RE HABITAR 9 JULHO
FAAP | 2018.1 ERIC SENEDESE
TRABALHO DE CURSO
FAAP | 2018.1
Fundação Armando Álvares Penteado
ERIC SENEDESE ORIENTADORA
FAB I AN A S TU C H I
“Habitação social não é um problema construtivo nem um problema de quantidade, a questão é como construímos a cidade, pois entendemos o âmbito urbano como principal fator que determina a qualidade do habitar. A habitação deve sempre estar diretamente ligada à estrutura da cidade como um todo legível e indissolúvel – seja ele urbano ou suburbano.” Hector Vigliecca
A memรณria de Acir Ribeiro.
Agradeço ao Arq. João Eduardo Senedese, que além de pai, é também meu maior professor. A minha Mãe Luci Ribeiro Senedese, fonte de amor, carinho e inspiração. Minha irmã Laysa Senedese, que está entrando nessa fase da vida. Ao meu tio Luiz Francisco de Rezende, que me acolheu e me instruiu com todo seu conhecimento e bondade. Ao meu amigo Jorge S. Abdalla. Aos meus amigos do Clube. A todos aqueles que fiz em São Paulo e que acabaram se tornando irmãos. Aos professores e funcionários da FAAP que compartilharam comigo conversas e muito conhecimento. E especialmente a minha orientadora Fabiana Stuchi por acreditar, incentivar e me ensinar muito. Muito Obrigado!
sumário
1
INTRODUÇÃO
10
2
LOCALIZAÇÃO
12
3
LEVANTAMENTOS
14
4
O CENTRO
18
5
SEDE DO IAPETC
22
6
HABITAÇÃO SOCIAL
26
7
MOVIMENTOS DE LUTA POR MORADIA
30
8
REFERÊNCIAS
34
9
PROGRAMA
40
10
PARTIDO
42
11
PROJETO
44
12
CONCLUSÃO
80
13
BIBLIOGRAFIA
82
Perspectiva Av. Nove de Julho
10
introdução
Este trabalho surge da vontade de reabilitar e reabitar o centro da cidade de São Paulo, que desde a década de 1950 sofre um processo de transformação, seguido do esvaziamento das habitações, comércio e serviços. A escolha do local foi resultado de uma pesquisa dentre edifícios ociosos na região central da cidade, que possui em seu entorno imediato terrenos desocupados ou subutilizados. Alguns desses edifícios foram e estão ocupados por movimentos de luta por moradia, como o caso do edifício escolhido. Projeto do Arquiteto Jaime Fonseca Rodrigues, o edifício sede do IAPTC de 1943, foi o pioneiro da verticalização na avenida Nove de Julho, e emblemático nos problemas habitacionais da cidade, sendo alvo de ocupações ao longo dos quarenta anos de abandono. Três lotes vagos ao redor do edifício, dão a condição perfeita para a criação do programa.
11
localização
PRAÇA ROOSEVELT
AV. NOVE DE JULHO
Mapa da Cidade de São Paulo, destacando a área central.
12
13
levantamento
0 - 80 80 - 130 130 - 170 170 - 230 230 - 500 500 - 2000
Mapa de Densidade Demográfica.
14
O local de implantação, está incluído em uma área de densidade habitacional de 80 a 120 habitantes por hectare, o que é baixíssimo comparado a áreas mais densas do mundo. Comparado a áreas como Santa Cecilia, que tem um bom adensamento, tem em média 350 habitantes por hectare.
ZC ZEU ZM ZEIS - 3 ZEIS - 5
Mapa de Zoneamento da área. PDE 2014.
O terreno escolhido está definido como Zona Especial de Interesse Social 3, de acordo com o plano diretor estratégico de São Paulo. Essas são áreas e edifícios ociosos ou subutilizados que são destinadas a HIS em locais de centralidade, providos de infraestrutura, equipamentos sociais, áreas verdes, comércio, serviço e oportunidade de emprego. Algumas diretrizes são consideradas para a ZEIS-3, como HIS de até 50m2, HMP de até 70m2. 15
LINHA - 1 LINHA - 2 LINHA - 3 LINHA - 4 LINHA - 6 Mapa da do Centro expandido da cidade de São Paulo, com as linhas de METRÔ.
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O local é bem provido de transporte público, está no centro de quatro linhas de metrô. A estação mais proxima, é a Higienópolis/Mackenzie
CORREDOR LINHA
Mapa da do Centro expandido da cidade de São Paulo, com as linhas e corredores de Ônibus.
As duas faces da quadra possuí linhas de ônibus, na Av. Nove de Julho um corredor com as principais linhas da cidade.
17
Vale do AnhangabaĂş em 1969/1970 - FotĂłgrafo desconhecido
18
o centro Com características únicas que o distingue das demais regiões, o centro da cidade de São Paulo, conta com uma boa infraestrutura de transportes, cultura e lazer, porém as diversas intervenções urbanísticas que ocorreram ao longo de décadas, ocasionaram sua desvalorização. Impulsionado principalmente pela indústria automobilística, a cidade teve um rápido crescimento a partir da década de 1920, passando de 580 mil habitantes para quase 2,2 milhões em 1950, de acordo com Witold Zmitrowicz e Geraldo Borghetti (2009, pg 23). O foco para o automóvel, moldou o desenvolvimento neste período, criando novas necessidades para a cidade que se expandia cada vez mais. O Plano de Avenidas desenvolvido em 1930 por Francisco Prestes Maia surgiu com o objetivo de aliviar o congestionamento da região central, a partir de um conjunto de obras viárias de estruturação do transporte urbano. Tais intervenções geraram consequências desastrosas para o centro. Além do aumento do congestionamento e falta de estacionamento nas ruas e nos edifícios, a criação de novos eixos com a Avenida Paulista, com a transferência dos grandes bancos e empreendimentos para lá, fizeram com que a população de mais alta renda mudasse para os novos bairros que surgiam, em busca de tranquilidade e melhor qualidade de vida, ocasionando o seu esvaziamento. Apenas em 1997 com a Operação Urbana Centro, com a intenção de requalificação urbana, que este cenário de abandono começa a ser revertido.
19
9 de julho
Projeto da Av. 9 de Julho. (MAIA, Prestes. Estudos de um plano de Avenidas para SĂŁo Paulo, pg 96)
Trecho incial da Av. 9 de Julho em 1945 (MAIA, Prestes. Melhoramentos para SĂŁo Paulo, img. 80)
20
A Avenida Nove de Julho, inaugurada em 1940 seguia o plano de avenidas de Prestes Maia. Construída sobre a antiga Avenida Anhangabaú em um fundo de vale e sobre os Rio Saracura e Córrego do Bixiga. A nova avenida seria uma das principais ligações do Centro com a Zona Sul da cidade, começando na Praça da Bandeira e atravessando o bairro do Bixiga até cruzar por baixo da Avenida Paulista, e cortar todo o bairro dos Jardins.
21
Foto IAPETC e Av. Nove de Julho. Leo Liberman (1940).
22
sede do iapetc
Em 1939, o Arquiteto Jayme Fonseca Rodrigues fez o seu primeiro trabalho para o Instituto de Aposentados e Pensões dos Comerciários (IAPC) e para o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Empregados em Transportes e Cargas (IAPETC). Este que seria uns dos primeiros edifícios da avenida Nove de Julho. Localizado no Bairro da Bela Vista e correspondendo as diretrizes de Prestes Maia, que defendia a construção de edifícios escalonados, favorecendo a insolação nas ruas, o anteprojeto dispõe de pequenas modificações em relação ao executivo, era previsto um escalonamento maior da fachada, por causa de recuo lateral imposto a partir de 22m de altura, porém no projeto final, a mesma se manteve como um grande bloco, e a partir do 7º pavimento sobre a torre, essa sim, escalonada de forma piramidal na fachada e na parte posterior. O edifício com estrutura de concreto armado independente deixava as plantas livres, porém o ritmo estrutural deu forma para as paredes divisórias. Os três primeiros pavimentos eram destinados a uso da instituição e os demais a salas de escritórios para aluguel. Administração no térreo e no primeiro pavimento, o térreo ocupa toda extensão do lote deixando somente um recuo frontal, que na época era um jardim e um acesso de automóveis para desembarque de passageiros. As plantas dos demais pavimentos se repetiam sistematicamente, o hall de circulação e corredores no centro dos blocos distribuem as salas.
23
Imagens: Revista Acropole - 1943
O edifício de quinze pavimentos destinava ao uso do instituto (IAPETC) os três primeiros pavimentos, com administração no térreo e no primeiro. O terceiro tinha serviço médico para os associados. Do quarto ao 14º, eram salas de escritório para aluguel.
24
25
Conjunto Pedregulho. Foto: https://www.archdaily.com.br/
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habitação social no brasil
Até 1930, grande parte da população vivia na zona rural, existiam pequenas indústrias nas cidades e os trabalhadores moravam em residências fornecidas pela mesma ou até em cortiços. Com a revolução e a grande massa se mudando para a cidade em busca de empregos, o setor privado não conseguiu suprir a demanda de moradias, resultando em um déficit habitacional, assim os mais pobres, sem moradia e sem condições de viver no centro da cidade se mudaram para a periferia. Na era Vargas e com o fim do liberalismo econômico o estado começa a intervir em todos os tipos de questões, inclusive na habitacional. No segundo capítulo do livro Os primeiros Arquitetos Modernos, o autor e professor Paulo Bruna coloca uma passagem do discurso proferido por Getúlio Vargas em 1938, que demonstra de certa forma a preocupação do Estado Novo para com a classe trabalhadora.
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“As casas operárias, construídas pelas Caixas e Institutos em vários Estados, ainda são em pequeno numero e de preço elevado, em relação as posses dos empregados. Dei instruções ao Ministro do Trabalho para que, sem prejuízo das construções isoladas onde se tornarem aconselháveis, estude e projete grandes núcleos de habitações, modestas e confortáveis. Recomendei, para isso, que se adquiram grandes áreas de terrenos e, se preciso, que se desapropriem as mais vantajosas; que se racionalizem os métodos de construção; que se adquiram materiais, diretamente, ao produtor; tudo, enfim de modo a se obter, pelo menor preço, a melhor casa. Cogita o governo, também, de permitir, pelo Institutos do Industriários, o financiamento de casas a serem construídas nos terrenos das próprias fábricas, mediante a condições vantajosas para os industriais, com a condição de só as alugarem aos operários e por preços módicos.” Getúlio Vargas, 1938.
Essas habitações eram feitas através dos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs) e da Fundação Casa Popular (FCP). Com o golpe militar de 1964, a questão habitacional foi fragmentada e dividida para diversos órgãos, os quais não tinham como função principal o quesito moradia. O governo na década de 1940, possuía condições para propor diretrizes e enfrentar o problema da habitação, porém com a fragmentação e a ausência de um órgão competente para solucionar tais questões, o programa dos IAPs foi descontinuado, dando início ao intenso processo de favelização da cidade.
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Com o acentuado crescimento das cidades, na metade do século XX, a crise de moradia se intensificou, levando à criação do Banco Nacional de Habitação (BNH), em 1964. Suas ações se basearam em unidades habitacionais de grande escala, afastadas das regiões equipadas de infraestrutura, sem relação com o entorno e com medidas préestabelecidas. Este tipo de intervenção gerou um enorme custo social, com a especulação imobiliária que se aproveitou dos lotes vazios nas áreas centrais. Diante dos falhos resultados, o BNH foi extinto em 1986, agravando ainda mais toda a questão habitacional. Em 2009 foi lançado o Programa Minha Casa Minha Vida, em resposta à crise econômica internacional da época, marcando a retomada do processo de produção da habitação social, com o propósito de resolver o problema do déficit habitacional.
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Hotel Cambridge. Foto: http://woomagazine.com.br/
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os movimentos de luta por moradia
Os movimentos tiveram início em São Paulo no final da década de 1970 com raízes na luta pela redemocratização do país, e logo depois foi ampliada para outras lutas sociais, tais como, Movimento da Panela Vazia e Clandestinos; Movimento dos Moradores em Loteamentos Clandestinos; Movimento dos Mutuários do Bando Nacional de Habitação BNH e Movimento Unificado de Favelas. \No início da década de 1980, mais de 300 mil famílias ocupavam espaços em todos os cantos da cidade. Em julho de 1989 a Arquidiocese de São Paulo organiza a primeira Assembleia dos Cortiços e a partir daí a luta se ampliou e criou-se vários outros movimentos, como; Movimento de Moradia no Centro (MMC); Movimento dos SemTeto do Centro (MSTC); Movimento de Moradia da Região do Centro (MMRC); Movimento dos Sem-Teto da Região Central (MSTRC) e Grupo de Articulação para conquista de Moradia dos Idosos da Capital (GARMIC). No período de 1984 a 1988, na administração de Jânio Quadros e Mario Covas, aconteceu a primeira experiência de mutirões, o governo oferecia a terra e os materiais, e as famílias construíam suas casas. Isso se consolidou quando Luiza Erundina assumiu a prefeitura de São Paulo em 1989, que transformou os mutirões de auto-gestão em uma política pública.
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Algumas experiências importantes no ramo da habitação social aconteceram e foram criadas mais de 10.500 unidades habitacionais, urbanização de favelas e moradias no centro. São Paulo tem hoje mais de 130 imóveis ocupados, e quase a metade dessas ocupações estão no centro da cidade, devido ao maior número de imóveis vazios. Segundo dados do Plano Municipal de Habitação (PMH) de 2016, o déficit habitacional na cidade é 369 mil famílias e há cerca de 1385 imóveis ociosos, um número muito pequeno comparado ao número de famílias, mas que poderia dar início a uma nova política habitacional. Temos alguns bons exemplos de edifícios abandonados e construídos incialmente para outros usos que se tornaram Habitações de Interesse Social, como o caso do Hotel Cambridge e o Edifício Riachuelo, usado como referência para o projeto. Considerado o berço do Movimento Sem Teto do Centro (MSTC), a Ocupação 9 de Julho, no antigo edifício do INSS é repleta de idas e vindas. O prédio abandonado desde 1970 foi ocupado e reocupado diversas vezes, a primeira em 1997. O movimento saiu de lá em 2003 com a promessa da prefeitura de transforma-lo em um conjunto habitacional, mas isso não ocorreu. O edifício voltou a ficar abanando e sofreu com um incêndio. Varias tentativas seguidas de reintegração de posse aconteceram, e foi em outubro de 2016 que o movimento reocupou o prédio.
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referências
Reabilitação do Edifício Riachuelo Paulo Bruna Arquitetos Associados Projeto – Lindenberg & Assumpção Ano – 1942 – 1944
Edifício Riachuelo Foto: Paulo Bruna A.A.
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O edifício localizado na Rua Riachuelo, atrás da Faculdade de Direito do largo de São Francisco, foi construído em 1944, projetado pelo escritório Lindenberg & Assumpção, e foi reabilitado durante a gestão de Marta Suplicy, que criou o programa Morar no Centro. Em 2004 o escritório Paulo Bruna Arquitetos Associados foi contratado pela Cohab-SP para recuperar o edifício. O terreno de esquina na Rua Riachuelo com a 23 de Maio comporta o edifício de 17 pavimentos. Seu uso era originalmente de escritórios, salas de 45m2 e 50m2 e um sanitário coletivo em cada pavimento. A estrutura com muitos, porém pequenos pilares chama a atenção, uma vez que o aço naquela época ainda era importado. Isso fez com que os engenheiros criassem um contraventamento feito por paredes de tijolos maciços em todo o edifício, uma solução para que suportasse a força do vento e tempo, sem nenhuma deformação. Essas paredes de tijolos maciços, que não poderiam ser retiradas de forma alguma, configuraram os novos apartamentos.
Edifício Riachuelo Planta PAVTO. TIPO: Paulo Bruna A.A.
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Favela Comuna 13. Medellin - Colômbia Ano – 2011
Em uma comunidade na cidade de Medellin na Colômbia, 12 mil pessoas foram beneficiadas por uma solução de transposição, que foi adotada para vencer um desnível equivalente a um prédio de 30 andares. Foram instaladas escadas rolantes, que juntas percorrem 384 metros. A idade avançada de muitos moradores, os deixavam impossibilitados de sair de casa, ilhados sem acesso ao restante da cidade.
36
Comuna 13 - Medellin, ColĂ´mbia. Foto: Getty Images
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Edifício de apartamentos na Vila Olímpia Ano - 2015 SPBR Arquitetura São Paulo SP
38
O projeto de Angelo Bucci para um edifício de apartamentos na Vila Olímpia em São Paulo, é usado como referência de desenho. O hall dos elevadores aberto, com belos ângulos e de pouca circulação criam visuais com a cidade. A planta livre e com pouca parede cria espaços agradáveis e conectados.
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programa
UBS CRECHE
ETEC RES. ARTÍSTICA
EXPOSIÇÃO OFICINAS
BIBLIOTECA COMÉRCIO
HABITAÇÃO
40
41
partido
Após uma análise do local e das preexistências, alguns pontos de partida foram assumidos para a realização do projeto. Reciclagem do Edifício do IAPTEC, revitalização da avenida Nove de Julho, transposição, quadra aberta, multifuncionalismo e variadas tipologias de apartamentos. Tem-se como diretrizes de projeto a transposição da avenida Nove de Julho para a rua Álvaro de Carvalho, com um modelo de quadra aberta que disponibiliza o espaço privado ao uso público, proporcionando sua permeabilidade. Este tipo de implantação permite a criação de uma praça interna e de uma quantidade maior de comércios, proporcionando um movimento constante em seu térreo. Deste modo, cria-se uma praça voltada para dentro do lote, e com maior área de fachada todo o térreo dos novos edifícios habitacionais propostos se tornam comércios, o que deixa o lugar com movimento constante.
42
A definição do programa foi feita a partir da necessidade da região, priorizando além de tudo o pedestre. O edifício existente na avenida Nove de Julho e o novo proposto ao lado se tornam exemplo de coexistência, criando atividades que os interligam . Em seu térreo é proposto uma UBS e uma Farmácia Popular. O primeiro pavimento abriga uma Creche, os demais, programas como oficinas, residência artística, área de exposição, escola técnica, biblioteca e várias tipologias de apartamentos. Para a rua Álvaro de Carvalho, é proposto mais dois novos edifícios habitacionais e com comércio no térreo, criando uma praça central que se conecta ao terceiro pavimento da preexistência e do novo edifício voltado para a avenida Nove de Julho.
“A riqueza [...] de uma cidade, são seus espaços coletivos, todos os lugares onde a vida coletiva se desenvolve, representa e recorda.” Manuel de Solá Morales
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projeto
Perspectiva de Implantação Croquis do autor.
44
Levando em consideração as diretrizes do PDE 2014 e respeitando o entorno e as pré existencias, foi estudado varias formas para implantação dos novos edificios. Ocupação perimetral, lamina horizontal e vertical e laminas paralelas.Tendo sempre como foco a permeabilidade, insolação e ventilação.
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Para o maior entendimento do edifício existente, foram estudadas algumas plantas encontradas e realizada uma visita ao local. Os layouts de alguns pavimentos foram drasticamente modificados, mas em contrapartida a fachada permanece original. O edifício possui estrutura de concreto armado modular independente dos fechamentos, o que possibilita uma maior flexibilidade para adaptação dos novos apartamentos. Foram pensados também novos shafts para receber prumadas hidráulicas e elétricas.
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Ensaios de volumetria e gabarito, deram forma aos volumes. A circulação externa e aberta, contribui na na ventilação cruzada dos apartamentos. As aberturas piso-teto com venezianas corrediças externas permitem maior área e controle de insolação.
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Transposição e fruição pública. Um dos desafios do projeto era vencer o desnivel de 16m, para conectar as duas cotas. O problema foi resolvido com escadas rolantes, que conectam os dois niveis.
48
A cota da rua Álvaro de Carvalho, dá acesso ao pavimento de exposições de pé direito duplo e ampla vista para a Av. Nove de Julho.
49
50
PERSPECTIVA AÉREA
51
2 1
4 5
3
1 FARMÁCIA POPULAR 2 HALL HABITAÇÃO 3 UBS 4 ACESSO AO EDIFÍCIO 5 BAR
0
2
5
10
PLANTA PAVTO. TÉRREO
52
AV. NOVE DE JULHO | +742,00
1
1 CRECHE
0
2
5
10
PLANTA 1ยบ PAVTO. +748,00
53
1
1 RESIDÊNCIA ARTÍSTICA
0
2
5
10
PLANTA 2º PAVTO.
54
+751,00
2
3
1
4
1 EXPOSIÇÃO 2 SALAS DE AULA 3 BRECHÓ 4 SALA DE REUNIÃO 5 COMÉRCIO 6 HALL HABITAÇÃO 7 BICICLETÁRIO
5
5 7
5 5
5
5 6
6 5 5 0
2
5
10
PLANTA 3º PAVTO. RUA ÁLVARO DE CARVALHO | +756,00
55
1
2
1 OFICINAS 2 HABITAÇÃO
2
2
0
2
5
10
PLANTA 4º PAVTO.
56
1
1 SALAS DE AULA 2 HABITAÇÃO
2
2
0
2
5
10
PLANTA 5º PAVTO.
57
1 2 3
1 SALAS DE AULA 2 BIBLIOTECA 3 HABITAÇÃO
3
3
0
2
5
10
PLANTA 6º PAVTO.
58
1
2
3
1 SALAS DE AULA 2 TERRAÇO 3 HABITAÇÃO
3
3
0
2
5
10
PLANTA 7º PAVTO.
59
1
1 HABITAÇÃO
1
1
0
2
5
10
PLANTA 8º A 10º PAVTO.
60
1
1 HABITAÇÃO
1
1
0
2
5
10
PLANTA 12 E 13º PAVTO.
61
1 HABITAÇÃO 2 ÁREA COMUM
2 2 1
0
2
5
10
PLANTA COBERTURA 1
62
1 ÁREA COMUM
1 0
2
5
10
PLANTA COBERTURA 2
63
64
CORTE AA 0
2
5
10
65
CORTE BB 0
66
2
5
10
CORTE CC 0
2
5
10
67
68
CORTE DD 0
2
5
10
69
70
ELEVAÇÃO 1 0
2
5
10
71
ELEVAÇÃO 2 0
72
2
5
10
TIPOLOGIAS HABITACIONAIS
20m2
36 un
40m2
30 un
30m2
81 un
60m2
53 un
90m2
23 un
MÉDIA HAB
460 pessoas
73
74
PERSPECTIVA RUA ÁLVARO DE CARVALHO
75
76
PERSPECTIVA RUA ÁLVARO DE CARVALHO
77
78
PERSPECTIVA AV. NOVE DE JULHO
79
conclusão
Tendo como foco principal reabitar o centro, esse projeto busca compreender a questão habitacional e o uso dos edifícios abandonados e ocupados na cidade, levando em consideração toda a história de sua formação. Integrando o novo com a pré-existência, foram criadas diversas tipologias de apartamentos, equipamentos e espaços públicos de qualidade, promovendo encontros e pensando a cidade como um todo.
80
81
bibliografia
BONDUKI, Nabil Georges. Os pioneiros da habitação social: cem anos de construção de política pública no Brasil. São Paulo: UNESP, c2012. 387 p. ISBN 9788579951039 (broch.). BONDUKI, Nabil Georges; KOURY, Ana Paula. Os pioneiros da habitação social: inventário da produção pública no Brasil entre 1930 e 1964. São Paulo: UNESP, c2012. 499 p. ISBN 9788579951046 (broch.). BRUNA, Paulo J. V. Os primeiros arquitetos modernos: habitação social no Brasil 1930 - 1950. São Paulo, SP: Edusp, 2010. 262 p. ISBN 9788531409523 (broch.) VIGLIECCA, Hector. O terceiro território. São Paulo, SP: Editora Vigliecca, 2015. ISBN 856623902 (broch.) JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. São Paulo: Martins Fontes, 2000. 510 p. (Coleção a). ISBN 8533612184 (broch.). ROSSI, Aldo. A arquitetura da cidade. São Paulo: Martins Fontes, 1995. 309 p. (Coleção a). ISBN 8533604262 (broch.). Revista Acrópole numero 66 ano 6 1943.
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