Ensino Magazine Edição nº 214

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dezembro 2015 Diretor Fundador João Ruivo Diretor João Carrega Publicação Mensal Ano XVIII K No214 Distribuição Gratuita

www.ensino.eu Assinatura anual: 15 euros Autorizado a circular em invólucro fechado de plástico. Autorização nº DE01482012SNC/GSCCS

Leiria, Portalegre e guarda

Ensino Magazine premeia mérito dos estudantes C

P 11,14 e 16

Ensino jovem

nuno rogeiro em entrevista

Estado Islâmico e Al-Qaeda ambicionam conquistar o mundo C

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Nuno Rogeiro, comentador de assuntos internacionais

«Al-Qaeda e Estado Islâmico ambicionam conquistar o mundo» 6 Com a globalização do medo, Nuno Rogeiro é uma das vozes mais escutadas para decifrar as raízes do terror que vão Publicidade

semeando o pânico pelas cidades do mundo. No seu livro «Menos que Humanos» designa por

«tempestade perfeita» o fenómeno das migrações para a Europa. Pode sintetizar que ingredientes são esses?

A expressão «tempestade perfeita» é uma espécie de súmula de conceitos que acabam por dizer algo semelhante à Lei de Mur-

phy. E em 2015 muitas coisas correram mal ou foram propícias ao fenómeno das migrações, especialmente entre junho e outubro. A saber, sobretudo durante o verão, o agravamento de muitas crises políticas e militares, em países que são tradicionalmente de emigração. É o caso do Afeganistão, da Síria e da parte desértica do Egipto, o Sinai. Por outro lado, por ser mais fácil navegar durante o verão no Mediterrâneo, quer do lado meridional, quer do setentrional. Para além disso, a acalmia das condições meteorológicas permitiu a passagem, mais facilitada, pela chamada «pista balcânica» que é um caminho fundamental para chegar a países que depois acabam por confinar com a Hungria, a Áustria e a Alemanha, três destinos importantes. Consegue identificar os ingredientes de natureza política que facilitaram este cenário? Primeiro por não ter havido consenso, até agora, na União Europeia, primeiro na resposta de segurança à crise, na resposta jurídica à crise, na resposta política à crise e, finalmente, na resposta logística à crise. E há outro fator: a Grécia, um dos países fundamentais na primeira fase de acolhimento, ter ficado mergulhado numa crise política e económica que faz com que não lide da melhor maneira com essa pressão migratória. Estes são apenas alguns dos componentes que formam a «tempestade perfeita». Fala no livro de «grandes circuitos». O balcânico é, porventura, o mais importante? Muito. Primeiro porque permite escapar às intempéries no Mediterrâneo e um uso em praticamente todas as estações do ano. Por outro lado, é um cir-

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cuito muito conhecido que já tem dezenas de anos de utilização, especialmente quando começaram os conflitos pela desagregação da Jugoslávia. É usado por redes de emigração clandestina e emigrantes voluntários, mas também por redes de tráficos de pessoas e redes delituosas que fazem contrabando para a Sérvia, Montenegro, Albânia, Croácia, Eslovénia, etc. Há ainda outro ponto, os países que confinam com a chamada «pista balcânica», serem pobres ou com problemas internos de segurança, o que torna as suas fronteiras mais porosas e vulneráveis. Segundo um estudo do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) estimase que 900 mil refugiados possam entrar na Europa em 2015. É um número colossal, que corresponde ao 24.º país do mundo em população… No livro avançamos com a estimativa de 1 milhão de pessoas, até janeiro de 2016. É perfeitamente avassalador, apesar de incluir refugiados políticos, do clima, económicos e até pessoas traficadas. Não há nenhum país sozinho que tenha capacidade para acolher tantas pessoas, vindas de sítios onde há conflitos como a Síria ou o Afeganistão, ou de zonas sem conflitos, por exemplo, o norte de África ou da África ocidental, etc. Ainda para mais, quando esse fluxo começou a chegar a Europa não tinha um sistema preparado de triagem, relocalização e de alojamento permanente. A Cimeira UE/Turquia concluiu pela ajuda financeira a Ankara. Sabendo que a Turquia é dos países mais expostos aos refugiados sírios, o problema vai ser mitigado? O acordo com a Turquia;


soluciona apenas uma parte do problema, que é essencialmente a vertente do alojamento, que os turcos já fizeram através de muitos campos de refugiados, que estão no sul da Turquia, bordejando com o norte da Síria, e que têm acolhido nos últimos três anos um número impressionante de pessoas. Não há uma ideia precisa, mas é possível que sejam cerca de 1 milhão de refugiados que estejam na Turquia vindos da Síria. E se acontecer uma catástrofe na Síria – ou seja, o êxodo de mais sírios, essencialmente de origem turcomana - podemos estar perante uma realidade próxima dos três milhões de pessoas. Tal seria uma tragédia para a Turquia.

o armazenamento dos dados numa base central que tenha ligações com os vários serviços de polícia, segurança social, serviços médicos, serviços de informação de toda a Europa, etc. Isto não é um dever de perseguição, mas sim de proteção desses mesmos refugiados. Uma pessoa que tenha os seus dados biométricos registados pode invocar que lhe roubaram o passaporte e confirmar através desses dados que é ela mesma que ali está. O que é que falhou nos serviços de inteligência nos atentados de 13 de novembro, em Paris? A polícia e os serviços de informação não dizem o número de atentados que foram evitados, por se tratar de informação classificada. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou que foram evitados seis em Londres, mas continuamos sem saber a percentagem dos que sucederam relativamente aos abortados. Imagine que foram evitados cinco mil atentados este ano e só um é que frutificou? Então é um grande sucesso para os serviços de informações. E se foram evitados cinco e só um passou na malha? Então é um grande erro. Agora do ponto de vista da segurança prática, quer-me parecer que existiram grandes problemas no sistema de segurança francês.

Mais longe da Turquia, no centro da Europa, o que deve ser feito? Principalmente, a edificação de centros de triagem com dignidade e campos de refugiados integrados. Porque os que já existem, em Calais, Ventimiglia, os campos na Grécia, Croácia, Bélgica, não têm verdadeiramente a componente integrada que lhes falta. Pensar que os refugiados possam chegar diretamente às grandes cidades europeias e consigam, no imediato, um local para viver e um trabalho é, para já, uma utopia. Estou em crer que os pontos de interrogação, na origem dos refugiados e nos destinos na Europa, permanecem por resolver.

Quer dar algum exemplo concreto? Vários muros e arames farpados estão a ser erguidos na Europa da livre circulação de pessoas e bens. O espaço Schengen pode ter os dias contados? Deixe-me fazer uma ressalva. Os muros e arames farpados que estão a ser construídos, não têm a ver com o sistema político específico. Repare que uma das primeiras separações, em muro, foi feita pela Grécia relativamente aos emigrantes turcos. Depois tivemos o badalado caso da Hungria, depois na Croácia e até na desmilitarizada Eslovénia. Este modelo está a espalharse, mas não façamos comparações com o muro de Berlim. Se pesarmos as vantagens e as desvantagens do espaço Schengen, estou em crer que as vantagens continuam a ser muito maiores. O espaço Schengen não é apenas um símbolo de liberdade de circulação, mas é também importante para a vida económica, social, intelectual e académica para milhões de europeus. Se os controlos demorados nas fronteiras fossem repostos, a vida de milhões de europeus mudaria, para pior. Não creio que Schengen esteja em risco, o que vai acontecer é que Schengen vai insistir nos elementos de segurança que estão contidos nos próprios acordos. No final do seu livro pode ler-se: «Pelas escolas de toda a Europa as crianças elegem o tema do dia: “somos a favor ou contra o acolhimento de refugiados?.” Pensa que é preciso reforçar as ações de sensibilização dos mais pequenos contra a intolerância? Sempre existiu nas disciplinas do secundário, como religião e moral e educação cívica, a preparação das crianças ten-

do por base o argumento que a história de Portugal baseia-se na tolerância para com os refugiados, mesmo com grande sacrifício para a pátria. Portugal, em vários momentos do século XX, teve fluxos de refugiados, suportou o ónus do seu acolhimento e estou em crer que se reforçou mais como país, bem como nos valores éticos e morais. Mas há uma particularidade que importa salientar, Portugal não é um país tradicional de refúgio, muito por causa da sua posição periférica e também porque os emigrantes proveem de locais com pouca afinidade cultural com o nosso país. Se a grande crise na atualidade fosse em Angola, Moçambique, Guine Bissau ou Brasil, obviamente que teríamos centenas de milhares de emigrantes às nossas portas. É essa ligação histórica inexistente que explica o aparente desinteresse dos refugiados sírios em virem para Portugal? Certo. Mas eu falo no livro que há diversas indicações que apontam que muitos sírios podem querer vir para Portugal para viajarem para um terceiro país que é o Brasil. Porquê ? O Brasil é um dos países com maior diáspora de sírios e libaneses em todo o mundo. Muitas personalidades

da vida brasileira são de origem síria ou libanesa, a começar pelo atual vice-presidente, Michel Temer. Falemos agora de terrorismo, mas ainda com a ligação aos refugiados. António Guterres, Alto Comissário dos Refugiados, disse o seguinte: «Quem quer por bombas vem de avião, não se mete em barcos que podem afundar». O seu comentário? O problema da emigração e do terrorismo são distintos. As redes de emigração podem estar infiltradas por terroristas, assim como podem estar infiltradas por traficantes de droga ou por outros delinquentes. No caso da Síria, sabemos que os refugiados fogem, não só dos grupos jihadistas, mas, sobretudo, do regime de Damasco. O que sabemos relativamente aos atentados de Paris, é que foram roubados documentos de identificação à passagem pela Grécia ou que um ou dois dos terroristas envolvidos terão passado por esses controlos. Que medidas defende para apertar as malhas dos controlos de segurança? Defendo controlos biométricos dos refugiados para sua própria proteção e

Não se percebe por que é que o «Le Bataclan» não tinha polícias à porta, ainda para mais com 1500 pessoas a assistir. Todos os concertos costumam ter, pelo menos, um polícia armado no exterior. Não se percebe. E também em Paris existia a «tempestade perfeita». Era sabido que era sexta-feira à noite, as pessoas estavam nos cafés e nas esplanadas, e realizava-se o França-Alemanha no Stade de France, completamente lotado. E apesar da resposta da polícia ter sido célere – nomeadamente no «Le Bataclan», em que a operação das forças especiais nem provocou mortos, porque eles já tinham sido vitimados pelos terroristas – a verdade é que há muitas baixas num país altamente policiado. É natural que os franceses se interroguem sobre o que correu mal. Qual é a sua suspeita? Provavelmente a troca de informações entre os vários serviços secretos gauleses, provavelmente a falta de leitura de informação que foi transmitida do exterior – diz-se que os serviços turcos veicularam informação que foi ignorada por Paris. Registaram-se falhas em Paris, como se registaram no 11 de setembro, mas eu preferia agora falar das medidas que a Europa está a tomar para conter novos ataques. O que considera ser prioritário? Dou-lhe um exemplo. O acesso aos bancos de dados do aluguer de automóveis e aos quais as polícias não têm tido acesso. Importa saber, com algum rigor, quem aluga veículos, onde, quando, etc. O aluguer de telemóveis é outro aspeto que deve ;

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ou lavagem de capital ou promoção de corrupção, temos também de dar o exemplo, com caráter de prioridade, a estes chamados «centros de apoio social».

ser visto com mais rigor junto dos operadores de telecomunicações de forma a que sejam exigidos mais dados a quem adquire o serviço. Mas há mais: os depósitos e os levantamentos bancários mais controlados e que as substâncias que entram no fabrico de explosivos possam ter um código que permitisse revelar a sua origem. Em suma, creio que estamos numa fase em que devemos pedir responsabilidades a mais entidades, de modo a que possamos estar mais seguros no que toca à investigação criminal.

É defensor dos bombardeamentos à Síria contra alvos do ISIS ou, em alternativa, seria viável uma solução militar no terreno? Ninguém de bom senso quer botas no terreno na Síria. Basta ver o que se passou no Iraque. A suceder, seria a entrada de uma potência externa num conflito que é essencialmente local, mas que se encontra tão degradado e degenerado, que já é hoje um conflito entre subsecções de subsecções, que vai até ao nível de vilas. Temos milhares de grupos armados na Síria, centenas de organizações, dezenas de coligações, por isso, qualquer grupo estranho que queira entrar no país vai ter de se impor ou tomar partido por uma miríade tão confusa que será impossível sair dali vivo. O que eu coloco como hipótese é a existência de zonas de proteção de refugiados dentro da própria Síria, que possam servir de abrigo a pessoas que queiram escapar à guerra. Todo o corredor do norte da Síria, neste momento, poderia ser utilizado pelas forças internacionais, principalmente as tropas das Nações Unidas.

Um jornal britânico avançou que os terroristas de Paris comunicaram entre si e com o exterior via Playstation 4, tornando difícil desencriptar as mensagens. Como vê esta sofisticação? Todos nós que utilizamos as comunicações eletrónicas sabemos que há meios mais seguros e outros menos seguros. Se eu for a um serviço de interceção, é mais seguro à pessoa que eu quero vigiar comunicar através do Messenger do Skype do que através do Gmail, Hotmail ou de outra conta de email semelhante. Por exemplo, se aquele que eu estou a controlar usar um serviço de encriptação como o PGP, é muito difícil eu entrar nessa comunicação em tempo útil. Há muitas maneiras para se alterarem as regras do jogo. Por aquilo que se sabe, boa parte das comunicações entre elementos destes grupos é feita por meios abertos (Twitter e outras redes sociais, usando códigos) ou através de meios encriptados, com o recurso a «pacotes» encriptados. É preciso ter consciência que os elementos dessas células, com quem estamos a lidar, são perfeitamente letradas em todos os sistemas de comunicação. Não querendo levantar muito o véu, posso dizer que muitos deles são provenientes precisamente de áreas ligadas à comunicação e à cibernética. Ou seja, sabem perfeitamente que estão a ser vigiados, mas também têm aptidão para contornar essa vigilância.

Depois do Iraque, a Líbia pode ser o próximo território da expansão do «Dito Estado Dito Islâmico», como lhe chama?

Portugal é um target secundário para os terroristas?

desses países, no centro de Lisboa e em Carnaxide.

Depende das circunstâncias. Se acontecer em Portugal um acontecimento global de grande relevância, se estiverem de visita a Portugal personalidades que têm interesse para estes grupos, etc, etc. É um facto que temos sido uma calmaria nas últimas décadas, mas quando foi preciso abater um homem da OLP que tinha contactos perigosos há um comando que entra em Lisboa, viaja até ao Algarve e mata o sr. Sartawi. Mas há mais exemplos. Quando se soube que a embaixada da Turquia em Lisboa tinha algumas debilidades de segurança, entrou em Portugal um comando, alegadamente do exército de libertação arménio, com passaportes marroquinos, assaltou a embaixada e provocou um morticínio. Recordo que foi nessa altura a primeira intervenção do recém-criado Grupo de Operações Especiais da PSP. Também quero lembrar que quando foi necessário eliminar alvos turcos e israelitas em Lisboa houve atentados (alguns mortais) contra diplomatas

Está a abrir um baú de memórias que muitos de nós não temos presente…

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Madrid está a umas cinco ou seis horas de carro de Lisboa. Rapidamente uma célula que esteja lá instalada pode deslocar-se. O que não há em nenhuma cidade portuguesa é a possibilidade de apoio logístico para um grupo como o de Paris e em Paris existe. Há bairros da «cidade luz» que, por razões históricas, sociológicas e culturais, podem dar guarida a essas pessoas, nem que seja por uma certa solidariedade. Em Lisboa, isso é pouco provável. Mas os alvos seletivos e bem remunerados não excluo que sejam uma possibilidade algures no nosso país. Por isso, defendo que todos os cidadãos devem transformar-se em vigilantes. Porque a segurança nacional, para além de ser um problema de polícia e dos serviços secretos, é acima de tudo uma questão de cidadania. Alertou num artigo na revista «Sába-

do» para a necessidade de desmantelar os «centros de apoio social» que o ISIS tem na Europa, e que servem de base logística e de recrutamento. Como materializar esse objetivo? Existem pela Europa fora organizações – entretanto algumas já desmanteladas depois dos atentados de Paris - que tinham coberturas diversas, seja de agências de viagens, associações recreativas, associações desportivas, círculos de reflexão ou meras garagens onde se dizia existir um lugar de culto, etc. No meu anterior livro, «O Mistério das Bandeiras Negras», sobre o «Dito Estado Dito Islâmico», eu faço uma explicação muito detalhada sobre estas entidades, nomeadamente na Escandinávia, mas também na Bélgica e na Alemanha. Felizmente, nos últimos meses foram desmantelados grupos que se ocupavam de uma série de entidades fictícias que, no fundo, não faziam outra coisa senão dar apoio logístico a esses elementos das células. Agora é preciso continuar o trabalho. Se na Europa se consegue desmantelar falsas empresas que fazem tráfico de droga

A Líbia já um território de expansão do «Dito Estado Dito Islâmico». Um dos aspetos que pode ligar o problema do terrorismo ao problema das migrações, é que grande parte dos portos da Líbia, com a exceção de Tobruk, estão controlados por milícias com cumplicidades com o «Dito Estado Dito Islâmico». O dinheiro que é feito por esta organização já não provem maioritariamente do petróleo ou do gás – porque são remessas que têm sido destruídas de há um ano a esta parte – mas sim com base nestas distorções, nomeadamente através de agentes do «Dito Estado Dito Islâmico», que operando nas costas líbias recolhem imenso dinheiro em comissões com o transporte de refugiados. E também esta prática tem de ser desmantelada. Muitas séries de televisão recriam a realidade política mundial, nomeadamente com epicentro em Washington. Refirome a «Homeland», «House of Cards» e «Madame Secretary». A ficção está mais perto do que nunca da realidade? «Homeland» parece-me a mais atual, quase que acompanha a realidade, com uma semana de distância, com algumas concessões ao gosto do público americano, mas era impossível ser uma série perfeita. «House of cards» é uma série extraordinária, muito surrealista. Apesar de muitos daqueles elementos estarem presentes no processo político americano – e sei do que falo, porque vivi nos Estados ;


Unidos alguns anos – creio tratar-se mais de uma série artística que leva o Shakespeare a revisitar o processo político americano. Quanto à «Madame Secretary» acho uma série mais fraca, mal representada e assente em muitos estereótipos. Também há uma serie que aprecio especialmente, no âmbito do retratar as discussões que cruzam segurança, política e defesa, que se chama «The Brink». Explora-se muito a ironia, às vezes a roçar o demencial. Tenho pena que não seja tão conhecida. Aconselho vivamente.

Obama reforçou o multilateralismo, especialmente com a Europa. Chegará ou os americanos terão de fazer mais pontes? Em condições normais de clima e atmosfera, o próximo presidente americano será Hillary Clinton. E a dúvida que se coloca é precisamente sobre que novo eixo de segurança se vai formar? Com a Europa ou com as grandes potências da Ásia? E onde ficará a China? Há uma corrente de opinião nos Estados Unidos que olha a China como um rival e um inimigo a longo prazo, mas também há os que veem os chineses como potenciais aliados, sempre e quando Pequim olhar as liberdades civis com menos desconfiança.

No mundo multipolar em que vivemos, a hegemonia americana está cada vez mais ameaçada pelo clima de guerra fria que vem de Moscovo? O presidente russo reconstruiu a Rússia, conduziu um milagre económico, recuperou os elementos não materiais que são essenciais para o bem estar de um povo, etc. O grande problema da ação de Putin é ter envolvido a Rússia na aventura ucraniana, onde voltou a ver as questões à luz não de conceitos imperiais, mas imperialistas. Não apenas a construção do império, mas em especial a sua expansão para povos que são seus vizinhos e que são estados soberanos, membros da ONU e com fronteiras reconhecidas e relações diplomáticas com Moscovo. Por isso, esta guerra clandestina de alguns setores do poder russo na Ucrânia foi vergonhosa. Foi algo que destruiu a legitimidade de Putin enquanto chefe de Estado. E não sei se isto poderá ser reparado. Já quanto à Siria, o problema é diferente. Se a Rússia tivesse uma intervenção clara e inequívoca contra o «Dito Estado Dito Islâmico» creio que teria uma grande coligação à sua volta, incluindo os Estados Unidos e a Turquia. Mas se Moscovo quiser também destruir todos os inimigos do regime de Assad vai, certamente, somar muitos inimigos contra si. Sobre a questão que coloca da hegemonia dos EUA, especialmente desde que Obama foi eleito, os centros de poder americanos perceberam que já não são uma potência hegemónica. Ou seja, já não podem atuar isoladamente no mundo, seja politicamente, militarmente, culturalmente, etc. Os Estados Unidos têm, hoje em dia, felizmente, muitos concorrentes no mundo, seja na economia, na tecnologia, na arte, na ciência, etc. O fim do poder único americano é mais do que evidente.

Na geopolítica do caos em que vivemos, em que o temor de novos atentados espreita ao virar da esquina, como é que os líderes políticos e os cidadãos devem lidar com a globalização do medo?

CARA DA NOTÍCIA 6 Da Guerra do Golfo aos atentados de Paris Nuno Rogeiro nasceu em 1957. É analista, investigador e comentador, especializouse desde há décadas nos assuntos estratégicos e na geopolítica. Mantém na revista «Sábado» a coluna «Relatório Minoritário» e na SIC-Notícias o programa «Sociedade das Nações», onde já entrevistou dezenas de presidentes, primeiros-ministros e embaixadores de todo o mundo. Publicou uma tetralogia sobre os novos problemas do radicalismo de cobertura religiosa: «O inimigo público: Carl Schmitt, Bin Laden e o terrorismo pós-moderno» (2002), «Para além de Bin Laden (2011, em colaboração), «Na Rua Árabe: Causas e consequências das revoltas no Médio Oriente» (2012) e «O Mistério das bandeiras negras: passado, presente e futuro do Estado Islâmico» (2015). Em novembro lançou «Menos que humanos», um livro que fala sobre a imigração clandestina e o tráfico de pessoas na Europa, um trabalho que o fez viajar, muitas vezes em circunstâncias delicadas, a todos os grandes centros de partida e chegada de migrantes para a Europa. Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, foi professor universitário na Faculdade de Direito de Lisboa e na Universidade Lusíada. Desenvolveu atividade em diversos órgãos de comunicação social, tendo sido redator nos jornais «O Dia», «A Rua», «O Século», «O Diabo», «O Independente» e da revista «K». Colaborou com as rádios TSF, Comercial e Nostalgia. Na televisão notabilizou-se no comentário de conflitos internacionais, nomeadamente com o acompanhamento das guerras do Golfo, do Iraque e os atentados de 11 de setembro, nos Estados Unidos, e 13 de novembro, em Paris. K

Para começar, não colocando tudo dentro do mesmo saco. Não há um problema entre o islão e o Ocidente, não há um problema entre xiitas e sunitas. O problema que existe é de grupos ultraminoritarios, e neste momento estamos a falar de dois em concreto e que são filhos da mesma ideia - a Al-Qaeda que é o velho jihadismo e o «Dito Estado Dito Islâmico» que é o novo jihadismo. É uma espécie de pai e de filho, de velha e da nova geração, que têm de ser exterminados implacavelmente. O que os torna perigosos é, para além da violência, as pretensões imperialistas. Não são meros grupos regionais, porque ambicionam a conquista do mundo. Para uns pode ser ficção científica, mas é aquilo em que eles acreditam. Contudo, não podemos transformar isto numa condenação de todos os grupos radicais, alguns até violentos, mas que não têm aventuras. Por muito que eu não goste do Hamas, sei que não é um movimento imperialista, o mesmo se passa com alguns movimentos jihadistas presentes na Síria. K Nuno Dias da Silva _ Neusa Ayres / Alexandre Azevedo H

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Investigação em Ciências da Saúde

UBI mais internacional 6 ‘Health Sciences Research: Towards Innovation and Entrepreneurship - Trends in Endocrinology and Neurosciences’ foi o tema do primeiro congresso internacional que a Universidade da Beira Interior organizou na área, que decorreu de 26 a 28 de novembro na Covilhã, sob organização da Comissão de Alunos de Doutoramento do Centro de Investigação em Ciências da Saúde e da Coordenação Científica do Curso. O congresso contou com alguns nomes importantes no meio. Karsten Ruscher, investigador da Universidade de Lund (Suécia), abriu o congresso, com uma exposição da sua investigação na área das neurociências. Outro dos convidados do congresso foi Pedro Moura Alves. Licenciou-se em Bioquímica pela UBI, passou por Harvard, doutorou-se no Instituto de Medicina Molecular (Lisboa) e está há cinco anos no Instituto Max Planck, em Berlim. “Todas as oportunidades que tenho para vir a Portugal, venho sempre, especialmente à UBI”, revela o exaluno. Pedro Moura Alves considera este tipo de eventos “muito importantes para as pessoas se con-

TO Departamento de Matemática da Universidade da Beira Interior recebeu este mês o professor e investigador brasileiro Paulo Varandas para lecionar um minicurso de três dias subordinado ao tema ‘Introdução ao Formalismo Termodinâmico’. O professor da Universidade Federal da Bahia abordou o relacionamento dos conceitos de entropia métrica e entropia topológica, recorrendo a problemas práticos que resolveu e explicou. K

tactarem e trocarem experiências no âmbito da investigação”. Sublinha o seu papel no congresso de “motivar as pessoas que estão cá com alguém que cá estudou e foi para fora, para mostrar que não é por nos formarmos numa universidade do interior que não temos a possibilidade de ir para outros sítios”, lembra. Eduarda Coutinho, da organização, destacou a “forte componente de inovação e empreendedorismo” presente no congresso, que dedicou alguns posters a

projetos desta natureza, no âmbito da investigação científica. E considerou que “muitos dos projetos de investigação têm tanta qualidade, que podem passar da bancada do laboratório para uma boa oportunidade de negócio”. Num congresso que contou com 21 comunicações e 22 posters, a estudante do 3º Ciclo garante que já há alunos interessados em pegar nesta comissão e neste congresso. E expressa o desejo: “Que este seja o primeiro de muitos”. K Rafael Mangana _

Com a Amnistia Internacional

UBI discute migração 6 “Os muçulmanos são as maiores vítimas do terrorismo”. A afirmação é de Donizete Rodrigues, professor da Universidade da Beira Interior que foi um dos oradores na conferência sobre migração que decorreu naquela instituição a 25 de novembro e que contou com vários especialistas, que debateram o tema da migração e da vinda de refugiados para a Europa. A ideia do investigador da UBI foi corroborada por Liliana Reis, também professora na instituição, que enalteceu a importância da conferência, considerando-a “fundamental para o esclarecimento da comunidade estudantil”. Relativamente à vinda de refugiados, nomeadamente da Síria, a docente evocou o Direito Internacional, e sublinhou que “não são os refugiados que têm o direito de entrar na Europa, nós é que temos o dever de os receber”. O coordenador de Ativismo e Formação da Amnistia Internacional, lembrou que a Europa, e concretamente, Portugal, irá receber

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Sistemas em movimento na universidade

Crianças e Justiça Criminal na UBI T A Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UBI recebeu, a 30 de novembro, a aula aberta ‘Children in the criminal justice system: the responsibility of many, a priority of few’, que apresentou diversos trabalhos sociais para integração de jovens em situação penal. A iniciativa esteve integrada no projeto “European Interaction Guidelines for Education Professionals when working with Children in Juvenile Justice Learning Contexts”, financiado pela Comissão Europeia, e promovido pelo BSAFE LAB - Law Enforcement, Justice and Public Safety Lab da Universidade da Beira Interior. K

Igualdade é na Universidade da beira interior

“apenas uma pequena percentagem de refugiados”, comparativamente a outros países africanos, por exemplo. Daniel Oliveira fez questão de destacar que “este fenómeno não é um plano por parte dos jihadistas para nos invadirem, mas um caso de procura por necessidades básicas”. A representante da Câmara Municipal da Covilhã. Cristina Maximino, técnica de Ação Social da autarquia, elogiou a iniciati-

va e lançou o apelo: “Que esta conferência possa transpor as paredes da UBI, para a clarificação destes conceitos”. A iniciativa foi organizada pela Amnistia pela InternacionalCovilhã, Núcleo de Estudantes de Ciência Política e Relações Internacionais (CPRI) da UBI e Conselho de Estudantes de Sociologia da UBI, em parceria com a Câmara da Covilhã. K Rafael Mangana _

a decorrer, no final ficarão 11 trabalhos de boas práticas que estarão disponíveis no site do EIGE como uma ferramenta online para apoiar universidades e institutos de investigação na criação, execução, acompanhamento e validação dos planos de igualdade de género nas suas organizações. O Projeto UBIgual – Plano de Igualdade de Género da Universidade da Beira Interior, desenvolvido no Centro de Estudos Sociais, publicou o relatório de 2015 relativo à Igualdade de Género, no passado mês de outubro. K

TO Relatório de Igualdade de Género da UBI foi selecionado pelo European Institute of Gender Equality (EIGE) como uma das 15 melhores práticas organizacionais de promoção da Igualdade, entre mais de 50 práticas institucionais a nível europeu. Ainda com o processo

Todas as cores da América na UBI T ‘Todas as cores da América: A literatura multicultural’ é o novo livro do ensaísta, contista e poeta João de Mancelos, docente na Universidade da Beira Interior e investigador da Universidade de Aveiro. A obra, das Edições Colibri, explora os Estados Unidos da América como nação multicultural, onde convivem os mais variados grupos étnicos: ameríndios, negros, euro-americanos, etc. A literatura aborda este universo, refletindo acerca de fenómenos como a identidade, o racismo ou a assimilação. Neste livro, João de Mancelos estuda doze contos, da autoria de Toni Cade Bambara, Maxine Hong Kingston, Rudolfo Anaya, Sandra Cisneros, Sherman Alexie, Katherine Vaz, entre outros. O autor analisa as narrativas, proporcionando ao leitor uma introdução cativante às letras e à sociedade estadunidense. K

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Designa 2015 na Covilhã

Uma questão de Identidade 6 Abordar a investigação e o debate em torno do design foi o objetivo da conferência internacional Designa 2015, sob o tema Identidade, que decorreu a 26 e 27 de novembro na Universidade da Beira Interior e juntou mais de 70 oradores, de 14 países, numa organização do Departamento de Comunicação e Artes e pelo Labcom.IFP. O investigador canadiano Aidan Rowe foi o orador principal, tendo abordado a questão da identidade do Design à luz da forma como este é ensinado, interrogando-o através de uma “pedagogia crítica”. A conferência contou também com Daniel Raposo, que estabeleceu a ligação entre a construção da identidade e a forma como este processo influencia a construção das marcas, dando especial atenção ao papel que o público tem nesta construção. Alexandra Cruchinho apresentou um estudo de caso sobre a estilista Alexandra Moura. Durante a apresentação, a pro-

fessora da Escola Superior de Artes do Politécnico de Castelo Branco explanou o processo criativo de um designer até à fase de apresentação da sua coleção. Jorge dos Reis, da Faculdade de Belas Artes de Lisboa, deu também o seu contributo a esta conferência. Na UBI esteve também Hugo Cruz, que abordou a temática do teatro comunitário, e explicou a importância da democratização da arte “para nos desenvolvermos de uma forma integral e mais satisfatória”. A conferência contou com um convidado extra programa. O designer Jorge Silva fez a apresentação do livro ‘Portugal by Design’, uma obra comemorativa do Ano do Design Português, onde reuniu trabalhos de 95 profissionais do design em Portugal. A arte urbana esteve presente na DESIGNA 2015, através de Pedro Seixo Rodrigues, do projeto Wool Fest, que tem promovido a reabilitação de alguns espaços da zona histórica da Covilhã. K

Universidade da Beira INterior

Protocolo de cooperação com Castelo Rodrigo 6 A Universidade da Beira Interior acaba de assinar um protocolo de cooperação com a Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo para promoção e dinamização de atividades de empreendedorismo naquele concelho do distrito da Guarda. “A UBI tem um setor muito forte no domínio das empresas, tem um ninho de empresas, pesso-

as e cursos especializados. Vai ajudar-nos principalmente a dinamizar o Ninho de Empresas do Conhecimento”, adiantou Paulo Langrouva, presidente da Câmara. O município assinou no mesmo dia um protocolo com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, que será desenvolvido numa vertente agrícola e da agropecuária. K

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eBoas Festas

Engenharia Têxtil e do Papel

Alunos regressam às origens 6 Mais de 60 ex-alunos de Engenharia Têxtil, Engenharia do Papel e Design de Moda da Universidade da Beira Interior participaram, a 28 de novembro, no 1º Encontro de Alumni, dedicado aos três cursos e promovido pelo recém-criado Gabinete Alumni, com o objetivo “manter a ligação dos ex-alunos à UBI”, como explica o vice-reitor, Mário Raposo: “As pessoas que por aqui passaram, quando vão para o mercado de trabalho levam a imagem da universidade com eles e importa ter essa imagem presente e a ligação à UBI deve-se manter”, defende. E a ligação mantém-se. A comprová-lo está Miguel Falcão, que entrou em Engenharia Têxtil na UBI em 1987/88 e que mantém contacto com a universidade: “Na empresa, temos vindo a estabelecer algumas ligações e parcerias com a UBI e com o departamento têxtil”, refere. “Como são novos produtos, como fazemos muita inovação, essa ligação com a UBI é fundamental”, garante. O responsável pelo Gabinete Alumni considera que o projeto é importante pelo desenvolvimento de uma “plataforma de relacionamentos com emoções positivas”. De resto, “é isso que temos ex-

perimentado desde maio passado, desde que foi organizado aqui um almoço que reuniu os primeiros graduados da Universidade da Beira Interior”, recorda. João Leitão destaca a importância dos cursos de Engenharia Têxtil e Engenharia do Papel, lembrando que “estiveram no ADN da universidade e são áreas que nós queremos voltar a ter como bandeiras da UBI”, assegura. Acrescenta que a modernização destas áreas tem estado a ser conseguida através do curso de Design de Moda, “mas precisamos dos profissionais graduados e que estão ligados a esta casa para afirmar-

mos positivamente a rede que possamos construir”, lembra. Projetando o futuro, Mário Raposo garante que “este regresso obviamente que se irá replicar noutras áreas da universidade, mantendo este vínculo vivo e esta ligação à UBI”. O vice-reitor diz que a intenção da Reitoria é criar com os alunos, através da página web, um link permanente, no qual basta o número de aluno para entrar na página e ter acesso a uma atualização constante da sua ligação à universidade, “para nós também sabermos onde é que estão”, conclui. K Rafael Mangana _

Televisão e novos meios

Conferência na UBI 6 Com intervenções de Mark Deuze, Sérgio Figueiredo e Gonçalo Madaíl, entre muitos outros, a II Conferência Televisão e Novos Meios decorreu em novembro, na Universidade da Beira Interior e “abarcou vários géneros da televisão e várias formas de apropriação dos conteúdos televisivos por parte das audiências”, como refere Sónia Sá, a organizadora do evento. ‘Media Work and Media Life’ foi o tema da intervenção de Mark Deuze, professor na Universidade de Amesterdão, que estabelece a relação entre o trabalho mediático e a crescente colonização da vida quotidiana pelos media. Para Deuze, “o mais importante é o facto de nós fazermos parte da cultura mediática, pois produzimo-la da mesma forma que a consumimos”. Apesar de pensar que os media vivem como máquinas, ou seja, que são exteriores ao

homem, e que têm impactos sobre a vida humana, “é preciso compreendermos que os media são tanto para nós como nós para eles”, explica Deuze. Vivemos uma nova era, que se pode considerar convergente, globalizada, e da qual “já não tem como se voltar atrás”. Para que a televisão se adapte ela “tem de se reinventar” porque, de certa forma, “toda a tecnologia que vem e renova algo é uma forma de reinvenção para os media tradicionais, uma

forma de criar um novo conteúdo para voltar a atrair o novo público”, explica Fábio Giacomelli. O segundo painel de conferências continuou com a temática da televisão, desta vez mais ligada ao cinema, onde marcaram presença Tito Cardoso e Cunha, Sérgio Dias Branco e Francisco Merino, para discutirem a ficção televisiva e as novas formas de receção, mostrando que “os meios estão a convergir e a televisão está na dianteira da convergência”, explicou Merino, professor da Universidade da Beira Interior. A conferência contou ainda com o painel “a memória do espetador e o futuro da televisão” com Manuel Pinto, Gonçalo Madaíl e Sérgio Figueiredo, e encerrou com a conferência de Paulo Serra e José Pacheco Pereira, subordinada ao tema ‘O comentário político e a influência das audiências’. K

DEZEMBRO 2015 /// 07


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Mais barato e menos poluente

Carro a gás natural no Minho

6 Uma equipa do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade do Minho acaba de apresentar um carro a gasolina convertido para a utilização de gás natural. O veículo consegue menos 20% de emissões de CO2, reduzindo ainda as emissões de outros poluentes, o consumo de energia e os custos de combustível, embora com um pouco menos de potência. A investigação decorreu no último ano e resultou de um projeto “Vale Inovação” com apoio comunitário, envolvendo as empresas Lucalt, Maravilha do Cávado e o apoio dos Transportes Urbanos de Braga e do Clube Automóvel do Minho. Os testes foram realizados em “banco de ensaio” no laboratório e no autódromo de Palmeira, em Braga. No Laboratório de Motores e Termodinâmica Aplicada da UMinho foi desenvolvido um sistema

dual fuel para aplicação em motores diesel, em que o motor funciona com uma mistura permanente de gasóleo e gás natural. “É diferente do sistema a GPL ou do sistema de gasolina com gás natural, em que, após o arranque a gasolina, o motor fica a trabalhar só a gás”, explica o professor Luís Martins. No dual fuel, o gasóleo serve para iniciar a combustão, a partir da qual arde depois a mistura ar-gás natural.

O estudo tem interesse acrescido para as empresas transportadoras, ao baixar-lhes os custos, pois o gás natural tem um preço inferior ao dos outros combustíveis. A adaptação e instalação do equipamento deve rondar os 1800 euros. “Será mais fácil amortizar este investimento num veículo pesado, que em geral é mais utilizado e gasta mais energia do que num veículo particular”, sublinha o docente. K

Exame inicial de Caça Selvagem

UTAD forma caçadores 6 A Direção Geral de Alimentação e Veterinária acaba de aprovar os cursos de formação na área do exame inicial de caça dirigido a caçadores, gestores de caça ou outros e, também a médicos veterinários, ministrados na Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro. Madalena Vieira-Pinto, coordenadora cientifica desta formação, declarou que, “atualmente, a UTAD é a única instituição no país habilitada a formar caçadores e outros agentes, assim como médicos veterinários em exame inicial de caça selvagem”. Recorde-se que, segundo regulamento comunitário, a caça

selvagem deve ser sujeita a um exame inicial no local da caçada a efetuar por alguém com formação adequada (caçador, guarda de caça ou gestor cinegético) com vista à deteção precoce de risco sanitário, antes da colocação no mercado das peças de caça para consumo humano. Paralelamente, vigora em Portugal um conjunto de medidas especiais de controlo higiosanitário de tuberculose em caça maior que estabelece que deverá ser um médico veterinário a realizar o exame inicial, e que este “deverá frequentar uma ação de formação relativa aos procedimentos de examinação de caça”.K

Futsal

UBI forma Sporting

6 O treinador principal e o adjunto da equipa de futsal do Sporting Clube de Portugal defenderam as respetivas teses de mestrado na área de Ciências do Desporto na Universidade da Beira Interior (UBI). Depois de outros dois nomes sonantes do futsal nacional terem concluído os mestrados na UBI, foi a vez do técnico do Sporting Clube de Portugal – Nuno Dias (na foto) - e do seu adjunto, Paulo Luís, alcançarem o grau de mestre pela instituição, na passada terça-feira, dia 24. Recorde-se que já em 2010, Joel Rocha, treinador principal da equipa de futsal do Benfica, e o Selecionador Nacional Adjunto da modalidade, José Luís Mendes, em 2014, tinham completado os seus estudos de mestrado nesta academia. O docente da UBI que agora presidiu a arguição destacou a importância de “ter personalidades ligadas ao

mundo do desporto a investigar aqui”. Júlio Martins defende que “a universidade sai favorecida, já que se trata de uma mais-valia em relação à visibilidade para o exterior”. A ideia é corroborada pelo orientador nas teses defendidas na terça-feira. Bruno Travassos esclareceu que “o futsal tem sido uma aposta do Departamento”, pelo que “o desen-

Segurança em barragens

UTAD aprofunda estudos

volvimento destes trabalhos com pessoas reconhecidas nesta área são fundamentais porque permitem aumentar a visibilidade do curso e incentivar os alunos a trabalharem mais e a perceberem que o que se faz na UBI e neste departamento tem uma aplicação prática e pode-lhes ser útil para o futuro”, sublinhou. K

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Boas Festas

08 /// DEZEMBRO 2015

6 A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), através do seu Departamento de Engenharias, está a acompanhar a gestão de um conjunto de barragens e as respetivas ações de coordenação de segurança, sendo as mais recentes as do Aproveitamento Hidroelétrico do Baixo Sabor, na Barragem de Foz Tua e na Barragem da Caniçada. Os trabalhos deram origem a dissertações de mestrado, respetivamente de Alexandre Marcelino, Márcio André Mieiro e David Rafael Sousa orientados pela docente e investigadora da UTAD, Cristina Madureira dos Reis. Os estudos estão focados nos métodos de segurança, com especial atenção não só à coordenação, como também à observação no enchimento. Segundo a investigadora, “é

fundamental em obras desta grandeza prevenir qualquer tipo de riscos, profissionais, ambientais e estruturais, durante as principais fases de vida de uma barragem, pois uma pequena falha pode pôr em causa vidas humanas ou mesmo provocar desastres ambientais em caso de colapso da estrutura”. Dos estudos é de concluir que em pequenas ou grandes obras todos os pormenores contam e devem ser merecedores da maior atenção sobretudo quando o tema é a segurança em obra. É fundamental uma excelente coordenação de segurança quer em obra quer em projeto, e é da maior importância dispor de um sistema de monitorização das estruturas eficaz, pois só assim se podem evitar acidentes. K


Higiene e Medicina Tropical

Instituto ganha bolsa 6 O Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) da Universidade Nova de Lisboa acaba de receber uma bolsa Grand Challenges Explorations, da Bill & Melinda Gates Foundation, para criar uma refeição artificial para os mosquitos, que permita a colocação de ovos e a sua reprodução, sem recorrer à utilização de sangue. O projeto, liderado por Henrique Silveira do centro de investigação Global Health and Tropical Medicine do IHMT, é desenvolvido em colaboração com João Cardoso, Deborah Power e Rute Félix do Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve e tem como título ‘Dieta artificial complementada com um fator de sangue humano’. Silveira e a equipa do Algarve identificaram recentemente

um péptido que circula no sangue humano que ao interagir com um recetor do mosquito induz a produção de ovos nos mosquitos. Os investigadores querem agora produzir, com recurso a esse péptido, uma refeição artificial que estimule uma produção de ovos idêntica à obtida com a refeição sanguínea. Esta descoberta é importante “porque os mosquitos necessitam de uma refeição sanguínea para produzirem ovos. E se precisarmos de produzir mosquitos em grande escala, em laboratório, para efeitos de controlo da doença ou de investigação científica, estamos sempre dependentes de sangue humano ou animal, o que levanta problemas éticos e de segurança”, explica Henrique Silveira. K

100 mil dólares para estudar Alzheimer

Coimbra garante verbas 6 A perda da memória na doença de Alzheimer resulta da deterioração da comunicação entre neurónios, mas não se sabia como ocorre esta deterioração. Foi agora descoberto que a degeneração e perda de memória dependem do ATP, que funciona como molécula energética no interior das células, mas é um sinal de perigo quando libertado das células. A descoberta é de uma equipa de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC), fruto de sucessivos estudos realizados ao longo da última década, tendo identificado um mecanismo celular ativado pelo ATP que está presente durante o desenvolvimento neuronal e que é anormalmente reativado em modelos animais de

doença de Alzheimer, podendo estar na origem da perda de sinapses, que são contactos entre neurónios essenciais para a sua correta comunicação. Esta equipa de investigação, coordenada por Ricardo Rodrigues, acaba de ser distinguida com 100 mil dólares pela Alzheimer Association, uma organização voluntária norte-americana para a saúde, sediada em Chicago, líder mundial no apoio, tratamento e investigação em Alzheimer, quer financiando a investigação para o combate a esta e outras formas de demência, quer no apoio aos doentes de Alzheimer. O financiamento vai permitir avaliar se este novo mecanismo contribui para a perda sináptica e de memória na fase inicial da doença de Alzheimer. K

Noémi Marujo lança publicação em Évora

Turismo em livro 6 A docente da Universidade de Évora, Noémi Marujo, acaba de lançar o livro Turismo, Turistas e Eventos - Da Teoria à Prática, numa edição da RVJ - Editores. A cerimónia de apresentação decorreu no último mês na própria universidade e contou com a presença da reitora da UE, Ana Costa Freitas, a qual sublinhou a importância do curso de turismo naquela instituição. O livro apresentado pelos docentes, Jaime Serra e Rosário Borges, é inédito no país e constitui um excelente manual, de 300 páginas, está dividido em cinco capítulos e para além da fundamentada teoria apresenta e explica casos práticos concretos. O também investigador e docente universitário Francisco Martins Ramos, considera o livro uma referência para estudantes e profissionais do turismo; para alunos e professores, leigos e especialistas da matéria. Noémi Marujo, autora do livro, lembra que “o turismo funciona como uma terapia para muitas sociedades. Faz parte da nossa sociedade de consumo. E é uma das maiores seduções dos tempos modernos”.

A investigadora mostrou-se satisfeita com a aposta que a atual reitoria está a fazer na área do turismo. “É sempre bom saber que o turismo na nossa instituição conta e pode contar com o apoio da nossa reitoria. Aliás, o mestrado em turismo e desenvolvimento de destinos e produtos entrou este ano em funcionamento porque a reitoria acreditou e confiou na proposta do grupo de trabalho. Este meu livro é mais uma prova que nós docentes do turismo, apesar de sermos poucos, continuamos a produzir e a publicar não ´só a nível nacional, mas também a nível internacional através da publicação de artigos em revistas indexadas e com fator de impacto. É também uma reitoria que reconhece a impor-

tância que o ensino do turismo na nossa universidade tem para o país, para a região Alentejo, para muitas sociedades”. João Carrega, diretor da RVJ Editores e do Ensino Magazine, destacou a qualidade da obra, a qual no seu entender é um excelente instrumento de trabalho e de apoio para estudantes, docentes e profissionais do setor. De referir que este é o segundo livro de Noémi Marujo (o primeiro também editado pela RVJ - Editores, está esgotado, estando-se a trabalhar numa segunda edição), e pode ser adquirido na loja virtual do Ensino Magazine (http://www.ensino.eu/loja-virtual/livros.aspx), publicação de que Noémi Marujo é colaboradora desde a primeira hora. K

Desafio Societal

Évora lidera projeto 6 Universidade de Évora é a primeira instituição portuguesa a coordenar um projeto aprovado no âmbito do tópico “Desafio Societal 2” do Programa Horizonte 2020, informou a universidade no seu site oficial. A liderança do consórcio é assumida por uma equipa de investigação do Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas (ICAAM) da Universidade de Évora (UÉ), liderada pela investigadora Teresa Pinto Correia. Com um financiamento global de 5M de Euros, dos quais, aproximadamente 1M de Euros para a UÉ, o consórcio conta com 17 entidades parceiras em 9 países

europeus e 4 africanos, entre as quais universidades, uma grande associação de agricultores, uma empresa e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Obteve a classificação máxima (15/15 pontos) tendo sido selecionado para financiamento entre 23 candidaturas de outros consórcios internacionais. O projeto SALSA - Small farms, small food businesses and sustainable food security tem como objetivo avaliar o papel das pequenas empresas agro-alimentares no fornecimento de alimentos de qualidade provenientes de uma agricultura sustentável e cultural-

mente adequada. O estudo proposto considera 30 regiões de referência na Europa e em África, de forma ao obter uma compreensão diferenciada em sistemas alimentares e contextos diferentes, utilizando uma abordagem transdisciplinar, multi-escala, que combina diversos quadros teóricos e analíticos, e que inclui métodos qualitativos, consultivos e quantitativos avançados, como a análise de imagem de satélite de última geração, assim como análise participativa com stakeholders à escala regional e internacional, nesta última utilizando uma plataforma já desenvolvida pela FAO. K

DEZEMBRO 2015 /// 09


APCER

IPCB com gestão certificada 6 A Associação Portuguesa de Certificação (APCER) considera que “o sistema de gestão da qualidade do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) se encontra consolidado”. Este parecer resulta da Auditoria Externa do 2º Acompanhamento da Certificação do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) do IPCB, realizada em novembro por aquela entidade. No decorrer da auditoria, e de acordo com uma nota enviada à nossa redação pelo IPCB é explicado que foram auditados todos os processos e serviços do âmbito de certificação do SGQ, como a “realização dos processos de gestão, de avaliação e melhoria e dos serviços de recursos humanos, académicos e de ação social, e órgãos e serviços de apoio à gestão”. No relatório apresentado, a APCER destaca o Plano estratégico 2015-2018 e Plano de atividades para 2015 com matriz de

Com o INPI

Pedido de patente dá ação de formação objetivos e indicadores da qualidade associada envolvendo toda a organização; o protocolo com a Universidade Aberta e lançamento de ensino à distância; bem como uma forte evolução no processo de melhoria da segurança de todas as instalações e na sua aprovação junto da ANPC - Autoridade Nacional para a Proteção Civil com recurso a meios internos de equipas mistas de docentes, técnicos e discentes

da instituição”. O mesmo relatório, citado na mesma nota de imprensa, destaca “a liderança e compromisso da direção do IPCB para com o SGQ; o envolvimento e participação dos colaboradores auditados; e a cultura organizacional do IPCB”. Como conclusão, o relatório refere que “o IPCB demonstra capacidade para a manutenção da certificação do sistema de gestão da qualidade”. K

IPCB

Esart faz 16 anos 6 Dezasseis anos depois a Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco (Esart) não passa indiferente à cidade e à região. O percurso da instituição, inserida no Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), demonstra que a ousadia de se criar, no interior do país, uma escola de artes foi acertada. Os exemplos são muitos, como atividades desenvolvidas pela escola junto da comunidade, os prémios nacionais e internacionais obtidos pelos seus alunos e a dinâmica que impôs na própria cidade. António Fernandes, vice-presidente do IPCB destacou isso mesmo, durante a sessão solene que assinalou a data, no passado dia 11 de novembro. Citado por uma nota de imprensa enviada ao nosso jornal, aquele responsável classificou a criação da Esart “como uma boa aposta para o IPCB e para a região”. António Fernandes elogiou o “percurso da escola, o seu crescimento consolidado e a sua integração na sociedade no panorama local, regional, nacional e internacional”. Esta ideia foi também partilhada pelo vice-presidente da Câmara, Arnaldo Brás. O autarca deixou duas notas de reconhecimento à ESART, referindo a importância do IPCB e da ESART para a Câmara, “pois são considerados, desde sempre, parceiros

010 /// DEZEMBRO 2015

6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco, em colaboração com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), realizou, no dia 18 de novembro, no Centro de Empresas Inovadoras, a sessão “PPP – Pedido Provisório de Patente”. No âmbito desta colaboração com o INPI, decorreram, em Castelo Branco, quatro sessões, “Noções gerais de marcas e design”, “Propriedade industrial: direitos tecnológicos”, “Marcas e design” e “PPP – Pedido Provisório de Patente”, que contaram com a presença de cerca de 180 participantes, informou em nota de imprensa o IPCB.. Estas ações, enquadradas na estratégia do IPCB de fomento do empreendedorismo, tiveram como objetivo conferir aos participantes

uma visão geral do INPI, da sua missão, valores e objetivos. Permitiram ainda o entendimento dos conceitos gerais de propriedade industrial e fazer uma distinção das várias modalidades de propriedade industrial: marcas, logótipos, patentes, modelos de utilidade, denominações de origem e indicações geográficas e desenhos ou modelos. Na mesma nota é referido que é “intenção do IPCB manter a colaboração com o INPI, realizando, ao longo do próximo ano, um ciclo de sessões vocacionado para docentes, alunos e diplomados do IPCB nas suas áreas específicas de intervenção, bem como em áreas de carácter transversal, de modo a permitir, igualmente, a participação de agentes económicos regionais”. K

Interior do país em análise

Henrique Neto no Politécnico

estratégicos”. Focou igualmente a importância da qualidade da ESART, mencionando que “quanto mais qualificadas forem as Escolas, mais qualificada fica a cidade de Castelo Branco”. Já o diretor da escola, sublinhou a ideia de que “a ESART sempre acreditou nas diferenças e no simples gesto de fazer, valorizando o crescimento e na inovação”. José Filomeno Raimundo recordou que “o número sempre crescente de alunos é representativo da dimensão humana e das raízes sólidas da escola”. José Raimundo destacou “o envolvimento de toda a comunidade da escola, docentes e não docentes, o apoio do IPCB, da Câmara albicastrense e de todas as entidades, instituições, autarquias, empresas e aos alunos que são o

principal da instituição”. Finalmente, o Presidente da Associação de Estudantes, Nuno Casteleira, salientou que “a ESART é feita de partilha de ideias e trabalho, do bom ambiente entre todos e que a escola é feita de alunos que todos os dias contribuem para projetos de parcerias com empresas”. A sessão solene contou com três momentos musicais que abrangeram as diferentes valências musicais da ESART, e o visionamento de um pequeno filme intitulado “A ESART É”. A Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco é uma das mais procuradas do país na fase de candidaturas ao ensino superior, ocupando desde este ano novas instalações, situadas no Campus da Talagueira. K

6 A melhor maneira de ajudar o interior é não complicar a vida a quem lá está. Esta é a convicção de Henrique Neto, o empresário que se candidata a presidente da República e que esteve em Castelo Branco. O convite foi lançado pelo Instituto Politécnico de Castelo Branco, que retomou o seu ciclo de conferências. Para Henrique Neto “é no interior que estão as organizações mais pequenas e eu acredito que as organizações mais pequenas são mais eficientes”, defendendo que as instituições devem “ser livres e poderem assumir as suas próprias opções”. O candidato a Belém acusa Lisboa e Bruxelas de imporem “regras tolas e incompetentes” que prejudicam o interior e o seu desenvolvimento, apontando como exemplos as áreas da agricultura. O mérito esteve ainda presente na intervenção, onde Henrique Neto criticou Cavaco Silva por premiar o antigo ministro das Finanças Teixeira dos Santos, ao condecorá-lo depois de ter sido um dos responsáveis pelo pedido de resgate financeiro.

José Furtado / Reconquista H

O mesmo se aplica aos elogios de Passos Coelho a Dias Loureiro. Henrique Neto é europeísta mas diz que Portugal deve ter uma visão que vá além da Europa, que na sua opinião condenou setores como agricultura, o mar e alguma indústria. Em alternativa sugere uma visão euro-atlântica, virada para o continente americano e para o próprio oceano, que está a afirmar-se como a maior via do comércio mundial. A política e o atual momento do país também não ficaram esquecidos, com o candidato a pedir menos ideologia e mais compromissos. K


Abertura do ano letivo em Leiria

Instituto Politécnico de Leiria a universidade! 6 “O IPLeiria pode dizer hoje, com orgulho e depois de um árduo percurso, que reúne todos os requisitos exigidos” para ser uma universidade e deixar de ter uma “atividade e competências administrativamente limitadas”, pelo que “está na altura de promover esta evolução”. A afirmação é do presidente do Politécnico de Leiria, Nuno Mangas, e foi preferida na cerimónia oficial de abertura do ano letivo, realizada a 17 de novembro. “Importa reafirmar que o Politécnico de Leiria não pretende deixar de fazer nada do que já faz, questão que sempre foi muito clara para nós. Continuaremos a dispor de licenciaturas de matriz essencialmente técnica, de mestrados onde se faça aplicação dos saberes ao tecido cultural, social e empresarial”, salienta o presidente, que adianta: “Permitam-me pois que deixe aqui o desafio a todos os atores regionais: vamos unir esforços e vontades para que o Instituto Politécnico de Leiria possa evoluir para universidade”. Nuno Mangas realçou que o IPL tem uma comunidade académica com cerca de 13.000 pessoas, diplomou mais de 30.000 e tem influência direta ou indireta em mais de 700.000 pessoas na região de Leiria e Oeste. A qualificação de docentes, os processos de investigação, inovação e transferência do conhecimento, e a internacionalização, foram outros temas fortes do seu discurso. Pedro Lourtie, presidente do Conselho Geral do IPLeiria, mostrou orgulho pelos 35 anos do IPLeiria, “um sucesso constantemente renovado, obtido com muito trabalho”, pois “é importante fazer melhor o que já se faz bem, apostar na inovação e no desenvolvimento.

Ensino Magazine entrega prémios 6 O Ensino Magazine também marcou presença na cerimónia, atribuindo uma bolsa de mérito a um dos melhores alunos do Politécnico de Leiria, dando assim continuidade à política social da publicação, no sentido de reconhecer o mérito académico dos alunos pertencentes a instituições parceiras do jornal. Na ocasião foi também entregue uma placa ao Instituto Politécnico de Leiria, pelos seus 35 anos ao serviço da região e do país. Os prémios e a placa foram entregues pelo diretor da publicação, João Carrega, e pelo diretor fundador, João Ruivo. K

Fazer mais e ir mais além. O presidente da Câmara de Leiria, Raul Castro, salientou que o IPLeiria é uma mais-valia para a região e garantiu o seu apoio ao Instituto no processo de evolução para universidade. José Ferreira Gomes, secretário de Estado do Ensino Superior, destacou a presença na cerimónia de uma comunidade muito coesa, que demonstra a integração do IPLeiria na região. Quanto à designação do IPLeiria “é uma deliberação que representa uma grande ambição”, mas afirmou não considerar “muito relevante a designação. Oferecemos a todos os jovens a oportunidade de frequentar um percurso adequado às suas necessidades, e daí oferecermos um ensino universitário e politécnico”. António Correia e Silva, ministro do Ensino Superior, Ciência e Inovação de Cabo Verde, foi o convidado de honra do IPLeiria, e encerrou a cerimónia com a oração de sapiência ‘O Ensino Superior numa sociedade em transformação e em busca do reforço de integração lusófona’. Durante a cerimónia foram homenageados 17 colaboradores do Instituto que completaram 25 anos de serviço, distinguidos os melhores estudantes e entregues diversas bolsas de estudo. A Associação Empresarial da Região de Leiria, a Univates (Brasil) e o Instituto Politécnico de Macau receberam o diploma de instituição de mérito. O IPLeiria atribuiu ainda os títulos Honoris Causa a José Ribeiro Vieira, pelo serviço prestado à comunidade, a Leiria e ao tecido empresarial, e ao doutor António Correia e Silva, ministro do Ensino Superior, Ciência e Inovação de Cabo Verde. K

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Boas Festas

DEZEMBRO 2015 /// 011


Escola Superior de Saúde de Leiria

42 anos a formar para a região e o país Protocolo entre o IPL e o governo do Equador

50 equatorianos em Leiria 6 O Instituto Politécnico de Leiria acaba de acolher 46 estudantes de mestrado para diversas áreas formativas, provenientes da República do Equador, no âmbito do convénio de Cooperação Interinstitucional com a Secretaria de Educação Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação daquele país. Os estudantes terminaram as suas licenciaturas na Universidade de Cuenca e na Universidade das Forças Arma-

das, no Equador, e após um processo de seriação, que teve por base o mérito académico, receberam uma bolsa para poderem prosseguir os seus estudos num mestrado em Portugal. “A nossa parceria com o Equador é um passo histórico enquanto instituição, ao recebermos estudantes de mestrado. A formação do IPLeiria é muito focada no saber fazer, o que pode ser uma mais-valia para um país

como o Equador, e uma oportunidade para um envolvimento institucional”, refere Nuno Mangas, presidente do IPLeiria. Os 46 estudantes estão distribuídos por cinco mestrados: Engenharia Eletrotécnica, Engenharia da Energia e Ambiente, Engenharia Civil, Engenharia Informática – Computação Móvel, e Utilização Pedagógica das Tecnologias da Informação e Comunicação. K

6 A Escola Superior de Saúde de Leiria assinalou 42 anos de existência a 3 de dezembro, numa sessão comemorativa em que o presidente do Politécnico de Leiria destacou o “percurso notável” da instituição, que “soube dar o salto para se tornar numa escola de saúde”, quando antes apenas formava enfermeiros. Clarisse Louro, diretora da escola, também destacou a integração da escola no Politécnico de Leiria e a criação de outras licenciaturas para juntar ao ensino de enfermagem. “Hoje temos um índice de empregabilidade de 90% e os nossos diplomados são escolhidos entre os melho-

res na Europa”, afirmou. O vice-presidente da Câmara Municipal de Leiria, Gonçalo Lopes, felicitou a ESSLei pelo seu aniversário, enquanto Céline Ferreira, diretora de administração geral do Centro Hospitalar de S. Francisco, em Leiria, referiu que a escola “é uma maisvalia na região, pela qualidade e rigor dos seus docentes”. A sessão terminou com a palestra ‘Políticas da saúde – que futuro?’, a cargo de Manuel Antunes, professor catedrático da Universidade de Medicina de Coimbra e diretor do departamento de Cirurgia Cardiotorácica nos Hospitais da Universidade de Coimbra. K

Apoio a crianças carenciadas

IPP prossegue projeto 6 O Instituto Politécnico de Portalegre desenvolveu mais uma vez o projeto “Todos temos Amor para Dar”, que visa ajudar crianças carenciadas da comunidade local e de outras, na época natalícia, iniciativa que terem vindo a crescer ao longo dos últimos sete anos. A sétima edição arrancou a 23 de novembro e este ano apoia 240 crianças, 130 identificadas com o apoio de uma assistente social e estão no distrito de Portalegre e 110 que estão em São Tomé e Príncipe, no âmbito de uma parceria com a HELPO, Organização Não Governamental para o Desenvolvimento, que leva a cabo programas de apoio continuados, projetos de assistência, ajuda humanitária, desenvolvimento comunitário, educação para o desenvolvimento e desenvolvimento humano. Este crescimento levou o Politécnico de Portalegre a alargar o projeto “Todos Temos Amor” além da comunidade académica, solicitando a colaboração a privados, grupos ou organizações que queiram colaborar nesta iniciativa integrada no Sistema de Gestão da Responsabilidade Social (IPP Social).

NO IPL

Mil brinquedos, mil sorrisos

Para as crianças apoiadas através de instituições de Portalegre e Elvas, o IPP recolhe os nomes, idades e prenda sonhada das crianças com dificuldades na sua vida quotidiana, para que seja possível, a quem apoia, comprar algo a pensar numa destas crianças. Posteriormente, os presentes serão entregues à assistente social antes do dia de Natal, para serem entregues aos pais e assim, na noite de natal, todas as crianças terão algo especial e único para si. Já para as 110 crianças em São Tomé e Príncipe será enviado leite em pó,

com e sem lactose, a partir dos 4 meses. Os interessados podem saber mais na página de Facebook todostemosamorparadar, criada para o efeito, na qual vão estar os nomes e idades de cada criança, assim como os presentes e depois é só mandar embrulhar e deixar a contribuição num dos pontos de recolha existentes para o efeito: Serviços Centrais do Instituto Politécnico de Portalegre; Escola Superior de Tecnologia e Gestão; Escola Superior de Educação; Escola Superior de Saúde; Escola Superior Agrária de Elvas. K

www.ensino.eu 012 /// DEZEMBRO 2015

6 O Instituto Politécnico de Leiria (IPLeiria) ofereceu este ano brinquedos recolhidos e adaptados para crianças com necessidades especiais, no âmbito da campanha ‘Mil brinquedos, mil sorrisos’, às equipas locais de Intervenção Precoce da Madeira. A campanha tem como objetivo a recolha de brinquedos com um sistema

electrónico simples (funcionamento a pilhas on-off), junto de toda a sociedade civil. Os brinquedos são adaptados por uma equipa de estudantes e professores voluntários do IPLeiria. Todos podem participar, deixando brinquedos novos ou usados nos pontos de recolha da campanha, situados nas cinco escolas do IPLeiria. K

IPL

Feira do Emprego em Leiria 6 O Instituto Politécnico de Leiria organizou uma Feira do Emprego a 3 de dezembro, no campus 2. A iniciativa teve como objetivo dinamizar um espaço de apresentação de mais de 25 empresas e instituições com ofertas de emprego e/ou

estágio profissional, dirigido aos diplomados das diferentes áreas ministradas pelo Instituto. A Bolsa de Emprego do IPLeiria organiza o certame, em colaboração com as cinco escolas e restantes serviços da instituição. K


DEZEMBRO 2015 /// 013


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IPPortalegre assinala 35 anos

Nova imagem, ambição para o futuro 6 O Instituto Politécnico de Portalegre assinalou, no passado dia 25 de novembro, os seus 35 anos de existência, numa data que ficou marcada pela inauguração do BIOBIP - Centro de Bioenergia e a Incubadora de Base Tecnológica, pela apresentação gráfica da nova imagem do IPPortalegre e pelos muitos desafios anunciados pelo presidente da instituição, Joaquim Mourato, que devem ser abraçados por toda a região. A inauguração do BIOBIP foi um dos momentos altos do Dia do Politécnico. Joaquim Mourato lembrou que “este projeto resultou de um entendimento entre mais de duas dezenas de parceiros regionais (de todo o Alentejo)”, assumindo-se como “um projeto que nasce desta rede e para trabalhar em rede. É um ponto de encontro entre as competências residentes nas Escolas do IPP e a comunidade em geral”. No entender de Joaquim Mourato, “o BIOBIP deve promover o ambiente adequado à geração de negócios, à inovação e transferência de tecnologia, à criação de emprego. Só com mais emprego podemos desenvolver a economia regional”. Também o Coordenador do Gabinete de Empreendedorismo e Emprego do IPP, Artur Romão, sublinhou a importância do novo centro e aquilo que ele poderá significar para toda a região no futuro. “Com a inauguração deste espaço, apenas marcamos simbolicamente um marco no caminho que vimos trilhando. No fomento do empreendedorismo, no contributo para a empregabilidade, no impulso à capacitação do tecido empresarial, na fixação de recursos no interior do país, no desenvolvimento do território”, disse. No entender de Artur Romão, “com esta incubadora de empresas e projetos o Politécnico de Portalegre passa a dispor das melhores condições para que os seus diplomados e demais empreendedores da comunidade circundante possam desenvolver as suas ideias de negócio e os seus projetos. Este é um espaço que reúne ainda mais duas áreas de apoio ao empreendedorismo e à inovação, um FabLab (para cujo equipamento aguardamos o resultado de uma candidatura já submetida) e o Centro de Bioenergia”. O aniversário do IPP ficou também marcado pela apresen014 /// DEZEMBRO 2015

tação da nova imagem gráfica do instituto. “Um projeto que surgiu em resposta a várias manifestações, argumentando-se que as unidades orgânicas do IPP apresentam marcas gráficas distintas que não se relacionam entre si nem com o Instituto, não formando um grupo”, começou por explicar Joaquim Mourato. Para concretizar esta alteração, o Politécnico “promoveu um concurso para desenvolver o processo de alteração da marca gráfica de todo o Instituto. O júri, constituído por mais especialistas externos

do que internos, escolheu uma proposta vencedora. O trabalho vencedor, bem como todos os trabalhos colocados a concurso, foram expostos em abril passado no Museu de Tapeçarias de Portalegre”. Joaquim Mourato aproveitou a ocasião para relembrar a revisão de estatutos realizada na instituição. “Os novos estatutos traduzem a realidade atual do IPP, preveem menos órgãos, simplificam procedimentos, incluem novas temáticas e são suficientemente abertos para acolherem e promoverem a evo-

lução da instituição. Ao longo do processo de revisão estatutária pude testemunhar a maturidade da instituição, traduzida no esforço de convergência de posições e no respeito pela especificidade de cada unidade orgânica”. Mas a tarde foi também ela dedicada aos estudantes. Joaquim Mourato recordou que “este ano letivo, o IPP cresceu 20% em relação ao ano anterior. Abriu seis novos cursos de Técnicos Superiores Profissionais. Pelo segundo ano consecutivo o IPP registou um crescimento do

número de novos estudantes”. Ainda assim, disse, “estes resultados foram bons mas ainda não chegam. Precisamos de continuar a recuperar o número de estudantes, melhorando a atratividade do Instituto, dentro e fora de Portugal, e apostando forte num plano de combate ao abandono escolar”. Joaquim Mourato acrescentaria ainda que “o IPP continua a crescer no capítulo da internacionalização. Este Verão, em parceria com o Politécnico de Castelo Branco, recebemos 21 estudantes luso-chineses. Celebrámos um acordo de cooperação com o Governo Regional do Príncipe, tendo já resultado na inscrição de 11 estudantes. Melhorámos as condições de admissão aos estudantes brasileiros. A ESTG disponibilizou um curso de mestrado em língua inglesa”. E numa altura em que se abrem portas ao novo quadro comunitário de apoio, Joaquim Mourato recordou “a elevada dinâmica na preparação de candidaturas a várias linhas de financiamento nacionais e internacionais. Trata-se de uma dinâmica transversal aos vários núcleos de Investigação do IPP. Por via da C3i, liderámos uma candidatura europeia e estamos neste momento a liderar uma candidatura de cooperação transfronteiriça. Integramos ainda um consórcio com vários parceiros estratégicos com o objetivo de apresentar uma outra candidatura de cooperação transfronteiriça onde é coordenador de 9 subprojectos. Além disso, em cerca de três meses, os investigadores do IPP participaram em 19 candidaturas já submetidas, com orçamento global superior a 12 milhões de euros, e estão mais 37 candidaturas em preparação”.K

Magazine, Delta e região premeiam o mérito 6 O mérito académico dos melhores alunos do IPP também foi distinguido. Como habitualmente o Ensino Magazine atribuiu uma bolsa ao melhor aluno diplomado (Rosalina Pires) com o grau de mestre. Também a Delta Cafés se voltou a associar ao IPP, atribuindo o prémio ao melhor aluno da ESTG. Na cerimónia que distnguiu os melhores alunos, as câmaras de Por-

talegre e Elvas, a Alan Afflelou, a Caixa Geral de Depósitos e a Família de Dr. Francisco Tomatas, também entregaram prémios aos melhores alunos. No final, o Ensino Magazine, através do seu diretor, João Carrega, entregou ao presidente do Politécnico uma placa alusiva aos 35 anos do instituto, como reconhecimento do trabalho desenvolvido. K


Para captar alunos estrangeiros

Santarém faz cursos em inglês Politécnico do Porto

Aluno representa Portugal 6 O estudante Tiago Castro, do Instituto Politécnico do Porto, vai representar Portugal na Young Hoteliers Summit na Ecole Hoteliere, em Lausanne. O apuramento do aluno do IPPorto resultou do primeiro lugar obtido, no final de novembro, na primeira edição da Portugal’s Future Hoteliers Summit (PFHS), que decorreu no Monte da Quinta Resort, na Quinta do Lago, Algarve, e que contou com a participação de 27 estudantes de Hotelaria e Turismo das melhores instituições de ensino nacionais. Aquele evento teve como objetivo criar uma ligação entre a futura geração de gestores hoteleiros e os líderes desta indústria de modo a trocar ideias, conhecimentos e experiências. Para além do primeiro lugar obtido por Tiago Castro, o Politécnico do Porto obteve, através de outro aluno da ESEIG, Inês Costa, o terceiro posto. K

6 O Instituto Politécnico de Santarém anunciou que vai ministrar, já no próximo ano letivo, cursos de licenciatura e mestrado, em que a língua de fala é o inglês. De acordo com o IPSantarém, vão ser ministradas as licenciaturas International Business; Plastic Arts and Multimedia; Food Technology; e Physical Activity and Lifestyle. Já no que respeita a mestrados, serão ministrados também em inglês os cursos em Information Systems Management; Education and Multimedia Communication; Mediterranean Agro Silvo Pastoralism; Sports Training; e Emergency Nursing and Critical Care. O Politécnico de Santarém disponibiliza ainda um curso de Língua Portuguesa para Estrangeiros. O anúncio foi feito, no passado dia 19 de novembro, durante o “Welcome Day”, na Escola Superior de Desporto de Rio Maior (ESDRM). Com este evento, a instituição reuniu 70 estudantes internacionais e de mobilidade Erasmus que este ano frequentam as diversas ofertas académicas do politécnico. Jorge Justino, presidente do IPSantarém, presidiu ao evento e lembrou que o Politécnico “tem como filosofia a inter-

Politécnico do Porto aposta no Brasil e Argentina

Jorge Justino, presidente do Politécnico de Santarém nacionalização da marca Santarém”, esclarecendo também que “para além dos habituais períodos de mobilidade académica, queremos que diversos alunos escolham o nosso concelho para estadias

mais prolongadas. Somos uma instituição de ensino superior que prima pelo acompanhamento muito próximo dos alunos estrangeiros que nos escolhem e que escolhem Santarém”. K

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Laboratórios remotos 6 O Instituto Politécnico do Porto (IPP) quer expandir a criação de laboratórios remotos para o Brasil e para a Argentina, de modo a apoiar e facilitar o ensino da Engenharia Eletrotécnica e Eletrónica. “Tirámos partido da existência de um programa europeu (...) a lógica é que se possa tirar benefício do laboratório a partir de vários países a nível mundial”, destacou o vice-presidente do IPP, à imprensa. Esta iniciativa, segundo Carlos Ramos, tem como objetivo permitir que os professores possam realizar “trabalhos conjuntos com estudantes de outros países” e que os alunos possam “desenvolver projetos sem a infraestrutura necessária para construir um laboratório”. O vice-presidente do IPP explicou que os laboratórios remotos são estruturas físicas que podem ser controladas à distância, podendo ser feitas experiências “sem necessidade de os pesquisadores e investigadores estarem fisicamente” no local. A expansão para a América Latina será realizada a partir do projeto europeu VISIR (Sistemas de Instrumentação Virtual em Realidade) que está atualmente em funcionamento no Instituto Superior de Engenharia do Porto, integrado numa rede de laboratórios criados na Suécia e espalhados pela Áustria, Espanha, Geórgia e Índia. Carlos Ramos referiu que, no Brasil, o VISIR+ quer criar laboratórios físicos no Instituto Federal de Santa Catarina, na Universidade Fe-

deral de Santa Catarina e na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, que permitam depois a realização de “experiências sob essas infraestruturas que existem”. “Há o interesse por parte do IPP, que está em articulação com o Ministério da Educação do Brasil, para a seguir a este projeto avançar para algo a uma escala bastante maior envolvendo a rede dos Institutos Federais”, sublinhou. Já na Argentina, o VISIR+ vai ser expandido para a Universidade Nacional de Santiago del Estero e para a Universidade Nacional de Rosário. O projeto tem uma duração de dois anos para que “haja resultados o mais rapidamente possível”, com um investimento de cerca de 670 mil euros, financiado pelo Programa da União Europeia para a Educação, Formação, Juventude e Desporto - ERASMUS+. K

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Instituto Politécnico da Guarda

IPG, motor de desenvolvimento

6 A sessão solene de abertura do ano académico do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) decorreu, no passado dia 3 de dezembro, na Escola Superior de Turismo e Hotelaria (ESTH), em Seia. O presidente do Instituto Politécnico da Guarda, Constantino Rei, afirmou no seu discurso que o presente ano letivo “fica assinalado pela confirmação da inversão de tendência no que diz respeito à admissão de novos alunos”. Para o IPG, como referiu, entraram 743 novos alunos para os cursos de licenciatura, “o que representa, face ao ano passado, um aumento superior a 30%”. Os cursos de mestrado e pós-licenciatura registaram 124 novos alunos enquanto os Cursos Técnicos Superiores Profissionais receberam 180 novos alunos. “Isto significa que entraram, este ano, para os diferentes ciclos de estudo, 1047 novos alunos, representando um aumento superior a 25%, quando comparado com o ano transato”, afirmou o Presidente do Politécnico da Guarda que lembrou ser hoje o corpo docente do IPG “o mais qualificado da história desta instituição”. No decorrer da sua intervenção, recordou, por outro lado, que tem sido desenvolvida “uma intensa e mais profícua ligação com o tecido empresarial e institucional envolvente”, tendo salientado a criação de dois cursos Técnicos Superiores Profissionais que “visam dar uma resposta imediata e específica a duas empresas, no caso, a ALTRAN, com instalações no Fundão, curso que visa formar técnicos especialistas em Testes de Software, e com a Portugal Telecom, visando a qualificação de técnicos em infraestruturas de redes, cloud e datacenter”. Para além da colaboração com municípios, mormente da Guarda e Seia, Constantino Rei evidenciou a proposta de criação do Estrela Geoparque (cujo memorando de entendimento foi assinado no decorrer da sessão solene) e destacou que “apesar da crise que atravessa a construção civil” foram realizados nos primeiros 10 meses deste ano 15 estudos geotécnicos, 16 ensaios de avaliação acústica e 20 certificações energéticas; mais de centena e meia de análises diversas (solo, águas, metais). “Neste campo, um destaque especial Publicidade

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to demográfico comece em breve a afetar severamente as IES. Temos vivido obcecados com as consequências (do despovoamento do interior), sem refletirmos e agirmos sobre as suas causas” Daí que o presidente do Politécnico da Guarda tenha sustentado que “mais importante do que as políticas educativas ao nível do ensino superior, o nosso futuro depende das eventuais políticas demográficas que os nossos governantes desejem ou possam implementar”. K

para a elaboração do Projeto Geotécnico das fundações por estaca do complexo de moagem a instalar no porto de Luanda, em Angola; também para Angola, desenvolvemos, no passado recente, trabalho de consultoria na área da hotelaria, através de docentes da ESTH”, acrescentou o presidente do IPG. Constantino Rei afirmou, depois, que o ano de 2015 ficará assinalado na história do IPG pela concretização e formalização do acordo de transferência, para uma empresa, de uma solução tecnológica desenvolvida no Politécnico da Guarda. “Num projeto de investigação do Laboratório de Climatização e Ambiente da ESTG foi desenvolvido o sistema denominado “iAQ”. Trata-se de um sistema de monitorização ambiental, inovador, de baixo custo, que permite monitorar e analisar, em tempo real, com visualização WEB, diversos parâmetros ambientais de um ou mais espaços. Combinando o baixo custo, com a sensibilidade, flexibilidade e precisão da medição em tempo real, permite uma evolução significativa nos controlos de qualidade vigentes. Nesta fase, o sistema incorpora sensores de temperatura, humidade relativa, CO2, CO e nível de iluminação. Porém, em função das necessidades específicas pode ser dotado de outros sensores”. Referindo-se ao futuro, Constantino Rei comentou que ele dependerá – o futuro des-

ta instituição e da generalidade dos territórios do interior do país e de muitas das instituições nele situadas – “em grande medida, da evolução demográfica.” Apesar do aspeto positivo dos números de estudantes admitidos este ano, o Presidente do IPG acrescentou que durante mais dois ou três anos ainda se possa assistir a resultados similares aos atuais. “Todavia, todas as previsões, nomeadamente as relacionadas com o número de alunos inscritos no ensino secundário e, consequentemente, potenciais candidatos ao ensino superior, apontam para que o efei-

IPG

Prémios e Estrela Geoparque 6 No decorrer daquela sessão solene foram entregues certificados de mérito a docentes instituição, que concluíram o seu doutoramento no passado ano letivo (Catarina Afonso Alves, Ermelinda Conceição Oliveira, Handerson Aguiar Engrácio, Isa Margarida Severino, João Lobão Andrade, José Alexandre Martins, Maria João Gomes, Romeu Silva Lopes e Teresa Maria Felgueira); os prémios Polieemprende (aos projetos Smart Coaching System e Cultura de Pérolas e Derivados), o Prémio Ensino a Magazine (a Luis Pimentel, do Curso de Comunicação Multimédia da ESECD/IPG) e o Prémio João Lopes, instituído pelo Clube Escape Livre (atribuído a Tatiane Pais e Catarina Rodrigues, do curso de Comunicação e Relações Públicas). O jornal Ensino Magazine entregou ao Presidente do IPG uma placa alusiva ao 35º aniversário da criação do Politécnico da Guarda. Seguiu-se a assinatura do Memorando de Entendimento para a criação do Estrela Geoparque, ato em que esteve envolvido não só o IPG mas também os municípios de Belmonte, Celorico da Beira, Covilhã, Fornos de Algodres, Gouveia, Guarda, Manteigas, Oliveira do Hospital e Seia. A cerimónia terminou com a e en-

trega de uma distinção do IPG a várias entidades de Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, bem como ao Vice-Cônsul Honorário de São Tomé e Príncipe no Porto, Rodrigo Patrício, que esteve em representação do Embaixador de São Tomé e Príncipe em Portugal. Receberam esta distinção João Baptista Pereira (Presidente da Câmara Municipal de São Salvador do Mundo, Cabo Verde), Rosa Lopes Rocha (Presidente da Câmara Municipal de Porto Novo, Cabo Verde); Isabel Mayza Domingos (presidente do município de Mé-Zochi, São Tomé e Príncipe), Orlando Soares (Presidente da Assembleia Distrital de Cantagalo, São Tomé Príncipe), Gualter Vera Cruz (vereador do município de Água Grande, São Tomé Príncipe) e Carlos Frederico (presidente da Associação Maense, de Cabo Verde). K


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setúbal

Diplomada vence prémio 6 Helena de Sousa Freitas, diplomada em Comunicação Social pela Escola Superior de Educação de Setúbal, acaba de ser distinguida, por unanimidade do júri, com o Prémio Os Nossos Heróis, uma iniciativa promovida pela Associação Mutualista Montepio e pela revista Visão, sendo destinada “a pessoas e empresas que se destaquem na sociedade pela sua veia solidária”. Com um percurso de voluntariado iniciado aos 15 anos e que passou por diversas organizações e projetos de índole am-

biental, Helena Freitas foi distinguida pela sua iniciativa mais recente, o GARRRBAGE – Grupo de Ação pela Recolha, Reabilitação e Reutilização de Bens Aproveitáveis – Gerações Ecologistas, que funciona no Bairro da Bela Vista, em Setúbal. O galardão, um troféu desenhado pelo arquiteto Souto Moura, foi entregue a Helena Freitas, jornalista na agência Lusa, por Mercedes Balsemão, no auditório do Montepio, em Lisboa, no âmbito da “Grande Conferência Visão Solidária e Montepio”. K

Em Viseu

Semana da Solidariedade 6 O Departamento de Ação Social da Associação Académica do Instituto Politécnico de Viseu acaba de organizar a Semana da Solidariedade, com o objetivo de sensibilizar alunos, docentes e não docentes do Instituto Politécnico de Viseu, assim como toda a comunidade viseense. A iniciativa decorreu de 24 a 29 de novembro e incluiu diferentes atividades, casos do concurso fotográfico Flash Solidário, a Noite Solidária, o Teatro Solidário, com a atuação do Teatro da Academia do Instituto Politécnico de Viseu, e o Concerto

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Boas Festas

Solidário, que decorreu na Aula Magna, no dia 27, e contou com a presença da Estudantina – Tuna Universitária de Viseu, do Coro Mozart e Pro Vocal VOX. K

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Neste Natal as Feijadinhas estão de volta. Faça já a sua encomenda!

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IPBeja

Vêm aí alunos do Panamá

Cante em Beja

6 O Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) acaba de assinar um protocolo de cooperação com o Instituto para a Formação e Aproveitamento dos Recursos Humanos do Panamá que prevê a possibilidade dos estudantes do Panamá poderem candidatar-se aos cursos do politécnico português, ao abrigo do Estatuto do Estudante Internacional. O Governo do Panamá assegura a estes estudantes o apoio financeiro necessário para a realização dos seus estudos em Portu-

T O Instituto Politécnico de Beja organiza, a 12 de dezembro, uma Jornada sobre o Cante, subordinada ao tema ‘Cante – Tradição Viva’, cumprindo assim a sua missão de ligação à cultura da comunidade envolvente. Esta jornada visa evocar, homenagear e promover a salvaguarda e a dinamização dessa dimensão maior da Identidade do Alentejo que é o Cante. O evento, que decorre ao longo de todo o dia, é composto por um colóquio, um debate e uma atuação dos grupos corais da cidade. K

gal e as áreas identificadas como prioritárias são a Agricultura e a Tecnologia, prevendo este acordo a possibilidade de alargamento a outras temáticas, sempre dentro das áreas científicas ministradas no IPBeja e de acordo com as necessidades identificadas pelo governo panamense. O acordo de cooperação foi assinado durante a iniciativa Portugal Exportador, um evento realizado no Centro de Congressos de Lisboa e dedicado à internacionalização empresarial, onde o

IPBeja se fez representar pelo seu presidente, Vito Carioca, enquanto Yesenia Rodríguez, diretora geral, representou o instituto panamiano, na presença do Embaixador do Panamá em Portugal e do ministro da Educação do Panamá. O IPBeja recebeu já este ano, ao abrigo do Estatuto do Estudante Internacional, um grupo de estudantes angolanos, apoiados pelo Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo (INAGBE), de Angola, sendo expectável a chegada de estudantes de outros países PALOP. K

Politécnico de Beja

Economia social em debate 6 O Instituto Politécnico de Beja promoveu, no passado dia 26 de novembro, um seminário sobre “Empreendedorismo e Economia Social”. A iniciativa decorreu na Escola Superior de Educação, no âmbito de uma unidade curricular, promovido pela docente Elsa Barbosa em colaboração com os alunos do curso TeSP (Técnico Superior Profissional) em Psicogerontologia. Ao longo dos trabalhos foram apresentados diferentes projetos de intervenção. Elsa Barbosa referiu o empreendedorismo social como “um processo de procura de soluções inovadoras e sustentáveis para a resolução de problemas importantes e negligenciados da sociedade”. A médica Felicidade Ortega apresentou o projecto “Lancheira Sorriso em Movimento”, o qual se centra na saúde escolar e procura contribuir para a promoção da literacia em saúde nos domínios alimentar, nutricional e das brincadeiras de recreio, capacitando alunos do 1.º ciclo da área de abrangência da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo. A iniciativa “FITsalvador”, foi outra das que esteve em destaque. Apresentada pelo técnico superior de desporto, André Bento, reforça a aposta intergeracional que o Centro

Saúde de Setúbal TA Escola Superior de Saúde de Setúbal tem dois novos cursos de pós-licenciatura e Especialização em Enfermagem Médico–Cirúrgica e em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica. Ambos os cursos têm uma forte componente prática e incluem a realização de diferentes iniciativas e projetos de intervenção junto da comunidade e de entidades locais, dotando os enfermeiros de competências fulcrais ao seu desenvolvimento pessoal e profissional. K

A “Arte na Vida” T Arte na Vida é o nome da mostra coletiva de trabalhos de utentes do Centro Social e Paroquial de São Tiago da Urra, que está patente ao público, de 9 de dezembro a 6 de janeiro, nos Serviços Centrais do Instituto Politécnico de Portalegre. A entrada é gratuita. K

IPB com a arte chocalheira Paroquial e Social do Salvador de Beja tem vindo a fazer no desporto. Presente esteve também a Empresa Municipal de Água e Saneamento de Beja, a qual se assume como parceiro socialmente responsável, pelo impacto económico e social na região de Beja. A empresa tem vindo a desenvolver, desde 2012, o projecto “Heróis da Água”, com o objectivo de promover a sensibilização e educação ambiental, especialmente focada na promoção do uso eficiente da água. Finalmente, foi também apresentado o projecto MyFarm. Um projeto que surge em resposta ao decréscimo da população que caracteriza a região de Beja, essencialmente rural, e às consequências

dos problemas económicos e sociais daí resultantes. Neste contexto, os pequenos agricultores, utilizando uma agricultura responsável e sustentável, não conseguem escoar os seus produtos a preços justos, ficando à mercê dos intermediários. A MyFarm, é um negócio social, desenvolvido pelo empreendedor social Luís Luz, que utilizando uma plataforma on-line, liga consumidores e pequenos agricultores, abrindo caminho às solicitações de consumidores que procuram saber de onde vêm os produtos e qual o seu modo de produção. No seminário houve ainda espaço para um momento de debate, com dez intervenções direccionadas aos diferentes oradores. K

Curso de saúde em Coimbra T A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra iniciou, a 25 de novembro, um curso de saúde e segurança em contextos recreativos que habilita à realização de intervenções de “educação pelos pares” para promoção da saúde e da diversão sem risco durante a participação de jovens em atividades recreativas, como as noites festivas da Queima das Fitas de Coimbra, bem como para redução de danos associados a ambientes vulneráveis. O curso decorre no âmbito da rede PEER (Peer-Education Engagement and Evaluation Research), que envolve Portugal, Angola, Brasil e Cabo Verde. K

Curta-metragem em Festival T O Instituto Politécnico de Beja acaba de emitir um comunicado no qual se congratula com o reconhecimento, por parte da Unesco, da Arte Chocalheira como Património Cultural Imaterial da Humanidade, com Necessidade de Salvaguarda Urgente. No comunicado é referido que “no reconhecimento da singularidade que esta manifestação cultural tem no território alentejano a maior expressão a nível nacional, o IPBeja congratula os mestres chocalheiros, que ajudaram a preservar esta Arte e a todos aqueles que de uma forma ou outra contribuíram para evitar a extinção do ofício, e toda a cultura regional subjacente”. K

T A curta-metragem ‘(des) ligado’, realizada no âmbito da unidade curricular Linguagens Fílmicas e Guionismo do curso de Ciências da Comunicação da Universidade do Algarve, foi selecionada para a 21º Edição do Festival Caminhos do Cinema Português. Com uma equipa composta, maioritariamente, por alunos e ex-alunos do curso da Escola Superior de Educação e comunicação (ESEC), o filme foi ainda selecionado para o FARCUME 2015 e para ser exibido fora de competição no Blackbird Film Fest. Entrou também no circuito do festival internacional Shortcutz. K

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Boas Festas e um Feliz Ano Novo

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Deseja-lhe Boas Festas


Castelo branco

ESE-IPPortalegre

Cultura Lusófona 6 A Escola Superior de Educação de Portalegre recebeu o II Congresso Internacional de Cultura Lusófona Contemporânea a 10 e 11 de novembro, trazendo à instituição personalidades ligadas à literatura e à cultura, provenientes de vários países de língua oficial portuguesa. Os investigadores e especialistas apresentaram as suas comunicações tendo em conta os olhares plurais sobre o tema “Representações do Outro”. A sessão de abertura contou com a presença de Pilar Del Rio, presidente da Fundação José Saramago, que relembrou o percurso de vida e a obra de José Saramago, Nobel da Literatura, com quem partilhou largos anos da sua

Dicas de Fitness na ESE 6 Dicas de Fitness foi o tema da palestra organizada pelos alunos do 3º Ano de Desporto e Atividade Física da Escola Superior de Educação de Castelo Branco, a 2 de dezembro, no auditório da instituição, na qual participaram as nutricionistas Sofia Lourenço e Catarina

Cunha, além do personal trainer Bruno Salgueiro, os

quais apresentaram comunicações, na área da nutri-

ção, da nutrição desportiva e do treino. Organizada no âmbito de Unidade Curricular de Projetos e Eventos Desportivos, da responsabilidade do docente António Faustino. O evento contou com mais de 150 participantes, entre estudantes e não estudantes. K

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vida. Este evento também aliou a literatura à arte e neste sentido decorreu, no Pátio da Escola, a inauguração de uma exposição da autoria da escultora Maria Leal da Costa. K

Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa Crescemos juntos.

CASTELO BRANCO Requalificação do Conservatório Regional

IDANHA A NOVA

OLEIROS Requalificação da envolvente à Câmara

Requalificação da Rua da Filarmónica Idanhense

Concerto dia 20

Ródão leva Natal à Igreja Matriz 6 A soprano Filipa Lopes, acompanhada por Salomé Pais Matos na harpa, foram o Angelicus Duo que, dia 20 de dezembro, às 17H00, protagonizam um concerto de Natal, a realizar na Igreja Matriz de Vila Velha de Ródão. Com organização do município de Vila Velha de Ródão, neste evento “a voz entrelaça-se suavemente no delicado som da harpa, resultando numa junção harmoniosa de timbres, num concerto angelical com repertório instrumental e litúrgico de Vivaldi,

Händel, Mozart e Schubert, entre outros nomes da música clássica”. Colegas desde os tempos de estudantes na Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa, Filipa Lopes e Salomé Pais Matos trabalham em conjunto há vários anos, não só neste Angelicus Duo, onde se têm apresentado em vários locais do país, mas também em concertos sinfónicos em Lisboa, integradas no Coro do Teatro Nacional de São Carlos e Orquestra Sinfónica Portuguesa, respetivamente. K

PROENÇA A NOVA

PENAMACOR Eixo entrada poente Penamacor

Renaturalização do Ribeiro de Sta. Margarida

VILA VELHA DE RÓDÃO Requalificação do lagar de varas e envolvente

A Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB), promove, apoia e incentiva o desenvolvimento dos municípios de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova e Vila Velha de Ródão. No âmbito da Subvenção global, contratualizados com a CIMBB, foi possível aos municípios o acesso a financiamento, de projetos de interesse social, económico e cultural para o território. No presente como no futuro, a CIMBB procurará sempre, de forma conjunta a melhoria da qualidade de vida de todos os que habitam neste território. Saiba mais sobre a CIMBB em www.cimbb.pt e fique por dentro da nossa comunidade.

A CIMBB deseja-lhe Boas Festas e um excelente 2016

Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa Palácio dos Viscondes de Portalegre, Apartado 22, 6001-909 Castelo Branco Telf: +351 272 342 540 | Fax: +351 272 342 542 | Telm: +351 963 718 329 E-mail: geral@cimbb.pt | www.cimbb.pt

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estudo sobre a cultura mediática de jovens, professores e pais

Jorge Ascensão, presidente da Confap

Media sociais em livro

Mega Agrupamentos afastam pais da escola

7 Nove em cada 10 jovens portugueses dos nove aos 16 anos começam a usar redes sociais online antes dos 13 anos, usando-as como fonte de informação, mas sobretudo como espaço de entretenimento e comunicação. Ali alargam a rede de relações sociais, que vai além das limitações geográficas, usam cada vez mais o inglês, procuram beneficiar das oportunidades e evitar ou responder a situações de incómodo, ao mesmo tempo que aprendem acerca dos assuntos que mais os interessam. Toda esta atividade ocorre sob o olhar atento de professores e de encarregados de educação, que estão mais preocupados com os riscos a que os jovens estão expostos nas redes sociais, do que nas oportunidades que esse uso lhe confere. Ainda assim, professores e encarregados de educação reconhecem potencial pedagógico às redes sociais e admitem o seu uso no espaço formal da escola, o que já acontece, mas a título excecional. Os dados são de uma investigação realizada no distrito de Castelo Branco entre 2012 e 2015, cujos resultados são apresentados num capítulo do livro “Investigação em media sociais: uma visão glocal”, que acaba de ser publicado pela RVJ-Editores. O livro, organizado por Vitor Tomé, Evelyne Bévort e Vitor Reia-Baptista, conta com mais seis artigos de investigação na área dos media sociais, escritos por investigadores de países como Argentina, Austrália, Brasil, Chile, Espanha e Estados Unidos da América. A investigação portuguesa Publicidade

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foi realizada pelo editor do Ensino Magazine, Vitor Tomé, para quem, “em termos de usos, práticas e participação nas redes sociais, a cultura digital dos jovens portugueses não é diferente da cultura dos jovens de Nova Iorque, do Rio de Janeiro ou de Melbourne, como apontam os dados da comparação dos nossos resultados com os de outros estudos”. A investigação foi realizada no âmbito de um projeto de pós-doutoramento financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), com o apoio da Universidade do Algarve, do CLEMI-Paris e da Universidade Católica de Milão. O resultado “interessa a professores, a pais e encarregados de educação, bem como a jovens, que se podem rever nas muitas citações de pares”. Ao nível da metodologia

usada, depois de validar três questionários específicos em função de cada grupo, obteve resposta de 549 jovens, 267 dos seus encarregados de educação e 150 dos seus professores. Os dados estatísticos eram “interessantes”, mas foi decidido não os publicar. “Em vez disso, partimos desses resultados e entrevistámos 142 jovens, 20 professores e 20 encarregados de educação, sendo que todos eles tinham participado no estudo quantitativo”, afirma. A metodologia permitiu “corrigir algumas conclusões que resultaram da análise das respostas aos questionários”, sendo que, em alguns casos, houve mesmo contradição o que foi afirmado nos questionários e nas entrevistas. “A vantagem é que, com as entrevistas, foi possível perceber melhor os resultados e entender as justificações para algumas contradições surgidas”, explica. O livro está a ser comercializado pela RVJ-Editores e na Loja Virtual Ensino Magazine. K

6 O presidente da Confederação de Pais, Jorge Ascensão, considera que o grande desafio que se coloca à escola é o da gestão. “Temos algumas reservas de que aquilo que é a gestão do dia a dia de uma escola estivesse preparada para o que constitui essa alteração [criação de mega agrupamentos] em termos de dimensão e distância”, disse. Jorge Ascensão falava ao Ensino Magazine à margem da tomada de posse do Agrupamento de Escolas Amato Lusitano, em Castelo Branco. Na sua perspetiva, esta nova realidade, “criou alguns problemas à escola em termos operacionais, mas também à famílias, devido à maior distância de casa à escola, criando dificuldades no acompanhamento diário e problemas das participações dos pais nas associações. Estes serão os grandes problemas da criação de mega agrupamentos”. Jorge Ascensão refere que “nalgumas situações a criação de novos agrupamentos faz sentido, sobretudo quando o número de alunos é muito reduzido, o que pedagogicamente também não é bom. Mas o que se verificou foi que se sobrepuseram as lógicas financeiras e de gestão de recursos, pelo que nem sempre entendemos as decisões”. Para Jorge Ascensão é importante que as famílias estejam mais presentes na escola. “Afastando as famílias das escolas, temos a convicção que os resultados dos alunos não serão os melhores. E por isso, este afastamento do espaço escolar resultante das agregações, teve as-

Jorge Ascensão, presidente da Confap

petos negativos”. O presidente da Confap lembra que mesmo nas agregações que fizeram sentido, “por parte do Estado e das autarquias locais é necessário dar as condições necessárias para que as famílias possam ter uma vida estabilizada de acordo com o que era a proximidade à escola. Neste domínio falo dos transportes escolares, refeições, bibliotecas e espaços para os alunos”. Jorge Ascensão diz que “ainda se verifica que os transportes escolares bnem sempre são os melhores. Já no que respeita a alimentação o problema reside sobretudo na qualidade e na logística”. K


Ensino Superior em Moçambique

Quilambo defende mais recursos

EPM-CELP H

Moçambique

Escola Portuguesa distingue alunos 6 A Escola Portuguesa de Moçambique (EPM-CELP) assinalou o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência com diferentes atividades. O átrio da escola foi palco de uma apresentação musical dos alunos da sala do ensino estruturado. Por impulso da Associação de Estudantes, a escola homenageou os alunos com necessidades educativas especiais, os seus professores e os técnicos que, diariamente, trabalham em prol de melhoria da qualidade de vida dos portadores de deficiência. A atuação dos alunos, munidos de instrumentos musicais feitos de material reciclado e de alguns batuques, foi suportada ao piano por Leandra Reis, docente de Educação Musical, e à guitarra pela técnica do sector do ensino especial, Alexandra Gustavo. Após o espetáculo, alunos do ensino secundário, impulsionadores da iniciativa, fizeram uma ronda pela escola para oferecerem a professores e funcionários em serviço balões alusivos à efeméride, cujo tema escolhido para o ano de 2005 é “A inclusão importa: acesso e capacitação para pessoas de todas as habilidades”. K

6 O reitor da Universidade Eduardo Mondlane, Orlando Quilambo, considera que o processo de massificação do Ensino Superior no país e no continente africano tem sido vítima de críticas severas pelo facto de este não ser acompanhado de recursos suficientes como infraestruturas e pessoal docente qualificado. A superlotação das salas de aula e a insuficiência do material didáctico são outro factor causador da fraca qualidade neste sub-sistema do ensino. Falando no âmbito da “A Necessidade de Expansão do Ensino Superior em Moçambique”, afirmou que maior parte dos países africanos o rácio situa-se de 1 docente para 118 estudantes contra 1 para 10 estudantes em países considerados desenvolvidos. Segundo o reitor, a superlotação afecta a produção do conhecimento, visto que o docente não dispõe de tempo para as atividades de investigação e como consequência este apenas reproduz o conhecimento produzido. Por isso, muitas instituições africanas produzem graduados mas são incapazes de produzir conhecimento.

Orlando Quilambo, reitor da Universidade Mondlane Nos últimos anos Moçambique e o continente africano têm conhecido um crescimento acelerado de instituições de ensino superior, como consequência da maior procura por este nível de ensino. Orlando Quilambo apontou a democratização, universalidade, economia de mercado e a globalização como razões que justificam a expansão do Ensino Superior. “Mas, apesar do seu crescimento, as taxas brutas de ingresso ao ensino superior ainda são muito

baixas, pois, há muito mais alunos que não conseguem entrar no sistema. No caso de Moçambique, os números indicam 150 mil estudantes em todo o país que frequentam o ensino superior. Este número é insignificante se comparado com o total da população, cerca de 24 milhões de habitantes”, adiantou. O orador reconheceu ser inevitável a massificação do ensino superior mas defendem que podem ser encontradas medidas para a sua gestão. “O ideal seria nós

pararmos, reflectirmos e vermos que caminhos podemos seguir, ao invés de continuarmos a fazer as coisas sem saber onde vamos”, disse. Orlando Quilambo defendeu que a massificação deve ser planificada e diversificada para evitar efeitos nefastos. Apontou algumas estratégias que passam pela diversificação dos cursos, para evitar que todas as instituições façam a mesma coisa e ofereçam mesmos cursos. “A organização curricular e a formação psicopedagógica podem igualmente evitar os efeitos nefastos de uma massificação não planificada”, disse. Na sua explanação, o reitor fez uma reflexão em torno da taxa dos graduados do ensino superior versus sua empregabilidade tendo afirmado que a taxa de desemprego situava-se na casa dos 13 por cento, até 2009, altura em que foi produzido um estudo a esse aspecto. Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), de fevereiro deste ano, revelam que, em Moçambique, 39 por cento da população encontrase desempregada. K

Comissão de cultura

Idanha preside em Estrasburgo 6 A Câmara Municipal de Idanha-a-Nova assumiu recentemente em Estrasburgo a presidência da comissão da Cultura do Club de Estrasburgo, uma associação que reúne 66 localidades europeias de 29 países. Na 13ª reunião anual do Club de Estrasburgo, o presidente do município idanhense, Armindo Jacinto, realizou uma apresentação sobre as potencialidades do concelho, o dinamismo do Geopark Naturtejo e os vários projetos económicos e culturais da região, referindo exemplos como a candidatura à Rede das Cidades Criativas da UNESCO, no âmbito da Música, o Boom Festival, o Festival Internacional de Músicas

Antigas Fora do Lugar, o Festival Salva a Terra, entre outros, como destaca uma nota de imprensa desta autarquia raiana chegada à nossa

Redação. Idanha-a-Nova é, segundo esta mesma nota, “a única localidade portuguesa membro do Club de Estrasburgo, tendo sido convidada a integrar esta associação devido ao seu dinamismo cultural e à riqueza do património etnográfico, traduzidos numa oferta de excelência de eventos culturais”. Com a liderança da comissão da Cultura, o município idanhense irá a partir de agora ter um papel ativo em iniciativas de cooperação, no fomento de intercâmbios, na implementação de projetos conjuntos e na exploração de oportunidades que possam surgir da União Euro-

peia. “A comissão da Cultura do Club de Estrasburgo deverá reunirse no próximo ano em Idanha-aNova. Para além desta comissão, o Club de Estrasburgo integra outras linhas de intervenção, nomeadamente nas áreas da educação, do social e da economia verde”, revela o mesmo documento, acrescentando que “a primeira parte da reunião desta organização que trabalha temas relacionados com políticas de desenvolvimento e a promoção dos direitos humanos foi, em grande medida,consagrada aos acontecimentos que tiveram lugar em Paris e à questão do acolhimento de refugiados na Europa”. K

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DEZEMBRO 2015 /// 021


Património

Opinião

Unesco lança manual Este Manual do Professor faz parte de um pacote fornecido no âmbito do apoio do

projeto educativo da UNESCO, ‘Património para a Paz e a Reconciliação’, que também

inclui filmes e uma brochura. O projeto Património para a Paz e a Reconciliação irá

ajudar os educadores a introduzirem na sua atividade de ensino os conceitos de diálogo, paz e reconciliação através da compreensão do património cultural. Poderão

utilizar os exemplos fornecidos para organizarem projetos, excursões ou exposições escolares, ou para enriquecer as aulas habituais. Uma ocasião em que poderá ser importante desenvolver atividades e iniciativas de cooperação, será todos os anos a 21 de setembro, o Dia Internacional da Paz da ONU.

Através da escolha de uma época específica e de um determinado tipo de patrimó-

nio, este manual centra-se no património cultural subaquático da Primeira Guerra

Mundial. A Primeira Guerra Mundial foi, socialmente, uma das guerras mais devastadoras do século passado. Uma das novidades desta guerra, que teve um impacto

particularmente forte na população civil, foi o desenvolvimento da guerra naval, e

mais especificamente da guerra submarina. Esta guerra deixou para trás um extenso património submerso. Apesar destes materiais educativos se centrarem no extenso

Património para a Paz e a Reconciliação

7 A Comissão Nacional da Unesco, em colaboração com a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH-UNL), acaba de lançar a versão em língua portuguesa do Manual da UNESCO para Professores - “Património para a Paz e a Reconciliação – Salvaguardar o Património Cultural Subaquático da Primeira Guerra Mundial. Posteriormente seguiu-se uma sessão de conferências proferidas por especialistas em diversas áreas de atuação. O Manual faz parte do material de apoio ao projeto educativo da UNESCO, ‘”Património para a Paz e a Reconciliação”, no âmbito da Evocação do Primeiro Centenário da Primeira Guerra, e que irá ajudar os educadores a introduzirem os património cultural subaquático da Primeira Guerra Mundial, poderá ser adotada a

Guerra Mundial, ou de outras épocas em que os conflitos incluíram uma vasta quantidade de batalhas no mar.

Comissão Nacional da UNESCO

MANUAL PARA PROFESSORES

mesma abordagem para exemplos de património cultural subaquático da Segunda

MANUAL PARA PROFESSORES

Património para a Paz e a Reconciliação Salvaguardar o Património Cultural Subaquático da Primeira Guerra Mundial

Portugal

United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization

Portuguese National Commission

for UNESCO

ISBN 978-989-98953-2-4

9 789899 895324

conceitos de diálogo, paz e reconciliação no seu programa curricular, através da compreensão do património cultural, e, especificamente, o patrimó-

Falta deontologia

nio submerso. O projeto foi acordado entre todos os Estados Partes na Convenção da UNESCO sobre a Proteção do Património Cultural Subaquático, em 2001, onde pretendem utilizar o Centenário da Primeira Guerra Mundial para fomentar a educação para a paz, mais especificamente através da promoção da proteção e compreensão do património submerso. O património cultural subaquático da Primeira Guerra Mundial oferece um testemunho único do passado. Este Manual da UNESCO, irá constituir-se na primeira ferramenta de trabalho sobre esta temática nos centros de formação de professores em Portugal, e pela primeira vez, pelo Centro de Formação de Professores da FCSH-UNL. K

Arquivo H

Vilas são cidades da música e da literatura

Idanha-a-Nova e Óbidos têm selo Unesco 6 Idanha-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, foi oficialmente aceite no grupo de Cidades da Música da UNESCO, no âmbito da rede de Cidades Criativas. O anúncio foi feito em Paris e confirmado pelo presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, Armindo Jacinto. A vila de Óbidos foi também considerada uma das novas “cidades da literatura”, no âmbito das cidades criativas da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

022 /// DEZEMBRO 2015

A Câmara de Idanha-a-Nova preparou durante um ano e meio a candidatura, que teve o envolvimento de diversos intervenientes nacionais e internacionais. Entre as entidades que apoiam esta candidatura encontra-se o Governo português, a Associação Portuguesa de Educação Musical, o Sindicato dos Músicos, dos Profissionais do Espectáculo e do Audiovisual, a Comissão Portuguesa da UNESCO e várias cidades que já têm o título de Cidade da Música, com destaque para Mannheim, Bolonha, Sevilha

e Hamamatsu. O objetivo desta rede de cidades é promover o desenvolvimento social, económico e cultural destas comunidades, tendo por base as indústrias criativas. Óbidos é a 12.ª classificada na lista das “Cidades da Literatura”, ao lado de Edimburgo (Escócia), Melbourne (Austrália), Iowa City (EUA), Dublin (Eire) Reiquejavique (Islândia), Norwich (Inglaterra), Cracóvia (Polónia), Heidelberg (Alemanha), Dunedin (Nova Zelândia), Granada (Espanha) e Praga (República Checa). K

6 Pode dizer-se que até finais da segunda guerra mundial a deontologia dos Meios de Comunicação inspirava-se, de alguma forma, na reflexão filosófica, regia-se por códigos de honra e Conselhos de Imprensa. Com maior ou menor convicção aceitavam-se critérios presuntivamente derivados de Deus, da razão humana, de leis sociais e da consciência profissional e boa vontade. Outrora as leis positivas foram fundamentadas, racionalmente, em princípios éticos. Atualmente, impera o positivismo jurídico baseado em consensos arbitrários sem a maior preocupação que não seja a de evitar - e eventualmente resolver - os conflitos de interesse entre a imprensa informativa, as autoridades públicas e o público destinatário. Importa pouco que a informação seja objetivamente factual e verídica. Importa mais que a informação seja «interessante» - que venda. A coincidência com a verdade ou a bondade ética da mensagem é casual e acidental. As maiorias dos códigos deontológicos criados pelos próprios grupos profissionais reduzem-se a meras recomendações de boa vontade que podem ser alegremente violados logo que não causem prejuízos económicos ou de prestígio moral ao patrão. A deontologia informativa de outros tempos centrava a sua atenção na vitória sobre a corrupção, na seriedade, o respeito pela verdade objetiva, a veracidade e a boa fama das pessoas. Atualmente esses critérios perderam quase todo o seu prestígio e existem imensas dúvidas sobre a promiscuidade en-

tre imprensa e agentes políticos, sociais, desportivos, etc. As verdadeiras questões éticas deviam assumir uma relevância decisiva no exercício do jornalismo. O jornalista é, no entanto, um empregado que está sujeito à política do grupo empresarial. À precaridade laboral, na maioria dos casos. Os números ocuparam os lugares das palavras. Os códigos deontológicos já não são solução com que se pode resolver todos os problemas éticos da prática jornalística e da carreira, mas constituem, ainda, um fundamental de consciência. São um contributo decisivo para que os profissionais sejam capazes de responder à sua função social primordial em democracia: assegurar os direitos dos cidadãos a serem bem informados. Em Portugal lidera as vendas quem mais «atropela» o código. O sensacionalismo e a especulação associados à subjetividade são hoje uma realidade incontornável da comunicação social. A notícia é opinativa!!! Vitor Santos _ Técnico Superior do IPV

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Rita Ruivo

Psicóloga Clínica (Novas Terapias) Ordem dos Psicólogos (Céd. Prof. Nº 11479)

EspaçoPsi - Psicologia Clínica Av. Maria da Conceição, 49 r/c B 2775-605 Carcavelos Telf.: 966 576 123 E-Mail: psicologia@rvj.pt “Quantas vezes, para mudar a vida, precisamos da vida inteira. Pensamos tanto, tomamos balanço e hesitamos, depois voltamos ao princípio, tornamos a pensar e a pensar, deslocamo-nos nas calhas do tempo com um movimento circular (…). Outras vezes uma palavra é quanto basta.” José Saramago, “Jangada de Pedra”


Editorial

Vamos iniciar um novo ciclo de mudança? 7 Nos últimos anos, o teimoso prosseguimento da implementação de medidas de política educativa com fins exclusivamente orçamentais, provocou uma clara mudança de paradigma: a transição do modelo constitucional da “escola para todos”, para o modelo neoliberal da “escola para quem a possa pagar”. A grande reforma educativa sorvida dos quentes e vibrantes anos do final da década de sessenta, consubstanciada nas filosofias do Maio de 68, apontava para uma escola aberta, universal, inclusiva, interclassista, meritocrática, solidária, promotora da cidadania e, até, niveladora, no sentido que deveria esbater as desigualdades sociais detectadas à entrada do percurso escolar. Os professores passavam a ser mediadores da aprendizagem, promotores da socialização e do trabalho partilhado. Os alunos metamorfoseavam-se em aprendentes activos, participativos, concretizadores, co-líderes da sala de aula e do rumo a dar às planificações. Os pais, descolarizados ou iletrados, por

vergonhosa opção de quatro décadas de ditadura, entregavam os seus filhos naqueles centros de promoção do sucesso social. Era a escola aberta à comunidade, uma escola moderna, que se impunha à escola tradicional. Era, enfim, a escola inclusiva, aberta a todos. Com o decorrer dos anos, os governantes, lá no alto do seu douto saber, entenderam que, já agora, os professores e a escola poderiam também cumprir uma imensidão de funções até então cometidas ao Estado, às famílias e à sociedade. Mesmo que não tivessem tido preparação para isso, os professores tinham demonstrado que sabiam desenvencilhar-se e, sobretudo, que não sabiam dizer não. E desde então, essas passaram também a ser tarefas e funções da escola e dos seus docentes. A partir desse momento singular, passámos a ter uma escola que, por acaso, também era um local de aprendizagem formal, mas que, sobretudo, se foi desenvolvendo como um espaço de aprendizagens sociais, informais, socializadoras. E foi

assim que se baralhou e se desvirtuou uma escola que, altruisticamente, queria ser para todos, transformando-a numa escola onde tudo cabia. Mais recentemente, os últimos responsáveis pelo Ministério da Educação, entenderam que a escola gastava muito e os professores, numa indolência secular, pouco ou nada faziam. Que tinham poucos alunos a quem ensinar; que perdiam muito tempo na sua formação permanente; que davam demasiada importância ao “como ensinar e ao como aprender”, em vez de se dedicarem a verificar as aprendizagens memorizadas; que se dedicavam demasiado a combater a exclusão escolar e social; que se envolviam muito com as famílias na educação dos jovens; que desejavam que todos os seus aprendentes estivessem na sala de aula, em comum colaboração, mesmo que alguns deles necessitassem de um apoio especial... Aos professores, era exigido que reincarnassem de novo: que procurassem novas profissões. Que comprassem escolas. Que emigrassem. Que percebessem

que o nosso sistema de ensino poderia ser muito melhor se acabassem metade das actividades desenvolvidas nas escolas e se se dispensassem cerca de 40 mil docentes. Infelizmente não era apenas um pesadelo. Foram as opções de política educativa de que estavam ao serviço do sistema financeiro internacional, dos interesses privados contra o Estado social e contra os mais desfavorecidos, os quais, por isso mesmo, seriam os que de mais ajuda necessitavam e, logo os mais prejudicados. De resto, provaram que pouco lhes interessava o impacto negativo destas medidas na implosão da Escola Pública e no comprometimento do futuro do país. O que eles não previram é que os professores têm dentro de si a força regeneradora do saber, da cultura e da utopia social. Modelando sabiamente os seus alunos, são os construtores de futuros. Dentro e fora da escola querem partilhar a discussão do amanhã, porque aprenderam que ter, é ceder e partilhar. Infelizmente, como humanos que são, também erram: do seio

da escola por vezes saem maus políticos e, logo, más políticas. Mas não é por isso que se deixam abater, já que exercem uma profissão que exige a reflexão permanente, a busca de consensos, e a capacidade de ser persistente, sem teimosia. Hoje, e talvez por estarmos à beira de uma pressentida mudança de política educativa, acreditamos que é possível reiniciar um novo ciclo de esperança para a escola e para os profissionais da educação em Portugal. K João Ruivo _ ruivo@rvj.pt Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico _

primeira coluna

Estação da saudade 7 O ensino superior e a ciência voltaram a ter um ministério seu. Os desafios que se colocam ao país são imensos. Questões como o financiamento das instituições, a rede formativa e institucional, o acesso e a promoção da investigação, ou a democratização do ensino superior para que as metas de termos cidadãos portugueses com essa formação sejam alcançadas, voltam a estar em cima da mesa perante um ministro, Manuel Heitor, que conhece muito bem as duas áreas, nas quais, enquanto secretário de Estado do Ensino Superior, trabalhou com Mariano Gago. Não surpreendem por isso as suas declarações: “É fundamental recuperar a confiança no sistema de ciência e tecnologia, garantindo a nossa aproximação e presença ativa na Europa do

conhecimento e da ciência”. Manuel Heitor enunciou também algumas metas que quer ver concretizadas e que fazem parte do seu programa, a saber: “Envolver a comunidade científica na definição e construção social das políticas públicas de estímulo à produção e difusão do conhecimento, de modo a recuperar a confiança dos agentes científicos; Garantir o reforço da atividade científica, incluindo uma total articulação entre as políticas de desenvolvimento dos sistemas científico e de ensino superior; Estimular o emprego qualificado através da densificação da atividade científica, tecnológica e cultural; ou alargar e democratizar o acesso ao ensino superior”. A questão da lusofonia, na qual o Ensino Magazine tem feito um grande esforço, é também

considerada como importante para Manuel Heitor. Na sua perspetiva, importa “valorizar a relação com as diásporas científicas no mundo e na Europa, garantindo um relacionamento da cooperação internacional, nomeadamente na lusofonia”. O seu ministério pretende também “apoiar a mobilização conjunta de escolas, centros de investigação, empresas de base científica e administração pública, a nível nacional e internacional”. Os objetivos estão traçados e enunciados. Importa agora que sejam concretizados, a bem do país. O ensino superior e a ciência não devem ser, em Portugal, o parente pobre das medidas governativas quando comparadas com o que é feito noutros países. Não é benéfico para ninguém que as instituições de en-

sino superior tenham que andar, como que a mendigar junto do Governo, orçamentos realistas, medidas justas e de coesão, quando são elas um dos grandes motores de desenvolvimento do país, não só na formação superior de pessoas, mas também pela sua importância nas economias em que se inserem e no conhecimento que produzem. A qualificação e a formação de um povo é a melhor arma que se pode ter para enfrentar o presente e o futuro. Um país cujos seus filhos têm déficite formativo, é um país cinzento, que não consegue criar oportunidades, e que tem como destino ficar parado no tempo, sob a triste máxima de que nem todos nasceram para ser doutores. O problema é que há muita gente que assim pensa, por ignorância, falta de capaci-

dade ou simplesmente porque se acomodam a velhas ideias e tradições do Estado Novo, em que só os mais abastados poderiam estudar. Nos últimos 40 anos muito foi conseguido, mas importa prosseguir um caminho assente na ciência, na formação superior e no desenvolvimento. Caso contrário corremos o risco de ficar apeados na estação da saudade... K João Carrega _ carrega@rvj.pt

DEZEMBRO 2015 /// 023


Opinião

Sejamos Ousados 7 Todos os portugueses têm consciência da importância para o país do sector florestal e da necessidade que todos sentimos em otimizar esse potencial, incluindo também as áreas de elevado potencial florestal mas atualmente incultas. Digo, sem medo de errar, que só conseguiremos tirar partido desse potencial, quando conseguirmos aumentar as produtividades, reduzir os incultos mas essencialmente e primeiro, minimizar substancialmente o impacto dos incêndios florestais na sua produtividade. Com a mesma certeza vos digo, que isso resolve-se reduzindo substancialmente o número de ignições em espaço rural e com a limpeza dos espaços florestais, ou seja, com uma gestão completamente diferente daquela que temos tido. Nenhuma floresta arde pelo simples facto de estar suja e para haver incêndio é necessário que haja ignição, mas a progressão de um incêndio e as áreas ardidas que dai resultam são completamente diferentes em espaços rurais abandonados em comparação com espaços geridos e cuidados de forma profissional. A redução das ignições far-seá atacando as causas da sua de-

flagração, continuando como se tem feito, a melhorar os padrões culturais da nossa sociedade, sensibilizando para os comportamentos de risco negligentes e as ignições de natureza criminal terão que ser tratadas com os meios e a prioridade que crimes desta natureza justificam. Contudo, a questão mais difícil mas também mais decisiva para rentabilizar ao máximo o potencial florestal do país passa pela necessidade urgente de criar condições que garantam que os espaços rurais se mantêm limpos e geridos de forma profissional. Atrevo-me para tal a sugerir uma solução ousada, que me parece justa, exequível e capaz de a médio prazo alterar radicalmente o nosso espaço rural. A criação de um diploma legal em que todas as novas transmissões de titularidade de prédios rústicos passarão a obrigar os novos titulares no ato da escritura a assumirem a responsabilidade de manterem os prédios rústicos limpos, independentemente da sua ocupação. No caso das transmissões se efetuarem por herança os novos herdeiros obrigam-se no ato da assunção da herança a essa responsabilidade, ou poderão trans-

miti-la a uma entidade gestora que no ato da escritura assuma essa responsabilidade. Com uma lei desta natureza garantiremos que a prazo não teremos proprietários abstencionistas, e que todos quantos se tornarem proprietários, assumem nesse ato a obrigatoriedade de gerir a partir dessa data de forma responsável a área de que se tornaram proprietários. Esta lei levará também a prazo, nas áreas de minifúndio à concentração da propriedade e por essa via ao emparcelamento. Quem adquirir prédios rústicos terá a necessidade de os rentabilizar e no caso das heranças evitar-se-á que se continue a pulverizar os prédios rústicos por todos os herdeiros, podendo faze-lo, se for essa a vontade de todos, mas assumindo a sua gestão apenas aquele ou aqueles que tiverem efetivas condições para a exercerem. No ato da escritura fica o proprietário notificado das suas obrigações, nomeadamente de comunicar se assume também a gestão da propriedade ou se a transfere para terceiro e no caso de a transferir, essa entidade terá que reunir determinadas condições para exercer essa atividade gestora.

Publicação Periódica nº 121611 Dep. Legal nº 120847/98 Redacção, Edição, Administração Av. do Brasil, 4 R/C Apartado 262 Telef./Fax: 272324645 6000-909 Castelo Branco www.ensino.eu ensino@rvj.pt Director Fundador João Ruivo ruivo@rvj.pt Director João Carrega carrega@rvj.pt Editor Vitor Tomé vitor@rvj.pt

Essas entidades gestoras serão objeto de regulamentação e poderão ser, empresas privadas do sector, associações agrícolas e florestais, entidades gestoras de Zonas de Intervenção Florestal, Fundos Imobiliários Florestais, etc. Com uma lei desta natureza o estado fica legitimado para a partir da sua entrada em vigor fiscalizar todos os novos proprietários no cumprimento das obrigações que assumiram de livre e espontânea vontade á data em que se tornaram proprietários rurais. A prazo serão os proprietários os primeiros interessados na rentabilidade da sua propriedade. K João Paulo Catarino _ Presidente da Câmara de Proença-a-Nova

Informática dá prémios

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mios os respetivos presidentes, Luís Correia e Jorge Neves, pelo Cybercentro o seu diretor, Lino Galvão, e pelo semanário Reconquista o seu subdiretor, José Júlio Cruz. Carlos Campos, que apresentou a cerimónia, acabou ele

próprio surpreendido com o recebimento de um troféu que lhe foi entregue pelo presidente da AICB, Bruno Santos. A Associação de Informática de Castelo Branco “nasceu de um grupo de amigos que se juntava

Serviço Reconquista: Agostinho Dias, Júlio Cruz, Cristina Mota Saraiva, Artur Jorge, José Furtado e Lídia Barata Serviço Rádio Condestável: António Reis, José Carlos Reis, Luís Biscaia, Carlos Ribeiro, Manuel Fernandes e Hugo Rafael. Guarda: Rui Agostinho Covilhã: Marisa Ribeiro Viseu: Luis Costa/Cecília Matos Portalegre: Maria Batista Évora: Noémi Marujo noemi@rvj.pt Lisboa: Jorge Azevedo jorge@rvj.pt Nuno Dias da Silva Paris: António Natário Amsterdão: Marco van Eijk Edição RVJ - Editores, Lda. Jornal Reconquista Grafismo Rui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda. Secretariado Francisco Carrega Sílvio Mendes

atualidade

7 A Associação de Informática de Castelo Branco atribuiu pela primeira vez este ano os “Prémios AICB”, distinguindo um conjunto de entidades e pessoas que com ela têm interagido e colaborado ao longo dos anos. A cerimónia teve lugar dia 8 de dezembro, no Cybercentro de Castelo Branco. As distinções, como frisou Carlos Campos, dirigente da AICB, “são prémios de reconhecimento pela promoção e divulgação de atividades no âmbito da informática”. Nesta primeira edição, receberam distinções a Câmara Municipal, a Junta de Freguesia, o Cybercentro, o semanário Reconquista e em termos individuais João Borga, diretor do Centro de Empresas Inovadoras, e Lurdes Carrega (Cybercentro). Por parte das autarquias receberam os pré-

Editor Gráfico Rui Rodrigues ruimiguel@rvj.pt

Relações Públicas Carine Pires carine@rvj.pt

para jogarem nas Lan Partys no início do século, tendo as coisas evoluído sem nunca deixarmos de parte a informática”, como explicou Carlos Campos. “O trabalho que fazemos não é para nós, é para servirmos a comunidade”, lembrou, exemplificando com os workshops já realizados, mas também a instalação de redes sem fios em algumas localidades, assim como a formação em diversas áreas. Esta associação foi fundada em outubro de 2007 e, como a própria revela, tem por objeto formações de informática em software livre, eventos e encontros de informática; investigação e publicações de tecnologias sem fio e a divulgação e promoção de novas tecnologias. Atualmente conta com três dezenas de associados. K

Colaboradores: Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Realinho, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Belo Gomes, Carlos Correia, Carlos Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Elsa Ligeiro, Ernesto Candeias Martins, Fernando Raposo, Florinda Baptista, Francisco Abreu, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mesquita, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joaquim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, João Vasco (fotografia), Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Felgueiras, José Carlos Moura, José Pires, José Pedro Reis, Janeca (cartoon), José Rafael, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Luis Souta, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Maria João Leitão, Maria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faustino, Ricardo Nunes, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras,Sandra Nascimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susana Rodrigues (U. Évora) e Valter Lemos Contabilidade: Mário Rui Dias Propriedade: RVJ - Editores Lda. NIF: 503932043 Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (accionistas com mais de 10% do Capital Social) Clube de Amigos/Assinantes: 15 Euros/ Ano Empresa Jornalistica n.º221610 Av. do Brasil, 4 r/c Castelo Branco Email: rvj@rvj.pt Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Jornal Reconquista - Zona Industrial - 6000 Castelo Branco


“Pedagogia (a)crítica no Superior” (VI)

Praxes: beber e amochar 7 «Os estudantes auto-educavam-se nos valores do humanismo e na luta contra a ditadura. Agora educam-se nas praxes e na cerveja.» (Paulo Castilho, O Sonho Português, 2015: 388) Não há ano escolar, neste ensino dito superior, que não seja manchado por incidentes graves durante as (estupidificantes) praxes. Em Dezembro de 2013, no Meco, foi a morte dos estudantes da Universidade Lusófona. Este ano, a imprensa reporta o caso da «Caloira do Algarve em coma alcoólico»: segundo o relato da proprietária de um apoio de praia, «eles abriam covas, ficavam cobertos de areia até ao pescoço, e quando não estavam suficientemente enterrados, vinha o padrinho e obrigava-os a beber» (Público, 25 de Setembro, p. 14). No fim, «muitas garrafas de vodka, whisky e vinho», no areal, denunciavam os excessos de mais um (anacrónico e degradante) cerimonial estudantil. Ali, ninguém fez caso da campanha do MEC: «Diz não às praxes agressivas e violentas». Eram estes os pensamentos

do Prof.S., enquanto cafezava, antes do início das aulas da manhã. Agastado, fechou o jornal e saiu do bar. Num placard do corredor, um colorido cartaz da A.A. promovia uma Festa, com imperial a 0,35€: «começa o ano lectivo em grande e está sempre de Cop’Cheio». Dias antes, no desfile académico, um grupo de estudantes segurava orgulhoso uma tarja onde se lia «Escola xpto há 15 anos a licenciar bêbados com qualidade». E veio-lhe igualmente à memória o extracto da letra do hino da Hatatuna: «Na Escola xyz a estudar, / nos bares a emborcar cerveja e tinto / para não desanimar!!» Deveriam os professores intervir pedagogicamente nesta matéria? Não estava certo da resposta a dar à questão. Mas também não podia aceitar aquele clima institucional em que as autoridades escolares pactuavam com as estruturas estudantis (na expressão oficial dizia-se: «serão desenvolvidos todos os esforços de coordenação com a Associação Académica e as Comissões [de Praxe]»); por exemplo, inscreveuse no calendário escolar 5 dias de «Actividades Académicas (só

para 1º Ciclo)», lá estão no portal, assinaladas simbolicamente a negro (a cor do traje académico). Deste modo as praxes passaram a fazer parte do “currículo oficial”(!) Também no comunicado do Presidente se omitia sempre a palavra ‘praxes’, substituída por «actividades de acolhimento» ou «actividades de integração dos novos estudantes» (a linguagem ‘redonda’, politicamente correcta, muito própria dos poderes instituídos, está a precisar de ajuda da Associação dos Profissionais da Usabilidade/Falar Claro). Não é por fugir à palavra ‘praxes’, de todos conhecida e por todos usada, que a realidade deixa de existir. Mais à frente, na referida mensagem presidencial, exprime-se o desejo de que essas actividades «não afectem o regular funcionamento do ano lectivo». Mas como? se durante cinco dias não haverá aulas, três no 1º semestre e dois no 2º (e essas sim, são as nobres actividades académicas). Mais grave ainda é quando aí se declara que essas actividades «revestem-se da maior importância no seu processo de integração no ensino superior» (sic) !? O Prof.S. entrou no gabinete,

ligou o computador, e na moodle clicou na UC da sua turma de 1º ano. No bloco “Sugestões” criou um novo tópico: desta vez anexou um artigo seu, publicado em 2012, «Praxes, para que vos quero?» Pretendia saber o que pensavam realmente os estudantes daquele ritual iniciático, a que haviam sido sujeitos há dias. O espanto veio pouco tempo depois: não houve um único estudante, daquela turma enorme, que não tivesse participado no fórum! Nunca houvera tal adesão. Mas a estranheza maior surgiu após a análise de conteúdo: das posições por eles veiculadas, contavam-se pelos dedos da mão os que manifestavam reservas (ou se opunham) às praxes. Porventura, alguns deles já tinha participado no Holi Summer – Verão colorido, em Lisboa, a 07/06 em Alcântara e/ou a 13/09 no Estádio Universitário. Aquilo que era designado, no marketing, como «o festival das cores» pareceu-lhe mais um tirocínio (pago, ainda por cima) para as (abrutalhadas) praxes universitárias. Também a sua filha adolescente por lá andou. E ao chegar a casa, noite dentro,

não a distinguiria de um caloiro depois de um dia pleno de «actividades de integração»: coberta de lama, roupa rasgada e emporcalhada dos pés à cabeça, num aspecto deplorável mas… feliz! E lembrou-se do romance de Paulo Castilho que lera nesse Verão e das lúcidas reflexões de um dos seus personagens principais: «Dir-me-ão que hoje os estudantes não consideram a praxe um fenómeno humilhante e eu responderei que essa atitude é a coisa mais triste e preocupante de tudo isto.» K Luís Souta _ luis.souta@ese.ips.pt (Este texto está redigido segundo a “antiga” e identitária ortografia) _

CRÓNICA

Cartas desde la ilusión 7 Querido amigo:

Estamos en plena campaña electoral en España, por lo que, como no podía ser de otra manera, surgen las propuestas de un lado y de otro, en todos los ámbitos de la vida política, social y económica. Como es lógico, así ha pasado en el ámbito educativo. Por lo que nos afecta, es decir, en este último campo, el educativo, quiero fijarme hoy en la propuesta del “libro blanco de la educación” que se elaborado recientemente relativa a la formación del profesorado. En efecto, en este nuevo “libro blanco de la educación” se propone un plan de formación del profesorado de unos siete años de duración. Te confieso que no he leído más que el titular de prensa, y no he entrado en todos los detalles de la propuesta, aunque sí evidentemente, en algunos (confieso también que lo he hecho sin demasiada atención). No he entrado en los detalles porque no he querido, voluntariamente, ya que el mero titular me causa espanto por muchas razones (que no podré abordar,

por supuesto, en esta carta). La primera de ellas es que creo que se está enfocando la formación del profesorado como “trabajadores de la enseñanza”. En algunas cartas anteriores comentamos la diferencia entre “trabajador de la enseñanza” y “educador”. Si se trata de formar a “trabajadores de la enseñanza”, no es de extrañar que se proponga un período muy largo (cuanto más mejor) de formación del personal. Da la impresión de que la “larga formación” podría dotar a los profesores, conceptualizados como “trabajadores de la enseñanza”, de unos instrumentos que se podrían considerar suficientes para que fueran capaces de afrontar los avatares del cotidiano educar. Pero creo que cualesquiera instrumentos educativos que se provean a los profesores nunca serán suficientes. Por otra parte, hemos asistido a la crítica del actual sistema de formación del profesorado de Enseñanza Secundaria, que, como sabes, se realiza mediante un Master cuya finalidad es proporcionar la cualificación necesaria a todo este personal que desea integrarse en la práctica

educativa de los adolescentes. Me ha llamado la atención que se haya verificado que este nuevo sistema (más largo que el anterior, que era el “famoso” C.A.P.) no produce mejores resultados que su predecesor (el susodicho C.A.P.), cuya duración era de apenas 3 meses. A la vista de esto, yo creo que se deberían considerar dos aspectos fundamentales en cuanto a la formación de los profesores: 1) el problema de la “vocación docente”, y 2) el problema de los algoritmos educativos. Es evidente que es muy difícil ponerse de acuerdo en cuanto al tema de la “vocación docente”. Esta característica paliaría, a mi entender, de manera drástica el problema de la formación, porque el docente vocacionado se está formando continuamente, más allá de su período de formación oficial (que, hasta ahora, es mucho más corto que lo que se propone en el “libro blanco de la educación”). Evidentemente, esto apunta al problema básico que se resume en la siguiente pregunta: ¿Cuánto tiempo de formación necesita un docente? Creo que si planteásemos esta pregunta a los profesores actua-

les, nunca lograríamos un consenso, porque el problema de la formación para la educación no se centra exclusivamente en el conocimiento y/o dominio de una serie de contenidos y en el manejo de unas (o muchas) técnicas, sino que afecta al talante del profesor. Y es evidente que el talante de una persona no se moldea en uno, dos, tres... o siete años... aunque también es cierto que hay personas que no necesitan un período de tiempo para moldear su talante educativo, porque “lo llevan dentro”... podríamos decir que “han nacido para ser educadores”. Podríamos seguir con reflexiones en este aspecto, pero prefiero iniciar solamente, aunque sea de pasada, una idea sobre el segundo aspecto, es decir, el problema de los algoritmos educativos. Creo que hemos vivido una época en la que la “formación” de profesorado pasaba por “administrar” una serie de “algoritmos” o “formas de hacer” que se presumen infalibles (entre ellas, desgraciadamente, el uso del libro de texto y la dependencia subsiguiente que de ese uso “necesario” se deriva), cuya fi-

nalidad era dotar al profesorado de la confianza necesaria para afrontar las dificultades del quehacer educativo... Lo dejo aquí. Volveré sobre ello en mi próxima carta, para no alargarme en exceso. Aprovecho para desearte unas felices fiestas en compañía de los tuyos y un merecido descanso a la espera del nuevo año, que también deseo cargado de éxitos. Hasta la próxima, como siempre, ¡salud y felicidad! K Juan A. Castro Posada _ juancastrop@gmail.com

DEZEMBRO 2015 /// 025


Tais Quais

«A música tradicional é uma fonte que não seca» 7 O coletivo Tais Quais reúne alguns dos melhores músicos portugueses em torno das sonoridades do Alentejo. Em entrevista, João Gil apresenta o projeto que partilha com Jorge Palma, Tim, Vitorino, Celina da Piedade, Paulo Ribeiro, Sebastião Santos e o humorista Serafim. Qual é a história deste grupo? É uma história que já vem de trás. Desde os tempos em que participei nas bandas Rio Grande e Baile Popular que me entusiasmei em trabalhar a música do Alentejo. Adoro fazer esse tipo de música e já tinha uma série de canções, com letras do João Monge, quando em conversa com o presidente da Câmara de Serpa ele que me convidou para fazer qualquer coisa no âmbito do cante alentejano. A ideia era dar uma perspetiva dos tempos hoje, não apenas a recriação do cante. Propus fazer um espetáculo juntando as pessoas à volta da fogueira que é o cante, embora não o tradicional. Convidei o Tim, que é alentejano, e começámos a compor o resto da equipa. Convidou-se o Jorge Palma, a Celina da Piedade, o Vitorino, o Paulo Ribeiro, o Sebastião, que é filho do Tim. E, no meio deste acampamento de músicos, ocorreume convidar o Jorge Serafim que é um dos grandes humoristas portugueses. Quais têm sido as reações? Foi graças à reação incrível do público presente em Serpa, nesse espetáculo que referi, no ano passado, que decidimos gravar um disco. Esse espetáculo criou em palco um lugar ficcional chamado “A Venda do Isaías”, personagem interpretada pelo Jorge Serafim, que é o mestre-de-cerimónias do tal acampa-

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mento de músicos: conta histórias, anedotas, serve uns copos e uns petiscos…

conta uma história, conta uma anedota, faz rir o público.

Como foi juntar este coletivo para gravar o CD “Os Fabulosos Tais Quais”? Não foi nada fácil. Quando nos reunimos é fácil que a música aconteça, o difícil é juntar pessoas com agendas tão distintas. Foi um esforço hercúleo, mas valeu a pena.

Os planos para 2016 apontam para muitas datas de Norte a Sul do país? Todos queremos dar espetáculos ao vivo. Não vai ser fácil juntar toda esta gente, mas acredito que com método e disciplina tudo se consegue.

Acredito que tenha sido uma agradável viagem sonora pelo Alentejo. Adaptaram as sonoridades típicas ao espírito do vosso coletivo? Sim, foi muito agradável. Quando dizia que nos reunimos à volta de uma fogueira e que essa fogueira é o cante, não implica que façamos música típica. Não é música tradicional, é a nossa visão daquilo que é o Sul do país. Embora abordemos duas ou três canções tradicionais, em geral partimos das raízes e compomos, cantamos e tocamos à nossa maneira. É interessante verificar que nas 12 canções incluídas no disco a composição foi partilhada por todos os elementos. Foi. Este acampamento musical não é um grupo igual aos outros. É uma espécie de celebração coletiva, onde cada um de nós traz o seu melhor. O segredo deste grupo é a partilha total. O Jorge Serafim é o elemento surpresa. Surpreendeu muita gente? Claro, é a carta fora do baralho. Mas também é a cereja em cima do bolo. É o anfitrião do espetáculo, alguém que

Há ainda muitas canções para desvendar num próximo disco? Claro que há. A música tradicional é uma fonte inesgotável. Seja o fado, seja o cante do Sul, seja no Norte e na Beira Baixa a polifonia característica das canções. Quem trabalha música popular, como eu, sabe que é inesgotável como referência e inspiração. É como uma fonte que não seca. 2015 foi um ano positivo na sua carreira? Foi muito bom a todos os níveis.

Neste momento estou a fazer outras coisas, como acontece com os outros elementos do grupo. Este grupo é a tal fogueira de que eu falava, um local de encontro. Os Tais Quais podem servir de exemplo para estimular as parcerias na produção nacional? Eu penso que tem havido várias parcerias. Vejo o António Zambujo com o Miguel Araújo, vejo a Carminho com a Sara Tavares… eu próprio tenho outras parcerias, como o Quinteto Lisboa. Acho que a música portuguesa ganha com isso. E os próprios músicos, cantores e compositores, enriquecem com essas partilhas. K Entrevista: Hugo Rafael _ Texto: Tiago Carvalho _ Facebook Oficial - Rita Carmo H

Boas Festas e Feliz Ano Novo A RÁDIO NO SEU MELHOR! Há 30 anos perto de si... Cernache do Bom Jardim | Tel. 274 800 020 | geral@radiocondestavel.pt


Novidades literárias 7 DOM QUIXOTE. As Três Vidas, de João Tordo. Que segredos rodeiam a vida de António Augusto Millhouse Pascal, um velho senhor que se esconde do mundo num casarão de província, acompanhado de três netos insolentes, um jardineiro soturno e um rol de clientes tão abastados e influentes como perigosos e loucos? São estes mistérios que o narrador – um rapaz de família modesta – procurará desvendar durante mais de um quarto de século, não podendo adivinhar que o emprego que lhe é oferecido por aquela estranha personagem se irá transformar numa obsessão que acabará por consumir a sua própria vida.

CASA DAS LETRAS. Assim Nasceu Portugal, de Domingos Amaral. Na Páscoa de 1126, em Viseu, o príncipe Afonso Henriques conhece Chamoa Gomes, uma bela rapariga galega por quem se apaixona perdidamente. Contudo, sua mãe, D. Teresa, regente do Condado Portucalense, proibirá o casamento, pois Fernão Peres de Trava, seu amante, não admite o enlace com a sua sobrinha Chamoa. A fúria de Afonso Henriques é imensa. Zangado com a mãe, arma-se a si próprio cavaleiro, na Catedral de Zamora, e começa a liderar os portucalenses de Entre Douro e Minho, que vivem revoltados com a influência do Trava e as decisões de Dona Teresa.

LEYA. A Cor dos Defuntos, de António Tavares. Vivem-se tempos de grandes avanços e convulsões: os estudantes manifestam-se nas ruas de Paris e, em Memphis, é assassinado o negro que tinha um sonho; transplanta-se um coração humano e o homem pisa a Lua; somam-se as baixas americanas no Vietname e a inseminação artificial dá os primeiros passos. Porém, na pequena aldeia onde decorre a ação deste romance, os habitantes, profundamente ligados à natureza, preocupam-se sobretudo com a falta de chuva e as colheitas, a praga do míldio e a vindima; e na taberna – espécie de divã freudiano do lugar – é disso que falam.

gente & livros

Elena Ferrante 7 «Propôs a si mesma desaparecer sem deixar rastro. Lila não avisou, apagou a sua consciência de um dia para o outro: esvaziou os armários, recortou a sua imagem das fotos, não restou nada. A sua amiga íntima de infância, a escritora Elena Greco, Lena, é a única disposta a discordar com o afinco, a raiva e a coragem de que só são capazes as mulheres quando se empenham em que outra não consiga o que quer.» In «A Amiga Genial» Elena Ferrante é o pseudónimo de uma escritora italiana, que esconde há mais de 20 anos a sua identidade. A autora concede poucas entrevistas e, quando o faz, responde por escrito e intermediada pelas suas editoras italianas. Nessas entrevistas, de acordo com a Wikipedia, Ferrante explica que optou pelo anonimato “para poder escrever com liberdade, e

também para que a receção de seus livros não seja influenciada por uma imagem pública”. É desconhecida a sua data e local de nas-

cimento, mas especula-se, com base nas suas obras, que tenha nascido em Nápoles, por volta de 1943. “O escritor Domenico Starnone, que já foi apontado como o autor das obras assinadas por Ferrante, nega as especulações”, refere a Wikipedia. Helena Ferrante terá estudado literatura e, analisando da sua obra, há quem creia que goste da escrita tchekoviana e de Jane Austen. Alvitra-se que foi casada, que tem filhos e que talvez tenha vivido na Grécia. Apenas há uma certeza: escreve desde 1991, altura em que publicou o primeiro romance, «L’amore molesto» («Um Estranho Amor»), bem recebido. Anos depois, a saga napolitana «A Amiga Genial», formada por quatro livros, tornou-a num dos grandes fenómenos literários da atualidade. K Tiago Carvalho _

RVJ-Editores

Memórias de uma mulher igual a tantas outras 7 O livro “Memórias de uma mulher igual a tantas outras”, da autoria de Maria Adelaide Fontainhas, foi apresentado, no passado dia 1 de dezembro, no Centro Artístico Albicastrense, em Castelo Branco. Com a edição da RVJ - Editores, a obra que teve o apoio da Câmara albicastrense, foi apresentada por Maria de Lurdes Gouveia, juntou no salão daquela coletividade muitos amigos e alunos da Universidade Sénior Albicastrense. A autora do livro transportou os assistentes para uma viagem magnífica em que as palavras ditas provocaram reações calorosas a quem a ouviu. K

TOP SELLER. Eu, o Earl e a Tal Miúda, de Jesse Andrews. Esta é a história criativa e comovente de Greg, um finalista do secundário cujo único objetivo é manter-se completamente anónimo e evitar quaisquer relações profundas. Juntamente com Earl, Greg faz curtas-metragens parodiando filmes clássicos, o que os torna mais colegas de trabalho do que propriamente amigos. Tudo corria bem até ao dia em que a mãe de Greg insiste com ele para passar algum tempo com Rachel, uma miúda da sua turma que acabou de ser diagnosticada com cancro. K DEZEMBRO 2015 /// 027


press das coisas

pela objetiva de j. vasco

Máquina De Barbear Philips 3 O sistema de barbear com lâminas ComfortCut tem extremidades arredondadas que deslizam suavemente pela pele para um barbear rente, suave e fácil, despendendo pouca energia para obter um resultado perfeito. Custa 79,74 euros. K

Sérgio Godinho e Jorge Palma «Juntos» 3 “Juntos”, o disco que registou o concerto de Sérgio Godinho e Jorge Palma no Theatro Circo, em Braga, em 2015. É um documento histórico que regista o momento de partilha de quatro décadas de canções, naquela que é a banda sonora das vidas de vários portugueses. Temas como “A Gente Vai Continuar”, “Primeiro Dia”, “Frágil”, “Dá-me Lume”, entre outros. K

CHOCALHOS ALENTEJANOS PATRIMÓNIO CULTURAL E IMATERIAL 3 No passado mês de novembro, a UNESCO, na sua 10.ª reunião do Comité Intergovernamental, que decorreu na capital da Namíbia, classificou o fabrico de Chocalhos em Portugal, como Património Material e Cultural da Humanidade, solicitando, para o Chocalho, a necessidade de salvaguarda urgente. A candidatura portuguesa foi liderada pela Entidade Regional de Turismo do Alentejo, em colaboração com a Câmara de Viana do Alentejo e a junta de Freguesia de Alcaçovas, também considerada a capital do Chocalho. Portugal vive um tempo de reconhecimento mundial do seu património imaterial. Foi assim com o Fado, com o Cante Alentejano e agora com o Chocalho. Estranha-se a dificuldade / atraso, com que estas formas de expressão cultural demoram a chegar às escolas portuguesas. K

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Prazeres da boa mesa

Um Cheirinho de Natal… As Filhós em Mil Folhas (25 pax): 200g de Medronhos 50g de Açúcar 1 Laranja em Zeste 25g de Manteiga 750 ml de Garraf. do Comendador

3RECEITA Ingredientes p/ as Filhós (25 pax): 3 Cháv. Café de Azeite 2 Cháv. Café de Aguardente 1 Cháv. Café de ANIS SECO DÓMÚZ 3 Cháv. Café de Leite 3 Cháv. Café de Sumo de Laranja 3 Ovos 1 Kg de Farinha Q.B. de Sal Preparação da Filhós: Misturar todos os ingredientes até ficar uma massa homogénea. Deixar descansar por 30 minutos. Esticar, cortar e fritar em azeite. Ingredientes Gelado de ANIS DÓMÚZ (25 pax): 1,5 L de Leite 1,5 L de Natas 600g de Gemas 600g de Açúcar 150g de ANIS MEL DAMAS DÓMÚZ 60g de Estabilizante Pre. do Gelado de ANIS DÓMÚZ: Ferver o leite e as natas. Misturar aos restantes ingredientes. Deixar arrefecer completamente e levar à máquina de gelados até

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Preparação para os Medronhos: Derreter o açúcar na RESERVA DO COMENDADOR com a manteiga. Adicionar a zeste de Laranja, por fim os medronhos.

ficar cremoso e sólido.

restantes natas batidas.

Ingredientes Mousse de Queijo (25 pax): 180g de Natas 1 Vagem de Baunilha 6 Folhas de Gelatina 120g de Açúcar em Pó 600g de Queijo Neutro 440g de Natas

Ingredientes para os Medronhos

Preparação da Mousse de Queijo: Levar as 1ªs natas ao lume com a baunilha e o açúcar em pó até ferver. Adicionar a gelatina demolhada. Juntar ao queijo e envolver as

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Empratamento: Num prato fazer camadas de filhós e de mousse de queijo. Aplicar um cordão de molho de medronhos e dióspiro. Finalizar

com o gelado. K Chef Mário Rui Ramos _ Chef Executivo


Bocas do galinheiro

Vida e morte do cinema

Do filme “Kilas, o Mau da Fita” H

no, de que o Anastácio e o Barata são adeptos ferranhos. O resto já se sabe. Mentiras, falsos estatutos e casamento à vista. Uma versão, inferior ao “Pátio das Cantigas”, o que se nota na adesão popular. Mas marcante pelo significado de trazer de volta o grande écran em versão comercial a Castelo Branco. Longa vida, é o que esperamos e desejamos. Por seu lado o Cine Teatro continuará a divulgar cinema de autor nas já clássicas sessões das terças-feiras.

Ao contrário, a tristeza veio pela morte, aos 82 anos, de José Fonseca e Costa, cineasta de referência do Cinema Novo, que com o seu filme de estreia “O Recado”, de 1972, a história de um político clandestino que é abatido pela pide, mas também uma reflexão pelo estado do país e da queda do regime que, mais do que se sentir, se desejava, tanto mais que ele tinha sofrido na pele a prisão e a proibição de ingressar na RTP, aquando da criação do canal

público, por causa das suas posições políticas. Pela mesma razão não pôde ter acesso a uma bolsa para estudar cinema no estrangeiro, tendo em 1961, a expensas da família ido para Itália onde iniciou a sua formação estagiando com Michelangelo Antonioni no filme “O Eclipse”, sendo evidentes a influência que o mestre italiano teve na sua carreira, desde logo em “O Recado” e na sua segunda longa-metragem, “Os Demónios de Alcácer Quibir”, de 1976, em que está de novo a dissecar o país e o nosso messianismo, para romper em grande, em 1981 com “Kilas, o Mau da Fita” um sucesso de público, como há muito não se via no cinema português, apesar das muitas dificuldades de rodagem, entre as quais paragens por falta de financiamento, abriu a porta do êxito para Fonseca e Costa e para os atores Mário Viegas e Lia Gama. “Sem Sombra de Pecado” de 1983, escrito com Mário de Carvalho e David Mourão-Ferreira, e “ Balada da Praia dos Cães”, de 1986, adaptação do romance de José Cardoso Pires, com um improvável Raul Solnado no papel do inspector de judiciária, contribuíram para a consolidação de um cineasta que, não abdicando de fazer cinema de autor, ainda e sempre a influência de Antonioni, conseguiu chegar ao grande público. De assinalar a adaptação do romance de Manuel Tiago, pseudónimo literário de Álvaro Cunhal “Cinco Dias, Cinco Noites, de 1996, filme premiado no Festival de Gramado, nos Globos de Ouro em Portugal e seleccionado para o Montreal World Film Festival. Nos últimos anos Fonseca e Costa assinou ainda “O Fascínio”, 2003 e “Viúva Rica Solteira Não Fica”, de 2006. A 9 de Outubro de 2014, a Academia Portuguesa de Cinema atribuiu-lhe o prémio de carreira. Aquando da sua morte encontrava-se a filmar um novo filme, com produção de Paulo Branco, uma adaptação de “Axilas”, um conto do escritor brasileiro Rubem Fonseca, com argumento de Mário Botequilha. Não terá sido concluído. Até à próxima e bons filmes, agora no Cinebox Alegro! K Luís Dinis da Rosa _

Cartoon: Bruno Janeca H Argumento: Dinis Gardete _

7 Finalmente. Após a morte das salas de cinema do fórum, a exibição cinematográfica regular regressa a Castelo Branco depois de durante um par de anos a Câmara Municipal ter colmatado esta lacuna com o reforço da programação de cinema do Cine Teatro Avenida, mostrando alguns dos filmes de estreia recente. Como diz o povo, é melhor que nada. Só que, para os êxitos incontornáveis a afluência era muito boa, nos restantes filmes, confinados a uma ou duas exibições, o público já não acorria em tão grande número, se bem que não se possa falar em sala “às moscas”, ou seja, a aposta foi boa e valeu a pena. Julgo. Agora, e somado um chorudo investimento, pela mão da Cinebox e da Immochan, o chamado cinema comercial está de volta à cidade. São três salas no centro comercial Alegro, inauguradas no passado dia 4. Para João Fernandes da Cinebox, que já fornecia os filmes para o Cine Teatro, a cidade tem condições e gente para cinema comercial, com o que também concordamos, invertendo o caminho do retrocesso que representou o encerramento de salas na cidade. Ganhamos todos. Assim a programação ajude, porque cinema comercial também pode ser e é, cinema de qualidade. E, com regularidade, podem retomar-se hábitos de fruição cinéfila. Se foi possível antes, fica mal a todos, deitarmos fora esta oportunidade! A inauguração, abrilhantada pela presença de algumas personagens de grandes êxitos de bilheteira, conhecidas da generalidade do público e que já se tinham mostrado na cidade aquando da rodagem de um clip de apresentação dos cinemas e que antecedeu a projecção de “O Leão da Estrela”, de Leonel Vieira, o segundo filme de uma trilogia de homenagem à comédia portuguesa dos anos 40, que se iniciou com “O Pátio das Cantigas”, um recorde de bilheteira como há muito não se via no cinema português, mais de 600.000 espectadores, a confirmar que Vieira ganhou a aposta. “O Leão da Estrela” segue a estrutura, personagens e enredo do filme homónimo, de Arthur Duarte, de 1947, agora situado no Alentejo, onde se vão defrontar os Leões de Alcochete e o Barrancos do Infer-

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Quatro rodas

O meu Primeiro Porsche c Hoje a crónica vai ser um pouco revivalista, trazendo para aqui a história meu primeiro Porsche, não que seja verdadeiramente meu, mas porque foi aquele que até hoje perdura na minha memória e que continuo a acarinhar. O meu primeiro contacto com um verdadeiro Porsche, foi em 1977 (aos 14 anos) num Rali de Castelo Branco onde o meu conterrâneo André Martinho se apresentou com um Carrera RS nesta prova do campeonato nacional. Lembro-me de o ver à partida, mesmo enfrente à Câmara Municipal. Não sendo um piloto “de fábrica”, o André conseguiu ao longo dos anos um conjunto muito interessante de resultados. Naqueles tempos um “Porsche de corridas” numa cidade do interior era, para quem nutria gosto pela competição automóvel, o verdadeiro centro das atenções da rapaziada. Inúmeras vezes acompanhávamos o Zé (mecânico do André Martinho) a preparar o carro antes e após cada rali, no stand/ oficina, na Praça Rainha D. Leonor,

bem perto da Escuderia Castelo Branco. Era uma prazer estar sentado na esplanada das tílias e ver o Zé trabalhar empenhadamente na preparação da “bomba branca”. Desde então, acompanhei diversas corridas do André ao vivo, no Rali de Portugal, nas Rampas de Portalegre e Serra da Estrela, bem como nos ralis da minha terra. Devido à diferença de idade, não era muito chegado ao André,

que sendo uma pessoa reservada, não regateava no entanto explicações aos miúdos mais curiosos. Já falecido vitima daquelas doenças que não perdoam, o André não teve ainda a homenagem merecida. Para já aqui fica uma foto, da então revista Motor de Abril de 1978, da sua participação do Vinho do Porto de 78. O CA-50-14 foi sem dúvida o meu primeiro Porsche, pela forma como o acompanhei, bem à seme-

lhança do que fazem hoje os fanáticos do futebol com as suas equipas. Ao que sei o carro ainda existe no Porto, aguardando restauro. Bem perto de onde morava, outros gigantes do mundo Porsche, deslocavam-se por essa altura, todos os anos a Portugal, mostrando que eram dos melhores a preparar Porsches de corrida. É verdade foi na “rampa da serra” que algumas vezes vi o Jean -Marie e o Jacques Almeras, exibirem-se ao mais alto nível, chegando mesmo o Jean-Marie a vencer a edição de 1978. Também eles foram para mim “uma fonte de inspiração Porsche”, especialmente, quando uma vez por ano, tínhamos esse “banho de cultura Porsche” nas assistências junto ao estádio da Covilhã. Outro marco importante, na “minha cultura Porsche”, remonta também ao ano de 1978, com a vitória surpresa do Jean Pierre Nicolas no Monte Carlo. Numa época pouco globalizada, foi a influência dos irmãos Pires Preto, (meus colegas de liceu) que me chamaram

a atenção para o feito do Jean Pierre que conseguiu bater as equipas de fábrica que lutavam pela vitória, nas provas do mundial de ralis. O Tó Zé e o Carlos Pires Preto (já falecido), apressaram-se a comparar o kit 1:43 e rapidamente produziram a réplica deste famoso Carrera Almeras. Em 2008, trinta anos depois dos factos que relatei, o meu amigo Luis Brito conseguiu levar-me à catedral Porsche em Stuttgart. Visitámos a fábrica e o museu, onde para além da tecnologia sobressaiu o carinho com que são construídas estas maravilhas, mas ao mesmo tempo foi uma permanece visita ao passado, com as recordações das corridas do Carrera RS do André a estarem sempre presentes. K Paulo Almeida _ Direitos Reservados H Este texto não segue a nova ortografia _

sector automóvel Seat Ibiza Cupra desde 22 961 euros 3 O Seat Ibiza Cupra tem versão desportiva, com motor 1.8 TSI com 192 cv (mais 12 cv) e 320 Nm de binário máximo (mais 70 Nm). De acordo com marca é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 6,7 segundos e de atingir uma velocidade máxima de 235 km/h. No interior conta com o sistema Full Link, Seat DriveApp e a Seat ConnectApp. O preço será a partir de 22 961 euros. K

Mercedes-Benz GLS chega em março 3 As primeiras unidades do SUV de sete lugares já estão disponível para encomenda e, a partir de março de 2016, deverão começar a ser entregues aos clientes portugueses. O restyling do GL, agora designado GLS, estará disponível no mercado português nas versões GLS 350 d 4Matic (104 mil euros) e GLS 63 AMG 4Matic (193 mil euros) Com o novo modelo chegam novos modos de condução no Dynamic Select, inovação na suspensão pneumática Airmatic (que passa a contemplar o sistema ADS) e uma nova telemetria. K Publicidade

030 /// DEZEMBRO 2015

Opel Insignia com novo motor 3 O Opel Insignia já tem preço para o mercado português, que vai desde os 31 480 euros até aos 39 030, anunciou o fabricante. Com um novo motor 1.6 turbodiesel CDTI com 136 cv, a gama apresenta as variantes berlina de quatro portas e carrinha Sports Tourer. O novo modelo dispõe de uma caixa manual de seis velocidades ou automática Active Select de seis relações. K


RODA GIGANTE EM CASTELO BRANCO

Mais uma viagem, mais uma voltinha! 7 Neste Natal Castelo Branco parece estar na moda. A Associação Comercial e Empresaraial de Castelo Branco - ACICB, em parceria com a Câmara albicastrense, está a promover um conjunto de atividades que promete levar muita gente à cidade. Uma das novidades é a roda gigante, com a altura de cinco andares, instalada no centro cívico da cidade até ao final do ano (tendo sido distribuídos gratuitamente mais de 10 mil bilhetes aos alunos das escolas do concelho de Castelo Branco e de outros limítrofes). Para além da roda gigante, decorrerá a tradicional feira de Natal, que este ano se realiza de 11 a 13 de dezembro, e de 18 a 20. A feira que funcionará numa tenda localizada nas Docas, permitirá, como referiu Adelino Minhós, presidente da ACICB, a compra de prendas de Natal “tradicionais e artesanais”.

ração com o público visitante. Para abrilhantar estas atividades, a Câmara albicastrense investiu em novos motivos na iluminação que foi colocada na cidade através dos próprios serviços do município. Luís Correia, presidente da Câmara, diz que a aposta continua a passar por uma “iluminação ecológica e de baixo consumo, este ano reforçada com estruturas com desenhos mais atrativos, os quais foram co-

locados na avenida 1º de Maio e noutras artérias da cidade”. No total foram colocados mais de 220 mil leds, em vez das tradicionais lâmpadas, o que permitirá uma poupança elevada no consumo elétrico. Para além dos motivos instalados nas principais artérias da cidade, também as árvores voltaram a ser enfeitadas e no centro cívico foi instalada a tradicional árvore luminosa. K

A roda gigante está no centro da cidade

Pela cidade andará também o Pai Natal para dar uma alegria e dinâmica ao centro, disse o dirigente associativo, para quem “a cidade está com mais gente na rua e isso também se transmite à

atividade económica”. Para além da roda gigante e do pai Natal, haverá animação de rua, diversos ateliers de Natal e a presença das personagens Mickey e Minnie na tenda em inte-

Luís Correia e Adelino Minhós inauguraram a Feira de Natal

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DEZEMBRO 2015 /// 031


032 /// DEZEMBRO 2015


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