Ensino Magazine Edição nº209

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julho 2015 Diretor Fundador João Ruivo Diretor João Carrega Publicação Mensal Ano XVIII K No209 Distribuição Gratuita

www.ensino.eu Suplemento

José Cid, em entrevista

«A televisão não mostra a verdadeira música portuguesa» C

Nuno Severiano Teixeira, historiador

«Abolição de feriados feriu identidade nacional»

O ex-ministro afirma que retirar o 5 de outubro e o 1.º de dezembro da lista dos feriados nacionais foi uma «estupidez.» Severiano Teixeira lança um olhar sobre a atualidade, abordando a crise de liderança europeia, o drama da imigração e uma eventual saída da Grécia do euro.

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universidade

UBI com lugares no pódio C

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politécnico

IPCB oferece bolsas C

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politécnico

Santarém premeia mérito C

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politécnico de leiria

Mandarim no básico C

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cultura

RVJ com obra internacional C pub

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o r t c e l E r o Am da a r t s e à e s z e f a n i u q A má C

Ensino Jovem pub

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Nuno Severiano Teixeira, historiador

«Abolição de feriados feriu identidade nacional» 6 O ex-ministro afirma que retirar o 5 de outubro e o 1.º de dezembro da lista dos feriados nacionais foi uma «estupidez.» Severiano Teixeira lança um olhar Publicidade

sobre a atualidade, abordando a crise europeia, nomeadamente a fragilidade das lideranças políticas, o drama da imigração e uma eventual saída da Grécia do

euro. Lançou há poucas semanas o livro «Heróis do Mar». Escreveu esta obra por sentir que os portugueses não

conhecem suficientemente a sua história, os seus símbolos e os seus heróis? Parti para a escrita deste livro por dois motivos con-

cretos: em primeiro lugar, por uma razão de natureza científica ou historiográfica. Existe hoje uma literatura muito abundante, na História, na Sociologia, na Antropologia, sobre as questões nacionais. Nomeadamente sobre a formação das nações e sobre a formação das identidades nacionais. É matéria que existe sobre Portugal, obviamente. Só que não há, com a mesma extensão e profundidade estudos que analisem o papel dos símbolos no quadro da formação das identidades nacionais e dos Estados-Nação. No fundo, fui ao encontro de uma área menos conhecida e menos estudada e procurei preencher essa lacuna. E qual o outro motivo? A outra justificação é de natureza cívica e que vem ao encontro da sua pergunta inicial. No fundo, procura-se, através de uma linguagem acessível chegar a um público mais vasto e sem perder o rigor académico. O objetivo é que os portugueses conheçam melhor os seus símbolos nacionais. Porque ninguém pode gostar daquilo que não conhece. A propósito dos heróis nacionais, um programa de televisão elegeu Salazar como o português mais importante do século XX. Como historiador, ficou surpreendido? Há três grandes políticos/estadistas no século XX português: Afonso Costa, Oliveira Salazar e Mário Soares. Um por cada regime, a I República, o Estado Novo e a Democracia. Não me causa surpresa a popularidade de Salazar. Goste-se ou não, é uma figura marcante do regime autoritário. É indiscutível. Agora é preciso realçar que essas sondagens são feitas por voto telefónico, telefona quem quer, por isso não estamos na presença de uma amostra representativa ou de um estudo com credibilidade científica.

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É nas manifestações desportivas, nomeadamente nos mundiais de futebol e nos Jogos Olímpicos, que o fervor patriótico atinge o seu apogeu. Como explica essa comunhão coletiva em fenómenos desportivos? Até há relativamente pouco tempo, o culto dos símbolos nacionais era formal, partia do Estado e das instituições. Tinha uma formulação que se traduzia nas cerimónias oficiais, seja nas paradas nacionais, nas comemorações dos dias nacionais, etc. Mais recentemente, o fenómeno desportivo de massas altera essa relação e faz com que os símbolos não venham propriamente de cima, não sejam induzidos pelo Estado ou pelas instituições, mas são assumidos pela sociedade civil, ou seja, por cada um dos portugueses, individualmente. Trata-se de um fenómeno que altera a relação dos portugueses com os seus símbolos e faz com que estes sejam vistos e vividos como sendo pertença de cada português. É este sentimento de pertença que faz com que as pessoas vistam as camisolas da seleção das quinas ou levem bandeiras para o estádio? Exactamente. Antes dos jogos das selecções nacionais canta-se o hino e o mesmo acontece durante as cerimónias de atribuição de medalhas nos Jogos Olímpicos. Isto confere uma identificação simbólica com aquela equipa ou atleta, que representa toda a nação. No Euro 2004 tivemos o fenómeno das bandeiras portuguesas à janela, após um repto lançado pelo selecionador nacional de então, Luis Filipe Scolari. Sente que foi uma moda que passou com o tempo? Não se voltou a repetir com tanta intensidade, ;


mas o fenómeno perdurou. Hoje em dia não há ninguém que não vá assistir a um jogo da seleção sem camisolas vestidas e cachecóis ao pescoço. As bandeiras à janela ainda se veem, aqui e ali. Mas o que é importante destacar é que transformou a relação com os símbolos, que entendo ser positiva. As pessoas passaram a vê-los como seus e a usá-los. Quero recordar que anos depois do Euro 2004 chegou a ser formada uma bandeira humana em pleno estádio do Jamor. Diz-se frequentemente que o país não tem desígnios nacionais, à exceção do futebol e pouco mais. Partilha desta visão? Não concordo. Na democracia recente existiram desígnios nacionais de grande dimensão e que foram plenamente atingidos. Dou-lhe alguns exemplos elucidativos. Em primeiro lugar, a saída de um período revolucionário muito difícil e de dois anos do chamado PREC. A consolidação da democracia em Portugal é um desígnio essencial, que foi ganho. Com o fim do império e da descolonização, Portugal recebe 1 milhão de retornados (o equivalente a 10 por cento da sua população) que integra rapidamente. É um objetivo espetacular e que traduz outro desígnio. A seguir o nosso país propõe-se encontrar uma alternativa para o império: a integração europeia. Em 1986, entrámos como membro de pleno direito da União Europeia. Outro desígnio. Mas há mais. Anos mais tarde Portugal passa para o pelotão da frente da UE e, o que seria impensável há alguns anos, é membro fundador da moeda única, entrando no núcleo duro do euro. Outro desígnio nacional. Acabei de lhe dar prova de

uma sucessão de desígnios conquistados e que são prova de orgulho próprio. Mas o auge desse movimento é a Expo 98. Do ponto de vista imaginário é esse Portugal moderno e europeu que se reconcilia, através da exposição universal, com o seu passado grandioso da expansão marítima. Contudo, a última década não tem estado propriamente para grandes celebrações… Desde 2000 para cá temos, de facto, atravessado um ciclo histórico de maiores dificuldades. É natural que haja menos orgulho nesses desígnios e um maior desânimo coletivo. Acho que o que é preciso, justamente, é encontrar novos desígnios e tudo fazer para os concretizar. Temos condições para isso. Este governo aboliu temporariamente os feriados do 5 de outubro e do 1.º de dezembro. Pensa que é um sinal contrário que se dá à população do ponto de vista nacional e patriótico? Abolir os feriados foi uma estupidez. As comemorações nacionais têm um sentido simbólico e uma lógica sistemática. Ou seja, o conjunto dos feriados, sejam os cívicos ou religiosos, têm uma lógica integrada. Contemplam, geralmente, os momentos da independência do país, os momentos da instauração dos regimes, os regimes contemporâneos e as identidades culturais dos países. O 1.º de dezembro é o Dia da Restauração, o 5 de outubro o dia da fundação do regime republicano, o 25 de abril o dia do regime democrático atual e, finalmente, o 10 de junho, o dia da identidade cultural, com base em

«Os Lusíadas», o símbolo literário da identidade nacional. Quando nós retiramos a este sistema um ou dois dos seus elementos, estamos a ferir o sistema no seu conjunto e a própria identidade nacional. Esta medida explica-se apenas por critérios economicistas? Os autores desta medida não o fizeram por mal, fizeram-no por ignorância e por estarem animados por uma lógica estritamente económica que parece que nem tem retorno de natureza financeira por se trabalhar mais 2 dias. Mas o mais grave é que qualquer ganho que houvesse não pagava os ferimentos causados do ponto de vista simbólico. O seu livro fala muito da tensão entre republicanos e monárquicos. Pensa que o debate entre regimes está definitivamente encerrado? Se perguntar aos monárquicos, eles dirão que não está. O regime republicano parece-me perfeitamente consolidado e creio que à esmagadora maioria da população portuguesa não se coloca esse problema. Nunca fiz uma sondagem, mas social e politicamente a monarquia não tem a relevância necessária para relançar o debate. A última vez que se colocou foi durante o regime de Salazar em que o então Presidente do Conselho resolveu à sua maneira com a seguinte declaração: «a questão existe, mas não se põe.» O contexto europeu e mundial em que vivemos é muito complexo. Acredita que a

mera disciplina financeira, por si só, está a ser elevada a novo desígnio? A disciplina financeira não é um desígnio, é um meio. A crise que vivemos é extensa e profunda. E não é só portuguesa, é essencialmente do projeto europeu. É preciso assinalar que Portugal fez um conjunto de sacrifícios – aliás, mais do que lhe era pedido – e cumpriu toda a sua parte do compromisso. Agora há uma parte que Portugal não pode resolver sozinho e que reside na dimensão europeia. A crise que atravessamos é económica e financeira, mas estas dificuldades na zona euro traduzem muito mais do que isso. O quê, concretamente? A crise de conjunto do projeto europeu. E se os dois desafios que se colocam não forem superados, o projeto europeu pode ficar comprometido. A que desafios se refere? O primeiro desafio é o da coesão entre o norte e o sul da Europa. A crise económica e financeira até pode ser resolvida, mas sem ser sanado o problema da coesão dificilmente os outros problemas podem ser debelados. Mas há uma segunda dimensão da crise que reside no fator confiança. A crise de confiança dos cidadãos europeus nas instituições europeias. Sem encontrar uma solução de solidariedade e de confiança, que permita dar um salto qualitativo no projeto europeu, dificilmente se supera esta crise. ;

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dos fluxos, porque o problema não se resolve apenas no quadro europeu. Um problema transnacional não pode ser resolvido apenas pela Itália, por Portugal ou pela Espanha.

A crise institucional também se deve a uma crise de lideranças? Sem dúvida. Há uma crise de lideranças clara na Europa. No início do projeto de construção europeia foi o tandem franco-alemão que resolveu os problemas que surgiram. E porquê? Porque existiam lideranças políticas como Adenauer, do lado alemão, Schuman, do lado francês, que viram para além do momento e que firmaram um acordo que aparentemente era um acordo técnico, sobre o carvão e o aço, mas que afinal de contas era uma verdadeira aliança entre a França e a Alemanha, os dois inimigos que tinham feito as duas guerras mundiais do século XX. São líderes que veem longe e para além da próxima eleição.

Disse no «Expresso», em 2014, que na «universidade ainda vigora a tradição de que o conhecimento deve ficar encerrado numa torre de marfim.» Está a mudar alguma coisa? A mudar sim, mas com lentidão. Eu quis dizer com essa frase que as universidades devem ter as suas agendas de investigação científica e de transmissão de conhecimentos, mas em Portugal a relação entre a universidade e a sociedade encontra-se ainda em construção. Porquê? Porque o conhecimento que se produz nas universidades é um bem público, no sentido que deve ser colocado ao serviço de todos. Há algumas áreas em que esse princípio está mais avançado, por exemplo, nas áreas de ponta de Ciências e Tecnologia, mas na generalidade dos campos do conhecimento ainda se regista atraso. Na minha área, as Ciências Sociais e Humanas, ainda há que fazer um caminho muito grande. Neste campo é preciso que os decisores políticos e empresariais compreendam que esses estudos e esses conhecimentos são úteis à tomada de decisão. Creio, contudo, que estamos a progredir.

Miterrand e Kohl foram os dois últimos grandes líderes do velho continente? Sim. O que assistimos no final da guerra fria, nos anos 90, foi uma vez mais o compromisso entre o eixo Paris-Berlim, em que houve uma liderança de Kohl e de Miterrand, que se traduziu no seguinte acordo: a França deixou que a Alemanha se reunificasse e a Alemanha deixou que a França criasse o euro, em lugar do marco. Ambos líderes tinham vistas largas. O que se passa é que os atuais lideres europeus em funções não têm sido capazes de ter essa visão estratégica e a coragem política de olhar para além dos seus eleitorados. Porque estão focados unicamente na próxima eleição. É aqui que reside a crise de liderança europeia. No dia em que falamos a situação grega está ao rubro, longe de um acordo. Sem fazer futurologia, qual pensa que será o desenlace desta novela sem fim? Se houvesse bom senso, haveria uma solução para a Grécia. Com razoabilidade e bom senso de ambas as partes, claro. Mas é preciso dizer que o que está em jogo não é apenas uma questão financeira. Está em causa uma situação geopolítica muito delicada. É preciso ter consciência que a Grécia tem uma situação geográfica complexa, nas imediações dos Balcãs e próximo da Turquia, e que tradicionalmente acarreta muitas consequências para a Europa no seu conjunto. É fundamental saber, por este e por outros fatores, se a Grécia fica fora ou dentro da União Europeia. Consegue antever os dois cenários, em separado? Ficando dentro da União Europeia, pode acontecer o cenário de bloquear decisões que têm que ser tomadas por unanimidade, na UE e na NATO, que podem trazer grandes consequências para a segurança europeia. Por outro lado, um desfecho de saída do euro e da União Europeia por parte da Grécia pode lançar este país numa área geopolítica de influência russa, cenário a partir do qual desconhecemos as consequências. Estamos numa espécie de guerra fria não declarada? Guerra fria no sentido tradicional do termo, não creio. Mas em termos de tensão entre a Rússia e o ocidente, sim. As tensões na

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Geórgia, em 2008, e na Ucrânia, que ainda se sentem, foram os momentos mais agudos. Mas deixe-me dizer que do lado europeu a gestão da crise não tem sido a mais sábia. Acha que Putin é um líder perigoso? Existe um projeto politico na Rússia que é autoritário e musculado internamente e que externamente traduz-se na recuperação das zonas de influência tradicionais do império russo que foram perdidas aquando do desmembramento da União Soviética. A crise da imigração é outra questão que não se consegue resolver. O Mediterrâneo está transformado num mar morto de imigrantes africanos que procuram demandar a Europa. É outro sintoma do desnorte europeu? A imigração é um caso concreto da crise de solidariedade europeia. O fluxo de massa

humana quem vem do norte de África e entra por Itália, não quer ficar por lá, quer deslocar-se para outras zonas da Europa. A Itália é fronteira externa da União Europeia, por isso, entendo que o problema é europeu e não da Itália. Portanto, a solução tem de ser europeia. O que assistimos é à resistência de países do centro e norte da Europa para considerar que este problema é conjunto. É mais uma manifestação da crise de solidariedade que existe no projeto europeu. A solução passa por todos os parceiros se sentarem à mesa? Não tenho as soluções técnicas, mas sei que a solução política passa por os líderes conversarem e considerarem este problema como sendo de todos os Estados-membros da União Europeia. A todos os níveis. A começar com a segurança marítima e depois com a cooperação internacional que é preciso ter com os países de trânsito e de origem

CARA DA NOTÍCIA 6 Sim, senhor ministro! Nuno Severiano Teixeira é professor catedrático e vice-reitor da Universidade Nova de Lisboa. É director do Instituto Português de Relações Internacionais. Doutorado em História das Relações Internacionais pelo Instituto Universitário Europeu (Florença) e agregado em Ciência Política e Relações Internacionais pela Universidade Nova de Lisboa. Foi visiting professor na Universidade Georgetown (2000) e visiting scholar na Universidade de Califórnia, Berkeley (2004) e senior visiting scholar no Instituto Universitário Europeu, Florença (2010). Foi director do Instituto de Defesa Nacional (1996/2000). Foi ministro da Administração Interna (2000/2002) e ministro da Defesa (2006/2009) de dois governos socialistas, um liderado por António Guterres e outro por José Sócrates. Tem obra publicada sobre história militar, história das relações internacionais, história da construção europeia e questões de política externa, segurança e defesa. As suas últimas publicações são: The International Politics of Democratization, Routledge (2011); The Europeanization of Portuguese Democracy (2012), SSM-Columbia University Press (Em colaboração com António Costa Pinto); A Crise do Liberalismo 1890-1930, Fondación Mapfre (2014), (coordenação). Em Junho de 2015, lançou Heróis do Mar – História dos Símbolos Nacionais, da Esfera dos Livros. K

Tem uma longa carreira académica, apenas interrompida nos anos em que esteve no governo. Da experiência acumulada, pensa que os alunos que lhe passam pelas mãos estão agora pior ou melhor preparados? A minha experiência não sei se é representativa da generalidade, porque os alunos que entram no curso de Ciência Política e de Relações Internacionais da Universidade Nova têm como média mais baixa 16,1 valores. São bons estudantes, portanto. Não me posso queixar. Contudo, de uma forma geral, em certas áreas, há aspetos que podiam ser melhorados, nomeadamente, o Português, a Matemática e a Filosofia, que creio serem disciplinas essenciais. Em relação aos níveis de empregabilidade, que estão diretamente relacionados com a interface entre o meio universitário e a comunidade civil e empresarial, também aqui estamos perante um processo em construção e afinação? Creio que se está a fazer o caminho na direção certa. No caso da Universidade Nova os níveis de empregabilidade são bastante elevados. De toda a maneira, é preciso melhorar a relação entre universidades e empresas. Creio que se podia começar, desde logo, no plano do ensino, com estágios de natureza profissionalizante, continuar no âmbito da investigação com projetos encomendados, etc, etc. Não estou pessimista. Creio que Portugal está no bom caminho a nível universitário. O que acontece é que uns caminham mais devagar e outros mais depressa. K Nuno Dias da Silva _ Direitos Reservados H   

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Care and Technology

Mestrado europeu na UBI

6 A Universidade da Beira Interior (UBI) vai abrir em setembro próximo um mestrado inovador de cariz europeu em Care and Technology, destinado sobretudo a profissionais em cuidados de saúde e a profissionais de tecnologias aplicáveis à área da saúde. Assente nas novas tecnologias e no ensino à distância, o curso tem como parceiras duas universidades finlandesas e três holandesas. “Com a população europeia cada vez mais envelhecida, os cuidados de saúde assumem um papel importantíssimo na sociedade atual e futura, os quais deverão ser otimizados, quer em custos, quer em tempo e melhoria dos cuidados prestados, visando resultados otimizados. Isto só será possível se os profissionais que já trabalham nestas áreas recorrerem e desenvolverem tecnologia aplicada à área em questão” sublinha Miguel Castelo-Branco, docente da Faculdade de Ciências da Saúde e membro do steering committee do novo

mestrado. Ao relacionar o conhecimento interdisciplinar com questões, problemas e ideias no âmbito dos cuidados de saúde e das novas tecnologias, cria-se uma abordagem mais interativa e inovadora, configurada no modelo das tendências dos cuidados de saúde a curto e médio prazo. O que se pretende com o curso é estabelecer “uma interface entre as novas tecnologias e os profissionais de saúde que as usam e têm ideias para as fazer funcionar”, acrescenta Miguel Castelo-Branco. O curso tem a duração de dois anos e é concluído com a apresentação da dissertação, cujo tema será escolhido pelo próprio, tendo por base o seu percurso e necessidades profissionais. O candidato irá integrar um programa interdisciplinar tendo como ponto de partida a sua situação profissional numa abordagem inovadora e concreta de aprendizagem partilhada e individual. As candidaturas estarão abertas até 27 agosto de 2015. K

combate ao cancro da próstata

Saúde na UBI 6 A equipa de investigação liderada pela docente Sílvia Socorro, da UBI, está a desenvolver um estudo referente ao papel dos esteróides sexuais masculinos, conhecidos como androgénios, na regulação do metabolismo das células de cancro da próstata, o que pode contribuir para a definição de novas abordagens terapêuticas. O estudo foi publicado recentemente no Journal of Cancer Research and Clinical Oncolo-

gy. De acordo com os resultados da investigação, os androgénios têm um papel importante na reprogramação do metabolismo das células tumorais, aumentando a sua proliferação e sobrevivência. Estes dados permitem conceptualizar um conjunto de novas abordagens terapêuticas para o tratamento e regressão do cancro da próstata, através do controlo da ação dos androgénios e do metabolismo. K

Revista científica

Turismo online em artigo

6 Os investigadores Paulo Duarte, do Departamento de Gestão e Economia da Universidade da Beira Interior, e Suzanne Amaro, do Instituto Politécnico de Viseu, publicaram recentemente um artigo na revista científica Tourism Management, no qual propõem um modelo abrangente para analisar as intenções de compra de viagens online. Para testar este novo modelo, os investigadores organizaram

uma investigação em forma de inquérito ‘online’ com 1732 usuários de Internet de todo o mundo, do qual tiraram as conclusões agora publicadas. De acordo com os dados, as intenções de compra são determinadas, em primeiro lugar, pela atitude geral para comprar ‘online’, que é influenciada pela perceção relativa das vantagens desta forma de compra e pela confiança que gera. K

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propinas

UBI mantém valor 6 O Conselho Geral da Universidade da Beira Interior (UBI) decidiu manter o valor da propina para o próximo ano letivo para licenciaturas, mestrados integrados e mestrados, o que justificou com a preocupação crescente em relação às dificuldades económicas que as famílias atravessam. “A Reitoria propôs a manutenção dos atuais valores, pelas mesmas razões do ano passado, tendo em conta o período de crise”, explicou o reitor António Fidalgo. Os serviços prepararam ainda uma página com informação sobre todos os tipos de apoios disponibilizados para alunos que ingressem ou frequentem a UBI. Além das bolsas da Direção-geral do Ensino Superior, cujo regulamento sofrerá alterações no próximo ano letivo aumentando em três por cento ou mais os bolseiros na instituição, os alunos da UBI podem ainda candidatar-se a cerca de 100 bolsas do programa +Superior, ao FAS – Fundo de Apoio Social e às dezenas de bolsas proporcionadas por autar-

quias, empresas e outras instituições protocoladas com a UBI. Recorde-se que no âmbito do programa + Superior em 2014/2015 receberam bolsa 130 alunos. Este programa destina-se a jovens que habitualmente residam na zona litoral e frequentem instituições de ensino superior no interior do país, como a UBI,

por forma a contribuir para a coesão territorial através da fixação de jovens. No presente ano letivo foram atribuídas na UBI 1837 bolsas DGES a alunos carenciados, 130 bolsas +Superior, 83 bolsas FAS e cerca de duas dezenas de bolsas de autarquias protocoladas com a UBI e outros organismos. K

Informática à medida

Outsystems premeia 6 Cerca de uma centena de alunos da disciplina de Engenharia de Software da Universidade da Beira Interior (UBI), ministrada nos cursos de engenharia Informática, Tecnologia e Sistemas da Informação e Eletrotécnica e de Computadores, aceitaram o desafio e desenvolveram projetos em parceria com a empresa OutSystems. Os projetos de sotfware seguiram a metodologia da empresa num ambiente real de trabalho, tendo-se destacado o trabalho de três grupos de alunos, que foram distinguidos numa cerimónia realizada a 23 de junho. “Na Universidade estamos a dar-lhes competências que depois lhes permitem ajustar-se, quando estiverem a trabalhar, mas o processo é mais eficiente se nós, desde logo, tentarmos formá-los para aquilo em que eles vão fazer”, explicou João Paulo Fernandes, docente de Engenharia de Software, que realiza este tipo de atividades há três anos. O sucesso é avalizado por Vera Tiago, da Outsystems, que acompanhou de perto o que era feito pelos alunos. “Todos desenvolveram o mesmo software, na plataforma que usamos, e com

os mesmos requisitos. Dos grupos vencedores, temos código que podemos aproveitar, porque foi mesmo uma mais-valia o que eles fizeram”, refere. Esta é uma perspetiva de ensino que a UBI quer incentivar e da parte dos responsáveis da instituição há o apoio para mais projetos como este. Mário Raposo, que representou a Reitoria na entrega de prémios, lembrou que a UBI apoia todos os departamentos que queiram utilizar este método. “É importante que os cursos tenham uma boa componente científica, mas também é fundamental que os alunos comecem desde logo a ver em algumas cadeiras de que modo é que os conhecimentos que estão a rece-

ber podem ser aplicados à realidade prática de uma empresa”, afirmou o vice-reitor para a área Financeira e de Projetos. A OutSystems, que tem sede nos Estados Unidos, emprega mais de duas centenas de colaboradores em Portugal, nas unidades de Linda-a-Velha e Proença-a-Nova. Para as instalações do distrito de Castelo Branco, onde estão 40 pessoas, está em processo a ampliação de postos de trabalho já neste verão. Além do trabalho, que serviu para a avaliação da disciplina, esta colaboração também permitiu a três estudantes obter uma certificação profissional da OutSystems. K Rodolfo Pinto Silva _ JULHO 2015 /// 05


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Gala do desporto na UBI

Atletas conseguiram 42 pódios

6 Amaro Teixeira, que este ano se sagrou campeão nacional universitário nos 5.000 e 10.000 metros marcha, foi uma das figuras da Gala do Desporto 2015, cerimónia que homenageou os atletas que competiram pela Universidade da Beira Interior e Associação Académica da instituição. O aluno de Ciências do Desporto recebeu o Percurso Desportivo, depois de sete anos de presença assídua nos Campeonatos Nacionais Universitários (CNU), em várias modalidades, mas foi apenas um dos muitos distinguidos num evento que homenageou alunos e equipas, que conquistaram até ao momento 42 medalhas, 14 de ouro, sete de prata e 21 de bronze. O Desportista Revelação do Ano foi Rui Gondar (Engenharia Aeronáutica), que se sagrou Campeão

Nacional Universitário de Kickboxing Light Kick (categoria -79kg) e foi terceiro no Campeonato Nacional Universitário de Kickboxing Low Kick (categoria -81kg). Rosa Oliveira foi escolhida pelo júri como Desportista Feminino do Ano. A estudante de Design Industrial, que integra também a equipa de natação do FC Porto, sagrou-se Campeã Nacional Universitária de Natação na prova de 50 metros Livres em Piscina Curta (com recorde nacional) e na prova de 100 metros Livres em Piscina Longa. A temporada fica ainda marcada pelos terceiros lugares na prova de 50 metros Bruços em Piscina Curta e Piscina Longa. João Martins, o Desportista Masculino do Ano, é estudante de Ciências do Desporto e ficou em terceiro no CNU de Ténis, nas pro-

vas de Equipas, Pares Masculinos e Individual. Fez ainda parte da equipa de futebol de 11, que se classificou em quarto lugar. O galardão de Treinador do Ano foi para Amílcar Pinto, pelo segundo lugar coletivo no Kickboxing e as nove medalhas averbadas pelos atletas que orientou (seis de ouro e três de bronze). A Modalidade do Ano foi o Atletismo, na sequência da conquista do terceiro lugar coletivo no Campeonato Nacional Universitário de Pista Ar Livre e das 17 medalhas (quatro de ouro, três de prata e 10 de bronze). A receber a distinção esteve Amaro Teixeira, que mais tarde voltaria ao palco, para receber o Prémio Percurso Desportivo, sucedendo assim a Henrique Neiva, o vencedor do ano passado. K Rodolfo Pinto Silva _

Projeto CreativeTalent

Real Madrid apoia UTAD

6 O projeto CreativeTalent, uma parceria entre investigadores da Universidade Europeia da Madrid (UEM), Universidade Politécnica de Madrid e da Universidade de Trásos-Montes e Alto Douro (UTAD), acaba de ser aprovado pela cátedra da Escola Universitária do Real Madrid, com um financiamento de seis mil euros. Coordenado por Sérgio Jiménez (UEM) e Jaime Sampaio (UTAD), o projeto tem como objetivo “implementar e testar programas de treino da criatividade em simultâneo com a criação de ambientes inteligentes que potenciem o desenvolvimento do talento no desporto”. Em Vila Real, esta fase funcionará com recurso ao Talentódromo, estrutura de desenvolvimento de talentos desportivos, apoiado também pela Câmara Municipal de Vila Real. A equipa que desenvolve o projeto integra ainda o docente e investigador da UTAD, Nuno Leite e

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UBI com Receção ao Caloiro em outubro

cipais momentos da sua vida. A exposição está patente até 3 de julho no átrio da Biblioteca. K

T A Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) está já a preparar a semana de Receção ao Caloiro, que vai decorrer de 17 a 24 de outubro. O primeiro dia recupera o festival ArtUBI, que inclui a realização de iniciativas relacionadas com arte e cultura”. A Serenata terá lugar no domingo, dia 18. Segue-se a Festa da Cerveja (19 de outubro)o desfile para eleição do Miss e Mister AAUBI, a Latada e Noite de Tunas (21 de outubro). Nos últimos três dias, entre 22 e 24, a ANIL recebe os tradicionais concertos. K

Prémio Científico IBM

Férias na UTAD T A Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro (UTAD) está a desenvolver, desde 29 de junho, a iniciativa UTAD Júnior, que envolve cerca de 200 crianças e jovens dos 9 e os 16 anos. A edição 2015 inclui um programa que contempla 68 atividades pedagógicas, lúdicas e culturais, adaptadas às diversas faixas etárias e oferecidas pelas cinco escolas da UTAD. K

Veterinária em jornadas T O Centro de Estudos de Ciência Animal e Veterinária da Universidade de Trás os Montes e Alto Douro (UTAD) organiza as Jornadas de Segurança Alimentar e Saúde Pública a 2 de outubro. A iniciativa visa ser um espaço de partilha de trabalhos e investigação realizados nas áreas científicas de Segurança Alimentar e Saúde , centrado nas áreas do papel dos alimentos de origem animal na transmissão de antibioresistência, zoonoses com maior significado em saúde pública, atuais perigos microbiológicos associados a alimentos e estratégias para o seu controlo. K

Braga homenageia Eugénio

diversos bolseiros financiados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, que têm já produzido trabalho substancial nestes domínios do treino desportivo. O suporte científico das atividades é realizado com equipamentos e tecnologia avançada, disponíveis no CreativeLab e no TalentLab da UTAD. Numa fase posterior, serão também investigados os proces-

sos de transferência do talento no desporto para contextos laborais e escolares. A cerimónia de atribuição de financiamento dos projetos aprovados pela cátedra da Escola Universitária do Real Madrid realizou-se a 9 de junho no estádio Santiago Bernabéu com a presença de Florentino Pérez e do diretor da Cátedra e prémio Nobel, Mário Vargas Llosa. K

T A Biblioteca Pública de Braga apresenta uma exposição bibliográfica sobre o poeta Eugénio de Andrade, no mês em que se assinalam os dez anos da sua morte. A mostra reúne mais de 130 documentos, incluindo as obras do autor, como “As Mãos e os Frutos” (1948) e “Os Afluentes do Silêncio” (1968), além de livros que prefaciou, referências enciclopédicas, recortes de imprensa e edições periódicas com os prin-

T O Prémio Científico IBM referente ao ano de 2014 voltou a distinguir um trabalho de investigação do Instituto Superior Técnico – Universidade de Lisboa (IST), desenvolvido pelo investigador Ricardo da Silveira Cabral, açoriano, de 29 anos, doutorado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores pelo programa conjunto entre o IST e a Carnegie Mellon University (CMU), em Pittsburgh, Estados Unidos. De momento, encontra-se a trabalhar nos laboratórios da Apple. O Prémio Científico IBM, cujo objetivo é distinguir o contributo de trabalhos de investigação para o desenvolvimento das Ciências da Computação e das Tecnologias da Informação em Portugal, celebra nesta edição os seus 25 anos, sendo já considerado o maior galardão nesta área em Portugal. K

Verão em Lisboa T A Universidade de Lisboa promove, de 29 de junho a 10 de julho, o Verão na ULisboa, iniciativa organizada em articulação com as suas Escolas que visa proporcionar aos alunos que no próximo ano letivo frequentarão o 8.º, 9.º, 10.º, 11º e 12º anos, a oportunidade de conhecer e experimentar o ritmo e o espírito da vida académica nas suas mais variadas facetas. Cerca de 1.100 alunos frequentarão um dos programas promovidos por 17 Escolas da ULisboa, permitindo-lhes descobrir a ciência e investigação que se desenvolve na instituição e os cursos que oferece. K

Brasileiros diplomados em Faro T A Sala de Seminários da Reitoria da Universidade do Algarve foi palco, a 22 de junho, da sessão de encerramento do Programa de Licenciaturas Internacionais (PLI), concluído este ano por sete brasileiros naturais de Santarém, interior do Estado do Pará, Brasil. Durante os últimos dois anos, os alunos frequentaram o curso de licenciatura em Línguas, Literaturas e Culturas da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da UAlg e agora voltam ao Brasil para terminar o seu ciclo de estudos. Para o próximo ano letivo já foram apresentados 15 projetos, de 13 universidades brasileiras, que envolvem a Universidade do Algarve. K


Terapia em tumores cerebrais

UNIVERSIDADE DE ÉVORA

6 Uma equipa de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (UC) desenvolveu uma nanopartícula capaz de entregar moléculas terapêuticas a tumores cerebrais malignos. A investigação, liderada por Conceição Pedroso de Lima, resulta do trabalho realizado ao longo dos últimos quatro anos no desenvolvimento de uma nova terapia para o glioblastoma, uma forma altamente maligna de tumor cerebral que reduz a vida dos doentes para 12 a 15 meses após diagnóstico. Pedro Costa, primeiro autor do estudo, sublinha que foi demonstrado “que nanopartículas compostas por moléculas de gordura (lípido), às quais se junta uma proteína que reconhece especificamente células tumorais, entregam de forma eficiente a estas células pequenas moléculas terapêuticas. A entrega destas moléculas terapêuticas, após administração intravenosa em ratinhos com glioblastoma, combinada com quimioterapia, resultou

6 Na atualidade a Sociologia tem sido referenciada como uma área que se preocupa com diversas questões mundiais. Para saber a importância que esta ciência assume na sociedade portuguesa, o Jornal Ensino Magazine entrevistou a Diretora do Departamento de Sociologia da Universidade de Évora, Rosalina Pisco Costa.

Coimbra inova

em significativa morte das células malignas e redução do tumor cerebral”, realça. Este estudo, publicado no Journal of Controlled Release, evidencia que “uma das limitações no tratamento dos tumores cerebrais, que está relacionada com a dificuldade em entregar moléculas terapêuticas aos tumores, pode ser ultrapassada através da utilização de “veículos de transporte” direcionados especificamente para os tumores”, explica Conceição Pedroso de Lima. K

Avança o primeiro curso só em inglês

Nova capta estrangeiros 6 As candidaturas de estudantes internacionais aos mestrados da Nova School of Business and Economics (Nova SBE) subiram mais de 50 por cento e representam mais de metade do número total de candidaturas rececionadas na escola para os programas de Mestrado em Economia, Finanças e Gestão da Nova SBE. Além de terem crescido em número, as candidaturas de estudantes internacionais apresentam também este ano uma maior diversidade, com 84 nacionalidades evidenciadas. Em 2014, os candidatos estrangeiros exibiam 61 nacionalidades diferentes e representavam pouco mais de 40 por cento do número total das candidaturas, significando estas já o triplo das 400 vagas abertas pela escola. Em 2015, tal como

em 2014, a maior parte dos candidatos são alemães e italianos, seguindo-se os franceses, chineses, austríacos, indianos e noruegueses. Em setembro, arranca a primeira licenciatura totalmente lecionada em inglês, possibilitando à Nova SBE receber estudantes não europeus nas suas licenciaturas em Economia e Gestão, cujas médias de entrada são das mais elevadas do país (15.9 em Economia e 16.1 em Gestão, com requisito de exame em Matemática A). A primeira turma das licenciaturas totalmente lecionadas em inglês já atraiu à Nova SBE candidaturas de todo o mundo, nomeadamente de estudantes oriundos do Brasil, Rússia, China, Nepal, Dubai, Canada e Estados Unidos, entre outros países. K

A Sociologia e a Sociedade

Que importância tem a Sociologia para a Sociedade Portuguesa? A Sociologia é fundamental para que possamos compreender a sociedade em que vivemos e nela intervir. Isto faz-se através de um estudo rigoroso, metódico e aprofundado, que olha para a realidade como um campo complexo, resultado da interação de múltiplos indivíduos. Por isso se diz que a Sociedade é mais que a soma das partes. E a Sociologia estuda todas essas partes! Depois, a Sociologia procura transformar o conhecimento em ação, contribuindo para a definição de políticas e de medidas de intervenção social, fundamentadas e orientadas para o desenvolvimento das sociedades, das instituições e dos grupos. Este trabalho desenrola-se em organismos da administração pública central, regional e local, em empresas, agências e associações de desenvolvimento regional e local, mas também em centros de investigação e instituições de ensino e educação de natureza pública ou privada. E ao nível do ensino superior a Sociologia deve continuar a ser uma aposta? Claro. Tanto ao nível do desenvolvimento social e comunitário, como do ambiente e ordenamento do território, transportes ou mobilidades, como também no domínio

to e Empregabilidade. Quanto ao doutoramento, data dos anos 80 a primeira tese de doutoramento em Sociologia apresentada e discutida na Universidade de Évora.

mais social, ao nível da educação, do trabalho, da inclusão ou exclusão, como ainda nos sectores empresariais, da inovação social ou da gestão de recursos humanos, a empregabilidade e as saídas profissionais dos sociólogos têm-se mantido relativamente estáveis ao longo dos anos. Como avalia a oferta do Departamento de Sociologia ao nível de licenciatura, mestrado e doutoramento em Sociologia? O curso de Sociologia na Universidade de Évora é herdeiro do primeiro curso de Sociologia em Portugal, criado em 1964 no antigo Instituto de Estudos Superiores de Évora. Nessa medida, podemos dizer que os estudos superiores de Sociologia em Évora têm mais de 50 anos de tradição, que a cidade, a região e o país reconhecem através do protagonismo das muitas gerações de estudantes que por aqui passaram e que hoje exercem os mais diversos papéis profissionais. O nosso curso de Mestrado em Sociologia foi inicialmente criado em 1994/95. Nas suas já mais de 20 edições renovam-se ano após ano as seis razões que o tornam atrativo: Qualidade, Competência, Polivalência, Disponibilidade, Envolvimen-

E parcerias? A Sociologia em Évora não se faz apenas de tradição! Desde 2014 que integramos [a Universidade de Évora], juntamente com a Universidade de Lisboa, a Universidade Nova de Lisboa e a Universidade do Algarve, um consórcio para oferta de um Doutoramento Interuniversitário em Sociologia, um curso novo inspirado pela visão inscrita no título: “Sociologia, conhecimento para sociedades abertas e inclusivas.” O Departamento de Sociologia colabora ainda em diversos cursos de especialização, licenciaturas e mestrados que, no conjunto, compõem a oferta formativa da Universidade de Évora. Tem também colaborado regularmente no curso internacional de verão da Escola de Ciências Sociais – este ano sob o lema “Encruzilhadas do Desenvolvimentos: o nosso mundo, a nossa dignidade, o nosso futuro” – e na oferta de diversos cursos livres. De que forma a oferta destes 3 ciclos de estudos em Sociologia é importante para a região Alentejo e para o País? Com mais de 50 anos de ensino superior de Sociologia em Évora, esta é uma área de estudos perfeitamente consolidada na Universidade de Évora e tem dado provas, ao longo dos anos, que continua preparada para formar profissionais e investigadores aptos a pensar e agir sobre a sociedade, seja a nível local, na região Alentejo, seja em contexto global. K Noémi Marujo _

Concurso Share Your Solution

Diplomado do Minho vence 6 Luís Esteves, ex-aluno da Escola de Arquitetura da Universidade do Minho, venceu o concurso Share Your Solution, que distingue produtos inovadores feitos a partir de resíduos. O projeto,

chamado Marcrete, baseia-se na reutilização de resíduos provenientes da indústria extrativa de mármore e propõe a sua aplicação em revestimentos de paredes ou pavimentos. Estima-se que

estes desperdícios representem cerca de 90% da matéria extraída por esta indústria. O Marcrete responde, assim, a uma “necessidade premente” deste setor “cada vez mais competitivo”. K

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Telf.: 966 576 123 E-Mail: psicologia@rvj.pt “Quantas vezes, para mudar a vida, precisamos da vida inteira. Pensamos tanto, tomamos balanço e hesitamos, depois voltamos ao princípio, tornamos a pensar e a pensar, deslocamo-nos nas calhas do tempo com um movimento circular (…). Outras vezes uma palavra é quanto basta.” José Saramago, “Jangada de Pedra”

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Defesa do Vitória de Guimarães

ESGIN

João Afonso é mestre

6 João Afonso, defesa central do Vitória de Guimarães, concluiu, com 18 valores, o mestrado em Atividade Física da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Castelo Branco. A sua tese, defendida a 3 de julho naquela escola, teve como tema “A Atividade Física e Desportiva das Atletas Sub-16 das Seleções Distritais de Futebol-7 de Diferentes Regiões de Portugal”. Na defesa do trabalho João Afonso teve como arguente principal do júri José Neto, docente do ISMAI, que pertenceu à equipa técnica do F. C. Porto, do S.C. de Braga e Vitória de Guimarães (responsável pela observação e análise do jogo e sobre a metodologia do treino físico). K

Alunos no Challenge 6 Duas equipas de alunos do 2º Ano da Licenciatura em Contabilidade e Gestão Financeira da Escola Superior de Gestão de Idanhaa-Nova do IPCB, compostas pelos estudantes Carla Batista, Ana Filipa Fé, Ana Filipa Marchante e Mónica Madeira; e por Tiago Antunes , Ruben Valente e José Carlos Lopes, estão entre as 64 equipas apuradas para a semifinal da 36ª Edição do Global Management Challenge 2015 (a decorrer de 14 de setembro a 20 de outubro), sendo que destas apenas 8 equipas irão disputar a final nacional (16 e 17 de novembro), informou em comunicado o IPCB. Na mesma nota o Politécnico refere que na 1ª fase da competição participaram 416 equipas, sendo 230 de estudantes, 172 de quadros de empresas e 14 mistas. As equipas foram divididas em 64 grupos e a equipa líder de cada grupo foi apurada para a fase seguinte. A participação de 5 equipas (18 alunos) da ESGIN ocorreu no âmbito da unidade curricular de Gestão Financeira do 2º Ano da Licenciatura em Contabilidade e Gestão Financeira em Maio/Junho de 2015.

O Global Management Challenge (GMC) é uma competição internacional de estratégia e gestão do mundo que consiste numa simulação empresarial em que cada equipa gere uma empresa com o objetivo de obter o melhor desempenho do investimento, sendo que este critério reflete o valor da empresa para os respetivos investidores. O GMC é organizado pela empresa SDG Simuladores e Modelos de Gestão e pelo Jornal Expresso e destina-se a empresas e estudantes, proporcionando aos participantes a aplicação de conhecimentos e o desenvolvimento de competências profissionais e pessoais. K

castelo branco

ESE faz 36 anos

6 A Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Castelo Branco (ESECB) acaba de comemorar os 36 anos de existência e os 30 anos de atividade no âmbito da formação de professores, educadores e técnicos. Intervieram na sessão de abertura o vice-presidente do IPCB, António Fernandes, o diretor da ESECB, João Serrano, a presidente do Conselho de Representantes, Fátima Paixão, o presidente do Conselho Técnico-Científico, Valter Lemos, o presidente do Conselho Pedagógico, João Petrica e a aluna Vanessa Gonçalves, enquanto presidente da Associação de Estudantes. Em nota de imprensa enviada ao nosso jornal, o IPCB explica que

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“ao longo deste tempo, os seus dirigentes e corpo docente têm assumido com empenho a formação de profissionais de elevado nível de preparação nos aspetos culturais, científicos, técnicos e profissionais, tendo sempre a ESECB adotado uma forma crítica e atuante, face à realidade social”. A celebração do “Dia da ESECB” iniciou-se com uma sessão comemorativa, seguida de uma homenagem aos primeiros colaboradores das ESECB: membros da comissão instaladora, docentes e não docentes, muitos deles já aposentados. A ESECB iniciou a sua atividade em 1985, com a Formação em Serviço de Professores do Ensino Básico e Secundário e, em 1986,

ESTCB entraram em funcionamento os seus primeiros cursos de Formação Inicial, no âmbito da formação de Professores do 1º e 2º Ciclos do Ensino Básico e de Educadores de Infância. Atualmente, a ESECB tem como oferta formativa conferente de diploma quatro cursos de licenciatura e seis cursos mestrados (académicos e profissionalizantes), todos acreditados pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES). No próximo ano letivo inicia-se a oferta de três cursos técnicos superiores especializados (CTeSP). Para além disso, disponibiliza cursos de formação especializada e formação contínua acreditada para professores de diferentes graus de ensino. K

Smart Cities em debate 6 Paulo Marques, docente da Escola Superior de Tecnologia do Instituto POlitécnico de Castelo Branco, participou num painel de debate sobre Smart Cities que decorreu em Lisboa no ISEL no dia 25 junho. No mesmo painel esteve presente o Secretário de Estado, Miguel Castro Neto, responsável governamental pela área do Ordenamento do Território. Paulo Marques partilhou a sua experiencia Europeia no âmbito do trabalho que tem realizado em projetos de I&D, apresentando um conjunto de exemplos de Aplicações Móveis inovadoras

que ilustram o potencial desta tecnologia que está na convergência entre o digital e o físico. De referir que Castelo Branco faz parte da rede nacional de cidades inteligentes. Também as cidades de média dimensão e mesmo os territórios de baixa densidade podem beneficiar muito com a Internet das Coisas. Para tal é preciso desenvolver Aplicações piloto na cidade, envolvendo a comunidade local e capazes de demonstrar os benefícios ao cidadão. A ESTCB através da sua Licenciatura em Engenharia Eletrotécnica e das Telecomunicações forma profissionais capazes de concretizar essas ideias. K


Barcelos, Braga e Guimarães

IPCA diversifica cursos 6 O Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA) abriu as pré-inscrições para Cursos Técnicos Superiores Profissionais (TeSP) com vista ao próximo ano letivo. Além de Barcelos e Braga, onde no corrente ano funcionaram os primeiros cursos, o IPCA irá alargar esta nova oferta formativa a Guimarães. Para o ano letivo 2015-2016, o IPCA tem prevista a oferta de 13 cursos TeSP nas seguintes áreas: Aplicações Móveis (Braga e Guimarães); Design de Calçado (Gui-

marães); Desenho Técnico e Maquinação (Barcelos); Eletrónica, Automação e Comando (Braga); Instalações Elétricas (Braga); Mecânica Automóvel (Guimarães); Redes e Segurança Informática (Guimarães); Apoio à Gestão (Braga e Guimarães); Contabilidade e Fiscalidade (Braga); Exportação e Logística (Braga e Guimarães); Organização e Animação de Eventos (Braga); Seguros (Braga e Guimarães); Serviços Jurídicos (Braga e Guimarães). K

I Gala do Desporto

Santarém reconhece mérito

Poliempreende regional

Coimbra ganha 6 Ana Isabel Ferreira Alves, Mélanie Gonçalves Pantaleão e Telmo Filipe da Costa Gamboa, finalistas de Enfermagem da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, foram os vencedores da fase regional do Poliempreende, como um projeto que visa desenvolver um sistema que melhora o conforto do doente e ajuda a reduzir o risco de exteriorização do cateter e de ocorrência de flebites (inflamações da membrana interna das veias). Os estudantes vencedores contaram com a orientação da professora Amélia Filomena Castilho e vão agora concorrer com os prin-

cipais projetos de vocação empresarial de cada um dos institutos politécnicos do país, que se vão defrontar na final do Poliempreende (etapa nacional), a decorrer em setembro deste ano, em Leiria. O Poliempreende é um concurso que engloba todos os 15 institutos politécnicos do país, assim como as escolas superiores de Enfermagem de Coimbra e da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, a Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, a Escola Superior Náutica Infante D. Henrique e as escolas politécnicas das universidades de Aveiro e do Algarve. K

6 Os presidentes do Comité Olímpico de Portugal e do Comité Paralímpico de Portugal, respetivamente José Manuel Constantino e Humberto Santos, foram agraciados com a medalha de ouro do Instituto Politécnico de Santarém, na I Gala de Desporto da instituição, que decorreu a 9 de junho, no Cineteatro de Rio Maior. Na cerimónia foram ainda reconhecidos os estudantes/atletas e equipas desportivas pelos resultados alcançados na época desportiva de 2014-15, ao nível do desporto universitário e do

desporto em geral. Foram ainda atribuídas medalhas de mérito a quatro atletas no âmbito do Prémio Carreira, designadamente Inês Henriques, Susana Feitor, Jorge Cadete e Rui Silva, num prémio que tem como objetivo valorizar a dupla carreira de estudante/atleta Já os 103 atletas que se destacaram na participação em 10 modalidades (triatlo, futebol masculino, voleibol masculino, voleibol feminino, futsal masculino, futsal feminino, natação, bodyboard, atletismo e ténis) nas competições da Federação Académica

do Desporto Universitário (FADU), também foram alvo de homenagem, pois conseguiram ganhar seis medalhas de ouro, duas de bronze e três primeiros lugares coletivos (três Taças). O Sarau contou ainda com a presença da Tuna Masculina da Escola Superior de Desporto de Rio Maior, de Apontamentos de Fado, por Maria Teresa Azóia (voz), Ricardo Gama (guitarra portuguesa) e João Correia (viola dedilhada) e a participação dos NewStarDance Clube, com Danças de Salão e Salero & Alma com Sevilhanas. K

Leiria

Semana da Indústria no IPL 6 A Semana da Indústria do Politécnico de Leiria decorre entre os dias 6 e 11 de julho na região de Leiria, e oferece a 50 jovens, vindos de 47 escolas de 15 distritos do País, um conjunto diversificado de atividades de educação/ formação e de lazer, no âmbito da Indústria e das suas potencialidades, através da parceria de 22 empresas. Nuno Mangas, presidente do IPLeiria, destaca a realização do evento, poisconsidera que “cada vez é mais relevante o binómio Academia/Indústria, e nesta região temos empresas de referência ao

Empreendedorismo

Beja cria selo

nível da inovação e da tecnologia, que nos permitem fortalecer essa ligação”. K

6 O Instituto Politécnico de Beja criou um selo para distribuir, no final deste ano letivo, às mais de 600 crianças envolvidas na 1.ª edição do projeto de Empreendedorismo nas Escolas do Baixo-Alentejo, juntamente com 70 professores e técnicos municipais e de associações de desenvolvimento local da região. O processo formativo permitiu testar uma metodologia de

trabalho promotora da cultura e da ação empreendedora de educadores, professores e crianças/ jovens (do pré-escolar ao ensino básico). Como produtos finais resultaram vários projetos empreendedores construídos por crianças e jovens aplicados à realidade prática de cada município/ contexto escolar. Após este ano letivo, que permitiu a estabilização de métodos e

práticas, o projeto terá continuidade no próximo ano envolvendo mais professores e escolas da região. A realização do projeto contou com vários parceiros, em ligação ao Politécnico, designadamente os municípios do Baixo Alentejo, a Cimbal, a Adral, as associações Alentejo XXI, Rota do Guadiana, ESDIME, ADTR, ADCMoura, ADPMértola, o Nerbe-Aebal, a EDIA e o Centro Educativo Alice Nabeiro. K

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Politécnico reforça cooperação

São Tomé na Guarda

6 O presidente da Câmara Distrital de Lobata (São Tomé e Príncipe) visitou, recentemente, o Instituto Politécnico da Guarda (IPG). Esta deslocação de Policarpo de Freitas surgiu na sequência de anteriores contactos que, recentemente, a Presidência do IPG estabeleceu em São Tomé e Príncipe. Na altura foi assinado um protocolo entre a Câmara Distrital de Lobata e o Instituto Politécnico da Guarda, de onde resultou a apresentação de 40 candidaturas “para formação no IPG, em diferentes áreas”, como sublinhou Policarpo de Freitas. “Esta vinda ao Politécnico da Guarda ocorre na sequência desse protocolo e tem por objetivo acertar alguns pormenores relativamente a essas candidaturas, de forma que os estudantes de São Tomé possam vir para a Guarda ainda este ano”. O presidente da Câmara Distrital de Lobata (São Tomé e Príncipe) aproveitou para visitar a Escola Superior de Turismo e Hotelaria do IPG, em Seia. “Gos-

Guarda

Saúde faz 50 anos

tei muito de conhecer esta Escola Superior e reforcei, com esta visita, o meu entusiamo pois posso transmitir aos pais e aos alunos a realidade da ESTH, que é uma boa Escola”. Policarpo de Freitas deslocou-se ainda à Escola Superior

de Saúde, da qual leva “muito boa impressão”, considerando, no final da sua estada no IPG, que “estão criadas as condições para que este protocolo entre a Câmara Distrital de Lobata e o Politécnico da Guarda possa fluir e obter bons resultados. K

Docente do Curso de Desporto

IPG é primeiro 6 Márcio Rodrigues, docente do Instituto Politécnico da Guarda, ganhou o Prémio PNED para Investigação sobre Ética no Desporto. Márcio Domingues foi o vencedor do primeiro prémio, com o trabalho “Desporto jovem e contextos de prática. Significado educativo e social”. O Prémio PNED para Investigação sobre Ética no Desporto tem por objetivo incentivar a investigação e a publicação de trabalhos científicos no âmbito da Ética no Desporto. Os cinco membros do júri em representação das entidades referidas, são personalidades de relevo e de destaque na área do desporto a nível do ensino superior. Este prémio foi instituído pelo Plano Nacional de Ética no Desporto (PNED), programa da iniciativa da Secretaria de Estado do Desporto e Juventude e operacionalizado pelo Instituto Português do Desporto e da Juventude, I.P. (IPDJ, I.P.), em parceria com o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) e a Federação Académica do Desporto Universitário (FADU.

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Questionado como surgiu esta candidatura, Márcio Domingues afirmou-nos que ocorreu “com alguma coincidência à mistura, ou seja, foi-me dado a conhecer a sua existência alguns meses antes da abertura do concurso e nesse momento comecei a equacionar um possível tema. Os meses que intermediaram serviram para consolidar a ideia do arranjo estrutural a propor a concurso. Um investigador deve estar centrado no processo de investigação, estes outcomes devem surgir como apêndices para algum reconhecimento e difusão do trabalho elaborado”. Sobre a escolha do tema, este docente do Politécnico da Guarda acrescentou-nos que

“seguiu parte da estrutura da tese de doutoramento. Nessa fase em particular, os dados já estavam todos recolhidos e tratados de forma que mais facilmente se estruturou o documento que viria a ser formatado para concurso.” Márcio Domingues considera que “o tema em si reflete uma parte dos objetivos a que me propus no doutoramento, nomeadamente perceber o significado e impacto social do desporto, neste caso, através do futebol de formação e, mais especificamente, concretizar o desporto como possível palco de desenvolvimento pessoal e social”. Sobre a projeção que este prémio dá ao IPG, Márcio Domingues referiu ser sempre positivo uma instituição “ver um dos seus docentes ser reconhecido na investigação. Penso que aumenta de uma forma esclarecida o nível qualitativo do curso de Desporto, da ESECD e do IPG. Para os alunos significa um voto de confiança no trabalho que se quer desenvolver de qualidade na vertente da investigação e também complementarmente no assumo de uma pedagogia itinerante e atualizada”. K

6 A Escola Superior de Saúde (ESS) do Instituto Politécnico da Guarda está a promover alguns eventos que pretendem assinalar o seu 50º aniversário. O programa iniciou-se a 7 de abril, data em que se dinamizou a atividade do Dia Mundial da Saúde. Ao longo do ano estão previstas várias iniciativas como uma sessão comemorativa dos cinquenta anos da ESS a 16 de julho, e a apresentação do livro “Escola Superior de Saúde: 50 anos de formação de excelência em Saúde”. Uma visita encenada ao parque da Escola Superior de Saúde e as Jornadas de Educação e Investigação em Saúde, sob o mote ”50 anos de formação em Enfermagem, 10 anos de formação em Farmácia” são outras atividades calendarizadas. A história e percurso desta Escola “traduzem os desafios e a evolução do ensino e da formação em saúde em Portugal. A nossa Escola e os seus edifícios confundem-se e diluem-se naturalmente na História da Guarda – Cidade da Saúde”, afirmou-nos Paula Coutinho, diretora da Escola Superior de Saúde. “A integração do ensino de enfermagem no ensino superior politécnico, em 1989, e o posterior comprometimento com o IPG em 2001 constituíram marcos importantes. Em 2005 continuámos a construir história, transformámo-nos em Escola Superior de Saúde da Guarda, e abraçámos mais um desafio: a criação do curso de Farmácia”, acrescentou Paula Coutinho. Assim, sustenta que é este percurso que se pretende assinalar os 50 anos “de sucesso da nossa Escola e da sua afirmação na formação, conhecimento e saber-fazer em Saúde com o envolvimento de toda a comunidade através de diferentes momentos e eventos a decorrer ao longo do ano”.

Paula Coutinho manifesta o empenho de parceria “no sucesso da nossa comunidade e de estar presentes em cada desafio do percurso dos nossos (quase) 500 estudantes dos cursos de Enfermagem e de Farmácia de 1º ciclo, e dos cursos de pós-graduação, especialização e mestrados em Enfermagem e Farmácia”. Para a diretora da ESS, a saúde e o bem-estar dos cidadãos “foram, são, e serão sempre opções estratégicas e uma aposta clara e segura da comunidade. Continuamos a acreditar no desenvolvimento das Ciências e Tecnologias da Saúde, no ensino inovador e centrado no individuo, assente no conhecimento e na tecnologia, como base de um centro de promoção e produção de conhecimento científico. Continuamos a acreditar num projeto conjunto e partilhado, num pilar do desenvolvimento e afirmação da área da saúde”. Ao Ensino Magazine manifestou a intenção de se aprofundar a aposta na investigação e na inovação. “Os nossos professores, os nossos estudantes têm cada vez mais ferramentas para poderem dar mais e melhor à sociedade. Centrados no estudo da molécula, da célula e do indivíduo, professores e estudantes desenvolvem projetos, nacional e internacionalmente reconhecidos, pelo seu contributo para mais e melhor conhecimento e mais e melhores cuidados de saúde”. Paula Coutinho adiantou que a ESS quer ser, em 2015, “o embrião de um grande centro de investigação em Saúde na Guarda. Para isso contamos com todos, contamos com todas as instituições da cidade. Provámos ao longo destes 50 anos que, juntos, conseguiremos reinventar a nossa escola e fazer com que os próximos 50 anos sejam novamente de sucesso”. K


Bienal de Cerveira

Alunos de Leiria presentes 6 A Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha, do Instituto Politécnico de Leiria, integra uma das exposições da XVIII Bienal de Cerveira, que inaugura a 18 de julho, sob o mote ‘Olhar o passado para construir o futuro’. A exposição integra trabalhos de 14 estudantes finalistas da licenciatura e do mestrado em Artes Plásticas da escola. A seleção de trabalhos consiste num conjunto muito diverso de obras realizadas em vários meios – vídeo, desenho, pintura, instalação – e pretende demonstrar a variedade de abordagens praticadas nos cursos de Artes Plásticas, que correspondem a trajetos autorais singulares, e fora de qualquer constrangimento ou convenção específica a cada meio. Cada uma destas obras e universos tenta cumprir com o desafio cada vez mais exigente de colocar imagens que criem sentidos e experiências visuais interpeladoras, num mundo excessivamente carregado de imagens e saturado de informação. Samuel Rama, docente e subdiretor da ESAD.CR, integra a Assembleia do Concelho Científico da Fundação Bienal de Cerveira, em representação da direção da Escola, fazendo ainda parte da mesa redonda sobre “o ensino tradicional versus o ensino contemporâneo das artes”, que terá lugar no dia 19 de julho. A exposição da ESAD.CR na Bienal de Cerveira integra 14 estudantes finalistas da Licenciatura e do Mestrado em Artes Plásticas: Carolina Parrinha, Filipa Rei, Horácio Borralho, Inês Leal, Lucas Moreira, Miguel Ângelo Marques, Miguel Dixo, Mónica Coelho, Rui Carreira, Sérgio Martins, Susana Quevedo, Telmo Silva, Tomás João e Victor Freitas. K Publicidade

Leiria reúne investigadores e empresários

Conferência internacional em Peniche 6 Explorar as possibilidades para um crescimento sustentável da gestão de negócio e tecnologia foi a temática em análise na 17.ª edição da conferência internacional anual da Global Business and Technology Management (GBATA), que decorreu na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (ESTM), em Peniche, de 7 a 11 de julho e contou com a participação de mais de 400 investigadores e empresários de cerca de 50 países. Em discussão estiveram diferentes perspetivas sobre temas emergentes relacionados com os desafios multiculturais, económicos, tecnológicos, sociais e legais da gestão empresarial. “Este evento representou uma oportunidade única para a partilha e construção de conhecimento e de redes de contacto, constituindo um fórum científico internacional, onde conceituados investigadores das mais variadas áreas procuram debater os de-

safios que os mercados globais, em constante dinâmica, impõem às organizações e indústrias de hoje”, refere Paulo Almeida, diretor da ESTM. O programa da conferência incluiu a apresentação e debate de trabalhos científicos nas áreas da gestão, tecnologias de informação, turismo, direito, gestão da saúde, entre outros. Vários especialistas dinamizaram ses-

sões plenárias, em assuntos dedicados ao turismo e ao mar, e alguns empresários mostraram as suas estratégias de negócio e os seus produtos. Ao aliar-se à organização desta conferência internacional, o IPLeiria pretendeu também “dar a conhecer os produtos portugueses inovadores, de qualidade e com capacidade de exportação”, salientou Paulo Almeida. K

Docente da ESTM/IPLeiria

Francisco Dias preside à Euro-Asia Tourism 6 Francisco Dias, docente e investigador Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, do Instituto Politécnico de Leiria (ESTM), acaba de ser eleito presidente da Euro-Asia Tourism Studies Association, para o triénio 2015-2018. A entidade, recentemente formalizada, pretende colmatar uma lacuna ao nível da investigação em turismo e da cooperação em rede, a nível internacional e multicontinental. O investigador comenta que “esta nomeação foi uma consequência natural do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido há já algum tempo. Na qualidade de diretor da revista European Journal of Tourism, Hospitality and Recreation (EJTHR), editada pelo GITUR, há cinco anos que dedico aproximadamente metade do meu tempo de trabalho à cooperação internacional. Isto permitiu-me ir consolidando relacionamentos, acumulando créditos e criando uma equipa internacional, pelo que a criação da Euro-Asia Tourism Studies Association (formalizada em junho)

e a minha eleição para presidente, constitui um corolário lógico de todo um trajeto consistente”. Para o triénio à frente da associação, Francisco Dias definiu como metas promover a investigação em rede, apoiando a implementação de projetos internacionais na zona Euro-Asiática, com especial incidência nos estudos comparativos focados em problemas globais. Quer ainda promover as boas práticas nos domínios da educação e da formação em turismo e

o diálogo entre especialistas das diversas disciplinas científicas que produzem conhecimento na área do turismo, com o objetivo de criar modelos mais holísticos e integradores. Estabelecer pontes sólidas entre o meio académico, os decisores institucionais e os principais players da indústria; valorizar os estudos dos membros da EATSA; e realizar encontros internacionais para produção de know-how, são também objetivos da Associação. Para 2016 está agendada a segunda conferência anual da EATSA, que acontecerá em Portugal. “A candidatura que apresentei em Taiwan para recebermos este evento é verdadeiramente histórica, uma vez que conta com o apoio dos coordenadores de licenciaturas, mestrados e doutoramentos de 30 universidades e institutos politécnicos portugueses, sendo que a própria Conferência será realizada por um consórcio composto pelo IPLeiria, a Universidade de Lisboa e a Universidade de Coimbra”, explica o docente do IPLeiria. K

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ESE de Portalegre

ESEP

Congresso internacional

6 Subordinado ao tema “Representações do Outro: olhares plurais”, o II Congresso Internacional de Cultura Lusófona Contemporânea, promovido pela Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Portalegre, realiza-se a 10 e 11 de novembro e pretende instituir-se como um espaço de discussão e reflexão em torno das questões da interculturalidade, da identidade e da alteridade no espaço da lusofonia contemporânea. Nesse sentido, pretende-se convocar diversas áreas do saber e possibilitar a partilha de diferentes formas de se olhar e de se perspetivar o Eu e o Outro, num diálogo plural que se deseja profícuo e intelectualmente enriquecedor. Em nota enviada à Imprensa, a organização revela que se aceitam propostas de comunicação dentro das seguintes grandes linhas temáticas: I. Cultura: a) fronteiras da Cibercultura b) estudos culturais e interartes c) o “eu” e o “outro” na cultuPublicidade

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Educação apresentou estudos de rádio 6 A Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Portalegre promoveu uma sessão subordinada ao tema “Estudos de Rádio” durante a qual foram apresentados os resultados do estudo “Jornalismo e Jornalistas das Rádios Locais Portuguesas”. O estudo foi realizado entre 2012 e 2014 e consistiu na aplicação de um inquérito a 50 jornalistas de 35 rádios locais portuguesas e ainda a entrevistas a vários profissionais do meio.

ra contemporânea d) cânone e marginalidade na(s) cultura(s); II. Literatura: a) multiculturalismo e Literatura para a Infância b) velhos e novos migrantes c) transfigurações do real: o olhar (de)formador d) franjas de marginalidade; III. Linguística: a) diversidade e variação na Língua Portuguesa b) formas de trata-

mento c) processos inovadores de criação lexical d) marcadores linguísticos no texto; e IV. Didática: a) ensino do Português como língua não materna b) ensino do Português como língua materna c) escola inclusiva e educação intercultural d) educação literária: abordagens didático-pedagógicas. K

O estudo caracteriza os jornalistas das rádios locais em Portugal em função da sua situação laboral, formação académica, posição face à política editorial, rotinas produtivas, constrangimentos e Internet. Na sessão foram ainda apresentadas as comunicações: “As aplicações IPad da Rádio Renascença e TSF” do docente Nuno Fernandes e “O silêncio das fontes não governamentais nos noticiários de rádio”, da docente Sónia Lamy. K

gianelli.net.br H


Língua e cultura chinesa

Leiria ensina mandarim no básico 6 Depois do ensino do mandarim em jardins-deinfância, em 2012, o Instituto Politécnico de Leiria introduziu aulas de mandarim em escolas de ensino básico de Leiria, reforçando o seu papel dinâmico e inovador na formação em língua e cultura chinesa, na região e no país. O balanço do primeiro ano do curso de Iniciação à Língua e Cultura Chinesa para alunos do 2.º e 3.º ciclos do ensino básico é positivo, envolvendo estudan-

tes do Colégio Conciliar de Maria Imaculada, e da Escola EB 2/3 D. Dinis. As aulas foram dinamizadas por seis estudantes da Universidade de Línguas e Culturas de Pequim, instituição parceira da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do IPLeiria. Luís Barbeiro, coordenador do projeto, explica que “o IPLeiria foi a primeira instituição portuguesa a formar para a língua e cultura chinesa nos moldes em que o faz, através de

parcerias estreitas com instituições de ensino superior de relevo na China e em Macau, com mobilidade dos estudantes chineses para Portugal, e dos estudantes portugueses para a China e Macau, durante dois anos da sua licenciatura”. O curso envolveu um total de 27 crianças e jovens,

e dois docentes do ensino básico. Com uma metodologia de ensino prática e lúdica, as aulas decorreram como atividade de complemento curricular nas próprias escolas. “Pretendemos retomar esta atividade já no próximo ano letivo, junto das escolas que queiram aderir”, afirma. K

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ESART

Desfile com muita moda 6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco e a Escola Superior de Artes Aplicadas (IPCB/ ESART) promoveu, no passado dia 3 de julho, mais um desfile de moda. De acordo com o IPCB, a iniciativa pretende ser uma mostra do trabalho

realizado pelos alunos em contexto de aula. O desfile envolveu todas as licenciaturas da escola. Durante o evento os alunos apresentaram os seus coordenados e contactaram com a realidade do mundo da moda. K

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Tabuleiros

A festa no telemóvel

Licenciaturas

IPCB oferece bolsas 6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) oferece pela primeira vez bolsas para estudantes que ingressem nas suas licenciaturas. As bolsas têm o valor anual das propina (840 euros), não podendo no entanto acumular com as bolsas de estudo oferecidas pelo Estado Português. As bolsas aplicam-se aos cursos Engenharia Civil e de Engenharia Eletrotécnica e das Telecomunicações (ambos da Escola Superior de Tecnologia) e ao curso de Nutrição Humana e Qualidade Alimentar (da Escola Superior Agrária) e destinam-se a alunos que venham a ingressar no 1.º ano/1.ª vez nesses cursos.

Para o Presidente do IPCB, Carlos Maia, “a decisão tomada no Conselho de Gestão da Instituição é uma forma de incentivar os jovens a prosseguir para o ensino superior em áreas consideradas de relevante importância na matriz formativa do IPCB, particularmente na Escola Superior de Tecnologia e na Escola

Superior Agrária”. Carlos Maia salienta ainda “outros apoios sociais prestados aos estudantes centrados na alimentação, alojamento, serviços de saúde e apoio a atividades desportivas e culturais”. É importante referir que o IPCB dispõe de mais de 400 camas, 5 refeitórios e bares em todas as Escolas. A tudo isto importa salientar a qualidade do ensino, da investigação e da prestação de serviços à comunidade e de adoção de políticas estratégicas ativas de transferência de conhecimento e tecnologia que constituem dimensões sólidas do papel do IPCB na promoção do desenvolvimento local e regional. K

6Os alunos da Pós-graduação em Business Intelligence do Instituto Politécnico de Tomar, em parceria com a SoftINSA (grupo IBM) e o Município de Tomar, desenvolveram a aplicação Smarter Fest, uma solução tecnológica inovadora para dar resposta à enorme afluência de visitantes a Tomar, durante a Festa dos Tabuleiros, que decorre de 4 a 13 de julho. O resultado é uma marca já registada pelo Instituto Politécnico de Tomar e que vai permitir à Festa dos Tabuleiros aliar a tradição e a inovação. A nível tecnológico, o produto é suportado pelas plataformas IBM Intelligent Operations Center (IOC) e IBM Bluemix. A app para os visitantes está disponível para o iOS e Android, na Apple Store e no Google Play, respetivamente, e permite em tempo real consultar a agenda dos eventos, localização e grau

de ocupação de parques de estacionamento e localização do cortejo. Além das funcionalidades para os visitantes, o Smarter Fest tem também uma importante dimensão operacional para as autoridades de segurança e proteção civil de Tomar. PSP, GNR, Bombeiros e Proteção Civil vão carregar e receber, numa plataforma comum, registos e tipificação de todas as ocorrências da Festa dos Tabuleiros, tais como congestionamentos de tráfego, eventuais incidentes ou acidentes, lotação dos parques de estacionamento para reorientação do trânsito, entre outros dados relevantes. Toda esta informação será útil não só para a monitorização e tomada de decisões durante a edição deste ano da Festa dos Tabuleiros, como para o planeamento e gestão operacional de eventos futuros, em Tomar. K

Futebol no feminino

Beira Baixa ganha 6 A equipa de futebol feminino Beira Baixa UC foi distinguida pelo portal nacional FutFemPT com o Prémio Marca a Diferença. A gala decorreu no final de junho, em Albergaria, num evento que juntou centenas de participantes e onde a equia da região foi representada por Neuza Romana, Ana Lúcia, Filipa Isabel e Liliana Esteves. O clube Beira Baixa UC foi criado no âmbito de uma tese de mestrado do seu presidente, João Serra, em Gestão de Empresas, na Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico de Castelo Branco, instalada em Idanha-a-Nova. O prémio foi atribuído à Beira Baixa UC “pelo empenho e excelência na promoção do futebol feminino”. Sandra Costa, responsável pela III Gala Prémios FutFemPT, considerou a equipa da região como “um exemplo a seguir, para que existam mais praticantes de futebol feminino”. Sandra Costa considera que a Beira Baixa UC “foi ao longo da época uma equipa em crescimento. Houve também o envolvimento de várias entidades que permitiram o seu crescimento. Este é um bom

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ESE

Cursos acreditados

exemplo para que outras equipas possam aparecer no distrito”. A distinção obtida é vista por Liliana Esteves como o resultado do trabalho desenvolvido. A capitã de equipa recorda que “a equipa se estreou apenas com uma jogadora de futebol de 11, sendo as restantes de futsal”. A jogadora destaca o “apoio da Câmara de Idanha-aNova pelo apoio prestado, bem como ao presidente, à equipa técnica, bem como às minhas colegas. Costumo dizer que no mundo do futebol sinto-me pequena, mas com colegas como estas sinto-me

gigante”. A gala, em que o Ensino magazine esteve presente, distingue anualmente as melhores equipas e as melhores jogadoras dos campeonatos nacionais de da 1ª divisão e de promoção, bem como da Taça de Portugal. “A entrega destes prémios, à semelhança de todas as atividades do Portal Fut/FemPt tem como objetivo o desenvolvimento e visibilidade do futebol feminino em Portugal”, concluiu Sandra Costa. K Francisco Carrega _

6 A licenciatura em Educação Básica e o Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico (que passou de 90 para 120 ECTS) da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Castelo Branco foi acreditado, pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES) por 6 anos (período máximo de acreditação pela Agência). De maior relevância se revestem estes resultados, pois, desde 2007 que o grau de mestre é indispensável para o exercício da atividade de docente de

qualquer nível de ensino, sendo que a licenciatura em Educação Básica é condição necessária ao ingresso no mestrado que confere, em simultâneo, habilitação profissional para a docência na Educação Pré-Escolar (grupo 100) e no 1.º Ciclo do Ensino Básico (grupo 110). A licenciatura em Educação Básica da ESE/IPCB começou a ser lecionada no ano letivo 2008/09 e o mestrado em Educação PréEscolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico encontra-se já na 4ª edição. K

www.ensino.eu


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Alunos da ESACB têm projeto

Grilos pr’ó almoço e pr’ó jantar 6 E se sentar numa esplanada e em vez de um pires de caracóis optar por um prato de grilos? ou em vez de um bifinho na grelha, degustar um hambúrguer de gafanhoto? É estranho? Claro que é, mas muito do futuro da alimentação pode passar pelos insetos. Em Castelo Branco, um grupo de estudantes da Escola Agrária de Castelo Branco está a estudar a introdução de insetos na alimentação humana. Os resultados têm sido animadores e já foram apresentados quer na própria escola quer numa recente conferência realizada na cidade albicastrense (a Disru.pt). O estudo que estão a efetuar vai da criação propriamente dita dos insetos até à implementação de um plano de negócios que suporte a criação de uma empresa. João Barata (Alcains), Cláudia Ferreira (Borba), Joana Fernandes (Coimbra), Filomena Ramos (Freixo de Espada à Cinta), Mário Cristóvão (Glória do Ribatejo) e Francisco Maia (Espinho) são os jovens estudantes dos cursos de Agronomia e de Nutrição Humana e Qualidade Alimentar que se têm empenhado neste empreendimento. O João Barata e a Cláudia Ferreira já meteram mesmo mãos à obra, que é como quem diz já se dedicaram à criação de insetos, mais Publicidade

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Os jovens da Escola Superior Agrária com o empresário Tim Vieira

concretamente de grilos. “O futuro traz muitas interrogações sobre a alimentação humana, mas também novas soluções e desafios ao nível das alternativas e dos impactos ambientais que lhes estão associados”, referem. Transformar insetos em hambúrgueres, por exemplo, é uma das formas experimenta-

das. Gafanhotos e grilos são os animais mais comuns nestes tipos de estudos e projetos. “O grilo foi a nossa aposta porque parece-nos ser o mais aceite no mercado, embora não se trate do grilo comum, mas o da espécie acheta domesticus”, como também explicam, dando conta de que quer na Europa quer nos Estados Unidos já existem restaurantes que comercializam este tipo de produtos. A aceitação das ideias e dos projetos em que se envolveram foram bem aceites na escola e na própria conferência. “Na conferência até nos disseram que se apostássemos na produção do hambúrguer (por parecer ser mais fácil a sua aceitação) que nos ajudavam na distribuição ao nível da street food”, realçam os jovens, explicando que “nesta fase estamos a fazer experiências e a amadurecer

o assunto para chegarmos ao produto final”. João Barata, de Alcains, começou a trabalhar primeiramente com 500 grilos que mandou vir de Espanha. Está a fazer criação e já eclodiram os primeiros ovos. Para além da alimentação humana, tem em vista também a entrada no mercado da alimentação de animais exóticos. Relativamente aos humanos, revela que “vamos fazer mais testes ao nível das proteínas, das fibras e da gordura bruta para atestarmos da qualidade do alimento, quer para hambúrgueres quer para outros petiscos”. “As pessoas habituaram-se a comer caracóis e mariscos vários, também se vão habituar aos insetos, já experimentámos os grilos fritos e refogados e são bons”, acrescenta. No processo de criação, os grilos são alimentados de várias formas, desde o farelo à maçã por causa da água. Se o alimento for seco, tem de se juntar sempre uma esponja embebida em água, explicam. “O grilo não é muito difícil de produzir porque pode ser criado dentro de uma dorna... na Índia há produções enormes dentro de piscinas e aqui ao lado em Espanha já existem diversas produções intensivas destes insetos”, destaca João Barata. Ao nível do mercado, os jovens estudantes referem que, em termos dos novos hábitos alimentares a que esperam que os portugueses adiram, existem várias vantagens a ter em consideração nos dias que correm: São boas fontes de proteínas; não causam problemas ambientais na sua criação e produção; são baratos e têm pouca gordura. “Ao início a ideia de comer insetos é um bocado estranha e até causa alguma repulsa, mas depois as pessoas disponibilizam-se para experimentar e gostam”, referem a concluir. K


DGES informa

Politécnico de Santarém com emprego 6 O Instituto Politécnico de Santarém está entre as três melhores instituições de ensino superior portuguesas com menor taxa de diplomados desempregados. A informação foi disponibilizada pela própria instituição e tem em conta os dados da Direção Geral do Ensino Superior (DGES).

Para a presidência do instituto, “o resultado, à semelhança do ano transato, constitui um dos maiores motivos para a afirmação da instituição e, por esta via, para que agregue futuramente um cada vez maior número de alunos, uma vez que fica novamente demonstrado o papel que a

instituição tem tido enquanto agente de promoção de empregabilidade”. De referir que o indicador em causa é calculado através de uma fórmula que tem em linha de conta o número de diplomados que saem da instituição e o número de inscritos nos Centros de Emprego. K Publicidade

INSTITUTO

AGRÁRIA DESPORTO EDUCAÇÃO GESTÃO E TECNOLOGIA SAÚDE

POLITÉCNICO DE

www .ip santarem.pt

Guarda

IPG cria rede de Ensino Profissional 6 O Instituto Politécnico da Guarda apresentou, recentemente, o portal de Rede de Ensino Profissional das Beiras e Serra da Estrela, acessível em www. repbse.ipg.pt A REPBSE - Rede Regional de Ensino Profissional das Beiras e Serra da Estrela promoverá a troca de informação e o alinhamento entre a oferta formativa dos cursos profissionais de nível 4 com os cursos

SANTARÉM

QUA

LIFI

CON

Técnico Superiores Profissionais oferecidos pelo IPG. A articulação entre o Instituto Politécnico da Guarda e as escolas secundárias e profissionais permitirá construir roadmaps dos percursos formativos possíveis, dos cursos profissionais de nível 4 aos Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTSP), licenciaturas e mestrados, que os alunos poderão frequentar no IPG. K

NOS

Alunos ganham prémio nacional la empresa. De referir que outro aluno do IPG, do mesmo curso, Luis Gonçalves, recebeu uma menção honrosa, com o seu trabalho “Gin Premium”. A Verallia é uma empresa que produz e comercializa vidro de embalagem de elevada qualidade, através da adequada gestão e atualização de recursos tecnológicos e da proteção do meio ambiente. K

CO

CURSOS TÉCNICOS SUPERIORES PROFISSIONAIS

IPG

6 Paulo Oliveira, aluno do curso de Design de Equipamento da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico da Guarda, é o autor de um dos trabalhos premiados no âmbito do concurso Design & Criatividade da Verallia Portugal. Este aluno do Politécnico da Guarda ficou em quarto lugar com o seu projeto “Enfold”, abrindo-lhe portas a um estágio naque-

CA-T E

LICENCIaturas PÓS-GRADUações MESTRADOS Cursos para estudantes estrangeiros:

IPSantarém International School http://international.ipsantarem.pt

design por: daniela joão

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Acordo entre Politécnico e Universidade

Porto ganha parque 6 O Instituto Politécnico do Porto e a Universidade do Porto assinaram um protocolo de cooperação com o Município do Porto, as Águas do Porto e a PortoLazer, com vista à criação de um parque verde e desportivo na área entre a rua Roberto Frias e a rua António Bernardino de Almeida De acordo com o site do Politécnico do Porto, o parque ficará numa área propriedade da Universidade do Porto, atravessada pela Ribeira das Asprela, que, fruto da parceria instituída entre estas cinco entidades, será requalificada e irá beneficiar toda a comunidade académica da Asprela e, muito em particular, o ISEP, a ESE e dentro de algum tempo a ESTSP, criando espaços qualificados para atividades de lazer e bem estar, bem como para o alargamento da prática desportiva enquanto fator de promoção da saúde e estilos de vida ativos,

fundamentais para o sucesso escolar. Ainda segundo a mesma nota, “este protocolo foi assinado no âmbito da inauguração do Parque da Quinta de Lamas, da UPorto, entre a FEP e a FEUP, que é já um grande contributo da UP para a prossecução daqueles objetivos”. A Presidência do IPP realça

o grande espírito de serviço público que as cinco entidades públicas evidenciam perante a comunidade académica e científica residente na Asprela, reiterando o propósito de apoiar todas as iniciativas que permitam melhorar as condições e o ambiente de trabalho, em particular dos seus estudantes. K

IKEA faz acordo T A Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Felgueiras (ESTGF) celebrou um protocolo com a empresa IKEA Industry Portugal Lda., representada pelo seu CEO Jorge António Martins Ferreira. No âmbito deste protocolo vai ser desenvolvido um trabalho de projeto do Mestrado em Gestão Integrada da Qualidade, Ambiente e Segurança (MGIQAS), integrado no Centro de Inovação e Investigação em Ciências Empresariais e Sistemas de Informação (CIICESI), que tem como objetivo a elaboração de um manual de boas práticas ambientais para a indústria do mobiliário de madeira. K

Congressos em Viseu T O I Congresso de Comportamentos Aditivos decorreu na Escola Superior de Saúde de Viseu (ESSV) a 30 de junho, que organizou o evento, em colaboração com o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências e teve como destinatários docentes, estudantes e profissionais da área. A 3 de julho, a ESSV organizou ainda o I Encontro de Mediação Intercultural, no âmbito da Rede de Ensino Superior de Mediação Intercultural, em parceria com o Alto Comissariado para as Migrações. Em debate estiveram os temas ‘Enfermeiros e imigrantes: que especificidades na prática clínica?’ e ‘Vigilância de gravidez: uma proposta de mediação intercultural para melhores indicadores em saúde’. K

Exame da OTOC em Setúbal

Com o Secretário de Estado

Viseu apresenta Tesp’s 6 O secretário de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes, considera que os cursos de Técnicos Superiores Profissionais (TeSP) são “um novo tipo de ensino superior, que confere uma formação profissional superior. De igual modo, são também uma oportunidade para muitos jovens terminarem o ensino secundário e prosseguirem estudos no ensino superior”. As declarações daquele governante foram feitas durante a apresentação pública daquela oferta no Politécnico de Viseu. O evento teve grande adesão junto ao público-alvo convidado para a sessão, registando a participação de alunos e professores

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do ensino secundário e profissional da região, diretores e psicólogos de diversos estabelecimentos de ensino, autarcas e empresas e instituições parceiras desta oferta formativa de ensino superior do Politécnico de Viseu. Estiveram igualmente presentes membros do Conselho Geral, presidentes e dirigentes das escolas superiores integradas, professores, alunos e funcionários do IPV. Na ocasião o presidente do Instituto, Fernando Sebastião, referiu que “nos politécnicos estes cursos superiores (TesP) substituirão os cursos pós-secundários de especialização tecnológica, vulgarmente designados por CET.

Estas novas formações dão acesso direto a cursos de licenciatura, através dum concurso local, na mesma área e instituição onde são ministrados. É ainda de referir que os estudantes inscritos nestes cursos são abrangidos pela ação social direta e indireta, que inclui bolsas de estudo, alojamento e alimentação, nos mesmos termos dos restantes estudantes do ensino superior”. Acrescentou ainda que “nos últimos dois anos o IPV submeteu, à aprovação da DGES, 26 cursos Técnicos Superiores Profissionais. 3 em 2014 e 23 já em 2015, estando atualmente registados 20, com autorização de funcionamento”. K

TA Escola Superior de Ciências Empresariais de Setúbal encontra-se a receber candidaturas, até dia 22 de julho, para a 11ª edição do curso de preparação para o exame da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC). Através deste curso os formandos têm a oportunidade de rever e atualizar conhecimentos na área de Contabilidade Financeira, Contabilidade de Gestão, Fiscalidade e Ética Publicidade

e Deontologia Profissional dos Técnicos Oficiais de Contas, com base nos conteúdos abordados nos exames da OTOC. O início do curso encontra-se previsto para o dia 2 de setembro 2015. K

Novo curso em Tomar T O Curso Técnico Superior Profissional em Arte e Técnica do Couro do Instituto Politécnico de Tomar (IPT), com funcionamento previsto em Alcanena, foi aprovado pela Direção-Geral do Ensino Superior e já estão abertas as candidaturas. Os alunos dispõem de um plano de estudos bastante abrangente com unidades curriculares que vão desde o Português, Inglês, Matemática, Atelier de Criatividade, Atelier de Inovação e Empreendedorismo, TIC, Redes Sociais e outros associados à indústria do setor. K

Diplomado de Setúbal ganha TPedro Fernandes, licenciado em Comunicação Social pela Escola Superior de Educação de Setúbal, venceu o Prémio Portugal-Europa-30 anos, que recebeu na Universidade de Lisboa, a 17 de junho, das mãos do secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Bruno Maçães. O ensaio “Dos Desafios do Presente às Oportunidades do Futuro: Portugal, UE e as Novas Realidades do ‘Velho Continente’”, desenvolvido por Pedro Fernandes, pretende, de acordo com o autor, “observar as conjunturas de Portugal e UE, interligando aspetos do foro económico, político, social e cultural de modo a observar como estes afetam as realidades europeia e portuguesa e a relação entre as mesmas.” K


Relações internacionais

Beja recebe Angola Fisioterapeutas da ESALD

Prémios nacionais 6 Vários docentes da Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias do Instituto Politécnico de Castelo Branco venceram prémios no 9.º Congresso Nacional de Fisioterapeutas, que se realizou no último mês, no Estoril. Assim, o fisioterapeuta Carlos Rodrigues, da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano, que é também docente da ESALD-IPCB recebeu o Prémio Zurich para a melhor comunicação na área das condições músculo-esqueléticas, área em que colabora na lecionação de conteúdos. Esta comunicação intitulada “Caracterização clínica de uma população músculo-esquelética a realizar fisioterapia em ambulatório” é da autoria dos fisioterapeutas do Hospital de Portalegre (Carlos Rodrigues, Luísa Albano, António Melancieiro, Cátia Antunes, Fabiana Oliveira, Inês Gomes, Marina Martins, Patrícia Martins, Patrícia Gordo e Rita Cortes) que são colaboradores regulares do cur-

so de fisioterapia da ESALD como monitores de estágio e, na sua maioria, passaram pela ESALD durante a sua formação. O Prémio Melhor Comunicação Livre do congresso foi atribuído a um trabalho apresentado pelo docente Abel Rodrigues, tem por título “Efeito do alongamento, na dor e no desconforto, na região cervical e ombro, em estudantes do ensino superior” e resulta da orientação dos trabalhos de licenciatura de quatro alunos (Fábia Escarigo, Paulo Clemente, Sara Almeida e Vanessa Gomes). Também um e-poster “made in ESALD”, intitulado “Capacidade funcional e bomba muscular venosa na doença venosa crónica: força muscular, amplitude de movimento, velocidade da marcha, equilíbrio e estado funcional”, que é o resultado do trabalho final de licenciatura de Catarina Gonçalves, orientada pela docente Rute Crisóstomo, obteve o Prémio de 3º Melhor E-Poster do congresso. K

6 O Instituto Politécnico de Beja recebeu, no passado dia 2 de julho, Ana Paula Elias, responsável pelo setor de Estudantes da Embaixada de Angola em Portugal, e a sua equipa. De acordo com o IPBeja, esta primeira visita foi particularmente dedicada aos espaços e equipamentos de apoio ao estudante de que o IPBeja dispõe no seu campus académico, tendo a equipa da Embaixada de Angola contactado direitamente com os serviços e técnicos que acompanham todo o percurso do estudante na instituição. Recorde-se que o IPBeja, no âmbito do Estatuto do Estudante Internacional, tem vindo a desenvolver um conjunto de ações junto das embaixadas dos países da CCPLP, com o intuito de estabelecer acordos que favoreçam o ingresso de estudantes do espaço lusófono. Esta visita de trabalho,

incidiu também sobre as possibilidades de cooperação com entidades governamentais angolanas que atuam na área da educação. Ana Paula Elias salientou a importância de uma “estratégia de aprendizagem ao longo da vida” no país, para que os quadros técnicos angolanos “possam reforçar competências técnicas na sua área de formação”. Por seu turno, o IPBeja apresentou total disponibilidade para colaborar, através do envolvimento do seu corpo docente afeto às áreas identificadas, bem como das suas estruturas de investigação e prestação de serviços. No âmbito desta perspetiva de colaboração, ficou entretanto acordada, uma 2ª visita, cujo programa será especialmente dedicado a conhecer alguns do laboratórios e outras estruturas de apoio à Investigação e Desenvolvimento do IPBeja. K

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Setúbal

App para diabéticos 6 O Glicontrol, uma aplicação (App) para diabéticos para sistema android e apple, foi desenvolvida por Hugo Ferreira, diplomado em Engenharia Informática pela Escola Superior de Tecnologia de Setúbal. Após a participação do diplomado no programa de televisão “Shark Tank”, a App alcançou o primeiro lugar no iTunes tanto em instalação/downloads únicos (Top Free Apps) como em vendas (Top

Grossing). O empresário Tim Vieira, um dos “sharks” que participa no programa, demonstrou interesse em reunir com Hugo Ferreira para negociar o investimento a realizar na App. Esta inovadora aplicação permite a sincronização com vários leitores de glicémia através de um adaptador Bluetooth, bem como controlar melhor os valores de insulina e a escolha dos locais, no corpo, para a administrar. K

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Moçambique

Novo campus na Universidade Mondlane

6 As obras de construção do campus da Escola Superior de Desenvolvimento Rural (ESUDER) da UEM, localizada em Vilankulo, já se encontram em fase muito avançada e a sua conclusão está prevista para finais deste ano. De acordo com a UEM, o

novo espaço integra 16 salas de aula que se desenvolvem em dois pisos, dois anfiteatros planos e um inclinado com capacidade de 300 lugares cada, totalizando 900 lugares disponíveis e ainda um bloco administrativo onde vão funcionar os gabinetes da direção, departa-

mentos e outros serviços. Em construção encontra-se igualmente uma biblioteca que vai ter no seu interior espaços para leitura e arquivo de obras variadas. As obras iniciaram-se em julho do ano passado e estão avaliadas em 229 milhões de meticais. De acor-

do com o diretor de Infraestruturas e Manutenção da UEM, Vicente Joaquim, até finais de agosto próximo, o bloco administrativo já terá sido concluído juntamente com uma sala de informática e um laboratório. Neste momento no bloco administrativo decorrem os últimos acabamentos, nomeadamente a colocação da loiça sanitária, reboques e cobertura. Em princípio, até ao mês de Dezembro, todo o complexo deverá ter sido mobilado para coincidir com o arranque do ano lec-

tivo do próximo ano. Nessa altura terá terminado a primeira fase do projecto com a disponibilização de 16 salas de aula, um bloco administrativo, 9 laboratórios e uma biblioteca que se espera venha a satisfazer as necessidades de procura. K

Moçambique

Aluno da EPM ganha prémio

Editamos palavras com conteúdo.

6 Miguel Padrão, aluno do 12.º ano da Escola Portuguesa de Moçambique (EPM-CELP), foi premiado com uma Menção Honrosa no concurso literário “Quem conta um conto...ao modo de Saramago?!”. O concurso foi promovido pelo Plano Nacional de Leitura (PNL) de Portugal, e Miguel Padrão apresentou o conto “O virtuoso Simplício”, na categoria de Ensino Secundário.

A entrega dos prémios desta iniciativa do PNL decorreu a 26 de junho, em Mafra (Portugal). A edição 2014/2015 do concurso teve como fundo inspirador a obra “Memorial do Convento” do Prémio Nobel da Literatura de 1998 e a participação foi estendida às escolas da ilha de Lanzarote, nas Canárias, onde o escritor português fixou residência na última fase da sua vida. K

EPMacau H

Macau

Escola assinala dia de Portugal

6 A Escola Portuguesa de Macau assinalou, no passado dia 10 de junho, o Dia de Portugal, das Comunidades e da Escola Portuguesa de Macau. A iniciativa envolveu alunos e professores,

Avenida do Brasil,4 r/c | Apartado 262|

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e integrou a declamação de um soneto e a romagem à gruta de Camões. Esta foi mais uma iniciativa que fez parte do plano de atividades daquele estabelecimento de ensino. K

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Rogério Fernandes - In Memoriam

RVJ lança obra internacional 6 A RVJ - Editores apresentou, no passado dia 24 de junho, no Foyer do Cine Teatro Avenida de Castelo Branco, o livro “Rogério Fernandes In Memoriam”. Uma obra que segundo os seus coordenadores, João Ruivo e João Carrega, tem “uma dimensão internacional, tendo merecido excelentes criticas em Espanha, no Brasil e em Portugal. Trata-se de um livro que não se destina apenas a professores e especialistas, mas sim a toda a comunidade, pois aquilo que se pretende é homenagear Rogério Fernandes”. A cerimónia foi presidida pelo presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia. O autarca destacou a importância da obra, focando a sua intervenção na estratégia cultural da autarquia. E como foi de educação que se falou, o presidente do município explicou ao público, que encheu por completo o foyer do Cine Teatro Avenida, o processo de transferência de competências na área da educação para os municípios, que a Câmara de Castelo Branco recusou. Um processo claro e onde “sempre mostrámos uma grande abertura ao diálogo, ouvindo todos, envolvendo as escolas, os seus conselhos gerais e pedagógicos, para que depois fosse tomada uma decisão. E sempre afirmámos que nunca iríamos contra a vontade dos agrupamentos”. Ainda assim, o autarca reafirmou estar ao lado das escolas do concelho para aquilo que for necessário. O livro agora apresentado tem o prefácio de Albano Estrela e integra um conjunto de artigos de investigadores portugueses, espanhóis e brasileiros, que privaram de perto com Rogério Fernandes, casos de João Ruivo, José Hernandez Diaz (Universidade de Salamanca - Espanha), Florentino Blasquez (Un. Extremadura - Espanha), Margarida Felgueiras (Univ. Porto), Guilhermina Lobato Miranda (Univ. Lisboa), Manuel Ferreira Patrício (ex-reitor da Univ. Évora), Luís Carlos Villalta (Univ. Federal de Minas Gerais Brasil), Eliane Marta Teixeira Lopes (Univ. Federal do Ouro Preto - Brasil), Padre Mário Azevedo, Maria Odete Valente, Joaquim Pintassilgo, Maria João Mogarro, Sérgio Paes, Ana Maria Pessoa (Politécnico de Setúbal), Catarina Leal ou do jornalista Daniel Ricardo. Rogério Fernandes faleceu há cinco anos. João Ruivo recorda que “foi docente e investigador. Fez parte do segundo Governo Provisório, no pós abril de 1974. Autor de uma vasta obra científica, e também literária, Rogério Fernandes, foi voz fundamental na reflexão sobre os sistemas educativos e a formação de professores, tendo sido uma das principais referências para a construção do pensamento “de arranque” do movimento sindical dos professores. Foi também jornalista”. João Carrega reforçou o facto de Castelo Branco ser “a cidade do interior do país que mais obras tem editado, muito pelo empenho da autarquia albicastrense, dos autores e da aposta de editoras como a RVJ - Editores, com sede em Castelo Branco, a qual tem vindo a assumir-se como uma das principais do país, estando a editar livros, de diferentes géneros, para todo o país. Para além de autores consagrados, como António Salvado, António Lourenço Marques ou Adelaide Salvado, tem permitido a muitos outros concretizarem o sonho de lançarem o seu livro”. K

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crónica salamanca

La Universidad despues de wert 6 La nefasta gestión llevada a cabo en el Ministerio de Educación de España por parte del exministro Wert, y de su compañera sentimental Gomendio, exsecretaria de Estado de Educación y ahora puntal consultivo de la OCDE (la organización de los países ricos, el organismo que tanto impulsa PISA y otros modelos de evaluación al servicio del neocapitalismo mundial), y del apoyo técnico y político de otros fieles colaboradores del partido conservador, ha dejado las universidades públicas españolas en la ruina, en estado semicomatoso, necesitadas de una auténtica retroalimentación. Pero conviene no engañarse ni distraerse del problema de fondo. Porque Wert y Gomendio no han sido más que las cabezas visibles, la expresión de los intereses del gobierno conservador en el poder (otro ministro conservador lo habría hecho exactamente igual de mal), que a su vez se sirve de la llamada crisis económica de Europa para fortalecer la banca en detrimento del servicio público que representan las universidades , y otros servicios públicos no menos importantes. Por tanto, no estamos considerando que las lamentables decisiones adoptadas por Wert y equipo sean en exclusiva un asunto personal, derivado de un modo antipático de gobernar la educación y la universidad, de la actuación de un personaje, de un individuo que ha actuado de forma unipersonal y despectiva hacia las universidades públicas. No, nada de eso. El tal Wert ha sido solamente la desdichada expresión de un proyecto político conservador, global, que en España buscaba desmantelar y destruir a fondo la universidad como servicio público. Por esto las plantillas docentes han quedado diezmadas, descapitalizadas y empobrecidas, recambiando mal a miles de profesores ordinarios (catedráticos y titulares) que se jubilan o fallecen por un pequeño grupo de asociados muy mal pagados, subproletarizados de manera indigna, y con fre-

cuencia no muy preparados para el ejercicio docente, y no hablemos ya de tareas de investigación de nivel medio o elevado. La investigación ha quedado muy afectada, porque ha disminuido de forma escandalosa el número de becarios de investigación, porque la dotación para investigar en humanidades y ciencias sociales simplemente ha sido eliminada y pisoteada, salvo rarísimas excepciones. Las instalaciones se han deteriorado sin repuesto a la vista. La eliminación o disminución en la asignación de becas y sistemas de apoyo a los estudiantes de procedencia social humilde, y el incremento escandaloso de las tasas y matrículas de los estudios universitarios ha expulsado de la universidad a varios miles de jóvenes aspirantes españoles. La financiación general para la vida ordinaria de las universidades ha ido disminuyendo porque los gobiernos de las Comunidades Autónomas (no todos de la misma forma, claro) aducen carecer de transferencias de fondos del Estado central para estos capítulos. Parece que la universidad pública ha padecido un auténtico ciclón, un tsunami, que va desmoralizando a los elementos más dinámicos de las instituciones de educación superior. Cada vez es más difícil pretender llegar a ser un buen profesor, un investigador motivado por la producción de conocimiento científico, un intelectual comprometido por difundir la cultura. Ahora bien, no perdamos de vista que el paradigma “nuevo” en que va situándose la función de la universidad, según los intereses de quienes nos vienen gobernando, es acorde con las pautas de gestión contable de una universidad como si fuera una empresa, y no un servicio público. Por ello prevalece la cultura implacable de la competitividad en todas partes, de una evaluación contable de todas las actividades, como si de una caja registradora se tratara. Ello es aplicable, como bien saben los gestores, los profesores y

toda la comunidad universitaria, al imperio de una burocracia cotidiana y agotadora, a la confección de fichas docentes, a la evaluación de los alumnos, a la acreditación de los títulos y de las instituciones, a la contabilidad impuesta a las pautas de revisión de los productos científicos, sean artículos, libros, patentes. Nos han impuesto la abominable cultura académica de los criterios sometidos a la ley del más fuerte, que suele estar mucho más allá de los muros de nuestras universidades, a través de la perniciosa labor de agencias de evaluación concebidas para ser los brazos ejecutores de la perversidad “desconocida”, “ignota”, “anónima” de quienes mueven los hilos de las grandes decisiones económicas, políticas y universitarias en todo el mundo, sea en España, en Portugal, en Europa, en América, o donde corresponda e interese. Nos han cambiado hasta los nombres, que nunca son inocuos, como bien nos recuerda Umberto Eco, y así ya no existen licenciaturas (denominación arraigada en Europa desde el inicio de las universidades a fines del siglo XII y comienzos del XIII), siendo sustituidas por los “grados”, procedentes de la cultura anglosajona y norteamericana. Nos cambian a fondo la estructura del modelo de organización de la formación de titulados, imponiendo el máster (en América Latina, por fortuna, se habla siempre de maestría). Nos fuerzan a un modelo de doctorado burocratizado y controlado hasta el extremo, pero degradado al fin en términos científicos. De ahí que no conviene despistarse, pensando que cambiando a Wert va a cambiar en algo la política universitaria general para España. El nuevo equipo del Ministerio de Educación va a continuar haciendo más de lo mismo en el ámbito universitario (y desde luego en todo el sistema educativo), por lo que habrá que esperar a que se produzcan cambios políticos profundos, a la llegada de nuevas fuerzas políticas,

Publicação Periódica nº 121611 Dep. Legal nº 120847/98 Redacção, Edição, Administração Av. do Brasil, 4 R/C Apartado 262 Telef./Fax: 272324645 6000-909 Castelo Branco www.ensino.eu ensino@rvj.pt Director Fundador João Ruivo ruivo@rvj.pt Director João Carrega carrega@rvj.pt Editor Vitor Tomé vitor@rvj.pt

o la renovación real de algunas de las existentes, para poder encontrar nuevas sensibilidades hacia las universidades públicas, retomando la consideración principal de la universidad como servicio público. Y una llamada de atención dolorida y cargada de lamento y enfado. Hay que rearmarse moralmente para que dentro de las universidades, y desde toda instancia de gestión y poder político, podamos enfrentarnos a esta nefasta cultura de la competitividad y la contabilidad que nos han impuesto nuestros “amigos” del norte, la cultura anglosajona dominante, aliada con el pragmatismo asiático, que no es más que la expresión de los intereses del gran capital hacia las formas de dominio cultural y científico del mundo. La universidad española debe percibir la necesidad de reflexionar más y de forma diferente, de dejar a un lado el excesivo activismo productivista y acrítico, de promover nuevos valores entre los profesores y estudiantes en la docencia, y de defender nuevas formas y temas de investigar, producir ciencia, y difundirla, al servicio de quienes más lo precisan. Esta propuesta es un reto nada fácil de asumir en la nueva etapa que se abre después de Wert y compañía, pero pensamos que es el sendero noble y al fin exitoso para lograr una sociedad más equilibrada y armoniosa, también a través de la educación y la universidad. K José Maria Hernández Díaz_ Universidad de Salamanca jmhd@usal.es

Editor Gráfico Rui Rodrigues ruimiguel@rvj.pt Serviço Reconquista: Agostinho Dias, Vitor Serra, Júlio Cruz, Cristina Mota Saraiva, Artur Jorge, José Furtado e Lídia Barata Serviço Rádio Condestável: António Reis, José Carlos Reis, Luís Biscaia, Carlos Ribeiro, Manuel Fernandes e Hugo Rafael. Guarda: Rui Agostinho Covilhã: Marisa Ribeiro Viseu: Luis Costa/Cecília Matos Portalegre: Maria Batista Évora: Noémi Marujo noemi@rvj.pt Lisboa: Jorge Azevedo jorge@rvj.pt Nuno Dias da Silva Paris: António Natário Amsterdão: Marco van Eijk Edição RVJ - Editores, Lda. Jornal Reconquista Grafismo Rui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda. Secretariado Francisco Carrega Sílvio Mendes Relações Públicas Carine Pires carine@rvj.pt Colaboradores: Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Realinho, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Belo Gomes, Carlos Correia, Carlos Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Elsa Ligeiro, Ernesto Candeias Martins, Fernando Raposo, Florinda Baptista, Francisco Abreu, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mesquita, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joaquim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, João Vasco (fotografia), Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Felgueiras, José Carlos Moura, José Pires, José Pedro Reis, Janeca (cartoon), José Rafael, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Luis Souta, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Maria João Leitão, Maria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faustino, Ricardo Nunes, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras,Sandra Nascimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susana Rodrigues (U. Évora) e Valter Lemos

Cartoon: Bruno Janeca H Argumento: Dinis Gardete _

Contabilidade: Mário Rui Dias

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Propriedade: RVJ - Editores Lda. NIF: 503932043 Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (accionistas com mais de 10% do Capital Social) Clube de Amigos/Assinantes: 15 Euros/ Ano Empresa Jornalistica n.º221610 Av. do Brasil, 4 r/c Castelo Branco Email: rvj@rvj.pt Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Jornal Reconquista - Zona Industrial - 6000 Castelo Branco


Editorial

Uma educação sem valores? 7 A educação não é uma dádiva dos deuses. A educação é uma obra assombrosa, fruto da frágil elaboração humana. Quando bem utilizada, reconhecemos-lhe a força e o vigor próprio das forças cósmicas. Quando instrumentalizada, em nome de valores inconfessáveis, revela-se débil e ténue, como se não soubesse ser outra coisa que não fosse a de ajudar a humanidade a ser cada vez melhor. A educação, ou seja, a formação do ser nos saberes e nos valores, é anterior à escola e aos obstáculos que lhe colocaram os currículos formais. A educação era uma responsabilidade colectiva, era a medida do progresso de um povo e, como tal, sancionada e avaliada por cada geração. Ninguém podia ficar dispensado do acto de educar. E ninguém podia evadir-se do processo e dos rituais inerentes aos procedimentos de socialização educativa. Ser educado era ser parte do todo. Era ser membro de corpo inteiro e de pleno direito da comunidade. De uma comunidade, toda ela educativa, que decidia também os momentos de avaliação dos progressos colectivamente obtidos. Ser educado era

ser reconhecido, aceite e validado para passar de sujeito a actor. Nesse tempo, não havia educação sem ensino, e todo o acto de ensino só faria sentido se integrado num procedimento educativo, fosse ele formal ou informal. Porém, o crescimento e o desenvolvimento das sociedades encarregaram-se de criar múltiplos paradoxos. Por um lado, a evolução tecnológica e científica veio simplificar e facilitar a vida do Homem. Por outro lado, o alastrar das comunidades multidimensionais encarregou-se de complexizar o acto de educar. A separação e a segregação de papéis e de funções levaram a que, a partir de então, a tarefa de todos fosse apenas a missão a prosseguir por alguns. Em poucas décadas nada ficou como dantes. Quanto ao resto, as doutrinas e os doutrinários encarregaram-se de sancionar o novo entendimento quanto ao funcionamento dos estados e das nações. Desde então, a educação foi repartida por múltiplos agentes. Desde logo, o próprio Estado legislador e sancionador. Mas também as famílias, as novéis instituições escolares, as comunidades religiosas, as associa-

ções de profissionais, os emergentes agentes de comunicação massiva, os grupos de pares, e, enfim, o próprio indivíduo. Esta mudança de paradigma provocou uma das maiores rupturas no acto de socialização e de integração dos indivíduos nas sociedades que os viram nascer. Esta mudança de paradigma provocou, dizíamos, a inacreditável separação do que, até então, era considerado uno e indivisível, ou seja, a segmentação dos actos de educar e de ensinar. A partir desse inqualificável acordo social, quem educa pode nem saber ensinar e quem ensina pode não ter condições e meios para educar, fazendo recurso à transmissão de valores, procedimento indispensável à concretização do acto educativo. A separação das responsabilidades educativas entre a escola, as famílias, o Estado e os agentes sociais significativos veio complicar ou dissolver o sentido dos deveres de cada um, e abrir as portas às mútuas acusações. A educação vale muito. Vale pelo menos a sobrevivência da humanidade. Vale a felicidade, o bem-estar e a melhor das qualidades da vida. Vale a cultura: o pouco que acrescentamos ao que já temos; mais a arte, a lite-

ratura, a pintura e a música. Vale a cura e a salvação, a alternância, a tolerância e a diversidade. E a humanidade só avança, só cria e se recria com base naquilo que recebeu, modelou e transformou. Os governos perverteram a avaliação das escolas e dos professores no momento em que privilegiaram indicadores de medida e de progressão inerentes aos modelos de ensino e aos actos de aprendizagem. O que tem estado em causa para se alcançar uma valoração das escolas e dos professores, tem sido o recurso à divulgação de rankings cuja elaboração se baseia apenas nos resultados escolares dos alunos. Para estes responsáveis pouco importam os resultados educativos. Isto é: saber muito do currículo formal é bom. Francamente bom, dizem! Mesmo que disso resultem algumas práticas marginais e desviantes desses indivíduos durante a frequência do currículo informal ou oculto. Práticas essas que escapam aos indicadores dos especialistas da avaliação e da classificação através dos resultados puramente escolares. Por sua vez, saber pouco do currículo formal é dramático! Mesmo que isso signifique

enormes passos alcançados no sucesso educativo das aprendizagens sociais desses alunos… São as políticas de educação que temos, mas que não sancionamos. Não as perfilhamos, precisamente porque queremos que a escola e os seus professores sejam sujeitos a um olhar diferente. Que sejam os melhores elos sociais e que possam ver reconhecida a sua capacidade profissional para a co-partilha e para a co-responsabilização do ensino e da educação das crianças e dos jovens que a sociedade lhes entregou, para que os devolvam mais maduros, mais sabedores e mais justos. K João Ruivo _ ruivo@rvj.pt Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico _

primeira coluna

O mundo digital e a escola 7 O tema não é novo, mas nunca como agora fará sentido ser debatido. A revolução digital chegou às escolas, às universidades e aos politécnicos. Esta mudança merece reflexão, tanto mais que a maioria dos alunos são nativos digitais. Isto é nasceram com as novas tecnologias e interagem com elas com mais facilidade que muitos dos seus professores e que os seus pais. Com a revolução digital surge o recurso a dispositivos móveis como instrumentos de ensino, os conteúdos móveis ou a aprendizagem fora do espaço físico das instituições. Ainda assim, nos últimos anos temos assistido a uma grande evolução nesta matéria, com muitos dos manuais escolares a terem a sua versão

digital disponível, com o aparecimento de portais educativos. Continua, no entanto, a faltar a capacidade da escola se adaptar, sobretudo no que respeita aos sistemas educativos. Uma adaptação, que a Direção Geral de Educação e Cultura da Comissão Europeia, diz que deve partir das próprias escolas, das câmaras municipais e outras entidades. Esta revolução está longe de ser tranquila. Os alunos dominam, muitas vezes, melhor que os próprios professores as novas tecnologias. E muitos docentes, mesmo tendo os meios e recursos à disposição preferem não os utilizar, quer por dificuldade, quer por mentalidade. Há uma terceira via, que também é válida: nem todas as escolas estão adaptadas

a esta realidade. Muitas teimosamente pararam no tempo. A questão é que o ensino está a mudar. A revolução digital veio para ficar e para mudar muitos paradigmas. Essa mesma revolução, que permite a utilização dos dispositivos móveis em contexto educativo, possibilita também o acesso à chamada educação aberta. Neste momento já há instituições a realizarem cursos grátis abertos, através da internet, cobrando apenas o certificado. A lógica de partilha e de acesso ao conhecimento pode permitir, por exemplo. que se uma determinada disciplina for planeada com base numa lógica de partilha aberta, esses conteúdos poderão servir milhares de alunos ao mesmo tempo em várias instituições.

Qual a vantagem? Para além de evitar que os docentes repitam e preparem as suas aulas com conteúdos e conceitos que são iguais, podem maximizar esse tempo desenvolvendo outras atividades com os alunos, os quais através dos recursos abertos já receberam a informação. Em 2030, segundo a Comissão Europeia, haverá mais de 414 milhões de estudantes no ensino superior em todo o mundo. E muitos deles vão querer estar em Portugal e a tirar um curso a distância no MIT; ou em África e quererem frequentar um curso à distância de um click, em Portugal. Nem todo o futuro vai passar por aqui, mas uma parte significativa será assim registada. É evidente que a questão foi

aqui apresentada de uma forma muito simples, como se tudo fosse fácil. Não é. É algo de complexo que não se resolve com um simples clique. Mas importa referir que estamos a enfrentar uma das maiores procuras por educação e saber em todo o mundo. K João Carrega _ carrega@rvj.pt

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“Pedagogia (a)crítica no Superior” (IV)

A entrega do canudo 7 «This is the end, beautiful friend My only friend, the end» (“The End”, The Doors, 1967) O ano lectivo finda com a cerimónia de «entrega das cartas de curso». O Prof.S., ao presidir a este ritual académico, escolheu a música do carismático vocalista Jim Morisson, e que Francis Ford Coppola usou como banda sonora do não menos célebre Apocalypse Now (1979). Dessa canção retirou três palavras-chave como mote para o seu discurso aos recém-licenciados: End (fim), Friend (amigo), Doors (portas). 1. FIM de um ciclo. Não vivi este tipo de cerimonial quando estudante da Universidade Técnica de Lisboa. Os tempos eram outros, mais dados há contestação, ou de acordo com a terminologia de Derrida, ao “desconstrutivismo”. Este “evento” (na designação dos animadores) assinala o fim de um importante ciclo de vida. Um período marcante pois, para a grande maioria, foi vivido a tempo inteiro, de forma intensa e apaixonada. Mas, nos tempos modernos (sempre os houve, lembremo-nos do filme de 1936 de Charlie Chaplin), deixou de haver um só ciclo académico. A educação permanente (agora re-

baptizada de «educação ao longo da vida») exige-vos, a curto/médio prazo, o retorno ao ensino superior, para aprofundamento de estudos e especialização profissional. Muitos voltarão à “casa-mãe” para iniciarem uma pós-graduação. Alguns, depois do mestrado prosseguirão para o doutoramento, num percurso ininterrupto ou num sistema alternado emprego-formação; tudo depende da entrada imediata no mercado de trabalho ou do interregno enquanto se aguarda pela tão desejada colocação e se vai continuando os estudos (enganando-se as estatísticas do desemprego mas valorizando-se cada um de vós). A expressão “quando fui estudante” é hoje um pouco anacrónica. Antes, o “estatuto” de estudante aparecia associado a um determinado ciclo de vida – a juventude. Agora sereis estudantes por diversos períodos, até na chamada 3ª idade: o alargamento da esperança média de vida e o “ter finalmente tempo” possibilitam a frequência da “universidade sénior”. 2. AMIGOS para sempre. É na escola, e muito em especial no ensino superior, que se fazem amigos; muitos acompanham-nos para o resto da vida. José Régio, num dos seus trabalhos autobiográficos (obra pós-

tuma de 1971), relembra os tempos em que estudou na Universidade de Coimbra, apesar de naquela altura se ter criado a Faculdade de Letras na Universidade do Porto (vivia ele então em Vila do Conde): «Eu queria ir para Coimbra! Sonhava com a minha Coimbra de António Nobre, com a boémia de Coimbra, com a paisagem de Coimbra, com o romantismo e todos os mitos mais ou menos poéticos de Coimbra…, não podia, não podia deixar de ir para Coimbra!» «Lá ganhei novos amigos. Lá passei pelo menos alguns dos anos mais felizes da minha vida». Poucos são aqueles que hoje optam por viver numa “república” de uma Universidade longe da família. Democratizou-se, e de que maneira, o acesso ao superior: 20,6% da população entre os 25 e 64 anos quando, em 2001 era de 9,2%. A rede de ensino superior expandiuse e agora, em cada distrito, temos várias instituições disponíveis – universidades ou politécnicos, públicas ou privadas. Por isso, os sacrifícios das famílias são menores. Os estudantes insistem em ir-e-vir, diariamente, de casa para a escola. Vantagens, bastantes (financeiras sobretudo): evita-se um segundo alojamento, poupa-se na alimentação. Desvantagens, muitas: me-

nos tempo dedicado ao estudo, ao convívio, à tertúlia, aos cafés, esses espaços da aprendizagem informal. Hoje, esta cerimónia é para os vossos pais um dia cheio de significado: vocês são os primeiros licenciados da família! É a geração que, em Portugal, acedeu ao ensino superior quebrando a barreira dos constrangimentos sócio-económicos. 3. PORTAS para o (des)emprego. Fecham as portas do curso que finda, da escola que abandonam enquanto se abrem as portas as da vida activa, as do emprego. A carta de curso (o “canudo” no jargão social) é a chave (não mestra, infelizmente) que abre a porta do mundo do trabalho e facilita os mecanismos de mobilidade social. Os professores, ao contrário dos médicos, não o colocam nas paredes da sala de aula (mas já os vamos vendo no hall dos Centro de Explicações que por aí proliferam). Não sei qual o destino que darão ao diploma: emoldurado, metido numa gaveta ou apenas citado nos muitos curriculum vitae que, com certeza, irão redigir nos tempos mais próximos. Também neste domínio assistimos a novas realidades: o desemprego veio para ficar; deixou de ser conjuntural e passou a estrutural.

Atinge valores muito altos, em especial entre os jovens. Múltiplos estudos têm demonstrado, no entanto, que o desemprego afecta mais os que não têm qualificações académicas e/ou profissionais (13,7% na população dita “activa” quando nos diplomados é de 9,6%, segundo os números oficiais). Num país com tão baixa produtividade, e que não sai da cauda do pelotão da Europa, onde os empresários teimam em ter mão-de-obra barata (e desqualificada) em detrimento de gente com formação superior (a que naturalmente teriam de pagar com outros montantes), alguns de vós ouvirão repetidamente, no futuro, a frase: «Foi para isto que andaste a estudar!» Podem crer, os diplomas (ainda) valem. Um curso de licenciatura não foi, nem nunca será, um fim em si. Todavia, é uma habilitação importante no percurso de todos vós. Saibam tirar daí dividendos. E não parem de estudar pois «o saber não ocupa lugar». A todos vós deseja o Prof.S., do fundo do coração, as maiores felicidades. Até sempre! K Luís Souta _ luis.souta@ese.ips.pt Este texto está redigido segundo a “antiga” e identitária ortografia _

CRÓNICA

Cartas desde lá ilusion 7 Querido amigo: Hoy quiero continuar con mis reflexiones acerca del desarrollo personal de nuestros alumnos. En concreto, creo que sólo se logrará este objetivo mediante una promoción de actitudes positivas, tanto por parte de los educadores como por parte de los alumnos: actitudes tales como respeto hacia los demás, tendencia a la colaboración en la resolución de problemas personales, búsqueda de la independencia por parte de los alumnos a la hora de abordar sus tareas (sean de tipo cognitivo, emocional o social), promoción de la libertad de opinión en el marco del respeto a las ideas de cada uno (se compartan o no) desde la convicción de que la verdad no existe en un solo punto de vista, sino en el conjunto de las perspectivas de las personas implicadas en cada circunstancia o proceso, entrenamiento en técnicas de auto-control y de autoestima, desarrollo de tareas orientadas al conocimiento personal y de los

demás, etc. La promoción de estas actitudes supone un enfoque prioritario en la formación humana (cognitiva, emocional y social) de todos, es decir, tanto del profesorado como de los alumnos. Esa formación supone, desde mi punto de vista, una doble dinámica de actuación. La primera, y, tal vez, la más fundamental, implicaría la “tensión” educativa continua que implicase, en el aula, un talante educacional claramente centrado en todos los aspectos que encierra el conjunto de actitudes positivas que he mencionado al principio (y algunas más que entrarían, sin duda, en el listado). Pero creo que, en segundo lugar, podría coadyuvar la introducción de una asignatura que ha sido reclamada por la ONU para el sistema educativo español y que no es otra que la tan denostada “Educación para la Ciudadanía”. A mi modo de ver, esta asignatura se

planteó de una manera inadecuada hace algunos años. Yo recuerdo (y, tal vez, tú también) aquella asignatura que se llamaba, en tiempos de la Dictadura en nuestro país, “Formación del Espíritu Nacional” que era un vehículo de adoctrinamiento en las tesis franquistas del entonces vigente “Movimiento Nacional”. La Educación para la Ciudadanía encerraba, en mi opinión, un intento de adoctrinamiento ideológico (no me importa el color del que fuera), similar, en alguna manera, al de la “Formación del Espíritu Nacional” (que, obviamente, era de otro color político). En ambos casos, estas asignaturas llevaban un “veneno ideológico” que, en nuestra democracia, no se puede aceptar. Recuerdo que, en uno de mis viajes al Reino Unido, conseguí los textos del equivalente británico de nuestra “Educación para la Ciudadanía”. Esos textos no tenían carga política alguna, y estaban claramente orientados a ofrecer materiales de apoyo para el desa-

rrollo, en el aula, de las actitudes positivas que todos deseamos en nuestros alumnos. Recuerdo que me llamó la atención el enfoque y que lo comenté con algunos colegas en términos de “qué pena que en nuestro país no se haya diseñado una asignatura de auténtica promoción cívica como ésta, sin necesidad de acudir a una carga ideológica que da al traste, de entrada, con los posibles pronósticos de la actuación en este sentido”. Ahora bien, tenemos que ser conscientes que el término “asignatura” conlleva una carga de oficialidad y de centración en los contenidos. Lejos de eso, una asignatura de “Educación para la Ciudadanía” debería ser diseñada “ad hoc”, es decir, en función de las necesidades de cada centro educativo. Además, debería ser “totalmente transversal y vertical”, o sea, destilando talante a lo largo de todas las intervenciones educativas durante toda la jornada. No debería ceñirse a un momento

puntual durante una o varias jornadas de la semana. El concepto de asignatura no debería aplicarse, por tanto, tal como lo conocemos y manejamos actualmente, porque, de lo contrario, dejaría de intentar conseguir los objetivos de una auténtica educación ciudadana. Pero soy consciente del peligro que encierra la redacción de una asignatura de este tipo... porque se convertiría, con excesiva facilidad, en otro “libro de texto”, con lo que eso conlleva en cuanto a su desarrollo y a su evaluación (exámenes de contenidos, etc.). Creo que hoy me he extendido un poco más de lo debido... Seguiremos en contacto. K Juan A. Castro Posada _ juancastrop@gmail.com

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José Cid

«A televisão não mostra a verdadeira música portuguesa»

6 Aos 73 anos, José Cid regressa aos tempos de «menino prodígio» com um álbum onde recupera uma faceta mais rock. O músico português descreve o novo disco como um trabalho “rebelde e politicamente incorrecto”. «Menino Prodígio» é o cartão de visita do trabalho discográfico com o mesmo título. Como tem sido recebido? Acho que da melhor maneira. O videoclip do «Menino Prodígio» está com cerca de 50 mil visualizações no YouTube. O disco em si tem sido igualmente bem recebido. É muito bom ver a resposta do público nos concertos. Ao vivo, as pessoas cantam comigo em coro. A canção «Menino Prodígio» é um trabalho autobiográfico. Como é regressar à infância? Vivia na Chamusca, no Ribatejo, e os amigos do meu pai ficavam muito admirados por eu, com quatro ou cinco aninhos, cantar e tocar piano. Ninguém estava à espera, uma vez que ninguém me ensinara. Então chamavam-me menino prodígio. Entretanto, como diz a letra da canção: o “menino prodígio morreu, mas o seu epitáfio sou eu”. Este álbum reúne vários temas censurados, na altura em que fazia parte do Quarteto 1111. Qual é a sensação de compor uma música e ela ser censurada? Nós, e um grupo restrito de cantores da altura, tínhamos grandes dificuldades

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com a censura. Tínhamos a censura em cima de nós, feroz, muitas vezes injusta, outras vezes agressiva. E nós enfrentámos a censura. Eu tenho 28 canções proibidas no antigo regime, dava para preencher um álbum duplo. Para este novo álbum fui buscar três canções ao meu passado e deilhes uma roupagem atual: «Blá! Blá! Blá!», «Monstros Sagrados» e «Rock Rural». Acredito que seja agradável recuperar esses temas. Sim, e são completamente atuais. O meu álbum é autobiográfico em dois temas só: «Menino Prodígio» e «O andar de Marylin», que foi a minha primeira grande paixão, com 12 ou 13 anitos. Quando morreu estava já apaixonado por aquela que foi talvez a mais bonita mulher do cinema. É, de resto, um álbum de consciência e politicamente incorrecto, daí a sua rebeldia e o seu interesse. No alinhamento do disco há um tema de Aerosmith. Porquê uma cover da banda de Steven Tyler? A história começa para aí há 15 anos atrás, quando o tema saiu. Fui cantar ao Casino Estoril e, nessa ocasião, cantei também alguns temas que não eram meus. «I Don’t Want to Miss a Thing» foi um deles. Depois, já em 2005, fui escrever o meu livro de poesia a uma ilha das Caraíbas onde à noite fazia karaoke num hotel em que ninguém me conhecia. Cantei a canção dos Aerosmith e fiz muito sucesso (risos). Comecei a ir todas as noites cantar este

tema no karaoke. O ano passado a RFM convidou-me para um programa ao vivo e cantei «I Don’t Want to Miss a Thing». A reação do público foi extraordinária e eu resolvi incluir o tema no meu álbum. É quase uma provocação, para se perceber que eu consigo cantar outras coisas. Tem muitos cuidados com a voz? Tenho. Não bebo álcool, não fumo nem bebo coisas geladas. Tenho também cuidado com as alergias. Tem de estar em forma para os concertos deste verão... Até setembro vou ter 40 concertos em Portugal. O público quer ouvir-me. O meu concerto é extraordinariamente procurado no país inteiro, porque atravessa várias gerações. É um concerto com muita música e pouca conversa. Toco as canções que toda a gente conhece e algumas novas, acompanhado por músicos muito bons Com a edição deste disco promete conquistar mais público, sobretudo nas camadas etárias mais jovens. Já tinha esse público. Mas este ano toquei em quatro queimas universitárias. É muito bom ver os jovens cantar todas as minhas canções. José Cid é uma grande referência da música portuguesa. Qual é a leitura que faz do panorama atual? Vejo muitos projetos jovens que têm imensa dificuldade em se impor, particu-

larmente os que cantam em português. E, depois, vejo com muito desagrado programas de televisão, aos sábados e domingos à tarde, que nivelam a música pelo nível mais baixo. A televisão não mostra a verdadeira música portuguesa. Há muitos jovens com qualidade que não aparecem ali, porque esteticamente não são o que os programas procuram. K Entrevista: Hugo Rafael _ Texto: Tiago Carvalho _ Facebook Oficial H


gente e livros

Novidades literárias 7

casa das le-

tras. A Estrada dos Silêncios, de Carlos Vaz Ferraz. A jovem juíza Joana Secalha fora colocada na pacata comarca de Abrantes para se redimir de um passado pouco recomendável. Não podia cometer erros e deslocou-se, ao Monte Cimeiro, para ouvir as razões pelas quais o velho Francisco Afonso não aceitara a ordem de expropriação dos terrenos, por onde passaria a moderna estrada europeia e os benefícios do progresso. Francisco Afonso respondeu-lhe com a sabedoria dos velhos: «A ideia de que o progresso é bom assenta no mesmo erro de que Deus nos salva com milagres. Milagre e progresso seriam evitar o mal!» d.quixote. Mística Fatal, de Louise Penny. CC de Poitiers tinha um ego do tamanho do mundo e não descansou enquanto não viu o seu livro de auto-ajuda publicado com o seu rosto na capa. Era autoritária, detestada por todos, mas decerto nunca pensou vir a morrer eletrocutada numa pista de Curling numa aldeia nos confins do Canadá. Armand Gamache, o inspetor-chefe da Sûreté do Quebeque, também jamais imaginou regressar tão cedo a Three Pines, muito menos na quadra natalícia, tempo de paz e fraternidade a contrastar com o estranho crime. vogais. Pai Rico, Pai Pobre para Jovens, de Robert T. Kiyosaki. «Pai Rico, Pai Pobre» é uma abordagem às finanças das famílias que visa despertar o génio financeiro que há nos pais e nos seus filhos. Segundo Robert Kiyosaki, especialista e conferencista em assuntos financeiros, a escola está muito longe de nos preparar para a vida real. O autor pretende ensinar os jovens sobre investimentos, juros, dívidas, ativos e passivos. BOOKSMILE. A Casa dos Robots, de James Patterson e Chris Grabenstein. Sammy é um miúdo igual a tantos outros, exceto num pormenor: vive numa casa cheia de robots. Por vezes até é divertido viver com robots, mas agora a mãe de Sammy criou o E, um robot muito irritante que se julga seu irmão e vai atrás de si para todo o lado. Até para as aulas! Se antes Sammy já não era o miúdo mais popular da escola, imaginem agora. K

Karl Ove Knausgård 7 Karl Ove Knausgård, escritor norueguês de 47 anos, tem conquistado o mundo literário desde que o seu romance autobiográfico, em seis volumes e 2,6 mil páginas, «A Minha Luta», começou a ser traduzido em inglês, em 2012. Uma sensação em todo o mundo, Karl Ove Knausgård “escreve sobre a vida com dolorosa honestidade”, refere a editora Relógio D’Água, responsável por traduzir a obra do norueguês para língua portuguesa. Cada volume aborda um tema diferente na vida de Knausgård. O primeiro, «A Morte do Pai», é dedicado ao tema do luto e às consequências da morte do pai alcoólico e distante. No segundo volume das suas memórias, «Um Homem Apaixonado», o autor centra-se na sua segunda esposa, Linda. Descreve as tempestuosas relações de amizade e amor e o dramático período antes de consolidarem a sua relação. Depois vem a experiência da paternidade e o quotidiano familiar, confrontado com a urgente necessidade de escrever. “Knausgård fala dos momentos que compõem a vida de um homem, dilacerado pela necessidade de criar, mas também de viver, alguém para quem arte e natureza são uma necessidade física, alguém que oscila entre a energia vital e pensamentos mórbidos e que deseja com igual intensidade solidão e amor”, sintetiza a Relógio D’Água. No terceiro volume, ainda por editar em Portugal, Knausgård retorna à infância, para

Direitos Reservados H

eDIÇÕES

preencher os pontos de interrogação que pontuam o primeiro volume do romance autobiográfico. Quanto ao que nos espera nos volumes

4, 5 e 6, o mundo, e os leitores portugueses em particular, terão de esperar até serem traduzidos, ao longo dos próximos anos. K Tiago Carvalho _

António Salvado

No Interior da página

6 «No Interior da Página seguido de Prosas Avulsas do Interregno», é o novo livro o poeta António Salvado, cuja parte da obra se encontra traduzida em diferentes línguas. Editado pela RVJ - Editores, com o alto patrocínio da Câmara Municipal de Castelo Branco. A apresentação da

obra ficou marcada por um momento musical, mas também pela leitura de vários poemas da vasta obra de António Salvado e poemas e prosa do novo livro. Arnaldo Brás, vice-presidente do município albicastrense, lembra que António Salvado “não é só o poeta albicastrense,

mas como dizia um amigo dele, é o mais notável poeta lusitano”. António Salvado, em jeito de apresentação do seu livro, lembrou que “para muitos a vida é mais importante que a arte. Para outros a arte é mais conhecimento que a vida. Mas para outros, vida e arte são faces da mesma moeda e só da sua união resulta algo de valor estético indiscutível”. K

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pela objetiva de j. vasco

press das coisas Ice Shot: Copos de Gelo 3 Originais copos em gelo. Perfeitos para festas e surpreender amigos e família. Inspire-se com os programas gourmet e os chefs mais ousados do momento. Faça-os com água, sumo natural, bebidas curiosas ou sabores a gosto... e divirtase! K

«Encores», de Charles Aznavour 3 Aos 90 anos, Charles Aznavour edita o novo álbum de originais. Em “Encores”, que reúne 12 temas inéditos, o histórico cantor francês escreve os temas e arranjos, abordando temas como a guerra e a resistência. Um cantor de excepção, com uma carreira de excepção. K

7 As Festas da Cidade de Lisboa terminaram com um grande concerto, Voz e Guitarra, repartido por dois dias. Voz e Guitarra II é um projeto onde 26 artistas nacionais interpretam vários êxitos da música portuguesa. Pelo palco instalado na Praça do Comércio passaram, entre outros, David Fonseca, Jorge Palma, Vitorino, Luísa Sobral, Moz Carrapa, Vitorino, Rita Redshoes, Sérgio Godinho ou os Dead Combo (na foto). Destaque para o magnífico trabalho de António Jorge Gonçalves, responsável pela cenografia e autor das imagens e desenhos projetados. No próximo número faremos um balanço do que foram as Festas da Cidade de Lisboa: 36 dias sempre em Festa. K

Prazeres da boa mesa

Churrasquinho de Frango da Guia sobre Legumes Mediterrânicos 3Ingredientes (10 pax): 5 Franguinhos da Guia 1 Limão em sumo 30 Rodelas de Courgette 1 Pimento Vermelho 1 Pimento Amarelo 1 Pimento Verde 1 C. S. de Orégãos 20 Tomatinhos Cacho 1 Kg de Batata 10 Dentes de Alho Q.B. de Pimenta Preta de Moinho 2 Dl de Azeite 2 Folhas de Louro 1 C. Chá de Pimentão de La Vera Preparação: Desossar os franguinhos separando o supremo (peito com a asa), a coxa e a perna. Temperar com sal, pimenta, azeite, louro, alho picado, sumo de limão e pimentão. Cortar os legumes e temperar com

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Fritar a batata em óleo quente, escorrer imediatamente em papel absorvente, polvilhar com sal fino. Empratamento: Depois de todos os temperos rectificados, dispor os legumes grelhados e em cima as três peças de franguinho. Guarnecer com as batatas rendadas. K Mário Rui Ramos _ (Chef Executivo )

sal, pimenta, azeite, alho picado e orégãos. Grelhar os franguinhos. Grelhar os legumes. Descascar as batatas e cortar na mandolina na lâmina ondulada. Cortar na oblíqua uma vez para a direita e outra para a esquerda e assim sucessivamente.


Bocas do Galinheiro

Directors’ Cut 7 Nos últimos anos vulgarizaram-se as Directors’ Cut, versões de filmes, diferentes das que passaram nas salas de cinema, em que ao realizador é dada a liberdade de acrescentar cenas que foram cortadas, ou mesmo montar uma versão menos comercial, ou seja, dar-lhe um toque pessoal que por variadíssimas razões não pôde imprimir na versão inicial, quer por razões de mercado quer de produção. Aliás, são famosas algumas versões exibidas à revelia dos realizadores, na maioria das vezes por exigência dos estúdios. Aquando do ciclo “Filmes e Censura” que a Cinemateca passou no Quarteto, João Lopes, a propósito dos processos de censura, no texto que elaborou para o catálogo cita uma carta do realizador Peter Bogdanovich à revista “Sight and Sound”, em que este chamava a atenção para o facto de o seu filme “Targets” estar a ser exibido com uma duração inferior em 14 minutos à da sua versão integral e em que concluía que “a história dos filmes está cheia de carnificinas maiores do que esta – e muito lamentáveis – mas creio que cada uma delas, por mais reduzida, deve ser anotada, discutida e combatida, na esperança de que cada luta reduza de algum modo as possibilidades de tais coisas acontecerem.

Apesar de tudo, gostaria de pensar que estamos a ganhar”. Por seu lado, e no mesmo catálogo, é respigado Homero Alsina Thevenet que escreveu no seu “El Libro de la Censura: “O resultado de todos os planos abortados, cortes, retoques e proibições deveria ser um fundo lamento pela desventura do cinema. Nenhuma explicação é suficiente para enxugar esse pranto, mas pelo menos metade dos males surge relacionada com o sistema de livre empresa. Se John Huston entra em choque com o produtor David O. Selznick (a propósito de “A Farwell To Arms”); ou George Cukor com o produtor Zanuck (a propósito de “The Chapman Report”) ou Ruben Mamoulian com a Fox (a propósito de “Laura”) cabe recordar que nesses casos, como noutros, Selznick, Zanuck e a Fox estavam a investir dinheiro num projecto e defendiam-no com o seu melhor critério, equivocados ou não. E se o seu melhor critério era prescindir desses realizadores e substituí-los por outros, algumas queixas poderão recair sobre os artistas subordinados ao capital e aos industriais, mas essa é a consequência inevitável do cinema ser produzido por empresas e não por cooperativas de artistas. Do mesmo modo, quando a Warner corta metragem à versão terminada de “A Star is Born” (1954), ou quando a

RKO nega a Orson Welles o direito de aprovar a versão definitiva de “The Magnificente Ambersons” (1942), é bom recordar que a Warner e a RKO eram, respetivamente, as donas legais desse material. Voltando a João Lopes, entre outros lembra que o “caso de ‘Journey into fear’ (1943), que a produtora RKO retirou ao seu realizador Orson Welles, na sequência dos problemas (industriais e comerciais) suscitados pelos seus filmes anteriores: Citizen Kane e The Magnificente Ambersons”. Ora, é um pouco nesta linha que as grandes produtoras, tirando partido das potencialidades, primeiro das cassetes de visualização caseira, depois dos DVD e agora do BluRay, este com enorme aproveitamento, se viraram para as Directors’ Cut, captando cinéfilos, e não só, para a descoberta de filmes vistos numa versão diferente, para além de juntarem bombons diversos, de comentários do realizador, featurettes das filmagens e de outros materiais. Enfim, temos que confessá-lo, material que muitas vezes dá mais gozo que o próprio filme. Não estranhou pois que filmes de culto como “As Portas do Céu” (1980), de Michael Cimino, amputado em quase metade do tempo inicial de projecção, apesar do enorme falhanço que representou, do abalo financeiro que representou para as

celebrações da fundação

produtoras, falências incluídas, apareceu anos depois no Festival de Berlim numa versão de 225 minutos em 2005, uma final cut, mais que a versão do realizador, deu nova luz a este fracassado épico. Por seu lado “Blade Runner” (1982), de Ridley Scott, cuja versão inicial, principalmente o happy end imposto pelo estúdio, não foi do agrado do realizador nem da estrela principal, Harrison Ford, por causa da voz off, conheceu uma directors’ cut em 1992, não totalmente do agrado de Scott, o que levou ao aparecimento em 2007 da Final Cut, não deixando, ou será que ainda deixa? de que Deckard, a personagem de Ford é ela mesma um replicant, a discussão recorrente, digo eu, eterna, à volta de Blade Runner, o filme de FC, digo eu também, com opiniões divergentes de Scott e Ford. Outro filme de culto, pela temática, por Brando, e pela turbulência, também no sentido literal do termo, que envolveu as filmagens, “Apocalypse Now” (1979),

de Francis Ford Coppola, conheceu em 2000 a versão definitiva do realizador, “Apocalypse Now Redux”, que além do acréscimo de tempo relativamente à versão que estreou no cinema, não trás nada de novo, antes pelo contrário, as cenas introduzidas, na sua maioria, só estragam. A prova de que não se deve mexer no que está bem. Aliás há outros exemplos, da versão de Spielberg de “E.T.”, na edição do 20º aniversário do filme, a “The Abyss”, de James Cameron, passando pela edição especial em 1980 de “Close Encounters of the Third Kind” (1977), também de Spielberg, para não falar da versão de “Brazil” (1984), feita à revelia de Terry Gilliam, uma tentativa falhada dos estúdios de aproveitarem o filão das versões definitivas. Filão ou oportunidade, para quem gosta de cinema, são sempre bem-vindas. Até à próxima e, bons filmes. K Luís Dinis da Rosa _

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Quarenta anos da República de Cabo Verde 7 A 5 de julho deste ano, Lisboa associou-se às celebrações da fundação deste jovem país, antiga colónia portuguesa. A iniciativa partiu da residência artística “Largo da Residência”, situada no Largo do Intendente, e que contou com o apoio da EGEAC e da Embaixada de Cabo Verde. No dia 5, mais de 100 músicos unidos por um repertório de mornas de autores como B.leza, Eugénio Tavares e Jotamonte, integrados no Festival do Bairro, tocaram 10 temas, um por cada ilha de Cabo verde. Destaque para a participação de Celina Pereira, Maria Alice, Ana Firmino e Titina. A banda base era composta por Bilocas Lima, Stephan Almeida, Adérito Pontes, Sérgio Figueira e Palo com a participação especial de Nelson Rendall, estando a coordenação musical do evento a cargo de Jon Luz.

JULHO 2015 /// 029


Quatro rodas

O meu Mercedes podia chamar-se Jellinek c Contrariamente ao que pode induzir o título, eu não tenho um Mercedes, nem nunca tive. Caminho, no entanto, para uma idade onde gostaria de poder fruir um belo 190 prateado dos anos 50. Deixemo-nos, no entanto, destas divagações e comecemos a nossa história de hoje, que tem como objetivo explicar este título algo bizarro, ou seja, porque é que os Mercedes podiam ter-se chamado Jellinek? A Mercedes Benz nasce apenas em 1926, mas a história dos seus fundadores remonta aos finais do século XIX. Nessa altura Karl Benz e Gottlieb Daimler já fabricavam os seus automóveis mas eram rivais na conquista dos mercados dessa época. Temos por isso que voltar atrás no tempo de modo a percebermos como apareceu o nome Mercedes. Regressemos então a 1900, ano em que morreu Gottlieb Daimler. Após a sua morte foi Wilhelm Maybach quem passou a liderar empresa que matinha o seu nome. Nesse mesmo

ano Maybach recebeu uma encomenda para 36 automóveis muito especiais. Quem fez a encomenda foi Emil Jellinek, um austríaco que tinha passado por vários negócios e nessa altura vivia na riviera francesa. Os carros pedidos à Daimler tinham especificações próprias que lhe permitiam um maior desempenho. Jellinek começou então a vender os veículos para competição e estes de imediato ganharam as principais corridas do início do século XX. Para os diferenciar dos pouco potentes Daimler, decidiu batizar estas maquinas vencedoras com o primeiro nome de sua filha, Mercedes Adrienne Manuela Ramona Jellinek. Assim apareceram os primeiros Mercedes, fabricados pela Daimler num ambiente de competição e com fama de vencedores desde a nascença. O sucesso dos Mercedes foi tal, que a própria Daimler adotou o nome para vender os seus veículos, pois o produto Mercedes passou a ser muito mais reconhecido na Eu-

ropa que os seus Daimler. Foi assim que em 1926 levou este nome para a nova marca que resultou do acordo com a Benz & CO; Deixo aqui uma foto de Jellinek com a filha Mercedes, um nome bem latino, que resistiu até hoje, e foi cimentando a imagem de um automóvel tecnologicamente evoluído, e imbatível em competição. Fosse Jellinek mais narcisista, e em vez de Mercedes, a conhecida marca de Stuttgart poderia ter hoje o seu nome. K Paulo Almeida _

setor automóvel Ford Galaxy já tem preços

Fiat renova 500

3 A quarta geração do monovolume Ford Galaxy tem preços a partir de 39 064 euros. Chega ao mercado português este mês. Embora as dimensões exteriores tenham crescido pouco em relação à geração anterior, o novo modelo tem mais espaço interior e maior facilidade de utilização da modularidade oferecida pelos sete bancos individuais. K

3 A partir do outono estará à venda uma versão renovada do Fiat 500. O citadino, no mercado há oito anos, foi alvo de uma renovação que, segundo a Fiat, contemplou 1800 modificações estéticas no interior e no exterior. Em termos de motores, o 500 passa a estar disponível com versões Euro 6, que funcionam em conjunto com uma caixa manual de cinco ou seis velocidades, assim como uma robotizada Dualogic com patilhas no volante. K

Renovado VW Sharan em julho 3 Estará disponível ainda este mês o renovado Volkswagen Sharan, monovolume de sete lugares produzido na fábrica da Autoeuropa, em Palmela. A somar aos retoques estéticos, o Sharan apresenta novos motores, mais eficientes. Os preços em Portugal têm início nos 39 141 euros para a opção a gasolina 1.4 TSI de 150 cv. O Diesel começa com o 2.0 TDI com 115 cv por 39 714 euros. K Publicidade

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Edições RVJ recria tradição

A festa em que os galos vão à missa 6 Na festa de S. Pedro, em Monforte da Beira, os galos entram na procissão e no final são leiloados, já abençoados, ao longo da tarde, numa festa que começa a criar raízes naquela freguesia do concelho de Castelo Branco e que é promovida dias depois de se ter assinalado o S. João. Este ano, a tradição voltou a cumprir-se. Os galos foram, em cestos, na tradicional procissão. Também houve quem levasse patos e galinhas. No final foram leiloados. Adelaide Salvado, investigadora que no dia da festa apresentou o livro “As Festas de S. Pedro Monforte da Beira”, recorda que “havia uma tradição, na Península Ibérica, em oferecerem-se galos para jogos perícia. Aqui em Monforte os galos - criados para o efeito - eram enterrados e mortos à pedrada. Algo que terminou na década

de 60”. Mas a tradição haveria de voltar no modo como hoje se conhece. Os galos em vez de apedrejados passaram a fazer parte de um ritual, integrando a procissão e o leilão que se lhe segue. “Por finais dos anos 90 anos do século XX, o secular jogo de perícia da morte do galo das festividades populares em honra de S. Pedro sofreu uma singular alteração. Um jovem sacerdote, padre Vítor Beirão, então pároco de Monforte da Beira, atento à cultura do povo, fez renascer a tradição dos galos associada às festividades de S. Pedro, dandolhe, no entanto, um novo rumo, em consonância com os valores e a sensibilidade que, no nosso tempo, marcam a nossa relação com os animais. Os galos deixaram de ser barbaramente mortos à pedrada”, explica Adelaide Salvado no livro, editado pela

RVJ - Editores e que é propriedade da Junta de Freguesia de Monforte da Beira, concelho de Castelo Branco. E é assim que “pela tarde do dia de S. Pedro, as mulheres passaram a levar os galos, em pequenos cestos enfeitados com fitas e panos brancos, até à capela de S. Pedro. A aceitação do povo foi imediata. Grande era

o desejo de continuar, como no passado, a oferecer a S. Pedro os seus animais como promessa. E, atualmente, muitos animais são levados até à ermida de S. Pedro: não só galos, mas, por vezes também, patos e coelhos. São as oferendas a S. Pedro. Da ermida organiza-se, depois, uma procissão até à igreja matriz. Recebidos pelo páro-

co, à entrada da matriz, os cestinhos com as oferendas dos animais entram na igreja e são conduzidos para a sacristia onde permanecem até ao final da missa. Acabada a celebração, no adro da igreja realiza-se a bênção dos animais, que, em seguida, são leiloados no meio de muita alegria, revertendo a receita a favor das obras de melho-

ramento e manutenção da capela de S. Pedro”. K

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Sénior

Usalbi faz 10 anos 6 A Universidade Sénior Albicastrense - Usalbi acaba de assinalar o seu 10º aniversário. “Cumprimos 10 anos de Usalbi, pelo que este encerramento é em festa”, refere Arnaldo Brás, presidente da direção da Universidade Sénior, lembrando que nesta década os alunos “estão mais atentos, mais intervenientes e dia a dia foram mudando a vida do concelho. Ao todos a Usalbi integra já 700 pessoas, ou seja, 700 histórias de vida”. O trabalho desenvolvido, nas mais diversas áreas, faz com que hoje “demos mais atenção e importância à vida, ao que fazemos e como o fazemos”, sublinha Arnaldo Brás, lembrando que tal como a cidade se muniu de vias pedonais para que se possam fazer passeios em todo o seu perímetro urbano, “também a Usalbi é um

passeio pelo conhecimento, ao ritmo de cada um”. Quanto aos objetivos da Usalbi reitera que são “promover o envelhecimento ativo, expandir a sua ação às freguesias do concelho e ajudar a ter um concelho inter-geracional”. O presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia, quis partilhar o seu testemunho da sua relação com a Usalbi e não escondeu a sua satisfação pela vitalidade e animação que dá à cidade e ao concelho. “A Usalbi é muito importante e é uma maravilha ver que estes alunos também ajudam a dar vida a Castelo Branco, mas também às freguesias do concelho. A Usalbi está a fazer um excelente trabalho. Transformou a cidade e o concelho e o trabalho que a autarquia desenvolve no âmbito do envelhecimento ativo também conta com a Usalbi”, reitera o autarca. K

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