nº 1 2º trimestre / 2015
PNE: o desafio de suas metas
Iniciativas educacionais inovadoras no Brasil e no mundo
A escola em 2025 Perspectivas, desafios, utopias. Especialistas e profissionais de educação discutem como será a escola do futuro
Somos uma empresa de tecnologia educacional que busca a inovação não pela simples ação, e sim para fazer a diferença no meio em que atuamos.
Como saber quais as dificuldades na aprendizagem dos alunos, gerenciar e acompanhar atividades por meio de recursos digitais na sala de aula?
Como posso ter informações administrativas e pedagógicas de forma ágil e simplificada para tomada de decisões assertivas?
Qual a sua visão sobre a tecnologia na educação?
Apresentação
Escola 2025: pensando a escola que vamos construir na próxima década Caros amig@s da educação, é uma honra
vezes, exigem soluções que, mesmo simples,
poder testemunhar o nascimento de um pensa-
demandam tempo para serem implementadas,
mento coletivo, uma reflexão ou mesmo a expres-
tenho certeza que, em uma década, teremos um
são de um desejo de pensar na escola da próxima
outro nível de qualidade em nossas escolas.
década. Esta é a primeira edição da Revista Escola
Para isso desenvolvemos esta revista.
2025 e temos muito orgulho de poder reunir neste
Queremos abrir espaço para debater e divulgar
projeto pessoas que admiramos, convivemos e
pensamentos que, acreditamos, serão de grande
que, assim como nós, trabalham todo dia com
valia para os tomadores de decisão da educação
uma coisa em mente: a escola.
e, também, para os educadores. Queremos dar
A Escola 2025 nasceu com um único objeti-
visibilidade às estratégias de tecnologia, estra-
vo: reunir quem vive de e para a escola na constru-
tégias de soluções e estratégias de inovação que
ção de diferentes visões de futuro, a respeito dos
possam sobreviver à fase piloto. E a hora é agora.
desafios que estamos entendendo cada vez melhor
Neste ano de 2015, o Secretário de Educação dos
no nosso presente. As tecnologias já estão por aí. Os
Estados Unidos, Arne Duncan, estabeleceu me-
problemas já estão (em sua maior parte) mapeados.
tas rigorosas para o sistema público americano
As empresas, o governo, líderes educacionais e
que, entre outras coisas, passará a incentivar
educadores estão se mobilizando. Mas nada disso
a adoção de livros digitais, de forma a reduzir
vai dar certo se, para cada problema, a resposta
gradualmente o dinheiro investido nos tradi-
for uma solução pontual, desarticulada da escola
cionais livros impressos até 2020. Mudanças
e de suas idiossincrasias e, mais importante, sem
estão em curso não só em função da revolução
uma visão a longo prazo.
trazida pela tecnologia de consumo (smartpho-
Pessoalmente, venho de diversas experiên-
nes, redes sociais, internet de banda larga etc.).
cias que foram se desenvolvendo desde o ano de
As mudanças estão em curso também porque
2005, ano em que tive a oportunidade de realizar
o Estado e suas políticas públicas passaram a
o primeiro projeto de software pedagógico para
empreender de forma mais ativa para mudar
escolas. Alguns projetos foram um sucesso, outros
a educação.
foram bons, mas não o suficiente para escalar e,
Portanto, a Escola 2025 tem uma respon-
avaliando à luz de um pensamento mais rigoroso,
sabilidade já assumida. Não se trata apenas
posso reconhecer com serenidade que existem
de idealizarmos um tipo de escola próxima da
projetos educacionais em que a tecnologia estava
utopia. Se as soluções para uma melhor escola
certa, a proposta pedagógica era sólida e, ainda
forem pensadas dentro de uma perspectiva de
assim, o projeto não sobreviveu à fase piloto. Uma
excelência em educação, e que esta excelência
década depois, é fácil chegar à conclusão de que
terá seu tempo próprio para ser construída,
o problema não estava no projeto em si, mas sim
então esta é uma estrada em que se vale a pena
na expectativa de tê-lo maduro em apenas seis
viajar pela próxima década. E que a Escola
meses (quando não, menos!).
2025 seja um espaço de construção para esta
Não queremos propor soluções mágicas,
agenda positiva!
puros reducionismos ou ideias mirabolantes. Sabemos que assim não vamos ter boas histórias
Vamos conversar?
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aprender ensinar transformar
para contar na próxima década. Mas se começar-
Aquele abraço, Daniel Igarashi
mos aceitando que problemas complexos, muitas
Diretor de Estratégias e Negócios | MSTECH
Índice
Pelo Brasil e pelo Mundo
pág. 5
CORPO EDITORIAL Daniel Igarashi Dariel de Carvalho Laura Paniagua Justino
Pelo Brasil e pelo Mundo
EDITOR Fernando Mendonça (MTB 57449/SP) JORNALISTA RESPONSÁVEL Michelly Fogaça (MTB 0075987/SP)
Pesquisas e estudos revelam panorama de escolas e medidas que são destaque na busca pela evolução da educação Michelly Fogaça
REDAÇÃO Michelly Fogaça
pág. 11
pág. 22
A Escola do Futuro
Planejar para realizar
pág. 28 O caminho a seguir
pág. 37 Aprender e ensinar sob medida
REVISÃO ORTOGRÁFICA Eduardo Carbone Fernando Mendonça APOIO EDITORIAL Eduardo Carbone Helena Sylvestre Vinicius Carrasco PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO João Brizzi Júnior Morasco ILUSTRAÇÃO E INFOGRÁFICOS João Brizzi Júnior Morasco GERENTE DE MARKETING E VENDAS Bruno Piubeli MARKETING Ana Paula Maroubo Caio Spoladore
pág. 46
Escola e sociedade
Opinião de estudante
Foto: Arquivo pessoal - Caio Dib
pág. 44
CONTATO contato@escola2025.com.br Visite nossa página: www.escola2025.com.br
Revista Escola 2025 é uma realização da MSTECH Educação e Tecnologia S.A. Todos os direitos são reservados.
Jornalista Caio Dib percorreu 17 mil quilômetros para conhecer escolas do Brasil.
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PREPARAR ALUNO PARA MERCADO DE TRABALHO E OFERECER MELHOR AMBIENTE ESCOLAR SÃO DESTAQUES EM ESTUDO A OCDE analisou mais de 450 iniciativas adotadas nos últimos sete anos por 34 países, em sua maioria com alto índice de desenvolvimento humano e PIB elevado. Dentre essas iniciativas, a mais implantada, em 29% dos países analisados, é referente ao preparo dos alunos para o mercado de trabalho e à continuidade dos estudos, com ensino profissional e técnico.
Foto: Shutterstock
ção, uma afirmação conhecida desde as publicações de Charles Darwin em 1859. Nos seres humanos, essa tendência à evolução não leva apenas à sobrevivência do corpo físico, mas principalmente ao aprimoramento intelectual. Não é à toa que as revoluções industriais e tecnológicas estão intrinsecamente ligadas ao crescimento informacional das pessoas. E o que isso tem a ver com a escola? As instituições de ensino são o berçário para a evolução intelectual dos seres humanos e, assim como no Darwinismo, é preciso que essas se adaptem aos alunos de hoje e do futuro e às necessidades emergentes desse público e da sociedade, para que não se caracterizem como ambientes deslocados da realidade. Seja por iniciativa governamental ou não, instituições do mundo todo estão encontrando maneiras de se adaptar e de melhorar a forma de ofertar educação à população. Essa mudança no paradigma das escolas
eleva o desempenho dos alunos em pesquisas sobre a qualidade de ensino e, dependendo da estratégia abordada em cada instituição, prepara os estudantes para que sejam cidadãos mais ativos e profissionais mais qualificados. Alguns exemplos dessas mudanças foram relatados no estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE, divulgado no início deste ano.
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Foto: Shutterstock
A tendência natural dos seres vivos é a evolu-
O que, segundo os especialistas responsáveis pela pesquisa, auxilia no fortalecimento da economia do país, uma vez que interfere na qualidade técnica e amplia a produtividade dos trabalhadores. Um exemplo dessa iniciativa voltada ao mercado de trabalho está em Portugal. Com o objetivo de ampliar as matrículas dos jovens no ensino profissional, os cursos oferecidos passaram a ser compatíveis com a demanda do mercado de trabalho nas diferentes regiões do país. Com intenção similar e buscando a redução da desistência de alunos, a Dinamarca também tem reformulado seu sistema de ensino profissional. A melhoria no ambiente escolar é a segunda iniciativa mais tomada pelos países da pesquisa. Em cerca de 24% deles a preocupação está em reduzir o número de alunos por turma, reformular os currículos e capacitar professores para atender melhor ao perfil do estudante de hoje. Para atingir essas expectativas, Austrália, França e Holanda passaram a investir no treinamento de docentes, com criação de institutos para trabalhar a parte prática e teórica da docência, e a atrair os melhores alunos da educação básica para a graduação em cursos na área de educação.
Em 16% dos países a qualidade importa tanto quanto a quantidade no quesito educação, por isso foram tomadas medidas para que toda a população, ou a maior parte dela, tenha acesso a, pelo menos, um nível mínimo de ensino. No Chile, por exemplo, já é proibida qualquer seleção para escolas de ensino fundamental que apresente como critério renda ou performance. Essas mesmas instituições de ensino também não podem excluir um aluno por baixo desempenho ao longo da vida escolar. Na Nova Zelândia, a preocupação com as minorias foca em estratégias para melhorar a educação dos maoris, a população nativa do país que representa cerca de um quarto dos habitantes. Já na Inglaterra, fundos adicionais são repassados às escolas para que mantenham, nas classes, crianças em risco social. Outras iniciativas da pesquisa se aproximam de ações já presentes no Brasil, como avaliação das escolas para comparativo e estabelecimento de metas. Um projeto na Itália, por exemplo, possibilita que as escolas decidam se serão avaliadas ou não. Esse processo engloba a autoavaliação da instituição e uma avaliação externa. As informações sobre essas avaliações são divulgadas publicamente e usadas para que um plano de objetivos de melhoria e crescimento seja traçado. Também presentes no Brasil, a organização do sistema educacional e a definição de uma política nacional de educação representam o foco de 9% das reformas apresentadas pela OCDE. Em um acordo envolvendo todos os partidos políticos do país, a Dinamarca reformou a estrutura, tanto concreta quanto metodológica, de suas escolas públicas. A intenção da ação foi simplificar objetivos curriculares e abrir escolas para as comunidades. Na Estônia, o uso de tecnologia digital no processo de ensino e aprendizagem está entre as cinco metas nacionais para a educação estabelecidas no país. Para a OCDE, a análise dos resultados dessas políticas é um processo longo, mas só o aspecto das iniciativas já demonstra o interesse na melhoria dos sistemas de ensino dos países envolvidos. E, apesar dessas iniciativas serem direcionadas a cada cultura e política educacional em específico, toda ideia de mudança na busca por resultados positivos pode ser referência para outras iniciativas com o mesmo intuito.
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Pelo Brasil, várias iniciativas também são to-
Foto: Arquivo pessoal - Caio Dib
madas na busca pela potencialização do ensino e, consequentemente, da aprendizagem. Conhecer projetos que já fazem a diferença mostra que o país caminha para uma reforma na educação, entretanto, também enfatiza o que precisa ser mudado com urgência para que, de fato, as escolas se preparem para as demandas de uma instituição do futuro. E foi esse cenário que o jornalista Caio Dib explorou ao longo de 2013, ano em que percorreu 17 mil quilômetros, rodados de carro, barco, ônibus e avião, para conhecer 58 cidades de 12 estados diferentes e o Distrito Federal. O interesse pela área se desenvolveu da curiosidade do comunicador sobre como a educação pode
transformar os alunos e a sociedade a partir do protagonismo e de novas maneiras de aprender e ensinar, mas a motivação em fazer a viagem veio da percepção de que é preciso conhecer de perto a realidade do país para saber quais são realmente as necessidades das escolas e o que de diferencial já está sendo trabalhado nas mesmas, seja por iniciativas governamentais ou não. “Em um momento da minha vida, queria conversar com as pessoas, conhecer as realidades brasileiras e descobrir o que realmente estava acontecendo de bom na educação brasileira e que pouca gente conhecia. Então, vi na viagem uma oportunidade muito rica de viver essa experiência e estar mais perto das pessoas”, justifica o jornalista.
Iniciativa em Pentecoste, interior do Ceará, utiliza a metodologia de aprendizagem cooperativa.
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O Caindo no Brasil busca iniciativas que realmente estejam mais consolidadas e que trabalhem com uma educação para a vida, iniciativas que realmente desenvolvam crianças, jovens e adultos.
incentivando o trabalho em grupo e o protagonismo do aluno”. O jornalista também defende a importância da participação da sociedade nos processos educacionais do país e na cobrança para que o tema tenha destaque em ações políticas, como a redistribuição de verbas entre as secretarias e ministérios para privilegiar a pasta. Caio espera “que os problemas de infraestrutura sejam minimizados (apenas 41% das escolas públicas têm internet banda larga e 78% das escolas particulares – e nem sempre de boa qualidade) para que o processo educativo seja mais eficaz. A mudança acontece no plural; apenas juntos vamos conseguir transformar a educação para melhor”. Foto: Arquivo pessoal - Caio Dib
Pesquisa de campo: ideias inovadoras e protagonismo na educação levaram jornalista a viajar por escolas do Brasil
Iniciativas como a de Caio tornam-se um registro extraoficial da situação das escolas e do ensino no país, muitas vezes mais detalhado do que os elaborados por institutos de pesquisa. As experiências da viagem foram transformadas no livro Caindo no Brasil: uma viagem pela diversidade da educação, no qual o autor retratou algumas das ações com as quais teve contato (confira parte delas no quadro da pág. 10). “O Caindo no Brasil, projeto que deu nome à viagem e hoje continua mapeando pessoas e iniciativas que fazem a diferença na educação, busca iniciativas que realmente estejam mais consolidadas (não sejam apenas pontuais) e que trabalhem com uma educação para a vida, iniciativas que realmente desenvolvam crianças, jovens e adultos”, destaca o autor. Entre as ações com que o jornalista teve contato, que vão do incentivo à remodelagem da maneira de estudar à inserção de responsabilidade ambiental e sustentabilidade na realidade escolar, Caio destaca que não há em nenhuma delas uma resposta única para reformular a educação no país. Segundo ele, “cada modelo tem seus benefícios e seus desafios para cada objetivo de aprendizado”, ou seja, cada instituição ou grupo de escolas, aproximadas por necessidades semelhantes, devem investir em projetos que levem em consideração as necessidades locais. Para Caio, “muita coisa boa” já acontece na educação brasileira, mas alguns dados, de infraestrutura, por exemplo, preocupam o jornalista, como mais de 60% das escolas públicas não terem esgoto via rede pública. Independentemente de pertencer ao setor privado ou público, a estrutura do local de ensino também influencia no desenvolvimento escolar dos alunos e na implantação de medidas que modernizem o sistema educacional do país. A adaptação das escolas funcionará como uma seleção natural: aquelas que não conseguirem atender às demandas e formar os alunos necessários à sociedade do futuro estarão à parte da evolução da educação, serão obsoletas. Na perspectiva do jornalista, a escola do futuro será mais integrada ao espaço social que a cerca. Dessa forma, “será possível aprender física na oficina mecânica e matemática na papelaria”. Caio acredita que “a lousa e o giz continuarão presentes, mas cada vez mais apoiados por tecnologias que façam sentido no processo de ensino e aprendizagem, colaborando com o ensino personalizado e também
CAINDO NO BRASIL Dentre a pluralidade de iniciativas registradas no trabalho de Caio Dib, a Escola 2025 destaca três. Conheça-as.
APRENDIZAGEM COOPERATIVA
INTERDISCIPLINARIDADE Localizado no Distrito Federal, o Centro de Ensino Médio Setor Leste é uma escola pública que fica em um terreno com dois blocos de salas de aula, ginásio, academia de ginástica, laboratórios, horta, sala de dança, auditório, piscina aquecida e quadras esportivas. Mas não é só a estrutura do prédio que transforma o ensino e a aprendizagem na instituição. Usando uma metodologia embasada na UnB (Universidade de Brasília), os professores dessa escola planejam as atividades de forma interdisciplinar. As avaliações são elaboradas pensando no agrupamento das matérias em três blocos: matemática e suas tecnologias (Matemática, Física, Química e Biologia), linguagens e seus códigos (Educação Física, Línguas e Artes) e ciências humanas (História, Geografia, Sociologia e Filosofia).
ESCOLA RESIDÊNCIA
No Rio de Janeiro, a Escola Sesc de Ensino Médio, uma iniciativa do Serviço Social do Comércio, é uma escola-residência. Em seu processo seletivo, a intenção é contemplar alunos de todo o país, considerando a renda familiar dos mesmos (mais da metade tem renda familiar entre um e três salários mínimos). As salas de aula têm apenas quinze alunos cada e o aprendizado acontece dentro e fora delas, já que tanto alunos quanto professores moram no campus. Além do currículo tradicional, também há aulas extras e tudo é planejado para formar cidadãos com habilidades e competências embasadas nas demandas da sociedade e do mercado de trabalho, como responsabilidade, autonomia, trabalho em equipe, diálogo e visão ampla de mundo.
Ilustração: João Brizzi
Na zona rural de Pentecoste, interior do Ceará, a metodologia de aprendizagem cooperativa é trabalhada há 18 anos com estudantes locais. Ao longo desse tempo, a pequena comunidade se orgulha dos 500 jovens que ingressaram na universidade. A iniciativa foi do professor formado em Química, filho de agricultores, Manoel Andrade, que participou de uma ação semelhante na juventude, a qual o ajudou a entrar no curso superior. Para retribuir, criou e incentiva o projeto na comunidade. Como ele, muitos jovens retornam para auxiliar outros estudantes. O Programa de Educação em Células Cooperativas (Prece), atualmente, é apoiado pela Universidade Federal do Ceará e pela Secretaria de Educação do Governo do Estado do Ceará.
A Escola do Futuro Especialistas e profissionais fazem projeções, discutem desafios e olham adiante para o que será a educação em 2025 Entrevistas: Michelly Fogaça Redação e edição: Eduardo Carbone, Fernando Mendonça, Helena Sylvestre e Michelly Fogaça
Para saber mais sobre o projeto Caindo no Brasil, do jornalista Caio Dib, acesse: www.caindonobrasil.com.br.
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Infográfico: Júnior Morasco | Texto: Michelly Fogaça
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proibidos, o professor, no máximo, usa uma lousa interativa, embora a gente tenha um ou dois exemplos de escolas que façam uso mais intensivo das tecnologias, mas nem sempre articulado ao currículo e nem sempre durante o processo de ensino como um todo. Eu acho que tudo isso vai mudar. Na próxima década, as coisas simplesmente vão acontecer. Os professores e os alunos vão ter uma relação com tecnologia mais próxima do que existe hoje com os profissionais no mercado de trabalho. Então, é difícil você imaginar que um profissional da indústria, por exemplo, não use o celular, não se comunique por e-mail ou faça uma apresentação digital. Essas coisas, que eram um pouco distantes de uma sala de aula, vão naturalmente começar a acontecer nesse espaço. Eu acho que não vai ter nada como hologramas, impressoras 3D, lutas entre robôs dentro da sala de aula, tudo isso é um pouco fetichismo tecnológico, mas as coisas que vão acontecer naturalmente, elas por si só já são bastante ricas e ainda não acontecem.”
Tecnologia na Educação por Daniel Igarashi
Foto: Arquivo Escola 2025
Diretor de estratégias e negócios da MSTECH acredita numa gestão da aprendizagem capaz de romper com o modelo tradicional de ensino e respeitar o ritmo da assimilação de conteúdo de cada aluno
TECNOLOGIA USADA COMO FERRAMENTA PREDITIVA E DIAGNÓSTICA CONTRA A POSSIBILIDADE DE FRACASSO ACADÊMICO “Quando um aluno começa a demonstrar dificuldades nas aulas um, dois, três... quando ele chega no final do bimestre ou no final do semestre acumulando sucessivas falhas de aprendizagem, provavelmente esse aluno vai perder não só o semestre, mas o ano inteiro e, quem sabe, o seguimento inteiro. Isso infelizmente acontece, mas é onde a tecnologia pode realmente contribuir, na capacidade de fazer uma abordagem mais preditiva a respeito dos alunos que vão fracassar academicamente. Então, para o aluno que começa a fracassar nas primeiras aulas ou nas primeiras habilidades que são trabalhadas no currículo, o professor pode já, de forma mais proativa, intervir para que o aluno não fracasse. Essa talvez seja a maior contribuição da tecnologia.”
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PROFESSOR COMO AGENTE DE GESTÃO “Muitas secretarias de educação ou escolas possuem sistemas de gestão: gestão acadêmica, gestão de notas, até mesmo boletim on-line de notas. São ferramentas de gestão, mas que talvez ficam mais no computador da escola ou da rede de ensino do que, efetivamente, na mão do professor. Na próxima década, provavelmente nós vamos ver o professor sendo também um agente de gestão, utilizando, por exemplo, uma ferramenta dessas em seu tablet ou celular para fazer apontamentos de valor pedagógico, que vão ajudar no desempenho acadêmico do aluno ao longo de sua trajetória.” A TECNOLOGIA DEVERÁ ESTAR VERDADEIRAMENTE DENTRO DA SALA DE AULA “É estranho dizer isso, mas a tecnologia dentro da sala de aula ainda não acontece. Os celulares são
HABILIDADES DO SÉCULO XXI E SUA RELAÇÃO COM A TECNOLOGIA “Hoje a gente fala muito em habilidades do século XXI e a tecnologia acaba permeando todas essas habilidades. Mas a gente fala de habilidades do século XXI já faz mais de uma década, quer dizer, desde o início dos anos 2000, com a temática da introdução da tecnologia nas escolas, já se falava que elas eram importantes por conta das habilidades do século XXI. A abordagem não estava errada, mas alguns fatos indicam que alunos que foram formados na ‘geração habilidades do século XXI’ também formam a geração ‘nem-nem’: nem estudam e nem trabalham. Isso me faz pensar que a tecnologia não foi trabalhada com a devida complexidade junto aos alunos, a ponto de fazer estes saírem do sistema de ensino e continuarem uma trajetória relacionada à tecnologia. Então, quando falamos a respeito da contribuição da tecnologia na formação desse aluno, sobre o que esse aluno vai ser no futuro, nós estamos aprendendo que não basta apenas apresentar e introduzir a tecnologia, é necessário ir um pouco mais além.” ALUNOS CAPAZES DE PRODUZIR CIÊNCIA “Para isso, será preciso trabalhar um pouco mais com conceitos de ciência ou de alfabetização
científica, se for o caso. Então, acho que na escola de 2025 algumas coisas vão estar mais maduras. Escolas de tempo integral, por exemplo, vão ter no seu contraturno de aula projetos de robótica, projetos de economia criativa, projetos de inovação, de pesquisa científica, tudo isso acontecendo no espaço escolar. Talvez esse tipo de trabalho com tecnologia, articulado por um currículo de habilidades do século XXI, realmente vá fazer com que os alunos que vão sair da escola de 2025 saiam mais verdadeiramente preparados para produzir ciência, para ingressar numa carreira científica ou mesmo ingressar numa carreira relacionada a humanas, mas com uma visão mais ampla de mundo. Esse aluno, com certeza, vai tirar mais proveito do seu curso de ensino superior, de sua profissão ou do seu empreendedorismo, ou o que quer que seja. Ele vai ter ferramentas melhores para trabalhar.” CADA ALUNO APRENDENDO AO SEU TEMPO, AO SEU MODO “Uma coisa que eu acho uma pena é que o aluno tenha que estudar durante 12 anos se ele, de fato, conseguir assimilar tudo o que ele precisa em nove. Então, permitindo uma utopia do que poderia ser a escola em 2025, eu acho que nós vamos ter uma capacidade de fazer a gestão da aprendizagem do aluno num nível tão profundo, com tanta precisão, que a gente vai ser capaz de permitir que um aluno, em nove anos, conclua todo o ensino básico. Ele, em nove anos, já esteja apto, por exemplo, a ingressar num curso de Medicina. Hoje nós temos um, dois, três casos isolados de alunos que vão como ‘testeiros’ no Enem e acabam passando num curso de Medicina, e eles não podem ingressar lá porque não concluíram o ensino médio. Isso é um desperdício de talento. Essa é uma geração super capaz, que tem muita informação ao seu alcance e, além disso, está tendo acesso às melhores práticas de ensino que existem. Então, meu sonho, minha utopia para uma escola em 2025 é uma escola onde o aluno possa concluir todo um currículo na velocidade que ele consiga.” Fale com o Igarashi: daniel.igarashi@mstech.com.br
Daniel Igarashi é diretor de estratégias e negócios da MSTECH, empresa brasileira de educação e tecnologia.
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Educação Inclusiva
Foto: Arquivo Escola 2025
por Leda Rodrigues
Especialista em Práticas de Educação Especial Inclusiva comenta sobre as necessidades de mudanças nos processos de inclusão no cenário educacional, e expõe suas idealizações acerca do uso das tecnologias para o aprimoramento das habilidades do aluno na escola do futuro UM TEMA QUE NECESSITA SER AMPLAMENTE DISCUTIDO EM TODOS OS NÍVEIS “Ao elencarmos mudanças e transformações ocorridas na educação, algumas delas ainda geram constantes discussões: as avaliações de larga escala, o ensino em tempo integral e a utilização dos recursos de tecnologia no contexto educacional são exemplos disso. Um outro exemplo é a inclusão das pessoas com deficiência. Este tema aponta, ainda, para a necessidade de ampla discussão, por muitos anos defendida pelos movimentos sociais, por tratados/convenções interna-
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cionais, programas/planos e legislações que abarcam esse público. Mas, na prática, o processo ainda não envolve todos os níveis educacionais.” MECANISMOS NORTEADORES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO “Os tratados e convenções internacionais são considerados mecanismos norteadores das políticas públicas em nosso país. Num trajeto cronológico, temos como principais marcos: a ‘Declaração Universal dos Direitos Humanos’ (UNESCO, 1948) que estabelece a garantia
da educação para todos, independentemente de suas origens ou de suas condições sociais; ‘Conferência de Jomtien’ (UNESCO, 1990) que aprova a ‘Declaração Mundial sobre educação para todos’ e também o plano de ação para atender as necessidades básicas de aprendizagem, com finalidade de atingir os objetivos estabelecidos na declaração e retomar o ponto que a educação é um direito fundamental a todos; a ‘Declaração de Salamanca’, em 1994, marco da inclusão, com base nas várias declarações e tratados internacionais, que demanda que os Estados assegurem que a educação de pessoas com deficiência faça parte do sistema educacional, reafirmando o compromisso ‘Educação para todos’; e a ‘Convenção de Nova York’, em 2007, momento da assinatura da ‘Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência’ e seu Protocolo Facultativo, do qual o Brasil é país signatário, instituindo a convenção com status equivalente ao das emendas constitucionais, por meio do Decreto nº 6949/2009. Como se vê, as mudanças são constantes, são criados planos, programas e leis que disciplinam e apresentam diretrizes frente à inclusão no contexto educacional, porém, tudo isso ainda é só o começo, pois o preconceito, a discriminação, a falta de recursos apropriados e o apoio de equipe multidisciplinar aos professores, ainda se apresentam como obstáculos, no que diz respeito à inclusão da pessoa com deficiência nos diferentes níveis e contextos educacionais.” PRIORIDADES NO PROCESSO DE INCLUSÃO “Há diversas ações, documentos e planos normativos para efetivar a inclusão da pessoa com deficiência nas escolas públicas e privadas. Porém, os aspectos clínico e assistencial ainda são tidos como carros-chefe desse público e referências de defesa contra a inclusão. Como prioridade, a sociedade deve pensar, agir e realizar, considerando as especificidades e necessidades das pessoas com deficiência, e romper as barreiras atitudinais, arquitetônicas e comunicacionais. Sendo possível, assim, propiciar à pessoa com deficiência desempenhar seu papel e demonstrar seu potencial.” USO DE RECURSOS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA DESDE A EDUCAÇÃO INFANTIL “Tendo como base o desenvolvimento humano, se for iniciado na educação infantil o uso de recursos
de tecnologia assistiva no apoio da escrita, do desenho, da leitura e de outras atividades lúdicas (e de aprendizagem, que compreendem o universo desse nível educacional), o aluno do Ensino Fundamental já terá habilidade com o uso dos recursos que facilitam sua expressão gráfica, comunicacional e de locomoção. Assim, o professor poderá focar sua atenção no processo de aprendizagem do aluno com deficiência, tornando este apto a desenvolver suas competências e habilidades, demonstrar seu potencial e se preparar, como qualquer cidadão, para a vida e o mercado de trabalho.” DESENVOLVIMENTO DAS COMPETÊNCIAS E HABILIDADES NO FUTURO “Espera-se que no ano de 2025, os recursos de tecnologia educacional, disponíveis no espaço correspondente a uma sala de aula, estejam todos adaptados para atender às diferentes necessidades de todos os perfis de alunos. Os sistemas possibilitarão diferentes parametrizações e irão possuir um sistema adaptativo que registra o desempenho de cada aluno, além de considerar recursos de acessibilidade em todas as funções necessárias. Uma mesma atividade irá se apresentar com níveis de dificuldades diferenciados, dependendo das trilhas de aprendizagem de cada aluno. O professor continuará tendo o papel fundamental de educador: seu planejamento terá métricas que possibilitarão análises e evidências de aprendizagem, de acordo com as estratégias e recursos utilizados com cada aluno. Dessa forma, será realizado o agrupamento dos alunos, não mais seriado, mas de acordo com o desenvolvimento das competências e habilidades escolhidas, colocando em prática, também, a autonomia na tomada de decisão.” Fale com a Leda: leda.rodrigues@mstech.com.br
Leda Rodrigues é Mestre em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem pela Unesp-Bauru, especialista em Práticas da Educação Especial Inclusiva e graduada em Pedagogia. Atuou como consultora técnica especializada no PNUD/ONU - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Atualmente, é Gerente de Projetos Educacionais na MSTECH e professora conteudista de Tecnologia Assistiva nos cursos de especialização da UNESP/NEAD/REDEFOR.
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Currículo e Aprendizagem
Foto: Arquivo Escola 2025
por Dariel de Carvalho
Para Doutor em Educação e Mestre em Educação Especial, mudança de currículo e inclusão de conceitos sobre gestão e controle de processos serão fundamentais para a evolução do ensino e da aprendizagem na escola do futuro TRANSFORMAÇÃO PRECISA SER CONSTANTE “A escola antigamente atendia às necessidades educacionais do seu tempo, pois trazia para o aluno a informação, a novidade. Poucos tinham recursos para explorar fora da escola, talvez acesso à enciclopédia ‘Barsa’. O desenvolvimento mudou muito esse percurso e transformou as necessidades dos alunos. Atualmente, eles recebem muitas informações, são mais questionadores e a escola ainda não conseguiu absorver essa transformação. A escola tenta impor um ritmo de 30 ou 40 anos atrás para ensinar um aluno de hoje. Essa dificuldade mostra que as pessoas
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mudaram muito seu comportamento, sua estrutura familiar, sua dinâmica de vida, mas a escola pouco se transformou para acompanhar essas mudanças. Acredito que os alunos serão os principais iniciadores desse processo de transformação, pois a educação é deles e para eles. Dessa forma, os professores, na busca por melhor atendê-los, irão novamente buscar ser condizentes com o público que eles atendem e a escola passará a desenvolver um novo papel de relevância na sociedade, relacionada à missão mais assertiva de formar o cidadão com as competências de que ele necessita.”
MAIOR ACESSO À ESCOLA, MAS NECESSIDADE DE MUDANÇAS ESTRUTURAIS “A escola, hoje, é um grande centro de convivência, que integra as pessoas e realiza isso muito bem. Considero um ponto positivo as pessoas na escola, pois ela deve ser para todos mesmo, e isso é o grande avanço que temos vivenciado. Ainda considero como pontos negativos a estrutura escolar, as políticas públicas e as metodologias de ensino, que não estão preparadas totalmente para receber de forma construtiva essas novas gerações. Esses pontos ainda precisam ser revistos. Acredito que o desenvolvimento ocorre sempre na necessidade de aperfeiçoar, de buscar soluções, então sou otimista em acreditar que, para os próximos anos, teremos uma educação melhor e condizente com o tempo e a sociedade contemporânea.” TECNOLOGIA NO PROCESSO DE PERSONALIZAÇÃO, GERENCIAMENTO E AUTOGERENCIAMENTO DA APRENDIZAGEM “Acredito na mudança de currículo, pois precisamos ter um ensino básico que atenda aos anseios e às necessidades contemporâneas, levando em consideração competências necessárias para o desenvolvimento holístico do ser humano. Outro ponto importante a ser considerado é a metodologia: acredito que, cada vez mais, conceitos de gerenciamento, gestão e controle de processos, hoje eficientes nas empresas, ganharão espaço nas escolas. Pois, para se planejar, executar e aprimorar processos, se faz necessário uma visão de acompanhamento mais apurada e acredito que a educação será muito beneficiada com a estrutura que empresas já implantam. Com relação às tecnologias, acredito que agora, depois de uma fase em que tudo foi pensado para ser incluído no processo de ensino e aprendizagem, passamos por um momento no qual tudo precisa ser analisado para verificar se realmente faz sentido. As perguntas passam a ser: o uso desse recurso irá contribuir de que forma? Vale a pena? Então, a tecnologia no processo de personalização e de gerenciamento ou, por que não, autogerenciamento da aprendizagem, passa a fazer total sentido.” DESPRENDER-SE DE RAÍZES PARA EVOLUIR PROCESSOS “Precisamos de profissionais que olhem a educação desprendida das raízes, que busquem romper
com modelos postos e seguidos por todos, mas que tenham coerência em suas ações e que acompanhem sempre a evolução dos processos para que nada seja feito sem respaldo científico, e que favoreça o alunado, razão pela qual a escola existe. A tendência é de apresentação de inovações e crescimento do número de avaliações e mensurações, pois, tudo de novo que está sendo implantado necessita de acompanhamento e constante avaliação.” PROFESSORES, ALUNOS, FAMÍLIA E GESTORES EDUCACIONAIS: UMA MAIOR INTEGRAÇÃO PARA A ESCOLA DO FUTURO “Acredito que, no futuro, os alunos terão maior autonomia para realizar suas ações dentro da escola, com o respaldo tecnológico necessário para suportar essas ações. Podemos falar em plataformas integradas, adaptativas, com conteúdos personalizados que realmente facilitem e colaborem para o seu desenvolvimento efetivo, dentro de suas escolhas e habilidades. O professor, um arquiteto da aprendizagem, mostrando mais as questões práticas, vivências e experiências das aplicações, mediando todo esse processo e conduzindo o aluno em seu caminho e escolhas. A família entendendo que é necessário acompanhar mais a vida do seu filho, mesmo que por meio de dispositivos móveis e sistemas de monitoramento. Mas, com a visão otimista, acredito que a família irá compartilhar mais com a escola a responsabilidade da formação de seus filhos. E os gestores educacionais acompanhando de perto todo esse processo de transformação, conduzindo os esforços para atendimento de metas e desenvolvimento integral do aluno.” Fale com o Dariel: dariel.carvalho@mstech.com.br
Dariel de Carvalho trabalha com educação e tecnologia desde 1998, é graduado em Informática pela Faculdade de Tecnologia de Jaú, especialista em Marketing, com Mestrado em Educação Especial e Doutorado em Educação. Atualmente é pesquisador na Universidade do Sagrado Coração – USC, trabalhando na graduação de Pedagogia e na pós-graduação de Psicopedagogia. Pesquisa as áreas de tecnologia aplicada à educação e tecnologias assistivas. Gerencia a área de Ensino e Aprendizagem na MSTECH.
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estão tendo agora, podemos notar que, de certa forma, estes forçaram os professores e a escola a adotar a tecnologia de várias maneiras. Entendo que esse cenário levou, naturalmente, os educadores e gestores a questionarem mais como a tecnologia e outras tendências podem trazer inovações ao processo de ensinar e aprender, iniciando, assim, apenas o começo de uma transformação que tem tudo para ser integral e profunda.”
Tecnologia e Conteúdo
Foto: Arquivo Escola 2025
por Rafael Teixeira
Mestre em Ciência da Computação explica sobre como o uso de recursos tecnológicos vem sendo adaptado ao contexto educacional, sobre as necessidades de articulação entre tecnologia e conteúdos pedagógicos, e aponta suas expectativas para um ensino individualizado no futuro ENTENDENDO COMO A IMERSÃO EM TECNOLOGIA FOI POSSÍVEL “Como previsto há muito tempo na lei de Moore, o poder computacional de um chip (ou processador) dobraria a cada um ano e meio. Isso aconteceu e, aliado ao fato de terem seus tamanhos reduzidos drasticamente, possibilitou uma invasão de tablets e smartphones, que chegaram às mãos dos alunos e professores mais jovens. Outro fator, que já é um jargão,
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foi o barateamento e a acessibilidade da internet, que impulsionou ainda mais essa convivência da última geração com a tecnologia.” A ADOÇÃO DA TECNOLOGIA NO CONTEXTO EDUCACIONAL “Se pensarmos que a geração dos professores que estão exercendo a profissão atualmente não teve contato tão estreito com a tecnologia, como os jovens
TECNOLOGIA E ARTICULAÇÃO PEDAGÓGICA “Nos últimos anos, as escolas procuraram adotar diversas soluções e novidades tecnológicas, de sistemas e aplicativos, a projetos complicados de realidade aumentada. Mas, um ponto que talvez trouxe uma certa frustação em diversas iniciativas, foi a desarticulação com o currículo e o conteúdo didático, além da não integração com a gestão do aluno em meio a essas tecnologias. De certa forma, isso é natural em qualquer processo de mudança, como Gartner descreve o modelo dos Hype cycles, que existe uma euforia quando uma novidade aparece, seguida de uma crescente expectativa, que em seguida pode cair em declínio devido a frustrações provocadas pela não correspondência dessa expectativa. Entretanto, logo a escola irá entender a maturidade da tecnologia e o real papel dela, compreendendo o mercado e entrando num estágio de adoção estabilizada. Assim, irá diminuir o uso da tecnologia sem planejamento prévio quanto à articulação pedagógica, que é fundamental para que essas iniciativas tenham longevidade dentro da escola.” A RELAÇÃO DA ESCOLA NO BRASIL COM A TECNOLOGIA “Um aspecto positivo dessa relação é que a escola, hoje, está procurando rever o papel da tecnologia em seus processos, como o de ensino e aprendizagem. Também vem buscando melhorar a gestão da escola e seus recursos. Além disso, o contato com a tecnologia no dia a dia aumentou, ajudando a diminuir a resistência ao uso dela para a educação. Como aspecto negativo dessa relação, eu reforço a necessidade de articular a adoção das tecnologias, em um cenário que temos de empresas e iniciativas muitas vezes despreparadas para atender as necessidades da educação, para que não acabem atrasando a escola em adotar soluções
realmente relevantes para o seu foco principal, que é o desenvolvimento do aluno.” DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS TECNOLÓGICOS PARA A EDUCAÇÃO “O BYOD (do inglês ‘traga seu próprio dispositivo’), que já é realidade em muitos lugares, provavelmente se intensificará, por conta dos smartphones e tablets estarem se comoditizando na sociedade como um todo. Isso quebrará uma primeira barreira, que é a necessidade da escola adquirir equipamentos antes de obter uma solução. Entretanto, será preciso tornar ainda mais multidisciplinares os times que trabalham com o desenvolvimento de recursos tecnológicos para esse mercado [da educação], convergindo as atuações de especialistas das áreas de tecnologia e pedagogia. Cada colaborador precisa saber exatamente qual o real benefício daquela tecnologia, além de conhecer as necessidades que essa tecnologia terá durante o desenho de suas funcionalidades.” PROJEÇÕES DE MELHORIAS PARA A ESCOLA DO FUTURO “Será necessário pensar em técnicas e formas de entender as vocações e interesses do aluno em determinado momento da sua vida acadêmica e, a partir daí, fazer com que sejam direcionadas ao aluno oportunidades com ênfase no desenvolvimento que ele precisa, para potencializar seus conhecimentos. Acredito, também, que as escolas passarão a adotar mais iniciativas de blended learning, em que são criados ambientes mistos de aprendizagem, mesclando o aprendizado físico em sala de aula com ambientes virtuais. Na parte de gestão, acredito que os avanços na interoperabilidade dos sistemas de educação e a análise de dados irão permitir diagnosticar e aprimorar as ferramentas de ensino. Com isso, será possível, por exemplo, criar ambientes totalmente adaptáveis ao aluno, propondo conteúdos variados e atividades diferentes, conforme seu progresso.” Fale com o Rafael: rafael.teixeira@mstech.com.br
Rafael Teixeira é Mestre em Ciência da Computação pela Unesp e graduado em Sistemas de Informação pela mesma instituição. Atualmente, exerce a função de gerente de desenvolvimento na MSTECH.
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Ensino Personalizado Foto: Arquivo Escola 2025
por Mario Ghio Júnior
O PERFIL DO NOVO ALUNO “O aluno, pela primeira vez, é detentor de certas habilidades que os professores não têm, porque a escola, em si, é uma entidade que muda pouco. Há vários séculos a escola é muito parecida. E a tecnologia é interessante, pois os alunos, em geral, conhecem muito mais de tecnologia e usam tecnologia de uma forma mais fluente do que os próprios mestres. Então, embora a escola seja bastante parecida com o que era há um tempo atrás, ela tem dificuldade de lidar com esse aluno que vem com habilidades novas, com desejos novos. O aluno, daqui a dez anos, buscará o conhecimento em uma série de fontes diferentes. Ele irá depender do professor como orientador de um percurso exclusivo para si, e não para qualquer outro aluno. Eu diria que essa é a grande mudança da escola e é a grande oportunidade que a gente tem, também.” PERSONALIZAÇÃO DO ENSINO “A escola, por definição, é um esforço coletivo, seja uma escola pública ou uma escola privada, e nela o aluno é parte de uma turma. Mas, até agora, os professores ensinam para aquele ‘aluno médio’ que eles têm e dominam poucas habilidades de conexão com o aluno da geração atual. Nesse sentido, acredito que o professor, hoje, seja o nó da questão. A minha perspectiva é de que o uso maciço da tecnologia ajude a personalizar o ensino de cada aluno, mesmo com uma aula igual para todo mundo. Aqueles que têm mais dificuldades serão expostos a atividades que vão sanar essas dificuldades, e aqueles que têm muita facilidade vão ser sempre estimulados a continuar caminhando, para se tornarem alunos cada vez mais excelentes. Essa será a grande conquista da escola do futuro: enxergar que cada um de nós é diferente, aprende de um jeito diferente e, portanto, precisará gerenciar o nosso aprendizado de maneira particular.”
CEO de Educação na Abril Educação comenta sobre a necessidade de personalização do ensino direcionada aos alunos da nova geração, o papel do professor na escola do futuro e a importância do exercício da ética no ambiente escolar 20
O PAPEL DO PROFESSOR COMO GERENCIADOR DE APRENDIZAGEM “O professor do futuro vai ser muito mais um gerenciador de aprendizagem do aluno do que propriamente aquele único elemento da escola responsável por transmitir conhecimento. Fala-se muito, hoje, no modelo de ensino centrado no aluno, mas o problema é como fazer isso numa aula que continua e continuará sendo coletiva. O educador de amanhã vai ser aquele professor capaz de pegar os elementos
do estudo individual do aluno e ajudar a cada um dos alunos, com o uso da tecnologia, a melhorar. Os bons viram excelentes, aqueles que não estão acompanhando se transformam em bons alunos e o professor tem que se enxergar, não como o violinista solo da orquestra, mas como o regente, o maestro daquela orquestra.” MODELO DA ESCOLA QUE TRANSFORMARÁ A SOCIEDADE DO FUTURO “A escola do futuro é aquela que vai garantir uma qualidade de ensino para todos os seus alunos. E todo aluno que tiver ou que terminar sua escolaridade básica, com a qualidade adequada, será um aluno que não terá limites para evoluir. Eu sempre digo que fico muito triste quando um aluno escolhe o seu futuro não pelo que ele sabe fazer, mas pelo que ele não sabe. Por exemplo, jovens que gostariam de ser engenheiros, mas que desistem dessa carreira porque não conhecem bem a matemática. A escola de 2025 será aquela capaz de integrar à sociedade pessoas com liberdade de escolha, com locomoção, com a possibilidade de serem o que quiserem. A escola precisa melhorar muito, para que todos os alunos que passem por ela possam escolher o seu futuro.” APRENDIZADO, SABEDORIA E ÉTICA “Para mim a escola utópica é aquela em que o aluno conseguirá evoluir dentro dos padrões adequados da sociedade brasileira. Aprender aquilo que a gente definiu que é o adequado para ele em cada série, que ele consiga dar mais um passo, que é: ‘puxa, eu não só quero estar adequado à minha série, mas também quero ter certeza de que se o meu sonho é ser médico, ao fim do ensino médio, que eu também esteja adequado à curva de aquisição de conhecimento que todos os alunos anteriores a mim, que conseguiram virar médico, tiveram’. Então, o sujeito poderá se focar em seu sonho e fazer isso de um jeito divertido e ético, não é? A escola utópica é aquela em que os alunos aprendem, ficam mais cultos, mais sábios e mais éticos, também.” Fale com o Mario Ghio: mario.ghio@abrileducacao.com.br
Mario Ghio Júnior é pós-graduado em Pedagogia e gestão de negócios, e possui graduação em Engenharia Química. Atualmente, exerce a função de CEO de Educação na Abril Educação.
Planejar para realizar Gestão da aprendizagem eficiente só é possível com organização e dedicação aos objetivos da sala de aula e da comunidade escolar Michelly Fogaça
Sol do Saber é projeto extraclasse de destaque em escola municipal de Sertãozinho - SP. Foto: Arquivo Secretaria de Educação de Sertãozinho
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á um provérbio africano que diz ser preciso “toda uma aldeia para se educar uma única criança”. Mesmo sua autoria sendo desconhecida, é possível imaginar que quem o usou pela primeira vez tinha ao menos uma ideia da complexidade que envolve a gestão da aprendizagem. O processo que leva alguém a aprender abrange aspectos internos e externos ao ser humano, ou seja, é uma ação social de resultado pessoal. E é diante desse desafio que a organização no âmbito escolar deve valer-se de sua importância para a eficiência de tal processo. Segundo o Professor Celso dos Santos Vasconcellos, Doutor em Educação pela USP e Mestre em História e Filosofia da Educação pela PUC/SP, a ação que pode ajudar a gerir de maneira mais hábil o processo de aprendizagem é aquela que tem como pressuposto que a gestão da aprendizagem é um dos elementos de um processo maior, que engloba a gestão da sala de aula e a gestão escolar como um todo. Para o especialista, é preciso lembrar que “a gestão da aprendizagem não se faz de maneira isolada da gestão da disciplina e da organização da coletividade” e, ainda, que um dos grandes cuidados que se deve ter “é estar atento tanto aos aspectos objetivos quanto aos aspectos subjetivos daquilo que interfere no processo de aprendizagem dos educandos”. Vasconcellos destaca que há seis exigências subjetivas essenciais para que o ser humano aprenda, possibilitadas a partir do desenvolvimento de sua função simbólica. São elas: a capacidade sensorial e motora ligadas à capacidade de operar mentalmente; o conhecimento prévio; o acesso à informação; o querer; o agir; o expressar-se. Esses aspectos subjetivos dizem respeito à base orgânica da aprendizagem, às referências trazidas de fora da escola, à reação ao meio e demais ações ligadas ao intrínseco natural do ser individual e social. Do ponto de vista objetivo, o especialista destaca o que ele considera um elemento básico: um professor que queira e saiba ensinar. “Pode-se ter um conjunto de elementos objetivos, como, por exemplo, o número de alunos em sala de aula, materiais, equipamentos, até salário, mas se falta essa disposição, esse querer do professor, as coisas não acontecem. Em termos institucionais, enquanto variável isolada, o querer do professor é o fator que mais interfere no querer do aluno, que é uma das exigências para a aprendizagem”, explica o educador.
É estar atento tanto aos aspectos objetivos quanto aos aspectos subjetivos daquilo que interfere no processo de aprendizagem dos educandos. APRENDIZAGEM DO ALUNO É RESPONSABILIDADE DE VÁRIOS MEMBROS DO SISTEMA DE ENSINO O ambiente escolar e os agentes da educação são peças com grande peso na aprendizagem do aluno. Se o aprender consiste em algo externo e interno, o meio em que o aluno está e o que lhe é proporcionado neste afetam-no direta e indiretamente. Dessa forma, cada parte constituinte de um sistema de ensino tem responsabilidades com a gestão da aprendizagem, seja no estabelecimento de metas e políticas, na cobrança das mesmas ou em sua aplicação. As secretarias de ensino, por exemplo, são responsáveis por gerir as políticas públicas que garantem as condições materiais, institucionais e organizacionais para que o ensino e a aprendizagem aconteçam de forma coerente com o Projeto Político Pedagógico da rede de ensino e de cada escola. Já os diretores de unidades escolares devem prezar pela qualidade e cumprimento das metas estabelecidas nas instituições sob sua responsabilidade e garantir uma gestão democrática, para que o envolvimento seja de todos. Quanto aos coordenadores pedagógicos, como descreve Celso Vasconcellos, cabe “perceber as demandas do grupo escolar e ajudá-lo” para que, coletivamente, seus membros encontrem alternativas e soluções. Uma unidade escolar confusa repassa isso aos estudantes, o que atrapalha também seu desenvolvimento dentro da sala de aula. Nesse espaço, em específico, os professores são os mais próximos aos alunos e sua responsabilidade é dedicarem-se ao aprimoramento intelectual dos estudantes, proporcionando a eles possibilidades de aprender conforme suas necessidades e superando os problemas encontrados ou apresentados por falhas externas à sala de aula. É essa ação que Vasconcellos define como um “desafio” docente. O especialista também destaca que há uma grande tendência em responsabilizar os pais pela aprendizagem dos alunos, mas não concorda plenamente com isso. Cabe aos pais a educação familiar e social do aluno, mas a aprendizagem curricular é
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Foto: Arquivo Secretaria de Educação de Sertãozinho
envolvimento afetivo com a aprendizagem do aluno, “além disso, é importante o registro, a sistematização e a divulgação para o amplo conhecimento das práticas inovadoras que estão em andamento em toda a educação básica, tanto no Brasil como no mundo. Os educadores devem saber que outra escola e outra forma de aprendizagem é possível”.
Roda de leitura para o Dia das Mães, dentro do projeto Sol do Saber.
responsabilidade da rede de ensino a qual o aluno está vinculado. Para Vasconcellos, “o papel dos pais é complementar, de apoio, no sentido de valorizar a educação, o professor e a escola, de criar ambiente e rotinas para o estudo dos filhos. O grande papel de mediação da aprendizagem tem que ser mesmo dos agentes do sistema escolar”. FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS PARA AUXILIAR E DIVERSIFICAR A GESTÃO DA APRENDIZAGEM De sistemas para controle patrimonial escolar a aplicativos de diário de classe, o uso de ferramentas tecnológicas para auxiliar na organização de redes de ensino já é uma realidade em várias escolas e secretarias de educação. A boa tecnologia, disponibilizada no mercado por empresas especializadas em educação, é uma tendência que também ajuda, e muito, na gestão da aprendizagem dentro da sala de aula. É importante destacar que a tecnologia é uma mediação, é um facilitador e potencializador de ações funcionais realizadas pelos agentes escolares. Como destaca Celso Vasconcellos, “os meios tecnológicos criam condições para que possamos romper essa estrutura de sala de aula em que o professor é o único detentor do saber”. Com o uso apenas do quadro e do giz, as interações ficam limitadas a esse espaço e às formas possíveis de exposição do conteúdo que lhe são cabíveis. Consequentemente, isso também limita as maneiras
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de aprender do aluno. Já com as novas tecnologias da informação e da comunicação “são criadas condições para uma reinvenção da sala de aula, como por exemplo, para sair da metodologia meramente expositiva e se caminhar para o currículo organizado por projetos”, exemplifica Vasconcellos. Dinamizar a maneira como a aprendizagem é gerida, utilizando a tecnologia, aproxima o aluno das tendências muitas vezes já presentes em seu cotidiano extraescolar e facilita sua compreensão do conteúdo, tornando mais eficiente o processo de ensino e aprendizagem. Outra contribuição da tecnologia apontada pelo especialista para uma boa gestão da aprendizagem é no processo de interação, sobretudo a interação fora da sala de aula. “Através dessas tecnologias, o professor pode ter contato com o aluno praticamente a qualquer hora, e em qualquer lugar, possibilitando novas formas de interação. É claro que isso traz também a necessidade de se repensar a própria questão do contrato de trabalho do professor, o que isso vai significar em termos de horas de trabalho etc. Mas as possibilidades são enormes”, enfatiza o educador. Em complemento, Vasconcellos lembra que, para uma escola do futuro em que a aprendizagem seja efetiva, são necessárias mudanças não apenas tecnológicas, mas de toda a estrutura e da perspectiva dos agentes escolares, incluindo maior e melhor formação de professores, remuneração adequada, condições e ambiente de trabalho estáveis, o compromisso e
SOLUÇÃO DE NECESSIDADES E ATUALIZAÇÃO ESCOLAR PARA GARANTIR A EFICIÊNCIA DA APRENDIZAGEM Em Bauru, interior de São Paulo, um colégio particular está em fase de inclusão de um sistema de gestão da aprendizagem com foco no desempenho escolar. A ferramenta possibilita o acesso, por versão web e mobile, a funções como gestão de turmas, planejamento anual e bimestral, organização da grade curricular, lançamento de frequência, enviar atividades aos alunos, verificar seu desempenho, enviar atividades ao professor, entre outras. A escolha pela adesão a essa plataforma foi feita para aliar modernidade às necessidades de sempre atualizar as maneiras de gerir a aprendizagem na escola da melhor forma, ano a ano, como explica a pedagoga e coordenadora de 6º ao 9º ano do colégio em questão, Lilian Blanco Dalla Rú. Para a educadora, “ao somar as ferramentas tecnológicas corretas, voltadas às potencialidades dos alunos, o processo de ensino e aprendizagem, por consequência, beneficia a capacidade desses novos estudantes de se adaptarem muito mais rapidamente às linguagens que o mundo impõe e cobra no ambiente social, dessa forma, acreditamos que a tecnologia acaba direcionando a uma valoração do conteúdo proposto, de forma a solidificar nossa proposta, pautada nos pilares da educação”. A coordenadora destaca que uma das principais preocupações da escola, que guia sua maneira de organização, é solucionar as necessidades individuais e coletivas dos alunos, por meio de uma estrutura amparada em uma visão social e alinhada ao Projeto Político Pedagógico da instituição, o que, segundo Lilian, coloca a instituição em uma posição privilegiada, a qual reflete todos os ganhos dos colaboradores e alunos, principalmente quanto à aprendizagem destes. “Consoante a isso, agregamos ferramentas que justificam a eficácia e o resultado dessa gestão, tais quais os investimentos tecnológicos, os aprimoramentos
Quinzenalmente é realizada uma reunião do conselho diretor, na qual se definem metas para aquele novo período. pedagógicos constantes, com habitualidade na participação de congressos, cursos, palestras e simpósios, acesso a materiais didáticos de qualidade e precisos, enaltecendo, assim, o conteúdo dos colaboradores”, pontua a pedagoga. Ainda sobre a organização da escola, Lilian explica que “quinzenalmente é realizada uma reunião do conselho diretor, na qual se definem metas para aquele novo período”. Também acontecem reuniões entre coordenadores e professores, a fim de alinhar todo o conteúdo que se pretende atingir na sala de aula. Para a coordenadora, essas ações levam ao aprimoramento gradual da instituição e de seus profissionais, preparando-os para o futuro da educação, com uma aprendizagem efetiva dos alunos. VALORIZAÇÃO DOCENTE, AMOR AO TRABALHO E PROJETOS EXTRACLASSE SÃO RECEITA DE SUCESSO DE REDE MUNICIPAL DE ENSINO Com cerca de 17 mil alunos matriculados em escolas públicas, Sertãozinho, município do nordeste paulista, é referência pela qualidade do ensino municipal, refletida nos indicadores nacionais, como o Ideb – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, que de 2005 a 2013 avançou de 4,9 para 6,4. Para a psicopedagoga e assessora de educação Maria Helena
Projeto de música em escola de Sertãozinho - SP.
Foto: Arquivo Secretaria de Educação de Sertãozinho
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Foto: Arquivo Secretaria de Educação de Sertãozinho
Viel, o sucesso na aprendizagem dos alunos está ligado a inúmeras ações da rede, desde a valorização dos docentes até projetos extraclasse (confira alguns no quadro da página seguinte). “Não tratamos as escolas e creches como depósitos de crianças, nos preocupamos com a qualidade do que é passado aos estudantes e de como isso é passado”, afirma Lena, como é conhecida na cidade. Para o aperfeiçoamento da prática pedagógica no município, os educadores de Sertãozinho participam de quatro programas de capacitação no ano. O destacado pela assessora é a Semana Municipal de Educação, que faz parte da rede desde 1996. Durante os dias de programação, os professores têm a oportunidade de assistir a palestras, participar de oficinas, conferências e debates relacionados à docência. Outro fator que faz parte da valorização desses profissionais na cidade é a remuneração. Segundo a assessora pedagógica, o piso salarial pago atualmente aos professores de Sertãozinho está significativamente acima do piso nacional praticado para a categoria. “Se o professor faz um bom trabalho, ele deve ser valorizado, e se o professor é valorizado, ele faz um bom trabalho. Uma coisa leva a outra e isso reflete dentro da sala de aula”, declara a psicopedagoga. A forma como o aluno é visto também contribui para sua aprendizagem. E não é apenas dentro da sala de aula e seguindo o currículo tradicional que Sertãozinho investe na qualidade de sua educação. A gestão da aprendizagem nas escolas municipais da cidade inclui projetos extraclasse, como o Sol do Saber, elaborado para estimular o interesse pela leitura entre as crianças do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental. Pelo menos uma aula na semana acontece na biblioteca da escola, onde os “professores de biblioteca” leem para as crianças e as orientam sobre os livros e quais desses seriam mais interessantes para elas. A partir desse incentivo, os alunos tratam a leitura com prazer e não como obrigação escolar. A assessora complementa que a cidade também recebe uma feira do livro anualmente. “Nessa época, sempre trazemos um convidado especial para deixar ainda mais interessante o evento. Em uma dessas feiras nosso convidado foi o Rolando Boldrin (cantor e apresentador) e foi um sucesso”. Para Maria Luíza de Oliveira, pedagoga e diretora da EMEIF Profª Annita Bartolletti Rodrigues,
GESTÃO DA APRENDIZAGEM Alguns dos projetos de Sertãozinho-SP
Centro de Recursos e Apoio Pedagógico (CRAP)
A dança é uma das atividades realizadas no contraturno das aulas.
Criado em 29 de maio de 2006, o CRAP tem como objetivo atender as necessidades educacionais de crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizagem. A equipe técnica, que atende a todos os alunos da rede, é composta por psicólogos, pedagogos, psicopedagogos e fonoaudiólogos. Para manter a inclusão sem distinção, desde 2003 também há no projeto a presença de um professor cuidador exclusivo para crianças com algum tipo de deficiência.
também de Sertãozinho, essa flexibilidade no currículo da escola é um dos fatores fundamentais para a eficiência da gestão da aprendizagem. A diretora considera a escola como segunda instituição para a criança, “não apenas um espaço social”, por isso, ao elaborar e colocar em prática o currículo da instituição, devem ser levadas em consideração as características do ambiente escolar, de seus docentes, demais funcionários e dos alunos. Quanto ao papel do professor para a qualidade da aprendizagem do aluno, Maria Luíza acentua o diagnóstico e a análise das várias formas de ensinar e aprender em uma sala de aula. “O professor também precisa participar das formações, estabelecer metas claras, promover parcerias entre os demais educadores e, principalmente, enxergar sua função como primordial para a aprendizagem do aluno”, destaca a diretora. Entre escolas de período integral com aulas de dança, música e teatro no contraturno, políticas de formação e aprimoramento docente, projetos extraclasse e de inclusão de alunos com deficiência e tantos outros, a assessora de educação da cidade também atribui a boa gestão da aprendizagem ao sentimento colocado nesse trabalho. “Não fazemos apenas porque está previsto em lei, mas para fazer a diferença, para melhorar o desempenho dos alunos na escola e na vida. Além da organização, é preciso amar o trabalho para que ele dê certo, e aqui nós amamos. Esse é o segredo para as escolas de hoje e de amanhã”, enfatiza a educadora.
Sol do Saber Para melhor aproveitar as bibliotecas das escolas da rede, em 2001 foi criado o projeto Sol do Saber. A ação conta com professoras, leitoras e contadoras de histórias que atuam dentro das bibliotecas escolares municipais incentivando a leitura em crianças do 1º ao 9º ano do ensino fundamental. Nas visitas às bibliotecas acontecem sessões de histórias, oficinas, rodas de leituras e projetos culturais que envolvem oralidade e artes visuais. O trabalho desenvolvido pelos alunos é exposto na Feira do Livro da cidade, que acontece, geralmente, no mês de setembro.
Escola de Período Integral Desde 2003 o projeto Escola de Período Integral é mantido em duas escolas de Sertãozinho, localizadas em bairros periféricos da cidade. Nesse projeto, as crianças permanecem no ambiente escolar os cinco dias letivos da semana, durante nove horas diárias. Com esse modelo de escola, a intenção é evitar que as crianças fiquem ociosas em casa ou na rua e potencializem seu aprendizado através da interdisciplinaridade, com as aulas previstas no currículo regular e, também, atividades de coral, fotografia, matemática lúdica, produção textual e tênis de mesa, entre outras.
Texto: Michelly Fogaça Infográfico: Júnior Morasco
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O caminho a seguir
Planejar é essencial para alcançar objetivos.
Pesquisadores e dados governamentais expõem a importância do Plano Nacional de Educação para conduzir mudanças fundamentais no país nos próximos dez anos
Foto: Shutterstock
Michelly Fogaça
Planejam-se as férias, os fins de semana, os dias de trabalho, a rotina imediata e até o futuro mais distante. Mesmo que imprevistos ocorram, traçar um plano é o primeiro passo para concretizar ações. Se o planejamento ajuda nas atividades mais corriqueiras, faz-se fundamental naquilo que diz respeito ao interesse de todos, no caso, a educação. Aí começa a importância de um Plano Nacional para tratar do tema. Mas nem sempre a educação foi do interesse público. Em uma obra clássica sobre o assunto, História da Educação Pública, de 1959, o pedagogo e pesquisador espanhol Lorenzo Luzuriaga definiu alguns tipos de educação pública e retratou que a educação começou a deixar de ser exclusividade do interesse privado no final do século XVI e começo do século XVII, com a Reforma Protestante. Na época, a intenção era alfabetizar a população para aprimorar os cristãos na leitura da Bíblia. O autor denotou esse tipo de educação pública como religiosa. Segundo Luzuriaga, a educação como interesse nacional que conhecemos hoje, chamada por ele de democrática, desenvolveu-se do século XIX ao XX e se diferencia pelo crescimento da participação da população na tomada de decisões referentes ao processo de ensino e aprendizagem no país. Essa participação da população é, aliás, uma das características da elaboração do Plano Nacional de Educação aprovado em 2014 e com vigência até 2024.
de um PNE é a de se constituir num instrumento em que se antecipem as ações e estratégias, bem como os prazos e as metas para que as matérias estabelecidas em lei sejam cumpridas. “Outra característica é que as leis que estabelecem os planos têm vigência por um tempo determinado, pois a cada período, que pode ser de uma década, por exemplo, faz-se necessário avaliar as necessidades educacionais do país, em função das eventuais mudanças na composição demográfica, ou de o fato de já terem sido cumpridas metas anteriores, ou, ainda, em função de mudanças estruturais, econômicas, sociais, históricas”, esclarece. Ou seja, o estabelecimento de um plano nacional periódico vai determinar o caminho da educação e a reestruturação da escola para um futuro determinado, no caso atual, para 2024.
CONCEPÇÃO DE UM PLANO NACIONAL DE
O PNE EM UM RESGATE HISTÓRICO Em um resgate histórico, o primeiro conceito de plano de educação no país vem dos anos de 1930 e era muito parecido com o que hoje são as leis complementares e ordinárias. Era um modelo que Áurea descreve como “mais legalista e técnico do que político”. Depois de se passar por outros modelos, com focos mais dispersos da educação em si, chegou-se ao padrão de plano nacional embasado em um diagnóstico da educação brasileira, estabelecido na lei 10.172/2001, vigente até 2011. “Esse plano foi feito no gabinete, apesar de a sociedade ter se organizado e produzido uma minuta de plano em que se reivindicava universalização do ensino superior e 10% do PIB para
EDUCAÇÃO Doutora em Educação e autora de vários livros, Áurea Costa pesquisa há alguns anos sobre os laços da educação com o governo, como retrata em seu livro As relações entre estado e escola no neoliberalismo, publicado em 2013 pela editora APPRIS. Embasada em sua experiência como pesquisadora e docente, a especialista afirma que “conforme a concepção do plano, sua influência na história da educação vai se dar de forma diferente”. Como explica a docente, os planos nacionais são estabelecidos por meio de uma legislação, mas não se confundem com as leis de diretrizes e bases, as quais definem e regularizam o sistema de educação no Brasil baseadas nos princípios constitucionais. A função
educação. Esse plano ratificou o papel do Estado de normatização, fomento e fiscalização e instituiu o uso de fontes alternativas de financiamento da educação pública”, contextualiza a docente. Já o plano atual foi pensado a partir da Conferência Nacional da Educação – CONAE, de 2010. Essa iniciativa, do Governo Federal, teve o envolvimento dos municípios e das universidades e, apesar da tutela estatal, restringindo a discussão aos temas propostos pelo próprio Estado, a exposição de demandas da sociedade para o contexto influenciou a expectativa depositada nesse PNE, o qual, como ressalta Áurea, “se revolucionou também na estrutura do texto, bem como no fato de legislar de forma mais geral, sem se debruçar sobre questões específicas, tendendo a tra-
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PARTICIPAÇÃO E IMPORTÂNCIA DA SOCIEDADE NO PNE Retomando a educação pública democrática de Luzuriaga, a interação da sociedade civil na elaboração e para atingir as metas do PNE deve ser constante, com o intuito de atender as reais demandas da educação no país e poder realizar a mudança efetiva na estrutura das escolas, tanto no âmbito curricular
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quanto no espaço físico e nas ferramentas disponibilizadas para a potencialização do ensino e da aprendizagem, acompanhando a evolução do mercado de trabalho e das necessidades localizadas fora do ambiente escolar, mas direta e indiretamente ligadas à qualidade da educação. O projeto de lei 103/2012, que iniciou as discussões sobre o atual PNE, deu entrada no Senado em outubro de 2012 e tramitou até a lei ser sancionada, em junho de 2014. Esse projeto passou no Senado e na Câmara dos Deputados pelas Comissões de Assuntos Econômicos, Constituição e Justiça, Educação, Cultura e Esporte. Durante esses trâmites, a sociedade civil organizada pôde participar, contando com a interlocução de deputados e senadores. “Vivemos numa república federativa, sob um regime presidencialista, em que há uma centralização das decisões políticas e referentes ao financiamento muito grande. Apesar disso, dependendo das correlações de forças entre
A RELAÇÃO DO ENSINO PRIVADO COM O PNE Um ponto polêmico no Plano Nacional de Educação vigente é a relação do governo com o ensino privado. Um exemplo são as verbas destinadas a programas como o Universidade para Todos (ProUni), o Ciência sem Fronteiras, o Fundo de Financiamento
Estudantil (Fies) e o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Áurea Costa explica que, do ponto de vista da intervenção do Estado na gestão escolar, tanto o Plano Nacional de Educação quanto a Lei de Diretrizes e Bases são resoluções federais que devem ser cumpridas por todo o sistema de ensino nacional, e isso engloba escolas públicas e particulares. Mas, pelo fato de as instituições de ensino privadas se constituírem como empresas com estatuto de pessoa jurídica, com autonomia para reger suas próprias regras, o Estado instituiu a responsabilidade da fiscalização e a vigilância. A especialista argumenta que a polêmica pode vir da interpretação de que, sob a visão da gestão do sistema de ensino mais amplo, o PNE prevê a utilização de fontes alternativas para o cumprimento das metas, e essas fontes seriam verbas não estatais. Ela aponta que uma situação paradoxal pode surgir disso, pois, “se o plano, por um lado, admite tal situação e, por outro, a LDB incorpora o ensino privado no sistema nacional de ensino, então, certamente, para o cumprimento de tais metas há que se considerar o papel das escolas privadas e os percentuais da população escolar que elas atendem, para fins de cumprimento das metas. Isso pode levar à privatização do ensino, pois o Estado passa a contar com a colaboração das instituições privadas de ensino para o cumprimento de um direito social, o direito à educação, que, naquelas instituições, converte-se em serviço, destituindo-se do caráter de direito”.
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tar a população escolar de forma mais homogênea”. O texto do documento atual, lei 13.005/2014, comparado ao anterior, que continha metas para cada um dos dez temas destacados na lei 10.172/2001, descritas em 81 páginas, conta com 20 metas, e a previsão de conjuntos de estratégias para cada uma, em apenas 15 páginas. “Trata-se de um texto em que a ênfase é na universalização da educação escolar nos diferentes níveis, com destaque às modalidades de educação especial e profissional”, destaca a especialista.
os grupos e como são representados na Câmara e no Senado, são implementadas as metas que refletem o interesse de tais grupos. Por isso, é muito importante a organização social, de modo a mobilizar para que o Plano Nacional da Educação atenda realmente à maioria da população”, coloca Áurea sobre a parte que cabe à população na responsabilidade de mudar o futuro da educação pelo caminho do PNE. Uma das instituições mais representativas na cobrança por uma educação de qualidade no país é a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, que surgiu em 1999 do incentivo de organizações da sociedade civil que participariam da Cúpula Mundial de Educação em Dakar, no Senegal, no ano seguinte. O intuito desse grupo fundador foi o de somar diferentes forças políticas, priorizando ações de mobilização, pressão política e comunicação. Hoje, a Campanha articula mais de 200 grupos e entidades distribuídas por todo o país, incluindo movimentos sociais, sindicatos, organizações não governamentais nacionais e internacionais, fundações, grupos universitários, estudantis, juvenis e comunitários. Essa representatividade foi marcante na elaboração do Plano Nacional de Educação atual, principalmente no que se refere ao Custo Aluno-Qualidade Inicial, o CAQi, que é um indicador de quanto deve ser investido, por aluno, com base no custo de insumos e materiais didáticos considerados essenciais para o aprendizado, no número adequado de alunos por turma e na remuneração de professores, entre outros fatores. Para Daniel Cara, cientista social e coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, o uso desse indicador, publicado pela Campanha em 2007, torna o PNE “revolucionário” e “se for consolidado, e isso deve ocorrer até 2016, as principais metas do plano serão cumpridas. Se as metas forem cumpridas, teremos escolas mais bem equipadas, professores com melhor formação, muito menos alunos fora da escola e, certamente, já seremos um país mais digno para se viver”.
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As metas do Plano Nacional de Educação 1
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Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais para 93,5% até 2015 e, até o final da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional.
3 2 Universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças de quatro a cinco anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches, de forma a atender, no mínimo, 50% das crianças de até três anos até o final da vigência deste PNE.
Universalizar o ensino fundamental de nove anos para toda a população de seis a quatorze anos e garantir que pelo menos 95% dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência deste PNE.
Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos e elevar, até o final do período de vigência deste PNE, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85%.
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Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% das novas matrículas, no segmento público.
Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º ano do ensino fundamental.
Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% dos alunos da educação básica.
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Fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem, de modo a atingir as seguintes médias nacionais para o IDEB: 6,0 nos anos iniciais do ensino fundamental; 5,5 nos anos finais do ensino fundamental; 5,2 no ensino médio.
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Elevar a escolaridade média da população de 18 a 29 anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 anos de estudo no último ano de vigência deste Plano, para as populações do campo, da região de menor escolaridade no País e dos 25% mais pobres, e igualar a escolaridade média entre negros e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma integrada à educação profissional.
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Elevar a qualidade da educação superior e ampliar a proporção de mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício no conjunto do sistema de educação superior para 75%, sendo, do total, no mínimo, 35% doutores.
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5 Universalizar, para a população de quatro a 17 anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados.
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Garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no prazo de um ano de vigência deste PNE, política nacional de formação dos profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e III do caput do art. 61 da Lei nº 9.394, de 20/12/1996, assegurado que todos os professores da educação básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam.
18 Assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos de carreira para os profissionais da educação básica e superior pública de todos os sistemas de ensino e, para o plano de carreira dos profissionais da educação básica pública, tomar como referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal.
Formar, em nível de pós-graduação, 50% dos professores da educação básica, até o último ano de vigência deste PNE, e garantir a todos os profissionais da educação básica formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino.
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Triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% da expansão no segmento público.
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Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de 60.000 mestres e 25.000 doutores.
17 Valorizar os profissionais do magistério das redes públicas de educação básica de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos demais profissionais com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de vigência deste PNE.
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Assegurar condições, no prazo de dois anos, para a efetivação da gestão democrática da educação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da União para tanto.
Ampliar o investimento público em educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do País no 5º ano de vigência desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% do PIB ao final do decênio. Fonte: pne.mec.gov.br (adaptado) Infográfico: Júnior Morasco
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AÇÕES MUNICIPAIS PARA ATINGIR AS METAS DO PNE A partir da aprovação do Plano Nacional de Educação, as cidades precisam se preparar para elaborar seus Planos Municipais (chamados PME), documento que vai gerir o andamento da rede educacional local. Segundo texto do Ministério da Educação, “o PNE traz o desafio da articulação para a oferta educacional de maneira integrada e colaborativa. Para concretizar-se como Política de Estado que extrapola os tempos das gestões governamentais, precisa estar vinculado aos planos estaduais, do Distrito Federal e municipais de Educação, além de servir de referência para a elabo-
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de homem que queremos formar, para qual tipo de sociedade, de forma franca, sob pena de reproduzirmos o formalismo do nosso passado colonial. A nossa juventude é o nosso maior tesouro, portanto, há que se investir no seu futuro, para que tenhamos, para além de uma nação forte, um povo emancipado da ignorância”, conclui a especialista.
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Em uma visão mais direta do processo, Daniel Cara coloca que o Plano Nacional de Educação é mais voltado à rede pública de ensino, pois esse sistema educacional sofreu um desgaste amplo na qualidade ao longo dos anos e está bem atrás no comparativo com outros países da América do Sul, como Chile, Argentina e Uruguai, os quais são parâmetros brasileiros para se atingir ao fim da vigência do atual PNE. Entretanto, coloca que qualquer escola, pública ou particular, é responsável pela qualidade da educação no país, assim “os estabelecimentos privados também devem seguir as diretrizes do PNE, pois também ofertam educação”. Pensando na educação de maneira ampla, Áurea Costa expõe que a sociedade como um todo deve refletir sobre a eficiência da escola para o futuro, o que inclui estabelecimentos de ensino particular e público, e não se apegar ao resultado quantitativo e sim ao qualitativo, pois há um longo caminho para a mudança, o qual deve ser cauteloso. “A relação entre a qualidade do ensino e os resultados imediatos não é linear. Urge uma reflexão profunda sobre o tipo
ração dos Planos Plurianuais nas diferentes esferas de gestão. As metas são nacionais, portanto, todos têm compromisso com cada uma delas”. O MEC também disponibiliza dados para comparar o alcance atual das metas com o esperado para o fim da vigência do atual PNE (confira alguns desses dados ao final da matéria, em quadro complementar). Em Lençóis Paulista, interior de São Paulo, o trabalho com metas é realizado desde 2005. Para a adequação ao atual PNE, a Diretora de Educação da cidade, Lucinara Barbosa, relata algumas medidas que já são tomadas no município. “Com a aprovação do PNE em 2014, iniciou-se a avaliação do cumprimento de metas do Plano Municipal de Educação e alinhamento ao PNE 2014–2024. Para atingir as metas do PME, a Diretoria Municipal de Educação acompanha as ações e objetivos educacionais do Mapa Estratégico da rede municipal de educação, como também as ações educacionais desenvolvidas na rede privada, nas instituições filantrópicas e de ensino profissionalizante”. A diretora também lista que, na cidade, o acompanhamento de resultados e atingimento de metas acontece por meio de consultas públicas como SEADE e INEP, o monitoramento das metas que compõem o Mapa Estratégico da Diretoria de Educação, assim como as que compõem o Mapa Estratégico de cada Unidade Escolar (metas de aprendizagem e operacio-
nais) e um sistema de avaliação educacional da própria cidade, o SAELP, aplicado apenas nas escolas da rede municipal. Lucinara também ressalta que o município investe na formação continuada de profissionais da Educação e oferece atendimento a crianças de faixa etária de zero a três anos e 11 meses, em creches com sistema de Lista Única, com objetivo de atender prioritariamente famílias de baixa renda. Para auxiliar na gestão das metas em Lençóis Paulista, foram implantados sistemas informatizados para a área administrativa, para o controle de matrícula e avaliação funcional, por exemplo, e para a área pedagógica, para auxílio docente com ficha de acompanhamento do aluno, assessoria pedagógica informatizada, avaliação institucional, SAELP, relatórios de avaliação, entre outros. “Com os sistemas informatizados conseguimos monitorar os resultados gerais da rede, das escolas, das turmas e de cada aluno. A gestão dos processos administrativos também é facilitada, com isso otimizamos recursos e planejamos melhor nossas ações”, conta Lucinara. A diretora completa que a viabilidade das metas do Plano Municipal alinhado ao PNE trará os benefícios de uma educação de qualidade, a equidade e o desenvolvimento sociocultural dos alunos, além de qualificação profissional, o que proporcionará um bom parâmetro de escolas para o futuro.
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EDUCAÇÃO NO BRASIL
Onde se está e aonde se pretende chegar Acompanhe abaixo algumas informações divulgadas pelo Ministério da Educação sobre a educação no Brasil e os números almejados após o alcance das metas do PNE 2014-2024.
Aprender e ensinar sob medida Plataformas adaptativas são aposta para uma efetiva personalização
Educação infantil
Percentual da população de 4 e 5 anos que frequenta a escola. Contabilizado: 81,4% Almejado: 100%
do ensino nas escolas de hoje e do futuro
Meta 1
Michelly Fogaça Meta 2
Ensino médio
Taxa de escolarização líquida no ensino médio da população de 15 a 17 anos. Contabilizada: 55,3% Almejada: 85%
Meta 3
Meta 8
Elevação da escolaridade/Diversidade
Escolaridade média da população de
18 a 29 anos residente em área rural. Contabilizada: 7,8 anos Almejada: 12 anos
Educação profissional
Matrículas em educação profissional técnica de nível médio na rede pública. Contabilizadas: 900.519 Almejadas: 2.503.465
Meta 11
Meta 16
Formação de professores da educação básica Percentual de professores da educação básica com pós-graduação lato sensu ou stricto sensu. Contabilizado: 30,2% Almejado: 50%
Saiba mais: para conhecer detalhes sobre o PNE, suas metas e dados nacionais relacionados ao alcance das mesmas, acesse http://pne.mec.gov.br/.
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Fonte: IBGE/Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) – 2013 (adaptado) Infográfico: Júnior Morasco
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Ensino fundamental
Percentual de pessoas de 16 anos com pelo menos o ensino fundamental concluído. Contabilizado: 66,7% Almejado: 95%
mais marcantes do sistema de ensino brasileiro até o momento. A padronização no sentido da estagnação, da manutenção de uma metodologia que coloca os alunos como um todo homogêneo e predeterminado a chegar aos mesmos objetivos, pelo mesmo caminho e ao mesmo tempo. Hoje, para professores e demais profissionais da educação, torna-se cada vez mais evidente que o caminho não é esse. Mas, se não há um padrão, por onde seguir? Talvez tenha sido na percepção dessa dúvida que a personalização ganhou seu destaque. Mas para entender o porquê de personalizar, é preciso entender os tipos de ensino mais comuns e suas características. DIFERENTES METODOLOGIAS COLOCAM O ALUNO EM POSIÇÕES DISTINTAS NO PROCESSO DE ENSINO O primeiro método e o mais antigo é o Ensino Individual. Como o próprio nome sugere, ele é direcionado a uma única pessoa. Exemplos disso são os preceptores, responsáveis pela orientação nos estudos dos filhos de famílias nobres, desde a Antiguidade até a Modernidade. Os professores particulares exercem a mesma função atualmente, mas essa metodologia não garante a eficiência do aprendizado. Mesmo que o professor se ocupe de um único aluno, o método usado pode não ser embasado nas facilidades e dificuldades reais do estudante. Com a necessidade de a educação ser mais abrangente a todas as classes sociais, surgiu o Ensino Massivo. Nesse método, um elevado número de pessoas é orientado ao mesmo tempo, pelo padrão embasado na média da turma, ou seja, define-se um aluno hipotético como o perfil a ser ensinado. É o método mais disseminado, econômico e eficaz na aproximação social dos indivíduos, entretanto, a padronização que gera ressalta as desigualdades na aprendizagem, uma vez que a mesma é individual e depende das características particulares de cada aluno. A junção das melhores características desses dois métodos apresenta-se no Ensino Personalizado: individualizar o estudo sem a necessidade de isolar o aluno. E a discussão sobre o assunto não é nova, ela começou com a revolução social dos anos
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de 1960, em que a crítica sobre a estrutura do ensino no mundo ocidental ganhou fomento. Desde a época, as questões essenciais explanadas sobre esse método são sua capacidade de tornar o ensino mais eficiente e atender o aluno como um ser individual e único, com dificuldades e tempo de desenvolvimento singulares. Diante disso, o aspecto básico para o ensino personalizado é conhecer bem os alunos, mas não embasar esse conhecimento em percepções e juízos apenas, o professor precisa de ferramentas para auxiliá-lo nessa tarefa. Surge então a necessidade de tecnologias para o aprimoramento dessa nova metodologia. PLATAFORMAS ADAPTATIVAS SÃO APOSTA TECNOLÓGICA PARA POTENCIALIZAR OS NÍVEIS DE APRENDIZAGEM Em 2012, o Departamento de Educação de Nova York inseriu o uso de plataformas adaptativas em 125 de suas 1700 escolas públicas. No mesmo ano, a ação foi premiada pelo IMS Global Learning Consortium, concurso internacional que seleciona e avalia práticas inovadoras na área de educação. Com a iniciativa nos Estados Unidos, o assunto ganhou destaque e as plataformas começaram a ser vistas como a tendência para as salas de aula do futuro. Essa expectativa se dá pelo fato de que as plataformas adaptativas são o auxílio tecnológico à personalização do ensino, discutida lá atrás, desde a década de 1960. Segundo a pedagoga e especialista em Gestão Escolar, Laura Paniagua Justino, que coordena a área pedagógica de um projeto de implantação de plataformas adaptativas em uma rede de ensino do país, essas ferramentas contribuem para o desenvolvimento escolar dos alunos por oferecerem mecanismos de avaliação contínua, diagnosticando as lacunas de aprendizagem de forma particularizada e compreendendo, por meio de dados, as preferências de cada um no que se refere à personalidade e ao comportamento. “A partir desse conjunto de informações, o sistema entende o perfil do aluno e indica os conteúdos com as estratégias mais adequadas para que ele aprenda melhor, possibilitando maior autonomia em seus estudos”, comenta. O sistema dessas plataformas agrupa os dados, obtidos pela realização de atividades e demais inter-
ORGANIZAÇÃO DE DADOS PARA TRAÇAR PERFIL DO ALUNO E AUXILIAR TRABALHO DO PROFESSOR Com a experiência da sala de aula e o contato com os alunos, o professor obtém suas impressões sobre o perfil de cada um, mas tais percepções, embasadas em valores pessoais, não são tão fiéis à realidade quanto a análise baseada em dados organizados por meio de combinações estatísticas, o que é usado na criação das plataformas adaptativas. A quantidade e variedade de dados gerados e armazenados diariamente é imensa. Eles estão nos bancos, nas operadoras de telefonia, nas buscas on-line, enfim, os exemplos são inúmeros, mas o que faz a diferença na relatividade desses dados é a forma como eles são organizados e usados. A expressão Big Data é comum para designar esses dados que precisam ser organizados para tornar as informações extraídas dos mesmos úteis e utilizáveis em tempo hábil. No contexto das plataformas adaptativas, os estudantes são responsáveis pela geração de inúmeros dados ao usarem a ferramenta. Esses dados são armazenados, analisados e combinados e, das
A partir desse conjunto de informações, o sistema entende o perfil do aluno e indica os conteúdos com as estratégias mais adequadas para que ele aprenda melhor, possibilitando maior autonomia em seus estudos.
informações resultantes desse processo, são sugeridos os conteúdos e atividades que incentivam o aluno a explorar suas dificuldades e elevar seu nível de estudo. “Uma plataforma adaptativa precisa, basicamente, ser inteligente o suficiente para que utilize algoritmos que proponham atividades diferentes para cada aluno, sob medida, a partir de suas respostas e reação às tarefas. Essas tarefas vêm acompanhadas de conteúdos que complementam o aprendizado, como vídeos, imagens, textos ou propostas de atividades em grupo. Tudo isso para incentivar que o estudante trabalhe sua dificuldade até superá-la”, esclarece Washington Moisés Rodrigues, líder de desenvolvimento em projetos de plataformas adaptativas. A sugestão de conteúdo é parte indispensável da plataforma, por isso os softwares das mesmas são desenvolvidos sob a supervisão de especialistas em educação e profissionais da área pedagógica, que participam do ensino nas salas de aula e possuem experiência na produção de materiais didáticos. “Todas Foto: Arquivo Escola 2025
Padronização. Essa é uma das características
câmbios entre aluno e ferramenta, em relatórios de acompanhamento da aprendizagem. Essa função oferece ao professor a possibilidade de realizar a gestão da sala de aula de maneira mais adequada e tomar decisões sobre intervenções e planejamento, conforme necessidades específicas dos alunos. A pedagoga explica que “as interações dos alunos na plataforma permitem a avaliação da aprendizagem e, a partir do resultado, o sistema propõe atividades com diferentes estratégias, como games, infográficos, leituras, vídeos, entre outros, ou seja, um mesmo conteúdo pode ser apresentado aos alunos sob medida, de acordo com seu perfil”. Essa visualização do processo de aprendizagem do aluno contribui para que o professor recupere aqueles alunos que apresentam mais dificuldades e ofereça mais desafios aos que podem ir além. Assim, como conclui a especialista, “o professor não precisa esperar resultados de simulados ou avaliações bimestrais para fazer as intervenções junto aos alunos, podendo lançar mão de novas estratégias para melhorar a aprendizagem dos mesmos de forma pontual”.
Alunos de Taboão da Serra acessam plataforma adaptativa em aplicativo no celular.
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PLATAFORMA ADAPTATIVA? 2
O sistema é desenvolvido para guardar informações de uso de cada usuário
O aluno acessa a plataforma e responde questões de uma disciplina
a) b) c) d)
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O sistema agrupa respostas, o tempo em cada questão, os erros e os acertos
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A “memória” da plataforma indica conteúdos complementares condizentes com a necessidade do estudante
A plataforma ajuda no direcionamento do estudo e na intervenção pedagógica do professor
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Esses dados também chegam ao professor em forma de gráficos e tabelas
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Infográfico: Júnior Morasco Texto: Michelly Fogaça A
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ADOTAR A PLATAFORMA ADAPTATIVA É SE PREPARAR PARA UM MODELO DE EDUCAÇÃO DO FUTURO A tendência de plataformas adaptativas chega para desmassificar o método de ensino de hoje, no qual “os meios de entrega de conteúdo mais empregados apresentam exatamente o mesmo material a todos os alunos, independentemente de suas particularidades”, constata Bruno Penteado, especialista em Pesquisa e Aplicação na área de tecnologias aplicadas à educação e doutorando em Computação aplicada à Educação na Universidade de São Paulo – USP. Segundo o especialista, os conteúdos utilizados até hoje não foram de todo inadequados, eles apenas não acompanharam a evolução dos alunos com a mesma velocidade de adaptação. “Eles (conteúdos) tiveram sucesso, pois apresentam vantagens como a relação custo-benefício, ao entregar instrução em larga escala e nivelar todos os alunos em uma programação didática fixa. Porém, uma limitação desses meios, mesmo se transpostos para ambientes digitais, é que eles fornecem as mesmas páginas, mesmos materiais, mesmas dicas nos mesmos lugares, sendo uma prática massificada, com abordagem única e sugerindo, por exemplo, as mesmas sequências de estudo, no mesmo ritmo, a pessoas com diferentes objetivos e conhecimentos prévios sobre o assunto”, contextualiza Bruno. Com o desenvolvimento tecnológico e sua popularização considerável, acompanhar a evolução dos processos de ensino e aprendizagem tornou-se
Foto: Arquivo Escola 2025
COMO FUNCIONA UMA
as etapas de criação dos softwares passam por uma avaliação que tem por objetivo analisar a usabilidade da ferramenta, procurando identificar sua contribuição para o aprimoramento escolar do aluno”, elucida o desenvolvedor. Com toda essa organização dos dados possibilitada por softwares de qualidade, os professores podem visualizar o desempenho dos alunos de forma detalhada, como a resposta que o usuário escolheu, os conteúdos de apoio que utilizou para trabalhar na atividade e o tempo que levou para fazer os exercícios. Dessa forma, a junção da estrutura pedagógica com a tecnologia mostra-se uma parceria funcional na personalização do ensino por meio das plataformas adaptativas.
Ação de implantação de plataforma adaptativa com alunos de Taboão.
fundamental para a escola se preparar para o futuro. Penteado explica que oferecer meios para que o professor possa gerir a aprendizagem dos alunos de maneira mais adequada e, como consequência, tornar a mesma mais eficiente para cada estudante é o caminho para uma educação de sucesso, desde que as ferramentas sejam empregadas da maneira adequada. Para o especialista, a personalização do ensino por meio das plataformas adaptativas apresenta-se como um dos métodos mais otimistas e eficazes de aplicação de ferramenta tecnológica em busca da eficiência do ensino e aprendizagem, principalmente pela sua estrutura de concepção. “Os sistemas adaptativos educacionais se baseiam em três componentes principais: o modelo do usuário (características e traços individuais), o modelo do domínio (o que será adaptado) e os modelos instrucionais (abordagens pedagógicas para o processo de ensino). Quanto melhor o sistema for modelado em cima de características relevantes e mensuráveis de cada um desses componentes, mais
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relevante tende a ser o resultado”, explica. Em complemento à ideia de Bruno, a pedagoga Laura Justino afirma que a escola deve buscar ferramentas e materiais de qualidade, bem construídos, e que sejam empregados para o desenvolvimento não só do aluno, mas de toda a escola. “Se a excelência de uma escola está em assegurar o sucesso de todos os alunos, a personalização do ensino passa a ser uma das estratégias mais importantes. Nesse sentido, acredito que as plataformas adaptativas devem chegar ao centro do processo de ensino e aprendizagem em todas as escolas do Brasil”, conclui a pedagoga. ONDE A MUDANÇA JÁ COMEÇOU... Um colégio particular do município de Taboão da Serra, São Paulo, participa desde setembro do ano passado de um projeto de implantação de plataforma adaptativa, elaborada para a rede de ensino da qual faz parte. Representantes do projeto fizeram visitas à escola para conhecer a estrutura do local e as expectativas de gestores, professores e alunos quanto à mudança, que será gradativa, na forma de os estudantes realizarem seus estudos, e de os professores e gestores acompanharem seus resultados. “Os nossos alunos estão no século XXI e o professor na escola está com giz e lousa do século XIX, por isso eu vejo com muito bons olhos a inserção dessa plataforma na escola”, declara de maneira positiva Anadiso França, mantenedor do colégio em Taboão da Serra. O gestor recebeu a ideia de uma plataforma adaptativa para a rotina dos alunos “com muito entusiasmo”. Professora de Matemática e Física no colégio, Fernanda Cristina da Silva ressalta a ajuda que a plataforma dará na identificação dos perfis dos alunos, principalmente daqueles que chegaram à escola há pouco tempo. “Quando você conhece um aluno há mais tempo, até consegue reconhecer as dificuldades dele e ajudar no que é possível, dentro de uma sala de aula com vários outros alunos, mas quando um aluno vem de fora, os dados da plataforma facilitam muito no direcionamento do que fazer para ajudar esse aluno a melhorar o seu desempenho na escola”, comenta. Para Laura Paniagua Justino, esse tipo de aproximação pré-implantação é a melhor maneira de conhecer os maiores interessados no ensino per-
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Nos sentimos honrados e felizes por estar contribuindo com o projeto. É muito interessante para nós que o desenvolvimento desse sistema seja embasado nas opiniões das pessoas que vão trabalhar com ele no dia a dia.
sonalizado e garantir o sucesso da plataforma. “É fundamental ouvir, possibilitar a experiência do uso e entender as necessidades de gestores, professores e alunos. Uma plataforma de ensino adaptativo só será efetivamente eficaz se for capaz de oferecer recursos aderentes ao dia a dia da escola, proporcionando a cada pessoa a melhoria de processos, seja no âmbito da gestão da escola ou na execução de tarefas diárias pelos alunos”, afirma. “Nos sentimos honrados e felizes por estar contribuindo com o projeto. É muito interessante para nós que o desenvolvimento desse sistema seja embasado nas opiniões das pessoas que vão trabalhar com ele no dia a dia”, ressalta França. O colégio de Taboão continua no projeto ao longo de 2015, ano em que a plataforma implantada na instituição e seu aplicativo receberão as melhorias sugeridas por alunos e professores de todas as escolas participantes da ação.
PARA SABER MAIS O educador português João Nogueira Pimentel abordou a personalização do ensino em 1988, no texto Reflexões sobre as qualidades da personalização do ensino, que pode ser lido em: http://www.ipv.pt/ millenium/ect10_pimtl.htm. Se quiser relembrar fatos marcantes dos anos de 1960, alguns livros interessantes são: Brasil: anos 60, de José Geraldo Couto – Editora Ática; Os incríveis anos 60-70, de Nenê Benvenutti – Editora Novo Século; De volta aos anos 60: uma viagem pelo fim do ideal revolucionário, de Pierre Bergouniox – Editora Alameda.
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Escola e sociedade “Como empresário de educação, e principalmente como pai, acredito em uma escola que proporcione integração tecnológica, um currículo adequado e valores sociais aos estudantes”
Foto: Arquivo Escola 2025
Eduardo Stevanato é empresário no ramo de tecnologia voltada à educação há mais de quinze anos, Diretor Presidente e CEO da MSTECH Educação e Tecnologia, pai de dois filhos e crédulo de que a tecnologia, bem empregada, auxiliará na escola e na sociedade do futuro.
Em meados de 1999 e 2000, eu vinha de uma
indústria de software do segmento corporativo e assistia às empresas se informatizando muito rapidamente. Quando me propuseram a olhar com mais cuidado o mercado de educação, eu percebi que essa área e as escolas em si estavam décadas atrás da inovação tecnológica. Era evidente que a tecnologia evoluía, os estudantes fora da escola acompanhavam essa evolução, mas dentro da escola isso não acontecia. Foi dessa realidade que eu vi a oportunidade de construir algo que complementasse as ações nas escolas e diminuísse esse espaço entre o ambiente escolar e o avanço tecnológico. A dúvida então foi por onde começar. Com o apoio de alguns parceiros, como Intel e Microsoft, nós participamos de um projeto em Bauru, para visitar 22 escolas estaduais durante um ano e sentir, dentro da escola, quais eram as necessidades desses ambientes de ensino. Eu e a pequena equipe da empresa, na época, unimos a essa experiência a vontade de ofere-
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cer uma plataforma de serviços e soluções que fosse escalável para o setor público, para atingir o maior número de escolas possível. Nessa mesma época, e acompanhando de perto o trabalho da escola e dos professores, percebemos que o docente não precisava apenas da tecnologia na escola, mas de apoio para enfrentar uma sala de aula digital. O professor não estava familiarizado com o computador ou qualquer outro dispositivo. Inserir essa tecnologia na escola sem ajudá-lo a entendê-la seria prejudicar e não ajudar o processo de ensino e aprendizagem. A intenção não era oferecer apenas tecnologia, era proporcionar avanço tecnológico na educação. Estudamos o que já era oferecido pelo mundo e localizamos as soluções na Malásia, indicadas pela Intel, que deram origem a dois produtos do portfólio da empresa atualmente e foram as duas primeiras funcionalidades que trouxemos para a educação pública. Como empresário de tecnologia voltada à educação, a idealização sempre foi estar à frente no tipo de tecnologia que pudesse ser inserida na escola para atualizar e potencializar o meio educacional. Mas um dos maiores desafios que ainda vejo, mais de quinze anos depois de firmar o trabalho nesse meio, é realmente conseguir atualizar a escola e seus agentes em uma velocidade próxima da compatível com a evolução tecnológica acompanhada pelos alunos. Ainda levamos as tecnologias mais simples do começo (atualizadas, mas mesmo assim simples) aos professores e vemos a
surpresa em suas reações, o olhar de descoberta perante o novo. Isso mostra que a escola ainda tem muito a avançar no aspecto tecnológico. Claro que muitas instituições já caminham para isso, mas diante do total brasileiro, a quantidade ainda é pequena. A questão vai muito além de inserir a tecnologia. Além de vencer a barreira de uso, de permitir que o professor consiga conduzir uma aula construtiva dentro de um ambiente digital, a escola só mudará e acompanhará as necessidades dos estudantes do futuro quando as ferramentas tecnológicas se tornarem uma extensão do método tradicional de ensino. Os conteúdos não podem apenas ser transpostos, eles devem estar adaptados ao meio digital e oferecer aquilo que o livro e o caderno de papel, sozinhos, não podem. Essa minha percepção das necessidades escolares ficou ainda maior quando meus filhos, hoje com cinco e seis anos, passaram a fazer parte do público atendido pelas instituições de ensino. Encontrar uma escola que atendesse às minhas expectativas e de minha esposa para a educação dos nossos filhos foi uma missão árdua e cautelosa. Trabalhar com educação me fez um pai ainda mais exigente em relação ao que seria oferecido aos meus pequenos estudantes, uma vez que eu os entregava à escola aspirando a uma educação acompanhada da tecnologia, que já é tão natural a essa geração, e de valores socioculturais, essenciais para a formação de cidadãos completos, preparados para o mundo, o mercado de trabalho e as exigências sociais como um todo. É um grande desafio ser empresário de educação e pai ao mesmo tempo, porque cria em você a responsabilidade de saber o que oferecer para os filhos dos outros e a vontade de que os seus filhos também utilizem aquilo que de melhor você oferece, de forma adequada e construtiva. Então, quando eu e minha esposa começamos a procurar as escolas, um dos critérios para a escolha era como esses lugares lidavam com a tecnologia no ambiente escolar. É claro que há instituições de ensino, tanto da rede pública quanto da privada, que oferecem métodos de ensino exemplares, como as que possuem o ensino individualizado, para o aluno explorar todo o seu potencial enquanto ele está na escola. No entanto, para mim é claro que tudo isso pode ser potencializado com a inserção da tecnologia como ferramenta de apoio ao trabalho do professor e, consequentemente, à aprendi-
zagem do aluno. Como pai, considero que uma escola completa é aquela que trabalha o currículo adequado ao estilo de seus alunos e inclui no processo de ensino valores sociais, para que seus estudantes estejam preparados para a fase da vida que vem além das salas de aula. Se a tecnologia é uma das demandas do mercado de trabalho e da vida cotidiana em geral, tê-la na escola deve ser tão natural quanto ter cadernos, livros e demais materiais didáticos já comuns nesse ambiente. A tecnologia na escola também auxilia na responsabilidade dos pais com a vida acadêmica dos filhos. Posso exemplificar isso com algo que aconteceu comigo há algum tempo. Eu estava viajando e não podia acompanhar minha esposa em uma reunião de pais no colégio dos meus filhos. Mas acho fundamental a presença nessas reuniões, então participei por teleconferência. Esse tipo de funcionalidade já é comum em outras ocorrências e deve se tornar também em situações assim. A responsabilidade da educação dos filhos é dos pais e a escola é um dos instrumentos escolhidos para dar suporte a ela, por isso é uma decisão tão importante. O ambiente escolar deve refletir o que os pais buscam para a educação dos seus filhos. Não adianta você colocar a criança na escola e esperar que ela venha pronta, sabendo tudo. Existe o dever dos pais com o ensino e a aprendizagem dos filhos, dentro e fora da escola, e a correria do dia a dia não deve atrapalhar essa ação. Aí vem a tecnologia mais uma vez se mostrando uma grande aliada da educação. Vivenciando tudo isso, e depois de impactar mais de 10.000 escolas e 8 milhões de alunos com as tecnologias desenvolvidas pela MSTECH, sinto-me novamente como no início da empresa e me perguntando por qual caminho seguir, mas agora com mais clareza na resposta. Nós estamos desenvolvendo tecnologias no presente que eu vejo realmente bem implantadas daqui a 10, 15 anos. E vejo isso como uma missão, tanto como empresário quanto como pai: pensar no hoje o ensino do futuro. Então, quando penso na escola em 2025, vejo um tempo hábil para mudanças consistentes, para o mercado absorver todas essas tecnologias para melhorar a aprendizagem no país. Trabalho com uma grande equipe para que a educação melhore constantemente, para que cada vez mais haja equidade na qualidade entre escolas públicas e particulares. Quando acreditamos na educação e trabalhamos para que ela evolua, investimos em um futuro melhor para todos.
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Opinião de estudante Aluna do segundo ano do ensino médio conta o que acha da escola de hoje e o que deseja para a escola do futuro
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Foto: Arquivo Escola 2025
Ana Martha, à esquerda, acompanha o conteúdo da aula, com sua colega de classe, pelo smartphone.
Ensino Fundamental 1 (EF1)
5,1
3,9 Brasil
Abril Educação
4,9
Brasil
colégio, ela foi a aluna com mais acessos no período avaliado para as ações na escola. Diante disso, a redação da Escola 2025 conversou com a Ana Martha para saber a opinião dela sobre o modelo de escola de hoje, suas idealizações profissionais e o que ela considera interessante para uma escola do futuro. Em seu tempo livre, a estudante diz que gosta de ler livros, revistas, acessar as redes sociais e ver filmes, mas bastante focada nos estudos, também faz atividades da área de Humanas, que engloba suas disciplinas favoritas, “para passar o tempo” ou saber se aprendeu o conteúdo. Ana Martha também conta que pretende cursar faculdade de Psicologia. Sobre a escola de hoje, a adolescente afirma que “requer muita dedicação” ao método utilizado, mas que um aspecto bem positivo são “os diferentes estilos de professores, cada um com seu jeito de ensinar”. Em contrapartida, a aluna acha que a carga horária dedicada ao currículo tradicional é muito extensa e não deixa tempo hábil para atividades fora da escola, durante a semana. Uma alternativa a isso seria a inserção de mais atividades extraclasse nas próprias instituições de ensino. Para a escola do futuro, Ana Martha almeja mais ferramentas tecnológicas, que prendam a atenção
Resultados IDEB
no segundo ano do ensino médio de um colégio particular em Taboão da Serra-SP. Ela frequenta a mesma escola desde criança, pela qual demonstra bastante carinho, e é considerada uma aluna muito dedicada pelos professores e gestores da instituição. A Revista Escola 2025 acompanhou a classe da estudante durante a fase de implantação de uma plataforma adaptativa da rede de ensino de que faz parte o colégio onde estuda (veja mais sobre esse processo na página 42). A estudante mostrou-se bem interessada pelas novidades apresentadas à turma e empolgada com as diferentes possibilidades de direcionar seus estudos. Segundo dados da plataforma em implantação no
5,9
Abril Educação
Michelly Fogaça
Ana Martha Delling tem dezesseis anos e está
IDEB COMPROVA. ONDE TEM ABRIL EDUCAÇÃO, O ENSINO É ACIMA DA MÉDIA NACIONAL.
Ensino Fundamental 2 (EF2)
Mais uma vez, os municípios que utilizam os sistemas de ensino da Abril Educação registraram melhora no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB): 98% das escolas parceiras de Ensino Fundamental 1 e 94% das escolas parceiras de Ensino Fundamental 2 estão acima da média brasileira.
média de 5,1. Sendo que, entre os estados da federação, a melhor média é a de Minas Gerais, com 4,6.
Enquanto a média nacional para o Ensino Fundamental 1 chegou a 4,9, a Abril Educação atingiu a média de 5,9 – índice igual ao do estado de MG, o mais bem colocado na avaliação do IDEB 2013.
Parabéns a todos os nossos parceiros, que confiaram nas soluções educacionais da Abril Educação.
No Ensino Fundamental 2, a média nacional foi de 3,9. Mas os municípios parceiros da Abril Educação atingiram a
A Educação é nossa marca.
Com o município de Itápolis, a Abril Educação obteve ainda o 3º melhor resultado do Brasil no Ensino Fundamental 2, que foi a média de 6,6.
Parabéns, gestores, professores, alunos e pais.
dos alunos e tornem as aulas menos “monótonas”. “A escola ideal seria, para mim, aquela que tivesse a utilização de computadores ao invés de cadernos, aulas práticas e fora do ambiente escolar com mais frequência”, conta a estudante.
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