de marfim em que esculpiu uma bela figura feminina, à qual Afrodite deu vida, foi recriada pelo dramaturgo e escritor George Bernard Shaw que escreveu um “romance em 5 actos” transportando a acção para Covent-Garden, bairro pobre de Londres, no ano de 1912. Tão fascinante história, do criador que se apaixona perdidamente pela sua criação, não passou despercebida ao cinema, a começar por Méliès que em 1895 realiza “Pigmalion et Galattée”. Em 1930 Bernard Shaw deixou claro que não era grande adepto da adaptação das suas obras ao cinema mudo. Quando o sonoro chegou a situação modificou-se, pois, como disse “tornou-se possível não apenas mostrar no ecrã as minhas peças mas falá-las”. Não admira assim que, depois de uma primeira versão da sua peça “Pigmalião”, produzida na Holanda em 1921, na década de 30 a mesma tenha conhecido três versões. Em 1935 do cineasta alemão Erich Engel, com o célebre Gustav Gruendgens como professor Higgins e no ano seguinte na Holanda, outro germânico, Ludwig Berger, filma a sua versão, assinalada como importante por Sadoul na sua discutida “História do Cinema”. Porém a mais célebre adaptação da década foi a produzida pelo húngaro Gabriel Pascal no ano de 1938. Com a intervenção de Bernard Shaw no “script”, com cenas e diálogos adicionais, o filme teve uma dupla

JANEIRO 2015 /// 025


Quatro rodas

O meu Primeiro Porsche c Hoje a crónica vai ser um pouco revivalista, trazendo para aqui a história meu primeiro Porsche, não que seja verdadeiramente meu, mas porque foi aquele que até hoje perdura na minha memória e que continuo a acarinhar. O meu primeiro contacto com um verdadeiro Porsche, foi em 1977 (aos 14 anos) num Rali de Castelo Branco onde o meu conterrâneo André Martinho se apresentou com um Carrera RS nesta prova do campeonato nacional. Lembro-me de o ver à partida, mesmo enfrente à Câmara Municipal. Não sendo um piloto “de fábrica”, o André conseguiu ao longo dos anos um conjunto muito interessante de resultados. Naqueles tempos um “Porsche de corridas” numa cidade do interior era, para quem nutria gosto pela competição automóvel, o verdadeiro centro das atenções da rapaziada. Inúmeras vezes acompanhávamos o Zé (mecânico do André Martinho) a preparar o carro antes e após cada rali, no stand/oficina, na Praça Rainha D.

Leonor, bem perto da Escuderia Castelo Branco. Era uma prazer estar sentado na esplanada das tílias e ver o Zé trabalhar empenhadamente na preparação da “bomba branca”. Desde então, acompanhei diversas corridas do André ao vivo, no Rali de Portugal, nas Rampas de Portalegre e Serra da Estrela, bem como nos ralis da minha terra. Devido à diferença de idade,

não era muito chegado ao André, que sendo uma pessoa reservada, não regateava no entanto explicações aos miúdos mais curiosos. Já falecido vitima daquelas doenças que não perdoam, o André não teve ainda a homenagem merecida. Para já aqui fica uma foto, da então revista Motor de Abril de 1978, da sua participação do Vinho do Porto de 78. O CA-50-14 foi sem dúvida o meu primeiro Porsche,

pela forma como o acompanhei, bem à semelhança do que fazem hoje os fanáticos do futebol com as suas equipas. Ao que sei o carro ainda existe no Porto, aguardando restauro. Bem perto de onde morava, outros gigantes do mundo Porsche, deslocavam-se por essa altura, todos os anos a Portugal, mostrando que eram dos melhores a preparar Porsches de corrida. É verdade foi na “rampa da serra” que algumas vezes vi o Jean -Marie e o Jacques Almeras, exibirem-se ao mais alto nível, chegando mesmo o Jean-Marie a vencer a edição de 1978. Também eles foram para mim “uma fonte de inspiração Porsche”, especialmente, quando uma vez por ano, tínhamos esse “banho de cultura Porsche” nas assistências junto ao estádio da Covilhã. Outro marco importante, na “minha cultura Porsche”, remonta também ao ano de 1978, com a vitória surpresa do Jean Pierre Nicolas no Monte Carlo. Numa época pouco globalizada, foi a influência dos irmãos Pires Preto, (meus cole-

gas de liceu) que me chamaram a atenção para o feito do Jean Pierre que conseguiu bater as equipas de fábrica que lutavam pela vitória, nas provas do mundial de ralis. O Tó Zé e o Carlos Pires Preto (já falecido), apressaram-se a comparar o kit 1:43 e rapidamente produziram a réplica deste famoso Carrera Almeras. Em 2008, trinta anos depois dos factos que relatei, o meu amigo Luis Brito conseguiu levar-me à catedral Porsche em Stuttgart. Visitámos a fábrica e o museu, onde para além da tecnologia sobressaiu o carinho com que são construídas estas maravilhas, mas ao mesmo tempo foi uma permanece visita ao passado, com as recordações das corridas do Carrera RS do André a estarem sempre presentes. K Paulo Almeida _ Direitos Reservados H Este texto não segue a nova ortografia _

sector automóvel

Suzuki Celerio chega em janeiro

Mercedes-Benz Classe B Electric Drive já tem preço 3 A versão elétrica do Mercedes-Benz Classe B Electric Drive começa nos 42 900 euros no mercado nacional. Este monovolume, recentemente sujeito a um restyling, tem 132 kW (180 cv) e 340 Nm de binário máximo disponível a partir do arranque. Estas caraterísticas permitem-lhe acelerar de 0 a 100 km/h em 7,9 segundos. Dispõe de três programas de condução e está disponível em três níveis de equipamento. K Publicidade

026 /// JANEIRO 2015

Audi Q3 foi renovado 3 O novo Audi Q3 já está disponível para encomenda e as primeiras unidades começarão a ser entregues em fevereiro. A versão de acesso ao SUV tem motor a gasolina 1.4 TFSI Cylinder on Demand com 150 cv, com preços a arrancarem nos 38 180 euros, havendo ainda versões com caixa automática (40 780 euros) e de equipamento Sport e Design (40 340 euros). As variantes Diesel arrancam nos 39 970 euros e disponibilizam versões com diferentes níveis de equipamento. K

3 O citadino Suzuki Celerio chega este mês a Portugal, numa carroçaria de cinco portas. Estará à venda com um motor a gasolina de três cilindros 1.0 (K10B) com 68 cv, acoplado a uma caixa manual de cinco velocidades. Tem consumos a partir dos 4,3 l/100 km. Na versão de equipamento base está disponível desde os 8 974 euros. A versão intermédia arranca nos 9 787 euros e o topo da gama está disponível a partir dos 10 804 euros. K


Univ. de São Paulo

Viana no Brasil 6 O Instituto Politécnico de Viana do Castelo acaba de celebrar um acordo, na área do Design, com a Universidade Anhembi Morumbi de São Paulo, Brasil, o qual prevê possíveis colaborações em ações didáticas e o desenvolvimento de projetos de I&D em conjunto. Ermanno Aparo, coordenador do Mestrado em Design Integrado da Escola Superior de Tecnologia e Gestão e um dos responsáveis pela parceria estabelecida, “esta é uma ocasião importante para o design do IPVC que oficializa e assume a responsabilidade de catalisador cultural do IPVC e da região do Alto Minho”. A Anhembi Morumbi é uma das mais prestigiosas universidades do Brasil, nascida em 1970 e que ofereceu o primeiro curso de licenciatura em Turismo do Brasil. Desde 2005 que a Universidade Paulista pertence ao prestigioso grupo internacional Universidades Laureate. No âmbito do Design, pertencem a este grupo instituições internacionais de prestígio como a Domus Academy de Milão (Itália) ou a New School of Architecture and Design de San Diego (EUA). K

Ensino Magazine na Futurália

Nós vamos estar lá! 6 O Ensino Magazine volta a marcar presença na Futurália, de 11 a 14 de março de 2015, em Lisboa, uma das maiores feiras de educação e juventude do País. Para além de sermos parceiros da FIL na organização do evento iremos distribuir a nossa publicação, de forma gratuita a quem visitar o certame. No nosso stand iremos ainda sortear fins de semana no Geopark Naturtejo, e no decorrer do evento iremos apresentar mais um livro. O Ensino Magazine é media partner da Futurália há vários. As edições de janeiro, fevereiro e março serão distribuídas no certame, de forma gratuita. No nosso stand estão também previstas diferentes atividades. Participe connosco numa das maiores feiras do país. K

www.ensino.eu Publicidade

Prémio “Inclusão e Literacia Digital”

Setúbal ganha com EduScratch 6 O Centro de Competência TIC da Superior de Educação de Setúbal foi distinguido com o prémio “Inclusão e Literacia Digital”, pela dinamização do projeto EduScratch e pela divulgação de boas práticas no uso crítico da internet. O prémio é promovido pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, no âmbito da Rede TIC e Sociedade, que atua no campo da inclusão e acessibilidade digitais, fomentando a participação autónoma de qualquer cidadão na sociedade digital. Dinamizado por Miguel Figueiredo e João Torres, docentes da ESE, o projeto EduScratch tem como lema Divulgar, Formar e Partilhar, promovendo a utilização do Scratch em ambiente escolar, junto da comunidade educa-

tiva e da sociedade em geral. O Scratch é uma linguagem de programação desenvolvida pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) com o objetivo de diminuir o distanciamento entre a evolução tecnológica no mundo e a fluência tecnológica dos cidadãos, reduzindo assim algumas das barreiras existentes neste domínio. O projeto procura estimular a imaginação, a inovação e a criatividade dos utilizadores, bem como a sua capacidade de identificar e resolver problemas, de aplicar regras e conceitos matemáticos ou de outras áreas disciplinares através da construção de programas, jogos, entre outros elementos, em ambiente gráfico de programação Scratch. K

JANEIRO 2015 /// 027


028 /// JANEIRO 2015


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.