5ª edição revista eoptimismo

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5ª Edição | Agosto de 2013

- No caminho do otimismo e da esperança

- Adolescência Otimista - Educação de Investimento

- A Arte da Educação Alimentar

Mudanças e Adaptações: Como Vivê-las Positivamente

- A minha realidade - Um olhar partilhado do Otimismo

Otimismo Realista

Mobbing: Uma experiência Pessoal

Esperança e Otimismo…Soluções ou Possibilidades? - Um Obrigado por dia não sabe o bem que lhe fazia - Ser Otimista

- A Arte de Bem Viver com otimismo


5ª Edição Agosto de 2013

Revista eOptimismo ... Coordenação editorial André Vicente Ricardo Sousa Fonseca ... Grafismo André Vicente ... Autores nesta edição Amaro Figueiredo Ana Isabel Fonseca Eveline Carvalho Cunha Gabriela Cardoso Juliana Barroso Lúcia Carvalho Miguel Arranhado Muriel Mendes Nuno M.M. Nunes Rafael Leandro Ricardo Sousa Fonseca Susana Cardoso Vanessa Dias Zaida Borges Charepe

Editorial Caros Otimistas É com grande otimismo que vos fazemos chegar nova edição da Revista eOptimismo. Nesta edição regressámos às origens, tendo como tema central o Otimismo visando a sua promoção e partilha com todos os leitores. O otimismo será abordado em diferentes perspetivas interligando-se a várias áreas profissionais e pessoais, através dos artigos redigidos por todos os colaboradores. Celebra-se o início de uma nova fase, com novos coordenadores Ricardo Fonseca e André Vicente que aceitaram continuar o projeto iniciado pela Vanessa Dias, a quem agradecemos a confiança e amizade! São os primeiros passos para o longo caminho que queremos percorrer com otimismo e prometendo desde já algumas novidades para as próximas edições e no renovado blogue eoptimismo.com. Boas leituras! Abraço Otimista Ricardo Fonseca Nota editorial: Todos os artigos são da exclusiva responsabilidade dos seus autores não sendo a eOptimismo responsável pelo respetivo conteúdo. As imagens incluídas nesta edição, exceto referência contrária, foram retiradas da internet sem referência explícita ao seu autor ou direitos de imagem/publicação associados. Em caso de deteção de foto ou imagem que viole o legalmente estipulado deverá o mesmo ser comunicado à Coordenação Editorial desta Publicação para remoção/alteração do conteúdo.


Fotografia “Amanhecer” por Cátia Vicente

Há pessoas que veem as coisas como elas são e que perguntam a si mesmas: ''Porquê?'' e há pessoas que sonham as coisas como elas jamais foram e que perguntam a si mesmas: ''Por que não?”. Bernard Shaw


Nesta edição: Adolescência Otimista?

6

Um Olhar Partilhado do Otimismo

11

A Minha Realidade

16

Otimismo Realista

19

Ser Otimista

23

Mudanças e Adaptações: Como vivê-las Positivamente

26

Esperança e Otimismo…Soluções ou Possibilidades?

28

Mobbing: Uma experiência pessoal

34

Um Obrigado por dia não sabe o bem que lhe fazia

42

Terá a Saudade um coração Otimista?

45

Educação de Investimento

47

No Caminho do Otimismo e da Esperança

51

A Arte de Bem Viver com Otimismo

54

A Arte da Educação Alimentar

60

Sugestão Literária

62

Agenda

64


Ilustração "The Sun Priestess" por Francisco Martins Aludindo ao povo solar, esta ilustração representa a personificação do sol, sinónimo de luz, energia que se associa ao lado benevolente da natureza, onde tudo é desvelado e verdadeiro. Contrasta com as marés lunares e a noite, que estão associadas ao mistério, obscuridade e às energias sobrenaturais, medos e superstições. behance.net/francmartins facebook.com/franciscomartinsillustration


Adolescência Otimista? Por Ana Isabel Fonseca, Estudante do Ensino Secundário

A adolescência é, cientificamente, a fase de transição entre a infância e a idade adulta, o que acarreta, consequentemente, um longo processo de transformação e crescimento que se pode prolongar até ao alcance da dita maturidade. Eu, no auge dos meus quinze anos, posso dizer-vos que a adolescência é uma etapa difícil, dura, mas é também, indubitavelmente, a melhor das nossas vidas. É cheia de “primeiras vezes”, de novas experiências, de estabelecimento de relações e aquisição de conhecimentos que, comummente, nos acompanham a vida inteira.

A adolescência é uma etapa difícil, dura, mas é também, indubitavelmente, a melhor das nossas vidas.

É, então, não obstante todos os obstáculos, uma etapa determinante, e digo determinante pois é na adolescência, amigos, que os seres humanos começam a moldar a sua personalidade. Para isso, todos nos regemos por um modelo que tanto pode ser um apresentador de televisão como a nossa professora de matemática. Eu, por exemplo, durante muitos anos fiz múltiplos esforços para me tornar parecida à esposa do meu irmão mais velho. Admirava-a, no fundo, e creio que a admiração está na base de todo esse


procedimento. Os adolescentes precisam, assim, de se orientar por alguém que admiram, tentando “criarse” à semelhança do seu modelo. Isso gera, evidentemente, um enorme sentimento de frustração no adolescente,

pois com todos os esforços para se assimilar ao seu protótipo, o jovem automaticamente concebe traços muito próprios, peculiaridades únicas que o impedem, portanto, de se tornar uma cópia perfeita do que desejavam.

Assim, ainda à procura da sua identidade, os adolescentes debatem-se com mais uma multiplicidade de problemas, dos quais destaco apenas os fundamentais: escola, família, amizades, amor. Do meu ponto de vista, todos, sem exceção, somos detentores de capacidades intelectuais, e o que diferencia os bons alunos dos maus alunos é simplesmente o proveito que cada um faz dessas capacidades. Tornando isto mais fácil para si, posso

assegurar-lhe que a maioria dos adolescentes da minha geração não se preocupa meramente. Logo, se o seu filho adotou uma posição de desinteresse para com a vida escolar, é apenas isso: desinteresse. Hoje em dia há biliões de passatempos criados com o intuito de distrair os adolescentes, o que deixa inevitavelmente a escola num nível relativamente inferior de importância. No entanto, possuímos ainda muitas mãos cheias de gente preocupada que se dedica ao estudo como profissão a tempo inteiro que é, fazendo o melhor uso das suas capacidades mentais. Conheço bastantes assim e acredito que nos devíamos alegrar por isso, louvando sempre os bons exemplos e não descurando, contudo, os “desinteressados”. Nós jovens precisamos de motivação e conseguindoa, somos capazes de coisas admiráveis.

Nós jovens precisamos de motivação e conseguindo-a, somos capazes de coisas admiráveis.


Já em casa reina, geralmente, a incompreensão. Os pais são de outra época, cresceram com outros hábitos e outras regras e torna-se complicado para eles entender certos gostos e atitudes dos jovens, como por exemplo o vestuário, os hobbies, o modo de pensar… Torna-se então problemático viver com determinadas coisas e a postura mais expectável dos jovens é a revolta. Revoltam-se, obviamente, contra os pais e os seus ideais, apelidamnos de “antiquados” e, com ou sem permissão, acabam por levar as suas adiante. Tudo isto cria um mau ambiente familiar que se pode posteriormente refletir na atitude do adolescente para com a escola, as amizades e até mesmo com a sua forma de viver a vida. O mais

acertado a fazer é, sem dúvida, conversar, expor os diferentes pontos de vista e discuti-los, de forma a chegar a um consenso. Os pais têm que perceber que os tempos mudaram, o mundo modernizou-se e certos conceitos não têm mais lugar no mundo atual, ao passo que cabe aos adolescentes tentarem compreender

também o contexto em que os parentes cresceram, e entender que é difícil desligar-se bruscamente das regras que conheceram durante toda a sua vida. De qualquer maneira, a adolescência é uma fase passageira e os conflitos familiares, salvo algumas exceções, resolvem-se com o tempo.

As amizades são também de extrema importância na vida de um adolescente: são os maiores influenciadores e condicionantes das nossas ações e até pensamentos, para o bem e para o mal. Os jovens têm tendência a confiar demasiado, colocando sempre os amigos num patamar superior a qualquer outra coisa. Confiam-lhes tudo e as suas ideias são sempre as mais acertadas, mesmo


que os próprios não concordem inteiramente com elas. Refiro-me pois à classe dos influenciáveis que, infelizmente, existem em grande número. Porém, penso que todo o adolescente nasce com um carácter independente e são esses que fazem a diferença neste campo, pois as suas amizades são construídas de igual forma das duas partes, sendo o pilar a confiança e o respeito mútuos, sem o sentimento de posse ou superioridade. As amizades dos adolescentes são, igualmente, as que mais tempo perduram, arrastando-se algumas até à vida adulta e por aí adiante. Neste aspeto, o único motivo de preocupação para mim é, deste modo, o poder que os amigos tendem a ter um nos outros, o que, regra geral, é usado para as más ações.

Por fim o amor, quebra-corações de todos os adolescentes. Todos nós,

mesmo jovens, temos uma história dolorosa de amor para contar. Os amores adolescentes ficam como que uma espécie de memória, pois os primeiros são, como tanto se diz, inesquecíveis.

Deixe-o desfrutar de todas estas descobertas e sentimentos novos, mas não se afaste demasiado!


O que muito nos chateia é, todavia, o facto de os adultos dizerem que “somos muito novos”. Chateia, aborrece, cai mal. Sou uma romântica incurável e não creio que exista uma idade certa para se começar a amar, porque o amor existe em todas as coisas e é em pequenos que o descobrimos; o amor sob todas as formas, por tudo e por todas as coisas.

Torna-se no entanto problemático quando o levamos ao extremo, ao fanatismo, à obsessão. Não é raro observarmos adolescentes que acorrem à automutilação ou mesmo ao suicídio após um desgosto de amor, pelo que este assunto detém inúmeros pontos controversos.

Contudo, ainda acredito no amor que se lê nos livros e conheço casais da escola que frequento que namoraram deste o sétimo ano e que hoje, mesmo em universidades diferentes, continuam a relação. Não é algo, portanto, que deva impor ao seu filho como uma proibição, e não lhe diga jamais que é demasiado novo para namorar. Deixe-o desfrutar de todas estas descobertas e sentimentos novos, mas não se afaste demasiado! Os adolescentes têm

uma inclinação terrível para o exagero e a dramatização, pelo que é conveniente estar alerta para impedir alguns dissabores. Não esqueça no entanto que até os desgostos de amor têm um lado positivo, pois deixam sempre importantes ensinamentos e obrigam-nos forçosamente a crescer em certos aspetos. Somos seres humanos em constante mutação física e psicológica, seres carentes de compreensão e companheirismo. No fundo, todos nos movemos pelas mesmas razões e todos partimos em busca do mesmo; isso não nos tornará “irmãos”?

Somos a mais moderna geração e carregamos nas mãos o futuro de um planeta. Mas tenham fé em nós! Saberemos dar conta do recado.


Um olhar partilhado do Otimismo

Por Juliana Barroso, Life Coach e Coordenadora do Espaço Infinitus e Daniel Francisco, estudante do 6º Ano

Lançado o desafio de escrever sobre a temática do otimismo relacionando-o com crianças e jovens, confesso que me senti um pouco desamparada. Refleti sobre o assunto, pus em causa o meu “grau de otimismo”, analisei como vivo o otimismo no meu dia-a-dia e como o partilho com os que me rodeiam. No final, continuei sem saber como haveria de abordar este tema. Como não poderia deixar de ser, recorri às pessoas mais sabedoras ao meu redor para me aconselhar, os meus alunos. Nesta situação, pedi ajuda ao Daniel com 11 anos, acabamos por marcar uma reunião em momento oportuno nas nossas agendas e com o tempo devido para que ele pudesse compreender o que é para si o otimismo. Como já entenderam, o mote para este artigo é da total responsabilidade deste pequeno sábio. Já vão entender o que quero dizer. O Daniel sumarizou a sua reflecção em 5 pontos com os quais me identifiquei completamente, que desenvolvo em seguida:

“O Otimista vê em cada dificuldade uma oportunidade”

Como diz o provérbio “Nada é verdade ou mentira, tudo é da cor do cristal com que se olha”. Os filtros que trazemos connosco sejam eles resultado de experiências prévias ou da nossa educação, determinam a forma como olhamos para cada situação que enfrentamos. Muitas vezes os nossos

filtros encontram-se empoeirados e contaminados com perspetivas de impossibilidades, negatividade e


críticas castradoras que nos levam a acreditar que tudo é difícil, não é para nós ou que não somos capazes. Mais vezes do que gostaríamos incutimos esta forma de estar a quem nos rodeia, e desde muito cedo, nas crianças e jovens com quem contactamos. Tantas vezes, nos perguntamos como podemos ser otimistas com esta crise, com a situação atual da sociedade, se o meu filho não tira boas notas na escola e tem o seu futuro comprometido? Ser otimista não implica um olhar desajustado da realidade, mas passa por olhar para as diferenças dos nossos filhos, amigos, alunos e acolhê-las, vendo-as como oportunidades. Entender que o que o mundo precisa é daqueles pontos que fazem de cada um de nós diferente dos outros, porque mais ninguém é dessa forma única e especial. É nas diferenças

todos (ao mesmo tempo) castramos, mais vezes do que desejável, a possibilidade de estimular e apreciar certos dons e talentos. Damos muita atenção a conceitos intelectuais e conteúdos técnico-científicos e menos atenção à estrutura e interação emocional e aos sentimentos. Coloquemos outro filtro e reparemos nos detalhes positivos, nas pequenas grandes conquistas que acontecem à nossa volta. Vamos começar por dar pelo menos, tantos elogios quanto

que nos realizamos, Ser otimista e no entanto corremos não implica desenfreadamente, um olhar muitas vezes sem desajustado consciência, na da realidade direção da massificação de ideias, crenças, formas de estar, de abordar e resolver situações. Já pensaram se todas as reparos negativos; a cada empresas do mundo tentassem ser pensamento negativo, construir um iguais umas às outras, copiando-se? Queremos que os nossos filhos sejam “bons” na escola, mas muitas vezes, a escola não é “boa” para os nossos filhos. Na tentativa de termos uma escola para

positivo; a cada problema apresentar uma solução; a cada obstáculo observar uma oportunidade para aprender, crescer e concretizar.


“O Otimismo é estar com quem

mais se gosta”

Afinal, os momentos mais significativos da nossa vida são partilhados com quem mais gostamos. Não é fazendo aquilo que nos trás mais prazer e bem-estar que nos sentimos melhor? E se partilhássemos momentos destes mais frequentemente com quem mais gostamos? Os nossos interesses são diferentes dos nossos filhos ou alunos? Façamos um plano onde cada um pode escolher uma atividade para fazer em conjunto. Corremos o risco de ter que jogar PlayStation, andar de bicicleta ou ir jogar à bola na rua; mas no final reconectarmo-nos com a criança que há dentro de nós.

Corremos o risco de ter que jogar PlayStation, andar de bicicleta ou ir jogar à bola na rua; mas no final reconectarmo-nos com a criança que há dentro de nós.

“O Otimismo é dar apoio a essas pessoas, para que não caiam no pessimismo”

Para muitos de nós, uma forma de dar maior sentido à vida é sentindo que somos úteis, que podemos colocar o melhor que temos dentro de nós e as nossas competências ao serviço do outro. Ser otimista é conseguir olhar para as situações e pessoas que nos


rodeiam e usar o filtro da aceitação, valorização e do respeito. É possibilitar aos outros o sentimento de que são reconhecidos por nós, tendo a capacidade de se cumprir enquanto pessoas, familiares, profissionais, etc. Isto pode traduzir-se por coisas simples do dia-a-dia dos nossos filhos e alunos, tais como os exemplos seguintes: estar disponível para ouvir sem julgar; reconhecer “estás cada vez mais atento ao sentimento dos teus colegas, e noto que és um bom amigo”; assinalar “apesar de ainda não teres positiva neste teste, já melhoraste a tua nota em relação à última avaliação, pelo que estás no caminho certo para

“O Otimismo é uma alegria, uma esperança para toda a vida”

Façamos uma pausa…Sentem o poder e a sabedoria desta ideia? Não é a fé, o confiar que nos leva a atingir os maiores feitos do Mundo? Quando “acreditamos com muita força” somos capazes de conquistar tudo! É assim para os campeões olímpicos, para os “Bill Gates” e “Steve Jobs” espalhados pelo mundo, para a Dª Catarina que fundou a associação do seu Bairro e para

atingir o objetivo a que te propuseste”; notar “aplicado o teu cunho pessoal e o que aprendeste na escola nos teus desenhos, estão cada vez melhores”.

Otimismo não é estar alegre em todos os momentos, mas si aprender a focar no que realmente importa e retirar o melhor de cada experiência. É entender que é sempre possível melhorar e que há sempre espaço para evoluir positivamente, o que na maioria das vezes nos faz enfrentar a vida de forma mais feliz e realizada.

“O Otimismo é uma fé muito

poderosa”


todos nós. Quando temos um sonho, determinamos todas as estratégias necessárias para o atingir, sem baixar os braços. Fazemos e refazemos o plano estratégico para o atingir, as vezes necessárias, porque cada obstáculo é visto como mais um passo na direção do que pretendemos. Os grandes conquistadores e sonhadores que permitiram todos os grandes avanços do nosso tempo, não acharam que não eram capazes! A sua ânsia de conquista e o seu confiar na impossibilidade trouxeram-nos até onde estamos hoje.

Devemos ser capazes de incutir nas crianças e jovens esta ideia de que tudo é possível, desde que o façamos com ética e respeito pelo outro. Não existem impossibilidades, porque muito do que hoje é possível já foi impossível um dia. O futuro e a esperança do mundo estão nos sonhos, no acreditar e nas tentativas que as crianças de hoje irão materializar num futuro próximo. Sejamos otimistas e vamos trabalhar para que eles tenham a base e a estrutura necessária para serem bemsucedidos.


A Minha Realidade Por

Muriel Mendes

Estive hoje a ler um artigo por alto, de um senhor que dizia, que a melhor forma de Portugal sair da crise, seria através do pessimismo. A sua tática passaria por nos comunicar, a nós Portugueses, a mensagem que isto está tudo perdido, mas que lá longe um dia, tudo se vai se recompor. Porque no outro espectro, dizendo que com esforço, tudo ficará bem, o senhor afirmava que as pessoas ficavam demasiado otimistas e isso transformava-as em seres passivos e anêmicos, que nada fazem para melhorar a sua vida... Este senhor defende então que os Portugueses reagem perante más notícias, ao passo que se deixam andar, perante as boas. Mas a ser verdade que nos movemos melhor perante a desgraça, não seria justo dizer-se, que afinal somos otimistas? Sim, se perante o desespero fossemos pessimistas, então não seria bem mais provável que passássemos para a “lanzeira” do sofá e nos deixássemos sucumbir perante a nossa óbvia impotência? Ou isso é afinal, coisa de otimista?

O otimista, é afinal um louco em estado de negação?

Enfim, o pessimismo ou o otimismo, percorre segundo ele, um caminho de fora para dentro. Pensava eu erradamente, que estes eram estados de vida pessoais, que exteriorizávamos deste o nosso âmago. Será lógico afirmar-se, que um pessimista fica otimista com más notícias? Este


senhor, agora que penso melhor, confundiu-me um pouco... Ou se calhar, ele é que se confundiu um pouco, no meio de toda a sua ciência, das suas estatísticas e resultados analíticos, interpretados à luz fria da lógica, sem margem para considerar o que faz de nós - humanos.

de manhã à noite e todos vivem felizes para sempre?!

Seguindo esta linha de raciocínio, será certo deduzir que o otimista, é afinal um louco em estado de negação? Um alienado, vivendo numa realidade alternativa, esperando por milagres, não movendo uma palha, confiante num final feliz (algo ao estilo das animações da Walt Disney)? Estamos aqui a dizer, que o otimista tem de acordar para a vida e sair da sua preguiça, do seu mundo de fantasia, onde os passarinhos chilreiam

(…), que o otimista tem de acordar para a vida e sair da sua preguiça, do seu mundo de fantasia, onde os passarinhos chilreiam de manhã à noite e todos vivem felizes para sempre?! Infelizmente, não me é possível contar pelos dedos, as vezes que me dizem “ok, o que dizes é muito bonito, mas o mundo real é aquele que temos”. Mundo este, onde os realistas andam, a par dos pessimistas: N-O-M-U-N-D-O-R-E-A-L (digam isso baixinho, que é de temer!). Onde a maior probabilidade fala mais alto, onde as notícias são o espelho da veracidade factual, onde a solidariedade é um ato misto entre o devaneio e a luxuria sádica de quem a pratica, onde o mundo é dominado pelos vilões e onde apenas da boca do orador, existe bondade, apesar de não existir geralmente, a mínima ação. E é engraçado perceber, que tantas vezes ando no meu mundo “perfeito” e a esforçar-me para que resulte, mas nunca me sinto tão imprestável, como quando alguém me chama à “realidade”. E ontem no meu sofá, deu-se este acontecimento assolador, de olhar para a realidade. Fiquei completamente desanimada, com os meus sonhos a serem esmagados e com a esperança a desvanecer. É que a realidade dada em números, é uma grande treta!


Porque a realidade, é esta: estou desempregada há mais de um ano, tenho um filho com 18 meses, tenho um projeto que implica um empréstimo, e como é sabido “agora os bancos não emprestam dinheiro a ninguém”, não há poder de compra, pelo que uma loja tem um destino apenas – o da falência. Onde o emprego passou a ser coisa do

fantástico e onde finalmente me senti fechada num cubículo. Onde a luz é uma miragem e a esperança foi barrada à entrada. Cá está a realidade, que o pessimista me quer fazer ver, o mundo restrito onde o conformismo é inteligente e a iniciativa é merecedora de castigo e apelidada de utopia.

Portanto, não sei o que senhor pensa ao dizer que precisamos de pessimismo para nos mexer. Mas sei que cada um se adapta à sua vida como a escolheu viver. E eu luto todos os dias para não me

conformar, para ser um agente de mudança no mundo, com a pouca diferença que poderei exercer, esperando que a minha parte, seja suficiente, para tocar numa vida que seja. E para isso, preciso da fantasia, do sonho, da alegria, da criatividade, da inovação, da excelência, da imaginação, da inocência e da loucura. Mas isto sou eu, que sou otimista e como tal, tenho de respeitar a dieta que assim me mantém.

(…) preciso da fantasia, do sonho, da alegria, da criatividade, da inovação, da excelência, da imaginação, da inocência e da loucura.

Porque o que sei, é que no final do dia, não tem a ver com sermos otimistas, pessimistas ou realistas. Não interessa se somos sonhadores ou se temos tendência para viver ao estilo das novelas mexicanas. No final do dia, tem a ver com o que alcançamos e com as pessoas que nos tornamos e aceitamos ser. Tem a ver com o que funciona para nós e não para uma amostra da população. Tem a ver com as relações que cultivamos e com as sementes que plantamos.

No final do dia, tem a ver com cada um, saber escolher a sua realidade e descartar as interferências que nos assolam à velocidade da luz. Tem a ver com estarmos dispostos a encarar a vida de frente e não ter medo de mudar. Mudar sempre que for preciso para nos adaptarmos ao nosso mundo, aquele que nos faz querer acordar e levantar, a cada nascer do sol. Aquele mundo, onde sentimos vida a cada pulsar. Mais de Muriel Mendes: Página no Facebook: A Minha Tarte de Limão Blogue: Pulsares


Otimismo Realista Por

Ricardo Sousa Fonseca, Enfermeiro e Escritor

Vivemos tempos em que o otimismo tem sido apregoado como fonte de energia, de restabelecimento de forças para superar as provações diárias! O otimismo tem sido partilhado entusiasticamente nas redes sociais atingindo um grande número de pessoas que precisam de se sentir otimistas, de olhar a vida por diferentes prismas! Ser otimista é acreditar que as situações fluirão positivamente implementando um sistema emocional de expectativas e de esperança, crendo que tudo se resolverá, que tudo correrá bem em vários campos da nossa vida. É olhar para um problema e encará-lo de forma positiva atribuindo um significado diferente. Ser otimista é transportar este sentimento e aplica-lo em todas as vertentes e partilhá-lo com quem nos rodeia.

“ O otimismo é fé em ação. Nada se pode levar a efeito sem otimismo!” Helen Keller

Será a crença suficiente? Serão os sentimentos otimistas suficientes para que ocorram melhorias na nossa vida? Será a realidade otimista? Está na altura de agir, de percorrer o nosso caminho de conquista, mudança, transformação pessoal e coletiva! Somos


todos agentes de mudança com competências e qualidades únicas que nos permitem transformar o nosso interior e daqueles com quem nos

relacionamos, mas para tal é necessário haver ação!

Pensamentos, ideias, sentimentos, emoções e esperanças por si só, não são suficientes para promover o otimismo permitir a sua integração na nossa vida, como forma de viver, estar e ser! É necessária a conversão em atitudes, em comportamentos mutáveis, inspiradores, conquistadores e merecedores de mérito pelas conquistas diárias quer individuais, quer coletivas.

entender que quando sentimos que algo está errado na nossa Vida, depende de nós a sua transformação, a sua correção, tendo sempre como base as nossas expetativas, crenças e sentimentos otimistas.

O otimismo tem que ser realista!

Não podemos ser apenas otimistas e esperar que a vida nos presenteie com mudanças, com situações positivas. Temos que lutar pelas mesmas e

O otimismo tem que ser realista! Encarar a realidade frontalmente de braços abertos e mangas arregaçadas para lutar, conquistar, usando o otimismo como alavanca, como um centro de recuperação de força e energia. Ou seja, o otimismo é o nosso trampolim e não a nossa meta, o nosso objetivo.


A realidade solicita ação a todo o momento nas diversas áreas da nossa Vida, pede que demonstremos as nossas capacidades de guerreiros, de motivação, perseverança e de crença no nosso potencial como forma de transformar o menos positivo em

positivo. O otimismo, neste aspeto, é o impulso que precisamos para nos levantarmos da cadeira e caminharmos rumo à nossa meta pessoal, confiantes, positivos, mas encarando sempre a verdadeira realidade em que nos encontramos.

Muitos otimistas mantêm-se focados unicamente nos pensamentos positivos, na esperança, na crença de que tudo irá correr bem se acreditarem, mas são incapazes de agir, de fazer com que as mudanças ocorram, de lutar por si e pelos Outros! Um verdadeiro otimista tem que comungar a crença com a atitude, a positividade com a realidade, a esperança com as fraquezas, a coragem com a determinação! Ser otimista é acreditar e colocar em prática aquilo em que acredita!

Como encaras os teus problemas? Como significas as situações menos positivas?

Cada problema que surge na nossa Vida tem uma solução e encontrá-la depende da forma como encaramos a situação em si! Se encararmos com pessimismo não conseguiremos olhar os caminhos a percorrer para solucionar, mas se encararmos com otimismo, encontraremos em alguns casos, mais do


que uma solução, mais do que uma forma de resolver um único problema! A forma como encaramos as diversas situações da nossa Vida e como agimos para as integrar e resolver é a base do otimismo. Ao encarar determinados momentos de forma positiva, aceitando que é uma situação incómoda e que necessita de resolução, conseguimos ver além do problema, identificamos diferentes perspetivas e estabelecemos estratégias de resolução!

com diversas situações a necessitar de resolução, de entendimento, pois é a única maneira de aceitarmos e compreendermos o que sucede em nós e à nossa volta! O

otimismo dever ser encarado passo a passo com a nossa realidade! Observar e entender as situações de diferentes prismas, com fé e esperança de que existe uma resolução e confiando sempre no nosso poder de agir e transformar o menos positivo em positivo, anulando qualquer réstia de pessimismo que exista em nós!

Ser otimista é acreditar e colocar em prática aquilo em que acredita!

A base da resolução de um problema é a aceitação do mesmo como tal e não a sua anulação porque se pretende simplesmente ser positivo! Todos nós podemos ser otimistas, positivos, mesmo

O otimismo dever ser realista e não apenas sonhador! Há momentos para sonhar e ambicionar e há momentos para agir e realizar!

“O otimismo é a fé que leva à realização. Nada pode ser feito sem esperança e confiança” Helen Keller

Mais de Ricardo Sousa Fonseca em ricardosousafonseca.pt.to


Ser Otimista Por

Rafael Leandro, Terapeuta Holístico

Quando refletimos sobre o otimismo, caímos, com alguma frequência, no erro de ajuizar que em tempos tão exigentes como os que atravessamos a nível socioeconómico e financeiro, todo aquele que vivencia esta disposição, cria, em si mesmo, a irrealidade de ver o mundo com a ingenuidade de uma criança de quatro anos que desconhece a vida tal como ela aparenta ser: dura, muitas vezes inflexível e sem grandes hipóteses de ter esperança e confiança no futuro. Nada mais errado! O indivíduo otimista é aquele que, através de uma experiência de vida madura, consciente, equilibrada e vivenciada no Aqui e Agora, consegue descobrir os aspetos positivos que o impulsionam a seguir em frente, a desbravar novos caminhos e ultrapassar as muitas barreiras que testam a sua capacidade de superação.

A velha história do dilema do copo preenchido com água pela metade reforça as diferentes perspetivas que podemos adotar na forma como encaramos o nosso dia-a-dia. O ser otimista tende a ver o copo meio cheio,

o pessimista meio vazio. De certa forma, e do ponto de vista psicológico, a chave para uma vida mais plena e otimista está justamente em equilibrar estas duas perspetivas aparentemente opostas. Estudos


O indivíduo otimista é aquele que, através de uma experiência de vida madura, consciente, equilibrada e vivenciada no Aqui e Agora, consegue descobrir os aspetos positivos que o impulsionam a seguir em frente académicos comprovam que ter muito otimismo não significa necessariamente ter pouco pessimismo e vice-versa, sendo que em diversas ocasiões, ambos são igualmente necessários.

Geralmente, relaciona-se o otimismo com o pensamento positivo, uma vez que ambas as vertentes estão relacionadas com os sistemas de crenças, fé e vontades pessoais do ser humano. Leonardo Boff recorda-nos que a “espiritualidade ajuda-nos a sair desta cultura doentia e agonizante. A integração da inteligência espiritual com as outras formas de inteligência — intelectual e emocional — abre-nos para uma comunhão amorosa com todas as coisas e para uma atitude de respeito e de reverência face a todos os seres, muito mais ancestrais do que nós. Só assim, poderemos reintegrar-nos no Todo, sentirmo-nos parte da comunidade de vida e acolhidos como companheiros na grande aventura cósmica e planetária.”


Ao focarmo-nos no otimismo à luz da inteligência emocional, percebemos que o otimista realista é aquele que é capaz de reconhecer e assumir as dificuldades; do mesmo modo, consegue dar semelhante importância aos recursos internos e aos aspetos positivos das diversas circunstâncias e realidades, trabalhando a aceitação daquilo que é incapaz de modificar pela sua influência, mas também a procurar alternativas e formas de contornar a crise instalada no meio que o rodeia. Desta forma, aprende também a lidar com a natureza da própria vida que lhe impõe, muitas vezes, mudanças e transformações que alteram o seu modus vivendi e que podem revelar-se a médio/longo prazo altamente beneficiadoras de uma melhor qualidade de vida.

igualmente, a sua autoconfiança – que se traduz numa maior capacidade de perspetivar as experiências interiores na sua relação consigo mesmo, bem como as exteriores na sua relação com o coletivo, de forma mais otimista e encorajadora – e a sua autoestima, quando aprende a lidar com os fracassos como forma de crescimento e evolução e os sucessos como garantia das suas qualidades e valores pessoais.

O otimista realista é aquele que é capaz de reconhecer e assumir as dificuldades.

A partir da capacidade de autoaceitação, o ser humano é capaz de reforçar

Em suma, este processo de resiliência origina todo um trabalho interior de identificação e confirmação de quem o indivíduo realmente é, a partir da tomada de consciência das próprias virtudes e também das próprias limitações. É esta consciência que dá ao indivíduo a certeza de que a verdadeira felicidade não se encontra, mas que se conquista através de um pleno bem-estar interior e do otimismo que reforça a confiança e a crença pessoais.

É esta consciência que dá ao indivíduo a certeza de que a verdadeira felicidade não se encontra, mas que se conquista… Mais de Rafael Leandro em rafaelleandro.weebly.com/


Mudanças e Adaptações: Como Vivê-las Positivamente Por

Vanessa Dias, Licenciada em Ciências Psicológicas

Ao longo de milhares de anos, temos vindo a adaptar-nos constantemente ao clima, ao espaço geográfico, à alimentação disponível, aos outros e até mesmo às novas formas de compreendermos o Homem ou o nosso “Eu”. É maravilhoso pensar até que, a cada segundo que passa, inúmeras transformações ocorrem para que a nossa espécie continue a desenvolver o seu potencial e a criar novos trilhos de possibilidades e oportunidades. A adaptação é um processo fundamental da evolução humana. Tendo em conta o nosso zeitgeist, onde novas oportunidades e desafios surgem numa base diária, torna-se essencial desenvolvermos competências e estratégias que nos permitam acompanhar todas estas mudanças e que facilitem, ao mesmo tempo, o desenrolar

A adaptação é um processo fundamental da evolução humana

positivo da nossa adaptação, por forma a mantermos a nossa saúde e bem-estar. Sabendo que quase toda a mudança provoca em nós perturbação e necessidade de reajustamento, existem quatro características psicológicas essenciais que nos ajudam a gerir melhor as mudanças e a lidar com as diferentes necessidades de adaptação na nossa vida: a autoeficácia, o otimismo, a esperança e a resiliência.

A autoeficácia é o estado psicológico que nos faz sentir competentes e capazes de enfrentar um desafio ou problema. Quando temos um elevado sentido de autoeficácia, sentimos,


normalmente, que temos à nossa disposição todos os recursos ou meios necessários para responder de forma eficaz às necessidades que o desafio ou problema acarretam. Muitas vezes é esta a característica que nos permite “dar o passo em frente” e tomar a decisão de agir sobre os desafios ou problemas. O otimismo é a força motriz do nosso sistema humano, pois é este que acalenta a expectativa de obtermos bons resultados. No fundo, é o otimismo que nos ajuda a criar uma visão final do que pretendemos e que nos dá “combustível” para concretizar essa mesma visão, com toda a garra. E se, por um lado, precisamos de pensar que somos capazes de atingir bons resultados, por outro necessitamos de ter a esperança de que os mesmos são possíveis, graças ao

nosso esforço, decisões, ações, capacidades, recursos e capacidade de gerar soluções. Quando os desafios exigem mais energia do que aquela de que pensamos dispor, a esperança ajuda-nos a criar novas estratégias e formas de alcançar os nossos objetivos. Por fim, a resiliência é a capacidade que nos permite perseverar, face a desafios mais complexos, e persistir mesmo em condições e situações adversas. É através da resiliência que as nossas estratégias e competências para lidar com barreiras e obstáculos se revelam mais ou menos eficazes. Um elevado nível de resiliência traduz-se, por exemplo, na capacidade de fazer reenquadramentos positivos de situações menos boas e na competência de encarar com energia a necessidade de efetuar alterações ao “plano inicial”.

Estas quatro características compõem, no seu conjunto, aquilo a que chamamos “Capital Psicológico Positivo” e, de certa forma, influenciam-se entre elas. Não sendo completamente inatas, podem ser trabalhadas ao nível do desenvolvimento pessoal e do meio. De uma forma geral, podemos dizer que as pessoas com níveis mais elevados em todas estas características têm, normalmente, uma maior tendência para viver as mudanças e as adaptações de uma forma mais saudável, equilibrada e ajustada.

Mais de Vanessa Dias em:

aprenderasermaisfeliz.weebly.com e no Facebook


Esperança e Otimismo … Soluções ou Possibilidades? Por Zaida Borges Charepe, Professora Auxiliar no Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa

Para além da caixa que continha todos os pecados e males da humanidade Caixa de Pandora, às virtudes teologais, a esperança tem emergido na literatura contemporânea como um conceito caraterizado sob várias e distintas perspetivas. Na Caixa de Pandora restou apenas a esperança, o que nos conduz a refletir nas expressões populares como “a esperança é a última a morrer»; «a esperança é a boia de salvação»; «a esperança liberta»; «onde há sofrimento há esperança», e a assumir uma «espera». Espera que algum acontecimento mude ou ocorra em prol do desejado, o que significa antecipar um acontecimento com propósito ou sentido para quem o experiencia.

Na atual conjetura económica, a «esperança» e o «otimismo» surgem como palavras frequentes no vocabulário quotidiano do senso comum. Traduzidas como fontes de força e continuidade na resistência à adversidade, sendo por este motivo associadas a vivências menos positivas. O filósofo Marcell (Século XX) estabeleceu uma relação entre a esperança, o desespero, o otimismo e a expectativa, que conduzem à

transformação da personalidade humana na resposta a eventos negativos, sendo acessível nos aspetos mais comuns da vida. A sua obra é revestida de importância neste âmbito, pela reflexão acerca dos conceitos «fronteira» à esperança. Depreendeu-se a inexistência de uma relação direta com a religião, contudo sendo conotada a fé ou a confiança em Deus, como premissas da esperança.


Mas a esperança pressupõe uma atitude otimista? Ou o otimismo precisa de atitudes de esperança?

Importa realçar na tela otimista a paisagem clareada pelo sol e na tela pessimista a mesma paisagem empobrecida pelas nuvens.

São vários os estudos de investigação

pessoal. Esta tela tem sido apreciada e

publicados nos últimos anos e cujos

permite hoje, uma abertura à distinção e

resultados incorporam uma moldura em

clarificação conceptual da esperança com

redor de uma tela pintada com as cores

o otimismo.

do bem-estar, autoaceitação, relações

Importa

positivas com os outros, autonomia,

paisagem clareada pelo sol e na tela

controlo

pessimista

sentido

do na

ambiente, vida,

e

do

propósito

ou

crescimento

realçar a

na

tela

mesma

empobrecida pelas nuvens.

otimista

a

paisagem


Como

tem

sido

praticado

ou

se

pratica

no

quotidiano

este

enquadramento metafórico? Para além do otimismo, a associação de

podem percorrer (tornam-se resilientes)

conceitos como a autoeficácia, o coping

de modo a diminuir o

e a resiliência têm permitido responder

sofrimento nas suas vidas, o que define

de forma mais clara e objetiva. Imagine-

na perspetiva coloquial o coping.

se o contexto de uma mãe de uma

O acreditar de que algo de bom irá surgir

criança

com ênfase nas vias necessárias para

que

necessita

de

cuidados

especiais de saúde e que

prosseguir

de um momento para própria

gerir

a

O que é comum entre a esperança e o otimismo são as expectativas de futuro

seu filho. Esta mãe a

identificar os alarme

de e

exemplo,

significado

Vários autores referem

expetativas

a

nas e/ou

comportamentos, expetativas

e

atitudes

ações como

«à

esperança» as

otimistas,

for necessário. Por outro lado,

como

necessário

por

medicação adequada se

à

esperança.

as

com

está

subjacente

a

intervir

as

pessoal,

medicação do

sinais

atingir

com

a

aprendeu

e

metas e/ou os objetivos

o outro terá de ser ela

impacto do

e

bem atitudes

perspetivando situações que implicam

otimistas na eficácia pessoal para a

sofrimento

concretização das metas e/ou objetivos

vivência

humano, de

doenças,

advindos

da

desemprego,

propostos.

perdas de entes queridos permite que as

O que é comum entre a esperança e o

pessoas

desenvolvam

otimismo são as expectativas de futuro,

estratégias de enfrentamento perante a

constituindo-se esta relação relevante na

adversidade, isto é, consigam perceber

amplificação

que soluções e/ou caminhos alternativos

esperança

protagonistas

das no

experiências passado,

e

de no


enfrentamento

de

um

determinado

problema no futuro. O

otimismo

esperança, reforça

é

a

expressão

manifestação

visão

enquadramento perspetiva

orienta o pensamento para o concreto e

uma

uma

acontecimentos, enquanto a esperança

das

de que

positiva

e

situações

numa

idealizada

o

real. Mas ambos os conceitos orientamse

para

o

futuro,

num

esforço

de

antecipação que ultrapassa e gere os períodos de incerteza e espera.

dos

Ter esperança é mais do que ser otimista, permite-nos dar o passo para a concretização dos objetivos a que nos propomos.

A esperança concretiza e o otimismo visiona uma concretização positiva?

Sim. As

características do

otimismo

princípios

da as

psicologia

positiva,

diferenças

entre

implicam o esperar o melhor; o acreditar

reenquadrou

na vida; no futuro e nos outros; ter

otimismo e o pessimismo, distinguindo

confiança em si próprio e sobretudo nas

claramente o modo de interpretação dos

suas capacidades para cumprir as metas

eventos de vida como determinante para

e/ou objetivos a que se propõe.

a compreensão das atitudes antagonistas

Seligman, numa obra datada de 2007,

(otimistas

com o título Felicidade Autêntica: os

assunção, a esperança funciona como

ou

pessimistas).

o

Nesta


uma estratégia para apreciar e avaliar a

como uma oportunidade de crescimento

necessidade

uma

pessoal pelo enquadramento de outra

experiência, quando a mesma ameaça a

perspetiva; disponibiliza como recurso o

concretização dos objetivos previamente

desenvolvimento

traçados; codifica e interpreta a ameaça

das interações interpessoais.

de

mudança

de

e/ou

fortalecimento

O que é ter esperança? O que é ser otimista?

Como num ginásio, a esperança exercita-

sucesso a alcançar, implica para além da

se das trocas de afetos sustentadas por

sua atitude otimista o desenho de um

uma rede de suporte social, onde a

plano com a definição dos objetivos que

partilha dos medos, receios, angústias

lhe farão mais sentido. Diria um plano A,

permite a orientação para as soluções e

um plano B e até um plano C, que lhe

para a construção de possibilidades. As

permita organizar e investir no trabalho

metas

que

estão

relacionadas

intrinsecamente

com

o

lado

racional,

o

conduzirá

aos

resultados

desejados.

cognitivo e com a ação, enquanto o ser

Ter

otimista pressupõe o visionar de como

otimista, permite-nos dar o passo para a

poderá ser o futuro, mas sem a ação

concretização dos objetivos a que nos

prevista

ocorrência.

propomos. Desenhar mais do que um

Exemplificando: um estudante pretende

plano impede-nos de desistir quando

alcançar bons resultados numa prova, e

confrontados com o primeiro obstáculo

visualiza

ou intempérie. É uma procura incessante

para

o

a

sua

bom

desempenho

esperança

mais

identidade positiva e competente no

atitude otimista. Acredita em si, na sua

enquadramento

persistência e esforço como uma relação

negativas ou desafiantes da vida. Afinal,

de

é ser-se otimista.

esperança

no

base

ser

classificação, o que evidencia a sua

das

na

que

por

Ter

tendo

do

comprovado pelo abono positivo de uma

causa-efeito.

soluções,

é

uma

ocorrências


Esperança e otimismo, soluções ou possibilidades? Ambas, mas a esperança é central à vida

A

humana. Carece de um sentido para a

valorização das experiências do passado

ação a partir da definição de objetivos

onde se obteve sucesso reconhecido pelo

com significado pessoal, sendo por este

próprio e pelos outros, conduzem ao

motivo, objetivos desejados, o que gera

florescimento

motivação para serem alcançados na

próprio e coletivo, e acrescentam a

ação e para a ação. Só assim, as

qualquer pintura o individualismo que a

experiências com raiz mais dolorosa, que

tornará rara e com valor. Apreciada pela

implicam

e/ou

beleza, agradecida como uma bênção,

angústia, podem ser perspetivadas com

partilhada com humor e positivismo, e

a noção identitária de atributos pessoais,

recolorida

tais como a autoeficácia, a autoestima, a

resolução ativa de problemas.

sofrimento,

medo

valorização

dos

do

nos

pontos

potencial

efeitos

fortes,

a

humano

positivos

da

resiliência, a força interior e a coragem.

o Quais os seus planos? o O

que

aprendeu

sobre

si

próprio? o Tem alguma história de esperança para partilhar? o

Partilhe

e

desfrute

das

suas

vitórias e pinte a sua tela de vida!


Mobbing: uma experiência pessoal Por

Gabriela Antunes (nome fictício)

Não é fácil ser Mulher num Mundo de Homens. Numa profissão largamente dominada pela presença masculina, o simples facto de ser mulher já é “O” desafio. A apresentação à chefia não podia ter sido a melhor “Estás aqui contra a minha vontade. Recuso-me a trabalhar com mulheres. Não espero que aguentes o período experimental de 30 dias.” Os 30 dias passaram, os meses, os anos e as situações foram-se acumulando. Inicialmente pensei que fosse o facto de ser (apenas) a mulher do grupo. Pensei que fossem preconceitos na minha cabeça, inexperiência, falta de conhecimentos, falta de visão, falta de confiança, falta de autoestima. Falta de mais alguma coisa?

“Se engravidas, despeço-te. Invento o que tiver de inventar e sais imediatamente da empresa.”

A hora de entrada era conhecida (ou mais ou menos), a hora de saída um mistério; entre “não vales nada” e “o teu trabalho

é

uma...”

os

dias

iam-se

levando. O estado de humor do chefe era um enigma, pura roleta russa saber se ele chegava bem ou mal disposto. Nos momentos

de

boa

disposição

as


gargalhadas eram distribuídas em larga

teclas do telemóvel, usar sapatos de

escala.

salto

Nos

momentos

de

alto...

tudo

era

motivo

de

indisposição os berros e as ofensas

confronto, motivo de aspereza, pressão e

verbais imperavam. Um telefonema

desagrado. O ambiente era pesado,

podia alterar tudo, um almoço podia

incomportável e insuportável.

alterar tudo, uma palavra nossa dita no tom errado podia ser fatal! Ter som nas

Mas

os

acabado

dias

iam-se

de

comprar

levando: casa

tinha

com

o

namorado e havia contas para pagar. O mercado de trabalho já começava a dar mostras

de

algum

empeno

e

a

especificidade das minhas valias técnicas limitavam-me a mudança de emprego. No primeiro

ano de trabalho, o

caminho de regresso a casa era feito entre

lágrimas

e

soluços.

Entre

momentos mais ou menos bons, no final do mês o cheque falava mais alto. Passados três anos, nas férias do chefe, foi o administrador que assinou os documentos e me passou ao quadro. O regresso

e

a

descoberta

da

“nova

aquisição” não foi pacífica. O objeto de desagrado e destinatário de todo o rancor fui, naturalmente, eu.


No primeiro ano de trabalho, o caminho de regresso a casa era feito entre lágrimas e soluços.

Com a entrada para o quadro da empresa

E se?!??!?!? Os primeiros quatros anos

veio

“Se

foram sendo suportados, dia a dia, com

engravidas, despeço-te. Invento o

a consciência de que aquele era o

que

ambiente “normal” em qualquer local de

nova tiver

fonte de

imediatamente

de

pressão:

inventar da

e

sais

empresa.”

O

trabalho,

aquelas

pressões

eram

desconhecimento das leis em vigor, de

normais, os abusos verbais, normais e

proteção à natalidade, à criança e à mãe,

que,

levaram-me a encarar esta possibilidade

Sábado e Domingo existiam, o salário era

com

mesmo

pago no final do mês e, mesmo que

despedida?! E depois? Como é que ia

tivesse de cancelar ou adiar as férias três

fazer para pagar a casa? As contas?

ou quatro vezes, eventualmente iria de

Felizmente não tinha mais empréstimos

férias.

novo

terror:

mas e se?... e se?

seria

independentemente

de

tudo,


À hora de almoço comecei a fazer tricot,

tricotava não pensava, não raciocinava,

li algures que era terapêutico, bom

limpava a cabeça.

canalizador de stress. Fiquei obcecada com o tricot e não largava lãs nem agulhas onde quer que fosse. Funcionou durante

algum

tempo,

enquanto

Concentrava-me em chegar a casa, porto seguro, usufruir ao máximo do meu espaço e do meu silêncio, das minhas coisas, da companhia de quem amava e me queria bem.

Concentrava-me em chegar a casa, porto seguro, usufruir ao máximo do meu espaço e do meu silêncio, das minhas coisas, da companhia de quem amava e me queria bem. Ao mesmo tempo analisava o ambiente,

desconhecida,

as pessoas, os casos. Tentativa e erro.

administrador em simultâneo e participei

Racionalidade e frieza. Comecei a pôr as

a gravidez. Estranhamente a notícia foi

emoções

o

bem recebida, com votos de felicidades e

para

com

tudo a correr bem. Durante 9 meses não

princípio

da

de

lado

comportamento outros

do

colegas,

e

observar

chefe do

provocação, ao desenvolvimento e final da discussão. Comecei a rever-me em algumas situações e a criar alguma consciência. O problema, na realidade, não era meu, não era inteiramente eu, o problema era a pessoa em si! Ele era o provocador, o causador de discussões e discórdias, ele, como chefe, é que se escusava

de

responsabilidades

distribuindo

acusações

e

culpas!

Gradualmente desataquei-me da minha posição de vítima.

encarei

chefe

e

sofri qualquer tipo de pressão. A minha filha nasceu e usufrui dos 5 meses de licença de maternidade a que tinha

direito

regressar reunião

ao com

legalmente.

Antes

de

trabalho

marquei

chefe

administrador,

e

uma

saber como tinham estado as coisas na minha ausência, fazer um ponto da situação. A reunião deixou-me vazia. Aparentemente havia a esperança que eu usufruísse de 2 meses de licença de maternidade, regressasse ao trabalho e continuasse a receber o “salário” pela

na

segurança social. Para todos os efeitos

gravidez uma força interior maior e

mantinha o meu posto de trabalho

Finalmente

engravidei.

Encontrei


porque era mais caro despedir-me e

pressões e ameaças para fazer horário

indemnizar-me do que manter-me a

alargado “porque fica bem, quem vê de

trabalhar. E desde esse momento tudo

fora acha que não trabalhas”. Como não

mudou.

cedi à hora de saída, passei a ter de

O

meu

horário

foi

(ilegalmente)

alargado, as funções originais alteradas, as responsabilidades e posição dentro do departamento

deslocadas

ou

mesmo

anulado para ninguém as exercer neste momento. No primeiro ano de trabalho pós

parto,

todas

as

semanas

era

chamada ao gabinete da chefia, sofrendo

trabalhar à hora de almoço (almoço em 15/20 min na copa e regresso ao trabalho), fui proibida de falar com os colegas

do

próprio

ou

de

outros

departamentos, qualquer assunto que seja necessário chegar a mim tem de passar primeiro pelo chefe. Resumindo, entrava a horas, calada, trabalhava o dia todo e saía, a horas.

E eu bloqueei. Procurei apoio psicológico, expus o caso e a palavra mobbing surgiu, como se sempre tivesse existido. “Podemos avançar legalmente, se assim o entender, mas tenha consciência da morosidade do processo, da pressão que irá sofrer, do que irá ouvir, tem testemunhas que corroborem a seu favor?... “


Já não tinha só a casa para pagar. Tinha uma filha para sustentar, educar, dar o exemplo. E não quero que a minha filha cresça com o exemplo de uma mãe derrotista, conformada, acanhada! Se calhar não era assim tão mau, ir

das agressões tem alguma dificuldade

todos os dias a chorar para casa, ter

em acreditar nelas, na forma como

náuseas

começam

todas

as

manhãs,

ter

e

se

desenvolvem.

Os

pesadelos, insónias todas as noites,

conselhos que me dava seriam ideais

precisar de ter dois telemóveis para

para lidar com uma chefia normal mas no

poder dar um número no trabalho (e

caso de mobbing, qualquer atitude, no

desligá-lo assim que saísse) e outro,

momento errado, pode catapultar novas,

para uso pessoal, não era tão mau

mais fortes e prolongadas agressões

assim não ter paciência para as

psicológicas,

birras da minha filha.

profundas marcas.

Ocasionalmente

tinha

momentos

de

deixando

mais

e

mais

Já não tinha só a casa para pagar.

alguma lucidez, no meio da depressão

Tinha

em que me sentia afundar!

educar, dar o exemplo. E não quero

Em casa, o apoio do marido começou a ser contraproducente. Quem está fora

uma

filha

para

sustentar,

que a minha filha cresça com o exemplo de uma mãe derrotista, conformada, acanhada!

Comecei

a

fazer

frente

à

pressão.

Respeitei na íntegra as regras impostas, por mais ridículas que fossem. Obedeci cegamente

a

tudo

o

que

me

era

ordenado e fiz questão que o trabalho produzido

fosse

irrepreensível.

Telemóvel em silêncio, as mensagens eram respondidas quando sabia que o chefe se encontrava no seu gabinete; as chamadas

atendidas

em

surdina

ou


simplesmente recusadas e devolvidas

trabalho ficava impecavelmente limpa e

mais tarde, com o chefe fora da empresa

arrumada à hora de saída. As pressões

ou nas instalações sanitárias. Das 9 às

diminuíram, mas não desapareceram.

18h era funcionária da empresa. Antes

Começaram as ameaças de corte ao

das 9h e depois das 18h ninguém sabia

salário. As ameaças de despedimento. Só

rigorosamente nada da minha vida. Não

nesse momento é que, achei que “se

tinha fotos de família no computador

calhar” valia a pena inteirar-me das

nem

questões

secretária,

pessoais

não

que

tinha

objetos

permanecessem

na

empresa na minha ausência, a mesa de

legais

envolvidas,

precisamente o que devia de ter feito 10 anos antes.

Atualmente o meu relacionamento pessoal terminou, em grande parte devido aos problemas direta e indiretamente causados pela carga emocional que levava para casa

Eventualmente

ouviu-se

pelos

consciência de que, independentemente

corredores a conversa entre chefe e

do apoio que o pai da criança desse, iria

administrador: “o objetivo é que ela se

ficar sozinha a cuidar de mim e dela. E

despeça mas sinceramente é rija!

de repente, todos os problemas se

Estou a ficar sem ideias para a levar

juntaram e tudo parou!

ao limite e despedir-se”. Finalmente, posição assumida. Atualmente

o

terminou,

devido

aos

indiretamente

separação

meu

pessoal

relacionamento

em

grande

problemas causados

parte

direta pela

separação

de

5

meses.

Atualmente apenas 2 colegas o sabem (“vida pessoal não se mistura com vida

carga

com a tua vida pessoal”). Os problemas relativizaram-se. Fui ao fundo do fundo.

maior fase de pressão laboral, encarei de uma

mais

profissional e eu não tenho nada a ver

No momento em que tive de lidar com a com

por

e

emocional que levava para casa.

frente

No trabalho ninguém soube da minha

e

a

Fiquei sozinha. E foi exatamente ai que

tive

de

ser

mais

Inicialmente nem foi por mim!

forte.


Foi pela criança de 3 anos que não

como Seres Humanos, que o nosso

tem culpa do emprego da mãe nem

trabalho

dos motivos que tenham levado ao afastamento dos pais. Por ela

É importante e fundamental, que somos elementos essenciais na equipa!

tive de engolir as lágrimas.

É preciso que TUDO corra

Por ela tive de reagir. Por

ela

tive

Fui ao fundo do fundo. Fiquei sozinha. E foi exatamente ai que tive de ser mais forte.

de

encarar

o

emprego, todos os

dias,

o

mesmo emprego

que

causou

toda

aquela dor, era agora

a

nossa

para

importante

nas

nossas vidas e até onde

estamos

dispostos a ir para nos

defendermos,

a quem ou ao que amamos, de proteção e verdadeira

absolutamente

necessário

quê, quem e como é

aprendermos técnicas

fonte de rendimento: mal

mal para percebermos o

a

sobrevivência.

nossa

subsistência. E finalmente por mim,

No final das contas vale a pena ser forte,

porque “aquela” não sou eu e é

nem que seja em silêncio! Vale a pena

preciso que nos tirem o tapete e o

rodearmo-nos de todas as armas reais ou

chão todo para percebermos que

mentais que nos permitam lidar com este

somos

as

e qualquer tipo de pressões. Vale a

palavras que nos fazem ouvir todos

pena ser forte e lutar loucamente

os dias, que merecemos muito mais

pela nossa felicidade, apenas isso.

muito

mais

do

que

…é preciso que nos tirem o tapete e o chão todo para percebermos que somos muito mais do que as palavras que nos fazem ouvir todos os dias, que merecemos muito mais como Seres Humanos acanhada!


Um Obrigado por dia não sabe o bem que lhe fazia Por Miguel Arranhado, licenciado em Ciências da Linguagem e da Comunicação

No seu livro Sidetracked: Why our Decisions get Derailed, and How we School, explora um conjunto variado de temas fascinantes, como é o caso do modo como as emoções influenciam as decisões, ou como a compreensão da perspetiva alheia pode tornar-se numa grande fonte de conhecimento. Fundindo estudos sociais com exemplos reais, este livro salienta, principalmente, o poder que a gratidão exerce sobre o ser humano e a sua postura perante a vida. As mensagens presentes em algumas destas expressões tidas como corriqueiras estão repletas de forças que a maioria de nós não tem noção que existem. Cada um de nós, na maioria dos casos, não se apercebe o quão poderosas são as expressões de gratidão.

Numa

das

suas

experiências

confirmar

a

receção

da

resposta,

relacionadas com a gratidão, Francesca

enquanto que a outra metade teve como

Gino, juntamente com o Professor Adam

resposta um e-mail que agradecia o

Grant, da Wharton School, pediu a 57

parecer enviado. Quando, no fim da

estudantes para darem uma resposta a

experiência, foi medida a noção de

um estudante fictício chamado Eric, que

autoestima, apenas 25% do grupo que

havia

recebeu

enviado

uma

carta

de

apenas a

uma

receção

mensagem da

a

candidatura a um emprego. Metade

reconhecer

resposta

destes estudantes recebeu um e-mail a

demonstrava ter valores elevados de


autoestima, comparativamente a 55%

gratidão de Eric irão ajudar o segundo

apresentado pelo grupo que recebeu a

aluno? Claro que ajudaram. Mais de

mensagem

Estes

metade dos participantes do grupo que

valores demonstraram ter uma grande

foi alvo de gratidão (66%) ajudou o

importância na experiência seguinte, na

aluno que pretendia obter uma resposta

qual os participantes receberam um e-

à sua candidatura, enquanto que, no

mail de outro aluno fictício a pedir uma

outro grupo, só 32% dos participantes é

resposta à sua candidatura. Será que,

que

neste segundo cenário, os participantes

disponibilidade.

que

de

receberam

agradecimento.

uma

mensagem

demonstrou

a

mesma

de Tal

como

os

exemplos

demonstram, expressões de gratidão desenvolvem em nós uma sensação elevada de autoestima, que nos leva a ajudar tanto quem nos solicita apoio diretamente, como as pessoas que sabemos necessitarem da nossa ajuda. Obrigado é uma simples palavra repleta

de

poder

transformador

relativamente à nossa saúde, felicidade e sucesso, permitindo-nos manter uma boa relação com as pessoas que nos são mais próximas. Como refere Cícero, “a Gratidão não é apenas a maior das virtudes, é também a mãe de todas as outras.”

Obrigado é uma simples palavra repleta de poder transformador


A etimologia da palavra “Gratidão”

que se tem e não é possível de ser

ajuda a entender este efeito generalizado

adquirida. Assim, é possível afirmar que,

na humanidade. A palavra é originária do

começando

antigo latim gratus, que tem a sua raiz

imerecido (“dar graças a Deus”), a

em

Gratidão é uma qualidade agradável

gratia,

que

significa

“favor”,

“qualidade prazerosa”, ou “boa

desta

ser encontrados noutras línguas mundo,

como é o caso que

Sânscrito, tem

palavra (“cantar oração”),

a

grnati uma ou

presente

ou cantar um louvor (grnati),

mesmo

que um ato de apreciação não seja esperado. É necessário relembrarnos

que

conceito

do

intemporal, deve

“louvor”,

a

Gratidão é um

Lituano, em que gririu significa

um

expressar a apreciação,

A Gratidão é um conceito intemporal, que deve ser aplicado tanto aos outros, como a nós mesmos

base latina podem

do

ser

(charisma) que leva-nos a

vontade”.

Derivados

do

por

ser

que

aplicado

tanto aos outros, como a

“celebração”. Durante o século XIII, os

nós mesmos. Dizer “Obrigado” permite-

membros da religião católica começaram

nos demonstrar a alegria que sentimos

a rezar um pequeno louvor antes de

pelas bênçãos que existem na nossa vida

iniciarem

para

e pelas quais não nos é pedido nada em

agradecerem a comida que disponham

troca. É a Gratidão que nos permite

para si, chamando a este ato “dar as

saborear

graças a Deus”. Esta ação de agradecer

preenchendo

a um ser superior pelos bens que se

independentemente

conquistam foi denominada, na Grécia

dimensão,

Antiga, de charis, cuja raiz é charisma,

retiramos poder para construir a

que significa uma qualidade aprazível

nossa felicidade.

uma

refeição,

as

dádivas as

que

vão

nossas

vidas,

da

sua

das

quais

através


Terá a Saudade um coração otimista? Por Amaro Figueiredo

“Chegámos! Finalmente.”. Avançaram apressadamente, ao encontro de quem os aguardava. Abraçaram-se freneticamente. Imergiram, depois, naquela alegria, naquele encontro. Adejaram sorrisos e pequenas longas conversas já articuladas. “Tinha tantas saudades!”- exclamou, novamente agarrado ao pescoço da mãe. Sem compreender o verdadeiro significado da palavra saudade, disse-a frequentemente à mãe. Tinha apenas cinco anos, embora soubesse que a mãe ia gostar de ouvi-la. Ainda que, o significado da saudade fosse diferente para ambos. “Também tive saudades tuas.” - Disse a mãe.”

Mas o que é a saudade? Porquê o seu sentir? Será assim tão cruel sentir saudades?

Muitas das vezes, é em excertos literários que encontramos as nossas semelhanças no sentir e viver das coisas; mesmo sabendo, que o significado dado por nós aos sentimentos e a forma de agir perante eles, poderá ser diferente ao dado pelos outros. Ao existir, desconhecemos o lado otimista da saudade, unicamente o saudosista. Queremos tanto fugir desse atroz sentimento, que brutalmente o


encobrimos nas «dores de cabeças», nos «enjoos», e outras tantas coisas. Mas o que é a saudade? Porquê o seu sentir? Será assim tão cruel sentir saudades? O que acarreta a saudade ao nosso otimismo, enquanto Seres Humanos? Pensamos nestas perguntas tantas vezes, que esquecemos o verdadeiro significado da saudade. Mas o que é realmente o sentir, desta sensação? Como se vive este sentimento? A saudade. Se a única forma de sentir saudade é amar, gostar, viver. Que saudade é esta, ligada a sentimentos tão nobres? Mas, mesmo assim, somam-se significados diferentes, diariamente. Terá a saudade a sensatez de coração otimista? Viver a saudade é um viver otimista, e aceitar os momentos, porque aconteceram, porque evidenciaram a nossa felicidade. Quando começamos a descobrir o verdadeiro significado do amor, da amizade, das ligações afetivas, descobrimos realmente a saudade. Somos os primeiros a identificála, quando sabemos que algo não está bem. A saudade é um dos exílios do nosso Eu nas ausências das partilhas. Será este o verdadeiro significado da saudade?

Será a saudade útil ao nosso crescimento, enquanto humanos? Será a saudade o desacreditar da vida? É possível saber todas as respostas referentes a uma simples palavra. Basta acreditar. Há quase 400 anos atrás, século XVII, António Barbosa Bacelar poetizou: “Saudades do meu bem, que noite e dia Alma atormentais, se é vosso intento Acabardes-me a vida com tormento, Mais lisonja será que tirania. Mas, quando me matar vossa porfia, De morrer tenho tal contentamento, Que, em me matando vosso sentimento, Me há-de ressuscitar minha alegria...” Articulava Barbosa Bacelar, o “matar da saudade” com o “viver da alegria”? A saudade até pode ser um dos mais inesperados sentimentos, por isso mesmo, estabelecendo o paralelismo entre o “matar da saudade” com o “viver da alegria”, eis que se abre sobre o findar de uma saudade, sempre uma alegria (convenhamos, que nem sempre isto é possível, e se dúvidas houvesse, ninguém queria amar!). Mas, quando existem várias hipóteses, escolhemos a mais conveniente para nós. A saudade é um lado otimista de viver a vida.

Ignora-la, é não viver os momentos com intensidade

Nas nossas vidas, marcamos a saudade que sentimos de um rosto, de um local, de um momento. Ignora-la, é não viver os momentos com intensidade.

“Abraçaram-se novamente. Mãe e filho. É, também, num abraço que se mata a saudade. Fosse lá como fosse esse abraço. Não havia dúvidas, a saudade existia. Há muitos dias, que aquela mãe, não abraçava o seu filho assim...”


Educação de Investimento Por Maria Rodrigues Pinto, Psicopedagoga e Formadora

Como Psicopedadoga a trabalhar na área da educação, considero que esta área é um dos grandes pilares da nossa vida. Se pensarmos um pouco, temos vários tipos de educação: pessoal, emocional, vocacional, profissional, técnica, de valores, entre outros. A educação acompanha-nos desde o nascimento até ao fim do nosso percurso. Já diz o ditado “estamos sempre a aprender…”.

No meu percurso profissional, convivi com muitos técnicos e pais, que muitas vezes não sabiam a melhor forma de agir perante as dificuldades que sentiam no percurso educativo dos seus filhos e alunos. Fui sentido que ao transmitir-lhes conhecimento, poderiam desempenhar melhor o seu papel dia após dia. Procurei em cada caso, indicar livros, escrever artigos, sugerir estratégias e partilhar reflexões. Numa das minhas reflexões pessoais e de balanço profissional, considerei ir além do trabalho desenvolvido com os meus pacientes e seus educadores. Assim, há 3 anos abracei o desafio de dar formação na área da educação. Desta forma poderia, não só tocar na vida profissional

de mais pessoas, mas também ajudar a desenvolver aptidões e competências nos pais. A formação na área da educação tornouse um desafio muito enriquecedor na minha vida profissional, com momentos de partilha, de dúvidas, de incertezas, de medos e questionamentos. Conheci várias pessoas com uma dedicação extrema à difícil tarefa que é EDUCAR. Conheci muitos técnicos ávidos por fazer mais e melhor na sua atividade profissional, que tentam muitas vezes, sem o apoio dos pais e da instituição Escola, fazer quase o impossível pelos alunos que com eles se cruzam diariamente.


Muitos pais na primeira pessoa revelaram as suas dúvidas, preocupações, medos, angústias, inseguranças e receios… Foram à procura de um caminho que pudesse ser melhor para o seu dia-a-dia. Em busca de algo que os ajudasse a lidar melhor com os seus problemas, sem ter alguém a criticar, julgar ou transmitir uma sanção verbal negativa. Penso que pais e técnicos encontraram nas ações de formação, a compreensão e o poder da escuta sem qualquer

Os pais devem dedicar tempo de qualidade aos seus filhos: escutar, brincar, envolver-se e entregar-se.

julgamento, através de uma sensação de confiança que lhes permitiu falar na primeira pessoa. O que gostaria que retivessem com este artigo são reflexões e balanços desta minha experiência, convertidos em conselhos simples e alcançáveis, destinados a quem quer fazer melhor e assim chegar mais longe na difícil arte que é EDUCAR. O ponto de partida para qualquer mudança é o desejo de querer fazê-lo. Sem este primeiro passo, é muito difícil alterar comportamentos. Certamente sabe que é difícil impor algo a quem não quer ser ajudado… De facto a educação é um investimento diário, em que todas as pessoas têm um papel essencial na vida das crianças. Por este motivo, nenhuma pessoa se deve demitir do seu papel de educador. Pais e educadores devem ser aliados e não adversários. Poderia transmitir dezenas de conselhos importantes para serem seguidos, no entanto, um dos grandes segredos está na simplicidade das coisas e dos gestos. Na sociedade acelerada em que vivemos, andamos à procura das “receitas” extraordinárias e milagrosas, quando a resposta para as dificuldades está muitas vezes – dentro de nós. Os pais devem dedicar tempo de qualidade aos seus filhos: escutar, brincar, envolver-se e entregar-se. Diga que SIM aos seus filhos, para que explorem o que a vida tem para lhes dar. É através do brincar e da vivência que a criança aprende as competências para viver em sociedade.


Mas se tiver que dizer NÃO, não tenha medo. Não é por dizermos NÃO que as crianças vão gostar menos de nós, elas também têm necessidades básicas de fronteiras. De saber até onde podem ir. É o adulto, nomeadamente, os pais, que transmitem essas fronteiras. Costumo fazer um paralelismo com o código da estrada… Para chegarmos com sucesso ao nosso destino, precisamos de semáforos, sinais de trânsito, limites de velocidade, etc. Na educação também… Uma criança sem limites anda à deriva, à procura de algo que pode não encontrar … Sem

limites que adulto será? Saberá que o outro merece respeito, que tem valores, emoções e sentimentos? Vá

passear, veja menos televisão, cozinhe com o seu filho, ajudeo a explorar o meio ambiente onde vive, pergunte pelo seu dia, convide os amigos dele a irem lá a casa, incentive-o a participar em atividades interessantes, estimule a sua curiosidade, permita que ele explore as atividades através dos 5 sentidos do corpo. Acima de tudo ame-o, respeite-o e considere-o sempre!

Vá passear, veja menos televisão, cozinhe com o seu filho, ajudeo a explorar o meio ambiente onde vive,


Os pais também são importantes para a escola. Mostre o seu interesse junto dos professores, envolva-se nas atividades da escola, não falte às reuniões, responda aos recados da caderneta.

recado, uma atenção acrescida, um gesto de afeto, uma pequena partilha, um agradecimento, um artigo que damos a ler, uma conversa sem apontar o dedo e julgar…

A escola deve promover a comunicação junto da famílias, já diz o ditado” Se Maomé não vai à montanha, vai a montanha a Maomé”. É importante que os técnicos procurem soluções e melhorias na sua qualidade técnica e profissional, através da leitura de artigos e livros sobre os seus maiores desafios profissionais. Compre livros, pesquise na internet, dedique 10 minutos do seu dia a ler um artigo relacionado com educação. Mesmo que naquele momento o tema que está a ler não lhe diga nada, ficará na sua memória para refletir… Conhecimento nunca é demais.

Se todos nos ajudarmos uns aos outros, focados em atingir o mesmo fim, encontrar a solução para um problema será mais fácil.

A diferença está nos pequenos atos que possamos promover. Um simples e-mail, um simples telefonema, um simples

Este investimento exige tempo e dedicação? Sim, mas certamente valerá a pena. Na minha opinião, todos podemos ser agentes de mudança, com ou sem ajuda de alguém. Quando nós mudamos a nossa atitude, estamos a mudar a forma como os outros lidam connosco e nos respeitam. Bem-haja a todos os que procuram ir mais além, através de uma educação de qualidade. Não desista! Sem dúvida que vale a pena!...

Este investimento exige tempo e dedicação? Sim, mas certamente valerá a pena.


No caminho do Otimismo e da Esperança Por Lúcia Carvalho

Há seis anos comecei a percorrer um caminho novo, desconhecido e difícil, mas também enriquecedor, transformador e, acima de tudo, um caminho de Amor e de Esperança. Sou mãe de um menino com doença crónica, a Síndrome de Intestino Curto (SIC), e embora não podendo negar a existência de momentos de maior cansaço e angústia, tenho de realçar a forma como temos (porque não estou só neste percurso) combatido os momentos de desânimo e com todo o otimismo e confiança, lutado e procurado dar ao nosso filho a melhor qualidade de vida possível.

O primeiro contacto com a doença foi naturalmente, assustador. Era absoluto o meu desconhecimento da SIC e suas implicações tão graves e debilitantes ao nível da sobrevivência e da autonomia. Muitas eram as perguntas que tinha para as quais não havia respostas ou, havendo, eram simplesmente arrasadoras, pelo que, cada dia de um internamento hospitalar que durou 17 meses (desde o nascimento), foi um processo de vivência de múltiplos sentimentos, em que aprendi a valorizar


cada vez mais o dom da vida e foi aquele bebé, tão pequeno e aparentemente indefeso, que mo ensinou e tem ensinado sempre. A mim e a todos quantos fazem parte da sua vida e venham a fazer. Aprendi-o ainda com outros bebés, meninos e meninas que o dia-a-dia num hospital me deu a conhecer (um adulto tem tanto a aprender com estes seres especiais, é só abrir o seu coração!). Os laços que se criam são muito fortes, os momentos menos bons de outra criança são os nossos momentos menos bons; as vitórias de outra criança tornam-se as nossas próprias vitórias e o alimento necessário para enfrentar e olhar as adversidades de frente, numa valorização constante e cada vez mais significativa de tudo o que acontece de mais positivo, de tudo aquilo que se pode fazer para o alcançar, na certeza de que por mais difícil que seja, é imperativo afastar a negatividade e o pessimismo. Mas como fazê-lo em momentos de sofrimento extremo, em momentos em que é difícil sequer pensar? Não tenho a pretensão de ter a resposta certa, pretendo apenas dar conta da minha experiência (ainda a decorrer e num processo contínuo de construção) da forma como eu própria lido com estas situações e como vejo outras mães, pais e filhos e aprendo com eles. Sendo uma pessoa de fé, é em Deus, em primeiro lugar, que encontro toda a minha força e esperança e a quem recorro em todos os momentos. A Ele devo a minha vida e a do meu filho, pelas quais estarei eternamente grata. Nunca me abandona e dá-me provas disso todos os dias.

Como referi antes, o meu filho é uma fonte preciosa das aprendizagens que tenho feito, quando olho para ele e vejo como está hoje em dia, o seu sorriso, as suas traquinices, a forma como luta, tudo vale a pena. Tenho também o apoio imenso do meu marido, dos meus pais e dos meus sogros, dos meus irmãos, dos amigos, dos colegas e de toda a família, inclusivamente a família tão alargada que tivemos a bênção de ganhar no hospital. Com todos eles, os dias foram passando e foram enfrentados, às vezes com lágrimas e angústia, às vezes com sorrisos, brincadeiras e até gargalhadas. Sempre que me deixei ir mais abaixo, houve sempre alguém que me fez ver o lado positivo, focar na solução e não no problema, e meu Deus, se isso foi importante e me ajudou. Ainda hoje é assim. Sim, porque podemos falar no passado, recordá-lo, mas a doença crónica remete-nos sempre para o


presente e a aprendizagem e os desafios são constantes. Já com o David em casa, connosco, tendo nós sido preparados pela equipa de enfermagem para prestar os cuidados necessários ao domicílio, essa ajuda continua a ser preciosa. Apesar de já não estarmos em contexto hospitalar constante e termos construído a nossa própria normalidade, a possível e aquela pela qual estamos gratos, sabemos que não estamos sós e que sempre que precisarmos sabemos a quem recorrer. Com as outras mães e pais e os seus filhos, tenho aprendido muito também, como expliquei um pouco mais acima, mas não posso deixar de reforçar aqui a minha homenagem e agradecimento. Com eles aprendi que é possível sorrir, sorrir sempre e que a força de um sorriso é incalculável; que não temos de ser sempre como os heróis de banda desenhada e não chorar, não demonstrar os nossos sentimentos, devemos fazê-lo, sim, pois o segredo é desvendado depois, ao enxugar as lágrimas e alcançar paz na alma para ir em frente; que não há limites para o bem que queremos para os nossos filhos, que

procuramos e vamos onde for preciso à procura do que achamos ser o melhor para eles. Foi esta procura do que acreditamos poder ser melhor para o nosso filho que nos levou a procurar abordagens diferentes fora do nosso país. Mais uma vez, encontrámos apoio e compreensão, desta feita por parte das equipas estrangeiras que nos acolheram e seguiram o David. O otimismo e a esperança estão muito presentes na abordagem por que optámos (acredito verdadeiramente que neles assentam grandemente os resultados tidos pela equipa) e apesar de os desafios continuarem a ser grandes, passado um ano, o avanço foi bom e para além do que alguma vez imaginámos. Acredito que este é o caminho que alimenta a nossa esperança e o nosso otimismo de que estamos a ajudar o nosso filho a crescer nunca perdendo de vista o nosso objetivo: dar-lhe a melhor qualidade de vida possível, minimizar-lhe o sofrimento, dar-lhe paz, enfim, dar-lhe aquilo que sabemos dar-lhe melhor: Amor. Que é também aquilo que ele nos sabe dar de melhor a nós.


A Arte de Bem Viver com Otimismo Por Eveline Carvalho Cunha, Psicóloga, Life-coach, formadora, Líder da Yoga do Riso

Dou início a este artigo a rir! Sim, a rir de mim mesma e da situação que gerou desconforto: a avaria do computador e a perda de alguns arquivos que ainda não estavam com cópia. Esta é uma das grandes aprendizagens que fazemos com a “Filosofia do Riso”, que anda de mãos dadas com o otimismo, que é a capacidade de dar “tons” diferentes para uma experiência. Através do humor e do riso conseguimos gerar um estado de bem-estar mesmo diante das adversidades e de eventos que geram stress negativo e, com o otimismo, mobilizamos a nossa energia para a “reflexão-ação” em busca de novas soluções e melhores resultados no futuro. E aqui estou eu, novamente a escrever com a alegria!

Ter uma atitude mais pessimista ou otimista faz toda a diferença para uma melhor qualidade de vida

Observamos que o acumular de situações negativas e estressantes no dia-a-dia e a falta de estratégias eficientes para geri-las provocam, em todos nós, um desequilíbrio interno e externo (psicológico/físico/relações interpessoais). A sensação de cansaço e a falta de energia são resultantes de um conjunto de fatores: má alimentação; falta de exercício ou prática de desporto; pouca realização de tarefas ou atividades que nos são agradáveis; ambiente de


trabalho ou familiar estressante; avaliação negativa e pessimista de nós mesmos e dos momentos de crise; alta competitividade e pouca solidariedade; receio pelos rumos económicos do país, entre outros. Acabamos por adoecer mais vezes, a tristeza e a ansiedade nos acompanham, na maior parte do tempo, a desmotivação e a depressão surgem e tantas outras reações e emoções de cariz mais negativos aparecem como alertas de que não nos encontramos saudáveis, equilibrados, nem felizes.

meios para atingirmos os nossos objetivos e que tudo resultará da melhor maneira possível ao longo do tempo, pois os desafios são, afinal, oportunidades de crescimento? Ter

uma atitude mais pessimista ou mais otimista faz toda a diferença para uma melhor qualidade de vida e experiências de bem-estar. O indivíduo com um estilo explicativo mais pessimista sente-se incapaz de regêla, sente-se impotente, crê que nada pode fazer para melhorar, é fatalista, por vezes apático, não lida bem com as próprias emoções, tem medo constante, rumina os pensamentos, mostra-se sem forças – costuma estar doente várias vezes e possui maior tendência a estar deprimido.

Os desafios são, afinal, oportunidades de crescimento

E como fazer para a conquista da satisfação pessoal e uma melhor perceção de bem-estar e felicidade? De entre as várias alternativas, comecemos por avaliar a nossa atitude diante da vida. Costumamos considerar que as mudanças não dependem de nós (e sim do patrão, do governo, do marido...) e que, no fundo, somos vítimas de um sistema que não nos permite alterar em nada a realidade? Pensamos que já tentamos de tudo e, que mesmo assim, fracassamos? E que, por estes motivos, estamos sempre em baixo e deprimidos? Ou interpretamos a vida de forma a acreditarmos que estamos de posse da vontade e dos

Já o indivíduo com estilo explicativo mais otimista possui uma expectativa generalizada de que bons resultados ocorrerão no futuro e utiliza as forças e as virtudes, como a resiliência, a persistência e o esforço, para alcançar seus objetivos. Possui melhores relações interpessoais pois é mais cooperativo, empático e autoconfiante. Comprometese com o cuidado da própria saúde e, por isso, alcança maior longevidade.


É possível aprender ou desenvolver uma visão mais positiva? Claro! Muitos são os meios a serem utilizados para o florescimento humano. Martin Seligman (2011) aponta que para “florescer” é importante que o indivíduo possua (ou desenvolva) as características listadas abaixo:

Características Nucleares • Emoções positivas (felicidade, satisfação com a vida, alegria, prazer, êxtase) • Envolvimento (fluxo) • Significado, propósito de vida (pertencer e servir a algo que acreditamos ser maior do que nós) • Realização Pessoal

Características Adicionais • Autoestima • Otimismo • Resiliência • Vitalidade • Autodeterminação • Relações positivas

Muitos caminhos podem ser escolhidos para o “florescimento” e o desenvolvimento de uma atitude mais harmoniosa e equilibrada perante si mesmo e o mundo. A Psicologia Positiva, enquanto ciência que estuda os fatores e processos que conduzem à otimização do funcionamento humano, nos fornece basesteórico-práticas para o trabalho com o indivíduo e com os grupos. Fomentar o otimismo e a atitude positiva, destacar os pontos fortes (“o que temos de melhor”), prevenir estados de doença reforçando a resiliência ealterar atitudes em direção a estilos de vidamais saudáveis é o nosso desafio e trabalho.


Com o foco nestes pilares e na promoção e manutenção da saúde física e mental, iniciei em maio do ano passado o Clube do Riso Arte de Bem Viver em parceria com a Casa da Juventude de São Mamede, Matosinhos com o objetivo de proporcionar à comunidade momentos de bem-estar e alegria, de desenvolvimento pessoal, de prática de exercícios através do movimento corporal, de construção de relações positivas e afetivas e do convívio sadio. O Clube do Riso é uma série de encontros/vivências com a prática da Yoga do Riso, com exercícios de

respiração e de relaxamento, através da troca participativa de saberes. Conta com a utilização de mediadores lúdicos: dinâmicas de grupo, jogos, música e dança, como facilitadores do desenrolar positivo e afetivo dos temas e das vivências. O Clube do Riso conta com a participação de 35-40 “risonhos” mensais, de variadas faixas etárias. Realizamos ações sociais em Lares e em outras instituições, atividades ao ar livre, cinema comentado e procuramos construir uma “rede de apoio” entre os elementos do grupo.

O riso – expressão máxima do bem-estar e otimismo- é um "medicamento" 100% orgânico, gratuito e contagiante, idealizado pela fisiologia humana para ser consumido sem moderação. "Ele relaxa o corpo e a mente, fortalece o sistema imunológico e baixa o nível de cortisol combatendo melhor o stress e as insónias, melhora a circulação e a pressão arterial e libera endorfina, hormona que promove uma sensação de bem-estar geral" (Lambert, 1999) O riso faz parte do circuito aberto – responsável pelo contágio das emoções. O cérebro possui circuitos específicos para detetar risos e sorrisos e fazer-nos ter a reação de também rir, promovendo uma onda emocional de harmonia. (Goleman, Boyatzis & Mckee, 2002)

Eveline Carvalho Cunha Psicóloga, Life-Coach, Formadora na Área Comportamental, Desenvolvimento Pessoal e de Equipas, Motivação e Inteligência Emocional em Empresas e Instituições, Arte-Educadora e Dinamizadora do Clube do Riso Arte de Bem Viver e de sessões de Terapia do Riso para quem deseja Ser Feliz! Contactos: evelcarvalho@gmail.com evelinecarvalhocunha.blogspot.com facebook.com/ArteBemViver


O riso favorece o desenvolvimento de uma Atitude Mental Positiva (AMP); proporciona às pessoas a energia necessária para vencerem as adversidades da vida de forma mais saudável e facilita a conquista do crescimento e sucesso pessoal.

O riso é uma experiência orgânica total em que participam todos os principais sistemas, como o muscular, o nervoso, o cardíaco, o cerebral e o digestivo. O efeito físico global do riso produz-se em duas etapas: 1) Primeira saúde 2) Segunda profundo

etapa:

estimulação

etapa:

O riso é universal

É uma reação psicofisiológica

É um meio de comunicação

Promove efeitos positivos

O Riso como meio de comunicação: 

Favorece o acordo

Promove a colaboração

Abre espaço para a escuta ativa

Gera ambiente (harmonia)

de

Proporciona mental;

Regula o sono;

Ajuda na digestão;

Ajuda a passar do estado simpático (stress/alerta) para o estado parassimpático (descontraído, relaxado);

Aumenta os níveis de oxigénio no corpo e libera endorfinas (efeito analgésico; hormonas que aliviam a dor e provocam uma agradável sensação de bem-estar);

Aumenta a resistência física através da estimulação do sistema imunitário; aumento das células T – combate às infeções;

O Riso ativa o sistema cardiovascular;

Fortalece os músculos torácicos e abdominais;

Prevenção/tratamento de estados depressivos, liberta serotonina (antidepressivo natural);

Aumenta a criatividade e o humor;

Facilita a expressão das emoções;

Promove maior capacidade de reter e relembrar informação;

Desenvolve a autoconfiança;

Estimula emoções de cariz mais positivo, como a alegria e o entusiasmo;

Melhora as relações humanas no geral.

da

relaxamento

Benefícios do riso

ressonância

Ajuda a desenvolver a empatia

relaxamento

físico

e


Partilho convosco alguns depoimentos dos participantes do Clube: S.R: “Tenho tudo de bom a dizer sobre a experiência de participar no clube do riso, foi mais um passo na minha mudança, na vontade que tinha de conhecer novas pessoas, de fazer parte de um grupo, de deixar de viver só para a família, de ter amigos, de aprender a rir. Sempre tive vergonha do meu sorriso, por isso escondiao, convosco aprendi a sorrir sem medo de julgamentos. O clube do riso traz-me boa energia, sentimento de paz, de alegria, de promover bem-estar a mim e ao outro. Pude começar a fazer bem pelos outros nas nossas ações solidárias.”

C.M: “Para mim, participar no Clube do Riso é uma experiência fantástica. Durante as sessões experiencio sensações de bem-estar, calma, paz e união com as pessoas ao meu redor. Estas sensações, refletem-se na minha vida pessoal e profissional, na maneira como olho para as coisas ao meu redor. Quando estou numa sessão do riso, normalmente, todas as emoções vêm ao de cima, sejam de alegria ou de tristeza. Consigo “desabafar” sentimentos reprimidos e sentir-me em paz comigo própria. Acho fantástica a forma como nos comunicamos enquanto grupo e nos damos uns aos outros.”

Participar de atividades que promovam a integração entre as pessoas e a socialização diminuindo a solidão, com o foco nos pontos fortes, alterando a perceção de si mesmo e do mundo, a perceção de controlo e maior direção sobre a própria vida, o sentimento de utilidade em seu meio social e a partilha de afetos é altamente transformador! Experimente! Procure um Clube do Riso e Seja Feliz! Referências: Goleman, Daniel (2002) Os Novos Líderes. Inteligência Emocional nas Organizações. Editora Gradiva. Lambert, Eduardo (1999) A Terapia do Riso. Editora Pensamento. Seligman, M.E.P (2011) A Vida que Floresce. Editora Estrela Polar.


A arte da educação alimentar Por Susana Cardoso, Nutrição e Educação Alimentar

Se me perguntassem à um ano atrás se me imaginaria a coordenar um projeto de educação alimentar num jardim-de-infância eu responderia que não. Implementar um projeto de nutrição num espaço com crianças dos 3 aos 6 anos, fazê-las entender e interessar-se pelas atividades, envolver a comunidade, cativar os pais, implementar todas as ideias e ter sucesso foi e continua a ser um grande desafio para mim. A educação alimentar pretende melhorar o comportamento alimentar dos indivíduos e das comunidades fornecendo ferramentas que os capacitem para fazer escolhas alimentares conscientes e acertadas. Os

programas

alimentar

têm

positivos,

de

educação

resultados

principalmente

em

muito

devem ser contínuos levando a uma progressão através de várias etapas de mudança. É necessário facultar o acesso a informação credível e selecionada, à

sua

deste

projeto foi criar

uma atitude

faixas

etárias mais jovens. Estes programas

ajudar

mudança. Um dos principais objetivos

compreensão

e

interiorização, garantir uma motivação, capacidade e possibilidade de escolha e ensinar estratégias de manutenção da

Muitos dos nossos hábitos alimentares são condicionados desde os primeiros anos de vida


positiva nas crianças em relação a uma

opção saudável para os lanches, podendo

alimentação saudável, nomeadamente

ser

ao consumo de fruta. Inicialmente foi

diferentes

importante

hábitos

lançado o desafio aos pais de enviarem

alimentares das crianças, a sua condição

fruta todos os dias para os lanches das

de saúde e as suas condições familiares

crianças. No final do ano letivo o balanço

e socioeconómicas, de forma a realizar

foi muito positivo, sendo que o consumo

uma caracterização do grupo e criar

de

diretrizes de trabalho mais focalizadas. A

significativamente

alimentação

aprendizagens sobre os alimentos foram

avaliar

os

das

crianças

(nomeadamente os lanches trazidos de calorias,

gorduras

e

açúcares,

corantes e conservantes. Era notável a ausência

de

hidratos

de

carbono

complexos, vitaminas, fibra e proteína de alto

valor

biológico.

socioeconómico

O

ambiente

envolvente

era

caracterizado por algumas divergências, nomeadamente

casos

de

excessos

alimentares (sobrepeso e obesidade) e casos de carência alimentar. Durante o ano as

crianças

realizaram

atividades

relacionadas

alimentação

(jogos,

fichas

diversas com

a

lúdicas,

atividades com alimentos) trabalhando sempre

em

conjunto

com

as

suas

famílias. Foi incentivado o consumo de fruta diário, principalmente como uma

e

fruta

de

diversas

divertidas. Foi

das

crianças e

formas também

aumentou as

novas

conseguidas.

casa) era caracterizada por um excesso de

consumida

Muitos

dos

nossos

hábitos

alimentares são condicionados desde os primeiros anos de vida, sendo da máxima importância uma alimentação saudável que permita um correto desenvolvimento e crescimento. É da máxima importância (e

urgência)

alimentar,

apostar

implementar

na

educação

projetos

de

nutrição nos jardins-de-infância e nas escolas, trabalhar em conjunto com as famílias e a comunidade de modo a prevenir problemas de saúde ligados à alimentação.

Eu

acredito

na

aprendizagem através da experiência, da partilha e da educação e estou otimista em relação a um futuro em que capacitar as nossas crianças para fazerem escolhas saudáveis vai ser uma prioridade!


Sugestão Literária Por Amaro Figueiredo

Memórias de um Assassino Romântico

Autor: Carlos Ademar, 2008 País: Portugal Editora: Oficina do Livro


“ É de puros para puros.” (₁) Da Vinci

Carlos Ademar nasceu em 1960, em Vinhais (Bragança), no início de uma década recheada de acontecimentos e mudanças no mundo. Foi investigador criminal na Polícia Judiciária. Após, 20 anos ligado à investigação, é agora professor de Ciências Criminais na Escola de Polícia Judiciária. Em Maio foi apresentado o seu sétimo livro, O Chalet das Cotovias, contudo, neste número debruçamo-nos sobre Memórias De Um Assassino Romântico, o seu quarto livro. Carlos Ademar utilizou uma forma de escrita, que envolve os pensamentos contemporâneos do dia-adia, na personagem principal, Xavier. Tornando-se num circuito visível que as estórias vencem, quando não passam apenas de um trabalho rotineiro, entediante. Um retrato fiel, de uma «justiça de valores», que o autor não pretende que “seja um manual”, “mas que leve à reflexão do leitor sobre os caminhos que andamos a trilhar, dando prevalência ao individualismo em detrimento do bem coletivo.”, “sobre o papel do Homem face ao seu semelhante e deixar de ver nele apenas um concorrente que é preciso abater antes que ele se antecipe”.

Para Carlos Ademar “o ato da escrita não é sinónimo do tal sofrimento atroz que muitos escritores alegam sentir quando a exercem.” Entende que “a escrita tem de ser interventiva.”, “o escritor não pode ser neutro, tem de tomar partido”. “A literatura, como aliás sempre fez ao longo da História, denuncia situações degradantes para o Homem” e assim, entende-a “como um contributo altamente positivo para a felicidade comum”. Desta forma e como resulta lógico, “não podemos deixar de ver essa vertente da literatura como um sinal de franco otimismo.” “A única retribuição a que aspiram (os puros) é aquela que deles próprios emana, a que lhes vem de dentro e que resulta da prática do bem, do sentimento humanista do dever cumprido em plenitude.” “Agora permitam-me um apelo: não se esqueçam das palavras do mestre Da Vinci que estão no início do texto, (₁) «…que dirigis os vossos pensamentos para o individual» pu-las lá para isso mesmo, procurem a vossa felicidade sem prejudicarem a dos outros. Só assim a Justiça Natural se cumprirá.

BLOGUE DO AUTOR: A-DE-MAR.BLOGSPOT.PT


Agenda OUTUBRO __________ 25, 26 E 27

I ENCONTRO INTERNACIONAL HOLÍSTICO E CULTURAL|IDANHA-A-NOVA| “A cor é um meio para exercer uma influência direta sobre a alma. A cor é a tecla; o olho o martelo. A alma o instrumento das mil cordas. O artista é a mão que, ao tocar nesta ou naquela tecla, obtém da alma a vibração justa. A alma humana, tocada no seu ponto mais sensível responde.” |Kandinsky|

Nos dias 25,26 e 27 de Outubro no Centro Cultural Raiano em Idanha-a-Nova, a Associação Expansão da Consciência organiza em parceria com a Câmara Municipal de Idanha-a-Nova e a Naturtejo, um encontro de valências holísticas e artes. Este encontro concretiza-se sob o mote “do Espiritual na Arte”, título de um livro de Wassily Kandinsky, artista russo, professor da Bauhaus e introdutor da abstração no campo das artes visuais, que defendeu o papel da arte na espiritualidade, reconhecendo a cor como forma de alterar a vibração do recetor.

Reúne um painel de palestrantes com cerca de 40 diferentes abordagens espirituais, terapêuticas e artísticas, que nos falam de como devemos conduzir a nossa mente, as nossas emoções e a nossa vontade de acordo com a Nova Era de Amor, Paz e Luz! Integrado neste Encontro, o IV Congresso da Associação Portuguesa de Reiki, será realizado em Castelo Branco, no Cineteatro Avenida, organizado pelo Núcleo da APR de Castelo Branco.

Mais informações em: associacaoeconsciencia.wordpress.com/


SETEMBRO __________ 13, 14 E 15

FEIRA ALTERNATIVA - FESTIVAL DA TERRA 2013 |LISBOA| Mude de vida, dê vida ao Planeta. O Mundo globalizado precisa de respostas completas e integrais para que o futuro seja possível. Todos esperam uma nova proposta de desenvolvimento sustentável justa para todos os cidadãos do mundo, para todos os seres vivos e para o planeta.

A "Feira Lisboa Alternativa - Festival da Terra 2013", vai pelo nono ano consecutivo abrir as portas da maior montra do país nas áreas da sustentabilidade, alimentação natural, permacultura, ecologia, turismo natureza, medicinas não convencionais e desenvolvimento pessoal.

Destaques: 

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A companhia de dança “Amalgama” estreia coreografia no Festival da Terra deste ano. O ECO’CINE de Seia faz extensão do festival da Feira Alternativa 2013 A CP estará de novo presente com jogos eco pedagógicos para os mais pequenos. O evento oferece ainda palestras variadas, aulas, workshops, espetáculos e outras atividades para crianças.

Terra Express: A edição deste ano vai mais uma vez focar a sua atenção nas novas respostas de sustentabilidade que vão surgindo como alternativa ao mundo em que vivemos. No domingo as palestras do auditório são totalmente dedicadas a temas verdes com convidados distintos nestas áreas. Local: Estádio do INATEL 1º de Maio, Alvalade, Lisboa Mais informações em terraalternativa.com ou facebook.com/terraalternativa



Fotografia por Catarina Leal


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