Revista Estilo Zaffari - Edição 89

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Ano 12 N0 89 R$ 7,90

VIAGEM

O FASCINANTE, DIFERENTE E LINDO MARROCOS

BEM-ESTAR O PODER E A ENERGIA DAS PEDRAS

Sabores do

mar

Peixes e frutos do mar em receitas de dar รกgua na boca




Milene Leal milene@entrelinhas.inf.br

EDITORA E DIRETORA DE REDAÇÃO REDAÇÃO Bete Duarte, Beto Conte, Milene Leal, Taciane Corrêa, Flavia Mu REVISÃO Flávio Dotti Cesa DIREÇÃO E EDIÇÃO DE ARTE Luciane Trindade ILUSTRAÇÕES Moa FOTOGRAFIA Letícia Remião, Beto Conte, Carin Mandelli COLUNISTAS Celso Gutfreind, Cherrine Cardoso, Cris Berger, Fernando Lokschin, Luís Augusto Fischer, Tetê Pacheco

EDITORA RESPONSÁVEL Milene Leal (7036/30/42 RS) COMERCIALIZAÇÃO Carlos Eduardo Moi (eduardo@entrelinhas.inf.br) fones: 51 3026.2700 e 3024.0094 A revista Estilo Zaffari é uma publicação trimestral da Entrelinhas Conteúdo & Forma, sob licença da Companhia Zaffari Comércio e Indústria. Distribuição exclusiva nas lojas da rede Zaffari e Bourbon. Estilo Zaffari não publica matéria editorial paga e não é responsável por opiniões ou conceitos emitidos em entrevistas, artigos e colunas assinadas. É ve­dada a reprodução total ou parcial do conteúdo desta revista sem prévia autorização e sem citação da fonte.

TIRAGEM 20.000 exemplares IMPRESSÃO Cromo Gráfica e Editora

ENDEREÇO DA REDAÇÃO Rua Cel. Bordini, 675, cj. 301 Porto Alegre I RS I Brasil I 90440 000 51 3026.2700 www.entrelinhas.inf.br

Ano 12 N0 89 R$ 7,90

VIAGEM

O FASCINANTE, DIFERENTE E LINDO MARROCOS

BEM-ESTAR O PODER E A ENERGIA DAS PEDRAS

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Sabores do

mar

FOTO: LETÍCIA REMIÃO

Peixes e frutos do mar em receitas de dar água na boca 09/12/2019 21:21:46


N OTA

D O

E D I TO R

PREPARE SEU CORAÇÃO O espumante aqui no fundo deste texto parece turvo? Pois ele é turvo mesmo! E nem por isso menos saboroso ou menos nobre. Nada mais significativo do que terminar o ano dizendo – e comprovando – que as aparências enganam, que o pré-julgamento limita, que a futilidade emburrece e que a falta de conteúdo, de substância, é fatal. Vamos abrir os olhos e o coração para as diferenças e as infinitas possibilidades que elas representam? Vamos, de uma vez por todas, exercitar a tolerância, a boa curiosidade, a abertura para o outro e para o novo? Vamos ser mais felizes? Todos? Finalizamos 2019 com uma edição linda e cheia de ótimas energias. Tem esse espumante turvo e delicioso, chamado Sur Lie, que você vai conhecer junto com drinks refrescantes feitos à base de gin. Tem uma matéria inteirinha sobre pedras e seus atributos simbólicos e energéticos. Tem receitas de pratos feitos com frutos do mar que vão dar água na boca até de quem só gosta de carne vermelha. Tem uma viagem cheia de belezas e descobertas pelo fascinante Marrocos. Tem duas mulheres que fazem a gente se encher de orgulho da raça humana. Tem um monte de dicas para curtir a vida: restaurantes, bares, livros, lojas, lugares, móveis... de tudo um pouco. E tem os textos deliciosos dos nossos colunistas. Prepare seu coração para as coisas que vamos contar. Vire estas páginas com fôlego e amor. Curta a sua Estilo Zaffari, o final de ano, as férias, o verão, o início de um novo ano, a vida. Cheers! OS EDITORES


Drinks refrescantes feitos com gim, a bebida do momento

76 Cesta BĂĄsica

8

Coluna Humanas Criaturas

24

BASTIDORES DA COZINHA

26

Coluna Vida

30

Coluna Sampa

46

O Sabor e o Saber

72

Coluna EquilĂ­brio

84

Mulheres que Amamos

86

Coluna Palavra

90

32 Segredos, encantos e belezas do fascinante Marrocos


A beleza e a energia poderosa das pedras

58

Peixes e frutos do mar de dar รกgua na boca 48


Cesta básica

NESTA SEÇÃO VOCÊ ENCONTRA DICAS E SUGESTÕES PARA CURTIR O DIA A DIA E SE DIVERTIR DE VERDADE: MÚSICA, MODA, LITERATURA, ARTE, LUGARES, VIAGENS, OBJETOS ESPECIAIS, PESSOAS GENIAIS, CO­MIDINHAS, PASSEIOS, COMPRAS. BOM PROVEITO!

P O R

TAC I A N E

F OTO S

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Estilo Zaffari

C O R R Ê A

D I V U LG A Ç Ã O

GRAND TOUR ÁSIA CENTRAL A STB Trip & Travel comemora 25 anos de Grand Tours, suas viagens de imersão cultural, com ênfase em história e geopolítica, conduzidas pelo “globetrotter” Beto Conte. Foram 39 Grand Tours, percorrendo 70 países nos 6 continentes. Para 2020 uma das grandes opções será o Grand Tour Ásia Central, em outubro, passando por Uzbequistão, Tadjiquistão, Quirguistão e Cazaquistão. Um roteiro inusitado, em trem privado, percorrendo a antiga Rota da Seda, que conectou o Extremo Oriente com a Europa da Antiguidade ate o século XVI. Trata-se de uma viagem única ao tempo áureo medieval de Samarkand no Uzbequistão e Khujand no Tadjiquistão, por cenários como as imponentes montanhas do Quirguistão e as estepes do Cazaquistão, além de todo colorido étnico local. Este recorrido pelas lendárias cidades da milenar Rota da Seda, Patrimônio da Humanidade pela Unesco, seguindo os passos de Marco Polo, promete ser muito especial. BETOCONTE@STB.COM.BR

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NO BALANÇO DA MÚSICA BRASILEIRA A poltrona de balanço Dondolo foi criada pelo italiano Francesco Lucchesi para a nova coleção da Arti, marca gaúcha de design 100% assinado. A peça foi inspirada no ritmo da música brasileira. Grande apreciador do Brasil e dos ritmos latinos, o designer buscou na música memórias que remetem a serenidade, alegria e sonho. Sua criação pretende transmitir esses sentimentos, para que os usuários possam ser bem recebidos e envolvidos pelos ritmos suaves e continuados que a estrutura da cadeira proporciona. De linhas curvas e marcadas, construídas com poucos elementos, a poltrona tem uma estrutura de sustentação contínua que segue dos braços à base: trata-se de uma peça única feita em lâmina de madeira, louro freijó ou jequitibá. Já o revestimento do assento e do encosto pode ser em tecido, couro natural ou camurça. Lucchesi acredita que ao criar algo é muito importante levar em consideração o ambiente em que o produto estará inserido e o que o lugar tem para oferecer em termos de cultura e materiais. Tudo em prol da utilização e da funcionalidade da peça. POLTRONA DE BALANÇO DONDOLO ARTI 54 3291.1044 INSTAGRAM: @ARTI_FURNITURE

EVENTOS MAIS SABOROSOS CHEGAM AO LITORAL O Grupo Fouet Gastronomia, especialista em eventos criativos com opções saborosas, elegantes e descomplicadas, agora está fazendo entregas também no litoral norte gaúcho. Sob o comando da chef Fernanda Griebeler, o Grupo Fouet oferece experiências gastronômicas personalizadas, com ingredientes de alta qualidade, sabor e apresentação diferenciados. Tudo feito com o maior carinho, com o estilo de cada comemoração, para festejar bons momentos, grandes conquistas, encontros felizes. Para jantares, almoços, festas ou eventos corporativos, o Grupo Fouet oferece a solução completa em alimentação. FOUET GASTRONOMIA ENCOMENDAS: 51 99251 9721 WWW.FOUETGASTRONOMIA.COM.BR FACEBOOK E INSTAGRAM: @GRUPOFOUET

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CIGAR LOUNGE Inspirado na atmosfera de bibliotecas clássicas, chega à capital gaúcha o Espaço Baltoro, bar e cigar lounge que propõe um novo conceito em entretenimento. Um destaque do Baltoro são as folhas de tabaco penduradas no teto, para espalhar seu aroma pelo ambiente. O ato de escolher e degustar um charuto torna-se uma experiência única e estimulante em todos os sentidos. Outro ponto alto da ambientação é a escada helicoidal em aço corten, que remete à folha de charuto, integrando de maneira leve e moderna o ambiente do mezanino. A arquitetura foi pensada para dar ao cliente a sensação de estar entrando em uma grande biblioteca. De acordo com Juliana Lamachia, uma das arquitetas, o tom escuro propicia relaxamento: a ideia é deixar o restante do mundo do lado de fora, concentrando-se somente em aproveitar o momento de degustação de um puro cubano e dos drinks que a casa oferece. O local é certificado como habanos lounge, disponibilizando os melhores tabacos cubanos e toda a gama de bitolas importadas pela Emporium Cigars – importador oficial e exclusivo de habanos no Brasil. ESPAÇO BALTORO RUA 24 DE OUTUBRO, 1454 I PÁTIO 24 I LOJA 32 I POA WWW.ESPACOBALTORO.COM.BR 10

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EMBARQUE NA VIAGEM DA BRUXA Celso Gutfreind convida os pequenos leitores a embarcarem no mundo das bruxas. É uma história para quem gosta de viagens e admira personagens como fadas e bruxas, que permitem ao autor falar de amor e de medo, entre outros assuntos do universo infantil. “A inspiração começou com um poema, que foi se esticando e resultou num conto em prosa”, explica Celso, que há tempos desejava escrever sobre essas grandes personagens dos contos de fadas. As ilustrações são de autoria da artista Martina Schreiner, que também se encantou com as bruxas da história e usou lápis e recortes digitais para desenhá-las. A VIAGEM DA BRUXA AUTOR: CELSO GUTFREIND ILUSTRAÇÕES: MARTINA SCHREINER EDITORA LIBRETOS


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COZINHA VARIADA E AMBIENTE MODERNO

COMIDA LEVE, NATURAL E LINDA

O Mirá foi criado com a ideia de proporcionar um momento de alegria e leveza para as refeições do dia a dia. O novo restaurante tem opções de almoço executivo no formato buffet livre durante a semana e almoço especial aos sábados e domingos. Também é perfeito para um happy hour com os amigos ou para um jantar em família. Os chefs Rafael Jacobi e Cristiano Meotti, junto com os sócios Mariana Oppitz e Augusto Toigo, trazem à mesa uma culinária internacional diversa e também a boa e velha comidinha brasileira, preparada com a qualidade dos ingredientes frescos e naturais. Outra preocupação foi com a hospitalidade: o cliente deve se sentir bem acolhido e aproveitar a refeição da forma mais confortável. Por isso, além de uma boa recepção, o Mirá oferece um ambiente espontâneo, despretensioso, com ares leves e um toque de natureza. São dois andares bem iluminados, com ambientes diversos e uma atmosfera com referências modernas.

Depois de uma temporada fazendo açaí em Punta del Este, os namorados Pedro Chaves Barcellos e Laura Lewinsohn voltaram para casa inspirados e apaixonados por bowls coloridos, nutritivos e deliciosos. Meio ano depois, resolveram dividir essa paixão e outras delícias com a cidade de Porto Alegre, instalando a Paraíso Bowls na Galeria Casa Prado. Além do açaí, a Paraíso oferece toasts e outros bowls doces e salgados, tudo preparado com ingredientes frescos e orgânicos e servido em lindos pratos de cerâmica. “Acreditamos que uma vida feliz começa com boa comida. E que comida fresca e de verdade faz as pessoas se sentirem incríveis!”, dizem os sócios.

RESTAURANTE MIRÁ AVENIDA MARILAND, 556 I SÃO JOÃO I PORTO ALEGRE I RS INSTAGRAM: @MIRA.RESTAURANTE I 51 99429.1881

PARAÍSO BOWLS M.ME/PARAISOBOWLS I (51) 99992-1758 GALERIA CASA PRADO I MOINHOS DE VENTO Estilo Zaffari

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Cesta básica

AS CARNES NOBRES SÃO AS ESTRELAS Especializado em carnes nobres e selecionadas, com um cardápio que traz o melhor do universo parrillero e da cozinha internacional, o Baro é uma das boas novidades de Porto Alegre. Além das carnes, outro atrativo do local são as 15 torneiras de chopes especiais, com um sistema integrado de resfriamento e pressão que garante a bebida sempre na temperatura ideal e servida com rapidez. A curadoria de cervejas e a harmonização foi feita pelo sommelier Solon Fishbone. “Fiz um apanhado geral das quatro escolas clássicas: a alemã, a inglesa, a belga e a americana”, explica ele. A proprietária do restaurante, Ana Carolina Reschke, é uma amante da cultura e da culinária gauchescas, conhecedora da anatomia do gado e extremamente rigorosa na seleção dos cortes. Concebeu o cardápio com contribuições de Sandro Indart, que comanda a cozinha da casa. Uruguaio e também apaixonado por assado, Sandro trouxe para o menu influências das culinárias espanhola, italiana e mediterrânea, especialmente para os molhos e guarnições. Além dos tradicionais entrecôte, picanha, carré de cordeiro e outros, há dois cortes inéditos e surpreendentes: o Baro e o Barão. Ambos são peças do dianteiro do boi, sendo que um dos cortes foi criado por Ana. “Fazer churrasco, pra mim, sempre foi uma forma de oração; um ritual que começa na escolha da carne, passa por fazer o fogo, pela recepção dos convidados...”, conta ela. 12

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BARO EXPERIÊNCIA GASTRONÔMICA RUA BARÃO DE UBÁ, 9 BELA VISTA I PORTO ALEGRE WWW.BAROEXPERIENCIA.COM.BR FACEBOOK: @BAROEXPERIENCIA INSTAGRAM: @BAROEXPERIENCIA


SEU PASSAPORTE PARA O MUNDO Em 2013, o Colégio Monteiro Lobato implementou o Programa Monteiro High School, em parceria com o Columbia International College, da cidade de Hamilton, na Província de Ontário, no Canadá. Desde então, a internacionalização do Ensino Médio se consolida com o reconhecimento do governo canadense e da comunidade acadêmica internacional.

• Currículo compartilhado • Professores canadenses • Certificado canadense válido para países de língua inglesa. Agende uma visita pelo site www.colegiomonteirolobato.com.br/matriculas ou pelo fone (51) 3328.5035. Estilo Zaffari

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Cesta básica

CHEGOU A TEMPORADA DAS TARTARUGAS O hotel Txai Itacaré, premiado resort localizado na paradisíaca praia de Itacarezinho, ao sul da Bahia, oferece 38 charmosos bangalôs nos seus 100 hectares de Mata Atlântica nativa. A gastronomia, a arquitetura e o SPA convidam o hóspede para um verdadeiro mergulho na cultura e beleza locais, com conforto e simplicidade, como itens essenciais para garantir a qualidade de vida e um perfeito equilíbrio. Entre os projetos realizados pelo resort está o Txaitaruga, criado em parceria com a UESC-BA e com o Tamar. O projeto permite a adoção de um ninho de tartarugas por hóspedes e não hóspedes do Txai. Sim, é possível presentear alguém querido com um ninho! As informações sobre o desenvolvimento dos ovos e o nascimento são enviadas ao adotante, além de fotos, certificado de adoção e todos os detalhes sobre as tartaruguinhas. O projeto nasceu junto com o resort e tem como missão a preservação de tartarugas marinhas, que estão ameaçadas de extinção e desovam na região. O Instituto Companheiros do Txai ajuda a preservar os recursos naturais para as futuras gerações com essa e outras ações socioambientais, voltadas ao desenvolvimento consciente da comunidade. TXAI RESORT ITACARÉ RODOVIA ILHÉUS I ITACARÉ I BAHIA BA 001 – KM 48 I 11 3040.5010 I 73 2101.5000 I WWW.TXAIRESORTS.COM

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PIZZA NAPOLITANA EM NOVO AMBIENTE A Ciao Pizzeria nasceu em 2016, em Porto Alegre, e renovou o mercado de pizzarias da cidade. A marca trouxe para a capital gaúcha a tradicional pizza napolitana – com fermentação longa, farinha italiana e ingredientes selecionados – em um ambiente simples e descomplicado. Hoje com oito lojas, a marca está prestes a desembarcar em São Paulo, no bairro Pinheiros. Neste final de 2019 a Ciao reinaugurou sua primeira loja, onde tudo começou. O novo espaço fica na mesma rua do anterior, a Anita Garibaldi, mantém a mesma informalidade de sempre, mas com muito mais conforto e a possibilidade de escolher o bar, uma mesa ou até mesmo uma toalha na grama para sentar, fazer um piquenique e aproveitar as pizzas junto com uma cerveja ou vinho. Além da loja nova na Anita é possível aproveitar as delícias da Ciao na Cidade Baixa, no Boulevard Assis Brasil, no Mercado Público, no Bom Fim e nas unidades de Canoas e Santa Maria, no interior do estado. CIAO PIZZERIA NAPOLETANA RUA ANITA GARIBALDI, 664 I PORTO ALEGRE I RS FACEBOOK: @CIAOPIZZERIANAPOLETANA INSTAGRAM: @ PIZZERIACIAO

OBJETOS COM SENTIDO A proposta do Estúdio SIM é ser uma casa híbrida e itinerante. Uma concept store, com linhas de produtos de decor, home e bem-estar e que também abriga projetos, ideias, reuniões e workshops. O Estúdio SIM é um espaço diverso e vibrante criado para se movimentar, se transformar e ocupar diferentes ambientes. É quase como uma grande instalação, onde o público interage com eventos, oficinas, peças criativas e cheias de histórias, que remetem a lugares, memórias, sentimentos. A curadoria das sócias, Lúcia Reis, arquiteta e urbanista, e Tatiane Alves, consultora de moda, reúne objetos autorais de artesãos, estilistas e designers. A maioria das peças escolhidas são criadas artesanalmente ou em série, sempre com a ideia de encantar, sintonizar o cliente com estilos cheios de personalidade. O Estúdio SIM inicia com duas estruturas móveis, com mais de uma versão arquitetônica, para se adequar a qualquer espaço físico e estar em diferentes lugares ao mesmo tempo. Pode ocupar uma casa, sala, jardim, parede, restaurante, hotel, galeria, lugares que combinem com um posicionamento singular, moderno e nada óbvio. ESTÚDIO SIM RUA DINARTE RIBEIRO, 131 I PORTO ALEGRE I RS FACEBOOK: @ESTUDIOSIM I INSTAGRAM: @ESTUDIOSIM

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Cesta básica

MUSICALIZAÇÃO PARA BEBÊS A Nova Estação Escola de Artistas tem um projeto especial para bebês: a musicalização infantil. A ideia é proporcionar estimulação por meio da música, cultivando a sensibilidade e a capacidade de expressão dos pequenos. Sempre atualizada nas últimas novidades no campo das pesquisas cognitivo-artísticas, a Nova Estação traz para a musicalização infantil uma abordagem afetiva, cognitiva e musical. As aulas são realizadas em pequenos grupos, a partir dos dois meses de idade, na presença das mães ou responsáveis e consistem em diversas atividades, como dançar, cantar, representar, massagear, ouvir histórias. Os profissionais da escola trabalham os sentidos visual, auditivo e táctil do bebê, a coordenação motora e a socialização, procurando um desenvolvimento de forma integral. Todas essas vivências têm influência positiva sobre o desenvolvimento emocional e intelectual da criança. O bebê é um ser complexo, dotado de capacidade de organização e integração, muito atento à diversidade de sons e imagens desde os primeiros minutos de vida. A música é importante para o seu desenvolvimento, principalmente no que diz respeito ao resgate do canto materno durante a gestação. A Nova Estação acredita que, ao educar musicalmente pais e crianças, futuramente teremos bons ouvintes e apreciadores musicais. Além de ser uma forma de comunicação e expressão humana, a música carrega traços de história, cultura e identidade social, que assim são transmitidos desde cedo pela educação musical. NOVA ESTAÇÃO UNIDADE BOA VISTA: RUA 14 DE JULHO, 654 – MONTEIRO OPEN I 51 3407 6980 UNIDADE MOINHOS: RUA SCHILLER, 14 I 51 3388 6605 WWW.NOVAESTACAO.ART.BR I INSTAGRAM: @NOVAESTACAOESCOLA

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NOVO HOTEL DE LUXO NA TANZÂNIA Gran Meliá Arusha é o novo resort no norte da Tanzânia e a estreia da marca Gran Meliá Hotels & Resorts na África. Localizado no coração da cidade, o hotel reforça a presença da rede em destinos de grande beleza natural. São 171 quartos decorados em estilo contemporâneo, proporcionando aos hóspedes uma atmosfera de relaxamento e sofisticação, com varandas privativas e vistas panorâmicas do Monte Meru e dos jardins. Quanto à oferta gastronômica, há opções como o Yellow Chili, restaurante de culinária indiana com as criações do prestigiado chef Sanjeev Kapoor.; ou o Saba Saba, focado nas culinárias internacional e local. No The Coffee Shop, que tem apresentações de música ao vivo e uma varanda com vistas deslumbrantes, é possível desfrutar de café, chá e coquetéis. O resort também possui SPA com uma série de tratamentos. Várias experiências estão disponíveis, como visitas ao Parque Nacional de Tarangire, passeios de balão para descobrir o Serengeti ou a subida ao Monte Kilimanjaro. É possível ainda contratar uma visita guiada ao Parque Nacional de Arusha, incluindo piquenique em meio à natureza. GRAN MELIÁ ARUSHA RESERVAS 0800-591-3008 I INSTAGRAM: @GRANMELIAARUSHA

ITALIANO MODERNO O Restaurante Sette Pasta Bar, em Porto Alegre, promove um passeio culinário pelos sabores de várias regiões da Itália. O menu conta com opções de entrada, pratos principais e sobremesas, todos tipicamente italianos e que fazem o cliente sentir que está numa viagem ao país. A ideia é expandir o conceito popular de comida italiana, apresentando também pratos típicos menos conhecidos, oriundos de outros locais da Itália. Um dos toques especiais do Sett é a charcutaria própria, com pancetta, salame, copa, tudo feito ali, garantindo o sabor e a qualidade típicos italianos, pelas mãos do chef Fernando Einloft, um charcuteiro entusiasta. No restaurante-bar o cliente pode ainda curtir uma atmosfera mais despojada, ao sentar ao balcão e apreciar a minuciosa carta de drinks. SETTE PASTA BAR RUA AUXILIADORA, 248 I PORTO ALEGRE INSTAGRAM: @SETTEPASTABAR


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PARA APAIXONADOS POR CARROS E MOTOS O espaço multifuncional Cafeína & Gasolina, com seus mais de 200m² em estilo industrial, reúne gastrolounge, cafeteria no estilo americano, barber shop, loja de moda masculina e ambiente pet friendly. Entusiasta de carros e motos, o empresário Fabiano Rheinheimer criou algo inédito na cidade, com a ideia de atingir diferentes públicos de forma acolhedora e, ao mesmo tempo, moderna. Este mix de serviços pode ser acompanhado de tradicionais donuts, brownies, pães de queijo e cookies, ou de um dos sanduíches especiais que compõem o cardápio. A casa ainda oferece nove tipos de cafés, mais de 20 rótulos de cerveja e seis tipos de gasosas, como a guaraná Itubaína ou a clássica mistura de Coca-Cola com cereja, feita manualmente como nos anos 50. Outro destaque é o sorvete da casa, feito com creme, caramelo e sal marinho. O espaço também possui um cardápio especial para os cães.

CAFEÍNA & GASOLINA RUA QUINTINO BOCAIÚVA, Nº 51 I 51 3737.0051 MOINHOS DE VENTO I PORTO ALEGRE I RS INSTAGRAM: @CAFEINA_E_GASOLINA

DELIVERY DE PRATO FEITO A comida do dia a dia dos brasileiros agora está disponível onde o porto-alegrense quiser. Com conceito de comfort food, o PF por favor! é um delivery de prato feito criado para atender quem busca uma refeição que vai além do lanche. São duas opções de PF por dia, uma com carne e outra vegetariana, em uma embalagem pensada especialmente para manter a qualidade da experiência do delivery. A marca quer mostrar que um prato feito pode ter estilo e ser cool. Segundo os sócios, Marcelo Mancuso e Gabriel Gandolfi, o diferencial também está presente nos processos de produção, no cuidado com o alimento e na qualidade do serviço. “A nossa ideia é quebrar o paradigma de que em delivery só se come lanche. Oferecemos uma comida gostosa, rápida e prática. Com nosso PF, queremos nos aproximar mais das pessoas, remetendo à lembrança da comida de casa, para aqueles que não conseguem sair do escritório ou que não querem cozinhar”, resumem. PF POR FAVOR! DELIVERY FACEBOOK: @PFPORFAVOROFICIAL INSTAGRAM: @PFPORFAVOROFICIAL


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Cesta básica

DELÍCIAS BRASILEIRAS EM PINHEIROS O Satú, restaurante focado em cozinha brasileira, está localizado em um ruela badalada do bairro Pinheiros, em São Paulo. O nome veio de uma lagoa “mágica” no sul da Bahia, próxima à Praia do Espelho. Da mesma região vieram alguns acessórios de mesa, fabricados por uma família pataxó, que recolhe pedaços de árvores encontrados no meio da mata para talhar tigelas e outros utensílios que compõem o clima do restaurante. Para dar vida a pratos de cerâmica e de pedra sabão, o menu apresenta comida variada e descomplicada, inspirada em todas as regiões do Brasil. Tem camarões na brasa com creme de milho e tucupi, fettuccine negro com frutos do mar, pão com ovo, queijo coalho na brasa e melaço de cupuaçu, costela bovina assada com molho de café, leitãozinho crocante com purê de castanha de caju. Na sobremesa, o destaque é o bolo de castanha do Brasil com creme de chocolate branco e erva-mate. O ambiente é bem iluminado, integrado ao verde. SATÚ RUA FERREIRA DE ARAÚJO, 450 I PINHEIROS I SÃO PAULO WWW.SATURESTAURANTE.COM.BR

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UM JARDIM MÁGICO O Jardim São Geraldo traz a Porto Alegre uma nova proposta, reunindo diferentes talentos: as cervejas artesanais da Diefen Bros, Kny e Polvo Loco; uma excelente carta de drinks assinada pela mixologista Claudia Schumacher; a qualificada cozinha do pessoal do Armazém Água de Beber, com um cardápio inovador. Esse mix resultou em um local ótimo para happy hour, eventos ou simplesmente para curtir boa bebida e boa comida. O bar explora referências ao filme Alice no País das Maravilhas, com cores e elementos espalhados pelas áreas interna e externa. Os drinks têm nomes que remetem à história, como Chapeleiro Maluco, Gato Risonho e Rainha de Copas. Fica no coração do 4º distrito, numa construção antiga e agora renovada, que conta com três ambientes multicoloridos, áreas verdes com plantas suspensas e iluminação agradável. O empreendimento mistura rusticidade e conforto, com mesas compartilhadas, sofás montados sobre palets e almofadas muito coloridas. JARDIM SÃO GERALDO RUA MOURA AZEVEDO, Nº 182 SÃO GERALDO I PORTO ALEGRE INSTAGRAM: @JARDIMSAOGERALDO


LOJA COLABORATIVA COM MARCAS AUTORAIS GAÚCHAS O coletivo de marcas autorais Aloja está ampliando suas operações e anuncia a abertura de um novo ponto de venda, na zona Sul de Porto Alegre. O local escolhido foi a Casa Hermosa Novelaria, ponto tradicional para quem gosta de trabalhos manuais. A aposta das empresárias Beatriz Job e Heloísa Hervé é, além do consumo consciente, dar espaço às marcas autorais e locais, suprindo uma demanda crescente do consumidor gaúcho. No novo local, que se soma ao ponto da Rua Lucas de Oliveira, serão oferecidos roupas, calçados, acessórios e brinquedos de 14 marcas autorais. São marcas que apostam no consumo slow fashion, com coleções de roupas atemporais, excelência nos tecidos e produção em pequena escala. ALOJA: AV. CEL. LUCAS DE OLIVEIRA, 265 PETRÓPOLIS I PORTO ALEGRE I RS INSTAGRAN: ALOJACOLAB

CAFÉ E PÃO GOSTOSO A Cumbuca Bistrô e Café iniciou em uma esquininha do bairro Bom Fim servindo almoço. Foi então se adaptando aos pedidos dos clientes fiéis e se transformou em uma Padaria Artesanal. Hoje com duas unidades, segue servindo o almoço tradicional na cumbuca – daí o nome do lugar – com cardápio fixo, enxuto e sazonal, mas seu foco está nos sanduíches preparados na hora e no variado mix de pães. Com uma produção de mais de 25 tipos de pães diferentes, é o lugar perfeito para fazer um lanche gostoso e curtir as variadas opções também da confeitaria: bolos, croissants, brownies, pães doces, cucas e tortas. Tudo feito ali mesmo, de forma totalmente artesanal. Outro destaque é o delicioso café da manhã, com todas as opções de pães e doces, para comer na loja ou levar para casa. CUMBUCA PADARIA ARTESANAL RUA FELIPE CAMARÃO, 594 I BOM FIM I PORTO ALEGRE RUA DR. JOÃO SIMPLÍCIO ALVES DE CARVALHO, 540 JARDIM IPIRANGA I PORTO ALEGRE WWW.CUMBUCABISTRO.COM.BR FACEBOOK: CUMBUCAPADARIAARTESANAL


Humanas criaturas T E T Ê

PAC H E C O

INDIGESTÃO

Chegou aquela época do ano. Todos unidos num único pensamento: peru e fios de ovos. E também chester, presunto e arroz de passas. Vai umas vísceras com farofa? Sarrabulho, para os íntimos. Pega a visão da equilibrada comemoração: bacalhau entrou no grupo. Adicionou batatas e creme de leite. E lá vem fruta seca, panetone, rabanada, megatons de açúcar. Empanturrou? Joga uma coca-cola em cima. O tio bom de garfo se refastela na poltrona, a irmã exagerada tá jogada no sofá. As crianças correm eufóricas entre restos de fitas e papel amassados, a família polariza, os sinos martelam, as cabeças doem, Papai Noel faz hohoho. E que calor dos infernos. É a fartura natalina, meu povo. A frugal chegada de Jesus debaixo da linha do Equador. Não sei, mas tenho a impressão de que lá no deserto, de onde Jesus veio ao mundo, não tinha tanta coisa a provocar indigestão. Foi uma reunião calma, só com os mais íntimos. Os animais

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Estilo Zaffari

estavam em volta dele, não servidos na mesa de jantar. E se tivesse uma comilança, digamos assim, seria dividida entre os que têm fome, e não entre os que esbanjam e desperdiçam. Tô errada? A cada ano que passa vejo mais a total inadequação desse modelo e menos o sentido que verdadeiramente deveria estar em pauta nessas datas. O Natal é uma festa cristã. Mas ninguém precisa ser religioso para entender que participar dessa celebração requer o mínimo de capacidade de abstrair o modelo consumista. É passada a hora de reorganizar as prioridades. Estabelecer hábitos mais sustentáveis para as nossas vidas. Enlouquecer no excesso das festas de final de ano é uma prova contundente de que não estamos em paz na Terra nem entre homens (mulher nem pensar?) de boa vontade. O ano tá no fim. Logo vem outro aí. Uma nova década chega marcada por equívocos de todos os lados. Ou mudamos já ou não vai ter antiácido suficiente. TETÊ PACHECO É PUBLICITÁRIA


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Bastidores de Cozinha

Romã

Uma fruta exótica e milenar P O R

TAC I A N E

C O R R Ê A



Bastidores de Cozinha Aquela frutinha despretensiosa cheia de sementes que faz parte das festas de final de ano é repleta de encantos, lendas e mistérios. Além de trazer inúmeros benefícios para a saúde, ela conquistou diversos povos desde os tempos mais remotos. Sua importância é milenar, aparecendo inclusive nos textos bíblicos. Pela abundância de sementes, a romã foi relacionada com muita frequência a elementos positivos, em especial à prosperidade. Para os gregos, associada às deusas Hera e Afrodite, ela também representava a fertilidade e a boa sorte nos amores. Para os romanos, estava ligada aos valores bélicos, pois acreditavam que o seu consumo diminuía os riscos nas guerras e auxiliava na vida política. A romã igualmente era símbolo de ordem, riqueza e fecundidade, estando sempre presente em cerimônias e cultos. A fruta, originária do Irã, é considerada naquele país uma relíquia sagrada da natureza e é utilizada como símbolo de nascimento, amor, vida, união, paixão, longevidade e imortalidade. Os judeus a relacionavam à prosperidade financeira e à esperança de que o próximo ano seria melhor do que o presente. E os povos árabes utilizavam a fruta para fins medicinais e nutritivos. Já na crendice popular brasileira, a romã traz sorte, dinheiro, fartura e amor. Como se vê, é uma fruta possuidora de um simbolismo extremamente rico, fazendo parte do imaginário da humanidade há muito tempo. Uma das únicas frutas com sementes e polpa comestíveis, a romã tem uma casca grossa e resistente – lembrando uma laranja de cor vermelho-púrpura – que serve de proteção para o interior, preenchido por minúsculas sementes comestíveis. São em torno de 613 sementes, com sabor agridoce e refrescante, envoltas em uma película gelatinosa e agrupadas dentro de compartimentos separados por membranas de cor pálida e sabor amargo. É uma fruta que se degusta ao natural, grão a grão, em saladas, como guarnição de pratos, em preparo de gelados, compotas e em refrescos ou xaropes, como o famoso Granadina, um licor não alcoólico de tons vermelhos, feito a partir de suas sementes. O licor é usado para a elaboração de coquetéis, tanto por seu sabor como também para dar uma cor vibrante às bebidas.

Molho de Romã MODO DE FAZER: Em uma vasilha, coloque uma xícara de chá de sementes de romã e outra de suco de laranja. Adicione 1 colher (sopa) de açúcar refinado, um toque de sal e pimenta-do-reino moída. Mantenha no refrigerador por duas horas. Aprecie como acompanhamento de saladas, aves e peixes grelhados, regados com azeite de oliva. O molho fica levemente adstringente e também harmoniza muito bem com lombo suíno assado.

A ROMÃ É UMA FRUTA MILENAR CARREGADA DE SIMBOLISMOS. POR SUAS INÚMERAS SEMENTES (QUE SÃO COMESTÍVEIS), ELA É RELACIONADA À FERTILIDADE, À PROSPERIDADE E À FARTURA 28

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Como aproveitar melhor a fruta Para remover a casca da romã com mais facilidade realize estas etapas: Role a romã sobre uma superfície firme, apertando com a palma da mão até sentir que a dureza da casca cedeu. Com a faca, abra uma fresta na casca e termine de abri-la com o auxílio dos dedos, rasgando a fruta ao meio. Coloque as duas partes com a polpa virada para baixo em uma superfície firme e bata com o auxílio da palma da mão. O ideal é fazer o procedimento em cima de um prato, para evitar que as sementes se espalhem Por último, descarte a membrana branca, que tem um sabor amargo, ficando apenas a semente com a polpa comestível.

Na sua cozinha A polpa da romã é muito usada para fazer sucos, drinks, caipirinha e licores. Para dar um charme e uma revigorada no espumante, coloque sementinhas de romã no cálice e aproveite todo seu encanto. Na ceia, aposte na fruta para preparar ou decorar salgados e doces. Algumas ideias: almôndegas e peixes recheados com romã, usar a romã fresca em saladas, tortas, mousses, sorvetes e pudins.


Vida C E L S O

G U T F R E I N D

TRÊS ALFACES As feministas que me perdoem, mas as mulheres costumam abusar. A minha, por exemplo, que detesta ser chamada de “minha”, então mudemos o rumo da prosa. Dia desses, ela me pediu para comprar três tipos de alface. Fiquei pasmo e quase tive uma síncope. Há anos, eu já vinha sendo cuidadoso para ir ao súper, sem depender dela. Há meses, vinha me esgarçando para preparar a lista. Aquilo tudo me deixava extenuado, mas confiante em uma parceria. Tudo no amor precisa ser parceria, mas nada disso evitou aquele abuso. Três tipos de alface? Que disparate! Tentei argumentar, já sabendo que argumento nenhum me salvaria; afinal, a minha mulher e a de todos os outros são ases em argumentar. Ainda assim, eu tentei: não é fácil para mim achar uma só alface, ela se esconde entre as couves, as espinafres e chega a se confundir com elas. Nem imaginas a alegria que eu sinto quando a encontro solitária, emocionada desse raro encontro, e agora me pedes três tipos? Um de seus argumentos a favor daquela orgia alimentar é que eu seria complexo e, como todos os homens, pouco afeito a palavras sólidas ou irrefutáveis. Meu reino por uma alface, e agora ela quer que o súdito encontre

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três. Alegou que faria a diferença estética na salada, que complico na hora de comprar os insumos, mas também na hora de comer. Está propondo tão somente uma salada bonita, e como fazê-la sem variar as alfaces? Tolinho, eu ainda estico a prosa na crônica de uma derrota anunciada e pouco poética. Que me deixasse saborear a alegria de encontrar a alface isolada, comprasse três da mesma forçosamente encontrada e, depois, que maquiássemos duas, fazendo dobrinhas na primeira, cortezinhos na segunda, de forma que parecessem diferentes. Uma paz, afinal, não vale duas alfaces fake? Riu da minha mediocridade, zombou da minha dramaticidade, alegou que todas as bandejas ficavam justapostas, pertinho da área da pesagem, pedindo para serem encontradas. Os machistas que me perdoem, mas logo encontrei a bandeja da minha burrice ou desatenção. Há anos, frequentava o mesmo local, sem perceber a diferença flagrante entre as verduras. Sinto-me evoluindo. Agora até já sei por que a minha mulher não enche a boca para dizer meu homem. CELSO GUTFREIND É PSICANALISTA DE CRIANÇAS E ADULTOS E ESCRITOR


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Viagem

Marrocos Viagem a um fascinante e belo paĂ­s T E X T O

E

F O T O S

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B E T O

C O N T E



Viagem O MARROCOS É UM VERDADEIRO CRUZAMENTO GEOGRÁFICO, HISTÓRICO E CULTURAL ENTRE EUROPA, ÁFRICA E ORIENTE MÉDIO

O Marrocos sempre me fascinou, por sua proximidade geográfica com a Europa e por ser um mundo cultural à parte. Ano passado retornei a esse fascinante país no noroeste da África que tem forte legado árabe; um verdadeiro cruzamento geográfico, histórico e cultural entre Europa, África e Oriente Médio.

A GEOGRAFIA DA REGIÃO Situado no extremo norte-ocidental da África, o Marrocos é banhado tanto pelo Atlântico quanto pelo Mediterrâneo. Estende-se das areias do deserto aos contrafortes do Atlas – cadeia de montanhas com os cumes recobertos de neve –, espalhando-se, então, em vales verdejantes e planícies arenosas até a beira-mar. Uma paisagem variada, com campos de oliveiras milenares, casarios de tetos planos, praias, desertos e montanhas, que compõe com as cidades imperiais um extraordinário cenário. Naquela 34a edição do Grand Tour STB Trip & Travel atravessamos o país desde a costa atlântica, passando por cidades imperiais, ruínas romanas, monta34

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nhas, povoados pitorescos, deslumbrantes vales e desfiladeiros, culminando com o mágico deserto do Saara. Foi uma oportunidade ímpar de desbravar os souks e medinas de Fez e Marrakech, os palácios de Casablanca e Rabat, atravessar a cordilheira do Atlas, além de percorrer a rota das mil Kasbahs – as centenárias fortalezas de terracota – e a cênica cidade costeira de Essaouira. Ao longo da viagem fizemos uma imersão na história dessa região, habitada desde a Antiguidade por populações berberes, com povoamentos de fenícios, cartagineses, romanos, vândalos e bizantinos. Islamizada pelos árabes no século VIII, as dinastias dos idríssidas, almorávidas e alauitas nos envolveram através do percurso, com seu refinado legado cultural muçulmano.

UM POUCO DE HISTÓRIA Quando os árabes chegaram à África do Norte, em 681, por ali já haviam estado fenícios, gregos e romanos. Antes de todos, há pelo menos 20 séculos, a região era habitada por tribos nômades a quem os romanos deno-



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minaram berberes. Resistentes aos outros conquistadores, os berberes foram convertidos ao Islã, o que facilitou a arabização do país. Fez, a primeira capital imperial, foi fundada pelos reis idríssidas, descendentes do Profeta Maomé, em 789. Para ali acorreram os “andaluzes”, árabes dissidentes do califado de Córdoba, refinados e cultos. Sob a dinastia dos almorávidas, no século XI, a capital passou a ser Marrakech, que deu o nome ao país. No século seguinte, os almoadas dominaram toda a região, inclusive a Andaluzia, unificando o Ocidente muçulmano. Desta dinastia algumas arquiteturas ficaram, como a Koutoubia em Marrakech, a Ghiralda em Sevilha e a Torre Hassan em Rabat. Os merinidas assumiram o poder no século XIII. Construtores por excelência, fortificaram as cidades e introduziram uma delicada policromia nos arabescos de estuque e cerâmica. Em 1669, Marrakech foi tomada pelos alauístas, dos quais é descendente o atual monarca. De 1912 a 1956, o Marrocos foi protetorado francês e em 1956 conquistou sua independência. Rabat, antiga cidade militar, é hoje a capital e residência oficial do Rei

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Mohamed VI, neto de Mohamed V, que foi considerado o rei mais querido, o pai da nação. Aberto ao Ocidente, o Marrocos assume em várias oportunidades o papel de mediador na comunidade islâmica. Seu povo é bastante tolerante e aberto ao mundo.

NO MARROCOS Na viagem de duas semanas pelo Marrocos mergulhei no mundo oriental que tanto me fascina: adoro a sensação de que as nossas referências ocidentais não se aplicam e, por isso, é preciso se deixar guiar pelos sentidos – com a intensidade de cores, sabores e aromas locais. A perda de referência também fica evidente ao caminhar pelas medinas – parte antiga e medieval das cidades –, onde as ruelas viram um labirinto. Ali é possível encontrar a verdadeira alma do Marrocos, nas lojinhas, casas, cafés e mercados onde a população local, com seus costumes e trajes tradicionais, é protagonista das cenas desse roteiro instigante por um outro mundo cultural. Nas páginas a seguir, confira o que mais me chamou a atenção nesta viagem:


É NAS MEDINAS, A PARTE MEDIEVAL DAS CIDADES, QUE SE ENCONTRA A VERDADEIRA ALMA DO PAÍS Estilo Zaffari

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Viagem

NOS MERCADOS, CHAMADOS SUKS, COMPRA-SE E VENDE-SE DE TUDO. ALI O VISITANTE PODE CONHECER OS HÁBITOS DO POVO LOCAL E PRATICAR A ARTE DA BARGANHA

CASABLANCA A capital econômica do Marrocos é normalmente o ponto de entrada no país. Um dia é o suficiente, a fim de aproveitar melhor o tempo nas cidades imperiais, montanhas e deserto desse fascinante país. Apesar da primeira menção ao porto comercial que viria a se tornar Casablanca datar do século XII, a cidade portuária sofreu com enfrentamento das dinastias imperiais, invasões portuguesas e terremoto. Reergueu-se apenas no século XIX, quando foi integrada à comunidade marítima europeia e nomeada Dar El-Beida (a casa branca). A partir de 1912, o protetorado francês expandiu a cidade para além das muralhas da cidade velha e os urbanistas franceses construíram a “nouvelle ville”, no estilo art déco e art nouveau da época, que permanece inalterado. É como um museu a céu aberto. RABAT Já a capital administrativa do reino, também na costa do Atlântico, tem uma enorme variedade de monumentos arquitetônicos, como o Mosteiro Hassan e as

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muralhas de Almohad, que datam do século XII, assim como prédios modernos construídos durante o protetorado francês. Rabat funciona como uma introdução à arte marroquina contemporânea, no Museu Mohamed VI. Entre suas atrações, o sitio arqueológico romano de Chellah, com o rio Bouregreg ao fundo, a torre Hassan e o Mausoléu de Mohamed V, além da cidade antiga em torno da Kasbah Oudaya

FEZ A cidade mais autêntica do meu “imaginário” do Marrrocos é Fez, onde ficamos por três dias em um Riad – antigo palacete convertido em hotel – dentro da medina. Nos perdíamos em suas ruelas na chegada e na saída. Ainda bem! Cada vez descobríamos novas cenas únicas do dia a dia no centro histórico medieval do coração espiritual do país. Em Fez encontra-se a universidade mais antiga do mundo, fundada no século IX. A cidade atingiu seu apogeu durante a dinastia Marinid, quando substituiu Marrakech como a capital imperial. A arte marroquina e an-

daluza pode ser encontrada nos principais monumentos da cidade antiga: madrasas (escolas islâmicas), fondouks (hotéis) e palácios majestosos. Para os marroquinos, Fez permanece sendo a capital cultural e espiritual do reino. Ótima base para explorar os sítios turísticos próximos, como a cidade sagrada de Moulay Idriss, famosa pelo Mausoléu de Idriss I, local aberto apenas para muçulmanos. Ou o centro arqueológico de Volubilis: capital da Mauritânia, fundada no século III a.C., tornou-se um importante posto avançado do império romano, com belas edificações da Antiguidade. E ainda há Meknes com sua medina, Kasbah, o portão da cidade Bab Mansour, assim como suas medersas e a Grande Mesquita.

ARTE O Marrocos foi uma das civilizações mais refinadas da Idade Média. As obras de arte marroquinas despertam a admiração do mundo. Impossível compreender e admirar o Marrocos sem o Islã, sem esta visão de Deus, do mundo e do homem, unificada pela fé. Em sua expressão original, o Islã fez florescer na EsEstilo Zaffari

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PERCORRER O SAARA E APRECIAR O PÔR DO SOL DO TOPO DAS DUNAS FOI A PARTE MAIS MARCANTE DA VIAGEM

panha e no Norte da África uma cultura radiosa, incentivando as artes e a ciência, sem intolerância e sectarismo. Por esta razão a península Ibérica acolheu, nos oito séculos da presença muçulmana, uma grande comunidade judaica. Uma arte decorativa baseada no ritmo, na geometria e no simbolismo. Esta tradição artística pode ser admirada nas cidades imperiais espalhadas pelo país.

SUKS Outro aspecto fascinante no país são os Suks, grandes mercados populares que funcionam nas medinas. Ali, em meio a uma multidão que passeia, reza e conversa, compra-se e vende-se de tudo: cerâmicas, couro, tecidos, produtos de cobre e prata. Há também alimentos (tâmaras secas ou frescas, azeitonas de todas as cores e especiarias), remédios e produtos domésticos em geral. Uma ótima oportunidade para o visitante conhecer os hábitos do povo local, observando o que eles

comem e consomem no cotidiano. Organizados por setores, os Suks expõem as mercadorias a serem comercializadas, bem como sua confecção: há setores onde a lã, o couro e os metais são trabalhados. Uma possibilidade de maior contato com o artesão é a barganha: uma espécie de lei que rege o comércio, uma arte que exige tempo e poder de persuasão de ambas as partes, nas argumentações e definição de preços.

DESERTO DO SAARA A parte mais marcante de toda a viagem foi a travessia da cadeia de montanhas Atlas, onde vive a população berbere, até o deserto do Sahara, junto à fronteira com a Argélia. Ao longo do caminho fotogênicos oásis, como o do Vale Ziz, com uma explosão de verde em um mundo ocre. No final do dia trocamos o transporte por jeeps 4x4 e subimos e descemos montanhas de areia, até

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Viagem

NOSSO GRUPO FEZ UMA VIAGEM SENSORIAL PELAS CORES, SONS, AROMAS

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E SABORES DO MARROCOS. NA LEMBRANÇA FICARAM VIVÊNCIAS EXCLUSIVAS, ÚNICAS, INESQUECÍVEIS

chegarmos em um exclusivo acampamento no meio do deserto. Seguimos de camelo para apreciar o pôr do sol do topo das dunas esculpidas pelo vento. Após o jantar à luz de velas sob o mais límpido céu estrelado da Terra apreciamos uma percussão musical típica das tribos nômades. Bárbaro. Digo, berbere!

MARRAKECH “Marrakech me ensinou sobre as cores” foi a verdade professada pelo famoso designer francês Yves-Saint-Laurent, que escolheu o Marrocos como seu segundo lar. Fundada em 1070 pelo Império Almoravida, Marrakech tornou-se um centro político e cultural, influente em todo o Norte da África e Andaluzia. O Mosteiro Koutobia, monumento essencial da cultura muçulmana na cidade, data desse período, com seu minarete único de 77 metros de altura. Do teatro a

céu aberto da Praça Jamaa El Fna ao oásis natural de palmeiras e aos legendários Jardins Majorelle, a cidade é um vasto monumento de cores e movimentos.

EXPERIÊNCIAS INESQUECÍVEIS Foi uma viagem sensorial pelas cores da rica artesania local, os sabores da culinária magrebiana, o som do muezzin das mesquitas e os aromas dos mercados. Na lembrança ficam as vivências exclusivas: um Riad do século XVII no coração de Fez, que nos remeteu às estórias das mil e uma noites, um acampamento em grande estilo nas dunas perdidas do deserto, uma viagem no tempo pernoitando em um Kasbah nas montanhas e o “gran finale” em Marrakech, no Mamounia, o hotel-palácio mais célebre do país, que já hospedou Churchill e Paul McCartney. Experiências únicas neste instigante mundo arabo-berbère. Recomendo muito.

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Viagem

MAIS IMAGENS: Confira mais imagens no blog www.betonomundo. wordpress.com

MAIS INFORMAÇÕES Mais informações sobre viagens ao Marrocos e pelo mundo com o betoconte@stb.com.br ou em uma das 4 unidades em Porto Alegre do STB Trip & Travel – que tem a chancela VIRTUOSO, concedida somente às melhores agências de viagens do mundo. Fone: (51) 4001.3000

O MARROCOS É FASCINANTE: BELAS PAISAGENS – NAS CIDADES OU NO DESERTO –, COSTUMES EXÓTICOS E INTERESSANTES, CENAS E CENÁRIOS ÚNICOS, UM POVO ABERTO AO MUNDO

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Sampa C R I S

B E R G E R

SAMPA PET FRIENDLY Outro dia me peguei rindo à toa! Explico: encontrei em um mesmo local duas necessidades básicas: um Zaffari para matar a saudade de casa e comprar erva de chimarrão e uma sala de cinema pet friendly. E assim decidi o tema desta coluna: vou falar de lugares em Sampa em que vou com a Ella. 46

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CINE PETS DO CINESYSTEM

SURYA-PAN

Uma vez por mês tem sessão pet friendly de cinema no Cinesystem do shopping Morumbi Town, onde tem um Zaffari. Em outras palavras: é possível curtir o escurinho do cinema ao lado dos cachorros. Eu e a Ella não perdemos um Cine Pets. Como sou apaixonada pela sétima arte e faço tudo ao lado da Tó (apelido da cusca), estou realizada. É impressionante como a cachorrada está se comportando bem. E quem tem cachorro vai me entender: é emocionante ver os dogs sentados com seus tutores. Sentimento de inclusão, sabe?

Eu adoro a agitação de São Paulo e não vejo outro motivo para estar aqui a não ser as oportunidades que o principal polo cultural e financeiro do país oferece. Mas lá pelas tantas é necessário reenergizar, respirar o ar puro das montanhas, olhar as araucárias e conectar-se com a natureza. Nestes dias, subo a Serra em direção a Campos do Jordão e faço check-in no Surya-Pan. Amo este hotel, que tem uma vista incrível para a Pedra do Baú e Serra da Mantiqueira. Amo a varanda do bangalô: sento na cadeira, a Ella fica ao meu lado e juntas escutamos os sons da mata nativa.

CINESYSTEM.COM.BR

SURYAPAN.COM.BR


CRIS BERGER É JORNALISTA E ESCRITORA

crisberger@crisberger.com

SPACES

TUTTA PIZZA

PÃO VILA NOVA

Uma das conquistas de 2019 foi começar a trabalhar em um escritório pet friendly. Mas não é qualquer lugar: é o Spaces, com seus seis andares bem decorados, andar de coworking com lounges, térreo com mesa de ping-pong, arquibancada e área de convívio e rooftop com tela de cinema. Nossa sala fica no segundo andar e tem vista para a copa das árvores. É incrível o networking que acontece pelos corredores. Ainda mais com uma cachorrinha fofa ajudando a conectar ainda mais as pessoas!

Recentemente, fui fazer uma reportagem para o Guia Pet Friendly em uma pizzaria do Morumbi e saí fã. A Tutta faz uma pizza retangular com a massa fininha e crocante e recheio na medida: nada excessivo, que pese. Os insumos são de alta qualidade e isso é notado na primeira mordida. Eu jamais pediria uma pizza de atum, mas sucumbi à ideia depois da propaganda que o dono (o seu Tutta) fez. De comer de joelhos. Mesmo. A Ella também adorou porque por lá tem cama, pote de água, acesso liberado e muito cafuné na orelha. Sim, todo mundo ama cachorros.

Sampa tem uma quantidade de padarias de respeito. Quase todas com pães de fermentação natural, cardápios caprichados com sanduíches, sucos, ovos, tapiocas, bolos, quiches e saladinhas. E um cenário acolhedor, destes que dá vontade de sentar e ficar. Uma das minhas preferidas é a Pão (Padaria Artesanal Orgânica). Há várias pela cidade. A melhor? Voto na unidade da Vila Nova Conceição, que fica em uma rua arborizada. Nos dias de sol é para lá que eu levo a minha cusca e começo o dia com um belo café da manhã. Categoria: inspirador.

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Sabor

Sabores

mar

que vêm do P O R

F OTO S

B E T E

D U A R T E

L E T Í C I A

R E M I Ã O


Na terra do churrasco, peixes e frutos do mar ainda ocupam pouco espaço à mesa dos gaúchos. Apesar de ser um estado com tantos rios e uma ampla costa, a carne de gado ganha de longe a preferência da população. Aos poucos, porém, com ajuda de chefs e cozinheiros, o panorama gastronômico está mudando. Raphael Dittrich, chef no restaurante 360 POA Gastrobar, ali na beira do Guaíba, é defensor dos ingredientes regionais e, especialmente, da maior inclusão de pescados no cardápio rio-grandense. – O porto-alegrense gosta de peixe e de frutos do mar. É mais uma questão de hábito. Aqui no restaurante, o consumo de pescado representa apenas 20% em relação ao de carne. Mas isso está se modificando – afirma o chef. A mudança faz parte de um movimento da gastronomia em que muitos profissionais passaram a se dedicar ao maior aproveitamento dos ingredientes locais. Tainha, traíra, truta e linguado são alguns dos peixes que povoam nossos rios e mares e que estão chegando à mesa em preparos simples, mas criativos. É o caso da tainha com cuscuz de

couve-flor, legumes assados e hollandaise de butiá, receita do chef Dittrich. Já o chef catalão Xavier Gamez trouxe para seu restaurante, o Xavier, a tradição de sua terra natal. O engenheiro industrial que se apaixonou pela cozinha não perde contato com as raízes, com as bases técnicas espanholas que compõem os pratos que cria. Os frutos do mar são ingredientes de destaque no restaurante, principalmente camarões e polvo. E é com esses dois produtos que o chef mostra um pouco de sua cozinha e apresenta uma entrada e um prato principal. A entrada combina tentáculos de polvo com um purê cremoso de batata. A páprica defumada e os cristais de sal marinho, na finalização do prato, dão um toque especial ao prato. Uma das receitas típicas da Valencia é o Fideuá, que lembra a paella de frutos do mar, mas preparado com a massa fideo em lugar do arroz. Aqui, o chef catalão escolheu a risoni, massa em formato de arroz, cozida em um caldo de sabor intenso, para compor com camarões grelhados.


Sabor Tainha, Cuscuz de Couve-Flor, Legumes Assados e Hollandaise de Butiá P O R

1 TAINHA SAL AZEITE DEFUMADO HOLLANDAISE DE BUTIÁ 100 G DE POLPA DE BUTIÁ 50 ML DE MANTEIGA CLARIFICADA 2 GEMAS SAL CUSCUZ DE COUVE-FLOR 120 G DE COUVE-FLOR 300 ML DE ÁGUA 1 DENTE DE ALHO

R A P H A E L

D I T T R I C H

MODO DE FAZER: Para a hollandaise de butiá, em um bowl, misture as gemas e a polpa de butiá e leve ao banho-maria. Aos poucos, acrescente a manteiga clarificada e, com a ajuda de um fouet, misture delicadamente até obter a textura de maionese. Por fim, acrescente o sal, misture e reserve. Para o cuscuz, liquidifique a couve-flor crua com a água até que esteja bem triturada. Coe em uma peneira fina. Pique finamente o alho e a cebola. Em uma frigideira, adicione a manteiga, refogue a cebola, o alho e a couve-flor e finalize com sal. Reserve. Para os legumes assados, lave bem os legumes e tempere com sal e azeite defumado e leve ao forno, a 170 graus, por 8 min. Reserve. Limpe a tainha e retire o filé, mantendo a pele, cuidando para que não fique nenhuma espinha. Tempere com sal e azeite defumado. Leve ao forno preaquecido a 175 graus. Para um filé baixo, 6 min são suficientes. MONTAGEM: No prato, disponha o filé da tainha. Acrescente o cuscuz, os legumes e o hollandaise de butiá. Regue com o azeite defumado.

20 G DE CEBOLA 40 ML DE MANTEIGA NOISETTE LEGUMES ASSADOS 2 MINICENOURAS 2 MINIBETERRABAS 2 MINICEBOLAS 50 ML DE AZEITE DEFUMADO SAL

DICAS Clarificada é a manteiga da qual são retirados todos os sólidos e a água do leite, restando apenas a gordura. Para isso, a manteiga vai ao fogo médio até formar uma película branca na superfície. Depois de 5 min fora do fogo, com uma escumadeira, deve ser retirada essa camada branca, e o restante passado por uma gaze. Essa manteiga não tem lactose e aguenta temperatura de até 220 graus, sem queimar. Noisette é avelã em francês. A manteiga que leva esse nome tem cor e aroma de avelã, que ganha ao ser aquecida até chegar a um tom marrom dourado. Tem um sabor mais adocicado e mais intenso. Para o azeite defumado, coloque o azeite de oliva em um bowl e acrescente uma pequena lasca de carvão em brasa. Acrescente algumas ervas, como alecrim e tomilho. Quando a brasa entra em contato com o azeite, gera uma fumaça. Basta tampar o bowl imediatamente para reter a fumaça. Deixe descansar por 1 dia.



Sabor


Polvo com Cremoso de Batata 1,5 KG DE TENTÁCULOS DE POLVO 200 ML DE AZEITE DE OLIVA 500 G DE BATATAS BRANCAS 1 CEBOLA 1 FOLHA DE LOURO PÁPRICA DOCE DEFUMADA A GOSTO PIMENTA-DO-REINO PRETA A GOSTO SAL MALDON A GOSTO

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G A M E Z

MODO DE FAZER: Descasque as batatas e cozinhe até que fiquem macias. Pese a batata cozida e adicione 10% do seu peso em azeite de oliva. Ajuste o ponto de sal e pimenta-do-reino. Em um liquidificador ou processador, triture a mistura até que fique um purê cremoso e liso. Reserve. Em uma panela grande e alta com bastante água, coloque a cebola inteira e a folha de louro e deixe até ferver. Limpe os tentáculos de polvo. Mergulhe os tentáculos na água fervente por 1 min. Retire e espere 1min. Volte a mergulhar os tentáculos por mais 1 min. Volte a retirar e esperar mais 1 min. Repita o processo mais uma vez. Em seguida, devolva os tentáculos para a panela e deixe cozinhar, em fogo de médio para fraco, por 45 min. Cuide para que o polvo não fique boiando e cozinhe por igual. Retire e deixe esfriar na geladeira. Quando gelados, fatie a gosto. Reserve. MONTAGEM: Esquente as fatias de polvo no forno, a 160 graus. Em um prato, coloque o purê de batata quente e, por cima, disponha o polvo fatiado. Polvilhe com páprica defumada, azeite de oliva e o sal Maldon.

DICA Não cozinhe o polvo na pressão. Esse tipo de cozimento, apesar de mais rápido, prejudica a estética e mesmo a textura.

SAIBA MAIS Páprica picante é um condimento muito utilizado na cozinha espanhola. Maldon é um tipo de sal marinho com cristais livres de aditivos químicos.

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Sabor

DICAS Para a maionese de alho (aioli), bata no liquidificador ou no mixer 1 ovo,1 dente de alho, ½ xícara de azeite de oliva e sal até emulsionar.

Fideuá com Camarão Rosa e Aioli

O caldo de peixe pode ser feito com cabeça e espinha de peixe e cascas de camarão.

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SAIBA MAIS

600 G DE CAMARÃO ROSA DESCASCADO

Fideo é um tipo de massa que parece um espaguete, porém furada no meio. Há quem a substitua por capellini (cabelinho de anjo, cortada em pequenos pedaços).

200 ML DE AZEITE DE OLIVA

O Fideuá teria surgido a bordo de um barco de pesca, na Espanha, em que o guloso comandante gostava tanto da paella criada pelo cozinheiro da embarcação, Joan Batiste Pascual, que comia mais do que sua justa porção, restando muito pouco para a tripulação. O cozinheiro, então, teria modificado a receita, trocando o arroz da paella pela fideo (massa pouco consumida por adultos), para que sobrasse mais para os marinheiros. A tática, no entanto, não teria dado resultado: o capitão teria adorado o tal Fideuá e continuado a exagerar na gula. A compensação é que o prato se tornou um dos símbolos da cozinha em Valência.

2 DENTES DE ALHO

O Fideuá geralmente é servido com aioli, a maionese de alho.

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G A M E Z

400 G DE RISONI

4 COLHERES (SOPA) DE AIOLI (MAIONESE DE ALHO) 1,8 KG DE CALDO DE PEIXE SAL MALDON A GOSTO MODO DE FAZER: Descasque o alho e corte em rodelas. Aqueça 100 ml de azeite de oliva em uma panela antiaderente tipo wok e doure os dentes de alho. Despeje rapidamente nesta panela a massa e mexa, sem deixar queimar, dourando até conseguir uma cor marrom-tostado homogêneo. Despeje por cima o caldo de peixe e deixe cozinhar até consumir todo o líquido. Tempere com sal a gosto. Reserve. Despeje um fio de azeite de oliva numa panela antiaderente. Quando bem quente, sele os camarões previamente temperados com sal e azeite de oliva. Acabe o cozimento dos camarões, colocando no forno, a 180 graus, por 3 min. MONTAGEM: Disponha o risoni em um prato e monte os camarões por cima. Distribua o aioli e o sal de Maldon.

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Sabor O Peixe certo

Como harmonizar

Nada melhor do que consumir peixes e frutos do mar que estão disponíveis no estado e podem ser encontrados frescos

Pratos preparados com peixes e frutos do mar costumam ser mais leves e refrescantes. Mesmas características da maioria dos vinhos brancos, tornando essa uma boa parceria. A intensidade da bebida, no entanto, depende dos ingredientes da receita e da intensidade do molho.

ABROTEA É considerado um “primo” do bacalhau, por isso pode ser salgado e utilizado em receitas que seriam com aquele peixe. Fresco, pode ser assado, frito ou ensopado.

pinhas. Inteiro recheado e depois assado. Em postas, pode ser frito em filés ou cozido.

ANCHOVA Assada, cozida ou ensopada.

PESCADA Tem baixo valor calórico e de gordura, por isso é ideal para dietas. Pode ser preparada assada, grelhada ou frita.

BAGRE Frito, assado, grelhado ou cozido. Pode ter alguma rejeição devido ao sabor acentuado de terra.

PINTADO De carne rosada e pouca espinha, pode ser assado, grelhado ou ensopado.

CAÇÃO De carne branca e firme, com cartilagem. Em postas é possível fazer ensopados, grelhados e assados.

ROBALO De carne branca e firme, é perfeito para ser assado na grelha ou no forno. Muito apreciado, também, em moquecas.

CARPA Cozida, assada, frita ou empanada.

SARDINHA Frita, grelhada ou marinada.

CORVINA Grelhada, assada ou no vapor. DOURADO Frito, grelhado ou na chapa. Tem muita gordura e espinhas. LINGUADO Frito, cozido ou assado. Na cozinha peruana, é servido cru no ceviche. É um peixe magro. NAMORADO De carne branca, quase sem es-

TAINHA Pode ser frita, grelhada ou assada. TILÁPIA Frita, cozida, grelhada ou assada.

PEIXES DELICADOS Robalo, Linguado, Tilápia, Merluza, Cação – pedem vinhos brancos cítricos e frescos, como Sauvignon Blanc e Pinot Grigio. PEIXES MÉDIOS Truta, Bagre, Garoupa – harmonizam bem com vinhos perfumados de corpo médio, como Chardonnay e Chenin Blanc. PEIXES DE SABOR FORTE Anchova, Sardinha – pedem um espumante Brut. FRUTOS DO MAR Camarões, Polvo – são pratos muito delicados, com tendência de apresentarem um toque de doçura, por isso é ideal harmonizar com vinhos de boa acidez ou um espumante Sur Lie (com as borras).

TRAÍRA O ideal é que seja frita. Exige muito cuidado devido à grande quantidade de espinhas. TRUTA Pode ser grelhada, assada ou frita.

XAVIER RESTAURANTE Rua Auxiliadora, 260 51 99424.1232 De terça a sábado a partir das 19h30min 360 POA GASTROBAR Avenida João Goulart, 551 Orla Moacyr Scliar

51 99933.2410 Todos os dias das 11h às 23h

RESTAURANTE GAMBRINUS Mercado Público de Porto Alegre 51 3226.6914 De seg. a sex das 11h às 20h30min e sáb. das 11h às 16h 56

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Gambrinus Se o assunto é tradição, o restaurante Gambrinus, no Mercado Público da capital gaúcha, certamente está em pauta. Fundado em 1889, como local para encontros etílicos de uma confraria alemã, passou por mãos italianas. Mas a grande transformação veio em 1964, quando a família Melo, portuguesa, assumiu a casa. O cardápio passou a oferecer frutos do mar e pratos lusitanos, com destaque para o bacalhau. Sem esquecer da cozinha brasileira, com feijoada, rabada e outras delícias. De lá para cá, os peixes e frutos do mar conquistaram apreciadores fiéis e turistas que visitam o Mercado Público. A tainha recheada e os filés de peixe estão entre os pratos mais pedidos, dividindo a preferência dos clientes com os bolinhos e a salada, ambos de bacalhau.


Bem-estar

FORÇA O poder e a energia das pedras e dos cristais

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Mexer, renovar, mudar ou transformar dá ritmo à vida e desperta para o novo. Toda mudança é sentida: ainda que bem-vinda, é preciso adaptar-se. Tudo no universo está em movimento – e isso não é papo astral, místico ou esotérico, ainda que possa ser também. A ciência entende que existe energia, vibração e frequência eletromagnética em todos os elementos da natureza. Em tempos de pressa e agitação – física, mental e emocional – é perceptível um movimento por reconectar-se àquilo que é mais essencial, trazendo reequilíbrio da energia para viver melhor. O encontro com o que vem da natureza – colocar o pé na grama, contemplar o pôr do sol, sentir a brisa no rosto – pode ser suporte e força para encarar as mudanças do universo, da vida e da gente mesmo. Os minerais – pedras, rochas e cristais – precisam de muito tempo para fazer suas transformações: são necessários muita chuva e muito sol para que mudem seu formato. A soma da energia da terra e da força que a criou – e que ao longo do tempo a fez ser o que ela é – faz da pedra uma fonte inesgotável de energia. Por outro lado, esses elementos tão silenciosos podem quase instantaneamente ajudar – e muito – tudo e todos que estão em seu entorno a compreender, purificar e absorver as energias e as emoções. “O sistema solar está sempre em movimento e isso muda os campos e as frequências energéticas. Os minerais transitam melhor por tais mudanças por serem corpos inertes: já estão ou se adaptam muito rápido a elas”, explica Ricardo Brito, consultor holístico da Casa de Pedras Hilarion em Porto Alegre. Cada espécie mineral tem uma frequência emitida através de pulsos eletromagnéticos determinados pela cor, dureza, origem e clivagem. “E essa frequência pode ser benéfica para manutenção da saúde psíquica, espiritual e física por meio de terapias, cursos e limpezas ou mesmo da presença das pedras no ambiente. Muitas vezes há uma busca intuitiva pelas pedras, por trazerem a natureza por perto, por troca de energia”, complementa. Pedras são complemento de vida. Podem ser ferramenta de terapia, mas podem aparecer com usos diversos. Colecioná-las pode ser um hobby interessante – afinal, uma nunca é igual à outra – ou mesmo dar destaque para elas na decoração da casa. “Num primeiro momento, as pedras atraem pela beleza de suas formações, cores e detalhes. Mas acabam trazendo muito mais para nossas vidas. Observá-las com atenção e deixar se encantar por elas, de alguma forma, abre o coração para as sutilezas e para a intuição. Esse equilíbrio é o caminho para o bem-estar”, comenta Carin Mandelli, sócia da Casa de Pedras Hilarion. Há quem use pedras ou cristais em momentos de meditação e relaxamento, trazendo mais clareza para os pensamentos ou para equilibrar algo que não está bem. É possível também manter a pedra no bolso, na carteira ou na mochila. As pedras podem compor a decoração lembrando, a cada olhar, uma intenção de mudança ou aceitação. E também são excelentes presentes ou lembranças carregadas de energia.

CADA ESPÉCIE MINERAL TEM UMA FREQUÊNCIA, UMA ENERGIA QUE VEM DA SUA NATUREZA E HISTÓRIA

LEVE COM VOCÊ PARA 2020 (E PARA A VIDA!) Nas páginas a seguir, saiba o que representam as pedras Ametista, Quartzo Verde, Quartzo Rosa, Pirita e Calcita Orquídea.

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Bem-estar

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Ametista Além da beleza da cor violeta – que pode variar do lilás mais transparente até um roxo vivo e intenso –, a pedra ametista tem a capacidade de ajudar a elevar e atingir os níveis mais profundos de concentração, tomar decisões, encarar mudanças e transmutar energias negativas em positivas. É a pedra da elevação espiritual.

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Quartzo Verde Conhecido como pedra da saúde ou pedra da cura, o Quartzo Verde carrega as propriedades calmantes e desintoxicantes de sua cor. É capaz de acalmar corpo, mente e coração, aumentando a paciência, favorecendo o equilíbrio emocional, sensação de bem-estar e também melhorando o sono.

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Quartzo Rosa É a pedra do amor incondicional. Sempre muito associado ao romance, o quartzo rosa é, na verdade, a pedra do amor próprio. Ela estimula o autoconhecimento, a autoconfiança, o perdão e a aceitação, sentimentos que levam à paz e à felicidade. Para dar amor é preciso amar-se primeiro. Para dar amor incondicional é preciso valorizar a si mesmo, o sentimento e a pessoa amada.

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Pirita A pirita, conhecida popularmente como “ouro dos tolos”, atrai a prosperidade e abundância. Mais do que isso – ou para isso – esta pedra enaltece a confiança e a persistência e inspira a dedicação, a força de vontade, a inteligência, a estratégia e a ação. Há quem diga que, além de suas capacidades já conhecidas de atrair bens materiais, a pedra era usada como um espelho da essência e dos desejos mais profundos.

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Calcita Orquídea Você nunca ouviu falar nesta pedra? Pois ela será a pedra de 2020, ano que será regido pelo Sol. Esta pedra limpa as energias negativas, afasta as dores e os problemas emocionais, físicos e espirituais. É uma pedra que traz força para superação e energia para manter o ritmo. Novo ânimo e disposição. Tudo que a gente quer e precisa para um ano novo.

PARA ENTENDER MAIS SOBRE O ASSUNTO: CASA DE PEDRAS HILARION I RUA AMÉLIA TELES, 291 I PORTO ALEGRE I 51 3095.0263

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O sabor e o saber F E R N A N D O

LO K S C H I N

FELIZ NATAL

É MELHOR SER CRIANÇA NO NATAL, QUANDO JESUS TAMBÉM FOI CRIANÇA. UM CONTO DE NATAL (CHARLES DICKENS, 1843) Temos muita religião enraizada no cérebro, nascemos com ela. É a consequência inevitável da consciência, da percepção da finitude. Não há cultura sem crenças e cultos. Mesmo o agnosticismo e o ateísmo são vivenciados como fé, e a ideologia, como diz Jordan Peterson, não passa de uma forma aleijada e superficial de religião. O Ocidente é fruto da moral judaico-cristã e Jesus representa tudo o que possa ser de melhor. Seu nascimento faz a marcação do tempo, seu aniversário é a mais celebrada das festas. As revoluções francesa e russa se intitularam ‘marcos zero’ da História, mas falharam em reorganizar o calendário, só a Igreja Católica teve poder para tanto. O mundo islâmico tentou contar de tempo a partir de 622, nascimento de Maomé, mas utiliza hoje o de Cristo. Se a Páscoa, ressurreição de Jesus (um renascimento), é a data mais sacra da liturgia cristã, o Natal, seu nascimento, é a mais festejada. A Páscoa é solene, o Natal é ameno, faz a comunhão de paz, amor e boas intenções com o consumo desenfreado. O nascimento de Jesus só é mencionado em dois dos 27 Capítulos do Novo Testamento, Mateus e Lucas – só no início. Ambos escritos longe da Terra Santa, em grego, idioma estranho aos personagens, e para fins de conversão – ‘Jesus, o Messias’ – registram fatos ocorridos um século antes, preservados somente por tradição oral. Estes Evangelhos dão ênfase na genealogia. O recém-nascido é parente de todo o cânone judaico. Sua ancestralidade passa por David e Salomão até chegar a Abraão, o patriarca dos judeus (e do monoteísmo). Mateus explicita, nome por nome, 42 gerações, Lucas, 70! A linhagem é essencialmente masculina, mas Lucas cita cinco mulheres como ancestrais de Jesus: Tamar, 3

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vezes viúva de filhos de Judá, que se disfarça de prostituta para conceber com o sogro; Rahab, prostituta que ajuda na conquista de Jericó; Ruth, estrangeira e viúva sem filhos, que se insinua no leito de Boaz para tornar-se futura avó de David; e ainda Bate-seva, esposa de Uriá, única judia entre estas, a bela que David observa no banho, toma como amante e envia o marido para morrer em combate... Estas mulheres, três delas estrangeiras e todas de reputação questionável, fazem a introdução e contraponto a Maria, mãe judia praticante, grávida do Espírito Santo, cujo parto virginal festejamos no Natal. As escrituras só narram um parto noturno, uma manjedoura, a estrela guia, a presença reverencial de pastores e a visita dos magos vindos do Oriente – sem menção de camelos, realeza, nomes ou número, embora os presentes fossem três: ouro, incenso e mirra. O ouro dispensa comentários, o incenso consagra a realeza e a mirra faz o embalsamento de corpos – foi usada inclusive no sepultamento de Jesus. É como Mateus ao narrar o nascimento, já anunciasse a morte. A data do parto não é mencionada nos dois Evangelhos e as referências temporais não ajudam: Reinado de Herodes: 40-4 A.C.; Censo Romano: o mais próximo, 4 D.C.; Estrela de Belém: Supernova descrita por chineses em 5 A.C., hoje estrela anônima?; Pastores: rebanhos não são pastoreados no inverno; Massacre os Inocentes em Belém: uma matança destes teria registro independente. Afinal a história documenta Herodes assassinando a esposa e três de seus filhos e, quando no leito de morte, a ordem de exterminar 6 mil judeus para que o povo chorasse... O nascimento de Cristo é menos relevante à liturgia


que o calvário, mas já no ano 340 o Papa Julio I decretava o dies natalis Christi como 25 de dezembro sem explicar o por que da data. É fato que existia um cálculo feito pelo Monge Dionísio, o pequeno: 25 de dezembro de 753, ano de fundação de Roma. O 25 de dezembro era importante milênios anos antes do Natal, celebração do solstício de Inverno no hemisfério Norte, coincidia com a Saturnália romana, o Chanucá, festa das luzes judaica, e o Yule dos nórdicos. O dia foi escolhido por conveniência, a política de cristianização de ritos religiosos preexistentes. A incorporação de costumes alheios foi a grande aliada do Evangelho e da força das legiões romanas no fortalecimento da Igreja. Ninguém quer abraçar um credo tendo de rejeitar a festas e ritos de seu gosto. A palavra solstício tem a idade de Jesus, foi cunhada há 2000 anos. Define os dois momentos em que a Terra mais se aproxima e mais se afasta do Sol. No solstício de inverno o sol tem a posição mais baixa no horizonte, é o dia mais curto e a noite mais longa do ano. A partir dele o sol vai a cada dia ficar mais alto e brilhante. Ao observador, no solstício o sol ‘para’ por um instante antes de inverter sua rota, daí o nome: L. solis sistere, ‘sol parado’. No solstício de inverno, 25 de dezembro, nasceu (uma caverna escura) Mitra, o deus sol dos persas. Neste ‘dia do sol invicto’ havia uma grande festa de aniversário. Constantino, o primeiro imperador romano a se converter, era antes um devoto de Mitra, a divindade mais cultuada em Roma no início da Era Cristã.

E a Saturnalia, festividade da prosperidade futura, ocorria entre 17 e 25 de dezembro. Na celebração, a ordem social era invertida, os escravos eram servidos pelos senhores e os homens se vestiam de mulheres. As casas eram decoradas, acendiam-se velas e as pessoas se reuniam para comer, beber, entoar cânticos e trocar presentes. Quanto mais longe do Equador, mais importante o solstício invernal. Os nórdicos e os celtas tinham o Yule: comida, bebida, dança, canto e presentes. Era compulsório participar da festa. Havia sacrifícios humanos e de animais, e os participantes recebiam banhos de sangue. Os cânticos e peças natalinas, as coroas e decorações nas portas, os presentes trazidos às crianças por um gnomo e a ênfase na cor vermelha são claras heranças nórdicas. Yule é a palavra inglesa arcaica para Chisthmas (Christ mass, ‘missa de cristo’) e, nos idiomas escandinavos, jul (<yule) quer dizer ‘natal’. Belém não é um bom cenário de ‘White Christhmas’. Com uma temperatura média invernal de 80C, em cada 3 ou 4 anos pode a cair uns poucos flocos de neve. A presença tão marcada do frio na iconografia de Natal também tem base nas festas de solstício. Nestes ritos, as plantas que não perdem as folhas são cultuadas como símbolos de vida e de resiliência. Daí o pinheiro, o azevinho, o laurel (<louro) e o visco, daí a árvore de natal, a guirlanda e a coroa do advento. A forte representação do Papai Noel se deve a sua abrangência cultural. O ‘bom velhinho’ é uma mescla do cristianismo de São Nicolau, bispo de Myra (Séc. IV) que teria salvo 3 meninas da prostituição jogando moedas por

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O sabor e o saber F E R N A N D O L O K S C H I N

uma chaminé, com Odin o deus nórdico que cavalgava pelo céu no solstício de inverno. Crianças deixavam cenouras em suas botas para alimentar o cavalo e, se comportadas, receberiam presentes. Há também Holda, deusa germânica do inverno, que vestida de vermelho voava pelo céu para distribuir presentes às crianças. Já em 389 o Bispo de Constantinopla criticava a licenciosidade das comemorações natalinas e no Séc. VII o Bispo de Canterbury fazia a distinção entre uma ceia farta e glutonia. O folclore alemão (Séc. X) conta do frade pedindo comedimento aos fieis que dançavam no Pátio da Igreja. Os fieis recusaram, mas descobriram não conseguiram mais parar – até o Natal seguinte! Tantas heranças pagãs mais os excessos nos festejos fizeram com que grupos religiosos considerassem o Natal uma heresia. No Sécs. XVII e XVIII os puritanos da Europa e a América do Norte baniram o natal. Proibiram até a Missa do Galo e o Christhmas Pudim, bolo de carne moída, ‘tamanho de uma bala de canhão e reluzente de brandy’ (Dickens) tradicionalmente servido na data. Comemorar o natal era crime nos EUA entre 1659 e 1681 – multa de cinco xelins, 3 dias de trabalho. Para dar ideia do ânimo popular nestes festejos, a Prefeitura de Nova Iorque criou seu corpo policial, o NYCP, em resposta aos tumultos ocorridos no Natal de 1928. O sincretismo cultural está na essência do natal. Os americanos usam o neologismo chrismukkak (christhmas + hanukkak) a mistura das festas cristã e judaica. A marca judaica no Natal é grande, afinal entre todos os presentes na estrebaria, só os magos não eram judeus. Se ‘Noite Feliz’, um patrimônio da Humanidade, é obra de um jovem frade austríaco (1818), o clássico natalino norte-americano, White Christhmas, foi composto Irving Berlim, o filho de um cantor de Sinagoga. Em Aleluia, Leonard Cohen, o mais judeu dos poetas, canta 80 versos que revestem o Velho Testamento (Torah) de sensualidade, especialmente o affair entre David e Bate-seva, ambos ancestrais de Jesus. Curioso que o The Independent considere Aleluia como a ‘música natalina perfeita’, a mais tocada nos últimos 20 natais... Não há Natal sem ceia. A data especial se define por comida e bebida especiais. As aves grandes são símbolos de fartura, gansos e patos vão para a mesa dos germâni-

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cos, os perus para a dos brasileiros, norte-americanos e ingleses. Noruegueses preferem Costeletas de Porcos, os suecos, presuntos caramelados. Às vezes a ceia é óbvia: bacalhau em Portugal, parrija no Uruguai, fondue na Suí­ ça, às vezes a ceia surpreende: o Japão, país com ínfima população cristã, come galinha frita no KFC! As reservas têm de ser feitas com meses de antecedência. Os italianos comemoram a data em duplicata. Na véspera, na tradição católica de abstenção de carne, a Festa dei sette pesci: anchova, bacalhau, lagosta, lula, polvo, camarão e mexilhões. Óbvio, também massa, a lasagna crouzet, queijo de cabra, nozes e óleo de amêndoas, recheio a imitar as fraldas – sujas – do menino Jesus. No almoço natalino, ou Cotechino (embutido de porco com especiarias), ou Zampone (pé de porco recheado) ou Abbacchio, cordeiro no alecrim, alho e anchovas. E na Itália não há Natal sem Biscotti, Pandoro, Torrone e Panetone... O peru é exemplo gastronômico do sincretismo do Natal. Nativo do Novo-mundo, o peru é a ave cerimonial do Dia de Ação de Graças que celebra a primeira colheita dos peregrinos em Plimouth (1621). Mas o peru pulou de uma ceia para outra, tornando-se a ave de Natal. Os americanos não têm o chester, o rival do peru na ceia brasileira, ave com marca registrada, geneticamente modificada para alcançar 4k. Pior que um pato metido a ganso, o chester é um frango metido a peru. No Dicionário do Diabo (1911), Ambroise Bierce define o Natal com cinismo: “dia consagrado a glutonaria, beberagem e sentimentalidade... presentes dados com relutância à espera de receber algo melhor em troca”. Mas basta lembrar o 25 de dezembro de 1914 para a visão oposta. Soldados alemães e ingleses na Frente de Batalha Belga decoraram trincheiras, montaram árvores, acenderam velas, entoaram cânticos e, sem autorização dos superiores, confraternizaram na Zona de Ninguém. Trocaram rações, bebidas, cigarros e apertos de mão. Enterraram seus mortos e chegaram a jogar futebol, os alemães vencendo por 3x2. Este momento de fraternidade e paz e em meio à maior carnificina parece um milagre natalino. FERNANDO LOKSCHIN É MÉDICO E GOURMET fernando@vanet.com.br


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Bebida

Drinks Sabores refrescantes do verão P O R F OTO S

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B E T E

D U A R T E

L E T Í C I A

R E M I Ã O


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Bebida

O mundo das bebidas é semelhante ao da moda: a cada estação, novas tendências. Se as roupas ganham cores predominantes e tecidos e modelagens se destacam ou se tornam demodês, copos e taças também seguem a mesma lógica. Podem ser ingredientes ou bebidas que vão e voltam de acordo com a época do ano ou que surgem como novidade. É em bares e festas, encontros entre amigos e jantares, happy hours ou à beira da praia que é possível perceber o que passou a ocupar lugar de destaque em matéria de drinques. O gin é um desses exemplos. Surgiu como remédio, conquistou apreciadores em todo o mundo, perdeu o glamour e, agora, volta com toda a força. Aromático, complexo e versátil, é um destilado à base de cereais fermentados, infusionado com zimbro – item obrigatório da receita – e um número variado de botânicos (ervas, especiarias, flores e frutas) que conferem mais aroma e sabor. O que torna as combinações quase infinitas, e uma arte o preparar drinks. Os gins costumam ganhar ingredientes típicos das regiões em que são produzidos. O mesmo acontece com algumas marcas brasileiras, que lançam mão de especiarias nativas, como erva-mate e gengibre, e são envelhecidas em madeira como a amburana. Porto Alegre conta com uma gintoneria, a Dry Moment’s & Drinks, especializada em gins e que oferece a bebida, nacional e importada, em versões clássicas, como o Dry Martini, o Cosmopolitan e o Negroni, e também em muitas criações, mas o sucesso maior está na tradicional dupla Gin e Tônica, em parceria com outros tantos ingredientes que vão da criatividade do bartender. A gintoneria gaúcha revela a receita de dois de seus Gins Tônica que mais fazem sucesso na carta. O Pérsia tem sabor de hibisco, toques de lima da Pérsia e uma linda cor. O Berga ganha gomos de bergamota macerados, mel e uísque. A cremosidade é dada pela clara de ovo.

Pérsia 50 ML DE GIN 30 ML DE XAROPE OU CHÁ DE HIBISCO ÁGUA TÔNICA 2 FATIAS DE LIMA DA PÉRSIA FLOR SECA DE HIBISCO GELO MODO DE FAZER: Em uma taça especial para Gin Tônica, coloque o gelo, o xarope ou chá de hibisco, as fatias de lima da Pérsia, o gin e complete com a água tônica. Decore com as flores secas de hibisco.

AROMÁTICO, COMPLEXO E VERSÁTIL, O GIM É UM DESTILADO À BASE DE CEREAIS FERMENTADOS. SURGIU COMO REMÉDIO, CONQUISTOU APRECIADORES, DEPOIS PERDEU O GLAMOUR E AGORA VOLTA COM TODA A FORÇA 78

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Bebida


Características do gin Berga

CLÁSSICO É seco e com sabor predominante de zimbro. Apresenta toques cítricos e picantes.

50 ML DE GIN

CÍTRICO Sabor com notas de laranja, limão, bergamota ou grapefruit.

5 A 6 GOMOS DE BERGAMOTA COM CASCA 30 ML DE SUCO DE LIMÃO 30 ML DE MEL 20 ML DE UÍSQUE 20 ML DE CLARA DE OVO GELO CASCA DE LIMÃO E BERGAMOTA SECOS MODO DE FAZER: Em uma coqueteleira, macere os gomos de bergamota com a casca. Junte o gin, o suco de limão, o mel, o uísque, o gelo e a clara de ovo. Agite fortemente a coqueteleira. Coe no copo adequado e sirva decorado com as cascas de limão e bergamota secas.

AROMÁTICO Com marcante presença de especiarias. Pode ter notas de coentro, canela, cardamomo, noz-moscada. HERBAL Sabor de ervas como hortelã, tomilho, alecrim e manjericão. FLORAL Os aromas são de flores e frutas, como cassis, uva verde, jasmim ou violeta.

Saiba mais O gin nasceu na Holanda, para ser remédio para doenças renais, com receita criada no século 17 pelo médico Francisco De La Boe. Não foi aprovado como medicamento, mas o sabor aromático conquistou paladares. A bebida ganhou projeção mundial a partir da Inglaterra, para onde foi levada por soldados britânicos e passou a ter mais qualidade. Um dose de gin tem 60 calorias, metade de igual dose de vodca. A bebida também pode ser utilizada para marinar e flambar aves, vitelas e peixes. O gin tem teor alcoólico entre 37,5% a 50%. A gintoneria Dry Moments & Drinks tem 38 tipos de gin.

DRY MOMENTS & DRINKS Av. Nova York, 48

51 99354-5046

De seg. a qui. das 18h à meia-noite, sex. e sáb. das 18h às 2h Estilo Zaffari

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Bebida Sobre as Borras O mundo do vinho é dinâmico e está sempre em busca de novidades. Por isso, não estranhe se encontrar um espumante sem rolha e sem a gaiola tradicional, e sim vedado com tampa de metal, coberta com cera, e que se mostre turvo nas taças. É que algumas vinícolas nacionais passaram a produzir espumantes na sua forma selvagem, isto é, sem a retirada das leveduras mortas: os Sur Lie, que quer dizer “sobre as borras”. Explico de uma forma simplificada: o espumante é um vinho que passa por segunda fermentação, quando recebe uma mistura de açúcares e leveduras que sofrem reação química e o tornam gasoso, além de dar corpo, aromas, complexidade e cremosidade. Um dos métodos para essa segunda fermentação é em garrafa, chamado champegnoise, e tem várias etapas. A rémuage, colocação das garrafas inclinadas em pupitres (cavaletes de madeira com orifícios), para serem rotacionadas ¼ de volta todos os dias até que os sedimentos das leveduras se acumulem no gargalo para serem removidos pelo processo de dégorgement, ou seja, a retirada por pressão depois de congelado o gargalo da garrafa. Esse processo garante a limpidez da bebida e a qualidade estética. Em seguida, a bebida recebe o chamado licor de expedição, que dá personalidade ao espumante, porque determina a quantidade de açúcar, isto é, se será um Extra Brut, Brut ou Demi-Sec. Qual o motivo de dizer tudo isso? Para que se entenda que o espumante Sur Lie não tem as leveduras (lies) retiradas nem recebe o licor de expedição, o que lhe confere características especiais. O sommelier Marcelo Vargas, diretor da Associação Brasileira de Sommeliers e do Centro Italiano de Análises Sensoriais – Cias Innovation, explica que o mais interessante é que, por manterem as leveduras, a bebida permanece em constante processo de evolução até ser aberta. Outra vantagem é que as leveduras impedem a entrada de oxigênio, limitando o envelhecimento oxidativo e preservando o frescor. É importante dizer que a maturação prolongada, além de proteger o espumante, libera os compostos que aportam complexidade aromática e estilo mais delicado. Uma desvantagem, para alguns consumidores, é a ausência de doçura. O Sur Lie será sempre um Nature, como são definidos os com menos de 3 g de açúcar por litro. Esse tipo de espumante está sendo muito bem aceito no mercado brasileiro. Muitos consumidores procuram não só menos açúcar, mas espumantes com características mais naturais, sem intervenção do licor de expedição. Os Sur Lie prometem brilhar nas taças nesta estação, mesmo que turvos.

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Saiba mais O espumante Sur Lie é aberto com abridor de garrafa. São extremamente secos, o que os torna supergastronômicos, harmonizando bem com cogumelos, queijos duros e salgados, embutidos, entradas, saladas, frutos do mar, comida tailandesa e pratos picantes. Os aromas remetem a brioche, frutas secas, pão, amêndoas e fermento. A turbidez é uma característica desse tipo de produto. A recomendação para a degustação do Sur Lie é que o espumante seja levemente agitado para as borras se misturarem ao líquido e serem servidas em todas as taças, e não só nas últimas.



Equilíbrio C H E R R I N E

C A R D O S O

POR QUE FAZEMOS O QUE FAZEMOS? Inspirada pelo título do livro do Sérgio Cortella, escrevo nossa última coluna do ano. Eu tenho me observado cada vez mais e me questionado sempre: por que será que a gente faz sempre a mesma coisa? Já se pegou perguntando isso? Pois é, a gente repete comportamento, reações, padrões, forma de falar... e cansa. O mais engraçado disso tudo é que mesmo percebendo, conscientemente ou não, que estamos muitas vezes num ciclo vicioso de comportamento, muitas vezes a dificuldade de mudar é gigante. Tão grande que faz com que, inevitavelmente, as coisas se repitam. E por quê? Penso eu que enquanto não aprendermos a lição que determinadas situações têm a nos trazer, a vida vai nos levar de volta pras mesmas coisas, até que você aprenda. Que coisa, né? E como fazer para quebrar estes ciclos repetitivos que nos cansam e chateiam? Pois então, se fosse fácil ninguém repetia as mesmas coisas, as mesmas histórias, os mesmos erros. Se pudéssemos identificar antecipadamente o momento em que algum gatilho é disparado no nosso inconsciente, nos fazendo agir da mesma maneira sempre, certamente não o deixaríamos disparar. O problema é que não percebemos no instante em que a ação se repete, apenas depois. Alguns, nem depois. Precisamos nos esforçar certamente para evitar viver de uma maneira automática, sem observar ou refletir sobre o que fazemos e por que fazemos. Justamente porque nesse processo inconsciente perdemos tempo – e o tempo, amigos, é o nosso bem mais precioso. Se tem algo que devemos agradecer sempre é o tempo. Porque ele é indeterminado e finito. A gente não sabe quanto tempo tem para nada. Ao existirmos somente, de

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maneira automática, estamos gastando esse presente que nos foi dado sem perceber que é por meio dele que podemos quebrar ciclos repetitivos e mudar nossa forma de agir e reagir às situações adversas da vida. E nem sempre precisamos entender que os ciclos viciosos são diante de coisas que fazemos e que trazem resultados negativos. Estes são os mais perceptíveis. Mas há movimentos positivos que se repetem também. E mesmo que tudo o que é positivo seja bom, entendemos que ficar em loopings não nos faz valorizar o tempo precioso que temos para desfrutar a vida e suas mais diversas possibilidades. Eu ando cansada de ver as coisas se repetindo. De forma individual ou coletiva, mas me incomoda muito mais aquilo que sinto repetir na minha jornada. E venho buscando maneiras de quebrar esses ciclos para poder experienciar coisas que serão verdadeiramente novas para o meu sentir, o meu saber, o meu ser. Ainda não consegui totalmente, mas os passos eu já dei. E você? Que tal aproveitar os momentos que seguem daqui até o encerrar de mais um ano para avaliar: o que eu tenho feito de forma repetitiva que gostaria de mudar? Como eu posso fazer coisas novas? Como eu posso despertar para aproveitar mais o meu tempo, esse presente tão lindo que eu ganho todos os dias quando acordo? Espero que a dica seja válida e que, assim como eu, você se observe/ avalie e mude – se sentir necessidade. CHERRINE CARDOSO É AUTORA DOS LIVROS A INCRÍVEL ARTE DE DESAPEGAR E REINVENTE-SE: QUANTAS VIDAS SE VIVE EM UMA VIDA? WWW.AINCRIVELARTE.COM



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CHRISTINE GERBAULD QUE ALEGRIA TER NESTA ÚLTIMA EDIÇÃO DE 2019 DUAS MULHERES QUE NOS ENCHEM DE ORGULHO: CHRISTINE GERBAULD E NADINE TAGLIARI FARIAS ANFLOR. CADA UMA DE UM JEITO, AMBAS DEDICAM TEMPO E TALENTO PARA CUIDAR DAS PESSOAS. NADINE É POLICIAL, PRIMEIRA MULHER A CHEFIAR A POLÍCIA CIVIL DO RIO GRANDE DO SUL. UM FEITO E TANTO! CHRISTINE É ARTISTA, ILUSTRADORA, CRIADORA DE UMA PERSONAGEM QUE IMPRIME LEVEZA, HUMOR E POSITIVIDADE A SITUAÇÕES ADVERSAS DA VIDA, COMO O BULLYING. CONHEÇA A SEGUIR ESSAS DUAS

FOTO: LETÍCIA REMIÃO

BELÍSSIMAS MULHERES!

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Superar é uma constante no universo feminino. Vencer preconceitos, romper barreiras, ir além do previsto, atravessar as dificuldades. Esse é o dia a dia de milhares de mulheres pelo mundo – e muitas vezes percorremos o mundo para driblar essas dificuldades. A ilustradora franco-brasileira Christine Gerbauld, vítima de bullying na adolescência, teve a arte e a distância como aliada para sarar suas feridas. Após o nascimento da irmã, Christine teve síndrome de nanismo psicossocial. Aos 15 anos de idade, aparentava 9 – o que se tornou motivo de perseguição por parte dos colegas da escola que frequentava no Rio de Janeiro. Isolada, descobriu no papel e nos traços uma forma de sobreviver. Nascia Crica, uma personagem que retratava essas dificuldades, um alterego. Crica ganhava forma no isolamento da biblioteca. Ilustrava situações vividas por Christine. Um dia, a estudante tomou coragem para expor seus desenhos. Anonimamente, os colava pelos corredores do colégio. Os colegas, muitos deles autores das violências sofridas por Christine, gostavam do que viam. Somente depois de muito burburinho ela revelou sua identidade, causando espanto a todos. Crica nascia. Christine renascia. Ela já não andava só. Após terminar o ensino médio, e com o nanismo vencido, resolveu estudar arte na França. Depois de juntar dinheiro para a viagem, foi aceita para cursar Artes Visuais em Orléans (hoje ÉSAD), mas por um erro administrativo, acabou não sendo matriculada. Decidida a não perder o ano de estudos, escreveu uma carta ao presidente francês, na época Jacques Chirac, contando sua história. Para seu espanto, o gabinete de Chirac determinou seu ingresso imediato no curso certo. Quem disse que uma carta não transpõe barreiras? Foram três anos de estudos, sempre acompanhada por Crica, que também vivia as dificuldades de morar na França. Para finalizar o curso, porém, havia mais um percalço a ser atravessado. O orientador exigia que Crica, tema do trabalho final, fosse modificada. Christine teria que fechar os traços que compõem a personagem, mudando a característica do desenho. Não havia possibilidade de permitir tamanha mudança – afinal, quem muda assim de personalidade? A solução passou pela troca de orientador no último mês de TCC, e mesmo enfrentando assédio do seu mestre de estágio na época, não apenas foi aprovada como conseguiu uma


menção honrosa do Ministério da Cultura Francesa. Christine ainda permaneceu algum tempo na França e depois retornou ao Brasil. Fixou-se em Porto Alegre em 2006. Christine empreendeu, casou, teve um filho. Crica ficou adormecida nesse período, certamente amadurecendo como sua criadora. A personagem só voltou neste ano, quando, durante uma viagem a São Paulo, Christine visitou uma exposição sobre História em Quadrinhos no Museu da Imagem e do Som. A pergunta foi inevitável: por que a Crica não estava lá? Desde então, criador e criatura se reencontraram. Crica ganhou vida e perfil próprios no Instagram e Christine entendeu que sua história merece ser divulgada para amparar milhares de pessoas que passam por situações tão difíceis. Estar próximo de quem já passou por agressões físicas e verbais ajuda a enfrentar o problema. Permite um diálogo aberto por meio da arte e do humor. Como a própria ilustradora diz, Crica é um exemplo de que há espaço para sorrisos mesmo nas situações mais difíceis da nossa vida. A tal superação diária pode, sim ser leve e acompanhada de boas risadas – e, por que não, de arte?

cricaekiki


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FOTO: CARIN MANDELLI

NADINE TAGLIARI FARIAS ANFLOR Daqui a pouquinho, em janeiro de 2020, vai completar um ano que, pela primeira vez, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul está sendo chefiada por uma mulher: Nadine Tagliari Farias Anflor. E essa conquista fica ainda maior ao se recordar que a instituição foi criada no final de 1841, há 178 anos. Nadine nasceu em Getúlio Vargas, no interior gaúcho, onde a sua família ainda mora. E foi lá que, aos 15 anos, entre os tantos ensinamentos do seu maior mentor, ela recebeu o conselho que pautou a sua vida. “Meu pai disse, filha, você pode namorar, casar com quem quiser, mas não pode perder de vista uma coisa: você precisa ser independente e isso passa pela independência financeira”, lembra a primogênita do casal Édino e Leila. Formada em Direito pela Universidade de Passo Fundo (UPF), a jovem queria ser Promotora de Justiça. Mudou-se, então, para Porto Alegre e fez a Escola Superior da Magistratura. Depois, passou em concurso público e, por dois anos, foi assessora do Ministério Público. A advogada estava concretizando o que pensava ser o seu sonho. Até que um dos seus professores, na época Promotor de Justiça da Vara do Júri, Roberto Marcelo Ribeiro, a convidou para trabalhar com ele. “E foi lá que me descobri Delegada de Polícia”, revela Nadine. “O contato com o tribunal do júri, vendo a importância do trabalho da polícia judiciária, me despertou para querer ser Delegada. Porque observei que era o trabalho da Polícia Civil que condenava ou absolvia.” Com a rota recalculada, ela passou no concurso para Delegada de Polícia, atuou no interior e depois, na Região Metropolitana de Porto Alegre, foi plantonista. Período em que diz ter se descoberto feminista. “Algo que me incomodava muito nos plantões era ver chegando mulheres vítimas de violência doméstica e os agressores saindo antes delas da delegacia. Elas eram vítimas pela segunda vez, vítimas do Estado”, comenta a Delegada. “Porque não tinha uma lei, tudo era considerado crime de maior potencial ofensivo. Eles se comprometiam a comparecer em juízo e eu tinha que liberá-los. E as mulheres ficavam ali, com os filhos, e precisavam encontrar um lugar seguro.” Finalmente, em agosto de 2006 entrou em vigor a Lei Maria da Penha (Lei Nº 11.340). A Delegada passou a poder prender agressores em flagrante e a dedicar as horas vagas para palestrar e estimular as mulheres a denunciarem os abusos. Esse trabalho voluntário, somado a todos os seus méritos, culminou no convite para ser titular da Delegacia de

Polícia de Atendimento à Mulher em Porto Alegre. Nos sete anos em que lá esteve, foi a primeira coordenadora das Delegacias da Mulher no Rio Grande do Sul. E o pioneirismo feminino em espaços capitaneados por homens parece ser uma característica dessa getuliense. Foi eleita, em 2014, a primeira mulher presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul (ASDEP). E agora, no seu primeiro ano no comando da Polícia Civil, algumas mudanças foram naturalmente sendo implementadas. Para Nadine, há mais integração, tanto internamente, entre os policiais civis, quanto com os outros órgãos de segurança pública. E embora as relações de trabalho quanto a gênero já fosse tranquila, a equidade é uma das metas de sua gestão. Até o final de 2018, por exemplo, havia mulheres dirigindo departamentos estaduais da instituição, porém em número menor do que os homens. Este ano, dos 12 departamentos seis estão em mãos femininas. Inclusive os operacionais, como o Departamento Estadual de Homicídios e o Departamento de Polícia Metropolitana. Embora sinta-se agradecida pelo carinho recebido quando da sua nomeação, Nadine confessa ter ficado impressionada com o impacto gerado na sociedade. “O que mais me surpreendeu é que o mundo ainda é muito machista. Este é o outro lado da repercussão”, desabafa. “É muito bom ter sido a primeira mulher, mas todo aquele assédio me assustou. Então tive ainda mais certeza de que sim, era uma missão. Eu precisava assumir este papel para que as próximas venham e o fato de serem mulheres não seja mais notícia.” Nadine é casada com Elmo e eles têm o Carlos Eduardo, filho de 9 anos. Ela estava na Delegacia da Mulher quando soube estar grávida de um menino. E pensou que era justamente uma oportunidade: poderia criar um homem com visão de igualdade entre gêneros. Emocionada, ela afirma: “Eu só consigo estar onde estou pela família que tenho. Pelo meu esposo, que me compreende e apoia, e pelo meu filho, que é encantador. Tenho o maior orgulho de dizer que ele é muito independente. Acho que o nosso maior legado como pais é educar, impor regras e deixá-los serem independentes, encorajá-los a isso”. A verdade é que a história se repete, principalmente quando contada não apenas com palavras, mas com exemplos. Não é mesmo, senhor Édino?

POR DÓRIS FIALCOFF I JORNALISTA

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Palavra LU Í S

AU G U S TO

F I S C H E R

RUA DA MARGEM

Uma cidade só tem graça mesmo quando tem mistérios – concorda? Precisa ter coisas que a gente só descobre com tempo, que se revelam na mesma lentidão da vida, que não aceita ser totalmente rápida. Cidade mundial, como Paris ou Londres ou o Rio de Janeiro, por exemplo, tem lá seus pontos óbvios de interesse e turismo. Nada contra eles. Lá estão a Torre Eiffel, o Louvre, o Sena na capital parisiense; lá estão a Ponte de Londres sobre o Tâmisa, o Big Ben, aquela roda-gigante monstruosa; no Rio estão à beira da praia, o Cristo, a ponte Rio-Niterói. Em Porto Alegre, cidade bem menos famosa, temos umas quantas coisas notórias – o Laçador, o pôr do sol, a nova beira do rio, ponha aí outros elementos nessa lista. Sim, tudo isso faz parte da cidade. A vida dela depende disso também. Mas estou querendo falar de coisas mais obscuras. Aqui em Porto Alegre, eu tenho grande gosto por saber e poder dizer pros filhos e visitantes alguns nomes antigos da cidade. Rua da Praia, é claro. Rua da Olaria. Caminho do Meio. Eu ainda chamo a Plínio Brasil Milano de Estrada da Pedreira, assim como penso na Antônio de Carvalho como Beco do Carvalho. Nomes velhos são marcas do tempo, sinais de que muita gente antes de nós andou ali. A da Praia ia mesmo até a praia. Na Olaria tinha mesmo olaria, aliás mais de uma, como ensina o grande Sérgio da Costa Franco em sua imprescindível obra Porto Alegre – Guia Histórico. Agora chego à Rua da Margem. Ela agora se chama João Alfredo, contra quem eu nada tenho – mas vamos combinar que “rua da Margem” faz mais eco no coração. Que margem? A rua passava ali mesmo, pertinho desse curso d’água? Sim, passava, e o curso d’água era aquele mesmo

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que flui pelo centro do leito da Ipiranga e que, antes de 1940, por assim dizer dobrava à direita ali onde agora se estende a rua Erico Verissimo, em direção ao Centro. Ia ali, formando um alagadiço onde se ergueu um bairro já desfeito, a Ilhota, aquela onde nasceram Lupicínio Rodrigues e Tesourinha, dois orgulhos da terra. Esse mesmo arroio corria pelo leito da atual João Alfredo e, talvez o leitor nunca tenha sabido disso, passava por baixo da recém-restaurada Ponte dos Açorianos, sim, senhor, aquela ali. Naquele tempo a ponte não estava ali para decoração: era o único modo de atravessar do Centro para o Menino Deus e dali para a Zona Sul toda. Outros tempos. E eu aqui a rememorar essas camadas antigas da nossa cidade sem que o prezado leitor e a gentil leitora atinem com o sentido disso. Bom, aqui vai ele: saiu agora um livro de grande valor quando medido pela régua que organiza este texto. Um livro que conta histórias, do passado nem tão remoto e do presente que vai virando história a cada momento. Ele se chama, justamente, Rua da margem, com o subtítulo Histórias de Porto Alegre. Saiu pela editora Libretos e é obra do jornalista Paulo César Teixeira, que já tem uma série de bons serviços prestados à memória da terra e mantém o site www.ruadamargem.com. São pessoas, prédios e situações que singularizam esse aglomerado de casas, ruas e gentes chamado Porto Alegre. A primeira galeria da cidade, a história do Brique, trajetórias de donos de bar, tudo isso vai sendo apresentado docemente pelo livro, pequeno grande trabalho, que colabora para o adensamento da nossa percepção da vida. LUÍS AUGUSTO FISCHER, PROFESSOR DE LITERATURA E ESCRITOR


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