14 minute read

O humilde, que se identifica com o homem

O Santo Evangelho segundo MARCOS

Introdução

Advertisement

O Evangelho de Marcos, considerado o mais antigo de todos os Evangelhos, anuncia a boa notícia a respeito de Jesus Cristo, dando atenção especial à sua atividade constante e à sua autoridade. Jesus vai de um lugar para outro, anunciando a vinda do Reino de Deus, ensinando multidões, fazendo milagres e curando doentes. Para ajudá-lo, ele escolhe doze homens, a quem chama de “apóstolos”. Estes acompanham Jesus por toda parte, aprendem o mistério do Reino de Deus e depois saem para anunciar a mensagem da salvação e curar pessoas.

A autoridade de Jesus vem de Deus. Ele é o Filho do Homem, aquele que Deus escolheu e enviou para ser o Salvador de todos (10.45). Portanto, ele tem autoridade para expulsar demônios, curar doentes e perdoar pecados.

Este Evangelho começa com o batismo de Jesus no rio Jordão por João Batista (1.9-11) e termina com a ressurreição de Jesus (16.1-8).

Esquema do conteúdo

Prólogo (1.1-15)

Pregação de João Batista (1.1-8) Começo do ministério de Jesus (1.9-15)

1. Jesus, o Messias (1.16—8.30)

a. Atividades e ensinamentos de Jesus (1.16—3.12) b. Proclamação do Reino de Deus (3.13—6.6) c. Jesus se revela como o Messias (6.7—8.30)

2. Jesus, o Filho do Homem (8.31—16.20)

a. Jesus anuncia a sua morte (8.31—11.11) b. Atividades de Jesus em Jerusalém (11.12—13.37) c. Paixão, morte e ressurreição (14.1—16.20)

João Batista

(Mt 3.1-12; Lc 3.1-18; Jo 1.6-8,19-36)

11 Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho a de Deus. 2 Como está escrito no profeta Isaías: b Eis que eu envio o meu anjo ante a tua face, o qual preparará o teu caminho diante de ti. 3 Voz do que clama no c deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. 4 Apareceu João batizando no deserto d e pregando o batismo de arrependimento, para remissão de pecados. 5 E toda a província da Judeia e todos os habitantes de Jerusalém iam ter com ele; e e todos eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados. 6 E João andava f vestido de pelos de camelo e com um cinto de couro em redor de seus lombos, e comia gafanhotos e mel silvestre, 7 e pregava, dizendo: Após mim vem aquele que é mais forte do que eu, g do qual não sou digno de, abaixando -me, desatar a correia das sandálias. 8 Eu, em verdade, tenho -vos h batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo.

O batismo e a tentação de Jesus

(Mt 3.13-17; 4.1-11; Lc 3.21-22; 4.1-13; Jo 1.32) 9 E aconteceu, i naqueles dias, que Jesus, tendo ido de Nazaré, da Galileia, foi batizado por João, no rio Jordão. 10 E, logo que saiu j da água, viu os céus abertos e o Espírito, que, como pomba, descia sobre ele. 11 E ouviu -se uma voz dos céus, que dizia: Tu és o meu k Filho amado, em quem me comprazo.

a 1.1 Mt 14.33; Lc 1.35; Jo 1.34 b 1.2 Ml 3.1; Mt 11.10; Lc 7.27 c 1.3 Is 40.3; Mt 3.3; Lc 3.4; Jo 1.15 d 1.4 Mt 3.1; Lc 3.3; Jo 3.23 e 1.5 Mt 3.5 f 1.6 Mt 3.4; Lv 11.22 g 1.7 Mt 3.11; Jo 1.27; At 13.25 h 1.8 At 1.5; 2.4; 10.45; 11.16; 19.4; Is 44.3; Jl 2.28; 1Co 12.13 i 1.9 Mt 13.18; Lc 3.21 j 1.10 Mt 3.16; Jo 1.32 k 1.11 Sl 2.27; Mt 3.17; Mc 9.7

O Senhor Jesus, em Mc 1, Mc 1 é citado como:

1. O obediente, que cumpre a justiça de Deus (v. 9; Mt 3.15). 2. O humilde, que se identifica com o homem pecador (v. 9). 3. O comprovado por Deus (v. 11). 4. O tentado por Satanás (v. 13). 5. O pregador do Evangelho de Deus (v. 14). 6. Aquele que convida para segui-lo (v. 17). 7. O mestre, que ensina com autoridade a Palavra (vs. 21-22).

Marcos 1 908

12 E logo l o Espírito o impeliu para o deserto. 13 E ali esteve no deserto quarenta dias, tentado por Satanás. E vivia entre as feras, m e os anjos o serviam.

Vocação dos primeiros apóstolos

(Mt 4.12-25; Lc 5.1-11; Jo 1.35-51) 14 E, depois que João foi entregue à prisão, veio Jesus para a Galileia, pregando o evangelho do Reino de Deus 15 e dizendo: n O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo. Arrependei -vos o e crede no evangelho. 16 E, andando junto ao mar da Galileia, p viu Simão e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. 17 E Jesus lhes disse: Vinde após mim, e eu farei que sejais pescadores de homens. 18 E, q deixando logo as suas redes, o seguiram. 19 E, passando dali r um pouco mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco consertando as redes, 20 e logo os chamou. E eles, deixando o seu pai Zebedeu no barco com os empregados, foram após ele.

A cura do endemoninhado de Cafarnaum

(Lc 4.31-37) 21 Entraram em s Cafarnaum, e, logo no sábado, indo ele à sinagoga, ali ensinava. 22 E maravilharam -se t da sua doutrina, porque os ensinava como tendo autoridade e não como os escribas. 23 E u estava na sinagoga deles um homem com um espírito imundo, o qual exclamou, dizendo: 24 Ah! Que temos v contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir -nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus. 25 E repreendeu -o Jesus, w dizendo: Cala -te e sai dele. 26 Então, o espírito imundo, agitando -o x e clamando com grande voz, saiu dele. 27 E todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si, dizendo: Que é isto? Que nova doutrina é esta? Pois com autoridade ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem! 28 E logo correu a sua fama por toda a província da Galileia.

Tentações Mc 1.13

1. Qual é a origem das tentações? Satanás e a cobiça do coração (Mc 1.13; Tg 1.14). 2. Quem é tentado? Todos (Mc 1.12-13;

Jó 1.8). 3. Quando somos tentados? Sempre, especialmente depois de grandes bênçãos (Mc 1.11;

Mt 4.1). 4. Quando somos tentados? Nas áreas de fragilidade (Jesus: quando teve fome) (Lc 4.2-3). 5. Em que áreas somos tentados? Todas (Lc 4.3,6,9; 1Jo 2.16). 6. Qual a frequência das tentações? São contínuas (Lc 4.13). 7. Qual o propósito em Deus permitir as tentações? Provar-nos (Lc 4.1; Gn 22.16-18). 8. Como alcançamos a vitória nas tentações?

Usando a Palavra (Lc 4.4,8,12; “Está escrito”). 9. Como alcançamos a vitória nas tentações?

Usando a armadura de Deus (Ef 6.10-12).

l 1.12 Mt 4.1; Lc 4.1 m 1.13 Mt 4.11 n 1.15 Dn 9.25; Gl 4.4; Ef 4.10 o Mt 3.12; 4.17 p 1.16 Mt 4.18; Lc 5.4 q 1.18 Mt 19.27; Lc 5.11 r 1.19 Mt 4.21 s 1.21 Mt 4.13 t 1.22 Mt 7.28 u 1.23 Lc 4.33 v 1.24 Mt 8.29 w 1.25 Mc 1.34 x 1.26 Mc 9.19

André Mc 1.16

1. Era irmão de Pedro. 2. Sua profissão era pescador (v. 16). 3. O chamado do Mestre: “Vem após mim” (v. 17). 4. O motivo do chamado: tornar-se pescador de homens (Jo 20.21-23). 5. O revestimento divino para o ministério (Mc 3.14-15). 6. Sua primeira experiência como pescador de almas (Jo 1.40-42). 7. Sua comunhão com outros no ministério (Jo 12.22). 8. Sua comunhão de oração (At 1.13-14). 9. O testemunho junto dos apóstolos (At 2.14).

Instruções para “pescadores Mc 1.17 de homens”

O Senhor chamou dois de seus discípulos que estavam ativamente envolvidos no trabalho. Eram pescadores de peixes e deveriam tornar-se “pescadores de homens”. Um verdadeiro pescador sabe atrair os peixes. “Pescadores de homens” devem estudar a maneira de pensar, os costumes e a vida das pessoas. Os pescadores de homens necessitam ter… 1. Tato e sabedoria (Mt 10.16; Pv 11.30). 2. Persistência (não devem desanimar) (1Tm 4.16). 3. Consciência dos perigos (Mt 10.16-17).

909 Marcos 1 – 2

A cura da sogra de Pedro

(Mt 8.14-17; Lc 4.38-41) 29 E y logo, saindo da sinagoga, foram à casa de Simão e de André, com Tiago e João. 30 E a sogra de Simão estava deitada, com febre; e logo lhe falaram dela. 31 Então, chegando -se a ela, tomou -a pela mão e levantou -a; e a febre a deixou, e servia -os. 32 E, tendo chegado a z tarde, quando já estava se pondo o sol, trouxeram -lhe todos os que se achavam enfermos e os endemoninhados. 33 E toda a cidade se ajuntou à porta. 34 E curou muitos que se achavam enfermos de diversas enfermidades a e expulsou muitos demônios, porém não deixava falar os demônios, porque o conheciam. 35 E, levantando -se de manhã muito cedo, b estando ainda escuro, saiu, e foi para um lugar deserto, e ali orava. 36 E seguiram -no Simão e os que com ele estavam. 37 E, achando -o, lhe disseram: Todos te buscam. 38 E ele lhes disse: c Vamos às aldeias vizinhas, para que eu ali também pregue, porque para d isso vim. 39 E pregava nas sinagogas deles, por toda a e Galileia, e expulsava os demônios.

A cura de um leproso

(Mt 8.1-4; Lc 5.12-14) 40 E aproximou -se dele f um leproso, que, rogando-lhe e pondo -se de joelhos diante dele, lhe dizia: Se queres, bem podes limpar -me. 41 E Jesus, movido de grande compaixão, estendeu a mão, e tocou -o, e disse -lhe: Quero, sê limpo! 42 E, tendo ele dito isso, logo a lepra desapareceu, e ficou limpo. 43 E, advertindo -o severamente, logo o despediu. 44 E disse -lhe: Olha, não digas nada a ninguém; porém vai, mostra -te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o que g Moisés determinou, para lhes servir de testemunho. 45 Mas, h tendo ele saído, começou a apregoar muitas coisas e a divulgar o que acontecera; de sorte que Jesus já não podia entrar publicamente na cidade, mas conservava -se fora em lugares desertos; i e de todas as partes iam ter com ele.

O paralítico de Cafarnaum

(Mt 9.1-8; Lc 5.18-36)

21 E, alguns a dias depois, entrou outra vez em Cafarnaum, e soube -se que estava em casa. 2 E logo se ajuntaram tantos, que nem ainda nos lugares junto à porta eles cabiam; e anunciava -lhes a palavra. 3 E vieram ter com ele, conduzindo um paralítico, trazido por quatro. 4 E, não podendo aproximar -se dele, por causa da multidão, descobriram o telhado onde estava e, fazendo um buraco, baixaram o leito em que jazia o paralítico.

y 1.29 Lc 4.38 z 1.32 Mt 8.16; Lc 4.40 a 1.34 Mc 3.12; Lc 4.41; At 16.17 b 1.35 Lc 4.42 c 1.38 Lc 4.43 d Is 61.1; Jo 16.28; 17.4 e 1.39 Mt 4.23; Lc 4.44 f 1.40 Lc 5.12 g 1.44 Lv 14.3-4,10; Lc 5.14 h 1.45 Lc 5.15 i Mt 2.13 a 2.1 Lc 5.18

A cura do endemoninhado

O milagre do Senhor foi tão poderoso, que todos os sinceros foram conduzidos à reflexão (Is 61). 1. Quando aconteceu o milagre? a. Imediatamente após a prisão de João Batista (Mc 1.14). b. Exatamente onde João parou, o Senhor continuou. c. Aconteceu num sábado. 2. O local, onde o milagre se realizou: a. Em Cafarnaum, onde tantas coisas aconteciam. b. Na sinagoga, durante um culto. 3. Um culto abençoado. a. Uma grande multidão ouvia atentamente. b. Um endemoninhado estava na sinagoga. Ele era uma habitação de Satanás. Homens em poder de Satanás também podem ser religiosos e ouvir uma pregação. O medo do endemoninhado era grande. Onde o Senhor se manifesta, tremem os maus espíritos. 4. O poderoso libertador. a. Sua presença libertou rapidamente o endemoninhado. b. Jesus é o Salvador dos perdidos (Mt 1.21; Hb 7.25ss.). c. O Autor da salvação (Hb 2.10). d. O Doador do arrependimento e o Restaurador (At 5.31). e. O único Salvador e Redentor do mundo (At 4.12). 5. A maravilhosa libertação. a. Jesus veio para destruir as obras de Satanás (1Jo 3.8). b. O Senhor não dizia muitas palavras (Mc 4.39). 6. Grande espanto e perguntas. Infelizmente não lemos de pessoas que creram.

Mc 1.23-28

Marcos 2 910

5 E Jesus, vendo -lhes a fé, disse ao paralítico: Filho, perdoados estão os teus pecados. 6 E estavam ali assentados alguns dos escribas, que arrazoavam em seu coração, dizendo: 7 Por que diz este assim blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus? 8 E Jesus, b conhecendo logo em seu espírito que assim arrazoavam entre si, lhes disse: Por que arrazoais sobre estas coisas em vosso coração? 9 Qual é mais fácil? c Dizer ao paralítico: d Estão perdoados os teus pecados, ou dizer -lhe: Levanta -te, e toma o teu leito, e anda? 10 Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder para perdoar pecados (disse ao paralítico), 11 a ti te digo: Levanta -te, e toma o teu leito, e vai para tua casa. 12 E levantou -se e, tomando logo o leito, saiu em presença de todos, de sorte que todos se admiraram e glorificaram a Deus, dizendo: Nunca tal vimos.

A cura do paralítico Mc 2.1-12

A fama de Jesus percorria o país inteiro. Também os amigos do paralítico ouviram falar do Senhor e se prontificaram a levá-lo até ele. 1. O paralítico. a. Estava totalmente desamparado e não podia ir sozinho. b. Era completamente dependente e foi carregado por seus amigos. c. Estava interiormente e exteriormente na miséria (v. 5). 2. Os amigos do paralítico. a. Eram cheios de amor fraternal. b. Tiveram grande fé. c. Estavam em quatro, um sozinho não conseguiria nada. d. Eram, em seu amor, criativos e incansáveis (v. 4). 3. O grande Redentor. a. Ao primeiro olhar viu a fé que os carregadores tinham (v. 5). b. Depois olhou o enfermo (v. 5). c. A fala amorosa de Jesus: “Meu filho”. d. Seu maior ato de amor: o perdão dos pecados (v. 5). e. A palavra poderosa de Jesus: “Levanta-te e anda” (v. 11). 4. A multidão perplexa. Aquele que foi trazido carregado por quatro homens agora carregava a sua própria cama!

O perdão dos pecados traz vida nova e nova força para o serviço (Ef 2.5-6; Jo 11.43-44; At 3.7-8; Rm 6.1-4; 1Ts 2.9).

A vocação de Levi

(Mt 9.9-13; Lc 5.27-32) 13 E tornou a sair para o mar, e toda a multidão ia ter com ele, e ele os ensinava. 14 E, passando, e viu Levi, filho de Alfeu, sentado na 1 alfândega e disse -lhe: Segue -me. E, levantando -se, o seguiu. 15 E aconteceu f que, estando sentado à mesa em casa deste, também estavam sentados à mesa com Jesus e com seus discípulos muitos publicanos e pecadores, porque eram muitos e o tinham seguido. 16 E os escribas e fariseus, vendo -o comer com os publicanos e pecadores, disseram aos seus discípulos: Por que come e bebe ele com os publicanos e pecadores? 17 E Jesus, tendo ouvido isso, disse -lhes: g Os sãos não necessitam de médico, mas sim os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores.

b 2.8 Jó 14.4; Is 42.35 c 2.9 Mt 9.4 d Mt 9.5 e 2.14 Mt 9.9; Lc 5.27 1 ou recebedoria f 2.15 Mt 9.10 g 2.17 Mt 9.12-13; 18.11; Dt 5.31-32; 19.10; 1Tm 1.15

De publicano a apóstolo Mc 2.13-17

Levi, como seu nome já diz, era de descendência sacerdotal, da casa de Arão. Porém era dominado pelo dinheiro. Os judeus consideravam os publicanos como traidores e pecadores (Mt 9.11). 1. Um chamado divino. a. Ele foi dirigido a um apóstata. b. A um homem que trabalhou para os inimigos romanos. 2. Onde Levi recebeu o chamado. a. Na coletoria, cobrando impostos. b. Durante o seu serviço. 3. Como recebeu o chamado. a. Totalmente inesperado. b. Quando o Senhor passou (Não durante uma pregação). 4. Foi convidado para: a. Desistir do seu negócio rendoso. b. Seguir ao desprezado Nazareno. 5. Como Levi avaliou o chamado. a. Deixou tudo. b. Seguiu imediatamente, como outrora Abraão (Gn 12.4). 6. O que se seguiu a este chamado divino. a. Uma vida completamente nova. b. Um novo serviço: pescador de homens. c. Um novo ministério como apóstolo. d. A ele agradecemos o Evangelho segundo Mateus.

This article is from: