E-BOOK
EXEMPLAR DEMO
india
quantos Olhos tem uma Alma marcelo Buainain
p r e f á c i o L u í s O s ó r i o
Conheci-o muito antes de ele se ter perdido. Tinha os mesmos olhos inquietados, olhos que denunciavam que a perdição era apenas uma questão de tempo. Queria correr mundo o Marcelo, correr o mundo à procura de respostas que preenchessem o terrível vazio que encontrava quando fazia perguntas. Por isso, num dia igual a todos os outros, decidiu conhecer a Índia. Foi uma vez, repetiu e tornou a repetir. Viagens longas, viagens em que a sua única bagagem eram rolos e uma máquina fotográfica, viagens em que procurou pistas para a absurda desordem da existência. O resultado dessas viagens, dessa procura de Deus, está nesta obra absolutamente deslumbrante. Depois de Quantos Olhos tem uma Alma, Marcelo Buainain tem razões para ficar com o olhar mais turbulento do que antes de conhecer o caminho. Continua a fazer as mesmas perguntas, continua a não ter as respostas que façam sentido, mas passou a seguir o rasto de Deus, passou a procurá-lo nos olhos que têm portas para a alma. Na Índia, em cada esquina, achou provas da sua existência. Quantos Olhos tem uma Alma é a história simples de um homem que se perdeu nas suas dúvidas e mergulhou no abismo até ao quase absoluto despojamento. Conheci-o depois de ele se ter perdido. Do outro, do que queria viajar, ficou-lhe o olhar inquietado. Como se o despojamento e a presença de Deus lhe tivessem aumentado o terrível vazio que encontra quando faz perguntas.
Gilber to Gil
“Se eu q u i ser f a lar co m Deu s Ten h o q u e fi c ar a só s Ten h o q u e apagar a l u z Ten h o q u e c a lar a voz Ten h o q u e en co nt rar a paz Ten h o q u e f olgar o s n ó s Do s sapato s , da g ravata Do s d ese jo s , d o s rece i o s Ten h o q u e esq u ecer a data Ten h o q u e p erd er a co nta Ten h o q u e ter mão s vaz ia s Ter a a l ma e o co r p o nu s” (...)
Amor à Índia
A Índia tem sido percurso quase obrigatório na carreira de inúmeros fotógrafos humanistas deste século e, também, uma espécie de fonte inesgotável de valores metafísicos para aqueles que buscam o amadurecimento espiritual, o autoconhecimento e a compreensão da verdadeira razão da nossa existência. Em 1997, no aeroporto de New Delhi, respirei pela primeira vez o cheiro adocicado que impregnava aquela madrugada do mês de Novembro. Regressei à Índia diversas vezes e, durante meses, debrucei-me sobre a alma de um país que, apesar das suas heterogeneidades sociais, ostenta o título de "maior património espiritual do planeta". Sirvo-me da câmara fotográfica como um instrumento de documentação e comunicação. Através de uma pequena obra, composta de 61 imagens representativas de uma série denominada Índia, quantos Olhos tem uma Alma, glorifico Deus mostrando ao Ocidente um pouco de uma cultura milenar, cujos valores estão sedimentados na simplicidade, humildade, desapego, compaixão e amor.
"O silêncio já se tornou para mim uma necessidade física e espiritual. Inicialmente escolhi-o para aliviar-me da depressão. A seguir precisei de tempo para escrever. Após havê-lo praticado por certo tempo descobri, todavia, seu valor espiritual. E de repente dei conta de que eram esses momentos em que melhor podia comunicar-me com Deus. Agora sinto-me como se tivesse sido feito para o silêncio." Gandhi
“Definitiva e v iva, sem dúv ida, uma fotografia muito mais complex a em sua técnica e estética. Uma fotografia fora de moda e atemporal , for te e v isceral . Uma fotografia que somente poucos, muito poucos, conseg uem realizar e produzir. Uma fotografia sem contaminações e sem a per versidade acadêmica. Uma fotografia fora do g ueto e da má companhia. Transgressora, inovadora, poderosa. É o dom que dá o tom. Há muito que Buainain nos contempla com seu templo sagrado de imagens per turbadores e belas, sonhadoras e fascinantes. Merg ul har em suas imagens é par tir para a grande miragem e para a pátria do encantamento. É estabelecer o ritual e casamento da entrega e da grande rega liv re de regras”.
O rl a nd o A z e v ed o – f o tó g ra f o
“C o m s u a c â m e r a , B u a i n a i n f o t o g r a f a o q u e v e m o s , m a s t a m b é m o t r a n s c e n d e n t e , o q u e n o s s o s p o b r e s s e n t i d o s n ã o c o n s e g u e m p e r c e b e r. Pe l a b e l e z a d a s i m a g e n s , v e j o n e l e u m p o e t a d a f o t o g r a fi a . S u a s f o t o s c o m o q u e f e c u n d a m o p e n s a m e n t o, o s e n t i m e n t o e o e n t e n d i m e n t o d a q u e l e s q u e s a b e m c o n t e m p l a r, i s t o m e f a z n e l e r e c o n h e c e r u m d i n â m i c o f a r e j a d o r d a q u e l a v e r d a d e q u e l i b e r t a , u m fi l ó s o f o q u e b u s c a , q u e e s t i m u l a e e n s i n a a p e s q u i s a r. S e u l i v r o s o b r e a Í n d i a m e d i z t u d o i s t o. D e s s a f o r m a , B u a i n a i n , o f o t ó g r a f o, é u m m e n s a g e i r o d a b e l e z a e d a l u z . S u a c â m e r a é s e u e s t a n d a r t e d e v e r d a d e e d e b e l e z a”. ta e p i on e i ro d a yoga n o B ra s il P ro f. Jos é He r m óge n e s - e s c r i tor, poe
“O brasi leiro Marcelo Buainain, se tornou fotógrafo batizado pelas ág uas do Pantanal . Morou em Paris e Lisboa por anos, retratou inúmeras celebridades, e saiu pelo mundo v iajando até encontrar a Índia, país que retornaria várias vezes para concluir este belíssimo liv ro, com o qual ganhou vários prêmios internacionais e nacionais Nas 61 imagens da edição, Buainain conta que se ser ve da câmera fotográfica para uma missão: mostrar ao ocidente o desapego, o amor, a compai x ão e a simplicidade, ex traídos da cultura mi lenar indiana. Missão esta que ele cumpre com maestria” Juan E ste ve s – f otóg ra f o
O LIVRO
Índia - Quantos Olhos tem uma Alma é o título do segundo livro solo do fotógrafo brasileiro Marcelo Buainain, editado e lançado na Europa em 2000. As fotografias que compreende essa obra foram contempladas, em 1998, com o Prêmio Máximo na II Bienal Internacional de Fotografia da cidade de Curitiba. O projeto original editorial é composto de 124 páginas, 61 fotografias em preto e branco, legendas e poesias de Mahatma Gandhi, Gilberto Gil, Yogananda e Bhagavad Gita, o que proporciona ao leitor deleites através dos seus seis capítulos sob forma de ensaio fotográfico. É através das fotografias da Kumbha Mela, a mais importante e impressionante manifestação religiosa da Índia, que se descobre a relação divinal dos hindus com o sagrado rio Ganges; e ainda, os tapas (disciplinas austeras e espirituais) praticadas pelos homens santos para atingir a iluminação. Em Sikhs - Guerreiros de Deus, descobre-se o pacífico e compassivo universo dos Sikhs e a comemoração dos 300 anos da fundação desta religião monoteísta, no estado do Punjab. No capítulo Varanasi – a Última Peregrinação o leitor permeia o transcendente estado da vida e da morte nas práticas dos rituais funerários do crematório de Marnikarnika Ghat, o grande santuário de cremação localizado em uma das cidades mais sagradas da índia. É neste local em que as piras fumegam, dia e noite, as centelhas da eternidade e dos ciclos da reencarnação. Dando seguimento à vida após a morte, no permanente círculo renovador da existência, o capítulo subsequente àquele que para nós deveria representar o fim, é ilustrado com magnitude, nos olhares, gestuais e movimentos, daqueles que trazem profundidade no viver, assim como em suas relações. Retratados em seus cotidianos, as Crianças da Índia trazem em si algo de especial: a sua íntima e inviolável relação com o sagrado, e sua responsabilidade, desde já consciente, com a Lei Universal, a Grande Lei Cósmica que a tudo rege. Em Trabalho, o leitor se depara com um poético ensaio sobre as mulheres e homens em atividades laborais, uma espécie de homenagem aos fotógrafos documentaristas Lewis Hine, Eugenne Smith e Sebastião Salgado. Para encerrar as séries, o fotógrafo apresenta o tema Retrato. Neste ensaio, as habituais celebridades internacionais, até então registradas pelas objetivas de Buainain, cedem lugar ao olhar dos mais simples, humildes e resignados buscadores da Grande Síntese.
conteúdo: 61fotografias 6 textos temáticos apresentação, texto do autor prefácio: jornalista Luís Osório textos: Gilberto Gil, Gandhi e Bhagavad Gita apêndice com 61 legendas descrição técnica: Miolo: 120 pág. Papel couché mate 170g Impressão 3/3 cores + verniz mate Formato 210 X 210mm Capa Dura: Papel couché mate 350g com plastificado a mate Impressão 3/1 cores + verniz Formato 660 X 210mm (badanas: 120mm) Acabamento: Cadernos cozidos a linha e colados a quente Impresso: Portugal contato: livrosbuainain@gmail.com