Cenários Urbanos - Revitalização do Canal Bigossi no município de Vila Velha, ES

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“Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama violentas às margens que o oprimem.” - Bertolt Brecht

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ERICK MANAGNA VILELA

CENÁRIOS URBANOS REVITALIZAÇÃO DO CANAL BIGOSSI NO MUNICÍPIO DE VILA VELHA, ES

Trabalho Final de Graduação II apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Campus Poços de Caldas - PUC Minas Poços de Caldas como requisito para obtenção do título de Arquiteto e Urbanista. Orientadores: Maria Fabiana Lansac e Daniel Mattoso Argoud

POÇOS DE CALDAS, MINAS GERAIS 2018

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ERICK MANAGNA VILELA

CENÁRIOS URBANOS REVITALIZAÇÃO DO CANAL BIGOSSI NO MUNICÍPIO DE VILA VELHA, ES

Trabalho Final de Graduação II apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Campus Poços de Caldas - PUC Minas Poços de Caldas como requisito para obtenção do título de Arquiteto e Urbanista. Orientadores: Maria Fabiana Lansac e Daniel Mattoso Argoud

Aprovado em: BANCA EXAMINADORA

Orientador(a): Prof.(a) Maria Fabiana Lansac Pontifícia Universidade Católica de Campinas

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Orientador: Prof. Dr. Daniel Mattoso Argoud Universidade de São Paulo


AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus, pelo dom da vida e inteligência, pela força e por tudo o que tem me presenteado. Também à todas as pessoas que conheci ao longo desses anos, as quais, de um certo modo, ajudaram-me nessa caminhada pelo conhecimento. Aos professores, que compartilharam seus ensinamentos e contribuíram para a minha formação acadêmica e pessoal, com suas lições que me proporcionaram enxergar os arquitetos e urbanistas como profissionais transformadores de realidades e construidores de sonhos. Aos meus amigos, sobretudo aqueles que conheci na graduação, que estiveram sempre comigo, nas horas alegres e nos momentos difíceis, superando obstáculos, compartilhando conhecimentos, ideias e superações. Aos meus pais, José Francisco Filho e Edileia Managna e minha irmã Evelyn Managna Vilela, pessoas maravilhosas que sempre me apoiaram, me ajudaram e me proporcionaram o ambiente em que eu pudesse crescer e me tornar o ser humano que sou hoje. Em especial gostaria de agradecer à minha professora Maria Fabiana Lansac, por me acompanhar por essa trajetória desde o início, sempre me ajudando, aconselhando e orientando em meu desenvolvimento de trabalho. Também agradeço ao professor Daniel Mattoso Argoud, que me acompanhou e orientou nesta etapa final.

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RESUMO A relação do ser humano com os recursos hídricos, no passado tão próxima, hodiernamente encontra-se desvinculada em virtude de uma série de obstáculos provenientes da urbanização e desenvolvimento descontrolado e carente de planejamento das grandes metrópoles. Nesse contexto, identifica-se a ruptura da paisagem entre os cursos d’água da cidade de Vila Velha, no Espírito Santo, em relação à figura urbana, especificamente o Canal da Costa e sua continuação com o Canal Bigossi, englobando os bairros Ilha dos Ayres, Cristóvão Colombo e Divino Espírito Santo, área respectiva à escolha da intervenção projetual. O estudo e o aprofundamento do tema juntamente ao diagnóstico da região possibilitaram a definição e essência da proposta e suas metodologias adotadas. O eixo paisagístico, valoriza princípios como a interação urbana; convívio social; lazer; contemplação e entretenimento entre os usuários e visitantes da cidade. Todas essas intenções culminaram em um projeto de parque linear para o Canal Bigossi e novos cenários urbanos; recuperando e protegendo o potencial ambiental da região e do Rio da Costa e sua salubridade, bem como a valorização do pedestre, o incentivo ao uso de meios de transporte coletivo e a melhora de vida para a população da cidade. Também é consagrado no projeto, a implantação de um complexo cultural como ferramenta de cultura e lazer para o município, permitindo-lhe conhecer, desenvolver e criar novos olhares sobre o mundo. Para atender as necessidades do entorno e assegurar a perpetuação do parque, toda a área adjacente ao canal foi considerada e agregada aos estudos. O Parque Linear Bigossi e o Complexo Cultural Vila Velha portanto comportam-se como proposta de requalificação ambiental, social, cultural e urbanística, com a reintegração entre o Canal Bigossi sobre o Rio da Costa, a cidade e seus usuários.

Palavras chave: recursos hídricos; Canal da Costa; Canal Bigossi; paisagem; eixo paisagístico; interação urbana, convívio social; lazer; contemplação; ambiental; recuperação; cenários urbanos; vazios urbanos; salubridade; requalificação, complexo cultural.

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ABSTRACT The relationship between human beings and water resources, in the past so close, has now been disconnected due to a series of obstacles arising from the uncontrolled urbanization and development of the great metropolises. In this context, we identify the rupture of the landscape between the water courses of the city of Vila Velha, in Espírito Santo, in relation to the urban figure, specifically the Canal da Costa and its continuation with the Bigossi Canal, encompassing the neighborhoods Ilha dos Ayres, Cristóvão Colombo and Divino Espírito Santo, respective area to the choice of the project intervention. The study and the deepening of the theme together with the diagnosis of the region made possible the definition and essence of the proposal and its adopted methodologies. The landscape axis, values princi ​​ ples such as urban interaction; social interaction; recreation; contemplation and entertainment among the users and visitors of the city. All these intentions culminated in a linear park project for the Bigossi Canal and new urban settings; recovering and protecting the environmental potential of the region and the Rio da Costa and its health, as well as the valorization of the pedestrian, the incentive to use public transportation and the improvement of life for the population of the city. Also in the project is the establishment of a cultural complex as a cultural and leisure tool for the municipality, allowing it to know, develop and create new perspectives on the world. To meet the needs of the environment and ensure the perpetuation of the park, the entire area adjacent to the canal was considered and added to the studies. The Bigossi Linear Park and the Vila Velha Cultural Complex therefore behave as a proposal for environmental, social, cultural and urban renewal, with the reintegration of the city and its users among the Bigossi Canal.

Keywords: water resources; Canal da Costa; Canal Bigossi; landscape; landscape axis; urban interaction, social interaction; recreation; contemplation; environmental; recovery; urban settings; urban voids; healthiness; requalification, cultural complex.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Panorâmica da 3ª Ponte em Vila Figuras 09 e 10 - Centro Cultural Georges Velha, ES. Disponível em: <https://www.ga- Pompidou. Disponível em: <https://archdaily. zetaonline.com.br>. Elaborado pelo acadêmico. com.br>. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 44). Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 28-29). Figuras 11 e 12 - Centro Cultural de São PauFigura 02 - Perspectiva aérea do início do Ca- lo. Disponível em: <https://vitruvius.com.br>. nal da Costa em Vila Velha, ES. Disponível em: Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 45). <https://www.gazetaonline.com.br>. Acesso Figuras 13 e 14 - Centro Cultural do Jabaem: 27 mar. 2018. (pág. 30). quara. Disponível em: <https://archydaily. Figura 03 - Construção antes e depois da 3ª com.br>. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 45). Ponte sobre o Rio da Costa em Vila Velha, ES. Disponível em: <https://www.gazetaonline. Figura 15 - Planta baixa do projeto do Rio com.br>. Elaborado pelo acadêmico. Acesso Cheonggyecheon. Disponível em: <https://acidadeinvisivel.wordpress.com/>. Acesso em: 27 em: 27 mar. 2018. (pág. 34). mar. 2018. (pág. 48). Figura 04 - O Rio Cheonggyecheon, Seul, Coreia (projeto de referência projetual). Dis- Figura 16 - Processo projetual do Rio Cheonggponível em: <http://www.viveraviagem.com. yecheon. Disponível em: <http://www.viverabr/>. Elaborado pelo acadêmico. Acesso em: viagem.com.br/>. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 49). 27 mar. 2018. (pág. 36-37). Figura 05 - Imagem aérea do Central Park, Nova Iorque. Disponível em: <https://www. boredpanda.com/>. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 38-39).

Figura 17 - Interação da população com o Rio Cheonggyecheon. Disponível em: <http:// www.viveraviagem.com.br/>. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 49).

Figura 06 - Quadro multifuncionalidades dos parques lineares. Disponível em: MORA, Natalia Mayorga (2013) “Experiências de parques lineares no Brasil:espaços multifuncionais com o potencial de oferecer alternativas a problemas de drenagem e águas urbanas”. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 40).

Figura 18 - Ponte do Rio Cheonggyecheon. Disponível em: <http://www.viveraviagem.com. br/>. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 49).

Figura 07 - Poluição do Canal da Costa em Vila Velha, ES e panorâmica da vista do Convento da Penha. Disponível em: <https://www.gazetaonline.com.br>. Elaborado pelo acadêmico. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 42).

Figura 20 - Planta baixa do projeto do Parque Madrid. Disponível em: <http://saopaulosao. com.br/>. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 5051).

Figura 19 - A cidade de Seul ao anoitecer. Disponível em: <http://www.viveraviagem.com. br/>. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 49).

Figuras 21 e 22 - Parte da área do Parque MaFigura 08. Interior da antiga biblioteca de drid. Disponível em: <http://saopaulosao.com. Alexandria. Disponível em: The Memory of br/>. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 50). Mankind. New Castle, DE: Oak Knoll Press, 2001. Disponível em: <archdaily.com.br>. Figura 23 - SESC Pompéia. Disponível em: <archdaily.com.br>. Acesso em: 27 mar. 2018. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 44). (pág. 52). 16


Figura 24 - Grande salão SESC Pompéia. Disponível em: <http://napaura.blogspot. com/2013/03/dolce-fare-niente-sesc-pompeia.html>. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 52).

Figura 32 - Elevação principal do Hospital Manuel Gea González, na Cidade do México. Disponível em: <https://casa.abril.com.br/ materiais-construcao/fachada-de-hospital-no-mexico-purifica-o-ar/>.Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 55).

Figura 25 - Meia divisória entre oficinas do SESC Pompéia. Disponível em: <archdaily. Figura 33 - Planta do Hospital Manuel Gea com.br>. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 52). González, na Cidade do México. Disponível em: <https://casa.abril.com.br/materiaisFigura 26 - Detalhe da estrutura da cober- -construcao/fachada-de-hospital-no-mexitura do SESC Pompéia. Disponível em: <ar- co-purifica-o-ar/>.Acesso em: 27 mar. 2018. chdaily.com.br>. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 55). (pág. 52). Figura 34 - Esquema bioclimático de funcioFigura 27 - Planta pavimento térreo do namento da pele envoltória do Hospital MaSESC Pompéia. Disponível em: <https:// nuel Gea González, na Cidade do México. www.urbipedia.org/images/f/f1/LinaBo- Disponível em: <http://www.prosolve370e. Bardi.SESC.Planos1.jpg>. Acesso em: 27 mar. com/how-it-works-1/>.Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 53). 2018. (pág. 55). Figura 28 - SESC Pompéia. Disponível em: <https://www.urbipedia.org/images/f/ f1/LinaBoBardi.SESC.Planos1.jpg>. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 53).

Figura 35 - Esquema elaborado pelo acadêmico. Vila Velha em relação ao estado do Espírito Santo e suas áreas urbanas consolidadas, com a indicação das cidades limítrofes de acesso. Fontes: Google Earth Figura 29 - Perspectiva do Hospital Manuel 2018 e Plano Diretor Municipal de 2007. AcesGea González, na Cidade do México. Dispo- so em: 27 mar. 2018. (pág. 58-59). nível em: <https://casa.abril.com.br/materiais-construcao/fachada-de-hospital-no- Figuras 36 e 37 - Imagens panorâmicas de -mexico-purifica-o-ar/>.Acesso em: 27 mar. parte da região metropolitana de Vila Velha. 2018. (pág. 54). Disponível em: <http://www.vilavelha.es.gov. br>. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 59). Figura 30 - Exemplo do encaixe das placas da pele envoltória do Hospital Manuel Gea Figura 38 - Mapa topográfico antigo da região González, na Cidade do México. Disponível de Vila Velha e Vitória com o percurso natural em: <https://casa.abril.com.br/materiais- do Rio da Costa. Disponível em: <http://www. -construcao/fachada-de-hospital-no-mexi- morrodomoreno.com.br/>. Acesso em: 27 co-purifica-o-ar/>.Acesso em: 27 mar. 2018. mar. 2018. (pág. 60-61). (pág. 54). Figura 39 - Mapa elaborado pelo acadêmico. Figura 31 - Perspectiva da pele envoltória do Especificação do progresso de urbanização do Hospital Manuel Gea González, na Cidade município de Vila Velha ao decorrer dos anos. do México, México. Disponível em: <https:// (pág. 62-63). casa.abril.com.br/materiais-construcao/fachada-de-hospital-no-mexico-purifica-o-ar- Figura 40 - Imagem simbolizando o possível -méxico-sustentabilidade-verde-hospital/>. percurso original do Rio da Costa em relação Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 54). ao rio retificado pelo Canal da Costa, pelo Ca17


nal Bigossi, pelo Canal Capixaba e pelo Canal de Guaranhuns. Disponível em: <http://www. morrodomoreno.com.br/>. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 64). Figura 41 - Perspectiva aérea do centro de Vila Velha, com o Rio da Costa em seu trajeto original e Praia da Costa ao fundo. Disponível em: <http://www.morrodomoreno.com.br/>. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 64). Figura 42 - Inundação de Vila Velha na década de 1960. Disponível em: <http://www.morrodomoreno.com.br/>. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 64).

a situação dos tratamentos de água e esgoto do Rio da Costa, além da abrangência do canal aos bairros da cidade. Fonte: Google Earth 2018 e Google Street View 2018. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 68-69). Figura 49 - Apresentação e foco da área de intervenção projetual elaborado pelo acadêmico - Canal Bigossi. Fonte: Google Earth 2018. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 70). Figura 50 - Mapa em perspectiva dos bairros do município de Vila Velha por onde a área de implantação projetual percorre. Disponível em: <http://www.vilavelha.es.gov.br> e Google Earth 2018. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 71).

Figura 43 - Início da construção do Canal da Costa em 1960. Disponível em: <http://www. Figura 51 - Situação da Av. Gonçalves Lêdo no morrodomoreno.com.br/>. Acesso em: 27 Canal Bigossi anteriormente ao projeto “Corremar. 2018. (pág. 64). dor Bigossi”, realizado pela prefeitura municipal de Vila Velha. Fonte: Google Street View. AcesFigura 44 - Construção da 3ª Ponte sob a Baía so em: 27 mar. 2018. (pág. 72). de Vitória em 1986. Disponível em: <https:// www.gazetaonline.com.br>. Acesso em: 27 Figura 52 - Situação da Av. Gonçalves Lêdo mar. 2018. (pág. 64). no Canal Bigossi atualmente, após o projeto “Corredor Bigossi”, realizado pela prefeitura Figura 45 - Perspectiva do início do Canal da municipal de Vila Velha. Fonte: Google Street Costa em Vila Velha. Disponível em: <https:// View. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 72). www.gazetaonline.com.br>. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 64). Figura 53 - Apresentação da ciclovia, calçada acessível e faixa de pedestres presentes na Av. Figura 46 - Foto aérea antiga da visão do Gonçalves Lêdo no Canal Bigossi, atualmenmorro com o Convento da Penha e o per- te. Disponível em: <https://www.gazetaonline. curso original do Rio da Costa aos fundos. com.br>. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 72). Elaborado pelo acadêmico. Disponível em: <http://www.morrodomoreno.com.br/>. Figura 54 - O Rio da Costa exposto em parte Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 64-65). do Canal Bigossi atualmente. Disponível em: <https://www.gazetaonline.com.br>. Acesso Figura 47 - Esquema elaborado pelo acadêmi- em: 27 mar. 2018. (pág. 72). co demonstrando todos os canais retificados existentes em Vila Velha, ES. Fonte: Google Figura 55 - Foto aérea da situação do Canal BiEarth 2018. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 66- gossi em 2010, ateriormente ao projeto “Cor67). redor Bigossi”, realizado pela prefeitura municipal de Vila Velha. Fonte: Google Earth 2018. Figura 48 - Mapa esquemático elaborado Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 73). pelo acadêmico demonstrando o caminho fotográfico do Canal da Costa e Canal Bi- Figura 56 - Foto aérea da situação do Canal gossi em Vila Velha e dados gráficos sobre Bigossi em 2013, em processo de desapropia18


ção e início do projeto “Corredor Bigossi”, rea- gião de implantação projetual elaborado pelo lizado pela prefeitura municipal de Vila Velha. acadêmico. (pág. 85-85). Fonte: Google Earth 2018. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 73). Figura 67 - Mapa de mobilidade urbana da região de implantação projetual elaborado pelo Figura 57 - Foto aérea da situação do Canal Bi- acadêmico. (pág. 86-87). gossi em 2018, após o projeto “Corredor Bigossi”, realizado pela prefeitura municipal de Vila Figura 68 - Mapa de hierarquia viária do muniVelha. Fonte: Google Earth 2018. Acesso em: 27 cípio de Vila Velha. Fonte: Plano Diretor Municipal mar. 2018. (pág. 73). de 2007. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 88). Figura 58 - O Rio da Costa exposto em parte Figura 69 - Mapa de hierarquia viária com amdo Canal Bigossi atualmente. Acervo pessoal pliação na área de implantação projetual elado acadêmico. (pág. 73). borado pelo acadêmico. Fonte: Google Earth 2018. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 89). Figura 59 - Esquema elaborado pelo acadêmico. Terrenos vazios integrados à área do Figura 70 - Mapa de meio ambiente e áreas parque. Desapropriação por fins ambientais de preservação permanente (APP’s) do munie sociais. (pág. 73). cípio de Vila Velha. Fonte: Plano Diretor Municipal de 2007. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 90-91). Figura 60 - Esquema de sobreposição de mapas urbanos (macrozoneamento, áreas ur- Figuras 71 a 74 - Mapas de degradação das banas consolidadas, hidrogradia e hierarquia áreas verdes ao entorno do Canal de Bigossi viária) da área de implantação projetual, ela- em Vila Velha, ES ao longo dos anos. Fonte: borado pelo acadêmico. Fonte: Plano Diretor Plano Diretor Municipal de 2007. Acesso em: 27 Municipal de 2007. Acesso em: 27 mar. 2018. mar. 2018. (pág. 91). (pág. 76). Figura 75 - Mapa de uso e cobertura da terra Figuras 61 e 62 - Macrozoneamento de todo no estado do Espírito Santo e gráfico das poro município de Vila Velha e ampliação na re- centagens dos respectivos usos. Fonte: Plano gião de implantação projetual, elaborado pelo Diretor Municipal de 2007. Acesso em: 27 mar. acadêmico. (pág. 76-77). 2018. (pág. 92). Figura 63 - Cones visuais do morro do Conven- Figura 76 - Mapa ambiental de uso e cobertuto da Penha. Fonte: Plano Diretor Municipal de ra da terra em Vila Velha. Fonte: Plano Diretor 2007. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 79). Municipal de 2007. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 92). Figura 64 - Imagem aérea da vista do Convento da Penha para parte da região de Vila Figura 77 - Bacias hidrográficas do estado do Velha, onde se encontra a área de interven- Espírito Santo com demonstração topográfica ção projetual. Acervo pessoal do acadêmico. das bacias do Rio Sta. Maria da Vitória e do (pág. 79). Rio Jucu, que compreendem a região de Vila Velha. Disponível em: <http://www.ijsn.es.gov. Figura 65 - Mapa de uso e ocupação do solo br/>. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 93). da região de implantação projetual elaborado pelo acadêmico. (pág. 82-83). Figura 78 - Mapa hidrográfico do município de Vila Velha. Fonte: Plano Diretor Municipal de Figura 66 - Mapa de gabarito de altura da re- 2007. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 93). 19


Figura 79 - Mapa de equipamentos urbanos de infra-estrutura (tratamento de água e esgoto) do município elaborado pelo acadêmico. (pág. 94). Figura 80 - Mapa de equipamentos urbanos de uso comunitário (lazer) do município de Vila Velha elaborado pelo acadêmico. (pág. 95).

Figura 113 - Tabela elaborada pelo acadêmico sobre as forças, fraquezas, diretrizes e ações que deverão ser tomadas como princípios projetuais à implantação do Parque Linear Bigossi em Vila Velha, ES. (pág. 110). Figura 114 - Croquis de estudo preliminar de fatores ambientais da região de implantação projetual elaborado pelo acadêmico. (pág. 111).

Figura 81 - Mapa de equipamentos urbanos de uso comunitário (ensino) do município de Vila Figura 115 - Croqui estudo preliminar de fatores Velha elaborado pelo acadêmico. (pág. 96). viários e pontos de vulnerabilidade da região de implantação projetual elaborado pelo acaFigura 82 - Mapa de equipamentos urbanos de dêmico. (pág. 111). uso comunitário (saúde) do município de Vila Velha elaborado pelo acadêmico. (pág. 97). Figura 116 - Croquis de estudo preliminar de fatores de determiância projetual da região de Figura 83 - Mapa da área de intervenção implantação projetual elaborado pelo acadêprojetual com os pontos de interesse da mico. (pág. 111). região elaborado pelo acadêmico. Fonte: Google Earth 2018. Acesso em: 27 mar. 2018. Figura 117 - Estudo de zoneamento preliminar (pág. 98). da proposta projetual para o Parque Linear Bigossi elaborado pelo acadêmico. (pág.112-113). Figura 84 - Mapa esquemático do caminho fotográfico de todo o sítio de implantação proje- Figura 118 - Programa e fluxograma do projeto tual elaborado pelo acadêmico. Fonte: Google e área de implantação projetual dividida em Earth 2018. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 100). trechos elaborado pelo acadêmcio. (pág. 114115). Figuras 85 a 99 - Fotos do caminho fotográfico de todo o sítio de implantação projetual Figura 119 - Maquete eletrônica da implantação - Canal Bigossi. Fonte: Google Street View 2018. do Parque Linear Bigossi. Elaborado pelo acaAcesso em: 27 mar. 2018. (pág. 101). dêmico. (pág. 117).

Figuras 100 e 101 - Imagens aéreas computa- Figura 120 - Implantação geral do Parque Lidorizadas da área de intervenção projetual. near Bigossi. Elaborado pelo acadêmico. (pág. Fonte: Google Maps. Acesso em: 27 mar. 2018. 116-117). (pág. 102-103). Figura 121 - Aproximações da implantação geFiguras 102 a 110 - Fotos do caminho fotográfico ral do Parque Linear Bigossi, com definicão de de todo o sítio de implantação projetual - Ca- usos para as áreas do parque. Elaborado pelo nal Bigossi. Acervo pessoal do acadêmico. (pág. acadêmico. (pág. 118-119). 102-103). Figura 122 - Esquemas de piso drenante. Como Figura 111 e 112 - Mapas de brainstorm (“o que?”, a tecnologia funciona e exemplos de cores “como?”) para auxílio do início de processo pro- utilizadas no projeto. Disponível em: <http:// jetual ao Canal Bigossi. Elaborado pelo acadê- www.masterplate.com.br/piso-drenante-solumico. Fonte: Google Earth 2018. Acesso em: 27 coes-para-agua-das-chuvas/>. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 108-109). mar. 2018. (pág. 119). 20


Figura 123 - Imagem da situação atual do Ca- Bigossi. (pág. 127). nal Bigossi. Fonte: Google Earth 2018. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 120). Figura 132 - Render desenvolvido pelo acadêmico da pista de skate (espaço) do Parque LiFigura 124 - Imagem da situação pretendida near Bigossi. (pág. 127). projetualmente do Canal Bigossi elaborado pelo acadêmico. (pág. 121). Figura 133 - Render aéreo do Parque Linear Bigossi desenvolvido pelo acadêmico. (pág. 127). Figura 125 - Mapa esquemático do comportamento ambiental do Parque Linear Bigossi e Figura 134 - Render desenvolvido pelo acadêproposta de diretriz para corredores verdes a mico da praça seca para eventos sazonais do partir da requalificação viária. Elaborado pelo Rio da Costa do Parque Linear Bigossi. (pág. acadêmico. (pág.122-123). 128). Figura 126 - Quadro fenológico das espécies Figura 135 - Render desenvolvido pelo acadêescolhidas para recuperarem a área do Canal mico da relação com as águas do Rio da CosBigossi e compor eixo paisagístico. (pág.124-125). ta do Parque Linear Bigossi. (pág. 129). Figura 127 - Mudanças no quadro viário ao en- Figura 136 - Render desenvolvido pelo acadêtorno da implantação do Parque Linear Bigos- mico do bosque contemplação do Parque Lisi, para garantir melhores condições de trafe- near Bigossi. (pág. 128). gabilidade e vias requalificadas. (pág. 126). Figura 137 - Render desenvolvido pelo acadêFigura 128 - Corte A.A da Avenida Gonçalves mico da academia ao ar livre (espaço) do ParLêdo desenvolvido pelo acadêmico. Fonte: de- que Linear Bigossi. (pág. 129). senho desenvolvido através do site: <streetmix. net>. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 126). Figura 138 - Render aéreo do Parque Linear Bigossi desenvolvido pelo acadêmico. (pág. 130Figura 129 - Corte B.B da Rua José Resende 131). Filho desenvolvido pelo acadêmico. Fonte: desenho desenvolvido através do site: <streetmix. Figura 139 - Render aéreo do Parque Linear Binet>. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 126). gossi desenvolvido pelo acadêmico. (pág. 132133). Figura 128 - Corte C.C da Rua Alcindo Guanabara desenvolvido pelo acadêmico. Fonte: de- Figura 140 - Implantação projetual do Complesenho desenvolvido através do site: <streetmix. xo Cultural Vila Velha elaborado pelo acadênet>. Acesso em: 27 mar. 2018. (pág. 126). mico, demonstrando os principais acessos ao público e de estacionamentos. (pág. 134). Figura 129 - Render desenvolvido pelo acadêmico do complexo esportivo do Parque Linear Figuras 141 a 143 - Esquemas de composição da Bigossi. (pág. 127). forma do edifício Complexo Cultural Vila Velha. Elaborado pelo acadêmico. (pág. 135). Figura 130 - Render desenvolvido pelo acadêmico do playground do Parque Linear Bigossi. Figura 144 - Planta do pavimento térreo do (pág. 127). Complexo Cultural Vila Velha e programa. (pág. 136). Figura 131 - Render desenvolvido pelo acadêmico do aluguel de bicicletas do Parque Linear Figura 145 - Esquema divisão da setorização 21


do pavimento térreo Complexo Cultural Vila Velha. Elaborado pelo acadêmico. (pág. 137). Figura 146 - Tabela de quadro de áreas do pavimento térreo do Complexo Cultural Vila Velha. (pág. 137).

e sua forma de fixação no corpo do edifício. Elaborado pelo acadêmico. (pág. 150).

Figura 158 - Esquema bioclimático e de eficiência energética do Complexo Cultural Vila Velha. Aberturas zenitais; placas fotovoltaicas; captação da água das chuvas e cobertura Figura 147 - Planta do primeiro pavimento do verde. Elaborado pelo acadêmico. (pág. 150-151). Complexo Cultural Vila Velha e programa. Elaborado pelo acadêmico. (pág. 138). Figura 159 - Renders desenvolvidos pelo acadêmico do Complexo Cultural Vila Velha. (pág. Figura 148 - Esquema de divisão da setori- 152-153). zação do primeiro pavimento do Complexo Cultural Vila Velha. Elaborado pelo acadêmico. Figura 158 - Renders desenvolvidos pelo aca(pág. 139). dêmico do Complexo Cultural Vila Velha. (pág. 154-155). Figura 149 - Tabela de quadro de áreas do primeiro pavimento do Complexo Cultural Vila Figuras 159 a 164 - Renders aéreos desenvolviVelha. (pág. 139). dos pelo acadêmico do Complexo Cultural Vila Velha. (pág. 156-157). Figura 150 - Planta de cobertura do Complexo Cultural Vila Velha. Elaborado pelo acadêmico. (pág. 140). Figuras 151 e 152 - Plantas estruturais com malha de pilares do Complexo Cultural Vila Velha. Elaborado pelo acadêmico. (pág. 141). Figura 153 - Corte A.A do Complexo Cultural Vila Velha.Elaborado pelo acadêmico. (pág. 142-143). Figura 154 - Corte B.B do Complexo Cultural Vila Velha.Elaborado pelo acadêmico. (pág. 144). Figura 155 - Corte C.C do Complexo Cultural Vila Velha. Elaborado pelo acadêmico. (pág. 145). Figura 156 - Elevação A do Complexo Cultural Vila Velha. Elaborado pelo acadêmico. (pág. 146-147). Figura 156 - Elevação B do Complexo Cultural Vila Velha. (pág. 148-149). Figura 157 - Esquema bioclimático do funcionamento da pele envoltória, sua tecnologia 22


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SUMÁRIO

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1


consideraçþes iniciais

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1.1 TEMA A recuperação da paisagem e do meio ambiente através de um projeto de requalificação ambiental e da implantação de um parque linear e um complexo cultural para o Canal Bigossi no município de Vila Velha no estado do Espírito Santo, por onde corre o Rio da Costa.

1.2 JUSTIFICATIVA O Canal Bigossi possui problemas totalmente urbanos, sociais e ambientais que são percebidos por toda população e de certa forma ignorados pelos profissionais competentes, deixando o potencial da região se perder em meio aos sérios problemas apresentados. A reestruturação do sistema hídrico é de extrema relevância à população. Através da implantação do parque linear e com o reaparecimento do rio à paisagem, configurar-se-á o potencial social e turístico da região, além de agregar à beleza paisagística de toda a área da grande metrópole. Utilizado por toda a população de forma integrada e ao conectar o meio urbano ao ambiental, o projeto do Parque Linear Bigossi e seus novos cenários, juntamente com o Complexo Cultural Vila Velha procura levar vida, reconciliação e cultura à toda região.

Figura 01 - Panorâmica da 3ª Ponte em Vila Velha, ES. Disponível em: <https://www.gazetaonline.com.br>.

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1.3 OBJETIVO GERAL O trabalho final de graduação possui a intenção de conduzir o acadêmico através de estudos e execução de projeto para sua formação, que seja de relevância ao leitor e à comunidade. Desta forma, busca-se nesse trabalho refletir sobre a necessidade, vantagem e importância da requalificação dos cursos d’água e seus respectivos canais urbanos para o bom funcionamento das cidades e bem-estar de seus moradores, através da implantação de um parque linear e um complexo cultural, com a proposta de novos cenários urbanos. 1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Com o tema “Cenários Urbanos - Revitalização do Canal Bigossi no município de Vila Velha, ES”, através da inserção do Parque Linear Bigossi e do Complexo Cultural Vila Velha, pretende-se: - Estudar e entender a revitalização de canais, sua história e seus benefícios; - Propor novas alternativas para a área de implantação do parque linear; Com a proposta, desenvolver um projeto que contenha: - Revalorização do meio ambiental e social da região; - Melhora do cotidiano da população usuária da cidade de Vila Velha e região, proporcionando bem-estar, saúde, cultura e lazer; - Requalificação do potencial ambiental, turístico e comercial de toda a metrópole Vitória-Vila Velha; - Viabilização de um espaço de uso público integrado entre todas as classes sociais e idades, que reduza os vazios e a violência urbana; - Melhora do tráfego local, com o incentivo ao transporte coletivo, de pedestres e ciclistas de toda a cidade através de novas propostas; - Implantação do Parque Linear Bigossi em necessidade de reconciliação dos cursos d’água com a vida urbana; - Implantação do Complexo Cultural Vila Velha, que se comporta como um edifício polarizador, reunindo vários equipamentos culturais em seu corpo, proporcionando novas integrações e acessos à atividades à área de implantação projetual.

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Figura 02 - Perspectiva aérea do início do Canal da Costa em Vila Velha, ES. Disponível em: <https://www.gazetaonline.com.br>.

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1.5 INTRODUÇÃO Desde o início das civilizações, a relação entre as águas e a cidade revela-se como um aspecto primordial para o desenvolvimento urbano. A disponibilidade de água sempre fundamentou um dos mais importantes requisitos para o estabelecimento definitivo e a localização específica das sociedades. Nesse sentido, os rios forneceram não somente a água como recurso para a população ou para a agricultura irrigada, mas serviram também como um dos principais meios de comunicação, como vias de transporte para as mercadorias e passageiros. O gerenciamento do recurso da água marcou durante toda a história a organização das sociedades e a relação de poder entre os seus membros. Mas a relação entre o rio e a cidade não é estática, nem estável. Ela depende de muitos fatores: de mudanças econômicas, das formas de comunicação e de transporte, do direcionamento dos processos de expansão urbana, das políticas, do planejamento urbano e do comportamento dos habitantes. A partir de meados de 1820, com o advento da Revolução Industrial até os dias atuais, a relação rio-cidade passou a apresentar um cenário de desinteresse das populações, uma vez que as águas, antes tão importantes, passaram a ser esquecidas pelos usuários das cidades, apresentando um quadro cada vez mais degradado ao longo dos anos. Os cursos naturais deram espaço aos canais retificados nas grandes metrópoles, em que muitas vezes, avenidas com fluxo de veículos cada vez mais velozes instalam-se por cima de onde percorriam os rios; ou então, se este encontra-se à vista da paisagem, acaba sendo utilizado para o descarte de materiais desinteressantes à população e dos dejetos residenciais, transformando-se em verdadeiros esgotos à céu aberto, prejudicando principalmente as famílias carentes que vivem em suas margens. O cuidado com esta problemática é de extrema importância, não somente por razões sociais, ambientais, sanitárias e urbanas, mas também devido a manutenção do ecossistema e longevidade do meio ambiente. Os espaços públicos criados ao longo dos cursos d’água urbanos contribuem para perpetuação da natureza, melhorias ambientais das cidades, saúde de seus usuários e integração ambiental/social. Dessa forma, tem-se como tema e proposta de trabalho projetual a requalificação dos cursos d’água dos canais capixabas, até o presente momento, negligenciados pela população e profissionais competentes, mediante a criação de novos cenários urbanos, provenientes da implantação de um parque linear e um complexo cultural ao longo do Canal Bigossi em Vila Velha, especificamente onde se encontra os bairros Ilha dos Ayres, Cristóvão Colombo e Divino Espírito Santo. O objetivo geral desse trabalho consiste em promover a valorização dos rios existentes na cidade de Vila Velha, a qual apresenta quantidade expressiva de canais estruturados, e a reaproximação da população com seus entornos, através das propostas projetuais, com foco no Canal Bigossi. A fim de promover a recuperação ambiental do Rio da Costa, que deságua na Baia de Vitória, e a paisagem local, considerando o bem-estar da população e sua maior segurança no ambiente da cidade, percebe-se como é possível utilizar dos recursos hídricos como elementos transformadores e estruturantes do desenho urbano. O assunto escolhido surgiu pela percepção do iminente colapso dos rios urbanos, da indispensabilidade de revitalização ambiental, da prioridade e urgência de reconciliações entre rios e cidades, da relevância à comunidade e da sensibilidade do acadêmico à sua cidade natal. 31


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2


fundamentação teórica

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2.1 A RELAÇÃO DOS RIOS COM O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DAS GRANDES CIDADES A importância da presença dos rios na vida humana pode ser verificada em toda a história das civilizações. A conexão entre os homens e os rios vai além do que se refere à utilização das suas águas, podendo ser observada em diversos outros aspectos das relações humanas, destacando-se pela significativa participação que possuem nos espaços humanizados. Nesse sentido, percebe-se, além da importância histórica, conferida pela relação que tiveram com a formação dos territórios e com a fundação de diversas cidades do mundo, os rios também são relevantes no contexto contemporâneo por estarem vinculados a questões sociais, econômicas, políticas e ambientais. No que se refere especificamente aos rios urbanos, cabe ressaltar às transformações das suas características naturais pela relação que possuem com o processo de urbanização. Entretanto, para ressaltarmos tais transformações, é necessário analisarmos todo o processo histórico pelo qual os rios urbanos passaram ao decorrer dos anos. Conforme destaca Vanderli Custódio: “A urbanização é um processo social complexo caracterizado pela intensificação das relações sociais e pela necessidade de infraestruturas, física e social, para garantir a produção, a circulação, o controle e decisão, e o consumo da vida urbana. As atividades projetadas cristalizam-se como linhas, pontos e áreas no meio físico-natural, que é, assim, transformado por elas e para elas de modo tão intenso quanto mais intenso for o processo [...]. Materializa-se na forma cidade, que é caracterizada pela aglomeração e adensamento de edificações e população não agrícola sobre uma base física restrita, historicamente possível quando ocorreu o sedentarismo humano, ou seja, o domínio sobre uma parcela do meio físico-natural, a produção de um excedente agrícola no campo, uma complexa divisão do trabalho com as classes sociais respectivas e a instituição de um poder urbano.” (CUSTÓDIO, 2006, p. 43).

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Figura 03 - Construção antes e depois da 3ª Ponte sobre o Rio da Costa em Vila Velha, ES. Disponível em: <https:// www.gazetaonline.com.br>.


As primeiras civilizações, as quais foram responsáveis pelo início do processo de sedentarismo humano, utilizavam dos rios para sua sobrevivência como consequência direta da necessidade de busca aos alimentos, água potável e terras férteis. Tem-se então o surgimento das primeiras cidades, como por exemplo os povoados egípcios do Rio Nilo, os mesopotâmicos entre os Rios Tigre e Eufrates e os greco-romanos no Rio Tibre. Continuando esta relação dos rios urbanos, temos, na cidade medieval, período em que o maior número das cidades europeias foram fundadas, o rio formado como uma parte central da cidade. Temos os exemplos de Paris, no Rio Seine, Praga ao longo do rio Vlatva e também Londres com o Rio Tâmisa. Estas ocupações se deram por razões de consumo de água, para o desenvolvimento de atividades agrícolas com maior facilidade, por razões culturais com a criação dos artesanatos, higiene geral e também para manter comunicação e comércio com povoados vizinhos. Esta paisagem passa a sofrer alterações com impactos negativos devido a urbanização da cidade e sua consequente salubridade baixa, principalmente a partir da Idade Média (aproximadamente do século V ao XV), comportando o despejo de resíduos sanitários, de atividades comerciais e manufaturais, poluição urbana difusa e com habitações nas margens se intensificando no período industrial (séculos XVIII ao XIX). (BAPTISTA e CARDOSO, 2013). No período da Revolução Industrial, a relação entre o rio e a cidade transforma-se de maneira significativa. A disponibilidade de água é um fator importante para a locação das novas indústrias que passaram a surgir neste período. Como consequência, muitos rios urbanos foram submetidos a grandes obras de correção e regularização para serem transformados em grandes hidrovias, afetando assim a proximidade da convivência entre o rio, a cidade e seus moradores. O interesse comercial e industrial sobre os rios fez com que se alterasse seus desenhos naturais e os moldassem a fim da sua melhor valorização econômica. A produção excessiva das indústrias e do ritmo acelerado do crescimento urbano, fez com que os rios passassem a receber toda a poluição oriunda dos avanços que a sociedade sofria naquela época, agravando ainda mais o triste cenário em que a relação rio-cidade começava a se transformar, mudando a percepção da população de muitos centros urbanos com seus rios. (COY, 2013). Toda esta problemática em relação aos rios urbanos, foi marcante ao decorrer das décadas e se encontra presente em grande parte das cidades do mundo, como é o caso da área de estudo e intervenção projetual escolhida em Vila Velha no estado do Espírito Santo. Porém é importante ressaltar que a sensibilidade em relação aos cuidados com os rios vem sendo retomada por diversas cidades. Diante de um processo progressivo de desindustrialização que se observa em quase todas as cidades europeias durante os últimos 30 (trinta) anos, a interação rio-cidade tende a transformar-se novamente. Observa-se o “redescobrimento” do rio por parte dos políticos, dos planejadores, dos investidores e, a fim de contas, também por parte dos habitantes e gradativamente, o rio é percebido como lugar atrativo que dá uma identidade específica à cidade, causando uma valorização progressiva das margens urbanas dos rios. (COY, 2013).

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2.2 A CONTRIBUIÇÃO DOS CURSOS D’ÁGUA NA QUALIDADE DA VIDA NAS CIDADES. OS RIOS EXERCENDO A INSTRUÇÃO URBANA “Quando elemento e equipamento presente na área central de uma cidade, as margens de um rio tornam-se objeto de intervenção urbanística, normalmente transformadas em eixo viário principal, dado o potencial topográfico de suas margens. Por isto, recebem por parte dos responsáveis (políticos e técnicos) pelo planejamento territorial e gestão do espaço urbano, tratamento diferencial, consolidando paulatinamente um espaço de intenso uso público na cidade. Porém, quando não recebem adequado tratamento paisagístico tornam-se elementos esquecidos e malgrados no cenário da cidade, exercendo apenas a funcionalidade de articulação viária e, em casos extremos o limite da área urbana, sendo então relegado ao “fundo” da cidade. Há casos muito comuns em que o rio desaparece da paisagem da cidade, quando seu leito é recoberto sobre área construída para funcionar com o uso mais frequente de via pavimentada.[...]” (MENEZES, 2007). Os rios, uma vez revitalizados, requalificados e então recuperados, configuram no espaço urbano, um elemento integrante da paisagem, formando um cenário urbano específico, gerando uma identidade única a uma cidade, em medida que seus habitantes também o incorporam como símbolo do lugar. Nesta perspectiva, são as margens dos rios urbanos que configuram áreas de infra-estrutura de lazer e recreação para as populações, oferecendo potencial para as mais diversas atividades, turismos, comércios e interações sociais.

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Fica provado que reconhecer que os cursos d’água são fonte de vida, e não depósitos de lixo e esgoto, e agir de acordo com esse pensamento é garantia de uma melhor qualidade de vida. (POJETO MANUELZÃO, UFMG). É essencial a presença da natureza em nossas vidas cotidianamente, sendo que o contato com a biodiversidade é intrínseco às atividades humanas. As cidades devem possuir o dever de proporcionar qualidade de vida aos seus habitantes em todos os sentidos e os rios podem, portanto, se tornar a solução paisagística na cidade, ao serem tratados como parte da infraestrutura dos cenários urbanos, em que a água volte a se conectar com o homem e ganhe uma relação de harmonia com a cidade, permitindo melhor qualidade de vida ao transformar os ambientes construídos em locais mais atrativos e agradáveis para permanência; melhorar a qualidade do ar, permitindo melhor filtragem de poluentes; ajudar na redução do estresse e melhorar a saúde mental através da fruição do espaço aberto e do contato com a natureza. A existência de vias verdes também favorece as caminhadas e o ciclismo. Do ponto de vista climático, ainda se reduz o efeito das ilhas de calor urbano através da evaporação, sombreamento e conformação de corredores para o fluxo climático. Em relação às águas, ela protege os corpos hídricos, intercepta e armazena águas pluviais com consequente redução de inundações; maior conservação da umidade dos solos e manutenção da permeabilidade e fertilidade do solo.

Figura 04 - O Rio Cheonggyecheon, Seul, Coreia (projeto de referência projetual). Disponível em: <http://www.viveraviagem.com.br/>.

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2.3 O PARQUE URBANO COMO ELEMENTO DE REAPROXIMAÇÃO Nasceu, a partir do século XIX, da necessidade de dotar as cidades de espaços adequados para atender a uma nova demanda social: o lazer, o tempo do ócio e para contrapor-se ao ambiente urbano. Como definiu Frederick Law Olmsted em um de seus relatórios sobre o projeto do Central Park de Nova York: “Duas classes de melhorias deveriam ser planejadas com este propósito: uma dirigida para assegurar o ar puro e saudável, para atuar através dos pulmões; a outra para assegurar um antítese de objetos visuais àqueles da ruas e das casas que pudessem agir como terapia, através de impressões na mente e de sugestões para a imaginação”. (MACEDO, 2002). Os parques lineares, sendo uma categoria incluída no conceito de corredor verde, compartilham suas características, que podem se resumir em 5 elementos distintivos: i) são espaços lineares e, como tal, oferecem uma função de movimento e transporte; ii) formam parte da paisagem como um todo e supõem a conexão entre diferentes espaços; iii) são espaços multifuncionais e, como tal, pressupõem que, em algum ponto, possa acontecer um trade-off entre funções e, por isso, talvez nem todos os objetivos se cumpram integralmente; seria possível falar, por exemplo, de um conflito entre a função de recreação e proteção do habitat da vida selvagem; iv) a ideia de parques lineares é compatível com a ideia de desenvolvimento sustentável, de modo que está orientada para a promoção da proteção e do desenvolvimento econômico; v) os parques lineares devem ser entendidos como um complemento do planejamento físico e paisagístico do espaço, ou seja, eles não devem entrar em confito com outras áreas que não sejam lineares, mas, ao contrário, devem promover uma articulação com elas. (MORA, 2013). Os parques lineares são obras estruturantes de programas ambientais em áreas urbanas, sendo muito utilizados como instrumento de planejamento e gestão de áreas degradadas, buscando conciliar os aspectos urbanos e ambientais. Eles se constituem de áreas lineares destinadas tanto à conservação como à preservação dos recursos naturais, tendo como principal característica a capacidade de interligar fragmentos de vegetação e outros elementos encontrados em uma paisagem, assim como os corredores ecológicos. Porém, neste tipo de parque têm-se a agregação de funções de uso humano, expressas principalmente por atividades de lazer, cultura e rotas de locomoção não motorizada, como ciclovias e caminhos de pedestres.

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O conceito de parque linear é consideravelmente novo, todavia, no século XIX surgiram projetos em países da Europa que poderiam se enquadrar neste conceito, como o plano de Birkenhead Park, na Inglaterra, elaborado por Joseph Paxton, em 1843, que propunha a ideia de parque contemplando os aspectos ambientais dentro do sistema viário. Além deste, o plano para a cidade de Berlim, Alemanha, elaborado por Lenné entre 1840 e 1850 buscava transformar seu sistema de canais em um elemento urbano e natural da cidade, criando um sistema de comunicações dos canais com o Rio Spree conectando a um conjunto de parques, buscando integrar através da valorização das margens de forma estética e funcional, soluções de navegabilidade e drenagem. (FRIEDRICH, 2007). [...] Olmsted buscava com o desenho do parque urbano na criação dos espaços abertos, a solução para o combate às habitações insalubres e problemas de saúde das cidades, introduzindo: a insolação, ventilação e áreas abertas à organização do tecido urbano, desmembrando-o. (FRIEDERICH, 2007). A partir do século XX, os projetos de parques urbanos agregaram elementos de uso coletivo, criando espaços verdes para promover o contato físico e ativo com a natureza, sendo valorizado as características paisagísticas com ambientes agradáveis e variados, despertando o interesse dos usuários. Desta forma, os parques apresentam em seus projetos, dinamismo, por conter diversas atividades para o lazer, cultura e permanência. Segundo a autora Natalia Mayorga Mora em seu livro “Experiências de parques lineares no Brasil: espaços multifuncionais com o potencial de oferecer alternativas à problemas de drenagem e águas urbanas”, as multifuncionalidades que os parques lineares possibilitam, podem ser divididas em quatro funções gerais: ambiental; qualidade de vida; crescimento econômico e político social, como pode ser visto no quadro a seguir:

Figura 05 - Imagem aérea do Central Park, Nova Iorque. Disponível em: <https://www.boredpanda.com/>.

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Figura 06 - Quadro multifuncionalidades dos parques lineares. Disponível em: MORA, Natalia Mayorga (2013) “Experiências de parques lineares no Brasil:espaços multifuncionais com o potencial de oferecer alternativas a problemas de drenagem e águas urbanas”.

De acordo com o quadro e os estudos da autora, a função político e ambiental (1), relaciona o parque linear como uma área que permite uma possível inclusão de todas as classes sociais através da conexão entre diversos bairros de diferentes características. Já a função ambiental (2), possui potencial de preservação das áreas das cidades, contribuindo para o saneamento, limpeza das superfícies, fortalecimento da estatura dos canais e redução dos impactos das inundações, assim como a preservação das áreas verdes urbanas que em sua maioria são dispersas e ignoradas pela cidade, e, das áreas já protegidas, podendo criar corredores ecológicos. Para a função da qualidade de vida (3), os parques auxiliam na realização de atividades voltadas para a saúde física e mental da população com espaços esportivos, de recreação e cunho cultural, além da melhoria na circulação, propondo formas mais agradáveis de locomoção à lugares de interesse. Por fim, para a função de crescimento econômico (4), pode-se concluir com os estudos da autora, que os parques lineares podem proporcionar um dinamismo na cidade, pois beneficiam a qualidade urbana de várias áreas, através da criação de diversos usos que consequentemente geram uma revalorização do solo e o surgimento de novas atividades econômicas ao seu entorno. Portanto, ao considerar a implantação de um parque linear ao Canal Bigossi em Vila Velha, ao longo dos bairros Ilha dos Ayres, Cristóvão Colombo e Divino Espírito Santo, deve-se pensar na conservação das quatro funcionalidades citadas por Mora (2013), além de resgatar elementos naturais para a paisagem da cidade capixaba como um todo, recuperando os cursos dos canais atualmente degradados ao propor nova vitalidade à região. 40


2.4 PARQUES LINEARES NO BRASIL Atualmente, com a temática da requalificação dos espaços urbanos, principalmente das áreas centrais das cidades, com a demanda crescente de espaços de recreação e lazer e com a introdução das dimensões ambiental e paisagística no planejamento, a temática do parque urbano assume papel central no desenvolvimento dos planos e projetos urbanos. (MACEDO, 2002). Por trás dessa visão estereotipada, característica de muitos parques pelo mundo afora e tantos outros pelo Brasil, está o real papel do parque como um espaço livre ao público estruturado por vegetação e dedicado ao lazer da massa urbana. O parque público, assim como o conhecemos hoje, é um elemento típico da grande cidade moderna, estando em constante processo de recodificação. Cada vez com mais frequência, a cidade brasileira contemporânea necessita de novos parques, em geral de dimensões menores devido à escassez e ao alto custo da terra. Atendem a uma grande diversidade de solicitações de lazer, tanto esportivas como culturais, não possuindo, muitas vezes, o antigo destino voltado basicamente para o lazer contemplativo, característica dos primeiros grandes parques públicos. (MACEDO, 2002). Como se vê, o papel dos parques no Brasil é abrangente, e sua definição nem sempre precisa. Muitas vezes, espaços de lazer de pequeno porte, 10 mil m² ou um pouco mais, são denominados parques apenas por que são cercados, contêm instalações de lazer e alguma vegetação. (MACEDO, 2002). No Brasil, cidades como Rio de Janeiro e Curitiba contam com órgãos eficientes que gerenciam e mantêm sistemas de espaços públicos ou de áreas verdes para lazer, mas a maioria dos centros urbanos de medeio e grande porte não possui órgãos com essa finalidade. Somente nos últimos vinte anos do século XX observa-se um interesse político crescente pela implantação e formação de parques públicos. Essa tendência é influenciada pela crescente urbanização dos país, que levou a grande maioria da população a residir em cidades. Iniciou-se, no final desse século, um processo crescente de implantação desse tipo de logradouro nos médios e grandes aglomerados urbanos, de responsabilidade tanto dos municípios como dos governos estaduais. (MACEDO, 2002). Em geral, o que se percebe é que os parques lineares no Brasil têm um grande potencial de se converter em uma ferramenta de planejamento e de política pública urbano-ambiental focada na redução do impacto ambiental, recuperação de recursos ambientais e obtenção de uma melhor qualidade de vida pelas diversas funções prestadas por esses espaços abertos. Ainda que os parques lineares tenham sido concebidos inicialmente como uma resposta à degradação de fontes hídricas nas cidades, hoje começam a ser percebidos como espaços que podem gerar diferentes tipos de benefícios. Em outras palavras, cada vez mais se destaca o papel multifuncional desses espaços. O Brasil ainda tem muitos passos a dar para consolidar a importância desses espaços em sua agenda de desenvolvimento ambiental e urbano, principalmente quando se compara com a história e antecedentes de outras experiências internacionais em termos de parques lineares. (MORA, 2013). 41


2.5 O TRATAMENTO DOS RIOS DEGRADADOS NAS GRANDES CIDADES Atualmente, 85% da população brasileira reside em áreas urbanas, e desta, 50% em centros urbanos com mais de um milhão de habitantes. A ausência de uma política consistente de saneamento básico é ainda agravada pela crescente demanda de serviços nos centros urbanos, sobretudo de coleta e tratamento de esgoto, resultando na morte dos cursos hídricos nas cidades. Atualmente, 61,7% da população urbana do país têm acesso à coleta de esgoto, porém, somente metade desse índice passa por tratamento e, em muitos casos de forma ineficiente. (Dados: Pesquisa Nacional de Saneamento Básico - PNSB. Disponível em: https://www.ibge.gov.br). A poluição dos rios que cortam as cidades configura um dos mais graves problemas de saúde do planeta. Os cursos d’água urbanos recebem esgoto (doméstico e industrial), e também resíduos de toda ordem, oriundos da chamada poluição difusa. Os custos para a despoluição são altos e envolvem processos demorados, cujos resultados muitas vezes não ocorrem na mesma geração. Por isso mesmo, os projetos de despoluição requerem excelência profissional, seriedade administrativa, envolvimento, empenho e firme compromisso do poder público e do setor privado. Mas a revitalização só é possível com investimento em saneamento básico. Para tanto, a instalação de interceptores, que são canos que impedem que o esgoto caia nas águas dos córregos e rios, faz-se necessária. Com os interceptores, o esgoto é conduzido a estações de tratamento e a água, limpa, volta ao curso d’água. Outras medidas necessárias à revitalização dos córregos e rios são o combate a erosões, o plantio de vegetação nas margens dos cursos d’água, assim como a remoção das famílias dos locais suscetíveis a inundação. É também preciso resguardar a área de inundação natural do rio, evitando que, na época das cheias, a população corra o risco de ter suas casas invadidas pela água. A educação ambiental e a consciência ecológica também devem ser trabalhadas. Não adianta revitalizar um rio se uma cultura de destruição e descaso com relação ao meio ambiente é mantida. (PROJETO MANUELZÃO, UFMG).

Figura 07 - Poluição do Canal da Costa em Vila Velha, ES. Disponível em: <https://www.gazetaonline.com.br>.

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2.6 CENÁRIOS URBANOS COMO INFRA-ESTRUTURA DA PAISAGEM De acordo com Reys (2014), projetos de intervenções urbanas configurados através da criação de cenários consistem em: “[...] uma abordagem que estrutura o problema do projeto de maneira complexa, evidenciando os conflitos presentes no território urbano. Significa dizer que a leitura do espaço urbano não é feita com a intenção de encontrar um espírito do lugar, mas de mostrar, através de cenários projetados, as diferentes visões sobre o espaço [...].” (REYES, 2014). Trechos das cidades se deterioram ao longo dos anos tornando-se territórios subutilizados, degradados em suas paisagens e, em alguns casos, com grande índice de violência, gerando problemas não somente no perímetro destes bairros, mas refletindo sobre o entorno próximo e sobre toda a dinâmica da cidade. (VIEIRA, 2010). Sendo assim, o projeto determinado por cenários é compreendido pela criação de novas cenas para uma área urbana específica e o impacto que estes novos elementos trarão para o espaço à sua volta. Os cenários urbanos surgem portanto como solução para os espaços abandonados ou inutilizados, degradados ou marginalizados, possuindo a perspectiva de criar uma nova forma de integrar a paisagem de um centro urbano. É necessário repensar a cidade como um espaço interativo entre os cenários possíveis que a região possui em potencial. Desta forma, os cenários urbanos se constituem também da instalação de parques, espaços públicos de permanência, contemplação e realização de diversas atividades, que sejam capazes de redesenhar a paisagem, modificando e requalificando o contexto local. Um cenário físico vivo e integrado, capaz de produzir uma imagem bem definida, desempenha também um papel social. (LYNCH, 1997).

Figura 07*- Panorâmica da vista do Convento da Penha em Vila Velha, ES. Acervo próprio do acadêmico.

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2.7 OS CENTROS CULTURAIS À SERVIÇO DA POPULAÇÃO

“Cultura é todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade.” (Edward Burnett Tylor, 2917).

Segundo David Schneider, “Cultura é um sistema de símbolos e significados. (...)”, sendo o modo que o indivíduo se relaciona com a sociedade. É fator de mudança social, de servir não apenas para descrever a realidade e compreendê-la, mas também para apontar caminhos e contribuir para sua modificação.

O papel do centro cultural é dar meios ao indivíduo conhecer, desenvolver e criar novos olhares sobre o mundo. É um tipo de edifício polarizador que reúne diversos equipamentos culturais em um só. Possui várias escalas, podendo agregar pequenas ou grandes atividades. Centros culturais podem ser considerados como “lugares de conhecer, de pensar, de elaborar, de criar; espaços de ação contínua e não-linear, não-convencional, de fazer a cultura viva; espaço de fortalecer as individualidades para atuarem coletivamente, de maneira criativa, elaborando a cultura com a próprias mãos”. (RAMOS, 2007, pág. 77). Milanesi (1997 apud RAMOS, 2007) salienta ainda que o primeiro complexo arquitetônico com modelo cultural existente foi na Antiguidade Clássica, sendo a Biblioteca de Alexandria (Figura 08).

Figura 08. Interior da antiga biblioteca de Alexandria. Disponível em: The Memory of Mankind. New Castle, DE: Oak Knoll Press, 2001. Disponível em: <archdaily.com.br>. Figuras 09 e 10 Centro Cultural Georges Pompidou. Disponível em: <https://archdaily.com.br>.

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“A Biblioteca de Alexandria ou “museion”, constituía um complexo cultural formado por palácios reais que agregavam diversos tipos de documento com o objetivo de preservar o saber existente na Grécia Antiga nos campos da religião, mitologia, astronomia, filosofia, medicina, zoologia, geografia, etc. O espaço funcionava como um local de estudos junto a um local de culto às divindades e armazenava estátuas, obras de arte, instrumentos cirúrgicos e astronômicos. O complexo também dispunha de um anfiteatro, um observatório, salas de trabalho, refeitório, jardim botânico e zoológico ” (RAMOS, 2007). Os primeiros espaços destinados a cultura e a arte de fato surgem na Europa, no século XIX, chamados de “centros de artes”. Porém foi na França que surge o primeiro centro cultural parecido com o que se tem hoje, o Centro Cultural Georges Pompidou (Figura 09 e 10), desenvolvido pelos arquitetos Renzo Piano e Richards Rogers. Causou certa polêmica e foi criticado pela população da época por conta de sua forma, pois a estrutura do edifício é externa e permeia a fachada, possibilitando assim que seu interior seja livre e obstruído. A estrutura que aparenta um exoesqueleto torna-o com um visual moderno e diferente para a época, permitindo que se identifique todas as funções do edifício. O projeto foi inaugurado em 1977, e contempla em seu programa um museu de arte moderna, uma biblioteca e também um centro de músicas.


2.8 OS CENTROS CULTURAIS NO BRASIL

No Brasil, os primeiros centros culturais foram implantados em São Paulo, na década de 80, como por exemplo o Centro Cultural São Paulo em Vergueiros (Figura 11 e 12), projetado pelos arquitetos Eurico Prado Lopes e Luiz Benedito Telles, onde promoveram um grande marco para a cidade de São Paulo com a implantação do edifício, localizado entre a Rua Vergueiros e a Avenida 23 de Maio próximo à Avenida Paulista. O projeto tinha a pretensão de ser uma grande biblioteca pública, porém foi acrescido ao programa espaços de exposições, cinema, teatro e um restaurante. Outro exemplo de centro cultural no Brasil é o Centro Cultural do Jabaquara (Figura 13 e 14), o qual surgiu da necessidade de valorizar a Casa sede do sitio Ressaca. Com estilo bandeirista a casa foi construída a base de taipa de pilão, no ano de 1719, e é um importante patrimônio histórico de São Paulo. O projeto foi desenvolvido pelo escritório Shieh Arquitetos Associados, e tem a pretensão de desenvolver atividades além de uma biblioteca pública, com cunho didático e informativo, apresenta palestras, exposições, atividades cênicas, músicas, teatros de bonecos, atividades ligadas ao ensino de artes plásticas e também cursos de culinária, artesanatos e atividades voltadas a comunidade local. Ambos centros culturais foram proporcionados por investimento da lei de incentivo à cultura, que nos últimos vinte anos no Brasil, teve um crescimento no número de centros culturais, alinhado o fato da lei de incentivo e renúncia fiscal. Os Centros Culturais no Brasil, apresentam uma grande variedade na sua produção, sendo possível destacar quatro formas de construção: 1- a grande construção; 2- a restauração; 3- o remendo e 4- a mistura grossa: “A grande construção é definida com base de decisão política. Exige altos investimentos, geralmente, constitui de uma arquitetura de destaque, maiores dimensões e apresentam serviços modernos. A restauração relaciona-se a intervenção em uma construção antiga, de caráter histórico, ponto de referência na vida da cidade. Quando possui valor histórico, por lei, ocorre seu tombamento e sua preservação deve ser garantida. Em alguns casos, aceitam-se pequenas mudanças no seu interior, mas em outros momentos são vetadas qualquer tipo de interferências que venha a alterar suas características originais. Devido a esses fatores, os arquitetos devem utilizar a criatividade de transformar uma edificação, que tinha outra função, em uma casa ou centro de cultura, conservando a preservação e funcionalidade. O remendo conduz a prática da instalação do centro cultural em qualquer espaço, só necessitando da disponibilidade do imóvel, sendo transformado, por meio de reformas, em espaço razoavelmente útil. A mistura grossa remete-se à falta de recursos para a ausência espaços, onde as atividades culturais possam ser organizadas. São agregadas em edifícios, os quais, por exemplo, desenvolvem outros tipos de atividades “ (Neves, 2013).

Figuras 11 e 12 Centro Cultural de São Paulo. Disponível em: <https://vitruvius. com.br>. Figuras 13 e 14 Centro Cultural do Jabaquara. Disponível em: < htt p s : / / a r chydaily.com.br>.

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referĂŞncias projetuais

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3.1 O RIO CHEONGGYECHEON, SEUL, COREIA DO SUL A obra de revitalização do Rio Cheonggyecheon, em Seul, na Coreia do Sul consiste em uma intervenção que buscou reconciliar a cidade com o rio, outrora suprimido do cenário urbano. A recuperação do curso d’água é considerada uma referência mundial em humanização de cidades, não só pela despoluição das águas, mas também pela recuperação das suas margens com a construção de um parque linear. (REYS; DA SILVA, 2016).

Segundo a publicação “Revitalização do Arroio Cheong Gye Cheon” disponível em: <www.ufrgs.br/arroiodiluvio> (2011), a intensificação da imigração decorrida após a Segunda Guerra Mundial provocou o aumento de moradias irregulares no entorno. A urbanização acelerada e desordenada comprometeu as matas ciliares e acelerou o processo de assoreamento, poluindo o rio e agravando o problema das enchentes no local. Desta forma, e para fins de transporte e ocultação do rio que se encontrava poluído e com o nível de água cada vez menor, as autoridades decidiram canalizar e encobrir o Rio Cheonggyecheon em 1984, para a criação de estradas, simbolizando um sucesso da industrialização e urbanização, consolidando o bairro o qual o rio está localizado, o maior centro comercial de Seul, altamente adensado e ocupado. No entanto, com o passar dos anos, o bairro foi degradado, tornando-se um sinônimo de violência e poluição do ar, visual e sonora. A autoestrada causava rigidez na paisagem e trazia males à saúde pública, pois bloqueava a ventilação natural e consequentemente a dispersão de doenças. A insustentabilidade da autoestrada, norteou debates com propostas de intervenção que ganharam impulso com as campanhas do candidato à prefeito Lee Myung-bak. O objetivo das proposta era demolir as vias, restaurar o córrego e criar uma área de recreação para revitalizar assim o meio ambiente, a economia, a história e a qualidade de vida da população. (REYS; DA SILVA, 2016). No novo projeto de revitalização, das vinte e duas pontes construídas, quinze foram destinadas aos carros e pedestres e sete foram projetadas para serem exclusivas para pedestres e ciclistas, promovendo a reconciliação da cidade com o canal, desvalorizando o uso de veículos e priorizando a integração dos usuários com o meio urbano. 48


Em relação à mobilidade, o governo incrementou o transporte coletivo; aumentou as linhas de metrô; criou um ônibus especial para o centro da cidade; assim como outras opções de vias. Estas medidas se baseiam no conceito de priorizar as pessoas em detrimento aos veículos e consequentemente aproximar o espaço urbano aos usuários. (REYS; DA SILVA, 2016). Após a remoção da antiga avenida Cheonggye Expressway, todos os seus materiais foram reaproveitados em outras construções da cidade, como o concreto, o asfalto e o ferro, com excessão de três pilares de sustentação que foram mantidos para simbolizar a industrialização do país e relevância histórica da restauração para as gerações futuras. O incentivo a arte e educação foi um fator determinante no projeto por promover a história, identidade local e a interação com o público através de obras artísticas, que, segundo o site oficial do parque (disponível em: <http:// www.sisul.or.kr/>), o Museu Cheonggyecheon, situado no extremo leste do canal, oferece aos visitantes um vislumbre sobre a história e cultura do córrego, bem como seu processo de revitalização. Exemplos estes que deverão ser seguidos para a instalação do Parque Linear Bigossi no município de Vila Velha no estado do Espírito Santo.

Figura 15 - Planta baixa do projeto do Rio Cheonggyecheon. Disponível em: <https://acidadeinvisivel.wordpress.com/>. Figura 16 - Processo projetual do Rio Cheonggyecheon. Disponível em: <http://www.viveraviagem.com.br/>. Figura 17 - Interação da população com o rio. Disponível em: <http://www.viveraviagem.com.br/>. Figura 18 - Ponte do parque linear do Rio Cheonggyecheon. Disponível em: <http://www.viveraviagem.com.br/>. Figura 19 - A cidade de Seul ao anoitecer. Disponível em: <http://www.viveraviagem.com.br/> (pág. 45).

As áreas do parque com o restauro da vegetação natural, restabeleceu as margens do canal e aumentou a incidência da vida aquática, das aves e vegetais, além de ocorrer significante melhora na qualidade do ar e na sensação térmica da capital sul coreana. Além de oferecer atividades como lazer, esporte, turismo, contemplação, estar e convivência, o projeto não só promoveu o resgate e valorização da história local, como também ajudou na reconciliação do homem com o meio ambiente. Outro aspecto amplamente abordado na proposta refere-se à apropriação e integração do espaço, em que os mobiliários e caminhos, se confundem com a paisagem e arquiteturas do local. Dessa forma, espera-se adaptar na proposta situada em Vila Velha, medidas inspiradas neste projeto de referência, afim da obtenção de benefícios ambientais e sociais para a área do município. 49


3.2 PARQUE MADRID, RIO MANZANARES, MADRID, ESPANHA

A origem da cidade de Madrid relaciona-se com o rio Manzanares, mas a expansão da malha urbana, com o passar das décadas, acabou por esquecer o rio como constituinte da paisagem na cidade. Na década de 1960, o governo decidiu instituir uma série de rodovias na capital, aproveitando-se do vale do rio e instalando trechos das pistas de alta velocidade que conectariam a trama viária. Entretanto, com as dificuldades e demora da instalação das rodovias fez com que a malha urbana avançasse os limites daquele que deveria ser uma via periférica à cidade. A rodovia estava, de repente, inserida na mancha urbana, e a cidade em expansão viu-se então, fragmentada pela rodovia. O Rio Manzanares, espremido pelas pistas em ambas de suas margens, não proporcionava nenhuma relação entre os cidadãos, e o cunho fluvial desapareceu junto ao leito do rio, então canalizado e inacessível. (ARCHDAILY BRASIL, 2012). A principal medida do projeto foi o aterramento de seis quilômetros da rodovia M-30, o que possibilitou a criação de espaços públicos, parques e áreas de lazer à população. Foi restabelecida a conexão entre as duas margens do rio através da recuperação de pontes históricas e a criação de novos pontos de passagem para pedestres. O projeto possui preocupação tanto com as escalas territoriais, como as escalas dos bairros que o mesmo corta, havendo a manutenção da história do rio e o resgate de seus valores ambientais. (ARCHDAILY BRASIL, 2012). Ações estas que deverão tomar como partido para a implantação do Parque Linear Bigossi, o qual é sequente ao Canal da Costa sobre o Rio da Costa em Vila Velha no Espírito Santo, lindeiro aos bairros Ilha dos Ayres, Divino Espírito Santo e Cristóvão Colombo, além de estar próximo dos importantes bairros Centro e Praia da Costa. Ainda sobre o Parque Madrid, este é dividido em três setores ou unidades de paisagem. A Salón de Pinos é a coluna vertebral do projeto referindo-se a um parque linear estreito e longo (em média trinta metros de largura e quase seis quilômetros de extensão) que se comporta como um grande cinturão verde que leva melhoras ambientais e sociais, além de garantir sombra para os pedestres e ciclistas que acessam a região, antigamente negligenciada, diariamente para a prática de esportes, recreação, lazer e contemplação. Em conjunto ao parque, pode-se encontrar o antigo matadouro da cidade, o qual foi reestruturado, se tornando um complexo cultural. Também foi criado um sistema de esgotamento para diminuir a contaminação do rio e a instalação de reservatórios para conter o volume de água excedente. (ARCHDAILY BRASIL, 2012).

Figura 20 - Planta baixa do projeto do Parque Madrid. Disponível em: <http://saopaulosao.com.br/>.

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Figuras 21 e 22 - Perspectivas de parte da área do Parque Madrid. Disponível em: <http://saopaulosao.com. br/>.


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3.3 SESC POMPÉIA, SÃO PAULO, BRASIL Projeto de arquitetura: Lina Bo Bardi Localização: São Paulo, São Paulo, Brasil Data da construção: 1977 O SESC Pompéia foi concebido aproveitando a estrutura de uma antiga fábrica de tambores, localizada na Vila Pompéia, zona oeste de São Paulo. O local possui estação de metrô próxima, facilitando o acesso aos usuários. O projeto propôs a manutenção dos espaços livres dos antigos galpões, de estrutura em concreto e vedações de alvenaria. Para complementar o projeto foram construídas duas torres, dando monumentalidade ao conjunto (Figura 23). Lina descascou as paredes expondo a alvenaria e estrutura dos antigos galpões. Na cobertura, utilizou telhas translúcidas em alguns trechos, melhorando a iluminação do ambiente (Figura 24). As atividades no SESC Pompéia, ocorrem em espaços múltiplos, podendo também em um único ambiente, acontecer diversas atividades, evitando assim o estigma de numerosas salas fechadas servindo apenas em seus momentos de uso. Para fazer as divisórias dessas oficinas e áreas de leitura da biblioteca, Lina utilizou concreto armado à meia altura de forma que o ambiente não é totalmente fechado do chão ao teto, evidenciando assim a estrutura da cobertura (Figura 25 e 26).

Figura 23 - SESC Pompéia. Disponível em: <archdaily.com.br>. Figura 24 - Grande salão SESC Pompéia. Disponível em: <http:// napaura.blogspot.com/2013/03/ dolce-fare-niente-sesc-pompeia. html>. Figura 25 - Meia divisória entre oficinas do SESC Pompéia. Disponível em: <archdaily.com.br>. Figura 26 - Detalhe da estrutura da cobertura do SESC Pompéia. Disponível em: <archdaily.com.br>.

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Planta SESC Pompéia

Figura 28 - Disponível em: <https://www.urbipedia.org/images/f/f1/LinaBoBardi.SESC.Planos1.jpg>.

Programa de necessidades: O amplo programa do SESC Pompéia possui também atividades esportivas, lanchonete, restaurante e choperia, que funciona durante a noite. Destacam-se: Amplo salão com espaços de múltiplas atividades; Ampla biblioteca com espaços abertos de leitura com divisões à meia altura; Espaço para exposições temporárias; Teatro de arena; Oficinas e ateliêsde arte: gravura, técnicas mistas, cerâmica, arte têxtil e história da arte. Espaço de cultura digital: informática, música, fotografia. Serviços prestados de uso exclusivo para trabalhadores do comércio e serviços matriculados e dependentes, como por exemplo atendimento odontológico.

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3.4 HOSPITAL MANUEL GEA GONZÁLEZ, CIDADE DO MÉXICO, MÉXICO Este edifício literalmente “se alimenta” da poluição do ar que o rodeia. A nova torre do hospital Manuel Gea González, na Cidade do México possui uma fachada revestida com dióxido de titânio superfino (TiO2), Prosolve370e, um novo tipo de cerâmica - desenvolvido pelo escritório Elegant Embellishments - cuja forma e revestimento químico permitem neutralizar poluição, em não apenas uma pequena quantidade, mas equivalente de 8.750 carros por dia. O material especializado é coberto com dióxido de titânio superfino (TiO2), uma tecnologia que neutraliza a contaminação quando em contato com a luz do dia. Esta é a versão nano fotocatalítica do TiO2 convencional, comumente utilizada como pigmentos e conhecida pelas suas propriedades auto-limpantes e germicidas. 1. A fachada: Por ser protegida com dióxido de titânio (TiO2), a superfície do painel de 2 500 m² é capaz de reduzir 98% dos compostos orgânicos voláteis que entram em contato com a estrutura, segundo seus criadores. A quantidade equivale aos gases produzidos por mil carros por dia na região. 2. Como funciona: Quando raios ultravioleta tocam as partículas de (TiO2) , elas vibram e dão início à fotocatálise – reação química que quebra as partículas de óxidos de nitrogênio e de compostos orgânicos voláteis. A substância tem vida útil de cinco anos e pode ser, depois, reaplicada nos módulos. 3. Forma precisa: As linhas irregulares das peças maximizam a superfície exposta à claridade, e o elemento vazado permite a entrada do ar renovado no hospital.

Figura 29 - Perspectiva do Hospital Manuel Gea González, na Cidade do México. Disponível em: <https://casa.abril. com.br/materiais-construcao/fachada-de-hospital-no-mexico-purifica-o-ar/>. Figura 30 - Exemplo do encaixe das placas da pele envoltória do Hospital Manuel Gea González, na Cidade do México. Disponível em: <https://casa.abril.com.br/materiais-construcao/fachada-de-hospital-no-mexico-purifica-o-ar/>.

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Figura 31 - Perspectiva da pele envoltória do Hospital Manuel Gea González, na Cidade do México. Disponível em: <https://casa.abril.com.br/materiais-construcao/fachada-de-hospital-no-mexico-purifica-o-ar/>.

4. A instalação: Encaixados uns nos outros, os módulos foram parafusados à estrutura de aço fixada no corpo do hospital. 5. Vantagem extra: Outra vantagem da tecnologia é sua capacidade autolimpante, que evita o desperdício de água e de produtos de limpeza. Isso ocorre porque a membrana de TiO2 possui propriedade hidrofílica, que reage bem com a água e repele substâncias oleosas.


Figura 32 - Elevação principal do Hospital Manuel Gea González, na Cidade do México. Disponível em: <https://casa.abril.com.br/materiais-construcao/fachada-de-hospital-no-mexico-purifica-o-ar/>.

Figura 33 - Planta do Hospital Manuel Gea González, na Cidade do México. Disponível em: <https://casa.abril.com.br/materiais-construcao/fachada-de-hospital-no-mexico-purifica-o-ar/>.

Figura 34 - Esquema bioclimático de funcionamento da pele envoltória do Hospital Manuel Gea González, na Cidade do México. Disponível em: <http://www.prosolve370e.com/how-it-works-1/>.

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aproximações

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4.1 APRESENTAÇÃO DO MUNICÍPIO Vila Velha é um município brasileiro do estado do Espírito Santo pertencente à Região Metropolitana de Vitória. É a cidade mais antiga do Espírito Santo, sendo fundada em 23 de maio de 1535. Ocupa uma área de 210,067 quilômetros quadrados e a população foi estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2018 em 479.664 habitantes, o que faz do município o segundo mais populoso do Espírito Santo, atrás apenas de Serra. Apresenta conurbação urbana com as cidades de Vitória (capital), Cariacica e Serra, com populações estimadas em 363.140, 384.621 e 502.618 habitantes respectivamente, segundo senso IBGE de 2018.

Figura 35 - Esquema elaborado pelo acadêmico. Vila Velha em relação ao estado do Espírito Santo e suas áreas urbanas consolidadas, com a indicação das cidades limítrofes. Fontes: Google Earth 2018 e Plano Diretor Municipal de 2007. Figuras 36 e 37 - Imagens panorâmicas de parte da região metropolitana de Vila Velha. Disponível em: <http://www.vilavelha. es.gov.br>.

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4.2 CONTEXTO HISTÓRICO 4.2.1 A CIDADE O município foi fundado em 23 de maio de 1535 pelo português Vasco Fernandes Coutinho, donatário da Capitania do Espírito Santo, e foi sede desta até 1549, quando a capital foi transferida para Vitória. Figura-se então como a cidade mais antiga do estado, possuindo várias construções históricas, como por exemplo o Convento da Penha, um dos principais pontos turísticos do Espírito Santo, construído entre os séculos XVI e XVII e tombado como patrimônio histórico cultural pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em 1943. Em 1890, foi criado definitivamente o município, com a instauração da Constituição do Espírito Santo, deixando de denominar-se “Vila do Espírito Santo” para chamar-se “Vila Velha”. Na década a seguir, foi elaborada a planta da cidade e, posteriormente, ocorreram alargamentos e criação de ruas e outras obras de infraestrutura, começando a atrair investidores comerciais, mas somente após a construção da Ponte Florentino Avidos, no final da década de 1920, que liga Vila Velha a Vitória, é que houve uma maior dinamização da economia municipal. Atualmente, tem um grande porte industrial, e é o segundo maior centro comercial do estado, depois da capital, Vitória. Possui 32 quilômetros de litoral, sendo praticamente todo recortado por praias, as quais constituem importantes ícones turísticos e paisagísticos da região.

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Figura 38 - Mapa topográfico antigo da região de Vila Velha e Vitória com o percurso natural do Rio da Costa. Disponível em: <http://www. morrodomoreno.com.br/>.


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Figura 39 - Mapa elaborado pelo acadêmico. Especificação do progresso de urbanização do município de Vila Velha ao decorrer dos anos.

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4.2.2 A EVOLUÇÃO URBANA Vila Velha cresceu gradativamente no sentido norte-sul. Antes do plano de expansão realizado pelo engenheiro e administrador da cidade Antônio Francisco de Athayde em 1918 a 1921, as áreas do município eram compostas por fazendas familiares. Após a década de 1950, iniciaram as ocupações na Praia da Costa, Itapuã e outras regiões. A descoberta de Vila Velha pelas imobiliárias e o crescimento vertiginoso ocorrido a partir das décadas de 1960 e 1970, começaram a transformar consideravelmente a cidade. Como recorrente do cenário brasileiro, as ocupações decorridas ocasionaram o surgimento dos aglomerados urbanos e o consequente assoreamento, deterioração das margens e poluição dos cursos d’água. Após a decadência da atividade cafeicultora, a indústria passou a ser o principal motor da economia capixaba, impulsionando a migração e crescimento populacional de Vitória e Vila Velha. A inauguração da Ponte Deputado Darcy Castello de Mendonça (popularmente chamada de 3ª Ponte) em 1989 intensificou o crescimento de ambas cidades e incentivou a ocupação de Vila Velha, a qual se tornou a segunda maior cidade do estado, consequentemente muito adensada, principalmente na região de implantação do projeto em questão.

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Figura 40 - Imagem simbolizando o possível per- Figura 43 - Início da construção do Canal da Coscurso original do Rio da Costa em relação ao ta em 1960. Disponível em: <http://www.morrio retificado pelo Canal da Costa. Disponível em: rodomoreno.com.br/>. <http://www.morrodomoreno.com.br/>. Figura 44 - Construção da 3ª Ponte sob a Baía Figura 41 - Perspectiva aérea do centro de Vila de Vitória em 1986. Disponível em: <https:// Velha, com o Rio da Costa em seu trajeto ori- www.gazetaonline.com.br>. ginal e Praia da Costa ao fundo. Disponível em: <http://www.morrodomoreno.com.br/>. Figura 45 - Perspectiva do início do Canal da Costa em Vila Velha. Disponível em: <https:// Figura 42 - Inundação de Vila Velha na década www.gazetaonline.com.br>. de 1960. Disponível em: <http://www.morrodomoreno.com.br/>.

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Figura 46 - Foto aérea antiga da visão do morro com o Convento da Penha e o percurso original do Rio da Costa aos fundos. Elaborado pelo acadêmico. Disponível em: <http://www.morrodomoreno.com.br/>.


4.2.3 O RIO DA COSTA O Rio da Costa se localizava a leste da Praia de Piratininga, percorria o monte do Outeiro, prosseguia em paralelo à Rua Luiza Grinalda, cruzava a Avenida Brandão Júnior, onde atualmente é a Av. Champagnat, e segue na direção sul, por detrás do Morro da Batalha. O Rio da Costa sempre teve suas margens assoreadas, devido ao movimento das marés, como observado pelo Imperador D. Pedro II em visita ao Convento da Penha no ano de 1860. (MORRO DO MORENO, 2012). Além das águas do rio terem sido utilizadas com frequência pelos moradores da região para banho e consumo, o Rio da Costa era fonte de subsistência, pois o imenso manguezal formado ao longo do seu curso permitia, no momento da maré baixa, a coleta de de caranguejos e outros pescados, que constituíam fonte de alimento e recursos para muitos moradores. (MORRO DO MORENO, 2012). No entanto, uma série de alagamentos consecutivos ocasionado pelos regimes das marés e influência do Rio Jucu, iria provocar alterações no Rio da Costa até o modo que se tem hoje. As maiores enchentes registradas no município ocorreram nos anos de 1935, 1943, 1960 e 2004. Desta forma, para promover o rápido escoamento das águas e evitar novas inundações, o Governo Federal através do extinto DNOS (Departamento Nacional de Obras e Saneamento) e o DOPM (Departamento de Obras da Prefeitura Municipal) iniciaram a construção do Canal da Costa. (MORRO DO MORENO, 2012). O Rio da Costa foi retificado em 1960, eliminando da paisagem capixaba, um dos mais belos e ricos cenários de Vila Velha e dando origem aos canais: Canal da Costa, Canal Bigossi, Canal Capixaba e Canal Guaranhuns. Atualmente, as antigas margens dão lugar aos edifícios habitacionais derivados do crescimento populacional e econômico ocorrido a partir da década de 1950.

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4.3 QUADRO GERAL DOS CANAIS EXISTENTES EM VILA VELHA, ES O Rio da Costa compreende os seguintes canais retificados: Canal da Costa (vermelho) ao longo da Avenida Carioca, apresentando o rio descoberto à paisagem, em sequência o Canal Bigossi (amarelo), percorrendo a Avenida Gonçalves Lêdo e que possui parte do Rio da Costa descoberto e outra parte coberto, sendo escolhido como área de implantação projetual. Ambos os canais sequente um ao outro são de grande percepção dos moradores e visitantes do município de Vila Velha. Posteriormente, encontra-se o Canal Capixaba (rosa), decorrente à Avenida Capixaba, o qual apresenta o rio totalmente coberto em sua extensão, e ainda o Canal de Guaranhuns (verde) ao londo da Avenida Sérgio Cardoso, com o Rio da Costa poluído também descoberto. Outro canal de destaque é o canal do Rio Marinho (roxo), à oeste da cidade.

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4.4 CAMINHO FOTOGRÁFICO DO CANAL DA COSTA E CANAL BIGOSSI

68.835 imóveis

12.025 não estão ligados à rede de esgoto (17%)

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Figura 48 - Mapa esquemático elaborado pelo acadêmico demonstrando o caminho fotográfico do Canal da Costa e Canal Bigossi em Vila Velha e dados gráficos sobre a situação dos tratamentos de água e esgoto do Rio da Costa, além da abrangência do canal aos bairros da cidade. Fonte: Google Earth 2018 e Google Street View 2018.

Destes: 8% possuem rede disponível, mas não fizeram a ligação; 92% não possuem rede disponível.

56.810 estão ligados à rede de coleta e tratamento (83%) Dados: CESAN


rio da costa: canal da costa, canal bigossi, canal capixaba e canal de guaranhuns 23 bairros Praia da Costa, Itapoã, Coqueiral de Itaparica, Residencial Coqueiral, Cocal, Boa Vista I, Boa Vista II, Vista da Penha, Soteco, Cristóvão Colombo, Ilha dos Ayres, Divino Espírito Santo, Olaria e parte dos bairros Centro, Santa Mônica, Santa Mônica Popular, Praia de Itaparica, Brisamar, Jardim Guadalajara, Santa Inês, Jaburuna, Glória e Praia das Gaviotas.

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4.5 APRESENTAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO PROJETUAL 4.5.1 O CANAL BIGOSSI A área de implantação deste projeto percorre os bairros Ilha dos Ayres, Cristóvão Colombo e Divino Espírito Santo no município de Vila Velha no Espírito Santo e está próxima também, de bairros importantes como o Centro e bairro Praia da Costa. Os três respectivos bairros lindeiros ao projeto são ocupados por uma população de classe média baixa (aproximadamente 32,2% da população apresenta uma condição dita sem rendimentos, ou seja, renda menor que um salário mínimo e sem apresentar benefícios como o bolsa família, seguro desemprego, entre outros [Dados: censo demográfico de 2010]) e apresentam carências de infra estruturas urbanas de cultura e lazer e segurança, apresentando por exemplo, uma taxa de mortalidade alta. A faixa etária da população residente predomina uma porcentagem de 71,6% em média para os três bairros de 15 a 64 anos, o que consagra uma das premissas do Parque Linear Bigossi de integração social e prestação de serviços para todos públicos. O terreno em questão compreende um canteiro central decorrente do projeto de infraestrutura e mobilidade urbana realizado pela Prefeitura Municipal de Vila Velha em parceria com o Governo do Estado na área do Canal Bigossi, o projeto “Corredor Bigossi”. Possui área de aproximadamente 26.000 m² e 1,1 km de extensão, sendo atualmente um grande espaço sem utilização provocado pelos vazios urbanos.

Figura 50 - Mapa em perspectiva dos bairros do município de Vila Velha por onde a área de implantação projetual percorre. Disponível em: <http://www.vilavelha. es.gov.br> e Google Earth.

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4.5.2 O PROJETO “CORREDOR BIGOSSI” O projeto de infra-estrutura da prefeitura de Vila Velha para a região do Canal Bigossi conta com a drenagem, a construção da galeria e a cobertura do canal, além da pavimentação da área a partir da abertura de novas vias, através da desapropriação das residências locais, o que consequentemente fez gerar o canteiro central. O objetivo seria a possível melhora da mobilidade urbana e a qualidade de vida da população, proporcionando uma ligação direta entre a 3ª Ponte e a Avenida Carlos Lindenberg, com objetivo de desafogar o fluxo de veículos e melhorar o trânsito da região. (PREFEITURA DE VILA VELHA, 2012). O objetivo do projeto Corredor Bigossi, além da mobilidade, é criar um corredor atrativo de investimentos urbanos na área. Sua execução possuiu um alto grau de complexidade, principalmente pelas 150 desapropriações necessárias para a conclusão da obra.

Figura 51 - Situação da Av. Gonçalves Lêdo no Canal Bigossi anteriormente ao projeto “Corredor Bigossi”, realizado pela prefeitura municipal de Vila Velha. Fonte: Google Street View. Figura 52 - Situação da Av. Gonçalves Lêdo no Canal Bigossi atualmente, após o projeto “Corredor Bigossi”, realizado pela prefeitura municipal de Vila Velha. Fonte: Google Street View.

Os imóveis do entorno, em sua maioria, possuíam baixo padrão construtivo e de infraestrutura, e não havia regularização junto ao registro geral de imóveis, o que dificultou o processo. (MARTINS; OLIVEIRA; THOMAZ, 2009).

Figura 53 - Apresentação da ciclovia, calçada acessível e faixa de pedestres presentes na Av. Gonçalves Lêdo no Canal Bigossi, atualmente. Disponível em: <https://www.gazetaonline.com.br>.

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Figura 54 - O Rio da Costa exposto em parte do Canal Bigossi atualmente. Disponível em: <https://www.gazetaonline.com.br>.

Com a urbanização do Canal Bigossi vieram também algumas infraestruturas como calçadas acessíveis; ciclovias e ciclofaixas; faixas de pedestres; sinalização e iluminação pública. Existem algumas edificações de destaque que influenciam o fluxo de pessoas no entorno da área de implantação projetual. O público é diversificado, uma vez que transitam pela área, além dos moradores locais, crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, que usam dos serviços oferecidos pela área como por exemplo: escola, faculdade, hospital e terminal urbano rodoviário, entre outros. Fato que já consagra a premissa de integração social entre idades e classes através do projeto do Parque Linear Bigossi.


Como já citado anteriormente, os bairros por onde percorre o Canal Bigossi apresentam carências em suas infra-estruturas urbanas e somado ao fato da região estar localizada em uma zona de especial interesse urbanístico (ZEIU) e já possuir interesse da prefeitura de Vila Velha, compreendendo uma área com potencial para novos investimentos, o Canal Bigossi foi, dentre os demais que compreendem o Rio da Costa, eleito à receber a implantação projetual deste trabalho.

Terrenos vazios integrados à área do parque. Desapropriação por fins ambientais e sociais.

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legislações

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5.1 LEI N. 4.575/07 - PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE VILA VELHA - MACROZONEAMENTO Com a leitura do Plano Diretor Municipal de 2007, pode-se analisar que a área projetual por onde corre o Canal Bigossi compreende uma Zona de Especial Interesse Urbanístico (ZEIU) de estruturação e integração, a qual procura promover a requalificação urbanística, induzindo ao desenvolvimento sustentável; melhorando a mobilidade urbana e acessibilidade e implantando equipamentos públicos urbanos. Conclui-se que a escolha da área é favorável às propostas do Plano Diretor de Vila Velha, encontrando-se em plena coerência com as propostas desejadas.

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5.2 LEI N. 4.575/07 - PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE VILA VELHA A seguir, destacam-se, dentro do PDM - lei I- promover a requalificação urbanística e nº4.575/07, as premissas que foram consi- ambiental das áreas urbanas consolidadas; deradas para a implantação do projeto: II- otimizar a infra-estrutura existente; III - qualificar os bairros e localidades consoliTÍTULO IV dadas; DA ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO V- requalificar a paisagem urbana do centro CAPÍTULO I da cidade; DO MACROZONEAMENTO VI- orientar a convivência adequada de usos e atividades diferentes; Art. 56. A divisão territorial de Vila Velha re- VII - introduzir novas dinâmicas urbanas; flete a equação entre densidades urbanas e capacidade da infra-estrutura instalada e Art. 82. Os objetivos da Zona de Proteção do possível de ser ampliada, considerando: Ambiente Cultural – ZPAC são: II - a capacidade de renovação urbana das II - preservar os locais de interesse cultural e a áreas urbanizadas e consolidadas; configuração da paisagem urbana; III - a integração do território municipal; IV- garantir a ambiência dos cones visuais do Art. 57. O macrozoneamento decorrente da divisão territorial de Vila Velha tem como objetivos: I - atender demandas presentes para redução das desigualdades sociais e inclusão sócio-territorial; IV - valorizar as potencialidades e as oportunidades que o território oferece para a concretização do desenvolvimento socioeconômico. Seção I Da Área Urbana Art. 60. Os objetivos a serem alcançados nas Macrozonas Urbanas Consolidadas 1 e 2 são: I - promover a renovação urbana com a indução da ocupação dos vazios urbanos; IV- promover melhorias viárias nas ligações intra-bairros e metropolitana; V - qualificar os espaços urbanos e propiciar a implantação dos Centros Multifuncionais Regionais; VI- preservar e revitalizar o patrimônio ambiental, cultural e histórico. CAPÍTULO II DO ZONEAMENTO URBANO

Convento da Penha; V- regulamentar e disciplinar a ocupação das faixas ao longo da via da Terceira Ponte; VI- incentivar a instalação de atividades complementares ao turismo em suas várias modalidades; VII - introduzir novas dinâmicas urbanas. Seção VII Zonas de Especial Interesse - ZEI Art. 96. [...] IV - a promoção da acessibilidade dos espaços públicos, passeios e calçadas.

Art. 99. São objetivos principais das ZEIS: III - implantar a infra-estrutura urbana, visando à melhoria da qualidade de vida da população de menor renda; Art. 103. As ZEIA classificam-se em: ZEIA A – áreas de preservação permanente, ilhas e unidades de conservação instituídas pelo Município, situadas na área urbana, com o objetivo de propiciar o equilíbrio ambiental e que deverão ser mantidas como unidades de conservação da natureza, conforme sua finalidade, respeitando seus respectivos planos de manejo;

ZEIA B – áreas verdes e paisagísticas públicas, Art. 73. Os objetivos da Zona de Ocupação praças, mirantes e parques urbanos situados Prioritária – ZOP são: nas zonas urbanas, cujas funções são prote78


ger as características ambientais existentes I - promover a requalificação urbanística; e oferecer espaços públicos adequados e II- induzir ao desenvolvimento sustentável; qualificados ao lazer da população; III- melhorar a mobilidade urbana e acessibilidade; Subseção III IV- implantar equipamentos públicos urbaZona de Especial Interesse Urbanístico– ZEIU nos. Art. 108. Os objetivos principais das ZEIU são:

legenda: Área de intervenção projetual Figura 63 - Cones visuais do morro do Convento da Penha. Fonte: Plano Diretor Municipal de 2007.

Figura 64 - Imagem aérea da vista do Convento da Penha para parte da região de Vila Velha, onde se encontra a área de intervenção projetual. Disponível em: <http://www.vilavelha.es.gov.br>.

cones visuais do convento da penha Área de preservação visual do convento da penha Eixos viários de conformação dos cones visuais

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6


estudo dos entornos

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6.1 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO No mapa observa-se o predomínio do uso residencial (amarelo). Nessa categoria encontra-se residências de um a três pavimentos com certa incidência de edifícios residenciais mais altos. O uso residencial indica a demanda de equipamentos urbanos e espaços públicos para a área, a qual encontra-se carente dos mesmos. Desta forma, a implantação do projeto virá a garantir à população dos bairros lindeiros, assim como toda a cidade, uma melhor qualidade de vida urbana. Outro uso evidente à leste da área é o uso institucional (azul) com a presença do Hospital Vila Velha e a Faculdade Estácio de Sá de Vila Velha, além da ocorrência de uma escola pública e outra privada. À oeste, encontra-se a Perfil Alumínio Brasil SA com uso industrial (roxo). Também é expressiva a presença de lotes vagos e vazios urbanos na área em geral, assim como a escassez de áreas verdes.

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6.2 GABARITO DE ALTURAS No mapa é possível verificar uma certa variabilidade no entorno imediato da área de intervenção. Entre as situações mais frequentemente observadas, estão as edificações classificadas em 01, 02 e 03 pavimentos, visto que as edificações com um gabarito de altura mais significante são mais frequentes nas áreas próximas às orlas das praias, fora da área de entorno imediato da intervenção projetual.

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6.3 MOBILIDADE URBANA Visto que o uso coletivo de transporte deverá ser incentivado, a análise da mobilidade urbana faz-se necessária. As linhas de ônibus que atingem tanto a área de implantação projetual, como seus arredores, realizam o deslocamento de pessoas oriundas de diferentes bairros da cidade, assim como o itinerário de Vitória, através de um dos terminais urbanos do município, o Terminal Vila Velha, demonstrando boa abrangência das rotas de transporte público. Já em relação ao transporte ciclo viário, nota-se que apesar da existência deste meio em parte das Av. Gonçalves Lêdo e Av. Capixaba, ainda há carência de ciclovias e conexões entre as mesmas, o que deverá ser incorporado ao projeto em questão, assim como o aluguel de bicicletas públicas, conceito já adotado por Vitória, porém inexistente em Vila Velha. O estudo também se mostrou eficaz para a mudança de novos fluxos de vias, fechamentos de vias, alterações das direções das faixas, proporcionando assim melhores condições de trafegabilidade para toda a área.

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6.4 HIERARQUIA VIÁRIA A área de implantação projetual está “envolvida” pela Avenida Gonçalves Lêdo, uma avenida arterial de classe 0 projetada, conectada pela Avenida Carioca, dando acesso a Ponte Deputado Darcy Castello de Mendonça (conhecida popularmente como “3ª ponte”), a qual recebe mais de 50 mil veículos diariamente, ligando as cidades de Vitória (capital) e Vila Velha. Conectado à área, encontra-se um terminal urbano central e também a presença de vias coletoras que levam a mobilidade para todos os cantos da cidade. Esta situação explica a centralidade existente na área escolhida para a intervenção projetual, além de boa acessibilidade quanto ao sistema viário.

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Figura 68 - Mapa de hierarquia viária do município de Vila Velha. Fonte: Plano Diretor Municipal de 2007.


Figura 69 - Mapa de hierarquia viária com ampliação na área de implantação projetual elaborado pelo acadêmico. Fonte: Google Earth 2018.

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6.5 ASPECTOS AMBIENTAIS - ÁREAS VERDES Através dos mapas, pode-se analisar que as Áreas de Proteção Permanente (APP’s) do município de Vila Velha no Espírito Santo compreendem os topos de morro e encostas, assim como as ilhas e as florestas e demais formas de vegetação natural situada ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d’água naturais ou artificiais, regulamentados pelo Art. 2º, da Lei Nº 4771/1965 e ratificado pela Lei Nº 12651/2012 (Código Florestal). A cobertura vegetal que compõe este ambiente é composta de remanescente de Mata Atlântica ou Floresta Pluvial Montana, bioma que se localiza sobre a imensa cadeia montanhosa litorânea que ocorre ao longo do Oceano Atlântico. Próximo a área de intervenção projetual, especificada no mapa com maior proximidade, observa-se a carência da presença de espaços verdes devido a densa malha urbana da região. É possível notar, a diminuição da quantidade de áreas verdes com o passar dos anos, devido ao fenômeno da urbanização. Desta forma, o projeto também vem a agregar aos aspectos ambientais da área, através da instalação do Parque Linear Bigossi, comportando-se como um corredor verde para as espécies.

Figura 70 - Mapa de meio ambiente e áreas de preservação permanente (APP’s) do município de Vila Velha. Fonte: Plano Diretor Municipal de 2007.

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Figuras 71 a 74 - Mapas de degradação das áreas verdes ao entorno do Canal de Bigossi em Vila Velha, ES ao longo dos anos. Fonte: Plano Diretor Municipal de 2007.

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6.6 ASPECTOS AMBIENTAIS - COBERTURA DA TERRA

Figura 75 - Mapa de uso e cobertura da terra no estado do EspĂ­rito Santo e grĂĄfico das porcentagens dos respectivos usos. Fonte: Plano Diretor Municipal de 2007.

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Figura 76 - Mapa ambiental de uso e cobertura da terra em Vila Velha. Fonte: Plano Diretor Municipal de 2007.


6.7 ASPECTOS AMBIENTAIS - HIDROGRAFIA

As bacias hidrográficas dos rios Santa Maria da Vitória e do Rio Jucu, banham a região metropolitana da Grande Vitória, compreendendo dez municípios, dentre eles Vila Velha, mantendo estreita dependência ambiental, social e econômica dos seus afluentes e contribuintes.

Figura 77 - Bacias hidrográficas do estado do Espírito Santo com demonstração topográfica das bacias do Rio Sta. Maria da Vitória e do Rio Jucu, que compreendem a região de Vila Velha. Disponível em: <http:// www.ijsn.es.gov.br/>.

Figura 78 - Mapa hidrográfico do município de Vila Velha. Fonte: Plano Diretor Municipal de 2007.

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6.8 EQUIPAMENTOS E INFRA-ESTRUTURA URBANA

6.8.1 Equipamentos urbanos de infra-estrutura - tratamento de รกgua e esgoto de Vila Velha, ES

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6.8.2 Equipamentos urbanos de uso comunitรกrio - lazer

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6.8.3 Equipamentos urbanos de uso comunitรกrio - ensino

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6.8.4 Equipamentos urbanos de uso comunitĂĄrio - saĂşde

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Figura 83 - Mapa da área de intervenção projetual com os pontos de interesse da região elaborado pelo acadêmico. Fonte: Google Earth 2018.

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6.9 PONTOS DE INTERESSE NAS PROXIMIDADES Ao lado destacam-se localidades de destaque na paisagem da região como um todo, dentre pontos turísticos importantes à cidade de Vila Velha, estando por exemplo em alinhamento com os cones visuais do morro do Convento da Penha, tendo sua paisagem protegida pelo Plano Diretor Municipal de 2007, assim como também destacam-se os polos comerciais importantes que compõem a estrutura urbana. A área de projeto escolhida apresenta boa centralidade em relação a estes pontos compreendendo uma área de vazio entre bairros carentes de adequada infraestrutura urbana, motivo pelo qual foi escolhida a receber a implantação do Parque Linear Bigossi e do Complexo Cultural Vila Velha.

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Figura 84 - Mapa esquemático do caminho fotográfico de todo o sítio de implantação projetual elaborado pelo acadêmico. Fonte: Google Earth 2018.


6.10 CAMINHO FOTOGRÁFICO DO SÍTIO

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Figuras 100 e 101 - Imagens aéreas computadorizadas da área de intervenção projetual. Fonte: Google Maps. Figuras 102 a 110 - Fotos do caminho fotográfico de todo o sítio de implantação projetual. Acervo pessoal do acadêmico.

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processo projetual

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7.1 CONCEITO O parque urbano é o espaço onde ocorrem as interações, os encontros, as trocas. É o local onde as pessoas e os lugares se cruzam e sobretudo, se conectam. Para a criação do Parque Linear Bigossi, é escolhido como premissa a promoção da conexão entre espaços e seus compartilhamentos, auxiliando a costurar o território e vincular espaços, permitindo novos fluxos, encontros e cenários urbanos. A conexão e integração entre pessoas, que intuitivamente se reconectam a si mesmas através dos ambientes que recebem devidos cuidados em seus cenários, é presente no projeto. Sendo assim é indispensável pensar na escala humana para garantir a atração, permanência, movimentação e usos durante o decorrer do dia. A conexão dos espaços verdes também é de extrema importância ao projeto, conferindo melhora ambiental para toda a região, além da reaproximação da natureza com a população de centros urbanos desenvolvidos. “Cultura é todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade”. (Edward Burnett Tylor, 1917). O Complexo Cultural Vila Velha é implantado ao projeto como uma ferramenta de cultura e lazer para a população, permitindo-lhe conhecer, desenvolver e criar novos olhares sobre o mundo. É um edifício polarizador que reúne vários equipamentos culturais em seu corpo, proporcionando novas integrações e acessos à atividades ao canal Bigossi e à cidade de Vila Velha.

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7.2 BRAINSTORM

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Figura 111 e 112 - Mapas de brainstorm (“o que?”, “como?”) para auxílio do início de processo projetual ao Canal Bigossi. Elaborado pelo acadêmico. Fonte: Google Earth 2018.

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7.3 PONTOS POSITIVOS, PONTOS NEGATIVOS, DIRETRIZES E AÇÕES PONTOS POSITIVOS Boa conexão entre bairros do município e com outras cidades; proximidade com terminal de ônibus urbano e outros pontos turísticos da região. Extensa porção territorial.

DIRETRIZES Potencialização da atração de pessoas de diferentes lugares e por diferentes rotas de acesso.

AÇÕES Melhora e incentivo do uso do transporte coletivo pela população; instalação de ciclovias conectadas; facilitar o acesso seguro de pedestres com pistas de caminhada, pista de cooper e assegurar a acessibilidade.

Implantação do Parque Linear Bigossi, contendo: foyers de recepção; lazeres ativos; lazeres passivos e de contemplação; bicicletários para aluguel de bicicletas; aumento das áreas verdes e fluidez, entre outros. Complexo Linear Vila Velha contendo: setores administrativos, comerciais e culturais; café; auditório; biblioteca; oficinas multiuso; praça para eventos sazonais. Presença do Canal Valorização do fator Despoluição do canal como diretriz; criação de espaços confortáveis e Bigossi com o Rio da ambiental do canal. de permanência ao entorno do caCosta. nal, reaparecimento do rio nas partes atualmente cobertas reaproximando a população de seu valor natural. PONTOS NEGATIVOS

Utilização de toda área possível de forma projetual inteligente e sustentável, para setorização e especificação das atividades que permitam a diversidade, integração social/cultural e conexão.

DIRETRIZES

AÇÕES

Alto fluxo e velocida- Priorização do pedestre. Manutenção da acessibilidade com travessias elevadas; faixas de pedestres; de de veículos . calçadas acessíveis com faixa livre, de acesso e serviço e sinalização tátil, entre outras medidas conforme norma. Falta de arborização; Qualificação da infraes- Proposta de vias e espaços arborizados; mobiliário urbano; es- trutura e a promoção mobiliários urbanos à serviço da popupaços públicos de re- da pluralidade e cone- lação; integração dos espaços públicos, diversificando os usos para atender tocreação de qualidade xão. das as faixas etárias e classes sociais e falta de usos. em seu funcionamento durante todo o dia/noite. Atual sensação de in- Estímulo do sentimento Proposta de atividades que envolvam e estimulem o convívio da comunidade e segurança devido aos de pertencimento ao a apropriação do espaço pelos morainstalar novos cenários vazios. dores locais e da cidade de Vila Velha; urbanos aos vazios. integração dos vazios à área do parque a partir de novas propostas e usos diversificados.

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Figura 113 - Tabela elaborada pelo acadêmico sobre as forças, fraquezas, diretrizes e ações que deverão ser tomadas como princípios projetuais à implantação do Parque Linear Bigossi em Vila Velha, ES.


7.4 CROQUIS DE ESTUDO PRELIMINAR 7.4.1 FATORES AMBIENTAIS

7.4.2 FATORES VIÁRIOS E PONTOS DE VULNERABILIDADE

7.4.3 FATORES DE DETERMINÂNCIA PROJETUAL

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7.5 SETORIZAÇÃO/LOCALIZAÇÃO DE USOS E ATIVIDADES É notório a forma como o Parque Linear Bigossi se ramifica pelo território da cidade de Vila Velha, costurando a paisagem e levando melhorias urbanas não só na área de implantação projetual, mas também para todo o município, comportando-se como um projeto polarizador. A distribuição dos usos ao parque foi pensada de forma a melhor aproveitar a extensão territorial de cada trecho e também conforme a necessidade da região para cada atividade, afim de garantir melhor qualidade de vida e de instrumentos urbanos à população dos bairros lindeiros e de toda a cidade. O Rio da Costa reaparece na paisagem capixaba e o Canal Bigossi passa a se comportar como um elemento de conexão da figura urbana, da sociedade e do meio ambiente. O Complexo Cultural Vila Velha é implantado ao projeto do parque linear, promovendo assim, acesso à diversas atividades pela população. É situado em uma região que garante boa visibilidade ao entorno de toda a intervenção. A desapropriação para fins ambientais e sociais é usada como meio a agregar os lotes vazios ao conjunto do parque linear, eliminando a atual sensação de insegurança apresentada pelos habitantes. Poucas construções foram demolidas de fato (laranja), entre elas a indústria Alumínios S.A e um galpão para aluguel atualmente desocupado.

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7.6 PROGRAMA E FLUXOGRAMA - PARQUE LINEAR BIGOSSI

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TRECHO 01

TRECHO 02

- Foyer; - Complexo esportivo (quadras society, vôlei, tênis e basquete); - Academia ao ar livre; - Pista de skate; - Ciclovia; - Pista de cooper; - Aluguel de bicicletas; - Rua compartilhada; - Abertura do Canal Bigossi.

- Relações com as águas do Rio da Costa; - Ciclovia; - Pista de cooper; - Quiosques; - Abertura do Canal Bigossi.


TRECHO 03

TRECHO 04

- Bosque contemplação; - Playground; - Estacionamentos; - Ciclovia; - Pista de cooper; - Abertura do Canal Bigossi.

- Praça seca para eventos sazonais; - Complexo Cultural Vila Velha; - Estacionamentos.

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7.7 IMPLANTAÇÃO - PARQUE LINEAR BIGOSSI

Maquete eletrônica Sem escala

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Figura 122 - Esquemas de piso drenante. Como a tecnologia funciona e exemplos de cores utilizadas no projeto. DisponĂ­vel em: <http://www.masterplate.com.br/piso-drenante/>.


7.7.1 IMPLANTAÇÃO - APROXIMAÇÕES

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7.7.2 IMPLANTAÇÃO - SITUAÇÃO ATUAL E SITUAÇÃO PRETENDIDA 7.7.2.1 SITUAÇÃO ATUAL

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7.7.2.2 SITUAÇÃO PRETENDIDA

Figura 123 - Imagem da situação atual do Canal Bigossi. Fonte: Google Earth 2018.

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7.8 COMPORTAMENTO AMBIENTAL DO PARQUE LINEAR BIGOSSI

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A implantação do Parque Linear Bigossi, apresenta, além do intuito de melhorar a qualidade de vida da população dos bairros lindeiros à área de intervenção projetual, assim como de toda a cidade nos âmbitos de instrumentos urbanos, procura também comportar-se de forma a buscar melhores aplicações de princípios de sustentabilidade urbana, que se reflete na busca de ampliação das áreas verdes, seja na forma do parque, ou então na arborização das vias. Desta forma, é deixado como diretriz a viabilidade de criação de corredores verdes urbanos na cidade de Vila Velha, ramificando-se a partir do Parque Linear Bigossi e estabelecendo uma rede de conexões utilizando-se da malha viária, visando incrementar as condições paisagísticas, de circulação de pedestres e ciclistas e ecológicas, ao proporcionar ligações entre as massas verdes, tais como: Morro do Convento da Penha, Morro do Moreno, Morro do Sítio da Batalha, praças públicas, orla das praias, entre outros. Dentre os principais resultados, verifica-se a possibilidade de criação de corredores com pequenas modificações nos perfis de vias que permitem a inserção de vegetação contínua, calçadas e ciclovias, apresentando assim consequências diretas como a otimização das condições microclimáticas, melhoria na paisagem, atratividade para pequenos animais e o incentivo ao percurso não motorizado; e indiretas, como a redução das partículas de poluição, redução dos níveis de ruído e do consumo de combustíveis. 123


7.9 QUADRO FENOLÓGICO Foram selecionadas espécies nativas do estado do Espírito Santo para a recuperação da paisagem da área de implantação do Parque Linear Bigossi, de forma à atender a regeneração natural de áreas degradadas, recuperação de mata ciliar, arborização de ruas, praças, avenidas e jardins.

Dados: LORENZI, Harri. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Vol. 01. 4ª edição, 2002. Instituto Plantarum de estudos da flora LTDA. ISBN 85-86714-16-X 124


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7.10 MUDANÇAS NO QUADRO VIÁRIO

Ao lado apresentam-se cortes esquemáticos para representar os exemplos de vias que foram requalificadas, fazendo-se ramificar a leitura paisagística do Parque Linear Bigossi e seus novos cenários urbanos, fazendo com que estas novas avenidas se comportem como corredores verdes para as espécies, conectando as massas vegetais da cidade de Vila Velha.

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Complexo esportivo

Playground

Aluguel de bicicletas

Pista de skate

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Praça seca para eventos sazonais

Bosque contemplação

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Relações com as águas do Rio da Costa

Academia ao ar livre - espaço

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7.11 IMPLANTAÇÃO - COMPLEXO CULTURAL VILA VELHA Concepção da forma:

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7.12 PLANTAS - COMPLEXO CULTURAL VILA VELHA 7.12.1 PLANTA PAVIMENTO TÉRREO

QUADRO DE ÁREAS Foyer

AUDITÓRIO

Banheiro feminino Banheiro masculino Antecâmara/chapelaria Salas técnicas Plateia Palco Administração/gerência Cochia Almoxarifado Sala de reuniões Produção/imprensa Camarim fem. individual Camarim fem. coletivo Vestiários/banheiros fem. Vestiários/banheiros masc. Camarim masc. individual

Camarim masc. coletivo D.M.L TOTAL PÁTIO CENTRAL

Área de eventos sazonais

Áreas (m ²) 287,5 19,8 19,8 (2x) 70,3 21,3 424,4 130,0 25,4 (2x) 24,0 31,1 15,5 27,1 18,2 27,2 28,0 28,0 18,2 27,2 10,8 1.348,1

Áreas (m ²) 1.225,7

SETOR ADMINISTRATIVO

Recepção

Sala de reuniões Administração/gerência Almoxarifado Copa de funcionários Vestiário feminino Banheiro feminino Vestiário masculino Banheiro masculino D.M.L TOTAL CAFÉ

Área de refeições

Bar Banheiro feminino Banheiro masculino Cozinha Despensa Circulação de serviço TOTAL Pavimento térreo TOTAL

Áreas (m ²) 40,5 23,8 30,3 17,0 47,3 9,6 16,8 11,5 20,1 7,4 224,4

Áreas (m ²) 141,6

42,1 3,4 3,4 24,0 6,0 3,9 224,4

3.022,6

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7.12.2 PLANTA PRIMEIRO PAVIMENTO

QUADRO DE ÁREAS

BIBLIOTECA

Guarda volumes

Recepção Administração/gerência Controle de acervos Acervos raros Almoxarifado Salão de leitura Sala de vídeo Sala de estudo privada Sala de reuniões Banheiro feminino Banheiro masculino TOTAL Primeiro pavimento TOTAL

Áreas (m ²) 139,7

121,2 31,1 14,4 14,4 14,4 1061,5 22,0 (4x) 22,0 22,0 28,5 28,5 1.348,1 3.022,6

OFICINAS

Salas multi-uso

Salas de informática TOTAL

Áreas (m ²) (x6) 53,4

(2x) 53,4 427,2

PÁTIO CENTRAL

Áreas (m ²) 1.150,5

SERVIÇO

Áreas (m ²) 28,0

Área de exposições temp.

Banheiro feminino

Banheiro masculino D.M.L

TOTAL

Complexo Cultural TOTAL

28,0 8,2 64,2

6.045,2

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7.12.3 PLANTA DE COBERTURA

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7.12.4 PLANTAS ESTRUTURAIS

Pavimento térreo esc. 1:700

Primeiro pavimento esc. 1:700

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7.13 CORTES - COMPLEXO CULTURAL VILA VELHA 7.13.1 CORTE A.A

Corte A.A esc. 1:300

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7.13.2 CORTE B.B

Corte B.B esc. 1:300

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7.13.3 CORTE C.C

Corte C.C esc. 1:300

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7.14 ELEVAÇÕES - COMPLEXO CULTURAL VILA VELHA 7.14.1 ELEVAÇÃO A

Elevação A.A esc. 1:300

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7.14.2 ELEVAÇÃO B

Elevação B.B esc. 1:300

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7.15 ESQUEMAS BIOCLIMÁTICOS

Fixação da pele envoltória Sem escala

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- Capaz de reduzir 98% dos compostos orgânicos voláteis que entram em contato com a estrutura. - Quando os raios ultravioleta tocam as partículas de (TiO2) , elas vibram e dão início à fotocatálise (reação química que quebra as partículas de óxidos de nitrogênio e de compostos orgânicos voláteis). - Encaixados uns aos outros, os módulos são parafusados à estrutura de aço fixada no corpo do edifício Complexo Vila Velha. - Outra vantagem da tecnologia é sua capacidade autolimpante, que evita o desperdício de água e de produtos de limpeza. Isso ocorre porque a membrana de (TiO2) possui propriedade hidrofílica, que reage bem com a água e repele substâncias oleosas.

Bioclimatização e eficiência energética do edifício Sem escala

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consideraçþes finais

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8.1 CONCLUSÃO Com este trabalho final de graduação, com o tema “Cenários Urbanos: Revitalização do Canal Bigossi em Vila Velha, ES”, apresentado para a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Campus Poços de Caldas (PUC MINAS - Poços de Caldas), percebe-se como é possível, através dos estudos e diagnósticos apresentados, reverter a situação em que se encontra um rio urbano retificado e poluído e melhorar o cenário de uma região metropolitana que parece se contentar com a precariedade ambiental da área, em vista de novas propostas urbanísticas de revitalização, recuperação e implantação de novos instrumentos, cenários através da implantação do Parque Linear Bigossi, requalificando ambientalmente toda a região da Grande Vitória, e o Complexo Cultural Vila Velha, assegurando acesso à cultura, atividades e lazeres de forma a melhorar a qualidade de vida da população, tornando o Canal Bigossi um exemplo de como os cursos d’água, devidamente cuidados, podem inspirar novos projetos para todos os canais existentes em Vila Velha. É notório também, as melhorias tragas à população de forma direta na vida na cidade, como a estruturação de seus bairros para maior equipamentos urbanos, assim como a retirada dos vazios, melhoras no tráfego e hierarquia viária dado ao incentivo ao transporte coletivo e de meios limpos, e ainda, reduzindo a sensibilidade de insegurança, assim como a reaproximação do público com a natureza e seus cenários, havendo portanto maior conscientização, uma vez que o sentimento de propriedade é obtido pelos moradores da cidade. Com este trabalho, conclui-se os estudos e diagnósticos de toda a cidade e região próxima à área de implantação do Parque Linear Bigossi, e do Complexo Cultural Vila Velha, aproximando o acadêmico à etapa de conclusão do curso e obtenção do título de Arquiteto e Urbanista pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Campus Poços de Caldas (PUC MINAS - Poços de Caldas). 160


161


162

+


referĂŞncias bibliogrĂĄficas

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