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A arte de negociar

Ser dirigente sindical exige saber negociar com quem tem o poder, seja o poder do capital seja o poder político. Só não se negoceia em momentos de revolução ou de total falta de poder para isso.

Saber negociar é ser capaz de perceber as reivindicações essenciais (as que dizem respeito à maioria dos trabalhadores ou que, em dado momento, são por eles mais sentidas), mas também perceber o que pode ceder-se, porque todas as negociações sindicais assentam neste jogo de mútuas exigências e mútuas cedências. Os sindicalistas de “todos os dias”, duranta anos, “sabem” desta arte de negociar como meio de defender quem trabalha; os sindicalistas “de fogacho” discursam sobre o “tudo ou nada”, que, em regra, se traduz em nada.

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Os professores, com as lutas variadas que travaram, ganharam um forte poder negocial. As reivindicações são tidas como legítimas pela população (mesmo quando ela sofre as consequências das greves e manifestações) e pelos atores políticos mais diversos. Porque sentem essa força, os professores estão expectantes. A “arte de negociar” não pode trair as expectativas.

O desejo de união é vivido pelos docentes, independentemente das suas posições ideológicas e sindicais. Mas essa união não é compatível com manobras de divisão (por exemplo, a convocação de uma manifestação para escassos dias anteriores a outra já convocada) nem com os insultos, as mentiras, os apelos à dessindicalização, que jorram nas chamadas “redes sociais”, quase sempre a coberto de confortáveis anonimatos sem que o sindicato que os potencia deles se demarque.

Os tempos que se aproximam exigem coragem racionalizada, mas não voluntarismos sem suporte na realidade.

18 Miguel André

6º Congresso SPGL

9 E 10 DE FEVEREIRO DE 2023

A propósito do 6º Congresso

O SPGL fará em breve 49 anos. Por ele passaram professores e educadores que dedicaram parte do seu tempo à luta pelos direitos dos docentes e por uma escola de qualidade para todos. O seu trabalho é continuado por dirigentes mais jovens, cuja garra e formação garantem o futuro do sindicato.

O Congresso é sempre um momento de revisitar o que foi feito e programar o que há que fazer. Por isso pedimos a dirigentes do SPGL de diferentes

“gerações” e de diferentes setores que escrevessem sobre a sua experiência e a sua aposta. São essas vivências que constituem este dossiê.

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