A nossa casa está a arder. O que fazer? • Alice Vale de Gato . Climáximo e Greve Climática Estudantil • Diogo Silva . Climáximo
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que vivemos hoje não são apenas alterações climáticas - é uma crise climática. O novo relatório do IPCC* vem confirmar o que já sabíamos: em menos de duas décadas vamos atingir o limite de 1.5ºC de aquecimento global a partir do qual os piores fenómenos climáticos se tornarão ainda mais incontroláveis, a não ser que tomemos uma ação imediata e radical agora. As pessoas mais afetadas nesta crise são as menos responsáveis e as menos afetadas são as mais responsáveis. Basta pensar na diferença de devastação entre um ciclone surgir na Beira em Moçambique, como foi o caso do
ciclone Idai em 2019, ou em qualquer grande cidade ocidental. Essa divisão por classe e condição social manifesta-se não só entre regiões, mas também dentro de cada região - agravando ainda mais as desigualdades já existentes. Desde a primeira cimeira das Nações Unidas para travar a crise climática, há 29 anos, que as emissões continuaram a aumentar e as soluções que nos dizem funcionar continuam a falhar. Acreditar que depois de trinta anos de consenso político e muitos mais de consenso científico, as instituições que foram incapazes de resolver o problema vão agora magicamente fazê-lo, é como acreditar que um carro que tem
os travões estragados consegue travar a fundo quando vai a toda a velocidade em direção ao precipício. O problema não é novo, mas a cada dia que passa é mais urgente. Já não podemos aceitar as falsas soluções que nos apresentam. A cada passo em falso que damos, a cada dia de inação, as chamas aumentam e corre o tempo para as apagar. Milhares de pessoas protestaram pelo encerramento das infraestruturas mais poluentes e para que houvesse uma transição justa para empregos para o clima de quem lá trabalha - através da criação de milhares de novos postos de trabalho no setor público, nomeadamente nos setores-