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SUMÁRIO Módulo 1 Texto 1 – Conto DE FICÇÃO CIENTÍFICA.........................3 Gêneros em diálogo.............................................................13 Texto 2 – Texto Teatral......................................................20
Módulo 2 Texto 1 – Narrativa de memórias....................................43 Gêneros em diálogo...........................................................53 Texto 2 – Biografia romanceada....................................59 Palavra aberta - Entrevista sobre o passado............68 Uma questão de escrita.....................................................77 Produção escrita................................................................91
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Página de referência: 15
O conto de ficção científica que você vai ler narra as aventuras de cinco tripulantes que embarcam em uma viagem a Marte recheada de surpresas e emoções. O Terceiro Mundo O módulo de comando desprendeu-se do cabo de ligação com uma suavidade inesperada. A primeira coisa que observei pelas janelas foi o estágio propulsor do foguete que nos havia impulsionado da Terra ao planeta Marte num voo de seis meses que parecera interminável. Brilhando na luz do Sol, ele girava acima do hemisfério alaranjado do planeta, tão nítido quanto uma imagem criada por computador. Logo seria incinerado ao se chocar com a atmosfera, enquanto nossa nave, cilindrocônica, faria uma aerofrenagem e, se tudo corresse bem, desceria bem perto do campo-base. [...]
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Página de referência: 15
O horizonte girou na minha pequena janela, e Marte subiu ao nosso encontro. O relevo acidentado do planeta, sua atmosfera cor
de
laranja tomaram conta das escotilhas.
A Kon-Tiki
posicionava-se automaticamente para a entrada na atmosfera, e não havia nada a fazer. Éramos três homens e duas mulheres apertados dentro do espaço exíguo da cabine de comando. Deitados em nossos sofás de desaceleração, montados sobre estruturas de barras metálicas encaixadas, como na velha Apolo 11. O
mergulho
atmosférico
e
o
pouso
eram
inteiramente
automáticos. O piloto só entraria em ação em caso de pane. Não tínhamos nada a fazer exceto olhar a paisagem e pensar. O medo acompanhava-nos o tempo todo, contido no fundo de nossas mentes. Quando o módulo entrou na atmosfera marciana, furando o ar num casulo ionizado, pensei se não éramos um alvo tentador demais. Será que iriam atirar em nós?
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Página de referência: 15 Eles não haviam atirado nos robôs. Tínhamos muitos robôs operando em Marte e mandamos vários outros quando eles chegaram. Nossa presença ali, seres humanos de carne e osso dentro de um módulo prestes a pousar em Marte, era culpa deles. Sem eles não teríamos ido. [...] A Kon-Tiki desceu suavemente na planície Elysium. Eles não atiraram em nós. Ignoraram nossa presença como vinham fazendo havia dez anos. O tempo que tínhamos levado para construir a nave e partir para Marte com uma tripulação de voluntários. Três homens, duas mulheres, todos treinados para observar, e se possível, se fosse seguro, tentar fazer contato com os invasores. Nossos robôs colocados em Marte já tinham tentado fazer as duas coisas e haviam fracassado. Os estranhos não pareciam se interessar nem pelo homem nem por suas máquinas. Mas eram poderosos demais para que os ignorássemos. Estavam derretendo o gelo dos polos, modificando a atmosfera marciana para trazer de volta os mares rasos do passado. Iam transformar Marte num mundo habitável para algo ou alguém la de fora. E tínhamos que saber quem iriam ser nossos novos vizinhos. Um satélite de observação lá em cima nos enviava relatórios sobre o que estava acontecendo no resto do planeta. [...] Outro tipo de estrutura alienígena manobrava em torno do Sol e vinha em nossa direção. Dentro de uma semana poderíamos assistir à sua chegada. Valeu a pena esperar. A coisa era diferente, uma forma orgânica etérea que parecia três penas iridescentes, unidas para formar uma estrela de três pontas. Cada "pena" com duzentos quilómetros de comprimento, mas parecendo tão frágil quanto uma bolha de sabão. dimensões? Acho que nunca saberemos. Material adaptado pelo Espaço Mosaico - 2020 | www.mosaicoespaco.com.br
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Página de referência: 16 Como aquilo pudera cruzar o espaço interestelar? Flutuara congelada durante milénios ou usara um atalho através de outras dimensões? Acho que nunca saberemos. Quando se aproximou de Marte, a estrutura fragmentou-se toda. Virou uma série de gotas de matéria gelatinosa. Depois as gotas viraram lentes e penetraram na atmosfera marciana. Cada uma tinha cem metros de diâmetro e uma ia descer perto das pirâmides de Elysium. Nossa exobióloga, Elisa Volker, queria fotografar e filmar a coisa quando pousasse. Fomos para o local, eu e ela, no carro pressurizado. [...] Avançamos
com
o
carro,
contornando
os
rochedos
desgastados que aqui e ali emergiam da areia revolta. Elisa viu a coisa primeiro. ------- Olhe lá! No alto, à direita! Descia do céu rosado como um paraquedas ou uma imensa medusa. Parei o carro e fiquei olhando. Parecia ameaçadora. Com seu traje pressurizado, Elisa subiu na capota e começou a filmar tudo. Então a coisa se fragmentou novamente, virou uma nuvem de glóbulos de geleia com uns dois metros de largura cada um, caindo como chuva à nossa volta. Um deles aterrissou a cem metros do carro Elisa saltou e foi ao encontro da coisa com a câmera de vídeo gravando. Peguei o fuzil e fui atrás dela, aquilo podia terminar em encrenca. Chegamos a vinte metros da coisa quando ela mudou de forma novamente. Transformou-se num lençol fantasmagórico que alçou voo, depois virou uma forma que lembrava uma arraia ou um pterodátilo, não estou certo. Voou com seus companheiros em direção ao horizonte.
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Página de referência: 16
----- Um tipo de vida que muda de forma de acordo com o ambiente que atravessa. Eles não constroem espaçonaves, eles são as espaçonaves. Voando, aquelas coisas iam muito mais depressa do que o carro. Subimos e descemos dunas de areia, passamos por um afloramento de rocha que formava uma ilha no mar de dunas, e então vimos a floresta" Ela crescera perto de uma das bases da pirâmide maior, na margem do mar de dunas Estruturas que pareciam arvores moldadas em vidros cristalizados Troncos semitransparentes, galhos esqueléticos e folhas que eram painéis irregulares de plástico lustroso e fino parei o carro. ---- Outra manifestação dessas coisas. ---- Chegue mais perto - pediu Elisa. Não acho prudente. [...] Subi no teto do veículo, com o fuzil de mira telescópica, e fiquei olhando. Não que eu pudesse fazer alguma coisa se aquelas plantas fossem pólipos carnívoros e pegassem a doutora metida. Infelizmente, havia poucas chances de isso acontecer. Não há vida animal em Marte, portanto não podem existir plantas carnívoras; elas não teriam o que comer. Mas o que aconteceu foi ainda mais fantástico. E de certa forma mais assustador do que uma floresta de plantas carnívoras. Quando Elisa chegou perto, as árvores vítreas começaram a brilhar. Um brilho tão ofuscante, que tive de proteger os olhos. Então o clarão sumiu e quando a impressão deixada em minha retina passou não havia mais nada para ver. Nem árvores nem floresta. Tudo sumira.
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Página de referência: 17 Não sei se as árvores tinham liberado aquela luz para nos ofuscar enquanto afundavam no solo. Ou se haviam simplesmente mudado para outro estado energético, sumindo de nossa dimensão de espaço-tempo. Estávamos na posição de formigas diante de um telefone ou forno de micro-ondas. Elisa voltou chocada e se sentou ao meu lado. Havia desprezo em minha voz quando falei com ela. ---- E então, señora. Voltamos para a base? Ela acenou afirmativamente com a cabeça. Agora ela sabia o que era ser subdesenvolvido, o que era pertencer ao Terceiro Mundo. Diante deles, daquelas coisas vindas das estrelas, a humanidade não passava de um bando de caipiras tentando parecer importante. Querendo imitar os donos da galáxia com nossa tecnologia tosca e ineficiente. [...] Talvez eles, os ETs, não fossem tão indiferentes se já tivessem encontrado os seres humanos em Marte ou na Lua. Trabalhando juntos, sem diferença de raça ou nacionalidade.
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Página de referência: 18
Mas eles tinham captado nossas transmissões de rádio e TV. Sabiam como éramos estúpidos, bagunceiros e belicosos, antes mesmo de chegarem aqui. Agora nos ignoravam, mas eu não tinha dúvida de que nos atacariam de modo esmagador se tentássemos criar algum problema para eles. Marte estava renascendo, sua atmosfera tornava-se cada vez mais densa. Logo haveria lagos e água corrente. Em sua superfície. Para
nós
só
restava
empacotar
as
coisas
e
voltar
humildemente para casa. Cidades de vidro já começavam a surgir próximo a calota polar, mas não podíamos olhar de perto. Nossos robôs eram destruídos quando tentavam chegar perto das cidades". Algum tipo de agente nanotecnólogo, uma nuvem de microrganismos sintéticos capazes de comer metal, plástico ou matéria orgânica, protegia aquelas estruturas. Felizmente a "floresta" não tivera esse tipo de defesa ou Elisa teria sido dissolvida até os ossos antes que pudesse andar dez metros. Coisas começavam a patrulhar o céu e o espaço em torno de Marte. Mesmo que tentássemos atacar com mísseis, aposto como eles não passariam. Saíamos de Marte bem depressinha. Sim, havia uma coisa muito melhor do que o ser humano. Uma coisa capaz de viver em qualquer ambiente e sintetizar sua tecnologia. E eles não queriam partilhar de seus conhecimentos conosco. Talvez fossem até um tipo de inteligência totalmente diferente da nossa. Eu só esperava que eles continuassem indiferentes. Não teríamos qualquer chance se eles se tornassem hostis. [....]
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Página de referência: 18 Oh, ainda éramos o país do futuro. Um dia, talvez, chegaríamos lá, conquistando por nossa própria conta os segredos da matéria e do espaço que aqueles seres já dominavam. Mas então, eu me perguntava, onde estariam eles? CALIFE, Jorge Luiz. Terceiro Mundo. In: CARNEIRO, André et al. Histórias de ficção cientifica Seleção e organização de textos de Roberto de Sousa Causo São Paulo Arica. 2005. 129-139. Para gostar de ler).
Quem é o autor? Jorge Luiz Calife (Niterói, 1951-) é jornalista, tradutor e escritor de ficção obras
científica. são:
Horizonte
Suas
Padrões de
de
eventos
principais contato, e
Linha
terminal. Foi graças a um "palpite" de Calife que o escritor Arthur C. Clarke resolveu dar continuidade a 2001. uma odisseia no espaço.
VOCABULARIO Aerofrenagem: manobra espacial que reduz a velocidade da nave e, consequentemente, sua altitude, Exíguo: muito pequeno. Exobióloga: quem estuda o surgimento e a evolução da vida no Universo. Hoje, é mais conhecida como astrobióloga. Incinerado: queimado, reduzido a cinzas. Ionizado: em que se produziu a ionização. Iridescentes, que refletem as cores do arco-íris. Pressurizado: que tem a pressão conservada.
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Página de referência: 18
1--- De acordo com o conto lido, três homens e duas mulheres foram escolhidos para uma missão em Marte. Qual era essa missão? (
) observar o planeta Marte e tentar manter
contato com os seres que ali residiam. (
) Explorar as riquezas naturais do planeta e
trazer algumas delas para a Terra. 2---- Qual é o título do texto? ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ 3---- O título do conto torna-se evidente no desfecho da história. Qual seria esse “Terceiro Mundo” a que se refere? (
) A lua, onde os seres humanos já pisaram.
(
)
O
plante
Terra,
por
ser
um
lugar
subdesenvolvido, povoado por pessoas ineficientes e não solidárias umas com as outras. Material adaptado pelo Espaço Mosaico - 2020 | www.mosaicoespaco.com.br
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Página de referência: 20
O conto de ficção científica é um gênero textual do campo artístico-literário que une a ficção à ciência com o objetivo não só de entreter o público-alvo (geralmente, leitores fãs do gênero), mas também de promover
uma
desdobramentos
reflexão dos
avanços
sobre
como
científicos
os
podem
afetar a humanidade.
• Qual o objetivo do conto de ficção científica? (
) promover somente diversão com a leitura.
(
) promover uma reflexão sobre como os
desdobramentos
dos
avanços
científicos
podem
afetar a humanidade.
O foco narrativo é a perspectiva usada pelo narrador para relatar os acontecimentos, que pode ser em 1º ou 3ª pessoa. No foco narrativo em 1' pessoa, o narrador é personagem e participa das ações narradas. No foco em 3 pessoa, o personagem não participa da história, narrando os acontecimentos com mais objetividade.
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Página de referência: 26
Conto de ficção científica e cartaz de filme O cartaz que você irá ler a seguir foi elaborado para o lançamento de um filme da série Jurassic Park. Observe-o atentamente.
Cartaz
do
filme
Jurassic World: REINO ameaçado, de J. A. Bayona. Estados Unidos, 2018.
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Página de referência: 26
[...] Três anos após o fechamento do Jurassic Park, um vulcão, prestes a entrar em erupção, põe em risco a vida na ilha nublar. No local não há mais qualquer presença humana, apenas os dinossauros vivendo livremente. Diante da situação, é preciso tomar uma decisão: deve-se retornar a ilha para salvar os animais ou abandoná-los para uma nova extinção? Decidida a resgatá-los, Claire (Bryce Dallas Howard) convoca Owen (Chris Pratt) a retornar a ilha com ela. Cartaz de filme É uma das estratégias de marketing utilizadas pela indústria do cinema para promover e vender seus títulos. Cartazes como esses são veiculados tanto em espaços públicos, como cinemas, quanto em ambientes virtuais. • O Cartaz de filme é uma das estratégias de marketing utilizadas pela indústria do cinema para o quê? (
) promover e vender seus títulos;
(
) desvalorizar e não vender seus títulos;
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Página de referência: 28
Oração e seus termos essenciais Oração É o enunciado que se estrutura em torno de um verbo ou locução verbal.
Exemplo: ✓ Pretendemos que a democracia aconteça. É formado com base em dois verbos e, para cada verbo, tem-se uma oração: 1ª oração: pretendemos 2ª oração: que a democracia aconteça. Para formar essa frase, foram necessárias duas orações.
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Página de referência: 29
Período É a frase formada por:
Uma oração
Mais de uma oração
(período simples)
(período composto)
Atividades
1----- Relacione corretamente:
É o enunciado que oração
se estrutura em torno de um verbo ou locução verbal.
É a frase formada período
por uma oração ou mais de uma oração.
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2----- Um período simples é formado por: (
) uma oração.
(
) mais de uma oração. 3---- Um período composto é formado por:
(
) uma oração.
(
) mais de uma oração.
Período simples:
Oração ✓ Conversavam no trem os dois sujeitos.
Verbo É um período simples, pois apresenta uma oração.
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Página de referência: 31
Período composto:
1ª oração
2ª oração
✓ Fui devagar, mas ou o pé ou o espelho, traiu-me. Verbo
É
um
Verbo
período
composto,
pois
apresenta
duas
orações.
Para reconhecer o número de orações de um período basta contar o número de verbos.
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Atividades 1---- Complete: Orações – contar – verbos
Para reconhecer o número de __________________________ de um período basta _____________________________________ o número de _____________________________________________.
2---- Observe a quantidade de verbos nas frases e assinale se ela é um período simples ou composto:
a) O dia está maravilhoso!
(
) período simples.
(
) período composto.
b) Conversamos com calma, quando eu voltar.
(
) período simples.
(
) período composto.
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Página de referência: 36
Você vai ler um trecho do texto teatral Auto da Compadecida, do escritor paraibano Ariano Suassuna, A história descreve as aventuras de João Grilo e Chicó, personagens que tem como características a esperteza e a astúcia.
Auto da Compadecida [...] JOÃO GRILO---- O cachorro de meu patrão está muito mal e eu queria que o senhor benzesse o bichinho! PADRE ----- De novo? Mas é possível? JOÃO GRILO---- É mais do que possível o senhor não ia benzer o do Major Antônio Moraes? PADRE---- E de quem é que você está falando? JOÃO GRILO----- De meu patrão. PADRE----- E seu patrão não é Antônio Moraes? JOÃO GRILO----- Não.
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PADRE ----- Mas você ainda agora disse isso aqui, João! JOÃO GRILO---- Eu? Quem disse isso foi Chico. Chico dá um grande salto de surpresa. PADRE ---- E quem é seu patrão? JOAO GRILO----- O padeiro, PADRE -----E o cachorro dele também está doente? JOAO GRILO----- Está PADRE----- Também, oh terra pra ter cachorro doente só é essa! JOÃO GRILO ---- É a mania agora é benzer, benzer tudo quanto é de bicho! Ouvem-se, fora, grandes gritos de mulher. JOÃO GRILO---- É a mulher, com o cachorro. Como é, o senhor benze ou não benze? PADRE----
Pensando
bem,
acho
melhor não benzer! O bispo está aí e eu só benzo se ele der licença. (A esquerda
aparece
a
mulher
do
padeiro e o padre corre pra ela.) Pare, pare! (Aparece o padeiro) Parem, parem! Um momento. Entre o senhor e entre a senhora: o cachorro fica la! MULHER ---- Ai, padre, pelo amor de Deus, meu cachorro está morrendo! E o filho que eu conheço neste mundo,
padre!
Não
deixe
o
cachorrinho morrer, padre!
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PADRE ---- (comovido] Pobre mulher! Pobre cachorro! João Grilo estende-lhe um lenço e ele se assoa ruidosamente. PADEIRO----- O senhor benze o cachorro, padre João? JOÃO GRILO----- Não pode ser. O bispo está aí e o padre só benzia se fosse o cachorro do Major Antônio Moraes, gente mais importante, porque senão o homem pode reclamar. PADEIRO ---- Que história é essa? Então Vossa Senhoria pode benzer o cachorro do Major Antonio Moraes e o meu não? PADRE ----- (apaziguador Que é isso, que é isso? PADEIRO----- Eu é que pergunto: que é isso? Afinal de contas eu sou presidente da Irmandade das Almas, e isso é alguma coisa! JOÃO GRILO---- E, padre, o homem aí é coisa muita: presidente da Irmandade das Almas! Para mim isso é um caso claro de cachorro bento. Benza logo o cachorro e tudo fica em paz. PADRE ----- Não benzo, não benzo e acabou-se. Não estou pronto pra fazer essas coisas assim de repente. Sem pensar, não! MULHER ---- [furiosa) Quer dizer, quando era o cachorro do Major, já estava tudo pensado, pra benzer o meu é essa complicação! Olhe que meu marido e presidente e socio benfeitor da Irmandade das Almas! Vou pedir a demissão dele! PADEIRO ---- Vai pedir minha demissão! MULHER ----- De hoje em diante não me sai la de casa nem um pão pra Irmandade! PADEIRO ----- Nem um pão!
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MULHER----- E olhe que os pães que vêm para aqui são de graça! PADEIRO---- São de graça! MULHER --- E olhe que as obras da igreja é ele quem está custeando! PADEIRO--- Sou eu que estou custeando! PADRE – [apaziguador] Que é isso, que é isso! MULHER -----O que é isso? É a voz da verdade, padre João! O senhor agora vai ver quem é a mulher do padeiro! JOÃO GRILO---- Ai, ai, ai, e a senhora, o que é que é do padeiro? MULHER ---- A vaca... CHICO ---- A vaca?! MULHER ---- A vaca que eu mandei pra cá, pra fornecer leite ao vigário, tem que ser devolvida hoje mesmo! PADEIRO ---- Hoje mesmo! PADRE- ---- Mas até a vaca? Sacristão, sacristão! JOÃO GRILO---- A vaca também é demais! (Arremedando o padre.] Sacristão, sacristão! O sacristão aparece a porta. E um sujeito magro, pedante, pernóstico, de óculos azuis que ele ajeita com as duas mãos de vez em quando, com todo cuidado. Para no limiar da cena, vindo da igreja, e examina todo o pátio. JOÃO GRILO ---- Sacristão, a vaca da mulher do padeiro tem que sair! SACRISTÃO- --- Um momento. Um momento. Em primeiro lugar, o cuidado da casa de Deus e de seus arredores. Que é isso? Que é isso? Material adaptado pelo Espaço Mosaico - 2020 | www.mosaicoespaco.com.br
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Ele domina toda a cena, inclusive o padre, que tem uma confiança enorme na empáfia, segurança e hipocrisia do secretário. MULHER E PADEIRO -- [ao mesmo tempo, em resposta à pergunta do sacristão] é o padre... SACRISTÃO - (afastando os dois com a mão e olhando para a direita] Que é aquilo? Que é aquilo? Sua afetação de espanto é tão grande, que todos se voltam pra direção em que ele olha. SACRISTÃO --Mas um cachorro morto no pátio da casa de Deus? PADEIRO ---- Morto? MULHER ---- [mais alto] Morto? SACRISTÃO---- Morto, sim! Vou reclamar a Prefeitura! PADEIRO---- [correndo e voltando-se do limiar E verdade, morreu! MULHER ---- Ai, meu Deus, meu cachorrinho morreu! Correm todos para a direita, menos João Grilo e Chico. Este vai para a esquerda, olha a cena que se desenrola la fora, e fala com grande gravidade na voz,
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CHICÓ---- É verdade, o cachorro morreu. Cumpriu sua sentença e encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca de nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo morre! JOÃO GRILO --- (suspirando tudo o que é vivo morre! Está aí uma coisa que eu não sabia! Bonito, Chico, onde foi que você ouviu isso? De sua cabeça é que não saiu, que eu sei! CHICÓ---- Saiu mesmo não João. Isso eu ouvi um padre dizer uma vez. Foi no dia em que meu pirarucu morreu. JOÃO GRILO --- Seu pirarucu? CHICÓ---- Meu é um modo de dizer, porque, pra falar a verdade, acho que eu é que era dele. Nunca lhe contei isso não? JOÃO GRILO --- Não, já ouvi falar de homem que tem peixe, mas de peixe que tem homem, é a primeira vez. CHICÓ---- Foi quando eu estive no Amazonas. Eu tinha amarrado a corda do arpão em redor do corpo, de modo que estava com os braços sem movimento. Quando ferrei o bicho, ele deu um puxavante maior e eu cai no rio. JOÃO GRILO --- O bicho pescou você!... CHICÓ---- Exatamente, João, o bicho me pescou. Para encurtar a história, o pirarucu me arrastou rio acima três dias e três noites. JOÃO GRILO --- Três dias e três noites? E você não sentia fome não, Chico? CHICÓ--- Fome não [...]. E o engraçado foi que ele deixou pra morrer bem na entrada de uma vila, de modo que eu pudesse
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escapar. O enterro foi no outro dia e nunca mais esqueci o que o padre disse, na beira da cova. JOÃO GRILO --- E como avistaram você, da vila? CHICÓ--- Ah, eu levantei um braço e acenei, acenei, até que uma lavadeira me avistou e vieram me soltar. JOÃO GRILO --- E você não estava com os braços amarrados, Chico? CHICÓ--- João, na hora do aperto, dá-se um jeito a tudo! JOÃO GRILO --- Mas que jeito você deu? CHICÓ--- Não sei, só sei que foi assim! Mas deixe de agonia, que o povo vem aí. SUASSUNA, Aruna. Auto da Compadecida. Rio de Janeiro Agir, 2005. P. 38 ----47.
Quem é o autor Ariano
Suassuna
(1927-2014)
nasceu na cidade de Paraíba do Norte, hoje João Pessoa, capital da Paraíba. Em 1930, sua família mudou-se para o sertão
paraibano,
onde
Ariano
habituou-se com os temas e as formas de
expressão
que
mais
tarde
povoariam sua obra. Para escrever Auto da Compadecida, Ariano Suassuna se inspirou nos folhetos de cordel ouvidos e lidos na infância e em outras leituras, como Divina Comédia, de Dante Alighieri (1265- 1321), e Dom Quixote, de Miguel de Cervantes (1547-1616). Advogado, professor universitário, teatrólogo e romancista, assumiu em 1990 a cadeira nº 32 da Academia Brasileira de Letra 26
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1----- O trecho lido permite vislumbrar a sociedade de uma pequena cidade do Nordeste. Que setores ou classes da sociedade aparecem nesse trecho?
(
) a igreja, representada pelo padre e pelo
sacristão. (
) Os coronéis, representados pelo Major
Antônio Moraes. (
) A burguesia, representada pelo padeiro e sua
mulher. (
) A nobreza, representada pela esposa do
major.
2---- O texto teatral trata de maneira leve e cômica a realidade
vivida
pelo
novo
nordestino.
Nesse
contexto, o que o personagem João Grilo representa? (
) representa o povo sertanejo que tenta
sobreviver no sertão. (
) representa a elite.
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Página de referência: 42
A composição 1. O texto teatral apresenta enredo, personagens, tempo e espaço. Seu enredo é composto basicamente de quatro partes. I. Exposição: apresentação dos personagens e dos antecedentes da ação. II. Conflito: conjunto de peripécias que fazem a ação progredir. III. Clímax: o ponto de maior tensão do conflito. IV. Desenlace: desfecho da ação dramática.
O texto teatral, composto de diálogos, geralmente dispensa narrador, uma vez que no teatro a história é representada
pelos
atores
que
encarnam
os
personagens. As rubricas orientam como as cenas devem ser encenadas ou, no caso da leitura, imaginadas e
fornecem
informações
importantes
sobre
os
personagens, o cenário, o figurino, a iluminação e a sonoplastia.
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1---- Complete: O texto teatral apresenta enredo, personagens, tempo e espaço. Seu enredo é composto basicamente de quatro partes. I. _________________________________: apresentação dos personagens e dos antecedentes da ação.
II.
_________________________________:
conjunto
de
peripécias que fazem a ação progredir.
III. __________________________________: o ponto de maior tensão do conflito.
IV.
_________________________________:
desfecho
da
ação dramática.
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Página de referência: 46
Dramatização
Você, juntamente com um grupo de colegas, irá fazer a dramatização de trechos da peça Auto da Compadecida. 1. Em grupo, marquem no livro, a lápis, o trecho que caberá a vocês para ser dramatizado. 2. Releiam o trecho e, em representará cada personagem.
seguida,
definam
quem
3. Os alunos que irão dramatizar devem ler e reler as falas de seus personagens para que possam familiarizar-se com elas e memorizá-las com rapidez. Os demais alunos do orientar os colegas quanto à adequação do timbre de voz, da forma de falar, das pausas e hesitações, das expressões corporais e faciais características dos personagens que irão representar. 4. Verifiquem a necessidade de recursos sonoros ou até de trilha sonora para a cena. Nesse caso, o grupo gravará esses sons e apenas um colega será responsável pela sonoplastia. 5. Se possível, providenciem elementos para compor o figurino dos personagens. 6. Elejam um integrante de cada grupo para que, juntos, eles providenciem os elementos que constituirão o cenário. No caso, o cenário é o interior de uma igreja. Antes, verifiquem com o professor onde será realizada a apresentação para planejar o uso do espaço e dos objetos de cena. 7. Façam o ensaio geral, atentando-se para a entrada em cena de cada personagem, o momento e a entonação das falas, a postura, a caracterização gestual e facial, a sonoplastia e o cenário.
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Página de referência: 47
Sujeito
O sujeito é o termo ao qual o predicado se refere para fazer alguma afirmação. Em outras palavras, o elemento ao qual o predicado atribui algo.
O predicado é o termo que faz alguma afirmação sobre o sujeito. Assim, o sujeito é o tema ou assunto ao
qual
o
predicado
agrega
informações
ou
comentários, sempre por meio de um verbo ou expressão equivalente.
O sujeito possui marcas típicas que facilitam seu reconhecimento: • é o termo com que o verbo concorda em pessoa e número; • sua posição usual é antes do verbo; • quando formado por substantivo, é permutável pelos pronomes do caso reto (ele, ela, eles, elas).
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Página de referência: 47 Tipos de sujeito: •I. Sujeito Determinado: quando existe na oração qualquer palavra explícita desempenhando o papel de sujeito. Exemplo: A noite chegou fria.
O sujeito determinado pode ser constituído de: – Substantivo: Exemplo: O Sol se escondeu. – Pronome substantivo: Exemplo: Eles vieram tarde. – Qualquer palavra substantivada: Exemplo: O não é uma palavra traiçoeira. O sujeito determinado pode ser classificado em:
–Simples:
– Composto:
O que tem um só
O que tem mais de um núcleo. Exemplo:
núcleo. Exemplo: A caravana passa. 32
Água e fogo não coexistem.
– Oculto, elíptico ou implícito na desinência verbal: quando vem subentendido ou apagado, ou seja, não explícito na frase. Exemplo: [Nós] Entregamos as provas duas horas depois de seu início.
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Página de referência: 48 •Sujeito Indeterminado: quando nem a terminação do verbo nem o contexto permitem identificar uma palavra que faça o papel de sujeito. Exemplos:
[?] Falaram de você. [?] Falou-se de você.
Estruturas em que ocorre o sujeito indeterminado: – Com um verbo na 3ª pessoa do plural, sem referência a nenhum antecedente. Exemplo: Falaram mal de você.
– Com verbo transitivo acompanhado do pronome se e seguido de preposição ou com verbo intransitivo acompanhado do pronome se. Exemplos:
Precisa-se de empregados. Vive-se bem aqui
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33
Página de referência: 48 Sujeito inexistente: quando o predicado não se refere a elemento algum. Exemplos: Choverá amanhã. Haverá reclamações. Faz quinze dias que vem chovendo. É tarde.
O sujeito inexistente pode ocorrer nas seguintes circunstâncias: – Com verbos que indicam fenômenos da natureza. Exemplos: Chove. Faz muito calor aqui. Trovejou.
– Com o verbo fazer, quando estiver indicando tempo transcorrido. Exemplos: Faz quinze dias. Faz três horas.
34
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Página de referência: 49 – Com o verbo haver, no sentido de existir. Exemplo: Houve protestos.
– Com o verbo ser na indicação de tempo, data ou distância. Exemplos: São três horas.
São13 de maio.
São quinze quilômetros.
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35
Atividades 1-Complete: Termo
predicado
fazer
afirmação
O sujeito é o _____________________ ao qual o _______________________ se refere para ___________________ alguma
_______________________________.
Em
outras
palavras, o elemento ao qual o predicado atribui algo.
2-O que é sujeito simples?
(
) O que tem um só núcleo.
(
) O que tem mais de um núcleo.
(
) O que tem três núcleos.
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3-Complete: Termo
O predicado
faz
é
afirmação
o
sujeito
________________________
que
______________________ alguma ___________________________ sobre o ______________________. Assim, o sujeito é o tema ou assunto ao qual o predicado agrega informações ou comentários, sempre por meio de um verbo ou expressão equivalente.
4-O que é sujeito composto?
(
) O que tem um só núcleo.
(
) O que tem mais de um núcleo.
5-Leia as frases e classifique corretamente.
A noite chegou fria. (
) determinado.
(
) indeterminado.
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Falaram mal de você.
(
) determinado.
(
) indeterminado.
Chove.
(
) determinado.
(
) inexistente.
Faz muito calor aqui.
(
) determinado.
(
) inexistente.
Trovejou.
38
(
) determinado.
(
) inexistente.
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Página de referência: 53 Alguns usos de -- são e -- ção Os
substantivos
correspondentes
a
verbos
terminados em --- nder, ---- erter e --- ertir são escritos com --- são. Para os demais casos, usa-se a terminação --ção. Leia os substantivos do quadro a seguir:
Suspensão inversão
pretensão conversão
adversão diversão
Associe no infinitivo, o verbo correspondente.
Suspensão
inverter
Inversão
pretender
Pretensão
suspender
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39
Página de referência: 54 Você irá produzir um conto de ficção científica.
Planejando o conto Os contos de ficção científica possibilitam liberar a imaginação, mas sem tirar muito os pés do chão. Os textos são criados com base em situações que envolvem
lógica
e
explicações
científicas
que
transmitem credibilidade ao leitor. Escolha um tema para o seu conto de ficção científica. Utilize ícones desse gênero textual, como supercomputadores, planetas longínquos, viagens a lugares inexplorados, humanos com superpoderes etc. No caderno, organize suas ideias sobre o tema escolhido. 1. Defina as questões que serão abordadas no conto. • O que o tema escolhido sugere sobre o futuro ou sobre a vida em outros planetas?
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Página de referência: 54 • Que informações cientificas você utilizará para convencer o leitor? 2. Escreva suas ideias sobre os elementos do conto. •
Qual
é
o
tema
central
e
quem
são
os
personagens? • Como o enredo se desenvolve? Qual e o acontecimento principal? • Onde ocorre a trama e quando acontece? 3. Organize a história de acordo com a sequência narrativa, Situação inicial (apresentação) conflito (situação
enfrentada
pelos
personagens,
clímax
(momento de maior tensão da narrativa) e desfecho (resolução ou não do conflito).
4.
Faça
uma
ilustração
do
cenário
e
dos
personagens para ajudar a construir o conto. Faça no caderno!!!
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Fique por dentro • Narrativas
de
memórias
e
biografia romanceada; • Grafite • Predicado verbal • Variações
geográficas
e
histórica • Entrevista sobre o passado • Verbos irregulares • Acentuação de monossílabos tônicos • Produção de narrativa de memórias Crianças
brincando
na
região do Vale Swat, em Mingora, Paquistão, em 8 de fevereiro de 2015. Mingora é a cidade natal da ativista
paquistanesa
42Yousafzai.
Malala
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Página de referência: 60
Quem é Malala? Certa
manhã,
no
final
do
verão,
preparando-se para ir à escola, meu pai notou que a pintura em que eu aparecia olhando para o céu, que nos haviam dado na escola
em
Karachi,
mudara
de
lugar
durante a noite. Ele gostava muito daquele quadro e o colocara acima da sua cama. Ficou incomodado ao ver que estava torta. "Por favor, endireite". pediu a minha mãe numa rispidez nada habitual. Naquela mesma semana, nossa professora de matemática, a srta. Shazia, chegou histérica à escola. Contou ao meu pai que tivera um pesadelo, no qual eu estava com queimaduras horríveis na perna, e que ela tentava enfaixar. Implorou que meu pai desse arroz cozido aos pobres, pois acreditamos que, quando oferecemos arroz, até mesmo as formigas e os passarinhos comerão os grãozinhos que caem ao chão e irão rezar por nos. Mas meu pai deu dinheiro em vez de
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arroz e ela ficou transtornada, dizendo que não era a mesma coisa. Rimos do pressentimento da srta. Shazia, mas então eu também comecei a ter pesadelos. Não falei nada para meus pais, mas, toda vez que saia, tinha medo de que talibãs armados me saltassem a frente 1) Sentia medo principalmente dos degraus que levavam até nossa rua, onde os meninos costumavam ficar. Às vezes, pensava ouvir passos atrás de mim ou imaginava figuras se esgueirando nas sombras. Ao contrário de meu pai, tomei precauções. A noite esperava todo mundo adormecer e ia examinar cada porta e janela. Saia para conferir se o portão da frente estava trancado. Depois verificava todos os aposentos, um por um. Meu quarto dava para a frente, com montes de janelas, e eu mantinha as cortinas abertas. Queria poder ver tudo, embora meu pai recomendasse o contrário. "Se fossem me matar, teriam feito em 2009", cu dizia. Mas temia que alguém pusesse uma escada no jardim, apoiasse a na parede, subisse por ela e quebrasse minha janela. Então eu rezava. À noite, costumava rezar muito O Talibã pensa que não somos muçulmanos, mas somos, sim. [...] Os exames eram a época do ano em que eu mais rezava. Era a única em que minhas amigas e eu fazíamos as cinco orações diárias, como minha mãe vivia insistindo que eu fizesse. Isso era especialmente difícil 44
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a tarde, quando eu não queria sair da frente da televisão, [...] (...) Eu estudava muito Gostava dos exames, como uma oportunidade de mostrar o que eu era capaz de fazer. Mas quando eles vieram, em outubro de 2012, senti grande pressão. Não queria ficar de novo em segundo lugar, atrás de Malka-e-Noor, como tinha acontecido em março. I... A primeira prova da segunda-feira, 8 de outubro, era de física. Gosto de física porque trata da verdade, de um mundo determinado por princípios e leis, sem confusões ou distorções como na política, principalmente no meu país. Enquanto esperávamos o sinal para iniciar o exame, comecei a recitar, em silêncio, alguns versículos sagrados. Terminei a prova, mas sabia que tinha errado ao preencher um dos espaços em branco. Fiquei com tanta raiva de mim mesma que quase chorei Era uma pergunta que só valia um ponto, mas me fez sentir que ia acontecer algo devastador. Quando voltei para casa, naquela tarde, estava com sono, mas no dia seguinte o exame era de estudos paquistaneses, uma prova difícil para mim. Não queria perder ainda mais pontos e fiz um café com leite para afastar os demônios do sono. Quando minha mãe chegou, provou, gostou e tomou todo o resto. Eu não podia dizer: “Bhabi. pare, por favor, esse é o meu café!” Mas era o último pó de café da casa. Mais uma vez fiquei acordada até tarde, decorando o livro sobre a história da nossa independência.
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De manhã, como sempre, meus pais entraram no quarto e me acordaram. Não me lembro de um único dia de aula em que eu tenha acordado cedo sozinha. Mamãe preparou nosso desjejum habitual: chá com açúcar, chapatis e ovos fritos. Fizemos a refeição juntos, mamãe, papai, Atal e eu. Era um dia muito especial para minha mãe, pois naquela tarde ela começaria a ter aulas em nossa escola, para aprender a ler e escrever com a srta. Ulfat, minha professora do jardim da infância. Meu pai começou a espicaçar Atal, que estava com oito anos e andava mais atrevido do que nunca. *Ouça, Atal, quando Malala for primeira-ministra, você será O secretário dela." Atal ficou louco da vida. "Não, não e não! Não sou menos que Malala. Vou ser eu o primeiro ministro e ela sera minha secretaria. Com aquela brincadeira toda, acabei me atrasando tanto que so tive tempo de comer metade do ovo. E nem consegui me arrumar! Fui melhor do que imaginava na prova de estudos paquistaneses. L. Respondia a todas as perguntas e tive certeza de que me sai bem. Estava contente quando o exame terminou. Fiquei conversando com as amigas enquanto esperavamos que Sher Mohammad Baba, um assistente da escola, nos chamasse quando o ônibus chegasse. O ônibus fazia duas viagens e naquele dia pegamos o segundo horário. 46
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Gostávamos de ficar na escola Moniba sugeriu que, por
estarmos
desgastadas
com
o
exame,
permanecêssemos ali mais um pouco e conversássemos antes de ir para a casa. Concordei, pois estava aliviada por ter ido tão bem no exame de estudos paquistaneses. Eu não tinha nenhuma preocupação naquele dia. Estava com fome, mas, como tínhamos quinze anos não podíamos mais sair à rua sozinhas. Por isso pedi a uma das meninas menores que me comprasse uma espiga de milho. Comi pouco e então dei a espiga a ela.
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Ao meio-dia, Baba nos chamou pelo alto-falante. Todas descemos correndo os degraus. As meninas cobriram o rosto antes de sair e subiram na traseira do ônibus. Eu usava o lenço na cabeça, mas nunca no rosto. Pedi ao motorista Usman Bhai Jan que nos contasse uma
anedota
enquanto
esperávamos
duas
professoras. Ele tinha uma coleção inteira de piadas extremamente engraçadas. [...] Quando todos já estavam prontos, ele colocou a srta. Rubi e duas crianças pequenas no banco da frente, a seu lado. Outra menininha chorou, dizendo que queria ir la também. Usman Bhai Jan disse que não havia espaço e que precisava se acomodar atrás, junto 48
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conosco. Mas fiquei com pena dela e o convenci a colocá-la na frente. Mamãe tinha recomendado a Atal que tomasse o ônibus comigo. Ele vinha a pé da escola primaria e gostava de viajar na parte de trás, segurando-se na traseira. O que deixava Usman Bhai Jan louco da vida porque era perigoso. Naquele dia, Usman Bhai Jan já estava farto e não permitiu que ele fosse na parte de trás. Sente-se aqui dentro. Atal Khan, ou não vou levalo" avisou. Atal teve um acesso de raiva, recusou-se a atende lo e foi a pé para casa, todo ofendido, com alguns amigos O ônibus partiu. Eu conversava com minha sabia e Gentil amiga Montba. Algumas garotas cantavam e eu acompanhava o ritmo tamborilando os dedos no assento. Moriba e eu gostávamos de sentar na traseira aberta, para olhar lá fora. Naquela hora do dia, a estrada de Haji Baba era sempre um alvoroço de riquixás coloridos, gente a pé, homens de lambreta, todos buzinando e costurando o trânsito. Um garoto com sorvete, num triciclo vermelho enfeitado com misseis nucleares vermelhos e brancos, nos seguiu, acenando para nós, até que uma professora o enxotou. Um homem decapitava galinhas, o sangue pingando na rua [...]. Engraçado... Quando eu era pequena, dizíamos que os swatis, de tão pacíficos, eram incapazes de matar uma galinha.
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O ar cheirava a diesel. pão e kebab, misturados com o fedor do rio onde as pessoas ainda jogavam seus lixos e, ao que tudo indicava, nunca parariam de jogar, apesar da campanha que meu pai fazia. Mas estávamos acostumados. Além disso, logo chegaria o inverno, trazendo a neve que purificava e aquietava tudo. [...] A
estrada
da
colina
costuma
ser
muito
movimentada, pois serve de atalho, mas naquele dia estava
estranhamente
calma.
"Onde
estão
as
pessoas?". perguntei a Moniba. As garotas cantavam e falavam, e nossas vozes repercutiam dentro da perua. Mais
ou
menos
naquele
horário,
minha
mãe
provavelmente atravessava a mágica porta de metal e entrava na escola, para a sua primeira aula. Não vi quando os dois rapazes com lenços amarrados no rosto saíram para a estrada e fizeram o ônibus parar de repente. Não tive chance de responder à pergunta deles: "Quem é Malala?". Senão, eu lhes teria explicado por que eles deviam nos deixar ir à escola - nos, suas irmãs e suas filhas. A última coisa de que me lembro é pensar na revisão que precisava fazer para o exame do dia seguinte. [...] YOUSAFZAI, Malala; LAMB. Christina. Eu sou Malala: a história da garota que defendeu o direito à educação e foi baleada pelo Talba. Tradução de George Schlesinger, Luciano Vieira Machado Denise Bottmanne Caroline Chang Sdo Paulo: Companhia das Letras 2013. p. 248 254.
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Página de referência: 64
Malala Yousafzai (1997-) é a mais jovem ganhadora do prêmio Nobel da Paz, concedido a ela em 2014, quando tinha 17 anos, como reconhecimento por sua luta pacífica pelo direito à educação de meninas em seu país. Ela já ganhou diversos prêmios por seu ativismo em favor da educação. Além de escrever um livro sobre a sua vida, Malala também participou de um documentário (Malala, 2015). Christina Lamb (1965) jornalista e nasceu em Londres, no Reino Unido. Ela é
correspondente
em
países
como
Paquistão e Afeganistão desde 1987 à escreveu outros cinco livros e ganhou diversos
prêmios
por
seu
trabalho
jornalístico.
Bhabi: termo afetivo em urdu, língua falada no Paquistão. Chapatis: pães achatados feitos de farinha integral, sal e água e que não levam fermento. Espicaçar: provocar, atiçar. Kebab: alimento feito de carne, legumes, verduras e especiarias; pode ser servido em forma de sanduiche, enrolado num pão, no espeto ou no prato. Riquixás: veículos pequenos, geralmente, para transporte de até duas pessoas ou de cargas, hoje, são motorizados, como pequenos triciclos, mas, no passado, eram movidos por tração humana. Swatis: pessoas que habitam a região do vale do Rio Swat, ao norte do Paquistão.
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Página de referência: 65
1--- Qual é o título do texto? ___________________________________________________________ ___________________________________________________________
2--- De acordo com o vocabulário o que significa Chapatis? (
) pães achatados feitos de farinha integral, sal e
água e que não levam fermento. (
) bolos feitos de farinha integral, sal e água e que
não levam fermento.
O gênero textual narrativa de memórias parte das experiências de vida de alguém e é contado no presente, com base nas lembranças da pessoa, com o objetivo de registrar e compartilhar vivências. Por isso, é possível dar ênfase a determinados períodos ou acontecimentos. Trata-se de um gênero que circula em livros, revistas e sites, por exemplo, e que pretende divulgar a história de pessoas públicas de diversas áreas que de alguma maneira, se tornaram conhecidas ou que desejam divulgar suas experiências.
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Página de referência: 72
Narrativa de memórias e grafite
Em sua narrativa de memórias, Malala relata um momento trágico que chamou a atenção do mundo para o país em que ela nasceu e para a luta dela por acesso de mulheres à educação. O grafite a seguir que retrata a paquistanesa, foi produzido, em 2014, pelo brasileiro Eduardo Kobra e faz parte do acervo do espaço cultural criado nas paredes de uma fábrica desativada, na periferia de Roma, na Itália local que recebe intervenções de artistas de todo o planeta.
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Página de referência: 72 Eduardo natural
de
Kobra São
Paulo,
(1975-), é
um
muralista que aprendeu seu ofício de maneira autodidata, por meio da observação de outros grafiteiros e artistas. Desde a adolescência, desenvolveu interesse pela arte de rua, mas também produziu cartazes, cenários de brinquedos, imagens decorativas para eventos e publicidade. Suas obras mais conhecidas seguem um estilo com imagens hiper-realistas, como fotografias de pessoas famosas, sob as cores fortes e contrastantes de formas geométricas.
1--- O grafite de Malala integra um projeto do artista chamado “olhando a paz”, que inclui outros grafites de personalidades relacionadas aos direitos humanos, como Martin Luther King e Nelson Mandela. a) Considerando o que você já sabe sobre a vida de Malala, por que ela foi escolhida para fazer parte do projeto? (
) porque ela é bonita.
(
) porque ela dedica sua vida à defesa da
educação e luta por melhorias de vida de pessoas em todo o mundo.
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Página de referência: 74 Predicado Verbal Indica uma ação, sendo constituído por um núcleo, que é um verbo nocional (verbo que indica uma ação). Nesse caso, não há presença de predicativo do sujeito, por exemplo: • Nós caminhamos muito hoje. (núcleo: caminhamos) • Cheguei hoje de viagem. (núcleo: cheguei) • O cliente perdeu os documentos. (núcleo: perdeu) Predicado Nominal Indica estado ou qualidade, sendo constituído por um verbo de ligação (verbo que indica estado) e o predicativo
do
sujeito
(complementa
o
sujeito
atribuindo-lhe uma qualidade). Há somente um núcleo, caracterizado por um nome (substantivo ou adjetivo), por exemplo: • Alan está feliz. (núcleo: feliz). • Fiquei exausta. (núcleo: exausta). • Ele continua atencioso comigo. (núcleo: atencioso).
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Página de referência: 75 Predicado Verbo-Nominal Ao mesmo tempo que indica ação do sujeito, esse tipo de predicado informa sua qualidade ou estado, sendo constituído por dois núcleos: um nome e um verbo. Nesse caso, há presença de predicativo do sujeito ou predicativo do objeto (complementa o objeto direto ou indireto, atribuindo-lhes uma característica), por exemplo: • Suzana chegou cansada. (núcleos: chegou, cansada). • Terminaram
satisfeitos
o
trabalho.
(núcleos:
terminaram, satisfeitos). • Considerou a caminhada desagradável. (núcleos: considerou, desagradável). Para identificar um predicado verbo-nominal, o verbo que indica ação está expresso na oração. O verbo que indica estado ou qualidade, por sua vez, está oculto. “Suzana chegou” ------- verbo nocional (representa a ação do sujeito). “(estava) cansada” ---- dica o estado do sujeito.
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Atividades 1 - Relacione as colunas de acordo com o tipo de predicado que cada período apresenta: 1. Predicado nominal 2. Predicado verbal 3. Predicado verbo-nominal
a) (
) João adora doces.
b) (
) Pedro é inteligente.
c) (
) João acha Pedro inteligente.
d) (
) Maria comprou um carro novo.
e) (
) O dia está triste hoje.
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2 - Assinale a única alternativa que apresenta um predicado verbo-nominal: a) (
) O show foi emocionante.
b) (
) Gustavo gosta de pipoca.
c) (
) Fernanda chegou cansada.
3 - Em “Nosso filho chegou atrasado.”, o predicado é: a) (
) nominal.
b) (
) verbal.
c) (
) verbo-nominal.
4 - Qual das frases não apresenta o predicado nominal?
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a) (
) “Zé Maria" não estava sóbrio.
b) (
) Você acha Júlia bonita, mamãe?
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Página de referência: 82
Rio de Janeiro, entrada da baía de Guanabara, 5 de novembro, 1817 Num lugar tão belo é impossível não ser feliz. Montanhas que levantam
abruptamente
do
se
mar,
florestas a perder de vista, esse mar tão azul, praias, tantas praias. Como dar as costas a tanta luz e encerrar-se num camarote? Mas é preciso descer trocar-se,
não
vá
o
noivo
se
decepcionar ao vê-la. ---- Dona Leopoldina, vinde logo, ou não estareis pronta quando chegar vosso noivo. [...] Dona
Leopoldina,
Arquiduquesa
d'Áustria
e
Princesa Real do Brasil, Portugal e Algarve, se entrega resignadamente aos cuidados das damas de honra. A paisagem pode esperar, haverá de visitar cada recanto ao lado de Pedro, o homem que ama sem jamais tê-lo visto, que lhe dirá o nome de cada ilha e montanha.
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Sera ele tão belo quanto o retrato que contempla as escondidas, suspirando, todas as noites? Olha-se no espelho emoldurado em ouro, como de ouro são os candelabros, a bacia e a jarra com que se lava, escovas, pentes, tudo o que reveste sua mesa de toalete e a baixela da qual se serve à mesa. Como é rico o país de Pedro! O espelho lhe devolve a imagem de uma jovem de vinte anos, face rosada, olhos de um azul profundo, cachinhos louros a cair sobre a testa. Ausente o riso que normalmente lhe enche o rosto de covinhas. Como estar sorridente e descuidada quando vai pela primeira vez ver o homem com quem se casou há seis
meses,
por
quem
atravessou
o
oceano
abandonou pátria e família? [...]
60
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e
Chegam-lhe aos ouvidos o repicar dos sinos, o estrondo dos canhões. Gostaria de voltar ao convés para ver o espetáculo montado em sua honra. Mas Annony, sua ama, a retém. O vento desfará vosso penteado. Lembrai-vos de que não estamos de férias em Laxemburgo. Este e o momento mais solene de vossa vida. A condessa Künburg insiste: ----- Alteza, que diria vosso augusto pai se vos visse tão
agitada?
Dai-me
o
braço,
ainda
faltam
os
braceletes. Assim, pronto. Agora sentai-vos para não desarranjar vosso traje. Para damas e diplomatas, tudo não passa de missão oficial a cumprir sem desvios de etiqueta. Esquecem-se de que, além de princesa, ela é mulher, uma noiva que aguarda o noivo e vai conhecer seu novo lar. Como não estar agitada? Repassa na memória o pequeno discurso que escreveu em português - que língua difícil essa - com o auxílio do marquês de Marialva. Entra em pânico ao pensar no discurso. Sente os enjoos de estômago que sempre a acometem nos momentos de tensão. [...] A fragata lança âncora ao largo da Ilha das Cobras. Anoitece. Ardem fogueiras no topo dos morros. Leopoldina volta ao convés. De pé sob o toldo, ereta como foi ensinada desde quando o querido papai a levava a assistir desfiles militares, sua vontade é correr a amurada, tamanha a ansiedade por
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ver o esposo que chega com a familia, num galeote dourado. O rei. enfermo, não pode galgar a escada para saudá-la, é ela quem deve baixar ao galeote. Ao pé da escada um jovem em uniforme ---- só pode ser ele oferece-lhe a mão como apoio. Leopoldina fecha os olhos, as pernas fraquejam. Reabre os olhos e vê diante de si aquele por quem esperou tantos meses. Como é belo! O retrato não a enganou. O príncipe recua e se posta ao lado do rei. Ainda não se devem falar,
embora
marido
e
mulher,
não
foram
apresentados um ao outro. Diante do rei a princesa ajoelha e promete amor e obediência filiais. [...] O marquês de Marialva faz as apresentações: Sua Majestade a rainha dona Carlota Joaquina, o Príncipe Real dom Pedro, as infantas, o infante dom Miguel. Leopoldina faz pro- funda reverência a rainha, se esforça por sorrir a todos, mas só tem olhos para Pedro, que se adianta para beijar-lhe a mão com palavras de boas-vindas. Não desmaies, Leopoldina ordena a si mesma ao sentir a onda de calor que lhe sobe ao rosto. Com voz quase inaudível recita o pequeno discurso. Pronto. Findou o cerimonial. Sua vez de convidá-los a subir a bordo, embora o rei não possa acompanhá-los. Há troca de presentes, erguem-
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se brindes a Portugal, a Áustria, as casas de Bragança e Habsburgo. Aos noivos. As nove horas tudo termina. Os visitantes se retiram, amanhã voltará o galeote para levá-la a terra, quando pisara sua nova pátria.
Pedro se foi, resta a Leopoldina ainda uma noite de solidão. Entretanto, não mais com um retrato em sua moldura de diamantes, mas com um homem de carne e osso sonhará esta noite. No dia seguinte, as duas horas da tarde, a noiva, em seu vestido branco bordado em ouro e prata, um finíssimo véu também branco a lhe cobrir o rosto, desembarca no Arsenal de Marinha. Pelo braço de Pedro caminha até a carruagem que deve levá-los e a Suas Majestades pelas ruas da cidade. Os olhares percebem, assustados, o colar de opalas da princesa. Todo brasileiro sabe que opalas são pedras de mau agouro.
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Cortejo até a Capela Real, onde o bispo abençoa o casal. A música é magnífica, como haviam prevenido Leopoldina, o coro comparável aos melhores da Europa. Banquete no palácio; não o imaginava tão simples. Como que adivinhando seus pensamentos, alguém lhe explica que a residência real é outra, fora da Cidade, num recanto bucólico. Talvez
seja
algo
parecido
com
seu
amado
Laxemburgo, o castelo de verão dos Habsburgo, com seus lagos e grutas, e a torre medieval em que nas férias encenava aventuras com os irmãos. [...] Desfile em carruagem até o Arsenal de Marinha, para tomar outra vez o galeote, que corta a baia impulsionado por cem remadores, até São Cristóvão. Mais um pouco, um curto trajeto em coche sob um ceu estrelado, e logo estará em casa, sua nova casa. O cerimonial não terminou ainda, mesmo passada a meia-noite. Faz doze horas que se agita, vê gente desconhecida, acena, curva-se em reverências, se esforça por falar em língua estrangeira. O rei a convida para conhecer os aposentos que mandou preparar, com moveis encomendados na Europa. Segue junto a familia real, mais damas e cortesãos. Diante de um busto de Francisco I. pai de Leopoldina, há um álbum que o rei insiste
para
que
abra
agora
mesmo.
Retratos!
Aquarelas pintadas em Viena, de toda a sua familia. A
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princesa cai em pranto diante de presente tão delicado. Os camareiros começam a se retirar enfim vai ficar a sós com Pedro, com quem mal trocou algumas palavras o dia todo. [...] Fecham-se as portas do aposento nupcial, ouvem-se passas cada vez mais distantes. Faz-se o silencio no palácio de São Cristóvão. SANTIANNA Sena Leopoldina e Pedro la vida privada na corte. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor 2004 p 9.13.
Sonia Sant'Anna (1938-) nasceu em Goiás e formou--se em Letras pela Universidade Católica de Belo Horizonte (Minas Gerais). Apaixonada por História desde a infância, em seus livros sintetiza suas pesquisas e leituras, recontando-as para um público que não costuma ler obras históricas. Publicou seu primeiro livro, Inconfidências mineiras: uma história privada da Inconfidência, em 2000. Nessa reconstituição, embora amparada em documentos históricos, a autora é responsável pela criação de cenas e diálogos.
Bucólico: com características de algo ligado à natureza ou aos costumes do campo. Coche: carruagem de estilo antigo, geralmente fechada, movida por animais, Galeote: barco comprido movido a remos. Opalas: pedras preciosas de tom leitoso que apresentam variedade de cores quando expostas à luz.
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1---- Qual o título do texto? ___________________________________________________________ ___________________________________________________________
2---- No texto há um cortejo nupcial, os noivos são conduzidos em uma carruagem pelas ruas da cidade. O que chama atenção nesse cortejo? (
) o colar de opalas usado pela princesa;
(
) a coroa do rei.
3---- O que significa coche? ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________
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Página de referência: 88 A biografia romanceada é um gênero literário que narra fatos sobre a vida de alguém e que geralmente os mescla a um pouco de ficção. O gênero registra e divulga as experiências de vida de uma pessoa conhecida ou relevante na sociedade. A biografia de uma personalidade permite, dentre outros aspectos, entender um pouco melhor o tempo em que ela viveu, por
meio
de
suas
ações,
comportamentos,
costumes,
relacionamentos, gostos pessoais etc. Trata-se de um texto subjetivo, ou seja, com marcas de autoria que revelam o posicionamento crítico do autor. O género costuma ser publicado em livros, por se tratar de um romance.
4--- A biografia romanceada é um gênero que, por ser narrativo, apresenta elementos como personagens, tempo, lugar, foco narrativo e enredo. Indique os elementos a seguir: • Personagens principais da história: ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ • Tempo: (
) o dia da chegada da princesa, e a cerimônia do
casamento. (
) o dia da chegada do príncipe.
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Página de referência: 95
Entrevista sobre o passado
1.Reúna-se com mais três colegas e, em grupo, escolham um dos temas sugeridos para fazer uma pesquisa com seus pais, familiares ou vizinhos. A lista a seguir apresenta alguns desses temas. • A escola de ontem e a de hoje. •A moda de ontem e a de hoje. •Os ídolos de ontem e os de hoje. • As brincadeiras de antem e as de hoje. • A tecnologia de ontem e a de hoje. . 2. Elaborem, previamente, as perguntas que desejam que sejam respondidas a respeito do assunto. Por exemplo, se o tema for escola: como faziam o percurso até a escola? Podiam usar acessórios como boné e outros? Usavam uniforme? Podiam sair da escola nos intervalos? Como eram as aulas, os professores, e os livros? O que acontecia quando alguém infringia as regras? Escolham o entrevistado - por exemplo, pais, avós ou ambos - e combinem o dia em que irão conversar. 3. No dia da conversa, anotem cuidadosamente todas as informações, identificando quem as forneceu. Se os entrevistados quiserem, podem fornecer fotografias para ilustrar a apresentação, como do tipo de uniforme que usavam, de uma brincadeira que os divertia, de um modo de se vestir para sair da banda, caso tocassem ou de um esporte, caso o familiar tenha sido desportista. 4. Organizem as informações de modo coerente para apresentá-las para a classe no dia marcado pelo professor.
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Página de referência: 96
Formação dos tempos verbais simples Tempos derivados do presente do indicativo 1. Do presente do indicativo deriva o presente do subjuntivo.
s conto
conte
vivo
viva
ajo
aja
contas
contes
vives
vivas
ages
ajas
conta
conte
vive
viva
age
aja
vivemos
vivamos
agimos
ajamos
contamos contemos
contais
conteis
viveis
vivais
agis
ajais
contam
contem
vivem
vivam
agem
ajam
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Página de referência: 96 2. Do presente do indicativo e do presente do subjuntivo
originam-se
o
imperativo
afirmativo
e
imperativo negativo.
falo
Fala$
fale
Fala(tu)
Fala
Fale(você)
Falamos
Falemos (nós)
Falai$
Falai (vós)
Falam
falem (vocês)
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fales
Não fales (tu)
fale
Não fales(vo cê)
falemos
Não falemos( nós)
faleis
Não faleis (vós)
falem
Não falem (vocês)
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Página de referência: 97 Tempos derivados do infinitivo pessoal Do tema do infinitivo pessoal derivam:
conversar
conversarei
conversaria
conversar
conversarás
conversarias
conversares
conversará
conversaria
conversar
conversaremos
conversaríamos
conversarmos
conversareis
conversaríeis
conversardes
conversarão
conversariam
conversarem
Do radical do infinitivo impessoal deriva:
conversar
viver
agir
vivia
Agia
vivias
agias
vivia
agia
conversávamos
vivíamos
agíamos
conversáveis
vivíeis
agíeis
conversavam
viviam
agiam
conversava conversavas conversava
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Atividades 1. Em qual tempo verbal estão os versos?
Um animal que não para de comer e de gritar; sempre está pedindo água, pois come com muito sal. (
) futuro
(
) presente
(
) passado
Milhares de soldadinhos foram unidos para a guerra; todos atiraram suas lanças, que caíram de ponta na terra. (
) futuro
(
) presente
(
) passado
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2. Leia as piadinhas e selecione o verbo correto. Verbo contar
Um pai _____________________ ao filho uma coisa muito importante: — Paulo, esta noite, um anjo trouxeram uma irmãzinha para você. Quer vê-la? — Bom, na verdade, eu gostaria era de ver o anjo....
Verbo pediu
Dois colegas conversavam durante o recreio. Um deles perguntou: — O que você ___________________ ao Papai Noel este ano? O outro responde: — Que aparecesse mais vezes.
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3. Veja o exemplo e responda o tempo verbal correto.
Nós sempre dizemos a verdade. No depoimento passado, nós dissemos a verdade. No próximo depoimento, nós diremos a verdade.
a) Trago a bola e a rede para o jogo. trouxe - trarei Ontem _________________________ Amanhã ________________________
b) Fazemos as refeições em casa. fizemos - faremos Nas férias passadas, ________________________________ Chegando as férias, ________________________________
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Página de referência: 98 Classificação dos verbos Verbos regulares e irregulares Leia esta tira:
1. Gaturro fala da desilusão amorosa que sofre com o pouco caso de Ágata. De que forma ele representa essa desilusão? (
) Com um sorriso.
(
) Com um coração cheio de furinhos.
2. A que verbos pertencem as formas verbais faz e é?
(
) Ouvir e conversar.
(
) Fazer e ser.
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Atividades 1. Leia o título e o subtítulo de uma notícia de jornal:
Qual o tempo das formais verbais manter e ficar? (
) presente.
(
) futuro.
(
) passado.
2. Veja o exemplo e responda o tempo verbal correto. Se nós fizermos o trabalho agora, faremos à noite. Se nós não fizéssemos o trabalho agora, faríamos à noite. souberem - saberemos Se seus pais ________________________________ de tudo, nós ____________________________.
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Página de referência: 102
Tonicidade das palavras 1. Esta
capa,
de
uma
revista
especializada
em
informática, destaca um modelo novo de aparelho celular. Leia.
a) O que a revista pretende ao colocar essa imagem na capa? Divulgar uma marga d e celular. Criar uma capa bonita.
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Página de referência: 102 b) Releia a manchete e os enunciados que explicam por que o aparelho apresentado é especial. Circule as palavras que são acentuadas:
Como será seu próximo celular
Falar é o que menos importa. Você vai poder
Pagas as contas
Assistir a filmes em HD
Trabalhar como no PC
Jogar on-line
Filmar e ver os vídeos em 3D (e sem óculos!)
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Página de referência: 102 c) As palavras do quadro a seguir também aparecem na capa. Leia essas palavras em voz alta e sublinhe as sílabas tônicas. Lembrete: Em uma palavra, a sílaba tônica é aquela que é pronunciada com maior força e intensidade. Exemplos: • Música: MÚ- si -ca • Próprio: PRÓ -pri-o Agora é sua vez, sublinhe as sílabas tônicas:
Será
próximo
é
Óculos
celular
falar
Filmes
–
filmar
você
–
vídeos
contas
importa
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Página de referência: 103 Classificação das palavras quanto à tonicidade I.
Oxítonas: palavras cuja sílaba tónica é a última. ca + qui
Exemplos: revolução, mulher, celular II.
Paroxítonas: palavras cuja sílaba tónica é a penúltima. la + ran + ja
Exemplos: diário, instrumento, classe III.
Proparoxítonas: palavras cuja sílaba tónica é a antepenúltima.
pês + se + go
Exemplos: básica, Florianópolis, pública
Todas s palavras proparoxítonas são acentuadas. Exemplos: ônibus, lágrima, tráfego, lâmpada, relâmpago
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Página de referência: 103
1. A regra geral das oxítonas se mantém: se a forma verbal termina em -a, -e ou -o, leva acento gráfico; se termina em -i, não é acentuada.
Exemplos: amá-lo, vendê-la, pedi-lo, compô-la. 2. Quando o -i e o -u finais formam um hiato em relação à vogal anterior, eles levam acento gráfico. Exemplos: distribuí-lo, construí-la.
3. Acentuem, quando necessário, as palavras a seguir.
Havai
açai
Xingu
baus
distribui-lo
construi-la
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1. As palavras oxítonas levam acento gráfico (agudo ou circunflexo) quando terminam com as vogais -a, -
e e -o, seguidas ou não de -s, ou quando terminam em em ou -ens. Exemplos: Amapá
atrás
acarajé
você
através
cipó
vovó
alguém
parabéns
2. No final da palavra, as vogais -i e -u, seguidas ou não de -s, somente serão acentuadas quando formarem hiato
(vogais
na
mesma
palavra
em
sílabas
separadas). Exemplos:
Jundiaí
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país
Muraú
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jaús
Página de referência: 104 São acentuadas as vogais i e u dos hiatos que aparecem sozinhas na sílaba ou seguidas da letra s.
Ra -í- zes
ta - ís
sa-ú-de
ba-ús
Se a letra seguinte ao hiato for diferente de s, as vogais i e u não serão acentuadas.
Rui-im
a- in – da
Ra - ul
Exceção: A vogal i de hiatos não é acentuada quando seguida de sílaba iniciada por nh:
Ra – i – nha
ba – i – nha
ta – i -nha
Exercícios 1. Coloque os acentos nas frases abaixo. Sabe por que os biscoitos de agua e sal não são feitos de agua e sal? De que pais é o prato do mar?
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2. leia a tirinha.
Escreva a palavra oxítona do último quadrinho. ___________________________________________________________ 3. Qual é a palavra correta: sanduiche ou sanduíche? (
) sanduiche
(
) sanduíche
4 – Relacione o plural das palavras. Caracol
faróis
Anel
caracóis
Farol
anéis
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• Quando a sílaba tônica de uma palavra é a última, essa palavra é chamada oxítona; se for a penúltima, paroxítona; se for a antepenúltima, proparoxítona. • Recebem acento gráfico as oxítonas. terminadas em a(s), e(s), o(s) e em(ns): cajá, marajás, bufê, cafés, pivôs, cipó, porém, reféns. • Levam acento gráfico todas as proparoxítonas e também as palavras de mais de duas sílabas terminadas em ditongo crescente que admite ser pronunciado como hiato: câ-ma-ra, ím-pe-to, pês-se-go, ar-má-ri-o, á-re-a, es-pé-ci-e. • Monossílabos tônicos são os pronunciados com mais intensidade: bom, dó, é, fé, meu, som, trem. • Monossílabos átonos são o pronunciados com menos intensidade: a, de, em, lhe, me, o, que, se, o a) Ajude o estudante australiano circulando as as palavras paroxítonas que aparecem nos títulos.
exagerada
açúcar
cultural
Brasil
empresa
pólen
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adaptável
Android
útil
cão
bala
tórax
serviço
tribunal
júri
lápis
papel
bônus
ímã
grande
láctea
própria
aquecer
órfão
tosa
pônei
Escócia
caráter
álbum
bíceps
b) Quais as semelhanças entre as palavras açúcar e caráter? (
) são paroxítonas terminadas em r.
(
) são sinônimos. c) Quais as semelhanças entre as palavras adaptável e útil?
(
) são paroxítonas terminadas em l.
(
) são verbos.
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d) Complete a tabela a seguir com uma paroxítona com a terminação semelhante: açúcar
caráter
adaptável
útil
pólen tórax júri lápis bônus órfão pônei ímã álbum bíceps
e) Todas essas palavras são acentuadas? (
) sim f) Essas
( palavras,
) não no
plural,
também
recebem
acento? (
) sim
(
) não
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Página de referência: 107
São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em: • -r, -ps, -n, -le-x: fêmur, fórceps, hífen, túnel, códex. • -i, -is, -us: beribéri(s), tênis, ônus. • -ã(s), -ão(s): ímã(s), bênção(s). • -ei(s): vôlei(s), pônei(s). • -um(ns): fórum(ns), álbum(ns).
1. Acentue as palavras que estão sem acento. infalivel
simples
hoje
automovel
eter
fenix
onix
guerras
homem
ferteis
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2. Leia e compare estes pares de palavras. O acento gráfico muda o significado delas?
(
) Sim
(
) Não
3. Flexione
revólver
revolver
caquí
caqui
as
paroxítonas
abaixo
no
plural,
observando os acentos: •Repórter Plural: ______________________________________________ •Fêmur Plural: ______________________________________________ •Mártir Plural: ______________________________________________ • Líder Plural: _____________________________________________ •açúcar Plural: ______________________________________________
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4. Leia a tira abaixo.
a) Na tirinha, qual dessas palavras é uma paroxítona acentuada? (
) hambúrguer
(
) batata
b) Por que a palavra hambúrguer deixa de ser paroxítona quando está no plural? (
) porque a sílaba tônica mais forte muda de posição
e se torna a antepenúltima sílaba da palavra. ( 90
) porque ela foi para o plural.
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Página de referência: 107 Você
vai
produzir
sua
própria
narrativa
de
memórias, que será compartilhada em uma roda de leitura com as narrativas de memórias de toda a turma, em data a ser combinada com o professor. No texto, você deve contar acontecimentos, momentos ou experiências marcantes em sua vida.
Você poderá compartilhar as emoções trazidas por essas lembranças de momentos, lugares, pessoas e situações. Lembre-se de que a narrativa de memórias trata de acontecimentos vividos no passado do modo como são lembrados no presente.
Planejando a narrativa de memórias 1. Para produzir uma narrativa de memórias, é fundamental escolher as lembranças que serão contadas. Liste acontecimentos, situações, lugares, pessoas,
momentos
que
foram
marcantes,
inspiradores, curiosos.
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Página de referência: 107 2. Analise cada um dos itens listados, com base nos seguintes questionamentos: Por que esse item é especial? Por que ele merece um registro escrito? 3. Elabore um planejamento do texto. Ele deve conter aspectos como: ----- Um início que situe o leitor no tempo e no espaço, isto é, quando e onde se passam os fatos narrados, e uma expectativa sobre o que o leitor vai encontrar nessa narrativa; ------ um desenvolvimento de enredo que apresente os motivos que tornaram esses fatos marcantes; ------ uma reflexão final sobre os fatos narrados.
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___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________
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___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________
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