Ensino Magazine Edição nº 248

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outubro 2018 Diretor Fundador João Ruivo Diretor João Carrega Publicação Mensal Ano XXI K No248 Assinatura anual: 15 euros

SUPLEMENTOS UNIVERSIDADE

UBI elege provedor do estudante C

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Évora desafia alunos POLITÉCNICO

Guarda com imagens de valor IPLeiria distinguido sete vezes Poliempreende no IPPortalegre Caloiros mariscam sem lixo C

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www.ensino.eu Distribuição Gratuita

LJUBOMIR STANISIC, CHEF DE COZINHA

Da guerra da Bósnia ao ‘pesadelo a cozinha’ Controverso, mas com queda para a cozinha, o chef Ljubomir Stanisic confessa o segredo do seu sucesso, recorda um pouco da sua história e fala do seu programa “Pesadelo na Cozinha”. C P4

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André Ventura de ‘pé em riste’ C

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JURISTA E COMENTADOR TELEVISIVO

André Ventura de «pé em riste» 6 Defende com unhas e dentes no espaço público o clube que diz «amar», mas rejeita, para já, qualquer protagonismo na sucessão do atual presidente dos encarnados. Tornou-se conhecido do grande público no programa de comentário futebolístico, «Pé em Riste», na CMTV. Faço-lhe duas perguntas numa só: como explica a popularidade destes programas e se acha que estes programas não potenciam o clima de guerrilha dentro e fora de campo? O futebol é um fenómeno de massas, gera e despoleta emoções que os próprios às vezes nem sabiam que seriam capazes de desenvolver. Os programas de comentário desportivo evidenciam isso mesmo, esse confronto de emoções, expressando o sentir de uma grande parte da população portuguesa, que se revê nesses palcos de debate intenso (e às vezes agressivo). Talvez seja essa a chave de sucesso de programas como o «Pé em Riste» (CMTV) ou o «Prolongamento» (TVI 24)… são a expressão dos grandes debates de rua e de café em Portugal. Foi apontado como um dos elementos afetos ao Benfica que recebiam a «cartilha» ou as diretrizes dos dirigentes do clube da Luz, para veicular durante os seus comentários. Existe manipulação por parte dos clubes para fazerem passar a sua estratégia desportiva? Isso é conversa fiada daqueles que perdem os debates ou não os conseguem acompanhar. É mais fácil acusar os outros comentadores de ter tido uma «ajuda extra» ou de estarem ligados a algum sistema de satélite que transmite inforPublicidade

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mações em tempo real. Todos os clubes dão informações aos seus dirigentes e comentadores – todos! – e isso beneficia até o serviço público de informação. Mais: beneficia os telespectadores em termos de veracidade e autenticidade da informação transmitida. Chamar a isso manipulação parece-me despropositado… O Benfica, após ter falhado por um triz o tetracampeonato, foi envolvido, direta e indiretamente, numa série de suspeições que estão a ser alvo da Justiça. Como reage, como benfiquista, a esta vaga de suspeição? É triste e mancha o nome daquela que é provavelmente a instituição portuguesa mais divulgada a nível planetário e uma das marcas mais fortes da nossa economia. Entristece-me muito ver a Benfica SAD arguida num processo de corrupção

(mais do que qualquer dirigente ou ex-dirigente), por isso espero que esta questão fique resolvida rapidamente já na fase de instrução. Estou a referir-me evidentemente ao processo etoupeira, mas espero também que não haja desenvolvimentos negativos no processo dos e-mails (onde, deve dizer-se, o Benfica foi absolvido em todas as instâncias desportivas, nacionais e internacionais). Algumas das conquistas do Benfica poderão ser retiradas e, em caso de prova de culpabilidade, o clube pode ser penalizado desportivamente? A lei 50/2007 de 31 de agosto estabelece sanções criminais e desportivas (por exemplo suspensão das competições de futebol profissional) para os agentes desportivos (pessoas singulares ou coletivas) cujos comportamentos configurem crimes de corrupção, tráfico de

influência ou mesmo (após a alteração de 2017) recebimento ou oferta indevida de vantagem. Os regulamentos desportivos estabelecem depois sanções, a jusante, que podem ir, nestes casos, desde perda de pontos a descida de divisão, conforme os casos. Honestamente, neste caso específico do processo e-toupeira, a conexão entre os crimes imputados à Benfica SAD e a competição desportiva (ou a verdade desportiva) parece-me muito ténue e difícil de estabelecer. Tal como já disse na TV, não me parece que os crimes em causa tenham afetado a autenticidade das competições desportivas, nem a verdade dos seus resultados, condição fundamental para a aplicação dessas mesmas sanções desportivas. Recentemente o seu nome foi apontado como um dos

apoiantes da mais que provável candidatura de Rui Gomes da Silva à presidência do Benfica. Quais são as suas reais ambições? Amo o Benfica e gosto de futebol. Não tenho quaisquer ambições no clube que não seja defendê-lo e apoiá-lo, como qualquer adepto. O Rui Gomes da Silva é meu amigo e meu padrinho de casamento, mas uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Ele é que decidirá que convites fará e a quem os fará. O meu foco neste momento está na política portuguesa, onde é urgente responder ao anseio das pessoas por medidas corajosas e inovadoras. Luís Filipe Vieira pretende, qual Pinto da Costa, eternizarse na liderança do clube da Luz? Luís Filipe Vieira é muito diferente de Pinto da Costa e estou convencido que apenas;


fundamental, que estas questões fiquem esclarecidas, judicial e extra-judicialmente, tão depressa quanto possível. É o regime democrático que está em causa!

;fará mais um mandato à frente do Benfica, quando sinta concluído o projeto de modernização que iniciou no clube. Teve uma função importantíssima na recuperação da credibilidade do Benfica e todos os sócios reconhecem isso. Penso e espero que, ao contrário de Pinto da Costa, saiba o momento de sair. Atualmente é vereador da Câmara de Loures, cargo para o qual foi eleito em representação do PSD e do CDS. Como tem sido essa sua experiência? Muito boa e gratificante. Como sabe estou de saída da Câmara de Loures para formar uma nova força política – o CHEGA – mas foram meses de trabalho extraordinariamente gratificantes: colocámos, nas sucessivas reuniões de Câmara, o dedo na ferida em questões fundamentais como a habitação social, a dívida social, a insegurança, a deficiente mobilidade, os espaços verdes, etc. Senti que trabalhei para a população que me elegeu e, nesse sentido, tenho pena de sair. Mas a vida é assim mesmo e a política imprevisível: faço o que me manda a consciência e os valores que transporto. Faz falta uma nova voz política em Portugal e espero representar essa frescura e essa esperança por que tantos dos nossos concidadãos anseiam. Sobre a comunidade cigana disse que «viviam quase exclusivamente de subsídios do Estado» e «acha que estão acima das regras do Estado de Direito.» Essas palavras caíram mal na sociedade. Disse o que muitos pensam e não têm coragem de exprimir? Evidente…e os dados demonstram isso mesmo. Há um problema de integração, de subsidiodependência e de perceção social. Mas muitos políticos e organizações sociais (e pelos vistos algumas entidades internacionais também) preferem assobiar para o lado. Fica o aviso: o problema não se resolve por si próprio nem por magia! Vou continuar a trazer o assunto das minorias para o espaço público. Ainda recentemente elogiou Jair Bolsonaro pela «frescura de pensamento», acrescentando que «os liberais ocidentais podiam aprender com ele». Como reage quando o acusam de ser populista? Hoje em dia parece que só se pode elogiar o Presidente da Venezuela ou de Cuba, que estão a lançar os seus povos para a miséria mais abjeta. Não

me condicionam o pensamento nem me limitam a intervenção política. O que disse é que, apesar de muita coisa abjeta e incompreensível que Bolsonaro defende (por exemplo, em relação às mulheres ou sobre ter um filho homossexual), há aspetos de frescura ideológica que estão a atrair a classe média brasileira, como a política de desburocratização (no Brasil, abrir uma empresa, por exemplo, é um inferno burocrático) e de justiça penal, que muitos brasileiros vêm como mole ou ineficaz para o grau de violência que existe no país. Isso é ser populista? Poupemme! O atual líder do PSD, Rui Rio,

recusou recebê-lo, após ter iniciado um processo de recolha de assinaturas para convocar um congresso extraordinário. Veria com bons olhos o regresso de Passos Coelho à liderança dos social-democratas? Sempre disse que o fundamental não era tanto o nome mas o rumo fundamental do partido. Não podemos ter uma organização política que não é carne nem é peixe, dá a mão a todos e tem como grande mais-valia ser ideologicamente neutral. Um partido não é uma empresa de contabilidade. São fundamentais valores e um rumo no qual as portuguesas e os portugueses se revejam. Por isso é que decidi sair: quero um partido de valores e de cau-

sas, mesmo que fraturantes. Começa a fazer-se luz sobre o roubo das armas em Tancos. O cenário que se desenha está ao nível de uma ampla conspiração institucional. Pode ser o próprio regime democrático que está em causa? Evidentemente que pode. Quando um crime dessa gravidade revela envolvimento e encobrimento institucional, as pessoas perguntam-se o que mais poderá estar em causa. Fazem-se perguntas: já houve mais casos destes «encobertos»? Para quem seriam as armas e que finalidade teriam? Haverá tráfico de armas com cobertura institucional? É muito importante, diria

CARA DA NOTÍCIA 6 Comentários de «pé em riste» André Ventura é licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa e doutorado em Direito Público pela University College Cork, da Irlanda. Atualmente é professor auxiliar na Universidade Autónoma de Lisboa e professor convidado na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, onde exerce as funções de subdiretor do mestrado em Direito e Segurança. É comentador televisivo da CM TV (comentador residente, afeto ao Benfica, no programa «Pé em riste», emitido todas as segundas-feiras) e tem uma coluna de opinião semanal no «Correio da Manhã». Na sua primeira incursão política foi eleito, pelo PSD/CDS, vereador da Câmara Municipal de Loures.

Os mega-processos têm dado visibilidade à Justiça, mas teimam em prolongar-se no tempo. A «Operação Marquês», provavelmente o mais importante processo em 43 anos de democracia, pode ser mais um de «uma justiça que tarda é justiça que falha»? Sem dúvida, e isso melindra a confiança dos cidadãos nas instituições e no funcionamento da justiça. É um enorme dilema: por um lado há que cumprir procedimentos e respeitar direitos fundamentais; por outro há o objetivo constitucional de realização da justiça de forma célere e atempada. Temos um longo caminho a percorrer: Espanha conseguiu acusar e julgar os autores dos atentados de 11 de março em pouco mais de um ano, nós demorámos vários anos até concluir o processo Casa Pia, por exemplo. Estou em crer que temos de simplificar procedimentos e limitar alguns recursos, caso contrário corremos o sério risco de se gerar e instalar na sociedade uma perceção de impunidade geral. E esse é um risco social e político muito perigoso… A sua rubrica semanal no «Correio da Manhã» chama-se «O povo e a Lei», aludindo ao artigo 3.º da Constituição portuguesa que diz: «A soberania, una e indivisível, reside no povo.» Com os partidos políticos a tudo decidirem e os eleitores a não se reverem nos representantes eleitos, a soberania popular pode estar ameaçada? Sem dúvida, é urgente reformar o sistema político e aproximar eleitos e eleitores. Os círculos uninominais podem ser uma boa aposta. É fundamental que os eleitores conheçam quem estão a eleger, mais do que o líder que poderá vir a assumir o lugar de primeiroministro. Hoje temos a soberania ameaçada de várias formas: na crescente desconfiança dos cidadãos face aos partidos políticos, na abstenção galopante, na amplificação de notícias falsas nas redes sociais, na burocratização da justiça e na especulação económica. Acredite-se nisto: está definido o contexto para o surgimento de tempos muito, muito sombrios! Nuno Dias da Silva _ Direitos Reservados H

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LJUBOMIR STANISIC, CHEF DE COZINHA

Da guerra da Bósnia a estrela de TV 6 Controverso, mas com queda para a cozinha, o chef Ljubomir Stanisic confessa o segredo do seu sucesso, recorda um pouco da sua história e fala do seu programa “Pesadelo na Cozinha”.

uma guerra civil devastadora na ex-Jugoslávia? Foi ótima, era tudo o que eu queria. Tirando a língua - e o bacalhau, que a início não suportava - foi muito fácil adaptar-me a este país.

Escreveu em parceria com a sua mulher, Mónica Franco, «Bistromania – No Bistro como em casa». Para quem ainda não leu, este é mais do que um livro de receitas e de comida? É um livro com receitas, sim, mas é muito mais do que isso: é um livro que tem a alma do Bistro, a história deste restaurante, da equipa, a minha, os bastidores, os mandamentos… É uma súmula de tudo o que vivemos nesta casa ao longo destes oito anos, celebrados no passado dia 22 de setembro, e de tudo o que nos fez - e ainda faz - muito felizes por aqui. No seu livro lê-se, por diversas vezes, que a curiosidade e a genuinidade são características que o distinguem no seu trabalho. São estas as duas maiores «armas» do chef Ljubomir? Acho que, qualquer que fosse a minha profissão, quereria sempre fazer mais e melhor. Há um desejo de aperfeiçoamento constante, um amor pelo que faço, que me leva sempre a querer mais. Mas há aqui um fator muito importante também, que é a minha equipa. Acho que essa se calhar é a minha maior arma. A segunda série de «Pesadelo na Cozinha» iniciou-se na TVI com grande sucesso nas audiências. Qual é o principal ingrediente para o êxito do programa? Manuel Amaro da Costa, o realizador do programa. É ele o maior responsável por isto. De forma dura e agressiva, explica a donos e empregados como recuperar o seu negócio. Uns dizem que faz bullying, outros seguem os seus conselhos e remodelam os estabelecimentos. Afinal, qual é o seu papel? Eu estou ali como sou. Não há espetáculo, não há “show off”. O meu papel é simplesmente orientar as pessoas para o sucesso dos seus negócios, tendo em conta a minha experiência de mais de 20 anos na restauração. Há quem entenda e tenha vontade de aprender, há quem não entenda e depois não aproveite… Eu deixo as ferramentas. Se as pessoas depois as usam ou não, já não depende de mim.

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Para além disso, passou por grandes dificuldades quando se fixou em Portugal e tardou algum tempo até afirmar-se. Partilha a velha máxima de Ghandi: «O que não nos mata, deixa-nos mais fortes»? Sem dúvida. Digo muitas vezes que aprendi mais com as minhas derrotas que com as minhas vitórias. Cometi erros que não voltarei a cometer e agradeço muito essas lições.

Tece grandes elogios aos produtos, aos sabores e, no fundo, à nossa cozinha. Temos, como se diz, uma das melhores gastronomias do mundo? Temos matéria-prima incrível. E uma tradição gastronómica que me apaixona muito, porque me diz muito até pela minha história. O facto de chegar ao Alentejo e ver que com um pouco de pão, alho e azeite se faz uma açorda demonstra bem o engenho deste povo. Identifico-me muito com isso, com a ideia de fazer muito do pouco. Nos últimos anos, a gastronomia portuguesa tem conseguido ultrapassar fronteiras, o que é ótimo. Por exemplo, em 2017 o «Bistro 100 Maneiras» foi considerado o número 1 mundial pela «Monocle»: não foi uma vitória

só minha ou do «100 Maneiras», foi uma vitória também para Portugal, ver um restaurante nacional pela primeira vez naquela posição. Isto só prova também que o mundo está atento ao que fazemos. Costumo dizer que primeiro Portugal descobriu o mundo e agora é o mundo que nos está a descobrir. Já era tempo. As suas declarações e intervenções nem sempre foram bem entendidas junto da opinião pública, inclusive por alguns políticos. O que é que mais o irrita na forma de ser dos portugueses? E o que é que o fascina? Em primeiro lugar, honestamente, não me preocupa se as minhas declarações são bem ou mal entendidas. Não sou político, não

sou uma figura do social, sou um cozinheiro. E vivemos num país com liberdade de expressão – hei de usá-la e defendê-la até ao fim. Em relação aos portugueses, talvez o único aspeto que me causa ainda alguma confusão seja a inveja… Aquela coisa de um português ver um Ferrari a passar e pensar: “Ainda te vais espetar”. Porquê? Para quê? Felizmente, acho que também é uma mentalidade que está cada vez menos enraizada, mesmo na cozinha nota-se uma maior partilha, entreajuda… Chegou a Portugal a 1997. Como foi a adaptação a este país de brandos costumes e que teve uma revolução em que não se disparou um tiro, de um homem que passou por

CARA DA NOTÍCIA 6 Exigência na cozinha Ljubomir Stanisic nasceu em Sarajevo, atual Bósnia Herzegovina, a 8 de junho de 1978. Teve uma infância traumática com a guerra que estilhaçou a então Jugoslávia. Chegou a Portugal no verão de 1997. Passou por diversos restaurantes, mas demorou até impor-se. Abriu o seu primeiro restaurante, o «100 maneiras», em 2004, em Cascais. Acabaria por falir em 2008. Reabrindo em 2009, no Bairro Alto. Em 2010 abriu o «Bistro 100 maneiras», no Chiado. Mas foi a televisão que lhe deu projeção, primeiro com o «Masterchef Portugal» e mais recentemente com «Pesadelo na cozinha», cuja segunda série começou recentemente na TVI.

Que conselhos daria a um jovem que sonha ser um chef de sucesso? Qualquer jovem chefe deve viajar tanto quanto possível e comer o maior número de coisas possível, pelo menos nos primeiros quatro anos de carreira. É preciso comer mundo, “papar quilómetros” - Papa Quilómetros é o nome do meu projeto com a minha mulher, a jornalista Mónica Franco, onde fazemos precisamente isso: viajamos para comer. Técnicas, empratamentos… qualquer um aprende. O mais importante para se ser um bom chefe é treinar o paladar e isso só se consegue a comer muito. Em termos de formação, as nossas escolas de turismo e hotelaria fornecem boas bases para a formação dos futuros chefs? Não conheço bem o currículo das escolas de turismo e hotelaria, por isso seria injusto avaliá-las. No entanto, acho que temos bons jovens cozinheiros em Portugal. Para finalizar. Mais de 20 anos em Portugal. A mulher e os dois filhos são todos portugueses. O que é que ainda falta fazer neste país que o acolheu? Algum sonho por realizar? Muitos sonhos, sempre. O meu maior sonho neste momento é mudar-me para o campo, abrir um restaurante e construir uma comunidade sustentável em que todos trabalham para o mesmo. Onde temos a senhora que cria as galinhas para os ovos, o senhor que fornece o leite para os queijos, alguém a tomar conta da horta, do pomar… Já esteve bem mais longe de acontecer. Nuno Dias da Silva _ Fabrice Demoulin_100 Maneiras H


COMPETIÇÃO INTERNACIONAL DE COROS

TIMES HIGHER EDUCATION

600 coristas no Fundão

UBI renova presença

6 A 3ª edição do Festival e Concurso Internacional de Coros da Beira Interior decorreu no Fundão, de 3 a 6 de outubro, e reuniu mais de 600 coralistas de oito países diferentes, tendo o ‘InDONNAtion Female Choir’, da Grécia, sido o vencedor do grande prémio da competição, um diploma de ouro e 3000 euros em dinheiro. O maestro do coro InDONNAtion Female Choir, Dimitris Ktistakis, afirmou que não estava à espera de vencer, confirmando, no entanto, que é um grande benefício para o coro que é representado por mais de 30 vozes femininas. “Foi a primeira vez do nosso coro em Portugal e ficámos encantados com as pessoas, com a organização, foi tudo cuidado ao pormenor, e pudemos assim encontrar semelhanças entre os gregos e os portugueses”, salientou o maestro. Também os coros finlandeses ‘Kamarikuoro Vivace’ e ‘Merikosken Laulu’, assim como o coro húngaro ‘Aurin Leánykara’, o coro checo ‘Tachovsky Detsky Sbor’ e o coro português ‘Canto Firme de To-

mar’ estiveram em destaque pela conquista de um ou mais diplomas de ouro nas várias categorias em que competiram, em classes como coros mistos, coros infantis, música sacra ou ainda folclore. Num total de 18 coros participantes, o evento voltou a destacar-se como um dos principais marcos culturais da região, ao contar com quatro dias de espetáculos abertos ao público, com a realização de concertos, os denominados Friendship Concerts (concertos amigáveis), também em Alpedrinha e Aldeia de Joanes. A organização do evento considera ter cumprido os objetivos, ansiando já pelo início dos trabalhos para a próxima edição, em 2020. No discurso de encerramento, o maestro Luís Cipriano, presidente da ACBI e diretor artístico da competição afirmou que “é já tempo de começar a trabalhar para a 4ª edição do evento, pois o cansaço acumulado vai rapidamente dar lugar a uma nova energia”. K

6 O World University Rankings (WUR), desenvolvido pelo Times Higher Education (THE), coloca a Universidade da Beira Inteiror (UBI) no patamar 601-800, numa lista que resultou da análise de 1.258 organizações ligadas ao ensino e investigação, de 86 países. No âmbito nacional, de acordo com o relatório, a UBI está em sexto lugar entre as 13 instituições que integram o estudo. A edição de 2019, divulgada no final de setembro, mostra que a UBI mantém uma presença firme neste ranking, apesar da concorrência acrescida pelo aumento do número de instituições analisadas. Relativamente ao ano passado foram mais 155 e, comparativamente com 2017, ano em que a UBI surge pela primeira vez na lista, os técnicos do ranking avaliaram mais 277. O WUR considera 13 indicadores, distribuídos pelas cinco grandes áreas de atividade das instituições de Ensino Superior, o Ensino, a Investigação, as Citações, a Transferência de Conhecimento e

a Internacionalização. A UBI sobe em todas, à exceção do Ensino. O campo Citações, no qual alcança notas elevadas, evidencia a “qualidade da investigação que é feita na UBI, porque os resultados estão a servir de suporte ao trabalho de cientistas internacionais, e são por eles citados”, afirma José Páscoa, vice-reitor da Universidade da Beira Interior. E prossegue: “No parâmetro Ensino, onde este ano não subimos, ao contrário do que aconteceu de 2017 para 2018,

podemos melhorar se aumentarmos o número de doutoramentos concluídos. Além desse factor, e para o item Ensino o ranking também considera as transferências do Orçamento de Estado por aluno e, como se sabe, a UBI é altamente prejudicada neste plano. Não subimos mais no ranking também porque o governo nos limita o orçamento. É extraordinário o que os nossos professores fazem com tão pouco dinheiro”, refere José Páscoa. K

Pedro Damasceno Lopes _

PROJETO COM EMPRESA TORRE

Prémio para UBI 6 Um projeto apresentado pela Universidade da Beira Interior (UBI) e pela empresa têxtil Torre – Sociedade de Confeções venceu o European Enterprise Promotion Awards (EEPA) foi o vencedor deste ano, na categoria de Internacionalização, entre 82 candidaturas, com a iniciativa designado ‘From Portugal the remarkable Groom Suit to marry and party!’. Os Prémios Europeus de Promoção Empresarial, iniciativa da Comissão Europeia desenvolvida em Portugal pelo IAPMEI, foram criados em 2005 e dinamizados em mais de 30 países. Visam identificar e reconhecer atividades de sucesso que apoiem e estimulem a

iniciativa empresarial, tendo a Comissão Europeia premiado diversos projetos portugueses em diversas categorias, ao longo destes 12 anos, com visibilidade e impactos acrescidos para os respetivos projetos e promotores. A cerimónia de entrega dos troféus decorreu a 28 de setembro, e contou com a presença do ex-ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, da secretária de Estado da Indústria, Ana Teresa Lehmann, e do presidente do IAPMEI, Nuno Mangas. A UBI esteve representada pela docente e investigadora do Departamento de Gestão e Economia, Susana Garrido Azevedo. K

NA COVILHÃ

250 estudantes de mobilidade 6 A Universidade da Beira Interior (UBI) vai receber cerca de 250 estudantes estrangeiros ao longo deste semestre, ao abrigo dos vários programas de mobilidade, o que representa um dos maiores contingentes de sempre de participantes no âmbito do Erasmus+ e programa de Bolsas Ibero-americanas. Os principais países de origem destes alunos são Brasil, Espanha, Itália e Polónia, locais de onde trazem expetativas elevadas, que acreditam que serão cumpridas, a julgar pela avaliação dos primeiros dias.

Aprender ou melhorar outras línguas é um das metas de quem participa em programas de mobilidade, mas na UBI tem ainda a possibilidade de realizar cursos da área de Letras, para concretizar esse objetivo. Izabela Wdowicz, jovem polaca, não queria ir para uma grande cidade e optou pela Covilhã. Quer “saber mais da estrutura do Português e começar a estudar Francês, num curso que existe na UBI”. Sobre as pessoas, fala já de “um ambiente amigável e acolhe-

dor”, referiu durante o ‘Welcome Day’, no início de outubro, no Jardim do Lago da Covilhã. A iniciativa, promovida pela UBI, através do Gabinete de Internacionalização e Saídas Profissionais (GISP), envolveu pessoas chegadas à Covilhã há poucos dias e outras que já contam algumas semanas, como a espanhola Mirene Gonzalez. Vem aprender mais sobre Cinema e Comunicação e tem a ambição de “crescer como pessoa e voltar a Bilbao”. K

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ESTUDO DO PATRIMÓNIO DE TRANCOSO

UBI assina protocolo ACOLHER INVESTIGADORES INTERNACIONAIS

Novo programa na Covilhã 6 A Universidade da Beira Interior (UBI) acaba de criar o Programa de Residências Científicas Internacionais (PRCI), com o objetivo de aumentar a qualidade da investigação que se faz na academia, impulsionando ao mesmo tempo o sistema científico nacional. O projeto dá resposta ao aumento do número de solicitações por parte de investigadores sediados no estrangeiro para realizarem trabalho académico na UBI, instituição que tem vindo a assumir uma posição de destaque no panorama científico e

cultural internacional. Além da qualidade científica que caracteriza a academia, o ambiente acolhedor e propício à criatividade e inovação é outro motivo que torna a UBI apelativa para o desenvolvimento de investigação em diversas áreas. São abrangidos cientistas com experiência académica nas suas áreas, enquadrados em três categorias: ‘Visiting Academic’, professores ou investigadores seniores já titulares de Visiting Scholar; ‘Visiting Scholar’, professores ou investigadores

seniores que pretendam desenvolver trabalho em colaboração com um professor investigador da UBI; e ‘Visiting Researcher’, estudante de doutoramento, pos-doc ou recém-doutorado que pretenda desenvolver investigação colaborativa com o professor investigador da UBI. A Residência Científica pode iniciar-se em qualquer altura do ano, para uma estadia mínima de 1 mês e a duração máxima de 12 meses. Os investigadores acolhidos na UBI terão possibilidade de ficarem instalados nas residências dos SASUBI. K

Júlio Martins eleito

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comunidade ubiana e da cidade e por um sistema de valores, espírito de inclusão social, cultural e inovação de conhecimentos”, são outros dois objetivos. A candidatura surgiu na sequência de um percurso de vida que abrange várias funções como professor, autarca e de participa-

plica o presidente da Câmara de Trancoso, Amílcar Salvador, que rubricou o protocolo com o vice-reitor da UBI, José Páscoa. Do ponto de vista da UBI, este projeto é visto como muito importante para a investigação nas áreas da Arquitetura e Engenharia Civil, pelo conjunto de estudos que depois resultarão em projetos de execução, mas acima de tudo dissertações e teses, artigos científicos, comunicações em congressos e investigação aplicada à Arquitetura e Engenharia Civil. “É uma grande oportunidade”, sintetiza Fernando Diniz, presidente do Departamento que integra a Faculdade de Engenharia. K

PORDATA INOVAÇÃO

Economistas premiados

PROVEDOR DO ESTUDANTE DA UBI

6 Júlio Manuel Cardoso Martins, docente do Departamento de Ciências do Desporto, acaba de ser eleito Provedor do Estudante da Universidade da Beira Interior (UBI), sucedendo a Luís Lourenço, que desempenhava a função desde 2014. Com um mandato de dois anos, que pode ser renovado uma vez, Júlio Martins tem como linhas estratégicas desenvolver uma intervenção ativa na arbitragem e mediação dos conflitos e na obtenção de soluções transversais à Universidade. Além da simplificação de processos e da redução da conflitualidade, pretende “contribuir para a perceção de coesão da UBI”. Pretende ainda “contribuir para melhorar o processo de ensino e aprendizagem” e pautar para que o estudante participe, coopere, tenha autonomia e seja ele o motor do desenvolvimento e da aprendizagem”. Pautar “pela melhor integração dos estudantes na

6 A Universidade da Beira Interior (UBI) e a Câmara Municipal de Trancoso deram início a uma parceria que vai contribuir para o estudo do património daquela cidade do distrito da Guarda, que detém um Centro Histórico com vários monumentos de arquitetura civil, militar e religiosa. O protocolo envolve docentes, investigadores e alunos do Departamento de Engenharia Civil e Arquitetura (DECA), visando a recuperação do Palácio Ducal, um edifício do século XVIII, situado no interior das muralhas da localidade, considerado um ex-líbris de Trancoso. “No Palácio Ducal queremos instalar o Museu da Cidade e um auditório municipal”, ex-

ção em projetos para a comunidade onde estavam envolvidos estudantes. “Tenho uma experiência de quase 40 anos de ensino que me permite, com alguma humildade, dizer que estou à vontade para compreender e defender as causas dos estudantes”, salienta Júlio Martins. K

6António Marques, docente do Departamento de Gestão e Economia (DGE) da Universidade da Beira Interior, Daniel Pais e Tiago Afonso, estudantes do 3.º Ciclo/Doutoramento em Economia (UE-UBI), venceram a 4.ª edição do Prémio Pordata, com a proposta do indicador Intensidade Carbónica por Setor da Atividade (ICSA) que avalia a quantidade de gases com efeito de estufa por cada euro produzido e que com esta distinção passa agora a constar da base de dados da Pordata. O galardão foi entregue a 26 de setembro, em Lisboa. “O indicador ICSA tem como objetivo avaliar a contribuição que cada sector de atividade tem na produção de gases de efeito de estufa. Em termos simples, ler-se-á que por cada 1000 euros, determinado sector contribui com uma especifica quantidade de gases de efeito de estuda (em dióxido de carbono equivalente)”, explica António Marques. “Ao pensar-se o indicador de forma desagrega-

da, isto é, por sector de atividade económica, é possível fazer uma análise mais detalhada, ao contrário de quando se foca na economia como um todo. Deste modo, podem desenhar-se políticas públicas específicas por sector, pois cada um deles apresenta a sua realidade”. Já para Daniel Pais e Tiago Afonso, a participação neste Prémio foi muito importante, uma vez que o seu trabalho foi reconhecido “por uma instituição com o prestígio da Fundação Francisco Manuel dos Santos”. E sublinham que “para além da satisfação de poder contribuir com um indicador que ajuda a aproximar os cidadãos das estatísticas, este prémio poderá abrir novas portas à UBI e, em específico, aos alunos de doutoramento em Economia”. O Prémio Pordata Inovação surgiu em 2015 para assinalar o quinto aniversário da base de estatísticas certificadas sobre Portugal, um projeto da Fundação Francisco Manuel dos Santos. K


GALA DO DESPORTO

Évora premeia mérito ADESÃO EFETUADA

Évora no Plano Nacional de leitura 6 A Universidade de Évora assinalou, no dia 27 de setembro, na Sala das Bellas Artes da Biblioteca do Espírito Santo, a adesão ao Plano Nacional de Leitura 2027 com uma Roda de Leitura em torno da obra de Afonso Cruz “Jesus Cristo Bebia Cerveja”. Na primeira pessoa, o autor falou da sua obra, onde “uma pequena aldeia alentejana transforma-se em Jerusalém graças ao amor de uma rapariga pela sua avó, cujo maior de-

sejo é visitar a Terra Santa. Um professor paralelo a si mesmo, uma inglesa que dorme dentro de uma baleia, uma rapariga que lê westerns e crê que a sua mãe foi substituída pela própria Virgem Maria”. Estas são apenas algumas das personagens que compõem esta história “comovente e irónica sobre a capacidade de transformação do ser humano e sobre as coisas fundamentais da vida: o amor, o sacrifício, e a cerveja”. K

6 A IX Gala do Desporto da Associação Académica da Universidade de Évora (AAUE) decorreu no passado dia 26 de setembro, com o objetivo de destacar o Desporto Universitário na Universidade de Évora (UÉ). O evento, que decorreu no claustro do Colégio do Espírito Santo, premiou atletas, equipas, treinadores e homenageou um elemento que, de forma exemplar, contribui para a continuação do Desporto Universitário. Durante a iniciativa foram entregues os seguintes prémios: “Revelação do Ano” ao atleta João Alcântara (andebol, andebol de praia e voleibol); o prémio de “Atleta Feminina do Ano” à atleta Inês Marques (Futsal); o prémio “Atleta Masculino do Ano” ao atleta Jaime Ferreira (Kickboxing); o prémio “Equipa Feminina do Ano” à equipa de Futsal; o prémio “Equipa Masculina do Ano” à equipa de Andebol; o prémio de “Treinador do Ano” ao treinador Nilton Leite (Voleibol Masculino e Feminino) e o prémio de “Excelência” a Cristina Centeno (Diretora dos Serviços de Ação Social da Universidade de Évora). Com o claustro iluminado e engalanado, a reitora da UÉ, Ana Costa Freitas, sublinhou a importância que o desporto deverá assumir na vida de um estudante, por ser uma atividade “altamente complementar” ao nível da sua formação académica, onde estão compreendidos

os valores da “justiça, a fraternidade, o trabalho em equipa, o mérito, a competição saudável, o respeito pelo outro, o trabalho para resultados concretos”, enalteceu. Para a reitora da Universidade de Évora, uma Universidade não se deve limitar a oferecer formação académica de qualidade aos estudantes que nela ingressam, tem sobretudo “a missão de formar cidadãos”, encontrando na Associação Académica da Universidade de Évora, um “parceiro de excelência” para a tal concretização. Numa Universidade que conta atualmente com cerca de 200 estudantes com o estatuto de estudante atleta, e, só no ano letivo anterior registou 400 participações em provas desportivas, a reitora da UÉ recordou as 25 medalhas alcançadas (6 de ouro, 8 de prata e 11 de bronze). Ana Costa Freitas assinalou

ainda, na Gala do Desporto, a vitória alcançada pela equipa de Futsal Feminino nos campeonatos nacionais universitários, dirigindo “uma palavra especial pelo trabalho meritório e dedicação, o que levou também a um brilhante 7º lugar no campeonato da Europa de Futsal Feminino”. Considerando que as vitórias são coletivas, a reitora da UÉ dirigiu ainda uma palavra “especial” a Inês Marques, Internacional Universitária que regista já 3 participações consecutivas no campeonato do mundo de futsal feminino e às jogadoras Ana Mendonça e Ana Grenha, “que devido aos seus desempenhos no Futsal Feminino, viram o seu valor reconhecido por grandes clubes nacionais”, referindo-se à contratação de Ana Mendonça por parte do Sport Lisboa e Benfica, e à contratação de Ana Grelha por parte do Sporting Clube de Portugal. K

ALUNOS EM MOBILIDADE

Boas-vindas a Évora ESTUDANTE DE ÉVORA

Ana Grenha reforça Sporting 6 Formada em Ciências do Desporto pela Universidade de Évora (UÉ), atualmente estudante de mestrado em Direção e Gestão Desportiva na mesma Universidade, Ana Grenha vai representar o emblema verde e branco. Aos 26 anos de idade a estudante troca a cidade alentejana de Évora onde começou a jogar futsal federada no Juventude Sport Clube pela capital portuguesa para defender a baliza das vice-campeãs nacionais de Futsal Feminino. A estudante da UÉ recorda que fez parte do início do futsal feminino no distrito de Évora, e gosta de praticar “todos

os desportos que juntem amigos e durante os quais possa passar uma boa tarde”. No futuro, Ana Grenha quer “evoluir, conseguir ser melhor e ajudar a equipa na conquista dos objetivos coletivos”, considerando esta modalidade desportiva “espetacular” pela incerteza do resultado. Pronta a abraçar esta nova etapa, a estudante faz um balanço “claramente, positivo” da Universidade de Évora, que a preparou “a nível profissional e pessoal” confidenciando ainda que terá ”sempre um enorme carinho pela academia” alentejana. K

6 “Acredito que vocês vão construir um futuro melhor”, afirmou a vice-reitora da Universidade de Évora, Cesaltina Pires, na sessão de boas-vindas aos novos estudantes internacionais e em programas de mobilidade que escolheram a UÉ para uma experiência cultural enriquecedora. Na sessão que decorreu no auditório do Colégio do Espírito Santo, a vice-reitora para a Educação e Qualidade da UÉ, dirigindo-se a uma plateia de estudantes provenientes de 78 países, sublinhou a importância destes alunos no fomento do contacto entre culturas. Cesaltina Pires aproveitou ainda para passar em resumo a já longa história da UÉ, considerando que, os estudantes, ao optarem por estudar em Évora encontram uma “universidade com tradição, cheia de dinamismo e

que aposta forte na ligação entre ensino e investigação”. “Estamos prontos para preparar os alunos a ser mais autónomos e adquirir novas competências”, reforçou ainda a vice-reitora da UÉ na sessão de boas-vindas. Os estudantes devem ter um “olhar crítico” e estar preparados para enfren-

tar um mundo cada vez mais global, concluiu. Recorde-se que no presente ano letivo a UÉ recebeu cerca de 1300 estudantes internacionais e mais de duas dezenas de estudantes em programas de mobilidade, tendência que se tem vindo a verificar ao longo dos últimos anos. K

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PALEOPATOLOGIA DE COIMBRA

Monge distinguido na Croácia 6 Álvaro Manuel Monge Calleja, aluno de doutoramento da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), foi distinguido, com o prémio de melhor comunicação oral, no 22nd European Meeting of the Paleopathology Association, que decorreu em Zagreb, Croácia. O estudante do Departamento de Ciências da Vida apresentou o trabalho intitulado “Diaphysometaphyseal pathological deformations and extracortical porosity in infants from the Discalced Trinitarian Convent, Madrid (Spain)”. Durante a escavação no Convento das Trinitárias Descalças, em Madrid, aquando da pesquisa para identificar os vestígios humanos do escritor espanhol Miguel de Cervantes, “foi identificada uma cripta local de inumação de

crianças. O estudo paleopatológico, que incluiu análises macroscópica, radiológica, microscópica e química de 12 esqueletos de

crianças com idade à morte inferior a um ano, permitiu identificar lesões causadas por infeções como, por exemplo, sífilis congénita, e doenças metabólicas (por exemplo, escorbuto, raquitismo)”, explica Álvaro Monge Calleja. Atendendo “às precárias condições de vida existentes nas grandes cidades europeias nos séculos XVIII/ XIX (insalubridade, dieta deficiente, sobrelotação), a coexistência destas patologias não pode ser descartada. Os estudos antropológicos contribuem assim para o melhor conhecimento da saúde infantil”, nota o aluno da FCTUC. O trabalho apresentado no encontro europeu tem como coautores Berta Martínez, Luis Ríos, Maria Paz de Miguel, Francisco Etxebarria, Almudena García-Rubio e Ana Luísa Santos. K

UTAD CERTIFICA LONGEVIDADE

Oliveiras anteriores a Cristo

6 A longevidade da oliveira com milhares de anos de vida que continua a produzir azeite de grande qualidade como se fosse jovem, está a interessar cada vez mais os investigadores, aumentando a visibilidade do método científico para datar árvores com mais de três mil anos, o qual foi criado por uma equipa liderada por José Luís Louzada, investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) “A oliveira está muito bem-adaptada ao nosso clima mediterrâneo, e por isso atinge uma notável longevidade”, afirma o investigador. “Há centenas de oliveiras portuguesas que já ultrapassam a idade de Cristo e podemos encontrá-las especialmente a sul do Mondego. É sem dúvida um dos seres vivos que mais resiste ao tempo, pela sua grande capacidade de rejuvenescimento. Um pedaço de tronco por mais velho que esteja tem a capacidade de voltar a rebentar e a oliveira continuar a produzir azeitona”. A UTAD, em cooperação com a empresa Oliveiras Milenares, continua a assegurar a datação das mais antigas, tendo já encontrado aquela que é, até ao momento, a oliveira mais velha do país, ao ser classificada com a idade de 3.350 anos. Situa-se no concelho de Abrantes, onde é conhecida como a “Oliveira do Mouchão”. Muitas outras oliveiras milenares estão também já classificadas pela UTAD: em Santa Iria de Azóia

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UNIVERSIDADE DE AVEIRO

Gota de água explica buraco negro 6 Quer uma gota de água quer um buraco negro dos mais simples assumem a forma de uma esfera perfeita. Mas se à gota for acrescentada uma carga elétrica, esta pode adquirir novas formas, não estava provado que o mesmo sucederia com o buraco negro. Mas a verdade é que sucede, pois, quando sujeitos a cargas elétricas, os buracos negros podem comportar-se de uma maneira semelhante à das gotas de água. A descoberta é de uma equipa de físicos da Universidade de Aveiro (UA) liderada por Carlos Herdeiro, investigador do Departamento de Física e coordenador do estudo publicado este mês na revista Physical Review Letters. “Enquanto que a gota de água carregada apenas prefere ser esférica até ao limite de Rayleigh, o buraco negro com carga elétrica parecia preferir sempre ser esférico”, aponta

o físico que no artigo assinado juntamente com Eugen Radu, também da UA, e em colaboração com dois outros investigadores da Universidade de Valência (Espanha), mostra que, afinal, buracos negros carregados podem-se comportar de uma maneira muito semelhante a uma gota de água com carga elétrica. O artigo intitula-se “Spontaneous scalarisation of charged black holes”, que Carlos Herdeiro considera no âmbito da Física-Matemática e não da Astrofísica. Neste trabalho, os investigadores mostram que, tal como a gota de água, os buracos negros carregados apenas têm que ser esféricos até um certo limiar de carga. “A partir desse limiar, outras formas não esféricas tornam-se possíveis, e até preferenciais, exatamente como no caso das gotas carregadas”, aponta Carlos Herdeiro. K

DOENÇA DE MACHADO-JOSEPH

Aluno do Algarve descobre fármaco

(2850 anos), várias em Monsaraz (uma delas com 2.450 anos), em Estremoz, Montemor-o-Novo, Lagoa, Beja, Vila Moura, Évora, Parque Serralves do Porto, entre outros pontos do país. Mas também

no estrangeiro, é solicitada a intervenção da UTAD, que classificou já oliveiras em Bordéus, Girona, Málaga e Ilha de Menorca. Nesta última classificou uma oliveira com 2.310 anos. K

6 Clévio Nóbrega, investigador do Centro de Investigação em Biomedicina (CBMR), da Universidade do Algarve, acaba de publicar na revista Human Molecular Genetics, o resultado de uma investigação que identificou um novo fármaco capaz de atrasar a progressão da doença de Machado-Joseph. Esta doença, de origem genética e incurável, manifesta-se por uma progressiva perda de controlo nos músculos e na coordenação motora, provocando atrofia muscular, rigidez dos membros, dificuldades na deglutição, fala e visão, associadas a um progressivo dano de zonas cerebrais específicas.

Após diversas experiências, com resultados positivos em modelos animais, os investigadores avançam agora com importantes revelações para aquela que parece ser, até ao momento, uma possível opção terapêutica para esta doença neurodegenerativa que apresenta especial prevalência nos Açores. A cordicepina, o fármaco estudado na investigação de Clévio Nóbrega, já se encontra aprovado, para outros fins, nos Estados Unidos, pela agência reguladora FDA (Food and Drug Administration), o que pode acelerar a sua utilização num contexto clínico e tornar-se uma opção futura no tratamento da doença. K


ESCOLAS DOUTORAIS

Rede ibérica reunida 6 O Encontro de Redes Ibéricas de Escolas Doutorais decorreu, no passado dia 12 de outubro, no Palácio do Vimioso da Universidade de Évora com a presença do presidente da Comissão Permanente da Conferência de Directores de Escuelas de Doctorado de España. Em nota publicada no jornal online da Universidade é explicado que a associação foi constituída em fevereiro de 2017, na Universidade de Évora. A rede ibérica define-se como uma estrutura de cooperação entre as Escolas Doutorais Nacionais, cuja missão visa a melhoria da qualidade dos Programas de Doutoramento (PD), estimulando para o efeito a cooperação interinstitucional e procura conjunta de boas práticas e padrões de qualidade.

A melhoria da qualidade do ensino no Ensino Superior europeu é um dos objetivos centrais do Processo de Bolonha. No caso do 3º ciclo de estudos, o enfoque tem sido colocado na criação de programas doutorais com referência a padrões de excelência e apostando na internacionalização e interdisciplinaridade dos seus conteúdos. Por outro lado, e embora se assuma a investigação como a componente essencial da formação dos futuros doutorados, emerge uma clara tendência para complementar uma formação sólida, em termos científicos e de investigação, com uma formação em competências transversais que possam contribuir para preparar os estudantes para um mercado de trabalho de alguma instabilidade e em permanente mutação. K

EM MATEMÁTICA

Curso preparatório 6 O Departamento de Matemática da Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade de Évora (UE) apresenta, pelo décimo segundo ano consecutivo, o Curso Preparatório de Matemática para o Ingresso na Universidade (CPM). As candidaturas para o CPM, este ano lectivo 2018/2019, estarão abertas até o dia 5 de janeiro de 2019. As matrículas decorrem até ao dia 15 de Janeiro, iniciando-se o curso no dia 21 do mesmo

mês. Este curso decorre até 15 de junho de 2019. Este curso dedicado a alunos que frequentem o 12º ano do Ensino Secundário, que pretendem preparar-se para os exames Nacionais de Matemática A, e também a quem pretende ingressar no Ensino Superior através do programa de acesso para maiores de 23 anos, funcionará este ano na versão presencial. O CPM é lecionado por professores do Departamento de Matemática. K

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Audição pública 6 A Universidade de Évora (UÉ) acolheu no dia 9 de outubro, a Audição Pública com a temática do desenvolvimento sustentável, abrangendo, de forma livre, os subtemas política agrícola, desenvolvimento rural e florestas, mar e pescas, demografia, ambiente e alterações climáticas e modernização da administração. Durante a sessão, representantes de diversas entidades tiveram oportunidade de defender ideias, expor expetativas e apresentar propostas à Comissão Eventual de Acompanhamento do Processo de Definição da Estratégia Portugal

2030, presidida pelo deputado João Paulo Correia. Na Universidade de Évora, o desenvolvimento sustentável está sempre presente na “lecionação, transmitindo valores para além das matérias”, na investigação, “procurando encontrar e propor soluções para a gestão criteriosa de bens escassos como a água ou os solos”, ou ainda, “na defesa de ecossistemas em degradação”, afirmou a reitora da Universidade de Évora, Ana Costa Freitas na sessão de abertura da audiência promovida pela Assembleia da República. K

www.ensino.eu

SESSÃO DE BOAS-VINDAS

Évora desafia alunos 6 A Universidade de Évora (UÉ) recebeu, no dia 17 de setembro, os novos estudantes que ingressaram no ensino superior, numa cerimónia presidida pelo Ministro da Ciência e do Ensino Superior, Manuel Heitor, que destacou a importância desta nova etapa para quem agora chegou ao ensino superior. Os mais de 1000 estudantes que ficaram colocados na UÉ na 1ª fase do Concurso Nacional de Acesso (CNA) 2018/2019 tiveram oportunidade de sentir o pulso de uma Universidade com “longa história”, como recordou Ana

Costa Freitas, Reitora da UÉ. A reitora da Universidade, Ana Costa Freitas, lembrou que ele “agora estão numa Universidade que oferece formação de qualidade nos mais diversos domínios do Conhecimento, integra as mais diversas redes internacionais de investigação e está cada vez mais aberta ao mundo”, como prova o aumento de candidatos ao concurso especial de ingresso para Estudantes Internacionais. A UÉ “trabalha diariamente para que os estudantes apenas se tenham de preocupar com aprender” sublinhou Ana Costa Freitas,

porque estar no ensino superior implica “um olhar crítico e crescer em muitas facetas”, deixando no final da sua intervenção os votos de “bom trabalho” e que, independentemente do percurso e das opções de cada estudante, a Universidade está sempre pronta para os apoiar e dar resposta às suas expetativas. Por seu lado a presidente da AAUÉ, Ana Rita Silva, recordou a necessidade de colmatar alguns dos problemas com implicações no quotidiano dos estudantes; referindo-se à falta de alojamento ou a questões de mobilidade. K

VISITA PEDAGÓGICA

Évora foi à Quinta do Chinco 6 A Quinta do Chinco, em Castelo Branco, onde funcionam, em modo de agricultura biológica, 84 talhões, envolvendo mais de uma centena de pessoas, foi visitada por alunos de licenciatura e mestrado da Universidade de Évora, nas áreas de Arquitetura Paisagística e de Ecologia e Ambiente. A iniciativa, como explicaram as docentes responsáveis, Aurora Carapinha e e Isabel Ramos, inseriu-se num conjunto mais alargado de visitas aos concelhos de Vila Velha de Ródão e Proença-a-Nova. Sobre a Quinta do Chinco, Aurora Carapinha, docente da Universidade de Évora (e após ter ouvido a explicação do vereador Jorge Pio), considera que este tipo de “espaços são importantes numa perspetiva de retorno e conhecimento da terra”. Na sua perspetiva deste modo “estão-se a reintroduzir práticas que têm a ver com a vida. A academia e os arquitetos paisagistas há muito que defendemos esta ideia”, disse durante a visita. Recorde-se que aquele espaço vai acolher um conjunto de atividades destinados às crianças. Uma

dessas iniciativas passa por convidar os alunos dos 1º e 2º ciclos de ensino a colherem “produtos da época e a preparar receitas simples que depois vão degustar”. Luís Correia, presidente da Câmara, diz que o investimento “efetuado na Quinta do Chinco está a dar resultados”. O autarca mostrouse satisfeito com a presença da Uni-

versidade de Évora naquele espaço. “É com agrado que vemos instituições como a Universidade de Évora visitar este projeto. Para além dos primeiros objetivos, que passam por permitir às pessoas fazerem ali as suas hortas e por ser um projeto de intervenção social, também estamos a conseguir pô-lo ao serviço da educação”. K

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II JORNADAS DE FOTOGRAFIA

Imagens de valor 6 As II Jornadas de Fotografia da Guarda decorreram, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico da Guarda (IPG), no passado dia 13 de outubro, numa iniciativa conjunta do IPG e do Fotoclube da Guarda (FCG). O evento “constituiu um elevado momento formativo, partilha de saber e de experiências multifacetadas”, como foi referido pela comissão organizadora. O presidente do Politécnico da Guarda, Constantino Rei, considerou, na sessão de abertura, que estas jornadas “resultam de uma profícua parceria entre o IPG e o Fotoclube da Guarda. Aliás, uma parceria que surge na linha de permanente abertura do Politécnico da Guarda à comunidade, às pessoas que queiram assumir e desenvolver projetos válidos e consequentes nos seus resultados.” Para Constantino Rei, esta iniciativa deve-se “consolidar e afirmar

DIA 26

como um cartaz anual no panorama da cultura, mormente no Politécnico da Guarda onde existem cursos na área da comunicação e noutras em que a fotografia deve está presente. Estas Jornadas de Fotografia podem, deste modo, escrever novas atitudes, emoções, mensagens e cooperação entre todos quantos aqui vieram adquirir ou partilhar conhecimento”. Vasco Pires, do Fotoclube da Guarda, congratulou-se com a “excelente a adesão a esta iniciativa” o que o deixou “muito satisfeito e por outro lado, com a responsabilidade acrescida de darmos seguimento a estas Jornadas, em que os participantes demonstraram permanente atenção e interesse, ao longo de todo o dia, interagindo e comentando. Sensibilizou-nos, particularmente, a observação – por parte de vários conferencistas – que este evento ultrapassou iniciativas, congéneres, realizadas

noutros centros urbanos mais populosos e com outras condições de incentivo a palestrantes”. Nestas jornadas falou-se de Fotografia de Natureza” (por Eduardo Flor), “Será a nossa melhor fotografia aquela que nunca iremos fazer? A experiência de um fotojornalista” (por Miguel Pereira da Silva), “A utilização de drones em fotografia” (Maurício Matos), “The Portuguese Prison Photo Project”(palestra por Luis Barbosa, Fujifilm), “Fotografia de Rua” (por Carlos Neves), “Do outro lado da câmara” (por Filipa Barroso, Miss Portuguesa), “Fotografia de paisagem” (por Miguel Serra) e o Workshop “What to Frame” (orientado por Jonh Gallo, Olympus). O programa foi iniciado com uma exposição de fotografia que está patente, até ao final do mês, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do IPG. As III Jornadas vão ter lugar a 12 de outubro de 2019. K

POLIEMPREENDE

Vocação Empresarial

6 Uma equipa composta por estudantes e docentes do Politécnico da Guarda representou o Instituto Politécnico da Guarda na fase final do concurso Poliempreende - Projetos de Vocação Empresarial. A equipa integrou alunos da licenciatura em Desporto, Catarina Santos e Jorge Rafael, bem

como os docentes Mário Costa (UTC de Desporto e Expressões) e José Carlos Fonseca (UTC de Informática). Esta fase teve lugar no Instituto Politécnico de Portalegre. De referir que o projeto denominado de “AnguluSports: desporto com inovação digital” apresentou ao júri uma ideia de

negócio centrada na utilização da tecnologia para a avaliação da técnica de corrida. Como foi salientado, na oportunidade, “fica assim vincada a importância das relações multidisciplinares entre desporto e tecnologia enquanto resposta a desafios prementes na sociedade atual.” K

Toponímia com Fórum na Guarda 6 O “Fórum sobre Toponímia” realiza-se, no próximo dia 26 de outubro, no Instituto Politécnico da Guarda (IPG). Esta iniciativa pretende evidenciar a toponímia como referência de valores históricos, culturais e memória coletiva de factos, personalidades, tradições ou legados identitários. “Ser jornalista quando as ruas não têm nome”, “Da Toponímia da Guarda: a malha urbana da Torre dos Ferreiros e zona envolvente”, “Das estórias da

III JORNADAS

Educação debate práticas e desafios 6 A Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto do Instituto Politécnico da Guarda vai promover, nos dias 6 e 7 de novembro de 2018, as III Jornadas de Educação intituladas: “Desafios, Práticas e Reflexões”. Estas jornadas têm como objetivo fundamental criar um espaço de partilha de conhecimento em torno de temáticas relacionadas com a educação sexual ao longo da vida, a iniciação da leitura e da escrita, o referencial de edu-

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Rita Ruivo

Psicóloga Clínica (Novas Terapias)

Ordem dos Psicólogos (Céd. Prof. Nº 11479)

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toponímia à toponímia na História. Reflexos da presença árabe e moçárabe na região beirã, nos séculos IX e X”, “Notas toponímicas sobre o Vale da Teixeira”, “Sobre a etimologia de alguns potamónimos do distrito da Guarda” e “O topónimo Arrifana e o estrato ibérico pré-romano” são os temas das intervenções agendadas para este Fórum, que decorrerá entre as 9 e as 13 horas no auditório dos Serviços Centrais do IPG. A entrada é livre. K

cação para o desenvolvimento na formação inicial de educadores/ professores e os maus tratos em crianças e jovens. Os participantes terão a oportunidade de assistir a conferências, painéis, que envolverão oradores de reconhecido mérito. O programa das jornadas é aberto à apresentação de comunicações livres e posters. Os interessados podem obter mais informações em ipg. pt/3jornadaseducacao K


CONCURSO SQÉDIO 2018

IPLeiria distinguido sete vezes 6 A Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha, do Politécnico de Leiria, conquistou cinco prémios no Concurso Educacional Sqédio 2018, nas categorias Melhor Animação, Melhor Imagem, Modelação, Professor e ainda Melhor Instituição, pela qualidade global dos projetos apresentados. ‘Buggy todo o terreno’ é o nome do projeto de Sílvio Póvoa, estudante em Design Industrial que venceu o primeiro prémio de Melhor Animação, e distinguido com uma menção honrosa no Grande Prémio. Henrique Galinha, estudante do curso técnico superior profissional (TeSP) em Prototipagem Digital e Desenho 3D, ganhou o galardão de Melhor Imagem com o projeto ‘Nintendo Switch’. Na categoria Modelação, Diogo Dias, estudante em Design Industrial, arrebatou o primeiro lugar com um conjunto de cinco projetos, ‘Quatro personagens, Espada, Mouse, Hand e Bionicle’. O docente João Mateus recebeu o prémio Professor e o docente Sérgio Vieira foi reconhecido com uma menção honrosa na mesma categoria. O prémio

Instituição foi atribuído este ano à ESAD.CR do Politécnico de Leiria, tendo em conta a qualidade global dos 16 projetos da Escola enviados para o concurso Sqédio. “Estamos muito orgulhosos deste reconhecimento nacional,

quer pela valorização dos projetos dos estudantes, do empenho e apoio dos docentes, quer pela distinção da qualidade da formação ministrada na escola” salienta João Santos, diretor da instituição.

Esta competição, dirigida a estudantes de escolas secundárias e superiores, universidades e centros de formação do território nacional, visa distinguir anualmente os melhores projetos digitais, em ambien-

te 3D, criados com o programa SolidWorks. A edição deste ano do concurso contou 40 projetos, bem como a participação de 69 estudantes, oriundos de três universidades e quatro institutos politécnicos. K

20 ANOS DO LUX FRÁGIL

IP Leiria em exposição nacional 6 Docentes e estudantes do Politécnico de Leiria participam na “Paradisæa”, a exposição patente nos antigos celeiros do Hub Criativo do Beato, em Lisboa, que homenageia os 20 anos do Lux Frágil. Concebida pelo designer Fernando Brízio, coordenada e produzida por Carla Cardoso, a mostra conta com a colaboração de mais de 20 estudantes e diplomados da Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha, que ajudam na revisita à comunicação visual e sonora que designers e artistas criaram ao longo dos 20 anos do Lux. A exposição é constituída por três instalações. A primeira pensa o projeto do Lux na perspetiva da Lisboa moderna no espaço e as suas constantes transformações. A segunda instalação mostra o uso do vídeo como espaço de experimentação. A terceira,

mais focada na música, dá a conhecer o Lux como espaço performativo e mostra os objetos que andaram entre o público e foram utilizados ao longo dos anos. O projeto começou a ser imaginado no início de 2017, para o que foi necessário organizar todo o trabalho criativo de muitas pessoas que ao longo de duas décadas deram a conhecer o espaço Lux Frágil. A “Paradisæa” integra as comemorações dos 20 anos da Expo 98, e é organizada em co-produção com a EGEAC Cultura em Lisboa e as Galerias Municipais de Lisboa. A mostra pode ser visitada até ao dia 11 de novembro, de segunda a quinta-feira das 14h00 às 19h00, às sextas-feiras das 14h00 às 21h00, aos sábados das 12h00 às 21h00, e aos domingos das 12h00 às 19h00. K

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VITICULTURA E ENOLOGIA

NEURODESENVOLVIMENTO E INCLUSÃO

IPLeiria forma em Torres Vedras

Seminário e workshops em Portalegre

6 O Politécnico de Leiria acaba de lançar uma nova pósgraduação em ‘Wine Business’, dedicada à aprendizagem das potencialidades da cadeia de negócios do vinho e da vinha, em Portugal e no estrangeiro, através da aquisição de conhecimentos nas áreas do marketing, da gestão de negócios de vinhos, viticultura, enologia e enoturismo. A primeira edição deste curso decorre no Núcleo de Formação de Torres Vedras, município nomeado Cidade Europeia do Vinho 2018, em conjunto com Alenquer, e as candidaturas online estão abertas até dia 22 de outubro. “Algumas aulas terão de funcionar em espaços próprios, fora de Torres Vedras, tais como análise sensorial de vinhos e destilados, já que o processo requer espaços com as condições próprias para o efeito. Teremos ainda visitas de estudo a locais relacionados com o enoturismo ou exemplos

de viticultura relevantes, na região, para que os estudantes possam ver in loco exemplos importantes de grande qualidade relacionados com os negócios do vinho e da vinha”, adianta Edgar Lameiras, cocoordenador da nova pós-graduação do Politécnico de Leiria. O curso realiza-se no espaço

do Labcenter no centro histórico de Torres Vedras, em horário pós-laboral, entre as 18h00 e as 23h00, às quintas e sextasfeiras, e aos sábados. Durante a formação será organizado um seminário, que contará com o contributo de especialistas do mercado de trabalho, para transmitir e partilhar as suas experiências e vivências nas áreas abordadas nas unidades curriculares lecionadas. O curso está “desenhado” para desenvolver competências dos profissionais na área da produção, marketing e gestão, criar projetos de empreendedorismo, aprender técnicas adequadas para o desenvolvimento de um negócio sustentável, além de preparar os formandos para a gestão dos destinos e produtos enoturísticos, identificar e promover as potencialidades do vinho português, mostrando as mais-valias inerentes para a sua implementação num mercado internacional. K

6 A Associação CADIn – Neurodesenvolvimento e Inclusão, organiza no próximo dia 20 de outubro, em Portalegre, um Seminário sobre ‘Perturbações do Neurodesenvolvimento’. A iniciativa decorre no auditório da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais de Portalegre e contará com palestras de profissionais de várias áreas, da neuropediatria à terapia da fala, e da psiquiatria à neuropsicologia. Destinado a uma audiência diversificada de profissionais de saúde, educadores e cuidadores, o Seminário ‘Perturbações do Neurodesenvolvimento’ servirá

para partilhar e debater algumas caraterísticas e estratégias de intervenção nas perturbações do neurodesenvolvimento mais prevalentes da infância, adolescência e idade adulta. Para além deste Seminário, no dia 19 de outubro, serão realizados três workshops temáticos para quem pretenda aprender mais sobre a identificação e intervenção em situações de bullying, a implementação de estratégias baseadas nas funções executivas para o desenvolvimento da leitura e a intervenção em contexto escolar e pré-escolar com alunos com Perturbações do Espetro do Autismo. K

EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Santarém é pioneiro 6 A Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Santarém apresentou no final de setembro a primeira formação em Literacia Digital Inclusiva em Portugal, especificamente dirigida para o mercado de trabalho, a qual decorre pela primeira vez no ano letivo 2018/20. Durante o evento, que teve lugar no Auditório da Escola Superior de Educação, foi apresentada a rota do digital para o mercado de trabalho, com a participação do eurodeputado Carlos Zorrinho, do presidente do IP Santarém, José Mira Potes, e do vice-presidente, Nuno Bordalo Pacheco. Foram dados a conhecer os patrocinadores da formação, o handbook, a página web, a estratégia de social media, bem como os voluntários que integram este projeto – com idades dos 7 aos 70 anos, e as unidades curriculares que constituem o 1º ano da formação. Aos estudantes que integram esta iniciativa pioneira do IP

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Santarém foi reservado um momento de intervenção, no qual foram partilhados testemunhos inspiradores. Esta formação, que promove o desenvolvimento pessoal, bem-estar e inclusão social e laboral a partir do ambiente de ensino superior da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico Santarém, tem como objetivo fundamental contribuir para que os jovens a quem se dirige sejam

preparados para serem mais autónomos e possam participar ativamente em causas sociais e ambientais. Paralelamente, este projeto de valorização humana e de reabilitação social será um exemplo dinamizador junto da sociedade contribuindo com o testemunho e exemplo de cada um, para desencadear e disseminar comportamentos mais saudáveis, mais solidários e responsáveis na sociedade Portuguesa. K

ESCOLA DE ENFERMAGEM DE COIMBRA

Duplo diploma é uma realidade 6 Estudantes de licenciatura da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no Brasil, já podem, a partir deste ano letivo, obter um duplo diploma, reconhecido pelas duas instituições, que lhes permitirá o acesso ao exercício profissional nos dois países de língua oficial portuguesa. Ao abrigo de um acordo de cooperação assinado pelos dois estabelecimentos de ensino superior, para já poderão participar deste Programa Internacional de Dupla Diplomação dois alunos da ESEnfC e outros tantos da UFSC por ano académico. As duas primeiras finalistas a beneficiarem deste diploma são da UFSC e já estão em Coimbra, para frequentarem o último ano de estudos. Geovana Pfleger e Mayara Barbosa mostram-se satisfeitas pela oportunidade de terminarem o curso em Portugal, que advirá do

“crescimento profissional e pessoal” que esta experiência lhes trará e dos ganhos decorrentes do intercâmbio cultural e académico, numa instituição que recebe estudantes e professores de vários pontos do globo. As jovens de Florianópolis querem também retribuir, contribuindo com “o conhecimento e as práticas da enfermagem brasileira”. Ao abrigo deste Programa Internacional de Dupla Diplomação, os estudantes selecionados (pelas instituições de origem) efetuam mobilidade na instituição parceira no último ano do curso (4º no caso da ESEnfC e 5º para os alunos da UFSC), sendo que o reconhecimento das formações será assegurado pelos processos de avaliação e acreditação externos em Portugal (Agência A3ES - Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior) e no Brasil (Ministério da Educação). K


POLIEMPREENDE

Portalegre elegeu os melhores 6 A 15ª edição do Concurso Poliempreende, este ano com a coordenação nacional do Instituto Politécnico de Portalegre, decorreu de 10 a 14 de setembro. Nesta fase final participaram os projetos vencedores nas fases regionais de cada um dos politécnicos e escolas associadas. O projeto “The Paper Toy Factory”, do Instituto Politécnico de Lisboa, foi o primeiro classificado, tendo ganho os 10 mil euros da CGD. O júri atribuiu ainda os seguintes prémios: 2º lugar – Prémio Fidelidade – 5.000 euros – Plantica – Instituto Politécnico de Bragança; 3º lugar – Prémio Ordem dos Contabilistas Certificados – 3.000 euros – Be Gold – Instituto Politécnico de Setúbal; Prémio Delta Inovação – 2.500 euros– Pradaria – Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril; e Prémio Delta Internacional – 1.500 euros – Educamuseo – Universidade da Extremadura. A cerimónia de entrega dos prémios irá decorrer em Elvas, a 7 de novembro, integrada na Feira do Emprego e Empreendedorismo ENOVE+, promovida pelo Politécnico de Portalegre. Marcará presença na sessão, Rui Nabeiro, patrono do Poliempreende, que irá também assistir à passagem de testemunho da coordenação para o Politécnico de Tomar. Entre elementos da coordenação e equipas a concurso, estiveram presentes em Portalegre cerca de 80 pessoas, representantes de 18 institutos politécnicos, escolas superio-

res não integradas e escolas politécnicas das universidades portuguesas, Universidade da Extremadura e Politécnico de Macau. Esta iniciativa visa, através de um concurso de ideias e de planos de negócios, avaliar e premiar projetos desenvolvidos e apresentados por alunos, diplomados ou docentes destas instituições, ou outras pessoas, desde que integrem equipas

constituídas por estudantes e/ ou diplomados. O objetivo é fomentar uma cultura empreendedora e que impulsione o desenvolvimento de competências por parte dos estudantes, estimulando o empreendedorismo e proporcionando saídas profissionais através da criação do próprio emprego. O programa da 15ª edição do Poliempreende incluiu visitas ao património e tecido

empresarial da região, estando reservados os últimos dois dias do evento para as apresentações dos projetos empreendedores. Na segunda-feira, após o check in das equipas e coordenadores, o grupo visitou o Museu das Tapeçarias Guy Fino e o Museu Municipal em Portalegre, tendo ainda passado por outros locais históricos da cidade de Portalegre.

O segundo dia do evento foi dedicado a visitas ao Forte da Graça e Museu de Arte Contemporânea de Elvas, e a Campo Maior à Delta, Centro de Ciência do Café e Adega Mayor. A 12 de setembro, visita às instalações da Selenis/Evertis, em Portalegre. Na tarde dessa quarta-feira, apenas os coordenadores das diversas instituições de ensino fizeram visita a Castelo de Vide e Marvão, enquanto os elementos das equipas, por sua vez, participaram numa formação no Campus Politécnico, em Portalegre. À noite, o varandim do Mercado Municipal de Portalegre acolheu um jantar de gala, que juntou representantes das diversas instituições de ensino superior, entidades parceiras, patrocinadores e outras personalidades que apoiam a rede Poliempreende. Espaço, durante a iniciativa, para palavras de homenagem a José Adriano, um dos impulsionadores da rede e que faleceu recentemente. A defesa dos projetos empreendedores decorreu nos dias 13 e 14 de setembro. A 15ª edição do concurso Poliempreende contou, entre outros, com o apoio da Caixa Geral de Depósitos, da Delta Cafés, da Fidelidade, da Ordem dos Contabilistas Certificados, da Câmara Municipal de Portalegre, da Câmara Municipal de Elvas, da Câmara Municipal de Marvão, do Centro de Ciência do Café, da Adega Mayor, da Selenis, da Evertis e da PIN-Polientrepreneurship Innovation Network. K

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ESTUÁRIO DO SADO PERDE DUAS TONELADAS DE LIXO

Caloiros “mariscam” sem lixo 6 A ação de limpeza da margem norte do estuário do Sado, realizada a 26 de setembro, pelos 350 novos estudantes do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), rendeu um total de 2 010 quilos de lixo, dos quais 376 serão recuperados para reciclagem, entre vidro e plástico. A iniciativa, que decorreu no âmbito da campanha ‘Mariscar sem Lixo’, dinamizada pela cooperativa Ocean Alive, à qual o IPS e a sua Associação Académica (AAIPS) se associaram, integrou o programa de acolhimento aos novos estudantes que está a decorrer até ao fim da semana, dando origem a uma praxe diferente, que visa deixar marcas positivas no património natural de Setúbal. Com a ajuda dos ‘caloiros’ do IPS, foi ainda possível retirar da Mitrena, zona de uso industrial, piscatório e recreativo, 1 379 embalagens plásticas de sal fino, usadas pelos mariscadores para a apanha do lingueirão. Com este resultado, são já 53 500 as embalagens de sal recuperadas do estuário do Sado,

DESIGN THINKING

Bragança e Algarve investigam juntos através das várias ações de voluntariado mensais organizadas pela Ocean Alive. Segundo Raquel Gaspar, bióloga marinha e cofundadora da Ocean Alive, esta ação tem como “impacto imediato impedir que duas toneladas de lixo, que se encontravam à beira da água, fossem contaminar as pradarias marinhas, o habitat berçário do nosso estuário”. Já Carlos Mata, pró-presidente do IPS, considerou que “os resulta-

dos alcançados, que superaram as nossas expetativas, demonstram o envolvimento, o esforço e a responsabilidade dos estudantes do IPS. É uma experiência a repetir”. Sublinhou ainda a importância desta iniciativa, “inserida na estratégia de responsabilidade social do IPS, como forma de sensibilizar a comunidade académica para a vertente ambiental e de contribuir para uma melhoria das praias do estuário do Sado”. K

MOBILIDADE INTERNACIONAL NAS ESCOLAS

Setúbal coordena projeto 6 Representantes do Istituto Istruzione Superiore “G. Vallauri” (Itália), Palacky University Olomouc (República Checa) e Agrupamento de Escolas José Saramago, em Palmela, visitaram o Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) no final de setembro, para participarem na reunião de arranque do IINTOS – Implementation of International Offices in Schools, um projeto Erasmus+ (KA2 – Parcerias Estratégicas), que pretende criar ferramentas para a implementação de gabinetes de mobilidade internacional nas escolas básicas e secundárias. Para além da criação, nos estabelecimentos de ensino, de estruturas facilitadoras da mobilidade internacional de professores e alunos, o projeto IINTOS, sob coordenação da Escola Superior de Educação (ESE) do IPS, propõe-se igualmente alargar o leque de conteúdos a trabalhar, centrando-se em disciplinas relacionadas com a Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (CTEM). “Os sistemas de mobilidade implementados estão normalmente associados a um professor, não existem realmente estruturas, com ferramentas próprias, e as experi-

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6 ‘O processo Design Thinking como potenciador da motivação para a aprendizagem’ foi o tema escolhido para a sessão de apresentação e debate que se seguiu à assinatura de um protocolo de cooperação assinado entre Universidade do Algarve (UAlg) e o Instituto Politécnico de Bragança (IPB), o qual visa a promoção de iniciativas conducentes à cooperação pedagógica, científica e técnica entre as duas instituições. A sessão, realizada em setembro e que contou com mais de 100 pessoas presentes, foi dinamizada por Ana Galvão, professora do Instituto Politécnico de Bragança, que se encontra a realizar um pós-doutoramento na UAlg, orientado por Saúl

Neves de Jesus, sobre o tema “O Coaching Psicológico como Catalisador para o Empreendedorismo na População de Jovens Universitários”. No sentido de enquadrar este pós-doutoramento e outras colaborações que possam contribuir para estratégias conjuntas de promoção do sucesso académico dos estudantes, o IPB e a UAlg procurarão desenvolver ações que reduzam o abandono dos ciclos de estudos e promovam competências empreendedoras dos estudantes destas duas instituições, bem como o desenvolvimento de competências transversais nos professores e nos estudantes das mesmas. A iniciativa foi organizada pelo Gabinete de Apoio à Inovação Pedagógica (GAIP) da UAlg. K

PROTOCOLOS

Algarve assina com Altice e Galp

ências de intercâmbio estão muito ligadas ao ensino da língua inglesa. Quisemos, por isso, alargar o espectro de possibilidades, recorrendo a outros conteúdos que também são transversais à educação na Europa”, explica José Miguel Freitas, docente da ESE/IPS e coordenador do projeto. Entre os instrumentos a desenvolver e aperfeiçoar, previsivelmente até abril de 2020, destacam-se uma ferramenta de análise de currículos, que permitirá identificar onde os programas europeus se tocam e podem permitir o intercâmbio; uma plataforma online, onde os coorde-

nadores internacionais podem contactar entre si, criando uma agenda de mobilidade para as suas escolas; e, finalmente, um guia de como implementar um gabinete de mobilidade internacional numa escola. Todas estas ferramentas serão testadas por dois estabelecimentos de ensino, um em Portugal e outro em Itália. “Ambos vão fazer a prova de conceito, fazendo uso das ferramentas existentes para realizar uma mobilidade virtual e mobilidades físicas. No final, dar-nos-ão o feedback para que possamos fazer eventuais ajustes”, informa ainda o docente responsável. K

6 A Universidade do Algarve formalizou este mês de outubro protocolos com várias empresas e entidades, sendo dois deles com a Altice Labs SA e com a Galp, no âmbito da ligação entre universidades e empresas. O acordo assinado com a Altice visa promover a captação e retenção de talento na região, bem como o desenvolvimento de projetos académicos de interesse público ou de negócio que dinamizem a economia regional. Tendo em conta o know-how em investigação científica e académica da UAlg, foi também assinado um protocolo que prevê a realização um Fórum Tecnológico subordinado ao tema “Impacto da Transformação Digital nos Serviços e Turismo da Região Algarvia”. O reitor da Universidade do

Algarve, Paulo Águas, refere que “este apoio é fundamental, tratando-se de uma parceria chave para a Universidade do Algarve. A Altice Portugal e a Altice Labs serão parceiros estratégicos para alavancar dinâmicas que vão beneficiar não só a Universidade, mas todo o território do Algarve”. Alcino Lavrador, diretor da Altice Labs, confirma: “Trata-se de transformar conhecimento que é produzido nestes verdadeiros centros de saber, em produtos e serviços. É com muito gosto que alargamos o nosso ecossistema de parcerias à Universidade do Algarve, estamos certos que será profícua, quer seja através de financiamento de projetos, quer seja através de outros pontos de convergência”. K


EDITORIAL

Esta é a seiva de que se faz um professor 7 Ser professor é uma lenta e metódica metamorfose. É um movimento perpétuo entre a lagarta e o casulo. É um vai - vem contínuo entre o saber e o desaprender. É a adaptação permanente à mudança: dos saberes, das metodologias, das culturas, das tecnologias… Ninguém nasce professor e a sua eficácia não é uma questão de sorte ou acaso. Aqui, como em tudo o resto na vida, a sorte, ou acaso, dão muito, mesmo muito trabalho. Há um clique, um momento, uma circunstância, e muitas vezes até um imprevisto em que se escolhe ser professor. Aparentemente porque se gosta. Há quem lhe chame um chamamento interior. Outros dizem que é porque ninguém é atraído ao engano, porque se sabe bem o que essa profissão significa, já que desde tenra idade todos a conhecem por dentro. Porém, e a partir desse singular instante, desse acordar para

o futuro, tudo está por fazer. Porque se trata duma profissão artesanal: faz-se dos gestos das mãos e dos recados do coração, com recurso à uma profana mistela de tradição e de inovação. Não se nasce professor. Um professor molda-se numa educação inicial e condiciona-se numa aprendizagem permanente, ao longo da vida. Nunca o é, mesmo quando se atreve a julgar que controla o quotidiano. Professor é erosão e reconstrução. É avanço e recuo. É acusação e vítima. É conquistador e sitiado. É lugar santo e profanado. Ninguém nasce professor e, quem o quiser ser, é bom que saiba da gratificante e complexa tarefa que o aguarda no virar de cada esquina do seu percurso profissional. Infelizmente, por culpa de muita gente, que aparece em público numa enganadora de defesa dos professores, vivemos uma conjuntura política, económica,

social e até cultural que não motiva a escolha da profissão docente. Os professores entregues a si próprios, sem acompanhamento, nem adequada e suficiente formação complementar, sentem sobre os seus ombros o peso da enorme responsabilidade que lhes é imputada pelo Estado e pelas famílias. Vítimas de uma angustiante solidão profissional, cativos dentro das quatro paredes da sala de aula onde trabalham, os docentes atingem perigosos estádios de desencanto, de desilusão e desmotivação profissional. Por isso urge mudar a conjuntura para que a profissão de professor reencontre os estímulos, incentivos, e até razões para que os docentes se envolvam num processo de motivação e evolução qualitativa das suas capacidades pessoais e profissionais. A ausência de um código deontológico que ajude a consolidar

a cultura profissional dos docentes também não permite que se atenuem os resultados negativos de todas as pressões externas e motiva mesmo o aparecimento de sensações de insegurança e de receio permanentes. Proclama-se uma escola inclusiva numa sociedade que não acolhe os excluídos. Pretende-se promover uma escola para todos numa sociedade em que o bemestar e a cultura só estão ao alcance de alguns; em que a escola não consegue integrar os filhos das famílias vitimadas por uma sociedade que cultiva de incúria. Arvora-se uma escola em que os valores transmissíveis não encontram acolhimento em inúmeros lares, porque são constituídos por famílias disfuncionais. Uma escola onde se exige o cumprimento de extensos currículos obsoletos e onde a máquina burocrática da administração escolar predomina. Esta é a autêntica escola pú-

blica em que trabalha a maioria dos nossos professores. A escola em que também é preciso (ainda se lembram?) que os docentes tenham tempo para ensinar e os alunos encontrem momentos para aprender. Aprender, aprender sempre, porque essa é a seiva de que se faz um professor. João Ruivo _ ruivo@rvj.pt

PRIMEIRA COLUNA

Unir, internacionalizar, inovar 7 Um dos objetivos que as instituições de ensino superior perseguem é a ligação ao tecido empresarial, com todas as dimensões que isso pressupõe, como a promoção de consórcios entre si e com empresas, associações empresariais ou clusters de diferentes setores, numa lógica abrangente, que não deve ficar resumida ao plano interno. São desafios que, num mesmo patamar, incluem diferentes aspetos que, se bem concretizados, podem capacitar a realização de projetos nacionais e internacionais, promovendo a inovação prática, criando soluções para problemas, partilhando experiências e promovendo o saber. Esta nova filosofia, de partilha de conhecimento e inovação, assente muitas vezes

em projetos que têm financiamento de fundos comunitários, são uma oportunidade que não deve ser desperdiçada e que exige, das universidades e politécnicos, mas também do tecido empresarial, visão estratégica. Por um lado, as instituições de ensino superior colocam o seu saber e a sua investigação ao serviço de diferentes setores. Por outro, empresas e associações deixam de ser elementos passivos e passam a utilizar o conhecimento como uma arma para ultrapassar problemas e desafios. Por outras palavras, universidades e politécnicos deixam de estar fechados sobre si mesmos, trabalham e reforçam as parcerias entre si, trabalhando em rede, com o mesmo objetivo e financiamento garantido para processos de investigação e

inovação. Da mesma forma, o tecido empresarial e económico também se abre à academia (o que nem sempre acontece, pois, sobretudo nas pequenas empresas ainda existe alguma desconfiança para com aquilo que é produzido nas instituições de ensino superior, ou aquilo que serão as mais valias de ter gente altamente qualificada a trabalhar com elas), colocando-lhe desafios e problemas, para que em conjunto eles possam ser resolvidos e concretizados. Unir, internacionalizar e inovar são por isso objetivos que devem ser perseguidos e alcançados pelo país. Felizmente há muitos bons exemplos. O projeto +Agro é um deles: promovido pela Universidade da Beira Interior, envolveu outras academias como a Universida-

de de Évora e os politécnicos de Castelo Branco, Guarda, Coimbra e Viana do Castelo, e ainda a associações do Cluster Agro Industrial do Centro (InovCluster). Participaram também entidades empresariais e de investigação, como o ISQ e a FoodinTech, os quais trouxeram soluções e propostas para um setor tão importante como o Agro-Industrial. A par destes projetos, há todos os outros de investigação, financiados pela Fundação para a Ciência e para a Tecnologia, quer para bolseiros, quer para unidades de investigação das universidades e politécnicos. A dinâmica está criada. Certamente que haverá buracos na estrada, o que obriga a que muitas vezes instituições de ensino, investigadores, empresas e associações utilizem

veículos todo-o-terreno. Mas hoje, as oportunidades são muitas. Com flexibilidade de todos, a começar pela tutela, pelas instituições, associações e tecido empresarial, certamente que o país será mais competitivo e ficará habilitado a exportar e partilhar a inovação realizada. K João Carrega _ carrega@rvj.pt

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CRÓNICA SALAMANCA

Prensa pedagógica en la universidad 6 Hace unos días hemos participado en un congreso internacional sobre “La Prensa Pedagógica de los Profesores”, muy concurrido e internacional, en el que se han revisado y comparado muchas aportaciones y estudios históricos y de presente sobre el tema. Es verdad que la mayoría de los trabajos hacían referencia a las publicaciones producidas o dirigidas a los maestros de primera enseñanza y en el mejor de los casos a los profesores de educación secundaria. Algunas, escasas, se referían a los profesores de la universidad, y siempre desde uno de los géneros de prensa pedagógica como son las revistas científicas, y especializadas en el ámbito de las ciencias de la educación. Da la impresión de que en este punto, es decir, en cuanto al interés de los profesores de universidad por los aspectos pedagógicos, se ha avanzado poco respecto a lo que ya denunciaba nada menos que Francisco Giner de los Ríos, fundador de la Institución Libre de Enseñanza. Lo hacía, por ejemplo, en un famoso artículo escrito en 1881 y publicado en el BILE con el título “Maestros y catedráticos”. Allí se despachaba a gusto contra el desprecio en que incurrían los catedráticos de universidad ante todo lo pedagógico, hacia todo lo que se saliera de su estricto cumplimiento del programa docente prescrito desde arriba para cada asignatura. Parece que lo peda-

gógico quedaba para los maestros, que tenían que vérselas con los niños, y se encontraban con frecuencia inermes de formación y métodos de enseñanza adecuados. Al profesor de universidad, al catedrático, parece que entonces y todavía ahora le es suficiente con dominar o conocer su ciencia, sin dar importancia a cómo ha de transmitirla. Y la verdad es que no es lo mismo. Ya se quejaba, y mucho, Ortega y Gasset de sus profesores de la universidad alemana, que en su opinión iban sobrados de ciencia y autoridad académica, pero ayunos de estilo pedagógico y proximidad al estudiante, con lo que en realidad no eran buenos profesores, aunque fueran excelentes científicos.El problema no es de ahora, es cierto, pero ello no nos consuela, porque la dimensión pedagógica y formativa de la universidad continúa echando en falta otra forma de enseñar y aprender, aunque algo se haya avanzado recientemente. Y tal vez un factor que observamos ausente, como elemento que pudiera contribuir a mitigar lagunas y ausencias pedagógicas en muchas aulas universitarias, es la publicación de una o varias revistas dirigidas a los profesores de educación superior, pero con un perfil más pedagógico que estrictamente científico. Se dirá que ya están ahí las informaciones procedentes de los sindicatos de profesores existen-

tes en la universidad, pero esa es otra línea de publicación diferente, aunque necesaria. Es verdad que la atomización y el localismo en que han caído las universidades no invitan a los periódicos sindicales a que vayan allá de la información mediatizada por cada ideología sindical, a las informaciones generales de la legislación universitaria, o a la mención de los problemillas concretos de los profesores de cada universidad, por muy gordos que sean éstos. Tampoco estamos demandando ahora que nazca una nueva revista científica del ámbito de las ciencias de la educación, que no leen tantos profesores, y que están pensadas para rentabilizar puntos en el camino de la alta competición para obtener premios, prebendas o méritos en concursos de plazas, o alcanzar mejores cotas de reconocimiento académico en la profesión. Pero sí nos gustaría que surgieran revistas de publicación periódica frecuente, capaces de integrar algunos aspectos sindicales, otros de experiencias pedagógicas, algunos científicos, otros de debates sobre temas de interés común al devenir de las universidades, y siempre pensando en la universidad de otra manera distinta a como ahora se quiere que avance en muchas partes del mundo, hacia una fábrica productora de ciencia y tecnología pero ajena a la formación de los jóvenes estudiantes y sus profesores.

Publicação Periódica nº 121611 Dep. Legal nº 120847/98 Redacção, Edição, Administração Av. do Brasil, 4 R/C Apartado 262 Telef./Fax: 272324645 6000-909 Castelo Branco www.ensino.eu ensino@rvj.pt Director Fundador João Ruivo ruivo@rvj.pt Director João Carrega carrega@rvj.pt Editor Vitor Tomé vitor@rvj.pt Editor Gráfico Rui Rodrigues ruimiguel@rvj.pt Serviço Reconquista: Agostinho Dias, Júlio Cruz, Cristina Mota Saraiva, Artur Jorge, José Furtado e Lídia Barata Serviço Rádio Condestável: António Reis, José Carlos Reis, Luís Biscaia, Carlos Ribeiro, Manuel Fernandes e Hugo Rafael.

Es decir, propugnamos por instrumentos que ayuden a caminar a nuestras universidades en una dirección humanística y pedagógica, y no tanto en una dirección orientada a la pura rentabilidad y pragmatismo. La institución universitaria pública no es una fábrica, ni una empresa, sino un servicio público que forma profesionales, personas y ofrece servicios a la comunidad, uno de los cuales es la investigación, para avanzar y progresar, claro. Las revistas pedagógicas, de un perfil no super especializado, pero si motivador y pedagógico, pueden contribuir a enriquecer ese proyecto humanístico para una universidad algo diferente. K José Maria Hernández Díaz_ Universidad de Salamanca jmhd@usal.es

COOPERAÇÃO

Brasil visita IPPortalegre 6 O reitor do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca visitou, este mês, o Politécnico de Portalegre no âmbito do processo de internacionalização do ensino superior. Da sua comitiva, além de 3 professores fizeram parte 18 alunos que se encontram a terminar o ensino médio e que aproveitaram uma parceria estabelecida entre o CEFET e o Politécnico de Portalegre para visitarem a instituição portuguesa. Luís Loures, vice-presiden-

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te do IPPortalegre, refere que “para além de ficarem a conhecer por dentro o Politécnico, os 18 alunos tiveram ainda a oportunidade de participar ativamente num conjunto de atividades práticas inerentes a diferentes domínios científicos e de visitar vários pontos da região no âmbito de um programa cultural desenvolvido para o efeito e que contou com a colaboração das Câmaras Municipais de Portalegre, de Elvas e de Marvão e do Grupo Delta Cafés”. K

Guarda: Rui Agostinho Covilhã: Marisa Ribeiro Viseu: Luis Costa/Cecília Matos Portalegre: Maria Batista Évora: Noémi Marujo noemi@rvj.pt Lisboa: Jorge Azevedo jorge@rvj.pt Nuno Dias da Silva Paris: António Natário Amsterdão: Marco van Eijk Edição RVJ - Editores, Lda. Jornal Reconquista Grafismo Rui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda. Secretariado Francisco Carrega Relações Públicas Carine Pires carine@rvj.pt Designers André Antunes Carine Pires Guilherme Lemos Colaboradores: Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Realinho, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Belo Gomes, Carlos Correia, Carlos Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Elsa Ligeiro, Ernesto Candeias Martins, Fernando Raposo, Florinda Baptista, Francisco Abreu, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mesquita, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joaquim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, João Vasco (fotografia), Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Felgueiras, José Carlos Moura, José Pires, José Pedro Reis, Janeca (cartoon), José Rafael, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Luis Souta, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Maria João Leitão, Maria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faustino, Ricardo Nunes, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras,Sandra Nascimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susana Rodrigues (U. Évora) e Valter Lemos Contabilidade: Mário Rui Dias Propriedade: RVJ - Editores Lda. NIF: 503932043 Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (accionistas com mais de 10% do Capital Social) Assinantes: 15 Euros/Ano Empresa Jornalistica n.º221610 Av. do Brasil, 4 r/c Castelo Branco Email: rvj@rvj.pt Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Jornal Reconquista - Zona Industrial - 6000 Castelo Branco


‘PEDAGOGIA (A)CRÍTICA NO SUPERIOR’ (XXVI)

Homo Scholaris (I) «ora um dia enchi-me de brios e decidi tornar-me cábula.» (‘Elogio da cábula’, Ricardo França Jardim, 1995) 7 O homem é um ser uno, indivisível mas pluridimensional. Para efeitos de análise, tem-se enfatizado uma ou outra das suas intrínsecas dimensões – o Homo Economicus da economia clássica ou o Homo Politicus foram dos primeiros e mais vulgarizados (para além evidentemente dos múltiplos Homo que a Antropologia Física nos foi endereçando sempre que novos achados arqueológicos permitiam reconstituir a evolução da espécie humana). E, sempre que novo avanço se dá na esfera tecnológica ou científica, novos alargamentos são incorporados no repertório das capacidades de intervenção humana – o Homo Typographicus (Marshall McLuhan, 1962) seria fruto da revolução na imprensa a partir dos aperfeiçoamentos técnicos introduzidos por Gutenberg no século XV. Por sua vez, outras dimensões, ainda que já reconhecidas de há muito na actividade social do ho-

mem só emergem em determinada altura, face a tendências massificadoras de um determinado fenómeno – o Homo Ludicus (Sérgio & Feio, 1979) antevia um espaço crescente do ócio em sociedades que se regeriam por políticas favoráveis ao aumento do lazer e à diminuição do tempo dedicado ao trabalho (uma ‘utopia’ que tem vindo a sofrer fortes revezes, com o recrudescimento de cargas horárias laborais que levam a que se fale de ‘neo-esclavagismos’, mesmo em áreas de trabalho intelectual). O Homo Hierarchicus que L. Dumont (1965) vai buscar à organização do sistema de castas na Índia, o Homo Strategicus (Fernandes, 1998), o Homo Communautarius (do antropólogo Marc Abélès, 1998) essa elite institucional empenhada na construção da União Europeia ou o polémico Homo Academicus de Pierre Bourdieu (1984) que tanto impacto teve na academia francesa, são outros tantos exemplos decorrentes de um olhar focalizado do investigador sobre uma dimensão em concreto, numa actividade antiga ou algo que já existia (implí-

cito), e que ele agora traz à superfície, dando-lhe contornos precisos e operativos. Outros há, mas de âmbito mais restrito, por exemplo de carácter regional, e com propósitos mais pragmáticos associados a intuitos de construção identitária. É o caso do Homo açorensis que Vitorino Nemésio procurou dar corpo pelo acentuar das peculiaridades do Açoriano, num quadro histórico e mesológico únicos. E os exemplos, podiam continuar… Homo Poeticus (Manuel António Pina, 1974), Homo Socians (Charles Gardou, 2002), Homo Juridicus (Alain Supiot, 2007), Homo labyrinthus (do filósofo francês Frédéric Neyrat, 2015). Da nossa parte, avançamos com o conceito de Homo Scholaris. Sem dúvida, fruto das especificidades de um sistema escolar tardio, centralizador e monocultural como é o nosso. Um habitus escolar de grande continuidade temporal, de forte sentido conservador, pouco dado a rupturas. Mudanças e inovações, quando as há, são de ciclo curto, e acabam por ser ‘engolidas’ pela vaga de ‘normalização’, que nunca

deixa de se fazer sentir. É omnipresente, dominante, mesmo em períodos de contestação, interregno ou transição, ditados pelas chamadas «reformas» (em regra, voluntaristas, formuladas no enunciado de intenções de textos jurídicos). Para além dessas conjunturas históricas e de uma ou outra particularidade decorrente de medidas concretas de política educativa, o aluno que frequenta a escola reflecte essa cultura secular de base. Nesse sentido, ele é uma entidade de uma certa ‘invariância’, em termos de práticas, atitudes e comportamentos. Tal como na escola, onde há um travejamento estruturante que lhe dá perenidade, o homo scholaris é marcado por um conjunto de traços distintivos, uma série de idiossincrasias que lhe conferem contiguidade. Esse processo de padronização não tem a sua origem apenas no interior da própria instituição escolar. O seio da família é o outro elo que concorre para esse feixe de sinergias (e tanto mais intenso quanto a tradição de frequência escolar ou, pelo

menos, altas expectactivas quanto ao futuro académico dos filhos). O homo scholaris não corresponde a um único tipo de aluno; tal não existe no universo escolar. A pluralidade sempre existiu. Ainda que circunscrita a um grupo restrito de tipos paradigmáticos. O homo scholaris tem os seus extremos, naquilo que na gíria é conhecido pelos ‘cábulas’ e ‘marrões’. O terceiro tipo, o dominante em termos quantitativos, é o ‘aluno tipo/ aluno normal’. Pode-se conceber um continuum de cambiantes a partir desse modelo ideal, central, quer num sentido (dos ‘marrões’) quer no sentido oposto (dos ‘cábulas’). José Machado Pais (1993:213-247) actualizou, para os anos 90, esta tipologia: para além dos «marrões», introduziu os «bacanas», os «graxas» e os «baldas». K Luís Souta _ luis.souta@ese.ips.pt

Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico _

NOVO ANO LETIVO

Etepa abre atividades com 145 alunos

INSTITUTO POLITÉCNICO DE PORTALEGRE

6 A Escola Tecnológica e Profissional Albicastrense (Etepa) assinalou, no passado dia 17 de setembro, a abertura do ano escolar numa iniciativa que reuniu alunos e professores desta instituição de ensino. Durante todo o dia realizaram-se várias ações de informação sobre o funcionamento da escola, dos diferentes cursos aí ministrados, dos recursos materiais e tecnológicos disponibilizados e partilharam-se, ainda, momentos de convívio, com o intuito de fortale-

6 A pós-graduação em Gestão em Saúde, da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Portalegre (ESS), foi a primeira atividade formativa a obter a acreditação atribuída pela Ordem dos Enfermeiros, informou a instituição de ensino, em nota enviada ao Ensino Magazine. O processo de acreditação visa o reconhecimento para o desenvolvimento profissional do Enfermeiro, para efeitos de qualificação profissional. Neste caso, a conclusão da pós-graduação pas-

cer a coesão de todos os membros desta comunidade educativa que pretende formar cidadãos para o Século XXI e que se quer projetar como uma escola de referência no ensino profissional. Recorde-se que neste ano letivo a Etepa acolhe 145 alunos que frequentam os cursos de Técnico de Artes Gráficas; Animador Sociocultural; Técnico de Comércio; Comunicação, Marketing, Relações Públicas e Publicidade; Assistente Administrativo; e Acompanhante de Crianças. K

Ordem faz acreditação pioneira sa a resultar na atribuição de 3,5 créditos de desenvolvimento profissional (CDP) e de competência acrescida avançada em gestão. A ESS do Politécnico de Portalegre submeteu a candidatura a este processo para valorizar a sua formação e potenciar a procura da pós-graduação. A Escola tem previsto iniciar a sétima edição do curso no 2º semestre deste ano letivo, com a abertura de inscrições a realizarse em janeiro de 2019. O curso de pós-graduação em

Gestão em Saúde permite dotar os estudantes de conhecimentos científicos e competências avançadas para o estudo e para a investigação no domínio da gestão de saúde, bem como para o desenvolvimento de aplicações práticas em áreas de gestão em unidades de saúde, gestão clínica e gestão do conhecimento em saúde, visando a qualificação para uma atuação profissional com aplicabilidade concreta e específica, que eleve o patamar do conhecimento existente neste campo. K

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MOÇAMBIQUE

Aprender com as adversidades

INTERNET

Fórum em Maputo 6 Representantes do governo, da sociedade civil, empresas privadas, activistas, entre outros, participaram na 4a Edição do Maputo Internet Fórum, que decorreu na Universidade Edurado Mondlane. O objetivo foi encontrar caminhos que permitam o desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação, bem como a massificação do acesso a Internet no país. Trata-se de uma plataforma de debate e de partilha de boas práticas visando a consciencialização sobre a importância e o papel das TICs como catalisadores do crescimento e desenvolvimen-

to socioeconómico do país. O evento resultou de uma organização conjunta da UEM, OXFAM IBIS, a Embaixada da Suécia em Moçambique e a AGIR. Na abertura, o Ministro da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional, Jorge Nhambiu, afirmou que o governo moçambicano, reconhecendo a importância das TICs e o seu papel transversal e facilitador de processos e procedimentos, aprovou a Política de Informática em 2000, a Estratégia de Governo Eletrónico em 2006, o Quadro de Interoperabilidade de Governo Eletrónico em 2009, entre outros instrumentos de política e

de regulamentos que têm ocorrido para a promoção do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação, no geral. Já o reitor da UEM, Orlando Quilambo, referiu que a sua instituição duplicou a largura de banda para o acesso a internet em todos os Campus e Escolas com o apoio do MCTESTP, através da Rede de Educação e Pesquisa de Moçambique (MoRENet). “Este apoio é uma mais-valia para uma universidade de investigação, na medida em que as TICs são um factor chave, em termos de inovação pedagógica e para a investigação no geral”, disse. K

6 A Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP) defrontou, no passado dia 13 de outubro, a Escola Internacional Americana de Moçambique (AISM) e dois clubes moçambicanos numa competição interescolar de voleibol. No certame, organizado pela AISM, a EPM-CELP fez-se representar por três equipas, sendo duas femininas, numa delegação de mais de vinte atletas. Na fase de grupos, o nível geral das equipas moçambicanas mostrou-se superior ao demonstrado pela Escola Portuguesa, mas a equipa masculina bateu o pé, com grande convicção, à congénere da AISM apesar de perder os dois “sets”. Já a turma feminina de sub-16, que também perdeu o

jogo frente às “americanas”, conseguiu estruturar rotinas de jogo e evoluir em termos de técnica individual. A outra turma feminina da EPM-CELP, de sub18, também se empenhou a fundo na partida, mas o esforço não foi suficiente para atingir a vitória. Nuno Antunes, professor de Educação Física e responsável pelas equipas de voleibol da EPMCELP, afirmou que a experiência competitiva foi bastante positiva, “muito pela atitude desportiva demonstrada pelos nossos alunos, que não pouparam esforços nos desafios demasiado exigentes para o seu atual nível de desempenho, mantendo o foco na superação das dificuldades”. K

MOÇAMBIQUE

Turismo no Fórum da Ilha 6 A Faculdade de Ciências Sociais e Humanos da Unilúrio organizou, de 24 a 27 de setembro,o II Fórum de Turismo da Ilha de Moçambique. O evento, que estava inserido no âmbito das comemorações do dia Mundial de Turismo, começou com um seminário académico que decorreu entre os dias 24 e 26 e terminou com uma Conferência no dia 27 de setembro. O II Fórum de Turismo da Ilha de Moçambique contou com a presença de várias individualidades, entre nacionais e estrangeiras. O seminário académico organizado no âmbito do II Fórum, pretendia abordar diversos temas ligados a turismo e desenvolvimento local e contou com a participação de estudantes e docentes da FCSH. Segundo Pedrito Cambrão, diretor adjunto para Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da FCSH, no seu discurso de abertura do Seminário Académico “a FCSH quer contribuir para a produção do conhecimento, sobre a Ilha de

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Moçambique, tendo em vista o enriquecimento da sua história. E o seminário académico, que hoje começa, insere-se justamente neste espaço dinâmico de promoção cultural, pois serão partilhados e debatidos resultados de estudos/pesquisa que têm a ver com a realidade da Ilha”. A Conferência do dia 27 di-

vidiu-se em dois painéis compostos por quatro oradores entre nacionais e estrangeiros, nomeadamente: Aurélio Rocha, historiador e docente da UEM; JensHougard, Ndivhuwo Tshipala das Tshwane University of Technology , África do Sul e Peter Allsop, operador turístico da Ilha de Moçambique. K

EPM-CELP


GENTE E LIVROS

EDIÇÕES

Novidades literárias 7 CASA DAS LETRAS. Os Fios, de Sandra Catarino. A estreia da autora portuguesa revela uma surpreendente maturidade literária. O romance combina de forma magistral a crueza do meio rural com um lirismo inesperado. Madalena, Celeste e Samuel são os lados desiguais do triângulo donde brotam os fios desta história, contada por três mulheres que se assemelham a fiandeiras do tempo: Antónia, a viúva que tricota camisolas e mantas, acrescentando dias à vida de cada um; Violeta, a que apara nas mãos os filhos da terra e guarda segredos tristes numa gaveta; e Emília, a que ouve em sonhos o afiar de facas e calcula os caminhos que a morte escolhe percorrer.

D. QUIXOTE.

Coisas da Alma e outras histórias em Conto, de João de Melo. É a terceira edição, revista e aumentada, da obra de João Melo. O autor reescreveu os contos originais, com vista ao apuro definitivo da linguagem, uma das suas preocupações, e aumentou o livro com três novos contos que o complementam. O leitor vai reconhecer o estilo poético e singular de João de Melo, e um imaginário repleto de personagens sensíveis e violentamente humanas. Autor de referência do conto.

FCA. Power BI para Gestão e Finanças, de Nuno Nogueira. Neste livro, são descritas, passo a passo, as funcionalidades mais interessantes do Power BI, a tecnologia de business intelligence (BI) da Microsoft, enquanto ferramenta de gestão de empresas e de análise financeira. Trata-se de um guia fundamental para os profissionais da área financeira e para os gestores que buscam continuamente a maximização do retorno do investimento em tecnologias de informação. K

www.ensino.eu

José Saramago 7 Foi há 20 anos. No dia 8 de outubro de 1998 José Saramago tornou-se o primeiro, e até agora único, Prémio Nobel de Literatura em língua portuguesa. Filho e neto de camponeses, o escritor português nasceu na aldeia de Azinhaga, Ribatejo, no dia 16 de novembro de 1922, apesar do registo oficial mencionar como data de nascimento o dia 18. Os pais de José Saramago emigraram para Lisboa quando ele não completara ainda dois anos. A maior parte da sua vida foi passada, então, na capital. Nos primeiros anos da idade adulta, contudo, eram frequentes, e por vezes prolongadas, as suas permanências em Azinhaga. No portal da Fundação José Saramago, conta-se que o autor “fez estudos secundários (liceais e técnicos) que, por dificuldades económicas, não pôde prosseguir. O seu primeiro emprego foi como serralheiro mecânico, tendo exercido depois diversas profissões: desenhador, funcionário da saúde e da previdência

nobelprize.org H

social, tradutor, editor, jornalista”. Saramago publicou «Terra do Peca-

do», o seu primeiro livro, um romance, em 1947. Ficou depois muitos anos sem publicar, até 1966. Trabalhou durante doze anos numa editora, onde exerceu funções de direção literária e de produção. Colaborou como crítico literário na revista «Seara Nova». Em 1972 e 1973 fez parte da redação do jornal Diário de Lisboa, e, entre abril e novembro de 1975, foi diretor-adjunto do jornal Diário de Notícias. A partir de 1976, Saramago passou a viver apenas do seu trabalho literário, primeiro como tradutor, depois como autor. Casou com Pilar del Río em 1988 e a partir de 1993 decidiu dividir-se entre a sua residência habitual em Lisboa e a ilha de Lanzarote, no arquipélago das Canárias (Espanha). Em 1998, José Saramago recebeu o Prémio Nobel de Literatura. Faleceu a 18 de junho de 2010. K Tiago Carvalho _

AMATO LUSITANO

Álbum de vivências em livro 7 O livro “Álbum de Vivências de Castelo Branco”, da Amato Lusitano – Associação de Desenvolvimento foi apresentado, no dia 1 de outubro, no âmbito do Projeto CLDS3G - Capacitar, Empreender e Incluir (CEI) Eixo 2 – Intervenção Familiar e Preventiva da Pobreza Infantil. A iniciativa assinalou o arranque do 14.º ano letivo da Universidade Sénior Albicastrense. A obra, editada pela RVJ Editores, apresenta memórias da cidade, e “é baseado na recolha de testemunhos de memórias individuais e coletivas, através de registos fotográficos e documentos manuscritos junto de seniores naturais ou residentes na cidade há alguns anos, que assim, retratam alguns dos acontecimentos mais marcantes da mesma, entre a década de 20 e a década de 80”, explicou Arnaldo Brás, presidente da direção da Amato Lusitano. A edição tem chancela da RVJ. João Carrega, responsável da empresa, depois de elogiar o trabalho da Usalbi, “uma das melhores universidades sénior do país”, sublinhou que “as vivências são memórias coletivas e individuais que fazem, desta, uma escola viva”. Lembrou também a importância dos feitos do passado, pois “um território sem memória é um território sem alma”, defendendo que “não se deve apagar a história, pois o presente assenta no passado”. Este livro “é um excelente momento de recolha de testemunhos, que todos deviam ler, pois só se deve falar do que se conhece”. E realçou alguns dos feitos retratados nesta edição, como nos anos

20, em que foi feita a primeira tentativa de regulação do trânsito na cidade, ou nos anos 30, a criação do Parque da Cidade, a construção do Hotel de Turismo nos anos 40 ou do Cine Teatro nos anos 50. No arranque dos anos 60 o Benfica e Castelo Branco sagrou-se campeão nacional da III Divisão de futebol. Já nos anos 70 demoliram o Hotel de Turismo e construiu-se o Hospital Amato Lusitano e nos anos 80 houve a registar, entre outros, a criação do Instituto Politécnico de Castelo Branco e da Barragem de Santa Águeda. Mas estes são apenas alguns dos exemplos de memórias e vivências que podem ser revistas nesta publicação. Em representação da Câmara de Caste-

lo Branco, o vice-presidente, José Augusto Alves, deixou nota positiva ao trabalho social desenvolvido pela Amato Lusitano, pela partilha destas memórias e vivências também em sala de aula, destacando a sua importância, pois “para a Câmara é importante existirem estas parcerias, para realizaram estas atividades que a autarquia, só por si, não teria capacidade, daí apoiar financeiramente estas instituições que têm ao seu serviço pessoas com muito mérito. E não é preciso nenhum regulamento para tal, pois do outro lado, o município lida com pessoas muito capazes”. Reitera que “é também um privilégio para a cidade a Usalbi ser já uma instituição de referência nacional”. K

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PELA OBJETIVA DE J. VASCO

PRESS DAS COISAS YESCAPA 3 A Yescapa, startup francesa apelidada de “Airbnb das autocaravanas”, já chegou a Portugal. Esta plataforma funciona como intermediária no aluguer de autocaravanas e campervans entre particulares, à semelhança das plataformas online de alojamento local. K

Em louvor do homem 7 Todos os anos em setembro, na sua Festa, o jornal Avante, abre a noite do seu primeiro dia com um excelente concerto de música clássica, desta vez não foi diferente. Muitos milhares assistiram ao ar livre ao Concerto Em Louvor do Homem, música sinfónica integrada na Celebração do II Centenário do Nascimento de Karl Marx. Pela orquestra Sinfonietta de Lisboa e pelo Coro Sinfónico Lisboa Cantat, escutámos obras de Copland, Bernstein, Mendelssohn, Tchaikovsky e Beethoven, sob as direções dos maestros Vasco Azevedo e Jorge Alves. É também isto que faz da Festa do Avante uma “rentrée política” muito especial, com capacidade atrativa de muitos milhares de visitantes, oriundos dos mais variados quadrantes políticos. A Festa, não é só música, teatro, gastronomia, é um ponto de encontro, um sítio onde nos sentimos bem. K

CARLÃO «ENTRETENIMENTO?» 3 Sob o pseudónimo “Pacman”, entre 1993 e 2009, Carlão foi um dos vocalistas e o principal letrista dos “Da Weasel”, a mítica banda de Almada. Agora lança o álbum “Entretenimento?”, com participações de António Zambujo, Manel Cruz e Slow J, entre outros no alinhamento. K

PRAZERES DA BOA MESA

Supremo de Frango do Campo com Boletos e Alecrim 3Ingredientes: 200g de Cogumelos Cèpes frescos (Boletus edulis) ou 50g desidratados 4 Supremos de Frango do Campo 100g de Pão de Véspera 350g de Batatas (7 batatas médias) 2 Gotas de Óleo Essencial de Alecrim AROMAS DO VALADO 2 Ovos 100g de Cebola (1 cebola grande) 250ml de Natas 300g de Courgette 35g de Alho (6 dentes de alho) 3 C de Sopa de Azeite 1 C. de Chá de Pimentão de La Vera 1 Folha de Louro Q.b. de Sal Q.b. de Pimenta Preta de Moinho 1 Pé de Tomilho

Preparação: Refogar em azeite o alho e a cebola. Juntar os cogumelos limpos e picados. Adicionar o pão demolhado e o óleo essencial de alecrim. Temperar com sal, pimenta e tomilho; deixar arrefecer. Limpar e abrir os supremos. Temperar e rechear com a miga de cogumelos. Fechar e corar numa frigideira; levar ao forno para terminar. Lavar as batatas e descascar. Cortar em rodelas finas. Temperar com tomilho, alho picado, sal e pimenta. Dispor num tabuleiro de forno

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Chefe Mário Rui Ramos _ Executive Chef

e cobrir com a mistura de natas e dos ovos. Levar ao forno a 160ªC até dourar. Temperar a courgette cortada em rodelas finas e saltear em azeite e alho. Retificar os temperos. Cortar porções da batata gratinada e servir com os supremos e a courgette. Já se encontram máquinas que fazem o movimento do pil pil. A junção dos pimentos nesta receita consagrada é uma união do País Basco com a Extremadura espanhola. K

Alunos das aulas práticas de cozinha (IPCB/ESGIN) Sérgio Rodrigues e alunos de fotografia (IPCB/ESART) Helena Vinagre (Aromas do Valado)


BOCAS DO GALINHEIRO

Mais um Tubarão não 7 É um daqueles filmes de que ninguém leva a mal. Neste caso, mais um filme com tubarões. O título só por si é sugestivo: “The Meg” (Meg: Tubarão Gigante, 2018), uma incursão de Jon Turteltaub num filão que rende há anos: o dos tubarões. A moda começou com “Jaws” (O Tubarão, 1975), realizado por Steven Spielberg, com Roy Scheider, no protagonista, ele é o Sheriff Martin Brody que vê a pacata Amity Island, num verão quente, ser invadida por um enorme tubarão branco. Se aos primeiros sinais o mayor e os comerciantes dependentes das receitas do turismo estavam contra qualquer acção que pudesse causar alarmismo e afastar a clientela, depois de nova morte, não podiam obnubilar a besta. Mas aí veio outra invasão, menos veraneante, a dos caçadores de tubarões. Mas é o chief Brody que com um velho lobo-do-mar, Quint, papel entregue a Robert Shaw, e um biólogo marinho, desempenhado por Richard Dreyfuss, se aventura no encalço do superpredador. E, na primeira vez que se confrontam com o bicho, Brody lança a tal frase que, como se diz, se tornou viral “you’re gonna need a bigger boat”. E era. Ao ritmo da fabulosa banda sonora de John Williams, o duelo com o tubarão, o suspense e o pânico, a espera, fizeram deste “Jaws” o percursor de uma série de sequelas, e de Spielberg o fazedor de blockbusters.

João Rosa H

Logo em 1978, agora com realização de Jeannot Szwarc, e com Roy Scheider ainda sheriff, Amity volta a sentir a ameaça de outro tubarão branco, só a muito custo, e como sempre tarde de mais, Brody consegue convencer os poderes locais da nova ame-

aça, nem tão pouco o filme conseguiu convencer. Ainda veio o 3, em 1983, aqui já com os filhos de Brody e uma tubarão a vingar a morte do fihote num parque aquático, e em 1987 acontece o 4 “Jaws: The Revenge” que, está bom de ver, anda à volta de um

tubarão branco gigante e os Brody, família inimiga número um desta espécie. Voltando ao nosso Meg, ele é nada menos que um megalodonte, um tubarão de quase 20 metros, dado como extinto há mais de dois milhões de anos. Quando um grupo de cientistas efectua uma expedição integrada num programa internacional de vigilância submarina nas profundezas do Oceano Pacífico, o submersível onde se encontram é parcialmente destruído por este supergigante dos mares e os tripulantes ficam encarcerados no fundo do mar. É então que Jason Statham entra em cena, ele que anos antes já se tinha deparado com a mesma criatura numa situação particularmente traumática. O resto é fácil de imaginar, para quem consegue imaginar um tubarão com mais de 20 metros, ainda por cima que se pensava tinha passado pela Terra há milhões de anos, tempo também fácil de imaginar, para quem já imaginou o resto. O certo é que, o filme foi um dos grandes blockbusters deste Verão, com receitas de centenas de milhões. Contra factos não há argumento. Aliás, voltando à vaca fria, que é como que diz aos tubarões, imaginação é coisa que não falta. No cinema e na TV. No pequeno écran “Sharknado” já vai na sexta temporada, tornou-se numa série de culto. A receita é simples, sempre que há um tornado, centenas de tu-

barões são lançados para terra e há que enfrentá--los, cada temporada numa cidade diferente, Los Angeles, Nova Iorque, Las Vegas e por aí adiante. Longe vai o tempo em que James Bond era ameaçado e lançado para o meio de tubarões que mais pareciam cações. Quando na televisão começaram a aparecer variantes mutantes, a coisa foi muito para além da imaginação. Começou com o tubarão de duas cabeças “2-Headed Shark Attack”, de 2012, que se foi multiplicando em três, quatro e já vai em seis cabeças, nesta versão de 2018. Fiquei-me pelo de duas numa sessão no canal de ficção científica e mais não digo. Mas no tema dos tubarões mutantes a coisa é tão vasta que com duas ou três referências ficamos conversados: Sharktopus, filme de 2010, adivinharam, é metade tubarão, metade polvo, que em 2014 tem que enfrentar um Pteracuda, uma “criação” de um cientista americano, de onde podia ser mais, obviamente meio pterodáctilo, meio barracuda e a lista podia continuar. Desculpem qualquer coisinha, mas tinha que dar conta deste filão. Não é que os frequente, mas estes filmes são como as bruxas. Que os há, há. E todo o cuidado é pouco. Até à próxima e bons filmes! K Luís Dinis da Rosa _ Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico _

Dia Europeu do Desporto Escolar 6 No passado dia 28 de setembro celebrou-se, em muitas escolas do país, o Dia Europeu do Desporto Escolar. No Agrupamento de Escolas Agualva Mira Sintra, os alunos do Curso Profissional de Gestão Desportiva passaram de bicicleta por todas as escolas do agrupamento onde recolheram mensagens dos alunos e alunas sobre o seu entendimento sobre o desporto em geral e do Desporto Escolar em particular. No final, no largo da República, entregaram o testemunho dos alunos ao presidente da freguesia local e ao diretor da escola. Nas fotos, três fotografias do Curso Profissional de Fotografia, que acompanhou toda a iniciativa, uma com os ciclistas do Curso Profissional outra de uma aluna de um ATL do Agrupamento e, finalmente, a entrega do testemunho. K

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REDE DE ESCOLAS ASSOCIADAS - UNESCO

Segredos escondidos na ria de Aveiro 6 A inserção do Agrupamento de Escolas Dr. Mário Sacramento num concelho em que é visível a presença de vestígios arqueológico subaquáticos relevantes para a compreensão da História Nacional, logo Europeia e Universal, justificam a pertinência da abordagem da temática: História e Património Local Subaquático -“Que Segredos esconde a Ria de Aveiro?” Os limites geográficos onde o Agrupamento se insere abrangem outro tipo de vestígios dos quais sabemos terem tido fortes ligações à Ria e ao mar. A ausência de referências à História e Património Local e o desconhecimento dos nossos jovens relativamente a esta temática levou este Agrupamento a oferecer, há já 6 anos, uma área de estudo da História e Património Local destinada ao 8º ano de escolaridade (50 minutos semanais). Neste mesmo sentido, este projeto propôs-se dinamizar os recursos/temática existente no concelho relativo ao Património Subaquático para despertar consciências, educar para mudar mentalidades, criar uma nova geração de cidadãos ativos e conscientes, que se identifiquem com as suas gentes, com o património que os rodeia e com a necessidade da sua preservação. É nosso entendimento que devemos salvaguardar a preservação do património Subaquático “como parte integrante do património comum da humanidade”, impondo-se o seu ensino multi e interdisciplinar no Agrupamento. Integrado num contexto de responsabilidade por um legado comum e contribuindo

para a necessária mudança de atitudes face a uma abordagem que ao ser necessariamente transversal, concorre para a preservação do Património Cultural Subaquático relativo à singularidade do nosso território. Com este projeto pretendemos fazer reemergir o conhecimento obtido no processo de investigação do sítio arqueológico subaquático “Ria de Aveiro A”, que constitui o mais antigo e bem preservado vestígio de tradição ibero-atlântico conhecido à escala internacional e é o exemplo mais conhecido e próximo de uma caravela dos Descobrimentos, sendo uma das mais importantes descobertas da arqueologia náutica e subaquática mundial. Para resgatar a História Local, desenvolvemos uma rede de parcerias alargadas

desde o Arquivo Distrital de Aveiro, Câmaras Municipais de Aveiro e de Ílhavo, Universidade de Aveiro – Departamento de Geociências, empresas privadas locais que operam nas áreas do Turismo, mergulho profissional, cerâmica e construção naval, até à Direção geral do património Cultural que concorrem para que o sucesso do projeto seja uma realidade, potenciando a aprendizagem dos alunos e a visibilidade de todas as partes. Ao longo dos dois primeiros anos do projeto estamos a trabalhar com os alunos no sentido de dar resposta a um conjunto de questões que servem como fio condutor para as diferentes atividades que desenvolvemos, a saber: Como é que se estuda e caracterizam os sítios arqueológicos subaquáticos?;

Como é que se descobrem naufrágios?; Como é que se divulgam os resultados de uma escavação arqueológica subaquática ao público?; Quais as rotas dos navios que naufragavam na Ria de Aveiro?; Porque é que houve naufrágios na Ria de Aveiro em zonas hoje aparentemente inacessíveis?; Como é que está a ser preservado o espólio do sítio arqueológico Ria de Aveiro A? Nesse sentido estamos a desenvolver as seguintes atividades: “Oficinas de Formação sobre o Património Cultural Subaquático -Naufrágios e Mundos Submersos”, em contexto de sala de aula para os alunos do 8º ano de História e Património Local, orientadas pela Dra. Margarida Génio, arqueóloga náutica, onde abordamos temas como: Introdução à arqueologia náutica

pode considerar-se tão inovadora como a X-ADV, mas é uma moto diferente no segmento “custom” que aqui se cruza com as “street bikes”. Esteticamente é quase irresistível, com um estilo “retro”, discreto, mas muito

jovem e urbano. Com pneus largos a posição de condução é excelente e acessível a condutores de todas as estaturas pois a distância do assento ao solo é das mais baixas do mercado (69 cm). A suspensão é excelente permitindo uma utilização confortável e descontraída quer na cidade, quer na estrada. O motor é o cilíndrico de 471cm3 que tão bom serviço tem prestado à Honda em diversos modelos, mas, aqui, com uma versão de 46 cv muito progressiva e com binário mais alto a baixas rotações de forma a ganhar suavidade e progressividade adequada ao estilo “custom”. Os travões são eficientes e a caixa bem escalonada. Com o centro de gravidade bastante

e subaquática; Os naufrágios e a navegação através dos tempos; À descoberta de naufrágios; Como fazer arqueologia Subaquática?; Património em risco - Escavação e Preservação; Convenção da UNESCO para a defesa do PCS; “A Geofísica Oceanográfica - À descoberta de “tesouros”, aula teórico-prática dirigida pelo Professor Doutor Fernando Almeida para os alunos do 8º ano no âmbito da área de HPL, ajudando-os a interpretar os estudos de geofísica aplicados à arqueologia subaquática; Aplicação dos materiais do KIT Educativo “Património Cultural Subaquático” da UNESCO, fomentando técnicas de pesquisa e a utilização de diferentes recursos didáticos para a descoberta e conhecimento do sítio arqueológico Ria de Aveiro A. Na esperança de que com a ação pedagógica deste projeto se vá exercendo um forte impacto nas consciências das entidades públicas e privadas responsáveis pela preservação do espólio Ria de Aveiro A, se determine a mobilização de meios e diligências necessárias à aproximação deste património à sua região de origem, trazendo assim esta herança para junto da comunidade que herdou este testemunho, fomentando o “poder” da memória coletiva local. K Amélia Moreira Carla Lima Paulo Abreu Maria João Abreu _ Agrupamento de Escolas Dr. Mário Sacramento

A ESCOLHA DE VALTER LEMOS HONDA REBEL A “STREET CUSTOM” 3 A Honda é uma das maiores fabricantes de motos a nível mundial e ao longo do tempo tem estado quase sempre presente nos diversos segmentos do motociclismo com modelos de grande êxito e, em muitos casos, verdadeiramente emblemáticos. A 750 Four ou a CB 1100 nas “Naked”, ou a CB 500 nas “Street”, ou ainda a Shadow nas “Custom”, a Africa Twiin nas “Adventure” ou a Pan-European ou ainda a enorme “Goldwing” nas “Touring” são referências motard incontornáveis em todo o mundo. Mas, a Honda também tem uma tradição de inovação quer no motociclismo quer no automobi-

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lismo. Exemplo recente disso é a X-ADV, a primeira verdadeira “crossover” no mundo das motos, ou seja, uma espécie de cruzamento entre uma maxi-scooter e uma moto de aventura. A nova rebel CMX 500 não

baixo a condução torna-se muito fácil e equilibrada. A Rebel é uma moto muito contemporânea, ideal para o dia a dia, mas comporta-se muito bem em viagens mais longas, com o senão de um depósito pequeno (11litros) que não permite mais de 250/300 quilómetros. Para tais viagens será necessário, no entanto, colocar adicionalmente alforges ou malas laterais ou traseiras porque a máquina é completamente “naked”, não possuindo qualquer espaço para colocar o que quer que seja. No campo das motos de média cilindrada a Rebel é, sem dúvida, uma das mais atrativas e equilibradas do mercado. E também bastante acessível (6150E). É por isso uma excelente escolha. K


ANA BOTÍN, PRESIDENTE DO SANTANDER

Nova SBE é inovadora 6 “O Santander tem o maior orgulho em ser um dos fundadores deste magnífico Campus da NOVA SBE”. Foi assim que Ana Botín, presidente do Santander, deu início ao seu discurso na inauguração do novo espaço universitário, localizado em Carcavelos, na marginal, junto à praia. O Banco Santander há muito que definiu o apoio ao Ensino Superior como uma parceria estratégica na sua relação com a sociedade. Tem 1295 acordos com universidades e instituições académicas em todo o Mundo, 53 dos quais em Portugal. No Campus da Nova SBE de Carcavelos, o Banco vai disponibilizar a todos os seus utilizadores – alunos, professores e colaboradores – uma inovadora solução de pagamento de serviços e produtos – a Aplicação Campus Pay. Foi também criado um balcão inovador para apoiar toda a comunidade académica de milhares de pessoas. Perante uma plateia de mais de 1.000 pessoas, a presidente do Santander fez questão de realçar que a forma de trabalhar do novo Campus “vai ao encontro dos valores que o banco defende: o rigor na investigação, a cultura do esforço individual,

a igualdade de oportunidades e o compromisso do trabalho colaborativo que vão transformar o Mundo de forma responsável, inclusiva e sustentável.” Na mesma ocasião, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, “endereçou os parabéns a Ana Botín por revelar a visão do grupo Santander apostando na universidade e no futuro”. Sobre a NOVA SBE, o Presidente destacou “a excelência desta escola”, que “gostaria de condecorar com o título honorário de instituição pública”.

António Vieira Monteiro, presidente executivo do Banco Santander Totta, que esteve ligado a este projeto inovador desde o seu início, realçou o facto de este Campus ter sido financiado com o recurso a fundos privados, de empresas e cidadãos. “Apoiar a Universidade e o Ensino Superior é um dos principais objetivos do Santander. Este projeto é a demostração daquilo que é a nossa vontade, sobretudo, de transformar a educação num elemento fundamental da economia portuguesa”, adiantou. K

MATRÍCULAS

Santander Universidades percorre o país 6 O Banco Santander Totta e o Santander Universidades Portugal percorreram o país e participaram no período de matrículas em muitas instituições de ensino superior portuguesas. Na iniciativa, os jovens alunos

foram informados dos muitos programas que o Santander Universidades lhes proporciona, e também das mais-valias em serem clientes do banco que mais investe na educação no mundo. K

Prémio para Barcelona

DONATIVO PARTICIPATIVO

Apoiar quem faz bem 6 As associações Acreditar – Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro, Alzheimer Portugal, BIPP – SEMEAR e CASA – Centro de Apoio ao Sem-Abrigo da Madeira, foram selecionadas pelos Colaboradores do Santander para receber o Donativo Participativo, criado para apoiar financeiramente projetos sociais ou ambientais. Cada uma destas instituições irá receber 7.500 euros para utilizar no âmbito da sua área de atuação. A Acreditar no acompanhamento de crianças com cancro e suas famílias, a Associação Al-

zheimer Portugal através do Projeto Café Memória, o BIPP através do programa SEMEAR e a CASA na sua delegação da Madeira. A cerimónia decorreu, no Centro Santander Totta, em Lisboa, e contou com a presença do Presidente Executivo do Banco Santander Totta, António Vieira Monteiro, e de vários representantes de IPSS e Associações portuguesas. Esta é a 1ª edição do “Quem Faz Bem – Donativo Participativo” do Santander, que tem como finalidade reconhecer e apoiar financeiramente os projetos das IPSS, ONG, Fundações ou Associações,

com ações desenvolvidas em Portugal nas áreas da educação, empreendedorismo e criação de emprego, bem-estar social e ambiente, que visem melhorar a qualidade de vida das pessoas. Os projetos foram apresentados pelos Colaboradores do Santander, que se tornaram nos “padrinhos ou madrinhas” dos mesmos, tendo sido recebidas 145 candidaturas de todo o país. Após análise e seleção das 15 iniciativas finalistas, procedeu-se a um sistema de votação online entre todos os Colaboradores do Banco, que elegeram então os quatro vencedores.

As finalistas Pão e Paz, Sociedade de S. Vicente de Paulo, Vila com Vida, Kairós, Associação Protetora dos Diabéticos em Portugal e SOS tiveram também menções honrosas e irão receber um prémio pecuniário de 3.000 euros cada. As 15 instituições recebem ainda um curso de empreendedorismo social no IES (Instituto de Empreendedorismo Social) para duas pessoas. Em 2017, o Santander investiu 7,5 milhões de euros em projetos de Responsabilidade Social em Portugal. K

6 Josep Suñé Arce, licenciado e doutorado em História pela Faculdade de Geografia e História da Universidade de Barcelona, é o vencedor da 2ª edição do Prémio Jovens Investigadores, atribuído pela Associação Ibérica de História Militar, em parceria com o Banco Santander Totta. O trabalho apresentado, com o título “Ğihād, fiscalidad y sociedad en la península ibérica (711-1172)” tem como objetivo principal a análise das causas que explicam o retrocesso territorial e a inferioridade militar do al-Andalus face aos reinos e condados cristãos do Norte peninsular. O Prémio Jovens Investigadores resulta de uma parceria entre a AIHM e o Banco Santander Totta. Trata-se de um galardão bianual, com o valor de 3.000 euros, que visa distinguir um trabalho inédito assinado por um investigador com menos de 35 anos, sobre matéria de história militar ibérica dos séculos IV a XVI. Nesta 2.ª edição foram ainda distinguidos com Menções Honrosas os trabalhos apresentados por Guilherme Melo Mourão Azevedo Marôco, “Arte militar muçulmana em território português (1096-1249)” e por Dario Testi, “La conquista de México, desde una perspetiva militar (1519-1521)”. K

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FEIRA DE EMPREGO E EMPREENDEDORISMO - ENSINO MAGAZINE PRESENTE

Enove+ com inovação e empreendedorismo 6 A próxima edição da ENOVE+ Feira de Emprego e Empreendedorismo, promovida pelo Politécnico de Portalegre, realiza-se nos dias 7 e 8 de novembro, no Coliseu Comendador Rondão Almeida em Elvas, numa edição em que o Ensino Magazine volta a marcar presença. A ENOVE+ é uma iniciativa inovadora e

encorajadora, que surge com a perspetiva de criar oportunidades, promover e debater o ensino superior, o emprego e o empreendedorismo. O Politécnico de Portalegre assume o desafio de despertar a vontade e a capacidade de empreender na nossa região, criando, em simultâneo, um esPublicidade

ENSINO SUPERIOR

Sobrinho Teixeira é o novo Secretário de Estado 6 João Sobrinho Teixeira é o novo Secrtetário de Estado do Ensino Superior, substituindo no cargo Fernanda Rollo. Ex-presidente do Instituto Politécnico de Bragança, Sobrinho Teixeira foi também presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos. À imprensa, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, destacou a experiência de Sobrinho Teixeira, sobretudo no ensino politécnico e na internacionalização, pelo que será um elemento muito válido em

questões da “coesão territorial e do papel dos politécnicos nas formações” de curta duração, da “internacionalização do ensino superior”, nomeadamente na “atração de estudantes estrangeiros” para Portugal, e do alojamento dos alunos universitários. K

VALORIZAÇÃO DO INTERIOR

João Paulo Catarino tomou posse no Governo 6 João Paulo Catarino é o novo secretário de Estado da Valorização do Interior, que acaba de ser criada no âmbito do Governo. O antigo autarca de Proença-a-Nova, diplomado pelo Instituto Politécnio de Castelo Branco, e vice-presidente do Conselho Geral da Universidade da Beira Interior. João Paulo Catarino foi presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova até março de 2016, altura em que integrou a unidade de missão como número

paço de encontro para a dinamização do mercado de trabalho e para a apresentação de possíveis percursos de formação, para alunos e profissionais. Pretendese, assim, promover o contacto entre alunos, investigadores, empresários e organismos públicos, não só do Alentejo como da Extremadura espanhola,

dois da então presidente, Helena Freitas. Entretanto, o Governo anunciou que a Secretaria de Estado da Valorização do Interior ficará instalada em Castelo Branco. K

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potenciando a criação de sinergias entre os diferentes sectores. O evento reúne stands de empresas de diferentes sectores e entidades públicas e privadas com relevância para o exercício empresarial, workshops e debates de promoção do empreendedorismo e apoio ao emprego e à qualificação profissional.

O Politécnico de Portalegre e as suas Escolas unem esforços para que assim aconteça, mas esta será sempre uma iniciativa que ganha maior sentido com o envolvimento muito próximo dos agentes que podem contribuir para o desenvolvimento e crescimento económico. K


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