Black PACHAMAMA
Bruna Chies suaestupidez . wordpress . com Érico Munari www . facebook . com / erico . munari Marco Chies www.facebook.com/ODIAQUEVEM
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Você tira o que é esmeralda do musgo e o lindo musgo parece um líquen ou quase. É como quando zeramos a esperança, E a imagem que fica é um desejo que cansa. - Mas você não veio até aqui para ver o mesmo! - Você não espera que aqui se fale do quase!
Você sabe... Fomos criados a socos e pontapés, Engolimos com nojo a comida fria da hamama é além infância, tidade, um Escondemos entre os cadernos, , um chamado Entre os livros e os diplomas, za para que Cada detalhe dos nossos recalques. stintos aflorem Então não se admire ou fique triste: mos resolver A falsa fortaleza que nos tornamos oblemas apenas É apenas um amontoado de feridas mal o a lua. Com essa curadas, ão apenas entra Misturadas ao lixo dos nossos sonhos. o com as melhores es e textos, contato com a tua erior e faz com ornada em busca nhecimento seja e mística!
Abri as portas deste inferno e vi tua cabeça voltada para trás, procurando o que nos salvaria nas prateleiras do passado. Ficamos muito tempo refugiados no sonho e afastados da lógica, enumerando nossos pecados e anotando besteiras na mente. Não importa agora o ritmo acelerado de nossas decepções ou o que escrevem nos livros sobre pessoas como nós: O dia que vem não vai expor o que escondemos, o sol continuará indiferente ao que pensamos e a lua terá a noite inteira para nos manter irracionais, acreditando em algo que nem sabemos se existiu. E depois mais uma jornada para nada. E depois novamente o amor e a mente, as mãos dadas e a sensação horrível de um pesadelo real e permanente.
No canto da sala, sobre o aparador, a estatueta de Quetzalcóatl olha para o vazio, atestando uma cultura que não existe aqui. Ao lado queima um incenso (Mas o cheiro do cânhamo vem da rua, dos meninos adolescendo na praça). Noite sul-americana quente, De um verão que não se despede. É nela que os cães ladram para os bêbados. É nela que as farmácias distribuem clonazepan. (Aqui neste retrato tropical e indolente, há programas cômicos na TV, bananas e maçãs na fruteira. Há a sensação triste de ter perdido alguma coisa, talvez a razão, o eclipse de ontem, ou um amor.
Pousei em 3wtt-KR. E porque os deuses morreram, Sobram sorrisos Nos olhos dos seres de todos os sexos. E porque os reis morreram Falta linguagem que registre a felicidade. Quando voltar para a terra, Sei exatamente o que devo matar.
Decades after, you will remember me on every corner, every edge of your memory. It will be really messed up, your memory, placing things and events at the wrong date, clothes mismatching the scene, dialogues that never happened. But I will be there, forever. I will be there when you wake up and take a quick look at your watch, noticing that you are already late. I will be there when you arrive at your work, sit at your desk and see the grey city. You will think of me as the young girl I used to be, with bright green eyes and the wrong hair on every possible occasion. You will remember that I always used to plea for your attention, you will remember how boring I was because I was never at the right mood. You will remember my tense face, always looking serious with no signs of amusement, and you will also remember my laugh, breaking all the ice from my pale skin, my hysterical laugh. My fake smiles, with my yellow and really bad teeth. I think when you lay down with your wife, after that long day the two of you had, you will remember that I rarely shaved any part of my body and that I always had a strong smell on every part of my body. You will sleep, and then you will dream with my mouth telling you that I have had enough. And then you will wake up, and the same routine will continue for years, until you get old enough to work. And then‌ Baby, you will remember only my beautiful red colored lips cursing. You will feel so bad, poor little thing, because you can’t remember if I am cursing you or something, someone else. But that is a good thing. I will be with you forever, just like I promised.
Naqueles momentos fáceis, ridículos de fáceis, de capturar tudo, de pensar em cada palavra destinada a descrever tudo aquilo que se passa pela cabeça, eu me perco. Dez minutos depois, estou perdida. Acabaram os adjetivos e acabaram os substantivos, e não há como lembrar qual foi o sentimento que tomou conta. Aqueles míseros minutos malditos. Mas se agora, tanto tempo depois, me fosse solicitado que descrevesse a cena, sem usar de romanticismos baratos ou nostalgias piegas, eu me ateria a dizer: os poros da tua pele. Os poros tão fundos. A curva do nariz, o olhar gelado e frio. O olhar de quem não entende nada. O olhar de quem não entende porque fico tanto tempo encarando aquele rosto. Eu quero descrever esse rosto, é simples. Nada simples explicar: “na verdade passo tanto tempo encarando cada cova nesse rosto porque preciso disso, porque preciso disso para poder lembrar”. Soa estranho, obsessivo, doente e incômodo. Longe de qualquer obsessão pelo objeto de estudo em particular e sim por essa coisa fascinante que são as feições, as expressões e os traços únicos de cada rosto, com mais linhas e mais particularidades que uma impressão digital. A obsessão por registrar na memória cada cena, impactante ou não. Aquecendo a memória ao me lembrar daqueles poros, vagamente a iluminação desse momento em particular volta a memória. Luz amarela, amarela ao ponto de me deixar tonta, enjoada com tanto amarelo. E a música. A música pesada, pedal duplo, a música certamente não combinava com a iluminação. Logo depois a chuva. Batendo forte nas janelas, ameaçando entrar por qualquer fresta. O que me leva de novo a iluminação… Aquela salinha ridícula com uma mesa e duas cadeiras, um sofá de segunda mão e nenhuma televisão a vista. O cinzeiro de metal de boteco. Na sala pode fumar cigarro, no quarto não pode porque no quarto só maconha. Too bad, eu só fumo cigarro. A sensação gelada da bunda descoberta sentando na cadeira de plástico, colando ali, o cigarro acabado em dois minutos. Mais um. Mais um, porque aquela luz do quarto ia destruir minha sanidade. Pelo menos não havia luz na sala, apenas uma fluorescente no banheiro dando o ar de sua graça naquela sala estúpida. Pizza, eu disse. Mas a verdade é que não comemos nada. Não bebemos nada. Eu recusei a cerveja, recusei a coca cola e recusei o copo de água. Eu recusei tudo e ao mesmo tempo não recusei nada. De nada me serviu esse momento, de nada me serviu essa cena, a não ser pra anos depois conseguir remontá-la perfeitamente como se fosse um quebra cabeças brega. Tudo ali era brega, meu deus. Até as cortinas. Eu não dormi aquela noite. Nada de novo pra contar.
Black PACHAMAMA “ -espetapá - dizia épé daspas quepê têmpêm nopojopô dapa própopriapá merperdapá. Um dia, irritada com a brincadeira, Fernanda quis saber o que é que Amaranta estava dizendo e ela não usou de eufemismos para lhe responder. - Estou dizendo - disse - que você é das que confundem o cu com as têmporas.” Cem anos de solidão Gabriel García Marquez
Ilustrações e elaboração por Érico Munari Curadoria por Bruna Chies