Cosmovisão Soluções sobre o presente e futuro do nosso mundo
Ângelo Almeida
FICHA TÉCNICA Editora Certa Ltda. Todos os direitos reservados. 1ª edição -2.007 Editor Responsável Marli Caetano Diagramação Ghislaine Bomm Revisão Linéia passos Joceline Alemar
Rua Emiliano Perneta, 860/1101 (41) 3203-0095 www.editoracerta.com.br www.livrariatecnica.com.br certa@editoracerta.com.br 80.420-080 Curitiba, PR Almeida, Ângelo Cosmovisão – Soluções sobre o presente e futuro do nosso mundo. Ângelo Almeida. – Curitiba/PR : 2007. 93p. ; 21cm 1. Teologia. 2. Psicologia. 3. Psicoteologia. 4. Sociologia.
Dados internacionais de catalogação na publicação. Fundação da Biblioteca Nacional.
Índice 4........................... Agradecimentos 5........................... Depoimento 9........................... Introdução
CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
CAPÍTULO III
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO V
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO VIII
11........................ O pensador deve pensar 21........................ Saia do seu mundo 33........................ Cosmovisão. O que é? Por quê? 41........................ Resolva o seu problema 53........................ Apologia às nossas crenças e valores 63........................ Quem é você 77........................ Se conhecendo pra se entender 85........................ 8. Isto é certo? 92........................ Bibliografia 93........................ Autor
AGRADECIMENTOS Ao círculo de oração e às irmãs Cida, Nilza, Lila. E ao Dr. Pr. Gilvane Machado. Ao casal de amigos Silvio e Mônica de OLiveira, da SM.
DEPOIMENTO O que reflete nos pensamentos dos nossos jovens? “O que será que eu estou sentindo agora? O que será que eu sentirei daqui pra frente? Queria poder ter o controle da situação, poder resolver tudo sem que ninguém sofra. Queria ter poderes mágicos para sumir quando necessário, para contornar os problemas sem tantos esforços, sem muito sofrer, sem nada a perder. A vida é um mistério onde somos obrigados a passar por dificuldades e o mesmo não é quebrado, muito menos amenizado, ele só faz crescer e crescer. Porque existe sofrimento? Por que existe dor? Porque existe morte? Porque existe vida? Perguntas cada vez mais complexas, cada vez mais sem respostas. Amor, qual será o significado real dessa palavra? Será que é através dele que tudo fica melhor, mais lindo? Difíceis perguntas e com respostas complexas e sem nexos. Tudo o que eu queria agora era sumir, sumir para bem longe, lá pro fim do horizonte, ficar sozinha, parar para pensar no passado, no presente e assim tentar mudar o futuro, mudar minha vida, mudar o mundo. Tenho vontade de guardá-lo dentro de um potinho, onde ninguém possa pegá-lo, nem machucá-lo, nem critica-lo, nem destruí-lo, mas que possa apenas vê-lo e, assim, simplesmente, admirá-lo. O meu objetivo é de protegê-lo, de cuidá-lo a cada minuto, a cada segundo, pois, jóias raras e de valores inestimáveis são guardadas a sete chaves, não podendo se quebrar e, nem se quer, ter um simples arranhãozinho. Como não posso mudar o passado e tenho que viver o presente, quero e tento a cada dia, a cada segundo de minha existência mudar meu futuro, colocar os meus melhores planos em ação, planos esses que incluem ELE, incluem a nossa felicidade, os nossos momentos, os nossos sentimentos e que exis
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tem há muito tempo e, apesar de todos os esforços, de todos os problemas, de todas as barreiras e dificuldades pelas quais passamos - vou lutar, usar todas as minhas forças, todos os argumentos possíveis e impossíveis para alcançar o que eu realmente desejo. O que será melhor para a minha vida, para o meu bem estar e, principalmente, para fazê-lo feliz. Ajudá-lo e vê-lo sempre feliz e realizado é o que eu mais quero hoje e, para que isso aconteça, eu só não roubo e não mato, mas, de tudo sou capaz, pois não há nada melhor do que ver a pessoa que você quer bem, que você adora, admira e respeita estar sempre feliz. E o melhor de tudo isso é saber que essa felicidade será compartilhada comigo. Mas como diz o ditado: “Tudo o que eu tenho deixo livre, pois se as mesmas voltarem é porque as conquistei e as tenho verdadeiramente, se ocorrer o contrário é porque nunca as tive de verdade”. Hoje tenho a certeza de que o que realmente eu tenho e ninguém jamais me tirará é o conhecimento, por isso, arrependimento é uma palavra que não existe no meu vocabulário, pois tudo o que vivi, fez com que as minhas idéias amadurecessem a cada dia mais. Tudo foi vivido intensamente, cada momento, cada minuto, cada gesto de carinho, cada beijo, cada amor, e, tenho a certeza de que tudo isso é simplesmente VIDA, pois sem ELE nada mais faz sentido, nada mais tem graça, não tem cor, as festas já não são as mesmas sem ELE, meus pensamentos, meus atos te buscam cada vez mais, pois esse gostar de você é verdadeiro e simplesmente TE ADORO.” Mille, idade 18 anos, no http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=641216578359261732 Jamille Lima de Oliveira Costa residente na cidade de Capela do Alto Alegre-BA
Sem dúvida alguma esse e outros depoimentos nos comove, principalmente, quando um adolescente expõe os seus sentimentos tão claros que reflete, exatamente, o que passa na cabeça da nossa sociedade contemporânea - onde são bombardeados
com informações por todos os lados e, pior, muitos conteúdos chegam sem o mínimo de filtro ou triagem. O que vem de lá pra cá - se engole. Nesse processo de desenvolvimento os nossos jovens são como uma esponja, absorvem muitas informações, muitos deles não são bem compreendidos quando explanam e falam do que pensam, porque o que falam e pensam é exatamente um reflexo de uma visão de mundo, a qual eles podem não ter idéia onde estão. Outros poucos sabem definir onde, o que, e por que estão aqui e, terrível é saber que o prazer tomou conta do sossego, a alegria foi substituída por substâncias que produzem alucinações e gravitam no mundo de ilusões. Como subterfúgio, fuga ou escape vivem no mundo da lua. Como se diz os dicionários “errada interpretação de um fato ou de uma sensação” que promove na sobrevivência o que dura pouco, não se tem firmeza, é volúvel, nada é contínuo, mas cheio de curvas que refletem a instabilidade dos seus inconscientes quanto ao que desejam, querem e pretendem. Está oculto, ou melhor dizendo, os jovens, adolescentes e uma grande massa da sociedade está assustada e, o que está em questão é, - onde vai parar esse mundo? A qualquer momento nascerá mais um profeta determinando isso e aquilo. No entanto, essas profecias se ajustam como modelo seja na moda, onde se vê diversidade de vestuários, ou, até mesmo, na formação de procedimentos, normas, leis e padrões que a sociedade começará absorver e viver com maior naturalidade porque, poucos, enxergam a cosmovisão, visão de mundo que se manipulou a seu favor, em direção a si mesmo. Pretendemos nesse livro dar algumas regalias aos leitores para não se deixarem guiar por idéias, costumes, leis que denigrem o homem, este ser que interfere no seu próprio mundo. Com absoluta certeza não acabaremos com tantas perguntas, questionamentos. No entanto, o pouco poderá ser muito, para quem do nada adquiriu. Não é um “papo cabeça”, na gíria dos jovens, nem mesmo um tratado de um arcabouço que aprofunda a construção de uma nova sociedade, uma nova Ordem
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Mundial. Nada disso. Cosmovisão é uma gotícula perante o mar da desigualdade social, é também um estímulo a recomeçar a vida, bem como, um forte testemunho de quem tinha tudo pra desistir de viver e abraçar a depressão emocional. Mas, em nome das Boas Novas do Evangelho - se resgata, mais uma vez, a visão de mundo que o Cristianismo genuíno, verdadeiro, sem mácula, sem nódoa - nos deixou pra melhor vivermos. Mas, quanto mais se aprofundarem, quanto mais buscarem o desconhecido, quanto mais viverem o que desconhecem, quanto mais criarem o que melhor achar bom, quanto mais se depararão com dúvidas, perguntas - as quais, respostas terão ao conhecer em que cosmovisão estão inseridos. Devemos relembrar o gênesis quando se escreveu “também disse Deus: façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam na terra. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a...” (Gn. 1:26, 28)
Introdução Cosmovisão tem como principal objetivo colocar o homem no seu devido lugar, seja ele adepto de qualquer religião, partido político ou filosofia. Não abordará um texto tendencioso a alguma corrente religiosa, mas usará da coerência para não ferir os princípios religiosos. Pois aqui não se buscará ser tendencioso em favor de uns e contra outros, porque a crença em um só pensamento surgiu com o monoteísmo, a crença em um só Deus. Essa posição deu ao mundo civilizado diversos benefícios às personalidades e refletindo nas instituições nos diversos segmentos administrativos, religiosos e políticos, conseguindo, assim, harmonizar as idéias na realização de um projeto viável ao benefício de todos, graças ao pensamento unificado de um só Deus. Mas, um ditado popular que habita nos lábios do povo reflete muito bem quando diz, “cada cabeça é um mundo”. Uma forte expressão que todos nós somos guiados por verdades que, em muitos casos, são mentiras. Porém, o pensamento diversificado em diversos deuses criou muita confusão no mundo refletindo nas etnias. Entretanto, quando o homem se absteve do seu egoísmo, concentrando a sua capacidade em favor de melhorar um conceito, aconteceram desenvolvimentos importantíssimos à existência humana. Mas, querendo ou não, toda liderança é formadora de opinião aglomerando e agregando suas forças em um só foco: “– como melhorar o mundo?”. Tendo em vista melhorar o mundo a partir de melhorar o próprio homem, este ser magnífico que pensa e pode mudar a si mesmo, reconhecendo a sua fragilidade e apegando ao Supremo Deus. Sabemos que o homem ainda tem muito pra caminhar, pois ainda que judeus, cristãos, islâmicos crêem num só Deus, mas de forma diferente, prestam-lhe culto. Sendo assim, está no homem interior o pensar diferente, que precisa pensar com uniformidade sem denegrir Jesus em comparação a Maomé.
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Se a palavra se fez carne como disse João, e habitou entre nós, por que agora, queremos que essa carne não reflita a palavra? A palavra da verdade que o Jesus demonstrou é uma cosmovisão que ajuda a humanidade, porém, nós queremos dominá-la quando ela deverá nos converter. Somente Jesus nos ensinou a perdoar, todos os outros profetas tiveram dificuldade em adentrar nessa cosmovisão. Está óbvio que os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó representados nas diversas correntes religiosas, mais se dividem que se unem, mais brigam que dialogam. Por isso, a vinda de Jesus também tinha essa finalidade – buscar o que se havia perdido para que todos tenham vida. O sopro da vida está conosco, mas o que estamos fazendo com o presente de estar vivo? Portanto, seja lá qual a cosmovisão (visão de mundo) que estejamos contidos, devemos refletir onde vai parar esse mundo. E, caso não nos sintamos responsáveis por ele, não torne ele mais suja do que está. Se não quer ajudar, não atrapalhe. Porque, quem sabe, você vai conseguir se adaptar a usar uma máscara de gás, uma roupa protetora contra os raios solares nocivos à pele, à água que se contamina com os agrotóxicos que diminuem as vitaminas que o corpo precisa. Sei que “Deus não dá jeito, por que daremos?”. Mas Ele foi sábio em depositar em nossas mãos aquilo que Ele poderia fazer por Ele mesmo. Ele nos deu o privilégio de cuidar da sua Casa, ainda assim nós o decepcionamos, mas Ele acredita que o problema está na sua cosmovisão, e não exatamente em você, mas na sua visão de mundo.
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CAPĂ?TULO I
O pensador deve pensar
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Talvez você se tenha deparado com muitas perguntas do tipo, – porque o mundo não é melhor na área sócio-econômica na mesma proporção ao desenvolvimento tecnológico e científico? Existe um desnivelamento, muita pobreza e miséria que esse desenvolvimento se distancia. Há muito tempo se conhecia diversas justificativas, algumas ridículas para uns e corretas para outros. Talvez, ainda não fizemos a pergunta correta porque não damos ao tempo a suficiência pra se questionar. Então, – afinal o que estamos fazendo aqui? O que pretendemos fazer com nós mesmos? Todavia, esse tratado não poderá ser direcionado somente ao campo da filosofia meramente humana, deixando de lado a teologia equilibrada e que não seja tendenciosa a alguma corrente religiosa. Não deverá definir filosofia para não pender pra uma idéia existente, nem mesmo teológica, porque assim evitaria a influência de movimentos humanos sem repensar em uma nova cosmovisão que defenda uma verdade absoluta e que todo o seguimento da formação de opinião se integre abstendose de preconceitos. Temos na história bíblica um vasto cenário que proporciona um ambiente de reflexão, porque dela e através de muitos fatos contidos nela, enxergamos diversos povos que através deles surgiram as formações e o berço da cosmovisão que todo o mundo está inserido. Muitos sem saber e outros sem perceber defendem uma visão religiosa seja ateu1, agnóstico1, deísmo2 ou qualquer outra corrente religiosa. É cabível lembrar o episódio da Torre de Babel3, onde a intenção era colocar todos os homens mais próximos de Deus. É a negação da existência de qualquer tipo de deus e da veracidade de qualquer religião teísta. 1 É a dúvida sobre a existência de Deus e sobre a veracidade de qualquer religião teísta, por falta de provas favoráveis ou contrárias. 2 É a crença num deus que só pode ser conhecido através da razão, e não da fé e revelação. 3 Gênesis 11:1-9.
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Entretanto, diz a história que houve uma confusão de línguas. Imagine a situação: quando um pedia o tijolo se dava o cimento. As diferenças de pensamento provocaram um desajuste na finalidade que se propunha aquele projeto. Portanto, não é desconhecido que até hoje a humanidade se trava em guerras provocadas por um desajuste na visão de vida de cada povo. Mas nesse episódio de Babel, encontramos a natureza humana no centro e, existe uma lei interna no próprio homem que vagueia entre a intenção e ação. Eles tinham boas ações, mas, desconheciam as intenções internas em cada um deles, que Deus não deixou ocultas aos seus olhos. E esse mesmo Deus manteve aqueles que estavam em Babel no seu devido lugar. Isto porque para se chegar até Deus, não é preciso escalar as montanhas mais altas do mundo, porque Ele está em todo lugar através da sua onipresença4. A intervenção de Deus em Babel foi a demonstração do monoteísmo, pois “uma linguagem e uma só maneira de falar”5 era a demonstração que a crença em um só Deus evitaria “edifiquemos para nós”6 e “tornemos célebre o nosso nome”7. Essas idéias representavam a demonstração do politeísmo, a crença em vários deuses, isto porque aquele povo era imigrante do Oriente em direção à terra de Sinar. Aquele povo conheceu o Deus de Noé porque a sua fé estava firmada em diversas cosmovisões, até na “força da natureza”8, que toma o corpo e forma através de um pensamento supersticioso – onde a imaginação humana passa acreditar e gravitar em torno de uma idéia que a auto-sugestão ajuda o pensamento a gerar uma suposta realidade, o poder da mente nesse caso atua com grande ênfase. 6 7 8 4 5
Deus está em todo lugar, independente da nossa fé ou crença. Gn. 11:1. Gn.11:4. Gn. 11:2. Crença da religião Umbanda, que acredita nos “encostos” como a causa do mal, na linha magia branca. A quimbanda lida com espíritos impuros, na prática do mal: espalhando medo, complexos, neuroses, doenças psicossomáticas, gerando situações desfavoráveis para as pessoas.
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Mas Babel promoveu na imaginação humana, principalmente, a tentativa de colocar o homem em igualdade com Deus. Todavia, a demonstração e manifestação da supremacia e soberania do Deus único enfraqueceu a instalação de várias filosofias que tentavam desviar atenção em um só Deus. Por outro lado, Babel representou a falibilidade dos projetos humanos. Não que o homem seja incapaz de apresentar um projeto coerente pra melhor guiar o seu habitar. Mas, os sistemas políticos como o Comunismo já foi ao chão, bonito no papel e conseqüências em diversos países da ex-União Soviética. Perante esse contexto, jamais qualquer projeto do homem superará aquilo que seu Criador preparou para cada um de nós quando enviou Seu filho para propagar à nossa consciência que todo aquele que crê não pereça, mas tenha vida em abundância.
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“A grandeza político-militar dos inimigos é tema do episódio da torre de Babel (Gn. 11:1-9) que reflete claramente a realidade histórica da Babilônia do século VI, com suas grandes e maravilhosas construções, sobretudo as ziqqurates, os típicos templos piramidais a degraus, no topo dos quais se celebravam os sacrifícios aos deuses babilônicos. A torre é também uma construção militar, a manifestação do poderio e da força do império. Aos olhos dos judeus o esplendor de Babilônia, cidade cosmopolita que reunia povos, culturas e religiões diferentes, representava um sério perigo à sua sobrevivência podendo ser engolidos e desaparecer na sua identidade étnica, cultural e religiosa. A coexistência dos diferentes representava uma ameaça também à soberania e unicidade do próprio Jahvé, tido por eles como o único criador do universo. Por isso, o grande império, sua cidade maravilhosa com suas torres elevadas até o céu são condenadas pelos judeus: a dispersão e a fragmentação são, aos seus olhos, a única forma de eles poderem sobreviver no império, fugindo à massificação e à redução ao mesmo modelo cultural.
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Neste sentido é de se entender a descida de Jahvé dos céus, provocando a dispersão, quer dizer, devolver a cada povo sua vida e autodeterminação, longe do domínio da cidade; e a diversidade das línguas, no sentido da possibilidade de se ter culturas diferentes, contra a uniformização imperial. A confusão das línguas (literalmente “babel”) representa, na realidade, o fim do império e a estratégia que garante a sobrevivência das identidades étnico-culturais, como a dos judeus“9 Refletiremos aqui um pouco sobre qual a visão de vida que defendemos com uma comparação de muitas outras interpretações defendidas por culturas, religiões e pensadores. É nossa intenção guiar o leitor a se questionar em que cosmovisão ele está inserido, em que ele está se firmando para tomar decisões, aonde ele quer chegar e quais são as suas estratégias e métodos para realizar com sucesso as suas metas. Será que a cosmovisão individual de cada ser é suficiente pra melhor guiar a humanidade? Bem, se viver individualmente não ajuda o lar de um casal, imagine o mundo. Por isso, todo bom cristão tem convicção que a cosmovisão bíblica é a melhor para seguir, entretanto muitos pecam quanto a aplicação dessa cosmovisão. Não foi em vão a frase “admiro o seu Cristo, mas abomino o vosso Cristianismo”, de Mahatma Gandhi. Todavia, não tente espelhar no meu modelo de vida, na minha cosmovisão, pois talvez e porque não a minha visão de vida poderia ser boa em uma outra cultura, num outro continente que não seja a América Latina. Não que eu seja superior ou inferior onde estou, mas o que seria melhor, – ajustar-me ao ambiente, ou, – provocar que o ambiente se ajuste a mim? Bem, se eu ajustar-me ao ambiente, com certeza não provocarei nenhuma inovação e poderei ser o pivô de empacar o desenvolvimento. Porém,
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Fé e Desafio Cultural, Luigi Schiavio, Dr. Ciência da Religião, Coordenador do Curso de Teologia e Professor no Mestrado em Ciência da Religião da Universidade Católica de Goiás.
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quando provocar que o ambiente se ajuste a mim, então rompo com a rotina, o conceito e passo a caminhar noutra dimensão que poderá nos proporcionar dores ao iniciar, mas um prazer em fazer parte de uma nova caminhada. Sendo assim, o que não poderemos é caminhar sem saber aonde vamos chegar e, se ainda praticamos o errado, é porque estávamos tentando acertar. Recentemente, fiquei sabendo de um episódio ocorrido após o encerramento de um culto em uma Igreja Protestante. Uma senhora membro fiel e que nascera naquela comunidade, ajudou a construir a Instituição, dissera: “– ninguém gosta de mim porque não permitem que eu trabalhe”. Com palavras que todos ouviram dentro do templo, e o dirigente daquele culto era um presbítero. Porém, criticaram o comportamento da jovem e pior, nem mesmo chamaram pra orar com ela; recebera um sentimento de discriminação e sem nenhuma atenção aquela insatisfação foi à tona. Percebemos que, aqui nesse caso, a igreja é uma Instituição de integração e inclusão social. Porém, quando ela se distancia da sociedade carente, se transforma em um clube social onde quem mais paga mais receberá atenção. O ato de dizimar corre o risco de ser transformado em compra de bilhetes. Com essa distorção, o Cristianismo poderá sofrer com a deturpação do verdadeiro significado dos ensinamentos do Cristo. Nesse contexto, haverá com urgência a necessidade de uma liderança de homens voltados a uma cosmovisão de resgatar genuinamente os princípios cristãos que podem ser perdidos devido à valorização de barganhas que denigre através de barganhas. Já advertia o Mestre: “– engolir um elefante, engasgar com um mosquito”. Um discípulo de Cristo conhecido como Paulo de Társis se posicionou contrariando ao ambiente após assumir uma nova cosmovisão. Ele descreve em uma das suas cartas que “ninguém me moleste porque eu trago as marcas de Cristo”10. Essa frase é uma defesa da crença e valor que ele estava defendendo perante os seus patrícios judeus. 10
Gálatas 6.17.
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Quantos alunos e seguidores de Cristo sofreram quando aderiram à cosmovisão do seu Mestre, mas não retroagiram, não voltaram atrás perante um sistema religioso enrijecido pelos fanáticos judeus e, também, dos Imperadores que perceberam a queda e o declínio do seu Império Romano. Além das perseguições por deixar a prática da religião judaica e da circuncisão, uma prática de marcar com um corte o prepúcio dos recém-nascidos, com a intenção de deixar uma mensagem que os judeus não poderiam se misturar com outros povos e, principalmente, como é narrado o fato a seguir: “Era celebrado o aniversário do Imperador, as casas dos cristãos permaneciam escuras nas cidades iluminadas, e não havia grinaldas em suas portas. Eram jogos celebrados em honra de algum triunfo. Nenhum cristão aparecia no circo ou no anfiteatro. Aspergir incenso ao Imperador, prestar honra à imagem do Imperador, jurar pelo seu gênio, era considerado pelos cristãos cair em idolatria”11 Entretanto, Paulo e outros romperam com esse sistema superficial aderindo ao Cristianismo que mudava o homem através do seu caráter, mexendo com a essência das crenças12. E muitos cristãos foram considerados traidores na ótica do Império Romano, devido ao descaso ao culto do Imperador. Foi nesse contexto que se conheceu a conversão da vida, não por fora, mas no comportamento e atitudes que refletissem em costume benéfico em uma sociedade onde o Império Romano oprimia e explorava o povo a “dar a César o que é de César”. Mas eles não invocaram o Imperador como seu Senhor, porque para eles, somente Cristo era Senhor.
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G. Ulhorm, Conflict of Christianity with Heathenisms, tr., pág. 231,232 Crença é um estado mental que pode ser verdadeiro ou falso. Ela representa o elemento subjetivo do conhecimento. Platão, iniciador da tradição epistemológica, opôs a crença (ou opinião – “doxa”, em grego) ao conceito de conhecimento. Enciclopédia Eletrônica Wikipédia.
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Como se viu, romper com as tradições judaicas foi positivo à existência humana. Entretanto, muitos pagaram alto preço para que desfrutássemos de um mundo democrático que diminuiu o poder da oligarquia com a tirania dos ditadores do Império Romano. Assim, será para todo aquele que aderir conscientemente a cosmovisão cristã, ressalvando que, muitos entram na Igreja e se esquecem de entrar para aprender com a condição de abandonar os seus conceitos humanos, por que, somente assim poderá adentrar na cosmovisão do Espírito Santo que já tem para esse novo milênio. A Igreja tem uma grande missão com um desafio, se não despertou ainda, acreditamos que o próprio Deus há de mobilizar e sensibilizar as mentes que Cristo converteu pra entrar em uma batalha espiritual visando não piorar o que já conhecemos através do crime organizado que se considera uma multinacional do pó. Tamanha é a proporção desse desafio, em uma entrevista ao Jornal O Globo, um dos líderes do crime organizado, disse:
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“...o início tardio da consciência social”, “...uma nova cultura assassina, ajudada pela tecnologia”, “...uma mutação da espécie social, são fungos de um grande erro sujo”, “...somos uma espécie, somos outros bichos”, “...somos estranhas anomalias do desenvolvimento torto desse país”, “...uma terceira coisa crescendo aí fora, cultivada na lama, se educando no absoluto analfabetismo, se diplomando nas cadeias, como um monstro Alien escondido nas brechas da cidade”, “... já surgiu uma nova linguagem”, “...estamos diante de uma pós-miséria”, “...vocês têm mania de humanismo. Nós somos cruéis, sem piedade...”
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Estamos presos em quatro paredes, alguns cultuando a beleza da hermenêutica através de uma homilética cheia de técnicas e regras que transmitem uma eloqüência agradável aos ouvidos, porém não nos esqueçamos que “virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias
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concupiscências”13 e “mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrina de demônios”14. Perante essa nuvem negra que está dentro dos presídios, já imaginou se não houver os mensageiros do Evangelho que entram nas prisões pra levar a porção da Palavra de Deus? Em 2005, na cidade de Várzea da Roça, interior do Estado da Bahia, foi um ano que senti o que era o poder de Deus, quando junto com a minha esposa, entramos na cadeia da cidade pra evangelizar os presos. Ali falamos da Palavra de Deus, pregamos a injustiça e sobre transferir o problema pra quem não tinha culpa. Sem saber, estávamos pregando não para os presos, mas para os policiais – porque dentre aqueles presos um foi injustamente encarcerado e, sem culpa, estava cumprindo pena, já com dois meses, sem cometer delito ou crime, um pai de família. Depois de alguns dias, passa um senhor em uma bicicleta e saúda-me. Fiquei espantado, não lembrava mais da imagem dele. Mas era um dos presos que fora posto em liberdade após entregarmos uma palavra poderosa que dizia pra ele que ali não era o lugar pra ele viver e que Jesus entraria com providência. Ele nunca se esquecera das palavras poderosas que moveu os policiais a seu favor perante o Ministério Público na sua liberdade. É óbvio que os policiais estavam no cumprimento da lei, entretanto, as informações foram erradas a respeito daquele ex-preso. Então, pensei que um pequeno ato poderia provocar grandes reações. Não mudaremos o mundo, mas poderemos provocar uma mudança ao nosso redor, a partir da consciência de pequenos atos que reflitam o perfume de Cristo. As pessoas precisam escutar a voz de Deus, e Ele nos outorga a propagar a Sua Palavra através de nós. Ainda que pecadores, somos ungidos como vasos que transbordarão da água da vida, a luz pra aqueles que andam nas trevas.
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II Timóteo 4:3. I Timóteo 4:1.
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CAPÍTULO II
Saia do seu mundo
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Desprenda-se de qualquer conceito formado na sua inteligência analítica quando foi atraído por um tema, porque, se lê novamente a frase “o problema é...”, após essa reticência poderia dizer, – “o problema é meu esposo”, – “o problema é minha esposa”, –“o problema são os políticos”, –“o problema são os maus eleitores”. Bem, como percebeu, a nossa imaginação é volúvel. Ela poderia apresentar inúmeras outras justificativas, por isso, a nossa intenção aqui é abrir janelas, traçar um percurso onde você vai ser guiado a pensar na sua visão de mundo, sem ficar vagando: • O que ela tem contribuído para melhor você viver? • Será que adotando outra visão de mundo não seria melhor? • Se não está dando certo, porque não mudar? • Ou se não dá certo o erro está em que ou em quem? Nesse momento de conflito, sem você conseguir enxergar onde está a causa do problema, o mestre Jesus diz com muita dureza e sabedoria: “– E, se o teu olho te faz tropeçar, arrancao, e atira-o para longe de ti; melhor te é entrar na vida com um só olho, do que, tendo dois olhos, seres lançado no fogo do inferno”15. Numa interpretação contextual poderemos dizer que “arrancar... e atira-o para longe” significa, também, na prática da nossa vida, abandonar idéias, conceitos, costumes e, até mesmo, doutrinas que mais nos “... lança no fogo do inferno”. Hora, se a tua vida, o modo de viver, o estilo de vida que estamos levando está pesado, melhor é abandoná-lo e procurar, imediatamente, um outro modelo. Assim a nossa cosmovisão, deverá passar por uma catarse16. Aquilo que se fazia, não fará mais, o que se tinha como modelo não mais existirá. Será dolorido esse momento de transição, mas, com certeza, ampliará e impulsionará a sua vida a uma evolução até incalculável, para isso, é necessário um rompimento com as tradições. 15
Mateus 18.9. Limpeza que tira o desnecessário, observando o que é necessário permanecer.
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Não fique apreensivo, caso esteja num confronto de idéias, – o que fazer? Será que adotarei um modelo errado por toda a vida? Será que as minhas crenças não prejudicaram o melhor viver? Ainda que não encontre respostas convincentes, o melhor da vida é que você ainda não foi “lançado no fogo do inferno”, da amargura que a loucura psicótica incurável te envolvesse. Então, caso esteja preso em um “loop”, vira-volta, num vai e vem, em um redemoinho daqueles que você está rodopiando; aconselho a sair do seu mundo, abandonar papéis, arrancar as máscaras e enxergar essa vida como deve ser vista, não fantasiando, ou pior, criando um mundo que você é o “Senhor do Tempo” e todos são intimados a gravitar em torno das suas próprias idéias. Sei que fui um tanto duro, mas para visualizar soluções é necessário romper com modelos que não estão ajudando. Mas afinal, onde tudo isso começou? Quando o homem se deparou com o controle do fogo, ele passou a dominar a escuridão das cavernas pré-históricas. A descoberta do fogo abriu inúmeras janelas e o homem começou a perceber a diferença entre os outros animais. Ele adquiriu o domínio e controle da natureza, pois as florestas poderiam ser disseminadas através do mau uso do fogo. Depois da pré-história e sua magnífica descoberta, cada um de nós tem uma experiência de vida. Às vezes, não é a melhor, mas é através dela que poderemos discorrer, e, definir, o que deve ser mudado na nossa cosmovisão. Através de uma análise de nós mesmos, muitas outras pessoas poderão espelhar-se num questionamento que, poderá impulsioná-lo além do alfa17. Assim, descreveremos um fato quando nos deparamos com sistemas religiosos e administrativos onde o homem era cerceado em pensar de maneira diferente. E, durante longos anos, observamos o preço provocado em um debruçar na busca de um novo
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Última letra do alfabeto grego.
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mundo que deveriam aprender a superar as suas limitações financeiras e intelectuais. Este grupo descobriu, também, que poderia viver na região mais escassa, carente e precária, daquelas que se incentivava a se contentar com o modelo de vida que a cultura regional transmitia. Entretanto, foram tomados por um sentimento questionador contra o condicionamento. Acreditavam que existia um potencial adormecido dentro de cada um deles e questão de oportunidade e sabendo romper com esse padrão cultural, descobriram que poderiam colocar para fora “o homem oprimido”18 que existia em cada um deles. Porém, um dos seus maiores obstáculos era romper com o orgulho. Assim, observando que muitas pessoas não gostam de ser confrontadas, ser questionadas, até a minha esposa me advertiu: “-deixa de esmiuçar a vida”. Mas é num questionamento que caminhamos na busca de uma posição certa e que ajuda amenizar certas situações desagradáveis que se repetem prejudicando o decorrer da vida. • Ora, se existe e não está atuando, quem está aprisionando? • Existem muitos bons conceitos dentro de nós, mas por que não conseguimos descobri-los? • Aqui lembramos de um pensamento que diz “não questione porque você não cresce, mas o que está impedindo o nosso crescimento” ? • Mas afinal, o que está impedindo de você melhor viver? Entretanto, não poderíamos deixar de justificar dizendo que tudo que fazemos e faremos não é pra provar ou demonstrar a quem quer que seja que somos capazes. Isso provocaria um desastre na nossa vida, porque, o que estamos fazendo é realizar o sonho que Deus tem para nós. Antes que nascêssemos, Ele tinha um projeto de vida específico para a nossa vida, Ele 18
Essa força de expressão simboliza, também, as pessoas que não conseguem praticar a sua competência por lhes faltarem oportunidade.
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sabia o que era melhor para nós. Porém, somente descobrimos essa realidade quando abandonamos os modelos impostos por uma sociedade doentia e que, ela mesma não sabe aonde quer chegar. E, pior, estávamos gravitando, com os nossos pensamentos mais importantes, nesse mundo cheio de trevas. A mudança de paradigma19 nos levou a vislumbrar outros conceitos, alguns deles foram como uma bofetada no nosso rosto, pois, “difícil é voltar-se para a verdade, principalmente, quando ela fere”, mas, nos esforçamos em adquirir maturidade e firmeza pra consertar, em tempo, “nossas supostas verdades”. Pois, foi como realizar uma cirurgia que decepou ou arrancou um órgão importante no nosso corpo, porém, estava podre, não prestava mais. Ou o tirava, ou ele contaminava o resto do que era aproveitável em nós. É assim, é dolorido, mas traz benefícios. Dentro desse contexto, falando um pouco de nós mesmos, faz lembrar que cedo fui trabalhar e estudar na capital do Estado da Bahia na cidade do Salvador, ouvi diversas frases e uma dela chamou-me atenção: “-não faço sucesso na Bahia, porque sou baiano”20. Então, comecei a analisar com muito zelo essa idéia do Nizan, e entendi que ele queria dizer: “-na Bahia tem muitos bons profissionais iguais a mim, e competindo com eles correria o risco de não brilhar tanto quanto eles, então, saí do meu Estado pra fazer sucesso”. Pareceu-me, de imediato, uma visão altruísta21 e narcisista ao mesmo tempo, ou seja, uma exaltação exagerada acompa “Padrões psicológicos, modelos ou mapas que usamos para navegar na vida. Nossos paradigmas podem ser valiosos e até salvar vidas quando usados adequadamente. Mas podem se tornar perigosos se os tomarmos como verdades absolutas, sem aceitarmos qualquer possibilidade de mudança, e deixarmos que eles filtrem as novas informações e as mudanças que acontecem no correr da vida. Agarrar-se a paradigma ultrapassados pode nos deixar paralisados enquanto o mundo passa por nós” do livro “O Monge e o Executivo”, James C., Hunter, Ed. Sextante, pág.42 20 Nizan Guanaes, famoso publicitário. 21 Sentimento ou atitude de quem privilegia o bem do próximo. 19
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nhada com um culto a si mesmo e uma intenção de proteger os outros. Mas, tinha uma lógica aquela idéia, porque em muitos casos, pra melhor viver é necessário produzir resultados, sendo fundamental abandonar a idéia de competição, aprender que a criatividade e as idéias, ainda não pensadas, estão escondidas dentro de nós. E, lembrei da frase “o Reino de Deus está dentro de vós”, Jesus Cristo. Essa frase é como quem quer dizer, – existe outro mundo dentro de você, é necessário você abandonar o seu mundo pra entrar nele. Quando me recordo dessa frase: “...está dentro de vós...” penso que os ouvintes que eram farises e filósofos, nada entenderam, pois, sabiam encontrar a solução de problemas defendendo uma idéia elitizada, ou, um pensamento de alguma escola filosófica da época, ou, uma pensamento de algum partido político seja dos fariseus, saduceus, judaicos ou herodianos. Esse modelo podava ao homem encontrar-se consigo mesmo e, principalmente, com o “fôlego de vida”22 que fora depositado neles. Imaginemos que se “soprou Deus o fôlego de vida” e “somos imagem e semelhança de Deus”23, é claro que existe “em nós” a semelhante que está em Deus e, se encontra em nós, está dento de nós, não fora. Um desses atributos é que somos seres pensantes que raciocina, muda os próprios pensamentos e a nossa cosmovisão (visão de mundo) se altera com o passar do tempo. E, “na verdade, há um espírito no homem, e o sopro do Todo-Poderoso o faz sábio”24. Quando programo computadores fazendo uso da linguagem tecnológica e seus algoritmos matemáticos, lembro que nunca fui um exímio, ou melhor dizendo, bom aluno em matemática, mas conseguia se sair muito bem em física. Isso não é um paradoxo? Por que a matemática é a base do entendimento
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Gn 2:7. Gn. 1:26. Jó 32:8.
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da física, e porque entendia física e, não tão bem, matemática? Pensava que o erro não estava em mim, mas, nas interferências25 que vinham provocar e desajustar o meu equilíbrio emocional deixando, assim, conseqüências negativas ao meu aprendizado. Muitas dessas interferências26 eram causadas por conduzir-me sob a opinião de grupo políticos ou opiniões obsoletas a nossa realidade. Nesse ambiente travava uma guerra comigo, pois visualizava a vida diferente, porque, anteriormente, já tinha analisando as atitudes daqueles que se relacionavam comigo27 e via como eram negativas nos seus resultados após averiguar as suas atitudes. A minha negação à matemática era como um bloqueio psicológico em “aprender a aprender”, isto porque, meu inconsciente estava fazendo lembrar dos resultados “nesse caso a física dava resultados, explicava o ambiente e o motivo dos movimentos”, por isso me atraía. Naquele tempo se não entendia o porquê da rejeição à matemática, passei a compreender que a matemática era teórica, estava em um link com a intenção, quando buscava um modelo prático. A minha consciência28 tinha sede de ação com resultado, e, nesse momento, gravitei em uma cosmovisão do paradoxo29. No ambiente que residia, muitos ao meu redor se achavam corretos e, ainda que errando, não admitiam que seus modelos estivessem defasados e falidos, visualizei que não dava pra caminhar naquele percurso. Cheguei até deparar-me com máscaras psicológicas que camuflavam as más intenções de algumas outras pessoas que nos rodeavam. Percebi que existem aqueles que querem crescer atrapalhando a iniciativa do outro, como também aqueles que não arredam nenhuma atitude porque sabe que a idéia é boa e viável, mas temem o resultado. Outros Causada por problemas familiares onde o filho absorve responsabilidades que a sua maturidade não está capacitada e munida pra enfrentar tais problemas. 26 Ibidem. 27 Pessoas com modelos familiares falidos e em desarmonia. 25
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querem crescer, nada fazem e quando vêem alguém fazendo, um sentimento de fraqueza invade o seu inconsciente, atormentando até se voltarem contra aqueles que tiveram a iniciativa. Percebi que muitos estavam na sua zona de conforto, mas, a monotonia incomodava a viver inquietos por algum estímulo que motivasse a sua sobrevivência, mas tinham grande dificuldade de compartilhar, dividir e crescer junto. Sempre queriam ser o primeiro, jamais dividir o espaço. Bem, assumindo essa postura, sofri uma forte repreensão e, pior, estava como peixe fora d’água. A falta de apoio acompanhado de certa imaturidade em não conseguir expressar com clareza o meu comportamento, a sociedade onde eu habitava que era inverso ao comum. Nesse ínterim se destacava contrariando o ambiente, então, era julgado como um “suposto louco” ou “arrogante” e, também, como uma ameaça aqueles que eram líderes. Porém, o que estava acontecendo era a busca de uma nova cosmovisão que não ferisse os princípios morais que promovia a paz a todos. Entendi que sair do meu mundo era romper com as tradições, abrir a mente pra conhecer o desconhecido, sem cair no fanatismo onde prevalecia o desequilíbrio entre o mundo físico e espiritual, nem mesmo, tender ao fundamentalismo30 que era enrijecer na defesa de um conceito sem abrir mão de qualquer mudança contrária ao grupo onde firmamos nossas crenças e valores. Mas, nesse pré-julgamento advindo dos outros, muitas imaginações deles foram convertidas, porque quem pensava que eu era fraco, percebeu a capacidade inesperada de manter O pensamento analítico fundamentado na verdade que estava acreditando em seguir. 29 Idéias que entram em choque quando tendem a explicar o mesmo objetivo. 30 O fundamentalismo aqui é xiita é sinônimo de intransigência, inflexibilidade, ser dono da verdade e patrulhamento teológico. Esse tipo tem mais a ver com atitude do que com teologia. Augusto Nicodemos Lopes, Pastor Presbiteriano, Entendendo os Fundamentalistas, no site www.teologiabrasileira.com.br.
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me equilibrado quando muitos estavam em ataque de nervos. O pré-julgamento foi se ajustando ao entendimento da manifestação do poder de Deus sobre a minha vida. Até que entendi que não estava mais guiado por mim mesmo, uma voz dentro em mim fazia entender que não estava a sós, não era mais eu, passei a ser propriedade exclusiva, estava em um sacerdócio, onde tinha um Rei, e não era o meu “eu”, assim, entendia que eu não era mais de mim mesmo, fui comprado. Muitas vezes tentei mudar e viver como todos viviam, mas, em uma destas tentativas aumentava a dor e passei a refletir, o que estava acontecendo? Até que me rendi, por completo, que estava gravitando em uma outra esfera e a cosmovisão que estava inserido não era a que planejei pra mim. Então, lendo a Bíblia, a Palavra de Deus, descobrir o que acontecera com Saulo que passou a ser chamado de Paulo de Társis, uma mudança radical na vida. Então, Paulo foi interpelado por uma outra voz de uma outra cosmovisão, -“E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões”31. Esta última frase quer dizer, “duro é resistir o ferrão”. Nessa mesma sintonia o pescador Pedro escreveu “vós, porém, sois raça eleita, sacerdote real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamar as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”32. Perante essas frases, a primeira diz, – “duro é resistir”, a segunda, – “proclamar as virtudes”, a terceira, -”propriedade exclusiva de Deus”. Refletindo com muito zelo, gostaríamos de afirma que, ou nós nos firmamos na cosmovisão do Espírito Santo, ou então, estaremos recebendo ferroada desnecessárias e, pior, tentando ter direito quando, somente, temos deveres, do tipo: amar sem esperar, de respeitar, de ver o outro como carente tanto quanto nós, de sair do eu e viver o nós, de ser mais
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Atos 9:5. I Pedro 2:9.
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humano, de esquecer o ter e dedicar ao ser, de resgatar valores morais importantes a sobrevivência. Mas, tendo consciência que “... a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer33. Abandonei a minha visão de vida, e rendi a cosmovisão do Espírito, que era superior ao meu modo de ver o mundo. Portanto, reconheci e entendi, exatamente, o que Davi quis dizer quando disse “a lei do Senhor é perfeita, e restaura a alma; O testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos simples. Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro e ilumina os olhos. O temor do Senhor é límpido e permanece para sempre; os juízos do Senhor são verdadeiros e todos igualmente, justos”34. Aos olhos dos outros, dos que não entendia o meu comportamento, quando nem eu mesmo estava ciente do que acontecia. Então, foi a partir do acidente do meu pai que muitos começaram enxergar o que eu representava, o que estava se revelando na minha pessoa, e confesso, que até mesmo, eu mesmo, não conseguia entender de onde surgia aquela força, não sabia explicar exatamente o ambiente onde estava inserido. Permaneci durante trinta dias no Hospital acompanhando o meu pai na Clínica Pós-Cirúrgica quando ele saiu da UTI após ter passado por uma cirurgia que durou seis horas. Ele permanecera quase louco, tive que comportar-me como um profissional da Enfermagem, a ponto de praticar método de amarrá-lo para ele não fugir do hospital e, pior, agredir as enfermeiras que medicavam com injeções. A minha cosmovisão passou por diversos processos, mas tive que sair do meu próprio mundo, do conceito fixo como correto, do modelo familiar tradicional que mantia unido a família dentro das quatro paredes – porém, não preparava os filhos
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Gálatas 5:17. Salmos 19.7-9.
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para enfrentar o mundo externo. Essa realidade que viveu, também, o profeta Elias quando se viu perseguido por uma jovem senhora chamada Jezabel que intentou exterminar os profetas de Deus. Elias correu para dentro de uma caverna, pediu para si a morte, já não encontrava mais ânimo para prosseguir. Entretanto, o mensageiro de Deus falou: “-levanta-te e come, porque o caminho te será sobremodo longo”. E Elias ouviu a pergunta: “-que fazes aqui, Elias?”35. Querendo ou não, “... o caminho é longo”, o projeto não era meu, mas Deus nos escolheu para sermos despenseiros de uma nova cosmovisão que “...Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria do mundo?”36, isto porque a “...a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens” e o meu “eu” era o primeiro a passar por esse processo de mudança da cosmovisão que recebi do Supremo Deus37. A cosmovisão não era mais a minha, o “eu” foi revestido por uma força superior as minhas mazelas da alma, o egoísmo, as necessidades supérfluas do tipo auto-afirmação com uso de utensílios da moda tinha sido substituído por algo sublime, além Terra. Estava numa quarta dimensão38, em um mundo que ensinou-me a contentar-me com o que tinha, a perceber que não era mais de mim mesmo, o que estava fazendo era realizar 37 38 35 36
I Reis 19:4,7,9. I Coríntios 1:20. Como se vê a vida, como se resolve os problemas, por onde... Geometricamente conhecemos a largura, altura e comprimento, a partir destas três dimensões medimos e avaliamos o mundo físico, mas, como poderemos saber e medir que estamos na quarta dimensão? Temos como referência o comentário de Paulo na I carta aos Coríntios 12.2, “ Conheço um homem em Cristo que há catorze anos ( se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe ) foi arrebatado ao terceiro céu.” Mas, o conhecimento desta outra dimensão foi lhe dado um equilíbrio, ele diz, “e, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte” 12:7.
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o sonho de Deus na minha vida. Entretanto, nesse sonho não estava imputando a mim gravitar em torno de nenhum sistema de valores que contrariasse a cosmovisão. Sei que essa teofania39 não é muito agradável, para alguns apologistas por defenderem a tese que “Deus não tem sonhos”, mas ainda que seja uma força de expressão, fazendo uso de uma tipologia figurada, porém, sei que “tu formaste o meu interior tu me teceste no seio da minha mãe...” e Davi tinha absoluta certeza que Deus tinha planejado um sonho para ele realizar, e disse, “os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda”40. Nossa intenção, neste capítulo, é mostrar que a todo momento somos estimulado a repensar a nossa visão de mundo, partindo da minha própria convivência com o tema, pois, com certeza muitas pessoas encontram-se necessitadas de aderir, se transportar para uma nova cosmovisão onde será um processo dolorido, existirá inúmeros conflitos, mas Deus sabe o melhor pra você. A história do general Naamã41, leproso, ele tinha um reconhecimento como guerreiro de muito conceito, foi guiado a comparecer a presença do profeta Eliseu, esperava que o tratamento da sua enfermidade era conforme a sua cosmovisão, mas, foi orientado a banhar-se sete vezes no rio Jordão, quando na sua terra tinha os rios Abana e Farfar, “melhores que todas as águas de Israel”. É assim, a visão de mundo que Deus tem para nós é inverso ao que imaginamos.
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Manifestação ou aparição divina, uma qualidade humana em Deus, Minidicionário, Ed. Ediouro. 40 Salmos 139: 13, 16. 41 II Reis 5:1-14. 39
CAPÍTULO III
Cosmovisão. O que é? Por quê?
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Não me chame de sonhador, pois, acredito em dias melhores, caso não cheguem pra mim esses momentos maravilhosos, – com certeza algo estava errado. Mas, errado como? Às vezes gosto de conduzir o pensamento do leitor a pensar que revelarei uma nova descoberta daquelas que o pobre ficará rico numa noite para o dia, mas não é bem assim, nem também desejo que fique a deriva, sem rumo, sem um conceito formado. Mas, já pensou se o pobre ficar rico numa noite para o dia, será que ele saberia administrar sua vida financeira, emocional, e, quem sabe, até poderia prejudicar a sua relação, até mesmo, familiar. Os filhos que via toda noite o seu pai, agora falam somente pelo telefone celular, e quando conseguem. Então, um benefício poderá causar uma conseqüência. Então, almejo que pare um momento e pense quem é você em relação a Deus? Bem, quem é você, implica em olhar para nós mesmo, reconhecer nossas fragilidades, fraquezas e ter capacidade emocional para melhor ajustar nossos desequilíbrios emocionais. Pois, o problema não é ser rico ou pobre, mas como lidamos com as situações? Por exemplo no Sertão da Bahia, lá naquele lugar seco, de escasso trabalho, onde é mais precário viver se comparado ao Sul do Brasil, muitos moradores conseguem viver, porém, se transferir um sulista daqueles que moram no grandes centros urbanos, poderiam morrer em menos dias em comparação ao nordestino. Percebemos aqui que o homem é adaptável ao meio ambiente, os sertanejos conseguem fazer e se alimentar até de sopa de palma42, alimento que é dado ao gado. E quem sabe com o aquecimento global e o aumento do nível do mar, provocado pelo degelo da Antártica, as cidades beira-mar poderão ser inundadas, então acontecerá uma migração das grandes cidades para lugares mais seguros as inundações. Sendo assim, o nordeste, áreas centrais, onde há pouca
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Cacto da família do mandacaru, onde acumula muita água e fibras, nasce somente, em lugares secos ,montanhosos e pedregosos.
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influência de afluentes marítimos poderão ser povoadas. Assim, muitos serão forçados aderir uma cosmovisão contrária a que estão vivenciando no presente. Nesse contexto, pense que está sentado, agora, numa mesa e do outro lado, está uma pessoa que vocês estão conversando, porém, não esqueça que cada um tem uma maneira de ver a vida, são pessoas diferentes ocupando o mesmo espaço. Caso não percebeu, um poderá ser a causa do bem ou do mau para o outro. Portanto, cada momento é uma oportunidade que nós temos para fazer algo visando que nossos dias sejam bons. Mas, devemos nos questionar – o que devo fazer, e, – o que, somente, Deus faz por mim? Aquilo que Deus, somente, Ele pode fazer por mim não poderemos transferir para o nosso próximo nem deixar de praticar o que se deve ser executado. Pois, o entendimento da cosmovisão nos ajudará a estabelecer um melhor diálogo com o nosso próximo e, indiretamente, com o meio ambiente onde residimos e, também, com nós mesmo que pouco sabemos quanto deixamos de melhor explorar essa capacidade interna que, muitas vezes, é sufocada pelo dia-a-dia. “O termo cosmovisão [worldview] veio da língua Inglesa como uma tradução da palavra alemã Wel-tanschauung [percepção (de mundo), ponto-de-vista, concepção (de mundo), cosmovisão]. Um sinônimo aceitável é “perspectiva de vida”. Nós podemos também falar mais vagamente sobre o conjunto dos “princípios” ou “ideais” de uma pessoa. Um marxista chamá-lo-ia de uma “ideologia”; a classificação mais prevalecente nas ciências sociais hoje provavelmente é “sistema de valores”43. Para nossas finalidades, cosmovisão será definida como “a estrutura abrangente das crenças básicas de alguém e seus valores”. Albert M. Wolters, “What is a Worldview?” em Creation Regained: Biblical basis for a reformation worldview (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 2000), 1-11.
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Aquilo que cremos é um compromisso que temos e não somente argumentando, mas também defendemos. Em certos casos usaremos de todos nossos recursos para não voltar atrás. Essa predisposição tende a formar um padrão e modelo o qual vamos seguir e, ainda que, esse modelo não é funcionável ou proporcional ao esperado e, não produza bons resultados, no entanto, estaremos prontos a defender o que é certo e, se não está produzindo o problema está em nós. Tendemos a recorrer ao homem as falhas nos modelos que defendemos, como exemplo, poderemos falar sobre a liturgia da Igreja Romana, no século XVI, quando os Padres rezavam em língua do latim, somente eles entendiam o que estavam falando, os fiéis não entendiam mas acreditavam que os líderes faziam o certo. Quem ousasse ofertar uma outra liturgia era tido como “excomungado” alguém que era abolido e visto como uma ameaça. Por outro lado não podemos prosseguir liderando sem uma estrutura, sem direção, sem normas porque surgiria a desordem e a indecência. Então, é indispensável ter um “credo”, uma definição sucinta daquilo que acreditamos. É necessário um mapa que traçar o nosso percurso, senão, convivendo em grupo cada um definiria um conceito, então, criaria uma confusão ou retardaria o bom funcionamento seja da Instituição em que estamos inseridos ou da nossa própria vida. É necessário ter uma crença para orientar nossos pensamentos, opiniões, e a nossa maneira de proceder. Aqui mora o grande perigo, pois, nos embaraçamos pra enxergar uma nova cosmovisão porque tememos mudar e provocar uma situação pior a que gravitamos e vivemos. Como conhecedores da natureza humana, sabemos que temos um estigma para executar aquilo que desagrada a Deus, o pecado está na porta, quando menos esperamos e por um descuido abrimos a brecha e lá vem o vendaval, desajustando o ajustado. Para evitar esse desajuste as nossas opiniões, decisões e argumentos não são afetados por inúmeras cosmovisões e a que estamos inseridos transmite uma falsa segurança porque enquanto não nos sentimos ameaçados, ficamos confortáveis,
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quando muitos vivem sem saber o que fazer. Como os grupos se comportam, quais as regras que seguem? Faz lembrar dos naturalistas e nas muitas praias a exemplo do Sul da Bahia, os nudistas têm um sistema de crença que poucos usariam aderir, pois, uma crença que eles se integram quando diretamente se ligam a natureza não possuindo nenhuma vestimenta de banho. Essa comunidade tem suas crenças e quem obedece está em harmonia com sua própria consciência que satisfaz os seus fetiches. Entretanto, para nós cristãos essa cosmovisão dos naturalistas contraria os nossos princípios. Mas, eles acreditam que estão certos, mas os cristãos acreditam e crêem que eles estão errados e mais, defendem, até a morte, que eles foram possuídos por um espírito contrário aos valores do Cristianismo. Mas, independente da nossa posição eles existem e constroem uma cosmovisão que poderá influenciar ou deturpar a lei moral, porque, “onde o mundo diz que a moral é relativa, a Bíblia diz que ela é absoluta”. Por outro lado, muitos cristãos vivem uma cosmovisão contrária à crença que ele professa. O próprio mestre Jesus falou a respeito do trigo e o joio, uma analogia aos verdadeiros cristãos convertidos e os cristãos convencidos que estão inseridos nas comunidades cristãs espalhadas por todo o mundo. Aquilo que conhecemos está em desarmonia com aquilo que praticamos, porém, por maior que seja o pecado que impede de viver a cosmovisão da Palavra de Deus, somente, poderemos corresponder as nossas crenças quando abandonamos muitos valores amorais, entendendo que as Sagradas Escrituras é autoridade de Deus é superior a qualquer Sistema Educacional e “acima de todas as poderosas interferências em nossa cultura pela qual a cosmovisão está constantemente sendo formada”, Albert Wolters. “Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança”, disse Paulo, de Társis44.
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Rm 15:4.
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Quantas empresas mudaram a sua cosmovisão administrativa. Lembro da “Qualidade Total” do “5S” e tantas outras técnicas e métodos que interferiram no paradigma da administração. Surgiu então “o cliente é o rei”, onde o funcionário ou vendedor estava à mercê totalmente em satisfazer com o bom atendimento os consumidores no que diz respeito aos seus anseios. Muitos visualizadores perceberam que no momento de compra os consumidores, inconscientemente, simulavam como se estivessem num lazer, pois, desta forma, muitas empresas conseguiram atrair clientes com esse benefício de forma empreendedora. Assim, conseguiam firmar e criar marcas que geravam um sentimento em torno da empresa. A disputa, até hoje, usar uma calça ou sapato que venha com a etiqueta de um famoso estilista, assim transferia um rótulo da fama do estilista para o consumidor. Todo esse contexto reflete a cosmovisão do consumo e do mercado competitivo. Pois, o que pensa o consumidor é o que faz gerar a confiança e credibilidade das marcas dos produtos. Alguns produtos eram duráveis, mas não eram confortáveis. Assim, mudou a cosmovisão dos desenhistas de modelos, os designer, então, procurava trazer no produto benefícios do conforto e não mais da durabilidade, assim, o ramo calçadistas caminha na sua nova visão de mundo. Outros produtos, como eletrodomésticos passaram pelo inverso, como o refrigerador, deveria consumir menor custo de consumo de energia. É cabível lembrar que todos nós temos uma cosmovisão, e não depende de algum título, ou ser conhecedor de filosofia ou teologia, porque aquele que rejeitar qualquer opinião alheia ele está se posicionando na sua cosmovisão, pois, ele acredita que não dá valor a idéia de terceiro é porque ele tem uma melhor, ele tem um leme que está guiando o seu barco, ainda que mude o percurso não deixará de chegar ao seu destino, pois, ele acredita na sua bússola. A experiência compartilhada é confrontada com as idéias, sejam elas, novas ou velhas. Cada ser humano tem um guia interior, isto não se trata de espírito maligno, mas
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de formação de princípios morais que constitui o caráter através da prática das atitudes. Nesse mundo temos diversos modelos de entender o mundo, poderemos nos apegar ao que é científico comprovado através da experiência e observando logicamente o seu resultado, e acreditar naquilo que pegamos, sentimos e enxergamos. Entretanto, a teologia nos dá uma estrutura onde não enxergamos Deus, porém, acreditamos que ele existe. A fé nos aproxima do invisível como se pudéssemos traçar o rumo na companhia dela, quando seguiremos a fé da Sagrada Escritura. E ainda que muitos não acreditem que Deus existe, nem por isso Ele deixará de existir na nossa cosmovisão. Pois, Deus é Deus, se não cremos ou não cremos, Ele é o que é. Por fim, adoramos um mesmo Deus, somos batizados em um Espírito Santo, mas dentro da corrente da religião cristã têm diversas cosmovisões. Essas cosmovisões, em alguns casos, sofreram a interferência da sua cultura entre outras causas. Uns acreditam que deveriam ser imersos na água outros não, tem aqueles que acreditam no sacrifício e andam peregrinando afim de pagar a sua promessa a algum “santo”. Bem, como se vê, estamos falando de diversas cosmovisões que estão sustentadas por uma fé, por isso, disto depende a nossa felicidade ou não. Aqui estamos a perguntar, – para ser feliz, devemos aderir a cosmovisão de uma religião? Claro que não, pois, as religiões, muitas delas, refletem exatamente os desejos e projeções de homens que maquina oprimir e manipular as pessoas a fazer o que ambicionam, quando devem, no nosso caso como cristão, refletir a cosmovisão de Cristo, porque, somente ele disse “quem não tiver pecado atire a primeira pedra”. Mas quanto ao conceito de felicidade é relativo na cosmovisão pessoal de cada pessoa ou grupo. Pois, muitos são felizes e contentes com um mísero salário mínimo, outros, ganham quarenta salários mínimos, mas acumulam doenças do tipo maníaco-depressivo refletindo uma insatisfação por não alcançar determinadas metas a altura do “status quo” imposto por um grupo onde se está inserido. 39
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No entanto, abordagem sobre cosmovisão, poderá nos encaminhar a um método de questionamento que alcance o mais humilde ser humano, até mesmo, aquele que está dentro das quatro paredes onde a grade tirou a sua liberdade por se tornar nocivo a sociedade onde ele habita. A nossa intenção é aproximar do mais temível marginal visando confrontar sem feri-lo ou torturá-lo, porém, conseguindo criar um debate de idéias que ele mesmo vai se perguntar, – o que está fazendo com a vida dele? Assim, é possível, através do questionamento da cosmovisão deste delinqüente, abrir uma janela para que ele possa rever seus conceitos e valores. Caso seja possível, este saberá como encontrar uma cosmovisão mais lógica e útil a vida, a sociedade e a ele mesmo.
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CAPÍTULO IV
Resolva o seu problema
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Os professores de matemática, sem dúvida alguma, eles sabem encontrar a resposta usando diversos caminhos, os chamados “macetes” que são fórmulas que simplificam as respostas para os complexos algoritmos lógicos. Lembro-me, ocasionalmente, das aulas de porcentagem. Aprendi usar aquela fórmula matemática, depois, trabalhando nos meus sistemas tecnológicos da informação que eram para automatizar empresas de vendas, encontrei diversos caminhos que simplificavam a solução. Como modelo quanto é dez por cento de cento e vinte, então se multiplicasse 10x120 teria depois de somar, porém usando da lógica, entendi que o percentual estava nos primeiros números de cento e vinte e a resposta era 12,00. Porém, tive pessoas ao meu lado que por mais que explicasse esse “macete”, invadia uma insegurança e uma indecisão que impedia de visualizar o óbvio. Esse grupo não gostou que apresentasse uma outra forma de enxergar a solução do problema, imagine que alguns sentiram-se ameaçado. Então observei que não dependia da personalidade deles, mas da maneira como a pessoa resolvia os problemas, era do tipo condicionado, se apresentasse outro caminho para chegar a solução de imediato, surgia uma resistência pra abandonar o velho hábito e aderir ao novo. Primeiro tinha barreiras psicológicas com quem deveriam aprender, pois, como disse um pensador anônimo “toda aprendizagem exige um esquecimento”. Ninguém consegue aprender se não esquecer os velhos conceitos, por isso “é necessário nascer de novo”45. Os modelos que temos como verdadeiros não são absolutos. O que se torna absoluto é imutável, mas nossos pensamentos passam por constantes confrontos, e a verdade poderá se transformar em mentira, como a mentira poderá ser convertida em verdade. Sendo assim, a rigidez de opinião deverá passar pelo “vale da humildade”, por que as personalidades rígidas 45
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elas não são flexíveis, não gostam de idéias externas, não conseguem agregar a sua caminhada outros valores, porque todo pensamento que não emanou dele mesmo é tido como uma ameaça. Esse contexto dificulta todo e qualquer líder na sua trajetória. A alma de Gaio, presbítero que João escreve na sua terceira epístola, fala que a razão de ele ser próspero e ter uma saúde exemplar, foi porque se apegou a uma verdade saudável. Ele diz: “– fiquei sobremodo alegre pela vinda de irmãos e pelo seu testemunho da tua verdade, como tu andas na verdade” . Existe aqui nessa frase: “tua verdade” e “andas na verdade”46. Ou seja, Gaio tinha a sua verdade, que estava firmada na verdade de ter conhecido os ensinamentos de Cristo. Gaio andava nesta verdade, pois então, a expressão “a tua verdade”, reflete exatamente que nós temos “uma verdade” que é a raiz de se firmar as nossas tomadas de decisões. Aqui faço uma analogia com o disco rígido do computador, uma peça interna onde são gravadas todas as informações. Logo no início da mídia metálica, oculta aos olhos humanos (a não ser que se abra a carcaça), há pilhas de discos onde se realizam a leitura/escrita das informações do início, e que chamamos de “boot” – aqui se estiver comprometido, ou com um vírus, o computador não funciona corretamente na emissão de read-write, leitura e escrita dos dados gravados, podendo comprometer todo o processamento de informações. Assim também é o nosso cérebro. Ele tem um início para tomarmos decisões que podemos chamar, também, de “boot”, ou melhor dizendo, a “nossa verdade”, onde é a base de impulsionar as nossas ações e decisões. Reflito, também, que no vale tem aos seus lados montanhas, e no meio, as vezes, rios e lagos. A questão é que no vale o ar oxigênio é sufocante a temperatura aumenta devido ao aquecimento das montanhas que o rodeia. Mas, quando “...elevo os meus olhos para os montes de onde me virá o socorro? O meu so46
III João 1:3.
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corro vem do Senhor que fez os céus e terra”47 Agora, se coloque no lugar de quem está no vale, e olhe para o alto, lá nas alturas o ar circula melhor, o oxigênio é melhor, por isso o Salmistas disse “elevo o meus olhos para os montes...”, pois, somente no vale é que poderemos elevar os nossos olhos, e quando elevamos reconhecemos a nossa pequenez, e enxergamos quem é Deus, sem ele “...em vão trabalha os que edificam a casa”48. Dentro dessa realidade poderemos recorrer ao fato verídico de comando de Moisés na direção do povo hebreu na peregrinação até a terra de Canaã, porém, Jetro, o sogro de Moisés, passa um excelente modelo de liderança, mas, muda o conceito de administração exercido por Moisés. O novo modelo trabalhava com a participatividade e descentralização de atividades, foi proposto as tomadas de decisões em grupo, bem como, a execução. O novo modelo compartilhado por Jetro, tirava de Moisés a sobrecarga e direcionava os problemas a outros líderes que trabalhariam, especificamente, com determinados problemas os quais eram pré-determinado, assim, o método era executado com a resolução dos impasses. Vejamos o texto bíblico: “E aconteceu que, no outro dia, Moisés assentou-se para julgar o povo; e o povo estava em pé diante de Moisés desde a manhã até à tarde. Vendo, pois, o sogro de Moisés tudo o que ele fazia ao povo, disse: Que é isto, que tu fazes ao povo? Por que te assentas só, e todo o povo está em pé diante de ti, desde a manhã até à tarde? Então disse Moisés a seu sogro: É porque este povo vem a mim, para consultar a Deus; Quando tem algum negócio vem a mim, para que eu julgue entre um e outro e lhes declare os estatutos de Deus e as suas leis.
Ângelo Almeida
O sogro de Moisés, porém, lhe disse: Não é bom o que
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fazes. 47 48
Salmos 121:1-2. Salmos 127:1.
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Totalmente desfalecerás assim tu como este povo que está contigo; porque este negócio é mui difícil para ti; tu só não o podes fazer. Ouve agora minha voz, eu te aconselharei, e Deus será contigo. Sê tu pelo povo diante de Deus, e leva tu as causas a Deus; E declara-lhes os estatutos e as leis, e faze-lhes saber o caminho em que devem andar, e a obra que devem fazer. E tu dentre todo o povo procura homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que odeiem a avareza; e põe-nos sobre eles por maiorais de mil,maiorais de cem, maiorais de cinqüenta, e maiorais de dez; Para que julguem este povo em todo o tempo; e seja que todo o negócio grave tragam a ti, mas todo o negócio pequeno eles o julguem; assim a ti mesmo te aliviarás da carga, e eles a levarão contigo. Se isto fizeres, e Deus to mandar, poderás então subsistir; assim também todo este povo em paz irá ao seu lugar. E Moisés deu ouvidos à voz de seu sogro, e fez tudo quanto tinha dito; E escolheu Moisés homens capazes, de todo o Israel, e os pôs por cabeças sobre o povo; maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinqüenta e maiorais de dez. E eles julgaram o povo em todo o tempo; o negócio árduo trouxeram a Moisés, e todo o negócio pequeno julgaram eles. Então despediu Moisés o seu sogro, o qual se foi à sua terra”49. “Não é bom o que fazes”, Jetro fala pra Moisés, depois de muitos dias regularizando as situações desagradáveis das famílias, assumindo uma responsabilidade que muitos recusaram. Uma missão que era pra dar uma explicação e solução quem de lá vinha pra cá se assentar com Moisés, sem procurar saber se ele estava em condições físicas ou emocionais para deliberar 49
Exôdo 18:13-27.
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e julgar as questões. Mas, imagine você no lugar de Moisés e ouvir a advertência do velho Jetro, “não é bom o que fazes”, como você reagiria? Imagine você que Jetro era um excelente administrador, pois, Moisés aprendeu com ele domar o rebanho no pasto, mas agora ele foi confrontado pelo seu professor. Moisés foi desqualificado nos seus procedimentos. Ele pensava que estava correto, tinha a melhor das intenções, mas estava executando de forma errônea, além de que, as mudanças de comportamento para que pudesse melhor resolver os roblemas que beneficiaria tanto o povo como ele mesmo que estava estafado e sobrecarregado, deveria ocorrer. Ele entendeu “tu só não podes fazer”. Entretanto, Moises estava fazendo, mas não corretamente. Já dizia uma velha máxima que “nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos”. Nem sempre aquilo que praticamos com boas intenções é o correto. Agora, não quer dizer que vamos deixar de fazer temendo ser errado, nada disso, o que se pensa aqui é que todo problema não tem somente uma fórmula pra resolver, mas diversas maneiras pra encontrar a solução. O que se espera é abster-se de uma idéia fixa e rígida, a fim de brotar outras imaginações. Uma matéria que deveria ser valorizada nas Escolas de Ensino Fundamental deveria ser “a lógica”. Aprendi muito com as normas da lógica, pois a concentração e dedução passam primeiro por um raciocínio lógico, e muitos alunos com deficiência de concentração é porque não entenderam o lógico, o óbvio, e, principalmente, por serem mal treinados a raciocinar conseguem notas baixas. Lembro dos momentos que passei explicando aos meus filhos adotivos e percebi que o problema não era aprender, mas como eles aprendiam. Eles estavam sabendo o assunto, mas não dominavam, até que pratiquei um simples exercício de concentração. Repetia algumas atitudes e mandava que eles gravassem e dissessem os detalhes desde o início até o fim. O resultado foi magnífico, eles até hoje comentam a respeito desse método.
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Como exemplo: quem é o número oculto de vezes 9 igual 27? Eles ficavam imaginando a tabuada de nove, tentavam adivinhar. Multiplicava a começar de 1 até 9, fazia um rodeio desgastante. Até que ensinei que 27 dividido por 9 igual a 3, portanto, o amigo oculto de 9 era o número 3. Mas, imagine o raciocínio que os meus filhos tinham? Eles, depois que passei esse macete, conseguiram entender grande parte dos problemas matemáticos. Em tudo na vida tem a lógica, o conceito de entrada e saída, início e fim, causa e efeito. São fundamentais para melhor elaborar um perfil convincente de aceitação de melhor funcionamento. Quantas empresas conseguiram sobreviver diminuindo o percurso de entrega dos seus produtos aos seus clientes através da logística, analisando as informações de trajetória dos transportes de entrega, até mesmo, levando em consideração o melhor horário para percorrer na entrega dos produtos. Dessa forma, conseguiram diminuir custos no combustível e, também, eliminaram a agitação que sobrecarregam os motoristas nos tráfegos dos engarrafamentos que rotineiramente acontecem nos centros espalhados nas grandes cidades. Aqui não aumentaram o lucro, mas diminuíram as despesas, por fim, obtiveram um aumento na receita contábil. Posso ofender alguns amigos e irmãos, mas, a vida é feita pra viver, e requer muitas vezes a resolução de problemas, mas, o que acontece, com algumas pessoas, é que elas não conseguem se concentrar como resolver o problema, mas só enxergam o problema. Faz lembrar do profeta Jeremias ele lamenta a situação da cidade de Jerusalém, logo no livro de Lamentações ele diz “como jaz solitária a cidade outrora populosa! Tornou-se como viúva a que foi grande entre as nações”50. Perceba que o profeta não parou, somente por aqui, ele prossegue dizendo “eu sou o homem que viu a aflição”51 e “habitei em lugares tene50 51
Lamentações 1:1. Lm 3:1.
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brosos”52 e “meus os caminhos estão fechados”53, mas analise, com muito cuidado que ele não era o problema, nem causou o problema, também não, fazia parte do problema. Ele estava narrando e sentindo na sua pele o problema provocado pelos outros na cidade de Jerusalém. Entretanto, o profeta Jeremias, faz um triste e frustrante relatório, mas na conclusão, no fechamento, no final do relatório ele diz “quero trazer a memória o que me pode dar esperança, as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade”54. Ainda que a “... figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação”55 Como se vê o problema não poderá, jamais, ser maior em quem você tem depositado a sua fé. Parece que estes homens eles tinham um super poder com eles que poderiam mudar qualquer circunstância negativa em positiva, nada disso, eles sabiam concentrar na solução, eles entenderam que – nada, absolutamente, nada poderia interferir na comunhão com o nosso “sopro da vida” que Deus depositou em nós. E numa perfeita harmonia passava a ter uma sintonia com o mundo interior que fluía um controle emocional incomparável. É óbvio que não queremos introduzir a doutrina central do hinduísmo, “– todos somos deuses. Pois, nesta religião o que realmente conta é que a pessoa encontre o seu verdadeiro eu, o ãtmã, isto significa Deus, nas profundezas do próprio ser”56. O que se conhece é que milhares de anos os hindus não se preocu-
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54 55 56 52 53
Lm 3:6. Lm 3:9. Lm 3:21-23. Hb 3: 17-18. New Age, A Nova Era à Luz do Evangelho, Pág. 35, Ed. Vida Nova.
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param com questões sociais e com a solidariedade, por que voltavam para essa doutrina, como disse Rabindranath R. Maharaj. “Quero trazer a memória” significa que nós poderemos adotar uma atitude ativa de controle dos nossos pensamentos, aprendendo que “eu quero” é uma atitude de dentro pra fora, é uma reação de manter-se firme, e que, a memória, a nossa mente, deverá está adubada com a Palavra de Deus, pois ela é alimento. O profeta Ezequiel entendeu que deveria “comer o rolo” e, mais interessante, ele entendeu que “na boca me era doce como o mel”57. Esse rolo que alimentou a vida de Ezequias era meditar nas Palavras e Leis de Deus. Lembro de um fato verídico que fiquei sabendo, disse um amigo para mim: “Analisado o que fazer na cozinha, depois de vários anos de experiência, jamais foi imaginado que o bolo seria queimado naquela manhã festiva do seu casamento. Então, os preparos da festa estavam todos planejados, mas a noiva fez questão de confeccionar o seu próprio bolo de casamento. Então, inventou uma nova mistura que estava promovendo muita curiosidade, as novas expectativas criaram uma ansiedade nos participantes quando provar e saborear aquele novo produto. Por volta das catorze horas, faltando seis horas para adentrar á Igreja vestida com seu véu e grinalda, a noiva se empolgou e acreditava que aquele bolo estaria pronto em ser devorado pelos convidados e, principalmente, pelo seu futuro esposo. E lá se foi o bolo ao forno. Perguntado a noiva porque ela fez questão de confeccionar aquele bolo quando poderia comprá-lo já pronto, ela disse, – pretendo iniciar o meu primeiro dia de casada encantando o paladar do meu esposo, ele vai perceber que sou uma mulher especial.
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Ezequiel 3:3.
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Bem, a noiva foi pra seu quarto se produzir se maquiando e arrumando seu penteado, mas quando vestiu o seu belo vestido de noiva, percebe alguns detalhes que não fora percebido anteriormente, afinal, uma noiva muito exigente sempre consegue enxergar alguns ajustes poucos visualizados pelo estilista. E o tempo estava passando. Enquanto isso o bolo estava no forno. A noiva mandava alguém olhar se estava no ponto de desligar o fogo, porém, faltava muito para o cozimento chegar no ponto. Ao olhar no seu relógio, percebeu de supetão que faltavam, somente, uma horas para chegar a Igreja, e lá se foi a noiva ao casamento. Mas, o que fazer com o bolo?”
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Essa história acabou mal, pois o bolo queimou. Isto porque a noiva não levou em consideração um planejamento prévio, não se programou e nem avaliou as conseqüências. Desta forma muitos desejos foram frustrados provocados por uma simples falta de planejamento. Outras pessoas não conseguem planejar por ter dificuldade em dialogar, não trocam idéias, são cheios de dilemas, não estabelecem pontes, mas conseguem com maior facilidade criar barreiras. Algumas se escondem nos sentimentos de inferioridade e, por isso, não pedem opinião e agem com muitas boas intenções, porém, de forma errada. Esquecem que a faculdade da vida é uma troca de experiência, pois, ninguém colheu flores temendo os espinhos, nada que temos de novidade no mundo da tecnologia surgiu do nada, foi por muito esforço, com muita dedicação que alguém pagou um alto preço pra conseguir e descobrir um resultado que outros não conseguiram. Algumas pessoas admiram a facilidade que tenho em redigir, mas, desconhecem o preço que pago e paguei a fim de aperfeiçoar o dom de escritor que Deus me dera. E, não julgo ser um exímio escritor, pois, não domino por completo a língua portuguesa, entretanto, não deixo a timidez sufocar a minha criatividade e, com coragem prossigo na certeza que ser um
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instrumento de bênção na vida dos meus leitores. Conheço as minhas fragilidades, mas não são elas que me mostram o que devo melhorar? Então se elas dizem o que sou, então, busco o que não sou. Melhor dizendo, eu sei o que tenho e o que falta pra melhor enriquecer a minha profissão. Sabedor da minha deficiência, irei concentrar-me naquilo que falta. Sendo assim, acrescentarei à minha sabedoria um próximo estágio de maturidade. Por outro lado, sei que existe o espírito de inferioridade, mas quem está comigo é maior que esse sentimento. Por fim, “tudo que é puro, tudo que é de boa fama... seja isso o que ocupe o vosso pensamento”58. Aqui nesse capítulo, sem tirar a soberania de Deus, estamos resgatando o valor do pensamento humano, desde que faça uso da coerência e sensatez, e de entendermos que somos seres dotados de raciocínio, que pode impedir de impor em ser ou não manipulado por uma forte expressão de um grupo e líder que impeça, através da opressão, o surgimento de ousar a desafiar o limite das condições socioeconômica, ou qualquer outra situação que bloqueie o posicionamento firme na tomada de decisão do homem no seu habitat.
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Filipenses 4:8.
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CAPÍTULO V
Apologia às nossas crenças e valores
Ângelo Almeida
Ângelo Almeida
Primeiro não pense que você não tem religião, pois, se não sabe você defende uma cosmovisão, porque acredita em crenças e valores, então, se não ajoelhou aos pés de um Padre pedido absolvição dos pecados, uma heresia, porque a Palavra de Deus nos diz “há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem”59. Ou quem sabe, clamou por um santo, ou apelou para uma entidade sincretica de qualquer outra religião politeísta60. Então, fique sabendo que você tem seu próprio sistema de crença, portanto, aderiu um conceito e acredita nele. Sendo assim, você tem fé, não como nós a temos em um Deus Trino que se faz presente em Jesus Cristo e no Espírito Santo. Sendo assim, esse capítulo não é para quem faz parte de uma comunidade religiosa de alguma Igreja, mas, também para o estudante, o pesquisador, o cientistas ou qualquer profissional que está interessando em conhecer a “cosmovisão”. No final do século XVI surgiu o Movimento do Protestantismo dele brotou muitos os apologistas, estes preocupados com as heresias da Igreja Romana, elaboram a partir das “96 Teses de Lutero”, muitas outras posições doutrinárias contrárias a pregação da Inquisição – tribunal criada por padres e clérigos para defender a Religião Católico Romana condenando qualquer oposição que objetivasse aos seus dogmas religiosos ou apresentasse algum conceito, idéia ou modelo que estivesse longe do crivo das Leis Canônicas Romanas. Entrementes, sabemos que essa prática de apologia, vem cada dia, sendo diminuída ou cerceada, e por incrível que aparente, dentro das denominações evangélicas, pois o apologista procura dar melhor interpretação aos textos bíblicos e sua maior preocupação é exaltar Deus e, principalmente, não desviar atenção ao cristocêntrico61. Evitando também que o homem use das
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Timóteo 2.5. Corrente religiosa que admitem a existência de mais de um deus. A corrente politeísta é o Cristianismo, Judaísmo e Islamismo, admitem um só Deus. 61 Centralizar na pessoa de Cristo a razão das ações da Igreja. 59 60
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Leis de Deus para, tentar, manipular uma massa de pessoas acreditar no mito62. O antropocentrismo63 que tenta colocar o homem em igualdade com a Divindade de Cristo é rejeitado e encontra oposição maciça nos apologistas, pois, a Palavra de Deus jamais deverá ser substituída por quaisquer que seja doutrinas ou liturgias. Mas, infelizmente, a preocupação do discípulo Pedro quando escreveu a sua segunda carta tinha como centro principal a mensagem que combatia as falsas doutrinas que surgiriam no seio da Igreja, porém, pouco se dá valor, ou melhor dizendo, não se ouve nem referência aos versículos desta carta em algumas denominações. Nestas igrejas o que se valoriza é o positivismo64 e uma suposta orientação de prosperidade. Poderia dizer que não adianta ter sem saber administrar, quem melhor administra sabe ter, não é o inverso. Então, administrar é saber se comportar, saber refletir sobre suas atitudes, essa é também a intenção das doutrinas bíblicas relatadas nas cartas pastorais. Existem diversas técnicas de manipulação visual e neurolingüística65, através de uso de palavras milimetricamente calculada a sua reação aos ouvintes. Esta ciência encontra apoio nas “Define-se mito como “um relato verdadeiro ocorrido nos tempos primordiais, quando, com a interferência de entes sobrenaturais, uma realidade passou a existir, seja uma realidade total, o cosmo, ou tão-somente um fragmento: um monte, uma pedra, uma ilha, um animal ou um comportamento humano.” Religios, Cispalpino,Murilo – Ed. Scipione, pág. 19. Podemos dizer, também, que é a capacidade intelectual de criar uma verdade em torno de um objeto ou pessoa com supostos poderes sobrenaturais. 63 Centraliza na pessoa humana a razão das ações da Igreja e contraditório ao cristocêntrico. 64 Método psicológico usado para acreditar que do homem, somente, do homem emana uma força capaz de mudar a sua trajetória a fim de alcançar o sucesso e realizar os desejos . Essa doutrina criada pelo filósofo francês Augusto Comte atribui à ciência o principal papel na evolução do conhecimento. 65 Técnica que usa de palavras para reprogramar o pensamento do ser humano. 62
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mensagens subliminares, ou seja, as grandes empresas recorrem a transferência de sentimento para seus produtos, uma mulher loira está no mesmo espaço e tempo com uma cerveja, isto, dá ao inconsciente um estímulo pra consumir esse produto. Até aqui tudo bem, porque o mundo comercial deverá buscar informações que ajudem a crescer suas vendas, pois o mundo é altamente competitivo. Agora, conhecer Igrejas e doutrinas que fazem da Palavra de Deus um produto isso é assustador. Já ouvir e presenciei situações de comportamentos de líderes de Igreja Protestante como se fosse um daqueles programas onde as pessoas disputam um grande prêmio – a TV Rede Globo exibe o “Big Brother”, a Record exibe programa “O Aprendiz”. Porém, uma Igreja, independente da denominação, não é nenhum destes programas. Mas alguns líderes transferem em forma de modelo administrativo o que praticam esses programas. Muitos candidatos ao sagrado ministério, foi posicionado num confronto de idéias quem melhor apresentava um sermão, para ser julgado pela mocidade e depois encaminhar ao Seminário. Esqueceram diversos conceitos cristãos, o mestre Jesus usou três simples técnicas, primeiro ele chamou, depois ele capacitava, então delegava, eis o que ele disse “ide e pregai o evangelho”. Ele não colocou os seus discípulos num confronto, numa quebra de braço onde o mais forte e astuto venceria, não, ele disse o “menor dentre vocês deverá ser exaltado”. Esses modelos de programas show da TV, são inspirados na forma dos Gregos e Romanos em preparar seus exércitos e líderes para a guerra. Eram treinados em Escolas de Guerra em Esparta o homem deveria prezar pela bravura, pela astúcia e agilidade. Entretanto, o Cristo promoveu uma cosmovisão inversa aos Gregos e Romanos. Ele não queria heróis de guerra, mas, heróis da paz. Jesus preparava o homem pra vencer pelo diálogo e não pela força. Porque, agora, estamos querendo inovar com modelo que foram desprezados e desqualificados pelo nosso líder maior, o mestre Jesus? A Igreja que cresce não é a que sabe melhor lutar, mas
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aquela que aprendeu amar. Essa visão de mundo, implantada pela revolução do amor, é o foco principal da cosmovisão de Cristo. Existem discrepâncias e desajustes nas diversas religiões, pois nós estamos há tantos anos como conhecedores da cosmovisão cristã. Porém, ainda conhecemos desajustes assustadores. Rabundramath R. Maharaj, nasceu na Índia, foi guru e em 1987 converteu-se a fé cristã, estudou teologia durante dois anos e realiza viagens internacionais como evangelista, ele fez uma abordagem de suma importância: “Quando se toma tempo para estudar as diferentes religiões do mundo,vê-se de forma bem nítida que, em seus fundamentos, elas se contradizem claramente. Pode-se até fazer uso dos mesmos termos ou conceitos, mas a verdade é que dentro de cada religião eles designam coisas bem distintas. Por exemplo em toda parte, no mundo inteiro, fazemos uso da palavra “Deus”. Mas quando se tenta compreender o que os seguidores de diferentes religiões querem dizer com este termo, não se demora a perceber que eles lhe associam diferentes formas de representação”66. Essa descoberta que muitos cristãos dizem que tem Deus, mas, com um exame minucioso não é exatamente Deus pai de Jesus Cristo. É um “deus” que engana como se fosse Deus. Então, entendi porque a orientação da Primeira Epístola de João no capítulo 4:1 “provai os espíritos”. Em oração de confissão, agradecimento, exaltação ao nosso Deus pai de Jesus Cristo, por que, na imaturidade, não nego fui enganado por minha mente quando achava que era Deus, mas, na verdade era “deus”, até que fui regenerado e verdadeiramente transportado para o Reino da Luz, onde tem um sacerdócio santo, e passei a ser conhecedor que era propriedade 66
New Age, A Nova Era à Luz do Evangelho, pág. 32, Ed. Vida Nova.
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exclusiva de Deus como disse Pedro na sua Primeira Epístola no capítulo 2:9. Melhor é que nessa transição o Espírito Santo de Jesus estar despertando muitos para não serem enganados quando, até mesmo, pensam que estão orando e falando com Deus, quando estão prestando culto a espíritos enganadores. Que muitos, dentro ou fora da Igreja, lavada e remida no sangue carmesin derramado na Cruz do Senhor Jesus Cristo, possa despertar para essa verdade. Bem, para que não dê brecha para uma análise que venha causar confusão e dúvidas, vejamos o que Jesus disse aos judeus: “Então, lhe responderam: Nosso pai é Abraão. Disse-lhe Jesus: Se sois filhos de Abraão pratiquem as obras de Abraão. Mas agora procurais matar-me, a mim que vos tenho falado a verdade que ouvi de Deus; assim não procedeu Abraão. Vós fazeis as obras de vosso pai. Disseram-lhe eles: Nós não somos bastardos; temos um pai, que é Deus. Replicou-lhe Jesus: Se Deus fosse, de fato, vosso pai, certamente, me havíeis de amar; porque eu vim de Deus e aqui estou; pois não vim de mim mesmo, mas ele me enviou”67. Observe as duas frases, a primeira dita pelos Judeus, – “... temos um pai, que é Deus...” e a segunda, – “Se Deus fosse, de fato, vosso pai...”, dita por Jesus. É mais óbvio que se imaginava que na cabeça e na interpretação dos judeus eles tinham o Deus de Abraão, entretanto, Jesus chama atenção para o procedimento de Abraão perante as obras que eles estavam em contradição quanto ao Deus de Abraão e o “deus dos judeus”, observe que ambas as partes imaginavam que estavam com Deus pai de Jesus Cristo, porém, o próprio Espírito de Jesus adverte que “se Deus fosse, de fato, vosso pai”, como quer dizer que, – se o Deus de Abraão causava um comportamento diferente no testemunho deles por que “não compreendeis a minha linguagem? É porque sois incapazes de ouvir a minha palavra” (8:43) e, a frase que 67
João 8:39-42.
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Jesus afirma é “Vós sois do diabo, que é vosso pai” (8:44). Então, eles estavam sendo enganados quando oravam a Deus. Os judeus achavam que pelo fato de ser descendentes de Abraão, automaticamente, eram adoradores do Deus de Abraão quando os seus frutos não procediam como Abraão. Observe o diálogo entre Jesus e os judeus: “se sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão” os judeus disseram “nosso pai é Abraão”, mas Jesus insistiu e disse, – “assim não procedeu Abraão”. Por fim, “e não pensemos que a palavra de Deus haja falhado, porque nem todos os de Israel são, de fato, israelitas; nem por serem descendentes de Abraão são todos seus filhos”68. A expressão “Deus” é usada por todas as religiões do mundo, portanto, “Deus pai de Jesus Cristo” é o Deus do Cristianismo. Os apologistas hoje teriam um campo vasto, pois, muitos cultos não são voltados para adoração a Deus, mas uma demonstração com uma apresentação que o valor está mais na arte-cênica que na Palavra de Deus, assim, visam agrada ao público e o culto passa ser agradável aos participantes, gira em torno do homem. Então, entram em cena os “donos de Igrejas”, ditam regras e modelos que agradam a quem mais dizima e, quem sabe bajular com telefonemas o líder principal da comunidade. A unção é substituída pela inovação, o conhecimento humano tenta ofuscar a graça da salvação do amor incondicional de Deus e, pior, sem o Espírito Santo não há remissão de pecado nem regeneração da mente imergida na escuridão. Quem sabe, por isso, existem mais convencidos que convertidos, mais freqüentadores de Igreja que comprometedores com a obra de Deus. Hora, o Espírito Santo não converte o homem para exaltação do homem, mas aproxima o pecador a enxergar o que ele é. Tanto o pregador é um carente como o seu ouvinte, ambos, jamais poderão dizer “eu ganhei almas” e dizer “eu converti a mim mesmo”. 68
Rm.9:6-7.
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Um campo que tem me chamado atenção é quanto a cosmovisão de alguns pentecostais e neopentecostais quando atribuem as derrotas, as frustrações69 e muitos outros sentimentos não correspondidos devido a ação de demônios, assim, uma grande maioria – não todos, tendem a viver se culpando e vivem cultivando o sentimento de culpa. Por outro lado os não pentecostais tidos como tradicionais, na grande maioria as Igrejas Protestantes, muitos não culpam a si mesmo por seus atos, outros acreditam na auto-piedade por seus fracassos porque atribuem totalmente a Deus. Segundo eles, porque a soberania divina já tinha predeterminado o seu sucesso ou fracasso. Percebemos aqui nessas duas cosmovisões a total falta de responsabilidade, isto, porque, um diz que os demônios foi a causa do seu problema, o outro diz, – Deus já predeterminou a minha vida. Essa visão de vida precisa passar por uma reforma, pois, todos correm riscos. O primeiro grupo tem um pensamento errôneo de agir sem admitir os seus atos, isto na psicologia se conhece como sublimação70 e racionalização dos sentimentos. Já o outro grupo não praticará a solidariedade ao próximo porque Deus cuida de fazer isto por ele – quando é uma ação genuinamente humana. Afinal, a fé sem obras é morta como disse o discípulo Tiago. Porém, perdem de vista que estavam “destituídos da glória de Deus”71. O profeta Isaías profetizou “porque o Senhor mesmo vos dará um sinal; eis que a virgem conceberá e dará ã luz um filho e lhe chamará Emanuel”72. Hora, se estávamos fora da glória de Deus, “o próprio Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo”73, pois Emanuel, significa “Deus Conosco”. Deus estava executando o Ministério da Reconcilia A não satisfação de desejos básicos gera as frustrações resultantes da não satisfação desses desejos. 70 Buscar colocar outro sentimento sem admitir a realidade dos fatos. 71 Romanos 3:23. 72 Isaías 7:14. 73 II Coríntios 5:19.
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ção, religando o pecador regenerado e redimido através do seu Filho. A preocupação da Bíblia é manter o homem ligado ao seu Criador, pois, tendemos a praticar o mau por causa da nossa Natureza Adâmica74, agora, lavados no sangue de Cristo, saímos das trevas porque a luz de Cristo brilhou na nossa vida, “..e povo que andava em trevas viu grande luz..”75. Mas, infelizmente, a mensagem é direcionada ao homem e não ao Criador. Sendo assim, muitos deixam de assumir a responsabilidade ativa de mudar o percurso da sua existência, já o outro grupo assumir a responsabilidade passiva como vítima das ações externas dos espíritos malignos. Quando o próprio Deus poderá permitir através da sua soberania a presença do mau a fim de se achegarem ao bem, como ele usou Jó, e disse a Satanás “ele está em teu poder, mas poupa-lhe a vida”76, e deixou que através do livre-arbítrio de Jó se posicionar contra ou a favor do bem ou do mau, o que disse Jó foi “... temos recebido o dom de Deus e não receberíamos também o mal?”77. Lembro-me quando recordei esse episódio e ouvir – “aquele era um caso, não quer dizer que todos nós vamos passar pelo que Jó passou”, mas, “tenho-vos dito estas coisas, para que em mim tenhais paz. No mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”78. Houve uma década que era proibido o crente pentecostal ter uma TV e um rádio, hoje mudaram e muitos pentecostais possuem, não somente uma TV e um rádio, mas também estão plugados na Internet. Melhor ainda, instituições pentecostais fazem bom uso da Internet até mesmo no treinamento de teologia aos seus líderes. Sabemos que cada ser é um mundo convivendo com diversos mundos. Nós somos únicos, ninguém possui meus traços,
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Natureza Adâmica – hereditariedade de atitudes de Adão. Isaías 9:2a. Jó 2:6. Jó 2:10b. João 16:33.
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nem minhas digitais, a não ser um clone. As pessoas têm suas particularidades e individualidades assim, o certo para este, é errado para aquele, o que dá certo para mim pode ser a principal causa de fracasso do outro, isto depende da aptidão e que “este não domina o seu modelo” e “aquele não conhece o seu modelo, portanto, é uma ameaça”. Acredito piamente que, se tentasse colocar a minha esposa no meu lugar, ela não produzia resultados, pois é necessário adquirir anos de estudos e testes na área da tecnologia, porque como programador de computador, estou constantemente em mudanças a fim de não ficar obsoleto. Agora, imagine quem nem conhece o teclado de um computador: seria injustiça exigir desta pessoa um resultado proporcional à minha altura. Então, acredito que, o sucesso ou fracasso, em muitos casos, depende de como fazemos para alcançar os resultados e metas. Talvez os nossos investimentos não foram corretos, nossas estruturas sociais e familiares não nos ajudaram e, principalmente, fomos treinados em modelos onde exigia do homem o esforço físico. Mas, no século XX, exigiu o esforço intelectual e, entretanto, o século vindouro espera mais um pouco do homem. Não somente o ser pensante, mas um criador de novos paradigmas. James Hunter disse que “as mudanças nos desinstala, nos tira da nossa zona de conforto e nos força a fazer a coisa de modo diferente, o que é difícil. Quando nossas idéias são desafiadas, somos forçados a repensar nossa posição, e isso é sempre desconfortável. É por isso que, em vez, de refletir sobre seus comportamentos e enfrentar a árdua tarefa de mudar seus paradigmas, muitos se concentram em permanecer para sempre paralisados em seus pequenos trilhos”79.
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O Monge e o Executivo, Ed. Sextante, James C. Hunter, pág. 44.
CAPÍTULO VI
Quem é você
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Logo de antemão afirmo que esse capítulo não tem o intuito de ofender quem quer que seja, pois, em algumas culturas, se perguntarmos a alguém, – quem é você? Teria uma dúbia interpretação, por que seria como se afirmasse, – você tem o que para resolve esse problema, ou, você se acha muito especial, mas nada é. Portanto, a esse capítulo tem outra conotação, senão, dá mais subsídios quanto a visão de mundo que pessoalmente cada um de nós vivemos. É despertar, também, em cada um de nós a capacidade de confrontar com nossas erradas, mancadas e micos que praticamos por desconhecer o que somos. Um dos grandes erros que cometemos é querer ser bem sucedido na vida sem a mínima orientação de como enfrentar o que vem pela frente. Desconhecendo as nossas armas, jamais poderemos vencer o inimigo, seja ele qual for. Haja vista que é necessário se perguntar, – quem sou eu? E que é o inimigo? Com certeza, nesse momento de reflexão, tudo aquilo que nos desafia a um deslocamento de pensamento onde será exigido o esforço físico e psicológico poderá nos causar um bem ou mau. Quando você se perguntou: “– quem sou eu?”, com certeza você descobriu diversas capacidades adormecidas e pouco exploradas que podem te ajudar a sair de uma situação desagradável. Lembro-me em situação de conflitos em diversas áreas, pois, queria ser algo que a natureza não me dotara, porém, a falta de estrutura dificultou-me na realização de alguns projetos que os vi dando bons resultados no empreendimento dos outros. Mas, uma certeza nunca mudara dentro em mim, – quem realmente eu era. Nunca tive dúvidas algumas que atormentasse o desejo de ser um escritor, possa ser que não escreverei um “best seller”, mas escrevo e agradeço aos leitores que adquirem meus livros, pois eles são o reflexo dos muitos anos de aceitação da missão que tinha que executar. Mas eu já me descobrir, mas afinal, – você é o que deseja ser, ou é um produto do meio? Pode ser que você não saiba quem seja você, e, alguns estudam anos nas melhores Universidades, mas na prática se frustram, pois, não era bem o que de-
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sejavam. Entende a importância da pergunta, – quem sou? Ela nos direciona a cosmovisão que devemos nos sintonizar. Quero dizer que o que dá certo no meu irmão, não quer dizer que deve dá na minha vida. Não siga essa idéia porque essa cosmovisão é de invejosos, copistas e plagiadores e, infelizmente, o mundo não os acolhe muito bem. Olhe pra dentro de você, e questione, – quem é você? Se descobrir que você seria melhor trabalhando como cozinheiro, quando desejava ser um advogado, mais importante é que você sendo cozinheiro vai ser feliz e, principalmente, proporcionar ao paladar dos seus clientes uma satisfação, aqui, você fará sucesso, não porque você deixou de realizar um desejo, mas, por que se encontrou em uma cosmovisão que está em sintonia e harmonia e tudo flui naturalmente. Todavia, algumas pessoas, para melhor se entender elas tiveram que partir de uma concepção, algumas erradas, outras enganadoras. Firmara-se no questionamento se o homem é “mente e corpo” ou “corpo, mente e espírito”, essas duas definições são básicas e fundamentais para descobrir quem somos, pois, a dicotomia significando que somos “mente e corpo” já a tricotomia diz que somos “corpo, mente e espírito”. É com base nesse diálogo e dilemas que prosseguiremos no encontro com o que há de melhor em nós mesmo. Faço uma ressalva que alguns teólogos falam da alma, mas, com convicção e autoridade melhor é falar da mente, pois, assim à luz da Bíblia e da unção do Espírito Santo, seremos um instrumento de bênção pra ajudar muitos a saírem de polêmicas que não edificam aqueles que têm Cristo como seu Senhor e Salvador. Nosso interesse é analisar, – quem pensa que o homem tem uma natureza dicotômica quais as implicações e como ele tende a encarar a vida? Mesma pergunta serve para quem pensa que somos de natureza tricotômica. No tempo de Jesus existiam diversas corrente religiosas, mas duas delas prevalecia, uma defendia a dicotomia através dos Saduceus, já os Fariseus defendia a tricotomia. No livro de Atos 65
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dos Apóstolos diz – “porque os Saduceus dizem que não há ressurreição, nem anjo, nem espírito; mas os fariseus reconhecem uma e outra coisa”80. O estilo de vida de um Saduceus, poderemos dizer que “morreu acabou”. O hoje, o agora, pouco interessava o futuro, para eles o prazer imediato, o dá lá toma cá, a lei da recompensa prevalecia entre eles, pois, o que importava tinha que ser desfrutado no presente, por isso, Paulo de Társis disse “se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens”81. Com certeza existiam alguns cristãos que foram contaminado com essa cosmovisão dos Saduceus, se apegando, somente, a vida terrena e refletia conseqüências no seu psico-emocional por prender-se as futilidades e anseios carnais. Mas, até hoje essa cosmovisão prevalece, quando se ouve a frase “comer enquanto está vivo”, “pra que pensa no futuro,somente, a Deus pertence”. Bem verdade que Deus está no controle do tempo, presente, passado e futuro, todavia, cabe a nós cuidar dos nossos pecados, santificando-os para evitar o inferno. Mas, cuidar de santificar o pecado não é pra quem desacredita na existência de que, também, somos espírito. Por outro lado, os Fariseus, acreditavam na tricotomia do homem, no corpo, alma, espírito, – mas erravam no apego as leis, acreditavam que através, e, somente, por meio das suas boas obras é que chegavam a Deus. Eles, colocavam de lado qualquer mediador entre eles e Deus. As leis, a sabedoria pessoal, os costumes do tipo “comer sem lavar as mãos”, como diz “porque os fariseus, e todos os judeus, conservando a tradição dos antigos, não comem sem lavar as mãos muitas vezes”82. Com muita cautela, vamos analisar, essas duas correntes, – os Saduceus, queria viver o agora sem expandir o futuro, já a outra, – os Fariseus, vivia o agora sem permitir mudança que
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Atos 23.8. Coríntios 15.19. 82 Marcos 7.3. 80 81
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expandisse o futuro. Nesse, ínterim, surge o “Deus Conosco”, através de Jesus, como predisse o Profeta Isaías83, e, “o povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz”84. Advertência do Cristo foi direta quando disse “Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando”85. Nesse momento, Jesus, chama atenção para eles conseguirem “entrar” em uma outra cosmovisão, a deles estavam “pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los”86, era um modelo de vida, que deixavam eles atrapalhados, sem desenvolvimento, e pior, indiretamente, subjugava a sociedade viver como eles gostavam. Na cosmovisão dos Fariseus, o “achismo” passou a prevalecer, a sociedade gravitava em torno das leis que agradavam esse grupo, quando a sociedade exigia uma cosmovisão que tratasse com mais sabedoria cada grupo com seus problemas específicos. Ou seja, não se pode usar o mesmo método de ensino de um adolescente em uma sala de criança, é preciso, avaliar a melhor didática na aplicação do conteúdo e, principalmente, sondar o nível de conhecimento do público a fim de saber como transmiti-lo. Essa visão de trabalhar a educação era totalmente desconhecida por eles. Um outro erro que se cometem por ai, principalmente, no meio dos Pentecostais e Neopentecostais, é que todo mau é causado pelos demônios. Quando devem entender que “o corpo, a mente e o espírito” tem suas causas específicas quanto a seu mau funcionamento. Nesse contexto, sabemos que a doença do desajuste hormonal da glândula tireóide é pela insuficiência da 85 86 83 84
Isaías 7:14. Isaías 9:2. Mateus 23.13. Mateus 23.4.
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substância do iodo no sangue, essa enfermidade é uma deficiência “no corpo” que possa refletir, depois, de uma anamnese e uma investigação minuciosa na vida do paciente, se descobre que a hereditariedade dos pais foi, pode ter provocado ou não, a causa. Enxergando dessa forma poderemos entender que o próprio Jesus disse “os doentes precisam de médico”, essa afirmação e observação era que tinham doenças que eram encaminhada pra tratamento medicamentoso. E Jesus, tendo ouvido isto, disse-lhes: “Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento”87. Paulo advertiu que “...mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis”88 e “...não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões”89. O corpo tem seus próprios desejos e paixões que são substâncias e hormônios indispensáveis ao seu perfeito funcionamento, mas alguns teólogos puritanos enxergavam na sua hermenêutica que as paixões do corpo eram somente provocadas pela cobiça ou descontrole sexual. Mas a medicina tem avançado e mostra para nós, com maior profundidade, que o intestino, considerado, “o segundo cérebro” pode provocar causas maléficas à boa-saúde devido ao seu desequilíbrio ou o mau uso. Desde alergias aos alimentos, a falta de repouso provocado pela ausência de um bom sono, entre outros desajustes. O mestre Jesus fez uma advertência dura aos Fariseus: “– ...porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheio de ossos de mortos e de toda imundícia”90. Nesse texto, observando os costumes deste grupo, com uma preocupação de limpeza externa,
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Marcos 2.17. Rm 8:13. Rm 6:12. Mathesu 23:27.
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foi observado, também, uma negligência “...porque limpais o exterior do copo e do prato, mas estes, por dentro, estão cheios de rapina...”91 “..devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!”92 Nessas advertências enxergamos Jesus falando de “rapinas”, aves, ou melhor dizendo, da alimentação e como se alimentar, pois, deveriam observar o que comiam e como se alimentavam. Eles cuidavam de uma parte e negligenciava a outra, valorizavam um lado e despreza o outro. Aquela realidade, também, reflete hoje, quando esquecemos de examinar com aprofundamento as causas das enfermidades sob o corpo, mente e espírito. Porém a nossa intenção é clarear ao nosso leitor as enfermidades do corpo, da mente e do espírito, porque, “cada caso é um caso”. Para melhor entender o funcionamento desta máquina chamada corpo, vejamos o que diz o Dr. Helion Póvoa93 no seu livro intitulado “O Cérebro Desconhecido”: “A alegria de viver e serotonina são absolutamente interdependente,” ou seja, um dependente do outro, pois esse hormônio é produzido no perfeito funcionamento do sistema gastrointestinal, entretanto, “a agricultura moderna e seus adubos químicos aceleram o crescimento dos alimentos artificialmente e impedem que eles absorvam os minerais contidos no solo. O zinco, por exemplo, é necessário na primeira fase da digestão para produzia o ácido clorídrico, que é essencial para absorver corretamente os minerais e as vitaminas contidos nos alimentos. Depois , o zinco é novamente necessário para formar as enzimas digestivas, que vão extrair
Mathesu 23:25. Matheus 23:23b. 93 Um dos primeiros a falar da medicina ortomolecular no Brasil e se consagrou como um dos mais respeitados especialistas na área de nutrição e bioquímica. Membro da Academia Nacional de Medicina, pesquisador da Fiocruz e professor-visitante de Nutrição em Harvard. Possui inúmeros trabalhos publicados no exterior. É autor de vários livros, entre eles A chave da longevidade. 91 92
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dos nutrientes, entre outros, a matéria-prima para a formação da serotonina. Sem zinco, portanto, acontece no organismo o que se chama de estresse biológico. Além do estresse biológico, estamos sujeitos ainda ao estresse interpessoal, provocado pelos desencontros nas relações amorosas, afetivas, familiares e profissionais, e o estresse psíquico, comum a grande parte dos povos no Terceiro Mundo, onde se sonha com um estilo de vida “californiano” absolutamente incompatível com o nosso salário médio. Esse estresse provocando no organismo um pinga-pinga de adrenalina e corticóides, o que também, causa um bloqueio do ácido clorídrico e, consequentemente, a má absorção94. O amido mal digerido é o grande facilitador da proliferação de germes nocivos no intestino que manda para o cérebro uma toxina para inibir a síntese de serotonina, então prolifera substâncias que “contribui para a depressão”95, ”...a infelicidade pode acontecer a partir de um problema gastrointestinal...a serotonina não é fabricado apenas no cérebro, mas também no intestino”96. “Pesquisas comprovaram que as pessoas alcoólatras também apresentam deficiência de serotonina...” “...os países nórdicos” passam “vários anos sem usufruir os benefícios da luz do sol. Mas é assim e , por isso, esses países registram números recordes de depressão e suicídio...”97.
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Nas pessoas com ritmo de vida normal, a produção de serotonina é alta durante o dia, para agüentar bem a
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O Cérebro Desconhecido, Ed. Objetiva, Helion Póvoa, pág. 53. id. Pág. 55. id. pág. 56. id. pág. 57.
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agitação do cotidiano... À noite, a situação inverte. Sob o efeito da escuridão, a produção de serotonina cai, enquanto a de melatonina aumenta, chegando a pique por volta das duas horas da manhã. ...em função da falta de luz solar, os povos que passam longos meses sem sol acabam produzindo pouca serotonina e muita melatonina, sofrendo de depressão. Por isso hoje existem nesses países clínicas onde as pessoas tomam banhos de luz em verdadeiros holofotes, como uma terapia para combater a depressão através do aumento da formação de serotonina com baixa da melatonina. A produção normal de serotonina acontece a partir do tripofânio, um aminoácido que precisamos ingerir pela alimentação. O tripofânio está presente nas proteínas do leite, do ovo e da carne, principalmente. Entretanto, é a ingestão dos carboidratos que favorece a formação de serotonina”98 O mestre Jesus não veio passar bálsamo em feridas, nem massagear contorções musculares, a sua missão era mais séria e profunda, como ele disse “não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento”, ele se preocupava em curar e religar a humanidade caída, pois, “todos pecaram e carecem da glória de Deus”99, o povo está “nas trevas” ele surgiu como luz. Porém, ele fez advertências fundamentais para a boa sobrevivência. Porém, é necessário relembrar que existe na cosmovisão de alguns cristãos o esquecimento das duas naturezas de Jesus, ele habitou entre nós como homem e Deus. Alguns não avaliam as conseqüências que são provocadas quando vêem Jesus como, somente, Deus. Acham que Ele estava preocupado com a nossa espiritualidade, porém o que percebemos, é que Ele estava interessado tanto com a espiritualidade e com o nosso estilo 98 99
O Cérebro Desconhecido, Ed. Objetiva, Helion Póvoa, Pág. 60. Romanos 3.23.
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de vida nesse mundo, pois, a vida humana estava volúvel ao jogo do bem e do mal. É necessário evitar o reducionismo, mas ampliar o entendimento que somos corpo e templo do Espírito Santo, assim melhor viveremos desde que na mesma proporção zelemos pela vida integral. No que se refere as duas natureza de Cristo, vejamos o que nos diz a teologia sistemática: “O Cristianismo bíblico afirma que Cristo possui duas naturezas, que ele é tanto divino quanto humano. Ele existe junto com Deus Pai na eternidade como a segunda pessoa da Trindade, mas tomou a natureza humana na encarnação. O que resulta disso não compromete nem confunde, seja a natureza divina, seja a humana, de modo que Cristo era totalmente Deus e totalmente homem, e permanecerá nessa condição para sempre. As duas naturezas de Cristo subsistindo em uma pessoa dá-se o nome de união hipostática....
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Na encarnação, Deus Filho tomou sobre si a natureza humana; isto é,ele acrescentou à pessoa o conjunto dos atributos que definem o homem. Ele fez isso sem misturar as duas naturezas, de maneira que ambos os atributos permaneceram independentes. Assim, sua natureza divina não foi diminuída pela humana, e essa não foi deificada por aquela. Essa formulação também protege a imutabilidade de Deus filho, uma vez que a natureza humana não modificou em nada a sua outra divina”100.
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Ainda, no intuito de encaminhar o leitor e a comunidade cristã em uma cosmovisão integral, vendo o homem como corpo, mente e espírito. Falaremos, agora, sobre o episódio narrado no Evangelho de Marcos fala de uma mulher que “...
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Teologia Sistemática, Vicent Cheung, publicado originalmente por Reformation Ministries International, www.monergismo.com.
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havia padecido muito com muitos médicos, e despendido tudo quanto tinha, nada lhe aproveitando isso, antes indo a pior”101 Observe que a medicina da época não conseguira curar aquela enfermidade, nesse caso, ela estava doente “na mente”, pois, “...ouvindo falar de Jesus”102 acreditou que “...se eu apenas lhe tocar a vestes, ficarei curada...”103 o que provocou a sua cura foi “...a tua fé te salvou; vai-te em paz e fica livre do teu mal”104. Jesus, aqui, não tratou com o espírito da mulher, nem com o corpo, ele reagiu a uma ação que “...dele saíra poder...”105 porque alguém tocou nele. Essa mulher estava com uma hemorragia, mas o que a provocou? A narrativa não consta, mas, observamos o que ela fez para ser curada, venceu os seus bloqueios psicológicos, a sua neurose, quem sabe, até mesmo, por não acreditar mais nos homens, mas vê e acredita que Jesus era o modelo que faria voltar a vida com abundância, pois, ele disse “eu vim para que tenham vida, vida em abundância..”106. Voltar a ter fé e, principalmente, aproximar de alguém que tratava as pessoas com dignidade, foi o que se passou na mente daquela mulher estimulando a sua cura. Trago a memória um episódio verídico que ocorrera comigo, quando uma bactéria nociva conhecida como salmonela se instalou no meu intestino, provocada por alimentos mau cozinhados, bem como, exposto em lugares sem a higiene, e, principalmente, requentados. Passei a sofre de crises alérgicas, constipação, gases, que chegou deixar-me em pânico. Uma dor fina próximo ao coração, desencadeou no meu pensamento que estava tendo angina e logo um infarto. Eu, acelerei o meu sistema de defesa, e um raciocínio defensivo, provocou uma enfermidade sem ocorrer. Diversas vezes cheguei ao hospital, consultava e Marcos 5.26. Marcos 5:27. 103 Marcos 5:28. 104 Marcos 5:34. 105 Marcos 5:30. 106 João 10.10b. 101 102
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os médicos não encontravam o motivo, senão, uma ansiedade e uma sintomatologia de doença psicossomática, provada por um raciocínio que antecipava a dor sem existir. Observe que, nesse caso, deveria tratar a bactéria do intestino, que provocou na minha “mente” um outro estágio de enfermidade conhecido como síndrome do pânico. “A ansiedade no coração deixa o homem abatido, mas uma boa palavra o alegra107. Então, foi nesse momento que aprendi que deveria saber entender o que estava provocando aquela situação desagradável. Então eu ouvi uma frase “não se auto-sugestione”. Lembrei do provérbio que diz “Porque, como imagina em sua alma, assim ele é...”108. Aquele que imagina, cria uma imagem, e por um descontrole na sua emoção consegue se transferir para a imagem que criou para o mundo que projetou. Essa fase é o caminho a qual um psicótico109 se transfere para o mundo que, somente ele, criou na sua mente. Ele acreditou, ele cultivou uma crença que se tornou valiosa pra ele sobreviver. Muitos doentes mentais tiveram que se apegar em alguma verdade, pois, o choque, o susto, a raiz do problema foi tão forte, que a memória desalinhou, não suportou. Nesse contexto Jesus adverte: “-mas o que ouve e não pratica é semelhante ao homem que edificou uma casa sobre terra, sem alicerces, na qual bateu com ímpeto a corrente, e logo caiu; e foi grande a ruína daquela casa”110. A palavra “casa” aqui é onde se coloca, habita, guarda utensílios. Nesse caso, é uma analogia à nossa mente, porque nela está o que compõe o nosso ser, pois aquilo que praticamos nossas atitudes e hábitos reflete o nosso caráter. Paulo nos orienta também que “tudo que é verdadeiro, tudo que é respeitável, tudo que é justo, tudo que é puro, tudo que é amável, tudo que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja
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Provérbios 12.25. Provérbio 23:7. 109 Uma pessoa louca que se distanciou da vida normal e comum a sociedade. 110 Lucas 6.49. 107 108
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isso o que ocupe o vosso pensamento”111. Dá pra perceber que cultivar os sentimentos é um método que poderemos utilizar para imunizar e fortalecer o nosso espírito para qualquer contraataque do nosso inimigo. A autodefesa psicológica, um sistema de proteção que todos nós temos, porém, em certos casos muitos não controlam, e poderá assumir comportamentos irracionais, sem passar por uma crítica, então, sem o domínio do raciocínio passa ser controlado por uma força que cria uma verdade, essa cria um mundo, então, a imaginação viaja nos sentimentos que tomam corpo. E, depois, dessa fase se instala, ou não, uma doença mental que pode alojar um espírito maligno, por fim a possessão. “E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente”112. Davi clamou “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos113 e “O Senhor conhece os pensamentos do homem, que são pensamentos vãos”114. Passando da fase racional o homem não pensa mais, ele age controlado por uma força que toma o seu corpo e mente, e um sentimento que está em desarmonia, sem princípios e, “sem base a casa cai”. Por fim, o espírito do mal toma posse. “... mas nós temos a mente de Cristo...”115. Acontece que aqueles que desconhecem a mente de Cristo, que não sabem discernir, não aprenderam julgar com critério, não souberam separar nem diferenciar: o que é de e, o que não é de Cristo? Esse tipo de pessoa está volúvel a acolher uma enfermidade “na sua mente”. Vejamos a palavra casa, neste caso representando a mente humana, sendo usada como lugar onde habita o espírito malig Filipenses 4:10. Gênesis 6.5. 113 Salmos 139.23. 114 Salmos 94:11. 115 I Coríntios 2.16. 111 112
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no. Jesus conta “Quando o espírito imundo sai do homem, anda por lugares áridos, procurando repouso; e, não o achando, diz: voltarei para minha casa, donde saí. E tendo voltado, a encontra varrida e ornamentada. Então, vai e leva consigo outros sete espíritos, piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e o último estado daquele homem se torna pior do que o primeiro”116. É necessário esclarecer que nossa mente é alimentada por diversos sentimentos, aqui na terra, que devem ser santificados por nossa consciência. Esses conteúdos vão ser transformados e transferidos para o nosso espírito. A mente é como uma parabólica que recebe diversos sinais e ondas, inúmeras programações que tentam nos atrair ou desviar. Mas a mente está para nos ajudar e criar a marca do nosso espírito. Essa marca compõe e fecha o que somos: a essência do nosso espírito em comparação ao Espírito Santo. “Porém, o nosso espírito passará, somente, para um outro estágio, o ser glorificado”. “Se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados”117, quando, pois, fomos regenerados pelo Espírito Santo. Sendo assim, não precisará mais da mente, pois o nosso espírito foi aprovado e qualificado e sua recompensa é a passagem para a outra dimensão onde habita o nosso Senhor Jesus Cristo. “Para que o nome de nosso Senhor Jesus Cristo seja em vós glorificado, e vós nele, segundo a graça de nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo”118. O corpo e a mente são as ferramentas da máquina chamada vida. Diversos instrumentos tentam parar o melhor funcionamento desta máquina, pois ela tem o principal e mais sublime objetivo é interferir no espírito humano. Mas, o Espírito Santo é um supervisor, que avalia a qualidade do que está compondo, formando o produto chamado “espírito humano”. Jesus Cristo é proprietário desta fábrica, ele vai separar os produtos, neste caso os espíritos humanos, que representam a qualidade da sua empresa.
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Lucas, 11:24-26. Romanos 8.17. 118 I Tessalonicenses 1.12. 116 117
CAPÍTULO VII
Se conhecendo, pra se entender
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Desde o domínio do fogo que, depois de muitos anos, surgiu outros desejos e através dele o homem cultivou movimentos onde o seu intelectual determinou ações do pensamento. O iluminismo de Emanuel Kant, onde tentaram colocar de Deus em igualdade às decisões do homem. Este entraria em cena como sujeito atuante do seu habitar, sem a interferência do Divino. Mas, muito pouco se descobriu ao que o próprio Deus já tinha revelado. Porém, todas as tentativas nos impulsionaram a pensar que nenhuma outra cosmovisão se compara ao do Cristo, ainda que, vindo para os seus e sendo rejeitado. Aqueles que ampararam o Cristo nas suas vidas dando ouvido conseguiram obter o que o mundo não ofereceu. Como se vê, ainda que países como o Brasil não elimine um crescimento da violência, é possível vê a favela convivendo com a arquitetura moderna, ainda é possível viver num mesmo habitat. Já nos países como a África e a Índia, enxergamos um povo onde cada família tem seu deus, e na individualidade da espiritualidade cultivam guerras familiares, a ponto de cada uma ter um dialeto, pois vivem no domínio de classes, e os demais são inimigos. Já dizia o Cristo “eu não sou do mundo”, pois, ele veio falar de uma outra visão de mundo. Ele esteve aqui para unir o desunido, fazer viver aquele que estava morto, abrir os olhos daqueles que enxergavam. Parece uma contradição, mas Cristo tinha absoluta certeza que muitos estavam enxergando com o foco desajustado que se via nas suas ações desastrosas na sociedade onde habitavam. Não resta dúvidas que os templos religiosos é o campo fértil pra ouvir e procurar entender as cosmovisões que as pessoas gravitam e vivem. Entretanto, muitos cristãos, desconhecendo a sua cosmovisão vivem com crenças do espiritismo. Vê-se, também, a crenças em objetos e na força da natureza, uma visão da religião umbanda. Portanto, é uma salada de fruta na cabeça do povo, isto reflete, também, a falta de firmeza, aprofundamento e conhecimento da verdadeira cosmovisão do Cristo. E, quanto a viver nesse mundo muitos criam um clima das
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antigas escolas dos Gregos, onde colocavam seus filhos em uma escola fechada pra que os alunos entrassem em competição a fim de descobrir o melhor, o mais forte, o mais agil entre os alunos. Esse modelo se transfere para as Igrejas onde se dizem ser cristã. Esse modelo foi rejeitado pelo Cristo, antes Ele não discriminou o cego rejeitado, nem a mulher difamada, nem o pescador escapou – foram todos transformados em propagadores recebendo a condição de lideres que impactaram o mundo. Estamos diante de um grande dilema que impede de clarear ao povo uma visão de mundo onde todos consigam viver em prol da paz. Os conflitos interpessoais se instalam, existem desajustes onde a descrença constrói um poderio, e quando se dá por vencido, – espera do outro que faça o que não se conseguiu fazer ou, transfere a responsabilidade que é pessoal para o próximo ou, diz que o mundo não presta, quando ele mesmo foi a causa, o motivo, o pivô, o eixo central do problema existente. Nesse contexto existe nas pessoas a falta de conhecimento do que são, do que motivaram a viver como vivem. Como exemplo se percebe que, no mais profundo do inconsciente das pessoas muitas delas foram marcadas pelo sentimento de rejeição provocado por uma desestrutura familiar, então, entram na igreja movidas por este sentimento que estão buscando um pai que nunca tiveram, uma família que nunca viveram. E, em caso, de não serem bem recepcionado começam a expressar uma insatisfação acompanhada com uma amargura de vida e, pior, transferir esse sentimento para a religião quando é culpa dos líderes. Nesse contexto passamos a conhecer o estado de vida e a cosmovisão que estes líderes estão vivendo, pois, “a boca fala o que está cheio o coração” como disse Jesus. Observando a natureza entendi que cada um de nós somos comparado a um tipo de árvore. Como enxergamos existem aquela que dá fruto mas tem espinhos; tem a que não tem espinho, proporciona uma sombra e não produz frutos; existe, também, a que dá fruto, não tem espinho e proporciona sombra. Assim, percebi que a verdadeira Igreja deve ser como esta última árvore – pois ela é integral quando produz fruto, acolhe com sombra e 79
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não espanta com espinhos quem procura abrigo. Como analisamos se percebe que este tipo de pessoa não se conheceu na sua essência e o motivo que elas foram atraídas a conviver em uma religião, então, sem conhecer a si mesmo pouco se entende como melhorar o seu estilo de vida. E, inseridos nessa nova cosmovisão, precisam obedecer conceitos e leis, muitas delas, mais mata que ajuda essas pessoas a melhor viver. Passam a viver uma tortura psicológica, pois, além de padrões morais devem refletir que são abençoados, e nesse caso, o conceito de ser abençoado é relativo. O abençoado pode ser pobre e trabalhador, mas não está ao nível da nova cosmovisão que ele pretende conviver. Então, o seu inconsciente começa a buscar no registro de memória as imagens do passado que provocou rejeição, em comparação a certos acontecimentos ocorridos onde ele está, então, ele sente um mau estar e sua mente não produz serotonina, o hormônio da felicidade, vive uma vida tensa e angustiante. Pois, o amor que ele procurava estava no papel e não se via na vida dos líderes. Assim, com base nesse personagem, o mundo é ruim por que ele se sente marginalizado, inutilizado, um “zé ninguém” a procura de um mundo onde alguém o valorize. Portanto, firmar na Palavra de Deus é o remédio que não é um paliativo, mas uma solução infalível. Muitos estão numa busca na cosmovisão de grupos, mas esquecem de viver o Cristo, a mente de Cristo, o perfume de Cristo. Porque “o mundo não precisa de mais religião, mas de homens e mulheres que conhecem a Cristo pessoalmente, que experimentaram a energia transformadora de Sua presença na alma. Cristo não falhou, mas milhares de Seus seguidores têm falhado em interpretar o Cristianismo na vida diária. Divorciam a religião da esfera dos negócios, da política e da vida social, como se a religião fosse o apanágio apenas dos dias de batizado, de casamento e de funerais”119.
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Despertar de uma nova era, S. Júlio Schwantes, pág.126, Ed. Casa.
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É, fundamental, o homem conviver em sociedade, pois, somos seres sociáveis, não poderemos viver como se estivéssemos em uma ilha, isolados, mas, as nossas crenças devem solidificar em Deus, o Deus do monoteísmo. Porém, não percamos de vista que em alguns países onde o monoteísmo chegou como o Iraque, sabemos que adoram Deus de Abraão, Isaque e Jacó, através da religião Islâmica, entretanto, “o dente por dente, e olho por olho” uma lei seca, sem vida, sem nenhum sentimento continua prevalecendo, a ponto de dois grupos religiosos a esta religião os sunitas e xiitas se travarem em guerra civil pelo poder do país que sofreu com o pecado do seu líder maior, morto em 2005, o Saddam Hussein. Os iraquianos, a exemplo de tantos outros países monoteístas, continuam “nas trevas”, pois, somente com a cosmovisão cristã é que poderão ser uma nação próspera, que não quer dizer que não tenha problemas, mas, pelo menos se vê maior dignidade de vida do seu povo, como os canadenses, ingleses, americanos, suecos. E nós brasileiros poderemos caminhar com uma “suposta felicidade fabricada” por ser a terra do futebol, mas, não perdendo de vista a crença e valores de um povo que é monoteísta, e, apesar das divisões de crenças religiosas com as demais igrejas pentecostais, neo-pentecostais, fundamentalistas, protestantes entre outros seguimentos, não venhamos a lutar pelo poder político usufruindo de um destes segmentos para fortalecer e servir como base de alguma articulação que provoque a desarmonia social do nosso país. Talvez, seja por este motivo, ainda, não ter acontecido esse movimento porque se dizem por aí que “Deus é brasileiro”, por que, um país tão grande e cheio de problemas quanto ao Brasil pelo que já passou e tem passado, e ainda, não foi relançado o toque de recolher das praças públicas, isto significa que, – somos uma nação que o Cristianismo, apesar das nossas falhas em diversas áreas, poderemos comemorar um bom êxito a grandeza da cosmovisão cristã que estamos inseridos. Entretanto, sem 81
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entrar em contradição, não seria interessante uma teocracia em nosso país, sem antes passar por uma reavaliação a cosmovisão que as Igrejas estão inseridas, criando assim uma comissão ecumênica a fim de evitar desarranjos heréticos e desumanos. Essa comissão não focaria mudar as doutrinas religiosas, mas diminuir a distância do diálogo naquilo que se assemelham. Como abordou o Dr. Luigi Schiavo: “A religião é o caminho da construção da paz, da “casa comum” (ecumenismo). Perceber Deus como criador e Pai, é reconhecer que a humanidade é uma grande família, onde a diversidade cultural é percebida como a expressão da multiplicidade dos seres, de suas experiências, tradições e histórias. É riqueza que aponta para uma verdade plural, não como sobreposição de uma visão sobre as demais, mas como reconhecimento que o mesmo ponto pode ser olhado de lugares diferentes, como um cristal com suas múltiplas facetas. A partir deste pressuposto, o pluralismo é a atitude que possibilita o respeito pelo outro, no que é, no que traz, no que acredita. Assim a casa pode se tornar verdadeiramente comum e de todos, e será uma casa policroma, onde é possível, todos, sentar à mesma mesa.” Para que a religião seja o caminho da paz, “a casa comum” onde todos possam sentar a mesa e compartilhar momentos agradáveis, sem querer impor um ao outro a mudança de pensamento através de um autoritarismo, deve ser evitado: Primeiro: “O endemoninhamento do outro. No imaginário coletivo de uma sociedade, o “outro”, o diverso, o diferente é a cópia imperfeita da identidade coletiva que, se não se encaixar nos normais padrões coletivos do “normal”, do “evidente”, do “natural”, é eliminado. A diferença de que o outro é portador, representa uma ameaça ao “normal” elevado a padrão social e religioso. A percepção dele como “inimigo”, a ameaça que representa, o medo que gera, pode levar à um processo de oposição que, se de um lado enfatiza as diferenças, do outro solidifica a afirmação da própria identidade pessoal e coletiva. A elevação do conflito histórico ao nível sobrenatural e cósmico o
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transforma numa “guerra santa”, combatida ao lado e em nome de Deus. A criação simbólica das figuras de Satanás e Diabos por culturas e grupos sociais de todas as épocas históricas é fruto desta incapacidade de lidar com o diferente e o plural.” Segundo: “Outro perigo é o dogmatismo. Ele parte do pressuposto que só existe uma verdade: a nossa; os outros, os diversos, os diferentes estão errados, são tachados de heréticos e pagãos. È assim que se chega a endemoninhar o outro, definindo-o com os títulos que já vimos: “cachorros”, “porcos”, “bárbaros”, “demônios”, etc. Este mesmo processo cria as bruxas, os heréticos, e justifica o combate dos inimigos para eliminá-los, até fisicamente. A intolerância é filha desta atitude, e está na origem de quase todas as guerra de religiões, abençoando exércitos e dando, em nome de Deus, licença para matar o outro, mesmo que inocente”120. O nosso apelo é que o Supremo Deus possa intervir na minha e na sua mente para colocarmos em prática uma cosmovisão saudável, evitando o fanatismo e o fundamentalismo, nos impulsionando ao equilíbrio do nosso psico-emocional, visando evitar sermos contraditórios perante os ensinamentos saudáveis do Cristianismo.
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Luigi Schiavo, Fé e Desafio Cultura. Doutor em Ciências da Religião, Coordenador do Curso de Teologia e Professor no Mestrado em Ciências da Religião da Universidade Católica de Goiás.
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CAPÍTULO VIII
Isto é certo?
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Há muito tempo os estudantes nos diversos Seminários, Faculdades e demais Instituições da filosofia e teologia, são treinados para defender a sua religião, o seu grupo, a sua comunidade. Existe uma demonstração que influencia as pessoas ao condicionamento, nada de novidade, tudo deve ser milimetricamente bem feito para não ferir a liturgia com o seu sistema religioso. Para melhor esclarecer ao leitor, existiu uma época onde era proibido usar televisão ou ouvir qualquer emissora de rádio seja ondas curtas ou freqüência modulada. Era proibido, proibido... Por algum tempo, se percebeu que se cerceava usar isto ou aquilo para amenizar a sede de consumo das pessoas daquela comunidade religiosa, porque elas não tinham o poder de compra, a renda per capta, ou seja, o dinheiro era mau repartido, sendo assim, poucos poderiam comprar algum equipamento ou utensílio. Mas, com o passar dos anos chegaram os financiamentos, ai passou por mudanças, depois vieram as prestações até quarenta e quatro parcelas. Bem como, estamos vendo, agora, quem não pode ter uma televisão em casa está incluído no grupo dos amaldiçoados, essa é uma ótica defendida pelos Teólogos da teologia da prosperidade, eles defendem esse dogmatismo, um conceito criado para ser visto como uma verdade sendo criada nos novos segmentos religiosos. Mas, ainda não parou, é proibido, também, por alguns segmentos religiosos, andar de shorts na praça pública. É permitido somente, quando em banho. Alguns que tentam quebrar essa regra são excomungados. Bem esqueci, disciplinado. Não podemos usar o termo “excomungado” porque é uma palavra da religião Católico Romano. Engraçado que se excomunga as pessoas não muito diferente como no tempo da Inquisição, quando muitos foram mortos em descobrir o sistema nervoso, por afirmar que a terra erra redonda, entre tantos escritores e pensadores que morreram na fogueira porque contrariou os dogmas da Igreja Católica Romana. Portanto, hoje, muitos de nós da corrente evangélica, pentecostal, neopentecostais, tradicionais estamos agindo igual ou pior em comparação da Era negra da Igreja.
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Lembremos que se perguntássemos a uma pessoa pentecostal, – é certo jogar bola? Alguns vão dizer que não. Já outros segmentos do Cristianismo como as Igrejas Tradicionais vão dizer que não há mal algum. Esse momento me faz recordar, um tanto triste, mas, é preciso deixar registrado para as futuras gerações de líderes espirituais do Cristianismo, para refletir na sua maneira de viver, se questionar se a cosmovisão é certa, deve passar por mudança, o que deve ser melhorado. O fato ocorrido quando me casei: conheci minha esposa vivendo precariamente numa casa simples e humilde, os móveis eram precários, sustentados por tipóias. Além de que ela estava convivendo com os três filhos pré-adolescentes, ganhando um mísero salário que chegava aproximadamente ser metade do salário vigente do nosso país. O seu ex-esposo não contribuía com a pensão alimentícia. Então, eu passando por um momento que precisava de uma companheira acabei conhecendo, tive um remorso, um sentimento de alegria e tristeza invadira minha mente. Lembro que tudo na minha vida parou, estava cursando na faculdade de história, e uma tempestade veio que tive que trancar matrícula, e nesse ínterim enxerguei aquela jovem. Minha mãe chegou a dizer, – meu filho só conseguiu te enxergar porque ele está passando por esse momento difícil. Entretanto, porque eu estava alegre, por conhecer alguém que era mais feliz que eu, quando eu tinha onde dormir, alimentação adequada, uma casa confortável. Porém, estava insatisfeito, vivia com murmuração, não enxergava o quanto era feliz. Descobrir que a felicidade está em amar o outro com todos os seus defeitos, aceitá-lo como é não como gostaríamos que fosse. Conheci situações que é assustador descrever, invadido por um sentimento de falta de amor, respeito, consideração, onde a ingratidão e o amargor da vida daquelas vidas era forte. Pouco de nós conseguiria conviver naquele habitat. Entretanto, conseguir, superei, suportei tantas más situações precárias, que por fim, cresci, amadureci e fez-me entender que muitos dariam 87
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tudo para está no meu lugar, que era mais abençoado que imaginava. Mas, foi preciso Deus me levar ao deserto, pra enxergar o quanto Ele tinha feito por mim, o quanto eu tinha crescido, porém, não enxergava. Enquanto eu brigava, se dedicava pra melhor estudar horas e horas a fim de apresentar um sermão eloqüente, e tantas outras gororobas intelectuais, encontrei vida, coragem, determinação na nova família que me envolvi. Tive passagens da minha vida como assessor de deputados na Assembléia Legislativa da Bahia, onde aprendi, bem cedo, conviver com a política, além das regalias que pouco soube aproveitar. Naquele tempo, lutei pra adquirir conhecimento como estudante secundarista na Escola Técnica de Processamento de Dados, fui bem, conseguir, mas, não era grato a Deus por conceder-me aquela oportunidade, quando lá fora, bem perto de mim, existiam inúmeras, diversas pessoas que estudar e entrar na Assembléia Legislativa era um sonho, e algo bem distante, muitos passariam pela vida e nunca desfrutaria de um destes privilégios. Claro que ainda existem diversas pessoas que não conseguem adquirir alguma moeda pra ter o privilégio que nós temos agora, escrever e lê. Um deles é o meu pai, é algo distante, uma missão impossível pra quem enfrentou o sol escaldante no sertão da Bahia na lavoura de plantação do feijão etc. Perante esse contexto, a nossa cosmovisão é quem nos promove uma vida sem qualidade ou não. Estamos envolvidos com diversas superficialidades esquecendo de enxergar o que já temos e o quanto já evoluímos. Nesse percurso, se não despertarmos, o que vai nos guiar será sentimentos que nos destruirá, porque cultivamos o mau, quando deveríamos ter um posicionamento mais coerente conosco mesmo. É preciso esvaziar a nossa mente, bombardeada e carregada como se fosse uma lata de lixo, é necessário recomeçar, devagar sentindo o sabor, não somos esfomeados. A mente não deve servir para receber os reflexos negativos, reagindo a tudo, acumulando o que não é nosso. Vejamos agora uma esponja,
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pegue-a, veja que ela é leve, quase não tem peso, mas coloquea na água, percebeu que ela absorveu a água que é externa, não faz parte da sua conjuntura. Agora, ela está pesada, sugou uma substância que mudou a sua conjuntura. Assim, também, é a nossa vida, nos enchemos, carregamos o que não era pra nós, envolvemos com o que era do outro. É necessário esvaziar a mente, o corpo padece, reflete sobre algum órgão uma força que causa um impacto além do que suportaremos. A vida está contando, os minutos não param, ainda que seu relógio pare por lhe faltar carga na bateria, a vida não pára. É um momento de perguntar a nós mesmo, se já olhamos para nós mesmos, será que nós já saímos de nós pra tentar ver quem somos? Seria bom filmar nossas atitudes, ações e reações pra depois nos questionar se conseguiríamos nos entender, suportar e conviver conosco. Será que eu conseguirei conviver comigo mesmo? Se pudéssemos fazer um clone de nós mesmos, descobriríamos que os outros são magníficos por nos suportar, porque temos defeitos que desconhecemos ainda que alguém nos alerte. É, não paramos pra questionar. Estamos envolvidos com o barulho do trânsito numa direção defensiva, ou atentos ao percurso do ônibus coletivo pra não passar do ponto das nossas decidas. Estamos ligados e ao mesmo tempo desligados. Nosso link é com muitas necessidades, mas, é necessário realmente? A todo momento estamos sendo confrontados com aquilo que defendemos como nossas verdades. “A nossa cosmovisão é a melhor” – isto é o que a mente diz como mentira para nós mesmos e é preciso esvaziá-la. Está cheia, livre-se dela, pois ela está precisando ser formatada. Bem, quando um vírus entra no computador, ele está onde gravamos as informações e o melhor é formatar, apagar tudo que tem no disco rígido, depois, instalar os programas e começar com principal deles: o sistema operacional onde interliga todos os componentes. Assim é também a nossa mente. Ela precisa ser apagada, o que é fundamental permanece e o que não é joga-se fora. Isto é 89
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certo na minha concepção, pois, como programador de computador, agora, passei por um upgrade, ou seja, uma atualização que me coloca dentro da atual tecnologia dos websites, dos portais de navegação do comércio eletrônico, do sistema de ensino a distância que permite bacharelar e licenciar diversas pessoas há quilômetros das salas presenciais das faculdades. Porém, amado irmão, lembrese que todas essas narrativas e reflexões podem até lhe ofender agora, mas, por outro lado existem aqueles que já passaram por este estágio, como existem aqueles que irão passar, aqueles que não passarão e se você comentar algum assunto a respeito desses paradigmas – se resguarde, ele ou ela vai lhe rotular de “louco”, bem, se tratando de religioso você correrá o risco de ser visto como um rebelde, ou até mesmo possesso por um espírito contrário. Permita-me, estou dando risadas, dá pra sentir? Pois é sorria comigo! Quer ser feliz? Lembre-se, não vendo milagres, apenas providencio um ambiente reflexivo sobre a vida e o nosso modus vivend. Então, lembrei que você tem que permitir as pessoas se aproximarem de você e elas sentir que são importantes quando se aproxima de você. Aconselho, não diga tudo que pensa, permita às pessoas errar, não mostre tudo o que sabe, crie um clima onde o outro possa compartilhar algo com você. Por que não? Permita o outro falar sem temer ser sabatinado ou ridicularizado. Não mostre tudo o que sabe, tenha cuidado se errar elas vão recuar, porque elas vão perceber que está com um sabe tudo, então, o que mais elas poderiam compartilhar? Hora, se escrevo essa reflexão é porque errei muito, confesso que depois de ser exortado por meus melhores amigos é que vim a descobrir que o sábio fala pouco e ele fala por atitudes que não fere os outros. Calma lá, se desprenda das coisas materiais, até mesmo dos sentimentos de orgulho, como se você não pudesse errar. Conheci líderes, bons oradores, que levaram seu Ministério ao fundo do poço porque não conseguiram interromper as suas mazelas da alma. Precisamos voltar a limpar banheiro, ouvir o que está ao nosso redor, valorizar as mínimas coisas, dar valor a vida. Bem se isto é certo ou errado, esteja à vontade pra julgar. Mas,
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antes oriento livre-se da sua mente, ela tá cheia de pensamentos fúteis e desnecessários. Não será fácil, difícil é permanecer como está, se é difícil, então, começa buscando uma nova dimensão, as respostas estão dentro de você, não busque no outro, ele está igual ou pior a você, e pior, o outro não é extrovertido como você, já imaginou tal situação? Uma pessoa extrovertida, o que pensa fala expõe seu problema pra um amigo que é introvertido. Mas o introvertido não gosta de demonstrar fraquezas, ele não aceita ser visto com dificuldades, o orgulho é tão forte que ele sempre quer demonstrar que é um super-homem. Para finalizarmos, a sua visão de mundo é certa? Pra onde você está indo, é certo? O que você representa, é certo? Tá bom, minhas desculpas se estou sendo superficial, mas, por que essa rigidez com quem tenta se aproximar de você? Será que não está na hora de conhecer uma outra cosmovisão? Parar com essa idéia que é preciso andar engravatado pra ser respeitado. Reflita se isto é certo e, caso diga sim, – tenha cuidado pra não ser enganado, se disser não, – cuide-se pra você não ficar obsoleto, ultrapassado, pra trás. E quando sua filha ou filho se comportar de tal maneira espero que esteja preparado pra conviver com essa nova geração. Alguém disse que “não existe o certo, nunca vamos estar certos, nem mais errados, nem menos que os outros”, já pensou que o Mestre Jesus deu um nó na cabeça daqueles Fariseus que quiseram apedrejar a prostituta, que a Lei Mosaica dizia que deveria ser apedrejada, quando apanhada em adultério? Ele o Mestre disse, – “quem não tiver pecado atire a primeira pedra”. Veja bem, Jesus instigou aquelas mente a se questionar, usando de outros caminhos e palavras. Jesus fez eles se perguntarem – isto é certo?
Fim
Não é o fim. É apenas o começo de uma nova geração... 91
BIBLIOGRAFIA O Monge e o Executivo, Ed. Sextante, James C. Hunter, pág. 44 Religiões, Cispalpino,Murilo – Ed. Scipione, pág. 19 Luigi Schiavo, Fé e Desafio Cultura. Doutor em Ciências da Religião, Coordenador do Curso de Teologia e Professor no Mestrado em Ciências da Religião da Universidade Católica de Goiás. Despertar de uma nova era , S.Júlio Schwantes, pág.126, Ed. Casa Teologia Sistemática, Vicent Cheung, publicado originalmente por Reformation Ministries International, www.monergismo.com Enciclopédia Eletrônica Wikipédia, www.wikipedia.com.br O Cérebro Desconhecido, Ed. Objetiva, Helion Póvoa, Pág. 60 New Age, A Nova Era à Luz do Evangelho, pág. 32, Ed. Vida Nova G.Ulhorm, Conflitc of Cristianity with Heathernsim, tr., págs. 231,232 Albert M. Wolters, “What is a Worldview?” em Creation Regained: Biblical basis for a reformation worldview (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 2000), 1-11 Augusto Nicodemos Lopes, Pastor Presbiteriano, Entendendo os Fundamentalistas, no site www.teologiabrasileira.com.br
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Bíblia Sagrada, Sociedade Bíblica do Brasil, Revista e Atualizada
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O AUTOR Ângelo Almeida, escritor do livro “Inimigo, conheça-o para vencê-lo”, Ed. Livro Pronto, Sócio da UBE– União Brasileira de Escritores. É formado em Processamento de Dados e Bacharel em Teologia com Mestrado em Ciência da Religião pelo Seminário Teológico Moriah, Rio de Janeiro-BR, com endereço na Internet www.seminariomoriah.com.br. É, também, palestrante com o tema “Marcas da Vida”, entre outros temas que aborda o psico-emocional das pessoas. Desenvolveu o Sistema de Ensino a Distância do Seminário Teológico Moriah, onde permite uma interface via webpage o ensino teológico nos cursos Básico, Médio, Bacharel e Mestrado, reconhecido pela Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil – CGADB. É Diretor de Tecnologia da Líder Assessoria e Planejamento, onde desenvolveu o Sistema de Consultoria On-Line permitindo através de acesso de endereço www.liderconsultoria.adm.br uma consultoria de advogados,contadores e administradores de empresas aos diversos segmentos empresarial, legislativo e executivo. Começou o relacionamento com o meio Evangélico na Igreja Presbiteriana do Brasil em 1992. Contato com o autor através do e-mail: angeloescreve@yahoo.com.br ou MSN: angeloprogramacao@hotmail.com 93