Cidadania
Eduardo Lourenço
A Galáxia do Socialismo Joaquim Jorge Veiguinha
ESCOLA
Informação
E
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m 1 de dezembro de 2020, faleceu Eduardo Lourenço uma das mais extraordinárias figuras intelectuais portuguesas. Nascido numa pequena aldeia da Beira Interior, São Pedro de Rio Seco, onde agora descansa, licenciado em Ciências Históricas e Filosóficas em 1944, com uma tese sobre o filósofo alemão G.W.F. Hegel, foi um verdadeiro ‘globe trotter‘ intelectual, dando aulas universitárias em França, na Alemanha e no Brasil. Entre 2002 e 2012 foi administrador não executivo da Fundação Calouste Gulbenkian. Em
2016, a convite de Marcelo Rebelo de Sousa, integrou o Conselho de Estado. Da sua multifacetada obra sublinho a dimensão crítica e cosmopolita sobre a História do país e do mundo. Tendo em conta as limitações de espaço, optei por selecionar algumas gotas no oceano do seu pensamento. Assim, em “O Fascismo nunca existiu” (1976) reflete sobre a amnésia coletiva que após a Revolução de 25 de Abril de 1974 impediu o repensamento coletivo do fascismo português que acabou por virar “Estado Novo” no mundo académico e na comunicação social, o que lhe dá uma preocupante atualidade.
Em “O Colonialismo como Nosso Impensado” (2014), derruba o mito reacionário, que ainda hoje recolhe a adesão de muitos ‘apóstolos’, do ‘bom colonialismo’ português ‘plurirracial’, centrado numa pretensa ‘miscigenação’, sublinhando o seu caráter retrógrado e parasitário.
A Europa e a esquerda No novo milénio destacam-se as suas reflexões sobre a esquerda e a Europa. Em “A Esquerda na Encruzilhada ou Fora da História?” (2009) retoma a reflexão sobre “O Socialismo e o Futuro”, título do artigo que publicou no primeiro número da