INFORMARTIVO DO SINDICATO DOS ESTABELECIMENTOS DE ENSINO DO ESTADO DO PIAUÍ EDIÇÃO Nº 3 DEZ 2014
Sinepe-PI lança Fundação Odilon Nunes Entidade vai desenvolver e apoiar projetos culturais e educacionais; III Fórum de Educação debate cultura popular nas escolas e desafios da educação Páginas 3 e 7
Dalton Leal: ”A escola deve educar e formar cidadãos” Página 2
Entrevista: Sociólogo Gilberto Freyre Neto Páginas 4, 5 e 6
Editorial
EXPEDIENTE O Educador Informativo do Sinepe-PI (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado do Piauí) DIRETORIA Presidente - Dalton Luis de Moraes Leal 1º Vice–presidente - Marcelo Rodrigues Siqueira 2º Vice–presidente - José Airton Veras Soares 1º Secretário - Thiago Parente Rodrigues 2º Secretário - Francisco Espedito Costa Miranda 1º Tesoureiro - Paulo Raimundo Machado Vale 2º Tesoureiro - Marcelino Gonçalves do Nascimento
CONSELHO FISCAL Membros efetivos Clementino de Jesus Barbosa Siqueira Paulo Raimundo Machado Vale Francisco Antonio de Alencar Suplentes Ana Maria de Sousa Gilson Figueiredo Viana Francisco das Chagas A. Machado
DELEGADOS Membros efetivos Dalton Luis de Moraes Leal Paulo Raimundo Machado Vale Suplentes Francisco Antonio de Alencar Marcelo Rodrigues Siqueira
INFORMATIVO - O EDUCADOR Jornalista Responsável e Redação - Mussoline Guedes Diagramação – Deinny Martins - R2 Comunicação Impressão – Gráfica e Editora do Povo Ltda. Tiragem – 5 mil exemplares
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Informação e reflexão
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m jornal é feito essencialmente de notícias e informações. Mas não estará completo se se resumir apenas a informar e noticiar. Um jornal deve também gerar reflexão em que o lê. Não é um desafio fácil. Ainda mais em se tratando de um veículo segmentado, direcionado para um público específico. Não é este – provocar reflexão – o objetivo principal deste O Educador. A preocupação maior é noticiar a criação da Fundação Odilon Nunes, o braço cultural do Sinepe-PI, e informar a realização da terceira edição do Forum de Educação, um evento que se propõe a colocar em debate os temas relacionados à educação. Porém, o Brasil vive hoje uma situação tão estimulante em termos de ensino e aprendizagem que a simples menção a um evento de educadores alimenta questionamentos e dúvidas sobre o processo de educar. Ou seja, difícil dissociar notícia e reflexão em um veículo informativo. Assim é que a leitura da notícia de criação da Fundação Odilon Nunes acaba nos fazendo pensar sobre a importância do saber tomando-se por
base a riqueza da história do homem que dá nome à entidade. Nascido há mais de 100 anos no interior do Piauí, Odilon Nunes se fez, pelo conhecimento e pelo saber, um dos mais notáveis educadores e historiadores do estado. Tão provocativa quanto a história de Odilon Nunes é a entrevista de Gilberto Freyre Neto, distribuída em três páginas deste informativo. O sociólogo pernambucano, neto de uma das maiores personalidades da sociologia e da cultura brasileiras, de quem herdou o nome, alerta para os danos à cidadania diante da omissão das famílias na transmissão de valores éticos e morais aos filhos, e da incapacidade das escolas de suprir essas demandas tão caras ao aluno. Tão desafiador é o quadro que ele traça do novo mundo que se abre nas escolas diante das ferramentas tecnológicas aplicadas ao saber. Vale a pena ler. E refletir.
Desafios
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e fôssemos considerar apenas as conquistas nos exames nacionais ou testes de ingresso ao ensino superior, diríamos que não há muito do que reclamar. Há anos as escolas privadas do Piauí se destacam entre as melhores do país e nossos estudantes conquistam vagas nas melhores faculdades e ganham medalhas nos concursos mais concorridos do país. Evidentemente, não é apenas isso que está em jogo. Do ponto de vista do Estado, estamos acompanhando inúmeros movimentos que demonstram atenção em relação à educação no nosso país. PNE, Conae, verba do Pré-Sal, Reforma do Ensino Médio, Ampliação de Programas como Prouni e FIES, Educação Inclusiva, EAD, entre outros, expressam como a Educação está em pauta no Brasil. É um avanço, porque abre possibilidades de rompimento com os padrões de gestão e de financiamento da educação, e oferece perspectivas de ampliação de oportunidades. Entretanto, dificuldades históricas continuam a corroer o sistema de educação nacional. Precisamos de reformas sistêmicas, mas urge a necessidade de resolução de problemas, velhos conhecidos, como a corrupção, tráfico de influência e total ausência de meritocracia na Educação Pública, além de reparos “simples” na base, no cotidiano escolar, como a formação e capacitação de professores e gestores, e mudanças nas políticas educacionais. Do ponto de vista de mercado, por outro lado, o avanço das tecnologias impõe novas formas de acesso
O Educador - Informativo Sinepe-PI - Dez/2014
à informação e de absorver conhecimentos. Estamos vivendo uma profunda revolução não no modo de ensinar, mas na outra ponta – na forma de aprender. Curiosamente, ainda não aprendemos a lidar com essas mudanças, muito embora elas se mostrem tão presentes quanto necessárias no dia a dia das nossas escolas e dos nossos alunos. “Há uma quebra de paradigma na forma de aprender e captar informação e conhecimento. Não se aprende mais só em quatro paredes”, alerta o sociólogo Gilberto Freyre Neto, da Fundação Gilberto Freyre, em entrevista nas páginas que seguem. Naturalmente, não se pode mergulhar no futuro sem esquecer as bases construídas lá atrás. Apesar das limitações, e polêmicas à parte, a escola é hoje mais que um espaço de transmissão de saber. É também, e cada vez mais, o ambiente onde deve se formar cidadãos dotados de valores éticos e morais e com habilidades para interagir socialmente e ascender profissionalmente. Neste contexto, um extraordinário desafio se apresenta à nossa frente, enquanto gestores e educadores: romper com o modelo padrão de ensino para absorver formas novas de educar, e ao mesmo tempo preservar e transmitir valores que são, em sua essência, a base da cidadania.
Dalton Leal Presidente do Sinepe-PI
III Fórum de Educação
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Cultura popular e desafios da educação em debate
ebater questões que interferem no processo de ensino e aprendizagem e estimular a discussão de alternativas para melhorar a educação. É este o principal objetivo do III Forum de Educação, que o Sinepe-PI (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado do Piauí) realiza no dia 13 de dezembro, em Teresina, com palestra do sociólogo Gilberto Freyre Neto, da Fundação Gilberto Freyre, de Recife (PE), aula espetáculo com João Cláudio Moreno e debate sobre a cultura popular e os desafios da escola. É a terceira edição do Fórum de Educação, que reúne educadores e dirigentes de escolas de Teresina e do interior do estado, além de intelectuais e profissionais das letras e das artes. O presidente do Sinepe-PI, professor Dalton Leal, diz que o evento mantém a proposta de debater a educação e envolver os educadores e instituições na discussão da melhoria do ensino e na formação de cidadãos. A cultura popular e o modo como elas são trabalhadas nas escolas hoje se inserem nesse contexto. Mas utilizar adequadamente as modernas formas de comunicação em sala de aula, talvez seja o fator que mais causa dores de cabeça para os educadores hoje. “Hoje nós temos uma base tecnológica disponível e as escolas não estão preparadas
para utilizá-la adequadamente. Há uma quebra de paradigma na forma de aprender e captar informação e conhecimento. Não se aprende mais só em quatro paredes”, diz o sociólogo Gilberto Freyre Neto, da Fundação Gilberto Freyre, de Recife (veja entrevista nas páginas 4, 5 e 6). Para a professora Iveline Prado, assessora pedagógica do Sinepe-PI, a tecnologia deve estar presente nos planos de aula do professor e nos projetos estabelecidos tanto pelo docente quanto pela escola. “Todavia, o professor precisa compreender em quais atividades ela efetivamente ajuda no aprendizado dos alunos para que haja um ganho efetivo nesse processo”, pondera (veja artigo nesta página). Para Dalton Leal, as escolas devem buscar conciliar as facilidades das ferramentas tecnológicas com a necessidade de consolidar valores éticos e morais que estão na base da formação cidadã. “O maior desafio da escola moderna é aproveitar a valiosa contribuição que as modernas ferramentas de comunicação oferecem e, ao mesmo tempo, dar ao aluno valores essenciais à formação social e cidadã e o conhecimento necessário para ele ser bem sucedido profissionalmente”, observa ele. “Não podemos formar alunos apenas para obter bons resultados nos exames, mas principalmente para que se tornem cidadãos comprometidos com o seu meio social”, complementa.
Artigo
A escola conectada à vida dos alunos
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o universo do estudante contemporâneo a tecnologia é parte integrante como instrumento que facilita o processo de aprendizagem, tornando a sala de aula mais dinâmica, os alunos mais participativos na construção do conhecimento e criando um novo tipo de relação entre professor e aluno. É preciso que nós, educadores, entendamos que essa é uma nova geração que está a todo vapor, cabendo à escola, por sua vez, acompanhá-la considerando que são crianças e jovens que gostam do novo, de desafios. Isso implica dizer que a tecnologia deve estar presente nos planos de aula do professor e nos projetos estabelecidos tanto pelo docente quanto pela escola. Todavia, o professor precisa compreender em quais atividades ela efetivamente ajuda no aprendizado dos alunos para que haja um ganho efetivo nesse processo. Nessa nova paisagem, a atividade de ensino-aprendizagem é um processo em que o conhecimento é produzido tanto pelo professor quanto pelo aluno, pois ambos ensinam e aprendem ao mesmo tempo. Por sua vez, as informações deixam de ser transmitidas unicamente pelo vetor mestre-estudante, passando a considerar os posicionamentos que os alunos têm a respeito do conteúdo abordado. O professor passa a trabalhar as questões pedagógicas abrindo espaços para que eles compartilhem seus conhecimentos e suas experiências, explorando previamente o que eles
trazem de sua vida fora da escola. Essa troca de saberes entre os alunos e o professor é essencial, uma vez que propicia o trabalho em cooperação e estimula as conexões, ampliando a capacidade que os aprendizes têm paraArtigo fazer associações com liberdade. Essa nova postura de ensinar leva o docente a ir ao encontro dos alunos, tendo em vista a aplicação de uma metodologia inovadora, cuja finalidade é despertá-los para uma aprendizagem que não seja monótona e cansativa, mas que os levem à descoberta, à integração e à comunicação. Cabe, ainda, ao docente manter-se atualizado e informado levando em conta fatores que exigem dele permanente formação/ capacitação nas diversas áreas do conhecimento para conectar-se com os diversos temas que vão surgindo no dia a dia escolar, e que possam contribuir para o seu desenvolvimento humano, sociale profissional. Diante desse quadro, concluímos que apesar de todos esses avanços é preciso entender que o professor é o mediador, o facilitador, o elemento que deve conciliar os interesses dos estudantes com os objetivos pedagógicos que a escola pretende alcançar. Portanto, por mais que seja transformada a metodologia através da tecnologia, é necessária a presença do professor atualizado para auxiliar, instruir, orientar e mostrar conteúdos com aulas dinâmicas e que funcionem em benefício da aprendizagem.
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Entrevista
Entrevista
Gilberto Freyre Neto
“A escola precisa romper padrões”
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sociólogo Gilberto Freyre Neto é um crítico do modelo padrão de ensino no Brasil. Segundo ele, apesar de todos os avanços nas formas de aprendizagem e de captação da informação, o país ainda mantém o formato do professor como autoridade incontestável e inquestionável em sala de aula. “Questionar o professor não é desrespeitar a autoridade dele. Muito pelo contrário, é respeitar a condição dele de ensinar, é acreditar que ele pode dar a resposta mais correta. E a resposta certa vem através do questionamento”, observa. Pernambucano de Recife, neto e herdeiro intelectual de um dos grandes nomes da cultura e sociologia do Brasil, o sociólogo, antropólogo e historiador pernambucano Gilberto Freyre, Gilberto Freyre Neto carrega a responsabilidade de imortalizar e evocar a memória do avô através das ações e projetos da Fundação Gilberto Freyre, sediada em Recife. Formado em administração de empresas, com especialização em gestão cultural em Paris, ele chama a atenção para a importância dos valores da família na formação do aluno e conclama os educadores a ousar na forma de ensinar. “Hoje nós temos uma base tecnológica disponível e as escolas não estão preparadas para utilizá-la adequadamente. Há uma quebra de paradigma na forma de aprender e captar informação e conhecimento. Não se aprende mais em quatro paredes. O mundo à sua volta lhe ensina”, diz ele. Gilberto Freyre concedeu por telefone, ao Educador, a entrevista que segue. Qual a avaliação que o Sr. faz do ensino e da educação brasileira hoje?
Gilberto Freyre Neto – Nós vivemos um momento de muito descompasso entre o que se ensina em sala de aula e as necessidades que a sociedade demanda do futuro profissional e cidadão. Tem vários conceitos que são colocados, que dizem respeito à condição profissional e de geração de receita, para ele e para o país, das suas conquistas pessoais, mas também valores que dizem respeito à cidadania, à condição cultural e de convivência e relacionamentos sociais. A sala de aula está perdendo a sua referência de formar pessoas com valores sociais e culturais, e a família, pela dinâmica social que se vive hoje, está perdendo o seu componente educativo, tentando transferir para a sala de aula a responsabilidade sobre a transmissão desses valores para os filhos. E existe uma falência do modelo de escola tradicional de suprir essas necessidades e preencher esse vazio deixado pela família. E nessas condições, nem a família, nem a escola nem as estruturas profissionais conseguem de forma adequada dotar esses futuros profissionais e cidadãos dos valores culturais, éticos e morais, e conhecimentos essenciais para permitir um processo de harmonização e equilíbrio entre pessoa e profissional.
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Por que ocorre essa falha e qual o impacto disso na vida futura do profissional e da pessoal? GFN - Existem vários fatores. Nós estamos vivendo um momento de muita demanda econômica, de muita competitividade, e isso coloca tudo o mais num segundo plano. Começa pela família. O pai e a mãe tentam de todo modo se destacar economicamente, competem entre si, para tentar ofertar aos filhos o que tem de melhor. Fazem tudo, evidentemente, com a melhor das intenções. Mas esquecem que não é o bem material o mais importante, e nada substitui os valores da família. Essa correria do dia a dia muitas vezes coloca em segundo plano a vida escolar dos filhos. E nós estamos falando da base da educação. E quando há essa ausência, a transferência de valores não ocorre de forma adequada. E tenta-se passar para a escola a responsabilidade de um papel que deveria ser do seio familiar, que deveria ser cuidado em casa. E o profissional é colocado no mercado com a ausência de valores, e a vida profissional não vai dar a ele esses valores. Então, você vai formar quase que autômatos, seres que vão tentar desenvolver suas atividades relacionando-se exclusivamente com as ferramentas materiais e profissionais, e não com valores associados à convivência afetiva, com a atenção e carinho, dando a devida importância ao relacionamento entre as pessoas, e aos valores positivos que a sociedade tanto precisa. Isso não é de hoje. Vem do gradual desvirtuamento de uma, duas ou três gerações para trás. E se não mudar vai se criar uma convivência extremamente complicada, com ausência de uma âncora moral que começa na família e se estende à vida futura. O Sr. poderia citar exemplos de efeito negativo dessa situação? GFN - Nós vivemos hoje uma terrível crise moral com desvirtuamento de condutas profissionais de empresários, em setores do Executivo, do Legislativo e do Judiciário. Não é coisa nova, mas elas estão ficando moralmente insensíveis - as pessoas começam a achar que não é tão errado assim, que não há conflito moral e ético, e não é importante reverter essa percepção. Há uma ausência de constrangimento de duas ou três gerações atrás, que gradualmente passou a minimizar a importância desses valores morais e éticos. É como se fosse coisa corriqueira, mas é uma questão muito danosa, porque há um tempo de desgaste muito curto e o tempo de reconstrução desses valores é muito longo.
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Entrevista O Sr. fala de corrupção e de atos de desrespeito às leis?
Quais são os elementos essenciais desse modelo novo de educação? Os profissionais e escolas estão preparados?
GFN - Exatamente. Já se convive com isso há bastante tempo, e começa-se a achar que é algo corriqueiro, natural, que faz parte do processo. E vai-se convivendo, sem conflito moral do certo e do errado. Começa na família e vai para a vida profissional, corroendo o senso de respeito pela sociedade. O problema é que em duas ou três gerações pode-se acabar com a cultura moral, mas vai-se precisar de um século para reconstruir tudo isso. O sr. vê as escolas, os governos, alguém realmente preocupado com essa situação e tentando modificá-la? GFN - Nós temos uma questão básica que é a família. Valores éticos e morais são coisas que têm de ser construídas dentro da família. Eu acho que, antes da escola, essa questão cabe primeiro à família. A escola tem o seu papel, mas a base é a família – o pai e a mãe transmitirem valores corretos, éticos, não só no pensamento ou no falar, mas principalmente na transmissão do pensamento, na conduta e nas atitudes. É preciso que a família tenha atitudes moralmente sem conflito, para que o filho e a filha possam herdar, intrísecos ao perfil moral, como valores instituídos. E que também possam eles transmitir isso mais fortalecidos para as próximas gerações.
GFN - Eu acho que nós temos um déficit muito grande no perfil desse profissional de educação. Não apenas do professor, mas da cadeia envolvida - psicólogo, pedagogo e outros profissionais. Todos foram formados na forma padrão do perfil do professor. Não foram trabalhados para ter ferramentas educativas diferenciadas, para trabalhar com ousadia e iniciativas radicais na forma de transmitir ensinamento. Hoje nós temos uma base tecnológica disponível e as escolas não estão preparadas para utilizá-la adequadamente. Há uma quebra de paradigma na forma de aprender e captar informação e conhecimento. Não se aprende mais em quatro paredes. O mundo à sua volta lhe ensina. Num contexto assim, tem de se fazer com que o jovem e o profissional tenham prazer em aprender e ensinar. Que se deleite com a possibilidade de assimilar e produzir conhecimento. E a gente está muito aquém desse modelo diferente de ensino e aprendizagem. Hoje nós temos escolas que não
A lei estabelece o ensino de filosofia e de sociologia nas escolas. Essa determinação não é seguida, ou é negligenciada? GFN - Eu acho que é negligenciada. É um comportamento negligente e que se confunde, muitas vezes, com aparelhamento ideológico, a partir de condutas orientadas partidariamente e com interesses políticos. São condutas questionáveis. É uma questão que preocupa, porque a filosofia e a sociologia têm o poder de ensinar a pensar, a agir e orientar como o indivíduo deve se comportar e tomar decisões. São valores que saem da estrutura pessoal e educativa, para ganhar vulto numa condição maior para a sociedade, de valores mais consistentes, com impacto na situação do estudante e do profissional. O ensino dessas ciências é essencial para um comportamento mais ativo do aluno para a convivência com outros setores e para a sua formação moral e cidadã, com repercussão futura no seu agir profissional e pessoal. Há alternativas viáveis para fugir ao currículo tradicional, como forma de preparar jovens para a vida, e não apenas para passar nos exames de acesso ao ensino superior? GFN - Eu acho que as duas coisas são importantes. Tem-se de pensar a educação como formação para a vida, mas também como instrumental de conhecimento, que possa dotar o aluno das condições para ele ter bom desempenho nos exames e para entrar adequadamente preparado no mercado de trabalho. São duas questões que não devem ficar em conflito, mas se complementar. Formar para o mercado, aliás, é algo que o Brasil não faz há muito tempo. Não se tem aqui uma formação nem acadêmica, nem científica de qualidade, capaz de atender às necessidades do mercado e do mundo econômico. Nós temos bons cientistas, mas que precisam sair para outros países para se aprofundar e ganhar bases econômicas mais sólidas. Eles vão lá, ganham visão mercadológica e empresarial, e voltam com base de patentes registradas em outros países e outras estruturas científicas. Nós temos uma formação acadêmica muito aquém do perfil do pesquisador e profissional muito aquém das necessidades do mercado. E a formação para a vida também deixa a desejar, acredito eu que muito por conta da ausência dessa formação moral e ética sólida. A gente precisa criar um novo processo de ensino que tenha compromisso não apenas com o aluno em si mesmo, mas que mostre que ele tem responsabilidades com o que tem em torno dele, com o ambiente ao redor, com o país e com o mundo, com as gerações futuras.
Gilberto Freyre Neto em Berlin, com Barão Von Kunow, presidente da DBG – Associação Brasil Alemanha, embaixadora Maria Luiza Ribeiro Viotti, da Embaixada do Brasil em Berlin, e Rainier Michael, da Fundação Gregorius Mattig
usam mais papel, usam tablets. Uma coisa não exclui a outra, evidentemente, mas o modelo já pressupõe um novo tipo de ferramenta educativa. E, melhor, o aluno já tem essa ferramenta disponível 24 horas por dia. Enquanto ele está jogando um vídeo game, está aprendendo a fazer cálculo, absorvendo conhecimento e desenvolvendo outras habilidades sensoriais e de movimento. Há equipamentos modernos que desenvolvem jogos a laser e induzem a um comportamento que ajuda a absorver conhecimento. Falta no Brasil a ousadia de romper com o comportamento tradicional, do “professor palestrante X aluno ouvinte”. A gente precisa mudar isso! A sala de aula não está em quatro paredes, ela está no museu, ao ar livre, no tablet, na internet. O aprendizado não pode se conter a quatro horas de aula, a uma parede com quadro de giz, a um momento específico. Não há mais espaço para isso. O ambiente acadêmico está preparado para esse novo ambiente de ensino? GFN - O Brasil gosta muito de high tech, da chamada alta tecnologia. E esquece da low tech. E a low tech é tão ou mais gratificante quanto a alta tecnologia. A low tech é basicamente você reaprender a fazer cálculos deixando a calculadora de lado e usando o ábaco (antigo instrumento de cálculo, formado por uma moldura com bastões ou arames paralelos, dispostos no sentido vertical, correspondentes às unidades, dezenas...). Não porque o ábaco seja uma forma de aprender a fazer conta de cabeça, mas também porque tem uma história por traz, e isso pode gerar prazer e aprendizados novos. Você pode, por exemplo, contar a história da China e, através de um ábaco low tech, ver como os chineses faziam contas 2, 3 ou 4 mil anos atrás. Você pode induzir as pessoas a um tipo de comportamento espaço-numérico diferenciado, e pode descobrir um grande cientista. Pode provocar mudança de comportamento num matemático, economista, administrador ou contabilista que vai provocar uma forma diferente de lidar com aquilo ali pelo prazer de ir além das quatro operações numa calculadora ou numa planilha de Excel.
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Entrevista Quer dizer, não adianta apenas colocar tablets nas mãos dos alunos...? GFN - Não faz o menor sentido. Sem um conteúdo que induza a pessoa a um salto de pensamento e ação, a gente não vai estar fazendo nada. A gente tem de desenvolver é a interatividade desse equipamento, é buscar formas de aproveitar adequadamente o potencial e a facilidade de acesso ao conhecimento que ele proporciona. Se fosse assim, quando a TV surgiu a gente teria tido um salto educacional fantástico, e não aconteceu nada disso. Banalizou-se tudo. Os conteúdos vão se banalizando, deixando totalmente de lado o potencial educacional que poderiam ter.
romperam com essa tradição de verdade absoluta. O Cesar (Centro de Estudos de Sistemas Avançados do Recife), uma entidade do terceiro setor, acabou de conseguir o primeiro lugar no concurso de simulação de análise de software numa competição internacional, concorrendo com grandes grupos e instituições da área no mundo. Recife se posiciona hoje como um centro de excelência na área de TI (Tecnologia da Informação), e neste meio tem o Cesar, que tem profissionais oriundos das universidades federal e estadual, de empresas de tecnologia, engenharia elétrica, eletrônica e comunicação. Esse grupo presta serviços para gigantes como Samsung, Motorola e Nokia. Conseguiram romper com as estruturas locais de ensino e aprendizagem e tem acesso hoje ao que há de melhor no mundo em termos de TI.
Como desenvolver as habilidades e talentos individuais num modelo focado no “eu ensino, você aprende”, que não estimula o aluno a questionar?
O Sr. considera que a obra do seu avô, Casa-Grande & Senzala, ainda desperta o interesse que merece?
GFN - Isso tem a ver com a condição de ensino de filosofia nas escolas. A gente é ensinado desde cedo a ter o respeito ao professor, que não é apenas ao cidadão professor, mas à condição do cidadão que ensina, que não deve ser questionado. Isso também é culpa da família. Nós colocamos o professor como um ser inquestionável em termos de conteúdo. E não pode ser assim. É o questionamento que leva à evolução, é a pergunta que leva à resposta certa. Faz parte do processo. Questionar o professor não é desrespeitá-lo; pelo contrário, é respeitar a condição dele de ensinar, é acreditar que ele pode dar a resposta mais correta. Não pode ser “eu falo verdades absolutas e você aceita”.
GFN – Eu acho que Gilberto Freyre ainda é pouco lido no Brasil. Há uma leitura especialmente em cima do Casa Grande. Mas ele escreveu a vida inteira, tem mais de 80 livros publicados. Casa-Grande & Senzala é um desses livros, é parte de uma coisa maior, de um conjunto de livros da história da evolução da sociedade patriarcal no Brasil. É através deles que Gilberto Freyre conta a história do Brasil a partir do viéis da formação sociológica, da análise da historiografia. Casa Grande certamente é o mais lido, mais interpretado, mas absorvido dentre de grupos de interesses específicos, mas tem um potencial ainda muito grande de ser lido pela sociedade, que é má leitora daquilo que deveria ser fundamental para se interpretar todos esses conceitos que conversamos aqui – a formação e o comportamento social, a transferência de valores e culturas para as próximas gerações. É um livro de mais de 80 anos e continua sendo editado porque tem consumo. Mas deveria ser muito mais lido.
O ensino da filosofia e sociologia importam muito nessa mudança de modelo? GFN - Impacta. A sociologia, por exemplo, deve ser ensinada em sala de aula porque a partir da nossa formação é que se explica o nosso comportamento, é que se entende a evolução social e cultural brasileira. E a gente precisa conhecer a base da nossa formação social para entender o que somos hoje, e a partir daí possamos reforçar os aspectos positivos e diminuir as questões negativas. É utopia, nunca vamos conseguir isso, mas pelo menos podemos diminuir os efeitos negativos e aumentar os positivos. A gente precisa entender o que somos para dizer às próximas gerações o que elas podem ser. Por que em geral o Brasil é mal avaliado em exames internacionais, como o Pisa? GFN - É um somatório de tudo isso. Todos esses exames, de forma coletiva, colocam em posição muito ruim o aluno brasileiro. Ao contrário de países que são insignificantes econômica e culturalmente, em comparação com a força brasileira. Isso baliza a situação mediana da nossa sociedade. Mas temos também grupos de excelência, gente que rompe com essa tradição e são campeões de concursos internacionais em suas áreas de atuação. Grupos de matemática e de física saem vitoriosos em disputas nacionais e internacionais. São alunos brasileiros geralmente de grupos de escolas que romperam com aquele modelo tradicional de ensino e aprendizagem e, por essa ousadia, estão sendo premiados. De onde estão saindo? GFN - Na maioria das vezes de estruturas tradicionais, como colégios militares. Aí no Piauí, por exemplo, tem o Educandário Santa Maria Goretti e o Instituto Dom Barreto, que ficam colocados entre os dez e vinte melhores colégios do Brasil, porque
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O Sr. pode falar das ações e iniciativas que a Fundação Gilberto Freyre desenvolve hoje no país? GFN - Nós trabalhamos Gilberto Freyre não como o homem, o escritor, mas suas idéias e o que consideramos ser mais valoroso e importante para o país. Desenvolvendo ações que valorizam a cultura brasileira e nordestina, e que podem deixar um legado para as gerações futuras, além de atender a necessidades de conhecimento das gerações atuais. Atualmente estamos muito empolgados com um trabalho que apresentamos recentemente, e que vou levar para minha apresentação no Piauí - é o Cais do Sertão, que é uma belíssima representação do homem nordestino a partir da leitura da obra de Luiz Gonzaga. Ousamos no desafio de apresentar a obra de Luiz Gonzaga para o Nordeste e o Brasil, sua letra e sua música que são a própria representação da cultura e dos costumes nordestinos, que contam ao Brasil o que é o Nordeste. A partir dessas letras e músicas, construímos um museu com o que há de mais moderno em tecnologia do mundo, em termos de ferramentas de difusão de conhecimento. É um museu interativo, com muito som, música, imagem em movimento. Há muito o que ver, sentir e pegar. Qual a repercussão desse projeto? GFN – Uma repercussão muito positiva. Tivemos mais de 15 mil visitantes/mês em Recife. É a modificação desse conceito de transferência de conhecimento, das verdades absolutas, de transmissão de informação. As pessoas podem ir lá, ver, se emocionar, porque é uma representação do que tinha lá em sua terra, que ele deixou para traz, fugidos da seca. Trabalhamos nesse projeto nos últimos dois anos, e ainda está em fase experimental, mas muito bem aceito pelo Pernambuco. A ideia é que seja um museu mais do que de Pernambuco, que seja principalmente do Nordeste e do Brasil.
O Educador - Informativo Sinepe-PI - Dez/2014
Matéria de Capa
Fundação Odilon Nunes Incentivo à educação e à cultura do Piauí
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riar e executar projetos e ações que possam promover a cultura e a educação, e estimular a difusão do conhecimento e de práticas do saber. Esta é a principal missão da Fundação Cultural e Sócio-Educacional Odilon Nunes, entidade
de direito privado sem fins lucrativos que o Sinepe (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado do Piauí) acaba de criar. A entidade é uma forma de o Sinepe-PI incentivar a produção cultural no Piauí. “A Fundação Odilon Nunes nasce com o propósito de desenvolver projetos na área cultural e educacional, como forma de promover a cultura e a educação em seu sen-
tido mais amplo. Trata-se, a meu ver, de uma importante ferramenta que estamos colocando à disposição da sociedade para a promoção das artes”, diz o presidente do Sinepe-PI, professor Dalton Leal. Segundo ele, a Fundação é um desejo antigo do Sinepe-PI que se materializa agora. Dalton diz que o sindicato tem buscado parcerias com organismos públicos e privados para desenvolver iniciativas na área educacional e cultural, beneficiando comunidades e grupos sociais. “A nossa ideia é utilizar a experiência e o know-how da educação privada em benefício da sociedade, como forma de fazer educação inclusiva”, explica.
cação do Piauí em todos os tempos, o historiador Odilon Nunes.
Para ele, a Fundação Odilon Nunes cumprirá essa tarefa através de ações como
“Dar à Fundação o nome de Odilon Nunes é não apenas uma forma de
a promoção de convênios com entidades públicas e privadas, realização de estudos
homenagear um dos maiores nomes da educação do Piauí, mas principalmente de
e pesquisas e oferta de cursos, congressos e seminários, dentre outros. Dalton Leal
estimular o estudo e a pesquisa sobre a obra de Odilon Nunes e, assim, ajudar a
lembra que a Fundação homenageia um dos maiores nomes da cultura e da edu-
perpetuar a sua memória”, diz Dalton Leal.
Uma obra indispensável
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dilon Nunes foi um dos mais notáveis homens da cultura piauiense. Professor, pesquisador, historiador, escreveu 20 livros, que formam hoje um acervo amplo e aprofundado da história, da geografia e da economia do Piauí, indispensável para quem quer conhecer as origens do nosso estado. Filho de Gil José Nunes e de D. Presilina Liberalina Ribeiro do Bonfim, nasceu em Amarante, em 10 de outubro de 1899, e morreu em 22 de agosto de 1989. Foi casado com D. Maria do Carmo Veras Nunes, não deixando descendência. Fez seus estudos regulares em Amarante, mas consagrou-se como autodidata, sedimentando conhecimento na leitura dos clássicos graças à criação em um ambiente familiar intelectual em que se destacava o pai, “um afeiçoado à História e à Geografia”, como ele próprio definira. Fundou o Colégio Amarantino, que funcionou de 1928 a 1932. Em Teresina, para onde se mudou mais tarde, tornou-se professor e diretor da Escola Normal Oficial
do Estado e do Liceu Piauiense. Foi também Inspetor Técnico do Ensino, coordenador do Censo Estatístico Escolar, diretor da Instrução Pública do Estado, cargo que corresponde hoje ao de secretário estadual de Educação, e membro do Conselho Estadual de Educação. Apaixonado pela historiografia, dedicou-se com afinco à pesquisa histórica, indo às fontes primárias e elucidando passagens até então obscuras de nossa história, destacando-se como pesquisador criterioso e analista profundo dos dados que colhia. Legou, desta forma, uma obra de repercussão nacional, um divisor de águas na historiografia piauiense. “É ele o responsavável pela obra basilar de nossa historiografia, Pesquisas para a História do Piauí, que mereceu de eminentes historiadores, como José Honório Rodrigues, os mais entusiásticos louvores”, define o professor e escritor M. Paulo Nunes, da Academia Piauiense de Letras, na coleção Figuras Notáveis da História do Piauí, editada pelo jornal Meio Norte e pela APL, em 2001.
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Sinepe-PI em ação
Reunião da Confenem em Brasília, com participação do presidente do Sinepe-PI
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Sinepe-PI na Confenem e no CEE
presidente do Sinepe-PI, professor Dalton Leal, participou em Brasília, no dia 10 de dezembro, da última reunião da diretoria da Confenem (Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino) este ano. Dalton integra a Câmara de Educação Básica da entidade, na diretoria eleita no ano passado para o quadriênio 2014/2017. A Confenem representa em nível nacional os sindicatos de estabelecimentos de ensino dos estados de todo o país. É a primeira vez que um representante do Piauí faz parte da composição da diretoria da entidade, em 33 anos de existência do Sinepe-PI. “Acho que isso representa um reconhecimento ao trabalho que realizamos no Sinepe-PI, de valorização e fortalecimento das escolas enquanto empresas, e de busca permanente do aperfeiçoamento do
processo pedagógico para melhorar o ensino que oferecemos”, diz Dalton Leal. O presidente do Sinepe-PI também é membro efetivo do Conselho Estadual de Educação (CEE) do Piauí, representando o segmento das escolas e instituições de ensino privadas do estado. Formado por 13 membros, o conselho atua na fiscalização e normatização da rede de educação pública e privada no Piauí. Para Dalton Leal, a presença de um membro efetivo das escolas privadas no CEE é fundamental para garantir a representatividade do segmento nas decisões que envolvem todo o setor educacional do estado. O nome dele e os dos demais membros foram aprovados pela Assembleia Legislativa do Piauí, a partir de indicação da Secretaria de Educação e do Governo do Estado.
Artigo
Sem professor não há educação, sem educação não há futuro!
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que significa ser professor? Ser professor deve representar um ideal! Ser professor significa exercer uma profissão muito complexa e de elevada relevância para a humanidade. Ao educar uma pessoa, na realidade, se está educando a humanidade inteira! O maior professor é a natureza, pois foi(é) através dela que o homem adquire (tem adquirido) todo o conhecimento que existe hoje e que existirá amanhã! A natureza é, e continuará sendo, pois, o maior professor que existe! Interessante observar algumas características da natureza: ela é paciente, está em constante evolução, é ativa, está sempre pronta para ensinar, dá exemplos, trata todos sem fazer qualquer distinção, corrige e faz reprimendas quando necessário. Há alguma semelhança com o mister do professor? Parece que sim! Por que então não imitá-la sempre? O professor deve ter paciência para ensinar, deve buscar sempre novos conhecimentos e técnicas, não pode ser inerte e sempre deve estar pronto para ensinar, além de ser exemplo. O professor não pode discriminar ninguém, pois
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seu labor é com pessoas, com seres humanos. O professor deve ainda corrigir e reprimir sempre que necessário for! Eis aí toda a complexidade que envolve essa nobre profissão. O que seria do mundo sem o professor? Uma breve reflexão sobre essa pergunta já remete à própria existência humana! Como os conhecimentos seriam transmitidos? Como se poderia pensar em evolução? O conhecimento exige mais conhecimento! Sócrates dizer só saber que não sabia de nada! Foi tido como irônico por causa disso, pois era detentor de muito conhecimento, porém ele sabia não havia, como não há, limites para o conhecimento! Pecotche disse que “conhecer é viver uma realidade que a ignorância impede desfrutar” e ainda que “o saber supre as experiências e ilumina os passos”! Conhecer é tudo. A educação é tudo! O professor é o agente que, ao tempo que está sempre a aprender, também está a ensinar! Erasmo vaticinava: “A primeira fase do saber, é amar os nossos professores.” Sem professor não há educação, sem educação não há futuro!
O Educador - Informativo Sinepe-PI - Dez/2014