Revista Saccaro Casas - Ano 6 - # 8

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Revista Saccaro CasaS - Ano 6 - #8 - junho de 2018

Destaque

A poltrona Estio é vencedora do Prêmio Casa Vogue Design 2018 - Outdoor

Rússia

O fascínio de duas grandes cidades, Moscou e São Petersburgo

Inspiração

11 criativos, belos e funcionais projetos de residências

CasaCor SP 2018 Design Saccaro marca presença em seis ambientes

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A revista Saccaro CasaS é uma publicação da Saccaro, com circulação restrita e dirigida. É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo desta revista sem prévia autorização e sem citação da fonte. Criação e Execução Entrelinhas Conteúdo & Forma Rua Cel. Bordini, 675 / cj. 301 Porto Alegre/RS – Brasil – CEP 90440-000 Fones: (51) 3026.2700 (51) 3024.0094

Projeto Editorial, Edição e Direção Geral Milene Leal milene@entrelinhas.inf.br Redação Flavia Mu, Cris Berger, Milene Leal Projeto Gráfico e Direção de Arte Claudio Franco - Desenho Design Fotografia Arquivo Saccaro, Leticia Remião, Cris Berger, Denison Fagundes. Fotos Projetos: Carlos Eduardo Silva, João Ribeiro, Kelly Paciulo, Luis Gomes, Mariana Boro, Miro Martins, Renato Moura, Estúdio Jordani, Víctor Tovar Hernández. Fotos CasaCor SP 2018: Denilson Machado, Marco Antônio, Rafael Renzo Revisão Flávio Dotti Cesa Tiragem 15 mil exemplares Impressão Gráfica São Miguel Coordenação Geral - Marketing Saccaro Saccaro - SM Gestão e Negócios Ltda. Av. Rio Branco, 1.428 B - Ana Rech Caxias do Sul - RS - Brasil - (54) 4009-3600 marketing@saccaro.com.br saccaro.com

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Arte mundo afora Iniciamos 2018 já cheios de ótimas notícias. Em março, a poltrona Estio, assinada pelo jovem designer Guilherme Wentz, arrebatou o júri técnico e o júri popular do Prêmio Casa Vogue Design e foi a vencedora na categoria Mobiliário Outdoor. A Estio representou a Saccaro e marcou presença no Salão Internacional do Móvel de Milão, exposta no espaço do Prêmio Casa Vogue Design. Outra novidade do nosso portfólio, a coleção Swell, composta de várias peças criadas por Alain Blatché especialmente para uso outdoor, chamou a atenção do público na CASACOR SP. A Saccaro esteve presente em seis ambientes da mostra, com vários produtos e diferentes conceitos de design. Nesta edição da revista Saccaro CasaS fazemos um passeio pela Rússia, conhecendo as belíssimas Moscou e São Petersburgo. A arte chama a atenção na arquitetura dessas duas cidades e em museus como o Hermitage, verdadeiro patrimônio da humanidade. Finalizamos a revista com mais arte, em uma entrevista exclusiva com o genial Britto Velho, mestre das cores e das formas humanas, artista inquieto, vibrante, cheio de energia e de entusiasmo pela vida. Boa leitura!

Os editores


10 CASACOR SP Seis ambientes da CASACOR SP 2018 têm peças da Saccaro como destaque. Conheça os projetos

24 POLTRONA ESTIO Vencedora do Prêmio Casa Vogue Design 2018, a poltrona Estio, criada por Guilherme Wentz, é o destaque desta edição

32 VIAGEM: RÚSSIA Moscou e São Petersburgo, as duas cidades emblemáticas da Rússia, em uma reportagem que mescla história e ótimas dicas de viagem

78 COLEÇÃO SWELL Desenhada para uso outdoor, a coleção Swell tem assinatura de Alain Blatché e tecnologia de ponta nos materiais


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GASTRONOMIA RUSSA Clรกssicos da culinรกria russa em uma releitura saborosa feita pelo chef Marcelo Schambeck, com receitas!

PROJETOS Onze belos e inspiradores projetos residenciais assinados por profissionais brasileiros e latino-americanos

86 PERFIL: BRITTO VELHO O inquieto, alegre e genial Britto Velho, mestre das cores, em uma entrevista exclusiva para a Saccaro CasaS


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CASA VIVA, Estar mais perto da natureza, encontrar no lar um refúgio e celebrar tal espaço com amigos, familiares e pets. Isso é fazer da casa um ambiente vivo. E esse é o tema da CASACOR em 2018, maior e mais completa mostra de arquitetura, design e paisagismo das Américas. A Saccaro apresenta seus lançamentos na edição do evento em São Paulo, realizada de 22 de maio a 29 de julho no Jockey Club. Focada no design autoral, com muita brasilidade e sofisticação, a marca aposta em produtos funcionais, elegantes e cheios de personalidade, que levam a assinatura de designers renomados e de novos talentos do setor. Seis escritórios de estilos variados – Juliana Pippi, Meyer e Cortez, MN Interiores, Nildo José, Paola Ribeiro e Studio CASAdesign – foram escolhidos para ressaltar a versatilidade dos produtos Saccaro na CASACOR SP 2018. Saiba um pouco mais sobre cada ambiente:

VIVA A CASA! CasaS • 11


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TOKI - UM MERGULHO NO MEU PRÓPRIO TEMPO Por Juliana Pippi Estreante na CASACOR São Paulo, a arquiteta assina uma sala intimista de 40m² que propõe a reconexão com o tempo e com nós mesmos. O mobiliário é alinhado com o movimento Slow Design, que valoriza cada fase do processo de criação, fazendo com que as pessoas apreciem a técnica e o resultado final com calma. Os produtos feitos dessa maneira agregam uma carga emocional às peças, o que as torna únicas e dificilmente descartadas. Seguindo esse conceito, a arquiteta usou com maestria a coleção Swell, que traz conforto e design autoral ao espaço, além das mesas de apoio Nix, do banco Hacienda e do buffet Pergamo, que complementam o ambiente.

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CASA16 Por Studio CASAdesign, de Moacir Schmitt Jr. e Sálvio Moraes Jr. Um morar contemporâneo pautado pelo aconchego e pela simplicidade dos ambientes integrados. A CASA16 propõe um viver moderno e cosmopolita, com espaços amplos e acolhedores. Uma casa com 160m² divididos em cinco ambientes: estar e jantar, cozinha, dormitório, banheiro e área externa. Suas linhas simples, porém sofisticadas, proporcionam serenidade, reforçada também pela luz natural e a brisa que entram pelas janelas e abraçam após um dia agitado. Combinando com o ambiente, o sofá Sintra favorece o convívio e a interação, desconecta do mundo exterior, ideal para relaxar e curtir o conforto do lar. Compõem o espaço as mesas de apoio Eros, a mesa de centro Swell e a poltrona Bloom. CasaS • 15


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QUARTO DO BEBÊ Por MN Interiores, de Mayara Clá e Natasha Haddad Um espaço lúdico que remete à natureza, com potencial para criar uma atmosfera aconchegante e saudável tanto para os pequenos quanto para os pais. Assinado pelas arquitetas Mayara Clá e Natasha Haddad, o quarto de 25m² foi concebido para dialogar com os adultos em um clima integrado com o lúdico e a natureza. É um lugar acolhedor para todos e a escolha dos mobiliários da Saccaro segue a linha contemporânea, como a moderna poltrona Bloom, as mesas de apoio Dafne e a cômoda em couro Bon Giorno. CasaS • 16


BEBÊ CasaS • 17


LOFT

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LOFT NINHO Por Nildo José

LOFT

“Cada vez que me refaço, sou mais inteiro aos pedaços” – inspirado por essa frase, Nildo José reflete sobre o significado de se reconstruir, sobre o papel da casa interferindo no estímulo das sensações responsáveis por esse reencontro interior. Com esse olhar, o arquiteto idealizou o loft NINHO, voltado para o acolhimento afetivo, para abraçar, levar conforto por meio dos sentidos e também tocar a alma dos visitantes. Compondo o espaço, o sofá Tatame cria a sensação de aconchego dos tradicionais tatames japoneses. Modulares, os estofados trazem bem-estar, calma e conforto. Destaque para a premiada poltrona Estio do designer Guilherme Wentz.

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CASA TERRA Por Paola Ribeiro O desafio da designer de interiores foi projetar uma casa envolvente que ofereça praticidade e atrativos em ambientes integrados, amplos e com muita luz natural, com um atraente jardim, seguido por um confortável estar sob um pergolado. Criado para ser um anexo da casa, o espaço de convivência tem uma incrível vista do verde, remetendo ao acolhimento e à tranquilidade do campo. É nesse espaço que os móveis da Saccaro ganham significado: sofás componíveis, mesas de centro e lareira da Coleção Píer são o destaque. Para completar, a mesa de jantar Tijuca e as cadeiras Bumerangue são um convite para desfrutar da bela área externa. O paisagismo é assinado por Alex Hanazaki.

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BANHEIRO DOS SENTIDOS Por Meyer e Cortez, de Danielle Cortez e Natália Meyer Ambiente de estética marcante, promove o contato com a natureza e os cinco sentidos. O espaço de 15m² se caracteriza por estimular os sentidos por meio de texturas, aromas, sons das matas, plantas penduradas, madeira e até um sabor de menta. Plantas e vasos estão presentes no carrinho-bar Atalaia da Saccaro, um móvel prático e versátil que ganha nova utilização. Para trazer sofisticação, duas luminárias Paris são posicionadas nas laterais do ambiente e proporcionam elegância e charme ao ambiente. CasaS • 22

WC

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WC CASACOR SÃO PAULO 2018 De 22 de maio a 29 de julho de 2018 Terça a sábado, das 12h às 21h Domingo, das 12h às 20h Local: Jockey Club de São Paulo (Av. Lineu de Paula Machado, 1075) casacor.abril.com.br/mostras/sao-paulo/ CasaS • 23


Prêmio Casa Vogue

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FEITO DIAS DE

VERÃO

Parou a chuva, mas ainda faz calor. É estio quando o tempo fica seco. E então é possível sair de casa, espreguiçar-se ao sol e sentir a tarde passar sem pressa, como a brisa que volta e meia aparece para refrescar.

Estio também é o nome da nova poltrona da Saccaro criada pelo designer Guilherme Wentz. E a peça carrega muito dessas sensações do verão. É uma leitura cuidadosa e inspiradora sobre o viver ao ar livre. A peça foi vencedora do Prêmio Casa Vogue Design 2018, na categoria Mobiliário Outdoor. O prêmio revela a opinião do público, que votou por meio do site, e também de um renomado e crítico corpo de jurados. CasaS • 25


Prêmio Casa Vogue

Guilherme Wentz é bom observador da natureza. Quando começou a surfar, pelos 20 e poucos anos, passou a ver a natureza por uma perspectiva muito diferente: conectou-se a ela. ”Mudei alguns paradigmas que havia criado para minha própria vida. A simplicidade e o desejo de uma vida mais ‘mínima’ me levaram para o design e guiam meu trabalho até hoje”, explica. Os valores pessoais de Wentz guiam também as suas criações. Há sofisticação no minimalismo. “Luxo é tempo, é poder fazer as escolhas certas e, no caso do mercado de consumo, ter poucos e bons produtos. Esses conceitos se desdobram para mim não só na ideia de consumo consciente, mas também na concepção do produto em si, tanto pela ideia de reduzir materiais e recursos de fabricação quanto pelo desejo de fazer produtos que sirvam de agentes para uma vida mais leve”, diz Wentz. Por ser um móvel versátil e prático, a Estio é ideal para ambientes de lazer, como piscinas, jardins e varandas, e deve ser bastante usada principalmente em dias de estiagem. O encosto se dobra e encaixa dentro da estrutura, reduzindo o espaço ocupado ao ser guardada. “Esse requisito do projeto guiou a escolha de materiais, a fim de que o produto fosse leve para transportar e, principalmente, pensando

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OBSERVADOR DA NATUREZA, WENTZ ACREDITA NA SOFISTICAÇÃO DO MINIMALISMO em sua forma final. Conseguimos chegar a um desenho que ocupa o mínimo de espaço quando está dobrado e garante um bom conforto quando em uso”, detalha o designer. Essa é a estreia de Guilherme Wentz assinando produtos em parceria com a Saccaro. “A marca me procurou com um briefing muito claro do produto quanto a sua função. Meu objetivo foi atender aos requisitos com o máximo de originalidade.


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Prêmio Casa Vogue

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A ESTIO TAMBÉM VALORIZA A RELAÇÃO DA SACCARO COM O ARTESANAL Minha abordagem nos projetos se dá por agregar outra camada de significado ao produto, que estimule uma vida mais simples”, explica.

Significados bem amarrados A poltrona Estio tem um trançado largo e confortável. Reforça, assim, as referências a um passado artesanal – afinal, o trançado manual é uma das riquezas do artesanato brasileiro – no universo da indústria.

“Essa é uma linha tênue que me interessa muito. E são poucas as marcas que conseguem combinar isso tão bem como a Saccaro. O trançado manual é um grande diferencial da empresa, e eu queria explorar essa característica da Saccaro no projeto”, comenta. Para Guilherme Wentz, ambas as abordagens – industrial e manual – têm sua importância na formação da cultura contemporânea, mas é fundamental a preocupação com o artesanato, para que ele se mantenha presente. “O artesanato também é um elemento importante para a construção dos conceitos de simplicidade e de consumo consciente”, defende Wentz. A peça apresenta materiais apropriados para uso em áreas externas e também um encaixe dobrável muito interessante, que garante versatilidade e praticidade.

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Prêmio Casa Vogue

COM APENAS 29 ANOS, WENTZ JÁ É UM DESIGNER MULTIPREMIADO “Trabalhar com indústrias com processos de produção e engenharia tão bem resolvidos é algo raro no mercado, e é um grande facilitador da nossa atividade como designers. De forma geral, a pesquisa de materiais e ferragens de articulação teria sido inviável se não houvesse uma estrutura como a da Saccaro. Fiquei admirado com a empresa ao longo do processo e surpreso com as possibilidades que se abriam a cada etapa da criação da Poltrona Estio”, revela.

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Sobre Guilherme Wentz Designer de produtos formado pela Universidade de Caxias do Sul (RS). Trabalhou com a marca de objetos Riva antes de inaugurar seu próprio estúdio. Em plena estreia como designer, Guilherme Wentz recebeu os prêmios IDEA Brasil, Brazil Design Award e o selo internacional iF Design Award. Com estúdio em São Paulo desde 2014, Wentz, que tem apenas 29 anos, já trabalhou com grandes nomes da indústria nacional, além de ter atuado como diretor de arte de importantes marcas paulistanas de mobiliário. Em 2016 recebeu mais uma vez o prêmio iF Design Award, conquistou o 1º lugar no Prêmio


Museu da Casa Brasileira e foi nomeado “Rising Talent” pela Maison & Objet Americas. Em 2017 foi destacado como “Talento em Ascensão” no primeiro Prêmio Casa Vogue Design. A poltrona Estio marca sua estreia como designer na Saccaro e garantiu a Wentz mais uma premiação: venceu o Prêmio Casa Vogue Design 2018, na categoria Mobiliário Outdoor. A peça também esteve em exposição durante o Salão Internacional do Móvel de Milão, no mês de abril, no espaço do Prêmio Casa Vogue Design.

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Viagem

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HISTÓRIA, CULTURA E MUITA BELEZA NAS DUAS PRINCIPAIS CIDADES RUSSAS: MOSCOU E SÃO PETERSBURGO

bonita ao cubo! Fotos e texto: Cris Berger

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O maior país do planeta. Na Rússia tudo é superlativo e eloquente, da história às artes, das tradições à arquitetura.

altamente desejáveis para conhecer. A Rússia fica ainda mais interessante depois que passamos a conhecer o seu passado. Uma história muitas vezes cruel e trágica, é verdade; porém instigante e de extrema superação. Para entendê-la pense em três eras: a dos czares, a soviética e a atual, a Moderna.

Use o expoente 3 ao pensar nesse país. Tudo lá é grandioso: sua história, sua força, sua beleza. Terra dos vikings, composta por mais de 160 grupos étnicos, fortemente influenciada pela arquitetura bizantina, conhecida pelo balé Bolshoi e pelo romance Guerra e Paz, de Tolstói. Também é terra natal dos irmãos Lumière, os criadores do cinema, e, claro, faz as melhores vodkas do mundo. Mais: foram os russos os primeiros a explorar o espaço, com a Vostok. O país tem credenciais para estar na sua lista de lugares

Hoje, Moscou mistura a bem conservada arquitetura bizantina, com suas cúpulas arredondadas deslumbrantes, aos arranhas-céus espelhados. Grandes avenidas e carros importados, placas com o alfabeto cirílico ao lado do ocidental, senhoras com semblantes fechados e jovens insinuantes fazem parte da Moscou moderna. O inglês não é língua corrente, mesmo entre a nova geração. Mas não há dúvida: os anos de comunismo e da cortina de ferro fazem parte do passado. O way of life americano é visto

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Way of life & Borscht


nos hábitos dos mais jovens e em várias fachadas de estabelecimentos comerciais. Entre os restaurantes que servem a típica sopa de beterraba estão lanchonetes das redes McDonald’s e Subway. As maiores grifes do mundo podem ser encontradas no luxuoso GUM (Gosudarstvenny Universalny Magazin), construído em 1893 e transformado em shopping em 1953, em pleno burburinho da Praça Vermelha. Nas feiras de artesanato você encontra as tradicionalíssimas matrioskas: as bonequinhas feitas de madeira, colocadas umas dentro das outras. O que as difere são o tema pintado e a complexidade de detalhes. As mais tradicionais são as camponesas, que simbolizam a maternidade e o amor. O país tem diferentes fusos horários. Em relação ao Brasil, a capital Moscou está seis horas na frente (cinco durante o horário de verão). Se no inverno a temperatura pode chegar a menos 25 graus, no verão pode bater os 30 graus. De dezembro a fevereiro neva.

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Moscou Moscou é a cidade mais ao norte no globo terrestre e possui a segunda maior população da Europa: 12 milhões. Perde apenas para Istambul. É a sexta maior do planeta. O metrô só fica atrás em tamanho em relação ao de Tóquio e tem uma arquitetura fabulosa. E, sim, lá está a segunda maior comunidade de milionários do mundo. Obviamente, a cidade é o centro financeiro do país. Seu nome é Moscou devido ao rio Moscova, que corta a cidade e passa ao lado do Kremlin e da Praça Vermelha, dois grandes ícones do país. Curiosidade: há 49 pontes cruzando o rio Moscova. Nos livros de História, Moscou aparece pela primeira vez no ano de 1147 e tem o príncipe Jorge I como seu fundador. O que prova que, mesmo antes de começar o Império Russo, em 1721, ela já figurava como importante cenário no curso dos acontecimentos. Apesar dos mais de 30 anos de comunismo, grande parte da população russa é cristã. Antes do Estado Soviético havia 1.600 igrejas na cidade. Desde 1991 elas estão sendo restauradas. As mais bonitas e famosas são a Catedral do Cristo Redentor e a de São Basílio. É possível ir caminhando, costeando o rio, de uma a outra. O único senão será o número sem fim de paradas para fotografar o belo Kremlin, que está entre elas.

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Catedral do Cristo Redentor Há duas cores que tomam conta do cenário dessa catedral: o branco de suas paredes e o dourado de suas cincos cúpulas. Vista de longe é de arrepiar. Ainda mais se o céu estiver azul, pois o contraste é fabuloso. Ela foi inaugurada no ano de 1833 para a coroação do czar Alexandre III, mas foi construída por ordens de Alexandre I para comemorar a vitória das vitórias, um dos marcos do calendário russo: a derrota das imbatíveis tropas de Napoleão Bonaparte em 1812. Quando o exército francês chegou em Moscou encontrou uma cidade completamente devastada, queimada e sem habitantes. Os russos perceberam que a única forma de vencer era fazer os franceses morrerem de fome e frio. E foi exatamente o que aconteceu. Os soldados foram obrigados a regressar e poucos chegaram com vida à França. Tal história foi contada no romance Guerra e Paz, de Leon Tolstói, um dos mais importantes escritores russos. Os séculos avançaram, os czares caíram, os comunistas chegaram ao poder e explodiram a catedral em 1931 por ser um importante símbolo do império Czarista. A ideia era projetar nesse mesmo local o palácio dos sovietes com uma estátua gigante de Lênin. Porém, o projeto não saiu do papel e no lugar do palácio foi feita uma piscina pública. Com a queda definitiva da União Soviética, em 2000, a catedral foi novamente construída à imagem e semelhança da anterior. O que mostra o incrível poder de reconstrução – em todos os sentidos – dos russos.


Catedral de São Basílio A catedral de São Basílio é a mais bela entre as construções religiosas da capital russa. Colorida, com torres no formato de cebolas, parece ter saído de algum conto daqueles que começam com “Era uma vez”. Registros indicam que a intenção era simular uma fogueira na direção ao céu. Foi o czar Ivan IV - o Terrível quem mandou construí-la, em 1555, para comemorar o domínio da cidade de Kazan. Até aquele momento, nada igual havia sido projetado. Não há fonte literária que deixe de citar a lenda de que Ivan mandou cegar o arquiteto Postnik Yakovlev para que ele não reproduzisse obra semelhante. Lenda que, diga-se de passagem, torna a catedral ainda mais fascinante. Hoje funciona para cultos da igreja ortodoxa russa e abriga uma divisão do Museu de História do Estado. É patrimônio mundial da Unesco desde 1990. CasaS • 37


Viagem

O Kremlin O Kremlin é a “Casa Branca” dos russos. O presidente Vladimir Putin, que cumpre seu terceiro mandato e tem no currículo o curioso fato de ter sido chef da KGB (extinta organização de serviço secreto da União Soviética), reside ali. Foi o czar Ivan III - o Grande que teve a ideia de transformá-lo em residência dos imperadores. E para isso chamou arquitetos italianos renascentistas. Kremlin significa “fortaleza dentro de uma cidade”, o que explica seus muros altos com torres de vigilância. Antes de ser tornar moradia dos czares, já existia como forte. O interior desta fortaleza pode e deve ser visitado. No decorrer dos séculos, há registros de três ataques bem-sucedidos ao Kremlin: em 1612, pelos senhores feudais da Polônia e Lituânia; em 1812, quando Napoleão destruiu seis torres; em 1917, quando o Exército Vermelho de Lenin tomou o poder, marcando o início da Revolução Russa.

Uma Praça Vermelha Bem-vindo ao marco zero da cidade, que poderá funcionar muito bem como seu ponto de referência. As grandes avenidas de Moscou partem desse local. Ali estão o Kremlin e a Catedral de São Basílio, o GUM (shopping center), o Museu de História da Rússia e a Catedral de Kazan. A Praça Vermelha será seu ponto de partida, de chegada e de passagem. Ela vai aparecer de forma intensa na sua temporada em solo russo. E o mais importante: você vai se emocionar com ela. Por estar em Moscou e a cidade ter sido capital dos czares e da União Soviética, campo de batalha na Segunda Guerra Mundial, centro da Guerra Fria, sede das Olimpíadas de 1980 e local onde está o mausoléu de Lenin, a praça tem um peso histórico de arrepiar. O raciocínio óbvio é deduzir que seu nome vem do extenso e alto muro vermelho do Kremlin, mas não: em russo ela se chama Krasnaya Ploshad, CasaS • 38


que significa “praça bonita” ou “praça vermelha”. A palavra kras tem duplo significado: vermelho e bonito. Ela é grande. Muito grande. Tem meio quilômetro entre o portal de entrada e a saída em direção ao rio. É palco de todos os tipos de eventos. Na realidade, é bem mais do que isso: é cenário dos maiores acontecimentos russos.

Stalin e o metrô Filho de uma costureira e de um sapateiro, o “homem de aço” (significado da palavra Stalin) foi um dos maiores ditadores do mundo. Sua era durou de 1927 a 1953. Trouxe progresso para a Rússia, assim como feriu os direitos humanos. Nas três décadas de seu governo milhares de pessoas morreram. No meio desse período turbulento foi inaugurado o metrô mais bonito do mundo, em 1935. Stalin queria entregar à população um meio de transporte glamouroso que representasse uma Rússia poderosa. O metrô foi uma grande propaganda soviética. Polêmicas à parte, estações como Komsomolskaya, Taganskaya, Novoslobodskaya e Kievskaya são realmente incríveis. Feitas com mármore, pinturas, afrescos, lustres, mosaicos, vitrais, candelabros, colunas e estátuas, são palácios subterrâneos abertos ao público. CasaS • 39


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São Petersburgo São Petersburgo é linda como Moscou, mas diferente. Tem um ar mais austero, czarista e old fashion do que a capital. Banhada pelo rio Neva, já foi chamada de Petrogrado (Cidade de Pedro) e Leningrado (em homenagem a Lenin), mas voltou a ser São Petersburgo quando caiu o comunismo. Tem a ótima fama de ser apontada como a capital cultural da Rússia. Terra de Dostoiévski, boa parte dos seus monumentos são patrimônios históricos mundiais. Pedro - o Grande a fundou em 27 de maio de 1703. São Petersburgo foi capital do Império Russo durante todo o reinado da dinastia dos Romanov. É lá que se encontra um dos museus mais incríveis do planeta, o enigmático CasaS • 40

e lindíssimo Hermitage, que foi residência dos czares, como o Kremlin de Moscou. Fique atento aos canais, que se estendem por 74km e são responsáveis pelo adequado e romântico título de “Veneza do Norte”. Faça um tour de barco para ter uma visão da cidade de dentro d’água. Em solo firme, fique acordado até de madrugada e vá assistir à ponte Palace Bridge levantar para os grandes navios passarem. Familiarize-se com a Avenida Névski Prospekt, onde há um sem-fim de lojas, restaurantes, bares, cafés. E o shopping mais antigo da cidade, o Gostiny Dvor, um prédio do século XVIII.


Hermitage A czarina Catarina II, a Grande, que reinou de 1762 a 1796, foi quem mandou construir o Hermitage, em 1764. Apaixonada por arte, começou a coleção daquele que se tornaria o terceiro maior museu do mundo. O palácio é surpreendente. Mesmo se estivesse sem um só objeto exposto, já seria impressionante. O teto e o piso são de uma riqueza digna da eloquência dos czares, que ali residiram até a Revolução de Russa de 1917. O Hermitage é grande. Não, é imenso! Tem 300 salas e é de uma beleza tocante. Espere encontrar obras da história russa, é claro, e também de Leonardo da Vinci, com o quadro “Madona e a Criança”, e Monet, com “A Ponte de Waterloo”. Há mais de 3 milhões de preciosidades neste museu, que pede de dois a três dias para ser devidamente explorado. O complexo Hermitage, além do Palácio de Inverno, inclui o Pequeno Hermitage, o Grande Hermitage e o Novo Hermitage, todos interligados. Imperdível! CasaS • 41


Viagem

Assim como em Moscou, entre novembro e março o frio é tão intenso que chega a ser cruel e quase impraticável para quem não nasceu por lá. As noites brancas na segunda quinzena de junho atraem turistas ávidos pelos dias mais longos, quando quase não há noite e a linda blue hour do crepúsculo deixa o céu na cor perfeita para fazer boas fotos. É no verão russo – junho, julho e agosto – que os 20 graus prevalecem e as ruas da cidade lotam. Se a temperatura permitir, percorra a cidade à noite, pois todos os monumentos são iluminados. O resultado é um visual ainda mais dramático e que transborda história. Peter deve ser vista e vivida na tranquilidade da madrugada.

Fortalezas Em 1703, na pequena ilha de Zayachy, as fortalezas de São Pedro e de São Paulo começaram a ser construídas. Na época, o objetivo era a proteção contra uma possível invasão sueca. Atrás de seus muros altos, que estão debruçados no Neva, está a catedral com os túmulos das oito gerações da dinastia Romanov. E também a prisão em que Leon Trotsky, Alexander Ulyano (irmão de Lenin) e Fiódor Dostoiévski foram prisioneiros.

Três catedrais para visitar A cúpula dourada de Saint Isaac é feita com 40 quilos de ouro. As marcas de balas nas paredes são heranças da Segunda Guerra Mundial, quando aconteceu o cerco de 900 dias por parte dos alemães, que levou boa parte da população a morrer de fome. O czar Pedro, o Grande, nasceu no mesmo dia de São Isaac e a catedral é uma homenagem a ele. Ela levou quatro décadas para ser construída: de 1818 a 1858. Dentro do programa turístico está subir na sua cúpula e ver a cidade do alto. A igreja ortodoxa também é um museu.

Palácio de Catarina

Já a catedral de Kazaan fica na agitada avenida Nevsky Prospekt, é datada de 1811 e réplica da Basílica de São Pedro em Roma. Suas 96 colunas com 80 metros de altura, lado a lado, no formato de U, impressionam. E seu jardim convida para uma caminhada. Ela foi projetada para abrigar a imagem da Nossa Senhora de Kazan, considerada a protetora do povo russo. Durante o comunismo foi transformada no museu do ateísmo.

Um belo dia, em 1717, Catarina I resolveu construir um palácio de verão na cidade de Tsarskoye, a 25 km de São Petersburgo. Mais tarde, sua filha, a imperatriz Isabel, decidiu renová-lo no estilo Rococó, repleto de detalhes em ouro. A parte interna, que inclui o salão do baile e a capela palatina, enche os olhos tanto quanto a fachada. Em se tratando de czares, luxos e grandiosidade, a “casa de veraneio” da dinastia Romanov merece ser visitada.

A mais famosa e bonita catedral é a Savior on the Spilled Blood, que é bem nova: foi construída em 1907 e está de cara para o canal de Griboedov. Diga-se de passagem, local onde o czar Alexander II foi morto e o que explica o nome da igreja ser “sangue derramado” (spilled blood em inglês). Ela é muito parecida com a igreja de São Basílio em Moscou. Colorida, com as cúpulas no formato de cebolas e incrivelmente bela.

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Viagem

Grand Hotel Europe

Dostoiévski e The Idiot Fiódor Dostoiévski nasceu em Moscou em 1821 e morreu com 59 anos em São Petersburgo, cidade em que viveu por muitos anos. Autor de Crime e Castigo, O Idiota e Os Irmãos Karamázov, é um dos grandes nomes na literatura russa da época dos czares. Escritor e psicólogo, é conhecido por ser um dos pais do existencialismo. Há dois programas para fazer com Dostoiévski em mente: jantar no restaurante The Idiot, que serve comida russa vegetariana em um ambiente peculiar e antigo, bem no estilo do século XIX, e ir à sua casa, que naturalmente virou museu. Ali, o gênio escreveu Os Irmãos Karamázov. Do lado de fora, a estátua dele, sentado de pernas e mãos cruzadas e olhando para baixo, exige uma foto.

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Há hotéis que fazem parte da alma de uma cidade. O Belmond Grand Hotel Europe é um deles. Fundado em 28 de janeiro de 1875, disputa o título do mais luxuoso da cidade apenas com outras duas propriedades. Em termos de localização, é difícil batê-lo: fica na concorrida Nevsky Prospekt, a poucos minutos caminhando da Igreja do Sangue Derramado. No quadro de hóspedes ilustres estão o compositor russo Ígor Stravinski, o músico britânico Elton John e o rei da Escócia Gustavo V. As suítes Unique Historic são inspiradas no luxo dos czares e contam com um mordomo particular. Já as Avant-Garde, decoradas com obras de artistas russos, sobressaem pelo design. No Grand Hotel Europe você vai encontrar o restaurante mais antigo da Rússia: o L’Europe. Em um salão extraordinário, onde


um piano de cauda está em um palco com o vitral de Apollo atrás, garçons com luvas brancas vão servir alta gastronomia russa, caviar e vodka. Lugar perfeito para fechar sua temporada em território russo em grandíssimo estilo e seguindo à risca as tradições.

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Texto: Flavia Mu Fotos: Leticia Remião

RÚSSIA

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O chef Marcelo Schambeck, convidado a recriar clássicos da culinária russa dando a eles um sotaque regional, ficou surpreso quando foi pesquisar sobre a comida local. “É uma gastronomia bastante rica. Afinal, é uma mescla da cultura europeia e oriental com heranças das antigas repúblicas soviéticas. É claro que os ingredientes e os preparos são diferentes, mas há receitas comuns do dia a dia do brasileiro que carregam essa influência, ainda que não se conheça bem tal origem”, comenta Marcelo.

A RÚSSIA PARECE DISTANTE. E É. COM SORTE E DEPENDENDO DO NÚMERO DE ESCALAS, SÃO 20 HORAS DE VOO PARA CHEGAR ATÉ LÁ. A PROXIMIDADE APARECE NA MESA.

Pratos concebidos para enfrentar invernos rigorosos, cheios de nutrientes e bem quentinhos ganharam o mundo e (pasme!) não devem causar tanto estranhamento aos turistas que se aventurarem por esse destino europeu, distinto de todos os outros nos mais diversos aspectos. Como todo cardápio típico, sempre há receitas incomuns. É o caso do Kholodets, uma curiosa gelatina de carne. Mas outras podem causar menos estranhamento, como a salada Olivier, que leva maionese, batata cozida, ervilha, pepino em conserva, cebola, ovo e cenoura; ou o frango à Kiev, um peito desossado e recheado que depois é frito ou cozido; a solyanka, sopa picante e cremosa com carne, peixe ou cogumelos. Nada de outro mundo, não é mesmo? Nas próximas páginas, Marcelo Schambeck apresenta suas releituras do Stroganov, ou estrogonofe, em sua versão brasileira, da Borscht, uma sopa de tomate e beterraba, e dos Blinis, famosas panquequinhas russas. Xороший аппетит (do russo, bom apetite!).

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ESTROGONOFE

VERSÃO DO STROGANOV Este a gente conhece bem. Desde suas origens, no século XIX, o prato popularizou-se em muitos países da Europa e ganhou ingredientes extras como tomates, cogumelos, pepino em conserva e até ketchup. No entanto, a receita original leva apenas carne e creme de leite azedo. O arroz é sempre o acompanhamento certo do estrogonofe brasileiro. Nas mesas russas, o stroganov vai com batatas (purê ou assadas). INGREDIENTES: 300g de filé mignon cortado em iscas 300g de cogumelo castanho ou paris fresco cortado em lâminas grossas 1 cebola grande picada 1 dente de alho picado 200g de creme de leite fresco 1 dose de cachaça de amburana ¼ de molho de manjerona Sal Pimenta-do-reino PREPARO: Aqueça bem uma frigideira. Coloque um fio de azeite e deixe tostar a carne. Reserve. Na mesma frigideira, com mais um pouco de azeite, doure os cogumelos. Reserve também. Refogue a cebola e o alho. Coloque a carne e os cogumelos de volta na frigideira com a cebola e o alho. Acrescente o creme de leite e deixe reduzir um pouco o molho. Ajuste o sal e a pimenta. Finalize com as folhas de manjerona. Sirva com purê de batatas.

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SOPA DE TOMATE E BETERRABA

VERSÃO PARA BORSCHT É uma sopa que leva tomate e beterraba. Dizem que a receita surgiu na Ucrânia, mas é popular em quase todos os países do Leste Europeu. Pode levar feijão, couve, cenoura, pepino, batata, cebola, cogumelos e carnes. É bem nutritiva e sempre servida quente. É a receita para espantar o frio. INGREDIENTES: 5 beterrabas médias descascadas e cortadas em cubos 3 tomates italianos cortados em cubos 20 tomates-uva cortados em quatro partes 1 cebola grande picada 1 cebola roxa pequena cortada em tiras 1 dente de alho picado ½ litro de caldo de legumes ¼ de maço de manjericão Sal Pimenta PREPARO: Refogue a cebola e o alho em azeite de oliva numa panela funda. Acrescente a beterraba, o tomate e o caldo de legumes. Deixe ferver por 30 minutos ou até que a beterraba fique macia. Em uma frigideira, refogue rapidamente a cebola roxa e o tomate uva. Coloque numa tigela e tempere com azeite, pimenta-do-reino e folhas de manjericão. Reserve. Deixe os legumes esfriarem um pouco e bata no liquidificador até que fique um creme liso. Sirva a sopa com a mistura de cebola roxa e tomate por cima.

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PANQUECAS RUSSAS

VERSÃO PARA BLINI Não à toa os franceses adotaram esta receita. As panquecas geralmente feitas com massa fina – basicamente farinha, ovos e leite – podem ser servidas com creme de leite, geleia, mel, caviar ou salmão defumado. Podem ser acompanhadas de cogumelos, queijo cottage, carne moída e repolho. INGREDIENTES: MASSA: 1 e ½ xícara de farinha de trigo 5 ovos 1 xícara de água gelada 1 xícara de leite integral gelado 3 colheres (sopa) de manteiga gelada 1 colher (sopa) de açúcar 1 pitada de sal COBERTURAS: Frutas da estação 100g de nozes pecan picadas 300g de creme de leite fresco ½ colher (sopa) de açúcar Suco de ½ limão 1 colher de mel PREPARO: Bata todos os ingredientes da massa de panqueca no liquidificador. Coloque num recipiente e deixe descansar por pelo menos 20 minutos na geladeira. Cortes as frutas ao seu gosto. Bata o creme de leite com açúcar e limão até o ponto de chantilly. Disponha em uma frigideira bem quente uma concha de massa de panqueca e espere dourar. Não é necessário dourar dos dois lados. Para montagem, dobre a massa, coloque as frutas, as nozes e o chantilly. Para finalizar, uma colherada de mel.

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Projetos

RESIDÊNCIAS PARA CURTIR O DIA A DIA

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Reunimos nesta edição 11 projetos de arquitetos e designers para residências localizadas nas mais diferentes regiões do país, além de uma cobertura na Cidade do México. Em comum, elas têm a qualidade de inspirar ótimos momentos para o cotidiano de seus moradores

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Projetos Projetos

Requinte

e elegância

A temporalidade e a simetria marcam este projeto de decoração em um apartamento de 500m², na cidade de Franca, interior de SP. A escolha do mobiliário com linhas retas e cores neutras complementou-se com a marcenaria, resultando em ambientes acolhedores e sofisticados, prontos para receber a família e amigos.

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Para a ampla sala de jantar os profissionais escolheram cadeiras Gurizada, da Saccaro. Logo ao lado, um aconchegante ambiente de estar foi composto com quatro poltronas Scandia em couro e a mesa de centro Dolomita. No living principal e home teather, destaque para as poltronas Callas e a luminária Paris.


Decoradora / Artista Plรกstica Deise Pucci Arquitetos Marcelo Diniz e Mateus Finzetto Franca - SP

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Projetos Projetos

Alegre,

confortável e funcional As expectativas estéticas dos clientes para este apartamento em Pinheiros, São Paulo, eram muito grandes. Os ambientes deveriam ser funcionais e confortáveis e, ao mesmo tempo, alegres, despojados e refinados. A arquiteta Elisabete Primati trabalhou com a integração entre a área social e os dois terraços, equilibrando despojamento e sofisticação.

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AQUI DEVE SER COLOCADA A FOTO 9669

O terraço social foi mobiliado com poltronas Santa Bárbara e sofá de fibra natural, todos da Saccaro, revestidos com tecido Sumbrela. Instalado atrás do sofá, o painel-parede verde pode ser apreciado de todas as áreas sociais. No home teather, sofá em “L” na cor camurça grafite e puf em couro natural. As poltronas vermelhas que se destacam no estar são da coleção Venti.

Arquiteta Elisabete Primati São Paulo - SP

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Projetos

Sofisticação e

rusticidade

Ao cruzar a porta de entrada deste apartamento localizado no Brooklin, em São Paulo, é marcante o efeito da mescla entre o rústico e o aconchegante. O projeto do escritório Figoli-Ravecca foi inspirado no espírito jovem dos moradores, um casal recém-chegado de Nova Iorque, apaixonado por animais e natureza.

Os tons neutros e claros se destacam. É predominante o uso de elementos que remetem à natureza, como a madeira e o couro. Na sala de TV, a parede rústica se contrapõe ao sofá e à poltrona de couro com estilo retrô. Os puffs e as almofadas conferem um ar artesanal. Com muita versatilidade, um banco serve como mesa lateral. Na sala de jantar, a mistura de cadeiras e o uso de pendentes torna o ambiente cool com sofisticação.

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Arquitetos Patrícia Cillo e Fernando Figoli São Paulo - SP

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Projetos

Lazer e integração

de ambientes Esta residência, localizada em Brasília, foi projetada buscando uma maior integração entre os espaços de lazer. Um grande hall com pé-direito duplo faz a ligação entre os ambientes de estar, jantar e cozinha. Materiais como madeira e piso cimentício contrastam com as grandes aberturas de vidro para o exterior da casa. Móveis e estofados Saccaro aparecem na decoração dos diversos ambientes sociais.

Para o amplo estar, que tem estilo contemporâneo, a arquiteta escolheu poltronas Scandia com estofamento em couro e um sofá componível da coleção Neo. A mistura de madeira e fibra natural das mesas de centro e lateral Manila dá o toque de aconchego; a luminária Eiffel completa o ambiente. Na sala de jantar, Jessica De Carli dispôs oito cadeiras Asti. CasaS • 62


Arquiteta Jessica De Carli Caxias do Sul - RS

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Projetos

Arquiteto Jailton Faria Jales

João Pessoa - PB

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Brasilidade contemporânea Na ambientação desta residência em João Pessoa, o arquiteto Jailton Jales buscou imprimir aos espaços uma identidade local. Por isso escolheu o design singular e genuinamente brasileiro dos móveis Saccaro. Jailton optou pela harmonia entre cores mais claras, em tons

predominantemente neutros. Associou a elas materiais como a madeira e o vidro e uma iluminação acolhedora. Assim, os ambientes têm uma atmosfera elegante, leve e confortável. O mobiliário escolhido dialoga perfeitamente com o projeto arquitetônico e tem papel protagonista na composição deste cenário contemporâneo.

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Projetos

Área social

bem integrada

O desejo dos moradores deste apartamento era usufruir da área social de uma maneira mais integrada. O desafio maior foi sintetizar cinco ambientes com usos diferentes – cozinha, churrasqueira, sala de TV, lareira e jantar – de forma elegante, com muita leveza e contemporaneidade.

A nova planta livre (após uma reforma) permitiu usar móveis maiores, como a mesa de jantar de 12 lugares, para acomodar confortavelmente todos os parentes e amigos, além de sofás e poltronas que trouxeram um aconchego até então inexistente ao apartamento.

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Arquitetos Marcel Casamassa e Silvia Almeida São Paulo - SP

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Projetos

Arquiteta Marisa Lebarbenchon

Florianรณpolis - SC

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Funcional e contemporâneo Este apartamento, localizado junto à orla marítima de Florianópolis, foi pensado para o conforto e os momentos de confraternização. O living, o espaço gourmet e a varanda se integram, proporcionando amplitude. O mobiliário solto recebeu atenção especial na escolha, pois há crianças pequenas na casa. Tinha que ser funcional, com um toque de contemporaneidade. O sofá Callas, grande (para acomodar bem todos), tem cor neutra, contrastando com a parede verde.

As poltronas escolhidas, Scandia, colocadas diante do papel de parede com folhas, compõem um visual mais ousado. A varanda recebeu mobiliário em madeira, com toques de cor nas almofadas. O ambiente é confortável e aconchegante, permitindo receber convidados com muito conforto e praticidade.

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Projetos

Vanguarda elegante Esta bela e ampla penthouse na Cidade do México tem uma área social com pé-direito duplo e com uma impressionante estante de livros, adega e lareira. O espaço indoor se comunica com a área externa, promovendo a integração com uma vista espetacular e proporcionando amplitude e iluminação natural.

Arquiteto David Penjos Smeke Cidade do México - México

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A composição e a alternância dos materiais dos pisos e as pedras em tons de cinza nas paredes contrastam com a madeira dos rodapés, portas e dos móveis. Os desníveis do apartamento são valorizados com as luminárias de teto em tons claros. O resultado é um ambiente elegante e de vanguarda.

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Projetos

Contemporâneo com toques

clássicos Um hall todo em cor chumbo, coberto por espelhos bisotados fixados no teto e na parede frontal, dá as boas-vindas e instiga diferentes percepções a quem entra neste apartamento em Caxias do Sul, na Serra gaúcha. A planta do imóvel, com amplos espaços, permitiu a configuração de ambientes independentes e integrados para uso da família, composta pelo casal e dois filhos.

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Os proprietários solicitaram um ambiente contemporâneo com toques clássicos. “Nada mais atual que a mescla dos traços puros com o que há de mais belo no clássico”, diz a arquiteta Paula De Carli. Para a sala de jantar ela escolheu cadeiras Alpi, da Saccaro. No estar, destaque para as poltronas Lolita.

Arquiteta Paula Titton De Carli Caxias do Sul - RS

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Projetos

Harmonia visual e comodidade Visual conta, e muito, para acalmar a rotina agitada. Ainda mais se o cenário em questão for a beira-mar de Florianópolis. A paisagem encantou os arquitetos Silvana Margarin e Rafael Caramori, da Calli Arquitetura. O desafio da dupla foi criar um projeto que tirasse partido do belo visual lá fora, com todo conforto e comodidade do lado de dentro.

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A planta flexível foi ocupada por móveis de formas caprichadas e que garantem praticidade no dia a dia. A paleta de cores escolhida explorou tons neutros no mobiliário solto da Saccaro e sob medida. A sala integrada divide-se em três ambientes. O living foi pensado para receber e também assume a função de sala de TV para a família. A mesa de jantar acolhe até oito pessoas. Há também uma área mais despojada, perfeita para degustar bons rótulos, reunir amigos ou até mesmo para uma leitura mais introspectiva.

Arquitetos Silvana Margarin e Rafael Caramori Florianópolis - SC CasaS • 75


Projetos

Conforto,

design e requinte

De perfil contemporâneo, este projeto foi criado para uma residência em Itatiba, São Paulo. A arquiteta privilegiou soluções para morar e conviver com estilo e sofisticação, sem abrir mão do conforto. Para os moradores, o fundamental era encontrar um perfeito equilíbrio entre cores, texturas, conforto e qualidade.

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Os móveis escolhidos para toda a área social têm a mesma linguagem contemporânea do projeto. As cadeiras da coleção Alpi e a mesa Diva do jantar compõem perfeitamente com o sofá de couro Cordoba e a mesa oval Dolomita do estar, que também se conectam com o mobiliário do espaço gourmet, com os bancos e cadeiras da coleção Noronha. A composição final é bela, confortável, sofisticada e atemporal.

Arquiteta Yeda Chimello Itatiba - SP

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Design e Inovação

COM A FORÇA DAS

MARÉS

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A coleção Swell foi inspirada na força transformadora das ondas do mar. Alain Blatché criou móveis especiais para uso outdoor, com tecnologia avançada e design que traz requinte e dinâmica para os ambientes externos.

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Design e Inovação

A COLEÇÃO SWELL LEVA DESIGN E SOFISTICAÇÃO PARA ÁREAS EXTERNAS. OS SOFÁS SÃO COMPOSTOS POR MÓDULOS Todos os dias, Alain Blatché acorda e olha atentamente para o mar. Em Florianópolis, rodeado pelas águas, observa diariamente a natureza e seus movimentos. O designer francês espera as condições ideais para ir surfar com o filho. O swell – que é a ondulação no mar, contínua e sem ruídos, ideal para a prática do esporte – é um convite para viver ao ar livre e para interagir com esse habitat em constante transformação que é a praia. Essas vivências o inspiraram em sua mais nova criação para a Saccaro: a coleção Swell. As peças levam o design e a sofisticação para as áreas externas. “Buscamos dar liberdade ao consumidor para que se aproprie do desenho e, a partir dele, componha de diferentes formas e customize a peça à sua maneira”, destaca Blatché. Um dos diferenciais dos sofás criados pelo designer está no sistema de clipagem entre assentos. “Isso permite mudar tudo de lugar quando você quiser. É uma diferença quando comparado aos módulos aparafusados.”

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A natureza dá o tom As nuances naturais – azul, verde, amarelo queimado e marrom – aparecem entre as múltiplas opções do estofado, especialmente desenvolvido para uso outdoor com a mais avançada tecnologia disponível no mercado. E, mais uma vez, o consumidor pode combiná-las da forma que quiser: os módulos podem ter diferentes tonalidades, assento e encosto também não precisam seguir as mesmas cores. Movimento. Liberdade.


ESTOFADOS ESPECIAIS PARA USO OUTDOOR, SUPERTECNOLÓGICOS E RESISTENTES CasaS • 81


Design e Inovação

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AS PEÇAS DA COLEÇÃO SWELL PERMITEM CRIAR BELOS AMBIENTES DE ESTAR AO AR LIVRE

Além dos sofás, a coleção Swell é composta por mesa de centro, mesa lateral giratória, paravento com toldo e também uma lareira. “Nestes acessórios privilegiamos o uso do basalto, um material muito resistente e abundante no Brasil. Acho interessante quando conseguimos fazer o design ‘vibrar’ com o simples”, diz Blatché. Todas as peças Swell apresentam qualidades como resistência à água e ao desbotamento e proteção UV.

Novas linguagens A coleção Swell marca a retomada da parceria entre Alain Blatché e Saccaro. O designer assina vários outros produtos da marca que, depois de quase 20 anos, ainda se mantêm no catálogo. É o caso da espreguiçadeira Ana Rech, revolucionária na época pelo uso de alumínio e trama diferenciada. “É interessante esta oportunidade de poder me expressar olhando para o futuro. Em vez de seguir tendências, quero lançar tendências. A tecnologia da Saccaro me interessa e a marca me permite criar produtos à frente do tempo, passíveis de amadurecimento com a ajuda de um ótimo trabalho de marketing. A coleção Swell carrega um pouco disso”, reconhece.

AS CORES TERROSAS E AQUÁTICAS DA SWELL SÃO UMA REFERÊNCIA À NATUREZA

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Design e Inovação

Sobre Alain Blatché O designer francês Alain Blatché está radicado no Brasil há alguns anos. Seus produtos marcam presença no portfólio das melhores empresas do ramo moveleiro. Já foi premiado em concursos como Salão Design Movelsul, Casa Brasil e Planeta Casa e participou de exposições nacionais e internacionais.

ALAIN BLATCHÉ FAZ UM DESIGN DE GRANDE IMPACTO VISUAL E INFINITAS POSSIBILIDADES DECORATIVAS CasaS • 84

Em suas coleções, dedica-se aos aspectos do design contemporâneo, com produtos que compõem uma extensa gama de possibilidades decorativas e de grande impacto visual. Blatché acredita na triangulação entre arte (desenho), ciência (indústria) e economia (distribuição). “É conveniente manter a confluência desses territórios: o designer precisa conhecer e dominar as três pontas do triângulo.”


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Perfil Britto Velho

Britto Velho INQUIETAMENTE Texto: Flavia Mu Fotos: Denison Fagundes Imagens obras: Gravura Galeria de Arte

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“Meu filho, não comentes por aí que sonhas com cores puras. Podem pensar que é loucura”, brincava o psicanalista Victor de Britto Velho em conversa com o filho Carlos. Como bom entendedor do comportamento humano, sempre soube que à sua frente estava um grande artista. Na década de 50, o médico, a esposa, Branca, e os cinco filhos mudaram-se de Porto Alegre (RS) para Buenos Aires, capital da Argentina, para um intercâmbio de estudos. Entre outros diversos estímulos para desenvolvimento da criatividade, o psicanalista presenteou o filho com uma maleta de tintas a óleo. E aí começa esta história.


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Perfil Britto Velho

Carlos Carrion de Britto Velho – o Britto Velho – é um dos artistas gaúchos mais consagrados da atualidade. É autodidata: a maleta de tinta, que recebeu aos 9 anos de idade, deu início a um universo de experimentações que conduziram a técnicas únicas. Um jeito de criar que é reflexo também do próprio temperamento. Britto Velho é curioso,

ARTISTA MÚLTIPLO, SE EXPRESSA POR MEIO DE PINTURAS, DESENHOS, GRAVURAS E ESCULTURAS

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inquieto, inventivo e apreciador de desafios. Do que gosta mesmo é de liberdade. Por este motivo, se expressa por meio da pintura, do desenho, da gravura e da escultura. “Grandes mestres, como Picasso e Miró, conquistaram a liberdade de expressão em diferentes plataformas. Não acredito, nem de longe, naquela máxima que diz que quem faz tudo não faz nada direito”, sentencia. Entre suas principais referências, Britto Velho cita sempre os grandes mestres, mas também Francis Bacon, pela liberdade da forma, e Matisse, pela liberdade da cor. Ainda que se considere um pintor figurativo – e costuma ter a sua obra associada à pop art e ao surrealismo –, é um apaixonado pelo abstrato. “Se fosse fazer uma lista dos meus artistas


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Perfil Britto Velho

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preferidos, teríamos uma maioria de pintores abstratos. Eu gosto. Só não consigo ser. Digo sempre que o que eu faço nem sempre é o que mais gosto, mas é o que sou.” A figura humana é central na sua obra. “Em tudo consigo enxergar o humano: cabeças, olhos, pés. É como se todo o universo estivesse inserido nestas figuras que são bicho e gente. Muitas vezes ao mesmo tempo”, comenta. O processo criativo de Britto Velho tem início no desenho das formas e das figuras. “Depois vem a diversão que é a hora de colorir. Eu gosto do enfrentamento do branco e da cor.”

“EU GOSTO DO ENFRENTAMENTO DO BRANCO E DA COR”, DIZ O ARTISTA. COLORIR, PARA ELE, É UMA DIVERSÃO O currículo de Britto Velho é extenso. São mais de 50 mostras individuais e quase 400 participações em exposições coletivas. Suas obras produzidas já estiveram em centros importantes de cultura, como Museu de Arte de São Paulo (MASP), Museu Brasileiro da Escultura (MUBE), Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) e também no Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro. E após períodos longos em Paris (França) e São Paulo (SP), que contribuíram de maneira importante para consolidação de seu trabalho, Britto Velho mantém o ritmo de produção em seu atelier em Porto Alegre (RS), sua cidade natal. “A obra é feito pelo artista. Quando pronta, morre. Só ganha vida novamente quando alguém projeta o seu conteúdo sobre ela e faz sua releitura. Cada quadro, observado por alguém, será CasaS • 91


Perfil Britto Velho

diferente. Uma obra pode ter várias vidas. Gostaria que a pessoa, ao olhar para o meu trabalho, tivesse a liberdade de pensar o que quiser. É a mesma liberdade que eu tenho de criar”, explica. Enquanto conversa, faz questão de reforçar o avanço da própria idade. Em 1º de junho de 2018 o artista plástico comemora 72 anos. “Nenhum médico me disse, mas eu acho que sou um pouquinho hiperativo”, diverte-se. “O artista precisa ser um profissional sério, mas não deve se levar tão a sério. Costumo questionar: ‘quem disse que esse cara é

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importante?’. Acredito que isso me mantém atual. Estou sempre com a cabeça a mil. Sempre buscando renovação.” A renovação de Britto Velho se dá pelo encontro. Em seu atelier, ministra aulas para pequenos grupos. “Mais do que a produção, encontrou-se aqui um espaço para manter o diálogo sobre a arte. Antes da internet, só assim se descobria o que estava acontecendo no mundo das artes. Tínhamos também mais galerias na cidade, o que proporcionava esta troca. O artista é solitário. E eu gosto de conexão”, finaliza.


mente para uso outdoor, llamó la atención del público en la CasaCor SP. Saccaro estuvo presente en seis ambientes de la muestra, con varios productos y diferentes conceptos de diseño. En esta edición de la revista Saccaro CasaS hacemos un paseo por Rusia, conociendo las bellísimas ciudades de Moscú y San Petersburgo. El arte llama la atención en la arquitectura de estas dos ciudades y en museos como el Hermitage, un verdadero patrimonio de la humanidad. Finalizamos la revista con más arte, en una entrevista exclusiva con el genial Britto Velho, maestro de los colores y de las formas humanas, artista inquieto, vibrante, lleno de energía y de entusiasmo por la vida. ¡Buena lectura!

Tapa Revista Saccaro CasaS Año 6 #8 – Junio de 2018

Destaque

El asiento Estío es vencedora del premio Casa Vogue Design 2018 - Outdoor

Russia

La fascinación de dos grandes ciudades, Moscú y San Petersburgo

Índice

Inspiración

CasaCor SP Seis ambientes de CasaCor SP 2018 tienen piezas de Saccaro como destaque. Conozca los proyectos.

11 creativos, bellos y funcionales proyectos de residencias

CasaCor SP 2018

Design Saccaro marca presencia en seis ambientes

Asiento Estío Vencedora del premio Casa Vogue Design 2018, el asiento Estío, creada por Guilherme Wentz, es el destaque de esta edición. Viaje: Rusia Moscú y San Petersburgo, las dos ciudades emblemáticas de Rusia, en un reportaje que mezcla historia y óptimos consejos de viaje.

Nota del Editor ARTE MUNDO AFUERA Iniciamos 2018 ya llenos de óptimas noticias. En marzo, el asiento Estío, firmada por el joven diseñador Guilherme Wentz, arrebató al jurado técnico y al jurado popular del premio Casa Vogue Design y fue la vencedora en la categoría Mobiliario Outdoor. El asiento Estío representó a Saccaro y marcó presencia en el Salón internacional del mueble de Milán, expuesto en el espacio premio Casa Vogue Design. Otra novedad de nuestro portafolios, la colección Swell, compuesta por varias piezas creadas por Alain Blatchè especial-

Gastronomía rusa Clásicos de la culinaria rusa en una relectura sabrosa realizada por el chef Marcelo Schambeck, ¡con recetas! Proyectos Once bellos e inspiradores proyectos residenciales firmados por profesionales brasileños y latinoamericanos. Colección Swell Diseñada para uso outdoor, la colección Swell tiene la firma de Alain Blatché y tecnología de punta en los materiales. Perfil: Britto Velho El inquieto, alegre y genial Britto Velho, maestro de los colores, en una entrevista exclusiva para Saccaro CasaS. CasaS • 93


Dormitorio del bebé

CASACOR SP 2018 CASA VIVA, ¡VIVA LA CASA!

Estar más cerca de la naturaleza, encontrar en el hogar un refugio y celebrar tal espacio con amigos, familiares y mascotas. Eso es hacer de la casa un ambiente vivo. Y ese es el tema de CasaCor en 2018, la mayor y más completa muestra de arquitectura en la edición del evento en San Pablo (Brasil), realizada del 22 de mayo al 29 de julio en el Jockey Club. Enfocada en el diseño autoral, con mucha brasilidad y sofisticación, la marca apuesta en productos funcionales, elegantes y llenos de personalidad, que llevan la firma de diseñadores renombrados y de nuevos talentos del sector. Seis escritorios de estilos variados -Juliana Pippi, Meyer y Cortez, MN Interiores, Nildo José, Paola Ribeiro y Studio CASAdesign- fueron elegidos para resaltar la versatilidad de los productos Saccaro en la CasaCor SP 2018. Sepa un más sobre cada ambiente. Toki: Bucear en mi propio tiempo

Por Juliana Pippi Siendo esta su primera participación en la CasaCor San Pablo, la arquitecta firma una sala intimista de 40 m2 que propone la reconexión con el tiempo y con nosotros mismos. Los mobiliarios son alineados con el movimiento Slow Design, que valora cada fase del proceso de creación, haciendo que las personas aprecien la técnica y el resultado final con calma. Los productos realizados de esta manera traen una carga emocional en las piezas, lo que las transforma en únicas y difícilmente descartadas. Siguiendo este concepto, la arquitecta usó con maestría la colección Swell, que trae confort y diseño autoral al espacio, además de las mesas de apoyo Nix, del banco Hacienda y del buffet Pérgamo, que complementan el ambiente. Casa16

PPor Studio CASAdesign, de Moacir Schmitt Jr. y Salvio Moraes Jr. Un morar contemporáneo pautado por lo acogedor y por la simplicidad de los ambientes integrados. La Casa16 propone un vivir moderno y cosmopolita, con espacios amplios y acogedores. Una casa con 160 m2 divididos en cinco ambientes: sala y comedor, cocina, dormitorio, baño y área externa. Sus líneas simples, aunque sofisticadas, proporcionan serenidad, reforzada también por la luz natural y la brisa que entran por las ventanas y abrazan después de un día agitado. Combinado con el ambiente, el sofá Sintra favorece la convivencia y la interacción, desconecta del mundo exterior, ideal para relajar y curtir el confort del hogar. Componen el espacio las mesas de apoyo Eros, la mesa de centro Swell y el asiento Bloom. CasaS • 94

Por MN Interiores Un espacio lúdico que remite a la naturaleza, con potencial para crear una atmósfera acogedora y saludable tanto para los pequeños como para los padres. Firmado por las arquitectas Mayara Clá y Natasha Haddad, el dormitorio de 25 m2 fue concebido para dialogar con los adultos en un clima integrado con el lúdico y la naturaleza. Es un lugar acogedor para todos y la elección de los mobiliarios de Saccaro sigue la línea contemporánea, como el moderno asiento Bloom, las mesas de apoyo Dafne y la cómoda en cuero Bon Giorno. Loft nido

Por Nildo José “Cada vez que me rehago, soy más entero a los pedazos”; inspirado por esa frase, Nildo José reflexiona sobre el significado de reconstruirse, sobre el papel de la casa interfiriendo en el estímulo de las sensaciones responsables por ese reencuentro interior. Con esa mirada, el arquitecto idealizó el loft Nido, volviendo al acogimiento afectivo, para abrazar, llevar confort por medio de los sentidos y también tocar el alma de los visitantes. Componiendo el espacio, el sofá Tatami crea la sensación de espacio acogedor de los tradicionales tatamis japoneses. Modulares, los tapizados traen bienestar, calma y confort. Destaque para el premiado asiento Estío del diseñador Guilherme Wentz. Casa Terra

Por Paola Ribeiro El desafío de la arquitecta fue proyectar una casa envolvente que ofrezca practicidad y atractivos en ambientes integrados, amplios y con mucha luz natural, con un atrayente jardín, siguiendo por un confortable estar bajo un pergolado. Creado para ser un anexo de la casa, el espacio de convivencia tiene una increíble vista del verde, remitiendo al acogimiento y a la tranquilidad del campo. Es en ese espacio que los muebles de Saccaro ganan significado: sofás componibles, mesas de centro y hogar de la colección Pier son el destaque. Para completar, la mesa de comedor Tijuca y las sillas Bumerang son una invitación para disfrutar del área externa. Baño de los sentidos

Por Meyer y Cortez Ambiente de estética marcante, promueve el contacto con la naturaleza y los cinco sentidos. El espacio de 15 m2 se caracteriza por estimular los sentidos por medio de texturas, aromas, sonidos de los montes, plantas colgadas, madera y hasta un sabor de menta. Plantas y macetas están presentes en el carrito de bar Atalaia de Saccaro, un mueble práctico y versátil que gana una nueva utilización. Para traer sofisticación, dos luminarias París son colocadas en las laterales del ambiente y proporcionan elegancia y clase al ambiente. CasaCor San Pablo 2018

Del 22 de mayo al 29 de julio de 2018 Martes a sábados, de las 12:00 a las 21:00 Domingos, de las 12:00 a las 20:00 Local: Jockey Club de San Pablo (Av. Lineu de Paula Machado 1075) www.casacor.abril.com.br/mostras/sao-paulo/

Premio Casa Vogue HECHO DÍAS DE VERANO Paró la lluvia, pero todavía hace calor. Es estío cuando el tiempo queda seco. Y entonces es posible salir de casa, desperezarse al sol y sentir la tarde pasar sin prisa, como la brisa que de vez en cuando aparece para refrescar. Estío también es el nombre del nuevo sillón de Saccaro, creado por el diseñador Guilherme Wentz. Y la pieza carga muchas de esas sensaciones del verano. Es una lectura cuidadosa e inspiradora sobre el vivir al aire libre. La pieza fue vencedora del premio Casa Vogue Design 2018, en la categoría outdoor. El premio revela la opinión del público, que votó por medio de la página de la Internet y, también, de un renombrado y crítico cuerpo de jurados. Guilherme Wentz es un buen observador de la naturaleza. Cuando comenzó a surfar, allá por los 20 y pocos años, pasó a ver la naturaleza desde una perspectiva muy diferente: se conectó con ella. “Cambié algunos paradigmas que había creado para mi propia vida. La simplicidad y el deseo de una vida más “mínima” me llevaron hacia el diseño y guían mi trabajo hasta hoy”, explica. Los valores personales de Wentz también guían todas sus creaciones. Hay sofisticación en el minimalismo. “Lujo es tiempo, es poder hacer las elecciones correctas y, en el caso del mercado de consumo, tener pocos y buenos productos. Esos conceptos, para mí, se desdoblan no solo en la idea de consumo consciente sino también en la concepción del producto en sí, tanto por la idea de reducir materiales y recursos de fabricación como por el deseo de hacer productos que sirvan como agentes para una vida más leve”, dice Wentz. Observador de la naturaleza, Wentz cree en la sofistifación del minimalismo Practicidad: el asiento es leve y ocupa el mínimo espacio cuando es doblado Por ser un mueble versátil y práctico, Estío es ideal para ambientes de ocio, como piscinas, jardines y barandas; y debe ser bastante usado principalmente en días de verano. El respaldo se dobla y se encaja dentro de la estructura, reduciendo el espacio ocupado al ser guardado. “Ese requisito del proyecto guió la elección de materiales, con la finalidad que el producto fuese liviano para transportar y, principalmente, pensando en su forma final. Conseguimos llegar a un diseño que ocupa el mínimo de espacio cuando está doblado y


garantiza un buen confort cuando está en uso”, detalla el diseñador. Este es el estreno de Guilherme Wentz firmando productos en sociedad con Saccaro. “La marca me buscó con un briefing muy claro del producto en relación con su función. Mi objetivo fue atender los requisitos con el máximo de originalidad. Mi abordaje en los proyectos se da por agregar otra camada de significado al producto, que estimule una vida más simple”, explica.

Con apenas 29 años, Wentz ya es un diseñador multipremiado El asiento Estío marca su estreno como diseñador en Saccaro y le garantizó a Wentz una premiación más: venció el premio Casa Vogue Design 2018, en la categoría mobiliario outdoor. La pieza también estuvo en exposición durante el Salón internacional del mueble de Milán (Italia), durante el mes de abril, en el espacio “Premio Casa Vogue Design”.

Significados bien atados

El asiento Estío tiene un trenzado largo y confortable. Refuerza, así, las referencias a un pasado artesanal; al final de cuentas, el trenzado manual es una de las riquezas de la artesanía brasileña en el universo de la industria. “Esta es una línea tenue que me interesa mucho. Y son pocas las marcas que consiguen combinar esto tan bien como Saccaro. El trenzado manual es un gran diferencial de la empresa y yo quería explorar esa característica de Saccaro en el proyecto”, comenta. Para Guilherme Wentz, ambos abordajes -el industrial y el manual- tienen su importancia en la formación de la cultura contemporánea, pero es fundamental la preocupación con la artesanía, para que se mantengan presente. “La artesanía también es un elemento importante para la construcción de los conceptos de simplicidad y de consumo consciente”, defiende Wentz. La pieza presenta materiales apropiados para su uso en áreas externas y también un encaje doblable muy interesante, que garantiza versatilidad y practicidad. “Trabajar con industrias con procesos de producción e ingeniería tan bien resueltos es algo raro en el mercado, y es un gran facilitador de nuestra actividad como diseñadores. De manera general, la investigación de materiales y herrajes de articulación habría sido inviable si no hubiera una estructura como la de Saccaro. Quedé admirado con la empresa a lo largo del proceso y sorprendido con las posibilidades que se abrían en cada etapa de la creación del asiento Estío”, revela . Estío también valora la relación de Saccaro con lo artesanal Sobre Guilherme Wentz

Diseñador de productos graduado por la Universidad de Caxias do Sul (Río Grande do Sul, Brasil). Trabajó con la marca de objetos Riva antes de inaugurar su propio estudio. En pleno estreno como diseñador, Guilherme Wentz recibió los premios IDEA Brasil, Brasil Design Award y el sello internacional iF Design Award. Con estudio en San Pablo desde 2014, Wentz, quien tiene apenas 29 años, ya trabajó con grandes nombres de la industria nacional, además de haber actuado como director de arte de importantes marcas paulistas de mobiliario. En 2016 recibió, una vez más, el premio iF Design Award, conquistó el 1° lugar en el premio Museo de la Casa brasileña y fue nombrado “Rising talent” por la Maison & Objet Americas. En 2017 fue destacado como “Talento en ascensión” en el primer premio Casa Vogue Design.

Viaje | Rusia ¡BONITA AL CUBO! Historia, cultura y mucha belleza en las dos principales ciudades rusas: Moscú y San Petersburgo El mayor país del planeta. En Rusia todo es superlativo y elocuente, de la historia a las artes, de las tradiciones a la arquitectura Use el exponente 3 al pensar en este país. Todo allá es grandioso: su historia, su fuerza, su belleza. Tierra de vikingos, compuesta por más de 160 grupos étnicos, fuertemente influenciada por la arquitectura bizantina, conocida por el ballet Bolshoi y por la novela La guerra y la paz, de Tolstoi. También es la tierra natal de los hermanos Lumiere, los creadores del cine, y, claro, hace los mejores vodkas del mundo. Más: fueron los rusos los primeros en explorar el espacio, con la Vostok. Difícil decir lo que es más fascinante de Rusia: ¿su belleza o su historia? En realidad, el país queda aún más interesante después que comenzamos a conocer su pasado. Una historia muchas veces cruel y trágica, es verdad. Sin embargo, a pesar de esto, instigante y de extrema superación. Para entenderla, piense en tres eras: la de los zares, la soviética y la actual, la moderna. Way of life & Borscht Hoy, Moscú mezcla la bien conservada arquitectura bizantina, con sus cúpulas redondeadas y deslumbrantes, junto con los rascacielos espejados. Grandes avenidas y autos importados, placas con el alfabeto cirílico al lado del occidental, señoras con semblantes cerrados y jóvenes insinuantes forman parte de la Moscú moderna. El inglés no es una lengua corriente, ni siquiera entre la nueva generación. Pero no hay dudas: los años de comunismo y de la cortina de hierro forman parte del pasado. El way of life americano es visto en los hábitos de los CasaS • 95


más jóvenes y en varias fachadas de establecimientos comerciales. Entre los restaurantes que sirven la típica sopa de remolacha (el borsch) están casas de comidas rápidas de las redes McDonald’s y Subway. Las mayores grifes del mundo pueden ser encontradas en el lujoso GUM (Gosudarstvenny Universalny Magazin), construido en 1893 y transformado en un centro comercial en 1953, en plena ebullición de la plaza Roja. En las ferias de artesanías usted encuentra las súper tradicionales matrioskas: las muñecas hechas con madera, colocadas unas adentro de las otras. Lo que las diferencia son el tema pintado y la complejidad de los detalles. Las más tradicionales son las campesinas, que simbolizan la maternidad y el amor. El país tiene diferentes husos horarios. En relación a Brasil, la capital -Moscú- está seis horas adelante. Si en el invierno la temperatura puede llegar a los 25 grados negativos, en el verano puede superar los 30 grados. De diciembre a febrero cae nieve. Moscú Moscú es la ciudad más al norte en el globo terrestre y posee la segunda mayor población de Europa: 12 millones de habitantes. Pierde, apenas, para Estambul. Es la sexta mayor del planeta. El subterráneo solo queda atrás, en tamaño, al de Tokio y tiene una arquitectura fabulosa. Y, sí, allá está la segunda mayor comunidad de millonarios del mundo. Obviamente, la ciudad es el centro financiero del país. Su nombre es Moscú debido al río Moscova, que corta la ciudad y pasa al lado del Kremlin y de la plaza Roja: dos grandes íconos del país. Curiosidad: hay 49 puentes cruzando el río Moscova. En los libros de historia, Moscú aparece por primera vez en el año 1147 y el príncipe Jorge I figura como su fundador; lo que prueba que, incluso antes de comenzar el imperio ruso, en 1721, esta metrópoli ya figuraba como un importante escenario en el curso de los acontecimientos. A pesar de los más de 30 años de comunismo, que predicaba el ateísmo, gran parte de la población de Rusia es cristiana. Antes del Estado soviético había 1.600 iglesias en la ciudad. Desde 1991, ellas están siendo restauradas. Las dos más bonitas y famosas son la catedral del Cristo Redentor y la de San Basilio. Es posible ir caminando, bordeando el río, de una a la otra. El único “pero” será el número casi infinito de paradas para fotografiar al bellísimo Kremlin, que está entre ellas. Catedral del Cristo redentor

Hay dos colores que toman el control del escenario en esa catedral: el blanco de sus paredes y el dorado de sus cinco cópulas. Vista de lejos, eriza la piel; aún más si el cielo está azul, pues el contraste es fabuloso. Ella fue inaugurada en el año 1833 para la coronación del zar Alejandro III; pero fue construida por órdenes de Alejandro I para conmemorar la victoria de las victorias, uno de los marcos del calendario ruso: la derrota de las imbatibles tropas de Napoleón Bonaparte, en 1812. Cuando el ejército francés llegó a Moscú, encontró una ciudad completamente devastada, quemada y sin habitantes. Los rusos percibieron que la única manera de vencer a los franceses era hacerlos morir de hambre y frío. Y fue exactamente eso lo que aconteció. Los soldados fueron obligados a regresar y pocos llegaron CasaS • 96

con vida a Francia. Tal historia fue contada en la novela La guerra y la paz, de León Tolstoi, uno de los más importantes escritores rusos. Los siglos avanzaron, los zares cayeron, los comunistas llegaron al poder e hicieron explotar la catedral en 1931 por ser un importante símbolo del imperio zarista. La idea era proyectar en ese mismo lugar el palacio de los sovietes con una estatua gigante de Lenin. Pero, el proyecto no salió del papel y en el lugar del palacio fue construida una piscina pública. Con la caída definitiva de la Unión Soviética, en el año 2000, la catedral fue nuevamente construida a imagen y semejanza de la anterior; lo que muestra el increíble poder de reconstrucción -en todos los sentidos- de los rusos. Catedral de San Basilio

La catedral de San Basilio es la más bellas entre las construcciones religiosas de la capital rusa. Colorida y con torres en el formato de cebollas, parece que salió de algún cuento mágico de aquellos que comienzan con la frase: “Había una vez…” Registros indican que la intención era simular una hoguera en la dirección del cielo. La explicación parece bien razonable. Fue el zar Iván IV, el terrible, quien mandó levantarla en 1555. ¿El motivo? Conmemorar el dominio de la ciudad de Kazar. Hasta aquel momento, nada igual había sido proyectado. No hay fuente literaria que deje de citar la leyenda que cuenta que Iván mandó cegar al arquitecto, Postnik Yakovlev, para que él no pudiera reproducir una obra semejante. Leyenda que, dígase de paso, hace la catedral más fascinante. Hoy funciona para cultos de la iglesia ortodoxa rusa y abriga una división del museo de Historia del Estado. Es patrimonio mundial de la Unesco, desde 1990. El Kremlin

El Kremlin es la “Casa Blanca” de los rusos. El presidente, Vladimir Putin, que cumple su tercer mandato y tiene en el currículum el curioso hecho de haber sido chef de la KGB (la extinta organización del servicio secreto de la Unión Soviética), reside allí. Fue el zar Ivań III, el grande, que tuvo la idea de transformarlo en residencia de los emperadores. Y para ellos llamó a arquitectos italianos renacentistas. Kremlin significa “fortaleza dentro de una ciudad”, lo que explica sus muros altos con torres de vigilancia. Antes de tranformarse en la morada de los zares, ya existía como fuerte. El interior de esta fortaleza puede -y debe- ser visitado. Con el transcurso de los siglos, hay registros de tres ataques exitosos al Kremlin: en 1612, por los señores feudales de Polonia y Lituania; en 1812, cuando Napoléon destruyó seis torres; en 1917, cuando el ejército Rojo de Lenin tomó el poder, marcando el inicio de la Revolución rusa. La Plaza Roja

Bienvenido al marco cero de la ciudad, que podrá funcionar muy bien como su punto de referencia. Las grandes avenidas de Moscú nacen en este lugar. Allí están el Kremlin y la catedral de San Basilio, el GUM (centro comercial), el museo de Historia de Rusia y la catedral de Kazan. La Plaza Roja será su punto de partida, de llegada y

de pasaje. Ella va a aparecer de forma intensa en su temporada en suelo ruso. Y lo más importante: usted se va a emocionar con ella. Por estar en Moscú y la ciudad haber sido capital de los zares y de la Unión Soviética, campo de batalla en la Segunda Guerra Mundial, centro de la Guerra Fría, sede de los Juegos Olímpicos de 1980 y el local donde está el mausoleo de Lenin, la plaza tiene un peso histórico de dejar “la piel de gallina”. El razonamiento obvio es deducir que su nombre viene del extenso y alto muro rojo del Kremlin y del ejército Rojo de Lenin; pero en realidad, ella ganó su nombre porque krasnaya, en ruso, significa rojo y bonito. Ella es grande. Muy grande. Tiene medio kilómetro entre el pórtico de entrada y la salida en dirección al río. Es palco de todos los tipos de eventos. En realidad, es mucho más que eso: es el escenario de los mayores acontecimientos rusos. Stalin y el subterráneo

Hijo de una costurera y un zapatero, el “hombre de acero” (significado de la palabra stalin) fue uno de los mayores dictadores del mundo. Su era duró de 1927 a 1953. Trajo progreso a Rusia, así como hirió los derechos humanos. En las tres décadas de su gobierno millares de personas murieron. Y en el medio de ese periodo turbulento fue inaugurado el subterráneo más bonito del mundo. Fecha: 1935. Stalin quería entregarle a la población un medio de transporte glamoroso, que representara una Rusia poderosa. El subterráneo fue una gran propaganda soviética. Dejando las polémicas de lado, estaciones como Komsomolskaya, Taganskaya, Novoslobodskaya y Kievskaya son realmente increíbles. Construidas en mármol, con pinturas, frescos, lustres, mosaicos, vitrales, candelabros, columnas y estatuas; son palacios subterráneos abiertos al público. San Petersburgo Esta ciudad es tan linda como Moscú, pero diferente. Tiene un aire más austero, zarista y old fashion que la capital. Bañada por el río Neva, ya fue llamada Petrogrado (la ciudad de Pedro) y Leningrado (en obvio homenaje a Lenin); pero volvió a ser San Petersburgo cuando cayó el comunismo. Tiene la óptima fama de ser apuntada como la capital cultural de Rusia. Tierra de Dostoievski, buena parte de sus monumentos son patrimonios históricos mundiales. Pedro, el grande, la fundó el 27 de mayo de 1703. San Petersburgo fue capital del imperio ruso durante todo el reinado de la dinastía de los Romanov. Es allá que se encuentra uno de los museos más increíbles del planeta, el enigmático y lindísimo Hermitage, que fue residencia de los zares, como lo era el Kremlin en Moscú. Quede atento a los canales que se extienden por 74 kilómetros y son responsables por el adecuado y romántico título de “Venecia del norte”. Haga un tour en barco para tener una visión de la ciudad desde adentro del agua. En suelo firme, quede despierto hasta la madrugada y va a ver el puente Palace Bridge levantarse para que los grandes navíos pasen. Familiarícese con la avenida Névski Prospekt, en la que hay un sin fin de tiendas, restaurantes, bares, café y el centro comercial más antiguo de la ciudad, el Gostiny


Dvor, ocupando un predio construido en el siglo XVIII. Así como Moscú, entre noviembre y marzo el frío es tan intenso que llega a ser cruel, casi insoportable para quien no nació por allá. Las noches blancas en la segunda quincena de junio atraen a turistas ávidos por los días más largos, cuando casi no hay noche y la linda blue hour del crepúsculo deja el cielo en el color perfecto para sacar excelentes fotografías. Es en el verano ruso (junio, julio y agosto) que los 20 grados prevalecen y las calles de la ciudad de llenan. Si la temperatura se lo permite, recorra la ciudad durante la noche, pues todos los monumentos son iluminados. El resultado es un visual aún más dramático y que transborda historia. Peter debe ser vista y vivida en la tranquilidad de la madrugada. Fortalezas

En 1703, en la pequeña isla de Zayachy, las fortalezas de San Pedro y de San Pablo comenzaron a ser construidas. En la época, el objetivo era la protección contra una posible invasión sueca. Detrás de sus altos muros, que están de cruzados en el río Neva, está la catedral con los túmulos de las ocho generaciones de la dinastía Romanov. Y también la prisión en la que León Trotsky, Alexander Ulyanov (hermano de Lenin) y Fiodor Dostoievski fueron prisioneros. Palacio de Catarina

Un bello día, en 1717, Catarina I decidió construir un palacio de verano en la ciudad de Tsárskoye, a 25 kilómetros de San Petersburgo. Años más tarde, su hija, la emperatriz Isabel, decidió renovarlo en el estilo rococó y, obviamente, repleto de detalles de oro. La parte interna, que incluyó el salón de baile y la capilla platina, llena los ojos tanto como la fachada. Tratándose de zares, lujos y grandiosidad, la “casa de verano” de la dinastía Romanov merece ser visitada. Tres catedrales para visitar

La cúpula de Saint Isaac es hecha con 40 kilos de oro. Las marcas de balas en las paredes son herencia de la segunda guerra mundial, cuando aconteció el cerco de 900 días por parte de los alemanes, que llevó a buena parte de la población a morir de hambre. El zar Pedro, el grande, nació el mismo día que San Isaac y la catedral es un homenaje a él. Ella llevó cuatro décadas para ser construida: de 1818 a 1858. Dentro del programa turístico está subir a su cúpula y ver la ciudad desde lo alto. La iglesia ortodoxa también es un museo. Por su parte, la catedral de Kazán queda en la agitada avenida Nevsky Prospekt, es datada de 1811 y es una réplica de la basílica de San Pedro, en Roma. Sus 96 columnas con 80 metros de altura, lado a lado, en formato de U, impresionan. Y su jardín invita a una caminata. Ella fue proyectada para abrigar la imagen de Nuestra Señora de Kazan, considerada la protectora del pueblo ruso. Durante el comunismo fue transformada en el museo del ateísmo. La más famosa y bonita catedral es la Savior on the Spilled Blood, que es mucho más moderna: fue construida en 1907 y está de frente al canal de Griboedov. Dígase de paso, local donde el zar Alejandro II fue muerto y lo que explica que el nombre de la iglesia sea “Sangre derramada” (spilled blood, en inglés). Ella

es muy parecida a la iglesia de San Basilio, en Moscú. Colorida, con las cúpulas en el formato de cebollas e increíblemente bonita. Grand Hotel Europe

Hay hoteles que forman parte del alma de una ciudad. El Belmond Grand Hotel Europe es uno de ellos. Fundado el 28 de enero de 1875, disputa el título del más lujosos de la ciudad con, apenas, otras dos propiedades. En términos de localización, es difícil no verlo: queda en la visitada Nevsky Prospekt, a pocos minutos caminando desde la iglesia de la Sangre derramada. En el cuadro de huéspedes ilustres están el compositor ruso Ígor Stravinski, el músico británico Elton John y el rey de Escocia, Gustavo V. Las suites Unique Historic, son inspiradas en el lujo de los zares y cuentan con un mayordomo particular. Ya las Avant-Garde, decoradas con obras de artistas rusos, sobresalen por el diseño. En el Grand Hotel Europe usted va a encontrar el restaurante más antiguo de Rusia: el L’Europe. En un salón extraordinario, en el que un piano de cola está sobre un palco con el vitral de Apolo detrás, mozos con guantes blancos van a servir alta gastronomía rusa, caviar y vodka. Un lugar perfecto para cerrar su temporada en territorio ruso en grandísimo estilo y siguiendo a rajatablas las tradiciones. Hermitage

La zarina Catarina II, la grande, que reinó de 1762 a 1796, fue quien mandó construir el Hermitage, en 1764. Apasionada por el arte, comenzó la colección de aquel que se transformaría en el tercer mayor museo del mundo. El palacio es sorprendente. Aunque estuviera sin un solo objeto expuesto, ya sería impresionante. El techo y el piso son de una riqueza digna de la elocuencia de los zares, que allí residieron hasta la Revolución rusa, en 1917. El Hermitage es grande. Mejor, ¡es inmenso! Tiene 300 salas y es de una belleza tocante. Espere encontrar obras de la historia rusa, obviamente; pero también de Leonardo da Vinci, con el cuadro “Madona y el niño”, y Monet, con “El puente de Waterloo”. Hay más de tres millones de preciosidades en este museo, que pide de dos a tres días para ser debidamente explorado. El complejo Hermitage, además de palacio de invierno, incluye el Pequeño Hermitage, el Gran Hermitage y el Nuevo Hermitage, todos interconectados. ¡Imperdible! Dostoievski y El idiota

Fiódor Dostoievski nació en Moscú, en 1821, y murió, con 59 años, en San Petersburgo, ciudad en la que vivió durante muchos años. Autor de Crimen y castigo, El idiota y Los hermanos Karamazov, es uno de los grandes nombres de la literatura rusa de la época de los zares. Escritor y psicólogo, es conocido por ser uno de los padres del existencialismo. Hay dos programas para hacer con Dostoievski en mente: cenar en el restaurante The Idiot, que sirve comida rusa vegetariana en un ambiente peculiar y antiguo, bien al estilo del siglo XIX, e ir a su casa, la que -naturalmente- se transformó en un museo. Allí, el genio escribió Los hermanos Karamazov. Del lado de afuera, la estatua del escritor, sentado de piernas y manos cruzadas, mirando para abajo, exige una foto.

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Ingredientes 300 gr. de carne de vaca (la más suave) cortada en trocitos pequeños / 300 gr. de hongos cortados en rodajas gruesas / 1 cebolla grande picada / 1 diente de ajo picado / 200 gr. de crema de leche fresca / 1 dosis de caña / aguardiente / ¼ de salsa de albahaca / Sal / Pimienta del reino

Gastronomía RUSIA A LA MESA Rusia parece distante. Y lo es. Con suerte, y dependiendo del número de escalas, son 20 horas de vuelo para llegar hasta allá. La proximidad aparece en la mesa. El chef Marcelo Schambeck, invitado para recrear clásicos de la culinaria rusa dándoles un toque regional, quedó sorprendido cuando fue a investigar sobre la comida local. “Es una gastronomía bastante rica; al final de cuentas, es una mezcla de la cultura europea y oriental con herencias de las antiguas repúblicas soviéticas. Es obvio que los ingredientes y las preparaciones son diferentes, pero hay recetas comunes, del día a día del latinoamericano en general y del brasileño en particular que cargan esa influencia, aunque no se conozca con exactitud el origen”, comenta el profesional. Platos concebidos para enfrentar inviernos rigurosos, llenos de nutrientes y bien calentitos ganaron el mundo y (¡sorpresa!) no deben causar tanto extrañamiento a los turistas que se aventuren por este destino europeo, distinto a todos los otros en los más variados aspectos. Como todo menú típico, siempre hay recetas diferentes. Es el caso del Kholodets, una curiosa gelatina de carne. Pero otros platos pueden causar menos sorpresa, tal como la ensalada Olivier, que lleva mayonesa, papa cocinada, arvejas, pepino en conserva, cebolla, huevo y zanahoria; o el pollo a la Kiev, una pechuga deshuesada y rellena que después es frita o cocinada; la solyanka, una sopa picante y cremosa con carne, pescado y hongos. Nada del otro mundo, ¿no es verdad? En las próximas páginas, Marcelo Schambeck presenta sus relecturas del stroganov o estrogonof, en su versión brasileña; de la Borscht, una sopa de tomate y remolacha; y del Blinis, famosos y pequeños panqueques rusos. Xороший аппетит (en ruso, ¡buen provecho!). Estrogonof Versión del Stroganov Mucha gente por estas latitudes conoce muy bien esta receta. Desde sus orígenes, en el siglo XIX, el plato se popularizó en muchos países de Europa y ganó ingredientes extras tales como tomates, hongos, pepinos en conserva y hasta ketchup. Sin embargo, la receta original lleva, apenas, carne y crema de leche ácida. El arroz es siempre el acompañamiento correcto del estrogonof en estas tierras latinas; pero en las mesas rusas, el stroganov va con papas (en puré o asadas). CasaS • 98

Preparación Caliente bien una sartén. Coloque un chorrito de aceite y deje tostar la carne. Reserve. En la misma sartén, con un poco más de aceite, dore los hongos. También reserve. Rehogue la cebolla y el ajo. Coloque la carne y los hongos nuevamente en la sartén con la cebolla y el ajo. Agregue la crema de leche y deje reducir un poco esa salsa. Ajuste la sal y la pimienta. Finalice con las hojas de albahaca. Sirva con puré de papas.

Frutas de la estación / 100 gr. de nueces picadas / 300 gr. de crema de leche fresca / ½ cucharada de sopa de azúcar / Jugo de ½ limón / 1 cucharada de miel Preparación Licúe todos los ingredientes de la masa de los panqueques en la licuadora. Coloque en un recipiente y deje descansar por lo menos 20 minutos en la heladera. Corte las frutas a su gusto. Bata la crema de leche con el azúcar y el limón hasta el punto chantilly. Disponga en una sartén bien caliente una cucharón (pequeño) de masa de los panqueques y espere hasta que se dore. No es necesario dorar de los dos lados. Para montarlo, doble la masa, coloque las frutas, las nueces o la crema chantilly. Para finalizar, una cucharada de miel

Sopa de tomate y remolacha Versión del Borscht Es una sopa que lleva tomate y remolacha. Dicen que la receta surgió en Ucrania, pero es popular en casi todos los países del Este europeo. Puede llevar porotos (frijoles), coliflor, zanahoria, pepino, papa, cebolla, hongos y carnes. Es bien nutritiva y siempre es servida caliente. Es la receta perfecta para espantar al frío Ingredientes 5 remolachas medianas, peladas y cortadas en cubos / 3 tomates cortados en cubos / 20 tomates pequeños, cortados en cuatro partes / 1 cebolla grande, picada / 1 cebolla roja pequeña, cortada en tiras / 1 diente de ajo, picado / ½ litro de caldo de legumbres / ¼ de ramo de albahaca / Sal / Pimienta Preparación Rehogue la cebolla y el ajo en aceite de oliva en una olla honda. Agregue la remolacha, el tomate y el caldo de legumbres. Deje hervir durante 30 minutos o hasta que la remolacha quede blanda. En una sartén, rehogue rápidamente la cebolla roja y el tomate pequeño. Coloque en un recipiente y condimente con aceite, pimienta del reino y hojas de albahaca. Reserve. Deje que las legumbres se enfríen un poco y licúe en la licuadora hasta que quede una crema sin grumos. Sirva la sopa con la mezcla de cebolla roja y tomate por arriba. Panqueques rusos Versión para Blini No es por casualidad que los franceses adoptaron esta receta. Los panqueques, generalmente hechos con masa fina, básicamente harina, huevos y leche, pueden ser servidos con crema de leche, jalea, miel, caviar o salmón ahumado. Pueden ser acompañados por hongos, queso cottage, carne picada y repollo. Ingredientes de la masa 1 y ½ taza de harina de trigo / 5 huevos / 1 taza de agua helada / 1 taza de leche entera helada / 3 cucharadas de sopa de manteca helada / 1 cucharada de sopa de azúcar / 1 pitada de sal Ingredientes de las coberturas

Proyetos RESIDENCIAS PARA DISFRUTAR EL DÍA A DÍA Reunimos en esta edición 11 proyectos de arquitectos y diseñadores para residencias localizadas en las más diversas regiones de Brasil, además de un penthouse en la Ciudad de México. En común, ellas tienen la calidad de inspirar óptimos momentos para el día a día de sus moradores. 1. Requinte y elegância Decoradora / Artista plástica: Deise Pucci Arquitectos Marcelo Diniz y Mateus Finzetto Franca | San Pablo | San Pablo La temporalidad y la simetría marcan este proyecto de decoración en un apartamento de 500 metros cuadrados, en la ciudad de Franca, en el interior de San Pablo. La elección del mobiliario con líneas rectas y colores neutros se complementó con la carpintería, dando como resultado ambientes acogedores y sofisticados, prontos para recibir a la familia y a los amigos. Para el amplio comedor, los profesionales eligieron sillas Gurizada, de Saccaro. Al lado, un acogedor ambiente de estar fue compuesto con cuatro asientos Scandia, en cuero y la mesa de centro Dolomita. En el living principal y home teather, destaque para los asientos Callas y la luminaria París. 2. Alegre, confortable y funcional Arquitecta Elisabete Primati San Pablo | San Pablo | Brasil


Las expectativas estéticas de los clientes para este apartamento en Pinheiros, San Pablo, eran muy grandes. Los ambientes deberían ser funcionales y confortables y, al mismo tiempo, alegres, informales y refinados. La arquitecta Elisabete Primati trabajó con la integración entre el área social y las dos terrazas, equilibrando la informalidad y la sofisticación. La terraza social fue mobiliada con asientos Santa Bárbara y el sofá de fibra natural, todos de Saccaro; revestidos con tejido Sumbrela. Instalado detrás del sofá, el panel pared verde puede ser apreciado desde todas las áreas sociales. En el home teather, sofá en “L” en color gamuza grafito y puff en cuero natural. Los asientos rojos que se destacan en el estar son de la colección Venti. 3. Sofisticación y rusticidad Arquitectos Patricia Cillo y Fernando Figoli San Pablo | San Pablo | Brasil Al cruzar la puerta de entrada de este apartamento localizado en el barrio Brooklyn, de la ciudad de San Pablo, es marcante el efecto de la mezcla de lo rústico con lo acogedor. El proyecto del escritorio Figoli Ravecca fue inspirado en el espíritu joven de los moradores, una pareja recién llegada de Nueva York, apasionada por animales y naturaleza. Los tonos neutros y claros se destacan. Es predominante el uso de elementos que remiten a la naturaleza, como la madera y el cuero. En la sala de televisión, la pared rústica se contrapone con el sofá y el asiento de cuero con estilo retro. Los puffs y las almohadas le dan un aire artesanal. Con mucha versatilidad, un banco sirve como mesa lateral. En la sala comedor, la mezcla de sillas y el uso de pendientes hace que el ambiente quede cool con sofisticación. 4. Ocio y integración de ambientes Arquitecta Jessica De Carli Caxias do Sul | Río Grande do Sul | Brasil Esta residencia, localizada en Brasilia, fue proyectada buscando una mayor integración entre los espacios de ocio. Un gran hall con pie derecho doble hace la conexión entre los ambientes de estar, el comedor y la cocina. Materiales como la madera y el piso cementicio contrastan con las grandes aberturas de vidrio para el exterior de la casa. Muebles y sofás Saccaro aparecen en la decoración de los diversos ambientes sociales. Para el amplio estar, que tiene estilo contemporáneo, la arquitecta eligió asientos Scandia con tapizado en cuero y un sofá componible de la colección Neo. La mezcla de madera y fibra natural de las mesas de centro y lateral Manila da el toque acogedor y la luminaria Eiffel completa el ambiente. En el comedor, Jessica De Carli dispuso ocho sillas Asti. 5. Brasilidad contemporánea Arquitecto Jailson Faria Jales Joao Pessoa | Paraíba | Brasil En la ambientación de esta residencia, en Joao

Pessoa, el arquitecto Jailson Jales buscó imprimirles a los espacios una identidad local. Por eso, optó por el diseño singular y genuinamente brasileño de los muebles Saccaro. Faria Jales optó por la armonía entre los colores claros, en tonos predominantemente neutros. Les asoció materiales como la madera y el vidrio y una iluminación acogedora. De esa manera, los ambientes tienen un atmósfera elegante, leve y confortable. El mobiliario elegido dialoga perfectamente con el proyecto arquitectónico y tiene un papel protagónico en la composición de este escenario contemporáneo. 6. Área social bien integrada Arquitectos Marcel Casamassa y Silvia Almeida San Pablo | San Pablo | Brasil El deseo de los moradores de este apartamento era disfrutar del área social de una manera más integrada. El mayor desafío fue sintetizar cinco ambientes con usos diferentes: cocina, parrilla, sala de televisión, hogar y comedor, de forma elegante, con mucha levedad y contemporaneidad. La nueva planta libre (después de una reforma) permitió usar muebles mayores, como la mesa de comedor con doce lugares, para acomodar confortablemente a todos los parientes y amigos, además de sofás y asientos que le dieron al apartamento un aire acogedor, hasta ese momento inexistente. 7. Funcional y contemporáneo Arquitecta Marisa Lebarbenchon Florianópolis | Santa Catarina | Brasil Este apartamento, localizado junto a la rambla de la ciudad, fue pensado para el confort y los momentos de confraternización. El living, el espacio gourmet y la baranda se integran, proporcionando amplitud. El mobiliario suelto recibió atención especial en la elección, pues hay niños pequeños en la casa. Tenía que ser funcional, con un toque de contemporaneidad. El sofá Callas, grande (para acomodar a todos muy bien) tiene color neutro, contrastando con la pared verde. Los asientos elegidos, Scandia, colocados frente al papel de pared con hojas, componen un visual más osado. La baranda recibió mobiliario de madera, con toques de color en los almohadones. El ambiente es confortable y acogedor, permitiendo recibir invitados con mucho confort y practicidad. 8. Vanguardia elegante Arquitecto David Penjos Smeke Ciudad de México | México Este bello y amplio penthouse en la Ciudad de México tiene un área social con un pie derecho doble y con un impresionante estante de libros, bodega y hogar. El espacio indoor se comunica con el área externa, promoviendo la integración con una vista espectacular y proporcionando amplitud e iluminación natural. La composición y la alternancia de los materiales de los pisos, las piedras en tonos de gris en las paredes CasaS • 99


contrastan con la madera de los zócalos, de las puertas y de los muebles. Los desniveles del departamento son valorados con las luminarias de techo en tonos claros. El resultado es un ambiente elegante y de vanguardia.

mobiliario del espacio gourmet, con los bancos y las sillas de la colección Noronha. La composición final es bella, confortable, sofisticada y atemporal.

Tapizados especiales para uso outdoor, súper tecnológicos y resistentes

9. Contemporáneo con toques clásicos Arquitecta Paula Titton De Carli Caxias do Sul | Río Grande do Sul | Brasil Un hall en color gris oscuro, cubierto por espejos biselados fijos en el techo y en la pared frontal, da la bienvenida e instiga a diferentes percepciones a quien entra en este apartamento en la ciudad de Caxias do Sul, en la sierra gaucha. La planta del inmueble, con amplios espacios, permitió la configuración de ambientes independientes e interconectados para uso de la familia compuesta por el matrimonio y dos hijos. Los propietarios solicitaron un ambiente contemporáneo con toques clásicos. “Nada más actual que la mezcla de los trazos puros con lo que hay más bello en lo clásico”, dice la arquitecta Paula De Carli. Para el comedor ella eligió sillas Alpi, de Saccaro. En la sala, destaque para los asientos Lolita. 10. Armonía, visual y comodidad Arquitectos Silvana Margarin y Rafael Caramori Florianópolis | Santa Catarina | Brasil El visual cuenta, y mucho, para calmar la rutina agitada. Aún más si el escenario en cuestión es la rambla de Florianópolis. El paisaje encantó a los arquitectos Silvana Margarin y Rafael Caramori, de la Calli Arquitectura. El desafío de esta pareja profesional fue crear un proyecto que sacara partido del bello visual del paisaje externo, con todo confort y comodidad del lado de adentro. La planta flexible fue ocupada por muebles de formas cuidadas y que garantizan practicidad en el día a día. La paleta de colores elegida exploró tonos neutros en el mobiliario suelto de Saccaro y hecho a medida. La sala integrada se divide en tres ambientes: el living, que fue prensado para recibir visitas y también asume la función de sala de televisión para la familia; el comedor acoge a ocho personas. Hay también un área más informal, perfecta para degustar buenos rótulos, reunir amigos o, incluso, para una lectura más introspectiva. 11. Confort, diseño y requinte Arquitecta Yeda Chimello Itatiba | San Pablo | Brasil De perfil contemporáneo, este proyecto fue creado para una residencia en Itatiba, estado de San Pablo. La arquitecta privilegió soluciones para morar y convivir con estilo y sofisticación, sin dejar de lado el confort. Para los moradores, lo fundamental era encontrar un perfecto equilibrio entre colores, texturas, confort y calidad. Los muebles elegidos para todo el área social tienen el mismo lenguaje contemporáneo que el proyecto. Las sillas de la colección Alpi y la mesa Diva del comedor componen perfectamente con el sofá de cuero Córdoba y la mesa oval Dolomita de la sala, que también conectan con el CasaS • 100

Además de los sofás, la colección Swell está compuesta por mesa de centro, mesa lateral giratoria, paravento con toldo y también un hogar.

La colección Swell permite crear bellos ambientes de estar al aire libre “En estos accesorios privilegiamos el uso del basalto, un material muy resistente y abundante en Brasil. Creo interesante cuando conseguimos hacer que el diseño “vibre” con lo simple”, dice Blatchè. Todas las piezas Swell presentan cualidades como resistencia al agua y a la pérdida de color y la protección UV.

Diseño e Innovación CON LA FUERZA DE LAS MAREAS La colección Swell fue inspirada en la fuerza transformadora de las ondas del mar. Alain Blatchè creó muebles especiales para uso outdoor, con tecnología avanzada y diseño que trae requinte y dinámica para los ambientes externos. La colección Swell lleva diseño y sofisticación para las áreas externas. Los sofás están compuestos por módulos Todos los días, Alain Blatchè se despierta y mira atentamente el mar. En Florianópolis, rodeado por las aguas, observa diariamente la naturaleza y sus movimientos. El diseñador francés espera las condiciones ideales para ir a surfear con el hijo. El swell, que es la ondulación en el mar, continua y sin ruidos, ideal para la práctica del deporte, es una invitación para vivir al aire libre y para interactuar con ese hábitat en constante transformación que es la playa. Esas vivencias inspiran la creación de su más nueva creación para Saccaro: la Swell. Las piezas llevan el diseño y la sofisticación para las áreas externas. “Buscamos darle libertad al consumidor para que se apropie del diseño y, a partir de él, que componga de diferentes formas e individualice la pieza a su manera”, destaca. Uno de los diferenciales de los sofás creados por el diseñador está en el sistema de clipaje entre asientos. “Esto permite cambiar todo de lugar cuando usted quiera. Es una diferencia cuando comparado con los módulos atornillados”. La naturaleza da el tono Los matices naturales -azul, verde, amarillo, quemado y marrón- aparecen entre las múltiples opciones de tapizado especialmente desarrollado para uso outdoor con la más avanzada tecnología disponible en el mercado. Y, una vez más, el consumidor puede combinarlos de la forma que quiera: los módulos pueden tener diferentes tonalidades, asiento y respaldo tampoco necesitan seguir los mismos colores. Movimiento. Libertad.

Nuevos lenguajes La colección Swell marca la retomada de la sociedad de Alain Blatchè y Saccaro. El diseñador firma varios productos de la marca que, después de casi 20 años, todavía se mantienen en el catálogo. Es el caso de la reposera Ana Rech, revolucionaria en la época por el uso de aluminio crudo y una trama diferenciada. “Es interesante esta oportunidad de poder expresarme mirando hacia el futuro. En lugar de seguir tendencias, quiero lanzar tendencias. La tecnología de Saccaro me interesa y la marca me permite crear productos que vayan al frente de su tiempo, posibles de madurez con la ayuda de un óptimo trabajo de marketing. La colección Swell carga un poco de eso”, reconoce. Los colores terrosos y acuáticos de la Swell son una referencia a la naturaleza Sobre Alain Blatché El diseñador francés Alain Blatché está radicado en Brasil hace algunos años. Sus productos marcaron presencia en el portafolio de las mejores empresas del ramo mobiliario. Ya fue premiado en concursos tales como el Salón Design Movesul, Casa Brasil y Planeta Casa y participó de exposiciones nacionales e internacionales. En sus colecciones, se dedica a los aspectos del diseño contemporáneo, con productos que componen una extensa gama de posibilidades decorativas y de gran impacto visual. Blatché cree en la triangulación entre arte (diseño), ciencia (industria) y economía (distribución). “Es conveniente mantener la confluencia de estos territorios: el diseñador necesita conocer y dominar las tres puntas del triángulo”. Alain Blatchè hace un diseño de gran impacto visual e infinitas posibilidades decorativas


Artista múltiple, se expresa por medio de pinturas, diseños, grabados y esculturas “A mí me gusta el enfrentamiento del blanco con el color”, dice el artista. Colorear, para él, es una diversión

Perfil | Britto Velho BRITTO VELHO INQUIETAMENTE “Mi hijo, no comentes por ahí que sueñas con colores puros. Pueden pensar que es locura”, jugaba el psicoanalista Víctor de Britto Velho en conversación con su hijo, Carlos. Como buen entendedor del comportamiento humano, siempre supo que delante de él había un gran artista. En la década de los 50, el médico, la esposa, Branca, y los cinco hijos se mudaron de Porto Alegre (capital de Río Grande do Sul, Brasil) a Buenos Aires (capital de Argentina), para un intercambio de estudios. Entre otros diversos estímulos para el desarrollo de la creatividad, el psicoanalista le regaló a su hijo una maleta de pinturas al óleo. Y en ese momento comienza esta historia. Carlos Carrión de Britto Velho -Britto Velho- es uno de los artistas gauchos más consagrados de la actualidad. Es autodidacta: la maleta de tinta que recibió a los nueve años de edad, dio inicio a un universo de experimentaciones que condujeron a técnicas únicas. Una manera de crear que es reflejo, también, del propio temperamento. Britto Velho es curioso, inquieto, inventivo y aprecia los desafíos. Lo que le gusta, realmente, es la libertad. Por este motivo, se expresa por medio de la pintura, del diseño, de los grabados y de la escultura. “Grandes maestros, como Picasso y Miró, conquistaron la libertad de expresión en diferentes plataformas. No creo, ni por asomo, en aquella máxima que dice que quien hace todo no hace nada bien”, sentencia. Entre las principales referencias, Britto Velho cita siempre a los grandes maestros, pero también a Francis Bacon, por la libertad de la forma y a Matisse, por la libertad del color. Aunque se considere un pintor figurativo -y acostumbra tener su obra asociada al pop art y al surrealismoes un apasionado por lo abstracto. “Si fuese a hacer una lista de mis artistas preferidos, tendríamos una mayoría de pintores abstractos. A mí me gusta. Solo no consigo serlo. Digo siempre que lo que hago ni siempre es lo que más me gusta, si no es lo que soy”. La figura humana es central en su obra. “En todo consigo ver lo humano: cabezas, ojos, pies. Es como si todo el universo estuviera inserido en estas figuras que son bicho y gente. Muchas veces, al mismo tiempo”, comenta. El proceso creativo de Britto Velho tiene su inicio en el diseño de las formas y de las figuras. “Después viene la diversión que es la hora de colorear. A mí me gusta el enfrentamiento del blanco con el color”.

El currículum de Britto Velho es extenso. Son más de 50 muestras individuales y casi 400 participaciones en exposiciones colectivas. Sus obras ya estuvieron en centros importantes de cultura, tales como el Museo de arte de San Pablo (MASP), Museo brasileño de la escultura (MUBE), Museo de arte moderno de San Pablo (MAM) y también en el Museo de bellas artes de Río de Janeiro. Y, después de largos periodos en París (Francia) y en San Pablo (Brasil), que contribuyeron de manera importante para la consolidación de su trabajo, Britto Velho mantiene el ritmo de producción en su atelier en Porto Alegre (Río Grande do Sul, Brasil), su ciudad natal. “La obra es realizada por el artista. Cuando queda pronta, muere. Solo gana vida nuevamente cuando alguien proyecta su contenido sobre ella y hace su relectura. Cada cuadro, observado por alguien, será diferente. Una obra puede tener varias vidas. Me gustaría que la persona, al mirar mi trabajo, tuviera la libertad de pensar lo que quiera. Es la misma libertad que yo tengo al crear”, explica. Mientras conversa, se esfuerza por reforzar el avance de su propia edad. El primero de junio de 2018, el artista plástico conmemora 72 años. “Ningún médico me lo dijo, pero yo creo que soy un poquito hiperactivo”, se divierte. “El artista necesita ser un profesional serio, pero no se debe tomar a sí mismo tan en serio. Acostumbro a preguntar: “¿quién dijo que esa persona es importante?” Creo que eso me mantiene actual. Estoy siempre con la cabeza a mil kilómetros por hora. Siempre buscando la renovación”. La renovación de Britto Velho se da por el encuentro. En su atelier ministra clases para pequeños grupos. “Más que la producción, se encontró aquí un espacio para mantener el diálogo sobre el arte. Antes de la Internet, solo así se podía descubrir lo que estaba aconteciendo en el mundo de las artes. Teníamos, también, más galerías en la ciudad, lo que proporcionaba ese intercambio. El artista es solitario. A mí me gusta la conexión”, finaliza.

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Não apenas pelo bem do meio-ambiente Atualmente, a bioinovação é uma realidade graças aos nossos vernizes à base de água para madeira, compostos por 40% de biorresinas provenientes de resíduos de matérias-primas vegetais. Vernizes que reduzem drasticamente as emissões de CO₂ e VOC, e que oferecem rendimentos tais a estabelecer novos padrões de qualidade para a indústria. É por isso que você pode chama-la de biorrevolução.


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