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Vem com a gente! Vamos pensar diferente? Somos uma escola que já nasceu diferente. Somos uma escola inclusiva e acolhedora e temos constatado que a convivência entre os diferentes é enriquecedora para todos, inclusive para os educadores. Buscamos o desenvolvimento pessoal de cada aluno, cada um sendo aceito com suas peculiaridades, facilidades e dificuldades a serem aproveitadas. Acreditamos que todo ser humano é capaz de aprender e procuramos ajudar nossos alunos a construírem Estamos seguras de que na escola que uma boa autoimagem de si mesmos. idealizamos para o século XXI, baseada nos 43 anos de prática educativa de pon- Estamos em processo de evolução, prota, continuaremos a desenvolver o que curando nos adaptar a e às bruscas mujá vimos fazendo com sucesso por todos dança que vem ocorrendo no planeta, esses anos, como a autonomia, que co- em todas as áreas. E, no entanto, há algo meçamos a construir desde a Educação que não muda em nenhuma metodoloInfantil, a criatividade, o diálogo, a convi- gia, em nenhuma escola em qualquer vência harmoniosa, a confiança e o respei- canto que seja, em qualquer século que to mútuos, a curiosidade, a diversidade de vivamos: a necessidade que a criança e formas e locais de aprendizagem, inclusi- o jovem têm de serem amados, ouvidos ve com viagens internacionais de estudo, e respeitados. E respeitá-los significa, a cultura geral e a arte, não deixando de mais do que tudo, educá-los, e educar lado o desenvolvimento físico da criança e implica, comumente, contrariar. do jovem, usando os esportes como mo- Esta é nossa missão em parceria com vocês, Pais, educar! tivação. Temos trabalhado sempre de forma inovadora, procurando criar modelos educacionais, e hoje buscamos novas metodologias de ensino e aprendizagem que aproveitem as novas tecnologias, que encantam crianças e jovens, e que possam contribuir para uma alfabetização plena, uma mente matemática aberta a desafios, enfim, que possam desenvolver todas as competências que o novo milênio está requerendo.
Desde sua fundação, a escola propõe edu- Nós do Colégio Jardim sentimo-nos car o ser humano completo: corpo, inte- muito honrados pela confiança que vocês depositam em nós, confiando-nos a lecto e espírito. parceria na educação de seus filhos.
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O Projeto Pedagógico da Escola Jardim das Nações engloba aspectos que serão abordados com bastante ênfase desde a Educação Infantil até o Ensino Médio de forma sistemática e padronizada com o objetivo, entre outros, de fazer com que nossos alunos ampliem o seu conhecimento e construam diversas competências.
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ração de quantidades e muitos jogos, sempre desafiando e estimulando as crianças a pensar. O objetivo, num primeiro momento, é fazer com que as crianças entendam a lógica dos problemas e utilizem o modo matemático para fazer registros e para solucionar diversas questões, para depois se familiarizarem com as operações básicas e começarem a fazer contas. Ensino como você nunca viu. Essa base alternativa na matemática é o que vai fazer com que os alunos possam aprender matemática de um jeito realmente diferente, quando ingressarem no Fundamental I. Recentemente, as Coordenadoras Educacionais Renata Moura (Educação Infantil) e Maristela Domingos (Ensino Fundamental I) participaram de um curso de atualização na Unicamp, ministrado por Constance Kamii, doutora em Educação e Psicologia pela Universidade de Michigan e ex-aluna e colaboradora de Jean Piaget. O curso veio reforçar o ensino de matemática feito na Escola Jardim das Nações, ao deixar claro que, depois de muito estudo, é comprovado que crianças aprendem matemática resolvendo situações -problema, enfrentando obstáculos e desafios e utilizando os conhecimentos que adquirem em sua vivência familiar e social e que memorizar, repetir ou fazer exercícios só devem ser procedimentos trabalhados depois que houver pleno entendimento do conteúdo.
Brincar para gostar de aprender. Na Educação Infantil o trabalho é voltado para a ampliação dos conhecimentos básicos em língua portuguesa e matemática e também há um grande investimento nas habilidades sociais das crianças desta faixa etária, visando a uma contribuição significativa para a aquisição de competências necessárias para o desenvolvimento social e para o desenvolvimento da linguagem e do pensamento. “Durante todo ano, investimos nesses aspectos com nossas crianças, de Nido a 1° ano”, conta Renata Moura, Coordenadora Pedagógica da Educação Infantil, “seja através de brincadeiras, de jogos ou de atividades preparadas justamente para ampliar o conhecimento e construir essas competências”. É na Educação Infantil que se inicia o processo de fazer com que as crianças gostem de ler. Rose Mendes, Orientadora Educacional do Jardim, lembra que “desenvolver o gosto por ouvir histórias e, depois, o prazer em ler é um grande investimento do Jardim como um todo”. É nesse processo que se encaixam, por exemplo, o projeto “Perseguição de Autores” (os alunos leem diversas obras de um determinado autor e, em muitos casos, chegam a entre-
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vistá-lo), o trabalho de leitura durante a Feira do Livro (em sua 26ª edição), as atividades de leitura para os colegas de turmas de 1º Ano, entre outros. “Este ano tivemos o prazer de receber aqui na Escola, Mary e Eliardo França, escritora e ilustrador de livros infantis” continua Rose, “que trouxeram informações incríveis para nossos alunos”. Esse trabalho com narrativas e leitura, além de ajudar no processo de entonação, de pronúncia e de expressão dos alunos da Educação Infantil, culmina no processo de intensificação da escrita, que é bastante aprofundado no 1º Ano. “A construção da escrita desenvolve-se de forma rápida, espontânea e com muita atenção”, explica Renata, “uma vez que começaremos a trabalhar a ortografia, a separação das palavras, a letra maiúscula de forma natural, ao registrar aqueles textos que eles já sabem muito bem de memória, no papel”. Como se vê, os conteúdos, no Jardim, são desenvolvidos com as crianças de forma saudável e de acordo com a faixa etária. É assim que acontece também com o ensino da matemática, que ocorre de forma simples, usando bastante compa-
Tal filosofia aplica-se também ao processo de ampliar conhecimento e desenvolver competências em outras disciplinas, mas principalmente na língua portuguesa, no que diz respeito à leitura e à escrita. “O 2º Ano, por exemplo, começa o processo de produção de texto através da descrição”, exemplifica Márcia Marçon, Orientadora Educacional do Fundamental I, “tal processo é bastante desafiador e requer do aluno muitas habilidades, como uso de vocabulário, domínio de regras gramaticais e ortográficas, pontuação adequada, entre outras”.
Nesse contexto, faz sentido elencar as atividades envolvendo leitura e produção de texto que os alunos do Jardim irão realizar ao longo do Ensino Fundamental I. Junto com os textos descritivos, os alunos do 2º Ano têm o projeto do Sarau de Poesia, com o objetivo de desenvolver a oralidade, a criatividade e a fluência na leitura e na escrita e que culmina com uma grande apresentação, que é um desafio importante nesta faixa etária. Os alunos do 3º Ano irão organizar dois Livros: o Livro de Indicação Literária, trabalho que farão em dupla (desenvolvendo competências sócias como cooperação, tomada de decisão, tolerância), baseado na leitura de diversas obras ao longo do ano letivo, e o Livro de Biografias, envolvendo as disciplinas de Português e História, quando os alunos terminarão por biografar algum membro de suas famílias. No 4º Ano, os gêneros começam a se diferenciar e os alunos entram em contato com o texto jornalístico, atividade que culmina nos próprios alunos sendo responsáveis pela produção de um pequeno Jornal. Esse projeto de produção escrita é muito rico pedagogicamente, pois os alunos precisam trabalhar em grupo e são desafiados a tomar decisões para chegar a um consenso na seleção do tema, na escrita, na escolha das fotos e assim por diante. Já o 5º Ano fará um Projeto muito estimulante no qual terá de escrever Contos de Suspense. “Nesse projeto, os alunos trabalham bastante com a descrição, para construir o clima do texto”, explica Maristela, “e são convidados a pensar numa conclusão surpreendente, o que é muito desafiador para eles, pois envolve muitos conhecimentos novos”. Alunos sérios: estudando mais e melhor. Quando o aluno chega ao Ensino Fundamental II, a sua grade curricular se amplia e ele vai ter um contato muito mais profundo com diversas matérias que não compunham a grade do Fundamental I. Assim, para melhorar a rotina escolar do aluno e fazer com que ele estude mais e de maneira mais eficiente, ampliando seus conhecimentos de maneira
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significativa, a Escola Jardim das Nações criou os Planos de Estudo para o Fundamental II: documentos disponibilizados on-line que oferecem listas de exercícios, temas de pesquisa, referências de sites, vídeos explicativos e bibliografia especializada, para que o aluno estude em casa, após as aulas. “Os Planos tiraram todos [alunos, pais e professores] da chamada Zona de Conforto e trouxeram as tarefas de uma forma diferente”, conta Cris Golin, Coordenadora Pedagógica do Fundamental II do Jardim, “fazendo com que o aluno se mobilize, vá atrás dos estudos e deixe de recebê-los como antes, anotados na lousa, com um comando do professor”. Além da sistematização do conteúdo, o Plano de Estudo contribui, desta maneira, para a aquisição de certas competências, como a autonomia, a independência, a disciplina e a responsabilidade. “Os Planos são muito melhores do que as tarefas, pois com eles eu mantenho o foco e sigo estudando por mais tempo”, concorda Izabella Burzelli, aluna do 8º Ano do Jardim. Nesse mesmo sentido, o Jardim também utiliza os Laboratórios de Investigação com os alunos desse segmento, como maneira de formar um ser humano com uma postura investigativa, que seja naturalmente curioso. “Queremos formar pessoas curiosas, futuros pesquisadores ou cientistas”, comenta Jaque Cabral, Orientadora Educacional do Fundamental II, “que vão descobrir curas para doenças, criar novos recursos tecnológicos, construir de forma mais sustentável ou economizar nossos recursos esgotáveis”. Os Laboratórios de Investigação contam com aulas planejadas para que os alunos possam observar fenômenos e levantar hipóteses para depois confirmá-las ou não, aulas em que eles vão construir saberes e interagir com a ciência de forma mais próxima.
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Assim, quando chegam ao 8º e no 9º Ano, nossos alunos já estão prontos para conteúdos e atividades mais desafiadoras e é nesse cenário que têm início os Projetos Interdisciplinares. Como o próprio nome diz, esses Projetos exigem dos alunos conhecimentos e conteúdos de diversas disciplinas, conjugados para a resolução de um determinado problema, sempre com os alunos trabalhando em grupo. Neste ano os alunos já tiveram como desafio a construção de uma Escada (levando em conta desde os cálculos matemáticos e físicos, a determinação de um orçamento, sua aplicação funcional e diversos outros aspectos), um trabalho sobre Música (era preciso definir uma década, levantar o panorama histórico daquele estilo, pensar nos meios audiovisuais de apresentar o trabalho, além de resolver outros problemas) e outro sobre Cidadania (estudar problemas sociais para elaborar um projeto de Lei para a nossa cidade e estruturar uma apresentação para a Câmara de Vereadores). Para reforçar a ampliação do conhecimento de nossos alunos e começar a focar em provas externas, visando ao ENEM no Ensino Médio, a Coordenação do Ensino Fundamental II participou pela 3ª vez da Olimpíada do Conhecimento, competição intelectual organizada pela rede Pitágoras (fornecedora do material pedagógico do segmento) com mais de 3 mil estudantes, de 6 estados das regiões Sudeste e Sul. “Neste ano, nós tivemos dois alunos em 1º Lugar, no 6º e no 8º Ano, e um aluno em 2º Lugar, no 7º Ano”, conta Cris Golin, “mostrando a força do nosso trabalho na preparação para provas que requerem conhecimento, planejamento e estratégia desde já”.
A etapa final. A estratégia de focar em conteúdos fortes e em provas externas também acontece no Ensino Médio, embora com algumas diferenças, pois agora todo esforço desse segmento se volta para esse foco. “No Ensino Médio, há uma preocupação maior com provas como o ENEM e Vestibulares”, explica Adriana Garcez, Coordenadora Pedagógica do Colégio Jardim das Nacões, “por isso nossas aulas de aprofundamento acontecem para turmas de 2ª e 3ª Séries e englobam também os conteúdos de Química, Biologia e Física - além da Matemática”. Nas turmas de 3ª Série, as Aulas de Aprofundamento acontecem na grade curricular normal e também como disciplinas opcionais, no período inverso, enquanto na 2ª Série essas aulas são apenas opcionais. Há uma preocupação grande em garantir que os alunos do Ensino Médio desenvolvam certas competências, tais como a cooperação, a autonomia e a responsabilidade. Por isso, nesse segmento, trabalhamos com programas que incentivam essas práticas, como os Projetos Interdisciplinares, os Laboratórios e Oficinas de Investigação. “Nós queremos que o jovem aprenda e amplie seus conhecimentos, que conheça coisas novas e relacione diferentes disciplinas”, conta Antonio Santos, responsável pelos Projetos e Oficinas do Colégio Jardim das Nações, “mas também sabemos que o jeito como ele faz isso é tão importante quanto o conhecimento, pois a gente quer um jovem que se comprometa, que aprenda a ‘se virar’, a ‘correr atrás’ das coisas, que também desenvolva essas competências”.
Mas não podemos esquecer também que, no Ensino Médio, estamos falando com um tipo diferente de aluno, muito mais maduro e entrando na fase final da Educação Básica, cuja maior preocupação costuma ser a preparação para a aprovação em uma boa faculdade – que cada vez mais depende de uma boa performance no ENEM. O Colégio Jardim das Nações faz questão de preparar e capacitar seus professores para darem boas aulas, tendo esse horizonte como meta. “Estamos usando, pelo segundo ano consecutivo, o programa de Teoria da Resposta ao Item (TRI)”, comenta Valma Mascarenhas, Orientadora Educacional do Ensino Médio, “para que os professores entendam o processo de elaboração e correção das provas do ENEM, e assim possam melhorar a orientação de aulas e estudos”. Como se aprende é tão importante como o que se aprende. A Escola Jardim das Nações acredita que é preciso ampliar o conhecimento dos alunos sem deixar de trabalhar para que ele desenvolva diversas competências, pois todo ser humano é parte de uma sociedade. Além disso, está claro que, hoje em dia, um cidadão – seja profissionalmente ou socialmente - é valorizado tanto pelo seu conhecimento quanto pelo seu perfil, ou seja, o “como fazer” é tão importante quanto o “o que fazer”. É por isso que a Escola Jardim das Nações trabalha sistematicamente, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, para ampliar o conhecimento e desenvolver competências em seus alunos.
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Formando pessoas de bem. Bons princípios, valores sólidos, ética condizente com o bem, conduta moral impecável, boa convivência, cidadania, consciência social. Esses são os conceitos que permeiam a boa educação e a boa formação de indivíduos nos dias atuais e, na Escola Jardim das Nações, esse trabalho começa cedo e vai até o fim, sempre focado em formar pessoas de bem.
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A rotina que leva para o bem. A Escola é o espaço da formação de cidadãos, de seres humanos conscientes de seu papel na sociedade, e, para a Escola Jardim das Nações, é natural que muitos dos esforços nesse sentido comecem justamente na Educação Infantil. A Especialista em Psicologia da Educação, Telma Vinha, corrobora essa ideia dizendo que “o desenvolvimento da autonomia moral é uma meta importante para a educação, e a Educação Infantil constitui local ideal para o desenvolvimento das diversas relações de colaboração e cooperação”. “De forma sistematizada e pensada, fazemos muitas atividades para o Desenvolvimento da Moralidade nas crianças”, complementa Renata Moura, Coordenadora Pedagógica desse segmento na Escola Jardim das Nações, “pois desenvolver em cada criança a semente para o bem é um esforço e uma atenção diária para os detalhes da vida em conjunto”. Como exemplo, existe o Projeto Força Máxima, que, ao trabalhar aspectos como a higiene, a limpeza, a reciclagem, a economia e o cuidado com bens coletivos, faz com que os alunos trabalhem a empatia, consigam se colocar no lugar dos outros e desenvolvam uma ética calcada no bem-estar de todos. “Envolver-se com as ações do projeto é muito empolgante para eles: fotografar, colocar bilhetes, investigar o uso do banheiro, denunciar o mau uso são pequenas ações que os motivam muito”, finaliza Renata. “Desde pequenos queremos despertar certos valores, como a indignação e a empatia, para que eles levem isso
Jogos e atividades que são focados na cooperação entre os alunos mostram como o Jardim pensa diferente e contribuem para que eles entendam que a competição não é benéfica quando todos se juntam com um objetivo maior em comum - esse é o objetivo das Olimpíadas da Cooperação.
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para a vida fora dos muros da escola”, complementa Rose Mendes, Orientadora Educacional da Educação Infantil do Jardim, “por isso todos os grupos da Educação Infantil participam de momentos de reflexão e avaliação do dia”. Cada professora decide as atividades mais indicadas para que as crianças expressem sentimentos como alegria, tristeza, raiva, inveja e entenda como fazer para que isso não a incomode ou incomode o seu colega. Esses momentos, que podem ser ações como Discussões de Caso, Fechamento do Dia ou até a Roda de Sentimentos, são utilizados para que as crianças desenvolvam a moralidade desde pequenas, tendo assim um desenvolvimento psicológico saudável. Sabe-se que as crianças preferem muito mais a conversa franca e direta na tentativa de acertar alguma situação problemática com seus colegas a usar o confronto ou a força física. Assim, o objetivo desse trabalho em sala de aula, de forma constante e sistematizada, como acontece na Escola Jardim das Nações, colabora para a formação de personalidades autônomas e aptas a cooperar, seja para ter o governo de suas próprias ações pensando individualmente mesmo e até pensando coletivamente, mas sempre tendo em vista o bem comum. Trabalhando para o Bem individual e coletivo. Muitas práticas utilizadas pela Educação Infantil serão aperfeiçoadas ao longo do Ensino Fundamental I, pois, nessa fase, como as crianças já adquiriram mais maturidade emocional, as questões envolvendo a convivência e a
O cuidado com o que é público e a preocupação com o bem-estar coletivo fazem parte de uma formação plena, que vai muito além do simples ensinar. O Projeto Força Máxima, na Educação Infantil, é um exemplo claro dessa formação na Escola Jardim.
moralidade irão se tornar sensivelmente mais complexas. “Agora vamos usar diversas estratégias para auxiliar nossos alunos a aprender a posicionar-se diante do grupo, a emitir opinião, a ser crítico - porém respeitoso com seus colegas – e a reconhecer seus sentimentos e resolver seus conflitos usando o diálogo”, explica Maristela Domingos, Coordenadora Pedagógica do Fundamental I do Jardim. “Também consideramos importante que eles aprendam a responsabilizar-se por seus atos, a reconhecer seus erros e a buscar maneiras de se retratar ou exigir retratação quando houver ofensa ou qualquer prejuízo”. As Rodas de Conversa e a Avaliação do Dia são exemplos de atividades que visam atingir esse objetivo. A primeira é uma atividade coletiva em que eles falam tanto sobre problemas quanto sobre conquistas do grupo, além de elaborar regras para a boa convivência sempre que se deparam com problemas e também resolver os conflitos que surgem dentro do grupo. A segunda atividade acontece diariamente, sempre no final da aula, e é um horário em que eles podem avaliar como foi o dia, falar sobre como
se sentiram, pensar nos bons momentos ou até mesmo em maneiras de agir para melhorar a convivência e a rotina da sala de aula. Nesse sentido, a Escola Jardim das Nações lança mão também dos Jogos Cooperativos, que envolvem todo o segmento, durante as aulas de Educação Física. Como o próprio nome diz, o objetivo é cooperar, ou seja, enxergar o colega como um parceiro, não como um adversário. “É importante para unir os alunos e reforçar a confiança em si mesmo e no outro”, explica Márcia Marçon, Orientadora Educacional do Jardim, “não existe ganhar ou perder, não existe competição, o objetivo é a participação de todos por uma meta comum”. O 2º Ano do Ensino Fundamental I da Escola Jardim das Nações conta ainda com um programa internacional de Educação Emocional chamado Amigos do Zippy, criado para expandir a capacidade social e emocional de crianças entre 6 e 7 anos. “É um programa de saúde emocional, aplicado no 2º ano do Fundamental”, ensina Márcia Marçon, “cujo objetivo é ensinar os alunos a nomear seus sentimentos, a pensar em maneiras de resolver conflitos,
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danças no próprio corpo denotam a chegada de uma nova fase, e psicológico, quando os gostos e interesses mudam drasticamente e muitas coisas são abandonadas para dar espaço a grandes novidades. É por isso que, do ponto de vista pedagógico - com a chegada no Ensino Fundamental II - o trabalho com a formação moral deve acompanhar o ritmo dessas mudanças na vida dos adolescentes, adquirir um outro formato e uma nova abordagem, para que não perca o sentido para o jovem, que não tem mais os mesmos interesses ou nem os mesmo dilemas de antes da adolescência.
a ajudar e a pedir ajuda diante de problemas ou ensinar atitudes que eles podem tomar para sentir-se melhor diante de determinados problemas ou sentimentos”.
Deste modo, as chamadas Rodas de Conversa dos segmentos anteriores vão se transformar, deixando de ser uma atividade liderada por uma professora para ser entregue aos alunos, que irão decidir os temas dos encontros. Essas conversas vão dar lugar às Assembleias que, agora, são “espaços já instituídos como momento de discutir problemas e conflitos do cotidiano, usados tanto pelos professores, como pelos alunos”, esclarece Cris Golin, Coordenadora Pedagógica do Fundamental II do Jardim, “é uma hora separada para ‘lavar a roupa suja’ de cada turma, conversar, debater e discutir sobre como melhorar o relacionamento coletivo do ponto de vista dos alunos”. As Assembleias contam com a participação e o respaldo de alunos como João Vitor Machado, que acredita que “as assembleias são importantes, pois nelas conhecemos os problemas da sala e buscamos juntos soluções”.
A exemplo da Educação Infantil, no Fundamental I também existem projetos pensados para benefício do bem comum, como é o caso do Projeto Limpeza do Ambiente, realizado pelos alunos de 5º Ano e que tem como objetivo o bom uso e a correta manutenção desse espaço dentro da Escola. O Projeto tem início com os alunos fazendo um levantamento da situação dos banheiros, apresentando um relatório para a Orientação do segmento e ouvindo a responsável pela limpeza – o que sensibiliza muito os alunos para a questão. “Eles são os mais velhos do segmento, os exemplos, por isso irão trabalhar com as salas de 1º a 4º Ano”, conta Márcia. “A cada ano o projeto tem um formato diferente: em 2012, os alunos fizeram cartazes, apresentaram em sala e colaram nos banheiros, lixos e pias. Em 2013, eles decidiram passar diariamente nas salas para dar avisos ou quando acontecia alguma coisa mais grave”.
Outra atividade que alia qualidade de ensino e consistência na formação de pessoas de bem é o Projeto Drogas e Sexualidade, funcionando desde 2009 no Ensino Fundamental II da Escola Jardim das Nações. Este Projeto está relacionado ao ensino do conteúdo de Ciências do 8º Ano. “Ao descobrir e estudar cientificamente os Sistemas Nervoso e Reprodutivo, a professora, em parceria comigo, trabalha além das questões formais”, conta Jaque Cabral, Orientadora Educacional do Jardim, “assim, além de classificações, funções e funcionamento do corpo, tratamos também das questões sociais, emocionais e de atitudes relacionadas ao uso de substâncias tóxicas e à descoberta da sexualidade”. O objetivo da Escola, neste caso, é alertar os jovens do risco que escolhas equivocadas podem trazer e dar informações para a criação de uma consciência do bem, contribuindo para a formação de um jovem capaz de se proteger de drogas e viver sua sexualidade com responsabilidade e sem atitudes prematuras.
Uma mudança no processo, mas nunca nos valores. A entrada na adolescência é um marco em muitos sentidos na vida dos jovens, sobretudo físico, pois as mu-
No Fundamental II, aumentam-se os investimentos na autonomia e no protagonismo dos alunos do Jardim. Prova disso é que os alunos de 9º Ano são desafiados a levantar
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fundos para a sua Festa de Encerramento, que acontece tradicionalmente no final do ano. “Fica claro que os alunos se envolvem e se comprometem mais quando são corretamente estimulados e motivados”, revela Jaque, “e o caso dos alunos de 9º Ano arrecadando fundos é um ótimo exemplo”. No ano de 2013, os alunos tiveram a ideia de fazer uma cantina durante a Festa do Folclore, que atrai diversas famílias para o espaço da Escola Jardim das Nações. Eles definiram prioridades, esquemas de trabalho, distribuíram tarefas e tiveram que fazer o projeto todo acontecer para que pudessem ter sucesso em sua empreitada.
processo pedagógico”, conta-nos Valma Mascarenhas, Orientadora Educacional do Ensino Médio, “isso quer dizer que quando o jovem chega aqui, ele já passou por todo um processo de formação e desenvolvimento moral e haverá menos tempo para trabalhar essa questão, por isso o trabalho aqui acontece em outro nível”. As disciplinas de Filosofia e Sociologia, por exemplo, discutem, respectivamente, a questão da definição do que é a ética e também de como ela se aplica em sociedade, mas no Ensino Médio, segundo Valma, “existe uma trabalho diário para formar pessoas de bem, que tem a ver com respeito mútuo na rotina dos alunos”.
Existem esforços da Escola também no sentido de que o jovem olhe “para fora do mundo dele mesmo” e possa contribuir com o meio onde vive , dessa forma, há mais de 10 anos, o Jardim desenvolve um trabalho efetivo de voluntariado com os alunos sendo que, nos últimos 6 anos, esse trabalho envolveu os alunos de 7º Ano e a Creche Municipal Cecília de Matos Pereira (dedicada à Santa Filomena), no bairro de São Gonçalo. “A ‘Feira de Natal’ é um projeto em que os alunos direcionam seus esforços para a arrecadação de roupas e brinquedos e vendem o que é arrecadado numa grande feira beneficente”, explica Cris Golin, “seja por meio de campanhas ou por mutirão, sempre com os alunos tocando o projeto, encarando os desafios, tomando decisões e solucionando problemas, tendo em vista o benefício de outra pessoa, pois nossos alunos têm sorte, já são amados, alimentados, bem-educados e precisam compreender que a realidade social muitas vezes é injusta e cruel”. Trabalhar com Projetos Sociais possibilita abrir uma janela, que funciona como conexão com uma realidade que pode ser mudada.
O Colégio Jardim das Nações costuma aplicar certos valores na maneira como os alunos estabelecem suas relações no dia a dia. “Companheirismo, generosidade e respeito são alguns desse valores”, destaca Adriana Garcez, Coordenadora Pedagógica do Colégio Jardim das Nações, “e os alunos respondem muito bem a isso”. Segundo Valma e Adriana, existem diversas oportunidades para trabalhar esses valores e reforçar a formação para o bem, que surgem sempre que há um dilema ou a necessidade de resolver algum conflito. “Quando situações como essas se apresentam, o modo de lidar com elas é o que mais importa”, explica Valma, “e é isso o que vai gerar um aprendizado para o aluno”.
Ética do bem na prática cotidiana. A exemplo do que acontece no Ensino Fundamental II, a chegada ao Ensino Médio acontece com outra mudança no estilo de se trabalhar a formação dos alunos como pessoas de bem. “O Ensino Médio é a última etapa – e a mais curta – de todo o
Formando Pessoas de Bem. No final das contas, fica claro como a Escola Jardim das Nações sistematiza suas práticas, aplicando diferentes práticas em cada um dos seus segmentos, sem nunca perder o objetivo comum e que é uma das crenças desta instituição de ensino desde seu surgimento: ensinar a saber não é o bastante, é preciso ensinar a ser também. E o que é esse ser? Em última instância, é ser uma pessoa formada para o bem, uma pessoa que sabe o que quer e o que a faz feliz, mas que não coloca seus interesses acima dos interesses coletivos. Uma pessoa que tem a capacidade de pensar no outro e de se indignar, de saber que pode fazer uma diferença positiva no mundo.
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Formando leitores competentes. Se existe um consenso na área de Humanas é o de que “quem lê bem, escreve bem”, o que equivale dizer que a Leitura é uma ferramenta bastante útil no processo de desenvolver o raciocínio e de transformá-lo em discurso, que é exatamente o que se faz ao escrever. Mas o que significa “ler bem”? Essa frase, aparentemente simples, vai ao encontro do que acreditam os educadores na Escola Jardim das Nações, pois ler bem não diz respeito apenas à velocidade e à qualidade da leitura, mas está ligada também à interpretação, à metalinguagem, à capacidade de absorver e utilizar referências e, claro, de analisar determinado texto e produzir suas próprias conclusões.
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professora, e eles circulam entre todos os alunos da sala e, ao final do ano, são devolvidos para que o dono de cada livro o leve de volta para casa. “Nas atividades de roda são propostas atividades orais e de escrita”, conta Maristela Domingos, Coordenadora Pedagógica do Jardim, “como a indicação para colegas, comentários sobre as histórias, elaboração de sinopses e fichas técnicas de livros, descrição de personagens”. Uma atividade com uma sistemática parecida e que se alterna quinzenalmente com a Roda do Livro é a Roda da Biblioteca. Nessa atividade, os alunos vão para a Biblioteca para escolher um título, que pode ser de livre escolha ou então selecionado previamente pela professora. “Isso acontece quando existe a necessidade de trabalhar um autor específico, um gênero textual qualquer ou apenas para enriquecer o repertório dos alunos”, explica Maristela. Alternar as Rodas do Livro e da Biblioteca é uma maneira eficaz de garantir que a leitura de qualidade seja uma constante na vida dos alunos do Ensino Fundamental, e mais, que esses estímulos contribuam positivamente para a sua formação como leitores.
Ler brincando para ler sempre. É claro que não é esse nível de habilidade que se espera que crianças em idade de Educação Infantil desenvolvam, mas o processo de formar leitores competentes tem início exatamente nesse segmento. “Aqui, nós temos uma preocupação muito grande em associar a leitura ao prazer, ao lúdico”, explica Renata Moura, Coordenadora Pedagógica do Jardim, “pois acreditamos que é possível ensinar crianças a gostar de ler desde pequenas e que, se a gente fizer isso, elas vão gostar de ler para a vida toda”. Assim, o Jardim prepara uma série de eventos que irão estimular nas crianças o gosto pela leitura. O mais representativo deles talvez seja a Feira do Livro, que está em sua vigésima sexta edição e é um dos grandes eventos anuais da Escola. “A gente seleciona livros que estão sendo trabalhados em sala para que os pais possam adquiri-los para seus filhos”, conta Elaine Falsetti, Monitora da Sala de Leitura da Escola Jardim das Nações, “e sempre trazemos autores para conversar com as crianças, o que contribui para que eles gostem cada vez mais de ler”. Para se ter uma ideia do esforço para envolver as crianças, só em 2013 estiveram no Jardim os autores infantis Mary e Eliardo França (escritora e ilustrador, respectivamente) e
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também Ricardo Ramos Filho (neto do escritor Graciliano Ramos). Além dessa “porta de entrada” que é o gostar de ler, outras ações também vão envolver as crianças no processo de torná-las leitores competentes. “Apreciar ilustrações e conhecer diferentes ilustradores traz informações sobre o texto que não estão escritas e isso também é parte do aprender a ler”, conta Rose Mendes, Orientadora Educacional da Educacão Infantil, “pois hoje em dia o mundo está cheio de imagens, e essas imagens também contam histórias, por isso é preciso refinar o olhar, pois a aprendizagem acontece também nos detalhes”. Formar leitores competentes é muito importante para o Jardim, pois, como lembra Renata Moura, “saber ler dá a criança uma posição diferente no mundo: a de descobrir coisas sem precisar do intermédio do outro”.
Gradativamente, os alunos vão se aventurando por leituras mais complexas e é trabalho do professor fazer com que essa transição aconteça de maneira segura e inteligível para essas crianças. Dentro deste processo se destaca a atividade chamada de Leitura Compartilhada, em que os alunos adquirem um livro por trimestre, mas a leitura é feita pela professora, pois se trata de um título mais denso. “A professora lê diariamente um trecho ou capítulo do livro”, esclarece Márcia Marçon, Orientadora Educacional do Jardim, “e elabora questões sobre diferentes aspectos do texto, com objetivo de auxiliar a compreensão e ampliar o conhecimento sobre a estrutura textual”.
Finalizando os esforços para a formação de leitores competentes no Ensino Fundamental I, está uma atividade que trabalha diferentes aspectos no aprendizado da leitura: a Indicação de Livros. “O aluno precisa ter muitas referências e precisa se planejar para fazer uma indicação”, explica Maristela, “e para isso ele vai ver pessoas indicando livros, vai pensar sobre o que falar, sobre como despertar o interesse do outro, porque não contar o fim ou detalhes importantes, conhecer gêneros como aventura, contos, suspense e assim por diante”. Esse trabalho acontece ao longo de todo o Fundamental I e, à medida que os alunos ampliam seu conhecimento, gradativamente aumentam também a capacidade de fazer uma boa indicação e, de quebra, formam um perfil literário, baseados nos gêneros e autores de que mais gostam.
Peter Pan (Monteiro Lobato em Quadrinhos) As figuras desse livro são incríveis, interessantes e divertidas. A turma do Sítio está reunida em torno de Dona Benta para ouvir a história de Peter Pan e sua luta contra o Capitão Gancho. Enquanto ouvem as aventuras sobre a Terra do Nunca, algo estranho acontece com a sombra de Tia Nastácia. Venha desvendar esse mistério e se divertir com Peter Pan neste livro baseado na obra de Monteiro Lobato. Exemplo de Indicação Literária de Maria Eduarda M. Ruggeri e Giovanna Domingues Dias - 3° A tarde.
Ampliando os horizontes da Leitura. O trabalho para a formação de leitores competentes continua no Ensino Fundamental I, só que agora é mais fácil sistematizar as atividades que contribuem para esse objetivo. É o caso das Rodas do Livro, que começam no início de cada ano: cada aluno adquire um livro, a partir de uma lista elaborada pela
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por diante”. “Era um dia lindo, poucas nuvens no céu e um sol caloroso parecia esconder a tragédia inimaginável prestes a acontecer. Pela rádio a notícia se espalhou: a cidade seria bombardeada pela Gestapo [...] o pânico tomou conta, só os mais ricos, com seus carros e influência poderiam fugir da pacata cidade que , em questão de minutos, tornaria-se um inferno. Aos mais pobres restava uma esperança de fuga: o trem da cidade”.
Lendo de forma madura e responsável. No Ensino Fundamental II há muito mais liberdade para as leituras de nossos alunos, que já estão relativamente bem versados na arte de ler e o desafio agora é estimulá-los, apresentando diversos temas e gêneros literários, pois esses jovens estão em diferentes “estágios”. “Há alunos que são mais resistentes à leitura, há os devoradores de livros e há ainda aqueles que estão descobrindo seu gosto literário”, define Cris Golin, Coordenadora Pedagógica do Fundamental II do Jardim, “por isso, o desafio dos professores - e da Escola - é criar situações em que a leitura se apresente como descoberta, como aventura, assim, neste ano equilibramos a leitura de livros sugeridos na Grade de Leitura e exploramos bastante o acervo próprio do Jardim”. A grade de leitura do Fundamental II é elaborada seguindo alguns critérios: qualidade literária, reconhecimento do autor, contexto histórico relevante, variação de gêneros, equilíbrio entre autores nacionais e estrangeiros, relevância temática e adequação à faixa etária. “Às vezes selecionamos uma obra mais complexa e fazemos uma leitura compartilhada”, pondera Jaque Cabral, Orientadora Educacional do Fundamental II, “mas se o livro tem uma narrativa mais simples o aluno o lê de maneira autônoma”. Essas leituras podem fazer parte de um Projeto ou não, o importante é que cada livro faz parte de um trabalho planejado e estruturado. Os alunos do 8º ano leram, por exemplo, “O estranho caso do cachorro morto”, livro que narra uma história sob o
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ponto de vista de um autista: uma narrativa deliciosa que demonstra a forma peculiar como pensam os portadores dessa síndrome. “A professora responsável planejou discussões sobre o tema e os alunos ampliaram sua visão sobre essa questão tão delicada e importante”, finaliza Cris. Já os alunos do 7º Ano, por sua vez, participam da Leitura Silenciosa, um projeto em que cada aluno escolhe um título (um clássico da literatura universal recontado, por exemplo), lê o livro e depois o repassa para um colega, que também faz o mesmo, criando assim um círculo de leitura em determinada sala.
Decifrando códigos: a leitura está em tudo. No Ensino Médio, o esforço para a formação de bons leitores está ligado a uma questão mais ampla, pois, na maioria dos casos, envolve uma preparação para resolução de provas externas, como Vestibulares e ENEM. “Nós esperamos que o aluno do Ensino Médio tenha plena compreensão de qualquer tipo de texto, até mesmo um gráfico ou um mapa”, explica Valma Mascarenhas, Orientadora Educacional do Colégio Jardim, “e que ele saiba ler, entender e analisar qualquer tipo de veículo: histórias em quadrinhos, jornais, textos sociológicos ou filosóficos e assim
O Colégio Jardim das Nações sabe que esse tipo de competência é primordial para o sucesso nos estudos ao longo do Ensino Médio. “Um bom leitor sabe ler e interpretar muito bem”, completa Adriana Garcez, Coordenadora Pedagógica do Colégio Jardim, “e isso será exigido de um aluno em toda e qualquer área do conhecimento... para a resolução de uma boa prova, por exemplo, o primeiro passo é o bom entendimento do enunciado da questão”. Quando o aluno chega ao Ensino Médio, boa parte de sua formação como leitor já foi feita nos segmentos anteriores, pois é muito improvável que um aluno chegue ao Ensino Médio sem ter lido os grandes clássicos da literatura universal. Por isso, a questão agora é tornar a leitura um hábito, para que ele tenha um grande repertório de informações. “Ler jornais diariamente, sejam impressos ou na internet, ler análises mais profundas sobre determinados temas, para não se ater a apenas um lado da questão”, explica Valma, “isso pode ser determinante para o sucesso em uma prova como o ENEM, por exemplo, que cobra do aluno conhecimentos sobre atualidades, além de fazer a diferença na Redação”.
Este ano, a Escola Jardim das Nações presenciou uma experiência muito rica: alunos trocaram cartas com jovens de uma escola em Sertãozinho/SP. O tema das conversas girou em torno de Monteiro Lobato, já que os alunos de Sertãozinho queriam saber sobre a cidade do autor, ao que os alunos do Jardim responderam descrevendo a cidade e até mesmo enviando fotos do Sítio do Picapau Amarelo. “Foi muito emocionante para nossos alunos receber e enviar as cartas”, narra Jaque Cabral, “pois eles reviveram uma prática quase esquecida: enviar e receber correspondências”.
Trecho de texto escrito por um aluno do Jardim: Narrativa escrita pelo aluno Gabriel Barozzi (9º ano) que, influenciado pelos livros do projeto Histórias que entraram pra História criou uma intrigante narrativa intitulada “O garoto de Varsóvia”.
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Aprendendo Fora da Escola! Não é só dentro da sala de aula que o aluno aprende. Aprendese vendo. Aprende-se ouvindo e sentindo. Aprende-se vivendo e não só pensando. É por isso que a Escola Jardim das Nações investe muito em ensinar fora da Escola também, lançando mão de excursões pensadas para incentivar a curiosidade e ajudar a gravar o conteúdo visto em sala de aula. Afinal de contas, viver é um eterno aprendizado.
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ta do Folclore, as crianças do 1º Ano costumam visitar o Museu do Folclore, que é a maior fonte de pesquisa e de estudos sobre o tema, como forma de se preparar para esse evento. “É uma excursão muito rica para eles”, conta Rose, “pois podem participar de diversas intervenções e descobrir que o folclore típico de cada família está relacionado à história de cada um de seus membros, que passa de geração a geração”.
Aprendendo através dos 5 sentidos. Uma das preocupações da Escola Jardim das Nações é a de sempre ampliar a visão de mundo dos alunos, para nunca deixar que eles se limitem pelos limites da Escola e percam contato com o mundo, tanto do ponto de vista social quanto do ponto de vista educacional. “Aprender fora dos muros da Escola, tirando as informações do seu entorno, colabora para ampliar a visão de mundo das nossas crianças”, explica Renata Moura, Coordenadora Educacional da Escola Jardim das Nações, “colabora para a criação de um cidadão que entende o que acontece mundo afora e pode agir para o bem comum. É isso o que perseguimos sempre”. Fazer isso ajuda as crianças a construir imagens e percepções que não aconteceriam por inteiro somente com a observação de filmes e vídeos. Uma das principais excursões da Educação Infantil, cuja finalidade é ampliar a visão de mundo mostrando a diferença ente o espaço urbano e o espaço rural, é para a
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Fazenda Cachoeira. “Experimentar andar em chão de terra batida, pela vegetação, tocar os animais, sentir o cheiro”, avalia Rose Mendes, Orientadora Educacional, “são experiências sensoriais necessárias para o desenvolvimento das crianças como um todo”. Isso ajuda a despertar aprendizagens mais elaboradas, muito além daquelas que ficam só na mente, na imaginação. Uma situação parecida acontece com as crianças quando elas vão conhecer o Sítio do Picapau Amarelo e a casa de Monteiro Lobato. Ainda que seja apenas uma caracterização, é a primeira vez que elas entram em contato com um universo que, até aquele momento, existia apenas na imaginação delas. “É uma grande alegria para as crianças poder ver os personagens, poder tocá-los e ouvir as histórias diretamente deles”, comenta Renata, “o mesmo acontece no Museu Pedagógico, pois é estimulante e desafiador para os alunos imaginar com foi a sua infância”. Em concordância com os esforços da montagem da Fes-
Indo um pouco mais longe. Quando chegam ao Ensino Fundamental I, as crianças vão intensificar o seu roteiro de Excursões para Estudo do Meio – elas recebem esse nome, pois é exatamente esse o seu objetivo: que os alunos tenham oportunidades sistematizadas para estudar o meio externo. Cada turma sai da Escola para determinada atividade duas vezes por ano, sempre visitando lugares de acordo com o roteiro de estudos que está sendo visto naquele momento em sala de aula. “As Excursões para Estudo do Meio são sempre bem pensadas”, pontua Maristela Domingos, ”para que os alunos saibam muito bem os seus objetivos e o que se espera deles”. Por isso, sempre se discute em sala o porquê da Excursão, o que os alunos devem observar, quais informações eles devem coletar e que trabalho será feito na volta”. A turma do 3º Ano, por exemplo, na disciplina de ciências, começa a estudar sobre os animais e, em determinado ponto do estudo, se preparam para uma Excursão ao Zoológico. “Os alunos já vão para lá com uma visão bem clara do que eles precisam fazer”, continua Maristela, “pois a professora começou um trabalho de catalogação de animais em sala, que a Excursão irá enriquecer e complementar”. O trabalho proposto em sala vai se complementar na Excursão, sempre tendo em mente que nada disso é gratuito, que tudo está amarrado pedagogicamente com o que acontece na Escola, dentro da sala de aula. Processo semelhante vivencia o pessoal do 5º Ano quando estuda a obra de Monteiro Lobato, um dos autores mais importantes para essa faixa etária e que ganha ainda mais notoriedade por ser natural de Taubaté. “Durante o estudo de Monteiro Lobato, os alunos vão conhecer o Sítio do Picapau Amarelo e a sua casa”, narra Márcia Marçon, Orientadora Educacional do Jardim, “e estão devidamente cientes do que exatamente devem estudar lá”. Além da parte lúdica da visita, que é assistir às encenações e rever os personagens do Sítio, os alunos sabem que devem conhe-
cer a casa de Monteiro Lobato e procurar por informações que irão enriquecer a biografia de Monteiro Lobato que estão fazendo em sala de aula – seja pesquisando o acervo da casa ou mesmo perguntando para os monitores. Além desses e de outros exemplos de Excursões para Estudo do Meio, o Jardim não deixa de incentivar que os alunos e suas famílias continuem a enriquecer o processo pedagógico fora da Escola e também de suas casas. É por isso que as professoras e a Coordenação do segmento oferecem diversas indicações e sugestões de visitas culturais que eles podem – e devem – fazer. Muitas vezes, esses roteiros são feitos dentro da própria sala de aula e, depois de feitos, os alunos são encorajados pelas professoras a compartilhar a experiência com os colegas, contando em detalhes aonde foram, o que fizeram e o que aprenderam durante essas atividades com a sua família.
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Ver para crer e aprender. As Excursões para Estudo do Meio continuam acontecendo sistematicamente no Ensino Fundamental II, mas com projetos ainda mais ambiciosos. As turmas de 6º e 7º Anos, por exemplo, vão conhecer o Museu do Catavento, em São Paulo, dentro do estudo dos conteúdos de Ciências. “O Catavento oferece plataformas digitais dinâmicas e interativas, que fala a língua dos jovens de hoje”, comenta Cris Golin, Coordenadora Pedagógica do Fundamental II, “além de ir ao encontro das propostas do Jardim, faz com que os alunos tenham mais recursos e estímulos para fixar os conteúdos estudados em sala de aula”. Outra atividade que oferece muito estímulo para os alunos de 7º Ano enquanto eles estudam Biologia é a visita ao Horto e ao Borboletário de Campos do Jordão. “Aqui os alunos podem pegar trilhas, estudar a vegetação in loco e dentro de um Bioma”, completa Cris. A disciplina de História também ganha um reforço no estudo da vinda da Família Real para o Brasil. Além de ler o livro 1808, de Laurentino Gomes, os alunos de 8º Ano do Jardim passam dois dias em Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro, e conhecem vários marcos históricos da passagem da família Real pelo Brasil. “Essa é uma das Excursões mais esperadas pelos alunos do Fundamental II”, revela Jaque Cabral, Orientadora Educacional do Fundamental II, “os alunos fazem passeios pela Avenida dos Casarões dos Nobres, visitam a casa de Santos Dumont, o Palácio de Cristal, assistem aos espetáculos e, claro, conhecem o Museu Imperial”. Ainda nos temas históricos, vale ressaltar que as turmas de 9º Ano têm uma experiência marcante quando estudam
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a 2ª Grande Guerra: elas irão conhecer o Museu da 2º Guerra Mundial, em Caçapava. “É uma experiência muito enriquecedora”, explica Cris, “pois, além das armas e dos artefatos usados pelos soldados da época, os alunos vão entender mais sobre a participação do Brasil na 2ª Guerra”. Além disso, essas turmas ainda vão conhecer o Museu da Língua Portuguesa e a Pinacoteca do Estado, em São Paulo. “Essas atividades fazem parte do estudo da língua Portuguesa e suas origens”, continua Cris, “pois lá os alunos vão conhecer mais sobre a formação e a consolidação do Português como língua, as influências que ela sofreu e de onde vem a sua miscigenação”. Importando saberes e aprendizados. Se não a maior, pelo menos a mais impactante atividade que leva os alunos do Jardim para fora do Colégio são as duas semanas de Curso de Inglês nos Estados Unidos, para os alunos de 1ª Série do Ensino Médio. “Os benefícios para os alunos são infinitos”, conta Mario Gomide, Diretor da SSU Education, parceira do Jardim no Projeto, “pois eles vão estudar inglês dentro de uma Universidade americana, além de conviver com nativos de língua inglesa no dia a dia: fazendo compras, comendo, passeando e assim por diante”. Além do ganho no conteúdo de língua inglesa, os alunos passam por uma experiência de vida que deixará marcas para a vida toda. “Neste ano os alunos conheceram até mesmo a neve”, conta Adriana, que também acompanhou os alunos aos Estados Unidos, “de uma coisa assim não se esquece nunca”.
Os alunos do Ensino Médio, principalmente os de 2ª e 3ª Séries, realizam muitas Excursões e saídas do Colégio por causa das provas de Vestibular e ENEM. “É tradição no Colégio levar os alunos para conhecer Universidades”, conta Paulo Spinelli, Coordenador de Vestibular do Jardim,“e um exemplo disso é o ‘Unicamp de Portas Abertas’, quando a gente vai para lá conhecer mais sobre as instalações e cursos da instituição. Sem contar as viagens para prestar Vestibular - como o da UNESP - em que eu também acompanho um grupo de alunos”. Outra viagem muito interessante é para Brasília, onde os alunos visitam o Congresso Nacional e aprendem mais sobre a política brasileira e seus caminhos na prática, além de conversar com importantes atores no cenário nacional, como senadores e até mesmo um Juiz do Supremo Tribunal Federal. “Eu fiquei muito impressionado com a delegação de alunos que o Colégio Jardim das Nacões enviou aqui para Brasília”, disse Ricardo Lewandowski, ministro do STF. Mas no Ensino Médio é muito importante que o jovem não se feche em si mesmo e esteja sempre em contato com o mundo exterior mesmo que, para isso, o mundo venha até a sala de aula. Assim, “aprender fora da Escola” ganha uma outra concepção, pois o aluno bem pode sair para conhecer o mundo quanto receber informações sobre
ele dentro do Colégio. “Aprender fora da Escola está tanto no ‘ir’ quanto no ‘vir’ para o Colégio”, esclarece Valma Mascarenhas, Orientadora Educacional do Ensino Médio, “e é por isso que o Jardim procura trazer coisas para dentro do Colégio que estimulem o aprendizado do aluno”. Isso se traduz em Palestras, Debates, Discussões e muitas outras ações que expandem a visão de mundo dos alunos do Colégio. “Recentemente realizamos uma campanha de vacinação contra a HPV dentro do Colégio”, conta Adriana Garcez, Coordenadora Pedagógica do Colégio Jardim, “e trouxemos especialistas em diversas áreas para o programa de Orientação Profissional ou ainda para Palestras, como Marcos Brogna, que falou sobre o Mercado de Trabalho e suas tendências para todos os alunos do Colégio”. Aprender fora da Escola é pensar diferente. “Aprender fora da Escola” reflete uma preocupação da Escola Jardim das Nações de que a vida é um constante aprendizado e que existem muitos jeitos de se aprender, desde a Educação Formal, em sala de aula, via professor, até a Educação Experimental, aquela que acontece na prática, na vida, em qualquer situação. Pensar assim é pensar diferente, é ser curioso e ir atrás de diversos saberes. Aprender fora da Escola é pensar diferente: é pensar fora da caixa.
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