Ensino Magazine Edição nº 240

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IPCB reforça laços com Macau C

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Universidade

UBI em missão na Antártica C

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Universidade de Évora

Quando a terra vai tremer Politécnico

Portalegre traça objetivos

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Politécnico

Google premeia Setúbal e Leiria C

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Distribuição Gratuita

Rui Vieira Nery, musicólogo

“A Fundação Calouste Gulbenkian foi o ministério de tudo” Rui Vieira Nery é um crítico dos políticos e especialmente das políticas que continuam a colocar a cultura num plano subalterno. O recente vencedor do Prémio Universidade de Coimbra (prémio partrocinado pelo Santander Universidades) refere que a Fundação Calouste Gulbenkian foi, no passado, o ministério de tudo. CP2a4

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João Marçal Grilo intervém no nepal e sri lanka

Português cria ONG em Londres C

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Rui Vieira Nery, musicólogo

«Não assumir a cultura como prioridade é um sinal de ignorância» 6 Rui Vieira Nery é um crítico dos políticos e especialmente das políticas que continuam a colocar a cultura num plano subalterno. O recente vencedor do Prémio Universidade de Coimbra (prémio partrocinado pelo Santander Universidades) partilha ainda a sua opinião sobre os novos métodos de ensino e a projeção alcançada pelo Fado a Publicidade

nível internacional. Foi distinguido no início do ano com o Prémio Universidade de Coimbra. É o corolário de 40 anos de investigação científica? Sim, foi esse certamente o motivo que o júri tomou em conta para me conceder o prémio. Não deixei de ficar surpreendido, até porque

trabalho num campo, a musicologia, que ainda não tem o pleno reconhecimento no contexto universitário, apesar dos progressos. Fiquei, naturalmente, orgulhoso e estimulado para o meu trabalho. Acredita que o facto de ter inovado na sua área pesou na decisão do júri? Não sou certamente o

único a lutar por esta causa, mas penso que tenho tido uma intervenção inovadora. Desde logo no sentido de tentar mostrar que a musicologia permite fazer com que a história passe de um filme mudo a um filme sonoro. Tentar integrar o elemento sonoro e musical na evolução da história das ideias e da cultura, mostran-

do que é um ângulo que faz tanta falta à construção de uma imagem da história como as artes plásticas, a arquitetura, a literatura, etc. Por outro lado, dentro da própria musicologia, tenho lutado muito para a integrar nas problemáticas das ciências históricas e sociais contemporâneas, passando para uma história da música com uma visão mais problematizante e interdisciplinar. Para além de ser quadro da Fundação Gulbenkian, está ligado há décadas à Universidade Nova, onde, entre outras, leciona a cadeira de História do Fado. Estes centros de saber ainda estão muito fechados sobre si, cultivando o espírito da capelinha? Para começar, eu sou um defensor da Universidade. Acredito na Universidade e acredito no ensino. Acho que todas as instituições, não só em Portugal, mas também no mundo, tendem a formar corporações e a criar barreiras de auto-defesa. Não me parece que a Universidade portuguesa seja uma exceção, mas também não é pior do que as outras. Está na moda esta crítica pós-moderna a tudo o que é centro de ensino, esta valorização do papel absoluto da auto-aprendizagem, etc. Eu dou graças a Deus por ter tido grandes professores, tento ser um bom professor – de muitos deles oiço que as minhas aulas foram úteis para o seu trabalho e, no fundo, é isso que me faz continuar a ensinar. Mas a Universidade ficaria a ganhar se se abrisse mais ao exterior? Há sempre o risco de a Universidade se fechar sobre si própria e não o deve fazer. Há uma atenção, uma vigilância e uma auto-crítica permanente que a Universidade e os universitários devem fazer a esse respeito, mas entendo que não deve haver vergonha do facto de ensinarmos. Os métodos de ensino têm vindo gradualmente a

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ser alterados. A aula magistral está a ser substituída pela nova tendência em que o aluno deve aprender por si. Concorda? Não sou crítico destas tendências, mas acho que elas não podem ser absolutas. Considero a aula magistral insubstituível, porque tem o papel de um investigador mais experiente partilhar com os seus alunos as conclusões a que chegou no seu trabalho – sobretudo se não as apresentar num discurso autoritário, mas como um exemplo do processo de construção no discurso científico. Mas não deve ser única. Em paralelo, os alunos devem começar a experimentar, na prática, o processo de construção no discurso científico. O acesso alargado à informação que temos através da internet possibilita uma acessibilidade dos dados e uma autonomia de navegação maior para os alunos, mas mesmo neste caso, o papel do professor é essencial no sentido de criticar, desconstruir e escolher nesse manancial de informação que não é filtrado. Não raro aparecem-nos teorias da conspiração ao lado de estudos científicos fundamentados, boatos e textos amadores mal construídos a par de estudos sérios, etc. Por isso, eu não posso opor a autonomia da aprendizagem ao papel do ensino. São duas faces de uma mesma moeda e se um deles falhar algo está errado. Na Universidade, em particular, e no ensino, de uma forma geral, também aqui se fazem omoletes sem ovos? Constantemente. Apesar de tudo o desenvolvimento dos centros de investigação e o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia equipou melhor as universidades do ponto de vista bibliográfico e do acesso a redes pagas de recursos bibliográficos, bases de dados, etc. Nesse sentido, estamos melhor do que no meu tempo de aluno, mas continua a haver uma grande escassez de meios, suportes tecnológicos, exces-


so de alunos nas aulas, falta de professores, uma falta de capacidade de renovação dos corpos docentes que hoje em dia tendem a ser paleolíticos na maior parte dos departamentos. Quando a minha geração se reformar, na próxima década, surgirão muitos lugares para jovens, mas perdemos 20 ou 30 anos de recrutamento sucessivo de novas gerações de investigadores e de professores, por falta de meios. Isto é resultado de sub-financiamento da Universidade e que se traduz em perda de qualidade. Presidiu à comissão científica da candidatura do Fado a património imaterial da UNESCO. Que balanço faz destes quase 7 anos? Eu costumo dizer que este momento marcou uma reconciliação nacional com o Fado. Como sabe o fado foi objeto de grandes polémicas político-ideológicas, praticamente desde o início da sua existência, no segundo terço do século XIX. Muito em particular no período anterior ao 25 de Abril havia uma espécie de crença generalizada na ideia de que o Fado seria um instrumento de manipulação ao serviço do regime. O esforço de investigação e de recuperação da memória histórica que a candidatura ajudou a fazer permitiu ver o Fado no seu conjunto e não apenas no fenómeno de tentativa de apropriação do Fado pelo regime de que resto está longe de ser evidente. Até porque, importa recordar, que no início do Estado Novo o regime desconfiava profundamente do Fado - por ter estado ligado a movimentos operários e de contestação social -, impondo regras de censura brutais, controlando-o com uma vigilância policial terrível, etc. O regime democrático surgido do 25 de Abril fez uma espécie de condenação implícita do Fado e, de alguma maneira, esta candidatura ajudou a perceber que o Fado fazia parte da cultura portuguesa e que não era necessariamente conotável com nenhum regime em particular. O Fado faz parte da nossa genética. Afirmou que «toda a gente quer entrar no comboio do fado». A canção nacional corre o risco de descaraterização? Todas as práticas musicais, à semelhança de todas as práticas artísticas, mudam ao longo do tempo. Tenho horror aos conceitos de «autenticidade» aplicados a estas coisas. Contudo, nem tudo é Fado. Porque se tudo é Fado, nada é Fado. Algumas tentativas de «cross over» e de combinações com outras linguagens funcionam, outras não. Eu acredito que há um bom senso natural da comunidade fadista para ir incorporando o que deve incorporar e excluindo o que deve excluir. A médio/longo prazo, as experiências falhadas cairão e as experiências boas serão incluídas no «mainstream». Estou certo que não terá de haver um mecanismo de autoridade a certificar o que é Fado autêntico e o que deixou de ser. Que vantagens e desvantagens aponta no seguimento desta crescente projeção do Fado? Em primeiro lugar, a vantagem de criar uma oferta de trabalho para os fadistas e fazer entrar mais dinheiro no universo profissional do fado. Por outro lado, considero negativo que o fado que é oferecido aos turistas seja uma espécie de objeto artificial fabricado para agradar às expetativas dos que nos visitam. Portanto, isso pode levar a uma adulteração, que se pode traduzir numa comercialização

repercussões no emprego, nas mais valias para os produtos, etc. Mas também, sobretudo, como algo fundamental para a democracia, a convivência democrática, a harmonia intercultural, o diálogo entre posições políticas e ideológicas diferentes, etc. Isto sem esquecer o impacto social da cultura. Em qualquer modelo sustentável de desenvolvimento político e económico a cultura deveria ter um protagonismo muitíssimo maior. É justo dizer que a pouco e pouco vai-se compreendendo melhor esse protagonismo a nível autárquico. Em termos locais, as pessoas começam a perceber que querem o seu museu, a sua galeria, o seu auditório, a sua biblioteca. Estas exigências já fazem parte das reivindicações de um autarca, mas ainda não chegaram ao poder político central e é urgente que cheguem. Em que pilares de devia estruturar uma política cultural de futuro e com futuro? Para começar, atualmente o que existe é um ministro da cultura, mas não existe um ministério. O ministro está integrado numa estrutura da Presidência do Conselho de Ministros que não controla e que antes o controla a ele. Para além disso, o ministro depende de financiamentos que são regateados e geridos, em grande parte, pelo Ministério das Finanças e não pelo próprio Ministério da Cultura. O ministro tem muito pouco a dizer sobre as politicas culturais internacionais porque são geridas, fundamentalmente, pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros. Portanto, há uma menorização evidente da pasta no contexto do Conselho de Ministros, o que me parece uma situação muito negativa.

que reduz uma prática muita rica a fórmulas estereotipadas. É um risco, mas creio que a dinâmica do Fado, no seu conjunto é tão intensa, que ela própria «disciplina» essa tendência. O Fado já tem hoje o seu lugar na chamada World Music? Sim, sim. Depois dos grandes pioneiros, que foram Amália e Carlos do Carmo, a partir do anos 90 o circuito da World Music incorporou de forma crescente o número de concertos que os jovens fadistas portugueses dão em todo o mundo. Tanto ao nível do topo de gama das grandes salas, passando por festivais mais pequenos. O género tem tido uma penetração muito intensa, especialmente em espaços que não falam português, mas que são sensíveis à força expressiva do fado. A curiosidade é, de facto, muito grande, mas com a particularidade de ela existir mais para as fadistas do que para os fadistas. Consegue arranjar explicação para isso? Criou-se no plano internacional o arquétipo de que o Fado é uma canção de mulher. E perdura muito o olhar exterior e a lembrança história de Amália. Foi secretário de Estado da Cultura, entre 1995 e 1997, quando o ministro era Manuel Maria Carrilho. Que memórias guarda desses anos no Palácio da Ajuda? São boas memórias, no conjunto. Eu costumo dizer que nas mesmas circunstâncias teria voltado a aceitar o cargo, e nas mesmas circunstâncias teria voltado a sair. Foi uma

oportunidade importante para conhecer as políticas culturais por dentro e na minha área específica, que era Artes e Espetáculos, ajudei a racionalizar e a tornar mais transparentes as políticas públicas, com a introdução de regulamentos para a concessão de subsídios mais claros, pensar no sistema de Artes e Espetáculos articulado entre organismos públicos e a contratualização com investidores privados, percebendo melhor o papel do Estado e do mercado e o espaço de negociação entre ambos. Foram dados passos importantes, mas quero destacar a recriação do setor público da cultura que tinha sido destruído pelo Dr. Santana Lopes, durante o governo do Prof. Cavaco Silva. Privatizou-se e transferiu-se para fundações muito do que era público. Já é uma frase batida dizer que a cultura é o parente pobre do Orçamento do Estado. Tem sido uma tónica transversal a governos PS e PSD? Tenho pena de que mesmo nos governos socialistas tenha manifestamente havido um decréscimo no investimento na cultura e um decréscimo no reconhecimento da prioridade política da cultura. Espero que esse movimento se possa inverter, porque é dramático. Não há vontade política de assumir a cultura como prioridade. Estamos a falar de preconceito? Não assumir a cultura como prioridade é, sobretudo, um sinal de ignorância. Está mais do que demonstrado o papel da cultura, por um lado, no desenvolvimento económico, como fator de originalidade, inovação e com

Um ministro da cultura sem peso político pouco ou nada pode fazer? Absolutamente. O atual ministro da cultura, Luís Castro Mendes, é um poeta e conhece bem o setor, mas não tem nem peso político, nem meios orçamentais para cumprir sequer o programa aprovado pelo governo. Não lhe invejo a situação. Faço votos para que o governo no seu conjunto, e em particular o Primeiro-Ministro, compreendam a necessidade de dar a um bom ministro instrumentos para fazer uma boa política. Que outros equívocos contribuem para esse papel subalterno da Cultura? É preciso ultrapassar uma série de ilusões que derivam da informação sobre o papel do Estado, da sociedade civil e do mercado no tecido cultural. Em nenhum país do mundo – nos ditos países do primeiro mundo – a cultura se paga a si própria. Ela só se paga a si própria pelo efeito social que tem. Mas é esta arrumação de princípio que é fundamental para que se possa avançar com políticas sólidas, estruturais e estruturantes para a cultura. Nos últimos 20 anos tivemos pouca clareza e muita hesitação no papel do Estado, da sociedade civil e do mercado. Ou tivemos excesso de financiamento público ou a sua absoluta falta, a ideia de ver os criadores e os produtores como subsídio-dependentes e não como parceiros na prestação de um serviço cultural, de que o Estado é constitucionalmente responsável. A difusão planetária da cultura portuguesa, tanto ao nível do cinema, literatura e música, é um veículo de afirmação nacional. Podíamos ser uma potência mundial com meios e estratégia?

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Potência mundial é uma expressão que não se aplica neste caso concreto. Utilizando um termo tecnocrático – a marca Portugal já tem um reconhecimento cultural e internacional muito grande, tendo em conta a dimensão do país. O cinema português ganha prémios em festivais, os artistas plásticos expõem nas principais galerias, os escritores portugueses são traduzidos em todo o mundo, alguns compositores começam a ser tocados e editados no estrangeiro, etc. A difusão é muito grande pelo mérito individual destes criadores. Não há uma estrutura institucional que apoie de forme sistemática e organizada este esforço de difusão. É isto que nos falta. Não que queiramos concorrer com as grandes indústrias culturais, mas podemos concorrer num espaço de criação de autor reconhecido e aplaudido internacionalmente. E isso confere ao país uma imagem de civilização, progresso, clarividência e inovação, com consequências no tecido económico. O exemplo que eu dou sempre é dos sapatos portugueses e do design de moda. O que é que os sapatos portugueses têm? Portugal tinha uma gama de produtos que tradicionalmente vendia num patamar de produto de massa não qualificado e derivado da intervenção de designers e criadores que pensam a forma e a originalidade do produto estes subiram para um nível de luxo. Isso é uma extensão natural do investimento na formação artística e nas artes mais experimentais, que acabam por se espalhar e contaminar o tecido comercial. Para ter bom design é preciso ter boa criação artística e de vanguarda, da mesma maneira que para ter boas patentes de tecnologia é preciso ter boa investigação científica. Mostrou-se especialmente crítico no seu Facebook após a entrevista dada há semanas pela ex-ministra, Constança Urbana de Sousa, tendo salientado que «os mais competentes são afastados do serviço público». A profissionalização da política está a contribuir para matá-la? O atual panorama político mostra o seguinte: há uma obsessão política pelo curto prazo, um universo mediático descontrolado e a lógica aparelhística domina as máquinas partidárias. Faço-lhe um desafio: atente numa fotografia da Assembleia Constituinte de 1976. Veja as caras dessa altura e compare com os rostos que compõem o hemiciclo português, na atualidade, e a deceção é tremenda. A capacidade de atrair os melhores e com os melhores projetos para a ação política diminuiu exponencialmente. A cena política tende a ser ocupada por elementos provenientes das juventudes partidárias e que aprenderam na escola do vício os truques da sobrevivência política. Felizmente, há muitas excecções, mas são os profissionais do aparelho é que dominam, ainda para mais a democracia participativa por parte da sociedade civil tem pouca intervenção nas decisões. A classe política e a elite do poder registam um empobrecimento muito preocupante. E, voltando à questão que me colocou, quando surgem pessoas com boa vontade e alguma dose de idealismo o aparelho tende a esmagá-las e a fazer delas bodes expiatórias, como aconteceu com a ex-ministra da Administração Interna. Constança Urbano de Sousa pagou, em termos mediáticos, a fatura de uma incapacidade estrutural do Estado português e que não pode ser atribuída a nenhum ministro em particular.

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A elite política que nos governa é dominada por tecnocratas com pouca sensibilidade para temas, como por exemplo, a cultura? É, de um modo geral, uma elite impreparada, com falta de reflexão, que ocupa muito do seu tempo a urdir estratégias políticas de sobrevivência. Sobra pouco tempo para ler, estudar e pensar. Não admira que o nível do debate seja, globalmente, baixo. Seria, por isso, muito importante uma renovação da classe política e a introdução de novos mecanismos de democracia participativa de forma a que a classe política ouvisse mais as vozes da sociedade civil. A comunicação social é o espelho da sociedade e a TV é a grande janela da maior parte dos portugueses para o mundo. É possível que um dia os reality shows e o futebol abandonem o «prime time» televisivo? Preocupa-me o mercantilismo demagógico em que o critério da venda é o único a considerar. Deixe-me louvar a RTP, que durante o período em que Nuno Artur Silva esteve no conselho de administração fez um esforço sério para equilibrar a resposta aos gostos do público com propostas mais alargadas. Este estado deriva do falhanço educativo e também pelo facto de as nossas elites culturais estarem muito fechadas sobre si próprias e

tendem a não se empenhar na partilha do seu trabalho e da sua experiência. Metade da minha atividade de musicólogo é de divulgação. Faço conferências, programas de rádio, vou a escolas, etc. E esse tempo é retirado da minha investigação direta, mas eu creio que esse é um dever ético do qual não abdico. Por isso entendo que os artistas, os inteletuais e os académicos têm uma responsabilidade individual de partilhar os resultados do seu trabalho com as pessoas. Se não o fizerem, a sociedade não beneficiará de um trabalho que, no fundo, está a pagar. As pessoas da cultura devem combater a estupidificação e a tentativa de manipulação permanente. E é fundamental que se criem espaços de debate e de diálogo. A feudalização e a balcanização do universo da comunicação está bem visível nos Estados Unidos em que os apoiantes de Trump só sintonizam a Fox News, enquanto os seus detratores só veem a CNN. Dirige o programa de Língua e Cultura da Fundação Calouste Gulbenkian. Esta fundação tem sido um ministério da Cultura informal durante décadas? A Gulbenkian foi o ministério de tudo. Foi da cultura, da saúde e até da educação. Já não é, felizmente. Primeiro porque a sociedade civil se desenvolveu, o Estado assumiu responsa-

CARA DA NOTÍCIA Um profundo conhecedor da canção nacional 6 Rui Vieira Nery nasceu em Lisboa, em 1957. Musicólogo e historiador musical, é professor da Universidade Nova de Lisboa e diretor do Programa Gulbenkian de Língua e Cultura Portuguesas – na Fundação foi também diretor-adjunto do Serviço de Música e diretor do programa Educação para a Cultura. Licenciado em História pela Faculdade de Letras de Lisboa, doutorou-se em Musicologia pela Universidade do Texas, em Austin. Rui Vieira Nery desempenhou, entre diversos outros cargos, o de secretário de Estado da Cultura (1995-1997), comissário das Comemorações do Centenário da República Portuguesa e de presidente da Comissão Científica da candidatura do Fado à Lista Representativa do Património Cultural imaterial da Humanidade (UNESCO). Pela obra que tem publicada, é seguramente, o português que melhor conhece a história e a evolução do Fado, das raízes até à atualidade. No início de 2018 foi distinguido com o Prémio Universidade de Coimbra, que irá receber no próximo dia 1 de março, durante a sessão solene comemorativa do 728.º

bilidades que tradicionalmente não assumia e também porque os meios da Fundação já não lhe permitem ter a banda larga de intervenção do passado. A Fundação, hoje em dia, age de maneira cirúrgica e em campos onde entende que pode fazer a diferença, no sentido da inovação e do conhecimento. E é precisamente isso que fazemos no programa de Língua e Cultura. Procuramos apoiar a difusão internacional dos artistas e criadores portugueses, na literatura, nas artes performativas, no cinema, etc. Para concluir abordemos a Língua Portuguesa. Acha que tem sido um ativo desaproveitado e que, nomeadamente, ao nível da CPLP, os interesses económicos têm contaminado a estratégia conjunta? A CPLP tem sido muito ineficaz no âmbito da língua e da cultura, funcionando sobretudo na área das relações económicas – que é importante – mas dinamiza pouca reflexão sobre questões culturais. A Língua Portuguesa tem uma difusão gigantesca, em especial no hemisfério sul, e tem um potencial muito maior do que representa neste momento, por exemplo, em termos de língua de atividade profissional. Os portugueses são sempre muito solícitos em falar a língua dos estrangeiros que nos visitam. Isso é uma forma velada de subserviência? Acaba por ser. É uma situação típica de países que foram em termos políticos e económicos periféricos em relação aos grandes poderes e que se habituaram à ideia de que têm de falar a língua do senhor. Interiorizámos que temos de falar bem a língua do patrão. Não quero com isto dizer que não devemos aprender línguas estrangeiras, mas deve haver um esforço para equilibrar o uso da nossa língua e o uso das outras línguas. K Nuno Dias da Silva _ Direitos Reservados H   

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De 10 a 12 de julho

Congresso de Sociologia na UBI 6 ‘Na era da pós-verdade? Esfera pública, cidadania e qualidade da democracia no Portugal contemporâneo’ é o tema central da 10ª edição do Congresso Português de Sociologia, que decorre de 10 a 12 de julho, na Universidade da Beira Interior (UBI), sob organização da Associação Portuguesa de Sociologia (APS), em colaboração com o Departamento de Sociologia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UBI. Além de especialistas e investigadores nacionais, a conferência de abertura contará com

Craig Calhoun, responsável pelo Instituto Berggruen, entidade que se dedica a pensar modelos de políticas, económicas e sociais do século XXI, marcado por realidades como a tecnologia e a globalização. Ao longo dos três dias, a organização propõe a discussão de 16 secções temáticas, organizadas em áreas temáticas, que vão do ambiente à comunicação, ciência, tecnologia, família, pobreza, saúde, desporto, política, trabalho e políticas públicas. K

Estudantes internacionais

UBI é polo de atração para alunos de fora 6 A Universidade da Beira Interior colocou um total de 120 estudantes internacionais, de 1º e 2º ciclos, na primeira fase do concurso que terminou em meados de janeiro. Este número corresponde a cerca de metade das vagas, mas como no ano anterior a universidade viu preenchida a totalidade das

vagas, é previsível que a situação se repita após a segunda fase do concurso, que abriu a 8 de fevereiro. Neste momento, a UBI conta com alunos de 41 nacionalidades de quatro continentes, com as duas maiores comunidades a serem os quase 500 brasileiros e cerca de 350 angolanos. K

UBI

Mestrado de cinema acreditado até 2019 6 O Mestrado em Cinema da Universidade da Beira Interior está acreditado até 2019, na sequência da decisão Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior. “Trata-se de uma decisão que se revela positiva para o futuro do curso e que motiva claramente os corpos Publicidade

docente e discente”, refere diretor do Mestrado, Paulo Cunha, para quem o curso “é único no contexto universitário público português, com uma oferta formativa que prepara recursos humanos e técnicos para um mercado cada vez mais exigente e diversificado”. K

Investigação

UBI em missão na Antártica 6 A Universidade da Beira Interior (UBI) está envolvida na missão científica da Campanha Antártica Portuguesa 2017-18, através de um projeto liderado pelo docente Rui Fernandes, informou a universidade. Nesse sentido, o coordenador do projeto LATA - Loadings And Tectonics of Antartica Peninsula vai deslocar-se à Base Antártica da Primavera, mantida pela Argentina, juntamente com bolseiro Bento Martins, ambos do SEGAL - Space & Earth Geodetic Analysis Laboratory, sediado na UBI. O projeto pretende estudar as cargas oceânicas que causam oscilações da crusta terrestre de vários centímetros e cuja incerteza ainda é muito grande na região e estudar a atividade tectónica, a qual está associada com a atividade sísmica na região (incluindo o sul da América do Sul). A participação no Propolar 2018 surgiu na sequência do concurso

aberto por este programa, tendo o LATA sido considerado um dos projetos a apoiar. Em 2016, na sequência da primeira aprovação do Programa, foi possível ao LATA instalar uma estação permanente Global Navigation Satellite Systems (GNSS) na Base Primavera, o que foi feito por outro investigador do SEGAL, Pedro Gabriel Almeida. A atual missão irá realizar-se entre 14 de fevereiro e 18 de março e tem como objetivo “atualizar o sistema instalado, nomeadamente adicionando sistemas de backup que permitam ter energia durante o ano inteiro – a base está fechada no inverno antártico – e também preparar a instalação de um novo equipamento (marégrafo) em 2019, caso o projeto seja novamente aprovado para financiamento”, explica Rui Fernandes, docente do Departamento de Informática da UBI. A investigação não seria possível apenas com uma estação,

daí que sejam usadas outras estruturas semelhantes instaladas na região. Ainda segundo o docente da UBI, o projeto “contribui para a aquisição de dados numa região onde anda existe uma grande falta de sistemas de observações”. Este trabalho é ainda realizado com o suporte do C4G - Colaboratório para as Geociências, consórcio de 14 instituições que é liderado pela Universidade da Beira Interior. Tem também o apoio da EFAPEL, empresa que patrocina financeiramente o projeto, dado que o apoio do Propolar não é suficiente para cobrir todos os custos. Esta missão prevê ainda nos últimos dias a instalação no sul da Argentina (em El Calafate) de uma segunda estação GNSS, esta numa colaboração existente entre o SEGAL e o JPL (laboratório da NASA) para a instalação de uma rede global de estações GNSS. K

Na Comarca de Castelo Branco

UBI vai formar e informar

6 A Universidade da Beira Interior e a Comarca de Castelo Branco acabam de estabelecer um protocolo de colaboração nos domínios da informação, investigação e da extensão universitária. Assinado em janeiro pelo reitor da UBI, António Fidalgo, e pelo juiz presidente da entidade judicial, José Avelino Gonçalves, o acordo, válido até 2020, é um passo para a aproximação da Comarca à sociedade, com a Universidade a contribuir para que a justiça disponha de mais meios para a realização da sua função. “Esta parceria vai facilitar a vida aos juízes e à justiça, no sentido de terem um apoio mais direto dos docentes da UBI, nomeadamente em áreas como a engenharia, a arquitetura e a psicologia, aqui na parte da família e menores”, sublinhou

José Avelino Gonçalves. A realização de estudos, peritagens ou perícias laboratoriais por parte de elementos da UBI é uma das possibilidades desta colaboração que abrange ainda a preparação conjunta de seminários, a participação de elementos da UBI em ações e eventos da área da justiça e o intercâmbio de informação procedente de levan-

tamentos e investigações. Ainda no âmbito do protocolo, poderão ser concedidos estágios a finalistas dos cursos ministrados pela UBI, em áreas e termos a designar, proporcionando a inserção de recém-licenciados no mercado de trabalho e beneficiando do contacto estreito com novos conhecimentos e métodos de gestão utilizados. K

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Prémio Nacional de Inovação

Investigadores vencem

Associação Nacional de Ciências Biomédicas

6 O artigo «‘Absorptive Capacity and Firms’ Generation of Innovation: Revisiting Zahra and George’s Model», da autoria de Dina Pereira e João Leitão, investigadores da Universidade da Beira Interior, foi um dos quatro vencedores do Prémio Nacional de Inovação, que será entregue, a 27 de fevereiro, às 16h30, na Universidade de Aveiro, numa cerimónia que contará com a presença do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral. O artigo está focado na economia portuguesa, designadamente na identificação de problemas e soluções de política económica, na área da inova-

ção baseada no conhecimento, nomeadamente a valorização e transferência de tecnologia, a inovação colaborativa e o empreendedorismo de base tecnológica. No artigo, os autores analisam um conjunto selecionado de indicadores internos ao nível organizacional, que medem a capacidade de absorção da empresa e um conjunto de fatores de ligação, utilizando duas subamostras de empresas industriais e de serviços com sede fiscal em Portugal, que participaram no Community Innovation Survey de 2010 (CIS 2010). K

Aluno da UBI preside

6 A ANCiB - Associação Nacional de Ciências Biomédicas será presidida ao longo do próximo ano por um estudante da Universidade da Beira Interior (UBI). Ulisses Gaspar tomou posse no cargo a 6 de fevereiro, com o propósito de dar um novo impulso ao organismo que junta elementos de três instituições de Ensino

Superior portuguesas onde funcionam cursos desta área: Algarve, Aveiro e UBI. O estudante do 3.º ano de licenciatura é o primeiro aluno da UBI a presidir ao organismo fundado em 2014. No Conselho Diretivo contará com o apoio de três elementos da Universidade da Beira Interior. Diogo Ramos

terá a função de Secretário-Geral, Jorge Ferreira a de Tesoureiro e Marta Pereira será Vogal. Nos restantes órgãos sociais, e ainda da UBI, Micaela Almeida preside ao Conselho fiscal e Gonçalo Laranja será o secretário. Marília Figueira foi eleita Presidente da Mesa da Assembleia Geral e Diogo Monteiro Secretário Adjunto. K

Ciências da Saúde na UBI

Dois projetos garantidos

Formação bem-sucedida

UBI à frente na telesaúde 6 A Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (FCS) é uma das parceiras da Sociedade Ibérica de Telemedicina e Telesaúde (SITT) na formação de profissionais na área das tecnologias de informação e comunicação. A colaboração tem contribuído com a participação em eventos científicos, promoção de cursos e preparação de um livro pedagógico sobre a matéria, que será lançado dentro de pouco tempo. Em janeiro, as duas entidades

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desenvolveram o curso ‘E-Saúde e Metodologia de Teleconsultoria Clínica’ que foi um sucesso de participação presencial, mas também com muitas dezenas de pessoas a assistir à formação através da transmissão online. “Esta é uma área do presente, extremamente importante, e com alto desenvolvimento em muitos países. A telesaúde é uma ferramenta do dia-a-dia, que deve ser usada por todos os níveis de cuidados – desde os primários aos hospitalares e até mesmo nos

cuidados continuados. Hoje temos tecnologias que permitem soluções que são uma mais-valia, e por isso vamos continuar a apostar na realização de cursos como o desta semana”, salienta Miguel Castelo Branco, presidente da FCS. A SITT reúne profissionais de Portugal e Espanha com a principal missão de promover, divulgar, expandir os atos de telesaúde. Em três anos de atividade efetuou dois fóruns, em Lisboa e na Madeira, e irá realizar o próximo em Barcelona, em 2020. K

6 A Investigadora Carla Cruz, FCT do Centro de Investigação em Ciências da Saúde da UBI, acaba de ver aprovados dois projetos, dos quais é investigadora principal e que totalizam um financiamento de 114 mil euros. O projeto BIODEVICE, no valor total de 91.184 euros, foi aprovado no âmbito do Programa FCT-MIT Portugal-2017 e visa o desenvolvimento de um dispositivo biomédico baseado em aptameros de RNA de G-quadruplex, de baixo custo, portátil e com elevada sensibilidade para a deteção da nucleolina numa fase precoce do cancro da próstata. Este estudo conta com a participação de Jongyoon Han, do Massachusetts Institute of Technology, especialista de renome na

deteção de interações entre nano estruturas e biomoléculas. Conta ainda com a colaboração do Centro Hospitalar Cova da Beira, e do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores - Microsistemas e Nanotecnologias, tendo como objetivo desenvolver esse dispositivo microfluidico para a captura da nucleolina nas células tumorais circulantes. O projeto ‘Development of drug delivery nanocarrier for HPV infection’, no valor total de 13.560 euros, foi aprovado no âmbito do último concurso da Fundação Luso-Americana (FLAD), o Healthcare 2020, e destina-se a um estágio e missões no laboratório do professor Craig Meyers em Penn State College of Medicine. K

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Observatório de Turismo Sustentável

Chancela mundial para turismo de Évora 6 O Secretário-Geral da Organização Mundial de Turismo, Zurab Pololikashvili, entregou, no passado dia 23 de janeiro, na Universidade de Évora, a Carta de Adesão do Alentejo Sustainable Tourism Observatory à Rede Internacional da Organização Mundial de Turismo de Observatórios de Turismo Sustentável., refere a Universidade de Évora em comunicado. Com sede na Universidade de Évora (UÉ), o Observatório de Turismo Sustentável do Alentejo, agora com a chancela da OMT é o primeiro em Portugal e o segundo na Europa (o primeiro foi criado na Grécia), visando monitorizar os impactes do turismo na região e permitir tomadas de decisão com base em dados científicos. O Secretário-Geral da Organização Mundial de Turismo, Zurab Pololikashvili, considerou a colaboração entre a OMT e a Universidade de Évora, “muito importante, ao permitir desenvolver projetos internacionais com vantagem para ambas instituições”. Zurab Pololikashvili, que escolheu Portugal para a sua primeira intervenção pública, após a recente nomeação para o cargo, considerou que o Alentejo “tem um potencial enorme e que o Observatório servirá para melhorar ainda mais a qualidade do turismo na região, estando certo que esta dinâmica irá prosseguir”. O grande passo que significa a adesão à Rede

Internacional da Organização Mundial de Turismo de Observatórios de Turismo Sustentável permitirá, é na opinião de Ana Costa Freitas, Reitora da UÉ, “colocar em perspetiva a realidade do Alentejo e do país nesta matéria, em termos comparativos com outras realidades, contribuindo assim para passarmos a conhecer o fenómeno de forma profunda e alargada, através de uma abordagem científica, fornecendo-nos instrumentos para definir o futuro a este nível, sempre sob a bandeira da sustentabilidade”. Para a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho é “importantíssimos que a OMT esteja em Portugal a acompanhar e a conhecer os nossos projetos, queremos apresentar projetos inovadores para desenvolver internacionalmente e assumir essa liderança”, recordando ainda que o projeto formativo das escolas do Turismo de Portugal, denominado “Tourism Training Talent” foi recentemente distinguido na categoria “Inovação nas Políticas Públicas e Governação”, na 14.ª edição dos Prémios para a Inovação no Turismo, promovidos anualmente pela Organização Mundial do Turismo. António Ceia da Silva, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo-Ribatejo, elogiou o trabalho desenvolvido pela Universidade de Évora e pelos Politécnicos da região, acrescentando que está em preparação

por parte destes parceiros, a “elaboração de inquéritos, sondagens e estudos de opinião”. O responsável do Turismo no Alentejo, considera ser um “momento único para

Portugal e principalmente para Alentejo, a única região do país que está num processo de certificação sustentável reconhecida quer pela UNESCO que pela OMT”, o que

irá acompanhar também outros trabalhos da Entidade Regional Turismo no sentido de contribuir para a certificação da região enquanto destino sustentável. K

se traduz em “mais visibilidade” para a região e a “possibilidade de identificar as necessidades de turistas que vão chegar à região”, salientando ainda, que este observatório

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vive uévora

FEVEREIRO 2018 /// 07


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Sismos em Portugal

Universidade de Évora

A terra vai tremer 6 Uma equipa de investigação do Instituto de Ciências da Terra (ICT) da Universidade de Évora publicou numa revista internacional, pela primeira vez, o mapa de intensidades máximas observadas (IMO) para Portugal, que identifica as zonas com maior incidência sísmica em Portugal continental. O anúncio é feito pela própria universidade, através do seu jornal on line. As áreas com maiores intensidades sísmicas observadas em território continental correspondem à região do Vale inferior do Tejo, a toda a orla do sudoeste português e ao Algarve. De acordo com Mourad Bezzeghoud, geofísico co-autor do artigo científico publicado na revista Sismological Research Letters “o perigo sísmico no continente e Açores é significativo”. As áreas de maior concentração demográfica coincidem com as zonas com intensidades sísmicas observadas mais elevadas, situação que, alerta o investigador, “conjugada com a inadequada capacidade de grande parte do nosso edificado resistir satisfatoriamente a fortes solicitações sísmicas” coloca “uma parte importante da população portuguesa numa situação de risco sísmico considerável”. Para produzir o mapa de IMO, a equipa analisou a sismicidade em Portugal entre 1300 e 2014, num total de 175 sismos, recorrendo para isso a dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), incluindo documentos históricos, onde constam relatos e descrições

Aluna ganha prémio de mérito 6 A aluna da licenciatura em Química, Raquel Eustáquio, ganhou o prémio de mérito da Sociedade Portuguesa de Química (SPQ) para alunos das licenciaturas em Química que entraram na Universidade no ano letivo 2016/2017.

A Sociedade Portuguesa de Química constituiu este prémio de mérito como apoio aos cursos de licenciatura em Química através da disponibilização de um máximo de 5 bolsas por Universidade no valor correspondente à propina de um ano lectivo por bolsa. K

Évora

dos maiores sismos ocorridos em determinada região e, para eventos mais recentes, aos catálogos sísmicos que apresentam já um registo instrumental, a partir da década de 1940. Aproximadamente cem anos separam os três sismos com magnitude superior a 8.0 na escala de Ritcher ocorridos no período em estudo: em 1755, com epicentro na costa, sentido em toda a Europa e seguido de tsunami em Portugal, Golfo de Cádiz e Norte de Marrocos; em 1858, com epicentro ao largo da costa e em 1969, seguido de um tsunami pouco intenso. Adaptar tanto edifícios habitacionais como outras estruturas, desde barragens a pontes e viadutos, às solicitações dinâmicas do solo é um fator determinante na redução do número de vítimas durante um sismo, salienta o investigador.

Isto porque apesar dos avanços da sismologia nos últimos 60 anos, a ocorrência de sismos continua associada a um elevado grau de incerteza. Por isso, a minimização dos riscos está, em primeira instância, nas mãos duma rigorosa definição de zonas com diferentes níveis de perigo. O zonamento da perigosidade sísmica é, assim, “crítico”, na medida em que “pode apoiar a tomada de decisões relativamente à localização e qualidade da construção”. Prever um sismo a curto prazo, isto é, com antecedência de horas ou semanas, não é possível mas, adianta o investigador “existem metodologias bastante afinadas para a previsão longo prazo. Por exemplo, o sismo que ocorreu no Chile em 29 de março de 2010, com magnitude de 8.8 (M=8.8), era esperado desde a década de oitenta. K

ICNF distingue docente da UÉ 6 O “Prémio ICNF – Uma Ideia Natural” foi atribuído pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) ao projeto “Recuperação de valores naturais – habitats e espécies de zonas húmidas temporárias”, coordenado por Carla Cruz, investigadora e professora do Departamento de Biologia da Universidade de Évora (UÉ). Das 84 candidaturas apresentadas ao nível nacional, o ICFN vai financiar três projetos de conservação num total até 150 mil euros, tal como explica a investigadora

responsável do projeto da UÉ, este “pretende implementar um conjunto de ações que visam melhorar o estado de conservação dos principais valores florísticos associados a um complexo de charcos temporários mediterrânicos, sendo necessário para concretizar este objetivo intervencionar diretamente dois habitats prioritários e duas espécies classificadas ao abrigo da Diretiva Habitats: o Caropsis verticillato-inundata e a Apium repens, espécies de planta com flor pertencente à família Apiaceae”. K

Universidade de Évora

Universidade de Évora

Inibidor contra Alzheimer

6 Francisco Colaço do Rosário, um dos nomes mais sonantes da enologia portuguesa, conhecido como o “Pai dos Vinhos Alentejanos”, com repercussões ao nível nacional e internacional, foi homenageado dia 19 de janeiro, na Sala dos Atos da Universidade de Évora. Engenheiro Agrónomo nasceu a 23-12-1935, em Messejana, Concelho de Aljustrel, distrito de Beja. Foi professor entre 1962 e 1999, assumindo entre 1969 e 1974 o cargo subdiretor da Escola de Regentes

6 Uma equipa de investigação internacional, liderada por Anthony Burke do Centro de Química de Évora da Universidade de Évora (CQE-UÉ), produziu com sucesso um novo inibidor da enzima Colinesterase, fundamental para assegurar a comunicação entre neurónios em doentes com a doença de Alzheimer. Inovadora, esta molécula é quiral, apresentando apenas na sua composição o ingrediente ativo benéfico. É, por isso “mais segura para o organismo humano”, como afirma o investigador, sendo atualmente a produção da forma quiral ativa um grande desafio para a indústria far-

Francisco Colaço recordado

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Agrícolas. Foi agraciado com o Grau de Comendador da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada e galardoado pelo Presidente da República pelos seus trabalhos no desenvolvimento vitivinícola do Alentejo. Faleceu aos 72 anos. A Universidade de Évora, na voz de Ausenda Balbino, vice-reitora da Universidade de Évora, “reconhecerá sempre a grande figura que foi Colaço do Rosário e o papel fundamental que nesta instituição desempenhou, contribuindo e dando

corpo, de forma única e exemplar às principais missões de uma Universidade Pública, desde a investigação pertinente e de qualidade, passando pela real transferência de Conhecimento e Tecnologia, até à formação de profissionais de excelência, alguns figurando hoje entre os mais relevantes enólogos”. No final do evento foi ainda apresentado o livro “Glossário Ilustrado do Vinho”, pelo autor HansJörg Böhm, em homenagem a Francisco Colaço do Rosário. K

macêutica a nível mundial. A doença de Alzheimer é uma doença neurológica crónica que provoca uma deterioração progressiva e irreversível de diversas funções cognitivas, progressivamente a realização das atividades quotidianas. Este facto deve-se aos baixos níveis da acetilcolina (ACh), um neurotransmissor essencial para manter as funções normais do cérebro. Se a ação das enzimas Colinesterases (ChEs), que destroem a acetilcolina, for inibida, asseguram-se os níveis daquele neurotransmissor. Por isso, os inibidores da ChEs funcionam como fármacos. K


Politécnico de Portalegre dá posse aos novos diretores

IPP com objetivos ambiciosos 6 O presidente do Instituto Politécnico de Portalegre, Albano Silva, pretende criar um Centro de Investigação aprovado e avaliado positivamente pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. O anúncio foi feito durante a tomada de posse dos diretores das escolas do instituto, no início neste mês. Na sua intervenção, Albano Silva apresentou ainda um conjunto de objetivos que pretende ver concretizados, a saber: “ter mais estudantes internacionais a quererem estudar connosco; ter mais uma nova licenciatura, um novo mestrado e 3 CTeSP a que nos candidatámos este ano; reduzir drasticamente as taxas de abandono e insucesso escolar dos nossos alunos; melhorar as condições e recursos de trabalho para o desenvolvimento das atividades de ensino e investigação associada, bem como as condições de lazer e de prática desportiva da comunidade académica; e capitalizar as conclusões do relatório de avaliação do Ensino Superior realizado pela OCDE principalmente nos aspetos de afirmação do nosso papel e do nosso trabalho de valorização do território e de qualificação das suas populações de todas as idades”. Albano Silva lembrou ainda que o IPPortalegre é

e coletivos, respeitador dos outros órgãos, das suas presidências e coordenações eleitas, e das suas decisões e dinâmicas”, disse Albano Silva. Dirigindo-se aos diretores e aos subdiretores, considerou-os “pessoas fundamentais e os cargochave que contribuirão para fazer do Instituto mais que a soma das suas Escolas. São as pesuma das âncoras “do desenvolvimento regional”. A cerimónia de posse decorreu nos serviços centrais da instituição e pela primeira vez na história da instituição a cerimónia foi comum, tendo os diretores sido escolhidos pelo presidente do Politécnico. Foram empossados Fernando Rebola (ESECS), Miguel Serafim (ESTG), José Rato Nunes (ESAE) e Adriano Pedro (ESS). Na mesma cerimónia tomaram ainda posse os subdiretores das escolas: Luísa Carvalho (ESECS), Valentim Realinho (ESTG), Paulo Ferreira (ESAE) e António Casa Nova (ESS). “Os diretores e subdiretores das Escolas que hoje tomam posse são peças fundamentais de equilíbrio desta equipa dirigente. (…) Terão forçosamente de equilibrar e saber criar um ambiente favorável nas suas Escolas, facilitador e incentivador do desenvolvimento de projetos individuais

soas cruciais para ajudar a presidência do IPP na construção de um Instituto, mais próximo e mais forte. Esse foi o simbolismo que quisemos transmitir ao dar posse a todos os diretores em conjunto, no mesmo dia e na sede do Instituto, e cada um deles dar posse ao seu subdiretor que escolheu de forma totalmente livre”. K

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Curta de Carlos Matos e Paulo Vinhas Moreira selecionada

Último moleiro vai ao Brasil 6 O filme “O último moleiro do Rio Ocreza”, uma curta metragem documental da autoria de Carlos Matos e Paulo Vinhas Moreira, professores em Castelo Branco, numa produção da M42, foi selecionada para representar Portugal no Fórum Mundial da Água que decorre na capital do Brasil (Brasília) de 18 a 24 de março. O filme, de cinco minutos, conta a história de «Ti» Diogo que em 2008 era o único moleiro vivo e no ativo no concelho de Castelo Branco e será projetado no Pavilhão de Portugal. Esta curta foi realizada no âmbito do projeto “Portugal Rumo a Brasília 2018” e do Festival CineEco, promovido pelo Município de Seia. A curta metragem recupera as entrevistas feitas em 2008 por Carlos Matos, no âmbito de uma formação na Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco. O «Ti» Diogo era na época o último dos moleiros do Rio Ocreza, onde nos bons velhos tempos chegaram a existir 200. As 25 horas de gravação e de imagens recolhidas na altura, deram lugar a um documentário de cerca de 20 minutos, onde é contada toda a história

de um espaço mítico, onde num percurso de mil metros havia cinco ou seis moinhos. Esse foi o ponto de partida para a realização da curta metragem, com apenas cinco minutos. “Quando surgiu a possibilidade de participar neste desafio, a nossa ideia foi compactar esse trabalho em cinco minutos. Sabendo que o tema era a água, tentámos ligar a sua ausência com a ausência (atual) do moleiro. Tivemos o cuidado de ir novamente aos locais, revisitá-los e recolher novas imagens. Deste modo conseguimos

ter planos em que aparece o «Ti» Diogo e outros, idênticos, já sem ele. O resultado destes cinco minutos de documentário é a passagem do tempo na ausência das pessoas”, explica Paulo Vinhas Moreira. A água é um elemento sempre presente, como som de fundo, ou através de imagens. As gravações foram efetuadas dentro do moinho e junto ao rio, com muitas horas e muitos dias de entrevistas com aquele, que aos 88 anos era o único moleiro do Rio Ocreza. Era no seu moinho, situado junto

à ponte sobre o Ocreza (estrada que liga Castelo Branco ao Salgueiro do Campo), que vivia por opção própria e de uma forma muito simples. “Rapidamente o documentário passou a ser sobre alguém que sabia que era o último na sua arte”, explica Carlos Matos, para recordar que o “Ti Diogo vivia num dilema. Por um lado não queria sair dali, pois tinha consciência de que não se adaptava à vida urbana. Por outro, tinha receio de que tudo aquilo desaparecesse. Facto que não aconteceu, pois o seu filho preservou o espaço”. A seleção da curta metragem para o Fórum Mundial da Água é para Carlos Matos e Paulo Vinhas Moreira motivo de satisfação. “Esta é também uma forma de promovermos a nossa região. Apesar do território não ter gente, os locais onde estão os moinhos são de uma beleza extraordinária”, referem. Mas para Paulo Vinhas Moreira e para Carlos Matos “o maior prémio é podermos levar o «Ti» Diogo, que se fosse vivo tinha 98 anos, a esse evento e ao pavilhão de Portugal”. K

Programas a decorrer

Seminário interdisciplinar

ESE debate intervenção escolar 6 O I Seminário Interdisciplinar de Intervenção Social Escolar realizou-se no passado dia 16, na Escola Superior de Educação de Castelo Branco (ESE), informou o Politécnico albicastrense, em comunicado. O encontro foi organizado pela ESE através da coordenação do Mestrado em Intervenção Social Escolar. A iniciativa destinou-se a estudantes do Mestrado em Intervenção Social Escolar (MISE), mas também a outros estudantes de mestrado, docentes, investigadores e público em geral. O encontro teve como objetivo abordar as temáticas inseridas nos objetivos do curso e das suas áreas científicas, incrementando conhecimentos através da reflexão e do debate. K

Economia

Esald faz reabilitação neurológica Nerlei distingue 6 A Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias do Instituto Politécnico de Castelo Branco tem a decorrer, desde o início deste mês, dois programas na área da reabilitação neurológica. O anúncio foi feito pelo próprio Politécnico albicastrense, que sublinha a importância dos mesmos. De inscrição gratuita, o programa «O meu familiar teve um AVC… E agora?», consiste numa “sessão de esclarecimento dirigida aos familiares/cuidadores de pessoas que sofreram um AVC e que mantêm as sequelas motoras associadas, sendo a participação também aberta a todas os restantes interessados”. O Politécnico adianta que “nesta sessão serão expostos temas como: Quanto tempo de reabilitação? O que esperar da reabilitação motora? Estratégias de adaptação no contexto domiciliar? O que fazer e o que não fazer? Como encarar o AVC? O que se deve fazer para prevenir

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novos episódios de AVC?”. Este programa é gratuito, com um mínimo de 6 vagas e um máximo de 10 vagas/sessão, havendo, no entanto, possibili-

dade de repetição da sessão em caso de excedente de número de vagas. Decorre em horário pós-laboral, entre fevereiro e maio e tem uma duração média

de 40-50 minutos. Já o programa «Avaliação e intervenção no risco de queda para pessoas com problemas neurológicos», “compreende uma sessão de avaliação do estado geral do equilíbrio e do medo de queda, de forma a determinar o risco de queda em cada sujeito”. Além disso, inclui ainda “20 sessões de exercício em piscina aquecida durante 10 semanas, duas vezes por semana, no período da tarde, na Clínica Pedagógica da ESALD. São elegíveis pessoas de todas as idades, com diagnóstico referente a uma patologia do Sistema Nervoso Central (por exemplo: AVC, Esclerose Múltipla, Parkinson)”. De acordo com o Politécnico, este programa “tem custos associados que estão disponíveis para consulta na receção do piso 1 da ESALD ou através dos contatos para as inscrições: 272340563 / fisioterapia. esald@ipcb.pt”. K

Politécnico de Leiria 6 O Politécnico de Leiria foi distinguido pela NERLEI - Associação Empresarial da Região de Leiria como “Instituição de Mérito”, pelo papel que desenvolve na qualificação inicial dos recursos humanos e na qualificação de ativos”. Na cerimónia foi também destacado o seu envolvimento em processos de investigação e inovação relevantes para o tecido empresarial da região e dinamizados em parceria com este”, a “partilha de conhecimentos” que promove e os projetos desenvolvidos em conjunto com a NERLEI. A distinção, atribuída no dia 8 de fevereiro, decorreu no âmbito do jantar-conferência promovido pela Associação Empresarial, tendo contado com a presença do Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral. K


Festival

IPCB e Macau

Aluna da Esart no DME

Mais alunos da China

6 Inês Santos, aluna da licenciatura em Música - variante Música Eletrónica e Produção Musical da Escola Superior de Artes Aplicadas do IPCB foi selecionada pelo Festival DME (Dias de Música Eletroacústica) para participar gratuitamente num Workshop sobre “Composição de Paisagem Sonora”. Em nota de imprensa, o IPCB refere que o workshop foi realizado no âmbito do Projeto Europeu Erasmus+ intitulado “A Paisagem Sonora em que Vivemos” e decorreu nas instalações do GMVL - Groupe de Musiques Vivantes de Lyon, em Lyon, com Bernard Fort. No Workshop participaram também representantes dos parceiros do Projeto Europeu: Tempo Reale (Itália), Amici della Musica di Cagliari (Itália) e Ionian University (Grécia). A aluna selecionada faz parte do grupo FEME (Forward Electroacoustic Music Ensemble) que, associado à EMSCAN e ao Festival DME, está a preparar um projeto de disseminação das práticas musicais associadas à música eletroacústica e as suas relações com o campo da paisagem sonora. K

6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) irá acolher mais alunos chineses provenientes do Politécnico de Macau. No último mês, de 16 a 21, Carlos Maia, presidente do IPCB, deslocou-se a Macau, no âmbito da Região Administrativa Especial de Macau, no sentido de estreitar relações entre as várias instituições portuguesas e o Politécnico de Macau. Uma visita de trabalho realizada no âmbito da missão promovida pelo Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP). Neste momento encontram-se a estudar no IPCB cerca de 25 alunos do 2.º ano da licenciatura em Ensino da Língua Chinesa como Língua Estrangeira. Em nota de imprensa, a instituição albicastrense revela que no próximo ano letivo, além da turma referente àquele curso, a Escola Superior de Educação de Castelo Branco deverá acolher uma outra mas do 2º ano da licenciatura em Português. Entre as duas turmas o IPCB deverá acolher, no próximo ano letivo mais 50 alunos chineses. Este trabalho de coo-

peração foi reforçado, no passado dia 22 de janeiro, em Castelo Branco durante uma reunião de trabalho na Escola Superior de Educação de Castelo Branco, onde participaram o diretor da Escola Superior de Línguas e Tradução do IP de Macau, Luciano de Almeida, a coordenadora da equipa de pós-graduações da Escola e a coordenadora do curso de Licenciatura em Português, Rosa Bizarro e Lola Xavier, e ainda o coordenador do curso de Licenciatura em Tradução e Interpretação Chinês-

Português/Português-Chinês, Zhang Yunfeng. Do lado português, além do presidente do Politécnico, Carlos Maia, participaram no encontro João Serrano (diretor da ESE), Fátima Jorge (subdiretora da ESE), Valter Lemos (presidente do CTC), Teresa Gonçalves (presidente do CP) e Natividade Pires (coordenadora do curso em Ensino da Língua Chinesa como Língua Estrangeira). Em comunicado, o IPCB refere que para o próximo ano letivo vai ser muito importante no re-

forço desta cooperação, obrigando à implementação de “um plano de estudos exigente, incluindo exclusivamente disciplinas na área da língua portuguesa, da cultura e da literatura lusófonas”. O Politécnico fala no reforço docente e explica que “além da professora Yan Zhang, que leciona também algumas disciplinas aos alunos chineses que atualmente estão em Castelo Branco, em 2018-2019 mais um professor chinês lecionará na ESE”. Na mesma reunião de

trabalho, o Instituto Politécnico de Macau lançou o desafio se “desenvolver investigação conjunta, financiada pelo GAES-Gabinete de Apoio ao Ensino Superior em Macau”, o que a concretizar-se poderá resultar ainda em publicações conjuntas, em 2019. Durante o encontro, a delegação de Macau, salientou “a vertente humana na forma de acolhimento dos alunos e da professora chinesa”, refere a nota informativa do IPCB. K

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Música

Aluno da Esart participa na Orquestra Europeia

6 Miguel Erlich, aluno da licenciatura em Música - variante Instrumento da Escola Superior de Artes Aplicadas do IPCB, foi recentemente selecionado para a Orquestra de Jovens da União Europeia (OJUE), para a temporada 2018. As audições para a Orquestra de Jovens da União Europeia são tuteladas e organizadas pela DirecçãoGeral das Artes (DGARTES) da Secretaria de Estado da Cultura. Este ano, participaram nas audições para a OJUE 380 músicos portugueses, tendo sido selecionados apenas 22 músicos (12 como membros efetivos e 10 como reserva). Miguel Erlich faz parte do restrito leque dos jovens músicos portugueses selecionados para a OJUE como membro efetivo. A Orquestra de Jovens da União Europeia foi fundada há mais de 30 anos com o objetivo de juntar os mais talentosos jovens instrumentistas da União Europeia, oferecendo aos candidatos aprovados a oportunidade de trabalhar com professores especializados de instrumento e de tocar em todo o mundo com ma-

Na Esart

Jornadas do Potencial Técnico e Científico estros e solistas de renome. Os cursos iniciais, que o jovem aluno da ESART terá o privilegio de frequentar, terão a duração de duas semanas, com ensaios gerais com professores de orquestras e conservatórios da Europa, seguido de uma digressão de cerca de 10 concertos. Paralelamente à preparação para a digressão, o período de ensaios será preenchido com sessões de música de câmara, com atividades desportivas e outras atividades recreativas, que permitem

aos jovens músicos tirar o melhor partido do trabalho a desenvolver num ambiente multidisciplinar e multicultural. Os membros da orquestra terão ainda a oportunidade de integrar outras digressões durante a Páscoa de 2018. A Orquestra de Jovens da União Europeia reúne um total de 118 músicos (de todos os países da União Europeia), sendo Portugal atualmente o terceiro país mais representado, apenas superado pelo Reino Unido e pela Espanha. K

6 As IV Jornadas do Potencial Técnico e Científico decorrem no dia 21 de fevereiro nas instalações da Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco. O evento é promovido pelo Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), através do Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional, e tem como principal objetivo dar a conhecer à comunidade académica, institucional e empresarial a meia centena de projetos de investigação que o IPCB tem em curso. Em nota de imprensa, o IPCB revela que os projetos

são, na sua maioria, “de cariz interdisciplinar com um perfil de investigação em diferentes áreas, nomeadamente ciências agrárias, tecnologia e gestão, saúde, educação e artes aplicadas”. O Politécnico refere no mesmo comunicado que “a crescente afirmação da instituição no panorama do ensino superior nacional e internacional terá de se traduzir, não só num aumento efetivo da quantidade da investigação produzida, mas também, e sobretudo, na qualidade dessa investigação”. K

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Video Pitch

IPCB em concurso internacional

6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco é uma das instituições de ensino superior associadas à rede internacional que dinamiza o concurso de promoção do empreendedorismo de génese académica “International Video Pitch Competition”, informou a instituição em comunicado. O concurso integra cerca de 15 instituições de ensino superior internacionais, de 12 países (Portugal, Hungria, Eslovénia, Estados Unidos da América, País de Gales, Inglaterra, Alemanha, Roménia, Letónia, Sérvia,

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Croácia e Bósnia e Herzegovina). O evento destina-se exclusivamente a estudantes, e a participação no concurso consiste na realização de um video pitch, “com a duração máxima de dois minutos, onde os participantes efetuam a apresentação de um projeto de negócio, complementado com uma página com a informação mais relevante sobre o mesmo”. O concurso terá duas fases: uma regional, gerida no quadro do IPCB, e a fase final a que concorrem os dois

primeiros classificados de cada uma das instituições de ensino superior participantes. Os prémios são de 750 e 250 dólares (cerca de 600€ e 200€) para o primeiro e segundo classificados, respetivamente. Os vencedores terão também acesso a serviços de consultoria profissional e a potenciais investidores, que ajudarão na concretização dos projetos. As candidaturas para a fase local encontram-se já a decorrer, terminando no próximo dia 19 de março. K

Felicitamos o Ensino Magazine pelo seu 20º aniversário


A usar algas invasoras na confeção dos pratos

IPL dá show em Vigo 6 Doze estudantes do politécnico de Leiria ensinaram a cozinhar com algas invasoras, no Mercado do Progreso, em Vigo, Espanha, no qual organizaram um showcooking com o objetivo de divulgar novas formas de utilização de algas que se encontram na costa Ibérica, na confeção de produtos alimentares inovadores. A iniciativa esteve integrada no projeto europeu AMALIA (Algae-toMArket Lab IdeAs), que o Politécnico de Leiria lidera, e que pretende valorizar as algas invasoras da costa, para o mercado alimentar, das rações, dos cosméticos e farmacêutico. O showcooking foi preparado

por estudantes do Curso de Técnico Superior Profissional em Cozinha e Produção Alimentar da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar do Politécnico de Leiria sob supervisão do chefe Samuel Sousa, que desenvolveram ao longo do semestre anterior diversas receitas utilizando a alga Codium. Num espaço aberto do mercado do Progreso, com grande afluência por parte do público, os estudantes explicaram as receitas desenvolvidas e deram a provar pratos como lasanha, queijo de cabra, rissóis, croquetes, chamuças, cheesecake, barras energéticas e bolachas, tudo com um ingrediente em comum, as

algas invasoras. Para Samuel Sousa, que acompanhou os estudantes no desenvolvimento dos novos produtos, “o resultado de meses intensos de trabalho foi um sucesso, pela interação com o público, que teve oportunidade de provar as novas iguarias, acompanhadas de gin aromatizado com algas, também desenvolvido na ESTM, e de as aprovar”. As receitas utilizando a alga Codium foram desenvolvidas no Politécnico de Leiria em estreita colaboração com os parceiros do projeto europeu AMALIA, e o showcooking em Vigo resultou de uma parceria com a Universidade de Vigo. K

Modernização

Politécnico de Leiria apoia Palop’s e Timor 6 O Instituto Politécnico de Leiria está a participar num projeto de modernização da administração pública nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e em Timor Leste. Fruto dessa cooperação, o IPLeiria acolheu um grupo de nove estudantes para a frequência de um programa de formação na área das Tecnologias de Informação e Comunicação. A formação é ministrada no âmbito do projeto PASP - Apoio à Melhoria da Qualidade e Proximidade dos Serviços Públicos dos PALOP e Timor Leste, e tem lugar na ESTG-Leiria.

Esta ação conta com o cofinanciamento/gestão da Comissão Europeia e do CAMÕES I.P. - Instituto da Cooperação e da Língua, e está integrada na Iniciativa de Cooperação dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP e Timor Leste) com a União Europeia. No total, o Politécnico de Leiria desenvolverá formação presencial e a distância para cerca de 80 técnicos, nomeadamente no contexto das Academias CISCO e ORACLE, e noutros domínios de formação como a gestão de projetos e sistemas de segurança da informação. K

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Segurança e computação forense

GNR faz curso no IPL

Diplomada do IPLeiria distinguida na Domus

O espaço e o corpo 6 Soraia Gomes Teixeira, diplomada do mestrado em Design de Produto na Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha do Politécnico de Leiria (E SAD.CR/IPLeiria), viu o seu projeto “Movimento Marcado” distinguido pela conceituada revista Domus. O projeto concentra-se em trabalhar sobre o espaço, o corpo, o objeto e a relação que estes desenvolvem entre si, desenvolvendo uma série de objetos experimentais que permitem explorar a consciência de determinados movimentos e gestos, e valeu à designer publicação numa das mais importantes revistas da especialidade. A designer explica que os objetos desenvolvidos no âmbito de “Movimento Marcado” «funcionam como mediadores entre o corpo e o espaço arquitetónico, como os dispositivos de contraplacado colocados a alturas específicas da parede que, por sua vez, exigem um maior desafio para o utilizador. De entre eles,

outros enfatizam ações diárias como revelar uma figura geométrica ao andar com uma saia ou engrandecer a inclinação da cabeça num pedestal, como se a nossa cabeça estivesse a precisar de descanso». “Movimento Marcado” foi desenvolvido durante o mestrado na ESAD.CR/IPLeiria, e orientado pelo docente Miguel Vieira Baptista. «O projeto tem como objetivo questionar o quanto o corpo pode moldar um objeto ou o quanto um objeto pode moldar os movimentos do corpo», esclarece ainda. Soraia Gomes Teixeira destaca que a publicação pela Domus «serviu sobretudo como validação do projeto, mas também de estímulo para continuar a investigar e a explorar esta relação existente entre os objetos, o corpo e o espaço». Soraia Gomes Teixeira tem 27 anos, e é natural do Porto. É licenciada em Design Industrial pelo Instituto Politécnico do Porto, e mestrada em Design de Pro-

duto pela Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha do Politécnico de Leiria, tendo como tema de tese “Como o corpo molda o objecto e como o objecto molda o corpo”. Interessa-se por arquitetura, dança e música, tendo frequentado o Conservatório de Música durante vários anos. Em 2014, foi selecionada para a mostra POP’s (projetos de origem portuguesa), organizada pela loja da Fundação de Serralves, e no mesmo ano, foi selecionada para a Mostra de Jovens Criadores Portugueses, concurso organizado pelo Clube Português de Artes e Ideias. Em 2015 representou Portugal na categoria de Design de Equipamento na VII Bienal da Comunidade de Países de Língua Portuguesa em Maputo, Moçambique. Já em 2017 foi colaboradora no estúdio Ciszak Dalmas em Madrid. Atualmente é professora assistente na Escola Superior de Media Artes e Design do Instituto Politécnico do Porto e desenvolve projetos em nome próprio. K

Politécnico de Viseu

Envelhecimento em debate

6 O auditório da Escola Superior de Saúde de Viseu foi o palco escolhido para a realização da quinta edição do simpósio ‘Saber Envelhecer…Um desafio emergente’, que decorre a 15 de fevereiro. O evento está focado nas temáticas do termalismo e turismo sénior, institucionalização: reflexões e responsabilidades dos diferentes intervenientes, apresentação de novas ajudas técnicas, a importância das doenças cardiovasculares na qualidade de vida dos idosos e contributos

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da acupuntura para a sua saúde. Para a coordenadora do simpósio, professora Rosa Martins, “o evento visa promover o debate técnico-científico sobre o envelhecimento ativo, saudável e positivo para a promoção de uma melhor qualidade de vida e bem-estar das pessoas idosas e sensibilizar a sociedade em geral para a implementação conjunta e concertada de estratégias de longevidade. Procura, ainda, proporcionar informação ao idoso, aos seus familiares e cuidadores sobre os recursos

(bens e serviços) disponíveis no mercado. O seminário conta com a participação de diversos e reputados especialistas nesta área”. O simpósio é uma organização do corpo docente e discente do 5º Curso de Pós-Graduação em Gerontologia e Geriatria e tem como destinatários os alunos e funcionários do IPV, exalunos desta pós-graduação, profissionais da área e público em geral. K Joaquim Amaral e Rosa Martins _

6 O Politécnico de Leiria acaba de apresentar a quinta edição da pós-graduação em Informática de Segurança e Computação Forense, totalmente direcionada para técnicos da Guarda Nacional Republicana (GNR), com o objetivo de ministrar formação especializada em cibersegurança e análise digital forense. A sessão de apresentação decorreu a 1 de fevereiro, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão, dia em que tiveram também início as aulas, que vão terminar no final de junho. O curso conte com um corpo docente constituído maioritariamente por professores da Escola. Os formandos são técnicos e militares da GNR, a desempenhar funções relacionadas com as temáticas do curso, nomeadamente examinador forense digital, administrador de sistemas

informáticos e investigador criminal. “A pós-graduação em Informática de Segurança e Computação Forense é sobretudo prática e focada em dotar os formandos de conhecimentos sobre segurança informática e análise digital forense”, destaca Mário Antunes, coordenador deste curso de formação especializada e docente do curso de Engenharia Informática na ESTG/IPLeiria. O curso potencia três níveis de competências que incluem a prevenção, a deteção e a análise forense. Os estudantes adquirem a capacidade de conceber e desenvolver políticas de segurança para mitigar o crime informático, bem como a definição de procedimentos ágeis capazes de determinar com maior rapidez atos ilícitos praticados na Internet. K

Projeto TRAMA

Docente do IPT vence 6 Leonor Loureiro, docente do Instituto Politécnico de Tomar e coordenadora do Laboratório de Conservação e Restauro de Documentos Gráficos, ganhou o Concurso Projecto TRAMA, organizado pela Associação Profissional de ConservadoresRestauradores de Portugal e da sua congénere Associação de Conservadores Restauradores de Espanha. Com o título ‘Projeto Delfim

Maya: preservação, conservação, restauro e divulgação das obras em papel (desenhos, caricaturas, planificações escultóricas, documentos, cartazes tauromáquicos, abat-jour) e esculturas de um artista esquecido’, este trabalho tem vindo a ser desenvolvido no Laboratório de Conservação e Restauro de Documentos Gráficos do IPT desde 2016. K

Superior de Enfermagem de Coimbra

Professores na Grécia 6 Ana Paula Monteiro, professora da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, e a enfermeira Luísa Santos, que frequenta mestrado na instituição estão este mês de fevereiro, no campo de refugiados de Kara Tepe, na ilha de Lesbos (Grécia), a prestar apoio a 80 crianças em idade escolar e a dois grupos de jovens adolescentes, ao nível da promoção da saúde mental e da educação não formal. As duas profissionais contam com a inestimável colaboração da Plataforma de Apoio aos Refugiados, que acolheu

esta incumbência, sendo, ainda, aguardado o apoio de algumas empresas de Coimbra. Estão integradas numa equipa de voluntários da PAR, com o estatuto de voluntárias desta plataforma de organizações da sociedade civil portuguesa e sob a sua tutela. A PAR assegura o alojamento e todo o apoio logístico no terreno. Trabalham com as crianças tendo por base um contentor sem aquecimento, numa altura em que as condições no terreno são particularmente difíceis: é inverno e faz muito frio. K


27 de fevereiro a 1 de março

Dias abertos no IPPortalegre 6 O Instituto Politécnico de Portalegre (IPP) realiza os seus Dias Abertos, de 27 de fevereiro a 1 de março, informou a instituição em comunicado. Esta é a quarta edição da iniciativa que visa dar a conhecer o Politécnico aos finalistas dos ensinos secundário e profissional, “sendo uma oportunidade para os visitantes contactarem com as nossas áreas de ensino e investigação, através de mostras e atividades práticas diversificadas, dinamizadas por professores, alunos das licenciaturas e dos cursos técnicos superiores profissionais do IPP”, refere a instituição. O Politécnico de Portalegre revela que “a passagem para o Ensino Superior representa um momento decisivo na vida dos estudantes, para o qual necessitam de estar devidamente informados. A visita contemplará momentos próprios para fornecer e prestar esclarecimentos sobre as saídas profissionais

e a empregabilidade dos cursos, o processo de candidatura, propinas, bolsas, programas de apoio ao estudante e de mobilidade internacional”. Os estudantes e respetivos professores terão a oportunidade de visitar as várias Escolas do IPP, as Residências de Estudantes, a BioBIP (Bioenergy and Business Incubator of Portalegre), mas sobretudo de ficarem a conhecer o trabalho desenvolvido, muitas vezes único no País, e que muitas vezes tem sido reconhecido e premiado. Os Dias Abertos são uma iniciativa aberta a qualquer interessado, bastando para isso que se inscrevam em www.ipportalegre.pt. Pela sua natureza, são igualmente dirigidos aos pais/encarregados de educação que poderão ter um espaço dedicado num horário específico e a marcar de acordo com a sua disponibilidade. K

IPPortalegre é coordenador nacional

Poliempreende já mexe 6 O Instituto Politécnico de Portalegre (IPP) é o coordenador nacional da 15ª edição do concurso Poliempreende, através do seu Gabinete de Empreendedorismo e Emprego. A primeira reunião de trabalho com vista à preparação deste que é um dos maiores concursos de empreendedorismo do país, decorreu, no passado dia 2 de fevereiro, naquele instituto. Em nota enviada ao Ensino Magazine, é explicado que o Poliempreende é uma iniciativa da rede de instituições de ensino superior politécnicas, surgida em 2003, com o objetivo é fomentar uma cultura empreendedora e que favoreça o desenvolvimento de competências dos estudantes, estimulando o empreendedorismo e proporcionando saídas profissionais através da criação do próprio emprego. Envolvendo um vasto conjunto

de ações de sensibilização e formação, que culmina com a realização de 20 concursos regionais e um concurso nacional, com um montante global de prémios que ultrapassa os 100 mil euros, o Concurso tem a honra de contar com o Comendador Rui Nabeiro como patrono da iniciativa. Na reunião, após a abertura efetuada pelo presidente do IPP, Albano Siva, dirigida pelo coordenador nacional, o Pró-Presidente para o Empreendedorismo e Emprego do IPP, Artur Romão, participaram os responsáveis institucionais do programa, que engloba todos os institutos politécnicos públicos do país, e ainda a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, a Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, a Escola Superior Náutica Infante D. Henrique e as Escolas Politécnicas das Universidades de Aveiro

e do Algarve. O encontro contou ainda com a presença de alguns convidados, entre os quais Joaquim Mourato, antigo presidente do IPP e do CCISP, nomeado pela coordenação cessante, a cargo do IPBragança, como “Embaixador do Poliempreende”, em função dos contributos prestados ao concurso. Neste encontro foi realizado um balanço sobre a 14ª edição e foram aprovados os planos para o desenvolvimento da 15ª edição, a qual terá a sua conclusão com a realização do Concurso Nacional e da Semana do Empreendedorismo, de 10 a 14 de setembro de 2018 em Portalegre. Paralelamente decorreu uma reunião de acompanhamento do Projeto PIN – Polientrepreneurship Innovation Network, do qual são promotores os politécnicos do Norte, Centro e Alentejo. K

Portalegre

IPP abraça novos voos

Prémio Carreira Alumni UAlg 2017

Élio Vicente recebe prémio 6 Élio Vicente, licenciado em Biologia Marinha e Pescas (1997), acaba de ser agraciado com o Prémio Carreira Alumni UAlg 2017, o qual foi entregue a 11 de janeiro, numa cerimónia pública que decorreu no Anfiteatro José Silvestre do Instituto Superior de Engenharia, no Campus da Penha. Élio Vicente é atualmente diretor de Relações Externas do Zoomarine e presidente do Conselho Fiscal da Ordem dos Biólogos. Tem desenvolvido um relevante trabalho no Zoomarine, desde 1994, em prol da educação,

defesa do ambiente, cultura e ciência. Num discurso muito emotivo, Élio Vicente, “como filho desta nobríssima casa, que já tanto deu ao Algarve, a Portugal, à Ciência, à Cultura e à formação de milhares de alumni que ajudam e ajudarão este país”, terminou a sua intervenção com um compromisso e um agradecimento à Universidade do Algarve. “O compromisso é simples: continuar a tentar contribuir, pessoal e profissionalmente, para levar mais longe e mais alto o nome e o prestígio da nossa Academia”. K

6 O Politécnico de Portalegre recebeu no passado dia 23 de janeiro uma comitiva Irlandesa composta por professores do Dublin Institute of Technology e de Carlow Institute of Technology. Durante a visita, centrada no cluster aeronáutico do Alentejo, a comitiva deslocou-se ao Campus Aeronáutico de Ponte de Sor, tendo visitado as instalações da GAIR, da TEKEVER e da Proteção Civil. As excelentes condições existentes foram consideradas uma mais-valia para o desenvolvimento desta área estratégica a nível regional, passando os objetivos futuros pela definição de protocolos de cooperação para o de desenvolvimento de ciclos de estudo nestes domínios. K

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João Maria Marçal Grilo, fundador da Unity in Health

Um português no mundo da saúde mental 6 João Maria Marçal Grilo, 45 anos, é fundador da Organização Não Governamental Unity in Health, com sede em Londres. Uma ONG que desenvolve a sua atividade, na área da saúde mental no Nepal e no Sri Lanka. Formado em geografia, com mestrado em Estudos de Desenvolvimento e formação em saúde mental, João Marçal Grilo prefere ser ele próprio, sem títulos académicos associados. Em entrevista ao Ensino Magazine, respondida por email, explica o que o levou a criar a ONG e de intervir na Ásia. Como é que um geógrafo, com um mestrado em Estudos de Desenvolvimento, se dedica ao voluntariado e cria a sua própria ONG? Sou geógrafo só de nome. Aliás, prefiro não me agarrar a qualquer tipo de titulo profissional – num país de tantos doutores e engenheiros como Portugal, precisamos de nos livrar de títulos ou hierarquias e focar-nos nos nossos nomes, no conteúdo, nas pessoas. Qualquer pessoa pode criar uma ONG. Mais do que uma formação ou experiência de vida, o que me parece mais impor-

016 /// FEVEREIRO 2018

tante é ter uma paixão, uma causa, um querer investir em algo que ache que vale a pena. E interesses, paixões e motivação, todos podemos ter, devemos ter – mas é preciso saber despertá-las. Eu tive a sorte de ser encorajado e motivado, tanto na escola, como em casa. O papel dos pais e dos professores – de bons professores, dum ensino que estimule a reflexão e o sonhar – é fundamental. Quando é que decidiu que esse seria o seu objetivo de vida? E o porquê da aposta ser na área da saúde mental? Não lhe chamaria o meu objetivo de vida. É um dos muitos planos que sempre tive, uma das muitas ideias que quis tentar seguir. Vejo a vida como algo demasiado rica e variada para termos um único objetivo! Desde pequeno que quis sair de Portugal, viajar, estar perto da terra, dos animais, das pessoas. Pouco a pouco fui escolhendo caminhos que me levaram até à saúde e ao desenvolvimento num contexto internacional. A saúde mental é uma das áreas clínicas mais ignoradas e inclusivamente desprezadas tanto pelas sociedades em geral, como por

variados governos nacionais e regionais – é uma tendência comum não só em países com menos recursos, mas também no mundo ocidental. Juntamente com os meus colegas – porque o projeto da Unity in Health não é um projeto a sós. Decidimos focar-nos nesta área mais esquecida, por acharmos que, precisamente por isso, merecia toda a nossa atenção. A nossa contribuição é uma pequena gota de água num mar de necessidades imenso, mas pouco a pouco e em colaboração com outras organizações e indivíduos, acreditamos que podemos contribuir para alguma mudança. Está a desenvolver programas de voluntariado no Nepal e no Sri Lanka. Que programas são esses e o que eles representam para a população apoiada? A Unity in Health é uma organização cuja missão se concentra em ajudar enfermeiros, médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais e muitos outros que trabalham em países menos desenvolvidos, a adquirirem mais conhecimentos e aptidões em saúde mental. Pretendemos ajudar estes pro-

fissionais de saúde, bem como aqueles que não têm formação mas que substituem os profissionais onde estes não existem, a dar o melhor apoio possível a pessoas afetadas por problemas mentais e emocionais. Em países como o Nepal e o Sri Lanka, conta-se pelos dedos das mãos o numero de psiquiatras, psicólogos e enfermeiros de saúde mental. As carências de pessoal formado são gritantes. Temos um numero restrito de projetos em ambos países, todos na área da formação: No Sri Lanka, por exemplo, estamos a formar enfermeiros na prestação de serviços em comunidade ao domicílio; no Nepal, treinamos profissionais que trabalham em dois pequenos centros para sem abrigos com problemas mentais, bem como com psicólogos que prestam ajuda a crianças Nepalesas traficadas para a Índia, onde são submetidas a níveis inimagináveis de abusos físicos, psicológicos e sexuais. Treinamos os psicólogos e enfermeiros a oferecer terapias a estas crianças, adequadas ao seu estado psicológico e necessidades emocionais – A maioria volta para o Nepal com graves problemas de stress póstraumatico.

Como é que no terreno o vosso trabalho é desenvolvido e como é que é medida a sua eficácia? Grande parte do nosso trabalho é feito através de um programa de voluntariado, que consiste em profissionais de saúde trabalharem lado a lado, por períodos específicos de tempo, com os seus congéneres tanto no Sri Lanka como no Nepal. Temos um processo de seleção de voluntários bastante exaustivo - todo o interesse é bem vindo, mas temos muito claro que a Unity in Health não promove o turismo de voluntariado. Procuramos pessoas com conhecimentos e aptidões muito especificas, e acima de tudo com capacidade para trabalhar em locais onde o conforto é escasso. A outra parte do nosso trabalho concentra-se na distribuição de materiais de informação – livros e outros instrumentos essências para a aprendizagem dos estudantes de saúde – e esperamos também dentro de pouco entrar na área de investigação - no mapeamento da saúde mental e dos serviços existentes nas regiões onde já trabalhamos. A eficácia nem sempre é fácil de medir. Mas ter um sis-


tema de avaliação é essencial para entendermos o impacto das nossas ações. Para além de avaliarmos os estudantes e profissionais com quem vamos trabalhando, produzimos relatórios semestrais sobre o avanço de cada projeto, para tal recolhendo feedback e informação dos parceiros com quem colaboramos – no fundo os que estão na melhor posição para avaliar o nosso contributo, e identificar áreas onde podemos trabalhar mais, e melhorar. Normalmente a sociedade olha para as ONG como instituições de voluntariado. Mas manter uma organização como a sua, não será fácil. Tem conseguido apoios para a manter em funcionamento, para fazer face aos custos inerentes à sua dinâmica? Conseguir financiamento é de facto um dos nossos maiores desafios. São muitas as ONGs em funcionamento no Reino Unido, e por isso a competição é grande. Também temos a questão acrescida da saúde mental não ser um tema que desperta a atenção de muitos. Infelizmente continua a ser para muitos um tema a evitar, a esconder, a ignorar, porque os preconceitos. O estigma em volta das doenças psiquiátricas e emocionais continua a ser grande, mesmo em países como Portugal ou Inglaterra. A ideia de que uma ONG é uma instituição de voluntariado é contudo errada. É impossível esperar ou desejar que uma ONG funcione à base do voluntariado. Qualquer organização, com fins lucrativos ou não, precisa de ser gerida, bem gerida, para ser sustentável e atingir os objetivos a que se compromete. Também é importante que comecemos a ver o trabalho das ONGs como uma peça importante no desenvolvimento não só social, mas também económico de regiões e países mais desfavorecidos. O trabalho de uma ONG não assenta na caridade – um termo com o qual pessoalmente não tenho grande afinidade, visto que a meu ver perpetua uma relação de dependência e de superioridade, do que dá ao mais pobre, para se sentir bem consigo mesmo. Ao contrario, o trabalho de qualquer ONG deve estar assento em conceitos mais sãos e igualitários, como o da solidariedade, em que se trocam conhecimentos e experiências, para o beneficio de todos. Por agora temos contado com a ajuda de organizações ligadas ao mundo da saúde em Inglaterra, bem como alguns

pouco melhor e mais justo para todos. São muitas as situações, difícil de identificar uma especifica. Talvez neste momento o que mais me fascina e admiro, é a dedicação dos colegas com que trabalho no Nepal – enfermeiros e enfermeiras que, por menos de 100 euros por mês, dedicam todo o seu tempo e energia a apoiar indivíduos com doenças mentais profundas. Colegas que gastam três horas por dia para chegar ao trabalho, e voltar a casa, metidos em autocarros a cair de podre, que se arrastam por estradas poeirentas no vale de Catmandu. Que quando voltam para casa, voltam em muitos casos para uma casa feita de lata, onde em duas divisões vivem 6 ou 7 pessoas. Que se deitam tarde a cozinhar ou ajudar os filhos com os trabalhos de casa, para no dia seguinte se terem de levantar novamente às 5 da manha, e começar mais um dia de trabalho. E que mesmo assim conseguem fazer tudo com um sorriso no rosto. Eles sim, são uns verdadeiros heróis. privados. Mas precisamos de trabalhar mais na nossa estratégia de angariação de fundos, de forma a envolver mais pessoas, e a poder continuar a apoiar quem mais precisa nas regiões onde trabalhamos – mulheres, crianças e idosos com problemas de saúde mental e em situação de pobreza, que tem poucas ou nenhumas oportunidades de aceder a profissionais de saúde com as qualificações e experiência adequadas para os apoiar. E a relação com os governos/entidades desses países tem sido frutífera, ou pelo contrário têm existido dificuldades? De uma forma geral, bastante positiva. A saúde mental esta no fundo da lista de prioridades da maioria destas entidades. São países com carências a variadíssimos níveis, onde a doença mental é muitas vezes associada à bruxaria, à loucura e ao perigo, dai o des-

prezo e negação. O trabalho de prevenção e sensibilização é por isso fundamental. Há que mudar perceções entre os profissionais de saúde, entre as populações, mas também entre quem governa. Nas relações com entidades nacionais e locais temos, acima de tudo, que manter sempre uma atitude de igualdade e não de superioridade - algo que infelizmente acontece no trabalho de algumas ONGs ocidentais. E a relação com a população? A vossa intervenção é bem aceite? O trabalho em saúde mental desperta muitas emoções – positivas naqueles que são ajudados diretamente, bem como nas suas famílias e amigos. Como uma ONG relativamente nova, temos sorte em trabalhar com parceiros locais de grande qualidade – organizações que conhecem bem o terreno, e que estabelecem pontes de comunicação fundamentais para

o sucesso do nosso trabalho. É um longo trabalho de sensibilização. A mudança é possível, mesmo acontecendo a um ritmo lento e moroso. Mas há resistências, principalmente entre comunidades onde a doença mental é vista como algo extremamente negativo. Daí o trabalho de sensibilização ser tão importante. Neste processo de voluntariado certamente que houve situações que o marcaram... Sinto-me um sortudo. Tive muitas experiências inesquecíveis ao longo da minha vida pessoal e laboral, que de uma forma ou outra sempre se misturaram. A fazer trabalho de voluntario ou pago, todas as boas experiências foram marcadas por pessoas - por conhecer uma pessoa extraordinária, por me encontrar com alguém num local de uma beleza memorável, por admirar o esforço que tanta gente põe na ideia de tentar fazer este mundo um

CARA DA NOTÍCIA 6 João Marçal Grilo deixou cedo Portugal. Filho do arquiteto albicastrense Luís Marçal Grilo e de Madalena Marçal Grilo que até há pouco tempo foi diretora executiva da Unicef em Portugal, é licenciado em Geografia e Planeamento Regional na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (curso que termina em Aberdeen, Escócia, através do programa Erasmus). Em 1995, João Marçal Grilo muda-se para Londres, onde faz um mestrado em Estudos de Desenvolvimento (Third World Development Studies). Trabalhou numa consultora e depois de dois anos a viajar pela América do Sul e pela India, volta para a faculdade em Londres, para concluir um curso de Enfermagem de Psiquiatria. Esteve oito anos a trabalhar em diversos serviços de saúde mental em Londres, participou, durante dois anos num projeto de saúde mental no Sri Lanka, com a organização britânica VSO - Voluntary Service Overseas. De regresso a Londres, em 2014, cria, com amigos, a Unity in Health, da qual hoje é diretor.

A Unity en Health pode vir a alargar a sua intervenção a outros países? Sim, gostaríamos de expandir o nosso trabalho para outro países no sul da Ásia – nomeadamente o Bangladesh, India e Paquistão. Mas também gostaríamos de intervir Africa e no Médio Oriente. Tudo depende de espaço de manobra financeira, bem como de recursos humanos adequados. Mas passo a passo, acho que podemos lá chegar. Mudando de assunto, ainda jovem decidiu sair de Portugal e ir para Londres. Esse foi o ponto de viragem na sua vida? Não sei se alguma vez tive algum ponto de viragem. Prefiro ver cada passo que dou como algo natural, que faz parte de um processo de crescimento, e de gosto pela vida. Nunca sabemos quanto tempo vamos andar por cá, por isso gosto de arriscar, sem medo de cair e de me magoar. É nesses momentos que tendemos a realmente crescer – quando caímos, e nos apercebemos de que somos frágeis, mas também seres adaptáveis e com uma capacidade de recuperação incrível. Mas mudar-me para Inglaterra foi de facto um passo grande, pelo menos para um adolescente que era na altura. Mas sempre o quis fazer, por isso agarrei a oportunidade de pular para fora sem se quer pestanejar uma vez. K

FEVEREIRO 2018 /// 017


Em Beja

Estudantes com casa 6 O Instituto Politécnico de Beja acaba de inaugurar a Casa do Estudante – Residência, situada na Rua de Moçambique e cuja obra resulta do protocolo a celebrar com a Casa do Estudante. Trata-se de uma residência mista, com 44

Competências digitais

Google premeia IPS 6 O Instituto Politécnico de Setúbal recebeu da Google Portugal um troféu onde é reconhecido o papel pioneiro da instituição de ensino na melhoria das competências digitais em Portugal. O anúncio foi feito, em comunicado, pelo IPS, que adianta que a atribuição ocorreu no passado dia 8 de fevereiro, em Lisboa, numa cerimónia em que participou Pedro Dominguinhos, presidente do IPS, e Bernardo Correia, diretor-geral da Google Portugal. Lançado em dezembro de 2016

no Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), o projeto pioneiro “Ateliê Digital”, da multinacional Google, já formou mais de 35 mil portugueses em competências digitais, através de cursos gratuitos, presenciais e online. Trata-se, aliás, de uma aposta muito cara ao IPS, patente noutras parcerias, nomeadamente com o projeto nacional GEN10S, promovido pela SIC Esperança, associação Ayuda en Acción e Google, e que prevê formar em linguagem de programação Scratch cerca de 5

000 alunos do 5.º e 6.º anos e 500 professores, em todo o País. Recorde-se também que o presidente do IPS é um dos 10 coordenadores da Iniciativa Nacional Competências Digitais Portugal INCoDe.2030, lançada pelo Governo em abril último e que pretende reforçar as competências básicas em Tecnologias de Informação e Comunicação da população portuguesa, preparando-a para as oportunidades de emprego emergentes e baseadas no digital. K

Cooperação com congéneres da Suíça e Irlanda

camas, recentemente remodelada. O Instituto Politécnico de Beja aumenta assim a sua capacidade de alojamento em parceria com uma entidade cujo trabalho na área de acolhimento ao estudante remonta a 1953. K

Curso Internacional em Beja

Alunos no Alqueva 6 O Instituto Politécnico de Beja está a promover a segunda edição do International Fieldwork do curso Aquatic Ecosystem Analysis, o qual envolve 20 alunos de Engenharia do Ambiente, provenientes de Universidades da Holanda, Lituânia, Polónia, Croácia, Brasil e do da instituição anfitriã. A iniciativa, que decorre até 9 de março, tem como Case Study o Projeto de Alqueva, sendo dirigida à problemática do combate às espécies invasoras no rio Guadiana

e na albufeira de Alqueva, contando com o apoio da EDIA para a demonstração das metodologias aplicadas pela Empresa nessas matérias, bem como à partilha de conhecimentos e experiências desenvolvidas. Nesse contexto, haverá uma demonstração de desinfeção de barcos com uma das estações de limpeza da EDIA utilizadas no combate à introdução do Mexilhão Zebra nas águas de Alqueva. K

Luciana Vaccaro em Setúbal

Contabilidade e Finanças

6 O Instituto Politécnico de Setúbal recebeu, a 30 de janeiro, a visita de Luciana Vaccaro, reitora da Haute École Spécialisée de Suisse Occidentale (HES-SO), a maior instituição de ensino superior politécnico da Suíça, no sentido de se explorarem futuras possibilidades de cooperação entre ambas as instituições. Aquela responsável, que se deslocou ao campus de Setúbal do

6 O Laboratório em Contabilidade e Finanças da Escola Superior de Ciências Empresariais de Setúbal foi inaugurado a 30 de janeiro, abrindo assim a possibilidade de usar o novo equipamento, cuja criação resultou da necessidade de fomentar um ensino baseado no saber-fazer, bem como a interação com o tecido empresarial e demais entidades parceiras. O novo laboratório, dotado

IPS no âmbito do Programa de Modernização e Valorização dos Politécnicos, promovido pelo Governo português, foi recebida pelo presidente da instituição, Pedro Dominguinhos, pela vice-presidente para as Relações Internacionais, Fernanda Pestana, e pelos diretores das escolas. Depois de uma reunião em que ambas instituições tiveram oportunidade de apresentar a

sua oferta formativa, modelo de funcionamento e principais projetos em marcha, seguiu-se uma visita pelas quatro escolas do campus de Setúbal do IPS. O périplo passou pelos laboratórios de Logística e de Contabilidade e Finanças (Ciências Empresariais), pelo Espaço Programa BrightStart (Tecnologia de Setúbal), e pelo Estúdio Audiovisual (Educação). K

Setúbal tem laboratório

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Rita Ruivo

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de equipamentos informáticos e de exposição, softwares e bases de dados, entre outros recursos, permitirá que os estudantes “tenham um contato real com as melhores práticas existentes nas organizações, impulsionando o desenvolvimento das suas competências e alavancando o seu sucesso profissional”, considera a direção Escola de Ciências Empresariais. K


Com a Universidade Nova

Lúrio faz congresso

Macau

Escola faz 20 anos 6 A Escola Portuguesa de Macau assinala, no próximo dia 21 de abril, 20 anos. Um aniversário que está a ser preparado com um espetáculo comemorativo a decorrer no Grande Auditório do Centro Cultural de Macau. A Escola, dirigida por Ma-

nuel Machado, é uma referência naquele território pela qualidade de ensino ministrado. Em 2014 estabeleceu um protocolo de cooperação com o Ensino Magazine, sendo uma das instituições daquele território em que a nossa publicação é distribuída. K

6 XV Seminário Internacional de História Indo-Portuguesa, vai realizar-se na Ilha de Moçambique, de 31 de outubro a 3 de novembro de 2018. A iniciativa é organizada pela Universidade Lúrio em parceria com a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. O encontro tem como temas “Moçambique cidade bicentenária”; “Moçambique e a carreira para a índia”; “Africanos, Indianos e Europeus: migrações e redes comerciais”; Identidades religiosas, territórios e configurações políticas na costa oriental africana”; Cultura material e visual no Índico”. O seminário tem na comissão organizadora os docentes e investigadores João Salavessa, Artur Teodoro Matos, João Oliveira e Costa, André Teixeira, Carla Pinto, João Teles e Cunha, e Paulo Sousa Pinto. K

Escola Portuguesa - Moçambique

Visita aos laboratórios 6 A turma A1 do 12.º ano da EPM-CELP visitou, a 29 de janeiro, o Centro de Biotecnologia da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) no âmbito do plano de estudos da disciplina de Biologia. Aquela estrutura laboratorial autónoma tem como função o desenvolvimento de formação, investigação e prestação de serviços na área da biotecnologia, sendo constituída pelas faculdades de Agronomia, Engenharia Florestal, Ciências, Medicina e Veterinária. As atividades da visita foram dinamizadas por Jaqueline Figueiredo, antiga aluna da EPMCELP, permitindo aos nossos

alunos o contato com o equipamento laboratorial e garantindo, desta forma, uma melhor perceção das técnicas da biologia molecular. As técnicas associadas ao DNA estão cada vez mais presentes no cotidiano, envolvendo a produção de alimentos, o diagnóstico, a prevenção e os tratamentos médicos, bem como os testes de paternidade, demonstrando que é possível realizar avanços importantes para a qualidade de vida das pessoas por meio de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias. K EPM-CELP _

Universidade Eduardo Mondlane

Clínica alarga serviços 6 O Centro de Saúde da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) acaba de alargar os seus serviços às comunidades circunvizinhas. A decisão resulta de um trabalho efetuado entre a direção do Centro e as estruturas do bairro Polana Caniço que acordaram em alargar

os serviços de saúde às comunidades. Segundo a diretora do Centro, Fátima Cuembela, a unidade estará disponível para atender a população nas terças e quintasfeiras dispondo dos mesmos serviços tal como prevê o Sistema Nacional de Saúde.

O Centro de Saúde da UEM dispõe de equipamento laboratorial e de recursos humanos suficientes para atender de forma condigna as populações. A unidade tem um efetivo de 70 trabalhadores entre pessoal clínico, médico e administrativo. K

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CRÓNica

La universidad en la agenda 2030 para el desarrollo sostenible 7 En el año 2015 se reúnen en la ONU un grupo destacado de líderes internacionales para acordar compromisos orientados a terminar con la pobreza en el mundo, proteger el planeta y asegurar la posteridad para las generaciones actuales y venideras. El reto era conseguir todo eso en 15 años, para el 2030, logrando así transformar el mundo. Desde el acuerdo general se formulan 17 objetivos a cumplir, que pasan a denominarse como los famosos ODS (Objetivos de Desarrollo Sostenible). La mayoría de ellos tienen un carácter transversal, es decir, que afectan a un número importante de ámbitos relacionados con la vida social y pública de los ciudadanos (por ejemplo, agua, salud, energía, consumo responsable, ecosistemas, ciudades sostenibles), y alguno se centra de forma explícita en la educación de calidad para millones de ciudadanos del mundo. Parece obvio preguntarse si la universidad goza de espacio de intervención en este gran proyecto mundial, si puede ofrecer algo que haga posible el cumplimiento de mencionada agenda 2030. Hace unos días tuve la oportunidad de participar como invitado en el Seminario sobre “El papel de la universidad en la agenda 2030”, organizado por la Secretaría General Iberoamericana, presidida por la Dra. Rebeca Grynspan,

de Costa Rica, y celebrado en el Colegio Mayor Fonseca de la Universidad de Salamanca. A esta reunión de trabajo asiste un cupo de 70 cualificados expertos del ámbito universitario iberoamericano, procedentes de universidades de México, Perú, Colombia, Argentina, Chile, Guatemala, además de otras varias de Portugal y España. Los debates quedaron organizados en torno a cuatro grupos de trabajo, capaces de formular preguntas y propuestas sobre el camino que debe recorrer nuestra universidad en la perspectiva del año 2030, para lograr cumplir los objetivos de aquella agenda: investigación e innovación al servicio de la Agenda 2030; la formación académica para el desarrollo sostenible; la universidad como espacio para la transformación social; la universidad como lugar de encuentro y alianzas para el desarrollo sostenible. Las aportaciones y propuestas fueron muchas, solventes y dignas de ser recomendadas a las universidades de todo el mundo, en especial el iberoamericano, pero no caben por ahora en el limitado espacio aquí disponible. La idea central de la agenda 2030, lo que debe llamar nuestra atención y reflexión, es que las grandes organizaciones internacionales son conscientes de la finitud de nuestro planeta, en un plazo más corto del deseable, si no se modifican las actuales condiciones

de vida, y que la ciudadanía y sus instituciones deben asumir también su cuota de responsabilidad para lograr preservar el mundo que tenemos, aunque no de cualquier manera. En este caso la universidad, a la que se pide que actúe. Y para no proponer en abstracto y de manera difusa, la universidad debe ser capaz de ofrecer respuestas desde cada una de las grandes misiones que la sociedad le ha atribuido como institución pública: la formación de profesionales, la creación de conocimiento y la difusión de la cultura al más alto nivel. Es evidente que hablamos de la universidad pública, como servicio, y no de la universidad particular que busca el negocio. Por ello, creemos es posible introducir mejoras sustantivas, por ejemplo en la investigación que se emprende en la universidad, cuando se propugna por un desarrollo sostenible. Una propuesta válida, que fue consensuada en este Seminario, es que se logre ante los organismos y programas públicos de financiación de la investigación, sean éstos europeos, nacionales o autonómicos, que los temas de proyectos de investigación relacionados con el desarrollo sostenible, con la aceptación de la agenda 2030 tengan reservado un espacio y financiación propia, con identidad, con evaluación específica y diferenciada, dando oportuni-

Director João Carrega carrega@rvj.pt Editor Vitor Tomé vitor@rvj.pt Editor Gráfico Rui Rodrigues ruimiguel@rvj.pt

dad a la composición de grupos con sesgo interdisciplinar, tan decisivo en un ámbito cono el del desarrollo sostenible. Es decir, lograr que todo lo relativo al desarrollo sostenible no sólo deje de ser un demérito (como ahora mismo sucede), sino que sea computado como un valor añadido en la selección y apoyo a proyectos. Y al igual que hemos comentado un aspecto del debate mantenido en la sección de investigación de este Seminario, en otros grupos surgieron propuestas bien interesantes, que tal vez podamos desgranar en otro momento, pero todas ellas orientas al desarrollo sostenible desde lo que puede aportar una universidad pública de la geopolítica iberoamericana y mundial. Volveremos sobre ello. K José Maria Hernández Díaz_ Universidad de Salamanca jmhd@usal.es

UTAD é exemplo na eficiência

020 /// FEVEREIRO 2018

Amadeu Borges, pró-reitor para a Área do Património e Sustentabilidade explicou que as medidas implementadas visam uma redução no consumo de energia em mais de 21 por cento, a redução das emissões de Gases de Efeito de Estufa em cerca de 76 por cento e a redução do consumo de energia primária em quase 50 por cento. As medidas foram consideradas “exemplares” pelo POSEUR, nomeadamente a intervenção nas

Redacção, Edição, Administração Av. do Brasil, 4 R/C Telef./Fax: 272324645 6000-909 Castelo Branco www.ensino.eu ensino@rvj.pt Director Fundador João Ruivo ruivo@rvj.pt

Energia

6 A Universidade de Trásos-Montes e Alto Douro está a investir um total de três milhões de euros na sua estratégia de eficiência energética para o campus universitário. Num balanço das medidas, já implementadas ou em curso, que decorreu em Coimbra, em janeiro, a instituição foi elogiada pelos responsáveis do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no uso de Recursos (POSEUR).

Publicação Periódica nº 121611 Dep. Legal nº 120847/98

coberturas, substituição de fibrocimento, a produção de energia elétrica recorrendo à energia solar fotovoltaica, a substituição de caldeiras a gás natural por caldeiras a biomassa, a climatização de edifícios, a substituição dos sistemas de iluminação convencionais por tecnologia LED, entre outros. A certificação energética atingiu um total de 23 edifícios no final de 2017 e no final de 2018 abrangerá a totalidade do parque edificado da UTAD. K

Castelo Branco: Tiago Carvalho Guarda: Rui Agostinho Covilhã: Marisa Ribeiro Viseu: Luis Costa/Cecília Matos Portalegre: Maria Batista Évora: Noémi Marujo noemi@rvj.pt Lisboa: Jorge Azevedo jorge@rvj.pt Nuno Dias da Silva Paris: António Natário Amsterdão: Marco van Eijk Edição RVJ - Editores, Lda. Grafismo Rui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda. Secretariado Francisco Carrega Relações Públicas Carine Pires carine@rvj.pt Designers André Antunes Carine Pires Guilherme Lemos Colaboradores: Agostinho Dias, Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Reis, António Realinho, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Artur Jorge, Belo Gomes, Carlos Correia, Carlos Ribeiro, Carlos Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Mota Saraiva, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Ernesto Candeias Martins, Fernando Raposo, Florinda Baptista, Francisco Abreu, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mesquita, Hugo Rafael, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joaquim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, João Vasco (fotografia), Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Carlos Moura, José Carlos Reis, José Furtado, José Felgueiras, José Júlio Cruz, José Pires, José Pedro Reis, Janeca (cartoon), José Rafael, Lídia Barata, Luís Biscaia, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Luis Souta, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Maria João Leitão, Maria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faustino, Ricardo Nunes, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras,Sandra Nascimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susana Rodrigues (U. Évora) e Valter Lemos Estatuto editorial em www.ensino.eu Contabilidade: Mário Rui Dias Propriedade: RVJ - Editores Lda. NIF: 503932043 Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (accionistas com mais de 10% do Capital Social) Assinantes: 15 Euros/Ano Empresa Jornalistica n.º221610 Av. do Brasil, 4 r/c Castelo Branco Email: rvj@rvj.pt Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Jornal Reconquista - Zona Industrial - 6000 Castelo Branco


Editorial

Porta aberta aos doutoramentos nos politécnicos 7 No contexto das exigências da sociedade do conhecimento e da tendência para a globalização dos saberes, a formação global dos estudantes e a construção de uma cultura centrada na aprendizagem ao longo da vida revela-se fundamental para as instituições de ensino politécnico e universitário que, em pé de igualdade, também elas, queiram ser competitivas nas apertadas teias dos sistemas educativos europeus. Se a globalização está associada a uma aceleração do tempo e a uma progressiva integração do espaço, então importa que se estejamos abertos à mudança contínua, sobretudo quando esta se revela um factor fundamental para o prestígio e o crescimento das instituições do ensino superior. Aprender a viver com isso, ou apesar disso, é algo que deve continuar a nortear as decisões dos planos estratégicos, já que a questão que se coloca é a de saber identificar e aproveitar as oportunidades que emergem de uma economia

internacional, sem fronteiras, também ela cada vez mais integrada e integradora. A contemporaneidade exige que os futuros profissionais possuam e demonstrem competências em diversas áreas do saber e do saber fazer, muitas delas pouco tradicionais e geralmente expurgadas dos templos de ciência estática em que se transformaram muitos politécnicos e universidades. Já ninguém se pode dar ao luxo de ignorar que os jovens que estamos agora a qualificar para o mercado de trabalho irão mudar, ao longo da vida, várias vezes de emprego, de profissão e estarão sujeitos a uma forte pressão de mobilidade geográfica. Daí que a preocupação com a aprendizagem, quer no seu percurso inicial, quer nos trilhos que se deparam ao longo da vida, fomenta a importância e o valor ético da igualdade de oportunidades, bem como da qualidade e pertinência das possibilidades de aprendizagem que devem estar no centro das estratégias conducentes à re-

alização de um espaço europeu de educação. Neste enquadramento que condiciona, mas também estimula, a escola continuará a desempenhar um papel fundamental em todo o processo de formação destes cidadãos que se querem aptos a viverem na sociedade da informação, sabendo assumir-se como líderes audazes das próprias carreiras. Mas importa, hoje, que os politécnicos, face à justíssima possibilidade de conferirem o grau de Doutor, saibam lançar-se na busca de formações identitárias com o seu passado, e na busca de diferentes públicos. Diferentes públicos constituídos por adultos ainda integrados na força do querer saber e que procuram novos conhecimentos que reforcem a qualidade de exercício da sua vida profissional. Neste âmbito, esperamos que a recente legislação, pese embora ainda escassamente conhecida, e que confere aos politécnicos o direito (conquistado a pulso!) de poder conferir o grau de Doutor, não se

revele uma oportunidade perdida. Sobretudo se o objectivo de algumas instituições for a oferta do “facilitismo”, a todo o custo, na busca desesperada de admitir mais estudantes, “financiadores” de orçamentos irremediavelmente depauperados. Por isso defendemos que a concessão do grau de Doutor seja ponderada e analisada criteriosamente, instituição a instituição, escola a escola, privilegiando sempre o princípio da qualidade e do mérito, os únicos critérios que podem acrescentar ainda mais valor e prestígio ao Ensino Politécnico. Sabemos, pois, que estes novos desafios obrigam a mudanças radicais nas rotinas e na cultura organizacional das nossas instituições. Mudanças que envolvem, a cooperação internacional, o desenvolvimento da investigação, e, sobretudo, um claro apoio à formação e à investigação dos docentes que já integram, e venham a integrar as escolas politécnicas. Os desafios que os novos tem-

pos proporcionam às instituições de ensino superior devem ser motivadores. Os docentes e investigadores devem procurar responder a estas oportunidades de mudança com a celeridade que a evolução económica, social e tecnológica exige. Não é mau mudar as mentalidades e os procedimentos. Criticável é ficar parado e, com isso, comprometer o futuro das pessoas e das instituições em que estas trabalham. K João Ruivo _ ruivo@rvj.pt Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico _

Primeira coluna

O abandono na escola e a osmose 7 A taxa do abandono escolar diminuiu em 1,4 pontos percentuais no último ano, fixando-se nos 12,6%. Segundo o Ministério da Educação, este é o valor mais baixo desde 1992. Esta taxa é um indicador “apurado por amostragem, no âmbito do Inquérito ao Emprego (em articulação com o Eurostat), através de entrevistas telefónicas a jovens entre os 18 e 24 anos, que não tendo concluído o ensino secundário, se encontravam nas quatro semanas anteriores à realização do inquérito sem frequentar qualquer ação formal ou informal de educação e formação”, como explica a tutela. Ainda assim, há um número considerável de jovens que não concluem a sua escolaridade, o que nos obriga a refletir, mas acima de tudo a criar condições para que essa taxa se aproxime de um número residual, garantindo assim que o país seja mais qualificado e competitivo. Mas criar condições não pode, em qualquer circunstância, ser sinónimo de facilitismo. A escola não pode ser um es-

paço de defesa dos medíocres, não deve ser padronizada na mediania, deve isso sim ser uma escola inclusiva, em que se lute por todos os alunos, pelos que têm mais dificuldade, pelos excelentes, pelos bons e pelos que têm notas qb. Neste percurso ninguém se deve sentir injustiçado, quer na aprendizagem, quer nos resultados apresentados em pauta e aprovados nos conselhos de turma. Todos os alunos são poucos para tornar o país mais qualificado e competitivo. Ninguém deve ficar de fora. O Ministério anunciou, em nota enviada ao Ensino Magazine, um conjunto de medidas que pretendem combater o abandono precoce da escola. Essas medidas passam por seis vetores, a saber: - A criação de tutorias para alunos em risco de abandono e com historial de insucesso; -A implementação e desenvolvimento do Programa Nacional de Promoção de Sucesso Escolar, apostado na intervenção precoce e não remediativa; - A construção de planos munic-

ipais e intermunicipais de promoção do sucesso escolar, convidando à convergência entre estratégias autárquicas e das escolas; - O alargamento da autonomia das escolas, conferindo-lhes maior flexibilidade na gestão e desenvolvimento curricular, enquanto instrumento potenciador de inclusão; - O reforço e valorização do Ensino Profissional, sublinhando a importância desta via de ensino em termos de perceção pública, mediante a disponibilização de indicadores, a expansão da rede e uma maior adequação das ofertas formativas às necessidades dos contextos e territórios; - A dinamização e o reforço do Sistema de Aprendizagem, no quadro de uma aposta na formação de dupla certificação para jovens, com uma forte articulação com o mercado de trabalho. São medidas que reconhecemos como importantes. Mas mais importante do que o seu anúncio é a sua implementação. É fundamental criar condições e garantir recursos humanos (mais docentes, mais téc-

nicos superiores como psicólogos, etc.) adequados dentro das escolas para sua concretização. Há uns anos atrás criticavam-se, no ensino superior, os turbo professores que davam aulas em tudo quanto era sítio. Agora a própria escola exige que os seus docentes sejam turbo professores. A educação é uma matéria séria. Envolver as autarquias é um caminho que, podendo ser benéfico pela sua proximidade e pela capacidade de que muitas têm em solucionar problemas, também é perigoso se não houver critérios e se a escola for vista como apenas mais uma área municipal dirigida por osmose. A autonomia das escolas é outra medida importante, que pode resultar em melhores resultados. Mas se essa autonomia ficar limitada pela falta de recursos (aqui também financeiros) e por questões burocráticas, de pouco servirá. Depois há uma questão que a escola pública portuguesa está a sentir e que, caso nada seja feito, se irá agudizar: o envelhecimento do corpo docente. São poucos os novos

professores que entram no sistema. E muitos do que lá estão, parecem considerar-se desrespeitados na sua profissão pelo próprio Estado e pela comunidade. O rejuvenescimento do corpo docente, em vez de ser feito de uma forma natural, ocorrerá de um modo mais abrupto. Não haverá transferência de saberes entre os mais experientes e aqueles que estão a começar. Mas isso são outras contas, que podem ou não contribuir para a redução da taxa de abandono escolar, mas que efetivamente mexem muito com as dinâmicas da escola. Importa agora que todos contribuamos para que o abandono escolar diminua, sem injustiças, nem facilitismos… K João Carrega _ carrega@rvj.pt

FEVEREIRO 2018 /// 021


‘Pedagogia (a)crítica no Superior’ (XXX)

Rendimento mínimo «Mas desde que se proclamou que a pedagogia deve ser uma forma de evitar o esforço chegou-se rapidamente à conclusão de que todo o esforço é chatíssimo.» (Eduardo Prado Coelho, Público, 17/08/00) 7 O retomar da actividade académica, depois de uma saborosa licença sabática, teve um sabor agridoce. O regresso às aulas era o que o Prof.S. mais desejava; sentia falta das conversas lectivas sobre matérias que tanto o entusiasmavam. E, neste 2º semestre, iria ter, pela primeira vez, uma turma com 9 estudantes Erasmus de quatro diferentes países (uma lufada de ar fresco e em formato reduzido); as aulas seriam dadas, naturalmente, em inglês (a internacionalização das instituições, na senda de novas clientelas, assim o obriga). O reverso, estava no quotidiano fastidioso da ‘reunite’ escolar, onde a ciência e a pedagogia ficam, por regra, adiadas face à (sempre urgente) burocracia administrativa. Mas, o pior de tudo, era o processo de avaliação de desempenho que, por imposição

da A3ES, iria, infelizmente, arrancar. Avizinhavam-se tempos de discórdia em torno de um dispositivo (nada friendly) que tudo pretende quantificar e que ao atomizar ad nauseam a actividade docente, acaba por desbaratar o sentido holístico do profissional do ensino superior. Ao entrar no campus, verificou andarem por ali toupeiras mecânicas a esventrar os relvados. Problemas nas condutas da água, com certeza. Depois de longos meses de intervenção na cobertura do edifício (optar pela tela em vez da telha teve estes enormes custos), com o estaleiro das obras a dar ali um ar abarracado, aquele espaço tardava em voltar a ser aprazível. Mas ao entrar na escola, esta pareceu-lhe bem mais bonita. As paredes haviam recuperado a cor original, o branco. Os baldes, que aparavam o gotejar intermitente, desapareceram. Agora já não chovia no interior! Ao invés, o equipamento das salas de aula padecia dos males crónicos: a lâmpada não pára de piscar, o estore não abre, o ecrã não sobe, o computador slow tarda em arrancar, os placards de pa-

péis amarelecidos (ali deixados desde o ano passado) dão um ar de desarrumação e desleixo. E os estudantes? Cada vez mais raparigas e menos rapazes. Eles continuam a resguardar-se na fila de trás, entretidos com os seus portáteis ou smartphones, desatentos e desmotivados. Elas, em contrapartida, escolhem as filas da frente, concentradas e intervenientes. Sim, estes estudantes nada têm a ver com o perfil que a maioria dos seus professores tinha quando estudara na universidade, no período da ditadura. Os actuais jovens, filhos da democracia (que os professores ajudaram a erguer), reivindicam pouco ou nada, estão acomodados. Não os move a utopia. São «os filhos de Rousseau», cultivadores do hedonismo e do consumismo desenfreado – a geração do «excesso de ego» (Augé, 1992) e do «rendimento mínimo». Vivem no primado do prazer, já. Fazem as uc com o menor dos esforços, trabalham qb. Detestam testes e exames, refugiando-se, preferencialmente, nos trabalhos de grupo (de boleias solidárias) e nas apresentações com cábula

(o powerpoint). Aprender? Isso é uma questão colateral, de somenos importância. A biblioteca continua vazia. Não têm livros nem jornais como companhia. Vivem em trânsito permanente (mas queixam-se da falta de tempo para o estudo). A televisão e as redes sociais definemlhes os interesses, as prioridades, os temas para os trabalhos de grupo. A onde nos leva a «pedagogia centrada nos interesses dos alunos»? À abordagem do supérfluo, do senso comum, do trivial. Chegado ao seu sobrelotado gabinete, o Prof.S., ao esquadrinhar num dos dossiês, deparou com uma folha intitulada ‘conflito de gerações’. Estavam lá quatro frases que ele costumava comentar nas suas aulas. Releu a primeira: «A nossa juventude adora o luxo, é mal-educada, despreza a autoridade e não tem o menor respeito pelos mais velhos. Os nossos filhos são verdadeiros tiranos. Eles não se levantam quando uma pessoa idosa entra, respondem aos pais e são simplesmente maus.» (Sócrates, 470-399 a.C.) Pois, temos que ter mais cuidado com as generaliza-

ções. Talvez a coisa não seja assim tão dramática… E, de repente, dirigiu-se à Biblioteca para requisitar o livro de John Updike (1959), A Feira; desfolhou-o e, na página 162, encontrou a citação que procurava: «Os velhos são sempre antiquados, embora tivessem tido uma juventude moderna. Crescemos para trás e, com a idade, retomamos as opiniões dos nossos pais, e até mesmo as dos nossos avós.» E mais animado, o Prof.S. encaminhou-se para a ala norte, onde os seus estudantes já o aguardavam à porta da sala, apesar do seu ligeiro atraso. (Este texto não segue o AO90) Luís Souta _ luis.souta@ese.ips.pt

Opinião

O que significa valorizar o professor A valorização docente é uma responsabilidade de todos. 7 Como abordei no artigo anterior, a valorização do professor é dever de toda a sociedade e deve traduzir-se em medidas concretas de valorização desse profissional. Mas que medidas são estas? Quem as devem implantar? O que significa, a valorização docente é dever de toda sociedade? Concretamente, de quem falamos ao referir, a sociedade? Respondendo à primeira pergunta, a primeira das medidas é a melhoria das condições de trabalho. Afinal, quando se fala que a profissão docente é importante, todas as condições oferecidas devem refletir isso, ou então, reforçamos sua desvalorização. Ao culpar o professor pelos maus resultados do sistema de ensino, estas mesmas vozes da sociedade em geral, deixam de cobrar do Estado sua res-

022 /// FEVEREIRO 2018

ponsabilidade em garantir-lhes condições de trabalho adequadas, valorização da formação inicial e continuada de qualidade, acesso a bens culturais, participação na formulação das políticas educativas, planos de carreira estruturados e respeitados, cumprimento das remunerações da carreira, carga de trabalho compatível à qualidade do ensino, maior responsabilidade política das leis básicas do ensino, colocação responsável do corpo docente, deixar ao professor o que a ele compete, ou seja ensinar, tirando-lhe as atribuições impostas no decorrer dos anos como o excesso do trabalho burocrático e de secretaria, promoção continuada do respeito pela figura do professor, etc. Nessa polifonia de vozes, falta o discurso dos próprios professores, silenciados e silenciosos diante do quadro de desvalorização. Respondendo a segunda pergunta, quem deve implan-

tar estas medidas são todos os intervenientes deste processo: Estado, Associação de Pais e Estudantes, os Media, os Diretores das Instituições Escolares, os próprios Professores, as Famílias, cada Instituição, cada cidadão do nosso país e cada aluno e respectivo encarregado de educação. E, desta forma, ficam respondidas as outras duas questões. É isso que significa, a valorização docente é dever de toda sociedade, são estes os responsáveis em concreto, de quem falamos ao referir, a valorização docente é dever de toda a sociedade. Em nome da “urgente valorização dos professores”, especialistas acabam por reforçar velhas tendências observadas na imprensa, tais como a culpabilização dos profissionais da educação sobre o mau desempenho dos sistemas educacionais em avaliações externas e um certo clamor por abnegação e sacrifícios. E, curiosa-

mente, são poucos os meios de comunicação social (media) ou os momentos em que os mesmos divulgam algo em nome da valorização do professor. Com maior frequência, os mesmos media denunciam como são preguiçosos os docentes, negligentes, mal formados, desmotivados e acomodados – faltam ao trabalho, não querem ser avaliados, têm privilégios demais no serviço público, bem como demasiadas férias. Desta forma, os meios de comunicação social negam ao professor sua condição de profissional que deve ser tratado e valorizado como tal e tampouco faz justiça com a realidade da vida dos professores em Portugal. De facto, e em nome desta realidade docente, a grande maioria já não quer esta profissão e dos que estão na ativa, a grande maioria deixaria a profissão se pudesse. Quando se fala em valorização do professor, o problema é

que essa expressão surge esvaziada de sentido e não traz ao debate elementos para discutir o que, de facto, significa valorizá-lo: trata-se, atualmente, de um discurso vazio como segue vazia a alma da educação atual. K Elisabete Pogere _ bettepg@hotmail.com Professora, Especialista em Intervenção Psicossocioeducativa


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024 /// FEVEREIRO 2018


Santander Universidades apoia 11ª edição do IJUP

Primus Inter Pares

Investigação de alto nível

Prémio premeia a excelência

6 O Santander Universidades apoiou a 11ª. Edição do IJUP – Encontro de Investigação Jovem da Universidade do Porto, que se realizou nos dias 7, 8 e 9 de fevereiro. Organizada pela Universidade do Porto, esta iniciativa foi a primeira oportunidade dos jovens estudantes e futuros investigadores da U. Porto apresentarem publicamente os projetos científicos. Na edição deste ano, participaram mais de 850 estudantes de licenciatura e mestrado que dão agora os primeiros passos na investigação. No total são 415 trabalhos de investigação, que foram previamente avaliados e selecionados por uma comissão científica composta por professores e investigadores das catorze faculdades da Universidade do Porto e dos centros de investigação, nomeadamente REQUIMTE, CIIMAR e i3S (IBMC; INEB; IPATIMUP). Ciências da Saúde, Ciências Biológicas, Química, Engenharia e Ciências do Desporto são as cinco áreas mais estudadas e investigadas na edição do IJUP 2018. De acordo com Marcos Soares Ribeiro, diretor coordenador do Santander Universidades, “é essencial promover

Egidio Santos- Universidade do Porto H

a investigação científica, para encontrar novas soluções para novos e velhos problemas, colocando o conhecimento universitário ao serviço da sociedade e do País. É isso precisamente que está em causa nesta 11ª. Edição do IJUP, em boa hora realizado pela Universidade do Porto, com o apoio do Banco”. No seu entender “o papel das universidades é fundamental na formação de novas gerações, com competências e capacidades adaptadas às necessidades do mercado de trabalho e da sociedade em geral, compreendendo-se por isso facilmente o apoio do Banco Santander Totta a mais esta inicia-

tiva da Universidade do Porto”. Já Sebastião Feyo de Azevedo, Reitor da Universidade do Porto, revela que “a investigação científica é uma atividade indissociável da formação no ensino superior universitário. É precisamente para estimular a iniciação à investigação dos nossos estudantes mais jovens que promovemos, desde 2008, os Encontros IJUP- Investigação Jovem na Universidade do Porto.” O Reitor da Universidade do Porto conclui que se trata, na maior parte dos casos, “do primeiro contacto dos estudantes de licenciatura e mestrado com o mundo científico, num evento que reproduz todas as con-

dições e desafios que um congresso científico internacional pode colocar a um jovem investigador. O papel da Universidade é precisamente desafiar os estudantes a ir para além do percurso habitual e promover atividades que enriqueçam a sua formação académica”. O Banco Santander Totta, através do programa Santander Universidades, assume o compromisso de promover as melhores práticas na resposta aos desafios da sociedade portuguesa, sendo já uma referência a nível nacional no que diz respeito à promoção do Ensino Superior. Desde 2003 e no âmbito da sua Política de Envolvimento com a Comunidade, promove o apoio ao Conhecimento e Ensino Superior. O banco investe anualmente cerca de €7 milhões na área de Responsabilidade Social e Corporativa. O Banco Santander, a empresa que mais investe no apoio à educação no mundo (Relatório Varkey/UNESCO–Fortune 500) mantém mais de 1.100 acordos de colaboração com universidades e instituições académicas de 21 países através do Santander Universidades e, através da rede Universia, agrupa mais de 1.300 instituições académicas ibero-americanas. K

6 O prémio Primus Inter Pares, que há 15 anos distingue anualmente os melhores alunos finalistas de Gestão, Economia e Engenharia em Portugal, numa iniciativa do Banco Santander Totta e do Jornal Expresso, tem as suas inscrições abertas até ao dia 23 de fevereiro. O prémio tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento de uma cultura de rigor, de profissionalismo e de excelência na gestão de empresas, através da concessão de oportunidades privilegiadas para formação académica complementar. Os três melhores candidatos destas áreas terão a oportunidade privilegiada de frequentar um MBA em escolas de negócio nacionais ou internacionais. As instituições envolvidas são: o IESE, em Barcelona; o IE Business School, em Madrid; o Lisbon MBA (Universidade Católica e Universidade NOVA); o ISCTE; o ISEG; e a Porto Business School. Os 4º classificados recebem um curso de pós-graduação. Para concorrer, os estudantes têm de ter nacionalidade portuguesa, menos de 26 anos e frequentar o último ano de mestrado, na sequência de uma licenciatura em Gestão de Empresas, Economia ou Engenharia. As inscrições decorrem em www. primusinterpares.universia.pt até dia 23 de fevereiro de 2018. A relação com o Ensino Superior continua a ser a grande prioridade da política de Responsabilidade Social Corporativa do Santander Totta que, através do Santander Universidades, colabora atualmente com 53 instituições de Ensino Superior portuguesas.K

Voluntariado Universitário Santander

Conheça os projetos vencedores 6 Os vencedores da segunda edição do Prémio Voluntariado Universitário Santander Universidades, são conhecidos. A iniciativa envolveu 50 candidaturas de todo o país, que mobilizam 5.000 voluntários em causas diversas, com impacto em mais de 886 mil beneficiários. Herança Madeirense, da Associação Académica da Universidade da Madeira, venceu na categoria de Projeto. “Atuamos desde 2012. Trata-se de um programa cultural e turístico que pretende promover e dar a conhecer o nosso património, através por exemplo de visitas guiadas ou de rádio guias. Através destas iniciativas conseguimos gerar receitas para desenvolvermos projetos de ação social, como o financiamento de refeições escolares para os alunos mais carenciados, a aquisição de ma-

terial para a biblioteca ou para reformas de infraestruturas da universidade”, explicou, no final da cerimónia o responsável pelo projeto. Neste momento o Herança Madeirense envolve 80 pessoas de 11 nacionalidades diferentes.

O PVU Ideias, foi ganho pelo projeto Move Açores porta-a-porta, promovido pela Associação de Microcrédito e Empreendedorismo, Católica Lisbon Schoo of Business & Economics. “Este prémio uma motivação extra para poder-

mos começar este projeto nos Açores, na Ilha de S. Miguel. Desde 2009 que estamos a trabalhar em S. Tomé e Timor, e este projeto pretende apoiar as famílias a encontrar alternativas e apoiá-las na sua gestão familiar”, explicam Rodrigo Duarte e Catarina Marques responsáveis pelo projeto, enquanto referem que o impacto naqueles dois países tem sido muito positivos. Sara Paiva, Joana Santos e Diogo Brito são os responsáveis pelo projeto Escola Inclusiva, do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, que venceu o prémio na categoria Comunidade. “É um reconhecimento do trabalho que temos feito ao longo de cerca de dois anos. Trata-se de um projeto com 11 áreas de competência nas diferentes escolas do instituto e que envolve cerca de 20 insti-

tuições e 150 alunos a colaborar”, referem. A Escola Inclusiva trabalha diretamente com as instituições, as quais perante uma determinada necessidade “nos contactam e os alunos, no âmbito dos seus cursos, desenvolvem esse trabalho e entregam-nos às instituições”. Já o PVU Comunicação foi conquistado pelo projeto U.Dream, das universidades do Porto, Minho e Aveiro. Diogo Cruz, responsável pelo projeto, revela que “para 2018 pretendemos consolidar o U.Dream em Aveiro e crescer para Coimbra. O nosso modelo é complexo, e estamos a crescer ao ritmo de um ano uma cidade, mas era um sonho ter o projeto em todas as cidades universidades. O nosso projeto é educativo, pelo que só dentro de 10 ou 20 anos poderemos dizer se resultou ou não”. K

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Jaime Nogueira Pinto, politólogo

«Trump é uma espécie de E.T.» 6 As controvérsias em torno do homem mais poderoso do mundo, o processo da Catalunha e o futuro da Europa, são motes para refletir sobre os «bárbaros» e os «iluminados» que nos governam.

numa sociedade como a americana é zero. Mesmo o desemprego nos afro-americanos, que costumava ser elevado, está num recorde histórico de 6,8 por cento. Para além disso, uma economia industrial desenvolvida prevê-se que cresça 3 por cento, o que é extraordinário.

No seu mais recente livro «Bárbaros e iluminados» começa com Emmanuel Macron, a quem chama «o filho das luzes» que derrotou Marine Le Pen nas presidenciais francesas. Os «bárbaros» estão lentamente a chegar ao poder e a substituir a «elite internacionalista»? A partir do século XIX a ciência e a técnica alteram a natureza humana. Os «iluminados» são os defensores da utopia e que se consideram pessoas de vanguarda e homens de progresso. A grande utopia iluminada e iluminista com que nos confrontamos é a ideia, que sobretudo se acentuou após o fim da Guerra Fria, da globalização económica como grande objetivo da Humanidade, uma confiança cega nas leis do mercado e também a exportação do modelo democrático ocidental para todo o mundo. É nestes pressupostos que assentaria uma Humanidade mais feliz. Mas nem todos estão de acordo com essas premissas? Precisamente. São as resistências, que radicam principalmente na Europa e nos Estados Unidos e que entendem que estão a perder com esse fenómeno. E porquê? Economicamente, porque perdem empregos e rendimentos. Socialmente, porque perdem estatuto e identidade. Veem a sua soberania em risco porque as suas culturas e fronteiras foram invadidas por outros povos e raças que não são integráveis na cultura original. E resistem como? Rejeitando aqueles candidatos, modelos ou soluções políticas que lhes parecem como encarnando os tais «iluminados» e esse futuro radioso. O «Brexit», a eleição de Donald Trump e o fenómeno da «Front National» são três acontecimentos que traduzem essa rejeição. Mas, entretanto, já depois do livro ter sido editado, surgem outros fenómenos. Repare que na Alemanha os dois maiores partidos – a CDU e o SPD – que normalmente tinham 70/80 por cento da votação, agora dificilmente chegam a 50 por cento e são obrigados a coligar-se para evitar que outras forças avancem. Pelo contrário, na Hungria, na Polónia, na República Checa e na Áustria já temos no poder forças políticas que encarnam, por um lado, uma linha conservadora e religiosa, e por outro, uma linha de nacionalismo identitário, já mais radical. Pelo que descreve, há movimentos muito distintos de resistência ao modelo único de globalização… Trata-se de uma revolta face ao «status quo» que assume dimensões diversas. Os eleitores de Trump escolheram algo que lhes permitia não ter Hillary Clinton

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Foi uma vitória contra tudo e contra todos? É preciso que se diga que ele não ganha por acaso, ganha por uma estratégia muito bem definida. Trump não é um homem da política, tem caraterísticas autoritárias e auto-contemplativas muito fortes. Ele é um emocional que descarrega com fúria os seus «tweets». Mas não podemos esquecer que conseguiu derrotar todas as forças do sistema, não apenas o Partido Democrata, mas também os grandes meios de comunicação social norte-americanos, com exceção da Fox News, e também não contava com o apoio do dinheiro de Wall Street e de Silicon Valley. O top 10 dos americanos mais ricos estava todo contra si, excetuando os irmãos David e Charles Koch.

na Casa Branca, uma personalidade que representava o sistema internacionalista, globalizante, libertário em costumes e politicamente correto. E que assumia as caraterísticas da elite intelectual americana, de Hollywood e do dinheiro. Os republicanos contrapõem com um personagem muito curioso e que é completamente fora do baralho. Trump é um empresário um bocado marginal ligado à área da construção, que não é propriamente dos setores mais nobres. Ele é uma espécie de E.T., que vem de fora do sistema. O ser fora do sistema foi um trunfo decisivo? A sua capacidade retórica, por vezes algo demagógica, foi muito importante.

E, talvez o mais importante, foi o slogan «Make America Great Again», aquilo a que eu chamo a nostalgia. Mas este fenómeno tem origens, por exemplo, na revolta dos movimentos populistas e na luta contra a coligação dos grandes interesses financeiros e, mais recentemente, a resistência aos imigrantes que veem depreciar os preços do trabalho. Escreve que a vitória de Trump significa «a entrada dos “bárbaros” no coração de Atenas e Roma». Este primeiro ano de mandato foi mais atribulado do que esperava? Houve, de facto, muitos episódios recambolescos, mas ele tem a seu favor o facto de a economia nunca ter corrido tão bem. O desemprego está em 4 por cento, o que

CARA DA NOTÍCIA O defensor de Salazar 6 Jaime Nogueira Pinto nasceu no Porto a 4 de fevereiro de 1946. Licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa e é doutorado pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, escola onde deu aulas nos cursos de Ciência Política e Relações Internacionais. Foi diretor do jornal «O Século» e administrador da Bertrand. «Bárbaros e Iluminados – Populismo e utopia no século XXI» é o seu último livro, com a chancela da D. Quixote. Em 2006 defendeu no programa «Grandes Portugueses», transmitido na RTP, a personalidade de Oliveira Salazar.

O voto em Trump foi mais de protesto do que por convicção? É a constatação de que as populações estão a reagir e não apenas nos Estados Unidos. Veja que em França foram registados muitos casos de eleitores que transferiram o seu voto do Partido Comunista diretamente para a «Front National». Começam a chegar à conclusão que a grande proteção é a fronteira. Assistiu-se à redescoberta da fronteira como proteção. As classes trabalhadoras da Europa e dos Estados Unidos foram muito dizimadas e perderam perder negocial e aquisitivo. Sentem-se revoltadas e descontentes. Votam coisas diferentes. As forças do sistema estão a lidar mal com esses fenómenos porque preferem atribuir esse voto de protesto a teses conspiratórias ou ao renascimento dos fascismos, em vez de apurarem as suas causas reais. Escreve no livro sobre o «quarto poder» e dos «media» que amaram e odiaram sucessivas administrações republicanas e democratas. Trump vai sobreviver ao cerco mediático? Kennedy tinha elementos da sua segurança a transportar prostitutas para a Casa Branca e nunca ninguém falou disso. Havia uma proteção enorme por afinidades sociais, políticas e ideológicas, mas era um segredo polichinelo para quem lá estava. Nixon tinha contra ele o facto de tratar mal os jornalistas e de não ser uma pessoa simpática e ele devolvia-lhes na mesma moeda. Reagan foi alvo de grandes guerras, mas no essencial foi poupado muito por causa do seu charme natural muito grande. Contra Trump há uma guerra de morte, não só da comunidade mediática, mas também da elite intelectual, de Hollywood, etc.


Eles odeiam-no até à paranóia, mas o atual presidente americano não se importa nada. O «impeachment» está fora de questão? Se houvesse motivos para avançar, já estava em curso. No caso com os russos, o que seria grave era que se provasse que Trump tinha feito um negócio com eles, dando qualquer coisa em troca. Não há vestígios disso em lado nenhum. Mas ele toma boas e más decisões. Por exemplo, reconhecer Jerusalém como capital de Israel foi incompreensível e serviu apenas para agradar aos evangélicos, uma franja do seu eleitorado. Voltamos à nossa Europa. O «Brexit» abanou muito o velho continente, mas a eleição de Macron trouxe um novo otimismo. É um político que lhe inspira confiança? O presidente francês é um homem completamente fora do sistema, passou pela École Nationale d’Administration, o Banco Rothschild - uma entidade especializada em aquisições e fusões -, pelo Partido Socialista e por um governo socialista, irradiando a imagem que é 500 por cento fora do sistema, quando nunca de lá saiu. Macron é uma espécie de populista do centro e retoma um discurso europeu mais fundamentalista. Mas ele sozinho, sem o «tandem» com Berlim, não vai conseguir fazer avançar a Europa. O processo da Catalunha está longe de ser resolvido. O independentismo é outra forma de «bárbaros» contra «iluminados», o mesmo é dizer, entre independentistas e unionistas? É e não é. O independentismo catalão é um processo muito complicado, mas tem a vantagem de não ter gerado confrontos físicos muito violentos entre as duas tendências. Mas quem conhece bem a região sabe que as famílias estão profundamente divididas. Madrid, nesse aspeto, também andou mal, porque foi demasiado rígida. E estou em crer que se tivesse deixado fazer o referendo os unionistas tinham ganho, inclusive com o voto de muitos independentistas. Seria a «reprise» do referendo na Escócia e no Quebeque. Mas este processo na Catalunha tem um lado muito interessante e saudável que é o regresso da política. Eles estão dispostos a perder economicamente, como já os ingleses no «Brexit» fizeram, para ganhar soberania. O custo económico destes movimentos para as pessoas que lá residem é altíssimo. Há um par de anos estava em debate o futuro da União Europeia e a viabilidade do projeto europeu. O risco de colapso da UE está ultrapassado? O risco permanece. A Polónia, a Hungria, a República Checa e a Áustria, por exemplo, se se sentirem muito incomodadas podem pedir para sair. Esses estados não querem imigrantes de outros continentes. Estes tempos novos vão continuar a ser marcados por extrema volatilidade. Em meados dos anos 80 eram muito poucos os que pensavam que a União Soviética colapsasse. Por isso, não sabemos o que o futuro nos reserva. K Nuno Dias da Silva _ Direitos Reservados H

gente e livros

Miguel Torga 7 Miguel Torga, pseudónimo de Adolfo Correia Rocha, (São Martinho de Anta, Vila Real, 12 de Agosto de 1907 — Coimbra, 17 de Janeiro de 1995) foi um dos mais celebrados escritores portugueses do século XX. Sobressaiu como poeta, contista e memorialista, mas escreveu também romances, peças de teatro e ensaios. Em 1989 venceu o Prémio Camões, o mais importante da língua portuguesa. No perfil traçado pela Universidade de Coimbra, onde Miguel Torga estudou, lê-se que a sua obra tem um carácter humanista. “Criado nas serras transmontanas, entre os trabalhadores rurais, assistindo aos ciclos de perpetuação da Natureza, Torga aprendeu o valor de cada homem, como criador e propagador da vida e da Natureza: sem o homem, não haveria searas, não haveria vinhas, não haveria toda a paisagem duriense, feita de socalcos nas rochas, obra magnífica de muitas gerações de trabalho humano. Ora, estes homens e as suas obras levam Torga a revoltar-se contra a Divindade Transcendente a favor da imanência:

Capitalbloogs H

para ele, só a humanidade seria digna de louvores, de cânticos, de admiração”. Miguel Torga era de origem humilde, e após uma breve passagem pelo seminário de Lamego, emigrou para o Brasil em 1920, com 12 anos, para trabalhar na fazenda do

tio, na cultura do café. O tio apercebe-se do seu talento e patrocina-lhe os estudos liceais, em Leopoldina, onde se distingue entre os colegas. Corria o ano de 1925 quando volta para Portugal. Em 1927 é fundada a revista Presença, com Torga como um dos colaboradores desde o início. Em 1928 entra para a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e publica o seu primeiro livro, “Ansiedade”, na área da poesia. A Universidade de Coimbra, recorda que Miguel Torga “era bastante crítico da praxe e tradições académicas, e chama depreciativamente ‘farda’ à capa e batina, mas ama a cidade de Coimbra, onde viria também a exercer a sua profissão de médico a partir de 1939 e onde escreve a maioria dos seus livros. Em 1933 concluiu a formatura em Medicina, com apoio financeiro do tio do Brasil. Exerceu no início nas terras agrestes trasmontanas, de onde era originário e que são pano de fundo da maior parte da sua obra”. Tiago Carvalho _

edições

Novidades literárias 7 OFICINA DO LIVRO.

A vida é um tango e outras histórias, de Cristina Norton. Fiel às suas raízes argentinas, Cristina Norton segue a tradição dos grandes contistas latino-americanos. As suas histórias transportam-nos à Argentina, ao México, a França e a Portugal, dando-nos a conhecer um cleptómano que rouba a voz de um grande cantor, uma pintora com uma vida insólita, uma mulher que lê o destino nas folhas de chá, um anão bombeiro, uma menina malcomportada, a perna perdida de uma grande artista, a vingança póstuma de uma sogra, entre outras personagens e coisas memoráveis.

D.QUIXOTE.

O Senhor Ventura, de Miguel Torga. A Dom Quixote, por ocasião dos 75 anos da sua primeira edição, reedita esta novela de Miguel Torga, publicada em 1943. A história desenrola-se quase vertiginosamente, com ambientes e situações facilmente visualizáveis, algumas delas risíveis, tal a comicidade que encerra. Fala-nos do percurso e condições de vida do Senhor Ventura, um português de Penedono, uma aldeia situada no Alentejo, de espírito curioso, irrequieto, impetuoso, obstinado e arrojado, que na aventu-

ra da sua existência deixa para trás os seus pais, a sua casa e percorre meio mundo.

G U ERRA & PAZ.

Uma filha nunca esquece uma mãe, de vários autores. Um livro ideal para as filhas oferecerem às suas mães. É uma obra para verem juntas, página a página, e para, juntas e a lê-lo, se rirem e chorarem. Rirem e chorarem de amor, sabendo que a uma filha nunca se esquece da mãe.

FCA.

Business Inteligence no SQL Server, de Alberto Magalhães. Este livro é uma introdução ao Business Intelligence no SQL Server. Baseado na versão mais recente do SQL Server, a 2016, apresenta um conjunto de ferramentas tecnológicas da Microsoft que permitem transformar grandes quantidades de dados brutos em informação útil para a tomada de decisões estratégicas. Trata-se, assim, de uma obra fundamental para todos aqueles que estejam a iniciar-se no Business Intelligence, mas também para quem já tenha conhecimentos e queira aprender mais. K

Castelo Branco

Orfeão assinala aniversário com revista 6 O Órfeão de Castelo Branco acaba de lançar a publicação “10 anos em Revista (2007-2017)”, que revê uma década de atividade desta instituição com 60 anos. Com edição da RVJ - Editores, esta obra passa em revista os momentos mais marcantes dos últimos 10 anos deste orfeão, as maiores conquistas e as principais atuações, as parcerias mais relevantes e testemunhos de várias personalidades ligadas à sua história. O Órfeão de Castelo Branco, reconhecido como um dos maiores embaixadores da cidade albicastrense, abre nesta revista de 24 páginas uma janela priveligiada para a sua atividade artística e cultural. K

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press das coisas

pela objetiva de j. vasco

Vorke V1 Plus 3 Vorke V1 Plus é um mini PC com processador Intel Celeron J3455 Apollo Lake, com 4 GB de RAM (DDR3L) e tem de armazenamento interno 64 GB (SSD). Tem ainda uma interface SATA interna, onde pode ligar uma drive de armazenamento extra. O equipamento destaca-se pela capacidade de armazenamento. O sistema operativo pré-instalado é o Windows 10, no entanto, suporta Ubuntu, Windows 8.1 e Chrome OS. K

The Legendary Tigerman «Misfit» 3 Uma viagem aos Estados Unidos serviu de inspiração para o novo álbum de Paulo Furtado, que encarna há quase vinte anos o alterego The Legendary Tigerman. No seu 5º álbum, o músico português aprofunda a relação com o rock’n’roll, o cinema, a fotografia e o imaginário norte-americano, tendo gravado no famoso estúdio Rancho de La Luna, em Joshua Tree, na Califórnia. K

Tudo como dantes quartel-general em Abrantes 3 Ao recorrer a fotos de arquivo sobre manifestações para um trabalho de fotografia reparei que, com os anos, quase nada se alterou. As manifestações de há 10 ou 15 anos podem servir para hoje. Vai demorar tanto a mudar o mundo para um sítio decente (mas já estivemos mais longe). K

www.ensino.eu Prazeres da boa mesa

Espargos, Grelhados e Fritos, com Óleo Essencial de Alecrim 3Receita para 4 pessoas

mexer até formar um polme. Passar os espargos no polme e fritar. Escorrer em papel absorvente e reservar.

Ingredientes para Espargos Grelhados: 300g de Espargos 5g de Alho seco (1 dente de alho) 15ml de Azeite 2 Gotas de Óleo Essencial de Alecrim AROMAS DO VALADO Q.b. Flor de Sal Q.b. Pimenta Preta de Moinho Q. b. de Água Ingredientes para Espargos Fritos: 300g de Espargos 50g de Amido de Milho 100g de Farinha de Trigo c/ Fermento 4 Gotas de Óleo Essencial de Alecrim AROMAS DO VALADO Q.b. de Sal e Pimenta Preta de Moinho Q.b. de Água com Gás Gelada Q.b. de Azeite para fritar Preparação dos espargos grelhados: Escaldar os espargos ligeiramente (cerca de 1 minuto) e arrefecer de imediato em água

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Ingredientes para finalização: 60g de Alface e Rebentos diversos Q.b. de Vinagrete Finalização: Temperar as alfaces com o vinagrete. Empratar todos os constituintes. Servir. K Receita criada no âmbito da investigação da utilização de óleos essenciais na cozinha, do livro “Geoaromas, A Inovação na Gastronomia – Receitas”, IPCB, Edição RVJ Editores; Apoio: Alunos das aulas práticas de cozinha (IPCB/ESGIN); Sérgio Rodrigues e alunos de fotografia (IPCB/ESART); Helena Vinagre (Aromas do Valado).

fria. Escorrer e temperar com os condimentos indicados. Grelhar de seguida, num grelhador preferencialmente a carvão. Salpicar com flor de sal e reservar. Preparação dos espargos fritos: Molhar os espargos e passar pelo amido de milho. Misturar o restante amido com a farinha de trigo, os temperos e juntar a água gelada;

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Chef Mário Rui Ramos _ Chef Executivo


BOCAS DO GALINHEIRO

Por uma imprensa livre 7 Quando o Magazine celebra 20 anos de vida e as Bocas para lá caminham, vem a propósito um tema que deve ser caro a todos os que trabalham em jornais, e não só: a liberdade de imprensa, que pressupõe disponibilidade para enfrentar o poder e os poderosos que, sabe-se, não hesitam em usar os media como meio de propaganda, não resistindo alguns a terem os seus jornais, rádios e televisões, de que Berlusconi, ao que parece está de regresso, foi (mau) exemplo maior. Já antes abordámos o tema da atracção mútua entre o cinema e os media que sempre foi intensa, como qualquer atracção que se preze. Mas, também o jornalista íntegro, sempre pronto a lutar pela liberdade, a de imprensa e a das ideias, faz parte deste mundo. E é deste, ou destes, de que gostamos e prezamos, numa altura em que a vida não corre bem para a imprensa em geral, e para os jornais em papel em particular. Numa época de fake news à la Trump, além da efeméride que neste número se evoca, vem isto a propósito do último filme de Steven Spielberg “The Post”, a história da divulgação dos “Pentagon Papers” pelo “Washingtos Post”, um hino à imprensa livre numa altura em que os Estados Unidos enfrentavam uma cada vez maior contestação à guerra que combatiam (e morriam) no Vietname (curiosamente Trump conseguiu safar-se), e as justificações que eram cada vez mais difíceis de encaixarem com a realidade. É nesta altura que Daniel Ellsberg faz chegar ao “New York Times” cópias de um relatório de meados dos anos 60 encomendado pelo ex-Secretário da Defesa de John Kennedy e de Lyndon Johnson, Robert McNamara, sobre a intervenção americana no Vietname e em toda a região, onde se concluía o que já era óbvio: de que era uma guerra inútil, em que os americanos não tinham hipótese de vencer, mas, acima de tudo, era um retrato das sucessivas intervenções na região e a silêncio cúmplice de anteriores administrações face ao conflito, que passaram a público como “The Pentagon Papers”. Inicialmente divulgado no “The New York Times”, o governo de Nixon conseguiu que a publicação do relatório fosse proibida, tendo o mesmo chegado ao Washington Post, colocando-se aos responsáveis do jornal

IMDB H o dilema da sua divulgação. E é aqui que entram em campo, aparentemente opostos, os dois protagonistas do filme e da realidade: Katharine “Kay” Graham (Meryl Streep) editora e proprietária do jornal, que herdou depois da morte do marido,

que o havia recebido do pai dela, outros tempos, e Ben Bradlee (Tom Hanks) o mítico director do Washington Post. Quando o jornal passava por aperto financeiro e necessitava e conseguiu financiamento, Kay vê cair-lhe nos braços

a decisão da sua vida: defender a liberdade de imprensa e o “dever” de publicar um documento que põe a nu todo o rol de mentiras que vinham sendo “vendidas” por sucessivas administrações sobre o Vietname, ou garantir os investidores, sem tocar num tema que iria afrontar o poder, a Casa Branca, fulanizados por Nixon, o que poderia significar o fim do jornal, há décadas propriedade da família. Apesar de pertencer ao “meio”, era amiga de McNamara, tal como Bradlee, conviveu de perto com John Kennedy, acabou por decidir pela publicação, aguentou a perseguição do presidente e ganhou no Supremo. Arriscou, até a possibilidade de ser presa, e venceu em todos os campos. E é este dilema que é dirigido de uma forma sublime por Spielberg, com uma fotografia soberba de Janusz Kaminski, em 35 m/m, como à época, sem efeitos especiais, sem explosões, mas com muita garra e, invulgar em Spielberg, tomando posição clara a favor da liberdade de imprensa e do jornalismo. Sabemos que tudo fez para que o filme saísse ainda em 2017, por causa de Trump, desde logo, e para a corrida aos Oscar. Falar das interpretações de Meryl Streep e Tom Hanks é já um lugar-comum. São dois monstros sagrados do cinema americano, mas aqui bem acompanhados por Bob Odenkirk, no papel de Ben Bagdikian, o contacto do Post com Ellsberg, ou Sarah Paulson, a mulher de Bradlee, que vê a sua casa transformada em redacção do jornal, entre outro. Claro que a época está meticulosamente recriada, da tipografia à rotativa, até à mítica fotocopiadora, mas acima de tudo o ambiente dos bastidores do jornal. E, no final, um piscar de olho ao grande triunfo do “The Washigton Post”: o derrube de Nixon na sequência do caso Watergate, que deu outro grande filme, All The President’s Men (“Os Homens do Presidente”, 1976), realizado por Alan J. Pakula. Os jornalistas responsáveis por essa investigação, como se lembram, são os formidáveis Dustin Hoffman e Robert Redford. Era a imprensa a funcionar que, queremos, continue. K Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico

Luís Dinis da Rosa _

Bioeconomia do país

Minho faz revolução 6 A Universidade do Minho quer alavancar a bioeconomia do país, através da conceção de produtos e processos verdes inovadores para a indústria agroalimentar, tendo já em curso o projeto EcoAgriFood, que conta com um financiamento de 1,5 milhões de euros, financiados pelo programa Portugal 2020. No espaço de um ano, o trabalho originou diversas soluções com elevado po-

tencial de utilização no setor, como por exemplo o controlo de pragas em grandes plantações através de péptidos antimicrobianos, inspirados em moléculas existentes em mamíferos, bichos-da-seda e vespas. “Estas pequenas proteínas fazem parte do sistema imunitário e encontram-se em todos os organismos vivos, representando a primeira linha de defesa no combate a invasões por agentes infeciosos”, explica

Raúl Machado, um dos 21 investigadores do projeto. Também foram produzidas membranas microporosas biocompatíveis e biodegradáveis, com elevada ação antimicrobiana e estabilidade térmica, podendo ser usadas como revestimentos ou filtros para controlo microbiológico. Foi igualmente otimizada a conceção de compostos de valor acrescentado para a indústria alimentar através de fábricas

microbianas, um processo “amigo” do ambiente. Esta técnica de produção inovadora permite a obtenção de novos compostos a partir de resíduos ou subprodutos industriais. “Deixamos, assim, de depender tanto de derivados de petróleo, que são muitas vezes a base para a síntese de inúmeros compostos usados nas mais variadas indústrias”, realça a bióloga Isabel Silva. K

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unesco

Rostos de guerra 7 Independentemente da nossa idade, raça, género, religião, nacionalidade, classe social, todos nós desejamos a Paz nas nossas vidas, mas, para que possamos promover e sustentar a Paz temos que nos educar, e essa educação passa pela compreensão e respeito pelos princípios básicos de liberdade, justiça, democracia, tolerância, igualdade, solidariedade e direitos humanos. De repente, sem avisar, a crise dos refugiados entrou nas nossas casas. Estávamos em 2016 e a comunicação social encarregava-se de nos bombardear com imagens e números aterradores, mas completamente desumanizados. Na Escola, fomos obrigados a desconstruir essas notícias e explicar que refugiados eram migrantes forçados. Eram pessoas como nós, com uma família, casa, empregos, mas que foram obrigadas a fugir do seu país devido a perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, opinião política ou participação em grupos sociais, e que não podiam (ou não queriam) voltar para casa. Cabia-nos a nós, Europa, recebê-los e oferecer-lhes proteção. E aqui levantavam-se todas as dúvidas. Era preciso desmistificar e elucidar os alunos, pois por ausência de informação factual e equilibrada facilmente se geravam ondas de discriminação, xenofobia e racismo. Era obrigatório informar e formar os nossos jovens, os decisores políticos de amanhã, cidadãos de uma Europa cada vez mais multicultural. Sou daquelas professoras que acredita que na sua maioria, os nossos jovens

alunos procuram um propósito, algo relevante e que gostariam de fazer parte de algo grandioso, maior que eles, mesmo que tenham que sair da sua zona de conforto. Foi o que aconteceu na Escola Secundária Pinheiro e Rosa (Faro) a um grupo de alunos envolvidos no projeto Erasmus+ AC 2 “In a far away land: refugee children” que abraçou como mote o grito de Sophia de Mello Breyner Andresen na sua Cantata da Paz: “Vemos, ouvimos e lemos. Não podemos igno-

rar.” Não podemos ignorar que é através da educação que somos capazes de promover uma cultura de paz. Paz, que significa a capacidade de ver no outro a diferença de cultura, valores, religião, política, de escolhas de vidas, mas mesmo assim, ser capaz de conviver com essas diferenças, valorizando-as. Em abril de 2017, ao visitar o campo de refugiados Veria (Grécia), seis alunos foram os olhos e os ouvidos de todos os outros que ficaram. Esta visita tocou-os

muito. Contactaram com pessoas que antes da guerra tinham uma vida como a deles, organizada, sem sobressaltos. Essas pessoas deram um rosto e uma voz à frase “É melhor arriscar a vida num dia do que viver a arriscá-la todos os dias”. A comunicação social debitava constantemente notícias sobre a crise dos refugiados, porém, as vidas humanas envolvidas pareciam não fazer parte desse acontecimento. Era preciso humanizar a crise dos refugiados e fazer passar essa mensagem à comunidade escolar. E assim nasceu o livro de contos e poemas “Rostos de Guerra”. Foi a primeira vez que os seus autores tentaram escrever e desenhar sobre emoções e sentimentos de uma maneira mais formal. O Gonçalo J., inspirado por um refugiado sírio que lhe ofereceu um poema, começou também ele a escrever poesia. A Cátia O. nunca tinha escrito. A Luísa L. reacendeu a sua paixão pela escrita. O Rafael P. adicionou cor e sentimento aos trabalhos dos colegas. Viram inclusivamente o seu trabalho reconhecido pelo Alto Comissariado para as Migrações, quando ganharam o Prémio Comunicação categoria Jovem ACM 2018. Vão continuar a escrever e a envolver-se, dando continuidade ao desafio pessoal que assumiram: passar a mensagem, pois cada um de nós, individual e coletivamente, tem que assumir um compromisso para a manutenção da Paz. K Clara Abegão _ Coordenadora do projeto escola associada da UNESCO

novidades do setor automóvel Hyundai Kauai elétrico disponível em fevereiro 3 A Hyundai vai apresentar este mês fevereiro o seu primeiro SUV Europeu 100% elétrico do segmento B: o Kauai Electric. O modelo irá apresentar duas motorizações oferecendo aos clientes um dos motores elétricos mais potentes do mercado com uma autonomia de cerca de 470 quilómetros (previsão sob as regras WLTP sujeito a validação). O lançamento está previsto para o verão de 2018. K

Novo VW Polo GTI já no mercado Confirmado o Novo Ford KA+ 3 A Ford desvendou o seu novo KA+, pela primeira vez também disponível numa versão crossover, designada KA+ Active, que chegará ao mercado português no final deste ano por um preço a partir de 11 mil euros. Com espaço para cinco adultos e uma ampla bagageira, os novos KA+ e KA+ Active estão disponíveis com tecnologias como sistema de comunicação e entretenimento SYNC 3, limpa-vidros com sensor de chuva e acendimento automático dos faróis. K

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3 A Volkswagen chegou ao mercado português com a nova geração do Polo GTI. O novo modelo, com uma potência de 200 cv e uma caixa DSG de 6 velocidades, acelera de 0 a 100 km/h em 6,7 segundos e atinge uma velocidade máxima de 237 km/h. O consumo médio de 5,9 l/100 km demonstra a eficiência dos sistemas de condução e do motor. K


Competências digitais

Google premeia Politécnico de Leiria 6 No contexto da parceria com a Google, o Politécnico de Leiria foi distinguindo pelo trabalho desenvolvido ao longo do último ano na promoção de ações formativas em competências digitais. Desde o seu lançamento em dezembro de 2016, o “Atelier Digital” já formou 35.115 portugueses em competências digitais, entre formações online e sessões presenciais realizadas em Lisboa, Setúbal, Leiria, Aveiro, Porto e Peniche.

Para o Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, este número mostra o sucesso da iniciativa que “mudou a sociedade”, sublinhando que “Portugal foi o país com mais pessoas interessadas e, principalmente, com maior taxa de sucesso na aprovação”. O projecto da Google visa formar os portugueses (com ou sem formação académica, empregados ou desempregados) em competências digitais e de forma gratuita, dotando-os das ferramentas

necessárias para aproveitarem as oportunidades da digitalização da economia e a contribuir para fomentar o empreendedorismo em Portugal. O balanço do primeiro ano do “Atelier Digital”, contou com a presença do mi-

nistro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e da secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Maria Fernanda Rollo, além de Francisco Ruiz Anton, diretor de assuntos institucionais da Google para Portugal e Espanha. K

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Geração Simaris Design

Politécnico do Porto na final nacional 6 Duas equipas de estudantes da Licenciatura em Engenharia Eletrotécnica – Sistemas Elétricos de Energia do ISEP (Politécnico do Porto) classificaram-se para a final do concurso “Geração Simaris Design”, promovido pela multinacional Siemens, que irá decorrer no dia 22 de fevereiro, em Lisboa.

Os estudantes que irão representar o ISEP são Jorge França, Tiago Ribeiro, Pedro Félix e Octávio Ferreira. No caso de um destes grupos se sagrar vencedor receberá como prémio uma viagem de três dias ao centro Tottally Integrated Power (TIP) da Siemens, na Alemanha, assim como um estágio profissional na Siemens. K

Eleições

Lurdes Rodrigues nova reitora do ISCTE 6 A antiga ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, foi eleita reitora do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, sucedendo no cargo Luís Reto no cargo de reitor. As eleições, no seio do Conselho geral da instituição, decorreram no passado dia 9 de fevereiro. Maria de Lurdes Rodrigues será a primeira reitora daquele instituto, tendo recebido 22 dos 33 votos

possíveis. Nas eleições Nuno Guimarães, atualmente vice-reitor com o pelouro da internacionalização, teve 10 votos. Gustavo Cardoso, professor catedrático de ciências da comunicação, e o jornalista e académico brasileiro Cláudio Starec eram os outros candidatos. Professora associada com agregação, Maria de Lurdes Rodrigues leciona na Escola de Sociologia e Políticas Públicas do ISCTE. K

FEVEREIRO 2018 /// 031


Conselho de Ministros aprova alteração ao regime jurídico

Doutoramentos podem chegar aos politécnicos 6 O Governo aprovou, em Conselho de Ministros extraordinário, realizado a 15 de fevereiro, em Matosinhos, a alteração ao regime de jurídico de graus e diplomas, o que irá permitir aos institutos politécnicos atribuírem o grau de doutoramento. A atribuição deste título por parte daquelas instituições de ensino é há muito tempo defendida pelo Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) e chegou a ser noticiada há cerca de um ano pela tutela, que depois recuou. Agora, e após o relatório preliminar da OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico sobre o estado do sistema científico, de ensino superior e inovação em Portugal de 2017, (onde é revelado que o nosso país continua a ter um défice de doutorados e em que se defende que as instituições de ensino politécnicas possam atribuir o grau de doutoramento), a decisão foi anunciada. Esta foi uma das medidas aprovadas que fazem parte de uma estratégia de médio e longo prazo que assume como objetivo a convergência do país para a Europa do conhecimento até 2030. Uma meta que pressupõe o reforço da capacidade de I&D; incorporação de conhecimento na economia; e qualificação dos recursos humanos. Manuel Heitor, ministro do Ensino Superior, explicou, na conferência de imprensa realizada no final do Conselho de Ministros, que “a partir de agora a nossa proposta é que todas as instituições de ensino superior, politécnicas

e universitárias, reforcem a sua capacidade de investigação. Os doutoramentos vão ser possíveis, nos próximos anos, apenas para aquelas instituições que tenham unidades e centros de investigação aprovadas com a classificação de «muito bom» e «excelente». Assim estamos a ajudar as instituições com mais exigência a capacitarem-se e a estarem no melhor que se faz na Europa”. O Ministro do Ensino Superior revelou que “a modernização do regime legal de graus e diplomas do ensino superior, de que a OCDE nos chamou a atenção, é um passo importante para o nosso processo de aproximação europeia”. Manuel Heitor, diz que este diploma “será discutido com os parceiros. Mas certamente que estamos a dar um passo no reforço do ensino superior e da sua qualificação a nível europeu”. O anúncio desta decisão foi bem acolhido pelo presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), Nuno Mangas, para quem “a medida vem ao encontro daquilo que têm sido as posições e orientações do CCISP e dos próprios politécnicos”. O também presidente do Politécnico de Leiria, citado pela Lusa, adianta que deste modo “Os doutoramentos deixam de estar dependentes do nome da instituição (...), mas de um conjunto de critérios objetivos que são iguais para universidades e politécnicos dos ensinos público e privado”. Nuno Mangas explicou

Coimbra

Semana Cultural com programa 6 A 20ª edição da Semana Cultural da Universidade de Coimbra, que tem como entidade mecenas o Santander Universidades, decorre de 1 de março a 28 de abril, subordinado ao tema “Oh as casas”. A iniciativa inclui um conjunto de atividades culturais, sendo a primeira a sessão comemorativa dos

728 anos da Universidade de Coimbra, com a entrega do prémio Universidade de Coimbra ao investigador Rui Vieira Nery. A iniciativa terá lugar às 14H30. Ao longo dos dois meses são muitas as atividades, as quais podem ser consultadas no site www.uc.pt/ semanacultural/20SCUC_programa. K

032 /// FEVEREIRO 2018

ainda que foram submetidos à avaliação (na FCT), até ao final de janeiro, unidades de investigação, por parte dos Politécnicos o que definirá o financiamento público a atribuir a partir de 2019. Só depois desse processo, os cursos de doutoramento criados vão ser certificados pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior. Aquele responsável revela que “possivelmente, só na próxima legislatura é que os institutos politécnicos começarão a lecionar doutoramentos”. Já o presidente do Con-

selho de Reitores (CRUP), Fontainhas Fernandes, disse aos jornalistas, que o “CRUP irá analisar com serenidade o documento”. O também reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro adiantou que o “CRUP ainda não reuniu formalmente para analisar nem o relatório da OCDE nem qualquer outra medida que resulte do relatório. O senhor ministro já fez uma apresentação das principais linhas ao Conselho de Reitores, mas ficou de enviar para o plenário poder ver qualquer alteração legislativa”. K

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