setembro 2017 Diretor Fundador João Ruivo Diretor
João Carrega Publicação Mensal Ano XX K No235 Assinatura anual: 15 euros
ENSINO JOVEM
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Distribuição Gratuita
POLITÉCNICO DE CASTELO BRANCO
Novo curso em proteção civil C
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UNIVERSIDADE
Évora reforça cooperação GUARDA
IPG com novos projetos
SHEIK DAVID MUNIR
«O terrorista não tem religião»
LEIRIA
IPL cria bairro académico C P 11 ENTREVISTA A LUÍS OSÓRIO, CONSULTOR E ESCRITOR
Mário Soares foi o percursor da «geringonça»
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ESTUDO APRESENTADO À AGÊNCIA ESPACIAL
Investigadores procuram vida extraterrestre em Portugal C
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XEQUE DAVID MUNIR, IMÃ DA MESQUITA CENTRAL DE LISBOA
«O Islão não tem nada a ver com o terrorismo» 6 David Munir, figura proeminente da comunidade islâmica em Portugal e que lidera há mais de três décadas a mesquita mais importante do país, afirma que «o terrorista não tem religião, não tem pátria e não tem amigos.»
locou qualquer ideologia ou rótulo a essas pessoas que deixaram tudo e voltaram com as suas famílias. E, com um forte instinto de sobrevivência, instalaram-se em Lisboa e nos arredores da capital, procurando emprego e fixando-se.
Qual é a dimensão da comunidade islâmica em Portugal? Ronda os 50 mil a nível nacional. A comunidade islâmica de Lisboa foi o nome dado quando a comunidade foi fundada, em 1968. No início os muçulmanos vinham das ex-colónias, mas atualmente já temos muçulmanos provenientes de outras partes, como o Magreb, a Índia, o Paquistão, o Bangladesh e alguns até do extremo oriente.
Portanto, quer dizer que o passado colonial não é um problema para a integração dessas comunidades? Na Guiné e em Moçambique existia uma salutar convivência entre as várias culturas, coisa que não aconteceu nas colónias francesas, britânicas e outras. Vir para Portugal, ou para o continente, se quiser, era simplesmente mudar para uma outra cidade ou freguesia. Esta foi a primeira vaga da presença islâmica em Portugal continental. Por seu turno, os muçulmanos que vieram para cá provenientes de países que não são de expressão portuguesa, tiveram a sua integração facilitada por já cá existir uma comunidade islâmica. Perante isto, a questão da integração não se coloca na agenda da comunidade.
A integração e o acolhimento têm sido pacíficos? Como ponto prévio, é preciso referir que não é possível comparar a comunidade islâmica portuguesa com as restantes comunidades islâmicas espalhadas pela Europa. Após o 25 de Abril, principalmente os muçulmanos que vieram de Moçambique e da Guiné, os chamados “retornados”, foram recebidos como os portugueses que voltaram à pátria. Não se co-
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Concorda com o presidente da comunidade islâmica, Abdool Vakil, que diz que «não há islamo-
fobia em Portugal»? Perante o que descrevi anteriormente, as possibilidades disso acontecer são pouquíssimas. É preciso dizer que noutros países da Europa criaram-se guetos, enquanto em Portugal não temos. Quer dizer que onde o muçulmano encontrar a casa que julga ideal para viver, pode comprá-la, sem problemas. O factor proximidade com uma mesquita ou com uma comunidade islâmica já não é determinante. É imã da mesquita central de Lisboa desde 1986. Quer explicar o que faz o imã de uma mesquita para além de presidir às orações? Acaba por fazer um pouco de tudo. Dá apoio espiritual, apoio religioso, apoio psicológico, etc. Conversa com as pessoas que precisam de falar, simplesmente de desabafar e também recebo as visitas de estudo onde explico em mais detalhe o que é o Islão, faço casamentos, participo nas orações fúnebres, dou apoio às famílias que perderam os seus entes queridos, etc. Ainda dou aulas dentro e fora da mesquita, faço palestras, acedo às solicitações da comunicação social. Faço muita coisa.
O que é que perguntam as pessoas que se deslocam em visitas de estudo à mesquita? Temos visitas de estudo das escolas, duas ou três vezes por semana, em que tenho oportunidade de conversar com eles, mostro a sala de culto e depois dou um tempo para formularem as perguntas que quiserem. Ultimamente temos visitas mais tardias, organizadas por uma empresa via Facebook, onde recebemos pessoas de todas as idades, mentalidades, adultos, crianças, adolescentes, etc. Os alunos das escolas costumam perguntar sobre a onda de terrorismo e a sua propalada ligação ao Islão. É um tema praticamente incontornável, bem como a questão que anteriormente falamos sobre se a comunidade está ou não bem integrada. Nas visitas noturnas as perguntas são mais variadas, e podem ir dos direitos das mulheres, o papel da mulher na sociedade, o uso do véu, etc. O Ramadão e o “Hajj” são dois momentos emblemáticos para o Islão e para os seus praticantes. Porquê? São ocasiões em que as pessoas se dedicam mais aos outros e também a si próprios, na parte
espiritual. O Ramadão é o jejum durante o dia, antes da primeira oração até ao pôr-do sol, momento em que se quebra o jejum. No dia em que falamos está a decorrer o “Hajj”, que termina amanhã. É a peregrinação a Meca que todos os muçulmanos devem fazer, pelo menos uma vez na vida, desde que tenham possibilidades e sejam saudáveis. O Islão nem sempre é bem conhecido, na sua essência, pelas pessoas. Se conhecessem os cinco pilares do Alcorão olhariam para esta religião de outra forma? Estou em crer que sim. O primeiro pilar é a crença na unicidade de Deus, Ele é único, Ele é eterno, e podemos acrescentar a crença em Maomé, como mensageiro e profeta de Deus. O segundo pilar é o da oração, cada oração são 10 minutos, deve ser feita nas mesquitas, mas também em casa ou no local de trabalho. O corpo limpo, a roupa limpa e saber a direção de Meca são requisitos importantes. A oração é o diálogo com o criador. O terceiro pilar é o da caridade. É obrigatório ajudar as pessoas que mais precisam e necessitam. O Islão fixou uma percentagem de 2,5 por cento do balanço anu- ;
al de cada pessoa para distribuir pelos mais necessitados. O quarto pilar é o jejum do Ramadão, que é o nono mês do calendário islâmico. Como o calendário islâmico é lunar, é móvel, por isso calha sempre em diferentes épocas do ano. Finalmente, o quinto pilar, é o “Hajj”, a peregrinação a Meca, que ocorre no 12.º mês do calendário islâmico.
to e, perante isto, não pode ser fonte. Indique-me um cientista ou um médico muçulmano que no mundo islâmico tenha feito algo de destaque? Não há. Não sei se devido ao facto de muitos regimes políticos limitarem o campo de ação, mas parece que boa parte dos muçulmanos do mundo islâmico pararam no tempo e estão mais interessados no poder político e financeiro. Falta dialogar, discutir e abanar um pouco. O conhecimento, se existir, precisa de ser partilhado. E a quem? Aos jovens. É preciso chegar ao pé dos jovens muçulmanos que vivem no ocidente, apostar neles e fazer uma revolução. Se as coisas correrem bem, admito que muitos países islâmicos sejam levados a repensar os seus currículos.
Qual o significado do “Hajj”? São cerca de três milhões de pessoas numa mesma localidade e representa uma espécie de “lavagem” interior e também exterior da própria pessoa. Quem regressa do “Hajj” vem mais elevado do ponto de vista espiritual. Quantas vezes fez esta peregrinação a Meca? Em duas ocasiões. É uma experiência que não é possível de traduzir em palavras. Mas é muito positiva. Lá não se tem a real dimensão do número de pessoas que se juntam naquele local. Participou entre 8 e 14 de julho num périplo pela paz por várias cidades da Europa, na companhia de diversos imãs. Qual foi a importância desta marcha? Esta iniciativa, que passou por Bruxelas, Paris, Berlim e Nice – cidades alvo de atentados – visou esclarecer muitas pessoas que ainda confundem tudo e pensam que o Islão tem a ver com o terrorismo. O terrorista não tem religião, não tem pátria, não tem amigos. É um frustrado que só quer destruir. Os recentes atentados de Barcelona trouxeram a lume a questão da radicalização de jovens, alguns deles menores, por parte de um imã de uma localidade catalã, com poucos milhares de habitantes. Como é que fica a relação de confiança entre a comunidade muçulmana e os restantes habitantes? Normalmente um imã tem de ser uma pessoa que dialoga e quebra as barreiras com a sua congregação. É uma pessoa do povo, que convive com as pessoas da sua comunidade. Há mesquitas, provavelmente devido à sua pequena dimensão, que aceitam imãs como voluntários, e pode ter sido o caso dessa localidade catalã. Ser imã não significa que seja teólogo ou conhecedor do Islão, pode simplesmente dar apoio na hora da oração. Mas admito que é chocante para quem ao longo de anos se envolveu espiritualmente com este imã vir a saber que ele influenciou jovens a cometer atos que o próprio Islão condena. Como é possível um imã, que devia ser exemplar, fazer ou levar
a fazer algo que o Islão repudia? Admite que atos como este fazem aumentar a suspeição no seio das próprias comunidades muçulmanas na Europa? Deixe-me voltar um pouco atrás no meu raciocínio. A marcha que fiz no mês de julho procurou demonstrar aos próprios muçulmanos que é possível fazer muito mais. Esta marcha permitiume constatar que boa parte dos muçulmanos, residentes nesses países do centro da Europa, não se identificam como europeus. Eles primeiro consideram-se magrebinos, marroquinos, argelinos, tunisinos, turcos, etc. Só depois é que são europeus. Como é possível se muitos deles nunca foram a esses países e nem sequer
falam árabe? Fiquei muito dececionado, porque a identidade nacional é importante. Ser europeu não significa ter a pele branca. Felizmente em Portugal essa crise de identidade não se coloca e a parte espiritual e religiosa é respeitada por se entender ser uma questão que pertence ao íntimo de cada um. Que solução defende para resolver esse problema de identidade europeia? Tem de haver mais diálogo interno entre as comunidades islâmicas da Europa do que propriamente diálogo interreligioso. Este é um desafio que os muçulmanos que residem na Europa têm, porque o problema, não haja dúvidas, está dentro da
própria comunidade. De que me serve participar num encontro com outras religiões se a minha comunidade se mantiver em permanente sobressalto? À pergunta se o Islão precisa de reformas, riposta dizendo que necessita é de educação e cultura. São antídotos contra os fanatismos? A educação e o conhecimento têm um poder imenso, dependem é da forma como são transmitidos. Se olharmos para o passado, os muçulmanos sempre foram sedentos de conhecimento. Tinham sede, embebedaramse e depois tornaram-se fontes. Hoje o mundo islâmico, de há uns 100 anos a esta parte, não tem sede, não tem conhecimen-
CARA DA NOTÍCIA 6 Imã desde 1986 Xeque ou “sheik” é uma fórmula honorífica em língua árabe, com o significado de «líder» ou «governador». É assim como é conhecido David Munir, o imã da mesquita central de Lisboa, nascido na cidade da Beira, em Moçambique, em 1963. É filho de pai iemenita e mãe moçambicana de ascendência indiana. Começou os seus estudos religiosos em 1975 numa madraça na Índia (Madrassah Ashrafia). Licenciou-se em Teologia Islâmica no Instituto Aleemiyah, Centro islâmico de Carachi, Paquistão, e prosseguiu os seus estudos islâmicos na universidade de Carachi, onde se licenciou em Pedagogia e fez o Bacharelato no Curso de Letras. Em 1986, com 23 anos, deixou o Paquistão e é desde essa altura o imã da mesquita central de Lisboa, ministro de culto, docente de língua árabe e cultura islâmica e conselheiro religioso da Comunidade Islâmica de Lisboa. Foi professor de língua árabe no Instituto Oriental da Universidade Nova de Lisboa, na Universidade Independente e na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. É membro do Conselho Consultivo Internacional da Fundação Paz e Democracia Monsenhor Martinho da Costa Lopes. Tem como obras publicadas: “Deus que nunca o foi” (1987), “Ensinamentos Elementares do Islão” (1988) e “Da Ciência e Filosofia à Religião” (1996). K
A cobertura mediática devia ser mais moderada na abordagem que faz aos atentados terroristas praticados, alegadamente, em nome do Islão? Ao transmitir e difundir exaustivamente estas notícias acaba-se por motivar ainda mais os responsáveis pelo atentado. Se fossem ignorados, isso seria uma frustração para os terroristas. Segundo me disseram, Israel é um país onde é prática comum não falar dos atentados que acontecem no seu território. Entendo que é uma boa política para minimizar o que aconteceu. Na Europa passa-se completamente o oposto e as imagens e os pormenores são transmitidos até à exaustão. Falar é importante, mas há coisas que em excesso incomodam. Um terrorista muçulmano tem mais impacto para a comunicação social do que um terrorista ocidental? Há uma discriminação negativa. Se um atentado for feito por um muçulmano é porque é fundamentalista e radical islâmico, se for um não muçulmano nunca vem o nome da religião que a pessoa professava, mas a descrição que é feita é a de um transtornado que sofria de problemas psiquiátricos. Basta ver o que aconteceu com o piloto da Germanwings que despenhou um avião cheio de passageiros contra os Alpes. Neste tipo de casos a comunicação social funciona como uma espécie de advogado de defesa que sabe que o seu cliente cometeu um crime, deliberadamente e conscientemente, mas para o libertar inventa novas técnicas para o juiz – que é a opinião pública – ser brando. K Nuno Dias da Silva _ Direitos Reservados H
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ANÁLISE EM POLÍTICA SOCIAL
Rede reúne em Lisboa 6 Centenas de especialistas mundiais em Política Social reúnem-se no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, entre 14 e 16 de setembro, para discutir a Política Social e o Estado Social depois da austeridade na 15ª conferência da Rede Europeia de Análise em Política Social (ESPAnet), a maior conferência interna-
cional desta área de estudo. A partir do tema “Os Novos Horizontes da Política Social Europeia: Riscos, Oportunidades e Desafios”, os conferencistas analisam importantes temas da atualidade como rendimento adequado ou Estado Social nos países emergentes, entre muitos outros, pois a conferência conta com 29 diferentes áreas temáticas e 75 sessões plenárias. K
ABBOTT DIAGNOSTIC AWARD
AQUECIMENTO GLOBAL
Coimbra avalia Acordo de Paris 6 Um estudo in situ no estuário do Mondego, coordenado por investigadores do Centro de Ecologia Funcional da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), concluiu que, ao contrário do esperado, não se registam alterações significativas e o impacto é reduzido. Publicado na Scientific Reports, do grupo Nature, o estudo indica que os ecossistemas estuarinos lidam bem com um aumento máximo de temperatura de dois graus Celsius,
evidenciando que “o valor proposto no Acordo de Paris, assinado em 2015 por 195 países, é um valor seguro para os sistemas biológicos dos estuários, zonas muito dinâmicas e com uma elevada importância ecológica e ambiental. Este estudo pode ser um contributo relevante para pressionar os decisores políticos a manterem o aumento máximo nos 2ºs”, observa Daniel Crespo, investigador principal do projeto. As análises efetuadas no âmbito do estudo, financiado pela
Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), demonstram que “o efeito de uma moderada subida de temperatura, dentro dos valores indicados pelo Acordo de Paris, é aparentemente menos importante do que a heterogeneidade do sistema para um saudável funcionamento dos ecossistemas e para o estado das comunidades biológicas”, afirma Daniel Crespo. O estudo envolveu 10 investigadores e teve a participação das universidades de Aveiro (UA) e Minho (UM). K
Antigo aluno vence 6 Hugo Sousa, licenciado em Microbiologia pela Escola Superior de Biotecnologia (ESB) da Universidade Católica – Porto e, atualmente, investigador no Instituto Português de Oncologia (IPO), é o vencedor do Abbott Diagnostic Award de 2017. O antigo aluno da ESB consagrase, assim, como o primeiro português a receber o prémio atribuído anualmente no Congresso Anual da Sociedade Europeia de Virologia Clínica que, este ano, decorre de 13 a 16 de setembro em Stresa, Itália. O investigador de 35 anos – doutorado em Ciências Biomédicas pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar – dedicou os últimos 15 anos à ciência no IPO Porto, no Serviço de Virologia, e
é investigador no Grupo de Oncologia Molecular e Patologia Viral. Após ter concluído o mestrado integrado em Medicina, encontrase, agora, a cumprir o Ano Comum do Internato Médico na Unidade Local de Saúde do Nordeste. O Abbott Diagnostic Award é um prémio que se destina a médicos e doutorados com mais de 10 anos de atividade científica ligada ao diagnóstico laboratorial e só pode ser atribuído uma única vez a uma personalidade. Depois de se realizar com sucesso na capital portuguesa, em 2016, o congresso promovido pela Sociedade Europeia de Virologia Clínica viaja, agora, até ao norte de Itália para a sua 20ª edição. K
SF - UTAD H
UTAD
Campus mais sustentável 6 A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro viu aprovadas oito candidaturas no âmbito do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no uso de Recursos (POSEUR), o que permitirá a melhoria da eficiência energética do parque edificado do campus universitário. Aspetos como o número dos edifícios a melhorar em termos de eficiência energética, a área de intervenção nas coberturas, com substituição de fibrocimento (31.400m2), a produção de ener-
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gia elétrica, recorrendo à energia solar fotovoltaica, a substituição de caldeiras a gás natural por caldeiras a biomassa, a climatização de edifícios e a substituição dos sistemas de iluminação convencionais por lâmpadas de tecnologia LED, irão resultar numa diminuição estimada das emissões de Gases de Efeito de Estufa em 820 Ton CO2eq/ano e na redução anual do consumo de energia primária em cerca de 1.233.000 kWh/ano. “Procurámos dar seguimento à
política de sustentabilidade para o campus e património edificado, perscrutando o aumento da eficiência na gestão de recursos, garantindo ao mesmo tempo melhor qualidade de vida aos ocupantes dos edifícios”, explicou Amadeu Borges, pró-reitor da UTAD para o Ordenamento. Numa primeira fase foram aprovadas oito candidaturas, esperase o resultado de mais quatro, submetidas na segunda fase do mesmo Aviso do POSEUR. K
ESCOLA DE DIREITO DA UMINHO
Presidente reconduzida 6 Clara Calheiros acaba de ser reconduzida como presidente da Escola de Direito da Universidade do Minho, tendo como vice-presidentes Cristina Dias, João Sérgio Ribeiro e Anabela Gonçalves. Professora Catedrática, é docente do Departamento de Ciências Jurídicas Gerais e investigadora do Centro de Investigação Interdisciplinar em Direitos Humanos. Fez o doutoramento em Filosofia do Direito pela Universidade de Santiago de Compostela, o mestrado
em Ciências Jurídicas Empresariais e a licenciatura em Direito pela Universidade de Coimbra. Foi também vice-presidente da EDUM desde 2008 e integrou a direção de diversos cursos e comissões. É autora e coautora de dezenas de publicações em revistas nacionais e internacionais e de livros como “Contrato de swap”, “Filosofia Jurídico-Política do Krausismo Português”, “La argumentación de los operadores jurídicos” e “Para uma Teoria da Prova”. K
ÉVORA
Nuclear em sessão 6 ��������������������������� A Universidade de Évora acolhe no próximo dia 15 de setembro, no Auditório do Colégio do Espírito Santo, a Sessão Pública “The Higgs Particle and our Life”. O evento conta com a presença de Fabiola Gianotti, Diretora-Geral do CERN, Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear, localizada na Suíça, onde podemos encontrar o maior laboratório de física de partículas. A italiana Fabiola Gianotti dirige este laboratório desde 2016, é doutorada em física experimental de partícu-
las pela Universidade de Milão, e apresenta agora a sua Palestra na Universidade de Évora. Está ainda agendado um debate com a presença de Victor Matveev, Diretor do Joint Institute for Nuclear Research, Rússia, e de Gaspar Barreira, Diretor do Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP), laboratório criado em 1986 com o objetivo de explorar as oportunidades trazidas pela adesão de Portugal ao CERN. K
SIMPÓSIO INTERNACIONAL
Évora debate inovação 6 O International Symposium on Synthesis and Catalysis 2017 (ISySyCat2017) decorreu de 5 a 8 de setembro, na Universidade de Évora, tendo reunido 250 inscritos, provenientes de 37 países. Paulo Quaresma, vice-reitor da UÉ deu as boas vindas aos participantes, considerando que a iniciativa é “uma excelente oportunidade para a constituição de equipas internacionais” a trabalhar nesta área da química, traduzindo-se em “transferência de inovação e tecnologia” em benefício da sociedade. Ana Cardoso de Matos, subdiretora do Instituto de Investigação e Formação Avançada da UÉ, realçou que este tipo de iniciativas são passos para a “internacionalização” da Universidade, e uma “excelente oportunidade para partilhar conhecimentos, estabelecendo-se futuras colaborações com investigadores de vários países do mundo”. A comunicação de resultados já obtidos nestas áreas
em centros de ID de referência bem como o “envolvimento da indústria farmacêutica em projetos colaborativos a nível internacional” são objetivos traçados pela organização deste simpósio. Para além disso, tal como refere Anthony Burke, investigador que coordena o Grupo de Síntese e Produtos Naturais do Centro de Química de Évora da UÉ, “um dos aspetos fundamentais que temos sempre em conta quando organizamos qualquer evento, é permitir aos nossos alunos fazer networking, neste caso, com grandes nomes da química a nível mundial”. Chris Senanayake, vicepresidente da Boehringer Ingelheim Pharmaceuticals, Inc dos Estados Unidos da América; Scott E. Denmark da University of Illinois; Manfred T. Reetz, da Philipps University e Líder do grupo emérito da Max-PlanckInstitut für Kohlenforschung ou Polly L. Arnold da University of Edinburgh, foram apenas alguns dos nomes presentes na segunda edição do ISySyCat. K
UNIVERSIDADE DE ÉVORA
Villa romana com ação 6 A Universidade de Évora, a Direção Regional de Cultura do Alentejo e a Câmara de Beja assinou, dia 24 de agosto, no Salão Nobre da autarquia, um protocolo de colaboração, para a salvaguarda e gestão da Villa Romana de Pisões, numa sessão onde foi apresentado o Plano de Ação para esta Villa Romana desenvolvido pela UÉ. O acordo contempla as áreas da Arqueologia, Geofísica Aplicada, Ciências Agrárias, investigação em Arqueometria, Ciências do Património, Conservação e Restauro, Arquitetura e Artes Visuais bem como a área da Arquitetura Paisagista, Museologia e Tecnologias Digitais. Para Ana Costa Freitas, reitora da Universidade de Évora, estão
agora “reunidas as condições seja ao nível da massa crítica, seja ao nível da articulação entre as entidades” para que a Villa Romana de Pisões “atinja todo o seu potencial, tanto em termos de preservação e de criação de conhecimento” como em termos de “fruição plena e ao nível turístico, horando a nossa memória coletiva”, contando par tal, com a colaboração dos diversos Centros de Investigação da Universidade de Évora. Igualmente satisfeito, João Rocha, mostrou-se “surpreendido” pelo Plano de Ação elaborado pela Universidade, “felicitando-a pelo trabalho desenvolvido”, tornado agora público por Bento Caldeira, investigador que tem coordenado
numa primeira fase, os trabalhos desenvolvidos no local. O presidente da Câmara de Beja manifestou disponibilidade para “total colaboração” da autarquiaque dirige, num processo que, na sua opinião, “ reúne as condições necessárias” para que a Villa possa trilhar “um caminho autónomo” e “autossuficiente”, considerando que o plano “cumpre o que é essencial para Pisões”, através do “estudo e investigação”, que “nunca tinha sido feito de forma sistemática e rigorosa”. Por fim destacou a “excelente colaboração institucional” entre as entidades envolvidas num processo que, o autarca considera um “novo clico” para Pisões. K Carla Sousa _
ÉVORA
Universidade mais popular 6 Ana Costa Freitas, reitora da Universidade de Évora, acaba de assinar, na Biblioteca Municipal de Reguengos de Monsaraz (Palácio Rojão), o protocolo de cooperação entre a Universidade de Évora e o município local que cria o Polo de Reguengos de Monsaraz da Universidade Popular Túlio Espanca/Universidade de Évora. O novo polo de Reguengos de Monsaraz da Universidade Popular Túlio Espanca/Universidade de Évora junta-se aos seis já existentes, naquela que é a maior rede de educação popular de Portugal: polos de Alandroal, Barrancos, Canaviais / Évora, Portel, São Miguel de Machede/ Évora e Viana do Alentejo. De acordo com Bravo Nico, diretor da Universidade Popular Túlio Espanca, a abertura do Polo de Reguengos de Monsaraz representa um importante passo para o de-
senvolvimento sustentável do projeto de educação popular que tem vindo a ser concretizado pela Universidade de Évora, no Alentejo, uma vez que o município reguenguense, pela sua dimensão demográ-
fica e institucional na região alentejana, poderá imprimir um forte impulso de crescimento ao projeto, tornando-o um dos mais participados do país e um dos mais abrangentes, em termos geográficos. K
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SYNGENTA CROP
Algarve ganha prémio
PELAS PRÁTICAS DE REFERÊNCIA
Aveiro inclusivo 6A cultura organizacional de inclusão e responsabilidade social valeu à Universidade Aveiro a atribuição da Marca Entidade Empregadora Inclusiva 2017, conferida pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), a qual será entregue em cerimónia pública em data ainda a anunciar. O galardão é uma distinção pública das entidades que reconhecem os seus trabalhadores como pessoas únicas na sua diversidade, destacando-se pelo
seu envolvimento na promoção da empregabilidade e da não discriminação das pessoas com deficiência. É atribuído, de dois em dois anos, aos empregadores que contribuam para a implementação de um mercado de trabalho inclusivo e se distingam, por práticas de referência, nos dois anos anteriores ao da candidatura, nos domínios do recrutamento, desenvolvimento e progressão profissional; manutenção e retoma do emprego; acessibilidades; e serviço e relação com a comunidade.
O recém-concluído piso tátil, que liga entre si grande parte dos edifícios do campus universitário, as rampas de acesso para cadeiras de rodas, as intervenções nos sanitários, a adequação de portas de entrada dos edifícios, a instalação de plataformas elevatórias, a reserva de lugares de estacionamento e o alojamento adaptado são apenas alguns dos exemplos mais visíveis do empenho que a Universidade de Aveiro tem implementado. K
6 Raquel Campos-Herrera, investigadora da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) no Centro para os Recursos Biológicos e Alimentos Mediterrânicos (MeditBio) da Universiade do Algarve, acaba de ser agraciada pela Sociedade de Nematologista com o prémio internacional “Syngenta Crop Protection Award”, o qual foi entregue em agosto, em Williamsburg, Virgínia, nos Estados Unidos da América. Raquel Campos-Herrera tem-se dedicado ao estudo de “Nematódos Entomopatogênicos (NE)”, utilizando esses organismos como modelo na área da agroecologia do solo. “A uma escala regional, exploramos a distribuição de NE nas redes de alimento dos solos dos principais habitats da região do Algarve, para explicar possíveis padrões de distribuição geográfica ligada a outras áreas subtropicais e temperadas, avaliadas nos nos-
sos estudos anteriores”, explica Raquel Campos-Herrera. Para Raquel Campos-Herrera este é um prestigiado reconhecimento para uma investigadora “nova” na área da agricultura, em particular na Nematolgia. “Usualmente, este prémio é entregue a investigadores que trabalham com ‘nematodos planto-parasitas’, por isso é uma exceção que um investigador que estuda o controlo biológico de agentes seja agraciado”, explica. K
CUIDADOS PALIATIVOS
Prémio europeu para o Minho 6 Miguel Julião, professor da Escola de Medicina da Universidade do Minho, acaba de receber o Clinical Impact Award da Associação Europeia de Cuidados Paliativos, um dos principais prémios mundiais na área. A distinção reconheceu a eficácia da sua “Terapia da Dignidade” no combate ao sofrimento psicológico e existencial dos doentes em fim de vida, entre outras investigações pioneiras em Portugal que desenvolve na área. O docente mostrou-se “feliz” pelo galardão, que foi entregue no 15º Congresso Mundial EAPC, em Madrid, Espanha. Salientou ainda que “os cuidados paliativos e o morrer são muito mais do que um problema académico e/ou médico, são um problema social”. O tema ganha relevo após o recém-aprovado projetolei sobre os direitos das pesso-
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as em fim de vida e será discutido em breve na Assembleia da República. Os resultados do ensaio clínico premiado, que envolveu uma amostra de doentes com elevado sofrimento psicológico e um grupo de controlo (sujeito à intervenção paliativa multidisciplinar isolada), demonstraram que esta intervenção inovadora – uma psicoterapia breve em fim de vida – promoveu o aumento da qualidade de vida e da satisfação e a redu-
ção do sofrimento psicossocial, em aspetos como a depressão, ansiedade e desmoralização, face ao grupo de controlo. Provou-se ainda que os doentes deixaram de manifestar o desejo de antecipação de morte: “A melhoria destas variáveis, aliada à diminuição da depressão e de outras facetas do sofrimento em fim de vida, resultou num aumento da sobrevida dos doentes”. Miguel Julião nasceu há 36 anos em Lisboa. É doutorado em Ciências e Tecnologias da Saúde - Cuidados Paliativos pela Universidade de Lisboa e especialista em medicina geral e familiar. Centra a investigação em cuidados paliativos, cuidados em fim de vida, sofrimento psicossocial, dignidade e humanização. Tem cerca de 40 artigos em revistas científicas internacionais. K
LABORATÓRIO
Coimbra certificado 6 O Laboratório de Reprodução Humana do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra recebeu a certificação europeia de “Boas Práticas de Laboratório”, a qual garante a segurança de procedimentos e permite comparar os seus resultados com laboratórios europeus. A certifiPublicidade
cação BPL, baseada em exigentes diretivas europeias, garante que os estudos pré-clínicos (antes de serem aplicados em humanos) do LRH com produtos farmacêuticos são seguros para a saúde e o ambiente de pessoas e animais. Apenas três laboratórios portugueses possuem esta certificação. K
PARCERIA ENTRE CASTELO BRANCO E PORTALEGRE
Curso de Proteção Civil em Ponte de Sor 6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), em parceria com o Politécnico de Portalegre, vai abrir o Curso Técnico Superior Profissional (CTeSP) em Proteção Civil no Aeródromo de Ponte de Sor. A nova oferta resulta de uma parceria entre aqueles institutos e o município de Ponte de Sor. A nova oferta começa a ser lecionada em setembro, como foi referido na cerimónia de apresentação, onde marcaram presença os presidentes do Instituto Politécnico de Castelo Branco, Carlos Maia, do município de Ponte de Sor, Hugo Hilário e do Instituto Politécnico de Portalegre, Joaquim Mourato. Citado em nota de imprensa enviada pelo IPCB, Carlos Maia, revela que este alargamento da oferta formativa da instituição para o distrito de Portalegre “constitui o reconhecimento da adequação da oferta formativa do IPCB às necessidades da sociedade, uma vez que surge como resposta a um repto do presidente da Câmara de Ponte de Sor e vem
na sequência das parcerias já desenvolvidas entre as duas instituições, e numa área de grande atualidade”. Na cerimónia, Carlos Maia destacou também a parceria com o
Instituto Politécnico de Portalegre. Um acordo que “se insere na estratégia do IPCB de privilegiar as parcerias”. Recorde-se que na sua rede de parcerias no âmbito dos CTeSP, o IPCB tem acordos com a
Câmara do Fundão e 28 agrupamentos de escolas, escolas secundárias e escolas profissionais. O novo curso vai funcionar nas instalações do Campus Aeronáutico, em Ponte de Sor, e no
entender de Carlos Maia “visa responder às necessidades de qualificação dos cidadãos, no âmbito do cluster aeronáutico ali instalado”. O Politécnico albicastrense refere, na mesma nota, que “os alunos que vierem a concluir este curso poderão ingressar no mercado de trabalho ou prosseguir estudos no ensino superior através do ingresso numa licenciatura, nomeadamente na licenciatura em Engenharia de Proteção Civil da Escola Superior Agrária do IPCB”. Recorde-se que os Cursos Técnicos Superiores Profissionais são uma formação de curta duração do ensino superior, que conferem um diploma de nível 5 do Quadro Nacional de Qualificação. Estes cursos, organizados em 4 semestres, sendo o último realizado em ambiente profissional (estágio), são a base para o desenvolvimento de uma área de atividade profissional ou vocacional, para o desenvolvimento pessoal ou para o prosseguimento de estudos numa licenciatura. K
encontrar novas respostas para novas necessidades, num contexto de recursos limitados, criando oportunidades para a integração do fenómeno do envelhecimento nas estratégias de desenvolvimento do concelho e refletindo a intervenção do IPCB no território, através da transferência do conhecimento produzido nesta área”. Recorde-se que o Instituto Politécnico de Castelo Branco assinou dois protocolos de colaboração com as Câmaras de Idanha-a-Nova e de Oleiros para elaborar um plano ge-
rontológico para cada um dos concelhos, os quais apresentam uma elevada percentagem de pessoas idosas. A participação de Maria João Guardado Moreira no programa da RTP surge no âmbito da iniciativa “Volta ao Conhecimento” promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior em parceria com a Volta a Portugal e a RTP, e com a colaboração das instituições de Ensino Superior, do Conselho dos Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) e da Agência Nacional de Inovação (ANI). De referir que em 2016, esta iniciativa do ministério envolveu 19 instituições de ensino superior, mais de 400 conteúdos disponibilizados em plataformas digitais e um conjunto de cientistas na divulgação e promoção da ciência e do conhecimento. A presença do IPCB foi feita também através da divulgação da sua oferta formativa. K
IPCB FAZ ESTUDO
Como vamos envelhecer 6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) está a elaborar o Plano Gerontológico do concelho de Idanha-a-Nova. O objetivo é realizar vários estudos idênticos em diferentes concelhos do interior do país. O anúncio foi feito por Maria João Guardado Moreira, docente da Escola Superior de Educação e uma das responsáveis pelo estudo, durante o programa À Volta, transmitido na RTP, a partir da piscina praia de Castelo Branco, em agosto. O plano pretende “definir políticas sociais estratégicas, assentes nas reais necessidades da população idosa”. Para além disso, procura “rentabilizar recursos e equipamentos, uma vez que é ao nível local e regional que existem muitos dos serviços essenciais orientados para a atividade dos idosos”. Contribuir para a qualidade de vida das pessoas idosas e do resto da comunidade e mobilizar a população para participar na definição das futuras políticas da autarquia, é outra das apostas deste plano. O envelhecimento é, no entender de Maria João Guardado Moreira,
uma questão assumida por todos. A docente adianta que “os territórios do interior têm um envelhecimento muito pesado. O que nos interessa é conhecermos os modos de vida e os perfis de envelhecimento das pessoas. Por isso estamos a colaborar com a autarquia, com alunos de mestrados em gerontologia e saúde e com docentes do Politécnico para fazer um levantamento das necessidades e das expetativas das pessoas idosas”. Maria João Guardado Moreira explica que “interessa também
perceber como é que vão ser as pessoas idosas daqui por 10 ou 20 anos e quais as suas necessidades. São estes dados que nos permitirão desenvolver o plano que permita o envelhecimento ativo da população. Para além disso, queremos que as pessoas validem as nossas propostas e façam o seu contributo. E esta é uma questão fundamental no conhecimento do envelhecimento do interior português”. Já em comunicado, o Politécnico explica que “a realização do plano decorre da necessidade em
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CASTELO BRANCO
Saúde faz congresso 6 A Escola Superior de Saúde Dr Lopes Dias realiza de 20 e 22 de outubro, no auditório da Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco, o II Congresso de Ciências Biomédicas Laboratoriais. A iniciativa decorre, em parceria com as Escolas Superiores de Saúde nacionais que dispõem de formação na área de Ciências Biomédicas Laboratoriais. A organização do evento revela que “este congresso resulta da necessidade de mais e melhor abordagem cientifica na recentemente criada área de Ciências Biomédicas Laboratoriais, fruto da fusão das Licenciaturas em Análi-
ses Clínicas e de Saúde Pública e da Licenciatura em Anatomia Patológica, Citológica e Tanatológica”. O Congresso contará com um painel de especialistas nas mais diversas áreas do conhecimento clínico-laboratorial. Serão debatidos temas relacionados com as áreas dos cuidados de saúde personalizados e do diagnóstico molecular. Estão ainda programados cursos pré-congresso e workshops, com um cariz mais prático, que irão decorrer no dia 20 de outubro de 2017, nos laboratórios de CBL da Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias. K
INVESTIGAÇÃO EM CURSO
Extraterrestres no Geopark? 6 Uma equipa de investigadores do Geopark Naturtejo está a procurar pistas para a existência de vida extraterrestre no planeta terra. A investigação começou em Penha Garcia, em pleno Geopark Naturtejo, território classificado pela Unesco. Andrea Baucon, da Universidade de Modena, Itália e colaborador do UNESCO Geopark Naturtejo, em Portugal, é quem está a liderar uma equipa de investigadores que pretende procurar indícios sobre a existência de vida extraterrestre, no passado, no nosso planeta. O ponto de partida foram os estudos efetuados nos últimos 20 anos em Penha Garcia, concelho de Idanhaa-Nova. O estudo procura dar resposta à questão: “Como é possível detetar formas de vida extraterrestre, por mais simples que sejam, se estas forem muito diferentes daquilo que conhecemos na Terra?”. Os resultados existentes do estudo foram “apresentados na Agência Espacial Europeia, no principal centro de desenvolvimento tecnológico e de testes em Publicidade
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Noordwijk, na Holanda, durante o Congresso EANA, e publicados no último número da prestigiada revista científica internacional EarthScience Reviews”. A investigação foi confirmada pela própria Naturtejo, empresa intermunicipal responsável pelo Geopark Naturtejo, através de um comunicado. Nesse mesmo documento, Carlos Neto Carvalho, recorda que “em Penha Garcia encontram-se abundantíssimas marcas da atividade paleobiológica de organismos, incluindo as trilobites, extintos há centenas de milhões de anos; sem elas saberíamos muito menos sobre estes organismos no grande quadro da evolução da Vida na Terra, bem como da biosfera existente no nosso planeta que então seria bastante diferente, quase uma outra Terra”. Este estudo surge no âmbito do projeto ROSAE que tem como objetivo o estudo das interações organismo-sedimento em ambientes extremos. Andrea Baucon adianta, no mesmo documento enviado ao nosso jornal, que “o projeto em curso é bastante promissor pois
mostra que a icnologia – o estudo de pistas atuais e fósseis – permite detetar vida não apenas em ambientes terrestres hostis, mas também procurar sinais de vida para além da terra”. No entender daqueles investigadores, “os vestígios de interação biológica com os substratos são evidências muito comuns da história da vida na terra e, se fossilizam, conseguem sobreviver até às enormes pressões e elevadas temperaturas geradas pela lenta colisão de continentes e consequente formação de montanhas, como em Penha Garcia, nos Alpes ou nos Himalaias, onde encontramos icnofósseis”. O objetivo da investigação não passa por procurar organismos extraterrestres, mas sim as escavações, perfurações, trilhos e marcas deixadas por estes. Andrea Baucon adianta que “o comportamento, registado em sedimentos ou preservado nas rochas, permite detetar vida extraterrestre, mesmo que simples, presente ou preservada no registo geológico, mesmo que seja diferente de tudo aquilo que conhecemos”. K
JOSÉ NUNES, EX-GESTOR DO CONSERVATÓRIO
Partiu um amigo 6 José Nunes, antigo administrador do Conservatório Regional de Castelo Branco, faleceu no passado dia 3 de setembro, aos 82 anos. Natural de Bendada, distrito da Guarda, José Nunes teve um papel importantíssimo no crescimento daquela que é uma escola referência no ensino da música. Afável, com uma verticalidade como poucos, José Nunes, foi vereador da Câmara de Castelo Branco, gestor, esteve ligada à antiga Garagem Império, ao desporto automóvel e ao movimento rotário. Na área da educação destaca-se o seu papel na gestão do
Conservatório Regional de Castelo Branco e a sua sempre proativa ação no sentido de melhorar a escola. Foi também um amigo do Ensino magazine, projeto que acarinhou desde os primeiros números. À família e aos amigos, o Ensino magazine endereça as mais sentidas condolências. O funeral realizou-se na manhã de segunda-feira, no cemitério de Castelo Branco, após as exéquias fúnebres, na capela de São Marcos, onde os músicos co ligações ao Conservatório lhe prestaram uma última homenagem. K
GUARDA
Fórum sobre toponímia em outubro no IPG
6 O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) vai promover, a 27 de outubro, mais um Fórum sobre Toponímia. Os interessados em participar devem efetuar a sua inscrição (gratuita mas obrigatória), até 16 de outubro de 2017, em https:// www.ipg.pt/toponimia K
GUARDA
EDIS distinguido na Europa
6 A Comissão Europeia selecionou como “História de Sucesso” o projeto EDIS (European Day of Integrated Sport), no qual o Instituto Politécnico da Guarda (IPG) participou, no ano de 2015. Recorde-se que o Dia Europeu do Desporto Integrado foi oficialmente inaugurado, em Roma, no dia 23 de maio de 2015. O Instituto Politécnico da Guarda foi a única instituição
portuguesa a participar neste evento, que contou com a participação de 12 países europeus, em dez modalidades de desporto integrado. A equipa do IPG foi constituída por 21 elementos, alunos e docentes do curso de Desporto, bem como alguns atletas portadores de deficiência e técnicos, em representação de instituições de âmbito regional. K
INSCRIÇÕES ABERTAS
Jornadas de fotografia na ESTG da Guarda
6 As 1.as Jornadas de Fotografia da Guarda vão realizar-se no próximo dia 14 de outubro, organizadas pelo Instituto Politécnico da Guarda e pelo Fotoclube da Guarda. Estas jornadas pretendem evidenciar o papel da fotografia na sociedade contemporânea, divulgar trabalhos fotográficos incidentes sobre várias áreas, proporcionar um debate entre fotógrafos de vários níveis e todos quantos se dedicam à fotografia.
As jornadas vão realizar-se no Auditório da ESTG/ Instituto Politécnico da Guarda e serão complementadas com uma exposição de fotografia. As inscrições – a efetuar até 10 de outubro – são gratuitas (mas obrigatórias e limitadas à capacidade do auditório). Outras informações podem ser solicitadas para as contas de correio eletrónico gic@ipg.pt ou fotoclubedaguarda@gmail. com. K
INSCRIÇÕES ABERTAS
Atividade física para maior qualidade de vida
6 O Projeto GMovE + é um dos seis projetos do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) aprovados e financiados pelo Sistema de Apoio à Investigação Científica e Tecnológica (SAICT). Além destes seis projetos, em que o IPG é líder, a instituição obteve o pleno de candidaturas que podia submeter e assegurou a participação em mais nove projetos com instituições de ensino politécnico congéneres. O projeto GMovE +, em particular, tem como objetivo aumentar a prática regular de atividade física pelas pessoas idosas da Guarda, contribuindo para um envelhecimento saudável e para uma vida in-
dependente mais prolongada. Para alcançar este objetivo, será implementado um programa de intervenção multidisciplinar apoiado por tecnologias de informação e comunicação. Carolina Vila-Chã, docente do departamento de Desporto e Expressões do IPG e investigadora responsável por este trabalho, refere que se trata de “um projeto que abrange várias entidades públicas com responsabilidade na melhoria da qualidade vida das pessoas, tratando-se por isso, não só de um projeto multidisciplinar mas também multissectorial”. De acordo com esta docente, o “desafio societal imposto pela rápida alteração demográ-
fica traz repercussões nefastas para a saúde pública e para a economia regional e nacional, pelo que se torna premente o desenvolvimento de medidas que promovam o envelhecimento ativo”. O projeto iniciar-se-á com um estudo exploratório para identificar potenciais barreiras e fatores que poderão determinar a adesão pessoas idosas à atividade física em contexto regional. A informação recolhida irá suportar a definição de estratégias para aumentar a adesão à atividade física neste grupo etário, através de uma ação concertada entre o Instituto Politécnico, Unidade Local de Saúde da Guarda e Câmara. K
TREEM
Projeto deteta árvores por infravermelhos 6 O projeto “Monitorização & Manutenção Avançada de Árvores (TreeM)” é um novo projeto de investigação do Instituto Politécnico da Guarda (IPG). O objetivo é otimizar a técnica Termografia por Infravermelhos (TIV), com vista ao diagnóstico para inspeção, monitorização e deteção precoce de manifestações patológicas em árvores. Presentemente, a maioria das
deteções de manifestações patológicas são feitas visualmente, porém, muitas são de difícil identificação e monitorização, por não serem percetíveis. Estas técnicas tradicionais, que assentam na inspeção visual, detetam tardiamente as patologias, dificultando a sua eliminação ou mitigação. Para Rui Pitarma, docente do IPG e investigador responsável pelo projeto TreeM, este estudo
aplicado a árvores “pode constituir um polo de investigação aglutinador, ligado aos recursos naturais endógenos, centrado na Guarda, no coração do Parque Natural da Serra da Estrela”. A aplicação da TIV poderá permitir a diminuição dos meios humanos e materiais atualmente utilizados pelas técnicas tradicionais, com consequentes ganhos ambientais e económicos. K
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CÁVADO E DO AVE
Diretores tomam posse
NA RTP
Portalegre mostra projeto
6 O projeto Be4all, do Instituto Politécnico de Portalegre, foi apresentado na RTP, pelo investigador da instituição Paulo Brito. A Be4All é um projeto que atua na área das tecnologias e que irá permitir que todas as bicicletas se transformem em bicicletas elétricas, de forma rápida e sem ferramentas. Isso mesmo foi explicado por aquele investigador, num contexto que não poderia ser melhor, já que o programa foi transmitido no âmbito da Volta a Portugal em Bicicleta, a partir de Castelo Branco. No fundo o projeto traduz-se “no desenvolvimento de um dis-
positivo que se adapta facilmente a todas as bicicletas, transformando-as em bicicletas elétricas. Este dispositivo contém um motor elétrico, alimentado por baterias que transmite energia à roda traseira por fricção e é acoplado ao apoio do selim. O dispositivo dispõe ainda de um acelerador eletrónico que permite regular a velocidade”. O projeto apresenta um potencial tecnológico elevado, nomeadamente no que diz respeito ao tipo de baterias a utilizar. Pretende-se, ainda, desenvolver este tipo de tecnologia no sentido de as tornar mais económicas
para o consumidor final, mantendo a autonomia e diminuindo o peso. Para além desta presença, o Politécnico de Portalegre esteve presente, com um expositor, na chegada da etapa da Volta a Castelo Branco, na Volta do Conhecimento, promovida pelo Ministério da Ciência e Ensino Superior, em colaboração com as instituições de Ensino Superior, do Conselho dos Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) e da Agência Nacional de Inovação (ANI). K
IPS
Setúbal foi à Volta 6 O Instituto Politécnico de Setúbal esteve presente na Volta ao Conhecimento, uma iniciativa do Ministério da Ciência e Ensino Superior, desenvolvida no âmbito da Volta a Portugal em Bicicleta. Através desta participação os cidadãos tiveram oportunidade de conhecer, por exemplo, o Shell Eco-Marathon, veículo ecológico
criado por alunos da Escola Superior de Tecnologia de Setúbal (ESTSetúbal/IPS), ou de participar na atividade “Dar uma volta à voz”, de sensibilização para a saúde vocal, a cargo da professora Sónia Lima, da Escola Superior de Saúde (ESS/IPS). O IPS participou ainda, através do docente Luís Coelho, no programa televisivo “Há Volta”.
O cientista, que tem participado em vários projetos nacionais e europeus, nas áreas da eficiência energética e energias renováveis em edifícios, explicou aos telespectadores em que consiste o projeto europeu TESSe2b, do programa H2020, do qual é coordenador, e que já está na fase de teste de protótipos no Chipre, Espanha e Áustria. K
6 Verónica Ribeiro e Vitor Carvalho são os novos diretores respetivamente da Escola Superior de Gestão (ESG) e da Escola Superior de Tecnologia (EST), do Instituo Politécnico do Cávado e do Ave. Nas cerimónias de tomada de posse, a presidente da instituição, Maria José Fernandes, destacou a necessidade de dar continuidade ao trabalho desenvolvido e reforçar a notoriedade da marca IPCA na investigação. O primeiro a tomar posse foi Vítor Carvalho, que era até agora presidente do Conselho Técnico-Científico da EST, além de outras funções que já desempenhava na instituição. Vítor Carvalho enumerou três
SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE COIMBRA
Projeto protege idosos 6 A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra coordena um projeto nacional que visa promover a vida independente da população idosa fragilizada, por meio da melhoria da cognição e da capacidade de marcha dos cidadãos seniores. “MIND&GAIT: Promoção da autonomia de idosos frágeis através da melhoria da cognição e capacidade de marcha e utilização de produtos de apoio” é o nome do projeto que envolve cinco outros parceiros: institutos politécnicos de Coimbra, Leiria e Santarém, Cáritas Diocesana de Coimbra e Santa Casa da Misericórdia de Alcobaça. O projeto visa o desenvolvimento de uma intervenção combinada, composta por um programa de estimulação cognitiva – por computador e através de terapia animal assistida – e por um programa de atividade física. Adicionalmente, será construído um mecanismo autobloqueador para andarilhos, para permitir a atividade em segurança. Com este projeto, sustenta o consórcio, estar-se-á a “incrementar ganhos em saúde e qualidade
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eixos de atuação que pretende adotar como orientadores da sua ação: ensino, investigação e ligação à sociedade. Verónica Ribeiro recordou os anteriores quatro diretores da ESG, a que agora sucede: João Carvalho (que foi depois presidente do IPCA), Maria José Fernandes (atual presidente do IPCA), Agostinho Silva (vice-presidente) e a diretora cessante Soraia Gonçalves. “Aproveito ainda a oportunidade para, publicamente, desejar à professora Maria José o maior sucesso na governação do IPCA, ao seu maior nível, tendo por certo que dará continuidade ao caminho traçado pelo professor João Carvalho”, disse. K
de vida numa população frágil”, bem como a “reduzir os custos em cuidados de saúde”, na medida em que se irá “prolongar a independência dos idosos e reduzir os gastos em internamento hospitalar” com um público muito vulnerável a quedas e fraturas, incapacidade, dependência, hospitalização e institucionalização. A equipa, liderada pelo professor João Apóstolo, integra especialistas das áreas de Enfermagem, Terapia Ocupacional, Ciência do Exercício, Engenharia Mecânica, Engenharia Informática e Design. Irá desenvolver serviços e produtos de valor acrescentado na área da saúde, com recurso às tecnologias da informação e comunicação e a aplicações móveis, o que também confere originalidade ao projeto. O projeto é cofinanciado pelo COMPETE 2020, no âmbito do Sistema de Apoio à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico, na vertente de copromoção, com um incentivo do FEDER de 126 mil euros para um investimento elegível de 149 mil euros. K
ACADÉMICO EM TORRES VEDRAS
IPL cria Bairro Académico 6 O Politécnico de Leiria acaba de criar um “Bairro Académico” em Torres Vedras, em parceria com a Câmara Municipal, onde terão início cinco cursos Técnicos Superiores Profissionais (TeSP), selecionados para responder às necessidades de emprego e qualificação do tecido empresarial local e regional. O centro histórico de Torres Vedras receberá este novo conceito de “Bairro Académico”, onde os estudantes irão viver e estudar, ocupando habitações e outros espaços da zona nobre da cidade. A parceria entre o Politécnico de Leiria e a Câmara Municipal de Torres Vedras vem alargar o ensino superior na cidade, que até aqui apenas contava com uma instituição privada, e passa agora a dispor de ensino superior público. Carlos Bernardes, presidente da Câmara Municipal de Torres
Vedras destaca “a importância e impacto que esta oferta de ensino superior terá no território, por oferecer formação aos quadros locais, por contribuir para fixar jovens que vêm de fora na cidade, por dinamizar o centro histórico, e por responder às necessidades de qualificação e especialização do nosso tecido empresarial”. Nuno Mangas, presidente do Politécnico de Leiria, salienta a aposta que o IPLeiria tem feito para estar a par daquilo que são as realidades do tecido económico e empresarial das regiões em que está presente, para ajustar a oferta formativa à demanda do mercado, numa lógica de oferecer formação com empregabilidade aos seus estudantes através de respostas adequadas às necessidades das empresas. “Isto só é possível pela forte ligação que existe entre o Politécnico de Leiria e a indústria regional”, afirma.
CONCURSO “A GARRAFA E O SEU VINHO”
Politécnico de Leiria vence três prémios
6 Os estudantes da Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha do Politécnico de Leiria estiveram em destaque na quarta edição do concurso nacional de design e criatividade Verallia Design Awards que distinguiu os melhores projetos de garrafas em vidro para vinhos de mesa, arrebatando três prémios. Hugo Martins foi galardoado com o segundo lugar, Paulo Oliveira recebeu a quarta classificação, ambos do mestrado em Design de Produto. Foi ainda atribuída a primeira menção honrosa a Ana Casimiro, estudante da licenciatura em Design de Produto - Cerâmica e Vidro. No total concorreram 87 projetos de todo o país ao concurso da Verallia, marca de embala-
gens alimentares em vidro. Cada candidato deveria imaginar uma garrafa de vinho em vidro, explorando ao máximo as possibilidades de criação que oferece o material, sob o mote ‘A garrafa e o seu vinho’, e tendo em mente que, conforme defende a organização, “a garrafa é como o cartão-de-visita de um vinho. Uma garrafa é o primeiro contacto visual que o consumidor tem com o vinho e torna-se a primeira forma de diferenciar cada vinho e facilitar a escolha. A beleza ou o design inovador de uma garrafa pode representar e elevar o nível de excelência de uma bebida”, refere a Verallia. Os prémios do Verallia Design Awards 2017 variam entre 300 e 2000 euros. K
START-UPS
Peniche reconhece docentes
6 O Município de Peniche distinguiu no Dia do Município quatro start-ups ligadas à Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar do Politécnico de Leiria e ainda a chef Patrícia Borges, docente na Escola. A distinção baseia-se no reconhecimento do trabalho que as empresas e a docente têm vindo a realizar, em prol do desenvolvimento económico e da promoção da gastronomia regional. A Aquaspro Sea, a I&D Food e a Penwave são empresas incubadas na Star-ideia da instituição, que tem vindo a apostar no estímulo e apoio à criação de empresas baseadas no conhecimento e
na inovação com impacto na economia local e nacional, em áreas ligadas à sua oferta formativa. A Flying Sharks nasceu das mãos do docente João Correia, em 2007. O empenho e dinamismo das quatro empresas, que operam na exploração sustentável dos recursos marinhos, contribui para a alteração do paradigma empresarial do concelho de Peniche, assim como para a criação de emprego qualificado, indicou a Câmara Municipal de Peniche, aquando da atribuição do “justo reconhecimento”, nas comemorações do Dia do Município. A chef e docente Patrícia Borges recebeu a mesma distinção
pelo contributo para a economia local e para a valorização dos recursos marinhos através da gastronomia. Patrícia Borges é coautora do livro “Do Mar ao prato – biologia, ilustração e gastronomia”; cocriadora do hambúrguer de peixe, que arrebatou o primeiro prémio no concurso “Fish Gourmet”; criadora das almôndegas de cavala, que foram Melhor Produto do Programa “Origens” na categoria Peixes; e criadora das conservas de filete de cavala com pickle de manga picante Mar Portuguez – Conservas de Chef, vencedoras nacionais do concurso europeu “Sea Change”. K
PREVENÇÃO DA OSTEOARTRITE
Leiria ganha projeto
6 O Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional Portugal 2020 aprovou o projeto de investigação conjunto do Centro Hospitalar de Leiria e do Politécnico de Leiria para a prevenção e tratamento de lesões da cartilagem/ degeneração articular. O projeto inclui um programa de intervenção integrado para prevenção e tratamento de lesões da cartilagem e uma abordagem multidisciplinar ao problema da degeneração articular, e é composto por um programa de exercício físico para redução da dor e aumento da independência funcional dos doentes, e a otimização da engenharia de biomateriais e bioprocessos para próteses articulares mais adequadas. O 2Bio4Cartilage tem ainda como objetivo geral a sensibilização do
público para o problema da degeneração articular. Focado na componente tecnológica, com engenharia aplicada à saúde, o 2Bio4Cartilage envolve os serviços de Ortopedia 1 e 2 e o Centro de Investigação do Centro Hospitalar de Leiria e o Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentado do Produto do Politécnico de Leiria, num total de nove investigadores, que trabalharão para tratar e prevenir a osteoartrite, um problema com grande prevalência. João Morais, coordenador do Centro de Investigação do Centro Hospitalar de Leiria, mostra-se muito satisfeito, destacando que no total “são cinco os projetos em consórcio com o Politécnico de Leiria aprovados, estando ainda em
apreciação projetos conjuntos com outras entidades, um passo importante para a afirmação do CHL como entidade não empresarial do sistema de I&D. Este estatuto permite-nos desenvolver investigação focada nas necessidades da nossa população, com impacto direto a nível regional e nos nossos utentes”, explica. A osteoartrite é uma condição crónica que afeta mais de 250 milhões de pessoas em todo o mundo, e tem um impacto significativo nos cuidados de saúde e na sociedade. Segundo o estudo Global Burden of Disease, da Organização Mundial da Saúde, a osteoartrite do joelho é a 11.ª principal causa de deficiência e mostra uma tendência crescente. K
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LUÍS OSÓRIO, CONSULTOR E ESCRITOR
«Algumas pessoas deviam ser atores principais nas suas peças» 6 Deixou as redações e os ecrãs de televisão para abraçar a escrita e a consultoria de pessoas. O multifacetado Luís Osório em conversa sobre o nosso tempo. Após uma longa carreira nos jornais, define-se agora como um «consultor de pessoas». Trocado por miúdos, o que é isto? Uma parte do meu trabalho após ter saído do jornalismo foi fazer consultoria de empresas. E senti sempre, ao longo de 25 anos a dirigir projetos e a perceber os desejos e as ansiedades das pessoas, que faltam respostas e não estou a falar das receitas de novas abordagens como o «coach». Não acredito muito nisso. Eu acredito que cada pessoa é um caso singular e tem um mundo dentro de si. E com essa pessoa proponho-me encontrar caminhos, fazer uma viagem de autoconhecimento, com vista a cumprir e a alcançar objetivos. Ao contrário do consultor de empresas não há propriamente um plano de negócios em cima da mesa, há sim um plano de vida. E isto é, basicamente, novo. Esta sala onde estamos tem muitas semelhanças com um gabinete onde o psicólogo e o seu paciente se encontram… O trabalho que faço não é terapêutico e não sou um psicólogo. O meu trabalho é muito objetivo. Existe uma fase de conhecimento prévio e de adquirir confiança com a pessoa, que é a dimensão de escutar, que pode ter alguma semelhança com a psicologia, mas o resto do processo é distinto, vai ao encontro
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da pessoa e ajuda-a a pensar para fora de si próprio. Quem são as pessoas que o procuram e o que procuram? As dimensões das solicitações são diversas, desde consultoria em projetos culturais, financiamento, parcerias, passando por questões de liderança, gestores, administradores de empresas que têm de fazer face a uma pressão de resultados, até jovens que têm dificuldades que nunca foram tão complicadas, desde a falta de perspetivas no mercado de emprego até a algo aparentemente tão simples como perceber quem são e para onde vão. E também há pessoas com problemas mais profundos, sem rumo e à deriva, em busca de encontrar a bissectriz da sua vida. Uma vez em conversa com a Pina Bausch perguntei-lhe como é que ela definia a dança ao que ela respondeu que «a dança não é mais do que um desequilíbrio». No momento em que nos desequilibramos é que a dança começa. E a vida é um pouco isso. E um percalço, seja na vida profissional ou afetiva, pode ser o início de um novo começo. O que me tenho apercebido é que as pessoas deviam ser atores principais nas suas peças, mas muitas delas não passam de atores secundários ou figurantes no seu próprio palco. Falou há pouco na falta de perspetiva dos jovens e passo já para a questão educativa. O sistema de ensino precisa de operações de cosmética ou de reformas profundas? A volatilidade é imensa e é muito difícil acompanhar as mudanças
no sistema educativo em Portugal. Cada vez que muda um ministro, muda a política. Isso é terrível para a estabilidade. E os próprios atores do sistema sofrem com isto, com a sua vida a ficar igualmente imprevisível. Os sistemas educativos com melhores resultados no mundo sofreram profundas revoluções, mas depois mantiveram-se estáveis, com pequenas nuances. Nomeadamente os finlandeses, os coreanos, etc. É verdade que nas últimas décadas Portugal evoluiu muitíssimo em termos educativos, apesar das políticas, mas podíamos estar muito mais avançados se houvesse estabilidade. Protagonizou trabalhos de grande fôlego e profundidade. Em 1999, editou o livro «25 portugueses», a propósito dos 25 anos da III Republica em que falou com 25 «nomes incontornáveis da história moderna do país». Recuperei o livro do meu baú e pareceu-me que faltam ali duas personalidades: Cavaco Silva e Eusébio. Recusaram ambos o seu convite? Cavaco Silva, que era primeiroministro na altura, foi convidado e recusou. Não convidei Eusébio porque não preenchia o critério simples que elegi, que era ter sido incontornável nos 25 anos após o 25 de abril e o jogador do Benfica e da selecção teve o seu momento áureo antes desse período. A outra pessoa que declinou foi a pianista Maria João Pires que devia e merecia estar no livro. Depois ainda houve uma situação com Paula Rego, com a qual a entrevista estava marcada para acontecer, em Madrid, mas uma
indisposição da pintora acabou por cancelar o encontro.
ele foi sempre fiel à máxima, «só sai derrotado, quem desiste de lutar»…
Destes 25 qual é o seu português de eleição? Mário Soares e Álvaro Cunhal são duas figuras muito marcantes. O primeiro foi decisivo na transição para a democracia, na fundação do PS e na adesão à União Europeia, não esquecendo que inaugurou, na década de 80, um novo estilo de presidencialismo em Belém, que hoje Marcelo Rebelo de Sousa está a desenvolver à sua maneira, com base na proximidade e no afeto. Álvaro Cunhal corporiza uma ideia de resistência ao Estado Novo e é alguém que transforma o PCP num partido temível que resistiu a todos os impactos e que depois do 25 de novembro converte o partido comunista no único verdadeiramente marxista-leninista na Europa. Mas também gosto muito da personalidade do General Ramalho Eanes, que considero a grande referência moral do regime e que é visto como um homem sem telhados de vidro, o que na política é um fenómeno raro. Foi a sua coragem física e capacidade de aguentar a pressão que nos salvou de uma guerra civil.
Por falar em «geringonça», pensa que está para durar? Até ao final da legislatura, sim. Mas há dois anos este cenário era impensável e quase todos apostavam que esta solução cairia à primeira revoada de vento. Para mim a grande surpresa é a fiabilidade do Bloco de Esquerda, pela juventude dos seus elementos e alguma ansiedade de protagonismo. O PCP sempre achei que ia até ao fim, até porque é preciso dizer que eles são o partido mais conservador que existe em Portugal, tanto ideologicamente como nos costumes.
A atual solução de governo foi um desejo muito antigo de Soares nos seus últimos anos de vida… Mário Soares é o precursor da «geringonça». Ele promoveu vários encontros com pessoas muito de esquerda, para afastar Seguro da liderança do PS o que forjou o caminho para a criação da «geringonça». Apesar da errância que foram os seus últimos anos na vida política,
A apregoada habilidade política do Primeiro-Ministro tem apaziguado a rivalidade entre BE e PCP? António Costa é um Maquiavel, no sentido florentino e não maquiavélico do termo, que prima pela grande habilidade e experiência política, que depois de ter estado na «Quadratura do Círculo» conseguiu a quadratura do círculo na sua vida política. Coordenou a campanha eleitoral de Fernando Nobre para a Presidência da República. Mais tarde fracassou a eleição para presidente da Assembleia da República. O que correu mal? Nobre cometeu um erro de avaliação e inadvertidamente desbaratou o capital político que tinha conseguido nas eleições. O país premiou alguém que não tinha qualquer enquadramento e apoio político e partidário, dando-lhe 16
por cento de votos, ou seja, mais de meio milhão de votos. Ele era mesmo um candidato independente e obteve um grande resultado que sempre achei seria um contributo para fortalecer a sociedade civil, contrabalançando o exclusivo dos partidos na participação política. O que acontece depois na eleição para o Parlamento é que acaba por aceitar um convite de Passos Coelho para liderar a lista do PSD nas legislativas para Lisboa, com o pressuposto que seria o nome proposto para liderar o Parlamento, caso os sociais-democratas vencessem as eleições. Não estive nesse processo, mas entendo que pouco tempo depois de ter atingido um resultado histórico para a cidadania portuguesa, foi incompreensível ter feito exatamente o contrário daquilo que tinha dito. Critico-o por não ter sabido esperar pela sua oportunidade. Foi apressado. Posteriormente, Nobre foi alvo de uma espécie de linchamento político e evaporou-se da vida pública… Sou o primeiro a criticá-lo, mas ao mesmo tempo defendo-o porque foi vítima de uma tendência que se acentua de apedrejamento na via pública de quem comete erros, que são de natureza política, mas não tão graves quanto isso. É assim que se trata uma pessoa que fundou a AMI, dedicou uma causa aos outros, colocando a sua vida em risco em cenários de guerra e em campos de refugiados? Infelizmente, o cheiro a sangue e o negativismo mobilizam mais do que tudo o resto. Falando agora da televisão, protagonizou diversos programas juvenis como o «Portugalmente», o «Zapping» e o «Lentes de Contacto», criações que o tornaram um dos jornalistas mais premiados da sua geração. Hoje em dia faltam soluções e programas inovadores como estes? No canal público e noutros falta risco na forma como se programa, mas também é verdade que há cada vez menos dinheiro. Há 20 anos existia, paradoxalmente, mais oportunidade para pessoas que tentavam procurar novas linguagens televisivas, pudessem fazê-lo. Um canal de serviço público como a RTP deve criar condições para ter momentos de vanguarda, porque caso contrário é apenas um instrumento do presente e de conquista de audiência rápida. O «Portugalmente» e o «Zapping» foram programas muito novos, este último creio que avançado em relação ao tempo, com um certo lado megalómano, em que se procurava concentrar todos os programas de televisão num único, rompendo com a linguagem televisiva.
referência, de periodicidade diária, perderam rasgo e a capacidade de nos surpreender. Se virmos o telejornal do dia anterior, os jornais da manhã do dia seguinte pouco ou nada acrescentam de novidade ou de novos ângulos. O online está a matar lentamente o papel? É algo esquizofrénico essa ânsia de dar a notícia mais rápido que os concorrentes no online, mas os tempos assim o impõem. Para o papel poder sobreviver, terá que se reinventar e ser decididamente outra coisa e ter uma outra visão da realidade, que complemente aquilo que as pessoas já sabem e conhecem. entrevistou o seu pai, José Manuel Osório, sobre a sua experiência como doente com Sida. Foi o trabalho mais delicado e desafiante pessoal e profissionalmente da sua carreira? É um momento marcante. Não era nada linear. Não existiam exemplos passados que eu pudesse comparar, com este risco de exposição e intimidade. Na altura, a Sida era diabolizada e numa altura em que eu estava em ascensão profissional, tinha acabado de ganhar o Prémio Gazeta Revelação, quis dar esse testemunho de que aquela pessoa diante de mim era meu pai, era homossexual e seropositivo. E a esta distância acho que ele foi um importante farol para outros doentes em condição semelhante. O facto de eu não ter uma relação de intimidade com ele teve a força e o impacto da surpresa. Grande parte da nossa vida profissional é feita não em função do que nós queremos fazer, mas sim do que os outros possam pensar. Eu sempre procurei fazer
aquilo que achava que era certo em determinado momento. Ser o mais incatalogável possível sempre foi algo que me atraiu. Foi diretor de vários títulos da imprensa portuguesa, «A Capital», o «Sol», o «i», e o Rádio Clube Português. A crise da comunicação social deve-se à conjuntura em que a internet tudo domina ou a erros de estratégia e de modelo de negócio? É um misto de problemas. O jornalismo hoje não tem nada a ver com o jornalismo que me fez entrar na profissão. Não é um juízo de valor, é uma constatação de facto. A utopia, a paixão e o romantismo, valores associados ao longo dos anos ao jornalismo, foram perdidos. Hoje não há projetos interessantes em Portugal. Os jornais são iguais uns aos outros. O «Correio da Manhã» é diferente de todos os outros e cumpre aquilo que são os seus objetivos e replica a fórmula do jornal na televisão, igualmente com sucesso. Quanto aos jornais de
O cemitério de títulos da imprensa está a aumentar. Arriscamonos a ter, dentro de alguns anos, o «Correio da Manhã» e o «Expresso», como as únicas edições em papel? Dentro de dois ou três anos esse cenário pode acontecer. Se não houver um esforço de arriscar e de imaginar o que ainda não existe, os outros títulos vão morrer. E depois há outra questão que considero importante: bem sei que me apontavam o dedo por ter chegado a diretor de «A Capital» com trinta e poucos anos, mas hoje em dia há muitos responsáveis máximos de vários títulos com responsabilidade e história a quem lhes falta solidez. Num jornal de referência os diretores devem corporizar uma ideia de influência e de respeito. Estou a lembrar-me de dois antigos diretores, já falecidos, Cáceres Monteiro e Bettencourt Resendes, personalidades altamente respeitadas… Os exemplos que dá são felizes
CARA DA NOTÍCIA 6 O mais jovem diretor de sempre Luís Osório nasceu a 15 de setembro de 1971. No jornalismo dirigiu «A Capital» - o que o tornou o mais jovem diretor de sempre de um órgão de comunicação social em Portugal -, o «i» e o «Sol», para além de ter sido o diretor de informação das rádios do Grupo Media Capital, entre as quais o renovado Rádio Clube Português. Passou ainda por «O Jornal», «Visão», «Diário de Notícias», «DNA». Foi um dos jornalistas mais premiados da sua geração, tendo ganho o Prémio Gazeta Revelação do Clube de Jornalistas, um Sete de Ouro, o Prémio da Casa da Imprensa, o Prémio de Inovação Manuel Pinto de Azevedo Júnior, tendo sido nomeado quatro vezes para os Globos de Ouro. À margem do jornalismo, tem cinco livros editados, entre os quais, «Amor», «Só entre nós» e «Quanto tempo, uma criança no olhar», o resultado de uma conversa com o seu pai, José Manuel Osório. Escreveu a biografia autorizada do banqueiro Jorge Jardim Gonçalves, «O poder do silêncio». Para além da escrita, atualmente desenvolve trabalho como «consultor de pessoas», como se auto-define. K
e lembramos ambos com saudade. É nós estarmos na mesa com o Primeiro-Ministro e não existirem dúvidas que estamos ao mesmo nível dele, mas em posições e responsabilidades diferentes, necessariamente. Um diretor, que é jornalista de um título de referência, tem de ter a noção do lugar que ocupa. Caso contrário, os leitores de referência não acreditam e vão procurar outras fontes. Um diretor de um jornal tem de ser um referencial de credibilidade e confiança e, em vários casos, não é isso que vejo. Defende menos exposição para esses jornalistas? Há uma ilusão que as vendas dos jornais estão relacionadas com a sua aparição nas televisões. É exatamente o contrário. Devido ao número de vezes que são instados a comentar temas da atualidade, ficamos confundidos sobre o que é que os diretores do «DN» e do «Público», por exemplo, têm a dizer sobre tudo ou sobre nada, desde o SIRESP, os atentados terroristas ou o FC Porto. Há um recato que os diretores de jornais de referência devem ter. No final de setembro vai editar o seu primeiro romance que se chamará «A queda de um homem». O que é que o inspira para escrever? A escrita é muito estruturante em mim e no meu percurso. Desde sempre o que quis fazer foi ser escritor. O momento da rutura com o jornalismo foi a oportunidade para eu me tentar cumprir com uma incursão na escrita, procurando encontrar várias plataformas que me consigam garantir uma ideia de liberdade, que não me faça depender de ninguém. O caminho para a ficção é difícil, porque existem muitas dúvidas e muitos medos. Até porque temos um meio literário cheio de jornalistas sem talento que tentam escrever ficção. Este é um jogo novo, porque não é um livro de pensamentos, não é um livro de entrevistas, não é uma biografia, mas eu estou disposto a jogá-lo, num mundo rodeado de obstáculos que eu não conheço. Após um processo de maturação, decidi correr esse risco. Espero que seja o primeiro de vários romances. K Nuno Dias da Silva _ Direitos Reservados H
Em 1998, no «Portugalmente»,
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PORTO DESIGN
Candidaturas abertas 6 O Instituto Politécnico do Porto, através da plataforma educativa Porto Design Factory, abriu as candidaturas para a segunda edição de dois programas que visam apoiar projetos nas áreas do design e da música, em fase embrionária. De acordo com o Politécnico, o Porto Design Accelerator é um programa desenvolvido pela Porto Design Factory, com o apoio da câmara do Porto e do Polo das Tecnologias de Informação, Comunicação e
Eletrónica (TICE.pt), de Aveiro, que pretende auxiliar cinco projetos de design a criar a sua própria ‘startup’ (empresa de base tecnológica em fase de desenvolvimento). Em, declarações à imprensa, Rui Coitinho, coordenador da Porto Design Factory, refere que “este é o primeiro programa de aceleração de ideias de negócio centradas na moda, no mobiliário, nos materiais novos e tradicionais (como a cerâmica e a cortiça), nas tecnologias de
saúde e na metalomecânica”. O apoio aos empreendedores é conseguido através da ligação a ecossistemas, mentores, ‘experts’ e parceiros industriais, necessários para tornar ideias em negócios inovadores. Na primeira edição deste programa foram apoiados projetos das áreas do calçado, das tecnologias da saúde, da joalharia, dos novos materiais e dos equipamentos relacionados com a agro-indústria a nível doméstico. K
UNESCO
Leiria leva Berlengas a Barcelona
CONHECIMENTO
Viseu na Volta 6 O Instituto Politécnico de Viseu participou na Volta ao Conhecimento, um evento dinamizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) e que decorreu, pelo segundo ano consecutivo, em colaboração com a Volta a Portugal em Bicicleta, entre os dias 4 e 15 de agosto. O Instituto Politécnico de
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Viseu deu a conhecer, através deste evento, vários projetos científicos que estão a ser desenvolvidos no seu seio e que se traduzem em inovações tecnológicas que o ligam às empresas e à região onde está inserido. O conjunto destas atividades científicas do Instituto Politécnico de Viseu abrangeu as
seguintes temáticas: “Artes e Ofícios”, “Gastronomia”, “Inovação”, “Património”, “Saúde,”, “Território”. Nas “Artes e Ofícios”, inserem-se dois projetos de investigadores do IPV: “Dimensões, princípios e objetivos de práticas interdisciplinares no ensino superior e “Línguas estrangeiras e empregabilidade”. K
6 O Politécnico de Leiria foi um dos participantes de Portugal na reunião que junta em Castellet, Barcelona, os representantes das Reservas da Biosfera da UNESCO de 15 países da bacia do Mediterrâneo, e que decorreu até 7 de setembro. A Reserva da Biosfera das Berlengas, em Peniche, com a gestão da responsabilidade do Politécnico de Leiria, do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e da Câmara Municipal de Peniche, e a Reserva da Biosfera do Paul do Boquilobo, na Golegã, constituem a representação portuguesa nesta iniciativa internacional. Este evento tem como objetivo definir uma estratégia comum que permita delinear modelos de redistribuição de riqueza e melhorar as condições da relação entre o Homem e o meio ambiente. Com a identificação de prioridades e das necessidades destas dife-
rentes reservas, será apresentada uma proposta conjunta. Sérgio Leandro, subdiretor da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar do Politécnico de Leiria, presente nesta segunda reunião de gestores de Reservas da Biosfera do Mediterrâneo, destaca que “não é o Planeta Terra que está em risco. O que está em risco são as condições de vida para a espécie humana no Planeta Terra, daí a importância deste evento”. Paralelamente a esta iniciativa realiza-se um encontro internacional sobre ”Sustainable Tourism in Mediterranean Biosphere Reserves”, onde serão debatidas temáticas como a preservação da biodiversidade e do património cultural, através do turismo sustentável, o uso eficiente dos recursos, a proteção ambiental e as alterações climáticas, bem como as comunidades locais e produção e consumo responsável no turismo. K
EDITORIAL
O ensino e o desenvolvimento do interior 7 Os distritos de Castelo Branco, Portalegre e da Guarda pertencem a uma vasta zona do país que se convencionou por designar de Raia de Portugal. Dois autores espanhóis, em publicação que data dos anos setenta, (Pintado & Barrenechea) estigmatizaram de forma precisa e rigorosa as características desta zona geográfica, que abarca uma vasta área do território português e espanhol: “Há na Península Ibérica uma grande zona (maior em extensão superficial que a Grécia ou a Checoslováquia, vez e meia a Áustria, três vezes maior que a Dinamarca ou Suíça e quatro vezes a Holanda ou Bélgica...), formada por nove distritos portugueses e seis províncias espanholas, que constitui, no seu conjunto, a mais notável e extensa concentração de subdesenvolvimento da Europa.” Nos últimos anos, mercê de convénios de múltipla colaboração entre associações empresariais, comerciais, culturais, bem como de autarquias e escolas portuguesas e espanho-
las, a zona da Raia/La Raya tem vindo a ser identificada, privilegiadamente, com os distritos de Castelo Branco, Portalegre e Guarda, e com as suas regiões vizinhas de Espanha, que rodeiam as cidades de Badajoz, Cáceres e Salamanca. Trata-se, pois, de uma região desprotegida e periférica em relação ao poder central e às regiões social e economicamente mais desenvolvidas, onde só o espírito de abnegação e de luta por grandes princípios tem permitido algum surto de desenvolvimento. Desenvolvimento e progresso esses que se têm vindo a traduzir numa progressiva industrialização, no desenvolvimento do sector terciário, no combate à desertificação e à iliteracia, no estancar da emigração, na criação de iniciativas sociais e culturais e, finalmente, na implantação dum consistente sistema de ensino superior que, hoje, se traduz na vitalidade dos Institutos Superiores Politécnicos de Portalegre, Castelo Branco e Guarda, e na Universi-
dade da Beira Interior. Este é um dos estigmas do assimétrico desenvolvimento de Portugal, acentuado desde a época de quinhentos, e que corresponde à longínqua fase de expansão marítima, mas que mantém, nos dias de hoje, uma triste actualidade. É, porém, nesta simbiose entre o desenvolvimento regional e a expansão, entre a articulação e inserção do ensino superior universitário e politécnico, que teremos de procurar as vias que nos conduzem à valorização destas instituições, enquanto estruturas promotoras de um progresso que se identifica com os objectivos e interesses da região. É que a tomada de consciência da necessidade de coordenação entre as políticas de educação, formação e emprego, o equilíbrio entre o progresso científico e a compreensão da importância das tecnologias, entre a teoria e a prática – tudo isso nos conduz à atribuição de crescente importância no investimento no factor huma-
no como recurso insubstituível, para o qual é indispensável haver referenciais de qualidade. Daí que qualquer iniciativa que vise promover o crescimento desarticulado destas instituições, colocando-as como concorrentes entre si, em vez de se estruturar uma política de desenvolvimento integrado e de progressiva convergência sustentada das mesmas, convergência essa correlacionada com as necessidades do tecido demográfico e produtivo da região, só pode conduzir, mais tarde ou mais cedo, ao estrangulamento de algumas delas e, logo, ao empobrecimento do Interior. Quando o bom senso é substituído pela inoperância, pelo tribalismo e pela balcanização. Quando os objectivos, que podem e devem ser comuns, são subordinados à mesquinhez de interesses individuais, quando as estratégias de longo prazo se subalternizam às necessidades conjunturais de minorias sem significado histórico, compromete-se o futuro e empenham-se as aspi-
rações colectivas. No início de mais este ano escolar continuamos a acreditar ser possível corrigir atempadamente o inexplicável e consolidar e repensar a rede de ensino superior, enquanto motor capital de desenvolvimento destas regiões do Interior. Porque é isso mesmo que as populações exigem e a história não perdoará. João Ruivo _ ruivo@rvj.pt Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico _
PRIMEIRA COLUNA
Dar a volta à praxe 7 A mensagem de Manuel Heitor, Ministro da Ciência e Ensino Superior, não é nova e a sua oposição às praxes académicas que em vez de integrar apenas servem para baixar a autoestima de quem chega ao ensino superior, também. Mas este ano, além da mensagem, o Ministério, através da Direção Geral de Ensino Superior, foi mais longe e lançou o programa «Exarp», com a máxima “chegou a hora de dar a volta à praxe”. «Exarp» é praxe lida ao contrário. É um começo que esperamos venha dar resultados positivos e que a academia, os alunos, aqueles que estudam
e os que apenas passeiam os livros, saibam interpretar estes novos valores de integração e de receber quem entra de novo nas universidades e politécnicos. O novo programa, de acordo com a tutela, procura “valorizar as práticas positivas de integração de estudantes no ensino superior e afirmar as suas instituições como farol do conhecimento na sociedade e nos locais onde se inserem. O desporto, a cultura e a ciência serão os principais motores deste movimento, através do destaque às iniciativas que hoje em dia já existem nos espaços de ensino superior e à
estimulação para a criação de novas atividades”. As academias deixam de ter desculpas para não dar a volta à praxe. Há muitas maneiras de acolher os novos alunos, de lhes mostrar o que é o ensino superior, de como é a vida nas universidades e nos politécnicos, de que há tempo para estudar e para diversão, sem nunca sujeitar quem quer que seja a práticas indignas, desonestas, obscenas, absurdas ou ofensivas. Porque quem obriga os novos alunos a essas experiências medíocres revela cobardia encapotada por uma autoridade não autorizada pela sociedade.
A praxe sempre fez parte das academias. Infelizmente há muito tempo que os estudantes deram a volta às praxes. E em vez de integrarem, de apoiarem os alunos que entram numa nova fase das suas vidas, passaram, em muitos casos a tentar fazer essa integração e acolhimento pelos métodos errados. A humilhação não integra, segrega. Por isso, há que dar de novo a volta à praxe, e torná-la naquilo que ela deve ser. E em vez de dizerem vamos praxar, passem a dizer vamos «exarpar» e aproveitar este novo programa lançado pela Direção Geral de Ensino Superior, em parceria com a Ci-
ência Viva, porque estudar no ensino superior também pode ser divertido... K João Carrega _ carrega@rvj.pt
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CRÓNICA SALAMANCA
Universidades centenarias 6 Fue a finales del siglo XII y comienzos del XIII, en fechas a veces imprecisas, cuando en algunas ciudades de la Europa cristiana (inicialmente en Bolonia, Salamanca, Oxford y París), nacen varios Studii , que luego pasarán a denominarse universitates. Surgen por la confluencia sincrónica en ese tempus histórico de varias circunstancias: emerge la burguesía comercial, existe una tradición catedralicia de escuelas de formación de clérigos, diferentes monasterios y abadías cultivan los saberes y las ciencias, algunos reinos desean consolidarse también por la vía de las letras, y existe en el sur de Europa proximidad e influencia de la tradición islámica de las madrasas, que es la educación superior del momento para los musulmanes, más avanzadas que las escuelas cristianas en algunos campos de la ciencia. Ya avanzado el siglo XIII el mapa universitario de Europa crece de manera imparable y sólida (recordemos las universidades de Cambridge, Montepellier, Coimbra, entre las más nombradas). Y el proceso de creación de universidades crece y crece en los siglos inmediatos por toda Europa, y mucho antes de la gran expansión universitaria que se vive desde el siglo XVI en adelante. No es esta la ocasión de ofrecer un artículo de historia de las universidades, sino de contextualizar históricamente lo que nos interesa proponer. Todo viene a cuento de la próxima celebración, en pocos meses ya, del VIII Centenario de la Universidad de Salamanca (1218), una de las cuatro primeras de la historia como reconoce la historiografía universitaria mundial. Este acontecimiento tan singular para la universidad salmantina, y desde luego para las españolas, no debe contemplarse como un puro recreo en el anec-
dotario del pasado, ni un motivo para la retórica ostentación de ceremoniales y rituales, aunque no estorba nunca el respaldo institucional del gobierno y del mismo Rey Felipe VI. Por encima de todo, en nuestra opinión, la celebración del VIII centenario del nacimiento de la primera universidad en España debe convertirse en una formidable oportunidad para la reflexión sobre el futuro de nuestras universidades, sus misiones, tareas, prioridades y políticas universitarias a impulsar, en general y en particular, en las grandes estrategias y en lo cotidiano del quehacer de los centros de educación superior. Nos parece que estamos ante una buena ocasión para proponer un compromiso firmado entre administraciones y universidades españolas para definir mejor el papel real que debe desempeñar la universidad en las próximas décadas (hablar de planificar la política universitaria para un siglo no deja de ser pretencioso, al ritmo que va ahora la historia en el mundo). Como siempre hay que establecer prioridades en la agenda, y no se puede abarcar todo de un bocado, de una vez, sugerimos que las prioridades de esa declaración, de ese documento de referencia, cuyo contenido habrá que concretar poco después, sean las siguientes. En primer lugar, la universidad de nuestro inmediato futuro debe esforzarse por recuperar y afianzar su dimensión formadora, con trasfondo ético reconocido, donde el hombre sea de verdad el centro de referencia de la actividad docente e investigadora de la comunidad universitaria, profesores, estudiantes y personal de apoyo. Nos referimos a la paideia universitaria. La llamada universidad productivista, competitiva, de exclusivismo tecnológico, tecnócrata y carente de sensibilidad
hacia lo humano y lo social, debe ir dejando paso a una universidad capaz de ofrecer formación y reflexión para mejorar lo que afecta al hombre individual y a la sociedad. En segundo lugar, no se puede negar la entrada a la producción científica y a su posterior aplicación tecnológica en la universidad pública, porque siempre ha de estar a la escucha y al servicio de lo que precisa la sociedad. La universidad pública no es una empresa, es un servicio que necesita la sociedad, el mejor de los posibles. Lo que significa que ha de ser una institución abierta, flexible y democrática, tanto en sus estructuras organizativas internas como en su proyección al exterior. De ser una institución formadora de élites, o al servicio de las minorías dirigentes, ha de pasar a mantener siempre su apertura a todos los sectores, y abandonar de una vez aquello que durante tanto tiempo era su signo de distinción y de identidad, “una inaccesible torre de marfil” para la mayoría de los ciudadanos. En tercer lugar, la universidad de los próximos decenios será de forma inevitable cada vez más internacional, global, cosmopolita, solidaria, abierta a todos los sectores de razas, lenguas, paises y continentes. Hay que huir a gran velocidad de las universidades provincianas, que cada vez son menos universidades, menos universales. Los actuales medios de comunicación, las redes digitales y todas las innovaciones tecnológicas van a facilitar el gran cambio de tareas y funciones que ha de desempeñar la universidad del futuro inmediato, tal como hace ya algunos años justificaba Manuel Castells en su conocida obra “La era de la información”. Finalmente, por ahora, y por ser fundamental y decisivo el punto de reflexión, consideramos
Redacção, Edição, Administração Av. do Brasil, 4 R/C Apartado 262 Telef./Fax: 272324645 6000-909 Castelo Branco www.ensino.eu ensino@rvj.pt Director Fundador João Ruivo ruivo@rvj.pt Director João Carrega carrega@rvj.pt Editor Vitor Tomé vitor@rvj.pt Editor Gráfico Rui Rodrigues ruimiguel@rvj.pt
que la clave del éxito de toda universidad, para formar, enseñar, producir conocimiento, proyectarse hacia el exterior, ofrecer innovaciones tecnológicas, servir bien a la sociedad, se encuentra en la calidad de sus profesores, en su formación científica y pedagógica. El profesor es el ancla y el gozne de nuestra institución. Por ello nos parece tan preocupante y descorazonador el sistema de selección de profesores vigente en nuestras universidades, que va conduciendo a un modelo irreparable de malas prácticas docentes y éticas en la denominada comunidad universitaria, que de sentido común y solidario parece carecer. Es urgente, muy necesario y premioso que en España se regule mucho mejor un estatuto del profesor donde su formación humana, científica y pedagógica queden mucho mejor contempladas y reguladas, así como los mecanismos de selección de los profesores, auténtico cáncer que corroe nuestra universidad. Declaraciones, honores y pompas en los ceremoniales conmemorativos, sí, pero ante todo compromisos de mejora de la universidad del futuro próximo, en la celebración de los memoriales y centenarios universitarios que se avecinan. K José Maria Hernández Díaz_ Universidad de Salamanca jmhd@usal.es
Publicidade “Quantas vezes, para mudar a vida, precisamos da vida inteira. Pensamos tanto, tomamos balanço e hesitamos, depois voltamos ao princípio, tornamos a pensar e a pensar, deslocamo-nos nas calhas do tempo com um movimento circular (…). Outras vezes uma palavra é quanto basta.”
José Saramago, “Jangada de Pedra”
Rita Ruivo
Psicóloga Clínica (Novas Terapias) Ordem dos Psicólogos (Céd. Prof. Nº 11479)
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‘PEDAGOGIA (A)CRÍTICA NO SUPERIOR’ (XXV)
Sabática 7 «A minha vida foi sempre pontuada por uma deliciosa relação com as pausas» (Lúcialima, Maria Velho da Costa, 1983: 271) Este era um ano lectivo diferente para o Prof.S. Iria ‘gozar’ uma licença sabática (a última tivera-a há 26 anos!) O contexto jurídico, entretanto, alterara-se profundamente: a primeira, fora obtida ao abrigo de um Estatuto da Carreira que previa a dispensa até seis meses, em cada triénio de funções, «por motivos de actualização científica e técnica» (artº 36º do D.L. nº 185/81 de 1 Julho); a actual, decorria de um concurso interno (entre o corpo docente das várias escolas do Instituto) que impunha a realização de um projecto de investigação. Passou-se assim de um direito profissional para uma hipótese dependente da vontade política dos órgãos dirigentes da instituição, da disponibilidade financeira existente e de um processo de concorrência entre pares. Exige-se agora,
iniciativa dos docentes (uma espécie de ‘empreendedorismo académico’) e criatividade no design do projecto. Só que uma investigação séria não se compagina facilmente num semestre escolar: «A ciência precisa de tempo para pensar, de tempo para ler e de tempo para falhar» (Slow Science Manifesto, 2010). O tempo é, aqui, uma questão fulcral; o fast pode encher o olho mas as suas conclusões correm o risco de não irem além do óbvio e de produzirem apenas ‘mudanças de espuma’. Todos os docentes, de todos os níveis de ensino, deveriam usufruir de uma dispensa sabática, ao longo da sua carreira. As vantagens daí decorrentes seriam enormes quer para o professor quer para a escola a que pertence, designadamente os seus alunos. Nesse período de ‘pausa’ (o ideal seria um ano e não apenas um semestre) é expectável que o professor, ao distanciar-se do quotidiano escolar, direccione os seus esforços intelectuais em actividades a que, até aí, não tem podido
dar a atenção devida, em virtude do tarefismo burocrático que grassa hoje em todo o sistema de ensino, esgotando-se num dia-a-dia em que, na maior parte das vezes, não produz nada de relevante em termos profissionais. A maioria dos docentes ocupa o seu tempo de trabalho numa intensa actividade lectiva (preparação das aulas, leccionação, acompanhamento e avaliação de estudantes), e muito também no paper work e na reunite. A investigação, a produção artístico-cultural, e a reflexão científico-pedagógica são, em consequência, descuradas. O período de sabática seria assim uma forma de equilibrar as (multi)funções docentes permitindo-lhes produzir aquilo que mais valorizam ou para o qual demonstram maior apetência – a escrita de um livro, a produção de uma obra artística, a realização de uma investigação ou a intervenção numa empresa ou organização social. Percebe-se, em certa medida, que instituições jovens,
como aquela em que o Prof.S. trabalha, procurem direccionar as sabáticas para a área mais deficitária da sua missão – a investigação (tout court, sem a adjectivação que os governantes lhe querem impor – experimental, orientada, aplicada). Seria antes preferível que o leque de opções, para o docente desenvolver, fosse mais amplo, desde que estivesse sempre assegurada a realização de um ‘produto’ científico-cultural ou a ‘prestação de um serviço’ comunitário (transfere de knowhow da academia para a sociedade civil). No caso concreto dos docentes das escolas superiores de educação, responsáveis pela formação de professores e educadores, as sabáticas podiam ainda permitir a leccionação mas noutro nível de ensino. Tal dispositivo (que implicaria articulação entre os dois ministérios que tutelam o Sistema Educativo português) ajudaria a reduzir os males decorrentes do afastamento dos professores do Superior da realidade esco-
lar concreta – a do Básico e Secundário – já que a supervisão de estágios só, em parte, mitiga esse distanciamento. Por sua vez, para as escolas da rede pública a estadia (mesmo que temporária) dos docentes universitários ou do politécnico seria, indubitavelmente, um plus na qualidade dos seus recursos humanos. No entanto, ao que sabemos, de fonte segura, o Prof.S. que pensa aproveitar, ao máximo, esta ‘pausa’ lectiva não deixará de continuar a cumprir as suas funções editoriais, nomeadamente neste jornal. K Luís Souta _ luis.souta@ese.ips.pt Este texto não segue o AO90 _
CCISP AFIRMA
Politécnicos crescem em alunos 6 O Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) destaca o crescimento de 8,4% do número de estudantes colocados no ensino superior politécnico, na primeira fase do Concurso Nacional de Acesso (CNA). Em comunicado, Nuno Mangas, presidente do CCISP, diz estar perante “ótimos resultados. O número de colocados cresce pelo quarto ano consecutivo, constatando-se um aumento generalizado de alunos colocados nos politécnicos e, em especial, nas instituições localizadas nas regiões de menor densidade demográfica”. Recorde-se que na primeira fase do CNA, ingressaram nas instituições politécnicas 17.266 estudantes, o que se traduz num acréscimo de 1.344 candidatos colocados comparativamente à mesma fase no ano anterior. Confirma-se, assim, a tendência do aumento da taxa
de colocação de estudantes na primeira fase do concurso, a qual passa de 71%, em 2016, para 77%, em 2017. No mesmo comunicado, Nuno mangas revela que “para além do crescimento do número de colocados é particularmente relevante o aumento de 16% no número de estudantes que escolheram em primeira opção cursos ministrados nos politécnicos. Acresce o facto do número de colocadas em politécnicos localizados em territórios de baixa densidade ter crescido 20%, colocando em evidência a importância e o papel que estes politécnicos têm no desenvolvimento destes territórios”. O CCISP constata, comparativamente ao ano anterior, que em 2017 entraram no ensino superior público (universitário e politécnico) mais 1956 estudantes (612 no universitário e 1344 no politécnico), o que se traduz
num crescimento de 4,6%. Nuno Mangas refere o facto de “estarmos apenas perante resultados da primeira fase. O número de estudantes colocados em licenciatura pela primeira vez irá crescer por via das segunda e terceira fases do CNAES, dos regimes e concursos especiais e dos estudantes internacionais”. O presidente do CCISP conclui salientando que “analisando os dados disponibilizados, tudo aponta para que no próximo ano letivo Portugal tenha mais estudantes no ensino superior e, em particular, no ensino superior politécnico. O número de estudantes colocados no ensino superior cresce pelo quarto ano consecutivo, o que é particularmente relevante para que o nosso País possa atingir a meta de 40% dos jovens com formação superior em idades compreendidas entre os 30 e 34 anos”. K
SETEMBRO 2017 /// 017
MOÇAMBIQUE
Espaço Mutola na UEM 6 A Universidade Eduardo Mondlane (UEM) vai criar um espaço na Biblioteca Central Brazão Mazula denominado Maria de Lurdes Mutola como forma de eternizar a vida e obra da campeã olímpica dos 800 metros. O facto foi anunciado no passado dia 6 de setembro, em Maputo, pelo reitor da UEM, Orlando Quilambo, no decurso de uma palestra intitulada “o percurso desportivo da campeã olímpica dos 800 metros - Maria de Lurdes Mutola”. Segundo o reitor, o espaço que deverá conter um espólio retratando o percurso desportivo de Lurdes Mutola, incluindo algumas medalhas, ficará lado a lado de outras figuras proeminentes que se destacaram pelo contributo que prestaram a sociedade, tais como o arquitecto da unidade nacional, Eduardo Chivando Mondlane, e Aquino de Bragança. “Lurdes Mutola vai se juntar a estes heróis”, disse Quilambo.
UNIVERSIDADE
Lúrio faz oficinas A convite da Escola Superior de Ciências de Desporto da UEM (ESCIDE), Maria de Lurde Mutola, veio à mais antiga e prestigiada instituição de ensino superior em Moçambique falar dos seus longos anos dedicados ao desporto. Um percurso que teve
o seu início no bairro de Chamanculo, em Maputo, nos finais de década de 80, e conheceu o seu momento mais alto nos Jogos Olímpicos de Sydney, na Austrália, após vencer a medalha de ouro dos 800 metros, no ano 2000. K
6 A Universidade Lúrio promoveu, na Ilha de Moçambique, o evento Oficinas de Muhipiti: planeamento estratégico, património desenvolvimento, uma produção conjunta das universidades de Lúrio e de Coimbra no âmbito de um quadro de cooperação mais vasto que, de uma forma geral, contempla as vertentes docente, académica e científica. A iniciativa pretendeu estudar o impacto que a instalação da Universidade Lúrio na Ilha, com a criação da nova Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, e
ensaiar formas de o potenciar em prol do desenvolvimento integrado desse território. Fruto de esforços diversos, com especial destaque para a Cooperação Portuguesa, foi possível integrar no programa a participação nos três últimos dias da Secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Governo de Portugal, Maria Fernanda Rollo, o que não só vincou a relevância do evento, como permitiu aos responsáveis das instituições presentes encetar contactos bilaterais sobre novas ações de cooperação. K
EPM H
UNIVERSIDADE DE LÚRIO
MOÇAMBIQUE
EPM apoia Gorongosa
Conselho reunido 6 A primeira sessão ordinária do Conselho Universitário (CUN) de 2017 da Universidade de Lúrio decorreu, no início de agosto, com uma agenda focada em vários pontos fundamentais para o funcionamento e crescimento da Universidade. A iniciativa serviu ainda para a tomada de posse dos
novos membros do CUN. O reitor destacou o esforço de todos na gestão da universidade, diante das dificuldades financeiras e situações contingenciais vividas nos últimos tempos. Falou também dos vários aspetos de gestão pedagógica, administrativa, patrimonial e outras do ano transato. A iniciativa contou com a
presença da comunidade académica da UniLúrio e de algumas instituições como o Ministério da Economia e Finanças, Ministério da Ciência, Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional, Secretaria Provincial de Cabo Delgado, CTA Nampula em representação da sociedade civil e Direcção Provincial de Saúde de Nampula. K
www.ensino.eu 018 /// SETEMBRO 2017
6 Docentes da EPM-CELP dinamizaram no Parque Nacional da Gorongosa (PNG) iniciativas de estímulo à leitura e de educação ambiental em favor da população juvenil local. Entre 21 e 26 de junho, Ana Albasini, Isabel Mota e Ana Besteiro deram corpo ao projeto «Mabuko Ya Hina» que, no terreno, apresentou ao PNG o Modelo de Avaliação de Competências de Leitura e animou oficinas de educação ambiental, iniciativas que pretendem afetar o universo de 689 inscritas no Programa de Educação à Rapariga. O Modelo de Avaliação de Competências de Leitura foi apresentado aos 34 facilitado-
res de leitura dos 17 clubes de Raparigas da Gorongosa em funcionamento naquela zona com o objetivo de melhorar a vida das jovens raparigas ali residentes. Incluídos no programa de atividades previsto para a semana de trabalho, destaca-se a visita ao Centro Científico do PNG, para reconhecimento da respetiva flora e da fauna, e, no âmbito da educação ambiental, sexual e nutriticional, a realização de eventos que envolveram os promotores locais do Programa de Educação à Rapariga, as próprias raparigas e, ainda, os profissionais do PNG que desenvolvem atividades naquelas áreas. K
EDIÇÕES
Novidades literárias 7 GUERRA & PAZ. Do Secundário à Universidade com Sucesso – ‘Bora Lá, de Jorge Rio Cardoso. É um livro dedicado a alunos do secundário. Apresenta métodos e técnicas de estudo e outras ferramentas para ser um bom alunos e chegar à universidade bem preparado. Neste livro encontras os exemplos práticos para desenvolver desde competências digitais à comunicação oral e escrita.
D. QUIXOTE. 50 Marcos da História que Precisa Mesmo de Saber, de Ian Crofton. É o novo título, sobre História, de uma das coleções internacionais de não-ficção mais bem sucedidas da última década. Apresenta conteúdos sobre temas e factos históricos tais como a queda de Roma e as suas consequências; a ascensão do islão; os vikings; as cruzadas; a peste negra; a Índia pré-colonial; e a China imperial.
D. QUIXOTE. A Sétima Praga, de James Rollins. Dois anos depois de desaparecer no deserto do Sudão, o professor Harold McCabe aparece a cambalear saído das areias do deserto, mas morre antes de contar o que aconteceu. A autópsia revela que alguém tinha começado a mumificar o professor em vida. Não tarda que todos os médicos envolvidos na autópsia adoeçam e morram. Painter Crowe, diretor da Força Sigma, é chamado a agir. O professor McCabe desapareceu enquanto procurava vestígios das dez pragas de Moisés. Será que as pragas estão a ganhar vida de novo?
PLANETA. Francisco Pinto Balsemão, de Joaquim Vieira. A primeira biografia coincide com o 80.º aniversário de um dos fundadores do PSD, que foi primeiro-ministro. Da infância à vida académica, dos negócios à política, a família, os amigos, as cumplicidades e as inimizades, eis o primeiro retrato de corpo inteiro de Francisco Pinto Balsemão publicado em livro. Investigada e escrita por um autor que trabalhou para ele durante uma década e meia, esta é uma biografia não oficial. K
GENTE E LIVROS
Maria Velho da Costa
7 Prémio Camões 2002, Maria Velho da Costa (n. 1938) é uma escritora portuguesa, licenciada em Filologia Germânica pela Universidade de Lisboa e com o curso de Grupo-Análise da Sociedade Portuguesa de Neurologia e Psiquiatria. Foi presidente da Associação Portuguesa de Escritores e dirigiu a revista literária Loreto 13 (1978-1988). Lecionou em Londres, entre 1980 e 1987, e foi ainda adida cultural da Embaixada de Portugal em Cabo Verde, entre 1988 e 1990, de acordo com a sua biografia na Infopédia. Destacando-se, em 1969, com o romance “Maina Mendes”, tornou-se mais conhecida depois da polémica em torno das “Novas Cartas Portuguesas” (1972), obra em que se manifesta uma aberta oposição aos valores femininos tradicionais. Esta publicação claramente antifascista e altamente provocatória para o regime, levou as suas três autoras a tribunal, tendo o 25 de Abril interrompido as sanções a que estavam sujeitas as denominadas Três Marias: Maria Velho da Costa, Maria Teresa Horta e Maria Isabel Barreno. A escrita de Maria Velho da Costa situa-se
capazes.pt H
numa linha de experimentalismo linguístico que viria a renovar a literatura portuguesa nos anos 60.
É autora, entre outras obras, de “O Lugar Comum” (1966), “Maina Mendes” (1969), “Novas Cartas Portuguesas” (1972), escrito a três mãos, “Casas Pardas” (1977), “Lucialima” (1983), “Missa in Albis” (1988), “Dores” (1994), a peça de teatro “Madame”, a partir de Eça de Queirós e Machado de Assis, um êxito retumbante de palco, interpretado por Eunice Muñoz e Eva Wilma, “Irene ou o Contrato Social” (2000), “O Livro do Meio – com Armindo Silva Carvalho (2006), “Myra” (2008) e “O Amante do Crato” (2012). Maria Velho da Costa foi premiada entre outras distinções, com o Prémio Cidade de Lisboa, pelo romance “Casa Pardas”, com o Prémio D. Dinis, por “Lucialima” e com o Prémio de Novela e Romance da APE, pelo romance “Irene ou o Contrato Social”. Em 1997 foi-lhe atribuído o Prémio Vergílio Ferreira pelo conjunto da sua obra. Em 2002 foi distinguida com o Prémio Camões. Tiago Carvalho _
EDIÇÕES RVJ
LIVRO EDITADO
Malpica, poemas de amor e saudade
S. Fiel apresentado na Gulbenkian 7 A RVJ Editores apresenta, dia 19 de setembro, na Fundação Calouste Gulbenkian, o livro “De Seminário para meninos órfãos de ambos os sexos a Colégio de S. Fiel (1852-1910)”, da autoria de Leonel Azevedo. A sessão terá lugar pelas 18H00 e o livro será apresentado por Eduardo Marçal Grilo. O livro, que surge ao público com o alto patrocínio da Câmara de Castelo Branco, constitui uma aturada investigação de Leonel Azevedo, tem um total de 480 páginas impressas a cores, e apresenta ainda dois encartes também impressos a cores. K
7 José Maria Caldeira Gonçalves apresentou, em agosto, o seu novo livro “Malpica, poemas de amor e saudade”. O livro tem a chancela da RVJ Editores e é o terceiro de José Maria Caldeira Gonçalves que, aos 77 anos, leva-nos a percorrer o seu imaginário e sentimentos, numa conjugação certa de palavras sentidas, em que o amor, o sonho e a saudade marcam a cadência da escrita. Natural de Malpica do Tejo, José Maria Caldeira Gonçalves nunca perdeu as raízes da terra que o viu nascer, onde concluiu a quarta classe e começou, como muitos amigos da sua idade, a fazer algumas tarefas no campo. Foi aprendiz de serralheiro, numa fábrica em Castelo Branco, e em 1956 tornou-se aluno fundador da Escola Industrial e
Comercial de Castelo Branco, tendo-se matriculado no Curso Geral de Comércio. O serviço militar obrigatório fê-lo em Angola, como muitos da sua geração, na guerra colonial. Mas Malpica do Tejo esteve sempre presente na sua vida. No regresso a Portugal, trabalha para uma empresa, na área da contabilidade, e mais tarde forma a sua: ACIPLAM, que lida ao contrária significa Malpica. É todo um percurso de vida que o autor apresenta em forma de poemas e onde a sua esposa, Saudade, também é referenciada. O livro foi apoiado pela Câmara de Castelo Branco e as suas receitas destinam-se ao Centro Social Nossa Senhora das Neves, de Malpica do Tejo. K
SETEMBRO 2017 /// 019 19
PELA OBJETIVA DE J. VASCO
PRESS DAS COISAS R2-D2 USB CAR CHARGER 3 Para fãs da Guerra das Estrelas que sempre sonharam em ter o seu próprio R2-D2 como copiloto, este é o acessório ideal: o carregador de telemóveis/Tablets R2D2 USB Car Charger. O R2-D2 encaixa no suporte de copos do automóvel e tem portas USB para poder carregar os seus gadgets. K
LCD SOUNDSYSTEM «AMERICAN DREAM»
Terminou a Festa do Avante
3 É o regresso aos discos da banda de James Murphy, após cinco anos de silêncio. James Murphy explica que tudo começou quando, no início de 2015, se apercebeu que tinha inúmeras canções escritas. Depois de falar com Pat Mahoney e Nancy Wang, seus antigos companheiros de banda, decidiram gravar as canções e reuni-las num novo disco de LCD Soundsystem. K
7 Terminou a festa do AVANTE, 2017. Como sempre um enorme e diversificado êxito, onde será muito difícil distinguir algum acontecimento, mas senti-me muito bem, logo no 1º dia, a assistir no Palco 1º de Maio, ao espetáculo de cinco vozes afro-lusas: Nilza Brown, Moçambique; Liliana Almeida, Angola; Maria Alice cabo-verdiana, Ammy Injai, Guiné-Bissau; Anastácia Carvalho, São Tomé e Príncipe. Todas filhas da diáspora africana. K
PRAZERES DA BOA MESA
Sabores de Romaria 3 INGREDIENTES P/ OVINHOS VERDES 10 un Ovo de Codorniz 2 gr Salsa picada 3 ml Vinagre V. Branco 3 gr Alho seco 10 gr Cebola picada q.b. Sal, pimenta, farinha e ovo INGREDIENTES P/ PASTELINHO (RECHEIO) 15 gr Alho seco 25 gr Cebola 40 gr Alho francês 10 gr Manteiga 450 gr Pombo 2 gr Tomilho 50 ml Vinho Branco q.b. Sal, pimenta e louro INGREDIENTES P/ SALADA DE FEIJÃO FRADE 300 gr Feijão frade cozido 20 gr Cebola Picada q.b. Vinagrette q.b. Flor de Sal e pimenta 2 gr Salsa picada 3 gr Alho seco INGREDIENTES P/ PASTELINHO (MASSA) 40 gr Manteiga/banha 60 gr Água 170 gr Farinha s/ fermento q.b. Sal
020 /// SETEMBRO 2017
INGREDIENTES P/ SARDINHA 2 un Sardinhas 1 un Clara de ovo 100 gr Pão ralado fresco q.b. Ervas secas 2 gr Alho picado OUTROS INGREDIENTES (FINALIZAÇÃO) q.b. Azeite p/ fritar q.b. Rucula/Canonigos q.b. Vinagrette q.b. Flor de sal Preparação: Para os ovos verdes: cozer os ovos de codorniz por 4 minutos. Arrefecer e descascar. Retirar as gemas cozidas e misturar com a salsa, a cebola, o alho, o
vinagre e restantes temperos. Rechear os ovos e passar por farinha e ovo batido. Fritar. Para a massa tenra: misturar a manteiga com a farinha e adicionar água e sal. Trabalhar até ficar uma bola. Deixar descansar. Tender. Para o recheio do pastel: estufar o pombo limpo com os ingredientes mencionados. Depois de cozido e macio, desfiar o pombo e juntar ao estufado. Deixar reduzir se necessário. Pode ser necessário adicionar mais líquido durante a cozedura inicial. Deixar arrefecer e aplicar este aparelho nos pastéis. Para a sardinha: filetar a sardinha e temperar com sal e alho. Passar pela clara de ovo e pela mistura
de pão fresco e ervas como de um panado tradicional se tratasse. Para a salada de fradinhos: misturar todos os elementos. Retificar os temperos. Empratar: Fritar os ovos, os pastéis e os filetes de sardinha. Dispor a salada de fradinhos e
em cima guarnecer com um pedaço de sardinha. Apicar os canónigos frescos ou a rúcula frita. Terminar com um cordão de vinagrete e flor de sal. Servir tépido. K Mário Rui Ramos _ (Chef Executivo)
BOCAS DO GALINHEIRO
Eles vão desaparecendo 7 Os últimos meses têm sido maus para o cinema. À semelhança desta época de ciclones que tudo arrasam à sua passagem, a Parca vêm atacando alguns vultos do cinema, desde logo dois actores de que gosto especialmente, Jeanne Moreau, uma enorme senhora do cinema francês, e não só, Jerry Lewis, o rei da comédia, ou o grande “clown” e Roger Moore. A primeira, falecida no passado dia 31 de Julho, recordo-a de uma mão cheia de filmes, desde logo “Ascenseur pour l’échafaud” (Fim de semana no ascensor, 1958), a primeira longa metragem de Louis Malle, um realizador muito perto da Nouvelle Vague, que começou como assistente de Robert Bresson em “Fugiu um Condenado à Morte”, de 1956. Confesso que olho para esta fita não só pela trama policial sobre a história de dois amantes, Florence Carala (Jeanne Moreau) e Julien Tavernier (Maurice Ronet), que planeiam matar o marido dela, mas essencialmente pela genial banda sonora composta por Miles Davis, e tocada por Miles na trompete, acompanhado por Barney Wilen no saxofone tenor, René Urtreger no piano, Pierre Michelot no contrabaixo e Kenny Clarke à bateria. Um quinteto de luxo que protagoniza uma das melhores simbioses entre o cinema e o jazz. Também de Malle protagoniza em 1960, “Os Amantes”, filme escândalo à época, “Jules e Jim”, de 1962, realizado por François Truffaut, à volta de um triangulo amoroso, em que a actriz contracena com Oskar Werner e Henri Serre, ou “Diário de Uma Criada de
DR H
Quarto”, dirigido em 1964 por Luis Buñuel, baseado na novela de Octave Mirbeau. Podíamos estar aqui a desfiar a enorme quantidade de filmes que protagonizou, para além de uma carreira brilhante no teatro, foi presidente do Festival de Cannes, mas não seria normal não referir que uma das suas últimas aparições no grande écran foi sob a direcção de Manoel de Oliveira, em “O Gebo e a Sombra”, de 2012, adaptação da peça de Raul Brandão, onde entram ainda Claudia Cardinale, Michael Lonsdale e os portugueses Leonor Silveira, Luís Miguel Cintra e Ricardo Trêpa. Jerry Lewis, desaparecido no passado dia 20 de Agosto, por seu lado, foi um caso único de popularidade na última metade do século XX, principalmente nos anos 60, e um dos comediantes americanos mais queridos, principalmente fora da América. Em casa o êxito está ligado ao momento em que iniciou uma parceria marcante com Dean Martin na célebre “The Colgate Comedy Hour”
e mais de uma dezena de filmes, a maioria dirigidos por Frank Tashlin e Norman Taurog. Desfeita a dupla, dez anos depois, são os filmes realizados por Lewis que mais me seduzem, desde logo esse genial “As Noites Loucas do Dr. Jerryl” (The Nutty Professor, 1963) ou “Jerry no Grande Hotel” (The Bellboy, 1960). A partir dos anos 70 a sua popularidade começa a decair e nem mesmo “O Rei da Comédia”, realizado por Martin Scorsese em 1982, em que contracena com Robert De Niro, teve o dom o relançar. Em 1983 ainda realiza e protagoniza “Smorgasbord” (Jerry Tu és Louco), com Sammy Davis, jr., um incursão nos multipapéis, e pouco mais. Por seu lado Roger Moore, como soi dizer-se, apesar de não vir muito a propósito, é um actor que “dispensa apresentações”. Foi Bond, James Bond, mesmo que não tivesse feito mais nada. Mas antes de ter licença para matar já eu o via na televisão, a preto e branco, na pele de Simon Templar, o
inesquecível “O Santo”. E não foi o primeiro nem o segundo 007 que me levou a mudar de ideias. Sean Connery à parte, comparando com os restantes, o Bond de Moore é de facto o que imaginamos que seja aquele tipo de personagem, um duro, mas com algum humor à mistura, em histórias rocambolescas e situações inverosímeis que só com muita ironia suportamos. Foi o agente secreto em 7 filmes, durante 12 anos. Pelo meio entrou noutras fitas, alguns filmes de guerra e uma ou outra comédia aqui e ali. Morreu em Maio, mas só agora o recordamos. Estaria sempre a tempo. Outra figura que nos deixou foi Sam Shepard, a 27 de Julho. Essencialmente dramaturgo, recebeu o prémio Pulitzer em 1979, foi argumentista, ou coargumentista numa série de filmes, desde logo de “Renaldo and Clara, realizado por Bob Dylan (1978), “Paris Texas”, de Wim Wenders (1984), “Fool For Love” (1985), de Robert Altman, no qual também é actor,
“Silent Tongue” (1993), que também realiza, tal como “Far North” (1988), protagonizado por Jessica Lange, sua companheira de muitos anos ou “Buried Child”, de 2016. Como actor participou em vários filmes, sendo que com “Os Eleitos” (1983), de Philip Kaufman, foi mesmo nomeado para o Oscar de melhor actor secundário. Do lado dos realizadores, Agosto foi um mês fatal, a 26 morreu Tobe Hooper, um dos mestres do terror, filmes-Z, das décadas de 70 e 80 do século XX, descoberto com “Massacre no Texas” (1974), o tal dos canibais e da motosserra. Tem o seu maior êxito comercial com “Poltergeist”, de 1982, com a participação no argumento de Steven Spielberg. Acabou por ficar “colado” ao género, sem todavia ter conseguido igualar aqueles dois, apesar de ainda ter dirigido “ Massacre no Texas 2”, em 1986. Mas antes, a 26 de Julho, finou-se outro grande vulto dos horror movies: George A. Romero, que com o seu “A Noite dos MortosVivos”, de 1968, foi percursor no tema dos zombies, hoje um filão, mas que Romero explorou até ao seu último filme, “Survival of the Dead”, de 2009. Outros se foram, mas não podemos falar de todos. Talvez venham a propósito de outros temas. De qualquer forma ficarão para sempre nos seus filmes. Até à próxima, com bom cinema! K Luís Dinis da Rosa com Joaquim Cabeças _ Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico _
Cartoon: Bruno Janeca H Argumento: Dinis Gardete _
SETEMBRO 2017 /// 021 21
TRADIÇÕES EM VILA VELHA DE RÓDÃO
Sopas de peixe em festival 6 – Raquel Tavares e Rita Guerra vão atuar na V edição do Festival das Sopas de Peixe, que decorre no campo de feiras de Vila Velha de Ródão, nos dias 16 e 17 de setembro. Em nota de imprensa, a autarquia explica que Rita Guerra atuará no primeiro dia do Festival, pelas 22H30 e Raquel Tavares sobe ao palco no domingo pelas 21H30. Os espetáculos são de entrada livre, à semelhança de todos os outros concertos e atividades. No entender de Luís Pereira presidente do Município, a autarquia preparou um programa “muito diversificado que vem enriquecer a excelente gastronomia do concelho, com especial destaque para as Sopas de Peixe”. Além da vertente gastronómica, o Festival integra um mercado de produtos locais e um outro dedicado ao pão. Haverá ainda passeios de barco no Rio Tejo, animação infantil, atividades desportivas e de lazer. Na mesma nota, a autarquia explica que o Festival terá início na manhã de sábado, pelas 9H30, com a realização de um workshop sobre “Marketing e Produtos Regionais”, no Campo da Feiras, no âmbito do projeto
CMVVR H
Beira Baixa Terras de Excelência. A zona da restauração abre portas às 12H30, com a participação de vários restaurantes aderentes, num momento gastronómico animado pelos grupos Toc & Ródão e Amigos da Concertina. Ainda no sábado, pelas 17H30, realiza-se um passeio de barco com leitura de poesia a bordo. A partida será feita a partir do cais de Vila Velha de Ródão. Os sabores do rio pros-
seguem ao jantar, a partir das 19H30, também com animação, agora a cargo do acordeonista António Maria Charrinho. Os Modas de Ródão entram no Festival às 21H00, para às 22H30 Rita Guerra tomar conta do palco. No domingo, pelas 9H30, a descida do Rio Tejo em canoa “Por um Tejo Vivo”, entre Perais e Vila Velha de Ródão, abre o segundo dia do Festival. A concentração será no cais fluvial de
Rodão pelas 08H30, com partida para Perais às 09H00. Ainda no período da manhã, a partir das 11H00, decorrerão diversas atividades desportivas, como paddle, bóias de tração e banana aquática. O espaço de restauração abre às 12H30 para o almoço e às 19H00 para o jantar. Durante a tarde de domingo, a partir das 15H00, atuarão as bandas filarmónicas de Fratel, Nisa e Sertã, e será lida poesia,
no Museu do Azeite, em Tostão, por Silvério Pires Dias e outros poetas do concelho, com momentos musicais e de degustação peixe frito do rio. No final da tarde de domingo a animação será por conta do DJ GIGA com uma SUNSET COLOUR PARTY a partir das 19H00, no campo das feiras. O Festival encerra com a atuação da fadista Raquel Tavares, pelas 21H30. K
Novidades do setor automóvel SKODA PRODUZ MODELOS ELÉTRICOS
NISSAN 370Z COM VERSÃO 2018
3 A Skoda está a preparar os seus primeiros automóveis elétricos, com autonomias entre 400 e 600 km. A marca checa definiu também que irá apresentar versões de tração integral ou apenas num eixo; potências compreendidas entre 140 cv e 300 cv e bagageiras de 560 litros. Na foto está o Vision eConcept, uma projeção e um futuro elétrico Skoda. K
3 A Nissan vai lançar uma nova versão do 370Z, com pequenas alterações incorporadas neste modelo coupé. Entre as principais novidades, constam uma nova embraiagem, faróis mais escurecidos e puxadores de portas em preto. De acordo com a marca, o Nissan 370Z de 2018 inicia agora as vendas nos mercados europeus. K
VW T-ROC ESTÁ A CHEGAR 3O novo modelo VW T-Roc estará disponível a partir de novembro, anunciou a marca. Produzido na Autoreuropa, o automóvel assume-se como um SUV moderno e será comercializado com três níveis de equipamento: um base e dois mais apetrechados, um de aspeto mais desportivo e outro mais refinado. Na fase de lançamento, o WV T-Roc só está disponível com o 1.0 TSI de 115 cv e o 1.5 TSI de 150 cv. No primeiro trimestre de 2018 chegam os Diesel.K
022 /// SETEMBRO 2017
PREMEIA EXCELÊNCIA DOS ALUNOS DA NOVA SBE
Santander atribui 30 bolsas
6 O Banco Santander Totta está a apoiar, a partir deste ano letivo, os alunos com a melhor média de ingresso nas licenciaturas de Economia e de Gestão da Nova School of Business and Economics. De acordo com o o banco, serão entregues 30 Bolsas Nova SBE - Santander Totta Excelência por ano, nos próximos cinco anos, permitindo que os melhores alunos não paguem o valor da propina do primeiro ano de Licenciatura em Economia ou Gestão. Inês Oom de Sousa, administradora do Banco Santander Totta, mostra-se satisfeita por, “no âmbito no nosso acordo de mecenato, podermos também premiar os melhores alunos à entrada da Universidade. Penso que com esta atribuição, o apoio mecenático do Santander à NOVA SBE fecha um ciclo virtuoso. Premeia aqueles que já estão a preparar a sua entrada no mercado de trabalho, com o programa Nova SBE Fellowship for Excellence, aqueles que pretendem ter uma experiên-
EUROPEAN INNOVATION ACADEMY cia numa universidade estrangeira, através da atribuição das bolsas de mobilidade ibero-americanas e agora, também os estudantes de mérito excecional que acabam de entrar”. No seu entender, este “é um conjunto muito importante de apoios que nos aproxima de forma muito positiva dos estudantes da NOVA SBE”, adiantou. Daniel Traça, diretor da Nova School of Business and Economics, diz ser “uma honra contar com o apoio do Santander Totta enquanto
parceiro da escola. Esta parceria reforça o nosso esforço de aproximar a comunidade da Nova SBE: antigos alunos, parceiros, professores, staff e sociedade, para que todos juntos ajudemos estas novas gerações a alavancarem e a desenvolver o seu potencial. Um potencial que tenha impacto no seu futuro, na sociedade, no mundo”. As bolsas são comunicadas aos alunos no momento em que são aceites na licenciatura, anualmente, em setembro. A entrega de prémios decorre em novembro. K
As 10 melhores ideias de negócio 6 Os 10 melhores projetos da 1ª edição da European Innovation Academy (EIA), que teve como parceiro o Santander Totta, foram selecionados, tendo sido considerados por um grupo de investidores como os mais inovadores. Dos 50 alunos finalistas, 13 são portugueses, distribuídos por cinco das equipas vencedoras. De acordo com uma nota de imprensa enviada por aquela instituição bancária, os projetos “Alo!Health, Brizzlebee, ECO-5, LEFT, On Fire Tube, Paperchain, Renvest, RippleFarm, ScoolX, TigerTime foram as 10 ideias de negócio que conquistaram a preferência dos investidores, indo a maioria beneficiar de mentoring durante um ano, um passo importante para se tornarem uma startup tecnológica”. O Santander Totta foi o parceiro exclusivo da EIA junto das Instituições de Ensino Superior Portuguesas e na área financeira. No âmbito do seu apoio, o Banco atribuiu 35 bolsas, dando a oportunidade a jovens empreendedores de participar no evento. Recorde-se que a EIA é o maior
SANTANDER TOTTA E UTAD
DESIGN THE FUTURE
6 A criação de uma Eco Universidade para o Futuro é um dos objetivos do convénio de parceria assinado entre o Santander Totta e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). O acordo prevê, além da criação da Eco Universidade para o Futuro, com um Eco Campus, o reforço do grau de internacionalização universitária através da mobilidade de estudantes, docentes e investigadores, apoiando também o reforço da qualidade do ensino e explorando redes de cooperação internacionais e outras iniciativas que reforcem este objetivo. A cerimónia de assinatura do
6 A plataforma de exploração vocacional Design The Future, apoiada pelo Santander Totta, integra agora uma nova ferramenta, desenvolvida em conjunto com a Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa: o motor de exploração vocacional. O motor de busca simula a fase de exploração num processo de aconselhamento vocacional tradicional, recorrendo a variáveis psicológicas frequentemente utilizadas neste âmbito. A ferramenta está organizada por categorias – interesses, capacidades e ambientes de trabalho – e utiliza diversos filtros que orientam o utilizador num percurso único de autorreflexão vocacional. Ao navegar por este conjunto de categorias e níveis de filtro sequen-
Eco Universidade avança convénio decorreu no dia 6 de setembro, contando com a presença de António Fontainhas Fernandes, reitor da UTAD, Marcos Soares Ribeiro, diretor coordenador do Santander Universidades, e de Cristina Dias Neves, diretora do Santander Totta. O convénio abre novas oportunidades e a implementação de projetos e de estudos da UTAD, tendo em conta o Plano Estratégico da Universidade, que inclui uma agenda para o desenvolvimento sustentável que prevê um conjunto de roteiros de natureza ambiental, a exemplo das boas práticas internacionais das instituições de ensino superior.
Entre outros objetivos, o novo convénio de mecenato irá apoiar a ligação da Universidade à comunidade em que se insere e o desenvolvimento da dimensão humana da sua comunidade académica. Em nota de imprensa, o banco explica que com este acordo “pretende-se ainda reforçar a ligação da UTAD com as empresas, promovendo a inovação e a transferência tecnológica; desenvolver o espírito empreendedor de toda a comunidade académica; e incrementar competências de inserção no mercado de trabalho dos estudantes, assim como promover o desenvolvimento tecnológico da UTAD”. K
programa universitário de aceleração em inovação digital da Europa, que se realizou pela primeira vez em Portugal. O programa contou com a participação de aceleradoras de Silicon Valley e foi desenvolvido em colaboração com instituições de topo, como a UC Berkeley, a Stanford University e a Google. A final teve lugar, em agosto, no Hotel Miragem, em Cascais, onde as 10 equipas se apresentaram a um grupo de investidores internacionais, num pitch de seis minutos cada. Foi ainda sorteada mais uma apresentação, que coube ao projeto FI-D. Estes estudantes destacaram-se entre os 300 participantes, oriundos de 40 países que, durante três semanas, no Centro de Congressos do Estoril, aperfeiçoaram as suas ideias, num ambiente inspirador, com a presença de mentores, formadores e investidores de todo o mundo. Para além do Santander Totta, a EIA estabeleceu igualmente parcerias com a Câmara Municipal de Cascais, a Universidade NOVA de Lisboa e o Beta-i. K
ciais, cada utilizador é convidado a identificar e explorar grupos de profissões relacionados com os seus próprios interesses, capacidades e preferências por ambientes de trabalho. A ideia é que cada pessoa possa ter acesso às atividades profissionais que melhor se relacionam com o seu perfil vocacional e objetivos, permitindo uma escolha mais consciente e informada das oportunidades que o mercado de trabalho oferece. O Banco Santander Totta associou-se à Design The Future, acreditando que escolhas profissionais mais esclarecidas e informadas geram maiores níveis de motivação no percurso académico e, seguramente, profissionais mais bem sucedidos.
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