OBESIDADE INFANTIL:
SOLUÇÃO EM
FAMÍLIA
PRATICANDO
PREVENINDO
DESCOBRINDO
SUMÁRIO Obesidade Infantil: chegou a hora de mudar essa realidade
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Envolvimento familiar
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O que é Obesidade?
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Por que acontece?
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Consequências
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Estatísticas
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Como prevenir?
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Dicas importantes para a alimentação
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Comportamento
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DESTAQUE E BRINQUE!
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Pirâmide alimentar
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Nutrientes e cores dos alimentos
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Atividades com a família!
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1º momento: falando de comida
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2º momento: Prática na cozinha
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3º momento: Hortas Caseiras
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Referências
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Obesidade infantil: chegou a hora de mudar essa realidade
Q
uem nunca ouviu dizer que quando a criança come, a mamãe fica contente? Ou qual mãe nunca foi ao pediatra dizendo: “Doutor, meu filho não come”? A comida certamente é uma das maiores preocupações dos pais com relação à saúde da criança. Há famílias que transformam o momento das refeições em um verdadeiro campo de batalhas, desespero e acusações. Se a criança não come ou come muito pouco em uma refeição, a família começa a dar “substitutos”, para a criança não ficar com fome ou não ficar doente, de “fraqueza”. E quais substitutos são esses? Em geral, salgadinhos, refrigerantes, bolos, biscoitos... Isso a criança come e, por isso, deixa cada vez mais de comer a comida saudável para poder receber essas guloseimas. Há também as crianças que só comem algumas colheradas, como dizem as mães, se estiverem vendo televisão, brincando no computador ou, simplesmente, correndo pela sala. É muito comum ver mães com um prato na mão “correndo” pela casa atrás da criança, para ver se ela come alguma coisa. A ansiedade da família só diminui se a criança come. Se comer tudo, então, é uma festa! Sem falar das promessas que são feitas: “Se você comer tudo, vou te dar esse brinquedo...” Com isso, a criança aprende e entende que a ordem é comer! Comer deixa todo mundo da casa feliz e ela ainda ganha recompensas. Assim, para a mamãe ficar contente, algumas crianças passam a comer cada vez mais, a qualquer hora, os alimentos que elas escolhem, o que só faz aumentar os casos de obesidade infantil.
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Quando se fala em obesidade infantil, é preciso entender que a família é quem está no comando da situação, não a criança. Não adianta brigar com a criança porque ela come muito, porque ela está obesa. A violência não resolve nada, só piora as coisas e traumatiza a criança. E nesse estado emocional, a criança passa a comer mais ainda para abafar o medo e a ansiedade. O diálogo, a mudança consciente de hábitos alimentares, a introdução de uma alimentação saudável e de práticas esportivas são atitudes concretas que ajudam a prevenir e combater a obesidade infantil. Só que para isso, é essencial contar com o comprometimento de toda a família. Para proteger a saúde atual e futura das crianças, invista numa proposta nutricional saudável, com alimentos nutritivos, de baixo custo e de época. Use sua criatividade e motive as crianças com palavras de incentivo, atenção e amor. Assim, não só a mamãe, mas todos ficam contentes e as crianças mais saudáveis.
Envolvimento familiar
A
té certa idade, a criança considerada “gordinha” costuma ser vista com admiração pelos pais, como sinônimo de “fortinha”, ou seja, cheia de saúde. Hoje, sabe-se que isso não é verdade. Criança gordinha não é sinal de saúde, mas sim de risco, pois, se não cuidada, pode vir a desenvolver doenças relacionadas ao excesso de peso, como pressão alta, colesterol alto, dores articulares, diabetes, entre outros. Quando essa criança cresce e chega à adolescência, o conceito de beleza se modifica e os quilos a mais tornam-se um grande transtorno. E, então, o esforço para retomar o peso necessitará de muita disciplina e suporte da família. Portanto, se você conhece alguma família que está passando por esse tipo de dificuldade, é muito importante orientá-la a procurar ajuda de profissionais na unidade de saúde. Médicos, nutricionistas e/ou psicólogos poderão auxiliar na melhora do quadro e acompanhar a evolução do caso.
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O que é Obesidade?
A
obesidade é uma doença crônica. Pode ser definida como o acúmulo de tecido gorduroso localizado ou generalizado, provocado por desequilíbrio nutricional associado ou não a distúrbios genéticos ou endócrino-metabólicos.O ambiente moderno é um potente estímulo para a obesidade. A diminuição dos níveis de atividade física e o aumento da ingestão calórica são fatores determinantes ambientais mais fortes. Por isso, é importante estar sempre alerta ao peso. O índice de Massa Corporal (IMC) é o indicador para o diagnóstico do sobrepeso e da obesidade. Obesidade e Sobrepeso são situações onde existe excesso de tecido gorduroso, sendo que a diferença entre elas está na intensidade desse excesso. Uma maneira prática para sabermos se uma criança está acima da faixa de peso saudável é através do índice de massa corporal (IMC). Existem curvas de IMC para meninas e meninos e os valores de IMC que definem peso adequado, sobrepeso e obesidade são diferentes para cada idade. O pediatra que acompanha seu filho deve preencher essas curvas a cada consulta.
Fórmula do IMC:
Abaixo do peso (!)
abaixo de 18,5
Peso normal
entre 18,5 e 25
peso (kg) altura² (m)
Acima do peso
Obeso (!)
(!)
entre 25,5 e 30
acima de 30
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É
Por que acontece?
comum os pais pensarem que o excesso de peso da criança decorra de algum problema hormonal. Apesar de possível, essa é uma situação rara. Na maioria das vezes ele resulta de hábitos alimentares inadequados e sedentarismo. Os erros alimentares mais comuns que podem levar ao excesso de peso são: pular refeições, em especial o café da manhã (com excesso compensatório nas refeições seguintes); substituição das frutas por “calorias vazias” (doces, biscoitos recheados e salgadinhos) nos lanches e sobremesas; poucas verduras e legumes; excesso de massas e frituras nas refeições principais ou substituí-las por fast foods. Cerca de 60% das crianças e adolescentes brasileiros tem menos de 3 horas de atividade física por semana. Apesar da genética poder predispor o indivíduo ao excesso de peso, ela só se manifesta se o ambiente permitir, ou seja, se a criança tiver uma dieta inadequada e/ou pouca atividade física. Como tanto as necessidades como o gasto calórico são diferentes de pessoa para pessoa, é fundamental reconhecer os limites individuais de cada criança, para que ela tenha seu ganho de peso e crescimento adequados, o que é feito durante as consultas pediátricas.
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Consequências
O
excesso de peso é sempre uma questão de saúde. Atualmente, cerca de 80% das crianças e adolescentes obesos se tornam adultos obesos, mas essa previsão pode e precisa ser mudada. A obesidade nessa faixa etária pode causar elevação dos níveis de gordura e de açúcar no sangue (predispondo alguns a um risco maior de diabetes tipo 2), aumento da pressão arterial, dores nas pernas, maior risco de fraturas ósseas, problemas de relacionamento social e até depressão.
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Estatísticas
O
problema do excesso de peso e da obesidade tem alcançado proporções epidêmicas no mundo todo. A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, realizada em parceria entre o IBGE e o Ministério da Saúde, analisando dados de 188 mil pessoas brasileiras em todas as idades, mostrou que a obesidade e o excesso de peso têm aumentado rapidamente nos últimos anos, em todas as faixas etárias. Gráfico 1 – Evolução de indicadores antropométricos na população de 5 a 9 anos de idade, por sexo Brasil – períodos 1974-75, 1989 e 2008-2009
Gráfico 2 – Evolução de indicadores antropométricos na população de 10 a 19 anos de idade, por sexo – Brasil – períodos 1974-75, 1989 e 2008-2009
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5 Como prevenir?
I
dentificar problemas relacionados ao excesso de peso; buscar possíveis soluções e estratégias; aplicar e testar a eficácia das estratégias no dia-a-dia e selecionar aquelas que propiciam a modificação de comportamento. O objetivo desta estratégia é buscar novos padrões de comportamento que auxiliam na perda e manutenção de peso. O suporte social da família, amigos, clínicos e outros podem auxiliar na prevenção e tratamento da obesidade e servir como suporte para a manutenção e perda de peso em longo prazo.
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6 Dicas importantes para a alimentação
A
limentos que devem ser dados à criança diariamente: frutas, verduras, legumes, leite, carnes, arroz e feijão, que são alimentos ricos em nutrientes importantes para a saúde, como proteínas, vitaminas e sais minerais. Utilize alimentos da estação e da região que são mais frescos, nutritivos e mais baratos. Alimentos que devem ser evitados: alimentos industrializados, como: macarrão de pacotinho, biscoito recheado, salgadinho de pacote, bala, chiclete, chocolate, refrigerante, suco em pó, frituras, maionese, etc. Estes alimentos contêm muito açúcar e gordura, que não fazem bem para a saúde: não ajudam uma criança a melhorar da desnutrição e também não ajudam a emagrecer a criança que está acima do peso. O exemplo dos pais e avós na alimentação é muito importante. A criança precisa ver que eles também comem o que dizem ser gostoso e bom para a saúde. A chave para uma alimentação saudável envolve moderação, variedade e regionalidade dos produtos consumidos. Variedade significa alimentos de todos os tipos, incluindo grãos, verduras, legumes, tubérculos, frutas, castanhas e nozes, cogumelos, água, leite e ovos, carnes e peixes. E também variedade dentro de cada tipo (diferentes grãos e verduras, legumes, etc.). Já a regionalidade envolve os hábitos alimentares e os alimentos consumidos em cada região, que podem variar tanto pelas condições climáticas, que favorecem o plantio de alimentos específicos, quanto os costumes locais.
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Comportamento
C
ontrole seus estímulos! Controlá-los pode ser utilizado para modificar situações que antecedem o comportamento disfuncional, como, por exemplo, comer em excesso ou a inatividade física. Alguns exemplos dessa estratégia seriam: • Programar as compras no supermercado mantendo alimentos proibidos fora da lista de compras; • Estimular a atividade física evitando recursos tecnológicos como controle remoto e/ou uso demasiado do carro quando é possível caminhar; • Evitar atividades previamente associadas ao comer em excesso, como, por exemplo, comer em frente da televisão ou comer no cinema. Confinar alimentação há um local específico e limitar o acesso à comida durante a refeição; • Evitar comprar guloseimas para deixá-las à mostra. • Não “empurrar” comida à criança até se empanturrar; basta que ela se sinta satisfeita.
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Reestruturação cognitiva Consiste em modificar o sistema de crenças, visando a uma reestruturação cognitiva. Identificar e corrigir crenças e pensamentos disfuncionais com relação ao peso e à alimentação é um dos objetivos desta estratégia. A seguir, alguns exemplos de distorções cognitivas comuns: • Abstração Seletiva: consiste em prestar atenção e dar mais valor às informações que confirmem suas suposições. Por exemplo: “Ter comido este doce indica que não sou capaz de exercer controle sobre o meu comportamento alimentar, que não tenho poder face à comida”.
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OBESIDADE INFANTIL: SOLUÇÃO EM FAMÍLIA
DESTAQUE
E
BRINQUE!
O que escolheremos
no cardápio hoje?
1) Começando a montar meu prato! de Você sabia que nossa refeição deve ter, no total, 5 grupos ados alimentos? São estes: cereais, hortaliças, frutas, leite ou deriv cores. e proteínas (veja imagem abaixo). Eles foram separados em r de Mais adiante, há alimentos em preto-e-branco para você pinta acordo com a classificação. Vamos lá?
leite/derivados
hortaliças
frutas
cereais
proteínas 02
03
01 04
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05 10
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R.: 01) proteína, 02) proteína, 03) hortaliça, 04) cereal, 05) fruta, 06) cereal, 07) hortaliça, 08) proteína, 09) cereal, 10) hortaliça, 11) hortaliça, 12) fruta, 13) leite/derivado, 14) proteína, 15) leite/derivado, 16)leite/derivado.,
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OBESIDADE INFANTIL: SOLUÇÃO EM FAMÍLIA
Comidas divertidas! Vamos criar desenhos com ingredientes do nosso dia-a-dia! Aqui estão exemplos de figuras que podemos criar com alimentos:
Pão de forma de porquinhos e frutas pra acompanhar!
Borboleta s de Cenou ovos de b ra, oneco de neve :)
Frutas formando um bonito arco!
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OBESIDADE INFANTIL: SOLUÇÃO EM FAMÍLIA
Quais figuras você pode criar? Que imagens podemos fazer com os ingredientes que você tem no...
Café da manhã?
Escreva a receita aqui:
(foto ou desenho)
Escreva a receita aqui:
Almoço?
(foto ou desenho)
Lanche?
Escreva a receita aqui:
(foto ou desenho)
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OBESIDADE INFANTIL: SOLUÇÃO EM FAMÍLIA
Jantar?
Escreva a receita aqui:
(foto ou desenho)
Escreva a receita aqui:
Lanche da noite?
(foto ou desenho)
Desenho com frutas!
(foto ou desenho)
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Escreva a receita aqui:
• Pensamento tudo ou nada: consiste em pensar em termos absolutistas e extremos, como, por exemplo, dividir os alimentos em duas categorias únicas: as comidas permitidas e as proibidas. Ingerir algo considerado proibido poderá gerar uma interpretação de fracasso, tornando qualquer tentativa de controle subseqüente mais difícil: “Já saí da dieta mesmo, agora vou comer tudo que vier pela frente”. • Pensamento supersticioso: consiste em acreditar que há relação de causa e efeito entre eventos não contingentes. Por exemplo: “Ir ao shopping significa sair da dieta”.
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Nutrientes e cores dos alimentos
P
ara conseguirmos atingir a maior quantidade de vitaminas no nosso dia a dia, devemos evitar a monotonia alimentar, isto é, não comer sempre os mesmos alimentos, variá-los. Uma dica interessante é buscar a variedade de cores que são determinadas pelos pigmentos que as compõem. Cada pigmento corresponde a uma maior quantidade de certo nutriente. Estas substâncias, além de colorir, desempenham papeis importantes na prevenção e proteção do organismo contra certas doenças.
Possui licopeno, responsável pela cor vermelha. É antioxidante (combate os danos nas células dentro do organismo); Previne câncer de próstata; Possuem antocianina, que estimul aa circulação sanguínea.
Alimentos de cor branca são as melhores fontes de cálcio e de potássio; Formação e na manutenção dos ossos; Ajudam na regulação dos batimentos cardíacos Fundamentais para funcionamento do sistema nervoso e dos músculos.
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Po Beta ssuem vitam caroten o i cloro na B3 e ác : gênic i d o, e é o anti ajud oxidante um que aap r cora oteger o ção. Auxil iam n res a cont istência ra d e a m oenças a saud nter á o sis vel t nerv ema oso.
Possuem fibras e vitaminas do complexo B e E e minerais, como lênio; magnésio, zinco e se Melhoram o do funcionamento ; no intesti dade Combatem a ansie o; sã es pr e a de Previnem câncer (intestino) e doenças do coração.
o Ced e inas anina, qu m a t i i c v o t m n m tege em a icos e São r B. Possu oides, pro ções. o n x o e e av nf c pl com e outros fl contra i da r t o den o corp ento nam ínea; o i noss c fun ngu es Bom lação sa cais livr i u d c r ra ci . m os dade bate a obesi m o C e até
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Pir창mide alimentar
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Atividades com a família!
A
participação de toda a família é de extema importância na luta contra a obesidade infantil. Como vimos antes, a raiz de todos os problemas está nos hábitos. O que costumamos comer no café da manhã? É comum pularmos refeições ao longo do dia? Se sim, quais? O que podemos fazer para tornar o preparo da comida mais rápido mas sem deixar de consumir os nutrientes que precisamos? É muito importante refletir sobre essas perguntas com sinceridade e encontrar caminhos viáveis para mudar essa situação gradativamente, até se tornar algo normal no nosso dia-a-dia. As atividades a seguir nos ajudarão a questionar nossa alimentação dentro e fora de casa, e como moldar nossos hábitos alimentares. Iremos desde a plantação do alimento até o momento de prepará-lo, passando por informações importantes como os nutrientes que compõem cada um, e como selecionar os que estão mais frescos e adequados para o consumo. Vamos lá?
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F
1º momento: falando de comida
alar da comida que mais gostamos é falar também da nossa história, sobre as coisas que influenciam o nosso gosto por um tipo de alimento ou comida. É na cozinha de casa que começa esta história saborosa. A base do nosso hábito alimentar está ligada ao local onde crescemos, à história da nossa família e até à história do Brasil. Na cozinha podemos dizer que há muito mais que panelas, talheres e fogão. Tem muita coisa para contar e lembrar: os cheiros, as conversas em volta da mesa, a comida especial de domingo e muito mais. Por isso, o objetivo desse primeiro momento é levar os pais a refletirem sobre as práticas utilizadas por eles no dia-a-dia da cozinha, e animá-los a participar dessa partilha de conhecimento sobre Alimentação Saudável, para que possam trocar experiências e enriquecer ainda mais a alimentação de toda a família. Esse precisa ser um momento gostoso, com gostinho de bate-papo, em que cada um tenha espaço para contar sobre a alimentação da sua família e se
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sinta animado a participar dos outros momentos. Uma sugestão que costuma funcionar é oferecer, nesta reunião, um lanche com alimentos que despertem a curiosidade das mães e dos pais. Algumas perguntas podem servir como pé-de-conversa e ajudar a: Ver • Quais são os alimentos mais usados no dia-a-dia da alimentação da sua família? • De onde vêm esses alimentos? • Algum desses alimentos é produzido ou plantado em sua casa? • Por que escolhe esses alimentos? • Como costuma preparar esses alimentos? • Quais alimentos lembram sua infância? Agir 1. O que cada um de vocês tem em casa que poderia apresentar para o próximo momento, quando faremos uma prática na cozinha?
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Essa partilha deve sempre: • dar preferência para os alimentos que são produzidos ou plantados em casa. • partilhar alimentos que não vão fazer falta para a alimentação da família, nem pesar no bolso. 2. Listar os alimentos que serão trazidos e construir duas receitas que podem ser feitas com eles. 3. Marcar o dia, hora e o local da prática, que deve ser em um espaço de cozinha.
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A
2º momento: Prática na cozinha
proposta é tornar a alimentação do dia-a-dia mais saudável. Pesquisas demonstram que a alimentação de muitos brasileiros é pouco variada e, assim, pobre em nutrientes. Desta forma, a proposta de uma alimentação saudável contém todos os nutrientes (gorduras, vitaminas, minerais, carboidratos e proteínas) na quantidade suficiente que nós precisamos. É possível aproveitar melhor os alimentos podemos ter tudo isso sem gastar muito, ou seja, podemos ter mais saúde e com economia. Os nutrientes devem ser consumidos em quantidades adequadas, pois cada um deles desempenha uma função importante no nosso corpo. Por outro lado, uma alimentação pouco variada e rica em calorias pode causar aumento da gordura do nosso corpo e falta de outros nutrientes. E aí podem aparecer as doenças! Não existe um alimento super poderoso: existem combinações de alimentos em que um complementa o outro. É o caso de um prato de comida colorido (arroz, feijão e hortaliças de várias cores). O objetivo desse momento é aprendermos na prática como aproveitar melhor os alimentos que temos em casa e trocar experiências sobre formas de preparo e receitas. Para aproveitar melhor o tempo, pode-se escolher duas receitas para serem preparadas e discutidas entre vocês. Cada um pode falar sobre os seus truques e dicas, tornando este momento uma deliciosa reunião na cozinha! Ver • Estes alimentos que vocês trouxeram vieram de onde? Foram comprados ou colhidos na sua horta ou roça? • Como vocês costumam preparar estes alimentos? Alguém tem dicas sobre como usar estes alimentos com pouco ou nenhum desperdício?
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Julgar • Onde estes alimentos foram plantados? Será que sabemos como são produzidos os alimentos que compramos? Agir Prática de cozinha: Como preparar uma farofa gostosa? Qual a quantidade certa de feijão cru por pessoa? E o arroz, mais molhadinho ou sequinho? Tem gente que só gosta de feijão preto com caldo ralo, tem aquele outro que só gosta do carioquinha e com um caldo bem grosso. E a salada? Alguns comem só com sal, outros com sal, vinagre ou limão e um fiozinho de óleo. Outros ainda tem o costume de comer com açúcar. São muitos os gostos! E, para preparar aquela comidinha gostosa para a família, toda cozinha tem os seus segredos. Os segredos começam na hora de escolher o alimento: cheirar, ver a cor, tocar. Tudo isso vai nos dizer se o alimento está bom ou não. Onde vou comprar, onde vendem alimentos mais frescos, e claro, onde é mais barato, também fazem parte de como escolher bem. Os alimentos da época e da região são mais frescos, mais baratos e mais gostosos.
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1. Organização e preparação dos alimentos. Os alimentos estão na cozinha, e agora? Se está tudo bagunçado, vamos arrumar e organizar, se está tudo sujo, mãos-à-obra, vamos limpar! Tudo pronto para começar o preparo, inclusive cabelos presos ou protegidos, unhas limpas, mãos lavadas, afinal, não seria legal encontrar cabelo na comida e nem ver alguém doente por causa da comida que a gente fez. E para não sujar a roupa ou manchá-la, usar um avental também é legal! 2. Distribuição de tarefas. Agora é hora de definirmos quem vai fazer o quê. É importante conversar com o grupo e descobrir o que cada um gosta mais de fazer. Tem gente que não gosta de ir para a frente do fogão, mas se dá super bem cortando os legumes. O ideal é aproveitar os dons de cada um. Escolha participantes para cuidar da higiene dos alimentos, para cortar os ingredientes, para comandar o fogão, para servir o lanche, para limpeza do local etc.
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3. Acompanhe a tarefa dos participantes. Enquanto estão sendo preparadas as receitas, vocês poderão conversar entre si sobre os benefícios que cada alimento desses traz para a saúde, cada vitamina que contém. Assim a conversa vai ficar ainda mais rica.Também é ótimo aproveitar esse tempo para trocar dicas de preparo e formas de aproveitar melhor os alimentos.
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3º momento: Hortas Caseiras
U
ma missão importante para promover a alimentação saudável é olhar para os quintais do bairro, o que ali nasce e o que ali pode nascer; é também escutar as histórias de pessoas do lugar, os seus costumes e a forma como se alimentam. É preciso conhecer a realidade da família e dos bairros vizinhos que, nas suas ações básicas, já levanta uma série de informações sobre a comunidade em que atua. Então, vamos usar bem estas informações e construir um novo conhecimento junto com a família, pois promover uma alimentação saudável não é transmitir, mas trocar conhecimento! É na comunidade que as famílias moram, fazem amigos, onde elas compram seus alimentos, e também onde estão os recursos que podem ajudar a melhorar a segurança alimentar e nutricional das famílias. Para começar, podemos conversar com o grupo e ver: • se há árvores frutíferas e qual a sua época. • se há pessoas que têm horta em casa • se há outras instituições que promovem a alimentação. Ao conhecer um pouco mais da comunidade e o que ela oferece, vamos encontrando muitos benefícios que vão contribuir com a alimentação saudável das famílias. Quem é que não gosta de um alimento bem fresquinho, tirado diretamente da horta? Ter uma horta caseira ou um roçado em casa ajuda enriquecer a alimentação da família, aproxima o ser humano da natureza, protege e embeleza o meio ambiente e outras coisas boas surgem de uma semente plantada em casa. Em uma pequena horta é uma alegria ver o alimento crescer e dá gosto de comer.
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3. Ver 1. Há algo plantado na sua casa? O que seria? 2. Vocês gostariam de ter uma horta na sua casa? 3. O que gostariam de plantar? 4. Na minha casa, onde poderia arranjar um espacinho para plantar? Julgar Onde fazer uma horta? As hortas podem ser de quintal, de jardim, de rua, de vaso – vasilha de barro, de garrafa PET (garrafas descartáveis de refrigerante, leite, yogurte, banha e outros). Pode ser horta no chão, e pode ser na parede. Com um pouco de terra, semente, água, muito cuidado, carinho, criatividade e sol muito alimento vai nascer e crescer! Um jeito de plantar e cuidar tanto da nossa saúde como da natureza é utilizar adubos naturais, que não prejudicam o meio ambiente. Há várias formas de plantio e é mais fácil do que imaginamos. Precisa ter um pequeno espacinho com terra, algumas sementes ou mudas e disposição para cuidar das suas plantinhas. Pode ter certeza que o resultado compensa. Agir Vamos começar esse trabalho na nossa família? O objetivo desse momento é aproveitar para visitar algumas casas ou outras áreas da cidade, e identificar locais e formas de fazer uma horta. O ideal é que nesse dia vocês possam promover a prática de uma pequena horta. Isso pode ser feito no quintal de casa, ou plantando mudas em um vaso, balde ou até em uma garrafa PET. O importante é despertar nos participantes a vontade de cultivar uma horta em sua casa, mostrando os benefícios e ensinando o passo a passo. Algumas vantagens de se ter uma horta caseira: • usar os espaços do quintal para plantar e colher alimentos, evitando o acúmulo de lixo ou entulhos e a proliferação de insetos. • diminuir gastos com alimentos. • ter acesso a alimentos de qualidade, fresquinhos, no quintal de casa. • aproveitar o lixo orgânico como adubo para as plantas. • melhorar a alimentação e a saúde da família toda. • poder trocar experiências sobre o plantio com nossos vizinhos, amigos e parentes.
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• trocar mudas e plantas com os vizinhos. • ensinar as crianças a plantar e a desde cedo respeitar a natureza. Dica: distribua mudas entre vocês. Assim, vocês já podem começar sua horta. É possível conseguir essas mudas gratuitamente com a prefeitura ou pedir para alguém da sua comunidade que tenha experiência com sementeiras.
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Referências SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Obesidade na infância e adolescência – Manual de Orientação. Departamento Científico de Nutrologia. 2ª. Ed. – São Paulo: SBP. 2012. 142 p. COMISSÃO DE PREVENÇÃO E COMBATE A OBESIDADE. Obesidade no Brasil. 2011. Disponível em: www.obesidadenobrasil.com.br Acesso em: 01 out. 2014. PASTORAL DA CRIANÇA. Obesidade infantil, chegou a hora de mudar essa realidade. Curitiba, 2009. PASTORAL DA CRIANÇA. Alimentação e hortas caseiras na Pastoral da Criança. Paraná: Pastoral da Criança, 2009. Disponível em http://www.pastoraldacrianca.org.br/images/materiaiseducativos/hortas_caseiras.pdf . Acesso em: 01 out. 2014. SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA. Números da Obesidade no Brasil. Rio de Janeiro, 2012. Disponível em http://www. endocrino.org.br/numeros-da-obesidade-no-brasil/. Acesso em 01 nov. 2014. SAMBRANA, Carlos. Turma da Mônica em Mandarim. São Paulo: Editora Três, 2009. Disponível em http://www.terra.com.br/istoedinheiro-temp/ edicoes/605/imprime133557.htm. Acesso em 01 nov. 2014.
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Créditos Realização: Érica Rodrigues de Oliveira Orientador: Prof. Marcelo Ribeiro Conteúdo científico: Sociedade Brasileira de Pediatria e Pastoral da Criança.
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