Escola Informação Nº 291 . Junho/Julho 2020

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Escola/Professores

Os professores não pararam! Direção do SPGL

O

teletrabalho, trabalho remoto ou Ensino à Distância – três realidades de um novo regime de trabalho para muitos trabalhadores -, uma realidade praticamente desconhecida até aqui! Desde a declaração de estado de quarentena, a 12 de março, e numa das mais importantes e radicais medidas tomadas pelo governo, aconteceu o encerramento de todos os estabelecimentos de ensino, bem como das atividades letivas e não letivas presenciais, tendo os estabelecimentos de ensino fechado no dia 16 de março do ano que decorre. Só mesmo um estado de Mitigação e Emergência / Calamidade, causado pelo alerta da existência de uma nova pandemia mundial, poderia colocar, em apenas 8 dias, todos os alunos e professores em casa, numa relação de Ensino à Distância, sem que se tivesse em conta o que já estava escrito no Código de Trabalho. O tema é complexo pelos atributos que nos são sugeridos

pelo subtítulo. Conforme alguém disse, este não foi propriamente o “teletrabalho” regulamentado, este foi “o trabalho possível para dar resposta à necessidade de conter uma pandemia”. Ora, em situações normais, estar em teletrabalho implica um acordo entre empregador e trabalhador através de um contrato escrito e que só poderá concretizar-se se “houver compatibilidade com as funções” e se houver capacidade do empregador fornecer os meios informáticos e de comunicação para o efeito, o que até aqui não se padronizou nas escolas em Portugal. Previu-se uma grande catástrofe e as escolas não fecharam: algumas foram cautelosamente preparadas para um grande pico da doença e convertidas em hospitais de retaguarda e, no levantamento das necessidades sociais dos alunos e famílias, continuaram a servir refeições aos alunos carenciados e aos filhos dos profissionais de primeira linha, bem como se organizaram novos horários para que os professores continuassem a ensinar, bem como uma rede de apoio aos alunos com diversas necessidades especiais que tiveram

também o objetivo de impedir o isolamento social e o aprofundamento das suas carências. O país entrou em estado de choque e os alunos e professores instalaram-se nas suas casas com os equipamentos informáticos e de comunicação possíveis, que alguns tinham e que alguns não tinham. Aquando do anúncio do governo, já nas nossas casas choviam notícias e ordens via email e telefónica que serviam, por vezes, o desnorte com ordens contraditórias e pouco amigáveis, mas que tinham a intenção subjacente de preparação mínima para exercer a nossa profissão através de plataformas digitais, muitas até então desconhecidas, pois mesmo a antiga telescola tinha, no passado, servido só algumas franjas da sociedade. Seguiram-se 8 dias de “tempestades” até que, em algumas escolas, se começasse a experimentar as novas plataformas possíveis para prosseguir não só a sua função própria de ensino-aprendizagem, mas também a de acompanhamento de crianças e jovens. O Ministério previa já o aumento da violência doméstica, os abusos morais e sexuais,

ESCOLA

Luísa Teixeira Barbosa

Informação

Teletrabalho ou Ensino à Distância

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