Contos de mistério e suspense
63
Caroline
A primeira vez em que vi Caroline, insondável prazer e espanto não poderia eu supor, que aquele dia de sol trivial me trouxesse. O vestidinho cor creme era suntuoso, porém vestia-lhe de forma despretensiosa. O tecido grosso adornava-lhe os ombrinhos, que ainda não tinham uma década. Assistida pela percepção de toda a previsibilidade do que ocorria em meu consultório, passei a inquiri-la. Não sem medo de que a névoa encantadoramente mística que a cercava se dissipasse, e tendo quase certeza de tal ocorrência. O verbo, porém, sem prurido jorrou, confirmando e radicando minhas impressões mais românticas. — Olá, Caroline, é um prazer conhece-la. Como você está?