Informativo Sinepe-PI

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O III Fórum de Educação, realizado pelo Sinepe-PI, colocou em debate a cultura popular nas escolas e os desafios da educação frente às novas tecnologias. Pág. 3

Cultura e Educação A Fundação Odilon Nunes firma parceria com a OAB Piauí, Fundação Gilberto Freyre, Fazenda da Paz e Sistema S para a execução de projetos educativos, culturais e de inclusão social. Pág. 3

Artigo Fundação Odilon Nunes, uma conquista social! Pág. 7

Mudança nas regras do Fies

Instituições de Ensino Superior e alunos têm enfrentado dificuldades para a renovação dos contratos do Fundo de Financiamento Estudantil. Pág. 4 e 5


EXPEDIENTE O Educador Informativo do Sinepe-PI (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado do Piauí) DIRETORIA Presidente - Dalton Luis de Moraes Leal 1º Vice–presidente - Marcelo Rodrigues Siqueira 2º Vice–presidente - José Airton Veras Soares 1º Secretário - Thiago Parente Rodrigues 2º Secretário - Francisco Espedito Costa Miranda 1º Tesoureiro - Paulo Raimundo Machado Vale 2º Tesoureiro - Marcelino Gonçalves do Nascimento

CONSELHO FISCAL Membros efetivos Clementino de Jesus Barbosa Siqueira Paulo Raimundo Machado Vale Francisco Antonio de Alencar Suplentes Ana Maria de Sousa Gilson Figueiredo Viana Francisco das Chagas A. Machado

DELEGADOS Membros efetivos Dalton Luis de Moraes Leal Paulo Raimundo Machado Vale Suplentes Francisco Antonio de Alencar Marcelo Rodrigues Siqueira

INFORMATIVO - O EDUCADOR Jornalista Responsável e Redação - Mussoline Guedes Diagramação – Gustavo Athayde - R2 Comunicação Fotos – Wagner Santos, Arquivo Sinepe-PI Impressão – Gráfica e Editora do Povo Ltda. Tiragem – 5 mil exemplares

Rua José Paulino, 845, Edifício PM Center, Térreo, Bairro Fátima Teresina-PI, CEP: 64049-360 Telefone (86) 3222 6002 Site: www.sinepe-pi.org.br E-mail: sinepepi@gmail.com

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Editorial

O Fies e a pátria educadora

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nstituições de Ensino Superior do país inteiro entraram 2015 surpresas e apreensivas com as mudanças anunciadas pelo Governo Federal, no final de 2014, nas regras do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). Não é para menos. Criado em 1999, o Fies se transformou, nos últimos anos, no mais extraordinário instrumento de acesso de estudantes ao Ensino Superior nas universidades privadas. O crescimento verificado no programa nos últimos três anos do Governo Dilma dá uma dimensão da importância do Fies para os estudantes e consequentemente para o processo de capacitação e qualificação tão almejados por nossa sociedade. De cerca de 500 mil em 2012, saltou para 1,9 milhão de estudantes beneficiados em 2014. E deve ultrapassar os 2 milhões de alunos inscritos este ano. Para o estudante, o Fies é um facilitador do acesso ao Ensino Superior, já que paga de 50% a até 100% do curso, ficando o aluno comprometido a ressarcir depois, quando já formado e trabalhando. As mudanças nas regras do programa deixaram faculdades, estudantes e pais de alunos com as mãos na cabeça. A medida restringe o acesso do aluno ao financiamento e criou problemas sérios para aditamento dos contratos antigos. O resultado é que as instituições nada receberam do Governo Federal, este ano, referente ao programa.

Ironicamente, o Governo Dilma elegeu o tema educação como prioridade para seu segundo mandato, como sugere o lema Pátria Educadora, lançado pela própria presidente, ainda no ano passado. Matéria especial desta edição do Educador traz a discussão do problema para o universo das instituições de ensino superior do Piauí que trabalham com o Fies, e mostra o que elas esperam do governo. Outra matéria aborda um assunto que começa a chamar a atenção das escolas e entidades que trabalham com educação: como incluir e trabalhar o aluno especial, deficiente ou portador de distúrbios de comportamentos na escola? O Sinepe-PI aponta iniciativas que ajudam na solução de conflitos envolvendo o assunto. O Educador faz ainda um resumo do que ocorreu no III Forum de Educação, realizado em dezembro de 2014 pelo Sinepe-PI, que colocou em discussão a cultura popular e as novas tecnologias em sala de aula. Instalada oficialmente durante aquele evento, a Fundação Odilon Nunes começa a desenvolver seus primeiros projetos de incentivo à educação, às artes e à cultura. Está tudo aqui, a partir da próxima página. Boa leitura!

Palavra do Presidente O valor social do saber

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ste início de 2015 tem um significado especial para nós, educadores, associados e dirigentes do Sinepe-PI (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado do Piauí). Após um demorado e criterioso trabalho de organização de papéis e documentos, começam oficialmente as atividades da Fundação Odilon Nunes, instituição de direito privado que desenvolverá projetos de educação, cultura e artes em geral. A Fundação nasce como um braço do Sinepe-PI que tem por objetivo principal promover a cultura e a educação, através de parcerias com entidades e instituições que desenvolvem projetos importantes para o crescimento do cidadão. As primeiras parcerias foram assinadas no III Fórum de Educação, realizado pelo SinepePI em dezembro. Os projetos iniciais começam agora a sair do papel e se materializar em ações em prol da difusão da cultura e do conhecimento. É ideia da Fundação Odilon Nunes lançar e relan-

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çar obras de autores piauienses, desenvolver projetos de ensino e apoiar eventos, seminários e outras iniciativas que contribuem para a ampliação do saber e a construção da cidadania em bases sólidas. O que nos move é o desafio de levar a educação e a cultura a mais gente, alimentar o idealismo preconizado por mestres como Gilberto Freyre, de estimular o aprendizado e o conhecimento, e estancar a sede do outro por cultura e saber. A Fundação Odilon Nunes, cujo nome homenageia um dos mais importantes educadores do Piauí em todos os tempos, é a materialização do compromisso do Sinepe-PI com a cidadania. Através dela, estamos colocando as ferramentas de que dispomos à disposição do nosso estado para a construção de uma sociedade mais igualitária e desenvolvida. Somos pioneiros neste desafio, pois estamos criando a primeira entidade de sindicato idealizada com o propósito principal de desenvolver projetos e ações com vistas à formação cidadã.


III Fórum de Educação

Fundação Odilon Nunes firma parcerias para projetos culturais e educacionais

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ntidade de direito privado vinculada ao Sinepe-PI (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado do Piauí), a Fundação Odilon Nunes está elaborando projetos de responsabilidade social nas áreas de educação, cultura e inclusão social, para desenvolver em parceria com entidades como Ordem dos Advogados do Brasil e Fundação Gilberto Freyre. As parcerias foram assinadas durante o III Fórum de Educação, realizado pelo Sinepe-PI, em dezembro do ano passado. O evento oficializou a criação da Fundação, que objetiva qualificar e capacitar trabalhadores em educação, e incentivar a arte, a cultura e a educação através de parcerias com entidades da sociedade civil. As parcerias foram assinadas com a OAB-PI (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Piauí), Fazenda da Paz, Sistema S e com a Fundação Gilberto Freyre, de Recife (PE). A diretora executiva da Fundação Odilon Nunes, Rafaela Barros, diz que a entidade está elaborando três projetos. Um deles prevê a reedição de livros e coleções de

autores piauienses para distribuição entre escolas, livrarias, entidades e instituições. O presidente do Sinepe-PI, professor Dalton Leal, acredita que as parcerias assinadas pela Fundação vão possibilitar a execução de projetos que contribuirão para a construção da cidadania em bases sólidas. Dalton diz que a criação da Fundação é a afirmação do compromisso do Sinepe-PI com a cidadania. “Estamos criando um divisor de águas ao propor colocar o conhecimento e as ferramentas de que dispomos para ajudar na construção de uma sociedade mais cidadã”, afirma. Ele lembra que a Fundação Odilon Nunes é a primeira entidade de sindicato a ser criada com o propósito principal de desenvolver projetos e ações nas áreas de cultura e educação com vistas à formação cidadã. “É uma responsabilidade muito grande, mas trabalhar a educação em favor da cidadania é uma missão que não pode ser terceirizada, ou deixada como tarefa do Poder Público. Nós, enquanto sociedade civil, temos de fazer a nossa parte. É o que estamos fazendo, e temos certeza que os resultados virão”, finaliza.

Fórum de Educação debate a cultura popular

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III Fórum de Educação, realizado pelo Sinepe-PI, colocou em debate a cultura popular nas escolas e os desafios da educação num ambiente em que as modernas ferramentas tecnológicas interferem diretamente no processo de ensino e aprendizagem. O evento contou com palestra do sociólogo Gilberto Freyre Neto, da Fundação Gilberto Freyre, e aula espetáculo do humorista João Claudio Moreno. Dalton Leal diz que o evento reafirma o compromisso do Sinepe-PI com a busca de alternativas para melhorar a educação no Piauí. Ele frisa que o potencial da educação privada do Piauí pode ser revertido em benefício do Estado. “O Piauí orgulha-se de ter uma educação privada de qualidade, e é nossa responsabilidade transferir conhecimento e colocar ferramentas à disposição de todos para aproveitar o potencial que temos nesta área”, conclama. O Fórum reuniu educadores, representantes de entidades da sociedade civil e dirigentes da rede pública de ensino na discussão de assuntos relacionados à educação. A convite do Sinepe-PI, o historiador Fonseca Neto fez uma saudação ao também historiador Odilon Nunes, um dos mais notáveis homens da cultura do Piauí, que dá nome à entidade. Ele afirma que Odilon Nunes deixou todo um acervo de escritos que ajudam as sucessivas gerações de piauienses a entenderem o estado e sua gente.

O sociólogo Gilberto Freyre Neto, da Fundação Gilberto Freyre, de Recife (PE), foi o palestrante principal. Ele apresentou o espaço cultural Cais do Sertão, um museu baseado em Recife que reúne imagens, som e depoimentos, e destaca os valores culturais do Nordeste a partir da obra de Luiz Gonzaga. Gilberto Freyre Neto também falou do impacto da internet e outras ferramentas tecnológicas nas escolas e no processo de aprendizagem. O humorista João Claudio Moreno encerrou o evento com uma aulaespetáculo, mostrando de forma bem humorada e divertida as peculiaridades da cultura e dos costumes dos povos piauiense e nordestino.

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Especial

Mudanças no Fies prejudicam instituições e estudantes

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riado em 1999, no governo de Fernando Henrique Cardoso (1995/2002), o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) se transformou, ao longo de 15 anos, no mais extraordinário instrumento de acesso de estudantes ao ensino superior nas universidades privadas. Hoje, 1,9 milhão de estudantes matriculados em 1.600 instituições de ensino superior do país fazem graduação com as mensalidades financiadas, total ou em parte, pelo programa. O Fies paga de 50% a 100% da mensalidade, dependendo da renda da família. No ano passado, o governo gastou R$ 9 bilhões com o Fies. Este ano, pelo menos 196 mil estudantes devem aderir ao financiamento. O Fies é um sucesso tão avassalador que em três anos cresceu quase quatro vezes em números de estudantes contemplados – eram 500 mil em 2012, contra os atuais 1,9 milhão. Os dados são do Ministério da Educação. Com números tão vultosos, não é de surpreender a enorme confusão que as mudanças anunciadas pelo Governo Federal no programa, no final do ano passado, causaram a estudantes e instituições de ensino. Sem discutir ou avisar a ninguém, o governo impôs o teto de 6,41% nos reajuste das mensalidades para renovação dos contratos antigos ou adesão de novos estudantes e fixou em 450 o número mínimo de pontos que o aluno deve alcançar no Enem (Exame Nacional de Ensino Médio) para inscrição no Fies. As mudanças geraram dúvida e receio em estudantes e pais cujos filhos estudam em universidades particulares graças ao Fies. A revolta maior é nas instituições de ensino. A Confenen (Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino) tratou do assunto em reunião em fevereiro. As entidades procuraram a Justiça contra as mudanças nas regras do programa. Uma liminar que cassava decisão de primeiro grau derrubando as medidas foi anulada em março pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília. O caso continua na Justiça. No Piauí, a situação não é diferente do restante do país. “O governo deu um nó no sistema. Os estudantes não conseguem aditar os contratos antigos e há muita dificuldade para fazer novas inscrições. Ninguém sabe o que fazer”, diz José Airton

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Veras Soares, diretor do Cesvale (Centro de Ensino Superior Vale do Parnaíba). Com 30 anos de mercado, o Cesvale foi a primeira instituição de ensino superior privada do Piauí. Airton Veras diz que nunca viu, nestas três décadas, mudança tão drástica nas regras do ensino. “O pior de tudo é que o governo mudou as regras com o jogo andando. Pegou todo mundo de surpresa – pais, alunos e instituições de ensino”, lamenta. Segundo ele, 60% (840) dos 1.400 alunos matriculados nos cursos de Ciências Contábeis, Direito e Administração do Cesvale têm financiamento do Fies. A Uninovafapi também sente o impacto das mudanças nas regras do Fies. Dos 6.200 alunos da instituição, aproximadamente um terço (ou pouco mais de 2 mil estudantes) têm o Fies. “As mudanças no programa são uma coisa sem propósito. Não há decreto, portaria, nada que regulamente tais mudanças”, protesta Francisco Antonio Alencar, vice-reitor da Uninovapi.

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Especial

Teto de reajuste é interferência na política financeira das instituições Das mudanças nas regras do Fies a que mais pesou para as instituições de ensino é a que define o teto de 6,41% de aumento nas mensalidades para abertura de novas inscrições e aditamento dos contratos antigos. A outra mudança, que começou a valer agora em abril, é a exigência de que o aluno obtenha pelo menos 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio, sem zerar a prova de redação. O governo justifica que o percentual de 6,41% corresponde à inflação medida no ano passado pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). No caso da pontuação mínima, o Ministério da Educação justifica que a intenção é melhorar a qualidade do ensino no país. Raciocina que os candidatos agora vão se esforçar mais nos estudos para atingir a nota mínima no Enem. A criação do teto de 6,41% de aumento é, para as instituições de ensino, uma interferência na política financeira das universidades particulares. Elas argumentam que as mensalidades são definidas de acordo com os custos de cada universidade. “Cada instituição tem seus custos, e os reajustes nas mensalidades são definidos de acordo com esses custos”, diz Airton Veras, do Cesvale, que reajustou em 8,6% as mensalidades deste ano – ou seja, 2,2 pontos percentuais a mais do que o teto definido pelo governo. Francisco Antonio Alencar, da Uninovafapi, ratifica: “Cada curso tem suas diferenças e peculiaridades. Não dá para fixar um reajuste linear para todos, e com base na inflação”. A Uninovafapi reajustou em 12% as mensalidades para este ano, e decidiu a princípio transferir para o aluno o valor que excede o aumento autorizado pelo governo, dividindo em seis parcelas esse excedente (já que o repasse do governo é feito por semestre). Mas a própria direção da instituição recomenda aguardar os resultados das ações ajuizadas na Justiça contra as medidas, para ver como vai ficar.

Mudanças frustram expectativas de alunos O Fies é um programa particularmente interessante porque facilita o acesso do estudante aos cursos de graduação nas universidades privadas. Através do programa, o governo paga as mensalidades dos alunos inscritos, com recursos oriundos do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), garantindo que o estudante que não tem condições de pagar o ensino superior tenha acesso ao curso que deseja. Agora, o governo muda as regras de forma unilateral, prejudicando os alunos já inseridos no sistema e frustrando as expectativas de uma infinidade de jovens que

viam no Fies uma oportunidade real de “mudar de vida”. Segundo Airton Veras, do Cesvale, nenhuma parcela do programa foi paga este ano. A Uninovafapi também não recebeu nenhum pagamento em 2015. “O último pagamento que recebemos foi agora no dia 16 de março, referente ainda a dezembro de 2014, que era para sair em fevereiro”, informa Francisco Antonio Alencar, da Uninovafapi. Para Alencar, o maior problema gerado com as mudanças no Fies tem sido a falta de respostas em relação às dúvidas sobre os aditamentos e as novas inscrições. “O mais prudente agora é esperar mais um pouco para ver como vai ficar, já que

as instituições estão com ações na Justiça contra as medidas. E o próprio governo admite erros”, recomenda. Ele alerta que as instituições de ensino não podem fazer muita coisa, nem têm culpa. “Os alunos mantidos pelo Fies não têm contrato com a instituição, mas com o Banco do Brasil e com a Caixa, que são os agentes financiadores do programa. A instituição de ensino participa do programa por adesão”, ressalta.

Governo garante aditamentos e novos contratos O governo federal garante que ninguém, nem alunos nem instituições de ensino, vai sair prejudicado pelas mudanças nas regras do Fies. Essa é a tônica de uma peça publicitária produzida pelo Ministério da Educação e que vem sendo exibida nas TVs de todo o país desde o final de março. No comercial, o governo afirma que o Fies é um instrumento fundamental para melhorar o ensino do país e assegura que quem já tem o financiamento terá o programa renovado. Segundo dados do Ministério da Educação, dos 1,9 milhão de estudantes atendidos pelo Fies em todo o país, 296 mil ainda não haviam renovado os contratos até o dia 22 de abril passado. O Ministério da Educação não informou quantas vagas novas serão abertas neste primeiro semestre de 2015. Até a semana passada, tinham sido aprovados 264 mil pedidos de inscrições para novos contratos de financiamento. As inscrições e aditamentos vão até dia 30 de abril, mas o governo admite ampliar esse prazo. Em 2014, o número total de novos contratos foi 731.300 nos dois semestres. Pelo sim, pelo não, as entidades que representam as instituições de ensino superior foram à Justiça contra as medidas. O Ministério Público Federal em Minas Gerais também ingressou com ação civil pública para garantir que os estudantes não sejam prejudicados pelas alterações no Fies. De acordo com o MPF/MG, o Ministério da Educação promoveu as mudanças sem comunicar os interessados. A ação ressalta que as alterações estão causando “angústia e desespero em milhares de estudantes em todo o país”.

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Inclusão

O ensino de alunos especiais nas escolas

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iniciação à vida escolar é um momento único na vida da criança e dos pais. Há toda uma carga de emoções que envolvem os pais e se confundem com a decisão racional de escolher a escola onde o filho vai dar os primeiros passos na vida estudantil. Essa escolha envolve, naturalmente, pesquisas e avaliações sobre as condições materiais, físicas e pedagógicas que a escola oferece ao educando. Não é tarefa fácil! E quando a criança apresenta algum tipo deficiência física ou mental, transtorno de comportamento ou disfunção de saúde, o cuidado precisa ser redobrado. É preciso assegurar que a escola tenha ao mesmo tempo boas referências do processo de ensino aprendizagem e uma estrutura adequada para atender às necessidades da criança. Nos últimos tempos, tem-se ampliado o debate sobre a inserção de crianças especiais nas escolas, envolvendo educadores, pais e dirigentes de instituições de ensino. Atores com responsabilidades diferentes no processo de educar, mas cada um com seu grau de importância, esses três segmentos divergem muitas vezes quando é colocada em discussão a educação de crianças com deficiência ou com necessidades especiais. Na maioria das vezes, porém, esses desentendimentos são mais fruto de desinformação ou da falta de uma boa conversa entre pais e escolas do que da má vontade de um ou de outro de cumprir com sua responsabilidade no processo de educar. “As escolas têm noção absoluta da sua responsabilidade como indutoras do desenvolvimento intelectual e físico do aluno, e também da sua importância para a inclusão da criança no processo de interação social. Não podemos fugir da nossa razão de ser, que é educar, preparar a criança para o futuro”, observa o presidente do Sinepe-PI (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado do Piauí), professor Dalton Leal. Para ele, porém, a educação de crianças especiais ou com algum tipo de deficiência exige uma responsabilidade maior das escolas com o ensino e a forma de tratamento do aluno e com a própria estrutura da escola. Dalton Leal diz que a matrícula de aluno com necessidades especiais precisa

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ser vista caso a caso por parte da escola. “As necessidades são muito particulares, precisam ser entendidas. Além disso, a escola precisa saber como os pais lidam com o assunto, que outros acompanhamentos a criança tem e, por fim, entender as condições que a escola dispõe para garantir o desenvolvimento deste aluno”, explica ele. “Ou seja, o que se está discutindo não é ‘um lugar para deixar o aluno’, mas garantir um atendimento condigno e eficaz à criança”.

Sinepe-PI orienta seguir a lei

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alton Leal explica que nenhuma escola deve matricular um aluno especial sem a garantia de que está plenamente apta a atendê-lo, “sob pena de corer o risco de prejudicar ainda mais o seu desenvolvimento”. Segundo ele, a recomendação do sindicato às escolas filiadas é que sigam rigorosamente o que diz a lei no tocante à oferta de vagas para estudantes deficientes ou com algum tipo de distúrbio de comportamento. Porém, observa que a negociação para a matrícula e a inclusão desses alunos é feita diretamente entre a escola e os pais. “As escolas devem seguir rigorosamente o que diz a lei, mas é preciso uma conversa diretamente com os pais, porque esses alunos geram demandas diferenciadas e específicas das escolas, e necessitam de um tratamento todo especial por parte da escola e dos educadores”, explica Dalton Leal. Segundo ele, nenhuma escola pode ser irresponsável de matricular um aluno especial ou com algum tipo de deficiência sem a garantia de que vai dar a ele o aprendizado e o estudo que ele precisa para se desenvolver. “Disso nós temos plena consciência. E dentro desta premissa, dezenas de escolas em Teresina dão educação de qualidade e promovem a inclusão de alunos deficientes ou especiais dentro do parâmetro defendido pelo sindicato e com pleno entendimento entre escola e os pais”, acrescenta.

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Reajuste Salarial

Sinepe-PI fecha Convenção Coletiva de Trabalho com Sinpro

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Sinepe-PI (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Piauí) assinou, no dia 9 de março, a Convenção Coletiva de Trabalho com o Sindicato dos Professores (Sinpro), com reajuste salarial acima da inflação do período. “É com imensa alegria que comunico que foi chancelada a Convenção Coletiva de Trabalho entre os sindicatos convenentes, com vigência para o ano de 2015, com reajuste salarial do índice inflacionário e ganho real para os professores”, declara o presidente do Sinepe-PI, professor Dalton Leal. O reajuste foi baseado na inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 2014, mais ganho real negociado entre as partes. O aumento vale a partir de 1º de janeiro deste ano. Dalton Leal lembra que, com a Convenção Coletiva de Trabalho 2015, é o quinto ano consecutivo que as escolas particulares e o Sinpro fecham acordo coletivo a partir da negociação e do entendimento entre as

partes. “Trata-se de fato relevante na história da gestão administrativa do Sinepe-PI, uma vez que pela quinta vez consecutiva fechamos amigavelmente com o Sinpro-PI a Convenção Coletiva de Trabalho”, reforça.

Artigo

Fundação Odilon Nunes, uma conquista social!

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Brasil, como é sabido, no tangente à educação e cultura, não ocupa uma boa posição no cenário mundial. Os índices utilizados para mensurar a qualidade da educação, tomando o PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), por exemplo, demonstram que o Brasil ocupa uma posição nada cômoda, muito pelo contrário, aponta um grave problema, uma vez que o Brasil situa-se abaixo de países do terceiro mundo, ficando abaixo da média mundial quando o assunto é matemática e leitura. A crise na educação brasileira exsurge cristalina quando, em três meses de mandato da Presidente Dilma Roussef, o Ministro da Educação já deixa o Governo. No que diz respeito à cultura, o quadro não é diferente, basta ver as dificuldades de se conseguir apoio para o desenvolvimento das artes, em todas as suas formas e nuances, estando muito aquém da sociedade com vulnerabilidade social. Felizmente a sociedade não tem ficado inerte e a inciativa privada, mais uma vez, é quem vem tendo iniciativas valorosas, buscando modificar essa situação desesperadora que vem se descortinando ao longo de anos. O Sinepe-PI, ao criar uma Fundação Cultural e Educacional, como a Fundação Odilon Nunes, dá o exemplo. Demonstra a preocupação dos empresários da educação no Piauí em contribuir para a transformação desse cenário. De fato, uma Fundação que surge do meio educacional, justamente criada por aqueles que mais conhecem de educação, com experiências de sucesso e que estão imbuídos unicamente do propósito de servir, de fazer algo pela sociedade, com o fim de contribuir com o desenvolvimento da educação e cultura no Estado, de melhorar a situação de jovens e adultos que tanto carecem de apoio, só pode ser digna de louvor

e encômios. E a sociedade, a tempo e hora, assim reconhecerá a Fundação Odilon Nunes, não há dúvidas. A primeira Fundação criada no país por um Sindicato das Escolas, um exemplo que deve ser seguido e copiado Brasil afora! A criação da Fundação Odilon Nunes pelo SINEPE, de per si já representa uma importante conquista da sociedade, pois se sabe das dificuldades e das agruras que se tem que passar, num país permeado pela burocracia, pelos chamados “custo de conformidade” e “custo Brasil”, para se poder criar uma Fundação desse porte. A tarefa, agora, é impulsioná-la, e o SINEPE já dá mais um passo ao firmar parcerias, como por exemplo com a Fundação Gilberto Freyre, que já desenvolve projetos de sucesso, inclusive no âmbito nacional. Ao firmar apoio à Fundação Odilon Nunes a Fundação Gilberto Freyre já sinaliza a confiança nesse projeto do SINEPE, o que demonstra a seriedade do mesmo e dá conta de que se está no caminho certo. A Fundação Odilon Nunes abre portas e espaços para a realização de atividades inúmeras, seja diretamente, seja através de parcerias, e poderá ser uma alavanca propulsora, num futuro não distante, da mudança da educação e da cultura no combalido Estado do Piauí. A diretoria do SINEPE merece os parabéns da sociedade piauiense pela grande e importante iniciativa. Oxalá se propague e toque a sensibilidade e os corações dos reticentes e dos colecionadores de ideias mumificadas. Francisco Soares Campelo Filho - Mestre em Direito Público, Diretor Regional do Sesc no Piauí, Presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/PI, professor da Facid/DeVry e da Escola da Magistratura do Estado do Piauí, advogado.

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Seminário

Parceiros em Congresso de Direitos Humanos

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Sinepe-PI (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado do Piauí) e a Fundação Odilon Nunes participaram como parceiros do Congresso Internacional de Direitos Humanos realizado pelo Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Piauí (OAB-PI), entre 8 e 10 de abril. Realizado em Teresina sob a coordenação da Comissão de Direitos Humanos da Ordem, o evento teve entre seus palestrantes especialistas no assunto de todo o Brasil e de países como Espanha e Portugal. O congresso colocou em debate temas relevantes da agenda nacional e internacional envolvendo direitos humanos, como o preconceito, a xenofobia e migrações forçadas, a saúde como direito fundamental, a pena de morte e as prisões inúteis. “O objetivo do evento era fazer uma abordagem multidisciplinar do tema, porque tudo o que atenta à dignidade humana é direitos humanos. Neste particular, alcançamos resultados importantíssimos para a tomada de ações e adoção de medidas de defesa e proteção do cidadão e de seus direitos essenciais”, afirmou o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PI, Campelo Filho. O presidente do Sinepe-PI, professor Dalton Leal, disse que o sindicato e a Fundação Odilon Nunes apoiaram o evento porque ele se insere entre as iniciativas que buscam difundir conhecimento e promover o debate sobre temas importantes da atualidade. “Cada dia mais a discussão sobre os direitos humanos se impõe como necessidade para garantir o respeito à dignidade humana e promover o exercício da cidadania. Seremos sempre parceiros em iniciativas que busquem fortalecer esses valores”, observa ele. Participaram como palestrantes André Luís Callegari (RS), Augusto Jobim (RS), Campelo Filho (PI), Cícero Krupp da Luz (SP), Denis Ortiz Jordani (SP), Gustavo Pereira (RS), João Luis Kleinowski Pereira (RS), José Calvo (Espanha), Julianna Moreira Reis (PI), Paulo Henrique Portela (CE), Pierre Guibentif (Espanha), Roberto Tardelli (SP), Rosália Mourão (PI), Rui Cunha Martins (Portugal), Sandra Regina Martini (RS) e Yuri Felix (SP).

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De casa nova

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Sinepe-PI está de casa nova. Desde janeiro deste ano o sindicato funciona em nova sede, à rua José Paulino, 845, bairro de Fátima, zona Leste de Teresina. De um espaço com três cômodos no centro, de acesso difícil e complicado, mudou-se para um prédio com auditório, salas de reuniões e da presidência assessoria, copa e estacionamento. No local, funciona também a sede da Fundação Odilon Nunes. “A sede nova oferece amplo espaço, mais praticidade e também mais conforto para os funcionários e para os nossos parceiros e visitantes”, diz o presidente do Sinepe-PI, professor Dalton Leal. “Trata-se de uma antiga aspiração de todos nós que fazemos o Sinepe, e que agora se concretiza”.

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