novembro 2014 Diretor Fundador João Ruivo Diretor João Carrega Publicação Mensal Ano XVII K No201 Distribuição Gratuita
www.ensino.eu ensino jovem
Assinatura anual: 15 euros
Mário daniel, ilusionista
Autorizado a circular em invólucro fechado de plástico. Autorização nº DE01482012SNC/GSCCS
Nada na mão, UBI cria academia para estudantes do secundário nada na manga universidade
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34º aniversário do Politécnico
IPCB assina acordo de mobilidade com S. Tomé C
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politécnico
Leiria com projeto internacional de Erasmus C
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mastiksoul, em entrevista
«A música de dança é a nova pop»
Mário Daniel é um dos ilusionistas portugueses da nova geração com maior destaque. Nesta entrevista ao Ensino Magazine revela pormenores de uma vida cheia de truques. C
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Universidade de évora
Algarve
Nova reitora quer áreas âncora C pub
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Ensino Magazine debate ética em encontro ibérico C
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Mário Daniel, ilusionista
«A magia pode ser para todas as idades» 6 Truques é o seu forte, mas Mário Daniel deixou-se de rodeios e decidiu abrir o livro e contar o segredo do seu sucesso. Nada na mão, nada na manga. Prefere ser chamado de mágico ou ilusionista? O termo mais correto é ilusionista. Contudo, o termo mais impactante e que chega mais facilmente às pessoas é mágico. Acho que esta frase pode elucidar em relação à forma como vejo o conceito de mágico e ilusionista. Um ilusionista utiliza truques como ferramenta para criar magia na mente dos espetadores. Começou com 14 anos, numa festa de Natal, num hospital da localidade onde nasceu, Peso da Régua. Sempre sonhou fazer da magia a sua profissão? Fui convidado para animar uma festa de natal do Hospital do Peso da Régua, cidade onde vivia e de facto, essa foi a primeira experiência para uma plateia. Mas o estudo na área da magia começou antes. Eu tinha 12 anos e comecei a ler um livro quase centenário de leitura difícil para um adolescente, chamado «Magia teatral», de Martins Oliveira. A partir daí nunca mais parei de pesquisar informação sobre a matéria. Fiquei completamente seduzido e comecei a sonhar fazer desta atividade a minha vida. Desde muito cedo me apercebi de que era mais do que um hóbi. Como é que a sua família e amigos reagiram? Os pais e os irmãos estiveram, desde a primeira hora, do meu lado. Mas outras pessoas próximas estavam mais céticas, por não acharem que fosse uma profissão de futuro. O tempo acabou por desmenti-las e sempre vivi exclusivamente da magia. Tem-se a ideia que são precisos recursos financeiros para ir longe. É mágico quem quer ou quem pode? Não é necessariamente assim. Numa fase inicial a magia não envolve muitos custos para se desenvolverem truques. Com elásticos, balões e outros artefatos é possível ensaiar truques fáceis e populares. Com um baralho de cartas pode fazer-se um espetáculo. Importa dizer que a magia divide-se em dois grandes grupos: «close up» e «palco». O «palco» é mais dispendioso, porque exige mais adereços, mas depende da performance que se pretende fazer. O «close up» é mais simples. Eu comecei com um apoio mínimo, de 100 ou 200 euros, e o resto foi conquistado por mim. Posteriormente, é que comecei a comprar os meus próprios
adereços. É natural que os ganhos suscitem investimentos. Hoje tem uma estrutura profissional a trabalhar consigo… Sim, muito profissional. Essa estrutura é fundamental para trabalhar a este nível. Entre pessoas que trabalham fixas, em parttime ou pontualmente, tenho uma produtora, aderecistas, um designer, um cenógrafo, uma assessora de comunicação, um carpinteiro, um serralheiro, uma costureira, um engenheiro eletrotécnico. Para além disso tenho parcerias com várias empresas que me dão apoio constante noutros departamentos como a produção de vídeos promocionais, fotografia, ou conteúdos para a internet.
pessoa que se empenhe pode ter êxito, com uma grande dose de imaginação, esforço e treino técnico. O nervosismo ainda se apodera de si sempre que faz um truque para uma plateia? Alguma ansiedade faz parte. É sinal que sentimos a responsabilidade do que estamos a fazer. É mau se afetar a performance. Curiosamente, o meu desempenho piora sempre que estou ansioso antes de entrar numa competição desportiva, mas na magia estar sob pressão acaba por melhorar o meu desempenho.
O segredo para o sucesso reside mais no talento nato ou na transpiração?
«Nada na mão, nada na manga» ou «não tentem fazer isto lá em casa», são frases associadas à magia. Com qual se identifica mais?
Acredito que tanto no trabalho como na vida, o sucesso vem de 95 por cento de esforço e 5 por cento de talento. Eu penso assim. A transpiração é fundamental, apesar de o talento poder ser um elemento facilitador. Mas sem trabalho ninguém chega ao topo. Veja o caso do Cristiano Ronaldo, se não trabalhasse diariamente como faz, nunca teria chegado ao nível que chegou, mesmo tendo um talento inato incrível. As ilusões são compostas por segredos, técnicas, truques que têm de ser estudados e ensaiados. Por mais talento e facilidade na aprendizagem que se possa ter ninguém nasce ensinado. Qualquer
Com o «nada na mão, nada na manga». A segunda frase está mais associada a uma magia que se cruza com o escapismo e o faquirismo, fusão da qual não sou especialmente adepto, a não ser quando o final do número de escapismo se revela um momento mágico e surpreendente. Como por exemplo, o efeito que apresentei no Zoomarine no Algarve, na segunda temporada dos «Minutos Mágicos», em que desapareço da caixa onde estou amarrado, para aparecer instantaneamente atrás do público. Não me agradam nem entendo o exemplo dos mágicos que ficam presos a um colete-de-forças e
que depois simplesmente se libertam. Incomoda-o ser apontado como o sucessor de Luís de Matos? Não, de todo. O Luís foi uma referência para a minha geração e atingiu o topo da carreira numa determinada época. Saber que o público reconhece que eu agora estou nessa posição, enche-me de orgulho. O nosso trabalho é tão distinto que não poderei nunca ser visto como o sucessor que imitou o percurso dele. O que é que os distingue? Acho que somos tão diferentes que os únicos pontos em comum que encontro são o facto de fazermos ilusões e sermos uma forte influência na geração seguinte. Faz os «Minutos Mágicos» desde 2010, na SIC. Qual é o maior desafio? Deixe-me dizer, previamente, que a equipa que me acompanha é muito responsável pelo êxito do programa. A produtora «Ideias com Pernas» e o trabalho de realização do meu irmão, David Mendes, são de uma grande importância. Passamos quatro dias numa cidade do país para gravar 45 minutos de programa. O maior desafio é desenvolver todas as ilusões que já gravámos. Até este momento já foram pensadas, ensaiadas e gravadas 270 ilusões diferentes! É também desafiante abordar quem passa nas ruas, ;
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muitas vezes, logo pela manhã, quando a disposição das pessoas não é a melhor, e procurar captar uma reação.
Tenho feito algumas apresentações em escolas e o interesse dos mais novos é inquestionável. Como refere, existem pontos de contacto entre a magia e o xadrez e estou em crer que podia ser uma atividade extra curricular excelente, com mais valias para adolescentes e pré-adolescentes, por estimular a imaginação. Ao nível da compreensão é de um detalhe extraordinário, com benefícios formativos e pedagógicos. Tenho um amigo que entrou no curso de Medicina e que garante que ganhou um novo traço de personalidade por via da magia, melhorando a sua capacidade de apresentação e comunicação.
Já no seu espetáculo em exibição, «Fora do Baralho», não tem a possibilidade de repetir os números… Essa é ao mesmo tempo a maior dificuldade e o maior estímulo. Estamos num teatro, perante a plateia, sem rede e sem margem para errar. Falava-me há pouco da ansiedade, e devo confessar que curiosamente os meus níveis de ansiedade são menores no «Fora do Baralho» do que no «Minutos Mágicos», o que pode parecer estranho, mas passo a explicar. O “Fora do Baralho” apesar de ser apresentado ao vivo, é um espetáculo ensaiado ao segundo, em que o controle das variáveis é tremendo. Nos «Minutos Mágicos» nem sempre tenho o tempo ideal para ensaiar cada uma das ilusões, apesar de poder repetir se alguma coisa correr menos bem, isso não me deixa nada confortável perante as pessoas que estão a assistir à gravação. Apesar de a maioria das pessoas me conhecerem pelo meu trabalho em televisão, considero que o meu espetáculo ao vivo supera largamente o que faço em televisão.
É licenciado em educação física. Perdeuse um bom desportista, mas ganhou-se um mágico? O mundo do desporto sempre me fascinou. Fui atleta federado em várias modalidades e há já vários anos que pratico ténis, em média três vezes por semana, e mais esporadicamente faço mergulho e caça submarina. No entanto, muito cedo (ainda durante o curso) me apercebi que seria melhor e mais feliz como ilusionista do que como professor. Como cidadão, como vê as convulsões em que tem estado mergulhado o setor da educação em Portugal, não só no básico e secundário, mas também no ensino superior?
De que forma sintetizaria em poucas palavras o «Fora do Baralho»? É uma performance muito original, tanto na forma como no conteúdo. Mistura a magia e o teatro, em que existe uma narrativa com princípio, meio e fim. Conta a história de um mágico que está num atelier a tentar criar o seu próximo espetáculo. Nesse mundo existem outras personagens, a empregada que detesta ver tudo desarrumado, ou o artesão das ilusões do Mário. Numa relação muito divertida, e invocando os valores da amizade, cooperação e família, fazem com que os “truques” surjam de forma natural no decorrer da narrativa e se transformem em verdadeira magia! Este espetáculo tenta passar a mensagem que as pessoas talentosas podem estar mesmo ao nosso lado, só que nem sempre reparamos nisso. O que é no fundo revelador da minha história pessoal, o realizador do meu programa é o meu irmão David Mendes e a minha produtora é a minha mulher Cláudia Pedrosa. No seu sítio oficial na internet diz que tem particular atenção ao «efeito cénico especial». Pode trocar por miúdos esta afirmação? A mesma ilusão, apresentada de formas diferentes por mágicos diferentes, obtém reações do público totalmente distintas. É a atenção com os detalhes, como a apresentação, a música, a luz, o texto, o cenário que podem ou não envolver a ilusão que farão toda a diferença no que o público vai sentir. Não o truque em si. Em Lisboa, no final de setembro, todos os seus espetáculos no Teatro Trindade esgotaram. Isso é revelador do feed back que existe perante a magia? No fundo, é essa a minha maior alegria, poder mostrar ao maior número de portu-
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gueses, e aos programadores dos teatros em Portugal que a magia tem público desde que os espetáculos tenham qualidade. Acabámos cada uma dessas sessões com ovações de pé, o que chegou a acontecer antes do espetáculo estar terminado! A magia é uma arte como as outras, existirão bons e maus artistas, bons e maus espetáculos ou simplesmente espetáculos que se adaptam a um tipo de público e não a outro… Está a querer dizer que existe algum preconceito contra a magia? Sim, digo-o sem problemas: há preconceito em relação à magia. E há exemplos disso. O meu programa demorou cinco anos desde o nascimento da ideia até ao primeiro episódio ser exibido nos ecrãs. Os responsáveis tiveram medo de arriscar. Na primeira emissão, devido à escassa promoção, as audiências não foram brilhantes, mas nas semanas seguintes registou-se um salto notável no número de telespetadores devido ao passa a palavra. Passado pouco tempo liderávamos os sábados da SIC e da concorrência. Está ultrapassado o cliché de que a magia é para crianças e pode ser dos 8 aos 80? Infelizmente penso que esse cliché ainda existe em Portugal… A magia, tal como um espetáculo de música, teatro, dança ou ou-
tro, pode ser para todas as idades. Qualquer espetáculo pode ser concebido para uma faixa etária especifica, grupo, empresa, cultura… Tal como no cinema, também existem espetáculos de magia interditos a crianças.
É uma situação lamentável. A educação é a base estrutural de qualquer sociedade. E o desinvestimento no ensino superior, como está a verificar-se, tira força ao país. A emigração dos jovens é outro problema. É provável que um dia regressem, mais qualificados, com mais iniciativa e com mais experiência, mas é uma incógnita. Contudo, não vejo tudo negro na atual situação. O empreendedorismo e as exportações estão a crescer e creio que é possível estar razoavelmente otimista. O que esteve ou está desequilibrado, tende, aos poucos, a equilibrar-se. Se lhe surgisse uma proposta milionária deixava Portugal?
Pensa exportar os seus espetáculos? É uma possibilidade. Estou a conquistar o meu espaço e a abrir portas. Quem sabe se não saímos de Portugal por uma temporada? Internacionalizar o programa “Minutos Mágicos” seria a melhor porta de saída… Vamos ver o que o futuro nos reserva. Tem um jogo chamado «A magia de Mário Daniel» e na forja está um livro com o resumo dos seus truques. É exagero dizer que está a nascer a marca Mário Daniel? Sim, acredito que o nome já é uma marca. Uma caixa de magia ou um espetáculo promovidos em Portugal não venderá o mesmo com e sem o nome associados. Daí que a ex Majora agora Olivo, me tenha proposto associar a minha imagem e nome aos seus produtos. A magia pode ser, de alguma forma, associada ao xadrez, como atividade capaz de estimular o cérebro. Imagina-a como uma atividade complementar ao ensino e à vida de um estudante?
Não punha de parte viver uma temporada noutro país se sentisse que poderia impulsionar ainda mais a minha carreira, mas não troco Portugal por nada. É cá que tenho a minha família e amigos. O dinheiro não é tudo e prefiro não ser “escravo” do capitalismo. Portugal só lá vai com um passe de mágica? Só se o passe de mágica não fosse para agir sobre os problemas, mas sobre o que levaria à solução. Não basta remendar o buraco, mas perceber como resolver para que não se repita. As pessoas com poder de decisão deviam pensar mais nos outros do que no seu umbigo. Não é aceitável que os escândalos se sucedam enquanto os portugueses desenvolvem esforços enormes para ajudar o país. É preciso manifestar de forma veemente o nosso desagrado. K Nuno Dias da Silva _ Direitos Reservados H
Ciências do Ensino Secundário Nova marca da Covilhã
UBI cria academia
Receção ao Caloiro 2014 na UBI
6 A Universidade da Beira Interior (UBI) vai criar uma academia de ciências para estudantes do ensino secundário, com o objetivo de “desenvolver um programa de excelência” na formação da matemática, física e química, garante o reitor, António Fidalgo, que anunciou o projeto em outubro, na cerimónia de abertura do ano académico. Será feita uma parceria com as escolas secundárias da Cova da Beira que se prende com a necessidade de continuar a cativar alunos, principalmente para os cursos que têm menos procura, os que têm como base as engenharias e as ciências. “Não basta fazer análises, é preciso agir (...). Queremos que essas escolas tenham os melhores alunos nacionais nessas disciplinas. Por isso, formaremos uma jovem academia de ciências, em que os melhores alunos das escolas secundárias nessas disciplinas virão para a UBI, um dia inteiro por semana, para aqui serem envolvidos num ambiente académico intenso”, esclareceu António Fidalgo. O reitor fez uso do ditado popular que diz “de pequenino se torce o pepino” para sublinhar que é “nos escalões iniciais da educação escolar que tem de ser desenvolvido o cultivo do estudo e o espírito de exigência imprescindíveis para o aproveitamento”.
Festa de recordes
O industrial, o gestor e o cientista
Ex-aluna da UBI cria imagem 6 “Covilhã a tecer o futuro” é o slogan do novo símbolo do município covilhanense, que foi apresentado a 20 de outubro, aquando das comemorações do dia da cidade. Para a criadora, Ana Gonçalo, “o símbolo significa construção feita com a interajuda, a ligação, o cruzamento das várias valências da cidade “. Ana Gonçalo acrescenta ainda que “a estrutura é a ilustração de um cruzamento de linhas que desenha uma estrutura básica da
6 A olhar para as dificuldades do país, a Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) baixou os preços do bilhete geral e os resultados ficaram à vista: cerca de 20 mil pessoas passaram pela ANIL ao longo da Semana. Os bilhetes gerais esgotaram depressa e toda a estratégia montada pela Associação cumpriu com os objetivos estabelecidos. “Tudo se proporcionou para que mais estudantes tivessem a oportunidade de ter o seu bilhete geral. Ao terceiro dia do evento, primeiro dia no recinto de espetáculos, os bilhetes gerais esgotaram. Por uma questão financeira colocámos 1500 pulseiras gerais à disposição dos alunos e ao início da madrugada já tinham esgotado. A redução de preços dos bilhetes, e consequentemente do orçamento do evento, foi uma aposta ganha”, afirma Marco Saldanha, presidente da AAUBI. O presidente da AAUBI des-
tecelagem. Se falhar um fio num tecido este está mais sujeito a rasgar, pois não está tão sólido. Se houver ligação entre o todo, cada parte será mais forte”. Foi com muito orgulho que viu o seu trabalho ser escolhido para representar a cidade da Covilhã. “Saber que se deixa uma marca, uma pegada nossa neste mundo, por mais pequena que seja e com todo o esforço que isso implica é muito gratificante”, refere a exaluna da UBI. K
tacou ainda uma das novidades deste arranque de ano letivo, a Semana de Integração Solidária, promovida no contexto do Programa de Integração ao Caloiro. Através desta iniciativa os novos alunos da universidade, em conjunto com os seus colegas de curso, promoveram atividades solidárias junto de diversas entidades de serviço público da cidade. Para Marco Saldanha os resultados estão à vista “com a realização de iniciativas que ajudaram as instituições. Nesse sentido, decidimos premiar Engenharia Aeronáutica como o curso com melhor desempenho. Contudo, o prémio devia ser entregue a todos os alunos que participaram neste projeto e ainda aos nossos parceiros, a AJAS e o Forum Veteranum”.Com o fim da Receção ao Caloiro 2014 terminou também a praxe, mas fica a certeza que a UBI e a cidade ganharam novos alunos e novos projetos para o futuro. K
No seu discurso, António Fidalgo recordou ainda que “o início de um novo ano letivo é sempre marcado pelos resultados do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, ou seja, pelo preenchimento das vagas postas a concurso. De facto, havendo mais vagas do que candidatos nos últimos anos, a captação de alunos tem sido a preocupação primeira das universidades e politécnicos do Interior de Portugal. É a própria sustentabilidade das instituições que está em jogo”. O reitor da universidade acrescentou: “A UBI tem revelado ao longo dos anos uma resiliência notável e a taxa de preenchimen-
to tem sido elevada, rondando os 80% nos últimos anos na 1ª fase do CNA, percentagem que depois sobe significativamente nas outras fases. Convém lembrar que em 2000 essa taxa foi de 60%, que, graças à abertura de novos cursos nas áreas das artes e da saúde, passou para 70% em 2001 e 2002, que desceu para 63% em 2005 e em 2008, 2009 e 2010 esteve acima dos 90%. Tem havido uma agilidade na adequação da oferta à procura, um aumento da qualidade científica e pedagógica e um esforço notável por parte dos departamentos e dos núcleos da Associação Académica na atração de novos estudantes”. K
Honoris Causa na UBI 6 Paulo de Oliveira, Zeinal Bava e Carlos Salema receberam doutoramentos Honoris Causa na sessão solene de abertura do ano letivo da Universidade da Beira Interior, realizada a 21 de outubro, reconhecendo assim os contributos daquelas personalidades pelos contributos prestados para o evoluir da UBI, mas também pelo que fizeram a nível nacional nos campos da ciência e economia. Dois dos doutoramentos Honoris Causa tiveram uma carga simbólica específica. Do lado da tradição, Paulo de Oliveira. Um dos mais importantes herdeiros da tradição laneira da cidade, gestor de um grupo que emprega cerca de 1200 pessoas e é o maior produtor da Península Ibérica deste setor. Do outro, Zeinal Bava, antigo responsável pela Portugal Telecom (PT), que teve um papel decisivo no colocar da cidade no mapa da
evolução tecnológica, com a decisão de construir na Covilhã o Data Center, que é também a ponte para o aprofundamento da ligação com a UBI. Já Carlos Salema, 72 anos, engenheiro eletrotécnico, representou no trio de homenageados o académico e o científico. Na qualidade de presidente do Instituto
de Telecomunicações (IT), proporcionou a instalação de um laboratório externo na Universidade e, anos mais tarde, uma delegação. Foi membro da Assembleia Estatutária da UBI e o primeiro presidente do Conselho Geral da instituição, entre 2009 e 2013. K Rodolfo Pinto da Silva _
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Pela Câmara da Covilhã
UBI e Sócrates distinguidos
6 O papel dinamizador nos campos científico e económico da Universidade da Beira Interior (UBI) foi este ano reconhecido pela Câmara da Covilhã, com a entrega da Medalha de Mérito Municipal - Categoria Ouro à instituição, no decorrer das comemorações do 144º aniversário de elevação da Covilhã a cidade. “A Universidade da Beira Interior - através das suas várias faculdades, serviços e centros de investigação e com um corpo docente altamente qualificado - é hoje um dos motores de desenvolvimento mais pujantes e vitais da nossa cidade”, justificou o presidente da autarquia, Vítor Pereira. “Todos os anos, através delas recebemos milhares de alunos de todo o país e de todo o mundo”, acrescentou. A dinamização de parte significativa da economia, a produção científica, de inovação, de criação, de cultura e de vanguardismo, que “coloca a Covilhã num nível de prestígio internacional”, foram outros motivos avançados pelo autarca. O reconhecimento deixou o reitor António Fidalgo satisfeito e lembrou que a história da cidade está presente na própria instituição. “Nós ainda hoje continuamos a falar do Polo IV como sendo o Ernesto Cruz, uma fábrica, continuamos a falar das nossas faculdades como sendo as antigas fábricas, e o que é facto é que a Covilhã fabril renasceu, mas uma parte substancial foi convertida em faculdades. E, neste momento, nós temos aqui um verdadeiro renascimento da Covilhã, transformando uma cidade industrial, numa cidade universitária”, defendeu o reitor, manifestando a intenção de continuar a colaborar com a região. Ainda que indiretamente, a UBI acabou por estar envolvida no principal tributo da tarde, com a entrega das chaves da cidade ao ex-Primeiro-Ministro, José Sócrates. A Faculdade de Ciências da Saúde é tida como investi-
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Com universidade brasileira
UBI amplia parceria
http://www.cm-covilha.pt/ H
mento que teve o seu apoio, e é um dos exemplos avançados por Vítor Pereira da influência do antigo chefe de Governo na cidade e na região, acrescentando à lista a autoestrada A23, Programa Polis, eletrificação da linha da Beira Baixa, recuperação do antigo Sanatório. “Como seria hoje a nossa agricultura sem o Regadio da Cova da Beira? Como seria hoje a Covilhã e a região sem o gás natural, que apenas estava programado para a faixa litoral do país”, questionou Vítor Pereira, ao listar os empreendimentos que não resultaram todos da decisão de José Sócrates, mas que foram decididos por governos que integrou.
Já o ex-líder socialista reconheceu que ainda tem dívidas para com a Covilhã, que espera saldar brevemente, com uma série de escritos. Na cidade recorda o local onde o pai “foi feliz”, mas também os valores que adquiriu. “Foi-me oferecido viver num local que era no Interior do país o mais industrial. Portanto, onde a divisão entre classes era mais visível e mais agressiva até. Aqui não havia igualdade de oportunidades. Aqui não havia escola para todos. Aqui não havia acesso à saúde para todos. Foi por isso que, de forma instintiva e natural, a valorização da igualdade fez de mim aquilo que sou: um socialista”, concluiu. K
6 A Universidade Presbiteriana Mackenzie, do Brasil, e a Universidade da Beira Interior (UBI) vão ampliar o protocolo de cooperação que ligava as duas instituições na área da gestão, estendendo-o à arquitetura, jornalismo, nanotecnologias, engenharia civil e medicina. Os princípios desta ligação foram tema de conversa no passado dia, 24 de outubro, quando Benedito Aguiar Neto, reitor da Mackenzie, visitou a UBI e passou pelas suas várias faculdades. “Achei as instalações muito boas e saímos daqui bastante impressionados com o que vimos”, referiu o responsável brasileiro, especialmente agradado com o que viu “na área das engenharias e Faculdade de Medicina”. A boa impressão causada justifica desde logo que estejam lançadas as bases para o aprofundar da ligação entre as duas entidades. “Eu creio que o que nós temos lá é compatível e se complementa em algumas áreas”, sublinhou Benedito
Aguiar Neto, elegendo a dupla titulação como um dos trabalhos que pode ser realizado em conjunto: “A ideia é que possamos ter alunos da UBI na Universidade Presbiteriana Mackenzie e vice-versa, complementando em ambos os casos os seus estudos e adquirindo diplomas que valem para o aluno português a possibilidade do exercício profissional no Brasil e do estudante brasileiro em Portugal”. A colaboração com esta universidade que tem mais de 40 mil alunos abrangerá a formação e intercâmbio de estudantes e corpo docente. “É muito provável que, num futuro próximo, venhamos a ter professores da Universidade Mackenzie a trabalhar connosco em regime de pós-doc, ou candidaturas comuns, num programa PortugalBrasil que vai abrir muito em breve”, especifica João Canavilhas, vice-reitor com a área da Internacionalização. K Rodolfo Pinto da Silva _
Federação europeia de engenheiros
Professor do Minho preside 6 José Vieira, professor catedrático da Universidade do Minho, é o primeiro português a presidir a Federação Europeia das Associações Nacionais de Engenharia (FEANI), que representa quatro milhões de membros de 33 países. A sua eleição para o triénio 2014-17, por unanimidade, decorreu na assembleia-geral do organismo, em Gdansk, Polónia. José Vieira sentese “muito honrado” pelo cargo, que prestigia a engenharia de Portugal, a Ordem dos Engenheiros e a Universidade do Minho. “Pretendemos ter uma voz única para os engenheiros na Europa, reforçar a visibilidade do seu valor para a sociedade dos nossos dias e promover o reconhecimento mútuo das suas qualificações”, resume José Vieira. Apesar da sua alargada representatividade, a FEANI quer ter uma ligação forte à Comissão Europeia, também se-
diada em Bruxelas. “Vou em breve propor um grande projeto à escala europeia, cobrindo as dimensões política, social e tecnológica”, adianta. Outra intenção é envolver os governos dos vários países membros da FEANI, que ultrapassam a geografia da UE, e fazer lobbying para atrair a juventude aos cursos superiores de engenharia, os quais têm registado uma crise de vocações. K
Prémio Douro Empreendedor
Adesão bate recorde 6 A adesão à 2ª edição do Prémio Douro Empreendedor, destinado à área das expressões artísticas, superou as expectativas da organização, que recebeu mais do dobro das candidaturas da primeira edição, num total de 101, sendo 32 vídeos e 69 cartazes. Nas candidaturas empresariais, participaram 64 empresas da região, 32 na categoria de novas empresas, 22 na categoria de empresas com mais de dois anos e 10 na categoria de turismo internacional, num total que corresponde a 35 milhões de euros de investimento e geradoras de 19 milhões de euros de volume de negócios, nos sectores de atividade turismo, restaura-
ção, serviços - serviços de saúde em particular - e tecnológicas. O reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), António Fontainhas Fernandes considera que “a forte participação de criativos na 2ª edição do Prémio Douro Empreendedor é relevadora de uma região que envolve e emociona, que inspira. Esta é uma vertente fundamental na área do turismo, sector em que a diferenciação e a oferta de experiências únicas se tornaram essenciais. A afirmação da riqueza paisagística que possuímos faz-se também por estes caminhos, mais criativos e geradores de comunicação artística”. K
Nobel da Física 2014
Aveiro citada pelo Nobel 6 Investigadores da Universidade de Aveiro (UA) foram responsáveis por contributos significativos nos avanços na tecnologia LED azul distinguidos com a atribuição do Prémio Nobel da Física aos cientistas Isamu Akasaki, Hiroshi Amano e Shuji Nakamura. A relevância do trabalho desenvolvido pelos investigadores portugueses está patente nos trabalhos em coautoria com os laureados e na citação que estes mereceram na investigação que conduziu ao prémio Nobel da Física de 2014. A participação do Departamento de Física da UA na área de investigação de materiais da família dos nitretos para aplicação em díodos emissores de luz (LED) azul, em que foi pioneira a nível nacional, remonta aos anos 90. Em 1996, iniciou-se o projeto multidisciplinar e
internacional “Rainbow”, financiado pela Comunidade Europeia, que na UA foi coordenado por Helena Nazaré e Estela Pereira e fortaleceu redes internacionais de colaboração entre os cientistas que trabalhavam nesta área. Em consequência, e fruto da capacidade de investigação ao nível da caraterização ótica e estrutural de materiais semicondutores, nomeadamente no GaN e na liga ternária de InGaN, que é o material emissor central nestes dispositivos, os investigadores da UA (Estela Pereira, Teresa Monteiro, Rosário Correia e Sérgio Pereira) desenvolveram trabalhos onde também participaram dois dos laureados com o prémio Nobel da Física 2014, um dos quais integra um capítulo de um livro desta área de investigação. K
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UNIVERSIDADE DE ÉVORA
Reitora quer áreas âncora
6 “Devemos clarificar os domínios onde queremos ser mais fortes e alinhar essas opções com as estratégias delineadas para o país e para a região”, disse Ana Costa Freitas, reitora da Universidade de Évora, durante a sessão solene que marca o início do ano letivo, que teve lugar no passado dia um de novembro. Para a reitora, a Universidade de Évora deve clarificar “o rosto com que se apresenta ao mundo”. Ou seja, definir quais as áreas científicas e artísticas que são capazes de aprofundar a diferenciação da instituição relativamente “às suas congéneres e, em consequência, assegurar a sua sustentabilidade não só económica e financeira, mas também, científica e pedagógica”. Para além das áreas âncora, Ana Costa Freitas referiu que a internacionalização do ensino superior “é a via que potencia o incremento da investigação científica, da produção artística e do desenvolvimento tecnológico e, consequentemente, garante aos estudantes uma formação mais sólida e mais atual”. A reitora considera que as universidades portuguesas, especialmente a Universidade de Évora, dependem “hoje do grau de internacionalização que conseguirem atingir para serem reconhecidas e apreciadas no contexto internacional, para se afirmarem como motores de desenvolvimento nos contextos nacional e regional; mas também para participarem no esforço nacional de incremento da economia através da exportação do conhecimento”. Só com a internacionalização, e segundo aquela dirigente, a universidade “promove-se internacionalmente como centro de saber re-
levante, reforça a sua atratividade, revigora a sua capacidade científica, tecnológica e artística, e conseguirá ainda, por via dos projetos em que se insere, angariar recursos financeiros indispensáveis à sua própria manutenção e desenvolvimento”. Dirigindo o seu discurso para a reestruturação do ensino superior, a reitora da Universidade de Évora sublinhou que “é nossa convicção de que, mais importante do que conceber e edificar grandes arquiteturas institucionais de âmbito regional, reside a importância da criação de redes de cooperação científica e pedagógica que gerem sinergias entre diversas instituições e potenciem, aos cidadãos, ofertas formativas de qualidade”. Assim, disse que o Mestrado em Enfermagem em conjunto com os Institutos Politécnicos de Portalegre, de Beja, de Setúbal e de Castelo Branco constitui um “exemplo” da reestruturação do ensino superior.
Para Ana Costa Freitas a reorganização do ensino superior “é um caminho que devemos continuar a percorrer, estabelecendo parcerias estratégicas com a plena convicção de que a Educação, no geral, e o ensino superior em particular, não são um custo, mas sim um investimento”. Para a reitora “qualquer política que seja meramente economicista apenas acentuará, não só a falta de coesão territorial mas também se refletirá, a prazo, num atraso que o país não poderá suportar, por demasiado gravoso para a sua própria existência enquanto nação independente”. Logo, disse que o papel das instituições de ensino superior no desenvolvimento territorial “é a essência de um projeto que iremos desenvolver com outras instituições do ensino superior, nacionais e estrangeiras”. K Noémi Marujo _
À maior central Fotovoltaica da Europa
Algarve leva profissionais 6 A Universidade do Algarve acaba de organizar uma ação de formação especializada em Gestão Sustentável de Parques Industriais que incluiu uma visita ao Parque Fotovoltaico da Amareleja, que produz anualmente 93.000 KWh de energia, que pode alimentar mais de 30 mil lares portugueses e evita a emissão de mais de 89.000 toneladas anuais de CO2. No mesmo dia, 13 de outubro, estiveram ainda no Parque Tecnológico de Moura, nomeadamente à Lógica, SA, empresa inserida no projeto da central fotovoltaica onde existe o único laboratório nacional certificado para testes a painéis so-
lares. Aqui, o grupo de 30 formandos, composto por profissionais de diversas áreas, de autarquias e gestores de parques industriais algarvios, puderam ficar a conhecer, não só o laboratório de testes, mas também algumas soluções inovadoras que podem vir a ser aplicadas em construções sustentáveis.
No balanço final, os participantes consideraram que a formação foi uma mais-valia, contribuindo, assim, para os trabalhos que desenvolvem diariamente, podendo emanar pareceres no que respeita ao desenvolvimento de infraestruturas e de mecanismos que promovam a sustentabilidade. K novembro 2014 /// 07
Escola Superior de Gestão do IPCB
Escola quer mudar de nome
6 Ana Rita Garcia foi reconduzida no cargo de diretora da Escola Superior de Gestão (ESGIN) do Instituto Politécnico de Castelo Branco, com sede em Idanha-a-Nova. A tomada de posse decorreu no auditório da ESGIN, numa cerimónia onde estiveram presentes colegas e dirigentes do IPCB, estudantes e representantes das forças vivas do concelho e da região. Também Sara Brito Filipe foi reempossada, na ocasião, como subdiretora da escola. Ana Rita Garcia usou da palavra para defender que é necessário “salvaguardar o que foi conquistado” pela ESGIN e continuar a “contrariar os profetas da desgraça que vaticinam o fim” da escola, que este ano letivo aumentou em cerca de 20% o número de matrículas. “As avaliações dos alunos sobre esta escola revelam que fomos capazes de criar um ambiente de harmonia e fraternidade. A solidariedade entre os colegas gera muita fé nas capacidades e poten-
Luís Correia, presidente da Câmara de Castelo Branco, entregou 4 prémios
cialidades de muita gente que aqui trabalha”, referiu. A diretora sugeriu ainda a alteração da designação da Escola Superior de Gestão para um nome que identifique com maior clareza a oferta formativa, nomeadamente os cursos na área da gestão mas também do turismo, do direito, da hotelaria e da restauração. A cerimónia contou com intervenções do presidente do IPCB, Carlos Maia, do presidente da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, Armindo Jacinto, do presidente
da Associação de Estudantes da ESGIN, Francisco Passinhas, e de Nuno Guerra em representação de Ana Paula Castela, presidente do Conselho de Representantes. O presidente da Câmara de Idanha-a-Nova enalteceu a continuidade da “equipa dinâmica” que tem liderado a ESGIN, formada por Ana Rita Garcia e Sara Brito Filipe. “Mais do que apoiarmos esta escola, hoje somos parceiros no desenvolvimento do concelho de Idanha, desta região e do país”, concluiu Armindo Jacinto. K
O diretor do Ensino Magazine entregou ao presidente do IPCB um dos dois prémios
José Sócrates apresentou livro de Valter Lemos
A OCDE na educação 6 O ex-Primeiro Ministro, José Sócrates, terá apresentado, no passado dia 10, já depois do fecho da nossa edição, no auditório da Escola Superior de Educação, o livro “A influência da OCDE nas políticas públicas de educação em Portugal”, da autoria de Valter Lemos. O livro é editado pelas Edições Almedina, e a sessão de apresentação teve entrada livre e foi realizada a convite do Instituto Politécnico e da Câmara Municipal de Castelo Branco. No entender o autor do livro, que desempenhou cargos de Secretário de Estado nos dois governos de José Sócrates, “este livro mostra que as políticas públicas que estiveram presentes na educação portuguesa nos últimos 50 anos tiveram uma importante influência da OCDE na mudança para uma escola mais democratizada, na consolidação de um sistema educativo mais estruturado e universal e na convergência de políticas para a melhoria dos resultados educativos”. O livro que resulta da tese de doutoramento de Valter Lemos, explica o papel da OCDE nas políticas públicas de educação em Portugal. “A OCDE é uma das organizações que tem tido um papel destacado nas políticas de educação e que
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Armindo Jacinto, presidente da Câmara de Idanha, premiou a melhor aluna da ESGIN
IPCB
assumiu maior visibilidade com o programa PISA. A sua ação em Portugal iniciou-se nos anos 60 e prolongou-se até à atualidade através de vários mecanismos como a produção de ideias, a produção de dados e a avaliação de políticas. Numa primeira fase o principal instrumento foi o Projeto Regional do Mediterrâneo, tendo ocorrido uma mudança de paradigma na política educativa portuguesa. Numa segunda fase teve lugar o Exame à Política Nacional de Educação, que veio influenciar a estabilização dos eixos estruturantes dessa política. Na terceira fase os instrumentos usados foram a produção e divulgação de indicadores educacionais, constituídos como standards e benchmarks, vindo a ocorrer uma convergência com as políticas e os referenciais da OCDE”, refere.
Valter Lemos, docente no Instituto Politécnico de Castelo Branco e no ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa, é o primeiro doutorado em Portugal na especialidade de Políticas Públicas. Valter Lemos iniciou a sua carreira profissional como professor do ensino secundário, tendo realizado estágio pedagógico naquele nível de ensino, com a classificação máxima de 20 valores. Foi presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco de 1996 a 2005, eleito em três mandatos consecutivos. Mais recentemente esteve no exercício de funções governativas, tendo sido Secretário de Estado da Educação de 2005 a 2009 e do Emprego e Formação Profissional de 2009 a 2011. É também, desde 2002, presidente da Assembleia Municipal de Castelo Branco. K
Magazine dá prémios de mérito a alunos 6 A cerimónia serviu também para a entrega dos prémios de mérito aos melhores alunos do IPCB. O Ensino Magazine atribuiu dois prémios aos alunos Gisela Santos (ESART) e Ricardo Lopes (melhor trabalhador estudante do IPCB), cumprindo assim um dos seus objetivos sociais, reconhecendo “o esforço que os alunos e as instituições desenvolvem”. Para além do IPCB, o Ensino Magazine tem entregue prémios aos melhores alunos de diferentes instituições de ensino superior parceiras, casos da Universidade da Beira Interior, ou dos institutos politécnicos de Leiria, Guarda e Portalegre. Ao nível autárquico também houve prémio: a Câmara de Castelo Branco distinguiu a melhor aluna de licenciatura da ESE, Natércia Valentim, tendo ainda entregue,
através do Centro de Empresas Inovadoras prémios complementares aos três primeiros classificados do Concurso Poliempreende. Por sua vez a Câmara de Idanha-a-Nova, entregou o prémio de mérito ao melhor aluno da Escola Superior de Gestão, Alexandra Correia, enquanto que a Junta de Freguesia de Castelo Branco distinguiu o melhor aluno natural ou residente em Castelo Branco (João Delgado, da ESART). No setor privado, o banco Santander Totta entregou dois prémios aos alunos Daniel Lopes (ESA) e Adriana Sousa (Esald), e os primeiro e segundo prémios do Concurso Poliempreende; e a Delphi distinguiu o aluno José Vicente (EST). A empresa Agapito Seguros entregou o terceiro prémio do concurso Poliempreende. K
Instituto politécnico de castelo branco com mais alunos
Reestruturar o IPCB 6 O presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco, Carlos Maia, defendeu, no 34º aniversário do IPCB a reestruturação da instituição, num ano letivo em que o número de alunos colocados no primeiro ano das licenciaturas aumentou. “No IPCB, tivemos um aumento do número de alunos do 1º ano, provenientes de todos os regimes, como mais 86 matriculados do que no ano passado, nos cursos de licenciatura. Além disso, de entre os colocados na primeira fase, 63% conseguiram lugar na primeira opção, o que demonstra a adequação da oferta formativa do IPCB às preferências dos estudantes”, começou por referir. A reestruturação será feita, segundo Carlos Maia, “no sentido de a adequar às novas realidades, visando três objetivos essenciais: a implementação de práticas que contribuam para a elevação dos padrões de qualidade e de produtividade; o reforço da coesão interna da Instituição; o reforço da visibilidade e imagem do IPCB na comunidade”. No entender de Carlos Maia podem existir “vários modelos que podem suportar a nova arquitetura institucional”, por isso, “será proposto ao Conselho Geral a avaliação das van-
tagens e desvantagens do atual modelo, para que, posteriormente, possa ser desencadeado um debate aprofundado, e participado por todos os corpos da instituição e pelos stakeholders. A decisão que melhor sirva os interesses do IPCB e da região resultará, pois, da auscultação e da análise dos vários intervenientes”. Não abrindo o jogo sobre qual a sua
posição nesta reestruturação, Carlos Maia adiantou que “estas alterações conduzirão a uma revisão estatutária no sentido de adequar o Politécnico à nova conceção organizacional (unidades orgânicas, órgãos, serviços e competências)”. Para Carlos Maia, “pretende-se beneficiar simultaneamente das especificidades e expe-
riências de cada unidade orgânica ou serviço, partilhar recursos (humanos, financeiros e materiais), garantir a sua eficiente utilização e melhorar de forma continuada a prestação do serviço”. O presidente do IPCB classificou esta “transformação de fundamental”, a qual será feita “com toda a serenidade, mas com determinação e confiança”. K
Politécnico faz parceria
Acordo com S. Tomé e Totta 6 Numa cerimónia que ficou marcada também pela assinatura de acordos institucionais, com a Universidade de S. Tomé e Príncipe com vista à mobilidade de estudantes e docentes e à cooperação científica entre as duas instituições; e com o Banco Santander Totta, que será parceiro durante este quadriénio, o presidente do IPCB Carlos Maia lembrou também outras parcerias estratégicas. Exemplos disso, são os acordos com as Câmara de Castelo Branco, Covilhã, Belmonte, Fundão, Idanha-a-Nova, Oleiros, Proença-a-Nova, Penamacor e Vila Velha de Ródão, que garantem bolsas de estudo a alunos desses concelhos; ou com a Universidade Aberta, que permite o início de cursos a distância, por parte do Politécnico. Num discurso objetivo, Carlos Maia foi claro quanto à importância das instituições de ensino superior no interior do país, lembrando que no caso dos politécnicos o retorno por cada euro investido pelo Estado é de cerca de 3 a 8 euros para as regiões em que estão inseridos. “As IES do interior têm sido determinantes para evitar que a assimetria com o litoral seja ainda mais gritante”, disse. O presidente do Politécnico voltou a sublinhar que a “qualificação dos cidadãos é a única forma de aumentar a produtividade, a atratividade e a competitividade. Portugal tem uma meta para atingir no âmbito do Horizonte 2020 que aponta no sentido de 40% dos cidadãos na faixa etária entre os 30 e os 34 anos deverem ser titulares de um diploma superior. Em finais de 2013 apenas 29,2% dos cidadãos portugueses cumpriam esse requisito”. E alertou: “com o aumento do desemprego em Portugal temos vindo a assistir à
crescente desvalorização da titularidade de um curso superior, o que talvez justifique que o número de candidatos ao ensino superior tenha sido inferior a metade do número de candidatos a um conhecido reality show da nossa televisão”. Carlos Maia destacou ainda o facto do IPCB coordenar o consórcio ErasmusCentro, constituído pelos oito institutos politécnicos da região Centro e por diversas entidades empresariais, como o Conselho Empresarial do Centro/Câmara de Comércio e Indústria do Centro (CEC/CCIC), que integra 41 estruturas associativas empresariais, núcleos empresariais e câmaras municipais. Nesse âmbito serão assegurados 300 processos de mobilidade internacional destinados a alunos, diplomados e não docentes, com um orçamento de 700 mil euros. A terminar, lembrou a abertura das novas instalações da Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco, as quais estão em funcionamento. “A obra é hoje uma realidade e foi construída sem um cêntimo de derrapagem financeira. Um agradecimento à
Câmara Municipal pelo apoio que deu e continua a dar, agora para os arranjos exteriores do Campus da Talagueira, o que vai contribuir para enobrecer aquela zona da cidade”, disse. Também Proença de Carvalho, presidente do Conselho geral da Instituição, destacou o papel importante do IPCB para a região e para o país, lembrando que “ainda há um défice de qualificação das pessoas relativamente aos países com que temos de concorrer”. No entender do advogado, “é também preciso uma melhor redistribuição dos recursos e que o nosso poder político olhe para este tema com vontade de o resolver”. Joaquim Mourato, presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, lembraria que houve um aumento no número de alunos que escolheram os politécnicos como primeira opção. Mas foi na questão orçamental que o discurso endureceu. “Precisamos de um modelo de financiamento (por parte do Orçamento de Estado) plurianual. Nos últimos sete anos os politécnicos sofreram cortes no seu financiamento supe-
riores a 50 por cento. Já não é possível cortar mais. Se todo o Estado sofresse um corte destes, Portugal vivia em superavit e sem dívida pública”, disse. Pedro Saraiva, ex-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) e professor catedrático na Universidade de Coimbra, também reforçaria a importância de instituições como o Politécnico de Castelo Branco, na sua oração de sapiência. Criticou aqueles que defendem «reunir» a massa crítica num mesmo território. “Os países muito inovadores têm várias regiões inovadoras, ao contrário dos que têm a inovação toda concentrada”, disse para depois acrescentar que a região centro de Portugal é “a segunda mais inovadora, depois de Lisboa”. Aquele responsável concluiu lembrando que o Politécnico de Castelo Branco tem bandeiras importantes como o Centro de Empresas Inovadoras, o centro de Apoio Tecnológico ao Agroalimentar, ambos em Castelo Branco, ou a Incubadora de base Rural, em Idanha-a-Nova. K
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IPVISEU
Estrangeiras vigiam menos a gravidez
IPG
Guarda debate imprensa 6 O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) realizou, este mês, no edifício dos serviços centrais, o seminário “Imprensa Regional da Beira Interior: memórias e percursos”. Segundo o IPG, a iniciativa pretendeu ser o ponto de partida “para um progressivo debate e investigação” em torno da imprensa da região, “contribuindo para
que não desapareça a memória e se continue a afirmar como uma valiosa fonte de informação sobre factos, épocas, realidades políticas, económicas e sociais”. “A região da Beira Interior tem um largo e rico historial de títulos de imprensa, aqui tendo nascido jornais cuja projeção ultrapassou as fronteiras desta zona e mesmo do país”, lembra a organização.
Durante o seminário, foram abordados temas como “Imprensa e Território”, “O Jornal do Fundão e a censura”, “Imprensa Regional, cidadania e desenvolvimento: trajetos e desafios”, “Pinhel Falcão: factos, histórias, palavras”, “Feio Terenas: um jornalista nascido na Beira” e “Bola de Neve: jornalismo e cultura no Sanatório Sousa Martins”. K
Portalegre
IPP alarga a Estremoz 6 A Câmara de Estremoz aprovou a celebração de um protocolo com o Instituto Politécnico de Portalegre (IPP) para a criação na cidade de um polo da instituição de ensino superior, divulgou o município. Segundo a autarquia, o acordo de cooperação entre as duas instituições vai permitir que o IPP desenvolva em Estremoz atividades nas áreas académica e científica, com a possibilidade de organizar cursos de formação, formais e não formais, seminários, pós-graduações, colóquios, conferências e visitas programadas. O desenvolvimento de projetos de investigação nas áreas de interesse para a região e de outras iniciativas consideradas de interesse mútuo são outros objetivos do protocolo. O protocolo prevê, ainda, a possibilidade de aproveitamento das disponibilidades e potencialidades de ambas as instituições, nomeadamente ao nível das infraestruturas e dos recursos humanos, para a organização e desenvolvimento das atividades. Além de Estremoz, no distri-
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to de Évora, o IPP vai também criar um polo em Ponte de Sor, no distrito de Portalegre, com a intenção de alargar a sua oferta formativa e contribuir para o desenvolvimento destas duas zonas do Alentejo, segundo o presidente do IPP, Joaquim Mourato. “Nós vamos desenvolver os dois polos com áreas concretas e bem definidas. Em Estremoz vamos apostar na temática dos mármores e vinicultura e, depois com outros eixos mais transversais, da energia e turismo”, explicou Joaquim Mourato. Já em Ponte de Sor, o Politécnico de Portalegre espera desenvolver o seu trabalho nas áreas
da aeronáutica e do agroflorestal, com destaque para o setor da cortiça, além da multimédia e de sistemas informáticos. O IPP é formado por quatro escolas: Escola Superior de Educação, Escola Superior de Enfermagem, Escola Superior de Tecnologia e Gestão e a Escola Superior Agrária de Elvas. Nas suas escolas, o IPP oferece cursos de licenciatura e de mestrado, bem como pós-graduações e cursos de especialização tecnológica. A oferta formativa abarca áreas diversificadas, de acordo com a matriz formativa de cada uma das escolas. K
6 Um estudo feito por investigadores do Instituto Politécnico de Viseu (IPV) aponta a barreira linguística como um dos principais fatores que levam as imigrantes a vigiarem menos a gravidez do que as portuguesas. Realizado por Carlos Pereira e Emília Coutinho, da Escola Superior de Saúde do IPV, o estudo durou dois anos e baseou-se em entrevistas presenciais a 3.232 grávidas (2.326 portuguesas e 906 imigrantes), em 32 maternidades e hospitais dos 18 distritos de Portugal Continental. Se 86,8% das grávidas portuguesas fazem uma adequada vigilância da gravidez, essa percentagem desce para 71,7% no caso das imigrantes, concluiu o estudo. “A barreira linguística foi um importante determinante da não vigilância de gravidez. Excetuando as imigrantes de expressão portuguesa, as grávidas referem frequentemente o facto de não falarem português como o principal obstáculo para o acesso aos cuidados de saúde”, avançou à agência Lusa Carlos Pereira. No entanto, segundo o docente, “mesmo as grávidas provenientes de países de expressão portuguesa apontam alguns constrangimentos decorrentes dos diferentes significados dos conceitos e contextos”. No caso das grávidas oriundas de países de expressão portuguesa, “são razões de natureza económica que assumem particular relevo”, o que considera estranho, “pois o acesso aos cuidados de vigilância materna é livre e gratuito tanto para nacionais como para estrangeiras”. As grávidas que sentem mais as dificuldades linguísticas são as oriundas da China, seguidas das dos países de Leste (Roménia e Moldávia) e, por último, as de S. Tomé, Cabo Verde e Guiné. A idade jovem, o facto de terem profissões não qualificadas e menos habilitações literárias, o estado civil de solteira, viúva ou divorciada, a falta de planeamento da gravidez e o estar em Portugal há menos de cinco anos foram outros fatores que contribuíram para uma menor vigilância das grávidas imigrantes. Carlos Pereira explicou que, apesar de referirem alguns constrangimentos, “as grávidas
imigrantes consideram Portugal um país acolhedor”. Na opinião dos investigadores, devem ser criados protocolos “entre todas as instituições prestadoras de cuidados de saúde no âmbito da maternidade que promovam e facilitem o acesso, através de um interface informático que minimize a barreira linguística”. A criação de centros de apoio dinamizados por enfermeiros de saúde materna e obstetrícia e obstetras sediados nos Agrupamentos de Centros de Saúde que possibilitem “aos casais imigrantes e portugueses o esclarecimento de dúvidas relacionadas com a gravidez e direitos ao acesso à saúde em Portugal” é outra medida defendida. Carlos Pereira e Emília Coutinho consideram ainda que devem ser promovidos debates com as equipas de saúde sobre a problemática das mães imigrantes e ser incorporados nos currículos médicos e de enfermagem “conteúdos de vigilância de gravidez em contexto de imigração”. Apesar das diferenças registadas na vigilância entre grávidas portuguesas e imigrantes, o estudo aponta que elas são menos acentuadas do que noutros países. Carlos Pereira aludiu a “um estudo comparativo entre vários países da Europa, com imigrantes irregulares, que expõe as fragilidades de muitos sistemas políticos europeus, uns que lhes vedam totalmente o acesso à saúde, outros que impõem limites e condicionam esse acesso, só permitindo o atendimento em situações de urgência”. Mesmo nestes casos “é frequente a exposição do imigrante, na medida em que vários mecanismos são acionados para levar à sua denúncia, até pelos funcionários públicos que a isso estão obrigados, como é o caso da Alemanha”, acrescentou. Segundo o investigador, em Portugal, esta questão não se coloca, porque “todas as grávidas, independentemente de estarem ou não em situação ilegal, têm o direito a serem atendidas” e não há por parte dos serviços de saúde a obrigatoriedade de participar a situação ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.K
Festival Internacional de Lisboa
Leiria no Doclisboa 6 Raul Domingues e Susana Valadas, estudantes do curso de Som e Imagem da Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha (Politécnico de Leiria), foram os realizadores dos filmes selecionados para o Doclisboa, um dos festivais de referência a nível mundial para o cinema documental, que decorreu de 16 e 26 de outubro. “Flor Azul”, de Raul Domingues, concorreu na Competição Nacional de Longas-metragens do Doclisboa, e o filme “São”
competiu na secção “Verdes Anos”. O Doclisboa, que contou com a participação de 40 países, apresentou uma grande diversidade de obras nacionais, com um total de 42 filmes portugueses a concurso, dos quais mais de uma dezena são testemunhos de momentos históricos. O festival encerrou com a projeção da película “Socialism”, de Peter von Bagh, historiador de cinema finlandês falecido aos 71 anos, no passado dia 17 de setembro.K
Conservação e Restauro em Tomar
Curso Profissional 6 O Curso Técnico Superior Profissional (TeSP) em Produção Artística para a Conservação e Restauro, proposto pelo Instituto Politécnico de Tomar, foi aprovado pela Direção Geral do Ensino Superior e vai avançar logo que possível, nas instalações da instituição, em Tomar e no Sardoal, no Centro Cultural Gil Vicente. Trata-se de um novo tipo de formação superior, com a duração de dois anos que inclui seis meses de estágio. Confere um Diploma de Técnico Superior Profissional sendo um curso de Nível 5 do Quadro Nacional de Qualificações. Os candidatos devem ter concluído um curso de ensino secundário ou habilitação legal-
mente equivalente. Podem ainda candidatar-se aprovados nas provas destinadas a avaliar a capacidade para frequência do ensino superior dos maiores de 23 anos e titulares que disponham de um diploma de especialização tecnológica, e os que tenham um diploma de técnico superior profissional ou de um grau de ensino superior. Os alunos que optarem por esta formação passam a desenvolver técnicas específicas necessárias para iniciar uma atividade profissional, bem como adquirir formação do tipo superior e integração imediata numa empresa através do estágio assegurado pelo Instituto Politécnico de Tomar. K
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Politécnico de Leiria e a NERLEI desenvolvem
Projeto Cruz del sur 6 O Politécnico de Leiria e a NERLEI - Associação Empresarial da Região de Leiria participam no projeto internacional Erasmus Mundus “Cruz del Sur – Fortalecimento da internacionalização da universidade para alcançar um desenvolvimento integral na América Latina”, é referido em nota de imprensa pelo IPL. Este projeto, financiado pela Comissão Europeia, é coordenado pela Universidade de Múrcia (Espanha) tendo como parceiro coordenador na América Latina, a Universidade Pedagógica Nacional Francisco Morazán, das Honduras. O mesmo conta com a participação de 20 instituições de ensino superior, num total de 14 países: 9 da América Latina (Honduras, El Salvador, Guatemala, Nicarágua, Argentina, Brasil, México,
Panamá e Uruguai) e 5 países da Europa (Espanha, Portugal, Itália, Polónia e Letónia). Terá como objetivo a internacionalização e modernização das instituições de ensino superior da América Latina, tendo como foco as seguintes áreas: i) promoção da mobilidade de estudantes, investigadores, docentes e pessoal docente, prevendo-se a atribuição de 194 bolsas no período compreendido entre 2015-2018 a cidadãos latino-americanos e europeus (142 bolsas de mobilidade da América Latina para a Europa e 52 no sentido inverso), no âmbito das licenciaturas, mestrados, doutoramentos, pós-doutoramentos; ii) Desenvolvimento de um Mestrado Conjunto em “Desenvolvimento Humano Sustentável e Ação Social”, que incluirá áreas
como a soberania alimentar, direitos humanos, igualdade de géneros, entre outras; III) Fortalecimento internacional visando capacitar os gabinetes de relações internacionais das instituições de ensino superior latino-americanas parceiras do projeto, através da realização de 3 ações de formação centradas no reconhecimento académico, fontes de financiamento e ferramentas informáticas para a gestão da mobilidade. Neste âmbito, realizou-se nos passados dias 22, 23 e 24 de outubro, na Universidade de Múrcia, a reunião de lançamento deste projeto com o propósito de dar a conhecer as diversas instituições parceiras bem como as especificações deste projeto. Da parte de Portugal, estiveram presentes o Politécnico de Leiria e a Nerlei. K
Técnicos superiores profissionais
Leiria abre três cursos Publicidade
Valdemar Rua ADVOGADO Av. Gen. Humberto Delgado, 70 - 1º Telefone: 272321782 - 6000 CASTELO BRANCO
6 O Instituto Politécnico de Leiria acaba de abrir as candidaturas para os novos Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP), com três ofertas, designadamente Cozinha e Produção Alimentar, Intervenção Social e Comunitária e Projeto de Moldes. Estas formações, não conferentes de grau académico, têm a duração de quatro semestres letivos. O curso de Cozinha e Produção Alimentar decorrerá na Escola
Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, em Peniche, e visa formar profissionais que concebem, organizam e executam as atividades de preparação e confeção alimentar. O curso de Intervenção Social e Comunitária funcionará na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, e tem por objetivo formar profissionais que deverão estar capacitados para intervir nas mais diversas áreas
do trabalho social, contribuindo para o desenvolvimento comunitário. Já o curso de Projeto de Moldes, lecionado na Escola Superior de Tecnologia e Gestão, com especial enquadramento no tecido empresarial da região, forma profissionais aptos para a conceção e projeto de peças plásticas e de moldes de injeção de uma forma otimizada recorrendo a ferramentas computacionais. K
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Cerimónia do novo ano letivo em Viseu
Curso Técnico Superior Profissional
IPV cresce 30%
O primeiro é em Viseu
6 Num ano letivo em que o Instituto Politécnico de Viseu registou um acréscimo de cerca de 30% de novos alunos em relação ao ano anterior, a Aula Magna registou uma das suas maiores enchentes de sempre, a 15 de outubro, com a participação de centenas de estudantes na cerimónia de abertura do ano letivo. “Bem-vindos ao Politécnico de Viseu. Vocês estão no melhor instituto politécnico do país” foi o mote que marcou o início de um programa, que contou com intervenções dos representantes da Associação Académica e das associações de estudantes, Conselho de Viriato, Tunadão 1998 e Federação Académica de Viseu. Usaram ainda da palavra os representantes das presidências das escolas
superiores e o Capelão do IPV. A encerrar os discursos, o presidente do Instituto Politécnico de Viseu, Fernando Sebastião, referiu viver “uma enorme alegria ao ver a casa cheia, que é um sinal inequívoco da grande dinâmica e vitalidade do Instituto”. Abordou a história do Instituto Politécnico e classificou esta fase da vida que
os alunos atravessam como sendo “a melhor, onde se podem e devem divertir e estabelecer novos conhecimentos”, exortando todavia a que “nunca se esqueçam do propósito maior que os trouxe aqui – o estudo intensivo e a conclusão do curso no qual ingressaram”. K Joaquim Amaral _
6 O Instituto Politécnico de Viseu (IPV) acaba de realizar a cerimónia oficial de abertura do primeiro Curso Técnico Superior Profissional (CTeSP) criado no país, sob o tema Redes e Sistemas Informáticos, que decorreu na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu (ESTGV). A iniciativa contou com a presença do secretário de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes, do presidente do Politécnico, Fernando Sebastião, do presidente da Câmara Municipal de Viseu, Almeida Henriques, e do administrador da Visabeira Global, José Luís Nogueira, na qualidade de representante das empresas ligadas à criação do
curso. Refira-se que, além deste curso, o Politécnico de Viseu conta com mais duas formações neste formato, designadamente os cursos de Informática Industrial (Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego) e Viticultura e Enologia (Escola Superior Agrária de Viseu). K
Semana da Ciência e da Tecnologia
Setúbal com atividades
6 O Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) organiza a 12ª Semana da Ciência e da Tecnologia, de 24 a 28 de novembro, na Escola Superior de Tecnologia de Setúbal e na Escola Superior de Tecnologia do Barreiro, com o objectivo de promover as diferentes áreas da ciência, da tecnologia e da engenharia, junto dos alunos do ensino secundário e profissional. Durante uma semana o IPS abre as suas portas aos jovens para uma experiência única, que Publicidade
012 /// novembro 2014
procura demonstrar as várias aplicações da tecnologia, da ciência e da engenharia ao quotidiano e a nível profissional, com o objetivo de despertar a sua atenção para estas áreas e para a dinâmica de trabalho vivida no ensino superior, bem como para auxiliar na sua orientação vocacional e futuro profissional, informando sobre as Escolas Superiores e os cursos de engenharia e tecnologia ministrados no IPS. Os participantes dispõem da
oportunidade de visitar os laboratórios, realizar experiências, experimentar o Simulador de Voo e Automóvel, conhecer projetos inovadores, desempenhar o papel de um cientista ou engenheiro por um dia, entre outras atividades que tornam estas áreas do saber numa experiência divertida. Com esta ação o IPS assinala, também, o Dia Nacional da Cultura Científica, celebrado em Portugal a 24 de novembro, desde 1997. K
Escola Superior Agrária de Viseu
XII Encontro Micológico 6 A Escola Superior Agrária de Viseu organiza a 12ª edição do Encontro Micológico da ESAV a 14 de novembro, fomentando a partilha entre a ciência e a natureza num contexto de sensibilização ambiental. A manhã do primeiro dia começa com uma busca de cogumelos silvestres, no Parque Botânico ArbuPublicidade
tus do Demo, em Vila Nova de Paiva. O dia continua com a identificação das espécies recolhidas de manhã, a exposição, uma sessão prática de produção de cogumelos em troncos, palestras sobre micologia e com o jantar micológico. As inscrições decorrem até 12 de novembro. K José Manuel Costa _
Portalegre
Ponte de Sor assina com IPP 6 O Instituto Politécnico de Portalegre (IPP) e o Município de Ponte de Sor acabam de assinar um protocolo, com o propósito de potenciar as relações de cooperação institucional, para que o IPP possa vir a desenvolver atividade na área académica e científica, em Ponte de Sor. Prevê ainda a organização
de cursos de formação, formais e não formais, seminários, pós-graduações, colóquios, conferências, visitas programadas, entre outras iniciativas de comprovado interesse. As áreas específicas serão a aeronáutica, o ambiente e energia, entre outras que se venham a revelar interessantes. K
ESAE
Aniversário em Elvas 6 A Escola Superior Agrária de Elvas, do Politécnico de Portalegre (IPP) assinalou os 18 anos do início das suas atividades letivas, a 14 de outubro, numa cerimónia que contou com a presença do presidente do Politécnico de Portalegre, Joaquim Mourato, do presidente da Câmara de Elvas, Nuno Mocinha, do diretor do Museu Militar de Elvas,
Coronel José Manuel Aragão Varandas, do diretor da Unidade Estratégica de Investigação e Serviços de Biotecnologia e Recursos Genéticos do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, Benvindo Maçãs, do diretor da ESAE, José Manuel Rato Nunes e do presidente da Associação de Estudantes, Luís Pereira. K
Impacte microbiológico
Inovação em Coimbra 6 Uma investigação de mestrado realizada na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra faz, pela primeira vez, a ponte entre os cuidados de Enfermagem prestados ao utente portador de cateter venoso periférico e o impacte microbiológico daí resultante. Desenvolvida por Daniela Santos nos últimos três anos, num hospital central da região Centro, teve por base o estudo de 1080 procedimentos de cateterização venosa periférica (a um total de 411 utentes), dos quais foram analisados microbiologicamente 335 cateteres e respetivas zaragatoas (objeto usado para aplicar medicamentos ou recolher amostras para análise) do local de inserção. Constatou-se que 62,7% dos 335 cateteres estudados apresentavam pelo menos uma unidade formadora de colónia. Todavia, só em 91 cateteres se realizou a identificação dos microrganismos, por neles se observar a presença de 15 unidades forma-
doras de colónia (portanto, com maior risco de infeção), algumas das quais “comensais da pele, outras caraterísticas do ambiente hospitalar, algumas comensais da flora intestinal e trato urinário, bem como de esgotos”. Para a nova mestra importa “haver um maior rigor na adoção de medidas simples”, além da “necessidade de reconhecer o cateterismo venoso periférico como um procedimento complexo e que é considerado um fator de risco extrínseco”, que confere maior probabilidade de se poder vir a desenvolver uma infeção associada aos cuidados da saúde prestados. Surge, pois, a necessidade de reforçar o interesse dos enfermeiros no controlo da infeção, o que poderá passar pela adoção de práticas baseadas na evidência e pela criação de momentos regulares e formais para apresentação e discussão de recomendações e resultados de investigação. K
Em Alter do Chão
Enove + inovador 6 O Instituto Politécnico de Portalegre realiza, a 12 e 13 de novembro, mais uma edição da feira Enove +, onde o Ensino Magazine marcará presença. A iniciativa deste ano decorre em Alter do Chão e será inaugurada pelo Secretário de Estado da Inovação, Pedro Gonçalves. A sessão de abertura decorrerá no auditório do Castelo, pelas 10H30, e contará ainda com a presença de Joaquim Mourato, presidente do Politécnico de Portalegre, de Joviano Vitorino, presidente da Câmara de Alter do Chão, e de Artur Romão, coordenador do Enove +. Segundo a organização, a Feira Enove + “quer promover e debater o emprego e o empreendedorismo na Regiões de Portalegre e da Extremadura Espanhola, assim como em Portugal”. Os objetivos da feira passam por incentivar o diagnóstico das necessidades de recursos humanos por parte dos empresários; identificar oportunidades de emprego para os
Arquivo H
A edição de este ano será um sucesso como as edições anteriores
atuais e potenciais colaboradores; estimular o empreendedorismo dos atuais e futuros empresários; interligar as instituições de formação com o tecido empresarial e estabelecer uma rede de empresas e instituições interessadas em partilhar ideias, desenvolver sinergias, identificar problemas e desenvolver
soluções. O certame procura ainda apoiar a procura de emprego; conhecer diferentes possibilidades/ofertas de formação; divulgar oportunidades concretas de emprego na região fronteiriça Portalegre/Badajoz; ou apresentar programas de apoio à criação do próprio emprego. K
EDP University Challenge 2014
Portalegre na final
6 Um grupo de alunos do 1º e 2º ano da licenciatura de Administração de Publicidade e Marketing da ESTG de Portalegre está entre os finalistas do concurso universitário EDP University Challenge 2014. “Fidelização de clientes através de um produto inovador no mercado” foi o tema abordado pelos alunos na sua campanha de lançamento de um serviço “pré-pago” no mercado eléctrico nacional. Diamantino Roque, Joana Damas, Fábio Entradas e Diogo Pimenta são os alunos de 2º e 3º ano da ESTG que atingiram a final do concurso universitário da EDP. O EDP University Challenge 2014 é a 8ª edição de um concurso universitário que tem por objetivo promover o desenvolvimento de trabalhos nas áreas de estratégia, marketing e comunicação. Os 15
projetos finalistas resultam de uma avaliação preliminar já realizada dos inúmeros trabalhos apresentados a concurso. Nas edições anteriores estiveram presentes dezenas de equipas de mais de quinze uni-
versidades. O “EDP University Challenge” é um prémio universitário que irá atribuir, ao grupo vencedor, uma bolsa estudo e é dada ainda a possibilidade de realizar um estágio na EDP. K
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novembro 2014 /// 013
Ex- autarca nas Conferências do Politécnico
Rio quer Portugal pensado a longo prazo 6 Pensar Portugal para lá do curto prazo foi o desafio que Rui Rio trouxe às Conferências do Politécnico, que o Instituto Politécnico de Castelo Branco organiza. O antigo presidente da Câmara Municipal do Porto lançou algumas metas que considera essenciais para resolver a grave crise em que se encontra o país. Um país que está numa situação “periclitante”, provocada por uma democracia “que não acompanhou a evolução da sociedade”. Rui Rio considera que a base do problema está no enfraquecimento e descredibilização da classe política, que ficou refém dos grandes e até dos pequenos interesses da sociedade. “Quando nós temos um poder político fraco temos duas coisas: menos democracia e menos eficácia governativa. Quando o poder político é fraco qualquer interesse corporativo ou sectorial consegue-se impor ao poder político, o que quer dizer que nesse momento o interesse sectorial
avançou e o interesse público recuou”, referiu. Para Rui Rio os sequestradores são os poderosos do costume
como a banca mas também “um pequeno sindicato que sozinho consegue paralisar grandes interesses nacionais e o poder político
não tem força para defender aquilo que é o interesse na nação”. O antigo presidente da Câmara Municipal do Porto diz que a dívi-
da pública, que colocou o país no caminho da bancarrota, “é filha de um poder político que ao longo dos últimos anos foi fraco para dizer não àquilo que devia ter dito não”. Um não que durante a sua gestão autárquica no Porto foi sempre o ponto de partida para qualquer negociação. Rio diz que não foi com simpatia que fez 12 orçamentos com superavit. O convidado apontou ainda a justiça com um dos setores mais necessitados de reforma, que retire a influência política dos tribunais e se aproxime do cidadão. Em casos como cobranças de dívidas ou o incumprimento de contratos de arrendamento “o sistema de justiça funciona pior do que antes do 25 de Abril”. A comunicação social é também visada, com Rio a advogar que os jornalistas não podem substituir os juízes. Rui Rio foi o segundo convidado das Conferências do Politécnico, depois do jornalista Camilo Lourenço e do consultor financeiro António Godinho. K
tudantes do Politécnico de Leiria, “ligando a academia à comunidade e aos desafios concretos da realidade local”, enquanto o último é dirigido “a profissionais da área da arquitetura, urbanismo e desenvol-
vimento económico, onde se espera que possam surgir ideias/projetos capazes de atrair investidores para a sua concretização”, esclarece a nota de imprensa. Os resultados deverão estar apurados no primeiro semestre de 2015, começando nessa data os contactos de divulgação dos projetos e da captação do investimento. De acordo com a autarquia, o projeto “Regeneração Urbana – Um Novo Impulso”, foca particularmente o conceito de regeneração, aliando a reabilitação urbana à revitalização económica e social dos espaços e infraestruturas. “Este novo impulso e este projeto de regeneração urbana contêm em si premissas nas quais nos reconhecemos: contar com a contribuição de todos, ouvindo a população, depositar esperanças na capacidade do nosso ensino superior em apresentar propostas credíveis e incentivar os profissionais desta área a darem um novo fôlego na reabilitação da cidade”, adiantou o vereador. K
Câmara e Politécnico juntos
Leiria com novo impulso 6 A Câmara de Leiria, com a parceria da Confederação Empresarial de Portugal, da Nerlei - Associação Empresarial da Região de Leiria e do Instituto Politécnico de Leiria, vai lançar concursos de ideias dirigidos à população, estudantes e especialistas para regenerar a cidade, no âmbito do projeto “Regeneração Urbana – Um Novo Impulso”, que quer atrair investidores, anunciou a autarquia. “No final, queremos atrair investidores nacionais e internacionais, e essa é uma mais-valia, já que se pretende fazer corresponder as ideias à ação, neste caso ao investimento”, disse o vereador Ricardo Santos, responsável pelo pelouro da reabilitação urbana, citado numa nota de imprensa. Segundo a mesma nota, o município de Leiria, com os parceiros, definiu zonas piloto estratégicas de intervenção suscetíveis de receber ideias ou projetos de regeneração urbana, articuladas com outras áreas onde a câmara já tem projetos
de reabilitação em curso, de forma a contribuir para a regeneração geral da cidade. A iniciativa concretiza-se através de três concursos de ideias/ projetos, adianta a câmara, sendo
que um deles é um concurso de auscultação à população, “para que os leirienses possam participar e contribuir para os objetivos da reabilitação urbana”. Outro concurso destina-se a es-
www.ensino.eu 014 /// novembro 2014
Cursos Técnicos Superiores Profissionais
Três formações em Beja 6 O Instituto Politécnico de Beja pretende abrir, já este ano letivo, os cursos Técnicos Superiores Profissionais, em Som e Imagem, Tecnologias Web e Dispositivos Móveis e Viticultura e Enologia. Os Cursos Técnicos Superiores Profissionais são uma nova formação com duração de dois anos, que incluem seis meses de estágio numa empresa. São cursos de Nível 5 do Quadro Nacional de Qualificações, que conferem o Diploma de Técnico Superior Profissional.
Os ciclos de estudos dos Cursos Técnicos Superiores Profissionais serão ministrados no âmbito do ensino superior politécnico, com uma duração de 2 anos (120 ECTS) e com uma componente geral e científica, uma componente de formação técnica e uma componente de formação em contexto de trabalho, que se concretiza através de um estágio, com duração de um semestre, assegurado pelo Politécnico de Beja. K
Beja
Politécnico faz 35 anos
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6 O Instituto Politécnico de Beja assinalou, a 4 de novembro, o seu 35º Aniversário. A cerimónia foi presidida pelo seu presidente, Vito Carioca, e contou com as presenças do presidente da Câmara de Beja, João Rocha, do presidente do Conselho Geral do IPBeja, João Paulo Ramôa e da provedora do Estudante, Tânia Redinha. A conferência magistral subordinada ao tema “Inovação Pedagógica em Ensino a Distância e E-learning” foi proferida pelo reitor da Universidade Ab-
erta, Paulo Dias, na qualidade de orador convidado. A cerimónia foi pontuada por um momento musical a cargo de Pedro Mestre, e da sua viola campaniça, realçando a importância deste instrumento, num momento em que estamos prestes a ver o Cante Alentejano reconhecido como património imaterial da Humanidade. Do programa destacou-se, a homenagem a António Inverno, docente do IPBeja, com a inauguração da sua exposição, patente ao públi-
co na Galeria AoLado do IPBeja, até 30 de Novembro. Durante a cerimónia, foram ainda homenageados os funcionários aposentados durante o último ano, e entregues as Bolsas e Prémios aos melhores alunos do IPBeja, oferecidos pelo Santander Totta, pela Microsoft e pelo projeto Poliempreende. As Comemorações do Dia do IPBeja, terminaram com a inauguração oficial da Incubadora de Empresas do IPBeja, sediada na Escola Superior de Tecnologia e Gestão. K
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novembro 2014 /// 015
Young Alumni Award
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Cristina Rolo ganha prémio
6 A investigadora albicastrense, Cristina Rolo, acaba de ser distinguida nos Estados Unidos da América com o prémio “2014 UNCG Young Alumni Award”. O prémio é atribuído a jovens profissionais que obtiveram êxito e reconhecimento na sua atividade profissional e reconhece a sua significativa contribuição para o desenvolvimento da Psicologia do Desporto na comunidade nacional e internacional. Cristina Rolo e Dave de Haan, são pioneiros no desenvolvimento, implementação e divulgação, junto da comunidade tenística e nos media, da Psicologia do Desporto aplicada à melhoria do desempenho de tenistas de alta competição. Exemplo disso é o livro publicado
“Treino Mental no Ténis: estratégias praticas para o sucesso” que inclui exercícios práticos visando a integração do treino mental, no
treino técnico, tático e físico. Para além do livro, são também pioneiros na metodologia inovadora utilizada na consultoria com teni-
stas profissionais de top ATP. Esta inclui a melhoria do desempenho dentro e fora do court, trabalho com toda a equipa envolvente, bem como o acompanhando presencial dos tenistas nas competições do ATP world tour. Os critérios de seleção da premiada inclui ainda êxitos pessoais, tais como o equilíbrio entre a sua vida profissional e pessoal, bem como serviços prestados em regime de voluntariado em organizações profissionais e comunidade em geral. A cerimónia oficial de entrega do premio à Professora Doutora Cristina Rolo teve lugar a 30 de Outubro de 2014 na Universidade da Carolina do Norte em Greensboro, USA. K
Biologia molecular
Amaral na EMBO
6 Margarida Amaral, professora do Departamento de Química e Bioquímica e coordenadora do BioISI - BioSystems & Integrative Sciences Institute, uma nova unidade de investigação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, acaba de ser eleita para a European Molecular Biology Organization (EMBO). Além de Margarida Amaral foi também eleito Rui
M. Costa, investigador da Fundação Champalimaud.
Em 2014, a EMBO celebra 50 anos e por essa razão elegeu 106 novos membros que vêm de 17 países, a quase totalidade residente na Europa e nos países vizinhos; e seis membros associados da China, Japão e Estados Unidos da América. Para Margarida Amaral, “é uma honra estar entre os melhores das ciências da vida da Europa. Esperase que os membros desta
Rita Ruivo
Psicóloga Clínica (Novas Terapias) Ordem dos Psicólogos (Céd. Prof. Nº 11479)
EspaçoPsi - Psicologia Clínica Av. Maria da Conceição, 49 r/c B 2775-605 Carcavelos Telf.: 966 576 123 E-Mail: psicologia@rvj.pt “Quantas vezes, para mudar a vida, precisamos da vida inteira. Pensamos tanto, tomamos balanço e hesitamos, depois voltamos ao princípio, tornamos a pensar e a pensar, deslocamo-nos nas calhas do tempo com um movimento circular (…). Outras vezes uma palavra é quanto basta.” José Saramago, “Jangada de Pedra”
organização contribuam de forma ativa e ‘espalhem as boas práticas’ nas respetivas instituições de acolhimento”. A cientista tem estudado os mecanismos moleculares e celulares da biogénese, tráfego e degradação da proteína CFTR normal e mutante, a qual quando mutada é causadora da doença genética Fibrose Quística. K
Prémio Santander Universidades
Coimbra vence 6 Cláudia Melo, orientada por Cristina Canavarro e Teresa Almeida Santos, no Programa de Doutoramento em Psicologia da Universidade de Coimbra, acaba de vencer o prémio ao melhor desenho de investigação de doutoramento criado com o software Idea Puzzle, no valor de 1000 euros. A cerimónia, celebrada na sede do Banco Santander Totta, contou com a presença do júri do Prémio, constituído por António Rendas, Reitor da Universidade Nova de Lisboa, Luis Bento dos Santos,
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Administrador do Banco Santander Totta e Ricardo Morais, fundador da Idea Puzzlee de elementos do Santander Universidades. Para Claúdia Melo,
“o software Idea Puzzle permitiu reflectir sobre inúmeras questões filosóficas e conceptuais que ainda não tinham sido aprofundadas, mesmo na
fase de implementação do projecto de investigação, e que deste modo puderam ser repensadas”. Ricardo Morais, fundador da Idea Puzzle, considera que “o desenho de investigação ‘Preservação da fertilidade em mulheres com doença oncológica’ constitui um excelente exemplo de que a investigação de doutoramento em Portugal pode dar origem a novos produtos e serviços, alguns dos quais de enorme interesse público e com potencial de internacionalização”. K
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Concurso Mais Centro, em Coimbra
Premiar a inovação
Ainda a colocação de docentes
Comissão tem 90 dias para avaliar danos 6 A comissão que o ministro da Educação anunciou no parlamento, para avaliar eventuais compensações a docentes lesados pelos erros na Bolsa de Contratação de Escola, tem 90 dias úteis para apresentar um relatório, segundo resolução publicada dia 3 de novembro. A comissão, presidida pelo juiz conselheiro jubilado José Vítor Soreto de Barros, deverá determinar, mediante requerimento dos docentes lesados, “o pagamento de danos comprovadamente causados pela retificação das listas de colocação e consequente anulação das colocações”, no âmbito da Bolsa de Contratação de Escola (BCE), lê-se na resolução do Conselho de Ministros publicada em Diário da República. A comissão, que integra representantes dos ministérios das Finanças e da Educação, vai acompanhar “o procedimento necessário a apurar os factos” a considerar para efeitos de compensação. O ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, revelou este mês, no parlamento, que o Governo pedira ao Conselho Superior da Magistratura (CSM) para designar um representante para uma comissão avaliar junto das partes eventuais compensações a professores lesados com erros nas colocações. Foi a resposta de Nuno Crato à oposição parlamentar, que reclamou indemnizações para os professores lesados com contratações anuladas. O ministro justificou, na ocasião, que o objetivo
é resolver problemas “de uma forma célere”, depois de a oposição ter relatado casos de professores que se deslocaram para outras localidades, onde pagaram rendas de casa adiantadas e viagens, para depois ficarem com a colocação anulada. No texto publicado, fica estabelecido que a comissão terá também “duas personalidades independentes que representem os interesses lesados”, designadas pelo ministro da Educação. Fica determinado que o valor das compensações devidas aos docentes é suportado pelo orçamento do Ministério da Educação e Ciência. A BCE destinou-se a colocar professores nas escolas com autonomia ou classificadas como Território Educativo de Intervenção Prioritária (TEIP) e nas escolas portuguesas no estrangeiro. “Mostrou-se necessário retificar as listas de colocação dos docentes na sequência da correção da transposição da fórmula prevista na lei para o algoritmo informático”, lê-se no diploma. Assim, é constituída uma comissão de acompanhamento que “funciona no Ministério da Educação” e, com base nos pedidos dos docentes, irá “verificar os elementos probatórios que sustentam o alegado direito”. Com base nesses elementos e após audição individual dos docentes lesados”, a comissão irá “proceder à quantificação daquela compensação, por forma a viabilizar acordos extrajudiciais”, segundo a resolução. K
6 O projeto HAQuiqueijo EPTOLIVA, da Escola Profissional de Oliveira do Hospital, Tábua e Arganil – Polo de Tábua, foi o vencedor do Concurso Regional de Ideias de Negócio 2014, promovido pelo Programa Operacional Regional do Centro - Mais Centro. O projeto HAQuiqueijo baseia-se no desenvolvimento de um novo tipo de queijo, de leite de ovelha, que reaproveita o soro de leite. É um queijo com teor de gordura inferior ao queijo maturado que se presta à apresentação em fatias, curado e ralado. Foi apresentado pelos alunos Tânia Mendes, Raquel Costa e João Abrantes, e pelos docentes Honorata Pereira e Nuno Nunes. A iniciativa contou com a apresença do secretário de Estado da Administração Local, Leitão Amaro e da presidente da presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Ana Abrunhosa. O concurso aberto a escolas secundárias e profissionais, em representação das comunidades intermunicipais respetivas, teve como segundo classificado o projeto POWER4YOU- Escola Secundária de Peniche. O Power4You é um chapéude-sol com a particularidade de possuir um mini painel solar, um circuito elétrico e duas fichas elétricas. O seu principal objetivo é fornecer energia elétrica ao consumidor, em sua casa, ou por exemplo, numa esplanada. A ideia surge da necessidade que os consumidores têm do constante recarregamento por parte de aparelhos eletrónicos e a falta de fichas/ extensões elétricas por parte de estabelecimentos de restauração. O projeto foi apresentado pelos alunos Patrícia Cruz e Vanda Leitão, tendo como docentes Miguel Santos e José Dinis. A Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa acabaria por estar em destaque ao obter, com o projeto Saborear a História, da Escola Cidade de Castelo Branco, do Agrupamento de Escolas Nuno Álvares, desenvolvido pelas docentes Florinda Baptista e Alda Sanches, e apresentado pelos alunos André Nunes, Inês de Castro, Henrique Car-
Projeto Saborear a História
Projeto EPTOLIVA
Júri do concurso
valhinho e Rita Barata, o terceiro lugar. A equipa de Castelo Branco apresentou as feijadinhas (cuja marca e a receita estão já registadas), um “doce produzido com base no feijão frade e que se pretende afirmar como um produto típico da região da Beira Baixa”, pode ler-se na página do facebook do Mais Centro. O doce foi desenvolvido e criado por Florinda Baptista, docente de físico-química. O produto foi já testado em provas de sabores e fez sucesso na Feira do Feijão Frade, que recentemente decorreu na Lardosa. Para além das feijadinhas, o projeto apresentado pela equipa albicastrense divulgou também um licor de feijão frade, a feijarosca, e os crepes fei-
Projeto Power4you
jadinhos. O conceito agora apresentado já tinha vencido o concurso de empreendedorismo promovido pela Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa, na sequência de uma ação de formação destinada a professores e em que as docentes Florinda Baptista e Alda Sanches participaram, desenvolvendo então o pro-
jeto. O conceito apresentado em Coimbra, na passada sexta-feira, mereceu especial atenção de um júri exigente, o qual contou com o reitor da Universidade de Aveiro, do presidente do Instituto Politécnico de Leiria, Nuno Mangas, ou do responsável da empresa Martifer. K
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www.ipm.edu.mo H
Macau
Novo livro de Chico Buarque
Lusofonia e o ensino da língua portuguesa
6 O músico e escritor brasileiro Chico Buarque publicou, este mês de novembro, o seu novo livro, “O irmão alemão”. O romance, cuja primeira tiragem é de 70 mil exemplares, já está disponível no mercado brasileiro não existindo ainda uma previsão para o lançamento da obra em Portugal. A nova obra, “O irmão alemão”, ainda não teve a sinopse divulgada – apenas um excerto, no “blog” da editora -, mas diz respeito a uma inquietação de Chico Buarque já relatada à imprensa brasileira, em antigas entrevistas: o facto de ter um meio irmão-alemão, filho de seu pai, que nunca conheceu. O pai do cantor, o historiador brasileiro Sérgio Buarque de Holanda, residiu em Berlim no final dos anos 1920. Numa entrevista publicada em 1994, pela Folha de São Paulo, Chico Buarque disse que só soube da existência do irmão na década de 1960, e que nunca conseguiu encontrá-lo. A única mensagem que Sérgio Buarque de Holanda teria recebido da ex-namorada que deixou em Berlim, seis anos antes de se casar no
6 A antiga ministra da Cultura Isabel Pires de Lima defendeu este mês em Macau que os países lusófonos devem cooperar no ensino da língua portuguesa no estrangeiro, ao invés de competirem. A ex-governante apresentou no Instituto Politécnico de Macau a palestra “As culturas da lusofonia no mundo contemporâneo”, onde defendeu que “havendo vontade política, há muitas medidas que podem ser extremamente produtivas” para a promoção da lusofonia. Além da criação de “conteúdos em português na Internet” através de meios partilhados pelos diferentes países, Isabel Pires de Lima defendeu que o ensino do português no estrangeiro seja feito de forma coordenada de modo a poupar esforços e recursos. “É preciso congregar políticas no sentido em que, nos locais onde se ensina português no estrangeiro, como os leitorados, não esteja o Brasil a puxar para um lado, Portugal a puxar para outro, e em breve, provavelmente, Angola a puxar para outro”, alertou, exemplificando que “quando está presente o Brasil não precisa de estar presente Portugal nem precisa de estar presente Angola”. “Podem conjugar-se no sentido de cobrir espaços diferentes e ter-
Músico escritor lança “O irmão alemão”
Cartoon: Bruno Janeca H Argumento: Dinis Gardete _
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Brasil, foi durante a II Guerra Mundial, para pedir documentos que provassem que o filho, Sérgio Georg Ernst, não era descendente de judeus, informou o músico ao diário. No “blog” da Companhia das Letras, a obra é apresentada como “um romance em busca da verdade e dos afetos” e o próprio Chico Buarque surge a ler um excerto da obra, reproduzido na página da editora. “Era ao meu irmão que, de tempos em tempos, meu pai confiava um envelope a ser entregue na redação de A Gazeta, do outro lado da cidade”, escreve Chico Buarque. “Para isso, além do dinheiro do bonde, ele o remunerava com uma quantia suficiente para uma semana de milk-shakes. Mas volta e meia meu irmão me repassava o dinheiro do bonde e o envelope, que eu levava a pé à redação”. “Certa vez - prossegue o autor mais à frente - parei para jogar um futebol de rua, era comum naquele tempo. Carros circulavam só de quando em quando, e ao avistá-los ao longe os meninos gritavam: olha a morte! (...) Nesse dia não foi o
trânsito, foi uma chuva súbita que nos obrigou a apanhar depressa nossas coisas e buscar abrigo sob a marquise de um empório. Chegou a cair granizo, que catávamos do chão, chupávamos, atirávamos uns nos outros, uma festa. Mas de repente calhou de eu me lembrar do envelope do meu pai, que eu deixara debaixo de um pulôver e agora estava ali no meio do aguaceiro(...)” Chico Buarque é mais conhecido internacionalmente pela sua música e pelos seus mais de 80 discos editados em quase meio século de carreira, do que pela literatura. Entre as canções que compôs contam-se “Cálice”, “Apesar de você”, “Roda Viva”, “Construção”, “João e Maria”, “Tanto Mar”, “Fado tropical”. Como escritor, já venceu três prémios Jabuti, no Brasil, com os livros “Estorvo”, “Leite Derramado” e “Budapeste”, todos editados em Portugal, pela Dom Quixote, à semelhança de “Benjamin”. “Leite derramado” também recebeu o Prémio Portugal Telecom de literatura, em 2010. K Lusa _
em mais capacidade de intervenção. Se houver congregação de esforços é muito mais eficaz”, concluiu. No âmbito da promoção da língua, Isabel Pires de Lima considera que Macau tem “um lugar angular neste momento”, já que “é uma praça-forte e uma plataforma de lançamento num continente que é o mais populoso de todos e num país que é o mais populoso do mundo”. “A ação que o Centro Pedagógico e Cientifico da Língua Portuguesa [promotor da palestra] está a desenvolver, de formar professores e os colocar a ensinar português pela China fora, é uma ação extraordinariamente potenciadora para o português”, elogiou. Macau é, no entanto, uma exceção, acredita, já que na maioria dos países lusófonos a vontade política para a promoção da lusofonia é “debilzinha”, diz. Os motivos são vários e de natureza diferente. “Algumas reticências que os países africanos de língua portuguesa colocam decorrem do facto de serem países que saíram há pouco tempo da era colonial, há ressentimentos coloniais que demoram tempo a ser ultrapassados”, explicou. Já o Brasil, “tem uma dimensão continental que lhe dá a ilusão de que talvez possa atuar sozinho”, lamentou. K
Mastiksoul
«A música de dança é a nova pop» 6 É o mais aclamado produtor de música de dança português da atualidade. Autor de inúmeros sucessos que marcam o ritmo das pistas, Mastiksoul ombreia com os melhores do mundo nos festivais e tops de música internacionais. O Festival da Eurovisão está na sua mira e vai avisando que a euforia em torno da música de dança... pode ter os dias contados.
nesta fase do campeonato. É um problema difícil, mas passa também pelo público perceber que se a música é boa... é boa. No panorama da música de dança, surgiram vários projetos em Portugal, nos últimos anos. É uma evolução favorável? Está-se a produzir muito bem em Portugal e as coisas melhoraram imenso. As novas tecnologias contribuíram para termos, neste momento, imensos jovens produtores a fazer coisas com bastante qualidade. Temos capacidade para enfrentar o mercado internacional. O grande problema é a falta de apoio ao que é nacional - só o que é de fora é bom. Mas há por aí bastante talento novo a fazer grandes produções.
Este parece estar a ser um ano bastante positivo na carreira de Mastiksoul. É assim? 2014 tem sido um ano positivo ao nível da organização interna, ou seja, estamos a reestruturar-nos para os próximos 10 anos. Para isso, é preciso haver uma reestruturação da equipa, da editora e do agenciamento de novos artistas, e ainda da nova sonoridade. Tenho músicas que só vou apresentar daqui a um ano, porque sei que o público português ainda não está preparado para esse tipo de som. Obviamente que tocar é importante e a malta toca sempre, mas a importância do ano deve-se sobretudo a termos cimentado o futuro.
Ao contrário do que acontece noutros países, em Portugal não há muitas parcerias entre DJs. Porquê? O problema é que Portugal é um país pequenino, pelo que o pessoal, por vezes, não quer partilhar com o outro. Teme que o outro lhe roube o lugar, acha que o mercado é pequeno e não dá para todos. Por isso, consciente ou inconscientemente, entra-se numa rivalidade parva, que não ajuda em nada.
Editou vários singles este ano. De destacar, por ocasião do Mundial de Futebol, a “Dança do Campeão”, um tema onde Rui Unas e Luciana Abreu foram convidados especiais. A malta fez essa música na brincadeira e, em 15 dias ou um mês, já tinha um milhão de visualizações [no Youtube]. A canção foi assunto no jornal da noite, teve muito impacto, criou ódios e amores. No fundo, acho que nem toda a gente entendeu que aquilo era uma sátira, com pena minha. Nas gravações era só rir! Também têm feito sucesso as remisturas que produz e disponibiliza gratuitamente em plataformas na Internet. Essa é uma forma de divulgar diretamente os artistas? Muito raramente partilho, dessa forma, coisas originais minhas. Mas os artistas têm de promover o seu trabalho, portanto acho normal que o partilhem na expetativa de conquistar o maior número de fãs possível. Só fico um bocado triste porque as pessoas podiam apoiar um pouco mais os músicos, comprar as canções quando saem, por exemplo. Li recentemente que as pessoas estão dispostas a pagar 5 euros por um café que bebes e acabou, mas não estão disponíveis para dar 1 euro por uma música. É um contrassenso muito forte. Adotou uma faceta dupla na produção de canções, que se divide em sonoridade de Dia e sonoridade para a Noite. É reflexo do desejo de fazer coisas diferentes? Sim, faço vários géneros de música. Faço música para telenovelas, sobretudo da TVI, e outros trabalhos que não têm nada a ver com a noite. E depois tenho essa faceta da noite, o que deixa algumas pessoas confusas. Decidi fazer uma afir-
A música eletrónica e os DJs têm, ainda assim, conquistado algum terreno que antes pertencia às bandas. Há uma explosão no mercado da música de dança? A realidade é que a música de dança é a nova pop e, assim sendo, roubou um pouco do lugar das bandas. Mas não acredito que continue por muito mais tempo como música do momento. Acho que essa época, que é resultado da música de dança se ter tornado para as massas, tem os dias contados. Mas é esperar para ver o que acontece. K Entrevista: Hugo Rafael (Rádio Condestável) _ Texto: Tiago Carvalho _ Direitos Reservados H
mação pública no meu site, explicar que faço música para a noite e música para o dia. Há outros artistas que fazem vários tipos de produções, mas escondem isso. Eu tenho orgulho naquilo que faço. Isso diferencia-me, porque consigo ter um público bastante variado. Poderá sair em 2015 um novo álbum de originais? Eu tenho praticamente um álbum feito, já há bastante tempo, mas é um pouco cedo para o editar. Estamos a tentar gerir de forma correta o muito material que tenho. Posso adiantar que, em breve, deverá sair um novo single. Por falar em novidades, recentemente revelou que poderão surgir surpresas no
que toca ao Festival Eurovisão da Canção. O que nos pode avançar sobre isso? Acho que a Eurovisão, neste momento, sofre de um problema grave. A música que nos tem representado nesse festival não é a melhor. A minha opinião e penso que de grande parte do público, é que as músicas que vão à Eurovisão até nos envergonham um pouco. Mas um dos problemas é que o público nacional tem uma certa dificuldade em escolher uma música que não seja cantada em português. Daí resulta uma limitação imensa no tipo de música que podemos levar à Eurovisão. Fazer uma música em português que seja competitiva nesse festival não é fácil, porque não temos cantores à altura e disponíveis para isso. Os que temos em Portugal já são cantores feitos, que não vão participar na Eurovisão
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Salamanca, Vigo, Santiago de Compostela y Oporto
Acuerdos de la internacionalización 6 Las universidades de Salamanca, Santiago de Compostela y Vigo y el Instituto Politécnico de Oporto colaborarán para promover conjuntamente sus estudios de doctorado en Portugal y Brasil, tras la firma de varios acuerdos suscritos en el marco del encuentro de la Conferencia de Rectores de las Universidades del Sudoeste Europeo (CRUSOE) celebrado los últimos días en el centro portugués. A través de estos acuerdos y de la colaboración de la la red de Institutos Federales de Brasil, alumnos de Portugal y Brasil podrán ampliar sus estudios de doctorado en los centros citados. Este proyecto surge tras la reciente visita de una delegación de rectores de los Institutos Federales de Brasil a las tres universidades que han suscrito estos acuerdos. En algunos de los programas de doctorado de las universidades españolas la cooperación podrá ser más extensa, implicando no solo la captación de estudiantes sino también el desarrollo de los investigadores de los centros involucrados a través de los programas doctorales y la orientación en
Publicação Periódica nº 121611 Dep. Legal nº 120847/98 Redação, Edição, Administração Av. do Brasil, 4 R/C Apartado 262 Telef.: 272 324 645 Fax: 210 112 063 6000-909 Castelo Branco www.ensino.eu ensino@rvj.pt Diretor Fundador João Ruivo ruivo@rvj.pt Diretor João Carrega carrega@rvj.pt Editor Vitor Tomé vitor@rvj.pt Editor Gráfico Rui Rodrigues ruimiguel@rvj.pt
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trabajos de investigación de doctorado. El rector de la Universidad de Salamanca, Daniel Hernández Ruipérez, señaló la importancia de estos acuerdos en el ámbito de la colaboración existente entre las universidades e institutos politécnicos del sudoeste europeo que “demuestra que las instituciones se conocen ahora mejor y están preparadas para colaborar y participar en más proyectos conjuntos”. Rosário Gambôa, presidenta del Instituto Politécnico de Oporto, alabó el espíritu de las tres
universidades firmantes para colaborar estableciendo sinergias que permitan una mejor rentabilización de las capacidades de cada centro. Por su parte, Juan Manuel Viaño Rey, rector de la Universidad de Santiago de Compostela, destacó cómo estos acuerdos permitirán a las instituciones poner sus recursos a disposición de estudiantes de diversa procedencia, principalmente de Brasil. Por último, el rector de la Universidad de Vigo, Salustiano Mato de la Iglesia, comentó que estos
acuerdos van más allá de la mera colaboración entre instituciones. La Universidad de Salamanca y el Instituto Politécnico de Oporto ya estaban trabajando en un acuerdo similar en el área de la Informática y el centro portugués disponía de un acuerdo de cooperación con la Universidad de Santiago de Compostela en el ámbito de las Ciencias de la Educación pero esta nueva iniciativa permite un abordaje más amplio de esta colaboración en el ámbito de los programas de doctorado. K
Hasta el 5 de diciembre en el Centro de Arte Juan Ismael de Fuerteventura
Miguel de Unamuno 6 La figura del escritor, filósofo y exrector de la Universidad de Salamanca Miguel de Unamuno vuelve a ser protagonista fuera del Estudio salmantino gracias a la inauguración en Fuerteventura de la exposición itinerante “Miguel de Unamuno. Dibujos” y la presentación en París de la edición crítica del “Discurso en el Colegio de España”, que pronunció Unamuno en la inauguración en 1935 de este centro dentro de la Ciudad Universitaria de París. Publicidade
La exposición “Miguel de Unamuno. Dibujos”, inaugurada ayer y que permanecerá abierta hasta el 5 de diciembre en el Centro de Arte Juan Ismael de Fuerteventura, es fruto del trabajo conjunto de los servicios de Actividades Culturales, de Archivos y de Bibliotecas y una amplia selección de los más de 200 dibujos de Unamuno que alberga la Casa Museo del autor, muchos de los cuales se hallan digitalizados en el repositorio “Gredos” de la Univer-
sidad de Salamanca. En total la exposición se compone de 160 bocetos agrupados en distintas composiciones temáticas que revelan las fijaciones e intereses del filósofo. Entre estos temas de interés para Unamuno, que van desde los recuerdos de infancia pasando por paisajes y animales hasta dibujos de simbología religiosa, de elementos arquitectónicos y bocetos de las portadas de sus libros, destacan los retratos de figuras hu-
manas tanto de personajes ilustres como de su propia familia. La itinerancia de esta muestra, que ya ha pasado por Santiago de Compostela y Bilbao, está coordinada por la Oficina del VIII Centenario de la Universidad de Salamanca y se integra dentro de los actos de celebración de los 800 años de historia que el Estudio salmantino cumplirá en 2018. La reciente exposición cuenta con el apoyo del Cabildo de Fuerteventura. K
Serviço Reconquista: Agostinho Dias, Vitor Serra, Júlio Cruz, Cristina Mota Saraiva, Artur Jorge, José Furtado e Lídia Barata Serviço Rádio Condestável: José Carlos Reis, Luís Biscaia, Carlos Ribeiro, Manuel Fernandes e Hugo Rafael. Guarda: Rui Agostinho Covilhã: Marisa Ribeiro Viseu: Luis Costa/Cecília Matos Portalegre: Maria Batista Évora: Noémi Marujo noemi@rvj.pt Lisboa: Jorge Azevedo jorge@rvj.pt Nuno Dias da Silva Paris: António Natário Amsterdão: Marco van Eijk Edição RVJ - Editores, Lda. Jornal Reconquista Grafismo Rui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda. Secretariado Francisco Carrega Rogério Ribeiro Relações Públicas Carine Pires carine@rvj.pt Colaboradores: Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Realinho, António Reis, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Belo Gomes, Carlos Correia, Carlos Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Elsa Ligeiro, Ernesto Candeias Martins, Eugénia Sousa, Fernando Raposo, Florinda Baptista, Francisco Abreu, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mesquita, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joaquim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, João Vasco (fotografia), Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Felgueiras, José Carlos Moura, José Pires, José Pedro Reis, Janeca (cartoon), José Rafael, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Luis Souta, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Maria João Leitão, Maria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faustino, Ricardo Nunes, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras, Sandra Nascimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susana Rodrigues (U. Évora), Tiago Carvalho e Valter Lemos. Contabilidade: Mário Rui Dias Propriedade: RVJ - Editores Lda. NIF: 503932043 Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (acionistas com mais de 10% do Capital Social) Clube de Amigos/Assinantes: 15 Euros/ Ano Empresa Jornalistica n.º221610 Av. do Brasil, 4 r/c Castelo Branco Email: rvj@rvj.pt Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Jornal Reconquista - Zona Industrial - 6000 Castelo Branco
020 /// novembro 2014
Editorial
Um regresso ao “Eduquês” 7 A formação da identidade do professor, o sentido da sua profissionalidade, constitui, hoje, uma das grandes preocupações das associações profissionais e sindicais dos docentes, dadas as implicações da actuação profissional na prática social. Neste contexto, é genericamente aceite que os educadores devem ser profissionais que elaborem com criatividade conhecimentos teóricos e críticos sobre a realidade da escola e da comunidade que a envolve e condiciona. Neste tempo de profunda revolução tecnológica, os professores devem ser vistos como parceiros na transformação da qualidade social da escola, compreendendo isso os contextos históricos, sociais, culturais e organizacionais que fazem parte e interferem na sua actividade docente. Caberia, assim, aos educadores a tarefa de apontar renovados caminhos institucionais face aos novos e constantes desafios do mundo contemporâneo, com competência do conhecimento, com profissionalismo ético e consciência política. Só assim estariam aptos a oferecer novas oportuni-
dades educacionais aos alunos, para que estes alcançassem a construção e a reconstrução de saberes, à luz do pensamento reflexivo e crítico. A escola, então, desempenharia um papel fundamental em todo o processo de formação de cidadãos aptos para viverem na actual sociedade da informação e do conhecimento. Caberia ao sistema educativo fornecer, a todos, meios para dominar a proliferação de informações, de as seleccionar com espírito crítico, preparando-os para lidarem com uma enorme quantidade de informações que nos chegam, a todo o momento, dentro e fora do espaço escolar. A importância do papel dos professores, enquanto agentes desta mudança, revela-se fundamental. Eles têm um papel determinante na formação de atitudes, positivas e negativas, face ao processo de ensino – aprendizagem e na criação das condições necessárias para o sucesso da educação formal e da educação permanente, motivando-os para a pesquisa e interpretação da informação e para a elaboração de um espírito crítico. Os aprendentes deveriam, progressivamente, desenvolver a
curiosidade pelo mundo que os rodeia, desenvolver a autonomia do pensamento reflexivo e estimular o rigor intelectual, como forma de criar as condições para o “saber aprender a aprender”, pilar fundamental para uma educação ao longo da vida. Por sua vez, essa educação ao longo da vida deve constituir um direito de todos as pessoas, independentemente da sua idade, habilitações e percurso profissional, à aquisição de saberes e competências que lhes permitam participar na construção contínua do seu desenvolvimento pessoal e profissional, proporcionando-lhes instrumentos para a compreensão das mudanças numa sociedade em rápida evolução, instrumentos para identificar os seus interesses e direitos e desenvolvimento de capacidades para intervir e agir adequadamente. Esse direito pressupõe a disponibilização de condições para a actualização e domínio de novos saberes e tecnologias, a certificação das competências adquiridas por via formal ou informal, nomeadamente as adquiridas ao longo da sua actividade profissional. Uma estratégia de educação ao longo da vida tem de articu-
lar e dar coerência às suas várias vertentes: a formação inicial e a transição da escola para a vida activa; a acreditação e a certificação das competências, formais e informais; a educação e a formação de adultos, ou mesmo a formação permanente nos locais de trabalho. O cenário educacional contemporâneo mostra, ainda, uma forte tendência: a crescente inserção dos métodos, técnicas e tecnologias de educação à distância num sistema integrado de oferta de ensino superior, permitindo o estabelecimento de cursos com combinação variável de recursos pedagógicos, presenciais e não presenciais, sem que se criem dois sistemas separados. Nesse novo e promissor cenário, o próprio conceito de educação à distância ganha uma dimensão renovada, tornandose, na verdade, numa educação sem distâncias. A escola é, ainda, a grande alavanca do desenvolvimento. A sociedade do conhecimento alicerça-se no crescimento do capital humano, na promoção da aprendizagem ao longo da vida. Infelizmente, a equipa do ME, liderada pela perversa incompetência de Crato, tem le-
A senhora Merkel sabe disso. Importa referir que Portugal não tem instituições de ensino superior a mais. Tem é jovens que terminam o ensino secundário (cerca de 40%) que optam por não prosseguir estudos para o superior. Um país altamente qualificado, que aposte na investigação nas suas diferentes vertentes, será sempre um país competitivo. E Portugal tem tudo para ser isso, assim haja coragem política para apoiar e incentivar as instituições de ensino superior e os seus centros de investigação, os quais começam a ser postos em causa. Temo que, a curto prazo, perante esta posição pública da chanceler alemã, os governantes portugueses acelerem o seu pensamento de fechar instituições, garantindo que só os estudantes de uma determinada linhagem
possam estudar nos grandes centros urbanos. E o país deve revoltar-se contra isso. Porque perdemos todos e porque nunca ganharemos nada com isso. Em Portugal diz-se com frequência que há um país de primeira classe (situado no litoral) e um de segunda (no interior - que até está mais perto da Europa), onde se encerram serviços do Estado, se fecham centros de saúde e escolas, postos de GNR, e onde o que existe de bom, como o ensino superior, é posto constantemente em causa por gente que nunca saiu do eixo Lisboa-Porto, que não sabe, nem procura saber como está grande parte do território nacional. Mas esta dimensão, que resulta das palavras da chanceler alemã, é maior e perigosa. No fundo todos já sabemos que há uma Europa de primeira classe,
vado a escola pública portuguesa a um verdadeiro colapso, em todas as frentes e vertentes, estando as estatísticas internacionais a recolocar-nos em valores que envergonham e nos aproximam dos que conhecemos muitas décadas atrás. Por isso mesmo, neste pequeno texto, quisemos voltar ao “Eduquês”, tão parodiado pelo actual ministro, mas que manteve viva a alma da escola democrática e o impulso renovador da classe docente. Classe docente essa que merece o reconhecimento público, por se manter na primeira linha de defesa destes princípios, apesar do achincalhamento a que, diariamente, o ME a sujeita. Atrofiar a escola e o investimento na educação compromete o futuro, mas também relega para o fim da história aqueles que protagonizam essas políticas. K João Ruivo _ ruivo@rvj.pt Este texto não segue a nova ortografia _
primeira coluna
Voz da Merkel 7 A chanceler alemã, Angela Merkel, citada este mês pela agência de informação financeira Bloomberg, referiu que países como Portugal e Espanha têm demasiados licenciados, “o que faz com que não tenham noção das vantagens do ensino vocacional”. Das duas uma, ou a senhora Merkel pensa que os portugueses e os espanhóis apenas servem para servir às mesas e outras coisas que tais, ou está já a tentar impor políticas de mediocridade educativa com clara desvantagem para os países do sul da Europa. Um povo mal qualificado será sempre um povo instrumentalizado. Diz a senhora Merkel que “o enfoque nos estudos universitários como um feito de topo da carreira é algo do qual deve haver um afastamento. Caso contrário, não conseguiremos persuadir países como Espanha e Portugal,
que têm demasiados licenciados, dos benefícios do ensino vocacional”, acrescentou a líder alemã, durante uma intervenção na confederação das associações patronais daquele país (BDA, na sigla em alemão). Na minha perspetiva, as declarações de Angela Merkel não são inocentes e tentam começar a indicar um caminho que o governo alemão pretende que venha a ser seguido na Comunidade Europeia para os países do sul. Importa referir que Portugal não tem licenciados a mais, nem tem mestres a mais, nem tem doutorados a mais. Os dados do gabinete de estatísticas europeu revelam que em 2013, 25,3% da população da União Europeia entre os 15 e os 64 anos tinha completado estudos superiores, enquanto a percentagem portuguesa era de 17,6% e a alemã de 25,1%.
onde se inclui a Alemanha, e de segunda, onde Portugal é classificado. Economicamente é assim. E agora, segundo Angela Merkel, «vocacionalmente» e educacionalmente também o deve ser. Não, senhora Merkel, Portugal não tem licenciados a mais. Tem é a menos. É importante que este, ou outro qualquer governo português, seja firme nesta matéria, porque os nossos filhos não podem resignar-se ao destino de não poderem qualificar-se superiormente. As palavras da chanceler alemã também evidenciam muito do que a União Europeia está a viver, e muito do que ainda aí pode vir... João Carrega _ carrega@rvj.pt
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Ciclo de colóquios em Castelo Branco
António Salvado, poeta do mundo 6 “O caminho se faz por entre a vida...” foi o tema escolhido para salientar a vida e obra do poeta albicastrense António Salvado por parte da Câmara de Castelo Branco que levou a efeito na capital de distrito um tributo a esta grande figura da cultura desta região do país. Uma iniciativa onde participaram muitos poetas, mas também figuras de outras áreas e setores da sociedade, todas elas enaltecendo o trabalho e a obra de António Salvado e a sua importância como imagem de marca desta região. De Portugal, mas também de Espanha, vieram até ao auditório da biblioteca municipal nos dias 24 e 25 de outubro um conjunto de personalidades que deram corpo a uma iniciativa de alto nível que se dividiu em diversos painéis de comunicações, momentos musicais e de leitura poética, apresentação de vídeos e o lançamento de dois livros dedicados a António Salvado e que foram lançados pela editora albicastrense RVJ. Para o poeta e ensaísta ibero-americano Alfredo Pérez Alencart (nasceu no Perú e vive em Espanha), professor na Universidade de Salamanca, “este é um merecido tributo a um grande poeta português e para os albicastrenses é um enorme privilégio terem na sua terra um poeta deste calibre”. Na sessão de abertura desta iniciativa, este homem de letras, coordenador desde 1998 dos “En-
cuentros de Poetas Iberoamericanos” que têm lugar na cidade espanhola onde vive e trabalha, referiu que “a comitiva espanhola que aqui se deslocou para participar neste evento, fá-lo com uma enorme felicidade por este abraço ibérico ser fraterno e amigo”. Pérez Alencart salientou que “Castelo Branco está dentro de mim e de todos os poetas que connosco vieram a estes colóquios, sentimonos privilegiados por estar aqui nesta cidade”.
Palavras que entroncaram nas proferidas por Luís Correia e Carlos Maia. O presidente da Câmara Municipal albicastrense reforçou a ideia já por si perfilhada anteriormente de que “António Salvado é um valioso património desta terra”, lembrando também que “ainda há dias estivemos numa homenagem em sua honra em Salamanca, essa é a prova de que o seu nome rompe fronteiras e que, às vezes, é fora do país que nos ajudam a perceber
melhor a importância de uma obra como aquela que estamos aqui a salientar e a reconhecer publicamente”. “A poesia une os povos, as regiões e os países”, asseverou Luís Correia, acrescentando que “é também por isso que temos muito orgulho em compartilhar António Salvado com o Mundo”. Para o presidente do Instituto Politécnico albicastrense, onde o poeta foi professor na Escola Superior de Educação, es-
tes colóquios “são extremamente oportunos e vêm demonstrar a importância deste poeta e da sua obra”. “Tendo em conta as suas múltiplas dimensões, António Salvado é um homem muito especial porque em todas elas se distinguiu e tem obra feita, para além daquela que ainda irá realizar”, disse Carlos Maia, lembrando que “tudo o que pudermos fazer ou dizer neste âmbito ficará sempre aquém do seu real valor”. K
Quando a poesia atravessa continentes
RVJ edita Extenso Continente 6 A poesia ultrapassou fronteiras e uniu poetas em duas antologias dedicadas ao poeta albicastrense António Salvado. O poeta que no final de dois dias de colóquios, que terminaram com a apresentação dos livros “Um Extenso Continente” e “Um Extenso Continente II - a Ilha”, ambos editados pela editora com sede em Castelo Branco, RVJ - Editores, diria, com ironia e o sorriso no rosto, “nunca pensei gostar tanto de mim”. A apresentação dos dois livros, que tiveram o alto patrocínio da Câmara de Castelo Branco, contou com a presença dos coordenadores das duas obras, Maria do Sameiro Barroso, Maria de Lurdes Barata e Alfredo Perez de Alencart, e do
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vereador da cultura do município albicastrense, Fernando Raposo, os quais sublinharam a importância do poeta António Salvado.
Os dois volumes, reúnem no seu conjunto mais de 200 poetas de vários cantos do mundo e contaram, na sua elaboração, com o
apoio de Pedro Salvado. Na sessão de encerramento foram ainda lidos poemas dos dois livros por muitos amigos do poeta
António Salvado. Terminava assim da melhor forma, com poesia, o colóquio de dois dias, dedicado a António Salvado. K
edições
Novidades literárias
7 PRESENÇA.Trash - Os Rapazes do Lixo, de Andy Mulligan. Raphael, Gardo e Ratazana vivem em Behala, uma lixeira de proporções inimagináveis num país do Terceiro Mundo. Todos os dias, a sua vida resume-se a passar a pente fino os detritos provenientes da cidade na esperança de encontrarem algo que possa ser vendido. Um dia, descobrem uma pequena mala de cabedal que contém dinheiro e alguns documentos pessoais, o que desencadeia uma perseguição.
D.QUIXOTE. Lugar caído no Crepúsculo, de João de Melo. O que nos acontece depois da morte? Esta é a pergunta implícita ao longo das páginas deste romance. Um livro que impõe a vida, em protesto contra a tragédia da morte humana. É com a qualidade literária a que João de Melo nos habitou que somos guiados numa viagem pelo outro lado, cruzando o Limbo, o Purgatório, o Paraíso e o Inferno. asa. Infiltrado, de Jeff Abbott. Quando o melhor cliente de Sam – e amigo – é assassinado à porta do seu bar de Miami, Sam decide ir à procura de justiça. Determinado a descobrir a ligação entre a morte do amigo e uma bela e misteriosa desconhecida, Sam infiltrase no seio dos Varela, uma das famílias mais importantes e perigosas de Miami. No seio desta família, qualquer movimento errado significa a morte. TEOREMA. Os Interessantes, de Meg Wolitzer. Seis adolescentes com talento artístico planeiam uma amizade para toda a vida, numa noite de verão em 1974. Aos 15 anos ensaiam a atitude cool que, esperam, os defina como adultos. Fumam erva, bebem vodka, partilham os seus sonhos. Décadas mais tarde, a amizade mantém-se embora tudo o resto tenha mudado. O que acontece quando uns atingem sucesso e riqueza, e outros não? OFICINA DO LIVRO. Gostas do que Vês?, de Rute Coelho. Natália e Cecília não se conhecem. São duas mulheres jovens muito diferentes, uma introvertida e amargurada, a outra confiante e determinada. Mas têm a irmaná-las o excesso de peso, apesar de cada uma lidar com ele à sua maneira, fugindo do espelho ou assumindo o corpo. Natália está convencida de que não merece ser feliz; Cecília, pelo contrário, defende a beleza das suas curvas e o seu direito à felicidade. K
gente & livros
Daniel Silva 7 “Tudo começou com um acidente, mas era invariavelmente isso que acontecia quando estava em causa Julian Isherwood. Com efeito, a sua reputação em matéria de loucuras e infortúnios estava tão incontestavelmente consagrada que o mundo da arte londrino, se tivesse tido conhecimento do caso, o que não sucedeu, não teria esperado outra coisa. Segundo as palavras de um espirituoso do departamento dos Velhos Mestres da Sotheby’s, Isherwood era o santo padroeiro das causas perdidas, um autêntico equilibrista com tendência para estratagemas cuidadosamente planeados que terminavam em ruínas, muitas vezes sem que tivesse qualquer culpa.” In Daniel Silva, O Assalto Daniel Silva é considerado um dos maiores romancistas de espionagem norteamericanos de todos os tempos. Envolvente, apaixonante, assombroso e brilhante são adjetivos usados para descrever a obra deste premiado autor, que coloca habitualmente os seus livros no topo da lista de “best-sellers” do New York Times. Estreou-se em 1997 com «O Espião Improvável», e o êxito desse primeiro livro levou Daniel Silva a dedicar-se por completo à escrita. Desde aí tem publicado diversos best-sellers mundiais. De acordo com o Portal da Literatura, Daniel Silva, de nacionalidade americana, é filho de pais açorianos imigrados em Massachusetts e passou a infância numa co-
trbimg com H munidade de pescadores com quem diz ter aprendido o valor do trabalho, da solidariedade e da fé em Deus. Foi jornalista e trabalhou para a United Press International (UPI), primeiro em Washington e depois no Cairo, como correspondente para o Médio Oriente. Viajou muito por toda a região, cobriu o conflito militar entre o Irão e o Iraque, o terrorismo e os diversos tumultos políticos na região.
Autor de 17 obras, Daniel Silva é com frequência comparado à nata da literatura de espionagem, como Graham Greene e John Le Carré. A mediática série Gabriel Allon, protagonizada pelo lendário restaurador de arte e espião ocasional, é composta, até à data, por 14 livros, tendo sido publicado em novembro deste ano o mais recente, «O Assalto». Daniel Silva tem 54 anos e vive em Washington D. C., com a mulher e dois filhos. K
Edições RVJ
Medicina em caderno cultural 7 A XXVIII edição do Caderno de Cultura de Medicina na Beira Interior, da pré-história ao século XXI, acaba de ser editado pela RVJ – Editores. A revista, de âmbito científico, dirigida pelo médico António Lourenço Marques, e coordenada pela investigadora Maria Adelaide Salvado, surge com acabamento requintado. Neste documento, cuja capa foi desenhada por Hugo Landeiro Domingues, surgem 19 artigos que ocupam as 146 páginas do livro. Para além dos artigos científicos, a obra apresenta ainda um texto do seu diretor, António Lourenço Marques, e do presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia, que à semelhança do passado, voltou a atribuir o seu alto patrocínio a esta obra e também às Jornadas de Medicina da Beira Interior, que no início deste mês se realizaram na cidade albicastrense. O livro integra artigos dos investigadores David de Morais, Alfredo Rasteiro, Albano Mendes de Matos, Maria Adelaide Salvado, Maria José Leal, João Nabais, Maria da Graça, Maria Antonieta Garcia, Joaquim Candeias Silva, Maria de Lurdes Cardoso, Aires Antunes Diniz, Benedicta
Duque Vieira, Miguel Nascimento, Inês Cardoso e Nuno Marçal, Maria do Sameiro Barroso, Aires Gameiro, Maria Cristina Moisão, Augusto Borges, Pedro Salvado e Hugo Domingues. Acima de tudo esta obra é um excelente contributo para a história da me-
dicina na Beira Interior, sob diferentes perspetivas. António Lourenço Marques e Maria Adelaide Salvado voltaram a surpreender-nos com mais este trabalho de elevada qualidade e exigência, que merece ser lido e que vem enriquecer a cultura do país. K
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pela objetiva de j. vasco
press das coisas
Incompetência!
iPad Air 2 3 A Apple apresentou-o como o melhor tablet do mundo. O iPad Air 2 está mais fino e mais potente que o antecessor. O novo processador A8X do iPad Air 2 aumentou, e muito, o desempenho da CPU e dos gráficos. Vem ainda com uma câmara de 8 MP melhorada e bateria que dura até 10 horas. Os preços começam nos 509 euros. K
Carminho «Canto»
3 Durante o mês de outubro a palavra mais usada para classificar a atividade governamental, foi incompetência. Incompetência destacada na Justiça e na Educação, onde nunca a colocação de professores e professoras deixou milhares de estudantes sem aulas já no final do mês de outubro. Milhares de docentes por colocar e tantos ainda sem colocação. A não repetir, gritam encarregados (as) de educação, alunos e alunas e docentes. Ainda bem para Nuno Crato que a colocação de professores não é uma prova de acesso à carreira. K
3 Uma das principais vozes do fado contemporâneo, Carminho tem encantado plateias nos quatro cantos do mundo. Ao terceiro álbum, a fadista promete confirmar todo o valor que lhe é reconhecido. O disco inclui um dueto com Marisa Monte, escrito com Arnaldo Antunes, e participações especiais de músicos como Carlinhos Brown, Jaques Morelenbaum, Nana Vasconcelos ou Javier Limón. Conta com um tema composto por Miguel Araújo e outro por Caetano Veloso e o filho mais novo deste, Tom. K
Prazeres da boa mesa
Tortinha de Requeijão da Beira Baixa DO e Doce de Abóbora e Shot de Morangos com Mirtilhos e outras Frutinhas 3Para a Torta (10 pax): 120 g de Gemas pasteurizadas 500 g de Ovos pasteurizados 80 g de Açúcar
Preparação: Cortar metade dos morangos e o restante triturar. Levar ao lume o mel, o sumo e a zeste de laranja até ferver. Juntar o morango nas duas formas e o poejo do rio, deixar levantar fervura e retirar do lume. Colocar no copo e finalizar com a flor de leite (espuma).
Para o Recheio da Torta (10 pax): 300 g de Requeijão B. Baixa DO 75 g de Açúcar 1 dl de Natas 1/2 Vagem de Baunilha do Tahiti 150 g Doce de Abóbora Serra da Gardunha Q.B. de Canela em pó Preparação: Bater todos os ingredientes até quadruplicar de volume. Verter num tabuleiro forrado com papel vegetal. Cozer em forno a seco, a 180º C durante 15 minutos. Deixar arrefecer. Deixar o requeijão a escorrer de véspera, num passador. Bater na batedeira com as varas o requeijão, o açúcar e as natas fervidas com a baunilha aberta (depois de frias), até ficar uma mistura homogénea. Barrar a torta com o queijo, polvilhar com canela e fazer um cordão de doce. Enrolar em película e reservar no frio. Para a Telha de Castanha (10 pax):
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Empratamento: Com todos os elementos, fazer a montagem de acordo com a foto, guarnecendo com uma bola de gelado, morangos e mirtilhos. Publicidade
15 g de Sumo de laranja 65 g de Açúcar 15 g de Farinha 20 g de Castanha Soutos da Lapa DOP 25 g de Manteiga derretida Preparação: Misturar todos os ingredientes. Fazer bolinhas e levar ao forno, sobre
um silipate a seco a 180º C até ficar dourado. Reservar. Para o Shot de Morangos (10 pax): 1 C.S de Mel da Serra da Lousã DOP 300g Morangos 1 Laranja em sumo e Zeste 2 Pés de Poejos do Rio 250 ml Leite Meio Gordo 20 Mirtilhos
Mário Rui Ramos _ (Executive Chef Ô Hotels and Resorts Monfortinho)
Bocas do Galinheiro
Cem anos da Grande Guerra 7 Cem anos passaram sobre o início da Grande Guerra. A primeira. Aquela que o presidente norte-americano, Woodrow Wilson, classificou como “a guerra que acabaria com todas as guerras”. Enganou-se, e muito. Passados pouco mais de vinte anos, vinte milhões de mortos depois, e um número maior de feridos, o mundo envolveu-se noutro conflito global. Mas sobre esse já escrevemos. Foi a 28 de Junho de 1914 que três jovens sérvios da Bósnia, Gravilo Princip, Trifko Grabez e Nedeljko Grabinovic, militantes da causa da unificação da Sérvia, assassinaram na estação de caminho de ferro de Serajevo, o arquiduque da Áustria, Francisco Fernando e a mulher, Sofia Chotek, episódio que deu origem aquela que foi considerada “a primeira calamidade do século XX, a calamidade da qual todas as outras calamidades irromperam”, um intrincado jogo e alianças com os resultados que se conhecem. Portugal, depois de uma neutralidade “condicional”, a jovem República preferia entrar na guerra invocando a velha aliança com Inglaterra, coisa que os ingleses não queriam, enquanto os alemães iam avançando em África, principalmente em Moçambique e em Angola, ao mesmo tempo que protestavam pelo facto de Portugal permitir a passagem por Moçambique de tropas para a Rodésia, bem como a instalação de uma base naval inglesa na Madeira, acabaram por declarar guerra a
Portugal em 9 de março de 1916. O Corpo Expedicionário Português combateu em França, com resultados militares péssimos, de que é paradigma a chacina sofrida na batalha de La Lys onde sob os bombardeamentos alemães: milhares de mortos feridos e desaparecidos, para além de mais de sete mil prisioneiros. O que restou do CEP ainda deu para formar três batalhões de infantaria que combateram até ao fim da guerra. Como com todos os conflitos posteriores, também a “Grande Guerra” foi tema para o cinema, neste caso também o português. Pela mão de Jorge Brum do Canto, realizador de “A Canção da Terra”, de 1938, o seu primeiro filme a conhecer estreia, depois de colaborar com Leitão de Barros e Chianca de Garcia, muito bem recebido na altura, “Lobos da Serra (1942), “Chaimite” (1953) e “Retalhos da Vida de um Médico” (1962), é adaptada para o grande ecrã uma opereta de grande êxito nos anos 20 do século passado e que daria título a este seu filme de 1940 “João Ratão”, sobre um jovem português mobilizado para a “Grande Guerra”. Na aldeia do Vale do Vouga, onde é madeireiro, deixou Vitória, a sua noiva. Analfabetos, trocam cartas de amor escritas pela fidalga Manuela, lá da terra e na frente de Batalha, na Flandres, pelo tenente Resende. No regresso a casa depois ter engrossado a coluna dos vencedores no desfile da vitória (no filme é bem
aproveitado o 11 de novembro de 1918, com o nome da noiva), João Ratão é recebido como um herói. Só que o aparecimento de uma francesinha na aldeia quase deita tudo a perder. Noivado em risco, é o tenente Resende que vem repor o estatuto de herói do João e, como é timbre, tudo acaba bem. Um filme, como disse o realizador, onde “se sente o apelo da terra e do povo, característica fundamental dos meus filmes”. Jorge Brum do Canto, a par da história dos amores de João (Óscar de Lemos) e Vitória (Maria Domingas), consegue dar-nos uma notável visão da faina dos madeireiros, intercalada pela passagem do protagonista pelas trincheiras, com cenas de estúdio, filmadas na Tóbis Portuguesa, com soldados do exército, e imagens reais do conflito tiradas de documentários da época. Não sendo uma obra-prima, merece que olhemos para ele com olhos de ver. Da filmografia estrangeira não podemos deixar de lembrar “A Farewell to Arms” (1932), de Frank Borzage, adaptação da novela de Ernest Hemingway, também à volta da história de amor entre um condutor de ambulâncias e uma enfermeira, Helen Hayes e Gary Cooper, ou “Wings” (1927), de William A. Wellman, sobre os voluntários da aviação americana que lutaram ao lado dos franceses, película vencedora do primeiro Oscar da Academia, também com Cooper. Por seu lado, “La Croix de Bois” (1932),
de Raymond Bernard e “Paths of Glory” (1957), de Stanley Kubrik, pelo seu carácter anti-militarista, o primeiro pugnando pela inutilidade da guerra, o segundo abordando o militarismo na sua faceta mais negativa, ao extremo de precipitar as condições para que desaguem num fuzilamento “como exemplo”, a que poderíamos juntar ainda “All Quiet in the Western Front” (1930), de Lewis Milestone, também ele anti bélico, adaptação da novela de Erich Maria Remarque, um combatente da “Grande Guerra”, sobre a sua experiência e testemunho do sacrifício, mas sobretudo da camaradagem dos jovens “carne para canhão”, mas, principalmente o mítico “J’Accuse!” (1919), de Abel Gance, um apelo impressionista e melodramático ao pacifismo, com os cadáveres a levantarem-se (ainda acham que há inovação nestes walking dead que andam por aí?) em busca de justiça e reconhecimento pelo seu sacrifício à humanidade, para já não falar da particular abordagem de Charlie Chaplin com o seu “Charlot nas Trincheiras”
(1918), uma falsa comédia, que não é mais que um libelo contra a guerra, que voltaria a apelar em 1940 com “O Grande Ditador” parodiando o tal homenzinho de bigode, de tão grandes e más recordações. Dignos de nota são também “Four Sons” (1928), de John Ford, “La Grande Illusion” (1937), de Jean Renoir, ainda alguns mais recentes, tendo como foco a guerra dos ares, como “O Barão Vermelho” (1971), de Roger Cormon e “The Blue Max” (1966), de John Guillermin, e outros sobre a guerra nos mares como “Seas Beneath” (1931), de John Ford e “Hell Below” (1933), de Jack Conway, ou “Mata Hari” (1931), de George Fitzmaurice, sobre a icónica espia, interpretada por uma verdadeira lenda de Hollywood, Greta Garbo, secundada por Ramon Novarro, Mata Hari que apareceu noutros filmes interpretada, entre outras, pela não menos icónica Jeanne Moreau. Como sempre, muitos ficaram por citar, talvez mais notáveis do que alguns de que me lembrei. Até à próxima e bons filmes! K Luís Dinis da Rosa _
CRÓNICA
Cartas desde la ilusión 7 Querido amigo: Resulta que parece ser, ahora, que las personas interesadas en el proceso educativo (profesores, directivos, padres de alumnos, etc.) empiezan a caer en la cuenta de que estamos en la era digital y que, por tanto, es necesario atender de manera adecuada (¿prioritaria?) a dos problemas fundamentales que se presentan en el ámbito de la acción educativa: 1) la utilización correcta de Internet, y 2) el aprovechamiento de las redes sociales. Tengo la impresión, sin embargo, de que, a primera vista, estos dos problemas se perciben como auténticas amenazas. De hecho, ya ha habido algún centro que ha comenzado por tomar medidas drásticas, concretadas en la dinámica de la prohibición, tal vez con la convicción de que la prohibición es la mejor solución (prohibido traer teléfonos móviles al centro escolar, prohibida la utilización “incontrola-
da” de Internet…). A mi manera de ver, son “soluciones” que se basan en la intolerancia y en el miedo, en lugar de basarse en la confianza y el manejo adecuado de la libertad. La intolerancia y el miedo dan una idea muy pobre del quehacer cotidiano en el centro educativo, mientras que la libertad y la confianza fundamentan el auténtico ejercicio educativo de los profesores, ¡que para eso estamos, para educar, y no para amedrentar! Frente a esta actitud de miedo y de anclaje en la incertidumbre, tal vez convendría afrontar con valentía los retos. Pero esto es algo que nunca ha hecho nuestro sistema educativo. Desde hace años venimos pidiendo valentía para mejorar la oferta educativa basada en actuaciones pedagógicas individualizadas y personalizadas, flexibilizando horarios y espacios físicos, agrupando a los alumnos no en función de la
edad sino en función de sus competencias y desarrollos actuales, rediseñando el papel de los profesores que dejarían de ser meros controladores (actuación policial) y pasarían a ser auténticos orientadores y acompañantes del progreso de los alumnos, etc. A todo ello, debemos añadir ya los problemas que se derivan de la necesidad de educar a nuestros alumnos en el ambiente tecnológico-digital en que nos movemos (querámoslo o no, ésta es la realidad indiscutible). Pero ya sabes que todo esto no se ha afrontado, y, lamentablemente, no se afrontará, al menos tal como van las cosas. Los “grandes” problemas que tratan de resolver las sucesivas leyes de educación no dejan de ser problemas “colaterales”. Por eso, los problemas nucleares siempre quedan de lado y permanecen sin resolver y en la oscuridad del tiempo y del espacio ley tras ley.
Una vez más paso a mostrarte mi convencimiento de que estas cosas y estos problemas no se resuelven “de arriba abajo”, sino “de abajo arriba”, es decir, no se puede garantizar su resolución mediante instrumentos legales, sino que habría que recurrir, como siempre hemos comentado, a la experiencia y el saber hacer de los que están “al pie del cañón” cada día ejerciendo la acción educativa, o sea, habría que partir siempre de lo que hacen y piensan los profesores, que siempre han sido los grandes olvidados de las reformas y propuestas educativas que emanan de los “agentes” políticos del sistema. Por eso, pienso que, una vez más, “nos ha pillado el toro” con las manos en los bolsillos sin saber qué hacer. Así pues, lo que podemos constatar es la falta de previsión, de planificación y de programación de que adolece nuestro sistema educativo.
Paradójicamente, un sistema que debería estar programado milimétricamente (por supuesto, en un ambiente de amplia flexibilidad) porque el futuro de los niños depende de él, queda abandonado a su suerte, una vez más. Esta situación sólo se revierte a base de profesores que confían en sí mismos, en las posibilidades de su acción educativa y en la confianza en la receptividad y poder de reacción de sus alumnos. ¿No deberían ser ellos los que inspirasen cualquier cambio? Hasta la próxima, como siempre, salud y felicidad. K Juan A. Castro Posada _ juancastrop@gmail.com
novembro 2014 /// 025
Quatro rodas
As Unidades de Energia c Outrora, transmitidas em canal aberto, as corridas de Fórmula 1 passaram, há uns anos, para canal de subscrição. Este ano decidi experimentar e subscrever o canal, para acompanhar o mundial de F1. No pacote, estavam anunciadas as transmissões de todas s sessões de treinos, a corrida e vários espaços de análise. Também a presença, como comentador, do meu conterrâneo José Miguel Barros, era a garantia de informação pertinente e com nível de conhecimento impar em Portugal. Logo nos primeiros comentários, comecei a notar, uma alteração nos termos utilizados, para descrever as máquinas de 2014. Ao longo dos anos fui retendo que, o bom desempenho de um Fórmula 1, está dependente de um “chassis” equilibrado e de um motor com bom desempenho, no entanto, nos comentários do Zé Miguel, deixei de ouvir a palavra “motor”. Tive pois de prestar mais atenção, e notei que em vez de motor, os Formula 1 passaram a ter uma
“unidade de energia”. Estudei um pouco este novo processo de propulsão, e verifiquei, que esta nomenclatura aparece, porque, mais uma vez a Formula 1, serviu de laboratório, onde, nas condições mais extremas, proporcionadas pelo ambiente de competição, foi possível
experimentar um processo de aproveitamento das energias, que até agora os veículos desperdiçavam, em determinados momentos. É sabido que no processo de travagem há um enorme desperdício de energia cinética. Também é desperdiçada muita energia calo-
rifica nos turbocompressores. Pois bem, este ano, foram colocados sistemas que conseguem transformar estas duas energias em energia elétrica. Essa energia é armazenada em condensadores e depois é usada por motores elétricos, que ajudam o velhinho motor de explosão na sua função de passar força às transmissões. Quanto mais energia elétrica for coletada nestes sistemas, mais trabalham os motores elétricos, e menos força temos que pedir ao motor de explosão. Baixamos assim os consumos e aumentamos a eficiência de todo o sistema de propulsão. Para além de tudo isto, temos um ganho na gestão ambiental significativo. Trata-se de um processo que até é teoricamente fácil de explicar, mas que necessita de muita tecnologia e horas de investigação. Tenho pois que “tirar o chapéu” à FIA (Federation Internationale de l’Automobile), pela coragem de ter enveredado por este caminho. Vejam só os ganhos que vamos ter para o nosso planeta quando toda esta tecnologia for
novidades
Seat Leon X-Perience desde 32 330 euros
Mercedes-Benz Classe B chega este mês 3 Chega este mês o Mercedes-Benz Classe B, com preços a iniciarem nos 30 050 euros, nomeadamente para o B 160 CDI. Há ainda outras opções a Díesel, como o B 180 CDI BlueEfficiency Edition por 30 550 euros, o B180 CDI por 30 900 euros, o B 200 CDI a partir dos 36 700 euros e no topo da gama o B 220 CDI, com caixa automática de série, a arrancar nos 42 750 euros. Existe apenas uma opção a gasolina, o B 180, que custa 31 900 euros. O Classe B Electric Drive será lançado durante o próximo ano. K
Novo Skoda Fabia disponível em janeiro 3 A terceira geração do Skoda Fabia estará disponível a partir de janeiro do próximo ano, com uma nova versão 1.0 de 75 cv, mais possibilidades de personalização e novos sistemas de conetividade. O novo modelo mantém a plataforma do antecessor mas com muitas alterações técnicas relevantes, entre as quais se encontra o sistema de direção, toda a parte elétrica e novos motores. Entre estes, merece destaque o 1.0 MPI de três cilindros, disponível em versões de 60 e 75 cv e que deverá ser o mais vendido. K Publicidade
026 /// novembro 2014
aplicada em massa na indústria automóvel. Depois de muitas experiencias em versões híbridas de veículos comerciais que nunca nos conseguiram indicar um caminho de futuro, está para mim mais claro, que o sucesso deste processo vai ser replicado na indústria. Para os céticos, fica mesmo provado que a competição automóvel é o laboratório de excelência para as inovações que todos temos usufruído e vamos continuar a usufruir nas nossas viaturas do dia-a-dia. K Paulo Almeida _
3 A Seat Leon X-Perience chega este mês ao mercado nacional, e no lançamento estará disponível apenas em versões Diesel e de tração integral 4Drive. A versão mais acessível desta variante “all-road” da carrinha Leon é a 1.6 TDI com 110 cv e caixa manual de seis velocidades, por 32 330 euros. Disponíveis estão também duas versões FR associadas ao motor 2.0 TDI. A opção com 150 cv inicia nos 37 530 euros e a 184 cv começa nos 40 825 euros. Em junho serão lançadas as versões de tração dianteira: 1.4 TSI com 125 cv e 1.6 TDI com 110 cv. K
novembro 2014 /// 027
Encontro Ibérico na Ualg
Magazine debate ética no Algarve superior portuguesas. O encontro, coordenado pelos docentes Joaquim Contreiras, Fernando Miguel Seabra e Raquel Poyatos, foi estruturado em duas sessões, uma de manhã e outra de tarde. Os casos práticos previamente enviados para a comissão organizadora serão analisados por uma Publicidade
6 O Ensino da Ética, da Responsabilidade Social e das Práticas de Responsabilidade Social no Ensino Superior foi o tema do 1º encontro Ibérico sobre aquela área realizado no nosso país, e que contou com o apoio e a presença do Ensino Magazine. Com a organização da Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo da Universidade do Algarve (UAlg), o Vicerrectorado de Planificación, Calidad, Responsabilidad Social y Comunicación da Universidad de Jaén, e o Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa - ISCAL, o encontro permitiu a partilha de experiência e o tirar de muitas dúvidas numa área importante que nalgumas instituições de ensino superior já faz parte dos currículos de alguns cursos. Este encontro pretendeu ser um espaço aberto, em formato de tertúlia, onde docentes e outros profissionais ligados ao ensino superior trocaram experiências e ideias sobre o ensino da
Ética, da Responsabilidade Social e das práticas de Responsabilidade Social no ensino superior. Na sessão de abertura, a vice-reitora da Universidade do Algarve, Ana de Freitas, destacou a importância do tema, bem como o empenho que a sua instituição tem colocado nessa área. Por sua vez, Jorge Delgado, vice-reitor da Universidade de Jaén (Espanha) explicou o que a sua instituição tem desenvolvido nesta área, destacando sobretudo a vertente da responsabilidade social e aquilo que a universidade desenvolve em prol da comunidade. João Carrega, diretor do Ensino Magazine, aproveitou a sessão de abertura para destacar a importância da ética nas suas mais variadas vertentes, sublinhando ainda a componente de responsabilidade social que o jornal que dirige adotou há muitos anos, dando como exemplos os prémios de mérito que anualmente atribuem aos melhores alunos de diferentes instituições de ensino
Revista Human Brain Mapping
Coimbra faz manchete 6 Um estudo de imagem cerebral sobre a ambiguidade da perceção visual, desenvolvido por uma equipa de investigadores do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS) e do Instituto Biomédico de Investigação de Luz e Imagem (IBILI) da Universidade de Coimbra (UC), faz a manchete da edição de outubro da Human Brain Mapping, a mais prestigiada revista internacional de Neuroimagem.
028 /// novembro 2014
O estudo da ambiguidade da perceção tem implicações em doenças neuropsiquiátricas como a esquizofrenia e o autismo e originou pesquisas agora em curso no ICNAS. Coordenado pelo neurocientista Miguel CasteloBranco, o estudo tem como primeiro autor João Castelhano. Em linguagem comum, os autores conseguiram “verificar como o cérebro decide sobre aquilo que é difícil de observar. K
comissão científica, e posteriormente publicados no CD com ISBN do encontro e com a chancela do jornal Ensino Magazine. Ainda na parte da manhã, Fátima Jorge (Universidade de Évora) apresentou o seu testemunho pessoal sobre a implementação daquelas áreas no ensino
dentro daquela universidade portuguesa. Participaram ainda no evento, Margarida de Jesus (UAlg), Maria João Santos (ISEG), Elsa Barbosa (IP Beja), José Fernandéz (UP Comillas), Consuelo Olalla (UP Comillas), Helena Borges (UAlg), Dolores Fernádez (UA Cruña), Orlando Gomes (ISCAL), sendo moderadores
Fernando Seabra e Joaquim Pinto Contreiras. A sessão de encerramento contou com a presença do diretor da ESGHT da Universidade do Algarve, Francisco Serra, e dos vive-reitor da Universidad de Faén, Jorge Delgado, e do presidente do Conselho Técnico Científico do ISCAL, Orlando Gomes. K