Revista SCA Autentic

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Centro Heydar Aliyev

AzerbaijĂŁo BAKU

Morar criativo Arquitetura que transforma Vida em movimento Trabalho e prazer




#02 2014

A revista S.C.A. Authentic é uma publicação da S.C.A., com circulação restrita e dirigida. É vedada a reprodução total ou parcial do conteúdo desta revista sem prévia autorização e sem citação da fonte.

Criação e execução

Contexto Marketing Editorial Ltda. Rua Cel. Bordini, 487 / 4º andar Porto Alegre/RS – Brasil – CEP 90440-000 Fones: (51) 3395.2515 (51) 3395.2404

Projeto Editorial e Edição

Milene Leal milene@contextomkt.com.br

Atendimento

Izabella Boaz izabella@contextomkt.com.br

Redação

Cris Berger, Débora Gares, Lia Luz, Renata Maynart

Projeto Gráfico e Direção de Arte

Claudio Franco - www.dsenhodesign.com.br

Diagramação

Claudio Franco - www.dsenhodesign.com.br

Fotografia

Cris Berger, Guilherme Jordani, arquivo Hotel Singular, Sítio Roberto Burle Marx/IPHAN/MinC, arquivos das empresas e profissionais autores dos projetos publicados.

Revisão

Flávio Dotti Cesa

Tiragem

25 mil exemplares

Impressão

Gráfica Pallotti

Coordenação Geral

Marketing S.C.A., RBA Comunicação

scaauthentic.com.br

S.C.A. Indústria de Móveis Ltda. RST-470, Km 220, Vale dos Vinhedos CEP 95700-000 – Bento Gonçalves – RS – Brasil Tel.: 55 54 21022200 / Fax.: 55 54 21022222 sca@scaauthentic.com.br www.sca.com.br


Backstage colaboradores

Lia Luz

Jornalista

Cris Berger FotĂłgrafa e jornalista

Renata Maynart Jornalista

Claudio Franco Diretor de Arte

DĂŠbora Costa Jornalista


NOTA

do editor

Mobilidade é a palavra-chave Eis aqui a segunda edição da sua revista S.C.A. Authentic. Após meses de trabalho e pesquisa, reunimos nestas páginas o que há de mais inovador, interessante e funcional no âmbito do design e da arquitetura mundiais. Seguindo em frente com nossa missão de inspirar, apresentamos aqui projetos e protótipos que mostram novas possibilidades de uso dos espaços públicos e privados, novos conceitos de moradia, de trabalho, de lazer. Mobilidade é a nossa palavra-chave, porque dinâmica é a vida moderna e mutáveis são a realidade do dia a dia e as formas de pensar o mundo. Mais do que nunca, os espaços onde desenvolvemos scaauthentic.com.br


nossas atividades diárias precisam acompanhar as diferentes necessidades que se apresentam no cotidiano, as nossas mudanças de ponto de vista, os desejos e estados de espírito que se alternam, as diversas situações que se apresentam. Como bem resume um dos anúncios da nova campanha institucional da S.C.A.: “Houve uma época em que levar trabalho para casa era perder tempo livre. Agora é ganhar”. Os lares e os ambientes corporativos precisam estar em sintonia com esses novos paradigmas. Por isso preenchemos as páginas da revista com inúmeros exemplos de projetos que oferecem o melhor para seus usuários a cada dia, com inteligência, sensibilidade

e a hoje extremamente necessária flexibilidade. Esperamos ser de fato inspiradores de uma maneira menos rígida e mais aberta de enxergar o mundo e as pessoas. Afinal, a arquitetura e o design são duas das mais expressivas formas de observação da realidade e de compreensão das aspirações humanas. Boa leitura e boas ideias!


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ARQUITETURA ORGÂNICA

Três exemplos de projetos que resultam de uma atenta e sensível leitura dos ambientes e da cultura do local onde foram inseridos.

MORAR CRIATIVO

Personalidade, inovação, ousadia. Projetos que expressam a mais pura criatividade em suas linhas e conceitos. E que resultam em novas ideias para o dia a dia.

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ARQUITETURA QUE TRANSFORMA

Neste capítulo mostramos três projetos que transmutam o velho em novo, o inútil em imprescindível, o abandono em vida pulsante. A palavra-chave é transformação.

VIDA EM MOVIMENTO

A dinâmica rege o dia a dia da humanidade mundo afora. E a casa precisa acompanhar esse ritmo, tem que ter mobilidade e movimento.


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TRABALHO E PRAZER

Um cotidiano inspirador é o que buscam os profissionais da Zola, produtora de filmes paulistana. A sede da empresa atende com perfeição a esse desejo.

MOBILIDADE URBANA A bicicleta se firma como meio de transporte sustentável e saudável também no Brasil, a exemplo do que já acontece há muito tempo em países europeus.

102 116 VIDA AO AR LIVRE

A essência da alma e do talento do grande artista do paisagismo está presente em seu sítio, que se tornou ponto turístico em Barra de Guaratiba, Rio de Janeiro.

NOVIDADES S.C.A.

O novo showroom de Bento Gonçalves proporciona aos visitantes uma viagem pela essência da marca; as novidades da presença Online da S.C.A.; a lista completa dos showrooms da marca.


arquitetura orgânica

ARQUITETURA

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Dar a impressão de que realmente tivesse brotado dali. De forma muito simples e direta, é isso o que busca a arquitetura orgânica ao desenhar, para um local específico, uma nova estrutura, seja ela familiar, cultural, social ou de trabalho. Não importa o fim, o objetivo é sempre o mesmo: chegar a um projeto com características de organismo vivo, capaz de atender às necessidades das pessoas e que resulte de uma atenta leitura do entorno. Aqui, apresentamos três projetos erguidos pela premissa de considerar os materiais, a topografia e a paisagem da região em que se inserem. O teatro JeanClaude Carrière, em Montpellier, na França, é um evento cultural por si só. Nas falésias irlandesas, uma casa monolítica revestida de granito oferece um inusitado contraponto ao ambiente rústico. E, por fim, no Azerbaijão, o Centro Heydar Aliyev quebra a rigidez herdada do tempo da antiga União Soviética.

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arquitetura orgânica

E

SU ST EN TÁ VE L

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O imponente Jean-Claude Carrière Theatre é completamente desmontável Estamos em Montpellier, na França, e diante de um problema: o atual teatro da cidade chegou ao seu limite. Comprometido com o setor cultural, o governo resolve fazer desse limão uma limonada, entregando à A+Architecture a tarefa de projetar um novo espaço cultural. O resultado é o vibrante e peculiar Jean-Claude Carrière Theatre, uma estrutura imponente e sustentável, construída inteiramente de painéis de madeira e em total harmonia com o ambiente onde se insere.

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arquitetura orgânica

Erguido em 2013, o volume sólido tem uma fachada vermelha impactante, sobreposta por um padrão de losangos feitos a partir de cortes precisos em madeira. O auditório evidencia o balanço entre as proporções, posicionando as cadeiras de forma a minimizar ecos e desconfortos visuais, acomodando 600 pessoas sentadas e 1.200 espectadores em pé. Até mesmo o palco tem suas peculiaridades: pode ser facilmente desmontado e montado em outro local.

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Os materiais escolhidos garantem conforto térmico e acústico. O projeto preza pela minimização do impacto ambiental.

Desde o início, o projeto prezava pela minimização do impacto ambiental, usando duas vezes menos energia em comparação a uma obra nas mesmas dimensões: 2.620 m². Todo o esquema de iluminação é feito em LED, resultando em um espaço cultural ecologicamente correto. Outro fator relevante é a espessura dos materiais empregados, escolhidos para garantir o conforto térmico e acústico, com um sistema de isolamento que evita a poluição sonora externa ao mesmo tempo que cria configurações acústicas perfeitas no seu interior.

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arquitetura orgânica

EM SIN TO NIA CONTRASTES

Casa monolítica revestida de calcário destaca-se ao contrapor-se a cenário rural Se estivesse localizada em plena cidade, uma casa monolítica e com cores discretas como esta provavelmente não chamaria muito a atenção no ambiente urbano. Poderia, até mesmo, passar virtualmente despercebida na paisagem da cidade. Mas em meio à natureza intocada de Goleen, litoral da Irlanda, uma construção com tais características destaca-se por oferecer um interessante e inusitado contraste à rusticidade do local. 16


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Mantendo a estrutura original, o desafio era ampliar o espaço privativo e melhor aproveitar a exuberante beleza natural do lugar: aqui, as paisagens agrestes e as falésias estão sempre em comunicação com o azul do céu e do oceano. Inspirados pelo volume simplificado da construção já existente, os arquitetos do escritório inglês Niall McLaughlin propuseram volumes com elementos ainda mais reduzidos, mas capazes de ganhar força através de sua multiplicação pelo terreno. Com planta retangular e telhado de duas águas com inclinação acentuada, a antiga casa recebeu como anexo uma sequência de pequenos pavilhões de linhas angulosas, dispostos gradualmente no declive da área. Inteiramente revestidos por placas de calcário cinza-azulado, estes elementos soltos ganham unidade, e o conjunto austero muda completamente a partir dos diferentes pontos de vista. Nas áreas de interseção, ao ar livre, os espaços dão lugar a pátios semiabertos, também revestidos de pedra, e a um espelho d’água.

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Visual inusitado para uma paisagem bucĂłlica: pavilhĂľes de linhas angulosas, revestidos por placas de calcĂĄrio cinza-azulado.

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Centro Heydar Aliyev, em Baku, expressa o otimismo de um país que olha para o futuro

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Assinado por Zaha Hadid Architects, o projeto do Centro Heydar Aliyev, em Baku, capital do Azerbaijão (parte da antiga União Soviética), na costa ocidental do Mar Cáspio, só começou a ser delineado depois de o escritório ter feito extensa pesquisa da topografia local e do papel que o novo edifício teria dentro de sua paisagem cultural mais ampla. Concebido para se tornar o principal palco de programas culturais do país, o centro com padrões e texturas fluidas quebra as ordens rígidas da arquitetura soviética, ainda tão presente em Baku, aspirando expressar a sensibilidade da cultura Azeri e o otimismo de um país que olha para o futuro. Imponente, estabelece uma relação contínua entre sua praça circundante e o interior do edifício.

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As surpreendentes formas do projeto têm várias funções: acolher, abraçar e direcionar os visitantes.

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Formações elaboradas, como ondulações, bifurcações, dobras e inflexões, compõem uma paisagem arquitetônica que realiza uma infinidade de funções: acolher, abraçar e direcionar os visitantes. Para enfatizar o relacionamento entre exterior e interior, a iluminação foi cuidadosamente projetada. Durante o dia, o volume do edifício reflete luz, alterando constantemente a aparência do Centro de acordo com a hora e a perspectiva da visão.

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Composto principalmente por dois sistemas, uma estrutura de concreto combinada e um sistema de treliças espaciais, o Centro Heydar Aliyev traz inovações: a geometria da superfície particular promove soluções estruturais não convencionais, tais como a introdução de colunas curvas para alcançar a casca inversa da superfície do solo para o oeste do edifício.

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O projeto foi delineado após intensa pesquisa da topografia local e do papel que o prédio teria na paisagem cultural do Azerbaijão.

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Hotel monumento

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Próxima parada: parque subterrâneo

Por Débora Costa

Das ruínas emergem projetos criativos e inusitados. Do abandono surgem novas leituras. Do espaço vazio aparecem possibilidades diferenciadas de uso. A arquitetura que transforma dá novas finalidades a construções antigas, modificando a paisagem urbana e a relação com a cidade, provando que o velho pode ser trazido de volta à vida. De Nova York vêm dois exemplos de como um olhar mais criativo e ousado pode mudar radicalmente o destino de locais que caíram no ostracismo. De um lado, o lá de cima, aparece o parque linear High Line, construído numa antiga via férrea aérea, com 9 metros de altura, que estava fadada à demolição. Do outro, o lá de baixo, nasce o projeto do Lowline, parque subterrâneo que pretende se tornar um modelo de aproveitamento de espaços vazios debaixo da superfície. E do sul do Chile vem o case do belíssimo e intrigante hotel Singular, construído a partir do prédio de um antigo frigorífico e totalmente integrado à paisagem do lugar.

Um trem chamado parque

CONSTRUÇÕES ANTIGAS, NOVAS FINALIDADES

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UM TREM

CHAMADO PARQUE

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Numa leitura mais crítica, as vias elevadas nas regiões metropolitanas chegam a ser vistas como aberrações arquitetônicas que desfiguram e deterioram a paisagem urbana, muitas vezes para privilegiar apenas o trânsito de veículos particulares. Por meio da arquitetura que transforma, Nova York mostrou que é possível associar um conceito mais coletivo e sustentável para esse tipo de construção.

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Símbolo da reciclagem urbana, o parque linear High Line foi construído numa antiga via férrea aérea, com 9 metros de altura. Nova sensação na cidade, o parque tornou-se a melhor introdução ao charme de Downtown para quem só imaginava existir a Nova York de Times Square e Central Park. O elevado foi construído em 1930, com o objetivo de remover trens perigosos das ruas mais movimentadas do distrito industrial de Manhattan, e deixou de ser usado em 1980.

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Em vez de demolir a antiga via férrea, Nova York criou um parque a 9 metros do chão.

Em 1999, os moradores da região criaram o grupo Friends of the High Line, para evitar a demolição da estrutura. Eles sugeriram transformar o local num parque público elevado, inspirado num trecho do Promenade Plantée, de Paris. Em 2002, finalmente, a prefeitura autorizou a reutilização do High Line e lançou um concurso para o envio de projetos de revitalização. Participaram 720 equipes de 36 países.

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Os vencedores foram a empresa de paisagismo James Corner Field Operations e o escritório de arquitetura Diller Scofidio + Renfro. A primeira seção foi inaugurada ao público em 2009, e a segunda, em 2011. Após a construção do parque, antigos galpões e fábricas começaram a ser convertidos em galerias de arte, estúdios de design, lojas, restaurantes, museus e residências, dando uma atmosfera descolada ao local. Com jardins e cadeiras de

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descanso, o High Line já se tornou um xodó de moradores e turistas. Um de seus atrativos é permitir uma visão nova, inusitada, da cidade e do Rio Hudson, que margeia o oeste de Manhattan.

Antigos galpões e fábricas foram convertidos em galerias de arte, lojas, restaurantes, museus.


Future Phase

10th Avenue

11th Avenue

West Side Highway

HIGH LINE ACCESS POINTS

W34th Street

W30th Street

W28th Street

W26th Street

W23th Street

W20th Street

W18th Street

W16th Street

W14th Street

Hudson River

eet Str t r oo sev Gan 33


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Com seus jardins, cadeiras e bancos, o High Line permitiu uma visĂŁo nova e inusitada da cidade e do Rio Hudson.

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PRÓXIMA PARADA:

PARQUE SUBTERRÂNEO Depois de transformar uma elevada em área de lazer linear para convívio coletivo, Nova York promete inovar mais uma vez e abrigar um parque subterrâneo numa estação de metrô desativada há décadas em Delancey Street, sudeste de Manhattan. O Lowline pretende não apenas servir à comunidade numa região carente de áreas verdes como também se tornar um modelo de aproveitamento de espaços vazios no subsolo.

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Para viabilizar a empreitada de forma sustentável, o ex-engenheiro de satélites da agência espacial americana (Nasa) James Ramsey, atual arquiteto-chefe do Raad Studio, desenvolveu um sistema de iluminação especial para o projeto. As plataformas de coletores solares contam com cabos de fibra ótica que filtram as radiações infravermelhas e ultravioleta nocivas, mas deixam passar os comprimentos de onda que induzem ao processo de fotossíntese, permitindo o crescimento de plantas e árvores.

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Um ex-engenheiro da Nasa desenvolveu um sistema de iluminação especial, para permitir o crescimento de plantas e árvores no subsolo

Para mostrar como isso funcionará na prática, a equipe realizou em 2012 a exibição Imagining the Lowline, num armazém abandonado da Delancey Street, com uma réplica em tamanho real de uma das futuras instalações de energia solar do parque. A ideia era mostrar a nova tecnologia e engajar a comunidade na proposta sustentável. Deu certo: a iniciativa transformou-se no projeto urbano de mais sucesso na plataforma crowdfunding e pavimentou o caminho para a concretização do projeto. O time, agora, debruça-se sobre os trâmites burocráticos junto à Metropolitan Transit Authority (MTA) e à prefeitura da cidade para liberar o início das obras, enquanto também se esforça para arrecadar os fundos necessários para viabilizar o projeto.

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O SINGULAR

HOTEL MONUMENTO

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O sul do Chile não é um destino qualquer. Tampouco para um viajante comum. A imensidão selvagem do seu pampa, com as geleiras, o fiorde e o vento açoitando a vegetação, o torna enigmático. Um cenário sob medida para um hotel que ganhou o sugestivo nome de O Singular. São muitos os adjetivos que atribuem a este hotel, na periferia da cidade de Puerto Natales, o título de único. Mas o principal deles é a sua arquitetura surpreendente, projetada a partir de um antigo frigorífico: o Puerto Borís, construído no começo do século passado. O hotel, que também é um museu, ergueu-se como uma fênix das cinzas. Os escombros do prédio e materiais expostos ao jogo impiedoso do tempo se fecharam em um ciclo que deu lugar ao novo, da ruína resgatando vitalidade, conferindo a este novo o papel de parte de um patrimônio, valorizando-o. É majestoso e desperta curiosidade.

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Como foi que uma enorme quantidade de materiais deformados e abandonados se transformou em algo habitável, sustentável? A ideia era preservar, e então, o primeiro desafio foi descobrir o lugar dentro do lugar, a alma daqueles galpões com seu maquinário sucateado. Era preciso que o projeto, a proposta para um hotel de luxo e extremo conforto, encontrasse o seu espaço naqueles gélidos corredores, onde por sete décadas operários circularam encapotados e de botas. A premissa foi estabelecida pelo arquiteto Pedro Kovacic e o

escritório do designer de interiores Enrique Concha: ali dentro do prédio principal tomaria espaço toda a área social do hotel, e anexa, em perfeita harmonia com a linguagem do prédio original, seria erguida uma nova área para os quartos. Lá fora, à beira-mar e na boca do longuíssimo trapiche, estaria o spa.

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Projetado a partir de um antigo frigorífico, O Singular é um hotel de luxo. Ergueu-se das cinzas, como uma fênix.

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As obras começaram: uma verdadeira exploração arqueológica desnudando fundações, uma viagem ao tempo em que foram construídas as primeiras estruturas, identificando o ferro e a pedra para reparos. O pé-direito do prédio original em tijolo e madeira se manteve. As vigas maltratadas e os velhos troncos foram restaurados com o rigor das normas técnicas. Muito aço, vidro e madeiras nobres se incorporaram ao projeto, para que o moderno sofisticado valorizasse o industrial, proporcionando uma leveza extraordinária ao

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prédio tipicamente pesado. Ao final de dez anos, o Puerto Borís ressuscitou.

GELEIRAS AO PÉ DA CAMA

Na área social, ambientada em meio à fábrica, para ir até o restaurante e sala de estar, você segue por uma passarela e pela sala de máquinas, onde estão as caldeiras, compressores, geradores e uma locomotiva. O maquinário, que teve delicada


restauração, fica exposto, como testemunha do passado. O lobby e o restaurante nos remetem a uma espécie de antigo refeitório de fábrica, com sua longa mesa coletiva e luminárias pendentes do teto, mas agora tudo de belíssimo design. E mais sofás, mesas e cadeiras artesanais de madeira, e o bar com seu balcão comprido, bancos de couro e robustos pingentes de luz leitosa com vidro em formato bola e ferro decorado. A cozinha profissional, com forte apelo nos produtos locais, o serviço impecável. E obras de arte, muitas, lindas, por toda parte.

Nas suítes, vidros tomam conta de paredes de 12 metros de extensão. Você é absorvido pelo poder das geleiras. 45


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Nas áreas íntimas, dentro dos quartos e do spa, não há como adivinhar o que é passado e presente. A fusão dos dois se mostra perfeita. É quase uma ilusão de ótica, como se passagens secretas levassem de um ponto ao outro, mesclando a história, os conceitos, os lugares e a grande obra. Já vistos de fora, o antigo e o novo se distinguem com clareza.

Ao abrir a porta de uma das 57 suítes – com dimensões entre 45 e 70 m² – você é imediatamente absorvido pelo poder das geleiras, montanhas e lagos. As janelas foram concebidas para tanto, nada menos do que vidraças tomando conta de toda a extensão de paredes de 12 metros de comprimento. O canal de Señoret parece parte da decoração. A mobília escura e austera contrasta com o teto de concreto aparente. O conforto domina, atendendo a pré-requisitos inerentes ao luxo, que prevalece, e o Singular cumpre perfeitamente o papel de ser um lugar de descanso, com o bônus extra do silêncio onipresente.

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Muito aço, vidro e madeiras nobres se incorporaram ao projeto, para que o moderno sofisticado valorizasse o industrial, proporcionando leveza ao prÊdio pesado

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Dentro do prĂŠdio original fica a ĂĄrea social do hotel. Uma nova estrutura foi erguida para os quartos.

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FICHA TÉCNICA

Em 1902, os ingleses construíram os primeiros prédios à beira do fjord (fiordes). Em 1911, Puerto Natales foi fundada no que antes era conhecido como povoado de Borís, decorrente das centenas de famílias que ali se instalaram como mão de obra do frigorífico. As ampliações da fábrica aconteceram pouco tempo depois, logo em 1912. Três anos mais tarde, já a pleno vapor, era a principal fonte de renda da região. Funcionou por 70 gloriosos anos, exportando carne e lã ovinas para o mercado europeu.

No final da década de 1960, acabou a concessão inglesa e parou de operar. Durante muitos anos esteve fechado, praticamente esquecido. Apenas em 1996, o governo do Chile reconheceu seu devido valor e declarou a área como Monumento Histórico Nacional, por sua importância cultural, industrial e arquitetônica. Os próximos anos foram decisivos, quando finalmente começou a limpeza dos entulhos pela empresa especializada Golden Dream. 49


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Em 2010, o hotel foi inaugurado, depois de duas tradicionais famílias chilenas, descendentes dos primeiros colonizadores da região, o restaurarem e transformarem. Além de ser um dos melhores hotéis de luxo da América do Sul, é comprometido com o meio ambiente. A opção por materiais sustentáveis e a colaboração para a redução do aquecimento global – técnicas inovadoras melhoram a eficiência energética e o uso da água em toda a operação – lhe renderam a prestigiosa certificação do LEED (Liderança em Energia e Design Ambiental) pelo Green Building Council dos EUA.

O pé-direito do prédio original, em tijolo e madeira, se manteve.

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morar criativo

Sair do lugar comum. Operacionalizar contravenções de estilos já estabelecidos. Trazer novas leituras. Provocar exageros ou pecar pelo minimalismo. Descobrir uma técnica inovadora. Ousar experimentar materiais alternativos. O morar criativo reserva uma multiplicidade de sentidos, podendo se expressar das formas mais diversas possíveis. A criatividade pode, por exemplo, se revelar ao despertar, dentro do lar, os sentidos, uma marca registrada dos produtos assinados pela designer

INSPIRAÇÕES INUSITADAS COM RESULTADOS CRIATIVOS

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Casa Maracanã

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Pequeno Diamante

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Temporada de rock e diversão

Patricia Urquiola

espanhola radicada na Itália Patricia Urquiola. Pode, ainda, significar a associação de uma viagem a um projeto inusitado, caso da pousada Rock It Suba, na Coreia do Sul. Também pode esconder-se, feito preciosidade, numa pequena construção de 30 m², a casa NOA, uma habitação sustentável que resguarda similaridades com o diamante. Ou se apresentar em uma casa concebida para quebrar paradigmas de arquitetura e decoração, como a Casa Maracanã, em São Paulo.

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morar criativo

LATINAMENTE ITALIANA

Extrovertida, a espanhola Patricia Urquiola é a nova estrela do firmamento do design na Itália Nascida em 1961, em Oviedo, na Espanha, Patricia Urquiola é hoje uma das maiores lendas do design italiano. Culta, elegante e com temperamento latinamente extrovertido, aprendeu muito cedo a dar novos significados à vida. Navega com naturalidade entre o clássico e o informal, o íntimo e o versátil, característica notável em suas criações. Depois de passar pela faculdade de Arquitetura em Madri, a nova estrela do firmamento do design se formou no lendário Politécnico de Milão, sob orientação de Achille Castiglioni, circunstância que direcionou seu foco criativo da arquitetura para o design de produtos. Durante dez anos, acumulou experiência com os melhores em seu segmento, até estar suficientemente madura para abrir o seu próprio escritório, hoje composto por uma equipe de 20 funcionários. 60


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morar criativo

Atuando principalmente como designer para as grandes empresas, na criação de produtos com incrível capacidade de captar a atenção do público, ela assina trabalhos que são simultaneamente imprevisíveis e renovadores, combinando o estilo feminino e referências florais com uma abordagem minimalista. Expoente nas feiras de tendências para mobiliário, Patricia também é bem-sucedida nos segmentos de iluminação e de materiais.

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Para a marca Axor, lançou uma linha de banheiro rica em associações, convidando a uma mistura do antigo com o novo, caso da banheira cuja forma faz lembrar um velho tanque de lavar roupa. A própria coleção é multifacetada e permite descobrir uma infinidade de detalhes, tendo um lema na medida: “awakening your senses” – despertando os seus sentidos!


Urquiola assina trabalhos que sĂŁo simultaneamente imprevisĂ­veis e

renovadores

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morar criativo

TEMPORADA DE ROCK E DIVERSÃO

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Pousada de roqueiro na Coreia do Sul foi projetada para funcionar como um superparque infantil Com o ganho gradual de entusiasmo para lazer e recreação, os sul-coreanos começaram a buscar pousadas nos subúrbios, por lá chamadas de pensões, para passar noites de relaxamento e diversão nos dias de folga. Associadas a fugas exóticas, essas moradias de final de semana representam espaços de fantasia, com exageros aceitos. Propriedade de um músico de 40 e poucos anos, a pousada que recebeu o mesmo nome da banda amadora da qual o baterista é líder, a Rock It Suda, foi projetada pelo arquiteto Moon Hoon para funcionar como um superparque infantil. O roqueiro, que toca com regularidade no local, sugeriu como ponto de inspiração a intensa e hipnotizante viagem que revela ter feito à Espanha. Com base nesse conceito, Hoon Moon, um mestre em combinar fantasia e realidade, transformou os grandes chifres das touradas em uma colagem para aplicá-la diretamente na estrutura.

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morar criativo

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A pousada fica nos arredores de Jeongseon, uma pequena cidade de minas em ruínas rodeada por uma bela floresta, estando entre uma autoestrada e um talude. Surgindo do platô que abrange o leito seco de um rio saem, ao total, seis intrigantes unidades coloridas de férias, com formas totalmente distintas e referências que vão de Ferrari a Barbie. Para criar cenários tão diferentes, o arquiteto trabalhou de dentro para fora. O exterior foi feito por último, de modo a dar a cada volume uma identidade claramente discernível.

Seis intrigantes unidades coloridas de férias, com formas totalmente distintas e referências que vão de Ferrari a Barbie.

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morar criativo

PEQUENO

DIAMANTE

Casa NOA, na Estônia, tem como base um losango muito específico, presente nas células da joia Com área total de menos de 30 m², a pequena casa NOA é uma habitação sustentável, adaptável a uma variedade de paisagens e ambientes e ampliável, passo a passo, pela adição de novos módulos. Até aí, nenhuma grande novidade. O morar criativo, aqui, se esconde no elemento de base da construção, um losango muito específico, que aparece nas células unitárias dos diamantes: o dodecaedro rômbico.

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Por conta dessa característica, o edifício descarta uma fundação de solo, possuindo apenas três apoios, sendo assim mais resistente ao frio do que uma habitação comum. A casa, cuja planta é um hexágono, não possui ângulos agudos, dando a impressão de um espaço esférico. Este tipo de estrutura é simples e econômica, mas resistente, oferecendo uma experiência espacial incrível. O interior continua sem interrupções até o terraço, que é usado como área de jantar. As janelas circulares emolduram a vista para os campos intermináveis e, no escuro, refletem o espaço, criando uma ilusão de amplitude.

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morar criativo

Situada à beira de uma floresta, nas proximidades de um antigo pinheiro de 200 anos, a estrutura está atualmente sendo usada como uma casa de veraneio para a família do designer que a projetou, Jaanus Orgusaar, um inventor mergulhando nas bases da geometria. Muitas de suas criações, começando com calçados e moda, design de produto e agora arquitetura, inspiram-se na geometria, nos cinco sólidos platônicos e suas relações.

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A casa, cuja planta é um hexágono, não possui ângulos agudos, dando a impressão de um espaço esférico. 71


morar criativo

ESTÉTICA DE CARA LIMPA

Abraçada por concreto e vidro, a Casa Maracanã, no bairro da Lapa, em São Paulo, é uma ode à técnica acima de qualquer modismo 72

A total ausência de revestimentos, incluindo inusitadamente o piso, já conduz a uma deixa: esta casa de 185 m² traz em sua essência uma mente criativa. Idealizada pelo morador, o arquiteto Danilo Terra, e seus sócios no escritório Terra e Tuma Arquitetos Associados no período da obra – Pedro Tuma e Juliana Assali –, a Casa Maracanã roubou para si o nome da rua em que fixou endereço e a curiosidade local. Não há quem passe pelas calçadas do bairro da Lapa e não se renda ao contraste do grande volume de formas geométricas.


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morar criativo

Construída em um terreno com acentuado declive, a morada paulistana ganhou, assim, diferentes níveis de altura nos ambientes de estar totalmente integrados no andar térreo. Um dos setores, que chega a 5,2 metros de altura, permitiu a construção de um nível intermediário, com um mezanino que antecede o pavimento dos três dormitórios, distribuídos logo acima, em 24 m². E, curiosamente para quem vê as imagens internas, é nesta área transitória em que se localizam a entrada da casa e a garagem. Em um total comando da técnica, a

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beleza imposta é avessa a qualquer revestimento, pintura ou adereço. Aos olhos, sobressaem os blocos de concreto claro, as lajes maciças e sobrepostas e os caixilhos envidraçados, que permitem, sem resistência, a intromissão da luz natural. A ousadia com aconchego rendeu ao projeto o Prêmio AsBEA 2012. Exceção apenas quando o assunto é arte. Na fachada, um painel suspenso exibe o desenho do artista plástico mineiro Alexandre Mancini, com uma azulejaria inspirada nas peças criadas para conferir a identidade dos edifícios de Brasília.


Vão de até 9 metros de largura integra o jardim ao living e à cozinha. As laterais da casa são estruturais, o que permite o visual livre de pilares

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vida em movimento

Tem

para o que realmente importa 76


Nunca o ditado “menos é mais” foi tão presente. Com metragens quadradas reduzidas, os projetos de apartamentos contemporâneos incluem na rotina dos futuros moradores doses de praticidade, menores custos de manutenção e tempo de sobra para realmente aproveitar o que a estrutura condominial tem a oferecer.

Apartamentos com 19 a 30 m² em regiões centrais das grandes cidades viram objeto de desejo de um público que não tem tempo a perder. E uma tendência da indústria da construção civil

Após um ensaio do mercado com propostas de lofts e studios – sinônimos de charme entre o público single ou de jovens casais sem filhos –, os imóveis com espaços antes impensáveis agora são disputados nas grandes cidades. Em São Paulo, cidade brasileira que conduz essa entre tantas outras tendências, as opções com menos de 30 m² já são realidade e não causam mais estranheza. É o mercado tradicional rendendo-se a uma realidade já assimilada internacionalmente. Como representante conceitual desse novo segmento está a MiniMOD, casa modular de apenas 27 m², que tem todos os recursos de tecnologia e conforto e pode ser personalizada conforme o desejo do comprador. E se mobilidade é a palavra de ordem, criativos arquitetos a fazem presente até mesmo na fachada de um condomínio parisiense: os volumes e cores utilizados outorgam ao prédio uma constante impressão de movimento. 77


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Um dos lançamentos da empresa Vitacon, o VN Quatá chega a apresentar plantas com 19 m². “Foi totalmente vendido na primeira semana. Entre pessoas que compram para morar e investir, todos querem viver em localizações privilegiadas, com muitos serviços disponíveis no próprio condomínio”, afirma Alexandre Lafer Frankel, fundador da empresa. Para Frankel, a localização central e privilegiada é um dos fatores do sucesso desses imóveis, pois o


mercado brasileiro já revela um perfil de morador em busca de soluções práticas para seu dia a dia. Essa tendência, no entanto, derruba a ideia de que apartamento pequeno é apartamento barato: os terrenos nessas regiões são cada vez mais escassos, o que aumenta consideravelmente o preço do metro quadrado. E as praticidades estão presentes também dentro da área condominial.

O VN Quatá, que chega a apresentar plantas com 19 m², foi totalmente vendido na primeira semana

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Um exemplo que traz a marca de Marcelo Rosenbaum no design da fachada e a coautoria de Guto Requena é o Edifício Brasil, da incorporadora Wzarzur. Com variadas combinações de plantas, destaca-se a versão de 34 m². Em fase de obras em pleno Centro Histórico de São Paulo, o empreendimento busca revitalizar um dos maiores polos culturais da cidade. Somado ao lindo efeito de degradê de cores da bandeira nacional e elementos


O Edifício Brasil, da incorporadora Wzarzur, tem variadas combinações de plantas. Destaca-se a versão com 34 m²

brasileiros consagrados em décadas passadas, como cobogós, o Edifício Brasil mantém-se em sintonia com o perfil mais procurado de condomínio: inclui serviços como café da manhã, áreas como lavanderia, espaço gourmet, salão de festas, home theater, SPA, piscina coberta, dentre outros. 81


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Nos imóveis de metragens reduzidas, a escolha dos móveis torna-se etapa fundamental antes da mudança de endereço, para que cada precioso espaço seja bem aproveitado. O empreendimento VN Gomes de Carvalho traz 23 m² que podem ser adaptados em até seis versões, com soluções que transformam sala em quarto, escritório em cozinha, dentre outras. Há também a proposta com mais de um pavimento e que acomoda a cozinha no vão abaixo da escada. “O mercado imobiliário e os apartamentos

compactos não param de crescer, e a tendência é que continuem, principalmente nas grandes capitais. Não apenas apartamentos para uma pessoa, mas acredito que podemos criar apartamentos compactos para casais e até famílias,

O empreendimento VN Gomes de Carvalho traz 23 metros quadrados que podem ser adaptados em até seis versões tudo na devida proporção”, afirma Alexandre Frankel, da Vitacon. Ele também aponta para outro movimento do mercado imobiliário: o escritório compacto. “São condomínios empresariais que fogem do tradicional. Reduzindo os custos com IPTU e grandes metragens, a empresa pode investir em outras soluções, sem perder o design e a sustentabilidade do ambiente”, explica.

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Na MiniMOD, o industrial e o natural estão em harmonia. Este projeto modular é versátil e já obteve destaque internacional. A primeira MiniMOD surgiu para ser um pequeno refúgio de finais de semana, pré-fabricado e modular. Hoje, pode ser visitada na Fazenda do Pontal, em Maquiné (RS), onde está exposta como produto e apresenta seu conceito. As possibilidades, inicialmente residenciais, se desdobraram a partir de ajustes no layout. Os usos se expandiram: ela pode ter função comercial, como pop-up stores; pode ser usada em áreas de serviço, como pequenos alojamentos; e também funciona para abrigar postos de saúde ou de segurança. Na área do turismo, o protótipo se ajusta muito bem em hotéis e pousadas que contemplem as paisagens ao seu redor.

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vida em movimento

As dimensões, o design, os materiais e o processo de montagem são os grandes diferenciais da MiniMOD, criada pelo escritório de arquitetura MAPA. Com o tamanho de uma suíte de hotel, tem 27m² de área, espaço suficiente para um casal passar um período fora da cidade, por exemplo, tanto na montanha quanto na praia. A montagem mantém o controle total do uso consciente de materiais.

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Além do design e dos materiais, um grande diferencial da MiniMOD é o processo de construção e montagem “limpo”

A industrialização do processo (OSC - Off Site Construction / Construção Fora do Canteiro) faz com que praticamente não se criem resíduos de construção, e assim a agressão ao meio ou canteiro é praticamente zero. O custo fixo de uma obra convencional também não é aplicado neste caso e o gerenciamento de todos esses pontos faz com que o cliente tenha a exata noção de custos e do cronograma de montagem. É uma excelente mescla de pré-fabricação com design de alta tecnologia, de industrialização com design personalizado.

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Detalhe interessante são as paredes com transparências na área do dormitório e na área molhada (chuveiro), que garantem a integração com a paisagem, já que desde o princípio a MiniMOD foi pensada para o uso em meio à natureza. Dentre os materiais utilizados se destacam opções contemporâneas, como emplacamentos de madeira e cimentício, ambos industrializados, a cobertura verde (com tecnologia de ponta para cultivo e manejo de espécies nativas sem afetar sistemas de impermeabilização) e a automação residencial.

Desde o princípio a MiniMOD foi concebida para o uso em meio à natureza. Por isso as transparências na fachada

A tecnologia e a criatividade da MiniMOD vêm repercutindo no campo da arquitetura e no âmbito cultural. Exemplo disso foram a Exposição Neun Neue (Nove Olhares), em Frankfurt, na Alemanha, sobre arquiteturas emergentes do Brasil, e o Prêmio Akzonobel, organizado pelo Instituto Tomie

Ohtake em São Paulo. Em maio de 2014, o trabalho do escritório MAPA recebeu o reconhecimento de sua relevância no país e no continente. A MiniMOD foi selecionada entre 15 obras que representarão o Brasil na BIAU - Bienal Iberoamericana de Arquitectura y Urbanism de 2014.


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vida em movimento

Escritório esloveno Ofis Architects projetou edifícios de volumetria movimentada em Paris Para acomodar moradias estudantis em um terreno longo e estreito de Paris, o escritório esloveno Ofis Architects optou por projetar edifícios com volumetria movimentada, dividindo-os em duas partes ligadas por uma ponte e separadas por um jardim. Localizado no distrito 19 da capital francesa, o projeto de layout racional e modular insere-se numa iniciativa de desenvolvimento urbano. Todos os 192 estúdios têm o mesmo tamanho e contêm os mesmos elementos para otimizar a construção: entrada, banheiro, roupeiro, cozinha, espaço de trabalho e uma cama.

fachada com volume 90


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vida em movimento

Cada apartamento possui uma varanda com vista para a rua. O edifício é energeticamente eficiente, acompanhando os esforços para fazer uma cidade sustentável.

As habitações possuem abundante iluminação natural e ventilação natural cruzada, controlada mecanicamente, fornecendo ar limpo com temperatura ideal para os apartamentos durante todo o ano. Os corredores externos e as escadas de vidro também oferecem iluminação natural nas circulações e nos espaços sociais.

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O edifício apresenta um sistema de isolamento térmico de 20 cm nas paredes e nos pisos dos corredores e varandas, para evitar a transferência térmica para o interior. O telhado é coberto com 300 m² de painéis fotovoltaicos que geram eletricidade para o consumo interno. A água da chuva é armazenada e reutilizada para regar os jardins e as áreas verdes do exterior.


O edifício é energeticamente eficiente, acompanhando os esforços para fazer uma cidade sustentável

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trabalho e prazer

fina

MISTURA

Ao unir um time de diretores, fotógrafos, artistas plásticos, ilustradores, designers gráficos e roteiristas, a Zola evoca a criatividade em cada metro quadrado de sua inspiradora sede na Vila Madalena, em São Paulo. Dentro dos dois volumes que remetem a verdadeiras caixas de vidro, a atmosfera de studios internacionais traz o tempero brasileiro que, aos poucos, adiciona às prateleiras mais e mais prêmios. São vídeos, filmes, 94


a séries, entre outros, que deixam suas marcas nas paredes brancas ou de contemporâneo concreto: quadros, pôsteres e cartazes que trazem cor e a personalidade da equipe. Criada para ser um lugar onde se quer estar, a Zola ainda adiciona à rotina frenética ambientes de pura poesia. Um exemplo é o jardim com copa, onde as horas de descanso convidam às melhores discussões, que não têm hora para acabar. 95


trabalho e prazer

Superlativos não faltam quando se fala da produtora Zola, criada há pouco mais de um ano por uma equipe de talentos múltiplos. São muitos sócios, sete no total. Prêmios já batem à porta, como um Leão de Ouro no Festival de Cannes de Publicidade. E a sede na Vila Madalena, em São Paulo, é um aperitivo estético do grau de exigência misturado a muito prazer pelo que se faz. “Ter um lugar onde as pessoas gostem de trabalhar e onde elas sejam felizes é o nosso sonho. Não perder nunca essas metas e a energia, também.

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Nosso foco são as pessoas”, afirma Ivy Abujamra, uma das sócias da Zola ao lado de Carlos Manga Jr., Jimmy Palma, José Henrique Fonseca, Cláudia Abreu, Eduardo Pop e Selmo Nissenbaum. Em um terreno de 400 metros quadrados foram erguidos os dois galpões, com dois pavimentos cada, interligados por uma passarela que percorre um jardim. No total, são 300 metros quadrados construídos, verdadeiras caixas de vidro onde o trabalho da trupe fica exposto em quadros e pôsteres coloridos.


Verdadeiras caixas de vidro onde o trabalho da trupe fica exposto em quadros e pĂ´steres

coloridos

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trabalho e prazer

Embora a comparação com estúdios internacionais seja inevitável, o calor que torna os ambientes aconchegantes não podia ser mais local. Estão lá objetos pessoais expostos em porta-lápis, a bonequinha russa trazida de viagem, o quadro de recado com desenhos simbolizando datas – exemplo: um lindo Coelho de Páscoa – e o spray

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que espalha arte onde passa, ao lado dos livros nas prateleiras. Um contraponto ideal para a arquitetura de interiores contemporânea, com predomínio do branco, do concreto no piso e da madeira. Esta aparece ainda arrematando a passarela entre os galpões, no estilo de um deque que traz o visual da varanda de casa para dentro do local de trabalho.


Vidro, alumínio e melamina predominam entre os materiais do

mobiliário

Por ali, desta vez, o concreto literalmente sobe às paredes. O projeto é de Marcos Paulo Caldeira e Mila Strauss, do escritório MM 18, e a execução da incorporadora Zarvos. Com ambientes integrados, o primeiro galpão foi destinado para recepção e produção, no pavimento térreo. Produção executiva, gerência, diretores, fotógrafos e designers gráficos ficam no andar logo acima. Os móveis são de estilo clean, com superfícies lisas e sem maiores adornos, deixando as molduras das árvores do jardim fazerem o pano de fundo através dos janelões. Vidro, alumínio e melamina predominam entre os materiais do mobiliário, com a praticidade que se deseja para quem não tem tempo a perder. “Todos trabalham juntos, além de uma varanda linda que usamos para descanso e pequenas reuniões”, conta.

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Por ali, desta vez, o concreto literalmente sobe às paredes. O projeto é de Marcos Paulo Caldeira e Mila Strauss, do escritório MM 18, e a execução da incorporadora Zarvos. Com ambientes integrados, o primeiro galpão foi destinado para recepção e produção, no pavimento térreo. Produção executiva, gerência, diretores, fotógrafos e designers gráficos ficam no andar logo acima. Os móveis são de estilo clean, com superfícies lisas e sem maiores adornos, deixando as molduras das árvores do jardim fazerem o pano de fundo através dos janelões.

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MENINAS DOS OLHOS E então, começam os pontos adicionais de puro charme: no meio dos dois volumes construídos, café, jardim e cozinha aberta são as “meninas dos olhos” da equipe. Árvores preexistentes no terreno invadem recantos e ganham o luxo dos volumes vazados no teto. “Buscávamos um lugar onde as pessoas pudessem trabalhar em meio à criatividade e que fosse um facilitador para a convivência, e achamos tudo isso! Lembro quando entrei na obra pela primeira vez e vi que tinha potencial para um jardim, com três árvores internas e muito sol. Pensei ‘é aqui mesmo que vai ser a produtora’. Foi uma surpresa feliz e nos ajudou muito na decisão”, relata Ivy Abujamra. E não poderia ser diferente. O jardim é um dos locais favoritos dos profissionais, tanto para trabalho, por meio do wi fi, quanto nos intervalos, onde a criatividade também está presente, de forma lúdica e descompromissada. A mistura de estilo, novamente, revela a pluralidade da equipe. Se de um lado há modernas cadeiras de plástico injetado branco, do outro a geladeira traz um visual retrô ao exibir o tom azul klein. Novamente, o apego ao handmade e ao jeito de “casinha” surge, como o regador usado como vaso de flores e as pimentinhas. A sala de reuniões também passou por um cuidado especial, principalmente para as apresentações de trabalhos e a exposição dos prêmios. Móveis como a bancada em vermelho e branco com tampo de vidro são como expositores de uma história que está apenas no começo.

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vida ao ar livre

A PALETA DE

Roberto BURLE MARX Por Débora Costa

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Sítio localizado na bucólica Barra de Guaratiba, no Rio, guarda a essência do grande paisagista e atrai público com ateliê reformado

No número 2.019 da Estrada Roberto Burle Marx, em Barra de Guaratiba, Rio de Janeiro, um trecho de verde harmônico e guardado com portões de ferro contrasta com a vegetação livre, de contornos caóticos, que a natureza forjou e a simplicidade dos habitantes locais manteve. Os mais atentos podem suspeitar que dar nome tão célebre a uma via tão distante do coração da cidade não pode tratar-se de mero descaso com o grande paisagista, arquiteto e artista plástico. Mas poucos sabem realmente que ali, a 60 quilômetros do Parque do Flamengo, está a maior pérola de Burle Marx: um sítio que carrega seu nome e guarda suas raízes artísticas. Em tamanho, o espaço perde para os famosos jardins que cobrem o parque construído sobre área aterrada. Mas em diversidade não fica tão longe. São 3.500 espécies de plantas distribuídas em 365 mil m², no que se considera uma das maiores coleções de plantas do planeta. Entre as espécies estão exemplares únicos das famílias Araceae, Bromeliaceae, Cycadaceae, Heliconiaceae, Marantaceae, Palmae e Velloziaceae. 103


vida ao ar livre

Ele fazia expedições e trazia espécies de diferentes partes do país e do mundo. Aqui, as desenvolvia e testava antes de usar em seus projetos paisagísticos. “Todo pintor tem a sua paleta de cores, certo? Este sítio era a paleta de cores dele”, diz Cláudia Storino, diretora do espaço onde o artista morou e que foi doado por ele ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1985, a fim de servir de legado a botânicos e ao público em geral.

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Conhecer essa história é possível desde 1995, quando o sítio foi aberto à visitação. O colorido é o que guia o olhar dos visitantes de maneira aleatória, até a vista se deparar com uma figueira da espécie Ficus Mysorensis centenária, de longas raízes derramadas pelo chão. Não apenas cliques, a beleza do lugar motiva perguntas que escapam da boca mesmo diante de um guia pronto a explicar o que está adiante.


Todo pintor tem a sua paleta de cores, certo? Este sItio era a paleta de cores dele

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vida ao ar livre

Seguindo pelo caminho de paralelepípedos a pé, observam-se espécies raras, trabalhos em cantaria e a dedicação dos jardineiros para manter o lugar. Em pouco tempo, chega-se a uma capela do século XVII, adquirida por Burle Marx junto com o terreno do Sítio Antônio da Bica, em 1949, para a construção de seu refúgio. Dedicado a Santo Antônio, o espaço prima pela simplicidade, tendo em seu interior paredes brancas e sem adornos, teto em ripas de madeira e altar com alguns castiçais e uma imagem do santo. Unindo a capela à antiga residência de Burle Marx, existe uma loggia, decorada com parede de azulejos desenhados pelo artista e uma fonte. Ali ele acomodava seu cavalete para pintar, admirando o horizonte verde que tinha diante de si. A vista é a mesma da propriedade principal, casa de uma antiga fazenda que ele restaurou e para onde se mudou de vez em 1973. Simples em sua arquitetura, guarda todas as coleções de Burle Marx, entre as quais cristais, conchas e peças de arte précolombiana e popular. Esta última é recheada de exemplares produzidos no Vale do Jequitinhonha.

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BURLE MARX TAMBEM ERA PINTOR, DESENHISTA, DESIGNER E CANTOR 107


vida ao ar livre

Além de paisagista, Burle Marx também era pintor, desenhista, designer e cantor. Tinha uma cultura muito ampla, herdada de família, e um interesse imenso por tudo que era produção artística e cultural. “Por isso o sítio é um patrimônio cultural como um todo, com acervo de 3.125 peças que vale a pena conhecer para entender o universo dele”, acrescenta Cláudia. Além de colecionar arte, Burle Marx colecionava amigos. E foi na parte de trás da casa que ele construiu um pergolado de concreto, dotado de um

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forno a lenha, para receber seus convidados. Para muitos dos eventos, ele ainda fazia questão de pintar as toalhas de mesa a serem usadas. Eram recepções memoráveis, que saíam nos jornais e revistas da época. E ele sempre fazia questão levar as pessoas para conhecer sua coleção de plantas antes de iniciar os eventos. “Ele era apaixonado por esse espaço”, lembra o sócio e colaborador Haruyoshi Ono, que ainda hoje dirige o escritório de paisagismo Burle Marx e Cia. e que frequentou a casa a partir de 1965, quando começou a trabalhar com o artista.


Burle Marx construiu um grande e luminoso ateliE no terreno

A fim de explorar ainda mais seu lado artístico, Burle Marx construiu um grande e luminoso ateliê no terreno, afastado da casa. O interior, dotou de quarto, banheiro e uma pequena cozinha para poder trabalhar durante longos períodos de tempo. A parte externa ganhou a fachada de um sobrado do século XIX, que fora demolido no Centro da cidade. Reformado e reaberto em 2013 após quatro anos fechado, o lugar abriga hoje pinturas e desenhos do artista e um tapete de 15 metros quadrados encomendado por ele. Piano de cauda, pequenas esculturas e livros foram mantidos em seu lugar original para remontar as aspirações de conforto e produtividade de Burle Marx para seus últimos anos de vida. Ele próprio, porém, não pôde desfrutar do espaço, pois morreu pouco após a sua conclusão, em 1994. Este ano também foram reinaugurados o orquidário, com 200 tipos da planta, e a sementeira, lugar onde as mudas são feitas. Até o fim de 2014 prevê-se a construção de um jardim sensorial, rampas de acesso para cadeirantes e maquete e mapa táteis, além da contratação de guias que dominem o sistema de libras. “Ainda há muito a ser estudado e descoberto aqui, muitas espécies para serem identificadas e catalogadas. É um trabalho incessante, como deve ter sido o dele, ao longo de 84 anos de vida”, explica Cláudia. Com mais de 2 mil jardins projetados em todo o país, Burle Marx atrelou seu nome à arquitetura e ao paisagismo nacionais. Mas com a simplicidade que sempre admirou na natureza, soube deixar para o mundo o mapa de seu tesouro.

Serviço: Estrada Roberto Burle Marx, 2.019, Barra de Guaratiba RJ - Tel: (21) 24101412. Visitas de terça a sábado, às 9h30 e às 13h30 (exceto feriados). Dois grupos por horário, de até 35 pessoas cada, acompanhados por guia bilíngue. Mediante agendamento. Disponibilidade de carrinho elétrico para gestantes, pessoas com deficiência e idosos. R$ 10 por pessoa. Ilustração: Dino (Accindino Souza Andrade), ilustrador e engenheiro agrônomo (1920-1995) 109


mobilidade urbana

NO GIRO da vida contemporânea

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Nunca se falou tanto em mobilidade quanto nos tempos atuais. Trânsitos caóticos roubam horas que poderiam ser destinadas ao lazer ou a um trabalho produtivo. E faz-se urgente a necessidade de otimizar o tempo, até para buscar qualidade de vida e uma relação saudável com o local onde se vive. O que já é realidade em muitos países aos poucos está ganhando força no Brasil. Segundo dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), cerca de 7% dos brasileiros utilizam a bicicleta como meio de transporte principal. Pode parecer um número tímido para um país que é o terceiro maior produtor do mundo, perdendo apenas para China e Índia, e o quinto em consumo. Mas a verdade é que o assunto nunca esteve tão em pauta. Governos de cidades falam em multiplicar as ciclovias. Empresas disponibilizam estrutura, como vestiários para seus funcionários que chegam para o trabalho sobre duas rodas. E o melhor: está cada vez mais latente a ideia de que um ciclista a mais na rua significa um carro a menos. E, claro, uma pessoa mais saudável e em constante movimento. 111


mobilidade urbana

Não é dia de ir ao Fórum e não há reuniões marcadas na agenda. O advogado Denilson Prestes veste uma roupa confortável, porém propícia para a labuta do dia. Calça um tênis, pega o capacete e o par de luvas e tira da garagem a bike comprada especialmente para o uso no asfalto. É um modelo híbrido, com pneu speed, a quarta de um time particular que inclui modelos para aventuras pelo Interior do Estado. De duas a três vezes por semana, pedala os 15 km entre o apartamento, no bairro Menino Deus (em Porto Alegre/RS), e o trabalho, em

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aproximadamente uma hora. E os finais de semana são destinados a pedaladas em grupo e afazeres rápidos pelo bairro. Sempre com a magrela.“Sou motorista também, pois viajo a trabalho e em dias de Fórum preciso usar terno, fica mais complicado sair de bike. Mas já percebo que as pessoas estão deixando de ver a bicicleta como um brinquedo. Colegas estão aos poucos aderindo, e a iniciativa das bicicletas alugadas é muito importante. Assim a pessoa pode experimentar, pode se testar sem o compromisso do investimento de uma bike antes de


Versões autossustentáveis de meio de transporte podem mudar o astral de uma cidade. Municípios da Serra gaúcha são exemplo disso

saber se vai adaptar-se”, opina Prestes. Ele mesmo já usou as bicicletas como pura diversão, quando deu os primeiros giros em 1993. Só há quatro anos, em muitas idas a trabalho à Serra, viu o quanto a consciência que leva as pessoas a usarem versões autossustentáveis de meio de transporte pode mudar o astral de uma cidade. “Temos que evoluir muito ainda, mas quando pedalo sei que é um momento em que vou perceber coisas que jamais veria se estivesse dentro de um carro. A relação com a cidade e as pessoas muda”, conclui.

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mobilidade urbana

UMA CÂMERA NA MÃO, UMA BIKE NA BAGAGEM Renata Falzoni, jornalista e ciclista, não consegue deixar a passionalidade de lado quando fala em pedalar. Sua relação com as magrelas teve início aos 5 anos de idade. Já a bike como meio de transporte ela adotou no início da vida adulta. E hoje, aos 60, é um dos nomes que mais divulgam a cultura da sustentabilidade, da mobilidade urbana e, consequentemente, da igualdade social no país.

“As cidades fora do Brasil são construídas de forma mais igualitária, por isso a mobilidade é mais fácil. Em todos os bairros você encontra o que precisa. Aqui está tudo concentrado no centro, e as periferias têm menos estrutura”, explica ela, que já perdeu as contas de quantos países conheceu pedalando, seja para seu programa de TV, seja para o site. Mas o entusiasmo que faz parte de seu perfil ajuda a pensar que, sim, há bons exemplos por aqui. “Não podemos esquecer do Rio de Janeiro. Há décadas eles buscam ser verdes, diminuir a

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emissão de gases, focar no sistema hidroviário. Estão completando 400 quilômetros de ciclovia, com certeza a maior do Brasil”, conta, sem deixar de dizer que, apesar do caos aparente, São Paulo é melhor para pedalar pelo fato de os motoristas já estarem habituados a dividir as ruas.Mundo afora, a Alemanha é um dos locais que mais chamaram sua atenção: ciclovias de “ponta a ponta”, totalizando 70 mil km², mais do que o Brasil tem em rodovias. Isso somado a uma cultura que não tem, segundo Renata, simpatia com o uso exagerado de carros. Um estilo de vida que vem crescendo e que só traz boas novas. “Além da questão ambiental como um todo, do aquecimento global e da necessidade de racionalizar as fontes energéticas, você entra também em um assunto que necessita de solução, que é a tensão social. Não encaramos a desigualdade de frente”, diz Renata.


Já não é apenas sonho ver no Brasil a cena comum mundo afora: profissionais de terno e gravata indo ao trabalho sobre duas rodas

MUITO ALÉM DO MODISMO Mauro Gotler sempre gostou de esportes. Surfava e pedalava informalmente até encarar o comércio de bicicletas como um negócio. No início da década de 1990, implantou em Erechim e, logo em seguida, em Porto Alegre o conceito de Bikes Centers já visto no exterior.

“Naquele momento, o Brasil estava vivendo o boom das importadas. Foi algo passageiro, diferentemente de hoje, em que vemos as maiores marcas do mundo com gestões dentro do país”, afirma. Para o empresário, a grande diferença está na atenção especial que a classe média tem dado às bikes. Com a conquista deste perfil de ciclistas, já não é apenas sonho a cena comum em cidades como Amsterdã, Paris e Milão de profissionais de terno e gravata indo ao trabalho sobre duas rodas.

Porto Alegre, capital do RS, conta com 20 quilômetros de ciclovias, com planos de chegar a 100 quilômetros. Muito giro até chegar a Paris, a cidade preferida de Gotler em termos de estrutura. “E não se trata apenas de ciclovias. É preciso criar a cultura dos bicicletários, vestiários, entre outros itens. Mas a cada ano percebemos essa mudança. Infelizmente, mais por questões emergenciais, como o trânsito caótico, do que por iniciativa voltada para saúde e bem-estar. Mas sempre é preciso dar o primeiro passo”, conclui.

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showroom

S.C.A. MARCAS

do tempo

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Uma história revisada em linhas contemporâneas. O novo complexo da S.C.A., assinado pelo escritório gaúcho Edgar Casagranda, torna-se um verdadeiro “espaço de experiência”: uma concepção arquitetônica sem excessos que valoriza superfícies livres, soluções inteligentes e ambientes vivos. O espaço divide-se entre a área administrativa da empresa – escritórios, salas de reunião, sala de atendimento, centro de tecnologia, auditório – e o showroom. Mais que isso, é a materialização da essência da empresa.

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showroom

Num equilíbrio perfeito de linhas retas e volumes bem distribuídos – com referências evidentes de Mies van der Rohe e da Escola de Bauhaus –, o empreendimento, localizado ao lado da fábrica, traz na contemporaneidade uma maneira de homenagear a passagem do tempo, mostrando que evolução está intimamente ligada à originalidade e às raízes. O projeto arquitetônico resgata, por meio da escolha de seus materiais, a história da família italiana que fez da marca gaúcha uma referência em mobiliário de design pelo mundo. Quando

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tudo começou, em 1967, Augusto Manfroi produzia pias e tanques em pedra e cimento, materiais que estão representados pelo revestimento em granito, demonstrando o respeito pela história. As estruturas metálicas que sustentam o “volume de vidro” em balanço remetem ao equilíbrio e à solidez, que estão entre as características da S.C.A. O pé-direito de quase 9 metros de altura dá a amplitude de uma empresa que busca sempre novos voos. “A S.C.A. é intuitiva. Somos movidos por emoção. E o desenvolvimento do projeto


O projeto arquitetônico resgata, por meio da escolha de seus materiais, a história da família italiana que fez da marca gaúcha uma referência em mobiliário de

design pelo mundo

arquitetônico se deu assim. Fizemos inúmeras alterações de projetos até chegarmos numa fórmula perfeita”, explica o arquiteto. A atmosfera é de interação da arquitetura com a paisagem. O verde do Vale dos Vinhedos, região onde está localizado o complexo, é bem aproveitado em todos os ambientes: o visual é inspirador. “Percebemos uma linguagem de arquitetura moldada pelo paisagismo”, comenta Paulo Cardoso, responsável técnico. A água, que circunda a construção, quebra a aridez da pedra. O espaço destinado ao showroom, amplo e funcional, transforma-se: pode ser uma sala para a família, um quarto, uma cozinha gourmet. “Mais do que ver de perto nossas criações, queremos que o visitante viva a essência da S.C.A.”, explica. E, neste contexto, o “receber bem” faz parte. “Está no nosso DNA familiar. Desde o início, tínhamos em mente que seria necessário um espaço gourmet diferenciado para a realização de eventos dentro do complexo: uma grande mesa, uma cozinha equipada e até uma horta fazem parte do nosso showroom”, comemora. Peças de design, obras de arte, achados de antiquários, ícones do urbano destroyed, livros e relíquias de família preenchem o espaço numa cenografia com alma. “É um lugar que estimula a experiência. É o resultado do trabalho e da dedicação de toda a equipe. E, como não poderia ser diferente, tem muito de todos nós aqui. Queremos propor uma mudança cultural na S.C.A. É uma iniciativa para que todos visualizem a nossa identidade”, reconhece.

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s.c.a. on line

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A S.C.A. está com visual renovado na web. Mais moderna, elegante e intuitiva, nossa “casa online” transmite a essência da marca. O site tem uma estrutura clean e segue a linha do flat design, já que busca explorar com maior destaque e versatilidade os ambientes S.C.A. Clique e navegue pelas tendências e novidades: www.sca.com.br

Mudar a casa ou a empresa é sempre motivo de empolgação e ansiedade. Pensando nisso, a S.C.A. desenvolveu um canal de relacionamento para que os clientes possam acompanhar o status de seus pedidos com informações diretamente da fábrica. Em até 48 horas úteis, o canal de relacionamento da S.C.A. retorna sobre os esclarecimentos solicitados. Mais segurança. Mais confiança. www.sca.com.br/site/fale-conosco/seu-pedido

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Combinado às tendências internacionais e ao estilo brasileiro, o design marcante da S.C.A. cria elementos únicos e surpreendentes. Os 70 showrooms espalhados pelo Brasil e exterior trazem lançamentos frequentes focados no conceito de ergonomia, design e funcionalidade. Milhões de itens disponíveis que proporcionam total liberdade criativa e composições exclusivas, além de diferenciais que permitem transformar os ambientes em cenários sofisticados e perfeitos.

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A S.C.A. desenvolve ambientes inteligentes para cada tipo de negócio. O mix de produtos e o rigoroso estudo para racionalização dos espaços buscam equilíbrio entre o visual e os custos, garantem vantagens de produção e execução dos projetos para ambientes corporativos dos mais diversos segmentos, desde pequenos escritórios a grandes indústrias, lojas, hotéis, instituições de educação e bancárias ou clínicas médicas.

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A Ópera traz para a América Latina um novo conceito construtivo: o total accommodation, um sistema de módulos metálicos estruturados, totalmente ambientados e prontos para habitação ou uso corporativo. De fácil transporte e instalação, o interior de cada módulo é personalizado, dos móveis aos acabamentos, em um pacote de soluções com um único fornecedor.

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Slimstone é um produto inovador que revoluciona o uso do mármore ou granito. Em fina espessura – cinco milímetros –, possibilita inúmeras aplicações. De casas e espaços corporativos a elevadores, iates ou aviões; nas paredes, no piso, no teto ou no mobiliário; em áreas internas ou externas. Há versões que permitem, ainda, a passagem de luz, criando efeitos cênicos através da retroiluminação.

Design, arquitetura e decoração em um clique

A S.C.A. está presente nas redes sociais com conteúdos exclusivos para quem busca inspiração num novo jeito de viver: mais elegante, mais ousado, mais inovador. A S.C.A. compartilha tendências da arquitetura e do design, novidades do mundo das artes, comportamento do consumidor e todas as novidades da empresa. E, claro, os projetos incríveis e inusitados concebidos pela S.C.A. em todo o Brasil. E no blog, que ganhou visual renovado, todos os tópicos do nosso universo em posts cheios de detalhes desenvolvidos por quem entende do assunto. Acompanhe: facebook.com/sca.moveis twitter.com/sca_moveis pinterest.com/scamoveis youtube.com/user/scamoveis instagram.com/scaoficial 121


endereços

Confira os endereços dos showrooms da S.C.A. no Brasil:

Sudeste AMERICANA | SP REF Comércio de Móveis Ltda. EPP Rua Sete de Setembro, 1130 Chácara Girassol | 13465-320 (19) 3407-5874 BARUERI | SP GTS Comércio e Serviços de Decoração Ltda. Alameda Araguaia, 750 e 751, Loja 03 | Alphaville 06455-000 (11) 4314-2626

GUARUJÁ | SP

SANTO ANDRÉ | SP

Magazine Viamar Ltda. Avenida Adhemar de Barros, 944 Vila Santo Antônio | 11430-001 (13) 3382-1745

MA Mathias Projetos e Design Eireli Ltda. Rua das Aroeiras, 344 Jardim | 09090-000 (11) 2669-2226

JUNDIAÍ | SP Forma & Casa Comércio de Móveis Ltda. Avenida Nove de Julho, 384 Jardim Morumbi 13209-010 (11) 4497-1222 LIMEIRA | SP Edmir Fernando de Oliveira ME Avenida Saudades, 1461 Centro | 13480-070 (19) 3495-4805 MOGI DAS CRUZES | SP

BERTIOGA | SP Rafael Lunardi ME Avenida Marginal, 17595 Chácara Itapanhaú | 11250-000 (13) 3313-2316

J R C M Lunardi Ltda. Avenida Francisco Rodrigues Filho, 951 Vila Mogilar | 08773-380 (11) 4790-1445

BRAGANÇA PAULISTA | SP

PIRACICABA | SP

Idea Comércio e Serviços Ltda. ME Avenida dos Imigrantes, 920 Jardim América | 12902-970 (11) 4032-8343

MCI Oliveira Comércio de Móveis Ltda. EPP Avenida Carlos Botelho, 505 São Dimas | 13416-145 (19) 3371-2000

CAMPINAS | SP Nocce Comércio e Serviços Ltda. Avenida Dr. Jesuíno Marcondes Machado, 657 Nova Campinas| 13025-000 (19) 3326-4062

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RIBEIRÃO PRETO | SP ACS Comércio e Serviços Ltda. ME Avenida Professor João Fiúsa, 2644 Jd. Canadá | 14024-260 (16) 3237-0051

SANTOS | SP Santos Progetto Comércio de Móveis Ltda. Rua Azevedo Sodré, 07 Boqueirão | 11055-050 (13) 3221-9142 SÃO JOSÉ DOS CAMPOS | SP Forma 5 Comércio e Serviços Ltda. Avenida São João, 1570 Jardim Esplanada | 12242-000 (12) 3923-5544 SOROCABA | SP Quattra Comércio de Móveis Ltda. ME Avenida Barão de Tatui, 793 Vila Florinda | 18030-000 (15) 3329-8831 São Paulo | SP ALTO DA LAPA Mobiliário Contemporâneo Montagem de Móveis Ltda. Rua Barbalha, 113 | 05083-020 (11) 3831-8600 JARDIM EUROPA Jardim Europa Progetto Comércio de Móveis Ltda. ME Avenida Europa, 728 | 01449-000 (11) 3088-0606


JARDIM PAULISTA

NOVA FRIBURGO | RJ

Sul

Trinitá Decorações e Montagem de Móveis Ltda. Rua Bento de Andrade, 395 04503-011 (11) 2222-1112

Cassano Friburgo Comércio de Móveis Ltda. Rua Oliveira Botelho, lj. 2 e 3 Centro | 28613-000 (22) 2523-2100

BALNEÁRIO CAMBORIÚ | SC

MORUMBI

VOLTA REDONDA | RJ

R M D Comércio de Móveis e Serviços Ltda. Avenida Guilherme Dumont Villares, 2250 | 05640-004 (11) 3744-8080

M.T. Móveis e Acabamentos Ltda. ME Rua Alberto Pasqualine, 143 Vila Santa Cecília 27261-310 (24) 3342-2013

PACAEMBU RHF Montagem de Móveis Ltda. Avenida Pacaembu, 1208 01234-000 (11) 3662-0660

VILA MARIANA Kidesign Comércio e Serviços de Móveis Ltda. Rua Sena Madureira, 136/146 04021-000 (11) 2307-7200

Rio de Janeiro | RJ Brascasa Projetos e Decorações Ltda. CasaShopping Avenida Ayrton Senna, 2150 22775-003 (21) 2108-8826

SC Armários Contemporâneos Ltda. ME Av. Terceira Avenida, 2060 Centro | 88330-102 (47) 3363-3300 CHAPECÓ | SC Art & Top Ltda. Av. Getúlio Vargas, 2155 Passo dos Fortes 89805-001 (49) 2049-2555

VILA VELHA | ES

FLORIANÓPOLIS | SC

Móveis Modulados Ltda. Avenida Champagnat, 300 Loja 01 Praia da Costa | 29101-410 (27) 3289-2000

SC Ambientes Contemporâneos Ltda. Avenida Mauro Ramos, 1690 Centro | 88020-302 (48) 3024-4400

VITÓRIA | ES Móveis Modulados Ltda. Filial Avenida Dante Michelini, 301 Loja 04 Jardim da Penha | 29060-235 (27) 3235-1234 UBERLÂNDIA | MG Fenner Móveis e Decorações Ltda. ME Av. Nicomedes Alves dos Santos, 3600 Sala 04 | Morada da Colina 38411-106 (34) 3257-2550

BENTO GONÇALVES | RS Casa Shopping Móveis e Decorações Ltda. Rua Humaitá, 170 Humaitá | 95700-000 (54) 2102-1444 CANOAS | RS Paris Móveis e Decorações Ltda. Rua Dona Rafaela, 434 Marechal Randon | 92020-030 (51) 3477-0151 NOVO HAMBURGO | RS S3 Móveis e Decorações Ltda. Av. Dr. Maurício Cardoso, 1440 Hamburgo Velho 93510-250 | (51) 3066 1449

Dados atualizados em setembro de 2014, podem sofrer mudanças.

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endereços

PELOTAS | RS

CURITIBA | PR

Nordeste

Power & Garcia Ltda. Avenida Bento Gonçalves, 3888 Centro | 96015-140 (53) 3222-9292

Movdecor Curitiba Ltda. Alameda Carlos de Carvalho, 1685 Batel | 80730-200 (41) 3222-0900

ARACAJU | SE

PORTO ALEGRE | RS Sicília Ambientes Planejados Ltda. Av. Dr. Nilo Peçanha, 1383 | Boa Vista 91330-000 (51) 2103-5855

FOZ DO IGUAÇU | PR Movdecor Foz Ltda. Rua José Maria de Brito, 1488 Jardim Central | 85863-730 (45) 3525-8255

Centro-Oeste

RIO GRANDE | RS

BRASÍLIA | DF

Dorini & Xavier Ltda. Avenida Presidente Vargas, 612 E Parque | 96202-100 (53) 3235-9005

Barros Barreto Artefatos de Madeira Ltda. EPP Setor de Indústria e Abastecimento Trecho 03, Lote 830/840 | 71200-032 (61) 3233-1016

SANTA MARIA | RS Corá & Ullrich Comércio de Móveis Ltda. Av. João Luiz Pozzobon, 936 Km 03 | 97095-465 (55) 3222-8123

CAMPO GRANDE | MS Cozinhas Mundial Ltda. Avenida Afonso Pena, 3420 Centro | 79002-075 (67) 3326-2331

Mitidieri Comércio e Serviço Ltda. EPP Avenida Jorge Amado, 515 Jardins | 49025-330 (79) 3025-9900 BARREIRAS | BA Classe A Móveis e Eletros Ltda. Rodovia BR 242, Km 1,5, s/n Novo Horizonte | 47808-460 (77) 3612-4173 SALVADOR | BA P5 Comércio de Móveis e Decoração Ltda. Alameda das Espatódeas, 38 Caminho Das Árvores | 41820-460 (71) 3351-8669 VITÓRIA DA CONQUISTA | BA Sebastião Barbosa Leão ME Avenida Olivia Flores, 333 Candeias | 45050-480 (77) 3421-5717

CASCAVEL | PR Formavi Comércio de Esquadrias Ltda. ME Rua Jorge Lacerda, 107 Centro | 85810-220 (45) 3037-2399

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CUIABÁ | MT Belka Comércio de Móveis Ltda. Av. Fernando Correa da Costa, 761 Jd. Guanabara | 78010-400 (65) 3627-5863

Dados atualizados em setembro de 2014, podem sofrer mudanças.

FORTALEZA | CE Eliti Comércio de Móveis Ltda. Av. Washington Soares, 909 loja 109 | Salinas Casa Shopping (85) 3224-8844 60811-341


JOÃO PESSOA | PB Spazio Uno Comércio e Representações Ltda. Av. General Edson Ramalho, 173 Manaira 58038-100 (83) 3227-0190 MACEIÓ | AL Calheiros Comércio e Serviços Ltda. Av. Alm. Álvaro Calheiros, 1120 Mangabeiras | 57035-972 (82) 3316-5464

Norte BELÉM | PA

Escritórios de negócios São Paulo | SP

Espaço Decor Comércio de Móveis Ltda. EPP Av. Gentil Bittencourt, 1302 Nazaré | 66040-174 (91) 3073-1400

Rua Haddock Lobo, 578 Conjunto 21 | 01414-000 Cerqueira Cesar Fone: + 55 (11) 2526-2200

MACAPÁ | AP

Rio de Janeiro | RJ

R O V Favaro ME Avenida Almirante Barroso, 1679 Santa Rita | 68901-336 (96) 3224-3554

Avenida Rio Branco, 133 Sala 602 | Centro 20040-006 Fone: +55 (21) 2221-3924

PETROLINA | PE MG Vasconcelos Filhos Ltda. Avenida Monsenhor Ângelo Sampaio, 550 | Vila Eduardo 56328-000 (87) 3862-2311 RECIFE | PE Prado & Prado Ltda. Av. Conselheiro Aguiar, 1684 Boa Viagem | 51111-011 (81) 2128-8777 SÃO LUÍS | MA Andrade Comércio e Serviços de Móveis Ltda. Avenida dos Holandeses, Lote 14, Qd. 32 Quintas do Calhau | 65071-380 (98) 3312-7066

Sede fabril e administrativa Bento Gonçalves | RS Rod. RST 470 Km 220 | Vinosul 95700-000 Fone: +55 (54) 2102-2200

TERESINA | PI Forma Engenharia Comércio Indústria e Representações Ltda. Avenida Dom Severino, 1258 Fátima | 64049-375 (86) 3194-0150

sca@scaauthentic.com.br

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