janeiro 2016 Diretor Fundador João Ruivo Diretor João Carrega Publicação Mensal Ano XVIII K No215 Distribuição Gratuita
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ministro do ensino superior esclarece
“Não há instituições a mais, mas sim alunos a menos” O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, disse ao Ensino Magazine que Portugal não “tem instituições de ensino a mais, tem é estudantes a menos”, acrescentando que a questão das fusões entre instituições não “está em cima da mesa”. C
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eduardo marçal grilo entrevista
Ana Moura e a arte de reinventar o fado C
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miguel oliveira, vice campeão mundial
Ele quer ser o melhor do mundo das motos C
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“As mentalidades não se mudam por decreto” C
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Ensino Magazine nas Feiras Internacionais de Lisboa e Madrid C
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Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
“Não há instituições a mais, há é alunos a menos” 6 O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, disse ao Ensino Magazine que Portugal não “tem instituições de ensino a mais, tem é estudantes a menos”, acrescentando que a questão das fusões entre instituições não “está em cima da mesa. A modelização da rede passa pela modernização da oferta e da sua adequação à realidade do tecido empregador e à realidade local”. Para o ministro, “importa valorizar e fortificar as instituições existentes e ajudá-las a adequarem-se ao tecido produtivo e promoverem novos postos de trabalho. Nós hoje temos que educar os jovens para empregos que não existem”. Manuel Heitor falava ao Ensino Magazine, em Castelo Branco, no Instituto Politécnico, momentos antes de mais uma das reuniões que tem mantido com os responsáveis de instituições de ensino superior. “O futuro de Portugal só pode ser feito pelo conhecimento. E para isso precisamos de instituições de ensino fortes”. Para o governante, “a principal questão é saber como podemos atrair mais estudantes, e como podemos ligar melhor as instituições ao tecido local”. No caso concreto do ensino politécnico, Manuel Heitor classificou a rede de instituições “muito boa e dispersa no terreno. Agora temos que a fortificar e valori-
O Ministro Manuel Heitor afasta o cenário de fusões
zar social, económica e academicamente. Por isso, o nosso problema é a falta de estudantes e não as instituições a mais”. O ministro considerou este périplo que está a fazer pelo país como importante, numa lógica do “estabelecimento de uma relação de confiança e de muita proximidade com as instituições. Estamos a trabalhar para lançar novas oportunidades e, com mais proximidade, perceber as questões de desenvolvimento e de valorização do ensino superior politécnico, que é particularmente crítico no desenvolvimento das regiões”. Para Manuel Heitor importa que o país, as regiões e os portugueses sejam cada vez mais qualificados. “Por isso”, diz, “a identificação de oportunidades especificas para atividades de investigação e desenvolvimento, de formações, em especial a cursos de âmbito profissional são aspetos particularmente importantes para o desenvolvimento e valorização do ensino politécnico”. Sobre o financiamento, Manuel Heitor reconhece as restrições orçamentais globais, e lembra que é por isso que também está em diálogo com as instituições. No seu entender “é através de uma maior ligação ao território que conseguimos arranjar mais receitas. As boas ideias arranjam sempre financiamento. Temos ao dispor o
financiamento nacional e comunitário e temos que o executar com muito desempenho. Estou certo que essa não será uma limitação”. De referir que este ciclo de visitas as instituições de ensino superior públicas portuguesas surge no âmbito da preparação do “Contrato de Confiança” a estabelecer com o ensino superior e a ciência. Nestas visitas, o ministro está a ser acompanhado pela Secretária de Estado, Fernanda Rollo, tendo até ao fecho da nossa edição reunido com os responsáveis da Universidade do Algarve, Politécnico de Portalegre e Politécnico de Castelo Branco. Em nota enviada à nossa redação, o Ministério revela que “foi constituído um Grupo de Trabalho em estreita colaboração com o Conselho de Reitores e Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos. Um grupo que já visitou no dia 15 janeiro, os Institutos Superiores Politécnicos de Santarém e Tomar, os quais serão visitados nas próximas semanas pelo Ministro e a Secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. O Ministério revela ainda que foi também constituído o Grupo de Trabalho para a modernização e valorização do ensino politécnico, que acompanha as visitas aos Institutos Superiores Politécnicos. K
CERTAME FOI VISITADO POR 126 MIL PESSOAS EM 2015
Ensino Magazine na Feira Internacional de Madrid 6 O Ensino Magazine vai participar, como media partner, da AULA, o Semana da Educação de Madrid, um certame que terá lugar de 2 a 6 de março deste ano. A participação do Ensino Magazine será feita fisicamente através de um expositor de 12 metros quadrados e da distribuição gratuita de exemplares dos jornais das edições de janeiro e fevereiro. A presença do Ensino Magazine surge na sequência da participação da publicação portuguesa na SIMO Educación, o maior salão da penísula ibérica de tecnologias ligadas à educação que decorreu em outu-
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bro de 2015, também em Madrid. No ano passado a AULA foi visi-
tada por 126 mil visitantes, sendo que a expetativa para este ano é
superar esse número. João Carrega, diretor do Ensino Magazine, considera que a presença em Espanha faz parte do caminho que a publicação portuguesa “tem vindo a percorrer, no sentido de marcar presença nos principais eventos nacionais e internacionais, potenciando deste modo a participação dos nossos parceiros, divulgando as suas atividades, partilhando saberes e informação”. O diretor do jornal, recorda que no ano passado para além da Feira de Madrid, o Ensino Magazine marcou presença na Feira Interna-
cional de Moçambique, país onde a publicação tem acordos de cooperação firmados com a Universidade Eduardo Mondlane e com a Escola Portuguesa de Moçambique. “O ensino não tem fronteiras e é essa a máxima que adotamos na nossa publicação. Por isso hoje marcamos presença em Portugal, Espanha, nos Palop’s, mas também em Macau, onde temos um protocolo de cooperação assinado com a Escola Portuguesa de Macau”, diz João Carrega, que relembra ainda o acordo com “a Unesco, enquanto media partner da rede de escolas associadas da Unesco”. K
eduardo marçal grilo, presidente da comissão consultiva da futurália
“Não basta pôr as pessoas a estudar” 6 Eduardo Marçal Grilo foi ministro da Educação no XIII Governo Constitucional, foi administrador da Fundação Calouste Gulbenkian e é uma das vozes mais respeitadas do país em matérias educativas. Aos 73 anos (vai fazer 74 este mês de fevereiro), regressou à universidade como aluno, e aceitou o desafio de presidir à Comissão Consultiva da Futurália, a maior feira do país dedicada aos jovens e à educação, que este ano terá lugar de 16 a 19 de março, na FIL, em Lisboa. Em entrevista ao nosso jornal, Eduardo Marçal Grilo diz que a Futurália (que volta a ter como media partner o Ensino Magazine) não se deve resumir à própria feira em si. No seu entender, ela deve sair daquele espaço, e ser âncora para um conjunto de atividades a desenvolver ao longo do ano e em vários locais do país. O evento de março foi o ponto de partida para uma conversa com Eduardo Marçal Grilo, onde a educação esteve sempre presente. “A Futurália é hoje uma grande marca, que ganhou uma identidade própria. Como grande marca que é tem uma série de obrigações que estamos a tentar pôr em prática”, começa por referir, enquanto sublinha que “o evento representa para os jovens uma ocasião única, pois permite-lhes contactarem com uma série de realidades que existem ao nível das escolas profissionais, politécnicas ou universitárias, no nosso país e no estrangeiro”.
Para Marçal Grilo, a Futurália é um “espaço obrigatório para os jovens entre os 14 e os 20 anos. Neste evento têm também a possibilidade de contactar com novos conhecimentos e de serem atraídos para novas áreas do saber”. O presidente da Comissão Consultiva da Futurália considera “que não basta pôr as pessoas a estudar, é preciso pô-las a estudar nas áreas que são mais relevantes para elas e para o país”, lembrando aos jovens que é importante eles pensarem naquilo que podem “dar ao Estado e à sociedade nesta vida coletiva que todos levamos”. Por isso, diz, “a Futurália é um momento que os jovens, os pais e os professores devem aproveitar e que as escolas devem preparar”. Nessa perspetiva, Eduardo Marçal Grilo diz que mais do que preparar a Futurália que vai decorrer em março, importa “preparar as futurálias e organizar em torno delas, mesmo fora do período do evento, alguns acontecimentos, como workshops e conferências, em articulação com a escolas e empresas”. O ex-ministro lembra que “as mentalidades não se mudam por decreto, vão-se mudando. Daí a aposta da abertura da Futurália a outras atividades. O objetivo é que ela seja uma âncora o ano todo e não apenas no mês de março. Em torno da Futurália há dois temas que considero muito relevantes: um é o relacionamento das empresas com as escolas. O outro passa pela internaciona-
lização das escolas portuguesas, sobretudo dos politécnicos e das universidades”. A conversa segue o seu rumo. Eduardo Marçal Grilo refere que as instituições de ensino portuguesas “estão muito longe dos níveis de internacionalização que podem ter. O ensino superior atingiu uma qualidade em Portugal que não tem dificuldade em competir com outros países”. No entanto, “é preciso ter-se uma estratégia, criar maior dimensão às nossas instituições, pois elas são muito pequenas quando comparadas, por exemplo, com Cambridge ou Oxford ou com as americanas que ainda são maiores”. Ainda assim, o presidente da Comissão Consultiva da Futurália entende que as escolas portuguesas têm a possibilidade de atrair estudantes, não apenas do espaço de língua portuguesa, mas de outras áreas do globo, como a América do Sul ou a Ásia. “A China deve ter no exterior mais de um milhão de estudantes”, exemplifica, enquanto alerta para a “importância de termos dimensão para abraçarmos ações dessa grandeza. Não é uma universidade, ou um politécnico, sozinhos que o conseguem fazer. Podem fazê-lo, mas em pequenos nichos”. O espaço da lusofonia é classificado por Eduardo Marçal Grilo como “muito importante. Olhamos para a Universidade de Coimbra e ela captou milhares de estudantes brasileiros. Mas também nas outras instituições de ensino superior temos alunos de Angola, Cabo Verde, Moçambique, Brasil,
S. Tomé, Guiné Bissau ou Timor. Esta é uma área em que temos algumas responsabilidades com esses países. Mas não nos devemos esgotar neste espaço”. E as instituições adaptam-se a esses desafios?, perguntamos. “A internacionalização e a captação de alunos estrangeiros tem implicações na organização interna das instituições no modo como os cursos são lecionados”, diz Eduardo Marçal Grilo. “Por exemplo, Madrid é hoje um dos grandes centros do mundo de atração de estudantes na área do «business administration». Mas como os cursos são todos ministrados em espanhol, eles atraem sobretudo alunos da América latina. Aqui em Portugal, se tomarmos a referência da Universidade Nova, verificamos que os cursos são dados em inglês, sendo já um dos melhores cursos do mundo, com muitos alunos estrangeiros. A Universidade de Aveiro, de que sou o presidente do Conselho Geral, tem muitos estudantes chineses. Ou seja, para sermos um centro de atração desses estudantes teremos que lecionar em inglês. E isso já se está a verificar em muitas instituições”. Mas se lecionar o curso em inglês é importante, Eduardo Marçal Grilo diz que colocar os alunos estrangeiros a aprender português também o é: “o português é uma língua relevante e será muito importante para esses alunos, pois o espaço da lusofonia tem mais de duas centenas de milhões de falantes”. ;
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; Numa outra perspetiva, Marçal Grilo aborda a questão da exportação do conhecimento, sobretudo para a Lusofonia. “Há muito trabalho a fazer nesta área. Uma das formas de exportarmos conhecimento é atrair para Portugal centros de desenvolvimento e tecnologia de grandes grupos económicos. Já existem alguns de empresas importantes como a Bosch ou a Auto Europa”. E é aqui que entra também outro eixo importante no desenvolvimento das instituições, que é o seu relacionamento com o tecido empresarial, seja “português, europeu ou americano”.
A questão, diz Eduardo Marçal Grilo, é que “nós conhecemos mal as universidades e politécnicos portugueses e as pessoas não têm ideia do que é feito nessas instituições”. O antigo ministro exemplifica: “há pouco tempo, em Aveiro, a Bosch teve um problema com o revestimento dos esquentadores que produz. Fez um acordo com a Universidade para que esta lhe desenvolvesse a tecnologia para solucionar o problema. Mais tarde, a Bosch alemã perguntou o porquê dessa solução ser feita em Aveiro e em Portugal, e não noutra universidade europeia. O CEO da Bosch Portu-
gal disse-lhes para verem se encontravam algo melhor. Passados dois meses a empresa alemã veio afirmar que, de facto, em Aveiro era onde se tinha mais conhecimento nessa área. Isto significa que as pessoas não têm a noção da capacidade que alguns departamentos de universidades ou politécnicos possuem”. Outro dos eixos para a exportação de conhecimento passa pelo facto “de sermos criteriosos na escolha das instituições e dos seus departamentos. Nós temos em Portugal uma universidade que é muito heterogénea, que tem coisas muito boas, e
outras nem tanto. O trabalho que tem que ser feito passa por encontrar o equilíbrio sobre o que queremos colocar no mercado e o que é que isto significa para algumas instituições (algumas podem não ser selecionadas)”. Uma equação, complicada de resolver, que “não pode ser solucionada ao nível do Conselho de Reitores. Porque aí todos querem que as suas universidades sejam selecionadas. Há a necessidade de se encontrar um equilíbrio, para que nos possamos apresentar no mercado internacional com produtos de grande qualidade”. K
Ensino superior andou mais depressa que o tecido empresarial 6 Ministro da Educação no Governo liderado por António Guterres, Eduardo Marçal Grilo desempenhou funções de administrador da Fundação Calouste Gulbenkian. Hoje olha para o ensino superior e para o tecido empresarial com a preocupação de que “as instituições de ensino superior andaram mais depressa que o tecido empresarial. Temos centenas de milhares de empresas e só 800 têm dimensão aceitável, sendo as restantes PME e micro empresas, o que faz com que o país seja frágil. O tecido empresarial ainda é muito débil. O ensino superior ganhou força, nalguns casos compete ao nível internacional. Mas repercutir esse conhecimento gerado nas universidades e politécnicos nas empresas é algo que ainda está por fazer em todas as áreas” Na sua perspetiva “quem não dominar o conhecimento tem dificuldades. Estas questões não se resolvem com mão de obra barata, mas sim com conhecimento”. Eduardo Marçal Grilo diz que muitas vezes os empresários têm medo do relacionamento com as universidades e politécnicos. O presidente da Comissão Consultiva da Futurália vai mais longe na sua análise e lembra que “só 3% dos doutorados portugueses é que estão nas empresas, quando a média europeia é de 30%. Isto demonstra que as empresas também não têm grande capacidade para dialogar com as instituições de ensino superior. Para haver diálogo tem que haver interlocutores!”. Eduardo Marçal Grilo considera que a educação, em particular o ensino superior, “progrediu muito nos últimos 30 anos. O mundo mudou completamente nesta área. O país nunca teve recursos qualificados como hoje, agora é preciso pôr isto a funcionar. O conhecimento produzido tem que chegar às empresas. Há muito trabalho a fazer nesta matéria”. A rede de ensino superior existente em Portugal é outro dos temas que chamamos à conversa. Eduardo Marçal Grilo diz que ela “é suficiente e responde às solicitações e à procura pelo ensino superior”. O antigo Ministro da Educação adianta, contudo, que “há que racionalizar e encontrar uma fórmula, que algumas universidades e politécnicos já estão a desenvolver, no senti-
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do de otimizar os recursos”. O presidente da Comissão Consultiva da Futurália fala na necessidade de se “criarem consórcios entre as instituições, quer entre universidades, quer entre universidades e politécnicos, quer entre politécnicos”. O ex-ministro da Educação diz que há casos que estão no terreno, como acontece com o consórcio entre a Universidade do Minho, a Universidade do Porto e a de Trás-os-Montes e Alto Douro, o qual permite otimizar os recursos, não se repetirem cursos, e terem uma relação externa muito mais forte. E isso já acontece com as universidades da Galiza”. Mas se aquele consórcio está a fazer o seu caminho, Eduardo Marçal Grilo reconhece que ao nível do “relacionamento entre universidades e politécnicos ainda há um longo caminho a percorrer. E quando falo nesse relacionamento é no sentido de não se mexer nos estatutos das instituições”. Aquele responsável dá o exemplo de uma maior cooperação ao nível dos recursos, sobretudo dos recursos humanos, os quais são de grande qualidade e complementares. K
“Estudar Compensa” 6
Ministro volta como aluno à universidade
“A aprendizagem é constante”. As palavras são de Eduardo Marçal Grilo que aos 73 anos decidiu regressar, como aluno, à universidade, para tirar uma disciplina na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Doutorado em engenharia Mecânica, antigo ministro da Educação, Eduardo Marçal Grilo diz que foi bem recebido pelos jovens colegas, que têm idade para ser seus netos. “Voltei à escola e fez-me muito bem. Participei imenso nas aulas e criei uma grande relação com o professor Fernando Rosas, de quem fiquei amigo. Foi uma experiência magnífica!”, justifica Eduardo Marçal Grilo. E como reagiram os alunos terem como colega um antigo ministro?, perguntámos. –“Reagiram muito bem. A única coisa que acharam esquisito foi, nas primeiras aulas, eu ter ido de fato e gravata…”, respondeu. Este exemplo da aprendizagem ao longo da vida levou-nos ao tema das universidades seniores que têm surgido um pouco por todo o país. Eduardo Marçal Grilo vê nelas uma mais valia. “É particularmente interessante as pessoas puderem participar, aprender e conviver. As universidades seniores têm múltiplos objetivos. Por um lado fomentam o convívio. Muitas vezes a partir de uma determinada idade há a tendência para o isolamento, e estas instituições acabam por tirar essas pessoas de casa. Por outro lado, permitem que as pessoas possam aprender coisas de que gostam. Tudo isto é enriquecedor”. K
6 No ensino secundário são muitos os alunos que depois de concluírem a sua formação, optam por não seguir para o ensino superior. Eduardo Marçal Grilo desdramatiza a questão. “Não é preciso irem todos os alunos para o ensino superior. Nós não podemos ter como objetivo que todos os portugueses sejam doutorados”. No entanto, diz, a ideia de que estudar compensa deve estar sempre presente. “A ignorância é muito pior do que o conhecimento. Mas é preciso saber o que é que se sabe e o que é que vale a pena estudar e aprender. A nós interessa-nos ter pessoas que façam coisas e que tenham capacidade de execução”, refere, acrescentando que após o 9º ano de escolaridade, as escolas “profissionais têm um papel relevante, sem tirar aos jovens a possibilidade de eles progredirem. Fazer um curso profissional, não impede que se progrida para o ensino superior”. K
Aluna da UBI selecionada para doutoramento
30 anos de UBI com nova imagem TA Universidade da Beira Interior vai celebrar, este ano, os 30 anos da criação da universidade, que assinalará com a apresentação do novo logótipo da UBI e com eventos todos os meses. A primeira atividade irá acontecer no dia 29 de janeiro, com a apresentação da nova imagem e da calendarização de todos os eventos que vão ocorrer durante todo o ano de 2016. Concertos, conferências e outras atividades culturais e desportivas irão marcar a efeméride ao longo de todo o ano, procurando abranger todos os polos, faculdades e outros sectores. K
Desigualdades de género na UBI T “(Re)Pensar o Género - Diálogos femininos sobre política, corpo e violência” foi o tema da conferência que decorreu a 7 de janeiro, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade da Beira Interior (UBI), na qual se discutiram as desigualdades de género. O evento foi organizado por estudantes brasileiros em intercâmbio na UBI e divulgou o trabalho desenvolvido pelo Gabinete de Apoio à Vítima de Violência Doméstica da CooLabora e pelo Plano de Igualdade de Género da UBI. K
mas de reconfiguração de sistemas de distribuição de energia elétrica”. Esta foi a primeira vez na história da UBI que um dos três prémios REN foi outorgado a um estudante desta instituição, o que é de salientar. K
UBI destaca-se em Farmácia T A UBI venceu dois dos três prémios da Associação Portuguesa de Farmácia Hospitalar e da empresa Gilead Sciences Lda. O primeiro prémio foi atribuído ao projeto Medicar Melhor, da autoria de Rita Palmeira de Oliveira e Maria Olímpia Fonseca, que visa promover a adequação da prescrição medicamentosa para doentes com mais de 65 anos. O segundo prémio foi atribuído ao projeto Reconciliação Terapêutica na Admissão Hospitalar, da autoria de Idalina Freire, Sandra Morgado e Maria Olímpia Fonseca, visando a implementação de sistemas informatizados de apoio à reconciliação terapêutica no momento da admissão ao internamento, com o objetivo de detetar erros relacionados com medicamentos por confrontação da terapêutica prescrita na admissão com a história medicamentosa do domicílio. K
Prémio para Universidade da beira interior TDina Miragaia, docente do Departamento de Ciências do Desporto da UBI, é a vencedora da categoria Economia, Direito e Gestão do Desporto dos Prémios COP/Fundação Millenium BCP 2015 Ciências do Desporto. A investigadora apresentou o o trabalho denominado “Perfil do Consumidor de Futebol/Futsal: As Percepções dos Jogadores e Treinadores sobre as Motivações para a Prática da Modalidade”. O prémio é entregue a 28 de janeiro, no Lagoas Park Hotel, em Oeiras. K
Prémio REN para a Covilhã T Sérgio da Fonseca Santos, estudante de doutoramento em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores da UBI, orientado pelo docente João Catalão, venceu o terceiro Prémio REN 2015 com a dissertação intitulada “Nova metodologia multiobjectivo de apoio à decisão para proble-
Aluno da UBI ganha bolsa do Japão T João Cardoso, aluno de Biotecnologia da UBI e atual investigador no grupo de biotecnologia e ciências moleculares do CICS, ganhou uma bolsa do governo do Japão, que lhe permitirá desenvolver o doutoramento com o prestigiado investigador S. Yamamoto, da Universidade de Yamaguchi. O trabalho desenvolvido por João Cardoso no grupo de investigação da docente Cristina Cabral e que despertou a atenção do governo japonês consiste na descoberta do mecanismo que leva as proteínas a adsorverem numa coluna de cromatografia. O governo do Japão assegurará as despesas de deslocação para o país e, após terminados os estudos na UBI, iniciará então o doutoramento sob a supervisão do Professor Yamamoto na cidade de Ube, em outubro de 2016. K
A caminho de Viena 6 Patrícia Aguilar, com licenciatura e mestrado em biotecnologia na UBI, foi selecionada para um programa de doutoramento internacional na Universidade BOKU em Viena. De cerca de 300 candidatos de todo o mundo, foram selecionados 14. Orientada por Alois Jungbauer, considerado a pessoa mais influente do mundo em Bioprocessos pela Terrapinn, a antiga aluna da UBI desenvolve o projeto “Partitioning of virus-like particles and protein superstructures in charged hydrogels”, que consiste em estudos de mecanismos de adsorção em processos de purificação de biomoléculas usadas em vacinas. Tudo começou com a entrada no mestrado integrado de Ciências Farmacêuticas, em 2007, que abandonou para ingressar em biotecnologia, área esta que lhe interessava cada vez mais, sobretudo a investigação. Em 2009 foi
convidada para integrar o grupo de investigação da docente Cristina Cabral, onde permaneceu durante seis anos e usufruiu de três bolsas de investigação. “Tive a oportunidade de participar em inúmeros congressos nacionais e internacionais, publicar artigos em revistas científicas e criar uma rede de contactos no mundo da Biotecnologia, enriquecendo amplamente o meu currículo, experiência que agradeço à professora Cristina Cabral” sublinha Patrícia. Em 2017, Patrícia Aguilar irá
para a Universidade de Virgínia nos Estados Unidos, onde realizará parte do projeto, integrada na equipa de outro investigador de renome internacional, Giorgio Carta. A docente da UBI Cristina Cabral também fará parte do projeto, uma vez que foi convidada a integrar o “Advisory Team” sendo considerada investigadora de renome na área de microcalorimetria, e à qual se juntam Alois Jungbauer, orientador do projeto e Reingard Grabherr, membro adicional do BioTop. K
Seminário é dia 28
Olha a tele-saúde! 6 O workshopsobre “Telesaúde: Interoperabilidade, qualidade e sustentabilidade económica” vai ter lugar, no dia 28 de janeiro. A iniciativa surge no âmbito do polo de tele-saúde da Cova da Beira e da futura “Formação Avançada em TeleSaúde”, que arrancará na Faculdade de Ciências da Saúde no próximo ano letivo. O workshop destina-se a investigadores, docentes, gestores e técnicos de saúde, autarcas e representantes da indústria e decorrerá na parte da manhã. Já durante a tarde, o seminário contará com a participação de Laurent Billonnet, um dos mais destacados especialistas mundiais nesta área, responsável pelas relações internacionais ENSIL na Universidade de Limoges. Outra das presenças confirmadas é a de Fernando Gomes da Costa, da ARS Centro. Os principais objetivos deste evento são a disseminação do conhecimento e promoção da Tele-Saúde, nas suas dimensões de interoperabilidade, qualidade e sustentabilidade económica associados a melhorias de cuidados às populações, através de modelos de implementação de serviços, normalização e investigação científica em no-
vos dispositivos médicos. O curso pretende consolidar competências no domínio da telemedicina e tele-saúde através de objetivos específicos como, por exemplo, a aquisição de conhecimentos de processos organizacionais de serviços para a adoção de modelos normalizados de Registos Eletrónicos de Dados Clínicos ou saber desenvolver e implementar workflows para serviços de tele-saúde e controlo de níveis de serviço.
A Pós-graduação, que se prevê venha a entrar em funcionamento no próximo ano letivo, é dirigida a todos os profissionais com interesse na implementação de serviços de tele-saúde, nomeadamente Gestores, Médicos, Farmacêuticos, Enfermeiros, Técnicos de Diagnóstico e Tratamento, titulares de cursos de Ciências Biomédicas ou de Engenharia Biomédica, responsáveis de Sistemas de Informação e Engenheiros Informáticos. K
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Desportos de inverno regressam à UBI
Associação académica apoia esqui alpino
Facebook Shark Tank Portugal H
Concurso Shark Tank
UBI é parceira 6 O Instituto Coordenador de Investigação da Universidade da Beira Interior (UBI) é parceiro da nova temporada do programa Shark Tank, o que poderá ser uma “oportunidade para os alunos” desenvolverem e darem seguimento às suas ideias, dando também visibilidade ao Interior. O convite chegou da Associação Empresarial da Região de Coimbra (NERC). “Não basta o que já existe”, é necessário demonstrar que “é possível desenvolver o Interior”, considera Paulo Moniz, presidente do ICI. Neste senti-
do, trata-se de levar ao programa “ideias que tenham surgido no âmbito da investigação elaborada nas várias unidades do Instituto e que possam originar ideias de negócio”, refere. A iniciativa “será muito importante para os alunos de terceiro ciclo”, uma vez que por vezes “têm ideias, têm o produto, mas não sabem como transformar isso num negócio”, afirma o também vice-reitor para a área da investigação da UBI. Pretende ainda que os “resultados falem por si, ou seja, que os alunos vão ao progra-
ma, apresentem as ideias de negócio e que no final sejam apoiados pelas estruturas”. O Shark Tank estará de volta para uma nova temporada depois de, em 2015, os “tubarões” terem feito um investimento de “quase três milhões de euros em mais de 40 negócios diferentes”. Tal como na edição anterior, os investidores estão preparados para financiar vários projetos com o próprio dinheiro, fazendo com que o negócio chegue mais longe. K Carla Sousa _
Doutoramento na UBI envolve a Covilhã
Sentir, Pensar e Agir 6 Incluir jovens com necessidades educativas especiais, estabelecendo pontes entre os agrupamentos de escolas da Covilhã e a comunidade educativa é o objetivo de Joana Pinheiro, terapeuta da fala e doutoranda em Educação na Universidade da Beira Interior (UBI), que está a desenvolver a parte prática da sua tese e a concretizar um projeto que ganha forma há dois anos. Denominado Sentir, Pensar e Agir, o projeto visa “quebrar barreiras, até porque a maior parte das pessoas nunca contactou com estes jovens. É bom para todos”, refere a doutoranda, que procura consolidar uma rede de parceiros constituída por escolas, empresas e instituições da comunidade, para
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facilitar o processo de transição para a vida pós-escolar daqueles jovens. “Eles chegam ao 12.º ano e não têm muitas soluções para prosseguir”, esclarece a investigadora. Joana Pinheiro acredita que “estes jovens, apesar de não conseguirem seguir o currículo dito normal, têm capacidades para fazer outro tipo de coisas e não devem ser marginalizados pelas dificuldades que têm, porque eles podem vir a ser ótimos trabalhadores”. Consciente das dificuldades que, apesar de todos os esforços, estes jovens têm na entrada no mercado de trabalho, a investigadora acredita que “em alguns casos pode nem haver propriamente logo uma inserção profissional, mas ao serem inseridos num grupo
de pertença, o projeto pode ser uma via para a inclusão social. Temos aqui duas vertentes, se não conseguirmos inseri-los no mercado de trabalho, então vamos trabalhar na outra vertente”, acredita. No último ano de Doutoramento, Joana Pinheiro revela que “gostaria imenso que este processo avançasse” e, fruto até da “ligação emocional” desenvolvida em torno do projeto, confessa: “não me vou conseguir desligar completamente do projeto e comprometo-me a acompanhá-lo”. De resto, o desejo para o futuro é que alguém agarre na ideia, “que se crie uma equipa” e se continue a sentir, pensar e agir. K Rafael Mangana _
6 A Associação Académica da UBI (AAUBI) iniciou a época desportiva com a conquista de 12 medalhas e promete trazer mais novidades, uma vez que este ano regressam os desportos de inverno, com a Associação Académica a organizar o Campeonato Nacional Universitário (CNU) de Esqui Alpino e de Snowboard. Se as condições atmosféricas assim permitirem, este ano a novidade passará pelo Snowboard (a 29 de fevereiro, com uma prova de Slopestyle) e pelo Esqui Alpino (a 1 de março, com um Slalom Gigante). A AAUBI não participa com atletas nestas modalidades desde 2012/2013, pelo que Francisca Castelo-Branco acredita que “com estas boas surpresas esperamos um bom ano, à semelhança de 2015. Com as datas já definidas pela FADU, agora só temos que articular o processo com a Federação de Desportos de Inverno”, adianta
a representante dos estudantes da UBI. Os alunos que pretendam participar, podem recolher mais pormenores junto da secção de Desporto da UBI, através de ubidesporto@ubi.pt. As inscrições podem ser efetuadas até dia 19 de fevereiro. Além do Esqui Alpino e do Snowboard, a AAUBI vai ainda organizar, em março, a segunda jornada nas competições de Futsal Feminino, Rugby de 7 Masculino, Basquetebol Masculino e Feminino, e a terceira jornada da competição de Futsal Masculino. O karaté é outra das competições em que alunos da UBI podem participar, sendo que os treinos estão já a decorrer, bem como o Andebol Feminino, cujo objetivo é participar de forma oficial na FADU para o ano letivo de 2016/2017. K Rafael Mangana _
Pontes de esparguete na UBI
Vencedora perto dos 100 quilogramas 6 A décima quinta edição da competição Pontes de Esparguete aconteceu teve a maior participação de sempre com 36 pontes a concurso, sendo que a ponte vencedora, construída por José Cardoso e Joana Sousa, do mestrado em Engenharia Aeronáutica, suportou uma carga de 99,3 kg. O segundo prémio, com 86,6 kg, foi para a ponte de Samuel Almeida, da licenciatura em Engenharia Eletromecânica, seguido de Rodolfo Lopes e Luis Oliveira, da licenciatura em Engenharia Aeronáutica, cuja ponte suportou 76,8 Kg. Na categoria estética, venceram Lucas Marques e Francisco Vargas, de Engenharia Eletromecânica, à fren-
te de João Alves, de Engenharia Civil e da Academia Júnior de Ciências da UBI. O principal objetivo deste concurso é incentivar as capacidades criativas dos alunos no projeto de uma ponte executada com um material tão comum como o esparguete. Este trabalho visa aumentar o interesse dos alunos pela criatividade/ investigação e pela procura de soluções engenhosas para os problemas propostos. A XV edição do Concurso “Humberto Santos” de Pontes de Esparguete (CPE 2015) decorreu no Anfiteatro 8.1 da Faculdade de Engenharia da Universidade da Beira Interior, em dezembro de 2015. K
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Prémio Vergílio Ferreira
João de Melo é o vencedor Estudos mediterrânicos
Universidades fazem consórcio a sul 6 Os reitores das Universidades do Algarve, Évora e Nova de Lisboa apresentaram no final do último ano, na Academia algarvia, a plataforma “Estudos Mediterrânicos, um consórcio universitário”, que visa promover iniciativas de cooperação com universidades, unidades de investigação e centros tecnológicos dos países e regiões do Mediterrâneo. A plataforma “Estudos Mediterrânicos, consórcio universitário” foi criada pelas únicas três universidades públicas a sul do Tejo e destina-se a promover a cooperação com as instituições universitárias e de I&D do Mediterrâneo. O Memorando de Entendimento foi formalizado na Universidade de Évora, no passado dia 31 de outubro, e, entre outras cláusulas, refere que a sua missão orientar-se-á para “o progresso do conhecimento, para a qualidade do ensino superior e para a qualificação das atividades de prestação de serviços no âmbito dos países do Mediterrâneo”. Acrescenta que “na prossecução dos seus objetivos, a plataforma promoverá o estabelecimento de atividades interdisciplinares, sempre com objetivos de promover o relacionamento próximo entre os atores que participam no processo de produção e difusão do conhecimento (académicos, empresários, investigadores, artistas) ”. Para António Branco, reitor da UAlg, “esta aposta passa por encontrar massa crítica dentro das três instituições, sobretudo nos campos do Património, Recursos Hídricos e Energia, para nos associarmos em projetos que permitam candidaturas a fundos europeus com parceiros do Mediterrâneo, partilhando conhecimento, investigação e formação, e promovendo o espírito de cooperação e da paz”. Por seu lado, Ana Costa Freitas, reitora da Universidade de Évora, considera que este projeto, abrangente, transversal e inovador, permitirá uma mais eficaz
articulação aos níveis da investigação e educação, levando a uma maior ligação aos países do outro lado do Mediterrâneo. “No fundo, é reconhecer que estes mundos são um só e potenciar aquilo que nos une, articulando um projeto educativo e de investigação comum, que contribua para melhorar o relacionamento, não só entre as universidades envolvidas, mas também entre as regiões do Mediterrâneo”. O reitor da Universidade Nova de Lisboa, António Rendas, realçou o facto de as três universidades estarem muito empenhadas em desenvolver o Sul do País, assumindo claramente este desígnio, que na sua opinião vai demorar algum tempo. Para António Rendas “as três universidades já estão sentadas à mesma mesa para identificar problemas e para conjuntamente fazer melhor do que aquilo que já fazem isoladamente”. Em curso está a definição de áreas científicas prioritárias, no âmbito dos quais se pretende a criação de redes de instituições de ambas as margens do Mediterrâneo e a concretização de linhas sólidas de cooperação. Os projetos em análise integram a mobilidade de estudantes, professores e técnicos, a conceção de projetos conjuntos de I&D e a oferta de pós-graduações (mestrados e doutoramentos) organizadas em consórcio. Esta plataforma está sediada no Campo Arqueológico de Mértola, que é o primeiro membro associado, representado pelo arqueólogo Cláudio Torres. Admitirá outras instituições como associadas, prevendo-se que se transforme num fórum ativo capaz de estruturar iniciativas conjuntas entra as instituições dos países do Mediterrâneo, sempre com o objetivo de “contribuir para o intercâmbio das comunidades mediterrâneas, para o desenvolvimento de um espirito de cooperação e desenvolvimento e para a garantia da paz” nesta região. K
6 O Prémio Vergílio Ferreira 2016 foi atribuído ao escritor João de Melo, informou a Universidade na sua página oficial. Este galardão incide sobre o conjunto da obra de um autor que se tenha distinguido nos domínios da ficção ou do ensaio. Na edição com mais candidatos desde que foi criado o galardão, oriundos de três países, o júri decidiu atribuir este ano o prémio a João de Melo, tendo ficado escrito em acta que “o júri congratulou-se pela alta qualidade das candidaturas apresentadas, e deliberou, por maioria, atribuir o Prémio Vergílio Ferreira 2016 ao escritor João de Melo (…) uma vez que (…) considerou que a sua obra ficcional, reveladora de um imaginário transfigurador poderoso, faz da sua obra uma das mais relevantes da sua geração”. O júri do Prémio que pretende homenagear o escritor de “Aparição” é composto este ano pelo Professores António Sáez Delgado (Presidente), Elisa Esteves, Gustavo Rubim, Carlos Reis e pela escritora Lídia Jorge, vencedora da última edição do prémio. A cerimónia de entrega do Prémio acontece no dia de 1 março, data em que se assina-
la a morte do escritor, este ano integrada num grande congresso internacional comemorativo do centenário do nascimento do escritor intitulado “Vergílio Ferreira: Entre o Silêncio e a Palavra Total”. Instituído pela Universidade de Évora em 1997, o prémio
Vergílio Ferreira foi atribuído pela primeira vez a Maria Velho da Costa, a que se seguiram, entre outros, Mia Couto, Almeida Faria, Eduardo Lourenço, Agustina Bessa Luís, Vasco Graça Moura, Mário Cláudio, Luísa Dacosta, José Gil, Hélia Correia e Lídia Jorge. K
A antigo treinador do FK Zenit
UTAD atribui grau de mestre 6 Luis Lamas Martins, extreinador adjunto no FK Zenit, acaba de realizar as provas conducentes ao grau de mestre na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), tendo obtido a classificação de 19 valores, por unanimidade. O trabalho apresentado com o título “A Didática do Jogo de Futebol: da Formação ao Alto Rendimento”, orientado pelo docente da UTAD, e também treinador, Vítor Maçãs, abordou o percurso profissional de Luis Lamas Martins no futebol. Segundo o autor, a didática do jogo é uma premissa importante da intervenção dos treinadores de futebol em todas as fases de aprendizagem do jogo, pelo que a prescrição dos exercícios de treino (com objetivo de promover melhorias) tem por base um processo de análise fundamentado na realidade jogador versus jogo. ”Pretendemos desenhar uma
Setor Fotografia - UTAD H
forma de ensinar o jogador a aprender o jogo, utilizando formatos adaptados ao seu desenvolvimento, pelo que neste trabalho caraterizámos o individuo, o jogador em cada etapa, o jogo e ainda o processo de ensino e aprendizagem (treino)”, afirma o técnico. Luis Martins, licenciado pelo ISEF, opção de Futebol, iniciou o seu percurso profissional nas camadas jovens no Odivelas Futebol Clube e no Belenenses. No Sporting foi o treinador dos
juvenis, escalão onde chegou a orientar Cristiano Ronaldo, tendo também treinado a equipa de sub-17 e de sub-19. Foi adjunto de José Peseiro no plantel sénior. Treinou o Portimonense FC e em 2010 assumiu funções de selecionador de sub-23 na Arábia Saudita. Em 2011/12 foi campeão nacional no Al Ahli Jeddah e na época de 2012/13 até 2014/15 foi adjunto no Tottenham, de Londres, e no Zenit de São Petersburgo. K
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Evolução da infeção SIDA/Tuberculose
Algoritmo de Aveiro prevê
6 Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro desenvolveu um modelo matemático para ajudar a combater coinfecções do vírus HIV e da Tuberculose. O algoritmo, que faz previsões sobre a influência dos tratamentos na evolução do estado de saúde dos pacientes a médio e longo prazo, permite aos médicos traçar prioridades e decidir quem deve ser tratado, como e durante quanto tempo de forma a reduzir ao mínimo o número dos coinfectados a desenvolver ativamente as duas doenças. Desenvolvido por Delfim Torres e Cristiana Silva, do Departamento de Matemática, o modelo divide a população em classes, de acordo com o estado de saúde de cada indivíduo em relação à infeção pelo Mycobacterium tuberculosis, a bactéria causadora da maioria dos casos de tuberculose, e pelo Vírus da Imunodeficiência Humana, o vírus que, numa fase avançada da
infeção, provoca a SIDA. Neste trabalho, explica Delfim Torres, “para além de propormos um modelo populacional para a coinfecção da Tuberculose-SIDA, aplicamos a teoria do controlo ótimo de forma a determinar qual a fração de indivíduos coinfectados que deve fazer o tratamento para ambas as doenças ou apenas uma delas, considerando situações de escassez de meios para o tratamento de toda a po-
pulação infetada”. As soluções encontradas pelo algoritmo, garantem os matemáticos da UA, podem auxiliar profissionais de saúde, na medida em que “se ajustarmos o valor dos parâmetros que estão associados à transição dos indivíduos de umas classes para as outras, a uma realidade concreta, podemos de seguida fazer previsões sobre a evolução da coinfecção a médio e longo prazo”. K
Oftalmologistas jovens
Universidade do Minho entre os melhores
6 Fernando Faria Correia, investigador da Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho, está entre os melhores oftalmologistas jovens do mundo, sendo, aos 32 anos, o único especialista da Península Ibérica a integrar a lista Top 40 under 40, elaborada pela The Ophthalmologist, a principal revista científica do setor. “Faria Correia é um oftalmologista talentoso que tem publicado artigos importantes na área do ceratocone, catarata e cirurgia refrativa. Será um futuro líder e continuará certamente a contribuir para a evolução deste domínio”, referiu o júri. A inclusão na lista dos 40 jovens oftalmologistas serve de motivação ao investigador e doutorando. “Esta nomeação advém do esforço e dedicação para
associar a prática da medicina à investigação cientifica. É necessário ir para fora muito jovem e passar bastante tempo longe da família e dos amigos, além de ocupar alguns fins-de-semana com análises estatísticas e artigos científicos. Acaba por ser um vício que não se consegue largar” [risos], afirma. K
Administração das páginas Web
Coimbra simplifica processo
6 Para ajudar a tornar a WEB mais rápida, uma equipa de investigadores do Departamento de Engenharia Informática da Universidade de Coimbra (UC) está a desenvolver uma ferramenta capaz de identificar de forma automática problemas de desempenho em websites e quais as causas que lhe estão na origem. A equipa tem vindo a monitorizar duas dezenas de páginas web, incluindo algumas das mais populares em Portugal e no estrangeiro, como por exemplo, SAPO, Record, Amazon e Facebook. Dois computadores consultam estas páginas de minuto a minuto e medem os tempos de resposta, com vista a identificar eventuais problemas de desempenho e quais as causas que lhe estão associadas, com origem, por exemplo, no processador, disco ou memória do servidor. Esta abordagem mostrou-se capaz de distinguir diferentes tipos de sobrecarga e os investigadores preparam-se agora para criar algoritmos inteligentes para monitorização e deteção automática de problemas, através da colocação de pequenas extensões de código na própria página web, que auxiliam o sistema de moni-
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Medalha de Honra L’Oréal Portugal
Investigadora da Nova premiada
torização sempre que um utilizador acede ao site. “O tempo de resposta é crucial para quem tem negócios ou conteúdos online. Se a página demora a responder, as pessoas desistem da navegação, o que pode ser crítico em sites de vendas como a Amazon, por exemplo”, ilustram Filipe Araújo, coordenador do estudo, e Ricardo Filipe, que tem vindo a realizar este trabalho no âmbito do seu doutoramento.
O objetivo da investigação é “melhorar os tempos de resposta dos websites, através de um mecanismo de monitorização, tão pouco intrusivo quanto possível que, através de observações periódicas realizadas a partir do exterior, controle esses mesmos tempos de resposta, tal como são efetivamente sentidos pelos utilizadores comuns”, sublinham os também investigadores do Centro de Informática e Sistemas da Universidade de Coimbra. K
6 Elisabete de Oliveira Marques, investigadora do Departamento de Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, acaba de ser contemplada com a Medalha de Honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência 2015, com o Projeto Nova Geração de Quantum Dots Luminescentes Biodegradáveis para Descoberta de Biomarcadores e Libertação de Fármacos em Amostras Biológicas. A investigação, centrada na área da saúde, que tem como objetivo o desenvolvimento de nanopartículas luminescentes biodegradáveis, para descoberta de novos biomarcadores, e para servirem de veículo na libertação controlada de fármacos (Doxorrubicina e a Camptotecina) em células cancerígenas, e assim contribuir para o combate à resistência
a quimioterapia convencional. Um projeto inovador na medida em que promove a criação de uma nova geração de nano partículas luminescentes, biocompatíveis, não tóxicas e biodegradáveis e respetiva utilização na descoberta de novos bio marcadores em células cancerígenas e na criação de dispositivos de distribuição de fármaco padrão, eficientes para o seu tratamento. E assim poderá contribuir para melhorar a qualidade de vida dos pacientes, uma vez que abrange a criação de um dispositivo de tratamento não invasivo (via oral). O prémio visa reconhecer e incentivar o trabalho das mais promissoras jovens cientistas que desenvolvam a sua pesquisa em instituições portuguesas, com projetos originais no âmbito das ciências da saúde e do ambiente. K
ESART
Design em encontro na Escola de Artes 6 O 4º EIMAD – Encontro de Investigação em Música, Artes Design realiza-se nos dias 4 e 5 de fevereiro, nas instalações da Escola Superior de Artes Aplicadas do Politécnico de Castelo Branco no Campus da Talagueira, informou a instituição em nota enviada à imprensa. A iniciativa terá como tema “Nos bastidores”, versando sobre a explanação de processos e projetos de investigação nas áreas da música, artes e design. No mesmo comunicado é explicado que “desde a sua 1.ª edição, o EIMAD tem funcionado como interface de centros de investigação, órgãos de governo, empresas e a academia”. Mantendo esta matriz pedagógica, científica e técnica, a 4.ª edição do EIMAD comprova a relevância deste evento para as áreas da música, artes e design e desempenha o papel de plataforma para
a sua própria expansão, uma vez que a partir da 5.ª edição, haverá chamada de trabalhos (call for papers) a nível internacional. A manhã do primeiro dia do evento compreende sessões plenárias, cujas temáticas são transversais e comuns a todos os cursos. Na tarde do dia 4 e no dia 5 de fevereiro irão decorrer palestras temáticas e workshops específicos a cada curso. K
ESGIN promove Jornadas Luso-Espanholas
Encontro internacional 6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco, através da sua Escola Superior de Gestão, realiza as XXVI Jornadas Luso-Espanholas de Gestão Científica. A iniciativa decorre nas instalações da escola em Idanha-a-Nova, de 3 a 6 de fevereiro. As jornadas vão contar com a presença de investigadores de todo o país, mas também de instituições de ensino estrangeiras. Este será um dos grandes eventos realizados pela Escola com tradições na área da gestão. Para este encontro internacional foi também produzido um livro com os abstrats de várias centenas de artigos científicos, bem como um CD interativo com comunicações na íntegra, numa edição da RVJ Editores. Em nota enviada à Imprensa, a organização refere que “o evento seja um lugar de reflexão sobre o tema “Competitividade das regiões transfronteiriças”, tendo como finalidade essencial a criação de projetos de investigação que apontem para a criação de riqueza social, e, por outro lado, viabilize o intercâmbio do conhecimento científico entre académicos, em diversas áreas”. Para favorecer a construção de uma cultura animi, trata-se de um evento aberto a
toda a comunidade. Ana Rita Garcia e Sara Brito Filipe, diretora e subdiretora da escola, e presidentes da Comissão Organizadora, explicam que “o objetivo fundamental das jornadas é divulgar os resultados dos trabalhos de pesquisa nas áreas de: Contabilidade, Docência: metodologia e experiências docentes, Empreendedorismo, Empresa Familiar, Estratégia, Ética e Responsabilidade Social, Finanças, Gestão das Organizações sem Fins Lucrativos, Gestão de Desporto, Inovação e Gestão do Conhecimento, Marketing, Organização de Empresas, Recursos Humanos e Turismo”.
O programa social inclui a receção dos participantes na Sé Catedral de Idanha-a-Velha, seguida do espetáculo “Língua” dos Noa Noa, a realizar no dia 3 de fevereiro. Nos dias 4 e 5, os participantes poderão assistir à apresentação do espetáculo “Frankenstein Revisited By Cellarius Noisy Machinae e participar num jantar com Animação Templária, seguido de um momento musical “Viagens do Fado” - Concerto Ana Laíns. No último dia, realiza-se o percurso pedestre da Rota dos Fósseis, bem como uma visita à Aldeia Histórica de Monsanto, com caminhada parcial na Rota dos Barrocais. K
Manuel Heitor em Castelo Branco
Ministro reúne com IPCB
IPCB
Data Center consome menos 6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco acaba de concluir a remodelação da sua sala de servidores (datacenter), informou em comunicado a instituição. A infraestrutura agora existente aposta na eficiência energética, conseguida através da instalação de sistemas de arrefecimento redundante “freecooling”, que utilizam o ar frio do exterior para arrefecimento. O IPCB revela que “foram também criadas condições para aumentar a prestação de servi-
ços à comunidade, através da disponibilização de serviços de alojamento de servidores”. De referir que o IPCB está já a prestar este serviço ao Instituto Português do Desporto e Juventude, com o alojamento da carta desportiva nacional. De acordo com o IPCB, o espaço “tem agora condições de funcionamento e segurança de nível superior e melhores condições de alojamento dos servidores aplicacionais da instituição”. K
www.ensino.eu
6 O Ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, e a Secretário de Estado que tutela essa área, Fernada Rollo, reuniram-se, no passado dia 20, em Castelo Branco com os responsáveis do Instituto Politécnico de Castelo Branco. Carlos Maia, presidente da instituição, em declarações ao Ensino Magazine faz um balanço positivo da reunião, que num primeiro momento foi apenas com a presidência do IPCB e com as direções das escolas, seguindo-se depois uma reunião com os professores da instituição. “O senhor ministro ficou bastante agradado com a dinâmica que encontrou na nossa instituição, transmitindo aos docentes uma palavra de estímulo”, disse Carlos Maia. Manuel Heitor e a comitiva que o acompanhou visitaram ainda a Escola Superior de Saúde e a Escola Superior de Artes Aplicadas. Esta visita está integrada no ciclo de reuniões que o ministro está a realizar em todo o país.
Nesse sentido, em nota enviada à nossa redação, o Ministério revela que “foi constituído um Grupo de Trabalho em estreita colaboração com o Conselho de Reitores e Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos. Um grupo que já visitou no dia 15 janeiro, os Institutos Superiores Politécnicos de Santarém e Tomar,
os quais serão visitados nas próximas semanas pelo Ministro e a Secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. O Ministério revela ainda que foi também constituído o Grupo de Trabalho para a modernização e valorização do ensino politécnico, que acompanha as visitas aos Institutos Superiores Politécnicos. K
JANEIRO 2016 /// 09
Conferências do Politécnico
Marcelo no IPCB
Jornadas do conhecimento
Repositório tem 3 mil artigos 6 O Repositório Científico do Instituto Politécnico de Castelo Branco tem neste momento 3068 artigos. O número foi avançado ao Ensino Magazine pelo presidente da instituição, Carlos Maia, à margem da IV Conferência sobre o livre acesso ao conhecimento, a qual foi integrada no aniversário do repositório.
O presidente do IPCB referiu, na sessão de abertura do encontro que reuniu docentes das várias escolas do politécnico, que “há condições para que o repositório venha a ser certificado”. Carlos Maia lembrou ainda que face ao ano anterior houve um aumento de 20%. O presidente do IPCB destacou neste
processo o papel dinamizador das bibliotecárias da instituição. Aquele responsável lembrou ainda que “este é projeto que tem feito o seu caminho”, referindo ainda que anualmente é atribuído um prémio ao investigador que mais artigos científicos coloca no repositório do IPCB. K
6 Marcelo Rebelo de Sousa participou, na condição de candidato à Presidência da República, no ciclo de conferências do Politécnico de Castelo Branco. Uma iniciativa por onde já tinham passado outros dois candidatos, Henrique Neto e Marisa Matias. Neste encontro realizado nos Serviços Centrais da instituição, Marcelo rebelo de Sousa considerou que o país precisa de estabilidade política. “A instabilidade teria um custo monumental para Portugal”, disse. Nos temas mais polémicos e em resposta a perguntas colocadas da assistência, afastou o cenário de uma crise política provocada pela não aprovação do Orçamento de Estado (OE). “Espero que o próximo orçamento seja aprovado. Imagi-
ne-se o que seria se isso não acontecesse. Estaríamos perante uma indefinição financeira do Estado”, referiu, para depois lembrar a “perplexidade dos parceiros europeus perante essa situação. O país precisa de estabilidade política. Esta é a pior altura para se ter uma crise política, a somar-se a uma crise orçamental, a somar-se à situação de saída económica de crise, com o contexto internacional que nos rodeia”. Entre as respostas, Marcelo Rebelo de Sousa questionou: “a quem é que interessava uma crise política?”. Por isso, entende que o papel da oposição “é reorganizar-se” e o do Governo passa por “compatibilizar as medidas sociais sem derrapagens financeiras, e por manter as bases de apoio”. K
Em Londres e Nova Iorque
Docentes com prémios 6 Os docentes da Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Castelo Branco (ESTCB), Paulo Gonçalves e Pedro Torres, acabam por ser distinguidos em Nova Iorque e em Londres, respetivamente, com prémios internacionais. Paulo Gonçalves recebeu na cidade norte americana o prémio Emerging Technology Award, como reconhecimento pelo trabalho desenvolvido pelo grupo ORA - Ontologies for Robotics and Automation, no qual o investigador albicastrense foi um dos três líderes, e que integra peritos internacionais na área da robótica industrial, cirurgia robótica, robótica de serviços, entre outras áreas, num total 166 pessoas de 23 países. Pedro Torres recebeu, em Londres, o Prémio “Best Project Award”, pelo projeto “Haptic Feedback Investigation During Linear Manipulation of RAVEN (Surgical Robotic System)”, desenvolvido no âmbito da “Hamlyn Winter School on Surgical Imaging and Vision” da Imperial College de Londres, juntamente com Mohamed Abdelaziz, da Universidade de Twente, com supervisão de Pierre BerthetRayne do Imperial College.
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Associação de estudantes da esald
João Artur lidera
Os dois docentes, ligados à robótica e à engenharia, têm desenvolvido um trabalho de investigação meritório, pelo que os prémios obtidos vêm reconhecer a investigação produzida. No caso de Paulo Gonçalves, e segundo uma nota informativa enviada pelo Politécnico ao nosso jornal, o prémio vem distinguir a contribuição do docente da ESTCB, na criação da primeira regra internacional da área. “A norma internacional, apresentada em maio de 2015, foi a primeira na área da Robótica e Automação por parte do Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE), e uma das primeiras sobre ontologias”, refere
o comunicado. Esta regra deverá ser usada como norma de robótica e automação no mundo inteiro e permite uma melhor interação entre robôs, de forma a que ele “possa perceber e raciocinar”, garantindo “a implementação de várias funcionalidades avançadas como a integração de sistemas avançados de automação e a robótica ágil”. Paulo Gonçalves e o seu grupo de trabalho focou-se nesta primeira norma nos conceitos fundamentais e está já a trabalhar nos domínios específicos da robótica industrial, cirurgia robótica e robótica autónoma. Áreas que terão brevemente a respetiva norma específica”. K
6 João Artur Santos tomou posse como presidente da direção da Associação de Estudantes da Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias. Os novos órgãos sociais juntam caras novas, como a do próprio presidente, e elementos do anterior mandato liderado por Hélio Tavares, que assumiu as funções no último ano. Na opinião do novo presidente, a anterior direção levou a associação a “um porto seguro”. “Queremos dar continuidade a todo o trabalho que esta associação desenvolveu e alargar horizontes”, anunciou João Artur Santos, que agradeceu ao Instituto Politécnico de Castelo Branco e à Câmara Municipal de Castelo Branco “o apoio que certamente nos vai ser dado”, frase que arrancou algumas
José Furtado H
gargalhadas entre a plateia. Na hora da despedida, Hélio Tavares lembrou o muito que foi feito em pouco tempo de gestão, destacando a regularização das contas e a organização da gala solidária, que incluiu uma homenagem ao fundador da escola. K
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Embaixador marca presença
China visita Leiria 6 O embaixador da República Popular da China em Portugal, Cai Run, visitou o Instituto Politécnico de Leiria (IPLeiria), no último mês. O programa da receção incluiu um encontro com os estudantes da licenciatura em Tradução e Interpretação Português/ Chinês – Chinês/Português, com alunos do Instituto Politécnico de Macau, da Beijing Language and Culture University e do Chengdu Institute – Sichuan International
Studies University, na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais de Leiria (ESECS). No âmbito da cooperação com a China, ao longo dos últimos anos foram estabelecidos protocolos de cooperação com diversas universidades chinesas que viabilizam o intercâmbio de estudantes e docentes entre as Instituições de Ensino Superior (IES) chinesas e o Instituto Politécnico de Leiria. K
Automatização de uma ETAR
Alunos de Leiria distinguidos
VI Gala da Inclusão
IPL é instituição referência 6 “O IPLeiria é uma instituição de referência pelo trabalho desenvolvido na área da inclusão”, considerou a coordenadora do Centro de Recursos para a Inclusão Digital do Instituto Politécnico de Leiria, Célia Sousa, na VI Gala da Inclusão, realizada em dezembro no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria. Uma iniciativa em que a Câmara de Leiria e o Politécnico distinguem anualmente os casos de sucesso da aplicação de boas práticas na inclusão de pessoas com deficiência. Gonçalo Lopes, vice-presidente da Câmara Municipal de Leiria, realçou que apontou como exemplo o recém-inaugurado Museu de Leiria, exemplo a seguir nesta área, uma vez que pode ser visitado por todos, graças ao trabalho do IPLeiria que o tornou completamente inclusivo. Nuno Mangas, presidente do IPLeiria, destacou a campanha Mil brinquedos, mil sorrisos, que se desenvolve há oito anos, com a orientação do CRID e o envolvimento da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais e da Escola Superior de Tecnologia e Gestão, especialmente o departamento de Engenharia Eletrotécnica. O galardão de Media foi atribuído às três estações de televisão de canal aberto – RTP, SIC
e TVI, pelo recurso a intérpretes de Língua Gestual Portuguesa, que tornam os seus programas mais acessíveis, inclusivos e com maior audiência. O galardão de Investigação aplicada foi entregue pelo coordenador do MAREIPLeiria, Marco Lemos, a António Travassos, médico oftalmologista no Centro Cirúrgico de Coimbra, pelo seu trabalho na recuperação da visão a uma pessoa cega. O prémio Acessibilidades distinguiu a Fundação Vodafone, pelo seu contributo para a sociedade de informação, com o apoio a mais de 60 projetos de inclusão; enquanto a Biblioteca Sonora da Biblioteca Municipal do Porto foi reconhecida com o prémio Cultura, Desporto e Lazer, pelo trabalho voluntário que dá voz ao repositório de livros falados. A categoria Educação foi uma das estreias nesta Gala, e foi entregue pelas mãos de Pedro Lourtie, presidente do Conselho Geral do IPLeiria, à Pró Inclusão – Associação Nacional de Docentes de Educação Especial – pela sua atuação e inovação nas práticas pedagógicas dedicadas a pessoas com necessidades especiais. O Prémio Carreira foi atribuído também pela primeira vez, e distinguiu o percurso de Luís Azevedo, dedicado à inclusão digital. K
6 Fabrício Souza e Hermínio Borges, estudantes do curso de licenciatura em Engenharia Eletrotécnica e Computadores da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria, foram premiados pela empresa Cartonarte, Lda, pela realização do projeto de melhoramento de uma estação de tratamento de águas residuais (ETAR), existente na empresa. A cerimónia decorreu a 9 de janeiro, nas instalações da Cartonarte, que distinguiu o grupo vencedor com um prémio no valor 500 euros, e atribuiu 25 euros em cartão Fnac e um certificado de bom desempenho a mais seis estudantes da escola. “A nossa parceria com a Cartonarte iniciou-se no ano letivo passa-
do, e este ano continua com a realização de dois projetos de final de curso em Engenharia Eletrotécnica e Computadores, onde os estudantes procuram desenvolver soluções e
otimizar alguns processos existentes na empresa”, explica Eliseu Ribeiro, docente do curso de licenciatura em Engenharia Eletrotécnica e Computadores. No âmbito da unidade curricular de Automação Industrial II, os estudantes formaram grupos e criaram projetos de automatização de uma ETAR, com foco nos sistemas de comando e supervisão do processo. Os trabalhos foram desenvolvidos com os equipamentos do Laboratório da Siemens Automation Academy, existente na escola. O júri foi composto por docentes do departamento de Engenharia Eletrotécnica e por elementos da empresa, que selecionaram o melhor projeto e os melhores desempenhos académicos. K
Empresas parceiras do IPL + Indústria
Estudantes de visita 6 Os 24 estudantes da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria que foram premiados com as bolsas de estudo IPL + Indústria, estão a visitar as 19 empresas que patrocinaram estes prémios no âmbito do protocolo estabelecido entre o IPLeiria, a Associação Empresarial da Região de Leiria e a Associação Nacional da Indústria de Moldes. As visitas decorrem até 29 de janeiro e serão acompanhadas pelos parceiros do projeto. “Este reconhecimento das empresas, que se vai tornando mais substancial, permite a ligação cada vez mais estreita do IPLeiria ao tecido empresarial da região. Mais que a entrega de uma bolsa, os estudantes passam a relacionar-se com a empresa, conhecendo a sua área de atuação e a sua dinâmica empresarial”, refere Pedro Martinho, diretor da Superior de Tecnologia de Leiria. “Será ainda um momento de apresentação e contacto mais eficaz entre estudantes, empresas e os parceiros do protocolo”, acrescenta.
As bolsas de estudo IPL + Indústria são concedidas aos estudantes que ingressam com melhor média nos cursos selecionados pelas empresas, e cujo valor suportará os custos de uma propina anual. Para o ano letivo de 2015/16, os cursos selecionados foram os de Contabilidade e Finanças, Engenharia Automóvel, Engenharia da Energia e do Ambiente, Engenharia e Gestão Industrial, Engenharia Eletrotécnica, Engenharia Informática, Engenharia Mecânica, Gestão e Marketing.
Resultado do interesse manifestado pelos empresários nesta iniciativa, o número de bolsas triplicou em relação ao ano passado e o número de empresas duplicou. À Bollinghaus Steel, Bourbon Automotive Plastics, Incentea, Martos & Cª, Moldes RP, TJ Moldes e Vipex, juntam-se no presente ano letivo às empresas: BPN, Caixa de Crédito Agrícola, Crisal Libbey, GECO, EST, La Redoute, Moldoeste, Planimolde, P.M.M., Ribermold, Sodicor e Yudo Eu. K
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Politécnico do Porto
Prémio António Sérgio
Gestão faz 26 anos 6 A Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão comemorou 26 anos, no passado dia 7 de janeiro. A iniciativa foi assinala com uma conferência, onde intervieram , o presidente da escola, a presidente do Politécnico do Porto, a presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde e a vereadora do Turismo da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim. Flávio Ferreira, referiu-se ao processo em curso de reorganização da oferta formativa do Politécnico do Porto e ao interesse das áreas do Turismo e Design/ Multimédia para o campus localizado na Póvoa de Varzim/Vila do Conde. Já presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde, Elisa Ferraz, reforçou a importância da adaptação do ensino superior às necessidades do mercado, e reforçou o interesse estratégico nas
duas áreas referidas, já com raízes históricas no município. Também a vereadora do Turismo da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim referiu a importância da existência de ensino superior na região para o desenvolvimento destes municípios. A sessão prosseguiu com uma
Docente do Porto ganha prémio
palestra proferida por Mário Ferreira, reconhecido empresário na área do Turismo, em particular enquanto CEO da DouroAzul, e a entrega de diplomas e prémios aos melhores estudantes de cada curso em 2015, pelos coordenadores dos respetivos cursos e entidades parceiras. K
Superior de Educação de Viseu
Nova direção toma posse 6 João Paulo Rodrigues Balula acaba de tomar posse como presidente da Escola Superior de Educação de Viseu, numa cerimónia solene realizada na sala do Conselho Geral dos Serviços Centrais do IPV, a 7 de janeiro. No seu discurso de posse, o doutor João Paulo Balula começou por agradecer à anterior presidente, doutora Cristina Azevedo Gomes, e ao doutor Belmiro Rego, pela “confiança que em mim depositaram para o exercício de funções de gestão, enquanto vice-presidente da ESEV”. O novo diretor quer “contribuir para construir uma ponte estável no seio da ESEV”, dando “continuidade às políticas de sucesso desenvolvidas nos últimos sete anos”, garantindo que “o sucesso de cada um, será o sucesso de todos”. Pretende que a ESEV assuma a sua vocação enquanto instituição de ensino e de investigação, o que implica conceder particular destaque à fundamentação das práticas de ensino e aprendizagem, à investigação, à transferência do conhecimento e à prestação de serviços à comunidade. Para o efeito, definiramse quatro princípios fundamentais: preservação da identidade e da coesão da ESEV; promoção da qualidade; reforço do trabalho em rede e das parcerias; gestão participada e transparente. O presidente do IPV, Fernando Sebastião, destacou a profí-
012 /// JANEIRO 2016
6 Deolinda Meira foi a vencedora da quarta edição do Prémio de Cooperação e Solidariedade António Sérgio, na categoria “Estudos e Investigação”. Criado em 2012 pela CASES, estes galardões visam homenagear pessoas singulares e coletivas que, todos os anos, se destacam em domínios relevantes da economia social. Na categoria de “Estudos e Investigação” foi premiado o trabalho da autoria de Deolinda Meira e Maria Elisabete Ramos,
Com A Caixa Geral de Depósitos
Viseu assina acordo de cooperação 6 O Instituto Politécnico de Viseu e a Caixa Geral de Depósitos acabam de celebrar um protocolo financeiro e de cooperação mútua, bem como um contrato plurianual de mecenato, que estabelecem um quadro de relações e cooperação entre as duas instituições através da realização de diversas atividades a desenvolver durante os anos letivos de 2016 a 2020. A parceria agora renovada vem substituir integralmente o protocolo assinado em 1994. O objetivo comum consiste na promoção da excelência do ensino, projetos e atividades de investigação científica e tecnológica, pura ou aplicada, com relevante interesse comunitário, reconhecidas nacional e internacionalmente, reforçando a função do IPV de criar conhecimento e expandir o acesso ao saber em benefício da sociedade. As verbas atribuídas poderão ainda ser aplicadas no apoio e incentivo aos alunos, em prémios de estímulo ao estudo, na promoção do empreendedorisPublicidade
cua cooperação institucional que se vive há muito na instituição, “a existência de uma cada vez maior colaboração entre as diversas unidades orgânicas”, pois a “unidade entre todos é o que nos dá força lá fora, permitindo que se consolide e reforce a boa imagem que o IPV tem a nível local e nacional”. Fez ainda uma análise à evolução dos acontecimentos ocorridos na Educação nos últimos
anos, concluindo a sua intervenção com a referência ao atual contexto de mudança de Governo e do período de reflexão sobre as políticas estratégicas do ensino superior para os próximos anos”. O presidente do Politécnico empossou ainda as novas vice-presidentes da ESEV, Isabel Abrantes e Susana Fidalgo, ambas professoras coordenadoras desta escola superior do IPV. K Joaquim Amaral _
intitulado “Governação e regime económico das cooperativas. Estado da arte e linhas de reforma”. A investigação aborda os desafios do setor corporativo à luz das exigências do século XXI e traça o rumo do que pode ser um projeto de reforma do Código Cooperativo. O júri deliberou a atribuição dos prémios e menções honrosas nas suas quatro categorias: Inovação e Sustentabilidade; Estudos e Investigação; Formação Pós-graduada e Trabalhos Escolares. K
mo e no apoio à realização de ações complementares de formação (conferências, seminários, workshops, entre outras). Para o presidente do IPV, Fernando Sebastião, o patrocínio anual será “preferencialmente direcionado para projetos de investigação, inovação e transferência de conhecimento, missão integrante das instituições de ensino superior”. Já o diretor central da Direção Particulares do Centro da CGD, António Joaquim de Sousa, “os acordos estão muito focalizados na investigação, na perspetiva que a mesma conceda mais-valias ao IPV, à região e ao país”. K Joaquim Amaral _
Presidência atribui comendas
Portalegre distinguido 6 A Presidência da República atribuiu, no passado dia 17 de dezembro, grau de comendador da Ordem do Mérito Empresarial, Classe do Mérito Industrial.aos empresários Agostinho da Silva e João Paulo Crespo, os quais estão ligados ao Instituto Politécnico de Portalegre. Em nota de Imprensa, o IPP destaca esse facto e mostra-se satisfeito com a referida distinção. A cerimónia de condecoração, presidida pelo Presidente da República, decorreu no passado dia 17 de dezembro, no âmbito da 8ª Jornada do Roteiro para uma Economia Dinâmica. Na ocasião foram agraciados “14 empresários que são expressão
do dinamismo da economia”. Agostinho da Silva é diretor do Grupo Empresarial CEI-ZIPORINOCAM. Em 2014, obteve no IPP o Título de Especialista na área de Engenharia e Gestão Industrial. A sua empresa é uma das entidades parceiras da Academia da Pedra Natural. João Paulo Crespo, diretor da Fertiprado-Sementes e Nutrientes, integra o Conselho de Representantes da ESTG-IPP, enquanto personalidade cooptada de reconhecido mérito. A sua empresa, sediada em Vaiamonte, é parceira de projetos e entidade acolhedora de estágios. É promotor do projeto PECplus, instalado na BioBIP. K
Exposição no edifício sede
Postais em Portalegre 6 O Instituto Politécnico de Portalegre tem patente, até ao próximo dia 3 de março, uma exposição de postais da coleção de António Gon-
çalves. A mostra, que se encontra nos Serviços Centrais, tem por título “Portalegre - Cidade do Alto Alentejo”. A entrada é gratuita. K
Português Língua Estrangeira
IPLeiria realiza exames 6 O Instituto Politécnico de Leiria (IPLeiria) integra a lista nacional de institutos disponíveis para a realização de exames de Português Língua Estrangeira, que são realizados na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais. Os exames podem ser realizados por candidatos que não têm o português como língua materna, e que queiram comprovar a sua competência em português nos termos reconhecidos por cada certificado ou diploma, para fins educativos, profissionais ou outros. “Em resultado da criação do centro de exames, os nossos estudantes estrangeiros, e, de um modo geral, os estrangeiros que residem na região, têm a oportunidade de realizar o seu exame
de certificação do seu nível de língua em Português, num centro próximo, em vez de terem de se deslocar a centros mais distantes, como Lisboa”, explica Luís Barbeiro, docente da ESECS e coordenador do novo centro. Dois candidatos ucranianos, um da Marinha Grande, outro do Norte do país, e uma estudante chinesa do IPLeiria são os primeiros inscritos, para a época a realizar em fevereiro, no novo centro de exames de PLE no Instituto. Existem diversas épocas de exame, para as quais os candidatos se podem inscrever, ao longo de todo o ano. Os exames de PLE são produzidos e avaliados pelo CAPLE, bem como a emissão de certificados e diplomas. K
Por causa do financiamento
IPP alerta ministro 6 O presidente do Instituto Politécnico de Portalegre, Joaquim Mourato, alertou o ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, para a necessidade da instituição a que preside receber, pelo menos, um orçamento igual ao recebido no final de 2015, o qual foi reforçado face à proposta inicial da tutela. A grande questão, diz Joaquim Mourato, é que os valores de Orçamento de Estado para 2016 apresentados ao Politécnico apenas consideram os valores iniciais de 2015 e não o real valor que no último ano foi transferido para o IPPortalegre. Em causa estará uma verba de meio milhão de euros. Esta questão foi discutida com o ministro durante a visita que o governante efetuou a Portalegre, no passado dia 20, num encontro onde também esteve presente o grupo de trabalho composto pelo ministério e a Secretária de Estado de Ensino Superior, Fernanda Rollo. “Aquilo que reivindicámos é que o valor do orçamento para 2016 fosse igual ao do orçamento final de 2015, mas o que nos está atribuído é uma verba idêntica ao orçamento inicial
de 2015”, diz Joaquim Mourato. O presidente do Politécnico de Portalegre diz que na reunião o ministério voltou a reafirmar que o IPPortalegre tem que encontrar outras saídas. “Já fizemos um emagrecimento das estruturas em 20% nos últimos anos. Não há mais onde cortar do lado da despesa. E no lado das receitas próprias é muito difícil, dada a região em que estamos inseridos”, explica Joaquim Mourato. Aquele responsável refere que a solução poderá passar por fundos comunitários,
através do financiamento dos Cursos Técnicos Superiores Profissionais. Para além disso, referiu Joaquim Mourato, o Politécnico “irá apresentar, no curto prazo, um conjunto de projetos que possamos vir a desenvolver com a região”, tendo ficado acordadas novas reuniões. O Ministro teve ainda um encontro com os docentes da instituição, onde lhes transmitiu “que é necessário trabalhar em conjunto com as empresas, diferenciando a oferta formativa em função da região”. K
Superior de Enfermagem de Coimbra
Simulação em Saúde 6 Investigadores da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra integram um projeto internacional de cooperação em matéria de inovação e boas práticas de simulação em Saúde, que é será financiado pelo programa Erasmus+ da União Europeia até 2018. Simulação em Saúde para o desenvolvimento de uma parceria entre estudantes e profissionais na formação médica e de Enfermagem (SimuCarePro) é o nome do projeto, que resulta de um consórcio de seis instituições de quatro países: Bélgica (entidade proponente), França, Portugal e Roménia. O projeto tem como objetivo permitir às organizações envolvidas melhorarem a oferta educativa e formativa e partilharem práticas inovadoras, pois o recurso à simulação em saúde tornouse prática comum em hospitais e instituições de formação. Mas, até à data, é evidente uma compartimentação no uso que dela é feito e uma falta de ferramentas
que permitam avaliar o impacto da simulação na aprendizagem das habilidades necessárias para uma gestão otimizada dos cuidados aos pacientes. O projeto “inclui a mobilidade internacional de docentes, o trabalho em parceria com diferentes disciplinas e estudantes, uma forte ligação aos contextos clínicos e um foco na utilização das tecnologias e na melhoria
das respostas em saúde aos cidadãos. Assim, esta participação ajuda a potenciar o que cada parceiro já faz, com aquilo que aprende e desenvolve na parceria com os outros”, explica José Carlos Martins, que coordena a equipa de investigadores da escola de Coimbra, integrada ainda pelos professores Isabel Fernandes, Luís Oliveira, Rui Baptista e Verónica Coutinho. K
JANEIRO 2016 /// 013
Rota dos 20
Eco Caminhada no Politécnico de Beja 6 O Instituto Politécnico de Beja através das suas Unidades Orgânicas ESA, ESE e ESTIG, juntamente com Câmara Municipal e o Centro Infantil Coronel Sousa Tavares, organizou no dia 12 de janeiro de 2016 a “Eco caminhada”, integrada na atividade Rota dos 20. A iniciativa “Rota Eco-Escolas”
Viseu
Boas Práticas em Alqueva
IPBeja ganha na inovação 6 O Centro de Biotecnologia Agrícola e Agro-alimentar do Alentejo (CEBAL) e o Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) venceram o Prémio GPA-EDIA Boas Práticas em Alqueva, na categoria Inovação, com o projeto H2O Processing&Mitig – Mitigação de CO2 atmosférico, produção de soluções nutritivas, corretivos organominerais e produtos hortofrutícolas através de processo inovador de tratamento de água residual de queijarias. Trata-se de um sistema inovador e patenteado de tratamento de águas residuais de queijo com obtenção de soluções nutritivas/ corretivos organominerais para reutilização agrícola, e simultânea
mitigação de CO2 atmosférico, desenvolvido durante a tese de doutoramento europeu da investigadora Ana Rita Prazeres. O processo é de fácil aplicação e apresenta baixo custo sendo uma solução para as águas residuais das queijarias que necessitam de tecnologias de baixo custo. Apresenta várias vantagens, contribuindo não só para a redução da contaminação de águas residuais, mas também para a redução dos problemas ambientais associados aos gases com efeito de estufa. Este projeto receberá um prémio monetário de 2500 euros. Do desenvolvimento destes processos de tratamento inova-
dores resultaram ainda nove artigos científicos internacionais, dois artigos nacionais, uma patente nacional e várias participações em congressos nacionais e internacionais, bem como apresentação de protótipos das tecnologias desenvolvidas. Os trabalhos de investigação foram distinguidos pela APRH (Menção Honrosa), Universidad de Extremadura (Prémio), IPBeja (Prémio), Vida Rural (Prémio), Rede Inovar em colaboração com a Agência de Inovação (Distinção na AGROFOOD iTECH 2012), Nutrition Awards 2012 (Finalista) e EMAS de Beja no Projeto Heróis da Água (Prémio). K
Aniversário da ESCE
Setúbal debate imigração 6 No âmbito das comemorações do seu 21º aniversário, a Escola Superior de Ciências Empresariais do Instituto Politécnico de Setúbal (ESCE/IPS) associou-se à Embaixada da República da Polónia em Lisboa na organização da conferência “The Immigration Crisis: Is Europe’s Golden Age Over?”. O evento teve lugar no último mês, no auditório da ESCE/IPS, campus de Setúbal do Politécnico. A iniciativa abordou um tema tão atual como a presente crise migratória devido ao aumento do número de refugiados e de pedidos de asilo na União Europeia, esclarecendo os participantes para esta nova realidade sentida na Europa. Pretendeu-se também que este evento fosse um momento de análise, de reflexão e de partilha de ideias, que possa contribuir para a estabilidade da
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Alunos finalistas no México 6 Dois alunos do 3º ano do curso de Artes Plásticas e Multimédia (APM) da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Viseu figuram entre os finalistas do concurso internacional de cartaz promovido pelo Museu de Design do México (Museo Mexicano del Diseño – MUMEDI). Entre 22 mil 321 trabalhos submetidos de 152 países foram escolhidos 402 como finalistas, estando entre estes Gonçalo José Martins da Costa Carvalho e Pedro Ismael Neves Rocha. Os alunos do IPV viram os seus trabalhos escolhidos para figurarem em exposição virtual e física no museu mexicano promotor do concurso. A edição 2015-2016 deste concurso internacional tinha como temática “A la Muerte con una Sonrisa “ (A morte com um sorriso). A exposição está patente ao público desde novembro último até ao próximo mês de fevereiro. Releve-se ainda que não é a primeira vez que alunos do curso de Artes Plásticas e Multimédia são distinguidos no âmbito deste concurso. Em 2013, três alunas da instituição – Márcia Silva, Liliana Rodrigues e Joana Salgueiro – viram também os seus trabalhos Publicidade
União Europeia. A conferência foi proferida por Waldemar Hoff, da Kozminski University, Warsaw na Polónia, e contou com a participação de Rui Marques, da Plataforma de Apoio aos Refugiados em Portugal. Na
é coordenada pela Associação Bandeira Azul (ABAE) | Programa Eco-Escolas, e integra-se no tema mobilidade sustentável e visa alertar a comunidade escolar para a importância de uma mobilidade mais segura, sustentável, eficiente e inclusiva, através do envolvimento de toda a comunidade escolar. K
sessão de abertura estiveram presentes o presidente do IPS, Pedro Dominguinhos, o Embaixador da República da Polónia em Lisboa, Bronislaw Misztal e a diretora da escola, Boguslawa Sardinha. K
selecionados para integrar o grupo de propostas finalistas expostas neste museu da Cidade do México. Os trabalhos dos alunos, “Choque de Culturas” de Gonçalo Carvalho e “Is What You Are Living For, Worth Dying for?” de Pedro Rocha, foram desenvolvidos no âmbito de um projeto curricular do curso de APM. Considerando como mais-valia estratégica com vista a uma formação de excelência a realização de projetos em contexto real, a Área Disciplinar de Educação Visual da ESEV tem procurado envolver os alunos em diferentes atividades, de entre as quais se destaca a participação em concursos internacionais destinados a estudantes do ensino superior e a jovens licenciados. Estas participações têm permitido aos discentes conhecer os trabalhos realizados pelos seus pares e desenvolver as suas competências, realizando, em simultâneo, trabalho de qualidade acrescida no âmbito de algumas das disciplinas do curso de Artes Plásticas e Multimédia, como é o caso de Design de Comunicação. K Joaquim Amaral _ Paula Rodrigues _
Politécnico de Tomar
IPT na carta do Médio Tejo 6 Secas, cheias, incêndios florestais, inundações, sismos, ondas de calor e de frio são alguns dos riscos naturais identificados na Carta de Diagnóstico da região do Médio Tejo. Cristina Andrade, responsável pelo Laboratório de Investigação Aplicada em Riscos Naturais do Instituto Politécnico de Tomar, destacou a importância da Carta, e “da comunidade e entidades locais e regionais serem impulsionadores de uma cultura de sensibilização da população para a necessidade da promoção do princípio da prevenção”. A professora exemplificou com a possibilidade de implementação de um sistema de monitorização com uma rede de estações meteorológicas, simulação e previsão no rio Nabão, com um modelo que permitirá “contribuir para diminuir o tempo da previsão de cheias e inundações, permitindo atempadamente aos intervenientes locais a minimização dos seus impactos”, tendo como objetivo primeiro a proteção de bens e pessoas. O estudo foi encomendado numa lógica “de um melhor conhecimento dos riscos que envolvem
esta região, para valorizar um trabalho de prevenção que envolva os diversos parceiros, e para defender o nosso território”, destacou a presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT), entidade que integra 13 municípios do distrito de Santarém. Maria do Céu Albuquerque, que também preside à Câmara de Abrantes, destacou a parceria entre a CIMT e a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) num projeto que é hoje apresentado em Tomar e que permitiu ter uma Carta de Diagnóstico dos Riscos Naturais Existentes no Médio Tejo, tendo a autarca apontado para um “trabalho a desenvolver na prevenção em concertação com várias entidades”, como o Instituto Politécnico de Tomar (IPT), municípios, Agência Portuguesa do Ambiente (APA), ANPC e CIMT. A Carta de Diagnóstico de Riscos Naturais para a região do Médio Tejo, onde habitam cerca de 250 mil pessoas, foi promovida para oito dos 13 municípios integrantes da CIMT, nomeadamente Abrantes, Alcanena, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Sardoal, Tomar e Vila Nova da Barquinha. K
Viana do Castelo
Low-cost servem 2 mil alunos
6 Mais de dois mil alunos do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) vão ser servidos, a partir do dia 21, por um serviço de transporte ‘low-cost’ que cobrirá os dez concelhos do Alto Minho. Em declarações à imprensa, o diretor dos Serviços de Acão Social (SAS) do IPVC, Diogo Moreira, explicou que o ‘BUS’ académico vai começar no arranque do novo ano letivo, servindo um total de 2.208 do distrito. De acordo com aquele responsável o serviço, que “tem como principal objetivo reduzir os custos de frequência no ensino superior”, vai representar um custo anual de 75 mil euros suportados pelo IPVC, e pelas dez autarquias da região. “Os municípios que possuem escolas do IPVC vão pagar por ano cerca de 8.000 euros. Os que não têm, suportarão um valor mais reduzido, de cerca de 4.900 euros. O restante será garantido pelas receitas arrecadadas com o funcionamento do próprio serviço”, explicou. O IPVC tem cerca de cinco mil alunos distribuídos por seis escolas, de Educação, Tecnologia e Ges-
A medida vai beneficiar os alunos do Politécnico
tão, Agrária, Enfermagem, Ciências Empresariais, Desporto e Lazer, ministrando 28 licenciaturas, 39 mestrados, 28 Cursos de Especialização Tecnológica (CET) e 16 PósGraduações. Além de Viana do Castelo tem escolas superiores instaladas em Ponte de Lima, Valença e Melgaço. Apoiado pela Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, estrutura que congrega as dez autarquias da região, o ‘BUS’ vai permitir que os alunos de fora dos concelhos onde funcionam as cinco escolas superiores do IPVC “pos-
sam regressar a casa todos os dias, com o preço do bilhete a oscilar entre os 45 cêntimos e 1,80 euros, evitando assim os custos com a habitação”. Com três autocarros no período da manhã, e outros três à tarde, a rede de transportes académicos que ligará, entre si, 17 localidades do Alto Minho “foi desenhada de modo a que todos os estudantes do distrito, independentemente do concelho onde residam, possam deslocar-se em horários que lhes permitam frequentar qualquer uma das escolas superiores do IPVC”. K
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vice campeão mundial de moto3
O «44» que quer ser o melhor do mundo 6 Miguel Oliveira acelera a toda a velocidade para chegar à categoria de elite do motociclismo. De permeio, ainda tem tempo para cursar Medicina Dentária, a atividade que escolheu para quando terminar a carreira desportiva. O número 44 que ostenta na sua máquina é fruto da superstição ou coincidência? Foi numa situação um pouco caricata que decidimos utilizar o número 44. Estreei-me nas corridas com o número do meu pai, o 51, mas cedo quando comecei a correr em Espanha e onde os números dos convidados eram sorteados, foi-me atribuído o número 41 no campeonato em Madrid. Depois de uma série de provas seguidas, regressei a Portugal mas sem os números cinco na caixa de ferramenta para poder colocar na moto, tivemos de improvisar e colocar o que sobrava, os quatros. A partir daí as coisas começaram a correr bem e mantive o número 44. Mas para mim, o número com verdadeiro significado é o 1! Como é o dia a dia de um piloto de motociclismo de alta competição em plena temporada? Em plena temporada aproveito cada momento que estou em casa para fazer o meu dia a dia normal de preparação física. Mais do que preparação é manter a boa forma física ganha em pré-epoca. Aproveito cada momento livre para fazer a vida normal de um jovem de 21 anos. Também passo tempo com amigos, vou ao cinema, pratico motocross e ainda vou à faculdade, por isso acaba por ser bastante preenchido o dia a dia. Quando se regressa de uma corrida só se quer descanso, mas ser piloto profissional no meu nível envolve também bastantes compromissos com os patrocinadores e inúmeras entrevistas que têm de ser compaginadas com todos os treinos diários. Depois de um magnifico segundo lugar em Moto 3 no último campeonato, quais são as suas aspirações para este mundial que começa no Qatar em março e terminará em Valência, em novembro? Os meus objetivos para esta temporada como rookie são os de fazer um campeonato baseado na regularidade, desta forma vou poder aprender e ganhar experiência para terminar corridas bem classificado. O resultado final poderia ser entre um top 5 ou 10, o que seria um excelente resultado final. O que posso garantir a mim mesmo é que vou trabalhar e lutar até ao fim para ganhar, pois é para isso que me esforço e treino todos os dias. As corridas são também repletas de fatores surpresa que estão fora do nosso controlo, assim como temos de contar com mais 32 pilotos que também querem ganhar! Passo a passo, o seu sonho é chegar à categoria máxima do motociclismo, o Moto
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GP. Essa progressão está unicamente dependente de resultados e de apoio financeiro de patrocinadores? Equipas de fábrica no nível do Moto GP como a Yamaha ou a Honda HRC e ainda Ducati, sao equipas onde e difícil comprar um lugar com um patrocinador, mas não e impossível. Daí as entradas de pilotos para estas equipas serem bastante seletivas. Apenas um bom piloto tem lugar numa destas grandes equipas. Os fatores que me têm mantido no mundial de motociclismo e levado a trabalhar com as melhores equipas, construtores e técnicos, são os de alto nível de pilotagem, profissionalismo e empenho. Por isso, espero continuar a ser um piloto de referência na Moto 2 como fui até aqui e assim continuar a poder chamar a atenção das boas equipas. Os resultados são o único argumento capaz de convencer um patrocinador a investir num piloto ou há outros factores que contam? Obviamente que os resultados ajudam bastante, mas hoje em dia um patrocinador procura algo mais para além do patrocínio puro e duro a troco de espaço. Existem valores comerciais associados que constituem contrapartidas às empresas e
desta forma as aliciam a juntarem-se a um piloto. Quer confidenciar alguns dos sacrifícios que fez para chegar até aqui? Em que medida o apoio familiar foi determinante? Para mim o apoio familiar teve muita importância. Na minha carreira tive de sofrer com maus resultados e ter de recuperar de lesões; ter uma fonte de energia para poder voltar a querer ganhar. Essa fonte para mim é a família. O meu pai teve de abdicar de grande parte da sua vida para me poder acompanhar. Foi também o meu pai quem financiou todo o meu arranque de carreira e ainda hoje continua por detrás de mim a apoiar, encontrar patrocínios e aconselhar. Passamos por inúmeras situações mas uma que me marcou foi uma ida para Espanha. No caminho perguntei ao meu pai que ia a conduzir uma carrinha emprestada pelo Moto Clube do Seixal, se podíamos ir mais rápido e ao qual ele me respondeu:”Não filho, porque senão não temos dinheiro para voltar para casa”. Dormimos também em tendas, ao lado das motas, dentro da carrinha, etc. Foi bom passar por tudo isto para dar realmente valor aquilo que alcançamos.
Portugal continua privado de uma prova, existindo no Estoril e no Algarve autódromos para acolher corridas. Falta projeção e poder financeiro ao nosso país para competir com outras nações? Em Portugal olha-se muito aos gastos imediatos e não se medem as contrapartidas a curto e longo prazo. O MotoGP em Portugal foi o evento desportivo motorizado que em três dias mais receita gerou para o país, para as regiões e sobretudo para o Turismo. Do que conheço pelo mundo, temos as melhores condições para receber um grande prémio. Aeroporto a 30 minutos, hotéis, casino, história, lazer, sol, praia, gastronomia e dos melhores spots mundiais para o surf e a arte de bem receber, por isso, em época de crise é importante bons investimentos, e o MotoGp é sem sombra de dúvidas um dos melhores investimentos que o país pode fazer. Logicamente que para mim enquanto único representante da nossa bandeira neste campeonato, que seria um sonho poder brindar os fãs com uma corrida em Portugal e com uma excelente prestação ao vivo. Diz que este não é um desporto perigoso, mas os acidentes acontecem. Recente-
mente foi operado e registaram-se alguns acidentes mortais nos últimos anos. Têm sido feito esforços pelos organizadores para minimizar riscos e elevar a segurança para os pilotos? As estatísticas falam por si. Em 10 anos de competição apenas se registaram três casos de grande infortúnio causados por atropelamento. Os circuitos são altamente seguros, as equipas médicas são treinadas e experientes, e dotadas de meios para fazer uma intervenção cirúrgica no local, não conheço outro desporto com estas condições. A tecnologia aplicada nas motas e equipamento dos pilotos permite que seja cada vez mais seguro e, num ambiente controlado, os riscos de lesão são cada vez menores. Diz que Valentino Rossi é o seu ídolo. Considera-o o Maradona das motas? Sim, pelo seu carisma. Mais do que o Maradona, em talento, é um Cristiano Ronaldo, no seu método de trabalho árduo. Neste desporto o talento só não basta, é preciso muito treino e trabalho. Rossi, Marquez e Lorenzo protagonizaram um final de temporada muito intenso, com mosquitos por cordas nas últimas corridas. Apesar de se compreender a forte competição existente, não pensa que a agressividade em excesso pode ser um mau exemplo para os jovens que idolatram estes desportistas, considerando-os exemplos a seguir? Na minha opinião não houve agressividade em excesso. Este desporto não é ballet, existe luta pura e dura dentro de uns certos limites. Neste caso específico os limites foram ultrapassados, o que levou a organização a tomar medidas que estão previstas num regulamento de conhecimento geral de quem corre, daí o Rossi ter saído em último para a corrida mas importante da sua vida. Mas existe outro regulamento, que não está escrito, mas que também é conhecido por nós pilotos, o respeito por quem está a lutar por um campeonato do mundo. Não estou a favor de nenhum nesta situação. Acho que ambos se comportaram mal, uns mais que outros. Os espanhóis, porventura a par com os italianos, dominam por completo em termos de nacionalidades presentes nas várias categorias dos mundiais de motociclismo. Isso deve-se a uma cultura e a uma tradição que, por exemplo, no nosso país não existe? Mais do que a cultura, deve-se ao facto de os espanhóis investirem e serem exímios exemplos em criar condições para que os atletas se possam formar nas diversas áreas do desporto. Eles criam as oportunidades, e, estando as oportunidades criadas, é normal que num universo mais alargado de desportistas saiam alguns fenómenos. À parte das motas, está a cursar Medicina Dentária. Como consegue conciliar o curso com o estatuto de alta competição? Houve alguma influência familiar por seguir este curso? Estudar sempre foi um objetivo que queria cumprir. Pelo menos, o de entrar no
ensino superior. Entrei à custa do meu esforço e da compreensão de alguns professores que foram mais flexíveis que outros e não do estatuto de atleta de alta competição. Sempre me interessei pelo corpo humano e daí escolher Medicina. Já a escolha na Dentária foi pelo facto de partilhar uma grande amizade com um médico implantologista que me despertou atenção. O trabalho final e satisfação das pessoas com o seu novo sorriso, é algo que me deixa muito realizado.
CARA DA NOTÍCIA
Um sonho chamado Moto GP 6 Miguel Oliveira nasceu a 4 de janeiro de 1995, no Pragal, Almada. É nele que residem as esperanças de muitos dos seus compatriotas de continuarem a ouvir o hino português no lugar mais alto do pódio do mundial de Moto 2. Em 2015, sagrou-se vice-campeão mundial em Moto 3, perdendo apenas por seis pontos para o britânico Danny Kent. Mas tudo começa por influência do seu pai, Paulo Oliveira, também ele antigo piloto, que lhe proporciona o primeiro contacto com uma mota, aos 3 anos. Numa primeira fase, uma moto 4 elétrica e depois, já mais a sério, uma de 50 centímetros cúbicos. Primeiro os Karts, depois no MiniGP, o bom desempenho de Miguel valeu a nomeação para “Jovem Promessa” para a Confederação Nacional do Desporto. Começa a competir no campeonato de Madrid e mais tarde no campeonato espanhol de
velocidade. Continuou a acumular sucesso nas categorias jovens e os apoios começam a surgir. Em 2010 torna-se vice-campeão no país vizinho. No final do ano é promovido à categoria de 125cc, antiga designação para o que hoje se conhece por Moto 3. Depois de duas épocas na indiana Mahindra, o ano de 2015, com a saída de Jack Miller para o MotoGP, dá-se a grande oportunidade de Oliveira. O português ocupou a vaga do australiano na equipa oficial KTM e chegou finalmente a uma equipa de topo, capaz de lhe proporcionar condições para rodar frequentemente nos lugares da frente. A primeira vitória surge em Mugello, Itália. A «Portuguesa» ouviu-se mais 5 vezes nesse mundial. Perdeu o título por uma unha negra. 79 corridas depois, vai fazer o seu batismo na Moto 2 em março, no Qatar, com as cores da Leopard Racing. K
Como tem gerido a aprendizagem académica ao longo dos anos com a exigência de uma carreira desportiva tão exigente em termos de viagens, treinos e competições? Tem sido muito difícil ao ponto de ter de abrandar bastante a progressão do meu estudo. Estou no segundo ano mas não tenho o tempo que um aluno normal tem, o que me impede de fazer todas as cadeiras num percurso normal. A minha prioridade neste momento é a carreira desportiva e os estudos é algo onde posso acelerar quando quiser, mas as duas coisas ao mesmo tempo não as posso fazer igualmente bem. Em junho abriu a sua clínica dentária na Margem Sul, com o dinheiro que amealhou nos anos que leva nas pistas. Apesar da sua juventude, tem 21 anos, está já a perspetivar o seu futuro quando se retirar do mundo das motas? Talvez. Estou ciente que a vida de piloto não dura para sempre e de certa forma, tendo um negócio relacionado com aquilo que estudo, dá-me uma garantia sólida no meu futuro. K Nuno Dias da Silva _ Direitos Reservados H
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Campeonatos Universitários de Natação Piscina Curta
Santarém
Instituto Politécnico de Santarém conquista três medalhas
Aniversário da Internacional School
6 O Instituto Politécnico de Santarém ganhou três medalhas nos Campeonatos Universitários de Natação em Piscina Curta, realizados em Matosinhos na Piscina Senhora da Hora. Entre o grupo de nadadores, destacou-se o nadador Carlos Pedrosa que obteve duas medalhas de bronze nas provas de 100m Livres (53.13) e 100m Mariposa (56.81) e o nadador Flávio Bárbara que obteve uma medalha de bronze na prova dos 50m Livres (24.64). Mais de 200 estudantes-atletas de 15 clubes participaram numa prova que permitiu ainda a que fossem estabelecidos seis novos recordes nacionais universitários. O Instituto Politécnico de Santarém esteve representado através da participação de nove alunos, nomeadamente: Carlos Pedrosa, Flávio Bárbara, Fábio Azinheirinha, José Cabeça, Duarte Policarpo, Guilherme Nunes, Luis Gordinho, Luisa Publicidade
Condeço e Sara Andrade, acompanhados pelo Pró Presidente para o Desenvolvimento do Desporto no IPSantarém,
Carlos Silva e a docente Ana Conceição, coordenadora da equipa de natação do IPSantarém. K
6 O primeiro aniversário da International School foi assinalado pelo Instituto Politécnico de Santarém, no passado dia 14, na Escola Superior de Educação. A iniciativa pretendeu reconhecer o trabalho desenvolvido pela instituição, a qual tem como missão formar e apoiar os estudantes internacionais do Politécnico de Santarém. O aniversário ficou também marcado pela assinatura de um acordo de cooperação entre o Politécnico de Santarém e o banco Santander Totta, no qual o banco se compromete a apoiar plurianualmente os projetos da instituição. De igual modo, a parceria permitirá aos os alunos do Politécnico de Santarém beneficiarem do Programa de Bolsas de Estágio Santander Universidades, através do qual se podem candidatar a estágios de três meses em Pequenas e Médias Empresas, suportados pelo Banco Santander Totta. K
Santarém
IPS no Incubar+Lezíria
6 O Politécnico de Santarém faz parte do projeto Incubar+Lezíria, o qual foi recentemente apresentado no Centro de Negócios e Inovação de Rio Maior. Este novo desafio pretende criar, em dois anos, cerca de 100 novas empresas na região, 12 delas tecnológicas. Para além do Politécnico de Santarém, o projeto tem como parceiros a Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant), o Agrocluster do Ribatejo e o Centro de Negócios (em representação das empresas), e a Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT, em nome dos municípios). A apresentação do projeto seguiu-se à aprovação da candidatura aos Sistemas de Incentivos a Ações Coletivas, instrumento de apoio indireto às empresas que visa a promoção de fatores de competitividade no âmbito do Portugal 2020 (acordo de parceria adotado entre Portugal e a União Europeia). António Campos, administrador executivo da Nersant, salientou o “triângulo virtuoso” reunido na parceria - empresas, municípios e academia -, que, assegurou, irá permitir encontrar uma solução para quem quer que surja com uma ideia, da região ou de fora. “Fala-se muito de empreendedorismo, mas é preciso ter ‘know-how’, trabalho feito […], maturidade, conhecimentos”, disse, salientando que o objetivo é conseguir que as empresas que venham a nascer no âmbito do projeto possam crescer. Apostando no trabalho em rede, que os promotores querem ver reforçada com a entrada de mais parceiros, o projeto prevê ações de fomento ao empreendedorismo e geração de ideias inovadores, nomeadamente através da realização de concursos temáticos, que permitirão a atribuição de 12 bolsas, de uma campanha sobre as “vantagens de empreender na Lezíria” e de “bolsas 018 /// JANEIRO 2016
de ideias”, com metodologias de validação técnica, tecnológica e empresarial das ideias. O projeto inclui um eixo para a capacitação do empreendedor, da ideia e do projeto, com ações de formação e a criação de uma plataforma virtual para teste da ideia e de um simulador do negócio, estando ainda previstas ações de “potenciação das iniciativas empresariais”. O objetivo é, em dois anos, trabalhar 200 ideias de negócios, permitir a criação de 100 novas empresas nos vários setores de atividade. Doze delas deverão ser tecnológicas, estando prevista a atribuição de 12 bolsas para os três melhores projetos que concorram nas áreas da agroindústria e alimentação, saúde e bem-estar, cultura/criatividade e ambiente. O projeto procura responder a fragilidades detetadas na região, como uma atividade empreendedora abaixo da média nacional, uma taxa de sobrevivência de novas empresas abaixo dos 50%, um índice de empresas nos setores tecnológicos e do conhecimento baixo, um perfil de empreendedor com pouca escolaridade e ações de apoio ao empreendedorismo não direcionadas para fileiras definidas como estratégicas para a região. Como pontos fortes, o projeto conta com a experiência das entidades parceiras, nomeadamente pelo trabalho realizado pela Nersant (“líder a nível nacional no apoio à criação de empresas”) e pelo Agrocluster com as cinco escolas superiores que integram o IPS, a rede de apoio ao empreendedorismo existente nos municípios que integram a CIMLT, infraestruturas como o Centro de Negócios de Rio Maior e o Centro de Inovação Empresarial de Santarém e o potencial competitivo de vários setores de atividade na região. K
Ministério da Educação
Contratação de docentes
Modelo integrado é pedra basilar
Bolsa vira reserva
6 O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, disse em Coimbra, que os diretores das escolas encaram o modelo integrado de avaliação externa das aprendizagens no ensino básico como “pedra basilar importante” para promover o sucesso escolar. “Todos entendem a urgência e a premência da introdução destas medidas o mais rapidamente possível”, referiu à imprensa Tiago Brandão Rodrigues. O ministro da Educação fez à comunicação social um balanço “muito positivo” de uma reunião, no auditório do Conservatório de Música de Coimbra, que serve também a Escola Secundária da Quinta das Flo-
res, em que participaram diretores de 147 agrupamentos e escolas não agrupadas da região Centro. “Foi saudada por parte de muitos e muitos diretores” a abolição dos exames nos quarto e sexto ano de escolaridade, bem como a introdução do modelo de aferição, “vista como altamente positiva”, acrescentou o ministro da Educação. Estiveram presentes o secretário de Estado da Educação, João Costa, a delegada regional do Centro da Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, Cristina Oliveira, e os diretores do Conservatório de Coimbra e da Escola da Quinta das Flores, Manuel Rocha e Ana Margarida Marques, respetivamente. K
6 O Ministério da Educação vai substituir a Bolsa de Contratação de Escola (BCE) pela Reserva de Recrutamento, um concurso que se baseia numa lista nacional de graduação profissional, e que se vai aplicar em todas as escolas. Esta ideia está espelhada numa proposta divulgada pela Imprensa, onde é referido que as escolas com contrato de autonomia, e as consideradas Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP) – as únicas que podiam contratar professores recorrendo à BCE – deixam de ter liberdade para definir critérios de seleção dos professores que necessitem de contratar, e passam a estar obrigadas, como todas as outras escolas do país, a contratar com base numa lista de graduação profissional nacional. O documento refere que “sem prejuízo de uma alteração mais profunda, considerando que as reformas são sempre progressivas, planeadas, negociadas e avaliadas com todas as entida-
des envolvidas, torna-se necessário de imediato efetuar alterações urgentes ao atual instrumento de gestão dos recursos humanos docentes do sistema educativo, designadamente o concurso da Bolsa de Contratação de Escola. […] Pretende-se, em primeira instância, combater a morosidade e a complexidade do Concurso de Bolsa de Contratação de Escola, tornando o sistema de colocações
mais eficaz e eficiente”. De acordo com a proposta, todos os professores passam a ser colocados no início do ano com base numa única lista nacional de graduação profissional, e as eventuais necessidades que não sejam preenchidas na contratação inicial, que acontece geralmente no início de setembro, ficam disponíveis para o concurso de colocação denominado Reserva de Recrutamento. As Reservas de Recrutamento, que são como pequenos concursos para necessidades residuais, que se seguem aos concursos nacionais, e que até agora decorriam até 31 de dezembro, passam a decorrer até ao final do ano letivo, incluindo para as escolas com contrato de autonomia e TEIP. Esta alteração responde a uma reivindicação antiga das duas federações sindicais da educação, que sempre se mostraram críticas da possibilidade de algumas escolas poderem definir critérios de seleção de professores. K
Encontro nacional foi em Leiria
Eco-Escolas faz 20 anos Ensino artístico
Novo Governo paga verbas 6 Os 302 mil euros que o Conservatório Regional de Castelo Branco deveria ter recebido por parte do Estado em setembro e novembro do ano passado, foram agora liquidados pelo novo Governo. A notícia foi confirmada pelo diretor do Conservatório, Jorge Pires, o qual explica que esse valor em falta se deve ao “primeiro procedimento concursal”, em que a tutela assumiu a responsabilidade de transferir aquela verba para a escola albicastrense. O atraso nessa transferência, que aconteceu um pouco por todo o país, fez com que muitas escolas do ensino artístico entrassem em situação de rutura. Em Castelo Branco isso acabou por não se verificar, mas Jorge Pires explica que para fazer face aos compromissos com docentes e funcionários foi contraído um empréstimo. “Assim que recebemos a verba do Estado pagámos esse financiamento, assim como o subsídio de
Natal”, explica. O diretor do Conservatório de Castelo Branco refere que o Conservatório tem as contas em dia. “Os professores e funcionários têm os ordenados em dia e o Estado está a cumprir com o estipulado”, diz. Mas se do primeiro procedimento concursal o assunto já foi resolvido, do segundo a proposta do Conservatório não foi tida em conta, pelo que não foram aprovadas verbas para mais de uma dezena de crianças que frequentam o ensino articulado. Ainda assim, Jorge Pires diz que o Conservatório aceitou as crianças e não lhes está a cobrar qualquer propina. “Vamos ver o que acontece com a reclamação efetuada. Temos alguma expetativa neste novo governo”. O Conservatório de Castelo Branco tem 370 alunos, tem um polo em Idanha-a-Nova, e está a desenvolver um projeto com 60 crianças do concelho de Vila Velha de Ródão. K
6 O programa Eco-Escolas assinala, em 2016, 20 anos de existência. Um projeto único no país que no entender da sua coordenadora Margarida Gomes, ajudou a mudar os hábitos de muitos jovens e das suas famílias, disse à margem do Seminário nacional que decorreu em Leiria, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico, entre o dia 22 e 24 de janeiro. “Vinte anos de Eco-Escolas valeu a pena, mas ainda há muito a fazer nos próximos 20 anos”, afirmou Margarida Gomes, que coordena o projeto desde o ano de 2000. Em duas décadas, o programa trabalhou com mais de 15 mil escolas e chegou a 75 por cento dos concelhos de Portugal. “Empiricamente temos a noção e a certeza de que o efeito é consistente. Os próprios alunos vêm com hábitos do jardim de infância e são eles que mudam as próprias escolas para onde vão. Mas há uns hábitos mais fáceis de mudar que outros”, explicou Margarida Gomes. Apesar da monitorização e avaliação anual, ainda “não é fácil
Eco Escolas H
analisar a mudança de comportamentos de forma consistente”. “Conseguir fazer isso é a nossa ambição para os próximos 20 anos, porque facilmente medimos conhecimentos, mas mudanças de atitude não é fácil”, acrescenta. A responsável nota que as Eco-Escolas “têm feito muito a nível da educação, não só dos alunos, mas também dos funcionários, dos pais, da comunidade educativa e dos municípios”. Margarida Gomes reconhece que atualmente são os próprios municípios que “incentivam as suas escolas a ser Eco-Escola, porque percebem a mais valia”,
não só ambiental, mas também a nível da redução custos. “As autarquias sabem que as Eco-Escolas têm efeitos no futuro e imediatos. Sabem, por exemplo, que vão gastar menos em resíduos em aterro. E podem gastar menos em água”. O programa tem “efeitos também a nível económico” porque “ser sustentável é também ser económico”. Em 20 anos, foram atribuídas 10.623 bandeiras Eco-Escolas a estabelecimentos de ensino em Portugal. Atualmente o programa estende-se a mais de 1.400 escolas de 227 municípios nacionais, num total de cerca de 50 mil alunos. K
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Moçambique aposta em detetores de celulares
Moçambique
Sistema trava fraude
Escola Portuguesa elege deputados
6 O sistema eletrónico de dectores de celulares e outros objectos introduzidos este ano nas provas de admissão a Universidade Eduardo Mondlane (UEM) evitou tentativas de fraude por parte dos candidatos a ingresso na instituição. Graças a este aparelho alguns candidatos foram neutralizados à porta da sala dos exames portando indevidamente telefones celulares e outros objectos cujo seu porte viola o regulamento que consta do edital dos exames de admissão. A directora Pedagógica da UEM e membro da comissão dos exames de admissão, Maida Khan, que falava em conferência de imprensa para fazer o balanço do processo dos exames de admissão, referiu que este decorreu dentro da normalidade. Segundo ela, concorreram cerca de 28 mil candidatos, dos quais 75 por cento candidatavam-se a ocupar as cerca de 5 mil vagas disponibilizadas este ano pela UEM. Do total do número de canditados que concorrem a UEM, 41 por cento são do sexo feminino e 51 masculino.
Maida Khan, diretora pedagógica da UEM
Este ano, a UEM colocou a dispoção 128 cursos de licenciatura nos períodos laboral, pós laboral e a distância. Serão leccionados pela primeira vez os cursos de Ciência e Tecnologia Animal, e Literatura e Língua Chinesa. Os cursos de Medicina, Administração Pública, Direito, Contabilidade e Finanças e Economia foram os mais concorridos. Para já, está em curso o processo de correcção com recurso a leitura óptica seguindo-se depois
a fase de apuramento dos candidatos admitidos, de acordo com o número de vagas definidos para cada curso. A publicação dos resultados está previsto para o dia 29 de janeiro. Maida Khan referiu que a publicação dos resultados vai ser por via mensagens personalizadas, podendo serem vistos igualmente na página principal da Universidade e na página referente aos exames de admissão. K
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Europeia nas Nações Unidas 6 A Universidade Europeia vai integrar a Aliança para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), que tem como objetivo unir governos, instituições e cidadãos no desígnio de terminar com a pobreza, proteger o planeta, combater a desigualdade, a injustiça e as alterações climáticas, e promover a prosperidade e o bem-estar da população. Ao aderir a esta plataforma, a Universidade Europeia, que integra o maior grupo mundial de ensino superior não público, a Laureate International UniPublicidade
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versities, compromete-se a trabalhar ativamente para a concretização dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável definidos pela ONU. A Universidade Europeia irá envolver-se nesta Aliança através do seu programa de responsabilidade social corporativa, mas, sobretudo, ao nível da formação dos seus alunos. É objetivo da Universidade Europeia fazer com que a partilha, transmissão e aquisição de competências na Academia tenha subjacente uma cultura de consciencialização e resolução para os problemas que o mun-
do enfrenta. “A Universidade Europeia pretende formar profissionais que sejam capazes de mudar o mundo. Estamos ativamente empenhados na formação de gerações socialmente responsáveis, conscientes e com uma visão global dos problemas do mundo. Universalidade, multiculturalismo e solidariedade, para lá da qualidade do ensino, são pilares da nossa instituição. É por isso que nos identificamos e nos juntamos a este desígnio das Nações Unidas”, afirma João F. Proença, reitor da Universidade Europeia. K
6 Já são conhecidos os nomes dos 23 alunos que vão participar na Sessão Escolar da Escola Portuguesa de Moçambique-CELP do 20.º Parlamento dos Jovens. Na sequência da votação a Lista B, ao arrecadar 94 votos, foi a que conquistou mais mandatos, exactamente 10, enquanto a Lista C, com 24 votos, ganhou sete mandatos e a Lista A seis através de 20 votos. A Sessão Escolar vai eleger os dois representantes da EPM-CELP às fases seguintes do Parlamento dos Jovens. De acordo com a página oficial da Escola Portuguesa de Moçambique, participaram no ato eleitoral os alunos do terceiro ciclo de escolaridade, registando-se 367 inscritos nos cadernos, dos quais 139 exerceram o direito de voto, verificando-se, assim, uma abstenção na ordem dos 62 por cento. A Assembleia de Voto foi constituída pelo professor João Paulo Videira, que presidiu, Aamilah Patel (9.ºC), Assíla Abulrazac e Tomás Pinto, ambos do 9.º A. Os candidatos apurados são os seguintes: pela Lista A - Alexandre Rodrigues (9.ºD),Inês Rodrigues (9.ºC),Lourenço Sismeiro (9.ºD),Inês Teixeira (9.ºC), Carlos
Vale (9.ºB) e Catarina Bragança (9.ºC); pela Lista B - Àliyah Bhikha (9ºA), João Góis (9ºE), Margarida Dray (9.ºA), Mariana Andrade (9.ºA), Manuel Guilherme Pessoa (9.ºB), Irene da Silva (9.ºA), Gonçalo Padrão (9.ºB), Frederica Parreira (9.ºE), Diogo Teixeira (9.ºE) e Vishma Chandrachin Chhagan; e pela Lista C - Daniel Bernardo(9. ºB), João Teixeira(9.ºC), Gustavo Rocha (9.ºB), Hélder Lourenço (9.ºC), Welington Mungói (9.ºB), Laura Monteiro (9.ºC) e Alessandro Malandzele (9.ºB). A 20.ª edição do Parlamento dos Jovens é uma iniciativa da Assembleia da República de Portugal e, no corrente ano letivo, assume a temática “Racismo, Preconceito e Descriminação ”, que se harmoniza com conteúdos do programa de Educação para a Cidadania em vigor nesta Escola. O Parlamento dos Jovens desafia os estudantes a apresentarem manifestos de ideias sobre aspetos que gostariam de melhorar na sociedade. As ideias seleccionadas, após as fases de escrutínio, serão submetidas à apreciação da Assembleia da República onde, uma vez aprovadas, serão levadas à prática. K
Instituto Confúcio
Exames de Chinês no Minho 6 O Instituto Confúcio da Universidade do Minho promove nos próximos dias 19 de março e 21 de maio, no campus de Gualtar, em Braga, a sétima edição dos exames oficiais de Língua Chinesa (HSK) e de Oralidade (HSKK). Trata-se de uma prova de profi-
ciência da língua chinesa para os estudantes que aprendem o idioma como língua estrangeira, com critérios uniformizados e cujos diplomas são reconhecidos em todo o mundo. As pessoas interessadas podem inscrever-se até aos dias 18 de fevereiro e 19 de abril. K
Resposta às alterações climáticas envolve diferentes parceiros
Castelo Branco quer ser pioneiro
6 O concelho de Castelo Branco vai ter um plano estratégico que dê resposta às alterações climáticas, integrado nas estratégias Europeia e Nacional para o setor. Este plano surge integrado no projeto ClimAdaPT.Local, promovido pela Universidade de Lisboa e que tem como parceiros, além da autarquia de Castelo Branco, a Agência Portuguesa do Ambiente e o Fundo Português de Carbono. A primeira reunião de trabalho reuniu diferentes agentes da região, entre os quais o Instituto Politécnico de Castelo Branco. A cidade albicastrense é uma das 26 localidades a nível nacional a integrarem este projeto. Luís Correia, presidente da autarquia de Castelo Branco, vê esta aposta como uma oportunidade e assegura que quer “ser pioneiro nesta área”. O presidente diz que Castelo Branco “quer ter uma estratégia clara nesta matéria, de forma a que nos adaptemos para fazermos face a esta realidade que é global”. A estratégia envolve muitos vetores, os quais vão desde “a mobilidade, tipo de equipamentos
O projeto foi apresentado no Centro de Empresas Inovadoras existentes no concelho, ou à nossa preparação para podermos dar resposta a essas alterações climáticas”, diz Luís Correia. Nesse sentido, o autarca dá como exemplo “o escoamento das águas pluviais”, onde Castelo Branco tem feito grandes investimentos na colocação de redes separativas de água, aproveitando assim a água das chuvas que em vez de ir para o saneamento e as
Estações de Tratamento, é canalizada para o seu ciclo natural. Luís Correia fala também nos espaços verdes e na aposta que a Câmara tem feito e está a fazer nesta matéria, como já foi anunciado para várias áreas da cidade, como o «Vale da Europa», o campo de obstáculos do Montalvão, ou a Quinta do Chinco. Para além de Castelo Branco integram este projeto os mu-
nicípios de Amarante, Barreiro, Braga, Bragança, Castelo de Vide, Coruche, Évora, Ferreira do Alentejo, Figueira da Foz, Funchal, Guimarães, Ílhavo, Leiria, Lisboa, Loulé, Montalegre, Odemira, Porto, São João da Pesqueira, Seia, Tomar, Tondela, Torres Vedras, Viana do Castelo e Vila Franca do Campo. O presidente da autarquia albicastrense explica que o projeto ClimAdaPT.Local “tem como objetivo
iniciar em Portugal um processo contínuo de elaboração de Estratégias Municipais de Adaptação às O projeto ClimAdaPT.Local tem a coordenação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e que “conta com a parceria de diversas entidades portuguesas e norueguesas (académicas, empresas, ONG e municípios), nomeadamente: CEDRU, WE CONSULTANTS, QUERCUS, Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, Universidade de Aveiro, ICETA/CIBIO-Açores, Câmara Municipal de Cascais, Câmara Municipal de Almada, Câmara Municipal de Sintra e cCHANGE”, como é referido na página oficial do projeto. A aposta deste amplo desafio passa, a nível nacional, por “elaborar 26 Estratégias Municipais de Adaptação às Alterações Climáticas; por formar 52 técnicos municipais nessa área; por criar uma Plataforma para a Adaptação Municipal às Alterações Climáticas; e por criar uma Rede de Municípios de Adaptação Local às Alterações Climáticas. K
Economia
Crédito Agrícola faz 100 anos 6 A Caixa de Crédito Agrícola de Idanha-a-Nova, que deu origem à Caixa de Crédito Agrícola da Beira Baixa Sul acaba de assinalar 100 anos de vida. Joaquim Morão, presidente da instituição refere que a data será assinalada em março, mas simbolicamente descerrou uma escultura de homenagem a todos os que contribuiram para o nascimento e para o crescimento da instituição. Na mesma cerimónia, Joaquim Morão reforçou o papel que a instituição pode ter no desenvolvimento da região, lembrando que hoje os concelhos de Castelo Branco e de Idanha-a-Nova têm cerca de 300 mil hectares. “Temos um problema de ocupação das terras, as quais estão im-
Joaquim Morão destacou papel da Caixa na região produtivas. Que país se pode dar a este luxo?”, questionou.
A cerimónia reuniu autarcas, antigos dirigentes, associados e
funcionários. Luís Correia, presidente da Câmara de Castelo Bran-
co, destacou a importância de uma instituição como a Caixa de Crédito Agrícola, lembrando o papel que a autarquia está a realizar no sentido de dinamizar a economia e de criar postos de trabalho, acrescentando que é necessário ir ao encontro das necessidades das PME e dos pequenos empreendedores. “É importante que a economia conte com instituições como esta, que é da nossa terra e está mais perto das pessoas”. A importância da Caixa Agrícola foi também frisada por Idalina Costa, vice-presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, e por Trigueiros de Aragão, presidente da nova Assembleia Geral da instituição, o qual referiu que “a Caixa está a competir no mercado financeiro com outras instituições”. K
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Estudo de Aveiro conclui
Cor da pele influi na atração
Escolas associadas da unesco
XVIII Encontro Internacional de Jovens Cientistas 7 Entre os dias 13 e 16 de janeiro, decorreu na Escola Secundária de Sá da Bandeira, em Santarém, o XVIII Encontro Internacional de Jovens Cientistas das Escolas Associadas da UNESCO. Foi coorganizado pela Comissão Nacional da UNESCO, pela escola anfitriã e pela Associação de Pais da mesma escola. Presencialmente, participaram catorze escolas de: Alemanha, Andorra, Brasil, Espanha, EUA, Itália e Portugal e, não presencialmente, três de: Brasil, Cabo Verde e Cuba que enviaram as suas comunicações. O tema do Encontro: “Entendimento Global – que papel para os jovens cientistas?”, que assinala 2016 como o Ano Internacional para o Entendimento Global, foi abordado de forma diversa nas dezanove comunicações apresentadas, numas foi destacado o contributo que pode ser dado pelas ciências experimentais e pela tecnologia dando, outras, realce ao papel das ciências sociais ou das ciências humanas. Independentemente do seu conteúdo, as comunicações foram agrupadas em dois subtemas: “Pensar globalmente” e “Agir localmente” que corresponderam a dois blocos de apresentações. O Prof. Luiz Oosterbeek, consultor cientifica português para o Ano Internacional do Entendimento Global, acompanhou o segundo dia dos trabalhos. Depois de cada bloco, os jovens reuniram-se em pequenos grupos de trabalho para analisarem e discutirem as comunicações apresentadas e, no final do dia, sistematizaram as conclusões gerais e esboçaram um Manifesto sobre o “Entendimento Global”. As conclusões gerais das comunicações foram apresen-
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tadas em reunião plenária e comentadas por: Dra. Fátima Claudino, da Comissão Nacional da UNESCO, Dra. Inês Barroso, Vereadora da Educação da Câmara Municipal de Santarém e Dra. Vanda Salvaterra Coordenadora do Encontro. Para além de comentarem as conclusões, salientaram a importância dos trabalhos desenvolvidos pelas escolas participantes. Na tarde do primeiro dia, depois da Sessão de Abertura, que foi presidida para Sra. Coordenadora Nacional das Escolas Associadas da UNESCO, os participantes tiveram uma visita guiada no Centro Histórico de Santarém e outra na exposição “Modos, medos e mitos no tempo de Cabral” que se encontra na Casa do Brasil/ Casa de Pedro Álvares Cabral. Os trabalhos desenvolvidos nas escolas e os que se realizaram durante o Encontro foram complementados com visitas de estudo, no dia quinze, ao Instituto Gulbenkian de Ciência, em Oeiras, à Sede da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) e ao Museu Gulbenkian, em Lisboa. No IGC assistiram a uma palestra proferida por uma investigadora, tiveram a possibilidade de trocar opiniões com a mesma investigadora e visitaram os laboratórios. Na Sede da FCG, a visita guiada teve como tema “Calouste Gulbenkian e o seu legado”, com destaque para os projetos de cooperação com países da CPLP e, no Museu, o tema foi “Calouste Gulbenkian: da coleção ao museu”. Todo o programa deste dia foi elaborado com o apoio do programa “Descobrir” da FCG. Paralelamente ao Encontro, realizaram-se várias exposições: com fotografias dos participantes com o tema “Pensar globalmente e agir localmente” com quatro secções: “Te-
rra”, “Fogo (energia) ”, “Ar” e “Água”; na Biblioteca da Escola: “ Portugal e o Entendimento Global” e de posters com os resumos das comunicações apresentadas. A Escola Secundária de Chão Bom, na Ilha de Santiago, Cabo Verde enviou, para além da comunicação relativa ao tema do Encontro, dois conjuntos de fotografias, feitas por professores e alunos, que também estiveram expostos: “Campo de Concentração do Tarrafal” e “Cidade Velha – Património Mundial”. Com a colaboração de um produtor local, “Casa da Caldeira”, realizou-se uma venda de produtos de agricultura biológica. O Conservatório de Música de Santarém, também Escola Associada da UNESCO, teve uma intervenção musical na Sessão de Abertura e ofereceu um concerto de boas vindas na primeira noite. As restantes atividades para ocupação dos serões estiveram a cargo dos jovens participantes com poesia, danças, canções, músicas tradicionais e divulgação de doçaria regional. No último dia, os participantes tiraram as conclusões gerais e fizeram a avaliação do Encontro. Foi, também, feita a apresentação do XIX Encontro a realizar em janeiro de 2017. O Encontro contou com o apoio institucional da Comissão Nacional da UNESCO e com o apoio financeiro da Fundação Calouste Gulbenkian, da Câmara Municipal de Santarém, da União de Freguesias de Santarém, do Crédito Agrícola, da Caixa Geral de Depósitos e da Associação de Pais da ESSB. K
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José Barrão _ Coordenador SEA UNESCO da Escola Secundária de Sá da Bandeira
6 O tom de pele dos homens não só difere do tom das mulheres como essa característica masculina é uma fonte de atração sexual entre o público feminino. A revelação é de uma equipa de psicólogos da Universidade de Aveiro que, num estudo inédito, garante que os homens têm um tom de pele mais escuro, avermelhado e amarelado do que as mulheres e que esta tonalidade atrai o sexo oposto. “A relevância deste estudo prende-se com o facto de ser o primeiro a demonstrar que a cor da pele no global, e não só alguns dos seus componentes, difere entre homens e mulheres caucasianos e que esta diferenciação assume um importante papel nas perceções de atratividade facial, com um impacto significativo ao nível das relações e preferências interpessoais”, aponta Isabel Santos, coordenadora do NeuroLab que, a par de Mariana Carrito e Carlos Fernandes da Silva, conduziu o estudo.
Os resultados que indicam aos investigadores “que as mulheres parecem gostar de homens com um tom de pele que evidencie a sua masculinidade uma vez que esta característica lhes sugere que estão perante um parceiro que irá garantir uma descendência saudável e protegida”. As conclusões do trabalho, explica Mariana Carrito, permitem perceber melhor as implicações das alterações hormonais que ocorrem durante a puberdade e que mais tarde originam as diferenças entre mulheres e homens adultos. “Uma vez que a atratividade tem uma influência incontornável em contextos sociais, influenciando, entre outras coisas, quem é que cuidamos, em quem é que votamos, e por quem nos sentimos atraídos sexualmente, este estudo assume bastante importância, destacando a cor da pele como fator de impacto estético de grande relevância”, aponta a investigadora. K
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Rita Ruivo
Psicóloga Clínica (Novas Terapias) Ordem dos Psicólogos (Céd. Prof. Nº 11479)
EspaçoPsi - Psicologia Clínica Av. Maria da Conceição, 49 r/c B 2775-605 Carcavelos Telf.: 966 576 123 E-Mail: psicologia@rvj.pt “Quantas vezes, para mudar a vida, precisamos da vida inteira. Pensamos tanto, tomamos balanço e hesitamos, depois voltamos ao princípio, tornamos a pensar e a pensar, deslocamo-nos nas calhas do tempo com um movimento circular (…). Outras vezes uma palavra é quanto basta.” José Saramago, “Jangada de Pedra”
Editorial
Sobre a pedagogia e sobre os pedagogos 7 A escola tem vindo a conhecer transformações significativas, muitas delas provocadas pela vertigem da revolução científica e tecnológica que tem acompanhado a globalização e a construção da sociedade do conhecimento. Mas, apesar de esse ser um tema recorrente da investigação educacional, com a produção de centenas de estudos que se nos apresentam como inovadores, não deixa de ser confrangedor verificarmos que o estereótipo mais divulgado da instituição escolar coincide com uma imagem que a estigmatiza como demasiado racional, burocrática, muito teorizada e impregnada de clichés administrativos e pedagógicos. Em consequência, instalouse no mundo interior dos docentes, nas suas representações profissionais, um efeito cujo efeito ainda está por me-
dir: pese embora tudo o que aconteça na realidade diária das escolas, os professores estão convictos de que a sua profissionalidade e a sua qualidade de trabalho dependerá, mais que tudo, das suas competências “operárias”, “práticas” e “instrumentais” que os conduzem à aplicação de técnicas rigorosas, através das quais conseguirão “produzir” a aprendizagem dos seus alunos. Provas? Muitas há... Primeiro: quase todos os docentes abominam os “receituários”, porém quase sempre vivem dependentes dessa normatividade que dá segurança e que proporciona grande parte dos conhecimentos que guiam a sua acção. Segundo: há outros que se apresentam como os “especialistas”, aqueles que acreditam na voz experimentada, enquanto intermediária insubsti-
tuível entre a origem científica do conhecimento e a correcta interpretação e divulgação das normas pedagógicas, mas que cedo ou tarde entram em rotinas, esmagados pela inveja dos seus colegas, ou pelo peso secular da indiferença das tutelas educativas quando se fala ou se faz “inovação”. Terceiro: as reformas alteraram o discurso e as linguagens, isto é, a verbalização dos saberes e dos saber-fazer, porém o “processo de mecanização” do trabalho docente permanece, no substancial, inalterável. Resultado: a lucidez demasiado disciplinar e especializada conduz, invariavelmente, à cegueira no que respeita à apreciação do global, do geral e da diferença. Nesta transformação profunda, é certo que a ciência substituiu a crença empírica quanto à construção do discur-
so pedagógico. Todavia, novas formas de misticismo afloraram sempre que, no terreno institucional, se procedeu à aceitação dos poderes, aliados aos saberes, como meios únicos de legitimação de uns e dos outros. Para que a Escola percorra uma via de transformação positiva, importa que regressemos à reflexão sobre a pedagogia e sobre o papel dos pedagogos. Interessa nivelar o discurso teorizante dos pedagogos com o do conhecimento prático dos docentes. Referimo-nos a um reconhecimento da pedagogia e dos pedagogos que propicie a conquista da autonomia para pensar o próprio pensamento. Autonomia para reflectir sobre o conhecimento elaborado. Autonomia para construir novo pensamento, com base no conhecimento e na maturação da própria acção docen-
te. Autonomia para gerir, para que se possa gerar. Autonomia, enfim, para que não possa ser imputada aos educadores a incapacidade de integrarem na sua prática quotidiana, de um modo coerente, o que pensam e o que fazem. K João Ruivo _ ruivo@rvj.pt Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico _
primeira coluna
Ligação possível e desejável 7 As palavras não são minhas. Eduardo Marçal Grilo, ministro da Educação no XIII Governo Constitucional, considera, em entrevista ao nosso jornal, que o ensino superior andou mais depressa que o tecido empresarial. Significa isto que ainda há um longo caminho a percorrer para que o conhecimento e a investigação produzida nas universidades e poilitécnicos chegue às empresas. As razões são várias: desde logo o frágil tecido económico do país, constituido maioritariamente por PME e microempresas. Podemos falar também do receio dos empresários em se ligar à academia, talvez por desconhecimento ou pela falta de interlocutores. Mas podemos dizer ainda que durante anos as instituições de ensino superior
se fecharam sobre si próprias, num casulo em que poucos poderiam entrar. Importa pois que que as instituições de ensino superior e as empresas olhem o futuro com projetos conjuntos. O país será mais competitivo quanto maior for essa transferência de conhecimento. Esta ideia não é nova. Parece mesmo a lenga lenga do costume nos discursos oficiais, mas a verdade é que esta ligação precisa de ser reforçada. Da parte das universidades e politécnicos verifica-se um esforço acrescido nessa matéria. Portugal tem hoje investigação e conhecimento capaz de concorrer com os melhores do mundo em determinadas áreas. Aliás, em muitos casos somos dos melhores do mundo. Exemplos? Foi em Portugal,
nos laboratórios do Instituto de Qualidade e Soldadura em Castelo Branco que foram testadas partes do vaivém da Agência Espacial Europeia. É no mesmo laboratório que a Embraer testa as novas asas de material compósito que vão equipar os seus aviões. O mesmo laboratório, mas na área da alimentação, está a implementar um sistema de produção de vegetais frescos sem recurso a pesticidas em qualquer local ou altura do ano, o que permite, por exemplo que os hóteis e os restaurantes produzam esses alimentos. Mas há mais: em Aveiro, a Universidade tem uma forte ligação à Bosch, a Covilhã aos lanifícios e Leiria aos moldes. Poderíamos prosseguir. Exemplos de como somos bons não faltam. Mas é impor-
tante que se repliquem e que as instituições de ensino e as empresas reforcem a sua ligação. É com conhecimento que o país consegue ser mais competitivo, e se trabalharmos em conjunto conseguiremos atingir níveis aceitáveis. Se, pelo contrário alguns casulos não se abrirem e algumas mentalidades se mantiverem ao nível do vão de escada, essas instituições e empresas estarão condenadas no médio prazo, e o país continua a viajar a várias velocidades, com o risco de parar em muitas estações e apeadeiros. Haja pois coragem e abertura. Portugal sempre foi um país descobridor do mundo. Tem investigadores de excelência. Tem capacidade para exportar conhecimento e deve ter a ousadia de, em conjunto,
fortalecer essa ligação entre o ensino e o tecido empresarial, sendo que no campeonato da primeira liga tem condições para atrair grandes centros de investigação de empresas de renome mundial. É por aqui que devemos ir. K João Carrega _ carrega@rvj.pt
www.ensino.eu JANEIRO 2016 /// 023
CRÓNICA SALAMANCA
Una reflexión Orteguiana sobre la Universidad 7 La relectura de un texto clásico del filósofo español José Ortega y Gasset (1883-1955), como es su famoso ensayo titulado “Misión de la universidad”, publicado en 1931, nos invita a traducir aquellas (solo en apariencia) lejanas reflexiones a nuestros días. Ortega y Gasset había sido profesor de la Escuela de Estudios Superiores del Magisterio sita en Madrid (1909), y más tarde será catedrático de Metafísica en la Universidad Central de Madrid (1910). Es sin duda uno de los pensadores más influyentes en la España del siglo XX, pero también en Argentina, Portugal y Alemania durante su etapa de exilio, y con posterioridad a ella en América Latina y otros países de Europa. Nuestro filósofo había estudiado filosofía en Alemania entre 1907 y 1909, y conocía desde joven el modelo de universidad alemana. Había sido alumno, y más tarde conferenciante y profesor, pasados los años. Por tanto, ha sentido, padecido y disfrutado del modelo de universidad libre que había instaurado Humboldt en Berlin en 1810, y que se había convertido en prototipo de universidad orientada al conocimiento y su producción libre, a la investigación. Aquellos maestros de la universidad alemana van a ser ante todo investigadores, bien en los laboratorios, bien en las bibliotecas y archivos, van a ser escritores de libros, ensayos y de artículos científicos. Esa fue la universidad alemana que conoció Ortega y Gasset, quien la defendió en gran medida frente a las pautas científicamente inanes de la obsoleta universidad napoleónica que imperaba de manera monolítica en España, y que se reducía Publicidade
a la formación rutinaria de funcionarios y al desprecio de la ciencia. Por esto puede sorprender su cualificado argumento cuando Ortega y Gasset en 1931 escribe en “Misión de la universidad” lo que sigue: “Ha sido desastrosa la tendencia que ha llevado al predominio de la investigación en la universidad. Ella ha sido la causa de que se elimine lo principal: la cultura… Uno de sus efectos perversos, traídos por la confusión de ciencia y universidad ha sido entregar las cátedras, según la manía del tiempo, a los investigadores, los cuales son casi siempre pésimos profesores, que sienten la enseñanza como un robo de horas hecho a su labor de laboratorio o archivos… Me ha acontecido que durante mis años de estudio en Alemania he convivido con muchos de los hombres de ciencia más altos de la época, pero no he topado con un solo buen maestro. ¡Para que nadie venga a contarme que la universidad alemana es, como institución, un modelo!”. Si 85 años después somos capaces de trasladarnos a la situación que vive y padece la universidad de nuestro tiempo, la española por ejemplo, pero también otras instituciones de educación superior de nuestro entorno, y del mundo en su conjunto, podemos observar con facilidad que se ha impuesto de manera rotunda aquel axioma germano de universidad es igual espacio de creación de conocimiento, de ciencia, de investigación. Ello supone olvidar de forma tajante la dimensión formativa de la universidad, la función docente y la proyección externa de la institución de educación superior, siempre en favor de los proyectos de investi-
gación, la publicación en revistas científicas valoradas según pautas muy interesadas del paradigma científico, de las ciencias experimentales, y estableciendo determinados rankings de calidad para las universidades, completamente sesgados, donde prevalecen únicamente criterios investigadores, donde se olvida en totalidad, de forma absoluta, cualquier contribución de otras ciencias sociales y de las humanidades. Nuestras universidades son herederas del peor de los criterios propios de una universidad alemana del siglo XIX, hoy completamente desfigurados, porque fueron adoptados y tergiversados por los poderes fácticos anglosajones en el cambio del siglo XIX al XX, tal como nos explica muy acertadamente Rotblath, en otro ensayo de recomendable lectura, sobre el cambio de modelo de las universidades europeas y norteamericanas. La investigación en nuestros centros de educación superior hoy está cada vez más vinculada a los intereses estratégicos del pensamiento único y pragmático, a las políticas prioritarias de los poderes fácticos y su mediación de las políticas científicas nacionales. Convendría ser muy honestos, también en los términos semánticos utilizados. Hoy se dice de los profesores universitarios que son tales, profesores, pero sobre todo, y casi en exclusiva, se les pide y exige que sean investigadores. ¡Cuántos docentes universitarios hace ya tiempo que han renegado de ser profesores, porque ellos son investigadores!. Aunque, claro está, reciben su salario, casi en exclusiva, por su función formadora y docente, por figurar como profesores en
Publicação Periódica nº 121611 Dep. Legal nº 120847/98 Redacção, Edição, Administração Av. do Brasil, 4 R/C Apartado 262 Telef./Fax: 272324645 6000-909 Castelo Branco www.ensino.eu ensino@rvj.pt Director Fundador João Ruivo ruivo@rvj.pt Director João Carrega carrega@rvj.pt Editor Vitor Tomé vitor@rvj.pt Editor Gráfico Rui Rodrigues ruimiguel@rvj.pt
la plantilla, aunque en realidad se consideran y se les considera ante todo como investigadores de un determinado sesgo. Urge mucho revisar la valoración y el reconocimiento de la función educadora de la universidad de nuestro tiempo. También es verdad que sin irse al otro extremo, sin renunciar a la importancia de la investigación como una de las misiones principales de la universidad. Por fortuna, quien escribe aquí no es un investigador desengañado y fracasado, sino alguien que puede exhibir en público los mejores resultados posibles obtenidos en evaluaciones externas de su trayectoria investigadora por parte de agencias nacionales. Pero es alguien apasionado por la función formadora y docente de la universidad, por ser profesor de verdad. Lo cortés no quita lo valiente, dice el refrán. La función primordial de la universidad es la de la cultura, la ciencia, pero también la de formar profesionales y la de producir conocimiento, investigar. K José Maria Hernández Díaz_ Universidad de Salamanca jmhd@usal.es
Serviço Reconquista: Agostinho Dias, Júlio Cruz, Cristina Mota Saraiva, Artur Jorge, José Furtado e Lídia Barata Serviço Rádio Condestável: António Reis, José Carlos Reis, Luís Biscaia, Carlos Ribeiro, Manuel Fernandes e Hugo Rafael. Guarda: Rui Agostinho Covilhã: Marisa Ribeiro Viseu: Luis Costa/Cecília Matos Portalegre: Maria Batista Évora: Noémi Marujo noemi@rvj.pt Lisboa: Jorge Azevedo jorge@rvj.pt Nuno Dias da Silva Paris: António Natário Amsterdão: Marco van Eijk Edição RVJ - Editores, Lda. Jornal Reconquista Grafismo Rui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda. Secretariado Francisco Carrega Sílvio Mendes Relações Públicas Carine Pires carine@rvj.pt Colaboradores: Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Realinho, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Belo Gomes, Carlos Correia, Carlos Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Elsa Ligeiro, Ernesto Candeias Martins, Fernando Raposo, Florinda Baptista, Francisco Abreu, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mesquita, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joaquim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, João Vasco (fotografia), Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Felgueiras, José Carlos Moura, José Pires, José Pedro Reis, Janeca (cartoon), José Rafael, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Luis Souta, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Maria João Leitão, Maria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faustino, Ricardo Nunes, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras,Sandra Nascimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susana Rodrigues (U. Évora) e Valter Lemos Contabilidade: Mário Rui Dias Propriedade: RVJ - Editores Lda. NIF: 503932043 Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (accionistas com mais de 10% do Capital Social) Clube de Amigos/Assinantes: 15 Euros/ Ano Empresa Jornalistica n.º221610 Av. do Brasil, 4 r/c Castelo Branco Email: rvj@rvj.pt Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Jornal Reconquista - Zona Industrial - 6000 Castelo Branco
024 /// JANEIRO 2016
“Pedagogia (a)crítica no Superior” (VII)
Paternalismo e alheamento cívico 7 «Participar na vida da sua escola é algo diferente de apenas “ir à escola”» (Mário Dionísio, O quê? Professor?!, 2015: 232) O final do 1º semestre estava repleto de actos eleitorais; no período de um mês, os estudantes eram chamados a apresentar candidaturas à Associação Académica e a três órgãos de gestão – Conselho Geral, Conselho de Representantes e Conselho Pedagógico. 1. Desde que a democracia académica se instituiu na Escola xpto, após um longo regime de instalação, assistia-se, desta vez, ao desvio do padrão: havia uma pluralidade de listas (e logo três), para o órgão com a responsabilidade de eleger o Director. O Prof.S., como observador atento, admitiu que, finalmente, seriam umas eleições bem disputadas, em clima de animação e forte empenhamento cívico. Foi conhecendo o desenrolar do processo através do portal da Escola, de uns e-mails institucionais e da (escassa) papelada afixada nos dois placards oficiosos. Depois da formalização das candidaturas
surgiram os nomes e, numa das listas, também as fotos, numa simples folha A4 (lembrou-se dos seus remotos tempos de “associativo” e constatou que, ali, não se tinha avançado nada no marketing político). Mas até ao dia das eleições nada mais aconteceu! Nem propaganda, nem disputas, nem debates que ajudassem a esclarecer os eleitores do posicionamentos dos diferentes candidatos. Para os intervenientes directos, estava cumprido o primeiro passo da democraciaburocrática. No dia do escrutínio, sempre que o Prof.S. passou no átrio, viu atrás da urna, colegas seus sentados ao lado de estudantes. Acabou por se dirigir a um deles: – Que fazes aqui, na mesa eleitoral? Estas eleições não são exclusivas do corpo discente? – Fui nomeado pela direcção para esta tarefa. Também me sinto aqui a mais, mas… – Os professores não são vistos nem achados neste processo! Deviam sê-lo, sim, pois no momento que antecede a eleição do Director, seria ajustado que as eleições para o CR fossem simultâneas para todos os corpos (os prazos
administrativos e os tempos políticos deviam coincidir). E os estudantes não se indignam com este “controlo docente”? – ainda perguntou o Prof.S. A expectável resposta deixou-o mais indignado. Apesar de, à partida, se prever uma eleição “concorrida” com uma forte afluência às urnas, acabou-se, à chegada, nos patamares do passado: 85,5% de não votantes (número que a todos envergonha, após 41 anos de estado democrático). Como compreender este sistemático abstencionismo? Mas sobre isso não se ouviu qualquer tipo de comentário ou reflexão. Estava cumprido o segundo passo da democracia-burocrática. 2. Semanas depois, voltou-se ao padrão do costume: as listas únicas, de docentes e de estudantes, agora para o (paritário) Conselho Pedagógico. Um dos professores “promotores” chegou a confessar (nos corredores, naturalmente) que o que lhe deu mais trabalho foi fazer a lista de discentes (!). Quando o Prof.S. consultou a acta nº 1 verificou que os 17 nomes (10 efectivos, 4 suplentes e 3 subscritores) eram
todos estudantes do 1º ano! (já no anterior CP, eram todos caloiros). Estranho, convenhamos: acabaram de chegar à Escola em meados de Setembro, andaram entretidos nas praxes e, três meses volvidos, ei-los que ocupam, por completo, o órgão incumbido das magnas questões pedagógicas. Não seria mais lógico que essa função fosse assegurada por gente um pouco mais experiente, aqueles que frequentam os anos mais adiantados dos diversos cursos? Como explicar o alheamento desses alunos? Para uns, só importa ser eleito e, consequentemente, exercer, de forma simbólica, o poder. Para outros, só importa ter o órgão constituído, cumprindo, de forma expedita, os passos administrativos que a lei e os regulamentos impõem, a tal democracia-burocrática; mesmo sem debate algum (assim, evitase a crítica e preserva-se o staus quo). Dois casos de paternalismo e de alheamento cívico. Em ambos, esvaziou-se a essência da participação democrática: a capacidade de iniciativa, o confronto de
ideias, o debate de visões alternativas, o exercício do voto. O Prof.S. questionava a eficácia da Formação Cívica nos ensinos básico e secundário e do seu próprio envolvimento científicoacadémico (e de outros colegas do departamento) na causa da educação para a cidadania, enquanto componente de algumas UC. Os resultados eram evidentes desse duplo fracasso. Andar na “faculdade” (como os alunos teimam em dizer) é mais do que um meio para a obtenção do “canudo”. Antes é um tempo para adquirir novos conhecimentos, obter novas capacidades, ganhar outras atitudes, mas também para consolidar os valores democráticos e exercitar a prática da cidadania, nas suas múltiplas vertentes. K Luís Souta _ luis.souta@ese.ips.pt (Este texto está redigido segundo a “antiga” e identitária ortografia) _
CRÓNICA
Cartas desde la ilusión 7 Querido amigo: Hemos comenzado un nuevo año con la esperanza puesta, como siempre, en que algo empiece a cambiar. También hemos comenzado este año con mi carta número 100, con lo que ya sumamos unos cuantos años de nuestra “correspondencia” sobre temas de educación. Pero en este comienzo de año y en esta carta número 100 quiero poner el énfasis, una vez más, en el problema de la formación del profesorado. Has de perdonarme si soy tajante en mi opinión, tras varios años (más de 20) de reflexión y búsqueda de soluciones a este problema. Estoy convencido de que si no se resuelve esta cuestión de la formación del profesorado, el sistema educativo seguirá “dando tumbos” durante no sé cuánto tiempo. En este momento pienso (como creo que muchos otros educadores) que el sistema educativo ha fracasado porque ha fracasado su perspectiva en lo que respecta a la formación del profesorado. Nuestro sistema educativo se ha equivocado en este aspecto. Y creo que se ha equivocado porque ha considerado y sigue considereando la formación de los profesores como
un “grado” universitario más, en el que se imparten unas clases magistrales, los alumnos (futuros profesores) memorizan una serie de contenidos o conocimientos, y se termina con una evaluación o examen que en nada (o muy poco) se diferencia de los procesos de evaluación del resto de los grados (sean de farmacia, biología, filología, matemáticas, etc.). Yo sufrí, en mi “proceso” de formación como profesor, esa secuencia (clases, memorización, exámenes), y me da la impresión de que actualmente seguimos más o menos en lo mismo, tanto en el nivel de grado universitario como en el de máster en formación del profesorado (eso sí, actualmente hay un volumen mayor de “prácticas” que en mis tiempos de estudiante). Pero ese incremento de las “prácticas” no ha producido, ni produce, a mi entender, los frutos deseados. La razón es muy simple: seguimos considerando el grado universitario en pedagogía (o educación) como un sistema trabado de conocimientos que se han de dominar y que sirven para superar las pruebas de evaluación. Hoy me atrevo a afirmar que para que esto no ocurra, cualquier plan de formación del profesorado debería dejar de centrarse en los
contenidos “educativos” o “pedagógicos” (Historia de la Educación, Teoría de la Educación, etc.) y apuntar hacia 3 objetivos que creo que podrían ser determinantes: 1) sensibilización, 2) diagnóstico, y 3) intervención educativa. En efecto, creo que la formación debería fundamentarse en un período largo de sensibilización (al menos durante un año académico) en el que los alumnos deberían tomar contacto con la “problemática” educativa, tanto en sentido negativo, como positivo. Me explico: en primer lugar, creo que se debería plantear a los futuros profesores el mundo de la educación desde sus aspectos problemáticos que podríamos calificar como negativos (conflictos, problemas de aprendizaje, problemas de planificación, problemas emocionales, problemas de relaciones interpersonales, etc.), así como los aspectos problemáticos que podríamos calificar como positivos (expectativas de éxito, confianza en sí mismo y en los demás, optimismo, autoestima, autoeficacia, aspectos de la comunicación interpersonal, flexibilidad personal y social, tolerancia, etc.; en general, todo lo que entendemos como “valores”). Evidentemente, este planteamiento no debería ajustarse
a un sistema de “transmisión de conocimientos” sobre todos estos aspectos, sino que debería realizarse desde una dinámica de análisis, crítica y valoración a partir de experiencias de la vida real (casos de bullying, de fracaso escolar “injustificado” o “inexplicable”, de relaciones “maliciosas” entre compañeros que conducen a conflictos entre los alumnos, etc.). Tras la sensibilización, creo que sería conveniente una formación muy amplia en conocimiento y manejo de técnicas de diagnóstico y despistaje de toda esa problemática, tanto negativa como positiva; no olvidemos que diagnosticar aspectos positivos puede ser más productivo que diagnosticar los aspectos negativos, ya que este diagnóstico puede dar alas a la creatividad, a la mejora de los sistemas de programación y planificación, a nuevas propuestas en el ámbito de la evaluación, a la búsqueda de nuevos modos de comportamiento social, a la generalización de la colaboración (incluso en el ámbito del aprendizaje, mediante el aprendizaje cooperativo), etc. En tercer lugar, creo que se debería cambiar el actual sistema de prácticas de los futuros profesores, basando el nuevo formato en dar
alas a su actuación en las aulas, siempre bajo la monitorización real de los tutores y con las subsiguientes sesiones de análisis crítico de cada práctica con la propuesta de mejora progresiva. Tengo la impresión de que el sistema actual de observación de la actuación de otros profesores en el aula completada con una o dos intervenciones “de prueba” carece de sentido... Creo que sigo siendo idealista, tal como están las cosas en la actualidad, pero no renuncio a mi sueño de que algún día la formación del profesorado empiece a cambiar drásticamente para poder mejorar el sistema educativo. ¡Ah! Y no olvidemos la formación continua del profesorado ya integrado en el quehacer educativo diario... Seguiremos reflexionando acerca de este tema en próximas ocasiones . K Juan A. Castro Posada _ juancastrop@gmail.com
JANEIRO 2016 /// 025
Ana Moura, fadista
A Moura encantada 7 À medida que reinventa o fado, Ana Moura acumula admiradores, enche salas de espetáculos em todo o mundo e não para de vender discos. A artista do momento, na primeira pessoa. A borboleta que surge na capa do seu último trabalho representa o processo de transformação do fado iniciado no disco «Desfado»? Exatamente. Eu conheci este ilustrador extraordinário e pedi-lhe que desenhasse uma borboleta para simbolizar essa transformação, como forma de representar o processo de reinvenção do fado. Afirma que este disco é ainda mais arrojado do que o anterior. Em que sentido? O disco abre com um feedback proveniente de uma guitarra elétrica. A própria guitarra portuguesa tem um tratamento diferente em algumas músicas. Ou seja, em termos de som é claramente mais arrojado do que o anterior. Para além disso, foi masterizado por um técnico que costuma trabalhar com artistas ligados ao rock o que conferiu ao disco uma sonoridade completamente distinta. O disco anterior, «Desfado», tem uma linguagem musical um pouco mais crua, os instrumentos usados foram, entre outros, uma bateria vintage, etc. Enquanto neste disco temos a guitarra elétrica e uma bateria tocada pelo Vinnie Colaiuta que é um dos meus preferidos e confere uma sonoridade mais pop. A informação à imprensa enviada pela Universal Music, a sua editora, caracteriza o seu disco como sendo «um fado com mundo». É a fusão de estilos que este seu trabalho procura encarnar? Sem dúvida. Na música «Eu entrego» sentiu-se a influência da música cubana e foi a oportunidade perfeita para convidar a Omara Portuondo. São o resultado de Influências que fazem parte daquilo que eu gosto e daquilo que eu oiço e naturalmente acabam por fazer parte do trabalho musical que eu produzo. No primeiro single do disco, «Dia de folga», canta que «há razões de sobra para celebrar hoje com um fado que se empolga». Imaginava há uma década que o fado, a Ana Moura, a Mariza ou o Camané empolgassem Portugal e enchessem salas como os coliseus ou o Meo Arena? Confesso que não. A Mariza encheu o mês passado o Meo Arena e eu vou lá estar no próximo mês de abril. Será um espectáculo completamente diferente de tudo o que já fiz, aproveitando aliás a especificidade e dimensão da sala, e que não será baseado única e exclusivamente na música. Vou tirar partido do cenário, também. Estou a desenvolver algumas ideias mais cénicas e estéticas que acredito vão funcionar e ser do agrado do público. Ou seja, neste espetáculo vou procurar conjugar a intensidade e o sentimento associado ao fado com a vertente cénica. A digressão do disco «Moura», agendada
026 /// JANEIRO 2016
para 2016, para além de Portugal, já tem confirmados vários locais na Europa e nos Estados Unidos. É a confirmação da internacionalização do fado em curso? O interesse pelo fado está a crescer, tanto em Portugal como no estrangeiro. Nos últimos três anos, em particular com a digressão do «Desfado», estive em toda a parte do mundo e as salas estavam sempre lotadas. Há uma vontade de uma cada vez maior faixa de pessoas que quer ouvir e conhecer música
fora do circuito comercial, que não passam nas rádios e nas televisões. A busca por outras sonoridades e outros géneros de músicas é cada vez maior. Espero que a tourné do «Moura», que começa no Olympia de Paris, em fevereiro, e vai passar, para além de Portugal, pelo Luxembugo, Estados Unidos, Canadá, entre outros países, contribua para levar o fado a mais pessoas. Cantar em português deixou de ser
um preconceito? Creio que sim. Só para dar um exemplo, chegam-me frequentemente mensagens incríveis, de estrangeiros, como é obvio, revelando que adoram o que ouvem, mesmo sem perceber uma palavra, mas que isso os motiva a começarem a aprender alguma coisa da nossa língua. Há um exotismo e uma atração associada à Língua Portuguesa que lhes desperta interesse pela linguagem musical e, consequentemente, pelo fado. Há pouco tempo ;
passou por Portugal um conhecido jornalista inglês e passou-se rigorosamente o mesmo com ele. É este o poder da nossa música e da nossa língua. Como já foi mencionado, deu centenas de concertos por esse mundo fora. Quer partilhar connosco uma manifestação do público que a tenha tocado? É difícil escolher. Há públicos que se manifestam de forma diferente. Por exemplo no Japão e na China a assistência reage de maneira distinta relativamente ao público das sociedades ocidentais. Mas nos momentos reservados a dar autógrafos, a seguir aos concertos, os fãs partilham comigo histórias, muitas delas marcantes e emocionantes, nomeadamente quando evocam que a música «x» ou «y» os ajudou a ultrapassar um momento complicado das suas vidas. É a satisfação suprema de um artista saber que o seu trabalho conseguiu ser tão importante na vida de alguém. Já temos um museu de fado, em Lisboa. Acha que faria sentido uma escola do fado? Seria uma iniciativa interessante (isto apesar de já existirem coletividades onde músicos ensinam aspetos relacionados com o fado), mas de qualquer forma para se aprender fado tem que se ir às casas de fado. Essa é a melhor escola possível, ouvir música, falar com as pessoas que fazem parte desse núcleo, que são os músicos, os contadores de histórias, e não apenas com os fadistas. São gerações sucessivas que contam momentos do passado que se revelam verdadeiramente encantadores. Falo-lhe agora dos novos talentos que florescem no fado. Cantar fado é algo inato, um dom ou pode ser trabalhado? Há várias discussões sobre esse tema no meio artístico, sobre o que torna uma pessoa fadista e a outra não. Mas, sinceramente, acredito que se nasça fadista. Temos o caso do Caetano Veloso que canta belíssimamente o fado, mas não o sentimos como tal. Mas se ouvirmos a Amália Rodrigues a cantar o «Summertime» está lá toda a raiz e a essência da canção portuguesa. Este é o exemplo que faz com que exista uma caraterística que distingue os que são fadistas. Para terminar, gostaria de lhe perguntar sobre a música que é difundida através de streaming, nomeadamente no Spotify. A cantora britânica Adele não disponibilizou o seu último álbum nestas plataformas. O seu disco, «Moura», já é platina e foi disponibilizado em streaming. Como equilibrar o fator vendas, a difusão do disco em múltiplas plataformas e a ameaça da pirataria? Creio que é uma boa ferramenta ter os discos disponíveis em streaming. Mas percebo que artistas como a Adele ou o Prince optem por não colocar nas plataformas. É muito difícil travar a pirataria. Há muitos artistas que oferecem sua música e apenas ganham dinheiro com os concertos. Creio que é um processo difícil, que requer reflexão e que só o tempo dirá como vai evoluir. K Nuno Dias da Silva _ Frederico Martins H
gente & livros
George R. R. Martin 7 George R. R. Martin é um escritor norte-americano, mais conhecido como autor da obra de fantasia «As Crónicas de Gelo e Fogo», a saga mais vendida da atualidade, adaptada à televisão com o título “A Guerra dos Tronos”. Martin “trabalhou dez anos em Hollywood como argumentista e produtor de diversas séries e filmes de grande sucesso”, conforme refere a Saída de Emergência, chancela responsável pela publicação em Portugal da obra do autor. Formado em jornalismo e autor de várias coletâneas de contos e noveletas, foi em meados de anos 90 que começou a sua obra mais famosa: «As Crónicas de Gelo e Fogo». No entanto, a Saída de Emergência salienta que George R. R. Martin é “um autor multifacetado”, com uma obra que se estende “a diversos géneros como o horror, a fantasia, a ficção científica, e a prova disso são os títulos «Dying of the Light», «Win-
dhaven» (com Lisa Tuttle), «The Armageddon Rag» e «Sonho Febril»”.s É vencedor de vários prémios, incluindo o prémio de carreira dos “World
Fantasy Award”. George R. R. Martin vive em Santa Fé, Novo México, com a sua mulher, Parris. K Tiago Carvalho _
Edições
Novidades literárias 7 DOM QUIXOTE . B i o g r a f i a do Língua, de Mário Lúcio Sousa. O narrador deste romance é um condenado à morte a quem é concedido um último desejo; e o que escolhe é contar uma história, mais precisamente a da vida do Língua, um escravo que falou aos sete meses de idade e teve direito a biografia encomendada pelo rei de Portugal. Dá-se então um verdadeiro milagre: não só a história parece não ter fim, porque a vida do Língua está recheada de episódios, como começa a juntar-se cada vez mais gente para a ouvir. presença. Half Wild – Entre o Humano e o Selvagem, de Sally Green. É a continuação do livro «Half Bad - Entre o Bem e o Mal». Nathan consegue finalmente escapar do cativeiro. Depois de encontrar o seu pai e
de este lhe oferecer um dom poderosíssimo, o jovem completa os três dons que o confirmam como bruxo adulto. Contudo, o jovem sabe que ainda não se encontra a salvo e que tem de continuar a fugir:de um lado estão os Bruxos Negros que o odeiam e do outro, os Bruxos Brancos que desejam a sua captura. top seller. Vidas Roubadas, de Mary Rubica. Numa manhã fustigada pelo mau tempo, Heidi Wood vê numa estação de comboios uma adolescente com um bebé ao colo. A partir desse momento, essa imagem não lhe sai da cabeça. Quando, dias mais tarde, volta a encontrar a rapariga com a bebé, Heidi decide ajudálas e leva-as para sua casa. Entretanto, começam a aparecer pistas sobre o passado dessa jovem, que diz chamar-se Willow, que farão com que a história ganhe contornos perturbadores. vogais. A Arte da Startup, de Mary Rubica. Este é o guia bestseller de gestão e empreendedorismo de Guy Kawasaki, o conhecido guru da Apple e conselheiro
de Steve Jobs. Um manual completo para lançar um novo produto ou serviço, transformando boas ideias em negócios vencedores. Aspirantes a empresários, proprietários e gestores de pequenas empresas, empreendedores e líderes de organizações sem fins lucrativos: este livro é para vocês. Neste livro estão reunidas décadas de experiência de Guy Kawasaki, transformadas em conselhos práticos e incisivos. dom quixote. O Fantasma, de Jo Nesbø. Dubai controla o submundo da droga de Oslo sem olhar a meios e sem complacência pelos que o servem. Todos lhe conhecem o nome e a fama, todos o temem, mas nunca ninguém o viu… até arrastar Oleg nas malhas da sua rede e despertar o instinto protetor de Harry Hole. «O Fantasma», nono livro da série Harry Hole, não foge à regra: prende o leitor desde o primeiro momento. K
www.ensino.eu JANEIRO 2016 /// 027
press das coisas
pela objetiva de j. vasco
David Bowie «Blackstar» 3 «Blackstar» é o último disco de originais de David Bowie, que morreu aos 69 anos, vítima de cancro. Um dos nomes mais carismáticos da música despede-se com um álbum ousado e vanguardista, lançado dois dias antes da sua morte. Disponível desde 14,69 euros. K
Home Cinema 5.1 Samsung 3 Por via da compatibilidade com Bluetooth, pode utilizar o smartphone para ligar as colunas remotamente. Com o acesso sem fios, pode partilhar o seu conteúdo digital facilmente com o AllShare que permite visualizar simultaneamente conteúdo no smartphone ou tablet e no televisor. Preço: 519,99 euros. K
EM 2016 FOTOGRAFE!
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3 Andar pela rua para fotografar é um excelente exercício. Treinamos o nosso olhar para ver e descobrir. Encontramos o que nunca pensámos encontrar. Aprendemos. Foi isso que me aconteceu pelas ruas de Lisboa, em Alcântara, lá estava uma barbearia com quase cem anos. Recordei aquelas cadeiras antigas, a técnica do barbeiro (e não do cabeleireiro), a navalha e o pincel para as barbas, as cadeiras de madeira alinhadas na parede oposta, onde se sentam os clientes que aguardam. Encontrei e recordei muito, só não vi clientes, provavelmente tinham migrado para os novos cabeleireiros unissexo e, assim, o senhor Alfredo vai em breve fechar a sua barbearia com quase cem anos. K
Prazeres da boa mesa
Bacalhau de cura amarela cozido a baixa temperatura em garrafeira 3RECEITA Ingredientes (5 pax): 5 Lombos de Bacalhau C. Amarela 750 ml de Garrafeira do Comendador 0,1 Kg Molho de Coentros 15 Mini Tomates Cacho 2 Dentes de Alho 1/2 Cebola Roxa Q.B. de Flor de Sal Q.B. de Pimenta Preta de Moinho 1 Clara de Ovo 2 Ovos Cozidos 1/2 l de Azeite Virgem Alentejano 1 C. Sob. de Vinagre 300 g Grão Cozido 1 Pé de Tomilho 2 Tomates Chucha Preparação: Aparar os lombinhos de bacalhau e marinar 2 horas com o Garrafeira do Comendador, 1 dente de alho laminado, pimenta e um fio de azeite.
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Esmagar metade do grão. Passar pelo passador e misturar o restante grão, mas inteiro. Juntar os coentros picados, 1 dente de alho bem picadinho, o tomate chucha sem sementes em concassé e a cebola roxa em cubinhos. Juntar azeite, pimenta, flor de sal e um golpe de vinagre. Rectificar os temperos. Reservar. Levar o bacalhau ao lume a 64ºC com a marinada e o restante azeite (o bacalhau deverá ficar completamente submerso). De-
pois de cozido, retirar o bacalhau, Publicidade
triturar o líquido com coentros. Passar pelo chinês de malha fina. Voltar a submergir os lombinhos no molho até à altura de servir. Adicionar uma clara batida em castelo ao caldo de cozedura. Lavar e saltear em azeite e alho os mini tomatinhos cacho. Picar os ovos cozidos. Empratamento: Depois de todos os temperos rectificados, colocar grão em duas texturas no centro do prato, dispor em cima deste 1 lombinho de bacalhau. Aplicar uma colherada de ovo picado, finalizar com três tomatinhos salteados e a espuma do caldo de cozedura. K
Chef Mário Rui Ramos _ Chef Executivo
Bocas do galinheiro
David Bowie, o camaleão morreu
Direitos reservados H
aparece em “Christiane F.” biopic de uma adolescente dependente de drogas em Berlim ocidental, no qual Bowie dá um concerto naquela cidade alemã. Da banda sonora do filme fazem parte algumas das canções dos álbuns “Low”, “Heroes” e “Lodger”, a chamada trilogia de Berlim, uma parceria do cantor com Brian Eno. Em 1983, reaparece como actor em “The Hunger” (Fome de Viver), uma revisitação dos filmes de vampiros da autoria de Tony Scott, com Catherine Deneuve e Susan Sarandon. Em “Merry Christmas, Mr. Lawrence”, do mesmo ano, dirigido por Nagisa Oshima e baseado no romance “The Seed and the Sower”, de Laurens van der Post, Bowie é um major do exército britânico, Jack Celliers, prisioneiro de guerra num campo japonês. Ryuichi Sakamoto, músico e autor da banda sonora do filme é o comandante do campo que trava uma relação complexa com Celliers, cujos comportamentos afectam o japonês. “Absolute Beginners” (1986), de Julian Temple, musical de rock baseado no romance de Colin MacInnes, de 1959 sobre a vida londrina no
final dos anos 50, cujo tema que dá nome ao filme é de Bowie. O seu papel no filme é que não é lá grande coisa. No mesmo ano tem um dos seus papéis mais marcantes como Jareth, rei dos goblins, no filme “Labirinto - A Magia do Tempo de Jim Henson”, esse mesmo, o dos Marretas, com argumento de Terry Jones, dos Monty Pyton, em que também interpreta algumas das canções. Volta ao cinema como Pôncio Pilatos em “A Última Tentação de Cristo”, de Martin Scorsese, em “The Linguini Incident”, de Richard Shepard, está com Rosanna Arquette, para conseguir o “green card”, para em 1992, actuar como o agente do FBI Phillip Jeffries em “Twin Peaks - Os últimos dias de Laura Palmer”, sob a direcção de David Lynch. Encarnou Andy Warhol, artista com quem se cruzou na década de 70, no filme “Basquiat”, outro biopic, desta vez sobre Jean-Michel Basquiat, dirigido por Julian Schnabel. Depois de breves aparições noutros filmes, em 2006 encarna Nikola Tesla, físico pioneiro na corrente alternada, no filme “The Prestige” (O Terceiro Passo), com Christian Bale e Hugh Jackman,
dirigido por Christopher Nolan e baseado no romance de Christopher Priest sobre a rivalidade entre dois mágicos no início do século XX, além de dar voz a alguns personagens de animação. Com tal empatia com o cinema, lembrar que centenas de temas do cantor abrilhantam um sem número de filmes, o seu filho, Duncan Jones, é realizador tendo já no dirigido dois filmes de ficção científica: “Moon – O Outro Lado da Lua” (2009) e “O Código Base” (2011). Caso para dizer que filho de peixe… David Bowie, nascido David Robert Jones a 8 de janeiro de 1947, no sul de Londres, não resistiu a um cancro e morreu no passado dia 10, dois dias depois de celebrar 69 anos e de lançar o último álbum “Blackstar”. Mais que do cinema, morreu uma lenda do rock. Foi grande, enorme. Apesar de, como cantou, todos podermos ser heróis por um dia! Agradecemos. Até à próxima e bons filmes. K Luís Dinis da Rosa _
Cartoon: Bruno Janeca H Argumento: Dinis Gardete _
7 Estive no Estádio de Alvalade, então mítica arena da música ao vivo, todos os grandes concertos dos anos 80 e 90 do século passado aconteciam na casa do leão, em 1990, para o primeiro concerto de David Bowie em Portugal. Estávamos a 14 de setembro. O cantor camaleónico como era conhecido, tantas as vestes e personagens que encarnou/criou, arrastou pouco mais de vinte mil pessoas. Merecia mais. Casa cheia, digo eu, porque a banda sonora de Bowie é uma das da minha vida. Mas Bowie, apesar da sua grandeza, nunca foi consensual. Antes pelo contrário. Ainda bem. Por isso foi enorme. De guitarra em punho atacou o seu primeiro grande hit, “Space Oddity”, de 1969, como o próprio confessou inspirado no filme “2001 - Uma Odisseia no Espaço”, de Stanley Kubrick. Daí, mas não só, que a ligação de Bowie ao cinema seja incontornável. Não admira pois que ao longo da sua distinta e longa carreira como músico, mais de 50 anos, tenha feito várias incursões pela 7ª Arte, muitas delas como ator, facto a que não será alheia a sua passagem pelo teatro experimental e as aulas de mímica com Lindsay Kemp, contracenando com este no papel de Cloud na produção de Kemp (1970) “Pierrot in Turquoise ou The Looking Glass Murders”, realizado por Brian Mahoney. No cinema fez uma breve aparição na curta “The Image”, (1967) de Michael Armstrong e surge depois na adaptação do romance de Leslie Thomas “The Virgin Soldiers”, (1969), dirigido por John Dexter. Em 1976, tem o seu primeiro papel principal num grande filme, retratando Thomas Jerome Newton, um alienígena que vem à terra à procura de água para salvar o seu planeta em perigo de desaparecer, mas o seu problema é como voltar, em “The Man Who Fell to Earth”, dirigido por Nicolas Roeg. Volta a ser protagonista em “Just a Gigolo”, de 1978, uma co-produção anglo-alemã dirigida por David Hemmings, aqui no papel de Paul von Pryzgodski, um oficial prussiano, nos pós Primeira Grande Guerra, cujo último recurso é tornar-se gigolo, num filme que marca o derradeiro papel de Marlene Dietrich e que Bowie considerou o seu mau filme. Entre 1980 e 1981, fez o papel principal de “O Homem Elefante”, produção teatral da Broadway, atuações muito elogiadas, apesar de não ter participado na adaptação cinematográfica, em que John Hurt brilhou numa memorável realização de David Lynch. Em 1981
JANEIRO 2016 /// 029
Quatro rodas
A versão Beta c A crónica de hoje é sobre a Beta…sim a letra do alfabeto grego que vem logo depois da alfa. Nos dias de hoje, aqueles que não são info-excluídos, associam esta letra a versões de software a que por vezes temos acesso. A ideia é usada há muito tempo neste negócio. A fase beta é a segunda no processo de lançamento do produto, logo a seguir à fase alfa, aquela em que o produto se está a construir. Quando um produto sai da fase alfa, entra na fase beta, altura em são lançadas versões do mesmo, para um grupo de (normalmente restrito) utilizadores que podem experimentar e testar as características e detalhes das novas versões. Fornecem depois informações e sugestões tendo em vista a sua melhoria. Muitas dessas opiniões são integradas na versão que finalmente é comercializada. Uma versão beta desinteressante, pode dar origem a um produto top. No mundo automóvel há uma marca que tem usado o alfabeto grego para nomear alguns dos seus
produtos…sim é a Lancia. Remonta aos primórdios do seculo XX o aparecimento do primeiro Lancia do alfabeto grego e, sendo o primeiro, não podia deixar de ser Lancia Alfa. Um carro já feito a pensar nas cor-
ridas, mas que se estima ter tido uma produção pouco acima das cem unidades. Passaram alguns anos para aparecer o Lancia Beta. Este modelo saiu em varias versões, os Coupé,
as Berlina entre outras. Correndo o risco de ser criticado pelos fanáticos da marca, todos os modelos saíram, muito discretos, algo aborrecidos mesmo, e destinados a ter um lugar sombrio na história do automóvel. Mas, tal como as versões beta de software, o Beta (carro), teve a sorte de aparecer no seu percurso de vida, um mágico que o transformou completamente. Até aí a sua entediante vida, passou a ser uma torrente de novas emoções e sensações. Essa viragem na vida do Beta, deu-se quando a mágica casa Pininfarina, criou o magnífico Beta Montercarlo. Ao mesmo tempo que os Pininfarina elevaram ao máximo o estilo do Beta, a sua alma foi também revigorada com propulsores a combinar com o seu ar agressivo e ao mesmo tempo gracioso. Nas versões subsequentes o Beta deixou de o ser, passando apenas a ostentar o nome de Montecarlo. A chamada “versão beta” da Lancia cumpriu a sua missão. Apareceu, foi melhorada e deu origem a um produto que ficou para a
história, porque a história não acaba na versão Monte Carlo. O auge da perfeição foi atingido quando a partir do Beta Monte Carlo, a Lancia desenvolveu um autêntico super desportivo, capaz de se adaptar a todo o tipo de terreno e que proporcionou ao grupo FIAT uma vitória no mundial de marcas em 1983. Refiro-me ao Lancia 037, que foi a graciosa borboleta que saiu do casulo tecido com paixão pelo Beta. Vejam só onde pode acabar uma “versão Beta”… K Paulo Almeida _ Direitos Reservados H Este texto não segue a nova ortografia _
sector automóvel Mini lança JCW Convertible 3 A versão desportiva do Mini JCW deverá estar à venda a partir de abril, sendo possível escolher entre uma caixa manual de seis velocidades ou uma automática de oito relações. A marca anuncia uma capacidade de aceleração de 0 a 100 km/h em 6,6 segundos com caixa manual e 6,5 segundos com a caixa automática. A velocidade máxima é agora de 242 e 240 km/h, respetivamente. Quanto aos consumos são de 6,5 l/100 km e 5,9 l/100 km, respetivamente. K
Peugeot 308 com série especial 3 A série especial Peugeot 308 Style está disponível desde o início do ano e distingue-se pela estética exterior e interior. Entre os elementos que envidenciam esta série estão as jantes de liga leve de 16’’ (sem bi-tom), barras de tejadilho (nas variantes SW), um badge Style nas laterais, óculo e vidros laterais escurecidos, faróis de nevoeiro, retrovisores rebatíveis eletricamente e bancos tipo bacquet. K Publicidade
030 /// JANEIRO 2016
Fiat Tipo desde 19 300 euros 3 A Fiat iniciou a comercialização do novo Tipo no mercado português. A gama começa com um 1.3 Mjet com 95 cv, que possui uma caixa manual de cinco velocidades, com preços a partir de 19 300 euros. Existe ainda um 1.6 Mjet com 120 cv, que dispõe de uma caixa manual de seis velocidades, por 21 300 euros. Ambos os preços são chave na mão. O Fiat Tipo é uma berlina compacta de três volumes de tração dianteira, e vem em várias cores. K
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