Boletim Janela Aberta, n.º14, maio 2014

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BOLETIM 14 MAIO 2014

JANELA ABERTA

A

3.ª edição da Lan Party 2014, realizada no dia 02 de abril, na Escola Secundária D. Pedro V, teve, novamente, um enorme sucesso. (cont. pág. 2) EQUIPA TÉCNICA:

Conceção do projeto: Ana Correia, Lígia Arruda e Lucinda Marques (Professoras bibliotecárias do AEL) Coordenação do projeto: Lígia Arruda Revisão de artigos: Alice Costa e Lígia Arruda Conceção e montagem gráfica: Alexandre Rodrigues e Carla Carvalho

Nesta Edição

3ª EDIÇÃO LAN PARTY

2

AGENDA E CALENDÁRIO

3

CONCURSO NACIONAL DE LEITURA

3

PEQUENOS GESTOS

3

A CURA UNIVERSAL DO CORAÇÃO

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A JANELA

5

A MIÚDA QUE TENTOU NAMORAR COM A LUA

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SETEMBRO, AO VENTO

7

REVOLUÇÃO DOS CRAVOS

7

SESSÃO DE POESIA NA D. PEDRO V

8

POESIA É..

8,9

DUO DE POESIA

9

POESIA É..

10

INSPIRING FUTURE

10

AO DEUS-DARÁ

10

ARTISTAS PLÁSTICOS NA SALA DE AULA

11

ESCOLA DE JARDINAGEM

11

MEDIA LAB DIÁRIO DE NOTÍCIAS

11

ARQUIVO MUNICIPAL DE LISBOA

11

DIA MUNDIAL DA TERRA

12

APRE(E)NDER O EMPREENDORISMO

12

UEEA

12

(RE)INVENTAR AS FESTAS

13

O AMBIENTE NA MINHA CIDADE

13

20 DE ABRIL DE 2014

14

25 ABRIL NA ESDPV

15

A REVOLUÇÃO DOS CRAVOS

15

MANTA DE HISTÓRIAS

15

A EDUCAÇÃO ESPECIAL ANTES E DEPOIS DO 25 DE ABRIL

16

DIA DA MÃE

16

OFICINA DA LIBERDADE

17

MANTAS DE HISTÓRIAS

18

UEEA

18

OFICINA EM MEMÓRIA DO HOLOCAUSTO

19

O CÃO FALANTE

19

CAMPUS DA JUSTIÇA

19

ISR

20

A VIDA É TUA…

20

ETAR

20

FUTURÁLIA 2014

21,22

FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN

23

SINTRA

23

PAVILHÃO DO CONHECIMENTO

24,25

FEIRA DE VIAGENS DO MUNDO ABREU

25

MUSEU JÚLIO POMAR

25

DEPORTO

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SESSÃO DE HISTÓRIAS DE TRADIÇÃO ORAL PORTUGUESA

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BORBOLETAS NA BARRIGA

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FICHA DE LEITURA

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PERNONA

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ELES SÃO MESMO ASSIM?

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FELIZMENTE HÁ LUAR!

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ORIGEM DOS NOMES ABEL E ABRAÃO

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AMAZÓNIA

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QUERIDO DIÁRIO ...

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ZORBAS E LINA

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ORIGEM DO NOME ABEL E ABRAÃO

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DIÁLOGO

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RECONTO

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UM ENCONTRO ESQUISITO

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UM ANIMAL, UM CÃO

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SERMÃO DE SANTO ANTÓNIO AOS PEI-

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LEIO E RECOMENDO

35,36


MAIO 2014 3ª EDIÇÃO DA LAN PARTY

A

3.ª edição da Lan Party 2014, realizada no dia 02 de Abril na Escola Secundária D. Pedro V, saldou-se novamente num enorme sucesso.

As 231 inscrições previstas para a atividade subiram no fim do dia para cerca de 500 participações em todas as atividades. Tal a vontade dos jovens em se encontrar para jogar em rede, partilhar ficheiros, usar a internet, mas sobretudo para conviver e falar sobre as novas tecnologias. Tratou-se de uma atividade organizada pelo Curso Tecnológico de Informática de TGPSI, sob supervisão dos professores Alexandre Rodrigues e Carla Carvalho, tendo também como finalidade a divulgação do curso Técnico Gestão Programação de Sistemas Informáticos. A Lan Party decorreu durante nove horas interruptas, no pavilhão três, nas salas de informática, na biblioteca da escola e no grande auditório da escola, com a organização de três torneios: Counter Strike, Call of Duty e League of Legends. Esta atividade envolveu uma complexa organização ao nível de recursos informáticos, elétricos e logísticos. Foi necessário preparar ligações em rede para os computadores, tendo para isso sido preciosa a colaboração dos alunos do Curso Tecnológico de TGPSI.

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Os cerca de setenta alunos oriundos da escola Delfim Santos foram recebidos pelo diretor da escola, Amílcar Santos, e pela professora Maria do Rosário Simões, durante o período da manhã e da tarde. Os alunos tiveram possibilidade de fazer uma visita guiada à escola, guiados pelos colegas do curso de TGPSI. Foram conhecer a biblioteca da escola com mais pormenor. Tiveram uma breve apresentação do Curso Tecnológico de TGPSI que consistiu numa apresentação feita pelos alunos de TGPSI orientados pelos professores Alexandre Rodrigues e Carla Carvalho que contou também com os testemunhos dos próprios alunos dos três anos deste curso. Estes alunos tiveram a possibilidade de participarem nos jogos Counter Strike, Call of Duty e League of Legends. Os alunos participaram ainda no concurso “Quem Quer Ser Informático”, promovido pelo alunos do curso de TGPSI. No final das atividades, foi entregue aos alunos/formandos um certificado de participação na LAN PARTY, elaborado pelos alunos do curso de TGPSI. Alexandre Rodrigues e Carla Carvalho, docentes da ESDPV

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MAIO 2014 AGENDA E CALENDÁRIO No ano letivo 2012/2013, a professora bibliotecária da ESDPV fez e publicou, no blogue, a Agenda do professor, com o contributo da docente Isabel Lourenço. Foram várias as sugestões de melhoria e as críticas positivas ao trabalho efetuado. No presente ano letivo, a agenda encontra-se mais completa, pois foram tidos em atenção os aspetos apontados. No gráfico, podemos constatar que, no ano letivo 2012/2013, houve 403 visualizações e foram feitos 318 downloads. No presente ano letivo, as visualizações subiram para 2.838, o que corresponde a um aumento de 704%. Verificou-se, também, um acréscimo nos downloads, no ano letivo 2013/2014, que foram 1.131, com um aumento de 355% em relação ao ano transato. Se somarmos as visualizações com os downloads, obtemos um total de 721 no ano anterior e 3.969 no presente ano, o que corresponde a um aumen-

to de 550%.O calendário escolar, inspirado num calendário feito pela docente Isabel Almeida e apresentado este ano letivo pela primeira vez pela professora bibliotecária, teve 2.303 visualizações e um total de 383 downloads, o que perfaz 2.686 cliques.

Pelo exposto, acreditamos que a elaboração da Agenda e do calendário escolar deve continuar, para servir toda a comunidade educativa. As sugestões e críticas são sempre bem-vindas, para que o trabalho final seja de elevada qualidade. Infelizmente, não poderemos colocá-los no blogue em Word, como já nos foi solicitado, pois é incompatível inserir no blogue documentos em Word, com inúmeras formatações. Os dados foram retirados da BOX, no dia 26/05/2014. Equipa da BECRE, da ESDPV

CONCURSO NACIONAL DE LEITURA — FASE DISTRITAL 12 DE MAIO

O

s três alunos selecionados na fase de Escola realizaram a prova da fase distrital no Concurso Nacional de Leitura na Escola Cardoso Lopes, na Amadora. A Margarida Rodrigues, o João Oliveira e a Constança dos Mártires representaram muito bem a nossa escola, partilharam experiências e mostraram mais uma vez que a leitura pode fazer a diferença nas suas vidas. Parabéns!!! A equipa da BE Delfim Santos

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MAIO 2014 PEQUENOS GESTOS

E

stava escuro; mais escuro do que o habitual; o negro do vazio dos meus dias estava mais profundo. A minha cegueira impossibilitava-me de olhar em redor e ver o que se passava. Só ouvia gritos de desesperos e choros de solidão. A Daisy ladrava compulsivamente. Estranhei. O seu latido estava mais tremido como… como se estivesse assustada. Comecei a sentir o ar mais abafado, custava-me encontrar uma lufada de ar fresco, naquele ambiente isso parecia impossível, um sonho que todos tentavam alcançar. De repente, uma voz doce alertou-me para que algo de mal tinha acontecido e que o edifício estava a ser evacuado. Reconheci-a de imediato. Foi a rapariga que me atendeu na receção daquele 65º andar nas Torres Gémeas. A minha reação foi inesperada aos olhos da rapariga. Senti a sua respiração acelerar no meu pescoço. Conhecia aquele edifício desde pequeno, por isso, disse-lhe para se acalmar e que devíamos dirigir-nos às escadas de emergência o mais rápido possível. Ela suspirou, lentamente, provavelmente tentado acalmar-se da pressão. Não era uma situação fácil. Agradeceu-me e, por fim, ouvi o som dos seus passos em direção ao vazio. Imobilizado, respirei uma, duas, três vezes, e depois debrucei-me. Calmamente, ao ouvido da minha companheira de aventuras, sussurrei: vai ficar tudo bem Daisy; e dirigimo-nos para as escadas de emergência. Quando passámos a porta que separava aqueles dois mundos de agitação,

o ambiente estava mais descontrolado. Todos tentavam descer e alcançar a luz do dia, tão esperada, tão exigida. A Daisy puxava-me para várias direções. Estava confuso. Era a primeira vez que sentia o coração dela a bater através da trela. Batia tão rápido. Pu-

Fotografia de Kathrine McDowell Fonte: www.pixdaus.com

xei-a pela coleira na esperança de a tentar acalmar. Tal como pensei naquele momento, acho que foi inútil. Tentava contar os degraus daquela imensidão de escadaria. Foi a minha forma de distração da loucura. De vez em quando, ouvia alguém gritar o número do andar, mas essas palavras perdiam-se, imediatamente, na minha cabeça. Perdidas ao ponto de as confundir, com ilusões. Acho que durante a hora seguinte não consegui pensar claramente. Estava concentrado em descer, em coordenar os meus pés para não cair, não podia tomar esse risco, e se não me conseguisse levantar? O que seria da Daisy, pagariam duas vidas pelo erro de uma? Não era

justo. Passado algum tempo, não sei se foram horas, não sei de foram minutos ou segundos, só sei que foram momentos, preciosos, mas, passados esses momentos senti alguém abraçar-me. Foi um abraço reconfortante. Um abraço que pensava que nunca mais iria sentir. Ajudou-me a andar os últimos passos até à porta e disse-me: o senhor é corajoso, estou aqui para ajudar, sou bombeiro. Ainda hoje penso naquelas palavras. Corajoso? Eu? Mas porquê… tudo o que fiz naquela manhã foi descer escadas, longas escadas. Não ajudei a salvar ninguém, não ajudei a condenar ninguém, ajudei-me apenas a descer, lentamente e concentrado. Nunca pensei em responder-lhe obrigado. As palavras que saíram de mim foram, tão estranhas como: Mas afinal, o que é a coragem, rapaz? E aqui estou eu. Depois de muitos anos ainda penso naquele dia. Sei que morreram muitos, sei que vivem poucos. Gosto de contar esta história. Acho que me faz sentir mais perto desse dia. O que não fiz, o que poderia ter feito? Ninguém sabe, já passou. Mas tudo se resume às palavras que transmitiremos aos nossos filhos, aos nossos netos. Devemos honrar os heróis. Heróis que salvaram muitos. Naquele dia ninguém morreu em vão. E muito poucos sabem o que é realmente a coragem. O que eu sei é que os que entendem a palavra coragem têm de ter uma melhor história para contar. Leonor Mariano ESDPV, 3.º prémio do Concurso Literário do ensino básico

A CURA UNIVERSAL DO CORAÇÃO

S

empre admirei aquelas pessoas que partem tijolos com as mãos. É como se alterassem as leis da natureza, com algo tão simples como as mãos, quebrando algo aparentemente inquebrável, inquebrantável. Bianca Green Também admiro aquelas pessoas que conseguem viver com um tijolo dentro de si. Falo dum tijolo que foi um coração, que endureceu, tornandose numa pedra, aparentemente, inquebrável. Aparentemente. Só a dor emocional, quando é tão intensa, consegue petrificar um coração, tornando-o num tijolo oco e, aparentemente, inquebrável. Todos sabemos o que é sentir uma pedra no lugar do cora-

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ção, por qualquer desgosto que a vida nos tenha causado. Mas, contrariamente ao tijolo, o coração tem cura. Obviamente, dependendo das causas e das pessoas. Mas certas curas têm um efeito quase mágico. Como a famosa cura universal, para qualquer tipo de coração: a dança! Na sua simplicidade, a dança afasta qualquer dor, que a cada volta é empurrada, a cada salto é enterrada e a cada suspiro a alma vai saindo do corpo, deixando um vazio indiscritível no interior. E só a dança cura um doente, e só ela reaviva uma alma adormecida, e só ela amolece o coração mais duro e, aparentemente, inquebrável. Adriana Abreu, ESDPV, prémio de mérito do Concurso Literário do ensino básico

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MAIO 2014 A JANELA

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nês era uma rapariga que nunca andava com ninguém na escola. Sempre sozinha, no seu canto, sem falar com ninguém, nem deixar ninguém falar com ela. Passava as aulas atenta Fonte: http://amarnaimagens.blogspot.pt/2012/08/ e tomava janelas-e-portas-varios-pintores-e.html notas, mas parecia que não estava mesmo lá, que era só um corpo sem alma, que olhava para o quadro com o olhar vidrado. Tinha o cabelo negro, liso e comprido, e andava sempre com as mesmas peças de roupa: à segunda-feira um vestido branco sem mangas; à terça e quarta-feira uma t-shirt preta com uma flor branca no meio e uns calções de ganga que terminavam um pouco acima dos joelhos e à quinta e sexta-feira uma camisola de alças vermelha, que contrastava com o seu cabelo, e uma saia preta, que terminava também um pouco acima dos joelhos. Este ciclo repetia-se todas as semanas do verão e, no inverno, a única coisa que mudava era mais um casaco branco que lhe ficava enorme. No início, os colegas ainda tentavam travar amizade com ela, mas acabaram por desistir, pois as únicas respostas que obtinham eram um «Hoje não posso.» ou «Estamos numa aula, façam menos barulho, por favor.» Nas avaliações intermédias, todos ficaram admirados com as notas dela, até eu tenho de admitir que fiquei. Teve «Muito Bom» a tudo. Ninguém esperava, visto que ela nunca dizia nem deixava ver as notas que tinha nos testes. Agora que penso nisso, nunca a vi expressar nenhuma emoção. No final do primeiro período, numa segunda-feira de outono, decidi segui-la até casa. Nunca tinha falado com ela fora do recinto escolar e pensei que fosse uma boa ideia falar com os pais dela, visto que estes nunca apareciam nas reuniões de pais. Fiquei surpreendido ao ver a casa dela. De um tamanho médio, branca como o seu vestido, com janelas até no sótão e um pequeno portão preto e velho. Não tinha entrada para carros. Ela abriu a porta, que não estava fechada à chave, e entrou. Segui pelo mesmo caminho que ela, abri a porta, olhei para ela e alertei-a que deixar a porta destrancada é perigoso. Esperava que se mostrasse surpreendida, mas enganei-me. Ela apenas olhou para mim e disse, com o olhar de costume: - «Se queria ver a minha casa bastava pedir, em vez de andar a seguir-me de uma maneira pouco discreta para

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depois entrar em minha casa e dar-me conselhos sobre segurança. Se eu a tivesse fechado, como é que entrava? Se quiser ficar lá fora, a porta está aberta.» Pela primeira vez, sorriu. Acho que sorriu, espero que tenha sorrido. Foi um sorriso tão discreto e curto que não consigo ter a certeza de que o vi. Segui atrás dela. Subimos as escadas e encontrei-me num corredor com todas as portas fechadas. Quatro portas fechadas, para ser mais preciso. Ela entrou numa quinta porta que se encontrava entreaberta e fomos parar ao seu quarto. Enquanto ela desfazia a mala da escola, eu mirava cada pormenor do seu quarto. Tinha uma cama de solteiro com uma colcha às manchas pretas e brancas, uma secretária branca com prateleiras nas quais se encontravam três ou quatro livros de literatura, os livros da escola e os cadernos de cada disciplina. Tinha também um candeeiro de teto, redondo e vermelho, e um tapete vermelho, preto e branco com um padrão engraçado. Convidou-me para lanchar e começámos a andar na direção das escadas. Perguntei-lhe aonde é que as outras portas iam dar, mas não obtive resposta. Não gostava nada quando ela tinha aquela atitude, e, por isso, decidi abrir uma ao acaso. Era um quarto. Mas não um quarto qualquer. Um quarto vazio, onde só se encontrava uma cama sem colchão, uma janela de onde se podiam ver as árvores na rua com as folhas acastanhadas e uma cadeira velha, perto de uma mancha mais clara no chão de madeira, onde parecia ter estado uma secretária. De resto, o quarto estava vazio. Ela fechou a porta com tal força que provocou um estrondo enorme. Continuou a andar, e seguiu-se um silêncio constrangedor. Chegámos à cozinha sem nenhum de nós ter dito uma palavra. Ela aqueceu chá na chaleira e deitou-o em duas chávenas. Pegou numa e sentou-se e eu imitei-a. Preparei-me para pedir desculpa, mas antes que tivesse tempo, ela falou primeiro e disse para esquecer tudo o que tinha visto e tudo o que tinha acontecido. Estava claramente zangada. Tinha descoberto mais uma expressão facial, mas estava arrependido. Tinha estragado tudo. Bebi o chá, levantei-me e peguei nas minhas coisas, pedi desculpa e dirigi-me para a porta. Ela não disse uma palavra. Antes de sair sugeri que ela falasse com os colegas e tentasse formar amizades. Também a alertei para não se esquecer do teste de História que ia ter para a semana. Passaram-se duas semanas e a Inês estava finalmente integrada na turma. Ao entregar-lhe o teste de História, ela sorriu e disse a todos que tinha subido de um 96% para 98%. Todos a felicitaram e ela veio falar comigo no final da aula. Disse que se sentia mal por nunca me ter pedido desculpa pelo que tinha acontecido quando eu fui a casa dela. Não me deixou interromper. Continuou explicando que aquele quarto era do seu irmão que tinha falecido, e que não tolerava que mais ninguém entrasse nele. Disse-me que aquela janela era o seu sítio preferido em toda a casa e deu-me uma foto dela encostada à janela, com as árvores ao fundo, enquanto folhas acastanhadas voavam ao vento. Ana Luísa Silva, ESDPV, 1.º prémio do Concurso Literário do ensino básico

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MAIO 2014 A MIÚDA QUE TENTOU NAMORAR COM A LUA

E

ra uma vez uma miúda que acordava com a almofada enrugada, das lágrimas que na véspera nela tinham secado. Levantava o seu corpo, tão pesado como a sua mente, e revirava os lençóis à procura de uma razão para não ficar. Passava o dia na escola à procura de algo em que pensar. E voltava à casa enquanto procurava uma razão para voltar. Nunca encontrou resposta. A escuridão da noite era o seu cobertor. Toda a tristeza que nela se acumulava diluía-se nas lágrimas que chorava todas as noites. Passava os dias a olhar para baixo, mas, nesse dia, algo a perturbava. A luz da janela à sua frente iluminava tão intensamente, que chegou a ponderar se, por acaso, nesse dia o Sol decidira visitar a noite. Apressadamente e em passos de bailarina, lá ia ela, esquivando-se das peças roupa amontoadas no corredor até chegar à cozinha. Devido à posição inadequada do frigorífico, era muito difícil abrir a janela, mas lá conseguiu enfiar a mão na estreita ranhura (com cuidado para não partir o pulso com qualquer movimento brusco). Vislumbrou feixes de luz que entravam cozinha adentro, enquanto a abertura se afastava cada vez mais do ponto inicial. Quanto mais afastava a janela, maior era a sua curiosidade. Receava ter descoberto alguma coisa inédita, que a acabaria por cegar. Ouviu dizer que foi isso o que aconteceu com Galileo. Contraiu os músculos à volta dos seus olhos para se proteger da luz intensa. Mesmo com os olhos fechados, conseguia sentir o fulgor ameno a pousar confortavelmente sobre as suas pálpebras. Num ato de bravura moderada, descontraiu os músculos já doridos da imensa força com que os contraira e vislumbrou a Lua. Foi dor à primeira vista, mas amor à segunda. Era pequena, mas detalhada. Contrastava contra o pano infinito do universo que a rodeava. Lentamente uma nuvem redonda cobriu-a, o que levou a menina a preocupar-se um pouco. Timidamente, com os pulsos a tremer e a vista centrada no foco da sua curiosidade, ela tentou aquecer as suas cordas vocais com simples murmúrios. Petrificada, apercebeu-se de Página 6

que a sua garganta se tinha tornado num árido deserto, que ela se atrevera a povoar com melodias dedicadas à sua querida e possível amada. Cantou com a voz de um pássaro, que vive abafado pelo canto dos outros, e que, por isso, desenvolveu a voz mais fina, mais dócil e mais pesada de solidão. “Nuvem lá no céu, És somente um véu Que luta em abrigar Quem eu desejo amar. Desliza com o vento E descobre o meu luar.” Nunca se tinha ouvido cantar desta maneira. Era como se essa gélida luz a tivesse acompanhado em cada nota, levantando a sua voz sempre que tinha de alcançar uma nota alta. Nunca houve mais belo dueto, mais frágil acompanhamento que este, e com uma alegre teimosia, prometeu que amanhã haveria mais. E assim foi, nesse amanhã, e nas outros seguintes. Todas as noites, depois de serenar, contava à Lua o seu dia. Nada de novo visto que passava o dia a pensar nela. No início, ainda chorava, mas não como dantes. Desta vez, as suas lágrimas eram deixadas secar ao luar e era nesta foz luminosa que as suas mágoas iam desaguar. A Lua tinha-a inspirado a pintar. Todas as noites lhe fazia um retrato que emoldurava ao lado da janela. Via o tumulto de quadrados de madeira a preencherem a parede e orgulhava-se da sua coleção. Os quadros pareciam meros excertos das noites passadas. Olhava para eles e apetecia-lhe caber lá dentro, enroscar-se com a Lua e adormecer ao som das suas próprias melodias. Como quem olha ao espelho e se apercebe das suas mudanças após anos de distração, um dia, ela mirou o céu noturno procurando a sua amada entre o cobertor de estrelas que cintilavam e viu a sua Lua, diferente. Procurou nos retratos e reparou que a Lua sempre diferiu da sua normalidade. Passou de uma bola cheia a uma bola murcha. Um triste contorno de luz. “Diz-me. Sabes que até hoje não te pedi nem uma só palavra, mas preciso de saber: Pareces assombrada, o que é que te assombra? Achas que estás a desapaixonar-te de mim? Se assim for, eu compreendo, só não me digas que é algo pior… Temo que eu

te esteja a esvaziar. Diz-me que não é verdade. Chama-me de mentirosa! Diz que fui eu que engordei com o teu amor, e que agora me pareces pequena. Diz-me que isto é só uma fase.” “Espero que isto seja só uma fase”, repetiu para si mesma. A cada noite que passava, mais a Lua se enterrava na escuridão vazia do universo. Até que um dia, frustrada ao ver que só havia uma réstia do brilho da sua amante celeste, discursou-lhe: “Aonde vais? Porque é que te enegreces com esse cobertor estrelado? Escondes-te de mim? Afeiçoei-me a ti e é-me difícil desatar os nós desta relação. É-me ainda mais difícil o facto de te distanciares de mim, e apesar de estes nós serem tão difíceis de manter, são a única coisa que ainda nos mantem juntos. É o fio de luz que nos une. Não te separes de mim, por favor. Eras o meu satélite, mas agora, sou eu quem orbita à tua volta, tenho-te sempre na minha cabeça. Cresceste em mim, mas só te vejo a decrescer. Volta a ser como eras, cheia de vida e rechonchuda. Volta, por mim.” Na noite seguinte ela tinha desaparecido. Procurou-la incessantemente até que os seus olhos se desfocaram com a muralha de lágrimas que delicadamente se construía. Num soluço, essa muralha desabou, tijolo a tijolo, gota a gota. Pintou o que viria a ser o seu último retrato da Lua, uma tela em negro. Virou a página. Valdemar Gomes,11.º3, 3.º prémio do Concurso Literário da ESDPV

Matteo Arfanotti Fonte: http://bibliocolors.blogspot.pt

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MAIO 2014 SETEMBRO, AO VENTO

V

iemos ao mercado regatear comida para três dias. A aldeia, tão perdida entre nadas montanhosos, tão perdida no mundo, nem tem uma mercearia. Os aldeãos vivem alegres, sem interferência do presente. Inspiro — uma harmonia palpável percorre-me — expiro. Voltámos para casa, na caixa aberta da carrinha. Sentados em esteiras, de pernas cruzadas, em torno de um frango grelhado — uma remota luz embate, o pobre animal é brutalmente atacado, mãos esfomeadas ao som de risadas jovens e dedos lambidos; mocidade bombeando nas veias, gargalhadas, de novo, uma luz. Queridos selvagens, crianças livremente silvestres, pescoços nus ao vento. Todos riem, troçando da morena tez queimada uns dos outros. “Onde está ele?” Ao que ela responde num grito, “Desapareceu na noite!” Eu matuto, rindo também, sem noção dos rios de dinheiro gastos em solários no outro canto do mundo. É engraçado como os conceitos de beleza são tão relativos. As risadas desvanecem e eu encostome, no mesmo ritmo gradual, olhos

trepando pela escura noite acima. Um imenso véu de tinta, o mesmo que em poucas horas cobrirá a Europa, celebra o Natal na terra dos budas. Um quadro nunca visto, para não mais ser encontrado em qualquer outro lugar que não este: ilha pobre em terra firme, terra de incenso e orientais cantares timbrados. O mais místico de todos os sítios. O vento corta, grita-nos aos ouvidos, poderosos significados sem palavras, rodopiando. Fito, rendida, o universo translúcido que só eu vejo. O cosmos sopra-nos arrepios, meu Deus, levame contigo. O cenário ridiculamente falso, céu pintado como num filme de cowboys dos anos 60, estrela por estrela, desenhadas na tela que a carrinha de caixa aberta vai rasgando. Fecho os olhos, pressiono-os com força, pincelo mentalmente uma reprodução da noite. O terror de vir a esquecer algum detalhe, de encontrar a pintura estrelada numa gaveta cerebral poeirenta de realidades, falsamente confundidas com um sonho perdido no tempo. Vai, tu também, larga tudo — eu hei de ir de novo. Encontra um mundo teu, que não seja o meu. Descobre,

tropeça, não durmas: dormita. Não percas tempo. Muda, transforma, converte, deslocaliza, desintoxica. Intensifica, aprofunda, expande, amplia, prolonga, desenvolve. Desbrava. Perde-te. Oh, se ao menos soubesses que é aí que te encontras. Junto da árvore solitária no arrozal molhado, água pelos joelhos, verde como não há. Eu encontrei-me, num banco de madeira, sumo de manga escorrendo-me pela cara. Maria Abreu, 12.º 5, ESDPV, 1.º prémio do

Holly Sierra Fonte: http:// bibliocolors.blogspot.pt/

REVOLUÇÃO DOS CRAVOS

N

o dia 24 de Abril de 1974, um grupo de militares comandados por Otelo Saraiva de Carvalho instala secretamente o posto de comando do movimento golpista no quartel da Pontinha, em Lisboa. Às 22h55m é transmitida a canção E depois do Adeus, de Paulo de Carvalho. Este é um dos sinais previamente combinados pelos militares, que desencadeia a tomada de posições da primeira fase do golpe de estado. O segundo sinal é dado às 0h20m, quando a canção Grândola Vila Morena, de José Afonso que confirma o golpe e marca o início das operações. Ao contrário de E Depois do Adeus, que era muito popular por ter vencido o Festival RTP da Canção, Grândola Vila Morena fora ilegalizada, pois, segundo o governo, fazia referência ao comunismo. O Terreiro do Paço, onde estão os Ministérios, é ocupado às primeiras horas da manhã pelas tropas do Capitão Salgueiro Maia. Mais tarde,

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move parte das suas forças militares para o Quartel do Carmo onde se encontra o chefe do governo, Marcelo Caetano, que ao final do dia se rende, exigindo, contudo, que o poder seja entregue ao General António de Spínola, que não fazia parte do MFA, para que o “poder não caísse na rua”. Marcelo Caetano parte para a Madeira, rumo ao exílio no Brasil. Esta revolução ficou conhecida por Revolução dos cravos, porque os soldados colocaram cravos nos anos das suas espingardas, simbolizando uma mudança pacífica de regime. Com o 25 de Abril, acabou a ditadura e começou a democracia. O povo português passou a ter liberdade. Construíram-se partidos e associações, foi garantido a liberdade de expressão e realizaram-se eleições livres. Terminou a guerra colonial, e as antigas colónias portuguesas tornaram-se independentes deu-se a Descolonização. As mulheres foram reconhecidas como cidadãs de plenos direitos: têm

acesso a todas as profissões, podem votar, ter contas bancárias, possuir passaporte e sair do país sem autorização escrita dos maridos, o que antes da revolução de 1974 era impensável. 9ºB, n.º1, n.º15 e n.º24

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MAIO 2014 SESSÃO DE POESIA NA D. PEDRO V

N

o Dia Mundial da Poesia, o auditório Chaves Santos encheu-se de alunos, professores e funcionários para celebrar esta data, cujo objetivo é promover o gosto pelo texto poético, através da pesquisa, da leitura, da seleção do poema e, finalmente, da partilha.

dos que amam a poesia e compreendem a força, a beleza e o mistério das palavras que dão corpo ao texto poético. Sentimos que estávamos ali unidos pela poesia e que as palavras nos tocavam indelevelmente.

(...) A 4.ª edição da sessão de poesia, com “Assim, a Poesia não existe a duração de pouco mais de uma hora, permitiu o encontro de várias culturas e Para quem não a lê! línguas, na medida em que alunos de É uma luz resplandecente diferentes nacionalidades leram ou disseram poemas em português, espanhol, inglês e chinês. AlPara quem mesmo cego guns alunos foram autores de poemas que partilharam com A ouve, a sente, a vê!” a comunidade; outros dramatizaram o poema escolhido ou excerto do poema de Delfim Peixoto optaram por cantá-lo. E que bem cantaram! Três funcionárias deixaram, por momentos, as suas tarefas e integraram este encontro, para dizerem o poema da sua preferência. Como foram aplaudidas! Parabéns! Também os professores A sessão encerrou com algumas palavras do senhor Diretor, Dr. Amílcar Santos, que felicitou o entusiasmo de quantos disseram alguns dos seus poemas preferidos. participaram na sesOuvimos poetas de diferentes épocas, são, demonstrando o cada um refletindo preocupações e emogosto pela palavra e ções diversas, que são de todos os tempos pela poesia. A sessão e de todas as pessoas, mas também de finalizou com a entrecada um de nós. Por isso, a atenção, o ga dos prémios do sorriso, a surpresa, a emoção espelhadas concurso literário. em alguns rostos, quando o poema nos tocou a alma, quando a forma de o dizer Alda Cruz, docente da nos surpreendeu e encantou! ESDPV

Foi possível sentir o pulsar, em uníssono,

POESIA É… Poesia é uma manifestação de beleza e estética retratada pelo poeta em forma de palavras. É tudo aquilo que comove, que sensibiliza e que desperta sentimentos. É qualquer forma de arte que inspira e encanta, que é sublime e bela. É a cor da alma, a liberdade do sentir. É imaginação, é pintar a vida com palavras onde quem as dita é a alma. É pegar num papel e deixar que a imaginação se apodere do lápis.

Através da poesia, rasgamos a alma, colocamos cá para fora sentimentos incontidos. Há quem se atreva a dizer que a poesia para nada serve, mas, quer queiramos quer não, a poesia serve para muitas coisas. Com a poesia, conseguimos demonstrar o que nos vai na alma, superamos o medo de expressar o que sentimos, o que pensamos. A poesia pode ser encontrada numa pessoa, na natureza, num gesto, num objeto, num

sentimento, numa paisagem e em muitos outros sítios, pois não é apenas um poema. Poesia é tudo aquilo que desperta a nossa emoção, que desperta os nossos sentimentos. A poesia encontra-se dentro de nós, muitas vezes sem nos apercebermos… E com tudo isto, podemos concluir que a poesia é tudo aquilo que nós quisermos! Catarina Rocha, 11.º2, nº2, ESDPV

Eren Dedeleroglu Fonte: http://bibliocolors.blogspot.pt/

POESIA É…

P

oesia não são apenas pequenos versos, não(!). Poesia é arte! É arte de exprimir sentimentos e criar emoções. Poesia é a voz da nossa alma, esteja ela triste ou alegre, saudosa ou amorosa. Poesia serve de refúgio para quem vê para além da escuridão, para quem consegue transformar em palavras não só o que vê, mas também o que cheira, toca, sente ou tudo o que lhe vai na imaginação. A poesia encontra-se em todo o lado, em pequenos detalhes que se transformam em letras, sílabas, palavras, versos, estrofes que vêm do coração. Joana Estêvão n.º6, 11º2, ESDPV

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Kestutis Kasparavicius Fonte: http://bibliocolors.blogspot.pt/

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MAIO 2014 POESIA É… muito difícil de escrever. Para uns escrever poesia é uma forma de libertarem o que de melhor têm em si, de forma delicada, para outros um refúgio de alguma dor. No fundo, poesia é tudo o que cada um quer, é uma forma de expressão!

Su Blackwell

P

oesia é uma palavra que hoje em dia não se ouve com muita frequência É uma palavra aparentemente mundana, mas que, para alguns, quando somente dita desperta imensos sentimentos. Perguntam-me o que é a poesia.., a verdade é que não sei responder, mas já ouvi dizer que é uma mistura de sentimentos que, na maior parte das vezes, envolve amor ou dor. É algo bonito de se ler, mas

Sara Martins, n.º 15, 11.º 2, ESDPV

Giuseppe Sticchi

DUO DE POESIA

Q

ualquer um de nós consegue defi-

uma forma de nos expressarmos com pala-

nir poesia, seja de que maneira

vras. Pode ser a paixão, o amor, o toque.

for, embora alguns de modo mais

Pode ser o ódio, o medo, o rancor, uma luta.

sintético, e outros de modo mais

A poesia é muitas vezes um espelho, uma

devaneante. Qualquer enciclopédia nos

extensão de nós próprios: pode ser a parte

dirá, levianamente, que é uma vertente lite-

de nós da qual gostamos ou a qual escon-

rária na qual o autor do poema retrata situa-

demos. É um universo paralelo, um mundo à

ções do quotidiano ou imaginárias com uma

parte, em que a realidade é meramente

estrutura própria deste género lírico. Embora

fantasiosa, imprevisível. Escrever poesia não

esta caracterização não esteja incorreta,

é para os mais fracos nem para os desisten-

não nos transmite a “essência” da poesia.

tes: leva tempo, paciência e dedicação

De facto, o que é para nós a poesia? E é

Maggie Taylor

aqui que o problema se complica.

Por um lado, alguns poderão dizer que a poesia permite que escritores, até os menos experientes, atirem umas quantas palavras para uma folha e lhe chamem literatura. E que, como cada leitor diz de sua justiça, pode lá ver o que quiser, por mais descabido que seja.

se

alimenta

da subjetividade

em a face enquanto lemos, que nos envolvam com os odores terrosos e suaves, sabo-

res agridoces e com cores claras e esbatidas, ou rudes e amargas. A poesia é o sorriso que nunca desvanece, a cor que nunca esmaece; é um capricho súbito, o esfriar dos ânimos. Não é necessário nascer-se poeta para criar ou encontrar poesia na nossa vida. Esta arte surge espontane-

Se seguirmos esta perspetiva, apercebemo-nos de que a poesia

para fazer com que as palavras nos acarici-

ou

pseudo-

subjetividade dos leitores. Leitores que, em versos como “O céu é cor de rosa”, veem uma crítica à condição humana ou à sociedade do século XXI, quando aquilo que o autor queria dizer era que, de facto, a cor do céu era rosa. Muitas vezes, embora queiramos acreditar que os poetas são génios, que de alguma forma conseguem exprimir os seus pensamentos e sentimentos de forma lírica e bela, devemos perceber que, na realidade, os poetas devem é estar sempre com uma moca do caraças. E, assim, sob o efeito de poderosos alucinogénios, dizem umas quantas frases agramaticais que ditam o óbvio, nas quais os leitores veem uma obra-prima transcendente, pensando compreender aquilo que (não) está nas entrelinhas. Por outro lado, outros de nós

amente em nós, com um sentimento forte que nos aperta o coração, e podemos encontrá-la em tudo à nossa volta. Em suma, qualquer um de nós consegue dizer o que é a poesia. E embora uns sejam mais sintéticos, outros mais sarcásticos e os restantes mais sentimentais, não podemos discordar de nenhuma dessas perspetivas. A poesia é, de facto, a mistura de todas estas definições contraditórias, um turbilhão de opiniões. É essa a característica que faz da poesia a

acreditam que a poesia é muito mais do que um monte de

poesia.

devaneios sem nexo, que nos aborrecem durante as aulas,

Mafalda Morgado n.º9, 11º2,

e nos tramam nos testes. Nesta perspetiva, a poesia é vista como um porto seguro, um refúgio, no qual encontramos

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ESDPV

Yao Xiong Fonte: http://bibliocolors.blogspot.pt

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MAIO 2014 POESIA É…

P

oesia é pegarmos num pedaço de papel e com um lápis rabiscamos algo, elogiando ou criticando, existindo uma descrição pormenorizada de uma pessoa, de sentimentos, de emoções ou simplesmente de um objeto. É nos versos que encontramos as metáforas, porque é disso que se trata, de uma comparação entre isto e aquilo. Tal como Pablo Neruda, poeta chileno, menciona no filme: “O mundo inteiro é a metáfora para outra coisa qualquer”. De seguida, o carteiro, ao entregar o correio ao poeta, repara no remetente: mulheres! Mulheres não faltavam a Mário e este, com um certo ciúme, também queria ter aquele alarido à sua volta, por isso questiona Pablo como se faz poesia.

Contudo, atrair mulheres não foi apenas a razão de Mário se interessar por esta arte, mas também pelo facto de se compreender melhor ao ter um rebuliço de emoções… Logo, a poesia serve como um meio de comunicação para expormos o que sentimos num determinado momento, independentemente do assunto ou tema. Por sua vez, num momento íntimo entre as personagens principais à beira-mar, Pablo demonstra que realmente a poesia está em tudo o que tocamos ou vemos, criando, de imediato, um poema sobre o mar. Desta forma, posso concluir que a poesia se encontra em todos os sítios: quando nos sentamos num jardim, quando descrevemos a meteorologia, quando comparamos um sentimento de tristeza ou de felicidade. A Poesia é, assim, um meio para nos conhecermos a nós mesmos.

Eren Dedeleroglu Fonte: http://bibliocolors.blogspot.pt

Sofia Vilelas 11.º 2, nº16, ESDPV

“INSPIRING FUTURE” – FEIRA DE ORIENTAÇÃO VOCACIONAL

N

o dia 6 de maio, realizouse na nossa escola a Inspiring Future – feira de orientação vocacional em que participaram as turmas 1, 2, 3, 4, 5 e 6 do 12º ano e a turma 5 do 11º ano. Este evento iniciou-se com uma Palestra sobre o “Acesso ao Ensino Superior” em que foram dadas indicações úteis e práticas sobre a candidatura ao Concurso Nacional do Acesso ao Ensino Superior. A feira funcionou em três espaços distintos, simultaneamente: espaço de exposição, no exterior; espaços de apresentações formais das ofertas educativas das Universidades participantes (20) organizadas por áreas de estudo: Ciências e Tecnologias, Economia e Humanidades que tiveram lugar no Auditório e na Sala de Estudo e os workshops, na sala 2.07, que

proporcionaram aos alunos o desenvolvimento de competências pessoais e sociais como a proatividade, a autonomia e a criatividade, bem como a orientação para os próximos passos para o futuro. Esta atividade foi considerada bastante oportuna e teve uma grande recetividade por parte dos alunos e professores por agilizar a comunicação e divulgação da oferta educativa entre o Ensino Superior e a escola secundária. Vamos continuar com este tipo de iniciativas na medida em que ajudam os jovens a pensar e garantem que se tomem decisões mais conscientes na construção do seu futuro profissional. Os alunos candidatos ao Ensino Superior não hesitem em dirigir-se ao Gabinete de Acesso ao Ensino Superior que funciona, muito perto da nossa escola, no ISCTE, na Avenida das Forças Armadas, onde lhes será dado todo o apoio no processo da sua candidatura. Ana Maria Teixeira, docente da ESDPV

AO DEUS-DARÁ

E

sta locução adverbial é sinónimo de ‘ao acaso, à ventura, ao desamparo, entregue à própria sorte’, como exemplifica o excerto de Estrada de Santiago, da autoria de Aquilino Ribeiro: «um casal de velhos, abandonado ao deus-dará, veio à soleira da choupana». Consta que a expressão deus-dará teve ori-

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gem no Brasil, no século XVII, durante a guerra contra os Holandeses. Nessa época, sempre que a Fazenda Real deixava de sustentar o exército, Manuel Álvares, um comerciante de Pernambuco, encarregava-se de os apoiar com dinheiro, roupas e mantimentos. Quando não tinha meios para ajudar os seus protegidos, exclamava “Deus dará!”, porque os militares teriam de confiar na Providência.

Assim, sempre que o procuravam, diziam “Vamos ao Deus dará”. A alcunha transformou-se rapidamente no sobrenome da família: Manuel Álvares teve um filho, ao qual chamou Simão Álvares Deus Dará. Equipa da BECRE da ESDPV

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MAIO 2014 ARTISTAS PLÁSTICOS NA SALA DE AULA Durante a última semana de aulas do 2.º período, esteve patente no átrio do Bloco A, da Escola Delfim Santos, uma exposição de trabalhos realizados nas aulas da disciplina de Educação Visual – 2º Ciclo, sob o tema Os artistas plásticos na sala de aula. Estes trabalhos foram também desenvolvidos no âmbito do Projeto Comenius Art Travellers. As turmas envolvidas nesta atividade foram os 5.ºA,B,C,D,F,G,e I e os 6.º F,G,H e I. Olga Siva, docente coordenadora de EV e ET 2º ciclo

ESCOLA DE JARDINAGEM

N

o âmbito da da disciplina disciplina de de ciências ciências naturais naturais do do 2º2º ciclo, as turmas B, E, F e H do 5.º 5.º ano, ano, foram foram em em visita visita de de estudo estudo à àEscola Escola de Jardinagem, da Câmara Municipal de Jardinagem, de Lisboa, da nos dias 1, 2 e 3 de abril, para realizar a Municipal Câmara atividade A deminha Lisboa, idade é …. Silveira, docentes da Escola 2.3 Prof. Delfim Santos nosLaura diasSantos 1, 2 ee Hélder 3 de abril, para realizar a atividade A minha idade é …. Laura Santos e Hélder Silveira, docentes da Escola 2.3 Prof. Delfim Santos

MEDIA LAB DIÁRIO DE NOTÍCIAS

A

turma do 2.º B, da Escola EB1/JI Frei Luís de Sousa, produziu, na passada sexta feira (dia 2 de maio), último dia que passou na Escola Ciência Viva (ECV), algumas notícias sobre as atividades ali realizadas, que seguiram para o jornal editado pelo Media Lab do Diário de Notícias.

Agora que o jornal já foi publicado, podem consultá-lo na página da Escola Ciência Viva http:// www.pavconhecimento.pt/flipbooks/medialab/ ou no site do DN: http://medialab.dn.pt/jornal/t2/printjornal/800/. Esperamos que gostem do nosso jornal. Turma do 2.º B da EB1/JI Frei Luís de Sousa

ARQUIVO MUNICIPAL DE LISBOA

Q

uando visitámos o Arquivo Municipal de Lisboa, no 1.º período, construímos lá um álbum de fotografias. Depois, aceitámos o desafio proposto pela nossa professora e construímos um diário com fotografias sobre as nossas férias de Natal. Agora, os nossos álbuns vão estar expostos no Arquivo Municipal, de 26 de maio a 30 de junho. Deixamos aqui o convite enviado pelo Arquivo Municipal para visitarmos esta exposição.

Turma do 2.º B da EB1/JI Frei Luís de Sousa

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MAIO 2014 DIA MUNDIAL DA TERRA

O

Dia Mundial da Terra, 22 de abril, foi assinalado pelos alunos de 7º ano de Ciências Naturais do 3.º Ciclo da Escola Básica Professor Delfim Santos com a realização de atividades comemorativas que incluíram uma exposição de trabalhos dos discentes e um pedypaper. Maria Manuela Colaço, docente da EB 2.3 Prof. Delfim Santos

APRE(E)NDER O EMPREENDORISMO

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NOViDUCTO é uma miniempresa criada no âmbito dos projetos INOVA! 2014 e A Empresa, da Junior Achievement. É constituída por seis alunos do 12.ºano e desenvolveu um novo tipo de equipamento eletrodoméstico que aquece a água que chega às nossas casas. Este equipamento, a que demos o nome de Aqualidum, é um “esquentador por indução”. Utilizando o conceito da

indução aplicado noutros eletrodomésticos já existentes, o Aqualidum aquece a água das nossas torneiras, sendo um equipamento mais seguro, mais económico e mais eficaz que os tradicionais. A ideia da nossa empresa tem sido muito elogiada por profissionais da área e foi reconhecida pela DGEstE, ao ser selecionada para a fase presencial do projeto INOVA! 2014. Partilhamos com todo o Agrupamento das Laranjeiras o nosso sucesso servindo de exemplo a outras ideias que possam surgir e que valorizem o reconhecimento da nossa escola, do nosso agrupamento e dos nossos alunos. Ana Cavaleiro 12.º1, Joana Ventura 12.º3, João Santos 12.º3, Luís Monteiro 12.º4, Ramon Santos 12.º4, Tiago Vieira 12.º4

UEEA Os alunos UEEA (Unidade de Ensino Estruturado para o Autismo) apresentaram uma exposição de trabalhos e materiais didáticos, realizados no âmbito das aulas de Expressão Plástica ao longo do ano letivo de 2013/2014, no átrio do Bloco A da Escola Delfim Santos. A exposição decorreu entre 9 e 16 de maio. Professora Olga Silva – EV e ET

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MAIO 2014 (RE)INVENTAR AS FESTAS

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s turmas A e F do 8º ano da Escola Básica 2.3 Prof. Delfim Santos participaram no concurso (Re)inventar as festas promovido pela Câmara Municipal de Lisboa, Divisão de Sensibilização e Educação Sanitária e Ambiental. Os alunos elaboraram peças alusivas aos Santos Populares e Festas da Cidade utilizando, para o efeito, materiais de desperdício oriundos da natureza. A temática do concurso é Ser PróAmbiente em Lisboa e insere-se na problemática da preservação do Ambiente, tendo como subtemas: A prevenção na produção de resíduos, a reutilização de materiais recicláveis, o aproveitamento de produtos criados na natureza e o Desenvolvimento Sustentável. Os alunos elaboraram sardinhas, lanternas, arcos, manjericos, festões, etc., demonstrando grande interesse e empenho na atividade. Carla Almeida e Maria Rosário Simões, docentes da EB 2.3 Prof. D

O AMBIENTE NA MINHA CIDADE

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s turmas E e G do 8º ano da Escola Básica 2.3 Delfim Santos participaram no concurso “O ambiente na minha cidade” promovido pela Câmara Municipal de Lisboa, Divisão de Sensibilização e Educação Sanitária e Ambiental. Os alunos realizaram postais fotográficos sobre o ambiente em Lisboa, tendo em conta a evolução da cidade em termos ambientais, designadamente sobre os aspetos positivos dessa evolução. A reflexão partiu da observação de cinco fotografias do passado ilustrativas de espaços da cidade de Lisboa. A participação no concurso fez-se através da elaboração de postais fotográficos constituídos por uma fotografia atual e um pequeno texto, resumindo a discussão realiza-

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da pelos grupos de trabalho a partir das fotos antigas observadas, com referência às melhorias alcançadas pela cidade em prol do ambiente. As fotografias são exemplos das que participam no concurso. Carla Almeida, docente da EB2.3 Prof. Delfim Santos As

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MAIO 2014 20 DE ABRIL DE 2014

O

Curso Profissional de Turismo realizou uma atividade com o objetivo de pôr em prática a aprendizagem dos seus alunos, para que estejam bem preparados para o mercado de trabalho. Nestas atividades, os alunos têm oportunidade de treinar a postura, o atendimento ao cliente, a apresentação pessoal e a linguagem apropriada no serviço ao cliente, entre outros. Mas, desta vez, fomos mais longe… a atividade não se realizou dentro do recinto escolar, como tem sido frequente desde 2007, ano em que abriu o curso na escola, mas foi levada para o exterior, fortalecendo, assim, a inter-relação entre a escola e a comunidade escolar e levando o nome da instituição ao mundo empresarial. O objetivo consistiu em preparar os alunos para a função de guia turístico, uma das possíveis saídas do curso que estão a frequentar. Foram, assim, distribuídos por algumas estações do Metropolitano de Lisboa, tais como as do Parque, Saldanha, Jardim Zoológico, Campo Pequeno, São Sebastião e Marquês de Pombal. Foram convidadas turmas da escola, o 10.º 12 acompanhado pela Professora Cláudia Silva, o 11.º 5 acompanhado pela Professora Deolinda Rodrigues e a turma do

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10.º 8 acompanhado pelo Professor Luís Filipe e a Direção do Agrupamento. No entanto, a atividade estava aberta a toda a comunidade escolar que quisesse participar, tanto alunos, como professores, como funcionários. Era possível a realização de dois itinerários: o 1.º itinerário ,que consistia nas estações Jardim Zoológico – São Sebastião – Parque – Jardim Zoológico e o itinerário 2, que continha as estações Jardim Zoológico – Campo Pequeno (transbordo na Estação de Marquês de Pombal) – Saldanha – Jardim Zoológico (transbordo na Estação de São Sebastião). Em cada estação os participantes eram informados sobre a história da respetiva estação, bem como sobre as obras de arte presentes. No início do percurso, eram também informados acerca da história do Metropolitano de Lisboa. Todos os participantes, no final do itinerário, preencheram um inquérito de satisfação, para que assim possamos analisar os pontos a melhorar em próximas atividades práticas a realizar. Sara Nunes, docente da ESDPV

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MAIO 2014 25 ABRIL NA ESDPV Para comemorar o 25 de Abril na ESDPV, a equipa da Biblioteca afixou poemas, em todas as salas de aula, sobre a temática Liberdade. Os autores foram diversos e a seleção incidiu, principalmente, sobre Manuel Alegre, Fernando Pessoa (ortónimo e heterónimos), Jorge de Sena, Miguel Torga, Sophia de Mello Breyner Andresen, entre outros. Também se privilegiaram algumas frases célebres sobre este conceito, como, por exemplo, Ser pela liberdade não é apenas tirar as correntes de alguém, mas viver de forma que respeite e melhore a liberdade dos outros, da autoria de Nelson Mandela. Na entrada do Pavilhão Central, afixámos capas de jornais da época e, na biblioteca, fizemos uma exposição de alguns livros proibidos nos últimos tempos da ditadura. A docente Inês Grasina associou-se à efeméride promovida pela BECRE, apresentando o filme Capitães de Abril. Equipa da BECRE da ESDPV

A REVOLUÇÃO DOS CRAVOS

P

assaram 40 anos desde que, no dia 25 de Abril de 1974, o Movimento das Forças Armadas, chefiado por um grupo de jovens capitães, deu início a uma revolução que derrubou o regime de ditadura em que Portugal vivia. Os alunos da EB1/JI António Nobre fizeram alguns trabalhos para comemorar a data em que nasceu a democracia e aprenderam alguns factos históricos. EB1/JI António Nobre

MANTA DE HISTÓRIAS A rede de Bibliotecas Escolares em colaboração com as Bibliotecas Municipais dinamizou o projeto Manta de Retalhos. Na EB1/JI António Nobre, as turmas do 2ºB e do 3º C, aderiram a este projeto com o conto O Espantalho Enamorado. Cada menino ilustrou um quadrado de tecido. Depois desse trabalho de ilustração, os quadradinhos foram todos unidos e formaram uma manta. Deixamos aqui um bocadinho da história para aguçar o apetite a todos os meninos do nosso agrupamento.

gens de amor a Amélia, a menina espantalho que vivia no topo da colina. Gustavo estava apaixonado por Amélia. Sonhava com o dia em que ia poder abraçá-la. Mas como? Apenas podia, quando a brisa soprava, acenar-lhe com a manga do casaco …” A manta de retalhos ficou muito bonita e está exposta na escola. Em junho, irá fazer parte de uma grande exposição, aberta ao público, no Museu da Cidade. Turmas 2º B e 3º C, EB1/JI António Nobre

“Gustavo era um espantalho feliz. Tinha muitos amigos entre os animais da vizinhança. E tinha amigos sobretudo entre os passarinhos, precisamente aqueles que devia espantar. (…) Gustavo confiava nos pássaros para levarem as suas ternas mensa-

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MAIO 2014 A EDUCAÇÃO ESPECIAL ANTES E DEPOIS DO 25 DE ABRIL No Campo da Educação, a Ditadura caracterizou-se, sobretudo, nos primeiros tempos, por não apostar na educação, pois quanto mais inculto fosse o povo, mais dócil e resignado seria… Só no início dos anos 60, foram tomadas medidas para adaptar o sistema educacional às necessidades da economia: obrigatoriedade escolar de todas as crianças até aos 6 anos. Nos anos 60, 36% da população era analfabeta! Em Portugal, até aos anos 50/60, o apoio às pessoas com deficiência esteve a cargo da iniciativa privada, numa perspetiva assistencial. Em pleno séc. XX, as crianças com deficiência estavam confinadas a instituições de ensino especial, sem qualquer participação social. No ensino público, o Ministério da Educação limitava-se a manter as classes especiais do Instituto António Aurélio da Costa Ferreira, nas escolas de ensino regular, organizadas em função das categorias de deficiências. As famílias recorriam aos estabelecimentos oficiais, mas, com as extensas listas de espera, as crianças iam permanecendo em casa… Cerca de 100.000 crianças com deficiência não tinham qualquer atendimento médicopedagógico!!! Então os pais começaram a organi-

zar-se, criando estruturas educativas: - 1956: Liga Portuguesa dos Deficientes Motores - 1960: Associação Portuguesa de Paralisia cerebral - 1962: Associação de Pais e Amigos de Crianças mongolóides - 1974 Criação das CERCIS. No entanto, começa a existir uma progressiva tomada de consciência dos fatores negativos de práticas segregativas. Em Portugal, a partir de 1973/74, o Estado assume, pela primeira vez, a educação das crianças e dos jovens com deficiência anunciando a sua integração em documentos oficias. As mudanças no setor educativo iniciaram-se antes da revolução com a reforma de Veiga Simão: o ensino primário torna-se extensível às crianças deficientes ou inadaptadas. Após o 25 de Abril, acaba a fase assistencial no que respeita à Educação Especial e inicia-se a fase integradora… num caminho com altos e baixos rumo à INCLUSÃO. Mesmo assim, em 1978/79, nas escolas de educação especial, o número de alunos ultrapassava os 8000 e nas escolas públicas atendiam-se apenas 1100 alunos. Em 1982/83, as escolas de educação especial atendiam, ainda, cerca de 10.500 alunos!! A Constituição da República Portuguesa consagra os direitos dos deficientes, nomeadamente: “o direito ao ensino e à igualdade de oportunidades”, tendo o Estado a responsabilidade de operacionalizar uma política de prevenção,

reabilitação e integração dos deficientes, para a concretização dos seus direitos. Mas, no que respeita à educação, só em 1986, a Lei de Bases do Sistema Educativo atribui explicitamente ao Ministério da Educação a responsabilidade da política da educação especial e consagra o direito das crianças com deficiência a uma educação adequada às suas necessidades específicas. Finalmente, o Decreto-Lei n.º 319/91 vem responsabilizar a escola regular “por todos os seus alunos”, prevendo que esta forneça respostas educativas aos alunos com Necessidades Educativas Especiais. Podemos dizer que, atualmente, a inclusão escolar já não é uma miragem: dados do ano letivo de 2012/2013 indicavam que 50 750 alunos com necessidades educativas especiais frequentavam as escolas do ensino regular e apenas 1.601 alunos frequentavam escolas de educação especial. Com a Declaração de Salamanca (1994) surge o conceito de inclusão: a inclusão escolar que significa educação para todos, independentemente de diferenças individuais, deve conduzir à participação social de todos… Uma UTOPIA que desejamos realizável. Paula Almeida (Professora de Educação Especial), EB1/JI António Nobre

DIA DA MÃE

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a EB1/JI António Nobre comemorámos o Dia da Mãe com muito amor e carinho. EB1/JI António Nobre

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MAIO 2014 OFICINA DA LIBERDADE A Biblioteca Delfim Santos organizou uma exposição comemorativa dos 40 anos do 25 de Abril subordinada ao tema Antes e depois do 25 de Abril para contextualizar as “Oficinas da Liberdade” que contaram com a participação de oito turmas do 6.º ano e seis turmas do 9.º ano. Esta atividade pretendeu formalizar a articulação ao currículo da disciplina de História dos 6.º e 9.º anos e desenvolver a literacia da informação e a literacia digital. Os professores de História colaboraram quer na planificação, quer na apresentação da Oficina aos alunos. Os alunos tiveram oportunidade de ver uma carteira de madeira que caraterizava o mobiliário existente nas escolas do 1º ciclo durante o Estado Novo, bem como dois cartazes com duas Lições de Salazar que fazem parte do espólio da escola mais antiga do Agrupamento, a EB1/JI Frei Luís de Sousa. Incluímos, também, vários cartazes produzidos por artistas plásticos que, ao longo destas quatro décadas, têm interpretado esta data marcante da história recente de Portugal, que nos foram gentilmente oferecidos pela Associação 25 de Abril. Com uma mostra de livros proibidos pela censura durante o período do Estado Novo, destacámos a ação desta organização. Estes livros estavam acompanhados do documento redigido e assinado pelo censor, podendo os alunos confrontar-se com a opinião deste sobre o livro “proibido” e com a falta de liberdade de expressãoque caracterizava o regime antes do 25 de abril de 1974. Nos painéis da exposição, mostrámos os tempos antes do 25 de Abril com as principais figuras do regime, onde foram incluídas imagens sobre a educação, o ensino, a saúde, o trabalho, a guerra colonial, a polícia política, a emigração, a situação da mulher… acompanhadas de textos curtos para melhor compreensão dos alunos que olhavam e viam com atenção. Nos tempos depois do 25 de Abril colocámos como pano de fundo as primeiras páginas dos jornais saídas no dia 25 de abril com elementos alusivos ao MFA e aos seus líderes e programa, onde não podiam faltar os cravos vermelhos que os soldados colocaram nos canos das espingardas e o povo que respirava agora o ar da liberdade. Destacámos, também, as mudanças que a revolução do 25 de Abril trouxe para o país, como a extinção da polícia política e da censura, o direito de voto a maiores de 18 anos, a libertação dos presos políticos, o regresso dos líderes da oposição, o fim da guerra colonial, a independência das

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ex-colónias, as melhorias da qualidade de vida na saúde, nos comportamentos sociais e no ensino. “Digam o que disserem, hoje há melhor qualidade de ensino. Abril salvou-nos também dessa escuridão” PAIS, Alexandre

– O primeiro Stress. Cofina, SGPS, SA : Revista Sábado, n.º 552 de 30 de abril a 6 de maio 2014, pág. 74.

Após as exposições, os alunos viram um power point e a seguir desenvolveram, em grupo, as atividades propostas na webquest preparada para estas Oficinas da Liberdade. Foram oficinas muito participadas pelos alunos. A equipa da BE Delfim Santos

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MAIO 2014 MANTAS DE HISTÓRIAS As três escolas do 1.º ciclo do agrupamento estão a participar no projeto promovido pelas BLX "A Manta de Histórias". A equipa da BE apresentou o projeto nas EB1 “O Espantalho Enamorado” – EB1 António Nobre e contou, desde logo, com o entusiasmo dos(as) professores(as) e inscreveu as escolas. Os materiais foram fornecidos pela CML/BLX e a BE distribuiu-os pelas escolas. Alunos, professores e encarregados de educação puseram mãos à obra. A construção da Manta de Histórias teve por base "uma das obras e textos para a educação literária segundo as Metas Curriculares de Português do 1.º e 2.º ciclos". Já estão prontas e lindas! As Mantas de Histórias serão expostas no Museu da Cidade durante o "Assalto a Lisboa" em Junho de 2014. A não perder uma visita ao Museu da Cidade para participar neste "Assalto a Lisboa". Parabéns a todos os participantes!

“Sábios como Camelos” - EB1 das Laranjeiras

A Equipa da BE Delfim Santos

“O Peixinho que descobriu o mar” - JI/ EB1 Frei Luís de Sousa

DIA DA FLORESTA E DA POESIA

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o âmbito das comemorações do Dia da Floresta e da Poesia, os alunos do UEEA realizaram um painel coletivo nas aulas de Expressão Plástica que esteve exposto no átrio do Bloco A da EB 2.3 Professor Delfim Santos entre 20 e 27 de março. Olga Silva, docente coordenadora de EV e ET do 2º ciclo

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MAIO 2014 OFICINA EM MEMÓRIA DO HOLOCAUSTO

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as aulas de Português e de Educação Visual, os alunos do 8.º ano desenvolveram o projeto "Cria Capas!" à volta do livro O Mundo em que vivi e Ilse Llosa. Os alunos foram redatores, críticos e designers e construíram uma nova capa para o livro com paratextos inéditos e designer personalizado. A oficina decorreu no dia 6 de maio na Biblioteca Delfim Santos. Os alunos das turmas A, B e C viram um power point numa perspetiva passado e presente, com destaque para o anti-semitismo durante os tempos da 2.ª guerra mundial e um documentário realizado em Auschwitz durante o Euro 2012, no programa "Alta Definição" pelo jornalista Daniel Oliveira.

Os trabalhos do projeto "Cria Capas!" estão expostos na Biblioteca. Queremos que a leitura por prazer faça parte do dia a dia dos nossos alunos! A equipa da BE Delfim Santos

O CÃO FALANTE

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sta é a história de um menino chamado Leonardo e do seu animal de estimação, Tropelias. Leonardo tinha 8 anos e tinha muito medo de ficar sozinho. A sua mãe precisou de sair e pediu-lhe que ficasse em casa. Leonardo ficou um pouco aflito, mas lembrou-se que estava com o seu cão. De repente, ouviu um barulho: – Pumm!! – O que é que foi este barulho ? –disse Leonardo muito assustado. Com medo, Leonardo correu até ao quarto, mas, até lá, tropeçou em Tropelias. – Tem cuidado! – disse Tropelias. – Tu… tu falas ? – disse Leonardo surpreendido. – Sim, eu falo! Sou um cão especial. – disse Tropelias . – Devo estar a alucinar! – exclamou Leonardo. – Não estás, eu falo mesmo! Mas os teus pais não podem saber, senão fazem-me várias experiências!!! – Está bem, este vai ser o nosso segredo. – disse Leonardo - E assim foi. Nasceu uma grande amizade naquele momento, pois aquele cão era muito especial, assim, como o menino, que guardou aquele segredo durante anos e anos sem fim! Leonardo cuidou daquele cão, como se fosse seu filho. Aquele cão era diferente de todos, porque era es-

pecial . O que o tornava tão especial não era saber falar…Tropelias era o melhor amigo que se podia ter! Daniel Garcia, 7.º 2, ESDPV

Fonte: http://pixdaus.com

CAMPUS DA JUSTIÇA No dia 6 de maio de 2014, a turma 15 do 10.º ano do Curso de Técnico de Secretariado, realizou uma visita de estudo ao Campus de Justiça, onde os alunos assistiram a um julgamento, com as professoras de Legislação Comercial Fiscal e Laboral (Mª dos Anjos Lopes), Psicologia (Aida Faustino) e Português (Teresa Pimpão). A visita decorreu durante o período da manhã. Mª dos Anjos Lopes, docente da ESDPV

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MAIO 2014 ISR

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10.º ano, turma 14, realizou, no dia 21 de fevereiro, uma visita de estudo ao polo de Lisboa do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR), localizado na torre norte do Instituto Superior Técni-

co (IST). No ISR, desenvolvem-se atividades de investigação e desenvolvimento nas áreas de Manipulação Robótica e Robótica Móvel Autónoma (Terrestre, Submarina e Aérea), Automação e Controlo, Sistemas Dinâmicos, Processamento de Sinal e Imagem, Comunicações, Visão por Computador, Engenharia Biomédica, Sistemas Evolutivos, Inteligência Artificial, Sistemas de Produção e Aeronáutica. Os nossos alunos tiveram oportunidade de interagir com uma diversidade de robôs: busca e salvamento, náuticos, aeronaves e humanoides, entre outros. Esta visita de estudo foi classificada pelos alunos como objetiva, inovadora, interessante e produtiva para o enriquecimento de conhecimentos na área técnica do curso Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos. Maria Adalgisa Dias, docente da ESDPV

A VIDA É TUA… DESCOBRE O TEU FUTURO

O

s alunos da turma 6 do 11º ano, do Curso de Humanidades, participaram na visita de estudo à Futurália, no passado dia 26 de março. Foram acompanhados pelas professoras Ana Maria Teixeira do grupo 420 – Geografia - e Cristina Venâncio do grupo 350 – Espanhol. Por vivermos numa época em que os jovens portugueses olham para o futuro com alguma desconfiança e incerteza, é fundamental criar oportunidades para eles refletirem seriamente sobre o seu futuro.

Surge, assim, a Futurália que tem um papel facilitador nas escolhas dos percursos académicos dos jovens, ao privilegiar a proximidade entre os estudantes universitários e os alunos das escolas secundárias, garantindo, assim, decisões mais conscientes na construção do seu futuro. Ana Maria Teixeira, docente da ESDPV

ETAR

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turma 2 do 12º ano realizou uma visita de estudo à ETAR de Beirolas no passado dia 5 de Maio, no âmbito do programa da disciplina de Biologia. Com esta visita os alunos ficaram a conhecer melhor o processo e as etapas de tratamento das águas residuais.

Maria da Assunção Carvalho, professora

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MAIO 2014 FUTURÁLIA 2014 No passado dia 26 de março de 2014, a turma do 10.º 15, da Escola Secundária D. Pedro V, visitou a exposição Miniatura de carro Futurália movido a energia 2014, na solar FIL, Parque das Nações, Lisboa. Os alunos foram acompanhados pelas docentes Susana Cascais (TIC), Mónica Oliveira (Área de Integração) e Aida Faustino (Psicologia). Pretendia-se procurar novos desafios profissionais, um novo empreendedorismo digital, uma atitude de vida. Era necessário aprender a apresentar-se a si próprio de forma clara e apelativa no mercado de trabalho. Era necessário encontrar um leque de opções e informações sobre o Ensino Secundário, sobre os cursos de Formação Profissional e Tecnológica, sobre o Ensino Superior Público e Privado Nacional e Internacional e, ainda, sobre a Formação Complementar (Cursos de Línguas em Portugal e no Estrangeiro, Programas de Intercâmbio). Foi um espaço importante de esclarecimento de dúvidas, na área de Educação e Formação. Na Futurália 2014, enfatizaram-se os objetivos e a importância do prosseguimento de estudos, face à diminuição do fluxo de estudantes universitários, que se tem registado nos últimos anos. Foram dados a conhecer conceitos de Escola diferenciadores, tais como aqueles que assentam numa visão e abordagem multidisciplinar da saúde e do seu ensino/ investigação, promovendo valores de ética e de cidadania. Verificou-se a aposta numa Escola com uma forte ligação à comunidade, através da dinamização de diversas iniciativas científico-culturais e do estabelecimento de protocolos com diversas instituições das mais variadas nacionalidades espalhadas pelas diversas regiões de Portugal e do Mundo. Também a investigação (complemento essencial da formação)e a oferta educativa diversifica-

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da (ciências sociais, ciências humanas e ciências da educação, economia, turismo, gestão, sociologia e políticas públicas, ciências e tecnologias da saúde, tecnologias, engenharias e arquitetura, ciências da terra, do mar e do ambiente, artes, comunicação e património, entre outras) estão cada vez mais ligadas ao ensino profissionalizante já existente nas escolas secundárias, com um grande impacto na modernização dos equipamentos tecnologicamente avançados e na melhoria da funcionalidade das instalações. Estes e outros aspetos foram evidenciados nesta exposição pela maioria das instituições presentes. O progresso dos saberes científicos e tecnológicos desempenha um papel cada vez mais relevante na sociedade, pelo que é de extrema importância a publicação de artigos de investigação e ensaios que traduzam resultados originais e apresentem avanços conceptuais de interesse e significado alargado, em todas as áreas das ciências e das tecnologias. A publicação de tais artigos é de grande interesse para as instituições de ensino superior mais conceituadas no país e no mundo. Consci entes das novas realidades emergentes, na Futurália 2014, alunos e professores puderam verificar a forte aposta na internacionalização, na promoção da mobilidade de estuTecnologia da dantes, dosaúde centes e pessoal não docente, ao abrigo de diversos protocolos e programas com instituições estrangeiras. Estes protocolos são, a título exemplificativo, o Programa LLP-Erasmus e Leonardo da Vinci no espaço Europeu. Por outro lado, há ações de formação inicial e contínua na Comunidade de Países de Língua Portuguesa, como é o caso de Angola, Moçambique e Timor-Leste. Enfim, uma promoção do Reinvent Yourself.

Todos os participantes puderam ser esclarecidos com aulas e workshops de preparação para a universidade existentes em algumas instituições de ensino superior, como é o caso do ISCTE-IUL. Há desde pensamento criativo, empreendedorismo, gestão de conflitos, métodos de estudo, trabalho em grupo e também existem outras áreas de interesse como, por exemplo, a maneira de como sobreviver na universidade. Há diversas áreas disponíveis para esclarecer as dúvidas dos visitantes da exposição, sejam alunos, pais, professores ou meramente curiosos. A entrada no ensino superior representa “grandes mudanças pessoais e relacionais, pelo que torna-se essencial que haja um espaço a que os alunos possam recorrer e que lhes permita a promoção do autoconhecimento, a clarificação e a otimização das escolhas académicas e trabalhar as suas dificuldades pessoais e sociais” (ISCTE-IUL, Guia de Acesso 2014-2015). As instituições de ensino presentes salientaram a importância da promoção do bem-estar e do desenvolvimento pessoal dos alunos, bem como o apoio durante o seu percurso educativo, sendo este um fator preponderante na escolha da universidade ou instituto de ensino superior. Do saber técnico à técnica do saber, o serviço público de prestação de serviços à comunidade não foi des-

Tecnologia da saúde

curado. Desde o ensino público profissional ao superior, também as forças armadas portuguesas não foram esquecidas e os alunos puderam experimentar algum do equipamen-

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MAIO 2014 FUTURÁLIA 2014 (CONT.) sores. Esta visita representou um marco de orientação profissional destes jovens adolescentes e adultos, preenchendo a lacuna de objetivos de vida futuros da maioria deles. Em suma: esta atividade foi bem sucedida e correspondeu às expetativas de todos os seus participantes. Foi muito interessante verificar o estímulo dado aos estudantes, para que explorem o seu potencial ao máximo, desenvolvam a sua capacidade de iniciativa e de adaptação e complementem a sua formação académica com uma experiência internacional. Só assim estes alunos serão capazes de responder às necessidades do mercado de trabalho atual, o mercado de trabalho global.

Susana Cascais, docente da ESDPV

to utilizado na defesa portuguesa. Foi muito enriquecedor verificar a transversalidade de competências culturais, científicas e técnicas proporcionadas por uma atividade de defesa da nação e do mundo, tornando os jovens adultos aptos a intervir no desenvolvimento sustentado não só do país, mas também a nível global. Os alunos revelaram um elevado interesse, motivação, empenho e participação na visita de estudo, pelo que esta atividade melhorou as suas expetativas profissionais e académicas, aumentou a sua motivação para finalizar, com sucesso, o seu curso profissional de técnico de secretariado. Os discentes mencionaram que a visita tinha contribuído imenso para as suas aprendizagens extracurriculares e cívicas, proporcionando um modo diversificado de

aprender. A maioria dos alunos ainda manifestou especial interesse pelo conheci-

mento de novas pessoas e pela informação disponibilizada sobre os cursos de Formação Profissional e Tecnológica, Ensino Superior Público e Privado Nacional e Internacional e, ainda, Formação Complementar, proporcionados por esta visita de estudo. Os docentes envolvidos opinaram que a visita de estudo tinha sido um sucesso, adequada ao nível de escolaridade e à idade dos alunos, tendo favorecido a relação interpessoal entre alunos e entre alunos e profes-

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MAIO 2014 FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN No dia 3 de abril, os alunos do Clube de Leitura Letra Viva foram à Fundação Calouste Gulbenkian. Para esta atividade, a monitora propôs a exploração de forma livre das exposições de “Rui Chafes – O Peso do Paraíso” e de “Rui Tabarra – Narrativa Interior”. Os alunos foram convidados a trabalhar em grupo com o objetivo de desenvolverem a autonomia e o pensamento criativo e crítico. Ao longo da atividade, os grupos estabeleceram associações e analogias entre as várias obras dos artistas referidos e apresentaram e defenderam os seus pontos de vista, demonstrando rigor de análise, sabendo defender as suas ideias. Depois houve um passeio descontraído pelos jardins da fundação onde lanchámos. Foi uma tarde muito bem passada. Todos os participantes estão de parabéns. Eu adorei a visita de estudo. Foi o máximo. Joana Fernandes 5.ºB nº12

Eu adorei a visita de estudo. Gostei muito de ver as fotografias que lá havia e também gostei de passear nos jardins com os patinhos bebés. Laura Leitmann 6.º I Eu gostei muito de ir à Gulbenkian. O que gostei mais foi das esculturas do Rui Chafes e dos patinhos bebés. Ângela Monteiro 6.º I

Eu achei a visita de estudo gira e divertida. A parte de que eu gostei mais foi irmos ao jardim e vermos os patos. Eu gostei de ir. Rita Santos 7.º F A Equipa da BE Professor Delfim Santos

SINTRA

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o dia 29 de abril, as turmas 1, 3, 4 e 6 do 11º ano apanharam, logo pela manhã, o comboio para Sintra. Os nossos objetivos estavam estabelecidos: fazer o percurso de Carlos da Maia (personagem de Os Maias) pela afamada vila (roteiro queirosiano), fruindo a beleza ímpar da serra. Orientadas pelas professoras responsáveis, Alda Cruz e Paula Carmelo, as turmas foram também acompanhadas pelas professoras Ana Teixeira, Dulce Sousa, Fernanda Elisabete Gomes e Paula Félix. Ao longo do percurso, Palácio da Vila/Seteais, dividi-

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dos em dois grupos, os alunos foram revisitando os lugares e fazendo as leituras previamente selecionadas. Já em Seteais, os dois grupos conviveram na ampla escadaria, tendo sido tiradas as fotografias da praxe. O dia, soalheiro, proporcionou a todos um agradável passeio nestas paragens de rara beleza. O regresso, da parte da tarde, foi tranquilo e rápido. Todos estavam cansados, houve quem subisse ao Castelo dos Mouros, mas os objetivos foram plenamente cumpridos e… ninguém se esqueceu das queijadas. Alda Cruz e Paula Carmelo, docentes da ESDPV

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MAIO 2014 PAVILHÃO DO CONHECIMENTO Uma semana no Pavilhão do Conhecimento

Durante a semana de 28 de abril a 2 de maio, eu e a minha turma estivemos no Pavilhão do Conhecimento. Ali fizemos experiências, aprendemos muitas coisas novas, investigámos e também brincámos. Pesquisámos coisas sobre as formigas, fizemos um aspirador de insetos e visitámos a exposição “Era uma vez…” sobre os contos de fadas. Realizámos uma experiência sobre as plantas e vimos a exposição “Vê Faz e Aprende”. Estivemos na exposição “Explora Vi-

identificados quando visitávamos as diferentes exposições. Na ECV havia duas turmas, a nossa e a turma do 2.º C da EB1 São Sebastião da Pedreira. Os recreios, os almoços e todas as atividades estavam programadas a horas. Na terça feira, a nossa professora entregou-nos uma mica onde guardámos todos os registos que íamos fazendo ao longo da semana. Na quarta, fomos a duas exposições: uma foi a “Era uma vez…” e a outra foi a Dóing. Nesse dia, no intervalo do almoço, fizemos uma caça aos insetos. Nesta atividade, participaram as duas turmas em simultâneo. Gostei muito desta semana na Escola Ciência Viva.

Beatriz do 2.º B da EB1/JI Frei Luís de Sousa

A semana na Escola Ciência Viva Na Escola Ciência Viva (ECV) fomos recebidos pela professora Alexandra que começou a sua apresentação esclarecendo as regras de funcionamento do Pavilhão. Depois, vestimos as batas brancas, para não nos sujarmos e para sermos imediatamente

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Laura do 2.º B da EB1/JI Frei Luís de Sousa

Uma semana a aprender Ciência no Pavilhão do Conhecimento

Catarina do 2.º B da EB1/JI Frei Luís de Sousa

Uma semana no Pavilhão do Conhecimento

são e Perceção”, construímos em equipa a “Casa Inacabada” e andámos na “Bicicleta voadora”. Ao longo da semana, fomos registando todas as atividades que fizemos e, no final, ficámos com o nosso diário de cientista completo. Do que eu mais gostei nesta semana, foi de andar na bicicleta voadora e de construir a casa inacabada.

maio. Também lá posso voltar outra vez porque nos ofereceram um bilhete para irmos lá com a nossa família. Também gostei de receber o CD com o hino da ECV.

Adorei a semana que passei no Pavilhão do Conhecimento. Na segunda-feira, fiz e aprendi coisas sobre o funcionamento do Pavilhão. Fizemos uma visita ao Pavilhão e conhecemos sítios especiais aonde só as pessoas que ali trabalham têm acesso. Fiz bombons na “Cozinha é um Laboratório”, fiz experiências e aprendi mais sobre a vida das Formigas no Laboratório. Na terça-feira, visitei algumas exposições e trabalhei na sala de aula. Na quarta, participei nas atividades disponíveis na exposição “Dóing” e fiz uma caça aos insetos. Na sexta, conheci a cientista Palmira Silva. Aprendi muitas coisas sobre o que é a Química e onde encontramos Química no dia a dia. Gostei muito de ir à exposição “Vê Faz e Aprende” com a Rita, que era o meu par, com a Ana e com a Catarina. Estou ansiosa para voltar ao Pavilhão com a minha turma, no dia 31 de

Olá, eu sou o Tomás e vou falar-vos da minha semana no Pavilhão do Conhecimento. No Pavilhão aprendi coisas muito interessantes, como, por exemplo: que todos os insetos têm seis patas, se não as tiverem é porque não são insetos e as formigas têm pelos... A cientista ensinou-nos que tudo o que nos rodeia é feito de Química. Também fiquei a saber que há vários tipos de solos. Tive ainda muito tempo para explorar várias exposições e numa delas deitei-me numa cama de pregos, noutra fiz jogos de snooker e noutra construi a Casa Inacabada. Também construi um robô e fiz aviões de papel para tentar acertar numas bolas que estavam penduradas. Fiz um balão de ar e depois meti-o no tubo de vento e ele ficou a girar. Encaixei pauzinhos de madeira para fazer rolar um berlinde, mas ele caía sempre. Foi uma semana muito fixe, porque aprendi muitas coisas sobre ciência. Espero lá voltar para o ano. Tomás André do 2.º B da EB1/JI Frei Luís de Sousa

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MAIO 2014 PAVILHÃO DO CONHECIMENTO (CONT.) Pavilhão do Conhecimento

Eu e a minha turma fomos ao Pavilhão do Conhecimento e ficámos lá uma semana. Lá fomos a um Laboratório, onde moldámos uma formiga em plasticina, vimos formigas verdadeiras à lupa binocular e fizemos três experiências com formigas que esta-

vam em três formigueiros. Aprendemos que as formigas gostam de viver em sítios escuros. Preferem sítios quentes a frios e reagem mal à vibração, pois quando batemos com alguma força no formigueiro elas começaram a andar de um lado para o outro que até parecia que tinham

ficado malucas. Depois, também fomos à “Cozinha é um Laboratório”, onde fizemos bombons de choc o l a t e . Aprendemos que o chocolate vem do cacau e o cacau vem do cacaueiro. O intervalo de que mais gostei foi o da “Casa Inacabada” porque a nossa turma fez um bom trabalho em equipa. Guilherme do 2.º B da EB1/JI Frei Luís de Sou-

FEIRA DE VIAGENS DO MUNDO ABREU Os alunos do Curso Profissional de Turismo realizaram uma visita de estudo à Feira de Viagens do Mundo Abreu, organizada pela Agência de Viagens Abreu, no passado dia 05/04/2014, acompanhados pelas Professoras Sara Nunes e Lara Almeida. Nesta 12.ª edição, a feira teve como destino convidado o Algarve. O Brasil foi o país patrocinador, com a garantia evidente de preços promocionais em viagens, produtos e serviços de viagem. A Feira realizou-se no Pavilhão 1 na FIL, Feira Internacional de Lisboa, e estiveram presentes cerca de 200 expositores, entre delegações de turismo, companhias aéreas, hotéis, parques temáticos, companhias de cruzeiros, en-

tre outros. A animação foi também garantida com um fantástico programa de eventos, onde se destacou a Disneyland Paris. O objetivo da visita consistiu na familiarização com os destinos mais comercializados pelas Agências de Viagens e Operadores Turísticos nacionais, bem como os preços praticados, a documentação necessária para efetuar as viagens, entre outras informações.

Sara Nunes, docente da ESDPV

MUSEU JÚLIO POMAR No passado dia um de abril, os alunos da sala n.º1, do Jardim de Infância das Laranjeiras, foram a uma visita de estudo ao Museu Júlio Pomar Hoje fui ao museu, e tu? Movimento de arte postal - no âmbito do passaporte escolar. A atividade consistiu na sensibilização para a arte postal-ilustração. Após o acolhimento, foi realizada uma visita guiada à exposição. Seguidamente, os participantes fizeram uma composição plástica sobre um postal branco. A sua "pintura" será enviada posteriormente para o Jardim, pelo correio. Maria Gomes, docente da EB1/JI das Laranjeiras

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MAIO 2014 DESPORTO

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odos os alunos e professores dos cursos profissionais de Gestão Desportiva, Multimédia, Teatro e Turismo participaram no grande evento que foi o Campeonato Nacional de Desporto Escolar, com quase 4.000 participantes. Estão todos de parabéns por todo o empenho, compromisso, alegria e responsabilidade que demonstraram ao longo destes três dias no cumprimento das suas tarefas e funções!! Sem eles o enorme sucesso que foi este grande evento não teria sido possível!! A todos eles o nosso muito obrigada!! Sofia Oom, Diretora do Curso Profissional de Gestão Desportiva

SESSÃO DE HISTÓRIAS DE TRADIÇÃO ORAL PORTUGUESA No dia 1 de abril de 2014, assistimos a uma sessão de contos de tradição oral portuguesa. Estas histórias são muito antigas e chegaram até aos nossos dias porque foram contadas e passaram de geração em geração, ou seja, de pais para filhos e netos. António Fontinha foi o contador convidado. Ele recolheu, durante muito tempo, estas histórias em muitas terras portuguesas. Foram as pessoas idosas que lhe contaram e ele agora conta-as, para que não se perca este património de tradição oral portuguesa da nossa cultura. Assistimos a esta sessão na biblioteca da nossa escola com as outras turmas do 2º ano. Contou-nos “A Fava” e “A Pega”. Este momento foi importante porque aprendemos histórias tradicionais de uma forma divertida e interessante, o que nos manteve muito atentos. A seguir, fizemos diversos trabalhos na sala de aula sobre

a exploração das histórias. Gostámos imenso! Obrigada, António Fontinha! Texto da docente da EB1/JI das Laranjeiras Fernanda Matos e pela turma do 2.º C

BORBOLETAS NA BARRIGA No dia 27 de março do corrente ano, pelas 14h, participei numa atividade de Leitura ExpressivaContar Contos, organizada pela minha professora de Espanhol, Cristina Venâncio. Esta atividade contou com a colaboração da biblioteca, espaço onde se realizou o evento. Teve a presença de dois alunos de algumas turmas de 10.º e 11.º anos, que leram contos nas línguas espanhola, francesa e inglesa. Estavam presentes como júris as professores de Espanhol (Carina Casteleiro, Cristina Venâncio e Leonor Carvalho), de Francês (Ângelo Ferreira) e de Inglês (Emília Andrade). Página 26

Enquanto estava à espera da minha vez, reparei que havia um clima de nervosismo, mas ao mesmo tempo de alegria e de entusiasmo por parte de todos os candidatos. Pessoalmente, senti-me um pouco ansioso, com a sensação de ter borboletas na barriga. Contudo, muito orgulhoso por ter sido um dos escolhidos para representar a “grande turma do 10.º 7”, e, por ter ganhado o 1.º prémio. Por fim, dedico esta vitória a toda a minha turma, porque todos são vencedores e merecedores dela, e por todo o apoio que me deram, tanto à minha pessoa, como à minha colega Eugénia Rentes. João Janela, 10.º 7, ESDPV

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MAIO 2014 PERNONA

Nos dias 2 e 3 de abril, no auditório Chaves Santos, o 12º ano do Curso Profissional de Artes do Espetáculo levou os espetadores através de uma viagem pela história do teatro. Pernona foi o nome do espetáculo que reuniu textos de vários autores e épocas da história do teatro. O ponto de partida foi a Grécia Antiga, com cenas do Rei Édipo, de Sófocles, um dos maiores tragediógrafos, ao lado de Ésquilo e Eurípides. Em Rei Édipo, assistimos à força implacável do Destino. Édipo, filho de Laio, rei de Tebas, é amaldiçoado. O Oráculo disse a Laio que Édipo se tornaria o assassino do pai e desposaria a própria mãe. Tentando escapar à ira dos deuses, Laio manda matar Édipo, assim que este nasce. No entanto, a vontade do destino foi mais forte e Édipo sobreviveu, salvo por um pastor, que o entregou a Políbio, rei de Corinto.Édipo, já adulto, consulta o Oráculo de Delfos e, conhecendo a maldição, que lhe tinha sido atribuída, foge, para que esta não fosse cumprida. Vai para Tebas, sem saber que lá se encontram os seus verdadeiros pais. Pensando estar a fugir ao desti-

no, acaba por cumpri-lo. Continuando este mergulho na história do teatro, assistimos, agora, a um salto para o berço, do teatro português, com cenas do tão conhecido Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente. Depois da tragédia, os alunos criaram personagens cómicas que tentam entrar na barca que vai para o paraíso. No entanto, os seus pecados abrem-lhes as portas do Inferno, para grande contentamento do diabo, figura central do teatro vicentino. É com a comédia que a viagem segue com uma cena de Revista à Portuguesa, género de teatro que em Portugal alcançou grande popularidade. A primeira Revista à Portuguesa subiu ao palco no extinto Teatro Gymnasio, nos finais do séc. XIX e teve como título Lisboa em 1850. A censura sempre foi a maior inimiga da revista, que sempre a espreitou ameaçadora. Ainda assim, o teatro de revista continuou a crescer e atingiu o seu auge em meados do século XX. Nesta rábula, dois casais do povo vão, pela primeira vez, ao teatro de São Carlos assistir

a uma Ópera. As suas conversas e comportamento despropositados para aquele lugar “fino” arrancaram gargalhadas do público. Seguiram-se cenas de William Shakespeare, considerado o maior escritor Inglês e o mais influente dramaturgo do mundo. Foram apresentadas cenas de uma das suas mais perturbadoras tragédias: Macbeth. O tema central da peça é a ascensão ao poder de Macbeth e a sua posterior destruição, ambas resultado de uma ambição cega e desmedida. A viagem culminou com a comédia O Avarento de Molière. O pai da Comédia Francesa retrata na sua vasta obra, de forma extraordinária, os grandes defeitos e virtudes da alma humana. A inveja, a cobiça, o orgulho, a avareza e a arrogância são temas recorrentes nas suas obras.

Victor Sezinando, docente da ESDPV

ELES SÃO MESMO ASSIM?

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os dias 27 e 28 de março, foi apresentada, pelos alunos do 12º ano do curso profissional de Artes do Espetáculo - Interpretação, a peça de teatro Eles são mesmo assim? de Lucinda Coxon. A atividade realizou-se no âmbito da comemoração do dia Mundial do Teatro e da participação do espetáculo no Festival Panos da Culturgest. No dia 28 de março, o espetáculo contou com a presença, no público, de Sandra Machado, elemento do júri do Festival. Um agradecimento especial à docente Conceição Ludovino pelas fotografias.

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A mensagem do dia Mundial do Teatro foi lida no início de cada espetáculo. Mariana Rosário, docente da ESDPV

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MAIO 2014 FELIZMENTE HÁ LUAR! Os alunos do 12.º ano, turmas 1, 3 e 4 foram, no dia 17 de fevereiro, assistir à representação da peça Felizmente há luar! no Teatro A Barraca. Foram acompanhados pelas docentes Alice Costa e Lígia Arruda, que lhes solicitaram uma breve apreciação.

Foi bom relembrar a peça com atores tão bons e expressivos como os do teatro A Barraca. Joana Ferreira, 12.º 1, n.º 10, ESDPV

Foi uma mais-valia para o exame, pois a recordação visual permanecerá na nossa cabeça mais do que o texto escrito. Daniela Oliveira, 12.º 1, n.º 5, ESDPV

Manhã bem passada que culminou com uma magnífica peça de teatro. João Chumbinho, 12.º 1, n.º 11, ESDPV

Gostei da representação. Foi muito útil, pois é uma forma de recordarmos e compreendermos melhor a peça. Qi Guan, 12.º 4, n.º 7, ESDPV

A visita de estudo ao teatro A Barraca, para ver a peça de teatro Felizmente há luar!, foi muito útil e agradável e reinou a boa disposição. A peça foi importante para rever matéria estudada no primeiro período. Na minha opinião, o próprio interesse é um dos elementos do núcleo desta obra. Bernardo Duarte, 12.º 3, n.º 4, ESDPV

Na minha opinião, a ida ao teatro para ver a representação da peça Felizmente há luar! foi bastante interessante e elucidativa. Foi possível relembrar a obra e toda a interpretação feita em aula. Esta visita de estudo foi ainda muito importante por esta obra ser uma das que sai em exame nacional. Deu-nos outra perspetiva, proporcionando-nos um melhor conhecimento da obra. Tiago Vieira, 12.º 4, n.º 10, ESDPV

Acho que valeu muito a pena ver a peça de teatro, porque, no meu caso, penso que me deu outra ideia das personagens como, por exemplo, o Vicente. Ao assistir à peça percebi melhor as emoções, entre outras coisas. Rui Lopes, 12.º 3, n.º 21, ESDPV

ORIGEM DOS NOMES ABEL E ABRAÃO Abel

Abraão

o hebraico Hével (efémero) ou derivado do assírio Ablu (filho), significa vaidade. Segundo filho de Adão e Eva, veio a ser assassinado pelo seu irmão Caim. Este nome define uma pessoa sensível, terna, sonhadora e recetiva. Gosta de viver em harmonia e abomina a competição e as batalhas. A segurança afetiva é para ele uma necessidade e só assim encontra o seu equilíbrio, que se canaliza em criatividade e fantasia. Desta combinação resulta um artista.

Em hebraico “abraham” significa progenitor de uma grande descendência. A sua vida rege-se pelo lema: Nada é impossível. Detentor de uma curiosidade e ousadia dignas do maior dos aventureiros é ainda corajoso e determinado como um guerreiro. Senhor de uma grande espírito de liderança, ninguém fica indiferente na sua presença.

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Equipa da BECRE da ESDPV

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MAIO 2014 AMAZÓNIA - Olá, Jague! Aonde foste desta vez? Gostava que me pudesses responder com palavras humanas, mesmo sendo tu um Jaguar… - Olá! Eu falo. Desta vez fui para a floresta Amazónica, a minha terra natal. Estão a destruí-la , para fazer plantações. Os Humanos são muito estúpidos, por estarem a destruir tudo. Mas, agora, foram longe demais. A Amazónia é o pulmão da Terra e isso significa que se estão a matar, porque, sem pulmão, a Terra não aguenta. - Pois, Jague, mas precisas de mim para quê? - Para parares os da tua espécie e salvares milhares de outras espécies. Todos os dias morrem muitos animais: mamíferos, peixes, répteis, anfíbios, insetos, aracnídeos e aves. És a única que nos pode ajudar e, além disso, as coisas que usam para matar a Floresta poluem muito, pois derretem os glaciares, que, ao formarem uma corrente de água gélida, “furam” a Corrente do Golfo do México, fazendo a Terra entrar numa Era Glaciar, e ...

- Não digas mais nada! Vamos combatê-los! Já agora, para que lado é a Amazónia? Miranda Reis-Reker nº13 7º3, ESDPV

QUERIDO DIÁRIO ZORBAS (Hamburgo)19 de junho de 1996 Querido Diário Hoje tive um dia muito complicado. Nasceu a gaivota que tenho de ensinar a voar e ela pensa que eu sou a mamã dela! A gaivotinha pediu-me comida, mas eu não sabia o que lhe podia dar. Ofereci-lhe uma maçã, mas o bico dela torceu-se; tentei dar-lhe uma batata, mas a situação tornou-se a repetir!!! Fui a uma enciclopédia e vi que os pássaros comiam insetos, por isso fui para a varanda apanhá-los. A gaivota gostou de tudo o que apanhei, menos da aranha. A certa altura, ela adormeceu e eu

aconcheguei-a entre a minha barriga e as minhas patas. À tarde, ela acordou, perguntando-me qual era o seu nome, e eu respondi-lhe que ainda ia pensar… Fui ter com os meus amigos e perguntei-lhes que nome é que lhe haveríamos de dar. Uma hora depois, chegámos a um acordo: ela chamar-se-á “Ditosa”. E foi assim que terminou o meu dia que, embora atarefado, se revelou muito reconfortante e recompensador! Duarte Jesus, n.º 5, 7.º 2, ESDPV

Pol Turgeon Fonte: http://bibliocolors.blogspot.pt/search/ label/Pol%20Turgeon

QUERIDO DIÁRIO ( Hamburgo) 26 de março,1996

Querido diário, Hoje a minha pequena Ditosa, aprendeu a voar e também falei com um humano! Foi um dia muito complicado, mas agora estou sozinho. A Ditosa aprendeu a voar e foi-se embora, para poder viver a vida de uma gaivota. Eu fiquei a viver com o humano que me ajudou a ensinar a Ditosa a voar. Ele é muito amável e já se habitou à ideia de que eu falo. Este humano tem uma gata e eu gosto, desde sempre, muito dela, mas ela não me liga nenhuma!... Espero que um dia ainda possamos ser amigos… O chimpanzé Matias ficou muito zangado comigo, por ter partido o vidro do Bazar. Enfim, sei que não foi uma ação muito bonita, mas não me restou outra alternativa!... Os meus amigos vieram todos dar-me os parabéns por ter conseguido cumprir a promessa! Foi um dia muito especial e gostei muito da experiência de ser pai.

Holly Sierra Fonte: http://bibliocolors.blogspot.pt/

Joice Branco, nº10, 7.º 2, ESDPV

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MAIO 2014 ZORBAS E LINA Hoje é um dia muito especial, pois vou conversar com o Zorbas. E tudo graças à minha gata Lina, que se apaixonou pelo gato preto, grande e gordo. - Olá, Zorbas. Como estás? – perguntei entusiasmada. - Estou bem. É um orgulho conhecer duas das minhas fãs. Miau! – respondeu Zorbas. - Obrigada, mas o prazer é todo nosso. – retorqui, enquanto Lina miava envergonhada. Zorbas, posso fazer-te umas quantas perguntas? - Claro! Pergunta o que quiseres. - Estás a trabalhar em alguma história agora? - Não. Por enquanto estou a descansar da aventura que tive com a Ditosa. - Custou-te muito cumprir aquelas três promessas que fizeste a Kengah? - Houve certos momentos em que eu não sabia o que raio havia de fazer, mas de resto foi fácil – respondeu com entusiamo. - E gostaste de trabalhar nessa obra? – quis saber curiosa. - Sim, muito. Foi “miaufástica”! E acrescentou: Agora vou eu fazer-te umas perguntitas, pode ser? - Sim claro – respondi eu. - Pelo que vejo, leste essa mesma obra, História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar, não foi? - Sim, li. E gostei imenso! Achei muito digno da tua parte cuidares e ajudares a pobre gaivotinha a voar. - E ajudei-te em alguma coisa da tua vida com a leitura da obra? – quis saber Zorbas - Bem… Sim, creio que sim - respondi pensativa. - Então, em que é que ela te foi útil? - Foi muito útil, no sentido em que me ajudaste a perceber que não é só porque uma pessoa é diferente que vamos troçar dela ou rejeitá-la. - Muito bem. Acho que não tenho mais nada para te perguntar, e tu, Rute? - Também não tenho mais nada para te perguntar. Foi um prazer enorme poder conversar contigo, Zorbas. - Obrigado, também gostei muito de trocar ideias contigo. Talvez nos voltemos a encontrar – disse ele. - Que queres dizer com isso, que nos voltaremos

a ver? – perguntei entusiasmada, mas não tanto como Lina que dava ao rabo feliz da vida. - É que vou mudar-me aqui para Benfica. - anunciou. - Ah, sendo assim espero ver-te em breve! Mas, espera, ainda não falámos dos teus grandes companheiros desta aventura – disse eu ainda, lembrando os gatos do porto. - O Sabetudo continua a estudar todas as coisas naquele livro grande. - Na enciclopédia? – confirmei. - Sim, nessa coisa. – respondeu com um sorriso irónico. - E os outros também estão bem, mas não vou entrar em pormenores, senão nunca mais acabamos esta conversa. É que as palavras são como as cerejas, pelas barbas do cachalote, como diria o Barlavento. - Sim, eu bem sei. - Até breve, Rute. – despediu-se Zorbas. - Adeus, Zorbas e até à próxima. – despedi-me, enquanto Lina atirava uns miados a Zorbas. Rute, 7.º A, EB 2.3 Prof. Delfim Santos

Bernard Kliban Fonte: http://bibliocolors.blogspot.pt/

21 DE MARÇO – DIA DA ÁRVORE A turma do 2º ano B, da escola nº 120 das Laranjeiras, da Professora Célia Botas, com o Professor Evaristo Ribeiro e as duas estagiárias da ESEL, que estiveram na nossa turma, durante sete semanas, decidimos comemorar o Dia da Árvore, no dia 21 de março, dia especialmente dedicado a todas as árvores. As árvores são úteis e importantes à vida de todos os seres vivos, por isso é preciso plantar e cuidar delas. Assim, plantámos no jardim da escola nº 120 das Laranjeiras dois marmeleiros por “estaca”. Agora não podemos descuidar a rega constante para as plantinhas não morrerem e já combinámos que todos nós regaríamos, segundo o mapa de tarefas.

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No final, alguns de nós tiraram uma foto com o Professor Evaristo a plantar a salsa. Gostámos muito. Na sala de aula foi-nos informado pela Professora Célia Botas, que a floresta portuguesa é um ecossistema lindo e frágil mas cada vez mais pequeno, por causa dos incêndios de verão e, também pelo corte desenfreado de árvores realizado pelo Homem. A nossa floresta é constituída por árvores de folha caduca a norte do país e de folha perene a sul. Por tudo o que aprendemos e pela nossa preocupação, pedimos que todos devem ter em atenção a preservação da nossa floresta. Professora Célia Botas, EB1 das Laranjeiras

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MAIO 2014 DIÁLOGO - “Zorbas permaneceu ali a contemplá-la, até que não soube se foram as gotas da chuva ou as lágrimas que lhe embaciaram os olhos amarelos de gato grande, preto e gordo, de gato bom, de gato nobre, de gato de porto.” – leu Afonso em voz alta suspirando de seguida. Tinha sido um livro intenso, cheio de ação, suspense e repleto de sentimentos. Pousou o livro sobre o colo e levantou a cabeça calmamente. Ao olhar em frente, viu um gato grande, preto e gordo… Era Zorbas! Ao aperceber-se do que estava a acontecer balbuciou: - Eu devo de estar maluco! O livro entrou-me mesmo na cabeça! - Não estás! – disse Zorbas – Eu estou mesmo aqui. - Tu, tu… Tu estás mesmo aqui? – perguntou Afonso coberto de espanto. - Estou sim! E como sabes, eu sei falar a tua língua! - Eu sei, mas o que fazes aqui? – perguntava a explodir de curiosidade. - Por favor, não digas a ninguém, mas eu preciso de saber como foi a tua experiência como leitor. Gostaste de ler o livro? - Se gostei de ler o livro?! Eu adorei! Eu adoro ler, principalmente os livros em que se entra mesmo na história; em que se sentem as emo-

ções; em que se chora nos maus momentos e se ri nas partes felizes; em que se fica com medo nas partes assustadoras e em que nos sentimos aliviados quando se sabe que tudo está bem; em que se imaginam as pessoas e as suas feições; em que se voa se as personagens voarem e em que se cai se elas caírem… E acredita em mim, Zorbas, este foi sem dúvida um desses livros! – exclamou ele - A sério? Fico muito contente por ouvir isso! – exclamou o gato satisfeito. - Zorbas, posso-te fazer uma pergunta? - Claro, diz lá, amigo. - Esta história é real? - É pois, companheiro! – respondeu Zorbas. - Uau! E o que sentiste quando viste a gaivotinha a nascer, a dar os primeiros passos? E quando ela finalmente voou? Tu sabes, nesses grandes momentos… - Nem sei descrever! É como se toda a alegria e felicidade do mundo passassem à minha frente. Um segundo em que o coração para e em que todas as coisas más desaparecem. É um momento impossível de esquecer alguma vez na vida. Esta é uma história que se deve contar de gerações em gerações. - Queres saber uma coisa Zorbas? – perguntou Afonso - Sim, o que é?

- Eu acho que este foi um dos melhores livros que alguma vez li! - A sério? Ainda bem! – respondeu Zorbas abanando os bigodes. - Olha, Zorbas, já está a ficar tarde e eu tenho que ir andando. Vemo-nos depois. E não te preocupes, amigo, ninguém vai saber que isto aconteceu, o teu segredo está bem guardado comigo! - Muito obrigado – agradeceu Zorbas – até um dia destes. Sara Louro, 7.º B, EB 2.3 Prof. Delfim Santos

Joy Campbell Fonte: http://bibliocolors.blogspot.pt/

DIÁLOGO ENTRE O ZORBAS E EU Um dia estava eu a passear pelo porto de Hamburgo, quando e vi Zorbas, o gato grande, preto e gordo. Este o diálogo que tivemos: - Olá, Zorbas! - disse-lhe eu. - Olá! Está tudo bem? - miou ele. - Sim, posso-te fazer algumas perguntas? - Sim, claro. - miou ele. - Tu prometeste à Gaivota que não ias comer o ovo, mas, em algum momento sentiste vontade de o fazer? - perguntei-lhe. - Bem, na verdade não, porque eu sabia que só eu o podia salvar, não matar. - miou Zorbas. - Quando Ditosa nasceu, chamou-te “mamã”. O que é que achaste disso? - perguntei-lhe. - Eu acho perfeitamente normal porque eu fui o primeiro ser vivo a ser visto por ela. - respondeu-me. - Havia uma lei que era não miar com os humanos, mas da primeira vez quando miaste, na língua dele, o que sentiste? - interroguei. - Senti-me corajoso. Não cumpri a lei, mas foi porque tive de cumprir uma promessa. - disse-me Zorbas. - Está bem, Zorbas, tu sentiste-te triste ou contente

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ao ver Ditosa a voar e a afastar-se, a afastar-se, a afastarse cada vez mais? - Bem, para ser sincero, senti ambas as coisas. Por um lado, senti-me triste por ver Ditosa a ficar cada vez mais longe de mim, mas por outro lado, senti-me contente por a ver voar. - Tu ainda vês Ditosa frequentemente? - Agora ela voa com as outras gaivotas, mas, vem passar férias comigo e com os outros gatos. - Obrigado, por me teres respondido a estas perguntas! - agradeci. - De nada! - Adeus! - despedi-me. - Adeus! Tatiana Souza, 7.º A, EB 2.3 Prof. Delfim Santos

Joy Campbell Fonte: http://bibliocolors.blogspot.pt/

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MAIO 2014 RECONTO Tudo começou quane a pobre gaivota já pensava do a gaivota Kengah foi atingique não iria conseguir voar. Os da por uma onda de petróleo. seus amigos estavam cada vez Apesar de tudo, e depois de mais preocupados e depois de um grande esforço, ainda conmuitas ideias, decidiram queseguiu voar até Hamburgo, brar o tabu dos gatos e ir falar onde “aterrou” numa varanda com um humano, pois talvez onde vivia o gato grande, preeste ajudasse a resolver o proto e gordo, Zorbas, com o seu blema. Escolheram, então, o dono. dono da linda Bubulina, que Quando Zorbas ficou era poeta. só, foi à varanda e viu a gaivoNão era fácil conseta. Muito curioso, Zorbas comeguir falar com o dono da Bubuça a falar com ela. Esta, com lina, mas Zorbas lá conseguiu ar muito enfraquecido, contafalar com o poeta e este pronJoy Campbell lhe o que acontecera e, como tificou-se a ajudá-los. Fonte: http://bibliocolors.blogspot.pt/ sentia que ia morrer, fez três pedidos Assim, na noite seguinte, o ao gato: não o comer, cuidar dele até poeta foi ter ao bazar do Harry. Essa nascer a gaivota e, depois, ensiná-la a voar. seria uma grande noite. Caminham pelas ruas de HamZorbas ficou muito perturbado e tentou mosburgo, até chegarem à torre de S. Miguel. O momento trar-lhe que ela não ia morrer porque ele a ia ajudar. Foi de Ditosa voar pela primeira vez aproximava-se. O poeta, então ter com os seus amigos gatos, para o tentarem Zorbas e Ditosa subiram até ao campanário. Ditosa estaajudar. Contou-lhes o sucedido e os amigos deram várias va cheia de medo, mas, quando lhe disseram para ela opiniões. Mas, quando chegam à varanda, a gaivota já sentir a chuva, esta ganhou uma nova força e começou estava morta e o ovo posto. Todos ficam muito tristes e a voar. O poeta afastou-se e Zorbas ficou muito feliz por fizeram-lhe um enterro. Nessa noite, ouviram-se miados ver que tinha cumprido todas as promessas. Estava, ainde tristeza. da, muito emocionado e, por isso, “não soube se foram Começou, entretanto, uma nova etapa para o as gotas de chuva ou as lágrimas que lhe embaciaram os pobre do Zorbas: dar calor suficiente ao ovo para o choolhos amarelos de gato grande, preto e gordo, de gato car e a gaivota nascer. Por isso, ficou pacientemente bom, de gato nobre, de gato do porto” deitado sobre ele. Tiago Arada, 7.ª C, EB 2.3 Prof. Delfim Santos Apesar de os seus amigos troçarem dele, Zorbas não desistiu e… certo dia, a gaivotinha nasceu, chamando “mamã” a Zorbas. Novos trabalhos para o gato: que lhe dar de comer? Ele não sabia… Mas fez várias tentativas, até que se lembrou de caçar moscas, que foram uma delícia para a gaivotinha. Logo no segundo dia após o seu nascimento, o perigo já espreitava: os gatos que a queriam comer e as ratazanas que também pretendiam fazer dela um bom pitéu. Os seus amigos e ele verificam que duas das promessas já tinham sido cumpridas. Faltava a mais difícil: ensinar a gaivota a voar. Entretanto, um novo problema surgiu: determinar o sexo da gaivota. Zorbas e os seus amigos foram, então, falar com Barlavento, um gato que conhecia tudo sobre mar, e este contatou que ela era uma gaivota fêmea. Assim, decidem dar-lhe um nome muito bonito: Ditosa. A gaivota ia crescendo e, apesar de perceber que não era igual aos seus amigos, sentia-se muito bem no meio deles. Certo dia, Ditosa teve um encontro muito desagradável com o chimpazé que estava no basar do Harry, pois este, com grande malvadez, disse-lhe que os seus amigos só estavam a tratar tão bem dela porque a queriam comer. Ditosa ficou tão infeliz, que naquele dia nada comeu, o que preocupou muito os amigos. Quando estes lhe perguntaram a razão da sua atitude, esta, a chorar, explicou-lhes a conversa que tinha tido com o malvado do Matias. Isto foi, então, um pretexto para lhe explicarem que ela era efetivamente uma gaivota e que tinha de aprender a voar. Eles gostavam muito dela, mas isso tinha Carlos C. Laínez Fonte: http://bibliocolors.blogspot.pt/ de acontecer, mais dia, menos dia. Foram feitas várias tentativas, mas sem resultado

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MAIO 2014 UM ENCONTRO ESQUISITO No dia 25 de fevereiro de 2010, estava na biblioteca de Lisboa a ler Os sete e os seus rivais. Nisto saiu do livro o Pedro, o chefe do clube dos Sete. Ele disse-me que fazer parte de um livro era aborrecido, pois fazia sempre a mesma coisa. Também me disse que ia sair do seu livro e ia para outro. Foi então que eu gritei: ― Não podes! Sem ti a história fica sem sentido, pois ficam só seis e não sete. De repente, ouviu-se imensa gente a dizer: ― Shiiiiu! ― Aquilo é uma seca. ― sussurrou o

Pedro. ― Olha, se aquilo é uma seca, enquanto ninguém lê o livro, podes fazer outra coisa e, de vez em quando, podes mudar um pouco a história. ― respondi-lhe eu, mas desta vez baixinho. Ele aceitou a minha sugestão e quando fui à biblioteca, no dia seguinte, a história já não era a mesma e assim que acabei de ler o livro, o Pedro saiu, de novo, do livro e pusemo-nos à conversa. Assim foi, todos os dias, e o Pedro e eu ficámos amigos para sempre. Miguel Correia, N.º 17 6. ºF, Escola 2.3 Prof. Delfim Santos

Eva Vázquez Fonte: http://bibliocolors.blogspot.pt/ search/label/llibres

UM ANIMAL….. POR FAVOR!

E

po, porque os pelicanos são muito gulosos e comem tudo o que lhes aparece à frente. Espero que compreendam o meu pedido…apesar de parecer um pouco maluco!

u sempre quis ter um animal, mas os meus pais nunca me deram essa oportunidade. Assim, chegou a hora de vos convencer de que já tenho maturidade e responsabilidade para ter um animal de estimação. Pais: prometo-vos que vou cuidar do meu animal com todo o carinho e até pago a comida, a casota, a trela, a roupa e até umas pantufas, para que ele não tenha frio nas patas. Levo-o ao veterinário, pago as vacinas… Eu faço tudo, só queria que me dessem esta oportunidade para realizar o meu sonho. Os meus dias tornar-se-ão mais felizes, se eu tiver o meu animal de estimação. Vocês devem pensar que é um cão, um gato, ou um hamster, mas não… é um pouco inesperado (eu sei!), mas juro que não vai trazer nenhum problema. É um pelicano e o motivo que me leva a escolher este extraordinário animal é o facto de ser um excelente animal para brincar. Enfim, será um bom amigo. Ah mãe…! Com ele vais andar sempre com o chão lim-

Carlos Pinto, 7.º 3, ESDPV

UM CÃO! Certo dia, estava em casa a ver televisão e apercebi-me de que estava sozinho! Precisava de algo para me fazer companhia. Passava um filme na televisão sobre cães e pensei: aí está o que eu mais gostaria de ter. Falei com os meus pais e tive de argumentar bem. Prometi-lhes que seria eu o responsável pelo animal: dar-lhe-ia de comer; passeava-o; garantia que ele se portaria bem dentro de casa; levava-o ao veterinário para as vacinas. Enfim, o que fosse preciso! Argumentei, ainda, dizendo que seria uma maneira de provar que seria responsável por algo tão precioso como um cão! Demorou algum tempo, mas, certo dia, dentro de um cesto com um grande laço vermelho, estava uma linda cadela cor de mel, meiga, pequenina e fofa. Senti-me feliz. Finalmente, tinha companhia e não me Página 34

podia esquecer de cumprir as regras. Vasco Miguel Martins de Amorim Vasconcelos Carvalho, 7º 3ª, ESDPV

Fonte: http://pixdaus.com

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MAIO 2014 SERMÃO DE SANTO ANTÓNIO AOS PEIXES

E

m 1654, Padre António Vieira pregava em S. Luís do Maranhão o Sermão de Santo António aos Peixes, escrito de forma a atacar e condenar os colonos que sujeitavam os índios a um regime de escravidão, contrária à sua política missionária. Este sermão é, na minha opinião, intemporal e a mensagem que pretende transmitir demonstra-se atual, embora existam opiniões opostas que discordam desta forma de analisar o sermão, dizendo que, atualmente, a maioria dos homens tenta melhorar o seu comportamento e agir corretamente, não tendo grandes semelhanças com o sermão. Ora, considerando os peixes, a quem finge pregar, Vieira reflete sobre a sociedade do século XVII e sobre os indivíduos que a constituem, evidenciando o contraste entre estes e Santo António (o qual preza pela sua sabedoria, humildade e santidade). Através de uma alegoria, critica os homens na generalidade, referindo a sua ignorância, cegueira, vaidade e o facto de se “comerem” uns aos outros (“os grandes comem os pequenos”); se pensarmos bem, de uma forma geral, já todos escolhemos ignorar situações que, por alguma razão, nos causaram incómodo ou desconforto: falo, por exemplo, de uma “cegueira seletiva”, da qual sofremos constantemente, seja ao ignorar um pedinte que, sem o olharmos, fingimos a sua inexistência, ou ao fingir que não estamos a ver aquele carteirista a assaltar de forma discreta o passageiro do metro, ou até a ignorar a presença de um idoso no autocarro para não termos de lhe conceder o nosso lugar. É seguro dizer que já o fizemos inúmeras vezes. O que não passa despercebido é a exploração, que pode estar relacionada, por exemplo, com o trabalho; é frequente aquele patrão que obriga os trabalhadores a fazerem horas extraordinárias sem o devido pagamento. Será ou não um bom exemplo de nos “comermos uns aos outros”? Mas o pregador não só faz estas acusações que atingem a maioria dos homens. Também procura atingir certos grupos de pessoas em particular. Começa por se referir aos presunçosos e arrogantes, que acabam por ser humilhados e, compara-os aos peixes roncadores. Na sociedade atual, os roncadores tomam a forma de indivíduos que procuram ser o centro das atenções, e, ao se exporem em demasia, acabam humilhados. Qualquer Manuel Carrilho e Bárbara Guimarães serve: o facto de serem pessoas famosas não impediu, bem pelo contrário, conduziu à humilhação sofrida em praça pública depois daquele processo legal relativamente à agressão. Em seguida, acusa os parasitas que vivem à custa de outros, mas que acabam por morrer com os hospedeiros,

comparando-os aos pegadores; esta prática obscena de parasitismo crónico é característica dos oportunistas sociais, que rapidamente se agarram aos famosos para se aproveitarem da “popularidade por associação”; nomes como Renato Seabra vêm-nos à ideia. Quem disse que subir na vida não tinha um preço? Incrimina, de seguida, os caprichosos e vaidosos que querem mais do que lhes convém, mas acabam por perder tudo, comparando-os aos peixes voadores; um crash de bolsa deita por terra sonhos e ideais de qualquer investidor que apostou o seu futuro na procura da riqueza, em algo que poderia nem sequer existir: quanto mais se aposta, mais se perde. Por fim, os traidores e hipócritas que se escondem sob uma falsa, dócil, aparência, e que, enquanto fingem, preparam as suas armadilhas. Vieira acha-os parecidos com os polvos. De facto, há sempre aquele ou aquela colega que nos sorri pela frente, e nos atraiçoa pelas costas. Padre António Vieira pretendia atingir os colonos que exploravam os índios, e, de uma forma geral, pretendia atingir a sociedade. Embora esta alegoria correspondesse a uma forma de mudar o comportamento dos homens, não se concretizou, e, tal como vimos, ainda hoje é possível verificar na sociedade os defeitos apontados pelo pregador aos colonos do século XVII. Defeitos como a ignorância, a presunção, a arrogância ou a hipocrisia, e o facto de se comerem uns aos outros, ou, seja de os grandes explorarem os pequenos, são críticas dirigidas ao colonos que acabam por se adequar à sociedade desenvolvida do século XXI. Mafalda Morgado, 11.º2, n.º 9, ESDPV

Painel de azulejos da Sé de Aveiro

LEIO E RECOMENDO… Robinson Crusoé de Daniel Dafoe - É muito giro e divertido. É engraçado e ensina que devemos ficar com quem queremos mesmo se custar e que devemos fazer a escolha acertada.

A árvore generosa de Shell Silver - É muito engraçado e fala de um menino que antes adorava a árvore e à medida que foi crescendo, foi querendo só bens preciosos e deixou de dar atenção à árvore.

Alice Kosters, 5.ºA, n.º23

Matilde Vasconcelos 5.º A, n.º12

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MAIO 2014 LEIO E RECOMENDO… O segredo do Rio de Miguel Sousa Tavares … Eu recomendo este livro porque dá ensinamentos e a história é encantadora. A meio, ou até no final parece que vai ter um fim triste mas nas duas últimas páginas consegue acabar tudo bem! Madalena Martins – 5.ºB nº16

A rapariga que perdeu o coração de Margarida Rebelo Pinto … Eu recomendo este livro porque é uma história maravilhosa que tem alguma realidade mas mais fantasia. Acho que todos o deviam ler para ficar a ganhar porque este livro é sentimental, parece uma história triste mas a meio acaba muito bem. Margarida Martins – 5.ºB, nº16

Amiga Água de José Jorge Letria – Este livro é maravilhoso, é um poema que ensina a importância da água, as coisas que ela faz no mundo, a ajuda que ela dá ao ser humano e aos outros seres vivos e também o que ela significa, mas não é só! Por isso eu recomendo este livro a toda a gente, desde crianças até adultos. Toca a lê-lo! Madalena Martins 5ºB, n.º16

Harry Potter e a Câmara dos segredos de J.K.Rowling - É um livro cheio de mistérios, aventuras e cria muito suspense. Para quem gosta do Harry Potter é um livro muito bom. Mas para quem não gosta, (como eu antes), fiquei super viciada.

O amor de Pedro e Inês de José Jorge Letria - É muito bonito, pois fala de um amor verdadeiro que foi desfeito, porque o pai de Pedro, D. Afonso IV, não autorizou e casou-o com uma princesa que ele não amava… Matilde Vasconcelos 5.º A, n.º12

O Silêncio da Água de José Saramago – Aprendemos os conhecimentos e é um livro que nos inspira a nunca desistirmos do que queremos.

Matilde Mendes 6.ºB, nº22

Uma aventura no teatro de Ana Maria Magalhães, Isabel Alçada – É muito interessante, aprendem-se imensas coisas sobre o teatro, os carpinteiros do teatro e os cenários. Tem muita aventura com disfarces e cães. É muito divertido. Mafalda Corte-Real, 6.ºJ, n. º 14

O diário da Filipa de Cátia Matias Norinha – Começamos a leitura do livro com curiosidade. Em cada página temos um novo interesse e sentimo-nos empolgados em chegar ao fim.

Leonor Antunes, 5. ºA, n.º9

Beatriz e o Plátano de Ilse Losa – Li este livro porque ainda só tinha conhecido o início da história e recomendo porque é muito giro e aprendemos muitas coisas, como nunca desistir de lutar por algo. Inês Oliveira, 5.ºA,n.º 22

Mariam Issa Coulibaly, 6.ºD, n.º16

A G R U PA M E N T O D E E S C O L A S D A S L A R A N J E I R A S Escola Secundária D. Pedro V

Estrada das Laranjeira, 122 1600-136 Lisboa

direcao@ael.edu.pt

Escola Básica 2. 3. Prof. Delfim Santos

Rua Maestro Frederico Freitas 1500-400 Lisboa

eb23delfimsantos@mail.telepac.pt

EB1/JI Frei Luís de Sousa

Rua Raul Carapinha 1500-042 Lisboa

escola.freiluis49@gmail.com

EB1/JI António Nobre

Rua António Nobre, 49 1500-046 Lisboa

eb1antonionobre@gmail.com

EB1/JI Laranjeiras

Rua Virgílio Correia, 30 1600-224 Lisboa

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eb1daslaranjeiras@gmail.com

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