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ROSTOS DA
A “Casa Amarela” não é apenas um local de passagem, mas um local onde se constroem e se entrelaçam identidades que permanecem para sempre e assim se expandem pelo Mundo. Ponto de encontro de muitas diásporas, com 23 anos de existência, a Escola Portuguesa de Moçambique encerrou o último ano letivo com muita emoção ao ver rumar, para outros projetos profissionais e familiares, vários colaboradores que partem de Maputo, mas deixam sempre uma parte de si. A todos os colegas que nos deixaram, e em nome de todos os que partilham esta “Casa “Amarela”, a Direção deseja as maiores felicidades pessoais e profissionais.
Querida EPM-CELP, Ensaio vezes sem conta o que te dizer, agora que de ti me despeço. Como se diz adeus a um lugar que faz parte de nós há 16 anos? Como se diz adeus às acácias, à micaia, às frangipanis, às amendoeiras da Índia, aos jacarandás, aos hibiscos, às oliveiras? Como se diz adeus ao lugar onde vi crescer um filho? Como se diz adeus ao lugar onde cresci como professora? Como se diz adeus ao lugar onde as lágrimas e os sorrisos são abraços e os abraços nos beijam? Como se diz adeus a um lugar onde por maior tempestade que possa haver é a bonança que nos enche o coração? Como se diz adeus a um lugar que se fez a nossa segunda pele? Como se diz adeus aos nossos colegas? Como se diz adeus aos amigos? Como se diz adeus aos amigos que se fizeram família? Como se diz adeus a todos quantos fazem de ti a escolinha que és? Como se diz adeus a um lugar onde nos deixam sonhar, onde fizemos sonhos acontecer? Como se diz adeus aos sorrisos que me acolhiam em cada corredor? Não te sei dizer adeus, querida “amarelinha”. Sabes que te tenho no meu coração. Sabes que, como tantos outros, fiz ninho nos teus ramos e chegou a hora de migrar para a minha outra casa que me viu, primeiro, nascer, Portugal. Não tive oportunidade de partilhar tudo o que contigo aprendi e ensinei. Os dias fugiram-me e o filme da vida rodou a uma velocidade que me apagou a voz. Escrevo-te da casa onde cresci, ouço galos em vez de alarmes de automóveis. O chilrear dos passarinhos é tímido, o sol ainda se espreguiça devagar atrás das serras, em ti o dia já abriu os braços ao mundo. Escrevo-te e é o rio que se estende para mim, mas é o teu mar que trago nos olhos. Minha querida Escolinha, não te sei dizer adeus. Sei que me ajudaste a crescer e a ser mais Pessoa. Sei que também fiz crescer e voar os teus, nossos meninos. Sei que em ti todos os hibiscos podem
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