DICAS DE
PORTUGUร S 2ยบ SEMESTRE DE 2015
DICAS DE
PORTUGUร S 2ยบ SEMESTRE DE 2015
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA Presidente Ministro Ricardo Lewandowski
Corregedora Nacional de Justiça Ministra Nancy Andrighi
Conselheiros
Ministro Lelio Bentes Corrêa Carlos Augusto de Barros Levenhagen Daldice Maria Santana de Almeida Gustavo Tadeu Alkmim Carlos Eduardo Oliveira Dias Rogério José Bento Soares do Nascimento Bruno Ronchetti de Castro Fernando César Baptista de Mattos Arnaldo Hossepian Salles Lima Junior José Norberto Lopes Campelo Luiz Cláudio Silva Allemand Emmanoel Campelo de Souza Pereira
Secretário‑Geral Fabrício Bittencourt da Cruz Diretor‑Geral Fabyano Alberto Stalschmidt Prestes
EXPEDIENTE Secretaria de Comunicação Social Secretária de Comunicação Social Giselly Siqueira Projeto gráfico Eron Castro Revisão Carmem Menezes 2016 CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA Endereço eletrônico: www.cnj.jus.br
SUMÁRIO SEMANA DE 6 A 10 DE JULHO DE 2015
SEMANA DE 28 DE SETEMBRO A 2 DE OUTUBRO
GRAFIA
Histórias e mudanças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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SEMANA DE 13 A 17 DE JULHO DE 2015
GRAMÁTICA EM CORDEL
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Indo além 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . SEMANA DE 5 A 8 DE OUTUBRO DE 2015
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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SEMANA DE 20 A 24 DE JULHO DE 2015
SINTAXE DE COLOCAÇÃO
Sujeito‑verbo‑complemento . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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SEMANA DE 13 A 16 DE OUTUBRO DE 2015
ORTOGRAFIA
Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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SEMANA DE 27 A 31 DE JULHO DE 2015
ORTOGRAFIA
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Exercícios 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
SINTAXE DE COLOCAÇÃO
Adjetivos e advérbios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
DICA DE LÍNGUA PORTUGUESA – SEMANA DE 19 A 23 DE OUTUBRO DE 2015
SINTAXE DE COLOCAÇÃO
Pronomes pessoais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
SEMANA DE 3 A 7 DE AGOSTO
CELEBRANDO OS 10 ANOS DO CNJ
Coletânea de Dicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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SEMANA DE 26 A 30 DE OUTUBRO DE 2015
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SEMANA DE 3 A 6 DE NOVEMBRO DE 2015
14
SEMANA DE 9 A 13 DE NOVEMBRO DE 2015
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SEMANA DE 16 A 20 DE NOVEMBRO DE 2015
17
SEMANA DE 23 A 27 DE NOVEMBRO DE 2015
18
SEMANA DE 30 DE NOVEMBRO A 4 DE DEZEMBRO
19
SEMANA DE 14 A 18 DE DEZEMBRO DE 2015
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DIA DO SERVIDOR
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A língua reflete os tempos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
SEMANA DE 10 A 14 DE AGOSTO DE 2015
CRASE
Fusão de sons iguais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
Exercitando . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
SEMANA DE 17 A 21 DE AGOSTO DE 2015
VAMOS EXERCITAR?
Acento grave . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
REGÊNCIA VERBAL
Teoria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
SEMANA DE 24 A 28 DE AGOSTO DE 2015
EXERCÍCIOS
Acento grave . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
REGÊNCIA VERBAL
Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
SEMANA DE 31 DE AGOSTO A 4 DE SETEMBRO
QUESTÕES VERNÁCULAS
Indo além . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
LEIS QUE PEGAM
#sqn . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
SEMANA DE 8 A 11 DE SETEMBRO DE 2015
QUESTÕES VERNÁCULAS
Indo além 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
LÍNGUA PORTUGUESA
Por Clarice Lispector . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
SEMANA DE 14 A 18 DE SETEMBRO DE 2015
QUESTÕES VERNÁCULAS
Indo além 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . SEMANA DE 21 A 25 DE SETEMBRO DE 2015
GUIA DE USOS DO PORTUGUÊS
Indo além 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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OPORTUNIDADE
#QueVenha2016 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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DICAS DE PORTUGUÊS
SEMANA DE 6 A 10 DE JULHO DE 2015
GRAFIA Histórias e mudanças Novo mês, novo assunto. Em julho, esta coluna tratará de grafias e acentos. E prepare‑se: a surpresa já está no forno! Logo, logo você ganhará algo muito bacana desta coluna! Falando de grafia, vemos que do século XVI ao XIX Brasil e Portugal praticavam grafia de raiz etimológica. Aí, em 1907, a Academia Brasileira de Letras começa a simplificar a grafia, retirando consoantes dobradas, por exemplo. Em 1943 é redigida a primeira convenção ortográfica entre Brasil e Portugal. Como se vê, a ideia de unificar a grafia é bem antiga. Dois anos depois, um Acordo Ortográfico torna‑se lei em Portugal, mas o governo brasileiro não o ratifica. De lá até 1990, as grafias foram sendo simplificadas e aproximadas e foram incluídos os países da CPLP. E, assim, se nada mudar, em 1º de janeiro de 2016, o Brasil passa a ter só uma grafia oficial, aquela determinada pelo Acordo Ortográfico de 1990. Uma geração – 25 anos – se passou desde então. Tampo suficiente para que o 0,5% de mudança trazida pelo Acordo seja assimilado com tranquilidade. Se você acha que ainda tem o que ser mudado e quer participar, clique aqui e conheça o projeto Simplificando a Ortografia. Se quiser estudar as mudanças, clique aqui. Vamos às mudanças? zz O trema desaparece. zz O hífen some em palavras em que o prefixo e a palavra começam com vogais diferentes
e quando a palavra começa com “r” ou “s”. Exemplos: “extraescolar, antissemita e contrarregra”. Mas aparece quando o prefixo e a palavra começam com a mesma vogal: “micro‑ondas”. zz O acento diferencial desaparece em “pára, pêra, pólo, pêlo, péla”. zz O acento circunflexo desaparece em “voo, enjoo, leem, creem, veem, deem”. zz O acento agudo some nas oxítonas terminadas em “eia” e “oia” e nas paroxítonas
terminadas em “i” e “u” tônicos, quando precedidos de ditongo. Exemplos: “ideia, jiboia, baiuca, feiura”. Ficou com dúvida? Quer perguntar? Mande e‑mail para dicasdeportugues@cnj.jus.br. Uma semana certinha!
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2º SEMESTRE DE 2015
SEMANA DE 13 A 17 DE JULHO DE 2015
ACENTUAÇÃO GRÁFICA Exercícios Neste mês em que nosso assunto é grafia e acentuação, nesta semana vamos enfocar acentuação gráfica, ou seja, o emprego do acento agudo ou circunflexo em palavras proparoxítonas, paroxítonas e oxítonas. Você se lembra que essa classificação tem a ver com a posição da sílaba tônica? Uma tendência geral de acentuação diz que são acentuadas as palavras que fogem do que seria esperado. A regra mais curta diz que todas as proparoxítonas são acentuadas. E isso se deve ao fato de serem muito raras. Há poucas proparoxítonas na nossa língua portuguesa. As paroxítonas são acentuadas quando terminam em ditongo crescente (duas vogais na mesma sílaba, sendo a segunda a, o, e), ‑i(s), ‑us, um(ns), ‑l, ‑r, ‑n, ‑x, ‑ons, ‑os, ‑ei(s), ‑ã(s), ‑ão(ãos). As oxítonas são acentuadas quando terminam em ‑a, ‑o, ‑e, ‑em(ns), verbos derivados de “ter” e “vir” na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo. Vamos exercitar?
Coloque o acento gráfico adequado nas palavras a seguir: moido – boiam – ruido – ciume – esplendido – bussola – êxito – orfãos – magoa – hernia – cranio – miriade – lotus – refem – benção – urutu – juriti – zenite – especime – sossego – peneiro – circuito – moinho – chapeuzinho – sairam – vacuo – transito – datilografa – inaudito.
Quer justificar os acentos nas palavras acima? Se quiser, mande suas respostas para dicasdeportugues@cnj.jus.br. Uma semana tranquila!
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DICAS DE PORTUGUÊS
SEMANA DE 20 A 24 DE JULHO DE 2015
ORTOGRAFIA Exercícios Nesta semana, vamos fazer exercícios sobre ortografia? Como diz Pasquale Cipro Neto e Ulisses Infante, na “Gramática da Língua Portuguesa”, “A competência para grafar corretamente as palavras está diretamente ligada ao contato íntimo com essas mesmas palavras. Isso significa que a frequência do uso é que acaba trazendo a memorização da grafia correta. Além disso, deve‑se criar o hábito de esclarecer as dúvidas com as necessárias consultas ao dicionário. Trata‑se de um processo constante, que produz resultados a longo prazo.” Se quiser, mande suas respostas para dicasdeportugues@cnj.jus.br.
1. Entre as opções abaixo, assinale aquela em que os nomes estão grafados corretamente. a) agressão, progressão, regreção, atenção b) transgreção, admição, torção, demissão c) omissão, permissão, transmição, ação d) excesso, manutenção, discussão, contorção e) acesso, excessivo, suceção, sucesso 2. A ssinale a opção em que os substantivos derivados dos verbos abster, reter, deter, distorcer, estão grafados corretamente. a) abstensão, retenção, detenção, distorsão b) abstensão, retensão, detensão, distorção c) abstenção, retenção, detenção, distorção d) abstenção, retensão, detenção, distorção e) abstensão, retensão, detensão, distorsão 3. Assinale a opção em que o par de palavras parônimas, apresentado entre aspas, foi empregado de forma INCORRETA. a) A o motorista que “infringir” a chamada Lei Seca, as autoridades terão que lhe “infligir” rigorosas punições. b) U m “iminente” senador americano foi alertado sobre um “eminente” atentado à sua vida por causa do seu trabalho de combate ao racismo nos EUA. c) O pintor teve sua “broxa” danificada por causa de uma “brocha” enferrujada que estava na parede. d) O antigo “Xá” da Pérsia adorava tomar “chá” de jasmim. e) A mulher que morava naquele “chalé” ficava muito charmosa quando colocava seu “xale” vermelho.
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2º SEMESTRE DE 2015
4. Assinale a opção em que os substantivos estão com seus sufixos ‑ês e ‑esa corretamente empregados. a) chinês, burguês, camponesa, freguesa b) português, marquesa, francês, realesa c) duquesa, holandês, pequinez, princesa d) malvadesa, norueguês, baronesa, altesa e) pequenesa, inglês, tailandês, burguesa 5. Assinale a opção em que um dos substantivos NÃO se grafa com a letra x. a) ameixa, bexiga, bruxa, frouxidão b) capixaba, caxumba, faxina, peixe c) graxa, laxante, lixo, maxixe d) peixada, praxe, queixo, rixa e) xampu, xará, xuxu, xavante 6. Assinale a opção em que todas as lacunas devem ser preenchidas com a letra “u”. a) c_rtume, escap_lir, man_sear, sin_site b) esg_elar, reg_rgitar, p_leiro, ent_pír c) emb_lia, c_rtir, emb_tir, c_ringa d) _rticária, s_taque, m_cama, z_ar e) m_chila, tab_leta, m_ela, b_eiro 7. Assinale a opção em que todas as palavras devem iniciar pela letra “h”. f) _alo; _ediondo; _umeral g) _exagonal; _úmido; _epático h) _álito; _álibi; _ombrear i) _angar; _aurir; _ombridade j) _aste; _arém; _úmero 8. Assinale a opção em que há erro de grafia. a) Aquele herege sempre põe empecilho porque é muito pretensioso. b) Uma falsa meiguice encobria‑lhe a rigidez e a falta de compreensão. c) A obsessão é prejudicial ao discernimento. d) A hombridade de caráter eleva o homem. e) Eles quizeram fazer concessão para não ridicularizar o estrangeiro.
Uma semana feliz!
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DICAS DE PORTUGUÊS
SEMANA DE 27 A 31 DE JULHO DE 2015
ORTOGRAFIA Exercícios 2 Vamos terminar o mês fazendo exercícios de grafia? Se quiser, mande suas respostas para dicasdeportugues@cnj.jus.br.
1. Assinale a opção em que todas as palavras estão grafadas corretamente. a) Inexcedível – xaxim – charope b) Recauchutagem – estupidez – vazelina c) Mexerico – engessar – ojeriza d) Vulgarizar – enchurrada – léxico 2. Assinale a opção em que os pontilhados devem ser preenchidos, respectivamente, por “J, CH, S”: a) ….iló; ….u….u; e….traviar b) …ela; en….oval; e…tensão c) …itar; ….inelo; e….plendor d) ….ejuar; ….afariz; e….tender 3. Assinale a opção em que todas as palavras estão grafadas corretamente. a) Esdrúxula – burguês – antipatizar b) Paçoca – ocioso – beringela c) Mendingo – poetisa – remissão d) Subversão – milaneza – caixote 4. Assinale a opção que completa corretamente, na sequência, a frase abaixo: A ______ do _______ ______ causou _____. a) Conceção – pretensioso – acessor – rebuliço b) Concessão – pretencioso – assessor – reboliço c) Concessão – pretensioso – assessor – rebuliço d) Conceção – pretencioso – acessor – reboliço 5. Assinale a opção em que um dos vocábulos, segundo o Acordo Ortográfico, recebeu indevidamente acento gráfico: a) céu – réu – véu b) chapéu – ilhéu – incréu c) anéis – fiéis – réis d) mói – herói – jóia e) anzóis – faróis – lençóis
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2º SEMESTRE DE 2015
6. Conforme o Acordo Ortográfico, os prefixos pós‑, pré‑ e pró‑, quando átonos, aglutinam‑se com o segundo elemento do termo composto. Assinale a opção em que, segundo as novas regras, há ERRO de grafia. a) posdatar – predatar – proamericano – progermânico b) predefinir – predestinar – predizer – preexistência c) prejulgar – prelecionar – prenomear – preordenar d) preanunciar – preaquecer – preconcebido – precognição e) preposto – procônsul – procriação – prolação 7. Assinale a opção em que todas as palavras compostas estão grafadas de acordo com as novas regras. a) miniquadro – minissubmarino – minirretrospectiva – mini‑saia b) sub‑bibliotecário – sub‑humano – sub‑hepático – sub‑região c) infra‑assinado – infra‑estrutura – infra‑hepático – infravermelho d) hiperácido – hiperespaço – hiper‑humano – hiperrealista e) contra‑acusação – contra‑indicação – contraespionagem – contra‑harmônico 8. Houve duplo erro em: a) flecha – mexer b) justapor – monge c) ânsia – improvisar d) mágoa – pátio e) expontâneo – pretencioso 9. “Pedro e João, apesar da antiga ______, sentaram‑se juntos à mesa, comeram__________ e depois tomaram uma ___________ de café. No entanto, não houve __________de reconciliá‑los.” A opção que preenche corretamente as lacunas é: a) rinxa – canjica – chícara – jeito b) rinxa – canjica – xícara – geito c) rixa – cangica – xícara – geito d) rixa – canjica – xícara – jeito e) rixa – cangica – chícara – jeito 10. A opção que apresenta ERRO(S) de grafia é: a) O experto disse que fora óleo em excesso. b) O assessor chegou à exaustão. c) A fartura e a escassez são problemáticas. d) Assintosamente apareceu enxarcado na sala. e) Aceso o fogo, uma labareda ascendeu ao céu.
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DICAS DE PORTUGUÊS
SEMANA DE 3 A 7 DE AGOSTO
CELEBRANDO OS 10 ANOS DO CNJ Coletânea de Dicas Desde 2010, as Dicas de Português fazem parte do dia a dia do CNJ. Lembra que uma surpresa foi prometida? Então, ei‑la: a coletânea de todas as dicas publicadas de 2010 até junho de 2015. São cinco livretos temáticos: Morfologia e Fonologia; Sintaxe; Redação Oficial; Produção de Texto; e Variados. As publicações estão disponíveis no portal do CNJ, na Guia Publicações, em Cartilhas, Manuais e Guias. São textos públicos, para consulta tanto interna quanto externa, por quem quiser. É permitido salvar, imprimir e divulgar. A Secretaria de Comunicação Social espera que você goste deste presente e usufrua dele! Excelente semana!
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2º SEMESTRE DE 2015
SEMANA DE 10 A 14 DE AGOSTO DE 2015
CRASE Fusão de sons iguais Neste mês de agosto, nosso assunto é um dos mais famosos nas salas de aula, nos livros de estudo, nas gramáticas, nas colunas de jornais e por aí vai: a crase. Vamos encarar esse ponto importante da morfossintaxe? “Crase” define‑se como a fusão de dois sons iguais. Então, na frase “elefante especial”, a depender da pronúncia, pode resultar em “elefantespecial”, em que apenas um som permanece. Houve crase, portanto. Também em “o macaco observou” é possível reparar que as vogais iguais em final e começo de palavras contíguas se fundem. De todas as fusões que ocorrem diariamente com os sons vocálicos, existe uma que se destaca por dois motivos: por envolver palavras de classes gramaticais diferentes e por ser marcada, na escrita, por um acento específico e exclusivo: o acento grave. É a crase que ocorre em “ele deu a a menina o jogo”, que deve ser grafado corretamente como “ele deu à menina o jogo”. A fusão da preposição essencial “a” com o artigo definido feminino, tanto singular quanto plural, é marcada pelo acento grave. Resumindo: zz crase é fenômeno do som (fonológico); zz grave é o nome do acento exclusivo da crase; zz só há acento grave antes de uma palavra quando, necessariamente, couber preposição e
artigo definido feminino. Então em “vou à feira hoje”, há a preposição “a” ligada ao verbo “ir” e cabe artigo definido feminino antes de “feira”. Portanto, a crase não é loteria! É lógica morfossintática pura! Dúvidas? Sugestões? À disposição pelo e‑mail dicasdeportugues@cnj.jus.br. Uma semana cheia de ipês amarelos!
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DICAS DE PORTUGUÊS
SEMANA DE 17 A 21 DE AGOSTO DE 2015
VAMOS EXERCITAR? Acento grave Depois da teoria, vamos à prática. Seguem exercícios sobre nosso assunto do mês: crase, o fenômeno fonológico que se marca na escrita com o acento grave. Se quiser mandar suas respostas para dicasdeportugues@cnj.jus.br, fique à vontade.
Coloque acento grave onde for necessário. a) A um sinal do instrutor, todos voltaram a piscina. b) Edi levou a criança a uma praça e ficou sentada a sombra das árvores. c) Prefiro coca‑cola a guaraná, vinha a cerveja, água da fonte a do rio. d) Devido a ventania, nenhum homem‑asa se atreveu a saltar da Pedra Bonita. e) Fiz marcha a ré e parei em frente a uma loja que vendia a vista e a prazo. f) A meia‑noite, o retirante chegou a cidade com um saco nas costas. g) Isto não compete só as autoridades, compete a mim, a você, a todos. h) Chamou‑o a parte e disse‑lhe: Quanto a isso, pode ficar tranquilo. i) Quanto a tia, nada a reclamar: pessoa fina, tinha horror a discussões. j) Encostou‑se a janela, atento a campainha do telefone. l) Daqui a cem anos, naves talvez levam a gente a Lua, a Vênus e a outros mundos. m) A saída do cinema, vozes de adultos misturavam‑se a gritos de crianças.
Uma boa semana!
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2º SEMESTRE DE 2015
SEMANA DE 24 A 28 DE AGOSTO DE 2015
EXERCÍCIOS Acento grave Encerrando este mês de agosto, em que nosso assunto foi o emprego correto do acento grave, aquele que indica a crase da preposição “a” com o artigo definido feminino no singular ou no plural – “a/as” –, vamos fazer mais exercícios? Agora são de múltipla escolha e podem ajudar você a se preparar para processos seletivos e a não errar mais. À disposição para avaliar suas respostas pelo e‑mail dicasdeportues@cnj.jus.br.
1. Assinale a opção em que o uso da crase está correto. a) Enviei à Roma suas fotografias. b) Foi à Lapa para inaugurar a gráfica. c) Alô, franceses, chegamos à Paris. d) Viajou à Londres a fim de rever antigo amor. e) Referimo‑nos à Niterói, em nosso passeio. 2. A ssinale a opção que completa corretamente as lacunas da frase: Trouxe ___ mensagem ___ Vossa Senhoria e aguardo ____ resposta, fim de levar ___ pessoa que me enviou. a) a – a – à – a ‑ a b) a – à – a – à ‑ a c) à – à – à – à ‑ a d) a – a – a – a ‑ à e) à – a – a – a – a 3. Assinale a opção em que o acento grave foi empregado corretamente. a) Não se esqueça de chegar à casa cedo. b) Prefira isto àquilo, já que ao se fazer o bem não se olha à quem. c) Já que pagaste àquelas dívidas, à que vens? d) Chegaram à região marcada e daí avançaram à praia. e) Suas previsões têm toda a razão; à uma hora da madrugada é um perigo andar à pé. 4. Assinale a opção que completa corretamente as lacunas da frase: De ___ muito, ele se desinteressou em chegar a ocupar cargo tão importante; ___ coisas mais simples na vida e que valem mais que a posse momentânea de certos postos de relevo _ que tantos ambicionam por amor ___ ostentação. a) a ‑ há ‑ à – à b) há ‑ as ‑ a – a c) há ‑ há ‑ a – à d) a ‑ hão ‑ a – à e) há – a – a ‑ a
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DICAS DE PORTUGUÊS
5. Assinale a opção correta em relação ao emprego do acento grave. a) O papa caminhava à passo firme. b) Foi ao tribunal disposto à falar ao juiz. c) Chegou à noite, precisamente as dez horas. d) Esta é a casa à qual me referi ontem às pressas. e) Ora aspirava à isto, ora aquilo, ora à nada. 6. Assinale a opção que completa corretamente as lacunas da frase: “Em virtude de investigações psicológicas __ que me referi, nota‑se crescente aceitação de que é preciso pôr termo __ indulgência e __ inação com que temos assistido __ escalada da pornoviolência”. a) à – a – à – a b) a – à – à ‑ à c) a – a – a – à d) à – à – a – a e) a – à – a ‑ a 7. Assinale a opção incorreta em relação ao emprego do acento grave. a) Levarás a mensagem, depois voltarás a Brasília com a resposta dos sem‑terra. b) Não foi a esta menina que contei o caso, mas à que cantou no concerto. c) Era ela a dama a quem todos ouvíamos com prazer. d) Ouvimos uma voz análoga à que havíamos escutado duas horas antes. e) Minha iniciativa visa à objetivos do plano de vendas. 8. Assinale a opção em que o emprego do acento grave está incorreto. a) O recurso falhou quanto à instruções contidas no RISTJ. b) Não procedeu à demonstração analítica das circunstâncias. c) Isto é imprescindível à caracterização do dissídio jurisprudencial. d) Não conheço do recurso pela pretendida violação à alínea c.
Uma boa semana!
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2º SEMESTRE DE 2015
SEMANA DE 31 DE AGOSTO A 4 DE SETEMBRO
QUESTÕES VERNÁCULAS Indo além Neste mês de setembro, vamos falar dos dicionários que nos ajudam a compreender com mais especificidade elementos da nossa língua sobre os quais temos dúvida ou sobre algo inimaginável até então. O primeiro deles é o “Dicionário de Questões Vernáculas”, de Napoleão Mendes de Almeida. Falecido em 1998 aos 87 anos de idade, Napoleão foi gramático, filólogo, professor e defensor incondicional da língua portuguesa padrão tradicional. Teve durante décadas uma coluna sobre língua portuguesa publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, e o “Dicionário de Questões Vernáculas” é a compilação do que foi publicada pelo jornal. O que é “vernáculo”? Vem do latim vernaculum: era uma qualificação dada ao escreva nascido na casa do senhor. Por extensão, passou a significar “próprio do país”, “nascido no país”. Então, “questões vernáculas” são questões próprias da nossa língua no Brasil. Algumas dicas ficaram marcadas no tempo e perderam utilidade, como saber se o correto é “TV em cores ou a cores” em lugar de “TV em preto e branco”. Também temos de considerar que, quase 100 anos depois, os estudos científicos da linguagem apontam caminhos diferentes dos propostos por Napoleão, como se pode ver aqui. Feitas essas ressalvas, este livro, esgotado e disponível apenas em sebos, ainda pode contribuir com o nosso aprimoramento em língua portuguesa e a visão crítica de alguns fatos da nossa língua. Sendo um dicionário, os verbetes estão em ordem alfabética e nessa ordem os seguiremos neste mês: zz a beça: locução de significa “muito, em grande quantidade, à bruta”. zz a carga cerrada: locução que significa “de um jato, sem exame nem distinção, por atacado”;
exemplo: A Câmara votou a carga cerrada os projetos do governo. zz a chucha caladinha: locução que significa “dissimuladamente”; exemplo: Vamos desfrutar a
chucha caladinha nosso feriado. zz a colação: locução que significa “a propósito”; exemplo: Isso vem a colação. zz a desoras: locução que significa “fora de horas, fora de tempo”; exemplo: A amante ligou a
desoras. zz a furtapasso: locução que significa “cautelosamente”; exemplo: O vizinho saiu a furtapasso. zz a granel: locução que significa “em monte, às soltas”; exemplo: Os grãos são vendidos a granel. zz a lufa‑lufa: locução que significa “a pressa, rapidamente”; Os nubentes saíram a lufa‑lufa
da festa. Que tal? Sempre à disposição pelo e‑mail dicasdeportugues@cnj.jus.br. Um mês florido!
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DICAS DE PORTUGUÊS
SEMANA DE 8 A 11 DE SETEMBRO DE 2015
QUESTÕES VERNÁCULAS Indo além 2 Continuando nossa viagem iniciada na semana passada pelo Dicionário de Questões Vernáculas, de Napoleão Mendes de Almeida, seguem outros verbetes que nos ajudam a ir além nas nossas questões vernáculas: zz em barda: locução que significa “em grande quantidade”; exemplo: peixes em barda. zz em riste: locução adverbial que significa “retesado”, “hirto”, como fica a lança quando
apoiada no riste (ferro em que o cavaleiro firma o conto da lança quando investe); exemplo: discursou com o dedo em riste. zz fêmeo: deve concordar em gênero e número com a palavra a que se refere. Como qualquer
outro adjetivo, flexiona‑se genericamente, tal qual se opera com o adjetivo “macho”, que, referindo‑se a nomes femininos, deve flexionar‑se em “macha”; exemplos: pulga macha, figura macha, aerófago fêmeo, gado fêmeo. zz inobstante: quanto mais ignorante, tanto mais propenso a aceitar novidades é o indivíduo.
Somente falta de amadurecimento explica a criação de certos vocábulos ou locuções ou a introdução de significação nova para palavras comuns. Uma é pilheriar, é conversar familiarmente, outra é ser pretensioso, fútil, inovador de especiosidades, criador de gafes em veículos de comunicação. É uma inovação rebarbativa, verdadeira pilhéria linguística. zz pasmo, pasmado: são palavras de diferente emprego. “Pasmo” é substantivo, com
o significado, entre outros, de “espanto, assombro, grande admiração”. O adjetivo é “pasmado”. Quem diz “fiquei pasmo” comete o mesmo erro de quem dissesse “fiquei êxtase” em vez de “fiquei extasiado”. Exemplos: o pasmo da multidão; fiquei pasmado. zz Suae quisque fortunae faber est: sentença latina que significa “Cada qual é artífice de sua
felicidade”. Sempre às ordens pelo dicasdeportugues@cnj.jus.br. Uma semana úmida!
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2º SEMESTRE DE 2015
SEMANA DE 14 A 18 DE SETEMBRO DE 2015
QUESTÕES VERNÁCULAS Indo além 3 Pela terceira e última semana, vamos descobrir juntos tesouros no Dicionário de Questões Vernáculas, de Napoleão Mendes de Almeida? Lembre‑se sempre das ressalvas feitas na primeira semana deste mês. Se tiver alguma dúvida ou quiser comentar algo, escreva para dicasdeportugues@cnj.jus.br. zz a posteriori: locução latina que significa “pelos efeitos”; pela existência ou pela natureza
dos efeitos (que são posteriores) infere‑se a existência ou a natureza da causa: A existência de Deus é comprovada a posteriori (pela existência do mundo). [...] É ridículo o emprego da locução com a simples significação de “feito depois”, “posterior”, como em “A apresentação dos documentos foi feita a posteriori”. zz a priori: locução latina que significa “pela causa”; pela existência ou pela natureza da causa
(que é prioritária) infere‑se a existência ou a natureza dos efeitos: conclusão a priori (tirada sem apoio nos fatos). zz a sabendas: locução que significa “de propósito”, “com conhecimento e notícia”; exemplo: O
que a sabendas joga com que sabe não tem com que pagar, perde e não pode ganhar. zz a soldada: locução que significa “recebendo dinheiro pelos seus serviços”; exemplo: jamais
respondia a consultas que não fossem a soldada. zz à tripa forra – locução que significa “sem despender nada, a larga, muito”. O adjetivo “forro”
significa livre, desembaraçado; exemplo: Comer à tripa forra. zz acinte: significa “de propósito, deliberadamente”; exemplo: atirou ele acinte com uma pedra
em um galo. E é um substantivo e indica propósito de fazer alguma coisa, procedimento consciente para oprimir uma pessoa; exemplo: O chefe assim procedeu somente por acinte. zz agilitar: se temos “agilizar” para dizer tornar ágil, fazer expedito, apressar – por que atirá‑lo
fora para em seu lugar jogar sobre o leitor o inútil “agilizar”?; exemplo: a destreza agilita o corpo.
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DICAS DE PORTUGUÊS
SEMANA DE 21 A 25 DE SETEMBRO DE 2015
GUIA DE USOS DO PORTUGUÊS Indo além 4 Neste mês de setembro, a proposta desta coluna é conhecer dicionários que apresentem tópicos específicos e pontuais da língua portuguesa padrão, para ir além da gramática normativa. Já enfocamos o “Dicionário de Questões Vernáculas”, de Napoleão Mendes de Almeida, nas três últimas semanas. Nesta, vamos apresentar o “Guia de Usos do Português”, da linguista Maria Helena de Moura Neves. Este guia nos diz se determinado uso está ou não de acordo com a norma linguística padrão escrita. Mostra o uso real das formas linguísticas. E assim, quando possível ao falante, dá a ele a possibilidade de escolher a forma linguística mais conveniente em determinado contexto. Vamos a alguns usos apresentados por Moura Neves: zz à distância: “a distância”, quando não há especificação numérica para a distância: o
“a” é uma simples preposição; “à distância”, quando há especificação numérica para a distância: o “à” com acento é o resultado de uma crase da preposição com o artigo definido. Entretanto, também é usual a expressão “à distância”, com acento, quando não há especificação numérica par distância. Ocorre que, com o artigo antes do substantivo, e, portanto, com a crase “à”, pode‑se obter indicação mais segura de que se trata de uma expressão adverbial e, a partir daí, pode haver mais clareza de significado. zz a cerca de: trata‑se de expressão “cerca de” (que significa “aproximadamente”), precedida da
preposição “a”. Como é uma simples preposição, esse “a” não leva acento grave. A expressão “acerca de” significa “a respeito de”. zz a fim de: a locução “a fim de” equivale a “para”. “Estar a fim de”, no sentido de “estar com
vontade de” ocorre em linguagem coloquial. “Afim” é adjetivo. zz à toa, à‑toa: “à toa”, sem hífen, é expressão adverbial que significa “sem razão, sem motivo,
ao acaso, irrefletidamente”. “À‑toa” é adjetivo invariável que significa “desqualificado”, vil, sem importância, insignificante”. zz abaixo‑ assinado: o plural é “abaixo‑assinados”. O primeiro elemento não varia porque é
advérbio. zz abicar: significa “chegar, chegar‑se”. “Abecar” significa “agarrar”.
Pelo e‑mail dicasdeportugues@cnj.jus.br, podemos conversar. Uma semana florida!
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2º SEMESTRE DE 2015
SEMANA DE 28 DE SETEMBRO A 2 DE OUTUBRO
GRAMÁTICA EM CORDEL Indo além 5 Para encerrar este mês, vamos sair dos textos normativos usuais e vamos encontrar a língua padrão em cordel. Janduhi Dantas Nobre, professor de língua portuguesa em Patos, no interior da Paraíba, para ajudar os seus filhos a estudar, fez uma gramática da língua portuguesa padrão em cordel. Vamos aprender com ele? Previlégio ou Privilégio? É com e ou é com i? Preste atenção no recado: Quem pronuncia ou escreve Previlégio está errado, Quem grafa ou diz privilégio É um privilegiado Maisena, com s Maizena escrita com z É a da marca afamada, A maisena da gramática É a com s grafada: S depois de ditongo, Diz a regra, camarada! Porque de todo jeito O emprego dos porquês Há quem ache complicado. Há porque de todo jeito: Porque junto, separado, Com acento, sem acento, Há porque pra todo agrado!
Porque junto e sem acento Será uma conjunção Explicativa ou causal, De um pois tendo a função: “Mateus está de castigo Porque não fez a lição”. “Por que não telefonou?” (Veja como está grafado): Na frase interrogativa, Sem acento e separado “Por que não disse a Maria?”, “Por que não deu o recado?”
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DICAS DE PORTUGUÊS
Por pelo qual e flexões Por que também é usado (Sendo a preposição por Ao pronome que ligado): “Sei que é grande o sofrimento Por que você tem passado”. Quando for substantivo, Porquê junto, acentuado; Vindo depois de artigo E por motivo empregado: “Ele não disse o porquê De à aula ter faltado”.
Por quê — em final de frase Interrogativa ou não. E o que é acentuado Se no fim da oração: “Lumária te disse o quê?” (Entenda, preste atenção!). Não basta a preposição Há muita gente que pensa Que basta a preposição Para o a ser craseado. Mas não é bem assim não: Preposição mais artigo – Crase só nessa união! Antes do verbo, não A crase antes do verbo Não há como colocar: Verbo não aceita artigo (É por isso que não dá) – “Com dinheiro a receber, Tenho contas a pagar”. Xeque X cheque Há com “x” ou “ch” Nesse nosso Português: Quem dá um xeque com x Dá um lance de xadrez; Com ch, quem dá cheque Paga a despesa que fez... Pião x peão Pião com “i” é o brinquedo Que rodopia no chão; Com “e”, peça de xadrez,
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2º SEMESTRE DE 2015
Pedreiro da construção Ou aquele que em rodeio Faz sua apresentação. Cocô gelado! Colocar acento em “coco” é um erro bem danado! Principalmete no fim se o acento é colocado pois ninguém está maluco de beber “cocô” gelado! Discurso e discussão Há “r” para “discurso” mas para “discussão”, não. (Discurso é pronunciamento e debate é “discussão”): O discurso do prefeito causou muita discussão. O livro do professor Janduhi está à venda. Esses trechos citados aqui vieram daqui, daqui e daqui. Uma semana feliz!
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DICAS DE PORTUGUÊS
SEMANA DE 5 A 8 DE OUTUBRO DE 2015
SINTAXE DE COLOCAÇÃO Sujeito‑verbo‑complemento Neste mês de outubro, às portas do final de 2015, vamos falar sobre sintaxe de colocação, ou seja, a ordem ou a disposição dos termos na oração e das orações no período. A colocação segue algumas regras específicas que perfazem a natureza da nossa língua e servem para diferenciá‑la de outras línguas. Além disso, a sintaxe de colocação é um dos parâmetros da língua que podem sofrer mudanças através dos tempos. Podemos falar de colocação de sujeito, verbo e complemento; de adjetivos e advérbios; de pronomes; de orações: essas são os assuntos deste mês. Comecemos pela ordem direta na oração. A língua portuguesa é uma língua sujeito‑verbo‑complemento, como em “Uma saudade indizível atraía‑me para o mar”. É a ordem que favorece a clareza e a referencialidade do texto, sendo a preferida no dia a dia. E existe uma tendência na língua portuguesa do Brasil a fixar essa ordem, até mesmo em contextos em que tradicionalmente haveria inversão, como, por exemplo, nas perguntas, “Que fiz eu?”. Normalmente, vai haver alteração na ordem direta da oração sob alguns critérios, como ênfase e efetividade, clareza, eufonia e ritmo da frase. A cada ordem, é possível inferir alguma alteração de nuança da informação, como se pode ver neste exemplo a seguir, de uma oração de José de Alencar: zz Já brilha na cabana de Araquém o fogo, companheiro da noite. zz Na cabana de Araquém já brilha o fogo, companheiro da noite. zz O fogo, companheiro da noite, já brilha na cabana de Araquém. zz Companheiro da noite, o fogo já brilha na cabana de Araquém. zz Na cabana de Araquém, o fogo, companheiro da noite, já brilha.
Algumas mudanças de ordem são marcadas pela pontuação, como em “Animal inútil, meus olhos nunca viram”, ou “Da música, todo mundo gosta”, ou “Naquele lugar, sujeira não tem vez”. Sempre à disposição pelo e‑mail dicasdeportugues@cnj.jus.br. Uma semana perfeita!
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2º SEMESTRE DE 2015
SEMANA DE 13 A 16 DE OUTUBRO DE 2015
SINTAXE DE COLOCAÇÃO Adjetivos e advérbios Neste mês, estamos estudando a sintaxe de colocação na nossa língua portuguesa, ou seja, qual é a ordem mais frequente dos termos na oração. Na semana passada, falamos da ordem sujeito‑verbo‑complemento. Nesta semana, vamos tratar de adjetivos e advérbios. Adjetivos são palavras que modificam o substantivo. Normalmente, colocam‑se depois do substantivo: “mulher bonita, criança esperta, gaveta arrumada”. Mas também ocorrem antes do substantivo, como em “grande homem, boa pessoa, linda esposa, má pessoa”. Nesses casos, o significado do adjetivo adquire nuança nova, mais abstrata. Já os advérbios são palavras que modificam o verbo, um adjetivo ou até mesmo uma oração inteira. A depender de onde se colocam, atingem uma ou outra palavra. Vejamos: zz O diretor ainda comunicou a decisão à diretoria. zz O direito comunicou ainda a decisão à diretoria. zz O diretor comunicou a decisão ainda à diretoria. zz O diretor não comunicou a decisão à diretoria ainda.
Consegue perceber cada alcance diferente do advérbio “ainda” nos exemplos acima? Sendo assim, temos de atentar a esse aspecto da nossa língua portuguesa, para que a informação fique bem precisa e de acordo com nosso objetivo. Temos sempre de ter claro que devem ser evitadas construções malsoantes, cacofônicas, inversões violentas e transposições forçadas, que comprometem a clareza e dão margem a falsos sentidos. Vamos exercitar?
Coloque os termos dos períodos abaixo na ordem direta: a) Mais depressa que seu marido perdera Rosália as esperanças. b) O rio, nem sei se tem nome. c) Louco és tu, disse‑me ele, se a tanto aspiras. d) Estreito era o círculo das suas ideias. e) Ótimo negócio fizera incontestavelmente o velho tio. f) Não tem azul nem estrelas a noite que enlutam os ventos.
Ficou com dúvida? Pergunte pelo e‑mail dicasdeportugues@cnj.jus.br. Uma semana doce
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DICAS DE PORTUGUÊS
DICA DE LÍNGUA PORTUGUESA – SEMANA DE 19 A 23 DE OUTUBRO DE 2015
SINTAXE DE COLOCAÇÃO Pronomes pessoais Continuando nossos estudos neste mês que enfoca a sintaxe de colocação, depois de termos estudado a ordem sujeito‑verbo‑complemento e a ordem de adjetivos e advérbios, vamos falar de colocação pronominal, concretizada por três nomes muito famosos: próclise, mesóclise e ênclise. Os pronomes oblíquos átonos são: “me; te; o/a, lhe; nos; vos; os/as, lhes”. Ser átono é não ter tonicidade, ser uma palavra tão fraquinha que corre o risco de desaparecer na enunciação... Por isso, para que permaneça e seja audível, deve apoiar‑se em outras palavras tônicas ou átonas. Assim, os pronomes pessoais oblíquos átonos podem estar em três posições em relação ao verbo – sempre ele e só ele –, já que exercem a função sintática de complemento verbal sem proposição: zz antes: próclise. Exemplo: Eu me vesti rapidamente. (o pronome pessoal reto “Eu” forma grupo de força com o pronome pessoal oblíquo átono “me”) zz no meio: mesóclise. Exemplo: O padeiro encontrar‑se‑á disponível para esclarecimentos. (ocorre tão somente com verbos conjugados no futuro do indicativo, por motivos históricos, não frescura. Escreva para dicasdeportugues@cnj.jus.br e receba a explicação) zz depois: ênclise. Exemplo: Os homens casaram‑se todos antes dos 30 anos. O lugar favorito do pronome é depois do verbo: a ênclise. O pronome só sai de sua posição natural enclítica se houver um elemento linguístico muito forte que o atraia, o famoso fator de próclise. Então, na dúvida, use a ênclise. E quais são os principais fatores de próclise? zz Outros pronomes (“eu, algum, que, quanto” etc.); zz Partículas negativas (“não, nenhum, nada” etc.); e zz Conjunções subordinativas (“porque, enquanto, se, embora, a fim de que” etc.) Vamos exercitar?
Coloque corretamente junto aos verbos grifados os pronomes entre parênteses: a) Detive para ouvir. (me) b) Nenhum obstáculo fará recuar. (nos) c) Jacinto não entendeu o que Sônia disse. (lhe) d) Quando ele enfurece, não há nada que detenha. (se, o) e) Como custa perdoar uma ofensa! (nos) f) Acenderam fogueiras, onde assaram batatas‑doces. (se, se) g) Trataria de objetos voadores não identificados? (se) h) Teriam falado a meu respeito? (lhe) i) Haviam procurado em toda parte. (o) j) Cada vez mais eles foram distanciando de nós. (se)
Fique à vontade para mandar suas respostas para dicasdeportugues@cnj.jus.br. Uma semana incrível!
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2º SEMESTRE DE 2015
SEMANA DE 26 A 30 DE OUTUBRO DE 2015
DIA DO SERVIDOR A língua reflete os tempos Neste dia em que se comemora o dia do servidor público, cabe perguntar: você sabe a origem deste dia? Em 1939, o então presidente Getúlio Vargas fez publicar o Decreto n. 1.713, em 28 de outubro; era o Estatuto dos Funcionários Civis da União. Descobriu? Em 11 de dezembro de 1990, o presidente Fernando Collor assinou a Lei n. 8.112, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. Vamos ver o que há de interessante no Decreto de 1939? zz A pessoa investida em cargo público era chamada de “funcionário público”. zz Os concursos podiam ser tão somente de títulos. zz A readaptação poderia acontecer por “vocação”, ou seja, “quando a função atribuída ao
funcionário não corresponder aos seus pendores vocacionais”. zz As férias eram de 20 dias consecutivos, e a escala era organizada em dezembro do ano
anterior ao gozo e publicada no Diário Oficial. zz Havia licença compulsória específica para o funcionário com diagnóstico de tuberculose
ativa, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira ou paralisia. zz Eram concedidos três meses de licença à gestante. zz Era proibido “entreter‑se, durante as horas de trabalho, em palestras, leituras e outras
atividades inerentes ao serviço”. zz Redação do art. 266: “O dia 28 de outubro será consagrado ao Funcionário Público.”.
Sabe em que sentido a palavra “palestra” foi usada? No de “debate ou discussão ligeira, conversa”. Sempre à disposição pelo e‑mail dicasdeportugues@cnj.jus.br. Um ótimo dia!
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DICAS DE PORTUGUÊS
SEMANA DE 3 A 6 DE NOVEMBRO DE 2015
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL Exercitando Ao se aproximar o final do ano, neste novo mês, nosso assunto é regência, entendida como a relação sintática de dependência que se estabelece entre o termo regido e o termo regente, com a presença ou não de preposição. Vamos descobrir o que você já sabe sobre esse assunto? Se você quiser, pode mandar para dicasdeportugues@cnj.jus.br suas respostas.
1) A ssinale a opção que completa corretamente as lacunas na oração a seguir: O projeto _____ estão dando andamento é incompatível _____ tradições da firma. a) de que, com as b) a que, com as c) que, as d) à que, às e) que, com as 2) A ssinale a opção que completa corretamente as lacunas na oração a seguir: Quanto a amigos, prefiro João ____ Paulo, ____ quem sinto ____ simpatia. a) a, por, menos b) do que, por, menos c) a, para, menos d) do que, com, menos e) do que, para, menos 3) Assinale a opção que apresenta a regência verbal incorreta, de acordo com a norma padrão da língua portuguesa. a) Os sertanejos aspiram a uma vida mais confortável. b) Obedeceu rigorosamente ao horário de trabalho do corte de cana. c) O rapaz presenciou o trabalho dos canavieiros. d) O fazendeiro agrediu‑lhe sem necessidade. e) Ao assinar o contrato, o usineiro visou, apenas, ao lucro pretendido. 4) Assinale a opção correta quanto à regência verbal. a) Nunca assisto filmes de terror. b) Quem assistiu essa aula? c) Que filme você quer assistir? d) Quantos assistiram a esta peça? e) Todas estão corretas.
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2º SEMESTRE DE 2015
5) A ssinale a opção que completa corretamente as lacunas na oração a seguir: “As mulheres da noite, ____ o poeta faz alusão a colorir Aracaju _____ coração bate de noite, no silêncio”. a) as quais, de cujo b) a que, no qual c) de que, o qual d) às quais, cujo e) que, em cujo 6) A ssinale a opção correta quanto à regência verbal. a) Eu não lhe vi avançar o sinal, mas assisti o seu desrespeito ao pedestre, conduzindo o veículo, em alta velocidade, pelo acostamento. b) Não lhe conheço bem para afirmar que ele tem o hábito de namorar com a vítima dentro do automóvel. c) Informou‑lhe que as medidas de prevenção de acidentes no trânsito não implicavam custo adicional para a administração. d) O agente de trânsito tentava explicar ao motorista que não visava ao agravamento da punição e, sim, que o queria ajudar. 7) Quanto à regência verbal, escreva (1) nas corretas e (2) nas incorretas. ( 1 ) Logo que chegou, eu o ajudei como pude. ( 2 ) Preferia remar do que voar de asa delta. ( 2 ) Naquela época, eu não visava o cargo de diretor. ( 1) Sem esperar, deparei com ela bem perto de mim. ( 2 ) Nós tentamos convencê‑lo que tudo era imaginação. A sequência correta dos números nos parênteses é a) 1, 1, 1, 2, 2. b) 2, 2, 2, 1, 1. c) 2, 1, 1, 2, 1. d) 1, 2, 2, 1, 2. e) 1, 2, 1, 2, 1. 8) Assinale a opção em que há erro de regência em relação à língua portuguesa padrão. a) Os rebeldes sem causa já haviam tomado de assalto as telas do cinema muito antes que a primeira guitarra roqueira fosse plugada na tomada. b) A exemplo das grandes sagas empresariais, “Um Sonho de Liberdade” prega a supremacia da perseverança sobre a adversidade, da paciência sobre a brutalidade, da frieza sobre o instinto. c) Para lembrar o assassinato de Zumbi, muitos estarão somente dançando e tocando tambor – o que somente acontecerá em reforço aos estereótipos atiçados sobre seus descendentes. d) Art. 3. São direitos de cada condômino: reclamar à Administração, exclusivamente por escrito, todas e quaisquer irregularidades que observe, ou que esteja sendo vítima. e) Este contrato é irrevogável e irretratável. Desejando o assinante cancelá‑lo, deverá remeter à editora cópia xerográfica da face preenchida deste documento, acompanhada de carta explicativa dos motivos do cancelamento. 9) Assinale a opção incorreta em relação à regência verbal. a) Os cheques que ele visava eram de outra agência. b) Os prêmios a que todos aspiravam não mais serão concedidos. c) O contrato apresentava várias cláusulas de que desconfiávamos.
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DICAS DE PORTUGUÊS
d) Os programas a cuja elaboração assistira foram muito comentados. e) As propostas que o advogado se refere não explicam as condições. 10) A ponte, entre as opções a seguir, aquela que relaciona os elementos que preenchem corretamente as lacunas do seguinte texto: A ida dos meninos _____ casa da fazenda fez _____ que o velho, sempre intolerante _____ crianças e fiel ______ seu costume de assustá‑las, persistisse ______ busca _____ um plano para pô‑las ____ fuga. a) à – com – com – a – na – de – em. b) para – a – às – em – na – a – na. c) na – em – das – do – com – por – de. d) a – em – de – de – com a – para – com. e) à – com – nas – à – com – por – em. 11) E scolha a opção que completa corretamente as lacunas do período. Ele anseia _______ visitá‑la porque _______ estima ______ muito e deseja que ela ______ perdoe ______ erros. a) em – lhe – o – os b) de – lhe – o – aos c) para – a – lhe – aos d) por – a – lhe – os e) por ‑ lhe ‑ lhe – aos 12) Leia as orações a seguir. I – Vicente desviou‑se do assunto, que não o agradava muito. c II – D. Pedro abdicou a coroa na pessoa de sua filha D. Maria da Glória.e III – Na Academia teria um lugar de direito, se o aspirasse realmente. e IV – Nós o chamávamos tiozinho e brincávamos com ele como um boneco.c Estão corretas: a) I e II. b) II e III. c) III e IV. d) I e III. e) II e IV.
Uma semana especial!
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2º SEMESTRE DE 2015
SEMANA DE 9 A 13 DE NOVEMBRO DE 2015
REGÊNCIA VERBAL Teoria Começamos o mês exercitando o que já sabemos – ou não – sobre a regência correta de alguns verbos. A grande surpresa dos exercícios da semana passada, para muitos, foi a regência do verbo “abdicar”: transitivo direto. Exemplo: O rei abdicou a coroa em seu filho. E o que é mesmo regência? Regência significa comando, direção, governo; no âmbito da gramática, regência faz referência à subordinação que existe entre os termos da oração. Substantivos regem artigos, numerais, pronomes adjetivos e adjetivos e estabelecem com eles relações de flexão de gênero (masculino e feminino) e de número (singular e plural). Alguns nomes exigem um tipo de complementação de sentido, absolutamente necessária; daí surge a regência nominal, por vezes tão variada que há dicionários específicos de regência nominal, como o de Celso Pedro Luft. Neste dicionário, aprendemos que o adjetivo “agradecido” tem dois complementos regidos pela preposição “a” e “por”; que o substantivo “trama” rege “contra” e “para”; que “prevalência” rege “sobre”; e por aí vai. Vale a consulta. Pena que não exista versão on line. Exemplos: zz João estava agradecido à sua mãe pelo apoio. zz A trama contra os funcionários deu certo. zz A prevalência desse estudo sobre os outros explica muitas questões.
Para consultar como referência, há os dicionários de regência, tanto de Celso Luft quanto de Francisco Fernandes, e também as gramáticas normativas tradicionais – como a de Bechara, Celso Cunha e Napoleão –, que reservam páginas para tratar desse assunto. Na internet, aqui há lista de verbos e informações sobre regência. Vamos à lista: 1) Chamar zz “fazer vir, convocar” – sem preposição: “Chamei‑o para uma conversa” zz “invocar” – com preposição: “Os fiéis chamaram por Deus” zz “apelidar” – sem preposição: “Chamaram‑no baixinho”
2) Esquecer zz “sair da lembrança” – com preposição e pronome: “Esqueceu‑se de tudo” OU sem preposição
e sem pronome: “Esqueceu tudo”. Não pode haver cruzamento dessas possibilidades. 3) Implicar zz “acarretar” – sem preposição: “A resolução implicará mudanças aqui”
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DICAS DE PORTUGUÊS
4) Importar zz “trazer, ter com consequência” – sem preposição: “As ideias importavam a realização da
festa” zz “atingir o total de” – com preposição “em”: “As despesas importam em 100 mil reais” zz “dizer respeito, interessar” – com preposição “com”: “Não me importo com isso”
5) Obedecer zz “submeter‑se à vontade de alguém” – com preposição: “Nós obedecemos às regras”
6) Presidir zz “ocupar a presidência” – com ou sem preposição “a”: “Presidir ao CNJ” ou “Presidir o CNJ”
Ficou com dúvida? Quer perguntar? À disposição pelo e‑mail dicasdeportugues@cnj.jus.br. Uma semana festiva!
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2º SEMESTRE DE 2015
SEMANA DE 16 A 20 DE NOVEMBRO DE 2015
REGÊNCIA VERBAL Exercícios Nesta semana, continuamos como foco voltado para a regência verbal e vamos exercitar. Se quiser mandar suas respostas para dicasdeportugues@cnj.jus.br, respondemos com as respostas aos exercícios.
Complete os períodos abaixo com preposições adequadas, contraindo‑as com os artigos, quando necessário. a) Nada obsta __a___ que sejas objeto de tal distinção. b) Apressei‑me ___em___ antecipar‑lhe a resposta. c) Contentavam‑se _com____ bater palmas de longe. d) Afinal eu só visava __à____ minha felicidade. e) Quando lhe fui apresentado, não antipatizei ___com___ ele. f) Ninguém atinava ___a____ tão súbita mudança. g) Hesitava __ na____ a voz com consciência e os acenos das paixões. h) Ansiava ___a__ me ver fora daquela casa. i) Entrei __a___ desconfiar que me estavam enganando. j) Os cães investiram furiosos __com___ os dois estranhos. l) De há muito ele se desinteressou __por___ minha companhia. m) O homem sente‑se pequenino __diante da___ imensidade do universo. n) Os passantes não suspeitam ___do__ perigo ___a__ que estão expostos. Complete as orações abaixo com os pronomes “o” ou “lhe”, conforme convenha: a) Quem __o__ convidou a ir jantar com eles? b) Nunca ___a___ vi conversar com empregadas. c) Eu fugi ao espetáculo, tinha‑lhe____ repugnância. d) Lembra‑o___ ainda com solicitude ela atendia? e) O cunhado dissuadiu‑lhe____ da viagem. f) As dificuldades não _o__ fizeram recuar. g) Ela não _o___ quis para esposo.
Uma semana muito feliz!
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DICAS DE PORTUGUÊS
SEMANA DE 23 A 27 DE NOVEMBRO DE 2015
LEIS QUE PEGAM #sqn Nesta semana, vamos falar da língua viva que instaura realizadas, como na celebração do casamento, por exemplo. As leis de um país são instâncias em que a língua se concretiza em novas realidades. Na maioria das vezes, as leis cumprem sua finalidade; às vezes, precisam de um “empurrãozinho”. A Lei n. 781, de 17 de agosto de 1949, instituiu o Dia Nacional de Ação de Graças, a ser celebrado na quarta quinta‑feira de novembro. Neste ano, amanhã, dia 26. Foi o então embaixador Joaquim Nabuco que, em 1909, formulou o seguinte voto: “Quisera que toda a humanidade se unisse, num mesmo dia, para um universal agradecimento a Deus”. O Ministério da Justiça mantém ações referentes a essa data, com se pode ver aqui. Então, fica o convite: use sua palavra para instaurar novas realidades amanhã. É também para isso que a língua portuguesa existe. E, talvez, esse seja o seu uso mais importante.
Um ótimo dia de ação de graças! Revisora de Texto
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2º SEMESTRE DE 2015
SEMANA DE 30 DE NOVEMBRO A 4 DE DEZEMBRO
LÍNGUA PORTUGUESA Por Clarice Lispector Declaração de amor Esta é uma confissão de amor: amo a língua portuguesa. Ela não é fácil. Não é maleável. E, como não foi profundamente trabalhada pelo pensamento, a sua tendência é a de não ter sutilezas e de reagir às vezes com um verdadeiro pontapé contra os que temerariamente ousam transformá‑la numa linguajem de sentimento e de alerteza. E de amor. A língua portuguesa é um verdadeiro desafio para quem escreve. Sobretudo para quem escreve tirando das coisas e das pessoas a primeira capa de superficialismo. Às vezes ela reage diante de um pensamento mais complicado. Às vezes se assusta com o imprevisto de uma frase. Eu gosto de manejá‑la ‑ como gosto de estar montada num cavalo e guiá‑lo pelas rédeas, às vezes lentamente, às vezes para nos dar para sempre uma herança de língua já feita. Todos nós que escrevemos estamos fazendo do túmulo do pensamento alguma coisa que lhe dê vida. Essas dificuldades, nós as temos. Mas não falei do encantamento de lidar com uma língua que não foi aprofundada. O que recebi de herança não me chega. Se eu fosse muda, e também não pudesse escrever, e me perguntassem a que língua eu queria pertencer, eu diria: inglês, que é preciso e belo. Mas como não nasci muda e pude escrever, tornou‑se absolutamente claro para mim que eu queria mesmo era escrever em português. Eu até queria não ter aprendido outras línguas: só para que a minha abordagem do português fosse virgem e límpida. Uma semana top! Sempre à disposição pelo e‑mail dicasdeportugues@cnj.jus.br.
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DICAS DE PORTUGUÊS
SEMANA DE 14 A 18 DE DEZEMBRO DE 2015
OPORTUNIDADE #QueVenha2016 Chegar ao final de um ano é a oportunidade de pensar sobre o que se fez, deixou de fazer ou gostaria de ter feito. Lembrar que começamos o ano com publicações da internet sobre língua portuguesa e questões de pontuação. Depois, falamos de concordâncias e de normas da ABNT. Seguimos falando de tipos de oração, acentos e grafia. Lançamos 5 livretos. Descobrimos expressões novas e falamos de colocações e regências. Fizemos exercícios, agradecemos e vimos uma forma poética de tratar da nossa língua. E, assim, dezembro chegou e 2015 acabou. Para o próximo ano, uma página em branco. Um mundo de possibilidades. Só depende do quanto queremos ir. Pense nisso já agora, planeje, estruture. E vá em frente. Um feliz Natal e ótimas festas de final de ano! Que sejam melhores que o sonho! E fiquemos com Cecília Meirelles: “O vento é o mesmo. Mas sua resposta é diferente em cada folha. Aprendi com as Primaveras a me deixar cortar para poder voltar sempre inteira.” Até 2016! Obrigada pela parceria! Sempre à disposição pelo e‑mail dicasdeportugues@cnj.jus.br. Revisora de Texto da Secretaria de Comunicação Social
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2º SEMESTRE DE 2015
Anotações ................................................................................................................................................................................................. ................................................................................................................................................................................................. ................................................................................................................................................................................................. ................................................................................................................................................................................................. ................................................................................................................................................................................................. 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DICAS DE PORTUGUÊS
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